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Agente Administrativo

Polícia Rodoviária Federal

Conhecimentos Específicos
 Redação de Expedientes
Correspondência Oficial
Correspondência Comercial
Formas de Tratamento
Fechos para Correspondências
Abreviaturas
 Noções de Arquivamento
 Noções de Relações Humanas
Relações Interpessoais
Comunicação
Técnicas de Atendimento
 Relações Públicas
 Noções de Administração Financeira
Gestão Financeira
Balanço Patrimonial
Fluxo de Caixa
Rendimentos: Real e Nominal
Taxa Efetiva e Taxa Nominal
Custo Fixo e Variável
Porcentagem
Juros
 Noções de Recursos Humanos e de Material
 Constituição da República
Organização do Estado
Direitos e Garantias Fundamentais
Direitos Individuais e Coletivos
Administração Pública
Serviço Público
 Direitos do Consumidor
 Cargos Públicos
Provimento e Vacância
Da Acumulação
Direitos e Deveres dos Servidores Públicos
 Coletânea de Exercícios 1, 2 e 3
•Correspondência Oficial
Atos Oficiais
Atos de Comunicação
Atos Normativos
Alguns usos de letras maiúsculas e minúsculas
Grafia de Datas e Números
Números Fracionários:
Uso das Siglas

•Outras Correspondências

•Pronomes de Tratamento

•Fechos para Comunicações

•Abreviaturas

Correspondência Oficial
Correspondência oficial é a meio de comunicação próprio das Instituições Públicas de
uma forma geral. Sua finalidade básica é possibilitar a elaboração de comunicações e
normativos oficiais claros e impessoais, pois o objetivo é transmitir a mensagem com
eficácia, permitindo entendimento imediato.
A eficácia da comunicação oficial depende basicamente do uso de linguagem simples e
direta, chegando ao assunto que se deseja expor sem passar, por exemplo, pelos atalhos
das fórmulas de refinada cortesia usuais no século passado. Ontem o estilo tendia ao
rebuscamento, aos rodeios ou aos circunlóquios; hoje, a vida moderna obriga a uma
redação mais objetiva e concisa.
Considere-se, entretanto, que não há uma forma específica de linguagem administrativa,
mas sim qualidades comuns a qualquer bom texto, seja ele oficial ou literário, aplicáveis à
redação oficial: clareza, coesão, concisão, correção gramatical. Além disso, merecem
destaque algumas características peculiares identificáveis na forma oficial de redigir:
formalidade, uniformidade e impessoalidade.
A seguir, apresenta-se análise pormenorizada de cada uma dessas qualidades e
características.
Qualidades e características fundamentais da redação oficial
Clareza
Clareza é a qualidade do que é inteligível, facilmente compreensível. Já que se busca,
então, com a clareza, fazer-se facilmente entendido, é preciso que o pensamento de quem
comunica também seja claro, com as:
- idéias, ordenadas;
- a pontuação, correta;
- as palavras, bem dispostas na frase;
- as intercalações, reduzidas a um mínimo;
- a precisão vocabular, uma constante.
Da mesma forma, a indispensável releitura do texto contribui para obtenção da clareza. A
ocorrência de trechos obscuros e de erros gramaticais em textos oficiais provém
principalmente da falta da releitura, que torna possível sua correção. Além disso, a falsa
idéia de que "escreve bem quem escreve difícil" também contribui para a obscuridade do
texto. Ora, quem escreve difícil dificilmente é compreendido. Cada palavra dessa natureza
é um tropeço para a leitura e só pode desvalorizar o que se escreve.
Alguns preceitos para a redação de textos claros:
a) utilizar preferencialmente a ordem direta ou lógica (sujeito, verbo, complementos); às
vezes essa ordem precisa ser alterada em benefício da própria clareza;
b) usar as palavras e as expressões em seu sentido mais comum;
c) evitar períodos com negativas múltiplas;
d) transformar as orações negativas em positivas, sempre que possível;
e) buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto;
f) escolher com cuidado o vocabulário, evitando o jargão técnico;
g) evitar neologismos (palavras, frases ou expressões novas, ou palavras antigas com
sentidos novos), preciosismos (delicadeza ou sutileza excessiva no escrever) e
regionalismos;
h) utilizar palavras ou expressões de língua estrangeira somente quando indispensável.
Exemplos de textos obscuros, que devem ser evitados:
a) mudança de sentido com a mudança da pontuação:
Aprovas? Não discordo. (Compare-se: Aprovas? Não! Discordo.);
b) má disposição das palavras na frase:
A Defesa Civil pede, neste ofício, cobertores para casal de lã.
(Compare-se: A Defesa Civil pede, neste ofício, cobertores de lã para casal.);
c) ambigüidade: Ela pensava no tempo em que trabalhara com o Cassiano e concluía que
a sua falta de visão teria contribuído para o fracasso do projeto.
(Ambigüidade ocasionada pelo emprego do pronome sua, que é válido tanto para ela
como para ele; falta de visão dele ou dela?);
d) excesso de intercalações: O planejamento estratégico, que é um instrumento valioso
para a gestão da empresa pública, e esta, uma alavanca indispensável ao
desenvolvimento econômico-social, deve periodicamente passar por um processode
revisão, que o atualiza perante as velozes mudanças do mundo moderno.
(Compare-se: O planejamento estratégico deve periodicamente passar por um processo
de revisão.).
Coesão
O termo coesão pode ser conceituado como a união íntima das partes de um todo. Assim,
o texto coeso é aquele em que as palavras, as orações, os períodos e os parágrafos estão
interligados e coerentemente dispostos.
Às vezes, o cuidado com a estrutura do parágrafo pode induzir ao equívoco de encará-lo
como redação autônoma, bastante em si mesmo. Apesar de ser uma unidade lógica
completa (começo, meio e fim), não pode estar solto do restante do texto.
Para que esse desligamento não ocorra, temos de trabalhar com mecanismos de ligação
entre os parágrafos. A utilização desses mecanismos chama-se transição ou coesão.
A transição não é necessariamente feita por partículas ou expressões. Ela pode ocorrer,
por exemplo, com a utilização do mesmo sujeito da oração precedente. O importante nos
mecanismos de transição é manter a fluência do texto.
Exemplos de algumas partículas e expressões de transição:

• da mesma forma,
• aliás,
• também,
• mas,
• por fim,
• pouco depois,
• pelo contrário,
• assim,
• enquanto isso,
• além disso,
• a propósito,
• em primeiro lugar,
• no entanto,
• finalmente,
• em resumo,
• portanto,
• por isso,
• em seguida,
• então,
• já que,
• ora,
• daí,
• dessa forma,
• além do mais.
Concisão
A concisão consiste em expressar com um mínimo de palavras um máximo de
informações, desde que não se abuse da síntese a tal ponto que a idéia se torne
incompreensível. Afinal, o tempo é precioso, e quanto menos se rechear a frase com
adjetivos, imagens, pormenores desnecessários ou perífrases (rodeios de palavras), mais
o leitor se sentirá respeitado.
Para que se redija um texto conciso, é fundamental que se tenha, além de conhecimento
do assunto sobre o qual se escreve, o tempo necessário para revisá-lo depois de pronto.
É nessa revisão que muitas vezes se percebem eventuais redundâncias ou repetições
desnecessárias de idéias.
Veja-se, por exemplo, o seguinte texto:
" A partir desta década, o número cada vez maior e, por isso mesmo, mais alarmante de
desempregados, problema que aflige principalmente os países em desenvolvimento, tem
alarmado as autoridades governamentais, guardiãs perenes do bem-estar social,
principalmente pelas conseqüências adversas que tal fato gera na sociedade, desde o
aumento da mortalidade infantil por desnutrição aguda até o crescimento da violência
urbana que aterroriza a família, esteio e célula-mater da sociedade".
Se esse mesmo trecho for reescrito sem a carga informativa desnecessária, obtém-se um
texto conciso e não prolixo:
"O número cada vez maior de desempregados tem alarmado as autoridades
governamentais, pelas conseqüências adversas que tal fato gera na sociedade, desde o
aumento da mortalidade infantil por desnutrição aguda até o crescimento da violência
urbana".
Vê-se, assim, como é importante o texto enxuto. Economizar palavras traz benefícios ao
texto: o primeiro é errar menos; o segundo, poupar tempo; o terceiro, respeitar a
paciência do leitor.
Pode-se adotar como regra não dizer mais nem menos do que precisa ser dito. Isso não
significa fazer breves todas as frases, nem evitar todo o detalhe, nem tratar os temas
apenas na superfície; significa, apenas que cada palavra é importante.)
Procedimentos para redigir textos concisos:
a) eliminar palavras ou expressões desnecessárias:

• ato de natureza hostil => ato hostil;


• decisão tomada no âmbito da diretoria => decisão da diretoria;
• pessoa sem discrição => pessoa indiscreta;
• neste momento nós acreditamos => acreditamos;
• travar uma discussão => discutir;
• na eventualidade de => se;
• com o objetivo de => para;
b) evitar o emprego de adjetivação excessiva:

• o difícil e alarmante problema da seca => o problema da seca;


c) dispensar, nas datas, os substantivos dia, mês e ano:

• no dia 12 de janeiro => em 12 de janeiro;


• no mês de fevereiro => em fevereiro;
• no ano de 2000 = > em 2000;
d) trocar a locução verbo + substantivo pelo verbo:

• fazer uma viagem => viajar;


• fazer uma redação => redigir;
• pôr as idéias em ordem => ordenar as idéias;
• pôr moedas em circulação => emitir moedas;
e) usar o aposto em lugar da oração apositiva:

• O contrato previa a construção da ponte em um ano, que era prazo mais do


quesuficiente => O contrato previa a construção da ponte em um ano prazo mais do que
suficiente.

• O que se tem é a anarquia, que é a bagunça pura e simples, irmã gêmea do caos => O
que se tem é a anarquia, bagunça pura e simples, irmã gêmea do caos;
f) empregar o particípio do verbo para reduzir orações:
• Agora que expliquei o título, passo a escrever o texto => Explicado o título, passo a
escrever o texto.

• Depois de terminar o trabalho, ligo pra você => Terminado o trabalho, ligo pra você.
• Quando terminar o preâmbulo, passarei ao assunto principal => Terminado o
preâmbulo, passarei ao assunto principal;
g) eliminar, sempre que possível, os indefinidos um e uma:

• Dante quer (um) inquérito rigoroso e rápido.


• Timor-Leste se torna (uma) terra de ninguém.
• A cultura da paz é (uma) iniciativa coletiva.
Correção gramatical
Correção gramatical é a utilização do padrão culto de linguagem, ou seja, é escrever sem
desrespeitar os fatos particulares da língua e as regras apropriadas para o seu perfeito
uso. As incorreções gramaticais desmerecem o redator e põem em dúvida sua autoridade
para falar sobre qualquer assunto.
Além disso, conhecer a própria língua não é privilégio de gramáticos, senão dever de
todos aqueles que dela se utilizam. É erro de conseqüências imprevisíveis acreditar que
só os escritores profissionais têm a obrigação de saber escrever. Saber escrever a
própria língua faz parte dos deveres cívicos. A língua é a mais viva expressão da
nacionalidade.
Formalidade e uniformidade
A formalidade consiste na observância das normas de tratamento usuais na
correspondência oficial. Não se trata somente da eterna dúvida quanto ao correto
emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível,
mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade no tratamento do
assunto do qual cuida a comunicação.
É importante salientar que a formalidade de tratamento vinculase, também, à necessária
uniformidade das comunicações. Ora, se a Administração Pública (municipal, estadual,
distrital ou federal) é una, é natural que suas comunicações sigam um mesmo padrão. O
estabelecimento desse padrão exige atenção a todas as características da redação oficial
e cuidado com a apresentação dos textos. O uso de papéis uniformes e a correta
diagramação do texto são indispensáveis para a padronização das comunicações oficiais
Impessoalidade
A finalidade pública está sempre presente na redação oficial, daí a necessidade de ser ela
isenta de interferência da individualidade de quem a elabora. O tratamento impessoal que
deve ser dado aos assuntos constantes das comunicações oficiais decorre:
a) da ausência de impressões individuais da pessoa que comunica: independentemente
de quem assina um expediente, a comunicação é sempre feita em nome do serviço
público;
b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação:
seja um cidadão, seja um órgão público, o destinatário é sempre considerado de forma
homogênea e impessoal;
c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado:
as comunicações oficiais restringem-se a questões referentes ao interesse público; não
cabe nelas, portanto, qualquer tom particular ou pessoal.
Desse modo, não há lugar na redação oficial para impressões pessoais, como as que, por
exemplo, constam de uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou
mesmo de um texto literário. É importante salientar que o caráter impessoal do texto é
mantido pela utilização do verbo na terceira pessoa do singular ou plural, ou ainda na
primeira pessoa do plural.
Orientações básicas sobre o ato de escrever
Estilo
Tudo que o ser humano faz tem a marca de sua individualidade.
Essa maneira pessoal de as pessoas expressarem-se, dentro de uma determinada época,
por meio da música, da literatura, da pintura, da escultura é o que se chama estilo. Em
relação ao ato de redigir, estilo é, portanto, a maneira peculiar de cada escritor expressar
os seus pensamentos.
Também nos textos oficiais pode-se identificar o estilo de cada pessoa. Convém respeitá-
lo, apenas requerendo do redator a observância das qualidades e características
fundamentais da redação oficial, já explicitadas nos tópicos anteriores.
Qualidades da harmonia e da polidez
As qualidades tradicionalmente conhecidas da expressão verbal - a clareza, a coesão, a
concisão, a correção gramatical, a harmonia, a polidez - adquirem proeminência
indiscutível na redação. A clareza, a coesão, a concisão e a correção gramatical já foram
comentadas nos tópicos anteriores; resta fazer breves observações a respeito da
harmonia e da polidez.
Harmonia:
Uma mensagem é harmoniosa quando é elegante, ou seja, quando soa bem aos nossos
ouvidos. Muitos fatores prejudicam a harmonia na redação oficial, tais como:
a) a aliteração (repetição do mesmo fonema):
Na certeza de que seria bem sucedido, o sucessor fez a seguinte asserção: ... (aliteração
do fonema s);
b) a emenda de vogais (ou hiatismo): Obedeça à autoridade;
c) a cacofonia (encontro de sílabas em que a malícia descobre um novo termo com
sentido torpe ou ridículo) : Dê-me já aquela garrafa;
d) a rima: O diretor chamou, com muita dor, o assessor, dizendo-lhe que, embora
reconhecendo ser o mesmo trabalhador, não lhe poderia fazer esse favor;
e) a repetição excessiva de palavras: O presidente da nossa empresa é primo do
presidente daquela transportadora, sendo um presidente muito ativo;
f) o excesso de "que": Solicitei-lhe que me remetesse o parecer que me prometera a fim
de que eu pudesse concluir a análise que me fora solicitada.
Obs.: Observe-se que esse excesso de que confere ao período um estilo arrastado e
deselegante; além disso, demonstra que o autor não conhece bem o manejo do idioma
quanto à substituição das orações desenvolvidas por expressões equivalentes.
Polidez:
O texto polido revela civilidade, cortesia. A finalidade, especialmente nas
correspondências oficiais, é impressionar o destinatário de forma favorável, evitando
frases grosseiras ou insultuosas, expressando respeito sem rebaixamento próprio.
Expressar consideração pelo outro, sem ao mesmo tempo rebaixar-se, por vezes até
compensa falhas nas outras qualidades fundamentais do texto antes examinadas.
Correspondência é contato humano e, como tal, deve ser pautada pelos mesmos
princípios de convivência pacífica da vida social.
Uso elegante de pronomes oblíquos
Os pronomes oblíquos (me, lhe, nos) substituem muito elegantemente os possessivos
(minha, sua) em frases como as seguintes:
O barulho perturba-me as idéias (em vez de: O barulho perturba as minhas idéias).
Ninguém lhe ouvia as propostas (em vez de: Ninguém ouvia as suas propostas).
A solução do problema nos tomou o dia (em vez de: A solução do problema tomou o
nosso dia).
Uso (não aconselhável) de cacófatos, chavões e pleonasmos
Cacófato (ou cacofonia):
É o som desagradável, ou a palavra obscena, proveniente da união das sílabas finais de
uma palavra com as iniciais da seguinte:

• Metalúrgica gaúcha espera crescer 40%.


• Eva e Adão.
• Ela trina muito bem.
• Uma prima minha.
• Dê-me já.
Só haverá cacofonia quando a palavra produzida for torpe, obscena, ridícula. É infundado
o exagerado escrúpulo de quem diz haver cacófato em:

• por cada,
• ela tinha,
• só linha.
Citem-se, a propósito, os dizeres de Rui Barbosa: "Se a idéia de 'porta', suscitada em 'por
tal', irrita a cacofatomania desses críticos... outras locuções vernáculas têm de ser, como
essa, refugadas".
Chavão:
É lugar comum, clichê. É o que se faz, se diz ou se escreve por costume. De tanto ser
repetido, o chavão perde a força original, envelhece o texto. Recorrer a eles poderá
denotar falta de imaginação, preguiça ou pobreza vocabular. Por isso, deve-se procurar
evitá-los.
Exemplos de chavões:

• a cada dia que passa


• a olhos vistos
• abrir com chave de ouro
• acertar os ponteiros
• ao apagar das luzes
• assolar o país
• astro-rei (sol)
• baixar a guarda
• cair como uma bomba
• calor escaldante
• crítica construtiva
• depois de longo e tenebroso inverno
• dizer cobras e lagartos
• em sã consciência
• estar no fundo do poço
• hora da verdade
• inflação galopante
• inserido no contexto
• mestre Aurélio (dicionário)
• obra faraônica
• óbvio ululante
• parece que foi ontem
• passar em brancas nuvens
• perda irreparável
• perder o bonde da história
• pomo da discórdia
• silêncio sepulcral
• singela homenagem
• tábua de salvação
• vaias estrepitosas
• voltar à estaca zero
Pleonasmo:
Indica redundância de expressão, ou seja, repetição de uma mesma idéia, mediante
palavras diferentes. Quando a repetição de idéia não traz nenhuma energia à expressão, o
pleonasmo passa a ser vício, devendo, nesse caso, ser evitado.
Exemplos de pleonasmos indesejáveis:
Problemas na construção de frases
A clareza e a concisão na forma escrita são alcançadas principalmente pela construção
adequada da frase. Alguns problemas mais freqüentemente encontrados na construção
de frases dizem respeito à utilização do sujeito da oração como complemento, à
ambigüidade da idéia expressa, à elaboração de falsos paralelismos e aos erros de
comparação, conforme exemplificado a seguir.
Uso indevido do sujeito como complemento:
Sujeito é o ser de quem se fala ou que executa a ação enunciada na oração. Ele pode ter
complemento, mas não ser complemento. Devem ser evitadas, portanto, construções
como:

• acabamento final
• a razão é porque
• a seu critério pessoal
• certeza absoluta
• comer com a boca
• conviver junto
• criação nova
• descer para baixo
• destaque excepcional
• elo de ligação
• em duas metades iguais
• empréstimo temporário
• encarar de frente
• expressamente proibido
• fato real
• há anos atrás
• meu amigo particular
• multidão de pessoas
• planejar antecipadamente
• relações bilaterais entre dois países
• sintomas indicativos
• subir para cima
• surpresa inesperada
• todos foram unânimes
• ver com os olhos
Errado: É tempo dos parlamentares votarem o projeto.
Certo: É tempo de os parlamentares votarem o projeto.
Errado: Antes desses requisitos serem cumpridos...
Certo: Antes de esses requisitos serem cumpridos...
Errado: Apesar da Assessoria ter informado em tempo...
Certo: Apesar de a Assessoria ter informado em tempo...
Ambigüidade:
Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em mais de um sentido. Como a
clareza é requisito básico de todo texto oficial, deve se atentar para as construções que
possam gerar equívocos de compreensão. A ambigüidade decorre, em geral, da
dificuldade de identificar-se a que palavra se refere um pronome que possui mais de um
antecedente na terceira pessoa. Outro tipo de ambigüidade decorre da dúvida sobre a que
se refere a oração reduzida.
Exemplos:
Ambíguo: O Chefe de Gabinete comunicou ao Diretor que ele seria exonerado. (Quem
seria exonerado? O Chefe de Gabinete? O Diretor?)
Claro: O Chefe de Gabinete comunicou a exoneração dele ao Diretor. (O Chefe de
Gabinete foi exonerado.)
Claro: O Chefe de Gabinete comunicou ao Diretor a exoneração deste. (O Diretor foi
exonerado.)
Ambíguo: O Deputado saudou o Presidente da República, em seu discurso, e solicitou sua
intervenção no seu Estado, mas isso não o surpreendeu. (Discurso de quem? Estado de
quem? Quem não se surpreendeu?)
Claro: Em seu discurso, o Deputado saudou o Presidente da República. No
pronunciamento, solicitou a intervenção federal em seu Estado, o que não surpreendeu o
Presidente. (Discurso do Deputado. Estado do Deputado. O Presidente não se
surpreendeu.)
Ambíguo: Sendo indisciplinado, o Chefe admoestou o funcionário. (Quem é
indisciplinado?)
Claro: O Chefe admoestou o funcionário por ser este indisciplinado.
Erros de paralelismo:
Uma das convenções estabelecidas na língua escrita consiste em apresentar idéias
similares numa forma gramatical idêntica, o que se chama de paralelismo. Assim, incorre-
se em erro ao conferir forma não paralela a elementos paralelos.
Exemplos:
Errado: Pelo aviso circular recomendou-se às unidades economizar energia e que
elaborassem planos de redução de despesas.
Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se às unidades que economizassem energia e
(que) elaborassem planos para redução de despesas.
Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se às unidades economizar energia e elaborar
planos para redução de despesas.
Errado: No discurso de posse, mostrou determinação, não ser inseguro, inteligência e ter
ambição.
Certo: No discurso de posse, mostrou determinação, segurança, inteligência e ambição.
Certo: No discurso de posse, mostrou ser determinado e seguro, ter inteligência e
ambição.
Errado: O novo procurador é jurista renomado, e que tem sólida formação acadêmica.
Certo: O novo procurador é jurista renomado e tem sólida formação acadêmica.
Certo: O novo procurador é jurista renomado, que tem sólida formação acadêmica.
Errado: Sugere-se que o egrégio Plenário:
I- tome conhecimento da ............;
II - autorizar a devolução de .........;
Certo: Sugere-se que o egrégio Plenário:
I - tome conhecimento da ............;
II - autorize a devolução de .........;
Certo: Sugere-se ao egrégio Plenário:
I - tomar conhecimento da ............;
II - autorizar a devolução de .........;
Erros de comparação:
A omissão de certos termos ao se fazer uma comparação deve ser evitada ao redigir, pois
compromete a clareza do texto: nem sempre é possível identificar, pelo contexto, qual o
termo omitido. A ausência indevida de um termo pode impossibilitar o entendimento do
sentido que se quer dar a uma frase:
Errado: O salário de um professor é mais baixo do que um médico.
Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o salário de um médico.
Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o de um médico.
Errado: O alcance da Resolução é diferente da Portaria.
Certo: O alcance da Resolução é diferente do alcance da Portaria.
Certo: O alcance da Resolução é diferente do da Portaria.
Errado: A Secretaria de Educação dispõe de mais verbas do que as Secretarias do
Governo.
Certo: A Secretaria de Educação dispõe de mais verbas do que as outras Secretarias do
Governo.
Certo: A Secretaria de Educação dispõe de mais verbas do que as demais Secretarias do
Governo.

Atos Oficiais
(Os modelos apresentados a seguir são exemplificativos, devendo ser adaptados quando
necessário for)
Considerações gerais
O que é ato oficial
É toda manifestação de vontade exarada pelo Poder Público no intuito de transmitir,
interna ou externamente, assunto relativo às suas competências. Caracteriza-se pela
impessoalidade, utilização do padrão culto da linguagem, clareza, concisão, formalidade e
uniformidade.
Tipos de atos oficiais
Os atos oficiais são classificados em diversos tipos, tais como: normativos,

• enunciativos,
• negociais,
• deliberativos,
• comprobatórios,
• de ajuste,
• de correspondência,
• de comunicação e
• processuais, entre outros.
Para os propósitos desta apostila, e levando-se em consideração os atos utilizados com
maior freqüência no âmbito das instituições públicas, os atos oficiais foram classificados
em quatro tipos, a saber:

• atos de comunicação,
• atos normativos,
• atos processuais e outros atos.
Formas de encaminhamento dos atos oficiais Para os setores internos do Tribunal:
O encaminhamento dos atos oficiais de cunho interno será efetuado mediante registro em
livro de protocolo da área emitente, no qual deve ser especificado o tipo de ato e o
destinatário, bem como a data em que foi entregue, acompanhada da assinatura de
recebimento pelo destinatário ou seu representante.
Para publicação no Diário Oficial:
As matérias para publicação no Diário Oficial devem ser encaminhadas à Secretaria das
Sessões - quando oriundas de deliberações - ou à Diretoria-Geral de Administração, nos
demais casos. Essas unidades adotarão os procedimentos necessários para ultimar a
publicação.
Para publicação no Boletim Interno do Tribunal:
Os atos que se destinarem à publicação no Boletim Interno da instituição devem ser
encaminhados à Divisão de Recursos Humanos da Diretoria-Geral de Administração para
as providências pertinentes.
Para os demais órgãos e entidades da Administração Pública:
Os atos oficiais destinados aos demais órgãos e entidades da Administração Pública são
encaminhados, pelas Inspetorias de Controle Externo e pela Diretoria-Geral de
Administração.
Formas de fecho dos atos oficiais
O fecho dos atos oficiais objetiva demarcar o fim da exposição do assunto e proporcionar
a saudação ao destinatário. Para atos de comunicação tais como o memorando, o
memorando-circular, o ofício e o ofício-circular, e para atos processuais tais como a
cientificação, a citação, a comunicação de audiência, a comunicação de diligência e a
notificação, são utilizados dois tipos de fechos, a saber:
Respeitosamente, - para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República.
Atenciosamente, - para autoridades de mesma hierarquia ou hierarquia inferior.
Para os demais atos oficiais, devem ser observadas as especificidades de cada um,
conforme os modelos apresentados nesta apostila.
Obs.: Em qualquer ato oficial, deve-se evitar que o nome ou a assinatura do emitente fique
em página isolada do documento; transfira-se ao menos o último parágrafo do texto para
a página seguinte, onde se encontra o nome ou a assinatura.
Padrão unificado de apresentação dos atos oficiais.
Especificações:
• Tamanho de papel: padrão A4 (210 x 297mm)
• Tipo e tamanho da fonte: arial, corpo 12 (em determinados casos, tais como citações,
notas, observações, gráficos e tabelas podem ser utilizados tamanhos menores,
buscando, sempre que possível, manter harmonia no conjunto).
• Margens:
- superior : 2,5cm.
- inferior : 2,5cm.
- esquerda : 3,5cm.
- direita : 1,5cm.
- cabeçalho : 1,0cm.
- rodapé : 1,8cm.
• Formatação de parágrafos:
alinhamento do texto : justificado (salvo quando contrariamente especificado).

• espaçamento entre parágrafos : 6pt antes e 6pt depois.


• entre linhas : simples.
• título do documento : 42pt antes e 6pt depois.
• ementa : 18pt antes e 18pt depois.
• nome do emitente : pelo menos 30pt antes (para aposição da assinatura).
• recuo:
• citações ou transcrições : esquerdo 2cm e direito 2cm (neste caso o texto é em
itálico e a fonte tamanho 11 - ver estrutura de Ata).

• ementa : esquerdo 9cm (exceto para os casos de Decisão, Despacho Singular,


Informação, Parecer, Relatório de Auditoria e Relatório de Relator, em que a ementa
possui alinhamento à esquerda, sem haver recuo).

• texto : especial na primeira linha de 3cm (nos parágrafos numerados é inserida uma
tabulação de 3cm após o ponto que segue o número).

• Itens de sugestões: as sugestões oferecidas ao final de determinados atos são


dispostas em itens numerados com algarismos romanos seguidos de traço.
O texto dos itens deve iniciar com letra minúscula (a menos que se justifique o uso de
maiúscula na palavra inicial) e terminar por ponto e vírgula, com exceção daquele que
contiver desdobramento em subitens, que se encerra por dois pontos e do último item,
que termina por ponto.
Os itens podem ser desdobrados em subitens, que são expressos por letras seguidas de
sinal de parênteses, de acordo com a seguinte formatação:

• recuo para itens : esquerdo de 3cm e deslocamento de 1,25cm.


• recuo para subitens : esquerdo de 4,25cm e deslocamento de 0,8cm.
exemplos:
I - tomar conhecimento do .............................. e de seus anexos;
II - autorizar a elaboração da ................, com as seguintes etapas:

a) análise preliminar dos .................. conforme a ..............;


Obs.: Ver (Problemas na construção de frases), em especial a parte que trata de erros de
paralelismo.
• Numeração de páginas:
sem carimbo : no rodapé, alinhado à direita e fonte tamanho 10.
com carimbo : no próprio carimbo, com fonte tamanho 6.
• Cabeçalhos: seguem o disposto na apresentação de cada modelo.
(ver sugestões de cabeçalhos)

Atos de comunicação
Definição
São os atos que têm por finalidade estabelecer comunicação entre pessoas, órgãos e
entidades.
Formas de endereçamento
Quanto às formas de endereçamento constantes dos envelopes das comunicações
oficiais, devem ser observados os seguintes aspectos:
• Para autoridades tratadas por Vossa Excelência, deve constar a expressão "Ao(À)
Excelentíssimo(a) Senhor(a)", acrescida de nome, cargo e endereço.
• Para autoridades e particulares tratados por Vossa Senhoria, deve constar a expressão
"Ao(À) Senhor(a)", acrescida de nome, cargo (quando for o caso) e endereço.
Tipos de atos de comunicação

• Aviso
• Comunicado
• Fac-símile
• Memorando
• Memorando-circular
• Ofício

AVISO

Expediente utilizado pelas instituições para tornar público, externamente, assunto de seu
interesse, podendo ou não solicitar a participação dos interessados. Por ser
multidirecional (dirigido a entidades diversas, não identificadas previamente), geralmente
não traz destinatário, fecho ou expressões de cortesia.
Apresentação
Utiliza-se o padrão unificado, com o cabeçalho identificando a área emitente.
Competência
A expedição de avisos compete às unidades que compõem a Diretoria-Geral de
Administração, nos assuntos que lhes forem afetos.
Estrutura
• Denominação do ato - AVISO, centralizada, em letras maiúsculas e em negrito, podendo
ser complementada com outros dados em função do assunto a que se referir (ex.: AVISO
DE LICITAÇÃO, AVISO DE REVOGAÇÃO DE LICITAÇÃO, AVISO DE RESULTADO DE
JULGAMENTO DE LICITAÇÃO etc.).
• Texto com a exposição detalhada da matéria objeto da divulgação.
• Local e data por extenso, centralizados.
• Nome do emitente, centralizado, em letras maiúsculas e em negrito, e respectivo cargo.

AVISO DE LICITAÇÃO
TOMADA DE PREÇOS Nº ...... / ......
Objeto: aquisição de equipamentos e componentes de informática.
A COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO torna público aos licitantes e
demais interessados que estará recebendo os envelopes com as propostas
referentes ao objeto em epígrafe no dia ................... às ....... Informa, ainda,
que cópia do Edital encontra-se à disposição na Seção de Compras, no .....
andar do ............. do Tribunal de .....................................Rua .............................
Informações adicionais poderão ser obtidas por meio dos telefones
................, ..................... e pelo fax................... .
Belo Horizonte (MG), ....... de ......................... de ............
NOME DO TITULAR
Presidente da Comissão Especial de Licitação
TRIBUNAL DE ..................................................
DIRETORIA-GERAL DE ADMINISTRAÇÃO
DIVISÃO DE LICITAÇÃO, MATERIAL E PATRIMÔNIO

COMUNICADO

Instrumento utilizado pela instituição para divulgação interna, a seus servidores, de


eventos programados e outros assuntos de interesse, podendo ser afixado nos locais
próprios para essa finalidade ou divulgados pela rede interna de computadores.
Apresentação
Devido à diversidade dos assuntos tratados em comunicados, nos quais a criatividade
assume importante papel na qualidade da divulgação, não existe modelo específico que
possa contemplar todos os tipos. Ademais, há situações em que a apresentação de
"folder" ou cartaz do evento se torna mais apropriada. Para as situações em que os
comunicados se caracterizam pela regularidade da divulgação, utiliza-se o padrão
unificado, com identificação da área emitente.
Competência
A expedição de comunicados compete a Diretoria-Geral de Administração, nos assuntos
que lhes forem afetos.
Estrutura
Conforme já exposto, a correta exploração do aspecto visual confere maior potencial de
alcance ao assunto a ser transmitido. Portanto, sem o intuito de tolher a capacidade
criativa dos responsáveis pela elaboração do comunicado, recomenda-se que ele
preencha, no mínimo, os seguintes requisitos:
Trate de matéria de interesse da instituição.
Contenha carimbo da área competente, quando se tratar de cartaz ou "folder".
Indique data, hora e local do evento.
Informe números de telefone e fax, ou "e-mail", por meio dos quais poderão ser obtidas
informações adicionais sobre a matéria divulgada.
Identifique a área emitente.
Contenha a devida autorização da área competente, quando se tratar de divulgações de
interesse particular de servidores.

COMUNICADO
Nos termos da Portaria nº ......., de .... de .................. de ........., comunicamos
aos servidores do Tribunal que a entrega dos formulários referentes ao
.................... será efetuada na ..........................., localizada no térreo do
........................, nas datas e horários abaixo relacionados:
Belo Horizonte (MG), ...... de ............... de ................
DIVISÃO DE SERVIÇOS GERAIS
Data .................
das ..... às .....h
das ..... às .....h
das ..... às .....h
Horário .................
TRIBUNAL DE.....................................................
DIRETORIA-GERAL DE ADMINISTRAÇÃO
DIVISÃO DE SERVIÇOS GERAIS

FAX

O fax (forma reduzida de "fac-símile") é modalidade de comunicação utilizada


principalmente para transmissão de mensagens urgentes e para envio antecipado de
documentos que, por sua natureza, requerem imediato conhecimento. Sua utilização deve
ser direcionada para matérias de interesse da instituição, podendo, entretanto, abordar
assuntos de interesse particular de servidor, mediante autorização da chefia competente.
Apresentação
O formulário de encaminhamento de fax segue o modelo padronizado apresentado na
página seguinte.
Estrutura
Número seqüencial de controle de encaminhamento de fax, seguido do ano com dois
dígitos.
Data e quantidade total de páginas.
Nome do destinatário, número do fax e nome da empresa ou órgão correspondente.
Nome do emitente, número do fax e nome da unidade de lotação do remetente, e nome da
pessoa que efetivamente transmitiu o fax.
Número de telefone para comunicação de eventuais problemas relativos à recepção do
fax.
Texto com a mensagem.

TRIBUNAL DE ................................................
ENCAMINHAMENTO DE FAX
Nº ____/____ DATA __/__/____
Nº de páginas (inclusive esta):
DESTINATÁRIO:
EMPRESA/ÓRGÃO:
REMETENTE:
Nº FAX:
UNIDADE:
Ocorrendo problemas na recepção, favor comunicar pelo telefone
MENSAGEM
TRANSMITIDO POR:
N° FAX:

MEMORANDO

Definição
Documento destinado à exposição de assuntos referentes a situações administrativas em
geral, utilizado para formalizar a comunicação interna entre as unidades da instituição.
Apresentação
Utiliza-se o padrão unificado, com o cabeçalho identificando a área ou comissão emitente.
Competência
A expedição de memorando compete aos titulares das unidades dos Serviços Auxiliares e
às comissões legalmente constituídas.
Estrutura
Denominação do ato - Memorando, em negrito, com seu número correspondente e ano
com dois dígitos, seguida da sigla da unidade ou comissão emitente, com alinhamento à
esquerda.
Local e data por extenso, na linha seguinte à da denominação do ato, com alinhamento à
direita.
Expressão "Ao:" ou "À:", em negrito, seguida do cargo ocupado pelo destinatário, com
alinhamento à esquerda.
Expressão "Assunto:", em negrito, com resumo do teor da comunicação, com
alinhamento à esquerda.
Texto com a exposição do assunto, sendo que, à exceção do primeir parágrafo e do
fecho, todos os demais parágrafos devem ser numerados.
Fecho, com a expressão "Respeitosamente" ou "Atenciosamente", conforme o caso (ver -
Formas de fechos dos atos oficiais).
Nome do emitente, centralizado - ou com distribuição espacial simétrica, quando houver
vários nomes -, em letras maiúsculas e em negrito, e respectivo(s) cargo(s).

TRIBUNAL DE .............................................................
NÚCLEO DE ................................................................
Memorando nº ....../..... - NIPD
Curitiba
Belo (PR) (MG), ..... de ............... de ..........
Horizonte
Ao: Senhor Diretor-Geral de Administração
Assunto: Alteração de férias de servidor.
Por estrita necessidade de serviço, solicito de Vossa Senhoria a fineza de
viabilizar a alteração das férias do servidor ..................................................,
matrícula nº ..................., referentes ao exercício de ..........., preliminarmente
previstas para serem fruídas em 20 dias, a partir de ................., para 30
dias, devendo o primeiro período, de 20 dias, ser iniciado em .................,
ficando o segundo, de 10 dias, para ser marcado oportunamente.
Atenciosamente,
NOME DO TITULAR
Cargo

MEMORANDO
CIRCULAR

Documento destinado à exposição de assuntos referentes a situações administrativas em


geral, utilizado para formalizar a comunicação interna entre unidades das instituições
públicas. Difere do memorando por ser encaminhado a vários destinatários.
Apresentação
Utiliza-se o padrão unificado, com o cabeçalho identificando a área ou comissão
emitente.
Competência
A expedição de memorando-circular compete aos titulares das unidades dos Serviços
Auxiliares e às comissões legalmente constituídas.
Estrutura
Denominação do ato - Memorando-Circular, em negrito, com seu número correspondente
e ano com dois dígitos, seguida da sigla da unidade ou comissão emitente, com
alinhamento à esquerda.
Local e data por extenso, na linha seguinte à da denominação do ato, com alinhamento à
direita.
Expressão "Aos:" ou "Às:", em negrito, seguida dos cargos ocupados pelos
destinatários, com alinhamento à esquerda.
Expressão "Assunto:", em negrito, com o resumo do teor da comunicação, com
alinhamento à esquerda.
Texto com a exposição do assunto, sendo que, à exceção do primeiro parágrafo e do
fecho, todos os demais parágrafos devem ser numerados.
Fecho, com a expressão "Respeitosamente" ou "Atenciosamente", conforme o caso (ver -
Formas de fechos dos atos oficiais).
Nome do emitente, centralizado - ou com distribuição espacial simétrica, quando houver
vários nomes -, em letras maiúsculas e em negrito, e respectivo(s) cargo(s).

Memorando-Circular nº ...../..... - (DIPLAN)


Belo Horizonte
Curitiba (PR) (DMG), ..... de ............ de ..........
Aos: Titulares das ........................................... e ................................................
Assunto: Encaminhamento do Plano Geral de Ação - PGA para o exercício
de ...........
Para conhecimento e referência, estamos encaminhando, em anexo, cópia
do Plano Geral de Ação - PGA para o exercício de ............. e da Decisão nº
.............., de ..... de ................. de .........., que aprovou o referido documento.
2. Por oportuno, informamos encontrar-se o referido Plano disponível em
rede, no endereço ...................................
Atenciosamente,
NOME DO TITULAR
Cargo
TRIBUNAL DE .....................................................................
GABINETE DA PRESIDÊNCIA
DIVISÃO DE PLANEJAMENTO E MODERNIZAÇÃO ADMINISTRATIVA -
DIPLAN

OFÍCIO

Correspondência oficial destinada ao trato de assuntos de interesse da Instituição,


utilizada para formalizar a comunicação com dirigentes e demais autoridades de outras
instituições, sejam elas públicas ou privadas, e com particulares. Seu uso é adotado,
também, nas comunicações internas do(a) Diretoria, dos Presidentes, dos Conselheiros,
dos Auditores e dos Procuradores do MP e naquelas a eles dirigidas pelos titulares de
unidades das instituições e pelas comissões legalmente constituídas.
Apresentação
Para destinatários externos é utilizado o padrão unificado, com o cabeçalho padrão da
instituição. Nas comunicações internas, será utilizado o cabeçalho que identifica a área ou
comissãoemitente.
Estrutura
Denominação do ato - Ofício, em negrito, com seu número correspondente e ano com
dois dígitos, seguida da sigla da unidade ou comissão emitente, com alinhamento à
esquerda.
Local e data por extenso, na linha seguinte à da denominação do ato, com alinhamento à
direita.
Vocativo, seguido de vírgula.
Texto com a exposição do assunto, sendo que, à exceção do primeiro parágrafo e do
fecho, todos os demais parágrafos devem ser numerados.
Fecho, com a expressão "Respeitosamente" ou "Atenciosamente", conforme o caso (ver-
Formas de fechos dos atos oficiais).
Nome do emitente, centralizado - ou com distribuição espacial simétrica, quando houver
vários nomes -, em letras maiúsculas e em negrito, e respectivo(s) cargo(s).
Expressão de tratamento do destinatário, nome completo em letras maiúsculas, cargo
(quando for o caso) e endereço, com alinhamento na parte inferior esquerda da primeira
página do ofício.

TRIBUNAL DE ..............................................................
Ofício nº ............/...... - GP
Curitiba (PR) (MG), ..... de ............ de ............
Belo Horizonte
Excelentíssimo(a) Senhor(a) Presidente,
Tenho a honra de dirigir-me a Vossa Excelência para encaminhar, em
anexo, cópia do inteiro teor da Decisão nº .................., aprovada por este
Tribunal na Sessão Ordinária nº ..............., realizada em ................, quando
apreciou o Processo nº .....................
Atenciosamente,
NOME DO TITULAR
Cargo
Ao(À) Excelentíssimo(a) Senhor(a)
Deputado(a) ...............................................
Presidente da ..................................................
Nesta

OFÍCIO-
CIRCULAR

Correspondência oficial destinada ao trato de assuntos de interesse da instituição,


utilizada para formalizar a comunicação com dirigentes e demais autoridades de outras
instituições, sejam elas públicas ou privadas, e com particulares. Seu uso é adotado,
também, nas comunicações internas do(a) Presidente, dos Conselheiros, dos Auditores e
dos Procuradores do MP.
Como o próprio nome diz, o ofício-circular difere do ofício por ser encaminhado a vários
destinatários.
Apresentação
Para destinatários externos é utilizado o padrão unificado, com o cabeçalho padrão da
instituição. Nas comunicações internas, será utilizado o cabeçalho que identifica a área
emitente.
Competência
A expedição de Ofício-Circular compete ao(à) Diretor (a), Presidente, aos Conselheiros,
aos Auditores, aos Procuradores do MP e aos titulares das unidades de primeiro nível da
instituição.
Estrutura
Denominação do ato - Ofício-Circular, em negrito, com seu número correspondente e ano
com dois dígitos, seguida da sigla da área emitente, com alinhamento à esquerda.
Local e data por extenso, na linha seguinte à da denominação do ato, com alinhamento à
direita.
Vocativo, seguido de vírgula.
Texto com a exposição do assunto, sendo que, à exceção do primeiro parágrafo e do
fecho, todos os demais parágrafos devem ser numerados.
Fecho, com a expressão "Respeitosamente" ou "Atenciosamente", conforme o caso (ver -
Formas de fechos dos atos oficiais).
Nome do emitente, centralizado, em letras maiúsculas e em negrito, e respectivo cargo.
Expressão de tratamento do destinatário, nome completo em letras maiúsculas, cargo
(quando for o caso) e endereço, com alinhamento na parte inferior esquerda da primeira
página do Ofício-Circular.

TRIBUNAL DE..................................................................
MINISTÉRIO PÚBLICO
GABINETE DA PROCURADORA-GERAL MIROSLAW SETEMBRINO DA
SILVA
Ofício-Circular nº ...../..... - PG
Curitiba
Belo (PR) (MG), ..... de .......... de ......... .
Horizonte
Senhor(a) Diretor(a),
Tenho a honra de convidar Vossa Senhoria para assistir ao ............., a
realizar-se em ....... de ............... de ........... no(a) ..........................................,
sob a coordenação
do(a)...........................................................................................
Atenciosamente,
NOME DO TITULAR
Cargo
Ao(À) Senhor(a)
.........................................................
Diretor(a) do(a) ................../...............
Nesta
ATOS NORMATIVOS
São os atos expedidos por autoridade administrativa competente que estabelecem
normas ou regras, com vistas à correta aplicação da lei.
Sistemática de elaboração dos atos normativos
A elaboração dos atos normativos baseia-se em critérios adotados na boa técnica
legislativa, em que a exposição do assunto distribui-se em artigos, parágrafos, incisos,
alíneas e itens. Para os fins a que se destina este Manual, serão abordados alguns
critérios, considerados relevantes na feitura de tais atos.
Ementa
É uma síntese do assunto que estiver sendo tratado, expressando, de forma inequívoca, a
finalidade precípua do ato normativo. Deve ser iniciada por verbo na 3ª pessoa do singular
do presente do indicativo.
Para atos processuais, a ementa assume conotação diferente: apresenta resumo do
andamento do processo, geralmente expresso por breves períodos.
Fundamentação legal
São os dispositivos legais que amparam o signatário na expedição de determinados atos.
Os atos oficiais das instituições normalmente fazem remissões a dispositivos de seu
Regimento Interno, à Lei Complementar , à Lei Orgânica, e aos diversos normativos
internos vigentes. Dependendo do tipo de ato e da matéria nele tratada, deve-se
mencionar o dispositivo mais apropriado:
.... no uso da atribuição que lhe confere o art.
.... do Regimento Interno.
Motivações em forma de "Considerando"
Após a fundamentação legal e antecedendo o texto do ato normativo, é usual a inclusão
de considerações legais ou administrativas que orientam ou fundamentam a expedição do
ato. Tais considerações são dispostas em parágrafos distintos, separados por ponto e
vírgula, e iniciadas com a expressão "Considerando... "
Articulação do texto
No texto dos atos normativos, é usual o desdobramento do assunto a ser disciplinado em
partes distintas, que devem ser adequadamente articuladas de forma a preservar a
unidade e o bom entendimento do texto. Para tanto são utilizados, no que couber, os
elementos caracterizados a seguir.
Artigo - É a unidade básica de articulação, à qual subordinam-se os parágrafos, incisos,
alíneas e itens. Cada artigo deve conter um único assunto, fixando em seu "caput" a
norma geral e deixando as restrições, exceções ou complementações para os parágrafos
ou incisos em que for desdobrado. É indicado pela abreviatura "Art. ", seguido da
numeração ordinal até o nono artigo e cardinal depois deste: Art. 1º, ....,
Art. 9º, Art. 10., ... Observe-se que deve haver um espaço em branco, sem traços ou outros
sinais, entre a abreviatura e o número e entre este e o início do texto. O texto do artigo
deve ser iniciado com letra maiúscula e terminado com ponto, salvo se o artigo for
desdobrado em incisos, quando terminará com dois pontos. Nas remissões a dispositivos
legais, utiliza-se a abreviatura "art." ou "arts." (se a referência for a mais de um artigo)
seguida do(s) respectivo(s) número(s); quando não for explicitado o número, na remissão
a palavra artigo será grafada por extenso: ...conforme disposto nos arts. 5º, 7º, IV e 9º da
Lei ...; ... conforme disposto no artigo anterior.
Parágrafo - Constitui o desdobramento imediato de artigo. Serve para explicar ou
complementar a disposição principal. É indicado pela abreviatura "§" e segue as mesmas
regras de numeração aplicáveis ao artigo. Quando houver apenas um parágrafo, este será
denominado de "Parágrafo único." (em itálico, com a inicial maiúscula e seguido de
ponto) e não "§ único". O texto do parágrafo, a exemplo do texto do artigo, deve ser
iniciado com letra maiúscula e terminado com ponto, salvo se o parágrafo for desdobrado
em incisos, quando terminará com dois pontos.
Quanto às remissões, adota-se a mesma regra utilizada para o artigo, com a ressalva de
que será utilizado o sinal "§" ou "§§" (quando se referir a mais de um parágrafo), como
nestes exemplos:
... consoante dispõe o § 2º do art. 11;
... já estabelecido nos §§ 5º e 6º do art. 3º;
... conforme disposto no art. 11, § 2º;
... de acordo com o parágrafo único do art. 5º.
Inciso - É utilizado como elemento de desdobramento de artigo - desde que o assunto
abordado não possa constar do "caput" do artigo ou não se mostre adequado para
constituir parágrafo - e também como subdivisão de parágrafo, sendo comumente
destinado a enumerações.
Os incisos são indicados por algarismos romanos, seguidos de traço, não havendo inciso
único: I - , II - , ... Observe-se que deve haver um espaço em branco entre o algarismo e o
traço e entre este e o início do texto.
O texto do inciso deve ser iniciado com letra minúscula (a menos que se justifique o uso
de maiúscula na palavra inicial) e terminado com ponto e vírgula, com exceção do último
inciso, que terminará com ponto, e do que contiver desdobramento em alíneas, que
terminará com dois pontos. Nas remissões, a palavra inciso será grafada por extenso
quando mencionada na forma direta, como nestes exemplos:
... de acordo com o inciso V do art. 5º
... de acordo com o inciso anterior; e será suprimida quando na forma indireta:
... de acordo com o art. 5º, V.
Alínea - É o elemento complementar do sentido oracional do inciso. As alíneas são
indicadas por letras minúsculas, seguidas de parêntese, não havendo alínea única: a) ,
b) , ... Observe-se que deve haver um espaço em branco entre o parêntese e o início do
texto. O texto da alínea, a exemplo do texto do inciso, deve ser iniciado com letra
minúscula (a menos que se justifique o uso de maiúscula na palavra inicial) e terminado
com ponto e vírgula, com exceção da alínea que contiver desdobramento em itens, que
terminará com dois pontos, e da última alínea de uma série, que terminará por ponto, se
depois dela não houver novo inciso. Quanto às remissões, adota-se a mesma regra
utilizada para o inciso, com a ressalva de que a letra da alínea será grafada em itálico,
como nestes exemplos:
... o disposto nas alíneas a e c do inciso IV... ;
... o disposto no inciso IV, a e c...;
... o disposto nas alíneas anteriores ...
Item - Constitui a subdivisão da alínea, quando esta, para maior clareza, exigir
desdobramento. Os itens são indicados por números arábicos, seguidos de ponto, não
havendo item único: 1. , 2. , ... Observe-se que deve haver um espaço em branco entre o
ponto e o início do texto. O texto do item, a exemplo do texto da alínea, deve ser iniciado
com letra minúscula (a menos que se justifique o uso de maiúscula na palavra inicial) e
terminado com ponto e vírgula, com exceção do último item de uma série, que terminará
com ponto, se depois dele não houver nova alínea. Nas remissões a itens adota-se a
mesma regra utilizada para a alínea, com o número do item grafado em itálico, como
nestes exemplos:
... de acordo com o item 1 da alínea a... ;
... de acordo com a alínea a, 1... ;
... o disposto no item anterior ...
Cláusula de vigência
A vigência do ato normativo deve ser indicada de forma expressa, sendo regra geral a
entrada da norma em vigor na data da publicação.
Usualmente, a vigência é explicitada no penúltimo artigo do texto, antecedendo a
cláusula de revogação:
Art. 8º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Cláusula de revogação
A cláusula de revogação, quando necessária, ocorre no último artigo do texto, devendo,
sempre que possível, conter expressamente todas as disposições revogadas a partir da
vigência do novo ato:
Art. 9º Revogam-se a Resoluções nos ....., de ...... de ................... de ............, e ....., de ......
de ................... de .............

ORDEM DE
SERVIÇO

Expediente de caráter interno, mediante o qual o titular de unidade dos Serviços


Auxiliares da instituição regula procedimentos específicos para a execução de serviços,
fixa comandos de ação ou estabelece normas para cumprimento de determinado serviço.
Apresentação
Utiliza-se o padrão unificado, com o cabeçalho identificando a área ou comissão
emitente.
Estrutura
Título do documento, centralizado, em letras maiúsculas e em negrito, formado pela
expressão ORDEM DE SERVIÇO-ICE, quando proveniente de Inspetoria, ORDEM DE
SERVIÇO-DGA, se expedido pela Diretoria-Geral de Administração, ou ORDEM DE
SERVIÇO-(sigla que identifica a comissão) quando expedido por comissão legalmente
constituída, seguido do número seqüencial e da data correspondente por extenso.
Ementa, fundamentação legal - iniciando com a expressão O(A)
INSPETOR(A) DA .................................. INSPETORIA DE CONTROLE
EXTERNO, ou O(A) DIRETOR(A)-GERAL DE ADMINISTRAÇÃO, ou a COMISSÃO .............,
conforme o caso -, motivações em forma de "Considerando" (quando for o caso) e a
expressão "resolve:".
Texto com a exposição do assunto da ordem de serviço, seguido da cláusula de vigência
e, se for o caso, da cláusula de revogação.
Nome do emitente, centralizado - ou com distribuição espacial simétrica, quando houver
vários nomes -, em letras maiúsculas e em negrito, incluindo-se, no caso de comissões,
os cargos dos membros respectivos.
TRIBUNAL DE ..............................................................
DIRETORIA-GERAL DE ADMINISTRAÇÃO
GABINETE DO DIRETOR
ORDEM DE SERVIÇO-DGA Nº ...., DE ...... DE ............... DE ............
Revoga as Ordens de Serviço-DGA nos ..........,........... e .............
O(A) DIRETOR(A)-GERAL DE ADMINISTRAÇÃO, no uso das atribuições que lhe
conferem os incisos ..... e .......... do art........ do Regulamento dos Serviços
Auxiliares do................, aprovado pela Resolução nº ......, de ........ de ...................
de ..................., resolve:
Art. 1º Ficam revogadas as seguintes Ordens de Serviço:
I - nº ....., de ...... de ............. de ............, publicada no Boletim Interno do Tribunal,
de ...... de .............. de .........., que regulamenta a requisição de veículos de
serviço pela Diretoria-Geral de Administração - DGA;
II - nº ......, de ....... de ............. de ............., publicada no Boletim Interno de ..... de
.......... de ........., que regulamenta a permanência de servidores nas dependências
da DGA em dias e em horários em que não há expediente e dá outras
providências;
III - nº ......, de ...... de ................ de ..........., publicada no Boletim Interno de ...... de
........... de ............., que determina a observância rigorosa dos prazos
estabelecidos na Resolução nº ......, de ...... de ............... de ........, a qual
regulamenta a concessão e o processamento das licenças para tratamento de
saúde.
Art. 2º Esta Ordem de Serviço entra em vigor na data de sua publicação.
NOME DO TITULAR

PORTARIA

Ato administrativo interno que tem por finalidade estabelecer procedimentos relativos a
pessoal ou à organização e funcionamento de serviços e, ainda, orientar quanto à
aplicação de textos legais e disciplinar matéria ainda não regulamentada.
Apresentação
Para as portarias de iniciativa do(a) Diretor (a), Presidente é utilizado o padrão unificado,
com o cabeçalho padrão da instituição. No caso das expedidas pelo titular da Diretoria-
Geral de Administração, usa-se o padrão unificado com o cabeçalho que identifica a
Diretoria-Geral de Administração.
Competência
A expedição de portarias compete ao(à) Diretor, Presidente e, em decorrência da
delegação de atribuições, ao titular da Diretoria- Geral de Administração.
Estrutura
Título do documento, centralizado, em letras maiúsculas e em negrito, formado pela
expressão PORTARIA, ou PORTARIA-DGA, no caso de ser proveniente da Diretoria-Geral
de Administração, seguido do número seqüencial e da data correspondente por extenso.
Ementa, fundamentação legal - iniciando com a expressão O(A)
PRESIDENTE DO ..............................................
ou O(A) DIRETOR(A)-GERAL DE ADMINISTRAÇÃO, conforme o caso -, motivações em
forma de "Considerando" (quando for o caso) e a expressão "resolve:".
Texto da portaria, seguido da cláusula de vigência e, se for o caso, da cláusula de
revogação.
Nome do(a) Presidente do Tribunal, ou do(a) Diretor(a)-Geral, conforme o caso,
centralizado, em letras maiúsculas e em negrito.

TRIBUNAL DE ........................................................................
PORTARIA Nº ......... , DE .......... DE ............................. DE ............. .
Regulamenta a aquisição, a substituição e a renovação de assinaturas de jornais
e dá outras providências.
O(A) PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE ......................................., no uso da
atribuição que lhe confere o art. ........., .........., do Regimento Interno e tendo em
vista o que consta do Processo nº .............., resolve:
Art. 1º Compete à Diretoria-Geral de Administração, nos termos do art. ..... da
Resolução nº ......., de ..... de ............. de ........, a aquisição, a substituição e a
renovação de assinaturas de jornais.
Parágrafo único. Os pedidos de substituição ou cancelamento de assinaturas de
jornais devem ser encaminhados ao Departamento .................. com, pelo menos,
30 (trinta) dias de antecedência do vencimento.
..................................................................................................... .......................................
............. ....
Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 4º Revoga-se a Portaria nº ......., de ..... de .......... de ..........
NOME DO(A) PRESIDENTE

DESPACHO

Instrumento pelo qual a autoridade competente recomenda ou determina, em processo


ou outro tipo de documentação ou correspondência submetidos a sua apreciação, a
adoção de providências acerca do assunto sob exame.
Apresentação
Os despachos utilizam o padrão unificado, com o cabeçalho identificando a área
emitente. No caso do despacho interlocutório, adota-se também a forma manuscrita, no
própriocorpo do processo, evitando-se, sempre que possível, sua aposição no verso das
folhas, de forma a facilitar a reprodução de cópias dos autos.
Competência
A expedição de despacho compete ao(à) Diretor, Presidente, aos Conselheiros, aos
Auditores, aos Procuradores do MP, aos titulares das unidades dos Serviços Auxiliares
da instituição e aos demais servidores a quem for delegada competência - neste último
caso, o despacho inicia-se com a expressão "De ordem". No caso de despacho singular,
expedição cabe ao(à) Presidente, a Conselheiro-Relator e a Auditor-Relator.
Estrutura
Para despachos decisórios administrativos:
Título do expediente, centralizado, em letras maiúsculas e em negrito,
formado pela expressão DESPACHO DO(A) (cargo do emitente).
Data, por extenso e centralizada, na linha abaixo do título.
Expressão "Processo nº :", em negrito, alinhada à esquerda, seguida
de sua identificação, composta do número e do ano com dois dígitos.
Expressão "Assunto:", em negrito, com o resumo do teor do despacho, com alinhamento
à esquerda.
Texto decidindo a respeito do assunto objeto do despacho.
Nome do emitente, centralizado, em letras maiúsculas e em negrito.
Para despachos singulares:
Expressão "Processo nº :", em negrito, alinhada à esquerda, seguida de sua
identificação, composta do número e do ano com dois dígitos.
Expressão "Apenso(s):", em negrito, alinhada à esquerda, seguida do(s) número(s) do(s)
apenso(s) aos autos, quando for o caso.
Expressão "Órgão de Origem:", em negrito, alinhada à esquerda, seguida da procedência
dos autos.
Expressão "Assunto:", em negrito, com o resumo do teor do despacho, com alinhamento
à esquerda.
Expressão "Ementa:", em negrito, alinhada à esquerda, seguida do resumo do
andamento dos autos.
Denominação do ato - DESPACHO SINGULAR, em negrito, com seu número
correspondente e ano (com dois dígitos), seguida da sigla da área emitente, com
alinhamento centralizado.
Texto decidindo a respeito do assunto objeto do despacho.
Data, por extenso e centralizada.
Nome do emitente, centralizado, em letras maiúsculas e em negrito.
Para despachos interlocutórios:
Expressão introdutória - "De acordo." (quando for o caso), ou "De ordem." (quando há
delegação de competência) e expressão de encaminhamento, seguida de recomendações
ou determinações pertinentes.
Data por extenso, centralizada, após a expressão de encaminhamento.
Nome do emitente, centralizado, em letras maiúsculas e em negrito, e respectivo cargo.
DESPACHO DO(A) PRESIDENTE
...... de ............. de ......... Processo nº ....................
Assunto : Autorização para emissão de nota de empenho destinada à aquisição
de .............. relativa ao mês de ............./.......
Nos termos do art. .... da Lei nº ........., de ...... de ............ de ........., ratifico a
inexigibilidade de licitação para a aquisição de ................., no mês de
............../........, e autorizo a emissão de notas de empenho, na modalidade
ordinária, nos valores de R$ ................ ( valor por extenso), R$ ................... (valor
por extenso) e R$ ................. (valor por extenso), respectivamente em favor do
........................., da ....................... e
da ................................
Encaminhem-se os autos à Diretoria-Geral de Administração, para publicação e
demais providências.
(Obs.: Este último parágrafo é um despacho interlocutório. Sua finalidade é
interna, portanto não necessita constar da publicação externa.)
NOME DO(A) PRESIDENTE
TRIBUNAL ..................................................

TRIBUNAL ..................................................
GABINETE DO(A) .....................................
Fls.: 00
Proc.: 0000/00
__________
Rubrica
PROCESSO Nº :
APENSO(S) :
ÓRGÃO DE ORIGEM :
ASSUNTO :
EMENTA:
DESPACHO SINGULAR Nº ....../...... - (área emitente)
Nos termos do ( incluir o enquadramento legal das medidas), e de acordo com a
manifestação da instrução, conforme Informação/ Relatório nº , fls. , e o
posicionamento do Parquet, fls. , sobre o (resultado da auditoria, exame da
licitação, pedido de prorrogação de prazo formulado pela jurisdicionada etc.),
DETERMINO/SOLICITO/
CONCEDO/RECOMENDO etc.:
I - ..............................;
II - ..............................;
III - ............................. .
Curitiba (PR)
Belo Horizonte (MG), ....... de ............... de ...........
Presidente / Conselheiro(a)-Relator(a) / Auditor-Relator
ALGUNS USOS DE LETRAS MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS
Emprego de inicial maiúscula e minúscula em textos legais que fazem referência a leis,
decretos, portarias etc.
a) utiliza-se a inicial maiúscula quando o nome dos atos estiver acompanhado do
respectivo número:
A Lei nº 312, de 24.05.95, dispõe...
O Decreto nº 312, de 05.04.93, regulamenta...
A Portaria nº 234, de 25.07.97, teve várias alterações...
A Sessão Ordinária nº ...
O Parecer nº ....
A Informação nº ...;

Obs.: Não há consenso entre os gramáticos quanto ao uso de inicial maiúscula quando
determinado ato, após sua primeira citação no texto - no caso, acompanhado do
respectivo número - é referenciado em outras partes do texto, sem estar acompanhado do
número.
O uso de inicial maiúscula em tais casos, desde que fique subentendido que os referidos
atos estejam individualizados:
Art. 5° Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Conforme o disposto no
art. 3° da citada Lei Complementar, ...

b) a remissão a artigos, parágrafos e incisos escreve-se com letra minúscula:


Refiro-me ao parágrafo único do art. 11 da Portaria nº...
De acordo com o inciso I do art. 57 da Lei nº... ;
c) ganha a inicial maiúscula o nome de leis ou normas políticas e econômicas
consagradas pela importância de que se revestem:
Lei de Diretrizes e Bases da Educação,
Lei Áurea,
Lei Afonso Arinos,
Lei Antitruste,
Código Civil,
Lei de Responsabilidade Fiscal.

Nome de moeda escreve-se com letra minúscula:


real, dólar, franco, peso, marco, libra.
O real está de cara e coroa novas.
Atenção: quando se fala do Plano Real, está-se falando de nome próprio; nesse caso, usa-
se inicial maiúscula:
O (Plano) Real estabilizou a economia.
Nomes que designam cargos ou postos escrevem-se com inicial maiúscula:
A Presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais concedeu a palavra ao Relator.
O Diretor-Geral autorizou a publicação do normativo.
Nomes de profissões são escritos com inicial minúscula:
advogado, contador, engenheiro, jornalista, médico, professor.
Obs.: Quando individuados, emprega-se a inicial maiúscula:
o Advogado Rui Barbosa,
o Poeta Camões etc.
Após o parêntese, inicia-se com maiúscula somente quando o texto constitui oração à
parte, completa, caso em que vem precedido de ponto. A oração que está entre
parênteses tem o ponto dentro, antes de fechar o parêntese, e não fora:
Na portaria da fábrica o ambiente era de absoluta calma.
(A indústria não trabalha aos sábados.)

Grafia de Datas e Números


Datas:
Nos atos oficiais, as datas devem ser grafadas por extenso, quando se referirem a leis ou
normativos em geral, citados pela primeira vez no texto:
Segundo a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993...
Observe-se que, ao escrever datas por extenso, não se coloca o zero antes do número
indicativo do dia do mês:
Lei nº ..., de 2 de julho de 1999
(e não: Lei nº ..., de 02 de julho de 1999).
Nas citações (de leis e outros normativos) subseqüentes à primeira, usa-se a forma
reduzida para as datas:
Lei nº 8.666/93, ou Lei nº 8.666, de 21.06.93.
Adota-se o ponto como elemento separador para as datas expressas na forma reduzida, e
o uso de dois dígitos para representação do dia, mês e ano:
Referiu-se ao memorando de 12.10.99.
Elaborou o estudo consoante o disposto na Decisão nº ... de 06.03.99.
Neste último exemplo, relativo aos casos em que o mês do ano (ou o dia do mês) é
representado por um só algarismo, coloca-se o número zero antes daquele algarismo.
O nome do mês escreve-se com letra minúscula:
13 de agosto, 4 de outubro. Só se escreve com maiúscula quando vira substantivo
próprio.
Aí, nomeia datas comemorativas: o 7 de Setembro, o 15 de Novembro.
O primeiro dia do mês escreve-se em ordinal:
1º de janeiro, 1º de outubro (e não: 1 de janeiro ou 1 de outubro).
Escreve-se o ano sem ponto no numeral:
Ano 2000 (e não: Ano 2.000).
Portaria nº ..., de 2 de julho de 1999 (e não: ... de 1.999).
Números que identificam leis, processos, decisões e normativos em geral:
Devem ser grafados separando-se o milhar por um ponto:
Lei nº 8.666/93 (e não: Lei nº 8666/93).
Processo nº 1.530/96 (e não: Processo nº 1530/96).
Portaria nº 1.119/99 (e não: Portaria nº 1119/99).
Obs.: Os atos oficiais do Tribunal são identificados por meio de seqüências numéricas
distintas, relativas ao ano de sua aprovação, salvo nos casos de Emendas Regimentais,
Resoluções e Atas, em que a numeração não é reiniciada a cada ano.
Números cardinais compostos:
A escrita do cardinal, conforme sua composição, faz-se da seguinte maneira:
a) dois algarismos, põe-se a conjunção e entre os algarismos:
86 => oitenta e seis;
b) três algarismos, põe-se a conjunção e entre cada um dos três:
654 => seiscentos e cinqüenta e quatro;
c) quatro algarismos, omite-se a conjunção e entre o primeiro algarismo e os restantes:
4.455 => quatro mil, quatrocentos e cinqüenta e cinco. Se o primeiro algarismo da
centena final for zero, aparecerá então o e:
3.048 => três mil e quarenta e oito.
Aparecerá ainda o e quando os dois últimos ou os dois primeiros da centena forem
representados por zeros:
1.400 => mil e quatrocentos;
1.001 => mil e um;
R$ 4.005,28 => quatro mil e cinco reais e vinte e oito centavos;
d) de vários grupos de três algarismos, omite-se o e entre cada um dos grupos:
3.444.225.528.367 => três trilhões, quatrocentos e quarenta e quatro bilhões, duzentos e
vinte e cinco milhões, quinhentos e vinte e oito mil, trezentos e sessenta e sete.
Emprego dos números ordinais pelos cardinais:
Em alguns casos o numeral ordinal é substituído pelo cardinal correspondente:
a) na numeração de artigos de leis, decretos e portarias, usa-se o ordinal até nove, e o
cardinal, de dez em diante:
Art. 1º (primeiro).
Art. 9º (nono).
Art. 10 (dez).
Art. 91 (noventa e um);
b) nas referências aos dias do mês, usam-se os cardinais, salvo na designação do
primeiro dia, em que é de regra usar o ordinal:
Viajaremos no dia quinze de agosto.
Regressaremos no dia primeiro de setembro;
c) também na indicação dos anos e das horas, empregam-se os cardinais:
Eram seis horas da tarde de vinte e quatro de dezembro de mil novecentos e sessenta e
oito;
d) na numeração de páginas e de folhas, bem como na de casas, apartamentos, quartos
de hotel, cabines de navio, poltronas de casas de diversões e equivalentes usam-se os
cardinais:
Página 5 (cinco).
Folha 33 (trinta e três).
Cabine 2 (dois).
Casa 1 (um).
Apartamento 203 (duzentos e três).
Quarto 25 (vinte e cinco).
Se o numeral vier anteposto, usa-se o ordinal:
Quinta página.
Trigésima terceira folha.
Segunda cabine.
Primeira casa.
Obs.: Na linguagem forense, diz-se:
De folhas vinte e duas a folhas trinta e uma.
Conforme estudo acostado às fls. 22/31.

Números Fracionários:
Para a escrita dos fracionários observe-se:
a) escrever-se-á, no plural:
meios,
terços,
quartos,
quintos,
sextos,
sétimos,
oitavos,
nonos;
b) quando se tratar de 10 ou potência de 10, o plural será:
décimos,
centésimos,
milésimos,
décimos milésimos,
centésimos milésimos,
milionésimos;
c) juntar-se-á a palavra avos em qualquer outro caso:
seis quatrocentos avos (6/400),
um dois mil avos (1/2000),
dois três mil e cinco avos (2/3005).
Números no início de período:
Na escrita ordinária não se deve começar período com algarismos. O numeral deve vir
por extenso:
Vinte e cinco dias passaram-se...
(e não: 25 dias passaram-se...).
Números ordinais:
O ordinal de 1000 é milésimo,
o ordinal de 2000 é segundo milésimo,
o de 3000, terceiro milésimo, e assim por diante.
Igualmente, o de milhão é milionésimo, o de 2 milhões é segundo milionésimo:
Falo pela milésima vez e falarei pela segunda milésima se for preciso.
No terceiro milésimo tricentésimo trigésimo terceiro dia (3333º dia).
Porcentagem:
Tanto faz usar percentagem ou porcentagem, mas o adjetivo só tem uma forma:
percentual.
Na escrita, a percentagem pode ser expressa em algarismos seguida do símbolo % (3%,
10%) ou na fórmula mista (3 por cento, 10 por cento).
Obs.: Diante de dois ou mais valores da porcentagem, deve-se usar o % em todos eles:
O aumento oscilará entre 5% e 7%.
O imposto deve subir de 25% para 27,5%.

Uso das Siglas


Sigla é a abreviatura formada com as letras iniciais das palavras de um nome ou de um
título:
Organização das Nações Unidas - ONU,
Partido da Frente Liberal - PFL,
Partido dos Trabalhadores - PT,
Tribunalde Contas do Distrito Federal - TCDF.
Por serem práticas e cômodas, as siglas vão-se multiplicando cada vez mais e até
passam a funcionar como substantivos:
o CEP, a Funai, o Senai, a TV.
E, uma vez criada e vulgarizada, a sigla passa a ser sentida como uma palavra primitiva,
capaz, portanto, de formar derivados:
petista,
pefelista,
peemedebista.
Na primeira citação de nome ou título que tenha sigla, é recomendável escrevê-lo por
extenso, seguido da sigla, separada do nome por um traço (hífen), e não entre
parênteses:
Partido dos Trabalhadores - PT,
e não:
Partido dos Trabalhadores (PT).
Tribunal de Contas do Distrito Federal - TCDF,
e não:
Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF).
Da segunda citação em diante, basta escrever a sigla.
A tendência atual é grafar todas as letras da sigla maiúsculas em duas situações:
1) se a sigla tiver até três letras: CEF, MEC, ONU, TCU;
2) se todas as letras forem pronunciadas: BNDES, INSS, TCDF.
Se a sigla tiver mais de três letras e for pronunciada como palavra, tem só a letra inicial
grafada maiúscula: Detran, Embrapa, Opep, Otan, Varig.
Eliminam-se, atualmente, os pontos abreviativos nas siglas.
Quanto ao plural das siglas, não há regras específicas sobre o assunto.
Alguns gramáticos recomendam acrescentar um esse minúsculo no fim da sigla:
polícias militares (PMs),
medidas provisórias (MPs),
departamentos de trânsito (Detrans),
inspetorias de controle externo (ICEs).
Obs.: Não é recomendável usar o apóstrofo (') para identificar o plural de expressões ou
siglas:
UFIR's, URV's.
Usa-se o apóstrofo para suprimir letra ou letras (copod'água, estrela-d'alva) e não para
indicar plural.

A CARTA COMERCIAL
A carta comercial não é só Instrumento de comunição de que se valem as empresas ou
pessoas no relacionamento comercial , é também a imagem de quem ela representa . Por
isso, não basta que transmita um conteúdo, mas que o faça de maneira que impressione
bem. Para tanto é necessário haver boa apresentação que cause, ao primeiro contato,
uma impressão de ordem , organização e competência.

A clareza é uma qualidade imprescindível em qualquer comunicação, principalmente na


escrita, pois não há possibilidade de esclarecer as dúvidas de imediato , como na
comunicação oral. Além da perda de tempo, pode haver, em conseqüência, sérios
prejuízos financeiros decorrentes de interpretação errônea motivada pela obscuridade
do texto . O mínimo que se pode exigir de uma carta é que ela seja inteligível. Para se
atingir este objetivo , deve-se usar um vocabulário simples , atual, com os termos bem
estruturados na frase.

A simplicidade não deve tender ao genérico . Aquilatamos o conhecimento de


alguém a respeito de um assunto pela capacidade de empregar vocabulário específico
que proporciona maior precisão.
Nas empresas, tempo é dinheiro; tempo de quem redige e de quem lê. A carta tem de ser ,
portanto, bastante concisa, isto é deve ter a informação completa com o menor número
de palavras, sem se alongar em introduções ou encerramentos já em desuso há muito
tempo.

Como é um relacionamento meramente comercial, o texto tem que ser impessoal, mas
impessoalidade com cortesia - é um documento que não pode comprometer o conceito de
que goza a firma.

A correção gramatical é importante: caracteriza a classe , o nível do emissor. A empresa


não deve ser representada pela Ignorância do redator, que elabora o texto , e do chefe que
assina concordando com os erros numa demonstração de incompetência.

É preciso tomar cuidado com o emprego dos pronomes de tratamento que há de ser
uniforme, sem misturar a terceira pessoa gramatical com a segunda.

O cabeçalho ou timbre da firma deve conter todos os dados importantes para sua
identificação.

A pauta entre as linhas deve ser de 1 ½ ou de 2 espaços.

A margem esquerda será de 15 espaços e a direita de 7 . É claro que depende do tamanho


do papel e da extensão do texto, mas sempre a margem esquerda é maior que a direita ,
para facilitar o arquivamento.

Atualmente não há muita preocupação com o alinhamento da margem direita.

Quando no timbre houver indicação de uma só cidade , não é preciso indicar a


localidade precedendo a data . costuma-se, entretanto , citar por tradição da linguagem
comercial. A indicação do dia terá , por segurança, dois dígitos; assim : 01...09.

O índice da seção emitente, número da carta, iniciais do redator ( em 1º lugar ) e da


datilógrafa (em 2 lugar ) têm sua localização determinada pela normas da empresa
remetente. Podem estar no canto superior junto à margem esquerda como no canto
inferior junto à mesma margem após o término da carta ou em outro lugar que julgar
conveniente. As iniciais da datilógrafa são também com maiúsculas, pois é sigla de nome
próprio.

Se enviar a carta aos cuidados (A/C) de algum funcionário, não significa que deva ter o
tratamento no singular. Continua sendo V.Sas., pois a indicação a uma pessoa é só para
facilitar o atendimento.

Nunca use Att., em português é At. para " atenção de". Redija a indicação de A/C ou At.
abaixo do endereçamento na carta e não escreva no envelope, pois há o risco de ser
considerada de caráter pessoal

A referência facilita a distribuição da correspondência em uma firma grande. Se carta é


para uma pessoa física, não há necessidade de referência. Muitas vezes a referência
indica os dados identificadores da correspondência e o conteúdo da carta é apresentado
em "Assunto". Faz-se, então, indicação de n/ref. e de s/ref. (se houver).

A invocação " Prezados senhores " tem o vocábulo "senhores"grafado com s


minúsculo..Alguns preferem simplesmente: "Senhores",sem a cortesia do "Prezados".
Atualmente está muito divulgado o sistema "bloco", de origem norte-americana: a
mudança de parágrafo é feita através de pauta maior e não se deixa distância da margem,
isto é , sem "branco parágrafo". É um sistema que contraria a tradição da língua
portuguesa e das demais línguas neolatinas.

No Brasil, a ABNT( Associação Brasileira de Normas Técnicas) determina na NB-


311/1978: 4.6.1. O início de cada parágrafo do texto deve ficar no mínimo a nove espaços
de máquina de escrever a partir da margem esquerda".

Qualquer indicação de elementos anexos deve ser registrada ao pé da folha , no final da


carta, sem especificar, só com indicação do número de anexos.

As importâncias em dinheiro são também desenvolvidas por extenso, entre parênteses,


com minúsculas

A assinatura terá abaixo a indicação de quem assina e que função exerce. Não há
necessidade de colocar o nome da firma,pois ela já está no timbre. Se o timbre for com o
nome ou logotipo de um grupo de empresas coligadas, esclarece-se o nome da empresa
junto à assinatura. Evite-se usar o carimbo para identificação de quem assina. Prefira
colocar a assinatura, do lado direito para dar mais destaque. Se houver duas assinaturas,
o responsável assina à direita e o co-responsável à esquerda. Se forem mais de duas, as
assinaturas serão em coluna.

Quando houver mais de uma folha , siga o que determina a ABNT na NB-311/1978:

"5.1 Quando o ofício ou carta ocupar mais de uma folha, usar:

a) para indicar continuação o sinal .../ a 30 mm do fim da página e a quatro espaços


( de máquina de escrever ) da margem direita;

b) para numerar as folhas subseqüentes, indicar o número de página entre hífens a


dois espaços ( de máquina de escrever) a partir do alto da página e afastados, no mínimo
da margem direita;

c) iniciar a continuação do texto a partir de, no mínimo, cinco espaços ( de máquina


de escrever ) no alto da página."

Afirmam alguns que a carta "moderna"é aquela que é redigida no sistema bloco e tem
todos os elementos, da data até a assinatura, iniciados junto à margem esquerda. Na
verdade confundem as coisas. Há um sistema que é brasileiro ( não só brasileiro, mas
usado em muitos países europeus e latino americanos ) e que deveria ser utilizado pelas
firmas sediadas no Brasil para a correspondência em língua portuguesa. A linguagem
comercial moderna caracteriza-se pelas suas qualidades de clareza, correção ,
simplicidade e concisão. Evitem-se, isto sim, os chavões como:"Vimos por meio desta ...",
"Sem mais para o momento...", "mui", o espanholismo, "atentamente" no fecho, em vez de
"atenciosamente". Não sublinhe desnecessariamente. Faça a divisão silábica correta em
final de linha.

Quanto mais breve, clara, correta e simples, é a carta, tanto mais moderna ela é.

MODELO

JH 020/95

Campinas, 5 de outubro de 1995.


Guarizzo Ltda.

Amparo-SP

At.: Sr.Adriano Reis

Ref.: Compra de mαquina para pneus.

Senhores:

Gostarνamos de parabenizα-los pela compra da mαquina fabricada por nossa empresa


pois auxiliarα em potencial sua produηγo de pneus.

Atenciosamente.

Josι Marcondes

Diretor Comercial

PROCURAÇÃO
É um documento pelo qual alguém dá legalmente a outra pessoa poderes para tratar de
negócios ou de agir em seu nome . É o instrumento do mandato.

Pode ser por instrumento particular (redigida de próprio punho pelo mandante, com
reconhecimento da firma e da letra ou datilografado, com reconhecimento da firma) por
instrumento público ( lavrada por tabelião em livro de notas e da qual se fornece
translado). a procuração é passada pelo mandante, constituinte ou outorgante para o
mandatário procurador outorgado. Quando este transfere o mandato, diz-se que
substabelece a outrem,isto é ,ao substabelecido. O substabelecido pode ser com ou sem
reserva de direitos, parcial ou total. Com reserva, o procurador continua com iguais
poderes.

Lavra-se a procuração em papel ofício .Inicia-se a identificação do outorgante e depois


do outorgado. Em seguida , vem a especificação dos poderes .A localidade, a data e
assinatura estarão abaixo do texto.

EXEMPLO:

PROCURAÇÃO

Pelo presente instrumento particular de procuração, JOSÉ SILVA SANTOS, com Cédula de
Identidade R.G. 999 666 (SSP-SP), brasileiro,solteiro, estudante,residente e domiciliadoem
São Paulo, à Rua Direita, 545, aluno da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo,
sob o nº 33333,nomeia e constitui seu bastante procurador o Sr. MANUEL ALVES , com
cédula deIndentidade R.G. 222 333 (SSP-SP), brasileiro , solteiro, estudante residente e
domiciliado em São Paulo à Av. Liberdade, 43 , para o fim especial de realizar a matrícula
do outorgante na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo no primeiro semestre
letivo de 1980, podendo o outorgado assinar todos os atos que se tornem necessários ao
bom e fiel cumprimento do presente mandato assim como substabelecer.

São Paulo, 14 de Janeiro de 1980.

..............................................

REQUERIMENTO
É por meio do requerimento que se solicita algo de direito a uma autoridade,
baseando-se em dispositivos legais. também é chamado de "petição". Em segundo grau,
ë "recurso". Quando é coletivo, é, também, abaixo-assinado".

Com simplicidade e concisão, é redigido na terceira pessoa gramatical. É escrito em


papel almaço simples ou duplo.

A estrutura do requerimento é fixa:

Invocação - Título funcional, sem o nome do ocupante do cargo, mas precedido pelo
tratamento adequado (Ilmo Sr., em geral; Exmo Sr., para altos dignitários);

• espaço de oito linhas ou oito espaços duplos;

• corpo do requerimento;

identificação completa - nome do requerente com os dados necessários para sua


identificação pela autoridade a que se requer;

• contexto com motivos , fundamentação legal e a solicitação, citação de documentos


anexos ( se houver, é claro);

• fecho com fórmula terminal; Nestes termos,

pede deferimento.

local e data

assinatura
Exemplo de requerimento:

Iimo Sr. Diretor da Despesa Pϊblica do Ministιrio da Fazenda.

MARIA DA SILVA, viϊva do ex-funcionαrio aposentado Josι da Silva, pertencente ao


Ministιrio da Saϊde, que recebia pela folha nΊ 245, vem requerer os benefνcios da lei nΊ
3738, de 04 de abril de 1960, regulamentada pelo decreto 452 , de 04 de janeiro de 1962
que assegura pensγo especial ΰs viϊvas de ex-funcionαrios atacados de doenηas
especificadas na referida lei.

Nestes termos

pede deferimento

Sγo Paulo ,07 de agosto de 1978.

...............................................

Excelentνssimo Senhor Diretor da E.E.P.G. "Joana Monteiro".

( 8 LINHAS)

(1) Sτnia Marques Carvalho , (2) R.G. n.o 7.432.153 (SSP-SP), brasileira, solteira residente ΰ
Rua Santo Antτnio, 232- Caxingui, (3) Professor III, cargo efetivo, Padrγo35/A, em jornada
completa de trabalho docente, com sede de controle de freqόκncia neste Estabelecimento
de Ensino, classificada em exercνcio nesta Unidade Escolar,D.E. de Itapecerica da Serra,
DRM 7- Oeste,(4) vem requerer a V.Exa. contagem de tempo para fins adicional de
Magistιrio.

(5) Nestes termos,

pede deferimento.

Umbu-Guaηu, 5 de setembro de 1994.


(1) Parágrafo ( 2,5 em ou 10 toques )

(2) Dados pessoais..

(3) Dados funcionais.

(4) Contexto com motivos.

(5) Fecho.

Diretor do Departamento _______________________________________

da Prefeitura Municipal de______________________________________, residente ΰ


____________________________________________ nΊ ____, bairro
________________________portador do RG nΊ ________________-(SSP-______), vem
requerer a
V.Sa__________________________________________________________________para fins
de____________________________________________________________

_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_______________________________________________

Nestes termos,

pede deferimento

, de de l996

...........................................................................

CORRESPONDÊNCIA INTERNA

A correspondência interna de uma firma compreende várias modalidades, como


relatórios, comunicações internas ou memorandos, avisos, circulares, bilhetes, ordens de
serviço , memoriais e outros documentos criados para atender necessidades específicas
de uma empresa.

Destaquemos a comunicação interna ou memorando. A denominação tem variado


entre as empresas, apesar de ambos os documentos serem, praticamente, iguais e com as
mesmas finalidades. Hoje é mais freqüente a comunicação interna. Serve ela para
mensagens, solicitações, consultas, informações breves, respostas, enfim comunicações
, principalmente interdepartamentais.

A linguagem é simples , reproduzindo a fala que seria usada na comunicação oral.


Não há necessidade das fórmulas de cortesia na abertura ou fechamento comuns nas
cartas, mas devem ser tomados cuidados, maiores quando se dirige a níveis hierárquicos
superiores.

As empresas têm, normalmente, impresso próprio em papel que corresponde a


meia carta para a padronização das comunicações internas.Uma sugestão pode ser um
impresso com, o seguinte cabeçalho:

COMUNICAÇÃO INTERNA N.o..............

Para......................................... Dep.....................................

De............................................ Dep.....................................

Assunto.................................... Data....................................

COMUNICAÇÃO INTERNA ( N.o____) opcional

Para Antônio Carlos Dep. Pessoal

De: Eduardo Dep. Contab.

Assunto : saída antecipada Data 08-03-1989

A datilógrafa Maria da Silva se retirou duas horas antes do fim do expediente para atender irmão que sofreu
acidente.

RELATÓRIO
O relatório é um documento em que se registram observações, pesquisas,
investigações, fatos, variando de acordo com o assunto e com as finalidades. Assim, há,
por exemplo, relatório executivo, operacional, de estágio,de auditoria, de reunião de
estudos.

A redação é a etapa final do desenvolvimento de um processo. Só será bem feita se as


etapas iniciais tiverem sido todas cumpridas com dedicação e cuidado. Para redigir bem,
o relator deve ter expressão lingüística desenvolvida pelo treino constante de redação
alicerçada em bons conhecimentos gramaticais.
A clareza e a correção devem constituir-se em preocupação constante para se conseguir
um texto de leitura fácil e agradável.

SUGESTÃO DE ESQUEMA PARA UM RELATÓRIO

Na capa:

Título de relatório

nome do relator

cidade

ano

Na folha do rosto:

Título do relatório Ref.:

Para:

Elaborado pôr:

Assunto:

Data da Verificação:

Local:

Data da elaboração:

Tipo de relatório: ( parcial, total inicial, final)

Natureza: ( normal,confidencial, reservado, secreto)

Nas folhas seguintes:

RESUMO (O quê ? Por quê ? O que se fez ? Recomendações.)

INTRODUÇÃO

Objetivos (O que se pretende).

Métodos (Entrevista, questionários, observações, testes....

Meios (Instrumentos)

Duração (Quanto Tempo?)

Pessoal envolvido (Quem?)


DESENVOLVIMENTO

Fatos, constatações (Exatos, objetivos , em seqüência.)

Avaliação critica: motivos e conseqüência , ou causas e efeitos.

Recomendações (Medidas a serem tomadas.)


Conclusões (Resultados esperados.)

ANEXOS

BIBLIOGRAFIA

LOCAL E DATA
Assinatura
Nome Legível
IDENTIFICAÇÃO FUNCIONAL

OBSERVAÇÃO:

É importante fazer o RESUMO. Quem lê o relatório pode estar satisfeito com as


informações contidas no resumo e dispensar a leitura do restante . Caso contrário, terá
adiante as informações que procura , pois quem redige tem obrigação de relatar tudo.

DICAS

1. Desde que o endereço do remetente conste do cabeçalho impresso, é desnecessário


colocar o nome da cidade junto á data.

2. Para que preceder de um "A" o nome do destinatário ? se o nome dele consta no lugar
tradicionalmente reservado ao nome do destinatário, é claro que a carta se dirige "a ele"

3. O endereço do destinatário não precisa constar na carta. Só do envelope. Ele sabe onde
mora. Se além da rua e número põe-se a Caixa Postal . O erro é duplo.

4. É preciso lembra-se de registrar a referência para auxiliar na compreensão da carta,


além do mais , adiantar sobre o que será tratado na correspondência.

5.Paragrafo: Oficialmente , 10 espaços.

6. Três erros num só:

a) O destinatário sabe por que o remetente está enviando as revistas; não é necessário
repetir a informação "em resposta";

b) O destinatário sabe que o seu representante se chama Carter, de duas uma: ou você
não repete o cargo, ou não repete o nome.

c) "Comunicamos que" é desnecessário : toda carta comunica algo : se não , não deve
ser escrita.
7. Para que repetir o número do cheque , a data e o nome do Banco? O destinatário deve
saber, pelo menos, onde está gastando o seu dinheiro.

8. A divisão silábica de uma palavra é feita com o uso do hífen e não do sublinhado

9. Hoje em dia, não se usa o alinhamento do lado direito.Não se perde tempo "para ver se
vai dar".

10. Há diferença entre abreviação e abreviatura. A abreviatura oficial de Departamento é


"dep.".

11. "P.p." não diz nada ; pelo contexto da carta, o destinatário deve poder inferir de que
ano você está falando . O nome do mês, sozinho, indica que você se refere ao ano
seguinte. Se é passado ou futuro, ele sabe pela data da carta.

12. Se o remetente tivesse "mais para o momento", ele logicamente o diria.Se não tem,
não diz e não é preciso esclarecer que não tem. Confie na inteligência do destinatário.
além de tudo, não se utiliza mais fechos desde 1992.

13. " Atentamente"é espanholismo. O correto é utilizar "Atenciosamente"ou, com mais


cortesia, "Cordialmente", desde que acompanhando o parágrafo.

14. Grafismo inútil : você sabe assinar direito sem pauta. não sabe?

15. Completar sempre com o nome e cargo . Este não é o espaço para colocar-se o nome
da empresa e nem do Departamento.

GAFES NA LINHA

As secretárias que se sentem rainhas ao telefone

Sempre que devo falar com alguém importante sinto certo nervosismo, mesmo que a
pessoa esteja esperando meu telefonema. Passar pela secretária costuma ser um
constrangimento, por exemplo para um amigo executivo . Dou meu nome Ouço a
pergunta:

___ De onde o senhor é ?

____De Marte Acabo de aterrissar.

É impressionante o número de vezes que já me perguntaram de onde sou. Dizer o quê?


Onde nasci ?

Outras fazem o gênero íntimo, mas mais falso do que uma jibóia ao sorrir para um
coelhinho.

___ Oi , querido . Um instantinho , meu amor .Ele não pode atender coração.

Não sou de ferro adoro ser chamado de meu amor.Imagino a desconhecida do outro
lado .Dentinhos separados como os da Zelia que sempre teve um a boca perfeita para
secretária, Cabelos loiros, no tom da Rosane Collor ( outra que....).Óculos iguais os da
Erundina. Desisto sei que chama a todos de meu amor, a melosa.Também não faltam as
que ultrapassam o limite da gafe para a delicadeza total . Um amigo acaba de se
separar .Ligo para dar solidariedade. Ouço um rosnado , e uma voz metálica:
___ Poderia me adiantar o assunto?

____É particular

A voz ganha um tom mais irritado

___ Ele não gosta que eu passe a ligação sem saber do que se trata.

Explique que é sobre sexo. Ouço um suspiro nervoso. Logo ela retorna, a voz melodiosa.
Descobriu que sou amigo do chefe.

____ Já vou passar para eeeeeeele!

Só falta oferecer cafezinho pele telefone. Reflito: como é falsa a humanidade. Mas
Franqueza também é fogo.

__ Vou ver se ele pode atender

É possível uma resposta mais fina, mais elegante do que essa .Nem mamãe dinossauro
seria tão sutil. Se existisse lei para o comportamento das secretárias , algumas
mereceriam um bom processo .Como as que perguntam:

_____ O senhor é da parte de quem?

____ De mim mesmo faz favor.

Quanto mais importante o figurão, mais importantes algumas secretárias se sentem.


Ficam tão esnobes quanto a rainha da Inglaterra. Algumas gastam todo o salário em
roupas de seda, cabeleireiro, bijuterias e perfumes até andam mais bem vestidas do que
a mulher do patrão, mesmo que o saldo no banco atinja o vermelho e vivam numa roleta
financeira com os crediários. Nervosas, atendem ao telefone como se estivessem
deitadas em um sofá de veludo:

____ Eu não sei se ele vai poder fala. Está muito ocupado. Muitos homens, é verdade ,
adoram ter secretárias tão arrumadas, quanto um poodle e com o comportamento de um
dobermann . Outros sofrem. Sabe-se que são comuns as secretárias com ciúmes do
chefe. Odeiam voz de mulher.

___ Mas ele pediu que eu ligasse para combinar sobre hoje à noite

___ Deixe recado, é melhor. Ele está falando com a esposa.

Se houvesse o código penal para secretárias , a pena máxima deveria ser aplicada para os
casos em que elas dizem com olhos de vítima , após provocar alguma tragédia:

____Não chamei porque pensei que. Deduziu que, imaginar que, achar que. Isso leva
qualquer um à perdição . Principalmente o chefe de uma secretária que goste de achar.
Certa vez uma arquiteta me atormentou meses para que eu lembrasse seu nome para
uma entrevista, quando escrevesse sobre decoração. Um dia, telefonei. A secretária:

___ A coitadinha está exausta. Acho que não está com a cabeça para falar com você.

Quando passou o recado e a arquiteta me ligou aflita, era tarde . Eu já havia escrito a
reportagem.
A arquiteta gemeu ao telefone e murmurou algo como "eu mato a..."

Enfrentar situações de saia justa faz parte do dia-a-dia da secretária. Talvez por isso
atuem como se cada telefonema fosse um ataque inimigo . Evitar as gafes não faz mal a
ninguém .

Um ex-prefeito de São Paulo certa vez ligou pessoalmente a um empresário e se anunciou


à secretária. A moça morreu de rir.

___Essa é boa. Diz quem é? Estou reconhecendo essa vozinha...

Está procurando emprego até hoje. E não ri nem em show humorístico.

Atenção para os HOMÔNIMOS e PARÔNIMOS


acender- ......... atear fogo a
ascender - ........subir , elevar-se
acento - ............sinal diacrítico , inflexão de voz
assento - ...........lugar em que se assenta , base
acerto - ............perícia , ajuste
asserto - ............proposição , afirmativa , alegação
acessório -........ que não é fundamental
assessório -........relativo ao assessor
área - ............... superfície, espaço
ária - ............... peça musical para uma só voz
arrear -............. pôr arreios , aparelhar , enfeitar
arriar -............. abaixar , desanimar
atuar- ............. pôr em ação, dar atividade a
autuar - ......... processar
bocal - .......... embocadura de instrumento de sopro
bucal - .......... elativo à boca
bucho - ......... estômago , barriga; (gíria) mulher feia
buxo- .......... arbusto
caçar - ......... perseguir ou apanhar animais
cassar - ........ anular
cartola - ....... chapéu alto , ricaço
quartola - ..... pequena pipa
cela - ............ pequeno quarto de dormir , prisão
sela - ........... arreio sobre o qual se assenta
censo - ......... recenseamento da população
senso - ......... juízo claro , siso
cerração - .......nevoeiro espesso
serração - ..... ato de serrar , serradura
cerrar - ......... fechar, unir
serrar - ......... cortar com a serra, conseguir de graça
cessão - ........ ato de ceder
seção ( ou secção) - divisão , corte, compartimento
sessão - ......... tempo de uma reunião
chácara- .......quinta, casa de campo
xácara - .........romance popular , narrativa popular em verso, cantiga
chalé - .......... casa de madeira , casa de estilo suíço
xale- ............ agasalho dos ombros e do tronco
cocho - ......... recipiente de madeira onde comem os animais
coxo - ...........manco
comprimento -.........extensão de linha , tamanho
cumprimento- ......... execução , saudação
concertar- .......... harmonizar , compor
consertar- ......... reparar , arranjar
concerto -......... sessão musical , composição sinfônica , acordo
conserto - .......... reparo , arranjo
conjetura- ......... suposição , hipótese
conjuntura- ........ encontro de acontecimentos, ensejo
decente - ........... decoroso, honesto
descente- ........... que desce
deferimento - ..... ato de deferir
diferimento - ...... adiamento , ato ou defeito de diferir
deferir - .............. atender , conceder
diferir- ............. adiar, discordar
degradar - ........ tornar desprezível , rebaixar
degredar - ........ desterrar , exilar
descrição - ....... exposição
discrição - ......... reserva , modéstia
descriminar -...... inocentar
discriminar - ........distiguir , separar
despensa - .......... onde se guardam mantimentos
dispensa- .......... licença, ato de não precisar de
destratar- .......... insultar
distratar- ........... anular, rescindir contrato
discente - .......... estudante
docente - ........... professor
emergir - ........... surgir
imergir - ........... afundar
emigrante - ........o que sai de sua pátria
imigrante - .......... o que o passa a viver em outro país
eminente - ......... elevado , excelente
iminente - ............ameaçador , o que está para acontecer
eminência - ........ elevação , tratamento dado aos cardeais
iminência - ..........estado do que está iminente
empoçar- ........... formar poça
empossar - ..........dar posse a
espectador - ........testemunha; o que vê o espetáculo
expectador- .......esperançoso; o que tem expectativa
esperto - ............ inteligente, ativo, vivo
experto - ........... perito, experimentado
espiar - ............. observar
expiar - ............. pagar a culpa
espirar - ............ soprar, respirar
espirrar - ............ soltar um espirro, sair
expirar - ............ expelir o ar, morrer, finalizar
estrato - ............. camada social, nuvem baixa
extrato - ........... recho, resumo, cópia, perfume
flagrante -.......... acalorado, evidente, ato em cuja prática a pessoa é surpreendida
fragrante- ......... perfumado
fúsil - ................ o que se pode fundir
fuzil - ............... espingarda
fusível - ........... fio de fusibilidade calibrada
incerto - ......... hesitante, duvidoso
inserto- ............ intercalado
Incipiente - ........principiante, inicial
Insiplente - ....... ignorante
Intenção - ......... desejo, propósito
intensão - ......... veemência, Intensidade
intercessão - ....pedido, rogo
interseção ( ou Intersecção) -............ corte
maça - ..............clava
massa- ............. pasta, aglomeração
Mandado - ........ ordem de autoridade judicial ou administrativa
mandato - ......... procuração, delegação
moral - ............. (fem) preceitos de conduta
moral - ............ ( masc.) sentimento, ânimo
óptico - .......... relativo à vista ou à óptica
ótico - ............ relativo ao ouvido
paço - ........... palácio
passo- ............. ato de andar, marcha
pleito - ............ demanda , discussão
preito - ........... sujeição, respeito, homenagem
Prescrever - ......... receitar, ordenar
proscrever - ........ desterrar, abolir, proibir
ratificar - ........... confirmar, validar
retificar - ........... tornar reto, corrigir
recrear - ............ divertir
recriar- ............. criar de novo
revezar - ............ alternar-se
revisar - ............. visar de novo, rever
ruço- ................. pardacento, de cabelo castanho muito claro
russo - ............ da Rússia
soar - .............. produzir som, ecoar
suar - .............. transpirar
sortir - .............. abastecer, prover
surtir - ............... produzir efeito, originar
tacha - .............. preguinho, mancha, grande tacho
taxa- ................ tarifa, tributo
tenção - ............ resolução, plano, cantiga
tensão- ............. estado ou qualidade do que está esticado, estado de ânimo, agitação
iminente
tráfego - ............ transporte de mercadorias, grande atividade
tráfico -............. .comércio, negócio, negócio indecoroso
vultoso - ........... volumoso
vultuoso - ..........com congestão da face

É indiferente usar uma das duas formas :


catorze- quartoze
cociente - quociente
cota - quota
cotidiano - quotidiano
cotizar - quotizar
maquinaria- maquinário
sóror - soror
vôlei - voleibol

Pronomes de Tratamento
Concordância com os Pronomes de Tratamento
Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) apresentam certas
peculiaridades quanto à concordância verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram à
segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a
comunicação), levam a concordância para a terceira pessoa. É que o verbo concorda com
o substantivo que integra a locução como seu núcleo sintático:
"Vossa Senhoria nomeará o substituto";
"Vossa Excelência conhece o assunto".
Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento são
sempre os da terceira pessoa:
"Vossa Senhoria nomeará seu substituto" (e não "Vossa ... vosso...").
Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical deve coincidir
com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que compõe a locução.
Assim, se nosso interlocutor for homem, o correto é
"Vossa Excelência está atarefado",
"Vossa Senhoria deve estar satisfeito";
se for mulher,
"Vossa Excelência está atarefada",
"Vossa Senhoria deve estar satisfeita".
Emprego dos Pronomes de Tratamento
Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece a secular tradição. São de
uso consagrado:
Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
a) do Poder Executivo;
Presidente da República;
Vice-Presidente da República;
Ministros de Estado;
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal;
Oficiais-Generais das Forças Armadas;
Embaixadores;
Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza
especial;
Secretários de Estado dos Governos Estaduais;
Prefeitos Municipais.
b) do Poder Legislativo:
Deputados Federais e Senadores;
Ministro do Tribunal de Contas da União;
Deputados Estaduais e Distritais;
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais;
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.
c) do Poder Judiciário:
Ministros dos Tribunais Superiores;
Membros de Tribunais;
Juízes;
Auditores da Justiça Militar.
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder é
Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.
As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo
respectivo:
Senhor Senador,
Senhor Juiz,
Senhor Ministro,
Senhor Governador,
No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades tratadas por
Vossa Excelência, terá a seguinte forma:
A Sua Excelência
o Senhor Fulano de Tal
Ministro de Estado da Justiça
70.064-900 - Brasília. DF
A Sua Excelência
o Senhor Senador Fulano de Tal
Senado Federal
70.165-900 - Brasília. DF
A Sua Excelência
o Senhor Fulano de Tal
Juiz de Direito da 10a Vara Cível Rua ABC, no 123
01.010-000 - São Paulo. SP

Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssimo (DD), às


autoridades arroladas na lista anterior. A dignidade é pressuposto para que se ocupe
qualquer cargo público, sendo desnecessária sua repetida evocação.
Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para particulares. O vocativo
adequado é:
Senhor Fulano de Tal,
(...)
No envelope, deve constar do endereçamento:
Ao Senhor
Fulano de Tal
Rua ABC, no 123
70.123 - Curitiba. PR
Como se depreende do exemplo acima, fica dispensado o emprego do superlativo
ilustríssimo para as autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para
particulares. É suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor.
Acrescente-se que doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo
indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em comunicações dirigidas a
pessoas que tenham tal grau por terem concluído curso universitário de doutorado. É
costume designar por doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em
Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada formalidade às
comunicações.
Mencionemos, ainda, a forma Vossa Magnificência, empregada por força da tradição, em
comunicações dirigidas a reitores de universidade. Corresponde-lhe o vocativo:
Magnífico Reitor,
(...)
Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a hierarquia eclesiástica, são:
Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo correspondente é:
Santíssimo Padre,
(...)
Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em comunicações aos Cardeais.
Corresponde-lhe o vocativo:
Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou
Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal,
(...)
Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações dirigidas a Arcebispos e
Bispos; Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima para Monsenhores,
Cônegos e superiores religiosos. Vossa Reverência é empregado para sacerdotes,
clérigos e demais religiosos.

Fechos para Comunicações


O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade óbvia de arrematar o texto,
a de saudar o destinatário. Os modelos para fecho que vinham sendo utilizados foram
regulados pela Portaria no 1 do Ministério da Justiça, de 1937, que estabelecia quinze
padrões. Com o fito de simplificá-los e uniformizá-los, este Manual estabelece o emprego
de somente dois fechos diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial:
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República:
Respeitosamente,
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:
Atenciosamente,
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que
atendem a rito e tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do
Ministério das Relações Exteriores.
Identificação do Signatário
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais
comunicações oficiais devem trazer o nome e o cargo da autoridade que as expede,
abaixo do local de sua assinatura. A forma da identificação deve ser a seguinte:
(espaço para assinatura)
Nome
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República

(espaço para assinatura)


Nome
Ministro de Estado da Justiça
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em página isolada do
expediente. Transfira para essa página ao menos a última frase anterior ao fecho.

Lista de Abreviaturas
A
(a), (a.) = assinado(a)
(aa), (aa.) = assinados(as)
a/c, A/C = ao(s) cuidado(s)
ad fin. ad finem, = até o fim
ad infin. ad infinitum, = até o infinito, inumeravelmente
ad init. ad initium, = no início, logo no início
ad int. ad interim, = interinamente, no ínterim
ad loc. ad locum, = ao lugar, para o lugar
add adde ou addatur, = junta, junte-se
adm. púb. = administração pública
adv.º, Advº = advogado
ap., apart.= apartamento
aprox. = aproximadamente
art., Art. = artigo
at.te = atenciosamente
aux.º = auxílio
aven., Av. = avenida
B
B.el = bacharel
B.éis = bacharéis
bibliog.= bibliografia
bibliot. = biblioteca
buroc. = burocracia
C
c/ com, = conta
cap., Cap. = capítulo, capital
caps. = capítulos
c/c = conta corrente, combinado(a)(s) com
C.C. = código civil
C.Com. = código comercial
cet. par. ceteris paribus, = sendo iguais (semelhantes, equivalentes) as outras coisas
cf. = confere, compare, confira, confronte, confronte com, verifique
Cia., Cia, Cia, C.ia = companhia
cif, C.I.F. cost, insurance and freight, = custo seguro e frete
cit. citação, citatus, citata, citatum, = citado, citada, citado (neutro)
citt. citati, citatae, citata, = citados, citadas, citados (neutro)
cód. águas = código de águas
cód. civ. = código civil
cód. com. = código comercial
cód. cont. = código de contabilidade
cód. pen. = código penal
cód. proc. = código de processo
cód. proc. civ. = código processual civil
cód. proc. pen. = código processual penal
cód. trab. = código do trabalho
cons.o, consel. = conselheiro
const., Const. = constituição
Cont.dor, Contor = contador
contab. = contabilidade
corresp. = correspondência
cump.to = cumprimento
cx, cx. = caixa
D
D. = dom
Da, D.a, Da. = dona
dec. = decreto
dep. = departamento
deps. = departamentos
Desemb., Des.dor, Des.or = desembargador
dir. adm. = direito administrativo
dir. ant. = direito antigo
dir. civ. = direito civil
dir. com. = direito comercial
dir. const. = direito constitucional
dir. consuet. = direito consuetudinário
dir. crim. = direito criminal
dir. fisc. = direito fiscal
dir. intern. = direito internacional
dir. pen. = direito penal
dir. pol. = direito político
dir. proc. = direito processual
dir. públ. = direito público
dir. rur. = direito rural
dir. trab. = direito do trabalho, direito trabalhista
doc. = documento
docs. = documentos
Dr., D.r = doutor
Drs. = doutores
Dra., Dra, Dra, D.ra, = doutora
Dr.as = doutoras
E
ed. = edição, editado
E.D. = espera deferimento
e.g. exempli gratia, = por exemplo
E. M. = em mão, em mãos
E.M.P. = em mão própria, em mãos próprias
E. R. = espera resposta
et al. et alii, et aliae, et alia, = e outros, e outras, e outro (neutro)
etc. et cetera, = e as demais coisas
ex. exemplo(s), = em exemplo, por exemplo
Exa., Ex.a, Exa = excelência
Exma., Ex.ma = excelentíssima
Exmo., Ex.mo, Exmo = excelentíssimo
F
fol., f., fl.= folha
fols., ff., fls.= folhas
fig. = figura, figuradamente, figurado
fin. públ. finanças públicas
fisc. = fiscal
F.O.B. free on board, = livre a bordo
for. = forense, praxe forense
form. = formulário
fs. = fac-símile
fss.= fac-símiles
G
grd, gde = grande
gloss. = glossário
gov. = governador, governadoria, governo
G/P = ganhos e perdas
gráf. = gráfico
H
h = hora, horas
hab. = habitante, habitantes
hipót. = hipótese
hist. contemp. = história contemporânea
hist. inst. = história das instituições
hist. mod. = história moderna
I
i.e. id est, = isto é
ib., ibid. ibidem, = no mesmo lugar
id. idem, = o mesmo
id. q. idem quod, = o mesmo que
Ilma., Ilma. = ilustríssima
Ilmo., Ilmo, Ilmo.= ilustríssimo
incog. incognito, = de forma não conhecida
índ. = índice
inf. = infra, abaixo
inform. = informação
in loc. in loco, no lugar, nesse mesmo lugar
inst., instit.= instituição, instituto
inst. pol. instituições políticas
inst. públ. = instituições públicas
itál. itálico
J
jur.= jurídico
juris, jurisp.= jurisprudência
J.z, Jz juiz
L
l = linea, linha
ll. lineae,= linhas
l., L., l.o, lo, liv. liber, = livro
lat.= latim, latinismo, latino
leg. fin. = legislação financeira
leg. soc.= legislação social
lit. litteraliter,= literalmente
l.c., loc. cit. locus citatus,= lugar citado, loco citato, = no lugar citado
loq. loquitur, = disse
L.Q. lege, quaeso, = lê ou leia, por favor
Ltda., ltda., Ltd., Lt.da, L.da = limitada
M
m = metro, metros, minuto, minutos
mat. fin. = matemática financeira
máx.= máximo
M.D. = muito digno
memo. memorandum, = memorando
m/ = meu(s), minha(s)
min = minuto(s)
mín. = mínimo
MM., m.mo = meritíssimo
muit.mo = muitíssimo
munic. = municipal
N
n., nº, n.º, núm., Nº = número, números
n.b., N.B. nota bene,= note bem
non seq. non sequitur, = não segue
O
ob. cit. = obra citada
obg.mo, obr.mo = obrigadíssimo
obr.º = obrigado
obr. púb., Obr. Púb. = obras públicas
obs. = observa, observe, observação(ões)
of. = oficial, ofício
o m. q. = o mesmo que
op. cit. opere citato, = na obra citada,
opus citatum, = obra citada
opp. citt. opera citata, = obras citadas
op. laud. opus laudatum, = obra citada
P
p/ = para, por
pág., p. = página
págs., pp. = páginas
P.D. = pede deferimento
p.e. partes aequales, = partes iguais
P.E.F. = por especial favor
P.E.O. = por especial obséquio
p. ext. = por extensão, por extenso
pg. = pago, pagou
P.J. = pede justiça
P.M. = prefeitura municipal
P.M.O. = por muito obséquio
p.m.o.m. = pouco mais ou menos
P.M.P. = por mão própria
p.p. = por procuração, próximo passado
P.P. = para protestar
P.P.S. post post scriptum, = depois do que foi escrito
pref.= prefeito, prefeitura, prefixo
pres., presid., Pres. = presidente
presid. = presidência
prev. soc. = previdência social
P.R.J. = pede recebimento e justiça
proc. = processo, processualística, procuração, procurador
proc. = dados processamento de dados
prof., Prof. = professor
profs., Profs. = professores
prof.a, Prof.ª = professora
prof.as, Prof.as = professoras
pro temp. pro tempore, = para o tempo em que for oportuno
P.S. post scriptum, = pós-escrito
pt = ponto
pts. = pontos
public.= publicação, publicidade
Q
q.e.d. quod erat demonstrandum, = o que se queria demonstrar
q.v. = queira ver, quod vide, veja isso
R
R. = rua
ref. = referência, referente
Rem.te = remetente
R.S.V.P. répondez, s'il vous plait, = respondei, por favor
S
s = segundo, segundos
S.A.= sociedade anônima
S.A.R.L. = sociedade anônima de responsabilidade limitada
s.d. = sem data, sine die
s.e.o., S.E.O.= salvo erro ou omissão
S. Exa., S. Ex.a = sua excelência
S. Ex.as, SS. Ex.as = suas excelências
S. Ilma., S. Il.ma = sua ilustríssima
S. Il.mas, SS. Il.mas = suas ilustríssimas
s.m.j., S.M.J. = salvo melhor juízo
Sr. = senhor
Srs. = senhores
Sra., Sr.a = senhora
Sras., Sr.as = senhoras
Sr.ta = senhorita
Sr.tas = senhoritas
S.S.a = sua senhoria
S.S.as, SS.SS. = suas senhorias
sup.e s = uplicante
S.V.P. s'il vous plait, = por favor
T
tel., telef. = telefone
trib. = tribunal, tributário, tributos
U
u. e c. = usos e costumes
V
v., V. veja, vejam, veja-se
V. Exa., V. Ex.a = vossa excelência
V. Ex.as, VV. Ex.as = vossas excelências
V. Exma., V. Ex.ma = vossa excelentíssima
VV. Ex.mas = vossas excelentíssimas
v.g. verbi gratia, = por amor da palavra, por exemplo
V. Ilma., V. Il.ma = vossa illustríssima
VV. Il.mas = vossas ilustríssimas
vol. = volume
vols. = volumes
V.Sa., V.S., V. S.a = vossa senhoria
V. Sas., V. S.as, VV. SS. = vossas senhorias
V. Sa. Ilma., V. S.a Il.ma, V.S. Ilma = vossa senhoria ilustríssima
V. S.as Il.mas, VV. SS. Il.mas = vossas senhorias ilustríssimas
X
X.P.T.O. = excelente, magnífico, sem par

ORGANIZAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE
ARQUIVOS

SIGNIFICADO E IMPORTÂNCIA

Arquivo é o instrumento principal para servir de controle à ação


administrativa de qualquer instituição, empresa, pública ou privada. É, por assim
dizer, um "Centro Ativo de Informações". Abriga os documentos resultantes de
uma atividade, os quais são conservados como comprovantes.

O arquivo deve adaptar-se à empresa ou instituição obedecendo a um plano


racional e técnicamente orientado. Arquivos organizados, sem orientação técnica
se transformam em verdadeiros depósitos de documentos.

O arquivo, quando bem organizado, transmite ordens, evita repetições


desnecessárias de experiências, diminui a duplicidade de trabalho, revela o que
está para ser feito, o que já foi feito e o resultado obtido. Constitui fonte de
pesquisa para todos os ramos administrativos e auxilia o administrador na
tomada de decisões.

CLASSIFICAÇÃO

Segundo:

O Estágio de sua Evolução em :

CORRENTES - Guarda todos os documentos de consulta frequênte, cotidiana;


INTERMEDIÁRIOS - Guarda todos os documentos de menor frequência de
consulta.

PERMANENTES - Guarda todos os documentos a que se atribui valor histórico.

A Agência Criadora em :

Públicos, Privados, Institucionais e Comerciais.

Conteúdo da Documentação em :

Administrativos ou Técnicos.

Acesso em :

Abertos ou Restritos (Sigilosos)

EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS

Pastas Convencionais:

PASTAS REGISTRADORAS - "A" a "Z" - são confeccionadas em papel forte, de


grande durabilidade, possui um lombo largo com dois orifícios próximos às
extremidades, providas internamente de um gancho de metal ou plástico, que se
mantém fechado por força de mola de pressão.

PASTAS SANFONADAS - também chamadas de "Follow-Up" confeccionadas


em papel cartão mais flexível e revestida com percalina. Possui uma tampa e um
amarrio ao meio e divisões em ordem alfabética e/ou numérica de 01 à 31.

PASTAS SUSPENSAS - confeccionadas em papel cartão forte e possuem em


ambas as partes uma barra que poderá ser metálica ou de plástico, com dois
encaixes nas extremidades e que ficam apoiadas no suporte do fichário ou
arquivo, permitindo o seu deslizamento.

GUIA - retângulo de cartão forte que serve para separar as partes ou seções dos
arquivos ou fichários reunindo em grupos as respectivas pastas ou fichas.

GUIA-FORA - folha de papel cartão ou cartolina, colocada no lugar de um


documento retirado.

PROJEÇÃO - saliência na parte superior da guia ou pasta que recebe as


notações determinadas pelo método escolhido.

TIRAS DE INSERÇÃO - tiras de papel gomado ou de cartolina, picotadas, onde


são escritas as notações e inseridas nas projeções das partes ou das guias.

NOTAÇÃO - inscrição feita na projeção, podendo ser alfabética, numérica ou


alfanumérica . A notação pode ser aberta ou fechada. Simples ou Composta. A
aberta quando indica somente o início da seção e fechada quando indica o início
e o fim.

REFERÊNCIA CRUZADA OU REMISSIVA - indicação de um documento em


dois ou mais lugares.

De acôrdo com o modo de guardar os documentos podemos classificar os


arquivos em HORIZONTAIS E VERTICAIS. Como o nome indica, os Horizontais
guardam horizontalmente, dispostos uns sobre os outros, sendo que a margem
inferior recebe a notação e os Verticais, verticalmente.

Os arquivos Verticais podem ser: frontal e lateral. No frontal os documentos são


dispostos uns atrás dos outros, com a frente voltada para o arquivista, ou seja, a
projeção. No lateral, os documentos são dispostos uns ao lado dos outros, com a
parte lateral voltada para o arquivista.

Resumindo, podemos dizer que a escolha do móvel, atentaremos à aparência, à


resistência, à capacidade de expansão, à conveniência do serviço e à economia
do espaço, enfim a funcionalidade e racionalidade.

SISTEMAS DE ARQUIVOS

DIRETO- é aquele em que a recuperação da informação é feita diretamente ao


arquivo onde ela está armazenada.
INDIRETO - é o que depende de um indice ou código para localizar a informação.

SEMI INDIRETO- é onde pode ou não haver necessidades de uso de um índice.

MÉTODOS DE ARQUIVAMENTO

A natureza dos documentos e a estrutura da entidade são as determinantes do


método de arquivamento. Estes podem ser divididos em dois grupos: Básicos e
Padronizados.

MÉTODOS BÁSICOS

Método Alfabético - É um método direto, onde as fichas ou pastas são dispostas


em ordem alfabética rigorosa, separadas por guias. As notações nestas guias
podem ser abertas ou fechadas.
É aberta uma pasta para cada correspondência efetiva e,dentro desta, os
documentos são organizados em ordem cronológica. Para os correspondentes
eventuais devem ser preparadas as pastas miscelâneas, uma para cada letra,
podendo ser arquivadas antes ou depois das pastas individuais. Na projeção
desta pasta aparece o símbolo "M", seguido da letra de sua divisão. Dentro da
pasta miscelânea a ordem alfabética deve ser rigorosamente mantida, assim
como a ordem cronológica, dentro da alfabética.

REGRAS DE ALFABETIZAÇÃO

Para efeitos de arquivo, deve ser usado o alfabeto de 26 letras, em função das
muitas palavras em nomes estrangeiros que circulam em nosso país.
As regras de alfabetização podem ser alteradas, desde que sejam sempre
seguidos os mesmos critérios e feitas as remissivas necessárias para evitar
dúvidas futuras.
Tato o critério letra por letra quanto o de palavra por palavra podem ser adotados
para ordenação dos ítens, sendo que a escolha de um deles implica na completa
exclusão de outro.
Exemplo :
letra por letra palavra por palavra

Nova Friburgo Nova Friburgo


Novais, Ademir Alves Nova York
Nova York Novais, Ademir Alves
a) nos nomes individuais, é considerado primeiramente o último nome e depois o
prenome . quando houver nomes iguais, prevalece a ordem alfabética do
prenome.
Exemplos : Joquim Oliveira , Aníbal Barbosa.

Barbosa, Aníbal Oliveira, Joaquim

b) os nomes representados por letras devem preceder os de iniciais iguais,


escritos por extenso.
Exemplos : M.E.S., Marília Saraiva.

S., M.E.
Saraiva , Marília

c) as partículas D', Da, de, Del, Des, Di, Du, La, Le, Les, Mac, Mmc, O', Van,
Vanden, Van der, Von, Vonder, se escritas com letras maiúsculas, são
consideradas como parte integrante do nome. Porém, quando escritas com letras
minúsculas não devem ser consideradas.
Exemplos : Carlos de Oliveira , George O'Brien, Henrique Du Pont.

Du Pont, Henrique - O'Brien, George - Oliveira, Carlos de

d) os nomes compostos de um substantivo e um adjetivo ou ligados por hífen


não são separados .
Exemplos : Sérgio Castelo Branco, Ester Vila Lobos.

Castelo Branco, Sergio - Vila Lobos , Ester

e) os nomes com Santa, Santo e São seguem a regra dos formados por um
adjetivo e um substantivo.
Exemplos : Walter Santa Rita , Bonifácio São Tiago.

Santa Rita, Walter - São Tiago, Bonifácio

f) os nomes orientais, japoneses, chineses, árabes, etc..., são registrados como


aparecem.
Exemplos : Al Ben Hur, Li Yutang.

Al Ben Hur - Li Yutang


g) os nomes que exprimem o grau de parentesco, abreviados ou não, como
Filho, Junior, Neto, Sobrinho, são considerados parte integrante do último nome,
mas não são considerados na ordenação alfabética.
Exemplos: Alcides Freitas Junior, Henrique Vasconcellos Sobrinho.

Freitas Junior, Alcides ou Freitas, Alcides (Junior)


Vasconcellos Sobrinho, Henrique ou Vasconcellos, Henrique (Sobrinho)

h) os títulos honoríficos, pronomes de tratamentos e artigos são colocados


entre parênteses, depois do nome.
Exemplos : O Estado de São Paulo, Dr. Antonio Eduardo Pinto,
General Paulo Araújo, Professor Adoaldo Mesquita.

Araújo, Paulo (General) - Mesquita, Adoaldo (Professor)


Estado de São Paulo (O) - Pinto, Eduardo Antonio (Dr)

i) os nomes ligados por apóstrofo devem ser lidos como uma só palavra.
Exemplos : Armindo Sant'Anna deve ser lido "Santanna".

j) os sinais gráficos como crase, til, cedilha, etc, não são considerados.
Exemplos : Campanha, Clodoaldo - Campanha, Raul

k) os nomes espanhóis são registrados pelo penúltimo nome que corresponde


ao da família do pai.
Exemplos : Carlos de Ovideo Y. Baños, Juan Gonzales Rodrigues

Gonzales Rodrigues, Juan - Ovideo Y. Baños, Carlos de

l) as empresas devem ser consideradas conforme se apresentam.


Exemplos :

Alvaro Costa & Cia - Baarbosa Lessa Ltda - Casas Bahia

m) as expressões muito comuns no comércio como Sociedade, Companhia,


Associação, etc, devem, ser consideradas na alfabetação.
Exemplos :
Associação Paulista de Medicina
Companhia Vale do Rio Doce
n) os nomes das empresas ou instituições que usam siglas, com ou sem ponto
entre as letras, devem ser alfabetados como se o conjunto de letras que formam
as siglas representassem uma palavra
Exemplos :
DASP, D.N.A.E.E, são arquivadas como Dasp e Dnaee.

o) a correspondência oriunda da seção, divisão, departamento, etc, de uma


empresa ou instituição deve ser arquivada pelo nome da empresa ou instituição e
não pela seção, divisão, departamento, etc.

p) as diversas filiais de determinada empresa são alfabetadas pelo nome da


empresa, seguido dos Estados em que se encontram as filiais e, finalmente, dos
nomes das cidades e ainda, se estiverem localizadas na mesma cidade, são
colocados seus endereços.
Exemplos :
Comercial Silva, Pernambuco, Recife
Comercial Silva, Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Andradas 123
Comercial Silva, Rio Grande do Sul, Porto Alegre, José Bonifácio,456
Comercial Silva, São paulo, campinas

q) os nomes de instituições ou orgãos governamentais, em português são


considerados como se apresentam.
Exemplos :
Banco Central do Brasil
Fundação Getulio Vargas

r) os nomes de instituições ou orgãos governamentais de países estrageiros


devem ser precedidos pelo nome do país.
Exemplos :
Estados Unidos - Army Medical Corps

s) nos títulos de Congressos, Conferências, Reuniões, Assembléias, etc, os


números arábicos, romanos ou escritos por extenso devem aparecer, entre
parênteses, no final.
Exemplos:
Congresso de Arquivologia (II)

MÉTODO GEOGRÁFICO

É o sistema direto preferido quando o principal elemento a ser considerado em


um documento é a procedência. As ordenações geográficas mais usadas são :
a) nome do Estado, Cidade e correspondente.
Exemplo:
Rio Grande do Sul - Palmares - Silvia, J.

Quando o arquivo é organizado por Estados, as capitais devem anteceder às


outras cidades, independendo da ordem alfabética .
Exemplos :
Rio Grande do Sul - Porto Alegre...
Rio Grande do Sul - Caxias do Sul...
Rio Grande do Sul - Palmares

b) nome da Cidade, Estado e correspondente.


Exemplo :
Palmares - Rio Grande do Sul - Silvia, J.

Neste caso deve ser obedecido a ordem alfabética das cidades, incluindo as
capitais, rigidamente. É imprescindível que sejam colocados os nomes dos
Estados em segundo lugar, porque há cidades com o mesmo nome em diferentes
Estados.

c) quando for correspondência vinda do estrangeiro, o nome do País


aparece em primeiro lugar, seguido da cidade e correspondente.
Exemplo :
Estados Unidos - Los Angeles - George Segall

MÉTODO NUMÉRICO

É sempre indireto, havendo necessidade do uso de um índice alfabético. Tem


como vantagem - sigilo e a menor possibilidade de erros por ser mais fácil lidar
com números do que com letras. Pode ser simples ou cronológico.

MÉTODO NUMÉRICO SIMPLES

Neste método é atribuido um número a cada correspondente efetivo.


Além de um índice alfabético é feito um registro ( tombo ), em livro ou ficha, das
pastas ocupadas, para evitar que sejam abertas duas ou mais pastas com o
mesmo número.
É aconselhável que este registro seja feito em fichas pois, além de oferecer maior
elasticidade, permitindo fazer observações a respeito de cada correspondente.
É marcado em cada novo documento, em ordem crescente, em sua margem
superior, o número da respectiva pasta e, separado por um traço, o número que
este documento deve receber dentro da pasta, por ordem de entrada, facilitando o
rearquivamento e evitando o extravio.
Os correspondentes eventuais tem a sua correspondência arquivada nas pastas
miscelâneas, que devem conter no máximo dez correspondentes. Podem ser
usados dois tipos de notação:
M-1, M-2 ou M1 - 10, M11 - 20, etc.

As fichas do índice alfabético e as de registro numérico contém as mesmas


informações:
- nome e endereço do correspondente e número que recebeu a pasta a ser
arquivada.

No método numérico simples, não havendo mais interêsse por um determinado


correspondente é possível dar baixa a esse número, aproveitando-o para outro
cliente.

Neste caso é feita uma anotação, nos índices, com a data em que se deu este fato
e a quem foi cedido o número.

Exemplos de Método Numérico Simples :


- Campos, Alex - 1
- Bartolomeu, Carlos - 2

MÉTODO NUMÉRICO CRONOLÓGICO

Neste variante do numérico, além da ordem, é observada a data. Além do índice


alfabético, existem os índices de procedência e de assunto. Neste método,
quando é anulado um registro, o número só é aproveitado por outro documento
com a mesma data.

MÉTODO POR ASSUNTO

É um dos métodos mais difíceis de arquivamento pois, consiste em agrupar os


documentos por assunto, apresenta dificuldades na escolha do melhor têrmo ou
expressão que defina o conteúdo das informações. Podem ser Alfabético,
Numérico, etc.

ALFABÉTICO

- em ordem dicionária, quando os assuntos isolados são dispostos


alfabeticamente, sendo obedecida somente a sequência das letras.
Exemplos: Impostos
Material de Consumo
Pessoal, etc...

As projeções podem ser assim divididas: guias principais em 1ª posição - guias


secundárias em 2ª posição - e finalmente, em 3ª e 4ª posições, as projeções das
pastas.

- em ordem enciclopédia, quando os assuntos correlatos, agrupados sob um


título geral, são dispostos alfabeticamente.
Exemplo :

Imóveis
Casas
Sítios
Terrenos
Loteamentos
Vendas, etc...

MÉTODO ALFABÉTICO NUMÉRICO

Este método não pertence nem a classe dos métodos básicos e nem a dos
padronizados. É considerado semi-indireto. É conhecido também pelos nomes de
Numeralfa e Alfanumérico. Consiste no uso de números agindo
concomitantemente com a ordenação alfabética dos documentos pelo nome.

É feito um planejamento prévio das divisões do alfabeto e, a seguir, a numeração,


em ordem crescente, de cada divisão. Sua desvantagem está exatamente nesta
determinação prévia do número de divisões e, para isso, deve ser feito um estudo
pormenorizado sobre o grau de incidência de nomes, por letra.
Exemplo :
Aa ...... A1 = 1 Am ...... Az = 2
Ba ...... B1 = 3 Bm ....... Bz = 4
Ca ...... C1 = 5 Cm ....... Cz = 6 e assim sucessivamente
até a letra Z.

São usadas notações fechadas, pois uma vêz numeradas as divisões não é mais
possível ampliá-las, a não ser que todos os documentos sejam renumerados.

As projeções das guias devem estar em primeira e segunda posições,


alternadamente, ficando todas as guias impares em primeira posição e as pares
em segunda posição. Em terceira posição aparecem as pastas em cujas
projeções são escritos os nomes dos correspondentes ou assuntos precedidos
dos números das divisões a que pertencem.
Estas pastas são colocadas em rigorosa ordem alfabética dentro de suas
divisões.
Em quarta posição aparecem as guias-fora e miscelânea.

CRITÉRIOS E CUIDADOS NO ARQUIVAMENTO DE


DOCUMENTOS

Recomenda-se aos que trabalham com arquivos observar os seguintes passos ao


arquivarem documentos que contribuirão decisivamente para que as informações
solicitadas posteriormente sejam localizadas e entregues com eficiência.

01) VERIFICAÇÃO INICIAL :

Consiste na verificação de cada documento quanto ao seu destino, pois este


pode chegar à seção de Arquivo por diversos motivos :

a) para arquivamento;
b) para solicitar uma informação;
c) para verificar a existência de antecedentes, ser anexado a outro, etc.
d) em obediência a uma rotina.

É importante que a pessoa que arquiva os documentos, regularmente, ao fazer


essa inspeção, verifique se os documentos possuem autorização para serem
arquivados (Ok, arquive-se). Aqueles que não apresentarem a autorização não
poderão ser arquivados, devendo retornar ao setor de origem. Nessa inspeção
também será verificadose os documentos possuem anexos e se esses estão no
documento.

02) LEITURA:

Cada documento deve ser lido cuidadosamente afim de verificar o seu conteúdo e
sob que notação deverá ser arquivado.

03) SELEÇÃO:

Selecionar o material que será realmente arquivado daquele que poderá ser
descartado.
A manutenção de um arquivo é dispendiosa e ocupa muito espaço. Portanto esse
trabalho de seleção requer conhecimento, critério e cuidado para não deixar de
arquivar o que é necessário, nem entulhar o arquivo de papéis desnecessários.
O selecionador deve conhecer as exigências que determinam a conservação de
documentos, tanto por lei como por necessidade de serviço.

04) REGISTROS:

Registrar diariamente, em um livro, os documentos que dão entrada no arquivo,


possibilitando, assim estabelecer uma estatística diária de arquivamentos
efetuados.
Marcar data e hora de entrada de documento no arquivo a fim de anular todas as
possíveis controvérsias sobre a chegada do mesmo no arquivo.

05) CLASSIFICAÇÃO:

Determinar como será arquivado o documento, de acôrdo com o método adotado


pela organização . Deve-se então sublinhar em cada documento a palavra ( ou
palavras) que determinou a sua classificação e preparar, quando o método assim
o exigir, os índices necessários à recuperação do documento.

06) CODIFICAÇÃO:

É a colocação no alto do documento, à direita, de símbolos (letras ou númros) de


acôrdo com a classificação e o método de arquivamento adotados.

Existem documentos que tratam de dois assuntos ao mesmo tempo, ou se


referem a mais de uma pessoa. Nesse caso codifica-se o documento de acôrdo
com o nome principal (se for arquivo de nome), ou com o assuntoque mais
interessar a organização (se for arquivo de assunto) e faz-se uma ficha de
referência para o segundo nome ou assunto.
Essas fichas serão guardadas na pasta a que se refere a sua codificação. Outra
solução será tirar cópias dos documentos.

07) ORDENAÇÃO:

É a separação e agrupamento de um conjunto de documentos, de acôrdo com a


codificação dada. A ordenação tem por objetivos:

a) acelerar o arquivamento;
b) diminuir o número de erros de arquivamento.
Os documentos deverão estar em perfeita ordem antes de serem arquivados.
Desta forma, aqueles referentes a uma mesma pessoa ou um mesmo assunto
estarão todos juntos.

a) o arquivamento é feito de uma só vêz;


b) cada pasta será aberta apenas uma vêz;
c) o movimento é feito em uma só direção;
d) o trabalho é racionalizado;
0 os erros de arquivamento são reduzidos.

08) ARQUIVAMENTO:

Guardar os documentos nas respectivas pastas e estas, por sua vêz, no arquivo,
de acôrdo com o método de classificação.

09) RETIRADA E CONTROLE:

Essa operação ocorre quando se retira um documento ou uma pasta para


empréstimo aos usuários, bem como para prestar informações. Nessa fase, é de
grande importância a aplicação de controles específicos de empréstimo,
assegurando, a perfeita movimentação dos documentos do arquivo.

10) VERIFICAÇÃO FINAL:

Periódicamente, deve ser feita uma verificação total nos arquivos para correção
de possíveis falhas de arquivamento ou rearquivamento.

Para que os arquivos se mantenham sempre em ordem e com bom desempenho é


necessário que sigam as seguintes normas:

a) Colocar os papéis nas pastas, apoiando na margem esquerda, com o


timbre do papel voltado para a frente e para a esquerda.

b) Os documentos rasgados ou dilacerados devem ser consertados com fita


adesiva transparente própria antes de arquivados.

c) Não deixar acumular documentos. Arquivá-los diariamente.

d) Não deixe documentos espalhados sobre os arquivos ou engavetados.

e) Fechar as gavetas imediatamente após o uso.


f) Utilizar os lados das guias para dar busca nas pastas e nunca pelas
projeções.

g) Não abarrotar as gavetas ou pastas evitando assim inúmeros erros perda de


tempo, dilaceramento de documentos, além de obter mais flexibilidade.

h) Ao se tornar responsável por um arquivo já organizado, NÃO FAÇA


MODIFICAÇÕES IMEDIATAS, estude-o primeiro.

i) Redija uma nota explicando o funcionamento e organização de seu arquivo,


estabelecendo regras e normas para sua utilização, distribuindo-as entre as
pessoas que o utilizam.

j) Manter os arquivos absolutamente limpos (dentro e fora), não permitindo a


presença de nenhum outro elemento além da documentação.

Relações Humanas
As Relações Humanas são as ações e atitudes desenvolvidas pelos contatos
entre pessoas e grupos. Os indivíduos dentro da organização participam de
grupos sociais e mantêm-se uma constante interação social. Relações Humanas
são as ações e atitudes desenvolvidas pelos contatos entre pessoas e grupos.
Cada indivíduo é uma personalidade diferenciada que influi no comportamento e
atitudes uns dos outros com quem mantém contatos. É exatamente a compreensão da
natureza dessas relações humanas que permite ao administrador melhores resultados de
seus subordinados.
"Onde houver duas pessoas, com certeza teremos um relacionamento".
Diante do crescimento demográfico, mobilidade espacial de indivíduos e de grupos,
multiplicabilidade de aspectos da vida moderna, número elevado de instituições e de
grupos aos quais pertencemos (às vezes até mesmo involuntariamente), contatos rápidos
e superficiais que necessitamos manter com diferentes pessoas de classes sociais, além
de outros fatores, vieram alertar os psicólogos, administradores, educadores e demais
profissionais, quanto à importância do estudo das relações humanas.
Não é surpresa para ninguém que as pessoas diferem umas das outras, não havendo dois
seres iguais no mundo. O homem sempre teve consciência das suas características
individuais, das suas necessidades diferenciadas. Vejamos o exemplo de dois irmãos que
foram gerados por pais de uma única família, tiveram a mesma criação, a mesma
educação social e moral, mas desde pequenos demonstram características diferentes no
comportamento no caráter moral e social.
Então façamos as perguntas:
"Por que os indivíduos diferem entre si? Quais são os fatores que produzem variações
comportamentais?"
Essas perguntas estimulam longas discussões. Além de sua importância teórica, o
problema da causa das diferenças individuais tem significado prático de longo alcance em
muitos campos. Entender o que impulsiona o indivíduo para estabelecer seus contatos,
bem como as formas de comportamento adotados em uma ou outra situação são temas
que, entre outros, vãos servir de subsídio para um relacionamento interpessoal rico e
produtivo.
Sendo assim, qualquer atividade destinada a melhorar o desenvolvimento das relações
entre as pessoas precisa basear-se na compreensão dos aspectos que influenciam o total
desenvolvimento. Observar com atenção os fatores que caracterizam uma relação
harmoniosa entre as pessoas é saber respeitar cada indivíduo com suas características e
peculiaridades.
Não é fácil aceitar às vezes nem mesmo as nossas próprias atitudes, então precisamos
aprender que, se quisermos nos relacionar adequadamente com outro indivíduo,
precisamos nos relacionar bem primeiro com nós mesmos, vencendo nossos obstáculos
internos (medos, desconfiança, insegurança, etc).
Como lido no início, "Onde há duas pessoas, há um relacionamento", e assim sendo, com
certeza estaremos falando em conflitos de crenças, costumes, gostos, educação, etc.,
pois relacionamentos são repletos de 'surpresas', que distinguem um indivíduo do outro.
Se abordarmos as relações humanas num contexto mais profundo, perceberemos que as
nossas começam quando ainda estamos no útero de nossas mães. O primeiro contato, a
primeira sensação de segurança, vem deste íntimo uterino, quando estamos sendo
gerados. Infelizmente não nos lembramos das palavras carinhosas e nem dos afagos, mas
essas primeiras informações nos são registradas no sótão do nosso sub-incosnciente, e
desta fase surgem as nossas primeiras características como indivíduo.

Escola de Relações Humanas


Devido a crise de 1929, os estudiosos das empresas começaram a pensar no fator
humano em relação ao trabalho, bem como as teorias até então lançadas, que precisavam
de uma certa reformulação. Para alcançar uma maior eficiência nas empresas,
reconsiderou-se vários elementos das relações e aspirações do fator humano na
organização. A humanização dos conceitos administrativos mostrou-se mais viável às
novas circunstâncias.
As origens da Teoria das Relações Humanas
1. Necessidade de se humanizar e democratizar a Administração - libertando-o dos
conceitos rígidos e mecanicistas da Teoria Clássica;

2. O desenvolvimento das ciências humanas - crescente influência intelectual e suas


primeiras aplicações à organização industrial;

3. As idéias da filosofia pragmática de John Dewey e da Psicologia Dinâmica de Kurt


Lewin - foram fundamentais para o humanismo da administração;

4. As conclusões das experiências de Hawthorne - entre 1927 e 1932, sob coordenação


de Elton Mayo, que puseram em xeque os principais postulados da Teoria Clássica.
A Experiência de Hawthorne
Em 1927 iniciou-se uma experiência em uma fábrica da Western Electric Company, situada
em Chicago, no bairro de Hawthorne, cuja finalidade era determinar a relação entre a
intensidade de iluminação e a eficiência dos operários, medidas por meio da produção.
Devido a Teoria das Relações Humanas passou-se a estudar a influência da motivação no
comportamento das pessoas e a compreensão da motivação exige o conhecimento das
necessidades humanas. A motivação refere-se ao comportamento que é causado por
necessidades dentro do indivíduo e que é voltado na direção dos objetivos que podem
satisfazer suas necessidades. Foram identificados três estágios de motivação:
- Necessidades fisiológicas;
- Necessidades psicológicas, e
- Necessidades de auto-realização.
A mensagem é clara, pode-se motivar uma pessoa quando se sabe o que ela necessita e
quando uma necessidade de um determinado nível é satisfeita passa-se para o próximo
nível na hierarquia.

Na época, valorizava o bem-estar dos operários, mantendo salários satisfatórios e boas


condições de trabalho. A empresa não estava interessada em aumentar a produção, mas
em conhecer melhor seus empregados.
1. Primeira Fase da Experiência de Hawthorne
Para analisar o efeito da iluminação sobre o rendimento dos operários, foram escolhidos
dois grupos que faziam o mesmo trabalho e em condições idênticas: um grupo de
observação trabalhava sobre intensidade de luz variável, enquanto o grupo de controle
tinha intensidade constante. Os operários se julgavam na obrigação de produzir mais
quando a intensidade de iluminação aumentava e, o contrário, quando diminuía.
Comprovou-se a preponderância do fator psicológico sobre o fator fisiológico: a eficiência
dos operários é afetada por condições psicológicas.

2. Segunda Fase da Experiência de Hawthorne


Começou em 1927. Foi criado um grupo de observação: cinco moças montavam os relés,
enquanto uma sexta fornecia as peças para abastecer o trabalho. A sala de provas era
separada do departamento (onde estava o grupo de controle) por uma divisão de madeira.
O equipamento de trabalho era idêntico ao utilizado no departamento, apenas incluindo
um contador de peças que marcava a produção. A produção foi o índice de comparação
entre o grupo sujeito a mudanças e o grupo controle.
A pesquisa foi dividida em 12 períodos.
1° período: Durou duas semanas. Foi estabelecida a capacidade produtiva em condições
normais de trabalho (2.400 unidades semanais por moça) que passou a ser comparada
com os demais períodos.
2° período: cinco semanas. O grupo experimental foi isolado na sala de provas, mantendo-
se as condições e o horário de trabalho normais e medindo-se o ritmo de produção.
Serviu para verificar o efeito da mudança de local de trabalho.
3° período: Modificou-se o sistema de pagamento. No grupo de controle havia o
pagamento por tarefas em grupo. Os grupos eram numerosos (mais de cem moças), as
variações de produção de cada moça eram diluídas na produção e não refletiam no salário
individual. Separou-se o pagamento do grupo experimental e, como ele era pequeno, os
esforços individuais repercutiam diretamente no salário. Esse período durou oito
semanas. Verificou-se aumento de produção.
4° período: Início da introdução de mudanças no trabalho: um intervalo de cinco minutos
de descanso no período da manhã e outro igual no período da tarde. Verificou-se novo
aumento na produção.
5° período: Os intervalos de descanso foram aumentados para dez min. - novo aumento
de produção.
6° período: Introduziu-se três intervalos de cinco minutos na manhã e três à tarde. A
produção não aumentou e houve quebra no ritmo de trabalho.
7° período: Voltou-se a dois intervalos de dez minutos, em cada período, servindo-se um
lanche leve. A produção aumentou novamente.
8° período: O grupo experimental passou a trabalhar até às 16h30min e não até às 17
horas, como o grupo de controle. Houve acentuado aumento na produção.
9° período: O grupo passou a trabalhar até às 16 horas. A produção permaneceu
estacionária.
10° período: O grupo experimental voltou a trabalhar até às 17 horas. A produção
aumentou muito.
11° período: Estabeleceu-se a semana de cinco dias, com sábado livre. A produção diária
do grupo experimental continuou a subir.
12° período: Voltou-se às mesmas condições do 3° período, tirando-se todos os
benefícios dados, com a aceitação das moças. Esse período durou 12 semanas.
Inesperadamente a produção atingiu um índice jamais alcançado anteriormente (3.000
unidades semanais por moça).

Conclusão:

• As moças gostavam de trabalhar na sala de provas porque era divertido e a supervisão


branda (ao contrário da supervisão de controle rígido na sala de montagem) permitia
trabalhar com liberdade e menor ansiedade;

• Havia um ambiente amistoso e sem pressões, na qual a conversa era permitida, o que
aumentava a satisfação no trabalho;

• Não havia temor ao supervisor, pois este funcionava como orientador;


• Houve um desenvolvimento social do grupo experimental. As moças faziam amizades
entre si e tornaram-se uma equipe;

• O grupo desenvolveu objetivos comuns, como o de aumentar o ritmo de produção,


embora fosse solicitado trabalhar normalmente.

3. Terceira Fase da Experiência de Hawthorne


Os pesquisadores, fixados no estudo das relações humanas no trabalho, verificaram que,
no grupo de controle, as moças consideravam humilhante e constrangedora a supervisão
vigilante.
Assim, em 1928 iniciou-se o Programa de Entrevistas (Interviewing Program) com os
empregados para conhecer suas atitudes e sentimentos, ouvir suas opiniões quanto ao
trabalho e tratamento que recebiam, bem como ouvir sugestões a respeito do treinamento
dos supervisores. O programa obteve sucesso. Foi, então, criada a Divisão de Pesquisas
Industriais para ampliar o Programa de Entrevistas. Entre 1928 e 1930 foram entrevistados
cerca de 21.126 empregados. Em 1931 adotou-se a técnica da entrevista não diretiva, onde
o operário pode falar livremente, sem que o entrevistador desvie o assunto ou tente impor
um roteiro prévio.
O Programa de Entrevista revelou a existência da Organização Informal dos Operários a
fim de se protegerem das ameaças da Administração. Nela, os operários se mantêm
unidos por de laços de lealdade.

4. Quarta Fase da Experiência de Hawthorne


Para analisar a relação entre a Organização Informal dos Operários e a Organização
Formal da Fábrica, foi escolhido um grupo experimental para trabalhar em uma sala
especial com condições de trabalho idênticas às do departamento. Um observador na sala
e um entrevistador fora entrevistando o grupo.
Sistema de pagamento baseado na produção do grupo. O salário só poderia ser maior se
a produção total aumentasse. O observador pôde notar que os operários dentro da sala
usavam uma porção de artimanhas - logo que os operários montavam o que julgavam ser
a sua produção normal, reduziam seu ritmo de trabalho. Os operários passaram a
apresentar certa uniformidade de sentimentos e solidariedade grupal. O grupo
desenvolveu métodos para assegurar suas atitudes pressionando os mais rápidos para
estabilizarem sua produção por meio de punições simbólicas.

5. Conclusões da Experiência de Hawthorne

a) Nível de Produção Resultante da Integração Social


O nível de produção não é determinado pela capacidade física ou fisiológica do
empregado (como afirmava a Teoria Clássica), mas por normas sociais e expectativas
grupais. É a capacidade social do trabalhador que determina o seu nível de competência e
eficiência e não sua capacidade de executar movimentos eficientes dentro do tempo
estabelecido. Quanto maior a integração social do grupo, maior a disposição para
trabalhar.

b) Comportamento Social dos Empregados


Os trabalhadores não agem ou reagem isoladamente como indivíduos, mas como
membros de grupos. Portanto, a administração não pode tratar os empregados um a um,
mas sim como membros de grupos e sujeitos às influências sociais desses grupos. A
Teoria das Relações Humanas contrapõe o comportamento social do empregado ao
comportamento do tipo máquina da Teoria Clássica.

c) Recompensas e Sanções Sociais


Os precursores da Administração Científica, baseados no conceito de hommo
economicus, pelo qual o homem é motivado e incentivado por estímulos salariais,
elaboravam planos de incentivo salarial, para elevar a eficiência e baixar os custos
operacionais. Para a Teoria das Relações Humanas, a motivação econômica é secundária
na determinação do rendimento do trabalhador. Para ela, as pessoas são motivadas pela
necessidade de reconhecimento, de aprovação social e participação nas atividades dos
grupos sociais nos quais convivem. Daí o conceito de homem social.

d) Grupos Informais
Enquanto os clássicos se preocupavam com aspectos formais da organização como
autoridade, responsabilidade, especialização, estudos de tempos e movimentos,
princípios gerais de Administração, departamentalização etc., os autores humanistas se
concentravam nos aspectos informais da organização como grupos informais,
comportamento social dos empregados, crenças, atitude e expectativa, motivação etc. A
empresa passou a ser visualizada como uma organização social composta de grupos
sociais informais. Esses definem suas regras de comportamento, formas de recompensas
ou sanções sociais, objetivos, escala de valores sociais, crenças e expectativas que cada
participante vai assimilando e integrando em suas atitudes e comportamento.

e) Relações Humanas
As relações humanas são as ações e atitudes desenvolvidas a partir dos contatos entre
pessoas e grupos. Cada pessoa possui uma personalidade própria e diferenciada que
influi no comportamento e atitudes das outras com quem mantém contato. A
compreensão das relações humanas permite ao administrador melhores resultados de
seus subordinados e a criação de uma atmosfera na qual cada pessoa é encorajada a
exprimir-se de forma livre e sadia.

f) Importância do Conteúdo do Cargo


A especialização não é a maneira mais eficiente de divisão de trabalho.Trabalhos simples
e repetitivos tornam-se monótonos e maçantes afetando negativamente a atitude do
trabalhador e reduzindo a sua satisfação e eficiência.
g) Ênfase nos Aspectos Emocionais
Os elementos emocionais não planejados e irracionais do comportamento humano
merecem atenção especial da Teoria das Relações Humanas. Daí a denominação de
sociólogos da organização aos autores humanistas.

Teoria Clássica Teoria das Relações Humanas


Trata a organização como grupos de
Trata a organização como máquina pessoas
Enfatiza as tarefas ou a tecnologia Enfatiza as pessoas
Inspirada em sistemas de
engenharia Inspirada em sistemas de psicologia
Autoridade centralizada Delegação de autoridade
Linhas claras de autoridade Autonomia do empregado
Especialização e competência
técnica Confiança e abertura
Acentuada divisão do trabalho Ênfase nas relações entre as pessoas
Confiança nas regras e nos
regulamentos Confiança nas pessoas

Com a abordagem humanística, a Teoria Administrativa passa por uma revolução


conceitual: a ênfase antes colocada na tarefa (Administração Científica) e na estrutura
organizacional (Teoria Clássica) para ênfase nas pessoas que trabalham e participam da
organização.
Surgiu graças ao desenvolvimento das ciências sociais, principalmente com o
aparecimento da Teoria das Relações Humanas principalmente a Psicologia e, em
particular a Psicologia do Trabalho.
Devido à crise de 1929, os estudiosos das empresas começaram a pensar no fator
humano em relação ao trabalho, bem como as teorias até então lançadas, que precisavam
de uma certa reformulação. Para alcançar uma maior eficiência nas empresas,
reconsiderou-se vários elementos das relações e aspirações do fator humano na
organização. A humanização dos conceitos administrativos mostrou-se mais viável às
novas circunstâncias.

A Teoria das Relações Humanas foi desenvolvida principalmente por cientistas sociais
entre eles George Elton Mayo, considerado o fundador da escola graças às conclusões
obtidas na Experiência de Hawthorne, sendo um movimento de oposição a Teoria
Clássica.
Pressupostos da Abordagem Humanística
As pesquisas de Elton Mayo deram início a uma nova abordagem com relação a resolução
de problema administrativos, centrado no processo de motivação do indivíduo para
alcançar as metas da organização. Alguns pressupostos foram então lançados:
• Integração e comportamento social - Mesmo com ótimas condições físicas de
trabalho, o indivíduo socialmente desajustado não será eficiente. Logo, aspectos
sociais, psicológicos e emocionais são mais importantes que os técnicos. A
integração grupal é primordial para o sucesso do indivíduo. A administração que
procura eficiência e mais produtividade deve tentar conciliar seus objetivos com
os dos funcionários.
• Participação nas decisões - É fundamental a participação de cada indivíduo no
processo de decisão. Ele é um ser pensante, deve estar sujeito a um certo controle
de alcance de metas mas não ao ponto de influenciá-lo em seu modo de trabalho.
A participação estimula a iniciativa dos funcionários e aumenta a produtividade
empresarial.
• Homem social - O comportamento dos funcionários está condicionado tanto aos
aspectos biológicos quanto as regras e padrões sociais. De acordo com a
motivação psicológica empregada, a recompensa monetária passa a ser supérfula.
Reconhecimento, aprovação social e participação são fundamentais.
• Conteúdo de trabalho - Trabalhos entediantes prejudicam o rendimento e a
produção do indivíduo. As tarefas devem ser interessantes fazendo com que seu
executor desenvolva interesse na produtividade e qualidade.
Contribuições na Abordagem Humanística
Oliver Sheldon
Apresentou em 1923 uma filosofia de administração enfatizando as responsabilidades
sociais da empresa. Sua (a empresa) obrigação era tanto oferecer produtos/serviços,
como zelar pelo bem-estar da comunidade.
Alfred J. Marrow
Introduziu métodos de pesquisa da psicologia aplicada à solução dos problemas
organizacionais, defendendo a criação de um ambiente de trabalho capaz de atender as
necessidades dos funcionários.
Ordway Tead
Defendia a compreensão do comportamento administrativo a partir do conhecimento da
natureza humana.
Mary Follet
Dava grande importância às relações individuais na organização e ao reconhecimento das
motivações dos trabalhadores, cujas reações não podem ser definidas com precisão.
Também analisava padrões de comportamento dos funcionários dentro das organizações.
Críticas a Abordagem de Relações Humanas
Similarmente a Teoria Científica e a Teoria Clássica, a abordagem humanística foi alvo de
muitas críticas:
• Negação do conflito empresa-funcionário - O movimento humanístico nega a
existência das diferenças entre os interesses da empresa e o interesse dos
funcionários. Isso reflete a superficialidade na abordagem ao tema.
• Restrição de variáveis e da amostra - A restrição de poucas variáveis e limitando-
se apenas a análise de fábricas, resultou uma impossibilidade de generalização de
resultados.
• Concepção utópica - Tinha uma visão idealizada de um funcionário feliz e
integrado ao ambiente de trabalho. Felicidade e produtividade não são diretamente
proporcionais (funcionários infelizes podem produzir bastante).
• Ênfase excessiva nos grupos informais - Existiu uma supervalorização no fator
"Integração Grupal" com relação a produtividade. Tal fator representa apenas uma
característica capaz de influenciar na produtividade.
• Espionagem disfarçada - O estímulo à participação dos funcionários nas decisões
acabou sendo burlado. Tal espaço cedido foi usado pela empresa com intuito de
espionar idéias e insatisfações dos funcionários.
• Ausência de novos critérios de gestão - Não forneceu critérios de gestão, não
esclarecendo o que pode ou não pode ser feito para obtenção de melhores
resultados. Além disso, não apresenta uma visão sócio-econômica realista das
relações empresa-funcionário.

A Teoria de Herzberg
Herzberg (1973, p.53), formulou uma teoria com aplicação específica para as atitudes no
trabalho que podem ter relação com certos aspectos do potencial humano no trabalho.
A teoria de higiene como motivação das atitudes no trabalho iniciou com um profundo
estudo de entrevistas com mais de 200 engenheiros e contadores representando a
indústria de Pittsburgh (Estados Unidos).
Herzberg (1975), formulou uma hipótese na qual os fatores que influíam na produção de
satisfação profissional eram desligados e distintos dos fatores que levavam à insatisfação
profissional. Os estudos realizados por Herzberg levaram-no a considerar que os dois
sentimentos, quer sejam satisfação e insatisfação, não eram contraditórios entre si. Para
o autor, "o oposto de satisfação no trabalho não é a insatisfação, mas sim nenhuma
satisfação no trabalho; e da mesma forma, o oposto de insatisfação no trabalho não é a a
satisfação, mas sim nenhuma insatisfação no trabalho" (Herzberg, 1975, p.7).
Segundo essa teoria, as pessoas têm duas categorias diferentes de necessidades,
essencialmente independentes entre si e que influenciam o trabalho de maneira diferente.
São eles os fatores de higiene ou manutenção e os motivadores (Herzberg, 1975; Hersey &
Blanchard, 1986, p.8).

Os fatores motivadores, relativos ao trabalho em si (fatores intrínsecos ao trabalho), são


mais eficazes, motivando as pessoas para um desempenho superior. São eles (Herzberg
citado por Nakamura, 1994, p.63):

reconhecimento: necessidade do indivíduo de ser reconhecido pelo seu trabalho por


alguém como: o supervisor, o administrador de forma impessoal, o cliente, o colega e até
pelo público em geral;
realização: fracasso e ausência de realização relacionada em fazer um trabalho completo
e solucionar problemas;
possibilidade de crescimento: capacidade de superar a própria habilidade individual,
capacidade de aprender novas técnicas e adquirir novas perspectivas profissionais;
progresso: mudança pessoal e profissional na organização com vistas à questão de
status;
responsabilidade: relacionada com o próprio trabalho, com o trabalho de outras pessoas
e aquisição de novas responsabilidades;
trabalho em si: situações como variação da rotina, criatividade, oportunidade de carreira.
Os fatores de higiene descrevem o ambiente das pessoas (fatores extrínsecos ao
trabalho) e têm função primária de prevenir a insatisfação no trabalho. Herzberg também
chamou-os de fatores de manutenção, pois nunca estão completamente satisfeitos, ou
seja, precisam ser mantidos continuamente. Os fatores de higiene, incluem (Herzberg citado
por Nakamura, 1994, p.63):

supervisão técnica: competência e incompetência, senso de justiça e injustiça, boa


vontade e má vontade em delegar responsabilidade e ensinar os subordinados. Também,
observou-se o superior que, freqüentemente chamava a atenção e criticava os
subordinados, e de forma oposta, aquele mais condescendente na maneira de conduzir
sua função;
relações interpessoais: foram divididas em três categorias: superior, subordinado e
pares;
condições de trabalho: foram relacionados os aspectos físicos do ambiente de trabalho
como adequação e inadequação de ventilação, iluminação, equipamentos, espaço;
salários: aumento ou descumprimento de expectativas do aumento salarial;
política e administração: desorganização da companhia no que se refere à comunicação
interna e políticas mal conduzidas;
vida pessoal: questões familiares como problemas de moradia, salário e outros tipos de
problemas;
status: mudança de posição (cargo) dentro da companhia;
segurança: os indivíduos demostraram preocupação com questões como tempo de
serviço, estabilidade e instabilidade de emprego.
A hipótese proposta por Herzberg foi então estudada. Ao invés de tentar medir o grau do
sentimento, Herzberg focalizou o máximo de experiências e comparou o apogeu negativo
(insatisfação) com o positivo (satisfação).
A hipótese proposta foi verificada. Os fatores da direita, que levaram à satisfação,
contribuem muito pouco para a insatisfação profissional. Inversamente, os insatisfatórios
contribuem muito pouco para a satisfação profissional.
Para criar uma situação motivadora para as pessoas numa determinada empresa,
descobre-se quais são as necessidades de alta intensidade, buscando-se satisfazê-las ou
superá-las, obtendo-se, assim, a satisfação das pessoas no trabalho (Hersey & Blanchard,
1986, p.8).
Assim sendo, numa visão humanística das organizações (Paladini, 1994), pode-se afirmar
que os objetivos básicos de uma empresa incluem proporcionar uma vida condigna às
pessoas que integram e usufruem as ações empresariais, com disponibilidade plena de
informações, formação e qualificação adequadas às funções que irá exercer e
procedimentos motivacionais que atendam às suas expectativas - sem as quais as ações
das pessoas ficam prejudicadas, além da criação de ambientes de trabalho adequados à
ação humana, sem restrições, constrangimentos ou riscos à integridade física ou
psicológica de qualquer espécie. Deseja-se, para o empregado, condições compatíveis
com sua condição de elemento mais relevante do processo e, simultaneamente, carente
de um conjunto de ações que possibilitem uma vida melhor para si e para sua família.
Para proporcionar tais condições, alcançando a motivação, necessita-se conhecer o
comportamento dos recursos humanos no trabalho.
Comportamento humano nas organizações
O comportamento organizacional é o estudo e aplicação do conhecimento sobre como as
pessoas agem dentro das organizações e aplica-se amplamente ao comportamento das
pessoas em todos os tipos de organizações, tais como negócios, governo, escolas e
organizações de serviços (Davis & Newstrom, 1992, p.5).
Lopes (citado por Nakamura, 1994) menciona três razões fundamentais que determinam o
comportamento:
"percepção: maneira pela qual o indivíduo sente os estímulos que são absorvidos
seletivamente;
atitudes: relacionado com as opiniões e valores;
mecanismos de defesa: processo de comportamento usado quando o feedback do
comportamento original indica expectativas não alcançadas".
Segundo Kanaane (1995, p.59), "o comportamento está vinculado de certa maneira às
normas e valores socialmente disseminados em dado contexto: o indivíduo reage a
determinadas situações, mas suas ações são também influenciadas pelas circunstâncias
presentes". Ainda, segundo o autor, "é preciso considerar a existência de diferentes
concepções do termo comportamento (Kanaane, 1995, p.87):
comportamento individual: retrata as reações inerentes ao indivíduo e sua condutas no
contexto organizacional;
comportamento grupal: refere-se à gama de reações dos indivíduos que compõem um
grupo; as ações emergentes do comportamento grupal retratam as múltiplas influências
decorrentes da dinâmica existente, incluindo as pessoas, a interação, o sentimento, as
atividades (tarefas), a comunicação e os objetivos;
comportamento organizacional: refere-se à manifestações emergentes no contexto das
organizações, indicando os controles, o processo decisório e os esquemas técnico-
administrativos assumidos num dado momento organizacional".
Por outro lado, afirma Schein (1982, p.25), "em muitos casos a percepção, os sentimentos
e as atitudes das pessoas, refletidos nos procedimentos informais, mostram uma forte
lealdade à subunidade à qual essas pessoas pertencem e são moldados pelo tipo de
trabalho que a subunidade executa".
Para Kanaane (1995), a compreensão das concepções que os indivíduos e grupos
possuem sobre o trabalho desempenhado possibilita entender as influências destas
concepções no alcance da produtividade, e por conseqüência, da Qualidade empresarial.
As diferenças departamentais, são, portanto, componentes ativos do comportamento dos
recursos humanos, e, conseqüentemente, da motivação destes no trabalho.
As diferenças internas nas organizações
O ambiente interno caracteriza-se por ser a parte humana e incontrolável da empresa, que
forma a organização capaz de transformar a matéria-prima, ou informações, gerando
serviços (Fischmann & Almeida, 1991). Configura-se, no ambiente interno, uma enorme
quantidade de relações entre as pessoas, formando a chamada rede de clientes e
fornecedores internos (Rummler & Brache, 1994, p.21). Os clientes e fornecedores
internos são todas as partes que interagem nos processos produtivos, ou mesmo nos
processos de apoio ao processo principal da organização (Iniciando..., 1994, p.9). Alguns
dos processos são vitais à empresa.
As áreas vitais (Rangel, 1994) ou processos empresariais críticos (Harrington, 1993) são
os processos dos quais a empresa depende para o seu sucesso. Para Harrington (1993)
"esses processos são tanto mais críticos quanto maiores forem sua importância e sua
oportunidade de aperfeiçoamento, e, desta forma, estes devem ser os primeiros a serem
atacados". Segundo Rangel (1994),
"a instabilidade dos processos vitais traz conseqüências sérias e adversas às exigências
dos clientes da empresa. A seleção deles é uma fase importante para priorizar os
trabalhos de identificação dos clientes internos e os benefícios para a empresa residem,
entre outros, em estar aplicando melhorias visando atender melhor os clientes de um
processo considerado vital para a empresa".
Para o autor, deve-se estabelecer critérios de priorização que podem ser, por exemplo:
número de clientes internos impactados; impacto do processo nos resultados de venda
da empresa; interface do processo com o cliente externo.

Relações Interpessoais, Social e Profissional


"Relações Humanas". Juntas, estas duas palavras traduzem o significado do convívio
social humano.
- Os relacionamentos podem existir por vários motivos.- Nós podemos nos relacionar com
as pessoas profissionalmente ou simplesmente porque tivemos empatia por ela(s), ou
ainda por vários outros motivos. O que devemos avaliar no momento do relacionamento é
o seu propósito, principalmente para que não se tenha ambivalência nas interpretações.
No momento, falamos do ponto de vista profissional. Se as pessoas aprendessem a se
relacionar profissionalmente deforma correta, poderíamos evitar muitos problemas nos
locais de trabalho.
No ambiente de trabalho o que predomina e o que devemos avaliar são as condições para
uma verdadeira harmonia entre o homem e o trabalho, e vice versa. Identificando o real
motivo e o propósito de um relacionamento, estaremos caminhando dentro de um
processo evolutivo para alcançarmos com êxito um bom relacionamento com os nossos
colegas de trabalho.
A base concreta para um bom relacionamento é ter percepção dos nossos deveres e
obrigações, e dos limites e regras que fazem a relação social ser harmônica.
DIFERENÇAS INDIVIDUAIS:
Diferenças Individuais + características inatas + experiências vividas.
Os Indivíduos se diferenciam nos aspectos: físico, aparência, inteligência, aptidões,
personalidade, temperamento e caráter.
Sendo assim deve-se evitar comparações. Antes de iniciar uma avaliação de desempenho
o chefe deve conhecer bem cada servidor que irá avaliar, bem como, as atribuições
exigidas pela função que exerce.
Capacidade ou desempenho é o resultado das aptidões inatas do sujeito, somadas aos
treinamentos recebidos.
É importante identificar se as falhas apresentadas no trabalho foram originadas pela falta
de capacidade do servidor, má vontade no trabalho, falta de treinamento adequado, má
conservação do equipamento, incompetência da gerência e outros.
OS DEZ MANDAMENTOS DAS RELAÇÕES HUMANAS
1) FALE com as pessoas. Não há nada tão agradável e animado quanto uma palavra de
saudação, particularmente hoje em dia quando precisamos mais de sorrisos amáveis.
2) SORRIA para as pessoas. Lembre-se, que acionamos 72 músculos para franzir a testa e
somente 14 para sorrir.
3) CHAME pelo nome. A música mais suave para muitos, ainda continua sendo o próprio
nome.
4) SEJA amigo e prestativo. Se você quer ter um amigo, seja um amigo.
5) SEJA cordial. Fale e aja com toda sinceridade: tudo o que fizer, faça-o com todo o
prazer.
6) INTERESSE-SE sinceramente pelos outros. Mostre que as coisas da qual gostam e com
as quais se preocupam também têm valor para você, de forma espontânea, sem precisar
se envolver diretamente.
7) SEJA generoso em elogiar, cauteloso em criticar. Os líderes elogiam. Sabem encorajar,
dar confiança, e elevar os outros.
8) SAIBA considerar os sentimentos dos outros. Existem três lados em qualquer
controvérsia: o seu, o do outro, e o que está certo.
9) PREOCUPE-SE com a opinião dos outros. Três comportamentos de um verdadeiro
líder: ouça, aprenda e saiba elogiar.
10) PROCURE apresentar um excelente trabalho. O que realmente vale nessa nossa vida é
aquilo que fazemos para os outros.

PARA REFLETIR
O Homem precisa aprender a conhecer a si mesmo, e ter equilíbrio e percepção em suas
atitudes.
Respeito, espaço, direitos, deveres, obrigações, valores, são regras que não basta
conhecer, precisamos colocá-las em prática. Assim estaremos entrando na linha do
contínuo crescimento, e então o homem entenderá que ele é o único responsável por tudo
o que lhe acontecer na vida.
A consciência humana do crescimento necessita ser despertada, e todos nós temos a
capacidade de fazê-la; mas, muitas vezes, por comodidade, preferimos deixá-la dormir... E
então percebemos que dez anos passam muito rápido, e que mais dez vêm chegando, e
enfim continuamos a atribuir as nossas responsabilidades a outras pessoas e não
percebemos que esta continua sendo a atitude mais fácil e o caminho pior...

Relações Humanas
As seis palavras mais importantes:
Admito que o erro é meu

As cinco palavras mais importantes:


Você fez um bom trabalho

As quatro palavras mais importantes:


Qual a sua opinião?

As três palavras mais importantes:


Faça o Favor.

As duas palavras mais importantes:


Muito Obrigado.

A palavra mais importante:


Nós

Comunicação
COMUNICAÇÃO é a utilização de qualquer meio pelo qual um pensamento 'transmitido de pessoa a
pessoa sem perder, tanto quanto possível sua intenção original.
O objetivo da comunicação é de influenciar para afetar com intenção, visando uma reação especifica
de uma pessoa ou grupo (mudança no comportamento).
Num passado não muito distante, acreditavam que para manter uma comunicação era necessário
apenas um diálogo, ou uma escrita, mas estudos recentes da psicologia moderna constataram que
alguns itens a mais constituem uma comunicação real.
Nesta constatação de processo, deve-se observar que a fonte e o receptor são sistemas similares. Se
assim não fosse, não haveria comunicação.
Vejamos:
Sabemos agora que existem vários tipos de comunicação, e que é preciso conhecê-los para termos
êxito ao estabelecer a comunicação.
Temos assim os elementos do processo da comunicação, a fonte da comunicação
o codificador
a mensagem
o canal
o decodificador, e
o receptor da comunicação
Ao tratarmos especificamente de comunicação pessoa a pessoa, que é o modelo mais simples e o que
mais nos interessa, podemos agrupar fonte e codificador num único elemento, fazendo-se o mesmo
com o decodificador e o receptor, resultando em quatro elementos:
emissor
receptor
canal, e
mensagem

Contexto

Código

E Mensagem R
Canal

Observação importante: devemos ficar atentos, para as falhas, às distorções, as deformações nas
mensagens, os devaneios e as falsas verdades, as quais fazem com que raramente um fato seja
relatado da maneira que realmente ocorreu.
Embora cada situação comunicativa seja única, ainda assim é possível isolar certos elementos do
processo que são comuns a toda e qualquer comunicação.
Vejamos os tipos de Comunicação:
Comunicações Orais: são as ordens, pedidos, colóquios, "bate-papos", comunicações telefônicas, pelo
rádio, debates, discussões, etc.
Comunicações Escritas: são as cartas, jornais impressos, revistas, cartazes, etc.
Comunicações Não Verbais: são as comunicações estabelecidas:
Por Mímicas: gestos das mãos, do corpo, da face (caretas).
Pelo olhar: podemos saber o que uma pessoa quer de nós muitas vezes pelo olhar.
Pela postura do corpo: o nosso corpo fala muitas vezes o que realmente gostaríamos de dizer
verbalmente.
Consciente ou inconscientemente: falar é uma atitude consciente enquanto a postura é inconsciente.

BARREIRAS NAS COMUNICAÇÕES


Muitas vezes a comunicação deixa de efetivar-se por barreiras, "obstáculos", que restringem a sua
eficácia, os quais podem estar ligados ao emissor, ao receptor, ou a ambos, ou ainda a interferências
presentes no canal de comunicação.
Nós podemos entender como barreiras nas comunicações, desde as limitações de ordem emocional,
tais como a incapacidade dos interlocutores para abordar determinados temas considerados por
demais ameaçadores, até as dificuldades relacionadas à utilização dos códigos de linguagem; todos
estes fatores representam maior ou menor grau de obstáculos a uma comunicação plena.
A idéia que se tem da comunicação é que ela existe em mão dupla, ou seja, um indivíduo pode ser ou
não aceito simplesmente pela sua forma de expressar-se.
Para que haja um sentido bilateral da comunicação, é necessário que tanto o emissor quanto o
receptor percebam o outro.
Não poderá haver uma comunicação correta, ou seja, sem interferências, quando não há sintonia no
que se diz, e no que se ouve.
Eis algumas barreiras a título de exemplo:
Opiniões e atitudes:
O pai pede ao filho: "Vá a padaria da esquina, comprar pães". mas o pai não justifica qual o tipo de
pão a ser comprado. O garoto terá neste caso livre conduta para comprar o pão que ele quiser.
Egocentrismo ou Competição
Essas duas palavras, juntas, acarretam um monólogo coletivo, onde o que predomina é o interesse
individual e não o interesse do grupo.
O locutor está falando enquanto o receptor, "quem ouve", rebate tudo o que o outro diz, sem ao
menos processar e analisar o que lhe está sendo dito. Esta atitude é muito comum para pessoas
egocêntricas e/ou competitivas, pois esses indivíduos não aceitam ser o segundo plano, eles precisam
estar sempre em evidência.
"A pessoa egocêntrica ou competitiva quase sempre se envolve em situações ridículas e equívocas
sem ao menos se dar conta".
Vejamos o exemplo de um grupo de pessoas conversando, onde cada um conta uma história ou
experiência vivida; ocorre de um membro do grupo interferir dizendo que o que ele viveu ou que o
que aconteceu com ele é sempre mais interessante. Ou ainda podemos ver o exemplo de um casal,
onde os dois tentam chegar a um denominador comum, mas o que ocorre é que um dos dois precisa
ceder, e o egocentrismo não permite o façam.
Percepção
Para ter percepção com as coisas que nos rodeiam, precisamos, antes de tudo, é ter sensibilidade.
Sabemos que a nossa percepção é influenciada por preconceitos e estereótipos. São esses fatores que
nos predispõem a fazer com prestemos atenção ou não no que nos é dito ou vice-versa, ou ainda é
assim que fazemos que as pessoas prestem a atenção no que falamos.
É através da percepção que "captamos os fatos e adquirimos informações com auxílio de todos os
sentidos."
A percepção não é estática; é um processo dinâmico a envolver não somente a apreensão dos
estímulos sensoriais, mas também a interpretação, por parte do receptor, da realidade observada.
Uma característica da percepção consiste no seu caráter individual, isto é, cada pessoa capta uma
mesma situação de forma única e inteiramente particular.
Percebemos as situações de acordo com as nossas experiências anteriores, nossas expectativas e
necessidades, e também nos deixamos influenciar pelos fatores circunstanciais.
A percepção é seletiva. Não percebemos, mas é através da percepção que selecionamos com quem nos
relacionamos. Começamos um relacionamento buscando características que nos atraem no outro.
Quando nos simpatizamos com alguém, tendemos a ver e reconhecer somente as suas qualidades,
eliminando quase que por completo os seus defeitos, mas quando o indivíduo já não nos é tão
querido, passamos a realçar seus defeitos, não mais vendo qualidades mesmo que elas existam.
Resumo:
A percepção envolve a interpretação dos fatos que nos rodeiam, trazendo-nos muitas vezes a
devaneios, mesmo quando estamos acordados. Baseados nisso sabemos que nós nos comportamos de
acordo com aquilo que percebemos.
Frustração
A pessoa frustrada também produz uma barreira na comunicação. Inconscientemente ele bloqueia o
que lhe é dito, mas o seu problema é diferente dos casos mostrados anteriormente. A pessoa
frustrada não vê saída para os problemas que lhe são apresentados, nada tem solução. O que lhe
causa um negativismo muito grande, podendo ser passado para outras pessoas influenciáveis.
Inconsistência nas comunicações verbais e não verbais:
As comunicações verbais e não verbais nem sempre estão sintonizadas, e por este motivo causam
alguns inconvenientes quando uma ou mais pessoas tentam dialogar.
Pessoas que não conseguem concatenar e expressar os seus movimentos corporais, e até mesmo a sua
expressão verbal, em razão de suas variáveis culturais ou falta de sensibilidade nas relações
humanas, ocasiona para si o afastamento e incompreensões de seus amigos, colegas, enfim, das
pessoas que o rodeiam.
Os movimentos corporais: voz e as expressões faciais expressam o inconsciente, muitas vezes omitido
e aflorado sem que o indivíduo perceba.
Exemplo: movimentos bruscos podem vir acompanhados de palavras dóceis, ou ainda palavras
enraivecidas podem muitas vezes ser acompanhadas de olhares mansos, etc.
Resumo:
Qualquer que seja a barreira para uma comunicação eficaz, comprometerá os relacionamentos,
interferindo negativamente nos processos de crescimento de um grupo ou indivíduo.
Comunicação à Serviço da Qualidade
Qualquer tentativa de melhorar ou minimizar as falhas na comunicação deverá partir tanto do
emissor quanto do receptor.
Procedimentos para uma comunicação eficaz:
Ouvir com atenção e concentrar-se; absorver, analisar quem nos fala, e então responder (de forma
educada e equilibrada).
Não ter preconceitos com quem nos fala. Dê uma chance ao locutor de mostrar-se como pessoa única
e especial que é. Considere a individualidade alheia.
As palavras são mágicas. São as verdadeiras essências de um relacionamento, elas podem construir
ou destruir um indivíduo. Seja dócil, amigo, e se precisar ser mais duro, o faça com a consideração de
que há uma pessoa, um ser humano como você na sua frente.
Considere que 70% da comunicação não é verbal.
Lembre-se:
Contato visual demonstre atenção ao outro;
Postura, o seu corpo fala, tenha uma postura ereta, competente e segura;
A expressão fácil causa simpatia e aproximação, seja cordial e sorria;
A aparência em geral, seja uma pessoa de hábitos limpo, asseado (a), com vestimenta adequada para
cada ocasião ou função profissional, cabelos, peles e unhas. Uma aparência saudável demonstra que
você está de bem com a vida e com as pessoas que o rodeiam. Pessoas que não cuidam do seu visual
geralmente acreditam não serem muito bem aceitas na sociedade. E esta forma de desleixo é
inconscientemente proposital, uma forma de chamar a atenção, de agredir o outro.
O silêncio
O silêncio denota que alguma coisa não vai bem. O silêncio pode às vezes ser necessário, mas não por
muito tempo, quando se está num diálogo, pois o próprio nome já responde, que são duas pessoas ou
mais se comunicando, senão seria um monólogo.
"A vida é um eco, se você não está gostando do que está recebendo,
então preste atenção no que você está emitindo".
Lair Ribeiro

COMUNICACÃO ORAL
A palavra, escrita, falada, ainda é a forma mais perfeita e segura de comunicação entre os homens.
Mesmo que ela venha se transformando através dos tempos, o ser humano jamais poderá prescindir
dela, pois é através de seu uso que revelamos aos outros o que e quem somos, nossas idéias, nossos
conhecimentos, nossa cultura e nossas vontades.
Na prática interelacional/institucional a comunicacão oral tem relevada importância visto que
representamos uma organização, empresa ou mesmo um executivo, no papel de porta vozes.
Para uma comunicação clara e eficiente, a CLAREZA E A OBJETIVIDADE devem ser as palavras
de ordem aliadas à moderação e a prudência.
Deve-se ter como compromisso pessoal o desenvolvimento de um vocabulário rico, com palavras
simples e atuais, porém exatas, tomando todo o cuidado para empregá-lo adequadamente, o que
revelará a qualidade de formacão cultural e profissional do individuo.
A giria jamais deve fazer parte da sua comunicacão profissional. Além de ser deselegante e destoante,
demonstra pobreza de vocabulário. Os modismos e a influência da linguagem coloquial de novelas e
programas de t.v. fazem com que seu uso seja massificante. Por vezes, nem percebemos que estamos
nos utilizando dela. É prudente policiar-se para não empregá-la na atividade de trabalho.
A expressão corporal (entenda-se a maneira de falar) complementa a expressão verbal. Por isso,
deve-se desenvolver uma forma elegante de falar, evitando trejeitos, gestos exagerados ou afetação.

Fale distintamente com boa pronúncia


Tente imprimir cada sílaba de cada palavra apropriadamente de modo que não haverá
desentendimento. Se achar que algumas palavras são difíceis de pronunciar, diga-as devagar para
assegurar-se de que elas foram entendidas. Não tenha medo de usar seu queixo, sua língua e seus
lábios para pronunciar os sons perfeitamente.

Evite falar muito devagar ou muito rápido . Você sabe quantas palavras se fala por minuto?
Teste-se a si mesmo, e corrija-se, se falar muito devagar ou muito depressa.

Sua voz tem mil onflexões, use-as. Varie o tom de sua voz ao pronunciar certas palavras dando-lhe
ênfase. EX.Oh! sr. Chaves, estou tão feliz que o sr. tenha vindo! Pronunciando-as em tom mais alto,
isso legará à sua voz variações e as tornará mais interessante ao interlocutor.

Não varie o volume de sua voz


Quando você variar o tom da sua voz, não deverá variar o volume da voz demasiadamente. Gritar
fará com que o interlocutor tenha dificuldade de entendimento. Você deverá tentar falar num tom
normal da conversa com inflexões, mas não variar o volume.

Mantenha sua voz alegre e comercial


Nunca se esqueça das palavras "Por Favor , e Obrigada". Não use um tom frio, mas também não
deixe sua voz parecer muito familiar. Escolha o meio termo.
Não se esqueça da concordância se tiver falando com um homem diga "obrigado", se for com mulher
"obrigada"

TÉCNICAS DE ATENDIMENTO

ATUAÇÃO DO (A) ATENDENTE


Voz, interesse, Calma e Sigilo

• Voz agradável e pronúncia correta são indispensáveis ao bom atendimento ao público.


• Frases concisas demonstram a importância que a (o) atentende dá ao seu tempo e ao de
quem procura se informar.

• Descortezia no atendimento poderá causar má impressão de toda a instituição.


• Ao dar informações, faça-o com honestidade. Não informe se não estiver segura (o) do
que diz.

• Nunca empregue gírias ou tratamentos íntimos


• Não use o aparelho de seu trabalho para ligações pessoais, pelo menos durante o
expediente.
• Antes de ser bom orador(a) seja ótimo (a) ouvinte, só assim poderá auxiliar a pessoa
que está procurando a informação.

• Informe-se de tudo o que ocorre, tanto em seu ambiente de trabalho como com o que
ocorre no resto do mundo, através de circulares, jornais, rádios, televisão,etc.

IMPORTÂNCIA DO (A) ATENDENTE

Toda instituição, seja ela pequena, média ou de grande porte, possui sempre um sistema
telefônico instalado, para comunicação com o público, fornecedores e com o staf interno.
Assim sendo, a pessoa mais importante é a (o) atendente, com a qual a instituição conta
para seu sucesso, pois é através do (a) atendente que é feito o primeiro contato do
público com a instituição, por esta razão seu procedimento deverá ser sempre gentil,
correto e atencioso, para que todos tenham uma boa impressão da instituição.
Toda (o) atendente deve ter consciência de que é um (a) funcionário (a) muito importante,
sendo assim, deverá se empenhar ao máximo para ter um ótimo desempenho em seu
trabalho.
Para isso também será necessário seguir as sugestões, que aquí propusemos:

1) VOZ - Não fale nem muito alto, nem muito baixo, nem muito rápido, nem muito
devagar.
Procure ter uma pronuncia clara, objetiva, assegurando exatidão e evitando assim a
necessidade de repetição e, consequentemente perda de tempo.

2-CALMA - Toda (o) atendente executa várias tarefas , e por isso deverá manter-se
sempre calma (o), principalmente nas horas de maior fluxo de chamadas. Lembre-se: o
atendente é treinado (a) para prestar bons serviços, apesar das dificuldades que possam
surgir, mantenha-se sempre calma (o) em todas as situações.

3-CORTESIA - A (o) atendente deverá ser sempre gentil e cortez em seu atendimento ,
demonstrando sempre amabilidade, principalmente nos momentos difíceis onde
encontrar pessoas insistentes e inconvenientes.

4) INTERESSE - Cada chamada deve ser atendida com especial interesse e sincero
desejo de ajudar.
Os usuários perceberão seu interesse ou indiferença , pelo simples tom de voz.

5) NATURALIDADE- Demonstrando naturalidade ao atender o público, a (o) atendente


estará assumindo uma atitude amistosa, dando a impressão que está falando
pessoalmente com as pessoas e funcionários

6) PRESTEZA E EFICIÊNCIA - Estar atenta (o) aos pedidos dos interlocutores e


funcionários, agindo com rapidez na medida das possibilidades e tentando fazer com
que as pessoas sintam que estão recebendo toda a atenção.

7- TOLERÂNCIA - Procurar não se envolver com estado emocional das pessoas ou


fornecedores, mesmo em casos de "pessoas difíceis" nunca revidar grosserias recebidas.
Mantenha sempre a calma, gentileza e cortesia.

Quando ao telefone
ATENDIMENTO DE CHAMADAS
Fraseologias Adequadas
Seu atendimento deverá se processar sempre da forma mais rápida possível, porém
nunca de maneira incompleta ou indelicada. Recomenda-se sempre o uso das expressões
"por favor", "senhor (a)", "as suas ordens", "pois não", etc., pois ajudam muito no
relacionamento da telefonista com as pessoas com as quais ela vai manter contato,
durante sua jornada de trabalho.
• uso das expressões "bem", "benzinho", "meu amor", devem ser evitadas, pois podem
significar uma intimidade indesejada.

O Que a (o) Atendente ou Telefonista deve ter sobre a mesa

- Relação ( agenda ou arquivo ) dos telefones mais chamados.


- Relação de ramais, denominações dos departamentos e pessoas mais solicitadas.
- Bloco para anotar as ligações que são pedidas.
- Caneta ou lápis
- Relação de pessoas que estão autorizadas a receber ligações a cobrar.
- Bloco para anotação de pedido de interurbanos.
- Lista telefônica atualizada de sua localidade.
- Lista de códigos de acesso e informações das localidades integradas ao sistema DDD e
DDI

Normas e Cuidados
1) A discagem ou teclagem deve ser feita imediatamente, após o tom de linha, pois se
você demorar para dar início à discagem, ou der intervalo longo entre um número e
outro, a linha poderá cair. A discagem deve ser feita com o dedo indicador, o disco é
muito sensível, por isso não se deve usar objetos para discar. Nunca forçe o seu
retorno, cada algarismo deve ser discado assim que o disco volte à posição normal.
2) Atenda prontamente aos sinais de chamadas ( internos / externos) , quando todos
estiverem chamando ao mesmo tempo, entre em cada linha e peça "Um momento por
favor" , depois volte à primeira e atenda pela ordem, um por vêz.
3) O sigilo das ligações deve ser respeitado. Ouvir conversas telefônicas é falta grave,
passível de punições previstas por Lei e fere a ética profissional.
Quando alguém solicitar uma chamada pelo nome da pessoa, informe a ela o número do
ramal, para que em futuras chamadas ela facilite o seu trabalho.

Comportamento Profissional
O comportamento profissional está sujeito a regras de conduta que precisam ser
adaptado à personalidade de cada um.

Faz parte deste comportamento:


a) Pontualidade: é uma qualidade de grande importância no setor profissional. Chegar
com alguns minutos de antecedência permite uma melhor organização de seu local de
trabalho.

b) Espírito de Iniciativa : procurar sempre encontrar a melhor forma de desempenhar as


atribuições, buscando sempre maior aperfeiçoamento.

c) Boa Vontade: ser sempre prestativa, procurar solucionar problemas.

d) Colaboração : assumir uma atitude visando atingir objetividades comuns de todo o


grupo de trabalho.

e) Discrição : condicionar o comportamento, mostrando controle sobre as situações


difíceis : ouvir sem replicar, deixar de dizer palavras ou assuntos que possam agravar
mais uma situação.

f) Assumir uma Postura Adequada : nunca comer, beber, lixar unhas, pentear-se ,
maquiar-se, etc.em seu recinto de trabalho, principalmente na recepção. Não ficar
falando assuntos particulares ao telefone. Não falar alto demais, cantar, assobiar,
contar piadas, mascar chicletes, ler revistas ou jornais, durante seu horário de
expediente.

g) Nunca ausentar-se sem deixar outra pessoa em seu lugar.

h) Mantenha Registro dos Telefonemas : mesmo que sua memória seja ótima, sempre
anote tudo que lhe for pedido ao telefone, mantenha também anotado todas as ligações
efetuadas interurbanas para controle mensal das contas telefônicas.

Recados
Blocos de Recados Telefônicos : Tenha sempre a mão um bloco para anotar recados,
deixados pelos clientes.

Arte de Entender Nomes e Perguntas para Anotar Rapidamente : Não entre em pânico se
lhe pedirem que transmita um recado longo ou complicado. Embora seja desagradável
pedir ao interlocutor que repita algo que você não compreendeu, lembre-se que seu
embaraço ainda será maior ao entregar ao seu chefe um recado errado ou incompleto.

Em caso de palavras ou nomes difíceis ou estrangeiros, peça à pessoa que soletre. Use
sempre nomes de pessoas para identificar a letra que você não entendeu (C de Carlos, F
de Fernando).

Atendimento ao Público
Cumprimente sempre o interpelante ou visitante com um "Bom Dia" ou "Boa Tarde".
Deixe-o identificar-se e dizer o que deseja e escute atentamente para poder encaminhá-
lo à pessoa correta.
Solicite-lhe que aguarde um instante e ofereça-lhe uma cadeira e até mesmo um
cafézinho se for possível.
Avise a pessoa com que o interpelante ou visitante deseja falar, peça que venha até a
recepção ou se for norma da instituição você deverá acompanhar o cliente até a pessoa
ou departamento com que ele deseja falar, depois de avisá-los e receber a resposta que
poderá entrar.
Se você estiver atendendo à uma ligação telefônica e chegar um visitante cumprimente-o
com um movimento de cabeça para que ele perceba que foi notado e aguarde você poder
recebê-lo.

PARA MANTER UM BOM AMBIENTE DE TRABALHO


Local de Trabalho

• O local de trabalho reflete a imagem de quem atua nele.


Logo que você chegar limpe sua mesa, cadeira e demais móveis e objetos que estiverem e
sua sala. Verifique se tudo está em ordem.
Tenha sempre à mão somente o material necessário ao desenvolvimento de seu trabalho (
agenda, guia telefônico, lápis, canetas, bloco de recados e relação de ramais). E solicite
com antecedência o que for preciso.
Procure sempre se manter atualizada nos assuntos que dizem respeito a seu trabalho e a
sua empresa. Pelas próprias características de sua função, você estará sujeita à muitas
perguntas, portanto saiba sempre o que você pode e o que deve responder.

Aparência Pessoal

Procure vestir-se bem, porém com simplicidade. Na medida do possível use roupas de
acordo com o seu tipo físico. Jamais em um ambiente de trabalho use degotes profundos,
saias com grandes aberturas ou roupas muito justas.
Use maquilagem descreta e o cabelo bem limpo e penteado, nunca caído no rosto, se
necessário prenda-o.
Tenha sempre unhas aparadas e pintadas, se o esmalte começar a descascar melhor
retirá-lo e usar somente uma base ou brilho.

RELAÇÕES PÚBLICAS

O termo Relações Públicas pode ter diversos significados de acordo com o determinante
que precedê-lo. Pode-se usá-lo para designar o profissional, a profissão, o processo, a
atividade, a função e o cargo, sendo que todas essas designações só se fizeram possíveis
a partir do processo das relações sociais. Portanto, além da sua polissemia dentro de
cada uma das designações, tem-se conceitos complexos e diferentes trazidos por
diversos autores para a sua concepção.
Algumas definições e conceitos:
"Para conceituar relações públicas, devemos partir da dedução da definição operacional
que oferece as tradicionais etapas do exercício de RP: Diagnosticar a dinâmica no sistema
organização-públicos na conjuntura política-econômica; prognosticar o que irá acontecer,
neste sistema, a curto e médio prazos, assessorar os líderes nas políticas
organizacionais, implantar programas de comunicação e, por fim, avalilar os resultados da
intervenção no relacionamento organização-públicos.
Realizando uma leitura da definição operacional que é quase de consenso mundial -
chega-se a uma definição conceitual que: Relações Públicas é a gestão da função
organizacional política.
Podemos dizer que as funções estratégicas das relações públicas, de um modo geral, são
as de gerenciar as políticas da organização e conduzir os seus discursos para com os
públicos, diferenciando-os, estrategicamente, em relação ao seu posicionamento perante
o poder da organização, e visando sempre o interesse comum como um pressuposto do
interesse específico de legitimar o poder decisório da organização frente aos seus
diversos públicos.
Toda profissão possui uma finalidade moral. A Medicina tem a busca da Saúde, O Direito
busca a Justiça. As Relações Públicas buscam a Harmonia social no sistema organização-
públicos".
Portanto, as relações públicas são todos os esforços realizados no sentido de buscar,
com as atividades de comunicação, um ambiente que propicie o desenvolvimento
harmonioso dentro da instituição e um clima de compreensão e boa vontade com seus
públicos externos. A função consiste em trabalhar a imagem da instituição junto à opinião
pública, por meio de ferramentas eficazes, como: - planejamento estratégico da
comunicação corporativa (imagem da instituição)
Imagem é o conceito que as pessoas têm e/ou formam sobre as coisas. O maior
patrimônio da instituição é a imagem. Crie e mantenha a imagem positiva da sua
instituição junto a seus públicos prioritários, divulgando suas filosofias, políticas e
atitudes. Tendo um planejamento de Comunicação Institucional, o acompanhamento
constante da imagem percebida pelos públicos da instituição é feito de forma organizada,
profissional e com resultados efetivos.
- comunicação dirigida aos diversos públicos com que a instituição se relaciona:
funcionários, parceiros comerciais, associações de classe, comunidade, formadores de
opinião, governo, público em geral
- relações com a imprensa.
- administração de crises.
As relações públicas também englobam auditoria de opinião pública, jornalismo
empresarial - desde a criação de conceitos básicos para um jornal até sua impressão,
passando pelo layout, redação das matérias, coordenação geral, inclusive de fotos e
produção da arte-final -, relações com diversos segmentos dos públicos prioritários,
projetos especiais em geral, peças impressas, produções audiovisuais, eventos e
serviços de apoio a marketing de serviços.

No trabalho de Relações Públicas existem duas coisas distintas. Uma é a chamada


imagem institucional, que na verdade é autogerada à medida que um grupo de pessoas
constrói uma empresa, uma instituição ou uma entidade. Quando estamos trabalhando
numa instituição, nós nos perguntamos: qual é o nosso objetivo? Como vamos trabalhar?
Como vamos tratar o nosso público e o nosso funcionário?
Estas questões perpassam toda a criação e o crescimento de uma instituição e fazem
parte da expressão da autoimagem. Ou seja, elas começam a exprimir uma auto-imagem
que depois se tornará a imagem institucional - que, enfim, identificará a escala valorativa e
ética da instituição. Por isso, é praticamente impossível fazer Relações Públicas com
quem não tem uma valoração ética. Se uma entidade é toda torta, toda errada, faz tudo
mal feito e não respeita seus públicos, ela não pode fazer Relações Públicas.
Imagem Corporativa
A imagem corporativa e a imagem institucional - que, são organizadas pelos profissionais
de Relações Públicas - devem servir como um produto de consumo para todos os
públicos. Sem trabalhar todos os públicos de uma instituição ou empresa, esvazia-se a
imagem, que acaba sendo vista fracionadamente por alguns. E se ela não for para todos,
não será perene e não se tornará, ao final do tempo, um signo. Este é o objetivo que
busca quando se atua em Relações Públicas: criar uma imagem tão forte que se torne um
signo.
Para isso muitas vezes a instituição estabelece a figura de um ombudsman ou ouvidor.
Ombudsman é uma palavra sueca que significa representante do cidadão. Designa, nos
países escandinavos, o ouvidor-geral -função pública criada para canalizar problemas e
reclamações da população.

A necessidade do uso de relações públicas com a população é cada vez mais clara entre
os profissionais que atuam nos setores de atendimento e relacionamento com esse
público. Primeiro porque o fazer da atividade de relações públicas envolvem estudos e
pesquisas que englobam não só a relação direta da instituição ou empresa com o seu
público usuário (requerente/cliente/cidadão), mas, ações com os públicos internos,
responsáveis diretos pelo atendimento que o público recebe independentemente do canal
de comunicação utilizado para acesso a instituição.
Tendo em vista que algumas características da sociedade contemporânea têm formatado
um novo tipo de público/cliente/cidadão, muito mais exigente, seletivo e com alto grau de
insatisfação intrínseca, e ainda que o advento das legislações de proteção à prática do
consumo de bens ou serviços enfatizou essas características, percebemos que há uma
necessidade de desenvolvimento de estratégias comunicacionais e administrativas cada
vez mais elaboradas para manter a positiva imagem da instituição ou empresa.
Numa sociedade midiática, como a que vivemos, sabemos que as pessoas não adquirem
produtos ou serviços apenas por necessidade, pela qualidade ou pelo preço que está
sendo ofertado, muito menos pela relação custo-benefício que aquele bem ou serviço
possa oferecer. Claro que esses itens são importantes e decisivos na hora de aportá-los,
mas, uma aquisição pode ser efetivada por muitas outras razões de valor meramente
simbólico.
Uma das teorias mais utilizadas, tanto pelos profissionais de marketing, quanto pelos de
comunicação e administração, no desenvolvimento de planos que visam à obtenção dos
objetivos organizacionais, é a Teoria da Motivação (TM), de Maslow. Essa teoria diz que:
"O homem tem cinco necessidades:
1. fisiológicas: constituem as básicas de seus desejos, como fome, sede;
2. segurança: compreendem o medo do desconhecido, como falta de moradia, receio de
perder o que já foi conseguido;
3. efetivas: que surgem depois de satisfeitas as anteriores, ou seja, o homem quer ser
aceito pelo grupo ao qual pertence, família, seus colegas de trabalho e de lazer;
4. estima: após atingir as necessidades efetivas, o homem almeja o prestígio, o status, o
reconhecimento de todos que o cercam;
5. realização: quando o indivíduo está com todos os outros níveis satisfeitos, procura a
realização, deseja desenvolver toda a sua especialidade no campo profissional, deseja ser
o melhor (CESCA; CESCA, 2000, p. 40)."
Para uma melhor interpretação, é mister compreendermos melhor essa teoria. Uma
pequena subdivisão nas cinco necessidades sistematizadas por Maslow nos permite
chamar de "necessidades" apenas os dois primeiros itens, as necessidades fisiológicas e
de segurança, têm a ver com algo imprescindível a todos os homens, independentemente
de influências culturais por meio das relações sociais estabelecidas. As outras, as
"afetivas", as de "estima" e de "realização", chamaremos de "desejos", pois, segundo
nosso ponto de vista, transcendem as questões meramente físicas e se inserem no plano
da composição dos hábitos e costumes da sociedade que aquele indivíduo,
especificamente, faz parte.
Se, de um lado, as instituições investem cada vez mais na relação com os seus
públicos/clientes/cidadãos, criando canais de comunicação em via de mão dupla para
tentar entender as suas verdadeiras necessidades e desejos, de outro, o requerente ou
consumidor tem estado cada vez mais atento aos seus direitos, exigindo, inclusive, do
Estado, políticas públicas voltadas à regulação dos mecanismos da oferta de serviços,
mercado e da comunicação de massa.
Com esse novo quadro, muitas organizações, tanto privadas quanto públicas, criaram os
seus Serviço de Atendimento ao Consumidor ou ao Cidadão (SAC's),
Os SAC's, portanto, surgem da demanda das organizações de atender os clientes com
presteza, tanto para dar conta da nova postura de cliente-cidadão desenvolvida pelos
novos consumidores, muito mais exigentes e questionadores dos seus direitos, quanto
para atender às novas regras jurídicas trazidas pelos institutos estabelecidos.
Os SAC's, em linhas gerais, têm como principais finalidades:
"1) permitir ao consumidor um contato direto com a organização/instituição/empresa, por
meio de alguém que está ali especialmente para ouvi-lo;
2) evitar que o cidadão recorra aos órgãos de defesa oficiais, resguardando a instituição
ou empresa de prejuízo de imagem e conceito;
3) colher sugestões e críticas que permitirão à instituição / empresa o aprimoramento dos
seus serviços/produtos;
4) manter a instituição / empresa informada quanto à satisfação dos cidadãos com relação
a seus produtos e/ou serviços;
5) mostrar ao cidaadão que ele poderá ter respaldo, às suas reivindicações.
6) responder a todos os questionamentos, seja pessoalmente, por telefone, e-mail, fax ou
carta, com rapidez e eficiência;
7) solucionar todas as reclamações dos cidadãos, desde que sejam procedentes.
Já os setores de um SAC podem ser:
"1) Setor de reclamações: recebe todas as reclamações relativas a produto/serviço da
instituição e faz os encaminhamentos necessários para a sua solução.
2) Setor de atendimento a cartas, e-mails e fax: responde a todas as solicitações com
preocupação na qualidade das respostas; cada solicitação deverá ter uma resposta
individualizada.
3) Setor de atendimento telefônico: com horário definido, equipe permanente com
treinamento constante para satisfazer o cidadão, respondendo a todas as perguntas.
4) Setor de produção de material: produz manuais, folders, folhetos e outros, podendo ser
um setor com serviço terceirizado.
5) Setor de eventos: organiza todos os eventos necessários, como: programa de visitas,
lançamentos de concursos, entrega de prêmios, encontros específicos e outros que se
fizerem necessários.
6) Setor de pesquisa: realiza todas as pesquisas necessárias, coordenação de cadastros e
contatos com cidadãos, consumidores e líderes de opinião.
Percebemos, portanto, que o SAC tornou-se um valor imprescindível a ser agregado aos
produtos e/ou serviços oferecidos pelas organizações. Esse valor agregado, no entanto,
não representa exatamente um problema. Muito pelo contrário. Aquelas instituições que
sabem utilizar os seus SAC's para tentar entender os equívocos existentes nos seus
processos produtivos e administrativos, podem estabelecer, a partir das queixas e
reclamações dos cidadãos, níveis altíssimos de eficiência e eficácia das suas operações.
Para um bom aproveitamento das informações dos SAC's, entretanto, é de suma
importância que ele esteja subordinado a um setor que tenha habilidades naturais para
lidar com os públicos.
Os SAC's são um importante instrumento para detectar a latência e evitar possíveis crises
nas instituições. A partir das queixas e reclamações dos cidadãos é possível identificar,
por exemplo, boatos que possam afetar a imagem e a credibilidade de uma organização.
Mario Rosa em A síndrome de Aquiles coloca, com muita propriedade, que,
"As crises de imagem se sucedem na rotina de nossas vidas, uma após a outra, variando
de personagem para personagem, na dinâmica por vezes alucinante da vida real. Quando
se está dentro de uma crise, sem saber direito como enfrentá-la, sem dispor de
mecanismos para aferir sua evolução ou mensurar seus desdobramentos, é só aí,
infelizmente, que muitos se dão conta de que bem melhor teria sido agir antes, muito
antes, para que aquele verdadeiro inferno não estivesse acontecendo (ROSA, 2000, p.19)."
Nesse sentido, o gerenciamento das informações geradas pelas queixas e reclamações de
cidadãos insatisfeitos através dos SAC's, torna-se um elemento que merece, da alta
direção das instituições, uma grande atenção e, sobretudo, empenho para que sejam
criados processos e dispositivos metodológicos que permitam a análise de crises
latentes.
Rosa (2000) nos chama atenção para o fato de que "o sucesso não é um antídoto de crises.
Ao contrário, funciona muitas vezes como um passaporte para elas. Por maiores que
sejam a seriedade, ética e honestidade que você ou sua organização tenham".
A monitoração constante das informações dos SAC's, portanto, se faz necessária, mesmo
quando a organização vai bem, os serviços bem prestados, a mídia espontânea está a seu
favor, enfim, ainda que tudo esteja tecnicamente sob controle.
Uma crise de imagem se diferencia das demais crises, segundo Ian Mitroff, um dos
maiores estudiosos do tema, essencialmente, pelo seu agente provocador: o homem. Isso
torna tudo mais difícil, chamativo e perigoso. Mitroff explica que quando uma crise é
causada por um desastre natural não se pode culpar ninguém. Entretanto, quando a falha
é humana, imagina-se, em princípio, que o desastre poderia ter sido evitado e procura-se
sempre um culpado para responsabilizar (ROSA, 2000).
A valor simbólico que está por trás do fato é muitas vezes mais forte do que o fato em si.
Nesse sentido, as reclamações registradas pelos SAC's devem ser analisadas enquanto
expressão de valores por parte dos usuários, com a finalidade de se entender o que
sustenta aquela reclamação e qual a verdadeira razão que motivou o cidadão a apresentá-
la.
Nesse sentido, os canais disponibilizados pelos SAC's deveriam favorecer o maior grau
de interação possível dos cidadãos com a organização, tendo em vista o aprofundamento
das informações disponibilizadas para análise pelos seus gestores.
No entanto, de nada adiantará um bom entendimento das informações geradas pelos
SAC's, se essas informações não forem bem utilizadas pela organização para melhorar
seus processos comunicativos, administrativos ou produtivos, visando a qualidade da
relação com os seus públicos. Essa condição irrestrita nos remete à necessidade de
utilização de estratégias de relações públicas para a manutenção de um relacionamento
forte e duradouro com os nossos públicos prioritários e de interesse, especialmente na
área de serviços, que demanda forte comprometimento do público interno, o pessoal do
atendimento.
A necessidade de relações públicas estratégicas com o cidadão
Para entendermos a função estratégica das relações públicas no processo de gestão de
relacionamentos desenvolvido pelos SAC's de uma organização, será preciso estabelecer
a sua relação mais importante, que constitui o núcleo da atividade de RP: a relação
Organização-Públicos. Neste binômio, estão todas as conexões das relações sociais das
organizações e sua complexidade (SIMÕES, 1995).
Podemos dizer que as funções estratégicas das relações públicas, de um modo geral, são
as de gerenciar as políticas da organização e conduzir os seus discursos para com os
públicos, diferenciando-os, estrategicamente, em relação ao seu posicionamento perante
o poder da organização, e visando sempre o interesse comum como um pressuposto do
interesse específico de legitimar o poder decisório da organização frente aos seus
diversos públicos.
Em relação aos SAC's, o processo estratégico de relações públicas estará focado em dois
grandes grupos: o público interno (todos os funcionários, inclusive os de direção e os
terceirizados) e o usuário (cliente/cidadão).
Para o público interno, o Relações Públicas deve trabalhar estrategicamente com
programas de qualificação profissional e aprimoramento dos processos de atendimento e
processamento das informações recebidas através dos SAC's. É importante estabelecer
para esses públicos canais de comunicação em via de mão dupla, para que qualquer
pessoa envolvida no processo possa tirar dúvidas, criticar e/ou sugerir mudanças no
sentido de melhorar o andamento dos trabalhos, e, conseqüentemente, a qualidade dos
serviços prestados pela organização ao seu público usuário (cliente/cidadão).
O usuário, deve ser trabalhado no plano da cordialidade, tentando se criar uma relação de
afinidade deste usuário com a organização. Para isso, é preciso que não faltem alguns
elementos, como a presteza, a cordialidade e a boa vontade em resolver os seus
problemas, quando forem apresentados.
Muitas vezes uma reclamação de um cidadão significa que ainda existe alguma chance de
reverter o protesto em conquista de confiança, que irá divulgar positivamente o nome da
instituição. Para isso, é necessário que as instituições criem dispositivos que permitam
ao cidadão um maior nível de interação.
Para que esses processos sejam implementados, as instituições devem trabalhar as
relações públicas em sua plenitude, pois o relacionamento com o usuário deve ser
permanente, não podendo a organização, em nenhum momento, prescindir dele.
Percebemos, porém, que muitas vezes isso acontece devido à falta de conhecimento, por
parte dos gestores, da importância das relações públicas nesse processo como atividade
promotora da função política da organização, produtora de instrumentos e
institucionalizadora de toda e qualquer comunicação, em via de mão dupla, entre a
organização e seus públicos.
Nesse sentido, percebemos que o uso de relações públicas na relação da organização
com o seu público usuário (cliente/cidadão), não só é interessante como imprescindível,
pois garante a instituição o estabelecimento de processos de gestão e controle da sua
imagem perante a opinião pública.

O Profissional de Relações Públicas


O relações-públicas é o profissional da boa imagem, o encarregado de zelar e melhorar a
imagem corporativa de uma organização, instituição, empresa e até mesmo de pessoas
importantes, expostas à mídia ou dependentes dela nas suas funções. Vale dizer que nos
dias atuais a imagem de uma instituição ou empresa chega a ser tão importante quando
sua saúde financeira. Visto de outro ângulo, é possível afirmar que uma séria lesão na
imagem de uma instituição ou empresa poderá prejudicar seriamente sua saúde
financeira. Em casos extremos pode até liquidá-la. Também é sabido que é mais difícil e
custa muito mais caro recuperar a imagem perdida, que criar uma boa imagem. É por esse
motivo que as organizações, conscientes do valor da sua imagem perante o público,
investem anualmente grande soma de recursos nos seus departamentos de relações
públicas.
Sem mais nada a ver com a imagem estereotipada do simpático bom-moço organizador de
festinhas e coquetéis, o relações-públicas moderno, na sofisticada e delicada missão de
resguardar imagens institucionais, tem de trabalhar muito, com inteligência, sensibilidade
e amplos conhecimentos de comunicação, propaganda, marketing e, mais que nunca, de
pesquisa. Mas tem de ser simpático, também, e politicamente correto. Sua missão
principal é ganhar para sua organização a satisfação dos públicos/consumidores, a
simpatia e a boa vontade dos empregados, políticos, ecologistas e, se for possível, do
público do país inteiro. Daí a importância do relações-públicas ter uma boa cultura geral,
conhecimentos de artes e espetáculos e domínio de idiomas. Ele será o encarregado de
planejar propaganda institucional - para vender imagem e não produto - produzir
publicações para públicos interno e externo, traçar estratégias de comunicação, planejar e
promover espetáculos culturais, lidar com governos, empresas concorrentes, imprensa,
políticos, dentre outras coisas.
Nas grandes organizações ou empresas as assessorias de imprensa estão diretamente
controladas pelos departamentos de relações públicas, que se encarregam de eventos
como os de lançamentos de produtos, serviços, projetos de apoio cultural, satisfação do
público/consumidor, prevenção e amortecimento de noticiário hostil, dentre outros.

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA


Administração financeira cuida de planejamento, analise de investimentos, política de
crescimento, financiamento, contabilidade, etc. (Lima Netto, 1978).
Na administração financeira de uma instituição, qualquer que seja o grau de complexidade
de suas operações ou a abrangência de sua atuação, são três os conceitos básicos que
determinam o sucesso ou fracasso de uma gestão financeira:
1- O planejamento financeiro das operações;
2- O acompanhamento dos eventos que resultem em entrada ou desembolso de recursos;
3- A transparência nas operações visando a legitimidade dos atos.
O orçamento é a ferramenta administrativa mais adequada para se planejar
financeiramente - e com segurança - as atividades operacionais de uma instituição, quer
sejam atividades rotineiras (tais como folha de pagamento, manutenção da frota de
veículos) ou periódicas (tais como projetos com tempo certo de duração, participação em
seminários ou congressos). Os orçamentos devem ser confeccionados,
preferencialmente, subdivididos em centros de custos, os quais refletirão as
necessidades de controle de cada conjunto de tarefas, grupos de pessoas ou eventos.
Orçar não só significa estimar a real necessidade de recursos de um centro de custo
durante um determinado período como também avaliar com precisão a entrada dos
recursos para sustentar a operacionalidade da instituição.
O acompanhamento dos eventos financeiros é efetuado em tempo hábil e mediante
números precisos através do fluxo de caixa. Esta ferramenta administrativa permite o
acompanhamento periódico - de acordo com as necessidades da instituição - e em tempo
real das origens e aplicações dos recursos, o que possibilita decisões em tempo hábil. O
fluxo de caixa permite responder de imediato perguntas tais como:
Nas próximas X semanas teremos disponibilidade para pagar os desembolsos que irão
ocorrer?
Caso negativo, que desembolsos poderão ser remanejados? Ou que entradas de recursos
poderão ser antecipadas?
Caso positivo e havendo disponibilidade de caixa, que investimentos poderão ser
efetuados?
Embora existam no mercado excelentes programas para acompanhamento do fluxo de
caixa (em geral é utilizado o termo em inglês cash flow), o usuário com alguma noção de
planilha eletrônica - Excel - poderá desenvolver sua própria planilha, o que permitirá, com
maior racionalidade, adaptar os níveis de controle às rotinas e necessidades da
instituição.
A transparência das operações é assegurada no momento em que a instituição apresenta
sua escrituração contábil de forma clara e apoiada por documentação legal, não só para
atender à legislação vigente mas também para proporcionar fidedignidade aos atos de
seus gestores. Assim como o orçamento, o plano de contas contábil de uma instituição
também deverá ser composto por centros de custo, de acordo com as tarefas, grupos de
pessoas ou eventos. Os números apresentados nos balancetes mensais refletirão o
resultado real da instituição - superávit / déficit ou lucro / prejuízo - e sua situação
patrimonial - ativo / passivo. Os balancetes servirão também de base para a comparação
entre os valores orçados - conforme item 1 - e os valores reais, adotando-se então
medidas corretivas para os próximos orçamentos, tendo como objetivo minimizar as
distorções porventura existentes.
Desta forma, a adequada combinação das três ferramentas - orçamento, fluxo de caixa e
contabilidade - permitirá que os três princípios básicos da administração financeira -
planejamento, acompanhamento e transparência - sejam alcançados, o que resultará
numa gestão tecnicamente correta, transparente e adequada ao bom desempenho da
instituição como um todo.
O Planejamento Financeiro
Orçar significa fazer a previsão de um determinado evento, em função das entradas e
saídas de recursos.
Sendo assim, na elaboração de um orçamento, visando uma adequada fonte de
informações que servirão de base à tomada de decisões administrativas e financeiras que
refletirão na continuidade operacional da instituição, os seguintes pontos devem ser
considerados:

• Realidade x Expectativa
Normalmente, na confecção de um orçamento, as pessoas envolvidas tendem a
elaborá-lo de acordo com suas expectativas em detrimento da realidade da situação.
Este fato acarreta distorções significativas, em alguns casos com sérios reflexos
financeiros e operacionais.
As distorções financeiras podem ser observadas quando, por exemplo, a previsão do
custo de pessoal de um determinado setor é subavaliado em função da expectativa de
quem o orçou. No transcorrer do período os recursos acabam e inevitavelmente "corte
de pessoal" é a única medida para sanear a questão.
Os problemas operacionais são observados nos casos de linha de produção. Quando
os custos são orçados a menor o risco da falta de recursos inevitavelmente recairá na
qualidade do produto, isto é, na aquisição de matéria-prima de pior qualidade ou na
contratação de mão-de-obra desqualificada.

• Base de avaliação
Os valores que irão compor o orçamento deverão ter preferencialmente como origem
o histórico da Instituição, quer seja nos balancetes contábeis anteriores ou, nos
também anteriores, relatórios gerenciais.
Na falta desses dados, as fontes de informações poderão ser obtidas através de
consultas a instituições que se encontram em situação similar, sendo que neste caso
especial atenção deverá ser dada a situações específicas de entrada e saída de
recursos da outra instituição.
Outra base de dados importante é a experiência profissional de cada elemento do
grupo, isto é, a capacidade de cada um para colaborar com informações, tendo em
vista situações similares já vividas em outras ocasiões.
Finalmente, quando nenhuma dessas alternativas estiver disponível, a linha de
atuação mais adequada será traçar uma meta em cada item do orçamento. A partir daí,
a meta será o valor orçado. No próximo orçamento você já terá como base um
histórico como referência. Diz o ditado chinês que é melhor estar aproximadamente
correto do que totalmente errado.
• Eventos subseqüentes
Na implantação e no acompanhamento da previsão orçamentária devemos estar
atentos para a possibilidade de alterações no fluxo de entrada e saída de recursos
originadas por fatores não orçados, e que a falta de previsão não tenha como origem
uma falha técnica, mas sim um fato eventual que em circunstâncias normais não
ocorreria.
Para este fato não há um procedimento técnico a ser tomado, há sim de se tentar
detectar este evento o mais rapidamente possível para que os dados do orçamento
seja refeitos e readaptados a nova situação.

• Padronização
Os relatórios e os formulários contendo dados orçamentários devem ser
confeccionados de maneira que facilitem a comparação com os demais relatórios
gerenciais da Instituição. Assim sendo, quando se fala de orçamento, fluxo de caixa e
contabilidade, é fundamental que estes relatórios sejam padronizados entre si porque,
em primeiro lugar, a leitura e a compreensão desses relatórios será mais objetiva e,
em segundo lugar, numa situação um pouco mais complexa, poderá ser adotada a
utilização de software que agrupe estes três relatórios em uma única base de dados.

Gestão Financeira
Gestão Financeira

A gestão financeira é um conjunto de ações e procedimentos administrativos envolvendo


o planejamento, análise e controle das atividades financeiras da empresa, visando
maximizar os resultados econômico - financeiros decorrentes de suas atividades
operacionais. O caminho do lucro passa OBRIGATORIAMENTE por uma gestão financeira
eficiente.

Objetivo básico do Gestor Financeiro

O objetivo do gestor financeiro é aumentar o valor do patrimônio líquido da empresa,


através da geração de lucro líquido decorrente das atividades operacionais da empresa.
Para realizar esta tarefa, o gestor financeiro precisa ter um sistema de informações
gerenciais para conhecer a situação financeira da empresa e tomar as decisões mais
adequadas para maximizar os seus resultados.

Alocação Eficiente dos recursos da Instituição ou empresa


Isto implica na constante verificação da utilização dos recursos no caixa, nas contas a
receber, em títulos de curto prazo, estoques, investimentos de capital, e na análise do
risco da empresa.
Em resumo isto significa determinar o total do ativo, a composição deste ativo e o perfil
de risco do negócio.

Principais funções da gestão financeira

As principais funções da gestão financeira são:

• Análise e Planejamento Financeiro: analisar os resultados financeiros e planejar


ações necessárias para obter melhorias.

• Captação e Aplicação de Recursos Financeiros: analisar e negociar a captação


dos recursos financeiros necessários e a aplicação dos recursos financeiros disponíveis.

• Crédito e Cobrança: analisar a concessão de crédito aos clientes e administrar o


recebimento dos créditos concedidos.

• Caixa: efetuar os recebimentos e os pagamentos e controlar o saldo de caixa.


• Contas a Receber: controlar as contas a receber relativas às vendas a prazo.
• Contas a Pagar: controlar as contas a pagar relativas às compras a prazo,
impostos, despesas operacionais, e outras.

• Contabilidade: registrar as operações realizadas pela empresa e emitir os


relatórios contábeis.

Principais instrumentos de controle utilizados na gestão financeira

Os principais instrumentos de controle utilizados na gestão empresarial são:

1. Fluxo de Caixa: O objetivo do fluxo de caixa é apurar o saldo disponível de caixa, para
se tomar a decisão de captar os recursos necessários ou aplicar os recursos disponíveis.
O saldo de caixa não indica necessáriamente que a empresa está tendo lucro nem
prejuizo em suas atividades operacionais.
No fluxo de caixa deverão ser registrados todos os recebimentos (vendas a vista,
recebimento de duplicatas e outros recebimentos) e todos os pagamentos (compras a
vista, pagamentos de duplicatas, pagamento de despesas, outros pagamentos) previstos
para o dia.

2. Demonstrativo de Resultados
O objetivo é mostrar o resultado financeiro (lucro ou prejuízo) das vendas realizadas no
período.
No demonstrativo de resultados deverá constar o valor total das vendas realizadas no
período, independentemente do seu recebimento, o custo das mercadorias vendidas,
independentemente de seu pagamento, e as despesas decorrentes de suas atividades
operacionais.
O registro dos recebimentos das vendas e dos pagamentos dos custos e das despesas é
feito no Fluxo de Caixa.

Alternativas para CAPTAR e APLICAR os recursos financeiros

As alternativas para captar recursos financeiros necessários para a empresa são:

• Capital inicial, aumento de capital e aplicação dos lucros acumulados obtidos


junto aos Sócios.

• Empréstimos obtidos junto às Instituições Financeiras.


• Financiamento das mercadorias obtido junto aos Fornecedores.
As alternativas para aplicar os recursos financeiros disponíveis da empresa são:

• Aplicações junto às Instituições Financeiras.


• Aquisição de mercadorias para serem vendidas.
• Financiamento aos clientes decorrentes das vendas à prazo.
• Aquisição do ativo fixo (móveis e utensílios, equipamentos, veículos, e outros)
para uso da empresa.

O que um gestor financeiro deve saber sobre Legislação Tributária

Para elaborar o adequado planejamento tributário, o gestor financeiro precisa conhecer


bem a legislação tributária referente aos impostos, taxas, contribuições que incidem
sobre as atividades operacionais da sua empresa (base de cálculo, lucro real ou lucro
presumido, prazo de recolhimento, isenções, incentivos, benefícios fiscais, SIMPLES
Federal, (SIMPLES estaduais)).

O que um gestor financeiro precisa saber sobre o mercado

O gestor financeiro precisa conhecer as principais características financeiras dos


participantes do mercado onde atua a sua instituição ou empresa, envolvendo clientes,
fornecedores e concorrentes, entre as quais citamos:
Clientes:

• Quantidade de clientes, por região e geral


• Volume médio de vendas por cliente, por tipo de produto e geral
Prazo médio e forma de pagamento das vendas Fornecedores:

• Quantidade de fornecedores, por tipo de produto


• Volume médio de compras por fornecedor
Prazo médio de pagamento das compras Concorrentes:
• Quantidade de concorrentes, por região e por tipo de produto
• Preço médio por tipo de produto.
• Prazo médio e forma de pagamento das vendas.
Erros mais comuns na gestão financeira

A inexistência de uma adequada gestão financeira pelas empresas, provoca uma série
problemas de análise, planejamento e controle financeiro das suas atividades
operacionais, entre os quais citamos:

1. Não ter as informações corretas sobre saldo do caixa, valor dos estoques das
mercadorias, valor das contas a receber, valor das contas a pagar, volume das despesas
fixas ou financeiras, etc., porque não fazem o registro adequado das transações
realizadas.

2. Não saber se a empresa está tendo lucro ou não em suas atividades operacionais,
porque não elaboram o demonstrativo de resultados.

3. Não calcular corretamente o preço de venda de seus produtos, porque não conhecem
os seus custos e despesas.

4. Não conhecer corretamente o volume e a origem dos recebimentos e o volume e o


destino dos pagamentos, porque não elaboram o fluxo de caixa.

5. Não saber o valor patrimonial da empresa, porque não elaboram o balanço patrimonial.

6. Não saber quanto os sócios retiram de pro-labore, porque não estabelecem um valor
fixo para a remuneração dos sócios.

7. Não conhecer corretamente o custo das mercadorias vendidas, porque não fazem um
registro adequado do estoque de mercadorias.

8. Não saber corretamente o valor das despesas fixas da empresa, porque não fazem
separação das despesas pessoais dos sócios com as despesas da empresa.

9. Não saber administrar corretamente o capital de giro da empresa, porque não


conhecem o ciclo financeiro de suas operações (PMRV, PMRE, PMPC).

10. Não fazer análise e planejamento financeiro da empresa, porque não tem um sistema
de informações gerenciais (fluxo de caixa, demonstrativo de resultados e balanço
patrimonial).

Despesas fixas

São as despesas administrativas realizadas para adequado funcionamento da empresa,


independentemente do valor das vendas.
Exemplos de despesas fixas:

• Aluguel, condomínio, IPTU .


• Água, luz, telefone .
• Salários administrativos .
• Pro-labore (retirada dos sócios) .
• Encargos sociais sobre salários e pro-labore .
• Honorários profissionais (Contador, Advogado, Consultor) .
• Despesas com veículos .
• Despesas com alimentação .
• Despesas financeiras .
• Despesas de manutenção .
• Depreciação sobre ativo fixo
Meios de controle das despesas fixas

O gestor financeiro deverá controlar as despesas fixas da seguinte forma:

Diariamente: Registrar no Controle de Despesas Fixas todas as despesas fixas realizadas,


devidamente classificadas.

Mensalmente: Comparar as despesas fixas realizadas com os meses anteriores e analisar


as eventuais discrepâncias.

Modelo de Controle de Despesas Fixas


Pagamentos Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia 5 Dia 31 Total
Despesas Fixas
- Aluguel 0,00 0,00 1.000,00 1.000,00
- Salários 0,00 0,00 1.000,00 1.000,00
- Encargos 300,00 0,00 0,00 300,00
- Água 0,00 200,00 0,00 200,00
- Luz 0,00 300,00 0,00 300,00
- Telefone 200,00 0,00 0,00 200,00
- Manutenção 100,00 200,00 300,00 600,00
- Pro-Labore 500,00 0,00 600,00 1.100,00
- Financeiras 300,00 100,00 200,00 600,00
- Outras 100,00 200,00 100,00 400,00
Total das Despesas 1.500,00 1.000,00 2.200,00 1.000,00 5.700,00

Balanço Patrimonial
O Balanço Patrimonial é uma das demonstrações contábeis preparadas pelas empresas e
demais organizações. Mostra a posição numa determinada data, normalmente 31 de
dezembro, como se fosse uma fotografia. Está dividido em:

• Ativo,
• Passivo e
• Patrimônio Líquido.
Ativo
É a parte do Balanço que demonstra onde foram aplicados os recursos da empresa. O
Ativo está representado pelos bens e direitos. Inclui, por exemplo, o dinheiro em caixa e
em bancos, estoques de mercadorias, equipamentos, imóveis, duplicatas a receber, entre
outros.
Passivo
São recursos de terceiros colocados na empresa através de obrigações ou dívidas. É tudo
aquilo que ela deve na data do balanço.
Patrimônio Líquido
É a outra parte dos recursos da empresa chamados de próprios, porque pertencem
verdadeiramente aos donos. É a diferença entre o Ativo e o Passivo. Uma empresa pode
ter muitos bens, mas se ela tiver muitas dívidas também, o patrimônio dos donos poderá
ser nulo ou até negativo.
Demais Demonstrações Contábeis de uma empresa, além do Balanço Patrimonial
a. Demonstração do Resultado do Exercício;
b. Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos;
c. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, que nas empresas de capital
fechado pode ser substituída pela Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados; e
d. Notas Explicativas.
Conjunto de informações que uma empresa deve divulgar para fazer a sua prestação de
contas.
a. Relatório da Administração;
b. Demonstrações Contábeis e as Notas Explicativas que as integram; e
c. Parecer dos Auditores Independentes, que é obrigatório para as empresas de capital
aberto e instituições financeiras, além de algumas outras.
É obrigatória a publicação das Demonstrações Contábeis?
Para as sociedades por ações, sim, de acordo com a Lei 6404 de 15 de Dezembro de 1976,
que, em seu artigo 133, determina a publicação dessas informações. As empresas de
capital aberto sujeitam-se, ainda, às normas da Comissão de Valores Mobiliários - CVM,
que é o órgão fiscalizador do mercado de capitais. Empresas de capital aberto são
aquelas que têm suas ações, ou quaisquer outros de seus valores mobiliários,
negociados em bolsa ou em mercado de balcão.
O que é o Parecer dos Auditores Independentes?
O Parecer do Auditor trata da qualidade das demonstrações contábeis em relação a:
a. Práticas contábeis de aceitação geral e apropriadas às circunstâncias;
b. Demonstrações e notas com informações suficientes sobre assuntos que possam
afetar seu uso, entendimento e interpretação; e
c. Conteúdo das demonstrações classificadas e agrupadas de maneira apropriada.
O parecer compõe-se basicamente de três parágrafos:
1. identificação das Demonstrações Contábeis e definição das responsabilidades da
administração e dos auditores;
2. extensão dos trabalhos; e
3. opinião sobre as Demonstrações Contábeis.
Em que ordem as informações do Balanço devem ser analisadas?
A primeira coisa que você deve ler é o Relatório da Administração, que, adequadamente
elaborado, reúne melhores condições de entendimento e apresenta uma análise
corporativa, setorial e financeira. Também enfoca projeções e contém, ainda, informações
do passado explicando o desempenho do período e as tendências. Em seguida, é
recomendável a leitura das Notas Explicativas, que tratam do contexto operacional e das
práticas contábeis adotadas de acordo com os Princípios Fundamentais da Contabilidade.
Depois, você deve passar à Demonstração do Resultado, ao Balanço Patrimonial, à
Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos e às Mutações do Patrimônio
Líquido. As Notas Explicativas devem ser lidas em conjunto com o Balanço, pois são um
detalhamento desse demonstrativo. Não deixe de ler o Parecer dos Auditores
Independentes, que trata da qualidade das Demonstrações Contábeis. Nesse parecer
poderão estar contidas informações que modificarão completamente sua opinião sobre a
empresa. Normalmente, as demonstrações são apresentadas em colunas comparativas
para facilitar a análise da evolução de um ano para o outro. Propicia, também a
comparação de, pelo menos, dois anos, pois o Princípio Contábil da Consistência prevê a
utilização de critérios de valorização e avaliação semelhantes. Em alguns momentos,
novas colunas são criadas para mostrar a situação da empresa dentro do que manda a lei
e de acordo com a inflação.
Princípios Fundamentais da Contabilidade
O objetivo dos princípios é garantir a comparação e a integridade das Demonstrações
Contábeis e, por isso, são homologados por órgãos internacionais de contabilidade. No
Brasil, além da CVM, também pelo Conselho Federal de Contabilidade - CFC, com a
elaboração do Instituto Brasileiro de Contadores - IBRACON. Eles permitem a você ter
uma razoável garantia de que a empresa e a administração utilizaram critérios uniformes
em relação às demais empresas brasileiras e ao restante do mundo. Sem os princípios
contábeis, seria uma grande confusão, pois cada empresa adotaria o seu critério e seria
impossível fazer qualquer comparação entre elas. Os princípios buscam assegurar regras
definidas e eqüitativas. Você deve ter em mente que a contabilidade e os critérios
adotados baseiam-se no princípio geral da sinceridade e seriedade da informação
contábil.
Princípios Fundamentais da Contabilidade
São dez os princípios organizados pelo Instituto Brasileiro de Pesquisas Contábeis,
Atuariais e Financeiras - IPECAFI, USP - e aprovados pelo IBRACON, em 22 de Novembro
de 1985: Entidade Contábil; Continuidade; Custo como Base de Valor; Denominador
Comum Monetário; Realização da Receita; Confronto das Despesas com as Receitas e
com os Períodos Contábeis; Objetividade; Materialidade; Conservadorismo e
Consistência.
O Princípio da Continuidade
Este princípio considera que a empresa usa o patrimônio (máquinas, terrenos, edifícios,
etc.) para atingir suas metas. Por isso, a contabilidade não leva em conta o valor de
mercado dos bens usados na operação. O que interessa é saber quanto foi investido para
obter os resultados. Não seria este o caso se a empresa fosse paralisar suas atividades. A
descontinuidade levaria à avaliação das contas pelo valor de mercado de seus bens,
direitos e obrigações. Para que seja reconhecido o estado de descontinuidade imediata ou
iminente, é necessária uma avaliação minuciosa que, se confirmada, deve ser mencionada
no Parecer dos Auditores.
Os Princípios do Custo como Base de Valor e Denominador Comum
Monetário
Estes princípios determinam que os bens ou direitos devam ser registrados pelo preço
pago em moeda corrente; da mesma forma, os produtos fabricados, pelo custo de
fabricação. Em países com inflação, esses conceitos foram aprimorados para não
prejudicar a informação contábil. Nesses casos, trabalha-se com o conceito de moeda
constante, atualizando-se todos os valores para a moeda válida na data do balanço. O
modelo de contabilidade prevista na atual Lei das Sociedades por Ações carrega
distorções, pois junta valores de poder aquisitivo diferentes (moedas presente, futura e
passada), como se estivessem expressos por um único denominador monetário. Quando
são mencionados os Princípios Fundamentais da Contabilidade, entende-se que esses
detalhes foram considerados, estando as Demonstrações em Moeda de Capacidade
Aquisitiva Constante na data das Demonstrações Contábeis. Essa informação deve
constar da Nota Explicativa de Práticas Contábeis e do Parecer dos Auditores.
Os Princípios de Realização da Receita e de Confronto das Despesas com
as Receitas e com os Períodos Contábeis
Estes princípios são também conhecidos como Regime de Competência. As receitas
devem ser consideradas quando auferidas - ganho líquido e certo - ainda que o
recebimento se dê em outra época. A realização ocorre no momento em que os produtos
ou serviços são transferidos ao cliente. É quando todo ou quase todo o esforço para obter
a receita já foi feito (exceto para bens de fabricação de longo prazo, cujo resultado seria
em virtude de estágios completados). Os contratos assinados ou os pedidos em carteira
não estão reconhecidos no balanço porque a contabilidade trabalha com fatos que afetam
o patrimônio. A simples assinatura ou o pedido recebido ainda não provocaram esse
incremento. Trata-se apenas de intenções. O mesmo se dá com as despesas ou custos:
são registrados proporcionalmente às receitas ou quando incorridos, independentemente
da data de pagamento.
Custo x Despesa
O custo é um gasto que geralmente agrega valor a um bem ou serviço. A despesa é um
gasto que se consome sem estar diretamente relacionado com o produto.
Receita
É a remuneração obtida pela venda ou aluguel de um bem ou pela prestação de serviços.
É reconhecida no momento em que a transação é feita, independentemente do seu
recebimento.
Demonstração do Resultado do Exercício
Se o balanço é uma fotografia, esta demonstração é um filme. Apresenta de que forma o
lucro ou prejuízo foi apurado, ordenando as receitas diminuídas das despesas. Primeiro,
as receitas de vendas ou serviços (deduzidas dos impostos sobre vendas e das
devoluções). Depois, os custos do período (gastos de fábrica ou produção), as despesas
(de escritório, administrativas, comerciais e financeiras - líquidas das receitas financeiras)
e, por último, a participação de terceiros antes do Lucro Líquido ("fatia do lucro" entregue
ao imposto de renda, participação dos administradores e gratificações aos empregados).
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
Esta demonstração apresenta a movimentação nas contas do Patrimônio Líquido. São os
aumentos de capital em dinheiro, bens ou com as reservas. Mostra também os lucros
retidos, os dividendos propostos ou pagos e os outros aumentos e reduções ocorridos
durante o ano. É um apêndice do Balanço que tem o objetivo de detalhar o Patrimônio
Líquido ali demonstrado.
Dividendo
É a distribuição, em dinheiro, aos acionistas ou donos da empresa de uma parcela do seu
lucro. Normalmente ocorre ao final de um exercício social, geralmente um ano de
operações. O percentual distribuído é estabelecido no estatuto da empresa ou em normas
legais. Algumas empresas o pagam mensalmente. O dividendo é a parte sagrada que
remunera o investimento do acionista.
As Notas Explicativas
Esclarecem pontos que a linguagem contábil não consegue retratar, tais como transações
ou fatos que podem alterar, futuramente, a situação patrimonial demonstrada. Também
são utilizadas para informar as Práticas Contábeis e detalhar algumas contas do Balanço
Patrimonial ou de outra demonstração. O Parecer do Auditor também pode fazer
referência a uma Nota Explicativa.
Por que o Balanço é dividido em Ativo, Passivo, Patrimônio Líquido e em Contas?
Porque não basta detalhar uma lista dos bens e direitos apresentados sob os títulos de
Ativo Circulante, Ativo Realizável a Longo Prazo e Ativo Permanente. É necessário
apresentar a fonte desses recursos. Os recursos podem ter vindo de terceiros aí
apresentados sob os título de Passivo Circulante e Exigível a Longo Prazo ou vindo dos
acionistas, o que está demonstrado no Patrimônio Líquido. Há uma equação que mostra
isso: (Patrimônio Líquido) = (Ativo) - (Passivo). As contas servem para reunir os valores
de mesma natureza e são também utilizadas para possibilitar os lançamentos contábeis
de forma ordenada. Nas Contas do Ativo temos o dinheiro da empresa em Caixa e Bancos,
as duplicatas emitidas por vendas e prazo em Contas a Receber e assim por diante.
Se o Ativo representa os bens e direitos da empresa, por que as Contas do Ativo têm
saldos devedores?
A contabilidade tem regras, e uma delas manda que para se aumentar contabilmente uma
Conta do Ativo, deve-se debitar essa conta, e para que uma Conta do Ativo seja
diminuída, o que se deve fazer é creditá-la. Com as Contas do Passivo e do Patrimônio
Líquido ocorre o contrário. Você pode gravar na memória a representação gráfica:

BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
(+) (-) (-) (+)
debitar creditar debitar creditar

PATRIMÔNIO LÍQUIDO
(-) (+)
debitar creditar

Como a empresa registra no seu Ativo os chamados bens intangíveis, como o seu "know-
how", a tradição, a marca e tantos outros?
A contabilidade só registra aquilo que é mensurável em dinheiro, que seja útil e que
pertença à empresa. Dessa forma, uma firma de auditoria pode Ter nos seus quadros
excelentes profissionais, uma metodologia de trabalho extremamente moderna e uma
reputação irretocável. Tudo isso tem valor, é o seu goodwill, mas não estará registrado no
seu Ativo. Se, eventualmente, outra empresa adquiri-la, o valor pago por conta desse
goodwill será registrado no Ativo da nova empresa.
Como se dividem as contas do Balanço?
Para facilitar a análise da situação da empresa, as contas são ordenadas em grupos,
segundo sua natureza e ordem decrescente de liquidez. Essa liquidez está na ordem da
velocidade com que os valores podem ser transformados em dinheiro ou exigíveis. Até o
prazo de 360 dias, a classificação se dá no CIRCULANTE e acima desse limite, no LONGO
PRAZO. É o que se faz no Balanço, conforme quadro:
BALANÇO PATRIMONIAL

Mais Líquida

ATIVO PASSIVO

CIRCULANTE CIRCULANTE

Menos Líquida

REALIZÁVEL A EXIGÍVEL A LONGO

LONGO PRAZO PRAZO

Sem Liquidez

PERMANENTE PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Ativo Circulante
É o dinheiro da empresa, os direitos que serão recebidos em dinheiro, serviços ou bens, e
os estoques que serão vendidos e recebidos em prazo nunca superior a 360 dias. As
contas são apresentadas em ordem de liquidez e as mais comuns, são: Caixa e Bancos,
Aplicações Financeiras, Contas a Receber de Clientes e Estoques. Os estoques estão
registrados pelo seu preço de compra ou de fabricação, as contas a receber são
diminuídas de perdas prováveis e, caso alguma mercadoria ou produto tenha custado
mais do que o seu atual valor de mercado, teremos uma provisão para perdas. Nas
Demonstrações Contábeis em Moeda de Capacidade Aquisitiva Constante, o preço de
compra ou fabricação dos estoques é corrigido monetariamente.
Passivo Circulante
É tudo o que a empresa deve pagar até 360 dias. As contas estarão ordenadas pela sua
exigibilidade, vindo primeiro as de prazo mais curto: Empréstimos, Contas a Pagar,
Dívidas com Fornecedores, Impostos a Recolher e Provisões (são as despesas incorridas,
geradas, ainda não pagas, mas já reconhecidas pela empresa: Imposto de Renda, Férias,
Décimo Terceiro Salário, Salários a Pagar etc.).
O que é Capital de Giro e qual o objetivo da Demonstração de Origens e Aplicações de
Recursos?
O Capital de Giro representa os recursos que estarão girando num curto espaço de tempo
- um ano - e é representado pela diferença entre o Ativo e o Passivo Circulantes. Na
contabilidade, é chamado de Capital Circulante Líquido, cuja variação é explicada na
Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR). Essa demonstração
apresenta, em primeiro lugar, as fontes de recursos que contribuíram para o Capital de
Giro. A principal origem geralmente deve ser o Lucro. Em segundo lugar, demonstra o que
foi feito com esses recursos, fornecendo informações quanto à política de expansão da
empresa e a sua capacidade para saldar seus empréstimos de longo prazo e de pagar
dividendos, além do nível de endividamento. Mostra como a empresa obtém e administra
seus recursos financeiros. Em períodos de crise, esta passa a ser a demonstração mais
importante, pois é através dela que se conhece a saúde, inclusive no Brasil, de se adotar o
Fluxo de Caixa em substituição à DOAR. O Fluxo de Caixa é mais fácil de entender.
E quando existe dúvida quanto ao registro de uma perda ou divulgação de uma
informação?
O Princípio Contábil do Conservadorismo ou Cautela faz com que o Contador seja
extremamente cuidadoso e não corra riscos no Balanço. Quer dizer, quando houver
possibilidade de perdas, cujo valor seja conhecido ou calculável, ele não espera o fato
acontecer, devendo registrá-lo de imediato. Imagine se já fosse do conhecimento da
empresa que ninguém iria pagar as duplicatas e o lucro fosse distribuído aos acionistas?
Seria um desastre. Um acionista ficaria com o lucro e o outro com o encargo, caso tivesse
negociado suas ações. A contabilidade além de ser justa e sensata, procura tratar com
equidade os direitos de cada um dos interessados. Se foi feito um mau negócio na
compra ou fabricação ou na concessão de crédito aos clientes, o ônus deve ser alocado
naquele período em que o fato se verificou. A contabilidade não trabalha com fantasias
nem com castelos de areia. Trabalha com fatos. Para manter a qualidade da informação
contábil, o Parecer do Auditor deve relatar incertezas em relação a fato relevante, cujo
desfecho poderá afetar significativamente a posição patrimonial e financeira. As
informações são importantes e significativas nos casos em que, se não evidenciadas ou
mal evidenciadas, poderiam levar o leitor a sério erro sobre a avaliação do
empreendimento e de suas tendências (Princípio Contábil da Materialidade).
Por que se diz que o "Balanço não bate", que "se está procurando uma diferença" ou que
se está "fechado para Balanço"?
Como já se sabe, para todo recurso tem que existir uma fonte. A contabilidade usa as
partidas dobradas, representadas por débitos e créditos de mesmo valor, para indicar a
conta onde foi feita a aplicação do recurso e para creditar a conta que representou a
origem. Concluiu-se que, para todo débito, teremos um ou mais créditos ou vice-versa. Se
o "Balanço não bate" é porque uma das partidas não foi feita, está defeituosa ou a soma
não confere. É por isso que o Contador apura antes um balancete, somando apenas os
saldos devedores e confrontando-os com os credores. É para saber se o Balanço "vai
bater". Quanto ao famoso "fechado para Balanço", não quer dizer que a empresa precisa
fechar as portas para concluir o Balanço: isso seria uma catástrofe, pois algumas
empresas levam semanas para fechar seus Balanços. O que na verdade acontece é que a
empresa está fazendo a contagem de suas mercadorias e produtos em estoque. Trata-se
do inventário físico, para confrontar com os controles contábeis.
Como é iniciado um Balanço?
Quando se integralizam ações de uma empresa, o dinheiro é registrado no Caixa e o valor
do recurso na conta Capital. Por exemplo, se esse valor for de $ 1.000, teremos:

BALANÇO PATRIMONIAL
Lado esquerdo = débito Lado direito = crédito

ATIVO PASSIVO Zero

Caixa 1.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Capital 1.000
Total 1.000 Total 1.000

Assim, a equação seria:


Ativo 1.000 - Passivo Zero = Patrimônio Líquido 1.000
Como fica o Balanço num segundo momento, se a empresa tomar um empréstimo
bancário?
Aí ela passaria a ter recursos de terceiros, além do capital próprio que não tem data para
ser devolvido e compõe o Patrimônio Líquido. O capital de terceiros normalmente tem
prazo de vencimento. Se o empréstimo for de $ 500, com vencimento após um ano, o
Balanço seria fechado como se segue:

BALANÇO PATRIMONIAL
Lado esq. = aplicações Lado direito = origens

ATIVO PASSIVO

Ativo Circulante Exigível a longo prazo

. Caixa 1.500 . Empréstimos Bancários 500

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

. Capital 1.000
Total 1.500 Total 1.500

Equação:
Ativo 1.500 - Passivo 500 = Patrimônio Líquido 1.000.
Como fica a Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos?

Origens de Recursos

Integralização de capital ............. 1.000


Recursos de Terceiros .................. 500
Total das Origens ......................... 1.500

Aplicação de Recursos Aumento do Capital Circulante Líquido ou de Giro (Caixa) ............


1.500
E os lançamentos contábeis para registrar esses fatos?

Pela integralização de capital

- Debitar: Caixa ...................... 1.000

- Creditar: Capital ................... 1.000

Pelo Financiamento

- Debitar: Caixa ........................ 500


- Creditar: Financiamentos bancários .... 500

Consolidação de Balanços
Significa juntar num mesmo relatório as contas de um grupo de sociedades sob um
mesmo controle financeiro. Apresenta a situação financeira e econômica de diversas
empresas de um mesmo grupo econômico como se fossem uma única. Para isso, adota-
se a ficção contábil de uma única empresa, eliminando-se as operações entre as pessoas
jurídicas desse mesmo grupo. A ficção contábil está relacionada com o Princípio da
Entidade, que não confunde o patrimônio dos donos com o caixa da empresa. Por
analogia, imagine que se queira consolidar os rendimentos de uma família. Não se pode
considerar a venda do carro do pai para o filho, pois nenhuma riqueza foi acrescida à
família. Embora o pai tenha agora mais dinheiro, o filho tem menos: nada entrou de fora.
Do mesmo modo, considerando o grupo de empresas como uma família empresarial, as
operações entre elas não enriquecem nem empobrecem o grupo. A divulgação das
demonstrações consolidadas evita interpretações duvidosas, pois informa a situação do
grupo de empresas como um todo.

Eis um modelo mais completo de Balanço Patrimonial:


MODELO DE BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE
DISPONÍVEL Fornecedores
Caixa Obrigações Fiscais
Bancos c/ movimento Obrigações Sociais e Trabalhistas
Bancos c/ aplicação Outras Contas a pagar
CRÉDITOS

Duplicatas a receber EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

(-)Duplicatas descontadas Fornecedores a pagar


Adiantamentos a fornecedores Empréstimos bancários
Adiantamentos a empregados Outras Contas a pagar

Adiantamentos a sócios
Impostos a recuperar RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS

Outras contas a receber Aluguéis Ativos a vencer


ESTOQUES Outras receitas a vencer
Mercadorias

Matérias primas PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Produtos acabados Capital Social


DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE Lucro do Exercício
Prêmios de Seguros a apropriar Lucros Acumulados
Juros Passivos a apropriar (-) Prejuízos acumulados
Reservas de Lucros
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO Reserva Legal
Empréstimos a sócios
Investimentos temporários a longo prazo =

Despesas antecipadas
Outras contas a receber =

PERMANENTE =
INVESTIMENTOS
Participações permanentes em
=
outras empresas
Participações em fundos de
investimentos
Outros investimentos =
IMOBILIZADO

Imóveis =

Móveis e Utensílios

Maquinários =
Noções sobre análise de Balanço
A análise de Balanço é tão antiga quanto a própria contabilidade. Começa quando esta
termina, ou seja, a partir do Balanço encerrado. Dependendo da situação devemos avaliar
não só um balanço, mas fazer comparações com outros anos, para conhecermos a sua
evolução.Tem como objetivo avaliar a empresa para tomada de decisões.

Métodos de Análise mais comuns:

5) Quocientes: É o método mais usado, onde são comparados dois valores patrimoniais,
dividindo-se um pelo outro.
Ex. Ativo Circulante sobre Passivo Circulante.

Principais Quocientes de Liquidez:

Liquidez Geral: demonstra a capacidade de a empresa pagar seus compromissos a curto


e longo prazos, contando com recursos disponíveis no mesmo período.

Fórmula: AC + LP / PC + LP
Limite de Normalidade: 0,40 a 1,40.

Interpretação: Para cada real de dívida a curto e longo prazos a empresa dispõe de... para
pagar a curto e longo prazos.

Liquidez Corrente: demonstra a capacidade de a empresa pagar suas dívidas a curto


prazo, contando com recursos do mesmo período:

Fórmula: AC / PC
Limite de Normalidade: 0,51 a 2.

Interpretação: Para cada real de dívida a curto prazo a empresa dispõe de... para pagar a
curto prazo.

Liquidez Seca: é um índice de liquidez mais conservador, onde não consideramos os


Estoques. Utilizado quando os Estoques passam a constituir valores de difícil conversão
em moeda.
Ex. Empresas que concentram vendas em determinadas épocas do ano e em épocas de
retração do mercado.

Fórmula: AC - Estoques / PC
Limite de Normalidade: Próximo a unidade.

Interpretação: Para cada real de dívida a curto prazo a empresa dispõe de... para pagar a
curto prazo sem considerar a venda dos estoques.

4) Percentual: Quando queremos obter o valor percentual de uma determinada verba em


relação a um determinado total.

Endividamento Geral: Demonstra o percentual que as dívidas da empresa a curto e longo


prazos representa sobre o Ativo Total.

Fórmula: PC + LP / AT.
Limite de Normalidade: 35 a 75%.

Rentabilidade do Patrimônio: Demonstra o percentual que o lucro do perído representa


sobre o PL.

Fórmula: Lucro Líquido / PL.

Exercício
No último dia do exercício social, a empresa RedGreen Ltda. Demonstrou um patrimônio
com bens no valor de R$ 13.000,00, direitos no valor de R$ 7.000,00, dívidas no valor de
R$ 9.000,00 e capital social no valor de R$ 10.000,00, devidamente registrado na Junta
Comercial. Com base nessas informações pode-se afirmar que, do ponto de vista contábil,
o patrimônio referido apresenta:
a) Situação Líquida Nula ou Compensada
b) Passivo a Descoberto no valor de R$ 1.000,00
c) Prejuízos Acumulados no valor de R$ 1.000,00
d) Patrimônio Líquido no valor de R$ 1.000,00
e) Patrimônio Líquido no valor de R$ 11.000,00
Comentário: É uma questão de nível fácil. Envolve tão somente conhecimento da equação
fundamental do patrimônio: A = P + PL, e saber identificar contas de ativo e passivo.
Logo nas primeiras aulas de contabilidade é estudado que o ativo é composto por bens e
direitos, o passivo é composto por obrigações, enquanto que no patrimônio líquido estão
representados os valores do capital próprio da empresa, ou seja, o valor que os sócios
aplicaram na empresa como capital social (recursos de origem externa) e os lucros e
reservas gerados pela empresa (recursos de origem interna).
Classificando os valores temos:
ATIVO: PASSIVO:
Bens R$ 13.000,00 Dívidas R$ 9.000,00
Direitos R$ 7.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social R$ 10.000,00
Somando os bens e direitos (Ativo) temos R$ 20.000,00
Somando o passivo com o PL temos R$ 19.000,00
Analisando os dados da questão pode-se deduzir que não há outros valores de ativo ou
passivo. No entanto, falta exatamente a quantia de R$ 1.000,00 para que a equação feche.
Este valor, considerando os dados da questão, deverão ser adicionados no patrimônio
líquido, como lucros ou reservas, assim, os dois lados do balanço totalizarão R$ 20.000,00
ATIVO: PASSIVO:
Bens R$ 13.000,00 Dívidas R$ 9.000,00
Direitos R$ 7.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social R$ 10.000,00
Lucros/reservas R$ 1.000,00
___________________ _________________
TOTAL R$ 20.000,00 R$ 20.000,00
Alternativa correta: E - patrimônio líquido de R$ 11.000,00.

A empresa Internacional S/A., no encerramento do exercício de 2002, obteve as seguintes


informações,conforme segue:
(Valores em R$)
Adiantamento a Fornecedores 15.000,00
Ativo Imobilizado 1.300.000,00
Contas a Pagar 1.100.000,00
Disponibilidades 150.000,00
Duplicatas a Receber 1.200.000,00
Empréstimos 1.000.000,00
Estoques 850.000,00
Lucros Acumulados 200.000,00
Reserva Legal 10.000,00
Na elaboração do Balanço Patrimonial da empresa, os valores do Patrimônio Líquido e do
Capital Social Integralizado serão:
(Valores em R$)
Patrimônio Líquido Capital Social Integralizado
a) 1.400.000,00 1.190.000,00
b) 1.400.000,00 1.205.000,00
c) 1.415.000,00 1.205.000,00
d) 1.415.000,00 1.225.000,00
e) 1.425.000,00 1.225.000,00

As contas do Ativo são:


Adiantamento a Fornecedores
Ativo Imobilizado
Disponibilidades
Duplicatas a Receber
Estoques
As Contas do Patrimõnio Líquido são:
Lucros Acumulados
Reserva Legal
As demais contas são do Passivo.
O total do Ativo é R$3.515
O total do Passivo é R$2.100
O valor do PL é a diferença entre Ativo e Passivo.
O Capital Social Integralizado corresponderá ao valor do PL deduzido de Lucros
Acumulados e Reserva Legal.
Alternativa do Gabarito Oficial: C

A empresa Primavera Ltda., no encerramento do exercício de 2004, obteve as seguintes


informações, conforme segue:
(Valores em R$)
Adiantamento a Fornecedores 1.000,00
Adiantamento de Clientes 2.000,00
Ativo Imobilizado 20.000,00
Capital Social 29.000,00
Contas a Pagar 40.000,00
Depreciação Acumulada 2.000,00
Despesas Antecipadas 1.000,00
Disponibilidades 1.000,00
Duplicatas a Receber 30.000,00
Estoques 20.000,00
Realizável a Longo Prazo 2.000,00
Reserva Legal 2.000,00
Assinale a opção correta, que corresponde ao valor do Ativo que estará presente no
Balanço Patrimonial.
a) R$ 71.000,00
b) R$ 72.000,00
c) R$ 73.000,00
d) R$ 74.000,00
e) R$ 75.000,00
As contas do Ativo são:
Adiantamento a Fornecedores
Ativo Imobilizado
Depreciação Acumulada
Despesas Antecipadas
Disponibilidades
Duplicatas a Receber
Estoques
Realizável a Longo Prazo
Todas as contas devem ser somadas, exceto Depreciação Acumulada, que deverá ser
subtraída.

Alternativa do Gabarito Oficial: C


64 - Uma empresa possui um passivo a descoberto quando:

(A) o passivo é superior ao ativo;


(B) ativo = passivo + patrimônio líquido;
(C) ativo = patrimônio líquido;
(D) ativo = passivo;
(E) o patrimônio líquido é nulo.

65 - Os bens que uma empresa possui são representados por contas de:

(A) receita;
(B) passivo;
(C) compensação;
(D) ativo;
(E) despesa.

Fluxo de caixa

É onde acontecem os movimentos de entrada e saída de recursos financeiros do caixa


das organizações. Com sua utilização, é possível planejar as necessidades de caixa a
curto prazo.

A elaboração do orçamento de caixa deverá seguir a ordem descrita abaixo:


Passo 1 - Projetar os recebimentos de recursos financeiros (todos: doações, recursos
para execução de projetos, receitas de venda de produtos etc.)
Passo 2 - Projetar todos os pagamentos (luz, água, telefone, salários, encargos, impostos
etc.)
Passo 3 - Cálculo do fluxo líquido de caixa.

A administração do fluxo de caixa requer alguns princípios básicos, como:


- Alongar sempre que possível os prazos para pagamento de duplicatas, principalmente
as que vencem em carteira.
- Aproveitar ao máximo todos os descontos dos fornecedores para pagamentos, por
exemplo, antecipados.
- Girar o estoque com a maior rapidez possível. Estes somente se aplicam às
organizações que de alguma forma são produtoras.
- Como resultado anterior, obter as duplicatas a receber no menor espaço de tempo.
A forma mais comum para visualizar um fluxo de caixa é através de um fluxograma em
que a escala horizontal indica o tempo (semanas, meses etc.) e as flechas para baixo
indicam saída de recursos ou despesas. Já as setas para cima correspondem às entradas
de recursos financeiros.
R$ 200 R$ 300 R$ 400 R$ 350

R$ 150 R$200 R$ 450

A seguir, apresentaremos outra forma de controlar o fluxo de caixa semanalmente e de


forma cumulativa. Neste modelo, é possível verificar no dia o que entrou e saiu e ter ao
final da semana o seu saldo, que naquela semana poderá ser positivo ou negativo. Você,
de posse dessas informações, poderá saber se na próxima semana precisará adiar alguns
pagamentos ou pedir empréstimos bancários.
Fluxo de caixa

17/05 a
Período
21/05/2004

Saldo em:
957.198,40 959.353,40 959.353,40 959.353,40 957.053,40 Total OBS
17/05/2004

Receitas 17 18 19 20 21

0,00
Associados 5.000,00 5.000,00
0,00
0,00

Total 5.000,00 0,00 0,00 0,00 0,00 5.000,00

Despesas 17 18 19 20 21 Total OBS

0,00
Vale-transporte 2.845,00 2.845,00
Telefone 2.300,00 2.300,00
Vale-refeição 3.850,00 3.850,00
Fundo fixo 1.000,00 1.000,00
0,00
0,00
0,00

Total 2.845,00 0,00 0,00 2.300,00 4.850,00 9.995,00

Saldo do fluxo 17 18 19 20 21 Total OBS

Total 959.353,40 959.353,40 959.353,40 957.053,40 952.203,40 -4.995,00

A Demonstração dos Fluxos de Caixa indica, no mínimo, as alterações ocorridas no


exercício no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregadas em fluxos das operações,
dos financiamentos e dos investimentos. Essa demonstração será obtida de forma direta
(a partir da movimentação do caixa e equivalentes de caixa) ou de forma indireta (com
base no Lucro/Prejuízo do Exercício). As práticas internacionais dispõem que essa
demonstração seja segregada em três tipos de fluxos de caixa: os fluxos das atividades
operacionais, das atividades de financiamento e das atividades de investimentos.

Explicação sobre a demonstração do fluxo de caixa

Ajuste do Lucro Líquido referente a Despesa Não Desembolsável

Há determinados itens que reduziram o Lucro Líquido na DRE que não representam
saída de dinheiro. Daí, o fato de se adicionar novamente Depreciação, que é um item
econômico e não financeiro. A Depreciação não significa um desembolso, mas um fato
econômico.
Ajuste do Lucro Líquido no Circulante
O aumento do estoque de novas peças faz-se com dinheiro, o que leva à redução do
caixa.
Maior número de duplicatas a receber significa retardar o recebimento do dinheiro
que iria para o caixa e teria algum destino. Reduções nos montantes de estoque e
duplicatas a receber significam mais recursos no caixa.
Quando os clientes, por exemplo, antecipam pagamento, reduz-se o montante de
duplicatas a receber e, consequentemente, aumenta-se o caixa.
Por outro lado, se há aumento de fornecedores no Passivo Circulante, há mais
crédito, evita-se a saída do caixa e pode-se utilizar o dinheiro para outras finalidades. A
recíproca é verdadeira.
Se há redução de imposto a recolher, o dinheiro que seria usado para essa
finalidade pode sê-lo para outros pagamentos.

Como regra geral, temos:


• Os aumentos no Ativo Circulante provocam uso de dinheiro (caixa); as reduções
do Ativo Circulante produzem caixa (origem de caixa);

• Os aumentos do Passivo Circulante evitam saída de mais dinheiro, aumentando


o caixa; as reduções do Passivo Circulante significam que o pagamento foi
feito, reduzindo o caixa (uso de caixa);

• Para calcular as variações líquidas, basta subtrair o saldo anterior do saldo atual
das contas do Circulante (Ativo e Passivo).

Atividades de Investimentos
Referem-se ao Não Circulante da empresa. Quando uma empresa compra máquinas,
ações, prédios etc., reduz o caixa. Quando a empresa vende esses itens, aumenta o caixa.

Atividades de Financiamentos
Os financiamentos poderão vir dos proprietários (aumento de Capital em dinheiro)
ou de terceiros (financiamentos, bancos etc.).

DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA


Empresa "X" Ltda. - Exercício de 200___

Saldo Inicial em 31-12-2003.............................. ..................................... .........60.000


Entradas
Receita Operacional Recebida.......................... ...................730.000 ......................
Receitas Financeiras........................................... .....................10.000 ......................
Recebimentos de Coligadas............................... .....................10.000 ......................
Vendas Investimentos......................................... .....................10.000 ......................
Novos Financiamentos........................................ .....................50.000 ......................
Aumento de Capital em R$............................... .....................40.000 ......(850.000)
(Saldo anterior em R$)...................................... ................................. ......................
Saídas
Compras Pagas.................................................... .................(660.000) .......................
Despesas de Vendas Pagas................................. ...................(30.000) .......................
Despesas Administrativas.................................. ...................(50.000) .......................
Despesas Financeiras......................................... ...................(30.000) .......................
Imposto de Renda............................................... ...................(60.000) .......................
Dividendos Pagos................................................ ...................(50.000) ......(880.000)
Saldo final em 31.12 .2004................................ ..................................... .........30.000
Rendimentos: Real e Nominal
Se um investidor aplica R$ 100 e consegue um rendimento de 10% no mês, ele coloca
no bolso R$ 110, certo? Errado. Esse ainda é o rendimento bruto nominal, ou seja, sem
descontar os impostos e a inflação. No mercado financeiro, no entanto, o que interessa
mesmo ao investidor são apenas os juros reais, porque indicam quanto realmente será
colocado no bolso.
Para descobrir o rendimento líquido real do investimento, é preciso antes calcular o
valor do rendimento líquido nominal, que é encontrado descontando do rendimento bruto
- no nosso exemplo, 10% - os impostos a serem pagos. Essas taxas variam de acordo com
as aplicações efetuadas. Descontando 20% de Imposto de Renda, por exemplo, sobre os
10%, o investidor achará um rendimento líquido nominal de 8%.
Sabendo, então, esse valor, o investidor já pode calcular seu rendimento líquido real.
Para isso, basta descontar a inflação do período. Isso porque, se a inflação sobe e os
preços dos bens e serviços acompanham, o dinheiro precisa crescer na mesma
proporção para não se desvalorizar.
Descontando a inflação
A inflação que deve ser levada em conta, nesse caso, é a medida pelo Índice Geral de
Preços do Mercado (IGP-M), medida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Supondo que a
inflação seja de 2%, basta diminuir esses 2% do rendimento líquido nominal de 8%. O
rendimento líquido real fica em 6%.
Essa cálculo só é usado para aproximações, para números pequenos e para fins
didáticos, já que o mercado financeiro trabalha com fatores de correção. Em uma conta
envolvendo pequenos valores, o ganho aproximado é bem próximo do valor real. No
entanto, 1% ou 2% de grandes valores é muito dinheiro.
Confira as diferenças:
Rendimento bruto nominal - Representa quanto um investimento rendeu sem descontar
os impostos e a inflação.

Rendimento líquido nominal - É encontrado descontando do rendimento bruto nominal os


impostos a serem pagos.

Rendimento líquido real - É o dinheiro que vai realmente para o bolso do investidor. Para
calcular, basta descontar do rendimento líquido nominal a inflação do período de
investimento.
Veja agora a regra matemática utilizada para o cálculo:
Para descobrir exatamente o rendimento real de um investimento, o caminho é um
pouco mais complexo.
1 + tx de juros líquida nominal
Tx de juros real = −1
1 + tx inflação
Na situação citada, teríamos:
1 + 8%
Tx de juros real = −1
1 + 2%
Tx de juros real = 0,059 ou 5,9%
Outros caminhos
Há outras formas de se chegar a esse mesmo resultado.
1 + tx de juros líquida nominal + Tx inflação
Tx de juros real =
1 + tx inflação
0,08 - 0,02
Tx de juros real =
1 + 0,02
Tx de juros real = 0,059 ou 5,9%
Se o rendimento líquido nominal for menor que a inflação no período da aplicação, o
investidor estará perdendo seu poder de compra. Se o problema for contínuo
normalmente, os investidores começam a migrar para aplicações mais rentáveis.

Taxa Efetiva x Taxa Nominal

Na hora de contratar um financiamento ou pagar alguma dívida deve-se ficar atento


se a taxa estipulada em contrato é nominal ou efetiva. Muitas vezes, sem saber a
diferença, acaba-se pagando mais do que esperava.

Os contratos de financiamento, em geral, informam a taxa de juros nominal.


Entretanto, a que realmente vigora para o cálculo das prestações e do saldo devedor é a
taxa efetiva, que é sempre maior do que a primeira. Uma taxa de juros nominal de 12% ao
ano, capitalizados mensalmente, corresponderá, na prática, a uma taxa efetiva de
12,6825%.

A taxa efetiva é aquela que realmente incide em determinada operação. Já a nominal


é a taxa que é divulgada para um período. Mas a que sempre nos é cobrada é a efetiva.

Quem pega um financiamento de 1 ano, com taxa nominal de 12% ao ano capitalizada
mensalmente, estará pagando juros efetivos de 12,6825% por um motivo simples: no
primeiro mês, será cobrado 1% de juro. No segundo, o juro também será de 1%, mas
incidirá sobre o saldo do mês anterior (já somado ao juro do mês anterior), e assim
sucessivamente. É que esses financiamentos são calculados no regime de juros
compostos (juro sobre juro).
Acompanhe o exemplo:

Financiamento de R$ 1.000, em 12 meses, com taxa nominal de 12% ao ano, capitalizada


mensalmente. A taxa mensal será de 1%:

Dívida no 1º mês:
R$ 1.000 + 1% = R$ 1.010,00

Dívida no 2º mês:
R$ 1.010,00 + 1% = R$ 1.020,10

Dívida no 3º mês:
R$ 1.020,10 + 1% = R$ 1.030,30

Dívida no 4º mês:
R$ 1.030,30 + 1% = R$ 1.040,60

Dívida no 5º mês
R$ 1.040,60 + 1% = R$ 1.051,01

Dívida no 6º mês
R$ 1.051,01 + 1% = R$ 1.061,52

Dívida no 7º mês
R$ 1.061,52 + 1% = R$ 1.072,13

Dívida no 8º mês
R$ 1.061,52 + 1% = R$ 1.082,85

Dívida no 9º mês
R$ 1.082,85 + 1% = R$ 1.093,68

Dívida no 10º mês


R$ 1.093,68 + 1% = R$ 1.104,62

Dívida no 11º mês


R$ 1.104,62 + 1% = R$ 1.115,67

Dívida no 12º mês


R$ 1.115,67 + 1% = R$ 1.126,82

Agora, basta fazer o cálculo: quem pegou um financiamento de R$ 1.000 e


desembolsou, no fim do prazo R$ 1.126,82, pagou 12,68% de juros, e não 12% como
informado. Se a taxa efetivamente cobrada tivesse sido de 12%, a dívida final seria de R$
1.120,00.

É importante que o tomador de empréstimo peça sempre o cálculo da taxa efetiva. Se


for um financiamento de um imóvel, por exemplo, que tem prazo longo, a diferença final é
realmente muito grande. No caso de um financiamento em 25 anos, com juros nominal de
12% ao ano pagará, de taxa efetiva, um total de 1.878,84%. Se a taxa nominal anunciada
estivesse mesmo valendo, o juro seria bem menor: 300%.

Diferença prática entre a taxa nominal e a efetiva:

TAXA NOMINAL TAXA EFETIVA


12% ao ano, capitalizados mensalmente 12,6825% ao ano
6% ao ano, capitalizados mensalmente 6,1678% ao ano
12% ao semestre, capitalizados mensalmente 12,6162% ao semestre
9% ao trimestre, capitalizados mensalmente 9,2727% ao trimestre
4% ao mês, capitalizados diariamente (dias úteis) 4,0773% ao mês

Veja a diferença conceitual de cada uma das taxas:

Taxa efetiva - É aquela em que a unidade de referência de seu tempo coincide com a
unidade de tempo dos períodos de capitalização. Assim, são taxas efetivas: 3% ao mês,
capitalizados mensalmente; 4% ao mês, capitalizados mensalmente, e assim por diante.

Taxa nominal - É aquela em que a unidade de referência de seu tempo não coincide com a
unidade de tempo dos períodos de capitalização. A taxa nominal é quase sempre
fornecida em termos anuais e os períodos de capitalização podem ser semestrais
trimestrais ou mensais. Exemplos de taxas nominais: 12% ao ano, capitalizados
mensalmente; 24% ao ano, capitalizados mensalmente.

CUSTO FIXO E VARIÁVEL


Custo Fixo
Sabidamente, não existe custo ou despesa eternamente fixos: são isso sim, fixos dentro
de certos limites de oscilação da atividade a que se referem, sendo que, após tais limites,
aumentam, mas não de forma exatamente proporcional, tendendo a subir em "degraus".
Assim, o custo com a supervisão de uma fábrica pode manter-se constante até que se
atinja, por exemplo, 50% da sua capacidade; a partir daí, provavelmente precisará de um
acréscimo (5,20 ou 80%) para conseguir desempenhar bem sua função.
Alguns tipos de custos podem mesmo só se alterar se houver uma modificação na
capacidade produtiva como um todo, sendo os mesmos de 0 a 100% da capacidade, mas
são exceções (como a depreciação, por exemplo).
Podemos começar por verificar que uma planta parada, sem atividade alguma, já é
responsável pela existência de alguns tipos de custo e despesas fixos (vigia, lubrificação
das máquinas, depreciação, etc...).
Exemplos: Mão-de-obra indireta, constas do telefone da fábrica, depreciação das
máquinas da produção, aluguel do prédio utilizado para produção da fábrica, etc...
Custo Variável
Em inúmeras empresas, os únicos custos realmente variáveis no verdadeiro sentido da
palavra são as matérias-primas. Mesmo assim pode acontecer de o grau de consumo
delas, em algum tipo de empresa, não ser exatamente proporcional ao grau de produção.
Por exemplo, certas industrias têm perdas no processamento da matéria-prima que,
quando o volume produzindo é baixo, são altas, tendendo a diminuir percentualmente
quando a produção cresce.
Pode a mão-de-obra direta, noutro exemplo, crescer à medida que se produz mais, mas
não de forma exatamente proporcional, devido à produtividade que tenderia a aumentar
até certo ponto, para depois começar a cair.
Se o pessoal tem oito horas para produzir 60 unidades, quando normalmente levaria seis
para tal volume, provavelmente gastará as oito horas todas trabalhando de forma um
pouco mais calma (se não estiver o volume por hora condicionado por máquinas). Se o
volume passar para 80 unidades, trabalharão as mesmas oito horas; se for de 90
unidades, talvez levem pouco mais de nove horas, em função do cansaço, que faz
decrescer a produtividade.
Exemplos: Matéria prima, mão-de-obra direta, embalagens, energia elétrica (consumida na
fabricação direta do produto) etc.

PORCENTAGEM (%)
"Porcentagem é uma fração decimal, cujo denominador é cem, a expressão x %, é
chamada de
x
taxa percentual e representa a razão ".
10
Exemplos:

OPERAÇÕES COM PORCENTAGEM


Podemos, por exemplo, operar números na forma de porcentagem, observe:

Exemplo:

Efetue:
64 8 4
 64% = = = = 0,8 = 80%
100 10 5
2 2
 10   1  1
 (10%)2 =   =   = = 1%
 100   10  100
5 15 1 3 3
 5% × 15% = × = × = = 0,75%
100 100 20 20 400

TRANSFORMAÇÕES
Muitas vezes teremos que transformar números decimais, ou frações, para a
forma de porcentagem, ou mesmo teremos que fazer o contrário, transformar
porcentagens em números decimais ou frações.

DECIMAIS → PORCENTAGEM

"Para converter números decimais em porcentagem, basta multiplicar o número


por 100".

Exemplos:
Vamos converter os números abaixo para a forma de porcentagem:
0,57 ×100 = 57%
0,007 ×100 = 0,7%
1,405 ×100 = 140,5%

FRAÇÕES → PORCENTAGEM

"Para converter frações para porcentagens, em geral, vamos transformar as


frações em números decimais, em seguida multiplicá-los por 100".

Exemplos:
7
 =0,466.. =46,666% aproximadamente 46,7%
15
3
 = 0,75 = 75%
4
CÁLCULOS EM PORCENTAGEM
Existem problemas onde precisamos encontrar a porcentagem de um valor
específico, ou mesmo a porcentagem de um determinado número de elementos
em um conjunto, ou população:

Exemplo1:
Em uma empresa trabalham 60 pessoas, sendo 15 mulheres. Vamos
determinar qual a porcentagem de homens, existente nesta empresa.
Observe que de 60 pessoas, 15 são mulheres e 45 são homens, logo, em
45
sabemos que 60 dos funcionários da empresa são homens.
3
Simplificando a fração encontrada obtemos 4 , então teremos 75% dos
funcionários como sendo homens e o restante (25%) sendo mulheres.

Exemplo2:
Vamos determinar quanto é 23% de R$ 500,00. Paratanto, vamos calcular
de duas formas distintas, a primeira utilizando uma regra de três, e a outra,
utilizando a relação "fração → todo", utilizada na resolução de problemas que
envolvem frações.

1O.Modo: "Regra de Três"

% R$
23 x
100 500

Como as grandezas são diretamente proporcionais a equação fica assim:


23 x
 = ⇒ 10 x = 23 . 50 ⇒ x = 23 . 5 ⇒ x = 1 5
10 50
Logo, 23% de R$ 500,00 é igual a R$ 115,00.

2O.Modo: "Fração → Todo"

23
 23% de 50 = . 50 = 23 . 5 = 1 5
10
Logo, 23% de R$ 500,00 é igual a R$ 115,00.

Exercícios Resolvidos

R1) Ao receber uma dívida de R$ 1.500,00, uma pessoa favorece o devedor com
um abatimento de 7% sobre o total. Quanto recebeu?

Resolução:
Uma pessoa deve receber R$ 1.500,00, e no entanto, essa pessoa, concede um
abatimento de 7% sobre esse valor, portanto, ela recebeu 93% do valor total (R$
1.500,00).
93
 93% de 1.50 = × 1.50 = 93 . 15 = 1.395
10
Logo a pessoa recebeu R$ 1.395,00.

R2) Uma pessoa ao comprar uma geladeira, conseguiu um abatimento de 5%


sobre o valor de venda estipulado, e assim foi beneficiado com um desconto de
R$ 36,00. Qual era o preço da geladeira?

Resolução:

1O.Modo: "Regra de Três"

% R$
5 36
100 x

Como as grandezas são diretamente proporcionais a equação fica assim:

5 36
 = ⇒ 5x = 36 . 10 ⇒ x = 36 . 20 = 720
10 x
Portanto, o preço da geladeira era de R$ 720,00.

2O.Modo: "Fração → Todo"

Sabemos, do enunciado, que 5% de um valor qualquer (aquele que temos que


descobrir) é igual a R$ 36,00, logo:

5
 5% de x = 36 ⇒ . x = 36 ⇒ 5x = 36 . 10 ⇒ x = 720
10
Portanto, o preço da geladeira era de R$ 720,00.

R3) Uma coleção de livros foi vendida por R$ 150,00. Com um lucro de R$ 12,00.
Qual foi a porcentagem do lucro?

Resolução:

"Fração → Todo":

x
x% de 150 = 12 ⇒ . 150 = 12 ⇒ x = 8%
"Regra de Três"
10
% R$
X 12
100 150

x 12
= ⇒ 150x = 1200 ⇒ x = 8%
100 150
AUMENTOS E DESCONTOS
Uma determinada loja de roupas dá as seguintes opções de compra de uma calça
jeans, cujo preço é de R$ 40,00:
1a.Opção de Pagamento ⇒ pagamento à vista com um desconto de 5%.
2a.Opção de Pagamento Þ pagamento a prazo com um aumento de 5%.

Qual será o novo preço da calça, nos dois casos considerados?

Uma forma de encontrarmos estes dois valores é determinando quanto é


5% de R$ 40,00. Na opção de pagamento à vista, subtrairíamos do valor da calça,
e na segunda opção, somaríamos os 5% no valor da calça, obtendo assim, nos
dois casos, os seus respectivos valores.

Entretanto, em geral, utilizaremos um Fator de Multiplicação, para o caso de haver


um desconto ou um aumento.

DESCONTOS
"Um desconto de x % em cima de um valor V é dado por: (0,a) × V, onde
a = (100 - x)".

Exemplos (Tabela):

Descontos (%) Fator de Multiplicação


25 0,75
30 0,70
70 0,30
5 0,95

Observe que:

75 = (100 − 25)


70 = (100 − 30)
30 = (100 − 70)
95 = (100 − 5)

Voltando ao nosso exemplo inicial, o preço pago pela calça, no pagamento à


vista será:
0,95 × 40 = R$ 38,00

AUMENTOS
"Um aumento de x % em cima de um valor V é dado por: (1,x) × V".

Exemplos (Tabela):

Aumentos (%) Fator de Multiplicação


25 1,25
30 1,30
70 1,70
5 1,05

Voltando ao nosso exemplo inicial, o preço pago pela calça, no pagamento a


prazo será:
1,05 × 40 = R$ 42,00

Exercícios Resolvidos

1) Uma adega vende certa quantidade de garrafas de vinho a R$ 580,00, obtendo


um lucro de 25% sobre o preço da compra. Determinar o preço da compra e o
lucro obtido.

Resolução:
Como se trata de um lucro, nos deparamos com um problema de aumento. Pelo
enunciado R$ 580,00 é o preço de venda e o lucro de 25 % (ou o aumento) é dado
em cima de um valor de compra desconhecido, vamos escrever uma equação que
nos relacione esses valores em linguagem matemática:

Preço de Compra: C
Logo:
1,25 × C = 580 ⇒ C = 464

Portanto o preço de compra é R$ 464,00 e o lucro obtido é igual a 580 - 464 = R$


116,00.

2) Um número diminuído de seus 18% vale 656. Qual o número?

Resolução:
Houve uma diminuição, portanto é o mesmo que dizer que houve um desconto, e
este foi de 18%, logo o fator de multiplicação é 0,82. Escrevendo a equação
matemática vem:

Número: x
0,82 . x = 656 ⇒x = 800

Portanto o número é 800.

EXERCÍCIOS - PORCENTAGEM

P1) Qual o número cujos 18% valem 108?

P2) Qual o número cujos 43% valem 374,1?

P3) Uma pessoa compra um terreno por R$ 17,500,00 e vende-o com um lucro de
R$ 3.500,00. Qual a porcentagem do lucro?

P4) Qual o número que aumentado de seus 20% da a soma de 432?

P5) Escrever a razão 3/8 na forma de porcentagem.

P6) Um desconto de R$ 7.000,00 sobre um preço de R$ 25.000,00,


representa quantos por cento de desconto?

P7) Um lucro de R$ 12.000,00 sobre um preço de R$ 150.000,00,


representa quantos por cento desse preço?

P8) Exprimir 51% na forma decimal.

P9) Em um jogo de basquete, um jogador cobrou 20 lances livres, dos quais


acertou 65%. Quantos lances livres acertou?

P10) Durante o ano de 1992, uma equipe de basquete disputou 75 jogos, dos
quais venceu 63. Qual a porcentagem correspondente aos jogos vencidos?

P11) Comprei 60 figurinhas e aproveitei apenas 45 em meu álbum. As restantes


eram repetidas. Qual foi a porcentagem de figurinhas repetidas?
P12) Em um colégio, 1400 alunos estudam no período da manhã. Esse número
representa 56% do número de alunos que estudam no colégio. Quantos alunos
estudam ao todo nesse colégio?

P13) Na compra de um objeto, obtive um desconto de 15%. Paguei, então, R$


7.650,00 pelo objeto. Nessas condições qual era o preço original desse objeto?

P14) Um representante comercial recebe de comissão 4% pelas vendas que


realiza. Em um mês recebeu de comissão R$ 580,00. Quanto vendeu nesse mês?

P15) Em uma fábrica 28% dos operários são mulheres, e os homens são 216.
Quantos são no total os operários dessa fábrica?

P16) Um comerciante compra 310 toneladas de minério à R$ 450,00 a tonelada.


Vende 1/5 com lucro de 25%; 2/5 com lucro de 15% e o resto com um lucro de
10%. Quanto recebe ao todo e qual é o seu lucro?

P17) Um agente de motores adquire os mesmos por R$ 18.000,00 e paga


uma taxa alfandegária de 15%. Devendo dar ao vendedor uma comissão de 10%.
Por quanto deve vender para pagar 30% sobre o mesmo preço?

P18) Uma pessoa compra uma propriedade por R$ 300.000,00. Paga de


taxas, comissões e escritura R$ 72.000,00. Por quanto deve revendê-la para obter
um lucro de 12%?

P19) Um número diminuído de seus 27% vale 365. Qual é o número?

P20) Uma pessoa ganha em uma transação 3/5 da quantia empregada. De quantos
por cento foi o lucro?

P21) A porcentagem de 36% sobre um valor, que fração é desse mesmo valor?

P22) Uma betoneira depois de trabalhar na construção de um edifício, sofre uma


depreciação
de 27% sobre seu valor e, é então avaliada em
R$ 36.500,00. Qual o valor primitivo?

P23) Com uma lata de tinta é possível pintar 50m2 de parede. Para pintar uma
parede de 72m2 gastam-se uma lata e mais uma parte de uma Segunda. Qual a
porcentagem que corresponde a parte que se gasta da segunda lata?

P24) Sabendo-se que uma substância chamada óxido de magnésio contém 24g de
magnésio. Sendo assim, qual a porcentagem de magnésio existente em 40g de
óxido de magnésio?
P25) A área de um terreno A é 930m2, enquanto a área do terreno B é 1500 m2.
Nessas condições a área do terreno A representa quantos por cento da área do
terreno B?

GABARITO - PORCENTAGEM

P1) 600

P2) 870

P3) 20%

P) 360

P5) 37,5

P6) 28%

P7) 8%

P8) 0,51

P9) 13

P10) 84%

P11) 25%

P12) 2.500

P13) 9.000

P14) 14.500

P15) 300

P16) Recebe R$ 160.580,00 e lucra R$ 21.080,00

P17) R$ 29.250,00

P18) R$ 416.640,00

P19) 500

P20) 60%
9
P21)
25
P22) R$ 50.000,00

P23) 44%

P24) 60%

P25) 62%

JUROS
"Juro é a remuneração do capital empregado. É a compensação em dinheiro que
se recebe quando se emprega uma determinada quantia por um determinado
tempo".

Quando aplicamos um capital durante um certo período de tempo,


esperamos obter um rendimento. Após esse período, o capital se transformará em
um valor capitalizado, chamado montante.

"Montante é o capital aplicado acrescido do rendimento obtido durante o período


da aplicação. É também chamado valor futuro, valor de resgate ou valor
capitalizado".
Sejam:
C = Capital aplicado ou principal
t = Tempo de aplicação
i = Taxa porcentual
J = Juro produzido ou rendimento
M = Montante

Observação:

O tempo de aplicação deve estar coerente com a taxa, isto é, se um estiver


expresso em anos o outro deve estar também, e assim sucessivamente.

JUROS SIMPLES
"No juro simples a taxa será incidente apenas no valor inicial".

Exemplo:

Empregando R$ 5.000,00 a uma taxa de 10% a.m. a juros simples, qual será o
valor resgatado após 3 meses?

Repare que:

C = 5.000
t = 3 meses
i = 10%
J = ?
M = ?

O que se pede no problema é o montante (M), vamos então, estabelecer


uma seqüência de rendimentos durante os meses, sabendo que se a aplicação
está relacionada com o juros simples devemos empregar a taxa apenas ao valor
inicial

(Capital = 5.000):
10% de 5000 = 500

Logo, a seqüência:
(5000; 5000 + 500, 5500 + 500, 6000 + 500, ...)
(5000; 5500; 6000; 6500; ...)
Pela seqüência podemos concluir que após os três meses de aplicação
termos um montante de R$ 6.500,00, tendo rendido R$ 1.500,00 de juros.

Imagine agora se fôssemos calcular o montante obtido após 30 meses. Seria


inviável utilizar uma seqüência para a obtenção do montante, portanto
utilizaremos para cálculo do Juros Simples, a seguinte fórmula.

Nota:
Para a obtenção do montante basta somar o juros obtido com o capital
empregado.

C ⋅i ⋅ t
J=
100 e M = J + C
Vamos calcular novamente o montante de uma aplicação de R$ 5.000,00 a uma
taxa de 10% a.m. durante 3 meses:

5000 ⋅ 10 ⋅ 3 150000
 =J = = 1500
100 100
M = 1500 + 5000 = 6500

Observações:

Para o nosso estudo, designaremos m (minúsculo) e d (minúsculo) para


referirmo-nos ao tempo em meses e a dias, respectivamente.
Vamos considerar o ano com 360 dias (ano comercial).

Exercício Resolvido

R1) Seja um capital de R$ 800.000,00, investido durante 4 meses e a taxa de juros


simples de 120% a.a.. Calcule:
a) O juro obtido.
b) O montante.

Resolução:
a) Dados:

C = 800.000
t = 4 meses
i = 120 % a.a.

Observe que a taxa está em anos e o tempo em meses, portanto devemos


converter um deles, é mais conveniente, em geral, transformar o tempo de acordo
com a taxa e paratanto podemos utilizar uma regra de três:

Ano Meses
1 12
x 4
Como são grandezas diretamente proporcionais, o cálculo será imediato.
Repare que não haveria necessidade da regra de três, uma vez que quatro meses
4 1
é uma parte do ano e essa parte nada mais é que 12 que é o mesmo que 3 .

Logo:

1
 t =
3
Substituindo na fórmula:

800000 ⋅ 120 ⋅ 1
C⋅ i⋅ t 3
J= = = 320.000
100 100
M = J + C = 320.000 + 800.000 = 1.120.000

JUROS COMPOSTOS
"No Juro Composto, os juros gerados são calculados em cima do valor inicial de
cada período, sendo incorporado ao montante de cada período".

Exemplo:

Empregando R$ 5.000,00 a uma taxa de 10% a.m. a juros compostos, qual será o
valor resgatado após 3 meses?

Repare que:

C = 5.000
t = 3 meses
i = 10%
J = ?
M = ?

Analogamente aos juros simples vamos estabelecer uma seqüência de


rendimentos durante os meses, como o juros será calculado em cima do valor
inicial de cada período, vamos utilizar um fator de multiplicação para o
rendimento de 10% ⇒ 1,10

A seqüência:
(5000; 1,10 . 5000, 1,10 . 5500, 1,10 . 6050, ...)
(5000; 5500; 6050; 6655; ...)
Pela seqüência podemos concluir que após os três meses de aplicação
termos um montante de R$ 6.655,00, tendo rendido R$ 1.655,00 de juros.

Em geral, utilizaremos a fórmula:

Mt = C . (1 + i)t

Vamos calcular novamente o montante de uma aplicação de R$ 5.000,00 a


uma taxa de 10% a.m. durante 3 meses:

M3 = 5000 . (1 + 0,10)3 = 5000 . (1,10)3 = 6.655

EXERCÍCIOS - JUROS

P1) Qual o juro produzido por R$ 14.000,00 em três anos, a 5% ao ano?

P2) Calcular o juro de R$ 2.700,00 a 8% ao ano, em 3 anos e 4 meses.

P3) Calcular o juro produzido por R$ 900,00 em 1 ano, 5 meses e 20 dias a 0,8% ao
mês.

P4) Calcular o juro de R$ 264,00 em 9 meses a 7% ao ano.


P5) Qual o capital que produz R$ 400,00 de juro ao ano em 1 ano e 8 meses á uma
taxa de 1% ao mês?

P6) A que taxa ao ano deve ser empregado o capital de R$ 16.000,00 para produzir
R$ 2.520,00 em 2 anos e 3 meses?

P7) O capital de R$ 6.000,00 empregado à 9% ao ano, produziu R$ 810,00 de juro.


Durante quanto tempo esteve empregado?

P8) Uma pessoa adquire um automóvel por R$ 18.000,00. O vendedor


oferece um abatimento
de 5% pelo pagamento à vista. A pessoa, no entan-
to, prefere pagar em duas prestações iguais. A primeira 6 meses depois da
compra e a outra um ano depois submetendo-se ao pagamento de 7% de juro ao
ano. Quanto gastou a mais, adotando o pagamento em prestações?

P9) Certo capital colocado a juro durante 3 anos e 4 meses a 8% ao ano, produziu
R$ 720,00 de juro. Qual o capital?

P10) O capital de R$ 900,00 empregado a 0,8% de juro ao mês, produziu R$ 127,00


de juro. Durante quanto tempo esteve empregado?

P11) Um aparelho eletrônico custa R$ 620,00 à vista. Em 5 prestações mensais o


preço passa a ser de R$ 868,00. Sabendo-se que a diferença entre os preços é
devida ao juros, qual a taxa de juros cobrada ao mês por essa loja?

P12) Quem aplicou R$ 20.000,00 por 2 meses a uma taxa de 10% ao mês vai
receber a mesma quantia que quem aplicou R$ 25.000,00 a uma taxa de 8% ao
mês pelo mesmo período de tempo. Esta afirmação é VERDADEIRA ou FALSA?

P13) Qual o tempo necessário para que um capital, colocado a 5% ao ano, dobre
de valor?

P14) Qual o capital que colocado a 6% ao ano, produz um montante de R$


100.000,00 no fim de 15 anos?

P15) Qual o montante de R$ 100.000,00 no fim de 10 anos à taxa de 5,5%?

P16) Qual a taxa que esteve empregado o capital de R$ 24.750,00, se ao fim de 60


dias produziu o montante de R$ 24.997,50?

P17) Uma pessoa deposita suas economias no valor de R$ 13.000,00 num banco
que paga 5% ao ano. Qual o capital acumulado em 5 anos?

P18) Uma pessoa emprega seu capital a 8% e, no fim de 3 anos e 8 meses recebe
capital e juros reunidos no valor de R$ 15.520,00. Qual o capital empregado?

P19) No fim de quanto tempo um capital qualquer aplicado a 5% triplica de valor?


P20) Uma pessoa coloca um capital a 4%. No fim de 3 anos retira o capital e juros
e coloca o montante a 5%. Ao cabo de 2 anos o novo montante é de R$ 6.160,00.
Qual o capital?

GABARITO - JUROS

P1) R$ 2.100,00

P2) R$ 720,00

P3) R$ 127,20

P4) R$ 13,86

P5) R$ 2.000,00

P6) 7% ao ano

P7) 1 ano e 6 meses

P8) R$ 1.845,00

P9) R$ 2.700,00

P10) 1 ano, 5 meses e 20 dias

P11) 8%

P12) sim

P13) 20 anos

P14) R$ 52.631,58

P15) R$ 155.000,00

P16) 1,67% a.d.

P17) R$ 16.250,00

P18) 12.000

P19) 40 unidades de tempo

P20) R$ 5.000,00
NOÇÕES DE RECURSOS HUMANOS E DE MATERIAL
O Departamento de Recursos Humanos - DRH é um órgão administrativo ligado à
Coordenadoria de Administração Geral , e tem por finalidade administrar o quadro de
pessoal da instituição, através de várias atividades, como as que envolvem contratação,
programas de treinamento e desenvolvimento, gestão de benefícios, entre outras.
Seu objetivo é fazer com que a instituição possua uma mão-de- obra estável, bem
preparada tecnicamente, preocupada em evoluir para bem executar suas funções, e
motivada para a prestação de serviços que atendam os objetivos da Instituição.
Recursos humanos
Conceitos básicos
O trabalho humano em organizações tem merecido a atenção de muitos estudiosos,
tentando compreender os fatores que influenciam o desempenho das pessoas no
ambiente de trabalho. Isto porque tudo que uma organização é capaz de realizar depende,
em última análise, das pessoas com que conta. Planejamento, marketing, direção,
controle, arrecadação de fundos e as atividades fim estão diretamente relacionados aos
conhecimentos, atitudes e habilidades que as pessoas trazem e desenvolvem ao longo de
sua vida pessoal e profissional.
Isto vale para todas as organizações, independente da atividade a que se dedicam. A
peculiaridade está em dar aos recursos humanos um tratamento adequado aos propósitos
da organização e aos valores que ela expressa. Por isso, não é raro encontrarmos autores
que sustentam que o primeiro público a ser considerado por uma organização é o público
interno. Em linhas gerais, uma organização não será capaz de demonstrar respeito por
seus consumidores se não praticar este mesmo princípio internamente, até porque são os
recursos humanos da empresa que possuem contato direto com os públicos externos.
No caso das organizações sem fins lucrativos, há algumas características que merecem
destaque para se pensar a utilização e o desenvolvimento de recursos humanos: a adesão
de seus colaboradores à causa da organização normalmente é grande, não sendo raro
que se identifiquem como militantes da causa. Neste sentido, a "militância" tem suas
vantagens: a dedicação dos colaboradores ao trabalho se dá na medida de seu
envolvimento emocional, político e ideológico com as propostas da organização. No
entanto, pode ter seu lado negativo: nem sempre uma pessoa, por mais dedicada que
seja, é a mais qualificada a desenvolver certas atividades, tornando problemático
direcionar-lhe o trabalho de maneira mais produtiva.
Outro aspecto a considerar, ainda dentro deste tema, é que militantes podem não aceitar
com facilidade a necessidade de planejar o trabalho de forma mais sistemática, preferindo
atuar a partir de suas próprias convicções e critérios e ao sabor dos acontecimentos. Se
por um lado isto confere maior flexibilidade às organizações, pode também significar que
os objetivos organizacionais estejam dispersos, perdendo-se o horizonte do que se
pretende alcançar e as estratégias necessárias à organização como um todo.
Mais recentemente, a necessidade de compatibilizar estas duas dinâmicas - militância e
profissionalismo - tem se imposto às organizações sem fins lucrativos, uma vez que as
exigências do ambiente apontam no sentido de dotá-las de instrumentos mais precisos de
gestão, de transparência junto à sociedade e de maior precisão quanto aos resultados
alcançados.
Para isto, as organizações podem valer-se dos conhecimentos já existentes sobre o
desenvolvimento dos recursos humanos e de sua própria capacidade em adaptar estes
conhecimentos às suas características individuais, produzindo uma política de recursos
humanos adequada. Tal política prevê, basicamente, os critérios a utilizar na seleção,
contratação, desenvolvimento, incentivo, avaliação e demissão de pessoas por parte de
uma organização. A vantagem de existir uma política é que ela explicita, para todos os
membros da organização, o que se espera de cada pessoa, seja ela ocupante de cargo
técnico, administrativo ou de direção. Desta forma, cada um tem a chance de saber seus
direitos e deveres, o que é esperado como contribuição individual, por que razões seu
desempenho está sendo avaliado positivamente ou não, formas de superar eventuais
dificuldades e assim por diante. O importante, então, é que haja uma política de recursos
humanos e não que esta política esteja difusa, porquanto só existente na cabeça de uma
pessoa ou de um grupo restrito de pessoas.
Conforme mencionamos, uma política diz respeito a critérios. Que critérios serão
utilizados pela organização como um todo - e não somente por alguns - quando se tratar
de selecionar, contratar, avaliar, desenvolver e demitir pessoas? De que forma estes
critérios expressam os valores que a organização defende? Ao mesmo tempo, como
mantê-los em níveis que possibilitem realizá-los e não inviabilizem o funcionamento da
organização?
Como se pode observar, uma política de recursos humanos é algo plausível de ser
realizado por qualquer organização, seja qual for seu âmbito de atuação, tamanho ou
quantidade de recursos materiais disponíveis.

O DRH - Departamento de Recursos Humanos


No Brasil, como em todo o mundo, a atividade realizada pela área de Recursos Humanos
vem se transformando a cada dia.
Atualmente, seu principal desafio é acompanhar a evolução na forma como se
administram as instituições ou empresas em uma economia globalizada num mundo
ligado pela tecnologia da comunicação.
O modo como se faz Gestão de Recursos Humanos no Brasil está sendo modificado de
maneira brusca. Se até bem pouco tempo atrás o foco dos administradores do
Departamento de Recursos Humanos estava em realizar atividades burocráticas e de
controle, atualmente, a forma como se gerem as Pessoas passou a ser um diferencial
estratégico independentemente do porte da instituição ou empresa.
Deste modo o foco do Departamento de RH amplia-se. Além de continuar respondendo
por questões de cunho operacional, passa também a ser responsável direto por ajudar a
organização a atrair, reter e desenvolver as pessoas que compõem a sua atividade ou
mesmo seu negócio.
Em muitas instituições ou empresas brasileiras estas preocupações começam a fazer
parte de seu dia a dia, porém, muitas das práticas empregadas no Departamento de RH
atendem as necessidades de âmbito operacional. Necessidades que podem ser melhor
explicadas pelos acontecimentos históricos que marcaram a relação de trabalho no Brasil,
e que, sem dúvida trazem reflexos até os dias de hoje.
A história dos Departamentos de RH no Brasil inicia-se junto a legislação trabalhista na
década de 30, com o movimento sindical e a proteção aos trabalhadores que levaram às
modificações significativas nas relações de trabalho no Brasil, surgindo naquele
momento a proteção social aos trabalhadores.
Já nas décadas de 40 e 50 a intervenção governamental nas relações trabalhistas se
acentuaram mostrando às empresas a necessidade de ampliação das funções do
Departamento de RH. Todavia, como marco principal nas relações de trabalho, tivemos
em 1943, a promulgação da Consolidação das Leis do Trabalho (a CLT, legislação
reguladora do trabalho no Brasil). Esta legislação criou a Carteira Profissional,
regulamentou horários de trabalho, definiu férias remuneradas, instituiu as Comissões
Mistas nas Juntas de Conciliação, estabeleceu as condições de trabalho para menores,
entre outras normas.
Nas décadas de 60 e 70, tivemos a promulgação de leis de Segurança no Trabalho, Saúde
Ocupacional e Pensões.
Com a constante criação de leis reguladoras por parte do Estado, e a necessidade das
instituições e empresas implementarem e administrarem estas leis, os Departamentos de
RH se tornaram cada vez mais valorizados e informatizados dentro das organizações.
Portanto, quando observamos as atividades que são desenvolvidas pelo Departamento de
RH, seja para dar resposta as questões de formulação de políticas de gestão ou para
realizar a integração de processos, sistemas e pessoas às atividades das instituições ou
ao negócio da empresa ou ainda para realizar as atividades de cunho legal e burocrático,
verifica-se a necessidade premente do uso intensivo de tecnologia.
No entanto, para a realização de atividades de cunho legal e burocrático do Departamento
de RH é comum o desenvolvimento de sistemas de abrangência puramente
departamental, e não é raro percebê-los como fragmentos quando se observa a Gestão de
Pessoas como um todo. Por outro lado, para dar respostas estratégicas de Gestão de
Pessoas o Departamento de RH necessita de soluções ( processos e sistemas )
corporativos que sejam sincronizados e integrados.
Pensar na empresa hoje e no futuro, significa entender que obter excelência empresarial
deve ser um trabalho realizado com e através das Pessoas. Ou seja, significa realizar a
gestão com a participação efetiva dos Gestores de Área, do Departamento de RH e dos
Colaboradores.
A globalização é uma realidade, e o intensivo uso de tecnologias nas mais diversas
atividades das empresas são uma necessidade, que são supridas através de softwares
diversos, planilhas de cálculo, bancos de dados, sistemas de work-flow e correio
eletrônico, e a tendência é que fiquem cada vez mais complexos e integrados, cada vez
mais amigáveis e flexíveis..

À uma Divisão de Recursos Humanos compete administrar as políticas adotadas para os


Planos de Cargos e Salários e de Desenvolvimento Profissional, bem como criar
condições para assessorar e treinar coletivamente funcionários administrativos, chefias
administrativas e acadêmicas.
Sua função é metodológica, isto é, procura orientar sobre procedimentos e analisa com as
chefias as propostas de desenvolvimento profissional apresentadas. Estabelece
previsões orçamentárias para treinamentos e evoluções de cargos e salários.
Administração de Benefícios
O Departamento de Administração de Benefícios tem por objetivo viabilizar a concessão
dos benefícios existentes, bem como aproximar-se das reais necessidades dos
funcionários, com vistas a possíveis negociações para atender tais necessidades em
função das possibilidades da organização.
Esse Departamento deve buscar novas estratégias para administrar os atuais benefícios
visando à melhoria da qualidade dos serviços prestados com maior eficiência e agilidade,
atuando como facilitador da Política de Recursos Humanos existente.
Deve, também, estabelecer uma Política de Benefícios visando ao reconhecimento das
necessidades de seus funcionários, provendo-os com serviços e benefícios que lhes
assegurem condições de conforto, segurança e preservação da saúde.
Benefícios
Serviço Social
Assistência Previdenciária
Serviço Médico
Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho.
Administração de Pessoal
A Área de Administração de Pessoal, pertencente a Divisão de Recursos Humanos, tem
como finalidade planejar, organizar, coordenar e supervisionar as atividades relativas à
administração de pessoal na gestão de pessoas relativa a aplicação da legislação vigente
e normas internas de pessoal, registro e cadastro de dados pessoais e funcionais e
pagamento de empregados.
Para facilitar a gestão das atividades de administração de pessoal e oferecer atendimento
e serviços com maior qualidade e rapidez, racionaliza e simplifica os procedimentos
administrativos da sua área de atuação.
COMPETÊNCIA
Responde pelo registro, acompanhamento, cumprimento e operacionalização das
obrigações e informações legais relativas ao empregado desde a sua admissão, vigência
do contrato, desligamento e, até, depois de sua saída da Instituição.
Aplica e cumpre a legislação e normas internas de pessoal vigentes, oferecendo
orientação e suporte técnico às chefias acadêmicas e administrativas, empregado e
familiares, nas questões relacionadas a sua área de atuação.
Administra e controla a inclusão, alteração e exclusão de dados cadastrais pessoais e
funcionais.
Executa os controles sistêmicos e supervisiona as operações de processamento de
dados para elaboração da folha de pagamento dos empregados.
Mantém e conserva o arquivo de documentos funcionais e institucionais.
ATIVIDADES

• Folha de Pagamento
• Férias
• FGTS
• Jornada de Trabalho - Controle de Freqüência
• Registro e Contrato de Trabalho - anotações na CTPS .... carteira de Trabalho e
Previdência Social

• Rescisões Contratuais
A Divisão de Recursos Humanos adota as políticas estabelecidas pelo Plano de Cargos e
Salários e pelo Plano de Desenvolvimento Profissional.
Os Planos devem ser desenvolvidos com ampla participação de funcionários, lideranças
administrativas e diretoras.
Plano de Cargos e Salários
A estrutura do Plano de Cargos e Salários normalmente é elaborada adotando-se o
Método por Pontos e apresenta "x" grupos de cargos com suas respectivas faixas
salariais. Encontram-se distribuídos nestes grupos cargos administrativos, acadêmico-
administrativos, cargos de suporte operacional etc.
A evolução na carreira pode ocorrer de forma horizontal (quando o funcionário obtém
aumentos salariais por mérito durante a ocupação do mesmo cargo) ou de forma vertical
(quando o funcionário passa a ocupar outro cargo classificado em grupo superior na
estrutura do Plano de cargos e Salários). Cada faixa salarial apresenta um valor mínimo e
um valor máximo. Entre o valor mínimo e o valor máximo existe uma amplitude de " x % ",
constituindo o limite de ascensões salariais por mérito em cada faixa.
O Plano de Cargos e Salários privilegia a ascensão a cargos superiores de funcionários já
contratados, garantindo processos endógenos de preenchimento de vagas, o que
representa fator motivacional para desenvolvimento do quadro.
Os processos de evolução na carreira deve envolver uma sistemática de avaliação
estabelecida pelo Plano de Desenvolvimento Profissional.
A administração e manutenção do Plano de Cargos e Salários implica análise da estrutura
organizacional das unidades no contexto da organização, resultando na criação, extinção
ou redesenho de cargos.
O Departamento também atua no controle e na aplicação de índices e reajustes salariais
determinados legalmente ou por Acordo Interno de Trabalho, Convenções Sindicais ou
Dissídios Coletivos, a partir dos quais são confeccionadas as tabelas salariais dos
diversos segmentos profissionais da organização.
Desenvolvimento de Pessoal
O desenvolvimento de competências nas pessoas pode contribuir para que elas
aperfeiçoem seu desempenho nas organizações e se tornem criativas e inovadoras. Para
as organizações, investir em seus recursos humanos propicia maior facilidade no alcance
de seus objetivos, garante integração e maior qualidade na prestação de serviços.
Tendo como referência essa premissa, o Deptº de Desenvolvimento de Pessoal se propõe
a criar situações organizadas de aprendizagem que favoreçam a melhoria do desempenho
e/ou do crescimento pessoal e profissional dos funcionários.
A partir da elaboração de diagnósticos institucionais, da sistematização e
acompanhamento de instrumentos de avaliação profissional , do planejamento de carreira
individual, esta área viabiliza a construção de políticas, projetos e cursos direcionados ao
desenvolvimento pessoal e profissional dos funcionários.
Acreditando no potencial do ser humano e na importância do investimento em
aprendizagem contínua. Esta idéia abre portas para um futuro melhor, com realizações e
novas perspectivas de sucesso profissional. Quem escolhe o caminho a percorrer tem
maior chance de atingir aquilo que realmente quer.
Plano de Desenvolvimento Profissional
Um Plano de Desenvolvimento Profissional é conseqüência de estudos que se iniciam
para compor uma nova estrutura de cargos e salários para o quadro administrativo de
uma organização.
Conceitos como empregabilidade, endogenia, participação do funcionário, atribuição de
salários às pessoas e não aos cargos e planejamento da carreira profissional são itens
norteadores de um Plano de Desenvolvimento Profissional.
A realização pessoal e o crescimento profissional individualizados são os princípios que
fundamentam este plano, sendo essencial o papel das chefias na elaboração e condução
do mesmo. Cabe às chefias, em conjunto com seus funcionários, identificar potenciais,
incentivar planos de carreira e de desenvolvimento viáveis aos funcionários.
As definições dos planos de carreira e o apontamento de necessidades de treinamento
para os funcionários, mapeadas por um instrumento de avaliação profissional, oferecem
informações para a programação de cursos ou propostas de desenvolvimento coletivas.
O processo de crescimento pessoal e profissional dos funcionários de determinada
organização, pode ser contínuo, pois deve se propor :
• Incentivo ao treinamento no próprio local de trabalho;
• Subsídio para cursos externos visando atender demandas e necessidades apontadas
pelo trabalho;
• Possibilidade de participação nos projetos e cursos criados pela Divisão de Recursos
Humanos, voltados ao desenvolvimento profissional dos funcionários.
Avaliação Profissional
Avaliar é uma prática universal em todas as atividades humanas. As organizações, em
geral, procuram sistematizar, uniformizar e orientar procedimentos para avaliação de
desempenho do seu quadro de pessoal.
Dentro de uma organização, o processo de avaliação profissional pode contribuir para:
• Que as pessoas reflitam acerca de si próprias e de sua relação com a organização.
• Avaliar o estágio de desenvolvimento atual e estabelecer metas futuras para sua
evolução na carrreira profissional
• Estimular o comprometimento dos profissionais com os objetivos institucionais.
• Estimular a comunicação entre chefias e suas equipes.
É importante avaliar periodicamente para rever a orientação, corrigir eventuais desvios,
definir passos futuros e, principalmente, estimular, motivar e fazer crescer o avaliando.
A avaliação profissional analisa a capacidade das pessoas no trabalho. Esta capacidade é
apontada pelos conhecimentos, habilidades e atitudes, fundamentais ao crescimento
profissional. A sistemática de avaliação profissional, deve ter como referência
instrumentos desenvolvidos pelo DRH propondo reflexões sobre o estágio atual de
desenvolvimento e o planejamento de carreira. Este instrumento é um canal de
comunicação entre chefias e funcionários e, portanto, é responsabilidade das chefias
divulgar o programa, os princípios, objetivos e metodologia a serem utilizados.
O processo de avaliação tem por objetivos:
• Enfatizar o auto-desenvolvimento, a participação e a reflexão sobre o papel profissional.
• Promover um equilíbrio entre os objetivos do indivíduo e da instituição.
• Criar condições de mudanças no que se refere a conhecimentos, habilidades, atitudes,
comportamentos grupais e individuais.
Este processo, comumente, é realizado em duas etapas: primeiro, funcionário e chefia
respondem, individualmente, um formulário específico; depois, em conjunto e buscando o
consenso, montam uma síntese indicando aspectos favoráveis e desfavoráveis ao perfil
do cargo, desempenho, objetivos, treinamentos e medidas necessárias para
aperfeiçoamento do trabalho. Também são estabelecidas metas dentro de um
planejamento individual de carreira.
Conceitos utilizados no processo de Avaliação Profissional
Para se realizar a Avaliação Profissional torna-se fundamental a compreensão dos
conceitos : atribuições, conhecimentos, habilidades e atitudes.
Atribuições
Um Plano de Desenvolvimento de Pessoal tem por atribuições definir as tarefas principais
do cargo - aquelas que são fundamentais, que caracterizam o cargo e formam sua razão
de existir dentro da organização.
Tarefa ou atribuição é o que a pessoa efetivamente faz, executa, opera, realiza. Não devem
ser incluídos, como tarefas, compromissos, responsabilidades ou expectativas do tipo
"manter atualizado arquivo de ..."; "atualizar conhecimento de ..."; "ser responsável
por...", etc.
Para identificação da tarefa, deve-se procurar o objetivo da ação, como por exemplo:
"esclarecer pessoas sobre..." ao invés de " atender telefone " que seria sua forma de agir.
Conhecimentos
Os conhecimentos necessários para o desempenho das funções são aqueles inseridos
nas tarefas e que são facilmente identificados. São também conhecimentos necessários
aqueles destinados a tarefas futuras, isto é, tarefas que o funcionário não realiza porque
não conhece ou tarefas para as quais se deseja prepará-lo.
Em qualquer hipótese, para cada funcionário, dever ser dispensada uma atenção especial
aos conhecimentos necessários, sem os quais não seria possível o exercício de suas
funções (os conhecimentos variam de acordo com as atribuições de cada cargo).
Habilidades
Por habilidades deve-se entender as facilidades que a pessoa tem ou deveria ter para
desempenhar determinada tarefa com eficiência. Exemplo: todos podem "tocar violão",
entretanto, aqueles que têm habilidade (aptidão ou dom musical) desenvolvida terão
muito mais facilidade e conseguirão melhores resultados.
Exemplos de habilidades:
•facilidade para expressar-se (raciocínio ou fluência verbal)
•facilidade para calcular (raciocínio numérico)
• memória
•organização (capacidade de ordenar, priorizar e apresentar)
Atitudes
Podem ser entendidas como reações determinadas pela personalidade de cada um.
Exemplos:
• dedicação ao trabalho (gosto pelo trabalho)
• cooperação (estilo dos que gostam de trabalhar em equipe)
Também nas atitudes, outros exemplos poderão ser identificados. Não se recomenda que
atitudes circunstanciais e facilmente corrigíveis sejam realçadas na avaliação
profissional, como por exemplo, a assiduidade. A avaliação deve prestar-se ao
desenvolvimento profissional de médio e longo prazos. Os problemas circunstanciais
podem ser discutidos em outros momentos, ou mesmo neste, sem merecer, no entanto, o
mesmo peso de outras considerações.
Capacitação Profissional
A análise do conjunto de avaliações profissionais permite ao Deptº de Desenvolvimento
de Pessoal identificar carências e necessidades individuais e coletivas, diagnosticar fatos
e aspectos diversos de recursos humanos, propor e viabilizar treinamentos, buscar ou
criar formas alternativas para proporcionar apoio ao desenvolvimento profissional do
quadro administrativo e outras ações voltadas, inclusive, para o clima e cultura
organizacional.
As avaliações também constituem fontes para alimentação de um banco de dados (Banco
de Recursos Humanos) que deve comportar informações sobre históricos, potenciais e
objetivos profissionais dos funcionários. Os processos de seleções internas envolvem
pesquisa no banco de dados para identificação de funcionários com perfis compatíveis às
vagas existentes. A DRH mantém canal aberto para organização, revisão ou atualização
das informações do Banco de Recursos Humanos. Assim, pretende-se contemplar
expectativas de carreira de funcionários de acordo com necessidades institucionais.
A Administração de Materiais
A administração de materiais, junto com os recursos humanos e financeiros, são a base
de sustentação de uma organização ou empresa.Tal importância mede-se por várias e
fundadas razões de ordem econômica, social e técnica.

Conceitualmente, a Administração de Materiais é a ciência que estuda um campo


específico, os materiais. A administração de materiais compreende um ciclo contínuo de
operações correlatas e interdependentes que são a previsão, aquisição, transporte,
recebimento, armazenamento, distribuição, conservação, e análise de controle de
inventários, sendo importante enquanto assegura à organização o reabastecimento
racional dos materiais necessários à manutenção de seu ciclo operacional.

A administração de materiais é uma função coordenadora que tem como responsabilidade


o planejamento e controle do fluxo de materiais. Seus objetivos, dessa forma, são
maximizar a utilização de recursos pela organização e fornecer o nível requerido de
serviços ao público/consumidor.

Ballou (2003) trata a administração de materiais de forma mais ampla, com uma
abordagem logística, onde a mesma pode ser entendida como um conjunto de atividades
funcionais, que é repetido inúmeras vezes ao longo do canal de suprimentos, através do
qual as matérias-primas são convertidas em produtos acabados sendo que o valor é
adicionado aos olhos do público/cliente.

Por materiais entende-se todos os itens contabilizáveis do almoxarifado, que participam


diretamente na constituição de um bem ou serviço e também os demais, de participação
indireta, mas que fazem parte da rotina da organização, como materiais de escritório,
materiais de conservação e reparos, materiais de segurança, de construção entre outros.

Vários e conflitantes interesses estão envolvidos na administração de materiais.

• O ponto de vista do usuário: deseja o material correto, em condições apropriadas


de utilização, entregue no lugar certo e a tempo de evitar a sua falta. Podemos ainda
acrescentar que o usuário gostaria que o tempo despendido na entrega fosse o menor
possível e que se gastasse o mínimo de tempo no preenchimento de formulários e seu
arquivamento.

• O ponto de vista da área econômico-financeira: deseja adquirir o material ao


menor custo e maiores prazos de pagamento; busca uma redução do valor do estoque e
não quer que ocorrências relacionadas a materiais (como compras erradas, falta de itens
críticos, etc.) sejam freqüentes.

• O ponto de vista dos fornecedores: desejam fornecer a maior quantidade de


material possível, vendê-lo ao maior preço, receber a curto prazo e não ter qualquer
responsabilidade futura a respeito da utilização dos itens.

A administração de materiais deve conciliar esses interesses tão diversos.

Para tanto, utiliza técnicas cujas funções estão agrupadas em quatro subsistemas ou
grupos:

Grupo 1 - Subsistema de normalização


Responsável por responder à pergunta: o quê? (comprar, armazenar e distribuir).
É composto das funções de normalização, que vai selecionar, padronizar e especificar os
materiais, e de classificação/codificação de materiais.

Grupo 2 - Subsistema de controle


Deve responder às questões: quando e quanto? Suas funções são gestão e valoração de
estoques.

Grupo 3 - Subsistema de aquisição


Possui duas funções - a aquisição, que responde pela compra dos materiais, e a
alienação, que cuida do descarte (pode ser venda) de materiais não utilizados ou
inservíveis.

Grupo 4 - Subsistema de armazenamento


Responsável pelo recebimento de materiais, armazenamento e distribuição.
Nesse subsistema há as funções de armazenamento, movimentação e transporte de
materiais e o controle de qualidade.

Em suma, a administração de materiais engloba a seqüência de operações que se inicia


na identificação de fornecedores, se concretiza com a compra do bem, seu recebimento,
transporte interno e acondicionamento, em seu transporte durante o processo produtivo
(consumo na organização / empresa), em sua armazenagem como resíduo e finalmente
seu descarte, na quantidade e qualidade requeridos. Assim sendo, a finalidade da
administração de materiais é gerir este processo.

No que tange às funções da administração de materiais, pode-se citar a função de


compras, que diz respeito à aquisição dos materiais necessários ao funcionamento do
processo produtivo da organização. Outros elementos da função de administração de
materiais são o recebimento e a conferência, a armazenagem, o transporte e a
distribuição. No entanto, o aspecto controle, terá maior peso no estudo de custos e na
busca da eficiência operacional do processo.

Por fim, a administração de materiais deve ser capaz de controlar quais materiais devem
realmente ser mantidos em estoques; o tempo em que devem ser repostos os estoques,
ou seja, uma determinação do nível que se deve providenciar um novo pedido e qual a
quantidade deve ser adquirida a fim de que não haja problemas de falta ou excesso. Para
que esses controles sejam realizados, uma série de ferramentas podem ser aplicadas.
Entre elas, destaca-se a Análise da Criticidade de Materiais.

Gestão de Estoques
Para determinar as quantidades a serem adquiridas, há vários métodos.
A maior parte dos métodos propostos passa por consultas aos usuários a respeito das
previsões de consumo, principalmente quando se trata de atividade ou serviço novos.
O primeiro método considera as necessidades de atendimento da população requisitante.

Nesse processo, a dificuldade reside no fato de que será necessário um envolvimento


considerável de levantamentos das urgências e formas consensuais de atendimento a ser
dispensado. Embora possua qualidades, a aplicação dessa metodologia é muito difícil na
prática.

O método baseado na média histórica de consumo é o mais barato e simples.


Para sua aplicação, torna-se necessário dispor de registros confiáveis.

As estimativas de necessidades futuras são feitas a partir dos dados de entradas e saídas
dos meses anteriores.
A sistemática proposta, denominada média aritmética móvel, considera períodos de
consumo dos seis meses anteriores para fazer-se a previsão de consumo.

Assim, para o cálculo de consumo do mês 7, utilizamos os dados dos meses 1 a 6; para o
mês 8, os registros dos meses 2 a 7, e assim por diante.
Se não ocorrer nenhuma instabilidade, geralmente essa unidade apresenta um padrão de
consumo aproximadamente constante, porém podem sobrevir variações devidas a
alterações de padrão de atendimento, ocorrências sazonais, etc.
Uma observação importante: períodos de estoque zero de um produto não devem ser
considerados no cálculo da média, devendo ser substituídos para que não afetem o
resultado final.

Uma atenção especial deve ser dispensada para os casos em que faltas de produtos
determinam um aumento do consumo médio de outros.

Precipuamente, os estoques são mantidos para:


a) melhorar o serviço ao público requisitante, disponibilizando o material na hora certa;
b) economia de escala, reduzindo custos que serão menores quando o produto é reposto
continuamente e em quantidades constantes;
c) proteção contra mudanças de preços em tempo de inflação alta, aumentando o volume
de compras minimiza o impacto do aumento de preços pelos fornecedores entre outros. A
manutenção de estoques diminui tais riscos.

Funções de estoques
De forma resumida, pode-se dizer que os estoques têm a função de funcionar como
reguladores do fluxo de consumo. Como há uma diferença nas velocidades entre entradas
e saídas de materiais, há a necessidade de que os mesmos sejam depositados, ou
armazenados em um local apropriado, esperando seu consumo em alguma unidade da
organização.

Como analogia, Martins e Alt (2001) utilizam o exemplo da caixa de água. Quando a
velocidade da entrada de água é maior que a saída, o nível da caixa de água aumenta, do
contrário ela abaixa. Portanto, a caixa serve como um amortecedor (buffer), um
instrumento necessário para que não falte e nem sobre água em demasia. Quanto aos
materiais, quando o número de unidades recebidas é maior que o número de unidades
expedidas, o nível de estoque aumenta. Os estoques então, regulam a equação.

A filosofia JIT, já abordadas anteriormente, procura justamente igualar a equação. Para


Berliner e Brinson (1992), a técnica just in time tem como objetivo, além de eliminar
custos que não agregam valor, como já mencionado, eliminar o gerador de custo que são
os grandes estoques (ou inventários, para os autores), de forma a manter níveis de
estoque igual a zero. A manutenção de grandes estoques, desta forma, necessita ser
eliminada, como forma de obter maiores vantagens competitivas. Anular os estoques é
seu objetivo, mais difícil de se cumprir em um ambiente organizacional, onde a utilização
de uma gama de materiais, numa intensa rotatividade, se faz absolutamente necessária
sendo, portanto mais observado na indústria.

Necessidade de controle e gestão de estoques


Atender aos requisitantes, na hora certa, na qualidade e quantidade exatas, é o maior
objetivo do setor de materiais. Assim, a rapidez, eficiência e presteza na distribuição dos
itens assumem um papel cada vez mais preponderante na gestão de uma organização. Os
estoques, desta forma, devem ser bem administrados e a necessidade de seu controle
torna-se inevitável. Além disso, como cita Paterno (1990) o controle deve estar presente
em todas as fases do ciclo operacional da organização, começando quando surge a
necessidade de materiais e só terminando quando os mesmos forem consumidos ou
utilizados. Especialmente em, organizações que lidam com uma gama muito grande de
produtos, em grandes quantidades, e que em sua maioria são indispensáveis ao
fornecimento de serviços, isso é observado.

Para que esse controle seja eficiente, deve-se supervisionar o funcionamento no decorrer
da execução e medir os resultados em relação aos planos, determinando-se assim fatores
que favorecem ou dificultam a obtenção desses resultados, procurando corrigir os
desvios e facilitando com isso à administração de materiais para a consecução dos
objetivos da organização.

Métodos gerenciais contribuem para a redução de estoques e para seu eficiente controle.
Entre eles, o CMS, do inglês Cost Management System, abordado por Berliner e Brinsom
(1992). O conceito de valor não adicionado, para os autores, se enquadra na gestão de
materiais e estoques, a partir do momento em que uma série de itens, bem como
atividades como recebimento, conferência e inventários físicos não adicionam valor ao
produto, ou serviço. Desta forma, a Análise da Criticidade irá se tornar uma excelente
ferramenta para identificar itens de um almoxarifado que não agregam valor.

O Método da Criticidade (ou XYZ)


Cada produto utilizado em uma organização ou empresa, possui a sua importância para o
processo produtivo. Assim como no Estudo da Curva ABC, que mostra quais os itens são
os que possuem o mais alto custo, se comparado ao todo do estoque, a análise do
método da Criticidade (ou XYZ) demonstra o grau de importância de cada material em
relação à soma total dos itens, classificando os materiais em categorias X, Y ou Z em
termos de importância.

Assim, sendo, a Análise da Criticidade visa fornecer subsídios para a tomada de decisões
dos gerenciadores, identificando as poucas e importantes características para que certos
produtos recebam atenção especial.

A Análise da Criticidade, como observado, provém da gestão da qualidade. Ela implica,


dessa forma, numa avaliação adicional do impacto que determinado item causará nas
operações de uma organização. Este impacto se dá quanto à imagem da mesma, frente
aos que requisitam ou consomem; na facilidade de obtenção ou substituição de um item
por outro e na velocidade de obsolescência.

Assim sendo, em uma indústria automobilística, um parafuso, por exemplo, por ter baixo
custo unitário e baixo consumo. No entanto, esse parafuso é essencial ao acabamento do
produto final da empresa. Neste caso, ele é um item crítico no processo produtivo e não
pode faltar. Esse material, se faltando em estoque, provoca uma escala gradativa de
criticidade, em termos de funcionamento da empresa. Assim tem-se o Índice de
Criticidade dos itens em estoque.

Usando o conceito de criticidade dos itens do estoque, os itens podem ser agrupados em
três categorias:

• material Z em Criticidade, que são aqueles materiais cuja falta causará uma interrupção
no processo produtivo da empresa, ou, no caso de um hospital, a interrupção de uma
cirurgia ou exame, por falta de agulha, por exemplo. São, dessa forma, imprescindíveis;

• materiais Y em Criticidade, do qual fazem parte dessa categoria aqueles itens cuja falta
não irá provocar efeitos em curto prazo, sendo que são importantes, mas sua falta não irá
impedir um procedimento, e;
• materiais X em Criticidade, onde entram todos os demais itens do estoque, que não
entram nem na classe Z nem na classe Y.

Estudo de caso
Este estudo de caso utilizou o almoxarifado geral de um Hospital, que engloba apenas os
materiais gerais de uso, tais como materiais de expediente, de construção (elétrico e
hidráulico), de limpeza, bem como alguns itens médicos que não necessitam um controle
tão rígido quanto à segurança e que ocupam grandes espaços, como soros e
esparadrapos. Para a coleta de dados, foi utilizado o sistema de observação direta
intensiva. A observação deu-se entre os meses de julho a setembro de 2003, com dados
de maio de 2002 a junho de 2003.

A metodologia empregada na elaboração da Criticidade foi baseada em Neto e Filho


(2003).
Tal como acontece em um Estudo da Curva ABC, que leva em consideração a relação de
consumo e custo individual frente ao custo total de estoque, a classificação levando em
conta a criticidade, sob o aspecto do consumo, assumirá as seguintes proporções:

a) Z, 5% do totalde itens em estoque possuem cerca de 80% do consumo;


b) Y, 15% do total de itens em estoque possuem aproximadamente 15% do consumo e
c) X, 80% do total de itens possuem cerca de 5% do consumo.

Na elaboração do estudo de Criticidade (XYZ) foram utilizados dados do consumo mensal


de itens do almoxarifado (em unidades). Consideraram-se apenas os materiais que
tiveram algum consumo no período observado, totalizando em torno de 770 itens.
Utilizando o programa Microsoft Excel, calculou-se a porcentagem do consumo anual total
de cada item, e o consumo anual acumulado, em relação ao consumo total anual de todos
os itens.

Análise dos Resultados


As figuras 2 e 3 a seguir representam alguns resultados sobre este estudo, e estão
apresentados em forma de gráfico pizza, objetivando apresentar uma visualização
bastante facilitada dos resultados obtidos. A posição lado a lado facilita a comparação
entre quantidade e consumo, objetivo do estudo.

Figura 2 - Classificação de criticidade quanto à Figura 3 - Classificação de criticidade quanto ao quantidade. consumo.

Quanto a Criticidade, os dados apontam para uma concentração bastante grande de


consumo em poucos itens do estoque. Assim sendo, 2% dos itens que pertencem à
classe Z, (figura 2), apresentam 81% do consumo (figura 3). Nos itens da classe Y, 3% dos
mesmos (figura 2) possuem 14% do consumo (figura 3). Por fim, os itens da classe X
(figura 2), que são 95% dos itens do estoque, possuem um baixíssimo consumo, apenas
5% do consumo total. Outra forma de visualização é a seguinte, também em forma de
gráfico:
Figura 4 - Curva de criticidade do almoxarifado geral da SCMP

Como pode ser observado na Figura 4, a concentração do consumo de materiais em


poucos itens é bastante saliente. A curva é bastante irregular e concentrada. Na tabela 1,
destacamos 10 produtos principais de cada classe do almoxarifado:

Tabela 1 - Itens da criticidade, por classe.

Pode-se observar que em relação à importância, baseados na idéia de Neto e Filho (2003)
de que os materiais mais consumidos seriam os mais importantes, notamos que uma
pequena variedade de itens, 2%, Figura 2, apresentam um grande consumo, cerca de 81%,
Figura 3, ao passo que uma variedade de mais de 95%, dos materiais Figura 2, possuem
um consumo de menos de 5% do total, Figura 3, ou seja, muitos materiais do estoque
poderiam ser eliminados ou ter seu estoque reduzido pelo baixo uso que se faz deles,
reduzindo-se os custos que não agregam valor. É uma concentração bastante acentuada,
notada especialmente na curva que forma, observada na Figura 4.

Quanto ao tipo de material, quatro itens dos materiais Z (copos, papel higiênico, papel
ofício e sacos plásticos, não considerando sua variedade de tipos), têm um consumo
extremamente elevado em relação aos demais itens, de forma que o material descartável
tem os maiores índices de consumo. O consumo de papel também é muito grande.

Nos itens que exigem um grau médio de atenção, pois englobam materiais Y, encontram-
se materiais compostos em sua maioria de sacos de lixo, que também possuem um alto
consumo.

A variedade desse produto é muito grande devido aos diferentes usos do mesmo. Nos
itens X, encontram-se materiais dos mais variados, materiais elétricos e hidráulicos. Nota-
se aí que há uma quantidade muito grande de materiais que tiveram um consumo muito
pequeno durante o ano. Esses itens poderiam ser eliminados do estoque ou comprados
de forma just in time, já que as facilidades de distribuição e entrega são grandes.
QUANDO COMPRAR?
A literatura especializada indica várias técnicas para responder a essa pergunta. De modo
bastante sintético, pode-se dizer que a compra deve ser feita sempre que o estoque
apresente uma quantidade de produto suficiente para atender as necessidades do período
compreendido entre a solicitação e a chegada do pedido. Esse tempo é chamado de prazo
de abastecimento (PA); o nível de estoque que indica o momento de solicitação de
compra é denominado nível de ressuprimento (NR). A quantidade a ser adquirida deve ser
a mínima suficiente para atender as necessidades até que se atinja um novo período de
abastecimento e é calculada a partir das médias já mencionadas.

Durante o período de renovação, que é o tempo que decorre entre dois pedidos
consecutivos, podem ocorrer algumas falhas, motivadas, por exemplo, por atrasos por
parte dos fornecedores na entrega dos produtos ou por aumento de demanda.
Para evitar falta de produtos e compras emergenciais, introduz-se o conceito de estoque
de reserva (ER), que é uma quantidade de material para suprir eventuais necessidades do
sistema.

Há várias formas de calcular os estoques de reserva.

A primeira forma determina que o ER é uma quantidade igual ao aumento de demanda (D)
durante o período de abastecimento (∆ D x PA), somada à quantidade a ser consumida
durante o período estimado de atraso do fornecedor (D x ∆ EAF).
ER = (∆ D x PA) + (D x ∆ EAF), em que:
∆ D = variação de demanda;
PA = prazo de abastecimento;
D = demanda média esperada (calculada a partir da média aritmética móvel);
∆ EAF = variação da expectativa de atraso do fornecedor (costuma-se considerar que para
um prazo de entrega estimado de quatro semanas haja um atraso de cerca de duas
semanas).

Para dimensionar adequadamente os prazos que decorrem desde o pedido até a entrega
dos produtos, as instituições públicas devem ainda considerar os prazos legais
obrigatórios (que variam conforme a modalidade de compra), assim como o tempo
despendido com os trâmites internos.

Um método empírico, porém bastante utilizado, estabelece os estoques de reserva (em


semanas de consumo) de acordo com o prazo de abastecimento:
Entendidos os conceitos anteriores, passa-se então à apresentação de dois dos métodos
utilizados para renovação de estoques.

Modelo de estoque mínimo

Esse modelo estabelece que o nível de reposição será uma quantidade de material
necessário para atender ao período de abastecimento, tendo em vista a expectativa de
consumo indicada pela média aritmética móvel, mais o estoque de reserva. Sempre que o
nível de estoque de um determinado item atingir esse valor, será feito o pedido.

A expressão do modelo é:
Q = ER + (PA x D), em que;
Q = quantidade a ser adquirida;
ER = estoque de reserva;
PA = prazo de abastecimento;
D = demanda média.

Esse gráfico mostra a variação de estoques quando se utiliza o modelo de estoque


mínimo, considerando-se um item de consumo constante ao longo do tempo.
Como pode-se notar, em ambos os casos a quantidade é que determina o ponto de
pedido. Sempre que se atingir um volume de estoque definido como estoque mínimo, será
feito o pedido de uma certa quantidade, calculada segundo a fórmula citada
anteriormente.

Modelo de estoque máximo ou de renovação periódica

Esse método estabelece que o pedido seja feito de acordo com datas estabelecidas; por
exemplo, a cada dois meses verifica-se a posição de estoques e emite-se um pedido de
compra.
A quantidade a ser adquirida é calculada da seguinte maneira:
Q = EMax - ED, em que:
Q = quantidade a ser adquirida;
EMax = estoque máximo;
ED = estoque disponível (soma dos estoques existentes + pedidos já feitos e ainda não
recebidos).

Define-se como estoque máximo (EMax):


EMax = ER + (D x PR) + (D x PA), em que:
ER = estoque de reserva (verificar forma de cálculo citada anteriormente);
D = demanda média (calculada a partir da média aritmética móvel);
PR = prazo de renovação (período entre duas avaliações do estoque);
PA = prazo de abastecimento (tempo que decorre entre o pedido e a entrega efetiva do
material).

No gráfico da figura 7, as quantidades adquiridas em cada pedido são iguais apenas


porque o item possui consumo constante e a avaliação dos estoques ocorre a intervalos
regulares.
A figura 8 mostra a variação das quantidades em estoque de um item que é adquirido
conforme o modelo de renovação periódica e cujo consumo é variável; ela revela ainda
que os pedidos são feitos e as quantidades de cada um, variáveis. Assim, no momento do
pedido (P1), solicita-se a quantidade suficiente para atingir o estoque máximo (Q1), e o
recebimento dessa quantidade está
representada por (R1).

Seguindo o mesmo raciocínio, estão representados os pedidos 2, 3 e 4, com as


quantidades correspondentes e os respectivos recebimentos. É importante notar que os
prazos de renovação são constantes, conforme definido pelo modelo.
Como pode-se observar, para itens de consumo constante os métodos apresentam
comportamento semelhante.

O modelo de estoques mínimos tem níveis de estoque médio mais baixos e uma
freqüência variável de compras, ao passo que o método de estoques máximos apresenta
uma distribuição mais homogênea de processamento ao longo do tempo.
A escolha da metodologia depende da política de armazenamento dos produtos a ser
adotada.

Em qualquer situação, o sistema deve estar sempre pronto a emitir relatórios de estoques
que permitam agir prontamente para suprir necessidades emergenciais, que podem
indicar a adoção de medidas extraordinárias para evitar a falta de material.

Indicadores de Gestão
A literatura apresenta vários dados que funcionam como indicadores da gestão de
materiais. Alguns deles são citados a seguir:
• Porcentagem de funcionários de compras.
• Número de compras por comprador ao mês.
• Custo de um pedido: divide-se o custo do setor de compras pelo número total de
aquisições efetuadas no período.
• Nível de serviço: é uma relação expressa em porcentagem - divisão do número total de
pedidos atendidos pelo número de solicitações recebidas, multiplicada por 100. O ideal é
que essa relação seja o mais próximo de 100%.
• Tempo médio de abastecimento: o tempo decorrido entre a solicitação de compra e a
entrega do produto. É importante que se monitore esse período, o que pode ser feito por
amostragem.
• Giro de estoque ou rotatividade: um indicador que reflete o número de vezes que o
estoque roda em um determinado período. A expressão matemática para calculá-lo é:

O dado referente ao estoque médio de um determinado item é obtido calculando-se a


média dos estoques diários do produto no período considerado.
Uma forma simplificada de cálculo substitui o estoque médio do período pelo número de
unidades em estoque no último dia do período considerado.

Assim, se uma organização consome 200 caixas de determinado produto de 10 ml por


mês e possui um estoque médio de 400 caixas, o giro desse item será 0,5. Isso significa
que o estoque do produto girou meia vez em um mês.

O inverso do giro (ou antigiro) indica o número de períodos necessários para o consumo
do estoque. No caso acima, dois períodos, que equivalem a dois meses.
Valores elevados de giro indicam a necessidade de compras freqüentes; por outro lado,
valores baixos revelam um volume elevado de estoque e, portanto, grandes valores
monetários imobilizados.

A monitoração de preços e quantidades adquiridas são ferramentas importantes para o


administrador de materiais. O estudo desses parâmetros fornece indicações acerca de
variações percentuais de preços em determinado período, variações de quantidades em
estoque ou aumento de consumo.

Administração de Materiais no Setor Público


A atividade de administração de materiais é hoje considerada de vital importância para a
sobrevivência das grandes empresas industriais e prestadoras de serviços. Seja pela
dependência dos mesmos no processo produtivo, seja pelo impacto econômico nas suas
planilhas de custo, exigindo, por conseqüência, um alto nível de profissionalização dos
agentes responsáveis pela condução dos processos de suprimentos, em todas as suas
fases: do planejamento, da compra, do recebimento, da armazenagem, da distribuição, da
aplicação e do uso criterioso e consciente dos materiais e recursos.
Não se admitem desperdícios e perdas. Não é aceitável conviver com políticas de
suprimentos que resultem em níveis elevados de estoque, que invariavelmente acobertam
a ineficiência e a falta de um planejamento adequado, realista e consolidado em todos os
níveis da organização.

Na área governamental as dificuldades nascem e se multiplicam à medida em que a infra-


estrutura necessária mostra-se, muitas vezes, sem agilidade para dar suporte a uma
demanda cada vez mais crescente e diversificada por serviços públicos, arraigada na
velha ordem processualística administrativa, impedindo que o atendimento à população
seja realizado de uma forma eficiente e eficaz.

O problema tem origem no entendimento que a administração pública tem sobre


administração de materiais, que é o de que as atividades que compõem esta função
agregam-se a "Compras" como partes estanques e, ao mesmo tempo, como
conseqüência delas.

Políticas de suprimentos que resultem em níveis elevados de estoque, invariavelmente


acobertam ineficiência e falta de planejamento adequado e realista.

Esta função tem sido apenas campo de elucubrações nos aspectos jurídico-
administrativos dos procedimentos licitatórios, em que a preocupação com a moralidade
pública dos atos administrativos é a tônica. Nesse particular, o Direito Administrativo é
sua principal fonte normativa e o Orçamento-Programa, o principal instrumento de
decisão de que dispõem os administradores para gerirem indiretamente esta função,
responsável por um montante de recursos gastos com material que ascende a cifras
fabulosas no conjunto dos setores públicos.

Este fato, acrescido da importância sobre o fator preço, ainda não despertou a atenção
das autoridades para a necessidade de estudos que venham a definir, dentro da
administração pública, as políticas, diretrizes, normas e os instrumentos de gestão de
material, passando por uma concepção ampla, interdisciplinar e integrada de suas
subfunções.

De um modo geral, tenta-se centralizar a função material para evitar problemas de


legalidade e moralidade administrativa. São criadas normas, leis e decretos na tentativa vã
de organizar os desejos e as necessidades de aquisição de materiais e serviços,
engessando a máquina administrativa, reduzindo a margem de ação dos administradores
públicos, impedindo uma gestão profissional, empreendedora, inovadora e construtiva. E,
o que é pior, sem que nenhum processo importante de metamorfose aconteça e impeça
situações de desvio de finalidade.

O resultado de todo esse imbróglio são estruturas organizacionais decadentes,


irracionais, alienadas, onde as determinações e as orientações se perdem num
emaranhado burocrático-legal promíscuo, onde não se consegue auferir resultados,
potencializar metas e objetivos, onde as avaliações de desempenho técnico-
administrativo caem no terreno da subjetividade. Uma máquina parada por força de suas
próprias regras, de seu próprio engodo.

Resultado tão ou quão pernicioso é o conceito que cria na população de que o serviço
público é ineficiente, inoperante porque gerenciado por profissionais incompetentes e
desidiosos, incapazes de administrar com a assertividade necessária a produção dos
serviços básicos essenciais ao cidadão, atribuição constitucional do Estado.

Não poderia ser diferente. O discurso, a lei, o papel desgarrado da ação - conduzida sem
projetos concretos - não trazem mudanças e nem se materializam em resultados. Não há
como falar em modernização dos fatores de produção, melhoria de qualidade, elevação
dos índices de produtividade, sem o pressuposto básico da existência de Recursos
Humanos capacitados e adequados à sustentação desse quadro evolutivo, sem um
projeto que oriente e conduza as ações. Falta às organizações públicas o exercício do
planejamento, a concepção de projetos, a definição de metas e resultados claros a serem
atingidos.

A existência de projetos com estas características consegue romper barreiras, engajar


aliados qualificados, detonar paradigmas, pois eles têm o pressuposto de utilizar da
estrutura organizacional instituída e não o de ser conduzido ou orientado por ela.

LICITAÇÕES
Para o setor público o instrumento utilizado para compras é a licitação, como forma de
dar transparência à compra pública. Licitação é o procedimento administrativo pelo qual
uma pessoa governamental pretendendo alienar, adquirir ou locar bens, realizar obras ou
serviços, segundo condições por ela estipuladas previamente, convoca interessados na
apresentação de propostas, a fim de selecionar a que se revele mais conveniente em
função de parâmetros antecipadamente estabelecidos e divulgados. Esta exigência
encontra fundamento na Constituição Federal, no seu artigo 37 inciso XXI.

Este procedimento visa garantir duplo objetivo:

- De um, lado proporcionar às entidades governamentais possibilidade de realizarem o


negócio mais vantajoso;

- De outro, assegurar aos administrados ensejo de disputarem entre si a participação nos


negócios que as pessoas administrativas entendam de realizar com os particulares.

a) Quem está Obrigado a Licitar

União, Estados, Municípios, Distrito Federal, Territórios e autarquias estão obrigados a


licitar, em obediência às pertinentes leis de licitação, o que é ponto incontroverso. O
problema que se põe é saber se as sociedades de economia mista e empresas públicas
também se sujeitam ao dever de licitar.

b) Inexigibilidade de Licitação

A obrigatoriedade somente não se aplica em determinados casos descritos a seguir


conforme decreto-lei Nº 200 de 25 de fevereiro de 1967:

Art. 126. As compras, obras e serviços efetuar-se-ão com estrita observância do princípio
da licitação.
§ 1.0. A licitação só será dispensada nos casos previstos nesta lei.
§ 2.0. É dispensável a licitação:
- Nos casos de guerra, grave perturbação da ordem ou calamidade pública;
- Quando sua realização comprometer a segurança nacional, a juízo do Presidente da
República;
- Quando não acudirem interessados à licitação anterior, mantidas, neste caso, as
condições preestabelecidas;
- Na aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só podem ser fornecidos por
produtor, empresa ou representante comercial exclusivos, bem como na contratação
de serviços com profissionais ou firmas de notória especialização;
- Na aquisição de obras de arte e objetos históricos;
- Quando a operação envolver concessionário de serviço público ou, exclusivamente,
pessoas de direito público interno ou entidades sujeitas ao seu controle majoritário;
- Na aquisição ou arrendamento de imóveis destinados ao Serviço Público;
- Nos casos de emergência, caracterizada a urgência de atendimento de situação que
possa ocasionar prejuízos ou comprometer a segurança de pessoas, obras, bens ou
equipamentos;
- Nas compras ou execução de obras e serviços de pequeno vulto, entendidos como tal
os que envolverem importância inferior a cinco vezes, no caso de compras e serviços,
e a cinqüenta vezes, no caso de obras, o valor do maior salário mínimo mensal.

c) Princípios de Licitação

A Lei Nº.8-666, de 21 de junho de 1993, dispõe no artigo 3º que as licitações serão


processadas e julgadas na conformidade com os seguintes princípios: da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos
que lhe são correlatos.

Além dos princípios arrolados na Lei 8.666/93, Hely Lopes Meirelles acrescenta outros
como sigilo:

• Na apresentação das propostas;


• Adjudicação compulsória; e
• Procedimento formal.

d) Modalidades da Licitação

Cinco são as modalidades de licitação previstas na lei -art. 22 (O § 8' veda a criação de
outras modalidades licitatórias ou sua combinação):

- Concorrência: É a modalidade de licitação própria para contratos de grande valor, em


que se admite a participação de quaisquer interessados, cadastrados ou não, que
satisfaçam as condições do edital, convocados com a antecedência mínima prevista na
lei, com ampla publicidade pelo órgão oficial e pela imprensa particular;

- Tomada de preços: É a licitação realizada entre interessados previamente registrados,


observada a necessária habilitação, convocados com a antecedência mínima prevista na
lei, por aviso publicado na imprensa oficial e em jornal particular, contendo as
informações essenciais da licitação e o local onde pode ser obtido o edital. A nova lei
aproximou a tomada de preços da concorrência, exigindo a publicação do aviso e
permitindo o cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das
propostas;

- Convite: É a modalidade de licitação mais simples, destinada às contratações de


pequeno valor, consistindo na solicitação escrita a pelo menos três interessados do
ramo, registrados ou não, para que apresentem suas propostas no prazo mínimo de
cinco dias úteis. O convite não exige publicação, porque é feito diretamente aos
escolhidos pela Administração através de carta-convite. A lei nova, porém, determina
que cópia do instrumento convocatório seja afixada em local apropriado, estendendo-se
automaticamente aos demais cadastrados da mesma categoria, desde que manifestem
seu interesse até vinte e quatro horas antes da apresentação das propostas;

- Concurso: É a modalidade de licitação destinada à escolha de trabalho técnico ou


artístico, predominantemente de criação intelectual. Normalmente, há atribuição de
prêmio aos classificados, mas a lei admite também a oferta de remuneração;

- Leilão: É a espécie de licitação utilizável na venda de bens móveis e semoventes e, em


casos especiais, também de imóveis.

e) Publicação dos Editais

Os editais de concorrência, tomada de preços, concurso e leilão deverão ser publicados


com antecedência, no mínimo, por uma vez no Diário Oficial da União, no Diário Oficial do
Estado, ou em jornal de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de
circulação no Município, dependendo da estância da licitação.

f) Limites das Licitações


O artigo 23 define 3 modalidades de Licitação em função dos tipos de serviços
solicitados, tendo em vista o valor estimado da contratação. Estes limites foram
recentemente alterados pelo Decreto n. 9.618, publicado no Diário Oficial da União em
28/05/98 com os seguintes valores:

Para Obras e Serviços de Engenharia:

- Convite: Valores de até R$ 150.000,00;


- Tomada de Preços: Valores de R$ 150.000,00 a R$ 1.500.000,00;
- Concorrência: Valores acima de R$ 1.500.000,00.

Para Compras e Serviços não referidos no tópico anterior:

- Convite: Valores de até R$ 80.000,00;


- Tomada de Preços: Valores de R$ 80.000,00 a R$ 650.000,00;
- Concorrência: Valores acima de R$ 650.000,00.

g) Dispensa de Licitação

O Artigo 24 define que a Licitação é dispensável nos seguintes casos:

- Para obras e Serviços de Engenharia: Até o valor de 10% do limite previsto no caso da
modalidade Convite (R$ 15.000,00), desde que não se refiram a parcelas de uma mesma
obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local
que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente;

- Para Compras e outros Serviços: Até o valor de 10% do limite previsto no caso da
modalidade convite (R$ 8.000,00), desde que não se refiram a parcelas de um mesmo
serviço ou compra de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez.

h) Prazos para Publicação do Edital

O prazo mínimo que deverá mediar entre a última publicação do edital resumido ou da
expedição do convite e o recebimento das propostas será:

De quarenta e cinco dias para:


- Concurso;
- Concorrência: do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço", ou execução por
empreitada integral;

De trinta dias para:


- Concorrência, nos casos não especificados acima;
- Tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço";

De quinze dias para:


- Tomada de preços, nos casos não especificados acima;
- Leilão;

De cinco dias úteis para:


- Convite.

i) Procedimento da Licitação

Apesar dos atos que compõem o procedimento terem, cada um, finalidade específica, eles
têm um objetivo comum: A seleção da melhor proposta. Este ato derradeiro do
procedimento é um ato unilateral que se inclui dentro do próprio certame, diferentemente
do contrato, que é externo ao procedimento.

"O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo administrativo,


devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, a
indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão
juntados oportunamente:... "

Da Requisição de Compra deverá constar obrigatoriamente:

- Justificativa do pedido, endossada pelo titular do órgão;


- Especificação adequada do produto a ser adquirido;
- Indicação do recurso próprio a ser onerado, devidamente confirmado pela Seção de
Contabilidade da unidade requisitante;
- Atendimento ao princípio de padronização, sempre que possível for;
- Indicação dos fatores a serem considerados e expressamente declarados no Edital, para
fins de julgamento das propostas.

Segundo Hely Lopes Meirelles, esta é a fase interna da licitação à qual se segue a fase
externa, que se desenvolve através dos seguintes atos, nesta ordem:

- Edital ou convite de convocação dos interessados;


- Recebimento da documentação e propostas;
- Habilitação dos licitantes;
- Julgamento das propostas (classificação)
- Adjudicação e homologação.

A modalidade em que todas as fases da licitação se encontram claramente definidas é a


concorrência.

1 - Edital
"É o instrumento pelo qual a Administração leva ao conhecimento público a abertura de
concorrência, de tomada de preços, de concurso e de leilão, fixa as condições de sua
realização e convoca os interessados para a apresentação de suas propostas. Como lei
interna da licitação, vincula a Administração e os participantes.

Funções do edital

Segundo a lição de Celso Antônio Bandeira de Mello, o edital:

- Dá publicidade à licitação;
- Identifica o objeto licitado e delimita o universo das propostas;
- Circunscreve o universo dos proponentes;
- Estabelece os critérios para análise e avaliação dos proponentes e das propostas;
- Regula atos e termos processuais do procedimento;
- Fixa cláusulas do futuro contrato.

2 - Habilitação (documentação)
A habilitação, por vezes denominada "qualificação", é a fase do procedimento em que se
analisa a aptidão dos licitantes. Entende-se por aptidão a qualificação indispensável para
que sua proposta possa ser objeto de consideração, sendo que o licitante pode ser
habilitado ou não pelo órgão competente.
Obs: Na modalidade de licitação chamada "convite" inexiste a fase de habilitação. Ela é
presumida; é feita a priori pelo próprio órgão licitante que escolhe e convoca aqueles que
julga capacitados a participar do certame, admitindo, também, eventual interessado, não
convidado, mas cadastrado.

3 - Classificação (propostas comerciais)


"É o ato pelo qual as propostas admitidas são ordenadas em função das vantagens que
oferecem, na conformidade dos critérios de avaliação estabelecidos no edital". (Celso A.
Bandeira de Mello).

Após se confrontar as ofertas, classificam-se as propostas e escolhe-se o vencedor, a


partir das vantagens que oferecem, na conformidade dos critérios de avaliação
estabelecidos no edital a quem deverá ser adjudicado o objeto da licitação.

A classificação se divide em duas fases:

- Abertura dos envelopes "proposta": Entregues pelos participantes do certame. Os


envelopes são abertos em ato público, previamente designado, do qual se lavrará ata
circunstanciada;
- Julgamento das propostas: Que deve ser objetivo e em conformidade com os tipos de
licitação.

Critérios de classificação

Existem quatro tipos básicos de licitação (4 critérios básicos para avaliação das
propostas):

- Licitação de menor preço - é a mais comum. O critério do menor preço é, sem dúvida, o
mais objetivo. É usual na contratação de obras singelas, de serviços que dispensam
especialização, na compra de materiais ou gêneros padronizados;

- Licitação de melhor técnica - esse critério privilegia a qualidade do bem, obra ou serviço
propostos em função da necessidade administrativa a ser preenchida. O que a
Administração pretende é a obra, o serviço, o material mais eficiente, mais durável, mais
adequado aos objetivos a serem atingidos;

- Licitação de técnica e preço - neste tipo de licitação, combinam-se os dois fatores:


técnica e preço. Esse critério pode consistir em que a técnica e preço sejam avaliados
separadamente, de modo a que, após selecionar as propostas que vierem a alcançar
certo índice de qualidade ou de técnica, o preço será o fator de decisão. Pode-se, ainda
atribuir pesos, ou seja, ponderação aos resultados da parte técnica e ponderação ao
preço, que serão considerados em conjunto;

- Licitação de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou concessão de


direito real de uso (art. 45 § 1' da Lei 8.666/93).

As propostas que estiverem de acordo com o edital serão classificadas na ordem de


preferência, na escolha conforme o tipo de licitação. Aquelas que não se apresentarem em
conformidade com o instrumento convocatório serão desclassificadas.

Não se pode aceitar proposta que apresente preços unitários simbólicos, irrisórios ou de
valor zero, ainda que o instrumento convocatório não tenha estabelecido limites mínimos
(v. § 3' do art. 44 da Lei 8.666/93).

j) Conclusão
O processo de compras públicas se assemelha em quase sua totalidade ao do sistema
privado, sendo assim, todas as técnicas de compras devem ser observadas e sempre que
possível aplicadas, seguindo o que foi visto neste trabalho.

O fator diferencial para compras públicas é o uso do instrumento para a efetivação da


compra: A licitação, que consiste geralmente de um processo longo e extremamente
burocrático com grande quantidade de documentação. Sua utilização pode ser explicada
pela preocupação de se garantir a ética no que se trata ao uso do dinheiro público. A
licitação visa evitar fraudes e vícios do sistema, por isso é um processo rígido com pouca
flexibilidade o que dificulta o desenvolvimento de inovações.

Estes fatores vêm a reforçar os argumentos para que geralmente se compre em grandes
quantidades (gerando aumento no custo final da mercadoria). Na verdade o que realmente
deve-se fazer é tomar a licitação como a restrição do sistema e, por este motivo, deve-se
concentrar esforços e subordinar as outras atividades à restrição para se otimizar ao
máximo o processo, possibilitando a redução dos estoques. Umas das atividades com
enorme relevância neste sentido é a de planejar rigorosamente a aquisição dos materiais
para que o estoque dos mesmos não termine antes da adjudicação de um novo lote.

Certamente este método não deve ser adotado pelas empresas privadas, pois já está
garantido o controle do emprego do dinheiro pelo dono do capital, gozando então do
benefício de utilizar processos mais flexíveis e eficientes, proporcionando menores
custos e melhores resultados à empresa.

CONSTITUIÇÃO
DA REPÚBLICA

CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO
A palavra Constituição é originária do verbo constituere (latim) e
significa constituir, construir, edificar, formar, organizar, estabelecer.
No Brasil, além da Constituição Federal, também denominada de Carta Magna ou Lei
Maior, em virtude da sua importância hierárquica, temos também as Constituições
Estaduais e as Municipais (Lei Orgânica do Município).

Conceitos Introdutórios ao Estudo do Direito Constitucional

Direitos Individuais - Também denominados direitos naturais, humanos, coletivos. São


bens que estão ligados de forma inseparável à dignidade do ser humano. São
assegurados pela Constituição a cada indivíduo e à sociedade. "Direitos individuais" é
uma nomenclatura utilizada pela Constituição para referir-se a um grupo de direitos
fundamentais relacionados à vida, à propriedade e à segurança.

Garantias Fundamentais - Assim como a Constituição assegura os direitos fundamentais,


assegura também as garantias, objetivando a proteger esses direitos, fornecendo meios
jurídicos e impondo inclusive limitações aos poderes públicos em benefício dos
cidadãos.

Caput - Termo que provém do latim e significa: cabeça, topo, parte superior. Parte do
artigo que contém o fundamento deste. Após o caput se sucedem os parágrafos, itens,
incisos ou alíneas.

Artigo - Do latim "articulus": divisão, pequena parte de um todo. Divisão ordenada de


uma Lei, decreto ou regulamento. É designado por um número ordinal.

Exemplo: Artigo 3o (lê-se artigo terceiro).


Inciso - Divisão de um parágrafo, designado por numeração romana ou arábica. Pode
subdividir-se em alíneas ou itens.

Exemplo: Artigo 5o inciso X.

Soberania - Conjunto de poderes institucionais da nação. Autoridade suprema de um


estado politicamente organizado, como por exemplo, no Brasil, exercida de modo
absoluto, por intermédio dos poderes da República: o Executivo, o Legislativo e o
Judiciário.

Poder executivo - É um dos três poderes do Governo Federal, dos Estados e dos
Municípios. A ele compete o governo, a administração dos negócios públicos dentro do
que a Lei determina. É exercido pelo Presidente da República no âmbito federal; pelos
Governadores na esfera estadual e pelos Prefeitos no que se refere aos Municípios.

Poder Legislativo - É ao qual compete a elaboração, discussão e aprovação das Leis, bem
como certos atos comuns ao poder executivo. A nível Federal, dizemos que é
"Bicameralista", uma vez que é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal; a nível Estadual, pela Assembléia
Legislativa e a nível Municipal, pela Câmara dos Vereadores.

Poder Judiciário - É formado por um conjunto de órgãos incumbidos da distribuição da


justiça. É exercido pelos seguintes órgãos: Supremo Tribunal Federal, Tribunal Federal
de Recursos (Terceira Instância), Tribunais e Juizes Estaduais (Segunda Instância) e
Juizes Singulares (Primeira Instância).

Cidadania - Qualidade ou estado do cidadão, ou seja, do indivíduo no gozo dos direitos


civis e políticos de um país, ou no desempenho de seus deveres para com este. Ato de
respeito e obediência às normas estabelecidas e à liberdade do próximo.

TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

ARTIGO 1o
A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem
como fundamentos;

I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa
V - o pluralismo político.

Parágrafo único - Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

ARTIGO 2o
- São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si o Legislativo, o
Executivo e o Judiciário;

ARTIGO 3o

- Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;


II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.

ARTIGO 4o
A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios;

I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não intervenção;
V - igualdade entre os estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.

Parágrafo único - A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica,


política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma
comunidade latino-americana das nações.

Organização do Estado Federal Brasileiro:


repartição de competências

CAPÍTULO III
DOS ESTADOS FEDERADOS
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem,
observados os princípios desta Constituição.
§ 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta
Constituição.
§ 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, a empresa estatal,
com exclusividade de distribuição, os serviços locais de gás canalizado.
§ 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais
de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua
regulamentação.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 5, de 1995)
§ 3º - Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas,
aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios
limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas
de interesse comum.
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito,
ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas
aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da
representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis,
será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.
§ 1º - Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as
regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades,
remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças
Armadas.
§ 2º - A remuneração dos Deputados Estaduais será fixada em cada legislatura, para a
subseqüente, pela Assembléia Legislativa, observado o que dispõem os arts. arts. 150, II,
153, III e 153, § 2.º, I.
§ 2.º A remuneração dos Deputados Estaduais será fixada em cada legislatura, para a
subseqüente, pela Assembléia Legislativa, observado o que dispõem os arts. arts. 150, II,
153, III e 153, § 2.º, I , na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquela
estabelecida, em espécie, para os Deputados Federais. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 1, 1992)

§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembléia
Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em
espécie, para os Deputados Federais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º,
150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º - Compete às Assembléias Legislativas dispor sobre seu regimento interno, polícia e
serviços administrativos de sua secretaria, e prover os respectivos cargos.
§ 4º - A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de quatro
anos, realizar-se-á noventa dias antes do término do mandato de seus antecessores, e a
posse ocorrerá no dia 1º de janeiro do ano subseqüente, observado, quanto ao mais, o
disposto no art. 77.
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de
quatro anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último
domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do
mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro de janeiro do ano
subseqüente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 16, de1997)

Parágrafo único. Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na
administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso
público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V.
§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na
administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso
público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V.(Renumerado do parágrafo único, pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado serão


fixados por lei de iniciativa da Assembléia Legislativa, observado o que dispõem os arts.
37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
CAPÍTULO IV
Dos Municípios
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício
mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do
respectivo Estado e os seguintes preceitos:
I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos,
mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País;
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito até noventa dias antes do término do mandato
dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de municípios com mais
de duzentos mil eleitores;
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano
anterior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no
caso de Municípios com mais de duzentos mil eleitores; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 16, de1997)

III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano subseqüente ao da


eleição;
IV - número de Vereadores proporcional à população do Município, observados os
seguintes limites:
a) mínimo de nove e máximo de vinte e um nos Municípios de até um milhão de
habitantes;
b) mínimo de trinta e três e máximo de quarenta e um nos Municípios de mais de um
milhão e menos de cinco milhões de habitantes;
c) mínimo de quarenta e dois e máximo de cinqüenta e cinco nos Municípios de mais de
cinco milhões de habitantes;
V - remuneração do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores fixada pela Câmara
Municipal em cada legislatura, para a subseqüente, observado o que dispõem os arts. 37,
XI, 150, II, 153, III, e 153, § 2.º, I;
VI - a remuneração dos Vereadores corresponderá a, no máximo, setenta e cinco por
cento daquela estabelecida, em espécie, para os Deputados Estaduais, ressalvado o que
dispõe o art. 37, XI; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais fixados por lei de
iniciativa da Câmara Municipal, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II,
153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda constitucional nº 19, de 1998)
VI - subsídio dos Vereadores fixado por lei de iniciativa da Câmara Municipal, na razão de,
no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os
Deputados Estaduais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e
153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda constitucional nº 19, de 1998)
VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada
legislatura para a subseqüente, observado o que dispõe esta Constituição, observados os
critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a vinte por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)

b) em Municípios de dez mil e um a cinqüenta mil habitantes, o subsídio máximo dos


Vereadores corresponderá a trinta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

c) em Municípios de cinqüenta mil e um a cem mil habitantes, o subsídio máximo dos


Vereadores corresponderá a quarenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, o subsídio máximo dos


Vereadores corresponderá a cinqüenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo


dos Vereadores corresponderá a sessenta por cento do subsídio dos Deputados
Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos
Vereadores corresponderá a setenta e cinco por cento do subsídio dos Deputados
Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o
montante de cinco por cento da receita do Município; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 1, de
1992)

VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do
mandato e na circunscrição do Município; (Renumerado do inciso VI, pela Emenda Constitucional nº
1, de 1992)

IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares, no que couber,


ao disposto nesta Constituição para os membros do Congresso Nacional e na
Constituição do respectivo Estado para os membros da Assembléia Legislativa;
(Renumerado do inciso VII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; (Renumerado do inciso VIII, pela Emenda
Constitucional nº 1, de 1992)

XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal;


(Renumerado do inciso IX, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

XII - cooperação das associações representativas no planejamento municipal; (Renumerado


do inciso X, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade


ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado;
(Renumerado do inciso XI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo único. (Renumerado do
inciso XII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os subsídios dos
Vereadores e excluídos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar os seguintes
percentuais, relativos ao somatório da receita tributária e das transferências previstas no
§ 5o do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no exercício anterior: (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

I - oito por cento para Municípios com população de até cem mil habitantes; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

II - sete por cento para Municípios com população entre cem mil e um e trezentos mil
habitantes; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
III - seis por cento para Municípios com população entre trezentos mil e um e quinhentos
mil habitantes; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
IV - cinco por cento para Municípios com população acima de quinhentos mil habitantes.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

§ 1o A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua receita com folha
de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)

§ 2o Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal: (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 25, de 2000)

I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)

II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº
25, de 2000)

III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

§ 3o Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal o


desrespeito ao § 1o deste artigo.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
Art. 30. Compete aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas,
sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos
fixados em lei;
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os
serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter
essencial;
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de
educação pré-escolar e de ensino fundamental;
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de
atendimento à saúde da população;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento
e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a
ação fiscalizadora federal e estadual.
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal,
mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo
Municipal, na forma da lei.
§ 1º - O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais
de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos
Municípios, onde houver.
§ 2º - O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito
deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos
membros da Câmara Municipal.
§ 3º - As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição
de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a
legitimidade, nos termos da lei.
§ 4º - É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.
CAPÍTULO V
DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
Seção I
DO DISTRITO FEDERAL
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger- se-á por lei orgânica,
votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da
Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
Constituição.
§ 1º - Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos
Estados e Municípios.
§ 2º - A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as regras do art. 77, e
dos Deputados Distritais coincidirá com a dos Governadores e Deputados Estaduais, para
mandato de igual duração.
§ 3º - Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27.
§ 4º - Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, das polícias
civil e militar e do corpo de bombeiros militar.
Seção II
DOS TERRITÓRIOS
Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios.
§ 1º - Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se aplicará, no que
couber, o disposto no Capítulo IV deste Título.
§ 2º - As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com
parecer prévio do Tribunal de Contas da União.
§ 3º - Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Governador
nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda
instância, membros do Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá
sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa.
CAPÍTULO VI
DA INTERVENÇÃO
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I - manter a integridade nacional;
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo
motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição,
dentro dos prazos estabelecidos em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do
ensino. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do
ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000)
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios
localizados em Território Federal, exceto quando:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida
fundada;
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e
desenvolvimento do ensino;
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de


princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem
ou de decisão judicial.
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto
ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida
contra o Poder Judiciário;
II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo
Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral;
III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral
da República, na hipótese do art. 34, VII;
III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral
da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

IV - de provimento, pelo Superior Tribunal de Justiça, de representação do Procurador-


Geral da República, no caso de recusa à execução de lei federal. (Revogado pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

§ 1º - O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de


execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do
Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro
horas.
§ 2º - Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembléia Legislativa, far-
se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.
§ 3º - Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo
Congresso Nacional ou pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a
execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
§ 4º - Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a
estes voltarão, salvo impedimento legal.
•PODER EXECUTIVO

•PODER LEGISLATIVO

•PODER JUDICIÁRIO

Poder Executivo Federal


É aquele que, segundo a organização constituicional do Estado, tem
a seu cargo a execução das leis, bem como o governo e a administração dos negócios
públicos.

O Poder Executivo Federal é exercido, no sistema presidencialista, pelo Presidente da


República auxiliado pelos Ministros de Estado.
O Presidente da República, juntamente com o Vice-Presidente, são eleitos pelo voto direto
e secreto para um período de quatro anos, sendo permitida a reeleição para um único
mandato subseqüente.

Em democracias constitucionais, o Poder Executivo é geralmente limitado de três formas:

• por um sistema de controle que separa os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário


no governo nacional;

• pelo federalismo, que divide o poder entre o governo federal e os governos


estaduais/locais; e por garantias constitucionais dos direitos fundamentais.

• Em nível nacional, o Executivo é limitado pela autoridade constitucional conferida ao


poder Legislativo e

• por um Poder Judiciário independente.


O Poder Executivo nas democracias modernas é geralmente organizado de uma ou duas
maneiras: como um sistema parlamentarista ou presidencialista.
• Em um sistema parlamentarista, o partido da maioria nessa legislatura constitui o
Poder Executivo do governo, chefiado por um primeiro-ministro.
• Em um sistema parlamentarista, os Poderes Legislativo e Executivo não estão
totalmente separados um do outro, uma vez que o primeiro-ministro e os membros
do governo provêm do Parlamento. Nestes sistemas, a oposição política é o meio
principal de limitar ou controlar o Poder Executivo.
• Em um sistema presidencialista, o presidente é eleito separadamente dos
membros do Legislativo.
• Em um sistema presidencialista, tanto o presidente como o Poder Legislativo têm
as suas próprias bases de poder e eleitorado político, que servem para controlar e
se auto-equilibrar.
As democracias não exigem que os seus governos sejam fracos, mas que tenham limites.
Por consequência, as democracias podem levar algum tempo para chegar a um acordo
sobre assuntos de interesse nacional; contudo, quando o fazem, os seus líderes podem
agir com grande autoridade e confiança.
Os líderes de uma democracia constitucional agem sempre de acordo com a lei que define
e limita a sua autoridade.

Compete ao Presidente da República entre outros:

• chefiar o governo;
• administrar a coisa pública;
• aplicar as leis;
• iniciar o processo legislativo;
• vetar, total ou parcialmente projetos de lei;
• declarar guerra;
• prover e extinguir cargos públicos federais; e
• editar medidas provisórias com força de lei.
O exercício das funções relativas ao Poder Executivo é feito através da Administração
Direta, que compreende a estrutura administrativa da Presidência da República e dos
Ministérios e Indireta, que é o conjunto dos entes personalizados (Autarquias, Fundações
Públicas, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista) que, vinculados a um
ministério, prestam serviços públicos ou de interesse público.

Estados e Municípios
A estrutura político-administrativa dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios é
semelhante à federal, variando apenas em detalhes de adaptação às particularidades
regionais.
Dessa forma, no âmbito Estadual, o chefe do Poder Executivo é o Governador de Estado
auxiliado pelos Secretários Estaduais e no âmbito Municipal o representante do Poder
Executivo é o Prefeito auxiliado pelos Secretários Municipais. Os Estados e municípios
também tem seus poderes legislativos, nas Assembléias Estaduais e Câmaras Municipais.
Competências:
PODER EXECUTIVO:
• controla o Judiciário:
1. nomeando os ministros do STF e dos demais tribunais superiores (CF, art. 101,
parag. único art. 104, parág. único art. 84, XIV)
• controla o Legislativo:
1. paticipando da elaboração das leis, através da sanção ou veto aos projetos de
lei aprovados (CF, art. 84, IV e V)
2. participando da escolha dos ministros do Tribunal de Contas da União.

Composição do Executivo brasileiro

Luiz Inácio Lula da Silva


Presidente da República Federativa do Brasil desde 1º de janeiro de 2003.
Candidato da aliança PT, PL, PCdoB, PCB e PMN, foi eleito no segundo turno
em 27 de outubro de 2002 com 61,2% dos votos válidos, 52,79 milhões de
votos.
José Alencar Gomes da Silva: Vice-Presidente da República

Preceitua, a Constituição Federal


DO PODER EXECUTIVO
Seção I
DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos
Ministros de Estado.
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á,
simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último
domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do
mandato presidencial vigente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)
§ 1º - A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele
registrado.
§ 2º - Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político,
obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.
§ 3º - Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova
eleição em até vinte dias após a proclamação do resultado, concorrendo os dois
candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos
válidos.
§ 4º - Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento
legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.
§ 5º - Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais de
um candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.
Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão do
Congresso Nacional, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a
Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a
união, a integridade e a independência do Brasil.
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o
Vice-Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será
declarado vago.
Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder- lhe-á, no de vaga, o
Vice-Presidente.
Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de outras atribuições que lhe
forem conferidas por lei complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por ele
convocado para missões especiais.
Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos
respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o
Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal
Federal.
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição
noventa dias depois de aberta a última vaga.
§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para
ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na
forma da lei.
§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus
antecessores.
Art. 82. O mandato do Presidente da República é de quatro anos e terá início em primeiro
de janeiro do ano seguinte ao da sua eleição.(Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 16, de 1997)
Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do
Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de
perda do cargo.
Seção II
Das Atribuições do Presidente da República
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração
federal;
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e
regulamentos para sua fiel execução;
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
VI - dispor, mediante decreto, sobre:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de
2001)
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento
de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;(Incluída pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes
diplomáticos;
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do
Congresso Nacional;
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
X - decretar e executar a intervenção federal;
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da
abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências
que julgar necessárias;
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos
instituídos em lei;
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da
Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para
os cargos que lhes são privativos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de
02/09/99)
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal
Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral
da República, o presidente e os diretores do Banco Central e outros servidores, quando
determinado em lei;
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da
União;
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-
Geral da União;
XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso
Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e,
nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras
transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes
orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a
abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas
nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da
República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas
respectivas delegações.
Seção III
Da Responsabilidade do Presidente da República
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem
contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
I - a existência da União;
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos
Poderes constitucionais das unidades da Federação;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV - a segurança interna do País;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as
normas de processo e julgamento.
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara
dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas
infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.
§ 1º - O Presidente ficará suspenso de suas funções:
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo
Tribunal Federal;
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.
§ 2º - Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído,
cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do
processo.
§ 3º - Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente
da República não estará sujeito a prisão.
§ 4º - O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser
responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.
Seção IV
DOS MINISTROS DE ESTADO
Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um
anos e no exercício dos direitos políticos.
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições estabelecidas
nesta Constituição e na lei:
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da
administração federal na área de sua competência e referendar os atos e decretos
assinados pelo Presidente da República;
II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;
III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério;
IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas
pelo Presidente da República.
Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração
pública. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
Seção V
DO CONSELHO DA REPÚBLICA E DO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL
Subseção I
Do Conselho da República
Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da
República, e dele participam:
I - o Vice-Presidente da República;
II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
III - o Presidente do Senado Federal;
IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;
V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;
VI - o Ministro da Justiça;
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois
nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos
pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.
Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:
I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;
II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.
§ 1º - O Presidente da República poderá convocar Ministro de Estado para participar da
reunião do Conselho, quando constar da pauta questão relacionada com o respectivo
Ministério.
§ 2º - A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho da República.
Subseção II
Do Conselho de Defesa Nacional
Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República
nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e
dele participam como membros natos:
I - o Vice-Presidente da República;
II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
III - o Presidente do Senado Federal;
IV - o Ministro da Justiça;
V - o Ministro de Estado da Defesa;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de
1999)
VI - o Ministro das Relações Exteriores;
VII - o Ministro do Planejamento.
VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.(Incluído pela Emenda
Constitucional nº 23, de 1999)
§ 1º - Compete ao Conselho de Defesa Nacional:
I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta
Constituição;
II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção
federal;
III - propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do
território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e
nas relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer
tipo;
IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir
a independência nacional e a defesa do Estado democrático.
§ 2º - A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho de Defesa Nacional.

PODER LEGISLATIVO

O Poder Legislativo, no âmbito federal, é exercido pelos deputados


federais e pelos senadores, que compõem a Câmara dos Deputados e o Senado Federal
(sistema bicameral). Atualmente, o Congresso Nacional é constituído por 513 deputados e
81 senadores, que têm como principal função fazer as leis. Podemos dizer que o processo
legislativo compreende a elaboração, discussão, redação, alteração e consolidação das
leis que, em algumas situações, são também submetidas ao Presidente da República,
quando este toma a iniciativa de elaborar leis e quando edita medidas provisórias. A
legitimidade desse Poder é constitucional, prevista na Constituição Federal de 1988, mas
também definida pelos Regimentos de suas Casas Legislativas e pela Lei Complementar
95/1998, sobre elaboração das leis. A partir de 1988, com a promulgação da nova
Constituição Federal, o Congresso Nacional tornou-se o grande símbolo da democracia
brasileira.
O Poder Legislativo teve a sua origem na Inglaterra. Formou-se durante a Idade Média
quando representantes da nobreza, do clero e do povo procuraram limitar a autoridade
absoluta dos reis, tomando como base o ensinamento doutrinário de Montesquieu, um
dos pioneiros em dividir a função estatal, criando a teoria da separação dos poderes e
propondo: "um sistema em que cada órgão desempenhasse função distinta e, ao mesmo
tempo, que a atividade de cada qual caracterizasse forma de contenção da atividade de
outro órgão do poder".
Tal poder consiste em fazer, emendar, alterar e revogar as leis. Ele é exercido pelo
Congresso ou Parlamento.
Há países em que o Poder Legislativo se constitui num único órgão ou câmara legislativa,
esse sistema é conhecido como sistema unicameral. Porém, existe outro sistema,
segundo o qual o Poder Legislativo se compõe de dois órgãos ou câmaras legislativas.
Este sistema que foi o adotado no Brasil no âmbito federal, conhecido como bicameral,
pois nos Estados e Municípios o sistema legislativo é unicameral.
Este sistema já era previsto em nossa primeira Constituição Republicana (1891) no artigo
16, § 1º, que adotou a denominação de Congresso Nacional, termo empregado,
tradicionalmente, pelos países que adotam o regime presidencialista, composto por duas
casas: a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. Esta denominação tornou-se
tradicional em nossa sistemática constitucional, com exceção da Constituição de 1937,
que usou o termo "Parlamento Nacional".
Câmara dos Deputados

• Sistema proporcional (proporcionalmente à população).


• Cada Estado tem no mínimo 8 e no máximo 70;
• Territórios (atualmente não temos): quatro Deputados;
• A representação e o número de Deputados são fixados através de lei complementar,
proporcionalmente à população.

• Mandato de quatro anos;

Senado Federal

• É composto por 3 representantes dos Estados e do Distrito Federal;


• Sistema majoritário (a representação é atribuída ao candidato que obtiver o maior
número de votos);

• Mandatos de 8 anos, com dois suplentes;


• A renovação é realizada de forma alternada, de quatro em quatro anos (1/3 e 2/3).
São eleitos os que tiverem o maior número de votos.

• O Brasil é composto de 26 Estados e 1 distrito Federal, totalizando, assim 81


Senadores.
O Congresso Nacional e cada uma de suas Casas adotará organização interna na forma
dos respectivos regimentos. Assim, elas possuem órgãos internos destinados a ordenar
seus funcionamentos, tratar de suas polícias, dispor sobre criação, transformação ou
extinção de cargos, empregos e funções de seus serviços e fixação da respectiva
renumeração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.
A rigor, não há interferência de uma Casa nam outra, nem de qualquer outro órgão
governamental.
No âmbito do Poder Legislativo da União existem três mesas diretoras:
• a do Congresso Nacional,
• a do Senado Federal e
• da Câmara dos Deputados.
A primeira será formada a partir das duas últimas. As mesas, com mandato de dois anos e
algumas atribuições já previstas na Constituição, devem resguardar a proporcionalidade
da representação dos partidos e blocos partidários.
Boa parte dos trabalhos parlamentares se desenvolvem nas Comissões. Estas podem ser:
(a) permanentes;
(b) temporárias;
(c) mistas e
(d) de inquérito.
As comissões permanentes são organizadas por áreas ou temas. Entre as suas
atribuições estão as de discutir e votar os projetos (até mesmo de forma conclusiva,
ressalvado o recurso ao Plenário), de realizar audiências e de convocar Ministros e
autoridades.
As comissões mistas envolvem deputados e senadores. Existe uma importantíssima
comissão mistas para tratar de assuntos relacionados com as finanças públicas.
As comissões parlamentares de inquérito são instrumentos importantíssimos para o
exercício das atividades de fiscalização e controle instaladas por requerimento de um
terço dos parlamentes para apuração de fato determinado e com prazo para conclusão
dos trabalhos. São dotadas de poderes de investigação próprios de autoridades
judiciárias.
A Constituição prevê a existência de uma Comissão representativa com a função de
representar o Congresso Nacional durante o recesso parlamentar.
O Congresso Nacional desenvolve suas atividades em legislaturas, sessões legislativas
ordinárias ou extraordinárias e sessões ordinárias e extraordinárias. A legislatura tem a
duração de quatro anos. A sessão legislativa ordinária com duração de um ano divide-se
em dois períodos legislativos. Na sessão legislativa extraordinária somente serão
apreciados os assuntos presentes na pauta de convocação e as Medidas Provisórias
pendentes. Em casos específicos serão realizadas reuniões conjuntas das duas Casas do
Congresso Nacional.
As deliberações de cada Casa ou do Congresso Nacional serão tomadas por maioria de
votos, presente a maioria de seus membros, salvo os casos de quórum especial por
maioria absoluta (arts. 55, § 2º, 66, § 4º e 69), por três quintos (art. 60, § 2º) e dois terços
(arts. 51, I, 52, par.único e 86).
O Congresso Nacional possui atribuições legislativas (arts. 48, 61 a 69), meramente
deliberativas (art. 49), de fiscalização e controle (arts. 50, § 2º, 58, § 3º, 71 e 72, 166, § 1º,
49, IX e X, 51, II e 84, XXIV), de julgamento de crime de responsabilidade (arts. 51, I, 52, I e
II, 86) e constituintes (art. 60). Existem atribuições privativas de cada uma das Casas do
Congresso Nacional.
Diferenças básicas entre o sistema majoritário e o
proporcional
O sistema majoritário (Casa Alta):
Utilizado para a eleição dos SENADORES. Estes têm mandato de 8 anos, sendo
que as eleições se realizam de 4 em 4 anos, renovando-se sucessivamente 2/3 e 1/3 dos
componentes do Senado Federal.
Por este sistema os candidatos mais votados sãos os escolhidos. Essa é a
vantagem do sistema, pois torna a escolha mais democrática, na medida em que serão
eleitos aqueles que obtiverem maior número de votos, independente do partido político.
Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito
Federal, eleitos segundo o princípio majoritário.
§ 1º - Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de
oito anos.
§ 2º - A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de
quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços.

Lembrar:

• O mandato dos Senadores é de 8 anos.


• Atualmente temos 81 senadores.
O Sistema Proporcional (Casa Baixa):
É utilizado na eleição dos DEPUTADOS FEDERAIS.

Segundo esse critério leva-se em conta a proporcionalidade dos votos obtidos


pelos respectivos partidos políticos. Assim, primeiro se apura qual o número de cadeiras
obtidas por um partido político, para, então, determinar-se que sejam preenchidas pelos
seus candidatos mais votados.
Valoriza-se, aqui, o voto na legenda (no partido). O eleitor leva em conta a
proposta partidária dos partidos e não apenas do candidato individualmente. Assim, nem
sempre o candidato que recebeu mais voto será eleito, pois se leva em conta o número de
votos que o seu partido recebeu.

Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos,


pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.
§ 1º - O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo
Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população,
procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma
daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.

Lembrar:

• O mandato dos Deputados Federais é de 4 anos;


• Eleitor só vota em candidatos do seu Estado.
• O número mínimo de Deputados Federais que um Estado pode ter é 8 e o
máximo são 70 (é o caso de São Paulo). Esse número será estabelecido por lei
complementar.
• Atualmente temos 513 Deputados.

Diferença entre maioria absoluta, maioria simples e maioria


qualificada.
Maioria = mais da metade de um órgão colegiado (formado por um conjunto de
indivíduos, não é uma pessoa só que decide), até alcançar um número inteiro.

1. Maioria simples: é calculada em relação aos membros presentes, mais da


metade de um órgão colegiado presente, até alcançar um número inteiro. É a regra geral
para a aprovação de uma lei ordinária.
Art. 47 da Constituição Federal: Salvo disposição constitucional em contrário, as
deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos,
presente a maioria absoluta de seus membros.

2. Maioria absoluta: é mais da metade da totalidade dos membros integrantes de


um órgão colegiado (aprovação de leis complementares, art. 69, perda do mandato de
senador ou Deputado).

Exemplos na Constituição Federal

Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao
Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará. (...)
§ 4º - O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de
seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados
e Senadores, em escrutínio secreto.
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á,
simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último
domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do
mandato presidencial vigente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997).
§ 2º - Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido
político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.

3. Maioria qualificada: É calculada em relação à totalidade dos membros de um


órgão colegiado, presentes ou ausentes e pode ser exigida em diversos patamares, como
maioria absoluta, 3/5 ou 2/3.

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o
interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara
Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição,
na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
§ 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional,
em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos
dos respectivos membros.
Art. 5º, § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos
que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

O quorum de instalação (para que se delibere sobre uma determinada lei) sempre
será de metade mais um da totalidade dos membros da casa. A aprovação ou não de
determinado fato é que será variável, quando se considerará o número de presentes. Esse
é o quorum de votação.

ESFERAS DO LEGISLATIVO.
Existem em três níveis (federal, estadual e municipal) e estão representadas pelo
Congresso Nacional, assembléias legislativas e câmaras municipais.

Competências:

PODER LEGISLATIVO:
• controla o Judiciário:
1. participando da escolha dos membros dos tribunais superiores (CF, art. 101,
parag. único art. 104, parág. único)
2. julgando os ministros do STF nos crimes de responsabilidade (CF, art. 52, II)
3. fiscalizando a forma como é gerenciado o dinheiro público pelo Poder
Judiciário, no exercício da atividade administrativa (CF, art. 71, II)

• controla o Executivo:
1. julgando o Presidente da República, o Vice-Presidente, os ministros de Estado,
nos crimes de responsabilidade (CF, art. 52, I)
2. apreciando as contas do Presidente da República (CF, art. 51, II) e dos demais
órgãos da Administração Pública (CF, art. 71, I e II)
3. fiscalizando e controlando os atos do Poder Executivo, incluídos os da
administração indireta (CF, art. 49, X), podendo convocar ministros de Estado
para prestar informações (art. 58, III), criar comissões parlamentares de inquérito
para apuração de fatos relevantes (art. 58, § 3º).

Preceitua, a Constituição Brasileira

DO PODER LEGISLATIVO
Seção I
DO CONGRESSO NACIONAL
O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal.
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo
sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.
§ 1º - O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito
Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população,
procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma
daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.
§ 2º - Cada Território elegerá quatro Deputados.

Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal,
eleitos segundo o princípio majoritário.
§ 1º - Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito
anos.
§ 2º - A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em
quatro anos, alternadamente, por um e dois terços.
§ 3º - Cada Senador será eleito com dois suplentes.

Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de


suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de
seus membros.
Seção II
DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não
exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de
competência da União, especialmente sobre:
I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito,
dívida pública e emissões de curso forçado;
III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;
IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;
V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da União;
VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados,
ouvidas as respectivas Assembléias Legislativas;
VII - transferência temporária da sede do Governo Federal;
VIII - concessão de anistia;
IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública
da União e dos Territórios e organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria
Pública do Distrito Federal;
X - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado
o que estabelece o art. 84, VI, b; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de
2001)
XI - criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
XII - telecomunicações e radiodifusão;
XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações;
XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal.
XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, observado o que
dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem
encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que
forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam
temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar;
III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País,
quando a ausência exceder a quinze dias;
IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou
suspender qualquer uma dessas medidas;
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar
ou dos limites de delegação legislativa;
VI - mudar temporariamente sua sede;
VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores, observado o que
dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros
de Estado, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os
relatórios sobre a execução dos planos de governo;
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder
Executivo, incluídos os da administração indireta;
XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa
dos outros Poderes;
XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e
televisão;
XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União;
XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;
XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;
XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos
e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;
XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área
superior a dois mil e quinhentos hectares.

Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões,
poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente
subordinados à Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações
sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a
ausência sem justificação adequada.(Redação dada pela Emenda Constitucional de
Revisão nº 2, de 1994)
§ 1º - Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal, à Câmara dos
Deputados, ou a qualquer de suas Comissões, por sua iniciativa e mediante
entendimentos com a Mesa respectiva, para expor assunto de relevância de seu
Ministério.
§ 2º - As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar
pedidos escritos de informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas
referidas no caput deste artigo, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o
não - atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas.
(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 2, de 1994)
Seção III
DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:
I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o
Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;
II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao
Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;
III - elaborar seu regimento interno;
IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou
extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para
fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.
Seção IV
DO SENADO FEDERAL
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de
responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)
II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho
Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da
República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de:
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;
c) Governador de Território;
d) Presidente e diretores do Banco Central;
e) Procurador-Geral da República;
f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha
dos chefes de missão diplomática de caráter permanente;
V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da
dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e
interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e
demais entidades controladas pelo Poder Público federal;
VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em
operações de crédito externo e interno;
IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por
decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;
XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do
Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato;
XII - elaborar seu regimento interno;
XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou
extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para
fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.
XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua
estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União,
dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 42, de 19.12.2003)
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do
Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por
dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito
anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais
cabíveis.
Seção V
DOS DEPUTADOS E DOS SENADORES
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de
suas opiniões, palavras e votos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de
2001)
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a
julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 35, de 2001)
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser
presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos
dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus
membros, resolva sobre a prisão. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de
2001)
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a
diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por
iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros,
poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 35, de 2001)
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de
quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações
recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que
lhes confiaram ou deles receberam informações. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 35, de 2001)
§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e
ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só
podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva,
nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam
incompatíveis com a execução da medida.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 35, de
2001)

Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:


I - desde a expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa
pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público,
salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam
demissíveis "ad nutum", nas entidades constantes da alínea anterior;
II - desde a posse:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente
de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas
no inciso I, "a";
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o
inciso I, "a";
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:


I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões
ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;
VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento
interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a
percepção de vantagens indevidas.
§ 2º - Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos
Deputados ou pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante
provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso
Nacional, assegurada ampla defesa.
§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa
respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de
partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do
mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais
de que tratam os §§ 2º e 3º.(Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 6, de 1994)

Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:


I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de
Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão
diplomática temporária;
II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem
remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não
ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa.
§ 1º - O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções previstas
neste artigo ou de licença superior a cento e vinte dias.
§ 2º - Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la se
faltarem mais de quinze meses para o término do mandato.
§ 3º - Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela remuneração do
mandato.
Seção VI
DAS REUNIÕES
Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 15 de
fevereiro a 30 de junho e de 1º de agosto a 15 de dezembro.
§ 1º - As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o primeiro dia útil
subseqüente, quando recaírem em sábados, domingos ou feriados.
§ 2º - A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de
diretrizes orçamentárias.
§ 3º - Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos Deputados e o
Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para:
I - inaugurar a sessão legislativa;
II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas;
III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República;
IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.
§ 4º - Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de
fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das
respectivas Mesas, para mandato de dois anos, vedada a recondução para o mesmo cargo
na eleição imediatamente subseqüente.
§ 5º - A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do Senado Federal, e
os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos
equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
§ 6º - A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á:
I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de
intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para
o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente- Presidente da República;
II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal, ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso
de urgência ou interesse público relevante.
§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre
a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8º, vedado o pagamento
de parcela indenizatória em valor superior ao subsídio mensal. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação extraordinária do
Congresso Nacional, serão elas automaticamente incluídas na pauta da convocação.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
Seção VII
DAS COMISSÕES
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias,
constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato
de que resultar sua criação.
§ 1º - Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto
possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que
participam da respectiva Casa.
§ 2º - às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:
I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do
Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa;
II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;
III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a
suas atribuições;
IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra
atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de
desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.
§ 3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação
próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das
respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em
conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a
apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso,
encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou
criminal dos infratores.
§ 4º - Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso Nacional,
eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período legislativo, com atribuições
definidas no regimento comum, cuja composição reproduzirá, quanto possível, a
proporcionalidade da representação partidária.

PODER JUDICIÁRIO
O Poder Judiciário Brasileiro tem como característica fundamental a
sua unidade e o fato de exercer o monopólio do poder de dizer o direito aplicável no caso
concreto, a chamada coisa julgada, que é decisão contra a qual não cabe mais nenhum
recurso.

A Constituição Federal assegura ao Poder Judiciário autonomia administrativa e


financeira, com o objetivo de garantir-lhe a independência necessária para o exercício
pleno de sua missão institucional.

O Poder Judiciário no Brasil se organiza no âmbito da União Federal e de cada Estado


membro da Federação.

A Justiça da União compreende:

• a Justiça Federal, a Justiça do Trabalho,


• a Justiça Eleitoral e
• a Justiça Militar.
Os estados devem organizar seus Poderes Judiciários, no exercício de sua autonomia
política, observados, no entanto, os princípios estabelecidos na Constituição Federal.

Estrutura do Poder Judiciário


STF
O Supremo Tribunal Federal é o tribunal de cúpula do Poder Judiciário brasileiro e
compõe-se de onze ministros. A nomeação é feita pelo presidente da República, após
aprovada a escolha pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal. A principal
atribuição do STF é a guarda da Constituição, mas não se trata de uma Corte
Constitucional nos moldes existentes na Europa, pois exerce também outras atribuições,
como, por exemplo, processar e julgar autoridades federais nas infrações penais comuns.
A competência do Supremo Tribunal Federal está definida no art. 102º da Constituição
Federal.

STJ
O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de 33 ministros, também nomeados pelo
presidente da República, após aprovação pelo Senado Federal.

Os cargos do STJ seguem a seguinte composição:

• • 1/3 dos cargos preenchidos por juízes dos Tribunais Regionais Federais
• • 1/3 por desembargadores dos Tribunais de Justiça
• • 1/3 por advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito
Federal e Territórios, de forma alternada.

A principal atribuição do STJ é garantir a inteireza do direito federal e a uniformidade de


sua interpretação. A competência do Superior Tribunal de Justiça está definida no art.
105º da Constituição Federal.

TRF
Os Tribunais Regionais Federais têm composição variável, com o número de juízes
definido em lei, sendo 1/5 escolhido entre os advogados com mais de 10 anos de efetiva
atividade profissional e membros do Ministério Público Federal com mais de 10 anos de
carreira.
Os demais são escolhidos mediante promoção de juízes federais com mais de 5 anos de
exercício, por antigüidade e merecimento, alternadamente.
Os TRFs representam a 2ª Instância da Justiça Federal, sendo responsáveis pelo
processo e julgamentos dos recursos contra as decisões da 1ª Instância.
A competência dos Tribunais Regionais Federais está definida no art. 108 da Constituição
Federal.

Juízes Federais
Os juízes federais representam a Justiça Federal de 1ª Instância e estão organizados em
Seções Judiciárias (uma no Distrito Federal e uma em cada estado, com sede na
respectiva capital).
As Seções Judiciárias são divididas em Varas, localizadas nas capitais e no interior dos
estados.
Aos juízes federais compete processar e julgar as causas em que entidades autárquicas
ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes
ou oponentes, com exceção das ações de falência e de acidentes de trabalho e as de
competência da Justiça Eleitoral e do Trabalho.
Também faz parte da competência dos juízes federais o processo e julgamento de causas
entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada
ou residente no país as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado
estrangeiro ou organismo internacional os crimes políticos e as infrações penais
praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesses da União.
Atualmente, está em exame no Congresso Nacional a inclusão na competência da Justiça
Federal dos crimes contra os direitos humanos. A competência da Justiça Federal está
definida no art. 109º da Constituição Federal.

Tribunais de Alçada
Também são órgãos da 2ª Instância da Justiça Estadual, assim como os TJ.
A competência dos Tribunais de Alçada é definida nas leis de organização judiciária dos
estados. Muitos defendem a sua extinção. Funcionam atualmente somente em três
estados.

Tribunal de Justiça
Órgão de segundo grau, de criação obrigatória em todos os Estados, com competência
para julgar recursos das decisões dos juízes de primeiro grau.

Juízes Estaduais
Os juízes estaduais representam a 1ª Instância da Justiça Estadual e é responsável pelo
julgamento de processos envolvendo matérias cíveis, de família, do consumidor, de
sucessões, de falâncias e concordatas, da infância e juventude, além das matérias
criminais.

TSE
O Tribunal Superior Eleitoral é instância máxima da Justiça Eleitoral e é composto por 7
membros escolhidos da seguinte forma:

• mediante eleição, pelo voto secreto, de três juízes dentre os ministros do STF e
• dois juízes dentre os ministros do STJ por nomeação do presidente da República,
• dois juízes dentre os advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados
pelo STF.
O presidente e o vice-presidente do TSE são eleitos dentre os ministros do STF e o
corregedor eleitoral dentre os ministros do STJ.

TRE
Há um Tribunal Regional Eleitoral em cada estado e no Distrito Federal e eles são
compostos da seguinte forma:

• mediante eleição, pelo voto secreto, de dois juízes dentre os desembargadores do TJ e


• dois juízes dentre os juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça um juiz do
TRF com sede na capital do Estado ou no DF, ou, não havendo juiz federal, escolhido pelo
TRF respectivo por nomeação, pelo presidente da República,

• dois juízes dentre os seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral,
indicados pelo Tribunal de Justiça.

TST
O Tribunal Superior do Trabalho é órgão superior da Justiça do Trabalho e é formado por
17 ministros, nomeados pelo presidente da República, após aprovados pelo Senado
Federal.
À Justiça do Trabalho compete conciliar e julgar os dissídios individuais e coletivos entre
trabalhadores.

TRT
Existem Tribunais Regionais do Trabalho em todos os estados e no Distrito Federal. Os
TRTs representam a 2ª Instância da Justiça do Trabalho, sendo responsáveis pelo
processo e julgamentos dos recursos contra as decisões da 1ª Instância. São compostos
por juízes nomeados pelo Presidente da República, observada a proporcionalidade
estabelecida na Constituição.

Juízes do Trabalho
Os juízes do trabalho representam a 1ª Instância da Justiça do Trabalho e estão
organizados nas Varas do Trabalho.
À Justiça do Trabalho compete conciliar e julgar os dissídios individuais e coletivos entre
trabalhadores e empregadores e outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho,
bem como os litígios que tenham origem no cumprimento de suas próprias sentenças,
inclusive as coletivas.

Superior Tribunal Militar


À Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei. O STM é
a instância máxima da Justiça Militar, e é composto por quinze ministros vitalícios,
nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado
Federal, sendo três oficiais-generais da Marinha, quatro do Exército e três da Aeronáutica,
todos da ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco dentre os civis. Os civis devem
ser selecionados entre brasileiros maiores de trinta e cinco anos, sendo três dentre os
advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de 10 anos de efetiva
atividade profissional e dois, por escolha paritária, dentre juízes-auditores e membros do
Ministério Público da Justiça Militar.

Competências:

PODER JUDICIÁRIO:
• controla o Legislativo:
1. exercendo controle da constitucionalidade das leis e atos administrativos
2. julgando os membros do Congresso Nacional nos crimes comuns, e os membros do
Tribunal de Contas da União nos crimes comuns e de responsabilidade.
• controla o Executivo:
1. exercendo o controle da constitucionalidade das leis e atos administrativos
2. julgando o Presidente da República, o Vice-Presidente, os ministros de Estado, nos crimes
comuns
3. julgando os ministros de Estado nos crimes de responsabilidade, quando esses não forem
conexos com crimes atribuídos ao Presidente ou ao Vice-Presidente.

Preceitua, a Constituição

CAPÍTULO III
DO PODER JUDICIÁRIO
Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
I - o Supremo Tribunal Federal;
I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - o Superior Tribunal de Justiça;
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI - os Tribunais e Juízes Militares;
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais
Superiores têm sede na Capital Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o
território nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o
Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso
público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em
todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade
jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigüidade e merecimento,
atendidas as seguintes normas:
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco
alternadas em lista de merecimento;
b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância
e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antigüidade desta, salvo se não houver
com tais requisitos quem aceite o lugar vago;
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de
produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela freqüência e aproveitamento em
cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo
voto fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e
assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do
prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão;
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
III o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antigüidade e merecimento,
alternadamente, apurados na última ou única entrância; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
IV previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de
magistrados, constituindo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação
em curso oficial ou reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de
magistrados; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco
por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os
subsídios dos demais magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e
estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, não
podendo a diferença entre uma e outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por
cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos
Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão o
disposto no art. 40; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
VII o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VIII o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse
público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do
Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
VIII A remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de igual entrância
atenderá, no que couber, ao disposto nas alíneas a , b , c e e do inciso II; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas
todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em
determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos
nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o
interesse público à informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo
as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído
órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o
exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do
tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antigüidade e a outra metade por
eleição pelo tribunal pleno; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos e
tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense
normal, juízes em plantão permanente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
XIII o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda
judicial e à respectiva população; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XIV os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de
mero expediente sem caráter decisório; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
XV a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos
Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério
Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de
reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em
lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao
Poder Executivo, que, nos vinte dias subseqüentes, escolherá um de seus integrantes
para nomeação.
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício,
dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz
estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II,
153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III - dedicar-se à atividade político-partidária.
IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas,
entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três
anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 96. Compete privativamente:
I - aos tribunais:
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das
normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a
competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem
vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva
jurisdição;
d) propor a criação de novas varas judiciárias;
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto
no art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os
de confiança assim definidos em lei;
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e
servidores que lhes forem imediatamente vinculados;
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça
propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos
juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e
dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;
III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios,
bem como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade,
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do
respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou
ato normativo do Poder Público.
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para
a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e
infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e
sumariíssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de
recursos por turmas de juízes de primeiro grau;
II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e
secreto, com mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar
casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de
habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras
previstas na legislação.
§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça
Federal. (Renumerado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços
afetos às atividades específicas da Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.
§ 1º - Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites
estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 2º - O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete:
I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais
Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais;
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos
Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.
§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas propostas
orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder
Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os
valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites
estipulados na forma do § 1º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em
desacordo com os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos
ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de
despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de
créditos suplementares ou especiais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 100. à exceção dos créditos de natureza alimentícia, os pagamentos devidos pela
Fazenda Federal, Estadual ou Municipal, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão
exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos
créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações
orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
§ 1º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba
necessária ao pagamento de seus débitos oriundos de sentenças transitadas em julgado,
constantes de precatórios judiciários, apresentados até 1º de julho, fazendo-se o
pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados
monetariamente.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 30, de 2000)
§ 1º-A Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários,
vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e
indenizações por morte ou invalidez, fundadas na responsabilidade civil, em virtude de
sentença transitada em julgado.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 30, de 2000)
§ 2º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao
Poder Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exeqüenda
determinar o pagamento segundo as possibilidades do depósito, e autorizar, a
requerimento do credor, e exclusivamente para o caso de preterimento de seu direito de
precedência, o seqüestro da quantia necessária à satisfação do débito.(Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 30, de 2000)
§ 3º O disposto no caput deste artigo, relativamente à expedição de precatórios, não se
aplica aos pagamentos de obrigações definidas em lei como de pequeno valor que a
Fazenda Federal, Estadual, Distrital ou Municipal deva fazer em virtude de sentença
judicial transitada em julgado. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 30, de 2000)
§ 4º São vedados a expedição de precatório complementar ou suplementar de valor pago,
bem como fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução, a fim de que seu
pagamento não se faça, em parte, na forma estabelecida no § 3º deste artigo e, em parte,
mediante expedição de precatório. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
§ 5º A lei poderá fixar valores distintos para o fim previsto no § 3º deste artigo, segundo as
diferentes capacidades das entidades de direito público. (Parágrafo incluído pela Emenda
Constitucional nº 30, de 2000 e Renumerado pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
§ 6º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou
tentar frustrar a liquidação regular de precatório incorrerá em crime de responsabilidade.
(Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 30, de 2000 e Renumerado pela
Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
Seção II
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre
cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de
notável saber jurídico e reputação ilibada.
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo
Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado
Federal.
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,
cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a
ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente-
Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-
Geral da República;
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado
e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no
art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os
chefes de missão diplomática de caráter permanente;(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 23, de 1999)
d) o "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas
anteriores; o mandado de segurança e o "habeas-data" contra atos do Presidente da
República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de
Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal
Federal;
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o
Distrito Federal ou o Território;
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou
entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
h) a homologação das sentenças estrangeiras e a concessão do "exequatur" às cartas
rogatórias, que podem ser conferidas pelo regimento interno a seu Presidente; (Revogado
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o
paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à
jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição
em uma única instância; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 22, de 1999)
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas
decisões;
m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a
delegação de atribuições para a prática de atos processuais;
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente
interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem
estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados;
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais,
entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição
do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do
Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da
União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal;
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do
Ministério Público; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - julgar, em recurso ordinário:
a) o "habeas-corpus", o mandado de segurança, o "habeas-data" e o mandado de
injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a
decisão;
b) o crime político;
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última
instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1.º A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta
Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.
(Transformado em § 1º pela Emenda Constitucional nº 3, de 17/03/93)
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas
ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade
produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do
Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e
municipal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das
questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal
examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois
terços de seus membros. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de
constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
§ 1º - O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de
inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal
Federal.
§ 2º - Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma
constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências
necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.
§ 3º - Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de
norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que
defenderá o ato ou texto impugnado.
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante
decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria
constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá
efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração
pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à
sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas
determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre
esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante
multiplicação de processos sobre questão idêntica.
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou
cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação
direta de inconstitucionalidade.
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que
indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a
procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e
determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o
caso."
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de quinze membros com mais de
trinta e cinco e menos de sessenta e seis anos de idade, com mandato de dois anos,
admitida uma recondução, sendo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I - um Ministro do Supremo Tribunal Federal, indicado pelo respectivo tribunal;
II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal;
III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal;
IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;
V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;
VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;
VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;
VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do
Trabalho;
IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;
X - um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da
República;
XI um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da
República dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição
estadual;
XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
Brasil;
XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela
Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.
§ 1º O Conselho será presidido pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal, que votará em
caso de empate, ficando excluído da distribuição de processos naquele tribunal.
§ 2º Os membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da República, depois de
aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.
§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo, caberá a escolha
ao Supremo Tribunal Federal.
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder
Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de
outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura:
I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da
Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou
recomendar providências;
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a
legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder
Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do
Tribunal de Contas da União;
III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário,
inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços
notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem
prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar
processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a
aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar
outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;
IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou
de abuso de autoridade;
V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e
membros de tribunais julgados há menos de um ano;
VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas,
por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;
VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a
situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar
mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso
Nacional, por ocasião da abertura da sessão legislativa.
§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de Ministro-Corregedor
e ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além das
atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes:
I receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos magistrados
e aos serviços judiciários;
II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição geral;
III requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores
de juízos ou tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios.
§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da República e o Presidente do
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.
§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará ouvidorias de justiça,
competentes para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra
membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares,
representando diretamente ao Conselho Nacional de Justiça.
Seção III
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros.
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo
Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de
sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a
escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre
desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo
próprio Tribunal;
II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público
Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do
art. 94.
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I - processar e julgar, originariamente:
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e
nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do
Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal,
os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os
membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério
Público da União que oficiem perante tribunais;
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal;
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas
na alínea "a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado
ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da
Justiça Eleitoral; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art.
102, I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados
a tribunais diversos;
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;
f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas
decisões;
g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou
entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito
Federal, ou entre as deste e da União;
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição
de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados
os casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da
Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal;
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas
rogatórias;(Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - julgar, em recurso ordinário:
a) os "habeas-corpus" decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais
Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a
decisão for denegatória;
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais
Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando
denegatória a decisão;
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um
lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;(Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendo-lhe, dentre
outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - o Conselhoda Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão
administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como
órgão central do sistema e com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter
vinculante. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Seção IV
DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES FEDERAIS
Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:
I - os Tribunais Regionais Federais;
II - os Juízes Federais.
Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes,
recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da
República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e
membros do Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira;
II - os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício,
por antigüidade e merecimento, alternadamente.
§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais Regionais Federais
e determinará sua jurisdição e sede. (Renumerado pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a realização de
audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da
respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentralizadamente,
constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à
justiça em todas as fases do processo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
I - processar e julgar, originariamente:
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça
do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério
Público da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da
região;
c) os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato do próprio Tribunal ou de juiz
federal;
d) os "habeas-corpus", quando a autoridade coatora for juiz federal;
e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal;
II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes
estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição.
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem
interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de
falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do
Trabalho;
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa
domiciliada ou residente no País;
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou
organismo internacional;
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços
ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas
as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a
execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou
reciprocamente;
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;(Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra
o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
VII - os "habeas-corpus", em matéria criminal de sua competência ou quando o
constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a
outra jurisdição;
VIII - os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato de autoridade federal,
excetuados os casos de competência dos tribunais federais;
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da
Justiça Militar;
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta
rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas
referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
XI - a disputa sobre direitos indígenas.
§ 1º - As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver
domicílio a outra parte.
§ 2º - As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em
que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à
demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.
§ 3º - Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos
segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência
social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se
verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também
processadas e julgadas pela justiça estadual.
§ 4º - Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal
Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da
República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de
tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar,
perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo,
incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que
terá por sede a respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei.
Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos
juízes federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei.
Seção V
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DO TRABALHO
Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:
I - o Tribunal Superior do Trabalho;
II - os Tribunais Regionais do Trabalho;
III - Juizes do Trabalho.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)
Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros,
escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco
anos, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do
Senado Federal, sendo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e
membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício,
observado o disposto no art. 94;
II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura
da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior.
§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho.
§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho:
I a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho,
cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e
promoção na carreira;
II o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a
supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho
de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito
vinculante.
Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas
por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal
Regional do Trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias
e condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho.(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 24, de 1999)
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo
e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II as ações que envolvam exercício do direito de greve; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e
trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato questionado
envolver matéria sujeita à sua jurisdição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o
disposto no art. 102, I, o; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de
trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos
órgãos de fiscalização das relações de trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus
acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado
às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo
a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de
proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse
público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à
Justiça do Trabalho decidir o conflito. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)
Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes,
recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da
República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e
membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício,
observado o disposto no art. 94;
II os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antigüidade e merecimento,
alternadamente.
§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante, com a realização
de audiências e demais funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da
respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.
§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar descentralizadamente,
constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à
justiça em todas as fases do processo.
Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular.(Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)
Seção VI
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS
Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:
I - o Tribunal Superior Eleitoral;
II - os Tribunais Regionais Eleitorais;
III - os Juízes Eleitorais;
IV - as Juntas Eleitorais.
Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros,
escolhidos:
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;
II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de
notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente
dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os
Ministros do Superior Tribunal de Justiça.
Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito
Federal.
§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;
II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito
Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal
Regional Federal respectivo;
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de
notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente- dentre os
desembargadores.
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos
juízes de direito e das juntas eleitorais.
§ 1º - Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes das juntas eleitorais,
no exercício de suas funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e
serão inamovíveis.
§ 2º - Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos,
no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos
escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada
categoria.
§ 3º - São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que
contrariarem esta Constituição e as denegatórias de "habeas-corpus" ou mandado de
segurança.
§ 4º - Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando:
I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei;
II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais;
III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou
estaduais;
IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou
estaduais;
V - denegarem "habeas-corpus", mandado de segurança, "habeas-data" ou mandado de
injunção.
Seção VII
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES
Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:
I - o Superior Tribunal Militar;
II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros vitalícios, nomeados
pelo Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo
três dentre oficiais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, três
dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da
carreira, e cinco dentre civis.
Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República dentre
brasileiros maiores de trinta e cinco anos, sendo:
I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez
anos de efetiva atividade profissional;
II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da
Justiça Militar.
Art. 124. à Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei.
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da
Justiça Militar.
Seção VIII
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos
nesta Constituição.
§ 1º - A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de
organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.
§ 2º - Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou
atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a
atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do T ribunal de Justiça, a Justiça
Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos
de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de
Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos
crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares,
ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal
competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das
praças. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os
crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares
militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar
e julgar os demais crimes militares. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras
regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases
do processo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização de audiências e
demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição,
servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de varas
especializadas, com competência exclusiva para questões agrárias. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o juiz far-se-á
presente no local do litígio.
CAPÍTULO IV
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
Seção I
DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do
Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
interesses sociais e individuais indisponíveis.
§ 1º - São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a
independência funcional.
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo,
observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de
seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de
provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua
organização e funcionamento. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º - O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do
prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para
fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei
orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 3º.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo
com os limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes
necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de
despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de
créditos suplementares ou especiais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 128. O Ministério Público abrange:
I - o Ministério Público da União, que compreende:
a) o Ministério Público Federal;
b) o Ministério Público do Trabalho;
c) o Ministério Público Militar;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
II - os Ministérios Públicos dos Estados.
§ 1º - O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República,
nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e
cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do
Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução.
§ 2º - A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da
República, deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Senado Federal.
§ 3º - Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão
lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu
Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de
dois anos, permitida uma recondução.
§ 4º - Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser
destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei
complementar respectiva.
§ 5º - Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos
respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto
de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros:
I - as seguintes garantias:
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por
sentença judicial transitada em julgado;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão
colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus
membros, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto
nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)
II - as seguintes vedações:
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas
processuais;
b) exercer a advocacia;
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de
magistério;
e) exercer atividade político-partidária; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas,
entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei. (Incluída pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95, parágrafo único,
V. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública
aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua
garantia;
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público
e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção
da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;
V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;
VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência,
requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar
respectiva;
VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar
mencionada no artigo anterior;
VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados
os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;
IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua
finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades
públicas.
§ 1º - A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste artigo não
impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e
na lei.
§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira,
que deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da
instituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso público de
provas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua
realização, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica
e observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art. 93. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 5º A distribuição de processos no Ministério Público será imediata. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas aplicam-se as
disposições desta seção pertinentes a direitos, vedações e forma de investidura.
Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quatorze membros
nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria
absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois anos, admitida uma recondução,
sendo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I o Procurador-Geral da República, que o preside;
II quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada
uma de suas carreiras;
III três membros do Ministério Público dos Estados;
IV dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal
de Justiça;
V dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VI dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara
dos Deputados e outro pelo Senado Federal.
§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público serão indicados pelos
respectivos Ministérios Públicos, na forma da lei.
§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da atuação
administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres
funcionais de seus membros, cabendolhe:
I zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir
atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;
II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a
legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério
Público da União e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para
que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da
competência dos Tribunais de Contas;
III receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público
da União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da
competência disciplinar e correicional da instituição, podendo avocar processos
disciplinares em curso, determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com
subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções
administrativas, assegurada ampla defesa;
IV rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do
Ministério Público da União ou dos Estados julgados há menos de um ano;
V elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a
situação do Ministério Público no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a
mensagem prevista no art. 84, XI.
§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corregedor nacional, dentre os
membros do Ministério Público que o integram, vedada a recondução, competindo-lhe,
além das atribuições que lhe forem conferidas pela lei, as seguintes:
I receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos membros do
Ministério Público e dos seus serviços auxiliares;
II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e correição geral;
III requisitar e designar membros do Ministério Público, delegando-lhes atribuições, e
requisitar servidores de órgãos do Ministério Público.
§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil oficiará junto
ao Conselho.
§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público, competentes
para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou
órgãos do Ministério Público, inclusive contra seus serviços auxiliares, representando
diretamente ao Conselho Nacional do Ministério Público.
Seção II
DA ADVOCACIA PÚBLICA
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão
vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da
lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de
consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.
§ 1º - A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre
nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos,
de notável saber jurídico e reputação ilibada.
§ 2º - O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo
far-se-á mediante concurso público de provas e títulos.
§ 3º - Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da União cabe à
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto em lei.
Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na
qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da
Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação
judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após
três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos
próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
Seção III
DA ADVOCACIA E DA DEFENSORIA PÚBLICA
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por
seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados, na
forma do art. 5º, LXXIV.)
§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e
dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em
cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e
títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício
da advocacia fora das atribuições institucionais. (Renumerado pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e
administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, §
2º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções II e III deste
Capítulo serão remunerados na forma do art. 39, § 4º. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Conceituação
Antes de estudarmos o artigo 5o e seus 77 (setenta e sete) incisos, que tratam dos direitos individuais
e coletivos, iremos inicialmente conceituá-los, para uma compreensão mais fácil do assunto.

Direito Individual - É aquele que beneficia o indivíduo em particular, isto é, isoladamente.

Exemplo: "É garantido o direito de herança" (artigo 5o, inciso XXX da CF).

Direito Coletivo - É aquele que favorece ou protege um grupo de pessoas que estejam ligadas entre si
por algum vínculo jurídico. Por exemplo: a criação de associações e, na forma da Lei, de
cooperativas, independe de autorização, sendo vedada a interferência estatal (artigo 5 o, inciso
XVIII).

Há diferenças entre direitos e deveres:

Direitos - São benefícios concedidos pela norma jurídica.

Deveres - São limites impostos pela norma aos direitos, com a finalidade de proteger os benefícios
jurídicos concedidos. Analisando o artigo 5 o, podemos verificar que não há um só direito, por mais
importante que seja, que se caracterize por ser absoluto, pois todo direito tem um dever
correspondente.

Por exemplo: O inciso IV do artigo 5o diz: "é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o
anonimato. (É como a Lei da Física quando explica "ação e reação").

Direito: "É livre a manifestação do pensamento"

Dever: A pessoa que manifestar seu pensamento deve se identificar, porque "é vedado o
anonimato".
TÍTULO II
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

ARTIGO 5o
Todos são iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à segurança e à
prosperidade, nos termos seguintes;

(Este artigo constitui-se no Princípio da isonomia ou igualdade)

I - Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição.

Comentário
É uma afirmação do princípio da isonomia. Observar é a preocupação do legislador (aquele que faz
as Leis) em que não haja, de forma alguma, tratamento diferenciado entre homens e mulheres, o
que não acontecia em épocas passadas.

II - Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da Lei.
Comentário
Este inciso é chamado também de Princípio da Legalidade, e assegura o dever de cumprirmos
somente aquilo que as Leis nos determinam. O fundamento deste inciso é a liberdade: "não farei o
que a Lei proíbe". Somente as Leis podem nos obrigar a fazer alguma coisa. Por esta razão,
nenhuma autoridade pode nos obrigar a nada que não estiver previsto nas Leis do país.

III - Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;


Comentário
A tortura constitui-se numa violação do direito à vida. O inciso visa assegurar ao ser humano a
integridade física e psicológica, independentemente da condição do indivíduo. Por esta razão, a
Constituição proíbe os castigos físicos e psíquicos, inclusive aos criminosos que cumprem pena de
reclusão.

IV - É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;


Comentário
Todo indivíduo tem o direito de expressar livremente seu pensamento por qualquer meio ou forma.
Este inciso constitui-se numa variação do direito à liberdade, uma vez que esta não se restringe à
condição física, somente. A manifestação do pensamento é de extrema necessidade para a
concretização da efetiva liberdade. Todavia, para se evitar abusos a esse direito, o indivíduo deve
identificar-se. Tais abusos ocorrem quando se divulgam notícias de má fé, inverídicas ou que
venham a denegrir a imagem ou a honra das pessoas.

V - É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano


material, moral ou à imagem.
Comentário
Agravo - Significa ofensa, injúria, afronta, prejuízo, dano. A liberdade de manifestação do
pensamento dá margens para que ocorram manifestações ofensivas à honra de determinadas
pessoas, afetando a imagem que lhes era resguardada. Entretanto, o direito de resposta é garantido
na mesma qualidade e quantidade. Assim, se alguém se utilizou de um jornal para ofender
determinada pessoa, pode-se exigir que aquele jornal, na mesma página, no mesmo tamanho, com o
mesmo destaque, conceda a oportunidade ao ofendido de responder ao agravo sofrido. Caso
provado, cabe ação judicial contra o ofensor, para que o ofendido seja indenizado. Seja o dano
moral, material ou à imagem.

VI - É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos
religiosos e garantida, na forma da Lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias;
Comentário
O Estado brasileiro não possui religião oficial. É, portanto, um Estado laico. Mas, por outro lado,
assegura a liberdade de crença e o livre exercício dos cultos religiosos.

VII - É assegurada, nos termos da Lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e
militares de internação coletiva;
Comentário
Entidades de Internação Coletiva - São hospitais, quartéis, penitenciárias, etc.
Este inciso decorre do anterior (VI) assegurando em todo e qualquer lugar onde haja pessoas
internadas, a prestação de serviços de assistência religiosa. O inciso garante também a liberdade de
crença aos doentes, detentos, etc., independentemente da orientação religiosa do estabelecimento de
internação coletiva.
Por exemplo: Um hospital mantido por uma irmandade religiosa católica não pode negar a um
paciente evangélico assistência espiritual por parte de um ministro, um pastor adventista, batista,
presbiteriano ou pertencente a qualquer outra religião.

VIII - Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta, e recusar-se a
cumprir prestação alternativa, fixada em Lei;
Comentário
Ex: Certas religiões não permitem que seus membros cumpram o serviço militar obrigatório. Nessa
situação, a autoridade competente poderá substituir a obrigação legal pela prestação alternativa.
Assim, em vez do serviço militar, o indivíduo poderá exercer uma outra atividade como a prestação
de serviços num orfanato. Mas, caso o indivíduo se recusar a cumprir a prestação alternativa, fixada
em lei, então, perderá seus direitos políticos e deixará de ser cidadão, ou seja, não poderá mais votar
ou se candidatar a uma eleição.

Observação: Só poderá ser privado dos direitos por motivo de crença religiosa ou convicção
filosófica ou política, quando a obrigação legal a todos impostas não poder ser substituída por uma
prestação alternativa.
Entretanto, haverá privação de direitos quando alguém alegar estes motivos para livrar-se de
obrigações legais. Também ficará privado de direitos aquele que recusar-se a cumprir prestação
alternativa, fixada em Lei.

Prestação Alternativa: Pena restritiva de direitos, que consiste em atribuir ao condenado tarefas
gratuitas junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos
congêneres em programas comunitários ou estatais. Trata-se de uma inovação implantada pela Lei
nº 7.209, de 11/07/1984, que reforma a parte geral do código penal vigente, sendo as tarefas
atribuídas conforme as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas durante oito horas semanais,
aos sábados, domingos e feriados.

IX - É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,


independentemente de censura ou licença;
Comentário
A Constituição garante expressamente a abolição da censura e da licença em seu conteúdo,
proporcionando liberdade de expressão nas atividades intelectuais. O escritor, o músico e o
pesquisador científico, por exemplo, não mais precisam de licença prévia para publicarem suas
obras, como na época da ditadura militar imposta ao Brasil no passado.

X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurando o
direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
Comentário
A Constituição brasileira estabelece uma diferença entre intimidade e vida privada.

Intimidade é o direito de estar só; vida privada significa vida particular, é a vida social. A honra e a
imagem das pessoal são asseguradas neste inciso, pois ambas refletem o respeito adquirido perante a
sociedade, garantindo assim, sua segurança e confiança. É assegurado o direito à indenização por
dano material ou moral decorrente de sua violação.

XI - A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia,
por determinação judicial;
Comentário
Relativamente à inviolabilidade domiciliar, trata-se de um preceito de natureza histórica, conhecido
desde a Idade Média, principalmente na ordem jurídica inglesa. Pinto Ferreira traz o sublime
discurso de Lord Chatham sobre o tema:

O homem mais pobre desafia em sua casa todas as forças da Coroa, sua cabana pode ser muito
frágil, seu teto pode tremer, o vento pode soprar entre as portas mal ajustadas, a tormenta pode nela
penetrar, mas o Rei da Inglaterra não pode nela entrar.

Casa significa morada, vivenda, lar, habitação. É o lugar onde a pessoa está abrigada, e onde está
desenvolvendo atos de sua intimidade ou de vida privada.
Inviolável é a condição do que ninguém pode violar, penetrar. Esta regra poderá ser quebrada
somente em casos excepcionais, ou seja, pode-se penetrar na casa sem consentimento do morador em
casos de flagrante delito, desastre, ou para prestar socorro ao morador.

Flagrante delito - (o filho está agredindo fisicamente o pai)


Desastre - (uma das paredes da casa está desmoronando)
Para prestar socorro - (o morador sofreu uma crise convulsiva)
Comentário
Nas situações descritas, poder-se-á entrar na casa do morador, tanto no período diurno quanto no
noturno.
Entretanto, em casos de determinação judicial, poderá ser penetrada, mas somente durante o dia -
das 6:00 às 20:00 horas, através de mandados de busca e apreensão, penal ou domiciliar, expedido
por juiz competente.
Uma ordem judicial nunca poderá autorizar, por si própria, invasão da casa à noite.

XII - É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das


comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a
Lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
Comentário
Em princípio, a inviolabilidade das comunicações é absoluta. Exceção à regra são as novas Leis
permitindo a escuta telefônica ("grampo") e a quebra do sigilo do banco de dados dos
computadores, autorizadas por juiz de direito, mediante solicitação fundamentada por escrito por
parte da polícia ou do ministério público para fins de investigação criminal ou instrução processual
penal, respectivamente.

XIII - É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações


profissionais que a Lei estabelecer;
Comentário
É garantida a liberdade para o exercício de qualquer atividade profissional, desde que sejam
respeitados os requisitos técnicos de escolaridade e legais, de cada serviço profissional.
Assim, por exemplo, para alguém exercer a profissão de advogado, é preciso ter cursado uma
Faculdade de Direito, para adquirir conhecimentos técnicos jurídicos, e ter sido aprovado no exame
da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

XIV - É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário
ao exercício profissional;
Comentário
O acesso à informação é requisito básico para o convívio social. A Constituição assegura o sigilo da
fonte de informação, quando necessário ao exercício profissional. É o caso, por exemplo, do
jornalista, que não está obrigado a revelar a fonte para denunciar eventual corrupção em órgão
público, ou do advogado, que não precisa revelar a fonte de informações à qual recorre para
obtenção de dados relativos ao processo.

(Os jornalistas devem assinar a matéria, pois, caso ofenderem alguém, serão responsabilizados por
aquilo que tiverem publicado), ou do advogado.....

XV - É livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos
termos da Lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
Comentário
Qualquer pessoa (brasileiros e estrangeiros);
A locomoção é a liberdade física do homem. Todas as pessoas gozam do direito de ir e vir,
garantidas pela democracia que vigora em nosso país. A liberdade de locomoção é ampla, pois
permite que qualquer pessoa, nos termos da Lei, entre, permaneça ou saia do Brasil, inclusive com
seus bens. Tanto é que toda vez que uma pessoa sofrer ou se achar ameaçada de sofrer violência ou
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou por abuso de poder, será concedido o
"habeas corpus".

XVI - Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada
para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
Comentário
Prévio aviso (para que a autoridade competente possa tomar as devidas providências, tais como:
liberar ruas, interditar a área onde ocorrerá a reunião, convocar força policial para garantir a
realização da reunião, etc).
Reunião é um acontecimento de curta duração, que proporciona o encontro de diversas pessoas num
determinado local, residência, clube, igreja, passeatas, comícios, sindicatos, etc. A prática do direito
de reunião, hoje, não depende de autorização legal, sendo exigido apenas prévio aviso, o qual, por
não se caracterizar como requerimento, não poderá ser indeferido, a não ser que esta reunião esteja
marcada em local, dia e hora coincidentes com outra, anteriormente marcada.
Um dos requisitos básicos para o exercício do direito de reunião é ter finalidades pacíficas, pois não
basta estar desarmado para comportar-se pacificamente.

XVII - É plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
Comentário
A Constituição Federal garante a criação de associações para que os cidadãos possam administrar
melhor seus interesses comuns. Assim, são criadas associações beneficentes (associação de pais e
amigos dos excepcionais), associações de classe (associação dos funcionários públicos do Estado de
São Paulo), associações empresariais (associação comercial e industrial), e ainda associações
culturais, desportivas e sociais.
O direito de associação somente poderá existir quando for lícito (legal), pois a ilicitude do ato resulta
em crime ou contravenção.
A proibição relativa às organizações paramilitares é dirigida às associações com fins militares não
inseridas na organização das Forças Armadas ou Polícias Militares dos Estados.
Um exemplo típico de organização paramilitar que hoje seria proibida pela Constituição foi o
famigerado Comando de Caça aos Comunistas (CCC), organização paramilitar de extrema-direita
surgida em São Paulo, em 1964 no início do Regime Militar instalado no Brasil.
Esta organização , atuou na tomada da Companhia Telefônica da Capital de São Paulo e na
ocupação das Docas de Santos. No fim da década de 1970, dirigiu suas ações contra os setores do
clero.

XVIII - A criação de associações e, na forma da Lei, a de cooperativas, independe de autorização,


sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
Comentário
O inciso anterior, garante a liberdade de associação para fins lícitos. Ora, se os cidadãos têm a
liberdade de se associarem, essa liberdade não pode sofrer entraves por parte da administração, pois
caso esta exigisse autorização prévia para que as associações começassem a funcionar, estaria
cerceando o direito dos cidadãos de se associarem, direito este assegurado pela Constituição.
O inciso XVIII refere-se também a proibição imposta ao Estado de interferir no funcionamento das
associações, fato que podia ocorrer na época do Regime Militar, quando dirigentes eram afastados e
substituídos por representantes do Governo.

XIX - As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas
por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
Comentário
As associações são grupamentos legítimos de pessoas com o objetivo de exigirem e fiscalizarem seus
direitos, bem como as atividades do estado, ou apenas defenderem com mais eficácia seus interesses.
As associações possuem imunidades quanto à interferência estatal, só podendo ser dissolvidas ou ter
suas atividades suspensas pelos poderes públicos por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso,
o trânsito em julgado, isto é, decisão judicial para a qual não cabe mais recurso.

XX - Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;


Comentário
Partindo-se da premissa de que há liberdade total para associar-se, concluímos que a mesma
liberdade é concedida às pessoas que quiserem sair da associação.
Entretanto, o inciso XX admite exceções.
É o caso de certos profissionais que devem se filiar aos respectivos conselhos regionais, sob pena de
exercício ilegal da profissão.
Assim, o médico deve filiar-se ao CRM (Conselho Regional de Medicina); o Psicólogo ao CRP
(Conselho Regional de Psicologia); o Advogado à OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), e assim
por diante.

XXI - As entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para


representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
Comentário
Legitimidade significa legalidade, ou seja, ser legítimo para efeitos da Lei. A palavra representação,
no texto do inciso, significa a delegação (transmissão) de poderes conferidos pelos filiados às
associações, para que estas defendam seus interesses. As entidades associativas, quando
expressamente autorizadas, somente poderão defender interesses de seus filiados naquilo que se
refere a assuntos pertinentes à categoria representada.

XXII - É garantido o direito de propriedade;


Comentário
Propriedade, sob o ponto de vista jurídico, é o direito de usar, gozar e possuir bens e dispor deles da
maneira como quiser. O direito de propriedade não se restringe somente a bens imóveis (casas,
terrenos), pois não se refere somente a bens materiais. Existem também os bens imateriais, assim
considerados quando seu valor pode ser expresso em termos monetários, como por exemplo, os
direitos autorais de um escritor.

XXIII - A propriedade atenderá à sua função social;


Comentário
O inciso anterior (XXII) assegura ao cidadão o direito de propriedade. Entretanto, este direito, em
algumas circunstâncias, é limitado. Isto ocorre quando o patrimônio da pessoa é sobreposto pelo
interesse social.

Exemplo: 10 (dez) casas são desapropriadas porque no local onde estão situadas passará uma
avenida que irá melhorar o trânsito para determinado bairro.

Função Social da Propriedade


No decorrer dos tempos, a propriedade vem evoluindo com o objetivo de atender de maneira mais
efetiva às necessidades sociais.

Propriedade Rural - em seu estágio atual de evolução, a propriedade rural tem sua função social
cumprida quando atende, simultaneamente, aos seguintes requisitos: utilização adequada dos
recursos naturais disponíveis e a preservação do meio ambiente; exploração que favoreça o bem
estar dos proprietários e trabalhadores; aproveitamento racional e adequado e observância das
disposições que regulam as relações de trabalho.
Se a propriedade não cumprir sua função social poderá ser desapropriada. Um exemplo muito
comum é a possibilidade do Estado desapropriar terra improdutiva com a finalidade de promover a
Reforma Agrária.

Propriedade Urbana - a propriedade urbana, por sua vez, cumpre sua função social quando atende
às exigência do Plano Diretor (instrumento de política de desenvolvimento e expansão urbana
exigida pela C. F. para cidades com população acima de 20.000 habitantes. No Plano Diretor estão
elencadas as obrigações dos proprietários de imóveis urbanos, e as punições que poderão sofrer, caso
não as cumpram.

XXIV - A Lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade


pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os
casos previstos nesta Constituição;
Comentário
Como vimos, o direito à propriedade pode ser perdido quando há interesse social.
A desapropriação consiste no ato pelo qual o Estado toma para si, ou transfere para outrem, bens de
particulares, contando ou não com o consentimento do proprietário. Esta forma de intervenção na
propriedade resulta na perda desta para os poderes públicos de forma irreversível.
O ato desapropriatório só é cabível em casos de utilidade pública, necessidade pública e interesse
social.

Utilidade Pública - É aquela em que o poder público manifesta a vontade de utilizar um bem.
Ex.: Determinada propriedade pode ser desapropriada para fins de se construir escolas, orfanatos,
etc.

Necessidade Pública - Quando há uma razão imperiosa que obriga a desapropriação do bem.
Necessidade de se construir uma rodovia ou uma represa nas terras onde se situa a propriedade.

Interesse Social - Quando o motivo da desapropriação trará benefícios à coletividade.


Ex.: Terras inativas são tomadas para se fazer o assentamento de famílias sem terra.
O ato de desapropriar tem como característica a indenização, que deve ser em dinheiro, além de
justa e prévia, isto é, realizada antes da desapropriação. Entretanto, há exceções previstas neste
inciso. São casos em que a indenização será em títulos de dívida pública, quando o bem de produção
urbana não cumpre sua função social, desobedecendo o plano diretor, ou em títulos de dívida
agrária, quando é o bem de produção rural que não cumpre a sua função social.

XXV - No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade
particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
Comentário
Exemplo: O Poder Público visando conter o rompimento de uma barragem, utiliza-se de área
particular vizinha, área esta destinada ao plantio de feijão. Mas, devido ao uso pelo Poder Público, a
colheita ficou prejudicada, gerando ao proprietário da mesma o direito à indenização.
Aqui não se trata de desapropriação. A requisição da propriedade é para uso temporário e
necessário, face a uma situação de perigo público, sendo previsto o ressarcimento ao proprietário se
houver dano à propriedade.

XXVI - A pequena propriedade rural, assim definida em Lei, desde que trabalhada pela família, não
será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo
a Lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
Comentário
O inciso XXVI tem por finalidade assegurar ao pequeno agricultor a manutenção de sua
propriedade, protegendo-a da penhora decorrente de empréstimos realizados para investimentos na
atividade produtiva, e que não pode paga-los.
Para que a propriedade não seja penhorada, ela deverá ser:
- Pequena - de acordo com a metragem fixada em lei.
- Ser trabalhada pela família.
- Ter a dívida sido contraída em decorrência da atividade produtiva.
Em caso de dívidas fiscais, a penhora da pequena propriedade poderá ser realizada em virtude do
não pagamento dos tributos.

Penhora: É o bloqueio dos bens realizado pelos oficiais de justiça, ou ordem do juiz, suficientes para
o pagamento da dívida mediante execução.

A Constituição, ao mesmo tempo que assegura o direito de propriedade, impõe que a terra seja
trabalhada pela família, proporcionando-lhe estabilidade por meio de sua fixação nela, dispondo a
Lei sobre os meios de financiar seu desenvolvimento. Esta estabilidade é assegurada pelo fato de que
a pequena propriedade não pode ser penhorada para pagamento de dívidas decorrentes das
atividades agrícolas, como por exemplo, a compra de implementos agrícolas. Por outro lado, torna-
se difícil ao pequeno produtor conseguir empréstimos junto a instituições financeiras, pois nenhuma
delas empresta dinheiro sem uma garantia em troca e, via de regra, o único bem que este possui é a
sua terra, que sendo impenhorável, não pode ser dada como garantia.

XXVII - Aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas
obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a Lei fixar;
Comentário
Autor é o criador intelectual. A Constituição de 1988 assegura aos autores o direito exclusivo de
utilizar, publicar ou reproduzir suas obras. Assim, por exemplo, se um professor criar um novo
método de ensino para facilitar o aprendizado de determinada disciplina, ele poderá utilizá-lo e
publicá-lo. Ninguém mais poderá faze-lo sob pena de estar violando seus direitos autorais. Caso o
faça estará sujeito a penas previstas na Lei.
O direito de propriedade não é restrito somente a propriedade material (casa, terreno, chácara, etc).
Refere-se também a propriedade imaterial como por exemplo, os direitos autorais de um escritor.
O inciso XXVII protege a propriedade imaterial (obras científicas, inventos, obras literárias,
artísticas, etc).
A Constituição Federal de 1988 é pródiga em garantias aos autores de obras intelectuais. Essas
garantias são estendidas aos herdeiros, como forma de motivação e criatividade.
O direito do autor de explorar sua obra com exclusividade é válido para toda sua vida, perdurando
esse direito por toda a vida de seus herdeiros, se eles forem filhos, pais ou conjugues, Os demais
sucessores do autor gozarão dos direitos patrimoniais que lhes transmitir pelo período de sessenta
anos. Após este prazo, a obra cai em domínio público, passando a partir daí, ser o seu uso totalmente
livre.

XXVIII - São assegurados, nos termos da Lei:


a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas,
inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem
aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
Comentário
Obra coletiva é aquela criada por diversos autores trabalhando em conjunto.
As participações individuais em obras coletivas são protegidas pela Constituição. Assim, se um livro
didático de matemática tiver sido escrito por quatro autores, por exemplo, cada um deles teria a sua
participação individual protegida, apesar da obra pertencer a todos.
A Constituição também procura proteger o direito dos participantes em obras como telenovelas e
semelhantes que, vendidas para apresentação no exterior, reproduzem imagem e voz sem
remuneração ulterior. O objetivo é evitar que a produtora enriqueça com reproduções sucessivas,
pagando aos participantes uma só vez.

XXIX - A Lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua
utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de
empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento
tecnológico e econômico do país;
Comentário
O inciso em pauta objetiva assegurar proteção mais ampla ao direito do autor. Assim, são
resguardadas também as criações industriais, as quais quando registradas no órgão competente,
proporcionam o privilégio de uso exclusivo ao proprietário de seus direitos.
O privilégio de que trata o inciso em questão, consiste no direito de obter patente de propriedade do
invento, e ainda no direito de utilização exclusiva desse invento. Entretanto, o inciso deixa claro que
esse privilégio é ainda temporário.
Como vimos no inciso XXII., o direito de propriedade não é restrito aos bens imóveis ou materiais,
mas abrange também os bens imateriais, ou seja, aqueles de criações intelectuais.
Neste aspecto, a Constituição Federal de 1988 é pródiga em garantias aos autores de músicas, obras
literárias, técnicas, científicas, etc., garantias essas estendidas aos seus herdeiros, como forma de
motivação à criatividade. São resguardadas também as criações industriais, as quais, quando
registradas no órgão competente, proporcionam o privilégio de uso exclusivo ao proprietário de seus
direitos.
A Lei assegura também proteção aos inventores industriais concedendo-lhes o direito de explorar
seus inventos com exclusividade durante determinado período de tempo, podendo depois ser
explorado por todos os que desejarem.

XXX - É garantido o direito de herança;


Comentário
Herança
Ao garantir o direito de herança a Constituição Federal assegura mais uma vez o direito de
propriedade, impedindo que o Estado se aproprie dos bens do falecido. Se não houver herdeiros, a
herança será considerada jacente (herança cujos herdeiros não são conhecidos, ou se conhecidos
renunciaram à herança). Nessa situação os bens serão apropriados pelo Município, ou pelo Estado,
ou pelo Distrito Federal, ou pela União, dependendo dos respectivos territórios onde estiverem.

XXXI - A sucessão de bens de estrangeiros situados no país será regulada pela Lei brasileira em
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a Lei pessoal
do "de cujus";
Comentário
A sucessão dos bens situados no país, pertencentes a estrangeiros falecidos é regulada pela Lei
brasileira em benefício do(a) viuvo(a) ou dos filhos. A Lei estrangeira só é utilizada quando garante
maiores privilégios que a brasileira àqueles que aqui nasceram.

XXXII - O Estado promoverá, na forma da Lei, a defesa do consumidor;


Comentário
Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço para
satisfazer um desejo ou uma necessidade. O objeto deste inciso é oferecer as garantias claras e
objetivas para a defesa do consumidor, face às lesões ao seu interesse eventualmente provocadas por
fornecedores e comerciantes. A Lei que protege o consumidor foi promulgada em 11 de setembro de
1990, e é conhecida como Código de Defesa do Consumidor.

XXXIII - Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular,
ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da Lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
Comentário
O inciso é muito claro, não necessitando de detalhamento. Contudo, cabe ressaltar que, caso o
cidadão seja cerceado em seu direito de informação, poderá impetrar o habeas data (instrumento
jurídico que assegura o conhecimento de informações relativas à sua pessoa, que estejam em arquivo
público. O habeas data é personalíssimo, só pode ser impetrado pela pessoa detentora dos dados
questionados).
Exceção à regra são as informações cujo sigilo seja imprescindível para a segurança do Estado e da
sociedade.

XXXIV - São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:


- o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
poder
- a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações
de interesse pessoal.
Comentário
Direito de Petição - É o direito de dirigir petições aos órgãos públicos, solicitando ou exigindo dos
mesmos determinadas providências em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder,
independentemente do pagamento de taxas. Foi recentemente objeto da Lei 9.051/95, que estabelece
o prazo de resposta em 15 dias .
A obtenção de certidões em repartições públicas também é gratuita, se a pessoa for
reconhecidamente pobre.
Embora a Constituição em seu inciso XXXIV, alínea b assegure a todos a obtenção de certidões,
junto às repartições públicas, gratuitamente, na prática isto não acontece, porque é cobrada uma
taxa denominada "emolumentos" ou "custas judiciais", para cobrir as despesas referentes a
confecção dos documentos (papel, carbono, tinta, etc), e com o tempo dispendido pelo servidor.

XXXV - A Lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça ao direito;
Comentário
O inciso em estudo consagra o princípio da universalidade de jurisdição.
A Constituição Federal estabeleceu por meio deste princípio, a possibilidade de todos buscarem
auxílio no poder judiciário, sempre que houver lesão ou ameaça ao direito.
Ao Estado cabe o monopólio da justiça, evitando a auto-tutela (auto-defesa, auto-proteção), não
obstante a legislação admita a auto-tutela excepcionalmente, como nos casos de legítima defesa, para
preservação da vida.
A regra constitucional exige submissão ao Poder Judiciário de todo e qualquer conflito de interesses.
Assim, qualquer prejuízo (lesão) ou ameaça deve ser submetido ao Poder Judiciário para ser
apreciado.

XXXVI - A Lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
Comentário
Direito Adquirido - É aquele que já se constituiu de maneira definitiva, estando perfeitos seus
requisitos legais e de fato. É aquele direito que vinha sendo praticado ou não por um cidadão,
conferido por uma Lei ao longo do tempo. Caso esta Lei seja modificada no transcorrer de sua
validade, ou se for promulgada uma nova Lei revogando a anterior relacionada a esse direito, estas
mudanças não afetarão o direito que estava sendo usufruído, pois a Lei não pode retroagir (voltar
atrás), a não ser em benefício da pessoa.
Por exemplo: O funcionário público após trinta e cinco anos de serviço adquire o direito à
aposentadoria, conforme a Lei vigente, não podendo ser prejudicado por eventual Lei posterior que
venha a ampliar o prazo para aquisição do direito à aposentadoria.

Ato Jurídico Perfeito - É o ato consumado de acordo com a Lei vigente no tempo em que se efetuou.
Assim, se o ato foi praticado dentro das normas legais válidas em determinada época, não pode uma
Lei nova (posterior) ao ato, invalidá-lo. Por esta razão, todas as Leis novas respeitam o que já foi
feito sob a validade da Lei anterior.

Coisa Julgada - Efeito da sentença para a qual não se cabe mais recurso, porque já foi apreciada
pelo poder judiciário e houve uma decisão, à qual não se é possível recorrer.

XXXVII - Não haverá juízo ou tribunal de exceção;


Comentário
Tribunal de Exceção - É um tribunal excepcional em sentido amplo. Em sentido estrito é o tribunal
instituído em caráter provisório para julgamento de questões que o Estado não quer que sejam
apreciadas por tribunais regulares normalmente integrantes do Poder Judiciário.
Por exemplo: Em época de guerra, podem ser constituídos tribunais de exceção para julgamento de
pessoas acusadas de traição.
A Constituição veda os tribunais de exceção, garantindo ao cidadão o direito a um julgamento legal
e comum, evitando a criação de juízos e tribunais para fins específicos, muitas vezes sem os mínimos
requisitos exigidos pela Lei Maior, para que o princípio da isonomia seja assegurado.

XXXVIII - É reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a Lei, assegurados:
- a plenitude de defesa
- o sigilo das votações
- a soberania dos veredictos
- a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida.
Comentário
A vida é o maior bem do cidadão. Portanto, os crimes contra ela são os de maior gravidade. Por esta
razão, os processos devem ser os mais minuciosos possíveis, altamente cautelosos, pois a pena,
quando houver, será de reclusão.
Os crimes dolosos contra a vida, consumados ou tentados, são julgados pela sociedade através do
júri. Tais crimes estão abaixo elencados:
- aborto
- auxílio ou induzimento doloso
- homicídio doloso
- infanticídio

Júri - É um tribunal (tribunal do júri), constituído por um juiz de direito que é seu presidente e sete
cidadãos (jurados), que formam o conselho de sentença para julgar a inocência ou a culpa do réu, no
que se refere aos crimes dolosos contra a vida. É uma garantia dos cidadãos que consiste no direito
de ser julgado pelos seus pares, pessoas do povo que não julgam de modo técnico como um juiz
profissional, mas baseados no senso comum prevalescente no seio social.
Estes sete jurados, escolhidos entre o povo, devem ser maiores de vinte e um anos, alfabetizados e
domiciliados no município. Os jurados, após ouvirem as alegações da acusação e da defesa durante
os debates, poderão formular perguntas às partes, ao réu e aos depoentes (pessoas chamadas a
depor). Após os referidos debates, retiram-se para uma sala onde, de maneira sigilosa (o voto é
secreto, não conhecendo um jurado o voto do outro), votam pela condenação ou absolvição do réu. A
decisão do jurado é chamada de veredicto e é imutável.
A atuação do juiz limita-se a presidir o julgamento, absolvendo ou fixando a pena quando o réu é
considerado culpado.
Entretanto, caso ocorra irregularidade, ou seja, impetrado recurso ao veredicto, será realizado novo
julgamento, com outros jurados. O veredicto inicial, todavia, é soberano, pois nem mesmo um
tribunal pode modificar a decisão dos jurados.
A instituição do júri é, pois, a garantia da democracia no Judiciário, pois respeita os princípios de
auto-defesa, o sigilo das votações e a soberania dos veredictos.
XXXIX - Não há crime sem Lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

Comentário
Cominação: é a pena estabelecida pela Lei para determinado crime.
O inciso XXXIX é denominado de princípio da anterioridade da lei penal.
Um ato só pode ser considerado como crime quando existe uma lei elaborada, e já em vigor
descrevendo-o, antes que esse crime tenha sido cometido.

Ex: furtar é crime, porque existe uma lei em vigor descrevendo-o.

Com efeito, o artigo 155 do C.P. descreve o crime de furto "subtrair para si ou para outrem, coisa
alheia móvel".
Assim, a lei que prevê o crime, deve ser anterior ao fato, isto é, não será caracterizado como crime
um fato ocorrido hoje, se a lei que prevê o fato entrar em vigor amanhã.
Além disso; não haverá pena, sem que esta tenha sido estabelecida anteriormente para determinada
infração.
Ex: No crime de extorsão mediante seqüestro, descrito no artigo 159 do C.P. "seqüestrar pessoa,
com o fim de obter para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição do preço do resgate"
:Pena: reclusão de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (note, que já há pena estabelecida antes desse tipo de
crime ser cometido por alguém).
Por outro lado, todos os crimes possuem correspondentes penas elencadas junto a própria definição
do crime.

XL - A Lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;


Comentário
Este inciso é denominado de princípio da retroatividade da lei penal. É comum a todos os ramos do
direito e, estabelece que a lei penal nova não retroagirá para atingir fatos ocorrido no passado, a não
ser que seja para beneficiar o réu. Assim, por exemplo, se uma lei nova for mais severa que aquela
que estava em vigor, pelo fato de aumentar a pena do condenado, essa lei jamais
poderá ser aplicada, pois não irá beneficiar o réu.
Por outro lado, se determinado fato não era considerado como crime conforme a lei anterior, e a
nova lei vier a considerar esse fato como crime, esta não poderá ser aplicada, pois iria ferir uma das
mais importantes garantias constitucionais "não há crime sem lei anterior que o defina". (inciso
XXX).
Quando uma lei nova for mais benigna ou mais favorável, esta sim, vai atingir o fato praticado antes
de começar a vigorar. Este princípio é denominado princípio da retroatividade da lei mais benigna,
que prevê a hipótese de que durante o período que a lei estiver vigorando, surja uma nova lei
impondo penas menos rigorosas para um crime praticado durante a vigência da lei anterior. Nesse
caso o Estado não pode punir o criminoso com a pena mais severa estabelecida na lei anterior, pois,
se o próprio Estado considera que a pena anterior era muito severa, havendo necessidade de atenuá-
la, demonstra sua renúncia ao direito de aplicá-la.
Exemplo: "Fulano de Tal" cometeu crime de roubo em 04 de abril de 2001. Nessa data a pena
estabelecida para esse tipo de crime era de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa. Vamos supor que em
18 de janeiro de 2005, entre em vigor uma nova lei reduzindo a pena para o mínimo de 3 (três) anos
e máximo de 8 (oito) anos. Esta lei retroagirá beneficiando o "Fulano de Tal".

XLI - A Lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
Comentário
O princípio da isonomia (igualdade) é ressaltado mais uma vez, refletindo a preocupação do
legislador com o tratamento igual para todos os brasileiros, e prevendo punição para as
discriminações atentatórias aos direitos e liberdades fundamentais, tipificando tal comportamento
como delituoso e, portanto, passível de apenação.

XLII - A prática do racismo constitui crime inafiançável, sujeito à pena de reclusão, nos termos da
Lei;
Comentário
O racismo é uma doutrina que sustenta a superioridade de certas raças sobre outras, não se
limitando apenas a fatores relacionados a aspectos físicos. Consiste na enfatização de diferenças
étnicas entre homens para fins de discriminação de seus direitos, cultuando o ódio por uma
determinada raça, a qual normalmente se considera inferior e responsável por males que são
produzidos à raça que se considera superior.
A prática do racismo é uma das maiores preocupações da Constituição, haja vista o tratamento
rigoroso que lhe foi dado, pois o condenado é punido com pena de reclusão. Além do mais, é crime
inafiançável, isto é, não goza dos benefícios da fiança (pagamento de uma quantia, pelo acusado,
para que possa defender-se em liberdade, nos casos previstos na Lei). É também crime
imprescritível, ou seja, que não está sujeito à prescrição (maneira pela qual se extingue a
punibilidade do autor de um crime ou contravenção, por não haver o Estado exercido contra ele, no
tempo legal, o seu direito de ação, ou por não ter efetivado a condenação que lhe impôs).

XLIII - A Lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da


tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, omitirem-
se;
Comentário
Graça- Perdão individual concedido pelo Presidente da República que, como efeito leva a extinção
da punibilidade do agraciado. Entretanto, não restitui a primaridade do agente, pois o delito foi
praticado.

Anistia - Ato pelo qual o Poder Público declara o fim da punibilidade, por motivo de utilidade social,
para todos aqueles, que até certo dia praticaram determinados delitos, em geral políticos, seja
fazendo cessar as diligências persecutórias, seja tornando nulas e de nenhum efeito as condenações e
o perdão geral.

A palavra "hediondo" origina-se do latim hoedos, cuja tradução é bode, que, em sentido figurado,
tem a conotação de algo fétido, mal cheiroso.
Hediondo significa sórdido, repulsivo, mal cheiroso.
Os crimes hediondos são gravíssimos, pois atentam contra a segurança individual e a coletiva,
ferindo de forma profunda a dignidade humana.
Os crimes hediondos são aqueles definidos na Lei 8.072
"são considerados crimes hediondos:
- atentado violento ao pudor
- homicídio praticado por grupo de extermínio
- extorsão qualificada pela morte
- extorsão mediante seqüestro
- estupro
- epidemia com resultado morte
- envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal, qualificado pela morte
- genocídio
- latrocínio (roubo seguido de morte)".
- falsificação de medicamentos.
Obs.: Crime qualificado é aquele em que a forma como foi cometido é especialmente agravada em
virtude de certas circunstâncias expressas em Lei. Assim, extorsão qualificada pela morte significa que
o crime de extorsão foi agravado pela morte.
Estes crimes são inafiançáveis, respondendo por eles os mandantes, os executores e os que, podendo
evitá-los, se omitirem. Além do mais, são crimes insuscetíveis de graça e anistia.

XLIV - Constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares,
contra a ordem constitucional e o estado democrático;

Comentário
O que visa este dispositivo é a garantia da sociedade e do Estado contra movimentos armados que
coloquem em risco a normalidade constitucional e o estado democrático.
Ex.: invasão da favela naval em São Paulo; chacina da Candelária no Rio de Janeiro, onde 11
meninos de rua foram mortos por policiais militares, etc.

XLV - Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da Lei, estendida aos sucessores e contra eles
executada, até o limite do valor do patrimônio transferido;
Comentário
É o princípio da intranscendência da pena; somente o condenado pode pagar por seus erros, um
terceiro, mesmo que queira, não pode tomar o seu lugar e, é óbvio, não pode a autoridade pública
determinar ou admitir nenhuma espécie de substituição neste sentido. Existe apenas a possibilidade
da obrigação de indenizar uma vítima, mas somente até o valor do limite herdado, e, no caso do
condenado falecer antes de efetivar sua obrigação, seus bens deixados em herança devem atender
primeiro a esta indenização, repartindo o que sobrar aos herdeiros.

Individuação da Pena - É a pena correspondente ao crime cometido, que o juiz deverá aplicar ao
acusado, levando em consideração a situação pessoal do mesmo.

Privação ou Restrição da Liberdade - Esta pena, segundo o Código Penal, pode ser de dois tipos:

Detenção - Neste tipo de pena, o condenado poderá iniciar o cumprimento da pena em regime semi-
aberto, trabalhando durante o dia em colônia penal agrícola, recolhendo à sua cela à noite.

Reclusão - É uma modalidade de pena mais rigorosa. O condenado cumpre sua pena inicialmente
em regime fechado, ou seja, em prisões de segurança média ou máxima, preso numa cela.

Perda de Bens - Diz respeito aos bens conseguidos com a prática dos delitos.

Prestação Social Alternativa - (Vide inciso VIII do art. 5o da CF)

Suspensão - Quando a perda do exercício do direito é temporário. Ex: suspensão de autorização ou


habilitação para dirigir veículos.

Interdição - Quando a perda do exercício do direito é permanente. Ex: proibição definitiva do


exercício de uma profissão.
XLVI - A Lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes medidas;
- privação ou restrição da liberdade
- perda de bens
- multa
- prestação social alternativa
- suspensão ou interdição de direitos

Comentário
A privação ou restrição à liberdade, refere-se a pena de reclusão em estabelecimento penal.
A perda dos bens diz respeito aos bens conseguidos com a prática de delitos.
Suspensão ou interdição de direitos é também uma pena em que proíbe ao criminoso de exercitar
algum direito.
Exemplo :
Art. 165. Do Código Nacional de Trânsito.
Dirigir sob a influência de álcool, em nível superior a seis decigramas por litro de sangue, ou de
qualquer substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica.

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de dirigir;

Medida Administrativa - retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado e


recolhimento do documento de habilitação.

Parágrafo único. A embriaguez também poderá ser apurada na forma do art. 277.

XLVII - Não haverá penas;


- de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX
- de caráter perpétuo (prisão perpétua)
- de trabalhos forçados (no Brasil os presos que trabalham nos presídios são remunerados e os
trabalhos forçados são gratuitos).
- de banimento - não é admitida pela C.F. a expulsão do brasileiro do território nacional.
- cruéis.

XLVIII - A pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a
idade e o sexo do apenado;

Comentário
O inciso visa possibilitar a separação dos presos em conformidade com a idade, sexo e grau de
periculosidade, para fins de cumprimento de pena. Assim, os mais jovens ficarão separados dos mais
velhos, as mulheres dos homens e, os mais periculosos dos menos periculosos.
Exemplos:
1 - Um preso cumpre pena de detenção, outros de reclusão.
2 - Penitenciárias para homens e penitenciárias para mulheres.

XLIX - É assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;


Comentário
O Estado é responsável pela integridade física e moral dos presos. Portanto, se um apenado for
assassinado ou torturado numa prisão, caberá ação indenizatória contra o Estado.

L - - Às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos
durante o período de amamentação.

LI - Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado
antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, na forma da Lei.
Comentário
Extradição - É a expulsão de estrangeiros do território nacional, quando requerida por outro país,
para responder um processo ou cumprir uma pena. O brasileiro nato jamais poderá ser extraditado.
O naturalizado, este sim, se, estiver envolvido com tráfico de entorpecentes ou por ter cometido
crime comum antes da naturalização.

LII - Não será concedido extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;

LIII - Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
Comentário
A competência para processar e sentenciar alguém é atribuída à Lei. Compete exclusivamente ao
juiz natural, ou seja, aquele integrado ao poder judiciário com todas as prerrogativas atribuídas
pela Constituição, julgar e, por conseguinte, sentenciar. Este é o princípio do juiz natural, ou juiz
constitucional.

LIV - Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
Comentário
Este é o princípio do processo legal, que confirma a maneira de solucionar conflitos através do
processo obrigatório por Lei. Portanto, o direito penal não pode ser aplicado senão conforme as
normas do processo, melhorando assim a garantia de defesa do acusado.

LV - Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral, são


assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Comentário
Ampla defesa é o direito do acusado de apresentar, no processo, todos os meios legais necessários
para provar sua inocência, tais como, documentos, testemunhas, etc.
Contraditório é a possibilidade de se refutar a acusação.
A igualdade das partes impede que a acusação ou defesa possuam privilégios, ao menos sem justa
razão.

LVI - São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;


Comentário
Este é o princípio da licitude da prova. A prova obtidas por meio ilícito é aquela colhida de maneira
diferente do que determinam as Leis, como por exemplo, as provas obtidas através de tortura,
fraude, invasões, chantagem, etc. Existe ainda a prova ilícita por derivações, ou derivada, que é
aquela que, em si, é regular, mas foi conseguida por intermédio de uma prova ilícita.

Ex.: O réu confessa que matou e mostra onde está o corpo - a apreensão do corpo é lícita, mas a
confissão sob tortura não. As provas ilícitas não são admitidas, para garantir a moralidade do
processo.

LVII - Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória;
Comentário
É uma defesa do cidadão, consagrada pela obrigatoriedade do processo legal, fazendo com que se
afaste a presunção de culpabilidade até o trânsito em julgado (decisão para a qual não cabe mais
recursos para a defesa do réu).
O inciso em estudo é chamado princípio da presunção da inocência. O réu é presumivelmente
inocente até prova em contrário.

LVIII - O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses
previstas em Lei;
Comentário
Este dispositivo assegura a preservação da pessoa contra o constrangimento da identificação policial
denominada datiloscopia (colheita das impressões digitais), quando o cidadão for preso em flagrante
delito ou for suspeito de um crime praticado. Objetivando evitar esta coação por parte das
autoridades, a Constituição proíbe a identificação criminal, quando o cidadão portar um documento
que o identifique para os efeitos da vida civil. Entretanto, há hipóteses previstas em Lei para que
uma pessoa seja identificada criminalmente - é o caso, por exemplo, de alguém possuir mais de um
documento de identidade com dados diferentes, ou documento sobre o qual recaia desconfiança das
autoridades.

LIX - Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo
legal;
Comentário
Sabemos que ao Estado compete o monopólio da justiça. O direito de ação do Estado nos crimes de
caráter público é exercido através do Ministério Público que promove a ação penal, acionando o
Poder Judiciário. O Estado não admite a auto-tutela, como já vimos, a não ser em alguns casos
excepcionais (inciso XXXV). Portanto, o cidadão não pode processar pessoalmente um criminoso,
mesmo tendo sido sua vítima, salvo nos crimes de ação privada, que são definidos em Lei.
Caso haja omissão do Ministério Público, não apresentando a denúncia dentro do prazo legal (15
dias), o particular poderá contratar um advogado e efetuar a denúncia.

LX - A Lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou
interesse social o exigirem;
Comentário
Normalmente os atos processuais são públicos (princípio da publicidade dos atos processuais),
podendo deles todos tomarem conhecimento. O segredo de justiça é uma exceção que torna os atos
de processo sigilosos, limitando inclusive a presença apenas das partes e seus advogados em
determinados atos, ou somente estes, tudo com o intuito de evitar prejuízo que poderia advir da
publicidade de certos processos.
Conforme o inciso, o sigilo processual visa a defesa da intimidade, como em casos de separações,
reconhecimento de paternidade, etc., ou se o interesse social exigir que aquilo que foi dito ou
apresentado no processo seja divulgado, resultando, por exemplo, em grave perigo de perturbação
da ordem.

LXI - Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente
militar, definidos em Lei;
Comentário
O indivíduo só poderá ser preso em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente (mandado de prisão). A Constituição limita, portanto, a prisão a
estas duas situações, não admitindo mais as prisões para averiguações e as administrativas. Fora
destas situações, a prisão é ilegal e deve ser relaxada imediatamente ou seja invalidada.
Os crimes e as transgressões cometidas por militares, são regidos por Leis específicas próprias de
suas atividades que compõem os códigos disciplinares. O militar pode ser preso até mesmo por
ordem verbal de um superior hierárquico ou de igual patente.

LXII - A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao
juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ela indicada;
Comentário
É exigido pela Constituição que, além da comunicação imediata, seja estabelecido o local onde o
preso se encontra, a fim de evitar-se a incomunicabilidade do mesmo, o que, por conseqüência,
facilitará eventual abuso de autoridade.

LXIII - O preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
assegurada a assistência da família e do advogado;
Comentário
O preso tem o direito de permanecer calado, embora o interrogatório possa ser um ato de defesa, ou
seja, a oportunidade para o próprio acusado dar sua versão do fato e apresentar suas justificativas.
O preso deverá ter assegurado a assistência da família, bem como de um advogado e, caso seja
comprovadamente pobre, o Estado deverá proporcionar-lhe assistência jurídica gratuita.

HABEAS DATA

LXIV - O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório
policial;
Comentário
O direito à identificação dos responsáveis pela prisão visa a proteção do preso contra eventuais
violações de seus direitos individuais no momento do interrogatório ou da prisão.

LXV - A prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;


Comentário
A prisão é legal em casos de flagrante de delito ou quando há mandado judicial de prisão.
Fora estes casos, a prisão é ilegal e o juiz deverá determinar o relaxamento da prisão, ou seja, a
libertação do réu.

LXVI - Ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a Lei admitir a liberdade provisória,
com ou sem fiança;
Comentário
No Brasil, a prisão é a forma mais grave e comum de punição para os culpados, apenas
excepcionalmente deve ser ela aplicada aos presumivelmente inocentes.
Antes do trânsito em julgado da sentença condenatória, a prisão tem medida cautelar, visando
preservar a integridade das testemunhas, da ordem pública, da ordem econômica, e evitar que o réu
se evada.
Há delitos de menor gravidade, que não justificam o aprisionamento do acusado, que poderá pagar
uma fiança arbitrada pela autoridade policial ou pelo juiz, e aguardar em liberdade a conclusão do
processo.
Caso o acusado tenha direito à liberdade provisória, não será mantido na prisão, e se o crime for
afiançável, informar a quem tenha interesse em providenciar a fiança.

LXVII - Não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e
inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
Comentário
Pelo exposto no inciso, fica claro que não existe prisão por dívida, excetuando-se dois casos: aquele
que não paga a pensão alimentícia por vontade própria e a do depositário que quebrar a sua
obrigação de zelar e de devolver o bem demandado judicialmente.
Depositário: (auxiliar de justiça, designado pelo Juiz para guarda, vigilância e administração dos
bens retidos judicialmente) que será denominado de depositário infiel, caso empreste, troque, venda
ou danifique o bem pelo qual é responsável.

LXVIII - Conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
Comentário
- conceito: ação penal de natureza constitucional, cuja finalidade é prevenir ou sanar a ocorrência
de violência ou coação na liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
- sujeito ativo: qualquer pessoa, homem, mulher, maior, menor, capaz, incapaz, nacional,
estrangeiro, não exigindo sequer que tenha capacidade postulatória (não precisa ser advogado)
- sujeito passivo: contra ato de qualquer agente, no exercício de função pública. Assim, sempre que
alguém atuar em nome do Estado e, nesta qualidade, constranger ilegalmente a liberdade de outrem
cabe HC. A CF não exclui o ato de particular, há controvérsia.
- espécies: preventivo e liberatório.

Violência, coação ou constrangimento, em termos jurídicos, são todos os acontecimentos que ocorrem,
quando a lei determina uma coisa e as autoridades, ou seus representantes, atuam contrariamente.
Exemplos:
a) - O cidadão - entendemos que antes de ser condenado com sentença condenatória irrecorrível, deva
ser tratado como ser social em sua denominação, ao invés de acusado, indiciado etc.-, que
eventualmente tenha praticado um delito, ou haja suspeição de que tenha sido, e venha a ser preso em
"flagrante delito", deve, por força dos dispositivos constitucionais, ser orientado e cientificado de seus
direitos constitucionais prescritos na Constituição Federal (art. 5º incs. LXIII e LXIV).
b) - A mulher gestante, que eventualmente venha a ser presa, por qualquer razão (flagrante ou não),
deve receber tratamento diferenciado, em razão do "ser" que carrega dentro de sí, e que por força da
lei deve ser protegido e assegurado o seu desenvolvimento natural (art. 4º do Código Civil).
c) - Quando o cidadão tenha sido condenado a pena restritiva de direito e permaneça preso em regime
fechado, porque na comarca não existe a Casa do Albergado.
O Eminente Juiz WLADIMIR VALLER(1) preleciona que:
"A pena restritiva de direito consiste na limitação de fim de semana é também denominada prisão de
fim de semana. A pena privativa de liberdade imposta, uma vez preenchidos os requisitos ou condições,
é substituida pela obrigação do condenado de permanecer, durante cinco horas, aos sábados e
domingos, em casa de albergado ou em outro estabelecimento adequado. Como a lei menciona apenas
aos sábados e domingos, inviável será impôr ao condenado a limitação de fim de semana também nos
feriados".
Portanto, neste caso, embora sentenciado, caracteriza-se constrangimento.

d) - Entendemos, ser constrangimento ilegal, ou melhor VIOLÊNCIA IMORAL, a segregação do


condenado sem o exame criminológico de classificação (art. 8º. da Lei nº 7.210/84), em que tem que
avaliar as condições do condenado para uma adequada classificação, ou seja, não colocar na mesma
cela por exemplo, um perigoso latrocida confesso, com um depositário infiel...
MIRABETE (2) lembra que
"Inseparável do estudo da personalidade do condenado e também o de seus antecedentes, entre os quais
se destacam a reincidência e o envolvimento em inquéritos ou processos judiciais, mas que alcança toda
vida pregressa do condenado. O exame desses antecedentes também podem ser muito úteis à
classificação do condenado e à determinação do tratamento penitenciário a ser seguido.
Os exames de personalidade e dos antecedentes são obrigatórios para todos os condenados a penas
privativas de liberdade e se destinam à classificação que determinará o tratamento penal mais
recomendado. Como se anota na exposição de motivos, reduzir-se-á a mera falácia o princípio da
individualização da pena se não se efetuar o exame de personalidade no início da execução, como fator
determinante do tipo de tratamento penal e se não forem registradas as mutações do comportamento
ocorridas no itinerário da execução".
Entendemos, ainda que, o cidadão, enquanto perdurar a persecução processual, deva permanecer
segregado -se o exigir o delito (estuprador confesso, etc.)-, separado dos demais infratores,
principalmente, se estes estão condenados.
"Não se fala em prisão, não se fala em constrangimento corporal. Fala-se amplamente,
indeterminadamente, absolutamente, em coação e violência; de modo que, onde quer que surja, onde
quer que se manifeste a violência ou a coação, por um desses meios, aí está estabelecido o caso
constitucional do Habeas Corpus. Quais são os meios indicados? Quais são as origens da coação e da
violência, que deve concorrer para que se estabeleça o caso legítimo de Habeas Corpus? Ilegalidade ou
abuso de poder. Se de um lado existe a coação ou a violência e de outro a ilegalidade ou o abuso de
poder, qualquer que seja a violência, qualquer que seja a coação, desde que resulte do abuso do poder,
seja ele qual for, ou de ilegalidade, qualquer que ela seja, é inegável o recurso do Habeas Corpus".
(RUI BARBOSA - parte do discurso proferido pelo grande Mestre em 22.01.1915, numa Sessão do
Senado Federal, lembrado pelo eminente jurista RUBEM NOGUEIRA (3).
E se a doença (constrangimento, violência, coação etc.) está presente e pondo em risco a "saúde" do
grupo social é necessário que se combata com eficácia ministrando-se o remédio certo que é o Habeas
Corpus.

NOTAS
(1)VALLER, Wladimir Responsabilidade Civil e Criminal Tomo II, 3º E.V. Editora, 1993, pág. 624
(2)MIRABETE, Julio Fabbrini Execução Penal - Comentários Editora Atlas, 1987 - pág. 6
(3)NOGUEIRA, Rubem Revista de Informação Legislativa a. 21, nº 84, out/dez. 1984 - pág. 136

LXIX - Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado
por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
Comentário
O Mandado de Segurança é o remédio específico contra violação pelo Poder Público de direito
líquido e certo, que não seja violação ao direito de locomoção ou, ao de se obter ou se retificar
informação sobre a própria pessoa. O conceituado jurista Hely Lopes Meirelles em sua obra
"Mandado de Segurança, Ação Popular, Ação Civil Pública, Mandado de Injunção, "Habeas Data",
14a Edição, atualizada por Arnoldo Wald, Malheiros Editores, 1990, conceitua o Mandado de
Segurança como "o meio constitucional posto à disposição de toda pessoa física ou jurídica, órgão
com capacidade processual, ou univrsalidade reconhecida por lei, para a proteção de direito
individual ou coletivo, líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, lesado ou
ameaçado de lesão, por ato de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções
que exerça".

- sujeito passivo: autoridades públicas e agentes de pessoas jurídicas privadas com atribuição de
Poder Público. É proposto contra a autoridade coatora e não contra a pessoa jurídica.
- Autoridade coatora: será sempre aquela que concretiza a lesão a direito individual como
decorrência de sua vontade (aquela que tem poder de desfazer o ato).

No ato colegiado (formado por varias vontades) deve ser impetrado contra o presidente, no ato
complexo (se forma pela vontade da autoridade, mas dependendo de referendo de autoridade
superior) é impetrado contra a autoridade inferior que elaborou o ato, já que a autoridade superior
fez mera conferência. Não cabe MS contra ato de particular.
- sujeito ativo: só o próprio titular do direito violado, qualquer pessoa natural ou jurídica.
- litisconsórcio - admite-se no polo ativo e passivo.
- direito líquido e certo: é a certeza quanto à situação de fato. É o direito certo quanto a sua
existência, delimitado na sua extensão e apto a ser exercido no momento da sua impetração. Pode
ser provado documentalmente.
- prazo para interposição: 120 dias.
- procedimento: recebida a petição, notifica a autoridade para, em 10 dias prestar informações; em
seguida os autos vão ao MP para parecer, em 5 dias, seguindo-se, imediatamente, a sentença. Não
há dilação para provas. As informações não tem natureza de contestação e sua falta não gera
confissão.
- liminar: é possível.
- sentença: só faz coisa julgada material quanto enfrentar o mérito, ou seja, quando declarar a
legalidade ou ilegalidade do ato.

LXX - O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

legitimidade ativa:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento
há pelo menos um ano, em defesa dos interesses dos membros ou associados;

Comentário
O impetrante atua como substituto processual dos associados, ou seja, age em nome próprio na
defesa de interesse de terceiro (deve ser autorizada - estatuto).

legitimidade passiva:
- se os associados estiverem sob a área de atuação de autoridades diferentes, a impetrada será a que
estiver sobre todos, ainda que não tenha praticado o ato (não há litisconsórcio)
- objeto: as relações jurídicas precisam ser determinadas, mas não precisam ser todas demonstradas
na inicial.

LXXI - Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania;
Comentário
finalidade: em tese, é viabilizar o exercício de um direito constitucionalmente previsto e que
depende de regulamentação por estar previsto em uma norma constitucional de eficácia jurídica
limitada.
legitimidade ativa: qualquer pessoa, natural ou jurídica
legitimidade passiva: órgão ou poder incumbido de elaborar a norma
procedimento: se não houver necessidade de produção de provas segue o rito do MS, havendo
dilação probatória segue o rito ordinário.

LXXII - Conceder-se-á habeas data:

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constante de


registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira faze-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo.
Comentário
conceito: e um remédio constitucional, que tem por finalidade proteger a esfera íntima dos
indivíduos, possibilitando-lhes a obtenção e retificação de dados e informações constantes de
entidades governamentais ou de caráter público.
objeto: assegurar o direito de acesso e conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante e o direito à retificação desses dados.

características:
- é uma ação, pois invoca a tutela jurisdicional, devendo preencher as condições da ação;
de natureza mandamental;
- seu conteúdo é de natureza constitutiva quando visa a retificação;
- é ação personalíssima, não se admite pedido de terceiros, nem sucessão no direito de pedir.
não depende de prévio pedido administrativo
procedimento:
- enquanto não houver disciplinação legal, deve ser aplicado o MS, desde que desnecessária a
produção de prova, se contrário o rito será o ordinário.
Sigilo: - art. 5º, XXXIII - dispõe que o direito de receber dos órgãos públicos informações não inclui
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

LXXIII - Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo
ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má fé, isento
de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
Comentário
conceito: é o meio constitucional posto à disposição de qualquer cidadão para obter a invalidação de
atos ou contratos administrativos ilegais e lesivos ao patrimônio federal, estadual ou municipal, ou
ao patrimônio de autarquias, entidades paraestatais e pessoas jurídicas subvencionadas com
dinheiro público.
Popular - deriva da natureza impessoal do interesse defendido, da coisa do povo.
requisitos:
a) só poder ser proposta por cidadão brasileiro;
b) ilegalidade na formação ou no objeto do ato;
c) lesividade ao patrimônio público (erário, moralidade, meio ambiente, etc)
fins da ação: preventivo, repressivo e supletivo.
objeto da ação: é o ato ilegal e lesivo ao patrimônio público.
sujeito passivo: litisconsórcio entre entidade lesada, os autores e responsáveis pelo ato e os
beneficiários do mesmo.
MP é parte sempre - é parte autônoma, só não pode defender o ato.
competência: é determinada pela origem do ato impugnado
procedimento: segue o rito ordinário com algumas adaptações
liminar: é possível. Se concedida cabe agravo de instrumento, correição parcial e mandado de
segurança. Se negada cabe agravo de instrumento.
sentença: se procedente o pedido, o juiz deverá decretar a invalidade do ato, a condenação ao
ressarcimento de perdas e danos por parte dos responsáveis, pelos atos praticados com dolo ou
culpa. O autor vencido é isento de custas
recursos: recurso de ofício, se julgada procedente ou decretada a carência da ação. Cabe também
apelação voluntária, com efeito suspensivo

LXXIV - O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos;

LXXV - O Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do
tempo fixado na sentença;
LXXVI - São gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da Lei:
a) o registro civil de nascimento
b) a certidão de óbito.

LXXVII - São gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data e, na forma da Lei, os atos
necessários ao exercício da cidadania;

LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo
e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
(Inciso acrescentado pela Emenda Constitucional nº 45, de 08/12/2004

Comentário
Sempre foi corrente na doutrina que uma emenda constitucional poderia ampliar o rol de direitos
individuais do artigo 5ª e, após mais dezesseis anos de promulgação da Carta, a Emenda nº 45/04
finalmente alterou este dispositivo constitucional acrescentando este novo inciso.

Eis que surge o Princípio da Duração Razoável do Processo que, se inobservado, constituirá
verdadeira negativa de acesso à jurisdição, implicando em ofensa ao inciso XXXV do mesmo artigo.
O direito à denominada ordem jurídica justa, aí incluída a celeridade do processo, é a tônica da
processualística moderna.

O devido processo legal deve ser o justo processo legal, sendo imperativo que a tutela jurisdicional se
não imediata, pelo menos seja rápida. Diante de ameaça ou vilipêndio a direito a resposta do Estado -
que se pretende democrático - deve ser pronta e eficaz. Ressalte-se que, aqui, a eficácia se relaciona
intimamente com a presteza. Caso contrário qualquer solução se torna injusta, porque tardia.

Torna-se evidente que inúmeras providências nas leis processuais devem ser tomadas para que este
principio se institucionalize de fato e de direito em nosso ordenamento jurídico. Assim, por exemplo,
deve ser ampliado o sistema de fungibilidade dos recursos, bem como evitar a extinção do processo,
favorecendo-se a conversão do mandado de segurança em ação de rito sumário, desde que não traga
nenhum prejuízo para defesa, evitando-se, assim, a extinção do feito sem análise de mérito, o que
implicaria em novo ajuizamento, com o natural recolhimento de novas custas e taxa judiciária, entre
outras providências.

Percebe-se a intenção do legislador constituinte em economizar o jurisdicionado. Não apenas na


economia processual, através da simplificação dos ritos e rituais, dando relevância à oralidade, mas,
também, à economia financeira otimizando gastos e realocando recursos. Isso sem falar na economia
de tempo, visto que parece improvável que diante de tanta tecnologia os processos e as audiências
ainda apresentem atos e práticas do século XIX. Abre-se espaço para o processo virtual, mais barato
e rápido para todos, inclusive para o Estado. Audiências através de videoconferências, petições
entregues via internet, interrogatórios de réus presos sem necessidade de deslocamento, economia de
dezenas de milhares de folhas de papel etc.

§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.

§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e
dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do
Brasil seja parte.

§ 3º - Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão
equivalentes às emendas constitucionais.
(Parágrafo acrescentado pela Emenda Constitucional nº 45, de 08/12/2004)

§ 4º - O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha


manifestado adesão.
(Parágrafo acrescentado pela Emenda Constitucional nº 45, de 08/12/2004)

Comentário
A internacionalização da jurisdição penal antes de ser uma realidade é uma necessidade imperativa
para o combate à criminalidade internacional que desconhece fronteiras.
Com o advento do Pacto de Roma de 1998, surge o Tribunal Penal Internacional (TPI), instalado em
2004, com composição paritária: treze juízes e treze juízas de diversas nacionalidades.
O TPI é um Tribunal permanente com competência para investigar, processar e julgar indivíduos
acusados das mais graves violações do direito internacional humanitário.
Desde os chamados crimes de guerra, passando pelos crimes contra a humanidade e o genocídio.
Diferente da Corte Internacional de Justiça, cuja jurisdição é restrita a alguns Estados, e dos
Tribunais da Iugoslávia e Ruanda, que foram criados para situações específicas, o TPI é permanente
e preexistente ao fato que originou a investigação e o processo.

DIREITOS SOCIAIS

São direitos fundamentais do homem, assegurados pela Constituição Federal de 1988, e que
possibilitam aos indivíduos o acesso a bens que satisfaçam suas necessidades básicas, proporcionando-
lhes condições, para desfrutarem de uma vida digna e produtiva

ARTIGO 6º
São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência
social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição."

Comentário
Este artigo prevê educação gratuita e extensiva a todos, desde o nível primário ao universitário.
Assim, o povo tem à sua disposição escolas de primeiro e segundo graus, e universidades como por
exemplo a USP - Universidade de São Paulo. Os deficientes possuem direito de receberem educação
específica em entidades especiais.

O direito a saúde também é gratuito, inclusive para aqueles que não contribuem para a Previdência
Social oficial (INSS), havendo postos de atendimento médico e hospitais mantidos pelo governo.

Segurança é outra preocupação constitucional, pois implica na proteção a vida do homem, assim
como ao seu patrimônio. A segurança é proporcionada pelas Polícias Civis e Militares do Estado,
pela Polícia Federal e pelo Poder Judiciário.

O trabalho, também é uma garantia constitucional, pois a ele todos têm direito. Dessa forma, deve o
país desenvolver política que incentive o trabalho e possibilitar ainda, uma remuneração justa.

Há em toda sociedade, inclusive na brasileira, pessoas necessitadas de maior atenção.

São as mães, crianças, adolescentes e desamparados que devem ter direito a uma atenção especial
por parte do Estado, em conformidade com normas expressas da Constituição.

A Previdência Social é um conjunto de direitos relativos à Seguridade Social.

A Constituição delineou de maneira mais precisa os direitos de Previdência Social.

Seu princípio fundamenta-se no princípio do Seguro Social, de sorte que os benefícios e serviços se
destinam a cobrir eventos de doença, invalidez, morte, velhice e reclusão.
A moradia, também é uma garantia constitucional, pois a ela todos têm direito. Dessa forma deve o
país desenvolver políticas habitacionais que a todos atendam, especialmente as camadas mais pobres
da população.

O lazer é a entrega à ociosidade repousante. Sua finalidade é refazer as forças depois do trabalho
diário e semanal. O lazer está bastante associado aos direitos dos trabalhadores relativos ao repouso.

ARTIGO 7º
São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros aqueles que visem à melhoria de sua
condição social:

I - Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de Lei
complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;

Comentário
O direito à segurança do emprego é assegurado pela Constituição Federal. Consiste na proteção da
relação de emprego, contra a despedida arbitrária ou sem justa causa, prevendo a indenização
compensatória, em casos de dispensa injustificada, sem motivos relevantes.

• A despedida por justa causa não é arbitrária, pois é decorrente de falta grave cometida pelo
empregado, afetando o empregador, inviabilizando assim, a relação de emprego: embriaguez,
deslealdade para com a empresa, abandono de emprego, etc.

• A despedida arbitrária ou sem justa causa, é aquela que se caracteriza pelo rompimento do
vínculo empregatício, quando o trabalhador vem exercendo suas atividades de forma correta, na
empresa. Este rompimento pode ser devido a vários motivos, tais como encerramento das atividades
da empresa por dificuldades financeiras, supressão de um departamento, mudança para outra
localidade e muitos outros.
II - Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

Comentário
A finalidade do seguro desemprego é proporcionar assistência financeira temporária ao trabalhador
desempregado em casos de dispensa sem justa causa.

III - Fundo de garantia por tempo de serviço;

IV - Salário mínimo, fixado em Lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades
vitais básicas e às de sua família, como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,
higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;

V - Piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;


Comentário
Piso salarial é o valor mínimo que pode ser pago a uma categoria profissional ou a determinadas
profissões dentro de uma determinada categoria profissional. É fixado normalmente para todos os
empregados de qualquer profissão.

Exemplo: Piso salarial da telefonista, da secretária, do engenheiro, etc.

O piso salarial expressa-se como um acréscimo sobre o salário mínimo. Distingue-se deste que é
geral para todas as categorias. Deve ser proporcional a jornada diária de trabalho ou a
complexidade das tarefas. Assim, por exemplo, o piso salarial de um químico deve ser maior que o
de uma copeira, pelo fato de suas atividades profissionais serem mais complexas que as daquela.

VI - Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;


Comentário
A princípio os salários são irredutíveis. O empregador não pode diminuir o salário deste ou daquele
empregado.
Com a Constituição de 1988, a irredutibilidade é a regra geral. A redução porém não é proibida. É
condicionada. Depende de negociação coletiva com o Sindicato.
A medida pode ser colocada em prática, por ocasião de crises de produção ou dificuldades
econômicas da empresa, para evitar a dispensa de funcionários.

VII - Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que recebem remuneração variável;
Comentário
Há trabalhadores que recebem remuneração variável, como é o caso dos garçons e barbeiros, por
exemplo, que tem sua remuneração composta de salário pago pelo empregador, mais as gorjetas;
aquele (salário) não poderá ser inferior ao mínimo.
É freqüente nos empregos do comércio, a retribuição com bases e percentuais sobre os negócios que
o vendedor realiza, ou seja, o salário por comissão. Também nesses casos a Constituição assegura
aos profissionais o salário mínimo, mesmo que não consigam vender o suficiente para receber
comissões equivalentes ao salário mínimo.

VIII - Décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
Comentário
Décimo Terceiro Salário:

Este, é uma gratificação compulsória por força da lei, tem natureza salarial e é também denominada
gratificação natalina. Foi criado no Brasil, pela Lei nr. 4.090, de 1962, como um pagamento a ser
efetuado no mês de dezembro e no valor de uma remuneração. Para o empregado que não trabalhou
todo o ano, o seu valor é proporcional aos meses de serviço, na ordem de 1/12 por mês,
considerando-se a fração igual ou superior a 15 dias como mês inteiro, desprezando-se a fração
menor. Em 1965, a Lei nr. 4.749 desdobrou em dois os pagamentos. A primeira metade é paga entre
os meses de fevereiro ou novembro ou, se o empregado quiser, por ocasião de suas férias. A segunda
metade é paga até 20 de dezembro.

IX - Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;


Comentário
Segundo o artigo 73 da CLT, a remuneração do trabalho noturno terá um acréscimo de 20% sobre a
hora diurna.

O parágrafo 2o do mesmo artigo, considera trabalho noturno aquele executado entre as 22 horas de
um dia e 5 horas do dia seguinte.
Entre nós a Lei considera noturno o trabalho agrícola realizado entre 21 e 5 horas e o pecuário entre
20 e 4 horas.
O acréscimo rural sobre a hora diurna é de 25% .
A fixação legal leva em conta o período habitual do repouso da comunidade e demais usos.

X - Proteção do salário na forma da Lei, constituindo crime sua retenção dolosa;


Comentário
O inciso em estudo já define como crime, a retenção dolosa do salário, o que nos termos da legislação
penal vigente caracteriza apropriação indébita. Portanto, ninguém poderá reter intencionalmente o
salário do trabalhador, nem mesmo seu empregador qualquer que seja o motivo alegado.

XI - Participação nos lucros ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente,


participação na gestão da empresa, conforme definido em Lei;
Comentário
o
O artigo 7 em seu inciso XI manteve o direito de participação nos lucros das empresas assegurado
desde a Constituição de 1946.
O texto Constitucional reconhece que os trabalhadores são elementos exteriores à empresa, como
força adquirida por salário.
A participação nos lucros é desvinculada do salário, pois constitui-se "num acréscimo de
rendimentos" do trabalhador, decorrente da relação de emprego, e, portanto, inconfundível com o
salário.
Por outro lado, não sendo salário, a participação nos lucros não será considerada para efeito de
incidência de ônus trabalhistas, fiscais e previdenciários.
A participação nos lucros não será computada para fins de recolhimento do fundo de garantia, do
cálculo de indenizações, do 13o salário, de remuneração de férias e do repouso semanal, prêmios,
abonos, etc.
O dispositivo ainda se refere à participação na gestão (direção, gerência) da empresa, mas, apenas
excepcionalmente, por meio de uma Lei a ser criada.
A participação na gestão da empresa, só se tornará efetiva, quando a coletividade trabalhadora da
empresa, por sí ou por uma comissão ou um conselho ou delegado ou representante, fazendo parte
ou não dos órgãos diretivos dela dispuser de algum poder de co-decisão ou pelo menos de controle.

XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da
lei;"

XIII - Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção
coletiva de trabalho;
Comentário
A compensação foi inicialmente prevista para o sábado e é a mais comum.
A compensação inicialmente semanal, foi extendida a quaisquer períodos. É o chamado "Banco de
Horas", onde as horas extras trabalhadas em um dia poderão ser compensadas com a
correspondente diminuição em outro dia.
O "Banco de Horas" tem como finalidade permitir às empresas maior possibilidade de adequar a
atividade dos trabalhadores às necessidades de produção, evitando-se assim a dispensa de
funcionários.

XIV - Jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento,
salvo negociação coletiva;
Comentário
Turnos Ininterruptos - São aqueles que compreendem jornadas rotativas de seis horas cada uma, de
maneira que o empregado trabalhará sempre em períodos diferentes (manhã - tarde ou noite)

XV - Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;


Comentário
O repouso do trabalhador é outro elemento que se inclui nas condições dignas de trabalho.
O sistema de submeter o trabalhador a atividades contínuas em todos os dias da semana e do ano
seria desumano. Por esse motivo, a Constituição assegura, seguindo a evolução das Constituições
anteriores, o repouso semanal remunerado, de preferência aos domingos, muito embora alguns
profissionais, como os médicos, motoristas de ônibus, etc, nem sempre podem gozar do repouso
semanal aos domingos, por força de suas atividades, devendo, porém, faze-lo num outro dia da
semana.

XVI - Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do


normal;
Comentário
Remuneração do serviço extraordinário, nada mais é que o pagamento das horas trabalhadas, após
a jornada de trabalho de 8 horas diárias ou 6 horas (se for o caso de turno ininterrupto) limitadas
pela Constituição.
Após esses limites, as horas serão consideradas extraordinárias (horas extras), devendo ser pagas
com acréscimo de 50%.

XVII - Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário
normal;

XVIII - Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte
dias;

XIX - Licença-paternidade, nos termos fixados em Lei;


Comentário
Licença Paternidade - Para servidores celetistas, autárquicos e docentes será concedido cinco dias
consecutivos, contados a partir da data do nascimento da criança, mediante cópia da certidão de
nascimento. A licença paternidade também deverá ser concedida quando se tratar de adoção de
menor de até sete anos de idade.

Jurisdição - aplica-se aos servidores que notificarem o nascimento de seu filho.

Objetivo - estabelecer critérios e procedimentos para a concessão de licença-paternidade.

Competência:
1 por parte do interessado
- entregar cópia da Certidão de Nascimento ao superior imediato.

2 por parte do superior imediato


- receber a cópia da Certidão de Nascimento;
- anexar a cópia da Certidão de Nascimento ao Boletim de Freqüência do interessado;
- encaminhar o Boletim de Freqüência à área de pessoal da Unidade/Órgão.

3 por parte da área de pessoal da Unidade/Órgão


- receber o Boletim de Freqüência juntamento com a Certidão de Nascimento;
- verificar se atende as normas vigentes;
- cadastrar a licença-paternidade, através do SIAP, utilizando a transação LIC AFAST;
- arquivar.

CRITÉRIOS
1- a licença-paternidade também deverá ser concedida quando se tratar de adoção de menor de até
7 (sete) anos de idade.
2- a licença-paternidade prevista na Constituição Federal é de 5 (cinco) dias, conforme §1º do art.
10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
XX - Proteção ao mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da
Lei;

XXI - Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da
Lei;

XXII - Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

Comentário
Toda empresa com mais de cinqüenta empregados, deve instalar uma CIPA (comissão interna de
prevenção de acidentes), cuja finalidade é fiscalizar junto a outros órgãos públicos, o cumprimento
fiel das normas relativas a saúde, higiene e segurança do trabalhador.

XXIII - Adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da


Lei;
Comentário
Atividades Penosas - São aquelas exercidas em zonas de fronteiras ou em localidades cujas condições
de vida sejam precárias e de difícil acesso por insuficiência absoluta de meios de transportes e
equipamentos urbanos.

Atividades Insalubres - São todas aquelas que por sua natureza, condições ou métodos de trabalho,
exponham os empregados a agentes nocivos à saúde. Ex: Trabalhador que manipula produtos
tóxicos ou alergênicos.

Atividades Perigosas - São todas aquelas que envolvem operações perigosas, que por sua natureza ou
métodos de trabalho, impliquem no contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições
de risco acentuado.

Exemplo: Trabalhador que exerce suas atividades no depósito de combustíveis.


O trabalho envolvendo atividades. Penosa, perigosas ou insalubres assegura um adicional à
remuneração do trabalhador, conforme expõe o texto do inciso.

XXIV - Aposentadoria;

XXV - Assistência gratuita aos filhos e dependentes, desde o nascimento até seis anos de idade, em
creches e pré-escolas;

XXVI - Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;

XXVII - Proteção em face de automação, na forma da Lei;

XXVIII. Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a
que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
Comentário
Há dolo do empregador quando não existe equipamento de segurança adequado para os
trabalhadores, ou existe em número insuficiente ou de péssima qualidade.
O dolo existe porque o empregador sabe que a falta de equipamentos ou sua inadequação, bem como
a baixa qualidade dos equipamentos, pode levar a ocorrência de acidentes.
Há culpa do empregador, quando apesar da disponibilidade de equipamento de segurança, este não
obriga os trabalhadores a usá-los, ou não fiscaliza a utilização correta e contínua dos referidos
equipamentos, pecando, portanto, por negligência.

XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de
cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do
contrato de trabalho;"
Comentário
Prescrição: É a perda do direito de exercer uma ação, por ter vencido prazo para exercê-lo. No
inciso em estudo, é perda por parte do trabalhador do direito de pleitear na justiça verbas
trabalhistas sobre as quais tem ou acredita ter direito.
Tanto o trabalhador urbano como o trabalhador rural, gozam do prazo máximo de até dois anos
para recorrer à justiça após a extinção do contrato de trabalho. Há uma diferença, porém, pois, o
trabalhador urbano poderá pleitear direitos trabalhistas referentes aos últimos cinco anos, contados
da data em que entrou com ação na justiça. Já o trabalhador rural poderá pleitear todo o período
trabalhado. Importante esclarecer que esta diferença foi estabelecida objetivando compensar os
trabalhadores rurais de todo o período decorrido antes da atual Constituição começar a vigorar,
período esse em que os trabalhadores rurais ficaram sem direitos assegurados.

Exemplos:
1) Paulo, trabalhador urbano, trabalha em uma empresa como vendedor. Além do salário fixo, recebe
um percentual sobre as vendas realizadas (comissões). No ano de 1992, não recebeu as comissões
referentes ao mês de dezembro. Segundo o inciso, Paulo poderá mover uma ação dentro do prazo
prescricional de cinco anos, ou seja, até o fim de 1997.

2) Paulo, trabalhador urbano, trabalhou durante 10 anos numa empresa e é dispensado (mandado
embora ). Paulo espera 1 ano e 8 meses para ingressar com ação trabalhista. Nessa ação, poderá
pleitear somente os últimos 5 anos. Caso vença a causa, receberá somente o correspondente a 3 anos e
4 meses, porque durante os 5 anos (prazo prescricional), esteve desvinculado da empresa por 1 ano e 8
meses.

3) Cidônio, trabalhador rural (lavrador); trabalhou durante 12 anos numa grande propriedade rural e é
mandado embora. Espera 1 ano e 8 meses para entrar com uma ação trabalhista. Nessa ação, poderá
pleitear tudo o que acha que tem direito a receber referente aos 12 anos que lá trabalhou.

XXX - Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de


admissão por motivo de sexo, idade, cor ou Estado civil;
Comentário
Princípio da Igualdade de Salário - Encontra-se definido na quinquagenária CLT , artigo 5º " A
todo trabalho de igual valor corresponderá salário igual , sem distinção de sexo." É mais completa
no artigo 461: " Sendo idêntica a função , a todo trabalho de igual valor , prestado ao mesmo
empregador na mesma localidade, corresponderá igual salário , sem distinção de sexo ,
nacionalidade ou idade." E no parágrafo 2º exclui da hipótese de equiparação o empregado , quando
houver pessoal organizado em quadro de carreira , hipótese em que as promoções deverão obedecer
aos critérios de antiguidade e merecimento.
" Para os fins previstos no parágrafo 2º do artigo 461 CLT , só é válido o quadro de pessoal
organizado em carreira , quando homologado pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social." -
Enunciado nº 6 do TST.
O parágrafo 3º exige que , havendo quadro de carreira organizado seja assegurada promoção
alternada por antiguidade e por merecimento , dentro de cada categoria profissional , e o parágrafo
4º exclui da condição de paradigma o trabalhador readaptado por motivo de doença física ou mental
atestada por órgão da Previdência Social.
Como demonstramos acima , o princípio da igualdade salarial opera sob várias condições , as quais
resumimos:
- identidade de função - de fato e não meramente nominal;
- igualdade de valor do trabalho - igual produtividade e mesma perfeição técnica;
- diferença de tempo de serviço entre o equiparado e o paradigma não superior a dois anos - na
mesma empresa de ambos;
- trabalho na mesma localidade - mesmo domicílio;
- inexistência na empresa de pessoal organizado em quadro de carreira , que garanta acesso por
antiguidade ou merecimento.
Essas condições operam em conjunto , de maneira que a ausência de qualquer uma delas
descaracteriza o direito a isonomia salarial.
Dá-se a equiparação salarial quando um empregado alega em juízo realizar trabalho igual ao de
outro colega de empresa (paradigma) , entretanto mediante remuneração inferior , caracterizando-
se com isso , a odiosa discriminação. Esse fato ocorre principalmente em empresas estatais , onde a
ingerência política põe os laços partidários acima do profissionalismo.
Princípio da Isonomia - É importante esclarecer que a igualdade determinada pelo artigo 5 o da
Constituição Federal refere-se à igualdade de todos perante a lei, pois, as igualdades física,
econômica e cultural são inexistentes.
Entretanto, certas vezes, em virtude da necessidade, é permitido ao Estado a prática de certas
discriminações, dando origem ao binômio finalidade / discriminação. Um exemplo claro, já
conhecido de todos é o concurso de ingresso para a polícia feminina, que só admite inscrições para as
mulheres. Esse concurso, contudo, não contraria o princípio da isonomia, pois sua finalidade é o
preenchimento de vagas na polícia feminina e, nesse caso a discriminação quanto ao sexo é condição
essencial para concorrer ao certame.

XXXI - Proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critério de admissão do


trabalhador portador de deficiência;

XXXII - Proibição de distinção entre o trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os


profissionais respectivos;

XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer


trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;"

XXXIV - Igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e


o trabalhador avulso;

Comentário
O trabalhador avulso é definido pela portaria 3.107, de 7 de abril de 1971, do Ministério do
Trabalho nos seguintes termos: " Entende-se como trabalhador avulso, no âmbito geral da
Previdência Social, todo trabalhador sem vínculo empregatício que, sindicalizado ou não, tenha a
concessão de direitos de natureza trabalhista executada por intermédio da respectiva entidade de
classe".
Um exemplo de trabalhadores avulsos, são os estivadores, que trabalham nos portos, executando
serviços de carregamento e descarregamento de navios, conferência de mercadorias e outros serviços
semelhantes.
Esses trabalhadores são contratados pelas empresas de navegação por intermédio dos sindicatos,
que recrutam o pessoal, neles agrupados.
Após o término das tarefas, as empresas contratantes, colocam à disposição dos sindicatos o valor
total correspondente aos serviços executados. O sindicato efetua então, o pagamento dos
trabalhadores.
Os estivadores, não são considerados empregados das empresas de navegação, porque os serviços
prestados são eventuais e esporádicos e porque nada recebem delas diretamente. Por outro lado, não
são empregados do sindicato de classe, porque esta entidade não exerce atividade lucrativa e não
paga salário, funcionando como simples posto de recrutamento e seleção de pessoal.
Um outro exemplo de trabalhadores avulsos são os garçons. Muitos, trabalham no mesmo sistema,
contratando serviços por meio do sindicato.

§ único - São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos
IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV bem como a sua integração à previdência social.

Comentário
A Constituição conforme o parágrafo único do inciso XXXIV, assegura aos trabalhadores
domésticos:

IV - Salário Mínimo
VI - Irredutibilidade de Salário
VIII - 13o Salário
XV - Repouso Semanal Remunerado
XVII - Férias + 1/3,
XVIII - Licença Maternidade de 120 dias
XIX - Licença Paternidade se for doméstico.
XXI - Aviso Prévio
XXIV- Aposentadoria, além de se filiarem ao Sistema de Previdência Social.

ARTIGO 8º
É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:

I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro
no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização
sindical;
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de
categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos
trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria,
inclusive em questões judiciais ou administrativas;
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será
descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva,
independentemente da contribuição prevista em lei;
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo
de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do
mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.

Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de


colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.

ARTIGO 9º
É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de
exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.

§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das


necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.

ARTIGO 10º
É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos
em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.

ARTIGO 11º
Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes
com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.

Capítulo III
DA NACIONALIDADE
Introdução - Conceitos Básicos

• Nação - Agrupamento humano, em geral numeroso, cujos membros fixados num


território, são ligados por laços históricos, culturais, econômicos e lingüísticos.

• Território Nacional - Abrange o espaço aéreo, terrestre e marítimo.


O espaço terrestre é delimitado pelas fronteiras terrestres demarcadas por rios,
lagos, baias, golfos, ilhas, etc., formando o território propriamente dito.
O mar territorial e o espaço aéreo brasileiro tem como limite 200 (duzentos) milhas a
partir do continente.

O conceito de território é amplo, pois dele fazem parte os aviões civis e militares,
bem como navios de guerra ou mercantes, em qualquer lugar que se encontrem, ou em
território estrangeiro (aéreo ou marítimo).

• Nacionalidade - É a qualidade de nacional, isto é, do indivíduo que por


nascimento ou naturalização pertence a uma nação. A nacionalidade implica na
subordinação das pessoas às Leis internas de determinado país.
A nacionalidade pode ser classificada em primária ou originária e secundária.

Primária - É aquela que o indivíduo adquire ao nascer.

Secundária - É aquela obtida voluntariamente.

Exemplo:
Espanhol naturalizou-se brasileiro porque assim o quis.
A atribuição da nacionalidade obedece a dois critérios básicos: o "jus sanguinis" e
o "jus solis".

"Jus sanguinis" - (origem sanguínea, filiação). Segundo este critério, será nacional,
todo aquele que descende de nacionais, não importando o local do nascimento.
Por exemplo: Filhos de pais ingleses, são ingleses.

"Jus solis" (origem territorial, local do nascimento) conforme este critério, todo
aquele nascido no território de um país, independente da nacionalidade dos pais, será
nacional.
Por exemplo: Filhos de pais italianos nascidos no Brasil, são brasileiros.

Observação - A Constituição brasileira adotou o "jus solis" como regra, mas


também admite o "jus sanguinis".

• População: É o conjunto de habitantes de um pais, cidade ou região. Este


conceito engloba os nacionais e os estrangeiros.

Exemplo: População de Brasília.


• Cidadão - É o nacional (brasileiro nato ou naturalizado) no gozo de seus direitos
políticos e participante da vida do país.
Brasileiro Naturalizado - É aquele que adquire a nacionalidade brasileira
voluntariamente, desde que satisfaça os requisitos constitucionais legais.

ARTIGO 12º
São brasileiros
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde
que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer
deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que venham a
residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade
brasileira.

A exceção a regra do artigo 12º refere-se ao item a pois não serão considerados
brasileiros aqueles que nascem no Brasil e cujos pais são ambos estrangeiros. E que pelo
menos um deles, esteja no território brasileiro a serviço de seu país.

Com relação ao item b podemos observar que a Constituição adotou o "jus


sanguinis" com o critério funcional, ou seja, a necessidade de pai ou de mãe brasileiros,
natos ou naturalizados, estarem a serviço do Brasil. Tais serviços abrangem o serviço
diplomático, consular, serviços públicos prestados a autarquias, sociedades de economia
mista e empresas públicas no exterior.

Observação: Houve extensão do critério "jus sanguinis", pois se um dos pais for
brasileiro e o filho vier a residir no Brasil, mesmo tendo nascido no estrangeiro, será
considerado brasileiro. Exige-se apenas o registro em repartição competente (embaixada,
consulado) ou a residência no Brasil antes da maioridade.

II - naturalizados:

a) os que, na forma da Lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigida aos originários de


países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade
moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do
Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que
requeiram a nacionalidade brasileira.

§ 1º Aos portugueses com residência permanente no país, se houver reciprocidade


em favor dos brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro nato, salvo
nos casos previstos nesta Constituição;

§2º A Lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados,
salvo nos casos previstos pela Constituição;

§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

• de Presidente e Vice-Presidente da República;


• de Presidente da Câmara dos Deputados;
• de Presidente do Senado Federal;
• de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
• da carreira diplomática;
• de oficial das Forças Armadas.
• de Ministro de Estado da Defesa

Alguns cargos a Constituição considerou privativo de brasileiros natos, pela


importância de suas funções características, que se fossem desempenhadas por alguém
naturalizado, poderiam colocar em risco os interesses do país.
Por esta razão, a Constituição Brasileira fixou dois sistemas com a finalidade de
definir os cargos privativos de brasileiros natos: a linha sucessória (Presidente, Vice-
Presidente da República) e a segurança nacional, pois as funções exercidas pelas forças
armadas e pela diplomacia, são estratégicas para os negócios e a defesa do Estado.

§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

I - Tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade


nociva ao interesse nacional;
II -Adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:

a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela Lei estrangeira;

b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em


Estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o
exercício de direitos civis.

Atualmente já se admite a dupla nacionalidade. Assim, o brasileiro que venha


adquirir outra por sua vontade não perderá a nacionalidade brasileira.

ARTIGO 13º
A Língua Portuguesa é o Idioma Oficial da República Federativa do Brasil;

§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a Bandeira, o Hino, as Armas e


o Selo nacionais.

§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.

CAPÍTULO IV
DIREITOS POLÍTICOS
São direitos que disciplinam as formas de atuação da soberania popular, permitindo
aos cidadãos o exercício completo da liberdade de participação nos negócios políticos do
país, assegurando-lhes o direito de eleger seus governantes ou ocupar cargos políticos,
como também manifestar suas opiniões sobre o governo.

ARTIGO 14º
A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da Lei, mediante:

I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.

Sufrágio - É um direito que tem o cidadão de eleger, ser eleito e de participar da


organização e das atividades políticas, sociais, econômicas e administrativas do país.
O direito de sufrágio, é que permite que as pessoas elejam Vereadores, Prefeitos,
Deputados, Senadores, Governadores e o Presidente da República. É o aspecto principal
dos direitos políticos. Consiste na capacidade de eleger alguém para um cargo público
(elegibilidade) e o direito de votar (alistabilidade). O sufrágio é universal porque é
extensivo a todos os cidadãos

Atenção - As palavras sufrágio, voto e escrutínio, são muitas vezes utilizadas como
sinônimo, entretanto possuem sentidos diferentes, conforme esclarece o professor José
Afonso da Silva.

Voto - É o direito de exercer o sufrágio. É a maneira de expressar a vontade ou


opinião num processo decisório. É um dever sócio político, pois todo cidadão tem o dever
de expressar sua vontade para a escolha de seus governantes. O voto tem valor igual para
todos, pois todos tem o mesmo valor no processo eleitoral, independentemente de sexo,
cor, religião, idade, posição profissional ou sócio econômica.

Escrutínio - É a maneira como é realizada a votação (voto secreto, por aclamação,


etc).

Plebiscito - É uma votação prévia, submetendo uma resolução de grande interesse


nacional à apreciação dos eleitores, para que o resultado desta, seja submetido à votação
pelo congresso nacional. Esta manifestação normalmente é de caráter nacional, onde o
povo de posse de seus direitos políticos optam pelo sim ou pelo não.

Exemplo: Realização de plebiscito para consultar a população sobre mudanças de


limites de Municípios, Estados ou criação de novos.

O plebiscito visa consultar o povo antes que haja um ato já praticado pelo governo.

Referendo - Consiste em uma consulta posterior a determinado ato praticado pelo


governo. O referendo é realizado para aprovar ou reafirmar uma Lei, uma Constituição,
povo concorda ou não com uma decisão ou proposta do pais, representada pelo seu
governo.

Iniciativa Popular - É um ato por intermédio do qual os cidadãos (povo) propõem


uma Lei ou modificação de uma já existente.
Alistamento eleitoral é o procedimento que concede ao cidadão o direito de votar.

§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:

1 - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;


2 - facultativos para:

a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do


serviço militar obrigatório, os conscritos.

Os militares conscritos (convocados para o serviço militar obrigatório) não podem


votar. Já os militares profissionais podem votar e serem votados sem qualquer restrição.

§ 3º. São condições de elegibilidade, na forma da Lei:

I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária;
VI -a idade mínima de :

a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;


b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-
Prefeito e Juiz de Paz;
d) dezoito anos para Vereador.

§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os


Prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos poderão ser
reeleitos para um único período subseqüente.

§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores


de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos
até seis meses anteriores ao pleito.

§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes


consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República,
de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os
haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato
eletivo e candidato à reeleição.

§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:

I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;


II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se
eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de


sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para o exercício
do mandato, considerada a vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade
das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função,
cargo ou emprego na administração direta ou indireta.

§ 10º O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de
quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder
econômico, corrupção ou fraude.

§ 11º A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça,


respondendo o autor, na forma da Lei, se temerária ou de manifesta má-fé.

São inelegíveis também, todos aqueles sujeitos a condenação criminal enquanto


durarem seus efeitos, cancelamento de naturalização, declaração de incapacidade
absoluta e desonestidade quando atuando na administração.

ARTIGO 15º
É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos
casos de:

• cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;


• incapacidade civil absoluta;
• condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
• recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do
art. 5º, VIII;

• improbidade administrativa, nos termos do art. 37º, § 4º.


ARTIGO 16º
A Lei que altera o processo eleitoral só entrará em vigor um ano após sua
promulgação;

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Comentário
A palavra administração significa gerenciar (negócios públicos e particulares, dirigir, reger com
autoridade, governar). A administração pública pode ser definida como a atividade que o Estado
desenvolve para atender os interesses coletivos. É constituída por um conjunto de órgãos e de pessoas
jurídicas aos quais a Lei atribui o exercício da administração do Estado.
A administração pública compreende a administração direta e indireta

Administração Direta - É aquela que se constitui dos serviços integrados na estrutura


administrativa da Presidência da República e dos Ministérios. São os órgãos propriamente ditos
como por exemplo o Ministério da Saúde e a Secretaria da Receita Federal.
Administração Indireta - É aquela em que órgãos públicos se valem de órgãos intermediários,
criados por Leis específicas, para a realização dos serviços estatais. Compreendem as seguintes
categorias dotadas de personalidade jurídica própria: autarquias, fundações públicas, empresas
públicas e sociedades de economia mista.

Pessoa física - É o sujeito considerado regularmente como o sujeito de direitos.

Pessoa Jurídica - Entidade jurídica resultante de um agrupamento humano, organizado, estável e


que tem por finalidade a utilidade pública ou privada, e é completamente distinta dos indivíduos que
a compõe, sendo capaz de exercer direitos e contrair obrigações. As pessoas jurídicas podem ser de
direito público ou de direito privado.

Pessoa Jurídica de Direito Público - A União, os Estados e os Municípios.

Pessoa Jurídica de Direito Privado - Sociedades civis, mercantis, fundações, etc. Exemplos:
Indústrias, estabelecimentos comerciais, fundações beneficentes particulares, etc.

Autarquia

Comentário
A palavra autarquia vem do grego auto que significa "por si só" e arche "governo".

Autarquia - É uma entidade com personalidade jurídica e finalidade pública, autônoma e


desmembrada da administração, sujeita a fiscalização e tutela do Estado, com patrimônio e receita
própria cujo fim é executar serviços administrativos do Estado ou necessários a coletividade. As
autarquias se auto - administram mediante dirigentes nomeados pelo próprio Estado, e só podem ser
criadas por Lei, jamais por decreto ou resolução.

Exemplos de Autarquias: INSS, Caixa Econômica Federal e Banco Central.


Fundação (entidade fundacional) - É uma entidade autônoma, dotada de personalidade jurídica,
constituída por um complexo de bens, e destinada a fins de utilidade pública ou de beneficência. O
caráter da fundação é eminentemente patrimonial.

Patrimônio - É um conjunto de bens, materiais ou não, direitos, ações, posse. E tudo o mais que
pertença a uma pessoa ou empresa.

Existem Fundações de Direito Público e de Direito Privado.

As Fundações de Direito Público são aquelas criadas pelo Estado por Lei.

As de Direito Privado são criadas através de escritura pública ou por testamento.

Exemplo de Fundações Públicas: FUNAI (Fundação Nacional do Índio) - FEBEM (Fundação


Estadual do Bem Estar do Menor).

Comentário
Empresa Pública

A administração pública é responsável somente por aquelas atividades fundamentais para a vida em
sociedade, que os particulares isoladamente não conseguem levar a efeito.
A iniciativa particular nem sempre consegue reunir meios suficientes para realizar certos
empreendimentos ou por outro lado, pode não existir interesse de sua parte em realizá-los
Além disso, existem determinadas atividades que fazem parte de objetivos que envolvem a própria
segurança do país.
Nestes casos, o Estado intervêm criando empresas públicas destinadas a tais funções.
A empresa pública é uma entidade de personalidade jurídica de direito privado, criado por Lei para
exploração de atividade econômica, que o governo seja obrigado a exercer por força de contingência
ou interesse administrativo, possuindo patrimônio próprio e capital exclusivo da União.
Há empresas públicas, em que a União participa com a maioria do capital, mas admite no capital da
empresa outras pessoas jurídicas de direito público interno e Estados, Distrito Federal e Municípios.
A instituição de empresas públicas e disciplinada no artigo 37º incisos XIX, XX da Constituição
Federal.

Comentário
Sociedade de Economia Mista

São empresas onde existe colaboração entre o Estado e particulares, ambos reunindo recursos para
a realização de uma finalidade sempre de ordem econômica.
A razão de ser das sociedades de economia mista, é que nem sempre o Estado dispõe de recursos
suficientes para investir em determinado empreendimento, que de maneira direta ou indireta, visa o
interesse da sociedade.
O Estado então, associa a particulares objetivando a atender essas necessidades sociais, e os
particulares visando alcançar os objetivos pretendidos motivados pelo lucro.
A Sociedade de Economia Mista será sempre uma Sociedade Anônima (S.A.), sendo portanto pessoa
jurídica de direito privado.

Exemplo de Sociedade de Economia Mista: Banco do Brasil.

CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS

ARTIGO 37º

A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:"(Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Comentário
Princípio da Eficiência - A Emenda Constitucional de nº19/98 denominada de "Reforma
Administrativa" tornou expresso mais um princípio a ser observado pela administração
pública que é o "princípio da eficiência", o qual pode ser entendido como o dever de boa
administração.

A introdução do princípio da eficiência na Emenda Constitucional 19/98 (Reforma


Administrativa), tem por objetivo tornar a administração pública mais eficaz
proporcionando agilizar um melhor atendimento ao cidadão, com uma escalada cada vez
maior, no processo de desburocratização

Princípio da Legalidade - Este princípio, já apresentado no artigo 5º, inciso II, "ninguém
será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da Lei", aplica-se
a administração pública de forma rigorosa e especial para o administrador, pois tudo
deve ser realizado de acordo com Lei, sob pena de praticar um ato que viole a norma
jurídica. Portanto na administração pública só se pode fazer o que a Lei determina ou
autoriza.

Princípio da Impessoalidade - É um desdobramento do princípio da isonomia (artigo 5º -


caput)
O princípio da impessoalidade visa a garantir a neutralidade da administração,
proporcionando aos administradores, tratamento que afaste qualquer espécie de
discriminação ou favorecimento, pois qualquer ato deve ser de interesse público e nos
estritos termos da Lei, caso contrário estará sujeito a invalidação por desvio de
finalidade, por meio da ação popular.
O concurso para ingresso no serviço público, é um exemplo da aplicação prática deste
princípio, pois a administração é neutra, não havendo qualquer tipo de discriminação ou
favorecimento em benefício de alguém.
Princípio da Moralidade ou da Probidade Administrativa- Não se refere a moral comum
como a concebemos, mas a um conjunto de regras éticas que norteiam a Administração
Pública.
Este princípio exige que haja validade entre os meios empregados e os fins a atingir.

Por exemplo: O Estado deseja melhorar a segurança pública e os serviços de saúde.


Para alcançar seus objetivos, eleva os impostos para conseguir verbas com o objetivo de
comprar viaturas para a polícia e aumentar o número de investigadores e policiais
militares, bem como contratar médicos, e abrir novos postos de saúde.
Se a população receber tais benefícios com o aumento de impostos, a administração
estará satisfazendo o princípio da moralidade.

Princípio da Publicidade - É a divulgação de atos (Leis, Decretos, contratos


administrativos, etc.), para o conhecimento público em geral e início da produção de seus
efeitos.
A publicidade se faz nos diários oficiais da União, do Estado e do Município conforme a
competência ou por meio de editais afixados em lugares próprios para a divulgação dos
referidos atos, para que a coletividade em geral, deles tome conhecimento.
Estes atos exigem publicidade para adquirirem validade universal, isto é perante as
partes, terceiros e ao povo em geral, proporcionando ainda aos administradores o
conhecimento dos atos praticados pela administração.

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que


preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da
lei;" (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Comentário
A reforma administrativa tornou possível a um estrangeiro tornar-se funcionário público,
com o objetivo de atrair pesquisadores, técnicos especializados e professores, que
possam contribuir para com o desenvolvimento tecnológico do Brasil.
Cargos como contínuo, coletores de lixo, datilógrafos, também poderão ser ocupados por
estrangeiros, pois o texto constitucional não impõe limitações quanto a especificidade
dos cargos.
A Lei que disciplinará o ingresso de estrangeiros na administração pública, ainda não foi
promulgada.

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em


concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações
para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;" (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Comentário
Este inciso extinguiu as formas de provimento derivado vertical, como a ascensão, o
acesso e a promoção, mantendo apenas os provimentos derivados horizontais
(transferência, readaptação e remoção) por reingresso (reversão, aproveitamento,
reintegração e recondução).
Veja que, por ele, qualquer troca de cargo ou emprego público depende de aprovação
prévia em concurso público.
A Emenda à Constituição 19/98 abriu as portas, perigosamente, a realização de
concursos públicos simplificados, variáveis com a "natureza e a complexidade do cargo
ou emprego".
No caso das paraestatais, o concurso público tem o significado de processo seletivo, na
forma dos respectivos regulamentos internos, sendo necessário que haja, porém, e
necessariamente, competição e igualdade.
Ainda sobre esse inciso, na parte final, o STF julgou que criação de cargos em comissão
em moldes artificiais e não condizentes com a praxe configura inaceitável esvaziamento
da exigência constitucional do concurso publico.
Por este inciso, estão inconstitucionais:
• as transposições, sob qualquer fundamento;
• as diferenciações com base em idade e sexo, por ferir o art. 7º, XXX.
A não ser que o órgão que esteja realizando o concurso público demonstre que as
funções do cargos excluem determinadas faixas de idade.
Os concursos internos são constitucionais, desde que apenas se prestem a elevação de
servidor na carreira, por promoção ou acesso, conforme a lei.

III o prazo de validade do Concurso Público será de até dois anos, prorrogável uma
vez, por igual período;

Comentário
A Administração pode fixar qualquer prazo inicial para o concurso público, até dois anos,
contados, da abertura do certame, segundo Diógenes Gasparini.
Se o Edital nada disser sobre o prazo, presume-se que é fixado pelo teto.
A renovação única deverá ser no máximo pelo prazo inicialmente determinado:
Se um ano, por outro;
Se dois meses, por outros dois meses.

IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele


aprovado em Concurso Público de provas ou de provas e títulos será convocado com
prioridade sobre novos concursados, para assumir cargo ou emprego, na carreira.
Comentário
O Concurso Público é o único meio para alguém ingressar no serviço público. A nova
Constituição impõe a necessidade do Concurso Público para todos aqueles que desejam
ingressar nos quadros públicos de pessoal, excetuada a nomeação para cargos
declarados em Lei, de provimento em comissão, que pela sua natureza, inviabilizariam a
realização do certame
O concurso deve ser público, extensivo a todos aqueles que preencham os requisitos
dispostos na Lei e no correspondente edital, ao qual se impõe ampla publicidade, sendo
vedado, pois, o denominado concurso interno restritos aos que já são servidores
públicos.
Diz-nos, ainda, o texto constitucional que o concurso deve ser de provas ou de provas e
títulos. A pontuação atribuída aos títulos não deve superar a conferida as provas, a fim de
que a aprovação seja decidida pela competição das provas e os títulos computados
apenas para classificação.
Nesta modalidade, os candidatos deverão apresentar seus títulos (doutor, mestre,
especialista), livros publicados, teses defendidas, aprovação em outros Concursos
Públicos, etc.

Nomeação - É o ato formal pelo qual o poder público atribui um cargo a pessoa estranha
a seus quadros de pessoal.

Exoneração - É a dispensa de um funcionário público não estável (nomeado), deliberado


a juízo exclusivo da autoridade competente.

Comissão - Preenchimento de cargo ou função em caráter temporário, através de


nomeação, por um funcionário pertencente a administração pública, com a finalidade de
prestigiar os quadros públicos de pessoal.

Observação: Tanto a nomeação quanto a exoneração dos ocupantes dos cargos são
livres, não havendo portanto estabilidade.
Não é proibida a abertura de novos concursos dentro do prazo de validade de outros,
mesmo que ainda haja candidato aprovado. A constituição apenas proíbe que os
aprovados no novo certame sejam convocados antes dos habilitados pelo anterior,
durante o prazo de validade daquele.
O inciso IV assegura o direito de convocação (direito de não ser preterido) aos aprovados
no Concurso Público, durante o prazo estabelecido no edital de convocação, que é
improrrogável, podendo ser dilatado apenas uma única vez.
Tais prazos são distintos, sendo que no primeiro período de validade não pode ser
realizado outro concurso. No segundo período de validade (prorrogação) e daí para a
frente, a administração poderá realizar novo concurso, mas estará obrigada a respeitar a
prioridade dos concursados aprovados no concurso anterior, para somente depois
admitir os aprovados no novo concurso.

V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de


cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira
nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às
atribuições de direção, chefia e assessoramento;"
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Comentário
A redação da EC-19/98 veio eliminar o aconselhamento contido na redação original da
Constituição, onde se dizia que os cargos em comissão e as funções de confiança seriam
exercidos, "preferencialmente", por servidores de carreira, previsão essa que
reconhecemos inócua nas edições anteriores a este material. A nova redação dada pela
Emenda citada, tecnicamente superior à anterior, estabelece que as funções de confiança
são exclusivas de servidores de carreira; em outra passagem, separando os tipos que
não deveriam estar juntos, prevê que os cargos de provimento em comissão destinam-se
apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento, no que anda bem, já que o
Supremo Tribunal Federal vem decidindo, e a partir dele outros Tribunais, que não é
qualquer cargo que pode ser provido em comissão, mesmo que assim esteja previsto em
lei, sendo que somente se admite essa forma de provimento para cargos com
determinadas atribuições, as quais são, em síntese, as contidas na nova redação deste
dispositivo. Ainda, é determinado que os cargos em comissão serão ocupados por um
mínimo de servidores de carreira, percentual esse que deverá ser fixado em lei. As vagas
restantes são de provimento livre.

VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;

Comentário
Mas não ao servidor público militar, segundo o art. 42, § 5º.

VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
específica;" (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Comentário
Tem-se aqui norma de eficácia limitada, segundo resultou do julgamento, pelo STF, do
mandato de injunção nº 20. Segundo o entendimento do STF, somente após o advento
dessa lei complementar será lícito ao servidor fazer greve, mas o STJ, julgando o MS
2.677, afirmou o contrário, reconhecendo o direito à greve sem que se exija a lei
complementar referida, cuja ausência será suprida pelos princípios jurídicos e pela
legislação que disciplinar a matéria.
Com o advento da Emenda à Constituição 19, esse assunto deixa de ser objeto de lei
complementar, passando a poder ser cuidado por lei ordinária específica. A sua condição
de eficácia, contudo, permanece a mesma.
Desse choque de orientações jurisprudências prevalece a do Supremo Tribunal Federal,
guardião da Constituição que é, nos termos do art. 102, caput.

VIII - a Lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas de
deficiência e definirá os critérios de sua admissão.
Comentário
São poucas as funções de confiança e cargos em comissão exercidas exclusivamente
por servidores públicos efetivados no cargo. Tais funções destinam-se a atribuições de
direção, chefia e assessoramento.

O inciso VI e o VII representam importantes inovações no plano constitucional.


O inciso VI confere a todo servidor público, o direito a sindicalização, do qual não gozava
anteriormente.
O inciso VII por sua vez, estende ao servidor público o direito de greve, desde que, na
forma da Lei, fiquem preservados as atividades essenciais.
O inciso VIII trata de outra novidade constitucional, que visa a assegurar o ingresso do
deficiente físico no funcionalismo público, reservando para estes cargos compatíveis as
suas deficiências e aptidões profissionais.
A necessidade de Lei para assegurar ao deficiente acesso ao serviço público, parece a
primeira vista dispensável. Isto porque, recusar a admissão de deficientes em cargos,
funções ou empregos públicos, desde que reunam condições para exercê-los, seria
incorrer em discriminação afrontosa a própria Lei Magna (artigo 5º "caput") dos direitos e
garantias fundamentais, já mencionados diversas vezes em nosso estudo.
O estatuto do servidor público civil, Lei 8112/90 determina que sejam reservadas 20% das
vagas aos deficientes.

IX - a Lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado por


necessidade temporária de excepcional interesse público.
Comentário
Deverão ser atendidos, nesses casos, os princípios da razoabilidade e da moralidade. O
contratado sob este fundamento não é beneficiado nem pode reivindicar qualquer direito
à permanência no serviço público, sendo impositivo, para isso, a submissão ao concurso
público de provas ou provas e títulos.

Há períodos no serviço público que o volume de tarefas a serem realizadas, torna-se


desproporcional em relação ao número de funcionários públicos. É quando a
administração adota como solução temporária, a contratação de profissionais
objetivando a atender o interesse público;

Estes funcionários contratados obedecerão ao regime da C.L.T. (Consolidação das Leis


Trabalhistas), e portanto sem direito a estabilidade.

X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39


somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa
privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem
distinção de índices;" (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Comentário
A remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do artigo 39
(consultar), somente poderão ser alteradas ou fixadas mediante Lei específica, levando-
se em consideração as remunerações respectivas devidas aos Ministros de Estado,
Secretários Estaduais e Municipais.
Sendo ainda assegurada revisão geral sempre na mesma data e sem diferenças de
índices.

Subsídio - É uma ajuda financeira concedida pelos governos Federal, Estadual e


Municipal, destinada a remunerar o Presidente, Vice-Presidente da República, Ministros e
os membros que integram o Poder Legislativo: Senadores, Deputados Federais,
Deputados Estaduais e Vereadores.
O subsídio é dividido em duas partes: uma fixa que se paga mensalmente no decurso do
ano e outra variável correspondente ao comparecimento nas sessões.
Esta remuneração por sessão é designada como cédula, mais conhecida como "jeton". É
uma bonificação de presença não recebendo-a os deputados e senadores que não
comparecem as chamadas.
O subsídio difere da ajuda de custo e das contribuições devida pela presença nas
sessões. A ajuda de custo visa o ressarcimento dos gastos com transporte e instalação.

XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos


públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie
remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou
de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como li-mite, nos Municípios, o
subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do
Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e
Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o sub-sídio dos Desembargadores do Tribunal
de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio
mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tri-bunal Federal, no âmbito do Poder
Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e
aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

Comentário
Cumpre-se ressaltar que o direito adquirido será preservado, mesmo porque se constitui
em cláusula pétrea da Constituição Federal, não podendo portanto ser alterada por
emendas constitucionais.
Consequentemente, quem tiver vencimentos superiores aos dos Ministros do Supremo
Tribunal Federal continuará a recebê-los, pois a Lei não tem efeito retroativo,
especialmente no que se refere a esse direito. O Supremo Tribunal Federal decidiu que a
norma do artigo 29 da emenda constitucional nº 19/1998 não é auto-aplicável, declarando
que esta regra será amplamente discutida, depois que for editada Lei pelo Congresso
Nacional, que deverá resultar de projeto de iniciativa conjunta do Presidente da
República, do Presidente da Câmara dos Deputados, do Presidente do Senado e do
Presidente do Supremo Tribunal Federal.

Vencimentos - Este termo é utilizado na prática como sinônimo de remuneração.

Provento - Rendimento.

XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não


poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.
Comentário
Através desse inciso verificamos que a atual Constituição garante que os funcionários
públicos de todos os poderes (executivo, Legislativo, Judiciário) que exercerem
atividades semelhantes terão vencimentos equiparados.
Esses vencimentos não poderão ser superiores aos pagos pelo poder executivo.

Exemplo:
Um faxineiro do poder legislativo, não poderá ganhar mais que o faxineiro do poder
executivo

XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias


para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público;"
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Comentário
A Constituição atual proíbe a vinculação de vencimentos (remuneração) entre categorias
de funcionários, o que era permitido pela Constituição anterior. Por exemplo: Estabelecia-
se que os fiscais ganhariam 50% do que recebiam os Secretários de Estado. Então,
quando estes últimos recebiam aumento, os primeiros automaticamente eram
aumentados.
Atualmente a Constituição proíbe este tipo de vinculação relativa aos vencimentos, bem
como a equiparação.

XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão


computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;"
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Comentário
Os acréscimos pecuniários ao padrão de vencimentos dos servidores públicos são
admitidos pela Constituição, que proíbe porém, seu cômputo ou acumulação para fins de
acréscimos ulteriores. É a proibição do chamado "repique" que consiste na incidência de
adicionais sobre adicionais.
Vale dizer que só podem ser recebidos singelamente sem acumulações de qualquer
natureza, isto é, não se somam ao vencimento para constituição da base sobre a qual
eles mesmos incidiram.

Como era
Um servidor público cujo vencimento fosse de R$ 500,00 e recebesse três quinqüênios,
sendo cada um dos adicionais equivalente a 5% do salário, receberia;
1o quinqüênio
R$ 500,00 + 25,00 ( 5% sobre o salário base que é R$ 500,00 ) = R$ 525,00
2o quinqüênio
R$ 525,00 + 26,25 ( 5% sobre a nova base que agora é R$ 525,00 ) = R$ 551,25
3o quinqüênio
R$ 551,25 + 27,56 ( 5% sobre a nova base que agora é R$ 551,25 ) = R$ 578,81

Como é agora
1o quinqüênio
R$ 500,00 + 25,00 ( 5% sobre o salário base de R$ 500,00 ) = R$ 525,00
2o quinqüênio
R$ 525,00 + 25,00 ( 5% sobre o salário base de R$ 500,00 ) = R$ 550,00
3o quinqüênio
R$ 550,00 + 25,00 ( 5% sobre o salário base de R$ 500,00 ) = R$ 575,00
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são
irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º,
150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;"
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Comentário
A expressão observado em qualquer caso o disposto no inciso XI, quer dizer que, a soma
do "salário" dos dois cargos públicos não poderá exceder "o subsídio mensal em
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal".

"XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando


houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

a) a de dois cargos de professor;


b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos privativos de médico;"
Comentário
Conforme o dispositivo, um professor pode lecionar em duas escolas públicas. Assim,
se foi aprovado em dois concursos públicos, um da rede municipal de ensino e outro da
rede estadual, poderá acumular dois cargos, lecionando numa escola municipal e
também numa escola estadual. Poderá também lecionar em duas escolas municipais ou
em duas escolas estaduais ou federais.
Um técnico ou cientista pode acumular dois cargos públicos remunerados, desde que o
outro seja o de professor. É o caso, por exemplo, de um pesquisador da Fapesp
( Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo ) que lecione numa
Universidade Estadual ou Federal.
O médico poderá ocupar também dois cargos privativos de médico. Isto significa que ele
poderá exercer, por exemplo, suas atividades em dois hospitais públicos; um estadual e
outro municipal ou federal. O que a Constituição não permite é que ele ocupe dois cargos
públicos, sendo um deles diferente do cargo de médico, como por exemplo, ser médico
de um hospital estadual e chefe de serviço de contas a pagar da prefeitura de sua cidade.

OBS: Cargos Privativos - São cargos que só podem ser ocupados por pessoas que
tenham diploma e habilitação para o exercício de determinada profissão. Portanto, o
cargo privativo de médico é aquele que só pode ser ocupado por alguém que seja
diplomado e habilitado para o exercício da medicina.

XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias,


fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e
sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Comentário
Inciso que alarga a expressivamente a regra da inacumulabilidade, para abranger também
a administração indireta.
A nova redação deste dispositivo, imposta pela Emenda à Constituição nº 19/98, veio
alargar ainda mais o âmbito da inacumulabilidade, para incluir nas regras também cargos
nas subsidiárias de entidades da administração indireta e as sociedades controladas,
direta ou indiretamente, pelo Poder Público.

XVIII - a administração fazendária e seus serviços fiscais terão, dentro de suas áreas
de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na
forma da Lei; a Constituição assegura à Fazenda Pública e seus fiscais, prioridade sobre
qualquer outro setor da administração, significando que poderão ter acesso a todo tipo
de informação, mesmo aquela que deveria ser comunicada a outra repartição pública.
Assim, os servidores públicos responsáveis pela fiscalização, devem ter acesso a tudo
que se refere ao dinheiro público, para verificar se os tributos estão sendo pagos ou não
ou adotar medidas judiciais para cobrança de tributos não recolhidos.
Comentário
Inciso que assegura privilégio interno, administrativo, aos servidores da Fazenda e aos
demais que exerçam atividades a ela ligadas.

XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição
de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;"
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Comentário
Somente por Lei específica poderá ser criada Autarquia e autorizada a instituição de
Empresa Pública, de Sociedade de Economia Mista e de Fundação, cabendo à Lei
Complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação. A reforma
administrativa estabeleceu que as autarquias somente poderão ser criadas por meio de
Lei específica, isto é, especial.
Para a criação de Empresa Pública, de Sociedade de Economia Mista e de Fundação, há
necessidade também de Lei específica, autorizando o governo a criá-las, o que se dará
naturalmente por Decreto.
Finalmente, a área de atuação de uma Fundação Pública deverá ser definida em Lei
Complementar.

Lei Complementar - Lei elaborada pelo Presidente da República, por comissão do


Congresso Nacional, ou de qualquer de suas casas.
Decreto - determinação escrita, emanada do chefe do Estado, ou de outra autoridade
superior.

XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das


entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas
em empresa privada;
Comentário
A primeira conclusão que se impõe é a de que, para criar subsidiárias das entidades
mencionadas no inciso anterior, não se poderá usar lei. Se isso fosse possível, a redação
seria tão clara quanto é a do inciso anterior, onde se fala de "lei". Mas não. Aqui, o que se
exige, é uma autorização legislativa, que, por ser autorização, pressupõe um pedido, e
que será uma manifestação do Legislativo diferente de lei, assumindo a forma de decreto
legislativo.

XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras


e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure
igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da
Lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
Comentário
A contratação de empresas pela administração pública para a construção de obras,
serviços, compras e alienações é realizada mediante processo de licitação pública
(concorrência pública).
O processo de licitação é democrático, pois assegura a todos os concorrentes
igualdades de condições para obtenção do contrato. Por outro lado, esta forma de
seleção possibilita a administração pública contratar a empresa que oferecer o melhor
serviço pelo menor preço.

§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos


públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não
podendo constar nomes, símbolos ou imagens, que caracterizem promoção pessoal de
autoridades ou servidores públicos.
Comentário
Expressão da impessoalidade administrativa. Qualquer sinal indicativo, frase, palavra ou
o que quer que seja, que leve à identificação da pessoa que exerça atividade pública é
inconstitucional. Note que nada se fala quanto à possibilidade de identificação de
entidade, como partido político, por exemplo, que, por isso, poderá ser feita, a princípio.

§ 2º - A não-observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e


a punição de autoridade responsável, nos termos da Lei.
Comentário
O que se pune aqui é a inobservância dos princípios referentes ao concurso público. A
nulidade do ato não está condicionada a um determinado tempo, pelo que poderá ser
reconhecida e declarada a qualquer momento.

§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública


direta e indireta, regulando especialmente:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas


a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e
interna, da qualidade dos serviços;
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de
governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo,
emprego ou função na administração pública."
Comentário
Usuário é cada um daqueles que usam ou desfrutam alguma coisa coletiva, ligada a um
serviço público ou particular, exercendo seu direito de uso.
A participação do cidadão na administração pública, será prevista na Lei que
regulamentará seu acesso aos registros administrativos, bem como as informações
sobre atos do governo, observado o disposto no artigo 5º, inciso X e XXXIII, incluindo a
representação contra o servidor que abusar do cargo que ocupa ou for negligente para
com seus deveres.
A Lei, preverá também o encaminhamento de reclamações relativos a prestação de
serviços públicos em geral.

§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos


políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao
erário, na forma e gradação previstas em Lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

§ 5º - A Lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer


agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas
ações de ressarcimento.
Comentário
Improbidade significa mau caráter, desonestidade, maldade. No que concerne ao assunto
em pauta, improbidade administrativa é a desonestidade praticada na administração, por
qualquer agente servidor público ou não, que será punida com a suspensão dos direitos
políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao
erário, na forma e gradação previstas em Lei, e ainda sofrendo o agente a ação penal
cabível.
O parágrafo 5º assegura que a Lei estabelecerá os prazos de prescrição para os ilícitos
praticados, ressalvando-se as respectivas ações de ressarcimento. Ora, todo direito deve
ser exercido dentro de um determinado espaço de tempo, caso contrário ocorrerá a
prescrição, isto é, este direito não poderá mais ser exercitado.
Portanto, se o poder público não processar e punir o agente da infração dentro de um
prazo pré-fixado em Lei, não mais poderá fazê-lo.
Por determinação constitucional será criada uma Lei que fixará os prazos
constitucionais.
A Lei 8424/92 de junho de 1992 disciplinou a responsabilidade civil daqueles servidores
públicos que cometerem atos de improbidade administrativa. Para tais atos os prazos
prescricionais estão definidos no art. 23 que dispõe que "as ações destinadas a levar a
efeito as sanções previstas nesta Lei podem ser propostas":

I - Até cinco (5) anos após o término do exercício do mandato, de cargo em comissão
ou de função de confiança.
II - Dentro do prazo prescricional previsto em Lei específica, para faltas disciplinares
puníveis a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego

§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de


serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos
de dolo ou culpa.
Comentário
Os serviços públicos são prestados tanto pelas pessoas jurídicas de direito público
(União, Estado, Município), como pelas pessoas jurídicas de direito privado (industrias,
estabelecimentos comerciais, enfim, particulares em geral).
Se na execução desses serviços, for constatado algum prejuízo a qualquer pessoa, esta
deverá ser indenizada
Essa indenização será paga pelo prestador de serviço seja ele administração pública ou o
particular. Caso esse último não possuir condições financeiras para ressarcir o prejuízo
pelo qual é responsável, a administração pública arcará com a indenização.
Entretanto, é importante ressaltar que o causador do dano, seja ele um funcionário
público ou funcionário de uma empresa particular, poderão ser obrigados a pagar o
prejuízo que causaram caso fique provado dolo ou culpa
Nestas circunstâncias o dispositivo assegura o direito de regresso do valor
correspondente ao dano que foi causa de indenização contra os responsáveis nos casos
de dolo ou culpa, pois os valores pagos pela administração pública ou particulares a
título de indenização, deverão ser cobrados do funcionário público ou particular para
reembolsar o valor da indenização que foi paga
A única hipótese para que a administração não indenize ou indenize com valor menor que
o prejuízo, somente ocorrerá caso ela provar a culpa ou dolo da empresa particular.

§ 7º - A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou


emprego da administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações
privilegiadas."Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98:
Comentário
É óbvio que a administração pública constitui-se num núcleo de informações
extremamente importantes e, que se forem conhecidas por indivíduos inescrupulosos,
poderão trazer prejuízos as pessoas, ao país, bem como poderá beneficiar de forma
criminosa àqueles que conseguirem a posse dessas informações.
O conteúdo do parágrafo é claro, pois determina que Lei Ordinária estabelecerá
condições especiais para a ocupação do cargo onde seu titular tenha acesso a
informações privilegiadas. Um dos objetivos ao que parece se refere aos cargos de
direção ou chefia superior.

Exemplo: Um funcionário do Banco Central que tomando ciência com antecipação que o
dólar seria valorizado em relação ao real dentro de poucos dias, comprasse, baseado
nessa informação, alguns milhares de dólares conseguindo assim um lucro significativo
com esta operação.

§ 8º - A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da


administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado
entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de
desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98:

I - o prazo de duração do contrato;


II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e
responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal."
Comentário
A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da
administração direta e indireta poderá ser ampliada, permitindo assim, que as metas
fixadas de desempenho sejam atingidas, gerando maior eficiência na prestação dos
serviços públicos típicos e atípicos.
O parágrafo em pauta refere-se a APO (Administração por Objetivos), corrente
administrativa cuja ideologia é transferir a atenção e os esforços dos dirigentes, das
atividades para os objetivos.
O dispositivo, refere-se também a duração do contrato, fator significativo e indicador de
que haverá prazo estabelecido para o cumprimento das metas, bem como mecanismos
pré-estabelecidos de fiscalização e controle.
Quanto a remuneração da pessoa, esta poderá ter um tratamento diferenciado em relação
as regras gerais, sugerindo este parágrafo que esta remuneração seja relacionada as
entidades da administração indireta, como as Sociedades de Economia Mista e Empresas
Públicas, que poderão remunerar seus funcionários com valores superiores à aqueles
fixados pela própria Constituição, alegando que precisam captar no mercado,
profissionais de alto nível cuja remuneração nas empresas privadas de destaque, são
geralmente mais elevados que o teto pago pelos serviços públicos.

§ 9º - O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de


economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do
Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de
custeio em geral."
Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98:
Comentário
De notável nesse parágrafo é o fato de ele isentar as entidades para-estatais dos tetos de
remuneração previsto pela Constituição Federal que corresponde ao salário dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal .

§ 10 - É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria


decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou
função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os
cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
exoneração."
Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98:
Comentário
Antes desse parágrafo ser acrescentado pela Emenda Constitucional nº 20 /98 (Reforma
da Previdência), era ato comum, que funcionários se aposentassem com tempo especial
de aposentadoria.
Caso conquistassem um novo cargo público através de concurso, além de gozar dos
benefícios da aposentadoria passavam a receber também os vencimentos do novo cargo.
Portanto, recebiam duas remunerações distintas, uma referente a aposentadoria e a outra
do novo cargo ocupado.
Atualmente, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal, foi proibida a acumulação
de proventos de aposentadoria e de vencimentos, ressalvados apenas os cargos
acumuláveis na forma da Constituição atual, os cargos eletivos e os cargos em comissão
declarados em Lei de livre nomeação e exoneração.

Neste parágrafo três fatos podem ser evidenciados:

A Emenda Constitucional 20 / 98 assegurou expressamente, o direito adquirido aos


membros do poder e aos inativos, servidores e militares.
O artigo 11 da Emenda 20 / 98 dispõe que "a vedação prevista no art. 37 § 10, da
Constituição, não se aplica aos membros do poder e aos inativos, servidores e militares,
que até a publicação desta Emenda tenham ingressado novamente no serviço público por
concurso público em provas ou de provas de títulos, e pelas demais formas previstas na
Constituição, sendo-lhes proibida a percepção de mais de uma aposentadoria pelo
regime de previdência ao que se refere o art. 40 da Constituição, aplicando-se-lhes, em
qualquer hipótese, o limite de que trata o parágrafo 11 desse mesmo artigo.

Ora, o Inciso 11 do art. 37 refere-se ao teto salarial previsto pela Constituição e que
corresponde ao do Ministro do Supremo Tribunal Federal. Portanto é evidente que a
soma dos proventos da aposentadoria mais os vencimentos oriundos do novo cargo,
jamais poderão superar ao salário do Ministro do Supremo Tribunal Federal.
Por outro lado, o servidor aposentado e que foi nomeado após ser aprovado em um novo
Concurso Público, não poderá se aposentar no novo cargo, pois de acordo com o regime
de previdência do servidor público (art. 40 / CF ficou proibida o recebimento de mais de
uma aposentadoria).

§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o
inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 05/07/2005:

§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado
aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas
Constituições e Lei Or gânica, como limite único, o subsídio mensal dos
Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e
cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal
Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados
Estaduais e Distritais e dos Vereadores." (NR)
Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 05/07/2005:

ARTIGO 38°

Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de


mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:"
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu


cargo, emprego ou função;

II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função


sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;

III - investido no mandato do Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceber


as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo
eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;

IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu
tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por
merecimento;
Comentário
Quando o servidor público tiver que se afastar da administração para exercer um cargo
eletivo, seu tempo de serviço será contado para fins de aposentadoria, acréscimos
salariais e promoção por antiguidade. Entretanto, o tempo em que o servidor exercer o
cargo eletivo não será contado para efeito de promoção por merecimento, porque não
haveria o que avaliar, pois durante esse tempo o servidor esteve afastado do cargo.

V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão


determinados como se no exercício estivesse.
Comentário
Reza este artigo, que o servidor que for eleito para qualquer cargo de mandato eletivo,
ficará afastado de seu cargo, retomando-o após o término do mandato.
Quanto a remuneração, se for eleito prefeito, poderá optar entre a remuneração
correspondente ao seu cargo de funcionário público e a de prefeito.
Se for eleito vereador, havendo compatibilidade de horários, poderá continuar exercendo
suas funções como servidor público, percebendo as vantagens de seu cargo, mais as do
cargo eletivo.
Caso os horários sejam incompatíveis, será aplicada a norma do inciso II (anterior).
Em casos de afastamento do cargo eletivo, qualquer que seja o motivo, os benefícios
serão pagos com base no salário do cargo de servidor e não com base no salário
referente ao cargo de mandato eletivo.
A remuneração durante o mandato, não será considerada para fins previdenciários, tanto
é que se o servidor for eleito deputado e morrer durante sua gestão, seus dependentes
não receberão a pensão com base no valor do salário de deputado, mas sim sobre a
quantia com a qual venha contribuindo como servidor público.

ARTIGO 39°
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de
política de administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores
designados pelos respectivos Poderes."
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Comentário
Este conselho de política de administração, é um órgão criado com a incumbência de
opinar sobre a política de recursos humanos da administração pública, incluindo planos
de carreira, direitos e deveres, critérios de promoção, disciplina e remuneração.
A legitimidade de representação deste conselho é traduzida pelo fato de que o mesmo é
integrado por servidores públicos.

§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema


remuneratório observará:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de


cada carreira;
II - os requisitos para a investidura;
III - as peculiaridades dos cargos."
Comentário
Neste parágrafo, pode-se perceber a preocupação da reforma administrativa para com a
profissionalização do funcionário público, proporcionando-lhe remuneração condizente
com a complexidade, natureza, grau de responsabilidade e características do cargo.

§ 2º - A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a


formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação
nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a
celebração de convênios ou contratos entre os entes federados."
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Comentário
Esta é uma iniciativa importante para a melhoria dos serviços públicos, pois estimula o
servidor a enriquecer seus conhecimentos e consequentemente melhorar seu
desempenho profissional.

§ 3º - Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV,
VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer
requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir."
Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98:
Comentário
No que se refere aos direitos do servidor público, foram excluídos o direito a
irredutibilidade do salário e os adicionais de insalubridade e periculosidade, subsistindo
porém alguns direitos sociais em favor do funcionário público e que foram também
previstos para o trabalhador comum.

Estes direitos estão abaixo elencados:


- salário mínimo
- garantia de salário mínimo
- décimo terceiro salário
- adicional noturno
- salário-família para seus dependentes
- jornada diária de trabalho de no máximo 8 horas e 44 horas semanais
- repouso semanal remunerado
- horas extras
- férias
- licença à gestante
- licença-paternidade
- proteção ao trabalho da mulher
- segurança de trabalho
- igualdade legal.

§ 4º- O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os


Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio
fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono,
prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer
caso, o disposto no art. 37, X e XI."
Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98:
Comentário
Remuneração por subsídio fixado em parcela única, significa remuneração fixa, pré-
estabelecida, sem acréscimo de qualquer gratificação adicional, abono, prêmio, verba de
representação, etc.
O objetivo de se ter estabelecido a remuneração "por subsídio fixado em parcela única"
está ligado ao fato de que haviam pessoas que trabalhavam na administração pública ,
recebendo salários de pequena monta, que, acrescidos de adicionais, abonos, verbas de
representação, etc, acabavam por receber salários muito mais elevados. A adoção desse
tipo de remuneração representa um movimento moralizador na administração.

§ 5º - Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá


estabelecer a relação entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos,
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI."
Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98:
Comentário
Curiosamente, a redação facultada as entidades estatais estabelecer, ou não, por lei
ordinária, um padrão de diferença entre a menor e a maior remuneração dos servidores
públicos, que seria condicionante dos trabalhos dos conselhos de política de
administração e remuneração de pessoal.

§ 6º - Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os


valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos."
Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98:
Comentário
O parágrafo em epígrafe aborda dois aspectos:
- expor à população como o funcionário é remunerado;
- tornar efetivo o princípio da publicidade.

§ 7º - Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a


aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes
em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas
de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização,
reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional
ou prêmio de produtividade.
Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98:
Comentário
O texto demonstra mais uma vez, a preocupação do Estado com a melhoria de seus
serviços, pois prevê que os recursos orçamentários provenientes da economia corrente
de cada órgão, autarquia, fundação, etc., sejam empregados para o treinamento e
desenvolvimento dos servidores, programas de qualidade e produtividade, e para o
reaparelhamento e racionalização do serviço público. Parte desses recursos deve ser
destinada para adicionais (acréscimos salariais) ou para prêmios de produtividade.

§ 8º - A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser


fixada nos termos do § 4º.
Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98:

Comentário
A EC-19 abre aqui, a possibilidade de instituição de política remuneratória que suprima
absolutamente o pagamento de quaisquer gratificações ou adicionais aos servidores e
empregados públicos. Isso é especialmente importante quando se constata que, hoje,
praticamente todas as carreiras têm vencimentos básicos fixados em valores modestos,
os quais são expressivamente inflados pela soma de um sem-número de gratificações,
diferenças, adicionais, verbas e funções.

ARTIGO 40°
Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de
previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente
público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

Comentário
O objetivo deste novo texto constitucional, é assegurar condições para que o dinheiro
arrecadado por meios de contribuições previdenciárias, sejam utilizados de maneira
criteriosa, de modo a preservar o equilíbrio financeiro, e proporcionar os meios
suficientes para custear os pagamentos das aposentadorias e pensões dos servidores,
procurando-se assim evitar a importação de recursos obtidos com o recolhimento de
tributos (impostos, taxas contribuições). De maneira idêntica as empresas de iniciativa
privada, onde as pensões e aposentadorias são custeadas pelos empregados e
empregadores, o servidor público e seu empregador (União), também passam a
contribuir em conjunto para pagar suas pensões e aposentadorias. Entretanto existe
preocupação com a falta de dinheiro que a União, alguns estados, o Distrito Federal e os
municípios, eventualmente venham a sofrer para o pagamento dos proventos de
aposentadorias e pensões de seus servidores e, por esta razão autorizou que qualquer
um deles (União, Estado, Distrito Federal e Municípios), possam constituir algumas
fontes de recursos adicionais, o que se fará mediante Lei, uma vez que se trata de
gerenciamento de dinheiro público estabelecido pela Constituição.

O artigo 249º é claro neste sentido, pois reza que:


O Artigo 249 diz:

Art. 249. Com o objetivo de assegurar recursos para o pagamento de proventos de aposentadoria e
pensões concedidas aos respectivos servidores e seus dependentes, em adição aos recursos dos
respectivos tesouros, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão constituir fundos
integrados pelos recursos provenientes de contribuições e por bens, direitos e ativos de qualquer natureza,
mediante lei que disporá sobre a natureza e administração desses fundos. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)

§ 1º do ARTIGO 40°
Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão
aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§
3º e 17: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de
contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou
doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)

Comentário
Neste item vale comentar que se o servidor sofreu um acidente grave não relacionado ao
seu serviço, portanto não caracterizado como acidente de trabalho, mas que lhe
ocasionou invalidez permanente, seus proventos serão proporcionais ao tempo que
contribuiu no exercício de seu cargo.
É o caso por exemplo, de um servidor público que no final de semana, sofresse um
acidente, causando-lhe sérias lesões neurológicas, obrigando-o a se aposentar por
invalidez.
Ora, se este servidor contribuiu durante 18 anos, e sendo 35 anos a regra para se
aposentar integralmente, receberá seus proventos de aposentadoria fracionada, isto é,
apenas 18/35.
II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao
tempo de contribuição; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo
exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a
aposentadoria, observadas as seguintes condições: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 15/12/98)

Comentário
Esta inovação pôs fim à aposentadoria integral por tempo de serviço, preservando a
aposentadoria proporcional à idade, porém a vinculou ao tempo de contribuição e não
mais ao tempo de serviço, como fazia anteriormente.
Esta é outra oportunidade do servidor público se aposentar, mesmo que não tenha
completado o tempo de serviço/contribuição. Esta opção de aposentadoria, só acontecerá
depois que os servidores de ambos os sexos, alcançarem as idades respectivas de 65 e
60 anos.
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta e
cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 15/12/98)

b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher,


com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 2º do ARTIGO 40°.
Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não
poderão exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a
aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

Comentário
Antigamente havia casos de aposentados que passavam a ganhar mais que aqueles que
estavam na ativa, pois existiam casos de servidores que eram promovidos com
aposentadoria. Atualmente, conforme o parágrafo 2º do art. 40, o servidor que se
aposentar não poderá receber mais do que recebia quando estava na ativa, o mesmo
ocorrendo com a viúva , que não poderá receber pensão maior do que o marido recebia
quando ocupava seu cargo.

§ 3º do ARTIGO 40°
observa que:
Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão
consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor
aos regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
Comentário
Esta Lei determina como serão efetuados os cálculos dos proventos da aposentadoria,
mas o valor deste nunca será superior ao valor total que o servidor recebia na ativa.

Veja na íntegra o que diz o artigo 201 da Constituição Federal


O Artigo 201 diz:
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação
obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o
disposto no § 2º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos
beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de segurados portadores de
deficiência, nos termos definidos em lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá
valor mensal inferior ao salário mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício serão devidamente atualizados,
na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real,
conforme critérios definidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa
participante de regime próprio de previdência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor dos proventos do mês de
dezembro de cada ano. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as
seguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher; (Incluído dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, reduzido em cinco anos o
limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de
economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. (Incluído dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão reduzidos em cinco anos, para o
professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e
no ensino fundamental e médio. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na
administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência
social se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei. (Incluído dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo regime
geral de previdência social e pelo setor privado. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de
contribuição previdenciária e conseqüente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei. (Incluído dada
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para atender a trabalhadores de baixa renda
e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência,
desde que pertencentes a famílias de baixa renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de valor igual a um salário-
mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
§ 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que trata o § 12 deste artigo terá alíquotas e carências
inferiores às vigentes para os demais segurados do regime geral de previdência social. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 47, de 2005)

§ 4º do ARTIGO 40°
É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de
aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos
termos definidos em leis complementares, os casos de servidores: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
I - portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
II - que exerçam atividades de risco; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de
2005)
III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a
saúde ou a integridade física. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

Comentário
A análise do parágrafo 4º nos permite verificar que não haverá mais requisitos e critérios
diferenciados para a concessão de aposentadorias aos abrangidos pelo regime de que
trata o art. 40 da E.C. nº 20/98. Entretanto haverá exceções para aqueles servidores cujas
atividades são exercidas exclusivamente sob condições especiais que prejudiquem a
saúde e integridade física, como as atividades insalubres e perigosas.
Importante ressaltarmos que para estes servidores , o tempo especial de contribuição só
será concedido quando trabalharem exclusivamente sob condições especiais de
adversidade. Este dispositivo contudo, depende de Lei Complementar a ser editada, que
irá definir quais são as atividades prejudiciais à saúde e à integridade física do servidor
público e quais os trabalhos em que será possível obter a aposentadoria com menos de
35 anos (homem) e 30 (mulher) de contribuição previdenciária.

§ 5º do ARTIGO 40°

Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos,


em relação ao disposto no § 1º, III, "a", para o professor que comprove exclusivamente
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino
fundamental e médio. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
Comentário
A aposentadoria integral para os professores que exercem suas funções de magistério na
educação infantil e no ensino fundamental e médio, gozam de direito especial, ou seja 30
anos de contribuição e 55 anos de idade para o homem e 25 anos de contribuição e 50
anos de idade para a mulher;

O privilégio desta aposentadoria especial, refere-se apenas a aposentadoria por idade,


pois enquanto os demais trabalhadores podem se aposentar voluntariamente aos 60 anos
de idade e 35 anos de contribuição se homem e 55 anos de idade e 30 anos de
contribuição se mulher, o professor se aposentará voluntariamente aos 60 anos de idade
e 30 anos de contribuição e a professora aos 50 anos de idade e 25 anos de contribuição.
Ao professor que já é contribuinte, deverá ser aplicada a mesma regra para professor da
rede privada, com exigência de 48 anos para a mulher e 53 anos para o homem.
Quanto ao professor universitário, este foi excluído do privilégio da aposentadoria
especial, devendo cumprir 35 anos de contribuição e ter 60 anos de idade para obter a
aposentadoria voluntária. Para a professora universitária a idade mínima será de 55 anos
e 30 anos de contribuição.
A aposentadoria proporcional do professor universitário do ensino superior público
obedece ao seguinte critério:
O professor passa a ter direito a este benefício se, com a bonificação, o tempo de
trabalho até o dia 15 de Dezembro de 1.998 for igual ou superior a 25 anos.
Para obter a aposentadoria proporcional vale a regra de transição estabelecida para os
servidores públicos.

§ 6º do ARTIGO 40°
Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta
Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de
previdência previsto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
15/12/98)

Comentário
O parágrafo em análise assegura mais de uma aposentadoria, se os cargos forem
cumuláveis ou seja aqueles estabelecidos no art. 37 - inciso XVI da emenda 19/98
(reforma administrativa), ou seja:

• De dois cargos de professor


• Um cargo de professor com outro técnico ou científico
• De dois cargos privativos de médico: desde que haja compatibilidade de horários.
§ 7º do ARTIGO 40°

Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte, que será igual:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo
estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art.
201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso aposentado à
data do óbito; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu
o falecimento, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de
previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela
excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)
Comentário
O § 7º do art. 40 (redação dada pela EC) limita a pensão por morte ao valor dos proventos
do servidor falecido, até o máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de
previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela
excedente a este limite, tudo nos termos da lei.

Veja o exemplo: Vencimento = R$ 10.000,00. Parcela excedente a R$ 2.400,00 = R$


7.600,00. 70% da parcela excedente = R$ 5.320,00. R$ 2.400,00 + R$ 5.320,00 = R$ 7.720,00,
que é o total da pensão.

Interpretando o § 7º, do art. 40 na sistemática da EC 41, chega-se à conclusão de que


referida lei regulamentadora deverá ser editada por cada ente federado. Portanto, não
haverá lei complementar federal, mas sim lei ordinária em cada unidade da Federação,
inclusive nos Municípios.

Insta salientar, que o § 7º do art. 40 da Constituição Federal, com redação dada pela EC,
tem aplicação, inclusive, aos dependentes dos servidores que vierem a ingressar no
serviço público depois de promulgada a Emenda Constitucional. Haverá uma situação
curiosa: os proventos de aposentaria estarão limitados inexoravelmente a R$ 2.400,00,
enquanto as pensões terão um acréscimo de 70% da parcela excedente a este limite.
Ressalvando melhor estudo do dispositivo sob enfoque, as pensões não estarão limitadas
ao teto do RGPS, mesmo que o servidor falecido tenha entrado no serviço público após a
promulgação da Emenda.

Curiosamente, em que pese a clareza da redação do § 7º do art. 40, parece haver conflito
com § 14 do mesmo art. 40 da Constituição da República. Este manda limitar a pensão
dos futuros pensionistas (que ingressaram no serviço público depois da EC nº 20/98), ao
máximo pago pelo Regime Geral de Previdência Social. Dever-se-á utilizar as técnicas de
hermenêutica para superar essa aparente antinomia.
Atuais Pensionistas
Os atuais pensionistas, ou aqueles que obtenham o benefício em decorrência da morte do
servidor até a data da promulgação da EC, têm seus direitos assegurados nos termos da
legislação vigente (art. 7º da EC).

Não sofrem nenhum prejuízo, exceto: a) contribuição prevista no art. 4º da EC, que é de
11% sobre a parcela da pensão que superar cinqüenta por cento do limite máximo
estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social, isto é, sobre o que
exceder R$ 1.200,00; b) redução para o subteto, se a maior, o que ocorrerá imediatamente
(art. 9º da EC).

§ 8º do ARTIGO 40°
É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter
permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

Comentário
O § 8º do art. 40 (com redação dada pela EC), quebra a paridade entre vencimentos e
proventos de aposentadoria. A partir da promulgação da Emenda poderá haver reajustes
diferenciados para vencimentos e aposentadorias, o que certamente ocorrerá em relação
aos servidores que vierem a ingressar no serviço público após a promulgação da Emenda
Constitucional. Alterou-se completamente o então § 8º do art. 40 da Constituição, que
previa a paridade.
Mantém-se o direito adquirido à paridade em relação aos servidores aposentados e
pensionistas, ou que implementaram os requisitos necessários até a data da
promulgação da EC (art. 7º).

§ 9º do ARTIGO 40°
O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de
aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

Comentário
A troca aqui é reciprocidade por tempo de serviço por reciprocidade por tempo de
contribuição nos parâmetros da administração pública.
Assim, se uma mulher trabalhou como telefonista durante 14 anos na prefeitura de uma
cidade e vier mediante aprovação em concurso a ocupar o cargo de Oficiala de Justiça, o
tempo que contribuiu como telefonista, será contabilizado para sua futura aposentadoria.
Por outro lado, para obter a sua aposentadoria por tempo de contribuição, deverá
trabalhar e contribuir mais 16 anos para atingir 30 anos de tempo de contribuição, além, é
claro, de atender os requisitos exigidos no que se refere a idade mínima (55 anos).

§ 10 do ARTIGO 40°
A Lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição
fictício.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

Atenção: Por razões didáticas este parágrafo já foi comentado no capítulo que trata dos
direitos adquiridos.
§ 11 do ARTIGO 40°
Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade,
inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem
como de outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência
social, e ao montante resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração
de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei
de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 20, de 15/12/98)

Comentário
Este parágrafo é uma confirmação do art. 37, inciso XI da Emenda Constitucional 19/98
(reforma administrativa), estabelecendo clara e taxativamente que nenhum servidor
público receberá salário superior aos subsídios do Ministro do Supremo Tribunal Federal.
Este texto é válido para todos, inclusive para o servidor público aposentado, que esteja
ocupando um cargo na empresa privada, portanto sujeito a contribuir para o regime geral
da previdência. Se um agrônomo aposentado vier a ocupar um cargo na secretaria da
agricultura, ou um servidor público aposentado vier a ser um vereador, deverão informar
à fonte pagadora o que estão recebendo no exercício da outra atividade para que seja
descontado o valor que superar o teto salarial que, para o servidor aposentado
corresponde ao valor dos vencimentos do cargo que ocupava e os subsídios dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal.

§ 12º ARTIGO 40°

Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos titulares
de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime
geral de previdência social.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
Comentário
É uma sugestão proposta pela E.C. nº 20/98 para que seja adotado ao regime de
previdência dos servidores públicos, titulares de cargos efetivos, requisitos e critérios
fixados para o regime geral de Previdência Social.

§ 13º ARTIGO 40°

Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em Lei de livre


nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público,
aplica-se o regime geral de previdência social.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20,
de 15/12/98)
Comentário
O inciso IX do art. 37 da C.F dispõe que a Lei estabelecerá os casos de contratação por
tempo determinado por necessidade temporária de excepcional interesse público. Estes
funcionários contratados obedecerão o regime da C.L.T.
Há cargos ou funções que são preenchidos sob o regime de comissão, isto é através de
nomeação, por um funcionário da administração pública.
Caso estes funcionários cumprirem o tempo de contribuição ocupando um cargo
temporário ou em comissão, de acordo com a Emenda Constitucional nº 20/98, somente
poderão pleitear sua aposentadoria sob o regime geral da previdência social; que
atualmente é gerenciado pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

§ 14 do ARTIGO 40°

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que instituam regime de


previdência complementar para seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo,
poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo
regime que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime
geral de Previdência Social de que trata o artigo 201;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
Comentário
O § 14 do art. 40, desde a EC nº 20/98, limita o valor da aposentadoria ao máximo
estabelecido para o regime geral da Previdência Social. A EC nº 41, no art. 5º, fixa esse
valor em R$ 2.400,00, devendo ser reajustado de forma a preservar, em caráter
permanente, o seu valor real, atualizado pelos mesmos índices aplicados aos benefícios
do regime geral de previdência social.

Até o montante de R$ 2.400,00 o servidor receberá sua aposentadoria, levando-se em


conta as remunerações que serviram de base para o cálculo das contribuições (art. 40, §
3º, com redação dada pela EC). Acima desse patamar, somente se contribuir para fundo
de previdência complementar.

Importante salientar, essa regra apenas valerá para aqueles que ingressarem no serviço
público após a promulgação da Emenda Constitucional. Quanto aos atuais, fica
assegurada a integralidade da aposentadoria, nos termos das condições estabelecidas
no art. 7º da EC.

§ do 15 ARTIGO 40°

O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será instituído por lei de


iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus
parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência
complementar, de natureza pública, que oferecerão aos respectivos participantes planos
de benefícios somente na modalidade de contribuição definida. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
Comentário
O dispositivo impõe a necessidade de editar uma Lei Complementar para que a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituam o regime de previdência
complementar para seu servidores.
O objetivo desta Lei é implantar normas gerais para este regime de caráter complementar
ou como já vimos no parágrafo 14º art.40, visa melhorar os proventos da aposentadoria
que o servidor receberá segundo o regime contributivo da Previdência Social.
Este regime complementar será facultativo, só participando dele os servidores que assim
o desejarem, pois conforme o art. 202 da E.C nº 20/98 "o regime de previdência privada,
de caráter complementar e organizado de forma autônoma em relação ao regime de
previdência social. Será facultativo baseado na constituição de reservas que garantam o
benefício contratado e regulado por Lei Complementar.
Observação: O regime de previdência complementar de que trata o art. 40 parágrafos 14,
15 e 16, da constituição federal somente poderá ser instituído após a publicação da Lei
Complementar prevista no parágrafo 15 do mesmo artigo.

§ 16 do ARTIGO 40°

Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos parágrafos 14 e 15


poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data de
publicação do ato de instituição do correspondente regime de previdência complementar.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
Comentário
O parágrafo deixa claro que a adesão dos antigos servidores públicos ao regime da
previdência complementar é facultativo. Por facultativo podemos entender que, quem
quiser não participa, não paga e consequentemente não terá os benefícios respectivos.
Todavia é interessante levar em conta que para o servidor antigo o regime da previdência
complementar será facultativo. Para os neo-servidores (novatos), o regime da previdência
complementar será obrigatório se assim determinar a Lei, que irá disciplinar tal regime.

§ 17 do ARTIGO 40°
Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto
no § 3° serão devidamente atualizados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 18 do ARTIGO 40°
Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas
pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os
benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual
igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 19 do ARTIGO 40°
O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para
aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em
atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição
previdenciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória contidas no §
1º, II. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 20 do ARTIGO 40°
Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para os
servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo
regime em cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 21 do ARTIGO 40°
A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as parcelas de
proventos de aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo
estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art.
201 desta Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de doença
incapacitante. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

Direitos Adquiridos

Comentário
A Reforma Previdenciária através da emenda 20/98, trouxe mudanças significativas desvinculando
a aposentadoria ao tempo de serviço e vinculando-a ao tempo de contribuição. Essas mudanças do
regime jurídico da aposentadoria e pensão por morte do servidor, entretanto, não prejudicaram os
servidores públicos, pois o artigo 3º da emenda 20/98, assegura os direitos adquiridos pelos
servidores. Com efeito o artigo 3º diz :
assegurada a concessão de aposentadoria e pensão; a qualquer tempo, aos servidores públicos e aos
segurados do regime geral de previdência social, bem como aos seus dependentes, que até a data da
publicação desta emenda, tenham cumprido os requisitos para a obtenção destes benefícios, com base
nos critérios da legislação então vigente".

Comentário
Pelo exposto no artigo 3º, poderá aposentar-se pelo tempo de serviço, sem exigência de idade
mínima, o servidor que atender as exigências da Lei, até a entrada em vigor da Emenda
Constitucional. O direito adquirido, só é válido para o tempo de serviço completado antes da
mudança da legislação.
Dessa forma, o segurado que completou o tempo de serviço para a aposentadoria pelo regime
anterior até 15 de Novembro de 1.998, poderá entrar com pedido de benefício em qualquer época;
esse segurado possui direito adquirido, isto é, preencheu os requisitos legais antes da Lei ser
alterada.

O parágrafo 1º do artigo 3º da Emenda Constitucional nº 20/98,dispõe que


"o servidor de que trata este artigo, que tenha completado as exigências para a aposentadoria
integral e que opte por permanecer em atividade fará juz à isenção da contribuição previdenciária
até completar as exigências para aposentadoria contidas no artigo 40, parágrafo 1º,- III da
Constituição Federal".
Comentário
A análise do parágrafo 1º -III do artigo 3º da Emenda Constitucional nº 20/98, nos permite deduzir
que a emenda da reforma da previdência incentiva a permanência desses servidores em seus cargos,
provavelmente para evitar que muitos servidores abandonem o serviço público.

O parágrafo 2º do ARTIGO 3º da E.C. nº 20/98, dispõe que:


"os proventos da aposentadoria a ser concedida aos servidores públicos no Caput, em termos
integral ou proporcionais ao tempo de serviço já exercido até a data de publicação desta emenda,
bem como as pensões de seus dependentes, serão calculados de acordo com a legislação em vigor à
época em que foram atendidas as prescrições nela estabelecidas para a concessão destes benefícios
ou nas condições da legislação vigente".
Comentário
A Emenda Constitucional 20/98 é cautelosa no que se refere a eventuais prejuízos que alguns
funcionários venham a sofrer, caso decidam aposentar-se futuramente, concedendo a eles o direito
de optar se os proventos de sua futura aposentadoria serão definidos pelas normas atuais ou pelas
normas da Lei futura.

O parágrafo 3º do ARTIGO 3º a E.C. nº 20/98,


Refere-se aos aposentados e as viúvas pensionistas e dispõe que
"são mantidos todos os direitos e garantias assegurados nas disposições constitucionais vigentes à
data de publicação desta emenda aos servidores e militares, inativos e pensionistas, aos anistiados e
aos ex-combatentes, assim como aqueles que já cumpriram até aquela data; os requisitos para
usufruírem tais direitos, observado o disposto no artigo 37, XI da constituição federal".
Comentário
O que o artigo expõe é que os direitos dos aposentados, pensionistas, anistiados, etc., são direitos
adquiridos, portanto juridicamente incontroversos.
A E.C. nº 20/98 insiste em vincular qualquer pagamento previdenciário ao valor teto dos subsídios
dos Ministros do Supremo Tribunal Federal (artigo 37, inciso XI da C.F. - reforma administrativa
19/98), conforme o disposto no artigo 3º, parágrafo 3º. Portanto, quem estiver recebendo valor
superior ao teto estabelecido no artigo 37, inciso XI da reforma administrativa, não deverá sofrer
prejuízo, pois tem direito adquirido, que é irreversível. Assim, somente as novas concessões de
aposentadorias e pensões é que estarão sujeitas ao valor teto, conforme o artigo 37, inciso XI da
reforma administrativa 19/98.

O ARTIGO 4º da E.C. nº20/98, estabelece que:

"observado o disposto no artigo 40, parágrafo 10 da constituição federal, o tempo de serviço


considerado pela legislação vigente para efeito de aposentadoria, cumprido até que tal Lei discipline
a matéria, será contado como tempo de contribuição".
Comentário
Em primeiro lugar vamos verificar o artigo 40, parágrafo 10º que diz "a Lei não poderá estabelecer
qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictícia". Isto significa, que doravante não
haverá mais tempo fictício, como licença prêmio não gozada com tempo contado em dobro,
cumprimento de mandato eletivo, etc. Todavia, todo tempo empregado com licença prêmio,
mandato eletivo e viagens de estudo no exterior, antes da emenda previdenciária 20/98, será
considerado como tempo de contribuição, preservando-se portanto o direito adquirido.

REGRAS DE TRANSIÇÃO
(mudanças de um sistema para outro)
Comentário
São fórmulas de adaptação para quem é servidor público, com o objetivo de adaptar seu tempo de
serviço. As novas regras estabelecidas pela E.C. nº 20/98 através de seu artigo 8º, que dispõe
"observado o disposto no artigo 4o desta emenda e ressalvado o direito de opção a aposentadoria
pelas normas por ela estabelecida, é assegurado o direito à aposentadoria voluntária com proventos
calculados de acordo com o artigo 40, parágrafo 3º da Constituição Federal, àquele que tenha
ingressado regularmente em cargo efetivo na administração pública, direta, autárquica e
fundacional até a data de publicação desta emenda, quando servidor, cumulativamente":

• Tiver cinqüenta e três anos de idade, se homem, e quarenta e oito anos de idade, se mulher.
• Tiver cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se dará a aposentadoria.
Contar tempo de contribuição igual, no mínimo à soma de :

• Trinta e cinco anos, se homem e trinta anos se mulher;


• Um período adicional equivalente a 20% do tempo que, na data da publicação desta emenda,
faltaria para atingir o limite de tempo da alínea anterior.

Parágrafo 1º do art. 8o dispõe que:


"o servidor que trata este artigo, desde que atendido o disposto em seus incisos I e II; e observado o
disposto no artigo 4º, desta emenda pode aposentar-se com proventos proporcionais ao tempo de
contribuição, quando atendidas as seguintes condições":
Comentário
Contar tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de :
I-trinta anos se homem, vinte e cinco anos, se mulher; e
Um período adicional de contribuição equivalente a 40% do tempo que, na data anterior; da
publicação desta emenda, faltaria para atingir o limite de tempo constante da alínea
II - Os proventos da aposentadoria proporcional serão equivalentes a 70% do valor máximo que o
servidor obteria de acordo com o caput, acrescido de 5% por ano de contribuição que sugere a soma
a que se refere o inciso anterior, até o limite de 100%.

Atenção: Para os novos servidores foi extinta a aposentadoria proporcional.

APOSENTADORIAS ESPECIAIS
Comentário
Servidores que pelo sistema previdenciário anterior a E.C. nº 20/98 se aposentavam integralmente
com 30 anos e 25 anos respectivamente.
Dentre estes servidores podemos elencar os professores, membros do ministério público (promotores
de justiça e os juizes. Para eles foi também elaborada regras de transição. Conforme os parágrafos
2º, 3º e 4º do artigo 8º de E.C. nº 20/98.

§2o - Aplica-se ao Magistrado e ao Membro do Ministério público e do Tribunal de Contas o


disposto neste artigo.
§3o- Na aplicação do disposto no parágrafo anterior, o Magistrado ou o Membro do Ministério
Público ou de Tribunal de Contas, se homem, terá o tempo de serviço exercido até a publicação desta
emenda contado com acréscimo de 17%.
§4o-O professor, servidor da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas
suas Autarquias e Fundações, que, até a data da publicação desta emenda, tenha ingressado,
regularmente, em cargo efetivo de magistério e que opte por aposentar-se na forma do disposto do
"caput", terá o tempo de serviço exercido até a publicação desta emenda contado com acréscimo de
17%, se homem, e de 20%, se mulher, desde que se aposente, exclusivamente, com tempo de efetivo
exercício das funções de magistério.

Medidas para Evitar Excesso de Aposentadorias Proporcionais


Comentário
Além das medidas que incentivam a permanência em seus cargos daqueles servidores que tenham
completado as exigências para a aposentadoria integral (artigo 3º - parágrafo 1) da E.C. nº 20/98, a
Reforma Previdenciária preocupou-se também com o excesso de pedidos de aposentadorias
proporcionais, concedendo a todos os servidores que tenham condições de se aposentarem
proporcionalmente, a isenção da contribuição previdenciária, evidentemente, só possível após
satisfeitos os requisitos para este tipo de aposentadoria. É o que dispõe o parágrafo 5º do artigo 8º da
E.C. nº 20/98 abaixo descrito.

ARTIGO 41°
São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo
de provimento efetivo em virtude de concurso público.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Observação: Redação dada apela Emenda Constitucional 19/98 (Reforma


Administrativa), que institui a estabilidade para o servidor público após 3 (três) anos de
efetivo exercício no cargo. Esta estabilidade refere-se apenas aos funcionários
concursados.
No sistema constitucional brasileiro, da efetividade não resulta obrigatoriamente a
estabilidade, nem a estabilidade pressupõe necessariamente a efetividade.
Segundo Manoel Gonçalves Ferreira Filho:

• a efetividade dá direito a um cargo.


• a estabilidade mantém o servidor no quadro da administração.

Comentário
A redação imposta a este dispositivo pela EC-19 ampliou de dois para três anos o período
do estágio probatório. Foi, também, melhorada a técnica da redação, com a previsão de
estabilidade aos servidores nomeados "para cargo de provimento efetivo" em virtude de
concurso público.

§1o do ARTIGO 41°


O servidor público estável só perderá o cargo :
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II- mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de Lei
Complementar, assegurada ampla defesa.

Comentário
Diferença fundamental em relação ao servidor vitalício, como juiz, membro do Ministério
Público ou Ministro de Tribunal Superior, cuja perda do cargo depende sempre de
processo judicial.
Talvez uma das mais discutidas medidas da EC-19, a perda por insuficiência de
desempenho, a rigor, já era possível sob a disciplina anterior, se aplicados os
dispositivos legais relativos aos deveres e as proibições dos servidores. Não é, então, a
rigor, uma novidade, mas, agora constitucionalizada, a perda do cargo por esse
fundamento certamente está mais visível e será lida com mais atenção.

§2o do ARTIGO 41°

Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado,
e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a
indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração
proporcional ao tempo de serviço. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
Comentário
A EC-19 perdeu uma excelente oportunidade de corrigir equívoco técnico que vem desde
a redação original da Constituição, em 1988. A demissão do servidor pode ser invalidada,
também, administrativamente, já que, segundo o próprio STF, a administração pública
está obrigada a rever os seus atos, quando eivados de vício ou erro. Revendo uma
demissão, assim, poderia concluir que essa é ilegal, e determinar a sua anulação. É
importante observar que não há um limite de tempo para isso, uma vez que o STF deixou
julgado poder ocorrer essa revisão administrativa "a qualquer tempo". A Segunda
previsão importante da alteração imposta pela Emenda é a remuneração da
disponibilidade, que passa a ser proporcional ao tempo de serviço, e não mais integral.

§3O do ARTIGO 41°


Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em
disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado
aproveitamento em outro cargo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
Comentário
A EC-19, coerentemente com a previsão do parágrafo anterior, também aqui impõe a
disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.

§ 4º do ARTIGO 41°
Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial
de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

Este parágrafo deve ser comentado pois foi acrescentado pela Emenda Constitucional nº
19/98 (reforma administrativa) que dispõe como condição para a aquisição da
estabilidade, ser obrigatória a avaliação de desempenho por comissão instituída para
essa finalidade.
A avaliação de desempenho é um processo utilizado nas empresas privadas que visa
avaliar a qualidade do trabalho do funcionário; interesse, iniciativa, busca do
aperfeiçoamento profissional, capacidade de liderança, dentre muitos outros aspectos
relacionados ao desempenho profissional.
Então, se antes conseguia estabilidade apenas com o "tempo de casa", agora dependerá
de sua competência profissional avaliada por uma comissão.

Serviços Públicos
É todo aquele prestado pela administração pública ou por seus delegados sob
normas e controles estatais para satisfazer necessidades essenciais (saúde, segurança, etc.) ou
secundárias da coletividade ou simples conveniência do Estado (CPF, etc.).
Em outras palavras, Serviço Público é aquele que é instituído, mantido e executado pelo Estado, com
o objetivo de atender aos seus próprios interesses e de satisfazer as necessidades coletivas.

Sentido formal: à tarefa exercida sob a influência de normas de direito público;

Sentido Material: corresponde à atividade que atende os interesses ou necessidades da coletividade.

Dever de prestar: Ao Poder Público incumbe a prestação de serviços públicos (Art. 175 da C.F.)
podendo seu desempenho ser direto ou indireto.

Prestação indireta:
1º) da instituição de pessoas jurídicas de direito público ou de direito privado criadas com essa
finalidade;
2º) Concessões;
3º) Permissões.

Prestação direta:
- Aos Municípios: é confiado prestar maior gama de serviços públicos, posto ser de sua competência
todo aquele que toque o seu "peculiar interesse" ou o "interesse local" (C.F. Art. 30, V).

- À União compete, além dos comuns a Estados e Municípios (Art. 23 da C.F.), os que lhe são
privativos (Art. 21 C.F.).

- Aos Estados somente os remanescentes podem lhes ser atribuídos (C.F., Art. 25, § 1º), excetuada
uma única hipótese: distribuição de serviço de gás canalizado (C.F., Art. 25 § 2º).
- Atividade judiciária.

CONCEITO DE SERVIÇO PÚBLICO


A noção de serviço público se trata de verdadeira demarcação do âmbito de incidência do Direito
Administrativo nas atividades estatais. É o serviço público campo próprio de atuação do Estado em
que a intervenção de particulares é meramente acessória ou substitutiva e só se dá mediante
condições muito específicas. O conceito de serviço público nasce justamente para determinar a
separação entre direito público e privado, distinção esta que remonta à fase absolutista.
Com o advento da chamada Teoria do Serviço Público, a noção adquiriu os contornos do Estado do
bem-estar social, passando a se consubstanciar em uma obrigação de prestar atribuída ao Estado,
sendo um dever e não um direito.
No atual Estado brasileiro, que tem como inspiração a noção de Estado do bem estar social, a
Constituição prevê várias atribuições que cabem ao Estado prestar (Art. 175), consubstanciando-se,
tais atividades, nos chamados serviços públicos que, como veremos, são atividades juridicamente
distintas que se apresentam completamente delineadas pela Constituição Federal.

Veja a seguir alguns conceitos de Serviço Público, conforme alguns autores:

1. "Serviço público é toda a atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade material fruível


diretamente pelos administrados, prestados pelo Estado ou por quem lhe faça as vezes, sob um regime de
Direito Público - portanto, consagrador de prerrogativas de supremacia e de restrições especiais -
instituído pelo Estado em favor de interesses que houver definido como próprios no sistema normativo.
(...) a noção de serviço público há de se compor necessariamente de dois elementos: um deles, que é seu
substrato material, consiste na prestação de utilidade ou comodidade fruível diretamente pelos
administrados; o outro, traço formal indispensável, que lhe dá justamente caráter de noção, consistente
em um específico regime de Direito Público, isto é, numa "unidade normativa" (BANDEIRA DE
MELLO, C. A. Curso de direito administrativo. 12. ed. São Paulo: Malheiros, 1999).

2. "Serviço Público é todo aquele prestado pela Administração ou por seus delegados, sob normas e
controles estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade ou simples
conveniências do Estado. Fora dessa generalidade não se pode indicar as atividades que constituem
serviço público, porque variam de acordo com a exigência de cada povo e de cada época. Nem se pode
dizer que são as atividades coletivas vitais que caracterizam os serviços públicos, porque ao lado destas
existem outras, sabidamente dispensáveis pela comunidade, que são realizadas pelo Estado como serviço
público". (MEIRELLES, H. L. Direito administrativo brasileiro. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 1999).

3. "Serviço público é toda atividade material que a lei atribui ao Estado para que exerça diretamente ou
por meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer concretamente as atividades coletivas, sob
regime jurídico total ou parcialmente público". (DI PIETRO, M. S. Z. Direito administrativo. 11. ed.
Atlas. São Paulo, 1999).

4. "Saber quando e porque uma atividade é considerada serviço público remete ao plano da concepção
política dominante, ao plano da concepção sobre o Estado e seu papel. É o plano da escolha política,
que pode estar fixada na Constituição do país, na lei e na tradição. A Constituição pátria considera
como serviços públicos p.ex.: o transporte coletivo, no art.30,V; serviços telefônicos, telegráficos, no art.
21, XI; energia elétrica, no art. 21,XIII. (...) Finalidades diversas levam a considerar certa atividade
como serviço público, dentre as quais: retirar da especulação privada setores delicados; propiciar o
benefício do serviço aos menos favorecidos; suprir carência da iniciativa privada; favorecer o progresso
técnico. Em essência, serviço público significa prestações; são atividades que propiciam diretamente
benefícios e bens, aos administrados, não se incluindo aí as de preparação de infra-estruturas (arquivo,
arrecadação de tributos, p.ex.). Abrange prestações específicas para determinados indivíduos, p.ex.
água, telefone e prestações genéricas, p.ex. iluminação pública, limpeza de ruas. No momento em que a
atividade de prestação recebe a qualificação de serviço público, conseqüências advêm, em especial
quanto ao regime jurídico, mesmo que fornecida por particulares". (MEDAUER, O. Direito
administrativo moderno. São Paulo: RT, 1996).

5. Conceito "tradicional" de serviço público: "atividade da Administração Pública que tem por fim
assegurar de modo permanente, contínuo e geral, a satisfação de necessidades essenciais ou secundárias
da sociedade, assim por lei consideradas, e sob as condições impostas unilateralmente pela própria
Administração".

Conceito "contemporâneo" de serviço público: "as atividades pelas quais o Estado, direta ou
indiretamente, promove ou assegura a satisfação de interesses públicos, assim por lei considerados, sob
regime jurídico próprio a elas aplicável, ainda que não necessariamente de direito público".
(MOREIRA NETO, D. F. Mutações do direito administrativo. Rio de Janeiro: Renovar, 2000).

Características do Serviço Público


O serviço público é bastante diferente dos serviços comuns prestados pelas empresas privadas ou
pelos prestadores autônomos, vez que está subordinado coletivo, portanto, um interesse maior que o
interesse individual de cada cidadão.
Assim, o Estado, por critérios jurídicos, técnicos e econômicos, define e estabelece quais os serviços
deverão ser públicos ou de utilidade pública, e ainda se estes serviços serão prestados diretamente
pela estrutura oficial ou se serão delegados a terceiros.

Naturalmente alguns serviços não poderão ser delegados a terceiros pela sua complexidade ou
vinculação direta com a administração pública, entretanto, outros tipos de serviços não devem ser
prestados diretamente e, por conseqüência, sempre são transferidos à iniciativa privada, contudo,
obedecidas certas condições e normas.

Os serviços públicos, propriamente ditos, são aqueles prestados diretamente à comunidade pela
Administração depois de definida a sua essencialidade e necessidade. Assim são privativos do Poder
Público, ou seja, só a Administração Pública deve prestá-los. Por exemplo a preservação da saúde
pública e os serviços de polícia.

Outros serviços públicos, chamados de serviços de utilidade pública, são aqueles que a
Administração Pública reconhece a sua conveniência para a coletividade prestando-os diretamente
ou delegando-os a terceiros, nas condições regulamentadas e sob o seu controle. Por exemplo o
transporte coletivo, a energia elétrica, o serviço de telecomunicações e o fornecimento de água.
Os serviços que são prestados individualmente a cada cidadão, por exemplo o fornecimento de água,
luz, telecomunicações etc., geralmente o são por empresas privadas mediante concessão outorgada
pelo poder público e sob pagamento da tarifa respectiva diretamente pelo usuário.
A cessação do pagamento desses serviços por parte do usuário tem suscitado hesitações da
jurisprudência sobre a legalidade e legitimidade da suspensão de seu fornecimento em face de
normas vigentes como o Código de Defesa do Consumidor.
Mas, importante, o prévio aviso da suspensão não pode ser ignorado e é obrigatório pela lei e, aliás,
conforme tem entendido pacificamente a jurisprudência.
A lei também define como essenciais alguns tipos de serviços, que nem sempre são serviços públicos,
mas que, sendo essenciais à coletividade, poderão sofrer alguns tipos de intervenção do poder
público.
São serviços essenciais, assim definidos pela Lei n.º 7.783/89, os serviços os de água, energia elétrica,
gás, combustíveis, saúde, distribuição de medicamentos e alimentos, funerário, transporte coletivo,
captação e tratamento de esgoto, tráfego aéreo, compensação bancária e outros.

Classificação dos Serviços Públicos


Serviço próprio ou impróprio:
Direta
Próprio
Indireta

Classificação do Serviço Público

Impróprio autorizados

PRÓPRIO: Atendem as necessidades coletivas. O Estado assume como seus e os executa diretamente
(agentes) ou indiretamente (por meio de concessionários e permissionários).

IMPRÓPRIO: Atendem também as necessidades coletivas, mas, não são assumidos nem executados
pelo Estado, seja direta ou indiretamente, são apenas por ele autorizados, fiscalizados e
regulamentados. Na verdade essa categoria de impróprio não é serviço público em sentido jurídico.

Ex.: serviços prestados por instituições financeiras (art. 192, I e II da C.R.). São atividades privadas
que dependem de autorização do Poder público.

Quanto ao objeto:

• Administratrivos
• Objeto sociais
• Comerciais
• Industriais
Administrativos: A administração executa para as sua necessidades internas ou outros que serão
prestados ao público.

Comercial ou industrial: Administração executa ou indiretamente para atender às necessidades


coletivas de ordem econômica.
Não deve ser confundido com atividade econômica do art. 173 da C.R.

Serviços gerais, ou de fruição geral (uti universi), os que não possuem usuários ou destinatários
específicos e são remunerados por tributos (calçamento público, iluminação pública etc.).

A atividade econômica pode ser executada pelo Estado de 3 formas:

a) privativa da iniciativa privada (Art. 173 da C.R.).


b) exploração de petróleo, de minas e jazidas, de minérios e minerais nucleares (art. 176 e 177 da C.R.
com alterações pelas Emendas Constitucionais 6 e 9 de 1995).
c) Artigo 175 da C.R. por meio de concessão ou permissão serviços de transportes, energia elétrica,
telecomunicações e outros serviços previstos constitucionais 8 e 5 de 1995.
d) Quanto a maneira para satisfazer o interesse geral (critério do destinatário):

UTI SINGULI - Satisfação individual e direta das necessidades dos cidadãos. Para Celso Antonio
Bandeira de Mello só esta categoria constitui Serviço Público. Poderão existir reclamações valendo-se
a ação de preceito cominatório previsto no Artigo 287 do C.P.C., considerando constituírem
atividades geradoras de direito subjetivo à sua obtenção.
Serviços comerciais Serviços sociais

• Energia elétrica
• Ensino,saúde
• E industriais
Assistência
• Luz,
Previdência Social
• Gás
Transportes

UTI UNIVERSI - Satisfação coletiva, mas usufruídos apenas indiretamente pelos indivíduos. São
aqueles destinados a servir a coletividade como um todo, não geram direitos objetivos e são mantidos
por tributos.

Ex.: serviços de defesa do país contra inimigo externo, serviços diplomáticos, serviços administrativos
prestados internamente pela administração trabalhos de pesquisa científica, de iluminação pública,
de saneamento, polícia.

Caio Tácito divide em:

• originários ou congênitos e
• derivados ou adquiridos.
Originário: está diretamente ligado a atividades essenciais do Estado (tutela do direito) privativos do
Estado.
Helly chama de Serviços Públicos.

Adquirido: é atividade facultativa (social, comercial e indústria do Estado). Helly chama de Serviços
de utilidade pública.

Princípio da exclusividade ou não exclusividade do poder público na prestação de serviços.

Exclusivos - serviço postal e correio aéreo nacional (art. 21, X); telecomunicações (art. 21, XI),
radiodifusão, energia elétrica, navegação aérea, transportes e demais indicados no artigo (Art. 21,
XII), o serviço de gás canalizado (art. 25, § 2º).

Não Exclusivos - São considerados serviços públicos próprios, quando executados pelo Estado; e
podem ser considerados serviços públicos impróprios, quando prestados por particulares.

Outros serviços públicos podem ser executados pelo Estado ou pelo particular mediante autorização
do poder público.
Título VIII da C.R. ordem social - saúde (art. 196 e 199 da C.R.);

• Previdência Social (art. 201, § 8º);


• Assistência Social (Art. 204);
• Educação (Art. 208 e 209).
Entenda as Formas de Prestação dos Serviços Públicos.
A) Serviço centralizado: é o prestado pela própria administração, através de suas próprias
repartições, sob sua responsabilidade direta e exclusiva. O Estado se apresenta ao mesmo tempo
como titular e prestador do serviço.

B) Serviço descentralizado: É aquele cuja titularidade (ou apenas a sua execução) transferiu-se da
Administração Pública para Autarquias, entidades paraestatais (empresas públicas e sociedades de
economia mista), empresas privadas ou particulares. Ela acontece por meio de outorga ou delegação.

C) Execução direta do serviço público: Realiza-se quando os meios utilizados para a sua prestação
pertencem àquele responsável pelo seu oferecimento ao público. Poderá assim, o prestador constituir
pessoa estatal, autárquica, paraestatal, empresa privada ou particular.

D) Execução indireta do serviço público: realiza-se quando os meios utilizados para a sua prestação
pertencem a terceiros que, através de contrato com o prestador do serviço, oferecem atendimento ao
público.

Assim sendo, tanto a Administração direta quanto a Administração indireta (autarquias, empresas
públicas e sociedades de economia mista) poderão executar serviços indiretamente. Essa
possibilidade estende-se aos entes de cooperação (serviços sociais autônomos, entre outros), empresas
privadas e particulares.

SERVIÇO PÚBLICO OUTORGADO E SERVIÇO PÚBLICO DELEGADO.

O serviço público outorgado é aquele transferido por lei - por tempo geralmente indeterminado - a
entidade criada pelo Estado, e só por lei poderá ser retirado ou modificado seu destino originalmente
previsto. A titularidade do serviço só poderá ser efetuada por outorga. Podemos concluir que a
autarquia sempre executará determinado serviço com titularidade na sua prestação.

O serviço público delegado é aquele transferido através de ato administrativo bilateral (concessão) ou
unilateral (permissão e autorização), motivo pelo qual poderá ser revogado, modificado ou anulado, e
onde sua transferência tem sempre caráter temporário. Nestes não haverá transferência de
titularidade, mas apenas a execução do serviço transpassada. Assim ocorre com a concessão,
permissão e autorização, como modalidades de delegação de serviços.

(CONCESSIONÁRIO) SERVIÇOS CONCEDIDOS.

São serviços de utilidade pública delegados pelo Poder Público, através de contrato administrativo a
particular, que os executa em seu nome e por sua conta e risco.

A retomada do serviço concedido:

• reversão,
• encampação,
• rescisão ou
• anulação.
A) Reversão: término do prazo. O serviço retornará ao concedente, assim como os bens a ele
vinculados que irão integrar-se ao patrimônio público. Normalmente é gratuita, contudo, caso o
ressarcimento do investimento que o concessionário tenha feito durante a prestação do serviço tenha
sido impossível, em razão do emprego de investimento especiais ou devido ao curto prazo da
concessão, admitir-se-á reversão onerosa.
B) Encampação: É a retomada do serviço, mediante coação, em razão de conveniência e interesse
público. É ato de império do Poder Público, que resgatará o serviço, entrará na posse dos bens
utilizados na sua prestação e, posteriormente, indenizará o concessionário.

C) Rescisão: É a extinção do serviço em razão do desfazimento do contrato, durante a sua execução.


Poderá ser bilateral (distrato, amigável), unilateral (falta grave, legal ou contratual prevista,
cometida pelo concessionário. Também receberá o nome de caducidade.

D) Anulação: ilegalidade nos elementos contratuais. Possui efeitos ex tunc.

(PERMISSIONÁRIO) Serviços permitidos:

São serviços de utilidade pública delegados pela Administração a particular, por meio de ato
administrativo unilateral, discricionário e precário. Serviço executado por conta e risco do
permissionário, sem direito a indenização.

Conceito de tarifa: Remuneração exigível na prestação de serviços que podem ser mensurados na sua
utilização. Preço público: é arrecadado na prestação do serviço predominantemente particular, mas
sempre considerado o interesse público, razão pela qual melhor se encaixa na definição de tarifa.

Para não esquecer.


A Permissão se diferencia da Concessão, pois
permite a pessoa física como prestadora de serviços,
bem como não admite a presença de empresas
consorciadas.

À LUZ DA LEI

Em relação à concessão de serviço público, a lei assim a define: "delegação de sua prestação, feita pelo
poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de
empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo
determinado" (art. 2º, II).

No que toca à permissão de serviço público, a lei estabeleceu a seguinte regra: "delegação, a título
precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa
física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco" (art. 2º, IV).

Quanto ao conteúdo, os dispositivos apontam as diferenças e os pontos de identificação. Os elementos


de identificação consistem nos seguintes dados:

1º) em ambos os institutos há delegação do serviço pelo Poder Público;


2º) ambos devem ser precedidos de licitação;
3º) a exigência de concorrência só é prevista para a concessão, mas não o é para a permissão, o que
indica que esta pode resultar de outra modalidade de licitação;
4ª) em ambos o delegatário deve demonstrar que tem capacidade para executar o serviço; e
5º) o serviço deve ser executado por conta e risco do delegatário.

As diferenças resultam do cotejo entre os dispositivos:

1ª) na permissão há precariedade, enquanto na concessão não há qualquer referência a essa


característica;
2ª) a concessão só pode ser delegada a empresa ou consórcio de empresas, enquanto a permissão pode
ser atribuída à pessoa física ou jurídica; e
3ª) na concessão há previsão de prazo determinado, o que não ocorre na conceituação da permissão.

Fica restando o aspecto da instrumentalização dos institutos. Para a concessão, em suas duas
modalidades, a lei previu claramente que será ela um contrato. O art. 4º da lei é peremptório: " A
concessão de serviço público, precedida ou não da execução de obra pública, será formalizada mediante
contrato, que deverá observar os termos desta lei, das normas pertinentes e o edital de licitação."

Ao dizer que a formalização da concessão, seja qual for a modalidade, se dará por meio de contrato,
está a lei qualificando o instituto como contrato administrativo. E nesse ponto adotou a qualificação
da doutrina dominante, como já visto.

No entanto, no que diz respeito à permissão, o art. 40 apresentou o seguinte texto:


"A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, que observará os termos
desta lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à
revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente."
Nunca a permissão foi considerada um contrato. A concessão, já nos referimos ao fato, é qualificada
por alguns autores como ato, e não contrato. Mas a permissão jamais foi tida como contrato. Embora
haja elementos prévios negociais, porque permitente e permissionário manifestam suas vontades no
sentido da prestação do serviço, a permissão é formalizada por ato administrativo unilateral.

AUTORIZAÇÃO

Toda pessoa natural ou jurídica que preencha as condições previstas na lei, na regulamentação e,
quando for o caso, no instrumento convocatório poderá requerer autorização para prestação de
serviço Público.
O concedente não poderá negar autorização para exploração de serviço, no regime privado, salvo se
já atingido o número máximo de prestadores, imposto por razões técnicas ou para evitar o
comprometimento da prestação de modalidade de serviço de interesse coletivo, ou por motivo
relevante, hipótese em que sua decisão deverá ser fundamentada, com indicação das razões de fato e
de direito sobre as quais ela se apoia, sendo comunicada ao interessado em prazo estabelecido em
Lei.

1 - A autorização será formalizada mediante assinatura de termo


O interessado será previamente convocado, por meio de aviso publicado no Diário Oficial da União
ou por qualquer outro meio com comprovante de recebimento, para assinar o termo.
Do aviso constará o nome e qualificação do interessado, local, data e horários em que poderá assinar
o termo.

2 - O termo de autorização indicará:


I - objeto, área e prazo da autorização;
II - modo, forma e condições da prestação do serviço;
III - a vinculação da autorização ao cumprimento dos compromissos e contrapartidas assumidos pela
autorizada, em conformidade com sua proposta e com o instrumento convocatório;
IV - o preço público devido pela autorização, em conformidade com a proposta da autorizada e com
o instrumento convocatório;
V - os direitos, as garantias e as obrigações dos usuários, da Agência e da autorizada;
VI - a forma da prestação de contas e da fiscalização;
VII - as condições para interconexão, se houver;
VIII - o preço máximo dos serviços que serão praticados junto aos usuários, quando for o caso, e os
critérios de reajuste e revisão;
IX - a obrigação de a autorizada manter suas condições subjetivas, aferidas pela Anatel, durante todo
o período de exploração do serviço;
X - a obrigação de a autorizada prestar os serviços em conformidade com o plano de execução por
ela apresentado;
XI - as garantias de pagamento do preço público devido pela autorização e de cumprimento dos
compromissos e contrapartidas;
XII - as sanções; e
XIII - o foro e modo para solução extrajudicial das divergências.

3 - Como condição para assinatura do termo, a adjudicatária deverá apresentar garantia de


pagamento do preço público devido pela autorização e de cumprimento dos compromissos e
contrapartidas assumidos.

Quando o interessado se tratar de consórcio de empresas ou não for empresa constituída segundo as
leis brasileiras, com sede e administração no País, deverá, antes da assinatura do termo, adaptar-se
ou constituir empresa com as características adequadas e com observância das exigências previstas
no instrumento convocatório.

A autorização do serviço não confere direito adquirido à permanência das condições vigentes quando
da sua expedição ou do início das atividades, devendo a autorizada observar os novos
condicionamentos impostos por lei e pela regulamentação

Regulamentação e Controle
As agências reguladoras.
A partir do momento em que alguns dos serviços públicos no Brasil deixaram de ser prestados pelo
Estado, diretamente ou por intermédio de empresas públicas ou sociedades de economia mista, e
passaram a ser concedidos a empresas com o capital exclusivamente privado, houve a necessidade de
uma reestruturação do papel do Estado nessas áreas.

Desse modo, com o fim precípuo de exercer a regulação do mercado, tendo, dentre outras inúmeras
atribuições, a função de fiscalizar o exato cumprimento dos termos do contrato da concessão, foram
criadas as agências reguladoras.

Segundo o disposto no texto constitucional, a regulação pode se dar de duas maneiras - normativa e
operacional. - e o modelo adotado pelo Brasil foi o da regulação operacional, o que significa que as
agências são mera executoras de políticas definidas pelo governo. Prova disso, é o que dispõe o
parágrafo único do art. 175, já transcrito acima, determinando que questões como direito dos
usuários, qualidade dos serviços e políticas tarifárias sejam definidas por lei.

Embora não haja disciplina legal única, a instituição dessas agências vem obedecendo mais ou menos
ao mesmo padrão, o que não impede que outros modelos sejam idealizados posteriormente.

AGÊNCIAS REGULADORAS

Natureza Jurídica

São figuras muito recentes em nosso ordenamento jurídico. Possuem natureza jurídica de autarquias
de regime especial, são pessoas jurídicas de Direito Público com capacidade administrativa,
aplicando-se a elas todas as regras das autarquias.

Possuem como objetivo regular e fiscalizar a execução de serviços públicos. Elas não executam o
serviço propriamente, elas o fiscalizam.

NEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica)


É agência regulamentada pela Lei n. 9.427/96. É autarquia especial, vinculada ao Ministério das
Minas e Energia. Foi criada para regular e fiscalizar a prestação ou execução de serviços de energia
elétrica (art. 21, XII, "b", da CF/88). Dentro da regulação e da fiscalização da prestação de serviço
público, poderá:
abrir licitações;
celebrar contratos;
gerenciar a execução dos contratos;
aplicar sanções e penalidades pelo descumprimento de seus contratos;
resolver conflitos de interesses das concessionárias.

ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações)


É agência regulamentada pela Lei n. 9.472/97. É uma autarquia especial, vinculada ao Ministério das
Telecomunicações. Foi criada para regular e fiscalizar a prestação ou execução de serviços na área de
telecomunicações (art. 21, XI, da CF/88). Dentro da regulação e da fiscalização da prestação de
serviço público, poderá:
abrir licitações;
celebrar contratos;
gerenciar a execução dos contratos;
aplicar sanções e penalidades pelo descumprimento de seus contratos;
resolver conflitos de interesses das concessionárias.

ANP (Agência Nacional de Petróleo)


É regulamentada pela Lei n. 9.478/97. É uma autarquia especial vinculada ao Ministério das Minas e
Energia. Foi criada para regular e fiscalizar a prestação ou execução de serviços relacionados ao
petróleo (art. 177, § 1.º, da CF/88). Dentro da regulação e da fiscalização da prestação de serviço
público, poderá:
abrir licitações;
celebrar contratos;
gerenciar a execução dos contratos;
aplicar sanções e penalidades pelo descumprimento de seus contratos;
resolver conflitos de interesses das concessionárias;

ANS (Agência Nacional de Saúde)


É regulamentada pela Lei n. 9.961/00. É uma autarquia especial, vinculada ao Ministério da Saúde.
Foi criada para regular e fiscalizar a prestação ou execução de serviços na área de saúde (arts. 196 e
197 da CF/88). Dentro da regulação e da fiscalização da prestação de serviço público, poderá:
abrir licitações;
celebrar contratos;
gerenciar a execução dos contratos;
aplicar sanções e penalidades pelo descumprimento de seus contratos;
resolver conflitos de interesses das concessionárias.

AGÊNCIA EXECUTIVA

Trata-se de atributo conferido a certas autarquias e fundações por iniciativa da Administração


Direta, visando atingir certas metas em troca de uma maior autonomia gerencial, orçamentária e
financeira por meio de um contrato de gestão. Não se cria uma nova figura, são apenas prerrogativas
dadas a autarquias e fundações temporariamente. O instrumento para conferir essas prerrogativas é
o contrato de gestão, que está previsto em lei.

A diferença entre agência reguladora e agência executiva é que a primeira tem personalidade
jurídica de Direito Público, sendo autarquia em regime especial, e a segunda configura um rótulo
dado a autarquias e fundações, que amplia sua autonomia gerencial, orçamentária e financeira.

Contrato de Gestão
É um contrato administrativo celebrado entre a Administração Direta e a Indireta, visando o
cumprimento de certas metas em troca de uma maior autonomia gerencial, orçamentária e
financeira (art. 37, § 8.º, da CF/88). Conteúdo do contrato de gestão:
metas que devem ser atingidas;
prazos em que as metas serão atingidas;
instrumentos de controle (exercido pela Administração Direta);
penalidades a serem aplicadas;
termos da ampliação da autonomia gerencial, orçamentária e financeira.

ORGANIZAÇÕES SOCIAIS

Podem ser definidas como pessoa jurídica de Direito Privado, criada por particulares, sem fins
lucrativos, que recebem esse rótulo para o desempenho de serviços públicos não exclusivos do
Estado. Esses serviços públicos são definidos pela Lei n. 9.637/98: saúde, ensino, meio ambiente,
cultura e pesquisa científica.
Essas organizações sociais não integram a administração do Estado, mas estabelecem parcerias com
ele para exercer os serviços públicos; estão ao lado dele (entes paraestatais). Essa parceria entre as
organizações sociais e o Estado será firmada por meio de um contrato de gestão. A CF/88 dispõe
sobre um contrato de gestão no seu art. 37, § 8.º Esse contrato de gestão disposto no art. 37 da CF/88,
entretanto, não é o mesmo contrato de gestão disposto na Lei n. 9.637/98. A denominação é a mesma,
mas as situações são diferentes. O contrato de gestão deverá prever:
os serviços públicos que serão exercidos por essas organizações sociais;
o prazo que elas têm para executar esses serviços;
os instrumentos de fiscalização;
as penalidades em caso de descumprimento.

As organizações sociais podem ser contratadas sem licitação (art. 24, XXIV, da Lei n. 8.666/93) e
recebem verbas ou dotações orçamentárias (verbas, pessoal e bens públicos).

SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS

São todos aqueles instituídos por lei e que contêm uma personalidade de Direito Privado. Não
possuem finalidade lucrativa e têm por único objetivo prestar assistência a certas categorias
profissionais.

Não integram a Administração Pública, mas estabelecem parceria com o Estado. Não exercem
serviço público, mas sim serviços de interesse público, portanto, a parceria se deve ao interesse da
Administração Pública em incentivar o desenvolvimento dessas atividades.

Os serviços sociais autônomos têm como fonte de renda dotações orçamentárias e contribuições
parafiscais cobradas dos empregadores. Como exemplos de serviços sociais autônomos temos o
SENAI, o SESC e o SESI.

DIREITOS DO CONSUMIDOR
Os consumidores têm o direito de denunciar estabelecimentos comerciais quando se
sentir prejudicado por eles na aquisição de bens, produtos ou serviços. Confira os casos
mais comuns:

• Preços diferentes nas gôndolas e na caixa registradora dos supermercados


• Produtos com prazo de validade vencido ou sem a data de vencimento
• Mercadorias expostas na vitrine sem o preço
• Preços diferentes no pagamento à vista, dinheiro, cheque ou cartão de crédito
• Imposição de limite mínimo para a venda no cartão de crédito
• Produtos importados com bula, rótulo ou manual sem a tradução para a língua
portuguesa

• Postos de combustíveis sem tabela de preços


• Financiamentos sem explicitar o número de prestações, valor total à vista, valor total a
prazo e valor dos juros cobrados

• Propaganda enganosa

São Deveres do Consumidor

• Exigir sempre as notas fiscais


• Exigir um contrato ao solicitar prestação de serviço
• Solicitar os termos de garantia de serviços e produtos por escrito e definidos em
contrato

• Pedir o manual ou o rótulo de qualquer produto em língua portuguesa


• Guardar os recibos para comprovar os pagamentos efetuados
• Colocar no verso do cheque a data combinada para a compensação (caso seja pré-
datado) e a que ele se destina

• Não se esquecer que as lojas de roupas são obrigadas apenas a trocar peças com
defeitos

O que é Código de Defesa do Consumidor?


- É uma lei de ordem pública (8.078/90) que estabelece direitos e obrigações de
consumidores e fornecedores, para evitar que os primeiros sofram qualquer tipo
de prejuízo. Uma lei de ordem pública não pode ser contrariada nem por acordo
entre as partes.
Quem são os Consumidores?
- Pode ser uma pessoa, várias pessoas ou ainda empresas que compram ou
utilizam produtos e serviços, para uso próprio.
E os Fornecedores, quem são?
- São empresas ou pessoas que produzem, montam, criam, constróem,
transformam, importam, exportam, distribuem ou vendem produtos ou serviços.
O que é Produto?
- É qualquer bem móvel (carro, eletrodoméstico, sofá etc.) ou imóvel (casa,
terreno, apartamento etc.).
O que é Serviço?
- É qualquer trabalho prestado mediante pagamento, inclusive serviços públicos,
bancários, financeiros, de crédito e de seguros.
O que é Serviço Público?
- São aqueles prestados pelo poder público à população: transportes, água,
esgotos, telefone, luz, correios. Estes serviços podem ser prestados diretamente
pelo poder público ou por empresas públicas e autarquias. O prestador de serviço
público também é fornecedor, portanto, os serviços públicos devem ser
adequados e eficazes.
OS DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR
O Código de Defesa do Consumidor enumera os direitos básicos do consumidor.
No entanto, outras situações que venham a causar prejuízos também estão
previstas no Código.
São direitos do consumidor:
1 - Proteção à vida e à saúde;
2 - Educação para o consumo;
3 - Escolha de produtos e serviços;
4 - Informação;
5 - Proteção contra publicidade enganosa e abusiva;
6 - Proteção contratual;
7 - Indenização;
8 - Acesso à justiça;
9 - Facilitação de defesa de seus direitos;
10 - Qualidade dos serviços públicos.
Proteção da vida e da saúde
O Código de Defesa do Consumidor se preocupa com a proteção da vida, saúde e
segurança do consumidor contra produtos e serviços perigosos ou nocivos que
ofereçam riscos. Produtos perigosos por natureza como, por exemplo, inseticidas
e álcool, devem ser acompanhados por impressos próprios que tragam todas as
informações necessárias sobre seu uso, composição, antídoto e toxidade. Se
depois que o produto for colocado à venda o fornecedor tiver conhecimento de
seu perigo, deverá imediatamente comunicar às autoridades competentes e aos
consumidores, através de anúncios publicitários em rádio, TV, jornal. É, portanto,
dever do fornecedor informar o consumidor sobre a quantidade, características,
composição, preço e riscos que porventura o produto apresentar. O não
cumprimento a esta determinação do Código configura crime e prevê detenção de
6 meses a 2 anos e multa.
Publicidade
O Código de Defesa do Consumidor proíbe a execução ou promoção de
publicidade enganosa ou abusiva e prevê pena de 3 meses a um ano e multa para
quem incorrer na prática. O ideal é que toda publicidade seja clara para que o
consumidor possa identificá-la facilmente. O fornecedor deve dispor de
informações técnicas e científicas para provar a veracidade da propaganda e deve
cumprir o que for anunciado. As informações da propaganda fazem parte do
contrato.
A propaganda enganosa contém informações falsas sobre o produto ou serviço,
quanto à: - Características;
- Quantidade;
- Origem;
- Preço;
- Propriedades;
- Ou quando omite dados essenciais.
A publicidade é abusiva quando:
- Gera discriminação;
- Provoca violência;
- Explora o medo e a superstição do consumidor;
- Aproveita da falta de experiência da criança;
- Desrespeita valores ambientais;
- Induz a comportamento prejudicial à saúde e à segurança.
Proteção contratual
O Código de Defesa do Consumidor garante a igualdade nas contratações,
possibilitando modificação ou supressão de cláusulas contratuais
desproporcionais, que provoquem desequilíbrio entre o consumidor e o
fornecedor.
O que é contrato?
- É um acordo em que as pessoas assumem obrigações entre si.
O que é contrato de adesão?
- Nem sempre o contrato é elaborado e escrito pelas partes. Se uma das partes
apresenta a outra um contrato já elaborado e impresso para assinar, será chamado
de contrato de adesão.
O contrato deve ter:
- Linguagem simples;
- Letras em tamanho de fácil leitura;
- Destaque nas cláusulas que limitem os direitos do consumidor.

Regras gerais para qualquer tipo de contrato:


O Código de Defesa do Consumidor garante o equilíbrio dos direitos e obrigações
na assinatura de qualquer tipo de contrato. Assim, não são permitidas cláusulas
que:
a) Diminuam a responsabilidade do fornecedor no caso de dano ao consumidor;
b) Proíbam o consumidor de devolver o produto ou reaver a quantia já paga
quando o produto ou serviço apresentar defeito;
c) Estabeleçam obrigações para outras pessoas além do fornecedor e do
consumidor;
d) Coloquem o consumidor em desvantagem exagerada;
e) Estabeleçam obrigatoriedade somente para o consumidor apresentar provas no
processo judicial;
f) Proíbam o consumidor de recorrer diretamente a um órgão de proteção ao
consumidor ou à justiça, sem antes recorrer ao próprio fornecedor ou a quem
ele determinar;
g) Possibilitem ao fornecedor modificar qualquer parte do contrato, sem
autorização do consumidor;
h) Estabeleçam perda das prestações já pagas por descumprimento de obrigações
do consumidor.
Como proceder quando seu contrato apresentar alguma cláusula abusiva?
Ler atentamente o contrato é de fundamental importância. Quando encontrar
alguma cláusula com a qual não concorde, questione e proponha sua alteração ou
supressão antes de assinar. Se a outra parte não concordar, o consumidor deverá
levar seu contrato ao órgão de defesa do consumidor que convocará o fornecedor
para explicações e eventual acordo. Quando o problema atingir vários
consumidores contra o mesmo fornecedor, esse órgão defenderá todo o grupo.
Se o consumidor preferir poderá procurar advogado de sua confiança ou, não
tendo recursos, a assistência judiciária gratuita do Estado.
DEVERES DO CONSUMIDOR
Consciência Crítica: questionar o preço e a qualidade de produtos e serviços.
Preocupação Social: estar ciente das conseqüências de nosso consumo sobre os
outros cidadãos.
Reclamação: mais que um direito, é um dever de consciência.
Solidariedade: organizar-se em conjunto, para a promoção e proteção dos
interesses dos consumidores.
Pesquisa: pesquisar sempre antes de comprar.
Consciência do Meio Ambiente: preservar, conservar, proteger nossos recursos
naturais.
Boicote: a comerciantes desonestos e inescrupulosos.
Honestidade: falar sempre a verdade ao reclamar junto aos órgãos de Defesa do
Consumidor.
Ao adquirir produtos observe:
1) O prazo de validade. Observe com atenção as datas indicadas nos alimentos e
remédios.
2) A boa aparência das embalagens. Latas amassadas, estufadas ou enferrujadas,
embalagens abertas ou danificadas causam danos à saúde.
3) A autenticidade. Produtos falsificados podem ser perigosos.
Ao contratar serviços evite:
1) oficinas não autorizadas e profissionais inexperientes. Na dúvida contrate um
profissional recomendado.
2) contratar serviço antes de fazer um orçamento. O orçamento é direito do
consumidor e nele deverá constar:
a) forma de pagamento;
b) o tempo de execução do serviço;
c) o tipo de material a ser usado;
d) detalhes do serviço a ser executado.
O orçamento tem validade de 10 dias a partir da data de recebimento pelo
consumidor.
ATENÇÃO: A APROVAÇÃO DO ORÇAMENTO DEVE SER FEITA POR ESCRITO E
SOMENTE PELO CONSUMIDOR.
O prestador de serviços deve sempre utilizar peças novas quando o serviço exigir
reposição de peças. O consumidor deverá ser consultado quanto à possibilidade
da utilização de peças usadas ou recondicionadas. Apresentação do produto:
Os produtos ou serviços devem ser oferecidos ao consumidor brasileiro em língua
portuguesa e com informações claras sobre:

1 - As características do produto ou serviço;


2 - Suas qualidades;
3 - Quantidade;
4 - Composição, ou seja, ingredientes utilizados;
5 - Preço;
6 - A garantia;
7 - Prazo de validade;
8 - O nome do fabricante e o endereço;
9 - Os eventuais riscos que possam apresentar à saúde e segurança dos
consumidores.
Quando o consumidor compra um produto nacional ou importado
(eletrodoméstico, por exemplo) o fabricante ou importador deve garantir a troca
das peças enquanto ele estiver à venda. Mesmo depois que o produto deixou de
ser fabricado ou importado, a oferta das peças deverá ser mantida por
determinado prazo.
Reembolso postal, compra por telefone, etc.
Quando você comprar um produto ou contratar um serviço através de:
- reembolso postal (anúncios em revistas, TV, jornais, etc);
- pedido por telefone;
- vendedores na porta de sua casa e outros meios que sejam fora do
estabelecimento comercial;
Você tem direito de se arrepender da compra ou contratação no prazo de 7 dias,
contados a partir do recebimento do produto ou serviço ou assinatura do contrato.
No caso de arrependimento, o consumidor deverá devolver o produto ou
suspender o serviço e terá direito à devolução do valor pago, com correção
monetária.
TERMO DE GARANTIA
O Termo de Garantia deverá ser preenchido no momento da compra, na frente do
consumidor. Junto com ele deve ser entregue o Manual de Instalação e Instrução
de uso do produto. O Termo de Garantia deverá esclarecer:
a) No que consiste a garantia;
b) Qual o seu prazo;
c) O local em que deve ser exigida.
ATENÇÃO: ainda que o termo de garantia não exista, o Código de Defesa do
Consumidor garante os seus direitos. No caso de produtos ou serviços
defeituosos procure o PROCON!
Consumidor, fique atento! Você não deve comprar:
1) Produtos com prazo de validade vencido. Observe com atenção os prazos
indicados nos alimentos e remédios.
2) Produtos com má aparência, latas amassadas, estufadas ou enferrujadas,
embalagens abertas ou danificadas.
3) Produtos com suspeita de terem sido falsificados.
4) Produtos que não atendam à sua real finalidade. Ex.: chuveiro elétrico ou ferro
de passar que não esquentem. Procure testar o produto na loja, antes de comprar.
São práticas abusivas:
1) Obrigar o consumidor, na compra de um produto, levar outro que não queira
para que tenha direito ao primeiro. É a chamada venda casada. A regra é válida
também na contratação de serviços.
2) Recusar atender consumidores quando há estoque de mercadorias.
3) Fornecer serviço ou produto sem que o consumidor tenha solicitado e depois,
cobrar por ele.
4) Aproveitar-se da ignorância, falta de conhecimento em vista da idade, saúde ou
condição social do consumidor para convencê-lo a comprar um produto ou
contratar um serviço.
5) Exigir vantagem exagerada ou desproporcional em relação ao compromisso que
o consumidor esteja assumindo.
6) A prestação dos serviços sem que seja apresentado ao consumidor um
orçamento com a previsão de custos, mão-de-obra etc.
7) Difamar o consumidor, principalmente se ele estiver exercendo seu direito.
8) Colocar no mercado produto ou serviço em desacordo com as leis que
regulamentam sua produção.
9) Deixar de estipular prazo máximo para entrega de produto ou fornecimento de
serviço.
10) Utilizar peças de reposição usadas ou recondicionadas no conserto de um
produto, sem autorização de consumidor.
11) Fixar multa superior a 2% do valor da prestação, nos contratos de
financiamentos.
Reparação de danos
Sempre que um produto ou serviço causar acidente, serão responsabilizados:
1º - O fabricante
2º - O produtor
3º - O construtor
4º - O importador
Na impossibilidade de identificar o fabricante, o produtor, o construtor ou o
importador, que respondem solidariamente pelo dano, o responsável passa a ser o
comerciante. Um produto é considerado defeituoso quando não oferece a
segurança que dele se espera, levando-se em consideração certas circunstâncias
relevantes, entre as quais:
- sua apresentação;
- o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
- a época em que foi colocado em circulação;
Atenção: um produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor
qualidade ter sido colocado no mercado.
AS OPÇÕES DO CONSUMIDOR
1) Quando um determinado produto apresentar defeito de fabricação, o fornecedor
tem 30 dias para corrigí-lo. Passado esse prazo, o consumidor pode exigir:
- A troca do produto;
- Abatimento no preço;
- O dinheiro de volta, corrigido monetariamente.
2) Havendo defeito na prestação do serviço o consumidor tem direito de exigir:
- Nova execução do serviço, sem qualquer custo;
- Abatimento no preço;
- Devolução do valor pago, em dinheiro, com correção monetária.
3) Se o problema refere-se à quantidade do produto, o consumidor pode exigir:
- Troca do produto;
- Abatimento no preço;
- Que a quantidade seja completada de acordo com a indicada no rótulo ou
conforme a solicitação;
- O dinheiro de volta, corrigido monetariamente.
Prazos para reclamar de produto ou serviço com defeito:
- 30 (trinta) dias para produto ou serviço não durável, contados a partir do
recebimento do produto ou término do serviço. Ex: alimentos.
- 90 (noventa) dias para produto ou serviço durável, contados também a partir do
recebimento do produto ou término do serviço. Ex: eletrodomésticos.
Se o defeito não for evidente, dificultando a sua identificação imediata, os prazos
começam a ser contados a partir do seu aparecimento.
COBRANÇA DE DÍVIDAS
Todo inadimplente tem que ser cobrado, mas existe forma certa de fazer a
cobrança. O Código de Defesa do Consumidor não permite que o fornecedor faça
escândalos na porta da casa do consumidor ou tenha qualquer outra atitude que o
exponha ao ridículo.
CADASTRO DE CONSUMIDORES
Normalmente, quando o consumidor aluga uma casa ou compra a prazo, preenche
fichas de seus dados pessoais. Essas fichas formam um cadastro, cujas
informações podem ser utilizadas pelos comerciantes para se protegerem dos
maus clientes. A criação e a utilização deste tipo de cadastro não é proibida pelo
Código que, no entanto, assegura ao consumidor:
- Direito à retificação de dados incorretos;
- Direito a exclusão de informações negativas após um período de 5 anos;
- Direito de acesso às informações cadastradas a seu respeito;
- Direito de saber antecipadamente sobre a abertura da ficha de cadastro.
CADASTRO DE FORNECEDORES
O Código de Defesa do Consumidor determina que os órgãos públicos de defesa
do consumidor façam uma listagem dos fornecedores reclamados. Essa listagem
poderá ser consultada, a qualquer momento, pelos interessados, que poderão
saber, inclusive, se o fornecedor atende ou não a reclamação. Além disso, o
Código de Defesa do Consumidor prevê sua publicação anual.
COMO RECLAMAR?
Em primeiro lugar, é bom saber que para exigir seus direitos, o consumidor não
precisa contratar um advogado: o atendimento no PROCON é gratuito. O órgão
público analisará o seu caso e convocará as partes para um possível acordo.
COMO MOVER UMA AÇÃO?
A ação na justiça pode ser individual ou coletiva, se várias pessoas sofreram um
mesmo tipo de dano.
- Se o dano for individual:
O consumidor deverá procurar a assistência judiciária gratuita, se for carente, ou
contratar advogado.
-Se o dano for coletivo:
Os órgãos e as associações de proteção ao consumidor, além do Ministério
Público poderão, em nome próprio, ajuizar ação em defesa dos lesados.
COMO USAR O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR?
A aplicação do Código de Defesa do Consumidor depende só de você. Deixe-o
sempre à mão. Leve-o em suas compras e, em caso de dúvida, consulte-o. Não se
acanhe, é um instrumento de defesa de seus direitos.
QUEM PODE AUXILIAR NA UTILIZAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR?
Havendo dificuldades em fazer valer seus direitos, procure os órgãos (PROCON's)
ou associações de defesa do consumidor.
CONSUMIDOR:
Código de Defesa do Consumidor é uma lei que está à sua disposição. Exija que
ele seja respeitado. RECLAME, ARGUMENTE E FAÇA VALER SEUS DIREITOS.
Agora que você já o conhece, divulgue o seu conteúdo.

Comprei um produto que apresentou defeitos. O fabricante diz que não pode fazer nada
porque não tem culpa pela ocorrência do defeito. Isso é verdade?

R: Não. De acordo com o artigo 12, do Código de Defesa do Consumidor (CDC), o


fabricante, o produtor, o construtor, seja ele nacional ou estrangeiro e o importador
respondem, independentemente de culpa, pela reparação dos damos ocorridos aos
consumidores, sejam esses defeitos decorrentes de falha de projeto, fabricação,
construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento dos
produtos, assim como por informações incompletas ou inadequadas sobre a utilização e
os riscos que ofereçam esses produtos.
O fornecedor de um determinado produto, adquirido por mim, se recusa a trocá-lo por
outro, alegando que o defeito apresentado é culpa do fabricante. O que eu devo fazer?

R: Primeiramente, a responsabilidade do fornecedor é solidária, ou seja, tanto ele quanto


o fabricante são responsáveis pelos produtos colocados à venda. Isso significa que, caso
o consumidor queira exigir a troca do produto diretamente com o fornecedor, ele poderá
fazê-lo. É o que diz o artigo 18 do CDC.

O produto que eu comprei está dentro da garantia, mas já faz 40 dias que o mesmo está
na assistência técnica. Desde que eu o comprei ele já estava com defeito. O que eu posso
fazer neste caso?

R: No caso de o vício, ou seja, o problema não ser sanado no prazo máximo de 30 (trinta
dias), o consumidor pode exigir qualquer uma destas 3 opções: a substituição do produto
por outro similar, em perfeitas condições de uso, a restituição imediata da quantia paga,
devidamente corrigida ou o abatimento proporcional do preço. Neste último caso, o artigo
se refere, por exemplo, na hipótese de vários produtos adquiridos da mesma loja. Isso
está expresso no artigo 18, parágrafo 1.º, do CDC.

Mas, e se a substituição das partes defeituosas, em razão de sua gravidade, puder


comprometer a qualidade do produto?

R: O parágrafo 4.º, do artigo 18, do CDC, diz que, no caso de, em razão da extensão do
vício, a substituição das partes viciadas vier a comprometer a qualidade, as
características do produto ou no caso de se tratar de produto considerado essencial, o
consumidor poderá exigir, de imediato, a substituição desse produto. Isso quer dizer que
ele não precisará esperar os 30 dias citados na resposta anterior.

Comprei alguns vegetais que estavam em estado de decomposição. O dono do mercado


me disse que não se lembra de quem comprou as maçãs que estavam estragadas por
dentro, por isso disse que não vai me trocar as frutas. Quem é o responsável?

R: O artigo 18, do CDC, em seu parágrafo 5.º, diz que, no caso de fornecimento de
produtos "in natura" (ao natural), como frutas e verduras, será responsável, perante o
consumidor, o fornecedor imediato, a não ser que seja claramente identificado o seu
produtor. Ou seja, o responsável neste caso será quem vendeu as frutas, isto é, o
mercado.

Contratei uma empresa para pintar as paredes de minha casa, mas o serviço ficou
péssimo, muito mal feito. O que eu posso fazer?

R: De acordo com o artigo 20, do CDC, o consumidor pode exigir, de acordo com o que
julgar melhor: a reexecução do serviço, sem ter de pagar por isso, a devolução da quantia
paga, devidamente corrigida ou o abatimento proporcional do preço. Esta última hipótese
se refere, por exemplo, àquele caso em que apenas algumas paredes ficaram mal
pintadas. Isto é, ele terá direito de receber de volta o valor pago apenas pela pintura
dessas paredes.

Minha máquina de lavar roupas foi para o conserto e, na autorizada, foram colocadas
peças recondicionadas, mas eu não autorizei isso. Como fica minha situação?
R: O artigo 21, do CDC diz que no fornecimento de serviços de consertos de qualquer
produto, é obrigação do fornecedor usar, no conserto, peças novas, originais e
adequadas, mesmo que o consumidor não exija isso. Ou ainda, peças que não alterem as
características originais do produto, mas desde que, nesta última hipótese, não haja
autorização em contrário por parte do consumidor.

No contrato de compra e venda que eu assinei com a loja que me vendeu um aparelho de
som, diz que não poderei reclamar por causa de defeitos ocorridos no rádio. Mas o rádio
estragou. A loja diz que não pode fazer nada, pois, no contrato assinado por mim, eu abri
mão de meus direitos. Isso é correto?

R: De modo algum. O artigo 25, do CDC é claro com relação a isso. Ele diz que é proibida
a presença de cláusula, no contrato, que impossibilite, retire ou atenue a responsabilidade
de indenizar os defeitos ou danos ocorridos.

Qual é o prazo para eu reclamar por um defeito existente em um produto?

R: Tanto para produtos como para serviços, o prazo é o mesmo. Mas deve ser analisado
se o vício é aparente ou não, ou seja, se o defeito é de fácil constatação, se é visualmente
perceptível. Sendo esse o caso e se o produto é durável (como os eletrodomésticos, por
exemplo), o prazo é de 90 dias. Caso o produto seja não-durável (como pilhas e alimentos,
por exemplo), o prazo é de 30 dias. Isto está previsto no artigo 26 do CDC.

E quando se inicia esse prazo para eu reclamar de vícios aparentes?

R: De acordo com o artigo 26, em seu parágrafo 1.º, o prazo começa a contar da data da
entrega do produto ou do fim da realização do serviço.

O produto que eu comprei tinha um defeito interno, que só apareceu quando o mesmo foi
para o conserto e foi desmontado por um técnico. Quando começa a contar o prazo para
reclamar disso? É a partir da datra da compra?

R: Não. Em se tratando de vício oculto, ou seja, escondido, o prazo começa a contar a


partir do momento em que o vício é detectado, segundo o artigo 27, do CDC.

Uma empresa poderá ser considerada uma consumidora? Quando isso ocorrerá?

R: Sim. De acordo com o artigo 2.º, do CDC, "Consumidor é toda pessoa física ou jurídica
que adquire ou utliza produto ou serviço como destinatário final." Isso quer dizer que, se
uma empresa contratar outra para o conserto, por exemplo, dos encanamentos de sua
sede, a contratante será considerada uma consmidora, pois é a destinatária final desse
serviço. Mas, se aquela empresa tivesse contratato uma marcenaria para fabricar móveis
para serem revendidos, ela não se equiparará à figura de consumidor, pois os imóveis
fabricados e adquiridos de outra empresa serão revendidos.

Comprei um eletrodoméstico importado no mês passado. O produto estragou e não acho


peças de reposição. A loja que me vendeu disse que o produto não está mais sendo
importado, por isso não há mais peças para troca nos serviços autorizados. E agora, o
que eu faço?
R: De acordo com o artigo 32, do Código de Defesa do Consumidor, os fabricantes e
importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de reposição enquanto
não for parada a importação ou fabricação do produto. E, após parada a importação ou
fabricação, a oferta deverá ser mantida por período razoável de tempo, na forma da lei.
Infelizmente, esse período não foi ainda determinado. Mas o período de um mês, com
certeza, está enquadrado no que diz o artigo 32. Assim sendo, você poderá exigir do
importador ou do fabricante a oferta de peças de reposição para o produto que
apresentou defeito.

Uma determinada firma procurada por mim se recusa a apenas vender os maços de
cigarros. Ela obriga que a pessoa compre também uma determinada marca de isqueiro.
Isso é correto?

R: De forma alguma. isso é o que se chama de venda-casada e contraria o disposto no


artigo 39, inciso I, do CDC, que diz que é proido ao fornecedor de produtos ou serviços
condicionar a venda de um produto ou o fornecimento de um serviço ao fornecimento de
um ouitro serviço ou outro produto. E nem a quantidade produtos pode ser limitada. Caso
você queira comprar apenas um maço de cigarros e o vendedor se recusar, você não
poderá ser obrigado a comprar dois ou três deles (ou quantos forem, além do que você
quiser).

Uma empresa de cobrança está me incomodando. Eu comprei um produto e deixei de


pagar algumas parcelas do carnê. Agora, ela fica ligando para o meu serviço e fala com o
meu chefe sobre isso. Estou constrangida por esse fato. A empresa pode fazer isso?

R: Absolutamente não. O artigo 42, do CDC, afirma que, na cobrança de débitos, o


consumidor inadimplente (que está com os pagamentos atrasados) não será exposto a
ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. E ligar para
o seu chefe para cobrar uma dívida sua caracteriza esse constrangimento previsto no
artigo citado.

Paguei uma conta que estava em atraso, mas acho que me foi cobrado um valor acima do
que deveria. A loja deve me devolver o valor pago a mais?

R: Caso seja comprovado que foi pago um valor acima do que deveria ter sido cobrado, o
consumidor tem direito a receber a diferença em dobro e corrigida pelos juros legais. Isso
está claramente previsto no artigo 42, em seu parágrafo único, do CDC. O Procon mesmo
pode conferir esse cálculo feito pela loja.

Uma empresa de cobrança está me cobrando, além dos juros e multa, 20% a título de
honorários advocatícios. Ela pode fazer isso?

R: Não. Honorários advocatícios apenas podem ser cobrados quando há uma discussão
judicial sobre alguma coisa. Cobrar honorários advocatícios na cobrança extra-judicial
(que não está na justiça) é ilegal. Caso sejam pagos esses 20% (ou outra porcentagem),
esse valor terá que ser devolvido, em dobro, ao consumidor.

Comprei, por telefone, um gel para a pele. Mas desisti da compra, que foi feita há 4 dias.
Tenho algum direito de não querer mais o produto?
R: Sim. De acordo com o artigo 49, do CDC, o consumidor tem o prazo de 7 dias para
desistir de compras feitas fora do estabelecimento comercial, ainda mais se ela for feita
através do telefone ou em domicílio. Esse prazo se inicia na data da assinatura do
contrato (no caso de venda em domicílio, a conhecida venda de porta em porta) ou na
data do recebimento do produto ou serviço. Por isso, lembramos aqui, mais uma vez, da
importância de se guardar todos os comprovantes, contratos e recibos relativos a
compras efetuadas ou serviços prestados.

Meu contrato tem uma cláusula considerada nula pelo CDC. Por causa disso, todo o
contrato será nulo?

R: Não.O artigo 51, em seu parágrafo 2.º, expressa que a mulidade de uma cláusula não
implica a nulidade de todo o contrato. O artigo 51 elenca algumas hipóteses de nulidade
de cláusula contratual, como, por exemplo, as que a diminua a responsabilidade de um
fornecedor por um defeito ocorrido em um produto por ele vendido; que estabeleça
obrigações consideradas abusivas, ao consumidor; que que autorizem o fornecedor a
alterra o valor do contrato por sua única ontade; que viole normas ambientais, etc.

Quero pagar antecipadamente as parcelas do meu carnê, mas a loja não quer me dar um
desconto, alegando que a cobrança é feita por outra empresa. O estabelecimento está
correto?

R: Bem, de acordo com o artigo 52, do CDC, em seu parágrafo 2.º, está garantido, ao
consumidor, o direito de redução proporcional dos juros e demais acréscimos no caso de
pagamento antecipado (tanto total quanto parcial) do débito. Então, só pague
antecipadamente se a loja lhe oferecer um desconto. Realmente, muitas lojas terceirizam
seus departamentos de cobrança, ou seja, são outras firmas que fazem a cobrança dos
débitos. Mas não pague caso não vá receber um abatimento proporcional dos juros e
demais correções.

Tenho um contrato de compra e venda de uma casa, mas atrasei o pagamento das
prestações. A construtora diz que eu irei perder o dinheiro pago, além de ficar sem a casa,
pois isso está previsto em uma cláusula desse contrato que eu assinei. E agora?

R: Essa cláusula é plenamente nula, de acordo com o que dispõe o artigo 53, do Código
de Defesa do Consumidor. Você não poderá perder o dinheiro já pago só porque atrasou o
pagamento das prestações.

Deixei meu carro parado em um estacionamento e, quando voltei para pegá-lo, ele estava
todo riscado. O que posso fazer? O estacionamento diz que não pode fazer nada.

R: O estacionamento é responsável pelos veículos nele deixados, ainda mais se a tarefa


de pegá-los e retirá-los de onde estejam guardados seja exclusiva dos manobristas. Ele
será responsável pelos danos ocorridos ao seu veículo e terá de indenizá-lo por isso.

Nesse mesmo estacionamento foram furtados alguns objetos que estavam dentro do meu
carro. Com a alegação de que há uma placa no local informando que eles não se
resonsabilizam por ojetos deixados dentro do veículo, os proprietários do
estabelecimento não querem me ressarcir. Isso é certo?
R: Não, não é. Independente da existencia de tal placa, que não tem nenhuma validade, o
estabelecimento é responsável pelo veículo, pelos seus acessórios e objetos em seu
interior. Assim, se você teve algum objeto subtraído, deve ser ressarcido. Para evitar esse
tipo de problema, deixe os objetos com o responsável pelo estabelecimento, como o
gerente, por exemplo.

Meu carro foi furtado do estacionamento de um supermercado. O que devo fazer?

R: O mercado é responsável pelos veículos deixados em seu estacionamento, mesmo que


ele seja gratuito. Os tribunais assim entendem porque o estacionamento gratuito é um
atrativo ao consumidor, o que acaba revertendo em lucro para o estabelecimento.

Existe diferença entre oficina especializada e autorizada?

R: Sim, há diferença. As especializadas são empresas com experiência em determinado


tipo de conserto, essa é sua especialidade. As autorizadas são credenciadas pelos
fabricantes dos produtos e fornecem peças originais, garantindo a qualidade do serviço.
Mas isso não quer dizer que as especializadas não sejam boas e idôneas, de modo algum,
elas apenas não têm vínculo nenhum com os fabricantes.

Sou obrigado a mudar de categoria de plano de saúde, segundo consta de carta que eu
recebi da empresa?

R: Não. É comum as empresas de planos de saúde enviarem correspodências dizendo


que o consumidor terá alterada a sua categoria. Por exemplo, é dito que essa categoria
não mais existirá. Nesse caso, o consumidor deverá ser incluído em categoria que não lhe
gere ônus (como pagar mensalidades mais caras, por exemplo). Caso não haja categoria
com cobertura similar, o consumidor não é obrigado a pagar a diferença no valor das
mensalidades, a não ser que essa mudança ocorra por força de lei.

Fiz um empréstimo com um agiota e o valor que estou pagando já ultrapassou em muito o
valor que eu emprestei. O que eu faço?

R: Nesse caso não se trata de relação de consumo, portanto, não se aplica o CDC. Você
deve ir a uma delegacia de polícia para denunciar o agiota.

Fiz uma compra pela Internet. Também tenho os direitos expressos no CDC?

R: É claro que sim. O consumidor que faz compras pela Internet têm os mesmos direitos
daquele que as faz no comércio tradicional. O CDC não discrimina nenhum tipo de
consumidor em relação ao aoutro. Mas você deve se precaver, apenas comprando em
"sites" conhecidos e guardando todos os documentos referentes à compra (imprimindo
os "e-mails" recebidos da loja, comprovantes, recibos etc.) . Isso será útil em caso de
futura reclamação.

Compri um CD (com embalagem lacrada) em uma loja. Quando cheguei em casa, a


caixinha estava vazia. O vendedor disse que não pode fazer nada. E agora?

R: Você tem direito à devolução do valor pago ou o recebimento de um CD similar.


Guarde a caixinha vazia e a nota fiscal para abrir um processo administrativo no Procon.
Comprei determinado material escolar para o meu filho. Ao chegar em casa, vi que meu
outro filho já possuía esse material. Tem direito de receber meu dinheiro de volta?

R: Infelizmente, não. A loja não é obrigada a devolver o valor pago pelo material. A não ser
que você tenha feito a compra por telefone, pela Internet ou através de um vendedor que
foi até a sua casa. Nesses casos você têm 7 dias para desistir da compra (art. 49, do CDC),
mesmo sem motivos relevantes para isso. Mesmo tendo comprado na loja, não custa nada
tentar devolver o material e ficar com um crédito para futuras compras ou tentar a troca
por outros materiais. Uma boa conversa pode fazer milagres!

É correto estipular, nos cartões de consumação, em casas noturnas ou outros


estabelecimentos, um valor de R$100 para o caso de perda do mesmo?

R: Não, isso não é correto. Algumas casas estipulam os valores de R$ 100,00, um salário
mínimo, etc. como multa para quem perder o cartão de consumação que é entregue aos
fregueses na entrada do estabelecimento. Entendo que o empresário procure se precaver
de pessoas de má-fé que possam consumir um valor alto e alegar que perderam o cartão e
que não consumiram nada. Mas cobrar um valor desses caracteriza-se como abusividade
por parte do fornecedor, pois o valor é muito elevado. Assim, não é correto esse tipo de
prática, que onera excessivamente o consumidor por um fato que, às vezes, a ele não deu
causa.

A escola onde meu filho estudava se recusa a entregar seus documentos porque há
algumas mensalidades atrasadas. Isso é correto?

R: Não, essa atitude é ilegal. O estabelecimento de ensino não pode reter documentos do
aluno para forçar a cobrança de mensalidades atrasadas.

Uma empresa também pode ser considerada consumidora e utilizar os direitos previstos
no CDC?

R: Sim, e isso não é uma incoerência. Uma empresa será considerada consumidora
quando adquirir um bem que não irá revender, comercializar. Ou seja, caso uma padaria
compre um forno que apresente problemas, ela poderá se utilizar do CDC para fazer valer
os seus direitos de consumidora, pois o que ela vende são pães, doces etc., e não fornos.
O forno é para uso da empresa, assim, ela se torna, neste caso, consumidora (pois ela é a
destinatária final desse produto). Mas, se ela comprasse doces de outra padaria para
revendê-los, ela não poderia ser caracterizada como consumidora, pois ela iria revender
esses doces (com objetivo de lucro e não seria a destinatária final desses produtos).

Sempre ouço falar que, em uma ação de cobrança, o credor não deve cobrar o devedor no
seu trabalho, lazer, descanso etc. Isto é correto? Onde está esta proibição? E como fica a
situação do credor, isto é, onde e como cobrar o que lhe é de direito, se, ao menos em
tese, uma pessoa sempre estará em uma dessas situações: trabalhando, descansando ou
em lazer?

R: Realmente é preciso que o credor tome alguns cuidados ao exigir seus créditos... Ele
pode até telefonar para a empresa em que o devedor trabalha, mas deve falar diretamte
com ele, não entrando em detalhes ou falando que se trata de cobrança, para outros
funcionários e/ou chefe do devedor. No caso de correspondências, elas podem ser em
tom firme, mas nunca desrespeitosas ou ofensivas. E, no caso de ligações telefônicas
para a residência, o credor também não poderá fazer xingamentos, ameaças etc. Uma boa
conversa e o aviso de que a dívida poderá ser cobrada judicialmente são suficientes (isso
não é ameaça, é o exercício de um direito). Em suma: o bom-senso deve imperar - tanto
do lado do credor quanto do devedor - na cobrança de dívidas.

Fui a um supermercado e escolhi alguns produtos de que eu precisava. Quando cheguei


ao caixa, percebi que o preço que foi acusado pela leitora digital do código de barras era
diferente (mais caro) do que aquele que constava na prateleira do mercado. Qual dos dois
preços é o correto?

R: Nessas hipóteses, sempre prevalecerá o preço mais baixo. Assim, exija que seja
cobrado o valor que consta da prateleira ou da gôndola. E o supermercado não fica livre
de uma punição por prática que lesa o consumidor. Portanto, fique sempre atento aos
preços, para ver se, na hora de pagar, ele não é mais alto do que deveria ser.
Infelizmente, esse tipo de situação ocorre, diariamente, em todo o País. E, curiosamente, a
diferença no preço é sempre para mais, nunca para menos...

Algum tempo atrás, fiz minha lista de presentes de casamento em uma determinada loja.
O vendedor que me atendeu disse que, se eu quisesse trocar algum presente recebido,
era só levá-lo à loja, e ele seria, imediatamente, trocado. Nada mais. Contudo, recebi
alguns presentes que decidi trocar. Retornando à loja, ao conversar com o vendedor, ele
me disse que só aceitaria a troca dos produtos se eu aceitasse um desconto de 25% no
valor da mercadoria. Essa seria a "norma da empresa". Isso pode ser feito?

R: Não. Isso só poderia acontecer se essa condição (a respeito do desconto no valor)


fosse explicada, no momento em que foi elaborada a lista de presentes. Como o vendedor
nada falou a respeito disso, quando você montou a lista de presentes, é ilegal exigir um
desconto, sobre o valor da mercadoria, para efetuar a troca da mesma. Caso essa
condição houvesse sido explicitada a você, anteriormente, aí o desconto até poderia ser
cobrado. Assim, seria uma faculdade do consumidor fazer a sua lista nessa loja, ou não.

Segundo a Lei n.º 9.656/1998, eu serei obrigado a migrar de plano de saúde?

R: Para aqueles consumidores que tinham contratos assinados em data anterior à


vigênciadessa Lei, e que, portanto, têm que se adaptar às suas novas exigências, a
mudança não é obrigatória. Caso a alteração não lhe seja vantajosa, não altere o seu
plano. O seu plano continuará vigorando por prazo indeterminado. Assim, as empresas
não poderão coagir os clientes a migrar de opção, pagando mais caro por isso.

Ainda tenho créditos em meu aparelho celular pré-pago. Todavia, como fiquei um certo
tempo sem colocar novos créditos, o mesmo foi bloqueado. Isso é certo?

R: Não, essa é uma prática considerada abusiva, pelo CDC, pois força o consumidor a
utilizar um serviço, mesmo que não precise, sob pena de perder os créditos ainda
restantes.

Ao efetuar uma compra, o comerciante quis me cobrar uma porcentagem a mais, sobre o
valor do produto, porque eu iria pagar com cartão de crédito? Isso não é errado?

R: Sim, essa é uma prática irregular. Embora tenha que pagar taxas de aluguel das
máquinas e uma porcentagem das vendas às operados de cartões de crédito, o
comerciante não pode diferenciar os preços dos produtos entre pagamentos com
dinheiro, cheque ou cartão (de crédito ou de débito). O que o comerciante pode fazer é dar
desconto para pagamento em dinheiro e não dar desconto (ou dar um desconto menor)
para pagamento a prazo, ou no cartão. Isso é permitido, pois ele não é obrigado a dar
descontos em seus produtos, salvo propaganda ou publicidade em contrário.

Pertinência !

A responsabilidade pelo fato do produto e do serviço

O artigo 12 do CDC abre a especificação do tema: responsabilidade pelo fato do produto e


do serviço legalizando que o construtor, o importador, o produtor e o fabricante,
indiferente se estrangeiro ou nacional, respondem, independentemente da existência de
culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes do
fabricação, montagem, construção, projeto, fórmulas, manipulação, acondicionamento ou
apresentação de seus produtos, respondendo também por informações inadequadas ou
insuficientes sobre sua utilização e riscos.
Fazendo uso da frase: "(...) independentemente da existência de culpa (...)", constatamos
que o CDC adota a responsabilidade objetiva; ou seja, não existe relevância do grau de
culpa do fornecedor. Se for constatado que determinado dano foi causado em decorrência
da "substância falha do produto", o fornecedor é obrigado indenizar. Neste artigo
encontramos a responsabilidade civil do fabricante, do construtor, do importador e do
produtor.

A responsabilidade do fabricante, do construtor, do importador e do produtor "será


aferida pelo defeito apresentado pelo produto, em virtude da adoção da teoria do risco da
atividade, no qual o exercício da atividade econômica no mercado de consumo, acarreta-
lhe a obrigação de indenizar quaisquer danos advindos deste exercício."

O artigo 3° do CDC conceitua em seu caput o que vem a ser fornecedor, e o seu §2°
conceitua o que vem a ser produto. Evidentemente, os bens que se refere o CDC, são
aqueles de natureza patrimonial, econômica, redutíveis a um valor pecuniário.
Antes de aprofundarmos o tema, torna-se válido uma rápida exposição do que vem a ser a
responsabilidade civil .

No que deriva sobre os conceitos de responsabilidade civil os doutrinários nem sempre


chegam a um acordo. Para alguns autores "responsabilidade" consiste em "responder".
Outros estabelecem na conceituação de responsabilidade como alusão a uma das causas
do dever de reparação, atribuído-a ao fato culposo do agente. Já outros preferem não
conceituar.

A responsabilidade civil tem essencialmente uma função reparadora ou indenizatória.


Também garante o direito lesado à segurança e serve como sanção civil, de natureza
compensatória.
Com a finalidade de corrigir as distorções e injustiça que decorrem da teoria subjetiva
(responsabilidade civil subjetiva \ existência da culpa), os juristas conceberam a
responsabilidade sem culpa e traçaram os traços gerais da teoria objetiva.

A teoria objetiva resulta na responsabilidade civil objetiva: atividade que gerou o dano é
lícita, mas causou perigo a outra pessoa, de modo que aquele que a exerce, por ter a
obrigação de velar para que dela não resulte em prejuízo, terá o dever ressarcitório, pelo
simples implemento do nexo causal. Basta provar a existência de nexo entre a causa e o
dano.
Para alguns doutrinários a teoria objetiva e não pode ser confundida com a teoria de
risco. Para outros autores, como Sílvio Rodrigues, ambas teorias são praticamente
sinônimos, a teoria objetiva seria um aperfeiçoamento mínimo da teoria do risco:
trabalharemos na versão deste.

Segundo a teoria do risco ( ou da responsabilidade civil objetiva), o sujeito de direito que


através de sua atividade, criar um risco de dano a outrem, deve ser obrigado a repará-lo,
ainda que sua atividade e seu comportamento, sejam isentos de culpa.

Na responsabilidade objetiva a atitude, culposa ou dolosa, do agente causador do dano é


de menor relevância, porque desde que exista relação de causalidade entre o dano
experimentado pela vítima e o ato do agente, surge o dever de indenizar, que tenha este
último agido ou não culposamente. Então, constatamos que os elementos constitutivos
desta teoria são: nexo de causalidade; dano; ação de um agente ou risco.

A responsabilidade civil encontra-se legitimada no art. 159 do CCB.


A legislação brasileira entende por dano é o prejuízo causado a outrem. "Dano é todo mal
ou ofensa que tenha uma pessoa causado a outrem, da qual possa resultar uma
deterioração ou destruição à coisa dele ou em prejuízo a seu patrimônio."

No que se refere a existência do dano, são requisitos:

• Destruição ou diminuição de um bem jurídico, moral ou patrimonial pertencente a


pessoa: todo dano é tem que haver um pressuposto lesado. O dano acarreta lesão nos
interesses de outrem, sejam eles econômicos ou não. Não há dano sem lesado, pois só
pode reclamar indenização do dano aquele que sofreu a lesão. Neste item subdivide-se
em vítima direta (quando quem sofre o dano é a própria pessoa) ou indireta (quando o
dano foi causado a família ou terceiros).

• Causalidade: Deverá haver uma relação entre a falta e o prejuízo causado. Aqui o dano
também poderá se direto (oriundo da ação, como conseqüência imediata, ou se for
resultante de ato lesivo. Há uma relação imediata entre a causa destacada pelo direito e
da perda sofrida pela pessoa) ou indireta (perda sofrida pelo lesado, representando
uma repercussão ou efeito da causa noutros bens não os diretamente atingidos pelo
fato lesivo. Trata-se do dano por mero reflexo).

• Legitimidade: Para que a vítima possa pleitear a reparação, precisará ser titular do
direito atingido.

• Subsistência do dano no momento da reclamação do lesado: O prejuízo é insubsistente


se o dano já foi reparado pelo responsável, porém se o foi pela vítima, a lesão subsiste
pelo quantum da reparação.

• Efetividade ou certeza do dano: A lesão não poderá se conjetural ou hipotética. O dano


dever ser efetivo e real, sendo necessária sua demonstração e evidência em face dos
acontecimentos e sua repercussão sobre a pessoa, ou patrimônio. Aqui se ressalva os
casos de dano presumido.

• Ausência de causas excluentes de responsabilidade: Que o dano não recaia em


questões excluentes da responsabilidade (condições já apresentadas).
Voltando ao tema principal, o art. 12 do CDC , em seus parágrafos, conceitua o que vem a
ser um produto defeituoso. Segundo o CDC, o produto é defeituoso quando não oferece a
segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as
circunstâncias relevantes, entre as quais sua apresentação, o uso e os riscos que
razoavelmente desse se esperam, a época em que foi colocado em circulação. Porém, não
é de qualquer insegurança que o tornar defeituoso. Os defeitos previsíveis e normais
encontram-se abrangidos na expectativa do consumidor. Os produtos que excedem esta
abrangência e podem provocar um acidente de consumo é que são considerados
defeituosos.

A autora Maria Donato trabalha com a idéia que considerada a insegurança do produto
teria três espécies de defeitos de caracterização: os defeitos decorrentes da falta de
informação ou instrução adequada sobre os riscos oferecidos por certo produto; os
defeitos pré vindos da concepção técnica do produto e que afetam toda a série de
produção; e os defeitos oriundos da fase de fabricação e que atingem apenas exemplares
de determinada série.

O autor Arthur Marques da Silva Filho, doutrina sobre o assunto: "A ação de colocar um
produto no mercado exige do fabricante ou de outras pessoas equiparadas o dever de
diligência para que o produto ofereça segurança. Daí, por conseqüência, o derivado dever
de informação. Esta deverá ser a mais adequada e suficiente possível, para permitir que o
produto, sendo utilizado segundo as suas intrusões, não perca a segurança, e, pois, não
cause riscos ao consumidor."
Mas nem sempre o fato do produto ser defeituoso acarreta em indenização; é necessário
comprovar a responsabilidade civil objetiva do fornecedor em seus requisitos. Esta
comprovação é feita pela consumidor, mas poderá ter seu ônus invertido - segundo o art.
6°, VIII, do CDC.

O parágrafo 2° deste mesmo artigo, ressalta que produto não é considerado defeituoso
pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado. Em exemplo
ilustratório: Dorothea compra um batom e após pagar, passa no balcão e descobre outro
batom, de outra marca, pelo mesmo preço, que tem duração de 24 horas. O fato de batom
comprado não estar em conta, não se encaixa neste artigo.

Leva-se em conta nesta exceção do produto defeituoso, que no mundo de hoje, a


tecnologia avança rapidamente. Em fase disto, a legislação considera que não é pelo fato
que um produto ser ultrapassado, que ele seja defeituoso.
O artigo 12 do CDC, em ser 3° parágrafo, exclui a responsabilidade do fabricante, o
construtor, o produtor ou importador quando: não colocou o produto no mercado;
quando, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito seja inexiste, e quando a
culpa se torna exclusiva do consumidor ou de terceiro.
Aqui, as causas excluentes do dever de indenizar são expressas em numerus clausus.
Observa-se que o caso fortuito ou a força maior não são causas excluentes.

Assim como descreve o artigo 12 do CDC sobre a independência da existência da culpa


por parte do fornecedor, também o artigo 13, deste mesmo código, abrange para o
comerciante a mesma responsabilidade.
Obviamente, isto se o comerciante não puderem ser identificada o fabricante, o
construtor, o produtor ou importador. Se o comerciante poder a vir identifica-los, terá
direito de regresso contra eles, sendo que cada um responde proporcionalmente pela sua
parcela de responsabilidade. Assim, legaliza o parágrafo único deste mesmo artigo,
dizendo que aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado poderá exercer o direito de
regresso contra os demais responsáveis, segundo sua participação na causação do
evento danoso. Neste item, observa-se o artigo 88 do CDC.
Inclui-se como responsabilidade do comerciante se o produto for fornecido sem
identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador e o mesmo
(comerciante) não conservar adequadamente os produtos perecíveis.
Constatamos que, como vimos, a responsabilidade civil exercida pelo comerciante
também é objetiva.

"A responsabilidade do comerciante não é conjunta à dos responsáveis pela introdução


de um produto no mercado, mas subsidiária. Prevê o Código a responsabilidade do
comerciante quando não se tem mais a origem do produto, ou quando se torna difícil ou
impossível (ou inócuo) acionar o fabricante.

Caso não houvesse essa responsabilidade subsidiária do comerciante, estaria aberto o


caminho à irresponsabilidade. Não é este, sem sombra de dúvida, o desiderato da lei. Ao
contrário, buscaram-se todos os meios juridicamente possíveis para que a
responsabilidade seja efetiva."

O artigo 14 do CDC trabalha com a responsabilidade civil dos fornecedores de serviços.


Também incluídos em responsabilidade objetiva, respondem pela reparação dos danos
causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como
por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

Antes de prosseguirmos, torna-se importante conceituar o que o CDC considera serviço.

Conceituado em seu artigo 3°, § 2°, identifica serviço como qualquer atividade fornecida
no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária
financeira, de crédito de secundária, salvo as decorrentes das relações de caráter
trabalhista. Assim, a lei consumista, aplica-se exclusivamente, aos prestadores de
serviços autônomos, sejam naturais ou jurídicas.

Um exemplo ilustratório, é do dentista que faz uma dentadura. Se logo após entregue, ela
apresentar problemas, não pode o dentista exonera-se da responsabilidade, a jogando por
cima do fornecedor. Cabe a ele orientar o consumidor quanto aos riscos decorrentes de
sua fruição.

Obviamente a responsabilidade do fornecedor, sendo objetiva, dará ao dentista direito de


regresso, sendo que este terá que provar que não teve culpa, conforme diz o artigo 14,
§4°,a responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a
verificação da culpa. Observamos que aqui existe a adoção da responsabilidade civil
subjetiva.

Encontra-se no §3° as razões pelo qual o fornecedor de serviços só não será


responsabilizado, ou seja, quando, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste ou quando
for provado a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro, existe exclusão da
responsabilidade. O ônus da prova é do fornecedor, quando faz alegação deste parágrafo
- enquadra-se no art. 333 do CPC + o art. 6° ,VIII do CDC.
Observa-se que os serviços prestados gratuitamente não são abrangidos pelo CDC. Isto
porque o código exige o recebimento de pagamento, para que possa pedir indenização.

O §1° do art. 14 do CDC conceitua quando o serviço é defeituoso, ele é considerado assim
quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, leva-se em conta
as circunstâncias: o modo de ser fornecimento; o resultado e os riscos que
razoavelmente pela adoção de novas técnicas; e a época em que foi fornecido.

Para finalizar é importante dizer que segundo o §2°, deste mesmo artigo, o serviço não é
considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas. Em exemplo ilustrativo, o fato de
eu comprar um aparelho odontólogico móvel comum, e após feito descobrir que existe
outro que produz o mesmo resultado, mas deixa gosto de determinada fruta na boca, não
torna o aparelho defeituoso, apenas ultrapassado.

O artigo 17 do CDC mostra a abrangência de quem é considerado consumidor, para


efeitos da aplicação deste assunto.

Assim, equipara a consumidor, terceiros vitimas pelo evento danoso.


Com este artigo todos os lesionados tem legitimidade para ajuizarem a ação. Esta
legitimidade se justifica pelo fato que existe um nexo causal direito entre o fato danoso e
a vítima. havendo outras vítimas, nas quais vão se refletir os prejuízos mas de forma
indireta.

Na doutrina de Orlando Gomes encontramos o assunto: "Nem todo as pessoas


prejudicadas pelo ato ilícito fazem jus à indenização. è preciso esclarecer o sentido da
palavra vítima, para determinar, com segurança, quem adquire a condição de credor na
obrigação de reparar. Considera-se vítima, em princípio, a pessoa diretamente prejudicada
pelo ato ilícito, conforme o princípio da causalidade imediata.

O direito de reclamar a indenização não nasce para os que sofreram prejuízo


indiretamente ou de modo reflexo. Aqueles a quem o ato ilícito prejudica por esses modos
não se investem, pois, na pretensão de indenização."
Assim concluímos que, para a doutrina majoritária, o código, para efeitos de reparação de
danos por fato do produto e do serviço, equipara a consumidor todas as vítimas do
evento.

LEI N° 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990


Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte lei:

TÍTULO I - Dos Direitos do Consumidor


CAPÍTULO I - Disposições Gerais

Art. 1° O presente Código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de


ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da
Constituição Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias.

Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou
serviço como destinatário final.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que
indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.

Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou


estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de
produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação,
distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante
remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo
as decorrentes das relações de caráter trabalhista.

CAPÍTULO II - Da Política Nacional de Relações de Consumo

Art. 4° A Política Nacional de Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das
necessidades dos consumidores, o respeito a sua dignidade, saúde e segurança, a
proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como
a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios:
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;
II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor:
a) por iniciativa direta;
b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas;
c) pela presença do Estado no mercado de consumo;
d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade,
segurança, durabilidade e desempenho;
III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e
compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento
econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem
econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas
relações entre consumidores e fornecedores;
IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e
deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo;
V - incentivo à criação, pelos fornecedores, de meios eficientes de controle de qualidade e
segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos alternativos de solução de
conflitos de consumo;
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado de
consumo, inclusive a concorrência desleal e utilização indevida de inventos e criações
industriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar
prejuízos aos consumidores;
VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos;
VIII - estudo constante das modificações do mercado de consumo.

Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Relações de Consumo, contará o poder
público com os seguintes instrumentos, entre outros:
I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita, para o consumidor carente;
II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor, no âmbito do
Ministério Público;
III - criação de delegacias de polícia especializadas no atendimento de consumidores
vítimas de infrações penais de consumo;
IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas Especializadas para a
solução de litígios de consumo;
V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das Associações de Defesa do
Consumidor.
§ 1° (Vetado).
§ 2º (Vetado).

CAPÍTULO III - Dos Direitos Básicos do Consumidor

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:


I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no
fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços,
asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com
especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem
como sobre os riscos que apresentem;
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos
ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento
de produtos e serviços;
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações
desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem
excessivamente onerosas;
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos
e difusos;
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou
reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a
proteção jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a
seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou
quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
IX - (Vetado);
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.

Art. 7° Os direitos previstos neste Código não excluem outros decorrentes de tratados ou
convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária,
de regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas competentes, bem como
dos que derivem dos princípios gerais do direito, analogia, costumes e eqüidade.

Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos responderão solidariamente


pela reparação dos danos previstos nas normas de consumo.

CAPÍTULO IV - Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção


e da Reparação dos Danos
Seção I - Da Proteção à Saúde e Segurança

Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não acarretarão riscos


à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis
em decorrência de sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer
hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu respeito.
Parágrafo único. Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe prestar as
informações a que se refere este artigo, através de impressos apropriados que devem
acompanhar o produto.

Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos ou perigosos à saúde


ou segurança deverá informar, de maneira ostensiva e adequada, a respeito da sua
nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis em
cada caso concreto.

Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que
sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou
segurança.
§ 1° O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente à sua introdução no
mercado de consumo, tiver conhecimento da periculosidade que apresentem, deverá
comunicar o fato imediatamente às autoridades competentes e aos consumidores,
mediante anúncios publicitários.
§ 2° Os anúncios publicitários a que se refere o parágrafo anterior serão veiculados na
imprensa, rádio e televisão, às expensas do fornecedor do produto ou serviço.
§ 3° Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de produtos ou serviços à
saúde ou segurança dos consumidores, a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios deverão informá-los a respeito.

Art. 11. (Vetado).

Seção II - Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço

Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador


respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos
causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção,
montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos,
bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
§ 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se
espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - sua apresentação;
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi colocado em circulação.
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter
sido colocado no mercado.
§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado
quando provar:
I - que não colocou o produto no mercado;
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.

Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior, quando:
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados;
II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor
ou importador;
III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis.

Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado poderá exercer o direito
de regresso contra os demais responsáveis, segundo sua participação na causação do
evento danoso.

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa,


pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação
dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição
e riscos.
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode
esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - o modo de seu fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi fornecido.
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.
§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a
verificação de culpa.

Art. 15. (Vetado).


Art. 16. (Vetado).
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do
evento.

Seção III - Da Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço

Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem


solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou
inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por
aqueles decorrentes da disparidade, com as indicações constantes do recipiente, da
embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes
de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir,
alternativamente e à sua escolha:
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de
eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
§ 2° Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação do prazo previsto no
parágrafo anterior, não podendo ser inferior a sete nem superior a cento e oitenta dias.
Nos contratos de adesão, a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, por
meio de manifestação expressa do consumidor.
§ 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas do § 1° deste artigo sempre
que, em razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder
comprometer a qualidade ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar
de produto essencial.
§ 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I do § 1° deste artigo, e não
sendo possível a substituição do bem, poderá haver substituição por outro de espécie,
marca ou modelo diversos, mediante complementação ou restituição de eventual
diferença de preço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do § 1° deste artigo.
§ 5° No caso de fornecimento de produtos in natura, será responsável perante o
consumidor o fornecedor imediato, exceto quando identificado claramente seu produtor.
§ 6° São impróprios ao uso e consumo:
I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;
II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos,
fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as
normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação;
III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim a que se
destinam.

Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de quantidade do


produto sempre que, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo
líquido for inferior às indicações constantes do recipiente, da embalagem, da rotulagem
ou de mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua
escolha:
I - o abatimento proporcional do preço;
II - a complementação do peso ou medida;
III - a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, sem os
aludidos vícios;
IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de
eventuais perdas e danos.
§ 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do artigo anterior.
§ 2° O fornecedor imediato será responsável quando fizer a pesagem ou a medição e o
instrumento utilizado não estiver aferido segundo os padrões oficiais.

Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem
impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes
da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária,
podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de
eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devidamente capacitados,
por conta e risco do fornecedor.
§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que
razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não atendam às normas
regulamentares de prestabilidade.

Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham por objetivo a reparação de qualquer
produto, considerar-se-á implícita a obrigação do fornecedor de empregar componentes
de reposição originais adequados e novos, ou que mantenham as especificações técnicas
do fabricante, salvo, quanto a estes últimos, autorização em contrário do consumidor.

Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias


ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços
adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.

Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigações referidas
neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos
causados, na forma prevista neste Código.

Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação dos
produtos e serviços não o exime de responsabilidade.

Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou serviço independe de termo


expresso, vedada a exoneração contratual do fornecedor.

Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que impossibilite, exonere ou


atenue a obrigação de indenizar prevista nesta e nas seções anteriores.
§ 1° Havendo mais de um responsável pela causação do dano, todos responderão
solidariamente pela reparação prevista nesta e nas seções anteriores.
§ 2° Sendo o dano causado por componente ou peça incorporada ao produto ou serviço,
são responsáveis solidários seu fabricante, construtor ou importador e o que realizou a
incorporação.

Seção IV - Da Decadência e da Prescrição

Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em:
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviços e de produtos não-duráveis;
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviços e de produtos duráveis.
§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou
do término da execução dos serviços.
§ 2° Obstam a decadência:
I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de
produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de
forma inequívoca;
II - (Vetado).
III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.
§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar
evidenciado o defeito.
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato
do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do
prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.

Parágrafo único. (Vetado).

Seção V - Da Desconsideração da Personalidade Jurídica

Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em


detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei,
fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração
também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou
inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.
§ 1° (Vetado).
§ 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas são
subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste Código.
§ 3° As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas obrigações
decorrentes deste Código.
§ 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa.
§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade
for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos
consumidores.

CAPÍTULO V - Das Práticas Comerciais


Seção I - Das Disposições Gerais

Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores todas
as pessoas, determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.

Seção II - Da Oferta

Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer
forma ou meio de comunicação, com relação a produtos e serviços oferecidos ou
apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o
contrato que vier a ser celebrado.

Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações


corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características,
qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre
outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos
consumidores.

Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e


peças de reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto.
Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser mantida por
período razoável de tempo, na forma da lei.

Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso postal, deve constar o
nome do fabricante e endereço na embalagem, publicidade e em todos os impressos
utilizados na transação comercial.

Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de


seus prepostos ou representantes autônomos.

Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta,


apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre
escolha:
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou
publicidade;
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada,
monetariamente atualizada, e a perdas e danos.

Seção III - Da Publicidade

Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e
imediatamente, a identifique como tal.

Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus produtos ou serviços, manterá, em


seu poder, para informação dos legítimos interessados, os dados fáticos, técnicos e
científicos que dão sustentação à mensagem.

Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.


§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter
publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por
omissão, capaz de induzir ao erro o consumidor a respeito da natureza, características,
qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre
produtos e serviços.
§ 2° É abusiva, dentre outras, a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que
incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de
julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de
induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou
segurança.
§ 3° Para os efeitos deste Código, a publicidade é enganosa por omissão quando deixar
de informar sobre dado essencial do produto ou serviço.
§ 4° (Vetado).

Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação


publicitária cabe a quem as patrocina.
Seção IV - Das Práticas Abusivas

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços:


I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto
ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos;
II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas
disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes;
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou
fornecer qualquer serviço;
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade,
saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços;
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;
VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do
consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes;
VII - repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no
exercício de seus direitos;
VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com
as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não
existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada
pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - Conmetro;
IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha
a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação
regulados em leis especiais;
X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços;
XI - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente
estabelecido;
XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de
seu termo inicial a seu exclusivo critério;
Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou entregues ao
consumidor, na hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis,
inexistindo obrigação de pagamento.

Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor orçamento


prévio discriminando o valor da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos a serem
empregados, as condições de pagamento, bem como as datas de início e término dos
serviços.
§ 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá validade pelo prazo de dez dias,
contado de seu recebimento pelo consumidor.
§ 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga os contraentes e somente
pode ser alterado mediante livre negociação das partes.
§ 3° O consumidor não responde por quaisquer ônus ou acréscimos decorrentes da
contratação de serviços de terceiros não previstos no orçamento prévio.

Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou de serviços sujeitos ao regime de


controle ou de tabelamento de preços, os fornecedores deverão respeitar os limites
oficiais sob pena de, não o fazendo, responderem pela restituição da quantia recebida em
excesso, monetariamente atualizada, podendo o consumidor exigir, à sua escolha, o
desfazimento do negócio, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.

Seção V - Da Cobrança de Dívidas

Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo,
nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.

Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do


indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção
monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.

Seção VI - Dos Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores

Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às informações
existentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados
sobre ele, bem como sobre as suas respectivas fontes.
§ 1° Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em
linguagem de fácil compreensão, não podendo conter informações negativas referentes a
período superior a cinco anos.
§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo deverá ser
comunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele.
§ 3° O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e cadastros, poderá
exigir sua imediata correção, devendo o arquivista, no prazo de cinco dias úteis,
comunicar a alteração aos eventuais destinatários das informações incorretas.
§ 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços de proteção
ao crédito e congêneres são considerados entidades de caráter público.
§ 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumidor, não serão
fornecidas, pelos respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações
que possam impedir ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores.

Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do consumidor manterão cadastros atualizados de


reclamações fundamentadas contra fornecedores de produtos e serviços, devendo
divulgá-lo pública e anualmente. A divulgação indicará se a reclamação foi atendida ou
não pelo fornecedor.
§ 1° É facultado o acesso às informações lá constantes para orientação e consulta por
qualquer interessado.
§ 2° Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mesmas regras enunciadas no artigo
anterior e as do parágrafo único do art. 22 deste Código.

Art. 45. (Vetado).

CAPÍTULO VI -Da Proteção Contratual


Seção I - Disposições Gerais
Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os
consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu
conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a
compreensão de seu sentido e alcance.

Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao


consumidor.

Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos e pré-


contratos relativos às relações de consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive
execução específica, nos termos do art. 84 e parágrafos.

Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de sete dias a contar de sua
assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de
fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial,
especialmente por telefone ou a domicílio.

Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste


artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão,
serão devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados.

Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo
escrito.

Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e esclarecer,


de maneira adequada em que consiste a mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o
lugar em que pode ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe
entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimento,
acompanhado de manual de instrução, de instalação e uso do produto em linguagem
didática, com ilustrações.

Seção II - Das Cláusulas Abusivas

Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao
fornecimento de produtos e serviços que:
I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de
qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de
direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a
indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis;
II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos
previstos neste Código;
III - transfiram responsabilidades a terceiros;
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor
em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;
V - (Vetado);
VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor;
VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem;
VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo
consumidor;
IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o
consumidor;
X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de maneira
unilateral;
XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual direito
seja conferido ao consumidor;
XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem que
igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor;
XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do
contrato, após sua celebração;
XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais;
XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor;
XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias.
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:
I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence;
II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal
modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual;
III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e
conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso.
§ 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando
de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer
das partes.
§ 3° (Vetado).
§ 4° É facultado, a qualquer consumidor ou entidade que o represente, requerer ao
Ministério Público que ajuíze a competente ação para ser declarada a nulidade de cláusula
contratual que contrarie o disposto neste Código, ou de qualquer forma não assegure o
justo equilíbrio entre direitos e obrigações das partes.

Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de crédito ou


concessão de financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outros requisitos,
informá-lo prévia e adequadamente sobre:
I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;
II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros;
III - acréscimos legalmente previstos;
IV - número e periodicidade das prestações;
V - soma total a pagar, com e sem financiamento.
§ 1° As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigação no seu termo não
poderão ser superiores a dois por cento do valor da prestação.
§ 2º É assegurada ao consumidor a liquidação antecipada do débito, total ou parcialmente,
mediante redução proporcional dos juros e demais acréscimos.
§ 3º (Vetado).
Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou imóveis mediante pagamento em
prestações, bem como nas alienações fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de
pleno direito as cláusulas que estabeleçam a perda total das prestações pagas em
benefício do credor que, em razão do inadimplemento, pleitear a resolução do contrato e a
retomada do produto alienado.
§ 1° (Vetado).
§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtos duráveis, a compensação ou a
restituição das parcelas quitadas, na forma deste artigo, terá descontada, além da
vantagem econômica auferida com a fruição, os prejuízos que o desistente ou
inadimplente causar ao grupo.
§ 3° Os contratos de que trata o caput deste artigo serão expressos em moeda corrente
nacional.

Seção III - Dos Contratos de Adesão

Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela
autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou
serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu
conteúdo.
§ 1° A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de adesão do contrato.
§ 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que alternativa,
cabendo a escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto no § 2° do artigo anterior.
§ 3° Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com caracteres
ostensivos e legíveis, de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor.
§ 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser
redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão.
§ 5° (Vetado).

CAPÍTULO VII - Das Sanções Administrativas

Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter concorrente e nas suas
respectivas áreas de atuação administrativa, baixarão normas relativas à produção,
industrialização, distribuição e consumo de produtos e serviços.
§ 1° A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios fiscalizarão e controlarão a
produção, industrialização, distribuição, a publicidade de produtos e serviços e o
mercado de consumo, no interesse da preservação da vida, da saúde, da segurança, da
informação e do bem-estar do consumidor, baixando as normas que se fizerem
necessárias.
§ 2° (Vetado).
§ 3° Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais com atribuições para
fiscalizar e controlar o mercado de consumo manterão comissões permanentes para
elaboração, revisão e atualização das normas referidas no § 1°, sendo obrigatória a
participação dos consumidores e fornecedores.
§ 4° Os órgãos oficiais poderão expedir notificações aos fornecedores para que, sob pena
de desobediência, prestem informações sobre questões de interesse do consumidor,
resguardado o segredo industrial.
Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme o
caso, às seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e
das definidas em normas específicas:
I - multa;
II - apreensão do produto;
III - inutilização do produto;
IV - cassação do registro do produto junto ao órgão competente;
V - proibição de fabricação do produto;
VI - suspensão de fornecimento de produto ou serviço;
VII - suspensão temporária de atividade;
VIII - revogação de concessão ou permissão de uso;
IX - cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;
X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade;
XI - intervenção administrativa;
XII - imposição de contrapropaganda.

Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão aplicadas pela autoridade
administrativa, no âmbito de sua atribuição, podendo ser aplicadas cumulativamente,
inclusive por medida cautelar, antecedente ou incidente de procedimento administrativo.

Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade da infração, a vantagem
auferida e a condição econômica do fornecedor, será aplicada mediante procedimento
administrativo, revertendo para o Fundo de que trata a Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985,
os valores cabíveis à União, ou para os fundos estaduais ou municipais de proteção ao
consumidor nos demais casos

Parágrafo único. A multa será em montante não inferior a duzentas e não superior a três
milhões de vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência (UFIR), ou índice equivalente
que venha substituí-lo.

Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização de produtos, de proibição de fabricação de


produtos, de suspensão do fornecimento de produto ou serviço, de cassação do registro
do produto e revogação da concessão ou permissão de uso serão aplicadas pela
administração, mediante procedimento administrativo, assegurada ampla defesa, quando
forem constatados vícios de quantidade ou de qualidade por inadequação ou insegurança
do produto ou serviço.

Art. 59. As penas de cassação de alvará de licença, de interdição e de suspensão


temporária da atividade, bem como a de intervenção administrativa, serão aplicadas
mediante procedimento administrativo, assegurada ampla defesa, quando o fornecedor
reincidir na prática das infrações de maior gravidade previstas neste Código e na
legislação de consumo.
§ 1° A pena de cassação da concessão será aplicada à concessionária de serviço público,
quando violar obrigação legal ou contratual.
§ 2° A pena de intervenção administrativa será aplicada sempre que as circunstâncias de
fato desaconselharem a cassação de licença, a interdição ou suspensão da atividade.
§ 3° Pendendo ação judicial na qual se discuta a imposição de penalidade administrativa,
não haverá reincidência até o trânsito em julgado da sentença.

Art. 60. A imposição de contrapropaganda será cominada quando o fornecedor incorrer na


prática de publicidade enganosa ou abusiva, nos termos do art. 36 e seus parágrafos,
sempre às expensas do infrator.
§ 1º A contrapropaganda será divulgada pelo responsável da mesma forma, freqüência e
dimensão e, preferencialmente, no mesmo veículo, local, espaço e horário, de forma capaz
de desfazer o malefício da publicidade enganosa ou abusiva.
§ 2° (Vetado).
§ 3° (Vetado).

TÍTULO II - Das Infrações Penais

Art. 61. Constituem crimes contra as relações de consumo previstas neste Código, sem
prejuízo do disposto no Código Penal e leis especiais, as condutas tipificadas nos artigos
seguintes.

Art. 62. (Vetado).

Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de


produtos, nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade:
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.
§ 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, mediante recomendações
escritas ostensivas, sobre a periculosidade do serviço a ser prestado.
§ 2° Se o crime é culposo:
Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.

Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores a nocividade


ou periculosidade de produtos cujo conhecimento seja posterior à sua colocação no
mercado:
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.

Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de retirar do mercado,
imediatamente quando determinado pela autoridade competente, os produtos nocivos ou
perigosos, na forma deste artigo.

Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação de


autoridade competente:
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.

Parágrafo único. As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes
à lesão corporal e à morte.
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a
natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade,
preço ou garantia de produtos ou serviços:
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.
§ 2º Se o crime é culposo;
Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.

Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou
abusiva:
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.

Parágrafo único. (Vetado).

Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir o
consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança:
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa:

Parágrafo único. (Vetado).

Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos que dão base à
publicidade:
Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.

Art. 70. Empregar, na reparação de produtos, peça ou componentes de reposição usados,


sem autorização do consumidor:
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.

Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, constrangimento físico ou


moral, afirmações falsas, incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento
que exponha o consumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu trabalho,
descanso ou lazer:
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.

Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que sobre ele
constem em cadastros, banco de dados, fichas e registros:
Pena - Detenção de seis meses a um ano ou multa.

Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação sobre consumidor constante de


cadastro, banco de dados, fichas ou registros que sabe ou deveria saber ser inexata:
Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.

Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido


e com especificação clara de seu conteúdo;
Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.

Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos neste Código, incide
nas penas a esses cominadas na medida de sua culpabilidade, bem como o diretor,
administrador ou gerente da pessoa jurídica que promover, permitir ou por qualquer modo
aprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda ou manutenção em depósito de
produtos ou a oferta e prestação de serviços nas condições por ele proibidas.

Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste Código:
I - serem cometidos em época de grave crise econômica ou por ocasião de calamidade;
II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
IV - quando cometidos:
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social seja
manifestamente superior à da vítima;
b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito ou maior de sessenta anos
ou de pessoas portadoras de deficiência mental interditadas ou não;
V - serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamentos ou quaisquer
outros produtos ou serviços essenciais .

Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será fixada em dias-multa, correspondente
ao mínimo e ao máximo de dias de duração da pena privativa da liberdade cominada ao
crime. Na individualização desta multa, o juiz observará o disposto no art. 60, §1° do
Código Penal.

Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa, podem ser impostas,
cumulativa ou alternadamente, observado o disposto nos arts. 44 a 47, do Código Penal:
I - a interdição temporária de direitos;
II - a publicação em órgãos de comunicação de grande circulação ou audiência, às
expensas do condenado, de notícia sobre os fatos e a condenação;
III - a prestação de serviços à comunidade.

Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este Código, será fixado pelo juiz ou
pela autoridade que presidir o inquérito, entre cem e duzentas mil vezes o valor do Bônus
do Tesouro Nacional (BTN), ou índice equivalente que venha a substituí-lo.

Parágrafo único. Se assim recomendar a situação econômica do indiciado ou réu, a fiança


poderá ser:
a) reduzida até a metade do seu valor mínimo;
b) aumentada pelo juiz até vinte vezes.

Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste Código, bem como a
outros crimes e contravenções que envolvam relações de consumo, poderão intervir,
como assistentes do Ministério Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso III e IV,
aos quais também é facultado propor ação penal subsidiária, se a denúncia não for
oferecida no prazo legal.
TÍTULO III - Da Defesa do Consumidor em Juízo
CAPÍTULO I - Disposições Gerais

Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser
exercida em juízo individualmente ou a título coletivo.

Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:


I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste Código, os
transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e
ligadas por circunstâncias de fato;
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste Código, os
transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo, categoria ou classe de
pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de
origem comum.

Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente:
I - o Ministério Público;
II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;
III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem
personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos
protegidos por este Código;
IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre
seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este Código,
dispensada a autorização assemblear.
§ 1° O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo juiz, nas ações previstas
nos arts. 91 e seguintes, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela
dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.
§ 2° (Vetado).
§ 3° (Vetado).

Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este Código são
admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva
tutela.

Parágrafo único. (Vetado).

Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o
juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que
assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.
§ 1° A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissível se por elas
optar o autor ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático
correspondente.
§ 2° A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa (art. 287 do Código
de Processo Civil).
§ 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia
do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação
prévia, citado o réu.
§ 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor multa diária ao réu,
independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação,
fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.
§ 5° Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o
juiz determinar as medidas necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas
e pessoas, desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, além de requisição de
força policial.

Art. 85. (Vetado).

Art. 86. (Vetado).

Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este Código não haverá adiantamento de custas,
emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da
associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de advogados, custas e
despesas processuais.

Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores


responsáveis pela propositura da ação serão solidariamente condenados em honorários
advocatícios e ao décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e
danos.

Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste Código, a ação de regresso poderá
ser ajuizada em processo autônomo, facultada a possibilidade de prosseguir-se nos
mesmos autos, vedada a denunciação da lide.

Art. 89. (Vetado).

Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste Título as normas do Código de Processo Civil
e da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, inclusive no que respeita ao inquérito civil,
naquilo que não contrariar suas disposições.

CAPÍTULO II - Das Ações Coletivas para a Defesa de Interesses Individuais Homogêneos

Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 poderão propor, em nome próprio e no
interesse das vítimas ou seus sucessores, ação civil coletiva de responsabilidade pelos
danos individualmente sofridos, de acordo com o disposto nos artigos seguintes.

Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atuará sempre como fiscal da lei.

Parágrafo único. (Vetado).


Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente para a causa a justiça
local:
I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âmbito local;
II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os danos de âmbito
nacional ou regional, aplicando-se as regras do Código de Processo Civil aos casos de
competência concorrente.

Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, a fim de que os
interessados possam intervir no processo como litisconsortes, sem prejuízo de ampla
divulgação pelos meios de comunicação social por parte dos órgãos de defesa do
consumidor.

Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a condenação será genérica, fixando a


responsabilidade do réu pelos danos causados.

Art. 96. (Vetado).

Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas pela vítima e seus
sucessores, assim como pelos legitimados de que trata o art. 82.

Parágrafo único. (Vetado).

Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos legitimados de que trata o
art. 82, abrangendo as vítimas cujas indenizações já tiverem sido fixadas em sentença de
liquidação, sem prejuízo do ajuizamento de outras execuções.
§ 1° A execução coletiva far-se-á com base em certidão das sentenças de liquidação, da
qual deverá constar a ocorrência ou não do trânsito em julgado.
§ 2° É competente para a execução o juízo:
I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso de execução individual;
II - da ação condenatória, quando coletiva a execução.

Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentes de condenação prevista na Lei n.°
7.347, de 24 de julho de 1985, e de indenizações pelos prejuízos individuais resultantes do
mesmo evento danoso, estas terão preferência no pagamento.

Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, a destinação da importância


recolhida ao fundo criado pela Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, ficará sustada
enquanto pendentes de decisão de segundo grau as ações de indenização pelos danos
individuais, salvo na hipótese de o patrimônio do devedor ser manifestamente suficiente
para responder pela integralidade das dívidas.

Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de interessados em número


compatível com a gravidade do dano, poderão os legitimados do art. 82 promover a
liquidação e execução da indenização devida.
Parágrafo único. O produto da indenização devida reverterá para o fundo criado pela Lei
n.° 7.347, de 24 de julho de 1985.

CAPÍTULO III - Das Ações de Responsabilidade do Fornecedor de Produtos e Serviços

Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, sem


prejuízo do disposto nos Capítulos I e II deste título, serão observadas as seguintes
normas:
I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor;
II - o réu que houver contratado seguro de responsabilidade poderá chamar ao processo o
segurador, vedada a integração do contraditório pelo Instituto de Resseguros do Brasil.
Nesta hipótese, a sentença que julgar procedente o pedido condenará o réu nos termos
do art. 80 do Código de Processo Civil. Se o réu houver sido declarado falido, o síndico
será intimado a informar a existência de seguro de responsabilidade, facultando-se, em
caso afirmativo, o ajuizamento de ação de indenização diretamente contra o segurador,
vedada a denunciação da lide ao Instituto de Resseguros do Brasil e dispensado o
litisconsórcio obrigatório com este.

Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste Código poderão propor ação visando
compelir o Poder Público competente a proibir, em todo o território nacional, a produção,
divulgação, distribuição ou venda, ou a determinar a alteração na composição, estrutura,
fórmula ou acondicionamento de produto, cujo uso ou consumo regular se revele nocivo
ou perigoso à saúde pública e à incolumidade pessoal.
§ 1° (Vetado).
§ 2° (Vetado).

CAPÍTULO IV - Da Coisa Julgada

Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este Código, a sentença fará coisa julgada:
I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas,
hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico
fundamento, valendo-se de nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art.
81;
II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por
insuficiência de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese
prevista no inciso II do parágrafo único do art. 81;
III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as
vítimas e seus sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81.
§ 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não prejudicarão interesses e
direitos individuais dos integrantes da coletividade, do grupo, categoria ou classe.
§ 2° Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improcedência do pedido, os
interessados que não tiverem intervido no processo como litisconsortes poderão propor
ação de indenização a título individual.
§ 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com o art. 13 da Lei n°
7.347, de 24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações de indenização por danos
pessoalmente sofridos, propostas individualmente ou na forma prevista neste Código,
mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores, que poderão
proceder à liquidação e à execução, nos termos dos arts. 96 a 99.
§ 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença penal condenatória.

Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81,
não induzem litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada
erga omnes ou ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não
beneficiarão os autores das ações individuais, se não for requerida sua suspensão no
prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva.

TÍTULO IV - Do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor

Art. 105. Integram o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor - SNDC, os órgãos


federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais e as entidades privadas de defesa do
consumidor.

Art. 106. O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, da Secretaria de Direito


Econômico (MJ), ou órgão federal que venha substituí-lo, é organismo de coordenação da
política do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, cabendo-lhe:
I - planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a política nacional de proteção ao
consumidor;
II - receber, analisar, avaliar e encaminhar consultas, denúncias ou sugestões
apresentadas por entidades representativas ou pessoas jurídicas de direito público ou
privado;
III - prestar aos consumidores orientação permanente sobre seus direitos e garantias;
IV - informar, conscientizar e motivar o consumidor através dos diferentes meios de
comunicação;
V - solicitar à polícia judiciária a instauração de inquérito policial para a apreciação de
delito contra os consumidores, nos termos da legislação vigente;
VI - representar ao Ministério Público competente para fins de adoção de medidas
processuais no âmbito de suas atribuições;
VII - levar ao conhecimento dos órgãos competentes as infrações de ordem administrativa
que violarem os interesses difusos, coletivos, ou individuais dos consumidores;
VIII - solicitar o concurso de órgãos e entidades da União, Estados, do Distrito Federal e
Municípios, bem como auxiliar a fiscalização de preços, abastecimento, quantidade e
segurança de bens e serviços;
IX - incentivar, inclusive com recursos financeiros e outros programas especiais, a
formação de entidades de defesa do consumidor pela população e pelos órgãos públicos
estaduais e municipais;
X - (Vetado).
XI - (Vetado).
XII - (Vetado).
XIII - desenvolver outras atividades compatíveis com suas finalidades.

Parágrafo único. Para a consecução de seus objetivos, o Departamento de Proteção e


Defesa do Consumidor poderá solicitar o concurso de órgãos e entidades de notória
especialização técnico-científica.
TÍTULO V - Da Convenção Coletiva de Consumo

Art. 107. As entidades civis de consumidores e as associações de fornecedores ou


sindicatos de categoria econômica podem regular, por convenção escrita, relações de
consumo que tenham por objeto estabelecer condições relativas ao preço, à qualidade, à
quantidade, à garantia e características de produtos e serviços, bem como à reclamação e
composição do conflito de consumo.
§ 1° A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do registro do instrumento no cartório de
títulos e documentos.
§ 2° A convenção somente obrigará os filiados às entidades signatárias.
§ 3° Não se exime de cumprir a convenção o fornecedor que se desligar da entidade em
data posterior ao registro do instrumento.

Art. 108. (Vetado).

TÍTULO VI - Disposições Finais

Art. 109. (Vetado).

Art. 110. Acrescente-se o seguinte inciso IV ao art. 1° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de


1985:
"IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo."

Art. 111. O inciso II do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, passa a ter a seguinte
redação:
"II - inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio ambiente, ao
consumidor, ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, ou a
qualquer outro interesse difuso ou coletivo."

Art. 112. O § 3° do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, passa a ter a seguinte
redação:
"§ 3° Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada,
o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa."

Art. 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4°, 5° e 6° ao art. 5º da Lei n.° 7.347, de 24 de julho
de 1985:
"§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz, quando haja
manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela
relevância do bem jurídico a ser protegido.
§ 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União, do
Distrito Federal e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta lei.
§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de
ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante combinações, que terá
eficácia de título executivo extrajudicial."
Art. 114. O art. 15 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, passa a ter a seguinte redação:
"Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença condenatória, sem
que a associação autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público,
facultada igual iniciativa aos demais legitimados."

Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, passando o
parágrafo único a constituir o caput, com a seguinte redação:
"Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a danos."

Art. 116. Dê-se a seguinte redação ao art. 18 da Lei n°7.347, de 24 de julho de 1985:
"Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de custas,
emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da
associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e
despesas processuais."

Art. 117. Acrescente-se à Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, o seguinte dispositivo,


renumerando-se os seguintes:
"Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos, coletivos e individuais, no
que for cabível, os dispositivos do Título III da Lei que instituiu o Código de Defesa do
Consumidor."

Art. 118. Este Código entrará em vigor dentro de cento e oitenta dias a contar de sua
publicação.

Art. 119. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 11 de setembro de 1990; 169° da Independência e 102° da República.


FERNANDO COLLOR
Bernardo Cabral
Zélia M. Cardoso de Mello
Ozires Silva
Henrique Hargreaves
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
Secretaria de Direito Econômico
Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor
Brasília 1998

CARGOS PÚBLICOS
Na organização do serviço público a Administração cria cargos e funções, institui classes
e carreiras, faz provimentos e lotações, estabelece vencimentos e vantagens e delimita os
deveres e direitos de seus servidores.
Cargo público é o lugar instituído na organização do serviço público, com denominação
própria, atribuições e responsabilidades específicas e estipêndio correspondente, para
ser provido e exercido por um titular, na forma estabelecida em lei. Função é a atribuição
ou o conjunto de atribuições que a Administração confere a cada categoria profissional
ou comete individualmente a determinados servidores para a execução de serviços
eventuais.
Todo cargo tem função, mas pode haver função sem cargo. As funções do cargo são
definitivas; as funções autônomas são, por índole, provisórias, dada a transitoriedade do
serviço que visam a atender. Daí por que as funções permanentes da Administração
devem ser desempenhadas pelos titulares de cargos, e as transitórias, por servidores
designados, admitidos ou contratados precariamente. Os servidores podem estabilizar-se
nos cargos, mas não nas funções. Não obstante a validade deste princípio, muitas leis
vinham dando estabilidade a servidores exercentes de funções, que, por natureza, são
transitórias.
Para liquidar de vez com essa aberração administrativa foi que o constituinte, desde 1967,
passou a vincular a estabilidade à prévia aprovação em concurso público, requisito
essencial para o preenchimento dos cargos de provimento efetivo.

DIFERENÇA ENTRE CARGO PÚBLICO E FUNÇÃO PÚBLICA


Todo cargo público, só pode ser criado por lei. Essa é uma exigência da
Constituição (art. 37,I).

Não há como se confundir cargo com função pública. A idéia de função pública está
relacionada com atividade, atribuição. Cargo, por sua vez, no seu sentido etimológico,
pode ser traduzido como incumbência.

Sob o aspecto material representa o lugar onde o servidor desempenha sua


atividade específica.

Cargo público é portanto,

• o lugar instituído na organização do funcionalismo, com denominação própria,


atribuições específicas, e estipêndio correspondente, para ser provido e
exercido por seu titular, na forma estabelecida em lei. Ex.: Auditor Fiscal do
Tesouro Nacional (AFTN), Técnico do Tesouro Nacional (TTN), Fiscal de
Mercadorias em Trânsito, Agente Administrativo, Procurador do Estado, etc.

Função pública é

•a atribuição ou conjunto de atribuições que a Administração confere a cada


categoria profissional ou individualmente a determinados servidores de serviços
eventuais.

Os cargos são distribuídos em classes (agrupamento de cargos da mesma


profissão e com idênticas atribuições, responsabilidades e vencimentos) e carreira
(agrupamento de classes da mesma profissão ou atividade, escalonadas segundo a
hierarquia do serviço). O conjunto de carreiras e cargos isolados constitui o quadro
permanente do serviço dos diversos órgãos da Administração.
Assim, cargo de carreira é escalonado em classes, para acesso privativo de seus
titulares, até a mais alta hierarquia profissional. Já o cargo de chefia é o que se destina à
direção dos serviços.

Um quadro administrativo, portanto é composto de cargos de carreira e cargos


isolados, considerados aqueles como de caráter dinâmico que possibilitam ascensão do
funcionário na escala hierárquica. Contrario sensu os cargos isolados não oferecem
condições de promoção.

O magistério superior, por exemplo, é uma carreira, porque resulta do agrupamento


das classes seguintes: professores assistentes, adjuntos e titulares.

DIREITO DO TITULAR DO CARGO PÚBLICO


Entre os direitos do titular do cargo público está o da estabilidade, mas esta
restringe-se ao exercício, às prerrogativas da função, pois o cargo não é apropriável pelo
servidor.

A administração, por isto mesmo, pode alterar os cargos públicos ou os serviços,


independentemente da aquiescência de seu titular, visto que este não tem direito
adquirido à imutabilidade de suas atribuições. Hely Meirelles doutrina:

O funcionário tem direito adquirido à permanência no funcionalismo, mas


nunca adquirirá direito ao exercício da mesma função, no mesmo lugar e nas
mesmas condições, salvo os vitalícios, que constituem uma exceção
constitucional à regra estatutária.

Segue dizendo o mestre:

Enquanto subsistir o cargo, como foi provido, o seu titular terá direito ao
exercício nas condições estabelecidas pelo Estatuto, mas se se modificar a
estrutura, as atribuições, os requisitos para o seu desempenho, lícita é a
exoneração, a disponibilidade, a remoção ou a transferência de seu ocupante,
para que outro o desempenhe na forma da lei. O que não se admite é o
afastamento arbitrário ou abusivo do titular, por ato do Executivo, sem lei que
o autorize.

Temos, a título de exemplo, na carreira de Auditor Fiscal do Tesouro Nacional uma


mudança de nomenclatura de cargos e atribuições, onde os cargos de Fiscais de Tributos
Federais e Controladores de Arrecadação, foram extintos em 1985 e transformados no
atual AFTN, consoante Decreto-lei n° 2.225/85, sem que isto tenha causado qualquer furor
nos tribunais.

Provimento e Vacância
Provimento é o ato pelo qual o servidor é designado para o cargo (Maria Sylvia se refere
também aos empregos ou funções públicas). Pode ser originário ou derivado.

Provimento originário é o que vincula inicialmente o servidor ao cargo, no caso a


nomeação. Portanto, diz-se que o concurso é o procedimento seletivo pelo qual se realiza
o provimento de certos cargos públicos efetivos.
O provimento de cargos públicos comissionados, independe de procedimento seletivo,
vez que o cargo pode ser preenchido por quem o administrador desejar, servidor público
ou pessoa estranha ao funcionalismo.

O provimento derivado depende de um vínculo anterior com a Administração. É o


preenchimento de cargo público por quem já é membro do funcionalismo. Compreendia
antigamente a ascensão, a transferência, a promoção, a readaptação, a reversão, o
aproveitamento, a reintegração e a recondução.

A ascensão era o ato pelo qual o servidor passava de um cargo para outro, de conteúdo
diverso (normalmente de nível médio a superior) e a transferência, a passagem do
servidor de um cargo para outro, integrante de outro quadro. Não se confunde com a
redistribuição, onde o servidor "leva seu cargo" para outro quadro.

São inconstitucionais, ao violarem a regra do concurso público.

Nomeação
O Provimento originário de um cargo público é feito pela nomeação de seu titular.
Nomeação é o ato administrativo mediante o qual se atribui determinado cargo a pessoa
geralmente estranha aos quadros do funcionalismo.

Estágio Experimental ou Probatório


É o período, de vinte e quatro meses, durante o qual o admitido nos quadros do
funcionalismo mediante concurso, ou seja em caráter efetivo, fica em observação a fim de
que a Administração verifique se o servidor preenche os requisitos necessários ao
eficiente exercício do cargo público. Caso tal fato não ocorra, isto é, caso o servidor seja
considerado inapto para o cargo, ele será exonerado (exoneração não é punição), ou se
estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado.

Estabilidade
A estabilidade do funcionário nomeado por concurso se verifica aos dois anos de efetivo
exercício e somente poderão der demitidos, observado o seguinte:

a) os vitalícios (Juizes, Promotores), mediante sentença do Poder Judiciário;

b) os efetivos, mediante processo disciplinar onde se assegure o contraditório e


ampla defesa ou através de sentença judicial

c) os comissionados, quando cessa a comissão, decorrente da vontade do poder


que o nomeou

d) os celetistas, em qualquer ocasião, mediante as indenizações de lei.

O prazo para aquisição de estabilidade foi ampliado para três anos e duas novas
hipóteses de perda do cargo foram criadas: a insuficiência de desempenho, mediante
processo administrativo de avaliação, regulado por lei complementar e o descumprimento
ao limite de despesa com pessoal, estabelecido em lei complementar (atualmente, a Lei de
Responsabilidade Fiscal - 50% na União, 60% nos demais entes, fixados subtetos para
cada Poder).
A Constituição Federal veda a estabilidade de Funcionário que não tenha sido admitido
em Concurso Público, independentemente do tempo de exercício. Faz-se necessário
lembrar que tal regra tem apenas uma exceção: são estáveis independentemente de
concurso público aqueles servidores que tivessem mais de 5 anos de efetivo exercício na
data da promulgação da CF/88.

O servidor estável, posto em disponibilidade, em face da E.C. n. 19/98, agora faz jus à
remuneração proporcional ao tempo de serviço, não tendo mais direito à remuneração
integral.

Posse
Ato solene pelo qual a pessoa nomeada pela Administração Pública, para o provimento de
determinado cargo público, declara aceitar-lhe as atribuições. Tal solenidade pode
inclusive dar-se por procuração, não caracterizando início do exercício das atribuições do
cargo, mas mero termo de declaração.

Tal instituto não se confunde, com a nomeação, que é um ato unilateral da Administração,
enquanto que a posse é ato unilateral do nomeado aceitando sua nova condição.

A nomeação para cargo público efetivo e, a seguir, a posse são requisitos necessários
para a investidura no mesmo.

Exercício
É a prática pelo funcionário dos atos relativos ao cargo público para o qual foi nomeado.
É o efetivo trabalho. O exercício das funções inerentes ao cargo público completa a
investidura do funcionário nesse cargo.

A promoção é o provimento derivado vertical, através do qual o servidor alcança um


cargo de nível mais alto na sua carreira.

A readaptação não implica ascensão ou rebaixamento do servidor, mas a designação


do servidor para outro cargo mais compatível com uma superveniente limitação de sua
capacidade laborativa.

A reversão é o ato pelo qual o aposentado reingressa no serviço público, quando


cessada a incapacidade que gerou aposentadoria por invalidez ou quando anulado o ato
de aposentação.

O aproveitamento é o reingresso de servidor estável, que estava em disponibilidade,


no mesmo cargo ou em cargo equivalente.

A reintegração é o reingresso de servidor ilegalmente desligado de seu cargo.

A recondução é a volta do servidor estável ao seu cargo, em virtude de inabilitação no


estágio probatório para outro cargo ou em virtude da reintegração de servidor no cargo
que, naquele momento, estava ocupando.

Vacância é o ato administrativo pelo qual o servidor é destituído do cargo.


Decorre da exoneração (a pedido ou de ofício, nos casos de cargo em comissão ou
inabilitação em estágio probatório), demissão (sanção administrativa), provimento
derivado (promoção, readaptação etc.) ou posse em cargo inacumulável.
Portanto, é a condição do cargo público sem titular. A vacância pode ser originária,
quando o cargo público vago nunca foi provido ou derivada, quando a vaga surgiu por
motivos acima expostos.

DA ACUMULAÇÃO
A Emenda Constitucional n. 19/98 veio a ratificar o entendimento do STF no tocante à
acumulação de cargos, empregos e funções públicas. Além das hipóteses previstas
expressamente na CF (dois cargos de médico, dois cargos de professor ou um de
professor e outro técnico ou científico; bem como o cargo público e o mandato de
vereador), o STF admitia a acumulação na inatividade, quando permitida na atividade.
Assim, por exemplo, o aposentado poderia continuar exercendo cargo em comissão ou
assumir cargo eletivo.

Por outro lado, a vedação à acumulação irregular de cargos, empregos e funções públicas
estendeu-se para abranger, além da Administração Direta e Indireta, as sociedade
controladas, direta ou indiretamente, pelo Poder Público.

Contudo, a Emenda Constitucional n. 20 (art. 11) permitiu aos servidores que acumulavam
ilegalmente cargos, empregos ou funções na data de sua publicação permanecer
recebendo ambas as remunerações, sem, contudo, ter direito a uma segunda
aposentadoria e respeitado o teto máximo de vencimentos.

Antes disso, o ADCT já havia permitido aos profissionais da área de saúde que
estivessem acumulando ilegalmente cargos, empregos ou funções públicas permanecer
no exercício desses vínculos.

Deveres do Servidor Público


Os direitos do servidor público estão consagrados, em grande parte, na
Constituição Federal (arts. 37 a 42); não há impedimento, no entanto, para que outros
direitos sejam outorgados pelas Constituições Estaduais ou mesmo nas leis ordinárias
dos Estados e municípios.

Os direitos e deveres do servidor público estatutário constam do Estatuto do


Servidor que cada unidade da Federação tem competência para estabelecer, ou da CLT,
se o regime celetista for o escolhido para reger as relações de emprego. Em qualquer
hipótese, deverão ser observadas as normas da Constituição Federal.

Os estatutos promulgados antes da atual Constituição consignam direitos e deveres do


funcionário. Do mesmo modo o faz a Lei nº 8.112/90.

A Lei n. 8.112/91 traz no art. 116 uma lista de deveres e, no art. 117, uma lista maior ainda
de proibições.

I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo


Zelo e dedicação no exato sentido de aplicação ao serviço. São cuidados que se
equivalem e, juntos, reforçam a qualidade que se espera da ação pública, contrapondo-se
à negligência e ao desleixo ou desídia. Comportamento derivado do dever de eficiência
que impõe a todo servidor público realizar suas atribuições com presteza, perfeição e
rendimento funcional.
II - ser leal às instituições a que servir
Lealdade implica sinceridade, fidelidade. Trata-se de sentimento devido às instituições e
não aos dirigentes. Cuida-se da obediência às normas legais que regem as instituições a
que o servidor se vincula. A lealdade às instituições exige também e, por via de
conseqüência, estrita identificação para com o serviço público, fiel observância às
relações de hierarquia, subordinação e respeito ao regime instituído pela Constituição.

III - observar as normas legais e regulamentares


A regra consagra o princípio da legalidade, já que a eficácia de toda atividade jurídica está
condicionada ao atendimento da lei. Este comando exige que o servidor esteja
permanentemente atualizado e familiarizado com o complexo legislativo regulamentador
dos serviços que lhe são afetos, para que possa bem atender a sua finalidade pública.
Nesta regra se inclui o dever de obediência às normas e aos seus princípios gerais, como
o de eficiência, eficácia, probidade, moralidade, prestação de contas, legalidade,
publicidade e impessoalidade.

IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais


Constitui infração disciplinar a desobediência às ordens superiores. Trata-se, aqui, do
respeito ao princípio hierárquico, comportamento indispensável ao bom e correto
funcionamento da máquina administrativa. Cuida-se, também, do dever de obediência, de
respeito e de acatamento às ordens superiores que se referem à disciplina dos serviços,
dos expedientes baseadas, sempre, no exato cumprimento da lei, dos regulamentos e das
normas.
A exceção quanto ao cumprimento de ordem emanada de superior hierárquico, diz
respeito à ilegalidade das ordens, na medida em que o servidor público está, em toda a
sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e do bem comum, não podendo
deles se afastar ou desviar, sob pena de invalidade do ato que praticar, expondo-se à
responsabilidade administrativa, civil e criminal, conforme o caso. É de suma importância,
no entanto, examinar se a ordem é indiscutivelmente ilegal, vez que o entendimento do
que seja legal e ilegal tende a variar segundo as condições pessoais, profissionais e
culturais de cada servidor.

V - atender com presteza:


a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas
pelo sigilo:
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de
situações de interesse pessoal:
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
A lei determina presteza no atendimento do pedido ou da requisição que, se não for
imediato, deverá ocorrer na primeira oportunidade. No entanto, a Lei 9784/99 que regula
os Processos Administrativos de modo geral, estabelece vários prazos, em situações
diversas que deverão ser observados.
Quer o dispositivo evitar, assim, os atos de desrespeito ao ser humano, decorrentes da
procrastinação ou da negativa de informação de que necessita o usuário, como de resto, a
humilhação, o dano moral, a disfunção social.
Na terceira hipótese , a gravidade é ainda maior porque está em jogo o interesse do erário,
inafastável e indisponível por versar direito coletivo defendido pelo Estado.

VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver ciência


em razão do cargo
A norma impõe ao servidor a obrigação de noticiar, ao superior hierárquico,
irregularidades de que tiver conhecimento, em razão do cargo que ocupa. A norma não
estimula, assim, regime de delação e nem propõe interferência abusiva e indevida em
serviços que não são os do servidor. Portanto, esse dever encontra limites no seu
abusivo exercício. O desrespeito a esse dever, entretanto, pode configurar
condescendência criminosa de que cuida o Código Penal, Art. 320.
VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público
Evidencia-se a atenção básica e o cuidado elementar que deve haver para com o bem da
coletividade, colocado à disposição do servidor, com o fim exclusivo e necessário à
execução das tarefas públicas.
A norma, portanto, veda o desperdício, o estrago, o uso negligente e indevido, devendo o
servidor evitar gastos inúteis, preservar o patrimônio público e agir com parcimônia no
trato do material posto a sua disposição para a execução do serviço público. Trata-se de
decorrência natural do indeclinável dever de prestar contas, resultantes do encargo de
gestão administrativa de bens e interesses alheios.

VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição


A regra impõe a discrição funcional, ou seja, os fatos passados no âmbito da
administração não devem ser divulgados, antes de sua publicação oficial. Assim, é dever
do servidor manter reserva sobre fatos sabidos em razão de sua condição funcional,
sejam eles relacionados com o interesse público ou particular.
Por sigilo devemos entender como sendo a modalidade de segredo profissional, isto é, de
silêncio obrigatório pertinentes a fatos ou circunstâncias sabidos em razão exclusiva da
atuação profissional do servidor, cuja revelação possa vir a acarretar dano moral ou
material ao serviço ou a terceiros. Todavia, deverá ser mantida a transparência em relação
aos assuntos da repartição, que não tenham o caráter de reservado, sigiloso ou
confidencial.

IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa


O desempenho da função pública deve ser, por princípio, inarredável, confiável e
respeitoso, por isso que exigido do servidor a observância, tanto na vida pública como na
vida privada, das regras de boa conduta, como as de educação, tratamento cortês e
conveniente apresentação.

X - ser assíduo e pontual ao serviço


Os serviços públicos devem ser desempenhados com regularidade, continuidade e
ininterruptamente, no local e horário designados. Daí a obrigação de o servidor se fazer
presente no local de trabalho, com regularidade e exatidão, observando o horário
estabelecido para o funcionamento da repartição.
A pontualidade refere-se ao cumprimento do horário e a assiduidade ao comparecimento
regular durante todo o expediente.

XI - tratar com urbanidade as pessoas


O objetivo é manter o melhor nível de relacionamento resultante da convivência diária do
servidor, com os seus colegas e o público a que serve.
A urbanidade compreende tratamento cortês, afável e respeitoso, e nela se compreende,
ainda, as iniciativas de cooperação e solidariedade, na medida em que o servidor trabalha
para a coletividade.
O trato pessoal rude traduz defeito de educação doméstica, divergindo da falta de
urbanidade porque esta é reveladora da intenção de menosprezar e ofender a terceiros,
com palavras ou gestos.
Dentre as diversas formas que contrariam o dever funcional de urbanidade, assumem
gravidade as atitudes adotadas pelo servidor público que impliquem discriminação ou
estabeleçam diferenças ou preferências em razão de cor, raça, sexo, convicção política,
filosófica, religiosa ou de estado civil, atentatórias aos direitos e liberdades fundamentais,
constitucionalmente previstas e que, também, guardam conotações penais.
O revide verbal e imediato, como reação do servidor ofendido ou injuriado, não deve
implicar a falta de urbanidade pois, neste caso, a falta terá sido praticada por quem tomou
a iniciativa das ofensas pessoais.

XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder


A regra torna obrigatória a comunicação de irregularidades verificadas no serviço público,
para impor o dever específico de preservar a administração contra os danosos e nefastos
efeitos da ilegalidade e mau uso do poder, via representação. O poder não pode ser
instrumento de satisfação de interesses particularistas, exigindo de quem o detém
comportamento equilibrado, nos limites da lei.
O discricionarismo da administração não vai ao ponto de encobrir arbitrariedades,
capricho, má-fé ou imoralidade administrativa.
O parágrafo único estabelece que a representação será encaminhada pela via hierárquica
e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao
representando ampla defesa.

No tocante aos deveres, Celso Antônio Bandeira de Mello os resume do seguinte modo:

a) em relação à legalidade (observar as normas legais e regulamentares, manter conduta


compatível com a moralidade administrativa, levar ao conhecimento do superior
irregularidades de que tenha ciência, representar contra ilegalidades, omissões ou abuso
de poder, cumprir ordens do superior, salvo quando manifestamente ilegais);

b) em relação ao serviço público especificamente (ser leal com as instituições a que


serve, exercer com zelo e dedicação suas atribuições, ser assíduo e pontual, zelar pela
economia do material, guardar sigilo sobre assunto da repartição); e

c) em relação ao público (atendê-lo com presteza e urbanidade).

Direitos e Vantagens do Servidor


De ordem pecuniária, são o subsídio ou o vencimento, mais as vantagens pecuniárias
(gratificações, adicionais e indenizações).

As gratificações, pela Lei n. 8.112/91, incluem as parcelas decorrentes do exercício de


função comissionada, cargo em comissão ou de natureza especial, bem como a
gratificação natalina (décimo terceiro salário). Leis esparsas criam outras gratificações,
em prol de determinadas categorias.

Os adicionais podem ser de vários tipos e constam de várias leis esparsas, normalmente
relacionados ao local ou à natureza do trabalho. A Constituição, nos direitos sociais,
refere-se expressamente ao decorrente de atividades insalubres, penosas ou perigosas,
de serviço extraordinário, por trabalho noturno e ao adicional devido nas férias.

As indenizações decorrem de despesas realizadas pelo servidor em razão do serviço. São


a ajuda de custo (em caso de mudança permanente, para trabalhar em outra sede), as
diárias (gastos com deslocamento transitório e eventual) e a indenização de transporte
(quando o servidor utiliza veículo próprio para realizar atividades externas).

Há também os benefícios de natureza previdenciária, devidos ao servidor e aos seus


dependentes. A aposentadoria já foi mencionada alhures. Incluem também: o auxílio-
natalidade, o auxílio-funeral, o salário-família e o auxílio-reclusão (atualmente, estes dois
apenas são devidos aos servidores de baixa renda).
Em termos de benefícios previdenciários, há também a pensão, que pode ser temporária
ou vitalícia.

A pensão temporária é devida aos filhos ou enteados (até 21 anos ou, se inválidos,
enquanto durar a invalidez) e aos menores sob guarda (até 21 anos).

À inexistência desses dependentes, ou seja, subsidiariamente, também são


contempláveis o irmão órfão (até 21 anos) ou inválido (enquanto durar a invalidez), bem
como a pessoa designada, que vivia às expensas do servidor falecido, até 21 anos ou, se
inválida, enquanto durar a invalidez.

A pensão vitalícia é concedida ao cônjuge sobrevivente e/ou à companheira ou


companheiro, que comprove união estável. É devida também à pessoa desquitada,
separada ou divorciada, que faça jus à pensão alimentícia.

Caso não haja cônjuge ou companheiro (o fato de haver pessoa separada etc., com direito
à pensão, não impede), ou seja, subsidiariamente, são contempláveis os pais e a pessoa
designada, maior de sessenta anos ou portadora de deficiência (em ambos os casos
precisando provar a dependência econômica em relação ao servidor falecido).

Caso haja pluralidade de dependentes, divide-se o valor da pensão em duas partes: uma
para os titulares de pensão vitalícia e outra para os de pensão temporária, subdividindo-
se cada parcela "per capita".

Por exemplo: deixando o "de cujus" viúva e dois filhos menores, aquela tem direito à
pensão vitalícia (50%) e estes à pensão temporária (50% a ser rateado entre ambos, 25%
para cada um). Caso o servidor deixe viúva, companheira e dois filhos, aquelas têm direito
à pensão vitalícia (50% a ser rateado entre ambas, 25% para cada) e estes à pensão
temporária (50% a ser rateado entre ambos, 25% para cada um).

Direitos de ausência ao serviço


São as férias, as licenças e os afastamentos.

As primeiras férias são adquiridas após um ano de serviço, as demais são adquiridas por
exercício (para simplificar o controle da Administração).

O art. 81, do Estatuto, lista sete casos de licenças, existindo mais cinco casos no capítulo
referente à seguridade social. São eles:

- doença em pessoa da família (depende de exame médico e impede que, nesse período, o
servidor desempenhe qualquer outra atividade remunerada. As alterações na lei excluíram
o parente colateral consanguíneo ou afim e incluíram o dependente que viva às expensas
do servidor e conste de sua ficha funcional. Também exigiram como requisito a
incompatibilidade de horários e reduziu o prazo de remuneração de 90 para 30 dias,
prorrogável por mais 30 dias);

- afastamento do cônjuge ou companheiro (sem remuneração. Apenas têm direito à


lotação provisória em outro órgão se o cônjuge ou companheiro for servidor público);

- atividade política (também foi diminuída com a reforma, agora vai do registro da
candidatura até o décimo dia seguinte ao pleito, anteriormente era até o décimo quinto dia
após o pleito. Os vencimentos são mantidos no período máximo de três meses, antes a lei
se referia à remuneração, e permitia até quatro meses);
- serviço militar;

- capacitação (entrou no lugar da licença-prêmio por assiduidade. Agora, a cada


quinquênio de serviço, o servidor pode se afastar por até três meses, no interesse da
Administração, para fazer curso de capacitação. Não é acumulável);

- trato de interesses particulares (esta, como é sem remuneração, foi ampliada: antes ia
até dois anos, agora vai até três anos);

- desempenho de mandato classista (foi retirada a remuneração e fixados limites para o


número de servidores em licença, a depender do porte da entidade).

No capítulo referente à seguridade social, há a licença-gestante, a licença-paternidade, a


licença-adotante, a licença para tratamento de saúde e a licença por acidente em serviço.

Observe-se que nas licenças em geral, o tempo é contado para todos os efeitos legais. No
caso de mandato classista, o tempo não conta para fins de promoção. No caso de licença
para atividade política e em face de doença em pessoa da família, o tempo apenas é
contado para disponibilidade e aposentadoria. No caso de afastamento do cônjuge ou
companheiro, ou trato de interesses particulares, o tempo não é contado para nenhum
efeito.

Sob o nome afastamento, a lei menciona apenas três hipóteses: serviço em outro órgão
ou entidade, exercício de mandato eletivo e estudo ou missão no exterior.

Há, porém, quatro hipóteses que a lei denominou "concessões": doação de sangue (1
dia), alistamento eleitoral (2 dias), casamento (8 dias) e falecimento de pessoa da família
(8 dias).

Por fim, há algumas hipóteses "inominadas": participação em programa de treinamento,


participação do tribunal do júri, deslocamento para nova sede, participação em
competição desportiva e serviço em organismo internacional do qual o Brasil participe ou
com o qual coopere.

Em todas essas hipóteses, o tempo de serviço é contado para todos os fins, salvo no
caso de mandato eletivo, quando não se conta para fins de promoção.

DEVERES E PROIBIÇÕES
Os estatutos trazem de maneira diferenciada os deveres e as proibições funcionais. É dever do
funcionário atentar para as normas gerais e a de cada órgão público(interno). Se ele não leva em
consideração poderá sofrer alguma punição. O dever de lealdade é amplo e deve ser exercido em
todos os órgãos.

É dever do funcionário ser obediente as normas, só admite exceção as ordens que forem ilegais ou
irregulares. Também constitui dever dos funcionários públicos guardar sigilo sobre documentos que
estejam sob sua guarda.

O rol de proibições é bem mais extenso e não há como resumi-lo:

Regime jurídico dos servidores públicos civis da União - Lei. 8.112-1990


Título IV
Do Regime Disciplinar
Capítulo II
Das Proibições
Art. 117. Ao servidor é proibido: (redação dada pela MP-002.225-000-2001)

Ao servidor é proibido:
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato
O dispositivo legal reafirma a importância da permanência do servidor durante todo o desenrolar do
expediente. A regra veda a saída abusiva, não autorizada do local de trabalho, mesmo que o servidor
retorne antes do término do expediente. No entanto, caso a ausência seja inevitável, o servidor deverá
justificá-la perante à chefia imediata que verificará se o motivo apresentado é relevante e justo.

II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição
O material destinado ao serviço e os documentos da repartição somente poderão ser retirados,
temporariamente, sob a responsabilidade do servidor e mediante prévia permissão da autoridade
competente, quando no exclusivo interesse e conveniência do serviço público. Assim, apesar de ter o
servidor sob sua responsabilidade funcional o material que necessita para a execução de suas
atividades, pertence esse material à repartição, para uso exclusivo durante o expediente, sujeito à
prestação de contas.
Com relação à retirada de documentos a punição se dirige ao servidor que assim o faz para fins
escusos, excluído quem, de boa-fé, esteja agindo em colaboração com o serviço.

III - recusar fé a documentos públicos


Os documentos públicos, como os atos administrativos em geral, diferem-se dos documentos
particulares, por serem dotados de fé pública, presumindo-se, portanto, verdadeiros e legítimos, até
prova em contrário. Se o servidor recusar fé estará desrespeitando a lei a que se obrigou a cumprir.

IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço


Trata-se de resistência, recusa imotivada, obstáculo sem justa causa que dificultam ou impedem a
prestação do serviço público. Refere-se, pois, às dificuldades propositadamente criadas, como a
formulação de exigências incabíveis, em relação ao movimento normal e desejável do expediente.

V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição


Trata-se da proibição de manifestações estranhas que, de forma direta ou indireta, possam
prejudicar o bom rendimento do serviço público ou ter reflexo negativo na produtividade do
trabalho.
O servidor público foi admitido e é pago para servir ao público, e a repartição é destinada ao
trabalho, devendo nela reinar clima de dedicação exclusiva ao serviço.
A proibição destina-se à forma coativa e constrangedora, sob qualquer modalidade de aliciamento,
de convite, de apelo sentimental ou financeiro e de catequese de companheiro de trabalho. A
proibição, assim, não se refere às manifestações espontâneas contra ou a favor de determinadas
situações.
Assim, a repartição pública não pode servir de ponto de encontro ou de espaço para reunião política,
social ou comercial, assim como para a prática de qualquer atividade estranha aos fins a que se
destina, como, por exemplo, atividades lúdicas, de leitura, de palestras e outras incompatíveis com o
exercício do cargo ou da função, durante o horário de trabalho.

VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição
que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado
Os encargos cometidos ao servidor, em virtude de sua investidura no serviço público, são pessoais,
intransferíveis e inerentes ao cargo, de nenhum modo podendo ser cedidos a terceiros, mesmo que
sejam parentes ou subordinados, por melhor que sejam as intenções.
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se à associação profissional ou sindical, ou a
partido político
A regra deriva de dispositivos constitucionais que estabelecem que "Ninguém poderá ser compelido a
associar-se ou a permanecer associado" (art. 5º , inciso XX) e "ninguém será obrigado a filiar-se ou a
manter-se filiado a sindicato" (art. 8º, inciso V).
Coagir significa, no caso, forjar, obrigar o servidor sob ameaça e aliciar implica em constranger o
servidor a aderir a partido político, a associar-se a sindicato ou a órgãos de classe contra as suas
convicções, com total desrespeito à liberdade de opção.

VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou
parente até o segundo grau civil
As relações de parentesco do servidor com o chefe podem ensejar favorecimentos pessoais em
prejuízo da imparcialidade das decisões e interferir, negativamente, na predominância do serviço
público e na moralidade administrativa. Trata-se de repúdio à formação, no serviço público, de clã,
de feudo ou de qualquer forma que implique predomínio ou interferência negativa, de interesse
particularista, em detrimento do interesse público.
Deve-se atentar que a regra aponta para o parentesco com a chefia imediata, ou seja, aquela que se
encontra imediatamente acima do servidor, estando ambos em cargo ou função de confiança.
No que tange ao grau de parentesco, além do cônjuge ou companheiro, incluem-se pais, irmãos, avós,
filhos e netos.

IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função
pública
A norma impede o proveito ilícito expresso em privilégios e vantagens, abusando o servidor da
situação peculiar de seu cargo ou da função que exerce. É igualmente indigno quando beneficia ou
favorece terceiros, em detrimento do interesse público.
No caso, é necessária a prova do nexo causal entre o recebimento da vantagem (proveito pessoal ou
de terceiros) e a prática ou omissão de ato inerente à função pública.

X - participar de gerência ou administração de empresa privada, sociedade civil, salvo a participação


nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou
indiretamente, participação do capital social, sendo-lhe vedado exercer o comércio, exceto na qualidade
de acionista, cotista ou comanditário
Deve predominar sempre a atividade pública sobre a particular. A atividade empresarial objetiva o
lucro, atividade esta conflitante com a exigida pelo interesse público.
A atividade gerencial corresponde à de superintender os bens; a administrativa se correlaciona à de
supervisionar os serviços. A proibição envolve função de mando, quer em relação aos bens, quer em
razão dos serviços comerciais, industriais ou de prestação de serviços.
Não podem, assim, os servidores públicos praticar atos de comércio ou atividade empresarial que
envolvam sua responsabilidade ilimitada. Por esse motivo há exceção para acionista, cotista e
comanditário, porque nessas situações a responsabilidade é limitada, sem função de mando, gerência
ou interferência pessoal na gestão da sociedade.
Outra exceção é feita pela norma nos casos do servidor participar de conselhos de administração e
fiscal de empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente participação do
capital social.

XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de
benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou
companheiro
A regra impede a advocacia, o procuratório, o chamado "tráfico de influências", que se configura
quando o servidor público se dispõe a intermediar ou pleitear interesse particular, perante
repartição pública. O patrocínio e a intermediação de interesses privados também podem tipificar o
crime de advocacia administrativa ou cumular-se com ilícitos afins como os crimes de concussão e
corrupção passiva.
A exceção prevista na lei refere-se ao tratamento de interesse de parentes, até o segundo grau, de
cônjuge ou companheiro, restrita aos benefícios previdenciários ou assistenciais, exatamente porque
em grau tão próximo, e em assuntos vinculados aos meios de subsistência, não se fazem presentes
interesses subalternos ou puramente monetários.

XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas
atribuições
A lei veda ao servidor o recebimento de qualquer benefício, em razão de suas atribuições públicas,
independentemente de insinuação ou exigência. O comportamento também pode tipificar, na esfera
penal, as figuras de corrupção passiva e de concussão.
Propina: gratificação, gorjeta, vantagem pecuniária, ainda que reduzida.
Comissão: interesse pecuniário, quase sempre expresso em percentual sobre os valores da vantagem
pleiteada.
Presente: dádivas, mimos, de qualquer valor.
Vantagens: qualquer espécie de retribuição, envolvendo benefício para o servidor, em razão de suas
atribuições.

XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro


Considera a lei que aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro é assumir postura
incompatível com o serviço público, ante o grau de dependência estabelecido entre o brasileiro que
exerce função pública e as autoridades estranhas ao Brasil. A regra vem a impedir que o servidor
público assuma compromisso capaz de colocar sua fidelidade ao estado estrangeiro, acima da
lealdade devida ao Brasil.

XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas


Constitui usura a avidez do lucro, a prática de cobrança de juro exorbitante, excessivo, de ato de
extorsão, de negócio especulativo, cometida por agiota.
A usura, mesmo que ocorra fora da repartição e dos horários de trabalho compreende ação delituosa
e é agravada para fins penais, se cometida por funcionário público.
A usura é, também, forma de comércio vedada pelo inciso X do art. 117, aqui em estudo.

XV - proceder de forma desidiosa


Desídia é ação contrária à de diligência, de bom desempenho, de zelo que, por sua vez, constituem
requisitos justificadores da presença do servidor público, no serviço. É sinônimo de negligência,
relaxamento, descaso, falta de cuidado, desleixo, ociosidade habitual, frouxidão, indolência
continuada e incúria.
Geralmente, a desídia se configura pelo cometimento reiterado de pequenas faltas, das mais variadas
formas, violadoras dos deveres e das proibições, que demonstram o desinteresse do servidor em
relação à administração, ao serviço, aos colegas, ao interesse público em geral.
A desídia quase sempre se caracteriza pela repetição, pela insistência dos erros do servidor, mesmo
quando advertido, multado ou suspenso. Porém, pode um só ato gerar a falta, ante a gravidade de
sua conseqüência.

XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares


A norma completa a vedação do inciso II, proibitiva da retirada de qualquer documento ou objeto da
repartição, reafirmando o princípio de que o material de serviço e os recursos humanos estão
disponíveis na repartição, para uso exclusivo nos serviços públicos e não para uso de terceiros ou uso
particular do servidor.

XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de
emergência ou transitórias
Atribuir ao servidor execução de tarefas estranhas ao seu cargo implica em desvio de função,
prejudicial não só para a organização dos serviços, como para o exercício regular da autoridade.
Constitui, também, forma oblíqua de acesso a outra carreira, independente de concurso público.
As exceções têm caráter emergencial e transitório.

XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com
o horário de trabalho
A proibição diz respeito à atividade que prejudica a dedicação exclusiva ao serviço público como, por
exemplo, as atividades empresariais, o patrocínio ou a representação de interesses privados, o
comércio, além de outros, porque são incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o
horário de trabalho.
Não basta que o servidor seja pontual e assíduo, mas que se dedique às tarefas que lhe foram
confiadas, as quais devem ser executadas da melhor e mais adequada forma, em respeito ao dever de
eficiência.

XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado


O servidor deve manter atualizado seu cadastro junto à repartição, de forma que seja possível ao
órgão saber dados fundamentais do servidor como, endereço, situação civil, número de dependentes,
escolaridade, etc., elementos estes fundamentais para localização urgente do servidor em caso de
notificações, intimações, acidente em serviço e demais eventualidades.
A atualização deve ser considerada como um dever do servidor perante sua repartição, sendo que a
recusa em atualizar tais dados, quando solicitado, constitui em infração disciplinar.

Responsabilidade do Servidor Público


Cabe ao servidor informar ao seu superior hierárquico qualquer irregularidade vinda ao
seu conhecimento. Juntam-se o poder disciplinar e o poder hierárquico. Também há a
obrigação do superior informar ao seu superior, em caso de incompetência do cargo.

O servidor público responde administrativa, penal e civilmente pelos atos que praticar,
existindo autonomia entre as responsabilidades, salvo os casos, por exemplo, em que a
sentença penal absolver pela inexistência do fato ou negativa de autoria.

Observe-se que a ação cível para reaver danos causados pelo servidor ao Erário é
imprescritível.

Responsabilidade Civil - é decorrente de ação ou omissão que resulte em prejuízo do


Poder Público ou de terceiro. Um funcionário público poderá responder civilmente se
causar um prejuízo a terceiro ou ao Poder Público na condição de funcionário. Quando ele
causa prejuízo a terceiro, este aciona a administração pública que indenizará o terceiro e
irá ressarcisse através de uma ação. Poderá haver confisco de bens do funcionário.

Responsabilidade Penal - art. 312 a 327 CP, abrange os crimes e as contravenções


penais ao servidor, podendo este ser preso e perder o cargo público.

Responsabilidade Administrativa - é resultante de ação ou omissão praticada pelo


servidor no desempenho de cargo ou função pública. A responsabilidade deve ser
investigada através de processo administrativo disciplinar e se for o caso aplicar as
penalidades administrativa devidas. Este tipo de penalidade cabe à administração pública
e as outras ao judiciário.

Obs.: o servidor poderá responder simultaneamente a essas responsabilidades, tanto o de


cargo efetivo como o de cargo comissionado.

Sindicância - que pode chegar ao processo administrativo disciplinar.


Do ponto de vista administrativo, o servidor pode ser punido com advertência, suspensão
(conversível em multa), demissão, cassação da aposentadoria ou disponibilidade e
destituição do cargo em comissão ou função comissionada.

A advertência é aplicada por escrito em faltas de menor gravidade, sendo a suspensão


utilizada em casos de reincidência nessas faltas ou nos casos de infração não arroladas
como causa de demissão.

A suspensão pode ser convertida em multa, à base de 50% por dia de vencimento ou
remuneração (em vez de não trabalhar e não receber, no período de suspensão, o servidor
trabalha e só recebe metade da remuneração pelo dia trabalhado nesse período).

A demissão é aplicada às infrações mais graves, normalmente vinculadas ao


procedimento incorreto de verbas públicas e à ausência do serviço (abandono de cargo
ou inassiduidade habitual). Não pode ser aplicada por qualquer autoridade, sendo
privativa do Presidente da República, dos Presidentes das Casas Legislativas, dos
Presidentes dos Tribunais e do Procurador-Geral da República. No Executivo Federal, há a
delegação de competência para os Ministros de Estado.

A destituição de cargo em comissão ou função comissionada ocorre nas mesmas


hipóteses em que se daria suspensão ou demissão, sendo de competência da autoridade
que fez a nomeação.

A cassação de aposentadoria ou disponibilidade é aplicável quando o servidor


cometeu falta em atividade, punível com demissão. Apenas pode ser aplicada pelas
autoridades que podem demitir.

Prescrição - em cinco anos para as faltas puníveis com demissão ou sanção


equivalente, em dois anos para as infrações puníveis com suspensão e em cento e oitenta
dias para as puníveis com advertências. Todos os prazos se contam a partir da ciência da
infração, não do momento em que efetivamente foram praticadas.

PROCESSO ADMINISTRATIVO E SUA REVISÃO

Processo administrativo disciplinar - está voltado para o comportamento dos funcionários


públicos.

É o processo regular servindo como instrumento destinado a apurar a responsabilidade


do servidor público ou infração praticado no exercício de suas atribuições.
Há duas modalidades de apuração:

- Sindicância

- Processo administrativo
As penalidades apenas podem ser aplicadas após procedimento de apuração, onde se
garanta a ampla defesa.

No caso de infrações puníveis com advertência ou suspensão inferior a 30 dias, é possível


a mera sindicância. Nas infrações mais graves, o processo administrativo propriamente
dito.

A sindicância, deste modo, pode ser autônoma (no final do procedimento aplicam-se de
logo as sanções) ou meramente investigatória, colhendo subsídios para a instauração do
processo administrativo. Se for autônoma, deve observar os princípios do contraditório e
da ampla defesa. Se for apenas investigatórias, como não há formalmente "indiciados",
não se pode alegar nulidade por cerceamento de defesa.

Antigamente a sindicância era chamada de "processo sumário" por alguns autores.


Contudo, hoje a lei usa essa nomenclatura para o processo administrativo a ser
observado em casos de abandono de cargo, inassiduidade habitual e acumulação
indevida de cargos, empregos ou funções públicas.

O processo administrativo se compõe de três fases: a instauração, o inquérito e o


julgamento.

A instauração se dá com a publicação do ato que designar a comissão, composta de três


servidores estáveis, de cargo (ou escolaridade) do mesmo nível ou superior que o do
indiciado. No processo sumário, são dois servidores estáveis e, no ato de instauração, já
se declina de logo a materialidade e a autoria da infração, procedendo-se a uma instrução
sumária.

O inquérito compreende a instrução, a defesa e o relatório. Observe-se que embora a lei


se refira a uma fase de defesa, o servidor poderá participar ativamente da fase de
instrução, solicitando provas, indagando testemunhas etc. A defesa a que se refere a lei é
aquela apresentada após a instrução, quando a Comissão apresentará a indiciação do
servidor, um resumo de todos os fatos apurados e com a tipificação da infração
verificada.

Feito esse resumo e recebida a defesa do acusado, a Comissão elaborará um relatório


minucioso, concluindo pela inocência ou responsabilidade do servidor, a ser enviado para
a autoridade competente para o julgamento. Esta pode divergir da conclusão da
Comissão, desde que "contrária à prova dos autos".

O Processo Administrativo deve obedecer os seguintes princípios:

Princípio da legalidade - tudo deve ser feito de acordo com a lei, os estatutos.

Princípio da oficialidade - se a autoridade sabe que há algo errado tem que apurar ou
mandar apurar.

Princípio do informalismo - é que ele não é tão formal como o processo judiciário,
deve ser seguido o rito, mas não a formalidade do processo judiciário.

Princípio da verdade material - a autoridade pode ir buscar a prova onde for,


também chamado de real.

Princípio da garantia de defesa - quem está sendo acusado tem direito de se


defender.
O processo administrativo disciplinar é dirigido a uma pessoa certa, que é o indiciado. A
autoridade tem que ter um prazo para mandar apurar. O prazo para conclusão do
processo administrativo disciplinar é de 60 dias, que pode ser prorrogado.

A instauração é o ato em que a autoridade vai abrir o processo, através de portaria, já vai
conter os membros da comissão e vai constar de forma sucinta o motivo porque está
abrindo o processo.

A instrução onde a comissão vai ouvir as partes, intimar é ouvir o indicado e todos os
meios de provas, se houver testemunhas que disseram coisas diferentes, vai ser feito à
acareação(botar um na frente do outro). As provas podem ser apresentadas em qualquer
fase, se houver fato novo pode ser trazida até o julgamento ou mesmo após o julgamento.
É diferente do processo civil, que tem o momento certo para ser trazida a prova.

O indiciado tem até 10 dias para fazer defesa. Se houver mais um indiciado tem até 20
dias. O processo não pode sair da administração. Da instrução para a defesa vai haver a
citação do réu.

A citação pode ser feita por um membro da comissão ou se não sabe onde ele está vai ser
feito por edital. Quando é citado por edital vai ser a defesa feita a 15 dias. Se não faz a
defesa dentro do prazo é considerado revel.

A defesa pode ser feita por autodefesa, por procurador, ou por dativo. Não é necessário
que tenha advogado, mas deve constituir advogado. A por defensor dativo - se ele for
revel a comissão vai nomear um defensor para o indiciado. Esse defensor tem que ser
servidor estável e tem que ter nível hierárquico igual ou superior. Nesse processo tem que
haver defesa senão ele é nulo. Esse defensor dativo não precisa ser advogado, pode ser
qualquer servidor com as características já ditas. Aconselha-se que seja um advogado,
mas pode ser qualquer servidor, às vezes até o membro da comissão. Se dependendo do
fato que ocorreu, a autoridade supõe que aquele que cometeu merece uma suspensão por
exemplo, a autoridade tem até o prazo de 2 anos para abrir o processo.

Recurso - ônus da prova é do servidor


Busca a anulação ou atenuação da pena
Reexame

Revisão Lícito: confirmar ou invalidar a punição


Proibido: substituir ou modificar penalidade

a) Decisão contrária à lei;


b) Decisão apoiada em provas falsas ou equivocadas;
c) Após a decisão surgem novas provas.
O reexame só pode ser pedido fundamentado numa dessa hipóteses acima.

Relatório- depois da defesa a comissão vai se reunir para analisar as provas, a defesa
do indiciado para fazer o relatório. A comissão vai sugerir a penalidade, se
necessário(nunca aplica a pena).

Julgamento - o recurso vai ser encaminhado para a autoridade que instaurou a


sindicância que poderá ou não concordar com ele, se não concordar deverá fundamentar
o julgamento.

O indiciado não satisfeito entra com um recurso(só pode ser feito pelo indiciado)
buscando a anulação ou diminuição é da pena. A revisão só pode ser proposta pela
administração se continuar ele poderá pedir a revisão do recurso.

Ele não precisará esgotar todos os meios administrativos para poder recorrer aos meios
judiciais.

O processo pode ser revisto a qualquer tempo, se houve a apresentação de fatos novos
ou elementos não apreciados no processo, susceptíveis de alterar sua conclusão.

No âmbito judicial o juiz jamais poderá substituir ou modificar penalidades, não tem
competência, só tem para dizer se a penalidade foi válida ou não, neste caso anulando
todo o processo.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

Os gabaritos encontram-se no final


dos exercícios

Responda " certo" ou " errado"


A respeito da redação de expedientes, julgue os itens a seguir.

01 - É correto afirmar que o vocabulário adequado à redação de expedientes é aquele que leva
em conta a capacidade de compreensão do receptor, embora seja aconselhável o uso de
expressões raras para dar mais sofisticação e impressionar o leitor.

02 - Por ser a redação de expedientes de uso irrelevante, o redator desse tipo de texto
consegue excelentes resultados com a mera reprodução dos modelos disponíveis em seu local
de trabalho.

03 - São exemplos de documentos incluídos no conjunto expedientes as atas, os relatórios, os


memorandos e os requerimentos.

04 - O relatório é um documento que expõe o que se observou a respeito de uma situação


específica e é redigido por comissão ou pessoa responsável pela descrição e análise dos
fatos. Difere, portanto, da ata, que é o registro dos fatos ocorridos em reuniões ou
assembléias de entidades públicas ou particulares.
05 - Na redação de expedientes, devem ser considerados os aspectos ligados à disposição do
texto no papel e à indicação apropriada de dados relativos a remetente e destinatário.

Determinado assistente administrativo do CREA-DF encontrou o seguinte bilhete, deixado


sobre a sua mesa por seu superior hierárquico.

Redigir documento para o setor de pessoal


pedindo contratação de dois empregados.

Urgente!

Considerando a situação hipotética descrita acima, julgue os itens que se seguem.

06 - Para se executar corretamente a tarefa solicitada, o documento a ser redigido deverá ser
o memorando, que trata de correspondência interna acerca de assuntos rotineiros.

07 - O documento deve ser escrito de forma precisa, direta e objetiva, caracterizando-se pelo
emprego de adjetivos e linguagem figurada.

08 - Entre outros elementos, devem constar do documento a ser enviado ao setor de pessoal a
data, a ementa ou o assunto, os nomes do destinatário e do remetente e a assinatura deste.

09 - O pronome de tratamento a ser empregado na redação do documento é Vossa Senhoria,


que pode ser corretamente abreviado por V. S. e concorda com a 2.ª pessoa do plural.

10 - É correto afirmar que as expressões Brevemente, Cordialmente, Respeitosamente e


Atenciosamente são apropriadas como fecho do documento.

A obtenção de resultados positivos no trabalho é muito influenciada pela qualidade das


relações humanas existentes no ambiente organizacional. O bom relacionamento interpessoal
depende de importantes habilidades de comunicação e da inteligência para lidar com o outro.
O que é ser inteligente nas relações interpessoais? Essa indagação pode ter várias respostas.
Pode-se dizer que é saber como conquistar aliados ou saber realmente como fazer as coisas
ou, ainda, ser simpático, receptivo e alegre. No entanto, essas respostas não são totalmente
certas, pois, embora esses atributos sejam desejáveis, eles representam uma visão limitada
do que é ser inteligente com as pessoas.
Agir de forma inteligente em relação às pessoas significa ter uma inteligência multifacetada,
que não seja limitada às competências políticas ou à generosidade social, mas que inclua uma
ampla gama de habilidades interpessoais.

Acerca do tema abordado no texto acima e em relação às habilidades relacionadas a esse


tema, julgue os itens seguintes.

11 - Compreender as pessoas é uma habilidade que vai além da leitura das palavras ditas;
inclui a capacidade de reconhecer e interpretar a linguagem não-verbal das pessoas, o que
possibilita lidar com elas de maneira eficaz.

12 - Ter a capacidade para dar feedback permanente e fazê-lo sem ofender o outro é uma
habilidade oportuna, prática e isenta de recriminações.
13 - Complementar os estilos de outros, coordenar os esforços individuais, sem ser despótico,
e desenvolver consenso são habilidades necessárias para se atuar em equipe.

14 - Entrar em sintonia com outros, trazendo à tona as próprias necessidades, é uma maneira
não-inteligente de lidar com as pessoas.

15 - Comunicar-se de maneira inteligível e objetiva é uma habilidade prescindível somente


nas relações humanas profissionais.

Os documentos de arquivo

16 - devem ser produzidos em uma única via.

17 - testemunham a vida de uma instituição.

18 - não precisam ser preservados a médio e a longo prazo, em razão de seu valor secundário.

19 - podem consubstanciar-se como elemento de prova devido ao caráter probatório.

20 - são sempre produzidos para atender, única e exclusivamente, às demandas internas da


instituição.

As etapas de trabalho a serem desenvolvidas, visando a organização e administração de


arquivos, incluem o(a):

21 - planejamento.

22 - descrição de acervos.

23 - implantação e acompanhamento.

24 - levantamento de dados.

25 - elaboração de instrumentos de pesquisa.

Julgue os itens seguintes, acerca de administração financeira.

26 - As disponibilidades fazem parte do ativo do balanço patrimonial e mantêm,


normalmente, saldo devedor.

27 - O pagamento de uma fatura, com um mês de antecipação, por determinada empresa, que
obteve um desconto de R$ 100,00 sobre um valor de R$ 10.000,00, foi um bom negócio,
considerando-se a taxa de juro de mercado de 1,7% a.m., livre de impostos para aplicação
financeira.

28 - A antecipação sistemática de compra de mercadorias, com o objetivo de se manter o nível


de estocagem sempre acima do prazo médio de reposição, é uma medida recomendada pelos
princípios de administração financeira.

29 - A venda por R$ 1.000,00 de uma unidade de mercadoria cujo custo médio tenha sido de
R$ 500,00 gerará um lucro líquido superior a R$ 300,00, considerando-se não haver outras
despesas e outros custos variáveis, a não ser o imposto de renda sobre o lucro (IR) e a
contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) que perfazem uma alíquota de 25% + 9%.
30 - Despesas com pessoal, na contabilidade geral, são consideradas despesas
administrativas que afetam o lucro operacional da empresa.

Com relação à administração de recursos humanos, julgue os itens subseqüentes.

31 - O depósito de FGTS feito pela empresa na conta de cada empregado é encargo do próprio
empregado, uma vez que o referido valor é descontado de seu pagamento.

32 - Sobre um salário mensal de R$ 3.000,00 de um contribuinte sem dependentes, incide a


alíquota máxima da tabela de imposto de renda retido na fonte.

33 - O salário-família pago por determinada empresa na folha de pagamento de seus


empregados é encargo adicional da empresa empregadora, e consta de suas despesas
operacionais.

34 - O recrutamento e a seleção de recursos humanos devem ser tomados como duas fases de
um mesmo processo. Enquanto o recrutamento é uma atividade de divulgação, de chamada,
de atenção, de incremento da entrada, e, portanto, uma atividade convidativa, a seleção é uma
atividade obstativa, de escolha, de opção e decisão, de filtragem da entrada, de classificação
e, portanto, restritiva.

35 - Os encargos trabalhistas dos primeiros vinte dias de afastamento de empregado por


doença ou acidente de trabalho correm por conta da empresa empregadora; após esse
período, por conta do INSS.

Acerca de administração de materiais, julgue os itens que se seguem.

36 - Se o consumo médio anual de determinada unidade de estoque for de 800 unidades/ano


e o estoque médio for de 100 unidades, é correto dizer que a rotatividade média desse item de
estoque é de 8 vezes/ano.

37 - O ponto de pedido é um método utilizado para identificar o limite máximo de estocagem


de determinado item de estoque.

38 - O estoque máximo não pode ser superior à soma do estoque mínimo com o lote de
compra.

39 - Tempo de reposição é o prazo médio necessário para se repor qualquer unidade de


estoque, contado a partir do seu consumo.

40 - Uma empresa compra matéria-prima cinco vezes por ano, ao custo total anual de emissão
de pedido de R$ 20.750,00. Com base nessa informação, pode-se dizer que o custo de um
pedido é de R$ 4.150,00.

Gabarito
01 - E 02 - E 03 - C 04 - C 05 - C 06 - C 07 - E 08 - C
09 - E 10 - E 11 - C 12 - C 13 - C 14 - E 15 - E 16 - E
17 - C 18 - E 19 - C 20 - E 21 - C 22 - E 23 - C 24 - C
25 - E 26 - C 27 - E 28 - E 29 - C 30 - C 31 - E 32 - C
33 - E 34 - C 35 - E 36 - C 37 - E 38 - C 39 - E 40 - C
Olha aqui! Mais uma bateria de exercícios pra você.

Responda "certo" ou " errado"


01 - De acordo com a teoria arquivística, os documentos arquivados na fase corrente possuem
valor primário e secundário.

02 - No método de arquivamento ideográfico, o principal elemento adotado para a


recuperação da informação é o assunto.

03 - Ocorrendo o empréstimo de documentos do acervo, o profissional responsável pelo


arquivamento e desarquivamento deve utilizar a guia-fora para indicar a retirada do
documento.

04 - Os procedimentos teóricos da arquivística indicam que o arquivamento de documentos


deve ser posterior à sua classificação, a qual deve ter como base o plano de classificação da
instituição.
05 - O prazo indicado para o arquivamento de documentos na fase intermediária é de 10 a 20
anos.
06 - Além dos documentos textuais, os arquivos ocupam-se do gerenciamento e arquivamento
de documentos pertencentes ao gênero iconográfico, filmográfico e sonoro.

07 - De acordo com a teoria arquivística, os atos de correspondência, como os ofícios, as


cartas e os memorandos, devem ser arquivados obedecendo à classificação de "Recebidos",
para os documentos encaminhados à instituição, e "Expedidos", para aqueles produzidos pela
instituição.

08 - No que se refere ao arquivamento de documentos, é indicado que a instituição adote um


método de arquivamento único.

09 - Os documentos que refletem a origem e os objetivos da instituição possuem valor


secundário e, na terceira fase do ciclo vital, são de guarda permanente.

10 - Somente serão aceitos, nos arquivos, os processos que, finalizado o trâmite, possuírem o
indicativo "arquive-se", aposto pela autoridade competente.

11 - De modo geral, as pessoas têm objetivos e interesses diferentes, fato que gera conflitos,
muitas vezes, inevitáveis nas relações humanas.
12 - Toda pessoa com história de relacionamentos bem-sucedidos possui talento interpessoal
e tende a ser mais flexível no contexto social.
13 - O impacto da inteligência emocional é maior nas relações humanas profissionais que nas
relações pessoais.

14 - Na resolução de problemas de relações humanas, deve-se definir claramente o objetivo


pretendido.
15 - No ambiente de trabalho, as relações humanas são favorecidas se o gerente compreender
que o empregado deve ser tratado como um ser humano completo, com necessidades
econômicas, psicológicas e sociais.
Gabarito
01 - E 02 - C 03 - C 04 - C 05 - E
06 - C 07 - E 08 - E 09 - C 10 - C
11 - C 12 - E 13 - E 14 - C 15 - C

Olha aqui! Mais uma bateria de exercícios pra você.

01 - Os orçamentos são instrumentos usados para o controle e a coordenação das atividades


de uma organização. Seus principais centros de responsabilidade são
a) receita, despesas, lucro e investimento.
b) custos, volume de vendas, despesas e recursos.
c) liquidez, endividamento, cobertura, rentabilidade.
d) balanço, demonstrativo de resultados, fluxo de caixa, aplicação.
e) insumos, capital, instalações e lucros.

02 - Os itens abaixo apresentam diferentes definições para os Arquivos. Qual das alternativas
é a mais completa?
a) Conjunto organizado de documentos produzidos ou recebidos e preservados por
instituições públicas ou privadas (pessoa jurídica e física), visando sua futura recuperação.
b) Conjunto organizado de documentos preservados para fins administrativos e jurídicos,
servindo para futura tomada de decisão.
c) São coleções de papéis e documentos que guardados em fichários arquivo, preservam a
memória e guardam a história.
d) Tratam da organização de papéis e de documentos desorganizados.
e) Nenhuma está correta.

03 - O processo de administração compreende amplas e variadas atividades que envolvem


pessoas e recursos para a realização de objetivos organizacionais, incluindo o planejamento, a
organização, liderança e controle, conhecidas como funções da administração. Dentre estas,
diz-se que a função mais importante é o planejamento, pois ele possibilita ao administrador:
A) agrupar tarefas em unidades de trabalho, ordenar e alocar recursos de modo a criar
condições para que as pessoas e as coisas (equipamentos, ferramentas, recursos financeiros)
trabalhem juntas para alcançar o sucesso.
B) especificar os objetivos e ações necessárias para enfrentar situações futuras, definindo
onde a organização deseja estar no futuro e como chegar lá.
C) dirigir, motivar e comunicar-se com os funcionários individualmente e em grupos,
ajudando-os e inspirando-os em direção à consecução dos objetivos.
D) estabelecer padrões de desempenho que indiquem o progresso rumo aos objetivos de
longo prazo.
E) estabelecer diretrizes específicas sobre como conduzir as atividades no dia-a-dia.

04 - A moderna administração tem sido marcada pela quebra de paradigmas. As organizações


sentiram a necessidade de alterar os modelos de gestão baseados no desempenho individual
para o trabalho em time (ou em grupo). O aspecto mais importante a ser observado na
formação de grupos de trabalho é:
A) que o homem é um ser transacional, que não só recebe insumos do ambiente e reage ao
mesmo, mas também adota uma posição proativa.
B) o tamanho ideal de um grupo de trabalho depende de seus objetivos.
C) que o homem tem um comportamento dirigido para um objetivo, sendo capaz de ter
objetivos ou aspirações, imprimindo esforços para alcançá-los.
D) é importante compreender o ritmo de próprio de cada grupo social, representado por sua
dinâmica de forças, pela agilidade de suas ações e premência em tomar decisões.
E) a segunda e a quarta alternativas são verdadeiras; a primeira e a terceira não expressam os
aspectos do trabalho em grupo.

05 - A cultura e o clima organizacional são fatores que influenciam o desempenho das


organizações e, conseqüentemente, o alcance de seus objetivos. Enquanto a cultura tem
caráter histórico mais profundo, recorrente à origem da organização, seus valores básicos e a
modelagem de seus padrões culturais, o clima refere-se a(o):
A) produto dos sentimentos individuais e grupais em relação à realidade percebida na
organização.
B) que as pessoas sentem a respeito da organização e que afetam de maneira positiva ou
negativa sua satisfação e motivação para o trabalho.
C) ambiente interno existente entre os membros da organização e está intimamente
relacionado com o grau de motivação de seus participantes.
D) percepção que as pessoas têm da organização em que trabalham, sendo influenciado por
fatores conjunturais internos e externos como uma notícia, um evento, um boato ou uma
opinião pública.
E) todas as respostas estão corretas.

06 - A tomada de decisão em grupos ou indivíduos é o processo de escolha da melhor


alternativa para atingir os objetivos organizacionais. Entre os processos para ajudar os
grupos e/ou gerentes na tomada de decisão, assinale a alternativa que define a técnica
Delphi:
A) é um processo de tomada de decisão em grupo em que o feedback negativo sobre
alternativas sugeridas por qualquer membro do grupo, é proibido até que todos os membros
tenham apresentado alternativas que considerem valiosas.
B) é um processo que se destina a garantir que cada participante tenha igual participação na
tomada de decisão em grupo.
C) são decisões rotineiras e repetitivas, nas quais o grupo costuma desenvolver maneiras
específicas de lidar com elas.
D) são decisões tomadas uma única vez, em geral menos estruturadas que as decisões
programadas.
E) é um processo que envolve a circulação de questionários sobre um problema específico
entre os membros do grupo, divide os resultados do questionário com eles e então continua a
circular e a refinar respostas individuais até alcançar um consenso a respeito do problema.
07 - Os métodos de arquivamento mais conhecidos levam em conta:
a) as tabelas de classificação dos documentos.
b) a ordem alfabética, numérica e a alfanumérica, sendo que este último considera números e
letras.
c) as tabelas de temporalidade.
d) o Ciclo Vital dos documentos.
e) as regras de alfabetação, indicadas no Código Anglo Americano.

08 - Numa estrutura organizacional as questões de


conhecimento,..............., ..............., ................. e ........... quanto ao trabalho é também um
resultado da qualidade do produto que essa organização pode gerar. Preencha as lacunas
a) habilidades, sociabilidade, desinteresse e amizade
b) habilidades, valores, interesses e atitudes
c) moralidade, austeridade, interesses e habilidades
d) qualidade, amizade, valores e interesse.
09 - A escola das relações humanas trouxe para o campo da administração programas sociais
que acima de tudo visam .................. o ser humano e ...................... no seu engrandecimento
profissional e pessoal.
a) estimular e ajudar financeiramente
b) socializar e orientá-lo
c) corrigir e estimulá-lo
d) valorizar e capacitá-lo

10 - São elementos que sustentam o poder e o controle dentro de uma estrutura


organizacional.
a) austeridade e autoridade
b) integridade e comunicação
c) hierarquia e autoridade
d) capacidade e hierarquia

11 - Uma entidade, pública ou privada, deve organizar seus arquivos com base:
(a) nas linguagens ou sistemas de signos adotados para comunicar os diferentes conteúdos.
(b) nos assuntos tratados na correspondência dos seus órgãos de cúpula.
(c) nos códigos de classificação dos documentos do governo federal.
(d) na distribuição hierárquica dos documentos em dez grandes classes.
(e) nas competências, funções e atividades por ela desenvolvidas.

12 - O método dúplex é um dos métodos de arquivamento existentes, do qual um arquivista


poderá fazer uso, na organização de um acervo arquivístico. Na arquivística, o método dúplex
é normalmente representado pela codificação:
A) 641.4.
B) 64.14.
C) 6.414.
D) 64-14.
E) 6-4-1-4.

13 - O arquivista deve ser criterioso na salvaguarda e na proteção dos documentos


arquivísticos, adotando procedimentos e medidas bem estabelecidos. No que se refere às
áreas afetas aos depósitos e com base no Manual de Preservação de Documentos, do Arquivo
Nacional, que estabelece condições básicas para os depósitos de guarda e proteção de
acervos documentais, julgue os itens abaixo.
I - O afastamento entre as baterias de estantes deve ser de, no mínimo, 75 cm.
II - O afastamento entre as paredes e a estanteria deve ser maior que 40 cm.
III - A ventilação deve ser mantida constante, sem interrupção.
IV - O pé-direito de um depósito não deve ser superior a 2 m.
V - Somente nas áreas acima de 600 m2, devem ser adotadas portas corta-fogo.
Estão certos apenas os ítens:
A) I e II.
B ) I e III.
C ) II e IV.
D) III e V.
E ) IV e V.

14 - A instituição voltada para o pesquisador, cujos documentos entram por compra, pesquisa
e doação e são produzidos com finalidade científica, sendo seu acervo caracterizado por
coleções (documentos unidos pelo conteúdo) é:
A) o museu.
B) a biblioteca.
C) o centro de documentação.
D) o arquivo.
E) o núcleo de pesquisa

15 - Na terminologia arquivística, o esquema preestabelecido para armazenamento,


ordenação e classificação de documentos é um conceito atribuído para a elaboração do plano
de:
A) ordenação.
B) destinação.
C) classificação.
D) arquivamento.
E) armazenamento

16 - O documento que é formado por um conjunto de normas estabelecidas para perfeita


execução de uma lei é chamado de:

a) regimento.
b) decreto.
c) regulamento.
d) decreto-lei.
e) lei.

17 - O ato escrito por meio do qual o Ministro de Estado ou outra autoridade competente
determina providências de caráter administrativo, dá instruções sobre a execução de uma lei,
nomeia e designa funcionários e aplica medidas de ordem disciplinar a subordinados que
incidem em falta é conhecido como:

a) portaria.
b) despacho.
c) requerimento.
d) nota.

18 - O documento que atesta que algo aconteceu de acordo com o que já se encontrava
registrado em outro documento, emanado de autoridade pública, é chamado de:

a) ata.
b) certidão.
c) atestado.
d) despacho.
e) ordem de serviço

Gabarito
01 - A 02 - A 03 - B 04 - E 05 - E
06 - E 07 - B 08 - B 09 - D 10 - C
11 - E 12 - E 13 - B 14 - C 15 - C
16 - C 17 - A 18 - B 19 - 20 -
Olha aqui! Mais uma bateria de exercícios pra você.

(Questões formuladas na prova " Administrativo / Polícia Federal")

Responda:

" CERTO "C" ou ERRADO "E" "

Paulo, agente administrativo lotado na Diretoria de Combate ao Crime Organizado (DCOR)


do Departamento de Polícia Federal (DPF), foi incumbido, por seu superior, de redigir um
ofício a ser enviado pela DCOR ao Procurador-Geral da República.
Em face da situação hipotética acima, julgue os itens que se seguem.

01 - Ao redigir o ofício, Paulo deve empregar o pronome de tratamento Vossa Excelência


para dirigir-se ao destinatário.

02 - O documento deve conter, entre outros elementos, a identificação do local e da data


em que foi expedido, a assinatura de Paulo e o nome do signatário.

03 - Caso o ofício trate de um problema cuja solução dependa de providências por parte
do destinatário do expediente, Paulo poderá optar por um dos seguintes fechos:
* Atenciosamente, aguarda solução para o caso.
* Respeitosamente, contando com vossa prestimosa colaboração para a solução do caso.

O chefe de uma seção do DPF solicitou a um funcionário que transcrevesse uma


conversa gravada. Recomendou que o diálogo fosse apresentado em forma de relato e
que fossem respeitadas as regras da norma padrão da língua escrita.

A seguir, são apresentados duas falas do diálogo e os respectivos relatos escritos pelo
funcionário.

Fala 1 Indivíduo X: Você tem certeza de que tinha dois carros aqui?
Indivíduo Y: Tenho. Dois carros e uma bicicleta.

Fala 2 Indivíduo X: O que você vai dizer se te chamarem para testemunhar?


Indivíduo Y: Eu falo que estava escuro e que não vi nada. Além do mais, eu tava só de
passagem.

Relato 1 O indivíduo X perguntou para o indivíduo Y se ele tinha certeza de que tinha dois
carros no local onde estavam, e o indivíduo Y respondeu que tinha certeza, e que havia
dois carros e uma bicicleta.

Relato 2 Indagado pelo indivíduo X sobre o que diria se o chamassem para testemunhar, o
indivíduo Y respondeu que falaria que estava escuro, que não tinha visto nada e que, além
do mais, estava só de passagem.

Julgue os itens subseqüentes, relativos à redação de expedientes e à situação hipotética


apresentada acima.

04 - Os relatos 1 e 2 reproduzem com fidelidade o conteúdo das falas 1 e 2.


05 - No relato 1, desconsideradas as repetições, que poderiam ser evitadas, a passagem
"se ele tinha certeza de que tinha dois carros" atende plenamente à recomendação feita
pelo chefe.

06 - No relato 2, para atender rigorosamente ao que lhe foi solicitado, o funcionário


deveria ter escolhido a construção se caso chamassem-o em vez de "se o chamassem".

07 - O funcionário atenderia com objetividade ao que lhe foi solicitado se finalizasse o


texto da seguinte maneira:

Esperando estar cumprindo com meu dever, com todo respeito, alerto V.S.ª de que o
indivíduo Y parece falsear os fatos, como concluí ao ouvir várias vezes e com bastante
atenção, esta fita.

08 - Para atender a recomendações dos manuais de redação de expedientes, depois de


completar a tarefa, o funcionário precisaria redigir um ofício encaminhando a seu chefe os
relatos escritos.

Com referência à redação de expedientes, julgue a associação entre documento,


finalidade e fecho proposta em cada um dos itens seguintes.

09 - documento: requerimento
finalidade: solicitação, de particular a autoridade, de algo a que o autor julga ter direito
fecho: Nestes termos, pede deferimento.

10 - documento: ata
finalidade: registro resumido e objetivo das decisões de reuniões e assembléias em geral
fecho: Nada mais havendo a tratar na reunião do dia quatro de fevereiro de mil
novecentos e noventa e nove, foram encerrados os trabalhos e eu, Fulano de Tal, lavrei a
presente ata, que, lida e aprovada, foi assinada pelos presentes.

Novas competências começam a ser exigidas pelas organizações, que reinventam sua
dinâmica produtiva, desenvolvendo novas formas de trabalho e de resolução de conflitos.
Surgem novos paradigmas de relações das organizações com fornecedores, clientes e
colaboradores. Nesse contexto, as relações humanas no ambiente de trabalho têm sido
foco da atenção dos gestores, para que sejam desenvolvidas habilidades e atitudes
necessárias ao manejo inteligente das relações interpessoais.

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando aspectos relevantes das
relações humanas no ambiente de trabalho, julgue os itens que se seguem.

11 - A satisfação com o trabalho resulta de um somatório de elementos, entre os quais se


inclui a qualidade das relações humanas vividas no ambiente de trabalho, variável de
grande impacto na produtividade.

12 - Relações humanas infortunadas geram nos empregados duas possíveis reações: a


espera passiva, mas otimista, de que as condições relacionais melhorem na organização
ou a investida ativa de busca de melhoria dessas condições.

A segunda reação é invariavelmente a melhor, pois possibilita agregar valor à resolução


de problemas.

13 - São, geralmente, bem-sucedidos os relacionamentos interpessoais em que as


pessoas são capazes de demonstrar suas necessidades e de relacioná-las de modo eficaz
ao que os outros têm a lhes oferecer.
14 - Nas relações humanas, ocorre um conflito quando um indivíduo percebe que outra
pessoa afeta ou pode afetar negativamente algo a que ele atribui importância.

15 - Como os efeitos dos conflitos, nos grupos de trabalho, são sempre negativos, os
gestores devem lidar com eles com muita rapidez para evitarem que se manifestem com
freqüência.

16 - Um dos requisitos atuais de sucesso das organizações fundamenta-se no conceito de


inteligência emocional dos gestores.

17 - Nas relações interpessoais, as pessoas devem não só agir com franqueza ao emitir
suas opiniões mas também livrar-se da imposição de limites nos relacionamentos
pessoais ou profissionais.

Acerca do trabalho de relações públicas (RP) em uma organização, julgue os itens


subseqüentes.

18 - O objetivo principal das RP é promover o conhecimento e a compreensão, por parte


do público-alvo, das realizações e dos objetivos de determinada organização.

19 - As organizações bem-sucedidas reconhecem que grande parte de seu sucesso deve-


se ao trabalho de RP, que, por meio da comunicação contínua, ajuda a criar e a manter a
credibilidade da organização no mercado.

20 - A imagem de uma organização é objeto de análise constante dos profissionais de RP,


que cuidam da correção de uma eventual imagem equivocada e da manutenção da
imagem desejada. Isso é válido em relação à imagem externa, pois a imagem interna
independe do trabalho de RP.

21 - O trabalho de RP tem-se expandido como necessário e merecedor de respeito e apoio


público, embora muitas organizações ainda se julguem capazes de manejar suas RP sem
o auxílio de assessoria técnica.

22 - Os instrumentos que fornecem feedback acerca da eficiência e eficácia da organização


incluem as pesquisas de opinião, os serviços de ouvidoria e a caixa de sugestões.

Lúcio é agente administrativo do DPF com lotação na unidade do Distrito Federal. No


exercício do cargo, Lúcio deve manter contatos com seus pares, com técnicos de nível
superior e com autoridades de alto nível hierárquico. Além disso, deve supervisionar
trabalhos relacionados às áreas de pessoal, orçamento, organização, métodos e material.
Essas atribuições exigem que ele seja competente na comunicação interpessoal.

Em face da situação hipotética apresentada acima, julgue os itens seguintes, relativos ao


processo de comunicação humana nas relações internas e públicas de trabalho.

23 - Considere que, ao se comunicar com seus superiores, Lúcio manipule a informação


para que ela seja recebida de maneira mais favorável. Nesse caso, Lúcio cria uma barreira
à comunicação eficaz.

24 - A comunicação de Lúcio será descendente toda vez que ele estiver mantendo contato
com autoridades.

25 - Quando Lúcio se comunica com seus pares utilizando terminologia especializada ou


linguagem específica de seu grupo profissional, ele está-se valendo de um jargão.
26 - As redes de comunicação interpessoal utilizadas por Lúcio no DPF são
caracterizadas como redes informais de comunicação, pois ele conhece as pessoas com
as quais se comunica.

27 - No exercício de sua função, Lúcio deve ater-se à comunicação verbal, pois a


comunicação gestual é inexeqüível nas organizações.

28 - Lúcio deve levar em conta que os canais de comunicação diferem quanto à


capacidade de transmitir informações.

29 - Para enviar a seus superiores informações relativas à publicação de nova legislação


pertinente ao trabalho do DPF, Lúcio poderá fazer uso de e-mail, que é um canal de
comunicação apropriado para esse fim.

30 - Sendo Lúcio, na sua organização, responsável por contatos tanto horizontais quanto
verticais, ele deve usar a mesma linguagem em todas as situações.

Suponha que, na organização Felicidade Ltda., a unidade de recursos humanos (RH)


conta com 10 empregados. Nesse setor, o clima organizacional vem-se caracterizando
por manifestações de inveja, ressentimentos, inimizades pessoais.

As ações que o gerente de RH deve adotar para melhorar o clima organizacional dessa
empresa incluem:

31 - realizar uma análise organizacional revendo o organograma, os fluxogramas, o


estatuto e o regimento interno.

32 - estimular a auto-reflexão e, em um segundo momento, implantar um processo


participativo que possibilite aos empregados exporem o que sentem e proporem soluções
para melhorar o clima organizacional.

33 - propor aos insatisfeitos que se demitam.

34 - promover, em primeiro lugar, a negociação entre os subordinados e a direção da


organização, buscando conciliar as metas organizacionais com os interesses individuais.

35 - iniciar um processo de comunicação que exclua o feedback centrado em mentira


sobre desafeto. previsto.

Com relação a conceitos de administração financeira, especialmente no que se refere a


balanço patrimonial, julgue os itens abaixo.

36 - O ativo circulante engloba, além das disponibilidades, créditos, estoques e despesas


antecipadas realizáveis no exercício social subseqüente.

37 - Os ativos são considerados permanentes quando não são destinados à negociação,


mas dirigidos para produzirem benefícios à investidora mediante sua participação nos
resultados das investidas, ou para se obter bom relacionamento com clientes ou
fornecedores (excluídas as instituições financeiras), ou para simplesmente especular,
mas por prazo definido, como nas negociações de obras de arte e terrenos.

38 - Os estoques são avaliados apenas pelo custo de aquisição corrigido


monetariamente. Os que estão sujeitos à perda de valor por causa do tempo, da
obsolescência e do uso são periodicamente baixados.
39 - O passivo exigível, tanto o circulante quanto o exigível a longo prazo, é composto de
dívidas, obrigações, riscos e contingências e não apresenta diferenciação entre eles em
razão do prazo.

40 - Lucros ou prejuízos acumulados são parte das reservas de lucros que ainda não teve
seu destino final determinado.

Julgue os itens seguintes, acerca de administração de materiais.

41 - O método de avaliação de estoques que é pouco utilizado em economias


inflacionárias e que reflete custos mais próximos da realidade do mercado é chamado de
LIFO.

42 - No almoxarifado de materiais auxiliares, ficam armazenados os materiais utilizados


na execução e na transformação do produto.

43 - Uma das vantagens de serem mantidos níveis reduzidos de estoques é a diminuição


do refugo, pois as nãoconformidades são logo identificadas.

44 - O consumo de itens de demanda independente deve ser previsto.

45 - O consumo de itens de demanda dependente deve ser calculado.

A avaliação documental é uma função típica adotada mundialmente no tratamento técnico


de acervos arquivísticos. Em relação a essa função, julgue os itens que se seguem.

46 - A avaliação dos documentos permite aumentar o índice de recuperação da


informação.

47 - A aplicação dos critérios de avaliação possibilita ganho de espaço físico.

48 - A avaliação documental provoca, necessariamente, aumento de recursos humanos e


de materiais.

49 - Como um dos requisitos básicos de sua função, o responsável pela avaliação


documental deve conhecer a estrutura e o funcionamento da instituição a ser avaliada.

50 - A aplicação da tabela de temporalidade permite eliminar documentos ainda no


arquivo corrente.

A organização dos arquivos correntes do DPF e de outros órgãos públicos e privados


pressupõe atividades indispensáveis para a recuperação e a preservação da informação.
Considerando esse pressuposto, julgue os itens a seguir.

51 - O responsável pela guarda dos documentos nos arquivos correntes não pode
emprestá-los a outros setores do próprio órgão; por isso, deverá copiá-los quando houver
algum pedido de informação.

52 - Nos arquivos correntes, são guardados os documentos utilizados com muita


freqüência pelos funcionários do órgão.

53 - Para bem ordenar os documentos, o responsável pelo arquivo dispõe de vários


métodos, como o geográfico, o alfabético e o numérico-cronológico.
54 - Para melhor preservação dos documentos, deve-se guardá-los em caixas ou pastas
suspensas, acondicionadas em estantes ou em arquivos de madeira, e deve-se utilizar
espaços físicos que recebam diretamente a luz solar.

55 - Os funcionários responsáveis pelos arquivos correntes devem efetuar a autuação, o


controle da tramitação, a distribuição e a expedição dos documentos sob sua guarda.

Nos itens de 56 a 70, considere que os agentes de polícia federal e os delegados de


polícia federal são servidores públicos, ocupantes de cargos de provimento efetivo, que
integram a carreira policial federal e são lotados no DPF, órgão da administração pública
federal direta.

Agentes de polícia federal prenderam o brasileiro Rodrigo, em flagrante delito, pela


prática do crime inafiançável de tráfico de entorpecentes.
Com referência a essa situação hipotética, julgue os seguintes itens, considerando o que
estabelece a Constituição da República.

56 - A detenção de Rodrigo deve ser comunicada à autoridade judicial competente


imediatamente após ser concretizada.

57 - Considere que Rodrigo solicitou ao DPF a identificação do delegado que coordenou o


interrogatório a que foi submetido logo após sua prisão. Nessa situação, com o objetivo
de proteger o referido delegado de eventuais retaliações por parte do preso ou de seus
comparsas, o DPF poderá negar-se a prestar essa informação.

58 - Caso Rodrigo fosse servidor do Ministério do Planejamento, ele não poderia ter sido
preso, pois estaria amparado por disposição constitucional que veda a prisão em
flagrante de membro do Poder Judiciário.

Beatriz foi condenada e presa pela prática do crime de estelionato. Após sua prisão, foi
aprovada e publicada uma lei que não fere a Constituição da República e que aumentou
em 20% os limites mínimo e máximo da pena privativa de liberdade previstos para o crime
de estelionato.

Com base nessa situação hipotética, julgue os itens que se seguem.

59 - A referida lei somente poderia ser uma lei federal, pois os estados e os municípios
não têm competência para legislar sobre direito penal.

60 - Com a publicação da referida lei, a pena de Beatriz foi automaticamente aumentada


em um quinto.

Os agentes de polícia federal entraram em greve, reivindicando reajuste salarial.


Convencido pela argumentação dos grevistas, um senador da República apresentou
projeto de lei que determina a equiparação do salário dos agentes de polícia federal ao
salário dos delegados de polícia federal.

Julgue os itens que se seguem, relativos à situação hipotética apresentada acima.

61 - Esse projeto de lei está em desacordo com a Constituição da República, pois são de
iniciativa privativa do presidente da República projetos de lei que disponham sobre
aumento de remuneração de servidores públicos federais.
62 - Esse projeto propõe a criação de lei inconstitucional, pois a Constituição da
República proíbe a equiparação da remuneração reivindicada.

Para julgar os itens a seguir, considere que Manoel é um agente de polícia federal.

63 - Manoel não pode ser remunerado mediante subsídio, pois essa forma de
remuneração é reservada aos ocupantes de cargos eletivos e de cargos comissionados.

64 - A Constituição da República não permite que Manoel receba remuneração com valor
superior ao do subsídio pago aos ministros do Supremo Tribunal Federal, mesmo que a
parcela que exceda essa quantia seja recebida a título de vantagem pessoal.

Em cada um dos itens subseqüentes, é apresentada uma situação hipotética, seguida de


uma assertiva a ser julgada.

65 - Um delegado de polícia federal está respondendo a processo criminal em que ele é


acusado de prática de homicídio.

Nessa situação, o processo deve correr na justiça federal, pois a ela compete o
julgamento dos servidores públicos federais.

66 - Expediu-se mandado judicial que determinava a prisão de Maria. Os policiais


encarregados de prendê-la descobriram, à meia-noite do dia em que o mandado foi
expedido, que ela estava no escritório de seu advogado.

Nesse caso, o mandado deve ser cumprido imediatamente, mesmo que seja necessário
arrombar a porta do escritório para efetuar a prisão, pois a Constituição da República
permite o ingresso de policiais em imóveis não-residenciais, a qualquer hora do dia ou da
noite, para fins de cumprimento
de determinação judicial.

67 - Há cerca de um ano, Humberto aposentou-se como agente de polícia federal.


Recentemente, ele foi aprovado em concurso público para provimento de cargo de
escrivão de polícia federal.

Nessa situação, se entrar em exercício no cargo de escrivão, Humberto poderá receber


simultaneamente os proventos da sua aposentadoria e a remuneração referente ao novo
cargo.

68 - Antônio ocupa cargo de psicólogo clínico no DPF. Nesse caso, Antônio pode
acumular esse cargo com o de professor universitário em uma fundação pública federal,
desde que haja compatibilidade de horários de trabalho.

69 - Um edital de concurso público para provimento de cargo de delegado de polícia


federal estabeleceu, como requisito para ingresso no cargo, a comprovação de exercício
de cargo de agente de polícia federal pelo prazo mínimo de dois anos.

Nessa situação, o referido requisito é inconstitucional.

70 - Foi apresentado projeto de lei federal determinando a conversão de todos os cargos


de agente de polícia federal em cargos comissionados. Nessa situação, a proposta do
projeto de lei viola a Constituição da República.

GABARITO
01 – C 11 – C 21 – C 31 – E 41 – E 51 – E 61 – E
02 – E 12 – E 22 – C 32 – C 42 – C 52 – C 62 – C
03 – E 13 – C 23 – C 33 – E 43 – C 53 – C 63 – E
04 – C 14 – C 24 - E 34 – C 44 – C 54 – E 64 – C
05 – E 15 – E 25 – C 35 – C 45 – C 55 – E 65 – E
06 – E 16 – C 26 – E 36 – C 46 – C 56 – C 66 – E
07 – E 17 – E 27 – E 37 – E 47 – C 57 – E 67 – E
08 – E 18 – C 28 – C 38 – E 48 – E 58 – E 68 – C
09 – C 19 – C 29 – C 39 – E 49 – C 59 – C 69 – C
10 - * 20 – E 30 – E 40 – C 50 – C 60 – E 70 - C

10 - * ( anulada)

Olha aqui! Mais uma bateria de exercícios pra você.

01 - Os principais processos ou funções administrativas são: planejamento, organização,


direção e controle, sendo que o processo de:

A) direção distribui recursos disponíveis segundo critérios pré-estabelecidos;


B) direção define objetivos, atividades e recursos;
C) planejamento define o trabalho a ser realizado e suas respectivas responsabilidades;
D) controle assegura a realização dos objetivos e identifica a necessidade de modificá-los;
E) organização é o que trata da execução e envolve os demais processos.

02 - Um dos primeiros estudos sobre gerentes, divide seus papéis em três categorias. A
categoria que agrupa os papéis interpessoais inclui, entre outros, o papel de:

A) líder;
B) disseminador;
C) porta-voz;
D) negociador;
E) controlador de distúrbios.

03 - Estratégia é a seleção dos meios empregados para realizar objetivos, envolvendo análises
ambientais e definições de planos. Na análise:

A) externa ou do ambiente, é feito o estudo de desempenho da organização, com o objetivo de


compreender sua evolução passada e projetá-la para o futuro;
B) da situação estratégica ou atual, são identificados os pontos fortes e fracos da organização;
C) externa ou do ambiente, os objetivos focalizados inicialmente são definidos de forma
genérica, especialmente a missão e o negócio;
D) interna, são tratadas ameaças e oportunidades relativas à mudança tecnológica;
E) interna, os recursos e competências de cada área da organização são avaliados, bem como
suas deficiências e vulnerabilidades.

04 - A divisão do trabalho permite a realização de atividades complexas, podendo focalizar


responsabilidades ou tarefas, sendo que:

A) responsabilidades se referem a aspectos operacionais;


B) tarefas tratam da definição dos problemas que o ocupante de um cargo deve resolver;
C) tarefas tratam de ações sem prazos nem recursos definidos previamente;
D) responsabilidades são abrangentes e conceituais;
E) responsabilidades são relativas a ações com prazos e recursos específicos.

05- Um sistema de comunicação é um processo de transferir e receber informações que


apoiam a tomada de decisão. Como um exemplo de meio de comunicação pessoal, pode-se
citar:

A) memorando;
B) reunião;
C) relatório;
D) carta;
E) correio eletrônico.

06 - Dentro dos diferentes critérios ou tipos de departamentalização, temos que a


organização:

A) por cliente é tal que cada unidade tem responsabilidade pelo atendimento de todos os
tipos de clientes;
B) funcional é caracterizada pela ênfase no desempenho técnico, financeiro e comercial dos
produtos;
C) por produto é aquela que gera insegurança da mão-de-obra, provocada pela
instabilidade e vida limitada do produto no mercado;
D) territorial ou geográfica é reconhecidamente muito inadequada para operações comerciais,
mas unifica esforços entre territórios com muita eficácia;
E) estruturada em unidades de negócio tem como principal característica a centralização.

07 - A análise do quadro de distribuição do trabalho (QDT) pode ser desenvolvida pelos


seguintes pontos: fator tempo; fator capacidade profissional; equilíbrio no volume de trabalho
dos diversos empregados; e possibilidades preliminares de simplificação no trabalho. Um
aspecto fundamental relacionado com o fator tempo é a existência de:

A) empregados desempenhando tarefas com nível de dificuldade acima da do cargo de que é


titular;
B) tarefas dispersas por vários executantes;
C) duplicidade de trabalho;
D) esforço mal empregado;
E) acúmulo de trabalho.

08 - O fluxograma é uma ferramenta inestimável para entender o funcionamento interno e os


relacionamentos entre os processos empresariais. O fluxograma mais utilizado para
identificar as rotinas existentes num setor de trabalho qualquer é o:

A) administrativo;
B) vertical;
C) horizontal;
D) global;
E) gerencial.

09 - O documento elaborado dentro de uma empresa com a finalidade de uniformizar os


procedimentos que devem ser observados nas diversas áreas de atividades, sendo
normalmente constituído de diversos tomos, segundo os subsistemas integrantes da
empresa, é denominado:
A) manual;
B) norma;
C) instrução;
D) rotina;
E) regimento interno.

10 - A representação gráfica e abreviada da estrutura de uma organização se faz através do:

A) organograma;
B) fluxograma;
C) mapograma;
D) funcionograma;
E) cronograma.

11 - Uma vantagem relativa ao sistema de armazenamento de ponto-de-uso é:

A) facilidade de controle;
B) maior facilidade para manter a precisão do registro de estoque;
C) possibilidade de utilizar armazenamento especializado;
D) redução do estoque de segurança;
E) eliminação ou redução do manuseio do material.

12 - A prevenção de perturbações na produção ou no atendimento ao cliente se refere ao


estoque de:

A) antecipação;
B) tamanho de lote;
C) transporte;
D) flutuação;
E) ciclo.

13 - Com relação aos possíveis sistemas de contagem de estoques, é correto afirmar que:

A) o inventário periódico anual elimina a necessidade de fechamento da fábrica para


realização da contagem;
B) o método ABC é impopular, pois impede o estabelecimento de uma regra de contagem;
C) se é utilizado um sistema de localização flutuante, é adequada uma combinação do sistema
ABC com o sistema de auditoria de localização;
D) os métodos de contagem cíclica envolvem uma única contagem dos itens ao longo do ano;
E) o método por zonas é adotado quando se usa o sistema de localização flutuante.

14 - De acordo com a Lei 8666/93, frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou


qualquer outro expediente, o caráter competitivo do processo licitatório, com o intuito de
obter para si ou para outrem vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação,
implica pena de detenção de:

A) 1 ano, e multa;
B) 2 a 4 anos, e multa;
C) 5 a 6 anos, e multa;
D) 7 a 8 anos, e multa;
E) 9 a 10 anos, e multa.
15 - De acordo com a Lei 8666/93, devassar o sigilo de proposta apresentada em
procedimento licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo, implicará pena de
detenção de:

A) 1 ano e multa;
B) 2 a 3 anos e multa;
C) 4 a 5 anos e multa;
D) 6 a 7 anos e multa;
E) 8 a 10 anos e multa.

16 - Um dos meios de recrutamento é o recrutamento interno, que atua sobre candidatos que
fazem parte da organização, para promovê-los ou transferi-los. O recrutamento interno:

A)é péssimo para empresas burocráticas e mecanísticas;


B) facilita a entrada de novas idéias, experiências e expectativas;
C) rompe atitudes conservadoras e dificulta manutenção de rotinas;
D) aproveita melhor o potencial humano da organização;
E)é ideal para situações de instabilidade e de grande mudança ambiental.

17 - Uma das técnicas de seleção mais utilizadas é a entrevista, a qual tem como uma de suas
vantagens principais:

A) focalizar o candidato como pessoa;


B) ser técnica altamente objetiva com grande margem de acerto;
C) fazer com que os candidatos em geral tenham um bom desempenho;
D) grande eficácia para comparar diversos candidatos;
E) os entrevistadores não necessitam de treinamento específico.

18 - Um dos principais métodos de avaliação de desempenho é o que trata de escalas gráficas,


o qual:

A) permite apenas visão pontual de cada fator de avaliação;


B) dificulta em muito a compreensão e utilização;
C)é de fácil planejamento e construção;
D) inviabiliza comparação entre resultados de diferentes funcionários;
E) avalia desempenho de forma profunda e objetiva.

19 - A avaliação e classificação de cargos pode ser realizada através do "método de


comparação por fatores", composto por cinco fatores de avaliação. Entre eles, o fator
"habilidade", que:

A) significa posse de traços mentais tais como inteligência;


B) avalia capacidade de se responsabilizar por contatos com público;
C)é a aplicação ativa de conhecimentos especializados;
D) trata de condições físicas tais como força e capacidade visual;
E) avalia coordenação muscular, como movimentos repetitivos.

20 - A segurança do trabalho envolve a prevenção de acidentes. É correto afirmar que:

A) o acidente sem afastamento é levado em conta nos coeficientes de freqüência e de


gravidade;
B) a incapacidade parcial permanente pode ser motivada por perda de parte de um membro;
C) a incapacidade temporária é relativa a seqüelas que podem ter duração superior a um ano;
D) a incapacidade permanente total pode ser motivada exclusivamente pela perda de visão
em um dos olhos;
E) a incapacidade temporária é motivada geralmente por perda de qualquer membro.

Gabarito

01 - D 02 - A 03 - E 04 - C 05 - B
06 - C 07 - D 08 - B 09 - A 10- A
11 - E 12 - D 13 - C 14 - B 15 - B
16 - D 17 - A 18 - C 19 - E 20 - B

entidades governamentais ou de caráter público. III- O mandado de segurança coletivo, ajuizado por qualquer
partido político, organização sindical, entidade de classe ou associação, desde que legalmente constituídos e em
funcionamento há pelo menos um ano. Use a seguinte correspondência:
a) I e II estão corretas.
b) I e III estão corretas.
c) II e III estão corretas.
d) Somente II está correta.
e) Somente III está correta.

329. Se não intentada no prazo legal a ação penal pública, admitir-se-á:


a) a ação civil pública.
b) a ação penal popular.
c) o mandado de injunção.
d) a ação penal privada.
e) o mandado de segurança.

330. Segundo a CF de 1988, as comissões parlamentares de inquérito possuem poderes de investigação próprios
das autoridades judiciais. Tais poderes são, contudo, limitados. Assim, considerando o tema, assinale a
alternativa CORRETA.
a) As comissões parlamentares de inquérito não necessitam de autorização judicial para realizar buscas e
apreensões em domicílio, desde que durante o dia. Nesse caso, não se configura a violação domiciliar indevida.
b) As comissões parlamentares de inquérito da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal podem
diretamente decretar a quebra do sigilo bancário, dispensando- se, nesse caso, ordem judicial.
c) As decisões das comissões parlamentares de inquérito são políticas. Assim, não precisam ser motivadas, pois a
natureza política dessas decisões termina afastando o controle jurisdicional.
d) O poder das comissões parlamentares de inquérito federais, estaduais e municipais para convocar
autoridades não inclui a convocação de Ministro de Estado, Secretário de Estado e Secretário da Prefeitura.

331. Segundo a Constituição Brasileira o voto é obrigatório para:


a) Os maiores de 18 anos.
b) Para os maiores de 16 anos e menores de 18 anos.
c) Obrigatório para os analfabetos.
d) Todas as alternativas estão corretas.
e) Nenhuma das alternativas está correta.

332. Segundo a Constituição Federal, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e
à propriedade é garantida:
a) somente aos brasileiros natos.
b) somente aos brasileiros natos e naturalizados.
c) aos brasileiros e aos estrangeiros em missão oficial no País.
d) aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País.
e) aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País há mais de 10 (dez) anos.

333. Segundo a Constituição Federal, a prática de atos de improbidade administrativa importará:


a) a perda dos direitos políticos.
b) a suspensão da função pública.
c) a disponibilidade dos bens.
d) o ressarcimento ao erário.
e) o pagamento de multa.

334. Segundo a Constituição Federal, os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares,
instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, possuem nova denominação na que se refere ao
tipo de trabalho executado. Essa nova denominação considera os integrantes deste grupo como sendo:
a) servidores públicos militares.
b) trabalhadores especiais dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
c) servidores públicos auxiliares do Exército.
d) força militar comunitária.
e) militares dos Estados, Distrito Federal e dos Territórios.

335. Segundo o disposto na Constituição Federal, o direito de resposta, proporcional ao agravo:


a) exclui apenas a indenização por dano material.
b) não exclui a indenização por dano material, moral ou à imagem.
c) exclui a indenização por dano material ou moral.
d) exclui apenas a indenização por dano moral.
e) acarretará a indenização por dano moral somente se for manifestado o agravo por meio da imprensa.

336. Segundo o disposto na Constituição Federal, o direito de resposta, proporcional ao agravo:


a) exclui apenas a indenização por dano material.
b) não exclui a indenização por dano material, moral ou à imagem.
c) exclui a indenização por dano material ou moral.
d) exclui apenas a indenização por dano moral.
e) acarretará a indenização por dano moral somente se for manifestado o agravo por meio da imprensa.

337. Sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes a nacionalidade, a soberania e a cidadania, conceder-se-á:
a) Mandado Popular;
b) HABEAS DATA;
c) Mandado de Injunção;
d) Mandado de Segurança;

338. Sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de
locomoção por ilegalidade ou abuso de poder, conceder-se-á:
a) HABEAS DATA;
b) MANDADO DE SEGURANÇA;
c) HABEAS CORPUS;
d) MANDADO DE INJUNÇÃO.

339. Sendo a prisão civil por dívida um instituto de direito constitucional, poderá ser decretada contra:
a) Fiador insolvente.
b) Depositário infiel ou responsável pelo inadimplemento de obrigação alimentar.
c) Segurador que não pagou o prejuízo resultante do risco assumido ou o valor da apólice.
d) Comodatário constituído em mora.
e) Inadimplente involuntário de obrigação alimentícia.

340. Ser capaz politicamente é, em síntese, ter:


a) Capacidade legislativa;
b) Capacidade Civil;
c) Capacidade administrativa;
d) Capacidade física.

341. Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:


a) por motivo de crença religiosa ou convicção filosófica se recusar a cumprir obrigação a todos imposta
b) adquirir, por ato involuntário, outra nacionalidade
c) praticar crime hediondo
d) tiver cancelado sua naturalização por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional
e) as letras "b" e "d" estão corretas

342. Só se pode pleitear, por HABEAS DATA, informações:


a) sociais;
b) relativas ao impetrante;
c) criminais;
d) de caráter coletivo.

343. Sobre a ação popular, é correto afirmar que:


a) se presta para processar criminosos, nos crimes que são levados a júri;
b) pode ser proposta por pessoas jurídicas;
c) dispensa a propositura por advogado e não comporta custas nem sucumbência;
d) protege direito líquido e certo contra ilegalidade ou abuso de poder praticado por autoridade pública;
e) pode ser utilizada para anular ato lesivo à moralidade administrativa.

344. Sobre habeas corpus é incorreto afirmar:


a) não pode ser impetrado por pessoa que tenha apenas 17 anos;
b) é gratuito;
c) não é necessário advogado;
d) não pode ser impetrado perante o juízo trabalhista;
e) é o meio hábil para proteger uma espécie de direito líquido e certo.

345. Sobre o estado de sítio, indique a alternativa correta:


a) o Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar
o estado de sítio em qualquer das unidades federadas;
b) o Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar
ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio em qualquer das unidades federadas;
c) o Presidente da República pode, em casos excepcionais, solicitar ao Congresso Nacional autorização para
decretar o estado de sítio, sem ouvir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;
d) o Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar
ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio.

346. Sobre o processo de licitação pública, assinale a alternativa incorreta:


a) Tem por finalidade a contratação de obras, serviços, compras e alienações.
b) Deve necessariamente assegurar igualdade de condições a todos os concorrentes.
c) Há casos em que pode ser dispensado.
d) Pode exigir dos concorrentes qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações.
e) Pode estabelecer cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento diferentes das condições efetivas da
proposta.

347. Sobre o processo legislativo, assinale a correta


a) É de iniciativa privativa do Governador, projeto de lei que disponha sobre o regime jurídico dos servidores.
b) A emenda à Lei Orgânica será promulgada pelo Governador, com o respectivo número de ordem.
c) A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada poderá ser objeto de nova
proposta na mesma sessão legislativa.
d) A Lei Orgânica poderá ser emendada por proposta da Câmara dos Deputados.
e) A Lei Orgânica não poderá ser emendada mediante proposta do Governador.

348. Sobre o regime constitucional imposto à propriedade, é incorreto dizer que:


a) é garantido o direito de propriedade.
b) a propriedade atenderá a sua função social.
c) a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse
social.
d) a desapropriação será realizada mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos
previstos na Constituição Federal.
e) no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular,
assegurado sempre ao proprietário indenização ulterior.

349. Sobre os Ministros, assinale a alternativa CORRETA:


a) Os Ministros de Estado possuem a competência de referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da
República que sejam afetos à sua pasta.
b) A Constituição Federal de 1988 exige que os Ministros de Estado sejam brasileiros. Assim, conclui-se que eles
podem ser brasileiros natos ou naturalizados, com exceção do Ministro de Estado da Defesa, que deverá ser
sempre brasileiro nato.
c) Enquanto o Presidente é julgado por crime comum no Supremo Tribunal Federal, o Ministro de Estado
possui prerrogativa de foro no Superior Tribunal de Justiça.
d) O Ministro de Estado, se praticar algum crime de responsabilidade conexo com o do Presidente da República,
será processado pelo Supremo Tribunal Federal.

350. Superior hierárquico que baixa norma impedindo funcionário público subordinado de exercer o direito de
impetrar "habeas corpus" em favor de outro servidor irregularmente preso. Comete ilegalidade e abuso de
poder passíveis de reparação por:
a) ação popular
b) mandado de injunção
c) "habeas data"
d) mandado de segurança
e) "habeas corpus"

351. Tendo em vista as disposições constitucionais, assinale a alternativa incorreta:


a) As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão
judicial transitada em julgado.
b) Ninguém será compelido a associar-se ou a permanecer associado.
c) entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados
judicial ou extrajudicialmente.
d) A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a
interferência estatal em seu funcionamento.
e) É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício
profissional.

352. Todos os itens abaixo referem-se a algumas condições a liberdade de reunião, exceto:
a) deve ser pacifica;
b) sem armas;
c) não na necessidade de prévio aviso a autoridade;
d) sem frustrar outra reunião já marcada.

353. Todos os itens abaixo referem-se a algumas condições a liberdade de reunião, exceto:
a) deve ser pacifica;
b) sem armas;
c) não na necessidade de prévio aviso a autoridade;
d) sem frustrar outra reunião já marcada.

354. Todos os itens abaixo referem-se as liberdades inerentes aos brasileiros e aos estrangeiros, exceto:
a) a violação das comunicações telegráficas de dados;
b) a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
c) a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou
licença;
d) o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão;

355. Todos são iguais perante a lei dos termos da Constituição Federal. Assinale a alternativa que caracteriza a
garantia deste direito:
a) Homens e mulheres são iguais em direito e obrigações, exceto quando à pensão de alimentos.
b) É livre a manifestação de pensamentos mesmo através do anonimato.
c) É assegurado a todos à informação, resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional.
d) A pequena propriedade rural, mesmo que trabalhada pela família poderá ser objeto de penhora para
pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva.
e) Todas as respostas estão corretas.

356. Tribunal do Júri é parte:


a) da Sociedade Civil e Judiciário;
b) do Poder Judiciário;
c) do Ministério Público;
d) da Advocacia.

357. Um cidadão sofrendo violação de seus direitos, embora estes não sejam assegurados pela Constituição, mas
sim pela legislação positiva:
a) Poderá acionar o judiciário, optando por um dos vários instrumentos que a lei lhe coloca á disposição;
b) Ingressará em juízo, desde que, se exaure previamente as vias administrativas;
c) Terá restrito acesso aos órgãos judicantes por se tratar de preceito não resguardado pela Constituição
Federal.
d) N.R.A.

358. Um grupo de policiais, necessitando penetrar durante a noite em uma oficina mecânica a fim de capturar
um indivíduo em flagrante delito, invade este estabelecimento sem o consentimento de seu dono. Podemos dizer
que:
a) Os policiais agiram ilegalmente;
b) Os policiais agiram conforme o preceito constitucional lhes permite;
c) O estabelecimento comercial não se equipara a casa;
d) Os policiais só poderiam invadir o estabelecimento com autorização do Juiz;
e) N.R.A.

359. Uma das assertivas abaixo constitui-se em direito individual garantido pela Constituição:
a) o acusado de um crime pode optar entre ser julgado por um Juiz de Direito ou pelo Tribunal do Júri
b) a polícia, sem ordem expressa de um Juiz de Direito, não poderá, sem ordem expressa de um Juiz de Direito,
não poderá prender qualquer pessoa
c) a gestante e a pessoa com idade superior a 81 anos não poderão ser detidas
d) n.d.a.

360. Uma emenda à Constituição só estará aprovada se:


a) obtiver três quintos dos votos dos membros das duas Casas do Congresso Nacional;
b) obtiver dois quintos dos votos dos membros das duas Casas do Congresso Nacional;
c) obtiver quatro quintos dos votos dos membros da Câmara dos Deputados, apenas;
d) obtiver quatro quintos dos votos dos membros do Senado da República, apenas.

361. Uma organização sindical pode impetrar mandado de segurança coletivo desde que:
a) esteja constituída ou em funcionamento há mais de três anos;
b) haja qualquer motivo de interesse dos seus membros ou associados;
c) o trabalhador se ache ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade;
d) esteja legalmente constituída em funcionamento há pelo menos um ano, e em defesa dos interesses de seus
membros ou associados;
e) haja qualquer interesse da sociedade.

362. Uma pessoa nascida no rio Gde do Sul, filha de um casal de turistas japoneses, pode ser considerada como:
a) estrangeira
b) brasileira nata
c) brasileira naturalizada
d) n.r.a.

GABARITO:

1-A 2-E 3-E 4-E 5-B 6-C 7-B 8-C 09-D 10-C
11-B 12-C 13-B 14-A 15-C 16-A 17-B 18-B 19-D 20-C
21-C 22-E 23-E 24-A 25-A 26-D 27-A 28-B 29-E 30-A
31-A 32-B 33-D 34-B 35-B 36-C 37-E 38-B 39-B 40-B
41-E 42-E 43-C 44-B 45-B 46-D 47-D 48-C 49-D 50-D
51-B 52-C 53-C 54-B 55-B 56-D 57-B 58-D 59-d 60-E
61-B 62-A 63-B 64-B 65-C 66-E 67-D 68-D 69-E 70-D
71-B 72-B 73-D 74-A 75-B 76-E 77-A 78-E 79-D 80-A
81-E 82-D 83-B 84-B 85-D 86-D 87-A 88-A 89-C 90-C
91-B 92-E 93-E 94-B 95-B 96-B 97-C 98-C 99-B 100-A
101-B 102-B 103-D 104-E 105-B 106-D 107-B 108-C 109-B 110-E
111-A 112-D 113-B 114-A 115-D 116-B 117-D 118-A 119-D 120-B
121-A 122-A 123-B 124-B 125-C 126-C 127-A 128-C 129-C 130-D
131-D 132-B 133-C 134-D 135-A 136-A 137-A 138-D 139-B 140-D
141-D 142-C 143-A 144-B 145-C 146-A 147-E 148-B 149-D 150-C
151-D 152-D 153-D 154-A 155-C 156-E 157-D 158-E 159-B 160-D
161-A 162-A 163-A 164-C 165-C 166-A 167-A 168-C 169-A 170-A
171-E 172-D 173-C 174-D 175-C 176-B 177-E 178-C 179-A 180-A
181-D 182-C 183-B 184-C 185-E 186-D 187-C 188-B 189-B 190-D
191-D 192-B 193-D 194-B 195-A 196-E 197-C 198-E 199-B 200-C
201-B 202-B 203-A 204-D 205-B 206-B 207-B 208-E 209-E 210-C
211-B 212-E 213-E 214-C 215-B 216-B 217-A 218-A 219-D 220-C
221-A 222-D 223-C 224-D 225-C 226-C 227-C 228-C 229-C 230-D
231-E 232-D 233-A 234-E 235-B 236-E 237-D 238-B 239-B 240-B
241-B 242-A 243-B 244-B 245-C 246-D 247-A 248-A 249-A 250-A
251-B 252-D 253-C 254-C 255-C 256-A 257-B 258-B 259-A 260-C
261-D 262-A 263-C 264-A 265-C 266-E 267-C 268-A 269-C 270-D
271-D 272-C 273-D 274-D 275-B 276-A 277-A 278-C 279-E 280-A
281-E 282-B 283-C 284-A 285-B 286-C 287-C 288-B 289-D 290-E
291-B 292-A 293-C 294-D 295-C 296-C 297-C 298-E 299-C 300-D
301-D 302-B 303-D 304-E 305-D 306-C 307-B 308-A 309-C 310-E
311-C 312-C 313-D 314-A 315-D 316-B 317-E 318-E 319-C 320-D
321-E 322-D 323-E 324-B 325-A 326-C 327-D 328-D 329-D 330-D
331-A 332-D 333-D 334-E 335-B 336-B 337-C 338-C 339-B 340-A
341-D 342-B 343-D 344-A 345-D 346-E 347-A 348-E 349-D 350-D
351-A 352-C 353-C 354-A 355-C 356-B 357-A 358-B 359-D 360-A
361-B 362-B xxxxx xxxxx xxxxx xxxxx xxxxx xxxxx xxxxx xxxxx

Olha aqui! Mais uma bateria de exercícios pra você.

Responda "certo" ou "errado"


1) Os princípios relativos à Administração Pública, elencados na Constituição Federal, são impositivos para os
Poderes da União e indicativos para os Poderes dos demais entes federativos.
( ) Certo ( ) Errado

2) O prazo de validade de concurso público será de dois anos, prorrogável uma vez por igual período, o que
resultará sempre no teto de 4 anos para qualquer concurso público.
( ) Certo ( ) Errado

3) Aquele que for aprovado em concurso público adquire o direito de nomeação após a homologação e
publicação do resultado final do certame.
( ) Certo ( ) Errado

4) Pela interpretação dos princípios constitucionais relativos ao concurso público é possível dizer que um
servidor pode trocar de carreira sem se submeter a novo concurso público.
( ) Certo ( ) Errado

5) Não há na Constituição Federal, um percentual estabelecido para o número de cargos e empregos públicos
destinados a pessoas portadoras de deficiência.
( ) Certo ( ) Errado

6) O limite máximo de remuneração para servidores do Poder Executivo é a remuneração percebida, a qualquer
título, em espécie, por Ministro de Estado
( ) Certo ( ) Errado

7) O servidor público tem direito à livre associação sindical e à greve.


( ) Certo ( ) Errado

8) O direito de greve do servidor público civil é auto-aplicável, ou seja, não depende de nenhuma providência
legislativa para ser exercido.
( ) Certo ( ) Errado

9) Os limites máximos para a remuneração do servidor público federal são, na esfera do judiciário, a
remuneração de Ministro do Supremo Tribunal Federal; na esfera do Executivo, a remuneração do Presidente
da República; e na esfera do Legislativo, a remuneração de deputados e senadores, que é a mesma.
( ) Certo ( ) Errado

10) Nos termos da Constituição Federal, as funções de confiança serão exercidas por servidores ocupantes de
cargo de carreira técnica ou profissional, nos casos e condições previstos em lei.
( ) Certo ( ) Errado

11) Apenas os vencimentos dos servidores públicos são irredutíveis. A remuneração, contudo, poderá ser
reduzida para conformar-se com a isonomia entre os Poderes e os limites máximos de remuneração de cada
poder.
( ) Certo ( ) Errado

12) A acumulação remunerada de dois cargos de professor, ou dois cargos privativos de médico, é sempre
possível, nos termos da Constituição Federal.
( ) Certo ( ) Errado

13) Um servidor público, médico formado, que ocupe cumulativamente um cargo de médico num hospital
público e outro de secretário parlamentar, função de confiança, no Poder Legislativo não está acumulando
ilicitamente, pois a Constituição Federal apenas proíbe a acumulação de dois cargos públicos, e não de cargo e
função.
( ) Certo ( ) Errado

14) A criação de sociedade de economia mista depende de autorização legislativa específica.


( ) Certo ( ) Errado

15) A criação de empresa pública e de suas subsidiárias depende de lei específica.


( ) Certo ( ) Errado

16) A proibição de acumulação remunerada é limitada à Administração Direta, não alcançando as sociedades de
economia mista.
( ) Certo ( ) Errado

17) A utilização de nomes ou imagens, que caracterizem promoção pessoal de autoridade pública em atos,
programas, obras e serviços, é constitucionalmente vedada. A Constituição Federal, contudo, não impede a
utilização do símbolo ou logotipo de determinada administração.
( ) Certo ( ) Errado

18) Os atos de improbidade administrativa, em relação aos direitos políticos, geram apenas a sua suspensão.
( ) Certo ( ) Errado

19) As pessoas jurídicas de direito público responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem
a terceiros. Essa responsabilidade não alcança, em nenhum caso,
pessoa jurídica de direito privado.
( ) Certo ( ) Errado

20) A única hipótese de servidor detentor de mandato eletivo acumular vantagens do cargo, emprego ou função
com a remuneração do cargo eletivo é restrita ao mandado de vereador, se houver compatibilidade de horário.
( ) Certo ( ) Errado

21) O servidor eleito Prefeito Municipal não poderá acumular essas funções com as do serviço público, mas
poderá optar pela remuneração de um outro cargo.
( ) Certo ( ) Errado

22) Em qualquer dos casos que exija afastamento do servidor de seu serviço para exercício de cargo público, o
seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais.
( ) Certo ( ) Errado

23) As vantagens relativas à natureza ou ao local de trabalho são computadas para fins de aferição de isonomia.
( ) Certo ( ) Errado

24) Determinado servidor público que ingresse no serviço público aos 50 anos de idade, sem nunca antes ter tido
a condição de servidor público em qualquer ente estatal, pode vir a se aposentar com proventos integrais.
( ) Certo ( ) Errado

25) Um servidor público homem, não sendo professor, pode se aposentar facultativamente aos 35 ou aos 30 anos
de serviço, com proventos integrais no primeiro caso e proporcionais ao tempo de serviço no segundo.
( ) Certo ( ) Errado

26) Os limites de idade para aposentadorias facultativas apresentados pela Constituição Federal não admitem
redução ou exceção.
( ) Certo ( ) Errado

27) Um benefício dado a todos os ocupantes de determinado cargo, em atividade, deverá ser estendido aos
servidores aposentados nesse mesmo cargo.
( ) Certo ( ) Errado

28) O benefício da pensão por morte corresponderá à totalidade da remuneração do servidor em atividade, ou
dos proventos do servidor aposentado.
( ) Certo ( ) Errado

29) O servidor público perderá o cargo por processo judicial, assegurada ampla defesa.
( ) Certo ( ) Errado

30) São efetivos, após dois anos de efetivo exercício, os servidores nomeados em virtude de concurso público.
( ) Certo ( ) Errado

31) Invalidada por sentença judicial a demissão de servidor estável, será ele colocado em disponibilidade
remunerada até seu adequado aproveitamento em outro cargo.
( ) Certo ( ) Errado

32) Extinto o cargo que ocupa, o servidor estável ficará em disponibilidade remunerada, até o seu adequado
aproveitamento em outro cargo.
( ) Certo ( ) Errado

33) Dentre os servidores militares federais estão os integrantes das Forças Armadas.
( ) Certo ( ) Errado

34) O militar não pode estar filiado a partido político.


( ) Certo ( ) Errado

35) O oficial condenado na justiça comum a pena privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença
transitada em julgado, será julgado perante a justiça militar, para fins de apreciar se continua digno do
oficialato ou com ele compatível.
( ) Certo ( ) Errado

RESPOSTAS E COMENTÁRIOS

1) Errado. Os princípios a que se refere a questão dos impositivos para todos os entes federativos e também para
a administração indireta e fundacional nas quatro esferas do poder.

2) Errado. O prazo de validade do concurso público é de até dois anos, prorrogável uma vez por qualquer
período, até o máximo de dois anos. Teor do Art. 37, III.

3) Errado. O único direito do aprovado em concurso público é o de ser convocado com prioridade sobre novos
concursados para assumir cargo ou emprego na carreira, durante o prazo de validade do concurso. Há exceções,
já firmadas pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça, quanto à
pretensão e ao não-chamamento por falta de interesse público.
4) Errado. A interpretação conjunta dos incisos II e IV, parte final, levam à conclusão de que, para o ingresso
em cada cargo inicial de carreira, é necessário e imprescindível o concurso público. Assim já decidiu o próprio
Supremo Tribunal Federal.

5) Certo. A Constituição Federal limita-se a dizer que "a lei reservará percentual de cargos e empregos
públicos" para deficientes. O percentual de 20%, costumeiramente lembrado, não é constitucional, mas sim da
Lei nº 8.112, e vale apenas para os servidores públicos civis da União.

6) Errado. Art . 37, XI, pela EC-19.

7) Errado. O servidor público civil tem ambos os direitos (art. 37, VI e VII), mas o servidor público militar os
tem expressamente vedado pela Constituição (art. 42, § 5º).

8) Errado. O direito de greve do servidor público civil será exercido nos termos e nos limites definidos em lei. O
Supremo Tribunal Federal, julgando o Mandado de Injunção nº 20, decidiu que, até que exista a citada lei, a
greve de servidor público civil é inconstitucional.

9) Errado. Teor do art. 37, XI, pela EC-19.

10) Errado. A EC-19 ao alterar o art. 37, V, mudou o trato da matéria.

11) Errado. A EC -19 alterou a matéria.

12) Errado. A narrativa constitucional é clara: o primeiro requisito para tornar a acumulação lícita é a
compatibilidade de horários. Só a partir da verificação da existência dessa compatibilidade é que se poderá
conferir constitucionalidade à acumulação. Inteligência do art. 37, XVI.

13) Errado. Há dois erros no comando da questão. O primeiro é que a acumulação lícita seria de dois cargos
privativos de médico, ou seja, cargos cujo exercício exija, preliminarmente, a condição de médico legalmente
habilitado, o que não acontece com a função de secretário parlamentar. Ademais, a Constituição Federal é clara
ao dizer que "a proibição de acumular estende-se a cargos e funções". Teor do art. 37, XVI e XVII.

14) Certo. Art. 37, XIX, com redação da EC-19.

15) Errado. A criação de empresa pública depende de lei específica. A criação de subsidiária depende de
autorização legislativa, em cada caso. A diferença é fundamental, pois autorização legislativa pode ser dada por
Decreto ou Resolução de efeitos externos. Art. 37, XIX e XX.

16) A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, empresas públicas,
sociedades de economia mista e fundações mantidas pelo poder público. Teor do inciso XVII do art. 37.

17) Errado. Todas as formas de promoção ou identificação acima são proibidas pela Constituição Federal. Art.
37, § 1º.

18) Certo. Teor do art. 37, § 4º.

19) Errado. As pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos também respondem pelos
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. Art. 37, § 6º.

20) Certo. Teor do art. 38, III.

21) Certo. Art. 38, II.

22) Errado. O tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por
merecimento. Art. 38, IV.

23) Certo. EC-19

24) Certo. Há uma única hipótese possível: no caso de invalidez permanente, causada por acidente em serviço,
moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável. Todas as demais hipóteses são barradas pela
aposentadoria compulsória aos 70 anos de idade.
25) Certo. Teor do art. 40, III, a e c.

26) Errado. Lei complementar poderá estabelecer exceções aos prazos de tempo de serviço para aposentadoria
com proventos integrais ou proporcionais, exceto para professores, no caso de exercício de atividades penosas,
insalubres ou perigosas. Art. 40, § 1º.

27) Certo. Teor do art. 40, § 4º.

28) Errado. Primeiro, o benefício da pensão por morte tomará por base os proventos do aposentado ou os
vencimentos, e não remuneração, do servidor falecido. Segundo que a própria redação da Constituição Federal
cuida de excepcionar o termo "totalidade", ao dizer, na parte final, que essa totalidade será limitada ao teto
dado por lei. Art. 40, § 5º. Importante é notar a alteração de denominação trazida pela Lei nº 8.852/94.

29) Certo. Observe que há duas possibilidades de o servidor estável perder o cargo: por processo administrativo
ou por processo judicial. O comando da questão não restringe à assertiva, mas apenas enumera uma de duas
possíveis. Apenas o servidor vitalício exige, para sua demissão, processo judicial, exclusivamente. Art. 41, § 1º.

30) Errado. São estáveis tais servidores. A estabilidade é privilégio do servidor; a efetividade é atributo do cargo.
Art. 41, caput.

31) Errado. Em tal caso, o servidor será reintegrado ao cargo que ocupou, e o seu eventual ocupante será
reconduzido ao cargo de origem, aproveitado em outro cargo ou colocado em disponibilidade. Art. 41, § 2º.

32) Certo. Teor do art. 41, § 3º.

33) Errado. Os integrantes das Forças Armadas são os militares federais. Art. 42, caput, pela EC-18.

34) Errado. O militar, enquanto em efetivo serviço, não pode estar filiado a partidos políticos. Art. 42, § 6º.

35) Certo. Art. 42. § § 8º e 7º.

sumário não excederá 30 dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão,
admitida a sua prorrogação por até 15 dias, quando as circunstâncias o exigirem.

71 - A demissão ou a destituição de cargo em comissão, por infringência do art. 117, incisos IX e XI,
incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 anos.

72 - Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem causa justificada, por 60
(sessenta) dias, interpoladamente, durante o período de 12 (doze) meses.

73. A ação disciplinar prescreverá:


em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou
disponibilidade e destituição de cargo em comissão;
em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á advertência.

74. Da sindicância poderá resultar:


aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até 30 dias;

75. As penalidades disciplinares serão aplicadas:


pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior àquelas mencionadas
no inciso I quando se tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias; pelo chefe da repartição
e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de
advertência ou de suspensão de até 30 (trinta) dias;

76 - O prazo para conclusão da sindicância não excederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado
por igual período, a critério da autoridade superior.
77 - Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalidade de suspensão por
mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de
cargo em comissão, será obrigatória a instauração de processo disciplinar.

78 - Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração da
irregularidade, a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá determinar o seu
afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da
remuneração.
O afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda
que não concluído o processo.

79 - O processo disciplinar será conduzido por comissão composta de três servidores estáveis
designados pela autoridade competente, observado o disposto no § 3o do art. 143, que indicará,
dentre eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível,
ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.

80 - A Comissão terá como secretário servidor designado pelo seu presidente, podendo a indicação
recair em um de seus membros.

81 - O prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá 60 (sessenta) dias, contados da
data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual prazo,
quando as circunstâncias o exigirem.

82. Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão promoverá o interrogatório do acusado,


observados os procedimentos previstos nos arts. 157 e 158.
No caso de mais de um acusado, cada um deles será ouvido separadamente, e sempre que
divergirem em suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, será promovida a acareação
entre eles.

83. Tipificada a infração disciplinar, será formulada a indiciação do servidor, com a especificação
dos fatos a ele imputados e das respectivas provas.
O indiciado será citado por mandado expedido pelo presidente da comissão para apresentar
defesa escrita, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição.

84 - O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para diligências reputadas indispensáveis.

85 - No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na cópia da citação, o prazo para defesa contar-
se-á da data declarada, em termo próprio, pelo membro da comissão que fez a citação, com a
assinatura de 2 (duas) testemunhas.

86. Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, será citado por edital, publicado no Diário
Oficial da União e em jornal de grande circulação na localidade do último domicílio conhecido, para
apresentar defesa.
Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa será de 15 (quinze) dias a partir da última publicação
do edital.

87 - Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum e de vinte dias.

88 - No prazo de vinte dias, contados do recebimento do processo, a autoridade julgadora proferirá a


sua decisão.

89 - Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da autoridade instauradora do processo, este


será encaminhado à autoridade competente, que decidirá em igual prazo.
90 - Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado, a comissão proporá à autoridade
competente que ele seja submetido a exame por junta médica oficial, da qual participe pelo menos
um médico psiquiatra.

91 - Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções, o julgamento caberá à autoridade


competente para a imposição da pena mais grave.

92 - O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se
aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a
inadequação da penalidade aplicada.

93 - Quando proporcional ao tempo de serviço, o provento não será inferior a 1/3 (um terço) da
remuneração da atividade.

94 - O prazo para julgamento será de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do processo, no curso
do qual a autoridade julgadora poderá determinar diligências.

95 - O recolhimento de que trata o § 3o do art 183 deve ser efetuado até o segundo dia útil após a
data do pagamento das remunerações dos servidores públicos, aplicando-se os procedimentos de
cobrança e execução dos tributos federais quando não recolhidas na data de vencimento.

96 - A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a conclusão dos trabalhos.

97- O servidor será aposentado:


compulsoriamente, aos 70 anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de serviço;

98 - A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigorará a partir da data da publicação do


respectivo ato.

99 - - Ao servidor aposentado será paga a gratificação natalina, até o dia 20 do mês de dezembro,
em valor equivalente ao respectivo provento, deduzido o adiantamento recebido.

100 - O auxílio-natalidade é devido à servidora por motivo de nascimento de filho, em quantia


equivalente ao menor vencimento do serviço público, inclusive no caso de natimorto.
Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acrescido de 50% (cinqüenta por cento), por nascituro.

101 - No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do parto.

102 - A aposentadoria por invalidez será precedida de licença para tratamento de saúde, por período
não excedente a 24 ( vinte e quatro) meses.

103 - Para Licença para Tratamento de Saúde até 30 (trinta) dias, a inspeção será feita por médico
do setor de assistência do órgão de pessoal e, se por prazo superior, por junta médica oficial.

104 - O servidor que durante o mesmo exercício atingir o limite de 30 (trinta) dias de licença para
tratamento de saúde, consecutivos ou não, para a concessão de nova licença, independentemente do
prazo de sua duração, será submetido a inspeção por junta médica oficial.

105 - A licença à servidora gestante poderá ter início no 1º dia do nono mês de gestação, salvo
antecipação por prescrição médica.

106 - No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do evento, a servidora será submetida a
exame médico, e se julgada apta, reassumirá o exercício.

107 - Será concedida licença à servidora gestante por 120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem
prejuízo da remuneração.
108 - No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora terá direito a 30 (trinta) dias de
repouso remunerado.

109 - A prova do acidente será feita no prazo de 10 (dez) dias, prorrogável quando as circunstâncias
o exigirem.

110 - Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá direito à licença-paternidade de 5 (cinco)
dias consecutivos.

111 - Para amamentar o próprio filho, até a idade de 6 ( seis meses), a servidora lactante terá direito,
durante a jornada de trabalho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em dois períodos
de meia hora.

112 - À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de criança até 1 (um) ano de idade, serão
concedidos 90 (noventa) dias de licença remunerada.

113 - No caso de adoção ou guarda judicial de criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de
que trata este artigo será de 30 (trinta) dias.

114 - A pensão por morte poderá ser requerida a qualquer tempo, prescrevendo tão-somente as
prestações exigíveis há mais de 5 (cinco) anos.

115 - A pensão provisória por morte presumida do servidor será transformada em vitalícia ou
temporária, conforme o caso, decorridos 5 (cinco) anos de sua vigência, ressalvado o eventual
reaparecimento do servidor, hipótese em que o benefício será automaticamente cancelado.

116 - O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e oito) horas por meio de procedimento
sumaríssimo, à pessoa da família que houver custeado o funeral.

117 - À família do servidor ativo é devido o auxílio-reclusão, nos seguintes valores:


2/3 ( dois terços) da remuneração, quando afastado por motivo de prisão, em flagrante ou
preventiva, determinada pela autoridade competente, enquanto perdurar a prisão;

118 - À família do servidor ativo é devido o auxílio-reclusão, nos seguintes valores:


metade da remuneração, durante o afastamento, em virtude de condenação, por sentença
definitiva, a pena que não determine a perda de cargo.

119 - Nos casos previstos no inciso I do artigo 229, o servidor terá direito à integralização da
remuneração, desde que absolvido.

120 - O auxílio-funeral é devido à família do servidor falecido na atividade ou aposentado, em valor


equivalente a um mês da remuneração ou provento.

121 - Os prazos previstos na Lei 8112/90 serão contados em dias corridos, excluindo-se o dia do
começo e incluindo-se o do vencimento, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte, o
prazo vencido em dia em que não haja expediente.

122 - Ao servidor público civil é assegurado, nos termos da Constituição Federal, o direito à
livre associação sindical e os seguintes direitos, entre outros, dela decorrentes:
de inamovibilidade do dirigente sindical, até 1 (um) ano após o final do mandato, exceto se a
pedido;

123 - Ficam submetidos ao regime jurídico instituído pela Lei 8112/90, na qualidade de servidores
públicos, os servidores dos Poderes da União, dos ex-Territórios, das autarquias, inclusive as em
regime especial, e das fundações públicas, regidos pela Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952,
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União, ou pela Consolidação das Leis do Trabalho,
aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1o de maio de 1943, exceto os contratados por prazo
determinado, cujos contratos não poderão ser prorrogados após o vencimento do prazo de
prorrogação.

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