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Fundação Cecierj / Extensão Governo do Estado
Rua Visconde de Niterói, 1364 – Mangueira –
do Rio de Janeiro
Rio de Janeiro, RJ – CEP 20943-001
Tel.: (21) 2299-4565 Fax: (21) 2568-0725 Governador
Sérgio Cabral Filho
Presidente
Masako Oya Masuda Secretário de Estado de Ciência e Tecnologia
Alexandre Cardoso
Vice-presidente e Diretora de Extensão
Mirian Crapez
Material Didático
Departamento de Produção
ELABORAÇÃO DE CONTEÚDO
EDITORA ILUSTRAÇÃO
Carlos Magno S. da Conceição
Licinio Portugal Tereza Queiroz Clara Gomes
Lizardo H.C.M. Nunes REVISÃO TIPOGRÁFICA CAPA
Raphael N. Púbio Maia Daniela de Souza Clara Gomes
COORDENAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO Elaine Bayma PRODUÇÃO GRÁFICA
INSTRUCIONAL Patrícia Paula Andréa Dias Fiães
Cristine Costa Barreto COORDENAÇÃO DE Fábio Rapello Alencar
SUPERVISÃO DE DESENVOLVIMENTO PRODUÇÃO
INSTRUCIONAL Jorge Moura
Ana Paula Abreu-Fialho PROGRAMAÇÃO VISUAL
DESENVOLVIMENTO INSTRUCIONAL Sanny Reis
E REVISÃO
Solange Nascimento
Wilson Paulo de O. Jr
AVALIAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO
Thaïs de Siervi Copyright © 2008, Fundação Cecierj / Consórcio Cederj
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio
eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Fundação.
C744m
Conceição, Carlos Magno S. da.
Movimentos: variações e conservações. volume único / Carlos Magno
S. da Conceição; Licínio Portugal; Lizardo H. C. M. Nunes; Raphael N. P.
Maia. – Rio de Janeiro : Fundação CECIERJ, 2008.
390p.; 19 x 26,5 cm.
ISBN: 978-85-7648-504-9
DESLOCAMENTO
−60
−50
t1
−40
−30 A
−20 t2
−10 B
0
10
20
x(t1) = 30
40
x(t2) = 50
60 x(m)
∆t = t2 − t1 . (1.1)
6 CECI ER J – Extensão
A variação da posição da partícula, do instante t1 ao instante t2,
1
é a diferença x(t2) – x(t1). Essa variação é chamada de deslocamento da
AULA
partícula do instante t1 ao instante t2.
!
Um deslocamento é nulo somente se x(t2) = x(t1), isto é, as posições iniciais e finais
são iguais. Mas não devemos necessariamente concluir que a partícula tenha
ficado parada. Ela pode ter ficado parada, mas também pode ter realizado outro
movimento qualquer, desde que tenha voltado à posição inicial no instante t2.
Isso acontece, por exemplo, quando jogamos uma pedra verticalmente para cima,
e ela volta para a sua mão exatamente no ponto de onde saiu.
Descida Subida
t = t2 t = t1
VELOCIDADE MÉDIA
8 CECI ER J – Extensão
onde t2 ≠ t1. (Note que, se t2 = t1, o intervalo se reduz ao instante t1, e para
1
um único instante não é possível usar o conceito de velocidade média.)
AULA
Perceba que a velocidade média é a razão entre o deslocamento
da partícula no intervalo de t1 a t2 e a duração desse intervalo.
Sendo velocidade média a razão entre deslocamento e um inter-
valo de tempo, a sua unidade será a razão entre as unidades de com-
primento e de tempo que forem usadas. Por exemplo, se usarmos o metro
para os deslocamentos e o segundo para o tempo, a unidade de velocidade
média é o metro por segundo, usualmente escrita como m/s.
ATIVIDADE
CECI ER J – Extensão 9
Movimentos: Variações e Conservações | Movimento unidimensional
RESPOSTAS COMENTADAS
b. Chamaremos ∆t’ o tempo gasto pela lebre para alcançar o ponto em que pára
para tirar uma soneca. Sabemos que a lebre corre por ∆t’ = 0,6 min = 0,01h
antes de parar. A partir da velocidade encontrada no item (a), podemos calcular o
deslocamento ∆x ’ = v g ∆t ’:
0, 45
∆t " = h = 5h
0, 09
Logo, é possível mostrar que o tempo máximo da soneca deve ser de
∆t ’’ − ∆t minimo = 4h 59min 6s .
VELOCIDADE INSTANTÂNEA
10 CECI ER J – Extensão
– Dona, a senhora estava andando a 120km/h, quando o limite
1
nesta rua é de 60km/h!
AULA
Então, a loura responde:
– Mas, seu guarda, como é que eu podia estar andando a 120km
por hora, quando eu só estou dirigindo faz 20 minutos!
Daí o Feynman diz no livro dele: “Vamos supor que ao invés do
guarda dizer: – Então a senhora explique isso ao Detran, porque vai
receber uma multa! – ele resolva dar uma lição de Física para a loura:
– O que eu quero dizer é que, se a senhora seguisse em frente nessa
velocidade, depois de uma hora teria percorrido 120km!"
– Mas, seu guarda, se eu seguisse em frente, eu iria bater nesse
prédio aí da frente!
– Bem, isso é verdade, mas se a senhora tivesse continuado assim
por 1 minuto, teria percorrido 2km; se a senhora continuasse por
1 segundo, teria percorrido 33,3m; e, se fosse em frente por 0,1s, teria
percorrido 3,33m. Desse jeito, a senhora poderia perfeitamente ter
infringido a lei durante 0,1 segundo.
– Mas, seu guarda – disse a loura – o limite de velocidade é de
60km/h, e não de 1,66 metros em 0,1 segundo.
Então, o guarda se sai com essa:
– Dá no mesmo, minha senhora. O que importa aqui é a velocidade
instantânea.
CECI ER J – Extensão 11
Movimentos: Variações e Conservações | Movimento unidimensional
x(m)
20
t(s)
2 4 6 8
−20
−40
−60
−80
−100
12 CECI ER J – Extensão
Vamos agora diminuir para o intervalo de tempo entre os instantes
1
4,74s e 5,74s. A velocidade média nesse intervalo é:
AULA
x(5, 74s) − x(4, 74s) m m
v4,74→5,74 = = 12, 06 ≈ 43km/h.
5, 74 − 4, 74 s s
CECI ER J – Extensão 13
Movimentos: Variações e Conservações | Movimento unidimensional
!
A velocidade instantânea é igual ao valor limite de
velocidades médias (em intervalos de tempo cada vez
menores), e a unidade da velocidade instantânea será a
mesma da velocidade média: uma unidade de comprimento
dividida por uma unidade de tempo. Assim, a velocidade
instantânea também pode ser dada em metros por segundo,
por exemplo, como a velocidade média.
t
x(t) = x0 + ∫ v(t ’) dt ’. (1.5)
t0
t
14 CECI ER J – Extensão
ATIVIDADE
1
AULA
2. A posição de uma partícula que se move ao longo do eixo x varia
no tempo de acordo com a expressão x = 2t2, com x em metros e t em
segundos. Calcule sua posição:
a. no instante t = 3,0s
b. em t = 3,0s + ∆t.
RESPOSTAS COMENTADAS
ACELERAÇÃO CONSTANTE
CECI ER J – Extensão 15
Movimentos: Variações e Conservações | Movimento unidimensional
v(t2 ) − v(t1 ) ∆v
at1 →t2 = ≡ . (1.8)
t2 − t1 ∆t
16 CECI ER J – Extensão
Uma variação de velocidade é expressa, naturalmente, em
1
unidade de velocidade, isto é, unidade de comprimento dividida
AULA
por unidade de tempo. Sendo a aceleração média a razão entre a variação
de velocidade e a duração de um intervalo de tempo, a sua unidade será
a de velocidade dividida pelo tempo.
No S.I. (http://pt.wikipedia.org/wiki/sistema_internacional_de_
unidades) a unidade de aceleração média é o metro por segundo
por segundo, ou simplesmente m/s2.
!
Por exemplo, a velocidade média nula em um intervalo não
significa necessariamente que a velocidade tenha permanecido
constante nesse intervalo; ela pode ter variado de modo a voltar,
no final do intervalo, ao valor que tinha no início.
v ( t + ∆t ) − v ( t )
a (t) = lim . (1.9)
∆t →0
∆t
CECI ER J – Extensão 17
Movimentos: Variações e Conservações | Movimento unidimensional
dv(t) (1.10)
a(t0 ) = .
dt t =t0
dv(t)
(A expressão é a derivada da função velocidade, denotada
dt
por v(t), com relação ao tempo, que denotamos por t.)
Agora você poderia dizer com convicção:
18 CECI ER J – Extensão
t
1
t0
função aceleração, denotada por a(t), e t’ é a variável de integração.)
AULA
Como já dissemos, o cálculo de derivadas e de integrais está fora
do objetivo deste curso e não será cobrado nas avaliações, mas ele é
necessário para deduzirmos as equações do movimento retilíneo com
aceleração constante a seguir.
1 2
= x0 + v0 t + at ,
2
que é a conhecida expressão para a lei horária do movimento no MRUV,
estudada no ensino médio.
Finalmente, vamos terminar esta seção com o seguinte exercício:
combine os resultados obtidos pelas Equações (1.13) e (1.5) e encontre
que, para um instante qualquer do intervalo, a seguinte relação é válida:
v 2 = v02 + 2a ( x − x0 ) . (1.15)
CECI ER J – Extensão 19
Movimentos: Variações e Conservações | Movimento unidimensional
ATIVIDADES
20 CECI ER J – Extensão
1
RESPOSTAS COMENTADAS
AULA
Vamos adotar o eixo horizontal x ao longo da rua onde ocorre a perseguição,
sendo que a origem x0 = 0 está colocada no ponto em que o carro da polícia
começa a acelerar. Veja a Figura 1.4, que mostra o instante em que o carro
de polícia começa a acelerar.
0 100 x(m)
Figura 1.4: O eixo x está colocado ao longo da rua onde ocorre a perseguição.
CECI ER J – Extensão 21
Movimentos: Variações e Conservações | Movimento unidimensional
Assim, a distância entre os dois carros no instante em que o carro de polícia atinge
a velocidade máxima é dada por xm(t) – xp(t) = (300 – 250)m = 100m.
Você deve calcular o tempo tal que xm(t) – xp(t) = 160m. Esta equação do
segundo grau é equivalente à relação
t 2 − 10t + 24 = 0 .
e no instante t = 4s vale
22 CECI ER J – Extensão
1
e. Caso o motoqueiro tivesse freado ao longo de 100m, iria diminuir
AULA
sua velocidade de v0 = 25m/s para v = 60Km/h ≈ 16,7m/s. Você
pode usar a relação v 2 = v02 + 2a∆x . Assim, a aceleração constante
seria de
(277, 7 − 625) ( m/s )
2
a≈ ≈ −1, 74m/s2 .
2 (100m)
CECI ER J – Extensão 23
Movimentos: Variações e Conservações | Movimento unidimensional
RESPOSTAS COMENTADAS
Carro
x(m)
0 30 45
Figura 1.5: O eixo x que nós escolhemos se estende pela rua até o cruzamento.
a. Você deve notar que: (I) O carro deve percorrer a distância até o
cruzamento mais a largura do cruzamento, dando um total de 45m.
(II) Para atravessar no sinal amarelo, ele tem ts = 3s, mas leva tr = 0,7s
para o motorista reagir e pisar no acelerador. (III) O carro parte com uma
velocidade inicial vmin , acelerando a uma taxa constante de a = 3m/s2.
Para você calcular quanto vale a velocidade mínima para que o carro
ultrapasse o cruzamento durante o sinal amarelo, é necessário calcular
quanto vale vmin . No entanto, você deve perceber que, durante o tempo
de reação, tr = 0,7s, o motorista se desloca de
d = vmin tr
A partir desse instante, o motorista começa a acelerar. Resta agora um
tempo de ts – tr = 2,3s para o carro percorrer 45m – d. A posição do carro,
x(t), é dada por um movimento uniformemente acelerado até atingir
a velocidade no final do cruzamento, vf . Você sabe que em um MRUV
a posição como função do tempo é dada pela seguinte equação:
1 2 1
x (t) = d + vmin t + at = vmin (t + tr ) + at 2
2 2
Agora, você deve fazer x(t = 2,3s) = 45m, ou seja, a posição do carro
no tempo que resta deve ser a do final do cruzamento. Quando você
calcular isso, vai encontrar
3
x (2, 3s) = 45m = ( 3s ) vmin + (2, 3s)2
2
24 CECI ER J – Extensão
1
Basta resolver a equação anterior para calcular quanto vale vmin .
AULA
Você vai chegar à conclusão de que a velocidade mínima para
ultrapassar o sinal amarelo é de:
45 − 1, 5 × (2, 3)2 m
vmin = ≈ 12, 4m/s.
3 s
A velocidade em um MRUV é dada pela fórmula v = v0 + at. Como
o carro partiu com velocidade vmin , a velocidade no final do cruzamento,
vf , tem que valer
d = vm á x t r .
1 2 1
x(t) = d + vm á x t + at = vm á x (t + tr ) + at 2.
2 2
30 + 2, 5 × (2, 3)2 m
vm á x = ≈ 14, 4m/s.
3 s
CECI ER J – Extensão 25
Movimentos: Variações e Conservações | Movimento unidimensional
GRÁFICOS DO MOVIMENTO
x(t)
x(t2)
∆x
x(t1)
∆t
t1 t2 t
26 CECI ER J – Extensão
Considere agora a Figura 1.7.a a seguir, onde foram desenhadas
1
várias retas secantes associadas às velocidades médias em intervalos de
AULA
tempos cada vez menores (t2 > t3 > t4).
Observe que, à medida que o intervalo de tempo tende a zero,
a reta secante se aproxima da reta tangente. Por isso, a velocidade
instantânea v(t1) é representada geometricamente pelo coeficiente
angular da reta tangente à curva de x versus t no ponto da curva com
coordenadas (t1, x(t1)).
x(t) Tangente
x2
x3
x4 ∆x
x1
∆t14
∆t13
∆t12
t1 t4 t3 t2 t
x(t)
CECI ER J – Extensão 27
Movimentos: Variações e Conservações | Movimento unidimensional
v (t2 ) − v(t1 )
. (1.17)
t2 − t1
vx(t)
∆vx
vx(t2)
∆t
t1 t2 t
28 CECI ER J – Extensão
Na Figura 1.9, foram desenhadas várias retas secantes associadas
1
às acelerações médias em intervalos de tempos cada vez menores. Neles,
AULA
o instante que define a aceleração média fica cada vez mais próximo do
instante de tempo t1. Observe que, à medida que o intervalo de tempo
tende a zero, a reta secante se aproxima da reta tangente. Portanto,
a aceleração instantânea a(t1) é representada geometricamente pelo
coeficiente angular da reta tangente à curva no gráfico de v versus t no
ponto da curva com coordenadas (t1, v(t1)).
vx(t)
Tangente à curva
vx2
vx3
∆x
vx4
vx1
∆t14
∆t13
∆t12
t1 t4 t3 t2 t
vx(t)
No caso em que o gráfico de v versus
t é uma reta, como mostra a Figura 1.10,
vx(t2)
a aceleração média é o coeficiente angular
da reta, sendo, portanto, constante. A reta
vx(t1)
tangente em cada ponto da reta coincide com
a própria reta. Como a aceleração instantânea
é o coeficiente da reta tangente, ela é também
constante e igual à aceleração média.
t1 t2 t1
CECI ER J – Extensão 29
Movimentos: Variações e Conservações | Movimento unidimensional
O problema inverso
x2
x1
t1 t2 t
x(t2 ) − x(t1 )
vt1 →t2 = (1.18)
t2 − t1
⇒ x(t2 ) = x(t1 ) + vt1 →t2 ( t2 − t1 )
⇒ x(t2 ) = x(t1 ) + v ( t2 − t1 ) ,
30 CECI ER J – Extensão
onde usamos acima o fato de que a velocidade instantânea e a velocidade
1
média são iguais para o MRU. Note que, para obtermos a posição x(t2), é
AULA
necessário conhecer a posição inicial da partícula x(t1) e a velocidade v.
Mas também podemos obter x(t) utilizando a interpretação
geométrica da velocidade média. Pela Equação (1.18), o deslocamento é
vx(t)
vx
0 t1 t2 t
v(t2 ) − v(t1 )
at1 →t2 = (1.20)
t2 − t1
⇒ v(t2 ) = v(t1 ) + at1 →t2 ( t2 − t1 )
⇒ v(t2 ) = v(t1 ) + a ( t2 − t1 ) ,
CECI ER J – Extensão 31
Movimentos: Variações e Conservações | Movimento unidimensional
t f − ti
∆t = ,
N
vx(t)
vxf
vx10
vx9
vx8
vx7
vx6
vx5
vx4
vx3
vx2
vx1
0 t1 t2 t3 t4 t5 t6 t7 t8 t9 t10 tf t
32 CECI ER J – Extensão
Vamos agora fazer uma estimativa para o deslocamento ima-
1
ginando que a partícula se mova com velocidade constante em cada um
AULA
desses subintervalos. Como vimos anteriormente, quando a velocidade
é constante, podemos obter exatamente o deslocamento em cada um
desses subintervalos, que é a área de cada retângulo representado no
gráfico acima. Assim, o deslocamento total desse movimento imaginário
é a soma de todos os deslocamentos de cada subintervalo, ou seja,
N
∆x ≡ x ( t f ) − x ( ti ) = ∑ v ∆t. (1.21)
i =1
v ( t f ) + v ( ti ) h
∆x ≡ x ( t f ) − x ( ti ) = (1.22)
2
v ( t f ) + v ( t i ) t f − t i
=
.
2
Mas pela Equação (1.20), temos que
v(t f ) = v(ti ) + a ( t f − ti ) .
a
x ( t f ) = x ( ti ) + v ( ti ) ( t f − ti ) + ( t f − ti ) .
2
(1.23)
2
1 2
x(t) = x(0) + v (0 ) t + at , (1.24)
2
CECI ER J – Extensão 33
Movimentos: Variações e Conservações | Movimento unidimensional
ATIVIDADE
34 CECI ER J – Extensão
RESPOSTAS COMENTADAS
1
AULA
a. Vamos escolher o eixo horizontal x ao longo do corredor, como você pode
ver na Figura 1.14. A origem x0 = 0 vai representar o início do corredor.
x(m)
0 4,2 9
Figura 1.14: Neste diagrama, você pode ver o eixo x e também o carrinho de
controle remoto nos três instantes em que ele está parado.
Você deve notar que a velocidade, para t < 6s, é dada pela equação da
reta acima.
O menino parou de acionar o controle e o carrinho manteve a mesma
velocidade por mais dois segundos. Assim, quando você olha para o
carrinho, percebe que
v(t) = 1, 2m/s , se 6s ≤ t ≤ 8s .
CECI ER J – Extensão 35
Movimentos: Variações e Conservações | Movimento unidimensional
Nos 4s seguintes, o menino faz com que o carrinho sofra uma variação
de velocidade ∆v = v(24s) − v(20s) = 1,2m/s. Você verifica então que a
aceleração do carrinho foi de a = 0,3m/s2. A velocidade, v(t) = v(20s) +
(0,3m/s)(t − 20s), antes da segunda parada do carrinho, é a seguinte:
v(m/s) a(m/s2)
1,2
0,3
0,2
0,6
0,1
0 t(s)
0 t(s) 4 16 20 24
4 8 12 16 20 24 8 12
−0,1
−0,6 −0,2
−0,3
−1,2
36 CECI ER J – Extensão
1
b. Quando nós calculamos a área abaixo da curva no gráfico de v versus t,
AULA
encontramos também quanto vale o deslocamento do carrinho. Na primeira
vez em que o carrinho parou, em t = 13s , ele percorreu todo o corredor da
casa. Veja agora na Figura 1.15 que esse deslocamento é igual à área do
trapézio. Se você observar, a base maior do trapézio vale B = 13, enquanto
que a base menor vale b = 8 − 6 = 2. A área do trapézio é dada pela relação
(B + b) h/2, onde h = 1,2 é a altura. A conclusão a que você deve chegar é
que o comprimento do corredor vale
1, 2 × (13 + 2)
∆x = m = 9m.
2
Na segunda vez em que o carrinho parou, o deslocamento foi para trás. Isso
você pode notar, porque o triângulo isósceles da Figura 1.15 está abaixo
do eixo t. A área do triângulo corresponde a um deslocamento
∆x’= −1,2 × (24 − 16)/2m = − 4,8m. A posição em que você vai ver o carrinho
parar pela segunda vez, em relação ao início do corredor, é dada por
∆x − ∆x ’ = (9 − 4, 8)m = 4, 2m.
CECI ER J – Extensão 37
Movimentos: Variações e Conservações | Movimento unidimensional
RESUMO
Nesta aula, definimos conceitos que são usados para descrever o movimento unidi-
mensional.
Definimos o deslocamento e a duração de um intervalo de tempo utilizando-os na
determinação da velocidade média nesse intervalo. Entendemos que a velocidade
num dado instante (velocidade instantânea) é a velocidade média no limite em
que o intervalo de tempo tende a zero, em que o intervalo é medido a partir do
instante dado.
De maneira análoga, definimos a aceleração média e vimos que a aceleração
instantânea é a aceleração média no limite em que o intervalo de tempo tende
a zero.
Descrevemos o significado físico da velocidade e da aceleração e vimos como essas
grandezas podem ser usadas para descrever a posição de uma partícula em um
dado instante.
Finalmente, representamos graficamente a posição, a velocidade ou a aceleração
de uma partícula como função do tempo; também mostramos a interpretação
geométrica dessas grandezas.
LEITURA RECOMENDADA
Uma explicação sobre coordenadas e eixo coordenado pode ser vista na Aula 1
da Apostila Física 1A, Módulo 1.
Uma explicação detalhada sobre como podemos calcular a função posição a partir
da função velocidade pode ser vista na Aula 5 da Apostila Física 1A, Módulo 1.
38 CECI ER J – Extensão
2
AULA
Cinemática vetorial
Meta da aula
Discutir os principais aspectos relacionados à
cinemática vetorial.
Pré-requisito
Para melhor compreensão desta aula, você precisa ter
estudado a Aula 1 – Movimento unidimensional.
Movimentos: Variações e Conservações | Cinemática vetorial
O
y y
X
x
40 CECI ER J – Extensão
!
2
Como o vetor r determina a posição da partícula, muitas
AULA
vezes nos referimos ao vetor posição como sendo
“a posição da partícula”.
r = xu x + yu y + zu z . (2.1)
CECI ER J – Extensão 41
Movimentos: Variações e Conservações | Cinemática vetorial
P1
∆r P2
r1 r2
O y
!
Repare na semelhança que a expressão ∆r = r2 − r1 tem
com a definição para o deslocamento no movimento
unidimensional, como você viu na Aula 1.
42 CECI ER J – Extensão
Se supusermos que uma partícula passa por um ponto P 1
2
em um instante t1 e por um ponto P2 em um instante t2 , o desloca-
AULA
mento vetorial da partícula de P1 até P2 será também chamado de
deslocamento vetorial no intervalo de tempo [t1 , t2 ], ou seja,
!
A expressão anterior também deve ser comparada com a
definição para o deslocamento em um intervalo de tempo
no movimento unidimensional, como você viu na Aula 1.
r1 = x1 u x + y1 u y + z1u z e r2 = x2 u x + y2 u y + z2 u z , (2.4)
∆r = r2 − r1
= ( x2 u x + y2 u y + z2 u z ) − ( x1u x + y1 u y + z1u z )
(2.5)
= ( x2 − x1 ) u x + ( y2 − y1 ) u y + ( z2 − z1 ) u z
≡ ∆xu x + ∆yu y + ∆zu z ,
!
Note que, se o movimento fosse apenas ao longo do eixo OX,
o deslocamento seria simplesmente ∆x, como você viu quando
estudou o movimento unidimensional, que foi visto na Aula 1.
CECI ER J – Extensão 43
Movimentos: Variações e Conservações | Cinemática vetorial
r(t2 ) − r(t1 ) ∆r
vt1 →t2 = ≡ . (2.6)
t2 − t1 ∆t
!
A expressão acima também deve ser comparada com a
definição para a velocidade média em um intervalo de tempo
no movimento unidimensional, como visto na Aula 1.
44 CECI ER J – Extensão
∆r r(t + ∆t) − r(t) (2.8)
2
v ( t ) = lim = lim .
∆t →0 ∆t ∆t →0 ∆t
AULA
!
Note que o vetor v(t) nos fornece a velocidade
como uma função do tempo.
Tangente
P
r(t) ∆r
P'
O r(t + ∆t) Secante
CECI ER J – Extensão 45
Movimentos: Variações e Conservações | Cinemática vetorial
v1
v2
y
v3
x
v4
∆x ∆y ∆z (2.9)
v(t) = lim u x + lim u y + lim uz .
∆t →0 ∆t ∆t →0 ∆t ∆t →0 ∆t
Mas cada um dos limites acima é a definição das derivadas
dx ( t ) dy ( t ) dz ( t )
v(t) = ux + uy + u z ≡ vx u(2.11)
x + vy u y + vz u z .
dt dt dt
dx ( t ) dy ( t ) dz ( t )
v(t) = ux + uy + u z ≡ v x u x + vy u y + vz u z .
dt dt dt
46 CECI ER J – Extensão
Logo, dado um vetor posição r(t) = x(t) ux + y(t) uy + z(t) uz, podemos
2
obter a função vetor velocidade instantânea, simplesmente derivando as
AULA
componentes da função vetor posição com relação ao tempo.
!
Note que os cálculos de derivadas e integrais estão
fora do objetivo deste curso e não serão cobrados
nas avaliações.
v(t1)
r(t2)
v(t2)
O r(t2)
CECI ER J – Extensão 47
Movimentos: Variações e Conservações | Cinemática vetorial
!
Novamente, a expressão acima também deve ser comparada
com a definição para a variação de velocidade em um intervalo
de tempo no movimento unidimensional, como você viu na
Aula 1. Note ainda que v é um vetor.
!
A expressão acima também deve ser comparada com a
definição para a aceleração média em um intervalo de tempo
no movimento unidimensional, como você viu na Aula 1.
48 CECI ER J – Extensão
Pela definição na Equação (2.13), o vetor aceleração média da
2
partícula no intervalo [t, t + ∆t] é dado por
AULA
v ( t + ∆t ) − v ( t ) ∆v (2.14)
at + ∆t →t = ≡ .
t − ∆t − t ∆t
v ( t + ∆t ) − v ( t ) dv
at2 → t1 = lim ∆t →0 ≡ . (2.15)
t − ∆t − t1 dt
!
A expressão acima também deve ser comparada com a definição
para a aceleração instantânea no movimento unidimensional,
como você viu na Aula 1.
CECI ER J – Extensão 49
Movimentos: Variações e Conservações | Cinemática vetorial
d 2 x(t ) d 2 y (t ) d 2 z (t )
a(t ) = u x + u y + uz . (2.17)
dt 2 dt 2 dt 2
t
(2.18)
= v0 + ∫
t ’= t 0
ax (t ’)u x + ay (t ’)u y + az (t ’)u z dt ’
t t t
= v0 + ∫ ax (t ’)dt ’ u x + ∫ ay (t ’)dt ’ u y + ∫ az (t ’)dt ’ u z ,
t ’= t0 t ’= t0 t ’= t0
50 CECI ER J – Extensão
Para o caso em que o vetor a(t) é um vetor constante, isto é, a(t) = a,
2
as integrais acima podem ser calculadas facilmente. Assim, obtemos:
AULA
1
r (t) = r0 + v0 ( t − t0 ) + a ( t − t0 ) .
2
(2.21)
2
!
Note ainda que, embora o cálculo de derivadas e integrais esteja
fora do objetivo deste curso e que não seja cobrado nas avaliações,
você já deve ter percebido que ele é bastante útil.
ATIVIDADES
CECI ER J – Extensão 51
Movimentos: Variações e Conservações | Cinemática vetorial
RESPOSTAS COMENTADAS
∆r ∆r3
∆r2
53,90 30,00
∆r1 X
Figura 2.8: Os eixos escolhidos são o leste, representado por +X, e o norte,
por +Y. Este diagrama mostra os vetores ∆r1 , ∆r2 , ∆r3 e o vetor resultante ∆r.
km 2
∆r1 = 60 h u x = (40km/h) u x
h 3
O segundo deslocamento tem módulo igual a |∆r2| = (60Km/h)
(1/3h) = 20Km. Como a direção é de 60o nordeste, ou seja,
90o−60o = 30o para o norte (+Y) a partir do leste (+X), você conclui
que o ângulo entre os vetores ∆r2 e ux é de 30o. As componentes
do vetor deslocamento são |∆r2| cos(30o) na direção X e |∆r2|
sen(30o) na direção Y. O vetor deslocamento desta etapa, que leva
t = 20 min =1/3h, vale
∆r2 = (17, 3 u x + 10 u y ) km .
Você deve lembrar que o terceiro trecho do percurso é feito em
∆t = 50,0min = 5/6h na direção oeste, ou seja, na direção -X. Assim,
o vetor deslocamento é dado por
km 5
∆r3 = − 60 h u x = ( −50km ) u x .
h 6
52 CECI ER J – Extensão
2
Para você calcular o módulo do deslocamento, |∆r|, é necessário
AULA
extrair a raiz quadrada da soma dos quadrados das componentes
cartesianas,
| ∆r | = 7, 322 + 102 km ≈ 12, 4km
CECI ER J – Extensão 53
Movimentos: Variações e Conservações | Cinemática vetorial
RESPOSTAS COMENTADAS
Y(m) v(21,0)
60
50
r(21,0)
40
30
20
10
X(m)
0
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
−10
v0
−20
r0
Figura 2.9: A origem dos eixos X e Y fica localizada no ponto onde está o pescador.
São mostrados os vetores de posição e de velocidade, inicial e final, do peixe.
(6 − 2 ) u x + ( 5 − 2 ) u y m
a= 2 = ( 0, 20u y + 0, 20u y ) m / s
2
20 s
54 CECI ER J – Extensão
2
O vetor aceleração faz um certo ângulo θ com o vetor unitário ux .
AULA
A tangente deste ângulo pode ser calculada quando você lembrar
que tanθ = ax/ay . Não é difícil você ver que a tangente deste
ângulo θ vale 0, 2
tan θ = = 1 ⇒ θ = 45o
0, 2
CECI ER J – Extensão 55
Movimentos: Variações e Conservações | Cinemática vetorial
MOVIMENTO CIRCULAR
56 CECI ER J – Extensão
2
v
AULA
a
O
a
v v
a
CECI ER J – Extensão 57
Movimentos: Variações e Conservações | Cinemática vetorial
r uuur P
r = OP S
θ
x
O r Q
58 CECI ER J – Extensão
!
2
Em nosso curso, um vetor poderá ser denotado por uma única
AULA
letra em negrito, por exemplo, a, ou umr vetor poderá também ser
representado pela conhecida notação: a . r
Já o módulo de um vetor a será denotado por | a | ou a . Também
poderemos representar o módulo de um vetor abolindo o negrito
da letra, ou seja, simplesmente por a.
rθ = v∆t. (2.23)
CECI ER J – Extensão 59
Movimentos: Variações e Conservações | Cinemática vetorial
uur
Para um deslocamento ∆θ, no intervalo de tempo ∆t, o vetor ∆r
se confunde com o arco de círculo ∆s = r ∆θ (corda e arco se confundem)
quando ∆t → 0 , portanto, v é a velocidade instantânea tangente ao
círculo. O sistema possui apenas dois graus de liberdade: a posição da
partícula em qualquer instante de tempo é determinada apenas pelo
ângulo (ou arco) inicial e o módulo da velocidade.
De acordo com a definição de um MCU, não existe aceleração
na direção tangencial, somente na radial, o que nos permite escrever
diretamente a lei horária do movimento para a variável S como a de
um simples MRU:
s(t) = s0 + v(t − t0 ), (2.24)
onde
v
ω= , (2.26)
r
60 CECI ER J – Extensão
dθ
ω= (2.27)
2
.
dt
AULA
No S.I., a velocidade angular é medida em radianos por segundo, rad/s.
Por exemplo, a velocidade angular do ponteiro dos segundos de um
relógio, para o qual T = 1 min, é ω = 2π / 60 s−1 ≈ 0, 1 rad/s .
2π r
T= . (2.28)
v
1
f = . (2.29)
T
2π
ω= = 2π f . (2.30)
T
CECI ER J – Extensão 61
Movimentos: Variações e Conservações | Cinemática vetorial
d 2ω
α=
dt 2
α
θ (t) = θ0 + ω0 (t − t0 ) + (t − t0 )2 . (2.31)
2
62 CECI ER J – Extensão
ATIVIDADES
2
3. Em uma inspeção de manutenção, a turbina de um avião, de 1,5m
AULA
de raio, é ligada e começa a girar de acordo com o gráfico mostrado
na Figura 2.12.
ω(rev/min)
3000
2000
1000
0
1 2 3 4 5
t(min)
CECI ER J – Extensão 63
Movimentos: Variações e Conservações | Cinemática vetorial
RESPOSTAS COMENTADAS
(3000 − 0)
α= = 3000 rev/min2 , se 0 < t < 1 min.
(1 − 0)
Como você pode ver na Figura 2.10, para 1min < t < 3,5min, a
turbina mantém a velocidade angular constante de 3000rpm. Isto
significa que o movimento circular é uniforme, ou seja,
(0 − 3000)
α= = −2000rev/min2 , se 3, 5min < t < 5min.
(5 − 3, 5)
(2π rad/s)
v = ω r = (3000rpm) (1,5m) ≈ 471m/s.
(60 rpm)
64 CECI ER J – Extensão
2
AULA
4. A roda maior mostrada na Figura 2.13, de 30cm de raio, transmite seu
movimento à roda menor, de 20cm de raio, através da correia C, que
permanece sempre bem esticada e sem deslizamento. A roda maior parte
do repouso com aceleração angular uniforme e leva 1 min para atingir sua
velocidade de regime permanente, realizando um total de 540 rotações
durante esse intervalo. Determine:
30cm 20cm
CECI ER J – Extensão 65
Movimentos: Variações e Conservações | Cinemática vetorial
RESPOSTAS COMENTADAS
c. Agora você precisa saber como a roda maior transmite seu movimento
para a roda menor através da correia C. Vamos usar o raio r1 = 30cm
para a roda maior e o raio r2 = 20cm para a roda menor.
Quando a roda maior gira de ∆θ1 , a roda menor deve girar de ∆θ2 ,
conforme está mostrado na Figura 2.14. Qual é a relação entre os
ângulos ∆θ1 e ∆θ2?
∆S1
∆θ1
∆θ2
∆S2
66 CECI ER J – Extensão
2
Como conseqüência, a roda menor também gira porque o segmento
AULA
da correia em contato com a roda menor se desloca de ∆S2 = r2∆θ2 .
Como a correia permanece sempre bem esticada e não ocorre
deslizamento, os deslocamentos dos dois segmentos da correia
devem ser iguais,
∆S1 = ∆S2 ⇒ r1∆θ1 = r2 ∆θ 2 .
Ao dividir as relações acima por ∆t, você pode conferir também que
∆S1 ∆S2
= ⇒ r1ω1 = r2ω2 .
∆t ∆t
r1 (30cm)
ω2 = ω1 ≈ (113rad/s) ≈ 170rad/s.
r2 (20cm)
ou em rpm,
(30cm)
ω2 = (1080rpm) ≈ 3240rpm.
(10cm)
LANÇAMENTO DE PROJÉTEIS
CECI ER J – Extensão 67
Movimentos: Variações e Conservações | Cinemática vetorial
v0
θ0
P0
y0
O x0 x
Figura 2.15: Projétil lançado de um ponto P0 = (x0, y0) com velocidade inicial v0.
Fonte: Figura Física 1A v.1 - Figura 11.1, p. 240.
68 CECI ER J – Extensão
Vamos começar escrevendo o vetor aceleração,
2
AULA
a = −gu y , (2.32)
onde g = 9,8m/s . Substituindo esta expressão na Equação (2.21), temos
2
imediatamente
1
r(t) = r0 + v0 ( t − t0 ) − g ( t − t0 ) u y .
2
(2.33)
2
r0 = x0 u x + y0 u y
. (2.34)
v0 = vx0 u x + vy0 u y
1 2
r(t) = x0 + vx0 ( t − t0 ) u x + y0 + vy0 ( t − t0 ) − g ( t − t0 ) u y . (2.35)
2
2
vx0 = v0 cosθ0
. (2.37)
vy0 = v0 senθ0
CECI ER J – Extensão 69
Movimentos: Variações e Conservações | Cinemática vetorial
x(t) = x0 + v0 cosθ t
1 2. (2.38)
y(t) = y0 + v0 senθ t − 2 g t
g
y(x) = y0 + tan θ0 ( x − x0 ) − ( x − x0 )
2
. (2.39)
2 ( v0 ) cos θ0
2 2
vx (t) = v0 cosθ
. (2.40)
vy (t) = v0 senθ − g t
70 CECI ER J – Extensão
Para fazer as contas, vamos chamar de tm o instante em que o
2
projétil atinge o ponto mais alto da trajetória. Substituindo a condição
AULA
de que vy(tm)= 0 na Equação (2.40), temos
v0 senθ
0 = v0 senθ − g tm ⇒ tm = . (2.41)
g
v02 s e n2 θ0
y(tm ) = . (2.42)
2g
CECI ER J – Extensão 71
Movimentos: Variações e Conservações | Cinemática vetorial
45º+ α
45º− α
x
O
v 20
Am =
g
72 CECI ER J – Extensão
2
Leia mais sobre Thomson em
AULA
http://pt.wikipedia.org/wiki/Joseph_John_Thomson
http://en.wikipedia.org/wiki/J._J._Thomson (em inglês)
ATIVIDADES
CECI ER J – Extensão 73
Movimentos: Variações e Conservações | Cinemática vetorial
RESPOSTAS COMENTADAS
Y(m)
4
V0
2
450
1,1m
X(m)
0 2 4 6 8 10 12
y(x) = 1, 1 + x − 0, 1x 2 .
Uma das soluções é negativa, −1m. Este é um dos pontos onde a parábola
da Figura 2.15 cruza o eixo X. O outro ponto, 11m, é onde a bola cai.
Logo, você conclui que o alcance da bola é de
A = 11m.
O tempo que a bola leva para cair é determinado pelas equações de
movimento de um lançamento de projétil. Não custa nada você escrevê-las,
x(t) = 7t
y(t) = 1, 1 + 7t − 4, 9t
2
74 CECI ER J – Extensão
2
c. No instante do lançamento, o cachorro estava a 1m de distância
AULA
do seu dono. A bola caiu a 11m do garoto. Então, você determina
que a distância que o cachorro tem de correr é de 10m.
A posição do cachorro, xc(t), é dada por uma equação horária com
uma aceleração constante de ac = 5m/s2. Para correr os 10m,
1
xc ( t ) = (1m ) +
2
( 5m / s2 ) t 2 = 11m,
o cachorro leva 2s. Assim, o intervalo de tempo que ele correu
enquanto a bola já estava no chão é de ∆t = (2,0 − 1,6)s ≈ 0,4s.
d. A bola chega a uma altura máxima ym . Nesse momento, a
componente vertical do vetor velocidade é nula. Você pode escrever
as componentes da velocidade como função do tempo,
vx (t) = 7 m / s,
vy (t) = (7 − 9, 8t) m / s.
CECI ER J – Extensão 75
Movimentos: Variações e Conservações | Cinemática vetorial
Y(m)
8
v0
4 v0
2
θ'
θ' H
h
0 5 10 15 20 X(m)
Figura 2.18: As duas possíveis trajetórias da bola de futebol chutada pelo jogador.
A bola parte de uma altura inicial, h = 50cm, e no final das trajetórias a bola alcança o
travessão, que tem uma altura de H = 2,56m.
a. De quais ângulos, θe θ ', a bola deve ser levantada para atingir
o travessão?
76 CECI ER J – Extensão
2
RESPOSTAS COMENTADAS
AULA
As duas trajetórias da bola são dadas pelas funções horárias de um
lançamento de projétil. As coordenadas cartesianas como função
do tempo são:
x(t) = (v0 cosθ ) t
1 2
y(t) = h + (v0 senθ ) t − 2 gt
gd 2 gd 2
H − h + 2 − d tan θ + 2 tan2 θ = 0
2v 0 2v 0
Você sabe que essa equação do segundo grau tem duas raízes
(ou soluções) para o valor de tanθ. Na bola chutada pelo jogador,
essas duas soluções representam os dois ângulos, θe θ´, no qual a
bola deve ser levantada.
Vamos agora usar a variável u = tanθ. Nosso objetivo é encontrar as
duas raízes da seguinte equação do segundo grau:
gd 2 gd 2 2
H − h + 2 − du + 2 u = 0
2v0 2v0
Como você bem sabe, as raízes da equação anterior são dadas pela
fórmula de Báskara. As duas soluções são:
v02 2 gd gd 2
u± = 1 ± 1 − 2 H − h + 2
gd v0 2v0
CECI ER J – Extensão 77
Movimentos: Variações e Conservações | Cinemática vetorial
Você vai encontrar os dois ângulos com que o jogador deve levantar
a bola para atingir o travessão, quando calcular o arco-tangente
das soluções, θ = tan–1u. Para cada uma das soluções, u± , você vai
encontrar um certo ângulo,
θ ´= tan u+ = 41 ,
−1 o
−1
θ = tan u− = 55 .
o
78 CECI ER J – Extensão
2
AULA
d. O vetor velocidade do chute da bola, conforme foi discutido na aula,
é o vetor que tem componentes dadas por
v ’’x (t) = 15sen 55 − 9, 8t ≈ (12 − 9, 8t)m/s..
o
MOVIMENTO RELATIVO
CECI ER J – Extensão 79
Movimentos: Variações e Conservações | Cinemática vetorial
80 CECI ER J – Extensão
y
2
AULA
y'
r'
r
x'
O'
R
x
O
CECI ER J – Extensão 81
Movimentos: Variações e Conservações | Cinemática vetorial
x'
O y
82 CECI ER J – Extensão
Conhecida a velocidade V, relacionaremos, então, a velocidade do
2
nadador em relação a R com a sua velocidade em relação a um referencial
AULA
que se desloca com a mesma velocidade do rio, que será chamado de
referencial R'. Esse referencial é solidário ao rio, isto é, move-se em MRU
em relação a R com velocidade V. Vamos supor ainda que os eixos de
R' e R permaneçam sempre paralelos.
No instante t = 0s, vamos supor que as origens de O e O' sejam
as mesmas, de modo que nesse instante todos os eixos de R e R' também
coincidam. Nesse instante, um nadador de dimensões desprezíveis em
relação à distância d entre as margens (de modo que possa ser considerado
uma partícula) inicia um MRU em relação a R’ com velocidade v'= v'yu'y.
Vejamos como determinar a sua velocidade em relação a R.
Utilizando a Transformação de Galileu para as velocidades, dada
pela Equação (2.46) obtemos diretamente a velocidade do nadador em
relação a R, ou seja,
v = v ’+ V
= v’y u ’y + Vx u x (2.48)
= v’y u y + Vx u x ,
CECI ER J – Extensão 83
Movimentos: Variações e Conservações | Cinemática vetorial
v ’y Vx
y= x , 0≤x≤ d (Trajet ria em
(Trajetória em R)
R); (2.49)
Vx v ’y
x ’ = 0 , 0 ≤ y ’ ≤ d (Trajet ria em
(Trajetória R')),
em R’
ATIVIDADE
84 CECI ER J – Extensão
2
RESPOSTAS COMENTADAS
AULA
Na Figura 2.21, é mostrada a visão que você, em repouso na margem
do rio, tem do salvamento. Perceba que nós adotamos o eixo X
paralelo à correnteza, com o sentido orientado para a descida do rio.
O eixo Y é perpendicular à margem do rio. Você deve ter percebido
que o vetor velocidade do bote em relação à água, vBA , faz um ângulo
de θBA com o eixo –X. O vetor velocidade do bote em relação à terra,
vBT , faz um ângulo de θBT com o eixo –X.
X(m)
C vAT 600
400
vBA vBT
200
θBA
θBT
X(m)
–800 –600 –400 –200
rC (t) = rC (0) + v AT t.
CECI ER J – Extensão 85
Movimentos: Variações e Conservações | Cinemática vetorial
vAT
rB (t) = v BT t = (v BA + v AT )t.
No item (c), você vai calcular o ângulo θBT entre o vetor velocidade do bote
(em relação à terra) e o eixo –X. Você também deve calcular o módulo
|vBT| = vBT . Em termos de vetores unitários, você pode escrevê-lo como
86 CECI ER J – Extensão
2
Assim, o tempo de resgate é de tR = 3min.
AULA
b. A igualdade vetorial que você encontrou quando calculou rA(tR) = rC (tR)
pode ser escrita em termos de suas componentes x e y. As igualdades
correspondentes que você deve escrever são:
xC (0) = −vBA cosθ BAtR ,
rC (0) = v ABtr ⇔
yC (0) = vBA senθ BAtR .
Note que você pode eliminar o tempo de resgate das equações anteriores.
Ao fazer isso, você vai conseguir calcular o ângulo,
Em seguida, você vai eliminar o módulo vBT nas equações acima. Disso
resulta que a tangente do ângulo θBT vale
2
vBT = vAT
2
+ vBA
2
− 2vAT vBA cosθ BA .
Por fim, você deve substituir na equação anterior os valores vAT = 2,50
Km/h, vBA = 20Km/h e cosθBA = 0,800. Então, a velocidade máxima do
bote, em relação à terra, é de
CECI ER J – Extensão 87
Movimentos: Variações e Conservações | Cinemática vetorial
RESUMO
LEITURA RECOMENDADA
Uma explicação sobre vetores, operações entre vetores e suas projeções pode ser
vista no Apêndice desta aula.
88 CECI ER J – Extensão
3
AULA
As leis de Newton
Meta da aula
Apresentar e discutir as três leis de
Newton do movimento.
Pré-requisito
Para melhor compreensão desta aula, você precisa
ter estudado a Aula 2 – Cinemática Vetorial.
Movimentos: Variações e Conservações | As leis de Newton
Z'
z
v
P
r'
r
O'
O
X X'
90 CECI ER J – Extensão
Na lataria do automóvel há uma mancha puntiforme P, que tem
3
um certo movimento em relação a OXYZ e um outro movimento em
AULA
relação a O’X’Y’Z’. O vetor de posição da mancha em relação a OXYZ
r r r
é r . Em relação a OXYZ, a velocidade da mancha é v e sua aceleração é a .
r r r r
Naturalmente, v = dr / dt e a = dv / dt . Devido ao fato de o carro estar
r
acelerado, a aceleração a da mancha é diferente de zero, isto é, a ≠ 0 .
r
O vetor posição da mancha em relação a O’X’Y’Z’ é r ’; esse vetor é
constante, pois a mancha está fixa em relação a esse sistema de eixos.
Isso é uma conseqüência direta do fato de que tanto a mancha quanto o
sistema de eixos O’X’Y’Z’ estão fixos no automóvel. Portanto, em relação
ao referencial solidário ao automóvel representado pelos eixos O’X’Y’Z’,
r r
são nulas a velocidade v’ e a aceleração a’ da mancha. Logo, uma partícula
pode ter aceleração nula em relação a um referencial e, ao mesmo tempo,
ter aceleração diferente de zero em relação a algum outro referencial.
Agora, antes de enunciarmos a primeira lei de Newton, vamos
considerar um diálogo interessante escrito por Galileu nos “Diálogos
sobre os Dois Principais Sistemas do Mundo”, que está disposto no livro
de Nussenzveig (1997).
CECI ER J – Extensão 91
Movimentos: Variações e Conservações | As leis de Newton
92 CECI ER J – Extensão
Simplício: Tão longe quanto a superfície se estendesse sem subir
3
nem descer.
AULA
Salviati: Então, se este espaço fosse ilimitado, o movimento sobre
ele seria também ilimitado? Ou seja, perpétuo?
Simplício: Parece-me que sim, desde que o corpo móvel fosse feito
de material durável.
!
Toda partícula permanece em seu estado de repouso
ou de movimento retilíneo uniforme, a menos que seja
compelida a modificá-lo pela ação de algum agente
externo que a tire desse estado.
!
Esta situação implica um outro ponto importante na compreensão da primeira
lei de Newton: ela não é válida em qualquer referencial. Os referenciais em que
ela é válida chamam-se referenciais inerciais.
Por exemplo, a Terra não é um referencial inercial, porque gira em torno de
seu eixo, porém, para estudar os movimentos usuais na escala de laboratório,
a rotação da Terra em torno do seu eixo afeta muito pouco esses movimentos.
Portanto, na prática, podemos empregar o laboratório fixo na Terra como um
referencial inercial, com boa aproximação.
CECI ER J – Extensão 93
Movimentos: Variações e Conservações | As leis de Newton
ATIVIDADES
g
30m/s
94 CECI ER J – Extensão
3
RESPOSTAS COMENTADAS
AULA
a. Você deve perceber que o referencial O´X´Y´ é um referencial
inercial porque se move em um MRU com respeito ao
referencial inercial OXY. Sendo assim, você vai analisar o
arremesso da laranja em dois referenciais inerciais.
O arremesso observado do referencial OXY é um típico lançamento
de projétil, que você já estudou. Nesse caso, a aceleração é dada
pela aceleração da gravidade, g = 9,8m/s2, na direção vertical (com
sentido para baixo). Assim, você sabe que os vetores velocidade
e aceleração da laranja têm componentes dadas por
x(t) = 30t,
1
y(t) = 20 − 2 (9, 8)t .
2
CECI ER J – Extensão 95
Movimentos: Variações e Conservações | As leis de Newton
x ´(t) = 0,
1
y ´(t) = 20m − 2 (9, 8)t .
2
x´= 0 , 0 ≤ y ´≤ 20m .
96 CECI ER J – Extensão
3
AULA
RESPOSTA COMENTADA
(1s)
θT = 360o = (4 × 10−3 )o .
24 (3600s)
(1s)
θ S = 360o = (6 × 10−14 )o
(6 × 1015 s)
CECI ER J – Extensão 97
Movimentos: Variações e Conservações | As leis de Newton
98 CECI ER J – Extensão
r r r
com k1 > k2 > L > kn . Logo, a1 < a2 < L < an . Veja que, quanto
3
maior o valor da constante associada a um corpo, menor será a aceleração
AULA
que ele desempenhará sob a ação da força.
Agora, levando em consideração as duas experiências junto com
o que afirmamos anteriormente, ou seja, o fato de que é muito mais
fácil frear uma bicicleta do que um carro, somos levados a concluir que
a constante k deve medir uma propriedade diretamente proporcional à
inércia do corpo.
Na primeira experiência, onde estamos considerando apenas
um único corpo, k é mantido constante. Já no segundo experimento,
onde estamos considerando vários corpos submetidos a uma mesma
força, notamos que existem diferentes valores de k e diferentes valores
de aceleração. Logo, concluímos que o coeficiente k está relacionado, de
alguma forma, com a propriedade do corpo que caracteriza sua resposta à
força aplicada. Portanto, a dificuldade de acelerar um corpo se relaciona
com a sua quantidade de matéria, a qual chamamos de massa inercial.
Quanto maior a inércia (ou massa inercial) de um corpo, maior é a
dificuldade de acelerá-lo ou de freá-lo.
Agora estamos preparados para apresentar uma das leis fundamentais
do movimento de uma partícula, que podemos chamar de lei do determinismo
newtoniano. Ela foi obtida a partir de uma quantidade imensa de obser-
vações e resultados experimentais, e seu enunciado é dado a seguir:
!
Em cada instante, o produto da massa pela aceleração
de uma partícula em estudo é determinado pela
sua posição e sua velocidade e pelas posições e
velocidades das partículas vizinhas.
CECI ER J – Extensão 99
Movimentos: Variações e Conservações | As leis de Newton
Vamos entender bem o que essa lei afirma. Seja m a massa inercial
da partícula em estudo, supostamente conhecida (pois é uma constante
que, em princípio, pode ser medida ou calculada), seja a a aceleração
da partícula em estudo em um instante arbitrário, a lei do determinismo
newtoniano afirma que podemos determinar o produto de m por a, isto
é, o produto ma. Isto é praticamente o mesmo que dizer que podemos
determinar a aceleração a. De fato, se ma foi determinado, basta dividi-
lo por m para determinar a.
Uma vez enunciado a lei do determinismo newtoniano e
estabelecido o conceito de massa inercial, representado por m, e sua
relação com o conceito de força e de aceleração, vamos agora enunciar
a segunda lei de Newton:
!
A força total exercida sobre uma partícula é
igual ao produto da massa dessa partícula pela
sua aceleração.
1 dina = 10−5 N.
PRINCÍPIO DA SUPERPOSIÇÃO
F = m a. (3.2)
F = F1 + F2 + L + FN (3.3)
3
A resposta é: “um, e somente um!’”
AULA
Entre as trajetórias possíveis da partícula, com velocidades e
posições determinados para cada instante dessa trajetória, existe uma,
e somente uma, que satisfaz às condições de ter uma determinada posição
e uma determinada velocidade em um dado instante fixo.
É comum chamar de instante inicial o instante t0 em que estão
predeterminadas a posição r0 e a velocidade v0 da partícula, mesmo
que normalmente haja movimento antes de t0. Em conformidade com
essa nomenclatura, r0 e v0 são chamadas posição inicial e velocidade
inicial da partícula, respectivamente. A essas duas informações,
a posição e a velocidade iniciais, damos o nome de condições iniciais
do movimento.
As propriedades da segunda lei de Newton, que acabamos de
discutir, oferecem a solução do seguinte problema:
Dadas as forças que agem sobre uma partícula, bem como sua
posição e sua velocidade em um dado instante, como determinar o seu
movimento?
Esse é o chamado problema fundamental da Mecânica Clássica.
Como discutimos anteriormente, a segunda lei de Newton resolve
esse problema determinando quais são os movimentos possíveis da
partícula sob a ação das forças dadas. Dentre todos os movimentos
possíveis, um único possui, num certo instante, a posição e a velocidade
predeterminadas no problema.
Desse modo, a segunda lei de Newton se apresenta como um critério
para estabelecer quais são os movimentos possíveis de uma partícula em
um dado problema: são os que a satisfazem como equação. Essas idéias
serão ilustradas na próxima aula, na qual usaremos a segunda lei de
Newton para determinar movimentos possíveis de uma partícula em
algumas situações simples.
ATIVIDADES
Se, por outro lado, a velocidade inicial dobrar, e o carro for submetido a
uma mesma força durante a parada, qual será:
RESPOSTAS COMENTADAS
20m
(a)
F Carro (800kg)
x
a
(b)
Figura 3.3: (a) Um carro que está diminuindo a velocidade, até parar
depois de 20m; (b) O diagrama de corpo isolado do carro. A força
F produz uma aceleração a no carro.
v02 (10m/s)2
a=− =− = −2, 5m/s2 .
2∆x 2(20m)
b. Você pode calcular o tempo que o carro leva para parar com a equação
v = v0 + at. Dessa forma, como a velocidade inicial é v0 = 10m/s e a
velocidade final é v = 0, esse tempo vale
v0 (10m/s)
t=− =− = 4s.
a (−2, 5m/s2 )
(2v0 )2 (20m/s)2
∆x = − =− = 80m.
2a 2(−2, 5m/s2 )
2v0 (20m/s)
t ´= − =− = 8s.
a (−2, 5m/s2 )
Assim, você vai concluir que a variação do tempo das duas situações de
parada deve ser t ´ − t = 4s.
Alex
FA
Charles
FC
47.00 φ
x
1970 Pneu
Betty
FB
(a) (b)
Figura 3.4: (a) Vista do alto das três crianças puxando um pneu; (b) diagrama
de corpo isolado do pneu.
FA + FB + FC = 0
FC senφ + FAsen47 − FB = 0.
o
Note que usamos a notação |FA| = FA, |FB| = FB e |FC| = FC. A partir
da equação da componente X, você pode encontrar quanto vale o
ângulo φ ,
(220N)(0, 682)
φ = cos−1 = 28
o
(170N)
Para calcular qual é a força FB aplicada por Betty, você pode usar a
componente Y da equação da força resultante. O resultado que você
tem que encontrar é
FB = FC sen28o + FAsen47 o ,
= (170N)(0, 469) + (220N)(0, 731) = 241N.
!
Em nosso curso, um vetor poderá ser denotado por uma única letra em negrito,
r a, ou um vetor poderá também ser representado pela conhecida
por exemplo,
notação: a .
r
Já o módulo de um vetor a será denotado por |a| ou a . Também poderemos
representar o módulo de um vetor abolindo o negrito da letra, ou seja,
simplesmente por a.
r r
mi ai = Fij (3.5)
r r
mj a j = Fji (3.6)
3
força sobre a partícula em estudo i, exercida pela vizinha j, não depende
AULA
r
de outras partículas vizinhas de i. Ela é exatamente igual à força Fij que
seria exercida sobre i, se ela formasse um par isolado com j. Do mesmo
modo, a força sobre a partícula em estudo j, exercida pela partícula
r r
vizinha i, é exatamente igual à força Fji =que
− Fijseria exercida sobre j,
se ela formasse um par isolado com i. Portanto, graças ao princípio da
superposição, podemos considerar que, mesmo quando i e j não formam
um par isolado, é verdadeira a relação
r r (3.7)
Fji = − Fij
!
r r
Fji =Se− Fij é a força sobre uma partícula i exercida por uma partícula j e
r r
Fji é= a− Fforça
ij
sobre a partícula j exercida pela partícula i, então,
r r
Fji = − Fij (3.8)
r r r r
Fji = − Fij e Fji ,=mencionadas
As duas forças − Fij na terceira lei de Newton, são
chamadas forças de ação e reação. Qualquer uma delas pode ser chamada
força de ação e, nesse caso, a outra é chamada força de reação. Sendo
r r r r
assim, também dizemos que a força Fji =
é a− Fforça
ij ji = − Fij .
de reação à Fforça
r r
É claro que podemos nos referir à força Fji =como
− Fij força de ação da
r r
ji = − Fij é chamada força
partícula i sobre a partícula j. Dessa forma, aFforça
de reação da partícula j sobre a partícula i, ou ainda, força de reação
r r
à força Fji .= − Fij
r r r r
Fji = − Fij e Fji como
É comum denominar o par de forças = − Fij par de ação e
reação. Se escolhemos uma das forças do par para ser a força de ação,
a outra é chamada força de reação. Usando esses conceitos de ação e
reação, podemos enunciar a terceira lei de Newton da seguinte forma
abreviada:
!
A cada ação corresponde uma reação de mesmo
módulo, mesma direção e sentido oposto.
r r
r0 = f ( t0 ) e v0 = f& ( t0 ) , (3.9)
r r r r
r0 = f ( t0 ) ée av0função
onde ) ,f ( t0 ) e v0 e= f& ( t0 ) ,é a função velocidade do
= f&r(0t0=movimento
movimento procurado, sendo essa última, como sabemos, a derivada da
função movimento em relação ao tempo.
3
as condições iniciais de um movimento, existe uma única função
AULA
movimento que satisfaz à segunda lei de Newton e a essas condições
iniciais. Conseqüentemente, dadas a posição e a velocidade de uma
partícula num instante qualquer, podemos dizer que o seu movimento
futuro (e passado também) fica univocamente determinado pela segunda
lei de Newton. Vamos escrever a segunda lei de Newton
r r
∑ Fexternas = ma (3.10)
r
r = f (t ) (3.11)
r
r dr &
v= = f (t) (3.12)
dt
r
= f (t )
Essa é uma equação que relaciona, a cada instante, o valor r da
r r
função f, com o valor dr / dt de sua derivada e o valor d 2 r / dt 2 de sua
derivada segunda. Lembre-se de que as posições e as velocidades das
partículas vizinhas em um instante arbitrário são quantidades supostamente
conhecidas nos problemas em consideração. Posteriormente, voltaremos
a discutir o caso em que as posições e velocidades das partículas vizinhas
não são conhecidas para qualquer instante de tempo. Uma equação
como a anterior, que relaciona uma grandeza com suas derivadas,
é chamada, em Matemática, de uma equação diferencial. Além disso, uma
equação diferencial é dita de segunda ordem se nela a derivada segunda
é a de mais alta ordem. A segunda lei de Newton é, portanto, uma
equação diferencial de segunda ordem. Em contraste com as equações
algébricas nas equações diferenciais, a incógnita é uma função, ou seja,
r
as soluções dessa equação são as funções f que levam a valores de r, = f ( t )
r r
dr / dt e d 2 r / dt 2 que satisfazem à equação, isto é, a tornam verdadeira
em cada instante.
Já sabemos que essas soluções são os movimentos possíveis da
partícula no problema em questão. Entre essas soluções existe uma,
r r
e somente uma, que satisfaz às condições iniciais r0 = f ( t0 ) e v = f& ( t0 ).
Em suma:
A segunda lei de Newton é uma equação diferencial de segunda
ordem, cujas soluções são os movimentos possíveis de uma partícula em
um dado problema.
Entre essas soluções, há uma, e apenas uma, que resolve o
problema fundamental da Mecânica Clássica. Vamos sintetizar essa
propriedade na forma: se forem dadas as forças sobre a partícula, a
segunda lei de Newton determina, para essa partícula, um, e somente
um movimento que satisfaz às condições iniciais dadas por uma posição
e uma velocidade predeterminadas em algum instante fixo.
Essa propriedade da segunda lei de Newton é chamada de princípio
da existência e unicidade das soluções do problema fundamental da
Mecânica Clássica.
AULA
consideradas conhecidas, isto é, como dados do problema em
estudo. Isso significa que na segunda lei de Newton é conhecida
a função força, que determina a força sobre a partícula em estudo
para quaisquer que sejam as posições e velocidades das partículas
do problema. No entanto, é natural perguntarmos como são
obtidas essas funções forças. A resposta é que são obtidas a partir
de observações e experimentos, geralmente complementados por
cálculos teóricos. Analisando-se vários movimentos da partícula em
estudo e medindo-se, para cada um deles, as posições e as velocidades
de todas as partículas do problema em vários instantes, podemos
relacionar as acelerações da partícula em estudo com as posições e
velocidades de todas as partículas do problema. A partir desses dados,
lembrando que a força total sobre a partícula em estudo é igual ao
produto de sua massa por sua aceleração, é possível inferir expressões
para a função força que atua sobre a partícula em estudo, e que é
exercida pelas partículas vizinhas. É claro que, quanto maior for o
número de medidas feitas (e maior for a precisão de tais medidas),
mais próxima da realidade estará a nossa conclusão a respeito da
função força para um certo problema. Nesse sentido, encontrar as
funções forças sobre uma partícula numa certa situação significa
resolver o seguinte problema:
r r
ma = F ⇔ mx ax = Fx , my ay = Fy e mz az = Fz , (3.16)
3
r r r
f (/tdt
além das incógnitas r ,=dr ) e d 2 r / dt 2 referentes à partícula em estudo.
AULA
Como você verá, quando estudar a teoria das equações diferenciais, há
nesse caso incógnitas em excesso, o que torna impossível determinar
o movimento da partícula em estudo, usando apenas a equação
diferencial
r r r r
d2r r r r r dr dr1 drN
m = F r
1 , r , L , rN , , , L , . (3.17)
dt 2 dt dt dt
ATIVIDADES
5. Uma bala de fuzil de massa igual a 20g atinge uma árvore com uma
velocidade de 500m/s, penetrando nela a uma profundidade de 10cm.
RESPOSTAS COMENTADAS
(500m/s)2 m
ao = = 2, 5 × 105 2 .
2(0, 5m) s
AULA
com a segunda lei de Newton, |FBF | = mao . Como você já sabe, o
subscrito que nós estamos usando diz que FBF é a força (média) que
o fuzil “F” exerce sobre a bala “B”. Na Figura 3.5, está mostrado o
diagrama de corpo isolado da bala.
Figura 3.5: (a) Diagrama de corpo isolado da bala pouco antes de sair
do cano do fuzil; (b) diagrama de corpo isolado da bala ao penetrar
na árvore.
b. Quando a bala atinge a árvore, ela é freada até parar. Você sabe
que, para alterar o estado de movimento da bala, de velocidade
constante vo = 500m/s para v = 0, é necessária a ação de uma
força. Essa força é exercida pela árvore “A” sobre a bala “B”, que
nós podemos escrever como FBA. O diagrama de corpo isolado da
bala, ao penetrar na árvore, é mostrado na Figura 3.5. Você pode
calcular a aceleração média da bala, ao penetrar ∆x = 10cm na
árvore, com a igualdade a = −vo2/2∆x. Logo, o resultado a que você
deve chegar é que
(500m/s)2 m
a=− = −1, 25 × 106 2 .
2(0, 1m) s
b. o valor do ângulo θ.
1200
A
B C
100kg
300kg
AULA
Como o sistema de blocos e fios está em equilíbrio, as forças resultantes
que atuam em cada um dos blocos e em cada um dos nós B e C
devem ser vetores nulos. Você aprendeu a segunda lei de Newton, que
estabelece uma relação entre a força resultante e a aceleração de um
corpo, ΣF = ma. Assim, o equilíbrio (de forças) do sistema significa que
a aceleração de cada corpo deve ser nula. Mais ainda, para calcular a
força resultante, você vai usar o princípio da superposição das forças.
Você deve sempre esboçar um diagrama, um para cada bloco e cada
nó, isolando-o e determinando as forças atuantes. Na Figura 3.7, estão
quatro desses diagramas, onde você pode ver os blocos de massas
100Kg e 300Kg , e os nós B e C.
a. Para o bloco mais leve (m1 = 100Kg) ficar em equilíbrio estático, é
necessário que a força de tração no fio que liga esse bloco até o nó
B, T1 equilibre com a força peso, P1 = m1g (veja a Aula 4). Neste caso,
com o princípio de superposição
∑ F=T
bloco1
1 + P1 = 0 ⇒ T1 = −P1 ,
T2
TC
T1
TA
C 600
100kg 300 TB TB
300kg
P1 P1
P2
P2
Figura 3.7: Diagrama das forças que atuam nos blocos isolados e nós B e C.
você vai concluir que a força de tração tem módulo igual ao peso,
T1 = P1 = 980N, mas tem sentido para cima.
O mesmo raciocínio se aplica ao bloco de maior massa (m2 = 300Kg):
a força de tração no fio que liga o bloco até o nó C, T2 deve equilibrar
com a força peso, P 2 = m 2 g. Como resultado do princípio de
superposição, você vai encontrar que:
∑ F=T
bloco2
2 + P2 = 0 ⇒ T2 = − P2 .
Logo, você pode ver que a força de tração tem módulo T2 = P2 = 2940N
e tem sentido para cima.
Agora que você já sabe quais são os vetores T2 e T2 , vamos discutir como
obter os vetores de tração TA , TB e TC .
Veja na Figura 3.7 que as forças que atuam no nó B são as forças de
tração TA , TB e T1 . Para estar em equilíbrio estático, a força resultante no
nó B deve ser nula,
∑
pontoB
F = TA + TB + T1 = 0.
∑
pontoC
F = TB + TC + T2 = 0.
TC cosθ − TB = 0,
TC senθ − P2 = 0.
AULA
você elevar ao quadrado e somar as equações de equilíbrio acima,
Note que o resultado acima também pode ser obtido quando você
aplica o teorema de Pitágoras aos vetores de força que atuam no nó
C da Figura 3.7.
b. Para calcular o ângulo entre o fio CD e a horizontal, você divide a
segunda equação de equilíbrio do nó C pela primeira. Dessa forma,
você vai calcular a tangente do ângulo θ,
P2 2940
tan θ = = = 1, 73 ⇒ θ = 60o..
TB 1697
7. Uma corrente formada por cinco elos, com massa de 0,100Kg cada
um, é levantada verticalmente com aceleração constante de 2,50m/s2,
como mostrado na Figura 3.8. Determine:
RESPOSTAS COMENTADAS
AULA
= (0, 100)(9, 8 + 2, 50) = 1, 23N.
F45
F34
F23
F12
F21 P P P
P P
F32
F43
F54
Figura 3.9: Diagrama de corpo isolado para cada um dos cinco elos da corrente.
Você pode ver na Figura 3.9 que as três forças exercidas sobre o elo 2
são: a força peso P, a força de reação F21 = – F12 , para baixo, e a força
F23 para cima (do elo 3 sobre o elo 2). Com a segunda lei de Newton,
você pode mostrar que a relação entre a aceleração da corrente e a
superposição das forças descritas é dada por F23 – F21 – P = ma. Agora
você pode calcular o valor da força que o elo 3 exerce sobre o elo 2,
Veja na Figura 3.9 que as forças exercidas no penúltimo elo são a força
peso, a força de reação F43 = – F34 , para baixo, e a força F45 para cima
(do elo 5 sobre o elo 4). A superposição dessas três forças resulta num
vetor aceleração a para cima, F45 – F43 – P = ma, ou seja,
F = m(g + a) + F54
= (0, 100)(9, 8 + 2, 50) + 4, 92 = 6, 15N.
RESUMO
Pré-requisito
Para melhor compreensão desta aula, você precisa
ter estudado a Aula 3 – As Leis de Newton.
Movimentos: Variações e Conservações | As aplicações das Leis de Newton
LEI DA GRAVITAÇÃO
!
Em nosso curso, um vetor poderá ser denotado por uma única letra
em negrito, por exemplo, a, ou poderá também ser representado pela
r
conhecida notação: a .
r
Já o módulo de um vetor a será denotado por |a| ou a . Também poderemos
representá-lo abolindo o negrito da letra, ou seja, simplesmente por a.
r r r
mm r − r1
F = −G r r1 2 r r (4.1)
r − r1 r − r1
r r
mm r
F = −G r 2 s r’ (4.2)
r r
4
gravitacionais exercidas por N partículas, de massas m1, m2, …, mN,
AULA
e suas respectivas posições. Pelo Princípio da Superposição, a força
gravitacional total sobre a partícula é
r r r r r
mm r − r1 mm r − rN (4.3)
F = −G r r1 2 r r + ... + −G r r N 2 r r .
r − r1 r − r1 r − rN r − rN
r m
F
r − rC
C
z r
R r
rC
y
O
r r r
Mm r − rC
F = −G r r 2 r r ’ (4.4)
r − rc r − rC
!
Temos, então, que:
4
considerada como um referencial inercial para uma grande variedade
AULA
de problemas. Vamos supor essa situação e usar um sistema de eixos com
r
origem no centro da Terra. Nesse caso, temos que rc = 0 e a Equação
’
m
F
r
Terra
r
r
Centro r
r mM
P = −G 2 T rˆ (4.7)
r
r
A quantidade em frente à massa costuma ser representada por g,
r M
g = −G 2T rˆ (4.9)
r
4
escrito na forma
AULA
r r
P = mg (4.10)
r N
g = 9, 8 r (4.11)
Kg
r
Portanto, o vetor g tem módulo igual a 9,8 em unidades de
newtons por quilograma, sua direção e sentido são a direção e contrário
r
ao sentido do vetor unitário r . Obviamente, a direção desse vetor é a da
reta que une o ponto em que está a partícula ao centro da Terra, e seu
sentido aponta para esse centro. Para quem está na superfície da Terra
r
(ou próximo dela), a superfície parece plana, a direção de g é vertical e
seu sentido é de cima para baixo. Esse ponto de vista, isto é, de quem está
próximo à superfície da Terra, está ilustrado na Figura 4.3 a seguir.
r
g
r r
P = mg
Terra
r r r
Figura 4.3: A figura mostra g e o peso P = mg de uma partícula de massa m. Esses vetores
apontam para o centro da Terra, isto é, têm direção vertical e sentido para baixo.
Você deve ter notado que até o momento não demos um nome
r
para o vetor g , que talvez você já conheça pelo nome de aceleração da
r
gravidade. Continuaremos a usar esse nome para g, porque já é por
demais comum, mas fomos reticentes em adotá-lo, porque ele exige certo
cuidado. Isto porque apenas em uma situação é a aceleração da partícula.
É quando a força total exercida sobre a partícula é o seu peso. Nesse caso,
r r
a Segunda Lei de Newton, aplicada à partícula, toma a forma ma = P.
Substituindo a Equação (4.10) na equação anterior, que dá o peso em
r r r
função do vetor g, obtemos: ma = mg . Simplificando a massa em ambos
os lados dessa equação, vemos que a aceleração da partícula, nesse caso,
r r r
é igual ao vetor constante g, isto é, a = g.
Se, além do peso, houver outras forças que contribuam para a
r
força total sobre a partícula, a sua aceleração não será igual ao vetor g.
Por exemplo, você pode pôr uma bolinha de chumbo de massa m sobre
o chão, e a bolinha ficar em repouso. Nesse caso, tanto a velocidade da
bolinha quanto sua aceleração são iguais a zero. O peso da bolinha
r
continua a ser igual à massa m multiplicada pelo vetor g, de módulo
9,8 N/Kg, ao passo que não é a aceleração da bolinha, que, no caso,
r r
é nula: a = 0 .
r
Note que a unidade natural para o módulo de g é N/Kg, pois esse
módulo é dado pela Equação (4.10) da qual obtemos g = P/m. Sendo o
peso uma força, a unidade de seu módulo é o newton. Como a unidade
de massa é o quilograma, a unidade de g é o newton por quilograma.
Acontece que o newton é igual a kilograma vezes metro por segundo ao
quadrado, de modo que temos N/Kg = m/s2. Desse modo, tanto faz escrever
g = 9,8N/Kg como g = 9,8m/s2. Contudo, ao escrever g = 9,8 m/s2, você
deve ter em mente que nem
! sempre esse é o valor da
Podemos concluir, em resumo:
O peso de uma partícula de massa m é uma força igual ao produto de sua aceleração da partícula. Esse
massa pela chamada aceleração gravitacional, que é um vetor de direção é sempre o valor pelo qual
vertical e sentido para baixo. Para partículas próximas à superfície terrestre,
r devemos multiplicar a massa
o módulo de g é aproximadamente:
da partícula para obter o
g = 9,8m/s2 (4.12)
módulo do seu peso.
Se a força total que age sobre a partícula é apenas o peso, então a aceleração
da partícula é igual à aceleração gravitacional.
4
de partículas, isto é, um corpo, nas proximidades da superfície terrestre.
AULA
Digamos que o corpo seja constituído pelas partículas de massas m1, m2,
… , mN. Sobre cada uma dessas partículas age uma força-peso, exercida
r r r r r r
pela Terra. Esses pesos são dados, respectivamente, por P1 = m1 g, P = m2 g,L, PN = mN g
r r r r r r
P1 = m1 g, P = m2 g,L, PN = mN g .A soma vetorial desses pesos é a força gravitacional
total que a Terra exerce sobre o corpo. Vamos chamar essa força de
r
peso do corpo e representá-la por P . Desse modo, o peso do corpo é
dado por:
r r r r
P = P1 + P2 + L + PN
r r r
= m1 g + m2 g + L + mN g (4.13)
r
= ( m1 + m2 + L + mN ) g,
isto é,
r r
P = Mg, (4.14)
!
Temos, então:
o peso de um corpo próximo à superfície terrestre é a força
gravitacional total que a Terra exerce sobre ele e é igual ao produto
r
da massa do corpo pela aceleração gravitacional g.
ATIVIDADES
a. sobre a bola A,
b. sobre a bola B e
c. sobre a bola C.
AULA
0.500m
0.400m
0.300m
x B
A
RESPOSTAS COMENTADAS
a. Na Figura 4.4 você pode ver que a distância entre a bola A e a B é dada
por rAB = 0,300m. A força de atração gravitacional, FAB , que a bola B exerce
sobre a A, tem a direção do eixo +x. Com a Lei da Gravitação Universal, você
pode escrever que
Gm2
FAB = − FBA = 2
ux .
rAB
Agora, você já sabe quanto valem as forças FAB e FAC . Para encontrar a força
resultante sobre a bola de futebol A, basta que você calcule a soma vetorial
dessas forças, FA = FAB + FAC . O resultado da soma vetorial que você tem
que calcular é
FA = (1, 50 × 10−10 N) u x + (8, 44 × 10−11 N) u y .
AULA
entre as bolas A e C,
(6, 67 × 10−11 Nm 2 /Kg 2 )(0, 450Kg)2 3 4
FBC = −FCB = − ux + uy ,
(0, 500m)2 5 5
ou seja,
FBC = − FCB = (−3, 24 u x + 4, 32 u y ) × 10−11 N.
O vetor FB tem uma direção que faz um ângulo de 24,6o, no sentido horário,
com o eixo −x.
A direção do vetor FC faz um ângulo de 75,8o, no sentido horário, com o eixo −x.
b. na superfície da esfera;
RESPOSTAS COMENTADAS
Vamos usar o eixo radial que está mostrado na Figura 4.5. Você pode ver nesta
figura as três localizações da partícula, a uma distância de 0,200m, 0,400m e 1,50m
do centro da esfera.
0.2m
0.4m
1.5m
Figura 4.5: Ilustração da esfera sólida e as três localizações da partícula no eixo radial r.
GmM
F=− rˆ (r ≥ R = 0, 400m).
r2
Vamos usar os valores das massas M = 500Kg e m = 50g = 0,05Kg.
Vamos precisar também do valor da constante gravitacional, G = 6,67×10–11
N m2/Kg2.
a. Para uma partícula localizada a uma distância de r = 1,50m do centro da
esfera, você pode calcular qual é a força F que a esfera exerce sobre a partícula
de massa m = 0,05Kg.
F=−
(6, 67 × 10 −11
Nm2 / Kg 2 ) ( 500Kg )( 0, 05Kg )
^r
(1, 50m )
2
F=−
(6, 67 × 10 −11
Nm2 / Kg 2 ) ( 500Kg )( 0, 05Kg )
^
r
(0, 400m )
2
AULA
F = −(1, 04 × 10−8 N) ^
r.
Você vai calcular a força F que a esfera exerce sobre a partícula em um ponto
interno da esfera,
F=−
(6, 67 × 10 −11
Nm2 / Kg 2 ) ( 500Kg )( 0, 05Kg )( 0, 200m )
^r
(0, 400m )
3
F = ( −5, 21 × 10−9 N ) r
F(N)
r(m)
-5,21 × 10−9
-1,04 × 10−8
Figura 4.6: Gráfico da força gravitacional como função da distância ao centro da esfera.
4
mostra a Figura 4.7.a. Para simplificar, considere que haja apenas um
AULA
ponto de contato entre as suas superfícies, que chamaremos de ponto
P. (A nossa análise poderia ser estendida com facilidade às situações
em que há vários pontos de contato, mas isso não é necessário).
r
Se chamarmos de FAB a força de contato sobre o corpo A exercida pelo
corpo B, pela Terceira Lei de Newton, o corpo B sofre uma reação a essa
r
força, que denotamos por FBA . Naturalmente, é a força de contato sobre
r r
o corpo B exercida pelo corpo A. Dizemos que FBA e FBA são forças de
interação por contato entre os corpos A e B.
r
FAB
A
a Π
r
FBA
r
N AB
A
fAB
b
Π P
B
r
Fixemos nossa atenção na força de contato FAB . Vamos
considerar apenas corpos cujas superfícies tenham formas suaves. Para
elas, podemos considerar o plano tangente a ambas as superfícies no
ponto de contato. Denotamos por P o ponto de contato e por ∏ o plano
tangente, conforme indicado na Figura 4.7, podemos decompor a força
r
FAB em duas componentes bem determinadas: uma componente normal
r
ao plano tangente, denotada por N AB , e uma componente paralela ao
r
plano tangente, denotada por f AB . Temos, então,
r r r
FAB = N AB + f AB (4.15)
r r
onde N AB e f AB são univocamente determinadas por e pelo plano
tan-gente no ponto de contato, como indicado na Figura 4.7.b. A força
r
N AB é chamada força normal sobre o corpo A exercida pelo corpo B,
r
no ponto de contato P. A força f AB é chamada força tangencial ou força
de atrito sobre o corpo A exercida pelo corpo B, no ponto de contato
P. Tanto a força normal quanto a força de atrito são forças de contato.
É comum dizer que as forças de contato entre os corpos são forças de
contato entre as suas superfícies.
Considere agora um bloco de massa m em repouso sobre uma
mesa horizontal, como indicado na Figura 4.8.a. Os corpos vizinhos ao
bloco são a Terra, que o atrai verticalmente para baixo, e a mesa, que o
impede de cair sob essa atração. A Terra exerce sobre o bloco a força-
r r
peso, P = mg , e a mesa exerce sobre o bloco uma força que chamaremos
r
de FBM . Obviamente, é necessário que exista essa força, pois, se houvesse
r
apenas o peso, o bloco estaria caindo com aceleração igual a g. É fácil
r
verificar que a força FBM somente existe enquanto há contato entre o
r
bloco e a mesa. Portanto, FBM é uma força de contato. Estando o bloco
em repouso, sua aceleração é nula. Conseqüentemente, pela Segunda
r r r r r
Lei de Newton, obtemos: P + FBM = 0 , isto é, FBM = − P . Desse modo,
a força de contato sobre o bloco, exercida pela mesa, é igual a “menos
r
o peso do bloco”. Dizemos que a força FBM impede que o peso faça o
r r r r
bloco penetrar na mesa. Note que, embora FBM e P +tenham
FBM = 0o mesmo
módulo, a mesma direção e sentidos opostos, essas forças não formam
um par de ação e reação, como você já deve ser capaz de explicar.
Suponha agora que a mesa esteja levemente inclinada, como
na Figura 4.8.b e que o bloco permaneça em repouso. Novamente, a
r
força de contato FBM sobre o bloco, exercida pela mesa, continua a ser
r
igual a “menos o peso do bloco”. Note que FBM pode ser decomposta
em duas componentes vetoriais bem determinadas: uma componente
r r r r
FBM = N + f , paralela à superfície da mesa, e uma componente N AB, normal à
r r r
superfície da mesa, de modo que FBM = N + f . A Figura 4.8.c mostra
4
r
bloco. A componente N AB
normal impede que o bloco penetre na mesa, e
AULA
a componente paralela impede que ele escorregue sobre a superfície da
r
mesma mesa. A componente N AB
é chamada de força normal que a mesa
r r r
FBM = N + f é chamada de força de atrito que
exerce sobre o bloco, e a componente
a mesa exerce sobre o bloco. Ambas são forças de contato.
Naturalmente, quando a mesa não está inclinada, a mesa exerce
apenas uma força normal sobre o bloco, como mostrado na Figura 4.8.a.
r r
r FBM N AB
FBM
r r r
FBM = N + f
r r r r r r
r r r P + FBM = 0 P + FBM = 0
P + FBM = 0
a b c
Figura 4.8: Bloco em repouso sobre: (a) a superfície horizontal de uma mesa e (b) a
superfície inclinada de uma mesa. As forças P e FBM que atuam sobre o bloco estão
r r r
FBM = NABe+ f .
indicadas. (c) As componentes de FBM estão indicadas,
Vab
Π
a
f
b
B
r r
f AB = µc N AB , para o atrito estático (4.16)
4
rBM
direção e sentido oposto ao da velocidade relativa VAB . O fato de que a
AULA
força de atrito cinético tem sentido oposto ao vetor velocidade relativa
significa que o atrito cinético sempre se opõe ao movimento relativo entre
as superfícies em contato, isto é, ao deslizamento entre elas.
Considere agora os pontos de contato a e b entre os corpos A e
B, como mostra a Figura 4.9. Suponha agora que eles permaneçam em
contato durante certo intervalo de tempo. Temos então que, durante esse
r r
intervalo, a velocidade relativa VAB = 0 ; ou seja, não há deslizamento entre
as superfícies, visto que permanecem em contato. Nesse caso, a força de
atrito entre as superfícies é chamada de força de atrito estático.
r r r
= N + f exercida no corpo A pelo
FBMestático
Considere a força de atrito
corpo B. Por definição, ela está no plano tangente ∏. Entretanto, o
seu módulo, a sua direção e o seu sentido dependem das outras forças
do problema e dos prováveis movimentos relativos entre a superfícies
dos corpos em contato. A força de atrito estático não é conhecida de
antemão e é determinada ao se solucionar o problema em consideração.
A única coisa que sabemos de antemão é o valor máximo que o módulo
da força de atrito estático pode ter. Definimos esse valor máximo como
r
sendo proporcional ao módulo da força normal, N AB . A constante de
proporcionalidade é chamada coeficiente de atrito estático e é uma
característica dos corpos em contato. Representando esse coeficiente
por µe , temos
r r
f ≤ µ N AB , para o atrito estático. (4.17)
ATIVIDADE
RESPOSTAS COMENTADAS
4
Movimento
AULA
N N
f
a
Px 450 Py Px 450 Py
a
450 450
P P
a b
Figura 4.10: Diagrama de corpo isolado do bloco (a) na subida e (b) na descida.
P = −14u x − 14u y .
N = Nu y .
f = − µ Nu x .
A força resultante que atua sobre o bloco é dada pela soma vetorial
das forças f, P e N. Você aprendeu a Segunda Lei de Newton, que
estabelece a relação entre a força resultante exercida sobre o bloco e a
sua aceleração,
f + P + N = ma.
Sabendo quanto vale o módulo da força normal, você pode calcular quanto
vale a força de atrito,
f = µ N = 0, 3(14N) = 4, 2N.
(f + Px ) (4, 2 + 14)N
ax = − =− = −9, 0m/s2 .
m (2Kg)
O tempo que o bloco leva até parar, v = 0, sendo que inicialmente estava
se movendo com uma velocidade v0 = (22m/s) ux , é calculado com a
fórmula do MRUV, v(t) = v0 + at. Portanto, você pode facilmente calcular
o tempo de subida,
v − v0 (18m/s)
t= =− = 2s.
ax (−9, 0m/s2 )
c. Para calcular a distância com que o bloco sobe, você deve usar a função
horária de um MRUV para o movimento do bloco ao longo do eixo x.
AULA
que vale
x(t) = (18m/s)(2s) − (4, 5m/s2 )(2s)2 = 18m.
LEI DE HOOKE
4
não se flexione em relação a essa direção, de modo a permanecer sempre
AULA
reta. A dimensão da mola ao longo de sua direção longitudinal é chamada
comprimento da mola.
Quando a mola está em sua forma natural, o seu comprimento
é chamado comprimento natural. Obviamente, uma mola solta
permanece com seu comprimento natural. Quando a mola é esticada
ou comprimida, ela abandona sua forma natural e seu comprimento
aumenta ou diminui.
A diferença entre o comprimento que a mola apresenta em certo
estado e o comprimento natural é chamada elongação da mola naquele
estado. Se a mola está esticada, seu comprimento é maior do que o natural
e sua elongação é positiva. Se está comprimida, o seu comprimento é
menor do que o natural e sua elongação é negativa.
Representemos por l o comprimento da mola em um estado
qualquer e por l0 o seu comprimento natural. Portanto, se a mola tem
comprimento l, sua elongação é l – l0.
A Figura 4.11 a seguir mostra uma mola em três situações: esticada,
comprimida e solta. A fim de ser esticada ou comprimida, ela está presa
em uma de suas extremidades a uma parede e, em outra extremidade, a
um bloco rígido sobre uma mesa horizontal. A parede e o bloco exercem
sobre a mola as forças que a esticam ou comprimem. As extremidades da
mola estão presas a uma mesma altura, de modo que a mola permanece
na horizontal. Lembre-se de que supusemos que a mola não se flexiona
em relação à sua direção longitudinal. Devemos, pois, supor que uma
mola é leve o bastante para não se vergar ao próprio peso.
l > l0 l < l0 l = l0
F
F'
a b c
Figura 4.11: (a) Mola esticada pela parede e pelo bloco. (b) Mola comprimida pela
parede e pelo bloco. (c) Mola solta, em seu comprimento natural.
Note que, na Figura 4.11 acima, a mola está esticada por forças
r
exercidas em suas extremidades. Seja F a força de reação da mola sobre
o bloco. Essa força tem a direção longitudinal da mola e o sentido que se
opõe ao esticamento da mola, que é o sentido da direita para a esquerda,
como ilustra a Figura 4.11.
Suponha que sejam feitas medições do módulo F da força, para
diferentes comprimentos da mola, que não ultrapassem o seu limite de
elasticidade. O resultado obtido é que, em boa aproximação, o módulo
da força é proporcional à elongação l – l0. A constante de proporciona-
lidade é positiva e será representada por k, o que nos leva a escrever:
F = k| l – l0 |.
Considere a situação em que a mola está comprimida, como na
Figura 4.11.b. Agora seu comprimento l é menor do que o natural e a
r
elongação l – l0 é negativa. A força F ′ , que a mola exerce sobre o bloco,
tem novamente a direção longitudinal da mola, mas seu sentido é o que
se opõe à compressão da mola, o sentido da esquerda para a direita,
como ilustra a Figura 4.11.b.
No caso em que a mola é comprimida, a variação de comprimento
l – l0 é negativa, de modo que devemos usar o módulo da variação
para enunciar o seguinte resultado: medições feitas para diferentes
comprimentos da mola mostram que, em boa aproximação, o módulo
da força é proporcional ao módulo da elongação, sendo a constante de
proporcionalidade igual à obtida no caso de esticamento da mola. Em
suma, tanto no caso de esticamento quanto no de compressão, temos
F = k l − l0 . (4.18)
4
Para indicar que o sentido da força exercida pela mola sempre se opõe à
AULA
deformação, seja ela compressão ou esticamento, vamos dizer que a força
exercida pela mola é restauradora, pois é uma força que tenta restaurar a mola
à sua forma natural. Podemos então resumir as propriedades obtidas para a
força exercida pela mola da seguinte maneira:
A força exercida por uma mola sobre um corpo preso em sua extremidade
é uma força restauradora na direção longitudinal da mola e com um
módulo proporcional ao módulo de sua elongação, sendo a constante de
proporcionalidade uma característica da mola.
Fx
k
cm k
O
x
x
x0 x
r r
x µx
Dado que a força F =
daFmola sobre o bloco tem a direção longitudinal
r r
da mola, ao longo da qual escolhemos o eixo OX temos F = Fx µ x , onde
r r
F = Fex µ x é o vetor unitário na
Fx é a componente da força ao longo de OX
direção OX. Como já mencionamos anteriormente, a força tem somente
essa componente. Podemos, então, expressar a Lei de Hooke na forma:
Fx = −k ( x − x0 ) . (4.19)
Fx = −kx. (4.20)
4
AULA
4. Um cabo atado a uma balança de mola mantém uma esfera em
equilíbrio sobre um plano liso inclinado, como mostra a Figura 4.13.
O peso da esfera vale 20N. A balança, fixada acima do plano, registra 10N.
O ângulo de inclinação do plano em relação à horizontal é igual a 30o.
30o
RESPOSTAS COMENTADAS
P = −10u x − 10 3u y .
A Figura 4.14 mostra que a força da mola F faz um ângulo de 60o −θ
com o eixo x. Assim, as componentes desta força são Fx = F cos(60o −θ) e
Fy = F sen(60o −θ).
θ x
N
60o −θ
F
Fy Fx
Px
30o
30o Py
Escrita em termos dos vetores unitários, você pode escrever que a força
da mola é dada por
F = 10 cos(60o − θ )u x + 10sen(60o − θ )u y .
AULA
ou simplesmente a força normal N, está na direção do eixo y. Sendo assim,
você vai escrever esta força da seguinte maneira:
N = Nu y .
No equilíbrio, a força resultante sobre a esfera deve ser nula. Para calcular
essa força resultante, você vai usar o Princípio de Superposição das Forças.
Neste caso, a força resultante exercida sobre a esfera é a seguinte:
F + P + N = 0 ⇔ F = − P − N.
10 sen(60 − θ ) = 10 3 − N.
o
( )
2
100 = 100 + 10 3 − N ⇒ N = 17, 3N.
Determine:
m1
xa
m1
m2 xb
m2
a b
AULA
a. Vamos usar o eixo vertical y porque é conveniente. Dessa forma,
todas as forças que atuam nos blocos têm sentido positivo (para
cima) ou negativo (para baixo).
Veja na Figura 4.15.a, onde o comprimento da mola vale xa =
8,00cm, que a mola está “solta” porque xa > xo. Assim, a força
exercida pela mola, Fa , tem sentido negativo no bloco 1 e sentido
positivo no bloco 2.
As duas forças que atuam sobre o bloco 2 são a força-peso
P2 = m2 g , para baixo, e a força da mola, Fa . Como o bloco 2 está
em equilíbrio, a Segunda Lei de Newton estabelece que
Fa − P2 = 0 ⇒ Fa = m2 g = 39, 2N,
T − P1 − Fa = 0 ⇒ T = m1 g + Fa = 98N.
N − P2 − Fb = 0.
Ao substituir o valor do módulo da força peso, P2 , e da força Fb , você
chega ao resultado
N = m2 g + Fb = 98N.
6. A Figura 4.16 mostra uma mola com uma de suas extremidades presa
ao teto e outra a um ponteiro. Ao lado do ponteiro, está colocada uma
escala graduada em milímetros. Três diferentes pesos são pendurados na
mola, como está indicado na figura.
30
40
60 W
110N
240N
RESPOSTAS COMENTADAS
P2 − k(l2 − lo ) = 0.
Como resultado, você vai encontrar que o comprimento natural da mola vale
AULA
estático. Nesta situação, a força da mola deve ter um módulo igual
a F3 = P3 . Você pode verificar essa afirmação com a Segunda Lei
de Newton,
P3 − k(l3 − lo ) = 0.
Uma vez que para a massa cujo peso vale P3 o ponteiro registra um
comprimento l3 = 0,03m, você deve calcular que
ROLDANAS
l2
l1 T T
a a
−
2
m1g
m2g
r
Chamamos de T a tensão do fio, que, de acordo com a nossa
discussão acima, é a mesma dos dois lados da polia 2, e é também a
mesma com a qual a polia 1 age sobre a massa m1. Seja a aceleração
da massa m 1, tomada positivamente quando dirigida para cima
(os movimentos são todos na vertical). A equação de movimento da
massa m1 é então
T − m1 g = m1 a. (4.21)
4
ter
AULA
∆l1
∆l1 + 2∆l2 = 0 ⇒ ∆l2 = − .
2
(4.23)
m2 a
2T − m2 g = . (4.24)
2
2 ( m2 − 2m1 )
a= g (4.25)
4m1 + m2
3m1 m2
T= g.
4m1 + m2 (4.26)
m2
m1 = , (4.27)
2
como você deve ser capaz de deduzir. Veja que o estudo de polias tem
ampla aplicação na vida cotidiana em conseqüência do fato de ela reduzir
o esforço no levantamento de diversos corpos.
ATIVIDADES
a. a tensão T da corda e
m1 m2
m3
RESPOSTAS COMENTADAS
Veja na Figura 4.18 que as partes móveis do sistema são os blocos de massas
m1 e m2 , e também o subsistema formado pela massa m3 presa à polia,
que se movem solidariamente. Você aprendeu na aula que a força de tensão
T da corda é a mesma dos dois lados de qualquer uma das três polias.
l1 T T l3 T T l2
m1 m2
m3
P1 P2
P3
Figura 4.19: Diagrama das forças que atuam sobre os blocos
de massas m1, m2 e m3.
T − m1 g = m1 a1 ,
T − m2 g = m2 a2 ,
2T − m g = m a .
3 3 3
4 gm1m2 m3
T= = 14N.
(m1m3 + m2 m3 + 4m1m2 )
T
a1 = − g = 4m/s2 .
m1
Como a1 é positiva, a massa m1 sobe em um MRUV.
De forma análoga, você vai calcular a aceleração a2 da massa m2 , que
é negativa; e, portanto, esta massa desce.
T
a2 = − g = −3m/s2 ,
m2
Por fim, você deve usar a equação de movimento da massa m3 para
calcular o valor da aceleração a3 . O resultado que você tem que encontrar
é o seguinte:
2T
a3 = − g = −0.6m/s2 .
m3
a. Com que força o homem deve puxar a corda para que ele consiga subir
com velocidade constante?
c. Suponha, em vez disso, que a corda à direita é segurada por uma pessoa
no chão. Repita os itens (a) e (b) para esta nova situação.
RESPOSTAS COMENTADAS
T T
PH
N
PP
Homem Plataforma
PH
T + N − PH = g a,
T − N − P = PP a.
P
g
AULA
porque, ao somar as duas equações de movimento, do homem e da
plataforma, a força normal é cancelada. Com isso, você vai calcular que
o módulo da tensão na corda vale
a a
2T = (PH + PP ) 1 + = P 1 + .
g g
Note que na equação acima foi usada a soma das forças-peso, isto é,
P = PH + PP . O resultado que você encontrou depende somente da força
peso conjunta do homem e da plataforma, P = mg , e da aceleração a.
Assim, o módulo da força de tração é dada por
P a
T= 1 + .
2 g
P 1
T= = (100Kg)(9, 8m/s2 ) = 490N.
2 2
b. Neste caso, o homem puxa a corda de maneira que a plataforma sobe
com uma aceleração a = 1,30m/s2. Ao substituir o valor desta aceleração
na equação que você calculou para a força de tensão, o resultado que
deve ser obtido é o seguinte:
P a 1 2 (1, 30m/s2 )
T= 1 + = (100Kg)(9, 8m/s ) 1 + = 555N.
2 g 2 (9, 8m/s2 )
a (1, 30m/s2 )
T = P 1 + = (100Kg)(9, 8m/s2 ) 1 + = 1110N.
g (9, 8m/s2 )
Uma rápida comparação entre os resultados que você calculou nos permite
concluir que, para elevar a plataforma, a pessoa no chão deve fazer o dobro
do esforço feito pelo homem que está sentado.
MOVIMENTO CIRCULAR
Fr
Fr
4
mover em uma linha reta. Entretanto, como a corda exerce uma força
AULA
r
radial Fr sobre a bola, ela descreve uma trajetória circular. Esta força
radial é dirigida ao longo da corda em direção ao centro do círculo,
como mostrado na figura anterior.
Mas qual o valor dessa força? E como sabemos que ela está dirigida
para o centro do círculo?
Para responder a essa pergunta, vamos começar considerando
um caso especial de movimento circular, o movimento circular uniforme
(MCU), em que o módulo da velocidade instantânea é constante ao longo
do movimento da partícula.
No MCU, tanto a velocidade como a aceleração são constantes, em
módulo, porém ambas mudam de direção e sentido durante o movimento.
Exemplos deste tipo de movimento podem incluir um ponto sobre um
disco em rotação numa vitrola, os ponteiros de um relógio, carros se
locomovendo ao longo de uma rotatória ou, em boa aproximação,
a órbita da Lua ao redor da Terra.
P1
r
C θ
V1
r
P2
V2
θ
V2 V1
Q2 ∆V Q1
4
mudança na velocidade à medida que a partícula se
AULA
move de P1 para P2. Essa mudança é dada pelo vetor
r r r P1
∆v = v2 − v1 , que é visto na figura. r
r r r
Se desenharmos ∆v no = vponto
2 − v1 médio do arco P1P2,
C v ∆t
como mostra a Figura 4.25 a seguir, vemos que o vetor θ
aponta para o centro do círculo. De fato, na Figura 4.25,
desenhamos o triângulo formado pela corda P1P2 e os r
V2
raios CP1 e CP2. (Note que ambos os triângulos, CP1P2 P2
e OQ1Q2 , são isósceles, ou seja, possuem o mesmo
V1
r r rr r r ∆v
ângulo no vértice.) O ângulo θ entre os
∆vvetores
= v2 −∆vv1 =
e v2 − v1
r r r
é o mesmo que P1CP∆
2
= v2 − v1 é perpendicular a CP2
,vporque
r r r Figura 4.25: A partícula percorre o arco
∆v = v2 e− v1 é perpendicular a CP1. P1P2no tempo ∆t. ∆v é mostrado em cinza.
Desenhando a bissetriz do ângulo θ na Figura
4.25, temos:
1 θ (4.30)
∆ = vsen .
2 2
Substituindo a Equação 4.30 na Equação 4.29, obtemos:
∆v v 2 sen (θ / 2 ) (4.31)
a = lim = lim .
∆t →0 ∆t ∆t →0 r θ /2
∆v v 2 sen (θ / 2 )
a = lim = lim . (4.32)
∆t →0 ∆t r ∆t → 0 θ /2
v2 (4.33)
a= .
r
v a
4
AULA
do movimento. A velocidade é sempre tangente ao círculo e tem o
sentido do movimento, seu módulo é sempre constante, mas sua direção
e sentido mudam continuamente. Essa mudança gera uma aceleração,
também constante em módulo.
Como o sentido e a direção da aceleração são os mesmos de
r rque a direção de ar é sempre radial e seu sentido é sempre
r , temos
∆v = v2 − v1
apontando para dentro do círculo. Por causa disso, essa aceleração é
chamada de radial, ou aceleração centrípeta, que significa “procurando
o centro”.
Portanto, a aceleração tem o módulo constante e aponta sempre
na direção do centro do círculo no MCU. Sendo assim, é responsável
pela mudança de direção do movimento e mantém a trajetória da
partícula circular.
Se nós aplicarmos a Segunda Lei de Newton ao longo da direção
radial, encontramos que a força total causando a acerelação centrípeta
é dada por:
v2
∑ F = ma c =m
r
. (4.34)
m2
r r r r
m1 g + N1 + T1 = m1 a1
e
r r r (4.35)
m2 g + T2 = 0
r r
onde T1 é a força que o fio exerce sobre m1, T2 é a força que o fio exerce
r
sobre m2 , N1 é a reação normal que a superfície da mesa exerce sobre m1
e é a aceleração dessa partícula. Note que, por se tratar de um fio ideal,
r r r
T1 = T2 = T . Escolhendo os eixos cartesianos, de modo que a superfície
da mesa coincida com o plano OXY, que o eixo OZ aponte para cima
e a origem esteja localizada no buraco da mesa, podemos escrever
v12
( N1 − m1 g ) uz − Tur = m1 ur
r
e
r
(T − m2 g ) uz =0 (4.36)
r
em que ur é o unitário na direção radial e N1 = N1 . Usando, então,
a independência linear entre uz e ur , concluímos:
r
N1 g = m1 g,
v12 (4.37)
T = m1 ,
r
T = m2 g.
m2
gr = v12 . (4.38)
m1
r
C
4
coeficiente de atrito estático correspondente. No entanto, considere
AULA
que a força de atrito não possua componente ao longo da direção do
movimento do carro, isto é, suponha que a força de atrito sobre os pneus
seja paralela à superfície da pista e perpendicular à velocidade do carro.
Essa hipótese é bastante razoável, pois, como o carro se movimenta com
MCU, o módulo de sua velocidade permanece constante (se o motorista
apertasse o acelerador ou o freio, apareceria uma componente da força de
atrito ao longo da direção do movimento do carro). Desejamos analisar
aqui algumas situações interessantes. Mais especificamente, gostaríamos
de responder às seguintes perguntas:
1. Qual deve ser o módulo da velocidade do carro, para que a
força de atrito sobre os pneus seja nula?
2. Qual é o valor crítico para o módulo da velocidade do carro,
acima do qual ele começa a derrapar?
r N cosθ = mg
r r (4.39)
N + mg = ma ⇒ mv02
N senθ =
r
Dividindo a equação de baixo pela de cima, obtemos:
mg + fat senθ
N= (4.42)
cosθ
mg + fat senθ v2
− senθ + fat cosθ = m (4.43)
cosθ r
e, conseqüentemente, ao resultado
v2
fat = m cosθ − mg senθ (4.44)
r
v2
N = mg cosθ + m senθ (4.45)
r
4
do valor v0 = gr tan θ , o módulo da força de atrito fat cresce a partir do
AULA
valor nulo. No entanto, fat não pode aumentar indefinidamente, pois,
como sabemos, existe um valor máximo para o módulo da força de
atrito entre duas superfícies em contato, dado por µeN. Portanto, existe
um valor máximo para v, que designaremos vmax , acima do qual o carro
derrapará sobre a pista, no sentido para cima. Para descobrirmos o valor
de vmax , basta substituir na Equação (4.44) o valor máximo do módulo
da força de atrito, ou seja, basta escrever fat = µeN, com N dada pela
Equação (4.45). Seguindo esse procedimento, obtemos:
v2 v2
µe mg cosθ + m max senθ = m max cosθ − mg senθ , (4.46)
r r
ou seja,
senθ + µe cosθ
2
vmax = gr (4.47)
cosθ − µe senθ
ATIVIDADES
9. Uma determinada corda pode suportar uma tensão máxima de 40N sem
romper. Uma criança amarra uma bola de 400g a uma das pontas da corda
e segura a outra extremidade girando a bola num círculo vertical de 0,9m de
raio e aumentando lentamente a velocidade até a corda arrebentar.
RESPOSTAS COMENTADAS
Na Figura 4.30 você pode ver a bola de massa m = 0,40kg presa a uma
corda de comprimento r = 0,9m, que gira em torno de um círculo vertical
em torno de um ponto fixo O, ao qual a outra extremidade é segurada pela
criança. O movimento da bola, embora circular, não é uniforme, pois a bola é
acelerada na descida e retardada na subida. Contudo, a componente normal
da aceleração continua a ser dada por ac = v2/r. Além disso, agora, há uma
componente tangencial da aceleração.
O
T
θ
P⊥
θ
P||
P
Figura 4.30: Diagrama de forças aplicadas a uma bola que gira
no sentido horário, em um círculo vertical com centro em O.
AULA
a tração T da corda. Veja na Figura 4.30 que você pode decompor
a força-peso em uma componente normal, de módulo P⊥= mgcosθ,
e em uma tangencial de módulo P|| = mgsenθ. As forças tangencial e
normal são, respectivamente,
F|| = mg senθ ,
F⊥ = T − mg cosθ .
Note que a aceleração tangencial, de acordo com a Segunda Lei de
Newton, é F||
a|| = = gsenθ ,
m
v2
T = m − g
r
Neste movimento existe uma determinada velocidade crítica vc , no
ponto mais alto da circunferência, abaixo da qual a corda fica frouxa.
A corda vai afrouxar quando não estiver submetida a uma força de
tração, isto é, quando T = 0. Nessa situação crítica, o resultado para a
força de tração que você calculou acima fornece a velocidade crítica,
Note que nesta situação a única força exercida sobre a bola é a força-peso,
orientada para baixo. Assim, a força-peso P é a força centrípeta exercida
sobre a bola.
A criança deve começar a girar a bola com uma velocidade maior ou igual à
velocidade crítica, vc ≥3,0m/s, de forma que a corda esteja sempre esticada.
O resultado que você encontrou é bastante interessante porque a velocidade
crítica depende do raio da circunferência e não depende da massa da bola.
b. Você pode visualizar a situação da seguinte maneira: a criança começa a
girar a bola com uma velocidade maior do que vc , e, conforme foi descrito,
vai aumentando lentamente a velocidade até a corda arrebentar.
Como ficou demonstrado por você, o módulo da força de tração depende
do ângulo θ. No ponto mais alto da trajetória circular da bola, no qual
θ = 180o, a força de tração é mínima, enquanto que no ponto mais baixo, no
qual θ = 0, a força de tração é máxima. Neste último caso, como cosθ = 1,
o módulo da força tração máxima exercida sobre a bola deve valer
v2
T = m + g .
r
Como a criança vai aumentando a velocidade lentamente, digamos de vc até
vmáx , a corda usada na brincadeira vai arrebentar no instante em que estiver
submetida a uma tração cujo módulo é igual a Tmáx = 40N. Portanto, você
deve chegar à conclusão de que isso vai acontecer no ponto mais baixo da
trajetória circular.
c. A corda vai arrebentar quando a força de tração atingir um módulo igual
a Tmáx = 40N. Nesse exato instante, quando a bola estiver no ponto mais
baixo de sua trajetória, você pode calcular a velocidade vmáx com a equação
da força de tração máxima. O resultado é o seguinte:
Tmáxx
vvmÆ
máx =
x r mÆ − g
m
Dessa forma, no instante em que a corda arrebentar, a velocidade da bola será
(40N)
vvmÆ
x =
máx (0, 9m) − (9, 8m/s2 ) = 9, 0m/s.
(0, 40kg)
AULA
que atenda as seguintes condições: um carro em repouso não deve deslizar
para dentro da curva, e um carro viajando com uma velocidade menor do
que 60Km/h não deve deslizar para fora da curva. A pista tem um coeficiente
de atrito estático de 0,40 entre o asfalto e os pneus.
RESPOSTAS COMENTADAS
220
220
220
f
220
a. Na Figura 4.31.a, você pode ver que, com a nossa escolha do eixo
+y na direção vertical, a força-peso P pode ser escrita da seguinte
forma:
P = − mguy
Note que a força de atrito fo tem que estar paralela ao plano inclinado
e com o sentido “para cima”, isto é, tem o sentido inverso à tendência
do movimento (deslizamento). As projeções do vetor fo permitem que
você represente a força de atrito pelo seguinte vetor:
fo = − fo cosθ u x + fo senθ uy .
N o = No senθ u x + No cosθ uy
Para o carro ficar em repouso na pista, ou seja, não deslizar para baixo
do plano inclinado, você deve concluir que a força resultante exercida
sobre o carro deve ser nula. O princípio de superposição das forças
estabelece que a força resultante exercida sobre o carro é
P + fo + N o = 0.
AULA
carro está prestes a deslizar em direção à base do plano inclinado, tem
um valor igual a
fo = µ e N o ,
O raciocínio que você tem que usar para chegar a este resultado é
supor que o módulo da força normal é diferente de zero, No ≠ 0. Dessa
forma, a relação acima permite que você encontre o ângulo θ no qual
a pista deve estar inclinada,
θ = tan−1 0, 4 = 22o.
f = f cosθ u x − f senθ uy .
2
v2mÆ cosθ − µe senθ
r= máx
x
.
g senθ + µe cosθ
r = 30m.
RESUMO
Nesta aula enunciamos a Lei de Gravitação de Newton como uma a ação a distância
e instantânea entre corpos com massa e usamos seu enunciado para calcular a
aceleração g de corpos em queda livre próximos à superfície da Terra, quando
desprezamos a resistência do ar.
Analisamos as forças de contato entre superfícies suaves e identificamos as
componentes “normal” e de atrito quando as superfícies se tocam num único
ponto. Definimos, então, as forças de atrito estático e cinético válidas de modo
aproximado e exclusivamente para corpos sólidos com superfícies secas e de
formatos suaves.
Também enunciamos a Lei de Hooke para o sistema massa-mola e estudamos
a variação da força em função da elongação da mola.
AULA
exerce sobre uma corda e vimos como um sistema de polias pode reduzir o
esforço no levantamento de diversos corpos.
Finalmente, deduzimos a aceleração centrípeta sobre corpos em movi-
mento circular uniforme e estudamos situações que envolvem partículas
em trajetórias circulares.
Pré-requisito
Para melhor compreensão desta aula, você precisa ter
estudado a Aula 4 – As Aplicações das Leis de Newton.
Movimentos: Variações e Conservações | Energia e trabalho
TRABALHO E ENERGIA
θ
F cos θ
Figura 5.1: Bloco sendo puxado por uma força constante, o que acarreta
um deslocamento d.
W = ( F cosθ ) d. (5.1)
5
força F na direção do deslocamento é eficaz para movimentar o bloco.
AULA
Aliás, como você sabe, essa projeção é dada por
F cosθ , (5.2)
W = F cosθ d.
F1
θ2
F2
θ1
1 (5.4)
K= mv 2 .
2
!
Definimos energia como a capacidade de produzir
trabalho.
5
pela força que forneceu energia ao bloco? Como assim a energia é a
AULA
capacidade de produzir trabalho?” Bom, é essa a pergunta a que vamos
tentar responder nesta aula.
Vamos começar tentando calcular o trabalho realizado pela
resultante de todas as forças que atuam sobre um corpo arbitrário.
Assim, imagine um corpo em que atuam n forças constantes sobre ele,
cada força associada a um índice i, i = 1,L, n . Como calcular o trabalho
realizado pela resultante?
Bom, o trabalho realizado pela resultante deve ser a soma dos
trabalhos realizados por cada uma das forças que atuam sobre o
corpo. Isso você pode provar matematicamente: é só usar o fato de
que a resultante é a soma vetorial de todas as forças que atuam sobre o
bloco, isto é,
r n r
R = ∑ Fi ,
i =1 (5.5)
r r n r r n r r
( )
n
W = R g d = ∑ Fi g d = ∑ Fi g d ≡ ∑ Wi ,
i =1 i =1 i =1 (5.6)
r
onde Wi é o trabalho realizado pela força Fi sobre o corpo.
r r
R = ma. (5.7)
r r r r vf2 v 2
W = R • d = ma • d = m ad = m − i
2 2
1 1 (5.8)
= mvf2 − mvi2 ,
2 2
AULA
http://pt.wikipedia.org/wiki/James_Prescott_Joule
ATIVIDADE
m
r
v
300
RESPOSTAS COMENTADAS
a. Você pode afirmar que as forças que atuam no bloco são a força
ur
peso P que tem direção vertical, sentido “para baixo” e módulo igual a
u
ur
P = mg; a força normal N , com direção perpendicular ao plano inclinado.
Você pode ver na Figura 5.4 essas duas forças bem como o vetor de
ur
deslocamento d do bloco, que é paralelo ao plano inclinado e tem um
módulo igual a d = 2,0m. Você pode verificar geometricamente que
ur ur u
ur
o ângulo entre os vetores P e d vale 60o. A força normal N , como o
próprio nome já diz, é perpendicular ao plano inclinado e, por causa
u
ur ur
disso, o ângulo entre os vetores N e d vale 90o.
ur uru
A força resultante sobre o bloco é a superposição das forças P e N ,
ou seja, ur ur uru
R = P + N.
u
ur
N
m 900
ur
600
d
ur
P 300
ur u
ur
Figura 5.4: As duas forças P e N que atuam no bloco.
AULA
deslocado.
b. O trabalho total realizado sobre o bloco é calculado com a força
resultante que atua sobre o bloco, isto é,
ur ur ur ur u ur
W = R ⋅ d = (P + N) ⋅ d = WP + WN .
W = WP = 49J.
2W 2(49 J)
v= = ≈ 4, 4m/s.
m (5, 0kg)
2W 2(49 J)
v = vi2 + = (3, 0m/s)2 + ≈ 5, 3m/s.
m (5, 0kg)
Área = ∆A = Fx ∆x
Fx
Fx
x
xi xf
∆x
Figura 5.5: Gráfico de Fx em função de x.
5
ponto médio desse intervalo. A reta horizontal que passa por Fx tem um
AULA
valor próximo ao valor de F(x) em cada ponto desses intervalos, veja a
Figura 5.5. Se o deslocamento neste intervalo for ∆x, o trabalho realizado
pela força Fx, que é constante, deve ser igual a esta força multipli-
cada pela distância percorrida, ou seja,
Fx ∆x,
o que equivale à área do retângulo sombreado na Figura 5.5. Assim, o traba-
lho total aproximado deve ser a soma da área de todos os retângulos.
xf xf
!
O cálculo de derivadas e integrais está fora do objetivo deste curso e não
será cobrado nas avaliações, embora seja bastante usado em toda a discussão
desta seção.
Note que a definição de trabalho para uma força variável dada pela
Equação (5.10) é válida apenas para um deslocamento unidimensional.
Para o movimento
ur ur urtridimensional,
ur
u por exemplo, o trabalho realizado
por uma força
R = F +éPdado
+ N pela expressão
r r
W = ∫ F ⋅ dl , (5.11)
C
F = −kx, (5.12)
integração arbitrários a e b,
b b
x n +1 b n +1 a n +1
∫a = = −
n
x dx . (5.13)
n +1 a n +1 n +1
5
integrais: uma que descreve a dilatação da mola e outra que descreve seu
AULA
retorno até a posição de equilíbrio. A dilatação, como vimos, é dada pela
Equação (5.15), e o retorno ao ponto de equilíbrio é dado pela Equação
(5.14). Assim, o trabalho de todo o processo fica
d 0
W = ∫ ( −kx ) dx + ∫ ( −kx ) dx
0 d
(5.16)
1 1
= − kd 2 + kd 2 = 0.
2 2
dv
R = ma = m , (5.17)
dt
Embora o resultado fornecido pela Equação (5.20) tenha sido deduzido para
uma força resultante que só dependa da posição da partícula, esse resultado é
válido para uma força qualquer. Logo, o trabalho realizado pela força resultante
é sempre igual à variação da energia cinética entre as posições inicial e final.
Nesse caso, o trabalho realizado pela força resultante é dado pela Equação (5.11).
A demonstração desse resultado foge ao objetivo deste curso.
5
2. Um bloco com uma massa de 0,80kg parte com uma velocidade inicial
AULA
de 1,2m/s para a direita, sobre uma superfície horizontal, e colide com uma
mola que tem uma constante elástica igual a 50N/m. Despreze o atrito
entre o bloco e a superfície horizontal.
RESPOSTAS COMENTADAS
VA
VB
xB
VC = 0
xmax
1 1 1
∆K = mvC2 − mvA2 = − (0, 80kg)(1, 2m/s)2 ≈ −0, 58J.
2 2 2
W = ∆K ≈ −0, 58J.
Neste problema, você precisa perceber que além da força elástica da mola
ur ur ur ur u ur ur ur ur u ur ur ur ur u
R = F ,+atuam
P + N também sobre o bloco a força
R peso
= F +Pe +Na força
R =normal
F + P + N . Assim,
ur ur ur ur u
a força resultante sobre o bloco é R = F + P + N , e o trabalho total sobre o
bloco é dado pela soma de três parcelas,
W = WF + WP + WN .
WF = W ≈ −0, 58J.
Note que o trabalho realizado pela mola sobre o bloco é negativo porque
a força elástica tem sentido contrário ao sentido do deslocamento.
b. Nesta aula, você aprendeu que o trabalho realizado pela força da mola
é dado pela seguinte fórmula:
1
WF = − kd 2 .
2
5
AULA
Considere um bloco, caindo verticalmente de uma altura h e
despreze a resistência do ar, qual será o trabalho realizado pelo peso?
Ora, se considerarmos a força peso como sendo constante e
paralela ao deslocamento, e seu módulo igual à mg, onde g é o módulo
da aceleração da gravidade, o trabalho deve ser
W = mgh. (5.21)
d
h
W = mgh. (5.23)
5
que está associada ao trabalho da força peso, é dada por
AULA
U (z) = mgz,
(5.24)
onde z é a altura da partícula com relação à origem do eixo OZ.
!
Note que a energia potencial depende da escolha da origem do eixo OZ.
De fato, quando estamos dentro de um apartamento em um prédio, podemos
dizer que a energia potencial de um cinzeiro sobre uma mesa é proporcional
à altura da mesa. Mas também podemos dizer que a energia potencial do
cinzeiro é proporcional à altura da mesa acrescida da altura do andar em que
se encontra o apartamento, ou seja,
U = mg ( hmesa + hapartamento ) .
vf = 2 gh. (5.25)
h (5.26)
vf2 = 2 g d,
d
1 2 1
vf + gz f = vi2 + gzi . (5.28)
2 2
1 2
vf + gz
2
se conserva.
1
mv 2 + mgz = K + U ≡ E, (5.29)
2
5
Forças sob ação das quais a energia mecânica se conserva
AULA
são chamadas de forças conservativas.
Pedaço de gelo
Figura 5.9: Pedaço de gelo deslizando pelas paredes de uma taça semicircular
sem atrito.
E1 = K + U = 0 + mgr. (5.30)
1
E2 = U + K = 0 + mv 2 . (5.31)
2
!
Como a variação da energia mecânica é nula, temos que, para qualquer
trecho da trajetória em que uma força conservativa realiza trabalho sobre
um corpo, a variação da energia cinética é igual a “menos” a variação da
energia potencial.
5
ao alto da taça, o gelo pára, momentaneamente, e toda a energia cinética
AULA
foi convertida em energia potencial.
Novamente, você poderia se perguntar: “Ao chegar ao alto da
taça, o pedaço de gelo tem energia potencial, não é? Isso quer dizer que
a energia potencial também tem capacidade de produzir trabalho, não
é mesmo?”
De novo, você tem razão. Ao chegar ao alto da taça, o gelo começa
a descer pela parede até alcançar o fundo. Enquanto desce, a força peso
realiza trabalho positivo sobre o gelo, aumentando sua energia cinética.
Ao chegar ao fundo, toda a energia potencial foi transformada em energia
cinética novamente.
Aliás, se você acha que o gelo começará a subir a parede do outro
lado da taça até chegar ao topo, acertou. O gelo deve ficar subindo e
descendo indefinidamente sem parar.
Sem parar!? Você deve estar se perguntando: “Como eu não vejo
isso acontecendo todos os dias?”
Bem, você não vê isso acontecendo todos os dias, porque no
mundo real existem forças dissipativas como o atrito. Se considerarmos
o atrito, ao descer as paredes da taça, parte da energia potencial, que
seria transformada em energia cinética, será transformada em calor, que é
transmitido para o exterior do pedaço de gelo. Da mesma forma, ao subir
pela parede do outro lado da taça, parte da energia cinética, que seria
transformada em energia potencial, é dissipada, fazendo com que o gelo
não alcance exatamente o alto da taça, do outro lado. Assim, enquanto
vai e volta, o gelo vai subindo cada vez menos, até que finalmente pára.
E é exatamente isso o que vemos no nosso dia-a-dia.
Finalmente, nesse ponto, você poderia dizer:
“Entendi que a força peso é uma força conservativa, que a energia
mecânica se conserva quando o peso realiza trabalho sobre um corpo
e que a variação da energia cinética é igual a “menos” a variação da
energia potencial para qualquer trecho da trajetória. Mas, eu ainda me
lembro que você disse, na seção anterior, que a força dada pela Lei de
Hooke também era um exemplo de força conservativa. Assim, eu desejo
muito saber como posso estender a análise da força peso para uma força
conservativa variável. Isso é possível?”
É claro que isso é possível. Na verdade, isso é até bem fácil para
o caso de um deslocamento unidimensional, como veremos a seguir.
Entretanto, nossa discussão se restringirá ao caso de uma força no
movimento unidimensional que só dependa da posição da partícula.
x
U (x) = − ∫ F(x ’) dx ’, (5.34)
xi
!
Note que o valor da energia potencial depende de
uma escolha arbitrária para xi .
5
massa atada à mola não possui energia potencial.
AULA
Além disso, pela Equação (5.34), vemos que a energia potencial
armazenada pelo sistema massa-mola, quando está comprimida de uma
distância d com relação ao ponto de equilíbrio, possui a mesma energia
potencial, quando está dilatada da mesma distância d. Em ambos os
casos, a energia potencial é U = kd 2 / 2.
De fato, quando está dilatada, a energia potencial é
d
1 2
U = − ∫ ( −kx ’) dx ’ = kd .
0
2
−d 0
1 2
U = − ∫ ( −kx ’) dx ’ = − ∫ kx ’ dx ’ = kd .
0 −d 2
∆U = −Wxi → xf , (5.37)
!
Aliás, isso é o mesmo que dizer que a energia mecânica de uma partícula
se conserva quando a força resultante que atua sobre ela só depende da
sua posição, no movimento unidimensional.
Ef ≡ Kf + U ( xf ) = Ki + U ( xi ) ≡ Ei .
!
Finalmente, como conseqüência do resultado acima, podemos dizer que
se uma força aplicada sobre uma partícula só depende da sua posição
no movimento unidimensional, essa força é conservativa.
5
acima para uma força conservativa, você já deve saber que, ao ser
AULA
dilatada, o sistema massa-mola armazenou energia potencial; portanto,
a força restauradora da mola pode produzir trabalho. Assim, essa força
restauradora realiza trabalho positivo sobre a massa, fazendo com que
o sistema adquira energia cinética. Ao chegar à posição de equilíbrio,
em que a mola não está nem dilatada e nem comprimida, toda a energia
potencial foi transformada em energia cinética. Essa situação é ilustrada
pela Figura 5.10.b.
Nós poderíamos perguntar a você, então: “Qual foi o trabalho
realizado pela força restauradora para fazer a massa ir da posição x até
a posição 0?”
Ora, o trabalho é dado pela Equação (5.10), o que significa
resolver uma integral. Entretanto, também sabemos que o trabalho
realizado é “menos” a variação da energia potencial. Portanto,
1 1
Wx→0 = − ∆U = − 0 − kx 2 = kx 2 .
2 2
1 1
Wx→0 = − ∆U = − 0 − kx 2 = kx 2 .
2 2
Fs é negativo
a x é positivo
x
x=0
Fs = 0
x=0
x=0
Fs é positivo
x é negativo
x=0
Figura 5.10: Sistema massa-mola. (a) A mola está dilatada de uma distância a partir da sua posição
de equilíbrio. Nesse ponto, a força restauradora é negativa, embora a posição da massa seja posi-
tiva. (b) Sistema massa-mola na posição de equilíbrio. Nesse ponto, a mola não exerce força sobre
a massa. (c) A mola está comprimida de uma distância x. A força restauradora é positiva, embora
a posição da massa seja negativa.
5
e o sistema possui energia potencial, a força restauradora é capaz de
AULA
produzir trabalho. Assim, a massa continuará se deslocando, agora na
direção contrária, até parar momentaneamente na posição de onde tinha
saído, em que a mola está dilatada de uma distância x, como mostra
a Figura 5.10.a. Na verdade, a massa vai e vem indefinidamente, pois
apenas uma força conservativa atua sobre o sistema.
É fácil ver que o trabalho realizado pela força restauradora para ir
da posição –x até a posição x é zero. (Esse cálculo é simples e similar ao
feito para o trabalho realizado entre x e –x.). Assim, podemos combinar
todos os resultados anteriores e concluir que o trabalho realizado pela
força restauradora da mola para fazer a massa ir e voltar ao ponto de
onde saiu é zero.
Essa é uma característica de uma força conservativa no movimento
unidimensional, em que o trabalho realizado para ir e voltar ao mesmo
ponto é nulo.
dU (x)
R( x) = − , (5.39)
dx
1 dU ( x )
a(x) = − , (5.40)
m dx
ATIVIDADES
m
A
C
5.00m
3.20m
2.00m
EA = mghA .
1
EB = mvB2 + mghB .
2
Você aprendeu que a energia mecânica é conservada e, por causa disso,
podemos dizer que as energias nos pontos A, B e C são iguais, EA = EB = EC.
Para calcular a velocidade vB , você deve usar a igualdade EA = EB ,
1
mghA = mvB2 + mghB .
2
A relação acima pode ser manipulada algebricamente com o objetivo de isolar a
incógnita vB . Procedendo dessa maneira, você vai obter o seguinte resultado:
vB = 2 g ( hA − hB ) ≈ 5, 94m/s.
Cálculo de vC :
No ponto C, vamos usar a velocidade vC e uma altura hC = 2,00m. Como você
já sabe, a energia mecânica da partícula em C vale
1
EC = mvC2 + mghC .
2
h = 5.00m
m2 = 3.00kg
RESPOSTAS COMENTADAS
que as duas massas estão ligadas por uma corda, a velocidade final delas
deve ser a mesma, vf . Mais ainda, como a massa m1 desceu de uma altura h
até o solo, a massa m1 subiu a partir do solo até uma altura h. Segundo estas
considerações para o instante final f, você pode escrever a energia mecânica
total do sistema,
1 1
Ef = E1f + E2f = m1vf2 + m2 vf2 + m2 gh .
2 2
Da equação acima, você obtém o valor da velocidade vf . Não vai ser difícil para
você verificar que a resposta é
2 ( m1 − m2 )
vf = gh ≈ 4, 43m/s.
( m1 + m2 )
b. Agora você só vai precisar se preocupar com o que acontecerá com a massa
m2. No momento em que a massa m1 chega ao solo, a massa m2 está subindo
verticalmente com uma velocidade vf.. Neste momento, a energia mecânica
da massa m2 vale
1
E2f = m2 vf2 + m2 gh.
2
máx
2 = m2 gH .
E mÆx
Mais uma vez, você vai aplicar o princípio de conservação da energia, só que
desta vez, apenas para a energia da massa m2 . Quando você usar a igualdade
máx
Ef = EmÆx , deve encontrar a relação abaixo,
1
m2 vf2 + m2 gh = m2 gH.
2
Finalmente, a partir desta relação, você consegue encontrar a altura máxima
H que a massa m2 alcança,
2 ( m1 − m2 ) 2m1
H = h+ h= = 5, 00m.
( m1 + m2 ) ( m1 + m2 )
AULA
do eixo x, onde a energia potencial depende da posição, U(x) = x4
– 4,00x2. O gráfico da energia potencial como função da posição está
mostrado na Figura 5.13. O valor mínimo da função U(x) = –4,00J
ocorre nas posições x = ± 2m .
U(J)
0
x(m)
–1
–2
–3
–4
–2 –1 0 1 2
RESPOSTAS COMENTADAS
1 1
E= mv 2 + U (x) = mv 2 + x 4 − 4, 00x 2 .
2 2
Você pode observar na Figura 5.14 que para uma energia mecânica
E = –3,00J, existem dois pares de pontos de retorno, xa , xb e xc , xd .
Quando a partícula inicia seu movimento no ponto xa , com energia
E = –3,00J, ela se move até o ponto xb , e em seguida retorna para
xa . Este movimento se repete indefinidamente porque a energia é
conservada. Do outro lado, onde x > 0, uma partícula que parte do
ponto xc , vai até xd , e retorna para xc (e volta para xd , etc.).
U(J)
0 xa xb xc xd
x(m)
–1
–2
–3
E = –3,00J
–4
–2 –1 0 1 2
Figura 5.14: Pontos de retorno xa , xb , xc e xd para U(x)= –3,00J.
xa ≤ x ≤ xb ou xc ≤ x ≤ xd .
AULA
potencial da partícula seja igual à energia mecânica (onde v = 0),
U(x) = –3,00J,
U (x) = x 4 − 4, 00x 2 = −3, 00 J.
x 4 − 4, 00x 2 + 3, 00 = (x 2 − 1)(x 2 − 3) = 0.
(x 2 − 1) = 0 ou (x 2 − 3) = 0.
xa = − 3m ≈ −1, 73m;
xb = −1, 00m;
xc = 1, 00m;
xd = 3m ≈ 1, 73m.
POTÊNCIA
∆W (5.41)
P= .
∆t
dW
P= . (5.42)
dt
1Watt = 1W = 1J/s.
Por outro lado, uma unidade de trabalho bastante comum em
nosso cotidiano é o kWh (quilowatt-hora), ou seja, o trabalho
realizado em 1h por uma potência de 1kW (quilowatt). A relação
entre o quilowatt-hora e a unidade de medida de trabalho no
sistema MKS, o joule, é a seguinte:
1kWh = 3, 6 × 106 J.
5
ur r
F sobre uma partícula que é deslocada de um incremento dl . Neste caso,
AULA
ur r
a quantidade de trabalho é, por definição, dW = F ⋅ dl .
A partir desta relação, é possível expressar a potência da seguinte
maneira: ur r
P = F ⋅ v, (5.43)
r r
onde v = dl / dt é a velocidade instantânea da partícula.
ur
Agora, vamos considerar o caso em que a força F seja a resultante
das forças que atuam sobre a partícula. Neste caso, pela Segunda Lei
ur r r
de Newton, F = ma ≡ m (dv / dt) . Substituindo essa expressão na
Equação (5.43), temos que
r
dv r d 1 dK
P = m ⋅ v = mv 2 ≡ . (5.44)
dt
dt 2 dt
ATIVIDADE
RESPOSTAS COMENTADAS
(2, 5 × 105 J)
P= = 25kW.
(10s)
c. A força que deve ser feita pelo motor do carro pode ser calculada a
partir da segunda Lei de Newton:
AULA
Nesta aula, definimos o conceito físico de energia e de trabalho realizado por
uma força sobre uma partícula.
Depois, mostramos que a força gravitacional e a Lei de Hooke são forças
conservativas, pois energia mecânica se conserva sob a ação dessas forças. Em
seguida, enunciamos o Teorema do Trabalho-Energia Cinética. Também dissemos
que o trabalho realizado por forças conservativas para ir e voltar a um mesmo
ponto é nulo.
Finalmente, definimos a potência como a taxa de variação temporal do trabalho
realizado por uma força e mostramos que a potência associada à força resultante
equivale à taxa de variação temporal da energia cinética para uma partícula em
movimento.
Pré-requisito
Para melhor compreensão desta aula, você precisa ter
estudado a Aula 5 – Energia e Trabalho.
Movimentos: Variações e Conservações | Colisões
AULA
são necessários cálculos computacionais bastante sofisticados.
Você pode ler mais sobre os métodos empregados e suas
aplicações através dos links:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mecânica_celeste
http://en.wikipedia.org/wiki/Numerical_model_of_solar_
system (em inglês)
m1 a1 = F1 , m2 a 2 = F2 ,..., mN a N = FN , (6.1)
O mol (ou mole) é uma unidade que mede quantidade. Por definição, 1 mol contém
o número de Avogadro (aproximadamente 6,02214 × 1023) de alguma coisa (como
átomos, moléculas ou partículas elementares).
Por exemplo, 1 mol do gás oxigênio contém 6,02214 × 1023 moléculas de O2 , o
que equivale a 32g; ou seja, em uma pequena quantidade de um gás temos uma
quantidade imensa de moléculas se movendo.
6
total sobre a partícula i a soma vetorial de todas as forças internas
AULA
exercidas sobre a partícula i, que representamos por Fiint . A soma
vetorial de todas as forças que agem sobre a partícula i pode, então, ser
representada por
Fi = Fiext + Fiint . (6.3)
F1 + F2 + ... + FN = ( F1int + F2int + ... FNint ) + ( F1ext + F2ext + ... FNext ) (6.4)
Agora, preste atenção na discussão que se segue...
Sabemos que F1int é a soma vetorial de todas as forças internas
exercidas sobre a partícula 1, o que podemos representar por
F1int = F12 + F13 + L + F1N , onde F12 , F13 , ..., F1N são as forças exercidas
pelas partículas sobre a partícula 2, 3, ..., N sobre a partícula 1. (Note
que não existe a força F11 , já que a partícula 1 não pode exercer uma
força sobre si mesma!).
Analogamente, você também pode representar F2int = F21 + F23 + ...,
... + F2 N
F2int = F21 + F23 + ... + F2 N , onde F21 , F23 , ..., F2 N são as forças exercidas pelas partículas
1, 3, ..., N sobre a partícula 2.
Você pode continuar fazendo isso até chegar à F int
N
e reescrever
int
( int int
)
a soma vetorial F 1 + F 2 + ... + F N , que é a soma vetorial de todas as
forças internas que atuam no sistema, como
Terceira Lei de Newton afirma que Fij = −Fji . Portanto, a soma vetorial
no lado direito da Equação (6.5) é zero. Verifique este resultado.
Assim,
F1int + F2int + ... FNint = 0, (6.6)
ou seja,
!
É nula a soma vetorial de todas as forças internas de
qualquer sistema de partículas.
isto é, para encontrar a soma vetorial de todas as forças que atuam sobre
todas as partículas do sistema, basta apenas fazer a soma vetorial das
forças externas sobre o sistema.
Além disso, substituindo o resultado da Equação (6.7) acima na
Equação (6.2), obtemos:
6
finalmente:
AULA
m1a1 + m2 a 2 + ... + mN a N = F ext . (6.10)
d mg senθ
θ x
θ mg cosθ
a b
mg
Figura 6.1: (a) Um bloco de massa m descendo um plano inclinado sem atrito. (b) As forças que atuam
sobre o bloco são representadas por vetores (em preto) atuando em um único ponto do bloco. (Em branco
estão representadas as componentes da força peso.)
m1 r1 + m2 r2 + .... + mN rN
rcm = , (6.12)
m1 + m2 + ... + mN
6
O vetor r cm é a média ponderada das posições das partículas do sistema,
AULA
sendo que a ponderação é feita pelas respectivas massas das partículas.
O vetor rcm dá a posição de um ponto no espaço que chamamos de centro de massa
do sistema, conforme ilustrado na figura a seguir. Além disso, o próprio vetor rcm
é chamado de vetor posição do centro de massa, ou simplesmente de posição do
centro de massa.
m1 m2
z
cm
r2
r1
rcm
rN mN
y
O
x
Figura 6.2: O centro de massa de um sistema de partículas é um
ponto cuja posição é dada por rcm que é a média das posições das
partículas ponderada por suas massas.
Fonte: Figura 17.2, p. 113 de Fis1A-mod. 2.
Usaremos para a identificar o centro de massa, a abreviação cm, que você não deverá
confundir com o símbolo cm, de centímetro.
a
b
Figura 6.3: (a) O centro de massa de um sistema de partículas formado por duas partículas idênti-
cas. (b) O centro de massa de um anel circular homogêneo; o centro de massa está no centro do
círculo formado pelo anel.
drcm
v cm = . (6.13)
dt
m1 v1 + m2 v 2 + ... + mN v N
v cm = , (6.14)
m1 + m2 + ... + mN
m1a1 + m2 a 2 + ... + mN a N
a cm = , (6.15)
m1 + m2 + ... + mN
6
sistema é uma média ponderada das acelerações das partículas do sistema.
AULA
Analogamente, a Equação (6.15) mostra que a aceleração do centro de
massa do sistema é uma média ponderada das acelerações das partículas
do sistema. Assim, podemos dizer que a velocidade e a aceleração do
centro de massa são grandezas apropriadas para descrever as idéias de
velocidade e aceleração do sistema como um todo.
Nesse ponto, é interessante você perceber que, quando não há
forças externas atuando sobre o sistema, o centro de massa permanece
parado ou em movimento retilíneo uniforme, pois sua aceleração é nula,
como mostra a Equação (6.11).
!
Quando um sistema de partículas não interage com outras partículas externas
ao sistema, obviamente isso significa que não há forças externas atuando
sobre o sistema. Um sistema que não interage com partículas externas é
chamado de sistema isolado.
Portanto, para um sistema isolado, o centro de massa do sistema permanece
em repouso ou em movimento retilíneo uniforme.
F1ext
F2ext
Figura 6.4: Sistema binário atuando sobre o sistema formado
por duas massas iguais.
P = m1 v1 + m2 v 2 + ... + mN v N . (6.16)
dP
= F ext . (6.17)
dt
!
Logo, a condição necessária e suficiente para que o momento linear
total do sistema se conserve, é que a resultante das forças externas
aplicadas sobre o sistema se anule.
Em particular, o momento total se conserva quando o sistema de
partículas está isolado.
6
canhão com velocidade v1, como mostra a Figura 6.5?
AULA
v1
m2
v2
Figura 6.5: Canhão de massa m2 disparando uma bala de massa m1 com velocidade v1.
P = m1 v1 + m2 v 2 = 0
m1
∴ v2 = − v1 .
m2
Veja que o canhão deve recuar até parar, devido à força de atrito,
pois a superfície em que o canhão está apoiado sempre exerce atrito
sobre o canhão.
Como veremos na próxima seção, esse resultado tem conseqüências
fundamentais para a descrição das colisões entre partículas.
ATIVIDADES
1. Deixa-se cair uma pedra em t = 0s. Uma segunda pedra, com uma
massa duas vezes maior do que a primeira, é largada do mesmo ponto em
t = 0,1s.
RESPOSTAS COMENTADAS
Vamos usar o eixo vertical y com sentido positivo para baixo e origem
no ponto onde as duas pedras são largadas.
a. Vamos usar a massa m1 = m e a posição vertical y1(t) para a primeira
pedra. Para a segunda pedra, vamos usar uma massa m2 = 2m e a
posição vertical y2(t), com um atraso de T = 0,1s. Você sabe que o
movimento das duas pedras é de queda livre, ou seja,
1 2
y1 (t) = 2 gt , se t ≥ 0;
y (t) = 1 g(t − T )2 , se t ≥ T .
2 2
Com isso, você já pode calcular a posição do centro de massa do sistema
formado pelas duas pedras:
1 2 1 1
ycm (t) = y1 (t) + y2 (t) = gt 2 + g(t − T )2 .
3 3 6 3
AULA
O resultado que você vai encontrar é o seguinte:
1 1 17
ycm (3T ) = g(3T )2 + g(3T − T )2 = gT 2 ≈ 0, 28m.
6 3 6
1 2 7
vcm (3T ) = g(3T ) + g(3T − T ) = gT ≈ 2, 3m/s.
3 3 3
RESPOSTAS COMENTADAS
AULA
um recuo. No instante em que a carreta começa a se movimentar
“para trás”, surge uma força de atrito entre as rodas e os trilhos na
direção horizontal e sentido “para frente“ (sentido oposto aquele do
movimento). Você já aprendeu que a força de atrito tem um módulo
Fat = µN, onde o coeficiente de atrito cinético vale µ = 0,7. Mais ainda,
quando aplicar a condição de equilíbrio na direção vertical y, N = m2g,
você vai encontrar que a força de atrito também vale Fat = µm2g.
Pela Segunda Lei de Newton, a aceleração devido à força Fat é dada
por a = µg. Portanto, a carreta recua inicialmente com uma velocidade
vrecuo até parar, com uma aceleração a. Para calcular de que distância
a carreta recua, você pode usar a equação de Torriceli,
v 2 = 0 = vrecuo
2
+ 2a∆x.
2
vrecuo
∆x = − ≈ −0, 49m.
2a
COLISÕES
6
p1i
AULA
Região de interação
ur
p2 i
m2
m4
ur
p4 i
r r r r
I1 ≡ ∆p1 = p1f − p1i , (6.18)
r r r
onde I1 representa o vetor impulso, e p1f , p1i representam o momento
da partícula 1 nas configurações final e inicial respectivamente.
!
r
Portanto, o vetor impulso I de uma força aplicada sobre
uma partícula em um intervalo de tempo é igual à variação do
momento da partícula durante esse intervalo.
6
as partículas, mas podemos fazer uma estimativa. Para isso, vamos
AULA
começar escrevendo as equações de movimento de cada uma delas.
Como nenhuma força externa é aplicada sobre o sistema, pela 2ª Lei de
Newton, temos r
dp1 r
= F12 ,
dt
r
dp2 r (6.19)
= F21 .
dt
Como formam um par de “ação e reação”, pela 3ª Lei de Newton,
as expressões na Equação (6.19) acima podem ser condensadas em uma
única expressão:
r r
dp1 r r dp
= F12 = −F21 = − 2 . (6.20)
dt dt
r
Como a força F12 é aplicada sobre a partícula 1 durante um
intervalo de tempo muito pequeno, podemos substituí-la por uma força
média constante F1 e integrar no tempo a Equação (6.20) para obter o
módulo da força média:
r
∆p1 (6.21)
F1 = ,
∆t
F=
(170 × 10 ) (12 ) kgm = 204N,
−3
10−2 s2
r r r r
I1 = ∆p1 = −∆p2 = −I2 , (6.22)
ATIVIDADE
RESPOSTAS COMENTADAS
AULA
intervalo ∆t = 0,005s, é calculada por meio da seguinte razão:
(60km/h)
I = pf − pi = (1, 5 × 103 kg) = 2, 5 × 104 kg ⋅ m/s.
(3, 6km/h) / m/s
A variação de momento linear ocorre por ∆t = 0,1s, e assim, você
pode calcular a força média que atua sobre o carro,
AULA
r r
v1i v2 i = 0
onde p1i , p2i p1f e p2f são as projeções dos vetores momento sobre o
eixo OX.
Para cada partícula, temos a conhecida representação para
2
a energia cinética: K = p / 2m e a energia cinética do sistema na
configuração inicial vale Ki = K1i + K2i e na configuração final vale
Kf = K1f + K2f .
Como você já sabe, nosso objetivo é determinar a configuração
final da colisão, dada por p1f e p2f, a partir de uma conhecida configu-
ração inicial dada por p1i e p2i, A conservação de momento e energia
formam um conjunto de duas equações e são suficientes para calcular
as duas incógnitas p1f e p2f .
Vamos manipular algebricamente a Equação (6.24), que
corresponde à conservação de energia, de maneira a colocá-la na
seguinte forma:
1 2 1
(p1i − p12f ) = (p1i − p1f )(p1i + p1f ) =
m1 m1
1 2 1
(p2 f − p22i ) = (p2 f − p2i )(p2i + p2 f ).
m2 m2
1 1
(p1i + p1f ) = (p2i + p2 f ),
m1 m2
ou ainda,
m1 m
p1i − p2i = − p1f + 1 p2 f .
m2 m2 (6.26)
m1 − m2 2m1
p1f = p1i + p2i ,
m1 + m2 m1 + m2 (6.27)
2m2 m2 − m1
p2 f = m + m p1i + m + m p2i .
1 2 1 2
m1 − m2 2m2
v1f = v1i + v2 i ,
m
1 + m 2 m 1 + m2
(6.28)
2m1 m2 − m1
v2 f = m + m v1i + m + m v2i .
1 2 1 2
6
(6.27) e (6.28).
AULA
i. Massas iguais:
Para uma colisão onde ambas as partículas têm a mesma massa,
ou seja, m1 = m2, as relações entre as configurações inicial e final, dadas
pelas Equações (6.27) e (6.28), se simplificam da seguinte forma:
Configuração inicial
m m
r r
v1i v2 i = 0
Configuração final
m m
r r
v2 i = 0 v1i
m1 − m2
v1f = v1i ,
m1 + m2 (6.30)
v = 2m1 v .
2 f m + m 1i
1 2
v1f ≈ −v1i ,
m1
v2 f ≈ 2 m v1i = v1i . (6.31)
2
Configuração inicial
m1 m2
r
v1i r
v2 i = 0
Configuração final
m1 m2
r r
− v1i v2 i = 0
Figura 6.12: Colisão de uma partícula leve com um alvo pesado em repouso.
6
vezes maior do que o momento inicial p1i da outra partícula. Neste caso,
AULA
a conservação de momento, p1i = p1f + p2f , pode ser reescrita como
v1f ≈ v1i ,
(6.33)
v2 f ≈ 2v1i .
Configuração inicial
m1 m2
r r
v1i v2 i = 0
Configuração final
m1 m2
r r
v1i 2 v1i
ATIVIDADE
m1 m2
AULA
Você deve perceber que a colisão descrita no enunciado pode ser
considerada como uma colisão elástica unidimensional porque
a força da mola é conservativa, ou seja, durante a colisão parte
da energia cinética pode ser convertida em energia potencial
elástica.
a. Você deve primeiro pensar na configuração inicial da colisão: a
velocidade do bloco 1 que tem massa m1 = 4,0kg é dada pelo vetor
v1i = (4,00m/s)i , enquanto a velocidade do bloco 2 que tem massa
m2 = 5,0kg é dada pelo vetor v2i = −(2,50m/s)i.. Logo após a colisão,
as velocidades finais dos blocos 1 e 2 são dadas por
m1 − m2 2m2
v1f = v1i + v2 i ,
m
1 + m 2 m 1 + m2
2m1 m2 − m1
v2 f = m + m v1i + m + m v2i .
1 2 1 2
Como você pode ver, neste momento os dois blocos se movem para
a direita com uma mesma velocidade porque o valor encontrado na
equação anterior é positivo, vf > 0. Sobretudo, a velocidade vf que você
calculou é a velocidade do centro de massa dos dois blocos.
c. Observe que inicialmente o bloco 1 tem uma energia cinética
K1i = m1v1i2/2 e o bloco 2 tem uma energia cinética K2i = m2v2i2/2.
Dessa forma, a energia mecânica inicial do sistema formado pelos
dois blocos mais a mola tem uma energia Ei = K1i + K2i .
No instante em que a compressão da mola é máxima, a energia
mecânica do sistema, E = (m1 + m2)vf2/2 + kx2/2, tem uma contribuição
cinética K = (m1 + m2)vf2/2 e uma contribuição potencial U = kx2/2.
Ao aplicar a conservação da energia mecânica do sistema formado
pelos dois blocos mais a mola, Ei = E, você vai encontrar a seguinte
relação:
1 1 1 1
m1v12i + m2 v22i = (m1 + m2 ) vf2 + kx 2 .
2 2 2 2
Assim, com a conservação da energia mecânica do sistema, você
pode calcular a compressão máxima x,
1
x=
k
( m1v12i + m2 v22i − (m1 + m2 )vf2 )
Finalmente, você deve substituir os dados do problema na equação
anterior para calcular a compressão máxima,
x ≈ 0, 48m.
6
m1 m2
AULA
r r
v1i v2 i = 0
Chiclete
Configuração final
m1 m2
r
vf
ATIVIDADES
C
m1 + m2
v1A vB
m1 m2 h
A B
AULA
Como a colisão da bala com o bloco tem uma duração muito
curta, o suficiente para o sistema bala-bloco não ser elevado
apreciavelmente, você pode tratar a colisão como sendo
unidimensional. Você deve perceber também que a colisão da
bala com o bloco de madeira é totalmente inelástica porque na
configuração final o sistema bala-bloco se move com uma mesma
velocidade.
a. Na configuração inicial desta colisão unidimensional totalmente
inelástica, a velocidade da bala é v1i e o bloco está em repouso,
v2i = 0. Logo após a colisão, a velocidade do sistema bala-bloco
é dada por m1
vf = v1i .
m1 + m2
(0, 01kg)
(0, 01kg)
f = ≈ 2, 5 × 10−3.
(0, 01kg) + (4, 0kg)
AULA
Vamos começar pensando como determinar as configurações inicial
e final desta colisão. O carro de luxo de massa m1= 2.400kg vinha
com uma certa velocidade v1i , até colidir com o outro carro de massa
m2 = 1.200kg em repouso v2i = 0. Após a colisão, o carro de luxo
arrasta o outro carro de modo que a colisão deve ser tratada como
uma colisão unidimensional totalmente inelástica. Você aprendeu
que neste caso os dois carros têm uma mesma velocidade na
configuração final, v1f = v2f = vf .
a. Para uma colisão unidimensional totalmente inelástica com o
carro alvo em repouso, a velocidade final do sistema formado pelos
dois carros vale m1
vf = v1i .
m1 + m2
m
v1i = 1 + 2 v f .
m1
(2400kg)
r r r r
p1i + p2i = p1f + p2 f . (6.36)
6
r
repouso, v2i = 0 , conforme está mostrado na Figura 6.17. Após a coli-
AULA
são, a partícula 1 se move na direção que faz um ângulo θ com a
horizontal, e a partícula 2 se move na direção que faz um ângulo φ com
a horizontal.
Configuração inicial
r
m1 v1f
x
m2 r
v2 i = 0
Configuração final
r
y v1f
m1
θ
x
m2
r
v2 f
1 2 1 2 1 2
p1i = p1f + p2 f . (6.41)
2m1 2m1 2m2
i. Massas iguais:
Vamos analisar o caso particular de duas partículas com massas
iguais colidindo elasticamente, ou seja, m1 = m2. A igualdade das energias
r
cinéticas, Equação (6.41), com, p2i = 0 encontramos também que
r r r r r r
p12i = ( p1f + p2 f ) ⋅ ( p1f + p2 f ) = p12f + p22f + 2 p1f ⋅ p2 f . (6.43)
6
r r
Você pode afirmar que o produto escalar p1f ⋅ p2 f é nulo, e, então,
AULA
r r π
p1f ⋅ p2 f = p1f p2 f cos(θ + φ ) = 0 ⇔ θ + φ = . (6.44)
2
r r
r r p1f ⋅ p2 f
p1f ⋅ p2 f
r r r r
p1i + p2i = p1f + p2 f .
r
Já a Equação (6.36), com p2i = 0 , fornece a relação
r r 2
p22f = ( p1i − p1f ) = p12i + p12f − 2 p1i p1f cosθ . (6.47)
m 2
2 p1i
p1f = cosθ ± cos θ +
2 2
− 1 .
m2 m1 (6.49)
1 +
m1
r
Como p1 f = | p1 f | , as soluções encontradas são aceitáveis somente
se forem positivas, p1f ≥ 0 . Isto pode ser exigido com a imposição de que
m 2 m 2
cos θ +
2 2
− 1 =
2
− sen θ ≥ 0.
2 (6.50)
m1 m1
m 2
2 p1i
p1f = cosθ + cos θ + 2 − 1 , se m2 > m1 .
2
(6.51)
m2 m1
1 +
m1
6
AULA
Conforme já foi mencionado, em uma colisão inelástica, a energia
cinética final pode ser maior, ou menor, do que seu valor inicial. Para sim-
plificar nossa análise, vamos considerar uma partícula de massa m1 e um
r
momento inicial p1 que colide de forma inelástica com uma massa m2 em
repouso. Na configuração final, como mostrado na Figura 6.18. Vamos
supor duas partículas, que podem ter massas diferentes das iniciais, m3
r r
e m4, com seus respectivos momentos p3 e p4 . Note que o momento da
partícula de massa m3 faz um ângulo θ com o eixo x e o momento
da partícula com massa m4 faz um ângulo θ com o eixo x.
Na colisão inelástica que está sendo considerada, a conservação
de momento é dada pela seguinte equação:
r r r
p1 = p3 + p4 (6.53)
Q = Kf − Ki = K3 + K4 − K1 (6.54)
r
m1 p1
x
m2 r
p2 = 0
Configuração final
r
y p3
m3
θ
x
m4
r
v4
Figura 6.19: Colisão inelástica bidimensional.
6
p = 2mK , a equação anterior também pode ser expressa em termos
AULA
das energias cinética K1, K3 e K4 ,
p42 m m m1m3K1K3
T4 = = 1 K1 + 3 K3 − 2 cosθ . (6.56)
2m4 m4 m4 m4
m m m1m3K1K3
Q = 3 + 1 K3 + 1 − 1 K1 − 2 cosθ . (6.57)
m4 m4 m4
ATIVIDADES
b. Quais são os módulos v1f e v2f dos vetores velocidade de cada bola
após a colisão?
y v2f
vli
350 x
θ
Bola Branca
vlf
RESPOSTAS COMENTADAS
350
r
v1i
Figura 6.21: Triângulo retângulo de lados v1f e v2f com hipotenusa v1i .
θ + 35o = 90o.
θ = 55o.
b. Note que o triângulo retângulo mostrado na Figura 6.21 tem lados v1f
e v2f enquanto a hipotenusa vale v1i = 5,0m/s. Com as propriedades
trigonométricas, você pode facilmente verificar que a velocidade final
da bola branca é
v1f = v1i sen35o = (5, 0m/s)sen35o ≈ 2, 9m/s,
e a velocidade da bola preta é
180
RESPOSTAS COMENTADAS
AULA
v1f após a colisão. Para isto, você pode escrever o vetor velocidade na
seguinte forma:
v1f = v1f (cosθ i + senθ j).
1
v1f = (m1v1i − m2 v2 f senφ )2 + (m2 v2i − m2 v2 f cosφ )2 .
m1
Q = Kf − Ki ≈ 9, 5 × 105 J.
RESUMO
Nesta aula, explicamos quais são as condições para que o momento linear
total de um sistema de partículas se conserve. Também definimos a posição do
centro de massa de um sistema de partículas.
Em seguida, aplicamos a conservação do momento linear, quando não há
forças externas atuando sobre o sistema, para calcular a configuração final de
duas partículas após uma colisão elástica e totalmente inelástica ao longo
de uma reta.
Finalmente, estudamos as colisões entre duas partículas em um plano, quando
uma das partículas se encontra, inicialmente, em repouso.
Pré-requisito
Para melhor compreensão desta aula, você precisa ter
estudado a Aula 6 – Sistema de partículas.
Movimentos: Variações e Conservações | Momento angular
23mm
58mm
Figura 7.1: CD-ROM. Ao girar sobre seu eixo central, diferentes partes do disco
têm diferentes velocidades lineares e acelerações lineares em um dado instante.
7
extremamente simplificada se assumirmos que o objeto seja rígido e não
AULA
se deforma. (Embora na Natureza todos os objetos sejam deformáveis,
dentro de um certo limite.) Acontece que o modelo de um objeto rígido é
muito útil em diversas situações em que a deformação é desprezível e torna
a matemática mais simples para descrever o movimento de rotação.
Um plano de rotação
P
r s
θ
x
O
7
trajetória circular, precisamos apenas conhecer o ângulo de rotação θ
AULA
em função do tempo.
Mas o que acontece se, ao invés de considerarmos rotações finitas,
tomarmos pequenas rotações com ângulos δθ infinitesimais?
Bom, nesse caso, as rotações infinitesimais têm caráter vetorial.
O quê? Você não entendeu? Tudo bem, vamos explicar isso com
calma...
!
Em nosso curso, um vetor poderá ser denotado por uma única
letra em negrito, por exemplo, a, ou umr vetor poderá também ser
representado pela conhecida notação: a .
r
Já o módulo de um vetor a será denotado por |a| ou a . Também
poderemos representar o módulo de um vetor abolindo o negrito
da letra, ou seja, simplesmente por a.
r
δθ
r
δθ
r
r
r r rv
δ s = δθ × r ,
Figura 7.4: Rotação infinitesimal.
r r r
δ s = δθ × r , (7.1)
r r
onde o símbolo × indica o produto vetorial entre r e δθ , como você
verá na próxima seção.
7
AULA
De maneira a representar vetorialmente as rotações, vamos
definir o produto vetorial entre vetores. O produto vetorial do vetor
r r r r
A pelo vetor B será um novo vetor, que representaremos por A × B .
r r r r
O símbolo na expressão A × B será lido “ A vetorial B ”ou “produto
r r
vetorial de A por B ”.
Você verá que o produto vetorial depende da ordem dos fatores,
r r r r
isto é, em geral B × A é diferente de A × B. Portanto, fique bem atento
quando estiver tratando com o produto vetorial de dois vetores, pois a
ordem dos fatores desempenha um papel importante no produto vetorial.
Dizemos, então, que o produto vetorial é não-comutativo.
r r
Seja C o vetor resultante do produto vetorial dos vetores A e
r
B , ou seja,
r r r
C = A× B . (7.2)
r
O vetor C é definido por uma direção perpendicular ao plano
r r
definido por A e B .
Mas, se você leu o apêndice da Aula 2, em que tratamos de vetores,
você pode se perguntar:
E quanto ao sentido?
Bem, vamos com calma. Ele é um pouco mais complicado.
r
O sentido do vetor C é tal que, quando visto de sua extremidade,
r r
A gira aproximando-se de B no sentido anti-horário.
C=AxB
–C=BxA
r r r r r
C = A × B = A B senθ , (7.3)
r r
onde θ é o ângulo entre as direções dos vetores A e B e tem de ser
menor que 1800.
r
Observando a Equação 7.2.1, notamos que, mesmo sendo A ≠ 0
r
e B ≠ 0, podemos ter um produto vetorial nulo, ou seja,
r r r
A × B = 0, (7.4)
r r
basta que os vetores A e B tenham a mesma direção, isto é, sejam
paralelos. Em particular,
r r r
A× A = 0. (7.5)
r r r r r
E o que acontece se, ao invés de A × B,=fizermos
0 B× A?
r r r r r
B × A = − A × B = −C , (7.6)
AULA
conhecida regra da mão direita, que consiste no seguinte: coloque
os dedos
r dar sua mão direita, com exceção do polegar, na direção
do vetor
B ×rA . rAgora feche a mão para o lado em que se encontrar
o vetor B ,×mantendo
A o polegar esticado. O sentido do vetor C é
para onde o seu dedão aponta, como mostra a figura.
A
C
C
A
u x × u y = u z = −u y × u x
u y × u z = u x = −u z × u y
. (7.7)
u z × u x = u y = −u x × u z
Uma vez que qualquer vetor pode ser escrito em termos dos vetores
unitários, temos, em três dimensões, que
r (7.8)
A = Ax u x + Ay u y + Az u z ,
r
B = Bx u x + By u y + Bz u z . (7.9)
r
onde ω é o vetor velocidade angular. O módulo deste vetor corresponde
à velocidade angular escalar ω = dθ / dt , que você viu na Aula 2, a
r
direção de ω é a mesma do eixo de rotação, enquanto o sentido de
r r
ω é definido pelo sentido de δθ . Assim, podemos representar o vetor
velocidade angular por r
r dθ
ω= . (7.12)
dt
7
Note que os cálculos de derivadas e integrais estão fora do objetivo
AULA
deste curso e não serão cobrados nas avaliações.
ATIVIDADES
D C
d c
E B
b
e
X
O a A
RESPOSTAS COMENTADAS
Por fim, você pode observar na Figura 7.6 que o vetor e tem uma
componente X dada por ex = –cos60o e uma componente Y dada
por ey = sen60o. A partir desta observação, você conclui que o vetor e
pode ser expresso como
1 3
e = − ux + uy .
2 2
b. Para calcular o produto vetorial entre dois vetores, vamos usar as
propriedades ux × ux = uy × uy = 0 e ux × uy = –uy × ux = uz. Note que o
vetor unitário uz é perpendicular ao plano XY, ou ainda, aponta para
o leitor que observa a Figura 7.6.
Cálculo de a × b:
A partir dos vetores a e b calculados no item (a), você pode escrever
o produto 3 3
a × b = u x × u x + u y .
2 2
AULA
Para calcular este produto vetorial, você primeiro deve usar a lei distributiva
na equação
3 3
b × c = u x +
2 2
(
u y × u x + 3u y , )
isto é,
3 3 3 3 3
b×c= ux × ux + ux × uy + uy × ux + uy × uy .
2 2 2 2
(
c × d = u x + 3u y × ) ( )
3u y = 3u x × u y + 3u y × u y .
Cálculo de d × e:
Novamente, você deve usar a lei distributiva,
1 3
d×e= ( )
3u y × − u x + u y = −
3 3
uy × ux + uy × uy .
2 2 2 2
Z' Z
160
Figura 7.7: Pião que gira, simultaneamente, em torno dos eixos Z e Z'.
AULA
Vamos usar um sistema de coordenadas fixo no pião, formado
pelos eixos X, Y e Z. Como você pode ver na Figura 7.8, a origem
dos eixos fica localizada no ponto C. Veja também que o eixo X
escolhido fica na direção do segmento de reta CP. Dessa forma, a
direção do eixo Y é perpendicular ao plano da Figura 7.8 e aponta
para dentro da página.
Uma vez definido o sistema de coordenadas, você pode representar
r
o vetor de velocidade angular em torno do eixo Z pelo vetor ω que
tem um módulo igual a ω = 10rad/s. Este vetor pode ser escrito em
termos do vetor unitário uz da seguinte forma:
ur
ω = ω u z = (10 rad/s)u z .
Z
r
ω
uur
ω´
160
C P
r
r X
7
AULA
Você com certeza já deve ter se perguntado a respeito do motivo
de a maçaneta da porta ser posta o mais distante possível da dobradiça.
Bem, o motivo reside no fato de que, dependendo do lugar e da direção
da força aplicada na superfície da porta, diferentes acelerações angulares
irão surgir.
r
Por exemplo, se você aplicar uma força F1 na borda e paralela ao
plano da porta, essa força não produz aceleração angular, como pode ser
r
visto na Figura 7.9; tampouco uma força F2 sobre as dobradiças (veja
r
a Figura 7.9). Entretanto, se você aplicar uma força F3 perpendicular
ao plano da porta, e bem próxima da sua borda externa, notará uma
aceleração angular acentuada.
r
F1
r
F2
r
F3
r r r
Figura 7.9: Forças F1 , F2 e F3 atuando sobre uma porta. Apenas produzem
aceleração angular acentuada.
r
dp r
= F. (7.14)
dt
d r r r r
(r × p) = r × F . (7.16)
dt
r
Representaremos por L o vetor que está sendo derivado no lado
esquerdo da Equação 7.16,
r r r
L = r × p. (7.17)
7
r r
momento linear, p = mv , de modo que podemos também escrever:
AULA
r r r
L = r × mv . (7.18)
r r r
O vetor L =é rchamado
×p momento angular da partícula relativo a
uma origem O. Temos, então, que o momento angular de uma partícula
relativo à origem O é o produto vetorial de seu vetor posição pelo seu
momento linear. Portanto, a unidade SI do momento angular é kg·m2/s.
r r r
Além disso, seguindo a regra da mão direita, vemos que a direção de L = r × p
r rr r
L =rr e× p .
é perpendicular ao plano formado por
!
O momento angular é sempre definido em relação a um ponto, chamado
de ponto-base. (No exemplo r dado, o ponto-base é a origem.) Note que a
r r
magnitude e a direção de L =dependem
r×p da escolha da origem.
r
A expressão “relativo à origem O” refere-se ao fato de que o vetor r , na
Equação (7.18), vai da origem O do sistema de eixos até a partícula.
r
dp r r
= F é a força que age sobre a partícula e r seu vetor-posição,
Agora, se
dt r r r
o vetor torque, que representaremos por τ ,=serár × Fdefinido como:
r r r
τ = r × F. (7.19)
r r r
As dimensões de τ são
=r× asFmesmas de trabalho (força x deslocamento).
Entretanto, são grandezas muito diferentes. De fato, lembre-se de que o torque
é uma grandeza vetorial, enquanto trabalho é uma grandeza escalar.
O torque de uma força que age sobre a partícula é chamado
usualmente de “torque exercido sobre a partícula”.
!
Note que o torque também é sempre definido em relação a um ponto e sua
magnitude e a direção dependem da escolha da origem.
r r
τ = 0 ⇒ L constante. (7.21)
r'
rQ
P
r
onde r ’ pode ser visto na Figura 7.10.
7
r r
é, imóvel em relação ao sistema de eixos OXYZ. Nesse caso, drQ / dt = 0.
AULA
Assim, definimos as generalizações dos conceitos de momento angular
e torque como se seguem:
r
• O momento angular LQ de uma partícula relativo a um ponto
fixo Q qualquer é o produto vetorial do vetor-posição relativo a Q da
partícula pelo seu momento linear, isto é,
r r r r r r
LQ = r ′ × p , onde r ′ = r − rQ . (7.23)
r r r
τ Q = r ′ × F. (7.24)
τ=r×F
O y
x φ
F
7
Terra ao redor do Sol. Se considerarmos apenas o sistema Terra-Sol,
AULA
as únicas forças que atuam no sistema são: a força gravitacional que a
Terra exerce sobre o Sol e a força gravitacional que o Sol exerce sobre
a Terra. Ambas estão na direção radial e, portanto, não são capazes de
produzir torque.
Mas a Terra gira em torno do Sol, não gira?
É claro que gira; pois, apesar do torque sobre a Terra ser nulo
(com relação à posição do Sol), seu momento angular é constante (com
relação à posição do Sol). Além disso, como o momento angular tem de
permanecer constante, pois o torque é nulo, o movimento de translação
da reta está contido num plano definido pelos vetores velocidade linear
e vetor-posição da Terra (com relação à posição do Sol).
A trajetória elíptica do movimento de translação da Terra em torno
do Sol está representada por uma linha tracejada na Figura 7.9. Vamos
considerar uma porção infinitesimal da trajetória, que corresponde a um
deslocamento dr. Nesse deslocamento, o vetor varre o triângulo cinza
mostrado na figura, cuja área é
1
dA = r × dr , (7.28)
2
dr = vdt
r
Sol
dA
L = r(mv) = ( mr 2 ) ω ≡ Iω , (7.30)
I = m r2 , (7.31)
7
AULA
3. Uma massa de 50g está presa a uma corda que passa por um
pequeno buraco de uma superfície horizontal, sem atrito. A massa
está inicialmente se movimentando, como na Figura 7.13, com uma
velocidade de 1,50m/s em um círculo de raio 0,300m. A corda é então
lentamente puxada por baixo da mesa, e o raio do círculo diminui para
0,100m.
ri
m
vi
Figura 7.13: Uma massa em movimento circular sobre uma superfície horizontal.
RESPOSTAS COMENTADAS
AULA
L = mr ×v,
vetor velocidade
ri (0, 300m)
v= vi = (1, 50m/s) ≈ 4, 50m/s.
r (0, 100m)
3r
m
1.500kg
θ = 450
RESPOSTA COMENTADA
Neste problema, você deve perceber que duas forças atuam sobre as
roldanas acopladas no topo do plano inclinado. Para tal, você precisa
aplicar a Segunda Lei de Newton tanto para o carro em equilíbrio
quanto para o bloco de massa m em equilíbrio.
Como você pode ver na Figura 7.15, na roldana menor é exercida
uma força cujo módulo é dado pela projeção do peso do carro na
direção do plano inclinado, F1 = Mgsen45o. Por outro lado, na roldana
maior é exercida uma força igual à força peso do bloco de massa
m, ou seja, F2 = mg.
Vamos calcular o torque exercido sobre as roldanas. Note que a
direção do torque é dada pelo eixo perpendicular à Figura 7.15 que
ur
u ur u
passa pelo centro da roldana. O torque devido à força F1 tende
F2 a
produzir uma rotação no sentido anti-horário (sinal positivo),
τ 1 = rF1 = rMgsen45o ,
ur
u
e o torque devido à força F2 tende a produzir uma rotação no sentido
horário (sinal negativo),
τ 2 = −3rF2 = −3rmg.
3r
ur
u ur
u ur
u
F1 F2 F2
M (1.500kg)
m= sen45o = ≈ 3, 5 × 102 kg.
3 3 2
7
AULA
Vamos considerar um sistema de partículas, de massas
r r r r r r
m1, m2, ... , mN, posições r1 , r2 , K , rN , e velocidades v1 , v2 ,K, vN .
A Segunda Lei de Newton, aplicada às partículas do sistema, nos leva
às equações: r
dv1 r ext
m1 = F1 + F1int ,
dt
r r (7.32)
dv
m2 2 = F2ext + F2int ,
dt
M
r r
dv
mN N = FNext + FNint .
dt
rext
r
onde Fi é a soma das forças externas sobre a partícula i e F iint é a soma
r r
das forças internas sobre essa partícula. Naturalmente, Fiext + Fiint é a força
r
total sobre a partícula i. Façamos o produto vetorial de r1 pelos dois
r
lados da primeira equação na Equação (7.32), de r2 pelos dois lados da
r
segunda, e assim sucessivamente, até o produto vetorial de rN pelos dois
membros da N-ésima equação. As equações resultantes são
r
r dv r r r r
r1 × m1 1 = r1 × F1ext + r1 × F1int ,
dt
r
r dv2 r r ext r r int (7.33)
r2 × m2 = r2 × F2 + r2 × F2 ,
dt
M
r
r dv r r r r
rN × mN N = rN × FNext + rN × FNint .
dt
r
r dv d r r
ri × mi i = (ri × mi vi ) (i = 1, 2, ... N) (7.34)
dt dt
d r r r r r r
(r1 × m1v1 ) = r1 × F1ext + r1 × F1int ,
dt
d r r r r r r
(r2 × m2 v2 ) = r2 × F2ext + r2 × F2int ,
dt
M
d r r r r r r
(rN × mN vN ) = rN × FNext + rN × FNint .
dt
d r r r r
(r1 × m1v1 + ... + rN × mN vN ) = (7.35)
dt
r r r r r r r r
(r1 × F1ext + ... + rN × FNext ) + (r1 × F1int + ... + rN × FNint )
r r r r r
L = r1 × m1v1 + ... + rN × mN vN . (7.36)
r r r r r
τ exp = r1 × F1ext + ... + rN × FNext . (7.37)
7
r
AULA
dL r r
= τ ext + τ int . (7.39)
dt
r r r r r r r r r
ri × Fij + rj × Fji = (ri − rj ) × Fij = rij × Fij , (7.41)
r r r
onde a definição para a posição relativa é rij = ri − rj .
r r r r r r r r r r r r
ri × Fij + rj × Fji = (ri × rj ) × Fij = rij × Fij = rij × λij rij = 0 , (7.42)
r
que é nula, pois o produto vetorial de dois vetores paralelos, rij e
r
λ ij rij , é nulo. Com o resultado da Equação 7.42, fica demonstrado que
o lado direito da Equação 7.40 é uma soma vetorial nula e, portanto,
que o torque interno total é nulo:
r r
τ int = 0 . (7.43)
r r r
τ ext = 0 ⇒ L = constante
, , (7.46)
7
AULA
r r r
Naturalmente, r ′ é=um
r −vetor
rQ que vai de Q até a partícula. Suponha,
ainda, que o ponto Q possa ser um ponto móvel, isto é, um ponto cuja
posição varie com o tempo. Derivando em relação ao tempo os dois
lados da Equação 7.47, obtemos
r
dr ′ r r r , (7.48)
= v′ = v − vQ
dt
r r
r dr r dr
onde v = é a velocidade da partícula, vQ = Q é a velocidade do
dt dt
ponto Q.
r r
dr ′ dr ′ r r r
A derivada , que foi representada na fórmula anterior por= v′,=év − vQ
dt dt
chamada velocidade da partícula relativa a Q. Definimos o momento
angular da partícula relativo ao ponto base Q como o vetor
r r r
LQ = r ′ × mv′ , (7.49)
r r r
τ Q = r ′ × F. (7.50)
r r r r r r
ri′ = ri − rQ e vi′ = vi × vQ. (7.51)
r rr rr
A figura a seguir ilustra a relação entre os três vetores ri ,× rFQij e= 0
ri′ .
Q
r
ri′
mi
z rQ
ri
O
y
r r r
LQi = ri′ × mi vi′ . (7.52)
r r r r r
LQ = r1′ × m1v1′ + L + rN′ × mN vN′ . (7.53)
7
AULA
5. Na Figura 7.17, o corpo está fixado a um eixo no ponto O. Três
forças são aplicadas nas direções mostradas na figura: no ponto A, a
8,0m de O, FA = 10N; no ponto B, a 4,0m de O, FB = 16N; no ponto
C, a 3,0m de O, FC = 19N.
uur ur
u
a. ur
Calcule
u o torque em O devido a cada uma das forças FA , FB
e FC .
FA
135o
FC C A
160o
FB
O
90o
RESPOSTAS COMENTADAS
uur uru ur
u
a. Você pode ver na Figura 7.17 que os três vetores de força FA , FB e FC ,
u ur ur
ur u
assim como os vetores de posição rA , rB e rC , estão todos sobre o plano
determinado pelo corpo. Se você chamar o torque produzido por cada
ur
u ur u uru
uma destas forças de τ A , τ B e τ C , então, a direção destes vetores de
torque é perpendicular ao plano da Figura 7.17. Vamos usar o eixo Z,
perpendicular ao corpo rígido mostrado na figura.
Como a distância entre o ponto A e o ponto O vale rA = 8,0m e o módulo
da força aplicada neste ponto vale FA = 10N, o torque produzido no ponto
uur
O pela força FA tem que valer
ur
u ur u uur
τ A = rA × FA = (8, 0m)(10N) sen45o u z ≈ (57 Nm) u z .
ur
u ur
u
Observe que o sentido do vetor τ B é oposto ao sentido do vetor τ A ,
como você pode verificar usando a regra da mão direita.
Note que no ponto C, onde rC = 3,0m, o braço de alavanca vale
rC sen20o.
Como a força aplicada em C tem um módulo igual a FC = 19N, o torque
ur
u
produzido no ponto O pela força FC vale
uru ur u ur u
τ C = rC × FC = (3, 0m)(19N) sen20o u z ≈ (19, 5Nm) u z .
uur ur
u
Os resultados encontrados mostram que, enquanto as forças FA e FC
tendem a girar o corpo no sentido anti-horário, a força tende a girar o
corpo no sentido horário.
b. Para determinar o torque resultante no ponto O, você precisa calcular
a seguinte soma vetorial:
ur
u ur u ur u ur u
τ R = τ A + τ B + τC .
AULA
massa de 75kg, estão conectados por uma corda de 10,0m, que tem
massa desprezível. Eles estão isolados no espaço, girando ao redor
do centro de massa a uma velocidade de 5,00m/s.
CM
RESPOSTAS COMENTADAS
CM
ur ur u
r1 × v1 = r1v1 ur ur u
r2 × v2 = r2 v2
ur
v1
e do astronauta 2,
AULA
ur uur uur
angular total L = é calculado
L1 + L2 por meio da soma vetorial do momento
ur uur uur
angular de cada partícula do sistema, isto é, L = L1 + L2 . Assim como
urur uuurur uuurur
LL==LL
os vetores 1 1+
e+LL2 2 , o momento angular do sistema também tem
RESUMO
Nesta aula, você viu como representar as rotações infinitesimais como um produto
vetorial e estudou algumas das propriedades dessa operação entre vetores.
Em seguida, vimos como representar os vetores velocidade angular e aceleração
angular e estabelecemos uma analogia entre grandezas lineares e angulares para
definir o torque e o momento angular. Também vimos que a Segunda Lei de Kepler
é uma conseqüência da conservação do momento angular.
Finalmente, calculamos o torque total quando forças externas atuam sobre um
sistema de partículas e vimos que o momento angular do sistema se conserva
quando o torque total é nulo.
Pré-requisito
Para melhor compreensão desta aula, você precisa ter
estudado a Aula 4 – As Aplicações das Leis de Newton.
Movimentos: Variações e Conservações | Hidrostática
PRESSÃO EM UM FLUIDO
Nesta aula, vamos estudar algumas das leis que regem o com-
portamento físico dos fluidos, que compreendem tanto líquidos como
gases. Em particular, vamos estudar apenas fluidos estáticos, isto é, em
repouso ou equilíbrio.
Para melhor entendermos o que é um fluido, vamos reproduzir
uma explicação do Professor H. Moysés Nussenzveig encontrada em
seu livro Curso de Física Básica 2 − Fluidos, oscilações e ondas, calor:
8
que o circunda ocorre apenas através de forças normais à superfície do
AULA
fluido. Essas forças normais dão origem ao que chamamos de pressão
num fluido, o que definiremos a seguir.
PRESSÃO E DENSIDADE
ponto, mas distribuída por toda a área de contato entre o tijolo e a mesa.
De fato, se desejamos apoiar um número grande de tijolos sobre a
mesa, é intuitivo esperar que a mesa corra um risco menor de que-
brar-se ao distribuirmos os tijolos por toda a superfície da mesa, como na
Figura 8.1.a, do que se os apoiarmos todos empilhados, uns sobre
os outros, como na Figura 8.1.b, ainda que a força normal total seja
a mesma nas duas situações.
u
ur u
ur
N N
u
ur u
ur
N N
u
ur
4N
8
AULA
u
ur
N
r ur
u ur
u
Fat N = FC cosθ
Mg
Figura 8.2: Forças atuando num tijolo apoiado sobre uma superfície inclinada
com atrito.
Fonte: Física 2A, Aula 1 – Figura 1.2, p.10 (p.4 do .pdf)
∆A
∆A ur
n̂
∆F
ur
F = PAn̂
ur n̂
∆F
n̂
F = pAn̂, (8.2)
onde n̂ é o vetor unitário normal à superfície, que aponta para fora do fluido.
F = ∫ p dA nˆ .
(8.3)
Note ainda que essa expressão também pode ser usada quando a pressão varia de
um ponto para outro da superfície.
8
Cálculos de derivadas e integrais estão fora do objetivo deste
AULA
curso e não serão cobrados nas avaliações.
∆p
B=− , (8.4)
∆V / V
M
ρ= . (8.5)
V
Fora do S.I., diversas unidades podem ser utilizadas, de acordo com o padrão
de medidas adotado, como quilogramas por litro (kg/l), ou libras por polegada
cúbica (lb/in3) etc.
ATIVIDADE
AULA
Ao serem derramados no recipiente, lembre-se de que o líquido mais denso fica
no fundo enquanto que o menos denso fica acima dos outros dois. Para você
organizar a solução deste problema é conveniente dar um rótulo para cada
um dos líquidos. Vamos usar a letra X para o líquido mais denso, ou seja,
ρ X = 2, 6g/cm3 = 2, 6kg/l ;
VX = 0, 5l.
ρ Z = 0, 80g/cm3 = 0, 80kg/l ;
VZ = 0, 40l.
P = mg = (ρV )g .
4 cm
A partir da equação da força peso, você vai poder calcular o peso do líquido
mais denso,
Para o líquido Z, menos denso que os demais líquidos, você deve calcular um
peso igual a
F = PX + PY + PZ ≈ 18N
b. Note que o recipiente cilíndrico tem base circular, com um raio que vale
R = 4cm. Portanto, a pressão é devido à força F exercida sobre o fundo do
recipiente. Você vai precisar primeiro calcular a área da base do cilindro,
A = π R2. Por fim, você vai conseguir calcular a pressão no fundo do
recipiente,
F 18N
p= ≈ ≈ 3, 6 × 103Pa
A π (0, 04m)2
8
1 ur uur uur ur
AULA
F 12 + W = W − F 21
ur ur
F 21 F 32
2 ur uur uur ur
ur F 12 + W = W − F 21
1 F M3 ur uur uur ur
2 F 23 + W = W − F 32
3 3
a b
Figura 8.5.a e b: Descrição das forças que atuam sobre três tijolos empilhados.
Fonte: Física 2A, Aula 1 – Figura 1.6, p.16 (p.10 do .pdf)
F 21 − mg = 0 (tijolo 1),
(8.6)
F 32 − F 21 − mg = 0 (tijolo 2),
FM3 − F 32 − mg = 0 (tijolo 3).
AULA
y
∆z
∆x
z + dz
∆y
−p(z + ∆z) ∆x ∆y z$
z
−p(z + ∆z) ∆x ∆y z$
Fz = ρ g ∆x ∆y ∆z − p ( z + ∆z ) ∆x ∆y + p ( z ) ∆x ∆y = 0, (8.8)
dp
ρg = ,
dz (8.11)
cuja solução é dada por:
h
p − p0 = ρ g ∫ dz,
0
(8.12)
o que resulta em:
p = p0 + ρ gh, (8.13)
O BARÔMETRO DE MERCÚRIO
8
AULA
C
pA = p0
pB = pA
B A
1atm = (1, 35955 × 104 kg/m3)(9, 80665 m/s2)(0, 76m) = 1,01 × 105 Pa.
8
pc = p0
AULA
h
pA = p
Sistema A
pressão p
B
pB = pA
pA − p0 = ρ gh, (8.14)
ATIVIDADE
A1 A2 A1 A2
água
h p l
p' d
mercúrio
(a) (b)
Figura 8.9.a e b: Tubo em forma de U que contém em (a) mercúrio e (b) mercúrio e água.
AULA
a. Primeiro você deve determinar o volume de água Va que foi colocado dentro
do tubo em U. Você pode fazer isso a partir da massa de água, ma=100g ,
e da densidade da água ρa =1,00g/cm3 = 1,00 × 103 kg/m3. Para isto, basta
que você use a definição da densidade de um fluido,
ma (100g)
Va = = = 100cm3 .
ρ a (1, 00g / cm3 )
Va (100 cm3 )
l= = = 20, 0cm.
A2 (5, 00 cm2 )
b. Veja na Figura 8.9.b que a água no lado direito se apresenta mais alta
que o mercúrio no lado esquerdo, porque a água é menos densa do que o
mercúrio. Ambas as colunas de fluido produzem a mesma pressão p´ no nível
da interface mercúrio-água.
Você deve notar que a pressão p´, no ponto p´, é igual a pressão na interface
entre a água e o mercúrio dentro do tubo. Melhor ainda, é igual à pressão
exercida pela coluna de água com uma altura l = 20,0cm,
p´= p0 + ρ a gl.
Sendo assim, você vai poder calcular a pressão manométrica no ponto p´,
p´− p0 = (1, 00 × 103 kg/m3 )(9, 81m/s2 )(0, 200m) ≈ 1,96 × 103 Pa.
p´= p0 + ρm g (h + d) = p0 + ρ a gl.
V = A1 h = A2 d.
p = p0 + ρm gh.
8
AULA
A equação a seguir, que vimos na seção anterior,
p = p0 + ρ gz, (8.15)
r
F
M
A1 A2
Mg F
= , (8.16)
A1 A2
8
para equilibrar o objeto com massa igual a 100kg será, então, igual a
AULA
A2 π 10−2 m 2
F= Mg = −2 × 980N = 39, 2 N. (8.17)
A1 π 5× 10 m
pF = p0 + ρ gh1 ,
(8.18)
pF = p0 + ρ gh2 ,
pF = p0 + ρ gh3 .
h1 h2 h3
ATIVIDADES
a. Qual força deve ser aplicada no pistão menor para levantar um carro
com uma massa igual a 1.400kg?
F1
A2
d1 A1
d2
F2
Figura 8.12: Diagrama de uma prensa hidráulica usada para levantar um automóvel.
AULA
a. Na discussão sobre o Princípio de Pascal, você aprendeu que a
pressão na superfície do fluido em contato com o pistão menor, p1 ,
é transmitida para a superfície do fluido em contato com o pistão
maior, p2 . Isto é verdade porque nós estamos considerando que o
fluido da prensa hidráulica é incompressível. Dessa forma, você pode
ver que quando uma força de módulo F1 é exercida para baixo no
pistão menor, no pistão maior é exercida uma força de módulo F2
para cima. A relação entre essas duas forças é dada pelos valores
das áreas A1 e A2 ,
F1 F
p1 = p2 ⇔ = 2.
A1 A2
Com isso, você vai conseguir calcular quanto vale o módulo da força
que deve ser aplicada no pistão menor para levantar o carro,
Assim, você pode concluir que para elevar o carro de uma altura de
1,0cm, o pistão menor deve ser deslocado de
W1 = F1 d1 .
A A
W1 = 1 F2 2 d2 = F2 d2 = W2 .
A2 A1
8
y=0
AULA
x
RESPOSTAS COMENTADAS
p = p0 + ρ gL.
∆p = p − p0 = ρ gL.
AULA
essa diferença de pressão vale ∆p = 0,1atm = 1,01 × 104Pa. Você pode
calcular a profundidade na qual o mergulhador começou a subida a partir
da seguinte equação:
PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES
Mas, como vimos na seção anterior, p(z) e p(z + ∆z) são dados por:
p ( z ) = ρ gz,
(8.20)
p ( z + ∆z ) = ρ g ( z + Lz ) .
Fz = − ρ g Lx Ly Lz = − ρ gVs , (8.21)
Conta-se que, certa vez, Hierão, rei de Siracusa, no século III a.C. havia encomendado uma coroa
de ouro, para homenagear uma divindade que supostamente o protegera em suas conquistas,
mas foi levantada a acusação de que o ourives o enganara, misturando o ouro maciço com prata
em sua confecção. Para descobrir, sem danificar o objeto, se o seu interior continha uma parte
feita de prata, Hierão pediu a ajuda de Arquimedes. Ele pôs-se a procurar a solução para o
problema, a qual lhe ocorreu durante um banho. A lenda afirma que Arquimedes teria notado
que uma quantidade de água correspondente ao seu próprio volume transbordava da banheira
quando ele entrava nela e que, utilizando um método semelhante, poderia comparar o volume
da coroa com os volumes de iguais pesos de prata e ouro: bastava colocá-los em um recipiente
cheio de água e medir a quantidade de líquido derramado. Feliz com essa fantástica descoberta,
Arquimedes teria saído à rua nu, gritando “Eureka! Eureka!” (“Encontrei! Encontrei!”).
AULA
inventor Arquimedes de Siracusa (287 a.C. - 212 a.C.)
através do link:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquimedes
ATIVIDADES
RESPOSTAS COMENTADAS
Note que a partir da equação dada você pode calcular a razão V/Vs , ou
seja, a razão entre o volume submerso V e o volume total do submarino
Vs . Esta relação é dada pela razão entre as densidades ρs e ρa ,
V ρ
= s.
Vs ρ a
ρs (1, 0 × 103 )
f = 1− = 1− ≈ 0, 024.
ρa (1, 025 × 103 )
AULA
que a força de empuxo exercida sobre o submarino é devida a um volume
Vs − Vt de água do mar.
Para equilibrar a força peso P =psgVs com a força de empuxo
E´=ρag(Vs −Vt), é necessário que a seguinte igualdade seja verdadeira:
P = E´
c
ρ s gVs = ρ a g(Vs − Vt ).
ρ
Vt = Vs 1 − s .
ρa
Basta que você use os valores das densidades s e a, bem como do
volume Vs , para encontrar a resposta,
a. Determine a força total para baixo, exercida pelo líquido e pela atmosfera,
no topo do objeto.
L/2
RESPOSTAS COMENTADAS
Devemos primeiro dizer quais são as forças que atuam sobre o objeto. Note
que o cubo está em equilíbrio estático, isto é, a força resultante é nula.
Vamos usar o eixo vertical z, como está mostrado na Figura 8.15. De acordo
com o enunciado do problema, sabemos que a força peso do objeto, com
direção vertical e sentido -z, tem um módulo P = 4,0 × 103N. Dado que a
aresta superior do cubo está atada a um fio, sobre o objeto também atua
uma força de tração T, com sentido +z. Mais ainda, a força Fs, exercida pelo
líquido e pela atmosfera no topo do objeto, tem o sentido -z, enquanto
que a força Fi , aplicada no fundo do objeto, tem o sentido +z. Veja na
Figura 8.15 o diagrama de corpo isolado do objeto cúbico.
Fi
P
Fs = ps A.
Para calcular o valor da pressão na parte superior do objeto, ps, você deve
usar a equação que descreve a variação da pressão em um fluido em
função da profundidade. A pressão total na parte superior do corpo é igual
à soma da pressão atmosférica, p0 = 1,0 × 105 Pa, e da pressão exercida
pelo líquido à profundidade L/2,
L
ps = p0 + ρ g .
2
Fs ≈ 3, 7 × 104 N.
L 3
pi = p0 + ρ g + L = p0 + ρ gL.
2 2
Uma vez que pi > ps , a força exercida na parte inferior do objeto, Fi , é maior
em módulo do que a força exercida na parte superior do objeto, Fi > Fs .
Agora, você pode multiplicar a pressão pi pela área da parte superior do
cubo para encontrar
3
Fi = pi A = p0 + ρ gL A.
2
c. Você deve notar que o objeto cúbico está em equilíbrio estático. A partir
dessa constatação, você poderá calcular a tração no fio, T, por meio da
condição de equilíbrio estático do corpo. Considere a seguinte condição de
equilíbrio para o eixo coordenado z:
∑F z = T + Fi − Fs − P = 0.
A igualdade permite que você calcule a força de tração a partir dos valores já
conhecidos p , Fi e Fs . Para fazer isto, você deve isolar T na igualdade,
T = P + Fs − Fi
= P − ρ gL3 ≈ 2, 0 × 103 N.
E = ρ gV = ρ gL3 ≈ 2, 0 × 103 N.
Você já deve ter percebido que a força de empuxo E é dada pela diferença
(vetorial) entre as forças exercidas na parte inferior e superior do objeto
cúbico. Conforme foi discutido, Fi > Fs, e, assim, a força de empuxo sempre
terá sentido para cima. Portanto, a relação entre as quantidades envolvidas
neste problema é dada por
E = Fi − Fs .
AULA
Nesta aula, vimos como um fluido exerce pressão sobre as paredes do recipiente
que o contém. Em seguida, definimos a densidade de um fluido homogêneo,
quando conhecemos a sua massa e o volume que ele ocupa.
Também calculamos a pressão manométrica na superfície de um fluido incom-
pressível em um campo gravitacional e vimos como podemos medir a pressão
com um barômetro de mercúrio. Além disso, vimos como o Princípio de Pascal
pode ser usado na construção de uma prensa hidráulica.
Finalmente, definimos o empuxo como a força para cima, exercida por um fluido
sobre um corpo mergulhado e mostramos como sabemos se esse corpo bóia,
afunda ou permanece imóvel.
Apêndice
Movimentos: Variações e Conservações | Vetores
DEFINIÇÃO DE UM VETOR
Considere dois pontos distintos P1 e P2. Eles determinam uma única reta r que passa por eles.
Além disso, o segmento de reta entre os pontos P1 e P2 também é único. Nesse segmento de reta,
são possíveis dois sentidos de percurso: o de P1 para P2 e o de P2 para P1. O segmento de reta ao
qual atribuímos um sentido é chamado de segmento de reta orientado. Para abreviar a linguagem,
chamamos um segmento de reta orientado simplesmente de seta.
Ao fazer o desenho de uma seta, indicamos que ela tem sentido, ou orientação, de P1 para
P2 , desenhando uma ponta no seu ponto final, como mostra a Figura A.1.
r
P2
uuuur
P1 P 2
P1
uuuur
Figura A.1: Segmento de reta orientado ou seta P1 P 2 .
Fonte: Física 1A v.1 − Figura 8.3, p. 166.
Nesse caso, o ponto P1 é chamado de ponto inicial da seta, ou origem da seta, e o ponto
uuuur
P2 , de ponto final da seta. Vamos representar a seta acima por P1 P 2 .
A reta na qual está uma seta (como a reta r na figura acima) é chamada de reta suporte
da seta. Essa reta tem uma direção com relação a outros objetos, como, por exemplo, a direção
horizontal, ou vertical, ou inclinada de um ângulo com relação a outra reta. Definimos a direção
da seta como sendo a direção de sua reta suporte.
Em cada direção há dois sentidos, por exemplo: na direção vertical, há os sentidos para
cima e para baixo, e na horizontal, o que chamamos de sentidos para a esquerda e para a direita
(especificados, é claro, em relação à superfície da Terra e ao observador). Uma seta ou segmento
de reta orientado tem sempre um dos sentidos entre os dois possíveis ao longo de sua direção.
2
é também chamado de módulo da seta.
APÊNDICE
Talvez agora você possa estar se perguntando:
− Será que uma seta e um vetor são a mesma coisa?
A resposta é:
− Não são! Pelo menos, não necessariamente.
Mas talvez você queira argumentar:
− Ora, mas uma seta não é definida por seus módulo, direção e sentido!? Isso não é
exatamente o mesmo que um vetor, um segmento de reta orientado?
Bem, deixe-nos explicar isso direito:
Vamos dizer que setas com a mesma direção, o mesmo sentido e o mesmo módulo são setas
uuuur
eqüipolentes. Considere agora o conjunto de todas as setas eqüipolentes à seta P1 P 2 , algumas estão
ilustradas na Figura A.2.
a
a
a
a
a
Figura A.2: Setas eqüipolentes que representam o vetor a em diferentes pontos do espaço.
Fonte: Física 1A v.1 − Figura 8.6, p. 169.
Todas têm o mesmo módulo, direção e sentido, mas cada seta tem uma origem diferente.
uuuur
Por outro lado, o vetor associado à seta P1 P 2 é justamente esse conjunto, ou seja, o conjunto de
todas as setas eqüipolentes é o que chamamos de vetor!
!
Em nosso curso, um vetor poderá ser denotado por uma única letra em negrito,
por exemplo, a, ou um vetor poderá também ser representado pela conhecida
r
notação: a .
r
Já o módulo de um vetor a será denotado por |a| ou a . Também poderemos
representar o módulo de um vetor abolindo o negrito da letra, ou seja, usando
simplesmente a.
Agora considere um vetor a. O vetor que tem a mesma direção e o mesmo módulo que a,
porém sentido oposto ao de a, é chamado vetor oposto a a e é representado por −a. A Figura A.3
mostra um vetor a e seu oposto −a.
–a
Também é conveniente definir o que chamaremos de seta nula. Uma seta nula é simplesmente
uuur
um ponto. A seta nula constituída pelo ponto P é representada por PP . Por definição, uma seta
nula tem módulo igual a zero. Uma vez que não podemos atribuir uma direção e um sentido a
uma seta nula, dizemos que ela tem direção e sentido indeterminados. Cada ponto do espaço é uma
seta nula, e todas as setas nulas são, por definição, eqüipolentes entre si. Chamamos o conjunto
r
de todas as setas nulas de vetor nulo. Em nosso curso, o vetor nulo será denotado por 0 ou 0 .
2
APÊNDICE
Dados dois vetores a e b, consideremos uma seta qualquer que represente a. Tomemos
o ponto final dessa seta como o ponto inicial de uma seta que represente b. Definimos soma de
a com b, que representamos por a + b, como sendo o vetor representado pela seta que tem por
ponto inicial o ponto inicial da seta que representa a, e por ponto final o ponto final da seta que
representa b, como mostra a Figura A.4.
A operação que associa aos vetores a e b, o vetor a + b, é chamada de adição de vetores, ou
adição vetorial. Os vetores a e b que formam a soma a + b são chamados componentes vetoriais
do vetor a + b. Essa regra de obter a soma de dois vetores é chamada de regra do triângulo.
Na figura a seguir, fica claro por que a adição vetorial é chamada assim.
a+b
a
a
a + b = b + a. (A.1)
2. A adição vetorial é associativa, isto é, para quaisquer vetores a, b e c temos:
( a + b) + c = a + ( b + c ) . (A.2)
3. O vetor nulo 0 é o elemento neutro da adição vetorial, isto é, para qualquer vetor a,
temos:
a + 0 = a. (A.3)
4. Para cada vetor a, existe o vetor oposto −a, que satisfaz a igualdade:
a + ( −a ) = 0. (A.4)
b b+a
b
a+b
Figura A.5: a + b = b + a.
Fonte: Física 1A v.1 − Figura 8.9, p. 173.
Vamos agora definir uma operação que, a partir de um número real e um vetor, produz
um vetor.
Seja λ um número real não nulo e a um vetor não nulo. A esse número e a esse vetor
associamos um vetor, que simbolizamos por λa:
I. com a mesma direção de a;
II. com módulo igual ao módulo de λ vezes o módulo de a;
III. com o mesmo sentido de a, se λ é positivo, mas com sentido oposto ao de a,
se λ é negativo.
Entretanto, se λ = 0 ou se a = 0, definimos λa como sendo o vetor nulo.
Essa operação é chamada multiplicação de um número por um vetor. No contexto dessa
operação, o número costuma ser chamado de escalar. Podemos então chamar essa operação de
multiplicação de um escalar por um vetor.
2
APÊNDICE
a
2a
1
− a
2
0a
λa = λ a . (A.5)
Note que, se λ >1, o vetor estica; e, quando 0 < λ < 1, o vetor se contrai!
Uma outra propriedade que vale a pena mencionar é que o vetor −a, oposto ao vetor a,
pode ser obtido como o produto de −1 por a, isto é, (−1)a = −a.
Interessante também é notar que podemos obter um vetor unitário através da multipli-
cação de um escalar por um vetor. De fato, um vetor é chamado unitário se o seu módulo é igual
a 1 (na unidade de medida que estiver sendo usada), isto é, o vetor u é unitário se, e somente se,
|u| = 1. Assim, dado um vetor a não nulo, o seu módulo |a| é um número diferente de zero e,
portanto, tem um inverso 1/|a|. Multiplicando-se esse número por a, obtém-se o vetor unitário
(1/|a|)a. Logo, pela propriedade vista na Equação A.5,
1 1
a = a = 1. (A.6)
a a
É fácil ver que, usando-se apenas a operação do produto de número por vetor, demonstra-se
que todos os vetores em uma mesma direção podem ser escritos como múltiplos de um único vetor
unitário que tem essa direção. Podemos expressar essa afirmação do seguinte modo: se a é um vetor
qualquer na direção de um vetor unitário u, então:
a = ± a u. (A.7)
Vamos usar agora um sistema de eixos coordenados OXYZ e considerar um vetor unitário
na direção de cada eixo, com sentido igual ao sentido positivo do eixo. Vamos denotar por
ux, uy e uz os vetores unitários com a direção e o sentido dos eixos OX, OY e OZ respectivamente,
conforme ilustrado na Figura A.7.
uz
y
uy
ux
Qualquer vetor a no espaço tridimensional pode ser escrito em termos dos três vetores
unitários ux , uy e uz.
(Uma demonstração dessa afirmação pode ser vista na Aula 8 da Apostila Física 1A,
Módulo 1.)
A partir da Equação (A.7) também é fácil perceber que um vetor a, em termos dos vetores ux ,
uy e uz, deve ser escrito como
a = a x u x + ay u y + az u z , (A.8)
2
os vetores ux , uy e uz formam uma base ortonormal de vetores tridimensionais.
APÊNDICE
O quê!? Você não sabe o que é uma base de vetores!? Também não sabe o que é uma base
ortonormal!?
Tudo bem. Dizemos que três vetores e1, e2 e e3 formam uma base quando:
I. qualquer vetor a pode ser escrito em termos de e1, e2 e e3, de acordo com a expressão
a = a1e1 + a2e2 + a2e3, na qual a1, a2 e a3 são números;
II. não existe mais do que uma trinca de números a1, a2 e a3 que permita escrever a citada
expressão para a.
a = ax u x + ay u y + az u z e b = bx u x + by u y + bz u z , (A.9)
cx = ax + bx ;
cy = ay + by ;
(A.10)
cz = az + bz .
Se a = λb, temos
ax = λ bx ;
ay = λ by ;
(A.11)
az = λ bz .
O vetor nulo 0 é escrito na base ux , uy e uz como 0 = 0ux + 0uy + 0uz, isto é, suas componentes
são todas iguais a zero.
a = ax u x + ay u y + az u z e b = bx u x + by u y + bz u z ,
rr
a.b = ax bx + ay by + az bz . (A.12)
O produto escalar pode ser formalmente generalizado para vetores com n componentes,
onde n é um número inteiro qualquer. Nesse caso, os vetores se escrevem como:
a = a1 u1 + a2 u 2 + L + an u n e b = b1u1 + b2 u 2 + L + bn u n
rr n
a.b = a1b1 + a2 b2 + ... + an bn = ∑ ai bi (A.13)
i =1
!
Pela Equação A.13, é fácil ver que, embora se trate do produto
de dois vetores, o resultado do produto escalar entre dois vetores
é sempre um escalar, daí o nome de produto escalar.
2
APÊNDICE
Sejam a um vetor diferente de zero, u um vetor unitário e θ o ângulo entre eles. Definimos
a projeção do vetor a ao longo do vetor unitário u como sendo o número dado pelo produto do
módulo do vetor a pelo cosseno do ângulo entre os vetores,
a cosθ . (A.14)
A Figura A.8 ilustra o caso em que 0 < θ< π/2, com as setas de a e u desenhadas a partir
de uma origem comum, que chamamos de O.
O u P' r
a'
u P' r
Usando apenas a definição de produto de um número por um vetor, você pode verificar que
a ’ = ( a cosθ ) u. (A.15)
E podemos aplicar o resultado acima aos vetores unitários ux , uy e uz, que foram vistos
na seção anterior.
Considere a Figura A.10 abaixo, que exibe agora os ângulos θx , θy e θz entre a e ux , uy
e uz , respectivamente.
Pz
P
uz θz
θy
O
ux uy y
Py
θx
x Px
2
APÊNDICE
a = ( a cosθ x ) u x + ( a cosθ y ) u y + ( a cosθ z ) u z . (A.16)
Como aplicação, vamos considerar uma situação muito comum, na qual todos os vetores
de um problema estão em um mesmo plano.
Vamos escolher os eixos OX e OY para representar os vetores nesse plano. Pelo resultado
acima, qualquer vetor a do plano pode então ser escrito como
a
uy θy
θz
O x
ux
Analogamente, podemos definir o ângulo θ como sendo o ângulo que o vetor a faz com o
eixo OX e escrever as componentes de a na Equação A.18 como
ay
a = ax2 + ay2 e tan θ = . (A.20)
ax
Da mesma forma, um outro vetor b, que faz um ângulo θb com a horizontal, se escreve
como
b = b cosθb u x + b senθb u y . (A.22)
rr
a.b = a1b1 + a2 b2 = a b (cosθb cosθ a + senθ a senθb ) (A.23)
= a b cos(θb − θ a ),
onde θb − θa é o ângulo entre os vetores b e a. Assim, é fácil ver que o produto escalar entre vetores
perpendiculares entre si é nulo, enquanto o produto escalar entre vetores paralelos é máximo e
dado pelo produto dos módulos.
Terminamos esta seção com uma observação de caráter prático. Temos procurado distinguir
o conceito de vetor do conceito de seta. Para cada vetor, há uma infinidade de setas que o representam,
e é o conjunto de todas elas que define o vetor. Entretanto, seguiremos doravante a prática comum
de se referir a uma seta como sendo o vetor a ela associado, e vice-versa.
2
APÊNDICE
Um pirata enterrou seu tesouro em uma ilha que tem cinco árvores localizadas nos seguintes
pontos: A (30,0m, −20,0m), B (60,0m, 80,0m), C (−10,0m, −10,0m), D (40,0m, −30,0m),
e E (−70,0m, 60,0m). Todos os pontos são medidos com relação a uma certa origem, como
na Figura A.12.
X
C
A
D
Figura A.12: Mapa da ilha que contém cinco árvores de referência, localizadas nos pontos A, B, C, D e E.
As orientações contidas no mapa dizem: comece no ponto A e mova-se até B, mas pare na
metade do caminho entre A e B. Em seguida, vá em direção ao ponto C, andando um terço da
distância entre a sua posição atual e o ponto C. Depois, mova-se em direção ao ponto D, e ande
um quarto da distância entre onde você está e o ponto D. Finalmente, mova-se em direção ao
ponto E e ande um quinto da distância entre você e o ponto E.
a) Utilize os vetores unitários no plano XY para escrever cada um dos pontos A, B, C, D
e E, como um vetor.
b) Quais são os três pontos descritos no mapa onde você tem que parar antes de
continuar?
c) Quais são as coordenadas onde o tesouro está enterrado? Qual é a distância entre esse
ponto e a origem dos eixos?
Solução
a) Os eixos X e Y usados no mapa da ilha permitem que você escreva cada um dos pontos
em termos dos vetores unitários ux e uy. Neste caso, você deve perceber que o vetor unitário ux
vai representar 1m na direção x, e o vetor unitário uy vai representar 1m na direção y.
As coordenadas do ponto A são (30,0m, −20,0m), ou seja, o ponto está a 30,0m na direção
x e a -20,0m na direção y. Se você chamar de a o vetor que representa o ponto A, então este deve
ser escrito em temos dos vetores unitários da seguinte maneira:
a = 30, 0u x − 20, 0u y .
Da mesma forma, o ponto B, que tem como coordenadas (60,0m, 80,0m), pode ser
representado pelo vetor b,
b = 60, 0u x + 80, 0u y
c = −10, 0u x − 10, 0u y ,
d = 40, 0u x − 30, 0u y .
Finalmente, o ponto E, de coordenadas (−70,0m, 60,0m), pode ser representado pelo vetor e,
e = −70, 0u x + 60, 0u y .
b) A primeira orientação contida no mapa diz que você tem de ir do ponto A até o ponto B, e
parar no meio do caminho. Você pode então dizer que a direção deste caminho é representada pelo
vetor b - a. O vetor v1, que representa o ponto onde você deve parar, é mostrado na Figura A.13.
2
APÊNDICE
b
V1
b−a
2
x
b−a
v1 = a + = 45, 0ux + 30, 0uy .
2
A segunda orientação que está no mapa diz para você andar do ponto onde você parou,
v1, até o ponto C. Desta vez, você deve parar quando tiver percorrido 1/3 do caminho. Então,
como na primeira orientação do mapa, você nota que a direção deste caminho é representada
pelo vetor c - v1. O vetor v2, que representa o ponto da sua segunda parada, é
c − v1 1
v 2 = v1 + = (80, 0u x + 50, 0u y ) ≈ 26, 7 u x + 16, 7 u y .
3 3
A penúltima orientação pede para você andar do ponto v2 até o ponto D, mas deve parar
quando tiver percorrido 1/4 do caminho. Então, você nota que a direção deste caminho é dada
pela mesma direção do vetor d - v2, e que o vetor v3 representa o ponto da sua terceira parada,
d − v2
v3 = v2 + = 30, 0 u x + 5, 00u y .
4
c) Segundo a última orientação do mapa, você deve andar do ponto v3 até o ponto E e parar
quando tiver percorrido 1/5 do caminho. Assim, a direção que você tem de escolher é a mesma
direção do vetor e − v3. A localização do tesouro do pirata é representada pelo vetor v4,
e − v3
v 4 = v3 + = 10, 0 u x + 16, 0u y .
5
Para encontrar a distância entre a localização do tesouro e a origem dos eixos, você tem
de calcular o módulo |v4|. O resultado que você vai encontrar é
Exemplo 2
Uma luminária é constituída por três hastes e quatro junções, como na Figura A.14.
A posição da junção A é (30,0cm, 40,0cm) enquanto que as posições das junções B e C são,
respectivamente, (-10,0cm, 45,0cm) e (-20,0cm, 30,0cm).
a) Ache a localização de cada junção, A, B e C, medida com respeito a origem O.
b) Calcule os ângulos θ1, θ2 e θ3.
θ2
θ3 A
θ1
O
Figura A.14: Luminária que pode ser direcionada por meio das junções A, B e C.
2
APÊNDICE
a) Em certos casos, o produto escalar entre dois vetores pode ser bastante útil. A definição
do produto escalar entre dois vetores é a seguinte:
a ⋅ b = | a || b | cosθ .
Vamos representar a posição da junção A pelo vetor a = 30,0 ux + 40,0 uy. Da mesma
forma, vamos representar a posição da junção B pelo vetor b = -10,0 ux +45,0 uy e a posição da
junção C pelo vetor c = -20,0 ux + 30,0 uy.
b) Cálculo de θ1:
Note que o módulo do vetor a vale | a | = 30, 02 + 40, 02 = 50, 0cm. Segundo a definição,
o produto escalar entre os vetores a e ux vale
Por outro lado, o produto escalar entre os vetores a. ux também pode ser calculado a partir
das componentes. Primeiro, você escreve este produto como
a ⋅ u x = u x ⋅ (30, 0 u x + 40, 0 u y ).
Depois, você aplica a lei distributiva da multiplicação. Ao multiplicar, você vai encontrar que
Você pode usar a regra do produto escalar para os vetores unitários, isto é, ux • uy = 0,
porque estes vetores são ortogonais, enquanto que ux • ux = uy • uy = 1. Se você entendeu bem
esta regra, então percebeu que
a ⋅ u x = 30, 0.
Finalmente, você pode escrever uma relação que vai permitir encontrar o ângulo θ1 entre
os vetores a e ux. Quando você igualar o produto escalar calculado das duas diferentes maneiras,
chegará à conclusão de que
a ⋅ u x = 50, 0 cosθ1 = 30, 0.
30, 0
cosθ1 = = 0, 60 .
50, 0
Veja na Figura A.14 que o ângulo deve estar no intervalo 0o < θ1 < 90o. O resultado final
que você encontra para o ângulo θ1 é o seguinte:
Cálculo de θ2:
Em primeiro lugar, você deve perceber que θ2 é o ângulo entre os vetores a e b-a. O vetor
que parte do ponto A e chega a B é escrito nas coordenadas cartesianas como b-a = -40,0 ux +
5,00 uy. O módulo do vetor b-a vale | b − a | = 40, 02 + 5, 002 ≈ 40, 3 . Assim, o produto escalar
entre os vetores a e b-a vale
a ⋅ (b − a) = (50, 0)(40, 3)cosθ 2 ≈ 2.015 cosθ 2 .
O produto escalar, em termos das componentes que você vai calcular depois, é dado por
2
APÊNDICE
Agora você já sabe que o ângulo entre os vetores c-b e b-a vale θ3. Vamos calcular o produto
escalar destes dois vetores considerando que c-b = -10,0 ux -15,00 uy.
Usando as componentes cartesianas de cada vetor, você vai encontrar que o produto escalar
também vale
(c − b) ⋅ (b − a) = 400(u x ⋅ u x ) + 600(u x ⋅ u y ) − 50, 0(u y ⋅ u x ) − 75, 0(u y ⋅ u y ),
= 400(1) + 600(0) − 50, 0(0) − 75(1) = 325.
O ângulo encontrado pode ser 63,3o ou 116,7o. Contudo, o ângulo θ3 está no intervalo
0o < θ2 < 90o, e por causa disso θ3 = 63,3o.
Referências
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