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Departamento de Cursos academia de áudio

Curso de Musicalização para


Técnicos e Produtores - MTP-112

Professor: Fernando Cardoso

Parte 1 – Teoria Musical

Conteúdo Programático

I. Ritmos

A. Valores das notas


B. Compasso e Fórmula de Compasso
C. Valores das Pausas
D. Pontos e ligaduras
E. Compasso Simples e Composto
F. Compasso Alternado
G. Quiálteras

II. Intervalos e Escalas

A. Tom e Semitom
B. Alterações e Enarmonia
C. A Escala Maior
1. Escalas a partir de Tetracordes
D. As Escalas Menores
1. A Escala Menor Natural ou Antiga
2. A Escala Menor Harmônica
3. A Escala Menor Melódica
E. Graus da escala
F. Armaduras
1. Cálculo da Armadura
G. Intervalos Genéricos
H. Intervalos Específicos
I. Notação dos intervalos
J. Inversão de intervalos

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III. Tríades

A. Tríade Maior
B. Tríade Menor
C. Tríade Aumentada
D. Tríade Diminuta
E. Inversão de Tríades
F. Tríades Diatônicas (Introdução para Campo Harmônico)
1. Tríades formadas a partir da escala maior
2. Tríades formadas a partir da escala menor natural
3. Tríades formadas a partir da escala menor harmônica
G. Abertura de Acordes
1. Abertura de Tríades na posição fundamental
2. Abertura de Tríades na primeira inversão
3. Abertura de Tríades na segunda inversão

IV. Tétrades (acordes de sétima)

A. Tétrade dominante
B. Tétrade maior com sétima
C. Tétrade aumentada
D. Tétrade diminuta
E. Tétrade meio-diminuta (ou acorde meio diminuto)
F. Inversão de Tétrades
G. Tétrades Diatônicas (Campo Harmônico)
1. Tétrades formadas a partir da escala maior
2. Tétrades formadas a partir da escala menor natural
3. Tétrades formadas a partir da escala menor harmônica
H. Tabelas resumidas de tríades e tétrades
1. Tríades
2. Tétrades
3. Inversões

V. Preparação de Partitura (Score Preparation)

A. O formato Real Book


B. Barras de repetição
C. Sinais de forma

VI. Referências

A. Webgrafia
B. Bibliografia

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I. Ritmos

A. Valores das notas

A duração de tempo que uma nota é tocada, em proporção às demais, é definida pelo
valor, que é indicado pelo desenho da nota.

semibreve mínima semínima colcheia semicolcheia


(whole note) (half note) (quarter note) (eighth note) (sixteenth note)
Valor 1 Valor 2 Valor 4 Valor 8 Valor 16

A semibreve é a nota que tem o maior valor na música moderna.

A mínima tem a metade do valor de uma semibreve. Ou seja, duas mínimas ocupam
a mesma quantidade de tempo que uma semibreve.

+ =

A semínima tem um quarto do valor da semibreve. Ou seja, quatro semínimas


preenchem a mesma duração de tempo que uma semibreve. E duas semínimas têm a
mesma duração de uma mínima.

Notas com valores menores que a semínima contêm colchetes. Cada colchete reduz
à metade o valor da nota.

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Uma colcheia tem um colchete; portanto, ela tem a metade do valor de uma
semínima. Uma semicolcheia tem dois colchetes, o que reduz o valor novamente pela
metade. Embora seja possível tocar notas com três ou mais colchetes, elas são menos
usadas.

O quadro abaixo mostra a relação entre os cinco tipos de notas discutidos nesta lição.

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B. Compasso e Fórmula de Compasso

Linhas verticais chamadas barras de compasso dividem a pauta em compassos. A


pauta abaixo foi dividida em dois compassos.

A fórmula de compasso define a quantidade e o tipo das notas que cada compasso
pode conter. No exemplo acima, o primeiro compasso é um compasso 4/4 (leia-se "quatro
por quatro") e o segundo, um compasso 3/4 ("três por quatro"). O primeiro compasso, 4/4,
contém quatro semínimas. O segundo compasso, 3/4, contém três semínimas.

Agora, vamos falar sobre fórmulas de compasso que usam outros valores de notas. O
compasso 6/8 contém seis colcheias. E o compasso 3/2 contém três mínimas.

C. Valores das Pausas

As pausas são usadas para mostrar períodos de silêncio num compasso. Cada tipo
de pausa tem um valor equivalente ao de um tipo de nota.

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Por exemplo, tanto uma pausa de semínima quanto uma semínima ocupam a mesma
quantidade de tempo. Enquanto a nota produz um som, a pausa é silenciosa. Para
demonstrar isso, preenchemos um compasso 4/4 com semínimas e outro com uma
semínima, uma pausa de semínima e mais duas semínimas.

Da forma como está descrito acima, as duas pautas são lidas ao mesmo tempo. No
caso, no primeiro, terceiro e quarto tempo do compasso de 4/4, teremos dois sons, enquanto
que no segundo tempo só teremos 1 som.

Use o quadro abaixo como referência parar os valores das pausas.

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D. Pontos e ligaduras

Pontos de aumento e ligaduras de prolongamento são dois tipos de marcações


usadas para alterar o valor de uma nota.

Um ponto aumenta o valor da nota em sua metade. Como uma colcheia tem a
metade do valor de uma semínima, usaremos uma colcheia no lugar da fração 1/2 abaixo.
Como você pode ver, uma semínima pontuada equivale a uma semínima mais uma
colcheia. Uma semínima pontuada também equivale a três colcheias.

As ligaduras de prolongamento unem várias notas da mesma altura. Elas são usadas
para permitir que a duração da nota se estenda além das barreiras (como a barra de
compasso no exemplo abaixo). Se a barra de compasso não estivesse lá, podíamos ter
simplesmente escrito uma mínima em vez das duas semínimas ligadas.

Use o quadro abaixo como referência para pontos de aumento.

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E. Compasso Simples e Composto

Toda fórmula de compasso pode ser classificada numa certa métrica.

Os termos binário, ternário e quaternário referem-se ao número de tempos em um


compasso. O termo simples significa que cada um desses tempos, ou unidades de tempo,
pode ser dividido em duas notas.

Por exemplo, o compasso 2/4 é classificado como um compasso binário simples.


("Binário" refere-se aos dois tempos por compasso, e "simples" quer dizer que cada um
desses tempos pode ser dividido em duas notas).

O 2/2 e o 2/8 também são compassos binários simples.

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O compasso 3/4 é classificado como ternário simples ("Ternário" refere-se aos três
tempos por compasso, e "simples" quer dizer que cada um desses tempos pode ser dividido
em duas notas).

O 3/2 e o 3/8 também são ternários simples.

O compasso 4/4 é classificado como quaternário simples por ter quatro tempos
dividisíveis, cada um, em duas notas. O 4/2 e o 4/8 também são quaternários simples.

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Observe que uma fórmula de compasso com métrica simples terá sempre 2, 3, ou 4
como numerador, o número que fica na parte de cima da fórmula.

Enquanto os tempos no compasso simples são divisíveis em duas notas, os tempos


no compasso composto são divisíveis em três. Para demonstrar isso, examinaremos o
compasso 6/8. Observe que as seis colcheias podem ser agrupadas tanto em dois tempos
(binário composto) quanto em três tempos (ternário simples). Como o padrão ternário
simples já pertence ao compasso 3/4, o 6/8 é um binário composto. Observe que cada
tempo, ou unidade de tempo, num compasso 6/8 é uma semínima pontuada. Aliás, todos os
compassos compostos terão alguma nota pontuada como sua unidade de tempo.

Qualquer fórmula de compasso com um 6 em cima é de um compasso binário


composto. Das fórmulas de compasso acima, o 6/8 e o 6/4 são os compassos mais usados.

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O compasso 9/8 é classificado como ternário composto. Há três tempos (três


semínimas pontuadas), o que torna a métrica ternária. Como cada unidade de tempo é feita
de três notas, a métrica é composta.

Qualquer fórmula de compasso com um 9 em cima é um compasso ternário


composto. Embora o 9/8 seja o mais comum, 9/2, 9/4, e 9/16 também são utilizados.

Por fim, o compasso 12/8 é classificado como quaternário composto. Há quatro


tempos, o que torna a métrica quaternária. Como cada unidade de tempo é feita de três
notas, a métrica é composta.

Qualquer fórmula de compasso com um 12 em cima é um compasso quaternário


composto. Das fórmulas de compasso acima, 12/8 e 12/16 são as mais usadas.

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F. Compasso Alternado

Um compasso alternado é aquele que junta um compasso simples e um composto. O


primeiro compasso alternado que discutiremos é o compasso 5/8. Ele contém uma unidade
de tempo simples e uma composta. A ordem dos tempos não importa. Se a unidade de
tempo composta vem primeiro, ainda assim esse compasso alternado é chamado 5/8.

A seguir, discutiremos compassos alternados que unem três unidades de tempo. O


compasso 7/8 contém dois tempos simples e um tempo composto. A ordem dos tempos não
importa. O tempo composto pode até ser colocado entre dois tempos simples.

O compasso 8/8 contém dois tempos compostos e um tempo simples. Às vezes, as


pessoas confundem o 8/8 com o 4/4, já que ambos podem conter 8 colcheias. Observe
porém que o 4/4 divide-se em quatro tempos de duas colcheias (quaternário simples),
enquanto o 8/8 divide-se em três tempos alternados.

Nossos dois últimos compassos alternados contêm um total de quatro tempos. O 10/8
tem dois tempos compostos e dois tempos simples. O 11/8 tem três tempos compostos e um
tempo simples.

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G. Quiálteras

Quiálteras são grupos de notas que não obedecem à divisão normal do compasso ou
à subdivisão normal dos seus tempos. As quiálteras são indicadas com números 3, 5, 7, etc.
e um colchete ou curva sobre seu grupo.
As quiálteras e a cifra devem ser abrangidas por uma linha curva ou por um colchete:

As quiálteras recebem denominações de acordo com o número de notas que as


compõem.

Três-quialteras ou tercinas são três notas ou figuras que devem ser executadas no
tem de duas outras do mesmo valor.

OBS.: - A palavra tercina já representa o plural, ou seja, o grupo é chamado de "três


quiálteras" ou "uma tercina" e não três tercinas!

As quiálteras nem sempre são constituídas de valores iguais: podem ser compostas
por valores diferentes ou pausas ou ambos ao mesmo tempo. Vejamos no exemplo abaixo:

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Neste caso, o nome das quiálteras não muda. Assim, nos exemplos dados, cada
grupo de notas continua sendo chamado "três quiálteras" ou tercina.
As quiálteras podem, por sua vez, conter quiálteras de valor menor, como
representado na figura abaixo.

As vezes, devem-se executar simultaneamente:

a) grupos normais e quiálteras:

b) quiálteras diferentes:

A isso denomina-se contra-ritmo.

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II. Intervalos e Escalas

A. Tom e Semitom

Um semitom ou meio-tom é a distância de uma tecla no


piano a uma tecla adjacente. Como ocorre entre teclas
adjacentes, o intervalo da Tecla 1 para Tecla 2 é um exemplo
de um semitom.

Um semitom nem sempre é de uma tecla branca para


uma tecla preta. Neste exemplo, a Tecla 3 e a Tecla 4
também são adjacentes.

Um tom é a mesma distância que dois semitons. Da


Tecla 1 para Tecla 3 há um tom. (O primeiro semitom é da 1 à
2, o segundo, da 2 à 3).

Um tom pode ocorrer entre duas teclas brancas


(primeiro caso), entre duas teclas pretas (ex. Entre teclas 2 e
4) e ainda entre uma tecla branca e uma preta.

Exercícios:

1 - Quantos semitons entre notas brancas são possíveis (sem repetir o desenho -
topologia)? Quantos serão os restantes?

2 - Quantos tons são possíveis entre notas brancas, entre notas pretas e entre brancas e
pretas (sem repetir o desenho - topologia)?

B. Alterações e Enarmonia

Uma alteração ou acidente é um sinal usado para elevar


ou abaixar a altura de uma nota. Os primeiros acidentes que
discutiremos são os bemóis e os sustenidos. O bemol abaixa a
nota em um semitom, enquanto o sustenido eleva a nota em
um semitom.

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Examine a tecla preta entre o Dó e o Ré (tecla 2). Esta


tecla pode ser chamada Dó sustenido já que está um semitom
acima do Dó. Ela pode também ser chamada Ré bemol, já
que está um semitom abaixo do Ré.

Outro exemplo seria entre Mi e Fá. O Mi pode também


ser chamado Fá Bemol, já que está um semitom abaixo do
Fá. Do mesmo modo, o Fá pode ser chamado de Mi
sustenido.

Toda vez que uma determinada nota tiver vários nomes, isso é chamado enarmonia.

Os próximos acidentes que discutiremos são o dobrado bemol, ou bemol duplo, e o


dobrado sustenido, ou sustenido duplo.

Enquanto bemóis e sustenidos alteram uma nota em um semitom, o dobrado bemol e


o dobrado sustenido alteram a nota em um tom.

Por exemplo, tanto Ré quanto Mi dobrado bemol têm a mesma altura, já que você
pode chegar ao Ré descendo um tom (ou dois semitons) a partir do Mi.

O Ré também soa o mesmo que um Dó dobrado sustenido, já que está um tom acima
do Dó.

Por fim, um bequadro cancela qualquer alteração e devolve a nota à sua altura
original.

Exercícios:

2 - Responda quem são os enarmônicos das seguintes notas:

a) Dó b) Ré c) Mi d) Fá

e) Sol f) Lá g) Si h) Dó#

i) Ré# j) Fá# k) Lá b l) Si b

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C. A Escala Maior

Uma escala é uma seleção de certas notas dentro de uma oitava. A primeira escala
que discutiremos é a escala maior.

T T s T T T s

A escala maior é construída com a fórmula acima. Cada "T" representa um tom, e
cada "s", um semitom.

Vamos construir a escala maior de Dó, mais conhecida como Escala de Dó Maior.
Nossa nota inicial será o Dó. Escreva as notas na pauta abaixo!
A partir do Dó, subiremos o intervalo de um tom até o Ré. Do Ré, subiremos outro
tom até o Mi. Agora, subiremos um semitom até o Fá. Do Fá, um tom nos levará ao Sol.
A seguir, um outro tom nos leva ao Lá. O último tom inteiro nos leva ao Si. E, por fim,
um semitom nos devolve ao Dó.
Ouça e cante a Escala de Dó Maior completa.

Agora, vamos montar a Escala de Mi Bemol Maior. Nossa nota de partida será o Mi
bemol.
Observe que o intervalo de um semitom a partir do Sol nos leva ao Lá bemol, e não
ao Lá.
De Lá bemol, um tom nos leva ao Si bemol.
O próximo intervalo de um tom nos leva ao Dó.
E por fim o semitom a partir de Ré nos devolve ao Mi bemol.
Observe que a Escala de Mi Bemol Maior tem três bemóis (Os dois Mi bemóis só
contam uma vez).

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Como nossa escala final, montaremos a Escala de Ré Maior.


A partir do Mi, um tom nos leva ao Fá sustenido.
Um semitom nos leva ao Sol.
A partir do Si, o intervalo de um tom nos leva ao Dó sustenido.
E, por fim, um intervalo de um semitom nos devolve ao Ré.
Observe que a Escala de Ré Maior tem dois sustenidos.

É possível montar qualquer escala maior - é só começar na nota inicial e seguir a


fórmula.

Exercícios:

3 - Escreva no pentagrama duas escalas maiores com sustenidos e duas escalas maiores
com bemóis (escolher a tonalidade / não copiar os exemplos).

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1. Escalas a partir de Tetracordes

Há uma outra maneira de construir a escala maior. É derivada de um padrão de


quatro notas chamado tetracorde (do grego tetra = quatro, chorde = corda ou nota:
originalmente de tetrachordon, um antigo instrumento grego de quatro cordas). Os gregos
antigos aplicaram o termo originalmente a uma seqüência descendente de quatro notas com
um número de padrões incluindo o padrão intervalar tom – tom – semitom. Atualmente,
utilizamos o termo para uma seqüência ascendente de quatro notas. A escala de Dó maior é
formada por dois tetracordes, um após o outro, separados por um tom. Então:

C - tom - D - tom - E - semitom - F : o primeiro tetracorde


G - tom - A - tom - B - semitom - C : o segundo tetracorde

O intervalo entre F, a última nota do primeiro tetracorde, e G, a primeira nota do


segundo tetracorde, é um tom.

Se nós começamos em G, para construir uma escala de Sol maior, o padrão será:

G - tom - A - tom - B - semitom - C : o primeiro tetracorde


D - tom - E - tom - F - semitom - G : o segundo tetracorde

O intervalo entre C, a última nota do primeiro tetracorde, e D, a primeira nota do


segundo tetracorde, é um tom.

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D. As Escalas Menores

Embora só haja uma escala maior, existem três variações da escala menor.

T s T T s T T

1. A Escala Menor Natural ou Antiga

A primeira escala menor que discutiremos é a menor natural. Ela é construída


seguindo a fórmula acima.

Vamos construir a Escala de Lá Menor Natural. Começaremos pela nota Lá.


A partir do Lá, subiremos um tom para o Si. Depois, subiremos um semitom até o Dó.
Do Dó, o intervalo de um tom nos levará ao Ré. Outro tom nos leva ao Mi.
Do Mi, subiremos um semitom até o Fá. Do Fá, o intervalo de um tom nos levará ao
Sol. Por fim, o último tom nos devolve ao Lá.
Observe que a Escala de Lá Menor Natural não tem notas com alterações.

Agora vamos construir a Escala de Dó Menor Natural.


Nosso ponto de partida é o Dó. A partir do Ré, um semitom nos leva ao Mi bemol. Um
intervalo de um tom a seguir nos leva ao Fá.
Um semitom a partir de Sol nos leva ao Lá bemol. Do Lá bemol, subimos um tom para
o Si bemol. O último intervalo de um tom nos devolve ao Dó.
Observe que a Escala de Dó Menor Natural tem três bemóis.

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2. A Escala Menor Harmônica

Agora, discutiremos a escala menor harmônica.

Para converter qualquer escala menor natural numa menor harmônica, eleve a sétima
nota em um semitom.

Vamos converter a Escala de Dó Menor Natural em Dó Menor Harmônica.

Simplesmente eleve a sétima nota (Si bemol) em um semitom, resultando num Si.

3. A Escala Menor Melódica

Por fim, discutiremos a menor melódica.

Para converter uma escala menor natural numa menor melódica, eleve a sexta e a
sétima notas em um semitom. Por exemplo, para converter a Escala de Dó Menor Natural
em Dó Menor Melódica, simplesmente eleve o Lá bemol e o Si bemol em um semitom, para
Lá e Si.

Na maioria das vezes, a menor melódica é usada somente na direção ascendente.


Quando descendente, os compositores preferem usar a escala menor natural.

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Exercícios:

4 - Escreva no pentagrama uma escala menor com bemóis em suas formas natural,
harmônica, melódica ascendente e melódica descendente (escolher a tonalidade / não
copiar os exemplos).

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E. Graus da escala

Cada nota de uma escala tem um nome especial, chamado de grau da escala.

A primeira nota é chamada de tônica.


A quinta nota é chamada de dominante.
A quarta nota é chamada de subdominante (ou seja, abaixo da dominante).
Como está no meio da tônica e da dominante, a terceira nota é chamada de
mediante.
Do mesmo modo, a sexta nota é chamada de submediante, já que está no meio da
tônica superior e da subdominante.
A segunda nota é chamada de supertônica. Super em latim quer dizer "acima de".
Embora os graus da escala para as primeiras seis notas sejam os mesmos tanto para
escalas maiores quanto menores, o sétimo grau é especial.
Se a sétima nota estiver um semitom abaixo da tônica, ela é chamada de nota
sensível.
Ouça a Escala Dó Maior, repare como a sétima nota quer levar à tônica.
As notas sensíveis também ocorrem nas escalas menor harmônica e menor melódica.
Na menor natural, a sétima nota está um tom abaixo da tônica. Neste caso, a nota é
chamada de subtônica.

Ouça a Escala Dó Menor Natural, e repare como a sétima nota não possui a intenção
de levar à tônica.

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Exercícios:

1 - Escolha uma escala maior ou menor. Fale o nome de cada um dos graus da
escala, precedido do numero de ordem de 1 a 7. Repita o exercício seguindo o ciclo das
quintas e depois o ciclo das quartas.

2 - Aponte quais graus são comuns para todas as escalas que vimos e quais são
específicos de cada uma delas

F. Armaduras

Uma armadura é uma coleção de todos os acidentes encontrados numa escala.


Para demonstrar isso, usaremos o tom Dó Menor, que tem três bemóis. Em vez de
escrever um bemol ao lado de cada nota Mi, Lá e Si, uma armadura pode simplesmente ser
acrescentada ao início da pauta.

Para nosso próximo exemplo, usaremos Lá Maior, que tem três sustenidos. Aqui
também uma armadura pode ser usada em vez de se escrever um sustenido ao lado de
cada Dó, Fá e Sol.

Como você pode ter notado, os sustenidos são arranjados numa ordem especial. O
Fá sustenido vem primeiro, seguido pelo Dó sustenido e depois pelo Sol sustenido. Depois
vem o Ré sustenido, Lá sustenido, Mi sustenido, e por fim o Si sustenido.
A começar pelo Si bemol, a ordem dos bemóis é o exato oposto. Depois vem Mi
bemol, Lá bemol, Ré bemol, Sol bemol, Dó bemol e, por fim, Fá bemol.

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Exercícios:

3 - Determine a quantidade de sustenidos para as seguintes escalas:

A) Mi maior B) Si maior C) Dó# maior D) Sol maior

E) Si menor F) Lá menor G) Fá# maior H) Fá# menor

4 - Determine a quantidade de sustenidos para as seguintes escalas:

A) Mib maior B) Sib maior C) Dób maior D) Fá maior

E) Fá menor F) Láb maior G) Solb maior H) Sib menor

5 - Escreva os sustenidos e bemóis para algumas das escalas anteriores:

A) Mi maior B) Sib maior C) Dó# maior

D) Fá maior E) Si menor F) Láb maior

G) Fá# maior H) Sib menor

6 - Como você acha que devem ser escritas as armaduras de clave de escalas como a
menor harmônica e a menor melódica? Pense a respeito.

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1. Cálculo da Armadura

Existem 30 armaduras diferentes (15 para escalas maiores e 15 para escalas


menores). Espera-se da maioria dos alunos de teoria que eles memorizem todas as 30.
Felizmente, usando o método de cálculo da armadura, só é preciso memorizar sete.

Neste método de cálculo, cada armadura ganha um valor numérico baseado na


quantidade e no tipo dos acidentes. Sustenidos são positivos; bemóis são negativos.

A Escala de Dó Maior não tem acidentes; por isso, seu valor numérico é 0; a de Ré
Maior tem dois sustenidos; por isso, seu valor numérico é 2. Mi Maior tem quatro sustenidos
- um valor numérico de 4. Já a escala de Fá Maior tem um bemol; portanto, seu valor
numérico é -1 (lembre-se: bemóis recebem números negativos).
A Escala de Sol Maior tem um sustenido. Seu valor numérico é 1; a de Lá Maior tem
três sustenidos - um valor numérico de 3. E finalmente a Escala de Si Maior tem cinco
sustenidos - o que dá a ela o valor numérico de 5.

Esses sete valores precisam ser memorizados antes que possamos ir adiante.
A seguir, vamos comparar Dó Bemol, Dó, e Dó Sustenido Maior. Se começamos em
Dó Maior e subtraímos 7, chegamos a Dó Bemol Maior. Se começamos em Dó Maior e
adicionamos 7, chegamos a Dó Sustenido Maior. Essas duas relações numéricas podem
nos ajudar a calcular armaduras que não conhecemos.

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Vamos calcular a armadura de Mi Bemol Maior. Primeiro, comece com Mi Maior, que
tem um valor numérico de 4.Para converter para Mi Bemol Maior, subtraia 7. O resultado é -
3; logo, Mi Bemol Maior tem 3 bemóis. Vamos tentar também o Fá Sustenido Maior.
Comece com o Fá Maior, que é -1. Para converter para o Fá Sustenido Maior, adicione 7. O
resultado é 6; logo, Fá Sustenido Maior tem 6 sustenidos.

A seguir, examinaremos as escalas menores. Compare Dó Maior com Dó Menor.


Para converter uma escala maior em sua paralela menor, simplesmente subtraia 3. Vamos
calcular Ré Menor, a partir de Ré Maior, que é 2. A seguir, simplesmente subtraia 3.

Algumas armaduras exigem duas conversões. Por exemplo, vamos calcular Sol
Sustenido Menor. Comece com o Sol Maior, que tem um valor numérico de 1. Comece com
o Sol Maior, que tem um valor numérico de 1. Por fim, subtraia 3 para convertê-lo a Sol
Sustenido Menor. O resultado é 5. Sol Sustenido Menor tem, portanto, 5 sustenidos.

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G. Intervalos Genéricos

Um intervalo mede a distância entre duas notas. Vamos primeiro discutir os intervalos
genéricos, que podem ser calculados no pentagrama. Quando duas notas ocupam a mesma
linha ou espaço, elas estão a um intervalo de primeira, ou prima. Dó para Dó é um exemplo
de primeira. Dó para Dó bemol e Dó para Dó sustenido também são primeiras.

Quando duas notas estão perpendiculares na pauta, elas estão a uma distância de
uma segunda. Dó para Ré é um exemplo de uma segunda. Dó para Ré sustenido, Dó bemol
para Ré e Dó bemol para Ré sustenido também são segundas.

Quando duas notas estão empilhadas juntas, elas estão a um intervalo de uma terça.
Dó para Mi é um exemplo de uma terça. Mi para Sol e Fá pra Lá também são terças.

À medida que as notas ficam mais distantes, o tipo de intervalo delas aumenta.
Dó para Fá é uma quarta, para Sol é uma quinta, para Lá é uma sexta, para Si é uma
sétima e para Dó é uma oitava.

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H. Intervalos Específicos

Intervalos específicos são medidos tanto na pauta quanto em semitons no teclado.


Como você aprendeu na lição anterior, de Dó para Ré e de Dó para Ré bemol, temos
segundas genéricas. Especificamente, entretanto, de Dó para Ré temos 1 semitom a mais
do que de Dó para Ré bemol. Vamos aprender alguns intervalos específicos.

Uma segunda maior é feita de 2 semitons. De Dó para Ré, temos uma segunda
maior: uma segunda genérica na pauta e 2 semitons no teclado. De Mi para Fá sustenido é
outro exemplo de uma segunda maior.

Uma terça maior é feita de 4 semitons. De Dó para Mi, temos uma terça maior.

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De Mi para Sol sustenido, também temos uma terça maior.

Uma quarta perfeita, ou quarta justa, é feita de 5 semitons. De Dó para Fá, temos
uma quarta perfeita. De Fá para Si bemol, também temos uma quarta perfeita.

Uma quinta perfeita, ou justa, é feita de 7 semitons. De Dó para Sol, temos uma
quinta perfeita.

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De Si para Fá sustenido, também temos uma quinta pefeita.

Uma sexta maior é feita de 9 semitons. De Dó para Lá, temos uma sexta maior. De Mi
bemol para Dó, também temos uma sexta maior.

Uma sétima maior é feita de 11 semitons. De Dó para Si, temos uma sétima maior.

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De Ré para Dó sustenido, também temos uma sétima maior.

Por fim, uma oitava perfeita, ou oitava justa, é feita de 12 semitons. De Dó para o Dó
seguinte, temos uma oitava perfeita.

Além de intervalos maiores e perfeitos, ou justos, também existem intervalos


menores, aumentados, e diminutos.
Um intervalo diminuto tem 1 semitom a menos que um intervalo justo ou perfeito.
Como de Dó para Sol temos uma quinta justa (7 semitons), de Dó para Sol bemol teremos
uma quinta diminuta (6 semitons).

De Si para Fá também forma uma quinta diminuta (já que de Si para Fá sustenido
temos uma quinta justa).

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Um intervalo aumentado tem 1 semitom a mais do que um intervalo perfeito. Como de


Dó para Fá temos uma quarta perfeita (5 semitons), de Dó para Fá sustenido teremos uma
quarta aumentada (6 semitons). De Fá para Si também temos uma quarta aumentada (já
que de Fá até Si bemol temos uma quarta perfeita).

Os intervalos maiores também podem virar aumentados pela adição de 1 semitom.


Por exemplo, como de Dó para Lá temos uma sexta maior (9 semitons), de Dó para Lá
sustenido temos uma sexta aumentada (10 semitons). Ré bemol para Si também forma uma
sexta aumentada (já que de Ré bemol para Si bemol temos uma sexta maior).

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Subtrair 1 semitom de um intervalo maior não faz dele diminuto; em vez disso, ele vira
menor. Por exemplo, como de Dó para Si temos uma sétima maior (11 semitons), de Dó
para Si bemol temos uma sétima menor (10 semitons).

Somente depois de subtrair outro semitom é que ele vira diminuto. Assim, de Dó para
Si dobrado bemol teremos nossa sétima diminuta (9 semitons).

O quadro abaixo mostra o número de semitons que cada intervalo específico contém.

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I. Notação dos intervalos

Durante a notação dos intervalos na pauta, é comum confundirmos intervalos que têm
o mesmo número de semitons.
Por exemplo, pode-se acidentalmente escrever Dó para Fá sustenido (uma quarta
aumentada) em vez de Dó para Sol bemol (uma quinta diminuta).
Embora ambos os intervalos soem o mesmo e pareçam idênticos no teclado, um é
uma quarta, e o outro é uma quinta. Felizmente, existe um fácil processo em três etapas que
reduz o risco desse erro.

Vamos escrever na pauta uma terça menor a partir do Dó. Primeiro, escreva o
intervalo genérico na pauta. No nosso caso, vamos escrever uma terça genérica. Depois,
calcule o número de semitons no teclado. Como uma terça maior tem 4 semitons, nossa
terça menor terá 3 semitons. Por fim, transponha para a pauta quaisquer acidentes.

Como nosso próximo exemplo, vamos tentar uma sétima diminuta a partir do Fá.
Primeiro, escreva o intervalo genérico no pentagrama. Depois, calcule os semitons no
teclado (Como uma sétima maior tem 11 semitons e uma sétima menor tem 10, nossa
sétima diminuta vai ter 9). Por fim, transponha quaisquer acidentes para a pauta.

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Como nosso exemplo final, vamos tentar uma quinta diminuta a partir do Si. Primeiro,
escreva a quinta genérica na pauta. A seguir, calcule os semitons no teclado (Como uma
quinta perfeita tem 7 semitons, nossa quinta diminuta terá 6). Por fim, transponha quaisquer
acidentes para a pauta. Neste exemplo, nenhum acidente é necessário.

J. Inversão de intervalos

Na música, o verbo inverter significa mudar a nota mais grave de um grupo uma
oitava acima. Nesta lição, vamos inverter intervalos.
Como nosso primeiro exemplo, vamos usar o intervalo de Dó a Sol (uma quinta justa).
Para inverter este intervalo, mude a nota mais grave (o Dó) uma oitava acima. O resultado
(Sol a Dó) é uma quarta justa.

Os intervalos justos, ou perfeitos, quando invertidos, sempre continuam justos. As


quintas, quando invertidas, sempre viram quartas.
Como nosso próximo exemplo, usaremos de Dó a Mi (uma terça maior). Novamente,
mude a nota mais grave (o Dó) uma oitava acima. O resultado (Mi para Dó) é uma sexta
menor.

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Intervalos maiores, quando invertidos, viram menores, e vice-versa - o mesmo


acontece entre terças e sextas. Por exemplo, uma terça menor vai sempre virar, na
inversão, uma sexta maior.
Agora, vamos invertir Dó a Si (uma sétima maior). Mais uma vez, mude a nota mais
baixa uma oitava acima. O resultado (Si para Dó) é uma segunda menor.

As segundas sempre viram sétimas, e vice-versa.


A regra final da inversão de intervalos declara que os intervalos aumentados viram
diminutos, e vice-versa. Por exemplo, de Dó para Fá sustenido (uma quarta aumentada),
vira Fá sustenido para Dó (uma quinta diminuta).

Use o quadro abaixo para rapidamente inverter os intervalos.

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III. Tríades

Um acorde é uma combinação de três ou mais


notas. Os acordes são construídos a partir de uma nota
única, chamada fundamental.

Nesta lição, estaremos discutindo tríades. Elas são


criadas com uma fundamental, uma terça e uma quinta.

A. Tríade Maior

Vamos começar com uma tríade maior (também chamada de acorde maior) de Dó.
Ela é feita com uma terça maior e uma quinta justa a partir da fundamental.

Primeiro, escrevemos a fundamental (neste caso, Dó), a terça genérica, e a quinta


genérica na pauta. Agora, vamos trabalhar o acorde no teclado. Como precisamos de uma
terça maior, vamos subir quatro semitons a partir da fundamental. Para obter uma quinta
justa, volte à fundamental e conte sete semitons.

B. Tríade Menor

A próxima tríade que discutiremos é a tríade menor. Ela é criada com uma terça
menor e uma quinta justa a partir da fundamental.

Vamos fazer uma tríade menor de Dó. Escrevemos a fundamental e os intervalos


genéricos. A seguir, calcula-se a terça menor no teclado (3 semitons), e depois a quinta
justa. Por fim, transcrevemos os acidentes para a pauta. Como pode ver, o acorde de Dó
menor é composto de Dó, Mi bemol e Sol.

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C. Tríade Aumentada

A tríade aumentada é feita com uma terça maior e uma quinta aumentada. Para
formar esta tríade no teclado, lembre-se que uma quinta aumentada tem 8 semitons.

Depois de transcrever os acidentes para a pauta, você pode ver que a tríade
aumentada de Dó contém Dó, Mi e Sol sustenido. Observe que a única diferença entre a
tríade aumentada e a tríade maior é a quinta elevada.

D. Tríade Diminuta

A última tríade que discutiremos é a tríade diminuta. Ela é feita com uma terça menor
e uma quinta diminuta. Quando estiver formando esta tríade no teclado, lembre-se que
uma quinta diminuta tem 6 semitons.

Depois de transcrever os acidentes para a pauta, você pode ver que a tríade diminuta
de Dó contém Dó, Mi bemol e Sol bemol. Observe que a única diferença entre uma tríade
diminuta e uma tríade menor é a quinta rebaixada.

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Exercícios:

1 – Represente tanto no pentagrama como no teclado as seguintes tríades:

a) Ré maior b) Láb maior

c) Sol menor d) Mib menor

e) Fá aumentado f) Réb aumentado

g) Fá# diminuto h) Lá diminuto

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E. Inversão de Tríades

Assim como os intervalos, as tríades podem ser invertidas movendo-se a nota mais
grave uma oitava acima. Essa nota mais grave, chamada de baixo, determina o nome da
inversão.

No exemplo abaixo, a fundamental do acorde está no baixo. Chama-se a isso de


posição fundamental.

Agora, vamos inverter o acorde. Observe que o baixo é agora a terça. Isso é
chamado de primeira inversão.

Vamos inverter o acorde novamente. Agora, a quinta é a nota mais grave do acorde.
Isso é chamado de segunda inversão.

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Se invertermos a tríade uma terceira vez, ela voltará à posição fundamental.

O quadro acima mostra todas as três posições das tríades.

Exercícios:

2 – Represente as inversões (fundamental, 1ª inversão e 2ª inversão) no pentagrama e no


teclado, das tríades abaixo:

a) Fá# maior

b) Mi diminuto

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F. Tríades Diatônicas (Introdução para Campo Harmônico)

Todas as escalas maiores e menores têm sete tríades especiais, chamadas de


tríades diatônicas, que são formadas a partir das notas dessas escalas.

1. Tríades formadas a partir da escala maior

Primeiro, construa a escala. Vamos usar a escala Dó Maior como nosso primeiro
exemplo. Depois, sobreponha duas terças genéricas sobre cada nota. Por fim, analise as
tríades resultantes.

Complete a tabela abaixo com base nos acordes acima obtidos:

posição notas intervalos tipo de tríade









2. Tríades formadas a partir da escala menor natural

Agora, vamos estudar as tríades diatônicas da escala Dó Menor Natural.

Primeiro, constrói-se a escala. Observe que estamos usando uma armadura de clave
em vez de colocar os acidentes em cada nota. De novo, duas terças genéricas são
sobrepostas acima de cada nota. Por fim, vamos analisar as tríades resultantes.

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Complete a tabela abaixo com base nos acordes acima obtidos:

Posição notas intervalos tipo de tríade









3. Tríades formadas a partir da escala menor harmônica

Por fim, vamos discutir as tríades diatônicas da escala menor harmônica.

Para converter a menor natural na menor harmônica, a sétima nota é elevada em um


semitom. Logo, cada Si bemol (a sétima nota da escala Dó Menor) é elevada para Si.

Complete a tabela abaixo com base nos acordes acima obtidos:

posição notas intervalos tipo de tríade




Como o terceiro, quinto e sétimo acordes foram alterados, eles precisam ser reanalisados.

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G. Abertura de Acordes

Os compositores geralmente arranjam as notas de um acorde de diversas maneiras,


para variar sua sonoridade. Esse processo é chamado abertura, ou voicing do acorde.

1. Abertura de Tríades na posição fundamental

Para demonstrar isso, vamos fazer aberturas de um acorde Fá Maior. Note que
podemos arranjar as notas em qualquer ordem, desde que Fá, Lá e Dó sejam usados e o Fá
seja a nota mais grave. Toque e ouça os exemplos abaixo.

2. Abertura de Tríades na primeira inversão

Agora, vamos fazer aberturas de uma tríade maior de Fá em sua primeira inversão.

Por definição, um acorde está na primeira inversão quando a terça é a nota mais
grave. Assim, precisamos lembrar que cada uma de nossas aberturas use Lá no baixo.
Toque e ouça os exemplos abaixo.

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3. Abertura de Tríades na segunda inversão

Por fim, vamos fazer aberturas de uma tríade maior de Fá na segunda inversão.

O processo é o mesmo; entrentanto, precisamos ter certeza que a quinta (o Dó) seja
usada como a nota mais grave. Toque e ouça os últimos exemplos.

Exercícios:

3 – Aponte, nas últimas 3 figuras, onde se localizam, respectivamente, a fundamental, a


terça, a quinta e qual delas está atuando como baixo (cf. item 2 desta aula)

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IV. Tétrades (acordes de sétima)

Um acorde de sétima é uma combinação de uma tríade com um intervalo de sétima.


Cinco tipos de acordes de sétima são usados mais freqüentemente.

A. Tétrade dominante (ou acorde de sétima da dominante)

Quando uma tríade maior e uma sétima menor se combinam, isso resulta numa
tétrade dominante (ou acorde de sétima da dominante). Toque e ouça um acorde de Dó com
sétima da dominante.

B. Tétrade maior com sétima (ou acorde de sétima maior)

Quando uma tríade maior e uma sétima maior se combinam, resultam numa tétrade
maior com sétima (ou acorde de sétima maior). Toque e ouça um acorde de Dó com sétima
maior.

C. Tétrade menor com sétima (ou acorde de sétima menor)

Quando uma tríade menor e uma sétima menor se combinam, resultam numa tétrade
menor com sétima (ou acorde de sétima menor). Toque e ouça um acorde de Dó menor com
sétima.

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D. Tétrade diminuta (ou acorde de sétima diminuta)

Quando uma tríade diminuta e uma sétima diminuta se combinam, resultam numa
tétrade diminuta (ou acorde com sétima diminuta). Toque e ouça um acorde de Dó com
sétima diminuta.

E. Tétrade meio-diminuta (ou acorde meio diminuto)

Finalmente, quando uma tríade diminuta e uma sétima menor se combinam, resultam
numa tétrade meio-diminuta (ou acorde meio diminuto). Toque e ouça um acorde de Dó
meio diminuto.

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Exercícios:

1 – Represente tanto no pentagrama como no teclado as seguintes tétrades:

a) Mi dominante b) Sib maior com sétima

c) Lá menor com sétima d) Réb diminuto

e) Sol meio-diminuto f) Mib dominante

g) Fá# diminuto h) Lá meio-diminuto

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F. Inversão de Tétrades

Do mesmo modo que as tríades, os acordes de sétima podem ser invertidos


movendo-se a nota mais grave uma oitava acima.

A primeira inversão é como a da tríade - a terça vira a nota mais grave.

A segunda inversão também é como a da tríade - a quinta vira a nota mais grave.

Os acordes de sétima também podem formar uma terceira inversão, na qual a sétima
passa a ser a nota mais grave.

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G. Tétrades Diatônicas (Campo Harmônico)

1. Tétrades formadas a partir da escala maior

Além das tríades diatônicas, cada escala maior e menor tem sete tétrades ou acordes
de sétima diatônicos. No exemplo a seguir, veremos os acordes de sétima diatônicos da
Escala de Dó Maior.

Primeiro, comece com as tríades diatônicas. Depois, adicione uma terça genérica
acima de cada tríade. Por fim, analise os acordes de sétima resultantes.

Complete a tabela abaixo com base nos acordes de sétima obtidos:

posição notas intervalos tipo de tétrade









2. Tétrades formadas a partir da escala menor natural

Agora, vamos analisar as tétrades diatônicas da Escala de Dó Menor Natural.


Complete as tríades diatônicas e depois adicione uma terça genérica acima de cada
uma. Por fim, analise os acordes de sétima resultantes.

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Complete a tabela abaixo com base nos acordes acima obtidos:

.
posição notas intervalos tipo de tétrade







3. Tétrades formadas a partir da escala menor harmônica

Por fim, vamos discutir as tétrades diatônicas da escala menor harmônica.

Converta a menor natural na menor harmônica (eleve a 7a em um semitom). Logo,


cada Si bemol (a sétima nota da escala Dó Menor) é elevada para Si bequadro.

Complete a tabela abaixo com base nos acordes acima obtidos:

posição notas intervalos tipo de tétrade









Como o primeiro, terceiro, quinto e sétimo acordes foram alterados, eles precisam ser
reanalisados.

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O primeiro acorde contém uma tríade menor e uma sétima maior. Ele não se encaixa
em nenhuma das categorias de acordes de sétima que aprendemos. Qual poderia ser seu
nome teórico?

Como terceiro acorde contém uma tríade aumentada, também não se encaixa. Esses
dois acordes raramente são usados.

O quinto acorde agora contém uma tríade maior e uma sétima menor. Logo, é um
acorde de sétima da dominante.

Por fim, o sétimo acorde contém uma tríade diminuta e uma sétima diminuta. Logo, é
um acorde de sétima diminuta.

Exercícios:

2 – Represente as tétrades do campo harmônico no pentagrama, das escalas abaixo:

a) Láb maior

b) Mib menor natural

c) Si menor harmônica

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H. Tabelas resumidas de tríades e tétrades

1. Tríades

Tríade Intervalo I - III Intervalo I - V


Maior Terça maior Quinta justa
Menor Terça menor Quinta justa
Aumentada Terça maior Quinta aumentada
Diminuta Terça menor Quinta diminuta

2. Tétrades

Tríade formadora Sobrepõe uma Tétrade


Maior Sétima maior Maior com Sétima
Maior Sétima menor Dominante
Menor Sétima menor Menor com Sétima
Diminuta Sétima menor Meio-Diminuta
Diminuta Sétima diminuta Diminuta

3. Inversões

fundamental Primeira inversão Segunda inversão Terceirta inversão


Baixo na fundamental Baixo na terça Baixo na quinta Baixo na sétima
I I / III I/V I / VII

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V. Forma e Score Layout

A. O formato Real Book

Exemplificamos a seguir um formato Real Book de escrita para música popular. Nesta
música instrumental (“Tune-up”, de Miles Davis), figuram os seguintes elementos:

• Melodia – em escrita para instrumento solista


• Cifras – uma ou duas cifras por compasso

O formato Real Book de uma partitura deve ser o mais simples possível e de fácil
leitura. Ainda pode apresentar outros elementos como:

• Letra (lyrics)
• Linha de baixo padrão (groove)
• Indicações rítmicas para bateria

A seguir, apresentamos o formato Real Book de “Flor de Lis”, de Djavan, contendo


alguns desses elementos.

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B. Barras de repetição

As barras de repetição final e inicial determinam pontos onde a música reapresenta


material como indicado abaixo.

Também podem ocorrer casas de repetição, onde uma seção já apresentada (ex. sob
casa 1) deve ser ignorada, dando-se seqüência a partir da casa 2.

pule

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C. Sinais de forma

É possível programar uma série de instruções no decorrer da leitura musical com o


objetivo de reduzir o tamanho da parte escrita em geral. Na tabela abaixo, são dados os
sinais mais comuns, seu significado e respectiva função.

Instrução Significado O que você deve fazer


D.C. al Fine D.C. (da capo) = do começo Volte ao começo e
Fine = fim termine no FIM
D.C. al Coda D.C. (da capo) = do começo Volte ao começo e toque
Coda = “cauda” até o sinal de coda, salte
até o outro sinal de coda
e toque até o fim.
D.S. al Fine D.S. (del segno) = do sinal Volte ao Sinal e termine
Fine = fim no FIM
D.S. al Coda D.S. (del segno) = do sinal Volte ao Sinal e toque
Coda = “cauda” até o sinal de coda, salte
até o outro sinal de coda
e toque até o fim.
segno = sinal O sinal indica um lugar
onde uma instrução
adicional deve ser
observada, por exemplo,
Volte ao Sinal e faça algo
Sinal de coda Em uma repetição, toque
até este sinal, depois
salte até onde o sinal
aparece de novo.
Fine fim Marca o local onde a
música termina, na
repetição

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VI. Referências

A. Webgrafia

1. Ricci Adams’ musictheory.net, versão em português


(http://www.musictheory.net/translations.html#pt_br)

2. Dolmetsch Online – Music Theory and History Online


(http://www.dolmetsch.com/introduction.htm)

3. Saiba Música Instituto Cultural e Social


(http://www.saibamusica.com.br/)

B. Bibliografia

1. “Elementos Básicos da Música”, Roy Bennett, Jorge Zahar Editor, 1990

2. “Exercícios de Teoria Musical”, Marisa Ramires Rosa de Lima e Sérgio Luiz Ferreira de
Figueiredo – Embraform – 6a ed. – 2004

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