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FACULDADE DE ENGENHARIA
-ENGENHARIA CIVIL-
METODOLOGIA CIENTÍFICA E
TECNOLÓGICA
-APLICADA AO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL-
Material Apostilado
-seleção, organização e produção-
Professoras:
Dra. Ariagda Moreira
Dra. Glória Botelho
MsC. Janaina Lenza
Cuiabá/MT
2010
METODOLOGIA CIENTÍFICA E
TECNOLÓGICA
-APLICADA AO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL-
Cuiabá/MT
2010
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Dedico,
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A Pedra
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SUMÁRIO
Ø APRESENTAÇÃO ................................................................................................... 6
Ø BIBLIOGRAFIA ................................................................................................. 34
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APRESENTAÇÃO
E quanto a esta Apostila? Bem, ela foi pensada para atender aspectos teóricos da
ementa da disciplina, que não são contemplados na obra de Furasté e mesmo em outras. Por
isto, apresentamos, aqui, sínteses de teorias (base para as atividades práticas, proporcionadas
pela leitura de artigos sobre temas afins), que deverão ser, posteriormente, ampliadas a partir
da bibliografia recomendada. Com tal propósito, o foco destas reflexões está na forma de
construirmos o pensamento, o conhecimento e a ciência, que desenvolvemos ao longo dos
aprendizados.
Mais amplamente discutido ao longo da Apostila, vamos observar que, o pensamento,
inato aos seres humanos, infelizmente, na maioria das vezes, não se processa criticamente, e
que o conhecimento comum é muito diferente do conhecimento científico, tanto na forma de
aquisição, quanto na forma de elaboração e uso. Além disto, vamos saber, ao longo dos 2
bimestres acadêmicos, que as formas de linguagem, os gêneros e as tipologias textuais
formulam a vida interativa do homem na sociedade moderna, onde seu aprimoramento na
oratória e na escrita faz toda a diferença na sua vida.
Neste sentido, a aptidão para falar, ler e escrever com eficiência é um dos mais
significativos indicadores de bom desempenho nos campos pessoal e profissional. E, ler não é
apenas um ato decodificador de códigos, implica em ser capaz de apreender os sentidos
inscritos no interior de um texto e de correlacioná-los com o conhecimento de mundo do leitor,
que pode se revelar na fala mais prosaica do indivíduo. Escrever bem, por sua vez, depende
diretamente de leituras: quanto mais se lê, melhor se escreve. Assim, produzir um bom texto
no meio acadêmico assegura, além de boas oportunidades profissionais, o Poder de
manipulação, convencimento e persuasão dos interlocutores que se pretende alcançar,
inclusive do professor.
A comunicação oral e escrita, então, é um processo sócio interacionista, em que a
palavra encerra a força de aprisionar e/ou libertar o indivíduo. Aprisiona quando ele
desconhece a dimensão da potencialidade comunicativa e, liberta à medida que o indivíduo
apreende e conhece das palavras, aquilo que Carlos Drummond poetizou como as “mil faces
secretas sob a face neutra”. Menos poético, mas muito pertinente, no campo das teorias da
linguagem, o russo Mikhail Bakhtin, elabora a palavra como elemento que guarda em si a
maior carga ideológica; através dela pode-se desenhar o “horizonte social” da pessoa.
Estruturalista, este estudioso já ressaltava, desde suas pesquisas iniciais, que a palavra só
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CRONOGRAMA DO CURSO
*Aula /Mês Conteúdo Programático
1º - Agosto Apresentação da Disciplina – Plano de ensino.
2º - Agosto - Fichamento
- Esquemas: orientação para elaboração.
3º - Agosto O processo de leitura e da produção de textos no fazer universitário
- Resumos: conceituação, características e tipos.
- Resenha: conceituação e características.
- Atividade de aprendizagem: leitura e interpretação de texto.
P1 - Os alunos deverão trazer revista da área, e realizar um resumo/resenha sobre o assunto.
Posterior entrega do trabalho (Após uma semana).
4º - Agosto - Ciência: conceituação, princípios e leis gerais. Pensamento crítico e conhecimento.
P1 - (RECEBER O RESUMO/RESENHA DA AULA ANTERIOR)
5º - Setembro - Relatório de Estágio e Relatório técnico científico.
Feriado FERIADO DA INDEPENDÊNCIA
6ª - Setembro - Normas técnicas da ABNT citações e referência de documentos eletrônicos.
7º - Setembro P2- ATIVIDADES DA BIBLIOTECA. 5 – Referências.
8º - Setembro P2 – Laboratório de informática: Normas de citação e referência de documentos eletrônicos. (entrega
em dupla).
9º - Setembro AVALIAÇÃO OFICIAL 1
10º - Outubro VISTA PROVA
-Projeto de pesquisa: processo de pesquisa como uma das ferramentas de produção do Conhecimento.
- Pesquisa: conceituação / Principais abordagens / Pesquisa bibliográfica e documental. Separação
dos grupos para produção do artigo.
11º - Outubro FERIADO DE NOSSA SENHORA APARECIDA
-Projeto de pesquisa: processo de pesquisa como uma das ferramentas de produção do Conhecimento.
- Pesquisa: conceituação / Principais abordagens / Pesquisa bibliográfica e documental. Separação
dos grupos para produção do artigo.
12º - Outubro -Projeto de pesquisa: processo de pesquisa como uma das ferramentas de produção do Conhecimento.
- Pesquisa: conceituação / Principais abordagens / Pesquisa bibliográfica e documental. Separação
dos grupos para produção do artigo.
- Artigo científico: Conceito e elaboração. - Seminário: conceituação, forma de constituição e
apresentação.
- Paper: conceito e elaboração. AFERINDO ARTIGO
13ª - Outubro - Artigo científico: Conceituação e elaboração.
- Paper: conceito e elaboração. AFERINDO ARTIGO
14º - Novembro FERIADO DE FINADOS
- TC ou Trabalho monográfico - Conceito e elaboração
15º - Novembro - Apresentação e entrega do artigo – Parcial – Apresentação
Oficial – **Entrega do artigo na CD nos padrões estabelecidos.
16º - Novembro AVALIAÇÃO DO ESTUDO DIRIGIDO – ED.
- Apresentação e entrega do artigo – Parcial – Apresentação
Oficial – **Entrega do artigo na CD nos padrões estabelecidos.
17º - Novembro Apresentação e entrega do artigo – Parcial – Apresentação
Oficial – **Entrega do artigo na CD nos padrões estabelecidos.
18º - Novembro AVALIAÇÃO DE SEGUNDA CHAMDA DO ESTUDO DIRIGIDO – ED
19º - Dezembro SEGUNDA CHAMADA E VISTO DE PROVA
20º - Dezembro Exame Final
1
[Síntese da comunicação “A leitor e o leitor do texto literário”, apresentada no Congresso Nacional de Leitura,
promovido pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em junho de 2002].
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[Professor titular da Universidade Federal de Rondônia (UFRO), mestre e doutor em Educação, com livros e
artigos publicados sobre o tema da leitura].
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dorminhoco” de um “leitor atento”, conforme distingue Luis Fernando Veríssimo. Por outro
lado, na vida adulta, inserido principalmente no espaço acadêmico, a indicação e orientação
da chamada “alta leitura”, é, além de atribuição do professor de todas as áreas, a grande
oportunidade que o aluno tem de se tornar um leitor mais crítico.
De qualquer forma, fora ou dentro do espaço escolar, a promoção da leitura e a
construção da criticidade não é uma tarefa fácil. Esta prática, fundamentalmente, das fontes
primárias, exige concentração e silêncio, que acabam por distanciar os alunos, de suas
“galeras e tribos”. Moderada, a “reclusão” para leitura é menos invasiva, quando intermediada
pelos meios tecnológicos, pois além de mais rápida e interativa, é para eles, mais atraente. O
ideal mesmo seria uma composição entre fontes primárias e tecnológicas, uma vez que uma
não substitui a outra, antes, se completam. Articuladas, vão proporcionar maior aptidão para
produção de textos proficientes, habilidade apontada como “o mais significativo indicador de
bom desempenho linguístico” (FIORIN & SAVIOLI,2003).
De todo modo e por todo o exposto, preferimos o pressuposto de que nem a
pesquisa/ciência, nem a sociedade se beneficiam, quando o que chamamos de “alta leitura” é
lida apenas por algumas centenas de pessoas. Tais discussões nos permitem ajuizar, em
benefício do leitor, que boa parte da apreensão dos sentidos de um texto, está relacionada não
só à capacidade interpretativa da pessoa, mas também à qualidade deste texto. Um texto
correspondente à situação e momento adequados, além de bem compreendido, sintetizado e
sumarizado só poderá gerar uma leitura de qualidade, seja para promoção de puro deleite ou
da pesquisa.
Neste sentido, ampliando as reflexões sobre a prática da leitura, seria possível afirmar
que o efeito produzido por um texto (primário ou tecnológico) em diferentes leitores é maior ou
mais nobre que, o provocado pela leitura de massa, em um leitor comum? Seria possível
afirmar que o poder interpretativo e crítico do consumidor de “alta leitura”, são mais nobres que
o prazer e fantasia do outro? Acreditamos que não, por entendermos que se trata somente de
objetos e objetivos distintos, para uma mesma prática sempre relevante: a leitura.
Desta forma, mesmo que a leitura de massa não cumpra perfeitamente as funções,
formativa, de conhecimento do mundo e do ser, afastando-se da formação científica e
tecnológica, nenhuma leitura deixa de cumprir a função psicológica. Aquela que é
fundamental, uma vez que está relacionada ao anseio de bem estar do ser humano, e é
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responsável por suprir sua humana de fantasia e imaginação, através do mergulho no mundo
das histórias prosaicas e simuladas.
Em suma, devemos salientar que cada tipo de leitura cumpre sua função; a “alta leitura”
promove o progresso e civiliza a sociedade. Com outro escopo, a de massa, com maior
abrangência, tem função humanizadora porque, seja qual for a experiência que ela traga, traz
como matéria vivida e, portanto, é também de alguma forma educadora.
3
[Resumo de um capítulo da apostila “Leitura e Produção de Sentidos”, preparada para o curso de pós-graduação
Metodologias Aplicadas ao Ensino da Língua Portuguesa, oferecido pela Universidade de Cuiabá (UNIC), em março
de 2007].
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[Neste caso, entende-se por texto, segundo várias correntes linguísticas, todo tipo de manifestação sócio-cultural
que formula interação, comunicabilidade e mensagens compreensíveis entre indivíduos. Adotando este enfoque, já
mencionado, uma fotografia, um quadro, uma expressão fisionômica, os sinais de trânsito, entre outros, são formas
textuais.]
5
[Descrição é uma caracterização em que o autor apresenta detalhes pormenorizados ou mesmo superficiais de
alguma pessoa, objeto, paisagem, bicho, planta, ser imaginário, entre outros. Trata-se de aspectos e detalhes que o
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É acertado o pressuposto de que todo ser humano sabe pensar; no entanto, nem todos
o fazem da melhor forma, extraindo a essência de seus pensamentos. Isto quer dizer que, de
maneira geral, nossas formulações cognitivas, rotineiramente, não alcançam patamares
razoáveis de compreensão, análise e crítica. A condição de pensar criticamente representa, na
autor percebeu e quer levar o ouvinte/leitor a perceber. O texto descritivo trabalha aguça e provoca nossa
capacidade de percepção, enquanto sujeitos que estamos ao contato sensível com o mundo].
6
[Narração implica em contar algo. Ao narrar somos chamados a enredar nossas histórias: as passadas, as futuras,
as presentes, as imaginárias, as alheias, as ouvidas, as lidas, as sonhadas, pois existem inumeráveis histórias no
mundo e em cada um de nós. A vida humana é uma grande narrativa. Sendo assim, na narração criamos
personagens, construímos enredos. Ela exige de nós muita imaginação criadora: o que, como, com quem, onde e
quando acontecem os fatos narrados. O mestre brasileiro da Teoria Literária, Antônio Cândido, ensina que há várias
destas instâncias narrativas que podem ser suprimidas ao se contar uma história, mas adverte que não existe
narração sem personagens e sem enredo, pois são elas que constroem a lógica sociológica das tramas, ainda que
sejam, verossímil ou inverossímil].
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[O artigo “Constituição do pensamento crítico” (2007), de Tomás Magalhães Carneiro serviu de texto base para a
resenha crítica que elaboramos para esta Apostila.]
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Trata-se de uma resenha crítica-descritiva do texto Afinal, o que é Conhecimento?, disponível em
www.mundodosfilosofos.com.br, acessado em 10 de março de 2005.
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[Homo Academicus é também o título de uma das várias obras do sociólogo francês, ainda sem tradução no
Brasil. Nela, ele discute, entre outros aspectos, o papel e o lugar do intelectual no contemporâneo. Trata-se de um
texto relevante para pessoas de diferentes campos profissionais, que têm suas atividades permeadas pelas
concepções e intervenções do alto pensamento e conhecimento, prioritariamente o das Academias].
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[Processo dialético e pedagógico socrático, em que se multiplicam as perguntas a fim de obter, por indução dos
casos particulares e concretos, um conceito geral do objeto em questão. A chamada ironia socrática.]
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Para Sócrates, assim como para seus concidadãos a 'doxa' não era algo que seria provável ou semelhante em
referência a algum padrão definido, mas sim a forma pela qual o mundo se revela aos olhos de cada um. O
pressuposto dos habitantes da 'polis' era de que um mesmo mundo se abre a todos de maneira diferente pelo fato
de que cada um ocupa nele um lugar distinto. Pautado no pensamento socrático, Francisco Xarão explica que, "A
palavra 'doxa' significa não só opinião, mas também glória e fama. Como tal, relaciona-se com o domínio político
que é a esfera pública em que qualquer um pode aparecer e mostrar que é. Nesta possibilidade de aparecer e
brilhar dos outros, considerada pelos atenienses como privilégio do domínio público, é que os homens atingem sua
plena humanidade. Todos aqueles que viviam somente no domínio privado - a família (mulher e filhos) e os
escravos - não eram, por isso, reconhecidos como plenamente humanos" (XARÃO, 2000: 58).
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Conjunto de conhecimentos que têm por objeto o conhecimento científico, visando a explicar os seus
condicionamentos (sejam eles técnicos, históricos, ou sociais, sejam lógicos, matemáticos, ou lingüísticos),
sistematizar as suas relações, esclarecer os seus vínculos, e avaliar os seus resultados e aplicações.
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Nesta fase, o assunto é muito amplo e, também, muito discutido por vários filósofos.
Não vem ao caso, neste curso, tratarmos profundamente da compreensão do conhecimento
científico, em um período tão conturbado como o nosso. O objetivo foi apenas provocar
dúvidas, questões e reflexões através de um pequeno esboço sistemático da história do
conhecimento. Entre tantas teorias, vale destacar, o novo iluminismo de Habermas, em que a
chamada Razão Crítica precisa:
- Fazer a crítica dos limites;
- Estabelecer princípios éticos;
- Vincular construção a raízes sociais.
Neste sentido, a construção do conhecimento fundado sobre o uso crítico do
pensamento, da razão, do conhecimento, vinculado a princípios éticos e a raízes sociais é
tarefa que precisa ser retomada a cada momento, sem jamais ter fim. Para sistematizar
algumas reflexões acerca da apreciação destes temas, numa ótica contemporânea, com
enfoque crítico-analítico, destaco alguns modos de conhecer o mundo e suas formas de
abordagens, para se chegar ao que entendemos como conhecimento verdadeiro.
Critérios de Relação sujeito-
verdade Objeto
Modos de Metodologia
Conhecer o Objetivação
Mundo
Relação
Suprapessoal, na
qual a revelação do
Sagrado se
manifesta
sobrenaturalmente
Dogmatismo – A experiência ao profano, através
Doutrinamento e pessoal do rito
1. O Mito A Fé Proselitismo (Dramatização do
mito, ou seja, da
liturgia religiosa).
Relação
transpessoal em
que a palavra diz as
coisas. O mundo
2. A Filosofia A razão A razão discursiva A dialética se manifesta pelos
fenômenos e suas
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(O discurso) relações.
Relação
interpessoal, em
3. O Senso A cultura ética e A Tradição As crenças que sobressai a
Comum moral cultural silenciosas ideologia
estabelecida pelas
(Ideologias) idéias dominantes e
pelos poderes
estabelecidos.
Esteticismo = A Relação pessoal, na
subjetividade do qual a criatividade
artista e do e a percepção da
contemplador realidade do autor e
4. A Arte A estética (observador) da O gosto a interpretação e
arte sensibilidade do
observador se
projetam.
Objetividade - Relação
Comprovação de “impessoal”, a
uma determinada isenção do cientista
tese de modo diante de sua
5. A Ciência A experimentação objetivo A observação pesquisa: o mito da
neutralidade
científica
(In. AFINAL, o que é o conhecimento?, 2005)
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que lhe revelam a divagação e a filosofia, de modo a utilizar o domínio da razão e da cognição
sobre estes elementos observados. Agindo assim, a pessoa avança, segundo nos ensinou
Platão, em direção à episteme, deixando a simplicidade doxai.
Sendo assim, o conhecimento, bem como as paixões e subjetividades próprias da
natureza do homem, é dinâmico, ele se altera e é recriado pelo homem, visto que ele
internaliza e, ao mesmo tempo, desvenda o mundo em seu entorno, interagindo com ele, na
construção de seu habitat. Podemos concluir, por todo o exposto, que, as esferas do
conhecimento se consagram à vida do indivíduo como um todo e não em partes isoladas, já
que ele é um ser totalitário e assim age em seu meio. Deste modo, dependendo do conjunto
de corpora que a pessoa reunir em toda sua existência –de seus objetivos pessoais,
profissionais e sociais, de uma maneira geral– o homem vai empregar, conforme necessidades
e interesses, cada um dos tipos de conhecimento disponível para ele em seu aprimoramento.
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[Trata-se de algumas considerações pessoais, sobre aspectos metodológicos de textos acadêmicos e científicos,
fundamentadas em Furasté (2010)]
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constar nestas atividades são, no Brasil, regulamentadas14, conforme sabemos, pela (ABNT).
Dentro do universo variado de trabalhos acadêmicos, cada tipo de texto apresenta forma e
estrutura específicas, disponíveis nos livros que tratam de métodos e metodologias científicas.
Para discutirmos sobre alguns destes textos, apresento parte do artigo “Uma Perspectiva de
Progresso para a Engenharia da Linguagem”, de António H. Branco, professor da Universidade
de Lisboa, utilizado aqui para exemplificar tais elaborações:
[...] o facto é que não há, nem haverá, equipamento "universal" para a
Engenharia da Linguagem, pronto a ser importado. Cada língua natural
pressupõe, para o desenvolvimento e aplicação das tecnologias para a
linguagem humana, a existência de recursos específicos. Dada a natureza das
línguas naturais, não se pode, nem se pode esperar poder, importar ou
adaptar a esmagadora maioria do equipamento de Engenharia da Linguagem
construído para uma língua X para o reusar no processamento de outra língua
Y. O melhor que se pode esperar neste particular é usar algumas
metodologias de construção de recursos de base testadas para outras línguas
e, desejavelmente, padronizar os recursos a desenvolver de acordo com
práticas e exigências internacionais [...]. (BRANCO, 2000, p. 47)
14
[Há que considerar que alguns trabalhos, preferencialmente os da área médica, são normatizados pela
Metodologia de Vancouver, que também fundamenta a maioria das teses de doutoramento, de diferentes áreas do
conhecimento.]
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Há ainda outra forma de se utilizar o esquema. Trata-se de um importante recurso, que deve
ser incluído no final de um projeto de pesquisa. Nele, o pesquisador elaborará um Esquema do
Trabalho, que é uma espécie de esboço daquilo que ele pretende fazer em sua pesquisa. Este
Esquema orientará o pesquisador até a elaboração do texto final. Por se tratar de um esboço,
ele pode ser alterado durante o desenvolvimento da pesquisa. Assim, depois de concluído o
trabalho científico, este Esquema funcionará como seu Sumário. Exemplo:
Educação da Mulher: a perpetuação da injustiça
1. INTRODUÇÃO
2. HISTÓRICO DO PAPEL DA MULHER NA SOCIEDADE
3. O PODER DA RELIGIÃO
3.1 O mito de Lilith/Eva
3.2 O mito da Virgem Maria
4. O PROCESSO DE EDUCAÇÃO
5. O PAPEL DA MULHER NA FAMÍLIA
5.1 A questão da maternidade
5.2 Direitos e deveres
5.3 A moral da família
5.4 Casamento: um bom negócio
5.5 A violência
6. UM CAPÍTULO MASCULINO
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
8. BIBLIOGRAFIA OU REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
9. ANEXOS
Resumo: É uma síntese fiel das idéias, conceitos e fatos contidos no texto. Resumir não é
reproduzir frases do texto original, fazendo uma colagem de pedaços de texto. Quem resume
deve exprimir, com as próprias palavras, as idéias principais do texto, um exercício livre para
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todo estudioso. Portanto, não é possível resumir o que não foi compreendido. Existem, entre
outras possibilidades, duas classificações de resumos:
- Informativo: são as informações específicas contidas no documento. Neste texto pode-se
relatar sobre objetivos, métodos, resultados e conclusões. Sua precisão pode substituir a
leitura do documento original, ou, ao menos, esclarecer muito dele.
- Indicativo: são descrições gerais do documento, sem detalhar da obra analisada, sua
“imprecisão” pode funcionar como elemento de convite e provocação de leitura da obra.
O exemplo que segue, se enquadra mais na categoria de informativo:
Resumo de parte do artigo, “Uma Perspectiva de Progresso para a
Engenharia da Linguagem”, de António H. Branco
Não existe equipamento universal para a Engenharia da Linguagem,
pois cada língua necessita uma aplicação específica. Os equipamentos
desenvolvidos para uma língua X, não se aplicarão as outras. É preciso
desenvolver pelo menos algumas metodologias e recursos de base para
atender práticas e exigências internacionais.
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Há, dentro das Academias, alguns trabalhos com inerentes contornos científicos,
como, por exemplo, o artigo científico, o projeto de pesquisa, a monografia, a dissertação, a
tese, entre outros. Estes se distanciam dos trabalhos puramente acadêmicos, uma vez que
são, totalmente, compromissados com as exigências da ciência, tanto nos aspectos
metodológicos, quanto na formulação de um marco teórico denso e considerável, além da
adoção de uma estrutura formal pertinente ao tipo de pesquisa realizada. Para estas
atividades, o princípio básico e preliminar da delimitação ou recorte do tema, fará toda a
diferença no desenvolvimento da pesquisa. Isto porque, não se faz um bom trabalho científico,
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(FURASTÉ, 2010:24)
Projeto ou pré-projeto: Texto que apresenta o plano previamente traçado para ações de
determinado trabalho, que será desenvolvido posteriormente. Para a ABNT é a “descrição da
estrutura de um empreendimento ou trabalho a ser executado, é uma das fases da pesquisa”.
São indispensáveis neste tipo de texto algumas subdivisões que se organizam também em
partes pré-textuais, textuais e pós-textuais. A diferença, que nos projetos, as partes/capítulos
(seções) textuais devem ser apresentadas na sequência, sem abrir uma lauda nova para cada
uma. Observe como se apresenta uma página de projeto de pesquisa:
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Elementos pré-textuais
*Capa – Traz a identificação completa da instituição, da autoria, do título, do local e da data;
(opcional)
*Lombada – é o dorso do projeto (livro), quando se apresenta encadernado em capa dura, e
traz algumas referências ao trabalho; (opcional)
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*Folha de rosto – Revela a identificação da autoria, do título, e traz também uma síntese do
trabalho - tema, disciplina, finalidade e orientação – além, do local e da data;
*Listas – abreviações, imagens entre outras; (opcional)
*Sumário ou índice – Apresenta, de modo organizado e crescente, todas as partes do projeto
em suas respectivas páginas no trabalho; (obrigatório)
Elementos Textuais
*Introdução – É a parte em que o autor fala um pouco de sua formação acadêmica e
profissional, de seus primeiros contatos com o tema (objeto da pesquisa), dos motivos que o
levaram a escolhê-lo, e, de modo geral, se for o caso, do tempo previsto para realizá-lo, além
do custo estimado do projeto; (opcional)
*Desenvolvimento – representa a base do projeto, parte em que se relatam todos os
pormenores do trabalho a ser desenvolvido; (obrigatório)
Elementos do desenvolvimento
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Elementos pós-textuais
*Anexos – Apresenta ao leitor informações extras como: fotos, gráficos, pesquisas de campo,
mapas entre outros. Estes devem ser mencionados no Desenvolvimento do projeto, remetendo
o leitor aos anexos através de identificação numérica; (opcional)
*Referências bibliográficas – Trazem todas as fontes de pesquisa mencionadas no projeto:
livros, documentos, revistas, jornais, sites entre outros, que devem ser mencionados segundo
critérios estabelecidos pela ABNT. (obrigatória)
Atenção! Não há Considerações Finais ou Conclusões em projetos de pesquisa.
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Artigo científico: Trata-se de um texto para ser publicado em revistas científicas com autoria
declarada, que apresenta, discute e analisa idéias, métodos, técnicas, processos e resultados
nas mais diversas áreas do conhecimento. Este texto segue as normas da (ABNT), mas
normalmente cada revista adota alguns critérios próprios no tocante aquelas orientações, que
ela oferece mais de uma opção de registro, como exemplo, cito: registro de nota de
esclarecimento, que pode vir tanto no pé da página, quanto no final do artigo; à utilização de
resumos em língua materna e em outro idioma, como: inglês, espanhol e francês; citações;
referências; número de laudas; fontes e espaçamento, entre outros.
Elementos pré-textuais
*Capa
*Lombada
*Folha de rosto
*Ficha catalográfica
*Errata (opcional)
*Folha de Aprovação
*Dedicatória (opcional)
*Agradecimentos (opcional)
*Epígrafe (opcional)
*Resumo em língua vernácula
*Resumo em língua estrangeira
*Listas (opcional)
*Sumário ou índice
Elementos textuais
*Introdução
*Desenvolvimento (em seções e subseções)
*Conclusão ou considerações finais
Elementos pós-textuais
15
[São cursos com possibilidade de pesquisas mais amplas, são ainda mais curtos, com exigência científica e
regulamentações mais flexíveis, por isto, oferecidos em larga escala em todo território nacional.]
16
[Cada um destes elementos do trabalho deve apresentar- se organizado em uma nova folha.]
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[São cursos com possibilidades de pesquisas restritas e bem delimitadas, São ainda, mais longos, com grande
exigência científica e com temas efetivamente relevantes para a área. Por isto, a oferta é pequena e os processos
que selecionam os candidatos são complexos e difíceis. Eles formam mestres, doutores e pós-doutores e são
ofertados prioritariamente pelas universidades federais do nosso país.]
18
[Furasté (2010:115) não faz uma distinção entre a paráfrase e a citação indireta, item no qual eu não concordo
com ele. Neste aspecto, como pesquisadora de linguagens, prefiro adotar uma perspectiva lingüística, que aponta
vários elementos diferenciadores dos dois recursos. Tal postura não é contrária a normas da (ABNT), que também
não mencionam nenhuma incorreção para esta distinção].
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