Professional Documents
Culture Documents
FLORIANÓPOLIS-SC, 2004
CONCEITOS TÁTICOS
Objetivo da instrução: trazer propostas de algumas técnicas que possibilitarão uma maior chance de
defesa em caso de uma eventual reação por parte das pessoas suspeitas.
“Toda ação deve ser precedida de um prévio planejamento, mesmo quando ela é inesperada, não pode a
guarnição arriscar-se sem ter condições de garantir sequer sua segurança”.
PERIGO IMEDIATO: é o ponto, local ou situação em um ambiente onde existe a maior probabilidade de
surgir uma ameaça física contra o policial. Esse conceito é bastante abstrato e pode variar conforme as
experiências individuais anteriores que o policial já presenciou, treinamento que participou e
sensibilidade diante de uma situação. A identificação do perigo imediato é fundamental para o policial
decidir aonde ir e o que fazer. Seu deslocamento, ação de busca ou reação deve ser prioritariamente no
perigo imediato identificado.
Visão de túnel: olhar por cima da arma, mesmo quando empunhada na altura dos olhos.
Controle da arma: sempre desviar o cano da arma da direção de pessoas não suspeitas ou de
outros policiais.
PROTEÇÕES: são locais, objetos, equipamentos e ambientes que ofereçam garantias físicas contra
agressões físicas ou dissimulem a presença do policial. Podem ser de dois tipos:
a) Coberturas: são proteções que escondem visualmente o policial, mas não garantem proteção
balística. Ex.: divisórias de madeira, móveis, arbustos, portas de veículos, etc.
b) Abrigos: são proteções que oferecem proteção balística. Ex.: paredes de alvenaria, troncos de
árvores, placas de ferro ou aço, escudos balísticos, etc.
VERBALIZAÇÃO: a comunicação entre policiais durante uma ação deve ser constante. Isso pode
ocorrer através da comunicação por RÁDIOS, quando houver o equipamento; GESTOS, quando a
ação exigir silêncio absoluto; e pela VERBALIZAÇÃO, falando alto e claro a ordem ou aviso.
A verbalização ocorre também quando o policial tiver que dar ordens a um
suspeito. Isso deve ocorrer de forma clara, firme e objetiva, sempre iniciada com a palavra POLÍCIA
e uma ordem indicando a ação desejada. Ex.: “Polícia, deite no chão”; “Polícia, largue a arma”, etc.
A verbalização não pode ser confundida com gritaria, repetições e uso de gírias, que ao contrário do
efeito previsto, pode confundir os suspeitos e os outros policiais.
DESLOCAMENTOS: o deslocamento é a progressão em uma área e situação de risco. Ele deve ser
feito usando o conceito do controle de área e do uso constante de proteções.
Os deslocamentos podem ser feitos por lances ou diretos, em velocidades variadas:
a)Tomada de Ângulo: consiste em abris seu campo visual, distanciando-se das paredes. Isso fará com
que seu campo visual domine a área não visualizada mantendo um ponto de proteção. Quanto maior
seu ângulo de abertura, maior a percepção sem perder a proteção. Essa técnica pode ser usada para
escadas, corredores, carros, cômodos, etc.
b)Olhada Rápida: técnica utilizada quando não for possível fazer a tomada de ângulo. Consiste em dar
uma rápida joga de cabeça para o interior do local a ser varrido, retornando imediatamente para o
local de proteção. Na necessidade de uma segunda olhada, o ponto de entrada deve ser alterado;
c)Espelhos: consiste em usar um pequeno espelho fixado em uma haste. É ideal para situações de alto
risco, como interior de móveis, buracos, sótão e outros locais elevados.
a)Entradas Cobertas: também chamadas de entradas furtivas ou silenciosas, lentas e programadas, são
penetrações em ambientes sem visualização, quando as técnicas de varredura tornam-se insuficientes
para o controle da área, ou quando há necessidade de continuação do deslocamento.
Aplicação: ação não emergencial, presença de suspeitos e localização são desconhecidos, ação
sigilosa e pensada.
b)Entradas Dinâmicas: também chamadas de invasões táticas, são usadas quando há necessidade de
uma ação rápida de surpresa e de choque dentro de um ambiente, como um resgate de refém, por
exemplo. As entradas dinâmicas devem ser realizadas somente por grupos táticos especiais.
CONTAMEDIDAS: são técnicas de defesa pessoal e luta corporal aplicadas em situações onde tática e
legalmente não se pode usar arma de fogo contra o agressor, ou em situações de entradas e varreduras em
que ajam pessoas não suspeitas em situações de risco.
a) Afastamentos: técnicas usadas para retirar pessoas de uma linha de tiro e evitar que a
pessoa agarre a arma do policial;
O triângulo de tiro nada mais é do que a confirmação, sob a ótica doutrinária da tática policial, da
previsão legal do uso da arma de fogo (força letal). O triângulo de tiro, reafirma e ratifica, taticamente, a
legítima defesa, o estado de necessidade, o estrito cumprimento do dever legal. Portanto, é o espelho da
legislação vigente, não existindo divergências entre a teoria do triângulo de tiro e a legislação vigente no
aspecto de atirar ou não.
A diferença está na forma de identificar o momento certo de usar a força letal, sem desrespeitar a
lei. O ensinamento jurídico ensina o policial a visualizar o momento do uso de força letal sob as vistas da
lei, enquanto o modelo do triângulo do tiro ensina sob o ponto de vista TÁTICO (Leão, 1999).
O triângulo do tiro determina que o policial só poderá usar sua arma de fogo (força letal), quando
observar ou perceber um agressor atacando qualquer cidadão ou lhe atacando, formando o trinômio
demonstrado pela figura abaixo.
PERIGO
OPORTUNIDADE
(OPM)
MEIO
MEIO - são os “meios físicos” utilizados pelo agressor para provocar em qualquer cidadão ou no
policial “agressões letais”. Ex: armas de fogo, armas brancas, sua força física ou habilidades em artes
marciais.
Importante ressaltar que o conceito da habilidade envolve não apenas a posse de um armamento,
mas também a condição de saber usá-lo. Por exemplo, não poderia se enquadrar nessa situação, um
agressor que empunha um fuzil pelo cano, atacando como se fosse um porrete ou uma faca nas mãos de
uma pessoa muito idosa, que mal pode se movimentar (Leão, 1999).
Os três itens ou fatores acima referenciados, OPORTUNIDADE, PERIGO e MEIO são
indispensáveis para a configuração do triângulo de tiro. A ausência de qualquer desses, descaracterizará a
formação do triângulo de tiro, impedindo o uso da força letal pelo policial.
O triângulo do tiro deve se formar em relação ao agressor, e não ao policial. A condição está não
na possibilidade do policial atirar, mas do agressor ter a chance de agir.
1. Policial identifica um suspeito armado e próximo a ele. Existe o meio e a oportunidade, mas
ainda não se configurou o perigo, pois o suspeito ainda não demonstrou intenção de agressão. O policial
não pode atirar. Situação real ocorreu em 1996, durante uma ocorrência de roubo a banco na Av. Paulista,
quando um policial militar atirou pelas costas em uma pessoa armada, achando tratar-se de um assaltante.
Era um policial civil, que estava atendendo a mesma ocorrência.
2. O policial identifica um suspeito armado, próximo a ele, que faz menção de atirar ou mesmo
atira contra o policial, mas em seguida larga a arma no chão e avança desarmado. Não se justifica atirar a
partir desse momento, pois apesar do perigo e da oportunidade, perdeu-se o meio, situação que pode ser
contida com o uso de técnicas não-letais.
3. Em um presídio rebelado, um detendo armado de faca, atrás das grades, ameaça atacar um
policial. Não se justifica atirar, pois apesar de haver o meio e o perigo, não há a oportunidade do agressor
em agir, pois está confinado em uma cela.
4. Um veículo passa em alta velocidade por um bloqueio policial, não obedece a ordem de parada,
quase atropela um policial e foge. Não se justifica atirar. Houve o meio (o carro como arma letal) e o
perigo (intenção do suspeito), mas se perdeu a oportunidade (distância do agressor para agir contra o
policial) quando o carro se afastou do bloqueio.
Outra situação importante de ser lembrada, por exemplo: um agressor toma uma pessoa como
refém, apontando a arma em sua cabeça e ameaçando matá-la. Formou-se o triângulo do tiro: há a
oportunidade e o meio do agressor atingir um inocente e o perigo (intenção). O policial, como agente da
lei, pode usar a força letal, mas a configuração da situação não lhe permite agir sem equipamentos
adequados, armamento especializado e o emprego de alternativas táticas mais adequadas para salvar a
vida do refém, como a negociação (Leão, 1999).
Fonte Pesquisa:
LEÃO, Décio José Aguiar, 1º Ten PMSP. Papiro de Instrução Tática. São Paulo, 1999.
ABORDAGEM
VTR PM Seg.Retaguarda
OBS: Se a Gu PM for composta por 06 Policiais, aquele que estiver entre o motorista e o Cmt
será o anotador. Neste caso, o anotador fará a revista e o motorista permanecerá ao lado da Vtr com a
porta aberta.
ABORDAGEM DE VEÍCULOS:
- CENTOPÉIA
- CORREDOR
- POR LANÇO
- ESCADA
- JANELA
FOMAÇÃO TÁTICA DO GRUPO
1o PONTA (Mot):
- Responsável pela segurança frontal do grupo;
- Usa pistola ou revólver;
- Tem total mobilidade;
- Não carrega equipamentos;
- Se a progressão for de alto risco, ele usa escudo a prova de impacto balístico;
- Define os lanços e progressões;
- Não avança sem ter segurança do apoio;
- Proporciona a segurança para o avanço dos demais componentes do grupo.
2o APOIO (FOGO):
- Responsável pela segurança lateral e altura;
- Da cobertura para o ponta e juntamente com ele faz a segurança do restante do grupo;
- Deve ter condições de reprimir fogo inimigo a qualquer ângulo;
- Tem total mobilidade, não carrega equipamento;
- Armamento - Ver, Pist, Mtr.
3o COMANDANTE:
- Deve ter unidade de Comando;
- Define o objetivo da missão;
- Carrega equipamento (Ex: rádio);
- Armamento (Mtr).
4o SNIPER:
- Responsável pela segurança lateral do grupo (também altura e profundidade, durante a
progressão);
- Armamento, fuzil ou qualquer outra arma de precisão;
- Carrega equipamento.
5o SEGURANÇA DA RETAGUARDA:
- Responsável pela segurança da retaguarda do grupo;
- Armamento, Carabina Cal 12.
FORÇA ESPECIAL - PM
Operações de Busca.
Entrada.
Depois que se completa a busca visual, o próximo passo é entrar no
aposento, que pode ser um quarto, banheiro, corredor ou escadaria. Neste
caso, também encontramos três táticas consagradas pelo uso: a primeira
delas, originária do Oriente Médio, é conhecida por “Israeli Limited Entry”
( Entrada Limitada Israelense) e é desenvolvida conforme sugere sua
nomenclatura. A entrada se assemelha à de “Quick Peek”, no tocante á
exposição mínima do corpo. Porém, diferentemente daquele método, não deve
haver mudança de posicionamento, depois que se projeta o corpo para dentro
do recinto.
Usando o principio da “ação versus reação”, se obtém grande vantagem
sobre o oponente. Percebe-se que na aplicação dessa tática há maior
exposição do corpo, no instante em que se empunha a arma com ambas as mãos
e bem junto ao corpo, para em seguida posicioná-la à altura dos ombros, em
uma postura ofensiva alta.
O método seguinte é o clássico “Cross Crossing”, ou entrada cruzada.
Este não é apropriado a quem deseja entrar por corredores, ou outros locais
que não possuam paredes internas ladeando a abertura. É conveniente que seja
desenvolvido em dupla, de modo que cada um dos integrantes se aproxime até
a porta, de lados diferentes, executando a busca por qualquer dos métodos
descritos anteriormente. Após a busca visual, ambos ganham o recinto
rapidamente, cruzando-se entre si e assumindo uma posição ofensiva com as
costas junto à parede do aposento interno.
Por último temos a entrada em “botton hook” ou entrada em gancho. Esta
deve ser utilizada quando não for possível fazer as entradas descritas
anteriormente. A entrada em botton hook consiste em: estando os dois
policiais posicionados um atrás do outro em um lado da entrada, quando
adentrarem o ambiente executarem um curva tipo gancho no interior e
posicionarem-se da maneira mais segura possível.
Corredores e Escadas.
Confronto Armado.
USA - SHOW
S - SUBJECTS
H - HOSTAGES
O - OBJECTIVE
W - WEAPOPNS
TIPO DE PERPETRADORES
FASES DA CONFRONTAÇÃO
I - PREPARO E PREVENÇÃO
II - RESPOSTA IMEDIATA - CIN
C - CONTER - EVITAR AUMENTAR A CRISE
I - ISOLAR - EVITAR A CONFUSÃO
N - NEGOCIAR, NEGOCIAR E NEGOCIAR....
ABORDAGENS DE GERENCIAMENTO
POSTO DE COMANDO
O QUE É UM PC
- ORGANIZAÇÃO DE PESSOAS
- COM CADEIA DE COMANDO - É UM CHEFE SÓ
- TAREFAS E TRABALHOS PRÉ-DETERMINAODS
É UM ÓRGÃO QUE PROCESSA A INTELIGÊNCIA (INFORMAÇÃO) - AGE E REAGE
MEDIANTE PLANO DE AÇÃO E TOMADA DE DECISÃO.
POR QUE
COMO INSTALAR
QUEM ESTARÁ NO PC
PERÍMETRO TÁTICO
- INTERNO (ZONA ESTÉRIL)- GERENTE DE CRISE, SWATT, NEGOCIADORES, POLICIAIS
DESIGNADOS, REFÉNS E PERPETRADORES.
PÓR PIOR QUE SEJA O LOCAL DA CRISE SE FAZ NECESSÁRIO OS DOIS PERÍMETROS.
NENHUMA AÇÃO TÁTICA DEVERÁ SER EXECUTADA SEM QUE SE FAÇAM SO DOIS
PERÍMETROS.
TIPOS DE TÁTICAS
- ASSALTO À BARRICADA
- INTERDIÇÃO EM CAMPO ABERTO
- EMBOSCADA À VEÍCULO
- INFILTRAÇÃO SIGILOSA DO PTO CRÍTICO
- ATAQUE INTEGRADO.
TIPOS DE ATAQUES
- ESPALHADO (MÚLTIPLO) = VÁRIO PONTOS
- DINÂMICO= UM SÓ PONTO DE ACESSO.
ATAQUE TÁTICO
- SURPRESA
- VELOCIDADE
• Nunca ignore as comunicações vindas do cativeiro, a frustração nas comunicações pode ser perigosa;
assim sendo fale com eles ...
• Prepare-se para uma possível fuga;
• Algumas pessoas podem tentar provocar a polícia atirando nela;
• Sempre prepare um Plano de Rendição com sua equipe de cerco, traga os reféns para fora primeiro.
Não diga “entregue-se” mas “saia”;
• Sempre esteja pronto para receber os reféns;
• Considere o uso de um telefone para comunicar-se com o cativeiro;
• Sempre esteja pronto para receber mensagens;
• Use um megafone com PTT, se um telefone não estiver disponível ou qualquer meio de comunicação
seguro;
• Não deixe um megafone no cativeiro, salvo por uma boa razão;
• Esteja preparado para fornecer comida e bebidas não alcoólicas, para acalmar, levando em
consideração que estes itens podem ser entregues de maneira segura;
• Remédios também podem ser enviados sob supervisão médica;
• Pergunte:
• Quem é você ?
• O que isto significa ?
• O que aconteceu ?
• Mantenha um registro de suas ações;
• Esteja alerta para mensagens jogadas do cativeiro;
• Não desafie o criminoso a concretizar suas ameaças, mas lembre-o que esta ação não irá beneficiar
ninguém;
• Não estabeleça limites de tempo para você mesmo, nunca diga: “eu farei isto em dez minutos”, mas,
introduza a dúvida: “eu tentarei fazer isto o mais breve possível”;
• Não exija limites de tempo, nunca diga: “quanto tempo eu tenho para fazer isto”;
• Não aceite os limites de tempo do criminoso sem um comentário, mas introduza a dúvida. “eu ouço
você, mas será muito difícil fazer o que você quer no tempo que determinou”;
• Não entenda que você pode Ter uma conversa particular com o refém, especialmente para obter
informações, o criminoso pode estar escutando;
• Intermediários podem piorar a situação, especialmente membros da família que podem ter causado a
situação;
• Faça uma pesquisa cuidadosa para estabelecer o nível de relacionamento entre as pessoas. Parentes
podem se detestar;
• Não negocie se você está no comando da operação, você não poderá realizar competentemente os dois
trabalhos;
• Se os criminosos conversarem com você do cativeiro, e houver um negociador treinado no local,
sempre conduza a conversa para aqueles;
• Você pode não saber dos planos dos negociadores, e você pode sem querer piorar a situação;
• Lembre-se sempre que a mídia está escutando a tudo, mesmo nas comunicações via rádio;
• Assegure-se que os vizinhos e outras testemunhas sejam devidamente ouvidas para colher
informações;
NEGOCIAÇÃO
SE VC DIZ A VERDADE, NÃO PRECISA O TEMPO TODO LEMBRAR TUDO QUE DISSE.
FAÇA SEMPRE O INESPERADO, MAS CUIDADO QUE O CAPTOR TAMBÉM PODE FAZER O
INESPERADO.
CONTATO COM A MÍDIA SOMENTE UMA PESSOA, E O NEGOCIADOR TEM QUE TER
CIÊNCIA.
Ordem pública - Situação de tranqüilidade e normalidade que o Estado tem o dever de assegurar às
instituições e todos os membros de sua sociedade, consoante as normas jurídicas estabelecidas. É
composta pela tranqüilidade pública, salubridade pública e segurança pública.
Segurança Pública - É a garantia relativa da preservação da ordem pública mediante aplicação do poder
de polícia.
Perturbação da Ordem - Todos os tipos de ação, inclusive as decorrentes de calamidade pública que,
por sua natureza, origem, amplitude e potencial possam vir a comprometer na esfera estadual, o exercício
dos poderes constituídos, o cumprimento das leis e a manutenção da ordem pública, ameaçando a
população e propriedades públicas e privadas.
Repressão imediata - (...) a repressão imediata pode ser exercida pelo policial militar, sem que haja
violação do dispositivo constitucional pois, quem tem a incumbência de preservar a ordem pública, tem o
dever de restaurá-la, quando de sua violação.
Policiamento ostensivo - Ação policial, de fiscalização de polícia no que tange à ordem pública,
exclusiva das Polícias Militares, em cujo emprego o homem ou a fração de tropa engajados seja
identificado de relance, quer pela farda, quer pelo equipamento, ou viatura, objetivando a preservação da
ordem pública.
ABORDADO POLICIAL
Ato que requer intervenção policial Presença física do policial
Cooperação Comandos verbais
Resistência verbal Técnicas de verbalização
Resistência física passiva Técnicas de controle físico
Resistência defensiva Agente químico não letal
Agressão não letal Armas de impacto
Uso potencial ou efetivo de meio letal Uso da arma de fogo
O tiro de advertência ou em veículos em fuga NÃO É UTILIZADO como técnica recomendada pela PMSC.
TÉCNICAS PRELIMINARES
POSTURAS
Posturas com armas curtas/longas
Posição de entrevista - Posição sul - Posição sul velada - Pronto-baixo em pé – Pronta resposta/alta.
USO DO TERRENO
Cobertura: veículos - edificações - acidentes do terreno - camuflagem - sombras – “efeito avestruz”
Deslocamentos: Onde vou? Por onde vou? Como vou? Quando vou?
ZONAS OPERACIONAIS
Zona tática: A zona quente ou tática é aquela onde se pressupõe que qualquer intervenção, conflito ou uso da força
irá ocorrer, devido à presença de pontos críticos:
Pontos quentes: pontos da área tática que merecem atenção especial devido ao seu risco.
Zona estratégica: A área estratégica é aquela adjacente à área tática, onde o policial não é afetado diretamente
pelas ações na área tática mas tem condições de intervir sobre ela.
Zona de apoio: A área de apoio é aquela onde há segurança máxima em relação à área tática e seus pontos críticos,
mas não permite uma intervenção direta.
BUSCA
Busca ligeira: Utilizada normalmente à entrada de eventos culturais e desportivos, de forma rápida, a fim de
identificar a presença de armas ou objetos perigosos (técnica gola camisa).
Busca minuciosa: Utilizada no decorrer de uma abordagem para averiguar uma fundada suspeita, efetuar prisão
em flagrante ou cumprir um mandado de prisão, de forma metódica e cuidadosa, a fim de localizar armas, objetos
perigosos ou materiais ilícitos.
Busca completa: Utilizada quando do encarceramento de presos ou quando a busca minuciosa não foi capaz de
dissipar uma fundada suspeita, sendo realizada em um recinto fechado onde o cidadão é despido para a revista.
PATRULHAMENTO A PÉ
Patrulhar: É exercer atividade móvel de observação, de fiscalização, de proteção, de reconhecimento ou de
emprego da força, como parte do policiamento ostensivo.
Setor: Área geográfica sob a responsabilidade de uma fração de policiamento ostensivo.
Itinerário: O caminho que deve ser percorrido pelo policial durante o turno de serviço.
Posto de observação: Ponto de um patrulhamento em que o policial permanece durante um período de tempo
devido às suas características de risco, visibilidade ou necessidade específica.
ABORDAGEM DE PESSOA
Abordagem de pessoas a pé
Abordagem de pessoas em automóvel
Abordagem de pessoas em edificações
Técnicas de Varredura (3o olho – técnica espelho – tomada de ângulo – rápida olhada)
O modelo coincide perfeitamente com a legislação e não há divergências dessa teoria com os aspectos legais de
atirar ou não em uma ação policial. A diferença está na forma de identificar o momento certo de usar a força letal,
sem desrespeitar a lei. O ensinamento jurídico ensina o policial a visualizar o momento do uso de força letal sob as
vistas da lei, enquanto o modelo do triângulo do tiro ensina sob o ponto de vista TÁTICO.
O triângulo do tiro prevê que o policial só pode usar a força letal, ou seja, usar sua arma de fogo, se visualizar um
agressor que esteja lhe atacando ou atacando um outro cidadão com oportunidade, perigo e meio.
OPORTUNIDADE
PERIGO MEIO
OPORTUNIDADE - compreende o potencial do agressor em usar sua habilidade naquele momento de agressão
letal. O uso de força letal contra um agressor portando uma faca pode ser justificado se ele estiver a alguns metros
do policial, quando teria a oportunidade de usar sua arma branca; mas a mesma ação não se aplica se o agressor,
com a mesma arma, estiver a uma distância maior ou separado do policial por uma grade, por exemplo, quando
perderia então a oportunidade de agir com aquela habilidade.
PERIGO - é a constatação da intenção de agressão do suspeito contra o policial ou outro cidadão, com habilidade
e oportunidade de causar mal físico letal.
MEIO - é compreendido como os meios físicos que capacitem um agressor a provocar no policial ou em outro
cidadão uma agressão letal. Pode ser uma arma de fogo, faca ou até mesmo sua força física ou capacidade de luta
corporal. É importante ressaltar que o conceito do meio envolve não apenas a posse de um armamento, mas
também a condição de saber usá-lo. Por exemplo, não poderia se enquadrar nessa situação, um agressor que
empunha um fuzil pelo cano, atacando como se fosse um porrete ou uma faca nas mãos de uma pessoa muito idosa,
que mal pode se movimentar.
ROTEIRO PARA TREINAMENTO DE REVÓLVER CALIBRE .38 – PADRÃO PMSC
FINALIDADE
O adestramento policial militar tem papel fundamental no aprimoramento das atividades policiais, objetivando a
correta e a necessária intervenção do agente público na defesa dos Interesses sociais.
O policial militar, portanto, deve estar capacitado para o pleno uso dos equipamentos e, fundamentalmente, do
armamento à sua disposição, quando se fizer necessário, para restabelecera ordem pública. A inércia do policial
militar no enfrentamento com meliantes, ou uma ação desproporcional ao fato delituoso, pode reverter em danos
irreparáveis ao próprio agente público e, por via de conseqüência, à sociedade.
Porquanto! Mister que o policial militar esteja sempre se aprimorando na prática do tiro policial, instrumento
moderno e eficaz na resolução de casos de maior complexidade, onde, ainda, o armamento utilizado por ele é um
dos melhores instrumentos de defesa na proteção da incolumidade física dos cidadãos.
E, sendo o revolver calibre .38 o armamento mais utilizado pelas Polícias Mi1itares é que se desenvolverá a
instrução de manutenção de tiro aos policiais militares do 4o Batalhão de Polícia Militar, em toda a sua
circunscrição.
EXECUÇÃO
O policial militar ao deparar-se com uma situação real que enseje a necessária intervenção para
restabelecer a ordem pública deverá estar apto a utilizar seu armamento, utilizando-se de técnicas
policiais adequadas para cada momento. Nessas situações o menor equívoco do policial militar poderá por
em risco' sua integridade física e das pessoas a sua volta, fazendo com que ele adote procedimentos
rápidos no uso de seu armamento, sem, no entanto, por em risco terceiros.
O meliante possui regrar para delinqüir, todavia, o policial militar tem que cumprir com sua missão legal e dentro
dos parâmetros preconizados pela norma penal.
Existem inúmeras posições de tiro policial favorecem a execução de uma ação eficaz, através de movimentos
rápidos e seguros para o enfrentamento, por isto, que se deve observar os seguintes fundamentos do tiro policial.
Empunhadura - Posição - Respiração - Visada - Acionamento do gatilho
TREINAMENTO PRÁTICO
Todos os disparos durante o treinamento deverão, obrigatoriamente, ocorrem em ação dupla.
Penalizar o atirador que utilizar-se da “ação única” para efetuar os disparos com a perda dos 10 tiros finais do
treinamento, ou seja, não faz a pista de tiro. Para tanto, ao final de todo o treinamento retornará a linha de tiro e
realizará as fases “3” e “4” de disparo real.
TREINAMENTO DE CARGA E DESCARGA DO REVÓLVER
Abrir tambor revólver
Alimentar manualmente o tambor
Rebater o tambor à posição normal
Colocar arma no coldre
Reabrir o tambor
Descarregar a arma
REPETIR O PROCEDIMENTO 05 VEZES.
1ª Fase – Disparo real – 05m em pé
Carregar o revólver com 03 cartuchos
Disparo livre de 03 tiros com mão forte apoiada com a outra (braço estendido)
Descarregar a arma
Arma no coldre
Verificar e anotar resultados e obrear alvo
2ª Fase – Disparo real – 10m em pé
Carregar o revólver com 03 cartuchos
Disparo livre de 03 tiros com mão forte apoiada com a outra (braço estendido)
Descarregar a arma
Arma no coldre
- Verificar e anotar resultados, e obrear alvo
3ª Fase - Disparo real - 05m em pé
Carregar o revolver com 01 cartucho e 05 estojos
Girar o tambor sem olhar e fechá-lo
Disparo livre de 06 tiros com mão forte apoiada com a outra (braço estendido)
Efetuar os 06 disparos, independentemente de já ter efetuado o tiro real
Descarregar a arma
Arma no coldre
REPETIR O PROCEDIMENTO 04 VEZES
Verificar e anotar resultado
4a Fase - Disparo real - 10m em Pé
Carregar o revólver com 01 cartucho e 05 estojos
Girar o tambor sem olhar e fechá-lo
Disparo livre de 06 tiros com mão forte apoiada com a outra (braço estendido)
Efetuar os 06 disparos, independentemente de já ter efetuado o tiro real
Descarregar a arma
Arma no coldre
REPETIR O PROCEDIMENTO 04 VEZES
Verificar e anotar resultado
SÃO PAULO
Terminou a rebelião no presídio feminino do Tatuapé, zona Leste de São Paulo. Três pelotões da tropa
de choque da Polícia Militar - 60 policiais - invadiram a penitenciária. As presas ficaram deitadas no chão, sob
vigilância da PM. Durante o motim, sete agentes penitenciárias foram mantidas reféns. A rebelião durou 20
horas. Duzentas e cinqüenta, das 469 detentas, iniciaram a rebelião por volta das 13h de terça-feira,
reivindicando melhoria na alimentação, troca da diretoria e revisão das penas.
O secretário estadual de Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, declarou que uma refém e
uma detenta saíram feridas. Ele também afirmou que as reivindicações das rebeladas não foram atendidas e que
ainda vai estudar a possibilidade de troca da diretoria da penitenciária. Furukawa afirmou ainda que “segurou
até o último instante” a decisão de autorizar a entrada da tropa de choque no presídio. Segundo ele, a falta de
um acordo para a libertação das sete reféns levou à intervenção. Os soldados que participaram da operação
levaram cachorros e duas bombas de efeito moral, que foram detonadas no pátio do presídio.
A agente penitenciária tomada com refém, Elizabeth Marques, denunciou, no portão principal da
Penitenciária, que as detentas sofrem maus-tratos e responsabilizou a diretoria do estabelecimento pela
situação. Elizabeth afirmou que a própria diretora geral, Haydée Natalina Ribeiro, quando ouvia reclamações,
desafiava as presas a fazerem um rebelião se estivessem insatisfeitas. “Foram 24 horas de tortura psicológica e
a diretoria não estava nem aí”, afirmou Elizabeth, que ficou como refém da presa Vanda Costa, condenada a 60
anos de prisão.
A agente penitenciária afirmou ainda que irá registrar queixa contra a diretora no 81º Distrito Policial
do Belém porque sua vida foi colocada em risco. Para a funcionária, a reivindicação das detentas é
“extremamente justa”. Familiares de outra agente penitenciária, Vania Luzia de Oliveira afirmaram que a
funcionária está muita abalada porque foi ferida na cabeça por uma bala de borracha.
Família vive horas
de terror em sítio
Trio armado mantém cinco pessoas como reféns e antes de fugir estupra a mãe de duas crianças
Marco Antonio Zanfra
Um casal com dois filhos pequenos, além de um empregado da família, foram vítimas de atos de
violência durante sete horas na tarde de quarta-feira, numa fazenda da localidade de Sorocaba, em Paulo Lopes,
na Grande Florianópolis. Três homens armados invadiram a propriedade, às 13h30, e permaneceram até 20h30
mantendo as cinco pessoas como reféns. A mãe das crianças foi violentada por dois dos invasores e a filha
menor, de dois anos, foi mantida sob a mira de uma arma enquanto isso acontecia. Os assaltantes foram embora
levando uma TV e um aparelho de som, além de roupas e colchões.
Depois de sair da casa, o bando atacou outra família em Paulo Lopes e permaneceu subjugando as novas
vítimas até por volta de 2 horas de ontem. Não há informações sobre mais violência, mas os ladrões roubaram
R$ 10 mil da família, proprietária de um mercado na cidade. A polícia não tinha, até o final da tarde de ontem,
pistas dos assaltantes. A fazenda foi arrendada pelo tio do casal que a administra e os ladrões deram a entender
que tinham ido até lá para roubar o arrendatário. "Vocês têm certeza de que ele não vem aqui hoje?",
perguntaram mais de uma vez.
Durante as sete horas em que permaneceram na casa, os assaltantes andaram a cavalo, deram voltas de
motocicleta e quebraram as bicicletas das crianças. Os reféns, que estavam presos no quarto, foram arrastados
para o banheiro quando eles resolveram violentar a dona da casa. Como a mulher resistisse, eles apontaram uma
arma para a cabeça da menina de dois anos para obrigar que a mãe se despisse.
Eles ainda obrigaram a dona da casa a cozinhar para eles. Depois de comerem, jogaram veneno em toda a
comida. No momento da fuga, os cinco reféns foram amarrados e trancados no banheiro.
SEGURANÇA
EXECUÇÃO
As outras reivindicações dos presos se resumem ao aumento do horário de sol, de três para quatro
horas diárias; atendimento médico especializado com escolta de duas viaturas; implantação do serviço de
atendimento jurídico, com entrevistas trimestrais e a designação de um juiz e de um promotor de Justiça em
caráter permanente para responderem pelas execuções criminais de Contagem; a agilização do serviço de
laudos criminológicos, com a contratação de um médico psiquiatra para composição da equipe técnica;
construção de banheiros e bebedouros e aquisição de equipamentos para funcionamento do telecurso para os
presos, entre outras solicitações.
O juiz da Vara de Execuções Criminais (VEC), Cássio de Souza Salomé, garantiu que todas as
reivindicações dos presos serão gradativamente atendidas. Se não acreditarmos no que foi acordado entre as
autoridades presentes e os presos, não podemos acreditar em mais nada , asseverou.
O juiz garantiu que o compromisso com os presos terá que ser cumprido, ressalvando, contudo, que a
situação dos presos em qualquer lugar do mundo é de reivindicar sempre. É só vocês entrarem na penitenciária
após essa rebelião que os presos farão novas reivindicações , ponderou.
Três agentes são afastados
Maria Clara Prates
Três agentes penitenciários foram afastados de suas funções pela Secretaria de Justiça e Direitos
Humanos. O afastamento foi motivado por várias denúncias de envolvimento do grupo com tortura de presos.
De acordo com o promotor da Vara de Execuções Criminais de Belo Horizonte, Otávio Augusto Martins
Lopes, os três monitores foram reconhecidos por detentos como autores da violência.
A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos confirmou o afastamento dos três e informou que será
instaurado sindicância para verificar a veracidade das denúncias. Segundo o promotor Martins Lopes, os três
devem ser transferidos para outra unidade até conclusão dos trabalhos de apuração. A secretária Ângela Pace
informou também, através de sua assessoria de Imprensa, que o mesmo procedimento será adotado em relação
a todas as denúncias levantadas durante a rebelião. Adotaremos o mesmo procedimento desde o diretor até o
guarda penitenciário , garante.
Depois de participar ativamente das negociações com os detentos rebelados de Contagem, que
reivindicavam a concessão de benefícios a que fazem jus durante o cumprimento da pena, o promotor Martins
Lopes confirmou que alguns dos detentos estão, de fato, prejudicados. Na Vara de Execuções Criminais,
tramitam hoje cerca de 10 mil processos e, segundo o Ministério Público, apesar do baixo índice de atraso na
concessão desses benefícios, o fato é significativo porque fere o direito do preso.
Solicitação
Para tentar solucionar o problema, Martins Lopes vai solicitar ao procurador-geral em exercício,
Abelardo Teixeira, a designação de um promotor para atuar estritamente na Penitenciária de Contagem.
Segundo ele, solicitação semelhante já havia sido encaminhada ao ex-procurador-geral Márcio Decat, que
deixou o cargo para se aposentar. O mesmo também está sendo feito pelo juiz da Vara de Execuções Criminais
da capital, Cássio Salomé, junto ao Tribunal de Justiça. O promotor explica que, hoje, apenas metade dos
presos que cumprem pena na Penitenciária de Contagem é de Belo Horizonte.
A secretária de Justiça, Ângela Pace, anunciou um convênio com a Pontifícia Universidade Católica
(PUC/Minas) para que estagiários atuem ao lado de defensores públicos na assistência judiciária dos detentos.
Pace garante que experiência semelhante já está sendo desenvolvida nas penitenciárias de Juiz de Fora,
Governador Valadares e Teófilo Otoni, com sucesso.
Assim que o dia amanheceu em Nova Contagem, parentes de presos e agentes penitenciários que
viveram momentos de apreensão e terror no domingo à tarde e durante a madrugada, começaram a deixar a
Penitenciária Nelson Hungria. O semblante de cada um, ao contrário do que se imaginava, não mostrava sinais
de alívio, mas sim de revolta contra a ação dos policiais com relação ao rebelados.
Todos os parentes desmentiram que foram feitos de reféns pelos detentos. Isso tudo é mentira. Ficamos
com nossos maridos porque queríamos. Se saíssemos eles seriam massacrados , denuncia a dona de casa Joana
Darc Damasceno, que conhece bem a força de alguns dos agentes penitenciários. Meses atrás eles torturaram
meu marido na minha frente. Denunciei o caso na polícia e Ministério Público, mas nada foi feito , reclama a
dona de casa.
O estudante Alex Santos Ribeiro, 16 anos, visitava o pai Geraldo Santos Ribeiro, no Pavilhão 1,
quando a rebelião foi anunciada. Ele lembra que, pressionados pelos agentes, os parentes decidiram ficar ao
lado dos presos para evitar retaliações.
Inicialmente, segundo os parentes, policiais militares e agentes penitenciários também impediram a
saída dos visitantes que estavam sendo usados como moeda nas negociações. Eles (os policiais) exigiam a troca
de cinco parentes por cada agente penitenciário solto , acrescentou Isabel Cristina, que também visitava o
marido.
Flávia Silva Castro chegou do Rio de Janeiro no domingo de manhã para visitar o marido e
testemunhou todo motim. Revoltada, ela salienta que a polícia não permitiu sua saída, fazendo com que
perdesse a passagem de volta. Isso não é penitenciária para seres humanos e sim para animais , bradava aos
prantos.
A maioria dos agentes penitenciários que passaram a noite como reféns dos presos deixaram o presídio
orientados a não dar entrevista. Somente Marco Antônio de Souza, 25 anos, cinco anos como agente, fez
questão de frisar sobre as péssimas condições de trabalho. O risco é constante, apesar de ninguém ter sido
ameaçado durante a rebelião , completou.
Tardieu defende diretor
Newton Cunha
Terminada a rebelião, o movimento na porta do presídio continuou intenso durante manhã. Eram os
presos transferidos para o interior e autoridades que chegavam ao local para avaliar a destruição causada pelo
motim. O superintendente de Organização Penitenciária, delegado José Karan, não quis falar. Reticente,
comentou que tudo estava em ordem, além de garantir a permanência do major Marcelo Toledo na direção do
presídio.
O diretor de Criminologia da Secretaria de Justiça, Emerson Tardieu, confirmou a permanência do
diretor. Desde que assumiu a direção do presídio, nunca ocorreu uma rebelião e nem mesmo uma fuga. Porque
ele seria substituído? , questionou. Para o diretor, a possibilidade de uma nova rebelião é remota, apesar de não
estar descartada, uma vez que os 21 presos transferidos são de alta periculosidade e líderes do movimento.
Com relação às denúncias contra a administração do major, Tardieu reconhece que existem, mas sem
comprovação. Tudo será investigado. Agentes penitenciários já foram afastados antes da conclusão das
investigações para demonstrar seriedade , completou. Em cinco anos, 37 agentes foram afastados de seus
cargos por denúncias. Outros cinco foram exonerados.
O diretor de Reeducação Social da Secretaria de Justiça, Claudio Hazan, contesta as denúncias de
humilhações sofridas pelas mulheres durante a revista. Isso aqui é uma penitenciária. Temos vários presos
viciados em droga e muitas mulheres tentam entrar com drogas até na vagina. Não temos outra saída senão
vistoriar , justificou.
Foi grande a destruição na penitenciária. Além da retirada das telhas dos seis pavilhões, os presos
provocaram danos nas instalações elétricas e hidráulicas que não têm prazo para serem reparadas. Até amanhã,
uma empresa terceirizada deverá consertar as trancas de todas as celas, destruídas durante a rebelião.
Durante o dia, os presos permaneceram em suas celas, mesmo sem as trancas, vigiados de perto por
centenas de policiais militares. O coronel Maurício Antônio Santos, comandante do 7º CRPM recusou-se a
fornecer o número de militares na operação por questão de segurança.