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Publicards, Publicidade Lda.
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publicards@netcabo.pt
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BeProfit ‑ Av. das Robíneas 10, 2635‑545
Rio de Mouro
Sogapal ‑ 2745‑578 Queluz de Baixo
Registo ERC
125233 dif 1
Fotografia capa
João Bacelar
Styling
Susana Jacobetty
Maquilhagem
Paulo Fraga
Modelos
Ana Sofia (Elite)
com vestido Carhartt
Luís Borges (Central Models)
com camisas H&M e Carhartt
YOU’LL
Shop online at Diesel.com
EAT
BETTER.
Sê louco. Comerás melhor.
BE STUPID
Alexa Chung with Jon K and Gaspard M
www.pepejeans.com
índice
Texto: Célia F.
Noframes é mais do
que um projecto. É a
realização táctil de
uma fusão de paixões à
partida antagónicas, de
épocas e métodos de
manifestação artística.
http://www.noframes.net/blog
http://www.noframes.net
dif 10
Kris Kuksi
arte se fundem o bem e o mal assim como
as ilusões e as ideias que transformam o
mundo. A arte de Kuksi é ofensiva, ataca
a nossa consciência, desperta os nossos
Texto: Dimitry Donovan
sentidos: pode‑se passar horas a observar
A arte do detalhe uma obra sua e ainda assim é quase im‑
possível deixar escapar algo. Kris Kuksi são
Para quem descobre Kris Kuksi pela dois indivíduos, no fundo. Um, é escultor
primeira vez, o impacto é esmagador. e tem um forte sentido político, social e
Ficamos fascinados pela minúcia, detalhe religioso. O outro é pintor em busca da
e grandiosidade inegável da sua obra, sen‑ beleza e expressão desta. Acredita que o
timos que estamos na presença de algo surrealismo não se cria, mas nasce e é ape‑
novo, para alguns possivelmente repug‑ nas acessível àqueles que têm imaginação.
nante, ainda assim impressionante. Desde A antologia da sua arte e dos seus medos
criança que o artista inspira‑se pela natu‑ está no livro ‘’Divination and Delusion’’.
reza e pelas capas de álbuns heavy me‑ Kris já esteve em Portugal várias vezes e
tal e, claro, pelo próprio género musical. espera visitar‑nos em breve trazendo a sua
Considera Derrick Riggs – artista gráfico obra até nós.
dos Iron Maiden – a sua maior influência.
A sua imaginação é abismal, a sua arte é
sofisticada, selvagem, sombria. Kuksi mis‑
tura de uma forma muito própria a ficção
científica e a realidade criando verdadeiros
mundos prestes a ganhar vida e mover‑se
na nossa direcção. Em alguns momentos
a sua escultura remete para a pintura e
a temática presente em Giger. A mente
humana é a inspiração, é um lugar onde
dif 12
Design explosivo
O designer alemão Michael Kampe é o vencedor do Prémio Diesel 2010 do ITS
–International Talent Support–, que decorreu em Trieste, na Itália. Kampe, de 23 anos,
estuda na Hogeschool Antwerpen, e as suas criações giram em torno da «explosão»
dos moldes, desconstruíndo as peças e combinando‑os com novos tecidos e perspec‑
Sisley e
os 18 blusões
de cabedal
exclusivos A Sisley manifesta‑se artisticamente num projecto que funde a
moda e as artes plásticas numa celebração aos ícones da cultura
pop. O blusão de cabedal é a intemporal marca dos visuais de
artistas da cena punk/new wave, a peça fundamental do guar‑
da‑roupa de um bom rebelde. A ideia de personalizá‑los é tão
antiga como o hábito de os vestir. Warhol coleccionava‑os
e usava um pintado por Stefano Castronovo. Basquiat deu
alma ao blusão de Glenn O’Brian, curador desta exposição
da Sisley, e muitos foram os graffiters famosos da época
que viram os seus tags e pinturas ganhar asas no corpo de
estrelas da música e da arte. Uma mostra apresentada na
Semana de Moda de Milão, que viaja depois para o Andy
Warhol Museum, onde serão leiloados. CF
www. sisley.com/artproject.
Misturar
para
pedalar
No segmento das bicicletas urbanas, a tendência é,
cada vez mais, misturar e inovar. Foi o que aconteceu
com a marca desportiva Puma e a marca de bicicletas
dinamarquesa Biomega que, antecipando o lança‑
mento do site www.puma‑bikes.com, conce‑
beram uma nova geração de bicicletas para a
cidade. A gama inclui cinco modelos – Disko,
Funk, Nevis Man, Nevis Lady e Pico – cada
um deles com diferentes cores apetecíveis e
acessórios e privilegiando diferentes carac‑
terísticas de arrumação e de performance.
Um verdadeiro trabalho de equipa entre as
marcas que alia o conforto e o design à von‑
tade de pedalar. LA
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Custo Barcelona
O Chiado, depois da lenta recuperação pós‑incêndio, foi‑se tornando progressivamen‑
te no local de excelência da moda e das marcas que unem a qualidade ao design original.
Uma scooter
electrizante
Apresentada recentemente no London Design Festival, a Mini Scooter E Concept, uma
scooter eléctrica, promete dar que falar. Não só temos uma vontade imediata de levar
para casa um dos três modelos, como também ficamos abismados com o design e a
tecnologia sustentável. A Scooter E Concept inclui um modelo em tons de verde e as‑
sentos em cabedal, uma versão amarela mais desportiva com um único lugar, e ainda
um modelo inspirado na cultura pop dos anos 1960. Destinada a um condutor jovem e
eco‑consciente, a scooter usa um smart phone como chave de ignição e integra sistemas
de navegação e de comunicação. LA
Se alguém te falar
de Lacoste...
Pode também estar a falar‑te de carros. Isto porque a conhecida marca de roupa se asso‑
ciou recentemente à Citroën, apresentando o conceito Citroën Lacoste, um cruzamento
de motor, moda e desporto. A fazer jus à sua natureza desportiva, o Citroën Lacoste não
tem portas, pois a ideia é… saltar lá para dentro. Com diversas possibilidades de espaço
de arrumação para a bagagem, o carro celebra a espontaneidade, a criatividade e, claro,
o lazer. Apresentado este mês no salão automóvel de Paris, o inovador modelo é ainda
um estudo, pelo que para já infelizmente não estará no mercado. LA
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All (Star) You
Need Is Love
A Converse soma e segue no plano das colaborações. Desta vez, a marca associa‑se
ao artista Damien Hirst para lançar uma nova versão do modelo Chuck Taylor All Star.
Com o objectivo comum de usar a arte para mudar o mundo, Hirst foi convidado pela
Converse a criar uma versão Premium de um dos ícones da marca através de uma re‑
presentação viva da sua obra «All You Need Is Love». Criada em 2007, a peça de Hirst
foi vendida num leilão da Sotheby’s (RED) há dois anos para ajudar a erradicar a SIDA
em África e o seu icónico print – vermelho com borboletas azuis – continuará a contri‑
buir para uma causa solidária: 10% das vendas deste modelo revertem a favor do Fundo
Global de Combate à SIDA, Tuberculose e Malária. A notícia menos boa? É que só es‑
tão disponíveis para senhora. CA
Os Puma Mostro
estão de volta
Já há muito que os ténis ultrapassaram a fronteira do desporto para se instalarem
comodamente no armário do quotidiano de todos nós e a Puma tem alguma culpa no
cartório. Corria o ano de 1999 quando a marca do felino lançava o modelo Mostro, uns
ténis que se descolavam da prática desportiva e se assumiam como acessório de moda.
Mais de uma década depois, a Puma relança os Mostro na sua colecção Outono/Inverno
2010. Os novos Mostro surgem agora numa maior variedade de cores e materiais. O
design vanguardista, esse, mantém‑se intacto. CA
Carhartt e Vans
em segundo dueto
O lema «less is more» foi o ponto de partida para a criação dos novos ténis de edição
limitada Carhartt X Vans Authentic, que marca a segunda colaboração das duas marcas,
depois de em 2008 terem lançado os Carhartt X Vans Chukka & Half Cab. A nova ver‑
são dos Authentic surge em tela de nylon e camurça em três cores – preto, beje e verde
caqui – e estará disponível nas lojas Carhartt e Vans a partir de Novembro. CA
A new kilo of
KesselsKramer
A conhecida agência holandesa KesselsKramer lançou, no passado mês de Agosto,
mais uma pedra preciosa ao charco das edições criativas. Trata‑se de uma compilação dos
seus originais trabalhos em modo de best of, intitulado «A new kilo of KesselsKramer».
Depois de «2 kilo of KesselsKramer», o tijolo que compilava praticamente todo o tra‑
balho da agência, separa‑se o trigo do joio e cria‑se um livro de sabor apurado com
o melhor dos trabalhos desenvolvidos desde 2005 até hoje. Reflectindo o espírito
da agência e dos nossos tempos, esta edição da PIE Books é uma reunião de ideias,
criatividade e bons usos de conceitos à partida plásticos. www.kesselskramer.com,
www.piebooks.com. CF
dif 18
Fly London
places
O céu é o limite
Quando apareceu muitos pensaram calçada portuguesa e outras tantas ruas polita poderia ser confundida com uma
ser mais uma marca internacional. O nome pelo mundo fora, são uma das melhores simples loja, mas enganam‑se. Decorada
assim indicava. Mas depois veio o orgulho, provas que o design português dá cartas e em tons de amarelo, roxo e cinzento
uma das mais arrojadas e inovadoras mar‑ recomenda‑se. claro pelo atelier AFDF Arquitectos e
cas de calçado era, afinal, portuguesa. A No passado dia 16 de Setembro numa associação inédita com a Creative
Fly London segue desde o primeiro dia um a marca inaugurou, na Avenida da Systems, o Instituto de Engenharia de
só lema: ser «Sempre progressiva, nunca Liberdade, em Lisboa, um espaço de dois Sistemas e Computadores do Porto
convencional». pisos, onde a interacção entre clientes e (INESC), o Centro Tecnológico do Calçado
Os inúmeros modelos, desde sandá‑ produtos são a palavra de ordem. O nú‑ de Portugal e a WOW, tornou‑se num
lias, a sapatos e botas, que palmilham a mero 230 da nossa artéria mais cosmo‑ projecto tecnológico que transforma
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Shoes
De esquerda para a direita e de cima para baixo:
Página esquerda: CAT, CAT, Cushe, Diesel, Hush Puppies, Merrell,
Merrell, Merrell, Palladium, Pepe Jeans, Replay, Replay, UGG, UGG.
Página direita: Adidas, CAT, Cushe, Diesel, Fred Perry,
Gola, K‑Swiss, Le Coq Sportif, Onitsuka Tiger, Pepe Jeans,
Puma, Replay, Onitsuka Tiger, Gola, Gola, Puma.
dif 22
O Que Andamos a Ouvir
De uma forma muito linear podemos Cruise a preparar cocktails, o Dustin
ver os Aeroplane como mais um Hoffman vestido de mulher e até o Sara Costa
fenómeno musical da Internet. Mas só Stallone a subir escadas... por ter esta Produtora e DJ
por esse motivo são «mais um». Estes empatia com estes momentos e por
senhores são dotados de uma elegân‑ os rever neste álbum de uma forma
cia e maturidade que impressiona e estranha, não consigo dizer bem ou
que transparece em cada música, re‑ mal. É um álbum pouco coerente, com
mistura, ou dj set. Editaram este ano o músicas incríveis («My Enemy», «We
seu primeiro LP, «We Can’t Fly», e com Can’t Fly») e outras medianas («Without Aeroplane
um fiel grupo de fãs ansiosamente à Lies» ou a colaboração com as Au «We Can’t Fly»
espera conseguiram, no mínimo, sur‑ Revoir Simone, «It’s Fall Over»). Queria Eskimo Recordings 2010
preender. Aquilo que melhor o descre‑ muito que este fosse um dos álbuns de
ve é se lhe chamarmos uma compilação 2010. Com as expectativas tão altas
de bandas sonoras dos anos 1980. era difícil não sair desiludida, mas foi o
Saltaram‑me à cabeça momentos de que apesar de tudo senti ao ouvir «We
cinema de quando era miúda: o Tom Can’t Fly» repetidas vezes.
Vicente Alves do Ó
Cinema
dif 30
A Rivals entrou no Quem são os rostos por detrás da Rivals?
universo do streetwear Rivals: Somos dois rostos, Ana Rita
português para Goulão (aka min) e Pedro Tavares (aka
satisfazer, antes de Stray). Somos da área do Design de
mais, as necessidades Comunicação...aliás, essa foi a razão pela
dos próprios qual nos conhecemos pessoalmente, em‑
criadores da marca bora já tivéssemos conhecimento da exis‑
– min e Stray ‑, que tência um do outro anteriormente, por
entretanto pensaram termos outros interesses em comum. Temos
que talvez houvesse 22 e 25 anos, respectivamente.
por aí mais alguns min: Embora ainda me peçam, de vez
insatisfeitos com a em quando, o BI à porta das discotecas…
oferta em Portugal. E
a verdade é que há. Como e quando começou o projecto
Não houve adesão Rivals?
em peso, porque a Rivals: Há cerca de três, quatro anos
ideia também não é atrás, porque percebemos que partilháva‑
essa, mas a pegada mos o mesmo interesse pela cultura do
está a formar‑se streetwear e que tínhamos pontos de vista
e encontramos já iguais sobre o que poderia ser feito nesse
muitas t‑shirts com campo e que ninguém ainda o tinha explo‑
a assinatura da rado como nós ambicionamos.
Rivals, sobretudo Apercebemo‑nos que ninguém fazia roupa
na cena musical. A exactamente como gostaríamos de usar e
paixão pela música, achámos que talvez nós o conseguíssemos
os jogos de vídeo fazer. No início tive algumas dúvidas, mas
retro e as referências as coisas foram crescendo devagar e no úl‑
da infância são os timo ano finalmente materializámos aquilo Stray: Espírito «underdog for the win», vilões dos filmes e desenhos animados Como vêem o panorama das marcas de
pontos em comum a que chamámos de Colecção #0. basicamente. antigos (os Rivals, por excelência), quan‑ streetwear em Portugal?
destes dois Rivals. A do querem aparecer dissimulados, se es‑ Stray: É um mercado muito embrio‑
Quais os símbolos que fazem parte do condem por trás dessa máscara, num nário a nível de produção nacional. Em
missão? Conseguirem imaginário da marca? São eles o próprio
Quem consideram ser os vossos princi‑
dedicar‑se à marca pais «rivais»? momento cómico (uma vez que continu‑ termos de importação é um mercado for‑
reflexo do vosso imaginário? am perfeitamente identificáveis). Achamos te, há muitas lojas e bastante público. O
a tempo inteiro Rivals: É difícil referir símbolos espe‑
min: Nós somos o nosso próprio
e rivalizar além Nemesis. Ou a Carhartt, a Supreme e a piada a esse conceito e vai de encontro a problema é que esse público não está mui‑
cíficos, mas é fácil identificar os universos uma certa estima pelo nonsense... to aberto a valorizar e a apoiar a cena lo‑
fronteiras. que povoam a linguagem da nossa marca.
Alife (risos).
min: E daí chegámos ao Groucho cal, ao contrário do que acontece lá fora.
E são um reflexo directo do nosso imagi‑ Que produtos disponibiliza a marca? Marx. Vais a Nova Iorque e o pessoal do stree‑
nário pessoal. Vivemos muito ligados à Rivals: De momento disponibiliza‑ Stray: E sem esquecer o Shock G twear pára à porta das lojas, compra e faz
Texto: Carolina de Almeida
cultura da música e às referências da infân‑ mos t‑shirts. Lançámos também uma edi‑ aka Humpty Hump. questão de apoiar o movimento local, sen‑
Fotos: Mariana Jacob
cia, sendo estas provavelmente as duas ção limitada de gorros durante o Inverno. tem orgulho nisso. Aqui vês pessoal que
Ana Rita Goulão
maiores fatias de influência. Referências de Onde vão procurar inspiração? gostavam de estar em Nova Iorque a fazer
jogos de vídeo retro, referências obscuras Gostariam de alargar a gama de oferta? Rivals: À tal tarte de ideias que po‑ isso, mas não o fazem em Lisboa ou no
de filmes, discos, private jokes, fenómenos Temos planos para alargar a gama de ofer‑ voa a nossa cabeça. Porto. Porquê?
de Internet... ta desde o início. Aliás, só não começámos logo Stray: Unicórnios, dinossauros, nin‑
com uma colecção mais completa por questões jas, jedis, etc. Onde podemos encontrar a Rivals?
Porquê o nome Rivals? financeiras. Tentámos obter apoios, mas o nos‑ min: Golden chains & lolcats (risos). Na Cocktail Molotof no Porto, Gang
Rivals tem a ver com a dualidade do so país não está muito preocupado com pes‑ of Four em Coimbra, SushiCake na
conceito. Ser rival implica ser rivalizado, e soas jovens que criam um plano de Quem veste Rivals? Benedita (Alcobaça), Conceito X em
vice‑versa seja por escolha ou confrontação. auto‑sustentação e prefere apoiar projectos Rivals: Quem se identifica com o Braga, Jizzle em Albufeira e em www.
O facto de sermos confrontados por fac‑ melhor posicionados no xadrez da influência. nosso espírito, quem percebe as nossas the‑rivals.com.
tores externos – como as expectativas da O nosso objectivo é a expansão, se és um in‑ referências. Isso atravessa vários tipos de
família, por exemplo – faz de nós rivais de vestidor e estás a ler isto, contacta‑nos (risos). pessoas. Notamos, no entanto, uma ten‑ Quais são os objectivos da Rivals a cur‑
nós mesmos. É uma posição que, quer dência para que pessoas ligadas à música to/médio prazo?
quando é escolhida ou nos é imposta, acar‑ Qual é a história por trás da assinatura usem a nossa roupa. É nesse tipo de even‑ min: Conseguir fazer da Rivals o nos‑
reta o dom/maldição que parece ter‑nos «óculos‑nariz‑bigode»? tos que vemos peças nossas, tanto em ele‑ so emprego e, se possível, empregar a co‑
perseguido sempre e a qual aprendemos a Rivals: Isso vem da imagem clássica mentos do público como em DJs, membros munidade streetwear portuguesa. Alargar
defender com orgulho. que existe nas nossas cabeças, de que os de bandas, etc. a colecção e internacionalizar‑nos.
Rivals em jogo
Moda
dif 32
a este gelado em forma de tarte. De se‑ mundo entre hardcore explícito e mecâni‑
guida partirmos uma fatia e ouvimos o co e softcore meloso feito de poses estere‑
quebrar estaladiço das lâminas de cho‑ otipadas. Bem mais interessantes são as
colate no seu interior, as que depois, se fotografias de um Helmut Newton, de
derretem na boca num contraste perfeito um Terry Richardson ou de uma Ellen
com o creme, consumando‑se assim uma Von Unwerth. Pelos vistos, a inspiração
Texto: Pedro Albuquerque
experiência multissensorial única. para uma vida erótica e sexual mais origi‑
Passados 26 anos sobre o seu apareci‑ nal e intensa acaba por ganhar o seu prin‑
Ilustração: Francisco Martins
mento, a Viennetta continua a ser uma cipal alento nas artes como a fotografia, o
behance.net/francmartins
das principais referências da Unilever, cinema, a literatura e a música, enquanto
xikomartins@gmail.com
companhia que há muito sabe o que o o melhor contributo do design fica‑se pe‑
design pode fazer pelos seus produtos, los derivados da cosmética e da moda,
ou não fosse o gelado Magnum outro dos como a maquilhagem, perfumaria, a lin‑
Eis‑me numa fnac a consultar o livro seus grandes sucessos. Outro ícone gerie, o calçado, e pouco mais. Ao depa‑
«Design Now!» de Charlotte e Peter Fiell, gastronómico de sucesso é o nosso pastel rarmo‑nos com as botas e sapatos
edição Taschen. Mais um, entre muitos, de nata de Belém, o qual começou a ser compensados e sem salto traseiro do de‑
com uma selecção notável de novos pro‑ comercializado no século XIX pelos signer Antonio Berardi, logo nos aperce‑
jectos bem documentados e fotografados. monges do Mosteiro dos Jerónimos. Não bemos que o seu principal atributo não
Ainda assim, não consigo evitar uma sen‑ obstante o design estar longe de existir é propriamente a mobilidade. Talvez o
sação de «déjà vu». São sempre as cadei‑ nessa época, o pastel de nata tem todos segredo seja não evidenciar o sexo, mas
ras, os candeeiros, os produtos electrónicos, os atributos de uma peça de design de sim, induzi‑lo.
os veículos, etc. Apercebo‑me de que nos‑ excepção, forma e cores apelativas, con‑
sa percepção sobre a utilidade do design traste táctil e gustativo perfeito, e viabi‑ Design fúnebre
pouco evoluiu desde os tempos da Bauhaus lidade produtiva. Arrisco dizer que a
e de Raymond Loewy. O tal design de maioria dos designers de alimentos são os O que é que faz na vida? Sou designer.
«agora» continua circunscrito a um culto chefes de cozinha. Algo se perde, então, Designer de quê? Designer fúnebre. Eu
elitista muito próprio, de marcas, comu‑ por o seu trabalho ter mais aplicação na próprio ficaria a olhar. A sociedade, prin‑
nicação, embalagens, moda, mobiliário, restauração do que na indústria alimen‑ cipalmente a ocidental de tendência laica,
transportes, «gadgets», sites e interiores, tar e mais expressão nos livros de receitas lida mal com a morte. No entanto, a mor‑
com as variantes habituais de design es‑ do que nos de design. te de um ente querido, sendo um momen‑
candinavo, inglês, italiano, japonês, mais to de tristeza inconsolável, é também um
as influências do eco‑design. Este universo Design sexual momento de homenagem sublime. O peso
é vasto, mas ainda assim pergunto: não que a arte egípcia tem na história bem
estará a faltar nada? Não deixa de ser in‑ Tal como a gastronomia não serve só como a beleza tocante de um Requiem de
trigante a fraca incidência do design em para nutrir, escusado será dizer que o sexo Mozart, são disso prova. Já todos presen‑
eixos fundamentais da nossa vida como, não serve só para procriar, aliviar a tensão, ciámos cerimónias fúnebres, e, vendo bem,
por exemplo, a alimentação, o sexo e a ou até, amar. Para muitas pessoas a beleza são em si mesmo deprimentes, desde a
morte. Resta saber se a renitência em in‑ do sexo está nos preliminares, envolto em urna à sepultura, passando pela sala de
tervir nestas áreas se deve à inércia dos fantasia e fetichismo. No entanto, muito velório, a viatura fúnebre e as doses indus‑
agentes económicos ou à falta de uma deste mercado não se revê na «vibrolân‑ triais de flores. Este momento de home‑
nova mentalidade na indústria criativa dia» à disposição nas sex‑shops. Num con‑ nagem derradeira merecia ter outra estética,
do design. texto de inibição sexual que culturalmente outro simbolismo, outra dignidade. O ve‑
ainda subsiste, e para o qual o facilitismo lório deveria então, traduzir‑se num es‑
Design alimentar da Internet só tem servido para adiar o paço onde fosse possível editar imagens,
problema, não estará o mercado da libido textos, música, ou outros registos repre‑
Corte‑se uma maçã na longitudinal, a precisar de alternativas? Por outro lado, sentativos dos gostos e vivências da pessoa
ao contrário do que habitualmente faze‑ será que a comunidade de designers terá a que nos deixa. A viatura, bem como a urna
mos, e obtemos um desenho atípico e coragem para submeter o melhor da sua e os cemitérios, poderiam ter outra apre‑
surpreendente. Uma simples mudança criatividade ao serviço do prazer sexual? sentação, bem diferente do neoclassicismo
de abordagem pode ser elucidativa da‑ A resposta não é imediata mas acredito mórbido dominante, captando outras ver‑
quilo que o design pode ainda fazer pela haver territórios por explorar para além tentes estéticas mais contemporâneas da
indústria alimentar. O prazer de uma dos lugares comuns assentes em Viagras, arquitectura, do mobiliário, das artes plás‑
Viennetta da Olá começa bem antes de manuais do Kamasutra, chicotes ou pre‑ ticas e da música. O maravilhoso «Design
a saborearmos na boca. O primeiro estí‑ servativos com sabor a chocolate. O áu‑ Now» nas nossas vidas devia ser muito
mulo é visual, proporcionado pela per‑ dio‑visual‑porno é ele também espelho mais do que apenas cadeiras, vestidos, au‑
feição das ondas cremosas que dão corpo deste cenário, oscilando no seu pequeno tomóveis e produtos electrónicos.
Design Now
Design
dif 34
O design é transversal à vida do cidadão co‑
Existe uma casa luz fusca que nunca A NAD DESIGN O arquitecto‑mestre mum ou trata‑se de mais um mito urbano?
branca onde habita se apaga, uma e SOLUTIONS é desta casa é Nuno É transversal, como o é a arquitectura,
a criatividade e o outra música cantada uma agência de Abreu, um CEO com a arte contemporânea, a padaria, o talho, e
talento perceptível pela voz rouca de comunicação global uma visão singular muitas outras áreas da sociedade em que
em cada detalhe e Ian Curtis ou Regina que nasceu em que poderia ter Os criativos vêm o mundo com outros vivemos. Todos sabemos que há peças fru‑ O designer é um ser original ou alguém A criação tem momentos de génio e
pormenor. Em cada Spektor. Existe uma Évora e cedo se sido médico ou olhos ou apenas com lentes de contacto to do trabalho dos designers que são muito que mente muito bem e consegue dis‑ momentos de desespero em propor‑
canto. Em cada casa branca em internacionalizou. contra‑baixo, pintor de extremo bom gosto? importantes para a nossa vida do quotidia‑ farçar na perfeição? ções iguais?
esquina. Uma casa Évora e uma outra Trata‑se de um dos ou editor de texto. Um Vêm com os mesmos olhos. O bom no mas tudo tem de ser visto em perspec‑ Na maior parte das vezes «mente». Acho que tem muito mais momentos
branca onde as em Luanda no calor mais claros exemplos CEO que é também gosto, tal como as restantes características tiva. Se quisermos generalizar, é claro que Ninguém consegue dar a volta, ou arranjar de desespero.
portas estão abertas de uma África longe de que é possível um director criativo que fazem supostamente parte da profis‑ podemos dizer que tudo é design. Mas se justificações, como um designer. Muito pro‑
desde manhã cedo. da vista mas perto do criar e pensar uma pouco comum que são, não são um exclusivo dos designers. Há quisermos simplificar, também podemos vavelmente porque aquilo que fazemos, O designer veste de Prada como o Diabo
Uma casa branca de coração. Uma casa marca, uma empresa gosta de sujar as uma necessidade de descer à terra e de per‑ dizer que designers são todos os que encon‑ mesmo em silêncio e sozinhos, é procurar ou de H&M como o Anjo Gabriel?
três andares onde as branca que acabou e um projecto fora dos mãos e experimentar ceber de forma intrínseca com quem e para tram soluções diariamente, nas mais diver‑ soluções, e depois tendemos a justificá‑las, Como diz um amigo meu, tem dias.
escadas conduzem de estrear no Dubai. tradicionais núcleos as cadeiras de cada quem trabalhamos, de observar e, acima de sas áreas. Design é resolver questões. o que acaba por nos dar uma ginástica men‑ No seguimento de algumas TED Talks do
a corredores longos Uma casa caiada que urbanos de Lisboa colaborador. Nuno tudo, ter uma grande humildade perante É encontrar soluções. tal que quase por impulso consegue justi‑ Tim Brown, acho que está na altura de se
onde piscam MACs pode aparecer em e Porto. De que é Abreu é um CEO que o que se vê e o que se faz. Acredito profun‑ ficar tudo. Mesmo o injustificável. começar a acabar com a ideia que o designer
e impressoras que qualquer canto do possível criar projectos vê certo por linhas damente que os designers são profissionais A inspiração implica transpiração ou tem de ter uma «farda», que tem de vestir
nunca param, alguma mundo nos próximos pioneiros em Portugal. tortas. Também que têm acesso a um determinado tipo de pode ser instantânea com a leitura de sempre de preto ou que se andar de
anos. Esta casa tem De que é possível criar escreve, mas hoje uma boa revista de tendências? Havaianas é mais criativo/alternativo.
Um
informação e de vivência que os leva a olhar
um nome, NAD DESIGN soluções optimizadas prefere responder para o que os rodeia de uma forma diferen‑ Implica muita transpiração. O facto de É preciso começar a dar prioridade ao con‑
SOLUTIONS. Évora, e trabalhar contextos à DIF num encontro te dos restantes, não forçosamente melhor. se ter uma boa ideia num determinado mo‑ teúdo, ao resultado, à forma como se cria,
Lisboa, Luanda, Dubai. específicos de raiz. original. Não estava O elitismo que se tem dado à profissão não mento é fruto de muitas circunstâncias di‑ ao método, e menos ao aspecto que o cria‑
Importa‑se de repetir? Uma empresa que vestido de branco. Por tem sido muito positivo. É importante que ferentes, como a própria disposição do dor e a criação têm.
a
\
D
de pressupostos que têm sido criados em paço em que se vive ou trabalha, as revistas
aos Emiratos Árabes torno da nossa actividade e que aprendam que se lê, ou de um compêndio de muitos Para mais informações sobre a NAD:
ca
«porque sim», nem acredito que as respos‑ a primeira ideia é a melhor, mas essencial‑
sig há dois anos. Há
algo que se mexe
tas têm de ser sempre surpreendentes e mente pela forma pura e directa como a
nS
inovadoras. A constatação de que o que mesma chega à mente. Mas necessita de
no Alentejo. E tem está feito é bom não é um pecado. É um muito trabalho para ser realmente algo que
bom passo de dança.
olu
sa
sinal de maturidade. se possa ser considerado uma boa ideia.
Talvez mesmo paso
doble.
tio
ns
na
pr
Texto: João Vilela Geraldo
Ilustração: Vanessa Teodoro
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sig
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dif 36
Mário Cabrita Gil
Demanda sem fim
Vê‑lo em acção é uma forma de ini‑
ciação aos mistérios da luz. O palco é uma
casa antiga em Évora, os actores várias ca‑
deiras de design e um modelo humano,
todos banhados pela luz muito branca que
Vergílio Ferreira encontrou na cidade de
Está representado em colecções pú‑
blicas e privadas em Portugal e no estran‑
geiro, como o Museu da Cidade de Lisboa,
a Fundação José Saramago ou a Galeria
Luís Serpa. E, no entanto, a fotografia
aconteceu‑lhe quase acidentalmente: es‑
rio, nunca guardou a câmara, embora nun‑
ca lhe tivesse ocorrido «documentar
fotograficamente operações militares.»
Pág esq.: Luís com camisas Levis, calças Adidas. Ana Sofia com camisa Energie, fato macaco Wesc, botas Fly
Fotografia:
João Bacelar
Realização:
Susana Jacobetty
Maquilhagem:
Paulo Fraga
Assistente de Produção:
Ricco Godinho
Pág dir.: Vestido Carhartt
Modelos:
Ana Sofia (Elite)
Luís Borges (Central Models)
Agradecimentos:
Bárbara Coutinho
Graça Rodrigues (MUDE)
dif 44
Pág esq.: Luís com camisa Levis, colete Tommy Hilfiger. Ana Sofia com camisas, Fred Perry e Sisley
Pág dir.: Camisa Levis, vestido Odd Molly, casaco Gas, botas Fly
dif 46
Pág dir.: Camisa Wesc, casaco Adidas
Pág esq.: Vestido Replay, botas Fly
Pág esq.: Camisas Lacoste, Lightning Bolt, Maresia, calças Adidas, sapatos Fly
Pág dir.: Camisas Fred Perry, Wesc, Gas
dif 51
Backstage
Fotografia:
João Bacelar
Realização:
Susana Jacobetty
Assistente de Produção:
Inês de Oliveira
Agradecimentos:
ModaLisboa
Katty Xiomara ‑ Jani (Central Models) dif 52 Alexandra Moura ‑ Hollie Swain (Central Models)
Dino Alves ‑ Pedro Lemos (Central Models) dif 54 Pedro Pedro ‑ Tamara (L’agence) dif 55
Ricardo Dourado ‑ Fabiana Capra (L’agence) Ana Salazar ‑ Matilde (Best Models), e Joana Vasconcelos
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Luís Buchinho ‑ Andressa Borba (Just Models) Nuno Gama ‑ Kevin (Central Models), Bruno Rosendo (L’agence) e Isaac Alfaiate (Elite)
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Nuno Baltazar ‑ Jana (Just Models) Miguel Vieira ‑ Armando Cabral (Central Models) e Viviane Orth (Central Models)
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agenda Pop Up Lisboa 2010
Os Nómadas Urbanos
Trienal de
Arquitectura de Lisboa
vêem aí Falemos de casas...
e de arquitectura
São uma centena de artistas portu‑ de quatro continentes, que promovem o A Trienal de Arquitectura de Lisboa é
gueses e de cidades como Berlim, Nova evento nas suas cidades e sugerem ar‑ o maior evento no campo da arquitectura
Iorque, Cidade do Cabo ou São Paulo, tistas para o cartaz», conclui o produtor da Península Ibérica. Assenta «na grande
com encontro marcado em Lisboa. do evento. qualidade e no desenvolvimento da arqui‑
O Pop Up assume a dimensão de fes‑ O cartaz do Pop Up Lisboa 2010 tectura portuguesa», diz a organização.
tival internacional de cultura urbana e apresenta dez projectos artísticos fina‑ Partindo do princípio que «a prática ar‑
nesta edição é dedicado aos «Nómadas listas do concurso internacional que foi quitectónica é uma expressão fundamen‑
Urbanos». promovido no âmbito do evento, reú‑ tal da criação do lugar, da construção de
O Pop Up Lisboa 2010 define a ci‑ ne criadores portugueses como Aldo uma cidadania integradora e da afirma‑
dade como um espaço nómada, suporte Peixinho, Benedita Feijó & Michael ção cultural», a segunda edição da Trienal,
privilegiado para a arte, mas não apenas Andersen, Cabracega, Délio Jasse, João a decorrer até Janeiro, assenta no tema
para a arte urbana e disciplinas como o Santos, Maria Imaginário, Mazza, Miguel «Falemos de casas».
graffiti, tag ou stencil. O conceito do Pop Januário, Leonor Morais, Rui Effe ou A estrofe que motiva o lema desta
Up é muito mais abrangente e explora Xavier Almeida, conta com participa‑ edição da Trienal é retirada de um poema
Steinbeisser
todas manifestações artísticas da cultura ções de artistas e colectivos internacio‑ de Herberto Helder e proposta passa por
urbana, sejam elas plásticas, performati‑ nais como Andrea Spilsgar da Alemanha, debater a questão da habitação, «quer na
Morder pedra,
vas ou sonoras e sublinha uma visão dife‑ os The Antagonist Art Movement dos sua literalidade, quer de uma forma mais
morder arte
renciadora do espaço urbano, enquanto Estados Unidos, os Bijari do Brasil ou os ampla, como habitação do mundo», disse
laboratório de tendências e de transfor‑ WokiToki da Argentina. fonte da organização à DIF.
mações sociais. Durante os três meses em que de‑
O projecto foi lançado em 2009 pelo corre, a Trienal vai espalhar‑se pelos
artista plástico e produtor Hugo Israel, equipamentos culturais mais importan‑
com o objectivo de criar espaços de en‑ tes de Lisboa, centrada em três exposi‑
Texto: Laura Alves
contro para artistas e projectos culturais. ções (Museu Berardo, Museu do Chiado
O Pop Up definiu um padrão de trans‑ e Museu da Electricidade), um centro em
formação urbana que envolve dezenas Cascais e uma conferência internacional Este mês, Lisboa recebe o projecto
de artistas na apresentação colaborati‑ na Aula Magna da Universidade de Lisboa Steinbesser, uma mostra de artesanato
va dos seus trabalhos e este ano regressa sobre a relação entre arquitectura e po‑ contemporâneo, moda e joalharia que
com um programa alargado de exposi‑ litica, ou como a arquitectura e a politica passou anteriormente por Amesterdão
ções, conversas temáticas, workshops e se representam mutuamente. e Hamburgo. Steinbeisser, que significa
performances que vão invadir vários espa‑ «Acima de tudo, a Trienal é uma fes‑ ‘morder pedra’, é também sinónimo des‑
ços alternativos, edifícios desocupados e ta da arquitectura, mas também uma pla‑ te projecto, sob a forma de uma galeria
«não‑lugares» da cidade de Lisboa. taforma de debate e discussão sobre as experimental, que estará aberta desde 9
O laboratório central das activida‑ questões da relação social da arquitectu‑ de Outubro até 6 de Novembro.
des destes nómadas vindos de todo o www.popup‑city.com ra, a sua componente ética, a importância Martin Kullik e Jouw Wijnsma são criatividade e mostrar os trabalhos de o caso de Alexander Fielden, Bernhard
mundo será o Palácio Verride, em Santa www.facebook.com/popupcity cultural que a arquitectura hoje possui», os mentores do projecto Steinbeisser, artistas e designers emergentes. Stimpfl‑Abele, Kathleen Hennemann,
Catarina, junto ao Adamastor, mas as in‑ sublinha a organização. que estará sedeado no espaço Kolovrat Aqui, os artistas da «arte vestível» – Kei Kagami ou Sylvia V. D. Ouwelant.
tervenções artísticas anunciadas esten‑ Destaques de programação são mui‑ 79 – na Rua D. Pedro V, em Lisboa. joalharia, objectos e acessórios de moda «Todas as peças em exposição estarão à
dem‑se às sete colinas da capital, desde tos, daí que se recomende a passagem pela «Steinbeisser significa ‘morder pe‑ – encontram uma base para expor ao venda, incluindo o mobiliário e a ‘vege‑
o Pavilhão 27, no antigo Hospital Júlio página Internet do evento (http://www. dra’. Simboliza o projecto como um cor‑ público as suas peças. A mobilidade da tação’», adianta Martin.
de Matos, em Alvalade, até à Lx Factory, trienaldelisboa.com), o mais completo e po em movimento, mudando espaço, plataforma Steinbeisser, que encontra
em Alcântara, passando por estações de detalhado modo de descortinar tudo o peças e conhecimento continuamen‑ em Lisboa a terceira localização desde o É possível vislumbrar alguns dos artis‑
comboio como Santa Apolónia, Cais do que se vai passar na Trienal de Arquitectura te», explica‑nos Martin, que apresenta seu início, em 2009, acaba por ser uma tas e peças que estarão presentes na ex‑
Sodré e Rossio, com o objectivo de «criar de Lisboa até Janeiro próximo. o evento como uma «galeria temporá‑ estratégia para estabelecer «continua‑ posição em
múltiplos percursos na cidade e suscitar ria‑conceptual». E porque ‘morder pe‑ mente novas ligações e emoções», es‑
experiências diversificadas junto do públi‑ http://www.trienaldelisboa.com dra’ é, de forma metafórica, quebrar clarece Martin. http://steinbeisser‑in.blogspot.com
co», sublinha Hugo Israel. convenções e ideias feitas, Steinbeisser Steinbeisser irá apresentar traba‑
«O buzz internacional já está cria‑ propõe uma visão independente e in‑ lhos de artistas nacionais e internacio‑
do com o apoio dos 16 embaixadores tercultural. O objectivo desta exposi‑ nais, sendo que alguns deles expõem
Pop Up, talentos criativos de 14 cidades ção nómada é, sobretudo, promover a em Portugal pela primeira vez, como é
agenda dif 62 agenda dif 63
Os Broken Social Scene são uma de ver o grupo em Espanha, no festival co intimista – precisamente o contrário Daniel Monzón é um argumentista e tuetas para que estava nomeado, incluindo
Broken Social Scene das melhores bandas do mundo. Facto. Primavera Sound (melhor festival de sem‑ da Aula Magna, em Lisboa, e da Casa da
Cela 211 realizador da nova geração do cinema espa‑ a de melhor actor para Luis Tosar, melhor
Editaram este ano um disco menor? pre?), e, num cartaz com Pet Shop Boys, Música, no Porto, cenários à partida per‑
de Daniel Monzón nhol e tem‑se destacado por enredos com‑ actor revelação para o argentino Alberto
com Alberto Ammann, Luis Tosar,
Verdade. Mas continuam uma das me‑ Pavement, Pixies, Beach House, Panda feitos para concertos que têm tantas hi‑ plexos, como é o caso de «La Caja Kovak», o Ammann e a de melhor actriz secundária
Marta Etura, Antonio Resines e Carlos
lhores máquinas rock do planeta, e é ab‑ Bear, Grizzly Bear, No Age, Gary Numan póteses de ser desinteressantes como o seu filme anterior que contou com a parti‑ para Marta Etura.
Bardem
solutamente imperdoável pensar sequer ou Moderat – entre muitos, muitos outros guarda‑redes Roberto de ser titular da se‑ cipação do actor norte‑americano Timothy «Cela 211» começa quando Juan
Aula Magna, Lisboa, 07 de
em passar ao lado do regresso dos cana‑ – o espectáculo dos autores do recente lecção de futebol espanhola. Nenhumas, Hutton e foi totalmente rodado em inglês. Oliver (Alberto Ammann) se prepara para
Novembro
dianos a Portugal, quatro anos depois da «Forgiveness Rock Record» foi dos mais portanto. Costuma‑se dizer que podendo, Depois do inglês, Monzón regressou à se tornar num guarda prisional. Decidido
Casa da Música, Porto, 08 de Estreia prevista para o final de
última passagem por terras lusas, no festi‑ marcantes, verdadeiro furacão rock quase é ir, mas neste caso não há mesmo como sua língua materna e em grande forma, pois a causar boa impressão, apresenta‑se ao
Novembro Outubro
val Paredes de Coura. Uma pequena con‑ sempre no vermelho, no limite, pujança não ir. Broken Social Scene de regresso a «Cela 211» foi o filme mais galardoado dos trabalho um dia mais cedo e dois cole‑
fidência do repórter que poderá causar inabalável, muito carisma e muito talen‑ Portugal, num dos mais apetecíveis con‑ prémios Goya deste ano (os Óscares espa‑ gas dão‑lhe a conhecer a prisão já anti‑
Texto: Pedro Primo Figueiredo Texto: Ana Cristina Valente
inveja: em Maio, tivemos a oportunidade to. E isto ao ar livre, num ambiente pou‑ certos que teremos até final do ano. nhóis), tendo ganho oito das dezasseis esta‑ ga e pouco conservada. Durante a visita,
um pedaço de estuque solta‑se do tecto
e atinge Juan, que desmaia. Atrapalhados,
os guardas levam‑no para a Cela 211. Uma
cela vazia onde tentam que recupere os
sentidos. Mas naquele preciso momento
irrompe um motim desencadeado pelos
criminosos mais temidos daquela prisão.
Assustados, os colegas de Juan fogem e
deixam‑no inanimado na cela. Quando ele
acorda apercebe‑se que terá de fingir ser
um prisioneiro para sobreviver. Assim tor‑
na‑se no braço direito de Malamadre (Luis
Tosar), o líder do motim. Será que vai con‑
seguir escapar ileso?
A descobrir em «Cela 211».
Dead Combo
Casa da Música, Porto, 21 de
Outubro
São Jorge, Lisboa, 26 de Outubro
Oficina Municipal de Teatro,
Coimbra, 11 de Novembro
Centro Cultural, Caldas da Rainha,
20 de Novembro
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