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HISTÓRIA DE UMA
GAIVOTA E DO GATO QUE
A ENSINOU A VOAR
[GUIÃO DE LEITURA – 1ª parte]
Graça
[2010]
CAPíTULO PRIMEIRO
O Mar do Norte
- Banco de arenques a bombordo! - anunciou a gaivota de vigia, e o bando do
Farol da Areia Vermelha recebeu a notícia com grasnidos de alívio.
Iam com seis horas de voo sem interrupções e, embora as gaivotas-piloto as
tivessem conduzido por correntes de ares cálidos que lhes haviam tornado agradável
aquele planar sobre o oceano, sentiam a necessidade de recobrar forças, e para isso
não havia nada melhor que um bom fartote de arenques.
Voavam sobre a foz do rio Elba, no Mar do Norte. Viam lá do alto os barcos
alinhados uns atrás dos outros, como pacientes e disciplinados animais aquáticos à
espera de vez para saírem para o mar largo e ali orientarem os seus rumos para todos
os
portos do planeta.
Kengah, uma gaivota de penas cor de prata, gostava especialmente de
observar as bandeiras dos barcos, pois sabia que cada uma delas representava uma
forma de falar, de dar nome às mesmas coisas com palavras diferentes.
- As dificuldades que os humanos têm! Nós, gaivotas, ao menos grasnamos o
mesmo em todo o mundo - comentou uma vez Kengah para uma das suas
companheiras de voo.
- Pois é. E o mais notável é que às vezes até conseguem entender-se -
grasnou a outra.
Mais para além da linha de costa, a paisagem tornava-se de um verde intenso.
Era um enorme prado em que se destacavam os rebanhos de ovelhas pastando ao
abrigo dos diques e das preguiçosas velas dos moinhos de vento.
Seguindo as instruções das gaivotas-piloto, o bando do Farol da Areia Vermelha
tomou uma corrente de ar frio e lançou-se em voo picado sobre o cardume de
arenques. Cento e vinte corpos perfuraram a água como setas e, ao regressar à
superfície, cada gaivota segurava um arenque no bico.
Saborosos arenques. Saborosos e gordos. Era mesmo do que precisavam para
recuperar energias antes de continuarem o voo para Den Helder, onde se lhes juntaria
o bando das ilhas Frísias.
No plano de voo estava previsto que seguiriam depois até ao estreito de
Calais e ao canal da Mancha, onde seriam recebidas pelos bandos da baía do Sena e
de Saint-Malo, com os quais voariam juntas até chegarem aos céus da Biscaia.
Seriam então umas mil gaivotas que, como uma rápida nuvem cor de prata,
iriam aumentando com a incorporação dos bandos de Belle-Ìle e de Oléron, dos cabos
de Machicaco, do Ajo e de Peñas. Quando todas as gaivotas autorizadas pela lei do
mar e dos ventos voassem sobre a Biscaia, poderia começar a grande convenção das
gaivotas dos mares Báltico, do Norte e Atlântico.
Seria um belo encontro. Era nisso que Kengah pensava enquanto dava conta
do seu terceiro arenque. Como todos os anos, iriam escutar-se interessantes histórias,
especialmente as contadas pelas gaivotas do cabo de Peñas, infatigáveis viajantes
que voavam às vezes até às ilhas Canárias ou às de Cabo Verde.
1
a) o número de pranchas, tiras e vinhetas.
a) o número de balões de fala e pensamento.
b) o número de cartuchos e vinhetas.
CAPíTuLO SEGundO
- Indicação de particularidades
como hábitos, sentimentos,
temperamento, relacionamento
- Indicação de com os outros… - Indicação de particularidades
particularidades como como profissão, estatuto
altura, estatura, cor económico, nível cultural…
- A caracterização psicológica
dos olhos..
feita de forma directa, é,
normalmente, realizada através - A caracterização social feita de
- É geralmente feita de adjectivos como sensato, forma directa, é, normalmente,
de forma directa, mas teimoso, obstinado, perspicaz, realizada através de adjectivos
o facto de a tolerante, agressivo… como rico, pobre, culto,
personagem ser desfavorecido, desempregado…
apresentada a
- Quando é realizada de forma
carregar grandes - Quando é realizada de forma
indirecta é ao leitor que cabe a
pesos indica uma indirecta, é o leitor que tem de
atribuição das qualidades de
constituição física inferir a qualidade de pobreza
corajosa a uma personagem que
robusta, dando-nos, em relação a uma personagem
é apresentada a salvar sozinha a
assim, uma GAIVOTA E GATO que mora numa ruaProfestreita,
11 GUIÃO HISTÓRIA sua casa em chamas, quando Graça
característica
Viaisfísica de 2010
/ Dezembro sem sol e com as casas em
todas as outras já haviam
forma indirecta. ruína.
1.1. Das características apresentadas no quadro anterior, refere duas cujo processo de
caracterização seja indirecta, justificando a tua resposta.
TEMPO DA HISTÓRIA
Consiste no tempo durante o qual a acção se desenrola, segundo uma ordem cronológica, e em
que surgem marcas objectivas da passagem das horas, dias, meses, anos… ou referências à
época em que se passa a história.
Kengah estendeu as asas para levantar voo, mas a espessa onda foi mais rápida e cobriu-a
inteiramente. Quando veio ao de cima, a luz do dia havia desaparecido e, depois de sacudir a cabeça
energicamente, compreendeu que a maldição dos mares lhe obscurecia a visão.
Kengah, a gaivota de penas cor de prata, mergulhou várias vezes a cabeça, até que uns clarões lhe
chegaram às pupilas cobertas de petróleo. A mancha viscosa, a peste negra, colava-lhe as asas ao
corpo, e por isso começou a mexer as patas na esperança de nadar rapidamente e sair do centro da
maré negra.
Com todos os músculos contraídos pelo esforço, chegou por fim ao limite da mancha de petróleo e ao
fresco contacto com a água limpa. Quando, de tanto pestanejar e mergulhar a cabeça, conseguiu
limpar os olhos, olhou para o céu e não viu mais que algumas nuvens que se interpunham entre o mar
e a imensidade da abóbada celeste. As suas companheiras do bando do Farol da Areia Vermelha já
voariam longe, muito longe.
Era a lei. Também ela vira outras gaivotas surpreendidas pelas mortíferas marés negras e, apesar da
vontade de descer para lhes oferecer um auxílio tão inútil como impossível, afastara-se, respeitando a
lei que proíbe presenciar a morte das companheiras.
De asas imobilizadas, coladas ao corpo, as gaivotas eram presas fáceis para os grandes peixes, ou
morriam lentamente, asfixiadas pelo petróleo que, metendo-se entre as penas, lhes tapava todos os
poros.
Era essa a sorte que a esperava, e desejou desaparecer depressa entre as fauces de um grande
peixe.
A mancha negra. A peste negra. Enquanto esperava o fatal desenlace, Kengah amaldiçoou os
humanos.
- Mas não todos. Nada de injustiças - grasnou ela debilmente.
Muitas vezes vira lá do alto como certos grandes barcos petroleiros aproveitavam os dias de neblina
costeira para se afastarem pelo mar dentro para lavar os tanques. Atiravam ao mar milhares de litros
de uma substância espessa e pestilenta que era arrastada pelas ondas. Mas vira também que às vezes
umas pequenas embarcações se aproximavam dos petroleiros e os impediam de esvaziar os tanques.
Infelizmente aquelas embarcações decoradas com as cores do arco-íris nem sempre chegavam a
tempo de impedir o envenenamento dos mares.
Kengah passou as horas mais longas da sua vida poisada à superfície da água, perguntando a si
mesma, apavorada, se porventura a esperava a mais terrível das mortes; pior que ser devorada por um
peixe, pior que sentir a angústia da asfixia, era morrer de fome.
Desesperada perante a ideia de uma morte lenta, sacudiu-se toda e verificou com espanto que o
petróleo não lhe tinha colado as asas ao corpo. Tinha as penas impregnadas daquela substância
espessa, mas ao menos podia estendê-las.
- Talvez tenha ainda uma possibilidade de sair daqui, e quem sabe se, voando alto, muito alto, o sol
não derreterá o petróleo - grasnou Kengah.
Veio-lhe à memória uma história ouvida a uma velha gaivota das ilhas Frísias que falava de um
humano chamado Ícaro, que, para realizar o sonho de voar, fabricara umas asas com penas de águia e
voara alto, até muito perto do sol, tanto que o calor deste derreteu a cera com que colara as penas e
caiu.
Kengah bateu as asas energicamente, encolheu as patas, ergueu-se uns dois palmos e caiu de borco
na água. Antes de tentar de novo submergiu o corpo e moveu as asas debaixo de água. Desta vez
ergueu-se mais de um metro antes de cair.
O maldito petróleo pegava-lhe as penas da rabadilha, de tal maneira que não podia orientar a subida.
Mergulhou uma vez mais e, com o bico, puxou pela capa de imundície que lhe cobria a cauda. Suportou
a dor das penas arrancadas, até que finalmente verificou que a sua parte traseira estava um pouco
menos suja.
À quinta tentativa, Kengah conseguiu levantar voo.
Batia as asas com desespero, pois o peso da camada de petróleo não lhe permitia planar. Bastaria
uma só pausa para ir por ali abaixo. Por sorte, era uma gaivota jovem e os músculos respondiam em
boa forma.
Ganhou altura. Sem deixar de mover as asas, olhou para baixo e viu a costa que se perfilava apenas
como uma linha branca. Viu também alguns barcos movendo-se como diminutos objectos sobre um
pano azul. Ganhou mais altura, mas os esperados efeitos do sol não a atingiam. Talvez os seus raios
produzissem um calor muito fraco, ou então era a camada de petróleo que era excessivamente
espessa.
A/ Sobre o texto:
1. Porque é que a Gaivota mergulhou a cabeça várias vezes no mar com petróleo?
2. Depois de ter sacudido a cabeça energicamente o que compreendeu?
3. Qual era a lei das Gaivotas? Por que existia essa lei?
4. Preenche o quadro com as consequências possíveis para as aves apanhadas numa maré negra.
A – Despertar a Atenção
I - Criar/Suscitar o Interesse
D – Provocar o Desejo
4. A – Desencadear a Acção
(compra /
comportamento)
C/ Com base numas das fotografia que se seguem, elabora um anúncio publicitário para
consciencializar / alertar para o problema das marés negras ou até, organizar um movimento de
acção / protesto contra este problema.
O fim de um voo
A/ Fazer perguntas sobre o conteúdo do texto é uma forma de verificar a sua compreensão.
Constrói e regista as perguntas que poderiam obter as respostas seguintes.
2.……..………………………………..?
A gaivota estava muito suja e com o corpo coberto de uma substância malcheirosa porque
tinha sido apanhada pela maldição dos mares.
4.……..………………………………..?
O gato sugeriu-lhe que voasse até ao Jardim Zoológico, porque lá havia veterinários que
cuidariam dela.
5.……..………………………………..?
Em sinal de amizade, o gato lambeu-lhe a cabeça.
6.……..………………………………..?
O gato prometeu que não comeria o ovo, que cuidaria dele até nascer a gaivotinha e que a
ensinaria a voar.
7………………………………………..?
O gato não fez tais promessas convictamente porque, como a gaivota estava doente, por um
lado, ele pensou que ela estava a delirar e que não iria morrer. Por outro lado, achou que
devia ser generoso, fazendo-lhe a vontade para não a preocupar ainda mais.
B/ Segundo o autor da História da Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar, esta obra é uma
fábula. Pretende-se
Tenho através
um grande carinhodos animais,
pelos dar
animais, umnão
mas exemplo
escrevi aos homens.
o livro (História de uma Gaivota e
do Gato que a Ensinou a Voar) na perspectiva das sociedades protectoras dos animais. A
fábula segue a velha escola grega: o seu objectivo é transmitir a prática da tolerância, o
respeito pela diversidade. Sobretudo aprender a respeitar a diferença e aquilo que nos
rodeia.
Luis Sepúlveda, in «Forum Ambiente»
2. Sabes que o gato Zorbas existiu realmente? Lê o que nos conta o seu dono.
2.1. Infelizmente, quando escreveu este texto, estava muito emocionado e esqueceu-
se de todos os sinais de pontuação. Por isso, para perceberes bem o texto, terás de
recopiá-lo e pontuá-lo devidamente.
De manhã o carteiro entregou-me um pacote abri-o era o primeiro exemplar de um
romance que escrevi a pensar nos meus três filhos pequenos Sebastián que tem onze
anos e os gémeos Max e Léon que têm oito escrevê-lo foi um acto de amor por eles
por uma cidade onde fomos intensamente felizes Hamburgo e pela personagem
central o gato Zorbas um gato grande preto e gordo que foi nosso companheiro de
sonhos histórias e aventuras durante muitos anos justamente quando o carteiro
estava a entregar-me aquele primeiro exemplar do romance e eu a sentir a felicidade
de ver as minhas palavras na ordem meticulosa das suas páginas estava Zorbas a ser
examinado por um veterinário queixoso de uma doença que começou por lhe tirar o
apetite e o fez andar triste e murcho e que acabou por lhe dificultar dramaticamente a
respiração fui buscá-lo à tarde e ouvi a terrível sentença lamento mas o gato tem um
cancro pulmonar muito avançado(…) os parágrados finais do romance falam dos olhos
de um gato nobre de um gato bom de um gato de porto porque Zorbas é tudo isso e
muito mais com o tempo passou de nosso gato a ser mais um companheiro um
querido companheiro de quatro patas e melódico ronronar amámos aquele gato e em
nome
19 desse
GUIÃOamor tive
HISTÓRIA de reunir
GAIVOTA os meus filhos para lhes falar da morte
E GATO Prof Graça
Viais / Dezembro 2010
C/ Zorbas ronronava enquanto apanhava sol na varanda.
1. O verbo assinalado nesta frase foi formado a partir de “ronrom”, uma palavra que imita
o som produzido pelos gatos quando estão felizes.
1.1. Procura no texto mais duas palavras cuja origem seja a mesma, isto é, palavras
de origem onomatopaica.
1.2. Estabelece a relação entre os sons produzidos pelos animais (coluna A) e os
verbos de origem onomatopaica (coluna B).
2. PROCESSOS DE FORMAÇÃO
lobo zurrar DE PALAVRAS
rato coaxar
cão chiar
galinha cacarejar AFIXAÇÃO COMPOSIÇÃO
pinto uivar
burro rosnar C.MORFOLÓGI
rã piar DERIVAÇÃO CA
MODIFICAÇÃ C. MORFO-
O SINTÁCTICA
FLEXÃO
FORMAL
AFIXAÇÃ ADIÇÃO DE UM AFIXO À FORMALISMO
O: PALAVRA BASE, FORMALIDAD
DERIVAÇÃO RESULTANDO UMA NOVA E
- ADIÇÃO DE PALAVRA, DE CLASSE FORMALIZAR
UM AFIXO À GRAMATICAL DIFERENTE FORMALMEN
PALAVRA TE
BASE ADIÇÃO DE UM AFIXO À
INVULGAR PALAVRA BASE,
RESULTANDO UMA NOVA
prefixo MODIFICAÇÃ FORMAL
PALAVRA, DE CLASSE
VULGARM O INFORMAL
GRAMATICAL IGUAL-
ENTE LIMITA-SE A MODIFICAR
O SENTIDO
sufixo
INVULGAR ADIÇÃO DE UM AFIXO À
MENTE PALAVRA BASE, NÃO NOME
prefixo RESULTANDO NUMA →NOMES
sufixo NOVA PALAVRA – BELO →BELA
FLEXÃO VARIAÇÃO EM: AMAR→AMO
• GÉNERO E NÚMERO →
(nomes/ adjectivos) AMAMOS→
• TEMPO, MODO, PESSOA AMAVAS…
E NÚMERO ( verbos)
- Terrível! Terrível! Aconteceu qualquer coisa terrível! - miou Sabetudo quando os viu chegar.
Passeava nervosamente diante de um enorme livro aberto no chão e de vez em quando levava à
cabeça as patas dianteiras. Via-se que estava verdadeiramente desconsolado.
- Que se passou? - perguntou Secretário.
- Era exactamente o que eu ia a perguntar. Parece que isso de me tirar os miados da boca é uma
obsessão – observou Colonello.
- Vamos. Não há-de ser assim tão grave - sugeriu Zorbas.
- Não é assim tão grave?! É terrível! Terrível! Esses malditos ratos comeram uma página inteira do
atlas. O mapa de Madagáscar desapareceu. É terrível! - insistiu Sabetudo puxando pelos bigodes.
- Secretário, lembre-me de que tenho de organizar uma batida contra esses "devoradores de
Madagáscar... Madagáscar...", enfim, já sabe ao que me estou a referir - miou Colonello.
- Madagáscar - especificou Secretário.
- Continue, continue a tirar-me os miados da boca. Porca miseria! - exclamou Colonello.
- A gente dá-te uma mãozinha, Sabetudo, mas agora estamos aqui porque temos um grande
problema e, como tu sabes tanto, talvez nos possas ajudar - miou Zorbas. E então contou-lhe a triste
história da gaivota.
Sabetudo escutou com atenção. Fazia que sim com a cabeça e, quando os nervosos movimentos do
rabo expressavam com excessiva eloquência os sentimentos que os miados de Zorbas nele
despertavam, tratava de o meter debaixo das patas traseiras.
-... e assim a deixei, muito mal, há um bocadinho... - concluiu Zorbas.
- Terrível história! Terrível! Vejamos, deixem-me pensar: gaivota... petróleo... petróleo... gaivota...
gaivota doente... É isso! Temos de consultar a enciclopédia! -
exclamou ele jubilosamente.
- A quê? - miaram os três gatos.
- A en-ci-clo-pé-di-a. O livro do saber. Temos de procurar nos volumes sete e dezassete,
correspondentes às letras "G" e "P" - indicou Sabetudo com decisão.
- Ora vejamos essa emplicopé... emplicopé... ora bem! - propôs Colonello.
- En-ci-clo-pé-di-a - disse Secretário lentamente entredentes.
- Era o que eu ia dizer. Verifico mais uma vez que não consegue resistir à tentação de me tirar os
miados da boca - resmungou Colonello.
Sabetudo trepou a um enorme móvel onde se alinhavam grossos livros de imponente aparência e,
depois de procurar nas lombadas as letras "G" e "P" , fez cair os volumes. Depois desceu e, com uma
garra muito curta e gasta de tanto examinar livros, foi passando as páginas. Os três gatos guardavam
respeitoso silêncio enquanto o ouviam sussurrar miados quase inaudíveis.
- Sim, acho que vamos por bom caminho. Que interessante. Gaivagem. Gaivão. Gaivina. Olha que
interessante! Oiçam isto, meus amigos: parece que a gaivina também se chama gaivinha e também é
conhecida por andorinha-do-mar e por outros nomes. Interessante! - exclamou Sabetudo
entusiasmado.
- Não nos interessa o que diga aí da gaivina. Estamos aqui por causa de uma gaivota - interrompeu-o
Secretário.
- Não se importa de ter a amabilidade de não me tirar os miados da boca? - respingou Colonello.
- Desculpem. É que a enciclopédia é para mim uma coisa irresistível. De cada vez que olho para estas
páginas aprendo qualquer coisa de novo - desculpou-se Sabetudo, e continuou a passar palavras até
dar com a que procurava.
Mas o que a enciclopédia dizia das gaivotas não lhes serviu de grande ajuda. Quando muito,
souberam que a gaivota que os preocupava pertencia à espécie argentada, que se chama assim devido
à cor de prata das asas.
E o que encontraram sobre o petróleo também não os levou a saber como ajudar a gaivota, embora
tivessem que suportar uma longa dissertação de Sabetudo, que se alongou a falar de uma guerra do
petróleo que teve lugar nos anos setenta.
A/ Sobre o texto:
1. Indica as personagens presentes neste capítulo.
1.1. Indica uma particularidade física e/ou psicológica que individualize cada uma destas personagens,
preenchendo o quadro que se segue ( podes para isso recorrer ao capítulo anterior, se necessário).
NOMES
CARACTERÍSTI
CA FÍSICA
PRINCIPAL
CARACTERÍSTI
CA
PSICOLÓGICA
PRINCIPAL
RELAÇÃO COM
O NOME E/OU
ASPECTO
2. Este capítulo é essencialmente constituído por um diálogo entre as diversas personagens sobre o
problema da gaivota e a procura de uma solução para o mesmo.
2.1. Transcreve do texto todos os verbos utilizados para introduzir / referir uma fala, preenchendo o
seguinte quadro:
2.2.1. Escreve o diálogo que terá ocorrido entre os gatos Zorbas e Sabetudo, usando
todos os verbos que recolheste no exercício anterior (podes acrescentar
outros que também consideres pertinentes).
Como se vê, Sabetudo, que acreditava que a Enciclopédia responde a todas as perguntas,
ficou muito desiludido por não encontrar a resposta que procurava. Sentindo-se
enganado, resolve reclamar do sucedido. Mas, para isso precisa de escrever uma carta de
reclamação.
Como não o sabe fazer, procurou na Enciclopédia tudo o que dizia respeito à carta de
reclamação. Aqui está o que ele encontrou:
CARTA DE RECLAMAÇÃO
A reclamação consiste na apresentação de uma queixa, reivindicando um direito,
com o objectivo de reparar um erro ou negligência. A exigência pode ser feita pelo próprio
ou por terceiros, por telefone,pessoalmente ou por escrito.
No texto da reclamação devem apresentar-se dados precisos:
Quem reclamaO reclamante deve fazer
Ambrósia das constar
Mercêsos seus dados pessoais (nome, morada,
telefone) e assinar a reclamação, colocando a respectiva data.Porque reclamaO
Rua do Sobe e Desce, 12 – 1º Esq.
reclamante deve explicar com clareza o motivo da reclamação (o que ocorreu, onde, que
prejuízo foi causado, etc.)O1660
que– reclamaO
013 PERTINHO DE CÁdeve indicar também que solução
reclamante
espera obter (por exemplo, a devolução do dinheiro, a troca de um artigo, a melhoria de um
serviço ou o pagamento de uma indemnização)Este Pertinhotipo
de Cá,
de 30 de possui
texto Outubroumdecarácter
2006
expositivo-argumentativo e utiliza uma linguagem objectiva, clara e concisa.A reclamação
Exmo de
assume com frequência a forma Senhor
carta, S.
quePedro,
deverá obedecer à seguinte estrutura:
CABEÇALH
Venho por este meio comunicar-lhe que o tempo que me
O
enviou não corresponde ao que eu encomendei.
Remetent
e
Ao contrário do que lhe tinha solicitado, em vez de me
enviar dias cheios de sol, foram-me enviadas noites
LocalDA
CORPO e
CARTA carregadas de chuva. Assim, o mau tempo que me tem
data
Destinatário dado, não corresponde às minhas expectativas no produto
anunciado e que confiante nisso, adquiri.
(Saudação
inicial) Deste modo, exijo que me envie, sem mais demora, os
dias que vos encomendei em troca da devolução do
produto que, certamente me enviou por lapso e, à qual eu
me comprometo desde já, ou à total devolução da quantia
Motivo da por mim paga.
reclamação
Conclusão De Vª Excia.
(regularização
23 GUIÃO HISTÓRIA GAIVOTA E GATO Atentamente,
Prof Graça
Viais / Dezembro 2010
da situação)
FECHO
Fórmula
de
despedid
a
Assinatur
a
CAPíTulO OITAvo
...dar informações
TIPO INTERROGATIVO
...pedir esclarecimentos
...dar uma ordem TIPO IMPERATIVO
...fazer apelos
TIPO EXCLAMATIVO
...manifestar uma grande emoção
1.1. Com as mesmas palavras podem fazer-se várias frases jogando com diferentes
tipos. Identifica os tipos das frases, em cada exemplo.
a) Os gatos ajudam Zorbas a solucionar o problema. _____________________
b) Os gatos ajudam Zorbas a solucionar o problema? _____________________
c) Gatos, ajudem o Zorbas a solucionar o problema! _______________________
d) Os gatos ajudam Zorbas a solucionar o problema! _____________________
1.3- Os tipos não se combinam entre si (uma mesma frase só pode pertencer a um
tipo) mas combinam-se com as diferentes formas.Completa o quadro seguinte,
pondo uma cruz na coluna correspondente.
FORMA
TIPOS
S
FRASES
Decl Inte Im Excl Afi Neg
. r p. . r. .
Zorbas não sabia o que fazer.
Deita-te junto do ovo, mas sem o partir!
Acho que não devemos fazer uma
omelete!
Mas eu não sei tratar de um ovo!
Acho que devemos juntar-lhe as asas.
Que vou eu fazer com o ovo?
Chegou a pôr o ovo!
Não me podem ajudar a tratar do ovo?
Zorbas, não saias de junto do ovo.
2. Classifica as frases que se seguem quanto ao tipo e à forma e obtém outras
diferentes, alterando-as de acordo com o que te é sugerido.
2.1- Tu sabes que tens de ficar junto do ovo. ______/______
________________________________________________________(inter. / afirm.)
________________________________________________________(inter. / neg.)
________________________________________________________(excla. / afirm.)
________________________________________________________(excla. / neg.)
2.2- Vão ajudar-me a cumprir a promessa? _____/_______
________________________________________________________(inter. / neg.)
________________________________________________________(imp./ afirm.)
________________________________________________________(imp. / neg.)
________________________________________________________(decl. / neg.)
2.3- De acordo com o exemplo, altera a forma das frases seguintes, mantendo--
lhes o sentido.
FORMAS DE FRASE
Afirmativa Negativa
É-me impossível cuidar do ovo! Não posso cuidar do ovo!
A casa de Zorbas fica longe do _______________________________________
domingos.
Esta promessa é insuportável! _______________________________________
Zorbas detesta estar naquela _______________________________________
situação!
CapíTulO NONO
Um gato no choco
MODO IMPERATIVO
Por ser um modo em que necessariamente um indivíduo se dirige a um interlocutor, não admite a
primeira pessoa do singular.
Afirmativo Ama tu / ame ele / amemos nós / amai vós / amem eles.
IMPERATIVO
Negativo não ames tu / não ame ele / não amemos nós / não ameis vós / não amem
eles.
Imperativo negativo: Não possui nenhuma forma própria. Todas as suas formas correspondem às
formas do presente do conjuntivo.
4. Súplica. Exemplo: Não me deixem! Por favor, não me deixem sozinho com o ovo.
5. O imperativo também pode ser usado para sugerir uma hipótese, substituindo a ideia de
condição expressa por se + futuro do conjuntivo. Exemplo: Cumpre a promessa e não te
arrependerás. [Se tu comprires a promessa, não te arrependerás].
• Uma ordem pode ser dada por meio de frases nominais e até por simples interjeições.
Exemplo: Mãos à obra! / Silêncio!
• Alguns tempos do Indicativo ajudam-nos a dar uma ordem ou efectuar um pedido de maneira
mais polida / educada, para não parecermos muito agressivos ou grosseiros.
Exemplo: Podes tomar conta do ovo por mim?
• Também podemos construir um Imperativo Impessoal, com o intuito de generalizar a ordem. Ele
é geralmente expresso em frases de comando ou de proibição. Exemplo: Não poluir! / Não deitar
papéis para o chão!
Reproduction
Nid : Nid sommaire fait de matériaux végétaux. Niche volontiers sur les îles artificielles. En Belgique, elle
niche essentiellement en Campine. Son nid est fait d'herbes, de racines, de roseaux, à terre, rarement sur un
bâtiment.
Voix
Nourriture naturelle
La mouette rieuse est omnivore et profite de toutes les opportunités, mangeant quasiment tout ce qu'elle
trouve. Elle se nourrit d'insectes, de vers, de petits animaux, des déchets de cuisine, de pain dur et de tout ce
qui est jeté.
1.2.
3. “Pegava numa cassette do grupo Pur, um dos seus favoritos, guardava-a,tinha dúvidas,
tirava-a, e não sabia se havia de tornar a metê-la na mochila ou deixá-la em cima da
mesa-de-cabeceira. Era difícil decidir o que havia de levar para as férias e o que devia
deixar em casa.”
3.2. Rescreve a frase
ANALEPSE
Analepse é a interrupção de uma sequência cronológica narrativa pela interpolação de eventos ocorridos
anteriormente. É, portanto, uma forma de anacronia ou seja, uma mudança de plano temporal.
REGRAS DO JOGO:
TODOS OS ELEMENTOS DO GRUPO RESPONDEM, NA SUA VEZ, A
UMA PERGUNTA.
CADA ELEMENTO TEM A POSSIBILIDADE DE PASSAR A VEZ, UMA
ÚNICA VEZ DURANTE O JOGO.
O ALUNO QUE RESPONDER ERRADAMENTE, OU NÃO RESPONDER
SERÁ ELIMINADO.
DE CADA VEZ QUE UM ALUNO RESPONDE DE FORMA CORRECTA,
RECEBE O RESPECTIVO CARTÃO A QUE RESPONDER.
GANHA O JOGO, O ALUNO QUE PRIMEIRO CONSEGUIR JUNTAR 4
CARTÕES OU O ALUNO QUE NÃO TIVER SIDO ELIMINADO.