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24 Pesquisa & Desenvolvimento cerâmicainformação

Os materiais refratários
M. Cannio, M. Hanuskovà

Os refratários são produtos que pertencem ao universo ácidas e básicas. Isso porque, na produção do aço, por
da cerâmica (inorgânicos, não metálicos) que possuem a exemplo, o forno Martin-Siemens para afinamento do ferro
característica principal de resistir às altas temperaturas (por gusa tem a sola ácida, enquanto o conversor Thomas possui
definição, a sua temperatura de fusão deve ser superior a o revestimento interno básico. Os materiais refratários
1580 °C). Não devem, porém, serem apenas resistentes ao encontram aplicação ainda nos fornos para metais não
calor, mas, possuírem também outras características como: ferrosos, cimento, vidro, cerâmica e nos centros das caldeiras
baixo coeficiente de dilatação térmica, alta resistência à a vapor. Eles se apresentam geralmente sob a forma de
compressão, impactos, saltos térmicos, e não devem reagir tijolos refratários de diversos formatos, e são colocados na
com as substâncias as quais venham a ter contato. Eles obra mediante o uso de cimentos refratários adequados.
são usados principalmente para o revestimento de fornos Em outros casos são usados na preparação das chamadas
industriais (para a fabricação de cal, cimento, vidro, etc) pisadelas refratárias que consistem numa massa de materiais
para metalurgia, na indústria cerâmica e nas fábricas de refratários em grãos ou em pó (em geral magnésio, dolomita
coque. Assim como evoluiu ao longo dos séculos a tecnologia calcinada ou argila), água e ligantes, resfriado in loco para
dos fornos e dos processos em que estão envolvidos (fusão formar solas de fornos, etc. Tecnologias substancialmente
de metais e vidros, queima de cal, cimentos e cerâmica, diferentes distinguem, portanto, a produção dos materiais
apenas para citar os principais), do mesmo modo evoluiu a refratários baseadas nas características químico-físicas, na
tecnologia dos refratários, cuja fabricação, nos últimos dois qualidade e nas formas que se deseja encontrar no produto
séculos aproximadamente, se transformou em indústria. Mas, acabado. Dependendo da qualidade do chamote (que nada
mesmo em se tratando de materiais fundamentais para os mais é que um material refratário já submetido à queima até
produtos da civilização humana, os refratários são geralmente o ponto de não poder mais sofrer contrações de volume e
ignorados pelo “grande público” e também pela história da utilizado como inerte) e da pasta ligante utilizada, além da
evolução industrial. É uma espécie de “indústria oculta” ou, força de compressão empregada, do grão da massa pré-
segundo um axioma americano: “a indústria por trás de todas escolhida e da temperatura de queima final utilizada, serão
as indústrias”, e somente há menos de dois séculos é que os obtidos produtos refratários de características também muito
técnicos se interessaram com atenção cada vez maior pelos diferentes e de difícil classificação [2, 3].
materiais com os quais são construídos os seus fornos [1].
1.1 – A classificação estrutural

1 – Classificações A classificação estrutural subdivide os refratários em:


- tradicionais: refratários constituídos por grãos ligados
No mercado existe uma notável variedade de produtos por uma matriz cerâmica ou vítrea e que apresentam uma
refratários, cuja classificação nem sempre é tão fácil. No porosidade residual aberta entre 10 e 30%;
uso dos materiais refratários, especialmente na siderurgia, - especiais sinterizados: refratários caracterizados por um alto
é importante, por exemplo, a distinção entre substâncias grau de sinterização e porosidade quase nula;

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- especiais eletrofundidos: refratários com grau de sinterização assim o recurso de fôrmas ou de estampos;
e densidade ainda mais alta que a classe anterior. - argamassas: mistura de inertes refratários granulados
(agregados) e um ligante. Podem conter ligante hidráulico
ou químico. Classificam-se em:

Fig. 1 – Placas refratárias em ciclos rápidos de queima de produtos Fig. 2 – Refratários silico-aluminosos (tijolos, caselas, placas).
cerâmicos.
• argamassas isolantes: combinam o ótimo isolamento a
1.2 – Aspecto físico-morfológico dos materiais um alto grau de refratariedade. Adequados também ao uso
como primeira parede (até a temperatura de 1500 °C) ou
Vamos examinar os tipos simples de materiais refratários. na segunda camada;
• argamassas refratárias densas: sintetizam plenamente as
1.2.1 – Refratários pré-moldados características dos refratários não moldados permitindo a
completa possibilidade de substituir os materiais queimados
Trata-se de produtos que se apresentam em múltiplas formas com conseqüentes vantagens. Permitem suportar oscilações
capazes de realizar as várias partes dos revestimentos dos térmicas bruscas, ações mecânicas, abrasões e exigências
fornos industriais e compreendem refratários “tradicionais” e químicas até temperaturas de 1850 °C.
“não tradicionais”. Podem-se distinguir os seguintes grupos: - materiais de jato e reboco: misturas de agregados refratários
- silico-aluminosos: nos quais são reagrupados os materiais e ligantes. Utilizados nos novos revestimentos e na restauração
refratários de 20 a 44% de alumina; de estruturas em refratários já desgastados. A sua aplicação
- aluminosos: com alto conteúdo de alumina, normalmente ocorre geralmente com o uso de máquinas de jato ou por
utilizados em altas temperatura e condições extremas de espátula no caso de pequenas reparações;
trabalho; - os cimentos e rebocos refratários pertencem também aos
- especiais: de alta tecnologia, constituídos por materiais de materiais não moldados preparados. Os cimentos refratários
composição química diferentes dos anteriores e com formas são misturas de agregado refratário fino e um ligante de
especiais segundo desenho do cliente; natureza diferente. São empregados para ligar as paredes
- isolantes e refratários isolantes: utilizados em contato de tijolos e preencher as juntas. Podem ser em estado seco
direto com a chama pela baixa condutibilidade térmica, sua ou pronto para o uso, e com ligante cerâmico, químico ou
principal característica é a diminuição das altas temperaturas. hidráulico. Os rebocos refratários são misturas de agregados
O seu uso anteparo secundário permite projetar paredes mais finos com um ligante cerâmico químico ou hidráulico. São
finas e dotadas de menor capacidade térmica e, por isso, fornecidos também no estado seco.
maior adaptabilidade à condição.
1.2.3 – Refratários fibrosos
1.2.2 – Refratários não moldados preparados
As fibras cerâmicas representam uma das expressões
Constituídos por uma parte granular (agregado) e por um tecnologicamente mais avançadas no setor dos materiais
ou mais ligantes. Dependendo da tipologia, podem ser isolantes e refratários. Diferenciam-se dos refratários
colocados diretamente na obra ou após o acréscimo de um tradicionais por algumas características principais que são:
ou mais líquidos adequados. Os refratários não moldados a extrema leveza, o baixíssimo coeficiente de condutibilidade
podem ser densos e isolantes, e os valores da sua porosidade térmica, a limitada absorção de calor e a elevada resistência
total após queima devem corresponder àquelas dos produtos às oscilações bruscas de temperatura. Entre os múltiplos
moldados, ou seja, PT < 45% para os produtos densos e PT campos de aplicação recordamos: o preenchimento das juntas
≥ 45% para os isolantes. nas paredes refratárias, o preenchimento e estofo em alta
Compreendem os seguintes produtos: temperatura, guarnições de isolamento dos eixos dos rolos nos
- pisados: materiais refratários sem coesão antes do uso. São fornos cerâmicos, volumes retorcidos, câmaras de combustão
constituídos por agregados refratários e um ligante. Podem de caldeiras, peças especiais de revestimentos de fornos,
conter ligantes do tipo cerâmico, químico e orgânico; cones e peças diversas para alumínio, isolamento térmico
- plásticos: misturas de ótimo grau de plasticidade e prontos para tampas de panelas, revestimentos de fornos industriais
para o uso. Podem também conter ligante cerâmico, químico (abóbada e paredes), isolamento acústico a alta temperatura,
e orgânico. São aplicados através de pestellatura evitando resfriamento controlado das peças de fundição, proteção

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contra incêndio (portas, tampas e juntas corta-fogo), etc. forma de tijolos que são queimados a cerca de 1500 °C. Tais
materiais são resistentes aos agentes químicos e aos gases de
combustão, porém, não resistem aos agentes básicos.
São empregados nas câmaras de destilação.

Fig. 4 – Recipientes em refratário de cordierita-mulita para a calcinação


de óxidos.

Refratários básicos – Os mais usados são à base de


magnésico constituídos de óxido de magnésio (possuem um
ponto de fusão em torno de 1600 °C). A fieira tecnológica
Fig. 3 – Módulo de fibra comprimida e cortada. para a preparação do refratário pode ser assim resumida:

1.3 – Definição dos refratários com base na sua natureza MgO não puro -> MgO cristalino pó -> Modelagem em tijolo -> Refratário
química calcinação a 1800 °C água ligante queima a 1400 °C

Com base na natureza química os materiais refratários são São também básicos os refratários calcários, dolomíticos
classificados (Tabela I) do seguinte modo: constituídos com predominância de calcário e dolomita
respectivamente.
Refratários neutros – (não reagem nem com ácidos nem com Tais materiais resistem à corrosão dos metais e das escórias
bases). básicas. São usados em revestimentos de fornos Martin com
Crômicos e à base de carbono (carbono semi-amorfo C > procedimento básico, para os fornos elétricos e nos fornos
90%; gráfico C variável). Os materiais refratários à base de de cimento.
carbono (em especial o carbono puro sob a forma de grafite, Outros materiais refratários muito resistentes, mas de custo
praticamente infusível) são muitos resistentes ao calor, mas elevado, são os à base de óxidos de berílio, tório e urânio,
têm o defeito de queimar em atmosfera oxidante. empregados em instalações nucleares, com temperaturas de
fusão entre 2200 e 3100 °C. Existem também materiais super
Refratários ácidos – Entre os materiais refratários de natureza refratários que são produzidos à base de carburetos, nitruros
ácida, os mais importantes, os silico-aluminosos, são e óxidos refratários sinterizados: ao usados nas indústrias
produzidos partindo do caulim misturado com tijolos velhos, tecnologicamente mais avançadas como as aeronáutica,
quebrados e moídos (chamote) já que o caulim sozinho possui aeroespacial e de energia nuclear.
uma notável retração.
O ciclo de produção pode ser assim esquematizado: 2 – Considerações gerais sobre as propriedades dos produtos
refratários
Caulim + chamote -> massa e modelagem -> Refratário
(água) (queima) As características fundamentais de um material refratário
podem ser subdivididas em [2]:
Resistem bem às oscilações bruscas de temperatura. Usados - propriedades na temperatura ambiente: a composição
nos alto-fornos e no revestimento das panelas para a trasfega química, a composição mineralógica e a microestrutura, o
do aço líquido. Os mais resistentes são os aluminosos, peso específico relativo, a densidade aparente, a porosidade,
constituídos de argila com percentuais variáveis de alumina a resistência à compressão e à flexão, e a permeabilidade.
(não inferior a 45%): a sua temperatura de fusão, quando - propriedades dos refratários em operação nas estruturas
o conteúdo de argila se aproxima de 100%,pode chegar a térmicas: índice de refratariedade, resistência piroscópica,
2000 °C. Outros materiais ácidos são os silicosos, constituídos resistência à pressão térmica (termopressão), resistência à
de bióxido de silício (SiO2), ou sílica, quase pura. Possuem fluidez, variações lineares ou de volume, condutibilidade
um ponto de fusão em torno dos 1700 °C e um caráter ácido. e difusividade térmica, o calor específico e a capacidade
Estes últimos são obtidos de quartzitos aquecidos a cerca de térmica, a resistência às bruscas oscilações térmicas, a
1600 °C para transformar a sílica quartzosa nas variedades resistência à corrosão, e a resistividade elétrica. A seção
cristalinas estáveis em elevadas temperaturas, que são depois sucessiva se refere à resistência às repentinas oscilações
reduzidas a pó não muito fino. O pó é depois misturado com térmicas, que junto com a resistência à corrosão são as
água de cal e a massa obtida é modelada por compressão em propriedades mais investigadas nos materiais refratários.

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Refratários Componentes

Ácidos Silicosos (~ 94% Si02)


Silico-aluminosos (20 a 44% Al2O3)
Aluminosos (~ 50% Al2o3)

Básicos Magnesíticos (MgO ~ 82%)


Forsteríticos (MgO 40 a 55%)
Cromo-magnesíticos (MgO 30 a 75%)
Magnésio-cromiticos (Cr2O3 10 a 45%)
Dolomiticos (CaO 40 a 55%)

Neutros Cromíticos (Cr2O3 35 a 50%)


De carbono semi-amorfo (C>90%)
Grafíticos (C variável)
Tabela I – Natureza química dos componentes.
conferir refratariedade, enquanto o percentual de impurezas
Em geral o conhecimento de tais propriedades permite avaliar orgânicas e de outros óxidos (de cálcio, potássio, sódio,
se o produto é adequado ao uso a que se destina e, em magnésio, ferro, etc, todos quase sempre presentes nas
regime de produção, analisar o nível de qualidade atingida argilas) é mantido baixo. As impurezas e os óxidos podem ser
e controlar a sua constância. O potencial de utilização de submetidos a modificações químicas em altas temperaturas,
um refratário para um uso específico depende das suas ou reagir quimicamente com os produtos da combustão,
características mecânicas e seu grau de refratariedade. O causando uma rápida deterioração do refratário. Também a
índice de refratariedade, por exemplo, fornece um valor operação mecânica influencia na resistência do refratário.
aproximativo a respeito da temperatura máxima que um Uma granulometria fina e homogênea somada a uma alta
material refratário pode atingir sem “gotejar”, porém, não compressão durante a modelagem confere resistência à
dá indicações precisas sobre a sua possibilidade de uso. compressão e durabilidade maior. Enfim, a realização
Portanto, como convenção adotada internacionalmente, para da massa e o processo de queima são particularmente
avaliar a refratariedade dos produtos, faz-se referência à importantes. Os produtos estruturais comuns são queimados
sua resistência piroscópica (isto é, o seu amolecimento em em temperaturas que dificilmente completam o processo de
função da temperatura). Consideremos que as propriedades vitrificação dos hidrossilicatos de alumínio.
dos refratários são bastante “contrastantes” entre eles, e A exposição a fortes temperaturas pode iniciar um processo
complementares. Elas devem ser, portanto, avaliadas em de posterior vitrificação incontrolada, com modificações no
função das recíprocas influências que podem existir nos volume da peça, posteriores contrações da massa ligante,
produtos acabados. ou aumentos de volume em função das reações químicas
A variação de uma propriedade como melhoramento na presença de eventuais impurezas que comprometem as
pode resultar numa desvantagem com respeito a outras qualidades mecânicas da peça e a estabilidade de toda a
características. Aumentando a compactação de um produto estrutura. Para corrigir este problema, a massa do material
mediante a temperatura de queima, poderão melhorar-se refratário a ser submetido à modelagem é preparada a
a compressão e a estabilidade térmica, mas, ao mesmo seco, misturando pequenas quantidades de massas ligantes
tempo ocorrerá um aumento do peso específico aparente
e uma menor resistência à fratura térmica. Em certos casos
se deverá tentar chegar a um “compromisso” entre as
características: variando, por exemplo, adequadamente a
distribuição granulométrica para melhorar a fratura térmica,
mesmo mantendo aceitáveis a compressão e a estabilidade
térmica.
Um material refratário de qualidade é obtido controlando a
natureza química dos componentes, eliminando as impurezas
presentes na maior parte das argilas, submetendo o material
a uma operação mecânica e uma queima atentamente
controlada. A composição química dos refratários pode
variar consideravelmente, dependendo do campo específico
de uso, mas geralmente o percentual de alumina (óxido de
alumínio – Al2O3) e de sílica (óxido de silício – SiO2) é
alto, sendo esses os componentes fundamentais capazes de Fig. 5 – Ataque corrosivo de vidro sódico com 1% de teor de Cr2O3.

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também um tijolo comum de boa qualidade m
algumas partes de um forno.
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2.1 – Determinação da resistência às oscilaç


com o conhecido chamote. A massa é depois ligeiramente (onde KIC é a tenacidade à fratura). O desenvolvimento e
umidificada e submetida à modelagem com forte compressão
A resistência às bruscas oscilações térmicas, ta
o uso de matérias primas de alta qualidade incrementaram
e sucessiva queima. Em linha geral um refratário utilizado os custos de produção caráter “pirófito”levando
dos refratários, do refratário, isto é, a capaci
a considerar
para o revestimento de fornos onde são atingidas altas o uso de técnicas não gradientes térmicos
destrutivas devidorelativos
nos estudos ao tipo deà utilizaçã
temperaturas por longos períodos, ou onde pode existir resistência às bruscas clássica de determinação
oscilações térmicas. Tais da resistência
métodos às repe
contato com metais em fusão, deve ter uma granulometria se baseiam na emissão se baseia nos parâmetros
acústica, medidas de determinados
velocidades median
finíssima, alta densidade e consistência plástica. Quando, ultra-sônicas, emissõesà iniciação
magnéticas e propagação
Barkhausen,da racha de
imagem do material
porém, a característica principal deve ser a resistência a análises, etc. [6, 7].parâmetros R, R’’’’:
violentas oscilações de temperatura, uma granulometria mais Na literatura são reportadas equações semi-empíricas que
alta e plasticidade inferior à recomendável. Tijolos refratários correlacionam a velocidade doı ultra-som ou o módulo de
f(1-ǵ)
cuja específica característica deve ser a capacidade isolante Young à força de ruptura ou à porosidade de vários refratários
R(°C) = ______________
na condição em que a temperatura seja variável, mas, nunca [8, 9]. Em particular, descreveremos brevemente aqui a
extremamente alta, são feitos misturando a massa argilosa
ĮE
técnica Ultrasonic Pulse Velocity Testing (U.P.V.T.), considerada
com serragem, que entrando em combustão durante a em detalhes na Ref. [10], usada no controle de qualidade
queima, restitui uma textura extremamente porosa e dotada de de placas refratárias para a queima de louças de mesa em
baixíssima condutibilidade térmica. Os tijolos de alto teor de porcelana. KIC2
alumina são extremamente resistentes ao calor e à abrasão, O instrumento consiste R’num’’’(m) = ______________
gerador de corrente pulsada e de
são úteis nas estufas, mas, pode haver contra-indicações se dois transdutores terminantes com uma ıf 2(1- ǵ) de borracha
tampa
forem utilizados para bases de fornos dedicados à queima que podem ser posicionados nos lados opostos da placa
do pão. Isso porque o alto teor de alumina torna o tijolo em exame.
extremamente condutivo, o que transfere uma excessiva Utilizando a equação
em fusão, deve ter uma granulometria finíssima, alta densidade e consistência
quantidade de calor ao fundo dos pães podendo queimá-los
l plástica. Quando, porém, a
característica
antes que o seu corpo principal
esteja assado. Além deve
disso,ser a resistência a violentas oscilações
os refratários
V= de temperatura,
______ uma granulometria mais
de altíssimo teor dee alumina
alta são menos
plasticidade inferiorresistentes com o Tijolos refratários cuja específica característica deve ser a
à recomendável.
passar do tempo aos ciclos de resfriamento e aquecimento.
t
capacidade
em fusão, deveisolante
ter na granulometria
uma condição em que a temperatura
finíssima, seja variável,
alta densidade mas, nunca
e consistência extremamente
plástica. alta, sãoa
Quando, porém,
Geralmente o conteúdo de alumina nos materiais refratários Onde l é a distância entre os dois transdutores e o tempo
feitos misturando
característica a massa
principal deveargilosa com serragem,
ser a resistência que entrando
a violentas oscilações emdecombustão
temperatura, durante
uma agranulometria
queima, restitui mais
para serem usados em bases de fornos não deve superar 30%. que a onda utiliza para atravessar o material se calcula
umae plasticidade
alta textura extremamente
inferior à porosa e dotadaTijolos
recomendável. de baixíssima condutibilidade
refratários cuja específica térmica. Os tijolos
característica devede alto
ser
(Inserir a teor de
Alguns produtores de fornos preferem realizar materiais que a velocidade ultra-sônica. A partir dela, conhecendo a fórmula
alumina
capacidade são extremamente
isolante na resistentes
condição em
são até menos resistentes que os tijolos comuns à temperatura, queaoa calor e à
temperatura abrasão,
seja são úteis
variável, nas
mas, estufas,
nunca mas, pode
extremamente
densidade do refratário é possível calcular o módulo de
haver contra-
alta, são
indicações
feitos
mas, em sua maioria se forem
misturando
com resistência utilizados
a massa
aos para
argilosa
choques bases
com deelasticidade
fornos
serragem,
térmicos. quededicados
entrando àCem
(ASTM (onde queima
KICdo é apão.
combustão
1419-99ª): Isso porque
durante
tenacidade o alto
a àqueima,
fratura). teor
restitui
O de
desenvo
Em resumo, tambémalumina
uma texturatorna
um tijolo o tijolo
extremamente
comum extremamente
de boa porosa e muitas
qualidade condutivo,
dotada o que transfere
de baixíssima uma excessiva
condutibilidade
incrementaram térmica. quantidade
os de de
Os tijolos
custos decalor
alto ao
produção teorfundo
dos de
refr
vezes é utilizadodos
alumina
parapães podendo
asão queimá-los
extremamente
realização antes
de pelo resistentes
menos que
ao ocalor
algumas seu corpo esteja são
e à abrasão, assado.
úteis Além
nas disso,
estufas, os refratários
mas, pode de
haver altíssimo
nos estudos relativos à resistência às bruscas ocontra-
teor de alumina
indicações
partes de um forno. se foremsãoutilizados
menos resistentes
para bases comde ofornos
passardedicados
do tempoàaos ciclosdo
queima
acústica, depão.
resfriamento
medidas Isso porque e aquecimento.
de velocidades o altoultra-sônicas
teor de
Geralmente
alumina tornaooconteúdo de alumina nos
tijolo extremamente materiais
condutivo, refratários
o que para
transfere uma
[6, serem usadosquantidade
7].excessiva em bases de
de fornos não
calor ao deve
fundo
2.1 – Determinaçãosuperar
dos pães da30%.
podendoAlguns àsprodutores
queimá-los
resistência antes
oscilações dequefornos
térmicas preferem
o seu realizar
corpo esteja materiais
assado.Na Além que são
disso,
literatura até
sãoos menos resistentes
refratários
reportadas que os
de altíssimo
equações semi-em
mediante técnicas tijolos
teor não comuns são
destrutivas
de alumina à temperatura, mas, emcom
menos resistentes suaomaioria
Onde
passar?docom resistência
é atempo
velocidade
aos doaos
ciclos choques
impulso
de (m/s),térmicos.
resfriamento ν éa e Em resumo,
densidade
aquecimento.
módulo de Young à força de ruptura ou à poro
também umotijolo
Geralmente conteúdocomum de boa qualidade
de alumina nos materiais(kg/m³),
muitas e µ dyn
vezes
refratários é a serem
é utilizado
para relação
para dinâmica
a realização
usados em basesde dePoisson.
pelo
de Foinão deve
menos
fornos
A resistência superar
às bruscas oscilações térmicas, também demonstrado que a
descreveremos
sensibilidade ao
brevemente
dano devido
aqui
às
a técnica
bruscas
Ultr
algumas partes
30%. de umprodutores
Alguns forno. de fornos preferem realizar materiais detalhes que
na são
Ref. até menos
[10], usadaresistentes
no quede
controle osqua
definidas como resistência à fratura térmica, exprime o oscilações térmicas de muitos materiais refratários diminui ao
tijolos comuns à temperatura, mas, em sua maioria com resistência aos choques térmicos. Em resumo,
em porcelana.
caráter “pirófito” do refratário, isto é, a capacidade de se aumentar a temperatura [11].
2.1 – Determinação
também um tijolo comumda resistência
de boa às oscilações
qualidade muitas térmicas
vezes é mediante
utilizado paratécnicas não destrutivas
a realização de pelo menos
superar as tensões geradas na massa ao se estabelecer Isto sugere que a determinação da velocidade por ultra-som
algumas partes de um forno.
gradientes térmicos devido ao tipo de utilização em repetidos em temperatura ambiente pode representar um procedimento
A resistência
ciclos de aquecimento às bruscas
e resfriamento. oscilações
A teoria clássicatérmicas,
de detambém definidas
baixo custo para como resistência
determinar à fratura
diferenças entre térmica,
materiaisexprime o
determinação da caráter
2.1 “pirófito”
– Determinação
resistência doda
às repentinasrefratário, isto
resistência
oscilações é, aoscilações
às
térmicas capacidade de submetidos
superar
térmicas
refratários as atensões
mediante geradas
técnicas
repentinas nãonadestrutivas
oscilações massa ao se estabelecer
térmicas.
foi estabelecidagradientes
por Hasselman térmicos devidonos
e se baseia ao parâmetros
tipo de utilização em repetidos
O aparelho UPVT usado ciclos de aquecimento
mostrou-se adequadoepar resfriamento.
provas não A teoria
Aclássica
determinados mediante de determinação
resistência
provas àsdo
bruscas da resistência
oscilações
tipo destrutivas 5]. Elaàs repentinas
[4, térmicas, também oscilações
definidas
destrutivas, estudos de térmicas
como foi estabelecida
resistência
trocas elásticas àinfratura por
situ emtérmica,Hasselman
refratáriosexprimee o
se baseia nos parâmetros determinados mediante provas do tipo destrutivas [4,
caráter “pirófito” do refratário, isto é, a capacidade de superar as tensões geradas na massa ao se estabelecer
investiga a resistência à iniciação e propagação da racha do submetidos a tratamentos térmicos. Em5]. Ela
relaçãoinvestiga
aos a resistência
testes
material submetidoà iniciaçãotérmicos
gradientes
a severase propagação
devidodaaoracha
oscilações tipo de
térmicas do utilização
mediantematerial submetido
em repetidos
destrutivos com a severas
a ciclos oscilações
técnica de aquecimento
U.P.V.T., térmicas
diminuem mediante os A teoria
e resfriamento.
os custos de
parâmetros
os parâmetros clássica
R, R, R’’’’:
R’’’’: de determinação laboratório
da resistência às repentinas e o número
oscilações de amostras
térmicas utilizadas por
foi estabelecida nosHasselman
testes. e
se baseia nos parâmetros determinados mediante provas do tipo destrutivas [4, 5]. Ela investiga a resistência
à iniciação eıfpropagação
(1-ǵ) da racha do material submetido a severas oscilações térmicas mediante os
R(°C) = ______________
parâmetros R, R’’’’:
ĮE
ıf(1-ǵ)
R(°C) = ______________
(onde σf é a resistência à fratura,νé a relação de Poisson,
α é o coeficiente de expansão KIC2 e E é o módulo de
ĮE térmica
______________
Young) R’ ’’’(m) =
ıf 2(1-ǵ)
KIC2
______________
R’ ’’’(m) =
ıf 2(1-ǵ) Fig. 6 – Pundit Plus PC 1006 para medição de velocidades ultra-
l sônicas.
______
V= Março/Abril nº 63
t
cerâmicainformação Pesquisa & Desenvolvimento 29

Além disso, as análises se tornam mais rápidas e permitem Editrice (1993).


a obtenção de uma rica base de dados para elaboração [4] Hasselman DPH (1969) J Am Ceram Soc 52:600.
estatística. [5] Hasselman DPH (1970) Bull Am Ceram Soc 49:1033.
Estudos posteriores demonstraram a eficácia desta técnica [6] R. Collins, Non destructive Testing of Materials, IOS Press,
para a determinação da probabilidade de ruptura, screening p. 349 (1996).
de defeitos, determinação do comprimento da fenda crítica [7] Volkov-Husoviæ TD, Janèiæ RM, Mitrakoviæ D Am Ceram
[12]. Soc Bull 84:1(2005).
Do confronto dos dados com os obtidos das provas inerentes [8] Nyiogi SK, Das AC (1994) Interceram 43:453.
à mecânica da fratura se pode chegar a um método baseado [9] Volkov-Husovic TD, Majstorovic J, Cvetkovic M (2003)
na estatística para a determinação da futura vida útil do Interceram 52:296.
material [13]. [10] D.N. Boccaccini, M. Romagnoli, P. Veronesi, M.
Além disso, um bom acordo entre o andamento das Cannio, C. Leonelli, and G. Pellacani, T. Volkov Husovic,
propriedades mecânicas obtidas nas medidas com métodos A.R. Boccaccini, Quality Control and Thermal Shock Damage
destrutivos e.g. flexural strenght e toughness comparado Characterization of High-Temperature Ceramics by Ultrasonic
com aquele obtido mediante UPVT sugere a necessidade de Pulse Velocity Testing. Int. J. Appl. Ceram. Technol., 4[3] p.
aprofundar o estudo da correlação entre estes parâmetros 260-268 (2007).
para encontrar novas grandezas a serem empregadas na [11] J.A. Rodrigues, V.C. Pandolfelli, and M. Rigaud, “Elevated
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tipologie Vol. III, Gruppo Editoriale Faenza Editrice s.p.a, [13] D.N. Boccaccini, M. Cannio, E. Kamseu, T.D. Volkov-
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secadorargila_ceramica_curvas copy.pdf 09.04.09 18:00:37

Março/Abril nº 63

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