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POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA

COMANDO DE POLICIAMENTO METROPOLITANO


4 BATALHÃO
O

TRIPULANTE OPERACIONAL MULTI-MISSÃO (TOM-M)


(GRUPO DE RADIPATRULHAMENTO AÉREO - GRAER – PMSC)

INSTRUTORES: 1 TEN PMSC AURÉLIO JOSÉ PELOZATO DA ROSA (4 BPM)


O O

1 TEN PMSC CÁSSIO RICARDO NICHNIG (4 BPM)


O O

FLORIANÓPOLIS-SC, 2004
CONCEITOS TÁTICOS

Objetivo da instrução: trazer propostas de algumas técnicas que possibilitarão uma maior chance de
defesa em caso de uma eventual reação por parte das pessoas suspeitas.

“Toda ação deve ser precedida de um prévio planejamento, mesmo quando ela é inesperada, não pode a
guarnição arriscar-se sem ter condições de garantir sequer sua segurança”.

PERIGO IMEDIATO: é o ponto, local ou situação em um ambiente onde existe a maior probabilidade de
surgir uma ameaça física contra o policial. Esse conceito é bastante abstrato e pode variar conforme as
experiências individuais anteriores que o policial já presenciou, treinamento que participou e
sensibilidade diante de uma situação. A identificação do perigo imediato é fundamental para o policial
decidir aonde ir e o que fazer. Seu deslocamento, ação de busca ou reação deve ser prioritariamente no
perigo imediato identificado.

POSTURA TÁTICA: è a postura corporal do policial em situações de risco, estando em condições de


oferecer resposta imediata a uma agressão física. Atualmente a postura tática mais recomendada tem sido
a posição SAS (oriunda do Special Air Service, unidade especial do exército inglês). Esta posição baseia-
se no princípio de uma posição de uma natural de expectativa e deslocamento corporal. A arma deve estar
constantemente empunhada em uma das seguintes posições:
a) Perigo: arma empunhada na altura dos olhos, usada em deslocamentos, varreduras e abordagens;
b) Pronto Emprego: arma empunhada junto ao corpo, paralela ao solo, usada em paradas, varreduras
e abordagens;
c) Posição Sul: arma empunhada junto ao corpo, cano para baixo, coberta pela mão fraca do policial,
usada em situações de composição de filas e na presença de pessoas não suspeitas.
A postura tática do policial exige ainda um comportamento disciplinado de controle de armas, baseado
em três princípios:

Terceiro olho: a arma sempre acompanha a direção do olhar do policial

Visão de túnel: olhar por cima da arma, mesmo quando empunhada na altura dos olhos.
Controle da arma: sempre desviar o cano da arma da direção de pessoas não suspeitas ou de
outros policiais.
PROTEÇÕES: são locais, objetos, equipamentos e ambientes que ofereçam garantias físicas contra
agressões físicas ou dissimulem a presença do policial. Podem ser de dois tipos:

a) Coberturas: são proteções que escondem visualmente o policial, mas não garantem proteção
balística. Ex.: divisórias de madeira, móveis, arbustos, portas de veículos, etc.

b) Abrigos: são proteções que oferecem proteção balística. Ex.: paredes de alvenaria, troncos de
árvores, placas de ferro ou aço, escudos balísticos, etc.

O policial deve adquirir o reflexo de identificar imediatamente em um ambiente, pontos de


proteção, assim como utiliza-los imediatamente ao iniciar uma ação de risco ou ser vítima de agressão a
tiros.

CONTROLE DE ÁREA: durante deslocamentos, entradas, varreduras e outras ações de risco, o


policial deve estar em condições de dominar completamente a área ou ambiente em que se encontre
presente. É uma responsabilidade individual e coletiva que poderá colocar em risco a sua vida e a de
seus companheiros. O controle de área compreende o domínio total do ambiente através de:
a) Proteção 360°: todos os lados devem estar dominados;
b) Pontos distantes: os locais mais profundos, elevados e/ou distantes devem ser observados;
c) Disciplina de ruídos: deve manter o silêncio como forma de aumentar a percepção do ambiente.
FUNIL FATAL: o nome funil fatal ou cone da morte é decorrente da silhueta e da faixa de luz
projetada pela abertura de uma porta ou janela.
Funil fatal é o ponto de um ambiente que possua a maior probabilidade de
policiais serem atacados por eventuais agressores que estejam naquele local.
Em uma sala, por exemplo, as portas e janelas são os locais em que os
agressores irão ficar atentos para reagir contra a entrada de policiais, fazendo a visada e tiros naquela
direção.

A ação do policial nessa situação é de não permanecer na área do funil fatal.

VERBALIZAÇÃO: a comunicação entre policiais durante uma ação deve ser constante. Isso pode
ocorrer através da comunicação por RÁDIOS, quando houver o equipamento; GESTOS, quando a
ação exigir silêncio absoluto; e pela VERBALIZAÇÃO, falando alto e claro a ordem ou aviso.
A verbalização ocorre também quando o policial tiver que dar ordens a um
suspeito. Isso deve ocorrer de forma clara, firme e objetiva, sempre iniciada com a palavra POLÍCIA
e uma ordem indicando a ação desejada. Ex.: “Polícia, deite no chão”; “Polícia, largue a arma”, etc.
A verbalização não pode ser confundida com gritaria, repetições e uso de gírias, que ao contrário do
efeito previsto, pode confundir os suspeitos e os outros policiais.

DESLOCAMENTOS: o deslocamento é a progressão em uma área e situação de risco. Ele deve ser
feito usando o conceito do controle de área e do uso constante de proteções.
Os deslocamentos podem ser feitos por lances ou diretos, em velocidades variadas:

a) Velocidade de cobertura: deslocamento lento, progressivo, usado em situações de terrenos


desconhecidos;
b) Velocidade de Busca: deslocamento moderado, usado para domínio rápido de um ambiente ou
para atingir um ponto pré-determinado:
c) Velocidade de Assalto: deslocamento rápido e direcionado, usado quando a situação exige uma
ação dinâmica.
O policial nunca deve se deslocar sozinho, Durante os deslocamentos, os policiais podem usar
formações variadas:
a)Em Linha: um atrás do outro, apontando as armas para direções opostas;
b)Em “L”: um direcionado para frente e outro lateralmente;
c)Costas a Costas: um direcionado a frente e outro de costas.
VARREDURA: é uma busca que visa identificar e dominar visualmente um determinado ambiente ou
local, a fim de manter seu controle, quando a observação direta não é suficiente ou é uma situação
considerada de alto risco.
Três técnicas básicas de varredura são:

a)Tomada de Ângulo: consiste em abris seu campo visual, distanciando-se das paredes. Isso fará com
que seu campo visual domine a área não visualizada mantendo um ponto de proteção. Quanto maior
seu ângulo de abertura, maior a percepção sem perder a proteção. Essa técnica pode ser usada para
escadas, corredores, carros, cômodos, etc.

b)Olhada Rápida: técnica utilizada quando não for possível fazer a tomada de ângulo. Consiste em dar
uma rápida joga de cabeça para o interior do local a ser varrido, retornando imediatamente para o
local de proteção. Na necessidade de uma segunda olhada, o ponto de entrada deve ser alterado;
c)Espelhos: consiste em usar um pequeno espelho fixado em uma haste. É ideal para situações de alto
risco, como interior de móveis, buracos, sótão e outros locais elevados.

ENTRADAS: são penetrações em ambientes fechados. Existem dois tipos de entradas.

a)Entradas Cobertas: também chamadas de entradas furtivas ou silenciosas, lentas e programadas, são
penetrações em ambientes sem visualização, quando as técnicas de varredura tornam-se insuficientes
para o controle da área, ou quando há necessidade de continuação do deslocamento.

Aplicação: ação não emergencial, presença de suspeitos e localização são desconhecidos, ação
sigilosa e pensada.
b)Entradas Dinâmicas: também chamadas de invasões táticas, são usadas quando há necessidade de
uma ação rápida de surpresa e de choque dentro de um ambiente, como um resgate de refém, por
exemplo. As entradas dinâmicas devem ser realizadas somente por grupos táticos especiais.

Aplicação: quando requer rapidez, surpresa e ação de choque, necessita de informações e


oportunidade, equipes de 2, 3 ou 4 homens, múltiplas equipes com múltiplas entradas.

Três técnicas de entrada:


a) Entrada Cruzada (CRISS-CROSS)
b) Entrada em Gancho (BUTTON-HOOK)
c) Entrada Limitada (LIMITED PENETRATION)

CONTAMEDIDAS: são técnicas de defesa pessoal e luta corporal aplicadas em situações onde tática e
legalmente não se pode usar arma de fogo contra o agressor, ou em situações de entradas e varreduras em
que ajam pessoas não suspeitas em situações de risco.

a) Afastamentos: técnicas usadas para retirar pessoas de uma linha de tiro e evitar que a
pessoa agarre a arma do policial;

b) Contra-retenções: técnicas usadas para soltar o armamento quando agarrado por um


agressor que tática e legalmente não possa ser efetuado um tiro.
O TRIÂNGULO DO TIRO

O triângulo de tiro nada mais é do que a confirmação, sob a ótica doutrinária da tática policial, da
previsão legal do uso da arma de fogo (força letal). O triângulo de tiro, reafirma e ratifica, taticamente, a
legítima defesa, o estado de necessidade, o estrito cumprimento do dever legal. Portanto, é o espelho da
legislação vigente, não existindo divergências entre a teoria do triângulo de tiro e a legislação vigente no
aspecto de atirar ou não.
A diferença está na forma de identificar o momento certo de usar a força letal, sem desrespeitar a
lei. O ensinamento jurídico ensina o policial a visualizar o momento do uso de força letal sob as vistas da
lei, enquanto o modelo do triângulo do tiro ensina sob o ponto de vista TÁTICO (Leão, 1999).

O triângulo do tiro determina que o policial só poderá usar sua arma de fogo (força letal), quando
observar ou perceber um agressor atacando qualquer cidadão ou lhe atacando, formando o trinômio
demonstrado pela figura abaixo.

PERIGO

OPORTUNIDADE
 (OPM)
MEIO

OPORTUNIDADE - é o potencial do agressor em usar suas habilidades em forma de agressão


letal. Utilizando uma linguagem mais popular, é a chance que o agressor tem em agredir alguém, sem que
exista possibilidade de uma reação de defesa que o impeça.

PERIGO - é a confirmação ou a constatação da intenção/vontade de agressão do agressor contra


qualquer cidadão ou contra o Policial, com MEIO e OPORTUNIDADE ”letais”.

MEIO - são os “meios físicos” utilizados pelo agressor para provocar em qualquer cidadão ou no
policial “agressões letais”. Ex: armas de fogo, armas brancas, sua força física ou habilidades em artes
marciais.

Importante ressaltar que o conceito da habilidade envolve não apenas a posse de um armamento,
mas também a condição de saber usá-lo. Por exemplo, não poderia se enquadrar nessa situação, um
agressor que empunha um fuzil pelo cano, atacando como se fosse um porrete ou uma faca nas mãos de
uma pessoa muito idosa, que mal pode se movimentar (Leão, 1999).
Os três itens ou fatores acima referenciados, OPORTUNIDADE, PERIGO e MEIO são
indispensáveis para a configuração do triângulo de tiro. A ausência de qualquer desses, descaracterizará a
formação do triângulo de tiro, impedindo o uso da força letal pelo policial.

O triângulo do tiro deve se formar em relação ao agressor, e não ao policial. A condição está não
na possibilidade do policial atirar, mas do agressor ter a chance de agir.

EXEMPLOS DE SITUAÇÕES QUE FORMAM OU NÃO O TRIÂNGULO DE TIRO.

1. Policial identifica um suspeito armado e próximo a ele. Existe o meio e a oportunidade, mas
ainda não se configurou o perigo, pois o suspeito ainda não demonstrou intenção de agressão. O policial
não pode atirar. Situação real ocorreu em 1996, durante uma ocorrência de roubo a banco na Av. Paulista,
quando um policial militar atirou pelas costas em uma pessoa armada, achando tratar-se de um assaltante.
Era um policial civil, que estava atendendo a mesma ocorrência.

2. O policial identifica um suspeito armado, próximo a ele, que faz menção de atirar ou mesmo
atira contra o policial, mas em seguida larga a arma no chão e avança desarmado. Não se justifica atirar a
partir desse momento, pois apesar do perigo e da oportunidade, perdeu-se o meio, situação que pode ser
contida com o uso de técnicas não-letais.

3. Em um presídio rebelado, um detendo armado de faca, atrás das grades, ameaça atacar um
policial. Não se justifica atirar, pois apesar de haver o meio e o perigo, não há a oportunidade do agressor
em agir, pois está confinado em uma cela.

4. Um veículo passa em alta velocidade por um bloqueio policial, não obedece a ordem de parada,
quase atropela um policial e foge. Não se justifica atirar. Houve o meio (o carro como arma letal) e o
perigo (intenção do suspeito), mas se perdeu a oportunidade (distância do agressor para agir contra o
policial) quando o carro se afastou do bloqueio.

Outra situação importante de ser lembrada, por exemplo: um agressor toma uma pessoa como
refém, apontando a arma em sua cabeça e ameaçando matá-la. Formou-se o triângulo do tiro: há a
oportunidade e o meio do agressor atingir um inocente e o perigo (intenção). O policial, como agente da
lei, pode usar a força letal, mas a configuração da situação não lhe permite agir sem equipamentos
adequados, armamento especializado e o emprego de alternativas táticas mais adequadas para salvar a
vida do refém, como a negociação (Leão, 1999).

AURÉLIO JOSÉ PELOZATO DA ROSA


1o Ten PMSC – Cmt 12o GRT

Fonte Pesquisa:
LEÃO, Décio José Aguiar, 1º Ten PMSP. Papiro de Instrução Tática. São Paulo, 1999.
ABORDAGEM

PRINCÍPIOS DA ABORDAGEM: (SSRAU)


1. SEGURANÇA;
2. SURPRESA;
3. RAPIDEZ;
4. AÇÃO VIGOROSA;
5. UNIDADE DE COMANDO (Somente o Cmt fala)

ABORDAGEM DE PESSOAS A PÉ:


Cmt Ala Direita

VTR PM Seg.Retaguarda

Mot Ala Esquerda

OBS: Se a Gu PM for composta por 06 Policiais, aquele que estiver entre o motorista e o Cmt
será o anotador. Neste caso, o anotador fará a revista e o motorista permanecerá ao lado da Vtr com a
porta aberta.

ABORDAGEM DE VEÍCULOS:

Dist. 03m Cmt Ala Direita


VEÍCUL
VTR PM Seg. Retaguarda

Mot Ala Esquerda

ORDEM AO VEÍCULO SUSPEITO (individualmente para o motorista e ocupantes): Motorista


desligue o veículo, jogue a chave fora, desça com as mãos na cabeça e venha caminhando de costas.
OBS: Não havendo parede para mandar o indivíduo suspeito encostar, mande ajoelhar com as
mãos na cabeça.

AÇÕES TÁTICAS POLICIAIS (PROGRESSÕES)

- CENTOPÉIA
- CORREDOR
- POR LANÇO
- ESCADA
- JANELA
FOMAÇÃO TÁTICA DO GRUPO

1o PONTA (Mot):
- Responsável pela segurança frontal do grupo;
- Usa pistola ou revólver;
- Tem total mobilidade;
- Não carrega equipamentos;
- Se a progressão for de alto risco, ele usa escudo a prova de impacto balístico;
- Define os lanços e progressões;
- Não avança sem ter segurança do apoio;
- Proporciona a segurança para o avanço dos demais componentes do grupo.

2o APOIO (FOGO):
- Responsável pela segurança lateral e altura;
- Da cobertura para o ponta e juntamente com ele faz a segurança do restante do grupo;
- Deve ter condições de reprimir fogo inimigo a qualquer ângulo;
- Tem total mobilidade, não carrega equipamento;
- Armamento - Ver, Pist, Mtr.

3o COMANDANTE:
- Deve ter unidade de Comando;
- Define o objetivo da missão;
- Carrega equipamento (Ex: rádio);
- Armamento (Mtr).

4o SNIPER:
- Responsável pela segurança lateral do grupo (também altura e profundidade, durante a
progressão);
- Armamento, fuzil ou qualquer outra arma de precisão;
- Carrega equipamento.

5o SEGURANÇA DA RETAGUARDA:
- Responsável pela segurança da retaguarda do grupo;
- Armamento, Carabina Cal 12.
FORÇA ESPECIAL - PM

PRINCÍPIOS DOS COMANDOS


(FORÇAS ESPECIAIS)

- SER, não parecer;


- FAZER, não esperar que seja feito;
- OUVIR muito, FALAR pouco e VER muito;
- NINGUÉM é melhor do que ninguém;
- A FUNÇÃO, por mais medíocre que seja, tem sua importância;
- O que faz um grupo é a UNIÃO;
- APRENDER com os próprios erros é sinal de INTELIGÊNCIA, mas, APRENDER com os
erros dos outros é sinal de SABEDORIA;
- Seja HUMILDE, que a vida sempre lhe sorrirá;
- Não basta QUERER SER, tem que AGIR;
- O SUCESSO tem muitos pais, o FRACASSO é órfão;

A necessidade de se ter um Grupo de Ações Táticas Especiais, é basicamente atender uma


ocorrência que não poderá ser resolvida por outros Policiais.

PERFIL PSICOLÓGICO DE UM FORÇA ESPECIAL

- INTELIGÊNCIA acima da média;


- EXCELENTE identificação visual e auditiva;
- ATENÇÃO FLEXÍVEL, capaz de concentrar-se em detalhes;
- FIRMEZA E SEGURANÇA em si mesmo;
- Impulsividade REDUZIDA e CONTROLADA;
- EQUILÍBRIO EMOCIONAL;
- Agressividade CONTROLADA;
- AUSÊNCIA de traços sádicos;
- RESISTÊNCIA a fadiga, ao sono e as causas de distração;
- DISCIPLINA interior;
- Grande CAPACIDADE DE TRABALHO, individual e em grupo;
ABORDAGEM DE EDIFICAÇÕES: EMBATES EM
AMBIENTES FECHADO.

Os confrontos em ambientes fechados, conhecidos internacionalmente


pela sigla CQB ( Close Quartee Battle), são responsáveis por um expressivo
número de policiais mortos em serviço. Algumas dessas baixas tem por causa o
descaso do próprio policial, que não da a devida importância ao que assimila em
treinamento desenvolvido na academia de polícia. Tudo indica que, por terem
conhecimento que uma grande parcela de seus colegas chegou a aposentadoria
sem jamais enfrentar uma situação de tiroteio, tendem a presumir que
passarão ilesos do mesmo modo. Eis então que se enganam, surpreendidos
quando menos esperam.
A falta de informação é outro aspecto que leva o policiais a perderem a
vida em situações limite. Existem diversos trabalhos sob a forma de manuais e
fitas de vídeo, contendo um volume razoável de material informativo quase
tudo a respeito de técnicas e táticas que podem ser empregadas em
operações de busca, adestramento e confronto em áreas confinadas.
O problema é que poucos deles tratam especificamente das atitudes
tomadas com base em um estudo importante, denominado “ pequena unidade
tática”, de Jonh S. Farnam, diretor do “Defense Training Institute”
( Instituto de Treinamento e Defesa), uma das quatro melhores escolas de
preparação ao combate, nos Estados Unidos.
Em seu trabalho, Farnam se refere a ação de um, ou no máximo dois
policiais, em operação de rotina ( quer seja patrulhamento ou investigação),
necessitando realizar subitamente uma busca tática. Quando nos referimos a
isso, estamos falando de um intenso e cauteloso trabalho de abordar e
localizar fontes de perigo em uma área restrita (residência, loja, oficina,
mecânica, etc.), e não sobre uma busca dinâmica que define uma entrada mais
abrupta, que inclui “ varrer”, rapidamente um aposento.
Esse tipo de procedimento é mais apropriado a grupos táticos como a
SWAT, dotados de armamento adequado e equipamentos de proteção
individual (visores noturnos e roupas de proteção balística, entre outras), além
de treinamento sincronizado em equipe.
Assim, repassaremos algumas das táticas experimentadas e aprovadas na
vida real. Certamente auxiliarão os policiais a planejar, perceber a atuar em
várias situações de busca e confronto em áreas fechadas.
Não são regras fixas que se aplicam indiscriminadamente, mas linhas de
opção que o policial poderá considerar, adaptar e até expandir.

Operações de Busca.

Na ação de busca e localização de delinqüentes, em áreas internas de


uma edificação, são inúmeras as desvantagens dos policiais em relação aos
marginais. Os espaços dos cômodos são pequenos, as coberturas existentes
são mínimas e nem sempre há disponibilidade de iluminação. Tantas
adversidades, somadas ao fato ao fato de que os “fora- da – lei”, podem eleger
um local estratégico, para efetivar uma emboscada, tornam o trabalho de
busca denominado tecnicamente de “house clearing” ( o equivalente a aclarar a
casa) uma das mais perigosas atividades policiais.
Em razão disso, o perscrutar de um ambiente exige muita cautela e
acima de tudo o emprego adequado de táticas eficazes.
A principio, examinaremos a postura a ser tomada pelos policias quando
se movimentam dentro da edificação, á procura da fonte de todo perigo.
O correto é adotar uma postura ofensiva e não defensiva. A
incompreensão sobre isto tem levado muitos a fazer parte da longa lista de
policiais mortos em serviço. Normalmente, eles se movimentam adotando uma
atitude defensiva, mantendo suas armas dentro dos coldres, ou quando fora
deles, apontadas para o alto ou para baixo, aguardando o momento para reagir.
Existe uma diferença considerável, significativa ao formar o binômio
ação/reação, que se limita a simples questão ortográfica. O chamado “
lagtime” (tempo de retardo) do ato de agir é sempre menor que o de reagir.
Desse modo, se o revólver ou a pistola estiver no coldre, e você precisar
responder a uma agressão armada, provavelmente não conseguira sacar e
engajar a arma antes que seu oponente dispare.
O correto é manter uma postura ofensiva, que permita uma ação
imediata contra o atacante. Isso é possível mantendo a arma fora do coldre, á
altura dos ombros e direcionada para a frente, num posicionamento clássico
chamado Isósciles. Assim, você poderá aplicar a tática do “ terceiro olho”, que
lhe permite olhar para cima, para baixo, para o lado e até para trás, com a
certeza de que sua ação resposta, será imediata, caso ocorra um ataque neste
espaço de tempo.
Essa tática consiste em direcionar a arma para o mesmo local que seus
lhos estão focalizando. A arma é seu “ terceiro olho” e ela “ espia” o ponto que
você observa. Ao passar por vãos e aberturas, a arma deve ser recolhida junto
ao corpo ( na altura da cintura, o que não caracteriza uma postura ofensiva),
para que ela não seja arrancada da sua mão por um oponente escondido do
outro lado.
Considerando que a busca seja realizada por duas pessoas, somente uma
deve se mover de cada vez. Assim, enquanto faz a cobertura ( e atira, se for o
caso), o outro realiza a progressão, alternando-se os papéis a medida que se
avança. Lembre-se porém, que é extremamente difícil este trabalho de mover-
se com a obrigação de atirar, simultaneamente. Também é importante lembrar
que se deve tomar cuidado para não atingir o próprio companheiro. Aquele que
está na posição mais retaguarda não deve apontar a arma para as costas
daquele que está a frente.
Ao atravessar corredores e salões, poderão ser encontradas muitas
portas que dão para quartos, dispensas e armários. Abrir qualquer porta e
entrar sem averiguar o que existe por trás dela é muito perigoso . Concentre-
se, portanto, em realizar movimentos silenciosos. Ruídos causados por sapatos,
chaveiros e outros objetos podem chamar a atenção, assim como alertar para
a localização de quem efetua a busca.
Dentro do possível, permaneça atrás de barricadas e não se movimente
cruzando as pernas para não permitir a perda do equilíbrio corporal. Em
lugares onde haja vigas e alçapões, o delinqüente talvez se esconda acima do
nível dos seus olhos. Por isso, evite usar bonés com abas porque eles obstruem
sua visão superior.
Um dos momentos mais críticos de uma ação de busca é aquele que
antecede a entrada, através de uma cobertura para um aposento qualquer,
sem que saiba o que há lá dentro. Como se disse anteriormente, “ entradas
dinâmicas”, só devem ser executadas por grupos especializados.
Existem outras táticas que podem ser empregadas a fim de facilitar a
entrada. Uma delas é a chamada “ Quick Peek” (traduzida como rápida
espiada), que se mostra bastante efetiva, exigindo um posicionamento atrás
da parede que ladeia a abertura. Na seqüência, é preciso olhar rapidamente
para dentro do aposento, jogando parte da cabeça para fora da proteção,
antes de retornar o mais depressa possível, imitando a ação de uma cobra que
solta e pica.
Desta forma, é obtida uma visão completa da área a ser adentrada e
investigada, sem dar tempo de reação ao oponente. É recomendável que se
aplique esta técnica agachada, tendo em vista que se o marginal atirar, o fará
acima do nível de sua cabeça. Se for necessário repetir a operação, lembre-se
de mudar de posição. Portanto, se tiver agachado da primeira vez passe a
ficar de pé na Segunda, e assim alternadamente. De Israel é originária outra
tática eficaz para busca visual. Mesmo sem característica de ação dinâmica, é
amplamente utilizada pelo grupo israelense YMM, uma Unidade Especial de
Polícia, que se habituou a chamar de “ Israeli Sweep” ( varredura israelense),
a tática que também é conhecida por “ Slicing the Pie” (fatiando a torta). Ela
estabelece a adoção de uma postura ofensiva e através da utilização da
técnica do “ Terceiro Olho”, é possível aproximar-se lentamente, rente a
parede, até cerca de um metro da entrada do local a ser vistoriado.
Em seguida quem a desenvolve deve afastar-se da parede e procurar
visualizar, passo a passo, a área interna do aposento, varrendo ângulo a ângulo,
até obter uma visão total dessa área. Embora seja um processo lento de
trabalho, ele permite que o policial retorne a cobertura inicial, ao primeiro
sinal de perigo.

Entrada.
Depois que se completa a busca visual, o próximo passo é entrar no
aposento, que pode ser um quarto, banheiro, corredor ou escadaria. Neste
caso, também encontramos três táticas consagradas pelo uso: a primeira
delas, originária do Oriente Médio, é conhecida por “Israeli Limited Entry”
( Entrada Limitada Israelense) e é desenvolvida conforme sugere sua
nomenclatura. A entrada se assemelha à de “Quick Peek”, no tocante á
exposição mínima do corpo. Porém, diferentemente daquele método, não deve
haver mudança de posicionamento, depois que se projeta o corpo para dentro
do recinto.
Usando o principio da “ação versus reação”, se obtém grande vantagem
sobre o oponente. Percebe-se que na aplicação dessa tática há maior
exposição do corpo, no instante em que se empunha a arma com ambas as mãos
e bem junto ao corpo, para em seguida posicioná-la à altura dos ombros, em
uma postura ofensiva alta.
O método seguinte é o clássico “Cross Crossing”, ou entrada cruzada.
Este não é apropriado a quem deseja entrar por corredores, ou outros locais
que não possuam paredes internas ladeando a abertura. É conveniente que seja
desenvolvido em dupla, de modo que cada um dos integrantes se aproxime até
a porta, de lados diferentes, executando a busca por qualquer dos métodos
descritos anteriormente. Após a busca visual, ambos ganham o recinto
rapidamente, cruzando-se entre si e assumindo uma posição ofensiva com as
costas junto à parede do aposento interno.
Por último temos a entrada em “botton hook” ou entrada em gancho. Esta
deve ser utilizada quando não for possível fazer as entradas descritas
anteriormente. A entrada em botton hook consiste em: estando os dois
policiais posicionados um atrás do outro em um lado da entrada, quando
adentrarem o ambiente executarem um curva tipo gancho no interior e
posicionarem-se da maneira mais segura possível.

Corredores e Escadas.

De todos os locais existentes em uma área interna, nenhum representa


mais perigo aos policiais do que os corredores e escadas.
Mesmo assim, é atribuída pouca atenção ao treinamento específico. Mais
tarde, quando são expostos a essas situações, raramente possuem um plano
consistente para evitar o pior. O problema em atravessar corredores ou
descer e subir escadas se resume à falta de uma rota segura de fuga. É
possível se deslocar, tanto para frente como par trás, mas muito difícil a
movimentação lateral. Isto cria um tipo de “funil fatal”, que propícia um
excelente palco para uma emboscada.
Após entrar por um corredor, é aconselhável atravessá-lo o mais
silenciosamente possível, e com toda rapidez até alcançar o seu final. Não quer
dizer que o policial vá atravessar o corredor correndo, ele apenas caminhará
rápido. Então é que se realiza a busca visual no próximo ponto de entrada.
Vale lembrar que em escadas é sempre mais fácil combater de cima para
baixo. Afinal se perde menos tempo descendo uma escada do que ao subi-la.
Além do que, será baixada uma via de escape para o marginal, proporcionando
talvez a sua captura por outros policiais que eventualmente estejam do lado
de fora do prédio. Subindo você encurrala o oponente, forçando-o a enfrentá-
lo. Deste modo, se houver opção, realize as buscas descendo a escadaria. Em
caso de buscas, subindo ou descendo escadas, é preciso partir da utilização de
todas as táticas por ora analisadas, preocupando-se sempre com uma possível
emboscada. Escadas diferem entre si pelas suas características: algumas são
em forma de caracol, enquanto outras apresentam cortes em ângulos retos.
Portanto, as curvas e cantos requerem todo cuidado. Ao acessá-los, mantenha
a arma como um “ terceiro olho” e varra as laterais tão bem quanto o faz com
a parte superior á suas costas.

Confronto Armado.

Qualquer que seja o procedimento tático adotado a operação de busca e


entrada, o desfecho poderá resultar na localização de um oponente e no
confronto com ele. Se o policial estiver ocupando uma posição segura,
protegido contra qualquer investida, e localizar o esconderijo do delinqüente,
poderá fazer uma tentativa no sentido de obrigá-lo a render-se antes de
atirar. A isto chamamos de uso da “escalada de força”, freqüentemente
iniciada com uma proveitosa advertência verbal.
Optando por ela, recorra a uma frase de efeito, estereotipada, como por
exemplo “ polícia não se mexa !” Mesmo empregada contra um criminoso
violento, esta frase talvez o intimide o suficiente para evitar um tiroteio.
Lembre-se, porém, de não mudar a ordem das palavras dentro da frase.
Emitida como foi sugerido, indica quem é você e exatamente o que deseja que
ele faça. É plenamente justificável, a fim de evitar surpresas desnecessárias:
a pessoa localizada, que tende a ser um marginal é talvez um policial á paisana,
que ali se refugiou sem o seu conhecimento. Do mesmo modo, ao gritar apenas
“ não se mexa”, poderá ser confundido e receber um tiro como resposta.
A preparação para embates armados em ambientes fechados requer
familiaridade com táticas básicas, agilidade corporal, agressividade
controlada e uma habilidade de tiro acima da média.
Embora o nosso propósito não seja o de ensinar a atirar, é importante
relembrar os princípios conceituais do tiro de combate: tática, precisão,
potência e rapidez (TPPR). De nada adianta ser um exímio atirador, se
cometer erros táticos em sua aproximação.
A precisão num confronto em área restrita deve ser relativa e, a não
ser que haja necessidade de realizar um disparo seletivo em alvo reduzido
(como em situação que inclui o uso de refém como escudo), basta acertar os
tiros na grande “massa central” do oponente ( o equivalente á região toráxica).
A potência é inerente a arma, a munição e a quantidade de tiros que se
dispara contra o opositor.
A rapidez é imposta pela distância, grau de risco e habilidade pessoal.
Portanto, nunca tente atirar mais rápido do que efetivamente é capaz, não
saia dos seu limites.
Uma vez assimilados os ensinamentos aqui repassados, o policial estará
em condições de atuar de forma segura e eficaz em ocorrências desta
natureza.
Finalizando o nosso trabalho, deixaremos uma frase muito utilizada pelos
integrantes de forças de Operações Especiais, muitas vezes mau
interpretadas por outras pessoas, mas que reflete uma veracidade
indiscutível:
“ GOTAS DE SUOR NO TREINAMENTO, POUPARÃO LITROS DE SANGUE
NO COMBATE.”
GERENCIAMENTO DE CRISE

TODA CRISE É IGUAL - O QUE MUDA SÃO OS PROTAGONISTAS - A TEORIA É A


MESMA.

CONCEITO DE CRISE: UM EVENTO OU SITUAÇÃO CRUCIAL QUE EXIGE UMA


RESPOSTA ESPECIAL DA POLÍCIA, A FIM DE MELHOR ASSEGURAR UMA SOLUÇÃO
ACEITÁVEL. (FBI)

PRINCÍPIO BASILAR DO GERENCIAMENTO DE CRISE:


SALVAR VIDAS
CUMPRIR A LEI (SE POSSÍVEL)

NEGOCIAÇÃO É UM ATO CULTURAL - DEPENDE DE CADA LOCALIDADE

DOWNS X USA - MORTE PELO FBI - INDENIZAÇÃO PELO ESTADO

BRASIL - ADRIANA CARINGI - ATIRADOR CABO MARCO AURÉLIO FURLAN


CARANDIRÚ
PARÁ - ELDORADO DOS CARAJÁS
SC - CASO MONTANHA
SC – ROUBO À MÃO ARMADA COM REFÉM – BALNEÁRIO CAMBORIU
PRESÍDIO PAULO SALAZARDE - FORTALEZA - CEARÁ - DON ALOÍSIO LOSCHEIDER.
(SEM ESCOLTA)

A VIDA DO REFÉM É IGUAL A CADA UM - NÃO INTERESSA A RELEVÂNCIA - AS VIDAS


TEM O MESMO VALOR.

ELEMENTOS ESSENCIAIS DE INTELIGÊNCIA DA CRISE

P - PERPETRADOR - CAUSADORES DO EVENTO CRÍTICO


R - REFÉNS
O - OBJETIVO - LOCAL QUE ESTÁ HAVENDO O EVENTO CRÍTICO
A - ARMAS

USA - SHOW

S - SUBJECTS
H - HOSTAGES
O - OBJECTIVE
W - WEAPOPNS

CRISE “TEATRO DE TERROR - PERPETRADOR ATOR PRINCIPAL E REFÉNS


COADJUVANTES” - (BRIAN JENQUES)

TIPO DE PERPETRADORES

CRIMINOSO PROFISSIONAL - MAIS FÁCIL DE LIDAR


DESEQUILIBRADO - EMOCIONALMENTE DESEQUILIBRADO - MAIS DIFÍCIL
POLÍTICO/IDEOLÓGICO - MOTIVADO POLITICAMENTE - JÁ VEM COM CARTILHA -
PREPARADO, TREINADO PREVIAMENTE.
RELIGIOSO - SUBESPÉCIE DO POLÍTICO.

MST - O LÍDER É O QUE MAIS SE MOVIMENTA - FILMAR E IDENTIFICAR.

QTO MAIOR A INFORMAÇÃO, MELHOR SERÁ A NEGOCIAÇÃO.

FASES DA CONFRONTAÇÃO

I - PREPARO E PREVENÇÃO
II - RESPOSTA IMEDIATA - CIN
C - CONTER - EVITAR AUMENTAR A CRISE
I - ISOLAR - EVITAR A CONFUSÃO
N - NEGOCIAR, NEGOCIAR E NEGOCIAR....

PREPARO E PREVENÇÃO - PRÉ-CONFRONTAÇÃO


A PRIMEIRA CRISE É INTERNA
“A CONSEQUENCIA DE UMA RESPOSTA MAU DADA PODE SER PIOR QUE A PRÓPRIA
CRISE”

ABORDAGENS DE GERENCIAMENTO

REATIVA (DEPOIS) - AD-HOC - CASUÍSTICA


PROATIVA (ANTES) - PERMANENTE OU DE COMISSÃO

A POSTURA DEVE SER A PROATIVA, SEMPRE INSISTIR NO ESTADOS PARA SE


EXECUTAR A POSTURA PERMANENTE.

NÍVEIS BÁSICOS DE GERENCIAMENTO

DECISÓRIO - COMITE DE CRISE


DE COORDENAÇÃO
DE RESPOSTA
COMANDANTE DA CENA DE AÇÃO (CCA) - GERENTE DE CRISE (ON-SCENE
COMMANDER)

- TEM QUE TOMAR CONHECIMENTO DE TUDO


- É O CONTATO NO COMITE DE CRISE
- NÃO PODE SER O NEGOCIADOR
- QUEM NEGOCIA NÃO TEM PODER DE DECISÃO
- QUEM TEM PODE DE DECISÃO NÃO PODE NEGOCIAR

POSTO DE COMANDO

O QUE? QDO? COMO? QUEM?

O QUE É UM PC

- ORGANIZAÇÃO DE PESSOAS
- COM CADEIA DE COMANDO - É UM CHEFE SÓ
- TAREFAS E TRABALHOS PRÉ-DETERMINAODS
É UM ÓRGÃO QUE PROCESSA A INTELIGÊNCIA (INFORMAÇÃO) - AGE E REAGE
MEDIANTE PLANO DE AÇÃO E TOMADA DE DECISÃO.

TODO PC TEM: CCA - SWATT - APOIO NEGOCIADORES.


TODOS PODEM CONVERSAR ENTRE SI, MAS SEMPRE SOB O COMANDO DO GERENTE
DA CRISE.

POR QUE

- PONTO DE REFERÊNCIA - LOCAL ONDE SE ENCONTRA O GERENTE DA CRISE


- LOCAL ONDE SE ELABORAM OS PLANOS

QUANDO INSTALAR O PC - (REGRA GERAL) NA DÚVIDA INSTALE O PC

- “SPAN OF CONTROL” - CAPACIDAE MÁXIMA DE HOMENS QUE SE POSSA COMANDAR.


- QUANDO A QUANTIDADE DE GENTE ULTRAPASSAR A SUA CAPACIDADE DE
GERENCIAMENTO/COMANDAR ESTES HOMENS - INSTALE.
- QUANDO MAIS DE UMA UNIDADE POLICIAL ESTIVER PRESENTE (OU INSTITUIÇÃO)
- QUANDO NAS OPERAÇÕES HOUVER TRABALHOS E AÇÕES DIVERSIFICADAS

COMO INSTALAR

COMUNICAÇÃO - TV EXTERNA - CIRCUITO INTERNO


RÁDIO - RÁDIO REPORTAGEM E TRANSCEPTOR
TELEFONES - INTERNOS E EXTERNOS - FAX
COMPUTADORES
QUADROS P/ ANOTAÇÕES (PAPEL)
GRAVADOR
ESTAFETAS/MENSAGEIROS
-SEGURANÇA DO PC: LOCAL SEGURO DE PESSOAS HOSTIS, DO PÚBLICO, DA MÍDIA E
DE POLICIAIS QEU NADA TEM HAVE COM O GERENCIAMENTO.
BANHEIRO
SALA PARA TRABALHO DE PESSOAL DE INFORMAÇÃO
SALA DE REUNIÃO
SALA PARA GUARDAR EQUIPAMENTOS
ESTACIONAMENTO - PARA COMPONENTES DO PC, VTRS ETC
HELIPONTO
LOCAL ACESSÍVEL E SEGURO
LOCAL TRANQUILO - SEM INTERFERÊNCIA DE NINGUÉM
DIVISÃO DE TAREFAS - TODOS DEVEM SABER O QUE VÃO FAZER.

QUEM ESTARÁ NO PC

- CCA - COMANDANTE OU GERENTE


-NEGOCIADORES
-SWATT
-VIGILÂNCIA TÉCNICA
ACESSORIA SE NECESSÁRIO - DE IMPRENSA, LEGAL, OUTROS.

PERÍMETRO TÁTICO
- INTERNO (ZONA ESTÉRIL)- GERENTE DE CRISE, SWATT, NEGOCIADORES, POLICIAIS
DESIGNADOS, REFÉNS E PERPETRADORES.

- PER[IMETRO EXTERNO - ONDE SERÁ MONTADO O PC

PÓR PIOR QUE SEJA O LOCAL DA CRISE SE FAZ NECESSÁRIO OS DOIS PERÍMETROS.

NENHUMA AÇÃO TÁTICA DEVERÁ SER EXECUTADA SEM QUE SE FAÇAM SO DOIS
PERÍMETROS.

“SEM ISOLAMENTO NÃO HÁ GERENCIAMENTO”

NA RESPOSTA IMEDITA INICIA-SE COM O ISOLAMENTO


O ISOLAMENTO SÓ ACABA COM A PERÍCIA.
T0= RESPOSTA IMEDIATA (T0=TEMPO ZERO- INÍCIO)
TF= PERÍCIA (TF=TEMPO FINAL)

TIPOS DE TÁTICAS
- ASSALTO À BARRICADA
- INTERDIÇÃO EM CAMPO ABERTO
- EMBOSCADA À VEÍCULO
- INFILTRAÇÃO SIGILOSA DO PTO CRÍTICO
- ATAQUE INTEGRADO.

TIPOS DE ATAQUES
- ESPALHADO (MÚLTIPLO) = VÁRIO PONTOS
- DINÂMICO= UM SÓ PONTO DE ACESSO.

ATAQUE TÁTICO
- SURPRESA
- VELOCIDADE

RESOLUÇÃO - PRINCÍPIO BÁSICO


- IRREVERSIBILIDADE - DECISÃO TOMADA NÃO SE VOLTA À TRÁS
- SEGURANÇA
- ISOLAMENTO - ATÉ DEPOIS DA PERÍCIA

FINALIZAÇÃO DO EVENTO CRÍTICO

- RENDIÇÃO - PELOS PECs


- RESILIÊNCIA - POLÍCIA CEDE (EM TERMO) AOS PECs
- ASSALTO TÁTICO - UTILIZAÇÃO DE FORÇA TÁTICA (SWATT)
NEGOCIADORES NÃO TREINADOS

Material apresentado no curso de Direitos


Humanos e Direito Internacional Humanitário para
Forças Policiais e de Segurança.
• Contenha o incidente;
• Isole o local do incidente;
• Faça a evacuação das pessoas em possível risco;
• Sempre use colete a prova de balas;
• Sempre esteja em local coberto (seguro);
• Não coloque ninguém, policiais ou outras pessoas, em mais risco de ser tomado como refém ou se
ferir;
• Este pode não ser um cerco; este pode ser o caso de homicídio na iminência de ocorrer;

• Nunca ignore as comunicações vindas do cativeiro, a frustração nas comunicações pode ser perigosa;
assim sendo fale com eles ...
• Prepare-se para uma possível fuga;
• Algumas pessoas podem tentar provocar a polícia atirando nela;

• Sempre prepare um Plano de Rendição com sua equipe de cerco, traga os reféns para fora primeiro.
Não diga “entregue-se” mas “saia”;
• Sempre esteja pronto para receber os reféns;
• Considere o uso de um telefone para comunicar-se com o cativeiro;
• Sempre esteja pronto para receber mensagens;
• Use um megafone com PTT, se um telefone não estiver disponível ou qualquer meio de comunicação
seguro;
• Não deixe um megafone no cativeiro, salvo por uma boa razão;
• Esteja preparado para fornecer comida e bebidas não alcoólicas, para acalmar, levando em
consideração que estes itens podem ser entregues de maneira segura;
• Remédios também podem ser enviados sob supervisão médica;
• Pergunte:
• Quem é você ?
• O que isto significa ?
• O que aconteceu ?
• Mantenha um registro de suas ações;
• Esteja alerta para mensagens jogadas do cativeiro;

• Não desafie o criminoso a concretizar suas ameaças, mas lembre-o que esta ação não irá beneficiar
ninguém;

• Não pergunte por demandas, eles não podem ter nenhuma;

• Não se apresente como sendo o tomador da decisão final;

• Não faça promessas, diga: “vou ver o que posso fazer”;

• Não estabeleça limites de tempo para você mesmo, nunca diga: “eu farei isto em dez minutos”, mas,
introduza a dúvida: “eu tentarei fazer isto o mais breve possível”;

• Não exija limites de tempo, nunca diga: “quanto tempo eu tenho para fazer isto”;

• Não aceite os limites de tempo do criminoso sem um comentário, mas introduza a dúvida. “eu ouço
você, mas será muito difícil fazer o que você quer no tempo que determinou”;
• Não entenda que você pode Ter uma conversa particular com o refém, especialmente para obter
informações, o criminoso pode estar escutando;

• Não permita que outra pessoa fale com o cativeiro;

• Intermediários podem piorar a situação, especialmente membros da família que podem ter causado a
situação;
• Faça uma pesquisa cuidadosa para estabelecer o nível de relacionamento entre as pessoas. Parentes
podem se detestar;

• Não negocie se você está no comando da operação, você não poderá realizar competentemente os dois
trabalhos;
• Se os criminosos conversarem com você do cativeiro, e houver um negociador treinado no local,
sempre conduza a conversa para aqueles;
• Você pode não saber dos planos dos negociadores, e você pode sem querer piorar a situação;

• Lembre-se sempre que a mídia está escutando a tudo, mesmo nas comunicações via rádio;

• Faça um registro de informações úteis;

• Assegure-se que os vizinhos e outras testemunhas sejam devidamente ouvidas para colher
informações;

• Pense a longo prazo. Ganhe tempo ... Ganhe tempo ...

• Lembre-se que você quer ir para casa inteiro;


• Assim, sempre use boa cobertura e use colete a prova de balas;
• Não arrisque;

NEGOCIAÇÃO

REFÉM - ALGUÉM SEM QUALQUER RELACIONAMENTO


GARANTIA DE VIDA DO PERPETRADOR
VANTAGEM AO NEGOCIADOR.
NEGOCIAÇÃO TÉCNICA - NEGOCIAR...NEGOCIAR E NEGOCIAR....

VÍTIMA - ALGUÉM QUE SE TEM ALGO CONTRA.


NÃO TEM VALOR NENHUM AO PERPETRADOR
NEGOCIAÇÃO TÁTICA - AÇÃO TÁTICA

A NEGOCIAÇÃO É UM ATO CULTURAL SOCIAL E POLÍTICO.

REGRA BÁSICA PARA NEGOCIAÇÃO:

SE VC DIZ A VERDADE, NÃO PRECISA O TEMPO TODO LEMBRAR TUDO QUE DISSE.

PRISIONEIROS EM REVOLTA - A MORTE DE PRISIONEIROS POR PRISIONEIROS, NÃO


AFETA A NEGOCIAÇÃO.

O NEGOCIADOR SÓ DECIDE NA HORA O QUE DIZ RESPEITO À VIDA DE ALGUÉM.

GRUPO TÁTICO ATUA - PRÉ-DETERMINADO


IMEDIATAMENTE

SÍNDROME ESTOCOLMO - RACIONALIDADE ALTA - AUSENTE


EMOTIVIDADE ALTA - PRESENÇA

CRIAR AMBIENTE PROPÍCIO A SÍNDROME - DAR COMIDA IN NATURA


FAZER O CAPTOR OLHAR OS REFÉNS
CUIDADOS: SEXO - EVITAR LONGOS INTERVALOS E DAR TRABALHO AO GRUPO (GELO
EM BARRA, CAIXA PARA ABRIR ETC).
SEXO (MECANISMO DE DEFESA)- IDADES PRÓXIMA, ADOLESCÊNCIA, PROXIMIDADES,
PODER NO GRUPO.

O QUE SE PODE OU NÃO NEGOCIAR:


NEGOCIAR NÃO SIGNIFICA CEDER.

QTO MAIOR O NÚMERO DE REFÉNS MAIOR A VIOLÊNCIA - CUIDADO

FAÇA SEMPRE O INESPERADO, MAS CUIDADO QUE O CAPTOR TAMBÉM PODE FAZER O
INESPERADO.

1º ATO DO NEGOCIADOR É CORTAR A COMUNICAÇÃO PARALELA - SOMENTE UM CANAL


- NEGOCIADOR CAPTOR.
ÁGUA E LUZ SÃO MOEDAS DO NEGOCIAÇÃO.

CONTATO COM A MÍDIA SOMENTE UMA PESSOA, E O NEGOCIADOR TEM QUE TER
CIÊNCIA.

O GERENCIAMENTO É VERTICAL E NÃO HORIZONTAL

ENTREGAR DE DINHEIRO - NUNCA FALSO - ENTREGAR EM GRUPO - FAZER CONTAR -


NÃO DEIXAR DÚVIDAS DO QUANTO FOI ENTREGUE.

USAR ROUPAS SIMPLES - EVITAR O UNIFORME E CORES BERRANTES.

ATENÇÃO ATIVA - DAR SINAIS DE PREOCUPAÇÃO - CHAMAR PELO NOME - O PEC.


SABERÁ QUE VC SE PREOCUPA COM ELE. SEJA ATENCIOSO E DÊ ATENÇÃO.

CONTATO COM O CAPTOR:

FAZÊ-LO FALAR, DESCREVER AS SITUAÇÕES


OBSERVAS SINAIS DE NERVOSISMO - SUOR EXCESSIVO - TRANQÜILIDADE - LIDERANÇA.
NÃO UTILIZAR CRENÇAS RELIGIOSAS - SOMENTE SE O CAPTOR ASSIM O FIZER E
SOMENTE SE, FOR AO FAVOR DO NEGOCIADOR.

NA APRESENTAÇÃO USAR O MESMO TRATAMENTO QUE O CAPTOR


DIZER QUE ESTÁ LÁ PARA AJUDAR ( IR INCUTINDO AOS POUCO AO CAPTOR DE QUE O
VOCÊ É IMPORTANTE PARA ELE).
NÃO OBRIGUE O CAPTOR A MEDIDAS EXTREMAS - SEM HUMILHAÇÕES

SEJA HONESTO CUMPRA OS CONTRATOS.

CONFLITO QUANDO A MOTIVAÇÃO É POLÍTICA:


IDENTIFIQUE OS LIDERES
USE A INTELIGÊNCIA POLICIAL

INICIE AS NEGOCIAÇÃO SOMENTE DEPOIS DE ESTRUTURADO O GC

REFÉNS - TODOS DEVEM SER LEVADOS PARA INTERROGATÓRIO A QUALQUER HORA


QUE FOREM LIBERADOS, A FIM DE SEREM IDENTIFICADOS, SE NÃO FOR CONHECIDO DO
GRUPO, DEVE SER CONDUZIDO ALGEMADO ATÉ A IDENTIFICAÇÃO.

FITA SUICÍDIO - CRITICAL INCIDENT RESPONDE GROUP

CRISIS MENEGEMENT UNIT


NEGOTIOTION PROGRAM

FBI ACADEMY - QUANTICO, VIRGINIA - 22 135


FAX (703) 640-1321

TREINAMENTO TÉCNICO E TÁTICO PM 4o BPM


Princípios das Técnicas de Policia Ostensiva
(Constituição Federal -Artigo 144 - Parágrafo 5º)

Ordem pública - Situação de tranqüilidade e normalidade que o Estado tem o dever de assegurar às
instituições e todos os membros de sua sociedade, consoante as normas jurídicas estabelecidas. É
composta pela tranqüilidade pública, salubridade pública e segurança pública.

Segurança Pública - É a garantia relativa da preservação da ordem pública mediante aplicação do poder
de polícia.

Manutenção da Ordem Pública - É o exercício dinâmico do Poder de Polícia, no campo da Segurança


Pública, manifestado por atuações predominantemente ostensivas, visando prevenir, dissuadir, coibir ou
reprimir eventos que violem a ordem pública.

Perturbação da Ordem - Todos os tipos de ação, inclusive as decorrentes de calamidade pública que,
por sua natureza, origem, amplitude e potencial possam vir a comprometer na esfera estadual, o exercício
dos poderes constituídos, o cumprimento das leis e a manutenção da ordem pública, ameaçando a
população e propriedades públicas e privadas.

Repressão imediata - (...) a repressão imediata pode ser exercida pelo policial militar, sem que haja
violação do dispositivo constitucional pois, quem tem a incumbência de preservar a ordem pública, tem o
dever de restaurá-la, quando de sua violação.

Policiamento ostensivo - Ação policial, de fiscalização de polícia no que tange à ordem pública,
exclusiva das Polícias Militares, em cujo emprego o homem ou a fração de tropa engajados seja
identificado de relance, quer pela farda, quer pelo equipamento, ou viatura, objetivando a preservação da
ordem pública.

Técnicas de policiamento ostensivo - Conjunto de procedimentos, empregados pelo Policial Militar, na


execução do policiamento ostensivo.

TÉCNICAS DE POLICIAMENTO OSTENSIVO E LEGALIDADE

Código de Processo Penal nos seus artigos:


Art. 240 a 249 – Aspectos legais da busca pessoal
Art. 301 a 310 – Aspectos legais da prisão em flagrante
Lei das Contravenções Penais, em seu artigo:
Art. 68 – Recusa de dados sobre a própria identidade ou qualificação
Lei 4.898 de 09 Dez 1965, de Abuso de Autoridade, nos seus artigos:
Art. 3º e 4º - Caracterização do crime
Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu artigo:
Art. 232 – Submissão a vexame ou a constrangimento
Lei N.º .172, de 25 Out 1866, Código Tributário Nacional, em seu artigo:
Art 8º - Define poder de polícia

TÉCNICAS DE POLICIAMENTO OSTENSIVO E O USO DA FORÇA

Ao fazer uso da força o policial deve atentar para os seguintes aspectos:

Legalidade – Necessidade – Proporcionalidade – Conveniência

USO PROGRESSIVO DA FORÇA

ABORDADO POLICIAL
Ato que requer intervenção policial Presença física do policial
Cooperação Comandos verbais
Resistência verbal Técnicas de verbalização
Resistência física passiva Técnicas de controle físico
Resistência defensiva Agente químico não letal
Agressão não letal Armas de impacto
Uso potencial ou efetivo de meio letal Uso da arma de fogo

O tiro de advertência ou em veículos em fuga NÃO É UTILIZADO como técnica recomendada pela PMSC.

TÉCNICAS PRELIMINARES
POSTURAS
Posturas com armas curtas/longas
Posição de entrevista - Posição sul - Posição sul velada - Pronto-baixo em pé – Pronta resposta/alta.

USO DO TERRENO
Cobertura: veículos - edificações - acidentes do terreno - camuflagem - sombras – “efeito avestruz”
Deslocamentos: Onde vou? Por onde vou? Como vou? Quando vou?

ZONAS OPERACIONAIS
Zona tática: A zona quente ou tática é aquela onde se pressupõe que qualquer intervenção, conflito ou uso da força
irá ocorrer, devido à presença de pontos críticos:
Pontos quentes: pontos da área tática que merecem atenção especial devido ao seu risco.
Zona estratégica: A área estratégica é aquela adjacente à área tática, onde o policial não é afetado diretamente
pelas ações na área tática mas tem condições de intervir sobre ela.
Zona de apoio: A área de apoio é aquela onde há segurança máxima em relação à área tática e seus pontos críticos,
mas não permite uma intervenção direta.

BUSCA
Busca ligeira: Utilizada normalmente à entrada de eventos culturais e desportivos, de forma rápida, a fim de
identificar a presença de armas ou objetos perigosos (técnica gola camisa).
Busca minuciosa: Utilizada no decorrer de uma abordagem para averiguar uma fundada suspeita, efetuar prisão
em flagrante ou cumprir um mandado de prisão, de forma metódica e cuidadosa, a fim de localizar armas, objetos
perigosos ou materiais ilícitos.
Busca completa: Utilizada quando do encarceramento de presos ou quando a busca minuciosa não foi capaz de
dissipar uma fundada suspeita, sendo realizada em um recinto fechado onde o cidadão é despido para a revista.

TÉCNICAS DE BUSCA PESSOAL (Prática)

PATRULHAMENTO A PÉ
Patrulhar: É exercer atividade móvel de observação, de fiscalização, de proteção, de reconhecimento ou de
emprego da força, como parte do policiamento ostensivo.
Setor: Área geográfica sob a responsabilidade de uma fração de policiamento ostensivo.
Itinerário: O caminho que deve ser percorrido pelo policial durante o turno de serviço.
Posto de observação: Ponto de um patrulhamento em que o policial permanece durante um período de tempo
devido às suas características de risco, visibilidade ou necessidade específica.

ABORDAGEM DE PESSOA
Abordagem de pessoas a pé
Abordagem de pessoas em automóvel
Abordagem de pessoas em edificações

Requisitos da abordagem: Legalidade – Necessidade – Proporcionalidade – Conveniência.

Princípios: Segurança – Surpresa – Rapidez - Ação vigorosa - Unidade de comando.

Ciclo OODA: Observar – Orientar – Decidir – Agir.

Técnicas de Varredura (3o olho – técnica espelho – tomada de ângulo – rápida olhada)

Técnicas de Entradas (cruzada - gancho)


O TRIÂNGULO DE TIRO

O modelo coincide perfeitamente com a legislação e não há divergências dessa teoria com os aspectos legais de
atirar ou não em uma ação policial. A diferença está na forma de identificar o momento certo de usar a força letal,
sem desrespeitar a lei. O ensinamento jurídico ensina o policial a visualizar o momento do uso de força letal sob as
vistas da lei, enquanto o modelo do triângulo do tiro ensina sob o ponto de vista TÁTICO.

O triângulo do tiro prevê que o policial só pode usar a força letal, ou seja, usar sua arma de fogo, se visualizar um
agressor que esteja lhe atacando ou atacando um outro cidadão com oportunidade, perigo e meio.


OPORTUNIDADE

PERIGO MEIO

OPORTUNIDADE - compreende o potencial do agressor em usar sua habilidade naquele momento de agressão
letal. O uso de força letal contra um agressor portando uma faca pode ser justificado se ele estiver a alguns metros
do policial, quando teria a oportunidade de usar sua arma branca; mas a mesma ação não se aplica se o agressor,
com a mesma arma, estiver a uma distância maior ou separado do policial por uma grade, por exemplo, quando
perderia então a oportunidade de agir com aquela habilidade.

PERIGO - é a constatação da intenção de agressão do suspeito contra o policial ou outro cidadão, com habilidade
e oportunidade de causar mal físico letal.

MEIO - é compreendido como os meios físicos que capacitem um agressor a provocar no policial ou em outro
cidadão uma agressão letal. Pode ser uma arma de fogo, faca ou até mesmo sua força física ou capacidade de luta
corporal. É importante ressaltar que o conceito do meio envolve não apenas a posse de um armamento, mas
também a condição de saber usá-lo. Por exemplo, não poderia se enquadrar nessa situação, um agressor que
empunha um fuzil pelo cano, atacando como se fosse um porrete ou uma faca nas mãos de uma pessoa muito idosa,
que mal pode se movimentar.
ROTEIRO PARA TREINAMENTO DE REVÓLVER CALIBRE .38 – PADRÃO PMSC

FINALIDADE
O adestramento policial militar tem papel fundamental no aprimoramento das atividades policiais, objetivando a
correta e a necessária intervenção do agente público na defesa dos Interesses sociais.
O policial militar, portanto, deve estar capacitado para o pleno uso dos equipamentos e, fundamentalmente, do
armamento à sua disposição, quando se fizer necessário, para restabelecera ordem pública. A inércia do policial
militar no enfrentamento com meliantes, ou uma ação desproporcional ao fato delituoso, pode reverter em danos
irreparáveis ao próprio agente público e, por via de conseqüência, à sociedade.
Porquanto! Mister que o policial militar esteja sempre se aprimorando na prática do tiro policial, instrumento
moderno e eficaz na resolução de casos de maior complexidade, onde, ainda, o armamento utilizado por ele é um
dos melhores instrumentos de defesa na proteção da incolumidade física dos cidadãos.
E, sendo o revolver calibre .38 o armamento mais utilizado pelas Polícias Mi1itares é que se desenvolverá a
instrução de manutenção de tiro aos policiais militares do 4o Batalhão de Polícia Militar, em toda a sua
circunscrição.
EXECUÇÃO
O policial militar ao deparar-se com uma situação real que enseje a necessária intervenção para
restabelecer a ordem pública deverá estar apto a utilizar seu armamento, utilizando-se de técnicas
policiais adequadas para cada momento. Nessas situações o menor equívoco do policial militar poderá por
em risco' sua integridade física e das pessoas a sua volta, fazendo com que ele adote procedimentos
rápidos no uso de seu armamento, sem, no entanto, por em risco terceiros.
O meliante possui regrar para delinqüir, todavia, o policial militar tem que cumprir com sua missão legal e dentro
dos parâmetros preconizados pela norma penal.
Existem inúmeras posições de tiro policial favorecem a execução de uma ação eficaz, através de movimentos
rápidos e seguros para o enfrentamento, por isto, que se deve observar os seguintes fundamentos do tiro policial.
Empunhadura - Posição - Respiração - Visada - Acionamento do gatilho
TREINAMENTO PRÁTICO
Todos os disparos durante o treinamento deverão, obrigatoriamente, ocorrem em ação dupla.
Penalizar o atirador que utilizar-se da “ação única” para efetuar os disparos com a perda dos 10 tiros finais do
treinamento, ou seja, não faz a pista de tiro. Para tanto, ao final de todo o treinamento retornará a linha de tiro e
realizará as fases “3” e “4” de disparo real.
TREINAMENTO DE CARGA E DESCARGA DO REVÓLVER
Abrir tambor revólver
Alimentar manualmente o tambor
Rebater o tambor à posição normal
Colocar arma no coldre
Reabrir o tambor
Descarregar a arma
REPETIR O PROCEDIMENTO 05 VEZES.
1ª Fase – Disparo real – 05m em pé
Carregar o revólver com 03 cartuchos
Disparo livre de 03 tiros com mão forte apoiada com a outra (braço estendido)
Descarregar a arma
Arma no coldre
Verificar e anotar resultados e obrear alvo
2ª Fase – Disparo real – 10m em pé
Carregar o revólver com 03 cartuchos
Disparo livre de 03 tiros com mão forte apoiada com a outra (braço estendido)
Descarregar a arma
Arma no coldre
- Verificar e anotar resultados, e obrear alvo
3ª Fase - Disparo real - 05m em pé
Carregar o revolver com 01 cartucho e 05 estojos
Girar o tambor sem olhar e fechá-lo
Disparo livre de 06 tiros com mão forte apoiada com a outra (braço estendido)
Efetuar os 06 disparos, independentemente de já ter efetuado o tiro real
Descarregar a arma
Arma no coldre
REPETIR O PROCEDIMENTO 04 VEZES
Verificar e anotar resultado
4a Fase - Disparo real - 10m em Pé
Carregar o revólver com 01 cartucho e 05 estojos
Girar o tambor sem olhar e fechá-lo
Disparo livre de 06 tiros com mão forte apoiada com a outra (braço estendido)
Efetuar os 06 disparos, independentemente de já ter efetuado o tiro real
Descarregar a arma
Arma no coldre
REPETIR O PROCEDIMENTO 04 VEZES
Verificar e anotar resultado

5ª Fase - Disparo real - 05m em pé


Carregar o revólver com 02 cartucho e 04 estojos aleatoriamente
Girar o tambor sem olhar e fechá-lo
Disparo livre de 06 tiros com mão forte apoiada com a outra (braço estendido) em 20 segundos
Efetuar os 06 disparos, independentemente de já ter efetuado os 02 tiros
Descarregar a arma
Arma no coldre
REPETIR O PROCEDIMENTO 02 VEZES
Verificar e anotar resultado

6ª Fase - Disparo real - 10m em pé


Carregar o revólver com 02 cartuchos e 04 estojos aleatoriamente
Girar o tambor sem olhar e fechá-lo
Disparo livre de 06 tiros com mão forte, apoiada com a outra (braço estendido) em 20 segundos
Efetuar os 06 disparos, independentemente de já ter efetuado os 02 tiros
Descarregar a arma
Arma no coldre
REPETIR O PROCEDIMENTO 02 VEZES
Verificar e anotar resultado
7ª Fase - Disparo real – pista de tiro: 05m e 10m em pé ( 2min)
Carregar manualmente o revólver com 06 cartuchos
Arma no coldre
Levar mais 06 cartuchos para recarga
INICIAR PISTA:
Posição 1 = deslocar a posição “2”, com a arma no coldre
Posição 2 = efetuar 04 disparos, alternadamente, em dois alvos distintos, sendo, obrigatoriamente, dois tiros na
"cabeça" '(05 metros); deslocar arma pronto emprego – plataforma de tiro (pronto emprego – apontada para o alvo);
Posição 3 = efetuar 04 disparos, alternadamente, em dois alvos distintos (10 metros); deslocar arma pronto
emprego – plataforma de tiro (pronto emprego – apontada para o alvo)
Posição 4 = retornar a posição "2" e efetuar 02 disparos em alvos distintos, sendo num, no ombro "direito" e
noutro, no ombro "esquerdo" (05 metros); deslocar arma pronto emprego – plataforma de tiro (pronto emprego –
apontada para o alvo);
Posição 5 = retornar a posição "3" e efetuar 02 disparos em alvos distintos, sendo na região do abdome; deslocar
arma pronto emprego – plataforma de tiro (pronto emprego – apontada para o alvo);
Posição 6 = retornar a posição" 1" e descarregar a arma, colocando-a no coldre.

Lei nº 6.218, 10 Fev 83


Abrangência: Estadual
Tipo: Leis Ordinárias
Assunto: Dispõe sobre o estatuto dos policiais militares da PMSC
Lei nº 6.218, de 10 de fevereiro de 1983
Dispõe sobre o Estatuto dos Policiais Militares do Estado de Santa Catarina, e dá outras providências.
CAP. III - Hierarquia e da Disciplina
Art. 14 - A hierarquia e a disciplina são a base institucional da Polícia Militar. A autoridade e a
responsabilidade crescem com o grau hierárquico.
§ 1º - A hierarquia Policial-militar é a ordenação de autoridade em níveis diferentes dentro da
estrutura da Polícia Militar. A ordenação se faz por postos ou graduações; e dentro de um mesmo posto ou
graduação, se faz pela antigüidade. O respeito a hierarquia é consubstanciado no espírito de acatamento a
seqüência de autoridade.
§ 2º - Disciplina e a rigorosa observância e o acatamento integral das Leis, regulamentos, normas e
Disposições que fundamentam o organismo Policial-militar e coordenam seu funcionamento regular e harmônio
traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de todos e de cada um dos componentes desse
organismo.
§ 3º - A disciplina e o respeito a hierarquia devem ser mantidos em todas as circunstâncias, entre
Policiais Militares da ativa, da reserva e reformados.
CAP. IV - Dos Deveres Policiais Militares
Art. 32 - Os deveres Policiais Militares emanam de um conjunto de vínculos racionais e morais, que
ligam o Policial-militar ao Estado e ao serviço, compreendendo, essencialmente:
I - Dedicação integral ao serviço Policial-militar e fidelidade a instituição a que pertence, mesmo
com o sacrifício da própria vida;
II - Culto aos símbolos nacionais;
III - Probidade e lealdade em todas as circunstâncias;
IV - Disciplina e respeito a hierarquia;
V - Rigoroso cumprimento das obrigações e ordens;
VI - obrigações de tratar o subordinado dignamente e com urbanidade.
SEÇÃO I - Do Compromisso Policial Militar
Art. 33 - Todo cidadão, após ingressar na Polícia Militar mediante inclusão, matrícula ou
nomeação, prestará compromisso de honra, no qual afirmará a sua aceitação consciente das obrigações
e dos deveres Policiais Militares e manifestará sua firme disposição de bem cumprí-los.
SEÇÃO III - Dos Conselhos de Justificação e Disciplina
Art. 48 - O Oficial, presumivelmente incapaz de permanecer como Policial Militar da ativa será submetido a
Conselho de Justificação, na forma da legislação peculiar.
Art. 49 - O Aspirante-a-Oficial PM, bem como as praças com estabilidade assegurada, presumivelmente
incapazes de permanecerem como Policiais Militares da ativa, serão submetidos a Conselho de Disciplina, na
forma da legislação peculiar.
Art. 66 - Os Policiais Militares tem direito ainda, aos seguintes períodos de afastamento total do serviço, por
motivo de:
I - Núpcias: 8 (oito) dias;
II - Luto: 8 (oito) dias;
III - Instalação: até 10 (dez) dias;
IV - Trânsito: até 30 (trinta) dias.

CÓDIGO PENAL MILITAR


DECRETO-LEI Nº 1.001, DE 21 DE OUTUBRO DE 1969
Art. 9º. Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:
I - os crimes de que trata este Código, quando definidos de modo diverso na lei penal comum, ou nela não
previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição especial;
II - os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definição na lei penal comum, quando
praticados:
a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na mesma situação ou assemelhado;
b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito à administração militar, contra militar da
reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;
c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda
que fora do lugar sujeito a administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou civil;(Redação dada
pela Lei nº 9.299, de 07.08.96)
d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar da reserva, ou reformado, ou
assemelhado, ou civil;
e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o patrimônio sob a administração, ou a ordem
administrativa militar;
f) (Revogado pela Lei nº 9.299, de 07.08.96)
III - os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por civil, contra as instituições militares,
considerando-se como tais não só os compreendidos no inciso I, como os do inciso II, nos seguintes casos:
a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem administrativa militar;
b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação de atividade ou assemelhado, ou contra
funcionário de Ministério Militar ou da Justiça Militar, no exercício de função inerente ao seu cargo;
c) contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão, vigilância, observação, exploração, exercício,
acampamento, acantonamento ou manobras;
d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar em função de natureza militar, ou no
desempenho de serviço de vigilância, garantia e preservação da ordem pública, administrativa ou judiciária, quando
legalmente requisitado para aquele fim, ou em obediência a determinação legal superior.
Parágrafo único. Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos contra civil, serão da
competência da justiça comum. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.299, de 07.08.96)
Crime Militar e Transgressão Disciplinar Administrativa
Independência da jurisdição penal e administrativa;
Inquérito Policial Militar; Processo Administrativo Disciplinar; Sindicância; Inquérito Técnico.
TÍTULO II - DOS CRIMES CONTRA A AUTORIDADE OU DISCIPLINA MILITAR
CAPÍTULO I - DO MOTIM E DA REVOLTA
Art. 149. Reunirem-se militares ou assemelhados:
I - agindo contra a ordem recebida de superior, ou negando-se a cumpri-la;
II - recusando obediência a superior, quando estejam agindo sem ordem ou praticando violência;
III - assentindo em recusa conjunta de obediência, ou em resistência ou violência, em comum, contra superior;
IV - ocupando quartel, fortaleza, arsenal, fábrica ou estabelecimento militar, ou dependência de qualquer deles,
hangar, aeródromo ou aeronave, navio ou viatura militar, ou utilizando-se de qualquer daqueles locais ou meios de
transporte, para ação militar, ou prática de violência, em desobediência a ordem superior ou em detrimento da
ordem ou da disciplina militar:
Pena - reclusão, de quatro a oito anos, com aumento de um terço para os cabeças.
Parágrafo único. Se os agentes estavam armados:
Pena - reclusão, de oito a vinte anos, com aumento de um terço para os cabeças.
Art. 150. Reunirem-se dois ou mais militares ou assemelhados, com armamento ou material bélico, de propriedade
militar, praticando violência à pessoa ou à coisa pública ou particular em lugar sujeito ou não à administração
militar:
Pena - reclusão, de quatro a oito anos.
Art. 151. Deixar o militar ou assemelhado de levar ao conhecimento do superior o motim ou revolta de cuja
preparação teve notícia, ou, estando presente ao ato criminoso, não usar de todos os meios ao seu alcance para
impedí-lo:
Pena - reclusão, de três a cinco anos.
Art. 152. Concertarem-se militares ou assemelhados para a prática do crime previsto no art. 149:
Pena - reclusão, de três a cinco anos.
Parágrafo único. É isento de pena aquele que, antes da execução do crime e quando era ainda possível evitar-lhe as
consequências, denuncia o ajuste de que participou.
Art. 153. As penas dos arts. 149 e 150 são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.
CAPÍTULO II - DA ALICIAÇÃO E DO INCITAMENTO
Art. 154. Aliciar militar ou assemelhado para a prática de qualquer dos crimes previstos no capítulo anterior:
Pena - reclusão, de dois a quatro anos.
Art. 155. Incitar à desobediência, à indisciplina ou à prática de crime militar:
Pena - reclusão, de dois a quatro anos.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem introduz, afixa ou distribui, em lugar sujeito à administração
militar, impressos, manuscritos ou material mimeografado, fotocopiado ou gravado, em que se contenha
incitamento à prática dos atos previstos no artigo.
Art. 156. Fazer apologia de fato que a lei militar considera crime, ou do autor do mesmo, em lugar sujeito à
administração militar:
Pena - detenção, de seis meses a um ano.
CAPÍTULO V - DA INSUBORDINAÇÃO
Art. 163. Recusar obedecer a ordem do superior sobre assunto ou matéria de serviço, ou relativamente a dever
imposto em lei, regulamento ou instrução:
Pena - detenção, de um a dois anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Art. 164. Opor-se às ordens da sentinela:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.
Art. 165. Promover a reunião de militares, ou nela tomar parte, para discussão de ato de superior ou assunto
atinente à disciplina militar:
Pena - detenção, de seis meses a um ano a quem promove a reunião; de dois a seis meses a quem dela participa, se
o fato não constitui crime mais grave.
Art. 166. Publicar o militar ou assemelhado, sem licença, ato ou documento oficial, ou criticar publicamente ato de
seu superior ou assunto atinente à disciplina militar, ou a qualquer resolução do Governo:
Pena - detenção, de dois meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.
CAPÍTULO III - DO ABANDONO DE POSTO E DE OUTROS- CRIMES EM SERVIÇO
Art. 195. Abandonar, sem ordem superior, o posto ou lugar de serviço que lhe tenha sido designado, ou o serviço
que lhe cumpria, antes de terminá-lo:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Art. 202. Embriagar-se o militar, quando em serviço, ou apresentar-se embriagado para prestá-lo:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Art. 203. Dormir o militar, quando em serviço, como oficial de quarto ou de ronda, ou em situação equivalente, ou,
não sendo oficial, em serviço de sentinela, vigia, plantão às máquinas, ao leme, de ronda ou em qualquer serviço de
natureza semelhante:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
DO DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL
1. Princípios do Direito Penal:
Legalidade: (art.1º, CP e art. 5º, XXXIX, CF)
- reserva legal: somente lei pode definir crime/penas.
- Anterioridade: para haver crime = > 1º lei.
Proibição da analogia “in malam partem”;
Intervenção Mínima: aplicação do direito penal, por parte do Estado, somente quando outros ramos do direito não
forem capazes de reprimir a conduta ilícita.
Insignificância: intervenção em casos somente de maior gravidade.
Alteridade: conduta puramente interna ou individual (que não atinge a 3º), não insere-se na aplicação do direito
penal;
Culpabilidade (Nullum crimen sine culpa): não se admite responsabilidade penal objetiva (exceção: lei
ambiental)
Humanidade: processo justo e pena não infamante;
Proporcionalidade da Pena: a culpabilidade é a medida da pena.
Do estado de inocência: até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória (art. 5º, LVII – CF);
“Ne bis in idem”: ninguém pode ser processado ou punido pelo mesmo fato.
=> Falar sobre o crime tentado (dolo); consumado (dolo ou culpa) e impossível e as excludentes de ilicitude
(arts. 14; 17; 18 e 23 – CP)
2 - OCORRÊNCIAS QUE IMPLIQUEM NO EMPREGO DE FORÇA FÍSICA
2.1 - RESISTÊNCIA – Opor-se a execução de ato legal, mediante violência ou grave ameaça a funcionário
competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio. (CP Art. 329)
2.1.1 -PASSIVA – Não acatação da ordem, nada fazendo para acompanhar o executor da prisão ou da ordem. Ex:
preso se recusa a acompanhar o PM, agarrando-se a um poste sem ferir a integridade física ou moral do policial.
Neste caso deve-se providenciar transporte ou carregá-lo com o auxílio de outra pessoa.
- ATIVA – Caracteriza-se pela resistência a acatação de ordem legal mediante violência ou grave ameaça. Ex:
elemento preso em flagrante delito que se recusa a acompanhar o PM, ameaçando-o com arma branca.
- RESISTÊNCIA A PRISÃO – Se houver por parte de terceiros resistência à prisão, a autoridade e as pessoas que
lhe auxiliam poderão usar de meios necessários para a execução da ordem, do que tudo se lavrará auto subscrito
por duas testemunhas, se der mediante uso de arma de fogo, o policial procurará primeiro se defender para depois
arrolar testemunhas. (CPP Art. 292).
2.1.4 - CASOS FATAIS – Em caso de morte do agressor, não deverá o policial se retirar do local da ocorrência.
Via de regra, não deve fugir, feita exceção para os casos em que ocorra perigo de ser agredido por parentes e, ou
amigos da vítima quando deverá retirar-se e apresentar-se a autoridade competente.
- RESISTÊNCIA LEGAL – A resistência só será legal quando for contra ato ilegalmente praticado pela
autoridade policial, que sem fundamento ou razão alguma admoesta um cidadão qualquer.
2.1.6 - TENTATIVA DE FUGA – Não será permitido o emprego de força salvo a indispensável no caso de
resistência ou de tentativa de fuga de preso. (CPP Art. 284). Não é todavia permitido atirar contra o preso que foge
em desabalada carreira, convindo utilizar-se de outro expediente para capturá-lo. Não pode haver excessos, deve-se
usar apenas a energia necessária para dominar a situação. * Ver Art. 293 CPP
2.2 - DESOBEDECER A ORDEM LEGAL DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO – É a oposição aos atos da
autoridade. O agente limita-se a não cumprir a ordem legal, sem molestar fisicamente a autoridade (Art. 301 CPM;
Art. 330 CP). Deve haver competência funcional (campo militar).
- AÇÃO DIRETA – A desobediência é feita à autoridade em ato de, ou exercício de suas funções (Ex:
desobediência a ordem da autoridade legal – de superior hierárquico).
- AÇÃO INDIRETA – Deixar de cumprir ordens legais da autoridade pressupondo agora a intervenção de seus
agentes. (Ex: saber que não pode ultrapassar o sinal vermelho, mas ultrapassa; saber que algo é proibido, mas não
cumpre).
- AÇÃO FÍSICA – Consiste em não atender, não cumprir, não aceitar. (como resistência passiva).
- DOLO – Vontade livre e consciente de não atender as ordens.
- CONSUMAÇÃO – O Crime se consuma no momento da ação ou omissão da desobediência.
2.2.6 - AGRESSÃO – Tanto significa a agressão física como a ofensa decorrente de palavras e gestos com
intenção injuriosa.
2.2.7 - AGRESSÃO FÍSICA – É aquela agressão da qual pode advir ofensas consistente em ferimentos de
qualquer natureza, inclusive de que possa resultar a morte do ofendido.
2.2.8 - AGRESSÃO MORAL – Assim se designa a agressão por palavras ofensivas ou injuriosas, atiradas pelo
ofensor ou agressor contra o ofendido ou agredido. (injúria, calúnia, difamação – desacato a funcionário público).
2.2.9 - AGRESSÃO ATUAL – É aquela, quando se evidencia iminente ou começada constituindo para a pessoa
do agredido um perigo grave e irremediável à sua vida ou integridade física. A agressão atual, que é a agressão
presente, a agressão inevitável; justificada por parte do agredido a represália, mesmo violenta, para reprimir ou
reagir a agressão. (mesmo que legítima defesa putativa).
3 - VIOLÊNCIA ARBITRÁRIA
Conceito – É cometer no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las (Art. 322 CP).
O agente é funcionário público (tipicamente de PM ou PC);
Há a violência;
Exercício da função;
Há a arbitrariedade.
4 - ABUSO DE PODER
Conceito – Pode ser designado como abuso de poder todo ato praticado por órgão ou funcionário público, que em
exercício de suas funções, ultrapassa os limites de suas atribuições. É um crime previsto no Art. 350 do Código
Penal Brasileiro e complementado pela Lei nº 4.898, de 09 de dezembro de 1965, em seus artigos 3º e 4º, que
dizem:
“Considera-se abuso de autoridade qualquer atentado: (Art. 5º CF)
À liberdade de locomoção;
À inviolabilidade de domicílio;
Ao sigilo de correspondência e de crença;
Ao livre exercício do culto religioso;
Aos direitos e garantias legais asseguradas ao exercício do voto;
Ao direito de reunião;
Á incolumidade física do indivíduo;
Aos direitos e garantias legais asseguradas ao exercício profissional.
Considera-se também Abuso de Autoridade:
Ordenar ou executar medida preventiva de liberdade individual sem as formalidades legais ou com abuso de poder;
Submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou constrangimento não autorizado em lei;
Deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa;
Deixar o juiz de ordenar relaxamento de prisão ou detenção que lhe seja comunicada;
Levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, quando permitida por lei;
Cobrar o carcereiro ou agente da autoridade policial, carceragem, custos, emolumentos ou qualquer outra despesas,
desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à espécie, quer quanto ao seu valor;
5 - BUSCA DOMICILIAR
5.1 - QUANDO PODE SER FEITA
⇒ Consentida pelo morador..............(a qualquer hora)
⇒ Não consentida pelo morador.......(somente durante o dia)
OBS: mesmo com o consentimento do morador deverá ser procedido o preenchimento de “autorização para
entrada em domicílio” (consentimento de ambos os moradores; arrolar duas testemunhas;
EXCEÇÃO: excetuam-se os casos relativos a flagrante delito; crime; desastre (qquer hora).
5.2 - CASA
Casa ⇒ Art. 5º, XI da Constituição Federal - “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro,
ou, durante o dia, por determinação judicial”
- A expressão casa compreende: qualquer compartimento habitado; aposento ocupado de habitação coletiva;
compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade (Art. 150, § 4º do Código Penal)
(Violação de domicílio Art. 150, §§ 1º a 5º do Código Penal).
- Não se compreende na expressão casa: hospedaria; estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto
aberta, salvo a restrição, quando ocupada por habitação coletiva, pressupondo-se fechada; taverna, casa de jogos e
outras do gênero.
- Dependências: pátio, jardim, garagem, terraço, etc., enfim, o conjunto de construções que tem seu destino ligado
ao ato da habitação compreende-se como casa (RT 467/385).
- Quando fechado ao público, é inviolável o domicílio da meretriz; e nessa situação comete o crime do Art. 150 do
Código Penal quem contra a sua vontade ali força entrada (RT 456/405).
- Quartos de hotel, pousada, albergue, moradias de cômodos, motel (quarto) são considerados casa e, via de
conseqüência, são invioláveis.
- Cabina de caminhão, motor home, quando destinados à moradia, são considerados casa, pela jurisprudência.
- Horários: A Lei de 14 de outubro de 1822 definia como sendo o período entre nascer do sol e o por-do-
sol. O CPC definiu que os atos processuais se realizarão nos dias úteis das 06:00H às 18:00H. assim, se o dia
clarear após este horário ou também anoitecer após este horário, observa-se o horário. Caso contrário, observa-se o
nascer e o por-do-sol (como no hasteamento da bandeira: 06:00H às 18:00H ou ao escurecer)
5.3 - COMO PROCEDER TENDO MANDADO DE BUSCA E APREENÇÃO DOMICILIAR
⇒ Mediante mandado da autoridade judiciária ou por esta pessoalmente;
– Ler e mostrar o mandado de busca e apreensão;
– Intimar o morador a abrir a porta;
– Se houver desobediência proceder ao arrombamento; (prisão: desobediência, resistência; se possível
arrolar duas testemunhas – prender e efetuar o flagrante por resistência a prisão);
– Se o morador estiver ausente, intimar um vizinho para assistir; (se este negar-se, cabe prisão por
desobediência)
– Se a pessoa ou a coisa procurada for certa, o morador será intimado a mostrá-la;
– Encontrada a pessoa ou coisa é procedida a prisão ou apreensão, conforme o caso:
Pessoa: se indiciado, procurado, foragido ou réu: prisão - se menor infrator (12 a 18 anos):
apreensão - vítima: apreensão
Coisa: coisa, animal ou bem: apreensão
– Entrega da pessoa ou coisa a autoridade;
– Se não for encontrada a pessoa ou coisa, comunicar a quem tiver sofrido a busca;
– Em casa habitada, não molestar os moradores;
– Lavrar auto de busca e apreensão com a assinatura do vizinho intimado, na ausência do morador;
– Se houver resistência, lavrar auto de resistência (Art. 292 do Código de Processo Penal) que deverá ser firmado
também por duas testemunhas;
– Proceder a prisão do morador, caso configure delito de desobediência, resistência, favorecimento real ou pessoal,
ou outro delito ou contravenção penal;
– Invasão de jurisdição, inclusive de outro Estado: é possível, desde que o executor do mandado esteja em
seguimento de pessoa ou coisa, devendo apresentar-se a autoridade local, antes ou após a diligência, conforme a
urgência (Art. 250 e §§ do Código Processo Penal)
LEMBRE-SE SEMPRE
I – Os casos não previstos pela legislação, agir sempre mediante arrolamento de testemunhas (duas no
mínimo);
II – Utilize a autorização escrita para a entrada em casa alheia, com assinatura do morador e duas
testemunhas;
III – Nunca deixe de agir, observando sempre o seguinte:
----------------IR ALÉM
-------------------------------COMETER EXCESSOS
-----------------------------------------------------------------------AGIR DE ACORDO COM A LEI.
---------------------------------------AGIR AQUÉM
(Abuso/Lei nº4898/65) (Prevaricar) PM => atuação profissional
Na busca domiciliar, geralmente prestamos apoio a quem efetuará a busca.
5.4 - BUSCA OU REVISTA – É o ato de buscar onde haja fundada suspeita, subsídios (armas, instrumentos,
objetos, papéis, etc.), que comprovem uma infração penal.
Diligência que se faz em determinado lugar, com o fim de aí encontrar-se a pessoa ou coisa que se procura (Borges
da Rosa).
Poderá ser realizada em: - Pessoas (art. 240, § 2º do CPP);
- Domicílios (Art. 240, § 1º do CPP);
- Veículos.
5.4.1 - BUSCA PESSOAL – A busca pessoal será feita quando houver suspeita de que alguém oculte consigo
arma proibida, ou para apreender:
Coisas achadas ou obtidas por meio criminoso;
Apreender instrumentos de falsificação e objetos falsificados;
Apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou destinados a fim delituoso;
Descobrir objetos necessários à prova de infrações ou à defesa do réu;
Apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de que o
conhecimento de seu conteúdo possa ser à elucidação do fato; (relativa ou para elucidação do fato)
Colher qualquer elemento de convicção; (o que possa servir para comprovar um crime – objetos) Obs: deve-se ter
fundada suspeita.
6 - RESUMO
Poder de Polícia: advindo do poder coercitivo que possui o Estado, de intervir na conduta das pessoas que vivem
em sociedade, de modo a fazer com que se amoldem a regras prefixadas que possibilitem a coexistência.
Ser Policial é estar constantemente na observância do ordenamento jurídico vigente; pois o dever de garantir a
ordem, implica em jamais cometer abusos ou prevaricar. (Ten Aldo Nunes)
FLUXOGRAMA BÁSICO PARA O SERVIÇO OPERACIONAL E A ATENÇÃO AOS PRINCÍPIOS
LEGAIS VIGENTES:
Fato Gerador;
Conhecimento do Policial (cordial tratamento com o solicitante, bem como total profissionalismo, elencando
todos os dados possíveis sobre o fato delituoso, tais como: solicitante, tipo de ocorrência, logradouro, nº de
envolvidos, armas, vítimas, etc.);
Durante o deslocamento da viatura: estudar todas as possibilidades antes da chegada ao local da ocorrência;
Local da Ocorrência: utilização dos conhecimentos adquiridos no Curso de Formação, como:
Crime ou contravenção;
Ação penal pública (condicionada ou incondicionada) ou privada;
Ocorrências com: Doente Mental; Menor; Mulher....
Quando a infração deixar vestígios...(art.158 – CPP / Preservar o local do crime para que o trabalho dos peritos
possa ser efetuado com eficiência);
A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em
caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia por ordem judicial. (art.5º, XI, CF //
art. 150, CP e arts. 240 e 245 do CPP);
A busca em mulher será feita por outra mulher se não importar retardamento ou prejuízo da diligência. (art.249 do
CPP);
Relacionamento de testemunhas (Não poderá se eximir de depor em juízo – art. 206 do CPP);
Jamais abusos/Tríplice responsabilidade (administrativa, civil e penal–art.6º da Lei 4.898/65).
Polícia Judiciária: Documentação relativa aos fatos: ficha de ocorrência/entrega dos conduzidos (sem lesões
físicas aparentes ou com lesão – descrevê-las e citar se preexistentes ou não ao atendimento da ocorrência (auto de
resistência à prisão); teor alcoólico; entrega de arma branca/fogo; etc.
Controlada rebelião em presídio de SP
Tropa de Choque invadiu a penitenciária de Tatuapé e dominou as detentas

SÃO PAULO
Terminou a rebelião no presídio feminino do Tatuapé, zona Leste de São Paulo. Três pelotões da tropa
de choque da Polícia Militar - 60 policiais - invadiram a penitenciária. As presas ficaram deitadas no chão, sob
vigilância da PM. Durante o motim, sete agentes penitenciárias foram mantidas reféns. A rebelião durou 20
horas. Duzentas e cinqüenta, das 469 detentas, iniciaram a rebelião por volta das 13h de terça-feira,
reivindicando melhoria na alimentação, troca da diretoria e revisão das penas.
O secretário estadual de Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, declarou que uma refém e
uma detenta saíram feridas. Ele também afirmou que as reivindicações das rebeladas não foram atendidas e que
ainda vai estudar a possibilidade de troca da diretoria da penitenciária. Furukawa afirmou ainda que “segurou
até o último instante” a decisão de autorizar a entrada da tropa de choque no presídio. Segundo ele, a falta de
um acordo para a libertação das sete reféns levou à intervenção. Os soldados que participaram da operação
levaram cachorros e duas bombas de efeito moral, que foram detonadas no pátio do presídio.
A agente penitenciária tomada com refém, Elizabeth Marques, denunciou, no portão principal da
Penitenciária, que as detentas sofrem maus-tratos e responsabilizou a diretoria do estabelecimento pela
situação. Elizabeth afirmou que a própria diretora geral, Haydée Natalina Ribeiro, quando ouvia reclamações,
desafiava as presas a fazerem um rebelião se estivessem insatisfeitas. “Foram 24 horas de tortura psicológica e
a diretoria não estava nem aí”, afirmou Elizabeth, que ficou como refém da presa Vanda Costa, condenada a 60
anos de prisão.
A agente penitenciária afirmou ainda que irá registrar queixa contra a diretora no 81º Distrito Policial
do Belém porque sua vida foi colocada em risco. Para a funcionária, a reivindicação das detentas é
“extremamente justa”. Familiares de outra agente penitenciária, Vania Luzia de Oliveira afirmaram que a
funcionária está muita abalada porque foi ferida na cabeça por uma bala de borracha.
Família vive horas
de terror em sítio
Trio armado mantém cinco pessoas como reféns e antes de fugir estupra a mãe de duas crianças
Marco Antonio Zanfra
Um casal com dois filhos pequenos, além de um empregado da família, foram vítimas de atos de
violência durante sete horas na tarde de quarta-feira, numa fazenda da localidade de Sorocaba, em Paulo Lopes,
na Grande Florianópolis. Três homens armados invadiram a propriedade, às 13h30, e permaneceram até 20h30
mantendo as cinco pessoas como reféns. A mãe das crianças foi violentada por dois dos invasores e a filha
menor, de dois anos, foi mantida sob a mira de uma arma enquanto isso acontecia. Os assaltantes foram embora
levando uma TV e um aparelho de som, além de roupas e colchões.
Depois de sair da casa, o bando atacou outra família em Paulo Lopes e permaneceu subjugando as novas
vítimas até por volta de 2 horas de ontem. Não há informações sobre mais violência, mas os ladrões roubaram
R$ 10 mil da família, proprietária de um mercado na cidade. A polícia não tinha, até o final da tarde de ontem,
pistas dos assaltantes. A fazenda foi arrendada pelo tio do casal que a administra e os ladrões deram a entender
que tinham ido até lá para roubar o arrendatário. "Vocês têm certeza de que ele não vem aqui hoje?",
perguntaram mais de uma vez.
Durante as sete horas em que permaneceram na casa, os assaltantes andaram a cavalo, deram voltas de
motocicleta e quebraram as bicicletas das crianças. Os reféns, que estavam presos no quarto, foram arrastados
para o banheiro quando eles resolveram violentar a dona da casa. Como a mulher resistisse, eles apontaram uma
arma para a cabeça da menina de dois anos para obrigar que a mãe se despisse.
Eles ainda obrigaram a dona da casa a cozinhar para eles. Depois de comerem, jogaram veneno em toda a
comida. No momento da fuga, os cinco reféns foram amarrados e trancados no banheiro.
SEGURANÇA

Quatro fogem durante tumulto


Dos três detentos mortos, dois foram atingidos pela PM quando tentavam fugir
DARCI BONA CHAPECÓ
Uma rebelião na Penitenciária Agrícola de Chapecó provocou a morte de três detentos, três ficaram
feridos e quatro fugiram. Por volta das 17h, quando havia terminado o período de visitas e os presos se
preparavam para sair do pátio e se dirigir para suas celas, três agentes penitenciários foram rendidos por uma
portinhola onde são entregues as sacolas de cada preso. Um dos detentos que fugiu, João Evandir Pires de Lima
(João Cabelo), portava uma pistola 380.
Pela portinhola cerca de sete presos renderam os agentes, entre eles Dirceu Tasca, que torceu o pulso.
Os agentes foram obrigados a abrir o portão principal e, de acordo com a Polícia Civil, seis presos tentaram a
fuga.
Dois deles foram mortos durante a fuga pelos policiais militares que faziam a segurança do local. São
eles Sérgio Bonfin, 24 anos, de Chapecó, e Mário Miguel Pires, de 39 anos, de Tangará. Conseguiram fugir
João Evandir Pires de Lima (40 anos, de Joinville), Valdir Sagin (35 anos, de Catanduvas), Adilson Fogaça (30
anos, de Itajaí) e Renildo Carlos Weber (35 anos, de Florianópolis).
O outro morto foi Pedro Vieira, de 31 anos, de Xanxerê. De acordo com a direção do presídio, ele foi
morto por um golpe de estilete no peito, dentro do próprio presídio. A suspeita pela morte de Vieira era que ele
cumpria pena por estupro e por isso era malvisto pelos demais detentos.
A morte ocorreu durante a confusão que ocorreu paralelamente à fuga. Os presos ficaram amotinados
no pátio do presídio até as 20h30min e exigiram a presença da imprensa e de uma juíza para apresentar uma
pauta de reivindicação sobre assistência de saúde, educação e requisitando outros benefícios.
O diretor do presídio, Zaire de Almeida, afirmou que os presos recebem uma boa assistência mas que
alguns pontos serão negociados. Por outro lado, ele reconheceu que há 392 detentos em regime fechado,
quando a capacidade máxima é de 352. No início da noite os presos foram revistados e conduzidos aos
pavilhões, enquanto eram realizadas as buscas dos fugitivos.
SEGURANÇA

Rebeliões provocam sete mortes no Oeste e Norte


Detentos do presídio de Joinville e da penitenciária agrícola de Chapecó executam colegas
LIZIANE RODRIGUES JOINVILLE
Sete pessoas morreram ontem em Santa Catarina nas rebeliões que aconteceram
simultaneamente nos presídios de Joinville e Chapecó. A maior rebelião já registrada no Presídio de
Joinville se encerrou às 19h, com quatro detentos mortos e dois internados em estado grave no Hospital
São José, intoxicados com a fumaça provocada pela queima de colchões. O movimento começou às
11h10min, durante o horário de visitas.Mulheres e crianças estavam no presídio e boa parte delas só
conseguiu sair quando os rebeliados se entregaram. Detentos, que tentaram fugir e não conseguiram,
lideraram a rebelião segundo a Polícia Militar: Ademilton Albino da Silva, conhecido como Chicão,
Claudemiro Ferreira, José Lourenço Fidelis, Antônio Siqueira da Silva e Marcelo Barbosa e Mauri
Lima.
Eles estavam sendo levados, algemados, para a ala de segurança por dois carcereiros. Assim
que entraram no prédio novo, onde fica a ala de segurança, começou o tiroteio. Logo em seguida dois
presos tentaram sair pelo portão da frente, conduzindo um dos carcereiros, chamado Nascimento.
No início da rebelião, o detento Rides Corrêa foi preso pelos amotinados. Ele cumpria pena por
furto e estava na ala de segurança, junto aos ameaçados de morte. Informações não confirmadas pela
polícia indicam que, anteriormente, Rides teria denunciado a presença de armas entre os presos. Foram
mortos também, de acordo com informações da PM, Adalberto dos Santos, Antônio Carlos Cubas Silva,
e Jocemar Gonçalves Nunes.
Os rebelados colocaram fogo nos colchões e dois detentos precisaram ser retirados e levados
em estado grave ao Hospital São José, por intoxicação provocada pela fumaça. Os visitantes correram
para banheiros e para a cozinha, onde ficam os presos com regalia. Uma parte deles foi retirada logo
depois do meio dia, quando o reforço da PM já havia chegado ao local. Dez mulheres (uma delas
grávida) e duas crianças ficaram de reféns, segundo a PM. Ao deixarem o presídio, no início da noite,
porém, elas afirmaram que não se consideravam reféns e que estavam sob proteção dos detentos.
Outros visitantes que se encontravam mais próximos ao local onde ficaram os rebelados
acabaram ficando dentro do presídio até o final da rebelião, para não correrem o risco de ser atingidos
durante a saída. A negociação, com a presença do diretor do Fórum, Ricardo Roesler, desde o início da
tarde, resultou na liberação dos reféns e na rendição dos rebelados. Até as 21h, três deles (Chicão,
Claudemiro e Mauri) negociavam a transferência para o presídio de Chapecó, solicitada pelos rebelados.
Aparentemente, desconheciam que naquela cidade outra rebelião acontecia.
Uma das testemunhas, que estava visitando o cunhado e presenciou o começo da rebelião,
contou que o carcereiro Nascimento foi bastante machucado. “Jogaram ele contra a parede e o portão e
cortaram sua roupa com estilete”, relatou ela, sem se identificar.

Celso Martins e Lúcio Lambranho

Florianópolis - A rebelião iniciada na manhã deste domingo na Penitenciária Estadual de


Florianópolis não havia acabado até o fechamento desta edição. Os presos apresentaram vários pedidos, mas
eles só seriam atendidos com a liberdade dos reféns, quando os cerca de 160 policiais deixariam o local. O
secretário de Justiça, Paulo Cezar Ramos de Oliveira, garantiu que não aceitaria a libertação dos amotinados.
Caso essa fosse a reivindicação, os policiais deveriam invadir a instituição. Na noite de sábado um detento da
ala de segurança máxima foi assassinado. A rebelião começou logo depois da missa, por volta das 8h35. O pai
de um dos presos, Graciliano Severo Dias, diz que "eles (os 30 amotinados) chegaram atirando bombas e
dando tiro, fazendo sete reféns". Entre eles estavam o padre Ney Pereira, coordenador da Pastoral Carcerária, a
religiosa Irmã Marta e os agentes carcerários Pedro Figueiro Sobrinho, Valter Setúbal, Valter Gonçalves,
Alésio Vasconcelos e Roberval da Silva. Segundo os presos, porém, seriam 13 reféns amarrados que poderiam
ser mortos. O diretor da Penitenciária, tenente Renato Sansão, informou que o protesto ocorreu devido à
redução da abrangência do indulto de Natal, à morosidade na apreciação de cerca de cem processos de redução
de pena e progressão de regime pela Vara de Execuções
Penais de Florianópolis. A polícia disparou três tiros contra os amotinados, que estavam armados com dois
revólveres calibre 38 e um de fabricação caseira. Os presos usaram um dos agentes, algemado, como escudo.
Parte do telhado foi quebrado, mas com a presença do helicóptero Águia 1, da Polícia Militar, os detentos
voltaram para o interior do pavilhão.

EXECUÇÃO

Menos de 24 horas antes do início da rebelião, Vilmar da Conceição, 32 anos, conhecido


como"Mangue", foi morto com golpes de estiletes na ala de segurança máxima. Ele cumpria pena de mais de
40 anos de prisão por roubo e latrocínio (matar para roubar). O crime aconteceu por volta das 14 horas de
sábado. Segundo Sansão, Mangue foi atacado no pátio por outros nove detentos. "Foi mais um acerto de contas
entre as gangues rivais. Eles usaram escovas de dente afiadas no chão e nas grades para cometer o homicídio",
disse.

Entidades condenam presídio

Documento entregue à secretária de Justiça denunciava situação explosiva em Contagem


Ilson Lima
Com a autoridade de quem trabalha há anos prestando assistência voluntária aos presos por intermédio
da Pastoral Carcerária, entidade ligada à Igreja Católica, o advogado e teólogo Valdeci Antônio Ferreira, o
pároco de Nova Contagem, padre Carlos Bianchi, e a assistente Tânia El-Karim denunciaram as péssimas
condições em que os presos estão cumprindo suas penas na Penitenciária Nélson Hungria, em Contagem.
O que está ocorrendo é reflexo da falta de assistência, da recuperação que não é feita há anos e da
ociosidade que prevalece na maioria dos presídios , afirmou Ferreira, acrescendo que é o somatório de tudo isso
que tem levado os presos a se rebelarem. Segundo ele, o movimento de domingo e que se arrastou pela
madrugada e manhã de ontem estava anunciado há meses. Nós chegamos a entregar à secretária Ângela Pace
um documento no qual relatamos todos os problemas que vêm ocorrendo no presídio, mas infelizmente nada foi
feito até hoje , garante o advogado e teólogo.
Responsabilidade
Para os membros da Pastoral Carcerária, o estado não está preparado para recuperar os detentos sob a
sua responsabilidade. Eles denunciam que a Penitenciária de Contagem, por exemplo, tem uma sala de aula em
cada pavilhão e nenhuma delas funciona. A falta de higiene nas celas têm chegado ao absurdo, conta Ferreira, o
que provoca mais revolta nos detentos.
De acordo com o advogado e teólogo, como o Estado não vem cumprindo sua dupla finalidade, que é a
de punir e recuperar, deixando os presos abandonados, o que acaba colocando em risco a vida dos funcionários
e agentes penitenciários que trabalham nesses locais. Infelizmente, a tendência é que a situação nesses presídios
piorem cada vez mais e isso também reflete as leis inócuas que não tem tido efeito prático no sistema prisional ,
alega.
Nem rebelião demite diretoria
Secretária nega principal reivindicação dos presos e mantém o comando da Penitenciária de Contagem
Ilson Lima e Newton Cunha
A principal reivindicação dos presos rebelados da Penitenciária Nélson Hungria, de Contagem a
demissão de toda a diretoria do presídio não vai ser atendida de imediato. A informação é da secretária de
Justiça e de Direitos Humanos, Ângela Pace. Ela disse que primeiro terá que ouvir os funcionários do presídio
envolvidos na rebelião e em seguida aguardar o resultado das apurações que serão feitas: Só assim vou tomar
uma decisão sobre a permanência ou não da diretoria , disse a secretária.
À exceção desta reivindicação, as outras foram confirmadas e serão atendidas, conforme disseram
vários participantes da comissão de negociação com os presos, entre eles o juiz da Vara de Execuções
Criminais, Cássio de Souza Salomé, o comandante do 7º CRPM, coronel Maurício Antônio dos Santos, além do
deputado estadual Sargento Washington Rodrigues (PSB).
Ainda pela manhã, um dos acordos estabelecidos na pauta de negociação, a remoção de 22 presos para
quatro penitenciárias administradas pela Secretaria de Justiça, foi cumprido logo que os amotinados também
cumpriram a parte que lhes cabia no episódio: a entrega à polícia das armas de fogo e brancas, além da munição
que estavam em poder deles.

As outras reivindicações dos presos se resumem ao aumento do horário de sol, de três para quatro
horas diárias; atendimento médico especializado com escolta de duas viaturas; implantação do serviço de
atendimento jurídico, com entrevistas trimestrais e a designação de um juiz e de um promotor de Justiça em
caráter permanente para responderem pelas execuções criminais de Contagem; a agilização do serviço de
laudos criminológicos, com a contratação de um médico psiquiatra para composição da equipe técnica;
construção de banheiros e bebedouros e aquisição de equipamentos para funcionamento do telecurso para os
presos, entre outras solicitações.
O juiz da Vara de Execuções Criminais (VEC), Cássio de Souza Salomé, garantiu que todas as
reivindicações dos presos serão gradativamente atendidas. Se não acreditarmos no que foi acordado entre as
autoridades presentes e os presos, não podemos acreditar em mais nada , asseverou.
O juiz garantiu que o compromisso com os presos terá que ser cumprido, ressalvando, contudo, que a
situação dos presos em qualquer lugar do mundo é de reivindicar sempre. É só vocês entrarem na penitenciária
após essa rebelião que os presos farão novas reivindicações , ponderou.
Três agentes são afastados
Maria Clara Prates
Três agentes penitenciários foram afastados de suas funções pela Secretaria de Justiça e Direitos
Humanos. O afastamento foi motivado por várias denúncias de envolvimento do grupo com tortura de presos.
De acordo com o promotor da Vara de Execuções Criminais de Belo Horizonte, Otávio Augusto Martins
Lopes, os três monitores foram reconhecidos por detentos como autores da violência.
A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos confirmou o afastamento dos três e informou que será
instaurado sindicância para verificar a veracidade das denúncias. Segundo o promotor Martins Lopes, os três
devem ser transferidos para outra unidade até conclusão dos trabalhos de apuração. A secretária Ângela Pace
informou também, através de sua assessoria de Imprensa, que o mesmo procedimento será adotado em relação
a todas as denúncias levantadas durante a rebelião. Adotaremos o mesmo procedimento desde o diretor até o
guarda penitenciário , garante.
Depois de participar ativamente das negociações com os detentos rebelados de Contagem, que
reivindicavam a concessão de benefícios a que fazem jus durante o cumprimento da pena, o promotor Martins
Lopes confirmou que alguns dos detentos estão, de fato, prejudicados. Na Vara de Execuções Criminais,
tramitam hoje cerca de 10 mil processos e, segundo o Ministério Público, apesar do baixo índice de atraso na
concessão desses benefícios, o fato é significativo porque fere o direito do preso.
Solicitação
Para tentar solucionar o problema, Martins Lopes vai solicitar ao procurador-geral em exercício,
Abelardo Teixeira, a designação de um promotor para atuar estritamente na Penitenciária de Contagem.
Segundo ele, solicitação semelhante já havia sido encaminhada ao ex-procurador-geral Márcio Decat, que
deixou o cargo para se aposentar. O mesmo também está sendo feito pelo juiz da Vara de Execuções Criminais
da capital, Cássio Salomé, junto ao Tribunal de Justiça. O promotor explica que, hoje, apenas metade dos
presos que cumprem pena na Penitenciária de Contagem é de Belo Horizonte.
A secretária de Justiça, Ângela Pace, anunciou um convênio com a Pontifícia Universidade Católica
(PUC/Minas) para que estagiários atuem ao lado de defensores públicos na assistência judiciária dos detentos.
Pace garante que experiência semelhante já está sendo desenvolvida nas penitenciárias de Juiz de Fora,
Governador Valadares e Teófilo Otoni, com sucesso.

PRESENÇA DE PARENTES EVITA UMA TRAGÉDIA NO PRESÍDIO

Assim que o dia amanheceu em Nova Contagem, parentes de presos e agentes penitenciários que
viveram momentos de apreensão e terror no domingo à tarde e durante a madrugada, começaram a deixar a
Penitenciária Nelson Hungria. O semblante de cada um, ao contrário do que se imaginava, não mostrava sinais
de alívio, mas sim de revolta contra a ação dos policiais com relação ao rebelados.
Todos os parentes desmentiram que foram feitos de reféns pelos detentos. Isso tudo é mentira. Ficamos
com nossos maridos porque queríamos. Se saíssemos eles seriam massacrados , denuncia a dona de casa Joana
Darc Damasceno, que conhece bem a força de alguns dos agentes penitenciários. Meses atrás eles torturaram
meu marido na minha frente. Denunciei o caso na polícia e Ministério Público, mas nada foi feito , reclama a
dona de casa.
O estudante Alex Santos Ribeiro, 16 anos, visitava o pai Geraldo Santos Ribeiro, no Pavilhão 1,
quando a rebelião foi anunciada. Ele lembra que, pressionados pelos agentes, os parentes decidiram ficar ao
lado dos presos para evitar retaliações.
Inicialmente, segundo os parentes, policiais militares e agentes penitenciários também impediram a
saída dos visitantes que estavam sendo usados como moeda nas negociações. Eles (os policiais) exigiam a troca
de cinco parentes por cada agente penitenciário solto , acrescentou Isabel Cristina, que também visitava o
marido.
Flávia Silva Castro chegou do Rio de Janeiro no domingo de manhã para visitar o marido e
testemunhou todo motim. Revoltada, ela salienta que a polícia não permitiu sua saída, fazendo com que
perdesse a passagem de volta. Isso não é penitenciária para seres humanos e sim para animais , bradava aos
prantos.
A maioria dos agentes penitenciários que passaram a noite como reféns dos presos deixaram o presídio
orientados a não dar entrevista. Somente Marco Antônio de Souza, 25 anos, cinco anos como agente, fez
questão de frisar sobre as péssimas condições de trabalho. O risco é constante, apesar de ninguém ter sido
ameaçado durante a rebelião , completou.
Tardieu defende diretor
Newton Cunha
Terminada a rebelião, o movimento na porta do presídio continuou intenso durante manhã. Eram os
presos transferidos para o interior e autoridades que chegavam ao local para avaliar a destruição causada pelo
motim. O superintendente de Organização Penitenciária, delegado José Karan, não quis falar. Reticente,
comentou que tudo estava em ordem, além de garantir a permanência do major Marcelo Toledo na direção do
presídio.
O diretor de Criminologia da Secretaria de Justiça, Emerson Tardieu, confirmou a permanência do
diretor. Desde que assumiu a direção do presídio, nunca ocorreu uma rebelião e nem mesmo uma fuga. Porque
ele seria substituído? , questionou. Para o diretor, a possibilidade de uma nova rebelião é remota, apesar de não
estar descartada, uma vez que os 21 presos transferidos são de alta periculosidade e líderes do movimento.
Com relação às denúncias contra a administração do major, Tardieu reconhece que existem, mas sem
comprovação. Tudo será investigado. Agentes penitenciários já foram afastados antes da conclusão das
investigações para demonstrar seriedade , completou. Em cinco anos, 37 agentes foram afastados de seus
cargos por denúncias. Outros cinco foram exonerados.
O diretor de Reeducação Social da Secretaria de Justiça, Claudio Hazan, contesta as denúncias de
humilhações sofridas pelas mulheres durante a revista. Isso aqui é uma penitenciária. Temos vários presos
viciados em droga e muitas mulheres tentam entrar com drogas até na vagina. Não temos outra saída senão
vistoriar , justificou.
Foi grande a destruição na penitenciária. Além da retirada das telhas dos seis pavilhões, os presos
provocaram danos nas instalações elétricas e hidráulicas que não têm prazo para serem reparadas. Até amanhã,
uma empresa terceirizada deverá consertar as trancas de todas as celas, destruídas durante a rebelião.
Durante o dia, os presos permaneceram em suas celas, mesmo sem as trancas, vigiados de perto por
centenas de policiais militares. O coronel Maurício Antônio Santos, comandante do 7º CRPM recusou-se a
fornecer o número de militares na operação por questão de segurança.

Seqüestrador de mãe e filha volta à prisão


Menina usada como escudo durante tensas negociações
Marcos Horostecki
Depois de mais de três horas de negociações, no começo da noite de sábado, as polícias Civil e Militar
conseguiram dar fim ao seqüestro da agricultora Salete Segato Perin, 40 anos, e de sua filha, M.P, 10 anos. O
assaltante Sebastião Gregório, 30, foi preso. As vítimas foram levadas ao Hospital Regional do Oeste e passam
bem. Elas foram submetidas a exames de lesões corporais. Há suspeitas de que a menor tenha sido molesta
sexualmente.
O seqüestro mobilizou e sensibilizou a população do pequeno município de Caxambu do Sul, onde tudo
aconteceu. Gregório só foi encontrado mais de 45 horas depois do crime. Cercado no meio de um milharal,
manteve um revólver apontado para a cabeça da menor durante toda a negociação. Os policiais contaram com a
ajuda de um helicóptero e de familiares do assaltante, que apelaram para que ele abaixasse a arma e se
entregasse. Gregório tornou-se ameaçador. "Mato a menina e depois me mato, mas não volto para a cadeia",
gritou.
O delegado Eduardo Azevedo e o tenente José Ivan Schelavin, que comandaram as negociações, tiveram que
usar de psicologia e muita persistência para convencê-lo. "Prometemos que ninguém tocaria nele e dissemos
que um dia ele ia sair da cadeia e poderia voltar a pescar no rio Uruguai", revelou o tenente.
Salete Perin foi a primeira a ser libertada, quase oito horas antes da filha. Gregório queria que ela fosse até sua
casa e buscasse o dinheiro do resgate - cerca de R$ 10 mil - e munição para o revólver. A agricultora se
encontrou com a polícia e ficou acertado que o resgate seria pago. "Se eu não voltar ele mata a minha filha",
garantiu. O dinheiro foi reunido com a ajuda da comunidade e Salete voltou ao local onde estava, nas
proximidades da comunidade de Don José, a poucos quilômetros da cidade. Um policial a seguiu e toda a
região foi cercada. Quando Gregório a encontrou fez novas exigências - queria um carro e um motorista. Salete
repassou o pedido aos policiais, que decidiram agir.
A agricultora informou onde estava o seqüestrador e o cerco foi fechado. O helicóptero da Polícia
Militar, deslocado de Florianópolis, sobrevoou o milharal e descobriu o local do esconderijo, permitindo a
aproximação dos negociadores. O assaltante ainda fez dois disparos, um a esmo e outro contra o helicóptero,
mas acabou se rendendo. Gregório foi colocado em um camburão e levado às pressas para Chapecó. Antes de
deixar a cidade, o veículo chegou a ser cercado pelos moradores, que pretendiam linchar o seqüestrador.
CURSO TRIPULANTE OPERACIONAL MULTI-MISSÃO
TOM–M (GRAER/PMSC)
(Combate Policial c/ Aeronave/CPA – roteiro instrução)

1. INSTRUÇÃO TEÓRICA – Sala aula COPOM


Data/hora: 270800Jan04
Conceitos; Doutrinas; Normas e Regulamentos; Legislação.
Papiro: Apostila e audiovisuais

2. INSTRUÇÃO PRÁTICA – 4o BPM


Data/hora: 271300Jan04
Abordagem: pessoas; veículos; edificações (uso algemas).
Progressões: patrulhas; ponto-ponto; formações.
Varreduras: rápida olhada; tomada de ângulo; israelense; espelhos.
Entradas: cobertas; dinâmicas (cruzada; gancho).

3. INSTRUÇÃO TIRO – STAND PMSC


Data/hora: 271500Jan04
Tiro Revólver/Pistola .40: Instrução TTT PM – 4o BPM
Técnicas em dupla: carga/recarga; abrigos/coberturas; redução silhueta.
Entradas: cobertas; dinâmicas (cruzadas/gancho).
Tiro Espingarda Cal .12: parado; deslocamento
Pista Tiro

4. INSTRUÇÃO PRÁTICA AERONAVE SOLO DESLIGADA – GRAER


Data/hora: 280800Jan04
Definição funções/missões (Trip1/Trip2/Trip3???)
Posicionamento tático na aeronave para abordagem (Trip1/Trip2/Trip3???)
Desembarque tático p/ segurança área (normal/cronometrado)
Desembarque tático p/ abordagem pessoas, veículos, edificações (normal/cronometrado)
Desembarque tático p/ abordagem pessoas, veículos, edificações c/ Paint-Ball ???
- Trocar funções Trip. em cada fase do treinamento -
OBS: Todo dia 28 Jan 04 será destinado ao treinamento descrito neste item, haja vista possibilidade de
emprego da aeronave p/ atendimento ocorrências.

5. INSTRUÇÃO TIRO AERONAVE - ???


Data/hora: 290800Jan04
Aeronave em solo desligada: Tiro da aeronave por Trip1/Trip2; desembarque Trip1/Trip2 (inverte) c/
cobertura de fogo de um tripulante; desembarque dos dois Trip, progressão c/ tiro.
Toque/Desembarque/Arremete: Tiro de cobertura para aproximação aeronave Trip1/Trip2;
desembarque c/ cobertura de fogo Trip1/Trip2; progressão c/ tiro
Aeronave em sobrevôo ou pairado: Tiro em alvo posicionado no solo e na água (Trip1/trip2)
- Trocar funções Trip. em cada fase do treinamento -
OBS: Todo dia 29 Jan 04 será destinado ao treinamento descrito neste item, haja vista possibilidade de
emprego da aeronave p/ atendimento ocorrências.

Florianópolis-SC, em 23 de janeiro de 2004.

Aurélio José Pelozato da Rosa Cássio Ricardo Nichnig


1o Ten PMSC - Instrutor Técnicas 1o Ten PMSC – Instrutor Técnicas
de Combate Policial c/ Aeronave de Combate Policial c/ Aeronave

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