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DIREITO FISCAL

Noções Fundamentais
Despesas Públicas
Receitas Públicas
As necessidades colectivas (de instrução, de
segurança, de saúde pública, de defesa
nacional, etc.) obrigam o Estado e outros
entes públicos a suportarem avultadas
despesas – Despesas Públicas.
É através das receitas públicas que o Estado e os
outros entes públicos fazem face às despesas
públicas.

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Receitas Públicas
Receitas voluntárias Receitas coactivas
• São aquelas em que o preço • São as fixadas pelo Estado
é estabelecido por via por via legislativa de forma
negocial ou contratual. Ex.: autoritária, como por
Receitas provenientes da exemplo as propinas
venda da madeira das cobradas aos alunos ou o
explorações florestais do imposto sobre os
Estado. Estas receitas rendimentos das pessoas
denominam-se ainda singulares cobrado às
receitas patrimoniais por pessoas que auferem
derivarem do património do rendimentos
Estado.

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Direito Fiscal, Técnica Fiscal e
Politica Fiscal
• Direito Fiscal: É o conjunto de normas que regulam as
relações que se estabelecem entre o Estado e os outros
entes públicos, por um lado e os cidadãos por outro,
por via do imposto. Essas normas regulam as várias
fases do imposto: Incidência, lançamento, liquidação e
cobrança.
• Técnica fiscal: É o modo (métodos e técnicas)como as
normas estabelecidas pelo Direito Fiscal são aplicadas.
• Politica Fiscal: Visa o estudo dos mecanismos fiscais a
utilizar pelo governo para atingir determinados
objectivos.
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O Direito Fiscal como direito
público
Critério dos sujeitos da
Critério dos interesses
relação jurídica
• O imposto destina-se a fazer • No Direito Fiscal a actuação do
face a despesas ente público desenvolve-se
relacionadas com a num pano superior ao do
satisfação de necessidades particular, permitindo-lhe
colectivas, assim as normas inclusivamente a execução do
do Direito Fiscal visão património do devedor, sem
tutelar interesses da que seja necessário uma
colectividade. (Direito declaração judicial prévia do
Público) seu direito. Goza do chamado
benefício da execução prévia.

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Relações com o Direito
Constitucional
• A Constituição da República define algumas normas de natureza fiscal. Essas normas
definem garantias fundamentais dos cidadãos em matéria tributária e orientam e limitam o
legislador na sua competência fiscal.
Artigo 103.º
(Sistema fiscal)
1. O sistema fiscal visa a satisfação das necessidades financeiras do Estado e outras entidades
públicas e uma repartição justa dos rendimentos e da riqueza.
2. Os impostos são criados por lei, que determina a incidência, a taxa, os benefícios fiscais e
as garantias dos contribuintes.
3. Ninguém pode ser obrigado a pagar impostos que não hajam sido criados nos termos da
Constituição, que tenham natureza retroactiva ou cuja liquidação e cobrança se não façam
nos termos da lei.
Artigo 104.º
(Impostos)
1. O imposto sobre o rendimento pessoal visa a diminuição das desigualdades e será único e
progressivo, tendo em conta as necessidades e os rendimentos do agregado familiar.
2. A tributação das empresas incide fundamentalmente sobre o seu rendimento real.
3. A tributação do património deve contribuir para a igualdade entre os cidadãos.
4. A tributação do consumo visa adaptar a estrutura do consumo à evolução das
necessidades do desenvolvimento económico e da justiça social, devendo onerar os
consumos de luxo.

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Relações com o Direito
Criminal
• As normas fiscais impõem aos contribuintes e terceiros o cumprimento de
certos deveres (deveres acessórios) como por exemplo:
1 - a apresentação de declarações na repartição de finanças competente –
Acção
2 - a não inutilização dos livros de registo dentro do prazo de dez anos –
Abstenção.
• A lei fiscal confere à Administração poderes para impor sanções pelo não
cumprimento de tais deveres. O legislador adopta, por vezes, as soluções
consignadas no Direito Criminal e outras vezes para elas remete
expressamente.
• O «Regime Jurídico das Infracções Fiscais não Aduaneiras» classifica as
infracções fiscais em:
- Crimes Fiscais
- Contra-ordenações fiscais
• Anteriormente, os Códigos continham um capítulo, onde eram tratadas as
penalidades a aplicar às infracções.

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Relações com o Direito
Privado
• O Direito Fiscal tem uma grande relação com o
Direito Privado (Direito Civil e Direito
Comercial), pois muitas situações que regula
têm por base entidades privadas.
• A tributação acenta em factos, actos e direitos
patrimoniais.
• O Direito Fiscal, atribui, por vezes, a certos
conceitos e situações uma relevância diferente
da que os mesmos têm no Direito Privado, o
que lhe dá a sua autonomia.
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As fontes do Direito Fiscal
• A Lei
O art. 103 da C.R.P define que os impostos são criados por lei, a mesma
norma constitucional define também que ninguém pode ser obrigado a
pagar impostos que não tenham sido criados nos termos da Constituição e
cuja liquidação e cobrança se não façam nas formas previstas na lei (lei -
diploma emanado da Assembleia da República e decreto-lei diploma
emanado do Governo).
• Os regulamentos
Para conveniente execução das lei o poder executivo emana
regulamentos. Os regulamentos não podem contrariar o exposto na lei,
nem regular os elementos fundamentais do imposto, podem apenas
regular matérias como as de: lançamento, liquidação e cobrança.
• Os tratados e convenções internacionais
O art. 8.º da C.R.P. define que «as normas e os princípios de direito
internacional geral ou comum fazem parte integrante do direito
português» e que «as normas constantes de convenções internacionais
regularmente ratificadas ou aprovadas vigoram na ordem interna após a
sua publicação oficial e enquanto vincularem internacionalmente o Estado
Português»
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Aplicação da lei fiscal no
tempo
• Teoria da irretroactividade – Não se aplica a nova
lei que altera os elementos essenciais do imposto,
desde que a obrigação já tenha sido constituída em
momento anterior ao aparecimento desta lei.
• Aplica-se a nova lei ao processo administrativo,
desde que os elementos alterados não sejam
essenciais.
• O principio da não retroactividade das leis fiscais
apenas exige a inviolabilidade da obrigação
tributaria em tudo o que se possa considerar
essencial.
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Aplicação da lei fiscal no
espaço

• Nesta matéria vigora o princípio da


territorialidade.
• A lei fiscal de um Estado abrange apenas os
factos e situações que ocorram no território
desse Estado e os rendimentos que nele
tenham a sua fonte.

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Noção de Imposto

“O imposto é uma prestação coactiva,


pecuniária, unilateral, estabelecida pela lei a
favor do Estado ou de outro ente público, sem
carácter de sanção, com vista à cobertura das
despesas públicas e ainda tendo em conta
objectivos de ordem económica e social”.

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Classificação dos impostos
• Impostos estaduais e não-estaduais
Impostos estaduais são os impostos cujo sujeito activo é o
Estado.
Impostos não-estaduais são os impostos cujo sujeito activo
não é o Estado.
• Impostos directos e indirectos
Impostos directos são os que tributam a riqueza.
Impostos indirectos são os que tributam o consumo.
• Impostos reais e impostos pessoais
Impostos reais são os que não têm em conta as condições
pessoais, económicas e familiares dos contribuintes.
Impostos pessoais são os que têm em conta as situações
pessoais, económicas e familiares dos contribuintes.

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Classificação dos impostos
• Impostos proporcionais, progressivos e regressivos
Impostos proporcionais – taxa fixa.
Impostos progressivos - taxa aumenta à medida que a matéria
colectável aumenta.
Impostos regressivos – taxa diminui à medida que a matéria
colectável aumenta.
• Impostos periódicos e de obrigação única
Impostos periódicos – cujo pagamento se processa
periodicamente.
Impostos de obrigação única – apenas há lugar ao pagamento
do imposto quando o facto que o origina acontece.
• Impostos principais e acessórios
Impostos principais – gozam de autonomia face aos restantes.
Impostos acessórios – não são autónomos e acrescem aos
impostos principais, de que dependem, como por exemplo a
derrama.
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