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Da Acumulação
Direitos e Deveres dos Servidores Públicos
Coletânea de Exercícios 1, 2 e 3
•Correspondência Oficial
Atos Oficiais
Atos de Comunicação
Atos Normativos
Alguns usos de letras maiúsculas e minúsculas
Grafia de Datas e Números
Números Fracionários:
Uso das Siglas
•Outras Correspondências
•Pronomes de Tratamento
•Abreviaturas
Correspondência Oficial
Correspondência oficial é a meio de comunicação próprio das Instituições Públicas de
uma forma geral. Sua finalidade básica é possibilitar a elaboração de comunicações e
normativos oficiais claros e impessoais, pois o objetivo é transmitir a mensagem com
eficácia, permitindo entendimento imediato.
A eficácia da comunicação oficial depende basicamente do uso de linguagem simples e
direta, chegando ao assunto que se deseja expor sem passar, por exemplo, pelos atalhos
das fórmulas de refinada cortesia usuais no século passado. Ontem o estilo tendia ao
rebuscamento, aos rodeios ou aos circunlóquios; hoje, a vida moderna obriga a uma
redação mais objetiva e concisa.
Considere-se, entretanto, que não há uma forma específica de linguagem administrativa,
mas sim qualidades comuns a qualquer bom texto, seja ele oficial ou literário, aplicáveis à
redação oficial: clareza, coesão, concisão, correção gramatical. Além disso, merecem
destaque algumas características peculiares identificáveis na forma oficial de redigir:
formalidade, uniformidade e impessoalidade.
A seguir, apresenta-se análise pormenorizada de cada uma dessas qualidades e
características.
Qualidades e características fundamentais da redação oficial
Clareza
Clareza é a qualidade do que é inteligível, facilmente compreensível. Já que se busca,
então, com a clareza, fazer-se facilmente entendido, é preciso que o pensamento de quem
comunica também seja claro, com as:
- idéias, ordenadas;
- a pontuação, correta;
- as palavras, bem dispostas na frase;
- as intercalações, reduzidas a um mínimo;
- a precisão vocabular, uma constante.
Da mesma forma, a indispensável releitura do texto contribui para obtenção da clareza. A
ocorrência de trechos obscuros e de erros gramaticais em textos oficiais provém
principalmente da falta da releitura, que torna possível sua correção. Além disso, a falsa
idéia de que "escreve bem quem escreve difícil" também contribui para a obscuridade do
texto. Ora, quem escreve difícil dificilmente é compreendido. Cada palavra dessa natureza
é um tropeço para a leitura e só pode desvalorizar o que se escreve.
Alguns preceitos para a redação de textos claros:
a) utilizar preferencialmente a ordem direta ou lógica (sujeito, verbo, complementos); às
vezes essa ordem precisa ser alterada em benefício da própria clareza;
b) usar as palavras e as expressões em seu sentido mais comum;
c) evitar períodos com negativas múltiplas;
d) transformar as orações negativas em positivas, sempre que possível;
e) buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto;
f) escolher com cuidado o vocabulário, evitando o jargão técnico;
g) evitar neologismos (palavras, frases ou expressões novas, ou palavras antigas com
sentidos novos), preciosismos (delicadeza ou sutileza excessiva no escrever) e
regionalismos;
h) utilizar palavras ou expressões de língua estrangeira somente quando indispensável.
Exemplos de textos obscuros, que devem ser evitados:
a) mudança de sentido com a mudança da pontuação:
Aprovas? Não discordo. (Compare-se: Aprovas? Não! Discordo.);
b) má disposição das palavras na frase:
A Defesa Civil pede, neste ofício, cobertores para casal de lã.
(Compare-se: A Defesa Civil pede, neste ofício, cobertores de lã para casal.);
c) ambigüidade: Ela pensava no tempo em que trabalhara com o Cassiano e concluía que
a sua falta de visão teria contribuído para o fracasso do projeto.
(Ambigüidade ocasionada pelo emprego do pronome sua, que é válido tanto para ela
como para ele; falta de visão dele ou dela?);
d) excesso de intercalações: O planejamento estratégico, que é um instrumento valioso
para a gestão da empresa pública, e esta, uma alavanca indispensável ao
desenvolvimento econômico-social, deve periodicamente passar por um processode
revisão, que o atualiza perante as velozes mudanças do mundo moderno.
(Compare-se: O planejamento estratégico deve periodicamente passar por um processo
de revisão.).
Coesão
O termo coesão pode ser conceituado como a união íntima das partes de um todo. Assim,
o texto coeso é aquele em que as palavras, as orações, os períodos e os parágrafos estão
interligados e coerentemente dispostos.
Às vezes, o cuidado com a estrutura do parágrafo pode induzir ao equívoco de encará-lo
como redação autônoma, bastante em si mesmo. Apesar de ser uma unidade lógica
completa (começo, meio e fim), não pode estar solto do restante do texto.
Para que esse desligamento não ocorra, temos de trabalhar com mecanismos de ligação
entre os parágrafos. A utilização desses mecanismos chama-se transição ou coesão.
A transição não é necessariamente feita por partículas ou expressões. Ela pode ocorrer,
por exemplo, com a utilização do mesmo sujeito da oração precedente. O importante nos
mecanismos de transição é manter a fluência do texto.
Exemplos de algumas partículas e expressões de transição:
• da mesma forma,
• aliás,
• também,
• mas,
• por fim,
• pouco depois,
• pelo contrário,
• assim,
• enquanto isso,
• além disso,
• a propósito,
• em primeiro lugar,
• no entanto,
• finalmente,
• em resumo,
• portanto,
• por isso,
• em seguida,
• então,
• já que,
• ora,
• daí,
• dessa forma,
• além do mais.
Concisão
A concisão consiste em expressar com um mínimo de palavras um máximo de
informações, desde que não se abuse da síntese a tal ponto que a idéia se torne
incompreensível. Afinal, o tempo é precioso, e quanto menos se rechear a frase com
adjetivos, imagens, pormenores desnecessários ou perífrases (rodeios de palavras), mais
o leitor se sentirá respeitado.
Para que se redija um texto conciso, é fundamental que se tenha, além de conhecimento
do assunto sobre o qual se escreve, o tempo necessário para revisá-lo depois de pronto.
É nessa revisão que muitas vezes se percebem eventuais redundâncias ou repetições
desnecessárias de idéias.
Veja-se, por exemplo, o seguinte texto:
" A partir desta década, o número cada vez maior e, por isso mesmo, mais alarmante de
desempregados, problema que aflige principalmente os países em desenvolvimento, tem
alarmado as autoridades governamentais, guardiãs perenes do bem-estar social,
principalmente pelas conseqüências adversas que tal fato gera na sociedade, desde o
aumento da mortalidade infantil por desnutrição aguda até o crescimento da violência
urbana que aterroriza a família, esteio e célula-mater da sociedade".
Se esse mesmo trecho for reescrito sem a carga informativa desnecessária, obtém-se um
texto conciso e não prolixo:
"O número cada vez maior de desempregados tem alarmado as autoridades
governamentais, pelas conseqüências adversas que tal fato gera na sociedade, desde o
aumento da mortalidade infantil por desnutrição aguda até o crescimento da violência
urbana".
Vê-se, assim, como é importante o texto enxuto. Economizar palavras traz benefícios ao
texto: o primeiro é errar menos; o segundo, poupar tempo; o terceiro, respeitar a
paciência do leitor.
Pode-se adotar como regra não dizer mais nem menos do que precisa ser dito. Isso não
significa fazer breves todas as frases, nem evitar todo o detalhe, nem tratar os temas
apenas na superfície; significa, apenas que cada palavra é importante.)
Procedimentos para redigir textos concisos:
a) eliminar palavras ou expressões desnecessárias:
• O que se tem é a anarquia, que é a bagunça pura e simples, irmã gêmea do caos => O
que se tem é a anarquia, bagunça pura e simples, irmã gêmea do caos;
f) empregar o particípio do verbo para reduzir orações:
• Agora que expliquei o título, passo a escrever o texto => Explicado o título, passo a
escrever o texto.
• Depois de terminar o trabalho, ligo pra você => Terminado o trabalho, ligo pra você.
• Quando terminar o preâmbulo, passarei ao assunto principal => Terminado o
preâmbulo, passarei ao assunto principal;
g) eliminar, sempre que possível, os indefinidos um e uma:
• por cada,
• ela tinha,
• só linha.
Citem-se, a propósito, os dizeres de Rui Barbosa: "Se a idéia de 'porta', suscitada em 'por
tal', irrita a cacofatomania desses críticos... outras locuções vernáculas têm de ser, como
essa, refugadas".
Chavão:
É lugar comum, clichê. É o que se faz, se diz ou se escreve por costume. De tanto ser
repetido, o chavão perde a força original, envelhece o texto. Recorrer a eles poderá
denotar falta de imaginação, preguiça ou pobreza vocabular. Por isso, deve-se procurar
evitá-los.
Exemplos de chavões:
• acabamento final
• a razão é porque
• a seu critério pessoal
• certeza absoluta
• comer com a boca
• conviver junto
• criação nova
• descer para baixo
• destaque excepcional
• elo de ligação
• em duas metades iguais
• empréstimo temporário
• encarar de frente
• expressamente proibido
• fato real
• há anos atrás
• meu amigo particular
• multidão de pessoas
• planejar antecipadamente
• relações bilaterais entre dois países
• sintomas indicativos
• subir para cima
• surpresa inesperada
• todos foram unânimes
• ver com os olhos
Errado: É tempo dos parlamentares votarem o projeto.
Certo: É tempo de os parlamentares votarem o projeto.
Errado: Antes desses requisitos serem cumpridos...
Certo: Antes de esses requisitos serem cumpridos...
Errado: Apesar da Assessoria ter informado em tempo...
Certo: Apesar de a Assessoria ter informado em tempo...
Ambigüidade:
Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em mais de um sentido. Como a
clareza é requisito básico de todo texto oficial, deve se atentar para as construções que
possam gerar equívocos de compreensão. A ambigüidade decorre, em geral, da
dificuldade de identificar-se a que palavra se refere um pronome que possui mais de um
antecedente na terceira pessoa. Outro tipo de ambigüidade decorre da dúvida sobre a que
se refere a oração reduzida.
Exemplos:
Ambíguo: O Chefe de Gabinete comunicou ao Diretor que ele seria exonerado. (Quem
seria exonerado? O Chefe de Gabinete? O Diretor?)
Claro: O Chefe de Gabinete comunicou a exoneração dele ao Diretor. (O Chefe de
Gabinete foi exonerado.)
Claro: O Chefe de Gabinete comunicou ao Diretor a exoneração deste. (O Diretor foi
exonerado.)
Ambíguo: O Deputado saudou o Presidente da República, em seu discurso, e solicitou sua
intervenção no seu Estado, mas isso não o surpreendeu. (Discurso de quem? Estado de
quem? Quem não se surpreendeu?)
Claro: Em seu discurso, o Deputado saudou o Presidente da República. No
pronunciamento, solicitou a intervenção federal em seu Estado, o que não surpreendeu o
Presidente. (Discurso do Deputado. Estado do Deputado. O Presidente não se
surpreendeu.)
Ambíguo: Sendo indisciplinado, o Chefe admoestou o funcionário. (Quem é
indisciplinado?)
Claro: O Chefe admoestou o funcionário por ser este indisciplinado.
Erros de paralelismo:
Uma das convenções estabelecidas na língua escrita consiste em apresentar idéias
similares numa forma gramatical idêntica, o que se chama de paralelismo. Assim, incorre-
se em erro ao conferir forma não paralela a elementos paralelos.
Exemplos:
Errado: Pelo aviso circular recomendou-se às unidades economizar energia e que
elaborassem planos de redução de despesas.
Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se às unidades que economizassem energia e
(que) elaborassem planos para redução de despesas.
Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se às unidades economizar energia e elaborar
planos para redução de despesas.
Errado: No discurso de posse, mostrou determinação, não ser inseguro, inteligência e ter
ambição.
Certo: No discurso de posse, mostrou determinação, segurança, inteligência e ambição.
Certo: No discurso de posse, mostrou ser determinado e seguro, ter inteligência e
ambição.
Errado: O novo procurador é jurista renomado, e que tem sólida formação acadêmica.
Certo: O novo procurador é jurista renomado e tem sólida formação acadêmica.
Certo: O novo procurador é jurista renomado, que tem sólida formação acadêmica.
Errado: Sugere-se que o egrégio Plenário:
I- tome conhecimento da ............;
II - autorizar a devolução de .........;
Certo: Sugere-se que o egrégio Plenário:
I - tome conhecimento da ............;
II - autorize a devolução de .........;
Certo: Sugere-se ao egrégio Plenário:
I - tomar conhecimento da ............;
II - autorizar a devolução de .........;
Erros de comparação:
A omissão de certos termos ao se fazer uma comparação deve ser evitada ao redigir, pois
compromete a clareza do texto: nem sempre é possível identificar, pelo contexto, qual o
termo omitido. A ausência indevida de um termo pode impossibilitar o entendimento do
sentido que se quer dar a uma frase:
Errado: O salário de um professor é mais baixo do que um médico.
Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o salário de um médico.
Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o de um médico.
Errado: O alcance da Resolução é diferente da Portaria.
Certo: O alcance da Resolução é diferente do alcance da Portaria.
Certo: O alcance da Resolução é diferente do da Portaria.
Errado: A Secretaria de Educação dispõe de mais verbas do que as Secretarias do
Governo.
Certo: A Secretaria de Educação dispõe de mais verbas do que as outras Secretarias do
Governo.
Certo: A Secretaria de Educação dispõe de mais verbas do que as demais Secretarias do
Governo.
Atos Oficiais
(Os modelos apresentados a seguir são exemplificativos, devendo ser adaptados quando
necessário for)
Considerações gerais
O que é ato oficial
É toda manifestação de vontade exarada pelo Poder Público no intuito de transmitir,
interna ou externamente, assunto relativo às suas competências. Caracteriza-se pela
impessoalidade, utilização do padrão culto da linguagem, clareza, concisão, formalidade e
uniformidade.
Tipos de atos oficiais
Os atos oficiais são classificados em diversos tipos, tais como: normativos,
• enunciativos,
• negociais,
• deliberativos,
• comprobatórios,
• de ajuste,
• de correspondência,
• de comunicação e
• processuais, entre outros.
Para os propósitos desta apostila, e levando-se em consideração os atos utilizados com
maior freqüência no âmbito das instituições públicas, os atos oficiais foram classificados
em quatro tipos, a saber:
• atos de comunicação,
• atos normativos,
• atos processuais e outros atos.
Formas de encaminhamento dos atos oficiais Para os setores internos do Tribunal:
O encaminhamento dos atos oficiais de cunho interno será efetuado mediante registro em
livro de protocolo da área emitente, no qual deve ser especificado o tipo de ato e o
destinatário, bem como a data em que foi entregue, acompanhada da assinatura de
recebimento pelo destinatário ou seu representante.
Para publicação no Diário Oficial:
As matérias para publicação no Diário Oficial devem ser encaminhadas à Secretaria das
Sessões - quando oriundas de deliberações - ou à Diretoria-Geral de Administração, nos
demais casos. Essas unidades adotarão os procedimentos necessários para ultimar a
publicação.
Para publicação no Boletim Interno do Tribunal:
Os atos que se destinarem à publicação no Boletim Interno da instituição devem ser
encaminhados à Divisão de Recursos Humanos da Diretoria-Geral de Administração para
as providências pertinentes.
Para os demais órgãos e entidades da Administração Pública:
Os atos oficiais destinados aos demais órgãos e entidades da Administração Pública são
encaminhados, pelas Inspetorias de Controle Externo e pela Diretoria-Geral de
Administração.
Formas de fecho dos atos oficiais
O fecho dos atos oficiais objetiva demarcar o fim da exposição do assunto e proporcionar
a saudação ao destinatário. Para atos de comunicação tais como o memorando, o
memorando-circular, o ofício e o ofício-circular, e para atos processuais tais como a
cientificação, a citação, a comunicação de audiência, a comunicação de diligência e a
notificação, são utilizados dois tipos de fechos, a saber:
Respeitosamente, - para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República.
Atenciosamente, - para autoridades de mesma hierarquia ou hierarquia inferior.
Para os demais atos oficiais, devem ser observadas as especificidades de cada um,
conforme os modelos apresentados nesta apostila.
Obs.: Em qualquer ato oficial, deve-se evitar que o nome ou a assinatura do emitente fique
em página isolada do documento; transfira-se ao menos o último parágrafo do texto para
a página seguinte, onde se encontra o nome ou a assinatura.
Padrão unificado de apresentação dos atos oficiais.
Especificações:
• Tamanho de papel: padrão A4 (210 x 297mm)
• Tipo e tamanho da fonte: arial, corpo 12 (em determinados casos, tais como citações,
notas, observações, gráficos e tabelas podem ser utilizados tamanhos menores,
buscando, sempre que possível, manter harmonia no conjunto).
• Margens:
- superior : 2,5cm.
- inferior : 2,5cm.
- esquerda : 3,5cm.
- direita : 1,5cm.
- cabeçalho : 1,0cm.
- rodapé : 1,8cm.
• Formatação de parágrafos:
alinhamento do texto : justificado (salvo quando contrariamente especificado).
• texto : especial na primeira linha de 3cm (nos parágrafos numerados é inserida uma
tabulação de 3cm após o ponto que segue o número).
Atos de comunicação
Definição
São os atos que têm por finalidade estabelecer comunicação entre pessoas, órgãos e
entidades.
Formas de endereçamento
Quanto às formas de endereçamento constantes dos envelopes das comunicações
oficiais, devem ser observados os seguintes aspectos:
• Para autoridades tratadas por Vossa Excelência, deve constar a expressão "Ao(À)
Excelentíssimo(a) Senhor(a)", acrescida de nome, cargo e endereço.
• Para autoridades e particulares tratados por Vossa Senhoria, deve constar a expressão
"Ao(À) Senhor(a)", acrescida de nome, cargo (quando for o caso) e endereço.
Tipos de atos de comunicação
• Aviso
• Comunicado
• Fac-símile
• Memorando
• Memorando-circular
• Ofício
AVISO
Expediente utilizado pelas instituições para tornar público, externamente, assunto de seu
interesse, podendo ou não solicitar a participação dos interessados. Por ser
multidirecional (dirigido a entidades diversas, não identificadas previamente), geralmente
não traz destinatário, fecho ou expressões de cortesia.
Apresentação
Utiliza-se o padrão unificado, com o cabeçalho identificando a área emitente.
Competência
A expedição de avisos compete às unidades que compõem a Diretoria-Geral de
Administração, nos assuntos que lhes forem afetos.
Estrutura
• Denominação do ato - AVISO, centralizada, em letras maiúsculas e em negrito, podendo
ser complementada com outros dados em função do assunto a que se referir (ex.: AVISO
DE LICITAÇÃO, AVISO DE REVOGAÇÃO DE LICITAÇÃO, AVISO DE RESULTADO DE
JULGAMENTO DE LICITAÇÃO etc.).
• Texto com a exposição detalhada da matéria objeto da divulgação.
• Local e data por extenso, centralizados.
• Nome do emitente, centralizado, em letras maiúsculas e em negrito, e respectivo cargo.
AVISO DE LICITAÇÃO
TOMADA DE PREÇOS Nº ...... / ......
Objeto: aquisição de equipamentos e componentes de informática.
A COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO torna público aos licitantes e
demais interessados que estará recebendo os envelopes com as propostas
referentes ao objeto em epígrafe no dia ................... às ....... Informa, ainda,
que cópia do Edital encontra-se à disposição na Seção de Compras, no .....
andar do ............. do Tribunal de .....................................Rua .............................
Informações adicionais poderão ser obtidas por meio dos telefones
................, ..................... e pelo fax................... .
Belo Horizonte (MG), ....... de ......................... de ............
NOME DO TITULAR
Presidente da Comissão Especial de Licitação
TRIBUNAL DE ..................................................
DIRETORIA-GERAL DE ADMINISTRAÇÃO
DIVISÃO DE LICITAÇÃO, MATERIAL E PATRIMÔNIO
COMUNICADO
COMUNICADO
Nos termos da Portaria nº ......., de .... de .................. de ........., comunicamos
aos servidores do Tribunal que a entrega dos formulários referentes ao
.................... será efetuada na ..........................., localizada no térreo do
........................, nas datas e horários abaixo relacionados:
Belo Horizonte (MG), ...... de ............... de ................
DIVISÃO DE SERVIÇOS GERAIS
Data .................
das ..... às .....h
das ..... às .....h
das ..... às .....h
Horário .................
TRIBUNAL DE.....................................................
DIRETORIA-GERAL DE ADMINISTRAÇÃO
DIVISÃO DE SERVIÇOS GERAIS
FAX
TRIBUNAL DE ................................................
ENCAMINHAMENTO DE FAX
Nº ____/____ DATA __/__/____
Nº de páginas (inclusive esta):
DESTINATÁRIO:
EMPRESA/ÓRGÃO:
REMETENTE:
Nº FAX:
UNIDADE:
Ocorrendo problemas na recepção, favor comunicar pelo telefone
MENSAGEM
TRANSMITIDO POR:
N° FAX:
MEMORANDO
Definição
Documento destinado à exposição de assuntos referentes a situações administrativas em
geral, utilizado para formalizar a comunicação interna entre as unidades da instituição.
Apresentação
Utiliza-se o padrão unificado, com o cabeçalho identificando a área ou comissão emitente.
Competência
A expedição de memorando compete aos titulares das unidades dos Serviços Auxiliares e
às comissões legalmente constituídas.
Estrutura
Denominação do ato - Memorando, em negrito, com seu número correspondente e ano
com dois dígitos, seguida da sigla da unidade ou comissão emitente, com alinhamento à
esquerda.
Local e data por extenso, na linha seguinte à da denominação do ato, com alinhamento à
direita.
Expressão "Ao:" ou "À:", em negrito, seguida do cargo ocupado pelo destinatário, com
alinhamento à esquerda.
Expressão "Assunto:", em negrito, com resumo do teor da comunicação, com
alinhamento à esquerda.
Texto com a exposição do assunto, sendo que, à exceção do primeir parágrafo e do
fecho, todos os demais parágrafos devem ser numerados.
Fecho, com a expressão "Respeitosamente" ou "Atenciosamente", conforme o caso (ver -
Formas de fechos dos atos oficiais).
Nome do emitente, centralizado - ou com distribuição espacial simétrica, quando houver
vários nomes -, em letras maiúsculas e em negrito, e respectivo(s) cargo(s).
TRIBUNAL DE .............................................................
NÚCLEO DE ................................................................
Memorando nº ....../..... - NIPD
Curitiba
Belo (PR) (MG), ..... de ............... de ..........
Horizonte
Ao: Senhor Diretor-Geral de Administração
Assunto: Alteração de férias de servidor.
Por estrita necessidade de serviço, solicito de Vossa Senhoria a fineza de
viabilizar a alteração das férias do servidor ..................................................,
matrícula nº ..................., referentes ao exercício de ..........., preliminarmente
previstas para serem fruídas em 20 dias, a partir de ................., para 30
dias, devendo o primeiro período, de 20 dias, ser iniciado em .................,
ficando o segundo, de 10 dias, para ser marcado oportunamente.
Atenciosamente,
NOME DO TITULAR
Cargo
MEMORANDO
CIRCULAR
OFÍCIO
TRIBUNAL DE ..............................................................
Ofício nº ............/...... - GP
Curitiba (PR) (MG), ..... de ............ de ............
Belo Horizonte
Excelentíssimo(a) Senhor(a) Presidente,
Tenho a honra de dirigir-me a Vossa Excelência para encaminhar, em
anexo, cópia do inteiro teor da Decisão nº .................., aprovada por este
Tribunal na Sessão Ordinária nº ..............., realizada em ................, quando
apreciou o Processo nº .....................
Atenciosamente,
NOME DO TITULAR
Cargo
Ao(À) Excelentíssimo(a) Senhor(a)
Deputado(a) ...............................................
Presidente da ..................................................
Nesta
OFÍCIO-
CIRCULAR
TRIBUNAL DE..................................................................
MINISTÉRIO PÚBLICO
GABINETE DA PROCURADORA-GERAL MIROSLAW SETEMBRINO DA
SILVA
Ofício-Circular nº ...../..... - PG
Curitiba
Belo (PR) (MG), ..... de .......... de ......... .
Horizonte
Senhor(a) Diretor(a),
Tenho a honra de convidar Vossa Senhoria para assistir ao ............., a
realizar-se em ....... de ............... de ........... no(a) ..........................................,
sob a coordenação
do(a)...........................................................................................
Atenciosamente,
NOME DO TITULAR
Cargo
Ao(À) Senhor(a)
.........................................................
Diretor(a) do(a) ................../...............
Nesta
ATOS NORMATIVOS
São os atos expedidos por autoridade administrativa competente que estabelecem
normas ou regras, com vistas à correta aplicação da lei.
Sistemática de elaboração dos atos normativos
A elaboração dos atos normativos baseia-se em critérios adotados na boa técnica
legislativa, em que a exposição do assunto distribui-se em artigos, parágrafos, incisos,
alíneas e itens. Para os fins a que se destina este Manual, serão abordados alguns
critérios, considerados relevantes na feitura de tais atos.
Ementa
É uma síntese do assunto que estiver sendo tratado, expressando, de forma inequívoca, a
finalidade precípua do ato normativo. Deve ser iniciada por verbo na 3ª pessoa do singular
do presente do indicativo.
Para atos processuais, a ementa assume conotação diferente: apresenta resumo do
andamento do processo, geralmente expresso por breves períodos.
Fundamentação legal
São os dispositivos legais que amparam o signatário na expedição de determinados atos.
Os atos oficiais das instituições normalmente fazem remissões a dispositivos de seu
Regimento Interno, à Lei Complementar , à Lei Orgânica, e aos diversos normativos
internos vigentes. Dependendo do tipo de ato e da matéria nele tratada, deve-se
mencionar o dispositivo mais apropriado:
.... no uso da atribuição que lhe confere o art.
.... do Regimento Interno.
Motivações em forma de "Considerando"
Após a fundamentação legal e antecedendo o texto do ato normativo, é usual a inclusão
de considerações legais ou administrativas que orientam ou fundamentam a expedição do
ato. Tais considerações são dispostas em parágrafos distintos, separados por ponto e
vírgula, e iniciadas com a expressão "Considerando... "
Articulação do texto
No texto dos atos normativos, é usual o desdobramento do assunto a ser disciplinado em
partes distintas, que devem ser adequadamente articuladas de forma a preservar a
unidade e o bom entendimento do texto. Para tanto são utilizados, no que couber, os
elementos caracterizados a seguir.
Artigo - É a unidade básica de articulação, à qual subordinam-se os parágrafos, incisos,
alíneas e itens. Cada artigo deve conter um único assunto, fixando em seu "caput" a
norma geral e deixando as restrições, exceções ou complementações para os parágrafos
ou incisos em que for desdobrado. É indicado pela abreviatura "Art. ", seguido da
numeração ordinal até o nono artigo e cardinal depois deste: Art. 1º, ....,
Art. 9º, Art. 10., ... Observe-se que deve haver um espaço em branco, sem traços ou outros
sinais, entre a abreviatura e o número e entre este e o início do texto. O texto do artigo
deve ser iniciado com letra maiúscula e terminado com ponto, salvo se o artigo for
desdobrado em incisos, quando terminará com dois pontos. Nas remissões a dispositivos
legais, utiliza-se a abreviatura "art." ou "arts." (se a referência for a mais de um artigo)
seguida do(s) respectivo(s) número(s); quando não for explicitado o número, na remissão
a palavra artigo será grafada por extenso: ...conforme disposto nos arts. 5º, 7º, IV e 9º da
Lei ...; ... conforme disposto no artigo anterior.
Parágrafo - Constitui o desdobramento imediato de artigo. Serve para explicar ou
complementar a disposição principal. É indicado pela abreviatura "§" e segue as mesmas
regras de numeração aplicáveis ao artigo. Quando houver apenas um parágrafo, este será
denominado de "Parágrafo único." (em itálico, com a inicial maiúscula e seguido de
ponto) e não "§ único". O texto do parágrafo, a exemplo do texto do artigo, deve ser
iniciado com letra maiúscula e terminado com ponto, salvo se o parágrafo for desdobrado
em incisos, quando terminará com dois pontos.
Quanto às remissões, adota-se a mesma regra utilizada para o artigo, com a ressalva de
que será utilizado o sinal "§" ou "§§" (quando se referir a mais de um parágrafo), como
nestes exemplos:
... consoante dispõe o § 2º do art. 11;
... já estabelecido nos §§ 5º e 6º do art. 3º;
... conforme disposto no art. 11, § 2º;
... de acordo com o parágrafo único do art. 5º.
Inciso - É utilizado como elemento de desdobramento de artigo - desde que o assunto
abordado não possa constar do "caput" do artigo ou não se mostre adequado para
constituir parágrafo - e também como subdivisão de parágrafo, sendo comumente
destinado a enumerações.
Os incisos são indicados por algarismos romanos, seguidos de traço, não havendo inciso
único: I - , II - , ... Observe-se que deve haver um espaço em branco entre o algarismo e o
traço e entre este e o início do texto.
O texto do inciso deve ser iniciado com letra minúscula (a menos que se justifique o uso
de maiúscula na palavra inicial) e terminado com ponto e vírgula, com exceção do último
inciso, que terminará com ponto, e do que contiver desdobramento em alíneas, que
terminará com dois pontos. Nas remissões, a palavra inciso será grafada por extenso
quando mencionada na forma direta, como nestes exemplos:
... de acordo com o inciso V do art. 5º
... de acordo com o inciso anterior; e será suprimida quando na forma indireta:
... de acordo com o art. 5º, V.
Alínea - É o elemento complementar do sentido oracional do inciso. As alíneas são
indicadas por letras minúsculas, seguidas de parêntese, não havendo alínea única: a) ,
b) , ... Observe-se que deve haver um espaço em branco entre o parêntese e o início do
texto. O texto da alínea, a exemplo do texto do inciso, deve ser iniciado com letra
minúscula (a menos que se justifique o uso de maiúscula na palavra inicial) e terminado
com ponto e vírgula, com exceção da alínea que contiver desdobramento em itens, que
terminará com dois pontos, e da última alínea de uma série, que terminará por ponto, se
depois dela não houver novo inciso. Quanto às remissões, adota-se a mesma regra
utilizada para o inciso, com a ressalva de que a letra da alínea será grafada em itálico,
como nestes exemplos:
... o disposto nas alíneas a e c do inciso IV... ;
... o disposto no inciso IV, a e c...;
... o disposto nas alíneas anteriores ...
Item - Constitui a subdivisão da alínea, quando esta, para maior clareza, exigir
desdobramento. Os itens são indicados por números arábicos, seguidos de ponto, não
havendo item único: 1. , 2. , ... Observe-se que deve haver um espaço em branco entre o
ponto e o início do texto. O texto do item, a exemplo do texto da alínea, deve ser iniciado
com letra minúscula (a menos que se justifique o uso de maiúscula na palavra inicial) e
terminado com ponto e vírgula, com exceção do último item de uma série, que terminará
com ponto, se depois dele não houver nova alínea. Nas remissões a itens adota-se a
mesma regra utilizada para a alínea, com o número do item grafado em itálico, como
nestes exemplos:
... de acordo com o item 1 da alínea a... ;
... de acordo com a alínea a, 1... ;
... o disposto no item anterior ...
Cláusula de vigência
A vigência do ato normativo deve ser indicada de forma expressa, sendo regra geral a
entrada da norma em vigor na data da publicação.
Usualmente, a vigência é explicitada no penúltimo artigo do texto, antecedendo a
cláusula de revogação:
Art. 8º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Cláusula de revogação
A cláusula de revogação, quando necessária, ocorre no último artigo do texto, devendo,
sempre que possível, conter expressamente todas as disposições revogadas a partir da
vigência do novo ato:
Art. 9º Revogam-se a Resoluções nos ....., de ...... de ................... de ............, e ....., de ......
de ................... de .............
ORDEM DE
SERVIÇO
PORTARIA
Ato administrativo interno que tem por finalidade estabelecer procedimentos relativos a
pessoal ou à organização e funcionamento de serviços e, ainda, orientar quanto à
aplicação de textos legais e disciplinar matéria ainda não regulamentada.
Apresentação
Para as portarias de iniciativa do(a) Diretor (a), Presidente é utilizado o padrão unificado,
com o cabeçalho padrão da instituição. No caso das expedidas pelo titular da Diretoria-
Geral de Administração, usa-se o padrão unificado com o cabeçalho que identifica a
Diretoria-Geral de Administração.
Competência
A expedição de portarias compete ao(à) Diretor, Presidente e, em decorrência da
delegação de atribuições, ao titular da Diretoria- Geral de Administração.
Estrutura
Título do documento, centralizado, em letras maiúsculas e em negrito, formado pela
expressão PORTARIA, ou PORTARIA-DGA, no caso de ser proveniente da Diretoria-Geral
de Administração, seguido do número seqüencial e da data correspondente por extenso.
Ementa, fundamentação legal - iniciando com a expressão O(A)
PRESIDENTE DO ..............................................
ou O(A) DIRETOR(A)-GERAL DE ADMINISTRAÇÃO, conforme o caso -, motivações em
forma de "Considerando" (quando for o caso) e a expressão "resolve:".
Texto da portaria, seguido da cláusula de vigência e, se for o caso, da cláusula de
revogação.
Nome do(a) Presidente do Tribunal, ou do(a) Diretor(a)-Geral, conforme o caso,
centralizado, em letras maiúsculas e em negrito.
TRIBUNAL DE ........................................................................
PORTARIA Nº ......... , DE .......... DE ............................. DE ............. .
Regulamenta a aquisição, a substituição e a renovação de assinaturas de jornais
e dá outras providências.
O(A) PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE ......................................., no uso da
atribuição que lhe confere o art. ........., .........., do Regimento Interno e tendo em
vista o que consta do Processo nº .............., resolve:
Art. 1º Compete à Diretoria-Geral de Administração, nos termos do art. ..... da
Resolução nº ......., de ..... de ............. de ........, a aquisição, a substituição e a
renovação de assinaturas de jornais.
Parágrafo único. Os pedidos de substituição ou cancelamento de assinaturas de
jornais devem ser encaminhados ao Departamento .................. com, pelo menos,
30 (trinta) dias de antecedência do vencimento.
..................................................................................................... .......................................
............. ....
Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 4º Revoga-se a Portaria nº ......., de ..... de .......... de ..........
NOME DO(A) PRESIDENTE
DESPACHO
TRIBUNAL ..................................................
GABINETE DO(A) .....................................
Fls.: 00
Proc.: 0000/00
__________
Rubrica
PROCESSO Nº :
APENSO(S) :
ÓRGÃO DE ORIGEM :
ASSUNTO :
EMENTA:
DESPACHO SINGULAR Nº ....../...... - (área emitente)
Nos termos do ( incluir o enquadramento legal das medidas), e de acordo com a
manifestação da instrução, conforme Informação/ Relatório nº , fls. , e o
posicionamento do Parquet, fls. , sobre o (resultado da auditoria, exame da
licitação, pedido de prorrogação de prazo formulado pela jurisdicionada etc.),
DETERMINO/SOLICITO/
CONCEDO/RECOMENDO etc.:
I - ..............................;
II - ..............................;
III - ............................. .
Curitiba (PR)
Belo Horizonte (MG), ....... de ............... de ...........
Presidente / Conselheiro(a)-Relator(a) / Auditor-Relator
ALGUNS USOS DE LETRAS MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS
Emprego de inicial maiúscula e minúscula em textos legais que fazem referência a leis,
decretos, portarias etc.
a) utiliza-se a inicial maiúscula quando o nome dos atos estiver acompanhado do
respectivo número:
A Lei nº 312, de 24.05.95, dispõe...
O Decreto nº 312, de 05.04.93, regulamenta...
A Portaria nº 234, de 25.07.97, teve várias alterações...
A Sessão Ordinária nº ...
O Parecer nº ....
A Informação nº ...;
Obs.: Não há consenso entre os gramáticos quanto ao uso de inicial maiúscula quando
determinado ato, após sua primeira citação no texto - no caso, acompanhado do
respectivo número - é referenciado em outras partes do texto, sem estar acompanhado do
número.
O uso de inicial maiúscula em tais casos, desde que fique subentendido que os referidos
atos estejam individualizados:
Art. 5° Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Conforme o disposto no
art. 3° da citada Lei Complementar, ...
Números Fracionários:
Para a escrita dos fracionários observe-se:
a) escrever-se-á, no plural:
meios,
terços,
quartos,
quintos,
sextos,
sétimos,
oitavos,
nonos;
b) quando se tratar de 10 ou potência de 10, o plural será:
décimos,
centésimos,
milésimos,
décimos milésimos,
centésimos milésimos,
milionésimos;
c) juntar-se-á a palavra avos em qualquer outro caso:
seis quatrocentos avos (6/400),
um dois mil avos (1/2000),
dois três mil e cinco avos (2/3005).
Números no início de período:
Na escrita ordinária não se deve começar período com algarismos. O numeral deve vir
por extenso:
Vinte e cinco dias passaram-se...
(e não: 25 dias passaram-se...).
Números ordinais:
O ordinal de 1000 é milésimo,
o ordinal de 2000 é segundo milésimo,
o de 3000, terceiro milésimo, e assim por diante.
Igualmente, o de milhão é milionésimo, o de 2 milhões é segundo milionésimo:
Falo pela milésima vez e falarei pela segunda milésima se for preciso.
No terceiro milésimo tricentésimo trigésimo terceiro dia (3333º dia).
Porcentagem:
Tanto faz usar percentagem ou porcentagem, mas o adjetivo só tem uma forma:
percentual.
Na escrita, a percentagem pode ser expressa em algarismos seguida do símbolo % (3%,
10%) ou na fórmula mista (3 por cento, 10 por cento).
Obs.: Diante de dois ou mais valores da porcentagem, deve-se usar o % em todos eles:
O aumento oscilará entre 5% e 7%.
O imposto deve subir de 25% para 27,5%.
A CARTA COMERCIAL
A carta comercial não é só Instrumento de comunição de que se valem as empresas ou
pessoas no relacionamento comercial , é também a imagem de quem ela representa . Por
isso, não basta que transmita um conteúdo, mas que o faça de maneira que impressione
bem. Para tanto é necessário haver boa apresentação que cause, ao primeiro contato,
uma impressão de ordem , organização e competência.
Como é um relacionamento meramente comercial, o texto tem que ser impessoal, mas
impessoalidade com cortesia - é um documento que não pode comprometer o conceito de
que goza a firma.
É preciso tomar cuidado com o emprego dos pronomes de tratamento que há de ser
uniforme, sem misturar a terceira pessoa gramatical com a segunda.
O cabeçalho ou timbre da firma deve conter todos os dados importantes para sua
identificação.
Se enviar a carta aos cuidados (A/C) de algum funcionário, não significa que deva ter o
tratamento no singular. Continua sendo V.Sas., pois a indicação a uma pessoa é só para
facilitar o atendimento.
Nunca use Att., em português é At. para " atenção de". Redija a indicação de A/C ou At.
abaixo do endereçamento na carta e não escreva no envelope, pois há o risco de ser
considerada de caráter pessoal
A assinatura terá abaixo a indicação de quem assina e que função exerce. Não há
necessidade de colocar o nome da firma,pois ela já está no timbre. Se o timbre for com o
nome ou logotipo de um grupo de empresas coligadas, esclarece-se o nome da empresa
junto à assinatura. Evite-se usar o carimbo para identificação de quem assina. Prefira
colocar a assinatura, do lado direito para dar mais destaque. Se houver duas assinaturas,
o responsável assina à direita e o co-responsável à esquerda. Se forem mais de duas, as
assinaturas serão em coluna.
Quando houver mais de uma folha , siga o que determina a ABNT na NB-311/1978:
Afirmam alguns que a carta "moderna"é aquela que é redigida no sistema bloco e tem
todos os elementos, da data até a assinatura, iniciados junto à margem esquerda. Na
verdade confundem as coisas. Há um sistema que é brasileiro ( não só brasileiro, mas
usado em muitos países europeus e latino americanos ) e que deveria ser utilizado pelas
firmas sediadas no Brasil para a correspondência em língua portuguesa. A linguagem
comercial moderna caracteriza-se pelas suas qualidades de clareza, correção ,
simplicidade e concisão. Evitem-se, isto sim, os chavões como:"Vimos por meio desta ...",
"Sem mais para o momento...", "mui", o espanholismo, "atentamente" no fecho, em vez de
"atenciosamente". Não sublinhe desnecessariamente. Faça a divisão silábica correta em
final de linha.
Quanto mais breve, clara, correta e simples, é a carta, tanto mais moderna ela é.
MODELO
JH 020/95
Amparo-SP
Senhores:
Atenciosamente.
Josι Marcondes
Diretor Comercial
PROCURAÇÃO
É um documento pelo qual alguém dá legalmente a outra pessoa poderes para tratar de
negócios ou de agir em seu nome . É o instrumento do mandato.
Pode ser por instrumento particular (redigida de próprio punho pelo mandante, com
reconhecimento da firma e da letra ou datilografado, com reconhecimento da firma) por
instrumento público ( lavrada por tabelião em livro de notas e da qual se fornece
translado). a procuração é passada pelo mandante, constituinte ou outorgante para o
mandatário procurador outorgado. Quando este transfere o mandato, diz-se que
substabelece a outrem,isto é ,ao substabelecido. O substabelecido pode ser com ou sem
reserva de direitos, parcial ou total. Com reserva, o procurador continua com iguais
poderes.
EXEMPLO:
PROCURAÇÃO
Pelo presente instrumento particular de procuração, JOSÉ SILVA SANTOS, com Cédula de
Identidade R.G. 999 666 (SSP-SP), brasileiro,solteiro, estudante,residente e domiciliadoem
São Paulo, à Rua Direita, 545, aluno da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo,
sob o nº 33333,nomeia e constitui seu bastante procurador o Sr. MANUEL ALVES , com
cédula deIndentidade R.G. 222 333 (SSP-SP), brasileiro , solteiro, estudante residente e
domiciliado em São Paulo à Av. Liberdade, 43 , para o fim especial de realizar a matrícula
do outorgante na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo no primeiro semestre
letivo de 1980, podendo o outorgado assinar todos os atos que se tornem necessários ao
bom e fiel cumprimento do presente mandato assim como substabelecer.
..............................................
REQUERIMENTO
É por meio do requerimento que se solicita algo de direito a uma autoridade,
baseando-se em dispositivos legais. também é chamado de "petição". Em segundo grau,
ë "recurso". Quando é coletivo, é, também, abaixo-assinado".
Invocação - Título funcional, sem o nome do ocupante do cargo, mas precedido pelo
tratamento adequado (Ilmo Sr., em geral; Exmo Sr., para altos dignitários);
• corpo do requerimento;
pede deferimento.
local e data
assinatura
Exemplo de requerimento:
Nestes termos
pede deferimento
...............................................
( 8 LINHAS)
(1) Sτnia Marques Carvalho , (2) R.G. n.o 7.432.153 (SSP-SP), brasileira, solteira residente ΰ
Rua Santo Antτnio, 232- Caxingui, (3) Professor III, cargo efetivo, Padrγo35/A, em jornada
completa de trabalho docente, com sede de controle de freqόκncia neste Estabelecimento
de Ensino, classificada em exercνcio nesta Unidade Escolar,D.E. de Itapecerica da Serra,
DRM 7- Oeste,(4) vem requerer a V.Exa. contagem de tempo para fins adicional de
Magistιrio.
pede deferimento.
(5) Fecho.
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_______________________________________________
Nestes termos,
pede deferimento
, de de l996
...........................................................................
CORRESPONDÊNCIA INTERNA
Para......................................... Dep.....................................
De............................................ Dep.....................................
Assunto.................................... Data....................................
A datilógrafa Maria da Silva se retirou duas horas antes do fim do expediente para atender irmão que sofreu
acidente.
RELATÓRIO
O relatório é um documento em que se registram observações, pesquisas,
investigações, fatos, variando de acordo com o assunto e com as finalidades. Assim, há,
por exemplo, relatório executivo, operacional, de estágio,de auditoria, de reunião de
estudos.
Na capa:
Título de relatório
nome do relator
cidade
ano
Na folha do rosto:
Para:
Elaborado pôr:
Assunto:
Data da Verificação:
Local:
Data da elaboração:
INTRODUÇÃO
Meios (Instrumentos)
ANEXOS
BIBLIOGRAFIA
LOCAL E DATA
Assinatura
Nome Legível
IDENTIFICAÇÃO FUNCIONAL
OBSERVAÇÃO:
DICAS
2. Para que preceder de um "A" o nome do destinatário ? se o nome dele consta no lugar
tradicionalmente reservado ao nome do destinatário, é claro que a carta se dirige "a ele"
3. O endereço do destinatário não precisa constar na carta. Só do envelope. Ele sabe onde
mora. Se além da rua e número põe-se a Caixa Postal . O erro é duplo.
a) O destinatário sabe por que o remetente está enviando as revistas; não é necessário
repetir a informação "em resposta";
b) O destinatário sabe que o seu representante se chama Carter, de duas uma: ou você
não repete o cargo, ou não repete o nome.
c) "Comunicamos que" é desnecessário : toda carta comunica algo : se não , não deve
ser escrita.
7. Para que repetir o número do cheque , a data e o nome do Banco? O destinatário deve
saber, pelo menos, onde está gastando o seu dinheiro.
8. A divisão silábica de uma palavra é feita com o uso do hífen e não do sublinhado
9. Hoje em dia, não se usa o alinhamento do lado direito.Não se perde tempo "para ver se
vai dar".
11. "P.p." não diz nada ; pelo contexto da carta, o destinatário deve poder inferir de que
ano você está falando . O nome do mês, sozinho, indica que você se refere ao ano
seguinte. Se é passado ou futuro, ele sabe pela data da carta.
12. Se o remetente tivesse "mais para o momento", ele logicamente o diria.Se não tem,
não diz e não é preciso esclarecer que não tem. Confie na inteligência do destinatário.
além de tudo, não se utiliza mais fechos desde 1992.
14. Grafismo inútil : você sabe assinar direito sem pauta. não sabe?
15. Completar sempre com o nome e cargo . Este não é o espaço para colocar-se o nome
da empresa e nem do Departamento.
GAFES NA LINHA
Sempre que devo falar com alguém importante sinto certo nervosismo, mesmo que a
pessoa esteja esperando meu telefonema. Passar pela secretária costuma ser um
constrangimento, por exemplo para um amigo executivo . Dou meu nome Ouço a
pergunta:
Outras fazem o gênero íntimo, mas mais falso do que uma jibóia ao sorrir para um
coelhinho.
___ Oi , querido . Um instantinho , meu amor .Ele não pode atender coração.
Não sou de ferro adoro ser chamado de meu amor.Imagino a desconhecida do outro
lado .Dentinhos separados como os da Zelia que sempre teve um a boca perfeita para
secretária, Cabelos loiros, no tom da Rosane Collor ( outra que....).Óculos iguais os da
Erundina. Desisto sei que chama a todos de meu amor, a melosa.Também não faltam as
que ultrapassam o limite da gafe para a delicadeza total . Um amigo acaba de se
separar .Ligo para dar solidariedade. Ouço um rosnado , e uma voz metálica:
___ Poderia me adiantar o assunto?
____É particular
___ Ele não gosta que eu passe a ligação sem saber do que se trata.
Explique que é sobre sexo. Ouço um suspiro nervoso. Logo ela retorna, a voz melodiosa.
Descobriu que sou amigo do chefe.
Só falta oferecer cafezinho pele telefone. Reflito: como é falsa a humanidade. Mas
Franqueza também é fogo.
É possível uma resposta mais fina, mais elegante do que essa .Nem mamãe dinossauro
seria tão sutil. Se existisse lei para o comportamento das secretárias , algumas
mereceriam um bom processo .Como as que perguntam:
____ Eu não sei se ele vai poder fala. Está muito ocupado. Muitos homens, é verdade ,
adoram ter secretárias tão arrumadas, quanto um poodle e com o comportamento de um
dobermann . Outros sofrem. Sabe-se que são comuns as secretárias com ciúmes do
chefe. Odeiam voz de mulher.
___ Mas ele pediu que eu ligasse para combinar sobre hoje à noite
Se houvesse o código penal para secretárias , a pena máxima deveria ser aplicada para os
casos em que elas dizem com olhos de vítima , após provocar alguma tragédia:
____Não chamei porque pensei que. Deduziu que, imaginar que, achar que. Isso leva
qualquer um à perdição . Principalmente o chefe de uma secretária que goste de achar.
Certa vez uma arquiteta me atormentou meses para que eu lembrasse seu nome para
uma entrevista, quando escrevesse sobre decoração. Um dia, telefonei. A secretária:
___ A coitadinha está exausta. Acho que não está com a cabeça para falar com você.
Quando passou o recado e a arquiteta me ligou aflita, era tarde . Eu já havia escrito a
reportagem.
A arquiteta gemeu ao telefone e murmurou algo como "eu mato a..."
Enfrentar situações de saia justa faz parte do dia-a-dia da secretária. Talvez por isso
atuem como se cada telefonema fosse um ataque inimigo . Evitar as gafes não faz mal a
ninguém .
Pronomes de Tratamento
Concordância com os Pronomes de Tratamento
Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) apresentam certas
peculiaridades quanto à concordância verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram à
segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a
comunicação), levam a concordância para a terceira pessoa. É que o verbo concorda com
o substantivo que integra a locução como seu núcleo sintático:
"Vossa Senhoria nomeará o substituto";
"Vossa Excelência conhece o assunto".
Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento são
sempre os da terceira pessoa:
"Vossa Senhoria nomeará seu substituto" (e não "Vossa ... vosso...").
Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical deve coincidir
com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que compõe a locução.
Assim, se nosso interlocutor for homem, o correto é
"Vossa Excelência está atarefado",
"Vossa Senhoria deve estar satisfeito";
se for mulher,
"Vossa Excelência está atarefada",
"Vossa Senhoria deve estar satisfeita".
Emprego dos Pronomes de Tratamento
Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece a secular tradição. São de
uso consagrado:
Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
a) do Poder Executivo;
Presidente da República;
Vice-Presidente da República;
Ministros de Estado;
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal;
Oficiais-Generais das Forças Armadas;
Embaixadores;
Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza
especial;
Secretários de Estado dos Governos Estaduais;
Prefeitos Municipais.
b) do Poder Legislativo:
Deputados Federais e Senadores;
Ministro do Tribunal de Contas da União;
Deputados Estaduais e Distritais;
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais;
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.
c) do Poder Judiciário:
Ministros dos Tribunais Superiores;
Membros de Tribunais;
Juízes;
Auditores da Justiça Militar.
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder é
Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.
As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo
respectivo:
Senhor Senador,
Senhor Juiz,
Senhor Ministro,
Senhor Governador,
No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades tratadas por
Vossa Excelência, terá a seguinte forma:
A Sua Excelência
o Senhor Fulano de Tal
Ministro de Estado da Justiça
70.064-900 - Brasília. DF
A Sua Excelência
o Senhor Senador Fulano de Tal
Senado Federal
70.165-900 - Brasília. DF
A Sua Excelência
o Senhor Fulano de Tal
Juiz de Direito da 10a Vara Cível Rua ABC, no 123
01.010-000 - São Paulo. SP
Lista de Abreviaturas
A
(a), (a.) = assinado(a)
(aa), (aa.) = assinados(as)
a/c, A/C = ao(s) cuidado(s)
ad fin. ad finem, = até o fim
ad infin. ad infinitum, = até o infinito, inumeravelmente
ad init. ad initium, = no início, logo no início
ad int. ad interim, = interinamente, no ínterim
ad loc. ad locum, = ao lugar, para o lugar
add adde ou addatur, = junta, junte-se
adm. púb. = administração pública
adv.º, Advº = advogado
ap., apart.= apartamento
aprox. = aproximadamente
art., Art. = artigo
at.te = atenciosamente
aux.º = auxílio
aven., Av. = avenida
B
B.el = bacharel
B.éis = bacharéis
bibliog.= bibliografia
bibliot. = biblioteca
buroc. = burocracia
C
c/ com, = conta
cap., Cap. = capítulo, capital
caps. = capítulos
c/c = conta corrente, combinado(a)(s) com
C.C. = código civil
C.Com. = código comercial
cet. par. ceteris paribus, = sendo iguais (semelhantes, equivalentes) as outras coisas
cf. = confere, compare, confira, confronte, confronte com, verifique
Cia., Cia, Cia, C.ia = companhia
cif, C.I.F. cost, insurance and freight, = custo seguro e frete
cit. citação, citatus, citata, citatum, = citado, citada, citado (neutro)
citt. citati, citatae, citata, = citados, citadas, citados (neutro)
cód. águas = código de águas
cód. civ. = código civil
cód. com. = código comercial
cód. cont. = código de contabilidade
cód. pen. = código penal
cód. proc. = código de processo
cód. proc. civ. = código processual civil
cód. proc. pen. = código processual penal
cód. trab. = código do trabalho
cons.o, consel. = conselheiro
const., Const. = constituição
Cont.dor, Contor = contador
contab. = contabilidade
corresp. = correspondência
cump.to = cumprimento
cx, cx. = caixa
D
D. = dom
Da, D.a, Da. = dona
dec. = decreto
dep. = departamento
deps. = departamentos
Desemb., Des.dor, Des.or = desembargador
dir. adm. = direito administrativo
dir. ant. = direito antigo
dir. civ. = direito civil
dir. com. = direito comercial
dir. const. = direito constitucional
dir. consuet. = direito consuetudinário
dir. crim. = direito criminal
dir. fisc. = direito fiscal
dir. intern. = direito internacional
dir. pen. = direito penal
dir. pol. = direito político
dir. proc. = direito processual
dir. públ. = direito público
dir. rur. = direito rural
dir. trab. = direito do trabalho, direito trabalhista
doc. = documento
docs. = documentos
Dr., D.r = doutor
Drs. = doutores
Dra., Dra, Dra, D.ra, = doutora
Dr.as = doutoras
E
ed. = edição, editado
E.D. = espera deferimento
e.g. exempli gratia, = por exemplo
E. M. = em mão, em mãos
E.M.P. = em mão própria, em mãos próprias
E. R. = espera resposta
et al. et alii, et aliae, et alia, = e outros, e outras, e outro (neutro)
etc. et cetera, = e as demais coisas
ex. exemplo(s), = em exemplo, por exemplo
Exa., Ex.a, Exa = excelência
Exma., Ex.ma = excelentíssima
Exmo., Ex.mo, Exmo = excelentíssimo
F
fol., f., fl.= folha
fols., ff., fls.= folhas
fig. = figura, figuradamente, figurado
fin. públ. finanças públicas
fisc. = fiscal
F.O.B. free on board, = livre a bordo
for. = forense, praxe forense
form. = formulário
fs. = fac-símile
fss.= fac-símiles
G
grd, gde = grande
gloss. = glossário
gov. = governador, governadoria, governo
G/P = ganhos e perdas
gráf. = gráfico
H
h = hora, horas
hab. = habitante, habitantes
hipót. = hipótese
hist. contemp. = história contemporânea
hist. inst. = história das instituições
hist. mod. = história moderna
I
i.e. id est, = isto é
ib., ibid. ibidem, = no mesmo lugar
id. idem, = o mesmo
id. q. idem quod, = o mesmo que
Ilma., Ilma. = ilustríssima
Ilmo., Ilmo, Ilmo.= ilustríssimo
incog. incognito, = de forma não conhecida
índ. = índice
inf. = infra, abaixo
inform. = informação
in loc. in loco, no lugar, nesse mesmo lugar
inst., instit.= instituição, instituto
inst. pol. instituições políticas
inst. públ. = instituições públicas
itál. itálico
J
jur.= jurídico
juris, jurisp.= jurisprudência
J.z, Jz juiz
L
l = linea, linha
ll. lineae,= linhas
l., L., l.o, lo, liv. liber, = livro
lat.= latim, latinismo, latino
leg. fin. = legislação financeira
leg. soc.= legislação social
lit. litteraliter,= literalmente
l.c., loc. cit. locus citatus,= lugar citado, loco citato, = no lugar citado
loq. loquitur, = disse
L.Q. lege, quaeso, = lê ou leia, por favor
Ltda., ltda., Ltd., Lt.da, L.da = limitada
M
m = metro, metros, minuto, minutos
mat. fin. = matemática financeira
máx.= máximo
M.D. = muito digno
memo. memorandum, = memorando
m/ = meu(s), minha(s)
min = minuto(s)
mín. = mínimo
MM., m.mo = meritíssimo
muit.mo = muitíssimo
munic. = municipal
N
n., nº, n.º, núm., Nº = número, números
n.b., N.B. nota bene,= note bem
non seq. non sequitur, = não segue
O
ob. cit. = obra citada
obg.mo, obr.mo = obrigadíssimo
obr.º = obrigado
obr. púb., Obr. Púb. = obras públicas
obs. = observa, observe, observação(ões)
of. = oficial, ofício
o m. q. = o mesmo que
op. cit. opere citato, = na obra citada,
opus citatum, = obra citada
opp. citt. opera citata, = obras citadas
op. laud. opus laudatum, = obra citada
P
p/ = para, por
pág., p. = página
págs., pp. = páginas
P.D. = pede deferimento
p.e. partes aequales, = partes iguais
P.E.F. = por especial favor
P.E.O. = por especial obséquio
p. ext. = por extensão, por extenso
pg. = pago, pagou
P.J. = pede justiça
P.M. = prefeitura municipal
P.M.O. = por muito obséquio
p.m.o.m. = pouco mais ou menos
P.M.P. = por mão própria
p.p. = por procuração, próximo passado
P.P. = para protestar
P.P.S. post post scriptum, = depois do que foi escrito
pref.= prefeito, prefeitura, prefixo
pres., presid., Pres. = presidente
presid. = presidência
prev. soc. = previdência social
P.R.J. = pede recebimento e justiça
proc. = processo, processualística, procuração, procurador
proc. = dados processamento de dados
prof., Prof. = professor
profs., Profs. = professores
prof.a, Prof.ª = professora
prof.as, Prof.as = professoras
pro temp. pro tempore, = para o tempo em que for oportuno
P.S. post scriptum, = pós-escrito
pt = ponto
pts. = pontos
public.= publicação, publicidade
Q
q.e.d. quod erat demonstrandum, = o que se queria demonstrar
q.v. = queira ver, quod vide, veja isso
R
R. = rua
ref. = referência, referente
Rem.te = remetente
R.S.V.P. répondez, s'il vous plait, = respondei, por favor
S
s = segundo, segundos
S.A.= sociedade anônima
S.A.R.L. = sociedade anônima de responsabilidade limitada
s.d. = sem data, sine die
s.e.o., S.E.O.= salvo erro ou omissão
S. Exa., S. Ex.a = sua excelência
S. Ex.as, SS. Ex.as = suas excelências
S. Ilma., S. Il.ma = sua ilustríssima
S. Il.mas, SS. Il.mas = suas ilustríssimas
s.m.j., S.M.J. = salvo melhor juízo
Sr. = senhor
Srs. = senhores
Sra., Sr.a = senhora
Sras., Sr.as = senhoras
Sr.ta = senhorita
Sr.tas = senhoritas
S.S.a = sua senhoria
S.S.as, SS.SS. = suas senhorias
sup.e s = uplicante
S.V.P. s'il vous plait, = por favor
T
tel., telef. = telefone
trib. = tribunal, tributário, tributos
U
u. e c. = usos e costumes
V
v., V. veja, vejam, veja-se
V. Exa., V. Ex.a = vossa excelência
V. Ex.as, VV. Ex.as = vossas excelências
V. Exma., V. Ex.ma = vossa excelentíssima
VV. Ex.mas = vossas excelentíssimas
v.g. verbi gratia, = por amor da palavra, por exemplo
V. Ilma., V. Il.ma = vossa illustríssima
VV. Il.mas = vossas ilustríssimas
vol. = volume
vols. = volumes
V.Sa., V.S., V. S.a = vossa senhoria
V. Sas., V. S.as, VV. SS. = vossas senhorias
V. Sa. Ilma., V. S.a Il.ma, V.S. Ilma = vossa senhoria ilustríssima
V. S.as Il.mas, VV. SS. Il.mas = vossas senhorias ilustríssimas
X
X.P.T.O. = excelente, magnífico, sem par
ORGANIZAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE
ARQUIVOS
SIGNIFICADO E IMPORTÂNCIA
CLASSIFICAÇÃO
Segundo:
A Agência Criadora em :
Conteúdo da Documentação em :
Administrativos ou Técnicos.
Acesso em :
EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS
Pastas Convencionais:
GUIA - retângulo de cartão forte que serve para separar as partes ou seções dos
arquivos ou fichários reunindo em grupos as respectivas pastas ou fichas.
SISTEMAS DE ARQUIVOS
MÉTODOS DE ARQUIVAMENTO
MÉTODOS BÁSICOS
REGRAS DE ALFABETIZAÇÃO
Para efeitos de arquivo, deve ser usado o alfabeto de 26 letras, em função das
muitas palavras em nomes estrangeiros que circulam em nosso país.
As regras de alfabetização podem ser alteradas, desde que sejam sempre
seguidos os mesmos critérios e feitas as remissivas necessárias para evitar
dúvidas futuras.
Tato o critério letra por letra quanto o de palavra por palavra podem ser adotados
para ordenação dos ítens, sendo que a escolha de um deles implica na completa
exclusão de outro.
Exemplo :
letra por letra palavra por palavra
S., M.E.
Saraiva , Marília
c) as partículas D', Da, de, Del, Des, Di, Du, La, Le, Les, Mac, Mmc, O', Van,
Vanden, Van der, Von, Vonder, se escritas com letras maiúsculas, são
consideradas como parte integrante do nome. Porém, quando escritas com letras
minúsculas não devem ser consideradas.
Exemplos : Carlos de Oliveira , George O'Brien, Henrique Du Pont.
e) os nomes com Santa, Santo e São seguem a regra dos formados por um
adjetivo e um substantivo.
Exemplos : Walter Santa Rita , Bonifácio São Tiago.
i) os nomes ligados por apóstrofo devem ser lidos como uma só palavra.
Exemplos : Armindo Sant'Anna deve ser lido "Santanna".
j) os sinais gráficos como crase, til, cedilha, etc, não são considerados.
Exemplos : Campanha, Clodoaldo - Campanha, Raul
MÉTODO GEOGRÁFICO
Neste caso deve ser obedecido a ordem alfabética das cidades, incluindo as
capitais, rigidamente. É imprescindível que sejam colocados os nomes dos
Estados em segundo lugar, porque há cidades com o mesmo nome em diferentes
Estados.
MÉTODO NUMÉRICO
Neste caso é feita uma anotação, nos índices, com a data em que se deu este fato
e a quem foi cedido o número.
ALFABÉTICO
Imóveis
Casas
Sítios
Terrenos
Loteamentos
Vendas, etc...
Este método não pertence nem a classe dos métodos básicos e nem a dos
padronizados. É considerado semi-indireto. É conhecido também pelos nomes de
Numeralfa e Alfanumérico. Consiste no uso de números agindo
concomitantemente com a ordenação alfabética dos documentos pelo nome.
São usadas notações fechadas, pois uma vêz numeradas as divisões não é mais
possível ampliá-las, a não ser que todos os documentos sejam renumerados.
a) para arquivamento;
b) para solicitar uma informação;
c) para verificar a existência de antecedentes, ser anexado a outro, etc.
d) em obediência a uma rotina.
02) LEITURA:
Cada documento deve ser lido cuidadosamente afim de verificar o seu conteúdo e
sob que notação deverá ser arquivado.
03) SELEÇÃO:
Selecionar o material que será realmente arquivado daquele que poderá ser
descartado.
A manutenção de um arquivo é dispendiosa e ocupa muito espaço. Portanto esse
trabalho de seleção requer conhecimento, critério e cuidado para não deixar de
arquivar o que é necessário, nem entulhar o arquivo de papéis desnecessários.
O selecionador deve conhecer as exigências que determinam a conservação de
documentos, tanto por lei como por necessidade de serviço.
04) REGISTROS:
05) CLASSIFICAÇÃO:
06) CODIFICAÇÃO:
07) ORDENAÇÃO:
a) acelerar o arquivamento;
b) diminuir o número de erros de arquivamento.
Os documentos deverão estar em perfeita ordem antes de serem arquivados.
Desta forma, aqueles referentes a uma mesma pessoa ou um mesmo assunto
estarão todos juntos.
08) ARQUIVAMENTO:
Guardar os documentos nas respectivas pastas e estas, por sua vêz, no arquivo,
de acôrdo com o método de classificação.
Periódicamente, deve ser feita uma verificação total nos arquivos para correção
de possíveis falhas de arquivamento ou rearquivamento.
Relações Humanas
As Relações Humanas são as ações e atitudes desenvolvidas pelos contatos
entre pessoas e grupos. Os indivíduos dentro da organização participam de
grupos sociais e mantêm-se uma constante interação social. Relações Humanas
são as ações e atitudes desenvolvidas pelos contatos entre pessoas e grupos.
Cada indivíduo é uma personalidade diferenciada que influi no comportamento e
atitudes uns dos outros com quem mantém contatos. É exatamente a compreensão da
natureza dessas relações humanas que permite ao administrador melhores resultados de
seus subordinados.
"Onde houver duas pessoas, com certeza teremos um relacionamento".
Diante do crescimento demográfico, mobilidade espacial de indivíduos e de grupos,
multiplicabilidade de aspectos da vida moderna, número elevado de instituições e de
grupos aos quais pertencemos (às vezes até mesmo involuntariamente), contatos rápidos
e superficiais que necessitamos manter com diferentes pessoas de classes sociais, além
de outros fatores, vieram alertar os psicólogos, administradores, educadores e demais
profissionais, quanto à importância do estudo das relações humanas.
Não é surpresa para ninguém que as pessoas diferem umas das outras, não havendo dois
seres iguais no mundo. O homem sempre teve consciência das suas características
individuais, das suas necessidades diferenciadas. Vejamos o exemplo de dois irmãos que
foram gerados por pais de uma única família, tiveram a mesma criação, a mesma
educação social e moral, mas desde pequenos demonstram características diferentes no
comportamento no caráter moral e social.
Então façamos as perguntas:
"Por que os indivíduos diferem entre si? Quais são os fatores que produzem variações
comportamentais?"
Essas perguntas estimulam longas discussões. Além de sua importância teórica, o
problema da causa das diferenças individuais tem significado prático de longo alcance em
muitos campos. Entender o que impulsiona o indivíduo para estabelecer seus contatos,
bem como as formas de comportamento adotados em uma ou outra situação são temas
que, entre outros, vãos servir de subsídio para um relacionamento interpessoal rico e
produtivo.
Sendo assim, qualquer atividade destinada a melhorar o desenvolvimento das relações
entre as pessoas precisa basear-se na compreensão dos aspectos que influenciam o total
desenvolvimento. Observar com atenção os fatores que caracterizam uma relação
harmoniosa entre as pessoas é saber respeitar cada indivíduo com suas características e
peculiaridades.
Não é fácil aceitar às vezes nem mesmo as nossas próprias atitudes, então precisamos
aprender que, se quisermos nos relacionar adequadamente com outro indivíduo,
precisamos nos relacionar bem primeiro com nós mesmos, vencendo nossos obstáculos
internos (medos, desconfiança, insegurança, etc).
Como lido no início, "Onde há duas pessoas, há um relacionamento", e assim sendo, com
certeza estaremos falando em conflitos de crenças, costumes, gostos, educação, etc.,
pois relacionamentos são repletos de 'surpresas', que distinguem um indivíduo do outro.
Se abordarmos as relações humanas num contexto mais profundo, perceberemos que as
nossas começam quando ainda estamos no útero de nossas mães. O primeiro contato, a
primeira sensação de segurança, vem deste íntimo uterino, quando estamos sendo
gerados. Infelizmente não nos lembramos das palavras carinhosas e nem dos afagos, mas
essas primeiras informações nos são registradas no sótão do nosso sub-incosnciente, e
desta fase surgem as nossas primeiras características como indivíduo.
Conclusão:
• Havia um ambiente amistoso e sem pressões, na qual a conversa era permitida, o que
aumentava a satisfação no trabalho;
d) Grupos Informais
Enquanto os clássicos se preocupavam com aspectos formais da organização como
autoridade, responsabilidade, especialização, estudos de tempos e movimentos,
princípios gerais de Administração, departamentalização etc., os autores humanistas se
concentravam nos aspectos informais da organização como grupos informais,
comportamento social dos empregados, crenças, atitude e expectativa, motivação etc. A
empresa passou a ser visualizada como uma organização social composta de grupos
sociais informais. Esses definem suas regras de comportamento, formas de recompensas
ou sanções sociais, objetivos, escala de valores sociais, crenças e expectativas que cada
participante vai assimilando e integrando em suas atitudes e comportamento.
e) Relações Humanas
As relações humanas são as ações e atitudes desenvolvidas a partir dos contatos entre
pessoas e grupos. Cada pessoa possui uma personalidade própria e diferenciada que
influi no comportamento e atitudes das outras com quem mantém contato. A
compreensão das relações humanas permite ao administrador melhores resultados de
seus subordinados e a criação de uma atmosfera na qual cada pessoa é encorajada a
exprimir-se de forma livre e sadia.
A Teoria das Relações Humanas foi desenvolvida principalmente por cientistas sociais
entre eles George Elton Mayo, considerado o fundador da escola graças às conclusões
obtidas na Experiência de Hawthorne, sendo um movimento de oposição a Teoria
Clássica.
Pressupostos da Abordagem Humanística
As pesquisas de Elton Mayo deram início a uma nova abordagem com relação a resolução
de problema administrativos, centrado no processo de motivação do indivíduo para
alcançar as metas da organização. Alguns pressupostos foram então lançados:
• Integração e comportamento social - Mesmo com ótimas condições físicas de
trabalho, o indivíduo socialmente desajustado não será eficiente. Logo, aspectos
sociais, psicológicos e emocionais são mais importantes que os técnicos. A
integração grupal é primordial para o sucesso do indivíduo. A administração que
procura eficiência e mais produtividade deve tentar conciliar seus objetivos com
os dos funcionários.
• Participação nas decisões - É fundamental a participação de cada indivíduo no
processo de decisão. Ele é um ser pensante, deve estar sujeito a um certo controle
de alcance de metas mas não ao ponto de influenciá-lo em seu modo de trabalho.
A participação estimula a iniciativa dos funcionários e aumenta a produtividade
empresarial.
• Homem social - O comportamento dos funcionários está condicionado tanto aos
aspectos biológicos quanto as regras e padrões sociais. De acordo com a
motivação psicológica empregada, a recompensa monetária passa a ser supérfula.
Reconhecimento, aprovação social e participação são fundamentais.
• Conteúdo de trabalho - Trabalhos entediantes prejudicam o rendimento e a
produção do indivíduo. As tarefas devem ser interessantes fazendo com que seu
executor desenvolva interesse na produtividade e qualidade.
Contribuições na Abordagem Humanística
Oliver Sheldon
Apresentou em 1923 uma filosofia de administração enfatizando as responsabilidades
sociais da empresa. Sua (a empresa) obrigação era tanto oferecer produtos/serviços,
como zelar pelo bem-estar da comunidade.
Alfred J. Marrow
Introduziu métodos de pesquisa da psicologia aplicada à solução dos problemas
organizacionais, defendendo a criação de um ambiente de trabalho capaz de atender as
necessidades dos funcionários.
Ordway Tead
Defendia a compreensão do comportamento administrativo a partir do conhecimento da
natureza humana.
Mary Follet
Dava grande importância às relações individuais na organização e ao reconhecimento das
motivações dos trabalhadores, cujas reações não podem ser definidas com precisão.
Também analisava padrões de comportamento dos funcionários dentro das organizações.
Críticas a Abordagem de Relações Humanas
Similarmente a Teoria Científica e a Teoria Clássica, a abordagem humanística foi alvo de
muitas críticas:
• Negação do conflito empresa-funcionário - O movimento humanístico nega a
existência das diferenças entre os interesses da empresa e o interesse dos
funcionários. Isso reflete a superficialidade na abordagem ao tema.
• Restrição de variáveis e da amostra - A restrição de poucas variáveis e limitando-
se apenas a análise de fábricas, resultou uma impossibilidade de generalização de
resultados.
• Concepção utópica - Tinha uma visão idealizada de um funcionário feliz e
integrado ao ambiente de trabalho. Felicidade e produtividade não são diretamente
proporcionais (funcionários infelizes podem produzir bastante).
• Ênfase excessiva nos grupos informais - Existiu uma supervalorização no fator
"Integração Grupal" com relação a produtividade. Tal fator representa apenas uma
característica capaz de influenciar na produtividade.
• Espionagem disfarçada - O estímulo à participação dos funcionários nas decisões
acabou sendo burlado. Tal espaço cedido foi usado pela empresa com intuito de
espionar idéias e insatisfações dos funcionários.
• Ausência de novos critérios de gestão - Não forneceu critérios de gestão, não
esclarecendo o que pode ou não pode ser feito para obtenção de melhores
resultados. Além disso, não apresenta uma visão sócio-econômica realista das
relações empresa-funcionário.
A Teoria de Herzberg
Herzberg (1973, p.53), formulou uma teoria com aplicação específica para as atitudes no
trabalho que podem ter relação com certos aspectos do potencial humano no trabalho.
A teoria de higiene como motivação das atitudes no trabalho iniciou com um profundo
estudo de entrevistas com mais de 200 engenheiros e contadores representando a
indústria de Pittsburgh (Estados Unidos).
Herzberg (1975), formulou uma hipótese na qual os fatores que influíam na produção de
satisfação profissional eram desligados e distintos dos fatores que levavam à insatisfação
profissional. Os estudos realizados por Herzberg levaram-no a considerar que os dois
sentimentos, quer sejam satisfação e insatisfação, não eram contraditórios entre si. Para
o autor, "o oposto de satisfação no trabalho não é a insatisfação, mas sim nenhuma
satisfação no trabalho; e da mesma forma, o oposto de insatisfação no trabalho não é a a
satisfação, mas sim nenhuma insatisfação no trabalho" (Herzberg, 1975, p.7).
Segundo essa teoria, as pessoas têm duas categorias diferentes de necessidades,
essencialmente independentes entre si e que influenciam o trabalho de maneira diferente.
São eles os fatores de higiene ou manutenção e os motivadores (Herzberg, 1975; Hersey &
Blanchard, 1986, p.8).
PARA REFLETIR
O Homem precisa aprender a conhecer a si mesmo, e ter equilíbrio e percepção em suas
atitudes.
Respeito, espaço, direitos, deveres, obrigações, valores, são regras que não basta
conhecer, precisamos colocá-las em prática. Assim estaremos entrando na linha do
contínuo crescimento, e então o homem entenderá que ele é o único responsável por tudo
o que lhe acontecer na vida.
A consciência humana do crescimento necessita ser despertada, e todos nós temos a
capacidade de fazê-la; mas, muitas vezes, por comodidade, preferimos deixá-la dormir... E
então percebemos que dez anos passam muito rápido, e que mais dez vêm chegando, e
enfim continuamos a atribuir as nossas responsabilidades a outras pessoas e não
percebemos que esta continua sendo a atitude mais fácil e o caminho pior...
Relações Humanas
As seis palavras mais importantes:
Admito que o erro é meu
Comunicação
COMUNICAÇÃO é a utilização de qualquer meio pelo qual um pensamento 'transmitido de pessoa a
pessoa sem perder, tanto quanto possível sua intenção original.
O objetivo da comunicação é de influenciar para afetar com intenção, visando uma reação especifica
de uma pessoa ou grupo (mudança no comportamento).
Num passado não muito distante, acreditavam que para manter uma comunicação era necessário
apenas um diálogo, ou uma escrita, mas estudos recentes da psicologia moderna constataram que
alguns itens a mais constituem uma comunicação real.
Nesta constatação de processo, deve-se observar que a fonte e o receptor são sistemas similares. Se
assim não fosse, não haveria comunicação.
Vejamos:
Sabemos agora que existem vários tipos de comunicação, e que é preciso conhecê-los para termos
êxito ao estabelecer a comunicação.
Temos assim os elementos do processo da comunicação, a fonte da comunicação
o codificador
a mensagem
o canal
o decodificador, e
o receptor da comunicação
Ao tratarmos especificamente de comunicação pessoa a pessoa, que é o modelo mais simples e o que
mais nos interessa, podemos agrupar fonte e codificador num único elemento, fazendo-se o mesmo
com o decodificador e o receptor, resultando em quatro elementos:
emissor
receptor
canal, e
mensagem
Contexto
Código
E Mensagem R
Canal
Observação importante: devemos ficar atentos, para as falhas, às distorções, as deformações nas
mensagens, os devaneios e as falsas verdades, as quais fazem com que raramente um fato seja
relatado da maneira que realmente ocorreu.
Embora cada situação comunicativa seja única, ainda assim é possível isolar certos elementos do
processo que são comuns a toda e qualquer comunicação.
Vejamos os tipos de Comunicação:
Comunicações Orais: são as ordens, pedidos, colóquios, "bate-papos", comunicações telefônicas, pelo
rádio, debates, discussões, etc.
Comunicações Escritas: são as cartas, jornais impressos, revistas, cartazes, etc.
Comunicações Não Verbais: são as comunicações estabelecidas:
Por Mímicas: gestos das mãos, do corpo, da face (caretas).
Pelo olhar: podemos saber o que uma pessoa quer de nós muitas vezes pelo olhar.
Pela postura do corpo: o nosso corpo fala muitas vezes o que realmente gostaríamos de dizer
verbalmente.
Consciente ou inconscientemente: falar é uma atitude consciente enquanto a postura é inconsciente.
COMUNICACÃO ORAL
A palavra, escrita, falada, ainda é a forma mais perfeita e segura de comunicação entre os homens.
Mesmo que ela venha se transformando através dos tempos, o ser humano jamais poderá prescindir
dela, pois é através de seu uso que revelamos aos outros o que e quem somos, nossas idéias, nossos
conhecimentos, nossa cultura e nossas vontades.
Na prática interelacional/institucional a comunicacão oral tem relevada importância visto que
representamos uma organização, empresa ou mesmo um executivo, no papel de porta vozes.
Para uma comunicação clara e eficiente, a CLAREZA E A OBJETIVIDADE devem ser as palavras
de ordem aliadas à moderação e a prudência.
Deve-se ter como compromisso pessoal o desenvolvimento de um vocabulário rico, com palavras
simples e atuais, porém exatas, tomando todo o cuidado para empregá-lo adequadamente, o que
revelará a qualidade de formacão cultural e profissional do individuo.
A giria jamais deve fazer parte da sua comunicacão profissional. Além de ser deselegante e destoante,
demonstra pobreza de vocabulário. Os modismos e a influência da linguagem coloquial de novelas e
programas de t.v. fazem com que seu uso seja massificante. Por vezes, nem percebemos que estamos
nos utilizando dela. É prudente policiar-se para não empregá-la na atividade de trabalho.
A expressão corporal (entenda-se a maneira de falar) complementa a expressão verbal. Por isso,
deve-se desenvolver uma forma elegante de falar, evitando trejeitos, gestos exagerados ou afetação.
Evite falar muito devagar ou muito rápido . Você sabe quantas palavras se fala por minuto?
Teste-se a si mesmo, e corrija-se, se falar muito devagar ou muito depressa.
Sua voz tem mil onflexões, use-as. Varie o tom de sua voz ao pronunciar certas palavras dando-lhe
ênfase. EX.Oh! sr. Chaves, estou tão feliz que o sr. tenha vindo! Pronunciando-as em tom mais alto,
isso legará à sua voz variações e as tornará mais interessante ao interlocutor.
TÉCNICAS DE ATENDIMENTO
• Informe-se de tudo o que ocorre, tanto em seu ambiente de trabalho como com o que
ocorre no resto do mundo, através de circulares, jornais, rádios, televisão,etc.
Toda instituição, seja ela pequena, média ou de grande porte, possui sempre um sistema
telefônico instalado, para comunicação com o público, fornecedores e com o staf interno.
Assim sendo, a pessoa mais importante é a (o) atendente, com a qual a instituição conta
para seu sucesso, pois é através do (a) atendente que é feito o primeiro contato do
público com a instituição, por esta razão seu procedimento deverá ser sempre gentil,
correto e atencioso, para que todos tenham uma boa impressão da instituição.
Toda (o) atendente deve ter consciência de que é um (a) funcionário (a) muito importante,
sendo assim, deverá se empenhar ao máximo para ter um ótimo desempenho em seu
trabalho.
Para isso também será necessário seguir as sugestões, que aquí propusemos:
1) VOZ - Não fale nem muito alto, nem muito baixo, nem muito rápido, nem muito
devagar.
Procure ter uma pronuncia clara, objetiva, assegurando exatidão e evitando assim a
necessidade de repetição e, consequentemente perda de tempo.
2-CALMA - Toda (o) atendente executa várias tarefas , e por isso deverá manter-se
sempre calma (o), principalmente nas horas de maior fluxo de chamadas. Lembre-se: o
atendente é treinado (a) para prestar bons serviços, apesar das dificuldades que possam
surgir, mantenha-se sempre calma (o) em todas as situações.
3-CORTESIA - A (o) atendente deverá ser sempre gentil e cortez em seu atendimento ,
demonstrando sempre amabilidade, principalmente nos momentos difíceis onde
encontrar pessoas insistentes e inconvenientes.
4) INTERESSE - Cada chamada deve ser atendida com especial interesse e sincero
desejo de ajudar.
Os usuários perceberão seu interesse ou indiferença , pelo simples tom de voz.
Quando ao telefone
ATENDIMENTO DE CHAMADAS
Fraseologias Adequadas
Seu atendimento deverá se processar sempre da forma mais rápida possível, porém
nunca de maneira incompleta ou indelicada. Recomenda-se sempre o uso das expressões
"por favor", "senhor (a)", "as suas ordens", "pois não", etc., pois ajudam muito no
relacionamento da telefonista com as pessoas com as quais ela vai manter contato,
durante sua jornada de trabalho.
• uso das expressões "bem", "benzinho", "meu amor", devem ser evitadas, pois podem
significar uma intimidade indesejada.
Normas e Cuidados
1) A discagem ou teclagem deve ser feita imediatamente, após o tom de linha, pois se
você demorar para dar início à discagem, ou der intervalo longo entre um número e
outro, a linha poderá cair. A discagem deve ser feita com o dedo indicador, o disco é
muito sensível, por isso não se deve usar objetos para discar. Nunca forçe o seu
retorno, cada algarismo deve ser discado assim que o disco volte à posição normal.
2) Atenda prontamente aos sinais de chamadas ( internos / externos) , quando todos
estiverem chamando ao mesmo tempo, entre em cada linha e peça "Um momento por
favor" , depois volte à primeira e atenda pela ordem, um por vêz.
3) O sigilo das ligações deve ser respeitado. Ouvir conversas telefônicas é falta grave,
passível de punições previstas por Lei e fere a ética profissional.
Quando alguém solicitar uma chamada pelo nome da pessoa, informe a ela o número do
ramal, para que em futuras chamadas ela facilite o seu trabalho.
Comportamento Profissional
O comportamento profissional está sujeito a regras de conduta que precisam ser
adaptado à personalidade de cada um.
f) Assumir uma Postura Adequada : nunca comer, beber, lixar unhas, pentear-se ,
maquiar-se, etc.em seu recinto de trabalho, principalmente na recepção. Não ficar
falando assuntos particulares ao telefone. Não falar alto demais, cantar, assobiar,
contar piadas, mascar chicletes, ler revistas ou jornais, durante seu horário de
expediente.
h) Mantenha Registro dos Telefonemas : mesmo que sua memória seja ótima, sempre
anote tudo que lhe for pedido ao telefone, mantenha também anotado todas as ligações
efetuadas interurbanas para controle mensal das contas telefônicas.
Recados
Blocos de Recados Telefônicos : Tenha sempre a mão um bloco para anotar recados,
deixados pelos clientes.
Arte de Entender Nomes e Perguntas para Anotar Rapidamente : Não entre em pânico se
lhe pedirem que transmita um recado longo ou complicado. Embora seja desagradável
pedir ao interlocutor que repita algo que você não compreendeu, lembre-se que seu
embaraço ainda será maior ao entregar ao seu chefe um recado errado ou incompleto.
Em caso de palavras ou nomes difíceis ou estrangeiros, peça à pessoa que soletre. Use
sempre nomes de pessoas para identificar a letra que você não entendeu (C de Carlos, F
de Fernando).
Atendimento ao Público
Cumprimente sempre o interpelante ou visitante com um "Bom Dia" ou "Boa Tarde".
Deixe-o identificar-se e dizer o que deseja e escute atentamente para poder encaminhá-
lo à pessoa correta.
Solicite-lhe que aguarde um instante e ofereça-lhe uma cadeira e até mesmo um
cafézinho se for possível.
Avise a pessoa com que o interpelante ou visitante deseja falar, peça que venha até a
recepção ou se for norma da instituição você deverá acompanhar o cliente até a pessoa
ou departamento com que ele deseja falar, depois de avisá-los e receber a resposta que
poderá entrar.
Se você estiver atendendo à uma ligação telefônica e chegar um visitante cumprimente-o
com um movimento de cabeça para que ele perceba que foi notado e aguarde você poder
recebê-lo.
Aparência Pessoal
Procure vestir-se bem, porém com simplicidade. Na medida do possível use roupas de
acordo com o seu tipo físico. Jamais em um ambiente de trabalho use degotes profundos,
saias com grandes aberturas ou roupas muito justas.
Use maquilagem descreta e o cabelo bem limpo e penteado, nunca caído no rosto, se
necessário prenda-o.
Tenha sempre unhas aparadas e pintadas, se o esmalte começar a descascar melhor
retirá-lo e usar somente uma base ou brilho.
RELAÇÕES PÚBLICAS
O termo Relações Públicas pode ter diversos significados de acordo com o determinante
que precedê-lo. Pode-se usá-lo para designar o profissional, a profissão, o processo, a
atividade, a função e o cargo, sendo que todas essas designações só se fizeram possíveis
a partir do processo das relações sociais. Portanto, além da sua polissemia dentro de
cada uma das designações, tem-se conceitos complexos e diferentes trazidos por
diversos autores para a sua concepção.
Algumas definições e conceitos:
"Para conceituar relações públicas, devemos partir da dedução da definição operacional
que oferece as tradicionais etapas do exercício de RP: Diagnosticar a dinâmica no sistema
organização-públicos na conjuntura política-econômica; prognosticar o que irá acontecer,
neste sistema, a curto e médio prazos, assessorar os líderes nas políticas
organizacionais, implantar programas de comunicação e, por fim, avalilar os resultados da
intervenção no relacionamento organização-públicos.
Realizando uma leitura da definição operacional que é quase de consenso mundial -
chega-se a uma definição conceitual que: Relações Públicas é a gestão da função
organizacional política.
Podemos dizer que as funções estratégicas das relações públicas, de um modo geral, são
as de gerenciar as políticas da organização e conduzir os seus discursos para com os
públicos, diferenciando-os, estrategicamente, em relação ao seu posicionamento perante
o poder da organização, e visando sempre o interesse comum como um pressuposto do
interesse específico de legitimar o poder decisório da organização frente aos seus
diversos públicos.
Toda profissão possui uma finalidade moral. A Medicina tem a busca da Saúde, O Direito
busca a Justiça. As Relações Públicas buscam a Harmonia social no sistema organização-
públicos".
Portanto, as relações públicas são todos os esforços realizados no sentido de buscar,
com as atividades de comunicação, um ambiente que propicie o desenvolvimento
harmonioso dentro da instituição e um clima de compreensão e boa vontade com seus
públicos externos. A função consiste em trabalhar a imagem da instituição junto à opinião
pública, por meio de ferramentas eficazes, como: - planejamento estratégico da
comunicação corporativa (imagem da instituição)
Imagem é o conceito que as pessoas têm e/ou formam sobre as coisas. O maior
patrimônio da instituição é a imagem. Crie e mantenha a imagem positiva da sua
instituição junto a seus públicos prioritários, divulgando suas filosofias, políticas e
atitudes. Tendo um planejamento de Comunicação Institucional, o acompanhamento
constante da imagem percebida pelos públicos da instituição é feito de forma organizada,
profissional e com resultados efetivos.
- comunicação dirigida aos diversos públicos com que a instituição se relaciona:
funcionários, parceiros comerciais, associações de classe, comunidade, formadores de
opinião, governo, público em geral
- relações com a imprensa.
- administração de crises.
As relações públicas também englobam auditoria de opinião pública, jornalismo
empresarial - desde a criação de conceitos básicos para um jornal até sua impressão,
passando pelo layout, redação das matérias, coordenação geral, inclusive de fotos e
produção da arte-final -, relações com diversos segmentos dos públicos prioritários,
projetos especiais em geral, peças impressas, produções audiovisuais, eventos e
serviços de apoio a marketing de serviços.
A necessidade do uso de relações públicas com a população é cada vez mais clara entre
os profissionais que atuam nos setores de atendimento e relacionamento com esse
público. Primeiro porque o fazer da atividade de relações públicas envolvem estudos e
pesquisas que englobam não só a relação direta da instituição ou empresa com o seu
público usuário (requerente/cliente/cidadão), mas, ações com os públicos internos,
responsáveis diretos pelo atendimento que o público recebe independentemente do canal
de comunicação utilizado para acesso a instituição.
Tendo em vista que algumas características da sociedade contemporânea têm formatado
um novo tipo de público/cliente/cidadão, muito mais exigente, seletivo e com alto grau de
insatisfação intrínseca, e ainda que o advento das legislações de proteção à prática do
consumo de bens ou serviços enfatizou essas características, percebemos que há uma
necessidade de desenvolvimento de estratégias comunicacionais e administrativas cada
vez mais elaboradas para manter a positiva imagem da instituição ou empresa.
Numa sociedade midiática, como a que vivemos, sabemos que as pessoas não adquirem
produtos ou serviços apenas por necessidade, pela qualidade ou pelo preço que está
sendo ofertado, muito menos pela relação custo-benefício que aquele bem ou serviço
possa oferecer. Claro que esses itens são importantes e decisivos na hora de aportá-los,
mas, uma aquisição pode ser efetivada por muitas outras razões de valor meramente
simbólico.
Uma das teorias mais utilizadas, tanto pelos profissionais de marketing, quanto pelos de
comunicação e administração, no desenvolvimento de planos que visam à obtenção dos
objetivos organizacionais, é a Teoria da Motivação (TM), de Maslow. Essa teoria diz que:
"O homem tem cinco necessidades:
1. fisiológicas: constituem as básicas de seus desejos, como fome, sede;
2. segurança: compreendem o medo do desconhecido, como falta de moradia, receio de
perder o que já foi conseguido;
3. efetivas: que surgem depois de satisfeitas as anteriores, ou seja, o homem quer ser
aceito pelo grupo ao qual pertence, família, seus colegas de trabalho e de lazer;
4. estima: após atingir as necessidades efetivas, o homem almeja o prestígio, o status, o
reconhecimento de todos que o cercam;
5. realização: quando o indivíduo está com todos os outros níveis satisfeitos, procura a
realização, deseja desenvolver toda a sua especialidade no campo profissional, deseja ser
o melhor (CESCA; CESCA, 2000, p. 40)."
Para uma melhor interpretação, é mister compreendermos melhor essa teoria. Uma
pequena subdivisão nas cinco necessidades sistematizadas por Maslow nos permite
chamar de "necessidades" apenas os dois primeiros itens, as necessidades fisiológicas e
de segurança, têm a ver com algo imprescindível a todos os homens, independentemente
de influências culturais por meio das relações sociais estabelecidas. As outras, as
"afetivas", as de "estima" e de "realização", chamaremos de "desejos", pois, segundo
nosso ponto de vista, transcendem as questões meramente físicas e se inserem no plano
da composição dos hábitos e costumes da sociedade que aquele indivíduo,
especificamente, faz parte.
Se, de um lado, as instituições investem cada vez mais na relação com os seus
públicos/clientes/cidadãos, criando canais de comunicação em via de mão dupla para
tentar entender as suas verdadeiras necessidades e desejos, de outro, o requerente ou
consumidor tem estado cada vez mais atento aos seus direitos, exigindo, inclusive, do
Estado, políticas públicas voltadas à regulação dos mecanismos da oferta de serviços,
mercado e da comunicação de massa.
Com esse novo quadro, muitas organizações, tanto privadas quanto públicas, criaram os
seus Serviço de Atendimento ao Consumidor ou ao Cidadão (SAC's),
Os SAC's, portanto, surgem da demanda das organizações de atender os clientes com
presteza, tanto para dar conta da nova postura de cliente-cidadão desenvolvida pelos
novos consumidores, muito mais exigentes e questionadores dos seus direitos, quanto
para atender às novas regras jurídicas trazidas pelos institutos estabelecidos.
Os SAC's, em linhas gerais, têm como principais finalidades:
"1) permitir ao consumidor um contato direto com a organização/instituição/empresa, por
meio de alguém que está ali especialmente para ouvi-lo;
2) evitar que o cidadão recorra aos órgãos de defesa oficiais, resguardando a instituição
ou empresa de prejuízo de imagem e conceito;
3) colher sugestões e críticas que permitirão à instituição / empresa o aprimoramento dos
seus serviços/produtos;
4) manter a instituição / empresa informada quanto à satisfação dos cidadãos com relação
a seus produtos e/ou serviços;
5) mostrar ao cidaadão que ele poderá ter respaldo, às suas reivindicações.
6) responder a todos os questionamentos, seja pessoalmente, por telefone, e-mail, fax ou
carta, com rapidez e eficiência;
7) solucionar todas as reclamações dos cidadãos, desde que sejam procedentes.
Já os setores de um SAC podem ser:
"1) Setor de reclamações: recebe todas as reclamações relativas a produto/serviço da
instituição e faz os encaminhamentos necessários para a sua solução.
2) Setor de atendimento a cartas, e-mails e fax: responde a todas as solicitações com
preocupação na qualidade das respostas; cada solicitação deverá ter uma resposta
individualizada.
3) Setor de atendimento telefônico: com horário definido, equipe permanente com
treinamento constante para satisfazer o cidadão, respondendo a todas as perguntas.
4) Setor de produção de material: produz manuais, folders, folhetos e outros, podendo ser
um setor com serviço terceirizado.
5) Setor de eventos: organiza todos os eventos necessários, como: programa de visitas,
lançamentos de concursos, entrega de prêmios, encontros específicos e outros que se
fizerem necessários.
6) Setor de pesquisa: realiza todas as pesquisas necessárias, coordenação de cadastros e
contatos com cidadãos, consumidores e líderes de opinião.
Percebemos, portanto, que o SAC tornou-se um valor imprescindível a ser agregado aos
produtos e/ou serviços oferecidos pelas organizações. Esse valor agregado, no entanto,
não representa exatamente um problema. Muito pelo contrário. Aquelas instituições que
sabem utilizar os seus SAC's para tentar entender os equívocos existentes nos seus
processos produtivos e administrativos, podem estabelecer, a partir das queixas e
reclamações dos cidadãos, níveis altíssimos de eficiência e eficácia das suas operações.
Para um bom aproveitamento das informações dos SAC's, entretanto, é de suma
importância que ele esteja subordinado a um setor que tenha habilidades naturais para
lidar com os públicos.
Os SAC's são um importante instrumento para detectar a latência e evitar possíveis crises
nas instituições. A partir das queixas e reclamações dos cidadãos é possível identificar,
por exemplo, boatos que possam afetar a imagem e a credibilidade de uma organização.
Mario Rosa em A síndrome de Aquiles coloca, com muita propriedade, que,
"As crises de imagem se sucedem na rotina de nossas vidas, uma após a outra, variando
de personagem para personagem, na dinâmica por vezes alucinante da vida real. Quando
se está dentro de uma crise, sem saber direito como enfrentá-la, sem dispor de
mecanismos para aferir sua evolução ou mensurar seus desdobramentos, é só aí,
infelizmente, que muitos se dão conta de que bem melhor teria sido agir antes, muito
antes, para que aquele verdadeiro inferno não estivesse acontecendo (ROSA, 2000, p.19)."
Nesse sentido, o gerenciamento das informações geradas pelas queixas e reclamações de
cidadãos insatisfeitos através dos SAC's, torna-se um elemento que merece, da alta
direção das instituições, uma grande atenção e, sobretudo, empenho para que sejam
criados processos e dispositivos metodológicos que permitam a análise de crises
latentes.
Rosa (2000) nos chama atenção para o fato de que "o sucesso não é um antídoto de crises.
Ao contrário, funciona muitas vezes como um passaporte para elas. Por maiores que
sejam a seriedade, ética e honestidade que você ou sua organização tenham".
A monitoração constante das informações dos SAC's, portanto, se faz necessária, mesmo
quando a organização vai bem, os serviços bem prestados, a mídia espontânea está a seu
favor, enfim, ainda que tudo esteja tecnicamente sob controle.
Uma crise de imagem se diferencia das demais crises, segundo Ian Mitroff, um dos
maiores estudiosos do tema, essencialmente, pelo seu agente provocador: o homem. Isso
torna tudo mais difícil, chamativo e perigoso. Mitroff explica que quando uma crise é
causada por um desastre natural não se pode culpar ninguém. Entretanto, quando a falha
é humana, imagina-se, em princípio, que o desastre poderia ter sido evitado e procura-se
sempre um culpado para responsabilizar (ROSA, 2000).
A valor simbólico que está por trás do fato é muitas vezes mais forte do que o fato em si.
Nesse sentido, as reclamações registradas pelos SAC's devem ser analisadas enquanto
expressão de valores por parte dos usuários, com a finalidade de se entender o que
sustenta aquela reclamação e qual a verdadeira razão que motivou o cidadão a apresentá-
la.
Nesse sentido, os canais disponibilizados pelos SAC's deveriam favorecer o maior grau
de interação possível dos cidadãos com a organização, tendo em vista o aprofundamento
das informações disponibilizadas para análise pelos seus gestores.
No entanto, de nada adiantará um bom entendimento das informações geradas pelos
SAC's, se essas informações não forem bem utilizadas pela organização para melhorar
seus processos comunicativos, administrativos ou produtivos, visando a qualidade da
relação com os seus públicos. Essa condição irrestrita nos remete à necessidade de
utilização de estratégias de relações públicas para a manutenção de um relacionamento
forte e duradouro com os nossos públicos prioritários e de interesse, especialmente na
área de serviços, que demanda forte comprometimento do público interno, o pessoal do
atendimento.
A necessidade de relações públicas estratégicas com o cidadão
Para entendermos a função estratégica das relações públicas no processo de gestão de
relacionamentos desenvolvido pelos SAC's de uma organização, será preciso estabelecer
a sua relação mais importante, que constitui o núcleo da atividade de RP: a relação
Organização-Públicos. Neste binômio, estão todas as conexões das relações sociais das
organizações e sua complexidade (SIMÕES, 1995).
Podemos dizer que as funções estratégicas das relações públicas, de um modo geral, são
as de gerenciar as políticas da organização e conduzir os seus discursos para com os
públicos, diferenciando-os, estrategicamente, em relação ao seu posicionamento perante
o poder da organização, e visando sempre o interesse comum como um pressuposto do
interesse específico de legitimar o poder decisório da organização frente aos seus
diversos públicos.
Em relação aos SAC's, o processo estratégico de relações públicas estará focado em dois
grandes grupos: o público interno (todos os funcionários, inclusive os de direção e os
terceirizados) e o usuário (cliente/cidadão).
Para o público interno, o Relações Públicas deve trabalhar estrategicamente com
programas de qualificação profissional e aprimoramento dos processos de atendimento e
processamento das informações recebidas através dos SAC's. É importante estabelecer
para esses públicos canais de comunicação em via de mão dupla, para que qualquer
pessoa envolvida no processo possa tirar dúvidas, criticar e/ou sugerir mudanças no
sentido de melhorar o andamento dos trabalhos, e, conseqüentemente, a qualidade dos
serviços prestados pela organização ao seu público usuário (cliente/cidadão).
O usuário, deve ser trabalhado no plano da cordialidade, tentando se criar uma relação de
afinidade deste usuário com a organização. Para isso, é preciso que não faltem alguns
elementos, como a presteza, a cordialidade e a boa vontade em resolver os seus
problemas, quando forem apresentados.
Muitas vezes uma reclamação de um cidadão significa que ainda existe alguma chance de
reverter o protesto em conquista de confiança, que irá divulgar positivamente o nome da
instituição. Para isso, é necessário que as instituições criem dispositivos que permitam
ao cidadão um maior nível de interação.
Para que esses processos sejam implementados, as instituições devem trabalhar as
relações públicas em sua plenitude, pois o relacionamento com o usuário deve ser
permanente, não podendo a organização, em nenhum momento, prescindir dele.
Percebemos, porém, que muitas vezes isso acontece devido à falta de conhecimento, por
parte dos gestores, da importância das relações públicas nesse processo como atividade
promotora da função política da organização, produtora de instrumentos e
institucionalizadora de toda e qualquer comunicação, em via de mão dupla, entre a
organização e seus públicos.
Nesse sentido, percebemos que o uso de relações públicas na relação da organização
com o seu público usuário (cliente/cidadão), não só é interessante como imprescindível,
pois garante a instituição o estabelecimento de processos de gestão e controle da sua
imagem perante a opinião pública.
• Realidade x Expectativa
Normalmente, na confecção de um orçamento, as pessoas envolvidas tendem a
elaborá-lo de acordo com suas expectativas em detrimento da realidade da situação.
Este fato acarreta distorções significativas, em alguns casos com sérios reflexos
financeiros e operacionais.
As distorções financeiras podem ser observadas quando, por exemplo, a previsão do
custo de pessoal de um determinado setor é subavaliado em função da expectativa de
quem o orçou. No transcorrer do período os recursos acabam e inevitavelmente "corte
de pessoal" é a única medida para sanear a questão.
Os problemas operacionais são observados nos casos de linha de produção. Quando
os custos são orçados a menor o risco da falta de recursos inevitavelmente recairá na
qualidade do produto, isto é, na aquisição de matéria-prima de pior qualidade ou na
contratação de mão-de-obra desqualificada.
• Base de avaliação
Os valores que irão compor o orçamento deverão ter preferencialmente como origem
o histórico da Instituição, quer seja nos balancetes contábeis anteriores ou, nos
também anteriores, relatórios gerenciais.
Na falta desses dados, as fontes de informações poderão ser obtidas através de
consultas a instituições que se encontram em situação similar, sendo que neste caso
especial atenção deverá ser dada a situações específicas de entrada e saída de
recursos da outra instituição.
Outra base de dados importante é a experiência profissional de cada elemento do
grupo, isto é, a capacidade de cada um para colaborar com informações, tendo em
vista situações similares já vividas em outras ocasiões.
Finalmente, quando nenhuma dessas alternativas estiver disponível, a linha de
atuação mais adequada será traçar uma meta em cada item do orçamento. A partir daí,
a meta será o valor orçado. No próximo orçamento você já terá como base um
histórico como referência. Diz o ditado chinês que é melhor estar aproximadamente
correto do que totalmente errado.
• Eventos subseqüentes
Na implantação e no acompanhamento da previsão orçamentária devemos estar
atentos para a possibilidade de alterações no fluxo de entrada e saída de recursos
originadas por fatores não orçados, e que a falta de previsão não tenha como origem
uma falha técnica, mas sim um fato eventual que em circunstâncias normais não
ocorreria.
Para este fato não há um procedimento técnico a ser tomado, há sim de se tentar
detectar este evento o mais rapidamente possível para que os dados do orçamento
seja refeitos e readaptados a nova situação.
• Padronização
Os relatórios e os formulários contendo dados orçamentários devem ser
confeccionados de maneira que facilitem a comparação com os demais relatórios
gerenciais da Instituição. Assim sendo, quando se fala de orçamento, fluxo de caixa e
contabilidade, é fundamental que estes relatórios sejam padronizados entre si porque,
em primeiro lugar, a leitura e a compreensão desses relatórios será mais objetiva e,
em segundo lugar, numa situação um pouco mais complexa, poderá ser adotada a
utilização de software que agrupe estes três relatórios em uma única base de dados.
Gestão Financeira
Gestão Financeira
1. Fluxo de Caixa: O objetivo do fluxo de caixa é apurar o saldo disponível de caixa, para
se tomar a decisão de captar os recursos necessários ou aplicar os recursos disponíveis.
O saldo de caixa não indica necessáriamente que a empresa está tendo lucro nem
prejuizo em suas atividades operacionais.
No fluxo de caixa deverão ser registrados todos os recebimentos (vendas a vista,
recebimento de duplicatas e outros recebimentos) e todos os pagamentos (compras a
vista, pagamentos de duplicatas, pagamento de despesas, outros pagamentos) previstos
para o dia.
2. Demonstrativo de Resultados
O objetivo é mostrar o resultado financeiro (lucro ou prejuízo) das vendas realizadas no
período.
No demonstrativo de resultados deverá constar o valor total das vendas realizadas no
período, independentemente do seu recebimento, o custo das mercadorias vendidas,
independentemente de seu pagamento, e as despesas decorrentes de suas atividades
operacionais.
O registro dos recebimentos das vendas e dos pagamentos dos custos e das despesas é
feito no Fluxo de Caixa.
A inexistência de uma adequada gestão financeira pelas empresas, provoca uma série
problemas de análise, planejamento e controle financeiro das suas atividades
operacionais, entre os quais citamos:
1. Não ter as informações corretas sobre saldo do caixa, valor dos estoques das
mercadorias, valor das contas a receber, valor das contas a pagar, volume das despesas
fixas ou financeiras, etc., porque não fazem o registro adequado das transações
realizadas.
2. Não saber se a empresa está tendo lucro ou não em suas atividades operacionais,
porque não elaboram o demonstrativo de resultados.
3. Não calcular corretamente o preço de venda de seus produtos, porque não conhecem
os seus custos e despesas.
5. Não saber o valor patrimonial da empresa, porque não elaboram o balanço patrimonial.
6. Não saber quanto os sócios retiram de pro-labore, porque não estabelecem um valor
fixo para a remuneração dos sócios.
7. Não conhecer corretamente o custo das mercadorias vendidas, porque não fazem um
registro adequado do estoque de mercadorias.
8. Não saber corretamente o valor das despesas fixas da empresa, porque não fazem
separação das despesas pessoais dos sócios com as despesas da empresa.
10. Não fazer análise e planejamento financeiro da empresa, porque não tem um sistema
de informações gerenciais (fluxo de caixa, demonstrativo de resultados e balanço
patrimonial).
Despesas fixas
Balanço Patrimonial
O Balanço Patrimonial é uma das demonstrações contábeis preparadas pelas empresas e
demais organizações. Mostra a posição numa determinada data, normalmente 31 de
dezembro, como se fosse uma fotografia. Está dividido em:
• Ativo,
• Passivo e
• Patrimônio Líquido.
Ativo
É a parte do Balanço que demonstra onde foram aplicados os recursos da empresa. O
Ativo está representado pelos bens e direitos. Inclui, por exemplo, o dinheiro em caixa e
em bancos, estoques de mercadorias, equipamentos, imóveis, duplicatas a receber, entre
outros.
Passivo
São recursos de terceiros colocados na empresa através de obrigações ou dívidas. É tudo
aquilo que ela deve na data do balanço.
Patrimônio Líquido
É a outra parte dos recursos da empresa chamados de próprios, porque pertencem
verdadeiramente aos donos. É a diferença entre o Ativo e o Passivo. Uma empresa pode
ter muitos bens, mas se ela tiver muitas dívidas também, o patrimônio dos donos poderá
ser nulo ou até negativo.
Demais Demonstrações Contábeis de uma empresa, além do Balanço Patrimonial
a. Demonstração do Resultado do Exercício;
b. Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos;
c. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, que nas empresas de capital
fechado pode ser substituída pela Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados; e
d. Notas Explicativas.
Conjunto de informações que uma empresa deve divulgar para fazer a sua prestação de
contas.
a. Relatório da Administração;
b. Demonstrações Contábeis e as Notas Explicativas que as integram; e
c. Parecer dos Auditores Independentes, que é obrigatório para as empresas de capital
aberto e instituições financeiras, além de algumas outras.
É obrigatória a publicação das Demonstrações Contábeis?
Para as sociedades por ações, sim, de acordo com a Lei 6404 de 15 de Dezembro de 1976,
que, em seu artigo 133, determina a publicação dessas informações. As empresas de
capital aberto sujeitam-se, ainda, às normas da Comissão de Valores Mobiliários - CVM,
que é o órgão fiscalizador do mercado de capitais. Empresas de capital aberto são
aquelas que têm suas ações, ou quaisquer outros de seus valores mobiliários,
negociados em bolsa ou em mercado de balcão.
O que é o Parecer dos Auditores Independentes?
O Parecer do Auditor trata da qualidade das demonstrações contábeis em relação a:
a. Práticas contábeis de aceitação geral e apropriadas às circunstâncias;
b. Demonstrações e notas com informações suficientes sobre assuntos que possam
afetar seu uso, entendimento e interpretação; e
c. Conteúdo das demonstrações classificadas e agrupadas de maneira apropriada.
O parecer compõe-se basicamente de três parágrafos:
1. identificação das Demonstrações Contábeis e definição das responsabilidades da
administração e dos auditores;
2. extensão dos trabalhos; e
3. opinião sobre as Demonstrações Contábeis.
Em que ordem as informações do Balanço devem ser analisadas?
A primeira coisa que você deve ler é o Relatório da Administração, que, adequadamente
elaborado, reúne melhores condições de entendimento e apresenta uma análise
corporativa, setorial e financeira. Também enfoca projeções e contém, ainda, informações
do passado explicando o desempenho do período e as tendências. Em seguida, é
recomendável a leitura das Notas Explicativas, que tratam do contexto operacional e das
práticas contábeis adotadas de acordo com os Princípios Fundamentais da Contabilidade.
Depois, você deve passar à Demonstração do Resultado, ao Balanço Patrimonial, à
Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos e às Mutações do Patrimônio
Líquido. As Notas Explicativas devem ser lidas em conjunto com o Balanço, pois são um
detalhamento desse demonstrativo. Não deixe de ler o Parecer dos Auditores
Independentes, que trata da qualidade das Demonstrações Contábeis. Nesse parecer
poderão estar contidas informações que modificarão completamente sua opinião sobre a
empresa. Normalmente, as demonstrações são apresentadas em colunas comparativas
para facilitar a análise da evolução de um ano para o outro. Propicia, também a
comparação de, pelo menos, dois anos, pois o Princípio Contábil da Consistência prevê a
utilização de critérios de valorização e avaliação semelhantes. Em alguns momentos,
novas colunas são criadas para mostrar a situação da empresa dentro do que manda a lei
e de acordo com a inflação.
Princípios Fundamentais da Contabilidade
O objetivo dos princípios é garantir a comparação e a integridade das Demonstrações
Contábeis e, por isso, são homologados por órgãos internacionais de contabilidade. No
Brasil, além da CVM, também pelo Conselho Federal de Contabilidade - CFC, com a
elaboração do Instituto Brasileiro de Contadores - IBRACON. Eles permitem a você ter
uma razoável garantia de que a empresa e a administração utilizaram critérios uniformes
em relação às demais empresas brasileiras e ao restante do mundo. Sem os princípios
contábeis, seria uma grande confusão, pois cada empresa adotaria o seu critério e seria
impossível fazer qualquer comparação entre elas. Os princípios buscam assegurar regras
definidas e eqüitativas. Você deve ter em mente que a contabilidade e os critérios
adotados baseiam-se no princípio geral da sinceridade e seriedade da informação
contábil.
Princípios Fundamentais da Contabilidade
São dez os princípios organizados pelo Instituto Brasileiro de Pesquisas Contábeis,
Atuariais e Financeiras - IPECAFI, USP - e aprovados pelo IBRACON, em 22 de Novembro
de 1985: Entidade Contábil; Continuidade; Custo como Base de Valor; Denominador
Comum Monetário; Realização da Receita; Confronto das Despesas com as Receitas e
com os Períodos Contábeis; Objetividade; Materialidade; Conservadorismo e
Consistência.
O Princípio da Continuidade
Este princípio considera que a empresa usa o patrimônio (máquinas, terrenos, edifícios,
etc.) para atingir suas metas. Por isso, a contabilidade não leva em conta o valor de
mercado dos bens usados na operação. O que interessa é saber quanto foi investido para
obter os resultados. Não seria este o caso se a empresa fosse paralisar suas atividades. A
descontinuidade levaria à avaliação das contas pelo valor de mercado de seus bens,
direitos e obrigações. Para que seja reconhecido o estado de descontinuidade imediata ou
iminente, é necessária uma avaliação minuciosa que, se confirmada, deve ser mencionada
no Parecer dos Auditores.
Os Princípios do Custo como Base de Valor e Denominador Comum
Monetário
Estes princípios determinam que os bens ou direitos devam ser registrados pelo preço
pago em moeda corrente; da mesma forma, os produtos fabricados, pelo custo de
fabricação. Em países com inflação, esses conceitos foram aprimorados para não
prejudicar a informação contábil. Nesses casos, trabalha-se com o conceito de moeda
constante, atualizando-se todos os valores para a moeda válida na data do balanço. O
modelo de contabilidade prevista na atual Lei das Sociedades por Ações carrega
distorções, pois junta valores de poder aquisitivo diferentes (moedas presente, futura e
passada), como se estivessem expressos por um único denominador monetário. Quando
são mencionados os Princípios Fundamentais da Contabilidade, entende-se que esses
detalhes foram considerados, estando as Demonstrações em Moeda de Capacidade
Aquisitiva Constante na data das Demonstrações Contábeis. Essa informação deve
constar da Nota Explicativa de Práticas Contábeis e do Parecer dos Auditores.
Os Princípios de Realização da Receita e de Confronto das Despesas com
as Receitas e com os Períodos Contábeis
Estes princípios são também conhecidos como Regime de Competência. As receitas
devem ser consideradas quando auferidas - ganho líquido e certo - ainda que o
recebimento se dê em outra época. A realização ocorre no momento em que os produtos
ou serviços são transferidos ao cliente. É quando todo ou quase todo o esforço para obter
a receita já foi feito (exceto para bens de fabricação de longo prazo, cujo resultado seria
em virtude de estágios completados). Os contratos assinados ou os pedidos em carteira
não estão reconhecidos no balanço porque a contabilidade trabalha com fatos que afetam
o patrimônio. A simples assinatura ou o pedido recebido ainda não provocaram esse
incremento. Trata-se apenas de intenções. O mesmo se dá com as despesas ou custos:
são registrados proporcionalmente às receitas ou quando incorridos, independentemente
da data de pagamento.
Custo x Despesa
O custo é um gasto que geralmente agrega valor a um bem ou serviço. A despesa é um
gasto que se consome sem estar diretamente relacionado com o produto.
Receita
É a remuneração obtida pela venda ou aluguel de um bem ou pela prestação de serviços.
É reconhecida no momento em que a transação é feita, independentemente do seu
recebimento.
Demonstração do Resultado do Exercício
Se o balanço é uma fotografia, esta demonstração é um filme. Apresenta de que forma o
lucro ou prejuízo foi apurado, ordenando as receitas diminuídas das despesas. Primeiro,
as receitas de vendas ou serviços (deduzidas dos impostos sobre vendas e das
devoluções). Depois, os custos do período (gastos de fábrica ou produção), as despesas
(de escritório, administrativas, comerciais e financeiras - líquidas das receitas financeiras)
e, por último, a participação de terceiros antes do Lucro Líquido ("fatia do lucro" entregue
ao imposto de renda, participação dos administradores e gratificações aos empregados).
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
Esta demonstração apresenta a movimentação nas contas do Patrimônio Líquido. São os
aumentos de capital em dinheiro, bens ou com as reservas. Mostra também os lucros
retidos, os dividendos propostos ou pagos e os outros aumentos e reduções ocorridos
durante o ano. É um apêndice do Balanço que tem o objetivo de detalhar o Patrimônio
Líquido ali demonstrado.
Dividendo
É a distribuição, em dinheiro, aos acionistas ou donos da empresa de uma parcela do seu
lucro. Normalmente ocorre ao final de um exercício social, geralmente um ano de
operações. O percentual distribuído é estabelecido no estatuto da empresa ou em normas
legais. Algumas empresas o pagam mensalmente. O dividendo é a parte sagrada que
remunera o investimento do acionista.
As Notas Explicativas
Esclarecem pontos que a linguagem contábil não consegue retratar, tais como transações
ou fatos que podem alterar, futuramente, a situação patrimonial demonstrada. Também
são utilizadas para informar as Práticas Contábeis e detalhar algumas contas do Balanço
Patrimonial ou de outra demonstração. O Parecer do Auditor também pode fazer
referência a uma Nota Explicativa.
Por que o Balanço é dividido em Ativo, Passivo, Patrimônio Líquido e em Contas?
Porque não basta detalhar uma lista dos bens e direitos apresentados sob os títulos de
Ativo Circulante, Ativo Realizável a Longo Prazo e Ativo Permanente. É necessário
apresentar a fonte desses recursos. Os recursos podem ter vindo de terceiros aí
apresentados sob os título de Passivo Circulante e Exigível a Longo Prazo ou vindo dos
acionistas, o que está demonstrado no Patrimônio Líquido. Há uma equação que mostra
isso: (Patrimônio Líquido) = (Ativo) - (Passivo). As contas servem para reunir os valores
de mesma natureza e são também utilizadas para possibilitar os lançamentos contábeis
de forma ordenada. Nas Contas do Ativo temos o dinheiro da empresa em Caixa e Bancos,
as duplicatas emitidas por vendas e prazo em Contas a Receber e assim por diante.
Se o Ativo representa os bens e direitos da empresa, por que as Contas do Ativo têm
saldos devedores?
A contabilidade tem regras, e uma delas manda que para se aumentar contabilmente uma
Conta do Ativo, deve-se debitar essa conta, e para que uma Conta do Ativo seja
diminuída, o que se deve fazer é creditá-la. Com as Contas do Passivo e do Patrimônio
Líquido ocorre o contrário. Você pode gravar na memória a representação gráfica:
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
(+) (-) (-) (+)
debitar creditar debitar creditar
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
(-) (+)
debitar creditar
Como a empresa registra no seu Ativo os chamados bens intangíveis, como o seu "know-
how", a tradição, a marca e tantos outros?
A contabilidade só registra aquilo que é mensurável em dinheiro, que seja útil e que
pertença à empresa. Dessa forma, uma firma de auditoria pode Ter nos seus quadros
excelentes profissionais, uma metodologia de trabalho extremamente moderna e uma
reputação irretocável. Tudo isso tem valor, é o seu goodwill, mas não estará registrado no
seu Ativo. Se, eventualmente, outra empresa adquiri-la, o valor pago por conta desse
goodwill será registrado no Ativo da nova empresa.
Como se dividem as contas do Balanço?
Para facilitar a análise da situação da empresa, as contas são ordenadas em grupos,
segundo sua natureza e ordem decrescente de liquidez. Essa liquidez está na ordem da
velocidade com que os valores podem ser transformados em dinheiro ou exigíveis. Até o
prazo de 360 dias, a classificação se dá no CIRCULANTE e acima desse limite, no LONGO
PRAZO. É o que se faz no Balanço, conforme quadro:
BALANÇO PATRIMONIAL
Mais Líquida
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE
Menos Líquida
Sem Liquidez
Ativo Circulante
É o dinheiro da empresa, os direitos que serão recebidos em dinheiro, serviços ou bens, e
os estoques que serão vendidos e recebidos em prazo nunca superior a 360 dias. As
contas são apresentadas em ordem de liquidez e as mais comuns, são: Caixa e Bancos,
Aplicações Financeiras, Contas a Receber de Clientes e Estoques. Os estoques estão
registrados pelo seu preço de compra ou de fabricação, as contas a receber são
diminuídas de perdas prováveis e, caso alguma mercadoria ou produto tenha custado
mais do que o seu atual valor de mercado, teremos uma provisão para perdas. Nas
Demonstrações Contábeis em Moeda de Capacidade Aquisitiva Constante, o preço de
compra ou fabricação dos estoques é corrigido monetariamente.
Passivo Circulante
É tudo o que a empresa deve pagar até 360 dias. As contas estarão ordenadas pela sua
exigibilidade, vindo primeiro as de prazo mais curto: Empréstimos, Contas a Pagar,
Dívidas com Fornecedores, Impostos a Recolher e Provisões (são as despesas incorridas,
geradas, ainda não pagas, mas já reconhecidas pela empresa: Imposto de Renda, Férias,
Décimo Terceiro Salário, Salários a Pagar etc.).
O que é Capital de Giro e qual o objetivo da Demonstração de Origens e Aplicações de
Recursos?
O Capital de Giro representa os recursos que estarão girando num curto espaço de tempo
- um ano - e é representado pela diferença entre o Ativo e o Passivo Circulantes. Na
contabilidade, é chamado de Capital Circulante Líquido, cuja variação é explicada na
Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR). Essa demonstração
apresenta, em primeiro lugar, as fontes de recursos que contribuíram para o Capital de
Giro. A principal origem geralmente deve ser o Lucro. Em segundo lugar, demonstra o que
foi feito com esses recursos, fornecendo informações quanto à política de expansão da
empresa e a sua capacidade para saldar seus empréstimos de longo prazo e de pagar
dividendos, além do nível de endividamento. Mostra como a empresa obtém e administra
seus recursos financeiros. Em períodos de crise, esta passa a ser a demonstração mais
importante, pois é através dela que se conhece a saúde, inclusive no Brasil, de se adotar o
Fluxo de Caixa em substituição à DOAR. O Fluxo de Caixa é mais fácil de entender.
E quando existe dúvida quanto ao registro de uma perda ou divulgação de uma
informação?
O Princípio Contábil do Conservadorismo ou Cautela faz com que o Contador seja
extremamente cuidadoso e não corra riscos no Balanço. Quer dizer, quando houver
possibilidade de perdas, cujo valor seja conhecido ou calculável, ele não espera o fato
acontecer, devendo registrá-lo de imediato. Imagine se já fosse do conhecimento da
empresa que ninguém iria pagar as duplicatas e o lucro fosse distribuído aos acionistas?
Seria um desastre. Um acionista ficaria com o lucro e o outro com o encargo, caso tivesse
negociado suas ações. A contabilidade além de ser justa e sensata, procura tratar com
equidade os direitos de cada um dos interessados. Se foi feito um mau negócio na
compra ou fabricação ou na concessão de crédito aos clientes, o ônus deve ser alocado
naquele período em que o fato se verificou. A contabilidade não trabalha com fantasias
nem com castelos de areia. Trabalha com fatos. Para manter a qualidade da informação
contábil, o Parecer do Auditor deve relatar incertezas em relação a fato relevante, cujo
desfecho poderá afetar significativamente a posição patrimonial e financeira. As
informações são importantes e significativas nos casos em que, se não evidenciadas ou
mal evidenciadas, poderiam levar o leitor a sério erro sobre a avaliação do
empreendimento e de suas tendências (Princípio Contábil da Materialidade).
Por que se diz que o "Balanço não bate", que "se está procurando uma diferença" ou que
se está "fechado para Balanço"?
Como já se sabe, para todo recurso tem que existir uma fonte. A contabilidade usa as
partidas dobradas, representadas por débitos e créditos de mesmo valor, para indicar a
conta onde foi feita a aplicação do recurso e para creditar a conta que representou a
origem. Concluiu-se que, para todo débito, teremos um ou mais créditos ou vice-versa. Se
o "Balanço não bate" é porque uma das partidas não foi feita, está defeituosa ou a soma
não confere. É por isso que o Contador apura antes um balancete, somando apenas os
saldos devedores e confrontando-os com os credores. É para saber se o Balanço "vai
bater". Quanto ao famoso "fechado para Balanço", não quer dizer que a empresa precisa
fechar as portas para concluir o Balanço: isso seria uma catástrofe, pois algumas
empresas levam semanas para fechar seus Balanços. O que na verdade acontece é que a
empresa está fazendo a contagem de suas mercadorias e produtos em estoque. Trata-se
do inventário físico, para confrontar com os controles contábeis.
Como é iniciado um Balanço?
Quando se integralizam ações de uma empresa, o dinheiro é registrado no Caixa e o valor
do recurso na conta Capital. Por exemplo, se esse valor for de $ 1.000, teremos:
BALANÇO PATRIMONIAL
Lado esquerdo = débito Lado direito = crédito
Capital 1.000
Total 1.000 Total 1.000
BALANÇO PATRIMONIAL
Lado esq. = aplicações Lado direito = origens
ATIVO PASSIVO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
. Capital 1.000
Total 1.500 Total 1.500
Equação:
Ativo 1.500 - Passivo 500 = Patrimônio Líquido 1.000.
Como fica a Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos?
Origens de Recursos
Pelo Financiamento
Consolidação de Balanços
Significa juntar num mesmo relatório as contas de um grupo de sociedades sob um
mesmo controle financeiro. Apresenta a situação financeira e econômica de diversas
empresas de um mesmo grupo econômico como se fossem uma única. Para isso, adota-
se a ficção contábil de uma única empresa, eliminando-se as operações entre as pessoas
jurídicas desse mesmo grupo. A ficção contábil está relacionada com o Princípio da
Entidade, que não confunde o patrimônio dos donos com o caixa da empresa. Por
analogia, imagine que se queira consolidar os rendimentos de uma família. Não se pode
considerar a venda do carro do pai para o filho, pois nenhuma riqueza foi acrescida à
família. Embora o pai tenha agora mais dinheiro, o filho tem menos: nada entrou de fora.
Do mesmo modo, considerando o grupo de empresas como uma família empresarial, as
operações entre elas não enriquecem nem empobrecem o grupo. A divulgação das
demonstrações consolidadas evita interpretações duvidosas, pois informa a situação do
grupo de empresas como um todo.
Adiantamentos a sócios
Impostos a recuperar RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS
Despesas antecipadas
Outras contas a receber =
PERMANENTE =
INVESTIMENTOS
Participações permanentes em
=
outras empresas
Participações em fundos de
investimentos
Outros investimentos =
IMOBILIZADO
Imóveis =
Móveis e Utensílios
Maquinários =
Noções sobre análise de Balanço
A análise de Balanço é tão antiga quanto a própria contabilidade. Começa quando esta
termina, ou seja, a partir do Balanço encerrado. Dependendo da situação devemos avaliar
não só um balanço, mas fazer comparações com outros anos, para conhecermos a sua
evolução.Tem como objetivo avaliar a empresa para tomada de decisões.
5) Quocientes: É o método mais usado, onde são comparados dois valores patrimoniais,
dividindo-se um pelo outro.
Ex. Ativo Circulante sobre Passivo Circulante.
Fórmula: AC + LP / PC + LP
Limite de Normalidade: 0,40 a 1,40.
Interpretação: Para cada real de dívida a curto e longo prazos a empresa dispõe de... para
pagar a curto e longo prazos.
Fórmula: AC / PC
Limite de Normalidade: 0,51 a 2.
Interpretação: Para cada real de dívida a curto prazo a empresa dispõe de... para pagar a
curto prazo.
Fórmula: AC - Estoques / PC
Limite de Normalidade: Próximo a unidade.
Interpretação: Para cada real de dívida a curto prazo a empresa dispõe de... para pagar a
curto prazo sem considerar a venda dos estoques.
Fórmula: PC + LP / AT.
Limite de Normalidade: 35 a 75%.
Exercício
No último dia do exercício social, a empresa RedGreen Ltda. Demonstrou um patrimônio
com bens no valor de R$ 13.000,00, direitos no valor de R$ 7.000,00, dívidas no valor de
R$ 9.000,00 e capital social no valor de R$ 10.000,00, devidamente registrado na Junta
Comercial. Com base nessas informações pode-se afirmar que, do ponto de vista contábil,
o patrimônio referido apresenta:
a) Situação Líquida Nula ou Compensada
b) Passivo a Descoberto no valor de R$ 1.000,00
c) Prejuízos Acumulados no valor de R$ 1.000,00
d) Patrimônio Líquido no valor de R$ 1.000,00
e) Patrimônio Líquido no valor de R$ 11.000,00
Comentário: É uma questão de nível fácil. Envolve tão somente conhecimento da equação
fundamental do patrimônio: A = P + PL, e saber identificar contas de ativo e passivo.
Logo nas primeiras aulas de contabilidade é estudado que o ativo é composto por bens e
direitos, o passivo é composto por obrigações, enquanto que no patrimônio líquido estão
representados os valores do capital próprio da empresa, ou seja, o valor que os sócios
aplicaram na empresa como capital social (recursos de origem externa) e os lucros e
reservas gerados pela empresa (recursos de origem interna).
Classificando os valores temos:
ATIVO: PASSIVO:
Bens R$ 13.000,00 Dívidas R$ 9.000,00
Direitos R$ 7.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social R$ 10.000,00
Somando os bens e direitos (Ativo) temos R$ 20.000,00
Somando o passivo com o PL temos R$ 19.000,00
Analisando os dados da questão pode-se deduzir que não há outros valores de ativo ou
passivo. No entanto, falta exatamente a quantia de R$ 1.000,00 para que a equação feche.
Este valor, considerando os dados da questão, deverão ser adicionados no patrimônio
líquido, como lucros ou reservas, assim, os dois lados do balanço totalizarão R$ 20.000,00
ATIVO: PASSIVO:
Bens R$ 13.000,00 Dívidas R$ 9.000,00
Direitos R$ 7.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social R$ 10.000,00
Lucros/reservas R$ 1.000,00
___________________ _________________
TOTAL R$ 20.000,00 R$ 20.000,00
Alternativa correta: E - patrimônio líquido de R$ 11.000,00.
65 - Os bens que uma empresa possui são representados por contas de:
(A) receita;
(B) passivo;
(C) compensação;
(D) ativo;
(E) despesa.
Fluxo de caixa
17/05 a
Período
21/05/2004
Saldo em:
957.198,40 959.353,40 959.353,40 959.353,40 957.053,40 Total OBS
17/05/2004
Receitas 17 18 19 20 21
0,00
Associados 5.000,00 5.000,00
0,00
0,00
0,00
Vale-transporte 2.845,00 2.845,00
Telefone 2.300,00 2.300,00
Vale-refeição 3.850,00 3.850,00
Fundo fixo 1.000,00 1.000,00
0,00
0,00
0,00
Há determinados itens que reduziram o Lucro Líquido na DRE que não representam
saída de dinheiro. Daí, o fato de se adicionar novamente Depreciação, que é um item
econômico e não financeiro. A Depreciação não significa um desembolso, mas um fato
econômico.
Ajuste do Lucro Líquido no Circulante
O aumento do estoque de novas peças faz-se com dinheiro, o que leva à redução do
caixa.
Maior número de duplicatas a receber significa retardar o recebimento do dinheiro
que iria para o caixa e teria algum destino. Reduções nos montantes de estoque e
duplicatas a receber significam mais recursos no caixa.
Quando os clientes, por exemplo, antecipam pagamento, reduz-se o montante de
duplicatas a receber e, consequentemente, aumenta-se o caixa.
Por outro lado, se há aumento de fornecedores no Passivo Circulante, há mais
crédito, evita-se a saída do caixa e pode-se utilizar o dinheiro para outras finalidades. A
recíproca é verdadeira.
Se há redução de imposto a recolher, o dinheiro que seria usado para essa
finalidade pode sê-lo para outros pagamentos.
• Para calcular as variações líquidas, basta subtrair o saldo anterior do saldo atual
das contas do Circulante (Ativo e Passivo).
Atividades de Investimentos
Referem-se ao Não Circulante da empresa. Quando uma empresa compra máquinas,
ações, prédios etc., reduz o caixa. Quando a empresa vende esses itens, aumenta o caixa.
Atividades de Financiamentos
Os financiamentos poderão vir dos proprietários (aumento de Capital em dinheiro)
ou de terceiros (financiamentos, bancos etc.).
Rendimento líquido real - É o dinheiro que vai realmente para o bolso do investidor. Para
calcular, basta descontar do rendimento líquido nominal a inflação do período de
investimento.
Veja agora a regra matemática utilizada para o cálculo:
Para descobrir exatamente o rendimento real de um investimento, o caminho é um
pouco mais complexo.
1 + tx de juros líquida nominal
Tx de juros real = −1
1 + tx inflação
Na situação citada, teríamos:
1 + 8%
Tx de juros real = −1
1 + 2%
Tx de juros real = 0,059 ou 5,9%
Outros caminhos
Há outras formas de se chegar a esse mesmo resultado.
1 + tx de juros líquida nominal + Tx inflação
Tx de juros real =
1 + tx inflação
0,08 - 0,02
Tx de juros real =
1 + 0,02
Tx de juros real = 0,059 ou 5,9%
Se o rendimento líquido nominal for menor que a inflação no período da aplicação, o
investidor estará perdendo seu poder de compra. Se o problema for contínuo
normalmente, os investidores começam a migrar para aplicações mais rentáveis.
Quem pega um financiamento de 1 ano, com taxa nominal de 12% ao ano capitalizada
mensalmente, estará pagando juros efetivos de 12,6825% por um motivo simples: no
primeiro mês, será cobrado 1% de juro. No segundo, o juro também será de 1%, mas
incidirá sobre o saldo do mês anterior (já somado ao juro do mês anterior), e assim
sucessivamente. É que esses financiamentos são calculados no regime de juros
compostos (juro sobre juro).
Acompanhe o exemplo:
Dívida no 1º mês:
R$ 1.000 + 1% = R$ 1.010,00
Dívida no 2º mês:
R$ 1.010,00 + 1% = R$ 1.020,10
Dívida no 3º mês:
R$ 1.020,10 + 1% = R$ 1.030,30
Dívida no 4º mês:
R$ 1.030,30 + 1% = R$ 1.040,60
Dívida no 5º mês
R$ 1.040,60 + 1% = R$ 1.051,01
Dívida no 6º mês
R$ 1.051,01 + 1% = R$ 1.061,52
Dívida no 7º mês
R$ 1.061,52 + 1% = R$ 1.072,13
Dívida no 8º mês
R$ 1.061,52 + 1% = R$ 1.082,85
Dívida no 9º mês
R$ 1.082,85 + 1% = R$ 1.093,68
Taxa efetiva - É aquela em que a unidade de referência de seu tempo coincide com a
unidade de tempo dos períodos de capitalização. Assim, são taxas efetivas: 3% ao mês,
capitalizados mensalmente; 4% ao mês, capitalizados mensalmente, e assim por diante.
Taxa nominal - É aquela em que a unidade de referência de seu tempo não coincide com a
unidade de tempo dos períodos de capitalização. A taxa nominal é quase sempre
fornecida em termos anuais e os períodos de capitalização podem ser semestrais
trimestrais ou mensais. Exemplos de taxas nominais: 12% ao ano, capitalizados
mensalmente; 24% ao ano, capitalizados mensalmente.
PORCENTAGEM (%)
"Porcentagem é uma fração decimal, cujo denominador é cem, a expressão x %, é
chamada de
x
taxa percentual e representa a razão ".
10
Exemplos:
Exemplo:
Efetue:
64 8 4
64% = = = = 0,8 = 80%
100 10 5
2 2
10 1 1
(10%)2 = = = = 1%
100 10 100
5 15 1 3 3
5% × 15% = × = × = = 0,75%
100 100 20 20 400
TRANSFORMAÇÕES
Muitas vezes teremos que transformar números decimais, ou frações, para a
forma de porcentagem, ou mesmo teremos que fazer o contrário, transformar
porcentagens em números decimais ou frações.
DECIMAIS → PORCENTAGEM
Exemplos:
Vamos converter os números abaixo para a forma de porcentagem:
0,57 ×100 = 57%
0,007 ×100 = 0,7%
1,405 ×100 = 140,5%
FRAÇÕES → PORCENTAGEM
Exemplos:
7
=0,466.. =46,666% aproximadamente 46,7%
15
3
= 0,75 = 75%
4
CÁLCULOS EM PORCENTAGEM
Existem problemas onde precisamos encontrar a porcentagem de um valor
específico, ou mesmo a porcentagem de um determinado número de elementos
em um conjunto, ou população:
Exemplo1:
Em uma empresa trabalham 60 pessoas, sendo 15 mulheres. Vamos
determinar qual a porcentagem de homens, existente nesta empresa.
Observe que de 60 pessoas, 15 são mulheres e 45 são homens, logo, em
45
sabemos que 60 dos funcionários da empresa são homens.
3
Simplificando a fração encontrada obtemos 4 , então teremos 75% dos
funcionários como sendo homens e o restante (25%) sendo mulheres.
Exemplo2:
Vamos determinar quanto é 23% de R$ 500,00. Paratanto, vamos calcular
de duas formas distintas, a primeira utilizando uma regra de três, e a outra,
utilizando a relação "fração → todo", utilizada na resolução de problemas que
envolvem frações.
% R$
23 x
100 500
23
23% de 50 = . 50 = 23 . 5 = 1 5
10
Logo, 23% de R$ 500,00 é igual a R$ 115,00.
Exercícios Resolvidos
R1) Ao receber uma dívida de R$ 1.500,00, uma pessoa favorece o devedor com
um abatimento de 7% sobre o total. Quanto recebeu?
Resolução:
Uma pessoa deve receber R$ 1.500,00, e no entanto, essa pessoa, concede um
abatimento de 7% sobre esse valor, portanto, ela recebeu 93% do valor total (R$
1.500,00).
93
93% de 1.50 = × 1.50 = 93 . 15 = 1.395
10
Logo a pessoa recebeu R$ 1.395,00.
Resolução:
% R$
5 36
100 x
5 36
= ⇒ 5x = 36 . 10 ⇒ x = 36 . 20 = 720
10 x
Portanto, o preço da geladeira era de R$ 720,00.
5
5% de x = 36 ⇒ . x = 36 ⇒ 5x = 36 . 10 ⇒ x = 720
10
Portanto, o preço da geladeira era de R$ 720,00.
R3) Uma coleção de livros foi vendida por R$ 150,00. Com um lucro de R$ 12,00.
Qual foi a porcentagem do lucro?
Resolução:
"Fração → Todo":
x
x% de 150 = 12 ⇒ . 150 = 12 ⇒ x = 8%
"Regra de Três"
10
% R$
X 12
100 150
x 12
= ⇒ 150x = 1200 ⇒ x = 8%
100 150
AUMENTOS E DESCONTOS
Uma determinada loja de roupas dá as seguintes opções de compra de uma calça
jeans, cujo preço é de R$ 40,00:
1a.Opção de Pagamento ⇒ pagamento à vista com um desconto de 5%.
2a.Opção de Pagamento Þ pagamento a prazo com um aumento de 5%.
DESCONTOS
"Um desconto de x % em cima de um valor V é dado por: (0,a) × V, onde
a = (100 - x)".
Exemplos (Tabela):
Observe que:
AUMENTOS
"Um aumento de x % em cima de um valor V é dado por: (1,x) × V".
Exemplos (Tabela):
Exercícios Resolvidos
Resolução:
Como se trata de um lucro, nos deparamos com um problema de aumento. Pelo
enunciado R$ 580,00 é o preço de venda e o lucro de 25 % (ou o aumento) é dado
em cima de um valor de compra desconhecido, vamos escrever uma equação que
nos relacione esses valores em linguagem matemática:
Preço de Compra: C
Logo:
1,25 × C = 580 ⇒ C = 464
Resolução:
Houve uma diminuição, portanto é o mesmo que dizer que houve um desconto, e
este foi de 18%, logo o fator de multiplicação é 0,82. Escrevendo a equação
matemática vem:
Número: x
0,82 . x = 656 ⇒x = 800
EXERCÍCIOS - PORCENTAGEM
P3) Uma pessoa compra um terreno por R$ 17,500,00 e vende-o com um lucro de
R$ 3.500,00. Qual a porcentagem do lucro?
P10) Durante o ano de 1992, uma equipe de basquete disputou 75 jogos, dos
quais venceu 63. Qual a porcentagem correspondente aos jogos vencidos?
P15) Em uma fábrica 28% dos operários são mulheres, e os homens são 216.
Quantos são no total os operários dessa fábrica?
P20) Uma pessoa ganha em uma transação 3/5 da quantia empregada. De quantos
por cento foi o lucro?
P21) A porcentagem de 36% sobre um valor, que fração é desse mesmo valor?
P23) Com uma lata de tinta é possível pintar 50m2 de parede. Para pintar uma
parede de 72m2 gastam-se uma lata e mais uma parte de uma Segunda. Qual a
porcentagem que corresponde a parte que se gasta da segunda lata?
P24) Sabendo-se que uma substância chamada óxido de magnésio contém 24g de
magnésio. Sendo assim, qual a porcentagem de magnésio existente em 40g de
óxido de magnésio?
P25) A área de um terreno A é 930m2, enquanto a área do terreno B é 1500 m2.
Nessas condições a área do terreno A representa quantos por cento da área do
terreno B?
GABARITO - PORCENTAGEM
P1) 600
P2) 870
P3) 20%
P) 360
P5) 37,5
P6) 28%
P7) 8%
P8) 0,51
P9) 13
P10) 84%
P11) 25%
P12) 2.500
P13) 9.000
P14) 14.500
P15) 300
P17) R$ 29.250,00
P18) R$ 416.640,00
P19) 500
P20) 60%
9
P21)
25
P22) R$ 50.000,00
P23) 44%
P24) 60%
P25) 62%
JUROS
"Juro é a remuneração do capital empregado. É a compensação em dinheiro que
se recebe quando se emprega uma determinada quantia por um determinado
tempo".
Observação:
JUROS SIMPLES
"No juro simples a taxa será incidente apenas no valor inicial".
Exemplo:
Empregando R$ 5.000,00 a uma taxa de 10% a.m. a juros simples, qual será o
valor resgatado após 3 meses?
Repare que:
C = 5.000
t = 3 meses
i = 10%
J = ?
M = ?
(Capital = 5.000):
10% de 5000 = 500
Logo, a seqüência:
(5000; 5000 + 500, 5500 + 500, 6000 + 500, ...)
(5000; 5500; 6000; 6500; ...)
Pela seqüência podemos concluir que após os três meses de aplicação
termos um montante de R$ 6.500,00, tendo rendido R$ 1.500,00 de juros.
Nota:
Para a obtenção do montante basta somar o juros obtido com o capital
empregado.
C ⋅i ⋅ t
J=
100 e M = J + C
Vamos calcular novamente o montante de uma aplicação de R$ 5.000,00 a uma
taxa de 10% a.m. durante 3 meses:
5000 ⋅ 10 ⋅ 3 150000
=J = = 1500
100 100
M = 1500 + 5000 = 6500
Observações:
Exercício Resolvido
Resolução:
a) Dados:
C = 800.000
t = 4 meses
i = 120 % a.a.
Ano Meses
1 12
x 4
Como são grandezas diretamente proporcionais, o cálculo será imediato.
Repare que não haveria necessidade da regra de três, uma vez que quatro meses
4 1
é uma parte do ano e essa parte nada mais é que 12 que é o mesmo que 3 .
Logo:
1
t =
3
Substituindo na fórmula:
800000 ⋅ 120 ⋅ 1
C⋅ i⋅ t 3
J= = = 320.000
100 100
M = J + C = 320.000 + 800.000 = 1.120.000
JUROS COMPOSTOS
"No Juro Composto, os juros gerados são calculados em cima do valor inicial de
cada período, sendo incorporado ao montante de cada período".
Exemplo:
Empregando R$ 5.000,00 a uma taxa de 10% a.m. a juros compostos, qual será o
valor resgatado após 3 meses?
Repare que:
C = 5.000
t = 3 meses
i = 10%
J = ?
M = ?
A seqüência:
(5000; 1,10 . 5000, 1,10 . 5500, 1,10 . 6050, ...)
(5000; 5500; 6050; 6655; ...)
Pela seqüência podemos concluir que após os três meses de aplicação
termos um montante de R$ 6.655,00, tendo rendido R$ 1.655,00 de juros.
Mt = C . (1 + i)t
EXERCÍCIOS - JUROS
P3) Calcular o juro produzido por R$ 900,00 em 1 ano, 5 meses e 20 dias a 0,8% ao
mês.
P6) A que taxa ao ano deve ser empregado o capital de R$ 16.000,00 para produzir
R$ 2.520,00 em 2 anos e 3 meses?
P9) Certo capital colocado a juro durante 3 anos e 4 meses a 8% ao ano, produziu
R$ 720,00 de juro. Qual o capital?
P12) Quem aplicou R$ 20.000,00 por 2 meses a uma taxa de 10% ao mês vai
receber a mesma quantia que quem aplicou R$ 25.000,00 a uma taxa de 8% ao
mês pelo mesmo período de tempo. Esta afirmação é VERDADEIRA ou FALSA?
P13) Qual o tempo necessário para que um capital, colocado a 5% ao ano, dobre
de valor?
P17) Uma pessoa deposita suas economias no valor de R$ 13.000,00 num banco
que paga 5% ao ano. Qual o capital acumulado em 5 anos?
P18) Uma pessoa emprega seu capital a 8% e, no fim de 3 anos e 8 meses recebe
capital e juros reunidos no valor de R$ 15.520,00. Qual o capital empregado?
GABARITO - JUROS
P1) R$ 2.100,00
P2) R$ 720,00
P3) R$ 127,20
P4) R$ 13,86
P5) R$ 2.000,00
P6) 7% ao ano
P8) R$ 1.845,00
P9) R$ 2.700,00
P11) 8%
P12) sim
P13) 20 anos
P14) R$ 52.631,58
P15) R$ 155.000,00
P17) R$ 16.250,00
P18) 12.000
P20) R$ 5.000,00
NOÇÕES DE RECURSOS HUMANOS E DE MATERIAL
O Departamento de Recursos Humanos - DRH é um órgão administrativo ligado à
Coordenadoria de Administração Geral , e tem por finalidade administrar o quadro de
pessoal da instituição, através de várias atividades, como as que envolvem contratação,
programas de treinamento e desenvolvimento, gestão de benefícios, entre outras.
Seu objetivo é fazer com que a instituição possua uma mão-de- obra estável, bem
preparada tecnicamente, preocupada em evoluir para bem executar suas funções, e
motivada para a prestação de serviços que atendam os objetivos da Instituição.
Recursos humanos
Conceitos básicos
O trabalho humano em organizações tem merecido a atenção de muitos estudiosos,
tentando compreender os fatores que influenciam o desempenho das pessoas no
ambiente de trabalho. Isto porque tudo que uma organização é capaz de realizar depende,
em última análise, das pessoas com que conta. Planejamento, marketing, direção,
controle, arrecadação de fundos e as atividades fim estão diretamente relacionados aos
conhecimentos, atitudes e habilidades que as pessoas trazem e desenvolvem ao longo de
sua vida pessoal e profissional.
Isto vale para todas as organizações, independente da atividade a que se dedicam. A
peculiaridade está em dar aos recursos humanos um tratamento adequado aos propósitos
da organização e aos valores que ela expressa. Por isso, não é raro encontrarmos autores
que sustentam que o primeiro público a ser considerado por uma organização é o público
interno. Em linhas gerais, uma organização não será capaz de demonstrar respeito por
seus consumidores se não praticar este mesmo princípio internamente, até porque são os
recursos humanos da empresa que possuem contato direto com os públicos externos.
No caso das organizações sem fins lucrativos, há algumas características que merecem
destaque para se pensar a utilização e o desenvolvimento de recursos humanos: a adesão
de seus colaboradores à causa da organização normalmente é grande, não sendo raro
que se identifiquem como militantes da causa. Neste sentido, a "militância" tem suas
vantagens: a dedicação dos colaboradores ao trabalho se dá na medida de seu
envolvimento emocional, político e ideológico com as propostas da organização. No
entanto, pode ter seu lado negativo: nem sempre uma pessoa, por mais dedicada que
seja, é a mais qualificada a desenvolver certas atividades, tornando problemático
direcionar-lhe o trabalho de maneira mais produtiva.
Outro aspecto a considerar, ainda dentro deste tema, é que militantes podem não aceitar
com facilidade a necessidade de planejar o trabalho de forma mais sistemática, preferindo
atuar a partir de suas próprias convicções e critérios e ao sabor dos acontecimentos. Se
por um lado isto confere maior flexibilidade às organizações, pode também significar que
os objetivos organizacionais estejam dispersos, perdendo-se o horizonte do que se
pretende alcançar e as estratégias necessárias à organização como um todo.
Mais recentemente, a necessidade de compatibilizar estas duas dinâmicas - militância e
profissionalismo - tem se imposto às organizações sem fins lucrativos, uma vez que as
exigências do ambiente apontam no sentido de dotá-las de instrumentos mais precisos de
gestão, de transparência junto à sociedade e de maior precisão quanto aos resultados
alcançados.
Para isto, as organizações podem valer-se dos conhecimentos já existentes sobre o
desenvolvimento dos recursos humanos e de sua própria capacidade em adaptar estes
conhecimentos às suas características individuais, produzindo uma política de recursos
humanos adequada. Tal política prevê, basicamente, os critérios a utilizar na seleção,
contratação, desenvolvimento, incentivo, avaliação e demissão de pessoas por parte de
uma organização. A vantagem de existir uma política é que ela explicita, para todos os
membros da organização, o que se espera de cada pessoa, seja ela ocupante de cargo
técnico, administrativo ou de direção. Desta forma, cada um tem a chance de saber seus
direitos e deveres, o que é esperado como contribuição individual, por que razões seu
desempenho está sendo avaliado positivamente ou não, formas de superar eventuais
dificuldades e assim por diante. O importante, então, é que haja uma política de recursos
humanos e não que esta política esteja difusa, porquanto só existente na cabeça de uma
pessoa ou de um grupo restrito de pessoas.
Conforme mencionamos, uma política diz respeito a critérios. Que critérios serão
utilizados pela organização como um todo - e não somente por alguns - quando se tratar
de selecionar, contratar, avaliar, desenvolver e demitir pessoas? De que forma estes
critérios expressam os valores que a organização defende? Ao mesmo tempo, como
mantê-los em níveis que possibilitem realizá-los e não inviabilizem o funcionamento da
organização?
Como se pode observar, uma política de recursos humanos é algo plausível de ser
realizado por qualquer organização, seja qual for seu âmbito de atuação, tamanho ou
quantidade de recursos materiais disponíveis.
• Folha de Pagamento
• Férias
• FGTS
• Jornada de Trabalho - Controle de Freqüência
• Registro e Contrato de Trabalho - anotações na CTPS .... carteira de Trabalho e
Previdência Social
• Rescisões Contratuais
A Divisão de Recursos Humanos adota as políticas estabelecidas pelo Plano de Cargos e
Salários e pelo Plano de Desenvolvimento Profissional.
Os Planos devem ser desenvolvidos com ampla participação de funcionários, lideranças
administrativas e diretoras.
Plano de Cargos e Salários
A estrutura do Plano de Cargos e Salários normalmente é elaborada adotando-se o
Método por Pontos e apresenta "x" grupos de cargos com suas respectivas faixas
salariais. Encontram-se distribuídos nestes grupos cargos administrativos, acadêmico-
administrativos, cargos de suporte operacional etc.
A evolução na carreira pode ocorrer de forma horizontal (quando o funcionário obtém
aumentos salariais por mérito durante a ocupação do mesmo cargo) ou de forma vertical
(quando o funcionário passa a ocupar outro cargo classificado em grupo superior na
estrutura do Plano de cargos e Salários). Cada faixa salarial apresenta um valor mínimo e
um valor máximo. Entre o valor mínimo e o valor máximo existe uma amplitude de " x % ",
constituindo o limite de ascensões salariais por mérito em cada faixa.
O Plano de Cargos e Salários privilegia a ascensão a cargos superiores de funcionários já
contratados, garantindo processos endógenos de preenchimento de vagas, o que
representa fator motivacional para desenvolvimento do quadro.
Os processos de evolução na carreira deve envolver uma sistemática de avaliação
estabelecida pelo Plano de Desenvolvimento Profissional.
A administração e manutenção do Plano de Cargos e Salários implica análise da estrutura
organizacional das unidades no contexto da organização, resultando na criação, extinção
ou redesenho de cargos.
O Departamento também atua no controle e na aplicação de índices e reajustes salariais
determinados legalmente ou por Acordo Interno de Trabalho, Convenções Sindicais ou
Dissídios Coletivos, a partir dos quais são confeccionadas as tabelas salariais dos
diversos segmentos profissionais da organização.
Desenvolvimento de Pessoal
O desenvolvimento de competências nas pessoas pode contribuir para que elas
aperfeiçoem seu desempenho nas organizações e se tornem criativas e inovadoras. Para
as organizações, investir em seus recursos humanos propicia maior facilidade no alcance
de seus objetivos, garante integração e maior qualidade na prestação de serviços.
Tendo como referência essa premissa, o Deptº de Desenvolvimento de Pessoal se propõe
a criar situações organizadas de aprendizagem que favoreçam a melhoria do desempenho
e/ou do crescimento pessoal e profissional dos funcionários.
A partir da elaboração de diagnósticos institucionais, da sistematização e
acompanhamento de instrumentos de avaliação profissional , do planejamento de carreira
individual, esta área viabiliza a construção de políticas, projetos e cursos direcionados ao
desenvolvimento pessoal e profissional dos funcionários.
Acreditando no potencial do ser humano e na importância do investimento em
aprendizagem contínua. Esta idéia abre portas para um futuro melhor, com realizações e
novas perspectivas de sucesso profissional. Quem escolhe o caminho a percorrer tem
maior chance de atingir aquilo que realmente quer.
Plano de Desenvolvimento Profissional
Um Plano de Desenvolvimento Profissional é conseqüência de estudos que se iniciam
para compor uma nova estrutura de cargos e salários para o quadro administrativo de
uma organização.
Conceitos como empregabilidade, endogenia, participação do funcionário, atribuição de
salários às pessoas e não aos cargos e planejamento da carreira profissional são itens
norteadores de um Plano de Desenvolvimento Profissional.
A realização pessoal e o crescimento profissional individualizados são os princípios que
fundamentam este plano, sendo essencial o papel das chefias na elaboração e condução
do mesmo. Cabe às chefias, em conjunto com seus funcionários, identificar potenciais,
incentivar planos de carreira e de desenvolvimento viáveis aos funcionários.
As definições dos planos de carreira e o apontamento de necessidades de treinamento
para os funcionários, mapeadas por um instrumento de avaliação profissional, oferecem
informações para a programação de cursos ou propostas de desenvolvimento coletivas.
O processo de crescimento pessoal e profissional dos funcionários de determinada
organização, pode ser contínuo, pois deve se propor :
• Incentivo ao treinamento no próprio local de trabalho;
• Subsídio para cursos externos visando atender demandas e necessidades apontadas
pelo trabalho;
• Possibilidade de participação nos projetos e cursos criados pela Divisão de Recursos
Humanos, voltados ao desenvolvimento profissional dos funcionários.
Avaliação Profissional
Avaliar é uma prática universal em todas as atividades humanas. As organizações, em
geral, procuram sistematizar, uniformizar e orientar procedimentos para avaliação de
desempenho do seu quadro de pessoal.
Dentro de uma organização, o processo de avaliação profissional pode contribuir para:
• Que as pessoas reflitam acerca de si próprias e de sua relação com a organização.
• Avaliar o estágio de desenvolvimento atual e estabelecer metas futuras para sua
evolução na carrreira profissional
• Estimular o comprometimento dos profissionais com os objetivos institucionais.
• Estimular a comunicação entre chefias e suas equipes.
É importante avaliar periodicamente para rever a orientação, corrigir eventuais desvios,
definir passos futuros e, principalmente, estimular, motivar e fazer crescer o avaliando.
A avaliação profissional analisa a capacidade das pessoas no trabalho. Esta capacidade é
apontada pelos conhecimentos, habilidades e atitudes, fundamentais ao crescimento
profissional. A sistemática de avaliação profissional, deve ter como referência
instrumentos desenvolvidos pelo DRH propondo reflexões sobre o estágio atual de
desenvolvimento e o planejamento de carreira. Este instrumento é um canal de
comunicação entre chefias e funcionários e, portanto, é responsabilidade das chefias
divulgar o programa, os princípios, objetivos e metodologia a serem utilizados.
O processo de avaliação tem por objetivos:
• Enfatizar o auto-desenvolvimento, a participação e a reflexão sobre o papel profissional.
• Promover um equilíbrio entre os objetivos do indivíduo e da instituição.
• Criar condições de mudanças no que se refere a conhecimentos, habilidades, atitudes,
comportamentos grupais e individuais.
Este processo, comumente, é realizado em duas etapas: primeiro, funcionário e chefia
respondem, individualmente, um formulário específico; depois, em conjunto e buscando o
consenso, montam uma síntese indicando aspectos favoráveis e desfavoráveis ao perfil
do cargo, desempenho, objetivos, treinamentos e medidas necessárias para
aperfeiçoamento do trabalho. Também são estabelecidas metas dentro de um
planejamento individual de carreira.
Conceitos utilizados no processo de Avaliação Profissional
Para se realizar a Avaliação Profissional torna-se fundamental a compreensão dos
conceitos : atribuições, conhecimentos, habilidades e atitudes.
Atribuições
Um Plano de Desenvolvimento de Pessoal tem por atribuições definir as tarefas principais
do cargo - aquelas que são fundamentais, que caracterizam o cargo e formam sua razão
de existir dentro da organização.
Tarefa ou atribuição é o que a pessoa efetivamente faz, executa, opera, realiza. Não devem
ser incluídos, como tarefas, compromissos, responsabilidades ou expectativas do tipo
"manter atualizado arquivo de ..."; "atualizar conhecimento de ..."; "ser responsável
por...", etc.
Para identificação da tarefa, deve-se procurar o objetivo da ação, como por exemplo:
"esclarecer pessoas sobre..." ao invés de " atender telefone " que seria sua forma de agir.
Conhecimentos
Os conhecimentos necessários para o desempenho das funções são aqueles inseridos
nas tarefas e que são facilmente identificados. São também conhecimentos necessários
aqueles destinados a tarefas futuras, isto é, tarefas que o funcionário não realiza porque
não conhece ou tarefas para as quais se deseja prepará-lo.
Em qualquer hipótese, para cada funcionário, dever ser dispensada uma atenção especial
aos conhecimentos necessários, sem os quais não seria possível o exercício de suas
funções (os conhecimentos variam de acordo com as atribuições de cada cargo).
Habilidades
Por habilidades deve-se entender as facilidades que a pessoa tem ou deveria ter para
desempenhar determinada tarefa com eficiência. Exemplo: todos podem "tocar violão",
entretanto, aqueles que têm habilidade (aptidão ou dom musical) desenvolvida terão
muito mais facilidade e conseguirão melhores resultados.
Exemplos de habilidades:
•facilidade para expressar-se (raciocínio ou fluência verbal)
•facilidade para calcular (raciocínio numérico)
• memória
•organização (capacidade de ordenar, priorizar e apresentar)
Atitudes
Podem ser entendidas como reações determinadas pela personalidade de cada um.
Exemplos:
• dedicação ao trabalho (gosto pelo trabalho)
• cooperação (estilo dos que gostam de trabalhar em equipe)
Também nas atitudes, outros exemplos poderão ser identificados. Não se recomenda que
atitudes circunstanciais e facilmente corrigíveis sejam realçadas na avaliação
profissional, como por exemplo, a assiduidade. A avaliação deve prestar-se ao
desenvolvimento profissional de médio e longo prazos. Os problemas circunstanciais
podem ser discutidos em outros momentos, ou mesmo neste, sem merecer, no entanto, o
mesmo peso de outras considerações.
Capacitação Profissional
A análise do conjunto de avaliações profissionais permite ao Deptº de Desenvolvimento
de Pessoal identificar carências e necessidades individuais e coletivas, diagnosticar fatos
e aspectos diversos de recursos humanos, propor e viabilizar treinamentos, buscar ou
criar formas alternativas para proporcionar apoio ao desenvolvimento profissional do
quadro administrativo e outras ações voltadas, inclusive, para o clima e cultura
organizacional.
As avaliações também constituem fontes para alimentação de um banco de dados (Banco
de Recursos Humanos) que deve comportar informações sobre históricos, potenciais e
objetivos profissionais dos funcionários. Os processos de seleções internas envolvem
pesquisa no banco de dados para identificação de funcionários com perfis compatíveis às
vagas existentes. A DRH mantém canal aberto para organização, revisão ou atualização
das informações do Banco de Recursos Humanos. Assim, pretende-se contemplar
expectativas de carreira de funcionários de acordo com necessidades institucionais.
A Administração de Materiais
A administração de materiais, junto com os recursos humanos e financeiros, são a base
de sustentação de uma organização ou empresa.Tal importância mede-se por várias e
fundadas razões de ordem econômica, social e técnica.
Ballou (2003) trata a administração de materiais de forma mais ampla, com uma
abordagem logística, onde a mesma pode ser entendida como um conjunto de atividades
funcionais, que é repetido inúmeras vezes ao longo do canal de suprimentos, através do
qual as matérias-primas são convertidas em produtos acabados sendo que o valor é
adicionado aos olhos do público/cliente.
Para tanto, utiliza técnicas cujas funções estão agrupadas em quatro subsistemas ou
grupos:
Por fim, a administração de materiais deve ser capaz de controlar quais materiais devem
realmente ser mantidos em estoques; o tempo em que devem ser repostos os estoques,
ou seja, uma determinação do nível que se deve providenciar um novo pedido e qual a
quantidade deve ser adquirida a fim de que não haja problemas de falta ou excesso. Para
que esses controles sejam realizados, uma série de ferramentas podem ser aplicadas.
Entre elas, destaca-se a Análise da Criticidade de Materiais.
Gestão de Estoques
Para determinar as quantidades a serem adquiridas, há vários métodos.
A maior parte dos métodos propostos passa por consultas aos usuários a respeito das
previsões de consumo, principalmente quando se trata de atividade ou serviço novos.
O primeiro método considera as necessidades de atendimento da população requisitante.
As estimativas de necessidades futuras são feitas a partir dos dados de entradas e saídas
dos meses anteriores.
A sistemática proposta, denominada média aritmética móvel, considera períodos de
consumo dos seis meses anteriores para fazer-se a previsão de consumo.
Assim, para o cálculo de consumo do mês 7, utilizamos os dados dos meses 1 a 6; para o
mês 8, os registros dos meses 2 a 7, e assim por diante.
Se não ocorrer nenhuma instabilidade, geralmente essa unidade apresenta um padrão de
consumo aproximadamente constante, porém podem sobrevir variações devidas a
alterações de padrão de atendimento, ocorrências sazonais, etc.
Uma observação importante: períodos de estoque zero de um produto não devem ser
considerados no cálculo da média, devendo ser substituídos para que não afetem o
resultado final.
Uma atenção especial deve ser dispensada para os casos em que faltas de produtos
determinam um aumento do consumo médio de outros.
Funções de estoques
De forma resumida, pode-se dizer que os estoques têm a função de funcionar como
reguladores do fluxo de consumo. Como há uma diferença nas velocidades entre entradas
e saídas de materiais, há a necessidade de que os mesmos sejam depositados, ou
armazenados em um local apropriado, esperando seu consumo em alguma unidade da
organização.
Como analogia, Martins e Alt (2001) utilizam o exemplo da caixa de água. Quando a
velocidade da entrada de água é maior que a saída, o nível da caixa de água aumenta, do
contrário ela abaixa. Portanto, a caixa serve como um amortecedor (buffer), um
instrumento necessário para que não falte e nem sobre água em demasia. Quanto aos
materiais, quando o número de unidades recebidas é maior que o número de unidades
expedidas, o nível de estoque aumenta. Os estoques então, regulam a equação.
Para que esse controle seja eficiente, deve-se supervisionar o funcionamento no decorrer
da execução e medir os resultados em relação aos planos, determinando-se assim fatores
que favorecem ou dificultam a obtenção desses resultados, procurando corrigir os
desvios e facilitando com isso à administração de materiais para a consecução dos
objetivos da organização.
Métodos gerenciais contribuem para a redução de estoques e para seu eficiente controle.
Entre eles, o CMS, do inglês Cost Management System, abordado por Berliner e Brinsom
(1992). O conceito de valor não adicionado, para os autores, se enquadra na gestão de
materiais e estoques, a partir do momento em que uma série de itens, bem como
atividades como recebimento, conferência e inventários físicos não adicionam valor ao
produto, ou serviço. Desta forma, a Análise da Criticidade irá se tornar uma excelente
ferramenta para identificar itens de um almoxarifado que não agregam valor.
Assim, sendo, a Análise da Criticidade visa fornecer subsídios para a tomada de decisões
dos gerenciadores, identificando as poucas e importantes características para que certos
produtos recebam atenção especial.
Assim sendo, em uma indústria automobilística, um parafuso, por exemplo, por ter baixo
custo unitário e baixo consumo. No entanto, esse parafuso é essencial ao acabamento do
produto final da empresa. Neste caso, ele é um item crítico no processo produtivo e não
pode faltar. Esse material, se faltando em estoque, provoca uma escala gradativa de
criticidade, em termos de funcionamento da empresa. Assim tem-se o Índice de
Criticidade dos itens em estoque.
Usando o conceito de criticidade dos itens do estoque, os itens podem ser agrupados em
três categorias:
• material Z em Criticidade, que são aqueles materiais cuja falta causará uma interrupção
no processo produtivo da empresa, ou, no caso de um hospital, a interrupção de uma
cirurgia ou exame, por falta de agulha, por exemplo. São, dessa forma, imprescindíveis;
• materiais Y em Criticidade, do qual fazem parte dessa categoria aqueles itens cuja falta
não irá provocar efeitos em curto prazo, sendo que são importantes, mas sua falta não irá
impedir um procedimento, e;
• materiais X em Criticidade, onde entram todos os demais itens do estoque, que não
entram nem na classe Z nem na classe Y.
Estudo de caso
Este estudo de caso utilizou o almoxarifado geral de um Hospital, que engloba apenas os
materiais gerais de uso, tais como materiais de expediente, de construção (elétrico e
hidráulico), de limpeza, bem como alguns itens médicos que não necessitam um controle
tão rígido quanto à segurança e que ocupam grandes espaços, como soros e
esparadrapos. Para a coleta de dados, foi utilizado o sistema de observação direta
intensiva. A observação deu-se entre os meses de julho a setembro de 2003, com dados
de maio de 2002 a junho de 2003.
Figura 2 - Classificação de criticidade quanto à Figura 3 - Classificação de criticidade quanto ao quantidade. consumo.
Pode-se observar que em relação à importância, baseados na idéia de Neto e Filho (2003)
de que os materiais mais consumidos seriam os mais importantes, notamos que uma
pequena variedade de itens, 2%, Figura 2, apresentam um grande consumo, cerca de 81%,
Figura 3, ao passo que uma variedade de mais de 95%, dos materiais Figura 2, possuem
um consumo de menos de 5% do total, Figura 3, ou seja, muitos materiais do estoque
poderiam ser eliminados ou ter seu estoque reduzido pelo baixo uso que se faz deles,
reduzindo-se os custos que não agregam valor. É uma concentração bastante acentuada,
notada especialmente na curva que forma, observada na Figura 4.
Quanto ao tipo de material, quatro itens dos materiais Z (copos, papel higiênico, papel
ofício e sacos plásticos, não considerando sua variedade de tipos), têm um consumo
extremamente elevado em relação aos demais itens, de forma que o material descartável
tem os maiores índices de consumo. O consumo de papel também é muito grande.
Nos itens que exigem um grau médio de atenção, pois englobam materiais Y, encontram-
se materiais compostos em sua maioria de sacos de lixo, que também possuem um alto
consumo.
A variedade desse produto é muito grande devido aos diferentes usos do mesmo. Nos
itens X, encontram-se materiais dos mais variados, materiais elétricos e hidráulicos. Nota-
se aí que há uma quantidade muito grande de materiais que tiveram um consumo muito
pequeno durante o ano. Esses itens poderiam ser eliminados do estoque ou comprados
de forma just in time, já que as facilidades de distribuição e entrega são grandes.
QUANDO COMPRAR?
A literatura especializada indica várias técnicas para responder a essa pergunta. De modo
bastante sintético, pode-se dizer que a compra deve ser feita sempre que o estoque
apresente uma quantidade de produto suficiente para atender as necessidades do período
compreendido entre a solicitação e a chegada do pedido. Esse tempo é chamado de prazo
de abastecimento (PA); o nível de estoque que indica o momento de solicitação de
compra é denominado nível de ressuprimento (NR). A quantidade a ser adquirida deve ser
a mínima suficiente para atender as necessidades até que se atinja um novo período de
abastecimento e é calculada a partir das médias já mencionadas.
Durante o período de renovação, que é o tempo que decorre entre dois pedidos
consecutivos, podem ocorrer algumas falhas, motivadas, por exemplo, por atrasos por
parte dos fornecedores na entrega dos produtos ou por aumento de demanda.
Para evitar falta de produtos e compras emergenciais, introduz-se o conceito de estoque
de reserva (ER), que é uma quantidade de material para suprir eventuais necessidades do
sistema.
A primeira forma determina que o ER é uma quantidade igual ao aumento de demanda (D)
durante o período de abastecimento (∆ D x PA), somada à quantidade a ser consumida
durante o período estimado de atraso do fornecedor (D x ∆ EAF).
ER = (∆ D x PA) + (D x ∆ EAF), em que:
∆ D = variação de demanda;
PA = prazo de abastecimento;
D = demanda média esperada (calculada a partir da média aritmética móvel);
∆ EAF = variação da expectativa de atraso do fornecedor (costuma-se considerar que para
um prazo de entrega estimado de quatro semanas haja um atraso de cerca de duas
semanas).
Para dimensionar adequadamente os prazos que decorrem desde o pedido até a entrega
dos produtos, as instituições públicas devem ainda considerar os prazos legais
obrigatórios (que variam conforme a modalidade de compra), assim como o tempo
despendido com os trâmites internos.
Esse modelo estabelece que o nível de reposição será uma quantidade de material
necessário para atender ao período de abastecimento, tendo em vista a expectativa de
consumo indicada pela média aritmética móvel, mais o estoque de reserva. Sempre que o
nível de estoque de um determinado item atingir esse valor, será feito o pedido.
A expressão do modelo é:
Q = ER + (PA x D), em que;
Q = quantidade a ser adquirida;
ER = estoque de reserva;
PA = prazo de abastecimento;
D = demanda média.
Esse método estabelece que o pedido seja feito de acordo com datas estabelecidas; por
exemplo, a cada dois meses verifica-se a posição de estoques e emite-se um pedido de
compra.
A quantidade a ser adquirida é calculada da seguinte maneira:
Q = EMax - ED, em que:
Q = quantidade a ser adquirida;
EMax = estoque máximo;
ED = estoque disponível (soma dos estoques existentes + pedidos já feitos e ainda não
recebidos).
O modelo de estoques mínimos tem níveis de estoque médio mais baixos e uma
freqüência variável de compras, ao passo que o método de estoques máximos apresenta
uma distribuição mais homogênea de processamento ao longo do tempo.
A escolha da metodologia depende da política de armazenamento dos produtos a ser
adotada.
Em qualquer situação, o sistema deve estar sempre pronto a emitir relatórios de estoques
que permitam agir prontamente para suprir necessidades emergenciais, que podem
indicar a adoção de medidas extraordinárias para evitar a falta de material.
Indicadores de Gestão
A literatura apresenta vários dados que funcionam como indicadores da gestão de
materiais. Alguns deles são citados a seguir:
• Porcentagem de funcionários de compras.
• Número de compras por comprador ao mês.
• Custo de um pedido: divide-se o custo do setor de compras pelo número total de
aquisições efetuadas no período.
• Nível de serviço: é uma relação expressa em porcentagem - divisão do número total de
pedidos atendidos pelo número de solicitações recebidas, multiplicada por 100. O ideal é
que essa relação seja o mais próximo de 100%.
• Tempo médio de abastecimento: o tempo decorrido entre a solicitação de compra e a
entrega do produto. É importante que se monitore esse período, o que pode ser feito por
amostragem.
• Giro de estoque ou rotatividade: um indicador que reflete o número de vezes que o
estoque roda em um determinado período. A expressão matemática para calculá-lo é:
O inverso do giro (ou antigiro) indica o número de períodos necessários para o consumo
do estoque. No caso acima, dois períodos, que equivalem a dois meses.
Valores elevados de giro indicam a necessidade de compras freqüentes; por outro lado,
valores baixos revelam um volume elevado de estoque e, portanto, grandes valores
monetários imobilizados.
Esta função tem sido apenas campo de elucubrações nos aspectos jurídico-
administrativos dos procedimentos licitatórios, em que a preocupação com a moralidade
pública dos atos administrativos é a tônica. Nesse particular, o Direito Administrativo é
sua principal fonte normativa e o Orçamento-Programa, o principal instrumento de
decisão de que dispõem os administradores para gerirem indiretamente esta função,
responsável por um montante de recursos gastos com material que ascende a cifras
fabulosas no conjunto dos setores públicos.
Este fato, acrescido da importância sobre o fator preço, ainda não despertou a atenção
das autoridades para a necessidade de estudos que venham a definir, dentro da
administração pública, as políticas, diretrizes, normas e os instrumentos de gestão de
material, passando por uma concepção ampla, interdisciplinar e integrada de suas
subfunções.
Resultado tão ou quão pernicioso é o conceito que cria na população de que o serviço
público é ineficiente, inoperante porque gerenciado por profissionais incompetentes e
desidiosos, incapazes de administrar com a assertividade necessária a produção dos
serviços básicos essenciais ao cidadão, atribuição constitucional do Estado.
Não poderia ser diferente. O discurso, a lei, o papel desgarrado da ação - conduzida sem
projetos concretos - não trazem mudanças e nem se materializam em resultados. Não há
como falar em modernização dos fatores de produção, melhoria de qualidade, elevação
dos índices de produtividade, sem o pressuposto básico da existência de Recursos
Humanos capacitados e adequados à sustentação desse quadro evolutivo, sem um
projeto que oriente e conduza as ações. Falta às organizações públicas o exercício do
planejamento, a concepção de projetos, a definição de metas e resultados claros a serem
atingidos.
LICITAÇÕES
Para o setor público o instrumento utilizado para compras é a licitação, como forma de
dar transparência à compra pública. Licitação é o procedimento administrativo pelo qual
uma pessoa governamental pretendendo alienar, adquirir ou locar bens, realizar obras ou
serviços, segundo condições por ela estipuladas previamente, convoca interessados na
apresentação de propostas, a fim de selecionar a que se revele mais conveniente em
função de parâmetros antecipadamente estabelecidos e divulgados. Esta exigência
encontra fundamento na Constituição Federal, no seu artigo 37 inciso XXI.
b) Inexigibilidade de Licitação
Art. 126. As compras, obras e serviços efetuar-se-ão com estrita observância do princípio
da licitação.
§ 1.0. A licitação só será dispensada nos casos previstos nesta lei.
§ 2.0. É dispensável a licitação:
- Nos casos de guerra, grave perturbação da ordem ou calamidade pública;
- Quando sua realização comprometer a segurança nacional, a juízo do Presidente da
República;
- Quando não acudirem interessados à licitação anterior, mantidas, neste caso, as
condições preestabelecidas;
- Na aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só podem ser fornecidos por
produtor, empresa ou representante comercial exclusivos, bem como na contratação
de serviços com profissionais ou firmas de notória especialização;
- Na aquisição de obras de arte e objetos históricos;
- Quando a operação envolver concessionário de serviço público ou, exclusivamente,
pessoas de direito público interno ou entidades sujeitas ao seu controle majoritário;
- Na aquisição ou arrendamento de imóveis destinados ao Serviço Público;
- Nos casos de emergência, caracterizada a urgência de atendimento de situação que
possa ocasionar prejuízos ou comprometer a segurança de pessoas, obras, bens ou
equipamentos;
- Nas compras ou execução de obras e serviços de pequeno vulto, entendidos como tal
os que envolverem importância inferior a cinco vezes, no caso de compras e serviços,
e a cinqüenta vezes, no caso de obras, o valor do maior salário mínimo mensal.
c) Princípios de Licitação
Além dos princípios arrolados na Lei 8.666/93, Hely Lopes Meirelles acrescenta outros
como sigilo:
d) Modalidades da Licitação
Cinco são as modalidades de licitação previstas na lei -art. 22 (O § 8' veda a criação de
outras modalidades licitatórias ou sua combinação):
g) Dispensa de Licitação
- Para obras e Serviços de Engenharia: Até o valor de 10% do limite previsto no caso da
modalidade Convite (R$ 15.000,00), desde que não se refiram a parcelas de uma mesma
obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local
que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente;
- Para Compras e outros Serviços: Até o valor de 10% do limite previsto no caso da
modalidade convite (R$ 8.000,00), desde que não se refiram a parcelas de um mesmo
serviço ou compra de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez.
O prazo mínimo que deverá mediar entre a última publicação do edital resumido ou da
expedição do convite e o recebimento das propostas será:
i) Procedimento da Licitação
Apesar dos atos que compõem o procedimento terem, cada um, finalidade específica, eles
têm um objetivo comum: A seleção da melhor proposta. Este ato derradeiro do
procedimento é um ato unilateral que se inclui dentro do próprio certame, diferentemente
do contrato, que é externo ao procedimento.
Segundo Hely Lopes Meirelles, esta é a fase interna da licitação à qual se segue a fase
externa, que se desenvolve através dos seguintes atos, nesta ordem:
1 - Edital
"É o instrumento pelo qual a Administração leva ao conhecimento público a abertura de
concorrência, de tomada de preços, de concurso e de leilão, fixa as condições de sua
realização e convoca os interessados para a apresentação de suas propostas. Como lei
interna da licitação, vincula a Administração e os participantes.
Funções do edital
- Dá publicidade à licitação;
- Identifica o objeto licitado e delimita o universo das propostas;
- Circunscreve o universo dos proponentes;
- Estabelece os critérios para análise e avaliação dos proponentes e das propostas;
- Regula atos e termos processuais do procedimento;
- Fixa cláusulas do futuro contrato.
2 - Habilitação (documentação)
A habilitação, por vezes denominada "qualificação", é a fase do procedimento em que se
analisa a aptidão dos licitantes. Entende-se por aptidão a qualificação indispensável para
que sua proposta possa ser objeto de consideração, sendo que o licitante pode ser
habilitado ou não pelo órgão competente.
Obs: Na modalidade de licitação chamada "convite" inexiste a fase de habilitação. Ela é
presumida; é feita a priori pelo próprio órgão licitante que escolhe e convoca aqueles que
julga capacitados a participar do certame, admitindo, também, eventual interessado, não
convidado, mas cadastrado.
Critérios de classificação
Existem quatro tipos básicos de licitação (4 critérios básicos para avaliação das
propostas):
- Licitação de menor preço - é a mais comum. O critério do menor preço é, sem dúvida, o
mais objetivo. É usual na contratação de obras singelas, de serviços que dispensam
especialização, na compra de materiais ou gêneros padronizados;
- Licitação de melhor técnica - esse critério privilegia a qualidade do bem, obra ou serviço
propostos em função da necessidade administrativa a ser preenchida. O que a
Administração pretende é a obra, o serviço, o material mais eficiente, mais durável, mais
adequado aos objetivos a serem atingidos;
Não se pode aceitar proposta que apresente preços unitários simbólicos, irrisórios ou de
valor zero, ainda que o instrumento convocatório não tenha estabelecido limites mínimos
(v. § 3' do art. 44 da Lei 8.666/93).
j) Conclusão
O processo de compras públicas se assemelha em quase sua totalidade ao do sistema
privado, sendo assim, todas as técnicas de compras devem ser observadas e sempre que
possível aplicadas, seguindo o que foi visto neste trabalho.
Estes fatores vêm a reforçar os argumentos para que geralmente se compre em grandes
quantidades (gerando aumento no custo final da mercadoria). Na verdade o que realmente
deve-se fazer é tomar a licitação como a restrição do sistema e, por este motivo, deve-se
concentrar esforços e subordinar as outras atividades à restrição para se otimizar ao
máximo o processo, possibilitando a redução dos estoques. Umas das atividades com
enorme relevância neste sentido é a de planejar rigorosamente a aquisição dos materiais
para que o estoque dos mesmos não termine antes da adjudicação de um novo lote.
Certamente este método não deve ser adotado pelas empresas privadas, pois já está
garantido o controle do emprego do dinheiro pelo dono do capital, gozando então do
benefício de utilizar processos mais flexíveis e eficientes, proporcionando menores
custos e melhores resultados à empresa.
CONSTITUIÇÃO
DA REPÚBLICA
CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO
A palavra Constituição é originária do verbo constituere (latim) e
significa constituir, construir, edificar, formar, organizar, estabelecer.
No Brasil, além da Constituição Federal, também denominada de Carta Magna ou Lei
Maior, em virtude da sua importância hierárquica, temos também as Constituições
Estaduais e as Municipais (Lei Orgânica do Município).
Caput - Termo que provém do latim e significa: cabeça, topo, parte superior. Parte do
artigo que contém o fundamento deste. Após o caput se sucedem os parágrafos, itens,
incisos ou alíneas.
Poder executivo - É um dos três poderes do Governo Federal, dos Estados e dos
Municípios. A ele compete o governo, a administração dos negócios públicos dentro do
que a Lei determina. É exercido pelo Presidente da República no âmbito federal; pelos
Governadores na esfera estadual e pelos Prefeitos no que se refere aos Municípios.
Poder Legislativo - É ao qual compete a elaboração, discussão e aprovação das Leis, bem
como certos atos comuns ao poder executivo. A nível Federal, dizemos que é
"Bicameralista", uma vez que é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal; a nível Estadual, pela Assembléia
Legislativa e a nível Municipal, pela Câmara dos Vereadores.
TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
ARTIGO 1o
A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem
como fundamentos;
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa
V - o pluralismo político.
Parágrafo único - Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
ARTIGO 2o
- São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si o Legislativo, o
Executivo e o Judiciário;
ARTIGO 3o
ARTIGO 4o
A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios;
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não intervenção;
V - igualdade entre os estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
CAPÍTULO III
DOS ESTADOS FEDERADOS
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem,
observados os princípios desta Constituição.
§ 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta
Constituição.
§ 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, a empresa estatal,
com exclusividade de distribuição, os serviços locais de gás canalizado.
§ 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais
de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua
regulamentação.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 5, de 1995)
§ 3º - Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas,
aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios
limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas
de interesse comum.
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito,
ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas
aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da
representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis,
será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.
§ 1º - Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as
regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades,
remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças
Armadas.
§ 2º - A remuneração dos Deputados Estaduais será fixada em cada legislatura, para a
subseqüente, pela Assembléia Legislativa, observado o que dispõem os arts. arts. 150, II,
153, III e 153, § 2.º, I.
§ 2.º A remuneração dos Deputados Estaduais será fixada em cada legislatura, para a
subseqüente, pela Assembléia Legislativa, observado o que dispõem os arts. arts. 150, II,
153, III e 153, § 2.º, I , na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquela
estabelecida, em espécie, para os Deputados Federais. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 1, 1992)
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembléia
Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em
espécie, para os Deputados Federais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º,
150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º - Compete às Assembléias Legislativas dispor sobre seu regimento interno, polícia e
serviços administrativos de sua secretaria, e prover os respectivos cargos.
§ 4º - A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de quatro
anos, realizar-se-á noventa dias antes do término do mandato de seus antecessores, e a
posse ocorrerá no dia 1º de janeiro do ano subseqüente, observado, quanto ao mais, o
disposto no art. 77.
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de
quatro anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último
domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do
mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro de janeiro do ano
subseqüente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 16, de1997)
Parágrafo único. Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na
administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso
público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V.
§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na
administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso
público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V.(Renumerado do parágrafo único, pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do
mandato e na circunscrição do Município; (Renumerado do inciso VI, pela Emenda Constitucional nº
1, de 1992)
X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; (Renumerado do inciso VIII, pela Emenda
Constitucional nº 1, de 1992)
XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo único. (Renumerado do
inciso XII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os subsídios dos
Vereadores e excluídos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar os seguintes
percentuais, relativos ao somatório da receita tributária e das transferências previstas no
§ 5o do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no exercício anterior: (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
I - oito por cento para Municípios com população de até cem mil habitantes; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
II - sete por cento para Municípios com população entre cem mil e um e trezentos mil
habitantes; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
III - seis por cento para Municípios com população entre trezentos mil e um e quinhentos
mil habitantes; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
IV - cinco por cento para Municípios com população acima de quinhentos mil habitantes.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
§ 1o A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua receita com folha
de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)
I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)
II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº
25, de 2000)
III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
•PODER LEGISLATIVO
•PODER JUDICIÁRIO
• chefiar o governo;
• administrar a coisa pública;
• aplicar as leis;
• iniciar o processo legislativo;
• vetar, total ou parcialmente projetos de lei;
• declarar guerra;
• prover e extinguir cargos públicos federais; e
• editar medidas provisórias com força de lei.
O exercício das funções relativas ao Poder Executivo é feito através da Administração
Direta, que compreende a estrutura administrativa da Presidência da República e dos
Ministérios e Indireta, que é o conjunto dos entes personalizados (Autarquias, Fundações
Públicas, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista) que, vinculados a um
ministério, prestam serviços públicos ou de interesse público.
Estados e Municípios
A estrutura político-administrativa dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios é
semelhante à federal, variando apenas em detalhes de adaptação às particularidades
regionais.
Dessa forma, no âmbito Estadual, o chefe do Poder Executivo é o Governador de Estado
auxiliado pelos Secretários Estaduais e no âmbito Municipal o representante do Poder
Executivo é o Prefeito auxiliado pelos Secretários Municipais. Os Estados e municípios
também tem seus poderes legislativos, nas Assembléias Estaduais e Câmaras Municipais.
Competências:
PODER EXECUTIVO:
• controla o Judiciário:
1. nomeando os ministros do STF e dos demais tribunais superiores (CF, art. 101,
parag. único art. 104, parág. único art. 84, XIV)
• controla o Legislativo:
1. paticipando da elaboração das leis, através da sanção ou veto aos projetos de
lei aprovados (CF, art. 84, IV e V)
2. participando da escolha dos ministros do Tribunal de Contas da União.
PODER LEGISLATIVO
Senado Federal
Lembrar:
Lembrar:
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao
Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará. (...)
§ 4º - O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de
seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados
e Senadores, em escrutínio secreto.
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á,
simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último
domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do
mandato presidencial vigente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997).
§ 2º - Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido
político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o
interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara
Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição,
na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
§ 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional,
em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos
dos respectivos membros.
Art. 5º, § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos
que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
O quorum de instalação (para que se delibere sobre uma determinada lei) sempre
será de metade mais um da totalidade dos membros da casa. A aprovação ou não de
determinado fato é que será variável, quando se considerará o número de presentes. Esse
é o quorum de votação.
ESFERAS DO LEGISLATIVO.
Existem em três níveis (federal, estadual e municipal) e estão representadas pelo
Congresso Nacional, assembléias legislativas e câmaras municipais.
Competências:
PODER LEGISLATIVO:
• controla o Judiciário:
1. participando da escolha dos membros dos tribunais superiores (CF, art. 101,
parag. único art. 104, parág. único)
2. julgando os ministros do STF nos crimes de responsabilidade (CF, art. 52, II)
3. fiscalizando a forma como é gerenciado o dinheiro público pelo Poder
Judiciário, no exercício da atividade administrativa (CF, art. 71, II)
• controla o Executivo:
1. julgando o Presidente da República, o Vice-Presidente, os ministros de Estado,
nos crimes de responsabilidade (CF, art. 52, I)
2. apreciando as contas do Presidente da República (CF, art. 51, II) e dos demais
órgãos da Administração Pública (CF, art. 71, I e II)
3. fiscalizando e controlando os atos do Poder Executivo, incluídos os da
administração indireta (CF, art. 49, X), podendo convocar ministros de Estado
para prestar informações (art. 58, III), criar comissões parlamentares de inquérito
para apuração de fatos relevantes (art. 58, § 3º).
DO PODER LEGISLATIVO
Seção I
DO CONGRESSO NACIONAL
O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal.
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo
sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.
§ 1º - O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito
Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população,
procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma
daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.
§ 2º - Cada Território elegerá quatro Deputados.
Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal,
eleitos segundo o princípio majoritário.
§ 1º - Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito
anos.
§ 2º - A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em
quatro anos, alternadamente, por um e dois terços.
§ 3º - Cada Senador será eleito com dois suplentes.
Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões,
poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente
subordinados à Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações
sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a
ausência sem justificação adequada.(Redação dada pela Emenda Constitucional de
Revisão nº 2, de 1994)
§ 1º - Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal, à Câmara dos
Deputados, ou a qualquer de suas Comissões, por sua iniciativa e mediante
entendimentos com a Mesa respectiva, para expor assunto de relevância de seu
Ministério.
§ 2º - As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar
pedidos escritos de informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas
referidas no caput deste artigo, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o
não - atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas.
(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 2, de 1994)
Seção III
DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:
I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o
Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;
II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao
Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;
III - elaborar seu regimento interno;
IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou
extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para
fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.
Seção IV
DO SENADO FEDERAL
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de
responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)
II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho
Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da
República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de:
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;
c) Governador de Território;
d) Presidente e diretores do Banco Central;
e) Procurador-Geral da República;
f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha
dos chefes de missão diplomática de caráter permanente;
V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da
dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e
interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e
demais entidades controladas pelo Poder Público federal;
VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em
operações de crédito externo e interno;
IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por
decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;
XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do
Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato;
XII - elaborar seu regimento interno;
XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou
extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para
fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.
XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua
estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União,
dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 42, de 19.12.2003)
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do
Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por
dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito
anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais
cabíveis.
Seção V
DOS DEPUTADOS E DOS SENADORES
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de
suas opiniões, palavras e votos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de
2001)
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a
julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 35, de 2001)
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser
presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos
dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus
membros, resolva sobre a prisão. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de
2001)
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a
diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por
iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros,
poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 35, de 2001)
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de
quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações
recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que
lhes confiaram ou deles receberam informações. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 35, de 2001)
§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e
ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só
podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva,
nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam
incompatíveis com a execução da medida.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 35, de
2001)
PODER JUDICIÁRIO
O Poder Judiciário Brasileiro tem como característica fundamental a
sua unidade e o fato de exercer o monopólio do poder de dizer o direito aplicável no caso
concreto, a chamada coisa julgada, que é decisão contra a qual não cabe mais nenhum
recurso.
STJ
O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de 33 ministros, também nomeados pelo
presidente da República, após aprovação pelo Senado Federal.
• • 1/3 dos cargos preenchidos por juízes dos Tribunais Regionais Federais
• • 1/3 por desembargadores dos Tribunais de Justiça
• • 1/3 por advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito
Federal e Territórios, de forma alternada.
TRF
Os Tribunais Regionais Federais têm composição variável, com o número de juízes
definido em lei, sendo 1/5 escolhido entre os advogados com mais de 10 anos de efetiva
atividade profissional e membros do Ministério Público Federal com mais de 10 anos de
carreira.
Os demais são escolhidos mediante promoção de juízes federais com mais de 5 anos de
exercício, por antigüidade e merecimento, alternadamente.
Os TRFs representam a 2ª Instância da Justiça Federal, sendo responsáveis pelo
processo e julgamentos dos recursos contra as decisões da 1ª Instância.
A competência dos Tribunais Regionais Federais está definida no art. 108 da Constituição
Federal.
Juízes Federais
Os juízes federais representam a Justiça Federal de 1ª Instância e estão organizados em
Seções Judiciárias (uma no Distrito Federal e uma em cada estado, com sede na
respectiva capital).
As Seções Judiciárias são divididas em Varas, localizadas nas capitais e no interior dos
estados.
Aos juízes federais compete processar e julgar as causas em que entidades autárquicas
ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes
ou oponentes, com exceção das ações de falência e de acidentes de trabalho e as de
competência da Justiça Eleitoral e do Trabalho.
Também faz parte da competência dos juízes federais o processo e julgamento de causas
entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada
ou residente no país as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado
estrangeiro ou organismo internacional os crimes políticos e as infrações penais
praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesses da União.
Atualmente, está em exame no Congresso Nacional a inclusão na competência da Justiça
Federal dos crimes contra os direitos humanos. A competência da Justiça Federal está
definida no art. 109º da Constituição Federal.
Tribunais de Alçada
Também são órgãos da 2ª Instância da Justiça Estadual, assim como os TJ.
A competência dos Tribunais de Alçada é definida nas leis de organização judiciária dos
estados. Muitos defendem a sua extinção. Funcionam atualmente somente em três
estados.
Tribunal de Justiça
Órgão de segundo grau, de criação obrigatória em todos os Estados, com competência
para julgar recursos das decisões dos juízes de primeiro grau.
Juízes Estaduais
Os juízes estaduais representam a 1ª Instância da Justiça Estadual e é responsável pelo
julgamento de processos envolvendo matérias cíveis, de família, do consumidor, de
sucessões, de falâncias e concordatas, da infância e juventude, além das matérias
criminais.
TSE
O Tribunal Superior Eleitoral é instância máxima da Justiça Eleitoral e é composto por 7
membros escolhidos da seguinte forma:
• mediante eleição, pelo voto secreto, de três juízes dentre os ministros do STF e
• dois juízes dentre os ministros do STJ por nomeação do presidente da República,
• dois juízes dentre os advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados
pelo STF.
O presidente e o vice-presidente do TSE são eleitos dentre os ministros do STF e o
corregedor eleitoral dentre os ministros do STJ.
TRE
Há um Tribunal Regional Eleitoral em cada estado e no Distrito Federal e eles são
compostos da seguinte forma:
• dois juízes dentre os seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral,
indicados pelo Tribunal de Justiça.
TST
O Tribunal Superior do Trabalho é órgão superior da Justiça do Trabalho e é formado por
17 ministros, nomeados pelo presidente da República, após aprovados pelo Senado
Federal.
À Justiça do Trabalho compete conciliar e julgar os dissídios individuais e coletivos entre
trabalhadores.
TRT
Existem Tribunais Regionais do Trabalho em todos os estados e no Distrito Federal. Os
TRTs representam a 2ª Instância da Justiça do Trabalho, sendo responsáveis pelo
processo e julgamentos dos recursos contra as decisões da 1ª Instância. São compostos
por juízes nomeados pelo Presidente da República, observada a proporcionalidade
estabelecida na Constituição.
Juízes do Trabalho
Os juízes do trabalho representam a 1ª Instância da Justiça do Trabalho e estão
organizados nas Varas do Trabalho.
À Justiça do Trabalho compete conciliar e julgar os dissídios individuais e coletivos entre
trabalhadores e empregadores e outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho,
bem como os litígios que tenham origem no cumprimento de suas próprias sentenças,
inclusive as coletivas.
Competências:
PODER JUDICIÁRIO:
• controla o Legislativo:
1. exercendo controle da constitucionalidade das leis e atos administrativos
2. julgando os membros do Congresso Nacional nos crimes comuns, e os membros do
Tribunal de Contas da União nos crimes comuns e de responsabilidade.
• controla o Executivo:
1. exercendo o controle da constitucionalidade das leis e atos administrativos
2. julgando o Presidente da República, o Vice-Presidente, os ministros de Estado, nos crimes
comuns
3. julgando os ministros de Estado nos crimes de responsabilidade, quando esses não forem
conexos com crimes atribuídos ao Presidente ou ao Vice-Presidente.
Preceitua, a Constituição
CAPÍTULO III
DO PODER JUDICIÁRIO
Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
I - o Supremo Tribunal Federal;
I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - o Superior Tribunal de Justiça;
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI - os Tribunais e Juízes Militares;
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais
Superiores têm sede na Capital Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o
território nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o
Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso
público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em
todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade
jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigüidade e merecimento,
atendidas as seguintes normas:
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco
alternadas em lista de merecimento;
b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância
e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antigüidade desta, salvo se não houver
com tais requisitos quem aceite o lugar vago;
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de
produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela freqüência e aproveitamento em
cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo
voto fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e
assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do
prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão;
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
III o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antigüidade e merecimento,
alternadamente, apurados na última ou única entrância; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
IV previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de
magistrados, constituindo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação
em curso oficial ou reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de
magistrados; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco
por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os
subsídios dos demais magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e
estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, não
podendo a diferença entre uma e outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por
cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos
Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão o
disposto no art. 40; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
VII o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VIII o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse
público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do
Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
VIII A remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de igual entrância
atenderá, no que couber, ao disposto nas alíneas a , b , c e e do inciso II; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas
todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em
determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos
nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o
interesse público à informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo
as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído
órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o
exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do
tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antigüidade e a outra metade por
eleição pelo tribunal pleno; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos e
tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense
normal, juízes em plantão permanente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
XIII o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda
judicial e à respectiva população; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XIV os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de
mero expediente sem caráter decisório; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
XV a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos
Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério
Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de
reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em
lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao
Poder Executivo, que, nos vinte dias subseqüentes, escolherá um de seus integrantes
para nomeação.
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício,
dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz
estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II,
153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III - dedicar-se à atividade político-partidária.
IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas,
entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três
anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 96. Compete privativamente:
I - aos tribunais:
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das
normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a
competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem
vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva
jurisdição;
d) propor a criação de novas varas judiciárias;
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto
no art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os
de confiança assim definidos em lei;
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e
servidores que lhes forem imediatamente vinculados;
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça
propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos
juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e
dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;
III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios,
bem como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade,
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do
respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou
ato normativo do Poder Público.
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para
a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e
infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e
sumariíssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de
recursos por turmas de juízes de primeiro grau;
II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e
secreto, com mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar
casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de
habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras
previstas na legislação.
§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça
Federal. (Renumerado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços
afetos às atividades específicas da Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.
§ 1º - Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites
estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 2º - O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete:
I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais
Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais;
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos
Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.
§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas propostas
orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder
Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os
valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites
estipulados na forma do § 1º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em
desacordo com os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos
ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de
despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de
créditos suplementares ou especiais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 100. à exceção dos créditos de natureza alimentícia, os pagamentos devidos pela
Fazenda Federal, Estadual ou Municipal, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão
exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos
créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações
orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
§ 1º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba
necessária ao pagamento de seus débitos oriundos de sentenças transitadas em julgado,
constantes de precatórios judiciários, apresentados até 1º de julho, fazendo-se o
pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados
monetariamente.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 30, de 2000)
§ 1º-A Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários,
vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e
indenizações por morte ou invalidez, fundadas na responsabilidade civil, em virtude de
sentença transitada em julgado.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 30, de 2000)
§ 2º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao
Poder Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exeqüenda
determinar o pagamento segundo as possibilidades do depósito, e autorizar, a
requerimento do credor, e exclusivamente para o caso de preterimento de seu direito de
precedência, o seqüestro da quantia necessária à satisfação do débito.(Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 30, de 2000)
§ 3º O disposto no caput deste artigo, relativamente à expedição de precatórios, não se
aplica aos pagamentos de obrigações definidas em lei como de pequeno valor que a
Fazenda Federal, Estadual, Distrital ou Municipal deva fazer em virtude de sentença
judicial transitada em julgado. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 30, de 2000)
§ 4º São vedados a expedição de precatório complementar ou suplementar de valor pago,
bem como fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução, a fim de que seu
pagamento não se faça, em parte, na forma estabelecida no § 3º deste artigo e, em parte,
mediante expedição de precatório. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
§ 5º A lei poderá fixar valores distintos para o fim previsto no § 3º deste artigo, segundo as
diferentes capacidades das entidades de direito público. (Parágrafo incluído pela Emenda
Constitucional nº 30, de 2000 e Renumerado pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
§ 6º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou
tentar frustrar a liquidação regular de precatório incorrerá em crime de responsabilidade.
(Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 30, de 2000 e Renumerado pela
Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
Seção II
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre
cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de
notável saber jurídico e reputação ilibada.
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo
Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado
Federal.
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,
cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a
ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente-
Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-
Geral da República;
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado
e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no
art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os
chefes de missão diplomática de caráter permanente;(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 23, de 1999)
d) o "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas
anteriores; o mandado de segurança e o "habeas-data" contra atos do Presidente da
República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de
Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal
Federal;
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o
Distrito Federal ou o Território;
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou
entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
h) a homologação das sentenças estrangeiras e a concessão do "exequatur" às cartas
rogatórias, que podem ser conferidas pelo regimento interno a seu Presidente; (Revogado
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o
paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à
jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição
em uma única instância; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 22, de 1999)
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas
decisões;
m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a
delegação de atribuições para a prática de atos processuais;
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente
interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem
estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados;
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais,
entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição
do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do
Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da
União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal;
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do
Ministério Público; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - julgar, em recurso ordinário:
a) o "habeas-corpus", o mandado de segurança, o "habeas-data" e o mandado de
injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a
decisão;
b) o crime político;
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última
instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1.º A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta
Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.
(Transformado em § 1º pela Emenda Constitucional nº 3, de 17/03/93)
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas
ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade
produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do
Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e
municipal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das
questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal
examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois
terços de seus membros. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de
constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
§ 1º - O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de
inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal
Federal.
§ 2º - Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma
constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências
necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.
§ 3º - Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de
norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que
defenderá o ato ou texto impugnado.
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante
decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria
constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá
efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração
pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à
sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas
determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre
esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante
multiplicação de processos sobre questão idêntica.
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou
cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação
direta de inconstitucionalidade.
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que
indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a
procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e
determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o
caso."
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de quinze membros com mais de
trinta e cinco e menos de sessenta e seis anos de idade, com mandato de dois anos,
admitida uma recondução, sendo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I - um Ministro do Supremo Tribunal Federal, indicado pelo respectivo tribunal;
II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal;
III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal;
IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;
V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;
VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;
VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;
VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do
Trabalho;
IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;
X - um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da
República;
XI um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da
República dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição
estadual;
XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
Brasil;
XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela
Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.
§ 1º O Conselho será presidido pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal, que votará em
caso de empate, ficando excluído da distribuição de processos naquele tribunal.
§ 2º Os membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da República, depois de
aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.
§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo, caberá a escolha
ao Supremo Tribunal Federal.
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder
Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de
outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura:
I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da
Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou
recomendar providências;
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a
legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder
Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do
Tribunal de Contas da União;
III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário,
inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços
notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem
prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar
processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a
aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar
outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;
IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou
de abuso de autoridade;
V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e
membros de tribunais julgados há menos de um ano;
VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas,
por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;
VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a
situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar
mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso
Nacional, por ocasião da abertura da sessão legislativa.
§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de Ministro-Corregedor
e ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além das
atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes:
I receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos magistrados
e aos serviços judiciários;
II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição geral;
III requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores
de juízos ou tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios.
§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da República e o Presidente do
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.
§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará ouvidorias de justiça,
competentes para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra
membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares,
representando diretamente ao Conselho Nacional de Justiça.
Seção III
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros.
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo
Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de
sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a
escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre
desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo
próprio Tribunal;
II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público
Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do
art. 94.
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I - processar e julgar, originariamente:
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e
nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do
Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal,
os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os
membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério
Público da União que oficiem perante tribunais;
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal;
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas
na alínea "a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado
ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da
Justiça Eleitoral; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art.
102, I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados
a tribunais diversos;
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;
f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas
decisões;
g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou
entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito
Federal, ou entre as deste e da União;
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição
de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados
os casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da
Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal;
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas
rogatórias;(Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - julgar, em recurso ordinário:
a) os "habeas-corpus" decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais
Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a
decisão for denegatória;
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais
Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando
denegatória a decisão;
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um
lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;(Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendo-lhe, dentre
outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - o Conselhoda Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão
administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como
órgão central do sistema e com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter
vinculante. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Seção IV
DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES FEDERAIS
Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:
I - os Tribunais Regionais Federais;
II - os Juízes Federais.
Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes,
recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da
República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e
membros do Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira;
II - os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício,
por antigüidade e merecimento, alternadamente.
§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais Regionais Federais
e determinará sua jurisdição e sede. (Renumerado pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a realização de
audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da
respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentralizadamente,
constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à
justiça em todas as fases do processo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
I - processar e julgar, originariamente:
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça
do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério
Público da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da
região;
c) os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato do próprio Tribunal ou de juiz
federal;
d) os "habeas-corpus", quando a autoridade coatora for juiz federal;
e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal;
II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes
estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição.
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem
interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de
falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do
Trabalho;
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa
domiciliada ou residente no País;
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou
organismo internacional;
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços
ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas
as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a
execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou
reciprocamente;
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;(Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra
o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
VII - os "habeas-corpus", em matéria criminal de sua competência ou quando o
constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a
outra jurisdição;
VIII - os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato de autoridade federal,
excetuados os casos de competência dos tribunais federais;
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da
Justiça Militar;
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta
rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas
referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
XI - a disputa sobre direitos indígenas.
§ 1º - As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver
domicílio a outra parte.
§ 2º - As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em
que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à
demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.
§ 3º - Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos
segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência
social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se
verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também
processadas e julgadas pela justiça estadual.
§ 4º - Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal
Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da
República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de
tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar,
perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo,
incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que
terá por sede a respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei.
Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos
juízes federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei.
Seção V
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DO TRABALHO
Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:
I - o Tribunal Superior do Trabalho;
II - os Tribunais Regionais do Trabalho;
III - Juizes do Trabalho.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)
Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros,
escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco
anos, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do
Senado Federal, sendo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e
membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício,
observado o disposto no art. 94;
II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura
da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior.
§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho.
§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho:
I a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho,
cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e
promoção na carreira;
II o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a
supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho
de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito
vinculante.
Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas
por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal
Regional do Trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias
e condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho.(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 24, de 1999)
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo
e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II as ações que envolvam exercício do direito de greve; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e
trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato questionado
envolver matéria sujeita à sua jurisdição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o
disposto no art. 102, I, o; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de
trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos
órgãos de fiscalização das relações de trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus
acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado
às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo
a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de
proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse
público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à
Justiça do Trabalho decidir o conflito. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)
Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes,
recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da
República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e
membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício,
observado o disposto no art. 94;
II os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antigüidade e merecimento,
alternadamente.
§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante, com a realização
de audiências e demais funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da
respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.
§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar descentralizadamente,
constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à
justiça em todas as fases do processo.
Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular.(Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)
Seção VI
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS
Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:
I - o Tribunal Superior Eleitoral;
II - os Tribunais Regionais Eleitorais;
III - os Juízes Eleitorais;
IV - as Juntas Eleitorais.
Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros,
escolhidos:
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;
II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de
notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente
dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os
Ministros do Superior Tribunal de Justiça.
Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito
Federal.
§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;
II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito
Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal
Regional Federal respectivo;
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de
notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente- dentre os
desembargadores.
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos
juízes de direito e das juntas eleitorais.
§ 1º - Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes das juntas eleitorais,
no exercício de suas funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e
serão inamovíveis.
§ 2º - Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos,
no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos
escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada
categoria.
§ 3º - São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que
contrariarem esta Constituição e as denegatórias de "habeas-corpus" ou mandado de
segurança.
§ 4º - Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando:
I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei;
II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais;
III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou
estaduais;
IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou
estaduais;
V - denegarem "habeas-corpus", mandado de segurança, "habeas-data" ou mandado de
injunção.
Seção VII
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES
Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:
I - o Superior Tribunal Militar;
II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros vitalícios, nomeados
pelo Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo
três dentre oficiais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, três
dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da
carreira, e cinco dentre civis.
Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República dentre
brasileiros maiores de trinta e cinco anos, sendo:
I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez
anos de efetiva atividade profissional;
II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da
Justiça Militar.
Art. 124. à Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei.
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da
Justiça Militar.
Seção VIII
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos
nesta Constituição.
§ 1º - A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de
organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.
§ 2º - Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou
atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a
atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do T ribunal de Justiça, a Justiça
Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos
de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de
Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos
crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares,
ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal
competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das
praças. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os
crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares
militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar
e julgar os demais crimes militares. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras
regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases
do processo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização de audiências e
demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição,
servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de varas
especializadas, com competência exclusiva para questões agrárias. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o juiz far-se-á
presente no local do litígio.
CAPÍTULO IV
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
Seção I
DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do
Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
interesses sociais e individuais indisponíveis.
§ 1º - São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a
independência funcional.
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo,
observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de
seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de
provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua
organização e funcionamento. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º - O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do
prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para
fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei
orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 3º.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo
com os limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes
necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de
despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de
créditos suplementares ou especiais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 128. O Ministério Público abrange:
I - o Ministério Público da União, que compreende:
a) o Ministério Público Federal;
b) o Ministério Público do Trabalho;
c) o Ministério Público Militar;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
II - os Ministérios Públicos dos Estados.
§ 1º - O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República,
nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e
cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do
Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução.
§ 2º - A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da
República, deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Senado Federal.
§ 3º - Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão
lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu
Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de
dois anos, permitida uma recondução.
§ 4º - Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser
destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei
complementar respectiva.
§ 5º - Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos
respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto
de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros:
I - as seguintes garantias:
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por
sentença judicial transitada em julgado;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão
colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus
membros, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto
nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)
II - as seguintes vedações:
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas
processuais;
b) exercer a advocacia;
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de
magistério;
e) exercer atividade político-partidária; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas,
entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei. (Incluída pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95, parágrafo único,
V. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública
aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua
garantia;
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público
e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção
da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;
V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;
VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência,
requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar
respectiva;
VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar
mencionada no artigo anterior;
VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados
os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;
IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua
finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades
públicas.
§ 1º - A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste artigo não
impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e
na lei.
§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira,
que deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da
instituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso público de
provas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua
realização, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica
e observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art. 93. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 5º A distribuição de processos no Ministério Público será imediata. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas aplicam-se as
disposições desta seção pertinentes a direitos, vedações e forma de investidura.
Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quatorze membros
nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria
absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois anos, admitida uma recondução,
sendo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I o Procurador-Geral da República, que o preside;
II quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada
uma de suas carreiras;
III três membros do Ministério Público dos Estados;
IV dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal
de Justiça;
V dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VI dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara
dos Deputados e outro pelo Senado Federal.
§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público serão indicados pelos
respectivos Ministérios Públicos, na forma da lei.
§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da atuação
administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres
funcionais de seus membros, cabendolhe:
I zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir
atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;
II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a
legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério
Público da União e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para
que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da
competência dos Tribunais de Contas;
III receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público
da União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da
competência disciplinar e correicional da instituição, podendo avocar processos
disciplinares em curso, determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com
subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções
administrativas, assegurada ampla defesa;
IV rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do
Ministério Público da União ou dos Estados julgados há menos de um ano;
V elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a
situação do Ministério Público no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a
mensagem prevista no art. 84, XI.
§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corregedor nacional, dentre os
membros do Ministério Público que o integram, vedada a recondução, competindo-lhe,
além das atribuições que lhe forem conferidas pela lei, as seguintes:
I receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos membros do
Ministério Público e dos seus serviços auxiliares;
II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e correição geral;
III requisitar e designar membros do Ministério Público, delegando-lhes atribuições, e
requisitar servidores de órgãos do Ministério Público.
§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil oficiará junto
ao Conselho.
§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público, competentes
para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou
órgãos do Ministério Público, inclusive contra seus serviços auxiliares, representando
diretamente ao Conselho Nacional do Ministério Público.
Seção II
DA ADVOCACIA PÚBLICA
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão
vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da
lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de
consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.
§ 1º - A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre
nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos,
de notável saber jurídico e reputação ilibada.
§ 2º - O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo
far-se-á mediante concurso público de provas e títulos.
§ 3º - Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da União cabe à
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto em lei.
Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na
qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da
Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação
judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após
três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos
próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
Seção III
DA ADVOCACIA E DA DEFENSORIA PÚBLICA
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por
seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados, na
forma do art. 5º, LXXIV.)
§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e
dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em
cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e
títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício
da advocacia fora das atribuições institucionais. (Renumerado pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e
administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, §
2º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções II e III deste
Capítulo serão remunerados na forma do art. 39, § 4º. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
Conceituação
Antes de estudarmos o artigo 5o e seus 77 (setenta e sete) incisos, que tratam dos direitos individuais
e coletivos, iremos inicialmente conceituá-los, para uma compreensão mais fácil do assunto.
Exemplo: "É garantido o direito de herança" (artigo 5o, inciso XXX da CF).
Direito Coletivo - É aquele que favorece ou protege um grupo de pessoas que estejam ligadas entre si
por algum vínculo jurídico. Por exemplo: a criação de associações e, na forma da Lei, de
cooperativas, independe de autorização, sendo vedada a interferência estatal (artigo 5 o, inciso
XVIII).
Deveres - São limites impostos pela norma aos direitos, com a finalidade de proteger os benefícios
jurídicos concedidos. Analisando o artigo 5 o, podemos verificar que não há um só direito, por mais
importante que seja, que se caracterize por ser absoluto, pois todo direito tem um dever
correspondente.
Por exemplo: O inciso IV do artigo 5o diz: "é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o
anonimato. (É como a Lei da Física quando explica "ação e reação").
Dever: A pessoa que manifestar seu pensamento deve se identificar, porque "é vedado o
anonimato".
TÍTULO II
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
ARTIGO 5o
Todos são iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à segurança e à
prosperidade, nos termos seguintes;
I - Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição.
Comentário
É uma afirmação do princípio da isonomia. Observar é a preocupação do legislador (aquele que faz
as Leis) em que não haja, de forma alguma, tratamento diferenciado entre homens e mulheres, o
que não acontecia em épocas passadas.
II - Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da Lei.
Comentário
Este inciso é chamado também de Princípio da Legalidade, e assegura o dever de cumprirmos
somente aquilo que as Leis nos determinam. O fundamento deste inciso é a liberdade: "não farei o
que a Lei proíbe". Somente as Leis podem nos obrigar a fazer alguma coisa. Por esta razão,
nenhuma autoridade pode nos obrigar a nada que não estiver previsto nas Leis do país.
VI - É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos
religiosos e garantida, na forma da Lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias;
Comentário
O Estado brasileiro não possui religião oficial. É, portanto, um Estado laico. Mas, por outro lado,
assegura a liberdade de crença e o livre exercício dos cultos religiosos.
VII - É assegurada, nos termos da Lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e
militares de internação coletiva;
Comentário
Entidades de Internação Coletiva - São hospitais, quartéis, penitenciárias, etc.
Este inciso decorre do anterior (VI) assegurando em todo e qualquer lugar onde haja pessoas
internadas, a prestação de serviços de assistência religiosa. O inciso garante também a liberdade de
crença aos doentes, detentos, etc., independentemente da orientação religiosa do estabelecimento de
internação coletiva.
Por exemplo: Um hospital mantido por uma irmandade religiosa católica não pode negar a um
paciente evangélico assistência espiritual por parte de um ministro, um pastor adventista, batista,
presbiteriano ou pertencente a qualquer outra religião.
VIII - Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta, e recusar-se a
cumprir prestação alternativa, fixada em Lei;
Comentário
Ex: Certas religiões não permitem que seus membros cumpram o serviço militar obrigatório. Nessa
situação, a autoridade competente poderá substituir a obrigação legal pela prestação alternativa.
Assim, em vez do serviço militar, o indivíduo poderá exercer uma outra atividade como a prestação
de serviços num orfanato. Mas, caso o indivíduo se recusar a cumprir a prestação alternativa, fixada
em lei, então, perderá seus direitos políticos e deixará de ser cidadão, ou seja, não poderá mais votar
ou se candidatar a uma eleição.
Observação: Só poderá ser privado dos direitos por motivo de crença religiosa ou convicção
filosófica ou política, quando a obrigação legal a todos impostas não poder ser substituída por uma
prestação alternativa.
Entretanto, haverá privação de direitos quando alguém alegar estes motivos para livrar-se de
obrigações legais. Também ficará privado de direitos aquele que recusar-se a cumprir prestação
alternativa, fixada em Lei.
Prestação Alternativa: Pena restritiva de direitos, que consiste em atribuir ao condenado tarefas
gratuitas junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos
congêneres em programas comunitários ou estatais. Trata-se de uma inovação implantada pela Lei
nº 7.209, de 11/07/1984, que reforma a parte geral do código penal vigente, sendo as tarefas
atribuídas conforme as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas durante oito horas semanais,
aos sábados, domingos e feriados.
X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurando o
direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
Comentário
A Constituição brasileira estabelece uma diferença entre intimidade e vida privada.
Intimidade é o direito de estar só; vida privada significa vida particular, é a vida social. A honra e a
imagem das pessoal são asseguradas neste inciso, pois ambas refletem o respeito adquirido perante a
sociedade, garantindo assim, sua segurança e confiança. É assegurado o direito à indenização por
dano material ou moral decorrente de sua violação.
XI - A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia,
por determinação judicial;
Comentário
Relativamente à inviolabilidade domiciliar, trata-se de um preceito de natureza histórica, conhecido
desde a Idade Média, principalmente na ordem jurídica inglesa. Pinto Ferreira traz o sublime
discurso de Lord Chatham sobre o tema:
O homem mais pobre desafia em sua casa todas as forças da Coroa, sua cabana pode ser muito
frágil, seu teto pode tremer, o vento pode soprar entre as portas mal ajustadas, a tormenta pode nela
penetrar, mas o Rei da Inglaterra não pode nela entrar.
Casa significa morada, vivenda, lar, habitação. É o lugar onde a pessoa está abrigada, e onde está
desenvolvendo atos de sua intimidade ou de vida privada.
Inviolável é a condição do que ninguém pode violar, penetrar. Esta regra poderá ser quebrada
somente em casos excepcionais, ou seja, pode-se penetrar na casa sem consentimento do morador em
casos de flagrante delito, desastre, ou para prestar socorro ao morador.
XIV - É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário
ao exercício profissional;
Comentário
O acesso à informação é requisito básico para o convívio social. A Constituição assegura o sigilo da
fonte de informação, quando necessário ao exercício profissional. É o caso, por exemplo, do
jornalista, que não está obrigado a revelar a fonte para denunciar eventual corrupção em órgão
público, ou do advogado, que não precisa revelar a fonte de informações à qual recorre para
obtenção de dados relativos ao processo.
(Os jornalistas devem assinar a matéria, pois, caso ofenderem alguém, serão responsabilizados por
aquilo que tiverem publicado), ou do advogado.....
XV - É livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos
termos da Lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
Comentário
Qualquer pessoa (brasileiros e estrangeiros);
A locomoção é a liberdade física do homem. Todas as pessoas gozam do direito de ir e vir,
garantidas pela democracia que vigora em nosso país. A liberdade de locomoção é ampla, pois
permite que qualquer pessoa, nos termos da Lei, entre, permaneça ou saia do Brasil, inclusive com
seus bens. Tanto é que toda vez que uma pessoa sofrer ou se achar ameaçada de sofrer violência ou
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou por abuso de poder, será concedido o
"habeas corpus".
XVI - Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada
para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
Comentário
Prévio aviso (para que a autoridade competente possa tomar as devidas providências, tais como:
liberar ruas, interditar a área onde ocorrerá a reunião, convocar força policial para garantir a
realização da reunião, etc).
Reunião é um acontecimento de curta duração, que proporciona o encontro de diversas pessoas num
determinado local, residência, clube, igreja, passeatas, comícios, sindicatos, etc. A prática do direito
de reunião, hoje, não depende de autorização legal, sendo exigido apenas prévio aviso, o qual, por
não se caracterizar como requerimento, não poderá ser indeferido, a não ser que esta reunião esteja
marcada em local, dia e hora coincidentes com outra, anteriormente marcada.
Um dos requisitos básicos para o exercício do direito de reunião é ter finalidades pacíficas, pois não
basta estar desarmado para comportar-se pacificamente.
XVII - É plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
Comentário
A Constituição Federal garante a criação de associações para que os cidadãos possam administrar
melhor seus interesses comuns. Assim, são criadas associações beneficentes (associação de pais e
amigos dos excepcionais), associações de classe (associação dos funcionários públicos do Estado de
São Paulo), associações empresariais (associação comercial e industrial), e ainda associações
culturais, desportivas e sociais.
O direito de associação somente poderá existir quando for lícito (legal), pois a ilicitude do ato resulta
em crime ou contravenção.
A proibição relativa às organizações paramilitares é dirigida às associações com fins militares não
inseridas na organização das Forças Armadas ou Polícias Militares dos Estados.
Um exemplo típico de organização paramilitar que hoje seria proibida pela Constituição foi o
famigerado Comando de Caça aos Comunistas (CCC), organização paramilitar de extrema-direita
surgida em São Paulo, em 1964 no início do Regime Militar instalado no Brasil.
Esta organização , atuou na tomada da Companhia Telefônica da Capital de São Paulo e na
ocupação das Docas de Santos. No fim da década de 1970, dirigiu suas ações contra os setores do
clero.
XIX - As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas
por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
Comentário
As associações são grupamentos legítimos de pessoas com o objetivo de exigirem e fiscalizarem seus
direitos, bem como as atividades do estado, ou apenas defenderem com mais eficácia seus interesses.
As associações possuem imunidades quanto à interferência estatal, só podendo ser dissolvidas ou ter
suas atividades suspensas pelos poderes públicos por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso,
o trânsito em julgado, isto é, decisão judicial para a qual não cabe mais recurso.
Exemplo: 10 (dez) casas são desapropriadas porque no local onde estão situadas passará uma
avenida que irá melhorar o trânsito para determinado bairro.
Propriedade Rural - em seu estágio atual de evolução, a propriedade rural tem sua função social
cumprida quando atende, simultaneamente, aos seguintes requisitos: utilização adequada dos
recursos naturais disponíveis e a preservação do meio ambiente; exploração que favoreça o bem
estar dos proprietários e trabalhadores; aproveitamento racional e adequado e observância das
disposições que regulam as relações de trabalho.
Se a propriedade não cumprir sua função social poderá ser desapropriada. Um exemplo muito
comum é a possibilidade do Estado desapropriar terra improdutiva com a finalidade de promover a
Reforma Agrária.
Propriedade Urbana - a propriedade urbana, por sua vez, cumpre sua função social quando atende
às exigência do Plano Diretor (instrumento de política de desenvolvimento e expansão urbana
exigida pela C. F. para cidades com população acima de 20.000 habitantes. No Plano Diretor estão
elencadas as obrigações dos proprietários de imóveis urbanos, e as punições que poderão sofrer, caso
não as cumpram.
Utilidade Pública - É aquela em que o poder público manifesta a vontade de utilizar um bem.
Ex.: Determinada propriedade pode ser desapropriada para fins de se construir escolas, orfanatos,
etc.
Necessidade Pública - Quando há uma razão imperiosa que obriga a desapropriação do bem.
Necessidade de se construir uma rodovia ou uma represa nas terras onde se situa a propriedade.
XXV - No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade
particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
Comentário
Exemplo: O Poder Público visando conter o rompimento de uma barragem, utiliza-se de área
particular vizinha, área esta destinada ao plantio de feijão. Mas, devido ao uso pelo Poder Público, a
colheita ficou prejudicada, gerando ao proprietário da mesma o direito à indenização.
Aqui não se trata de desapropriação. A requisição da propriedade é para uso temporário e
necessário, face a uma situação de perigo público, sendo previsto o ressarcimento ao proprietário se
houver dano à propriedade.
XXVI - A pequena propriedade rural, assim definida em Lei, desde que trabalhada pela família, não
será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo
a Lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
Comentário
O inciso XXVI tem por finalidade assegurar ao pequeno agricultor a manutenção de sua
propriedade, protegendo-a da penhora decorrente de empréstimos realizados para investimentos na
atividade produtiva, e que não pode paga-los.
Para que a propriedade não seja penhorada, ela deverá ser:
- Pequena - de acordo com a metragem fixada em lei.
- Ser trabalhada pela família.
- Ter a dívida sido contraída em decorrência da atividade produtiva.
Em caso de dívidas fiscais, a penhora da pequena propriedade poderá ser realizada em virtude do
não pagamento dos tributos.
Penhora: É o bloqueio dos bens realizado pelos oficiais de justiça, ou ordem do juiz, suficientes para
o pagamento da dívida mediante execução.
A Constituição, ao mesmo tempo que assegura o direito de propriedade, impõe que a terra seja
trabalhada pela família, proporcionando-lhe estabilidade por meio de sua fixação nela, dispondo a
Lei sobre os meios de financiar seu desenvolvimento. Esta estabilidade é assegurada pelo fato de que
a pequena propriedade não pode ser penhorada para pagamento de dívidas decorrentes das
atividades agrícolas, como por exemplo, a compra de implementos agrícolas. Por outro lado, torna-
se difícil ao pequeno produtor conseguir empréstimos junto a instituições financeiras, pois nenhuma
delas empresta dinheiro sem uma garantia em troca e, via de regra, o único bem que este possui é a
sua terra, que sendo impenhorável, não pode ser dada como garantia.
XXVII - Aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas
obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a Lei fixar;
Comentário
Autor é o criador intelectual. A Constituição de 1988 assegura aos autores o direito exclusivo de
utilizar, publicar ou reproduzir suas obras. Assim, por exemplo, se um professor criar um novo
método de ensino para facilitar o aprendizado de determinada disciplina, ele poderá utilizá-lo e
publicá-lo. Ninguém mais poderá faze-lo sob pena de estar violando seus direitos autorais. Caso o
faça estará sujeito a penas previstas na Lei.
O direito de propriedade não é restrito somente a propriedade material (casa, terreno, chácara, etc).
Refere-se também a propriedade imaterial como por exemplo, os direitos autorais de um escritor.
O inciso XXVII protege a propriedade imaterial (obras científicas, inventos, obras literárias,
artísticas, etc).
A Constituição Federal de 1988 é pródiga em garantias aos autores de obras intelectuais. Essas
garantias são estendidas aos herdeiros, como forma de motivação e criatividade.
O direito do autor de explorar sua obra com exclusividade é válido para toda sua vida, perdurando
esse direito por toda a vida de seus herdeiros, se eles forem filhos, pais ou conjugues, Os demais
sucessores do autor gozarão dos direitos patrimoniais que lhes transmitir pelo período de sessenta
anos. Após este prazo, a obra cai em domínio público, passando a partir daí, ser o seu uso totalmente
livre.
XXIX - A Lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua
utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de
empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento
tecnológico e econômico do país;
Comentário
O inciso em pauta objetiva assegurar proteção mais ampla ao direito do autor. Assim, são
resguardadas também as criações industriais, as quais quando registradas no órgão competente,
proporcionam o privilégio de uso exclusivo ao proprietário de seus direitos.
O privilégio de que trata o inciso em questão, consiste no direito de obter patente de propriedade do
invento, e ainda no direito de utilização exclusiva desse invento. Entretanto, o inciso deixa claro que
esse privilégio é ainda temporário.
Como vimos no inciso XXII., o direito de propriedade não é restrito aos bens imóveis ou materiais,
mas abrange também os bens imateriais, ou seja, aqueles de criações intelectuais.
Neste aspecto, a Constituição Federal de 1988 é pródiga em garantias aos autores de músicas, obras
literárias, técnicas, científicas, etc., garantias essas estendidas aos seus herdeiros, como forma de
motivação à criatividade. São resguardadas também as criações industriais, as quais, quando
registradas no órgão competente, proporcionam o privilégio de uso exclusivo ao proprietário de seus
direitos.
A Lei assegura também proteção aos inventores industriais concedendo-lhes o direito de explorar
seus inventos com exclusividade durante determinado período de tempo, podendo depois ser
explorado por todos os que desejarem.
XXXI - A sucessão de bens de estrangeiros situados no país será regulada pela Lei brasileira em
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a Lei pessoal
do "de cujus";
Comentário
A sucessão dos bens situados no país, pertencentes a estrangeiros falecidos é regulada pela Lei
brasileira em benefício do(a) viuvo(a) ou dos filhos. A Lei estrangeira só é utilizada quando garante
maiores privilégios que a brasileira àqueles que aqui nasceram.
XXXIII - Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular,
ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da Lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
Comentário
O inciso é muito claro, não necessitando de detalhamento. Contudo, cabe ressaltar que, caso o
cidadão seja cerceado em seu direito de informação, poderá impetrar o habeas data (instrumento
jurídico que assegura o conhecimento de informações relativas à sua pessoa, que estejam em arquivo
público. O habeas data é personalíssimo, só pode ser impetrado pela pessoa detentora dos dados
questionados).
Exceção à regra são as informações cujo sigilo seja imprescindível para a segurança do Estado e da
sociedade.
XXXV - A Lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça ao direito;
Comentário
O inciso em estudo consagra o princípio da universalidade de jurisdição.
A Constituição Federal estabeleceu por meio deste princípio, a possibilidade de todos buscarem
auxílio no poder judiciário, sempre que houver lesão ou ameaça ao direito.
Ao Estado cabe o monopólio da justiça, evitando a auto-tutela (auto-defesa, auto-proteção), não
obstante a legislação admita a auto-tutela excepcionalmente, como nos casos de legítima defesa, para
preservação da vida.
A regra constitucional exige submissão ao Poder Judiciário de todo e qualquer conflito de interesses.
Assim, qualquer prejuízo (lesão) ou ameaça deve ser submetido ao Poder Judiciário para ser
apreciado.
XXXVI - A Lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
Comentário
Direito Adquirido - É aquele que já se constituiu de maneira definitiva, estando perfeitos seus
requisitos legais e de fato. É aquele direito que vinha sendo praticado ou não por um cidadão,
conferido por uma Lei ao longo do tempo. Caso esta Lei seja modificada no transcorrer de sua
validade, ou se for promulgada uma nova Lei revogando a anterior relacionada a esse direito, estas
mudanças não afetarão o direito que estava sendo usufruído, pois a Lei não pode retroagir (voltar
atrás), a não ser em benefício da pessoa.
Por exemplo: O funcionário público após trinta e cinco anos de serviço adquire o direito à
aposentadoria, conforme a Lei vigente, não podendo ser prejudicado por eventual Lei posterior que
venha a ampliar o prazo para aquisição do direito à aposentadoria.
Ato Jurídico Perfeito - É o ato consumado de acordo com a Lei vigente no tempo em que se efetuou.
Assim, se o ato foi praticado dentro das normas legais válidas em determinada época, não pode uma
Lei nova (posterior) ao ato, invalidá-lo. Por esta razão, todas as Leis novas respeitam o que já foi
feito sob a validade da Lei anterior.
Coisa Julgada - Efeito da sentença para a qual não se cabe mais recurso, porque já foi apreciada
pelo poder judiciário e houve uma decisão, à qual não se é possível recorrer.
XXXVIII - É reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a Lei, assegurados:
- a plenitude de defesa
- o sigilo das votações
- a soberania dos veredictos
- a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida.
Comentário
A vida é o maior bem do cidadão. Portanto, os crimes contra ela são os de maior gravidade. Por esta
razão, os processos devem ser os mais minuciosos possíveis, altamente cautelosos, pois a pena,
quando houver, será de reclusão.
Os crimes dolosos contra a vida, consumados ou tentados, são julgados pela sociedade através do
júri. Tais crimes estão abaixo elencados:
- aborto
- auxílio ou induzimento doloso
- homicídio doloso
- infanticídio
Júri - É um tribunal (tribunal do júri), constituído por um juiz de direito que é seu presidente e sete
cidadãos (jurados), que formam o conselho de sentença para julgar a inocência ou a culpa do réu, no
que se refere aos crimes dolosos contra a vida. É uma garantia dos cidadãos que consiste no direito
de ser julgado pelos seus pares, pessoas do povo que não julgam de modo técnico como um juiz
profissional, mas baseados no senso comum prevalescente no seio social.
Estes sete jurados, escolhidos entre o povo, devem ser maiores de vinte e um anos, alfabetizados e
domiciliados no município. Os jurados, após ouvirem as alegações da acusação e da defesa durante
os debates, poderão formular perguntas às partes, ao réu e aos depoentes (pessoas chamadas a
depor). Após os referidos debates, retiram-se para uma sala onde, de maneira sigilosa (o voto é
secreto, não conhecendo um jurado o voto do outro), votam pela condenação ou absolvição do réu. A
decisão do jurado é chamada de veredicto e é imutável.
A atuação do juiz limita-se a presidir o julgamento, absolvendo ou fixando a pena quando o réu é
considerado culpado.
Entretanto, caso ocorra irregularidade, ou seja, impetrado recurso ao veredicto, será realizado novo
julgamento, com outros jurados. O veredicto inicial, todavia, é soberano, pois nem mesmo um
tribunal pode modificar a decisão dos jurados.
A instituição do júri é, pois, a garantia da democracia no Judiciário, pois respeita os princípios de
auto-defesa, o sigilo das votações e a soberania dos veredictos.
XXXIX - Não há crime sem Lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
Comentário
Cominação: é a pena estabelecida pela Lei para determinado crime.
O inciso XXXIX é denominado de princípio da anterioridade da lei penal.
Um ato só pode ser considerado como crime quando existe uma lei elaborada, e já em vigor
descrevendo-o, antes que esse crime tenha sido cometido.
Com efeito, o artigo 155 do C.P. descreve o crime de furto "subtrair para si ou para outrem, coisa
alheia móvel".
Assim, a lei que prevê o crime, deve ser anterior ao fato, isto é, não será caracterizado como crime
um fato ocorrido hoje, se a lei que prevê o fato entrar em vigor amanhã.
Além disso; não haverá pena, sem que esta tenha sido estabelecida anteriormente para determinada
infração.
Ex: No crime de extorsão mediante seqüestro, descrito no artigo 159 do C.P. "seqüestrar pessoa,
com o fim de obter para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição do preço do resgate"
:Pena: reclusão de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (note, que já há pena estabelecida antes desse tipo de
crime ser cometido por alguém).
Por outro lado, todos os crimes possuem correspondentes penas elencadas junto a própria definição
do crime.
XLI - A Lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
Comentário
O princípio da isonomia (igualdade) é ressaltado mais uma vez, refletindo a preocupação do
legislador com o tratamento igual para todos os brasileiros, e prevendo punição para as
discriminações atentatórias aos direitos e liberdades fundamentais, tipificando tal comportamento
como delituoso e, portanto, passível de apenação.
XLII - A prática do racismo constitui crime inafiançável, sujeito à pena de reclusão, nos termos da
Lei;
Comentário
O racismo é uma doutrina que sustenta a superioridade de certas raças sobre outras, não se
limitando apenas a fatores relacionados a aspectos físicos. Consiste na enfatização de diferenças
étnicas entre homens para fins de discriminação de seus direitos, cultuando o ódio por uma
determinada raça, a qual normalmente se considera inferior e responsável por males que são
produzidos à raça que se considera superior.
A prática do racismo é uma das maiores preocupações da Constituição, haja vista o tratamento
rigoroso que lhe foi dado, pois o condenado é punido com pena de reclusão. Além do mais, é crime
inafiançável, isto é, não goza dos benefícios da fiança (pagamento de uma quantia, pelo acusado,
para que possa defender-se em liberdade, nos casos previstos na Lei). É também crime
imprescritível, ou seja, que não está sujeito à prescrição (maneira pela qual se extingue a
punibilidade do autor de um crime ou contravenção, por não haver o Estado exercido contra ele, no
tempo legal, o seu direito de ação, ou por não ter efetivado a condenação que lhe impôs).
Anistia - Ato pelo qual o Poder Público declara o fim da punibilidade, por motivo de utilidade social,
para todos aqueles, que até certo dia praticaram determinados delitos, em geral políticos, seja
fazendo cessar as diligências persecutórias, seja tornando nulas e de nenhum efeito as condenações e
o perdão geral.
A palavra "hediondo" origina-se do latim hoedos, cuja tradução é bode, que, em sentido figurado,
tem a conotação de algo fétido, mal cheiroso.
Hediondo significa sórdido, repulsivo, mal cheiroso.
Os crimes hediondos são gravíssimos, pois atentam contra a segurança individual e a coletiva,
ferindo de forma profunda a dignidade humana.
Os crimes hediondos são aqueles definidos na Lei 8.072
"são considerados crimes hediondos:
- atentado violento ao pudor
- homicídio praticado por grupo de extermínio
- extorsão qualificada pela morte
- extorsão mediante seqüestro
- estupro
- epidemia com resultado morte
- envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal, qualificado pela morte
- genocídio
- latrocínio (roubo seguido de morte)".
- falsificação de medicamentos.
Obs.: Crime qualificado é aquele em que a forma como foi cometido é especialmente agravada em
virtude de certas circunstâncias expressas em Lei. Assim, extorsão qualificada pela morte significa que
o crime de extorsão foi agravado pela morte.
Estes crimes são inafiançáveis, respondendo por eles os mandantes, os executores e os que, podendo
evitá-los, se omitirem. Além do mais, são crimes insuscetíveis de graça e anistia.
XLIV - Constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares,
contra a ordem constitucional e o estado democrático;
Comentário
O que visa este dispositivo é a garantia da sociedade e do Estado contra movimentos armados que
coloquem em risco a normalidade constitucional e o estado democrático.
Ex.: invasão da favela naval em São Paulo; chacina da Candelária no Rio de Janeiro, onde 11
meninos de rua foram mortos por policiais militares, etc.
XLV - Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da Lei, estendida aos sucessores e contra eles
executada, até o limite do valor do patrimônio transferido;
Comentário
É o princípio da intranscendência da pena; somente o condenado pode pagar por seus erros, um
terceiro, mesmo que queira, não pode tomar o seu lugar e, é óbvio, não pode a autoridade pública
determinar ou admitir nenhuma espécie de substituição neste sentido. Existe apenas a possibilidade
da obrigação de indenizar uma vítima, mas somente até o valor do limite herdado, e, no caso do
condenado falecer antes de efetivar sua obrigação, seus bens deixados em herança devem atender
primeiro a esta indenização, repartindo o que sobrar aos herdeiros.
Individuação da Pena - É a pena correspondente ao crime cometido, que o juiz deverá aplicar ao
acusado, levando em consideração a situação pessoal do mesmo.
Privação ou Restrição da Liberdade - Esta pena, segundo o Código Penal, pode ser de dois tipos:
Detenção - Neste tipo de pena, o condenado poderá iniciar o cumprimento da pena em regime semi-
aberto, trabalhando durante o dia em colônia penal agrícola, recolhendo à sua cela à noite.
Reclusão - É uma modalidade de pena mais rigorosa. O condenado cumpre sua pena inicialmente
em regime fechado, ou seja, em prisões de segurança média ou máxima, preso numa cela.
Perda de Bens - Diz respeito aos bens conseguidos com a prática dos delitos.
Comentário
A privação ou restrição à liberdade, refere-se a pena de reclusão em estabelecimento penal.
A perda dos bens diz respeito aos bens conseguidos com a prática de delitos.
Suspensão ou interdição de direitos é também uma pena em que proíbe ao criminoso de exercitar
algum direito.
Exemplo :
Art. 165. Do Código Nacional de Trânsito.
Dirigir sob a influência de álcool, em nível superior a seis decigramas por litro de sangue, ou de
qualquer substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica.
Infração - gravíssima;
Parágrafo único. A embriaguez também poderá ser apurada na forma do art. 277.
XLVIII - A pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a
idade e o sexo do apenado;
Comentário
O inciso visa possibilitar a separação dos presos em conformidade com a idade, sexo e grau de
periculosidade, para fins de cumprimento de pena. Assim, os mais jovens ficarão separados dos mais
velhos, as mulheres dos homens e, os mais periculosos dos menos periculosos.
Exemplos:
1 - Um preso cumpre pena de detenção, outros de reclusão.
2 - Penitenciárias para homens e penitenciárias para mulheres.
L - - Às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos
durante o período de amamentação.
LI - Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado
antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, na forma da Lei.
Comentário
Extradição - É a expulsão de estrangeiros do território nacional, quando requerida por outro país,
para responder um processo ou cumprir uma pena. O brasileiro nato jamais poderá ser extraditado.
O naturalizado, este sim, se, estiver envolvido com tráfico de entorpecentes ou por ter cometido
crime comum antes da naturalização.
LII - Não será concedido extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;
LIII - Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
Comentário
A competência para processar e sentenciar alguém é atribuída à Lei. Compete exclusivamente ao
juiz natural, ou seja, aquele integrado ao poder judiciário com todas as prerrogativas atribuídas
pela Constituição, julgar e, por conseguinte, sentenciar. Este é o princípio do juiz natural, ou juiz
constitucional.
LIV - Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
Comentário
Este é o princípio do processo legal, que confirma a maneira de solucionar conflitos através do
processo obrigatório por Lei. Portanto, o direito penal não pode ser aplicado senão conforme as
normas do processo, melhorando assim a garantia de defesa do acusado.
Ex.: O réu confessa que matou e mostra onde está o corpo - a apreensão do corpo é lícita, mas a
confissão sob tortura não. As provas ilícitas não são admitidas, para garantir a moralidade do
processo.
LVII - Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória;
Comentário
É uma defesa do cidadão, consagrada pela obrigatoriedade do processo legal, fazendo com que se
afaste a presunção de culpabilidade até o trânsito em julgado (decisão para a qual não cabe mais
recursos para a defesa do réu).
O inciso em estudo é chamado princípio da presunção da inocência. O réu é presumivelmente
inocente até prova em contrário.
LVIII - O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses
previstas em Lei;
Comentário
Este dispositivo assegura a preservação da pessoa contra o constrangimento da identificação policial
denominada datiloscopia (colheita das impressões digitais), quando o cidadão for preso em flagrante
delito ou for suspeito de um crime praticado. Objetivando evitar esta coação por parte das
autoridades, a Constituição proíbe a identificação criminal, quando o cidadão portar um documento
que o identifique para os efeitos da vida civil. Entretanto, há hipóteses previstas em Lei para que
uma pessoa seja identificada criminalmente - é o caso, por exemplo, de alguém possuir mais de um
documento de identidade com dados diferentes, ou documento sobre o qual recaia desconfiança das
autoridades.
LIX - Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo
legal;
Comentário
Sabemos que ao Estado compete o monopólio da justiça. O direito de ação do Estado nos crimes de
caráter público é exercido através do Ministério Público que promove a ação penal, acionando o
Poder Judiciário. O Estado não admite a auto-tutela, como já vimos, a não ser em alguns casos
excepcionais (inciso XXXV). Portanto, o cidadão não pode processar pessoalmente um criminoso,
mesmo tendo sido sua vítima, salvo nos crimes de ação privada, que são definidos em Lei.
Caso haja omissão do Ministério Público, não apresentando a denúncia dentro do prazo legal (15
dias), o particular poderá contratar um advogado e efetuar a denúncia.
LX - A Lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou
interesse social o exigirem;
Comentário
Normalmente os atos processuais são públicos (princípio da publicidade dos atos processuais),
podendo deles todos tomarem conhecimento. O segredo de justiça é uma exceção que torna os atos
de processo sigilosos, limitando inclusive a presença apenas das partes e seus advogados em
determinados atos, ou somente estes, tudo com o intuito de evitar prejuízo que poderia advir da
publicidade de certos processos.
Conforme o inciso, o sigilo processual visa a defesa da intimidade, como em casos de separações,
reconhecimento de paternidade, etc., ou se o interesse social exigir que aquilo que foi dito ou
apresentado no processo seja divulgado, resultando, por exemplo, em grave perigo de perturbação
da ordem.
LXI - Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente
militar, definidos em Lei;
Comentário
O indivíduo só poderá ser preso em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente (mandado de prisão). A Constituição limita, portanto, a prisão a
estas duas situações, não admitindo mais as prisões para averiguações e as administrativas. Fora
destas situações, a prisão é ilegal e deve ser relaxada imediatamente ou seja invalidada.
Os crimes e as transgressões cometidas por militares, são regidos por Leis específicas próprias de
suas atividades que compõem os códigos disciplinares. O militar pode ser preso até mesmo por
ordem verbal de um superior hierárquico ou de igual patente.
LXII - A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao
juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ela indicada;
Comentário
É exigido pela Constituição que, além da comunicação imediata, seja estabelecido o local onde o
preso se encontra, a fim de evitar-se a incomunicabilidade do mesmo, o que, por conseqüência,
facilitará eventual abuso de autoridade.
LXIII - O preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
assegurada a assistência da família e do advogado;
Comentário
O preso tem o direito de permanecer calado, embora o interrogatório possa ser um ato de defesa, ou
seja, a oportunidade para o próprio acusado dar sua versão do fato e apresentar suas justificativas.
O preso deverá ter assegurado a assistência da família, bem como de um advogado e, caso seja
comprovadamente pobre, o Estado deverá proporcionar-lhe assistência jurídica gratuita.
HABEAS DATA
LXIV - O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório
policial;
Comentário
O direito à identificação dos responsáveis pela prisão visa a proteção do preso contra eventuais
violações de seus direitos individuais no momento do interrogatório ou da prisão.
LXVI - Ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a Lei admitir a liberdade provisória,
com ou sem fiança;
Comentário
No Brasil, a prisão é a forma mais grave e comum de punição para os culpados, apenas
excepcionalmente deve ser ela aplicada aos presumivelmente inocentes.
Antes do trânsito em julgado da sentença condenatória, a prisão tem medida cautelar, visando
preservar a integridade das testemunhas, da ordem pública, da ordem econômica, e evitar que o réu
se evada.
Há delitos de menor gravidade, que não justificam o aprisionamento do acusado, que poderá pagar
uma fiança arbitrada pela autoridade policial ou pelo juiz, e aguardar em liberdade a conclusão do
processo.
Caso o acusado tenha direito à liberdade provisória, não será mantido na prisão, e se o crime for
afiançável, informar a quem tenha interesse em providenciar a fiança.
LXVII - Não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e
inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
Comentário
Pelo exposto no inciso, fica claro que não existe prisão por dívida, excetuando-se dois casos: aquele
que não paga a pensão alimentícia por vontade própria e a do depositário que quebrar a sua
obrigação de zelar e de devolver o bem demandado judicialmente.
Depositário: (auxiliar de justiça, designado pelo Juiz para guarda, vigilância e administração dos
bens retidos judicialmente) que será denominado de depositário infiel, caso empreste, troque, venda
ou danifique o bem pelo qual é responsável.
LXVIII - Conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
Comentário
- conceito: ação penal de natureza constitucional, cuja finalidade é prevenir ou sanar a ocorrência
de violência ou coação na liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
- sujeito ativo: qualquer pessoa, homem, mulher, maior, menor, capaz, incapaz, nacional,
estrangeiro, não exigindo sequer que tenha capacidade postulatória (não precisa ser advogado)
- sujeito passivo: contra ato de qualquer agente, no exercício de função pública. Assim, sempre que
alguém atuar em nome do Estado e, nesta qualidade, constranger ilegalmente a liberdade de outrem
cabe HC. A CF não exclui o ato de particular, há controvérsia.
- espécies: preventivo e liberatório.
Violência, coação ou constrangimento, em termos jurídicos, são todos os acontecimentos que ocorrem,
quando a lei determina uma coisa e as autoridades, ou seus representantes, atuam contrariamente.
Exemplos:
a) - O cidadão - entendemos que antes de ser condenado com sentença condenatória irrecorrível, deva
ser tratado como ser social em sua denominação, ao invés de acusado, indiciado etc.-, que
eventualmente tenha praticado um delito, ou haja suspeição de que tenha sido, e venha a ser preso em
"flagrante delito", deve, por força dos dispositivos constitucionais, ser orientado e cientificado de seus
direitos constitucionais prescritos na Constituição Federal (art. 5º incs. LXIII e LXIV).
b) - A mulher gestante, que eventualmente venha a ser presa, por qualquer razão (flagrante ou não),
deve receber tratamento diferenciado, em razão do "ser" que carrega dentro de sí, e que por força da
lei deve ser protegido e assegurado o seu desenvolvimento natural (art. 4º do Código Civil).
c) - Quando o cidadão tenha sido condenado a pena restritiva de direito e permaneça preso em regime
fechado, porque na comarca não existe a Casa do Albergado.
O Eminente Juiz WLADIMIR VALLER(1) preleciona que:
"A pena restritiva de direito consiste na limitação de fim de semana é também denominada prisão de
fim de semana. A pena privativa de liberdade imposta, uma vez preenchidos os requisitos ou condições,
é substituida pela obrigação do condenado de permanecer, durante cinco horas, aos sábados e
domingos, em casa de albergado ou em outro estabelecimento adequado. Como a lei menciona apenas
aos sábados e domingos, inviável será impôr ao condenado a limitação de fim de semana também nos
feriados".
Portanto, neste caso, embora sentenciado, caracteriza-se constrangimento.
NOTAS
(1)VALLER, Wladimir Responsabilidade Civil e Criminal Tomo II, 3º E.V. Editora, 1993, pág. 624
(2)MIRABETE, Julio Fabbrini Execução Penal - Comentários Editora Atlas, 1987 - pág. 6
(3)NOGUEIRA, Rubem Revista de Informação Legislativa a. 21, nº 84, out/dez. 1984 - pág. 136
LXIX - Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado
por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
Comentário
O Mandado de Segurança é o remédio específico contra violação pelo Poder Público de direito
líquido e certo, que não seja violação ao direito de locomoção ou, ao de se obter ou se retificar
informação sobre a própria pessoa. O conceituado jurista Hely Lopes Meirelles em sua obra
"Mandado de Segurança, Ação Popular, Ação Civil Pública, Mandado de Injunção, "Habeas Data",
14a Edição, atualizada por Arnoldo Wald, Malheiros Editores, 1990, conceitua o Mandado de
Segurança como "o meio constitucional posto à disposição de toda pessoa física ou jurídica, órgão
com capacidade processual, ou univrsalidade reconhecida por lei, para a proteção de direito
individual ou coletivo, líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, lesado ou
ameaçado de lesão, por ato de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções
que exerça".
- sujeito passivo: autoridades públicas e agentes de pessoas jurídicas privadas com atribuição de
Poder Público. É proposto contra a autoridade coatora e não contra a pessoa jurídica.
- Autoridade coatora: será sempre aquela que concretiza a lesão a direito individual como
decorrência de sua vontade (aquela que tem poder de desfazer o ato).
No ato colegiado (formado por varias vontades) deve ser impetrado contra o presidente, no ato
complexo (se forma pela vontade da autoridade, mas dependendo de referendo de autoridade
superior) é impetrado contra a autoridade inferior que elaborou o ato, já que a autoridade superior
fez mera conferência. Não cabe MS contra ato de particular.
- sujeito ativo: só o próprio titular do direito violado, qualquer pessoa natural ou jurídica.
- litisconsórcio - admite-se no polo ativo e passivo.
- direito líquido e certo: é a certeza quanto à situação de fato. É o direito certo quanto a sua
existência, delimitado na sua extensão e apto a ser exercido no momento da sua impetração. Pode
ser provado documentalmente.
- prazo para interposição: 120 dias.
- procedimento: recebida a petição, notifica a autoridade para, em 10 dias prestar informações; em
seguida os autos vão ao MP para parecer, em 5 dias, seguindo-se, imediatamente, a sentença. Não
há dilação para provas. As informações não tem natureza de contestação e sua falta não gera
confissão.
- liminar: é possível.
- sentença: só faz coisa julgada material quanto enfrentar o mérito, ou seja, quando declarar a
legalidade ou ilegalidade do ato.
legitimidade ativa:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento
há pelo menos um ano, em defesa dos interesses dos membros ou associados;
Comentário
O impetrante atua como substituto processual dos associados, ou seja, age em nome próprio na
defesa de interesse de terceiro (deve ser autorizada - estatuto).
legitimidade passiva:
- se os associados estiverem sob a área de atuação de autoridades diferentes, a impetrada será a que
estiver sobre todos, ainda que não tenha praticado o ato (não há litisconsórcio)
- objeto: as relações jurídicas precisam ser determinadas, mas não precisam ser todas demonstradas
na inicial.
LXXI - Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania;
Comentário
finalidade: em tese, é viabilizar o exercício de um direito constitucionalmente previsto e que
depende de regulamentação por estar previsto em uma norma constitucional de eficácia jurídica
limitada.
legitimidade ativa: qualquer pessoa, natural ou jurídica
legitimidade passiva: órgão ou poder incumbido de elaborar a norma
procedimento: se não houver necessidade de produção de provas segue o rito do MS, havendo
dilação probatória segue o rito ordinário.
características:
- é uma ação, pois invoca a tutela jurisdicional, devendo preencher as condições da ação;
de natureza mandamental;
- seu conteúdo é de natureza constitutiva quando visa a retificação;
- é ação personalíssima, não se admite pedido de terceiros, nem sucessão no direito de pedir.
não depende de prévio pedido administrativo
procedimento:
- enquanto não houver disciplinação legal, deve ser aplicado o MS, desde que desnecessária a
produção de prova, se contrário o rito será o ordinário.
Sigilo: - art. 5º, XXXIII - dispõe que o direito de receber dos órgãos públicos informações não inclui
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
LXXIII - Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo
ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má fé, isento
de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
Comentário
conceito: é o meio constitucional posto à disposição de qualquer cidadão para obter a invalidação de
atos ou contratos administrativos ilegais e lesivos ao patrimônio federal, estadual ou municipal, ou
ao patrimônio de autarquias, entidades paraestatais e pessoas jurídicas subvencionadas com
dinheiro público.
Popular - deriva da natureza impessoal do interesse defendido, da coisa do povo.
requisitos:
a) só poder ser proposta por cidadão brasileiro;
b) ilegalidade na formação ou no objeto do ato;
c) lesividade ao patrimônio público (erário, moralidade, meio ambiente, etc)
fins da ação: preventivo, repressivo e supletivo.
objeto da ação: é o ato ilegal e lesivo ao patrimônio público.
sujeito passivo: litisconsórcio entre entidade lesada, os autores e responsáveis pelo ato e os
beneficiários do mesmo.
MP é parte sempre - é parte autônoma, só não pode defender o ato.
competência: é determinada pela origem do ato impugnado
procedimento: segue o rito ordinário com algumas adaptações
liminar: é possível. Se concedida cabe agravo de instrumento, correição parcial e mandado de
segurança. Se negada cabe agravo de instrumento.
sentença: se procedente o pedido, o juiz deverá decretar a invalidade do ato, a condenação ao
ressarcimento de perdas e danos por parte dos responsáveis, pelos atos praticados com dolo ou
culpa. O autor vencido é isento de custas
recursos: recurso de ofício, se julgada procedente ou decretada a carência da ação. Cabe também
apelação voluntária, com efeito suspensivo
LXXIV - O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos;
LXXV - O Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do
tempo fixado na sentença;
LXXVI - São gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da Lei:
a) o registro civil de nascimento
b) a certidão de óbito.
LXXVII - São gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data e, na forma da Lei, os atos
necessários ao exercício da cidadania;
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo
e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
(Inciso acrescentado pela Emenda Constitucional nº 45, de 08/12/2004
Comentário
Sempre foi corrente na doutrina que uma emenda constitucional poderia ampliar o rol de direitos
individuais do artigo 5ª e, após mais dezesseis anos de promulgação da Carta, a Emenda nº 45/04
finalmente alterou este dispositivo constitucional acrescentando este novo inciso.
Eis que surge o Princípio da Duração Razoável do Processo que, se inobservado, constituirá
verdadeira negativa de acesso à jurisdição, implicando em ofensa ao inciso XXXV do mesmo artigo.
O direito à denominada ordem jurídica justa, aí incluída a celeridade do processo, é a tônica da
processualística moderna.
O devido processo legal deve ser o justo processo legal, sendo imperativo que a tutela jurisdicional se
não imediata, pelo menos seja rápida. Diante de ameaça ou vilipêndio a direito a resposta do Estado -
que se pretende democrático - deve ser pronta e eficaz. Ressalte-se que, aqui, a eficácia se relaciona
intimamente com a presteza. Caso contrário qualquer solução se torna injusta, porque tardia.
Torna-se evidente que inúmeras providências nas leis processuais devem ser tomadas para que este
principio se institucionalize de fato e de direito em nosso ordenamento jurídico. Assim, por exemplo,
deve ser ampliado o sistema de fungibilidade dos recursos, bem como evitar a extinção do processo,
favorecendo-se a conversão do mandado de segurança em ação de rito sumário, desde que não traga
nenhum prejuízo para defesa, evitando-se, assim, a extinção do feito sem análise de mérito, o que
implicaria em novo ajuizamento, com o natural recolhimento de novas custas e taxa judiciária, entre
outras providências.
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e
dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do
Brasil seja parte.
§ 3º - Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão
equivalentes às emendas constitucionais.
(Parágrafo acrescentado pela Emenda Constitucional nº 45, de 08/12/2004)
Comentário
A internacionalização da jurisdição penal antes de ser uma realidade é uma necessidade imperativa
para o combate à criminalidade internacional que desconhece fronteiras.
Com o advento do Pacto de Roma de 1998, surge o Tribunal Penal Internacional (TPI), instalado em
2004, com composição paritária: treze juízes e treze juízas de diversas nacionalidades.
O TPI é um Tribunal permanente com competência para investigar, processar e julgar indivíduos
acusados das mais graves violações do direito internacional humanitário.
Desde os chamados crimes de guerra, passando pelos crimes contra a humanidade e o genocídio.
Diferente da Corte Internacional de Justiça, cuja jurisdição é restrita a alguns Estados, e dos
Tribunais da Iugoslávia e Ruanda, que foram criados para situações específicas, o TPI é permanente
e preexistente ao fato que originou a investigação e o processo.
DIREITOS SOCIAIS
São direitos fundamentais do homem, assegurados pela Constituição Federal de 1988, e que
possibilitam aos indivíduos o acesso a bens que satisfaçam suas necessidades básicas, proporcionando-
lhes condições, para desfrutarem de uma vida digna e produtiva
ARTIGO 6º
São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência
social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição."
Comentário
Este artigo prevê educação gratuita e extensiva a todos, desde o nível primário ao universitário.
Assim, o povo tem à sua disposição escolas de primeiro e segundo graus, e universidades como por
exemplo a USP - Universidade de São Paulo. Os deficientes possuem direito de receberem educação
específica em entidades especiais.
O direito a saúde também é gratuito, inclusive para aqueles que não contribuem para a Previdência
Social oficial (INSS), havendo postos de atendimento médico e hospitais mantidos pelo governo.
Segurança é outra preocupação constitucional, pois implica na proteção a vida do homem, assim
como ao seu patrimônio. A segurança é proporcionada pelas Polícias Civis e Militares do Estado,
pela Polícia Federal e pelo Poder Judiciário.
O trabalho, também é uma garantia constitucional, pois a ele todos têm direito. Dessa forma, deve o
país desenvolver política que incentive o trabalho e possibilitar ainda, uma remuneração justa.
São as mães, crianças, adolescentes e desamparados que devem ter direito a uma atenção especial
por parte do Estado, em conformidade com normas expressas da Constituição.
Seu princípio fundamenta-se no princípio do Seguro Social, de sorte que os benefícios e serviços se
destinam a cobrir eventos de doença, invalidez, morte, velhice e reclusão.
A moradia, também é uma garantia constitucional, pois a ela todos têm direito. Dessa forma deve o
país desenvolver políticas habitacionais que a todos atendam, especialmente as camadas mais pobres
da população.
O lazer é a entrega à ociosidade repousante. Sua finalidade é refazer as forças depois do trabalho
diário e semanal. O lazer está bastante associado aos direitos dos trabalhadores relativos ao repouso.
ARTIGO 7º
São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros aqueles que visem à melhoria de sua
condição social:
I - Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de Lei
complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
Comentário
O direito à segurança do emprego é assegurado pela Constituição Federal. Consiste na proteção da
relação de emprego, contra a despedida arbitrária ou sem justa causa, prevendo a indenização
compensatória, em casos de dispensa injustificada, sem motivos relevantes.
• A despedida por justa causa não é arbitrária, pois é decorrente de falta grave cometida pelo
empregado, afetando o empregador, inviabilizando assim, a relação de emprego: embriaguez,
deslealdade para com a empresa, abandono de emprego, etc.
• A despedida arbitrária ou sem justa causa, é aquela que se caracteriza pelo rompimento do
vínculo empregatício, quando o trabalhador vem exercendo suas atividades de forma correta, na
empresa. Este rompimento pode ser devido a vários motivos, tais como encerramento das atividades
da empresa por dificuldades financeiras, supressão de um departamento, mudança para outra
localidade e muitos outros.
II - Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
Comentário
A finalidade do seguro desemprego é proporcionar assistência financeira temporária ao trabalhador
desempregado em casos de dispensa sem justa causa.
IV - Salário mínimo, fixado em Lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades
vitais básicas e às de sua família, como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,
higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
O piso salarial expressa-se como um acréscimo sobre o salário mínimo. Distingue-se deste que é
geral para todas as categorias. Deve ser proporcional a jornada diária de trabalho ou a
complexidade das tarefas. Assim, por exemplo, o piso salarial de um químico deve ser maior que o
de uma copeira, pelo fato de suas atividades profissionais serem mais complexas que as daquela.
VII - Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que recebem remuneração variável;
Comentário
Há trabalhadores que recebem remuneração variável, como é o caso dos garçons e barbeiros, por
exemplo, que tem sua remuneração composta de salário pago pelo empregador, mais as gorjetas;
aquele (salário) não poderá ser inferior ao mínimo.
É freqüente nos empregos do comércio, a retribuição com bases e percentuais sobre os negócios que
o vendedor realiza, ou seja, o salário por comissão. Também nesses casos a Constituição assegura
aos profissionais o salário mínimo, mesmo que não consigam vender o suficiente para receber
comissões equivalentes ao salário mínimo.
VIII - Décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
Comentário
Décimo Terceiro Salário:
Este, é uma gratificação compulsória por força da lei, tem natureza salarial e é também denominada
gratificação natalina. Foi criado no Brasil, pela Lei nr. 4.090, de 1962, como um pagamento a ser
efetuado no mês de dezembro e no valor de uma remuneração. Para o empregado que não trabalhou
todo o ano, o seu valor é proporcional aos meses de serviço, na ordem de 1/12 por mês,
considerando-se a fração igual ou superior a 15 dias como mês inteiro, desprezando-se a fração
menor. Em 1965, a Lei nr. 4.749 desdobrou em dois os pagamentos. A primeira metade é paga entre
os meses de fevereiro ou novembro ou, se o empregado quiser, por ocasião de suas férias. A segunda
metade é paga até 20 de dezembro.
O parágrafo 2o do mesmo artigo, considera trabalho noturno aquele executado entre as 22 horas de
um dia e 5 horas do dia seguinte.
Entre nós a Lei considera noturno o trabalho agrícola realizado entre 21 e 5 horas e o pecuário entre
20 e 4 horas.
O acréscimo rural sobre a hora diurna é de 25% .
A fixação legal leva em conta o período habitual do repouso da comunidade e demais usos.
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da
lei;"
XIII - Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção
coletiva de trabalho;
Comentário
A compensação foi inicialmente prevista para o sábado e é a mais comum.
A compensação inicialmente semanal, foi extendida a quaisquer períodos. É o chamado "Banco de
Horas", onde as horas extras trabalhadas em um dia poderão ser compensadas com a
correspondente diminuição em outro dia.
O "Banco de Horas" tem como finalidade permitir às empresas maior possibilidade de adequar a
atividade dos trabalhadores às necessidades de produção, evitando-se assim a dispensa de
funcionários.
XIV - Jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento,
salvo negociação coletiva;
Comentário
Turnos Ininterruptos - São aqueles que compreendem jornadas rotativas de seis horas cada uma, de
maneira que o empregado trabalhará sempre em períodos diferentes (manhã - tarde ou noite)
XVII - Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário
normal;
XVIII - Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte
dias;
Competência:
1 por parte do interessado
- entregar cópia da Certidão de Nascimento ao superior imediato.
CRITÉRIOS
1- a licença-paternidade também deverá ser concedida quando se tratar de adoção de menor de até
7 (sete) anos de idade.
2- a licença-paternidade prevista na Constituição Federal é de 5 (cinco) dias, conforme §1º do art.
10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
XX - Proteção ao mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da
Lei;
XXI - Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da
Lei;
XXII - Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
Comentário
Toda empresa com mais de cinqüenta empregados, deve instalar uma CIPA (comissão interna de
prevenção de acidentes), cuja finalidade é fiscalizar junto a outros órgãos públicos, o cumprimento
fiel das normas relativas a saúde, higiene e segurança do trabalhador.
Atividades Insalubres - São todas aquelas que por sua natureza, condições ou métodos de trabalho,
exponham os empregados a agentes nocivos à saúde. Ex: Trabalhador que manipula produtos
tóxicos ou alergênicos.
Atividades Perigosas - São todas aquelas que envolvem operações perigosas, que por sua natureza ou
métodos de trabalho, impliquem no contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições
de risco acentuado.
XXIV - Aposentadoria;
XXV - Assistência gratuita aos filhos e dependentes, desde o nascimento até seis anos de idade, em
creches e pré-escolas;
XXVIII. Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a
que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
Comentário
Há dolo do empregador quando não existe equipamento de segurança adequado para os
trabalhadores, ou existe em número insuficiente ou de péssima qualidade.
O dolo existe porque o empregador sabe que a falta de equipamentos ou sua inadequação, bem como
a baixa qualidade dos equipamentos, pode levar a ocorrência de acidentes.
Há culpa do empregador, quando apesar da disponibilidade de equipamento de segurança, este não
obriga os trabalhadores a usá-los, ou não fiscaliza a utilização correta e contínua dos referidos
equipamentos, pecando, portanto, por negligência.
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de
cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do
contrato de trabalho;"
Comentário
Prescrição: É a perda do direito de exercer uma ação, por ter vencido prazo para exercê-lo. No
inciso em estudo, é perda por parte do trabalhador do direito de pleitear na justiça verbas
trabalhistas sobre as quais tem ou acredita ter direito.
Tanto o trabalhador urbano como o trabalhador rural, gozam do prazo máximo de até dois anos
para recorrer à justiça após a extinção do contrato de trabalho. Há uma diferença, porém, pois, o
trabalhador urbano poderá pleitear direitos trabalhistas referentes aos últimos cinco anos, contados
da data em que entrou com ação na justiça. Já o trabalhador rural poderá pleitear todo o período
trabalhado. Importante esclarecer que esta diferença foi estabelecida objetivando compensar os
trabalhadores rurais de todo o período decorrido antes da atual Constituição começar a vigorar,
período esse em que os trabalhadores rurais ficaram sem direitos assegurados.
Exemplos:
1) Paulo, trabalhador urbano, trabalha em uma empresa como vendedor. Além do salário fixo, recebe
um percentual sobre as vendas realizadas (comissões). No ano de 1992, não recebeu as comissões
referentes ao mês de dezembro. Segundo o inciso, Paulo poderá mover uma ação dentro do prazo
prescricional de cinco anos, ou seja, até o fim de 1997.
2) Paulo, trabalhador urbano, trabalhou durante 10 anos numa empresa e é dispensado (mandado
embora ). Paulo espera 1 ano e 8 meses para ingressar com ação trabalhista. Nessa ação, poderá
pleitear somente os últimos 5 anos. Caso vença a causa, receberá somente o correspondente a 3 anos e
4 meses, porque durante os 5 anos (prazo prescricional), esteve desvinculado da empresa por 1 ano e 8
meses.
3) Cidônio, trabalhador rural (lavrador); trabalhou durante 12 anos numa grande propriedade rural e é
mandado embora. Espera 1 ano e 8 meses para entrar com uma ação trabalhista. Nessa ação, poderá
pleitear tudo o que acha que tem direito a receber referente aos 12 anos que lá trabalhou.
Comentário
O trabalhador avulso é definido pela portaria 3.107, de 7 de abril de 1971, do Ministério do
Trabalho nos seguintes termos: " Entende-se como trabalhador avulso, no âmbito geral da
Previdência Social, todo trabalhador sem vínculo empregatício que, sindicalizado ou não, tenha a
concessão de direitos de natureza trabalhista executada por intermédio da respectiva entidade de
classe".
Um exemplo de trabalhadores avulsos, são os estivadores, que trabalham nos portos, executando
serviços de carregamento e descarregamento de navios, conferência de mercadorias e outros serviços
semelhantes.
Esses trabalhadores são contratados pelas empresas de navegação por intermédio dos sindicatos,
que recrutam o pessoal, neles agrupados.
Após o término das tarefas, as empresas contratantes, colocam à disposição dos sindicatos o valor
total correspondente aos serviços executados. O sindicato efetua então, o pagamento dos
trabalhadores.
Os estivadores, não são considerados empregados das empresas de navegação, porque os serviços
prestados são eventuais e esporádicos e porque nada recebem delas diretamente. Por outro lado, não
são empregados do sindicato de classe, porque esta entidade não exerce atividade lucrativa e não
paga salário, funcionando como simples posto de recrutamento e seleção de pessoal.
Um outro exemplo de trabalhadores avulsos são os garçons. Muitos, trabalham no mesmo sistema,
contratando serviços por meio do sindicato.
§ único - São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos
IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV bem como a sua integração à previdência social.
Comentário
A Constituição conforme o parágrafo único do inciso XXXIV, assegura aos trabalhadores
domésticos:
IV - Salário Mínimo
VI - Irredutibilidade de Salário
VIII - 13o Salário
XV - Repouso Semanal Remunerado
XVII - Férias + 1/3,
XVIII - Licença Maternidade de 120 dias
XIX - Licença Paternidade se for doméstico.
XXI - Aviso Prévio
XXIV- Aposentadoria, além de se filiarem ao Sistema de Previdência Social.
ARTIGO 8º
É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro
no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização
sindical;
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de
categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos
trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria,
inclusive em questões judiciais ou administrativas;
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será
descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva,
independentemente da contribuição prevista em lei;
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo
de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do
mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
ARTIGO 9º
É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de
exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
ARTIGO 10º
É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos
em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.
ARTIGO 11º
Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes
com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.
Capítulo III
DA NACIONALIDADE
Introdução - Conceitos Básicos
O conceito de território é amplo, pois dele fazem parte os aviões civis e militares,
bem como navios de guerra ou mercantes, em qualquer lugar que se encontrem, ou em
território estrangeiro (aéreo ou marítimo).
Exemplo:
Espanhol naturalizou-se brasileiro porque assim o quis.
A atribuição da nacionalidade obedece a dois critérios básicos: o "jus sanguinis" e
o "jus solis".
"Jus sanguinis" - (origem sanguínea, filiação). Segundo este critério, será nacional,
todo aquele que descende de nacionais, não importando o local do nascimento.
Por exemplo: Filhos de pais ingleses, são ingleses.
"Jus solis" (origem territorial, local do nascimento) conforme este critério, todo
aquele nascido no território de um país, independente da nacionalidade dos pais, será
nacional.
Por exemplo: Filhos de pais italianos nascidos no Brasil, são brasileiros.
ARTIGO 12º
São brasileiros
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde
que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer
deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que venham a
residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade
brasileira.
A exceção a regra do artigo 12º refere-se ao item a pois não serão considerados
brasileiros aqueles que nascem no Brasil e cujos pais são ambos estrangeiros. E que pelo
menos um deles, esteja no território brasileiro a serviço de seu país.
Observação: Houve extensão do critério "jus sanguinis", pois se um dos pais for
brasileiro e o filho vier a residir no Brasil, mesmo tendo nascido no estrangeiro, será
considerado brasileiro. Exige-se apenas o registro em repartição competente (embaixada,
consulado) ou a residência no Brasil antes da maioridade.
II - naturalizados:
§2º A Lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados,
salvo nos casos previstos pela Constituição;
ARTIGO 13º
A Língua Portuguesa é o Idioma Oficial da República Federativa do Brasil;
CAPÍTULO IV
DIREITOS POLÍTICOS
São direitos que disciplinam as formas de atuação da soberania popular, permitindo
aos cidadãos o exercício completo da liberdade de participação nos negócios políticos do
país, assegurando-lhes o direito de eleger seus governantes ou ocupar cargos políticos,
como também manifestar suas opiniões sobre o governo.
ARTIGO 14º
A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da Lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
Atenção - As palavras sufrágio, voto e escrutínio, são muitas vezes utilizadas como
sinônimo, entretanto possuem sentidos diferentes, conforme esclarece o professor José
Afonso da Silva.
O plebiscito visa consultar o povo antes que haja um ato já praticado pelo governo.
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária;
VI -a idade mínima de :
§ 10º O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de
quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder
econômico, corrupção ou fraude.
ARTIGO 15º
É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos
casos de:
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Comentário
A palavra administração significa gerenciar (negócios públicos e particulares, dirigir, reger com
autoridade, governar). A administração pública pode ser definida como a atividade que o Estado
desenvolve para atender os interesses coletivos. É constituída por um conjunto de órgãos e de pessoas
jurídicas aos quais a Lei atribui o exercício da administração do Estado.
A administração pública compreende a administração direta e indireta
Pessoa Jurídica de Direito Privado - Sociedades civis, mercantis, fundações, etc. Exemplos:
Indústrias, estabelecimentos comerciais, fundações beneficentes particulares, etc.
Autarquia
Comentário
A palavra autarquia vem do grego auto que significa "por si só" e arche "governo".
Patrimônio - É um conjunto de bens, materiais ou não, direitos, ações, posse. E tudo o mais que
pertença a uma pessoa ou empresa.
As Fundações de Direito Público são aquelas criadas pelo Estado por Lei.
Comentário
Empresa Pública
A administração pública é responsável somente por aquelas atividades fundamentais para a vida em
sociedade, que os particulares isoladamente não conseguem levar a efeito.
A iniciativa particular nem sempre consegue reunir meios suficientes para realizar certos
empreendimentos ou por outro lado, pode não existir interesse de sua parte em realizá-los
Além disso, existem determinadas atividades que fazem parte de objetivos que envolvem a própria
segurança do país.
Nestes casos, o Estado intervêm criando empresas públicas destinadas a tais funções.
A empresa pública é uma entidade de personalidade jurídica de direito privado, criado por Lei para
exploração de atividade econômica, que o governo seja obrigado a exercer por força de contingência
ou interesse administrativo, possuindo patrimônio próprio e capital exclusivo da União.
Há empresas públicas, em que a União participa com a maioria do capital, mas admite no capital da
empresa outras pessoas jurídicas de direito público interno e Estados, Distrito Federal e Municípios.
A instituição de empresas públicas e disciplinada no artigo 37º incisos XIX, XX da Constituição
Federal.
Comentário
Sociedade de Economia Mista
São empresas onde existe colaboração entre o Estado e particulares, ambos reunindo recursos para
a realização de uma finalidade sempre de ordem econômica.
A razão de ser das sociedades de economia mista, é que nem sempre o Estado dispõe de recursos
suficientes para investir em determinado empreendimento, que de maneira direta ou indireta, visa o
interesse da sociedade.
O Estado então, associa a particulares objetivando a atender essas necessidades sociais, e os
particulares visando alcançar os objetivos pretendidos motivados pelo lucro.
A Sociedade de Economia Mista será sempre uma Sociedade Anônima (S.A.), sendo portanto pessoa
jurídica de direito privado.
CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS
ARTIGO 37º
A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:"(Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Comentário
Princípio da Eficiência - A Emenda Constitucional de nº19/98 denominada de "Reforma
Administrativa" tornou expresso mais um princípio a ser observado pela administração
pública que é o "princípio da eficiência", o qual pode ser entendido como o dever de boa
administração.
Princípio da Legalidade - Este princípio, já apresentado no artigo 5º, inciso II, "ninguém
será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da Lei", aplica-se
a administração pública de forma rigorosa e especial para o administrador, pois tudo
deve ser realizado de acordo com Lei, sob pena de praticar um ato que viole a norma
jurídica. Portanto na administração pública só se pode fazer o que a Lei determina ou
autoriza.
Comentário
A reforma administrativa tornou possível a um estrangeiro tornar-se funcionário público,
com o objetivo de atrair pesquisadores, técnicos especializados e professores, que
possam contribuir para com o desenvolvimento tecnológico do Brasil.
Cargos como contínuo, coletores de lixo, datilógrafos, também poderão ser ocupados por
estrangeiros, pois o texto constitucional não impõe limitações quanto a especificidade
dos cargos.
A Lei que disciplinará o ingresso de estrangeiros na administração pública, ainda não foi
promulgada.
Comentário
Este inciso extinguiu as formas de provimento derivado vertical, como a ascensão, o
acesso e a promoção, mantendo apenas os provimentos derivados horizontais
(transferência, readaptação e remoção) por reingresso (reversão, aproveitamento,
reintegração e recondução).
Veja que, por ele, qualquer troca de cargo ou emprego público depende de aprovação
prévia em concurso público.
A Emenda à Constituição 19/98 abriu as portas, perigosamente, a realização de
concursos públicos simplificados, variáveis com a "natureza e a complexidade do cargo
ou emprego".
No caso das paraestatais, o concurso público tem o significado de processo seletivo, na
forma dos respectivos regulamentos internos, sendo necessário que haja, porém, e
necessariamente, competição e igualdade.
Ainda sobre esse inciso, na parte final, o STF julgou que criação de cargos em comissão
em moldes artificiais e não condizentes com a praxe configura inaceitável esvaziamento
da exigência constitucional do concurso publico.
Por este inciso, estão inconstitucionais:
• as transposições, sob qualquer fundamento;
• as diferenciações com base em idade e sexo, por ferir o art. 7º, XXX.
A não ser que o órgão que esteja realizando o concurso público demonstre que as
funções do cargos excluem determinadas faixas de idade.
Os concursos internos são constitucionais, desde que apenas se prestem a elevação de
servidor na carreira, por promoção ou acesso, conforme a lei.
III o prazo de validade do Concurso Público será de até dois anos, prorrogável uma
vez, por igual período;
Comentário
A Administração pode fixar qualquer prazo inicial para o concurso público, até dois anos,
contados, da abertura do certame, segundo Diógenes Gasparini.
Se o Edital nada disser sobre o prazo, presume-se que é fixado pelo teto.
A renovação única deverá ser no máximo pelo prazo inicialmente determinado:
Se um ano, por outro;
Se dois meses, por outros dois meses.
Nomeação - É o ato formal pelo qual o poder público atribui um cargo a pessoa estranha
a seus quadros de pessoal.
Observação: Tanto a nomeação quanto a exoneração dos ocupantes dos cargos são
livres, não havendo portanto estabilidade.
Não é proibida a abertura de novos concursos dentro do prazo de validade de outros,
mesmo que ainda haja candidato aprovado. A constituição apenas proíbe que os
aprovados no novo certame sejam convocados antes dos habilitados pelo anterior,
durante o prazo de validade daquele.
O inciso IV assegura o direito de convocação (direito de não ser preterido) aos aprovados
no Concurso Público, durante o prazo estabelecido no edital de convocação, que é
improrrogável, podendo ser dilatado apenas uma única vez.
Tais prazos são distintos, sendo que no primeiro período de validade não pode ser
realizado outro concurso. No segundo período de validade (prorrogação) e daí para a
frente, a administração poderá realizar novo concurso, mas estará obrigada a respeitar a
prioridade dos concursados aprovados no concurso anterior, para somente depois
admitir os aprovados no novo concurso.
Comentário
A redação da EC-19/98 veio eliminar o aconselhamento contido na redação original da
Constituição, onde se dizia que os cargos em comissão e as funções de confiança seriam
exercidos, "preferencialmente", por servidores de carreira, previsão essa que
reconhecemos inócua nas edições anteriores a este material. A nova redação dada pela
Emenda citada, tecnicamente superior à anterior, estabelece que as funções de confiança
são exclusivas de servidores de carreira; em outra passagem, separando os tipos que
não deveriam estar juntos, prevê que os cargos de provimento em comissão destinam-se
apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento, no que anda bem, já que o
Supremo Tribunal Federal vem decidindo, e a partir dele outros Tribunais, que não é
qualquer cargo que pode ser provido em comissão, mesmo que assim esteja previsto em
lei, sendo que somente se admite essa forma de provimento para cargos com
determinadas atribuições, as quais são, em síntese, as contidas na nova redação deste
dispositivo. Ainda, é determinado que os cargos em comissão serão ocupados por um
mínimo de servidores de carreira, percentual esse que deverá ser fixado em lei. As vagas
restantes são de provimento livre.
Comentário
Mas não ao servidor público militar, segundo o art. 42, § 5º.
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
específica;" (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Comentário
Tem-se aqui norma de eficácia limitada, segundo resultou do julgamento, pelo STF, do
mandato de injunção nº 20. Segundo o entendimento do STF, somente após o advento
dessa lei complementar será lícito ao servidor fazer greve, mas o STJ, julgando o MS
2.677, afirmou o contrário, reconhecendo o direito à greve sem que se exija a lei
complementar referida, cuja ausência será suprida pelos princípios jurídicos e pela
legislação que disciplinar a matéria.
Com o advento da Emenda à Constituição 19, esse assunto deixa de ser objeto de lei
complementar, passando a poder ser cuidado por lei ordinária específica. A sua condição
de eficácia, contudo, permanece a mesma.
Desse choque de orientações jurisprudências prevalece a do Supremo Tribunal Federal,
guardião da Constituição que é, nos termos do art. 102, caput.
VIII - a Lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas de
deficiência e definirá os critérios de sua admissão.
Comentário
São poucas as funções de confiança e cargos em comissão exercidas exclusivamente
por servidores públicos efetivados no cargo. Tais funções destinam-se a atribuições de
direção, chefia e assessoramento.
Comentário
Cumpre-se ressaltar que o direito adquirido será preservado, mesmo porque se constitui
em cláusula pétrea da Constituição Federal, não podendo portanto ser alterada por
emendas constitucionais.
Consequentemente, quem tiver vencimentos superiores aos dos Ministros do Supremo
Tribunal Federal continuará a recebê-los, pois a Lei não tem efeito retroativo,
especialmente no que se refere a esse direito. O Supremo Tribunal Federal decidiu que a
norma do artigo 29 da emenda constitucional nº 19/1998 não é auto-aplicável, declarando
que esta regra será amplamente discutida, depois que for editada Lei pelo Congresso
Nacional, que deverá resultar de projeto de iniciativa conjunta do Presidente da
República, do Presidente da Câmara dos Deputados, do Presidente do Senado e do
Presidente do Supremo Tribunal Federal.
Provento - Rendimento.
Exemplo:
Um faxineiro do poder legislativo, não poderá ganhar mais que o faxineiro do poder
executivo
Como era
Um servidor público cujo vencimento fosse de R$ 500,00 e recebesse três quinqüênios,
sendo cada um dos adicionais equivalente a 5% do salário, receberia;
1o quinqüênio
R$ 500,00 + 25,00 ( 5% sobre o salário base que é R$ 500,00 ) = R$ 525,00
2o quinqüênio
R$ 525,00 + 26,25 ( 5% sobre a nova base que agora é R$ 525,00 ) = R$ 551,25
3o quinqüênio
R$ 551,25 + 27,56 ( 5% sobre a nova base que agora é R$ 551,25 ) = R$ 578,81
Como é agora
1o quinqüênio
R$ 500,00 + 25,00 ( 5% sobre o salário base de R$ 500,00 ) = R$ 525,00
2o quinqüênio
R$ 525,00 + 25,00 ( 5% sobre o salário base de R$ 500,00 ) = R$ 550,00
3o quinqüênio
R$ 550,00 + 25,00 ( 5% sobre o salário base de R$ 500,00 ) = R$ 575,00
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são
irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º,
150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;"
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Comentário
A expressão observado em qualquer caso o disposto no inciso XI, quer dizer que, a soma
do "salário" dos dois cargos públicos não poderá exceder "o subsídio mensal em
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal".
OBS: Cargos Privativos - São cargos que só podem ser ocupados por pessoas que
tenham diploma e habilitação para o exercício de determinada profissão. Portanto, o
cargo privativo de médico é aquele que só pode ser ocupado por alguém que seja
diplomado e habilitado para o exercício da medicina.
XVIII - a administração fazendária e seus serviços fiscais terão, dentro de suas áreas
de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na
forma da Lei; a Constituição assegura à Fazenda Pública e seus fiscais, prioridade sobre
qualquer outro setor da administração, significando que poderão ter acesso a todo tipo
de informação, mesmo aquela que deveria ser comunicada a outra repartição pública.
Assim, os servidores públicos responsáveis pela fiscalização, devem ter acesso a tudo
que se refere ao dinheiro público, para verificar se os tributos estão sendo pagos ou não
ou adotar medidas judiciais para cobrança de tributos não recolhidos.
Comentário
Inciso que assegura privilégio interno, administrativo, aos servidores da Fazenda e aos
demais que exerçam atividades a ela ligadas.
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição
de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;"
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Comentário
Somente por Lei específica poderá ser criada Autarquia e autorizada a instituição de
Empresa Pública, de Sociedade de Economia Mista e de Fundação, cabendo à Lei
Complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação. A reforma
administrativa estabeleceu que as autarquias somente poderão ser criadas por meio de
Lei específica, isto é, especial.
Para a criação de Empresa Pública, de Sociedade de Economia Mista e de Fundação, há
necessidade também de Lei específica, autorizando o governo a criá-las, o que se dará
naturalmente por Decreto.
Finalmente, a área de atuação de uma Fundação Pública deverá ser definida em Lei
Complementar.
I - Até cinco (5) anos após o término do exercício do mandato, de cargo em comissão
ou de função de confiança.
II - Dentro do prazo prescricional previsto em Lei específica, para faltas disciplinares
puníveis a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego
Exemplo: Um funcionário do Banco Central que tomando ciência com antecipação que o
dólar seria valorizado em relação ao real dentro de poucos dias, comprasse, baseado
nessa informação, alguns milhares de dólares conseguindo assim um lucro significativo
com esta operação.
Ora, o Inciso 11 do art. 37 refere-se ao teto salarial previsto pela Constituição e que
corresponde ao do Ministro do Supremo Tribunal Federal. Portanto é evidente que a
soma dos proventos da aposentadoria mais os vencimentos oriundos do novo cargo,
jamais poderão superar ao salário do Ministro do Supremo Tribunal Federal.
Por outro lado, o servidor aposentado e que foi nomeado após ser aprovado em um novo
Concurso Público, não poderá se aposentar no novo cargo, pois de acordo com o regime
de previdência do servidor público (art. 40 / CF ficou proibida o recebimento de mais de
uma aposentadoria).
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o
inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 05/07/2005:
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado
aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas
Constituições e Lei Or gânica, como limite único, o subsídio mensal dos
Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e
cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal
Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados
Estaduais e Distritais e dos Vereadores." (NR)
Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 05/07/2005:
ARTIGO 38°
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu
tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por
merecimento;
Comentário
Quando o servidor público tiver que se afastar da administração para exercer um cargo
eletivo, seu tempo de serviço será contado para fins de aposentadoria, acréscimos
salariais e promoção por antiguidade. Entretanto, o tempo em que o servidor exercer o
cargo eletivo não será contado para efeito de promoção por merecimento, porque não
haveria o que avaliar, pois durante esse tempo o servidor esteve afastado do cargo.
ARTIGO 39°
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de
política de administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores
designados pelos respectivos Poderes."
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Comentário
Este conselho de política de administração, é um órgão criado com a incumbência de
opinar sobre a política de recursos humanos da administração pública, incluindo planos
de carreira, direitos e deveres, critérios de promoção, disciplina e remuneração.
A legitimidade de representação deste conselho é traduzida pelo fato de que o mesmo é
integrado por servidores públicos.
§ 3º - Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV,
VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer
requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir."
Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98:
Comentário
No que se refere aos direitos do servidor público, foram excluídos o direito a
irredutibilidade do salário e os adicionais de insalubridade e periculosidade, subsistindo
porém alguns direitos sociais em favor do funcionário público e que foram também
previstos para o trabalhador comum.
Comentário
A EC-19 abre aqui, a possibilidade de instituição de política remuneratória que suprima
absolutamente o pagamento de quaisquer gratificações ou adicionais aos servidores e
empregados públicos. Isso é especialmente importante quando se constata que, hoje,
praticamente todas as carreiras têm vencimentos básicos fixados em valores modestos,
os quais são expressivamente inflados pela soma de um sem-número de gratificações,
diferenças, adicionais, verbas e funções.
ARTIGO 40°
Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de
previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente
público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
Comentário
O objetivo deste novo texto constitucional, é assegurar condições para que o dinheiro
arrecadado por meios de contribuições previdenciárias, sejam utilizados de maneira
criteriosa, de modo a preservar o equilíbrio financeiro, e proporcionar os meios
suficientes para custear os pagamentos das aposentadorias e pensões dos servidores,
procurando-se assim evitar a importação de recursos obtidos com o recolhimento de
tributos (impostos, taxas contribuições). De maneira idêntica as empresas de iniciativa
privada, onde as pensões e aposentadorias são custeadas pelos empregados e
empregadores, o servidor público e seu empregador (União), também passam a
contribuir em conjunto para pagar suas pensões e aposentadorias. Entretanto existe
preocupação com a falta de dinheiro que a União, alguns estados, o Distrito Federal e os
municípios, eventualmente venham a sofrer para o pagamento dos proventos de
aposentadorias e pensões de seus servidores e, por esta razão autorizou que qualquer
um deles (União, Estado, Distrito Federal e Municípios), possam constituir algumas
fontes de recursos adicionais, o que se fará mediante Lei, uma vez que se trata de
gerenciamento de dinheiro público estabelecido pela Constituição.
Art. 249. Com o objetivo de assegurar recursos para o pagamento de proventos de aposentadoria e
pensões concedidas aos respectivos servidores e seus dependentes, em adição aos recursos dos
respectivos tesouros, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão constituir fundos
integrados pelos recursos provenientes de contribuições e por bens, direitos e ativos de qualquer natureza,
mediante lei que disporá sobre a natureza e administração desses fundos. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
§ 1º do ARTIGO 40°
Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão
aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§
3º e 17: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de
contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou
doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)
Comentário
Neste item vale comentar que se o servidor sofreu um acidente grave não relacionado ao
seu serviço, portanto não caracterizado como acidente de trabalho, mas que lhe
ocasionou invalidez permanente, seus proventos serão proporcionais ao tempo que
contribuiu no exercício de seu cargo.
É o caso por exemplo, de um servidor público que no final de semana, sofresse um
acidente, causando-lhe sérias lesões neurológicas, obrigando-o a se aposentar por
invalidez.
Ora, se este servidor contribuiu durante 18 anos, e sendo 35 anos a regra para se
aposentar integralmente, receberá seus proventos de aposentadoria fracionada, isto é,
apenas 18/35.
II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao
tempo de contribuição; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo
exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a
aposentadoria, observadas as seguintes condições: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 15/12/98)
Comentário
Esta inovação pôs fim à aposentadoria integral por tempo de serviço, preservando a
aposentadoria proporcional à idade, porém a vinculou ao tempo de contribuição e não
mais ao tempo de serviço, como fazia anteriormente.
Esta é outra oportunidade do servidor público se aposentar, mesmo que não tenha
completado o tempo de serviço/contribuição. Esta opção de aposentadoria, só acontecerá
depois que os servidores de ambos os sexos, alcançarem as idades respectivas de 65 e
60 anos.
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta e
cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 2º do ARTIGO 40°.
Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não
poderão exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a
aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
Comentário
Antigamente havia casos de aposentados que passavam a ganhar mais que aqueles que
estavam na ativa, pois existiam casos de servidores que eram promovidos com
aposentadoria. Atualmente, conforme o parágrafo 2º do art. 40, o servidor que se
aposentar não poderá receber mais do que recebia quando estava na ativa, o mesmo
ocorrendo com a viúva , que não poderá receber pensão maior do que o marido recebia
quando ocupava seu cargo.
§ 3º do ARTIGO 40°
observa que:
Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão
consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor
aos regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
Comentário
Esta Lei determina como serão efetuados os cálculos dos proventos da aposentadoria,
mas o valor deste nunca será superior ao valor total que o servidor recebia na ativa.
§ 4º do ARTIGO 40°
É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de
aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos
termos definidos em leis complementares, os casos de servidores: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
I - portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
II - que exerçam atividades de risco; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de
2005)
III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a
saúde ou a integridade física. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
Comentário
A análise do parágrafo 4º nos permite verificar que não haverá mais requisitos e critérios
diferenciados para a concessão de aposentadorias aos abrangidos pelo regime de que
trata o art. 40 da E.C. nº 20/98. Entretanto haverá exceções para aqueles servidores cujas
atividades são exercidas exclusivamente sob condições especiais que prejudiquem a
saúde e integridade física, como as atividades insalubres e perigosas.
Importante ressaltarmos que para estes servidores , o tempo especial de contribuição só
será concedido quando trabalharem exclusivamente sob condições especiais de
adversidade. Este dispositivo contudo, depende de Lei Complementar a ser editada, que
irá definir quais são as atividades prejudiciais à saúde e à integridade física do servidor
público e quais os trabalhos em que será possível obter a aposentadoria com menos de
35 anos (homem) e 30 (mulher) de contribuição previdenciária.
§ 5º do ARTIGO 40°
§ 6º do ARTIGO 40°
Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta
Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de
previdência previsto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
15/12/98)
Comentário
O parágrafo em análise assegura mais de uma aposentadoria, se os cargos forem
cumuláveis ou seja aqueles estabelecidos no art. 37 - inciso XVI da emenda 19/98
(reforma administrativa), ou seja:
Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte, que será igual:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo
estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art.
201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso aposentado à
data do óbito; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu
o falecimento, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de
previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela
excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)
Comentário
O § 7º do art. 40 (redação dada pela EC) limita a pensão por morte ao valor dos proventos
do servidor falecido, até o máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de
previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela
excedente a este limite, tudo nos termos da lei.
Insta salientar, que o § 7º do art. 40 da Constituição Federal, com redação dada pela EC,
tem aplicação, inclusive, aos dependentes dos servidores que vierem a ingressar no
serviço público depois de promulgada a Emenda Constitucional. Haverá uma situação
curiosa: os proventos de aposentaria estarão limitados inexoravelmente a R$ 2.400,00,
enquanto as pensões terão um acréscimo de 70% da parcela excedente a este limite.
Ressalvando melhor estudo do dispositivo sob enfoque, as pensões não estarão limitadas
ao teto do RGPS, mesmo que o servidor falecido tenha entrado no serviço público após a
promulgação da Emenda.
Curiosamente, em que pese a clareza da redação do § 7º do art. 40, parece haver conflito
com § 14 do mesmo art. 40 da Constituição da República. Este manda limitar a pensão
dos futuros pensionistas (que ingressaram no serviço público depois da EC nº 20/98), ao
máximo pago pelo Regime Geral de Previdência Social. Dever-se-á utilizar as técnicas de
hermenêutica para superar essa aparente antinomia.
Atuais Pensionistas
Os atuais pensionistas, ou aqueles que obtenham o benefício em decorrência da morte do
servidor até a data da promulgação da EC, têm seus direitos assegurados nos termos da
legislação vigente (art. 7º da EC).
Não sofrem nenhum prejuízo, exceto: a) contribuição prevista no art. 4º da EC, que é de
11% sobre a parcela da pensão que superar cinqüenta por cento do limite máximo
estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social, isto é, sobre o que
exceder R$ 1.200,00; b) redução para o subteto, se a maior, o que ocorrerá imediatamente
(art. 9º da EC).
§ 8º do ARTIGO 40°
É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter
permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
Comentário
O § 8º do art. 40 (com redação dada pela EC), quebra a paridade entre vencimentos e
proventos de aposentadoria. A partir da promulgação da Emenda poderá haver reajustes
diferenciados para vencimentos e aposentadorias, o que certamente ocorrerá em relação
aos servidores que vierem a ingressar no serviço público após a promulgação da Emenda
Constitucional. Alterou-se completamente o então § 8º do art. 40 da Constituição, que
previa a paridade.
Mantém-se o direito adquirido à paridade em relação aos servidores aposentados e
pensionistas, ou que implementaram os requisitos necessários até a data da
promulgação da EC (art. 7º).
§ 9º do ARTIGO 40°
O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de
aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
Comentário
A troca aqui é reciprocidade por tempo de serviço por reciprocidade por tempo de
contribuição nos parâmetros da administração pública.
Assim, se uma mulher trabalhou como telefonista durante 14 anos na prefeitura de uma
cidade e vier mediante aprovação em concurso a ocupar o cargo de Oficiala de Justiça, o
tempo que contribuiu como telefonista, será contabilizado para sua futura aposentadoria.
Por outro lado, para obter a sua aposentadoria por tempo de contribuição, deverá
trabalhar e contribuir mais 16 anos para atingir 30 anos de tempo de contribuição, além, é
claro, de atender os requisitos exigidos no que se refere a idade mínima (55 anos).
§ 10 do ARTIGO 40°
A Lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição
fictício.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
Atenção: Por razões didáticas este parágrafo já foi comentado no capítulo que trata dos
direitos adquiridos.
§ 11 do ARTIGO 40°
Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade,
inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem
como de outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência
social, e ao montante resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração
de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei
de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 20, de 15/12/98)
Comentário
Este parágrafo é uma confirmação do art. 37, inciso XI da Emenda Constitucional 19/98
(reforma administrativa), estabelecendo clara e taxativamente que nenhum servidor
público receberá salário superior aos subsídios do Ministro do Supremo Tribunal Federal.
Este texto é válido para todos, inclusive para o servidor público aposentado, que esteja
ocupando um cargo na empresa privada, portanto sujeito a contribuir para o regime geral
da previdência. Se um agrônomo aposentado vier a ocupar um cargo na secretaria da
agricultura, ou um servidor público aposentado vier a ser um vereador, deverão informar
à fonte pagadora o que estão recebendo no exercício da outra atividade para que seja
descontado o valor que superar o teto salarial que, para o servidor aposentado
corresponde ao valor dos vencimentos do cargo que ocupava e os subsídios dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal.
Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos titulares
de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime
geral de previdência social.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
Comentário
É uma sugestão proposta pela E.C. nº 20/98 para que seja adotado ao regime de
previdência dos servidores públicos, titulares de cargos efetivos, requisitos e critérios
fixados para o regime geral de Previdência Social.
§ 14 do ARTIGO 40°
Importante salientar, essa regra apenas valerá para aqueles que ingressarem no serviço
público após a promulgação da Emenda Constitucional. Quanto aos atuais, fica
assegurada a integralidade da aposentadoria, nos termos das condições estabelecidas
no art. 7º da EC.
§ do 15 ARTIGO 40°
§ 16 do ARTIGO 40°
§ 17 do ARTIGO 40°
Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto
no § 3° serão devidamente atualizados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 18 do ARTIGO 40°
Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas
pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os
benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual
igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 19 do ARTIGO 40°
O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para
aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em
atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição
previdenciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória contidas no §
1º, II. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 20 do ARTIGO 40°
Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para os
servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo
regime em cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 21 do ARTIGO 40°
A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as parcelas de
proventos de aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo
estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art.
201 desta Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de doença
incapacitante. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
Direitos Adquiridos
Comentário
A Reforma Previdenciária através da emenda 20/98, trouxe mudanças significativas desvinculando
a aposentadoria ao tempo de serviço e vinculando-a ao tempo de contribuição. Essas mudanças do
regime jurídico da aposentadoria e pensão por morte do servidor, entretanto, não prejudicaram os
servidores públicos, pois o artigo 3º da emenda 20/98, assegura os direitos adquiridos pelos
servidores. Com efeito o artigo 3º diz :
assegurada a concessão de aposentadoria e pensão; a qualquer tempo, aos servidores públicos e aos
segurados do regime geral de previdência social, bem como aos seus dependentes, que até a data da
publicação desta emenda, tenham cumprido os requisitos para a obtenção destes benefícios, com base
nos critérios da legislação então vigente".
Comentário
Pelo exposto no artigo 3º, poderá aposentar-se pelo tempo de serviço, sem exigência de idade
mínima, o servidor que atender as exigências da Lei, até a entrada em vigor da Emenda
Constitucional. O direito adquirido, só é válido para o tempo de serviço completado antes da
mudança da legislação.
Dessa forma, o segurado que completou o tempo de serviço para a aposentadoria pelo regime
anterior até 15 de Novembro de 1.998, poderá entrar com pedido de benefício em qualquer época;
esse segurado possui direito adquirido, isto é, preencheu os requisitos legais antes da Lei ser
alterada.
REGRAS DE TRANSIÇÃO
(mudanças de um sistema para outro)
Comentário
São fórmulas de adaptação para quem é servidor público, com o objetivo de adaptar seu tempo de
serviço. As novas regras estabelecidas pela E.C. nº 20/98 através de seu artigo 8º, que dispõe
"observado o disposto no artigo 4o desta emenda e ressalvado o direito de opção a aposentadoria
pelas normas por ela estabelecida, é assegurado o direito à aposentadoria voluntária com proventos
calculados de acordo com o artigo 40, parágrafo 3º da Constituição Federal, àquele que tenha
ingressado regularmente em cargo efetivo na administração pública, direta, autárquica e
fundacional até a data de publicação desta emenda, quando servidor, cumulativamente":
• Tiver cinqüenta e três anos de idade, se homem, e quarenta e oito anos de idade, se mulher.
• Tiver cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se dará a aposentadoria.
Contar tempo de contribuição igual, no mínimo à soma de :
APOSENTADORIAS ESPECIAIS
Comentário
Servidores que pelo sistema previdenciário anterior a E.C. nº 20/98 se aposentavam integralmente
com 30 anos e 25 anos respectivamente.
Dentre estes servidores podemos elencar os professores, membros do ministério público (promotores
de justiça e os juizes. Para eles foi também elaborada regras de transição. Conforme os parágrafos
2º, 3º e 4º do artigo 8º de E.C. nº 20/98.
ARTIGO 41°
São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo
de provimento efetivo em virtude de concurso público.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Comentário
A redação imposta a este dispositivo pela EC-19 ampliou de dois para três anos o período
do estágio probatório. Foi, também, melhorada a técnica da redação, com a previsão de
estabilidade aos servidores nomeados "para cargo de provimento efetivo" em virtude de
concurso público.
Comentário
Diferença fundamental em relação ao servidor vitalício, como juiz, membro do Ministério
Público ou Ministro de Tribunal Superior, cuja perda do cargo depende sempre de
processo judicial.
Talvez uma das mais discutidas medidas da EC-19, a perda por insuficiência de
desempenho, a rigor, já era possível sob a disciplina anterior, se aplicados os
dispositivos legais relativos aos deveres e as proibições dos servidores. Não é, então, a
rigor, uma novidade, mas, agora constitucionalizada, a perda do cargo por esse
fundamento certamente está mais visível e será lida com mais atenção.
Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado,
e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a
indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração
proporcional ao tempo de serviço. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
Comentário
A EC-19 perdeu uma excelente oportunidade de corrigir equívoco técnico que vem desde
a redação original da Constituição, em 1988. A demissão do servidor pode ser invalidada,
também, administrativamente, já que, segundo o próprio STF, a administração pública
está obrigada a rever os seus atos, quando eivados de vício ou erro. Revendo uma
demissão, assim, poderia concluir que essa é ilegal, e determinar a sua anulação. É
importante observar que não há um limite de tempo para isso, uma vez que o STF deixou
julgado poder ocorrer essa revisão administrativa "a qualquer tempo". A Segunda
previsão importante da alteração imposta pela Emenda é a remuneração da
disponibilidade, que passa a ser proporcional ao tempo de serviço, e não mais integral.
§ 4º do ARTIGO 41°
Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial
de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
Este parágrafo deve ser comentado pois foi acrescentado pela Emenda Constitucional nº
19/98 (reforma administrativa) que dispõe como condição para a aquisição da
estabilidade, ser obrigatória a avaliação de desempenho por comissão instituída para
essa finalidade.
A avaliação de desempenho é um processo utilizado nas empresas privadas que visa
avaliar a qualidade do trabalho do funcionário; interesse, iniciativa, busca do
aperfeiçoamento profissional, capacidade de liderança, dentre muitos outros aspectos
relacionados ao desempenho profissional.
Então, se antes conseguia estabilidade apenas com o "tempo de casa", agora dependerá
de sua competência profissional avaliada por uma comissão.
Serviços Públicos
É todo aquele prestado pela administração pública ou por seus delegados sob
normas e controles estatais para satisfazer necessidades essenciais (saúde, segurança, etc.) ou
secundárias da coletividade ou simples conveniência do Estado (CPF, etc.).
Em outras palavras, Serviço Público é aquele que é instituído, mantido e executado pelo Estado, com
o objetivo de atender aos seus próprios interesses e de satisfazer as necessidades coletivas.
Dever de prestar: Ao Poder Público incumbe a prestação de serviços públicos (Art. 175 da C.F.)
podendo seu desempenho ser direto ou indireto.
Prestação indireta:
1º) da instituição de pessoas jurídicas de direito público ou de direito privado criadas com essa
finalidade;
2º) Concessões;
3º) Permissões.
Prestação direta:
- Aos Municípios: é confiado prestar maior gama de serviços públicos, posto ser de sua competência
todo aquele que toque o seu "peculiar interesse" ou o "interesse local" (C.F. Art. 30, V).
- À União compete, além dos comuns a Estados e Municípios (Art. 23 da C.F.), os que lhe são
privativos (Art. 21 C.F.).
- Aos Estados somente os remanescentes podem lhes ser atribuídos (C.F., Art. 25, § 1º), excetuada
uma única hipótese: distribuição de serviço de gás canalizado (C.F., Art. 25 § 2º).
- Atividade judiciária.
2. "Serviço Público é todo aquele prestado pela Administração ou por seus delegados, sob normas e
controles estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade ou simples
conveniências do Estado. Fora dessa generalidade não se pode indicar as atividades que constituem
serviço público, porque variam de acordo com a exigência de cada povo e de cada época. Nem se pode
dizer que são as atividades coletivas vitais que caracterizam os serviços públicos, porque ao lado destas
existem outras, sabidamente dispensáveis pela comunidade, que são realizadas pelo Estado como serviço
público". (MEIRELLES, H. L. Direito administrativo brasileiro. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 1999).
3. "Serviço público é toda atividade material que a lei atribui ao Estado para que exerça diretamente ou
por meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer concretamente as atividades coletivas, sob
regime jurídico total ou parcialmente público". (DI PIETRO, M. S. Z. Direito administrativo. 11. ed.
Atlas. São Paulo, 1999).
4. "Saber quando e porque uma atividade é considerada serviço público remete ao plano da concepção
política dominante, ao plano da concepção sobre o Estado e seu papel. É o plano da escolha política,
que pode estar fixada na Constituição do país, na lei e na tradição. A Constituição pátria considera
como serviços públicos p.ex.: o transporte coletivo, no art.30,V; serviços telefônicos, telegráficos, no art.
21, XI; energia elétrica, no art. 21,XIII. (...) Finalidades diversas levam a considerar certa atividade
como serviço público, dentre as quais: retirar da especulação privada setores delicados; propiciar o
benefício do serviço aos menos favorecidos; suprir carência da iniciativa privada; favorecer o progresso
técnico. Em essência, serviço público significa prestações; são atividades que propiciam diretamente
benefícios e bens, aos administrados, não se incluindo aí as de preparação de infra-estruturas (arquivo,
arrecadação de tributos, p.ex.). Abrange prestações específicas para determinados indivíduos, p.ex.
água, telefone e prestações genéricas, p.ex. iluminação pública, limpeza de ruas. No momento em que a
atividade de prestação recebe a qualificação de serviço público, conseqüências advêm, em especial
quanto ao regime jurídico, mesmo que fornecida por particulares". (MEDAUER, O. Direito
administrativo moderno. São Paulo: RT, 1996).
5. Conceito "tradicional" de serviço público: "atividade da Administração Pública que tem por fim
assegurar de modo permanente, contínuo e geral, a satisfação de necessidades essenciais ou secundárias
da sociedade, assim por lei consideradas, e sob as condições impostas unilateralmente pela própria
Administração".
Conceito "contemporâneo" de serviço público: "as atividades pelas quais o Estado, direta ou
indiretamente, promove ou assegura a satisfação de interesses públicos, assim por lei considerados, sob
regime jurídico próprio a elas aplicável, ainda que não necessariamente de direito público".
(MOREIRA NETO, D. F. Mutações do direito administrativo. Rio de Janeiro: Renovar, 2000).
Naturalmente alguns serviços não poderão ser delegados a terceiros pela sua complexidade ou
vinculação direta com a administração pública, entretanto, outros tipos de serviços não devem ser
prestados diretamente e, por conseqüência, sempre são transferidos à iniciativa privada, contudo,
obedecidas certas condições e normas.
Os serviços públicos, propriamente ditos, são aqueles prestados diretamente à comunidade pela
Administração depois de definida a sua essencialidade e necessidade. Assim são privativos do Poder
Público, ou seja, só a Administração Pública deve prestá-los. Por exemplo a preservação da saúde
pública e os serviços de polícia.
Outros serviços públicos, chamados de serviços de utilidade pública, são aqueles que a
Administração Pública reconhece a sua conveniência para a coletividade prestando-os diretamente
ou delegando-os a terceiros, nas condições regulamentadas e sob o seu controle. Por exemplo o
transporte coletivo, a energia elétrica, o serviço de telecomunicações e o fornecimento de água.
Os serviços que são prestados individualmente a cada cidadão, por exemplo o fornecimento de água,
luz, telecomunicações etc., geralmente o são por empresas privadas mediante concessão outorgada
pelo poder público e sob pagamento da tarifa respectiva diretamente pelo usuário.
A cessação do pagamento desses serviços por parte do usuário tem suscitado hesitações da
jurisprudência sobre a legalidade e legitimidade da suspensão de seu fornecimento em face de
normas vigentes como o Código de Defesa do Consumidor.
Mas, importante, o prévio aviso da suspensão não pode ser ignorado e é obrigatório pela lei e, aliás,
conforme tem entendido pacificamente a jurisprudência.
A lei também define como essenciais alguns tipos de serviços, que nem sempre são serviços públicos,
mas que, sendo essenciais à coletividade, poderão sofrer alguns tipos de intervenção do poder
público.
São serviços essenciais, assim definidos pela Lei n.º 7.783/89, os serviços os de água, energia elétrica,
gás, combustíveis, saúde, distribuição de medicamentos e alimentos, funerário, transporte coletivo,
captação e tratamento de esgoto, tráfego aéreo, compensação bancária e outros.
Impróprio autorizados
PRÓPRIO: Atendem as necessidades coletivas. O Estado assume como seus e os executa diretamente
(agentes) ou indiretamente (por meio de concessionários e permissionários).
IMPRÓPRIO: Atendem também as necessidades coletivas, mas, não são assumidos nem executados
pelo Estado, seja direta ou indiretamente, são apenas por ele autorizados, fiscalizados e
regulamentados. Na verdade essa categoria de impróprio não é serviço público em sentido jurídico.
Ex.: serviços prestados por instituições financeiras (art. 192, I e II da C.R.). São atividades privadas
que dependem de autorização do Poder público.
Quanto ao objeto:
• Administratrivos
• Objeto sociais
• Comerciais
• Industriais
Administrativos: A administração executa para as sua necessidades internas ou outros que serão
prestados ao público.
Serviços gerais, ou de fruição geral (uti universi), os que não possuem usuários ou destinatários
específicos e são remunerados por tributos (calçamento público, iluminação pública etc.).
UTI SINGULI - Satisfação individual e direta das necessidades dos cidadãos. Para Celso Antonio
Bandeira de Mello só esta categoria constitui Serviço Público. Poderão existir reclamações valendo-se
a ação de preceito cominatório previsto no Artigo 287 do C.P.C., considerando constituírem
atividades geradoras de direito subjetivo à sua obtenção.
Serviços comerciais Serviços sociais
• Energia elétrica
• Ensino,saúde
• E industriais
Assistência
• Luz,
Previdência Social
• Gás
Transportes
UTI UNIVERSI - Satisfação coletiva, mas usufruídos apenas indiretamente pelos indivíduos. São
aqueles destinados a servir a coletividade como um todo, não geram direitos objetivos e são mantidos
por tributos.
Ex.: serviços de defesa do país contra inimigo externo, serviços diplomáticos, serviços administrativos
prestados internamente pela administração trabalhos de pesquisa científica, de iluminação pública,
de saneamento, polícia.
• originários ou congênitos e
• derivados ou adquiridos.
Originário: está diretamente ligado a atividades essenciais do Estado (tutela do direito) privativos do
Estado.
Helly chama de Serviços Públicos.
Adquirido: é atividade facultativa (social, comercial e indústria do Estado). Helly chama de Serviços
de utilidade pública.
Exclusivos - serviço postal e correio aéreo nacional (art. 21, X); telecomunicações (art. 21, XI),
radiodifusão, energia elétrica, navegação aérea, transportes e demais indicados no artigo (Art. 21,
XII), o serviço de gás canalizado (art. 25, § 2º).
Não Exclusivos - São considerados serviços públicos próprios, quando executados pelo Estado; e
podem ser considerados serviços públicos impróprios, quando prestados por particulares.
Outros serviços públicos podem ser executados pelo Estado ou pelo particular mediante autorização
do poder público.
Título VIII da C.R. ordem social - saúde (art. 196 e 199 da C.R.);
B) Serviço descentralizado: É aquele cuja titularidade (ou apenas a sua execução) transferiu-se da
Administração Pública para Autarquias, entidades paraestatais (empresas públicas e sociedades de
economia mista), empresas privadas ou particulares. Ela acontece por meio de outorga ou delegação.
C) Execução direta do serviço público: Realiza-se quando os meios utilizados para a sua prestação
pertencem àquele responsável pelo seu oferecimento ao público. Poderá assim, o prestador constituir
pessoa estatal, autárquica, paraestatal, empresa privada ou particular.
D) Execução indireta do serviço público: realiza-se quando os meios utilizados para a sua prestação
pertencem a terceiros que, através de contrato com o prestador do serviço, oferecem atendimento ao
público.
Assim sendo, tanto a Administração direta quanto a Administração indireta (autarquias, empresas
públicas e sociedades de economia mista) poderão executar serviços indiretamente. Essa
possibilidade estende-se aos entes de cooperação (serviços sociais autônomos, entre outros), empresas
privadas e particulares.
O serviço público outorgado é aquele transferido por lei - por tempo geralmente indeterminado - a
entidade criada pelo Estado, e só por lei poderá ser retirado ou modificado seu destino originalmente
previsto. A titularidade do serviço só poderá ser efetuada por outorga. Podemos concluir que a
autarquia sempre executará determinado serviço com titularidade na sua prestação.
O serviço público delegado é aquele transferido através de ato administrativo bilateral (concessão) ou
unilateral (permissão e autorização), motivo pelo qual poderá ser revogado, modificado ou anulado, e
onde sua transferência tem sempre caráter temporário. Nestes não haverá transferência de
titularidade, mas apenas a execução do serviço transpassada. Assim ocorre com a concessão,
permissão e autorização, como modalidades de delegação de serviços.
São serviços de utilidade pública delegados pelo Poder Público, através de contrato administrativo a
particular, que os executa em seu nome e por sua conta e risco.
• reversão,
• encampação,
• rescisão ou
• anulação.
A) Reversão: término do prazo. O serviço retornará ao concedente, assim como os bens a ele
vinculados que irão integrar-se ao patrimônio público. Normalmente é gratuita, contudo, caso o
ressarcimento do investimento que o concessionário tenha feito durante a prestação do serviço tenha
sido impossível, em razão do emprego de investimento especiais ou devido ao curto prazo da
concessão, admitir-se-á reversão onerosa.
B) Encampação: É a retomada do serviço, mediante coação, em razão de conveniência e interesse
público. É ato de império do Poder Público, que resgatará o serviço, entrará na posse dos bens
utilizados na sua prestação e, posteriormente, indenizará o concessionário.
São serviços de utilidade pública delegados pela Administração a particular, por meio de ato
administrativo unilateral, discricionário e precário. Serviço executado por conta e risco do
permissionário, sem direito a indenização.
Conceito de tarifa: Remuneração exigível na prestação de serviços que podem ser mensurados na sua
utilização. Preço público: é arrecadado na prestação do serviço predominantemente particular, mas
sempre considerado o interesse público, razão pela qual melhor se encaixa na definição de tarifa.
À LUZ DA LEI
Em relação à concessão de serviço público, a lei assim a define: "delegação de sua prestação, feita pelo
poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de
empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo
determinado" (art. 2º, II).
No que toca à permissão de serviço público, a lei estabeleceu a seguinte regra: "delegação, a título
precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa
física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco" (art. 2º, IV).
Fica restando o aspecto da instrumentalização dos institutos. Para a concessão, em suas duas
modalidades, a lei previu claramente que será ela um contrato. O art. 4º da lei é peremptório: " A
concessão de serviço público, precedida ou não da execução de obra pública, será formalizada mediante
contrato, que deverá observar os termos desta lei, das normas pertinentes e o edital de licitação."
Ao dizer que a formalização da concessão, seja qual for a modalidade, se dará por meio de contrato,
está a lei qualificando o instituto como contrato administrativo. E nesse ponto adotou a qualificação
da doutrina dominante, como já visto.
AUTORIZAÇÃO
Toda pessoa natural ou jurídica que preencha as condições previstas na lei, na regulamentação e,
quando for o caso, no instrumento convocatório poderá requerer autorização para prestação de
serviço Público.
O concedente não poderá negar autorização para exploração de serviço, no regime privado, salvo se
já atingido o número máximo de prestadores, imposto por razões técnicas ou para evitar o
comprometimento da prestação de modalidade de serviço de interesse coletivo, ou por motivo
relevante, hipótese em que sua decisão deverá ser fundamentada, com indicação das razões de fato e
de direito sobre as quais ela se apoia, sendo comunicada ao interessado em prazo estabelecido em
Lei.
Quando o interessado se tratar de consórcio de empresas ou não for empresa constituída segundo as
leis brasileiras, com sede e administração no País, deverá, antes da assinatura do termo, adaptar-se
ou constituir empresa com as características adequadas e com observância das exigências previstas
no instrumento convocatório.
A autorização do serviço não confere direito adquirido à permanência das condições vigentes quando
da sua expedição ou do início das atividades, devendo a autorizada observar os novos
condicionamentos impostos por lei e pela regulamentação
Regulamentação e Controle
As agências reguladoras.
A partir do momento em que alguns dos serviços públicos no Brasil deixaram de ser prestados pelo
Estado, diretamente ou por intermédio de empresas públicas ou sociedades de economia mista, e
passaram a ser concedidos a empresas com o capital exclusivamente privado, houve a necessidade de
uma reestruturação do papel do Estado nessas áreas.
Desse modo, com o fim precípuo de exercer a regulação do mercado, tendo, dentre outras inúmeras
atribuições, a função de fiscalizar o exato cumprimento dos termos do contrato da concessão, foram
criadas as agências reguladoras.
Segundo o disposto no texto constitucional, a regulação pode se dar de duas maneiras - normativa e
operacional. - e o modelo adotado pelo Brasil foi o da regulação operacional, o que significa que as
agências são mera executoras de políticas definidas pelo governo. Prova disso, é o que dispõe o
parágrafo único do art. 175, já transcrito acima, determinando que questões como direito dos
usuários, qualidade dos serviços e políticas tarifárias sejam definidas por lei.
Embora não haja disciplina legal única, a instituição dessas agências vem obedecendo mais ou menos
ao mesmo padrão, o que não impede que outros modelos sejam idealizados posteriormente.
AGÊNCIAS REGULADORAS
Natureza Jurídica
São figuras muito recentes em nosso ordenamento jurídico. Possuem natureza jurídica de autarquias
de regime especial, são pessoas jurídicas de Direito Público com capacidade administrativa,
aplicando-se a elas todas as regras das autarquias.
Possuem como objetivo regular e fiscalizar a execução de serviços públicos. Elas não executam o
serviço propriamente, elas o fiscalizam.
AGÊNCIA EXECUTIVA
A diferença entre agência reguladora e agência executiva é que a primeira tem personalidade
jurídica de Direito Público, sendo autarquia em regime especial, e a segunda configura um rótulo
dado a autarquias e fundações, que amplia sua autonomia gerencial, orçamentária e financeira.
Contrato de Gestão
É um contrato administrativo celebrado entre a Administração Direta e a Indireta, visando o
cumprimento de certas metas em troca de uma maior autonomia gerencial, orçamentária e
financeira (art. 37, § 8.º, da CF/88). Conteúdo do contrato de gestão:
metas que devem ser atingidas;
prazos em que as metas serão atingidas;
instrumentos de controle (exercido pela Administração Direta);
penalidades a serem aplicadas;
termos da ampliação da autonomia gerencial, orçamentária e financeira.
ORGANIZAÇÕES SOCIAIS
Podem ser definidas como pessoa jurídica de Direito Privado, criada por particulares, sem fins
lucrativos, que recebem esse rótulo para o desempenho de serviços públicos não exclusivos do
Estado. Esses serviços públicos são definidos pela Lei n. 9.637/98: saúde, ensino, meio ambiente,
cultura e pesquisa científica.
Essas organizações sociais não integram a administração do Estado, mas estabelecem parcerias com
ele para exercer os serviços públicos; estão ao lado dele (entes paraestatais). Essa parceria entre as
organizações sociais e o Estado será firmada por meio de um contrato de gestão. A CF/88 dispõe
sobre um contrato de gestão no seu art. 37, § 8.º Esse contrato de gestão disposto no art. 37 da CF/88,
entretanto, não é o mesmo contrato de gestão disposto na Lei n. 9.637/98. A denominação é a mesma,
mas as situações são diferentes. O contrato de gestão deverá prever:
os serviços públicos que serão exercidos por essas organizações sociais;
o prazo que elas têm para executar esses serviços;
os instrumentos de fiscalização;
as penalidades em caso de descumprimento.
As organizações sociais podem ser contratadas sem licitação (art. 24, XXIV, da Lei n. 8.666/93) e
recebem verbas ou dotações orçamentárias (verbas, pessoal e bens públicos).
São todos aqueles instituídos por lei e que contêm uma personalidade de Direito Privado. Não
possuem finalidade lucrativa e têm por único objetivo prestar assistência a certas categorias
profissionais.
Não integram a Administração Pública, mas estabelecem parceria com o Estado. Não exercem
serviço público, mas sim serviços de interesse público, portanto, a parceria se deve ao interesse da
Administração Pública em incentivar o desenvolvimento dessas atividades.
Os serviços sociais autônomos têm como fonte de renda dotações orçamentárias e contribuições
parafiscais cobradas dos empregadores. Como exemplos de serviços sociais autônomos temos o
SENAI, o SESC e o SESI.
DIREITOS DO CONSUMIDOR
Os consumidores têm o direito de denunciar estabelecimentos comerciais quando se
sentir prejudicado por eles na aquisição de bens, produtos ou serviços. Confira os casos
mais comuns:
• Propaganda enganosa
• Não se esquecer que as lojas de roupas são obrigadas apenas a trocar peças com
defeitos
Comprei um produto que apresentou defeitos. O fabricante diz que não pode fazer nada
porque não tem culpa pela ocorrência do defeito. Isso é verdade?
O produto que eu comprei está dentro da garantia, mas já faz 40 dias que o mesmo está
na assistência técnica. Desde que eu o comprei ele já estava com defeito. O que eu posso
fazer neste caso?
R: No caso de o vício, ou seja, o problema não ser sanado no prazo máximo de 30 (trinta
dias), o consumidor pode exigir qualquer uma destas 3 opções: a substituição do produto
por outro similar, em perfeitas condições de uso, a restituição imediata da quantia paga,
devidamente corrigida ou o abatimento proporcional do preço. Neste último caso, o artigo
se refere, por exemplo, na hipótese de vários produtos adquiridos da mesma loja. Isso
está expresso no artigo 18, parágrafo 1.º, do CDC.
R: O parágrafo 4.º, do artigo 18, do CDC, diz que, no caso de, em razão da extensão do
vício, a substituição das partes viciadas vier a comprometer a qualidade, as
características do produto ou no caso de se tratar de produto considerado essencial, o
consumidor poderá exigir, de imediato, a substituição desse produto. Isso quer dizer que
ele não precisará esperar os 30 dias citados na resposta anterior.
R: O artigo 18, do CDC, em seu parágrafo 5.º, diz que, no caso de fornecimento de
produtos "in natura" (ao natural), como frutas e verduras, será responsável, perante o
consumidor, o fornecedor imediato, a não ser que seja claramente identificado o seu
produtor. Ou seja, o responsável neste caso será quem vendeu as frutas, isto é, o
mercado.
Contratei uma empresa para pintar as paredes de minha casa, mas o serviço ficou
péssimo, muito mal feito. O que eu posso fazer?
R: De acordo com o artigo 20, do CDC, o consumidor pode exigir, de acordo com o que
julgar melhor: a reexecução do serviço, sem ter de pagar por isso, a devolução da quantia
paga, devidamente corrigida ou o abatimento proporcional do preço. Esta última hipótese
se refere, por exemplo, àquele caso em que apenas algumas paredes ficaram mal
pintadas. Isto é, ele terá direito de receber de volta o valor pago apenas pela pintura
dessas paredes.
Minha máquina de lavar roupas foi para o conserto e, na autorizada, foram colocadas
peças recondicionadas, mas eu não autorizei isso. Como fica minha situação?
R: O artigo 21, do CDC diz que no fornecimento de serviços de consertos de qualquer
produto, é obrigação do fornecedor usar, no conserto, peças novas, originais e
adequadas, mesmo que o consumidor não exija isso. Ou ainda, peças que não alterem as
características originais do produto, mas desde que, nesta última hipótese, não haja
autorização em contrário por parte do consumidor.
No contrato de compra e venda que eu assinei com a loja que me vendeu um aparelho de
som, diz que não poderei reclamar por causa de defeitos ocorridos no rádio. Mas o rádio
estragou. A loja diz que não pode fazer nada, pois, no contrato assinado por mim, eu abri
mão de meus direitos. Isso é correto?
R: De modo algum. O artigo 25, do CDC é claro com relação a isso. Ele diz que é proibida
a presença de cláusula, no contrato, que impossibilite, retire ou atenue a responsabilidade
de indenizar os defeitos ou danos ocorridos.
R: Tanto para produtos como para serviços, o prazo é o mesmo. Mas deve ser analisado
se o vício é aparente ou não, ou seja, se o defeito é de fácil constatação, se é visualmente
perceptível. Sendo esse o caso e se o produto é durável (como os eletrodomésticos, por
exemplo), o prazo é de 90 dias. Caso o produto seja não-durável (como pilhas e alimentos,
por exemplo), o prazo é de 30 dias. Isto está previsto no artigo 26 do CDC.
R: De acordo com o artigo 26, em seu parágrafo 1.º, o prazo começa a contar da data da
entrega do produto ou do fim da realização do serviço.
O produto que eu comprei tinha um defeito interno, que só apareceu quando o mesmo foi
para o conserto e foi desmontado por um técnico. Quando começa a contar o prazo para
reclamar disso? É a partir da datra da compra?
Uma empresa poderá ser considerada uma consumidora? Quando isso ocorrerá?
R: Sim. De acordo com o artigo 2.º, do CDC, "Consumidor é toda pessoa física ou jurídica
que adquire ou utliza produto ou serviço como destinatário final." Isso quer dizer que, se
uma empresa contratar outra para o conserto, por exemplo, dos encanamentos de sua
sede, a contratante será considerada uma consmidora, pois é a destinatária final desse
serviço. Mas, se aquela empresa tivesse contratato uma marcenaria para fabricar móveis
para serem revendidos, ela não se equiparará à figura de consumidor, pois os imóveis
fabricados e adquiridos de outra empresa serão revendidos.
Uma determinada firma procurada por mim se recusa a apenas vender os maços de
cigarros. Ela obriga que a pessoa compre também uma determinada marca de isqueiro.
Isso é correto?
Paguei uma conta que estava em atraso, mas acho que me foi cobrado um valor acima do
que deveria. A loja deve me devolver o valor pago a mais?
R: Caso seja comprovado que foi pago um valor acima do que deveria ter sido cobrado, o
consumidor tem direito a receber a diferença em dobro e corrigida pelos juros legais. Isso
está claramente previsto no artigo 42, em seu parágrafo único, do CDC. O Procon mesmo
pode conferir esse cálculo feito pela loja.
Uma empresa de cobrança está me cobrando, além dos juros e multa, 20% a título de
honorários advocatícios. Ela pode fazer isso?
R: Não. Honorários advocatícios apenas podem ser cobrados quando há uma discussão
judicial sobre alguma coisa. Cobrar honorários advocatícios na cobrança extra-judicial
(que não está na justiça) é ilegal. Caso sejam pagos esses 20% (ou outra porcentagem),
esse valor terá que ser devolvido, em dobro, ao consumidor.
Comprei, por telefone, um gel para a pele. Mas desisti da compra, que foi feita há 4 dias.
Tenho algum direito de não querer mais o produto?
R: Sim. De acordo com o artigo 49, do CDC, o consumidor tem o prazo de 7 dias para
desistir de compras feitas fora do estabelecimento comercial, ainda mais se ela for feita
através do telefone ou em domicílio. Esse prazo se inicia na data da assinatura do
contrato (no caso de venda em domicílio, a conhecida venda de porta em porta) ou na
data do recebimento do produto ou serviço. Por isso, lembramos aqui, mais uma vez, da
importância de se guardar todos os comprovantes, contratos e recibos relativos a
compras efetuadas ou serviços prestados.
Meu contrato tem uma cláusula considerada nula pelo CDC. Por causa disso, todo o
contrato será nulo?
R: Não.O artigo 51, em seu parágrafo 2.º, expressa que a mulidade de uma cláusula não
implica a nulidade de todo o contrato. O artigo 51 elenca algumas hipóteses de nulidade
de cláusula contratual, como, por exemplo, as que a diminua a responsabilidade de um
fornecedor por um defeito ocorrido em um produto por ele vendido; que estabeleça
obrigações consideradas abusivas, ao consumidor; que que autorizem o fornecedor a
alterra o valor do contrato por sua única ontade; que viole normas ambientais, etc.
Quero pagar antecipadamente as parcelas do meu carnê, mas a loja não quer me dar um
desconto, alegando que a cobrança é feita por outra empresa. O estabelecimento está
correto?
R: Bem, de acordo com o artigo 52, do CDC, em seu parágrafo 2.º, está garantido, ao
consumidor, o direito de redução proporcional dos juros e demais acréscimos no caso de
pagamento antecipado (tanto total quanto parcial) do débito. Então, só pague
antecipadamente se a loja lhe oferecer um desconto. Realmente, muitas lojas terceirizam
seus departamentos de cobrança, ou seja, são outras firmas que fazem a cobrança dos
débitos. Mas não pague caso não vá receber um abatimento proporcional dos juros e
demais correções.
Tenho um contrato de compra e venda de uma casa, mas atrasei o pagamento das
prestações. A construtora diz que eu irei perder o dinheiro pago, além de ficar sem a casa,
pois isso está previsto em uma cláusula desse contrato que eu assinei. E agora?
R: Essa cláusula é plenamente nula, de acordo com o que dispõe o artigo 53, do Código
de Defesa do Consumidor. Você não poderá perder o dinheiro já pago só porque atrasou o
pagamento das prestações.
Deixei meu carro parado em um estacionamento e, quando voltei para pegá-lo, ele estava
todo riscado. O que posso fazer? O estacionamento diz que não pode fazer nada.
Nesse mesmo estacionamento foram furtados alguns objetos que estavam dentro do meu
carro. Com a alegação de que há uma placa no local informando que eles não se
resonsabilizam por ojetos deixados dentro do veículo, os proprietários do
estabelecimento não querem me ressarcir. Isso é certo?
R: Não, não é. Independente da existencia de tal placa, que não tem nenhuma validade, o
estabelecimento é responsável pelo veículo, pelos seus acessórios e objetos em seu
interior. Assim, se você teve algum objeto subtraído, deve ser ressarcido. Para evitar esse
tipo de problema, deixe os objetos com o responsável pelo estabelecimento, como o
gerente, por exemplo.
Sou obrigado a mudar de categoria de plano de saúde, segundo consta de carta que eu
recebi da empresa?
Fiz um empréstimo com um agiota e o valor que estou pagando já ultrapassou em muito o
valor que eu emprestei. O que eu faço?
R: Nesse caso não se trata de relação de consumo, portanto, não se aplica o CDC. Você
deve ir a uma delegacia de polícia para denunciar o agiota.
Fiz uma compra pela Internet. Também tenho os direitos expressos no CDC?
R: É claro que sim. O consumidor que faz compras pela Internet têm os mesmos direitos
daquele que as faz no comércio tradicional. O CDC não discrimina nenhum tipo de
consumidor em relação ao aoutro. Mas você deve se precaver, apenas comprando em
"sites" conhecidos e guardando todos os documentos referentes à compra (imprimindo
os "e-mails" recebidos da loja, comprovantes, recibos etc.) . Isso será útil em caso de
futura reclamação.
R: Infelizmente, não. A loja não é obrigada a devolver o valor pago pelo material. A não ser
que você tenha feito a compra por telefone, pela Internet ou através de um vendedor que
foi até a sua casa. Nesses casos você têm 7 dias para desistir da compra (art. 49, do CDC),
mesmo sem motivos relevantes para isso. Mesmo tendo comprado na loja, não custa nada
tentar devolver o material e ficar com um crédito para futuras compras ou tentar a troca
por outros materiais. Uma boa conversa pode fazer milagres!
R: Não, isso não é correto. Algumas casas estipulam os valores de R$ 100,00, um salário
mínimo, etc. como multa para quem perder o cartão de consumação que é entregue aos
fregueses na entrada do estabelecimento. Entendo que o empresário procure se precaver
de pessoas de má-fé que possam consumir um valor alto e alegar que perderam o cartão e
que não consumiram nada. Mas cobrar um valor desses caracteriza-se como abusividade
por parte do fornecedor, pois o valor é muito elevado. Assim, não é correto esse tipo de
prática, que onera excessivamente o consumidor por um fato que, às vezes, a ele não deu
causa.
A escola onde meu filho estudava se recusa a entregar seus documentos porque há
algumas mensalidades atrasadas. Isso é correto?
R: Não, essa atitude é ilegal. O estabelecimento de ensino não pode reter documentos do
aluno para forçar a cobrança de mensalidades atrasadas.
Uma empresa também pode ser considerada consumidora e utilizar os direitos previstos
no CDC?
R: Sim, e isso não é uma incoerência. Uma empresa será considerada consumidora
quando adquirir um bem que não irá revender, comercializar. Ou seja, caso uma padaria
compre um forno que apresente problemas, ela poderá se utilizar do CDC para fazer valer
os seus direitos de consumidora, pois o que ela vende são pães, doces etc., e não fornos.
O forno é para uso da empresa, assim, ela se torna, neste caso, consumidora (pois ela é a
destinatária final desse produto). Mas, se ela comprasse doces de outra padaria para
revendê-los, ela não poderia ser caracterizada como consumidora, pois ela iria revender
esses doces (com objetivo de lucro e não seria a destinatária final desses produtos).
Sempre ouço falar que, em uma ação de cobrança, o credor não deve cobrar o devedor no
seu trabalho, lazer, descanso etc. Isto é correto? Onde está esta proibição? E como fica a
situação do credor, isto é, onde e como cobrar o que lhe é de direito, se, ao menos em
tese, uma pessoa sempre estará em uma dessas situações: trabalhando, descansando ou
em lazer?
R: Realmente é preciso que o credor tome alguns cuidados ao exigir seus créditos... Ele
pode até telefonar para a empresa em que o devedor trabalha, mas deve falar diretamte
com ele, não entrando em detalhes ou falando que se trata de cobrança, para outros
funcionários e/ou chefe do devedor. No caso de correspondências, elas podem ser em
tom firme, mas nunca desrespeitosas ou ofensivas. E, no caso de ligações telefônicas
para a residência, o credor também não poderá fazer xingamentos, ameaças etc. Uma boa
conversa e o aviso de que a dívida poderá ser cobrada judicialmente são suficientes (isso
não é ameaça, é o exercício de um direito). Em suma: o bom-senso deve imperar - tanto
do lado do credor quanto do devedor - na cobrança de dívidas.
R: Nessas hipóteses, sempre prevalecerá o preço mais baixo. Assim, exija que seja
cobrado o valor que consta da prateleira ou da gôndola. E o supermercado não fica livre
de uma punição por prática que lesa o consumidor. Portanto, fique sempre atento aos
preços, para ver se, na hora de pagar, ele não é mais alto do que deveria ser.
Infelizmente, esse tipo de situação ocorre, diariamente, em todo o País. E, curiosamente, a
diferença no preço é sempre para mais, nunca para menos...
Algum tempo atrás, fiz minha lista de presentes de casamento em uma determinada loja.
O vendedor que me atendeu disse que, se eu quisesse trocar algum presente recebido,
era só levá-lo à loja, e ele seria, imediatamente, trocado. Nada mais. Contudo, recebi
alguns presentes que decidi trocar. Retornando à loja, ao conversar com o vendedor, ele
me disse que só aceitaria a troca dos produtos se eu aceitasse um desconto de 25% no
valor da mercadoria. Essa seria a "norma da empresa". Isso pode ser feito?
Ainda tenho créditos em meu aparelho celular pré-pago. Todavia, como fiquei um certo
tempo sem colocar novos créditos, o mesmo foi bloqueado. Isso é certo?
R: Não, essa é uma prática considerada abusiva, pelo CDC, pois força o consumidor a
utilizar um serviço, mesmo que não precise, sob pena de perder os créditos ainda
restantes.
Ao efetuar uma compra, o comerciante quis me cobrar uma porcentagem a mais, sobre o
valor do produto, porque eu iria pagar com cartão de crédito? Isso não é errado?
R: Sim, essa é uma prática irregular. Embora tenha que pagar taxas de aluguel das
máquinas e uma porcentagem das vendas às operados de cartões de crédito, o
comerciante não pode diferenciar os preços dos produtos entre pagamentos com
dinheiro, cheque ou cartão (de crédito ou de débito). O que o comerciante pode fazer é dar
desconto para pagamento em dinheiro e não dar desconto (ou dar um desconto menor)
para pagamento a prazo, ou no cartão. Isso é permitido, pois ele não é obrigado a dar
descontos em seus produtos, salvo propaganda ou publicidade em contrário.
Pertinência !
O artigo 3° do CDC conceitua em seu caput o que vem a ser fornecedor, e o seu §2°
conceitua o que vem a ser produto. Evidentemente, os bens que se refere o CDC, são
aqueles de natureza patrimonial, econômica, redutíveis a um valor pecuniário.
Antes de aprofundarmos o tema, torna-se válido uma rápida exposição do que vem a ser a
responsabilidade civil .
A teoria objetiva resulta na responsabilidade civil objetiva: atividade que gerou o dano é
lícita, mas causou perigo a outra pessoa, de modo que aquele que a exerce, por ter a
obrigação de velar para que dela não resulte em prejuízo, terá o dever ressarcitório, pelo
simples implemento do nexo causal. Basta provar a existência de nexo entre a causa e o
dano.
Para alguns doutrinários a teoria objetiva e não pode ser confundida com a teoria de
risco. Para outros autores, como Sílvio Rodrigues, ambas teorias são praticamente
sinônimos, a teoria objetiva seria um aperfeiçoamento mínimo da teoria do risco:
trabalharemos na versão deste.
• Causalidade: Deverá haver uma relação entre a falta e o prejuízo causado. Aqui o dano
também poderá se direto (oriundo da ação, como conseqüência imediata, ou se for
resultante de ato lesivo. Há uma relação imediata entre a causa destacada pelo direito e
da perda sofrida pela pessoa) ou indireta (perda sofrida pelo lesado, representando
uma repercussão ou efeito da causa noutros bens não os diretamente atingidos pelo
fato lesivo. Trata-se do dano por mero reflexo).
• Legitimidade: Para que a vítima possa pleitear a reparação, precisará ser titular do
direito atingido.
A autora Maria Donato trabalha com a idéia que considerada a insegurança do produto
teria três espécies de defeitos de caracterização: os defeitos decorrentes da falta de
informação ou instrução adequada sobre os riscos oferecidos por certo produto; os
defeitos pré vindos da concepção técnica do produto e que afetam toda a série de
produção; e os defeitos oriundos da fase de fabricação e que atingem apenas exemplares
de determinada série.
O autor Arthur Marques da Silva Filho, doutrina sobre o assunto: "A ação de colocar um
produto no mercado exige do fabricante ou de outras pessoas equiparadas o dever de
diligência para que o produto ofereça segurança. Daí, por conseqüência, o derivado dever
de informação. Esta deverá ser a mais adequada e suficiente possível, para permitir que o
produto, sendo utilizado segundo as suas intrusões, não perca a segurança, e, pois, não
cause riscos ao consumidor."
Mas nem sempre o fato do produto ser defeituoso acarreta em indenização; é necessário
comprovar a responsabilidade civil objetiva do fornecedor em seus requisitos. Esta
comprovação é feita pela consumidor, mas poderá ter seu ônus invertido - segundo o art.
6°, VIII, do CDC.
O parágrafo 2° deste mesmo artigo, ressalta que produto não é considerado defeituoso
pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado. Em exemplo
ilustratório: Dorothea compra um batom e após pagar, passa no balcão e descobre outro
batom, de outra marca, pelo mesmo preço, que tem duração de 24 horas. O fato de batom
comprado não estar em conta, não se encaixa neste artigo.
Conceituado em seu artigo 3°, § 2°, identifica serviço como qualquer atividade fornecida
no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária
financeira, de crédito de secundária, salvo as decorrentes das relações de caráter
trabalhista. Assim, a lei consumista, aplica-se exclusivamente, aos prestadores de
serviços autônomos, sejam naturais ou jurídicas.
Um exemplo ilustratório, é do dentista que faz uma dentadura. Se logo após entregue, ela
apresentar problemas, não pode o dentista exonera-se da responsabilidade, a jogando por
cima do fornecedor. Cabe a ele orientar o consumidor quanto aos riscos decorrentes de
sua fruição.
O §1° do art. 14 do CDC conceitua quando o serviço é defeituoso, ele é considerado assim
quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, leva-se em conta
as circunstâncias: o modo de ser fornecimento; o resultado e os riscos que
razoavelmente pela adoção de novas técnicas; e a época em que foi fornecido.
Para finalizar é importante dizer que segundo o §2°, deste mesmo artigo, o serviço não é
considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas. Em exemplo ilustrativo, o fato de
eu comprar um aparelho odontólogico móvel comum, e após feito descobrir que existe
outro que produz o mesmo resultado, mas deixa gosto de determinada fruta na boca, não
torna o aparelho defeituoso, apenas ultrapassado.
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou
serviço como destinatário final.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que
indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.
Art. 4° A Política Nacional de Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das
necessidades dos consumidores, o respeito a sua dignidade, saúde e segurança, a
proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como
a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios:
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;
II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor:
a) por iniciativa direta;
b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas;
c) pela presença do Estado no mercado de consumo;
d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade,
segurança, durabilidade e desempenho;
III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e
compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento
econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem
econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas
relações entre consumidores e fornecedores;
IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e
deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo;
V - incentivo à criação, pelos fornecedores, de meios eficientes de controle de qualidade e
segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos alternativos de solução de
conflitos de consumo;
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado de
consumo, inclusive a concorrência desleal e utilização indevida de inventos e criações
industriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar
prejuízos aos consumidores;
VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos;
VIII - estudo constante das modificações do mercado de consumo.
Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Relações de Consumo, contará o poder
público com os seguintes instrumentos, entre outros:
I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita, para o consumidor carente;
II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor, no âmbito do
Ministério Público;
III - criação de delegacias de polícia especializadas no atendimento de consumidores
vítimas de infrações penais de consumo;
IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas Especializadas para a
solução de litígios de consumo;
V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das Associações de Defesa do
Consumidor.
§ 1° (Vetado).
§ 2º (Vetado).
Art. 7° Os direitos previstos neste Código não excluem outros decorrentes de tratados ou
convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária,
de regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas competentes, bem como
dos que derivem dos princípios gerais do direito, analogia, costumes e eqüidade.
Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que
sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou
segurança.
§ 1° O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente à sua introdução no
mercado de consumo, tiver conhecimento da periculosidade que apresentem, deverá
comunicar o fato imediatamente às autoridades competentes e aos consumidores,
mediante anúncios publicitários.
§ 2° Os anúncios publicitários a que se refere o parágrafo anterior serão veiculados na
imprensa, rádio e televisão, às expensas do fornecedor do produto ou serviço.
§ 3° Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de produtos ou serviços à
saúde ou segurança dos consumidores, a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios deverão informá-los a respeito.
Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior, quando:
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados;
II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor
ou importador;
III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis.
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado poderá exercer o direito
de regresso contra os demais responsáveis, segundo sua participação na causação do
evento danoso.
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem
impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes
da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária,
podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de
eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devidamente capacitados,
por conta e risco do fornecedor.
§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que
razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não atendam às normas
regulamentares de prestabilidade.
Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham por objetivo a reparação de qualquer
produto, considerar-se-á implícita a obrigação do fornecedor de empregar componentes
de reposição originais adequados e novos, ou que mantenham as especificações técnicas
do fabricante, salvo, quanto a estes últimos, autorização em contrário do consumidor.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigações referidas
neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos
causados, na forma prevista neste Código.
Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação dos
produtos e serviços não o exime de responsabilidade.
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em:
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviços e de produtos não-duráveis;
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviços e de produtos duráveis.
§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou
do término da execução dos serviços.
§ 2° Obstam a decadência:
I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de
produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de
forma inequívoca;
II - (Vetado).
III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.
§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar
evidenciado o defeito.
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato
do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do
prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.
Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores todas
as pessoas, determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.
Seção II - Da Oferta
Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer
forma ou meio de comunicação, com relação a produtos e serviços oferecidos ou
apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o
contrato que vier a ser celebrado.
Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso postal, deve constar o
nome do fabricante e endereço na embalagem, publicidade e em todos os impressos
utilizados na transação comercial.
Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e
imediatamente, a identifique como tal.
Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo,
nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.
Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às informações
existentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados
sobre ele, bem como sobre as suas respectivas fontes.
§ 1° Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em
linguagem de fácil compreensão, não podendo conter informações negativas referentes a
período superior a cinco anos.
§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo deverá ser
comunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele.
§ 3° O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e cadastros, poderá
exigir sua imediata correção, devendo o arquivista, no prazo de cinco dias úteis,
comunicar a alteração aos eventuais destinatários das informações incorretas.
§ 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços de proteção
ao crédito e congêneres são considerados entidades de caráter público.
§ 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumidor, não serão
fornecidas, pelos respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações
que possam impedir ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores.
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de sete dias a contar de sua
assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de
fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial,
especialmente por telefone ou a domicílio.
Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo
escrito.
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao
fornecimento de produtos e serviços que:
I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de
qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de
direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a
indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis;
II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos
previstos neste Código;
III - transfiram responsabilidades a terceiros;
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor
em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;
V - (Vetado);
VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor;
VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem;
VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo
consumidor;
IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o
consumidor;
X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de maneira
unilateral;
XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual direito
seja conferido ao consumidor;
XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem que
igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor;
XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do
contrato, após sua celebração;
XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais;
XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor;
XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias.
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:
I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence;
II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal
modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual;
III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e
conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso.
§ 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando
de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer
das partes.
§ 3° (Vetado).
§ 4° É facultado, a qualquer consumidor ou entidade que o represente, requerer ao
Ministério Público que ajuíze a competente ação para ser declarada a nulidade de cláusula
contratual que contrarie o disposto neste Código, ou de qualquer forma não assegure o
justo equilíbrio entre direitos e obrigações das partes.
Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela
autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou
serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu
conteúdo.
§ 1° A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de adesão do contrato.
§ 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que alternativa,
cabendo a escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto no § 2° do artigo anterior.
§ 3° Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com caracteres
ostensivos e legíveis, de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor.
§ 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser
redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão.
§ 5° (Vetado).
Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter concorrente e nas suas
respectivas áreas de atuação administrativa, baixarão normas relativas à produção,
industrialização, distribuição e consumo de produtos e serviços.
§ 1° A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios fiscalizarão e controlarão a
produção, industrialização, distribuição, a publicidade de produtos e serviços e o
mercado de consumo, no interesse da preservação da vida, da saúde, da segurança, da
informação e do bem-estar do consumidor, baixando as normas que se fizerem
necessárias.
§ 2° (Vetado).
§ 3° Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais com atribuições para
fiscalizar e controlar o mercado de consumo manterão comissões permanentes para
elaboração, revisão e atualização das normas referidas no § 1°, sendo obrigatória a
participação dos consumidores e fornecedores.
§ 4° Os órgãos oficiais poderão expedir notificações aos fornecedores para que, sob pena
de desobediência, prestem informações sobre questões de interesse do consumidor,
resguardado o segredo industrial.
Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme o
caso, às seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e
das definidas em normas específicas:
I - multa;
II - apreensão do produto;
III - inutilização do produto;
IV - cassação do registro do produto junto ao órgão competente;
V - proibição de fabricação do produto;
VI - suspensão de fornecimento de produto ou serviço;
VII - suspensão temporária de atividade;
VIII - revogação de concessão ou permissão de uso;
IX - cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;
X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade;
XI - intervenção administrativa;
XII - imposição de contrapropaganda.
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão aplicadas pela autoridade
administrativa, no âmbito de sua atribuição, podendo ser aplicadas cumulativamente,
inclusive por medida cautelar, antecedente ou incidente de procedimento administrativo.
Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade da infração, a vantagem
auferida e a condição econômica do fornecedor, será aplicada mediante procedimento
administrativo, revertendo para o Fundo de que trata a Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985,
os valores cabíveis à União, ou para os fundos estaduais ou municipais de proteção ao
consumidor nos demais casos
Parágrafo único. A multa será em montante não inferior a duzentas e não superior a três
milhões de vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência (UFIR), ou índice equivalente
que venha substituí-lo.
Art. 61. Constituem crimes contra as relações de consumo previstas neste Código, sem
prejuízo do disposto no Código Penal e leis especiais, as condutas tipificadas nos artigos
seguintes.
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de retirar do mercado,
imediatamente quando determinado pela autoridade competente, os produtos nocivos ou
perigosos, na forma deste artigo.
Parágrafo único. As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes
à lesão corporal e à morte.
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a
natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade,
preço ou garantia de produtos ou serviços:
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.
§ 2º Se o crime é culposo;
Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou
abusiva:
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir o
consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança:
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa:
Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos que dão base à
publicidade:
Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que sobre ele
constem em cadastros, banco de dados, fichas e registros:
Pena - Detenção de seis meses a um ano ou multa.
Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos neste Código, incide
nas penas a esses cominadas na medida de sua culpabilidade, bem como o diretor,
administrador ou gerente da pessoa jurídica que promover, permitir ou por qualquer modo
aprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda ou manutenção em depósito de
produtos ou a oferta e prestação de serviços nas condições por ele proibidas.
Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste Código:
I - serem cometidos em época de grave crise econômica ou por ocasião de calamidade;
II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
IV - quando cometidos:
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social seja
manifestamente superior à da vítima;
b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito ou maior de sessenta anos
ou de pessoas portadoras de deficiência mental interditadas ou não;
V - serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamentos ou quaisquer
outros produtos ou serviços essenciais .
Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será fixada em dias-multa, correspondente
ao mínimo e ao máximo de dias de duração da pena privativa da liberdade cominada ao
crime. Na individualização desta multa, o juiz observará o disposto no art. 60, §1° do
Código Penal.
Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa, podem ser impostas,
cumulativa ou alternadamente, observado o disposto nos arts. 44 a 47, do Código Penal:
I - a interdição temporária de direitos;
II - a publicação em órgãos de comunicação de grande circulação ou audiência, às
expensas do condenado, de notícia sobre os fatos e a condenação;
III - a prestação de serviços à comunidade.
Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este Código, será fixado pelo juiz ou
pela autoridade que presidir o inquérito, entre cem e duzentas mil vezes o valor do Bônus
do Tesouro Nacional (BTN), ou índice equivalente que venha a substituí-lo.
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste Código, bem como a
outros crimes e contravenções que envolvam relações de consumo, poderão intervir,
como assistentes do Ministério Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso III e IV,
aos quais também é facultado propor ação penal subsidiária, se a denúncia não for
oferecida no prazo legal.
TÍTULO III - Da Defesa do Consumidor em Juízo
CAPÍTULO I - Disposições Gerais
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser
exercida em juízo individualmente ou a título coletivo.
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente:
I - o Ministério Público;
II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;
III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem
personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos
protegidos por este Código;
IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre
seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este Código,
dispensada a autorização assemblear.
§ 1° O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo juiz, nas ações previstas
nos arts. 91 e seguintes, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela
dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.
§ 2° (Vetado).
§ 3° (Vetado).
Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este Código são
admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva
tutela.
Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o
juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que
assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.
§ 1° A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissível se por elas
optar o autor ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático
correspondente.
§ 2° A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa (art. 287 do Código
de Processo Civil).
§ 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia
do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação
prévia, citado o réu.
§ 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor multa diária ao réu,
independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação,
fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.
§ 5° Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o
juiz determinar as medidas necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas
e pessoas, desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, além de requisição de
força policial.
Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este Código não haverá adiantamento de custas,
emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da
associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de advogados, custas e
despesas processuais.
Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste Código, a ação de regresso poderá
ser ajuizada em processo autônomo, facultada a possibilidade de prosseguir-se nos
mesmos autos, vedada a denunciação da lide.
Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste Título as normas do Código de Processo Civil
e da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, inclusive no que respeita ao inquérito civil,
naquilo que não contrariar suas disposições.
Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 poderão propor, em nome próprio e no
interesse das vítimas ou seus sucessores, ação civil coletiva de responsabilidade pelos
danos individualmente sofridos, de acordo com o disposto nos artigos seguintes.
Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atuará sempre como fiscal da lei.
Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, a fim de que os
interessados possam intervir no processo como litisconsortes, sem prejuízo de ampla
divulgação pelos meios de comunicação social por parte dos órgãos de defesa do
consumidor.
Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas pela vítima e seus
sucessores, assim como pelos legitimados de que trata o art. 82.
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos legitimados de que trata o
art. 82, abrangendo as vítimas cujas indenizações já tiverem sido fixadas em sentença de
liquidação, sem prejuízo do ajuizamento de outras execuções.
§ 1° A execução coletiva far-se-á com base em certidão das sentenças de liquidação, da
qual deverá constar a ocorrência ou não do trânsito em julgado.
§ 2° É competente para a execução o juízo:
I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso de execução individual;
II - da ação condenatória, quando coletiva a execução.
Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentes de condenação prevista na Lei n.°
7.347, de 24 de julho de 1985, e de indenizações pelos prejuízos individuais resultantes do
mesmo evento danoso, estas terão preferência no pagamento.
Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste Código poderão propor ação visando
compelir o Poder Público competente a proibir, em todo o território nacional, a produção,
divulgação, distribuição ou venda, ou a determinar a alteração na composição, estrutura,
fórmula ou acondicionamento de produto, cujo uso ou consumo regular se revele nocivo
ou perigoso à saúde pública e à incolumidade pessoal.
§ 1° (Vetado).
§ 2° (Vetado).
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este Código, a sentença fará coisa julgada:
I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas,
hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico
fundamento, valendo-se de nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art.
81;
II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por
insuficiência de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese
prevista no inciso II do parágrafo único do art. 81;
III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as
vítimas e seus sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81.
§ 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não prejudicarão interesses e
direitos individuais dos integrantes da coletividade, do grupo, categoria ou classe.
§ 2° Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improcedência do pedido, os
interessados que não tiverem intervido no processo como litisconsortes poderão propor
ação de indenização a título individual.
§ 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com o art. 13 da Lei n°
7.347, de 24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações de indenização por danos
pessoalmente sofridos, propostas individualmente ou na forma prevista neste Código,
mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores, que poderão
proceder à liquidação e à execução, nos termos dos arts. 96 a 99.
§ 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença penal condenatória.
Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81,
não induzem litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada
erga omnes ou ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não
beneficiarão os autores das ações individuais, se não for requerida sua suspensão no
prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva.
Art. 111. O inciso II do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, passa a ter a seguinte
redação:
"II - inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio ambiente, ao
consumidor, ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, ou a
qualquer outro interesse difuso ou coletivo."
Art. 112. O § 3° do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, passa a ter a seguinte
redação:
"§ 3° Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada,
o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa."
Art. 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4°, 5° e 6° ao art. 5º da Lei n.° 7.347, de 24 de julho
de 1985:
"§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz, quando haja
manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela
relevância do bem jurídico a ser protegido.
§ 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União, do
Distrito Federal e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta lei.
§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de
ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante combinações, que terá
eficácia de título executivo extrajudicial."
Art. 114. O art. 15 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, passa a ter a seguinte redação:
"Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença condenatória, sem
que a associação autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público,
facultada igual iniciativa aos demais legitimados."
Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, passando o
parágrafo único a constituir o caput, com a seguinte redação:
"Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a danos."
Art. 116. Dê-se a seguinte redação ao art. 18 da Lei n°7.347, de 24 de julho de 1985:
"Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de custas,
emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da
associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e
despesas processuais."
Art. 118. Este Código entrará em vigor dentro de cento e oitenta dias a contar de sua
publicação.
CARGOS PÚBLICOS
Na organização do serviço público a Administração cria cargos e funções, institui classes
e carreiras, faz provimentos e lotações, estabelece vencimentos e vantagens e delimita os
deveres e direitos de seus servidores.
Cargo público é o lugar instituído na organização do serviço público, com denominação
própria, atribuições e responsabilidades específicas e estipêndio correspondente, para
ser provido e exercido por um titular, na forma estabelecida em lei. Função é a atribuição
ou o conjunto de atribuições que a Administração confere a cada categoria profissional
ou comete individualmente a determinados servidores para a execução de serviços
eventuais.
Todo cargo tem função, mas pode haver função sem cargo. As funções do cargo são
definitivas; as funções autônomas são, por índole, provisórias, dada a transitoriedade do
serviço que visam a atender. Daí por que as funções permanentes da Administração
devem ser desempenhadas pelos titulares de cargos, e as transitórias, por servidores
designados, admitidos ou contratados precariamente. Os servidores podem estabilizar-se
nos cargos, mas não nas funções. Não obstante a validade deste princípio, muitas leis
vinham dando estabilidade a servidores exercentes de funções, que, por natureza, são
transitórias.
Para liquidar de vez com essa aberração administrativa foi que o constituinte, desde 1967,
passou a vincular a estabilidade à prévia aprovação em concurso público, requisito
essencial para o preenchimento dos cargos de provimento efetivo.
Não há como se confundir cargo com função pública. A idéia de função pública está
relacionada com atividade, atribuição. Cargo, por sua vez, no seu sentido etimológico,
pode ser traduzido como incumbência.
Função pública é
Enquanto subsistir o cargo, como foi provido, o seu titular terá direito ao
exercício nas condições estabelecidas pelo Estatuto, mas se se modificar a
estrutura, as atribuições, os requisitos para o seu desempenho, lícita é a
exoneração, a disponibilidade, a remoção ou a transferência de seu ocupante,
para que outro o desempenhe na forma da lei. O que não se admite é o
afastamento arbitrário ou abusivo do titular, por ato do Executivo, sem lei que
o autorize.
Provimento e Vacância
Provimento é o ato pelo qual o servidor é designado para o cargo (Maria Sylvia se refere
também aos empregos ou funções públicas). Pode ser originário ou derivado.
A ascensão era o ato pelo qual o servidor passava de um cargo para outro, de conteúdo
diverso (normalmente de nível médio a superior) e a transferência, a passagem do
servidor de um cargo para outro, integrante de outro quadro. Não se confunde com a
redistribuição, onde o servidor "leva seu cargo" para outro quadro.
Nomeação
O Provimento originário de um cargo público é feito pela nomeação de seu titular.
Nomeação é o ato administrativo mediante o qual se atribui determinado cargo a pessoa
geralmente estranha aos quadros do funcionalismo.
Estabilidade
A estabilidade do funcionário nomeado por concurso se verifica aos dois anos de efetivo
exercício e somente poderão der demitidos, observado o seguinte:
O prazo para aquisição de estabilidade foi ampliado para três anos e duas novas
hipóteses de perda do cargo foram criadas: a insuficiência de desempenho, mediante
processo administrativo de avaliação, regulado por lei complementar e o descumprimento
ao limite de despesa com pessoal, estabelecido em lei complementar (atualmente, a Lei de
Responsabilidade Fiscal - 50% na União, 60% nos demais entes, fixados subtetos para
cada Poder).
A Constituição Federal veda a estabilidade de Funcionário que não tenha sido admitido
em Concurso Público, independentemente do tempo de exercício. Faz-se necessário
lembrar que tal regra tem apenas uma exceção: são estáveis independentemente de
concurso público aqueles servidores que tivessem mais de 5 anos de efetivo exercício na
data da promulgação da CF/88.
O servidor estável, posto em disponibilidade, em face da E.C. n. 19/98, agora faz jus à
remuneração proporcional ao tempo de serviço, não tendo mais direito à remuneração
integral.
Posse
Ato solene pelo qual a pessoa nomeada pela Administração Pública, para o provimento de
determinado cargo público, declara aceitar-lhe as atribuições. Tal solenidade pode
inclusive dar-se por procuração, não caracterizando início do exercício das atribuições do
cargo, mas mero termo de declaração.
Tal instituto não se confunde, com a nomeação, que é um ato unilateral da Administração,
enquanto que a posse é ato unilateral do nomeado aceitando sua nova condição.
A nomeação para cargo público efetivo e, a seguir, a posse são requisitos necessários
para a investidura no mesmo.
Exercício
É a prática pelo funcionário dos atos relativos ao cargo público para o qual foi nomeado.
É o efetivo trabalho. O exercício das funções inerentes ao cargo público completa a
investidura do funcionário nesse cargo.
DA ACUMULAÇÃO
A Emenda Constitucional n. 19/98 veio a ratificar o entendimento do STF no tocante à
acumulação de cargos, empregos e funções públicas. Além das hipóteses previstas
expressamente na CF (dois cargos de médico, dois cargos de professor ou um de
professor e outro técnico ou científico; bem como o cargo público e o mandato de
vereador), o STF admitia a acumulação na inatividade, quando permitida na atividade.
Assim, por exemplo, o aposentado poderia continuar exercendo cargo em comissão ou
assumir cargo eletivo.
Por outro lado, a vedação à acumulação irregular de cargos, empregos e funções públicas
estendeu-se para abranger, além da Administração Direta e Indireta, as sociedade
controladas, direta ou indiretamente, pelo Poder Público.
Contudo, a Emenda Constitucional n. 20 (art. 11) permitiu aos servidores que acumulavam
ilegalmente cargos, empregos ou funções na data de sua publicação permanecer
recebendo ambas as remunerações, sem, contudo, ter direito a uma segunda
aposentadoria e respeitado o teto máximo de vencimentos.
Antes disso, o ADCT já havia permitido aos profissionais da área de saúde que
estivessem acumulando ilegalmente cargos, empregos ou funções públicas permanecer
no exercício desses vínculos.
A Lei n. 8.112/91 traz no art. 116 uma lista de deveres e, no art. 117, uma lista maior ainda
de proibições.
No tocante aos deveres, Celso Antônio Bandeira de Mello os resume do seguinte modo:
Os adicionais podem ser de vários tipos e constam de várias leis esparsas, normalmente
relacionados ao local ou à natureza do trabalho. A Constituição, nos direitos sociais,
refere-se expressamente ao decorrente de atividades insalubres, penosas ou perigosas,
de serviço extraordinário, por trabalho noturno e ao adicional devido nas férias.
A pensão temporária é devida aos filhos ou enteados (até 21 anos ou, se inválidos,
enquanto durar a invalidez) e aos menores sob guarda (até 21 anos).
Caso não haja cônjuge ou companheiro (o fato de haver pessoa separada etc., com direito
à pensão, não impede), ou seja, subsidiariamente, são contempláveis os pais e a pessoa
designada, maior de sessenta anos ou portadora de deficiência (em ambos os casos
precisando provar a dependência econômica em relação ao servidor falecido).
Caso haja pluralidade de dependentes, divide-se o valor da pensão em duas partes: uma
para os titulares de pensão vitalícia e outra para os de pensão temporária, subdividindo-
se cada parcela "per capita".
Por exemplo: deixando o "de cujus" viúva e dois filhos menores, aquela tem direito à
pensão vitalícia (50%) e estes à pensão temporária (50% a ser rateado entre ambos, 25%
para cada um). Caso o servidor deixe viúva, companheira e dois filhos, aquelas têm direito
à pensão vitalícia (50% a ser rateado entre ambas, 25% para cada) e estes à pensão
temporária (50% a ser rateado entre ambos, 25% para cada um).
As primeiras férias são adquiridas após um ano de serviço, as demais são adquiridas por
exercício (para simplificar o controle da Administração).
O art. 81, do Estatuto, lista sete casos de licenças, existindo mais cinco casos no capítulo
referente à seguridade social. São eles:
- doença em pessoa da família (depende de exame médico e impede que, nesse período, o
servidor desempenhe qualquer outra atividade remunerada. As alterações na lei excluíram
o parente colateral consanguíneo ou afim e incluíram o dependente que viva às expensas
do servidor e conste de sua ficha funcional. Também exigiram como requisito a
incompatibilidade de horários e reduziu o prazo de remuneração de 90 para 30 dias,
prorrogável por mais 30 dias);
- atividade política (também foi diminuída com a reforma, agora vai do registro da
candidatura até o décimo dia seguinte ao pleito, anteriormente era até o décimo quinto dia
após o pleito. Os vencimentos são mantidos no período máximo de três meses, antes a lei
se referia à remuneração, e permitia até quatro meses);
- serviço militar;
- trato de interesses particulares (esta, como é sem remuneração, foi ampliada: antes ia
até dois anos, agora vai até três anos);
Observe-se que nas licenças em geral, o tempo é contado para todos os efeitos legais. No
caso de mandato classista, o tempo não conta para fins de promoção. No caso de licença
para atividade política e em face de doença em pessoa da família, o tempo apenas é
contado para disponibilidade e aposentadoria. No caso de afastamento do cônjuge ou
companheiro, ou trato de interesses particulares, o tempo não é contado para nenhum
efeito.
Sob o nome afastamento, a lei menciona apenas três hipóteses: serviço em outro órgão
ou entidade, exercício de mandato eletivo e estudo ou missão no exterior.
Há, porém, quatro hipóteses que a lei denominou "concessões": doação de sangue (1
dia), alistamento eleitoral (2 dias), casamento (8 dias) e falecimento de pessoa da família
(8 dias).
Em todas essas hipóteses, o tempo de serviço é contado para todos os fins, salvo no
caso de mandato eletivo, quando não se conta para fins de promoção.
DEVERES E PROIBIÇÕES
Os estatutos trazem de maneira diferenciada os deveres e as proibições funcionais. É dever do
funcionário atentar para as normas gerais e a de cada órgão público(interno). Se ele não leva em
consideração poderá sofrer alguma punição. O dever de lealdade é amplo e deve ser exercido em
todos os órgãos.
É dever do funcionário ser obediente as normas, só admite exceção as ordens que forem ilegais ou
irregulares. Também constitui dever dos funcionários públicos guardar sigilo sobre documentos que
estejam sob sua guarda.
Ao servidor é proibido:
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato
O dispositivo legal reafirma a importância da permanência do servidor durante todo o desenrolar do
expediente. A regra veda a saída abusiva, não autorizada do local de trabalho, mesmo que o servidor
retorne antes do término do expediente. No entanto, caso a ausência seja inevitável, o servidor deverá
justificá-la perante à chefia imediata que verificará se o motivo apresentado é relevante e justo.
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição
O material destinado ao serviço e os documentos da repartição somente poderão ser retirados,
temporariamente, sob a responsabilidade do servidor e mediante prévia permissão da autoridade
competente, quando no exclusivo interesse e conveniência do serviço público. Assim, apesar de ter o
servidor sob sua responsabilidade funcional o material que necessita para a execução de suas
atividades, pertence esse material à repartição, para uso exclusivo durante o expediente, sujeito à
prestação de contas.
Com relação à retirada de documentos a punição se dirige ao servidor que assim o faz para fins
escusos, excluído quem, de boa-fé, esteja agindo em colaboração com o serviço.
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição
que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado
Os encargos cometidos ao servidor, em virtude de sua investidura no serviço público, são pessoais,
intransferíveis e inerentes ao cargo, de nenhum modo podendo ser cedidos a terceiros, mesmo que
sejam parentes ou subordinados, por melhor que sejam as intenções.
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se à associação profissional ou sindical, ou a
partido político
A regra deriva de dispositivos constitucionais que estabelecem que "Ninguém poderá ser compelido a
associar-se ou a permanecer associado" (art. 5º , inciso XX) e "ninguém será obrigado a filiar-se ou a
manter-se filiado a sindicato" (art. 8º, inciso V).
Coagir significa, no caso, forjar, obrigar o servidor sob ameaça e aliciar implica em constranger o
servidor a aderir a partido político, a associar-se a sindicato ou a órgãos de classe contra as suas
convicções, com total desrespeito à liberdade de opção.
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou
parente até o segundo grau civil
As relações de parentesco do servidor com o chefe podem ensejar favorecimentos pessoais em
prejuízo da imparcialidade das decisões e interferir, negativamente, na predominância do serviço
público e na moralidade administrativa. Trata-se de repúdio à formação, no serviço público, de clã,
de feudo ou de qualquer forma que implique predomínio ou interferência negativa, de interesse
particularista, em detrimento do interesse público.
Deve-se atentar que a regra aponta para o parentesco com a chefia imediata, ou seja, aquela que se
encontra imediatamente acima do servidor, estando ambos em cargo ou função de confiança.
No que tange ao grau de parentesco, além do cônjuge ou companheiro, incluem-se pais, irmãos, avós,
filhos e netos.
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função
pública
A norma impede o proveito ilícito expresso em privilégios e vantagens, abusando o servidor da
situação peculiar de seu cargo ou da função que exerce. É igualmente indigno quando beneficia ou
favorece terceiros, em detrimento do interesse público.
No caso, é necessária a prova do nexo causal entre o recebimento da vantagem (proveito pessoal ou
de terceiros) e a prática ou omissão de ato inerente à função pública.
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de
benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou
companheiro
A regra impede a advocacia, o procuratório, o chamado "tráfico de influências", que se configura
quando o servidor público se dispõe a intermediar ou pleitear interesse particular, perante
repartição pública. O patrocínio e a intermediação de interesses privados também podem tipificar o
crime de advocacia administrativa ou cumular-se com ilícitos afins como os crimes de concussão e
corrupção passiva.
A exceção prevista na lei refere-se ao tratamento de interesse de parentes, até o segundo grau, de
cônjuge ou companheiro, restrita aos benefícios previdenciários ou assistenciais, exatamente porque
em grau tão próximo, e em assuntos vinculados aos meios de subsistência, não se fazem presentes
interesses subalternos ou puramente monetários.
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas
atribuições
A lei veda ao servidor o recebimento de qualquer benefício, em razão de suas atribuições públicas,
independentemente de insinuação ou exigência. O comportamento também pode tipificar, na esfera
penal, as figuras de corrupção passiva e de concussão.
Propina: gratificação, gorjeta, vantagem pecuniária, ainda que reduzida.
Comissão: interesse pecuniário, quase sempre expresso em percentual sobre os valores da vantagem
pleiteada.
Presente: dádivas, mimos, de qualquer valor.
Vantagens: qualquer espécie de retribuição, envolvendo benefício para o servidor, em razão de suas
atribuições.
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de
emergência ou transitórias
Atribuir ao servidor execução de tarefas estranhas ao seu cargo implica em desvio de função,
prejudicial não só para a organização dos serviços, como para o exercício regular da autoridade.
Constitui, também, forma oblíqua de acesso a outra carreira, independente de concurso público.
As exceções têm caráter emergencial e transitório.
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com
o horário de trabalho
A proibição diz respeito à atividade que prejudica a dedicação exclusiva ao serviço público como, por
exemplo, as atividades empresariais, o patrocínio ou a representação de interesses privados, o
comércio, além de outros, porque são incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o
horário de trabalho.
Não basta que o servidor seja pontual e assíduo, mas que se dedique às tarefas que lhe foram
confiadas, as quais devem ser executadas da melhor e mais adequada forma, em respeito ao dever de
eficiência.
O servidor público responde administrativa, penal e civilmente pelos atos que praticar,
existindo autonomia entre as responsabilidades, salvo os casos, por exemplo, em que a
sentença penal absolver pela inexistência do fato ou negativa de autoria.
Observe-se que a ação cível para reaver danos causados pelo servidor ao Erário é
imprescritível.
A suspensão pode ser convertida em multa, à base de 50% por dia de vencimento ou
remuneração (em vez de não trabalhar e não receber, no período de suspensão, o servidor
trabalha e só recebe metade da remuneração pelo dia trabalhado nesse período).
- Sindicância
- Processo administrativo
As penalidades apenas podem ser aplicadas após procedimento de apuração, onde se
garanta a ampla defesa.
A sindicância, deste modo, pode ser autônoma (no final do procedimento aplicam-se de
logo as sanções) ou meramente investigatória, colhendo subsídios para a instauração do
processo administrativo. Se for autônoma, deve observar os princípios do contraditório e
da ampla defesa. Se for apenas investigatórias, como não há formalmente "indiciados",
não se pode alegar nulidade por cerceamento de defesa.
Princípio da legalidade - tudo deve ser feito de acordo com a lei, os estatutos.
Princípio da oficialidade - se a autoridade sabe que há algo errado tem que apurar ou
mandar apurar.
Princípio do informalismo - é que ele não é tão formal como o processo judiciário,
deve ser seguido o rito, mas não a formalidade do processo judiciário.
A instauração é o ato em que a autoridade vai abrir o processo, através de portaria, já vai
conter os membros da comissão e vai constar de forma sucinta o motivo porque está
abrindo o processo.
A instrução onde a comissão vai ouvir as partes, intimar é ouvir o indicado e todos os
meios de provas, se houver testemunhas que disseram coisas diferentes, vai ser feito à
acareação(botar um na frente do outro). As provas podem ser apresentadas em qualquer
fase, se houver fato novo pode ser trazida até o julgamento ou mesmo após o julgamento.
É diferente do processo civil, que tem o momento certo para ser trazida a prova.
O indiciado tem até 10 dias para fazer defesa. Se houver mais um indiciado tem até 20
dias. O processo não pode sair da administração. Da instrução para a defesa vai haver a
citação do réu.
A citação pode ser feita por um membro da comissão ou se não sabe onde ele está vai ser
feito por edital. Quando é citado por edital vai ser a defesa feita a 15 dias. Se não faz a
defesa dentro do prazo é considerado revel.
A defesa pode ser feita por autodefesa, por procurador, ou por dativo. Não é necessário
que tenha advogado, mas deve constituir advogado. A por defensor dativo - se ele for
revel a comissão vai nomear um defensor para o indiciado. Esse defensor tem que ser
servidor estável e tem que ter nível hierárquico igual ou superior. Nesse processo tem que
haver defesa senão ele é nulo. Esse defensor dativo não precisa ser advogado, pode ser
qualquer servidor com as características já ditas. Aconselha-se que seja um advogado,
mas pode ser qualquer servidor, às vezes até o membro da comissão. Se dependendo do
fato que ocorreu, a autoridade supõe que aquele que cometeu merece uma suspensão por
exemplo, a autoridade tem até o prazo de 2 anos para abrir o processo.
Relatório- depois da defesa a comissão vai se reunir para analisar as provas, a defesa
do indiciado para fazer o relatório. A comissão vai sugerir a penalidade, se
necessário(nunca aplica a pena).
O indiciado não satisfeito entra com um recurso(só pode ser feito pelo indiciado)
buscando a anulação ou diminuição é da pena. A revisão só pode ser proposta pela
administração se continuar ele poderá pedir a revisão do recurso.
Ele não precisará esgotar todos os meios administrativos para poder recorrer aos meios
judiciais.
O processo pode ser revisto a qualquer tempo, se houve a apresentação de fatos novos
ou elementos não apreciados no processo, susceptíveis de alterar sua conclusão.
No âmbito judicial o juiz jamais poderá substituir ou modificar penalidades, não tem
competência, só tem para dizer se a penalidade foi válida ou não, neste caso anulando
todo o processo.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
01 - É correto afirmar que o vocabulário adequado à redação de expedientes é aquele que leva
em conta a capacidade de compreensão do receptor, embora seja aconselhável o uso de
expressões raras para dar mais sofisticação e impressionar o leitor.
02 - Por ser a redação de expedientes de uso irrelevante, o redator desse tipo de texto
consegue excelentes resultados com a mera reprodução dos modelos disponíveis em seu local
de trabalho.
Urgente!
06 - Para se executar corretamente a tarefa solicitada, o documento a ser redigido deverá ser
o memorando, que trata de correspondência interna acerca de assuntos rotineiros.
07 - O documento deve ser escrito de forma precisa, direta e objetiva, caracterizando-se pelo
emprego de adjetivos e linguagem figurada.
08 - Entre outros elementos, devem constar do documento a ser enviado ao setor de pessoal a
data, a ementa ou o assunto, os nomes do destinatário e do remetente e a assinatura deste.
11 - Compreender as pessoas é uma habilidade que vai além da leitura das palavras ditas;
inclui a capacidade de reconhecer e interpretar a linguagem não-verbal das pessoas, o que
possibilita lidar com elas de maneira eficaz.
12 - Ter a capacidade para dar feedback permanente e fazê-lo sem ofender o outro é uma
habilidade oportuna, prática e isenta de recriminações.
13 - Complementar os estilos de outros, coordenar os esforços individuais, sem ser despótico,
e desenvolver consenso são habilidades necessárias para se atuar em equipe.
14 - Entrar em sintonia com outros, trazendo à tona as próprias necessidades, é uma maneira
não-inteligente de lidar com as pessoas.
Os documentos de arquivo
18 - não precisam ser preservados a médio e a longo prazo, em razão de seu valor secundário.
21 - planejamento.
22 - descrição de acervos.
23 - implantação e acompanhamento.
24 - levantamento de dados.
27 - O pagamento de uma fatura, com um mês de antecipação, por determinada empresa, que
obteve um desconto de R$ 100,00 sobre um valor de R$ 10.000,00, foi um bom negócio,
considerando-se a taxa de juro de mercado de 1,7% a.m., livre de impostos para aplicação
financeira.
29 - A venda por R$ 1.000,00 de uma unidade de mercadoria cujo custo médio tenha sido de
R$ 500,00 gerará um lucro líquido superior a R$ 300,00, considerando-se não haver outras
despesas e outros custos variáveis, a não ser o imposto de renda sobre o lucro (IR) e a
contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) que perfazem uma alíquota de 25% + 9%.
30 - Despesas com pessoal, na contabilidade geral, são consideradas despesas
administrativas que afetam o lucro operacional da empresa.
31 - O depósito de FGTS feito pela empresa na conta de cada empregado é encargo do próprio
empregado, uma vez que o referido valor é descontado de seu pagamento.
34 - O recrutamento e a seleção de recursos humanos devem ser tomados como duas fases de
um mesmo processo. Enquanto o recrutamento é uma atividade de divulgação, de chamada,
de atenção, de incremento da entrada, e, portanto, uma atividade convidativa, a seleção é uma
atividade obstativa, de escolha, de opção e decisão, de filtragem da entrada, de classificação
e, portanto, restritiva.
38 - O estoque máximo não pode ser superior à soma do estoque mínimo com o lote de
compra.
40 - Uma empresa compra matéria-prima cinco vezes por ano, ao custo total anual de emissão
de pedido de R$ 20.750,00. Com base nessa informação, pode-se dizer que o custo de um
pedido é de R$ 4.150,00.
Gabarito
01 - E 02 - E 03 - C 04 - C 05 - C 06 - C 07 - E 08 - C
09 - E 10 - E 11 - C 12 - C 13 - C 14 - E 15 - E 16 - E
17 - C 18 - E 19 - C 20 - E 21 - C 22 - E 23 - C 24 - C
25 - E 26 - C 27 - E 28 - E 29 - C 30 - C 31 - E 32 - C
33 - E 34 - C 35 - E 36 - C 37 - E 38 - C 39 - E 40 - C
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10 - Somente serão aceitos, nos arquivos, os processos que, finalizado o trâmite, possuírem o
indicativo "arquive-se", aposto pela autoridade competente.
11 - De modo geral, as pessoas têm objetivos e interesses diferentes, fato que gera conflitos,
muitas vezes, inevitáveis nas relações humanas.
12 - Toda pessoa com história de relacionamentos bem-sucedidos possui talento interpessoal
e tende a ser mais flexível no contexto social.
13 - O impacto da inteligência emocional é maior nas relações humanas profissionais que nas
relações pessoais.
02 - Os itens abaixo apresentam diferentes definições para os Arquivos. Qual das alternativas
é a mais completa?
a) Conjunto organizado de documentos produzidos ou recebidos e preservados por
instituições públicas ou privadas (pessoa jurídica e física), visando sua futura recuperação.
b) Conjunto organizado de documentos preservados para fins administrativos e jurídicos,
servindo para futura tomada de decisão.
c) São coleções de papéis e documentos que guardados em fichários arquivo, preservam a
memória e guardam a história.
d) Tratam da organização de papéis e de documentos desorganizados.
e) Nenhuma está correta.
11 - Uma entidade, pública ou privada, deve organizar seus arquivos com base:
(a) nas linguagens ou sistemas de signos adotados para comunicar os diferentes conteúdos.
(b) nos assuntos tratados na correspondência dos seus órgãos de cúpula.
(c) nos códigos de classificação dos documentos do governo federal.
(d) na distribuição hierárquica dos documentos em dez grandes classes.
(e) nas competências, funções e atividades por ela desenvolvidas.
14 - A instituição voltada para o pesquisador, cujos documentos entram por compra, pesquisa
e doação e são produzidos com finalidade científica, sendo seu acervo caracterizado por
coleções (documentos unidos pelo conteúdo) é:
A) o museu.
B) a biblioteca.
C) o centro de documentação.
D) o arquivo.
E) o núcleo de pesquisa
a) regimento.
b) decreto.
c) regulamento.
d) decreto-lei.
e) lei.
17 - O ato escrito por meio do qual o Ministro de Estado ou outra autoridade competente
determina providências de caráter administrativo, dá instruções sobre a execução de uma lei,
nomeia e designa funcionários e aplica medidas de ordem disciplinar a subordinados que
incidem em falta é conhecido como:
a) portaria.
b) despacho.
c) requerimento.
d) nota.
18 - O documento que atesta que algo aconteceu de acordo com o que já se encontrava
registrado em outro documento, emanado de autoridade pública, é chamado de:
a) ata.
b) certidão.
c) atestado.
d) despacho.
e) ordem de serviço
Gabarito
01 - A 02 - A 03 - B 04 - E 05 - E
06 - E 07 - B 08 - B 09 - D 10 - C
11 - E 12 - E 13 - B 14 - C 15 - C
16 - C 17 - A 18 - B 19 - 20 -
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Responda:
03 - Caso o ofício trate de um problema cuja solução dependa de providências por parte
do destinatário do expediente, Paulo poderá optar por um dos seguintes fechos:
* Atenciosamente, aguarda solução para o caso.
* Respeitosamente, contando com vossa prestimosa colaboração para a solução do caso.
A seguir, são apresentados duas falas do diálogo e os respectivos relatos escritos pelo
funcionário.
Fala 1 Indivíduo X: Você tem certeza de que tinha dois carros aqui?
Indivíduo Y: Tenho. Dois carros e uma bicicleta.
Relato 1 O indivíduo X perguntou para o indivíduo Y se ele tinha certeza de que tinha dois
carros no local onde estavam, e o indivíduo Y respondeu que tinha certeza, e que havia
dois carros e uma bicicleta.
Relato 2 Indagado pelo indivíduo X sobre o que diria se o chamassem para testemunhar, o
indivíduo Y respondeu que falaria que estava escuro, que não tinha visto nada e que, além
do mais, estava só de passagem.
Esperando estar cumprindo com meu dever, com todo respeito, alerto V.S.ª de que o
indivíduo Y parece falsear os fatos, como concluí ao ouvir várias vezes e com bastante
atenção, esta fita.
09 - documento: requerimento
finalidade: solicitação, de particular a autoridade, de algo a que o autor julga ter direito
fecho: Nestes termos, pede deferimento.
10 - documento: ata
finalidade: registro resumido e objetivo das decisões de reuniões e assembléias em geral
fecho: Nada mais havendo a tratar na reunião do dia quatro de fevereiro de mil
novecentos e noventa e nove, foram encerrados os trabalhos e eu, Fulano de Tal, lavrei a
presente ata, que, lida e aprovada, foi assinada pelos presentes.
Novas competências começam a ser exigidas pelas organizações, que reinventam sua
dinâmica produtiva, desenvolvendo novas formas de trabalho e de resolução de conflitos.
Surgem novos paradigmas de relações das organizações com fornecedores, clientes e
colaboradores. Nesse contexto, as relações humanas no ambiente de trabalho têm sido
foco da atenção dos gestores, para que sejam desenvolvidas habilidades e atitudes
necessárias ao manejo inteligente das relações interpessoais.
Tendo o texto acima como referência inicial e considerando aspectos relevantes das
relações humanas no ambiente de trabalho, julgue os itens que se seguem.
15 - Como os efeitos dos conflitos, nos grupos de trabalho, são sempre negativos, os
gestores devem lidar com eles com muita rapidez para evitarem que se manifestem com
freqüência.
17 - Nas relações interpessoais, as pessoas devem não só agir com franqueza ao emitir
suas opiniões mas também livrar-se da imposição de limites nos relacionamentos
pessoais ou profissionais.
24 - A comunicação de Lúcio será descendente toda vez que ele estiver mantendo contato
com autoridades.
30 - Sendo Lúcio, na sua organização, responsável por contatos tanto horizontais quanto
verticais, ele deve usar a mesma linguagem em todas as situações.
As ações que o gerente de RH deve adotar para melhorar o clima organizacional dessa
empresa incluem:
40 - Lucros ou prejuízos acumulados são parte das reservas de lucros que ainda não teve
seu destino final determinado.
51 - O responsável pela guarda dos documentos nos arquivos correntes não pode
emprestá-los a outros setores do próprio órgão; por isso, deverá copiá-los quando houver
algum pedido de informação.
58 - Caso Rodrigo fosse servidor do Ministério do Planejamento, ele não poderia ter sido
preso, pois estaria amparado por disposição constitucional que veda a prisão em
flagrante de membro do Poder Judiciário.
Beatriz foi condenada e presa pela prática do crime de estelionato. Após sua prisão, foi
aprovada e publicada uma lei que não fere a Constituição da República e que aumentou
em 20% os limites mínimo e máximo da pena privativa de liberdade previstos para o crime
de estelionato.
59 - A referida lei somente poderia ser uma lei federal, pois os estados e os municípios
não têm competência para legislar sobre direito penal.
61 - Esse projeto de lei está em desacordo com a Constituição da República, pois são de
iniciativa privativa do presidente da República projetos de lei que disponham sobre
aumento de remuneração de servidores públicos federais.
62 - Esse projeto propõe a criação de lei inconstitucional, pois a Constituição da
República proíbe a equiparação da remuneração reivindicada.
Para julgar os itens a seguir, considere que Manoel é um agente de polícia federal.
63 - Manoel não pode ser remunerado mediante subsídio, pois essa forma de
remuneração é reservada aos ocupantes de cargos eletivos e de cargos comissionados.
64 - A Constituição da República não permite que Manoel receba remuneração com valor
superior ao do subsídio pago aos ministros do Supremo Tribunal Federal, mesmo que a
parcela que exceda essa quantia seja recebida a título de vantagem pessoal.
Nessa situação, o processo deve correr na justiça federal, pois a ela compete o
julgamento dos servidores públicos federais.
Nesse caso, o mandado deve ser cumprido imediatamente, mesmo que seja necessário
arrombar a porta do escritório para efetuar a prisão, pois a Constituição da República
permite o ingresso de policiais em imóveis não-residenciais, a qualquer hora do dia ou da
noite, para fins de cumprimento
de determinação judicial.
68 - Antônio ocupa cargo de psicólogo clínico no DPF. Nesse caso, Antônio pode
acumular esse cargo com o de professor universitário em uma fundação pública federal,
desde que haja compatibilidade de horários de trabalho.
GABARITO
01 – C 11 – C 21 – C 31 – E 41 – E 51 – E 61 – E
02 – E 12 – E 22 – C 32 – C 42 – C 52 – C 62 – C
03 – E 13 – C 23 – C 33 – E 43 – C 53 – C 63 – E
04 – C 14 – C 24 - E 34 – C 44 – C 54 – E 64 – C
05 – E 15 – E 25 – C 35 – C 45 – C 55 – E 65 – E
06 – E 16 – C 26 – E 36 – C 46 – C 56 – C 66 – E
07 – E 17 – E 27 – E 37 – E 47 – C 57 – E 67 – E
08 – E 18 – C 28 – C 38 – E 48 – E 58 – E 68 – C
09 – C 19 – C 29 – C 39 – E 49 – C 59 – C 69 – C
10 - * 20 – E 30 – E 40 – C 50 – C 60 – E 70 - C
10 - * ( anulada)
02 - Um dos primeiros estudos sobre gerentes, divide seus papéis em três categorias. A
categoria que agrupa os papéis interpessoais inclui, entre outros, o papel de:
A) líder;
B) disseminador;
C) porta-voz;
D) negociador;
E) controlador de distúrbios.
03 - Estratégia é a seleção dos meios empregados para realizar objetivos, envolvendo análises
ambientais e definições de planos. Na análise:
A) memorando;
B) reunião;
C) relatório;
D) carta;
E) correio eletrônico.
A) por cliente é tal que cada unidade tem responsabilidade pelo atendimento de todos os
tipos de clientes;
B) funcional é caracterizada pela ênfase no desempenho técnico, financeiro e comercial dos
produtos;
C) por produto é aquela que gera insegurança da mão-de-obra, provocada pela
instabilidade e vida limitada do produto no mercado;
D) territorial ou geográfica é reconhecidamente muito inadequada para operações comerciais,
mas unifica esforços entre territórios com muita eficácia;
E) estruturada em unidades de negócio tem como principal característica a centralização.
A) administrativo;
B) vertical;
C) horizontal;
D) global;
E) gerencial.
A) organograma;
B) fluxograma;
C) mapograma;
D) funcionograma;
E) cronograma.
A) facilidade de controle;
B) maior facilidade para manter a precisão do registro de estoque;
C) possibilidade de utilizar armazenamento especializado;
D) redução do estoque de segurança;
E) eliminação ou redução do manuseio do material.
A) antecipação;
B) tamanho de lote;
C) transporte;
D) flutuação;
E) ciclo.
13 - Com relação aos possíveis sistemas de contagem de estoques, é correto afirmar que:
A) 1 ano, e multa;
B) 2 a 4 anos, e multa;
C) 5 a 6 anos, e multa;
D) 7 a 8 anos, e multa;
E) 9 a 10 anos, e multa.
15 - De acordo com a Lei 8666/93, devassar o sigilo de proposta apresentada em
procedimento licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo, implicará pena de
detenção de:
A) 1 ano e multa;
B) 2 a 3 anos e multa;
C) 4 a 5 anos e multa;
D) 6 a 7 anos e multa;
E) 8 a 10 anos e multa.
16 - Um dos meios de recrutamento é o recrutamento interno, que atua sobre candidatos que
fazem parte da organização, para promovê-los ou transferi-los. O recrutamento interno:
17 - Uma das técnicas de seleção mais utilizadas é a entrevista, a qual tem como uma de suas
vantagens principais:
Gabarito
01 - D 02 - A 03 - E 04 - C 05 - B
06 - C 07 - D 08 - B 09 - A 10- A
11 - E 12 - D 13 - C 14 - B 15 - B
16 - D 17 - A 18 - C 19 - E 20 - B
entidades governamentais ou de caráter público. III- O mandado de segurança coletivo, ajuizado por qualquer
partido político, organização sindical, entidade de classe ou associação, desde que legalmente constituídos e em
funcionamento há pelo menos um ano. Use a seguinte correspondência:
a) I e II estão corretas.
b) I e III estão corretas.
c) II e III estão corretas.
d) Somente II está correta.
e) Somente III está correta.
330. Segundo a CF de 1988, as comissões parlamentares de inquérito possuem poderes de investigação próprios
das autoridades judiciais. Tais poderes são, contudo, limitados. Assim, considerando o tema, assinale a
alternativa CORRETA.
a) As comissões parlamentares de inquérito não necessitam de autorização judicial para realizar buscas e
apreensões em domicílio, desde que durante o dia. Nesse caso, não se configura a violação domiciliar indevida.
b) As comissões parlamentares de inquérito da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal podem
diretamente decretar a quebra do sigilo bancário, dispensando- se, nesse caso, ordem judicial.
c) As decisões das comissões parlamentares de inquérito são políticas. Assim, não precisam ser motivadas, pois a
natureza política dessas decisões termina afastando o controle jurisdicional.
d) O poder das comissões parlamentares de inquérito federais, estaduais e municipais para convocar
autoridades não inclui a convocação de Ministro de Estado, Secretário de Estado e Secretário da Prefeitura.
332. Segundo a Constituição Federal, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e
à propriedade é garantida:
a) somente aos brasileiros natos.
b) somente aos brasileiros natos e naturalizados.
c) aos brasileiros e aos estrangeiros em missão oficial no País.
d) aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País.
e) aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País há mais de 10 (dez) anos.
334. Segundo a Constituição Federal, os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares,
instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, possuem nova denominação na que se refere ao
tipo de trabalho executado. Essa nova denominação considera os integrantes deste grupo como sendo:
a) servidores públicos militares.
b) trabalhadores especiais dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
c) servidores públicos auxiliares do Exército.
d) força militar comunitária.
e) militares dos Estados, Distrito Federal e dos Territórios.
337. Sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes a nacionalidade, a soberania e a cidadania, conceder-se-á:
a) Mandado Popular;
b) HABEAS DATA;
c) Mandado de Injunção;
d) Mandado de Segurança;
338. Sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de
locomoção por ilegalidade ou abuso de poder, conceder-se-á:
a) HABEAS DATA;
b) MANDADO DE SEGURANÇA;
c) HABEAS CORPUS;
d) MANDADO DE INJUNÇÃO.
339. Sendo a prisão civil por dívida um instituto de direito constitucional, poderá ser decretada contra:
a) Fiador insolvente.
b) Depositário infiel ou responsável pelo inadimplemento de obrigação alimentar.
c) Segurador que não pagou o prejuízo resultante do risco assumido ou o valor da apólice.
d) Comodatário constituído em mora.
e) Inadimplente involuntário de obrigação alimentícia.
350. Superior hierárquico que baixa norma impedindo funcionário público subordinado de exercer o direito de
impetrar "habeas corpus" em favor de outro servidor irregularmente preso. Comete ilegalidade e abuso de
poder passíveis de reparação por:
a) ação popular
b) mandado de injunção
c) "habeas data"
d) mandado de segurança
e) "habeas corpus"
352. Todos os itens abaixo referem-se a algumas condições a liberdade de reunião, exceto:
a) deve ser pacifica;
b) sem armas;
c) não na necessidade de prévio aviso a autoridade;
d) sem frustrar outra reunião já marcada.
353. Todos os itens abaixo referem-se a algumas condições a liberdade de reunião, exceto:
a) deve ser pacifica;
b) sem armas;
c) não na necessidade de prévio aviso a autoridade;
d) sem frustrar outra reunião já marcada.
354. Todos os itens abaixo referem-se as liberdades inerentes aos brasileiros e aos estrangeiros, exceto:
a) a violação das comunicações telegráficas de dados;
b) a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
c) a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou
licença;
d) o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão;
355. Todos são iguais perante a lei dos termos da Constituição Federal. Assinale a alternativa que caracteriza a
garantia deste direito:
a) Homens e mulheres são iguais em direito e obrigações, exceto quando à pensão de alimentos.
b) É livre a manifestação de pensamentos mesmo através do anonimato.
c) É assegurado a todos à informação, resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional.
d) A pequena propriedade rural, mesmo que trabalhada pela família poderá ser objeto de penhora para
pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva.
e) Todas as respostas estão corretas.
357. Um cidadão sofrendo violação de seus direitos, embora estes não sejam assegurados pela Constituição, mas
sim pela legislação positiva:
a) Poderá acionar o judiciário, optando por um dos vários instrumentos que a lei lhe coloca á disposição;
b) Ingressará em juízo, desde que, se exaure previamente as vias administrativas;
c) Terá restrito acesso aos órgãos judicantes por se tratar de preceito não resguardado pela Constituição
Federal.
d) N.R.A.
358. Um grupo de policiais, necessitando penetrar durante a noite em uma oficina mecânica a fim de capturar
um indivíduo em flagrante delito, invade este estabelecimento sem o consentimento de seu dono. Podemos dizer
que:
a) Os policiais agiram ilegalmente;
b) Os policiais agiram conforme o preceito constitucional lhes permite;
c) O estabelecimento comercial não se equipara a casa;
d) Os policiais só poderiam invadir o estabelecimento com autorização do Juiz;
e) N.R.A.
359. Uma das assertivas abaixo constitui-se em direito individual garantido pela Constituição:
a) o acusado de um crime pode optar entre ser julgado por um Juiz de Direito ou pelo Tribunal do Júri
b) a polícia, sem ordem expressa de um Juiz de Direito, não poderá, sem ordem expressa de um Juiz de Direito,
não poderá prender qualquer pessoa
c) a gestante e a pessoa com idade superior a 81 anos não poderão ser detidas
d) n.d.a.
361. Uma organização sindical pode impetrar mandado de segurança coletivo desde que:
a) esteja constituída ou em funcionamento há mais de três anos;
b) haja qualquer motivo de interesse dos seus membros ou associados;
c) o trabalhador se ache ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade;
d) esteja legalmente constituída em funcionamento há pelo menos um ano, e em defesa dos interesses de seus
membros ou associados;
e) haja qualquer interesse da sociedade.
362. Uma pessoa nascida no rio Gde do Sul, filha de um casal de turistas japoneses, pode ser considerada como:
a) estrangeira
b) brasileira nata
c) brasileira naturalizada
d) n.r.a.
GABARITO:
1-A 2-E 3-E 4-E 5-B 6-C 7-B 8-C 09-D 10-C
11-B 12-C 13-B 14-A 15-C 16-A 17-B 18-B 19-D 20-C
21-C 22-E 23-E 24-A 25-A 26-D 27-A 28-B 29-E 30-A
31-A 32-B 33-D 34-B 35-B 36-C 37-E 38-B 39-B 40-B
41-E 42-E 43-C 44-B 45-B 46-D 47-D 48-C 49-D 50-D
51-B 52-C 53-C 54-B 55-B 56-D 57-B 58-D 59-d 60-E
61-B 62-A 63-B 64-B 65-C 66-E 67-D 68-D 69-E 70-D
71-B 72-B 73-D 74-A 75-B 76-E 77-A 78-E 79-D 80-A
81-E 82-D 83-B 84-B 85-D 86-D 87-A 88-A 89-C 90-C
91-B 92-E 93-E 94-B 95-B 96-B 97-C 98-C 99-B 100-A
101-B 102-B 103-D 104-E 105-B 106-D 107-B 108-C 109-B 110-E
111-A 112-D 113-B 114-A 115-D 116-B 117-D 118-A 119-D 120-B
121-A 122-A 123-B 124-B 125-C 126-C 127-A 128-C 129-C 130-D
131-D 132-B 133-C 134-D 135-A 136-A 137-A 138-D 139-B 140-D
141-D 142-C 143-A 144-B 145-C 146-A 147-E 148-B 149-D 150-C
151-D 152-D 153-D 154-A 155-C 156-E 157-D 158-E 159-B 160-D
161-A 162-A 163-A 164-C 165-C 166-A 167-A 168-C 169-A 170-A
171-E 172-D 173-C 174-D 175-C 176-B 177-E 178-C 179-A 180-A
181-D 182-C 183-B 184-C 185-E 186-D 187-C 188-B 189-B 190-D
191-D 192-B 193-D 194-B 195-A 196-E 197-C 198-E 199-B 200-C
201-B 202-B 203-A 204-D 205-B 206-B 207-B 208-E 209-E 210-C
211-B 212-E 213-E 214-C 215-B 216-B 217-A 218-A 219-D 220-C
221-A 222-D 223-C 224-D 225-C 226-C 227-C 228-C 229-C 230-D
231-E 232-D 233-A 234-E 235-B 236-E 237-D 238-B 239-B 240-B
241-B 242-A 243-B 244-B 245-C 246-D 247-A 248-A 249-A 250-A
251-B 252-D 253-C 254-C 255-C 256-A 257-B 258-B 259-A 260-C
261-D 262-A 263-C 264-A 265-C 266-E 267-C 268-A 269-C 270-D
271-D 272-C 273-D 274-D 275-B 276-A 277-A 278-C 279-E 280-A
281-E 282-B 283-C 284-A 285-B 286-C 287-C 288-B 289-D 290-E
291-B 292-A 293-C 294-D 295-C 296-C 297-C 298-E 299-C 300-D
301-D 302-B 303-D 304-E 305-D 306-C 307-B 308-A 309-C 310-E
311-C 312-C 313-D 314-A 315-D 316-B 317-E 318-E 319-C 320-D
321-E 322-D 323-E 324-B 325-A 326-C 327-D 328-D 329-D 330-D
331-A 332-D 333-D 334-E 335-B 336-B 337-C 338-C 339-B 340-A
341-D 342-B 343-D 344-A 345-D 346-E 347-A 348-E 349-D 350-D
351-A 352-C 353-C 354-A 355-C 356-B 357-A 358-B 359-D 360-A
361-B 362-B xxxxx xxxxx xxxxx xxxxx xxxxx xxxxx xxxxx xxxxx
2) O prazo de validade de concurso público será de dois anos, prorrogável uma vez por igual período, o que
resultará sempre no teto de 4 anos para qualquer concurso público.
( ) Certo ( ) Errado
3) Aquele que for aprovado em concurso público adquire o direito de nomeação após a homologação e
publicação do resultado final do certame.
( ) Certo ( ) Errado
4) Pela interpretação dos princípios constitucionais relativos ao concurso público é possível dizer que um
servidor pode trocar de carreira sem se submeter a novo concurso público.
( ) Certo ( ) Errado
5) Não há na Constituição Federal, um percentual estabelecido para o número de cargos e empregos públicos
destinados a pessoas portadoras de deficiência.
( ) Certo ( ) Errado
6) O limite máximo de remuneração para servidores do Poder Executivo é a remuneração percebida, a qualquer
título, em espécie, por Ministro de Estado
( ) Certo ( ) Errado
8) O direito de greve do servidor público civil é auto-aplicável, ou seja, não depende de nenhuma providência
legislativa para ser exercido.
( ) Certo ( ) Errado
9) Os limites máximos para a remuneração do servidor público federal são, na esfera do judiciário, a
remuneração de Ministro do Supremo Tribunal Federal; na esfera do Executivo, a remuneração do Presidente
da República; e na esfera do Legislativo, a remuneração de deputados e senadores, que é a mesma.
( ) Certo ( ) Errado
10) Nos termos da Constituição Federal, as funções de confiança serão exercidas por servidores ocupantes de
cargo de carreira técnica ou profissional, nos casos e condições previstos em lei.
( ) Certo ( ) Errado
11) Apenas os vencimentos dos servidores públicos são irredutíveis. A remuneração, contudo, poderá ser
reduzida para conformar-se com a isonomia entre os Poderes e os limites máximos de remuneração de cada
poder.
( ) Certo ( ) Errado
12) A acumulação remunerada de dois cargos de professor, ou dois cargos privativos de médico, é sempre
possível, nos termos da Constituição Federal.
( ) Certo ( ) Errado
13) Um servidor público, médico formado, que ocupe cumulativamente um cargo de médico num hospital
público e outro de secretário parlamentar, função de confiança, no Poder Legislativo não está acumulando
ilicitamente, pois a Constituição Federal apenas proíbe a acumulação de dois cargos públicos, e não de cargo e
função.
( ) Certo ( ) Errado
16) A proibição de acumulação remunerada é limitada à Administração Direta, não alcançando as sociedades de
economia mista.
( ) Certo ( ) Errado
17) A utilização de nomes ou imagens, que caracterizem promoção pessoal de autoridade pública em atos,
programas, obras e serviços, é constitucionalmente vedada. A Constituição Federal, contudo, não impede a
utilização do símbolo ou logotipo de determinada administração.
( ) Certo ( ) Errado
18) Os atos de improbidade administrativa, em relação aos direitos políticos, geram apenas a sua suspensão.
( ) Certo ( ) Errado
19) As pessoas jurídicas de direito público responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem
a terceiros. Essa responsabilidade não alcança, em nenhum caso,
pessoa jurídica de direito privado.
( ) Certo ( ) Errado
20) A única hipótese de servidor detentor de mandato eletivo acumular vantagens do cargo, emprego ou função
com a remuneração do cargo eletivo é restrita ao mandado de vereador, se houver compatibilidade de horário.
( ) Certo ( ) Errado
21) O servidor eleito Prefeito Municipal não poderá acumular essas funções com as do serviço público, mas
poderá optar pela remuneração de um outro cargo.
( ) Certo ( ) Errado
22) Em qualquer dos casos que exija afastamento do servidor de seu serviço para exercício de cargo público, o
seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais.
( ) Certo ( ) Errado
23) As vantagens relativas à natureza ou ao local de trabalho são computadas para fins de aferição de isonomia.
( ) Certo ( ) Errado
24) Determinado servidor público que ingresse no serviço público aos 50 anos de idade, sem nunca antes ter tido
a condição de servidor público em qualquer ente estatal, pode vir a se aposentar com proventos integrais.
( ) Certo ( ) Errado
25) Um servidor público homem, não sendo professor, pode se aposentar facultativamente aos 35 ou aos 30 anos
de serviço, com proventos integrais no primeiro caso e proporcionais ao tempo de serviço no segundo.
( ) Certo ( ) Errado
26) Os limites de idade para aposentadorias facultativas apresentados pela Constituição Federal não admitem
redução ou exceção.
( ) Certo ( ) Errado
27) Um benefício dado a todos os ocupantes de determinado cargo, em atividade, deverá ser estendido aos
servidores aposentados nesse mesmo cargo.
( ) Certo ( ) Errado
28) O benefício da pensão por morte corresponderá à totalidade da remuneração do servidor em atividade, ou
dos proventos do servidor aposentado.
( ) Certo ( ) Errado
29) O servidor público perderá o cargo por processo judicial, assegurada ampla defesa.
( ) Certo ( ) Errado
30) São efetivos, após dois anos de efetivo exercício, os servidores nomeados em virtude de concurso público.
( ) Certo ( ) Errado
31) Invalidada por sentença judicial a demissão de servidor estável, será ele colocado em disponibilidade
remunerada até seu adequado aproveitamento em outro cargo.
( ) Certo ( ) Errado
32) Extinto o cargo que ocupa, o servidor estável ficará em disponibilidade remunerada, até o seu adequado
aproveitamento em outro cargo.
( ) Certo ( ) Errado
33) Dentre os servidores militares federais estão os integrantes das Forças Armadas.
( ) Certo ( ) Errado
35) O oficial condenado na justiça comum a pena privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença
transitada em julgado, será julgado perante a justiça militar, para fins de apreciar se continua digno do
oficialato ou com ele compatível.
( ) Certo ( ) Errado
RESPOSTAS E COMENTÁRIOS
1) Errado. Os princípios a que se refere a questão dos impositivos para todos os entes federativos e também para
a administração indireta e fundacional nas quatro esferas do poder.
2) Errado. O prazo de validade do concurso público é de até dois anos, prorrogável uma vez por qualquer
período, até o máximo de dois anos. Teor do Art. 37, III.
3) Errado. O único direito do aprovado em concurso público é o de ser convocado com prioridade sobre novos
concursados para assumir cargo ou emprego na carreira, durante o prazo de validade do concurso. Há exceções,
já firmadas pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça, quanto à
pretensão e ao não-chamamento por falta de interesse público.
4) Errado. A interpretação conjunta dos incisos II e IV, parte final, levam à conclusão de que, para o ingresso
em cada cargo inicial de carreira, é necessário e imprescindível o concurso público. Assim já decidiu o próprio
Supremo Tribunal Federal.
5) Certo. A Constituição Federal limita-se a dizer que "a lei reservará percentual de cargos e empregos
públicos" para deficientes. O percentual de 20%, costumeiramente lembrado, não é constitucional, mas sim da
Lei nº 8.112, e vale apenas para os servidores públicos civis da União.
7) Errado. O servidor público civil tem ambos os direitos (art. 37, VI e VII), mas o servidor público militar os
tem expressamente vedado pela Constituição (art. 42, § 5º).
8) Errado. O direito de greve do servidor público civil será exercido nos termos e nos limites definidos em lei. O
Supremo Tribunal Federal, julgando o Mandado de Injunção nº 20, decidiu que, até que exista a citada lei, a
greve de servidor público civil é inconstitucional.
12) Errado. A narrativa constitucional é clara: o primeiro requisito para tornar a acumulação lícita é a
compatibilidade de horários. Só a partir da verificação da existência dessa compatibilidade é que se poderá
conferir constitucionalidade à acumulação. Inteligência do art. 37, XVI.
13) Errado. Há dois erros no comando da questão. O primeiro é que a acumulação lícita seria de dois cargos
privativos de médico, ou seja, cargos cujo exercício exija, preliminarmente, a condição de médico legalmente
habilitado, o que não acontece com a função de secretário parlamentar. Ademais, a Constituição Federal é clara
ao dizer que "a proibição de acumular estende-se a cargos e funções". Teor do art. 37, XVI e XVII.
15) Errado. A criação de empresa pública depende de lei específica. A criação de subsidiária depende de
autorização legislativa, em cada caso. A diferença é fundamental, pois autorização legislativa pode ser dada por
Decreto ou Resolução de efeitos externos. Art. 37, XIX e XX.
16) A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, empresas públicas,
sociedades de economia mista e fundações mantidas pelo poder público. Teor do inciso XVII do art. 37.
17) Errado. Todas as formas de promoção ou identificação acima são proibidas pela Constituição Federal. Art.
37, § 1º.
19) Errado. As pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos também respondem pelos
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. Art. 37, § 6º.
22) Errado. O tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por
merecimento. Art. 38, IV.
24) Certo. Há uma única hipótese possível: no caso de invalidez permanente, causada por acidente em serviço,
moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável. Todas as demais hipóteses são barradas pela
aposentadoria compulsória aos 70 anos de idade.
25) Certo. Teor do art. 40, III, a e c.
26) Errado. Lei complementar poderá estabelecer exceções aos prazos de tempo de serviço para aposentadoria
com proventos integrais ou proporcionais, exceto para professores, no caso de exercício de atividades penosas,
insalubres ou perigosas. Art. 40, § 1º.
28) Errado. Primeiro, o benefício da pensão por morte tomará por base os proventos do aposentado ou os
vencimentos, e não remuneração, do servidor falecido. Segundo que a própria redação da Constituição Federal
cuida de excepcionar o termo "totalidade", ao dizer, na parte final, que essa totalidade será limitada ao teto
dado por lei. Art. 40, § 5º. Importante é notar a alteração de denominação trazida pela Lei nº 8.852/94.
29) Certo. Observe que há duas possibilidades de o servidor estável perder o cargo: por processo administrativo
ou por processo judicial. O comando da questão não restringe à assertiva, mas apenas enumera uma de duas
possíveis. Apenas o servidor vitalício exige, para sua demissão, processo judicial, exclusivamente. Art. 41, § 1º.
30) Errado. São estáveis tais servidores. A estabilidade é privilégio do servidor; a efetividade é atributo do cargo.
Art. 41, caput.
31) Errado. Em tal caso, o servidor será reintegrado ao cargo que ocupou, e o seu eventual ocupante será
reconduzido ao cargo de origem, aproveitado em outro cargo ou colocado em disponibilidade. Art. 41, § 2º.
33) Errado. Os integrantes das Forças Armadas são os militares federais. Art. 42, caput, pela EC-18.
34) Errado. O militar, enquanto em efetivo serviço, não pode estar filiado a partidos políticos. Art. 42, § 6º.
sumário não excederá 30 dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão,
admitida a sua prorrogação por até 15 dias, quando as circunstâncias o exigirem.
71 - A demissão ou a destituição de cargo em comissão, por infringência do art. 117, incisos IX e XI,
incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 anos.
72 - Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem causa justificada, por 60
(sessenta) dias, interpoladamente, durante o período de 12 (doze) meses.
76 - O prazo para conclusão da sindicância não excederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado
por igual período, a critério da autoridade superior.
77 - Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalidade de suspensão por
mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de
cargo em comissão, será obrigatória a instauração de processo disciplinar.
78 - Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração da
irregularidade, a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá determinar o seu
afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da
remuneração.
O afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda
que não concluído o processo.
79 - O processo disciplinar será conduzido por comissão composta de três servidores estáveis
designados pela autoridade competente, observado o disposto no § 3o do art. 143, que indicará,
dentre eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível,
ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.
80 - A Comissão terá como secretário servidor designado pelo seu presidente, podendo a indicação
recair em um de seus membros.
81 - O prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá 60 (sessenta) dias, contados da
data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual prazo,
quando as circunstâncias o exigirem.
83. Tipificada a infração disciplinar, será formulada a indiciação do servidor, com a especificação
dos fatos a ele imputados e das respectivas provas.
O indiciado será citado por mandado expedido pelo presidente da comissão para apresentar
defesa escrita, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição.
84 - O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para diligências reputadas indispensáveis.
85 - No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na cópia da citação, o prazo para defesa contar-
se-á da data declarada, em termo próprio, pelo membro da comissão que fez a citação, com a
assinatura de 2 (duas) testemunhas.
86. Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, será citado por edital, publicado no Diário
Oficial da União e em jornal de grande circulação na localidade do último domicílio conhecido, para
apresentar defesa.
Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa será de 15 (quinze) dias a partir da última publicação
do edital.
92 - O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se
aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a
inadequação da penalidade aplicada.
93 - Quando proporcional ao tempo de serviço, o provento não será inferior a 1/3 (um terço) da
remuneração da atividade.
94 - O prazo para julgamento será de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do processo, no curso
do qual a autoridade julgadora poderá determinar diligências.
95 - O recolhimento de que trata o § 3o do art 183 deve ser efetuado até o segundo dia útil após a
data do pagamento das remunerações dos servidores públicos, aplicando-se os procedimentos de
cobrança e execução dos tributos federais quando não recolhidas na data de vencimento.
99 - - Ao servidor aposentado será paga a gratificação natalina, até o dia 20 do mês de dezembro,
em valor equivalente ao respectivo provento, deduzido o adiantamento recebido.
102 - A aposentadoria por invalidez será precedida de licença para tratamento de saúde, por período
não excedente a 24 ( vinte e quatro) meses.
103 - Para Licença para Tratamento de Saúde até 30 (trinta) dias, a inspeção será feita por médico
do setor de assistência do órgão de pessoal e, se por prazo superior, por junta médica oficial.
104 - O servidor que durante o mesmo exercício atingir o limite de 30 (trinta) dias de licença para
tratamento de saúde, consecutivos ou não, para a concessão de nova licença, independentemente do
prazo de sua duração, será submetido a inspeção por junta médica oficial.
105 - A licença à servidora gestante poderá ter início no 1º dia do nono mês de gestação, salvo
antecipação por prescrição médica.
106 - No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do evento, a servidora será submetida a
exame médico, e se julgada apta, reassumirá o exercício.
107 - Será concedida licença à servidora gestante por 120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem
prejuízo da remuneração.
108 - No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora terá direito a 30 (trinta) dias de
repouso remunerado.
109 - A prova do acidente será feita no prazo de 10 (dez) dias, prorrogável quando as circunstâncias
o exigirem.
110 - Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá direito à licença-paternidade de 5 (cinco)
dias consecutivos.
111 - Para amamentar o próprio filho, até a idade de 6 ( seis meses), a servidora lactante terá direito,
durante a jornada de trabalho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em dois períodos
de meia hora.
112 - À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de criança até 1 (um) ano de idade, serão
concedidos 90 (noventa) dias de licença remunerada.
113 - No caso de adoção ou guarda judicial de criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de
que trata este artigo será de 30 (trinta) dias.
114 - A pensão por morte poderá ser requerida a qualquer tempo, prescrevendo tão-somente as
prestações exigíveis há mais de 5 (cinco) anos.
115 - A pensão provisória por morte presumida do servidor será transformada em vitalícia ou
temporária, conforme o caso, decorridos 5 (cinco) anos de sua vigência, ressalvado o eventual
reaparecimento do servidor, hipótese em que o benefício será automaticamente cancelado.
116 - O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e oito) horas por meio de procedimento
sumaríssimo, à pessoa da família que houver custeado o funeral.
119 - Nos casos previstos no inciso I do artigo 229, o servidor terá direito à integralização da
remuneração, desde que absolvido.
121 - Os prazos previstos na Lei 8112/90 serão contados em dias corridos, excluindo-se o dia do
começo e incluindo-se o do vencimento, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte, o
prazo vencido em dia em que não haja expediente.
122 - Ao servidor público civil é assegurado, nos termos da Constituição Federal, o direito à
livre associação sindical e os seguintes direitos, entre outros, dela decorrentes:
de inamovibilidade do dirigente sindical, até 1 (um) ano após o final do mandato, exceto se a
pedido;
123 - Ficam submetidos ao regime jurídico instituído pela Lei 8112/90, na qualidade de servidores
públicos, os servidores dos Poderes da União, dos ex-Territórios, das autarquias, inclusive as em
regime especial, e das fundações públicas, regidos pela Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952,
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União, ou pela Consolidação das Leis do Trabalho,
aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1o de maio de 1943, exceto os contratados por prazo
determinado, cujos contratos não poderão ser prorrogados após o vencimento do prazo de
prorrogação.