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Discente do 2º termo E

do curso de Direito

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m A RAZÃO COMUNmCATmA HABERMASmANA

Jürgen Habermas, membro da segunda geração da Escola de Frankfurt, tem -se


destacado por pensar os principais problemas sociais e humanos a partir da matriz
da comunicação. Toda mediação e toda relação estão entrelaçados a fatos
lingüísticos e suportando uma relação discursiva; é certo que, para Habermas, esta
dimensão não poderia ser negligenciada, mas sim tornar -se o cerne das questões
investigativas que o tem movido numa intensa jornada de produção filosófica acerca
de múltiplos assuntos de grande relevância e importância, inclusive para temas da
ciência, da política, da bioética, da responsabilidade social, da cidadania, da
democracia.

A teoria do agir comunicativo surge como uma teoria voltada para a


compreensão da dimensão da verdade não enquanto conformidade da mente como
as cosias, mas como fruto de uma experiência intersubjetiva e dialógica no espaço
social. Mais que buscar a solução d o problema da verdade, desmistificada de
qualquer correlação com o gênio singular, ou mesmo com a criação pura do teórico
na solidão. Habermas quer falar de uma linguagem que constitua uma proposta de
pragmática universal, que possui seus pressupostos para existir. Na concepção de
consenso dialógico parece ser o único meio, ou a única via, para que não se resvale
num apriorismo desnecessário (ética do dever ou ética de princípios ou num
moralismo reacionário e autodefensivo de seus valores.

A particular preocupação desta ética discursiva são as condições de validade pelas


quais se produzem os diversos discursos (jurídicos, políticos, morais,
educacionais... . A correlação, portanto, com os temas da política, da moral e do
Direito é evidente. Não há como se pensar qualquer tipo de norma moral, relação
social sem antes pensar em como estar social podem construir, de modo legitimo,
para uma determinada comunidade, e, neste caso, a resposta habermasiana aponta
para o agir comunicativo.

Pensar o Direito a partir da teoria do discurso pé considerá-lo na perspectiva de uma


razão que age, enquanto se comunica, e, por isso, menos se experimenta seja como
razão teórica, seja como razão pratica, mas sim como razão comunicativa pela ética
do discurso, tal como vem identificada na perspectiva habermasiana.

A razão comunicativa produz verdade a partir do exercício da interlocução mediada


por instrumentos institucionais garantidores das condições aparição do discurso.
msso significa que pensar e agir em comum se soma, no processo da produção de
sentido que se da em comum entre falantes, abandonando -se a mdea de que as
verdade são formadas por um sujeito (ou alguns sujeitos que buscaria em norma
abstratas unilateralmente deduzidas verdades contidas em uma razão, auto-
suficiente, como ocorre no pensamento kantiano.

Para pensar em Direito, é necessário assumi-lo em toda a sua problemática


condição. msto esta a comandar idéia de que a fase de moralidade estrutura o Direito.
Então, é da tensão entre coerção e liberdade, assim como entre facticidade e
validade, que se alimenta da idéia de Direito

Para distingui o Direito da moral, dada a sua proximidade d eontologica de outras


esferas de formação, já destacada por Jhering, é imperioso passar pela
compreensão da dinâmica da vida social. Quando se esta a falar de Direito,
esclareça-se, se esta a falar desta forma assumida pelo direito desde a
modernidade, qual seja, juntamente com Habermas, a de um Direito alem de
normatizado, que se pretende sistemático, de in terpretação obrigatória. Quando se
esta a falar de moral, considere-se que se esta a considerar uma forma do saber
cultural, fator relevante para manutenção das instituições social.

O Direito é mais que isso, exatamente porque o direito reclama mais que saber,
reclama ação, e é desta forma que se trata de um sistema que preside as ações,
que intercede nas ações, que define e pauta as ações e que comanda pela força o
cumprimento de terminadas ações.

mm EQUmPRmMORDmALmDADE DE DmREmTO HUMANOS E SOBERANmA POPULAR

O pensamento moderno pós-metafico submeteu a substância normativa do


ë  da sociedade ocidental, até então apoiado em tradições religiosas e
metafísicas, ao filtro discursivo das fundamentações pós-tradicionais. Dessa
filtragem, só resultaram duas noções atas a legitimas o direito moderno: a de direitos
humanos e a de soberania popular. A substância normativa dos direito humanos,
filtrada dos questionamentos éticos, da origem a dimensão da auto-realização, e a
substancia normativa da soberania popular, filtrada dos questionamentos morais, e
estatui a dimensão da autodeterminação.

Ao tratar da conexão entre direitos humanos e soberania popular, e entre


auto-realização e autodeterminação, Habermas invoca as duas principais correntes
da tradição política norte-americana, às quais designa como liberalismo e
republicanismo. Segundo essa tradição, os direito humanos são a expressão da
auto-realização moral, enquanto a soberania popular é a expressão da
autodeterminação ética. Por isso, parecem estar inseridos numa relação de
concorrência, e não de complementação mutua.

O que falta para ambas as concepções em ± kantiana e rousseauniana ± que


seguem esta mesma discussão é a inclusão da dimensão discursiva no processo de
formação da opinião e da vontade políticas como fator de legitimidade das decisões.
A discussão publica ativa nos cidadão a capacidade ilocut ória de estabelecimento de
vínculos mediante o emprego da linguagem orientada ao entendimento, através da
qual as pretensões de validade são tematizadas, problematizadas e defendidas com
base em argumentos racionais, sendo, por gim, confirmadas consensualmente as
que estiveres lastreadas nos melhores argumentos.

A atribuição do caráter discursivo ao processo de formação da vontade


política é, para Habermas, a única maneira de harmonizar razão pratica e vontade
autônoma, de modo a que se consiga fixar regras jurídicas com as quais todos os
sujeitos possam concordar espontaneamente, ou seja, sem qualquer coerção.

A equiprimordialidade corresponde a uma principio deontologico, a uma regra


deontológica ou a um critério axiológico de valoração?

Dentre as normas de natureza deontologica, tanto a regra quanto o principio são


expressões de uma ordem, permissão ou proibição, contudo o principio tem um grau
de generalidade mais elevado do que a regra. Além disso, a regra apl ica-se a casos
determinados, enquanto o principio tem aplicabilidade feral a uma numero
indeterminado de fatos. A regra é criada legislativamente, ao passo que o principio
se desenvolve por meio da doutrina e da jurisprudência. O principio explicita o seu
conteúdo valorativo, enquanto a regra determina uma ação ou omissão, mantendo
dissimulado o valor que pretende proteger. O principio normalmente vera sobre
objetos de importância mais acentu ada para o ordenamento jurídico.

Não se pode dizer que a equiprimordialidade configure um principio, visto que ela
representa uma postura assumida pelo sujeito no sentido de atribuir igual valor a
autonomia privada e a autonomia publica.

Da mesma forma, a equiprimordialidade não se trata de uma regra. Esta, como visto,
estabelece uma ordem de ação ou omissão, que deve ser cumprida ou não por
inteiro, diferente mente do princípio, que, devido a sua dimensão de peso ou
importância, pode ser objeto de ponderaç ão ou aplicação parcial.

Finalmente, resta questionar se a equiprimordialidade corresponde a um critério de


valoração. O que define o valor de um objeto não é o objeto em si, mas sim os
critérios de valoração. A equiprimordialidade representa uma postura axiológica
assumida pelo sujeito e tende a valoração comparativa entre autonomia privada e
autonomia pública. Por isso, equiprimordialidade pode ser definida como um critério
axiológico de valoração.

mm Bibliografia

BmTTAR, Eduardo, ALMEmDA, Guilherme Assis. Jürgen Habermas: razão comunicativa e


direito. mn:____. Curso de Filosofia do Direito. São Paulo: Atlas, 2010, p.501 -514.

LEmTE, Roberto Basilone. Equiprimordialidade de direitos humano e soberania popular.


mn:____. A chave da teoria do Direito de H abermas. Porto Alegre. Sergio Antonio Fabris
Editor, 2008, p. 123 -157.

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