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atualidade como um documento de alta importância, não só por ter sido à base de
formação para um país como também por ter influenciado outras nações que emergiram
dos tumultuados anos que se seguiram tanto à Segunda Guerra quanto ao fim da Guerra
Fria.
Ainda nesse espectro, Driver expõe uma longa descrição dos autores do texto
oficial, contrastando com a idéia de que Thomas Jefferson foi seu único criador,
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DRIVER, S.Schwartz. A Declaração de Independência dos Estados Unidos. RJ: Jorge Zahar Editor,
2006. p. 45 e 54-57.
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DRIVER, S.Schwartz. A Declaração de Independência dos Estados Unidos. RJ: Jorge Zahar Editor,
2006. p. 43.
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colocando como discordaram entre si, ao contrário da crença geral de que tal documento
tivesse sido feito em meio a uma aura de verdade e revelação.
Antes vale ressaltar o que a autora explica no livro. De que a data real do
documento seria em 2 de agosto de 1776, ao contrário do popular 4 de julho do mesmo
ano. Isso se deve ao fato de a declaração somente ter sido declarada unânime em 19 de
julho e ser assinada de fato pelo presidente do Congresso, John Hancock e os outros
delegados em agosto. O 4 de julho seria a data da primeira impressão feita para
divulgação das idéias, estas ainda não totalmente aceitas pelos dignitários de cada
estado americano. Driver coloca que mesmo assim, a data 4 de julho acabou por ser
imbuída da emoção da construção e passou a ser tida como data oficial (apesar de
demorar longos anos até que todos os estados da federação a incluísse em seus
calendários locais oficiais).
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Isso porque muitos não tinham o preparo para tal ação, que rompesse com o senso
comum e a tradição. Nos Estados Unidos, muitos cidadãos lutaram por causas próprias e
noções locais de liberdade diferindo do que a Declaração explicitava. Outros eram
contrários, mas acabaram por aceitar o documento resignadamente.
Apesar dessa situação, a autora ressalta que para a Europa, as ações militares
dos colonos americanos durante a guerra, foram mais importantes para estimular uma
ajuda européia à causa americana do que o texto oficial de independência.
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DRIVER, S.Schwartz. A Declaração de Independência dos Estados Unidos. RJ: Jorge Zahar Editor,
2006. p. 79.
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DRIVER, S.Schwartz. A Declaração de Independência dos Estados Unidos. RJ: Jorge Zahar Editor,
2006. p. 82.
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DRIVER, S.Schwartz. A Declaração de Independência dos Estados Unidos. RJ: Jorge Zahar Editor,
2006. p. 84.
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Driver trabalha com certos contrastes tanto da Declaração com a
Constituição, quanto da Declaração consigo mesma. Na primeira, a autora reflete sobre
como a proposta de independência ficava em ideais e projetos, mas tudo no campo do
imaginário e intelectual, útil antes e durante a guerra, mas pouco prático no pós.
Enquanto a Carta tinha um compromisso com a estruturação de uma nação, o que
passou a importar mais nos anos diretamente após o fim do conflito independentista.
Após a sua formulação e ainda mais no século XIX, viria à discussão sobre a
escravidão, que ia diretamente contra as idéias da Declaração e acabava por macular sua
imagem como uma ode à liberdade, autodeterminação e respeito de um povo. Ela seria
utilizada tanto para os abolicionistas, Lincoln entre eles, quanto para os que defendiam
o regime escravocrata. Driver cita tanto o caso do navio Amistad quanto o de Dred
Scott para ilustrar ambos os lados respectivamente desse debate.
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DRIVER, S.Schwartz. A Declaração de Independência dos Estados Unidos. RJ: Jorge Zahar Editor,
2006. p. 53
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debates e das idéias, ainda invoca temas que estarão longe de serem completamente e
perfeitamente interpretados e finalizados.
Bibliografia: