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FUNDAMENTOS DE BIOLOGIA

Professor Flávio Chame Barreto

FUNDAMENTOS DE BIOLOGIA
Apostila para o Ensino médio
259 páginas – revisada em 2007
Professor Flávio Chame Barreto

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FUNDAMENTOS DE BIOLOGIA
Professor Flávio Chame Barreto

CONTEÚDO:

Caracterização das Ciências e do Objeto de Estudo da Biologia .........................................................Pagina 04

• Método Científico – Etapas;


• Exemplos de utilização do Método Científico – Abiogênese x Biogênese;
• Características dos seres vivos – Fenômenos biológicos;
• Origem da Vida – Contexto em que ocorreu.

Compostos relacionados aos Seres Vivos

• Água e Sais – Fenômenos osmóticos;


• Vitaminas – Histórico e principais doenças carênciais;
• Macromoléculas orgânicas: Glicídios, lipídios, proteínas estruturais e enzimáticas, ácidos nucléicos

Características dos seres vivos ...............................................................................................................Pagina 22

Conceitos básicos de Citologia

• Célula - Histórico
• Membrana – composição, estrutura, funções, especializações;
• Organelas endomembranares – estrutura, funções;
• Citoplasma, citosol, citoesqueleto.

Fluxo de Matéria e Energia

• Organelas endossimbiontes e fluxo de matéria e energia;


• Fotossíntese: fixação de gás carbônico na matéria orgânica pela transferência de energia luminosa;
• Respiração: oxidação completa de matéria orgânica e transferência de energia para reações bioquímicas;
• Implicações para o ambiente.

Conceitos básicos de Citologia .............................................................................................................Pagina 35

• Núcleo;
• Cromossomos.
• DNA e RNA

Divisão celular

• Mitose;
• Meiose.

Histologia .............................................................................................................................................Pagina 46

• Tecido Epitelial
• Tecido Conjuntivo
• Tecido Muscular
• Tecido Nervoso

Reprodução e desenvolvimento

• Tipos

Classificação biológicas ........................................................................................................................Pagina 57

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• Categorias taxionômicas;
• Reinos;
• Vírus, bactérias, protistas e fungos.

Reino Planta .............................................................................................................................................Pagina 68

• Classificação
• Morfologia;
• Fisiologia

Invertebrados ..........................................................................................................................................Pagina 91

• Poríferos;
• Cnidários;
• Platelmintos.
• Nematódeos
• Anelídeos
• Moluscos

Invertebrados ........................................................................................................................................Pagina 121

• Artrópodes
• Equinodermas

Cordados

• Cefalocordados;
• Urocordados;
• Vertebrados.

Sistemas ...............................................................................................................................................Pagina 143

• Digestório
• Cardiovascular
• Linfático
• Imunológico
• Respiratório
• Urinário
• Endócrino
• Nervoso

Sistemas .............................................................................................................................................Pagina 181

• Tegumentar
• Sustentação
• Muscular
• Reprodução

Genética .............................................................................................................................................Pagina 209

Evolução ............................................................................................................................................Pagina 231

Ecologia .............................................................................................................................................Pagina 259

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Caracterização das Ciências e do Objeto de Estudo da Biologia

• Método Científico – Etapas;


• Exemplos de utilização do Método Científico – Abiogênese x Biogênese;
• Características dos seres vivos – Fenômenos biológicos;
• Origem da Vida – Contexto em que ocorreu.

Compostos relacionados aos Seres Vivos

• Água e Sais – Fenômenos osmóticos;


• Vitaminas – Histórico e principais doenças carênciais;
• Macromoléculas orgânicas: Glicídios, lipídios, proteínas estruturais e enzimáticas, ácidos
nucléicos
• Características dos seres vivos.

Quadro do professor
1o Ano - 1o Mês - Conteúdo 1
De onde viemos? Como surgiu a própria espécie?

Litosfera: Camada rochosa que constituía superfície terrestre.


A Crosta Terrestre é a camada mais externa da Terra de 5 a 10 km de espessura nas áreas oceânicas
(Crosta Oceânica) e entre 20 e 60 km de espessura nas áreas continentais (Crosta Continental).
Existe uma camada chamada de manto abaixo da crosta, formada de enormes placas, as placas
tectônicas.
São cerca de 12 placas . Contêm um continente e o oceano em sua volta. Existe ainda a placa do
Oceano Pacífico.
As placas tectônicas se movem continuamente numa velocidade relativa entre 1 e 10 cm/ano.
Os continentes em cima dessas placas estão em constante movimento.

A temperatura e a densidade aumentam com a profundidade. Esta relação tem o nome de Grau
Geotérmico.
Grau Geotérmico: Significa o número de metros de profundidade necessários para que a
temperatura se eleve em 1ºC.
Atmosfera: Camada de ar que circunda o planeta.
Hidrosfera: Massa de água que circunda o planeta
Biosfera: Conjunto de regiões do planeta onde existam seres vivos.
Origem da Biosfera: Começou há mais de 3,5 bilhões de anos. E vem se diversificando
Pangea: A 200 milhões de anos atrás todos os continentes atuais estavam juntos, formando um
único continente.

Teoria do Big Bang: Em 1940, o cientista George Gamow concebeu a teoria de que todo o
universo teria nascido de um ponto zero de volume e densidade. que entre 12 e 15 bilhões de
anos atrás, a explosão de um ponto condensado criou a matéria e a energia. (Principal evidencia
atual: As galáxias continuam se afastando uma das outras). Forma-se uma imensa nebulosa (nuvens
de hidrogênio, o elemento mais simples, e poeira).
A alta temperatura começa a cair e 1 bilhão de anos depois começam a surgir as galáxias, o sol e os
planetas.
Quando a matéria chegou a 10 milhões de graus Celsius, ocorreu uma reação atômica, fusão
nuclear, gerando o sol, a 5 bilhões de anos. (Fusão nuclear: átomos de H se fundem e formam He
liberando alta energia - luz e calor).
Os planetas: são restos da nebulosa que se fundiram

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Atmosfera primária.
A Terra já desenvolvera gravidade e atraia e H e He constituindo um envoltório gasoso.

Atmosfera secundária . (gases trazidos por meteoros que se chocaram com o nosso planeta).
hidrogênio (H2); metano (CH4); Gás carbônico (CO2); nitrogênio (N2); Amônia (NH3); Vapor
d´água (H2O)

Formação da crosta terrestre.


Resfriamento por 700 milhões de anos. Não Havia vida. Solidificou o material rochoso

Ciclo das chuvas. Primeiros oceanos.


Vapor d´água (H 2 O) formam imensas nuvens que se resfriavam em altas camadas atmosféricas.
Com o resfriamento reduz a evaporação e formam-se os oceanos, permitindo vida.

Atmosfera atual.
Gás nitrogênio (N 2 ) 77%; Gás oxigênio (O 2 ) 21%; Gás carbônico (CO 2 ) 0,04%; Outros gases
1,96%

Teorias da origem do ser vivo

A teoria da Abiogênese defendia que todo ser vivo é resultado da geração espontânea dos seres a
partir da matéria inerte ou orgânica em decomposição.
A teoria da Biogênese defendia que todo ser vivo é resultado da reprodução de outros seres vivos.
Seus maiores defensores foram Francesco Reddi, Lazzaro Spallanzani e Louis Pasteur.

Método Científico Etapas


• Observação de um fato
• Questionamento
• Levantamento de hipóteses
• Experimentação: Grupo teste e grupo controle (referência-padrão para o grupo
experimental)
• Análise dos resultados e conclusão

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Por exemplo: Imagine o seguinte diálogo entre três amigos que viajam em um trem através de um
país desconhecido.
Em dado momento, um deles exclama: - Vejam! As ovelhas aqui são rosas.
Ao que outro replica: - Não, não. Aquela ovelha é rosa. Sobre as outras ovelhas deste país nada
podemos afirmar.
E o terceiro arremata utilizando uma metodologia científica:
- Sendo mais rigoroso, podemos apenas dizer que o lado que vemos da ovelha é rosa, mas podemos
elaborar uma teoria que comprove a hipótese que o outro lado dela também seja rosa e, finalmente,
outras hipoteses que se comprovadas, possam generalizar que todas as ovelhas deste território são
rosas.

A utilização do Método Científico na derrubada da Abiogênese: Francesco Redi (1668)

A utilização do Método Científico na derrubada da Abiogênese por Louis Pasteur (1859)

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Teoria de Oparin

Stanley Miller e seu professor Harold Urey – 1953 – Construíram um aparelho que reproduzia as
condições da terra primitiva (Metano, Amônia, Hidrogênio, Vapor de água e Descargas elétricas).
Após uma semana: surgiram aminoácidos e substancias orgânicas simples no liquido. (Experimento
de Urey e Miller)

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Coacervados (lat. Coacervare; conservar) = Certas moléculas orgânicas se agregam. Moléculas


que se agregam na água e formam uma película aquosa isolante.
1o Ano - 1o Mês - Conteúdo 2

Moléculas Primordiais:

A Água como molécula Bipolar

• Capacidade de dissolver substâncias orgânicas e inorgânicas.


• Alto calor específico
• Pontes de hidrogênio
• Densidade

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A Formação dos Peptídeos (aminoácidos):

Teoria clássica :
os primeiros seres eram heterotróficos (Não produziam o seu alimento).

Hipótese heterotrófica : As moléculas orgânicas formadas na atmosfera, originaram os primeiros


organismos (hetrotróficos e anaeróbicos) e também eram a única fonte de nutrientes

Moléculas Inorgânicas - ÁGUA e suas características osmóticas

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Fenômenos Osmóticos

Moléculas Orgânicas

Carboidrato = C n (H 2 O) n
Lipídios = ésteres de ácidos graxos com álcoois. (ácidos graxos são longas cadeias de C n H 2n + 1
COOH).
Proteínas = Aminoácidos unidos por ligações peptídicas. (Amino = NH2 + Carbono central = C +
Acido = COOH).
Ácido nucléico = Bases nitrogenadas (ATCG ou AUCG) + pentose + fósforo

1o Ano - 1o Mês - Conteúdo 3

Moléculas Orgânicas - Vitaminas


• São de natureza química heterogênea, necessárias em pequenas quantidades aos organismos.
• Desempenham importante papel em vários processos metabólicos.

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Moléculas Orgânicas - Glicídios

Carboidratos (maioria formada apenas por C, O e H) com grupo aldeídico ou cetônico;

• Glicídios mais simples – monossacarídeos, classificados segundo o número de átomos de


carbono (trioses, tetroses, pentoses, hexoses...);
• Polímeros de glicídios simples (síntese por desidratação) – polissacarídeos

Importância:
• Acumulador da energia proveniente do Sol: Glicose – Fotossíntese
• Reserva energética para uso rápido: Polissacarídeos (amido em plantas, glicogênio em animais)
• Componente estrutural da parede celular em plantas (celulose)

AMIDO = >

CELULOSE =>

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Moléculas Orgânicas - Lipídeos


Formados pela união de ácidos graxos com um álcool (glicerol)

Moléculas Orgânicas - Lipídeos


• Gorduras (sólidas à temperatura ambiente).
os seus ácidos graxos são saturados (possuem ligação simples entre carbonos, ou seja, não possuem
dupla ligação);

Óleos (líquidos à temperatura ambiente).


Os seus ácidos graxos são insaturados (possuem dupla ligação entre carbonos), o que provoca um
dobramento na molécula, impedindo que elas fiquem muito próximas.

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Ceras : Óleos e gorduras compostos pela união de moléculas de álcool mais longos que o glicerol e
três moléculas de ácidos graxos. Plantas usam como impermeabilizantes nas folhas para evitar a
perda de água.

Importância:
• Reserva energética para uso a longo prazo;
• Impermeabilizante;
• Isolante térmico e contra choques;

Outros lipidios: Hormônios esteróides (O colesterol é precursor dos esteróides);


Esteróides : Diferentes dos outros lipídios, suas moléculas apresentam cadeias fechadas formando
anéis. Possuem a mesma configuração básica com 4 anéis hexagonais. Exemplos: Colesterol,
estrogênio e testosterona

Moléculas Orgânicas - Proteínas


• Compostos de alto peso molecular;
• Formadas pelo encadeamento de aminoácidos (ligação peptídica);
• Representam cerca do 50 a 80% do peso seco da célula sendo, portanto, o composto orgânico
mais abundante de matéria viva.
• A forma das proteínas é muito importante em sua atividade, se for alterada, a proteína torna-se
inativa.
• Esse processo é denominado desnaturação, podendo ser provocado por altas temperaturas,
alterações de pH e outros fatores.

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• Função estrutural - participam da estrutura dos tecidos. Ex.: Colágeno


Ex.: A membrana citoplasmática além de delimitar o material celular, tambem mantem o
equilibrio osmótico pois é formada por uma bicamada fósfolipídica, logo cada camada apresenta 2
regiões distintas, a mais externa é hidrófila (com afinidade com a água) e outra mais interna é
hidrófoba (com aversão a água).

• Função enzimática - toda enzima é uma proteína. As enzimas são reguladoras das reações
biológicas. Ex.: Lipases

As enzimas não são consumidas na reação .


Facilitam o encontro das moléculas reagentes (substratos). Após o inicio da reação se libertam do
processo

Características gerais das enzimas:


1 - Exclusividade de substratos: - Cada enzima age especificamente sobre um determinado
substrato. Não tendo qualquer atividade sobre outros.
2 - Ação proporcional à concentração do substrato: Quanto maior a quantidade de substrato
maior será a velocidade da reação (até uma velocidade limite).
3- Reversibilidade de ação: A mesma enzima que numa circunstância desencadeia a reação dos
compostos A e B, originando C, noutra circunstância faz a reação de decomposição do produto C
em A e B.

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Fatores que afetam a atividade enzimática:


1-Temperatura: A atividade enzimática ocorre dentro de determinados limites de temperatura. O
aumento da temperatura acelera a velocidade da reação até um limite. Acima do limite a reação
cessa bruscamente e ocorre a desnaturação (37 a 40 o C)

2 - pH específico: pH ótimo da maioria das reações é próximo do neutro (6 a 8)


Exceções: O pH ótimo para a reação da pepsina (estomago) é de 2 O pH ótimo para a tripsina
(intestino) é de 8

3 - Concentração dos substratos;

4 - Presença de inibidores (competem com o Substrato pelo sitio ativo da Enzima). Podem ser
inibidores reversíveis ou irreversíveis)

• Função hormonal - muitos hormônios de nosso organismo são de natureza protéica. Exemplo:
Insulina

• Função de defesa - existem células no organismo capazes de "reconhecer" proteínas "estranhas"


(antígenos) e produzir proteínas de defesa (anticorpos). A reação antígeno-anticorpo é altamente
específica.

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Outras Funções :
• Coagulação sangüínea - vários fatores da coagulação possuem natureza protéica (fibrinogênio,
globulina anti-hemofílica).
• Transporte - pode-se citar como exemplo a hemoglobina, proteína responsável pelo transporte de
oxigênio no sangue.
As proteínas são formadas por aminoácidos. Os aminoácidos são monômeros dos peptídeos e das
proteínas.

Tipos de aminoácidos:

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1o Ano - 1o Mês - Conteúdo 4

Acidos Nucléicos - DNA e RNA

São as maiores e as mais importantes moléculas orgânicas;


Formados por Nucleotídeos.
Um nucleotídeo é formado por um nucleosídeo (que é composto por uma ribose + uma base
nitrogenada) + fosfato

Constituem os genes que contem todas as instruções para a síntese das proteínas, ordenadas de
forma específica para cada ser vivo, logo, controlam a produção das enzimas (que são proteínas) e
o metabolismo geral, ou seja, comandam todo o funcionamento das células e do organismo.
Constituídos de centenas a milhões de nucleotídeos (polinucleotideos em cadeia).
Possuem dois tipos DNA e RNA de acordo com a sua ribose (pentose/açúcar).
O DNA possui a desoxirribose e o RNA possui a ribose.
O DNA ao se replicar mantém a mesma sequencia de toda a codificação genética para a síntese das
proteínas, transferindo essas informações para a nova célula que será formada.

DNA (Acido desoxirribonucléico): Formado por nucleotídeos onde a pentose é a desoxiribose


Formado por duas cadeias paralelas (Como corrimão de escada) com os nucleotídeos de cada cadeia
unidos por ligações covalentes entre o fosfato de um com a pentose do outro.
COMBINANDO sempre as seguintes bases nitrogenadas:
Adenina de uma cadeia com a Timina da outra cadeia e vice-versa (A com T ou T com A) e
Citosina de uma cadeia com a Guanina da outra cadeia e vice-versa (C com G ou G com C )

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RNA (Acido ribonucléico): Formado por nucleotídeos onde a pentose é a ribose.


Formado por uma única cadeia com os nucleotídeos e enrolada sobre si mesma.
COMBINANDO sempre as seguintes bases nitrogenadas:
Adenina de uma cadeia do DNA com a Uracila do RNA (A com U). Observe que o RNA não
possui a base Timina.
Timina de uma cadeia do DNA com a Adenina do RNA (T com A).
Citosina de uma cadeia do DNA com a Guanina do RNA e vice-versa (C com G ou G com C).

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Tipos de RNA:
RNA Mensageiro – síntese de proteínas
RNA Transportador

Moléculas Inorgânicas - SAIS


• Os Sais minerais possuem papéis essenciais
• Constituintes estruturais dos tecidos corpóreos (cálcio e fósforo formam ossos e dentes);
• Reguladores que controlam os impulsos nervosos, atividade muscular e o balanço ácido-base do
organismo;
• Componentes ou ativadores/reguladores de muitas enzimas.

CARACTERISTICAS DOS SERES VIVOS:


Substâncias da Matéria Viva

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Nutrição
• Os seres vivos incorporam substâncias do ambiente externo e as transformam em substâncias do
próprio corpo.
• Alguns seres produzem seu próprio alimento (vegetais, por exemplo, através da fotossíntese)
AUTOTRÓFICOS.
• Outros se alimentam de outros seres vivos (animais e fungos, por exemplo)
HETEROTRÓFICOS.

Crescimento
• Ocorre devido à incorporação e transformação dos alimentos com a nutrição.
• Há aumento do número de suas células.

Homeostase
• Os seres vivos reagem às modificações no ambiente produzindo alterações no seu comportamento
ou na própria estrutura corporal, o que melhora as suas condições de sobrevivência.

Metabolismo
• É o conjunto de processos químicos responsáveis pela transformação e utilização da matéria e da
energia pelos organismos.
• Apresenta duas etapas: anabolismo (processos de síntese) e catabolismo (processos de
degradação).

Reprodução
• Permite aos seres vivos a perpetuação da espécie;
• Pode acontecer de duas formas básicas:
• Reprodução sexuada ou gâmica
• Reprodução assexuada ou agâmica

Evolução
• É o processo pelo qual as espécies se formam e se transformam ao longo do tempo

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Conceitos básicos de Citologia

• Célula - Breve Histórico


• Membrana – composição, estrutura, funções, especializações;
• Organelas endomembranares – estrutura, funções;
• Citoplasma, citosol, citoesqueleto.

Fluxo de Matéria e Energia

• Organelas endossimbiontes e fluxo de matéria e energia;


• Fotossíntese: fixação de gás carbônico na matéria orgânica pela transferência de energia
luminosa;
• Respiração: oxidação completa de matéria orgânica e transferência de energia para reações
bioquímicas;
• Implicações para o ambiente.

Quadro do professor
1o Ano - 2o Mês - Conteúdo 5

Célula
A denominação 'célula' foi criada em 1665 pelo cientista inglês Robert Hooks para indicar
pequenas cavidades no interior de cortiça que ele havia observado com um microscópio muito
rudimentar. Na realidade o que ele viu foi apenas o envoltório da célula. Estudos posteriores
demonstraram a presença de células em todos os seres vivos, permitindo que dois alemães, o
botânico Mathias Schleiden e o zoólogo Theodor Schwann enunciassem a teoria celular: 'Todos
os seres vivos são formados por células'.

Revestimentos celulares e transportes

Membrana Plasmática – Todos as células (Animal ou Vegetal) possuem. É composta por uma
bicamada de fosfolipideos e proteinas.
Formada por uma Cabeça Polar Hidrofílica (afinidade com água) e uma Cauda Apolar
Hidrofóbica composta por Hidrocarbonetos (aversão a água).
É uma Molécula Anfipática pois ao mesmo tempo é hidrofílica (Cabeça/Colina) e hidrofóbica
(Cauda de hidrocarbonetos).

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Polaridade
Estrutura Polar = A carga (+) se concentra numa extremidade e a carga (–) na outra. Formam
polos.
Exemplo: a água = Carga (+) concentrada nos Hidrogênios e a carga (-) no Oxigênio
Formam ligações fracas (Pontes de Hidrogênio)

Estrutura Apolar = A carga é distribuída igualmente na ligação. Não formam polos. Exemplo:
Hidrocarbonetos. Os Hidrogênios praticamente não têm carga líquida (+) nas ligações covalentes
com os Carbonos.

Membrana citoplasmática: Modelo do mosaico fluído


Célula animal – Revestimentos celulares

Estrutura da membrana:

Estrutura da membrana:
Microvilosidades: aumentam a superfície de absorção das células.
Estruturas de adesão celular: desmossomos e junções aderentes.
Estruturas de vedação entre as células: zona oclusiva
Estrutura de comunicação entre as células: junção comunicante

Glicocálix –– Malha molecular frouxa de glicídios que reveste EXTERNAMENTE a célula animal.
Funções:
1 - Proteção contra lesões mecânicas,
2 - Adsorvem água conferindo superfície lisa impedindo que haja uma união indesejada,
(Células sanguíneas com a parede dos vasos),
3 - Reconhecimento das células que tem que interagir entre si (Como uniforme escolar) ,
(Oligossacarídeos e polissacarídeos próprios e personalizados para cada espécie. Exemplo:
Glicocalix do Óvulo reconhecendo o glicocalix do Espermatozóide).

Parede celulósica - Envoltório EXTERNO, espesso e semi-rigido de celulose, glicoproteinas e


polissacarídeos Função: Proporcionar rigidez as células vegetais (Vegetal não possui esqueleto)

Plamodesmos : São Poros de interrupção da membrana e da parede celular ligando o conteúdo


protoplasmático dos vegetais ao meio.

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1o Ano - 2o e 3o Mês - Conteúdo 6

Energia utilizada pela célula: ATP (Adenosina 5' Trifosfato)


ATP = composto químico => uma base hidrogenada adenina + um açúcar ribose + três radicais
fosfatos

Quando ligações covalentes entre os fosfatos são quebradas liberam energia na forma de calor.
(Cal/mol).
A ruptura entre o 3o fosfato (o mais externo) e o 2o fosfato gera 8.000 cal/mol (ATP => ADP).
A ruptura entre o 2o fosfato e o 1o fosfato gera 8.000 cal/mol (ADP => AMP).
A ruptura entre o 1o fosfato (o mais interno) e o açúcar gera apenas 2.000 cal/mol (AMP =>
Adenosina).

Tipos de Transportes
Transporte passivo (sem gasto de energia - sem gasto de ATP)
Difusão: Passagem de solutos (gases, Íons, moléculas) do meio de maior concentração
(Hipertônico) para o meio de menor concentração (Hipotônico). Exemplo: Oxigênio do sangue para
as células.

Difusão facilitada: Permeases (ptn de membrana) fazem a difusão)


Exemplo: Permeases que transportam glicose para o interior das células.

Osmose: Passagem de solvente (água) do meio de menor concentração (Hipotônico) para o meio de
maior concentração (Hipertônico). Exemplo: Uma célula mergulhada em água açucarada ,
murcharia

Transporte ativo (Com gasto de energia - ATP)


Feito pelas células quando precisam manter moléculas em concentrações diferentes do meio
externo.
Exemplo: Célula precisa de K+ (concentração 10x maior que o meio) e precisa manter nível de Na+
baixo (10x).
As bombas de Na e K quebram o ATP = ADP + Fosfato e usam essa energia para manter os níveis
ideais de Na e K.
(a respiração celular refaz alguns ADP + Fosfato = ATP)
Endocitoses:
Fagocitose: Processo pelo qual uma célula captura e ingere partículas relativamente grandes. Forma
pseudópodos , quando a partícula se encosta na membrana.A bolsa que contem a partícula
capturada recebe o nome de fagossomo.
Exemplo: Macrófagos e glóbulos brancos.
Pinocitose : Processo pelo qual uma célula engloba líquidos e pequenas partículas. A bolsa que
contem o liquido ou a partícula capturada recebe o nome de pinossomo.
Exemplo: Células do intestino capturando gotículas de gordura.

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1o Ano - 2o e 3o Mês - Conteúdo 7

Organização do Citoplasma

Reticulo Endoplasmático (antigo ergastoplasma)


Formado por bolsas membranosas achatadas rugosas e posteriormente por tubos membranosos lisos

Funções:
Conduzir substâncias pelo citoplasma.
Produzir substâncias (síntese protéica)

Reticulo Endoplasmático granular (Antigo reticulo endoplasmático rugoso - RER).


Possui grânulos – Ribossomos aderidos a superfície voltada para o citosol.
Transporta e fabrica proteínas sintetizadas pelos seus ribossomos (Exemplo: as enzimas).

Reticulo Endoplasmático agranular (Antigo reticulo endoplasmático liso - REL).


Armazena e secreta substâncias.
Onde ocorre a síntese de ácidos graxos e de fosfolipídios (Por exemplo para a membrana).
Nas células do fígado são abundantes, pois modificam álcool e substancias tóxicas para eliminação.

Aparelho golgiano (antigo Aparelho de Golgi em homenagem a Camilo Golgi )


Formado por bolsas membranosas achatadas desprovidas de ribossomos
Fundamental na secreção celular (eliminação de substancias úteis para o organismo).
Funções:
Modificar substâncias (produzidas pelo RER),
empacota-las dentro de vesículas e
remete-las em direção a membrana plasmática para secretá-las ou para outras regiões na célula.
Armazenamento de substancias produzidas pelo RER.
Eliminação de substancias prontas úteis (secreção) para o organismo.

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Síntese protéica de polissacarídeos (Unindo sacarídeos), glicoproteinas (Glicidios + Proteinas) e


lipídios (principalmente os esteróides)

Lisossomos ( gr. lise , quebra) Apenas as células animais possuem.


Formado por vesículas membranosas com enzimas digestivas que são sintetizadas no RER,
migrando para o aparelho de Golgi que então produz essas vesículas.
Fundamental na digestão intracelular (digerem os produtos da fagocitose e pinocitose fundindo-se
a eles originando os vacúolos digestivos).
Funções:
Digestão intracelular e de componentes desgastados da célula (reciclando-os)

Mitocôndrias
Bolsas membranosas em forma de bastonetes
Possuem a capacidade de se autoduplicar (possuem RNA, DNA e Ribossomos)
Possuem uma membrana externa que possuem a proteina Porina formadora de poros.
Possui uma membrana interna impermeável a entrada de Íons (com carga) e moléculas
Na membrana interna possui a proteína ATPsintetase.

Cristas Mitocondriais são pregas internas da membrana interna da organela, aumentam a


superfície para ocorrer uma maior síntese de ATP (pela ação da enzima ATPsintetase).
Matriz Mitocondrial é a parte interna que é preenchida por uma substância colóide
Possuem enzimas necessárias à oxidação do piruvato e Ácidos graxos no Ciclo de Krebs
Possuem DNA genômico mitocondrial, Ribossomos mitocondriais e tRNA mitocondriais .

Função:
Respiração Celular

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Fotossintese

Fenômeno pelo qual organismos clorofilados (algas e vegetais) produzem compostos orgânicos a
partir de material inorgânicos, utilizando a energia fornecida pela luz.

Onde Ocorre: Cloroplastos (Organelas plasmáticas vegetais chamadas plastos ou plastídeos de cor
verde). Nos Cloroplastos as moléculas inorgânicas de Gás carbônico (CO2), utilizando a energia
luminosa, se combinam com as moléculas inorgânicas da água (H2O), para produzir moléculas
orgânicas de Glicose (C6 H12 O6 ) e Oxigênio (O2).

Lamelas = Pregas na membrana interna do Cloroplasto, que servem de base e onde surgem discos
(semelhantes a moedas) superpostos, cada disco é chamados de Tilacóide.
Granum = Uma pilha de Tilacóides - Grana = Conjunto de várias pilhas (Plural de Granum).
Estroma = Substância gelatinosa rica em enzimas, hidratos de carbono e lipídios e que ocupa o
espaço interior do Cloroplasto.

A Fotossíntese tem 2 Etapas:


Etapa Fotoquímica (Fase Clara)
Etapa Química ( Fase Escura)

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Equação simbólica da Fotossíntese

6 CO2 + 12 H2O == Luz e Clorofila => C6H12O6 + 6 H2O + 6 O2

A clorofila B (P680) aumenta o espectro de absorção de luz da clorofila A (P700).

Etapa Fotoquímica (Fase Clara) – Fosforilação e Fotólise da água.


Ocorre nas Lamelas e nos Grana.

Etapa Química ( Fase Escura) – Ciclo das pentoses. Ocorre no estroma

Fase Clara: Fosforilação Cíclica - Transferência da energia da luz (fótons) para formar ATP

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Fase Clara: Fosforilação Acíclica - Transferência da energia da luz (fótons) para formar
NADP.H2 e ATP.
Tambem há a fotólise da água com liberação de O2

Fase Escura (fase de Blackman ou fase enzimática)


Onde ocorre o Ciclo das Pentoses (Ciclo de Calvin-Benson)
Para produzir 1 Molécula de Glicose (C6 H12 O6)
Consome 6 moléculas de CO 2
Consome 12 moléculas de NADH.H
Consome 18 moléculas de ATP

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Objetivo da fotossíntese: Trazer independência aos organismos fotossintetizantes, por isso


esses organismos são chamados de autotróficos (do gr. autos,'si próprio'; trophe, 'alimento'), ou
seja se nutrem as suas próprias custas.
Diferente dos organismos heterotróficos (do gr. hetero,'diferente'; trophe, 'alimento'), ou seja são
organismos incapazes de obter sua própria matéria nutricional, obtendo-a através da ingestão de
outros seres.

Balanço final da fotossíntese:


Parte da glicose produzida é usada imediatamente pela respiração celular.
Parte da glicose produzida é transformada em aminoácidos, açucares, gordura e celulose.
Parte da glicose produzida é transformada em moléculas de amido (reserva).
Parte do Oxigênio produzido é usado imediatamente pela respiração celular.
Grande parte do Oxigênio produzido é liberada para o ambiente.

Fotossíntese bacteriana

Embora as bactérias não possuam clorofila nem cloroplastos, algumas possuem pigmentos
especiais denominados bacteriopurinas ou bacterioclorofilas, com as quais conseguem realizar
um tipo diferenciado de fotossintese.
Nessa fotossíntese não é consumida H2O e nem é eliminado O2.
Elas na presença da luz reagem o CO2 do ambiente com outro composto inorgânico, como por
exemplo sulfeto de hidrogenio (H2S), obtendo assim hidratos de carbono e liberando enxofre (S) no
lugar de oxigênio (O).

Exemplos:
Sulfobactérias => 6 CO2 + 12 H2S == Luz ==> C6 H12 O6 + 6 H2O + 12S (liberando enxofre).
Ferrobacterias => Usam sais ferrosos oxidando-os a hidróxido férrico.
Nitrobactérias => Nitrosas (nitrossomas) oxidam sais de amônia a ácido nitroso originando os
nitritos no solo.
Nitrobactérias => Nítricas (nitrobacter) oxidam nitritos a nitratos liberando energia.

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Respiração celular

Onde ocorre: No citoplasma e nas mitocôndrias

Definição : Principal mecanismo de liberação de energia a partir da quebra de nutrientes (Glicose).


Obtenção de energia para a maioria dos seres vivos a partir de substancias nutrientes.

Tipos de Respiração Celular:

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Aeróbica (ocorre na presença de O2)


Anaeróbica (ocorre sem O2)

Respiração Celular Aeróbica (ocorre em 3 etapas)

1a ETAPA: Glicólise – ocorre no citoplasma (10 reações no Hialoplasma)


Não precisa de O2 . (Logo, pode ser feita por organismos aeróbios e anaeróbios)
Gastam 2 ATP e ganham 4 ATP = SALDO 2 ATP.
Libera elétrons energizados e H que são capturados pelo NAD que é reduzido a NADH.H.
(NAD = Nicotinamida Adenosina Difosfato => NADH.H = Nicotinamida Adenosina Difosfato
reduzida)
Produz: 2 ácidos pirúvicos (Piruvatos)
Produz: 4 NADH.H

2a ETAPA: Ciclo de Krebs – ocorre nas mitocôndrias (8 reações na Matriz Mitocondrial dos
Eucariotos)

Precisa de O2.
Todos os Eucariotos fazem e Ganham 2 GTP - Guanosina Trifosfato
(Nesta fase somente as bactérias aeróbicas e plantas ganham 2 ATP).
Libera elétrons energizados e H que são capturados pelo NAD que é reduzido a NADH.H e pelo
FAD que é reduzido a FADH.H ( FAD = Flavina Adenina Dinucleotideo).
Líbera CO 2 (Todo o CO 2 desprendido na respiração celular surge no Ciclo de Krebs).

Saldo Final do Ciclo de Krebs :


Produz 6 NADH2
Produz 2 FADH2
Produz 3 CO 2
Produz 1 GTP (ou 1 ATP *) para cada um dos piruvatos formados. Como são dois piruvatos
formados anteriormente na glicólise, o saldo final é 2 GTP (ou 2 ATP *)
* Nas Bactérias Aeróbicas, o Ciclo ocorre no Citosol e ganham ATP.

3a ETAPA: Cadeia respiratória - ocorre nas mitocôndrias (7 reações nas Cristas Mitocondriais –
membrana interna)

Libera elétrons energizados e H que formará H2O (NADH2 => NAD)


Libera elétrons energizados e H que formará H2O (FADH2 => FAD)
Líbera H2O
Fosforilação oxidativa:
A energia recolhida pelo NAD e FAD é armazenada na ligação do ADP com um novo fosfato (Pi) =
ADP + Pi =>ATP
A energia liberada é usada para direcionar os íons H+ (Prótons) na membrana interna, que por
difusão se concentra em direção do meio externo (Citosol).
Esse gradiente de energia na membrana interna é utilizado pela enzima ATPsintetase para produzir
ATP a partir de ADP e Pi.
Este fenômeno, também acontece na membrana plasmática das bactérias.
SALDO = Produz 34 ATP

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RESUMO: Respiração aeróbica precisa de oxigênio e produz como saldo total 38 ATP

Respiração Celular Anaeróbica (Fermentação) .


Respiração anaeróbica é realizada na sua ausência parcial ou total de O2.
Produz apenas os 2 primeiros ATP do saldo da glicólise inicial. SALDO = 2 ATP
Possui 2 tipos:
Fermentação Alcoólica
Fermentação Láctica

Fermentação Alcoólica:

Fermentação Láctica:

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Teoria da Endossimbiose ou Teoria dos Simbiontes:

Existe uma teoria que propõe que organelas que compõem as atuais células vivas tenham surgido
como conseqüência de uma associação simbiótica entre organismos. Esta teoria defende que os
cloroplastos e as mitocôndrias dos organismos eucariontes têm origem num procarionte
autotrófico que viveu em simbiose dentro de outro organismo unicelular, obtendo assim proteção e
fornecendo ao hospedeiro a energia fornecida pela fotossíntese.

Os fatos que apoiam essa teoria são:

• Tanto as mitocôndrias como os cloroplastos possuem DNA próprio e código genético


diferente do que existe no núcleo celular da célula eucariótica e em quantidades semelhantes
ao das bactérias;
• Ambas se encontram rodeados por duas ou mais membranas e a mais interna tem
diferenças na composição em relação às outras membranas da célula e semelhanças com a
dos procariontes;
• Ambas se auto-replicam independentes da divisão celular e se formam por fissão binária,
como é comum nas bactérias;
• Tanto as mitocôndrias como os cloroplastos possuem genomas muito pequenos, em
comparação com outros organismos, o que pode significar um aumento da dependência
destes organelos depois da simbiose se tornar obrigatória, ou melhor, passar a ser um
organismo novo.

Fluxo de Energia pelos Ecossistemas

A energia absorvida pelos organismos vai diminuindo gradualmente em cada níveis trófico.
Os produtores ocupam o primeiro nível trófico da cadeia alimentar.
Os decompositores ocupam o último nível trófico da cadeia alimentar, decompondo dejeitos
orgânicos em uréia e amônia, fornecendo assim material para as bactérias nitrificantes.
Estas, a partir destes produtos, liberam nitritos e nitratos para as plantas.
Além disso, liberam também o carbono presente na matéria orgânica em decomposição, logo,
os decompositores participam diretamente dos ciclos de nitrogênio e do carbono devolvendo-os
para o ambiente

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Conceitos básicos de Citologia

• Núcleo;
• Cromossomos.
• DNA e RNA

Divisão celular

• Mitose;
• Meiose.

Quadro do professor
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Núcleo
O núcleo celular, descoberto em 1833 pelo pesquisador escocês Robert Brown, é uma estrutura
presente apenas em células eucariontes (gr. eu, 'verdadeiro'; karion, 'núcleo'; onthos, 'ser'), ou
seja, células portadoras de núcleo individualizado devido à presença de uma cariomembrana ou
carioteca que congrega o material nuclear separando-o do citoplasma.
Os organismos procariontes (gr. pro, 'anterior'; karion, 'núcleo'; onthos, 'ser') não possuem núcleo
individualizado, ou seja, o material nuclear encontra-se disperso no citoplasma.
O núcleo celular contém o DNA (ácido desoxiribonucleico) da célula delimitado pelo envoltório
nuclear (carioteca), e se comunica com o citoplasma através dos poros nucleares.
O núcleo possui duas funções básicas:
1 - regular as reações químicas que ocorrem dentro da célula, e
2 - armazenar as informações genéticas da célula.

Além do material genético, o núcleo também possui algumas proteínas com a função de regular a
expressão das características hereditárias (expressão gênica) e uma estrutura denominada nucléolo
que armazena matéria prima para a produção de pedaços dos ribossomos.

Os ribossomos são formados por proteínas e RNA (ácido ribonucleico) e desempenham papel
extraordinário na síntese de todas as proteínas agindo como local básico para que as partes que
formarão cada proteína se acoplem.

O interior do núcleo é composto por uma matriz colóide (gr. kolla, 'goma'; eidos, 'semelhante')
denominada de nucleoplasma.
Esta solução coloidal podem mostrar-se no estado sol (estado de maior fluidez) ou no estado gel
(consistência mais gelatinosa), conforme o grau de agregação dos componentes imersos nela.
Imersas no nucleoplasma estão bases nitrogenadas, enzimas e proteínas.

O DNA presente no núcleo encontra-se geralmente organizado em filamentos descondensados


durante a maior parte da vida da célula em um período chamado de interfase .
Neste período, os filamentos descondensados formados por proteínas denominadas histonas e pelo
DNA são chamados de cromatinas.
Durante a divisão celular esses filamentos se condensam passando a se chamar cromossomos.
A carioteca do núcleo é um tipo de membrana plasmática composta por duas membranas
lipoprotéicas que possui vários poros em sua superfície que funciona como uma válvula que escolhe
que substância deve entrar e qual deve sair.

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A membrana nuclear externa é contínua com a membrana do retículo endoplasmático rugoso


ou granular, estando igualmente recoberta de ribossomas .

Cromossomo
É uma estrutura nuclear que surge durante a divisão celular pela espiralização dos cromonemas que
encerram os elementos responsáveis pela transmissão dos caracteres hereditários. São compostos
por uma longa seqüência de DNA.

Nos cromossomos dos eucariontes, o DNA encontra-se numa forma semi-ordenada dentro do
núcleo celular, agregado a proteínas estruturais, chamadas histonas Os procariontes não possuem
histonas nem núcleo.

Na sua forma não-condensada, partes do DNA pode servir como modelo para a produção de
proteínas e também todo ele pode sofrer replicação (fazer uma cópia de si).

Cada cromossomo tem um centrômero (área de constrição formada por um minúsculo grão
denominado cinossomo) que durante a divisão celular, apresenta dois braços (que representam,
inicialmente, cópias idênticas) saindo do centrômero, as cromátides ou cromátides-irmãs.

A replicação do DNA pode iniciar-se em vários pontos do cromossomo.

Os cromossomos das bactérias podem ser circulares ou lineares. Algumas bactérias possuem
apenas um cromossomo, enquanto outras têm vários. O DNA bacteriano toma por vezes uma forma
linear sendo chamado de plasmídios.

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Figura : (1) Cadeia simples de DNA . (2) Filamento de cromatina ( DNA com histonas ). (3)
Cromatina condensada com centrômeros . (4) Cromatina duplicada e mais condensada (5)
Cromossomo

Cada espécie em particular possuí um número de cromossomas característico

Espécie número de cromossomos Espécie número de cromossomos


Mosca (Drosófila) 8 Humano 46
Centeio 14 Macaco 48
Samambaia 1200 Carneiro 54
Trigo 42 Cavalo 64
Caracol 24 Galo 78
Minhoca 32 Carpa 104
Porco 40 Borboleta 380

1o Ano - 4o Mês - Conteúdo 11

Acidos Nucléicos - DNA e RNA

São as maiores e as mais importantes moléculas orgânicas;


Formados por Nucleotídeos.
Um nucleotídeo é formado por um nucleosídeo (que é composto por uma ribose + uma base
nitrogenada) + fosfato

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Constituem os genes que contem todas as instruções para a síntese das proteínas, ordenadas de
forma específica para cada ser vivo, logo, controlam a produção das enzimas (que são proteínas) e
o metabolismo geral, ou seja, comandam todo o funcionamento das células e do organismo.
Constituídos de centenas a milhões de nucleotídeos (polinucleotideos em cadeia).
Possuem dois tipos DNA e RNA de acordo com a sua ribose (pentose/açúcar).
O DNA possui a desoxirribose e o RNA possui a ribose.
O DNA ao se replicar mantém a mesma sequencia de toda a codificação genética para a síntese das
proteínas, transferindo essas informações para a nova célula que será formada.

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DNA (Acido desoxirribonucléico): Formado por nucleotídeos onde a pentose é a desoxiribose


Formado por duas cadeias paralelas (Como corrimão de escada) com os nucleotídeos de cada cadeia
unidos em cada fileira por ligações covalentes entre o fosfato de um com a pentose do outro
(ligações fosfodiéster).

Cada fileira se une a outra através de ligações chamadas de pontes de hidrogênio.


COMBINANDO sempre as seguintes bases nitrogenadas:
Adenina de uma cadeia com a Timina da outra cadeia e vice-versa
(A se liga com T e/ou T se liga com A através de 2 pontes de hidrogênio) e
Citosina de uma cadeia com a Guanina da outra cadeia e vice-versa
(C se liga com G e/ou G se liga com C através de 3 pontes de hidrogênio)

RNA (Acido ribonucléico): Formado por nucleotídeos onde a pentose é a ribose


Formado por uma única cadeia com os nucleotídeos enfileirados em ligações fosfodiéster .

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possui as seguintes bases nitrogenadas: Adenina, Uracila (no lugar da Timina do DNA), Citosina e
Guanina

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1o Ano - 4o Mês - Conteúdo 12

Divisão Celular
Existem dois tipos de divisão celular:
1 - A mitose que forma células com o mesmo número de cromossomos e as mesmas informações
genéticas da célula-mãe (células diplóides = 2N), ou seja, uma célula diplóide se divide gerando
duas células diplóides identicas.
2 - A meiose que reduz esse número a metade (células haplóides = n), ou seja, uma célula diplóide
se divide gerando quatro células haplóides.

Ciclo celular se divide em:


1 - Interfase : Período intermitótico de uma célula (quando ela não está se dividindo).
2 - G1: - Precede a duplicação do DNA.
3 - S : - Síntese e duplicação do DNA com duplicação do centro celular, do centrômero e dos
cromossomos.
4 - G2: Fim da duplicação do DNA e separação dos centros celulares e dos centrômeros.

Nesta fase o DNA está disposto em Cromonemas gr. Khroma , cor ; Nema , Filamento (filamento
não condensado). Posteriormente, durante a divisão celular esses filamentos se condensam
(engrossando e encurtando) e passam a se chamar Cromátides gr. Khroma , cor ; Thyde ,
diminutivo. Duas cromátides compõem um cromossomo, ou seja, as cromátides são cada uma,
metades dos cromossomos.

Divisão celular
Mitose:

Prófase: (gr. pro , anterior; phasis , aparição, visão)

- Formação do fuso mitótico (feixes de microtúbulos protéicos situado entre os centrossomos)


- Condensação (espiralização) dos cromonemas duplicados (tornando-se cromátides que
permanecem unidas pelo centrômero, região composta por seqüências específicas de aminoácidos
altamente condensada).
- Desaparecimento do nucléolo e da membrana nuclear (carioteca).
- Formação dos centrômeros dos cromossomos

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Metáfase: (gr. meta , meio; phasis , aparição, visão)

- Ligação dos cromossomos ao fuso mitótico


- Duplicação dos centrômeros que se bipartem
- Formação da placa equatorial

Anáfase: (gr .ana , para cima, separação; phasis , aparição, visão)

- Separação das cromátides-irmãs


- Migração das cromátides-irmãs para pólos opostos da célula (puxadas cada qual pelo seu
próprio centrômero)

Telófase: (gr. telos , distante, afastado; phasis , aparição, visão)

- Início da despiralização dos cromossomos (descondensação)


- Reconstituição das membranas nucleares (cariotecas)
- Formação de dois novos núcleos distintos
- Inicio da divisão mediana da célula .

Citocinese: (gr. Kytos , célula; Kineim , movimento)


- Estrangulamento total da região equatorial separando as células

Citocinese centrípeda = da periferia para o centro (animais)


Citocinese centrífuga = do centro p/ periferia (vegetais e algas)

Ao final da mitose cada célula (2n) forma 2 células identicas (2n) após passar por uma divisão
equacional (cada célula origina duas com igual número de cromossomos).

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Meiose: (Formação de gametas)


Divisão característica para formar células haplóides (n) a partir de uma célula diplóide (2n).
Ocorrem duas divisões

Divisão I ou Meiose I
Prófase I (subdividida em 5 partes)
1 - Leptóteno (gr Lepto , fino; Taina , filamentos)
espiralização dos fios finos dos cromonemas
separação dos centrossomos (duplicados na Interfase) e
f ormação dos centrômeros dos cromossomos.

2 - Zigóteno (gr Zigos , par;)


Cromossomos homólogos pareiam-se (2 cromátides pareadas como Zíper)

3 - Paquíteno (gr Pachys, grosso)


Condensação máxima dos pares. Cada uma das cromátides condensadas pareadas com suas
cromátides homólogas.

4 - Diplóteno (gr Diploos ,duplos)


Cromátides se encontram em alguns pontos formando quiasmas.
Ocorre o Crossing over ou permutação que é a troca de pedaços entre os cromossomos
homólogos enquanto estiverem emparelhados.
(ATENÇÃO: NÃO CONFUNDIR PERMUTAÇÃO COM TRANSLOCAÇÃO).
Translocação é a troca de pedaços entre os cromossomos NÃO homólogos.

5 - Diacinese (gr Dia , através de; Kinesis , movimento) desmonte da carioteca.


Deslizamento dos quiasmas para as extremidades cromossômicas.

Metáfase I (gr. meta , meio; phasis , visão).


Pares de cromossomos na região equatorial.
Cada par de cromossomo homólogo fica voltado para um pólo da célula .

Anáfase I (gr. ana , para cima, separação).


Cada cromossomo homólogo (c/ suas 2 cromátides) é puxado para um pólo da célula.
(ATENÇÃO: NÃO CONFUNDIR AS DIFERENÇA ENTRE AS ANAFASES)
Na MITOSE na Anáfase separam-se as cromátides-irmãs (cada cromátide com seu centrômero).
Na MEIOSE na Anáfase l separam-se os cromossomos homólogos (2 cromátides c/ 1 centrômero)

Telófase I (gr. telos , distante, afastado; phasis , aparição, visão).


Os dois grupos de cromossomos em cada pólo se descondensam.
A membrana nuclear ressurge formando 2 núcleos c/ metade (23) do n o de cromossomos
original (46).
Porem cada cromossomo está duplicado na forma de 2 cromátides e 1 centrômero.
Os nucléolos reaparecem .

Citocinese (gr. Kytos , célula; Kineim , movimento) Separação das células filhas .

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Divisão II ou Meiose II (Ocorre em cada uma das 2 células-filhas formadas na Meiose I)


Prófase II (gr. pro , anterior; phasis , aparição, visão).
Os cromossomos se condensam e ocorre a Duplicação e separação dos centrossomos.
Os nucléolos desaparecem e Forma-se o fuso mitótico.
Os centros celulares migram para os pólos e a Membrana celular se desintegra

Metáfase II (gr. meta , meio; phasis , aparição, visão).


Ligação dos cromossomos ao fuso mitótico.
Duplicação dos centrômeros que se bipartem.
Separação das cromátides-irmãs.
Formação da placa equatorial

Anáfase II (gr. ana , para cima, separação; phasis , aparição, visão).


Migração das cromátides-irmãs para pólos opostos da célula (puxadas pelo seu próprio
centrômero).
ATENÇÃO => A ANAFASE II é igual a ANAFASE DA MITOSE, porém são diferentes da
ANAFASE I

Telófase II (gr. telos , distante, afastado; phasis , aparição, visão).


Início da despiralização dos cromossomos, descondensação de cada cromátide.
Reconstituição das membranas nucleares (cariotecas).
Formação de dois novos núcleos distintos.
Inicio da divisão mediana da célula.

Ao final da meiose cada célula germinativa inicial (2n) forma 4 células gaméticas (n) após passar
por duas divisões celulares, a primeira reducional (redução pela metade do número de pares de
cromossomos) e a segunda equacional (cada célula origina duas com igual número de
cromossomos).
(Nos humanos uma célula germinativa (2n) gera 4 óvulos (n) nas femeas ou 4 espermatozóides (n)
nos machos).

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Histologia

• Tecido Epitelial
• Tecido Conjuntivo
• Tecido Muscular
• Tecido Nervoso

Reprodução e desenvolvimento

• Tipos

Quadro do professor

• 1o Ano - 5o e 6o Mês - Conteúdo 13

Tecidos:

Tecido epitelial = células intimamente unidas com função de revestir a superfície externa
Epitélios de revestimento:
Epitélio glandular = Glândulas => células especializadas em fabricar e eliminar secreções

Glândulas endócrinas: Hormônios


Glândulas exócrinas: sudoriparas

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Tecido conjuntivo = Unem e sustentam outros tecidos (dão conjunto ao corpo)


Tecido conjuntivo frouxo = Fibroblastos (proteínas que constituem as fibras e macrófagos).
Função de dar consistência, elasticidade e resistência (gelatinosa) no espaço intercelular

Tecido conjuntivo adiposo = Armazenam gordura (tipo de conjuntivo frouxo)

Tecido conjuntivo fibroso = fibras resistentes de proteínas colágeno (tendões)

Tecido conjuntivo cartilaginoso = células de material intercelular elástico (condrócitos)


(posteriormente são substituídas por ossos, exceto nariz, orelha, traquéia e etc.)

Tecido conjuntivo ósseo = Material intercelular rígido (osteócitos)


(fibras de cálcio, colágenos, magnésio e fósforo combinados)

Tecido Muscular = Células longas multinucleadas e com alta capacidade de contração


(responsável pelos movimentos ao corpo)

Tecido muscular estriado esquelético = maior parte da musculatura . Liga-se aos ossos. Possui
estrias alternadas ao longo do seu comprimento.

Tecido muscular estriado cardíaco = Só no coração. Também possui estrias transversais

Tecido muscular liso = órgãos vicerais (estomago, intestino, útero, vasos).


Fibras curtas e uninucleadas e com extremidades afiladas e sem estrias transversais .

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Tecido Nervoso = Células especializadas em reagir a estímulos ambientais.


Neurônio = célula alongada: corpo celular, dendritos e axônio.
Corpo celular : Parte mais volumosa e que contem o núcleo
Dendritos : prolongamentos ramificados que captam os estímulos (do meio ou de outras células).
Axônio : prolongamento mais longo que conduzem os estímulos (aos músculos, glândulas e outras
células nervosas).
A passagem do impulso nervoso entre os neurônios ocorre em pequenos espaços existentes entre os
dentritos e os axônios denominados sinapses. Nesse espaço intercelular, uma célula nervosa libera
substâncias químicas, como por exemplo a adrenalina, que possuem receptores no neurônio
subseqüente. Desta forma, o impulso nervoso vai passando de célula a célula rapidamente.

Tecido sanguíneo
Componentes Líquidos: Mais de 50% do sangue consiste em um líquido (plasma), que é composto
principalmente por água que contém sais dissolvidos e proteínas.
A principal proteína do plasma é a albumina .
As outras são anticorpos (imunoglobulinas) e proteínas que participam do processo da
coagulação .
O plasma também contém hormônios, eletrólitos, gorduras, açúcares, minerais e vitaminas .
O plasma faz muito mais que transportar as células sangüíneas. Ele provê um reservatório de água
para o organismo, impede o colapso e a obstrução dos vasos sangüíneos e ajuda a manter a pressão
arterial e a circulação através do organismo.
Os anticorpos são proteínas presentes no plasma que defendem ativamente o organismo contra
substâncias estranhas como vírus, bactérias, fungos e células cancerosas, assim como existem

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proteínas que participam do processo de coagulação, como por exemplo o fibrinogênio que ajudam
a controlar um sangramento.
Além de transportar hormônios e regular seus efeitos, o plasma resfria e aquece o sangue de
acordo com a necessidade.

Componentes Celulares: Os eritrócitos, os leucócitos e as plaquetas , que se encontram


suspensos no plasma .

I - Eritrócitos: (glóbulos vermelhos) são os mais numerosos dos três componentes celulares e,
normalmente, representam quase a metade do volume sangüíneo.
Essas células encontram-se repletas de hemoglobina, o que lhes permite transportar oxigênio a
partir dos pulmões e liberá-lo para todos os tecidos do organismo.
O oxigênio é consumido para prover energia às células, deixando o dióxido de carbono como um
produto metabólico, o qual os eritrócitos retiram dos tecidos e participam do seu transporte até os
pulmões.

II - Leucócitos : (glóbulos brancos) Sua quantidade é menor, em uma proporção de 1 leucócito para
cada 660 eritrócitos.
Existem cinco tipos principais de leucócitos que atuam em conjunto para prover os principais
mecanismos de combate contra infecções do organismo, incluindo a produção de anticorpos.

Tipos principais de leucócitos:


1 – neutrófilos: Os leucócitos mais prevalentes são os neutrófilos , também denominados
granulócitos por conterem grânulos cheios de enzimas. Eles ajudam a proteger o organismo contra
infecções bacterianas e fúngicas e fagocitam (ingerem) partículas estranhas.
Existem dois tipos de neutrófilos :
1.1 - Bastonetes (imaturos )
1.2 -Segmentados (maduros).

2- linfócitos: Os linfócitos são divididos em dois tipos principais: os linfócitos T , que auxiliam na
proteção contra as infecções virais e conseguem detectar e destruir algumas células cancerosas, e os
linfócitos B, que transformam-se em células produtoras de anticorpos (células plasmáticas ou
plasmócitos).

3- monócitos: Os monócitos fagocitam células mortas ou lesadas e proporcionam defesas


imunológicas contra muitos organismos infecciosos. Os eosinófilos são encarregados de matar
parasitas, de destruir células cancerosas e estão envolvidos nas respostas alérgicas.

4 – basófilos: Os basófilos também participam em respostas alérgicas.

III- Trombócitos (plaquetas) - As plaquetas são partículas semelhantes à célula e menores do que
os eritrócitos e os leucócitos. Sendo parte do mecanismo protetor do sangue de interrupção do
sangramento, elas acumulam-se no local do sangramento, onde são ativadas.
Após serem ativadas, elas tornam-se pegajosas e aglomeram, formando um tampão que ajuda a
vedar o vaso sangüíneo e interromper o sangramento. Concomitantemente, elas liberam substâncias
que ajudam no processo de coagulação.

Os eritrócitos tendem a circular livremente no fluxo sangüíneo, mas isso não ocorre com os
leucócitos. Muitos deles aderem às paredes dos vasos sangüíneos ou inclusive penetram nas paredes
para entrar em outros tecidos. Quando os leucócitos atingem o local de uma infecção, eles liberam
substâncias que atraem mais leucócitos. Os leucócitos atuam como um exército.

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• 1o Ano - 7o Mês - Conteúdo 14

Sangue e Linfa:
Desenvolvimento das células sanguíneas:
As células-tronco dividem-se e seguem vias de desenvolvimento diferentes que resultam em
diferentes tipos de células sangüíneas e plaquetas . Neste diagrama, várias formas intermediárias
foram omitidas.

Formação das Células do Sangue


Os eritrócitos (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas são
produzidos na medula óssea

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Os linfócitos também são produzidos nos linfonodos , no baço e os linfócitos T são produzidos
e amadurecem no timo , que é uma pequena glândula localizada próximo do coração. O timo
somente encontra-se em atividade nas crianças e nos adultos jovens .

No interior da medula óssea , todas as células sangüíneas originam-se de um único tipo de célula,
que é denominada célula-tronco . Quando uma célula-tronco se divide , ela inicialmente torna-se
uma forma imatura de eritrócito, de leucócito ou de célula produtora de plaquetas
(megacariócito). A seguir, a célula imatura se divide, amadurece e, finalmente, torna-se um
eritrócito, um leucócito ou uma plaqueta.

A velocidade da produção das células sangüíneas é controlada de acordo com as necessidades do


organismo. Quando o conteúdo de oxigênio nos tecidos corpóreos ou o número de eritrócitos
diminuem , os rins produzem e liberam eritropoietina , um hormônio que estimula a medula
óssea a aumentar a produção de eritrócitos .
Após sua vida útil, as células sangüíneas são destruídas no baço e no fígado.
As hemácias possuem uma vida útil de aproximadamente 120 dias e ao serem degradadas no fígado
produzem bilirrubina. A bilirrubina é o principal produto do metabolismo da hemoglobina, sendo
que 70% a 80% são provenientes da destruição dos eritrócitos velhos, 15% de fontes hepáticas, e o
restante é proveniente da destruição de hemácias defeituosas na medula óssea.

A medula óssea produz e libera mais leucócitos (glóbulos brancos), em resposta a infecções, e
mais plaquetas, em resposta ao sangramentos.

Células do sistema imune


A hematopoeiese é o processo de geração de células do sangue, incluindo eritrócitos, leucócitos e
plaquetas.
Após o nascimento, essa função hematopoietica é exercida pela medula óssea, que contém as
células progenitoras comprometidas com todas as linhagens sanguineas.

Células hematopoiéticas primordiais são definidas como células que possuem a capacidade de se
auto-renovar e também são pluripotentes, ou seja, capazes de se diferenciar em várias linhagens ou
tipos celulares.
Na medula óssea, esta célula hematopoiética primordial , na presença de células do estroma,
matriz extracelular e sob a ação de diversos fatores de crescimento e citocinas, irá originar dois
grandes progenitores , que são o mielóide e o linfóide , os quais geram todas as células dos
sistema imune.

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O progenitor mielóide dá origem aos eritrócitos, plaquetas, granulócitos (neutrófilos,


eosinófilos, basófilos), mastócitos e os monócitos .

O progenitor linfóide dá origem a linfócitos T e B e células NK (natural killer).

Linfa

O sistema linfático é uma rede complexa de tecidos, capilares e vasos linfóides que produzem e
transportam o fluido linfático (linfa) dos tecidos para o sistema circulatório. O sistema linfático é
um importante componente do sistema imune, pois colabora com glóbulos brancos para proteção
de bactérias e vírus invasores.
O sistema linfático possui três funções interrelacionadas:
1 - remoção dos fluidos em excesso dos tecidos corporais,
2 - absorção dos ácidos graxos e transporte subseqüente da gordura para o sistema
circulatório e,
3 - produção de células imunes (como linfócitos, monócitos e células produtoras de anticorpos
conhecidas como plasmócitos).

Remoção dos fluidos em excesso dos tecidos corporais


A linfa é um líquido transparente e esbranquiçado, constituído essencialmente pelo plasma
sanguíneo que extravasa para o espaço intercelular e por glóbulos brancos. A linfa é transportada
pelos vasos linfáticos em sentido unidirecional e filtrada nos nódulos linfáticos ou gânglios
linfáticos. Após a filtragem, é lançada no sangue, desembocando nas grandes veias torácicas.

A circulação linfática é responsável pela eliminação de impurezas que as células produzem


durante seu metabolismo.

O sistema linfático coleta a linfa por difusão pelos capilares linfáticos, e o retorna para dentro
do sistema circulatório.
Uma vez dentro do sistema linfático o fluido é chamado de linfa, e tem sempre a mesma
composição do que o fluido intersticial. Produzida pelo excesso de líquido que sai dos capilares
sanguíneos ao espaço intersticial ou intercelular, sendo recolhida pelos capilares linfáticos que
drenam aos vasos linfáticos mais grossos até convergir em condutos que se esvaziam nas veias
subclávias.

A linfa percorre o sistema linfático graças a débeis contrações dos músculos, da pulsação das
artérias próximas e do movimento das extremidades. Se um vaso sofre uma obstrução, o líquido se
acumula na zona afetada, produzindo-se um inchaço denominado edema.

Pode conter microorganismos que, ao passar pelo filtros dos linfonodos (gânglios linfáticos) e baço
são eliminados. Por isso, durante certas infecções pode-se sentir dor e inchaço nos gânglios

linfáticos do pescoço, axila ou virilha, conhecidos popularmente como "íngua".

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Ao contrário do sangue, que é impulsionado através dos vasos através da força do coração, o
sistema linfático não é um sistema fechado e não tem uma bomba central. A linfa depende
exclusivamente da ação de agentes externos para poder circular. A linfa move-se lentamente e sob
baixa pressão devido principalmente à compressão provocada pelos movimentos dos músculos
esqueléticos que pressiona o fluido através dele. A contração rítmica das paredes dos vasos também
ajuda o fluido através dos capilares linfático.
Este fluido é então transportado progressivamente para vasos linfáticos maiores acumulando-se no
ducto linfático direito (para a linfa da parte direita superior do corpo) e no ducto torácico (para o
resto do corpo); estes ductos desembocam no sistema circulatório na veia subclaviana esquerda
e a direita, seguindo desta forma em direção ao abdome, onde será filtrada e eliminará as toxinas e
gases dissolvidos como por exemplo o gás carbônico.

Função de transporte de ácidos graxos


Os vasos linfáticos estão presentes no revestimento do trato gastrintestinal. Enquanto a maioria dos
outros nutrientes absorvidos pelo intestino delgado são conduzidas para serem processadas pelo
fígado via portal venoso, as gorduras passam pelo sistema linfático, para serem transportadas
para a circulação sanguíneo via o ducto torácico. Os nutrientes que são recuperados pelo sistema
circulatório são processados pelo fígado, tendo passado através do sistema circulatório. A linfa é um
sistema de uma via (fluido intersticial para o sangue).

Produção de células imunes - órgãos linfáticos


O baço, linfonodos, e acessórios do tecido linfático são órgãos do tecido linfático. Estes órgãos
contém uma armação que suporta a circulação dos linfócitos A e linfócitos B e outras células
imunológicas tais como os macrófagos e células dendríticas. Quando microrganismos invadem o
corpo ou o mesmo encontra outro antígeno (tal como o pólen), os antígenos são transportados do
tecido para a linfa. A linfa é conduzida pelos vasos linfáticos para o linfonodo regional. No
linfonodo, os macrófagos e células dendríticas fagocitam os antígenos, processando-os, e
apresentando os antígenos para os linfócitos, os quais podem então iniciar a produção de anticorpos
ou servir como células de memória para reconhecer o antígeno novamente no futuro

• 1o Ano - 8o Mês - Conteúdo 15

Reprodução e desenvolvimento:
Reprodução: Capacidade de um organismo de reproduzir outros semelhantes a si mesmo
Tipos:
Sexuada = o novo individuo é gerado a partir da fusão de gametas de dois genitores
Assexuada = um único genitor dá origem a vários descendentes.

Tipos Assexuada:
Binária = própria divisão de uma célula em duas (bactérias, protozoários, algas e fungos
unicelulares)
Esporulação = uma célula que se liberta de um organismo multicelular e ao encontrar um ambiente
propício, germina.
(algas e fungos).
Brotamento = Formam-se brotos na superfície corporal que se desprendem e passam a ter vida
independente (algas e fungos).
Fragmentação = Fragmentos se destacam do corpo e reconstituem o que falta (algas, fungos,
platelmintos, anelídeos e equinodermos)
Partenogenese = O gameta feminino se desenvolve sem haver fecundação. (Abelhas => Machos
haplóides por partenogenese e fêmeas por fecundação)

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Sexuada = gametas haplóides se fundem (fecundação) e formam uma célula–ovo diplóide.

Isogamia = Gametas com formas e tamanhos semelhantes.


Anisogamia ou Heterogamia = Gametas com formas e tamanhos diferentes (óvulo e
espermatozóides)

Dióicos = Sexos separados para cada individuo


Monóicos ou Hermafroditas = Indivíduos que apresentam os dois sexos. podem fazer fecundação
cruzada (maioria das plantas) e autofecundação (feijão, ervilha e solitária (tênia)).

Gametogênese: As Células Germinativas dos seres humanos dão origem aos gametas
As Células Germinativas são diplóides (2n):
Espermatogônias => formam os Espermatozóides (Machos => Testículos)
Ovogônias => formam os Óvulos (Fêmeas => Ovários)

As Divisões celulares na reprodução dos gametas masculinos = Espermatogênese:


Espermatogônias permanecem adormecidas nos tubos seminíferos dos testículos até a puberdade.
(quando são ativadas via hormonal).
Espermatogênese dura de 2 a 3 semanas para ser completada e dura toda a vida.
Mitose = Espermatogônias (2n) produzem Espermatogônias (2n). Em um dado momento dessas
mitoses:
Espermatogônia pára de se dividir e começa a crescer = Espermatócito primário (I)

Meiose:
Na 1 a divisão da meiose o Espermatócito primário origina 2 células filhas iguais (2n):
Espermatócito secundário (2n)
Na 2 a divisão da meiose cada Espermatócito secundário origina 2 células filhas (n):
Espermátide (n)

Cada Espermátide desenvolve cauda e perde parte do citoplasma => Espermatozóide

Cada Espermatozóide pode ser constituído por :


22 cromossomos autossomos e um cromossomo X ou
22 cromossomos autossomos e um cromossomo Y

As Divisões celulares na reprodução dos gametas femininos = Ovogênese:


Mitose = Ovogônias (2n) produzem Ovogônias (2n) apenas durante a vida fetal

Em um dado momento dessas mitoses: Ovogônia pára de se dividir e começa a crescer = Ovócito
primário (I)

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Meiose: inicia-se a meiose que para na primeira divisão (na prófase I) e OS OVOCITOS
PRIMÁRIOS ENTRAM EM LATENCIA ATE A PUBERDADE.
Ao sair da latência, a 1 a divisão da meiose é concluída e o Ovócito primário origina 2 células
filhas muito diferentes entre si (2n): 2 Ovócito secundário (2n).
Um fica com quase todo o citoplasma e vitelo e um outro praticamente fica sem citoplasma que
se degenera, sendo chamado glóbulo polar I ou primeiro corpúsculo polar.
O ovócito secundário é recoberto por uma membrana = Zona Pelúcida .

Na 2a divisão da meiose cada Ovócito secundário origina 2 células filhas (n): Ovócito (n).
Um retém a maior porção de citoplasma e o outro praticamente sem citoplasma se degenera.
(glóbulo polar II ou segundo corpúsculo polar).

Óvulo = penetração do espermatozóide no ovócito secundário.

Cada Ovócito secundário (Ovócito ou glóbulo polar II) pode ser constituído apenas por :
22 cromossomos autossomos e um cromossomo X

Tipos de Fecundação:
Externa = Fora do corpo da fêmea, no ambiente externo.
Interna = No interior do corpo da fêmea.

Fecundação Interna:
Espermatozóides (gameta masculino) são atraídos para a zona pelúcida do ovócito secundário
(gameta feminino)
Após a penetração a cauda se degenera e forma-se uma barreira : Membrana de fecundação.
O núcleo do espermatozóide cresce e torna-se o pronúcleo masculino.
O núcleo do óvulo (pronúcleo feminino) funde-se a ele formando o núcleo de fecundação.

Cariogamia ou anfimixia = união dos pronúcleos e marca a formação do Zigoto (1 a célula)

Fases do desenvolvimento embrionário:


Clivagem = Divisões mitóticas rápidas das células iniciais em outras de menor tamanho chamadas
de blastômeros.
Em 3 dias = 16 blastômeros = Mórula => penetra no útero.

Blástula = Fase onde começa a surgir dentro da mórula uma cavidade cheia de líquidos chamada de
Blastocela.

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Gastrulação = Migração das células da superfície da blástula para o interior da blastocela.


Formando um arco, o arquêntero (que originará a cavidade digestiva).
Formando novas camadas de tecidos embrionários (ectoderma, mesoderma e endoderma)

Ectoderma dorsal do embrião se dobra e invagina-se formando o tubo nervoso, e dentro dele a
notocorda (cordão semi rígido de células).

Mesoderma forma os somitos que originam os ossos, músculos esqueléticos e derme.

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Classificação biológicas

• Categorias taxionômicas;
• Reinos;
• Vírus, bactérias, protistas e fungos.

Quadro do professor

• 2o Ano - 1o Mês - Conteúdo 16

Categorias taxonômicas:

Espécie: conjunto de seres semelhantes capazes de cruzar naturalmente produzindo descendentes


férteis.
Gênero : grupos de espécies distintas, porem com características importantes muito semelhantes
Família: grupos de Gêneros distintos,
Ordem: grupos de Famílias distintas,
Classe: grupos de Ordens distintas,
Filos: grupos de Classes distintas,

Reino: grupos de Filos distintos,

Nomenclatura binomial = nome científico


Sistema criado em 1735, por Carl von Linnée (Lineu) => Gênero espécie: Ex. Homo sapiens, Felis
catus , Zea mays

A designação é uninôminal para gêneros, binôminal para espécies , e trinôminal para o caso de
haver subespécies
Exemplos: Ema => gênero: Rhea , espécie : Rhea americana ; subespécie : Rhea americana alba.
Logo existem diferentes tipos de ema.

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Conceitos em Taxionomia ou Taxonomia

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Arvore filogenética
Diagrama que representa as relações de parentesco evolutivo entre os grupos de seres vivos
(Táxons).

Abaixo:
Táxon monofilético é aquele que inclui todos os descendentes de um único ancestral comum
(DEF ou ABC),
Táxon parafilético é aquele que inclui alguns mas não todos descendentes de um ancestral
comum (AB ou AC).
Táxon polifilético é aquele que contém membros com mais de um ancestral (BCD).

Reinos
Segundo a classificação de Whittaker

Reino Monera: Procarióticos (bactérias) e unicelulares


Reino Protista: Protozoários, seres eucarióticos unicelulares e heterotróficos e as algas unicelulares
Reino Fungi: Fungos
Reino Plantae ou Metaphyta (plantas): seres eucarióticos multicelulares e autotróficos
Reino Animalia ou Metazoa (animais): seres eucarióticos multicelulares e heterotróficos

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Vírus: Não são incluídos em nenhum reino porque não apresentam células.
São constituídos por moléculas de DNA ou RNA e se reproduzem em células hospedeiras. São
parasitas intracelulares.

Vírus são seres acelulares que apresentam:


Acido nucléico = RNA (Retrovirus HIV) ou DNA (adenovirus de resfriados)
Capsídeo = Envoltório de proteína que protege o acido nucléico
Envelope = Alguns vírus também podem ter esse envoltório externo protegendo o capsideo.

Reprodução viral:
Multiplicação do material genético (RNA ou DNA) e Síntese das proteínas do Capsídeo
São incapazes sozinhos de realizar esses 2 processos celulares = > Parasitas intracelulares.
Os vírus são altamente específicos em relação a célula hospedeira.

Agindo como qualquer outro parasita, são como estes, responsáveis pela maioria das endemias,
pandemias e epidemias que aflingem a humanidade.
Endemia = (gr. en, 'dentro' ; demos, 'povo'). Doenças habitualmente comum entre pessoas de
uma região. cuja a ocorrência geralmente se prende a fatores locais. São endemicas por exemplo: A
malária na Amazônia, doença de Chagas no Brasil central e a esquistossomose no nordeste
brasileiro.
Epidemia = (gr. epi, 'sobre' ; demos, 'povo'). Doenças contagiosas que atinge um grande número
de pessoas numa mesma época, alarmantemente, onde sua incidência é habitualmente pequena ou
nula. São epidemias por exemplo: O sarampo e a Poliomielite.
Pandemia = (gr. pan, 'todo' ; demos, 'povo'). Doenças contagiosas de caráter epidemico que se
propaga rapidamente atingindo um grande número de pessoas de todo um continente ou do mundo,
de forma alarmante. Pandemia por exemplo: A AIDS.

Exemplos de vírus:
Bacteriófagos: Aderem a parede celular de uma bactéria hospedeira, perfurando-a e injetando o seu
DNA. O capsideo (cauda e cabeça) ficam do lado de fora. O DNA se multiplica em seu interior e a
bactéria também sintetiza as proteínas do capsídeo. As outras atividades dos genes bacteriano é
inibida pela atividade viral. Formam-se novos vírus. A parede bacteriana se rompe liberando novos
vírus.

Vírus da gripe: O envelope adere a parede celular da célula hospedeira. Penetra inteiro, fundindo o
envelope com a membrana. O capsideo é digerido por enzimas celulares. O RNA viral se multiplica
e orienta a síntese das proteínas do capsídeo. As outras atividades dos genes da célula é reduzida
pela atividade viral. Formam-se novos vírus que são expelidos. Ao saírem levam fragmentos da
membrana celular formando o envelope.

Vírus HIV: Possui Envelope, Capsideo que contem a enzima Transcriptase Reversa e Duas
moléculas idênticas de RNA (a enzima transcriptase reversa produz DNA a partir de RNA, ao
contrario do que ocorre na célula que produz RNA a partir de DNA). O envelope adere a parede
celular da célula hospedeira. Penetra inteiro, fundindo o envelope com a membrana. O capsideo é
digerido por enzimas celulares liberando o RNA viral e a Transcriptase reversa. A transcriptase
reversa produz DNA a partir do RNA viral. Esse DNA penetra no núcleo da célula e começa a
produzir RNA viral e proteínas do capsideo. As outras atividades dos genes da célula é reduzida
pela atividade viral. Formam-se novos vírus que são expelidos. Ao saírem levam fragmentos da

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membrana celular formando o envelope. O HIV ataca os linfócitos T auxiliadores (CD4) que
comandam a defesa orgânica contra infecções.

Reino Monera:
(gr. moneres, 'único','primitivo')
Bactérias
(gr. bake, 'pequeno bastão';therion, 'animal')
Célula procariótica, Possui parede celular e membrana plasmática, Citoplasma com ribossomos
(síntese de Proteínas).
Cromossomo circular (molécula de DNA). Podem apresentar flagelos (que giram a 15.000 RPM).

Autotróficas: Cianobactérias (Antigas algas azuis) fazem fotossíntese como algas e plantas.
(CO2 + H2O)
Sulfurosas fazem a síntese a partir do gás carbônico e sulfidrico (CO2 + H2S)

Heterotrófica: A maioria das bactérias são saprofágicas ou parasitas.

Reprodução: Divisão binária (Cissiparidade)

Transferência de material genético entre bactérias:


Conjugação: Duas bactérias se aproximam e surge entre elas uma ponte de material citoplasmático
através da qual há passagem de um segmento de DNA de uma para a outra.

Transdução: Quando um bacteriófago injeta o seu DNA numa bactéria,

Transformação bacteriana: Nesse caso, uma bactéria "engloba" um segmento de DNA de outra já
morta e em vias de desintegração no meio ambiente.

As mais rudimentares bactérias conhecidas estão representadas pelas riquétsias. Dimensões


semelhantes às de um cromossomo de célula eucariota (0,3 e 0,5 micrômetro). São parasitas
intracelulares e altamente patogênicas para o homem. O principal exemplo é a Rickettsia prowazekii
, causadora do tifo exantemático (não confundir com febre tifóide), doença grave transmitida por
pulgas, piolhos do púbis.

As menores bactérias conhecidas estão representadas pelos micoplasmas. São conhecidos pela
sigla PPLO (pleuro-pneumonia like organisms) pelo fato de que o primeiro espécime desse grupo
foi descoberto como causador de uma pneumopatia em ratos e aves. Menores do que muitos vírus,
mas, têm a capacidade de crescer e acabam ultrapassando as minúsculas dimensões virais. São as
menores células conhecidas. São heterótrofos e capazes de realizar o parasitismo intracelular.

Tipos de eubactérias quanto à forma:


Cocos, Diplococos, Estreptococos, Estafilococos, Bacilos, Vibriões e Espiroquetas

• 2o Ano - 2o Mês - Conteúdo 17

Reino Protista:
(gr. protos, 'primitivo' + sufixo ista, 'participante do grupo')
São seres unicelulares com características mistas de vegetais e animais

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Algas unicelulares
Protozoários

Reino Protista: Algas unicelulares


As algas são eucarióticos fotossintetizantes unicelulares ou multicelulares dependentes de
água
Elas formam o fitoplâncton, parte de uma importante comunidade microscópica que flutua na água
(plâncton) e que serve de alimento para o zooplâncton. Logo elas são a base da cadeia alimentar no
ambiente aquático.

As algas unicelulares do reino protista são divididas em 3 filos: (conforme tabela abaixo)
(Já as outras algas que apresentam formas multicelulares pertencem ao reino plantae conforme
tabela abaixo)

Algas Unicelulares (Reino Protista)


Filo Organização corporal Pigmentos Parede celular
Bacilariophyta (Diatomáceas) Unicelulares Caroteno - Silica
Xantofilas
Clorofilas A e B
Euglenophyta (Euglenoides) Unicelulares Caroteno - Não tem parede
Xantofilas
Clorofilas A e B
Pyrrophyta - (Antiga Unicelulares Caroteno - Celulose - Não tem
Dinophyta) (Dinoflagelados) Xantofilas parede
Clorofilas A e C

Algas multicelulares (Reino Plantae ou Metaphyta)


Filo Organização corporal Pigmentos Parede celular
Chlorophyta (algas verdes) Unicelulares e multicelulares (estas Caroteno - Celulose
são do reino plantae - vegetal) Xantofilas
Phaeophyta (algas pardas) multicelulares (estas são do reino Caroteno - Celulose - Algina
plantae - vegetal) Ficoxantina
Rhodophyta (algas vermelhas) multicelulares (estas são do reino Ficoeritrina Celulose - Agar e
plantae - vegetal) Carregenina

Reprodução das Algas Unicelulares


Assexuada: Binária

Reprodução das Algas Multicelulares:


1 - Assexuada:
Fragmentação dos talos
Zoosporia (células flageladas assexuadas que se soltam e nadam até um local favorável para se
desenvolverem).

2 - Sexuada:
Alternância de Gerações (Haplóides e Diplóides)
Individuo adulto diplóide (esporofito) por meiose origina células haplóides (esporos).

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O esporo germina produzindo um talo haploide que cresce (Gametófito).


O gametófito produz gametas haplóides que se unem 2 a 2 (fecundação) gerando um zigoto. O
zigoto diplóide cresce (esporófito).

Importância:
Fitoplancton = Algas microscópicas que sustenta as cadeias alimentares dos mares e lagos.
Efetuam 90% da fotossíntese do planeta.

Reino Protista: Protozoários


Protozoários são unicelulares heterotróficos. Maioria aquática (doce e salgada). Parasitas ou
não

4 Filos

Filo Locomoção Hábitos e habitat Exemplo


Sarcodina Pseudópodos Aquática - Vida livre ou parasita Entamoeba histolytica - Amebiase
Mastigophora Flagelos Aquática - Vida livre ou parasita Trypanossoma cruzi - Doença de
chagas
Ciliophora Cilios Aquática - Vida livre ou parasita Leishmania brasiliensis - Úlcera de
Baurú (leishmaniose tegumentar)
Leishmania donovani - Leishmaniose
visceral.
Giardia lamblia - Giardíase.
Trichomonas vaginalis -
Tricomoníase.
Trypanosoma brucei - doença do
sono.
Balantidium coli - balantidiose,
infecção do intestino grosso.
Sporozoa Não há Aquática - Vida livre ou parasita Plasmodiun vivax - Malária
Toxoplasma gondii - Toxoplasmose

Sarcodina:
As amebas estão constantemente alterando sua forma em função da emissão de Pseudópodos
(pseudo = falso + podo = pé), empregados na locomoção e na captura de alimentos (movimento
amebóide). Este movimento também é verificado em células de outros organismos, tais como os
glóbulos brancos.
Alimentam-se de pequenos protozoários e algas microscópicas, e de protoplasma morto.
Ao perceberem a presença de alimento se deslocam em direção a ele, englobando-o com os
pseudopodes (fagocitose).
As células dos protozoários de água doce são hipertônicas em relação ao meio ambiente externo.
Nesse caso, ocorre entrada de água na célula por osmose .
Esse fator poderia provocar o rompimento da célula, não fosse a presença de organelas
citoplasmáticas denominadas vacúolos contráteis ou pulsáteis que, de tempos em tempos,
eliminam o excesso.
Nos protozoários de água salgada , geralmente não há vacúolos pulsáteis , pois a concentração do
meio externo é semelhante à do citoplasma das células.
Algumas amebas são responsáveis por doenças gastrointestinais como a Amebíase (transmitido

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pela água ou alimentos contaminados).


Reprodução assexuada: Divisão binária

Mastigophora:
A sua locomoção ocorre por meio de um ou mais flagelos, compridos e com forma de chicote.
Ajudam na captura de alimento e na recepção de estímulos ambientais.
São seres unicelulares, heterotróficos , ainda que alguns apresentem cloroplastos com
pigmentos, que lhes permite a síntese do seu próprio alimento.
As células têm, geralmente, forma oval, alongada ou esférica, apresentando um único tipo de núcleo
e encontram-se envoltas por uma película rígida.
Alguns flagelados são responsáveis por doenças como a doença do sono (Trypanossoma brucei –
transmitido pela mosca tse-tse), a doença de Chagas ( Trypanossoma cruzi – transmitido pelo
Triatoma; barbeiro) a Giardiase , causada pela espécie (Giárdia lamblia – transmitido por comida
ou água contaminadas) ou a Leishmaniose (Leishmania donovani – transmitido pela picada da
fêmea do mosquito Lutzomyia e Phlebotomus que se infecta picando um cão, uma raposa ou um ser
humano previamente infectado).
Reprodução assexuada: Divisão binária

Ciliophora:
Possuem 2 núcleos: Macronúcleo (poliplóide) - possui o material genético na forma de pequenas
cadeias de DNA, algumas com vários milhares de cópias e aparentemente tem a sua função
principal na síntese protéica.
Micronúcleos (Diplóides) - possuem cromossomas que atuam na reprodução (fissão binária), na
conjugação e na formação e regeneração do macronúcleo.
Os que realizam a fagocitose possuem normalmente um poro na sua membrana por onde entram
as partículas de alimento – o citostoma com a ajuda de cílios modificados. Em algumas formas,
como a paramécia a “boca” encontra-se no fundo de um sulco oral. Descarregam a parte não
absorvida num outro poro da célula chamado citoprocto .
Reprodução assexuada: Divisão binária

Sporozoa:
Não apresentam flagelos nem pseudópodes, a não ser em certos gametas. São geralmente
identificados com os esporozoários. Muitas espécies causam doenças como a malária causada pelo
plasmódium que é introduzido no homem por meio de esporozoitos através da picada do mosquito
do gênero anopheles.
Reprodução assexuada : Divisão binária e esporogonia

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Protozoários patogênicos

Reino Fungi:
Unicelulares ou multicelulares - Eucarióticos e heterotróficos.
Características:
Hifas = A maioria dos fungos são formados por filamentos microscópicos e ramificados.
Micélio = O conjunto de hifas de um fungo

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As hifas podem ser segmentadas com 1 ou 2 núcleos ou sem divisão (massa citoplasmática). A
parede das hifas é constituída de quitina (substancia presente no reino animal – citoesqueletos de
artrópodes; crustáceos, insetos, etc.). O crescimento das hifas ocorre apenas nas extremidades.
Nas regiões mais antigas o conteúdo citoplasmático pode ate desaparecer fluindo para as
extremidades (deixando uma galeria quitinosa) e crescendo indefinidamente enquanto houver
condições ambientais favoraveis.
Nutrição heterotrófica. A maioria é saprofágicos (gr sapros, podre - se alimentam de cadáveres de
animais e plantas). Liberam enzimas digestivas sobre o material orgânico e as hifas absorvem o
produto.

Seu material nutritivo de reserva é o glicogênio (hidrato de carbono típico dos animais). Não
acumulam amido , como o fazem as plantas (característica observada apenas em animais).

Podem ser parasitas ou não.

Corpos de frutificação = Forma corporal que é formada durante a reprodução sexuada. (formas de
cogumelos, orelhas de pau e etc.).

Reprodução:
1- Assexuadamente :
Fragmentação
Brotamento (levedo de cerveja Saccharomyces cerevisae )

2- Sexuadamente:
Basídios - Cogumelos: Algumas hifas (n) se unem (basídios) e os dois núcleos se fundem (2n). Por
meiose forma-se 4 esporos haplóides (n) - Basidiósporos. Ao ser liberado do chapéu (píleo) do
cogumelo (lamelas), se caírem em local adequado, germinam originando novos micélios.

Ascomycete - ( Ascos idem aos Cogumelos ): Algumas hifas (n) se unem e os dois núcleos se
fundem (2n). Reproduzem-se por esporos (ascósporos) formados em ascos - (hifas especiais,
alongadas, cada uma formando oito esporos).

Com relação a reprodução existem:


1 - Os fungos verdadeiros (Eumycota) com existência da reprodução sexuada.
Eles estão subdivididos em quatro divisões: Chytridiomycota , Zygomycota, Ascomycota e
Basidiomycota.

2 - Os fungos imperfeitos onde a reprodução sexuada não existe.


Eles são agrupados na divisão Deuteromycota.

Filo Características Organização Corpo de


frutificação
Chytridiomycota Fungo mais primitivo. Causa a quitridiomicose Unicelulares ou Ausente
em anfíbios. Existem espécies que atacam o filamentosos
milho, a alfafa e a batata .
Zygomycota Fungo mais simples causa o bolor negro do pão Unicelulares ou Ausente
filamentosos
Ascomycota Formam estruturas reprodutivas em forma de Unicelulares Ascocarpo
(gr. Askos , saco e sacos (ascósporos) e dentro deles esporos. (levedo de cerveja (envolve os
myketos , fungos). Saccharomyces ascósporos)

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cerevisae ) ou
filamentosos
Basidiomycota Formam estruturas reprodutivas em forma de filamentosos Basidiocarpo
(gr. Basis , base e cogumelos (basidiósporos) e dentro deles (cogumelo).
myketos , fungos). esporos. Envolve os
basidiósporos
Deuteromycota Fungos imperfeitos pois reúne espécies sem filamentosos Ausente
(gr. Deuteros, processos de reprodução conhecidos.
secundário e Ex: Trichophyton – micose dos pés.
myketos , fungos). Cândida albicans sapinho

Importância:
Agentes decompositores (reciclagem de nutrientes)
Alimentação (mais de 200 tipos de cogumelos)
Preparação de alimentos (pão = Saccharomyces cerevisae – forma o gás carbônico) , (queijos =
Penicillium roquefortii , Penicillium camembertii)
Preparação de bebidas (cerveja = Saccharomyces cerevisae – fermenta e forma álcool), (cachaça,
vinho, saque, uísque, cerveja)
Produção de antibióticos Penicillium (ascomicetos)

Fungos parasitas (causam doenças ou intoxicam plantas e animais). exemplo: Ferrugem do


cafeeiro, micozes etc.

Fungos venenosos Amanita muscaria

Micorrizas: Associação mutualista entre o fungo e a planta hospedeira (beneficio para ambas)
Fungo = recebe das raízes, acucares e aminoácidos.
Planta = Absorve melhor os sais minerais escassos no solo.

Liquens: Associação mutualista entre o fungo e alga hospedeira ou cianobacterias (beneficio para
ambas).
Fungo = recebe das algas, açucares e aminoácidos (fotossíntese - algas, clorofiladas e autótrofas).
Alga e cianobactérias = Recebem mais água retirada dos substratos pelos fungos (locais sobre os
quais se desenvolvem), contribuindo assim para a hidratação das células.

Permite que ambos vivam em locais onde cada um separadamente não sobreviveriam.

Se reproduzem por fragmentos especiais contendo hifas dos fungos e células das algas (gonídia)
em associação chamados Sorédios. Os sorédios são transportados pelos ventos

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Reino Planta

• Classificação
• Morfologia;
• Fisiologia

Quadro do professor

• 2o Ano - 3o Mês - Conteúdo 18

Reino Plantae
Características gerais:
Reúne as plantas ou vegetais
São eucarióticos multicelulares
Fazem nutrição autotrófica por meio da fotossíntese
Formam embriões que recebem alimento direto da planta mãe.

Todas as plantas apresentam alternância de gerações em seu ciclo de vida .


Individuo haplóides (n) - gametófitos formam gametas que se unem 2 a 2 na fecundação originando
um individuo diplóide (2n) esporófito.
Ao se tornar adulto, células do esporófito passam por meiose e dão origem a células haplóides.
As células haplóides – esporos produz um novo gametófito – individuo haplóide.

Algas:
A ficologia (phykos,'alga'; logos,'estudo') estuda as algas.
Esses vegetais não apresentam vasos condutores de seiva (o transporte de substâncias é feito por
difusão) e o seu corpo é formado por um talo.

No grupo das algas estão as divisões


Chlorophyta (clorofíceas ou clorofitas: algas verdes)
Phaeophyta (feofíceas ou feófitas: algas pardas)
Rhodophyta (rodofíceas ou rodófitas: algas vermelhas)

Algas multicelulares (Reino Plantae ou Metaphyta)


Filo Organização corporal Pigmentos Parede celular
Chlorophyta (algas Unicelulares móveis (com flagelos), Caroteno - Xantofilas Celulose
verdes) imóveis ou multicelulares. Clorofilas A e B
Phaeophyta (algas multicelulares (estas são do reino plantae Caroteno - Fucoxantina Celulose - Algina
pardas) - vegetal) (cor marrom)
Clorofilas A e C
Rhodophyta (algas multicelulares (estas são do reino plantae Ficoeritrina (cor Celulose - Agar e
vermelhas) - vegetal) vermelha) Carregenina
Clorofila A

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Chlorophyta (clorofíceas ou clorofitas: algas verdes):

As clorofíceas formam o grupo mais numeroso e diversificado de algas. A maior parte das sete mil
espécies vive na água doce e apenas um décimo delas são marinhas. Há espécies que vivem no solo
úmido e em troncos de árvores, isoladamente ou associadas mutualisticamente com certos fungos
formando os liquens, como também com algumas espécies de esponjas e celenterados. Existem
diversas espécies coloniais, com tamanhos expressivos e organização relativamente complexa. As
colônias de Volvox , com 500 ou até mesmo 60 mil indivíduos, assumem a forma de uma esfera oca,
com uma única camada de células biflageladas. Com o batimento coordenado dos flagelos, o Volvox
consegue rodopiar.As algas verdes marinhas mais populares são as pluricelulares e membranosas,
com milhares de células firmemente unidas e estruturadas, assumindo a aparência de folhas. Assim
é a Ulva , muito comum nas praias brasileiras, onde é conhecida como alface-da-praia . Tanto ela,
como a clorofícea Monostroma , são muito apreciadas no Japão, onde recebem o nome de aonore .
Nas Filipinas, a alga preferida é a Caulerpa . Algumas, inclusive, possuem propriedades medicinais.
É o caso da Podium , empregada como vermífugo. As clorofíceas marinhas são consideradas as
maiores produtoras de oxigênio, por serem numerosas e pelo tipo de metabolismo que faz com que
a fotossíntese seja mais ativa que a respiração. Por esta razão, são muito intensas as pesquisas sobre
o uso de algas verdes a bordo de estações e naves espaciais para reciclar o ar interno e fornecer
alimento para a tripulação. A mais estudada para esse fim são as algas do gênero Chlorella .

Phaeophyta (feofíceas ou feófitas: algas pardas):

Essa divisão é constituída por cerca de 1500 espécies, todas pluricelulares e quase exclusivamente
marinhas, vivendo presas a substratos. Habitam preferencialmente as águas frias do Hemisfério
Norte. Mas os maiores indivíduos são encontradas na região tropical. A presença maciça de um
pigmento carotenóide, a fucoxantina , confere um tonalidade marrom-escura ou verde-oliva,
considerada parda por muitos. Daí o nome popular desse grupo de algas. As feofíceas apresentam
uma organização semelhante às das plantas superiores, sugerindo, a um olhar mais superficial, a
presença de raízes, caule e folhas. Entretanto, não existem tecidos diferenciados e todas as células
são praticamente iguais entre si, excetuando as células reprodutivas . A simplicidade estrutural
não significa, necessariamente, dimensões reduzidas. Ao contrário, entre as feofíceas estão as
maiores algas do mundo. A espécies Macrocystis pyrifera pode chegar a cem metros de
comprimento . As maiores feofíceas brasileiras são as espécies do gênero Laminaria , comuns no
litoral do Espírito Santo, que atingem quatro metros . Os sargaços são feofíceas capazes de
flutuação por possuírem vesículas de ar distribuídas pelo corpo. Nos Estados Unidos, os sargaços
são usados como fertilizantes, por serem ricos em nitratos, fosfatos, potássio e iodo, e na produção
de ração animal. As algas Macrocystis e Laminaria formam os kelp , agrupamentos de algas de

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grande porte, muito comuns em regiões de águas frias. O ácido algínico ou algina , extraído das
feofíceas, tem um amplo emprego na indústria alimentícia. Essa gelatina é produzida pelas algas
que vivem na região costeira, como um meio de proteção contra o ressecamento durante a maré
baixa. No oriente, algumas feofíceas são consumidas cruas na alimentação, recebendo nomes
culinários próprios para cada tipo de alga. A Laminaria é conhecida como kumbu , e a Uridaria
recebe o nome de wakame .

Rhodophyta (rodofíceas ou rodófitas: algas vermelhas):

Aproximadamente 90% das 5.200 espécies de rodofíceas vivem no ambiente marinho,


principalmente nos mares tropicais.A maior parte delas é pluricelular, assumindo a aparência de
filamentos presos a rochas ou a outras algas. Outras são conhecidas como algas coralígenas , pois
tendo o corpo impregnado de cristais de carbonato de cálcio, mineral bastante rígido são umas das
principais responsáveis pela construção de recifes de coral, dividindo essa função com os próprios
corais (cnidários). Sua coloração é o resultado da presença de um pigmento fotossintetizante
vermelho – a ficoeritrina – que encobre o verde das clorofila a , e absorve mais intensamente a
energia luminosa da cor azul, a que penetra mais profundamente no oceano. Desta forma, essas
algas conseguem viver em profundidades onde as outras algas não são encontradas, fugindo assim
da competição por nutrientes. E como aproveitam, de uma forma complementar, um comprimento
de onda (cor azul) negligenciado pelas algas verdes, as algas vermelhas são juntamente com elas os
grandes produtores primários dos oceanos. Os polissacarídeos ficocolóides , como a carregenina e
o ágar-ágar, extraídos respectivamente das rodofíceas Chandrus e Gellidium , são usados na
indústria cosmética, farmacêutica e alimentícia como estabilizadores dando consistência a doces,
sorvetes e gelatinas. O ágar-ágar é usado nos laboratórios de bacteriologia há mais de cem anos
como meio de cultura para microrganismos. As rodofíceas do gênero Porphyra possuem aspecto
foliáceo e membranoso. São cultivadas e utilizadas no consumo humano, recebendo o nome popular
de nori . Na costa brasileira ainda é pequena a exploração comercial de algas coralígenas dos
gêneros Lithothamnion e Lithophyllum , usadas como aditivos alimentares para o gado e porcos,
assim como na filtração da água para retirar sua acidez. Outras algas coralígenas, como as Corallina
e Jania , são há muito tempo usadas como vermífugo e a medicina moderna encontrou outro
emprego para elas: a preparação de implantes dentários.

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Classificação geral dos vegetais:

Tipo de vasos condutores Sementes Frutos Filos


Avasculares Anthocerophyta (Antóceros)
Bryophyta (musgos)
Hepatophyta (Hepáticas)
Vasculares Sem semente Lycophyta (licopódios e selaginelas)
Pterophyta (samambaias e avencas)
Psilophyta
Sphenophyta (cavalinha)
Vasculares Com semente Gimnospermas Cycadophyta (cicas)
(sem frutos) Coniferophyta (pinheiros)
Ginkgophyta (gincobiloba)
Gnethophyta (gnetáceas)
Vasculares Com semente Angiospermas Anthophyta ou Magnoliophyta
(com frutos) (árvores, capins)

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Plantas sem sementes ou criptógamas (estrutura reprodutora pouco visível)

Briófitas (gr. bryon , musgo; e phyton , planta)


Características Básicas
1 - Possuem clorofila a (P700) e b (P680)
2 - Presença de cutícula (película fina que reveste externamente partes do vegetal com finalidade
protetora);
3 - Reprodução oogâmica (do gr. oon, 'ovo'; gamos, 'casamento') tipo de reprodução sexuada na
qual o gameta masculino é pequeno e móvel comparado com o gameta feminino que é maior e
imóvel;
4 - Esporófito não ramificado . (do gr. sporo, 'semente'; phyton, 'vegetal') local onde são formados
por meiose os esporos diplóides (2n) de forma assexuada.
5 - As células possuem parede (composta por celulose );
6 Possuem amido como polissacarídeo de reserva ;
7 - Gametângio (estrutura que produz os gametas) e esporângios (estrutura que contém os esporos)
envolvidos por células estéreis.
8 - Não possuem vasos condutores , (xilema e floema), para condução de seiva bruta (inorgânica)
e elaborada (orgânica), respectivamente.
9 - Se fixam por meio de rizóides (semelhantes a raízes, mas sem as suas funções)
10 - Apresentam Alternância de gerações : com predominância na vida da fase gametofítica
haplóide (n). Os sexos nos musgos são separados , mas existem espécies hermafroditas.

Na maturidade:
Musgo masculino desenvolve anterídeos que forma os gametas masculinos – anterozóides .
Musgo feminino desenvolve arquegônios que forma um gameta feminino – oosfera .

A água (chuva ou orvalho) facilita a fecundação , levando os anterozóides até a oosfera. (são
dependentes de água no ambiente).
A fecundação forma um zigoto diplóide (2n) – esporófito.
O esporófito (2n) amadurece e forma uma cápsula.
Dentro dela as células passam por meiose e produzem esporos haplóides (n)
Os esporos libertam-se da cápsula e são levados pelo vento
Ao caírem em local adequado germinam , gerando um novo gametófito (n) .

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Plantas sem sementes ou criptógamas (estrutura reprodutora pouco visível)


Pteridófitas (gr. Pteris , feto; e phyton , planta)
Características Básicas
1 - Primeiros vegetais a apresentarem vasos condutores , do tipo xilema e floema, para condução
de seiva bruta (inorgânica) e elaborada (orgânica) , respectivamente.
2 - São plantas vasculares que apresentam raiz, caule e folhas verdadeiros (cormófitas) .
3 - Apresentam Alternância de gerações : com predominância na vida da fase esporofítica
diplóide (2n)
4 - A fase transitória é representada pelo gametófito que recebe o nome de prótalo, sendo monóica
(hermafrodita).
5 - São plantas criptógamas , por não produzirem flores (samambaia).

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Na maturidade:
A planta adulta (esporofito - 2n) desenvolve soros (na face inferior das folhas)
No interior dos soros ficam os esporângios que produzem (meiose) esporos haplóides (n) .
O esporo ao caír em local adequado germina , originando o protalo, uma planta haplóide (n).
O protalo (uma pequena planta haplóide) é hermafrodita
Produz estruturas reprodutivas masculinas, anterideos, e feminina, arquegônios.
Nos Anterideos formam os anterozóides e os arquegônios forma uma oosfera.
A água (chuva ou orvalho) facilita a fecundação. Anterozóides nadam até a oosfera. (são
dependentes de água no ambiente)
A fecundação forma um zigoto diplóide (2n) – esporófito (planta adulta).
O esporófito (2n) amadurece e produz esporos haplóides (n) no interior dos seus soros

Evolução
As pteridófitas se originaram no Devoniano (há 400 milhões de anos, antecedendo ao carbonífero).
Provavelmente evoluíram a partir de algas clorofíceas com talos complexos e alternância de
gerações. Foram as primeiras plantas terrestres a apresentarem vasos condutores de seiva e
estômatos. Para resolver o problema de sustentação em terra firme, cada célula desenvolveu um
preenchimento com lignina em sua parede celular que lhe possibilitou maior resistência.

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Plantas com sementes ou fanerógamas (estrutura reprodutora bem visível)

Gimnosperma (gr. Gymnos , nu; e sperma , semente)


Características Básicas
1 - As primeiras plantas que apresentam semente durante a evolução biológica dos vegetais.
2 - Não apresentam frutos (sementes nuas).
3 - Apresentam vasos condutores de seiva do tipo xilema e floema, para condução de seiva bruta
(inorgânica) e elaborada (orgânica), respectivamente.
4 - Apresentam fases gametofítica e esporofítica , sendo esta última predominante
5 - Apresentam a fase esporofitica diplóide (2n) com ramos de folhas especializados chamados
Estróbilos que podem ser masculinos e femininos.
6 - No eixo central do estróbilo se prende os esporofilos que contem os esporângios (esporos n) e
nos esporângios formam-se os esporos (n)
7 - A partir das gimnospermas ocorre a independência da água para a reprodução
8 - Os representantes mais comuns das gimnospermas são os pinheiros, ciprestes, abetos e as
sequóias

Estróbilos femininos
(folhas especializadas que formam o óvulo – corresponde as flores )
Formam-se megasporangios que originam em seu interior os megasporos (esporos haplóides)
O Megasporo é muito maior que o esporo masculino (razão do nome).
Megasporo se divide varias vezes por mitose e forma um gametófito feminino chamado
Megaprotalo
O conjunto do gametófito feminino mais o tegumento que o envolve chama-se óvulo
No interior do gametófito uma ou duas células se diferencia em oosfera

Estróbilos masculinos
(folhas especializadas que formam o grão de pólen – corresponde as flores )
Formam-se microsporangios que originam em seu interior os microsporos (esporos haplóides)
o microsporo se divide varias vezes por mitose e forma junto com o tegumento o grão de pólen

Polinização e fecundação
Os grãos de pólen são liberados dos estróbilos masculinos e carregados pelo vento
A chegada do grão de pólen ao lado do óvulo dentro do estróbilo feminino = polinização
O grão de pólen desenvolve um prolongamento = o tubo polínico
O tubo cresce e penetra no óvulo ate encontrar a oosfera
Nesse processo o grão de pólen se divide em duas células = 2 células espermáticas
Uma das células espermáticas fecunda (se funde) a oosfera = zigoto diplóide
A outra célula espermática degenera-se.

O zigoto forma o embrião que cresce e os tecidos ao seu redor armazenam nutrientes =
endosperma primário
O envoltório do óvulo espessa-se e produzem uma casca envolvendo o embrião e o endosperma.
Esse envoltório = semente
O embrião pára o seu desenvolvimento (com primórdios de raiz, caule e folhas)

Germinação
Retomada do desenvolvimento do embrião ao encontrar condições adequadas
Durante a germinação o embrião se nutre das substancias armazenadas no endosperma

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Importância Econômica das Gimnospermas


As gimnospermas do grupo das coníferas são muito utilizadas na extração de madeira, papel, gomas
e resinas que são usadas como substâncias anti-sépticas. A produção de pinho na região sul
representa 75% da produção de madeira no Brasil. Da semente da Araucaria angustifolia (pinheiro-
do-paraná), obtém-se o pinhão.

Plantas com sementes ou fanerógamas (estrutura reprodutora bem visível)

Angiosperma (gr. Aggeion , ‘vaso', ‘urna' e sperma , semente)


Características Básicas
1 - Plantas que apresentam semente protegidas dentro de frutos (evolução biológica dos vegetais).
2 - Apresentam frutos (apresentam maior diversidade de formas e grande distribuição geográfica)
3 - Apresentam vasos condutores de seiva do tipo xilema e floema, para condução de seiva bruta
(inorgânica) e elaborada (orgânica), respectivamente.

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Gineceu
A parte feminina da flor

Formada por folhas modificadas = carpelos ( originando os óvulos)


Possui uma parte alongada = pistilo
Uma base = ovário
Extremidade livre = estigma

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O ovário da flor transforma-se em fruto

e o óvulo fecundado transforma-se em semente

Megasporangio:
Cada óvulo é revestido por tegumento
Possui um megasporo haplóide
Ocorrem 3 mitoses que gera a oosfera e mais outras 7 células haplóides (saco embrionário)

Androceu
A parte masculina da flor

Formada por folhas modificadas = Estames


Com uma parte dilatada = antera (onde se forma os grãos de pólen)

Formação do grão de pólen


No interior das anteras formam-se microsporangios (sacos polínicos) que originam em seu interior
os microsporos (esporos haplóides).
O microsporo se divide várias vezes por mitose e forma junto com o tegumento o grão de pólen

Polinização e fecundação

Os grãos de pólen são liberados das anteras.


A chegada do grão de pólen ate o estigma da flor = polinização
Pode ser na mesma flor ou entre flores diferentes (polinização cruzada)

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No estigma:
O grão de pólen desenvolve um prolongamento = o tubo polínico
O tubo cresce em direção ao ovário e penetra no óvulo ate encontrar a oosfera
Nesse processo o grão de pólen se divide em duas células = 2 células espermáticas
Uma das células espermáticas fecunda (se funde) a oosfera = zigoto diplóide
A outra célula espermática se funde com dois núcleos polares do saco embrionário
(funde apenas 2 das 7 células haplóides, as outras 5 degeneram-se).
Originando uma célula triplóide (3n) que formará por mitose o endosperma secundário (3n), que
é o tecido que absorve e armazena nutrientes.

Cada óvulo fecundado produz uma semente


O zigoto forma o embrião
A parede do ovário que envolve as sementes se desenvolve originando o fruto

Classes de angiospermas:
Monocotiledôneas
semente com 1 cotilédone e endosperma bem desenvolvido
bambu; cana-de-açúcar; grama; milho; arroz; cebola; gengibre; coco; palmeiras

Dicotiledôneas
semente com 2 cotilédone e endosperma pouco desenvolvido
eucalipto; abacate; morango; maçã; pera; feijão; ervilha; mamona; jacarandá; batata.

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• 2o Ano - 4o Mês - Conteúdo 19

Morfologia das Angiospermas

Tecidos vegetais:
1 - Meristemas formados por células indiferenciadas e podem originar qualquer tecido.
O meristema pode ser: primário (apical) ou secundário (lateral).

Meristema primário ou apical


Localiza-se na ponta do caule e da raiz e provoca o crescimento em comprimento da planta
(crescimento primário).
No caule forma brotos: gemas apicais (na ponta do caule), gemas laterais ou axilares (nas
ramificações do caule),
formando ramos, folhas e flores.
O meristema da ponta da raiz é protegido por conjunto de células chamado de coifa ou caliptra.

O meristema primário se divide em:


1 - Protoderme: Que origina a epiderme que reveste externamente o vegetal.
2 - Procâmbio: Que origina os tecidos condutores de seiva no caule e na raíz do vegetal.
3 - Meristema fundamental : Que origina os demais tecidos (responsáveis pela sustentação,
fotossíntese, armazenamento de substâncias e etc.).
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Meristema secundário ou lateral


É o responsável pelo crescimento em espessura da planta (crescimento secundário).
Localizado no interior do caule e das raízes das gimnospermas

O meristema secundário se divide em:


1 - Felogênio: Localizado na parte mais externa do caule e da raíz. Forma o feloderma (células de
reserva) e o súber (células de proteção)
2 - Câmbio: Localizado na parte mais interna do caule e da raíz. Forma os novos vasos condutores
de seiva.

Tecidos de revestimento e proteção:


1 - Epiderme: Reveste as folhas e as partes jovens do caule e da raiz. Possui na face externa uma
cobertura de cutina. (lípidio impermeável) que impede a evaporação da água.
Nas folhas a passagem de gás carbônico e de oxigênio necessários para a fotossíntese e para a
respiração é garantida por células diferenciadas da epiderme chamadas células estomáticas ou
células-guarda que formam estruturas chamadas de estômatos. As células estomáticas delimitam
uma abertura no estômato que regulam a entrada e a saída dos gases.
Na raiz, a epiderme forma os pelos absorventes (que aumentam a superfície de absorção de água).
2 - Súber: Formado por várias camadas de células mortas e ocas, protegendo a parte mais antiga do
caule e da raiz. Possui uma cobertura de suberina. (lípidio impermeável). Do súber se produz a
cortiça.

Tecidos de assimilação e reserva


1 - Parênquima clorofiliano ou de assimilação: Responsável pela fotossíntese, rico em cloroplastos e
presente nas folhas e nos caules jovens. Pode se apresentar como parênquima paliçádico ou
lacunoso.
2 - Parênquimas de reserva: O parênquima amilifero é o responsável pelo armazenamento de amido
e o parênquima aquífero é o responsável em armazenar água em plantas de regiões áridas. Situam-
se nas partes mais internas do caule, raízes, sementes e frutos.

Tecidos de sustentação:
1 - Colênquima: presente nas partes jovens da planta. Localiza-se abaixo da epiderme, sendo
formado por células vivas, resistentes e com grande flexibilidade.
2 - Esclerênquima: formado por células mortas, com paredes expessas constituídas por celulose e
lignina (substância rígida e impermeável).

Tecidos condutores de seiva


1 - Lenhosos: Transportam água e sais minerais (seiva bruta ou mineral), ou seja, matéria prima
para a fotossíntese. São formados por células mortas com paredes celulares reforçadas por lignina e
celulose. Existem dois tipos de vasos lenhosos: os vasos fechados (traqueídes) onde a seiva bruta
tem que passar pela parede de celulose e os vasos abertos onde a celulose desaparece em alguns
pontos permitindo a passagem da água com facilidade através destas perfurações (placa perfurada).
Formam o xilema.
2 - Liberianos: Formados por células vivas sem expessamento de lignina nas paredes. Possui uma
série de orifícios (crivos)pelos quais os citoplasmas se comunicam e trocam água e gás carbônico.
Formam o floema.

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Tecidos secretores
Exemplos:
1 - Nectário: Formado por células que produzem o néctar que atrai os polinizadores.
2 - Laticíferos: Formado por células que produzem o látex
3 - Pêlos glandulares: Formado por células que fabricam um líquido cáustico.

Raiz
Dividida em:
1 - Zona de alongamento
2 - Zona pilífera (pelos absorventes de água e sais minerais)

Tipos de raiz:
1 - Pivotante (uma raiz principal de onde saem as secundárias)
2 - Fasciculada (todas saem da mesma região, sem uma raiz principal)

Especializações:
1 - Raízes respiratórias ou pneumatóforos (plantas de mangue - Avicennia tomentosa). Ficam
fora da água na maré baixa e fazem troca gasosa com o ar.
2 - Raízes suporte ou Raízes escoras. Aumentam a base de sustentação e fixação das plantas.
3 - Raízes sugadoras. Especializadas em extrair alimentos das plantas hospedeiras (raiz aérea de
epífitas do tipo orquídeas).
4 - Raízes tuberosas. Armazenamento de reservas alimentares em forma de grãos de amido (batata
doce, beterraba, nabo, cenoura, mandioca).

Caules
Crescem verticalmente e dão sustentação as folhas. Apresentam gemas ou botões vegetativos.
(meristemas que se multiplicam ativamente por mitose originando novos ramos)
1 - Gema apical (no ápice para o crescimento em extensão).
2 - Gemas axilares (laterais, em geral em latência, para produzir ramos laterais)

Tipos :
1 - troncos = árvores
2 - Estipes = palmeiras
3 - Colmos = bambus, cana de açúcar
4 - Trepadores = jasmim (cresce apoiado em suportes)
5 - Estolões ou estolhos = sobre o chão (gramas, morangueiro).
6 - Rizomas = subterrâneos e paralelos ao solo (gengibre, batata inglesa)
7 - Bulbos = Cebola

Folhas :
Órgão laminar com células ricas em clorofila adaptadas para a fotossíntese.
Partes:
1 - Limbo = superfície da parte laminar
2 - Pecíolo = pedúnculo que liga o limbo ao caule
3 - Bainha = expansão da base da folha

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Flor

Estruturas reprodutivas constituídas de folhas modificadas

Formadas por Verticilos florais (de fora para dentro):


1 - Cálice = formado pelas sépalas
2 - Corola = formado pelas pétalas
3 - Androceu = formado pelos estames
4 - Gineceu = formado pelos carpelos

Frutos
Estrutura proveniente do ovário que contendo uma ou mais sementes (óvulos fecundados).
Pericarpo = proveniente da parede do ovário possui 3 partes:
1 - Epicarpo = camada mais externa
2 - Mesocarpo = camada intermediaria
3 - Endocarpo = camada mais interna (parte carnosa e comestível)

Pseudofrutos
Estrutura carnosa e comestível proveniente de outras partes da flor que não o ovário. Com função
de acumular nutrientes. Exemplos:
Maçã (desenvolvimento do receptáculo forma a parte suculenta) o fruto é a parte mais central.
Caju a parte suculenta e originada do pedúnculo e o fruto e a parte dura (castanha de caju)
Morango a parte suculenta e originada pelas bases de vários ovários. Os frutos são os pontos pretos.
Abacaxi a parte suculenta e originada do conjunto de vários receptáculos florais de varias flores.

Estômatos:
A epiderme, na face inferior das folhas, apresenta aberturas que controlam a entrada e a saída de
gases e a perda de água pela evaporação. Formada por 2 células (células guarda - forma de feijão)
com um espaço entre si = estiolo ou ostiolo

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Fisiologia das Angiospermas

Teoria da Coesão-Tensão
As moléculas de água se mantém unidas nos finíssimos vasos xilemáticos devido as forças de
coesão, formando uma coluna de moléculas de água. A medida que as folhas perdem água por
transpiração a coluna sobe (da raiz ate as folhas). As células das folhas absorvem a seiva bruta dos
vasos xilemáticos gerando uma força de sucção (ensão que puxa a água dentro dos vasos).
A elevação de água nos vasos xilemáticos máxima é calculada em 160 m de altura

Pressão de raiz ou Pressão radicular


Opera também no xilema um outro mecanismo, bem diferente do mencionado acima. Permite a
ascenção da coluna de água a pequenas alturas. A sua causa está numa pressão desenvolvida pelas
raízes, (Pressão de raiz ou Pressão radicular). A magnitude da pressão gerada não é suficiente para
ascender a água em vegetais de grande porte, por isso a sua ação se restringe a espécies herbáceas.
A pressão de raiz desenvolve-se quando a transpiração é baixa ou ausente , o que faz acumular
soluto no xilema , reduzindo o seu potencial hídrico (y) e causando o movimento da água a partir
da raiz.
Um fenômeno comum da pressão de raiz é a GUTAÇÃO , através do qual o excesso de água é
eliminado pelos hidatódios (estruturas similares aos estômatos) sob a forma líquida.
Esse fenômeno é mais freqüente à noite, quando a umidade é alta, o solo está bem suprido de água e
a transpiração está suspensa. Corresponde a gotículas de água que surgem nas margens das folhas
de espécies herbáceas.

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Estômatos e transpiração: Células-guarda, fatores que influenciam a abertura dos estômatos.


Os estômatos são formados por duas células especiais denominadas células guardas ou oclusivas. A
capacidade de distensão ou de aumentar o volume é bem maior do que outras células.

A entrada de água e conseqüente distensão, as células-guarda se afastam. Criando um orifício ou


poro (ostíolo), por onde se difunde o vapor d'água. A saída de água , as células-guarda reduzem o
seu tamanho e se aproximam, desaparece o ostíolo e o estômato se fecha.

Fatores como água, luz, CO 2 e temperatura influenciam o mecanismo estomático de abertura e


fechamento.

Fatores Alta concentração Porque


Luz Abre os estômatos Comprimento de luz azul estimula a entrada de K+ na célula guarda
= A célula fica Hipertônica e absorve água.
CO2 Fecha os estômatos Alta concentração de CO2 significa que houve redução da taxa de
fotossíntese (significa redução da luz). Reduz a entrada de K+
Água Abre os estômatos Aumenta o turgor

Quando o solo está bem suprido de água, os estômatos se abrem ao amanhecer e bem antes do por-
do-sol, já se acham parcialmente fechados.

Uma das características das célula-guarda é a capacidade de acumular íons K+ .


A passagem de K+ para o interior da célula-guarda se dá por absorção ativa.
A energia necessária para esse transporte vem da hidrólise do amido em açúcar.

Esse acúmulo de K+ leva à redução do potencial hídrico (y) da célula e a um subseqüente


movimento de água das células vizinhas para as células-guarda , que se incham, distendendo-se
e ao se afastarem uma da outra permitem a abertura do estômato. Numa situação inversa, quando a
água transpirada pela planta supera aquela absorvida, os estômatos se fecham, para proteger o
vegetal contra a desidratação.

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O fechamento do estômato ocorre porque as células-guarda perdem água para as vizinhas, numa
condição oposta a da abertura.

Ao perderem água por transpiração , as células das folhas reduzem os valores do seu potencial
de água. Essa redução de potencial hídrico (y) cria uma pressão negativa ou tensão, que se
propaga ao longo da coluna do xilema. As células foliares retiram água do xilema do caule, esse
retira das raízes que retiram do solo. Forma-se uma coluna líquida da raiz ate a folha, que ascende
puxada de cima para baixo. Uma sucção causada pela transpiração.

Produção da seiva elaborada:


Fatores que afetam a fotossíntese.
Concentração de CO2 = O carbono é matéria prima para a fotossíntese
Temperaturas elevadas = (+45 graus) Desnaturam as enzimas e reduzem as reações vitais
Intensidade de luz = A energia da luz é matéria prima para a fotossíntese

Existe um ponto ideal da intensidade luminosa ( Ponto de compensação fótico ou luminoso).


(quantidade de O2 produzido na fotossíntese = quantidade de O2 consumido na respiração)

Condução da seiva elaborada:


Anel de Malpighi = A retirada dele rompe a continuidade da seiva e mata a árvore.

Hormônios vegetais
O crescimento e desenvolvimento das plantas são controlados por hormônios (Fitormônios)

1 - Auxina:
Produzida pelo meristema apical do caule e transportadas pelo parênquima até as raízes.

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Promovem o crescimento das raízes e caules. (alongando as células recém formadas nos
meristemas).
Porem o excesso de auxina inibe o crescimento. Responsável por diversos fenômenos:

Fototropismo :
Fototropismo Positivo - Capacidade dos vegetais em crescerem voltados para a luz (caule).
Fototropismo Negativo - Capacidade dos vegetais em crescerem em sentido contrario a luz (raiz)
No caule: Quando uma planta é exposta à luz as auxinas migram para o outro lado (lado não
exposto), estimulando o crescimento do lado menos exposto a luz. (Caule curva-se para o lado da
luz).
Na raiz: Quando uma planta é exposta à luz as auxinas migram para o outro lado (lado não
exposto), inibindo o crescimento do lado menos exposto a luz. (raiz curva-se para o lado oposto à
luz).

Geotropismo ou Gravitropismo:
Capacidade de vegetais crescerem no sentido da força da gravidade. A concentração das auxinas
aumenta no lado voltado para a gravidade (na ponta da raiz). A raiz se aprofunda no solo.

Dominância apical:
As auxinas produzidas na gema apical inibem o crescimento das gemas laterais mais próximas. A
planta se ramifica nas regiões mais distantes da gema apical (Poda = Eliminação do ápice do caule
desenvolve rapidamente as gemas laterais).

2 - Giberelina:
Produzida nas raízes e brotos de folhas. Atuam na germinação das sementes (não atuam no
crescimento).
A água nas sementes ( embebição ) libera giberelina contida no embrião que sai da dormência,
iniciando o desenvolvimento.

3 - Citocininas:
Produzidas pelas raizes estimulam a divisão celular. Atuam em associação com as auxinas
(alongamento).
Também retardam o envelhecimento

4 - Acido abscissico: Produzido nas folhas, coifa e caule. Inibe o crescimento das plantas. Possui
alta concentração em sementes (dormência) e frutos (a água retira o excesso de acido abscissico
cessando a dormência). Interrompe o crescimento da planta no inverno e em condições
adversas (pouca água).

5 - Etileno:
Substância gasosa produzida por toda as partes da planta. Difunde-se entre os espaços
intercelulares. Amadurece os frutos.
Promove a queda das folhas no outono (para redução da atividade da planta durante o inverno,
retomando-as na primavera).

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Resumo:

Hormônio Função Local de produção Transporte


Auxina Alongamento de caule e raiz. Meristema apical Do caule para as raizes
Fototropismo e Geotropismo Folhas jovens
Dominância apical Sementes
Desenvolvimento dos frutos
Giberelina Germinação das sementes Meristema apical Desconhecido
Crescimento das folhas Folhas jovens
Floração Raízes
Desenvolvimento dos frutos Embrião
Citocinina Divisão e crescimento celulares Raizes Xilema
Retarda o envelhecimento Das raízes para o caule
Diferenciação das raizes
Acido Inibe o crescimento Caule Sistema vascular
abscissico Fecha os estômatos (falta de água) Folhas velhas
Atua na dormência Coifa
Etileno Amadurecimento dos frutos Frutos Difusão (Gás)
Reduz os efeitos da auxina Tecidos velhos
(Alongamento de caule, raiz e folhas
no outono)
Queda das folhas no outono

Fotoperiodismo
O desenvolvimento e floração das plantas está relacionado com a duração do dia
Plantas de dia curto = Florescem no fim do verão, outono e inverno (período de escuro maior =
Noite longa).
(Basta um lampejo de luz a noite para interromper a floração. A planta interpreta como se fosse
um dia longo = noite curta).
Exemplo: Crisântemo

Plantas de dia longo = Florescem no fim da primavera e verão (período de escuro menor = Noite
curta).
(Basta um lampejo de luz a noite para ocorrer a floração. A planta interpreta como se fosse um dia
longo = noite curta).
Exemplo: Íris

Plantas neutras ou indiferentes: Florescem independentemente do fotoperíodo ou que não


respondem a um determinado fotoperíodo.
Exemplo: o tomateiro e o milho.

Fitocromos
A capacidade da planta de responder ao fotoperiodo está relacionada a uma proteína = Fitocromo
Presente no citoplasma das células dos vegetais em duas formas:

Fitocromo R = Fitocromo vermelho (Red) = FORMA INATIVA (onda na faixa de 660 nm)
Fitocromo R = inibe a floração

Fitocromo F = Fitocromo vermelho longo (Far red) = FORMA ATIVA (onda na faixa de 730 nm)
Fitocromo F = induz a floração

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a luz solar apresenta os dois tipos de ondas (vermelho – 660 nm e vermelho longo 730 nm)

Fitocromo R (INATIVA) se transforma em Fitocromo F (ATIVA) ao receber onda de 660 nm).


Fitocromo F (ATIVA) se transforma em Fitocromo R (INATIVA) ao receber onda de 730 nm).

Logo: De dia , a planta apresenta os dois tipos de Fitocromos (F e R) em equilibrio

Porem: De noite o Fitocromo F (ATIVA) se transforma em Fitocromo R (INATIVA)


espontaneamente.
(Em um longo período de escuridão a planta pode apresentar somente o fitocromo R)

Em plantas de dia curto = Noite longa


O Fitocromo F (Ativa) se converte mais em Fitocromo R (inativa) o que inibe a floração .

Em plantas de dia longo = Noite curta


O Fitocromo F (Ativa) se converte menos em Fitocromo R (inativa), induzindo a floração .

Estações do ano onde as noites são longas (dia curto), fim do verão, outono e inverno, apenas
florescem as plantas de dia curto. As plantas de dia longo (noite curta) não florescem.

Estações do ano onde as noites são curtas (dia longo), fim da primavera e verão, apenas
florescem as plantas de dia longo. As plantas de dia curto (noite longa) não florescem

Plantas de dia curto Plantas de dia longo

8 horas | 16 horas 16 horas | 8 horas


Florescem Florescem

Planta de Dia Curto: Floresce Planta de Dia Longo: Floresce.


Enquanto a Planta de Dia Longo: Não Floresce Enquanto a Planta de Dia Curto: Não Floresce

Mas basta um lampejo de luz para interromper a Mas basta um lampejo de luz para ocorrer a floração.
floração. A planta interpreta como se fosse um dia A planta interpreta como se fosse um dia longo (noite
longo (noite curta). curta).

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Invertebrados

• Poríferos;
• Cnidários;
• Platelmintos.
• Nematódeos
• Anelídeos
• Moluscos

Quadro do professor

• 2o Ano - 5o Mês - Conteúdo 20

Classificação dos animais

Grupos de animais quanto ao desenvolvimento embrionário:

Sem folhetos embrionários =========================> Poríferos


Diblásticos Epiderme e Gastroderma Cnidários
(2 folhetos embrionários) => (entre elas a mesogléia)

Acelomados Platelmintos

Pseudocelomados Nematódeos
Triblásticos

Anelídeos
Moluscos
Artrópodes
Equinodermas
Cordados
Celomados

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Grupos de animais quanto ao desenvolvimento do sistema digestivo:


Sistema digestivo incompleto: Animais acelomados (planaria): uma única abertura (boca) e uma
bolsa de fundo cego.
Resíduos metabólicos, como a amônia, é eliminada por difusão, pela superfície corporal.

Sistema digestivo completo: Duas aberturas (boca e anus) ligando o aparelho digestivo ao meio
externo.
Protostômios: Primeiro surge a boca a partir do blastoporo ligando-a ao meio externo.
Deuterostômios: Primeiro surge o anus a partir do blastoporo ligando-o ao meio externo (Apenas
equinodermos e cordados).

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Poríferos
Filo porifera - O nome do filo porífera (latim porus , poro, orifício + ferre , transportador) está
relacionado com o grande número de poros presentes no organismo (Esponjas).
Esses poros comunicam o meio externo com uma cavidade das esponjas , chamada átrio.
As esponjas, durante a vida embrionária só apresentam dois folhetos germinativos, endoderma e
ectoderma. (diploblásticas).

Sem órgãos ou tecidos especializados. Um único tecido desenvolve várias funções.


Animais aquáticos . Apesar de sua simplicidade estrutural são bem adaptados ao ambiente.
De poucos centímetros até 2 metros.
A superfície externa é revestida por células achatadas chamadas pinacócitos.
Os orifícios na superfície corporal se comunicam com tubos internos.
A borda do orifício e a parede desses tubos representam uma célula dobrada sobre si formando um
cilindro. São os porócitos.
Internamente a camada superficial de células, há uma substância gelatinosa, constituída
predominantemente por proteínas, chamada mesênquima.
Mergulhadas no mesênquima, são encontradas células amebóides, os amebócitos (têm capacidade
fagocítica e são responsáveis pela digestão de alimentos).
Também no mesênquima estão as espículas que garantem a sustentação do corpo das esponjas.

O átrio é revestido internamente por coanócitos. São células que possuem um flagelo circundado,
em sua base, por um "colarinho" constituído por algumas dezenas de filamentos retráteis. O
batimento desses flagelos é responsável pelo movimento contínuo da água pelo corpo das
esponjas, também são responsáveis pela captação dos alimentos.

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Devido a esse padrão alimentar, as esponjas são organismos filtradores. Uma esponja com 10
centímetros de altura filtra 100 litros de água por dia.

As trocas gasosas (O2 e CO2 ) acontecem por difusão simples, assim como a eliminação de
resíduos metabólicos.

Reprodução
Entre as esponjas, ocorrem reprodução assexual e reprodução sexual .
A reprodução assexual
Ocorre através do brotamento. Os brotos crescem ligados ao corpo, podendo se soltar e formar um
novo organismo.
Algumas espécies de esponjas de água doce formam brotos internos resistentes, chamados gêmulas.
(possibilitam a sobrevivência da esponja em condições adversas).
As gêmulas (brotos internos) se formam a partir de células amebóides do mesênquima. Formadas
por tecidos pouco diferenciados, as esponjas têm um elevado poder de regeneração

A reprodução sexual
Depende da formação de gametas a partir de diferenciação de células presentes no mesênquima.
Há espécies hermafroditas e espécies com sexos separados.
A corrente de água leva os espermatozóides ao encontro dos óvulos, e a fecundação (fusão dos
gametas masculino e feminino) ocorre no mesênquima.
O desenvolvimento embrionário é indireto , pois há passagem por uma fase larvária , chamada
anfiblástula.
A anfiblástula nada para fora da esponja mãe, se fixa e se desenvolve.

Classes
Calcarea - esponjas calcáreas com muitas espículas compactas de carbonato de cálcio
Hexactinellida - poucas espículas de sílica.
Demospongiae - "esqueleto" de fibras de espongina com ou sem espículas de sílica.
Sclerospongiae - "esqueleto" de fibras de espongina com espículas de sílica.

Resumo dos Poríferos


Características Animal Filtrador, Desprovido de órgãos, Tecido multifuncional
Habitat Aquático
Sistema digestivo Ausente (fagocitose pelos coanócitos)
Sistema Circulatório Ausente (difusão)
Sistema respiratório Ausente (direto com o meio)
Sistema Excretor Ausente (direto com o meio)
Sistema nervoso Ausente
Reprodução Assexuada: Fragmentação e brotamento.
Sexuada: Larva anfiblástula

Cnidários (Cnidaria)

Cnidários, antigamente chamados celenterados, são animais que apresentam organização tissular
na qual há especialização de células e grupos de células.
Cnidário vem do grego knide , urtiga.
Celenterados, etimologicamente, significa dotado de cavidade intestinal (ou digestiva) foram,
filogeneticamente, os primeiros animais que desenvolveram um tubo digestivo.

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São aproximadamente 10.000 espécies.


Cnidários têm células com grau de diferenciação e especialização maior que os poríferos;
Possuem um sistema digestivo pela presença do tubo digestivo ( primeiros enterozoários).
Sistema nervoso rudimentar .
A maioria vive em ambientes marinhos. Muitos formam colônias gigantescas como os corais
(Formas sésseis).
Possuem cores e formas diversas e muito atraentes, bastante apreciadas pelos mergulhadores.
Algumas formas são livres e se movimentam por jatopropulsão, e outras são sésseis.
Os recifes de corais são enormes colônias formadas por uma quantidade gigantesca de pequenos
animais fixos , que crescem e se desenvolvem uns sobre os outros. Os animais mais antigos, que
ficam na base da colônia, morrem e deixam a sua estrutura calcária , que serve de suporte para as
gerações mais jovens. Recifes de corais podem atingir dimensões de centenas de quilômetros.

Um dos Cnidários mais conhecidos é a água-viva ( Aurelia aurita ), responsável por numerosos
casos de queimaduras em banhistas. Seu corpo contém mais de 95% de água, o que explica o seu
nome.
A vespa marinha ( Chironex fleckeri ), é um exemplo de celenterado venenoso. É encontrada no
mar, na costa da Oceania e o contato da pele com esse animal pode matar um homem adulto em
menos de 3 minutos.

Há dois tipos morfológicos básicos de cnidários:

Pólipo : séssil, forma cilíndrica, base presa a substrato; boca superior, rodeada por tentáculos;
vivem isolados ou formando grandes colônias (brotamento), unidos uns aos outros por seu
exoesqueleto (corais).

Medusa : livre-natante, forma semelhante a "guarda-chuva" . A boca fica voltada para baixo e pode
estar circulada por longos tentáculos onde se concentram numerosos cnidoblastos

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Cnidoblastos: são células típicas desse filo, que “disparam e injetam” um líquido urticante e de
efeito paralisante nos animais (funções de captura e defesa).
Pólipos e medusas apresentam a mesma estrutura interna , com as duas camadas de células
(epiderme e gastroderme ) e a mesogléia entre elas. Os celenterados são carnívoros e se
alimentam de pequenos crustáceos, larvas de insetos, moluscos e de pequenos peixes. Depois de
sofrer digestão extracelular e intracelular , o alimento é distribuído por difusão para todas as
outras células do corpo.

As trocas gasosas e a excreção de resíduos metabólicos se processam por difusão através da


superfície do corpo. Como o corpo é uma camada relativamente delgada, moléculas pequenas como
o O2 , o CO2 e a amônia podem atravessá-lo com facilidade

Sistema nervoso rudimentar, formado por células que se interligam formando uma rede nervosa.
Essa rede está localizada logo abaixo da epiderme. O sistema nervoso é chamado difuso ou
reticular e reagem adequadamente aos estímulos ambientais (predadores, presas).

Os cnidários possuem estatocistos, estruturas capazes de detectar mudanças na posição do corpo, o


que facilita a manutenção postural e do equilíbrio.

ESTRUTURA
Ectoderme (folheto germinativo que formará a epiderme)
Endoderme (folheto germinativo que formará a gastroderme)
Mesogléia (camada gelatinosa localizada entre as duas anteriores).

Ectoderme:
É composta pelos seguintes tipos de células:
Célula epitélio muscular - são as células mais numerosas, dispostas densamente na epiderme,
formando conjunto a superfície externa do corpo.
Célula intersticial - são pequenas células encaixadas entre as células do epitélio muscular. Tem
capacidade totipotente , isto é origina qualquer outro tipo de célula.

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Célula nervosa - são células estreitas não diferenciadas em axônio e dentritos, que se encontram na
base de ectoderme formando conjunto, uma rede junto a mesogléia.
Cnidoblasto - chamadas também de células urticantes, características de cnidários. São altamente
especializadas, concentrando-se principalmente nos tentáculos. Reúnem-se em grupos de até 40,
constituindo verdadeiras baterias de cnidoblastos.

Tem a forma de um cálice; na ponta mais larga da célula, existe uma diferenciação citoplasmática
extremamente complexa, o nematocito ou cápsula urticante, dotada de duas membranas que
possui no pólo externo uma espécie de tampo ou opérculo, e o vacúolo formado pela cápsula é
preenchido principalmente por uma substância caustica de natureza protéica, a actíno-congestina.

Mesogléia
É uma camada de aspecto gelatinoso constituído principalmente por água. Não possui células
próprias. as células encontradas são elementos ectodérmicos deslocando para a endoderme e
vice-versa .

Endoderme - Limita a cavidade gástrica e tentáculos. É composta de uma camada de células


cilíndricas epitélio musculares, como aquelas da ectoderme. A maioria destas células apresentam
flagelos , sendo que muitas possuem vacúolo e citoplasma volumoso com funções nutritivas, às
vezes emitem pseudópodes para capturar pequenas partículas.

Outras células comportam-se como células glandulares , ocorrem em maior número em torno da
boca e do disco basal onde secretam enzimas digestivas que eliminadas na cavidade
gastrovascular, vão agir sobre o alimento retido, fragmentando-o em pequenas porções.

RESPIRAÇÃO - as trocas gasosas dão-se através da superfície geral do organismo. Não há órgãos
respiratórios.

EXCREÇÃO - dá-se através da superfície geral do organismo.

CIRCULAÇÃO - não apresenta sistema circulatório.

REPRODUÇÃO - apresentam reprodução sexuada e assexuada


A fecundação é externa na maioria dos cnidários, havendo espécies em que o encontro dos gametas
ocorre dentro da cavidade gástrica.

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Nos casos em que o desenvolvimento é indireto ( todas as espécies marinhas ) o zigoto dá


origem a uma larva ciliada (plânula). Após algum tempo a larva se fixa ao substrato dando
origem a um novo organismo (pólipo).

Um grande número de espécies apresenta alternância de gerações (metagênese). Nesse caso, a


forma polipóide produz assexuadamente pequenas medusas que, após um período de
desenvolvimento, produzem gametas de cuja fusão resulta o zigoto.

Nas espécies que apresentam apenas a forma de pólipo, esse se reproduz sexuadamente
originando novos pólipos.

Os espermatozóides são liberados na água, nadando ao encontro do óvulo. A fecundação e as


primeiras divisões ocorrem com o zigoto ainda preso ao organismo materno. Como seqüência do
processo, o embrião se destaca e transforma-se em um pólipo jovem que na maturidade repete o
ciclo

SISTEMA NERVOSO - os celenterados é o primeiro da escala animal há apresentar sinais de


sistema nervoso, este sistema chamamos de Sistema Nervoso Difuso. Assim, estimulando apenas
um tentáculo todo o organismo reage, isto ocorre graças à difusão do estimulo por toda a rede
nervosa.

O filo Cnidaria é subdividido em 4 classes:


Hydrozoa (hidras, hidróides, hidromedusas, caravelas),
Scyphozoa (águas-vivas),
Cubozoa (medusas altas, cubiformes) e
Anthozoa (anêmonas-do-mar, corais, gorgonáceos)

Classe Hydrozoa Nessa classe, a forma de pólipo é nitidamente predominante. Os mais conhecidos
são a Hydra sp. , a Obelia sp. e a Physalia pelagica. Essa última, conhecida comumente por
"caravela portuguesa", é flutuante mas formada por uma grande colônia de pólipos.

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Caravela: Flutua na superfície da água, graças a uma bexiga colorida, cheia de gases. Arrasta na
parte inferior, tentáculos de até 30 cm de comprimento. Possui centenas de células secretoras de
veneno.

Hidra - Pequenos hidrozoário de água doce que medem de 0,25 a 2,5 cm de comprimento.
Possuem o corpo cilíndrico e oco, em uma das extremidades deste, está localizado o pé e na outra a
boca, rodeada de tentáculos. Este tipo de animal recebe o nome de pólipo simples .
São notáveis por sua capacidade de regeneração. Se uma hidra for cortada em vários pedaços, cada
um deles se transforma em um indivíduo completo.
No terço inferior da hidra se eleva um divertículo da parede que compreende as duas camadas
celulares. Este broto cresce , e próximo de sua extremidade aparece os tentáculos, dispostos em
círculos, por evaginações dos tecidos.

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Classe Scyphozoa
Nessa classe, a forma duradoura é a medusa. São exemplos conhecidos a Aurelia aurita (a "água-
viva"), a vespa marinha e a Haliclystus sp. , que, embora seja uma medusa, permanece fixa a um
substrato por meio de um pedúnculo

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Classe Anthozoa
Somente existem na forma de pólipos
Coral é o nome comum de certas colônias de pólipos marinhos caracterizadas por possuírem um
esqueleto córneo ou de carbonato de cálcio. Os corais podem crescer em águas profundas, mas os
que formam os recifes vivem somente em águas quentes e rasas.

Anêmona-do-mar, nome comum de vários pólipos marinhos semelhantes a flores que possuem
o corpo cilíndrico. Muitas espécies são coloridas e fixam-se às rochas por um dos extremos do
corpo, no outro possuem a boca, que é rodeada de tentáculos providos de nematocistos. Algumas
podem ser parasitas de medusas.

Esqueleto hidrostático - As anêmonas possuem uma estrutura característica para a sustentação.


Possuem uma característica peculiar para sua sustentação corporal.

Resumo dos Cnidários


Características Animal em forma de pólipo ou medusa, diploblástico, que apresenta
cnidoblastos (células urticantes)
Habitat Aquático (a maioria marinho)
Sistema digestivo Incompleto (Não existe anus, digestão extra e intracelular)
Sistema Circulatório Ausente (difusão)
Sistema respiratório Ausente (direto com o meio)
Sistema Excretor Ausente (direto com o meio)
Sistema nervoso Rudimentar rede difusa pelo corpo
Reprodução Assexuada: Pólipos brotamento.
Alternância de gerações (metagenese)=> sexuada (gerando medusas) e
posteriormente assexuada (gerando pólipos)

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Platelmintos (Platyhelminthes)
Os platelmintos (gr. platys, achatado + helminthes, verme) possuem o corpo achatado dorso-
ventralmente.
Possuem simetria bilateral, triblásticos, acelomados, sistema nervoso centralizado, sistema
digestivo incompleto, sistema excretor e gônadas permanentes .

Compreendem cerca de 15.000 espécies, a maioria da classe Trematoda. A maioria é parasita,


vivendo no trato digestivo de muitos animais, especialmente vertebrados. Os de vida livre
encontram-se nos mais variados ambientes: em todos os mares, água doce e mesmo na terra
(preferem a umidade encontrada sob pedras, troncos podres e cascas de árvores).

Os platelmintos marinhos de vida livre, exibem cores vistosas, são carnívoros e saprófagos ;
(vivem também em locais protegidos, embaixo de pedras e seixos, em fendas e entre algas).

Os platelmintos são divididos em:


Classe Turbelária
Classe Trematoda
Classe Monogenea
Classe Cestoidea

Classe Turbellaria
Os Turbelária são de vida livre, o corpo achatado dorso-ventralmente, ovalado ou alongado com
projeções cefálicas; usualmente têm boca em posição ventral e não possuem ventosas. A epiderme é
ciliada e rica em glândulas mucosas.

Um dos mais conhecidos platelmintos é a planária (Dugesia tigrina). As planárias são encontradas
com facilidade em locais de água limpa, sob folhas ou pedras. Medem cerca de 1 a 2 centímetros de
comprimento, e a sua largura oscila entre 2 e 5 milímetros. Apresentam simetria bilateral, e têm
uma extremidade anterior e outra posterior. A face voltada para baixo é a face ventral , e a face
voltada para cima, face dorsal . Na face ventral, está a boca , orifício de entrada de alimentos e
de saída de dejetos da digestão .

Apresentam sistema digestivo incompleto e ramificado, ocelos (fotoreceptores) e aurículas


(quimiorreceptoras).

São hermafroditas (monóicos) , com fecundação cruzada e desenvolvimento direto. Podem


também fazer regeneração.

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Simetria Bilateral

Classe Trematoda
São todos parasitas e usualmente possuem uma ventosa ao redor da boca e uma ou mais na
superfície ventral. Os Trematoda , são achatados dorso-ventralmente, com o corpo ovalado ou
arredondado. Revestido por uma cutícula (sem epiderme ou cílios) e com uma ou mais ventosas
para fixação.

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Ordem Digenea: São endoparasitas que necessitam de 2 ou 3 hospedeiros para completar o seu
ciclo vital (digenéticos). As larvas geralmente ocorrem em invertebrados. São providos de uma
ventosa oral e uma ventral. Possui 11.000 espécies de endoparasitas de todos vertebrados.
Fasciola hepatica - é um trematodo (Digenea) que possui o corpo em forma de folha, atingindo
quando adulto, cerca de 3 cm de comprimento. Parasita o fígado e canais biliares de ovinos,
caprinos, bovinos e suínos; podendo ocasionalmente ocorrer no homem. O parasita é encontrado em
pastos com áreas pantanosas, onde os hospedeiros intermediários ocorrem (caramujos do gênero
Lymnea). O homem se infesta ao ingerir água ou verduras cruas contaminadas (agrião por exemplo)
.
Schistosoma mansoni – É um Digenea de sexo separado e nítido dimorfismo sexual. O macho é
largo e longo , cerca de 1 cm de comprimento . Largo na porção mediana, afilando-se nas
extremidades. A fêmea é fina e bem mais longa que o macho, cerca de 1,5 cm de comprimento e
sua cutícula é lisa. O corpo do macho possui duas porções distintas, uma anterior onde estão as duas
ventosas, oral e ventral e outra posterior que forma ventralmente uma dobra, denominada de canal
ginecóforo , onde a fêmea se aloja. Esse canal é importante na cópula, pois o macho não possui
órgão copulador . O esperma é derramado no canal atingindo assim o orifício genital da fêmea. A
cutícula que reveste o corpo do macho é provida de pequenos espinhos que favorecem a locomoção
no interior das veias, mesmo contra a corrente sangüínea. Atacam o homem causando
esquistossomose ou barriga d'água.

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Classe Monogenea
São ectoparasitas (1.100 espécies) que habitam apenas um hospedeiro (monogenéticos),
geralmente peixes, anfíbios ou répteis. Na extremidade superior do corpo possuem um aparelho
adesivo, constituído por ventosas e ganchos quitinosos .
Ex. Gyrodactylis sp - vive na nadadeira, pele e brânquias de peixes, podendo causar a morte de
muitos deles.

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Classe Cestoidea
Os Cestoideas, (3.400 espécies), têm o corpo despigmentado, sem epiderme ou cílios, mas
revestido por uma cutícula. A região anterior possui estruturas de fixação: escolex, ventosas ou
ganchos. Seu ciclo vital inclui um ou mais hospedeiros intermediários (invertebrados e/ou
vertebrados). A importância ecológica está relacionada à associação parasitária. A presença de
formas imaturas de cestóides em pescados constitui um fator depreciativo , comprometendo a
comercialização do produto.
Taenia solium - ocorre no porco e no homem, medindo normalmente de 2 até 8 metros de
comprimentos quando madura; seu corpo é constituído por 3 porções :
ESCÓLEX OU CABEÇA
ZONA BROTAMENTO, COLO ou PESCOÇO
ESTRÓBILO, TRONCO ou CORPO.

ESCÓLEX OU CABEÇA
Porção anterior destinada a fixar a tênia na superfície da parede intestinal. É globosa com cerca de
1mm de diâmetro , apresentando 4 ventosas e um rostro ou rostelo com uma coroa de ganchos
quitinosos , para fixação no hospedeiro.

ZONA BROTAMENTO, COLO ou PESCOÇO


É uma porção mais fina e não segmentada que liga o escólex ao corpo.

ESTRÓBILO, TRONCO ou CORPO


Consiste de uma série de anéis ou proglotes (800 a 1000). Na parte anterior ocorrem os anéis mais
jovens ou imaturos, seguindo-se anéis maduros e grávidos.

FECUNDAÇÃO: um conjunto de órgãos masculinos e femininos desenvolve-se em cada


proglote , quando já está a certa distância do escólex (proglote madura). A fecundação é cruzada e
pode ser realizada entre anéis diferentes de um mesmo indivíduo que entram em contacto através
de movimentos do animal; ou de anéis de dois indivíduos diferentes. Os ovos passam para o útero
que gradualmente se torna um saco ramificado repleto de milhares de ovos.

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Resumo das características gerais – Os platelmintos são enterozoários incompletos e o seu tubo
digestivo possui apenas um orifício . Durante o desenvolvimento embrionário dos platelmintos, as
células que surgem por mitoses consecutivas do zigoto formam três camadas , os folhetos
germinativos (são triblásticos ). O folheto mais externo, o ectoderma , origina a epiderme , tecido
de revestimento e que secreta um muco que mantém o corpo úmido. O folheto mais interno,
endoderma forma o revestimento interno do sistema digestivo . O folheto intermediário, ou
mesoderma , origina a massa muscular do corpo desses animais. O mesoderma origina uma
musculatura que inclui dois tipos de fibras: as fibras longitudinais e as fibras transversais . A
contração desses dois tipos de fibras pode fazer o corpo do animal se encurtar ou se alongar, o que
permite o seu deslocamento. O mesoderma também forma o mesênquima , massa esponjosa
formada por células indiferenciadas e com capacidade de se transformar em outras células do
corpo. A presença do mesênquima explica o grande poder de regeneração desses animais. Se uma
planária for dividida transversalmente em 3 partes, todos os fragmentos irão formar uma planária
inteira e quanto mais anterior for esse fragmento, mais rapidamente a regeneração se processa. Os
platelmintos possuem simetria bilateral. O intestino é incompleto e muitos deles são bastante
ramificados . Essas ramificações facilitam a distribuição dos alimentos entre as células do corpo,
dentro das quais a digestão se encerra. A digestão é extra e intracelular . No revestimento interno
do intestino , há células secretoras que produzem enzimas digestivas . As trocas gasosas
ocorrem por difusão , pela superfície corporal . Como o corpo é achatado, a entrada do O2 e a
saída do CO2 ocorrem com facilidade e rapidamente. Os resíduos metabólicos, como a amônia, é
eliminada por difusão , pela superfície corporal. Todo o corpo é percorrido por um sistema de
finos canalículos que possuem, em uma extremidade, um orifício que se abre no exterior, e na outra
extremidade células chamadas solenócitos ou células-flama (estrutura de excreção). O
batimento contínuo dos cílios estabelece um fluxo permanente de água para fora do corpo , o
que é útil na regulação osmótica e auxilia na eliminação de resíduos metabólicos . Nos
platelmintos, as células nervosas se agrupam, formando dois cordões nervosos ventrais. Essa
posição do sistema nervoso é uma característica comum a todos os invertebrados. Os cordões
nervosos se comunicam por meio de fibras transversais, e o sistema nervoso assume o aspecto de
uma escada. Na região anterior, estão dois grandes gânglios cerebróides , regiões de maior
condensação de células nervosas. Outros gânglios são encontrados ao longo dos cordões nervosos.
Esse tipo de sistema nervoso é chamado ganglionar . A tendência evolutiva de se agrupar células

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nervosas na região anterior do corpo é conhecida como cefalização , e se inicia com os


platelmintos. Os platelmintos são avasculares, ou seja, desprovidos de sistema circulatório . Isso
é compensado pelo formato achatado do seu corpo , o que torna pequenas as distâncias entre as
diversas partes do corpo e facilita a difusão de substâncias. Os platelmintos de menor porte podem
se dividir por fissão ( fragmentação ). As planárias sofrem fissão longitudinal, e cada metade se
regenera e forma uma nova planária. Trata-se de uma forma de reprodução assexual . As planárias
são hermafroditas, mas incapazes de realizar a autofecundação . Portanto, são hermafroditas
dióicos . Duas planárias se aproximam e colocam em contato orifícios que possuem na superfície
ventral, os poros genitais. Por esses poros, elas trocam espermatozóides mutuamente. A fecundação
é cruzada e interna. O zigoto , junto com células ricas em substâncias nutritivas, é expelido do
corpo e se desenvolve sem passar por estágio larval (desenvolvimento direto). Os platelmintos
parasitas se reproduzem sexualmente . O Shistosoma mansoni (trematoda) tem sexos separados. É
dióico e apresenta um evidente dimorfismo sexual. As tênias (cestoidea) são hermafroditas
monóicos e fazem autofecundação.

Resumo dos Platelmintos


Características Animal de corpo achatado, triploblástico, acelomado e com simetria
bilateral.
Habitat Terrestre ou Aquático (doce ou salgada)
Sistema digestivo Incompleto (Não existe anus, digestão extra e intracelular)
Sistema Circulatório Ausente (difusão)
Sistema respiratório Ausente (direto com o meio)
Sistema Excretor Presente (protonefrideos com células flama)
Sistema nervoso Presente (par de gânglios cerebrais ligados a cordões nervosos
longitudinais

Orgãos sensoriais: Orgãos especializados na captação de estímulos


luminosos, mecânicos e químicos.
Reprodução Assexuada: fragmentação.
Sexuada: Desenvolvimento direto (monóicas) sem estágio larval.
Desenvolvimento direto (dióicas) com vários estágios larvais.

Nematódeos
São triblásticos, protostômios, pseudocelomados (cavidade só parcialmente revestida pela
mesoderme). Seu corpo cilíndrico, alongado, exibe simetria bilateral. Possuem sistema digestivo
completo, Sistema excretor composto por dois canais longitudinais no formato da letra H
(renetes); Sistemas circulatório e respiratório ausentes. Sistema nervoso parcialmente
centralizado , com anel nervoso ao redor da faringe. Os nematódeos são considerados o grupo de
metazoários mais abundante na biosfera (estimativa de constituírem até 80% de todos os
metazoários).Muitos são de vida livre no solo e na água e outros são parasitas em animais ou
plantas. Ecologicamente são muito bem-sucedidos, sendo tal fato demonstrado pela alta diversidade
de espécies. (20.000 espécies já foram descritas, de um número estimado em mais de 1 milhão).
Exemplos de parasitas:
Ascaris lumbricoides – Ascaridíase no homem
Ancylostoma duodenale – Amarelão no homem
Necator americanus – Amarelão no homem
Wuchereria bancrofti – Elefantíase no homem
Syngamus trachea – Infecção respiratória de galinhas

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Heterodera schachtii - Infecção de raízes, formando as "galhas". A formação de uma galha envolve
o aumento da quantidade de células (hiperplasia) e do seu tamanho (hipertrofia); o verme fica
alojado em espaços resultantes da ruptura de células, alimentando-se de células que ele induz a se
transformarem em fonte de alimentação para ele.

Exemplos de vida livre:


Desmoscolex
Bunonema
Xiphinema

Os nematódeos de vida livre são pequenos, menores do que 2,5mm de comprimento, o corpo é
cilíndrico, delgado e alongado. O corpo é essencialmente um tubo dentro de outro tubo. O tubo
externo é a parede corpórea , constituída, externamente, por uma cutícula complexa e,
internamente, por uma camada de músculos longitudinais . O tubo interno é o trato digestivo.
Entre o tubo externo (parede corpórea) e o tubo interno (tubo digestivo) há uma cavidade
corpórea, pseudoceloma, preenchido por líquido, na qual os órgãos reprodutores são encontrados,
também funciona como um esqueleto hidrostático..

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Organização Estrutural
Algumas espécies são microscópicas , e outras chegam a mais de um metro de comprimento.
Destacam-se dos demais filos por serem pseudocelomados. Esta cavidade é preenchida por
líquido que funciona como um “esqueleto hidrostático ”, além de favorecer a distribuição de
nutrientes e recolher excretas.

Características gerais:
São características exclusivas : a ausência de células ciliadas e os espermatozóides amebóides,
sem flagelo , deslocando-se por pseudópodos . A ocorrência de tubo digestivo completo (boca e
ânus) pela primeira vez na escala zoológica . Trata-se de enterozoários completos .

Todas as espécies são dióicas (fecundação interna), ocorrendo em algumas dimorfismo sexual . A
maioria é de vida livre, habitantes de solo úmido, areia, de águas estagnadas e até do mar. Entre os
parasitas, além daqueles que têm o homem como seu hospedeiro, há espécies que infestam outros
animais ou plantas (raízes, frutos).
A epiderme é sincicial , ou seja, formada por uma massa celular multinucleada e produz uma
cutícula depositada externamente a ela. A cutícula é acelular, lisa, resistente e oferece proteção
para o animal . Na superfície do corpo, não se encontram cílios . Seus músculos são
exclusivamente longitudinais , dispostos no sentido do comprimento do corpo. Isso faz com que a
sua capacidade de locomoção seja mais limitada que a dos platelmintos. Na boca , podem ser
encontradas placas cortantes semelhantes a dentes . Com elas, podem perfurar os tecidos de
outros seres vivos

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O alimento é completamente digerido pelas enzimas que atuam sobre ele no interior do tubo
digestivo, e quando os nutrientes são absorvidos, as células os recebem prontos para o uso. A
digestão é exclusivamente extracelular . Muitos nematelmintos de vida livre são carnívoros. Os
parasitas intestinais recebem o alimento já parcialmente digerido pelo hospedeiro. Os
nematelmintos são avasculares (não possuem sistema circulatório). Não possuem órgãos
respiratórios. As trocas gasosas acontecem na superfície corporal, por difusão . Os nematelmintos
de vida livre são aeróbicos e obtêm o oxigênio no meio onde vivem. Os nematelmintos parasitas
são geralmente anaeróbicos e fazem fermentação . (não requerem O2 e a maioria não elimina
CO2, pois realizam a fermentação láctica, que não libera esse gás). Os resíduos metabólicos são
removidos a partir do líquido que ocupa o pseudoceloma , por meio de dois tubos longitudinais
ligados por um tubo menor transversal. A distribuição desses tubos, no corpo, dá a eles o nome de
tubos em "H". Os dois ramos longitudinais do sistema se abrem em orifícios próximos da boca. O
sistema nervoso dos nematelmintos é ganglionar e ventral . Há um anel nervoso que circula a
boca, e de onde partem os cordões nervosos . Ao longo desses cordões, há protuberâncias com
regiões de maior agrupamento de células nervosas. São os gânglios nervosos

Reprodução
Todos os nematelmintos têm sexos separados e são dióicos com dimorfismo sexual . Há
diferenças quanto ao tamanho ou quanto à forma , entre os machos e as fêmeas. Na cópula, os
machos depositam os seus espermatozóides no poro genital das fêmeas . Os machos não possuem
poro genital e a saída dos espermatozóides ocorre pelo ânus. A fecundação acontece dentro do
corpo da fêmea (fecundação interna). Depois de fecundado, o zigoto se desenvolve dentro de um
ovo com a casca resistente. Muitas espécies eliminam os ovos fecundados para o ambiente , onde
as primeiras divisões se processam e o ovo se torna embrionado .
No caso do Ascaris lumbricoides, a pessoa ingere ovos embrionados. Dentro do tubo digestivo do
homem, o ovo eclode e libera a larva, que penetra através da parede do tubo digestivo. O
desenvolvimento é indireto, com passagem por diferentes estágios larvais. A larva que sai do ovo se
chama larva rabditóide. Depois de sofrer uma ou algumas substituições da sua cutícula,
transforma-se em larva filarióide e, posteriormente, no adulto. Dentre os nematelmintos parasitas,
em algumas espécies a forma infestante (a que penetra no corpo do hospedeiro) é a larva
rabditóide; em outras, é a larva filarióide .

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Resumo dos Nematelmintos


Características Animal de corpo achatado, triploblástico, acelomado e com simetria
bilateral.
Habitat Terrestre ou Aquático (doce ou salgada)
Sistema digestivo Incompleto (Não existe anus, digestão extra e intracelular)
Sistema Circulatório Ausente (difusão)
Sistema respiratório Ausente (direto com o meio)
Sistema Excretor Presente (protonefrideos com células flama)
Sistema nervoso Presente (par de gânglios cerebrais ligados a cordões nervosos
longitudinais
Orgãos sensoriais: Orgãos especializados na captação de estímulos
luminosos, mecânicos e químicos.
Reprodução Assexuada: fragmentação.
Sexuada: Desenvolvimento direto (monóicas) sem estágio larval.
Desenvolvimento direto (dióicas) com vários estágios larvais.

• 2o Ano - 6o Mês - Conteúdo 21

Anelideos (Annelida)
Vulgarmente chamam-se anelídeos aos vermes segmentados - com o corpo formado por "anéis" -
do filo Annelida (latim annelus , anel) como a minhoca e a sanguessuga . Existem mais de 15.000
espécies destes animais em praticamente todos os ecossistemas , terrestres , marinhos e de água
doce . Encontram-se anelídeos com tamanhos desde menos de um milímetro até mais de 3 metros .

Os anelídeos são animais de corpo alongado, segmentado, triploblásticos, protostomios e


celomados, ou seja, com a cavidade do corpo cheia de um fluído onde o intestino e os outros órgãos
se encontram suspensos.

Os oligoquetas (gr. Oligos , poucas; chaite , cerdas) são dotados de poucas e pequenas cerdas,
quase imperceptíveis na face ventral do corpo. A maioria são terrestres como a minhoca

Os poliquetas (gr. Polys , poucas; chaite , cerdas) são dotados de muitas cerdas nos parápodes (ou
"falsos pés"). A maioria são marinhas

Oligoquetas
oligoquetas têm o corpo coberto por muco e cerdas. O muco facilita o movimento ao diminuir o
atrito, ao mesmo tempo que ajuda à formação de galerias por fixação do solo. O clitelo , anel
esbranquiçado que indica a maturação sexual e é formado pela produção exagerada de muco. As
cerdas dos oligoquetas aquáticos são maiores e auxiliam a natação.

O corpo dos oligoquetas é segmentado e encontra-se dividido em: prostômio , peristômio e pigídio .
A boca é ventral e está presente no peristômio, enquanto que o ânus está localizado no pigídio.
O sistema digestivo é composto pela boca, faringe eversível (probóscide), esôfago, papo (onde se
acumulam os alimentos), moela (onde se dá a trituração), intestino e ânus.
O sistema circulatório é fechado e constituído por vasos laterais rodeados por células musculares
que funcionam como corações laterais (ou arcos aórticos). O sangue apresenta coloração vermelha
devido a presença da hemoglobina . Dependendo da espécie, os oligoquestas têm 2 a 3 pares de
corações aórticos.
As trocas gasosas com o meio são feitas a partir da epiderme que necessita estar úmida pela ação
do muco para permitir a respiração.

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O sistema nervoso é ganglionar e não comporta sistema sensorial. Por isso, os oligoquestas não
têm antenas, olhos ou tentáculos. No entanto, há células receptoras que conseguem detectar a luz ou
ausência dela.

Todos os oligoquetas são hermafroditas e reproduzem-se de forma assexuada ou sexuada . Neste


último caso, a cópula é cruzada ocorre com a adesão de um clitelo de um animal ao clitelo do outro.
Ambos os animais fecundam e fertilizam-se mutuamente. No final da cópula, os oligoquetas
deslizam entre si, retirando os clitelos que já estão fecundados com espermatozóides e óvulos. Ao
sair do corpo do animal, o clitelo perde a sua forma e transforma-se num casulo.

Os oligoquetas têm enorme importância econômica para o Homem. Graças ao seu modo de vida
subterrâneo, são agentes essenciais na regeneração e manutenção de solos, bem como indicadores
importantes da qualidade e poluição dos solos. Do ponto de vista econômico são produtores ativos
de húmus, que pode servir como fertilizante, e podem servir como base de rações animais (aves e
peixes) ou isca para pesca.

Polychaeta
Polychaeta é uma classe de anelídeo que inclui cerca de 8.000 espécies de vermes aquáticos. A
grande maioria das espécies é típica de ambiente marinho, mas algumas formas ocupam ambientes
de água doce ou salobra. Muitas espécies de poliquetas são coloridas e algumas são mesmo
iridiscentes. Os poliquetas distribuem-se na coluna de água desde a zona intertidal até
profundidades de 5.000 metros. No conjunto, os poliquetas medem 5 a 10 cm de comprimento em
média, mas há espécies com apenas 2 milímetros e outras que atingem 3 metros.
O sistema digestivo dos poliquetas é bastante variável, de acordo com os diferentes tipos de
alimentação observados pelo grupo.
A respiração faz-se sobretudo por trocas gasosas directamente através da pele, que tem extensões
que servem a função de brânquias.
O sistema excretor é igualmente variável de acordo com a espécie, podendo ser constiuido por um
único par de tubos excretores ou um par por segmento.
Os poliquetas são animais dióicos e a reprodução é geralmente sexuada . Na maioria das espécies
a fertilização é externa e ocorre na água, dando origem a larvas de vida livre. Em alguns casos
observa-se fertilização interna ou a deposição dos ovos fixos a objetos através de muco. A
libertação de óvulos e esperma dos poliquetas faz-se de noite e está correlacionada com as fases da
lua .

A classe é geralmente dividida em dois grupos: Errantia e Sedentaria .


Errantia , como o próprio nome indica, os poliquetas errantes têm vida livre seja nadando na
coluna de água ou como organismos bentónicos móveis. A maioria das espécies deste grupo é
predadora de pequenos invertebrados ou detritívora. Têm cabeça, olhos funcionais e tentáculos
sensoriais.
Sedentaria , os poliquetas sedentários estão adaptados para viver permanentemente em tubos
escavados no substrato ou fixos a rochas. São na maioria dos casos organismos detritívoros ou
filtradores.

Características gerais dos anelídeos


Os oligoquetas e os poliquetas possuem celomas grandes. Nas sanguessugas, o celoma está
preenchido por tecidos e reduzido a um sistema de estreitos canais. O celoma pode estar dividido
numa série de compartimentos por septos. Em geral, cada compartimento corresponde a um
segmento e inclui uma porção dos sistemas nervoso e circulatório , permitindo-lhes funcionar
com relativa independência.
Cada segmento está dividido externamente em um ou mais anéis , é coberto por uma cutícula

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segregada pela epiderme e, internamente, possui um fino sistema de músculos longitudinais. Estas
características são parcialmente comuns aos nematódos e os artrópodes, por isso, eles foram durante
algum tempo colocados no mesmo grupo sistemático. Nas minhocas (oligochaeta), os músculos são
reforçados por lamelas de colageno; as sanguessugas (hirundinea) têm uma camada dupla de
músculos, sendo os exteriores circulares e os interiores longitudinais.

A maioria dos anelídeos possui, em cada segmento, um par de cerdas. Os polychaeta (Eunice viridis
- as minhocas marinhas) possuem ainda um par de apêndices denominados parápodes (ou "falsos
pés").
Na extremidade anterior do corpo, antes dos verdadeiros segmentos - a cabeça -, encontra-se o
protostomio onde se encontram os olhos e outros órgãos dos sentidos. Por baixo, encontra-se o
peristômio, onde está a boca.
A extremidade posterior do corpo é o pigídio, onde está localizado o ânus e os tecidos que dão
origem a novos segmentos durante o crescimento.
Muitos polychaeta possuem órgãos de sentidos bastante elaborados, mas as formas sésseis muitas
vezes apresentam tentáculos em forma de pluma , que eles utilizam para se alimentarem . Muitas
espécies têm fortes maxilas , por vezes mineralizadas com óxido de ferro .

Sistema digestivo completo (boca e anus). O tubo digestivo é bastante especializado, devido à
variedade das dietas, uma vez que muitas espécies são predadoras , outras detritívoras , outras
alimentam-se por filtração , outras ainda ingerem sedimentos , dos quais o intestino tem de separar a
parte nutritiva ; finalmente, as sanguessugas alimentam-se de sangue de outros animais, por sucção .

A respiração é feita por difusão ou cutânea nos anelídeos . Os poliquetas possuem respiração
branquial.

O sistema vascular é composto por um vaso sanguíneo dorsal que leva o "sangue" no sentido da "
cauda " e outro ventral, que o traz na direção oposta.

O sistema nervoso é formado por um cordão ventral, a partir do qual saem nervos laterais em
cada segmento .

A excreção é feita por nefrideos que retiram os metabólitos finais diretamente do celoma e do
sangue lançando-os para o exterior através de orifícios na parede corporal.

Reprodução
A forma de reprodução dos anelídeos varia de espécie para espécie, podendo ser tanto assexuada
(por esquizogênese – fragmentação do corpo com desenvolvimento de cada pedaço em um novo
indivíduo) como sexuada . Embora as minhocas sejam animais hermafroditas, são necessárias duas
minhocas para a reprodução. Elas unem seus clitelos (entre os 14º e 16º anéis) de forma a ficarem
os poros masculinos de uma encostados aos receptáculos seminais de outra, possibilitando, assim, a
fecundação dos óvulos pelos espermatozóides. A larva recebe o nome de trocófora

Classe Polychaeta
Classe Clitellata
Sub-classe Oligochaeta (minhocas)
Sub-classe Branchiobdellida
Sub-classe Hirudinea (sanguessugas)
Classe Myzostomida
Classe Archiannelida
Classe Echiura

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Resumo dos Anelideos


Características Apresentam o corpo segmentado por anéis (metameria)
Animais triblásticos, celomados e protostômios.
Habitat Terrestre ou Aquático (doce ou salgada)
Sistema digestivo completo com digestão extra-celular
Sistema circulatório Presente (sistema fechado)
Sistema respiratório Presente (respiração cutânea ou brânquias).
Sistema excretor Presente (nefrideos)
Sistema nervoso Presente apenas um sistema ganglionar que permite a fotorecepção (sem
Orgãos sensoriais desenvolvidos):
Reprodução Sexuada: a Maioria por fecundação cruzada (hermafroditas)
Assexuada: por fragmentação do corpo.

Moluscos (Mollusca)
Os moluscos são animais triblásticos, celomados e protostômios. Apresentam o corpo mole (do
latim molluscum ,'animal de corpo mole') , não segmentado, e com simetria bilateral. A maioria é
portadora de concha calcária protetora, embora algumas espécies como as lesmas e os polvos, não a
possuam. Compreendem caramujos, caracóis, lesmas, búzios, ostras, mexilhões, mariscos, lulas,
polvos e outros animais menos conhecidos.
Os moluscos são o segundo maior grupo de animais em número de espécies, sendo suplantado
apenas pelos artrópodes.Apresentam uma disparidade morfológica sem comparação dentre os
demais filos de animais, reunindo os familiares caracóis (reptantes), ostras e mariscos (sésseis) e
lulas e polvos (livre-natantes), assim como formas pouco conhecidas, como os quítons, conchas
dente-de-elefante (Scaphopoda) e espécies vermiformes (Caudofoveata e Solenogastres). Ocorrem
das fossas abissais até as mais altas montanhas; das geleiras da Antártica até desertos tórridos.
Vários grupos de bivalves e gastrópodes saíram do mar e invadiram a água doce e, no caso dos
gastrópodes, o ambiente terrestre. Existem moluscos predadores (até mesmo de vertebrados),
herbívoros, ecto e endoparasitas, filtradores, comensais, sésseis, vágeis, pelágicos, neustônicos etc.
Em certos ambientes representam grande biomassa e podem ser importantes na reciclagem de
nutrientes.
Provas do contato do homem com os moluscos remontam a épocas pré-históricas. Conchas de
moluscos fazem parte de jazigos arqueológicos, incluindo, aqui no Brasil, os "sambaquis". Os
moluscos serviam de alimento e suas conchas eram utilizadas como ornamento e para a confecção
de utensílios de corte, abrasão etc. Há relatos de muitas culturas em que conchas eram usadas como
moedas ou mesmo ostentação de poder e sabedoria.
Os moluscos ainda são extremamente importantes na economia de muitos países, como fonte de
alimento rico em proteínas, sendo coletados diretamente da natureza ou mesmo cultivados. Em

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muitos países, possibilitam até a existência de uma indústria de pérolas valiosas e de adornos de
madrepérola (Ostras do Sri Lanka – antigo Ceilão).
Apresentam interesse médico-sanitário, pois muitas espécies são vetores de doenças (Por exemplo:
Biomphalaria glabrata – esquistossomose).

Morfologia
A cabeça ocupa posição anterior, onde abre-se a boca, entrada do tubo digestivo. Muitas estruturas
sensoriais também localizam-se na cabeça, como os olhos. Sensores químicos também estão
presentes nos moluscos e permitem pressentir a aproximação de inimigos naturais, quando o
molusco rapidamente fecha sua concha, colocando-se protegido. O pé é a estrutura muscular mais
desenvolvida dos moluscos. Com ele, podem se deslocar, cavar, nadar ou capturar suas presas.
O restante dos órgãos está na massa visceral, nela, estão os sistemas digestivo, excretor, nervoso e
reprodutor. Ao redor da massa visceral, está o manto, responsável pela produção da concha, e entre
a massa visceral e o manto, há uma câmara chamada cavidade do manto. Nos moluscos aquáticos,
essa cavidade é ocupada pela água que banha as brânquias; nos terrestres, é cheia de ar e ricamente
vascularizada, funcionando como órgão de trocas gasosas, análoga a um pulmão.
Uma característica marcante da maioria dos moluscos é a presença da concha. Trata-se de uma
carapaça calcária, que garante boa proteção ao animal. Nas lesmas e nos polvos, ela está ausente;
nas lulas, é pequena e interna

Organização Básica
Os moluscos são enterozoários completos (boca e anus).
Muitos deles possuem uma estrutura raladora chamada rádula (uma espécie de língua denteada e
protrátil). Com ela, podem raspar pedaços de alimentos, fragmentando-os em pequenas porções. A
digestão dos alimentos se processa quase totalmente no interior do tubo digestivo (digestão
extracelular). Algumas macromoléculas só completam a sua fragmentação no interior das células de
revestimento do intestino (digestão extracelular).
A maioria dos moluscos apresentam sistema circulatório aberto ou lacunar, no qual o sangue é
impulsionado pelo coração, passa pelo interior de alguns vasos e depois alcança lacunas dispostas
entre os vários tecidos, nas quais circula lentamente, sob baixa pressão, deixando nutrientes e
oxigênio, e recolhendo gás carbônico e outros resíduos metabólicos.Essas lacunas são as hemoceles
. Os cefalópodos constituem uma exceção, pois têm sistema circulatório fechado. Na cavidade
celomática abrem-se os nefrídios , as estruturas excretoras. Pela abertura interna dos nefrídios (o
nefróstoma), penetram substâncias presentes no sangue e no líquido celomático. Em alguns
moluscos, como nos cefalópodos, os nefrídios encontram-se bastante agrupados, formando um
"rim" primitivo.
Em quase todos os moluscos, a membrana do manto é vascularizada e permite a ocorrência de
trocas gasosas entre o sangue e a água. Nos moluscos terrestres, a cavidade do manto é cheia de ar e
comporta-se como um pulmão. Trata-se, portanto, de uma forma particular de respiração pulmonar.
Nos moluscos aquáticos, existem lâminas ricamente irrigadas por vasos sangüíneos, no manto, e
que formam as brânquias desses animais. Portanto, entre os moluscos podemos encontrar
respiração pulmonar e respiração branquial .
O sistema nervoso dos moluscos é ganglionar , com três partes de gânglios nervosos de onde
partem nervos para as diversas partes do corpo. Os cefalópodos possuem um grande gânglio
cerebróide semelhante ao encéfalo dos vertebrados.

Reprodução
A reprodução dos moluscos é sexuada e, na maioria dos representantes do grupo, a fecundação é
interna e cruzada. Na cópula, dois indivíduos aproximam-se e encostam seus poros genitais, pelos
quais fecundam-se reciprocamente. Os ovos desenvolvem-se e, ao eclodirem, liberam novos
indivíduos sem a passagem por fase larval (desenvolvimento direto). Nas formas aquáticas, há

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espécies monóicas e espécies dióicas (como o mexilhão). A forma mais comum de desenvolvimento
é o indireto. Os estágios larvais mais conhecidos dos moluscos são a véliger e a trocófora.
Muitos moluscos são consumidos na alimentação humana. Há espécies que medem alguns poucos
milímetros e outras que atingem dimensões monstruosas, como o calamar gigante das profundezas
abissais, que pode alcançar 15 metros de comprimento e pesar algumas toneladas.

O filo Mollusca compreende cinco classes principais:


Amphineura,
Scaphoda,
Gastrópoda,
Bivalvia (Pelecypoda) e
Cephalópoda

Classe Amphineura
Os anfineuros abrangem moluscos pouco conhecidos, marinhos, encontrados no fundo do mar,
revelando o corpo mole e protegido por oito placas calcarias sobrepostas como telhas. Quando se
sentem em perigo, enroscam-se à semelhança do tatuzinho-de-quintal. São conhecidos como
quitons . Exemplo: Chiton magnificus .

Classe Scaphopoda
Cada escafópodo tem o corpo protegido por uma concha tubular, recurvada como um grande
canino, medindo cerca de 6 cm de comprimento e aberta nas duas extremidades. O animal possui
um pequeno pé cônico, com o qual se movimenta ou se fixa as pedras. Também apresenta alguns
finos tentáculos, que rodeiam a boca. Os escafópodos vivem freqüentemente enterrados na areia das
águas rasas, mas podem também ser encontrados em profundidades de até 4.500 metros.

Classe Gastropoda
Aqui se enquadram numerosas espécies de moluscos muito conhecidos. O corpo possui nitidamente
cabeça, pé e massa visceral. O pé é achatado em forma de palmilha e cobre toda a porção ventral da
massa visceral, dai o nome da classe (do grego gaster , 'ventre', e pous, podos , 'pés').
Os gastrópodos revelam como principais características:
Pé achatado em forma de palmilha recobrindo o ventre
Cabeça com dois pares de tentáculos , o primeiro olfativo e o segundo dotado de olhos .
Boca portadora de rádula , uma espécie de língua denteada e protrátil, que serve para "raspar" os
alimentos como uma lima. Alias, a rádula é encontrada em quase todos os moluscos, com exceção
apenas dos pelecípodos.
A massa visceral é recoberta por um tecido de revestimento chamado manto ou pálio , formado de
células ciliadas com glândulas, de cuja secreção resulta o material calcário que forma a concha.
Concha univalva , (uma única peça) geralmente enrolada em espiral, provida de uma cavidade
ampla e helicoidal (exceção: a lesma não possui concha).
Cavidade do manto (ou palial), espaço entre o manto e a concha, onde se abrem os orifícios finais
dos sistemas digestivo, excretor e reprodutor e que funciona como brânquia nas espécies aquáticas,
e como pulmão rudimentar nas espécies terrestre.
Muitas espécies são hermafroditas de fecundação cruzada. A larva é chamada véliger .

Classe Pelecypoda
Engloba as ostras, mexilhões e mariscos . Todos portadores de concha bivalva . A cabeça é pouco
desenvolvida e o pé tem forma de lâmina de machado, o que explica o nome de classe (do grego
pelekys , 'machado', e pous, podos , 'pés').
As brânquias desses moluscos desempenham dupla função: retiram o oxigênio dissolvido na água
(como qualquer brânquia) e filtram partículas alimentares e algas verdes microscópicas, que são

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conduzidas à boca em seguida. Por essa razão, os pelecípodos são considerados 'animais
filtradores". Como suas brânquias são formadas de numerosas lâminas paralelas, há quem os chame
de lamelibrânquios . Também são referidos como bivalvos ou acéfalos em muitos livros. Possuem
junto ao pé glândulas bissogênicas, que segregam o bisso , uma espécie de visgo com o qual se
prendem as rochas.

Classe Cephalopoda
Os cefalópodes não possuem concha , a não ser o Nautilus (uma espécie rara) e a fêmea do
Argonauta (outra espécie também em extinção). A característica principal dessa classe, contudo, é a
presença de pés transformados em tentáculos ligados diretamente à cabeça, explicando-se
assim a origem do nome (do grego cephale ,'cabeça', e pous, podos , 'pés').
As lulas e calamares possuem um rudimento de concha interna - a pena, siba ou gládio -, de
natureza calcária e rígida. Os polvos ( Octopus vulgaris ) e as lulas ( Loligo brasiliensis e Sépia
officinalis ) possuem, respectivamente, oito e dez tentáculos.
Nos polvos, a massa visceral fica contida num saco pendente da cabeça. São também portadores de
uma bolsa de tinta que utilizam nos momentos de perigo. Alguns possuem cromatóforos (células
dotadas de pigmentos), que permitem mudanças de cor com finalidade mimética (camuflagem).
As lulas se deslocam por um principio de jato-propulsão, à custa da eliminação brusca e violenta de
água por um sifão situado junto à reprega do manto que forma as brânquias.

Os cefalópodes possuem na boca uma formação rígida que lembra um bico de papagaio. Nos polvos
esta boca representa uma arma perigosa. Os polvos possuem tentáculos com ventosas que ajudam
na fixação do animal às pedras ou na retenção das suas presas.
Há nesses animais um par de olhos que atingem o máximo desenvolvimento em invertebrados .
São olhos muito parecidos com os dos animais superiores, tendo córnea, íris com pupila,
cristalino e retina com bastonetes , o que permite a formação de imagens bem definidas

Resumo dos Moluscos


Características Apresentam o corpo mole (do latim molluscum ,'animal de corpo mole') ,
não segmentado, e com simetria bilateral
Animais triblásticos, celomados e protostômios.
A maioria é portadora de concha calcária protetora, embora algumas
espécies como as lesmas e os polvos, não a possuam
Habitat Terrestre ou Aquático (doce ou salgada)
Sistema digestivo completo
Sistema circulatório Presente
Sistema respiratório Presente (brânquias nas espécies aquáticas e pulmão rudimentar nas
espécies terrestres) animais filtradores.
Sistema excretor Presente (nefrídeos ou protonefrideos com células flama)
Sistema nervoso Presente
Orgãos sensoriais: Orgãos especializados na captação de estímulos
luminosos, mecânicos e químicos.
Reprodução Sexuada: Algumas espécies são hermafroditas com fecundação cruzada
com estágio larval.
Desenvolvimento direto com estágio larval. A larva chama-se véliger.

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Invertebrados

• Artrópodes
• Equinodermas

Cordados

• Cefalocordados;
• Urocordados;
• Vertebrados.

Quadro do professor

• 2o Ano - 7o Mês - Conteúdo 22

Artrópodes
Os Artrópodes (do grego arthros : articulado e podos : pés, patas, apêndices) são animais
invertebrados caracterizados por possuírem membros rígidos e articulados. São o maior grupo de
animais existentes, representados pelos gafanhotos (insetos), aranhas (arachinideos), caranguejos
(crustáceos), centopéias (quilópodes) e embuás (diplópodes), somam mais de um milhão de
espécies descritas (apenas mais de 890.00 segundo outros autores). Mais de 80% das espécies
existentes são Artrópodes que vão desde as formas microscópicas de plâncton com menos de 1/4
de milímetro, até crustáceos com mais de 3 metros de espessura. Os artrópodes habitam
praticamente todo o tipo de ambiente: aquático e terrestre e representam os únicos invertebrados
voadores. Há registros fósseis de artrópodes desde o período Cambriano.

Anatomia dos artrópodes


Os artrópodes têm apêndices articulados e o corpo segmentado, envolvido num exoesqueleto de
quitina. Os apêndices estão especializados para a alimentação, para a percepção sensorial, para
defesa e para a locomoção. São estas "patas articuladas" que dão o nome ao filo.

Eles são animais metamerizados, isto é, têm corpo segmentado: Cabeça; Tórax; Abdomen.

Dentre as diferentes classes de artrópodes há casos em que duas ou mais partes se unem
formando uma única peça como é o caso de certos grupos de crustáceos em que a cabeça e tórax
se unem formando o cefalotórax e nos quilópodes e diplópodes em que o tórax se une com o
abdômen formando o tronco.

O primeiro segmento da cabeça é denominado acron e normalmente suporta os olhos, que podem
ser simples ou compostos. O último segmento do abdômen é terminado pelo télson. Cada segmento
contém, pelo menos primitivamente, um par de apêndices. Para poderem crescer, os artrópodes têm
de se desfazer do exoesqueleto "apertado" e formar um novo, num processo designado muda ou
ecdise, regulado por um hormônio denominado ecdisona.
Após nascerem podem passar por transformações morfológicas até atingir a fase adulta e em relação
à metamorfose podem ser divididos em:
Holometábolos quando a metamorfose é completa (etapas de larva, pupa, adulto ou imago).
Exemplo: Borboletas.
Hemimetábolos quando a metamorfose é incompleta. O animal que sai do ovo é pouco diferente do
adulto.Exemplo: Gafanhoto.
Ametábolos -quando não sofrem metamorfose. Exemplo: Traças

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Estes animais respiram por um sistema de traquéias, túbulos que abrem para o exterior através de
poros na cutícula chamados espiráculos, e que se estendem por todo o corpo, promovendo a troca
de gases. Os artrópodes aquáticos têm brânquias ligadas ao sistema de traqueias.

O sistema circulatório dos artrópodes consiste numa bateria de corações que se dispõem ao longo
do corpo e que bombeiam a hemolinfa (o "sangue" destes animais muitas vezes não contém
hemoglobina, baseada em ferro, mas sim hemocianina, baseada em cobre), que se encontra
banhando os tecidos.

Os artrópodes são protostômios e possuem um celoma reduzido a um espaço à volta dos órgãos da
reprodução e da excreção.
Classes
Aracnídeos
Os aracnídeos (do latim científico : Arachnida ) são uma classe do filo dos artrópodes que inclui,
dentre outros, aranhas, carrapatos, opiliões e escorpiões, compreendendo mais de 60.000 espécies .
Quase todas as espécies são animais terrestres . O seu corpo divide-se em duas partes ou tagma :
1 - prossoma - (cefalotórax e abdome) . A cabeça pode estar coberta por uma carapaça e contém os
órgãos dos sentidos, a boca com os seus apêndices : as quelíceras (nas aranhas e escorpiões); os
pedipalpos ; 8 patas; e
2 - opistossoma - o abdómen , que pode estar dividido em mesossoma (pré-abdome) e metassoma
(pós-abdome), como nos escorpiões, e pode ou não ser segmentado e onde se encontram as
fiandeiras que produzem a seda para a construção da teia de aranha. A teia é uma proteína lançada
pelas aranhas, e é um líquido que ao entrar em contato com o ar se solidifica. As aranhas possuem
um óleo nas patas o que as impedem de ficarem presas nas teias. Em algumas espécies, os
pedipalpos estão transformados em órgãos dos sentidos, noutras servem para capturar as presas e
noutras ainda como orgãos da reprodução.

Respiração: Os aracnídeos respiram por traquéias, embora em algumas espécies pequenas a


respiração seja cutânea .

Predação: Os animais desta classe são geralmente predadores e algumas espécies possuem
glândulas de veneno com o qual matam as suas presas. A maioria é carnívora e a digestão ocorre
parcialmente fora do corpo. As presas são capturadas e mortas pelos pedipalpos e quelíceras . São
lançadas enzimas nas presas para que ocorra uma pré-digestão . O fuido alimentar é sugado por uma
faringe bombeadora ou por um estômago bombeador, nos casos das aranhas.
A digestão é lenta. É o veneno que paralisa e faz a pré-digestão dos tecidos, facilitando a digestão.
A aranha possui uma glândula de veneno para cada quelícera.

Reprodução: Os aracnídeos são dióicos e reproduzem-se por fecundação interna, e produzem


ovos , de onde saem indivíduos imaturos, mas semelhantes aos progenitores. São ametábolos, ou
seja, não passam por metamorfoses.

Anatomia Interna
1 - Intestino arborescente, para ter uma maior área de absorção;
2 - O coração se localiza dorsalmente no abdome;
3 - O pulmão foliáceo é uma abertura ventral para onde o ar entra; Os pulmões levam o oxigênio
para a corrente sanguínea para oxigenar todo o sangue. Os pulmões não são utilizados por todos os
aracnídeos; As aranhas possuem tanto traquéias quanto pulmões;
4 - No sistema traqueal , a abertura é chamada espiráculo e leva o oxigênio diretamente para todos
os tecidos; Animais que respiram por traquéias não apresentam pigmentos sanguíneos.

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5 - Os aracnídeos possuem glândulas cocais na base das patas que faz comunicação com o exterior
eliminando as excretas; Os aracnídeos perdem pouca água na forma de excreta; O principal resíduo
nitrogenado é a guanina ;
6 - Tricobótrios são pêlos sensoriais espalhados pelo corpo e que percebem a vibração de corrente
de ar;
7 - O orifício genital de ambos os sexos está localizado na região ventral do segundo segmento
abdominal.
8 - Podem ser ovíparos ou vivíparos ;
9 - A diferenciação do sexo é difícil. A extremidade dos palpos é diferente nos machos que é um
apêndice usado para transmitir espermatozóides (aranhas); Depois de nascidos, os fihotes de aranha
se depositam sobre a fêmea.

Classificação (apenas algumas espécies vivas)


1 - Amblypygi - amblipígeos, aracnídeos com primeiro par de patas muito alongadas
2 - Araneae - aranhas (cerca de 40.000 espécies)
3 - Opiliones - opiliões, aranha-alho ou temenjoá (mais de 6.300 espécies)
4 - Palpigradi - muito pequenos, raramente encontrados
5 - Pseudoscorpionida - pseudoescorpiões
6 - Ricinulei - ricinuleídeos (73 espécies)
7 - Schizomida - esquizomídeos
8 - Scorpiones - escorpiões (cerca de 2.000 espécies)
9 - Solifugae - solífugos ou solpugídeos (900 espécies)
10 - Uropygi - escorpiões-vinagre (100 espécies)
11 - Acarina - ácaros e carrapatos (30.000 espécies)

Merostomata

Merostomata é uma classe que artrópodes quelicerados que inclui apenas duas ordens. Os
merostomados evoluiram no Câmbriano e foram um dos grupos dominantes dos oceanos
Paleozóicos . O grupo caracteriza-se por ter uma carapaça que protege o cefalotórax do animal, um
segundo par de pedipalpos e télson, um apêndice espinhoso que se projeta na zona posterior e
lembra uma cauda. Os merostomados são artrópodes exclusivamente aquáticos.

Classificação (espécie viva)


1- Ordem Xiphosura

Pycnogonida
As aranhas-do-mar são artrópodes quelicerados pertencentes à classe Pycnogonida . Embora seja
designados popularmente como aranhas não são aracnídeos . As aranhas-do-mar são animais
marinhos com distribuição cosmopolita, embora a maioria das cerca de 1000 espécies do grupo se
encontra no Mar Mediterrâneo, no Mar das Caraíbas e nos Oceanos Antártico e Ártico. A dimensão

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das aranhas-do-mar varia entre alguns milímetros a cerca de 90 cm de diâmetro. Variam de tamanho
entre as espécies.
São animais com geralmente de 4 a 6 pares de patas. O abdomen é bem pequeno em relação as
patas. Por otimização do espaço, o estômago entra por dentro das patas, pois elas são ocas e o corpo
bem curto. As gônadas sofrem o mesmo processo nas fêmeas. Cada gônada possui um orifício de
saída dos ovos.
Dimorfismo Sexual - são ovígeros (patas ovígeras), isto é, essas patas possuem a função de carregar
e sustentar os ovos. Na ausência desses ovos servem para a limpeza do corpo.
Na região anterior da cabeça encontramos uma probóscide, pois é um predador. Possui um
tubérculo também na região anterior onde encontramos os olhos (fotorreceptores), sendo no total 4
olhos.
Encontram-se também algumas cerdas formando o conjunto dos órgãos sensoriais. Possuem
Faringe, Esôfago, Sistema Nervoso, Ânus, etc.
Não apresentam estruturas respiratórias e excretórias. Os gases podem ser difundidos pelo corpo
(devido sua forma).

Reprodução
A fecundação é externa. Não possui órgãos inoculadores, com isso libera os gametas na água. O
macho guarda os ovos até a sua eclosão. Ao eclodir nasce uma larva, que é denominada Protoninfa
(essas larvas também podem ser encontradas em cnidários e moluscos)
Quilópode

Quilópode é qualquer organismo da classe Chilopoda do filo dos artrópodes que inclui centopéias
e lacraias . São animais de rápida locomoção e carnívoros. Quilópodes ou centopéias apresentam
entre 15 e 191 pares de pernas, o número de pares de pernas é sempre ímpar e por isso nenhum tem
exatamente 100.

Os quilópodes, em conjunto com os diplopódes, são os miriápodes mais familiares. Estão


distribuídos cosmopolitamente nas regiões temperadas e tropicais desde o nível do mar até altas
elevações no solo e no húmus; embaixo de pedras, cascas de árvores e troncos e em cavernas e
musgos. A maioria é noturna e alguns vivem na zona entremarés.

Os quilopódes são predadores providos de uma garra com veneno. As 2.800 espécies descritas estão
incluídas em cinco táxons (grupos): Scutigeromorpha , Lithobiomorpha , Geophilomorpha ,
Scolopendromorpha e Craterostigimomorfa. A maioria das espécies medem entre 3 e 6cm de
comprimento, mas algumas como a Scolopendra gigantea podem atingir os 30cm. Os quilópodes
possuem 1 par de antenas, 9 ou mais pares de pernas locomotoras, a cabeça está recoberta por um
escudo cefálico rígido e esclerotizado. São trignatos(três mandíbulas), geralmente apresentam
conjuntos laterais de olhos frouxamente agrupados, podem ser cegos (geofilomorfos) ou com
omatídios muito próximos entre si, formando olhos pseudofacetados (escutigeromorfos). Possuem
uma garra de veneno no primeiro segmento do corpo chamada de forcípulas que se conectam por
um ducto a uma glândula de veneno localizada no telopodito (porção móvel de um apêndice), são
exclusivas entre os myriápodes com os quais injetam seu veneno nas presas.
O seu veneno não é perigoso para o Homem, nem para as crianças pequenas à não ser em casos de
reações alérgicas. Pernas anais encontradas no último segmento do tronco, não apresentam função
locomotora e sim de defesa, ataque ou sensitiva, podendo ter formas de pinça ou de antena.

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Para se defenderem os quilópodes podem se esconder, pinçar com suas pernas anais, atacar com
suas forcípulas, excretar secreção repulsiva e se camuflarem com ambiente.
A sua alimentação faz-se à base de larvas e besouros . A troca gasosa é feita através de um sistema
traqueal que possui aberturas para o meio externo chamadas de espiráculos, estas aberturas
comunicam-se diretamente com os tecidos através de traquéolas. Os espiráculos dos quilópodes
não possuem músculos e por isso não se fecham para evitar a perda d'água, com isso há a
obrigatoriedade destes animais em viverem em locais úmidos.
A excreção é feita pelos Túbulos de Malpighi e excreta ácido úrico.
O sistema de reprodução é sexuado.
O sistema digestivo é completo, começando na boca e terminando no ânus.
O sistema circulatório é aberto.
O sistema nervoso é ganglionar e ventral.
Diplópodes

Diplópode é qualquer organismo da classe Diplopoda do filo dos Artrópodes que inclui os
embuás, piolhos-de-cobra e gongolôs. São animais de lenta locomoção, herbívoros e se enrolam
em espiral. Possuem um corpo cilíndrico, com 1 par de antenas e 2 pares de patas locomotoras por
segmento (que podem variar de 20 a 100) e seu sistema respiratório é traqueal. Sua reprodução é
sexuada e sua fecundação é interna. Todos os diplópodes são ovíparos.
Pauropoda

Pauropoda é uma classe de miriápodes , composta por animais noturnos de corpo mole, com cerca
de 500 espécies conhecidas e possuem tamanho que varia de 0,5 a 1,9 mm de comprimento. Seu
significa "pés pequenos". Esses animais possuem dois pares de antenas e têm nove pares de pernas .
São dignatos (um par de mandíbulas e um par de maxilas ), além de possuírem, assim como os
diplópodes, tricobótrios (cerdas laterais com função sensitiva). Possuem em cada lado da cabeça
estruturas denominadas pseudóculos com função semelhante ao órgão de Tömösvary (sensível à
umidade).
Não possuem sistema traqueal nem coração , provavelmente devido ao seu pequeno tamanho e suas
trocas gasosas são feitas por difusão.
São animais dióicos, vivem obrigatoriamente em lugares úmidos e alimentam-se de tecidos vegetais
em decomposição, fungos e em alguns casos são predadores. O sistema nervoso é ganglionar e
ventral.
Symphyla

Symphyla representa um táxon (grupo) com cerca de 160 espécies conhecidas com tamanho entre 1
a 8mm de comprimento e que vivem em solo úmido. Quando adultos possuem 12 pares de pernas
distribuídos num tronco com 14 segmentos, onde no ultimo encontra-se a fiandeira (estrutura
semelhante as pernas). São animais dióicos com reprodução através de espermatofóros que são

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depositados espalhados pela terra. A fêmea pega os espermatóforos com a boca rompendo a
membrana do mesmo permitindo a saída dos espermatozóides que são armazenados em
receptáculos seminais da cavidade pré-oral, depois a fêmea coloca seus ovos em um gametófito de
musgo ou uma fenda na terra, pedra e etc, e com a boca libera os espermatozóides armazenados em
sua boca ocorrendo assim a fecundação, os ovos são deixados após fecundados pela terra. Symphila
possui o órgão de Tömösvary bem desenvolvido (sensível à umidade), além de 1 par de
tricobórnios (cerdas sensitivas), são trignatos como os quilópodes e possui sistema respiratório
difuso-traqueal com um par de espiraculos na cabeça, mas a traquéia só se estende até o terceiro
segmento, os outros onze segmentos fazem suas trocas gasosas por difusão.
Seu sistema nervoso é igual ao dos quilopódes, ou seja, ganglionar e ventral, porém não possuem
olhos, suas antenas são compridas, possuem em suas pernas pêlos com funções tatéis e
quimiorreceptoras.
Alimentam-se de raízes de plantas e os órgãos de excreções são dois túbulos de Malpighi.
A reprodução por partenogênese também ocorre independente da forma de reprodução.
O symphila sofre ecdiase (muda) geralmente por toda vida.
Insecta (inseto)
Os insetos são animais invertebrados da classe Insecta, o maior e, na superfície terrestre, mais
largamente distribuído grupo de animais do filo Arthropoda . Os insetos são o grupo de animais
mais diversificado existente na Terra, possuem mais de 800 mil espécies descritas - mais do que
todos os outros grupos de animais juntos. Os insetos podem ser encontrados em quase todos os
ecossistemas do planeta, mas só um pequeno número de espécies se adaptaram à vida nos oceanos .
Existem aproximadamente 5 mil espécies de Odonata (libélulas), 20 mil de Orthoptera
(gafanhotos), 170 mil de Lepidoptera (borboletas), 120 mil de Diptera (moscas e mosquitos), 82
mil de Hemiptera (percevejos), 350 mil de Coleoptera (besouros) e 110 mil de Hymenoptera
(abelhas , vespas e formigas). Os insetos são artrópodes que possuem uma característica exclusiva:
São hexápodas (possuem seis patas).

Anatomia Externa
Os insetos são geralmente pequenos e têm o corpo segmentado e protegido por um exosqueleto de
quitina . O corpo é dividido em três tagmas : cabeça , tórax e abdómen . Na cabeça encontram-se
um par de antenas sensoriais , um par de olhos compostos, dois ou três olhos simples ou ocelos e as
peças bucais : um par de mandíbulas , um par de maxilas e a hipofaringe .

O sistema olfativo dos mosquitos (acima) é formado por uma estrutura repleta de minúsculas cerdas
que captam diferentes moléculas, sendo sensível a odores específicos como por exemplo: CO2,
ácido lático, ácidos graxos e butanona exalados pelos superfície corporal dos mamíferos

Outras estruturas que fazem parte do aparelho bucal dos insetos são o lábio, o labro, um par de
palpos labiais, um par de palpos maxilares e o clípeo. Essas peças são modificadas em cada grupo
para atender aos diferentes hábitos alimentares, formando diversos tipos de aparelho bucal (sugador,
mastigador e lambedor).

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O tórax é dividido em três segmentos: protórax, mesotórax e metatórax cada um com um par
de patas (um total de 3 pares de patas ) e, nos alados (Pterygota), um ou dois pares de asas , um
no mesotórax e outro no metatórax.
O abdómen em geral apresenta onze segmentos, mas em muitos esse número é reduzido.

Anatomia Interna

Anatomia de um inseto
A - Cabeça B - Tórax C - Abdómen
1. antena 17. ânus
2. ocelo (inferior) 18. vagina
3. ocelo (superior) 19. gânglios abdominais
4. olho composto 20. túbulos de Malpighi
5. cérebro (gânglios cerebrais) 21. tarsômero
6. protórax 22. garras tarsais
7. artéria dorsal 23. tarso
8. tubos traqueais e espiráculos 24. tíbia
9. meso-tórax 25. fémur
10. meta-tórax 26. trocanter
11. asa (1a) 27. intestino anterior (estomodeo)
12. asa (2a) 28. gânglios torácicos
13. intestino médio (mesêntero) 29. coxa
14. coração 30. glândula salivar
15. ovário 31. gânglio sub-esofágico
16. intestino posterior (proctodeo) 32. peças bucais
Os insetos têm um sistema digestivo completo, consistindo num tubo que vai da boca ao ânus .
Existem vários tipos de aparelho bucal (com apêndices e um par de mandíbulas): Sugador
(borboleta), mastigador (gafanhoto), lambedor (mosca) e picador-sugador (mosquito).

O sistema excretor consiste em túbulos de Malpighi para a remoção dos dejetos nitrogenados.
A respiração dos insetos é realizada por um sistema de traquéias que transportam o oxigênio
dentro do corpo. Estas traquéias têm aberturas na cutícula chamadas espiráculos, por onde são
feitas as trocas gasosas.
O sistema circulatório dos insetos, como nos restantes artrópodes, é aberto:
o coração se contrai e bombeia a hemolinfa através de artérias para espaços que rodeiam os
órgãos ; quando o coração se descontrai, a hemolinfa volta para dentro deste órgão.

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Muitos insetos possuem um ou dois pares de asas localizadas no segundo e terceiro segmentos
torácicos e são o único grupo de invertebrados que desenvolveu a capacidade de voar, o que teve
um importante papel no seu sucesso reprodutivo .

Os insetos jovens, depois de sairem dos ovos, sofrem uma série de mudas ou ecdises para crescer,
uma vez que o exosqueleto não lhes permite crescer se não mudarem. Nas espécies que apresentam
metamorfose incompleta, os juvenis, chamados ninfas, não possuem asas, e são basicamente iguais
aos adultos na forma do corpo; na metamorfose completa, a eclosão do ovo produz uma larva,
geralmente em forma de lagarta que, depois de crescer, se transforma numa pupa que, muitas vezes,
se encerra num casulo, ou numa crisálida, que muda consideravelmente de forma, antes de emergir
como adulto. Em relação à metamorfose os insetos podem ser divididos em:
Holometábolos - a metamorfose é completa (etapas de larva, pupa, adulto ou imago). Exemplo:
Borboletas.
Hemimetábolos - a metamorfose é incompleta. O animal que sai do ovo é pouco diferente do
adulto. Exemplo: Gafanhoto.
Ametábolos - não sofrem metamorfose. Exemplo: Traças

A reprodução é sexuada podendo ocorrer partenogênese em algumas espécies de insetos, como


nas formigas e nas abelhas que vivem em sociedades bem organizadas. A partenogênese se
caracteriza por haver a geração de óvulos que se desenvolvem sem a participação de
espermatozóides, portanto não ocorre a fecundação, gerando um indivíduo haplóide.

A maioria das espécies são benéficas para o homem ou para o meio ambiente pois ajudam na
polinização das plantas e o declínio das populações de insetos polinizadores constitui um sério
problema ambiental. Embora a maior parte das pessoas não saiba, provavelmente a maior utilidade
dos insetos é que muitos deles alimentam-se de outros insetos, ajudando a manter o seu equilíbrio
na natureza.

Classificação (algumas espécies vivas)


Thysanura (traça) Hemiptera ( percevejos )
Ephemeroptera Thysanoptera
Odonata (libélulas ou lavadeiras) Megaloptera
Blattodea ( baratas ) Raphidioptera
Mantodea ( louva-a-deus ) Neuroptera ( formiga-leão )
Isoptera (cupins ) Coleoptera ( besouros , escaravelhos ,
Zoraptera joaninhas )
Grylloblattodea Strepsiptera
Dermaptera (tesourinhas) Mecoptera
Plecoptera Siphonaptera ( pulgas )
Orthoptera ( gafanhotos , grilos ) Diptera ( moscas e mosquitos )
Phasmatodea ( bichos-pau ) Trichoptera
Embioptera Lepidoptera ( borboletas , mariposas )
Mantophasmatodea Hymenoptera ( formigas , abelhas , vespas
Psocoptera etc.)
Phthiraptera ( piolhos )

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Branchiopoda

Os branquiópodes (que significa " brânquias nos pés") são pequenos (0,25 milímetros - 10 cm de
comprimento) e se encontram em lagos , tanto salgados como de água doce em todo o mundo,
incluindo a famosa Artemia salina . A classe Branchiopoda inclui cerca de 800 espécies. Os ovos
resistem à seca e podem ficar grandes períodos à espera para eclodirem . É freqüente encontrá-los
em lojas de animais e quando colocados num aquário, eclodem rapidamente e servem de alimento a
muitos organismos .
Cirripedia

Cirripedia é uma classe de crustáceos marinhos, com cerca de 1220 espécies, que inclui as cracas.
O grupo é por vezes considerado como infra-classe dentro da classe Maxillopoda . O primeiro
cientista a estudar os cirripédios em detalhe foi Charles Darwin . Os cirripédios são organismos
sésseis que vivem fixos a um substrato, em geral em zonas entre-marés.

Os cirripédios têm um desenvolvimento em três estádios. Na primeira fase larvar fazem parte do
plâncton e vivem à deriva nas correntes oceânicas. No segundo estádio larvar, os cirripédios
procuram um substrato adequado à fixação e em condições de vida. Uma vez encontrado o local
ideal, estas larvas desenvolvem-se para o adulto, que se fixa ao substrato diretamente por
cimentação ou através de um pedúnculo carnoso. Normalmente, o substrato escolhido é rochoso,
mas também pode ser o fundo de um barco, outros animais, como baleias ou mesmo outros
crustáceos. O organismo adulto vive protegido por placas calcárias e alimenta-se por filtração.
Malacostraca
Malacostraca é uma classe do filo Crustacea , bastante diversificada, que inclui a maioria dos
crustáceos mais conhecidos como a lagosta , o camarão ou o krill .
As principais características morfológicas do grupo incluem:
1 -Cabeça dividida em 6 segmentos, distribuidos por antenas e peças bucais
2 - 5 pares de patas, com o primeiro frequentemente modificado como pinças
3 - Cefalotórax dividido em 8 segmentos, estando os 3 primeiros fundidos como uma carapaça
4 - Abdómen dividido em 6 segmentos e utilizado frequentemente como barbatana
5 - Sistema nervoso centralizado
6 - Estômago dividido em duas câmaras

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Arthropoda: Classificação geral


Subfilos e Classes

Subfilo Trilobitomorpha
Classe Trilobita - Trilobites, extinto
Subfilo Chelicerata
Classe Arachnida - aranhas , escorpiões , etc.
Classe Merostomata - Límulo
Classe Pycnogonida - aranha-do-mar
Subfilo Myriapoda
Classe Chilopoda - centopeias
Classe Diplopoda
Classe Pauropoda
Classe Symphyla
Subfilo Hexapoda
Classe Insecta - Insetos: moscas, borboletas.
Ordem Diplura
Ordem Collembola - colêmbolos
Ordem Protura
Subfilo Crustacea ou Crustaceomorpha
Classe Remipedia
Classe Cephalocarida
Classe Branchiopoda
Classe Ostracoda
Classe Mystacocarida
Classe Copepoda
Classe Branchiura
Classe Cirripedia - cracas
Classe Tantulocarida
Classe Malacostraca - lagostas, caranguejos.

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• 2o Ano - 8o Mês - Conteúdo 23

Equinodermos
Os equinodermos são os seres do filo Echinodermata ( gr. echinos , espinho; derma , pele). São
animais exclusivamente marinhos, de vida livre, exceto pelos crinóides que vivem fixos ao
substrato rochoso (sésseis) e de simetria radial. Como exemplo podem ser citados os equinodermos:
estrela-do-mar , holotúria e ouriço-do-mar. Este filo surgiu no período Cambriano e contêm cerca
de 7.000 espécies viventes e 13.000 extintas.

Estes animais se aproximam muito dos cordados por possuírem celoma verdadeiro (de origem
enterocélica ) e por serem deuterostômios, ou seja, o orifício embrionário conhecido como
blastóporo origina o ânus dos indivíduos.

Na fase larval os equinodermos possuem simetria bilateral , vindo a desenvolver a simetrial radial
somente no adulto. As larvas são livres natantes e semelhantes a embriões de cordados. Depois, o
lado esquerdo do corpo se desenvolve mais que o direito, que é absorvido, e organiza-se numa
simetria radial, em que o corpo é arranjado em partes em volta de um eixo central. Esta é
basicamente pentâmera, ou seja, os elementos se dispõem em 5 ou múltiplos de 5. Possuem
esqueleto formado por placas calcárias, coberto por fina camada epidérmica . O endoesqueleto
mesodérmico é formado de pequenas placas de calcário e espinhos, que formam um rígido suporte
que contem em si os tecidos do organismo; alguns grupos têm espinhos modificados chamados
pedicelários que possibilitam a vida livre.

Os equinodermos tipicamente possuem um sistema ambulacral ou aquífero que além de substituir o


sistema circulatório no transporte de substâncias também é utilizado na locomoção destes animais.
O sistema ambulacral funciona através de um sistema de canais hidráulicos, nos quais a
diferença de pressão produz movimentos físicos. Também existem ventosas nas extremidades
dos canais que permitem ao animal fixar-se ao substrato, exceto os representantes da classe
ophiuroidea .

Eles têm um sistema nervoso radial simples que consistem em uma rede nervosa modificada
(neurônios interconectados sem nenhum órgão central) e composto por anéis nervosos nervos
radiais em volta da boca se extendendo por cada braço. Os ramos desses nervos coordenam o
movimento do animal. Os equinodermos não têm cérebro, embora alguns possam ter gânglios.

Os espinhos estão presentes em diversos formatos nos grupos de equinodermos, e atuam com a
função de proteger o animal e para a locomoção. Podem ser recobertos por substâncias de caráter
tóxico.

Muitos equinodermos têm notável poder de regeneração: uma estrela-do-mar cortada


radialmente em várias partes vai, depois de alguns meses, regenerar em tantas estrelas viáveis
quantas foram as partes separadas. O corte de um braço (com uma parte proporcional de massa da
parte central e de tecido nervoso) vai, em circunstâncias ideais, regenerar do mesmo modo.

Os sexos normalmente são separados. A reprodução sexual tipicamente consiste de liberação


de ovos e espermas na água, com a fecundação acontecendo externamente.

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Seis classes (Contando com os Concentricycloidea) estão vivas atualmente:


Echinoidea (ouriço-do-mar e bolachas-da-praia)
Asteroidea (estrelas-do-mar): Cerca de 1.500 espécies que capturam presas para se alimentar.
Concentricycloidea, notáveis pelo seu único sistema vascular; duas espécies; recentemente
separadas dos Asteroidea.
Ophiuroidea (ofiúro): cerca de 1.500 espécies.
Holothurioidea (holotúria ou pepino-do-mar): animais alongados, semelhantes a lesmas; cerca de
1.000 espécies.
Crinoidea (lírio-do-mar):cerca de 600 espécies que se alimentam de seres que vivem em suspensão
na água.
Classes dos equinodermos
Asteroidea (Estrela-do-mar)
A Estrela-do-mar é um animal da classe Asteroidea ou dos asteróides e são animais marinhos. O
seu corpo pode ser liso, granuloso ou com espinhos bem evidentes, apresentando cinco pontas ocas,
chamadas braços. O corpo é duro e rígido, devido seu endoesqueleto, e pode ser quebrado em partes
se tratado rudemente. Apesar disso, o animal consegue dobrar-se e girar os braços quando passeia
ou quando seu corpo se encontra em espaços irregulares entre rochas ou outros abrigos. O corpo das
estrelas do mar tem simetria pentarradiada.

As estrelas–do–mar podem ter entre alguns centímetros e um metro de diâmetro. Estes animais
movem-se usando a retração e a distensão dos seus pés ambulacrários. A respiração do animal é
branquial e sua reprodução é feita sobretudo através da regeneração, ou seja, se um dos braços desse
animal for cortado pode desenvolver uma estrela do mar nova. Se a reprodução for sexuada , a
estrela do mar tem um estado larvar . As estrelas do mar não podem mastigar os alimentos. Para se
alimentar lança o estômago pela boca, localizada em sua face oral localizada na parte inferior. É
dotada de sistema digestivo completo, e o seu ânus localiza-se na parte superior; proximamente
encontramos uma placa madreporita, que atua como um filtro de água para o animal.
As estrelas-do-mar não possuem cérebro , o seu sistema nervoso é ventral e ganglionar . Existem
cerca de 1.800 tipos de estrelas-do-mar conhecidas. Apesar da enorme diferença entre a estrela-do-
mar e o homem seus filos são classificados como evolutivamente próximos. Já que ambos são
deuterostomados: o blastóporo dando origem ao ânus, e não à boca como os protostomados.

Crinoidea

Crinoidea é uma classe de equinodermes que inclui os organismos conhecidos como crinóides ou
lírios do mar . São animais exclusivamente marinhos que ocupam todas as profundezas até aos
6000 metros. Atualmente, a classe conta com apenas algumas centenas de espécies mas o registo
geológico mostra uma biodiversidade muito maior dentro do grupo.
O modo de vida dos crinóides é variável. Algumas espécies vivem fixas a um substrato por um
pedúnculo durante todo o ciclo de vida; outras podem apresentar fase adulta ou larvar de vida livre.
O substrato dos crinóides pode ser um material rochoso, um fundo arenoso ou objetos como
madeira que circulam à deriva. A maioria dos crinóides atuais não é séssil e faz parte do
zooplancton dos oceanos. Os crinóides são organismos que se alimentam por filtração.
Echinoidea

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Echinoidea é a classe de equinodermes que inclui os ouriços-do-mar e as bolachas-de-praia .


Os equinóides têm corpo esférico ou achatado que não se estende formando braços.
A superfície da carapaça está coberta por espinhos móveis articulados. A carapaça dos equinóides
encontra-se organizada em meridianos por zonas ambulacrárias, onde se encontram os pés
ambulacrários, alternadas com zonas interambulacrárias. As larvas dos equinóides, chamadas de
equinoplúteo, são planctônicas. Após a metamorfose, os equinóides passam a ter forma de vida
bentônica .

Os equinóides regulares de simetria pentarradiada, são normalmente espinhosos e deslocam-se


com a ajuda dos pés ambulacrários. O corpo é globoso e o ânus localiza-se no centro da face aboral
(oposta à boca). Vivem geralmente em substratos firmes ou rochosos e alimentam-se de algas,
organismos incrustantes e detritos, que são removidos por um aparelho raspador composto por
inúmeros ossículos, cinco dos quais funcionam como dentes (lanterna de Aristóteles). Os
equinóides respiram através de brânquias .
Os equinóides irregulares têm simetria bilateral, corpo achatado e são endobentónicos , isto é,
vivem enterrados em substrato móvel, por exemplo areia . O corpo apresenta poucos ou nenhuns
espinhos, como adaptação a este modo de vida. O ânus está também localizado na face aboral, mas
deslocado para a margem posterior. Estes equinóides são essencialmente detritívoros e respiram
através dos petalóides (pés ambulacrários modificados)
Holothurioidea (Pepino-do-mar)

Holothurioidea é a classe de equinodermes que inclui os animais conhecidos como pepinos-do-


mar ou holotúrias . Em oposição aos outros equinodermes, possuem corpo delgado, alongado em
um eixo oral-aboral. A boca é circundada por 10 a 30 tentáculos que são modificações de pés
ambulacrários bucais encontrados em outros equinodermos. Seu alimento é o material orgânico dos
detritos do fundo, que é empurrado para a boca ou o plâncton aprisionado em muco nos tentáculos.
As holotúrias frequentemente são os invertebrados dominantes nas partes mais profundas dos
oceanos. São aproveitados, depois de desidratados, como iguaria da culinária oriental e, deste modo,
conhecidos como bicho-do-mar ou tripango.
Uma epiderme simples recobre o esqueleto e possuem endoesqueleto de placas calcáreas articuladas
macroscópicas, distribuídas pelo corpo. O sistema digestivo é completo. Não possuem coração nem
mesmo sistema circulatório típico. Existe, porém, um reduzido sistema de canais com disposição
radial, onde circula um líquido incolor contendo amebócitos.
A respiração por difusão ocorre no sistema ambulacrário . Na cloaca do pepino-do-mar existem
túbulos ramificados, as árvores respiratórias ou hidropulmões, que acumulam água para as trocas
gasosas. Não existe nenhum órgão especializado em excreção . Os catobólitos são levados por
amebócitos aos pés ambulacrários, hidropulmões ou a qualquer estruturas exposta à água, que os
elimina por difusão.
Não possui gânglios, mas sim um anel nervoso próximo à região oral, de onde saem nervos
radiais. Na superfície do corpo existem células táteis.

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São animais de sexos separados e de fecundação externa. Os órgãos sexuais são simples,
existindo, geralmente, apenas gônadas sem genitais. O desenvolvimento é indireto, aparecendo
uma larva com simetria bilateral que passa a radial nos animais adultos. A reprodução assexuada
aparece em algumas larvas que se autodividem e possuem a capacidade de regenerar partes .
Ophiuroidea
Ophiuroidea é uma classe de equinodermes, com semelhanças às estrelas do mar . O corpo dos
ofiúros é composto por um disco central, rodeado por cinco pernas flexíveis, que podem chegar aos
60 cm de comprimento. Há cerca de 1200 espécies descritas, distribuídas por todos os oceanos, dos
pólos ao equador. Estão presentes em todas as profundidades mas a maior biodiversidade do grupo
encontra-se abaixo dos 500 metros.
O exosqueleto dos ofiúros é composto por ossículos de carbonato de cálcio, fundidos no disco
central (calix) e articulados entre si nas patas. Esta característica faz com que as patas por vezes se
desintegrem, o que lhes confere o nome alternativo de estrelas quebradiças.
Ao contrário das estrelas do mar (classe Asteroidea ), todos os órgãos vitais dos ofiúros
encontram-se confinados ao disco central. A boca é rodeada por cinco placas mandibulares. O
sistema digestivo é composto por um esôfago curto e um estômago amplo, que ocupa a maior parte
da cavidade do animal. Os ofiúros não têm intestinos nem ânus. O sistema nervoso é igualmente
simples e composto por um nervo anelar que rodeia a cavidade do disco central (calix). A partir
deste centro, há um nervo em cada braço que permite ao ofiúro sentir o ambiente. Estes animais não
têm olhos nem cérebro. Os ofiúros têm a capacidade de regenerar braços perdidos e fazem-no
muitas vezes depois de encontros com predadores, em especial neste caso, ele promove a auto-
amputação, para livrar-se do predador. A locomoção destes animais é feita através de movimentos
com os braços flexíveis.
Chordata (cordados)
Características exclusivas:
1 - Eixo dorsal de sustentação chamado notocorda.
(Nos vertebrados a notocorda é parcialmente ou totalmente substituída pela coluna vertebral).
2 - Sistema respiratório derivado da faringe que no embrião possui fendas branquiais.
3 - Sistema nervoso tubular, oco e dorsal.
4 - Região pós-anal, a cauda.

O filo dos cordados está subdividido em 3 subfilos:


1 - Urochordata ou Tunicata (protocordados)
2 - Cephalochordata (protocordados)
3 - Vertebrata
Urochordata

Os Urochordata (também conhecidos como Tunicata, urocordados ou tunicados ) são um grupo


de animais marinhos que se alimentam por filtração . São membros do filo Chordata , pois possuem
um notocórdio , pelo menos durante a fase larvar do seu desenvolvimento que, frequentemente tem
a aparência de um girino .
Pertencem a este grupo as ascídeas , que muitas vezes são confundidas com esponjas por serem os
membros sésseis deste grupo, e as salpas e apendiculários , que são pelágicos . O corpo dos

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tunicados adultos tem a forma de um barril com duas aberturas, chamadas sifões, geralmente do
mesmo lado, uma para a entrada da água e dos alimentos e outro para a saída da água e das
excreções , o que é realizado por contrações da camada muscular superficial. A seguir ao sifão de
entrada encontram-se as brânquias , colocadas em forma de rede que, não só têm a função da
respiração , mas também a de filtrar as partículas nutritivas; a seguir, encontra-se o tubo digestivo ,
que é encurvado e termina no outro sifão.

O exterior do corpo – a tunica (de onde vem um dos nomes destes animais) - é segregada pela
epiderme e, nas formas sésseis , pode ser um verdadeiro exosqueleto composto de celulose e
colágeno. Possuem um sistema nervoso rudimentar formado por um gânglio dorsal próximo da
glândula neural, entre os sifões; este gânglio controla as contrações musculares e o movimento dos
cílios da faringe, mas não controla os batimentos cardíacos .
O sistema circulatório é aberto, exceto o coração que é um vaso sanguíneo com peristaltismo
reversível e que se liga, em ambas extremidades a outros vasos abertos. O coração está rodeado pelo
pericárdio. A reversão do peristaltismo permite que, tanto os tecidos que se encontram de um lado
ou do outro do coração recebam igual fornecimento de nutrientes . O sangue dos tunicados possui
muitos tipos de células como por exemplo Amebócitos fagocíticos, Linfócitos e células que atuam
como precursoras das restantes células do sangue.
Os tunicados reproduzem-se assexuadamente e sexuadamente. A reprodução sexuada é do tipo
hermafrodita e os gametas são libertados no sifão atrial, onde se dá a fertilização .
Cephalochordata (anfioxos)
O subfilo Cephalochordata é composto por um grupo de cordados marinhos, pequenos e
pisciformes, designados como anfioxos . Eles são um importante objeto de estudo na zoologia por
proporcionarem indicações sobre a origem dos vertebrados . O anfioxo mede cerca de 6 cm de
comprimento e vive enterrado em areia de águas rasas do ambiente marinho, entre dez e trinta
metros de profundidade, deixando para fora do substrato apenas sua extremidade anterior.
Os Cefalocordados possuem uma corda dorsal que se estende até à região encefálica. Este animal
assemelha-se muito a um pequeno peixe, mas é mais simples pois não possui via genitais nem olhos
diferenciados.

Caracteristicas dos Cefalocordados:


Corpo delgado com forma de peixe .
Epiderme sem escamas.
Musculatura segmentada.
Ambiente marinho (águas rasas, semi-enterrados na areia ou nadantes).
Sexos separados, fecundação externa, desenvolvimento direto.

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1 - gânglio cerebral 8 - poro abdominal 15 - gônadas


2 - notocorda 9 - lacuna supra-faríngica 16 - sensor de luz
3 - nervo dorsal 10 - abertura branquial 17 - nervos
4 - barbatana pós-anal 11 - faringe 18 - barbatana abdominal
5 - ânus 12 - lacuna bucal 19 - bolsa hepática
6 - tubo digestivo 13 - mimosa
7 - sistema circulatório 14 - abertura bucal

Vertebrata (vertebrados)
Os vertebrados ( latim científico : Vertebrata ) constituem um subfilo de animais cordados,
compreendendo os ágnatos, peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Caracterizam-se pela
presença de coluna vertebral segmentada e de crânio que lhes protege o cérebro. A maioria dos
animais com maior grau de organização a que estamos habituados: peixes (com exceção das
mixinas ), anfíbios, répteis, aves e mamíferos pertencem a este grupo. Outras características
adicionais são a presença de um sistema muscular geralmente simétrico. A simetria bilateral é
também uma característica dos vertebrados assim como um sistema nervoso central, formado pelo
cérebro e pela medula espinhal localizada dentro da parte central da coluna vertebral.

Classificação do Subfilo Vertebrata ( Vertebrados - animais coluna vertebral)


Infrafilo Agnatha (Vertebrados sem mandíbula)
- Classe Myxini ou Hyperotreti ( Peixe-bruxa )
- Classe Conodonta (Conodontes - Atualmente extintos)
- Classe Hyperoartia ( Lampréias )
- Classe Cephalaspidomorphi (Peixes sem mandíbula do Paleozóico - Atualmente extintos)
- Classe Pteraspidomorphi (Peixes sem mandíbula do Paleozóico - Atualmente extintos)
Infrafilo Gnathostomata (vertebrados com mandíbula)
- Classe Placodermi (Peixes com placas protetoras - Atualmente extintos)
- Classe Chondrichthyes (Peixes cartilaginosos)
- Classe Acanthodii (Tubarões com espinhos, do Paleozóico - Atualmente extintos)
Superclasse Osteichthyes (peixes ósseos)
- Classe Actinopterygii
- Classe Sarcopterygii
Superclasse Tetrapoda (vertebrados com quatro patas)
- Classe Amphibia (anfíbios)
- Classe Sauropsida - (répteis)
- Classe Aves (pássaros)
- Classe Synapsida ("répteis" semelhnates a mamíferos)
- Classe Mammalia (mamíferos)
Myxini (peixes-bruxa)
Os peixes-bruxa, mixinas ou enguias-de-casulo são um grupo de peixes marinhos, de águas frias,
com forma de enguia e sem maxilas. É o único grupo de peixes que não pertence ao subfilo dos
vertebrados , uma vez que não tem um verdadeiro esqueleto interno e o crânio é incompleto, uma
vez que o cérebro está protegido apenas por uma bainha fibrosa.

A boca é rodeada por dois pares de tentáculos e armada interiormente com uma placa de cartilagem
com dois dentes em forma de pente, uma " língua-raspadora". Por essa característica os
representantes do grupo Agnatha também são conhecidos por ciclostomados (gr. "ciclo",
redondo ; "stoma", boca).

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A boca das mixinas não tem funções respiratórias: a água entra na faringe através de um "canal
nasofaríngeo" localizado no lado esquerdo do corpo e com abertura na parte anterior da cabeça,
passa pelo órgão olfativo médio e daí para a câmara branquial . As mixinas têm entre um e 16 pares
de fendas branquiais.

O corpo das mixinas é reforçado internamente por um conjunto de barras de cartilagem , assim
como a cabeça, os tentáculos bucais, o canal nasofaríngeo, a "língua" e a barbatana caudal, mas não
existem verdadeiros arcos branquiais . Estes animais têm olhos sem cristalino e sem musculatura;
aliás, as mixinas não apresentam os músculos radiais típicos dos vertebrados. O sistema circulatório
é formado por vários corações venosos, mas sem inervação e o tecido do pâncreas encontra-se
disperso no celoma . A pele das mixinas é nua e apresenta lateralmente uma série de glândulas de
muco anormalmente grandes, formadas por longas células filamentosas . Não têm barbatanas pares,
nem linha lateral .
Os peixes-bruxa são peixes de águas frias ou temperadas, encontradas apenas no norte e sul dos
oceanos Atlântico e Pacífico . Vivem no fundo onde se enterram e alimentam-se principalmente
de peixes mortos ou doentes, penetrando no seu corpo e escolhendo imediatamente os seus fígados .
Mas também são predadores de invertebrados bentônicos. Possuem hábitos noturnos. As fêmeas
produzem 20-30 ovos com 20-25 mm de diâmetro , providos de uma casca córnea com um grupo de
filamentos em forma de âncora em cada extremidade.
Os peixes-bruxa foram tradicionalmente incluídos no grupo Ciclóstomos, juntamente com as
lampréias , mas atualmente reconhece-se que este grupo é parafilético.
Hyperoartia (lampréias)
As lampréias são peixes de água doce com forma de enguias , mas sem maxilas. A boca está
transformada numa ventosa circular com o próprio diâmetro do corpo, reforçada por um anel
de cartilagem e armada com uma língua -raspadora igualmente cartilaginosa. Várias espécies de
lampreia são consumidas como alimento.
Algumas espécies de lampréias têm um número de cromossomas que é recorde entre os
cordados, chegando a 174. A larva (ammocoetes) tem um tamanho máximo de 10 cm, enquanto
que os adultos podem ultrapassar 120 cm.
As lampréias possuem uma única "narina", o que é um caso único entre os vertebrados atuais
(embora se encontre em alguns fósseis ). Esta "narina" também é chamada abertura naso-hipofisial
, uma vez que liga o órgão do olfato a um tubo cego que inclui a glândula pituitária ou hipófise .

Os olhos são relativamente grandes, estão equipados de cristalino, mas não possuem músculos
oculares intrínsecos, como os restantes vertebrados. Por trás deles, abrem-se sete fendas branquiais.

A ventosa que forma a boca da lampréia funciona como tal através de um complexo mecanismo que
age como uma bomba de sucção : inclui um pistão, o velum e uma depressão na cavidade bucal, o
hydrosinus.

As lampréias têm um crânio composto por placas cartilagíneas, como o das mixinas, mas é mais
complexo e inclui uma verdadeira caixa craniana onde está alojado o cérebro . A coluna vertebral é
basicamente formada pela notocórdia.
Lampreia marinha

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Tanto as lampréias marinhas como as de água doce se reproduzem em rios. A sua vida larvar, que
pode durar até sete anos, é sempre passada no rio onde nascem. A certa altura, elas sofrem uma
metamorfose e transformam-se em adultos . Depois da metamorfose atingem a maturação sexual em
um processo pode durar um ou dois anos. Quando atingem a maturidade sexual, as lampréias
entram num rio, reproduzem-se e morrem. Cada fêmea gera milhares de ovos pequenos e sem
reservas nutritivas . Os ovos são enterrados em "ninhos" cavados em fundos

As lampréias sofrem um desenvolvimento larvar que pode durar até sete anos, passando-se sempre
em água doce . A larva, denominada ammocoetes , não tem ventosa e os olhos são pouco
desenvolvidos. A câmara branquial não é fechada e a larva alimenta-se capturando pequenas
partículas orgânicas com uma fita de muco produzida na faringe .

As lampréias encontram-se principalmente em águas temperadas, tanto no hemisfério norte, como


no sul.
Algumas espécies são parasitas , fixando-se a outros peixes , cuja pele abrem com a sua língua-
raspadora e sugam-lhes o sangue . A ventosa bucal também lhes serve para se agarrarem a pedras
ou vegetação aquática para descansarem .

A poluição dos rios, à qual as larvas são especialmente sensíveis, tem sido a causa da sua quase
extinção em muitos rios da Europa.
Chondrichthyes ou peixes cartilagíneos
Incluem os tubarões , as raias e as quimeras , muitas vezes classificadas como seláceos , são peixes
geralmente oceânicos que possuem um esqueleto totalmente formado por cartilagem .
Apresentam 5 a 7 fendas branquiais dos lados do corpo ou na região ventral da cabeça,
membranas nictitantes nos olhos e gancho pélvico, um órgão de copulação dos machos chamado
clásper. Muitas espécies de tubarões têm várias fiadas de dentes de substituição, mas outros têm os
dentes transformados em placas.

As espécies atuais deste grupo de peixes divide-se em duas sub-classes:


Elasmobranchii que inclui os tubarões e as raias
Holocephali que inclui as quimeras

Os tubarões e as raias são os predadores de mais elevada ordem que se conhece no meio ambiente
aquático . Por esta razão eles têm um papel muito importante nos ecossistemas aquáticos,
principalmente nos oceanos , onde vive a maior parte destes animais , mas com várias espécies
capazes de entrar em estuários . No entanto, o equilíbrio da biocenose em que vivem os tubarões é
relativamente frágil, uma vez que eles são canibais, alimentando-se também das suas próprias crias
e uns dos outros. Por essa razão, a maioria das suas espécies estão consideradas em perigo, uma vez
que foram objeto de pesca excessiva.

Os tubarões e as raias têm uma estratégia reprodutiva muito diferente da maioria dos peixes: em vez
de produzirem um grande número de ovos e larvas , estas espécies produzem normalmente um
pequeno número de crias, as quais nascem já num tamanho que lhes permite alimentarem-se e
defenderem-se dos seus inimigos (vivíparos), ou então desenvolvem-se dentro de um ovo com uma
casca coriácea, relativamente grande (10-15 cm) (ovovivíparos).
Actinopterygii (peixes ósseos)
São os peixes ósseos com nadadeiras suportadas por "raios" ou lepidotríquias , esqueleto interno
tipicamente calcificado e aberturas branquiais protegidas por um opérculo ósseo . São o grupo
dominante dos vertebrados com mais de 27,000 espécies presentes em todos os ambientes
aquáticos.

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São tratados tradicionalmente como uma superclasse de Osteichthyes , ou peixes com ossos.
Tradicionalmente, foram reconhecidos 3 grupos de Actinopterygii: Chondrostei , Holostei e
Teleostei (ou teleósteos). Quase todos os peixes vivos são teleósteos.
Sarcopterygii
(Celacanto)

É uma classe de vertebrados , onde se classificam os peixes considerados como representantes dos
antepassados dos anfíbios . Possuem barbatanas lobuladas, aos pares e carnosas, sustentadas por um
esqueleto óssea (e não por raios, como nos actinopterígeos ). Em especial destacamos a ordem dos
Coelacanthiformes que abriga os celacantos que são peixes muito especiais pois eram
considerados extintos. Quando foram descobertos, foram considerados fósseis vivos. A sua
característica mais importante é a presença de barbatanas pares (peitorais e pélvicas) cujas bases são
pedúnculos que se assemelham aos membros dos vertebrados terrestres e se movem da mesma
maneira. São os únicos representantes vivos da ordem Coelacanthiformes. Quando se descobriu o
primeiro exemplar vivo, em 1938 , já se conheciam fósseis indicadores de cerca de 120 espécies de
Coelacanthiformes, ou seja, indicando a idade da rocha onde tinham sido encontrados. Todos esses
peixes se encontravam extintos desde o período Cretáceo. Muitos acreditam que o celacanto é um
parente próximo do primeiro vertebrado a sair das águas, dando origem a um novo grupo de
vertebrados conhecidos como tetrápodes , que inclui os humanos

Ordens
Coelacanthiformes - celacantos (eram considerados extintos até surgir um exemplar em 1938)
Ceratodontiformes
Lepidosireniformes
Rhizodontida (extintos)
Osteolepiformes (extintos)
Panderichthyida (extintos)
Anfíbios
Constituem uma classe de animais vertebrados, pecilotérmicos (animais de "sangue frio") ou seja,
não possuem um mecanismo interno que regule a temperatura do seu corpo e não possuem
bolsa amniótica. A característica mais marcante dos seres vivos da classe é o seu ciclo de vida
dividido em duas fases: uma aquática e outra terrestre, apesar de haverem exceções. Estão
identificadas cerca de 6000 espécies vivas de anfíbios
Quando jovens, a maioria das espécies de anfíbios vivem exclusivamente em ambiente
aquático dulcícola, e sua estrutura corpórea é semelhante a de um alevino realizando respiração
branquial. A fase jovem, também conhecida como larval, é determinada do nascimento até a
metamorfose do anfíbio, que lhe permitirá sair do ambiente aquático e fazer parte do ambiente
terrestre. As larvas possuem cauda e até mesmo linha lateral como os peixes.

Já adultos, a dependência da água dos anfíbios jovens é superada parcialmente, e após a


metamorfose estes animais podem deixar a água e viver em habitat terrestre. Apesar de
pulmonados, os representantes dessa classe possuem uma superfície alveolar muito pequena,
incapaz de suprir toda a demanda gasosa do animal. Portanto, como complemento à
respiração pulmonar, os anfíbios realizam a respiração cutânea (trocas de gases através da
pele), e para tanto possuem a pele bastante vascularizada e sempre umedecida.

A circulação nos anfíbios é fechada (o sangue sempre permanece em vasos), dupla (há o circuito
corporal e o circuito pulmonar) e incompleta (já que há mistura do sangue venoso e artérial no
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coração). O coração do anfíbio apresenta apenas três cavidades: 2 átrios, nos quais há chegada
de sangue ao coração; e um ventrículo, no qual o sangue é direcionado ao pulmão ou ao corpo
do animal.
O seu sistema excretor apresenta rins mesonéfricos que são ligados por ureteres à bexiga, que
por sua vez está ligada a cloaca. Quando no estado larval o produto de sua excreção é a amônia,
porém no estado adulto excretam uréia. Quanto a locomoção, os membros da ordem anura são, em
sua maioria, saltadores, as salamandras caminham e as cobras-cegas arrastam-se por contrações
musculares. Na água são nadadores, sendo que quando na fase larval utilizam a cauda e quando
adultos utilizam as patas, que possuem membranas interdigitais. As pererecas apresentam
ventosas nos dedos.

O sistema nervoso dos anfíbios tem como principal orgão o encéfalo. Apresentam boa visão, com
exceção das cobras-cegas, e tato em toda superfície corporal. O seu sistema olfativo apresenta
narinas e os orgãos de Jacobson, no teto da cavidade nasal. Em sua língua se encontram botões
gustativos. A cavidade nasal se comunica com a oral através das coanas, o que permite a entrada de
ar mesmo com a boca fechada.Alguns anfíbios podem ser venenosos, sendo que alguns deles
estão inclusive entre os animais mais venenosos. Os sapos possuem uma glândula parotóide, atrás
dos olhos e que produz veneno. Entretanto, este veneno é eliminado apenas quando a glândula é
apertada.

Estudos de fósseis sugerem que o grupo teria evoluído a partir dos peixes pulmonados de nadadeira
lobada e servido de ancestral para os répteis , além de ser o primeiro vertebrado em habitat terrestre.
Em relação aos peixes (seus antecessores) os anfíbios possuem maior independência da água,
contudo ainda não representam seres verdadeiramente terrestres, tendo a necessidade de viver em
locais úmidos mesmo quando adultos. Os anfíbios surgiram no Devoniano e foram os primeiros
animais terrestres.

Classificação
Sub-classe Labyrinthodontia ( extinta )
Sub-classe Lepospondyli ( extinta )
Sub-classe Lissamphibia
- Ordem Caudata ou Urodela: tetrápodos com cauda e aspecto de lagarto. Ex.: Salamandras e
Tritões.
- Ordem Anura : corpos curtos sem cauda. São tetrápodos com adaptação para o salto, a maioria
apresenta metamorfose completa, mas alguns já saem dos ovos com a forma adulta, não
apresentando metamorfose. Ex.:sapos, pererecas e rãs.
- Ordem Gymnophiona : anfíbios sem patas (apódes). Ex.: Cobras-cegas (cecílias).

Os anfíbios apresentam 39 modos reprodutivos distintos, sendo superados em diversidade de


modos reprodutivos apenas pelos peixes. Geralmente a reprodução dos anfíbios está ligada à água
doce, e ocorre sexuadamente por fecundação externa, na qual a fêmea libera óvulos (ainda não
fecundados) envoltos em uma massa gelatinosa e o macho então lança seus gametas sobre eles para
que ocorra a fecundação. Os ovos formados ficarão em ambiente aquático (lagos, lagoas e represas)
até o nascimento do girino, que captura seu alimento no meio ambiente.
Répteis
Constituem uma classe de animais vertebrados tetrápodes e ectotérmicos, ou seja, não possuem
temperatura corporal constante. São todos amniotas (animais cujos embriões são rodeados por uma
membrana aminiótica). Os répteis atuais são representados por quatro ordens:
Ordem Crocodylia - crocodilos e jacarés : 23 espécies
Ordem Rhynchocephalia ou Sphenodonta - tuataras da Nova Zelândia: 2 espécies

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Ordem Squamata - lagartos (como o camaleão e cobras): aproximadamente 7.600 espécies


Ordem Testudinata ou Chelonia - (tartarugas, cágados e jabutis): aproximadamente 300 espécies

Os dinossauros, extintos no final do Mesozóico , pertencem à super-ordem Dinosauria, também


integrada na classe dos répteis. Outros répteis pré-históricos são os membros das ordens
Pterosauria , Plesiosauria e Ichthyosauria.
Os répteis são encontrados em todos os continentes exceto na Antártica, apesar de suas
principais distribuições compreenderem os trópicos e subtrópicos. Não possuem uma temperatura
corporal constante. Conseguem até um certo ponto regular ativamente a temperatura corporal, que é
altamente dependente da temperatura ambiente. A maioria das espécies de répteis são carnívoras e
ovíparas (botam ovos). Algumas espécies são ovovivíparas , e algumas poucas espécies são
realmente vivíparas

Os répteis possuem:
1- um corpo coberto com pele seca queratinizada (não mucosa) geralmente com escamas ou
escudos e possuem poucas glândulas superficiais;
2 - dois pares de extremidades, cada uma tipicamente com cinco dedos terminando em garras
córneas e adaptadas para correr, rastejar ou trepar; pernas semelhantes a remos nas tartarugas
marinhas, reduzidas em alguns lagartos, ausentes em alguns outros lagartos e em todas as cobras;
3 - Esqueleto completamente ossificado ; crânio com um côndilo occipital ;
4 - Coração imperfeitamente dividido em quatro câmaras , duas aurículas e um ventrículo
parcialmente dividido (ventrículos separados nos crocodilianos), o que lhes confere realmente 3
câmaras; um par de arcos aórticos ; glóbulos vermelhos nucleados, biconvexos e ovais;
5 - Respiração pulmonar ; algumas espécies (tartarugas marinhas) possuem respiração cloacal ;
6 - Doze pares de nervos cranianos;
7 - Temperatura corporal variável (pecilotermos), de acordo com o ambiente ;
8 - Fecundação interna, geralmente por órgãos copuladores ; ovos grandes, com grandes vitelos , em
cascas córneas ou calcárias geralmente libertados. Em alguns lagartos e cobras são retidos pela
fêmea para o desenvolvimento ;
9 - Envoltórios embrionários (âmnio, cório, saco vitelino e alantóide) presentes durante o
desenvolvimento; filhotes quando eclodem (nascem) assemelham-se aos adultos (sem
metamorfoses).
Aves
Constituem uma classe de animais vertebrados, tetrápodes, endotérmicos, ovíparos, caracterizados
principalmente por possuirem penas, apêndices locomotores anteriores modificados em asas, bico
córneo e ossos pneumáticos. São reconhecidas aproximadamente 9.000 espécies de aves no mundo.
As aves variam muito em seu tamanho, dos minúsculos beija-flores a espécies de grande porte
como o avestruz e a ema . Note que todos os pássaros são aves, mas nem todas as aves são pássaros.
Os pássaros estão incluidos na ordem Passeriformes, constituindo a ordem com maior número de
espécies dentro do grupo das aves.

As espécies não-voadoras que incluem o pingüim , avestruz e etc. são especialmente vulneráveis à
extinção por conta da ação antrópica direta (destruição e fragmentação do habitat , poluição etc.) ou
indireta (introdução de animais/plantas exóticos, mamíferos em particular).

No seu caminho evolutivo, as aves adquiriram várias características essenciais que permitiram o
vôo ao animal. Entre estas podemos citar:
1 - Endotermia
2 - Desenvolvimento das penas
3 - Aquisição de ossos pneumáticos

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4 - Perda, atrofia ou fusão de ossos e órgãos


5 - Aquisição de um sistema de sacos aéreos
6 - Postura de ovos
7 - Presença de quilha, expansão do osso esterno , na qual se prendem os músculos que
movimentam as asas
8 - Ausência de bexiga urinária

As penas, consideradas como diagnóstico das aves atuais, estão presentes em outros grupos de
dinossauros, entre eles o próprio Tyrannosaurus rex . Estudos apontam que a origem das penas,
provavelmente, se deu a partir de modificações das escamas dos répteis, tornando-se cada vez mais
diferenciadas, complexas e, posteriormente, vieram a possibilitar os vôos planado e batido.
Acredita-se que as penas teriam sido preservados na evolução por seu valor adaptativo, ao auxiliar
no controle térmico dos dinossauros. Os ossos pneumáticos também são encontrados em outros
grupos de répteis. Apesar de serem ocos, os ossos das aves são muito resistentes, pois preservam
um sistema de trabéculas ósseas arranjadas piramidalmente em seu interior.

Com relação a características ósseas relacionadas à adaptação ao vôo, podemos citar:


1 - Diminuição do crânio, sendo este composto por ossos completamente fusionados no estágio
adulto;
2 - Rostrum (mandíbula + maxila) leve e coberto por uma camada córnea;
3 - Fusão de vértebras e outros ossos da cintura pélvica e pigóstilo (vértebras caudais fusionadas);
4 - Tarsos (mãos) com grande fusão de ossos, sendo que atualmente só se observam três dedos;
5 - Fusão das clavículas formando a fúrcula (conhecido popularmente como "osso da sorte"),
6 - Prolongamento do osso esterno e desenvolvimento da carena ou quilha esternal, uma adaptação
para a implantação dos músculos do vôo, necessariamente fortes.
7 - Fusão de ossos nas pernas (apêndices locomotores posteriores) formando a tíbia-tarso e tarso-
metatarso.

Quanto a outros órgãos, as aves perderam os dentes (redução do peso total do animal) e as bexigas,
e a grande maioria dos grupos de aves perderam o ovário direito. O sistema de sacos aéreos
funciona em conjunto com o sistema respiratório (por isso a respiração em aves é diferente dos
outros grupos de tetrapodes). Ainda tem função de diminuir a densidade do animal, facilitando o
vôo e a natação (no caso de aves que mergulham).

Todas essas características já são observadas em répteis, em especial nos Dinosauria.

Entre as características morfológicas de grande importância ecológica e evolutiva, estão o formato


do bico e dos pés e do ponto de vista sistemático, a estrutura da siringe (a faringe inferior existente
na extremidade inferior da traquéia das aves) responsável pela emissão de sons é de particular
interesse.

O archaeopteryx é o mais antigo fóssil conhecido de ave e data de aproximadamente 140 milhões
de anos atrás, do período Jurássico. Era um pouco maior que uma pomba e possuía cauda longa,
percorrida pela coluna vertebral, como os répteis, além de dentes, dedos individualizados com
garras e, como característica mais marcante, penas do corpo e penas de vôo assimétricas (indícios
de que esse animal era capaz de voar). Já foram descobertas penas (ou estruturas semelhantes, mais
primitivas) em outros grupos de Dinosauria.
Mamíferos
Constituem uma classe dos animais vertebrados que se caracterizam pela presença de glândulas
mamárias nas fêmeas, que produzem leite para alimentação dos filhotes (ou crias), e a presença

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de pêlos ou cabelos. São animais homeotérmicos, ou seja, conseguem manter a temperatura


corporal relativamente constante devido a uma alta taxa metabólica gerada pela intensa combustão
de alimento energético nas células. O cérebro controla a temperatura corporal e o sistema
circulatório , incluindo o coração com quatro câmaras completas. Os mamíferos incluem 5.500
espécies (incluindo seres humanos ), distribuído em aproximadamente 1.200 gêneros, 152 famílias e
até 46 ordens, embora isto possa variar de acordo com o esquema de classificação.
Como características distintivas, os mamíferos possuem ainda:
1 - glândulas sebáceas que segregam uma gordura para lubrificar a pele (a glândula mamária é uma
glâdula sebácea);
2 - glândulas sudoríparas para ajudar na termorregulação e excreção ;
3 - a mandíbula articula-se diretamente com o crânio ;
4 - os dentes apresentam uma estrutura complexa e estão diferenciados (heterodontia) em diversos
tipos: incisivos , caninos e molares (ou molariformes )(isso define a diversidade de alimentos que os
mamíferos podem consumir, já que possuem vários tipos de dentes, com diversas funções, para os
mais diversos alimentos);
5 - possuem o diafragma, uma lâmina muscular que divide o tórax do abdômen, contribuindo para
a respiração ;
6 - não possuem as costelas lombares, o que lhe confere maior diversidade de movimentos,
principalmente os de passada, que se tornam maiores e mais eficientes em quadrúpedes;
7 - seu tegumento não possui beta-queratina, ao contrário dos répteis;
8 - tecido adiposo espalhado por todo o corpo (os répteis possuem gordura apenas na cauda por ela
ser má condutora de calor);

Podem ser classificados em monotremos , marsupiais e placentários :


1 - monotremata - É uma ordem de mamíferos primitivos que possuem patas, bico e apenas uma
saída de excretas (similar a cloaca) por onde põem ovos com casca. É classificado como mamífero
por causa da presença de glândulas mamárias, apesar dele não possuir tetas, a fêmea da espécie
fica de costas e os filhotes lambem o leite que espalha na sua barriga. Os representantes do grupo
são o ornitorrinco (aquático) e a equidna (terrestre).
2 - marsupialia - Possuem esse nome por causa da presença de uma bolsa denominada marsúpio,
que ajuda no desenvolvimento do filhote. O filhote nasce prematuro, pois não tem nada que o
segure dentro da barriga da mãe; então ele nasce e continua o desenvolvimento dentro do marsúpio.
Gambás, cangurus e diabos-da-tasmânia são exemplos destes.
3 - placentalia - Possuem dentro do útero a placenta, que ajuda o filhote a ficar dentro da barriga da
mãe por mais tempo. É o maior grupo dos mamíferos, com macacos, cães , bovinos , etc

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Sistemas

• Digestório
• Cardiovascular
• Linfático
• Imunológico
• Respiratório
• Urinário
• Endócrino
• Nervoso

Quadro do professor

• 3o Ano - 1o Mês - Conteúdo 24

O SISTEMA DIGESTÓRIO

O sistema digestório humano é formado por um longo tubo com cerca de 9 metros de comprimento
(em um adulto), ao qual estão associados órgãos e glândulas que participam da digestão. Apresenta
as seguintes regiões; boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus.

A parede do tubo digestivo, do esôfago ao intestino, é formada por quatro camadas: mucosa,
submucosa, muscular e adventícia.

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BOCA
A abertura pela qual o alimento entra no tubo digestivo é a boca. Aí encontram-se os dentes e a
língua, que preparam o alimento para a digestão, por meio da mastigação. Os dentes reduzem os
alimentos em pequenos pedaços, misturando-os à saliva, o que irá facilitar a futura ação das
enzimas. Os dentes são estruturas duras, calcificadas, presas ao maxilar superior e mandíbula, cuja
atividade principal é a mastigação. Estão implicados, de forma direta, na articulação das
linguagens. Os nervos sensitivos e os vasos sanguíneos do centro de qualquer dente estão
protegidos por várias camadas de tecido. A mais externa, o esmalte , é a substância mais dura. Sob
o esmalte, circulando a polpa, da coroa até a raiz , está situada uma camada de substância óssea
chamada dentina . A cavidade pulpar é ocupada pela polpa dental, um tecido conjuntivo frouxo,
ricamente vascularizado e inervado. Um tecido duro chamado cemento separa a raiz do ligamento
peridental, que prende a raiz e liga o dente à gengiva e à mandíbula, na estrutura e composição
química assemelha-se ao osso; dispõe-se como uma fina camada sobre as raízes dos dentes. Através
de um orifício aberto na extremidade da raiz, penetram vasos sanguíneos, nervos e tecido
conjuntivo.
Em sua primeira dentição, o ser humano tem 20 peças que recebem o nome de dentes de leite. À
medida que os maxilares crescem, estes dentes são substituídos por outros 32 do tipo permanente.
As coroas dos dentes permanentes são de três tipos: os incisivos, os caninos ou presas e os molares.
Os incisivos têm a forma de cinzel para facilitar o corte do alimento. Atrás dele, há três peças
dentais usadas para rasgar. A primeira tem uma única cúspide pontiaguda. Em seguida, há dois
dentes chamados pré-molares, cada um com duas cúspides. Atrás ficam os molares, que têm uma
superfície de mastigação relativamente plana, o que permite triturar e moer os alimentos.

A A língua movimenta o alimento empurrando-o em


direção a garganta, para que seja engolido. Na
superfície da língua existem dezenas de papilas
gustativas, cujas células sensoriais percebem os
quatro sabores primários: amargo (A), azedo ou
ácido (B), salgado (C) e doce (D). De sua
combinação resultam centenas de sabores distintos.
A distribuição dos quatro tipos de receptores
gustativos, na superfície da língua, não é
homogênea.

língua

As glândulas salivares
A presença de alimento na boca, assim como sua visão e cheiro, estimulam as glândulas salivares a
secretar saliva, que contém a enzima amilase salivar ou ptialina, além de sais e outras substâncias.
A amilase salivar digere o amido e outros polissacarídeos, como o glicogênio, reduzindo-os em
moléculas de maltose (dissacarídeo). Três pares de glândulas salivares lançam sua secreção na
cavidade bucal: parótida, submandibular e sublingual:

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• Glândula parótida - Com massa variando entre 14 e 28


g, é a maior das três; situa-se na parte lateral da face,
abaixo e adiante do pavilhão da orelha.
• Glândula submandibular - É arredondada, mais ou
menos do tamanho de uma noz.
• Glândula sublingual - É a menor das três; fica abaixo
da mucosa do assoalho da boca.

O sais da saliva neutralizam substâncias ácidas e mantêm, na boca, um pH neutro (7,0) a levemente
ácido (6,7), ideal para a ação da ptialina. O alimento, que se transforma em bolo alimentar, é
empurrado pela língua para o fundo da faringe, sendo encaminhado para o esôfago, impulsionado
pelas ondas peristálticas .

A faringe
Situada no final da cavidade bucal, é um canal comum aos sistemas digestório e respiratório: por ela
passam o alimento, que se dirige ao esôfago, e o ar, que se dirige à laringe. Um mecanismo fecha a
laringe, evitando que o alimento penetre nas vias respiratórias. O esôfago, canal que liga a faringe
ao estômago, localiza-se entre os pulmões, atrás do coração, e atravessa o músculo diafragma, que
separa o tórax do abdômen. O bolo alimentar leva de 5 a 10 segundos para percorrê-lo..
Posteriormente a cárdia (anel muscular, esfíncter) se relaxa, permitindo a passagem do alimento
para o interior do estômago.

ESTÔMAGO E SUCO GÁSTRICO

O estômago é uma bolsa de parede musculosa, localizada


no lado esquerdo abaixo do abdome, logo abaixo das
últimas costelas. É um órgão muscular que liga o esôfago
ao intestino delgado. Sua função principal é a digestão de
alimentos protéicos. Um músculo circular, que existe na
parte inferior, permite ao estômago guardar quase um litro
e meio de comida, possibilitando que não se tenha que
ingerir alimento de pouco em pouco tempo.

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Segmento superior : é o mais volumoso, chamado "porção vertical". Este compreende, por sua vez,
duas partes superpostas; a grande tuberosidade, no alto, e o corpo do estômago, abaixo, que termina
pela pequena tuberosidade.
Segmento inferior : é denominado "porção horizontal", está separado do duodeno pelo piloro, que
é um esfíncter. A borda direita, côncava, é chamada pequena curvatura; a borda esquerda, convexa,
é dita grande curvatura. O orifício esofagiano do estômago é o cárdia.
As túnicas do estômago : o estômago compõe-se de quatro túnicas; serosa (o peritônio), muscular
(muito desenvolvida), submucosa (tecido conjuntivo) e mucosa (que secreta o suco gástrico).
Quando está cheio de alimento, o estômago torna-se ovóide ou arredondado. O estômago tem
movimentos peristálticos que asseguram sua homogeneização.

O estômago produz o suco gástrico, um líquido claro, transparente, altamente ácido, que contêm
ácido clorídrico, muco, enzimas e sais. O ácido clorídrico mantém o pH do interior do estômago
entre 0,9 e 2,0. Também dissolve o cimento intercelular dos tecidos dos alimentos, auxiliando a
fragmentação mecânica iniciada pela mastigação.

A pepsina, enzima mais potente do suco gástrico, é


secretada na forma de pepsinogênio . Como este é
inativo, não digere as células que o produzem. Por ação
do ácido clorídrico, o pepsinogênio, transforma-se
em pepsina, enzima que catalisa a digestão de
proteínas .

A pepsina, ao catalizar a hidrólise de proteínas,


promove o rompimento das ligações peptídicas que
unem os aminoácidos. Como nem todas as ligações
peptídicas são acessíveis à pepsina, muitas permanecem
intactas. Portanto, o resultado do trabalho dessa enzima
são oligopeptídeos e aminoácidos livres.

A mucosa gástrica é recoberta por uma camada de muco, que a protege da agressão do suco
gástrico, bastante corrosivo. Apesar de estarem protegidas por essa densa camada de muco, as
células da mucosa estomacal são continuamente lesadas e mortas pela ação do suco gástrico. Por
isso, a mucosa está sempre sendo regenerada. Estima-se que nossa superfície estomacal seja
totalmente reconstituída a cada três dias. O bolo alimentar pode permanecer no estômago por até
quatro horas ou mais e, ao se misturar ao suco gástrico, auxiliado pelas contrações da musculatura
estomacal, transforma-se em uma massa cremosa acidificada e semi-líquida, o quimo . Passando
por um esfíncter muscular (o piloro), o quimo vai sendo, aos poucos, liberado no intestino delgado,
onde ocorre a maior parte da digestão.

INTESTINO DELGADO
O intestino delgado é um tubo com pouco mais de 6 m de comprimento por 4cm de diâmetro e pode
ser dividido em três regiões: duodeno (cerca de 25 cm), jejuno (cerca de 5 m) e íleo (cerca de 1,5
cm).
A digestão do quimo ocorre predominantemente no duodeno e nas primeiras porções do jejuno.
No duodeno atua também o suco pancreático, produzido pelo pâncreas, que contêm diversas
enzimas digestivas.
Outra secreção que atua no duodeno é a bile, produzida no fígado e armazenada na vesícula
biliar. O pH da bile oscila entre 8,0 e 8,5. Os sais biliares têm ação detergente, emulsificando as
gorduras (fragmentando suas gotas em milhares de microgotículas).

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O suco pancreático, produzido pelo pâncreas,


contém água, enzimas e grandes quantidades de
bicarbonato de sódio . O pH do suco pancreático
oscila entre 8,5 e 9. Sua secreção digestiva é
responsável pela hidrólise da maioria das
moléculas de alimento, como carboidratos,
proteínas, gorduras e ácidos nucléicos .

O suco pancreático contém ainda o tripsinogênio e


o quimiotripsinogênio, formas inativas em que
são secretadas as enzimas proteolíticas tripsina
e quimiotripsina.
No duodeno, o tripsinogênio entra em contato
com a enteroquinase, enzima secretada pelas
células da mucosa intestinal, convertendo-se em
tripsina, que por sua vez contribui para a
conversão do quimiotripsinogênio em
quimiotripsina (enzimas ativas).
A tripsina e a quimiotripsina hidrolisam
polipeptídios, transformando-os em
oligopeptídeos. A pepsina, a tripsina e a
quimiotripsina rompem ligações peptídicas
específicas ao longo das cadeias de aminoácidos.

A mucosa do intestino delgado secreta o suco entérico, solução rica em enzimas e de pH


aproximadamente neutro. Uma dessas enzimas é a enteroquinase, que participa na produção das
enzimas proteolíticas tripsina e quimiotripsina. Outras enzimas são as dissacaridades, que
hidrolisam dissacarídeos em monossacarídeos (sacarase, lactase, maltase). No suco entérico há
enzimas que dão seqüência à hidrólise das proteínas: os oligopeptídeos sofrem ação das peptidases,
resultando em aminoácidos.

Suco digestivo Enzima pH ótimo Substrato Produtos


Saliva Ptialina neutro polissacarídeos maltose
Suco gástrico Pepsina ácido proteínas oligopeptídeos
Suco pancreático Quimiotripsina alcalino proteínas peptídeos
Tripsina alcalino proteínas peptídeos
Amilopepsina alcalino polissacarídeos maltose
Rnase alcalino RNA ribonucleotídeos
Dnase alcalino DNA desoxirribonucleotídeos
Lipase alcalino lipídeos glicerol e ácidos graxos
Suco intestinal ou Carboxipeptidase alcalino oligopeptídeos aminoácidos
entérico Aminopeptidase alcalino oligopeptídeos aminoácidos
Dipeptidase alcalino dipeptídeos aminoácidos
Maltase alcalino maltose glicose
Sacarase alcalino sacarose glicose e frutose
Lactase alcalino lactose glicose e galactose

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No intestino, as contrações rítmicas e os movimentos peristálticos das paredes musculares,


movimentam o quimo, ao mesmo tempo em que este é atacado pela bile, enzimas e outras
secreções, sendo transformado em quilo. A absorção dos nutrientes ocorre nas regiões do
jejuno e do íleo. A superfície interna, ou mucosa, dessas regiões, apresenta, além de inúmeros
dobramentos maiores, milhões de pequenas dobras (4 a 5 milhões), chamadas vilosidades; um
traçado que aumenta a superfície de absorção intestinal. As membranas das próprias células do
epitélio intestinal apresentam, por sua vez, microvilosidades. O intestino delgado também absorve
a água ingerida, os íons e as vitaminas.

Os nutrientes absorvidos pelos vasos sanguíneos do intestino passam ao fígado para serem
distribuídos pelo resto do organismo.
Os produtos da digestão de gorduras (principalmente glicerol e ácidos graxos isolados) chegam ao
sangue sem passar pelo fígado, como ocorre com outros nutrientes. Estas gorduras são
transferidas para os vasos linfáticos e, em seguida, para os vasos sangüíneos, onde alcançam
as células gordurosas (adipócitos), sendo, então, armazenados.

INTESTINO GROSSO

É o local de absorção de água, tanto a


ingerida quanto a das secreções digestivas.

Glândulas da mucosa do intestino grosso


secretam muco, que lubrifica as fezes,
facilitando seu trânsito e eliminação pelo ânus.

Mede cerca de 1,5 m de comprimento e divide-


se em ceco, cólon ascendente, cólon
transverso, cólon descendente, cólon
sigmóide e reto. A saída do reto chama-se ânus
e é fechada por um músculo que o rodeia, o
esfíncter anal.

Numerosas bactérias vivem em mutualismo no intestino grosso. Seu trabalho consiste em dissolver
os restos alimentícios não assimiláveis, reforçar o movimento intestinal e proteger o organismo
contra bactérias estranhas, geradoras de enfermidades.
As fibras vegetais, principalmente a celulose, não são digeridas nem absorvidas, contribuindo com
porcentagem significativa da massa fecal. Como retêm água, sua presença torna as fezes macias e

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fáceis de serem eliminadas.


O intestino grosso não possui vilosidades nem secreta sucos digestivos, normalmente só
absorve água, em quantidade bastante consideráveis. Como o intestino grosso absorve muita água,
o conteúdo intestinal se condensa até formar detritos inúteis, que são evacuados.

GLÂNDULAS ANEXAS

Pâncreas

O pâncreas é uma glândula mista , de mais ou


menos 15 cm de comprimento localizada
transversalmente sobre a parede posterior do
abdome, na alça formada pelo duodeno, sob o
estômago. A secreção exócrina é dirigida para o
duodeno pelos canais de Wirsung (na ampola de
Vater) e de Santorini.

O pâncreas exócrino produz enzimas digestivas,


denominadas ácinos que são levados até o
duodeno , durante a digestão.
O pâncreas endócrino secreta os hormônios
insulina e glucagon

Fígado

É o maior órgão interno, e é ainda um dos mais


importantes. É a mais volumosa de todas as vísceras, pesa
cerca de 1,5 kg no homem adulto, e na mulher adulta entre
1,2 e 1,4 kg. Tem cor arroxeada, superfície lisa e recoberta
por uma cápsula própria. Está situado no quadrante
superior direito da cavidade abdominal.

O tecido hepático é constituído por formações diminutas que recebem o nome de lobos, compostos
por colunas de células hepáticas ou hepatócitos, rodeadas por canais diminutos (canalículos), pelos
quais passa a bile, secretada pelos hepatócitos . Estes canais se unem para formar o ducto hepático
que, junto com o ducto procedente da vesícula biliar, forma o ducto comum da bile, que descarrega
seu conteúdo no duodeno. As células hepáticas ajudam o sangue a assimilar as substâncias
nutritivas e a excretar os materiais residuais e as toxinas, bem como esteróides, estrógenos e
outros hormônios . O fígado é um órgão muito versátil. Armazena glicogênio, ferro, cobre e
vitaminas . Produz carboidratos a partir de lipídios ou de proteínas, e lipídios a partir de
carboidratos ou de proteínas. Sintetiza também o colesterol e purifica muitos fármacos e
muitas outras substâncias .

Funções do fígado:
1 - Secretar a bile, líquido que atua no emulsionamento das gorduras ingeridas, facilitando, assim,
a ação da lipase;
2 - Remover moléculas de glicose no sangue, reunindo-as quimicamente para formar

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glicogênio, que é armazenado; nos momentos de necessidade, o glicogênio é reconvertido em


moléculas de glicose (glicogênese), que são relançadas na circulação;
3 - Armazenar ferro e certas vitaminas em suas células;
4 - Metabolizar lipídeos;
5 - Sintetizar diversas proteínas presentes no sangue, de fatores imunológicos e de coagulação
e de substâncias transportadoras de oxigênio e gorduras;
6 - Degradar álcool e outras substâncias tóxicas, auxiliando na desintoxicação do organismo;
7 - Destruir hemácias (glóbulos vermelhos) velhas ou anormais, transformando sua
hemoglobina em bilirrubina, o pigmento castanho-esverdeado presente na bile.

SISTEMA CARDIOVASCULAR

O sistema cardiovascular ou circulatório é uma vasta rede de tubos de vários tipos e calibres, que
põe em comunicação todas as partes do corpo. Dentro desses tubos circula o sangue, impulsionado
pelas contrações rítmicas do coração. O coração das aves e mamíferos é semelhante, possuindo dois
átrios e dois ventrículos, porém a artéria aorta das aves curva-se para direita, enquanto nos
mamíferos, curva-se para a esquerda . O coração humano é responsável pelo percurso do
sangue bombeado através de todo o organismo, que é feito em aproximadamente 45 segundos em
repouso. Neste tempo o órgão bombeia sangue suficiente a uma pressão razoável, para percorrer
todo o corpo nos sentidos de ida e volta, transportando assim, oxigênio e nutrientes necessários às
células que sustentam as atividades orgânicas.

O coração é o órgão central da circulação, localizado na caixa torácica, levemente inclinado para
esquerda e para baixo, sendo constituído pelo miocárdio (músculo cardíaco), revestido
interiormente por uma membrana fina, o endocárdio, é envolvido externamente pelo pericárdio.

O coração é constituído por duas porções: a metade direita ou coração direito, onde circula o sangue
venoso e a metade esquerda, onde circula sangue arterial. Cada uma destas metades do coração é
constituída por duas cavidades, uma superior - o átrio - e uma inferior - o ventrículo. Estas
cavidades comunicam entre si pelas válvulas auriculo-ventriculares. Os dois Átrios encontram-se
separadas pelo septo inter-auricular e os dois ventrículos pelo septo inter-ventricular.
Na cavidade atrioventricular esquerda encontra-se a válvula mitral , e no orifício
atrioventricular direito a válvula tricúspede (são válvulas que se abrem em direção ao ventrículo
e se fecham para evitar o refluxo do sangue).

Na metade direita do coração só circula sangue venoso e


na esquerda, sangue arterial. A circulação do sangue
nestas quatro cavidades está controlada pelas válvulas que
servem de meio de comunicação entre as aurículas e os
ventrículos.

A grande circulação (circulação sistêmica) começa no


ventrículo esquerdo e termina no átrio direito .

A pequena circulação (circulação pulmonar) começa no


ventrículo direito e termina no átrio esquerdo

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A grande circulação é a designação dada a circulação sanguínea que se inicia no ventrículo


esquerdo onde o sangue arterial (rico em O2) é bombeado pela contração (sístole) do ventrículo
esquerdo para a aorta. Daí segue, levando sangue arterial para os órgãos principais e para todo o
corpo (com exceção dos pulmões). Esta grande circulação ao retornar ao coração, traz sangue
venoso (pobre em oxigênio) regressando ao coração pelas veias cavas, introduzindo-se pela
aurícula direita.
Do átrio direito o sangue passa para o ventrículo direito que está relaxado (diástole) através de uma
válvula átrio-ventricular, chamada de válvula tricúspide.

A partir daí começa a pequena circulação, onde o sangue venoso que se encontra no ventrículo
direito é bombeado (sístole) para as artérias pulmonares dirigindo-se para os pulmões, onde se
realiza a hematose pulmonar, tornando-se sangue arterial.
O sangue arterial volta ao coração através das veias pulmonares, entrando na aurícula
esquerda, que por sua vez o repassa, através da válvula mitral, para o ventrículo esquerdo que está
relaxado (diástole).

A circulação sanguínea é assegurada pela seqüência completa de sístoles e diástoles e esta


seqüência constitui um ciclo cardíaco. O número de ciclos cardíacos que ocorrem em um
minuto (intervalo de tempo) chama-se freqüência cardíaca e pode variar de acordo com a
atividade física ou situação emocional entre outras coisas. Em geral oscila entre um mínimo de 35
ciclos ou batimentos por minuto durante o sono até ultrapassar a 180 ciclos durante um exercício
físico intenso. Geralmente a média situa-se entre 70 a 80 ciclos ou batimentos por minuto. A
freqüência cardíaca é controlada por uma região especial do coração localizada no átrio direito
chamada nó sinoatrial (marca passo).

A pressão que o sangue exerce contra as paredes das artérias é denominada pressão arterial . Em
uma pessoa jovem e saudável a pressão sistólica (máxima) oscila em torno de 120 a 130 mmHg
enquanto a pressão diastólica (mínima) em torno de 70 a 80 mmHg .

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Funções do sistema cardiovascular:

O sistema circulatório permite que algumas atividades sejam executadas com grande eficiência:
1 - transporte de gases: os pulmões, responsáveis pela obtenção de oxigênio e pela eliminação de
dióxido de carbono, comunicam-se com os demais tecidos do corpo por meio do sangue.
2 - transporte de nutrientes: no tubo digestivo, os nutrientes resultantes da digestão passam
através de um fino epitélio e alcançam o sangue. Por essa verdadeira "auto-estrada", os nutrientes
são levados aos tecidos do corpo, nos quais se difundem para o líquido intersticial que banha as
células.
3 - transporte de resíduos metabólicos : a atividade metabólica das células do corpo origina
resíduos, mas apenas alguns órgãos podem eliminá-los para o meio externo. O transporte dessas
substâncias, de onde são formadas até os órgãos de excreção, é feito pelo sangue.
4 - transporte de hormônios: hormônios são substâncias secretadas por certos órgãos, distribuídas
pelo sangue e capazes de modificar o funcionamento de outros órgãos do corpo. A colecistocinina,
por exemplo, é produzida pelo duodeno, durante a passagem do alimento, e lançada no sangue. Um
de seus efeitos é estimular a contração da vesícula biliar e a liberação da bile no duodeno.
5 - intercâmbio de materiais : algumas substâncias são produzidas ou armazenadas em uma parte
do corpo e utilizadas em outra parte. Células do fígado, por exemplo, armazenam moléculas de
glicogênio, que, ao serem quebradas, liberam glicose, que o sangue leva para outras células do
corpo.
6 - transporte de calor: o sangue também é utilizado na distribuição homogênea de calor pelas
diversas partes do organismo, colaborando na manutenção de uma temperatura adequada em todas
as regiões; permite ainda levar calor até a superfície corporal, onde pode ser dissipado.
7 - distribuição de mecanismos de defesa : pelo sangue circulam anticorpos e células fagocitárias,
componentes da defesa contra agentes infecciosos.
8 - coagulação sangüínea : pelo sangue circulam as plaquetas, pedaços de um tipo celular da
medula óssea (megacariócito), com função na coagulação sangüínea. O sangue contém ainda fatores
de coagulação, capazes de bloquear eventuais vazamentos em caso de rompimento de um vaso
sangüíneo.

A coagulação
É um processo complexo no qual o sangue forma coágulos sólidos. É uma parte importante da
hemóstasia (o cessamento da perda de sangue de um vaso danificado) na qual a parede de vaso
sanguíneo danificado é coberta por um coágulo de fibrina para parar a hemorragia e ajudar a reparar
o vaso danificado. Desordens na coagulação podem levar a uma hemorragia aumentada e/ou
trombose e emboilismo.

Em um indivíduo normal, a coagulação é iniciada dentro de 20 segundos após a lesão ocorrer ao


vaso sanguíneo causando dano às células endoteliais. As plaquetas formam imediatamente um
tampão plaquetário no local da lesão. Essa é a chamada hemostasia primária.

A hemostasia secundária acontece quando os componentes do plasma chamados fatores de


coagulação respondem (em uma completa cascata de reações) para formar fios de fibrina, que
fortalecem o tampão plaquetário. Ao contrário da crença comum, a coagulação a partir de um corte
na pele não é iniciada pelo ar ou através da secagem da área, na verdade ocorre através das
plaquetas que se aderem e que são ativadas pelo colágeno do endotélio do vaso sanguíneo que
fica exposto, quando cortado o vaso. As plaquetas ativadas então liberam o conteúdo de seus
grânulos, que contém uma grande variedade de substâncias que estimulam uma ativação ainda
maior de outras plaquetas e melhoram o processo hemostásico.

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Hemostasia Primária

• Vasoconstrição: primeiramente o vaso lesado se contrai.


• Adesão: Inicia-se quando as plaquetas se aderem ao endotélio vascular. Essa aderência
acontece com uma ligação entre a glicoproteína IB na superfície das plaquetas e colágeno
exposto durante a lesão do endotélio. Essa ligação é mediada pelo fator de von Willebrand
que funciona como uma "ponte" entre a superfície da plaqueta e o colágeno..
• Ativação Plaquetária: Quando ocorre a ativação das plaquetas, elas mudam de forma e
liberam conteúdos dos seus grânulos no plasma entre eles produtos de oxidação do ácido
aracdônico pela via cicloxigenase (PGH2 e seu produto, o tromboxane), ADP, fator de
ativação plaquetária (PAF). Quando ocorre uso de aspirina por um indivíduo, ocorre a
inativação da enzima cicloxigenase evitando a síntese de PGH2 e tromboxane e ocorre um
prolongamento do tempo de sangramento.
• Agregação plaquetária: as plaquetas se agregam uma às outras, formando o chamado
"trombo branco".

Hemostasia Secundária

Cascata da Coagulação

Possui duas vías:


intríseca (vía da ativação de contato) e extríseca (vía do fator tissular). Ambas vías tem grande
importância e acabam se juntando para formação do coágulo de fibrina. Os fatores de coagulação
são numerados por algarismos romanos e a adição da letra a indica que eles estão em sua forma
ativada. Os fatores de coagulação são geralmente enzimas (serino proteases) com exceção dos
fatores V e VIII que são glicoproteínas e do fator XIII que é uma transglutaminase. As serino
proteases agem clivando outras proteínas.

Vía Intríseca

• Necessita dos fatores de coagulação VIII, IX, X, XI e XII além das proteínas pré-calicreína
(PK), cininogênio (HK) e íons cálcio.
• Começa quando a PK, o HK, fator XI e XII são expostos a cargas negativas do vaso lesado,
isso é chamado de "fase de contato".
• A pré-calicreína então converte-se em calicreína e esta ativa o fator XII.
• O fator XII ativado acaba convertendo mais prekalicreína e ativando o fator XI. Na presença
de íos cálcio, o fator XI ativado ativa o IX. Por sua vez o fator IX ativado acaba ativando o
fator VIII, o qual ativa o fator X.

Vía Extríseca

• Após a lesão vascular, o fator tissular (fator III) é lançado e forma junto ao fator VII ativado
um complexo (Complexo FT-FVIIa) que irá ativar os fatores IX e X.
• O fator X ativado junto ao co-fator VII ativado formam um complexo (Complexo
protrombinase) que irá ativar a protrombina em trombina.
• A trombina ativa outros componentes da coagulação entre eles os fatores V e VII (que ativa
o fator XI que por sua vez ativa o fator IX). Os fatores VII e IX ativados formam o
Complexo Tenase que por sua vez ativa o fator X.

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Formação da Trombina
O ponto comum entre as duas vías é a ativação do fator X em fator Xa. Por sua vez, o Fator
Xa converte a protrombina em trombina. A trombina tem várias funções:

• A principal é a conversão do fibrinogênio em fibrina. O fibrinogênio é uma molécula


constituída por dois pares de três cadeias diferentes de polipeptídeos. A trombina converte o
fibrinogênio em monômeros de fibrina e ativa o fator XIII. Por sua vez, o fator XIIIa liga de
forma cruzada a fibrina à fibronectina e esta ao colágeno.
• Ativação dos fatores VIII e V e seus inibidores, a proteína C (na presença de
trombomodulina).
• Ativação do Fator XIII.

Co-fatores da coagulação

• Cálcio: Age mediando a ligação do Fatores IXa e Xa junto as plaquetas através da ligação
terminal dos resíduos gamma-carboxi dos fatores IXa e Xa junto a fosfolípideos da
membrana das plaquetas. O cálcio também está presente em vários pontos da cascata da
coagulação.

• Vitamina K: Adiciona um carboxil ao ácido glutâmico residual dos fatores II, VII, IX e X e
também as proteínas C, S e Z.

Inibidores da Coagulação

Três substâncias mantêm a cascata da coagulação em equilíbrio. Defeitos quantitativos e


qualitativos destas substâncias podem aumentar a tendência a trombose.

• Proteína C: Age degradando os fators Va e VIIIa. É ativado pela trombina em presença da


trombomodulina e da co-enzima porteína S.

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• Antitrombina: Age degradando as serino proteases (trombina, FXa, FXIIa e FIXa)

• Inibidor do Fator Tissular: Inibe o FVIIa relacionado com a ativação do FIX e FX.

Exemplos de anticoagulantes farmacológicos: Heparina e Varfarina

• Distúrbios da coagulação e trombose


o Deficiências de fatores
 Hemofilia A (deficiência do Fator VIII)
 Hemofilia B (deficiência de Fator IX, "Christmas disease")
 Hemofilia C (deficiência de Fator XI, tendência de sangramento suave)
 Doença de Von Willebrand (o distúrbio de sangramento mais comum)

Fatores de Coagulação
Fatores de Coagulação e Substâncias Relacionadas
Número ou Nome Função
I (Fibrinogênio) Formação do coágulo (fibrina)
Sua forma ativada (IIa) ativa os fatores I, V, VII, XIII, proteína C
II Protrombina
e plaquetas
Fator tissular Co-factor do fator VIIa (antigamente conhecido como fator III)
Necessário aos fatores de coagulação para estes se ligarem aos
Cálcio
fosfolipídios (antigamente conhecido como fator IV)
V (pró-acelerina, fator lábil) Co-fator do X com o qual forma o complexo protrombinase
VII (Fator Estável ou Pró-
Ativa os fatores IX e X
convertina)
VIII (Fator Anti-hemolítico) Co-fator do IX com o qual forma o complexo tenase
IX (Fator de Christmas) Ativa o fator X e forma complexo tenase com o VIII
X (Fator de Stuart-Prower) Ativa o II e forma complexo protrombinase com o V
XI (Antecedente Tromboplastina
Ativa o XII, IX e pré-calicreína
Plasmática )
XII (Fator de Hageman) Ativa a pré-calicreína e p fator XI
XIII (Fator estabilizante de
Fibrina com ligação cruzada
Fibrina)
Fator de von Willebrand Liga-se ao fator VIII e ajuda na adesão plaquetária
Ativa o XII e a pré-calicreína. Cliva o clininogênio de alto peso
Pré-calicreina
molecular.
Cininogênio de alto peso
Ajuda na ativação do XII, XI, e pré-calicreína
molecular (HMWK)
Fibropectina Ajuda na adesão celular
Antitrombina II Inibe o fator IIa, Xa, e outras proteases;
Co-fator heparina II Inibe o IIa, co-fator para heparina
Proteína C Inativa o Va e VIIIa
Proteína S Co-fator para ativação da proteína C
Ajuda na adesão da trombina aos fosfolipideos e estimula a
Proteína Z
degradação do fator X pelo ZPI

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Proteína Z-relacionada ao Degrada fatores X (na presença da proteína Z) e XI


inibidor de protease (ZPI) (independentemente)
Plasminogenio Converte-se em plasmina, lisa a fibrina e outras proteínas
Alfa 2-antiplasmina Inibe a plasmina
Ativador do plasminogênio
Ativa o plasminogênio
tissular (tPA)
Uroquinase Ativa o plasminogênio

SISTEMA LINFÁTICO

O sistema linfático é uma rede de linfonodos e vasos linfáticos que produzem e transportam o
fluido linfático (linfa) dos tecidos para o sistema circulatório. O sistema linfático é um importante
componente do sistema imune, pois colabora para a proteção contra bactérias e vírus invasores.

O sistema linfático possui três funções interrelacionadas:


1- remoção dos fluidos em excesso dos tecidos retornando-os para a circulação sanguínea.
2 - absorção dos ácidos graxos e transporte subsequente da gordura para o sistema
circulatório.
3 - produção de células imunes (como linfócitos, monócitos e células produtoras de anticorpos
conhecidas como plasmócitos).

A linfa é um líquido esbranquiçado e alcalino, constituído essencialmente pelo plasma sanguíneo e


por glóbulos brancos. A linfa é transportada pelos vasos linfáticos em sentido unidirecional na
direção das grandes veias toráxicas (veias subclávias) sendo filtrada nos nódulos linfáticos ou
gânglios linfáticos (lifonodos) e baço.

A circulação linfática é responsável pela eliminação de impurezas que as células produzem durante
seu metabolismo. O sistema linfático coleta a linfa por difusão pelos capilares linfáticos, e o
retorna para dentro do sistema circulatório . Uma vez dentro do sistema linfático o fluido é
chamado de linfa , e tem a mesma composição do que o fluido intersticial pois é produzida pelo
excesso de líquido que sai dos capilares sanguíneos para o espaço intersticial ou intercelular.

A linfa percorre o sistema linfático graças a débeis contrações dos músculos, da pulsação das
artérias próximas e do movimento das extremidades. Pode conter microorganismos que, ao passar
pelo filtros dos gânglios linfáticos e baço são eliminados. Por isso, durante certas infecções pode-se
sentir dor e inchaço nos gânglios linfáticos do pescoço, axila ou virilha, conhecidos popularmente
como "íngua".

Absorção e transporte dos ácidos graxos e para o sistema


circulatório.

Os vasos linfáticos estão presentes no revestimento do trato


gastrintestinal. Enquanto a maioria dos outros nutrientes absorvidos
pelo intestino delgado são conduzidas para serem processadas pelo
fígado via portal venoso, as gorduras passam pelo sistema linfático ,
para serem transportadas para a circulação sanguíneo via o ducto
O sistema linfático humano torácico.

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Quando micro-organismos invadem o corpo ou o mesmo encontra outro antígeno (tal como o
pólen), os antígenos são transportados do tecido para a linfa . A linfa é conduzida pelos vasos
linfáticos para o linfonodo regional. Nele, os macrófagos e células dendríticas fagocitam os
antígenos , processando-os, e apresentando os antígenos para os linfócitos , os quais podem
então iniciar a produção de anticorpos ou servir como células de memória para reconhecer o
antígeno novamente no futuro.
SISTEMA IMUNOLÓGICO

O sistema imunológico ou sistema imune é de grande eficiência no combate a microorganismos


invasores . Ele também é responsável pela retirada de células mortas, renovação de determinadas
estruturas, rejeição de enxertos e pela memória imunológica. Também é ativo contra células
alteradas, que diariamente surgem no nosso corpo, como resultado de mitoses anormais. Essas
células, se não forem destruídas, podem dar origem a tumores.

Células do sistema imune são altamente organizadas como um exército. Cada tipo de célula age de
acordo com sua função. Algumas são encarregadas de receber ou enviar mensagens de ataque, ou
mensagens de supressão (inibição), outras apresentam o “inimigo” ao exército do sistema imune,
outras só atacam para destruí-lo, outras constroem substâncias que neutralizam os “inimigos” ou
neutralizam substâncias liberadas pelos “inimigos”.

Além dos leucócitos, também fazem parte do sistema imune os mastócitos e as células do sistema
mononuclear fagocitário, (SMF) antigamente conhecido por sistema retículo-endotelial
especializadas em fagocitose e apresentação do antígeno ao exército do sistema imune. São elas:
macrófagos alveolares (nos pulmões), micróglia (no tecido nervoso), células de Kuppfer (no
fígado) e macrófagos em geral.

Os mastócitos são células do tecido conjuntivo, que armazenanam


potentes mediadores químicos da inflamação , como a histamina,
heparina e fatores de atração de neutrófilos e eusinófilos.

Elas participam de reações alérgicas (de hipersensibilidade),


atraindo os leucócitos até o local e proporcionando uma
vasodilatação .

O nosso organismo possui mecanismos de defesa que podem ser diferenciados quanto a sua
especificidade, ou seja, existem os específicos contra o antígeno ("corpo estranho") e os
inespecíficos que protegem o corpo de qualquer material ou microorganismo estranho, sem que este
seja específico.

O organismo possui barreiras naturais que são obviamente inespecíficas , como a da pele
(queratina, lipídios e ácidos graxos), a saliva, o ácido clorídrico do estômago, o pH da vagina, a cera
do ouvido externo, muco presente nas mucosas e no trato respiratório, cílios do epitélio respiratório,
peristaltismo, flora normal, entre outros. Se as barreiras físicas, químicas e biológicas do corpo
forem vencidas , o combate ao agente infeccioso entra em outra fase ativando o sistema imune.

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Nos tecidos, existem células que liberam


substâncias capazes de provocar dilatação
das arteríolas da região , com aumento da
permeabilidade e saída de líquido. Isso causa
vermelhidão, inchaço, aumento da
temperatura e dor, conjunto de alterações
conhecido como inflamação . Além disso,
essas substâncias atraem mais células de
defesa, como neutrófilos e macrófagos,
para a área afetada .

Por diapedese , neutrófilos e monócitos são


atraídos até o local da inflamação, passando
a englobar e destruir (fagocitose) os agentes
invasores. A diapedese e a fagocitose fazem
dos neutrófilos a linha de frente no combate
às infecções.

A vasodilatação aumenta a temperatura


no local inflamado , dificultando a
proliferação de microrganismos e
estimulando a migração de células de defesa.

Algumas substâncias liberadas no local da inflamação


alcançam o centro termorregulador no hipotálamo,
originando a febre que é um importante fator no combate às
infecções, pois além de ser desfavorável para a sobrevivência
dos microorganismos invasores, também estimula muitos dos
mecanismos de defesa do corpo.

Outras substâncias liberadas no local da infecção chegam pelos


vasos sangüíneos até a medula óssea , estimulando a
liberação de mais neutrófilos , que aumentam em
quantidade durante a fase aguda da infecção .

No plasma também existem proteínas de ação bactericida que


ajudam os neutrófilos no combate à infecção.A inflamação
determina o acúmulo de fibrina, que forma um envoltório ao
redor do local, evitando a progressão da infecção.

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Caso a resposta inflamatória não seja eficaz na contenção da infecção, o sistema imune passa a
depender de mecanismos mais específicos e sofisticados, dos quais tomam parte vários tipos
celulares, o que chamamos resposta imune específica.
SISTEMA RESPIRATÓRIO

O sistema respiratório humano é constituído por um par de pulmões e por vários órgãos que
conduzem o ar para dentro e para fora das cavidades pulmonares . Esses órgãos são as fossas
nasais, a boca, a faringe, a laringe, a traquéia, os brônquios, os bronquíolos e os alvéolos, os três
últimos localizados nos pulmões.

Fossas nasais : são duas cavidades paralelas que


começam nas narinas e terminam na faringe. Elas
são separadas uma da outra por uma parede
cartilaginosa denominada septo nasal . Em seu
interior há dobras chamada cornetos nasais, que
forçam o ar a turbilhonar. Possuem um revestimento
dotado de células produtoras de muco e células
ciliadas, também presentes nas porções inferiores
das vias aéreas, como traquéia, brônquios e porção
inicial dos bronquíolos. No teto das fossas nasais
existem células sensoriais, responsáveis pelo
sentido do olfato.

Faringe : é um canal comum aos sistemas


digestório e respiratório e comunica-se com a boca
e com as fossas nasais. O ar inspirado pelas narinas
ou pela boca passa necessariamente pela faringe,
antes de atingir a laringe.

Laringe : é um tubo sustentado por peças de


cartilagem articuladas, situado na parte superior do
pescoço, em continuação à faringe.

A entrada da laringe chama-se glote. Acima dela


existe uma cartilagem denominada epiglote , que
funciona como válvula. Quando nos alimentamos, a
laringe sobe e sua entrada é fechada pela epiglote.
Isso impede que o alimento ingerido penetre nas
vias respiratórias.

O epitélio que reveste a laringe apresenta pregas, as


cordas vocais , capazes de produzir sons durante a
passagem de ar.

Traquéia : é um tubo de aproximadamente 1,5 cm


de diâmetro por 10-12 centímetros de comprimento,
cujas paredes são reforçadas por anéis
cartilaginosos. Bifurca-se na sua região inferior,
originando os brônquios , que penetram nos
pulmões. Seu epitélio de revestimento muco-ciliar

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adere partículas de poeira e bactérias presentes em


suspensão no ar inalado, que são posteriormente
varridas para fora (graças ao movimento dos cílios)
e engolidas ou expelidas

Pulmões : Os
pulmões
humanos são
órgãos
esponjosos, com
aproximadamente
25 cm de
comprimento,
sendo envolvidos
por uma
membrana serosa
denominada
pleura . Nos
pulmões os
brônquios
ramificam-se
profusamente,
dando origem a
tubos cada vez
mais finos, os
bronquíolos . O
conjunto
altamente
ramificado de
bronquíolos é a
árvore
brônquica ou
árvore
respiratória .
Cada bronquíolo termina em pequenas bolsas formadas por células epiteliais achatadas (tecido epitelial

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pavimentoso) recobertas por capilares sangüíneos, denominadas alvéolos pulmonares.

Diafragma : A base de cada pulmão apóia-se no diafragma, órgão músculo-membranoso que separa o
tórax do abdomen, presente apenas em mamíferos , promovendo, juntamente com os músculos
intercostais, os movimentos respiratórios. Localizado logo acima do estômago, o nervo frênico controla
os movimentos do diafragma.

Hematose

A hematose é a oxigenação do sangue que ocorre nos alvéolos pulmonares. Por difusão o O2
presente no ar dos alvéolos passa para os capilares sanguíneos e penetra nas hemácias, onde se
combina com hemoglobina. A molécula de hemoglobina é formada por 4 cadeias polipeptídicas
(4 seqüências de aminoácidos) combinadas com Ferro. Ao ligar-se ao O2, esse conjunto, forma a
oxiemoglobina que carrega o O2 para todos os capilares do corpo. Nos tecidos o O2 se dissocia
da hemoglobina e difunde-se nos espaços intercelulares chegando até as células.

Na respiração as células produzem CO2 que se difunde nos espaços intercelulares e é


reabsorvido pelos capilares. O CO2 reage com a água (H2O) formando ácido carbônico (H2CO3)
e ao penetrar nas hemácias encontra uma enzima chamada anidrase carbônica e então se
dissocia os íons de H+ e os íons bicarbonato (HCO3). Os íons H+ ficam associados à
hemoglobina enquanto os íons bicarbonato (HCO3) vão para o plasma sanguíneo retornando
aos pulmões. Ao chegar nos pulmões os íons se reassociam (H+ das hemácias + HCO3) formando
novamente o ácido carbônico que se transforma em água (H2O) e CO2, se difunde nos alvéolos
e é eliminado na respiração.
O CO2 ao “viajar” no plasma na forma de bicarbonato ajuda a manter o grau de acidez do sangue.
(espaço intercelular) CO2 + H2O => H2CO3 => H+ (hemoglobulina) + HCO3 (plasma).

O controle da frequência respiratória:


O controle da frequência respiratória é feito pelo bulbo, situado na a porção inferior do tronco
encefálico, que "monitora" indiretamente os níveis de bicarbonato (HCO3) na circulação
sanguínea através da variação do pH.
A respiração é um processo "semi-voluntário", controlado pelo sistema nervoso central, através do
bulbo, que comanda a amplitude e frequência da respiração, agindo sobre o nervo frênico que
coordena os movimentos do diafragma.
O bulbo é extremamente sensível às variações de pH do sangue. Ao faltar oxigênio na corrente
sanguínea, ocorre um aumento da concentração do ion bicarbonato (HCO3), forma na qual
ocorre a maior parte do transporte de CO2 no sangue.
Como o íon bicarbonato (HCO3) é um dos produtos da reação da anidrase carbônica que dissocia
o ácido carbônico (H2CO3) nas hemácias, sendo o outro produto o íon H+, um aumento de íons
de bicarbonato na corrente sanguínea também significa um aumento de H+.

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Este aumento de H+ acidifica o pH do sangue (redução do pH) e a consequente resposta do


bulbo a esta variação, que consiste em aumentar a frequência respiratória.

SISTEMA URINÁRIO

O sistema excretor é formado por um conjunto de órgãos que filtram o sangue, produzem e
excretam a urina - o principal líquido de excreção do organismo. É constituído por um par de rins,
um par de ureteres, pela bexiga urinária e pela uretra.

Os rins situam-se na parte dorsal do abdome, logo abaixo


do diafragma, um de cada lado da coluna vertebral, nessa
posição estão protegidos pelas últimas costelas e também
por uma camada de gordura. Têm a forma de um grão de
feijão enorme e possuem uma cápsula fibrosa, que protege
o córtex - mais externo, e a medula - mais interna.

Cada rim é formado de tecido conjuntivo, que sustenta e


dá forma ao órgão, e por milhares ou milhões de unidades
filtradoras, os néfrons , localizados na região renal.

O néfron é uma longa estrutura tubular microscópica que


possui, em uma das extremidades, uma expansão em
forma de taça, denominada cápsula de Bowman, que se
conecta com o túbulo contorcido proximal , que continua
pela alça de Henle e pelo túbulo contorcido distal ; este
desemboca em um tubo coletor. São responsáveis pela
filtração do sangue e remoção das excreções.

Como funcionam os rins

O sangue chega ao rim através da artéria renal, que se ramifica muito no interior do órgão,
originando grande número de arteríolas aferentes, onde cada uma ramifica-se no interior da cápsula
de Bowman do néfron, formando um enovelado de capilares denominado glomérulo de Malpighi.

O sangue arterial é conduzido sob alta pressão nos capilares do glomérulo. Essa pressão, que
normalmente é de 70 a 80 mmHg, tem intensidade suficiente para que parte do plasma passe para a
cápsula de Bowman, processo denominado filtração . Essas substâncias extravasadas para a cápsula
de Bowman constituem o filtrado glomerular , que é semelhante, em composição química, ao
plasma sanguíneo, com a diferença de que não possui proteínas , incapazes de atravessar os
capilares glomerulares.

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O filtrado glomerular passa em seguida para o túbulo


contorcido proximal, cuja parede é formada por
células adaptadas ao transporte ativo. Nesse túbulo,
ocorre reabsorção ativa de sódio. A saída desses íons
provoca a remoção de cloro, fazendo com que a
concentração do líquido dentro desse tubo fique
menor (hipotônico) do que do plasma dos capilares
que o envolvem. Com isso, quando o líquido percorre
o ramo descendente da alça de Henle, há passagem de
água por osmose do líquido tubular (hipotônico) para
os capilares sangüíneos (hipertônicos) – ao que
chamamos reabsorção . O ramo descendente percorre
regiões do rim com gradientes crescentes de
concentração. Conseqüentemente, ele perde ainda
mais água para os tecidos, de forma que, na curvatura
da alça de Henle, a concentração do líquido tubular é
alta.

Esse líquido muito concentrado passa então a percorrer o ramo ascendente da alça de Henle, que é
formado por células impermeáveis à água e que estão adaptadas ao transporte ativo de sais. Nessa
região, ocorre remoção ativa de sódio, ficando o líquido tubular hipotônico. Ao passar pelo túbulo
contorcido distal, que é permeável à água, ocorre reabsorção por osmose para os capilares
sangüíneos. Ao sair do néfron, a urina entra nos dutos coletores, onde ocorre a reabsorção final de
água. Dessa forma, estima-se que em 24 horas são filtrados cerca de 180 litros de fluido do plasma;
porém são formados apenas 1 a 2 litros de urina por dia, o que significa que aproximadamente 99%
do filtrado glomerular é reabsorvido.

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Os capilares que reabsorvem as substâncias úteis dos túbulos renais se reúnem para formar um vaso
único, a veia renal, que leva o sangue para fora do rim, em direção ao coração.

Regulação da função renal

A regulação da função renal relaciona-se basicamente com a homeostase, ou seja, com a regulação
da quantidade de líquidos do corpo mantendo a estabilidade dos níveis de sais, água e açúcar do
sangue. Havendo necessidade de reter água no interior do corpo, a urina fica mais concentrada, em
função da maior reabsorção de água; havendo excesso de água no corpo, a urina fica menos
concentrada, em função da menor reabsorção de água. O principal agente regulador do equilíbrio
hídrico no corpo humano é o hormônio ADH (antidiurético), produzido no hipotálamo e
armazenado na hipófise. A concentração do plasma sangüíneo é detectada por receptores osmóticos
localizados no hipotálamo. Havendo aumento na concentração do plasma (pouca água), esses
osmorreguladores estimulam a produção de ADH. Esse hormônio passa para o sangue, indo atuar
sobre os túbulos distais e sobre os túbulos coletores do néfron, tornando as células desses tubos
mais permeáveis à água. Dessa forma, ocorre maior reabsorção de água e a urina fica mais
concentrada. Quando a concentração do plasma é baixa (muita água), há inibição da produção do
ADH e, conseqüentemente, menor absorção de água nos túbulos distais e coletores, possibilitando a
excreção do excesso de água, o que torna a urina mais diluída.

Além do ADH, há outro hormônio participante do equilíbrio hidro-iônico do organismo: a


aldosterona , produzida nas glândulas supra-renais. Ela aumenta a reabsorção ativa de sódio nos
túbulos renais, possibilitando maior retenção de água no organismo

Os néfrons desembocam em dutos coletores, que se unem para formar canais cada vez mais grossos.
A fusão dos dutos origina um canal único, denominado ureter , que deixa o rim em direção à
bexiga urinária que é uma bolsa de parede elástica, dotada de musculatura lisa, cuja função é
acumular a urina produzida nos rins. Quando cheia, a bexiga pode conter mais de ¼ de litro (250
ml) de urina, que é eliminada periodicamente através da uretra.
A uretra é um tubo que parte da bexiga e termina, na mulher, na região vulvar e, no homem, na
extremidade do pênis. Sua comunicação com a bexiga mantém-se fechada por anéis musculares -
chamados esfíncteres . Quando a musculatura desses anéis relaxa-se e a musculatura da parede da
bexiga contrai-se, urinamos

• 3o Ano - 2o Mês - Conteúdo 25

SISTEMA ENDÓCRINO

Dá-se o nome de sistema endócrino ao conjunto de órgãos que apresentam como atividade
característica a produção de secreções denominadas hormônios , que são lançados na corrente
sangüínea e irão atuar em outra parte do organismo, controlando ou auxiliando o controle de sua
função. Os órgãos que têm sua função controlada e/ou regulada pelos hormônios são denominados
órgãos-alvo .

Constituição dos órgãos do sistema endócrino


Os tecidos epiteliais de secreção ou epitélios glandulares formam as glândulas, que podem ser uni
ou pluricelulares. As glândulas pluricelulares têm a mesma morfologia geral e origem embrionária -
o que caracteriza um tecido. São órgãos definidos com arquitetura ordenada e envolvidos por uma

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cápsula conjuntiva que emite septos, dividindo-as em lobos. Vasos sangüíneos e nervos penetram
nas glândulas, fornecendo alimento e estímulo nervoso para as suas funções.

Os hormônios influenciam praticamente todas as funções dos demais sistemas corporais.


Freqüentemente o sistema endócrino interage com o sistema nervoso , formando mecanismos
reguladores bastante precisos. O sistema nervoso fornece ao sistema endócrino a informação sobre
o meio externo, ao passo que o sistema endócrino regula a resposta interna do organismo a esta
informação. Dessa forma, atuam na coordenação e regulação das funções corporais. Alguns dos
principais órgãos produtores de hormônios no homem são a hipófise, o hipotálamo, a tireóide,
as paratireóides, as supra-renais, o pâncreas e as gônadas .

Hipófise ou pituitária

A hipófise situa-se na base do encéfalo, em


uma cavidade do osso esfenóide chamada tela
túrcica. Nos seres humanos tem o tamanho
aproximado de um grão de ervilha e possui
duas partes :
A adenoipófise ( lobo anterior ) e
a neuroipófise (lobo posterior ).

Além de exercerem efeitos sobre órgãos não-


endócrinos, alguns hormônios, produzidos
pela hipófise são denominados trópicos (ou
tróficos) porque atuam sobre outras
glândulas endócrinas , comandando a
secreção de outros hormônios

Hormônios secretados pela adenoipófise :


1 - Tireotrópicos : atuam sobre a glândula endócrina tireóide.
2 - Adrenocorticotrópicos : atuam sobre o córtex da glândula endócrina
adrenal (supra-renal)
3 - Gonadotrópicos : atuam sobre as gônadas masculinas e femininas
como os hormônios folículo-estimulante (FSH), o hormônio luteinizante
(LH) e a prolactina que atua nos ovários e estimula a produção de leite.
4 - Somatotrófico : atua no crescimento, promovendo o alongamento dos
ossos e estimulando a síntese de proteínas e o desenvolvimento da massa
muscular. Também aumenta a utilização de gorduras e inibe a captação de
glicose plasmática pelas células, aumentando a concentração de glicose no
sangue (inibe a produção de insulina pelo pâncreas, predispondo ao
diabetes).

Hormônios secretados pela neuroipófise:


1 - Ocitocina (acelera as contrações uterinas que levam ao parto )
2 - ADH (Hormônio antidiurético)

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Hipotálamo

O hipotálamo localizado no cérebro diretamente acima


da hipófise, é conhecido por exercer controle sobre ela
por meios de conexões neurais e substâncias semelhantes
a hormônios chamados fatores desencadeadores (ou de
liberação), o meio pelo qual o sistema nervoso controla
o comportamento sexual via sistema endócrino.

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O hipotálamo estimula a glândula


hipófise a liberar os hormônios
gonadotróficos (FSH e LH), que atuam
sobre as gônadas, estimulando a liberação
de hormônios gonadais na corrente
sanguínea.

Na mulher a glândula-alvo do hormônio


gonadotrófico é o ovário; no homem, são
os testículos.

Na mulher os hormônios gonadotróficos,


FSH ou LH, estimulam as gônadas a
produzirem os hormônios gonadais
estrogênio ou progesterona.

Altos níveis de hormônios gonadais


(estrogênio ou progesterona) são
detectados pela hipófise e pelo
hipotálamo , que então inibem a
liberação do hormônio gonadotrófico
correspondente, e por feed-back
estabelecem um equilíbrio cíclico.

O hipotálamo também produz outros fatores de liberação que


atuam sobre a adenoipófise e a neuroipófise , estimulando ou
inibindo suas secreções.

A adenoipófise secreta a tireotrofina (TSH-hormônio


tireotrófico), hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), hormônio
folículo-estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH).

A neuroipófise produz e armazena os hormônios ocitocina e


ADH (antidiurético).

Como a hipófise secreta hormônios que controlam outras


glândulas e está subordinada, por sua vez, ao sistema nervoso,
pode-se dizer que o sistema endócrino é subordinado ao nervoso
e que o hipotálamo é o mediador entre esses dois sistemas.

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Tireóide

A tireóide localiza-se no pescoço, estando apoiada sobre as cartilagens da laringe e da traquéia.


Seus dois hormônios, triiodotironina (T3) e tiroxina (T4), aumentam a velocidade dos processos
de oxidação e de liberação de energia nas células do corpo, elevando a taxa metabólica e a
geração de calor . Estimulam ainda a produção de RNA e a síntese de proteínas , estando
relacionados ao crescimento, maturação e desenvolvimento .
A calcitonina , outro hormônio secretado pela tireóide, participa do controle da concentração
sangüínea de cálcio , inibindo a remoção do cálcio dos ossos e a saída dele para o plasma
sangüíneo, estimulando sua incorporação pelos ossos.

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Paratireóides

As paratireóides são pequenas glândulas, geralmente em número de quatro, localizadas na região


posterior da tireóide. Secretam o paratormônio , que estimula a remoção de cálcio da matriz
óssea (o qual passa para o plasma sangüíneo), a absorção de cálcio dos alimentos pelo intestino e a
reabsorção de cálcio pelos túbulos renais, aumentando a concentração de cálcio no sangue .
Neste contexto, o cálcio é importante na contração muscular, na coagulação sangüínea e na
excitabilidade das células nervosas.

As glândulas endócrinas e o cálcio (tireóide x paratireóides)

Adrenais ou supra-renais

As supra-renais são duas glândulas localizadas sobre os rins,


divididas em duas partes independentes – medula e córtex -
secretoras de hormônios diferentes, comportando-se como
duas glândulas .

A medula da supra-renal secreta:


1 - Adrenalina ou epinefrina (vasoconstritora e aumenta a
excitabilidade do sistema nervoso).
2 - Noradrenalina ou norepinefrina (reguladora da pressão
sanguínea)

O córtex da supra-renal secreta três tipos de hormônios :


1 - glicocorticóides , (por exemplo: o cortisol que diminui a
permeabilidade dos capilares sanguíneo)
2 - mineralocorticóides (por exemplo: a aldosterona que
aumenta a retenção de sódio e água pelos rins)
3 - androgênicos (hormônios sexuais).

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Pâncreas

O Pâncreas é uma glândula mista ou anfícrina – apresenta determinadas regiões endócrinas e


determinadas regiões exócrinas.
1 - As regiões exócrinas secretam o suco pancreático (que contém enzimas digestivas) lançando-o
através de dutos para o interior da cavidade intestinal.
2 - As regiões endócrinas concentram-se basicamente nas ilhotas de Langerhans , onde estão as
células que secretam dois hormônios que atuam no metabolismo da glicose: insulina e glucagon .

A Insulina é o hormônio responsável pela redução da glicemia (taxa de glicose no sangue), ao


promover o ingresso de glicose nas células . Ela também é essencial no consumo de carboidratos,
na síntese de proteínas e no armazenamento de lipídios (gorduras).
Ela age em uma grande parte das células do organismo, como as células presentes em músculos e
no tecido adiposo, apesar de não agir em células como as células nervosas.
Quando a produção de insulina é deficiente, a glicose se acumula no sangue e na urina, (Não
entrando nas células que precisam de glicose para fazer a respiração celular): Esse quadro chama-se
diabetes mellitus. Para pacientes nessa condição, a insulina é provida através de injeções, ou
bombas de insulina..

O Glucagon (gr. gluco , glicose e agon , agonista, ou agonista para a glicose ). é o hormônio
responsável pelo aumento da glicemia (taxa de glicose no sangue), contrapondo-se aos efeitos da
insulina. O glucagon ajuda a manter os níveis de glicose no sangue ao se ligar aos receptores do
glucagon nos hepatócitos (células do fígado), fazendo com que o fígado libere glicose ,
armazenada na forma de glicogênio , através de um processo chamado glicogenólise .
Quando as reservas de glicogênio acabam , o glucagon faz com que o fígado sintetize glicose
adicional através da gliconeogênese . (produção de glicose a partir de precursores não-glicídios:
lactato, aminoácidos e glicerol).
Em ambos os casos, a glicose é então lançada na corrente sanguínea para suprir as células. Estes
dois mecanismos levam à liberação de glicose pelo fígado, prevenindo o desenvolvimento de uma
hipoglicemia.
Em condições normais, a ingestão de glicose suprime a secreção de glucagon . Por isso os níveis
séricos de glucagon aumentam durante o jejum.

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A gliconeogênese provocada pelo glucacon é importante para certos tecidos como as células
nervosas e para os eritrócitos que necessitam continuamente de energia. Por outro lado, o fígado
utiliza intensamente essa via para fazer a conversão de lactato em glicose, assim como aumenta a
proteólise e a lipólise interferindo também no metabolismo dos carboidratos.

SISTEMA NERVOSO

O sistema nervoso, juntamente com o sistema endócrino , capacitam o organismo a perceber as


variações do meio (interno e externo), a difundir as modificações que essas variações produzem e a
executar as respostas adequadas para que seja mantido o equilíbrio interno do corpo (homeostase).
São os sistemas envolvidos na coordenação e regulação das funções corporais.

No sistema nervoso diferenciam-se duas linhagens celulares: os neurônios e as células da glia (ou
da neuroglia). Os neurônios são as células responsáveis pela recepção e transmissão dos estímulos
do meio (interno e externo), possibilitando ao organismo a execução de respostas adequadas para a
manutenção da homeostase. Para exercerem tais funções, contam com duas propriedades
fundamentais: a irritabilidade (também denominada excitabilidade ou responsividade) e a
condutibilidade . Irritabilidade é a capacidade que permite a uma célula responder a estímulos,
sejam eles internos ou externos. Portanto, irritabilidade é uma propriedade que torna a célula apta a
responder. Essa propriedade é inerente aos vários tipos celulares do organismo. No entanto, as
respostas emitidas pelos tipos celulares distintos também diferem umas das outras. A resposta
emitida pelos neurônios assemelha-se a uma corrente elétrica transmitida ao longo de um fio
condutor: uma vez excitados pelos estímulos, os neurônios transmitem essa onda de excitação -

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chamada de impulso nervoso - por toda a sua extensão em grande velocidade e em um curto espaço
de tempo. Esse fenômeno deve-se à propriedade de condutibilidade .

Um neurônio é uma célula


composta de um corpo celular
(onde está o núcleo, o
citoplasma e o citoesqueleto), e
de finos prolongamentos
celulares denominados neuritos
, que podem ser subdivididos em
dendritos e axônios .

Os dendritos são prolongamentos geralmente muito ramificados e que atuam como receptores de
estímulos, funcionando portanto, como "antenas" para o neurônio. Os axônios são prolongamentos
longos que atuam como condutores dos impulsos nervosos. Os axônios podem se ramificar e essas
ramificações são chamadas de colaterais . Todos os axônios têm um início (cone de implantação),
um meio (o axônio propriamente dito) e um fim ( terminal axonal ou botão terminal ). O terminal
axonal é o local onde o axônio entra em contato com outros neurônios e/ou outras células e passa a
informação (impulso nervoso) para eles. A região de passagem do impulso nervoso de um
neurônio para a célula adjacente chama-se sinapse . Às vezes os axônios têm muitas
ramificações em suas regiões terminais e cada ramificação forma uma sinapse com outros dendritos
ou corpos celulares.
Os corpos celulares dos neurônios são geralmente encontrados em áreas restritas do sistema
nervoso, que formam o Sistema Nervoso Central ( SNC ), ou nos gânglios nervosos, localizados
próximo da coluna vertebral. Do sistema nervoso central partem os prolongamentos dos neurônios,
formando feixes chamados nervos , que constituem o Sistema Nervoso Periférico ( SNP ).
O axônio está envolvido por um dos tipos celulares seguintes: célula de Schwann (encontrada
apenas no SNP) e oligodendrócito (encontrado apenas no SNC). Esses tipos celulares determinam
a formação da bainha de mielina, invólucro principalmente lipídico que atua como isolante térmico
e facilita a transmissão do impulso nervoso. No caso dos axônios mielinizados envolvidos pelas
células de Schwann, a parte celular da bainha de mielina, onde estão o citoplasma e o núcleo desta
célula, constitui o chamado neurilema .

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O impulso nervoso

A membrana plasmática do neurônio transporta alguns íons


ativamente, do líquido extracelular para o interior da fibra, e
outros, do interior, de volta ao líquido extracelular. Assim
funciona a bomba de sódio e potássio , que bombeia ativamente
o sódio para fora, enquanto o potássio é bombeado ativamente
para dentro.

Porém esse bombeamento não é eqüitativo: para cada três


íons sódio bombeados para o líquido extracelular, apenas dois
íons potássio são bombeados para o líquido intracelular ,
estabelecendo-se uma diferença de cargas elétricas constante
entre os meios intra e extracelular .

Somando-se a esse fato, em repouso a membrana da célula nervosa é praticamente


impermeável ao sódio, impedindo que esse íon se mova a favor de seu gradiente de
concentração (de fora para dentro); porém, é muito permeável ao potássio , que, favorecido
pelo gradiente de concentração e pela permeabilidade da membrana, se difunde livremente para o
meio extracelular.

Em repouso: canais de sódio fechados.


Membrana é praticamente impermeável ao
sódio, impedindo sua difusão a favor do
gradiente de concentração.

O Sódio é bombeado ativamente para fora


pela bomba de sódio e potássio.

Como a saída de sódio não é acompanhada pela entrada de potássio na mesma proporção ,
estabelece-se uma diferença de cargas elétricas entre os meios intra e extracelular: há déficit de
cargas positivas dentro da célula e as faces da membrana mantêm-se eletricamente
carregadas . O potencial eletronegativo criado no interior da fibra nervosa devido à bomba de

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sódio e potássio é chamado potencial de repouso da membrana , ficando o exterior da


membrana positivo e o interior negativo . Dizemos, então, que a membrana está polarizada .

A entrada de sódio é acompanhada pela pequena saída de Os potenciais de ação


potássio . Esta inversão vai sendo transmitida ao longo do assemelham-se em tamanho e
axônio, e todo esse processo é denominado onda de duração e não diminuem à
despolarização . Os impulsos nervosos ou potenciais de ação medida que são conduzidos ao
são causados pela despolarização da membrana além de um longo do axônio, ou seja, são de
limiar (nível crítico de despolarização que deve ser alcançado tamanho e duração fixos .
para disparar o potencial de ação).

Imediatamente após a onda de despolarização ter-se propagado ao longo da fibra nervosa , o


interior da fibra torna-se carregado positivamente , porque um grande número de íons sódio se
difundiu para o interior .
Essa positividade determina a parada do fluxo de íons sódio para o interior da fibra, fazendo com
que a membrana se torne novamente impermeável a esses íons.
Por outro lado, a membrana torna-se ainda mais permeável ao potássio, que migra para o meio
interno . Devido à alta concentração desse íon no interior da célula, muitos se difundem, então,
para o lado de fora. Isso restabelece novamente a eletronegatividade no interior da membrana e
positividade no exterior – processo chamado repolarização , pelo qual se reestabelece a
polaridade normal da membrana .
A repolarização normalmente se inicia no mesmo ponto onde se originou a despolarização,
propagando-se ao longo da fibra. Após a repolarização, a bomba de sódio bombeia novamente os
íons sódio para o exterior da membrana, criando um déficit extra de cargas positivas no interior da
membrana, que se torna temporariamente mais negativo do que o normal. A eletronegatividade
excessiva no interior atrai íons potássio de volta para o interior (por difusão e por transporte ativo).
Assim, o processo traz as diferenças iônicas de volta aos seus níveis originais .

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Para transferir informação de um ponto para outro no sistema nervoso, é necessário que o potencial
de ação, uma vez gerado, seja conduzido ao longo do axônio. Um potencial de ação iniciado em
uma extremidade de um axônio apenas se propaga em uma direção, não retornando pelo
caminho já percorrido . Conseqüentemente, os potenciais de ação são unidirecionais - ao que
chamamos condução ortodrômica . Uma vez que a membrana axonal é excitável ao longo de toda
sua extensão, o potencial de ação se propagará sem decaimento . Axônios com menor diâmetro
necessitam de uma maior despolarização para alcançar o limiar do potencial de ação. Nesses
axônios, a presença de bainha de mielina acelera a velocidade da condução do impulso nervoso.
O percurso do impulso nervoso no neurônio é sempre no sentido dendrito è corpo celular è
axônio.

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OS SENTIDOS: VISÃO, AUDIÇÃO, PALADAR, OLFATO E TATO

Os sentidos fundamentais do corpo humano - visão, audição, tato, gustação ou paladar e olfato -
constituem as funções que propiciam o nosso relacionamento com o ambiente. Por meio dos
sentidos, o nosso corpo pode perceber muita coisa do que nos rodeia; contribuindo para a nossa
sobrevivência e integração com o ambiente em que vivemos. Existem determinados receptores,
altamente especializados, capazes de captar estímulos diversos. Tais receptores, chamados
receptores sensoriais, são formados por células nervosas capazes de traduzir ou converter esses
estímulos em impulsos elétricos ou nervosos que serão processados e analisados em centros
específicos do sistema nervoso central (SNC), onde será produzida uma resposta (voluntária ou
involuntária). A estrutura e o modo de funcionamento destes receptores nervosos especializados é
diversa.

Tipos de receptores:
1) Exteroceptores : respondem a estímulos externos, originados fora do organismo.
2) Proprioceptores : os receptores proprioceptivos encontram-se no esqueleto e nas inserções
tendinosas, nos músculos esqueléticos (formando feixes nervosos que envolvem as fibras
musculares) ou no aparelho vestibular da orelha interna. Detectam a posição do indivíduo no
espaço, assim como o movimento, a tensão e o estiramento musculares.
3) Interoceptores : respondem a estímulos viscerais ou outras sensações como sede e fome.

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Em geral, os receptores sensitivos podem ser simples, como uma ramificação nervosa; mais
complexos, formados por elementos nervosos interconectados ou órgãos complexos, providos de
sofisticados sistemas funcionais. Dessa maneira:
1- pelo tato - sentimos o frio, o calor, a pressão atmosférica, etc;
2 - pela gustação - identificamos os sabores;
3 - pelo olfato - sentimos o odor ou cheiro;
4 - pela audição - captamos os sons;
5 - pela visão - observamos as cores, as formas, os contornos, etc.

Portanto, em nosso corpo os 5 órgãos dos sentidos estão encarregados de receber estímulos
externos. Esses órgãos são:
1 - a pele - para o tato;
2 - a língua - para a gustação;
3 - as fossas nasais - para o olfato;
4 - os ouvidos - para a audição;
5 - os olhos - para a visão.

VISÃO

Os globos oculares estão alojados dentro de


cavidades ósseas denominadas órbitas,
compostas de partes dos ossos frontal,
maxilar, zigomático, esfenóide, etmóide,
lacrimal e palatino. Ao globo ocular
encontram-se associadas estruturas acessórias:
pálpebras, supercílios (sobrancelhas),
conjuntiva, músculos e aparelho lacrimal.

Cada globo ocular compõe-se de três túnicas e de quatro meios transparentes:


Túnicas :
1- túnica fibrosa externa : esclerótica (branco do olho). Túnica resistente de tecido fibroso e
elástico que envolve externamente o olho (globo ocular) A parte anterior da esclerótica chama-se
córnea. É transparente e atua como uma lente convergente.

2- túnica intermédia vascular pigmentada : úvea . Compreende a coróide , o corpo ciliar e a íris
. A coróide está situada abaixo da esclerótica e é intensamente pigmentada. Esses pigmentos
absorvem a luz que chega à retina, evitando sua reflexão. Acha-se intensamente vascularizada e tem
a função de nutrir a retina. Possui uma estrutura muscular de cor variável – a íris, a qual é dotada de
um orifício central cujo diâmetro varia, de acordo com a iluminação do ambiente – a pupila.

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Em ambientes mal iluminados, por ação do sistema nervoso


simpático, o diâmetro da pupila aumenta e permite a entrada de
maior quantidade de luz. Em locais muito claros, a ação do
sistema nervoso parassimpático acarreta diminuição do
diâmetro da pupila e da entrada de luz. Esse mecanismo evita o
ofuscamento e impede que a luz em excesso lese as delicadas
Na penumbra (acima) a pupila se dilata; células fotossensíveis da retina.
na claridade (abaixo), ela se contrai.

3- túnica interna nervosa: retina . É a membrana mais interna e está debaixo da coróide. A
camada mais interna, denominada camada de células ganglionares , contém os corpos celulares
das células ganglionares, única fonte de sinais de saída da retina , que projeta axônios através do
nervo óptico.

Na retina encontram-se dois tipos de células fotossensíveis : os cones e os bastonetes . Quando


excitados pela energia luminosa, estimulam as células nervosas adjacentes, gerando um impulso
nervoso que se propaga pelo nervo óptico. A imagem fornecida pelos cones é mais nítida e mais
rica em detalhes. Há três tipos de cones: um que se excita com luz vermelha, outro com luz verde e
o terceiro, com luz azul. São os cones as células capazes de distinguir cores . Os bastonetes não
têm poder de resolução visual tão bom, mas são mais sensíveis à luz que os cones. Em situações de
pouca luminosidade, a visão passa a depender exclusivamente dos bastonetes. É a chamada visão
noturna ou visão de penumbra . Nos bastonetes existe uma substância sensível à luz – a
rodopsina – produzida a partir da vitamina A . A deficiência alimentar dessa vitamina leva à
cegueira noturna e à xeroftalmia.

Há duas regiões especiais na retina: a fovea centralis (ou fóvea ou mancha amarela ) e o ponto
cego . A fóvea está no eixo óptico do olho, em que se projeta a imagem do objeto focalizado, e a
imagem que nela se forma tem grande nitidez. É a região da retina mais altamente especializada
para a visão de alta resolução . A fóvea contém apenas cones e permite que a luz atinja os
fotorreceptores sem passar pelas demais camadas da retina, maximizando a acuidade visual.

Os cones são encontrados principalmente na retina central, em um raio de 10 graus a partir da


fóvea. Os bastonetes, ausentes na fóvea, são encontrados principalmente na retina periférica,
porém transmitem informação diretamente para as células ganglionares . No fundo do olho
está o ponto cego , insensível a luz. No ponto cego não há cones nem bastonetes. Do ponto cego,
emergem o nervo óptico e os vasos sangüíneos da retina.

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Sistemas

• Tegumentar
• Sustentação
• Muscular
• Reprodução

Quadro do professor

• 3o Ano - 3o Mês - Conteúdo 26

SISTEMA TEGUMENTAR

O tegumento humano , mais conhecido como pele, é formado por duas camadas distintas,
firmemente unidas entre si: a epiderme e a derme .

A epiderme é um epitélio multiestratificado, formado por várias camadas (estratos) de células


achatadas (epitélio pavimentoso) justapostas. A camada de células mais interna, denominada
epitélio germinativo , é constituída por células que se multiplicam continuamente; dessa maneira,
as novas células geradas empurram as mais velhas para cima, em direção à superfície do corpo. À
medida que envelhecem, as células epidérmicas tornam-se achatadas, e passam a fabricar e a
acumular dentro de si uma proteína resistente e impermeável, a queratina . As células mais
superficiais, ao se tornarem repletas de queratina, morrem e passam a constituir um revestimento
resistente ao atrito e altamente impermeável à água, denominado camada queratinizada ou
córnea.

Toda a superfície cutânea está provida de terminações nervosas capazes de captar estímulos
térmicos, mecânicos ou dolorosos. Essas terminações nervosas ou receptores cutâneos são
especializados na recepção de estímulos específicos. Na epiderme não existem vasos sangüíneos .
Os nutrientes e oxigênio chegam à epiderme por difusão a partir de vasos sangüíneos da
derme .

Na pele encontram-se três tipos de receptores cutâneos:

RECEPTORES DE SUPERFÍCIE SENSAÇÃO PERCEBIDA


Receptores de Krause Frio
Receptores de Ruffini Calor
Discos de Merkel Tato e pressão
Receptores de Vater-Pacini Pressão
Receptores de Meissner Tato
Terminações nervosas livres Principalmente dor

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Nas camadas inferiores da epiderme estão os melanócitos, células que produzem melanina ,
pigmento que determina a coloração da pele.
As glândulas anexas – sudoríparas e sebáceas – encontram-se mergulhadas na derme, embora
tenham origem epidérmica. O suor (composto de água, sais e um pouco de uréia) é drenado pelo
duto das glândulas sudoríparas, enquanto a secreção sebácea (secreção gordurosa que lubrifica a
epiderme e os pêlos) sai pelos poros de onde emergem os pêlos. A transpiração ou sudorese tem
por função refrescar o corpo quando há elevação da temperatura ambiental ou quando a temperatura
interna do corpo sobe, devido, por exemplo, ao aumento da atividade física.

A derme , localizada imediatamente sob a epiderme, é um tecido conjuntivo que contém fibras
protéicas, vasos sangüíneos, terminações nervosas, órgãos sensoriais e glândulas. As principais
células da derme são os fibroblastos , responsáveis pela produção de fibras e de uma substância
gelatinosa, a substância amorfa , na qual os elementos dérmicos estão mergulhados. A epiderme
penetra na derme e origina os folículos pilosos, glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas. Na
derme encontramos ainda: músculo eretor de pêlo, fibras elásticas (elasticidade), fibras colágenas
(resistência), vasos sangúíneos e nervos.

Hipoderme - Sob a pele, há uma camada de tecido conjuntivo frouxo, o tecido subcutâneo , rico
em fibras e em células que armazenam gordura (células adiposas ou adipócitos). A camada
subcutânea, denominada hipoderme , atua como reserva energética, proteção contra choques
mecânicos e isolante térmico.

Unhas e pêlos são constituídos por células epidérmicas queratinizadas, mortas e compactadas. Na
base da unha ou do pêlo há células que se multiplicam constantemente, empurrando as células mais
velhas para cima. Estas, ao acumular queratina, morrem e se compactam, originando a unha ou o
pêlo. Cada pêlo está ligado a um pequeno músculo eretor , que permite sua movimentação, e a uma
ou mais glândulas sebáceas, que se encarregam de sua lubrificação.

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Papilas (elevações da pele ) as impressões digitais são os desenhos, deixados em uma superfície
lisa, formados pelas papilas, presentes nas polpas dos dedos das mãos. Usadas há mais de mil anos
como forma de identificação de pessoas, sabemos hoje que as impressões digitais são únicas, sendo
diferentes inclusive entre gêmeos univitelinos. As papilas são formadas no feto e acompanham a
pessoa pela vida toda, sem apresentar grandes mudanças. Algumas pessoas, contudo, apresentam as
pontas dos dedos lisas, o que caracteriza a chamada Síndrome de Nagali.

SISTEMA DE SUSTENTAÇÃO

SISTEMA ESQUELÉTICO

Além de dar sustentação ao corpo, o esqueleto


protege os órgãos internos e fornece pontos de
apoio para a fixação dos músculos. Ele
constitui-se de peças ósseas e cartilaginosas
articuladas, que formam um sistema de
alavancas movimentadas pelos músculos.

O esqueleto humano pode ser dividido em duas


partes:

1- Esqueleto axial : formado pela caixa


craniana, coluna vertebral caixa torácica.

2- Esqueleto apendicular : compreende a


cintura escapular, formada pelas escápulas e
clavículas; cintura pélvica, formada pelos ossos
ilíacos (da bacia) e o esqueleto dos membros
(superiores ou anteriores e inferiores ou
posteriores).

1-Esqueleto axial
1.1-Caixa craniana - Possui os seguintes ossos importantes: frontal, parietais, temporais, occipital,
esfenóide, nasal, lacrimais, malares ("maçãs do rosto" ou zigomático), maxilar superior e mandíbula
(maxilar inferior).

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1.2-Coluna vertebral - É uma coluna de vértebras que apresentam cada uma um buraco, que se
sobrepõem constituindo um canal que aloja a medula nervosa ou espinhal; é dividida em regiões
típicas que são: coluna cervical (região do pescoço), coluna torácica, coluna lombar, coluna sacral,
coluna cocciciana (coccix).

1.3-Caixa torácica - É formada pela região torácica de coluna vertebral, osso esterno e costelas, que
são em número de 12 de cada lado, sendo as 7 primeiras verdadeiras (se inserem diretamente no
esterno), 3 falsas (se reúnem e depois se unem ao esterno), e 2 flutuantes (com extremidades
anteriores livres, não se fixando ao esterno).

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2- Esqueleto apendicular
2-1- Membros e cinturas articulares
Cada membro superior é composto de braço, antebraço, pulso e mão. O osso do braço – úmero –
articula-se no cotovelo com os ossos do antebraço: rádio e ulna . O pulso constitui-se de ossos
pequenos e maciços, os carpos . A palma da mão é formada pelos metacarpos e os dedos, pelas
falanges .
Cada membro inferior compõe-se de coxa, perna, tornozelo e pé. O osso da coxa é o fêmur , o mais
longo do corpo. No joelho, ele se articula com os dois ossos da perna: a tíbia e a fíbula . A região
frontal do joelho está protegida por um pequeno osso circular: a rótula . Ossos pequenos e maciços,
chamados tarsos , formam o tornozelo. A planta do pé é constituída pelos metatarsos e os dedos
dos pés (artelhos), pelas falanges .

Os membros estão unidos ao corpo mediante um sistema ósseo que toma o nome de cintura ou de
cinta. A cintura superior se chama cintura torácica ou escapular (formada pela clavícula e pela
escápula ou omoplata ); a inferior se chama cintura pélvica , popularmente conhecida como bacia
(constituída pelo sacro - osso volumoso resultante da fusão de cinco vértebras, por um par de ossos
ilíacos e pelo cóccix , formado por quatro a seis vértebras rudimentares fundidas). A primeira
sustenta o úmero e com ele todo o braço; a segunda dá apoio ao fêmur e a toda a perna.

Juntas e articulações

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Junta é o local de junção entre dois ou mais ossos. Algumas juntas, como as do crânio, são fixas;
nelas os ossos estão firmemente unidos entre si. Em outras juntas, denominadas articulações , os
ossos são móveis e permitem ao esqueleto realizar movimentos.

Ligamentos - Os ossos de uma articulação mantêm-se no lugar por meio dos ligamentos, cordões
resistentes constituídos por tecido conjuntivo fibroso. Os ligamentos estão firmemente unidos às
membranas que revestem os ossos.

Os ossos são classificados de acordo com a sua forma em:


A - Longos : têm duas extremidades ou epífises; o corpo do osso é a diáfise; entre a diáfise e cada
epífise fica a metáfise. A diáfise é formada por tecido ósseo compacto, enquanto a epífise e a
metáfise, por tecido ósseo esponjoso. Exemplos: fêmur, úmero.

B- Curtos : têm as três extremidades praticamente equivalentes e são encontrados nas mãos e nos
pés. São constituídos por tecido ósseo esponjoso. Exemplos: calcâneo, tarsos, carpos.

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C - Planos ou Chatos : são formados por duas camadas de tecido ósseo compacto, tendo entre elas
uma camada de tecido ósseo esponjoso e de medula óssea Exemplos: esterno, ossos do crânio, ossos
da bacia, escápula.

Revestindo o osso compacto na diáfise, existe uma delicada membrana - o periósteo - responsável
pelo crescimento em espessura do osso e também pela consolidação dos ossos após fraturas (calo
ósseo). As superfícies articulares são revestidas por cartilagem. Entre as epífises e a diáfise
encontra-se um disco ou placa de cartilagem nos ossos em crescimento, tal disco é chamado de
disco metafisário (ou epifisário) e é responsável pelo crescimento longitudinal do osso. O interior
dos ossos é preenchido pela medula óssea, que, em parte é amarela, funcionando como depósito
de lipídeos, e, no restante, é vermelha e gelatinosa, constituindo o local de formação das células
do sangue, ou seja, de hematopoiese. O tecido hemopoiético é popularmente conhecido por
"tutano". As maiores quantidades de tecido hematopoético estão nos ossos da bacia e no esterno.
Nos ossos longos, a medula óssea vermelha é encontrada principalmente nas epífises.

A matriz óssea é composta por uma parte orgânica (35%, representa a flexibilidade do osso), e uma
parte inorgânica (65%, representa a rigidez e resistencia do osso)
A matriz inorgânica é dada basicamente por íons de fosfato e cálcio , formando cristais de
hidroxiapatita .
A matriz orgânica é composta na sua grande maioria por colágeno.

Tipos de células ósseas:


As células osteogênicas formam os ossos e são compostas pelos osteoblastos, osteócitos e
osteoclastos.
Os osteoblastos são células ósseas jovens, com intensa atividade metabólica, e responsáveis pela
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produção da parte orgânica da matriz. São cúbicas ou cilíndricas e são encontradas na superfície do
periósteo (membrana fina que reveste o osso).

Os osteócitos são os osteoblastos maduros, ou seja, células adultas que atuam na manutenção dos
componentes químicos da matriz. Os osteócitos estão localizados em cavidades ou lacunas dentro
da matriz óssea. Destas lacunas formam-se canalículos que se dirigem para outras lacunas, tornando
assim a difusão de nutrientes possível graças à comunicação entre os osteócitos. Os osteócitos têm
um papel fundamental na manutenção da integridade da matriz óssea. Eles sintetizam a parte
orgânica da matriz óssea, composta por colágeno e glicoproteínas. Também concentram fosfato de
cálcio , participando da mineralização de matriz.

Os osteoclasto são células móveis, gigantes e extensamente ramificadas, com partes dilatadas e
multinucleada. São responsáveis pela reabsorção da matriz e de tecido ósseo. Estas células se
originam de precursores mononucleados provenientes da medula óssea que, ao contato com o tecido
ósseo, unem-se para formar os osteoclatos multinucleados. A superfície ativa dos osteoclastos,
voltada para a matriz óssea, apresenta prolongamentos vilosos irregulares que liberam hidrolases
que atuam localmente digerindo a matriz orgânica e dissolvendo os cristais de sais de cálcio. A
atividade dos osteoclastos é coordenada pelos hormônios calcitocina, produzido pela glândula
tireóide, e pelo paratormônio, secretado pelas glândulas paratireóides. As enzimas protelíticas
emitidas pelo osteoclastos, durante o processo de destruição da matriz óssea, tendem a atuar na
parte orgânica. A principal enzima emitida é a colagenase, responsável pela despolimerização do
colágeno.

Os óssos são a maior reserva de minerais dos mamíferos

Diferenças entre os ossos do esqueleto masculino e feminino:

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SISTEMA MUSCULAR

O sistema muscular dos animais é o conjunto de órgãos ( músculos ) que lhes permite moverem-
se, tanto externa, como internamente. O sistema muscular dos vertebrados é formado por três tipos
de músculo: cardíaco , estriado e liso . Os músculos estriados são controlados pela vontade do
homem, e por serem ligados aos ossos permitem a movimentação do corpo. Os músculos lisos são
involuntários e trabalham para movimentar os órgãos internos (exemplo: movimentos do esôfago).
O músculo cardíaco é um músculo estriado, que move o coração; no entanto, possui como
característica não estar sob qualquer controle voluntário, sendo por isso colocado a parte. O
movimento dos músculos é controlado pelo sistema nervoso . Existem mais de 650 músculos no
corpo humano.

Os músculos esqueléticos ou músculos estriados , já que apresentam


estriações em suas fibras. São os responsáveis pelos movimentos
voluntários; estes músculos se inserem nos ossos e nas cartilagens e
contribuem, com a pele e o esqueleto , para formar o invólucro exterior
do corpo.

A maioria dos músculos está presa ao esqueleto, junto a articulações


presos a ossos por meio de tendões, que são cordões de tecido
conjuntivo. Quando os tendões são achatados e largos, e não possuem a
forma de cordão, recebem o nome de aponeuroses (ou aponevroses ).

Os músculos constituem são formados por células bastante compridas e


polinucleadas. Geralmente, estão cercadas de tecido conjuntivo, que une
umas as outras e transmitem a força produzida pelos músculos aos ossos,
ligamentos e outros órgãos executores de movimento.

Cada músculo compreende fibras ou células musculares longas,


delgadas, cilíndricas que se estendem por todo o seu comprimento.
Assim, essas células podem ser muito mais longas. Cada célula ou fibra
muscular multinucleada é conectada às células musculares paralelas e
circundada por uma camada de tecido conjuntivo denominada
endomísio. Tais fibras são, então, agrupadas em feixes mantidos juntos
por outra camada de tecido conjuntivo, denominada perimísio. Esse
grupo revestido ou feixe de fibras é denominado um fascículo. Os
grupos de fascículos, feixe de fibras, cada qual com vasos sangüíneos e
tecido nervoso associados, são mantidos bem unidos por outra camada
de tecido conjuntivo denominada epimísio. Os facículos circundados por
epimísio, que percorrem todo o comprimento do músculo esquelético,
são então completamente circundados por um tecido conjuntivo
importante denominado fáscia. A fáscia é um tecido conjuntivo
resistente, denso e forte que recobre todo o músculo e, então, estende-se
além do músculo em si, para se tornar o tendão fibroso. A fáscia é a
fusão de todas as três camadas internas de tecido conjuntivo do músculo
esquelético. A fáscia separa os músculos uns dos outros, permite o
movimento sem atrito e forma o tendão como o qual o músculo é
conectado ao osso. Isoladamente, cada uma das fibras é uma célula
alongada. Cada uma dessas fibras musculares esqueléticas é formada por
fibras menores chamadas miofibrilas, que são constituídas por dois tipos

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de filamento: os delgados e os grossos.

Na realidade, os músculos esqueléticos estão dispostos em camadas que


vão das mais superficiais às mais profundas e em direções variáveis.
Quando o músculo está relaxado, os filamentos delgados e grossos
presentes estão apenas ligeiramente sobrepostos. Com a contração
muscular, os filamentos grossos se interpõem acentuadamente sobre os
delgados. esse mecanismo encurta as miofibrilas e, conseqüentemente,
toda a célula muscular. Portanto, quanto mais curtas as células
musculares estiverem, maior será a intensidade da contração do músculo
como um todo. O papel dessas células nervosas é transmitir estímulos
para a contração da fibra muscular através de impulsos nervosos.
Chama-se sinapse ou junção neuromuscular o espaço de comunicação
entre esses dois tipos de célula.

Também possui três propriedades principais: a elasticidade (distensão), a


contratilidade (contração) e a tonicidade (tônus).

A contração muscular esquelética acontece quando há uma interação das


proteínas contráteis de actina e miosina, que ocorre na presença de íons
de cálcio intracelulares e energia. A disponibilidade de energia para a
contração vem por meio da hidrólise de ATP, e o cálcio é liberado pelo
retículo sarcoplasmático (RS) quando estimulado pela despolarização. A
ligação de um impulso neural gerado no sistema nervoso central a uma
contração muscular esquelética distante é denominada acoplamento
excitação-contração. A função do cálcio no músculo esquelético é expor
um sítio de ligação da miosina na proteína actina. A contração muscular
pára através do impulso nervoso na placa motora terminal ou junção
neuromuscular. Quando o impulso é interrompido, o sinal para liberar o
cálcio é removido e não mais liberado.
O músculo estriado cardíaco é o tipo de tecido muscular que forma a
camada muscular do coração , conhecida por miocárdio .

O coração é formado por 3 tipos principais de músculos:


1 - Ventricular = contrai de forma parecida com o músculo estriado,mas
a duraçao de contraçao é maior.
2 - Atrial = contrai de forma parecida com o músculo estriado, mas a
duraçao de contraçao é maior.
3 - Especializadas fibras musculares excitatórias e condutoras = só se
contraem de modo mais fraco, pois contêm poucas fibrilas contráteis; ao
contrário, apresentam ritmicidade e velocidade de condução variáveis,
formando um sistema excitatório para o coração.

Algo interessante de se verificar no músculo cardíaco é a forma como as


suas fibras se dispõe, uma junto às outras, juntado-se e separando-se
entre si, através de JUNÇÕES DE ABERTURA. Uma grande vantagem
neste tipo de disposição de fibras é que o IMPULSO, uma vez atingindo
uma célula, passa com grande facilidade às outras que compõem o
mesmo conjunto de fibras, unidas entre si.
Essa disposição de fibras recebe o nome de SINCÍCIO. Existem 2

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sincícios funcionais formando o coração:


1 - Sincício Atrial
2 - Sincício Ventricular

Os dois são separados por uma membrana de tecido fibroso. Isso


possibilita que a contração nas fibras que compõem o sincício atrial
ocorra em tempos diferentes da que ocorre no sincício ventricular. Isso
ocorre para a perfeição do batimento cardíaco,ou seja, enquanto átrio se
contrai o sangue é ejetado para ventrículo, e vice e versa. Portanto, o
"atraso" dos impulsos, ocasionado pela membrana de tecido fibrosa
entre átrios e ventrículos ocasiona a diferença de contração entre eles.

Outras características que diferenciam Músculo Cardíaco e


Músculo Esquelético:
1 - As fibras musculares cardíacas têm discos intercalados entre uma
fibra e outra, o que não acontece com as fibras musculares esqueléticas.
Estes discos têm uma resistência elétrica muito pequena, o que permite
que um potencial de ação percorra livremente entre as células
musculares cardíacas.
2 - O músculo cardíaco funciona, na verdade, como um sincício de
muitas células musculares cardíacas, no qual após o potencial de ação
propagar de célula a célula, o músculo contrai-se em conjunto,
naturalmente primeiro nos átrios depois nos ventrículos.
A musculatura lisa é uma musculatura de contração involuntária e
lenta, composta por células fusiformes mononucleadas. O músculo liso
se encontra nas paredes de orgãos ocos, tais como os vasos sanguíneos,
na bexiga, no útero e no trato gastrointestinal . O músculo liso está
presente nestes orgãos pois, por contrações peristálticas controladas
automaticamente pelo Sistema Nervoso Autónomo, tem o papel
preponderante de impulsionar sangue, urina, esperma, bile e etc.

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• 3o Ano - 4o Mês - Conteúdo 27


SISTEMA REPRODUTOR

SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO

O sistema reprodutor masculino é


formado por:
1 - Testículos ou gônadas
2 - Vias espermáticas: epidídimo, canal
deferente, uretra.
3 - Pênis e Escroto
4 - Glândulas anexas: próstata, vesículas
seminais, glândulas bulbouretrais.

Testículos : são as gônadas masculinas. Cada testículo é composto por um emaranhado de tubos, os
ductos seminíferos Esses ductos são formados pelas células de Sértoli e pelo epitélio germinativo,
onde ocorrerá a formação dos espermatozóides. Em meio aos ductos seminíferos, as células
intersticiais ou de Leydig produzem os hormônios sexuais masculinos, sobretudo a testosterona,
responsáveis pelo desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos e dos caracteres sexuais
secundários:
1 - Estimulam os folículos pilosos para que façam crescer a barba masculina e o pêlo pubiano.
2 - Estimulam o crescimento das glândulas sebáceas e a elaboração do sebo.
3 - Produzem o aumento de massa muscular nas crianças durante a puberdade, pelo aumento do
tamanho das fibras musculares.

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4 - Ampliam a laringe e tornam mais grave a voz.


5 - Fazem com que o desenvolvimento da massa óssea seja maior, protegendo contra a osteoporose.

Epidídimos : são dois tubos enovelados que partem dos testículos, onde os espermatozóides são
armazenados.

Canais deferentes : são dois tubos que partem dos testículos, circundam a bexiga urinária e unem-
se ao ducto ejaculatório, onde desembocam as vesículas seminais.

Vesículas seminais : responsáveis pela produção de um líquido, que será liberado no ducto
ejaculatório que, juntamente com o líquido prostático e espermatozóides, entrarão na composição
do sêmen. O líquido das vesículas seminais age como fonte de energia para os espermatozóides e é
constituído principalmente por frutose, apesar de conter fosfatos, nitrogênio não protéico, cloretos,
colina e prostaglandinas.

Próstata : glândula localizada abaixo da bexiga urinária. Secreta substâncias alcalinas que
neutralizam a acidez da urina e ativa os espermatozóides.

Glândulas Bulbo Uretrais ou de Cowper : sua secreção transparente é lançada dentro da uretra
para limpá-la e preparar a passagem dos espermatozóides. Também tem função na lubrificação do
pênis durante o ato sexual.

Pênis : é considerado o principal órgão do aparelho sexual masculino, sendo formado por dois tipos
de tecidos cilíndricos: dois corpos cavernosos e um corpo esponjoso (envolve e protege a uretra).
Na extremidade do pênis encontra-se a glande - cabeça do pênis, onde podemos visualizar a
abertura da uretra. Com a manipulação da pele que a envolve - o prepúcio - acompanhado de
estímulo erótico, ocorre a inundação dos corpos cavernosos e esponjoso, com sangue, tornando-se
rijo. Quando a glande não consegue ser exposta devido ao estreitamento do prepúcio, diz-se que a
pessoa tem fimose .

A uretra é comumente um canal destinado para a urina, mas os músculos na entrada da bexiga se
contraem durante a ereção para que não haja misturas entre a urina e o sêmen. Todos os
espermatozóides não ejaculados são reabsorvidos pelo corpo dentro de algum tempo.

Saco Escrotal ou Bolsa Escrotal ou Escroto : Um espermatozóide leva cerca de 70 dias para ser
produzido. Eles não podem se desenvolver adequadamente na temperatura normal do corpo
(36,5°C). Assim, os testículos se localizam na parte externa do corpo, dentro da bolsa escrotal, que
tem a função de termorregulação (aproximam ou afastam os testículos do corpo), mantendo-os a
uma temperatura geralmente em torno de 1 a 3 °C abaixo da corporal.

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SISTEMA REPRODUTOR FEMININO


O sistema reprodutor feminino é constituído por dois ovários, duas tubas uterinas (trompas de
Falópio), um útero, uma vagina, uma vulva. Ele está localizado no interior da cavidade pélvica.

A vagina é um canal de 8 a 10 cm de comprimento, de paredes elásticas, que liga o colo do útero


aos genitais externos. Contém de cada lado de sua abertura, porém internamente, duas glândulas
denominadas glândulas de Bartholin, que secretam um muco lubrificante. A entrada da vagina é
protegida por uma membrana circular - o hímen – uma película fina, com 3 milímetros de espessura
que fecha parcialmente o orifício vulvo-vaginal e é quase sempre perfurado no centro, podendo ter
formas diversas. Geralmente, essa membrana se rompe nas primeiras relações sexuais.
A vagina é o local onde o pênis deposita os espermatozóides na relação sexual. Além de possibilitar
a penetração do pênis, possibilita a expulsão da menstruação e, na hora do parto, a saída do bebê.
A genitália externa ou vulva é delimitada e protegida por duas pregas cutâneo-mucosas
intensamente irrigadas e inervadas - os grandes lábios . Na mulher reprodutivamente madura, os
grandes lábios são recobertos por pêlos pubianos. Mais internamente, outra prega cutâneo-mucosa
envolve a abertura da vagina - os pequenos lábios - que protegem a abertura da uretra e da vagina.
Na vulva também está o clitóris , formado por tecido esponjoso erétil, homólogo ao pênis do
homem .

Ovários : são as gônadas femininas. Produzem estrógeno e progesterona, hormônios sexuais


femininos.

No final do desenvolvimento embrionário de uma menina, ela já tem todas as células que irão
transformar-se em gametas nos seus dois ovários. Estas células - os ovócitos primários -
encontram-se dentro de estruturas denominadas folículos de Graaf ou folículos ovarianos . A
partir da adolescência, sob ação hormonal, os folículos ovarianos começam a crescer e a
desenvolver. Os folículos em desenvolvimento secretam o hormônio estrógeno .

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Mensalmente, apenas um folículo geralmente completa o desenvolvimento e a maturação,


rompendo-se e liberando o ovócito secundário (gameta feminino): fenômeno conhecido como
ovulação . Após seu rompimento, a massa celular resultante transforma-se em corpo lúteo ou
amarelo , que passa a secretar os hormônios progesterona e estrógeno . Com o tempo, o corpo
lúteo regride e converte-se em corpo albicans ou corpo branco. O gameta feminino liberado na
superfície de um dos ovários é recolhido por finas terminações das tubas uterinas - as fímbrias .

Tubas uterinas, ovidutos ou trompas de Falópio : são dois ductos que unem o ovário ao útero.
Seu epitélio de revestimento é formados por células ciliadas. Os batimentos dos cílios
microscópicos e os movimentos peristálticos das tubas uterinas impelem o gameta feminino até o
útero.

Útero : órgão oco situado na cavidade pélvica anteriormente à bexiga e posteriormente ao reto, de
parede muscular espessa (miométrio) e com formato de pêra invertida. É revestido internamente
por um tecido vascularizado rico em glândulas - o endométrio .

FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO

Os dois hormônios ovarianos, o estrogênio e a progesterona , são responsáveis pelo


desenvolvimento sexual da mulher e pelo ciclo menstrual. Esses hormônios, como os hormônios
adrenocorticais e o hormônio masculino testosterona, são ambos compostos esteróides, formados,
principalmente, de um lipídio, o colesterol. Os estrogênios são, realmente, vários hormônios
diferentes chamados estradiol, estriol e estrona, mas que têm funções idênticas e estruturas químicas
muito semelhantes. Por esse motivo, são considerados juntos, como um único hormônio.
Funções do Estrogênio: o estrogênio induz as células de muitos locais do organismo, a proliferar,
isto é, a aumentar em número. O estrogênio também provoca o aumento da vagina e o
desenvolvimento dos lábios que a circundam, faz o púbis se cobrir de pêlos, os quadris se alargarem
e o estreito pélvico assumir a forma ovóide, em vez de afunilada como no homem; provoca o
desenvolvimento das mamas e a proliferação dos seus elementos glandulares, e, finalmente, leva o
tecido adiposo a concentrar-se, na mulher, em áreas como os quadris e coxas, dando-lhes o
arredondamento típico do sexo. O estrogênio também estimula o crescimento de todos os ossos logo
após a puberdade, mas promove rápida calcificação óssea, a mulher, nessa fase, cresce mais
rapidamente que o homem, mas pára após os primeiros anos da puberdade; já o homem tem um
crescimento menos rápido, porém mais prolongado, de modo que ele assume uma estatura maior
que a da mulher, e, nesse ponto, também se diferenciam os dois sexos. O estrogênio tem efeitos
muito importantes no revestimento interno do útero, o endométrio, no ciclo menstrual.
Funções da Progesterona : a progesterona está principalmente relacionada com a preparação do
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útero para a aceitação do embrião e à preparação das mamas para a secreção láctea. Em geral, a
progesterona aumenta o grau da atividade secretória das glândulas mamárias e, também, das células
que revestem a parede uterina, acentuando o espessamento do endométrio e fazendo com que ele
seja intensamente invadido por vasos sangüíneos; determina, ainda, o surgimento de numerosas
glândulas produtoras de glicogênio . Finalmente, a progesterona inibe as contrações do útero e
impede a expulsão do embrião que se está implantando ou do feto em desenvolvimento.

O ciclo menstrual na mulher é causado pela secreção alternada dos hormônios folículo-estimulante
e luteinizante, pela hipófise , e dos estrogênios e progesterona, pelos ovários. O ciclo de fenômenos
que induzem essa alternância tem a seguinte explicação:

1. No começo do ciclo menstrual , isto é, quando a menstruação se inicia, a hipófise secreta


maiores quantidades de hormônio folículo-estimulante (FSH) juntamente com pequenas
quantidades de hormônio luteinizante (LH). Juntos, esses hormônios promovem o crescimento de
diversos folículos nos ovários e acarretam uma secreção considerável de estrogênio .
2. Acredita-se que o estrogênio tenha, então, dois efeitos seqüenciais sobre a secreção da
hipófise . Primeiro, inibiria a secreção dos hormônios folículo-estimulante (FSH) e luteinizante
(LH), fazendo com que suas taxas declinassem a um mínimo por volta do décimo dia do ciclo .
Depois, subitamente a hipófise começaria a secretar quantidades muito elevadas de ambos os
hormônios mas principalmente do hormônio luteinizante (LH) . É essa fase de aumento súbito da
secreção que provoca o rápido desenvolvimento final de um dos folículos ovarianos e a sua
ruptura dentro de cerca de dois dias.
3. O processo de ovulação , que ocorre por volta do décimo quarto dia de um ciclo normal de
28 dias, conduz ao desenvolvimento do corpo lúteo ou corpo amarelo, que secreta quantidades
elevadas de progesterona e quantidades consideráveis de estrogênio.
4. O estrogênio e a progesterona secretados pelo corpo lúteo inibem novamente a hipófise ,
diminuindo a taxa de secreção dos hormônios folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH). Sem
esses hormônios para estimulá-lo, o corpo lúteo regride, de modo que a secreção de estrogênio e
progesterona cai para níveis muito baixos . É nesse momento que a menstruação se inicia ,
provocada por esse súbito declínio na secreção de ambos os hormônios.

5. Nessa ocasião, a hipófise, que estava inibida pelo estrogênio e pela progesterona, começa a
secretar outra vez grandes quantidades de hormônio folículo-estimulante, iniciando um novo ciclo.
Esse processo continua durante toda a vida reprodutiva da mulher.

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1º dia do ciclo à endométrio bem


desenvolvido, espesso e vascularizado
começa a descamar à menstruação

hipófise aumenta a produção de FSH, que


atinge a concentração máxima por volta do
7º dia do ciclo.

amadurecimento dos folículos ovarianos

secreção de estrógeno pelo folículo em


desenvolvimento

concentração alta de estrógeno inibe


secreção de FSH e estimula a secreção de
LH pela hipófise / concentração alta de
estrógeno estimula o crescimento do
endométrio.

concentração alta de LH estimula a


ovulação (por volta do 14º dia de um ciclo
de 28 dias)

alta taxa de LH estimula a formação do


corpo lúteo ou amarelo no folículo
ovariano
No ciclo regular, o período de tempo a partir do pico de
LH até a menstruação está constantemente próximo de corpo lúteo inicia a produção de
14 dias. Dessa forma, da ovulação até a próxima progesterona
menstruação decorrem 14 dias.
estimula as glândulas do endométrio a
Apesar de em um ciclo de 28 dias a ovulação ocorrer secretarem seus produtos
aproximadamente na metade do ciclo, nas mulheres que
têm ciclos regulares, não importa a sua duração, o dia aumento da progesterona inibe produção de
da ovulação pode ser calculado como sendo o 14º dia LH e FSH
ANTES do início da menstruação .
corpo lúteo regride e reduz concentração
Generalizando, pode-se dizer que, se o ciclo menstrual de progesterona
tem uma duração de n dias, o possível dia da ovulação
é n – 14, considerando n = dia da próxima menstruação
menstruação .

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Exemplo: determinada mulher, com ciclo menstrual


regular de 28 dias, resolveu iniciar um relacionamento
íntimo com seu namorado. Como não planejavam ter
filhos, optaram pelo método da tabelinha , onde a
mulher calcula o período fértil em relação ao dia da
ovulação. Considerando que a mulher é fértil durante
aproximadamente nove dias por ciclo e que o último
ciclo dessa mulher iniciou-se no dia 22 de setembro de
2006, calcule seu período fértil.

Resposta: Considerando o primeiro dia do ciclo como 22 e que seu ciclo é de 28 dias, temos:
22 23 24 25 26 27 28 29 30
[ 01 02 03 04 05 06 07 08 09 ]
10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

Menstruará novamente no dia 19/10 ( n ). Ocorrendo a ovulação 14 dias ANTES da menstruação,


esta se dará no dia 05/10 (considerando a fórmula n - 14 , teremos: 19 - 14 = 5 , ou seja, dia 05 será
seu provável dia de ovulação). Como seu período fértil aproximado localiza-se 4 dias antes e 4 dias
após a ovulação, então o início dos dias férteis será 01/10 e o término, 09/10.

Como é comum em algumas mulheres uma pequena variação no tamanho do ciclo menstrual, o
cálculo para o período fértil deverá compreender o ciclo mais curto e o mais longo. Neste caso,
primeiramente a mulher deverá anotar o 1° dia da menstruação durante vários meses e calcular a
duração de seus ciclos (cada um deles contado do primeiro dia da menstruação). A partir daí, deverá
proceder da seguinte forma para calcular o período fértil:
1 - subtrair 14 dias do ciclo mais curto (dia da ovulação);
2 - subtrair 14 dias do ciclo mais longo (dia da ovulação);
3 - subtrair pelo menos 3 dias do dia da ovulação do ciclo mais curto e somar 3 dias ao dia da
ovulação do ciclo mais longo.
Exemplo: suponha que o ciclo mais curto da mulher exemplificada anteriormente tenha sido de 26
dias e o mais longo, de 30 dias. O cálculo do período fértil será feito assim:
1 - subtraindo 14 dias do ciclo mais curto: 26 - 14 = 12 - a ovulação deverá ter ocorrido no 12° dia
do ciclo mais curto;
2 - subtraindo 14 dias do ciclo mais longo: 30 - 14 = 16 - a ovulação deverá ter ocorrido no 16° dia
do ciclo mais longo;
3 - subtraindo 3 dias do dia da ovulação do ciclo mais curto (12 - 3 = 9) e somando 3 dias ao dia da

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ovulação do ciclo mais longo (16 + 3 = 19), o período fértil ficará entre o 9° e o 19° dia de qualquer
ciclo menstrual desta mulher. Os dias restantes serão os dias não-férteis.

22 23 24 25 26 27 28 29 [30
01 02 03 04 05 06 07 08 09
10 ] 11 12 13 14 15 16 17 18 19
Os cálculos acima só funcionam para mulheres com ciclos regulares (ou que sofrem apenas
pequenas variações nos ciclos).

Concluindo, o ciclo menstrual pode ser dividido em 4 fases:


1 - Fase menstrual: corresponde aos dias de menstruação e dura cerca de 3 a 7 dias, geralmente.
2 - Fase proliferativa ou estrogênica: período de secreção de estrógeno pelo folículo ovariano, que
se encontra em maturação.
3 - Fase secretora ou lútea: o final da fase proliferativa e o início da fase secretora é marcado pela
ovulação. Essa fase é caracterizada pela intensa ação do corpo lúteo.
4 - Fase pré-menstrual ou isquêmica: período de queda das concentrações dos hormônios
ovarianos, quando a camada superficial do endométrio perde seu suprimento sangüíneo normal e a
mulher está prestes a menstruar. Dura cerca de dois dias, podendo ser acompanhada por dor de
cabeça, dor nas mamas, alterações psíquicas, como irritabilidade e insônia (TPM ou Tensão Pré-
Menstrual).

Fisiologia da reprodução sexuada humana:


A ereção do pênis é fundamental para a sua Quando o grau de estimulação sexual atinge
introdução na vagina da mulher. A estimulação da um nível crítico, os centros neurais localizados
glande desencadeia impulsos sensitivos que vão para na extremidade da medula espinhal enviam
a porção sacral da medula espinhal e, se o indivíduo impulsos através dos nervos simpáticos aos
se encontra com disposição psíquica adequada, os órgãos genitais masculinos para iniciarem a
impulsos reflexos retornam, através das fibras peristalse rítmica nos ductos genitais. A
nervosas parassimpáticas aos órgãos genitais. Esses peristalse começa no epidídimo e passa
impulsos dilatam as artérias do tecido erétil do pênis através do ducto deferente, das glândulas
e, provavelmente, também contraem as veias, seminais, da próstata e do pênis, promovendo
inflando o pênis. Também desencadeiam a secreção a ejaculação.
de muco pelas glândulas bulbo-uretrais, localizadas
na porção terminal da uretra, lubrificando o pênis. Os espermatozóides são inativos em meio
ácido . Tornam-se ativos em meio alcalino,
fornecido pelo líquido da próstata.

A excitação da mulher (psíquica e física)


causa impulsos parassimpáticos que fazem Quando o grau de estimulação sexual (maior na área
com que as glândulas de Bartholin, do clitóris) atinge intensidade suficiente, o útero e as
localizadas em ambos os lados da vagina, tubas uterinas iniciam contrações peristálticas
secretem grande quantidade de muco rítmicas, em direção à cavidade abdominal
(principal responsável pela lubrificação que (orgasmo). Acredita-se que as contrações peristálticas
facilita os movimentos do pênis na vagina). impulsionem o sêmen para as tubas uterinas.

A reprodução sexuada envolve a união do espermatozóide com o óvulo, ambos haplóides , o que
torna possível a mistura dos caracteres genéticos das populações de uma espécie.

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Durante a formação dos gametas, o número de cromossomos é reduzido à metade por duas divisões
meióticas . Essas divisões originam quatro espermátides oriundas de uma única espermatogônia e
cada espermátide e, então, transformada em uma célula pequena, compacta, adaptada para o
transporte material genético para o óvulo. Já na Ovogênese, o citoplasma divide-se de maneira
desigual entre as quatro células filhas de modo que apenas uma, o óvulo, obtém todo o material
vitelínico.

Fecundação e desenvolvimento
A fecundação compreende todos os eventos desde a penetração na zona pelúcida da membrana do
óvulo pelo acrossoma do espermatozóide até a união dos cromossomas do espermatozóide e do
óvulo em um só núcleo , restaurando o número diplóide de cromossomas . A fecundação interna,
no interior do corpo da fêmea, requer a cópula e uma gravidez normal dura cerca de 39 semanas, ou
280 dias, contando a partir do início do último período menstrual.
Após a fecundação, enquanto percorre a tuba
uterina, o zigoto inicia divisões mitóticas,
denominadas clivagem. A clivagem conduz o
zigoto a um estágio multicelular conhecido
como blástula, possuindo células chamadas
blastômeros.

Cerca de três dias depois da fertilização, uma


esfera de 12 a 16 blastômeros iguais, chamada
mórula que penetra no útero.

A mórula começa a encher-se de líquidos que


ocupam os espaços intercelulares.
À medida que a quantidade de líquidos aumenta
as células se dividem em duas partes:
A parte mais externa que se chamará
trofoblasto e uma mais interna contendo a
massa celular interna, que formará o futuro
embrião.

Por volta do quarto dia, os espaços cheios de


líquidos confluem e formam um único espaço
(cavidade do blastocisto) convertendo a mórula
em blastocisto.

A massa celular interna, que será o futuro


embrião, permanece internamente e o
trofoblasto forma a parede externa do blastocisto

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Por volta do sexto ou sétimo dia o blastocisto


prende-se ao epitélio endometrial com as células
mais externas do trofoblasto
(sinsiciotrofoblastos) invadindo o epitélio do
endométrio, implantando o blastocisto no
revestimento interno útero.
O trofoblasto é ativamente erosivo e continua a
invadir o endométrio durante duas semanas,
atingindo os capilares e glândulas que se
tornarão material nutritivo que passa por difusão
para a massa celular interna do blastocisto.

A partir daí, sucessivas transformações ocorrem convertendo a blástula em um embrião e os


folhetos germinativos, ectoderma, mesoderma e endoderma tornaram-se evidentes a partir destas
mudanças. Os rudimentos de órgãos derivados de um ou mais folhetos germinatlvos são logo
estabelecidos. O sistema nervoso, a camada epidérmica da pele e as regiões bucal e anal são
derivadas do ectoderma; o revestimento do intestino e as diversas regiões associadas ao
intestino, tais como o fígado e o pâncreas, são derivados do endoderma as camadas
musculares, os vasos sanguíneos e o tecido conjuntivo são derivados do mesoderma .

Por volta da terceira semana, inicia-se a formação da notocorda formando o eixo primitivo do
embrião em torno do qual se constituirá o esqueleto axial e tubo neural. O embrião continua se
desenvolvendo a partir das três camadas germinativas que diferenciam-se nos vários tecidos e
órgãos, de modo que, ao final do período embrionário, os primórdios de todos os principais sistemas
de órgãos já foram estabelecidos.

O bebê que está se desenvolvendo, recebe o nome de embrião durante as oito primeiras semanas;
depois é chamado de feto. Todos os seus órgãos importantes se desenvolvem durante o primeiro
trimestre. No segundo trimestre, o feto já tem uma aparência humana reconhecível e cresce com
rapidez. A gravidez da mãe é evidente, tanto externa como internamente. Seu ritmo cardíaco e
pressão sanguínea aumentam para adaptar-se as necessidades do feto. No terceiro trimestre, os
órgãos do bebê amadurecem. As probabilidades de sobrevivência do feto aumentam a cada semana
que permanece no útero.

Vilosidades coriônicas
A superfície da bolsa amniótica é recoberta por projeções chamadas vilosidades coriônicas, que
penetram no endométrio. Ao redor das vilosidades formam-se lacunas onde circula o sangue
materno. Assim ocorrem trocas entre o sangue do embrião, que circula nas vilosidades, e o sangue
materno, que circula nas lacunas. Alimento e gás oxigênio passam do sangue da mãe para o do
filho, enquanto excreções e gás carbônico fazem o caminho inverso.

Placenta
A partir do segundo mês de vida embrionária, a maior parte das vilosidades coriônicas regride.
Resta, porém, uma região onde a implantação das vilosidades no endométrio é mais profunda.
Nesse local terá origem a placenta.
O embrião se comunica com a placenta através de um cordão revestido de pele, o cordão umbilical,
no interior do qual existem duas artérias e uma veia. As artérias levam sangue do corpo do embrião
até a placenta, enquanto a veia traz o sangue da placenta para o embrião.

Hormônios da gravidez
O embrião recém-implantado na parede do útero informa a sua presença ao corpo da mãe por meio
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de um hormônio, a gonadotrofina coriônica (GCH), produzido principalmente nas vilosidades


coriônicas . A presença de gonadotrofina coriônica no sangue da mulher grávida estimula a
atividade do corpo lúteo, de modo que as taxas de estrógeno e de progesterona não diminuem, como
normalmente ocorreria no final do ciclo menstrual, com isso, a menstruação não ocorre, o que é um
dos primeiros sinais de gravidez. A gonadotrofina coriônica também concede uma
imunossupressão à mulher, para que ela não rejeite o embrião (inibe a produção de anticorpos pelos
linfócitos) e também estimula a produção de testosterona pelo testículo fetal. No início da gestação,
o nível de ganodotrofina coriônica no sangue eleva-se a ponto desse hormônio ser eliminado na
urina da mulher. Os testes de gravidez, detectam a presença de ganodotrofina coriônica na urina.
A partir do quarto mês de gravidez o corpo amarelo regride e sua produção declina, mas a mucosa
uterina continua presente e em proliferação, graças à produção de estrógeno e progesterona pela
placenta, então já completamente formada. A placenta continuará a produzir estrógeno e
progesterona em quantidades crescentes até o fim da gravidez.

Parto
Parto é o processo mediante o qual a criança é expulsa do útero através da vagina, no nono mês da
gravidez. Nessa época, o feto mede cerca de 50 cm de comprimento e pesa em média 3 e 3,5 kg.
Inicia-se com contrações irregulares do útero a cada 20 ou 30 minutos, com freqüência e
intensidade que aumentam com o avanço do processo. No momento do parto, o colo do útero se
dilata e a musculatura uterina passa a se contrair ritmicamente. A bolsa amniótica se rompe e o
líquido extravasa pela vagina. O feto com a cabeça voltada para baixo, é empurrado para fora do
útero pelas fortes contrações da musculatura uterina. A vagina se dilata, permitindo a passagem do
bebê.

A placenta se desprende da parede uterina e também é expulsa pela vagina, juntamente com o
sangue proveniente do rompimento dos vasos sanguíneos maternos. Nesse momento, o cordão
umbilical, que liga o feto à placenta, deve ser cortado. A duração normal de um parto é de 13 a 14
horas, para a mulher que espera seu primeiro filho, e de 8 a 9 horas, para a mulher que já tenha dado
à luz. O desprendimento da placenta induz a respiração do recém-nascido. O gás carbônico reduzido
pelas células do bebê se acumula em seu sangue, uma vez que não pode mais ser eliminado para o
sangue da mãe, através da placenta. Em poucos segundos, a concentração de gás carbônico na
circulação do bebê eleva-se a ponto de estimular os centros cerebrais que controlam a respiração.
Esses centros induzem o sistema respiratório do recém-nascido a funcionar.

HORMÔNIOS DO PARTO
A ocitocina é um hormônio que potencializa as contrações uterinas tornando-as fortes e
coordenadas, até completar-se o parto. Quando inicia a gravidez, não existem receptores no
útero para a ocitocina. Estes receptores vão aparecendo gradativamente no decorrer da gravidez.
Quando a ocitocina se liga a eles, causa a contração do músculo liso uterino e também,
estimulação da produção de prostaglandinas, pelo útero, que ativará o músculo liso uterino.

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O parto depende tanto da secreção de ocitocina quanto da produção das prostaglandinas, porque
sem estas, não haverá a adequada dilatação do colo do útero e conseqüentemente, o parto não irá
progredir normalmente. Não são bem conhecidos os fatores desencadeantes do trabalho de parto.

Glândula Hormônio Órgão-alvo Principais ações


Hipófise FSH ovário estimula o
desenvolvimento do
folículo, a secreção de
estrógeno e a ovulação
LH ovário estimula a ovulação e o
desenvolvimento do
corpo amarelo.
Prolactina mamas estimula a produção de
leite (após a estimulação
prévia das glândulas
mamárias por estrógeno
e progesterona).
Ocitocina Útero e mamas - secretado em
quantidades moderadas
durante a última fase da
gravidez e em grande
quantidade durante o
parto. Promove a
contração do útero para

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a expulsão da criança.

- promove a ejeção do
leite durante a
amamentação
Ovário Estrógeno diversos crescimento do corpo e
dos órgãos sexuais;
estimula o
desenvolvimento das
características sexuais
secundárias.
hipófise inibe a produção de FSH
e estimula a produção de
LH
Sistema Reprodutor estimula a maturação
dos órgãos reprodutores
e do endométrio,
preparando o útero para
a gravidez
Progesterona hipófise inibe a produção de LH
útero completa a regeneração
da mucosa uterina,
estimula a secreção das
glândulas endometriais
e mantém o útero
preparado para a
gravidez.
mamas estimula o
desenvolvimento das
glândulas mamárias para
secreção láctea.
Placenta HGC corpo lúteo estimula a produção de
progesterona e
estrógeno; inibe a
menstruação e nova
ovulação.

Métodos anticoncepcionais (contraceptivos)


Os métodos contraceptivos podem ser divididos didaticamente em: comportamentais, de barreira,
dispositivo intra-uterino (DIU), métodos hormonais e cirúrgicos. A escolha do método
contraceptivo deve ser sempre personalizada levando-se em conta fatores como idade, números de
filhos, compreensão e tolerância ao método, desejo de procriação futura e a presença de doenças
crônicas que possam agravar-se com o uso de determinado método. Como todos os métodos têm
suas limitações, é importante que saibamos quais são elas, para que eventualmente possamos optar
por um dos métodos. Todavia, na orientação sobre os métodos anticoncepcionais deve ser destacada
a necessidade da dupla proteção (contracepção e prevenção as DST e HIV/AIDS), mostrando a
importância dos métodos de barreira, como os preservativos masculinos ou femininos.

A) Métodos comportamentais:
Método Rítmico ou Ogino-Knaus (do calendário ou tabelinha) : procura calcular o início e o fim

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do período fértil (já explicado anteriormente no ciclo menstrual) e somente é adequado para
mulheres com ciclo menstrual regular. A mulher deve ser orientada, inicialmente, a marcar no
calendário os últimos 6 a 12 ciclos menstruais com data do primeiro dia e duração, calculando então
o seu período fértil e abstendo-se de relações sexuais com contato genital neste período. É pouco
eficaz se não for combinado com outros métodos, como preservativos ou espermicidas, pois
depende da abstenção voluntária nos períodos férteis da mulher, onde a libido (desejo sexual) se
encontra em alta.

Temperatura basal: método oriundo na observação das alterações fisiológicas da temperatura


corporal ao longo do ciclo menstrual. Após a ovulação, a temperatura basal aumenta entre 0,3 e
0,8o C (ação da progesterona). A paciente deve medir a temperatura oral, durante 5 minutos, pela
manhã (após repouso de no mínimo 5 horas) antes de comer ou fazer qualquer esforço, e anotar os
resultados durante dois ou mais ciclos menstruais. Esse procedimento deve ser realizado desde o
primeiro dia da menstruação até o dia em que a temperatura se elevar por 3 dias consecutivos.
Depois de estabelecer qual é a sua variação normal, e o padrão de aumento, poderá usar a
informação, evitando relações sexuais no período fértil. Uma grande desvantagem do método da
temperatura é que se a mulher tiver alguma doença, como um simples resfriado ou virose, todo o
esquema se altera, tornando impossível retomar a linha basal, ou saber se o aumento de temperatura
é devido à ovulação ou a febre.

Método do Muco Cervical (Billing) : baseia-se na identificação do período


fértil pelas modificações cíclicas do muco cervical, observado no auto-
exame e pela sensação por ele provocada na vagina e vulva. A observação
da ausência ou presença do fluxo mucoso deve ser diária. O muco cervical
aparece cerca de 2 a 3 dias depois da menstruação, e inicialmente é pouco
consistente e espesso. Logo antes da ovulação, ele atinge o chamado
"ápice", em que fica bem viscoso.
Testa-se colocando o muco entre o indicador e o polegar e tentando-se
separar os dedos. É necessária a interrupção da atividade sexual nesta fase,
permanecendo em abstinência por no mínimo 4 dias a partir do pico de
produção, período em que se inicia o período infértil novamente. Esse
método também exige observação sistemática e responsabilidade por parte
da mulher durante vários meses, até conhecer bem o seu ciclo e o muco. No
entanto, qualquer alteração provocada por doença, ou quando a mulher tem
pouco ou muito muco, o método se torna pouco confiável.

Coito interrompido : baseia-se na capacidade do homem em pressentir a iminência da ejaculação e


neste momento retirar o pênis da vagina. Tem baixa efetividade, levando à disfunção sexual do
casal, e deve ser desencorajado.

B) Métodos de Barreira

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Estes métodos impedem a ascensão dos espermatozóides ao


útero, sendo fundamentais na prevenção das DST e AIDS. Junto
com a pílula anticoncepcional e o coito interrompido, são os
métodos não definitivos mais utilizados.

Condom ou camisinha ou preservativo: quase todas as


pessoas podem usar; protege contra doenças sexualmente
transmissíveis, inclusive AIDS; previne doenças do colo uterino;
não faz mal a saúde; é de fácil acesso.
O condom masculino é um envoltório de látex que recobre o pênis, retendo o esperma no ato
sexual, impedido o contato deste e de outros microrganismos com a vagina e o pênis ou vice-versa.
O condom feminino constitui-se em um tubo de poliuretano com
uma extremidade fechada e a outra aberta acoplado a dois anéis
flexíveis também de poliuretano na cérvice uterina, paredes
vaginais e vulva. O produto já vem lubrificado devendo ser
utilizado uma única vez, destacando-se que o poliuretano por ser
mais resistente que o látex pode ser utilizado com vários tipos de
lubrificantes.

Efeitos colaterais : alergia ou irritação, que pode ser reduzida


trocando a marca e tipo e com uso de lubrificantes à base de água.
Diafragma :é um anel flexível, coberto por uma membrana de borracha fina, que
a mulher deve colocar na vagina, para cobrir o colo do útero. Como uma barreira,
ele impede a entrada dos espermatozóides, devendo ser utilizado junto com um
espermicida, no máximo 6 horas antes da relação sexual. A adesão da paciente
depende da utilização correta do dispositivo. A higienização e o armazenamento
corretos do diafragma são fatores importantes na prevenção de infecções genitais
e no prolongamento da vida útil do dispositivo. Por apresentar vários tamanhos
(de acordo com o tamanho do colo uterino), deve ser indicado por um médico
para uma adequação perfeita ao colo uterino.
Esponjas e Espermicidas : as esponjas são feitas de poliuretano, são
adaptadas ao colo uterino com alça para sua remoção e são descartáveis
(ao contrário do diafragma), estão associadas a espermicidas que são
substâncias químicas que imobilizam e destroem os espermatozóides,
podendo ser utilizados combinadamente também com o diafragma ou
preservativos. Existem em várias apresentações de espermicidas: cremes,
geléias, supositórios, tabletes e espumas.
Dispositivo Intra-Uterino (DIU) : os DIUs são artefatos de polietileno,
aos quais podem ser adicionados cobre ou hormônios, que são inseridos
na cavidade uterina exercendo sua função contraceptiva. Atuam
impedindo a fecundação, tornando difícil a passagem do espermatozóide
pelo trato reprodutivo feminino.

Os problemas mais freqüentes durante o uso do DIU são a expulsão do


dispositivo, dor pélvica, dismenorréia (sangramentos irregulares nos
meses iniciais) e aumento do risco de infecção (infecção aguda sem
melhora ou infecções persistentes implicam na remoção do DIU). Deve
ser colocado pelo médico e é necessário um controle semestral e sempre
que aparecerem leucorréias (corrimentos vaginais anormais).

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D) Anticoncepção Hormonal

Anticoncepcional Hormonal Combinado Oral (AHCO) : consiste na


utilização de estrogênio associado ao progesterona, impedindo a concepção
por inibir a ovulação pelo bloqueio da liberação de gonadotrofinas pela
hipófise. Também modifica o muco cervical tornando-o hostil ao
espermatozóide, altera as condições endometriais, modifica a contratilidade
das tubas, interferindo no transporte ovular.

Existem diversos tipos de pílulas. As mais comumente receitadas são:


1 - pílulas monofásicas : toma-se uma pílula por dia, e todas têm a mesma
dosagem de hormônios (estrogênio e progesterona). Começa-se a tomar no
quinto dia da menstruação até a cartela acabar. Fica-se sete dias sem tomar,
durante os quais sobrevém a menstruação.
2 - pílulas multifásicas : toma-se uma pílula por dia, mas existem pílulas
com diferentes dosagens, conforme a fase do ciclo. Por isso, podem ter
dosagens mais baixas, e causam menos efeitos colaterais. São tomadas
como as pílulas monofásicas, mas têm cores diferentes, de acordo com a
dosagem e a fase do ciclo: não podem ser tomadas fora da ordem.
3 - pílulas de baixa dosagem ou minipílulas : têm uma dosagem mais
baixa e contém apenas um hormônio (geralmente progesterona); causando
menos efeitos colaterais. São indicadas durante a amamentação, como uma
garantia extra para a mulher. Devem ser tomadas todos os dias, sem
interrupção, inclusive na menstruação.

a pílula só deve ser tomada depois de se fazer um exame médico completo


em um ginecologista, que receitará a mais adequada para cada caso .

Desvantagens:
1 - Pode causar efeitos colaterais em algumas mulheres, como náusea, sensibilidade dos seios,
ganho de peso ou retenção de água, alterações no humor, manchas na pele, dor de cabeça, aumento
na pressão sangüínea.
2 - Mulheres fumantes, com problemas cardíacos, com doenças do fígado e do coração, hipertensão,
suspeita de gravidez, flebite ou varizes, glaucoma, enxaqueca, derrame, ou obesidade não devem
usar pílulas.
3 - É menos efetiva quando tomada com algumas drogas. Certas medicações, especificamente
antibióticos interferem na ação das pílulas, tornando o controle menos efetivo.
4 - Uma falha no esquema de tomar a pílula pode cancelar ou diminuir sua efetividade.
5 - Tomada por muito tempo, pode aumentar o risco de câncer de mama. E não é recomendada para
mulheres com menos de 16 ou mais de 40 anos.

Injetáveis : os anticoncepcionais hormonais Consiste na administração de progesterona


injetáveis são anticoncepcionais hormonais que isolada, via parenteral (IM), com obtenção de
contém progesterona ou associação de estrogênios, efeito contraceptivo por períodos de 1 ou 3
para administração parenteral (intra-muscular ou meses, ou de uma associação de estrogênio e
IM), com doses hormonais de longa duração. progesterona para uso parenteral (IM), mensal.

implante hormonal : microbastão de hormônio sintético similar à progesterona, que é implantado


no antebraço (com anestesia local) e inibe a ovulação. Dura três anos.

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adesivo anticoncepcional: Foi lançado no Brasil em Março de 2003 um adesivo anticoncepcional


que deve ser colado na pele, em diversos locais do corpo, permanecendo na posição durante uma
semana. Apresenta a vantagem de que os hormônios serão absorvidos diretamente pela circulação
evitando alguns efeitos colaterais da pílula oral.

E) Métodos definitivos

Laqueadura tubária e Vasectomia : a esterilização (laqueadura tubária e vasectomia) um método


contraceptivo cirúrgico e definitivo , realizado na mulher através da ligadura ou corte das trompas
impedindo, o encontro dos gametas masculino e feminino e no homem, pela ligadura ou corte dos
canais deferentes (vasectomia), o que impede a presença dos espermatozóides no líquido ejaculado.
Quando houver indicação de contracepção cirúrgica masculina e, principalmente, a feminina deve
ser baseada em critérios rígidos, observando-se a legislação vigente.

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Genética
Quadro do professor

• 3o Ano - 5o Mês - Conteúdo 28

.Genética

Gregor Johann Mendel foi um monge agostiniano, botânico e meteorologista austríaco que nasceu
em 1822. Filho de uma família de humildes camponeses em casa costumava observar e estudar as
plantas. Sendo um brilhante estudante seus familiares o encorajou a seguir os estudos superiores, e
aos 21 anos entrou em um mosteiro da Ordem de Santo Agostinho. Obedecendo aos costumes da
ordem, ao tornar-se monge, adotou outro nome: "Gregor". No mosteiro Mendel fazia a supervisão
dos jardins, estudou no Instituto de Filosofia de Olmütz e na Universidade de Viena tornando-se
professor de ciências naturais na Escola Superior de Brno. Dedicou sua vida ao estudo do
cruzamento de muitas espécies: feijões, chicória, plantas frutíferas, abelhas e principalmente
ervilhas cultivadas na horta do mosteiro onde vivia analisando os resultados matematicamente.
Gregor Mendel, "o pai da genética", como é conhecido, propôs que a existência de características
(tais como a côr) das flores é devido à existência de um par de unidades elementares de
hereditariedade, agora conhecidas como genes. Morreu a 6 de Janeiro de 1884, em Brno de uma
doença renal crônica.
Em seus estudos Mendel observou que as diferentes linhagens, para os diferentes caracteres
escolhidos, eram sempre puras, isto é, não apresentavam variações ao longo das gerações. Por
exemplo, a linhagem que apresentava sementes da cor amarela produziam descendentes que
apresentavam exclusivamente a semente amarela. O mesmo caso ocorre com as ervilhas com
sementes verdes. Essas duas linhagens eram, assim, linhagens puras. Mendel resolveu então estudar
esse caso em especifico.

A flor de ervilha é uma flor típica da família das Leguminosae em cujo interior ficam os órgãos
reprodutores masculinos e femininos. Por isso, nessa família, a norma é haver autofecundação, ou
seja, o grão de pólen da antera de uma flor cai no pistilo da própria flor, não ocorrendo fecundação
cruzada. Logo para cruzar uma linhagem com a outra era necessário evitar a autofecundação.

Mendel escolheu alguns pés de ervilha de semente amarela e outros de semente verde, e retirou das
flores as anteras imaturas, tornando-as, desse modo, completamente femininas. Depois de algum
tempo, quando as flores se desenvolveram e estavam maduras, polinizou as flores de ervilha
amarela com o pólen das flores verdes, e vice-versa. Essas plantas constituem portanto as
linhagens parentais . Os descendentes desses cruzamentos constituem a primeira geração em
estudo designada por geração F1 , assim como as seguintes são designadas por F2, F3 , etc.

Resultados em F1

Todas as sementes obtidas em F1 (primeira geração), foram amarelas, portanto iguais a um dos pais.
Uma vez que todas as sementes eram iguais, Mendel plantou-as e deixou que as plantas quando
florescessem, autofecundassem-se, produzindo assim a geração F2 (segunda geração).

Resultados em F2

As sementes obtidas na geração F2 foram amarelas e verdes, sempre na proporção de 3 para 1.


Inclusive na análise de dois caráteres simultaneamente, Mendel sempre caía na proporção final de
3:1.

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Interpretação dos resultados

Para explicar a ocorrência de somente sementes amarelas em F1 e os dois tipos em F2, Mendel
começou admitindo a existência de fatores que passassem dos pais para os filhos por meio dos
gametas. Cada fator seria responsável pelo aparecimento de um caráter .

Assim, existiria um fator que condiciona o caráter amarelo e que podemos representar por V
(maiúsculo), e um fator que condiciona o caráter verde e que podemos representar por v
(minúsculo). Quando a ervilha amarela pura é cruzada com uma ervilha verde pura, o híbrido F1
recebe o fator V e o fator v, sendo portanto, portador de ambos os fatores. As ervilhas obtidas em
F1 eram todas amarelas, isso quer dizer que, embora tendo o fator v (minúsculo), esse não se
manifestou. Mendel chamou de "dominante" o fator que se manifesta em F1, e de "recessivo" o que
não aparece. Utiliza-se sempre a letra do caráter recessivo para representar ambos os caráteres,
sendo maiúscula a letra do dominante e minúscula a do recessivo.

Continuando a análise, Mendel contou em F2, o número de indivíduos com caráter recessivo, e
verificou que eles ocorrem sempre na proporção de 3 dominantes para 1 recessivo (3:1). Mendel
chegou a conclusão que o fator para verde só se manifesta em individuos puros, ou seja com ambos
os fatores iguais a v (minúsculo). Em F1 as plantas possuíam tanto os fatores V quanto o fator v
sendo, assim, necessariamente amarelas. Podemos representar os indivíduos da geração F1 como
Vv (heterozigoto, e, naturalmente, dominante). Logo para poder formar indivíduos vv (homozigotos
recessivos) na geração F2 os gametas formados na fecundação só poderiam ser vv.

Esse fato foi posteriormente explicado pela meiose, que ocorre durante a formação dos gametas.
Mendel havia criado então sua teoria sobre a hereditariedade e da segregação dos fatores.

A primeira lei de Mendel , chamada de lei da segregação ou lei da pureza dos gametas , pode
ser enunciada da seguinte forma:
1a Lei de Mendel : (Monoibrídismo) Cada caráter e condicionado por dois fatores . Eles se
separam na formação dos gametas, indo apenas um fator por gameta . (Lei da segregação de genes,
ou seja, na formação dos gametas, os pares de fatores se segregam.

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Após o estudo detalhado de cada um dos sete pares de caracteres em ervilhas, Mendel passou a
estudar dois pares de caracteres de cada vez. Para realizar estas experiências, Mendel usou
ervilhas de linhagens puras com sementes amarelas e lisas e ervilhas também puras com sementes
verdes e rugosas.

Portanto, os cruzamentos que realizou envolveram os caracteres cor (amarela e verde) e forma
(lisas e rugosas) das sementes, que já haviam sido estudados, individualmente, concluindo que o
amarelo e o liso eram caracteres dominantes. Mendel então cruzou a geração parental (P) de
sementes amarelas e lisas com as ervilhas de sementes verdes e rugosas, obtendo, em F1, todos os
indivíduos com sementes amarelas e lisas, como os pais dominantes. o resultado de F1 já era
esperado por Mendel, uma vez que os caracteres amarelo e liso eram dominantes. Posteriormente,
realizou a autofecundação dos indivíduos F1, obtendo na geração F2 indivíduos com quatro
fenótipos diferentes, incluindo duas combinações inéditas (amarelas e rugosas, verdes e lisas).

Os números obtidos aproximam-se bastante da proporção 9 : 3 : 3 : 1 Observando-se as duas


características, simultaneamente, verifica-se que obedecem à Primeira Lei de Mendel. Em F2, se
considerarmos cor e forma, de modo isolado, permanece a proporção de três dominantes para
um recessivo . Analisando os resultados da geração F2, percebe-se que a característica cor da
semente segrega-se de modo independente da característica forma da semente e vice-versa.

Essa geração dos genes, independente e ao acaso, constituiu-se no fundamento básico da Segunda
lei de Mendel ou Lei da segregação independente.

A segunda Lei de Mendel : (Diibridismo) Os genes para dois ou mais caracteres são transmitidos
aos gametas de forma totalmente independente, um em relação ao outro. A segunda lei também
e conhecida como lei de segregação independente .

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Exemplo de segregação independente


Cor dos olhos em drosofila: Selvagem (SS) e sépia (ss)
Forma da asa de drosofila : Asa longa (VV) e asa vestigial (vv)

O cruzamento entre dois indivíduos heterozigotos para forma da asa e cor dos olhos (SsVv x
SsVv), ou seja, com fenótipo olho selvagem e asa longa , terá como provável resultado:

Gametas Gametas Gametas Gametas


SV Sv sV sv
Gametas SSVV SSVv SsVV SsVv
SV (olho selvagem e (olho selvagem e (olho selvagem e (olho selvagem e
asa longa) asa longa) asa longa) asa longa)
Gametas SSVv SSvv SsVv Ssvv
Sv (olho selvagem e (olho selvagem e (olho selvagem e (olho selvagem e
asa longa) asa vestigial) asa longa) asa vestigial)
Gametas SsVV SsVv ssVV ssVv
sV (olho selvagem e (olho selvagem e (olho sépia e asa (olho sépia e asa
asa longa) asa longa) longa) longa)
Gametas SsVv Ssvv vvVv Ssvv
sv (olho selvagem e (olho selvagem e (olho sépia e asa (olho sépia e asa
asa longa) asa vestigial) longa) vestigial)

A proporção fenotípica é (9:3:3:1) :

9/16 olho selvagem e asa longa


3/16 olho selvagem e asa vestigial
3/16 olho sépia e asa longa
1/16 olho sépia e asa vestigial.

Genótipo e fenótipo

Dois conceitos importantes em genética são o genótipo e o fenótipo. O fenótipo de um organismo é


a sua constituição, aparência física ou a manifestação específica de uma característica, como o
tamanho ou a cor dos olhos, que varia entre indivíduos. O fenótipo é determinado até certo ponto
pelo genótipo, ou seja pela identidade dos alelos que um indivíduo possui em um mais locais dos
cromossomos. Grande parte dos fenótipos são determinados por genes múltiplos e influenciados por
fatores ambientais. Assim, nem sempre a identidade de um ou de alguns alelos conhecidos permite
prever o fenótipo.

O aparecimento de fenótipos deve-se à presença de material hereditário herdado dos genitores logo
o fenótipo nada mais é do que a expressão dos genes contidos em um conjunto dos cromossomos
situados no núcleo das células.

Ao conjunto dos genes de um indivíduo damos o nome de genótipo e são eles os portadores das
informações que condicionam o fenótipo. Como os fenótipos são muito mais fáceis de observar do
que os genótipos, a genética clássica usa fenótipos para inicialmente deduzir as funções dos genes.
A interação entre o genótipo e o fenótipo é freqüentemente descrita usando uma equação simples:
genótipo + meio = fenótipo

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Um fenótipo é qualquer característica detectável de um organismo (estrutural, bioquímica,


fisiológica e comportamental) determinada pela interação entre o seu genótipo e o meio.
Interação entre alelos de um mesmo gene

Herança dominante.
É quando um alelo expressa o fenótipo correspondente tanto em homozigose (dois alelos idênticos
para a mesma característica) quanto em heterozigose (dois alelos diferentes para a mesma
característica). É representado por letra maiúscula e sempre mencionado antes do seu alelo
recessivo. (Exemplo: Aa – alelos heterozigóticos ou AA – alelos homozigóticos dominantes)

Herança recessiva
É quando um alelo expressa o fenótipo correspondente somente em homozigose (dois alelos
idênticos para a mesma característica). É representado por letra minúscula. (Exemplo: aa - alelos
homozigóticos recessivos).

Dominância incompleta
É quando indivíduos heterozigóticos apresentam fenótipos intermédios entre os seus progenitores
de linhagens puras, isto acontece porque uma única copia do gene funcional não é suficiente para
expressar o fenótipo de um dos progenitores, em outras palavras, a expressão gênica de um único
gene não é suficiente para produzir uma quantidade mínima de enzima, por exemplo.
Exemplo: A "flor maravilha" ou “flor boca de leão”, cuja cor das pétalas pode ser, quando em
homozigose, vermelha (RR) ou branca (rr). O cruzamento de linhas puras dos dois tipos origina
uma flor com características intermédias ao dos progenitores, ou seja, originam flores de cor rosa
(Rr).
Outro exemplo a característica espessura dos lábios dos humanos:
Gene TT = Lábios grossos ; Gene tt = lábios finos ; Gene Tt = lábios intermediários.

Co-dominância ou ausência de dominancia


É um tipo de interação entre alelos de um gene onde não existe relação de dominância, o indivíduo
heterozigoto que apresenta dois genes funcionais, produz os dois fenótipo ao mesmo tempo ,
isto é, ambos os alelos do gene em um indivíduo diplóide se expressam. Exemplo: O tipo sanguíneo
humano, apresenta 3 alelos (alelos múltiplos) IA, IB e i . Portanto apresenta 6 genótipos
diferentes (IA/IA, IA/i, IB/IB, IB/i,IA/IB e i/i) que originam 4 fenótipos diferentes : os tipos
sanguíneos A, B, AB e O .

IA/IA; IA/i --> Tipo A (o antígeno A é expressado na membrana da célula sanguínea).


IB/IB; IB/i --> Tipo B (o antígeno B é expressado na membrana da célula sanguínea)
IA/IB --> Tipo AB (os dois antígenos são expressados na membrana da célula sanguínea).
i/i --> Tipo O (nenhum antígeno é expressado na membrana da célula sanguínea)

Alelo Letal
Em 1905, o cientista Lucien Cuénot, baseado em experimentos em que estudava a herança da cor da
pelagem em camundongos (determinada por um par de genes alelos com dominância completa)
verificou que esse tipo de herança não obedecia às proporções esperadas segundo as leis
mendelianas. Assim, cruzando entre si ratos de pelagem amarela (caráter dominante), nasciam
camundongos de pelagem amarela e de pelagem castanha (caráter recessivo), mas, respectivamente,
na proporção de 2:1 e não na proporção esperada de 3:1.

Posteriormente, descobriu-se que camundongos amarelos homozigotos não chegavam a nascer,


morrendo no útero materno na fase embrionária. Concluiu-se então que os genes para pelagem

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amarela em dose dupla são letais ao indivíduo, já que provocam sua morte. Um exemplo de genes
letais na espécie humana são os que condicionam a doença de Tay-Sachs, condicionada por um par
de gene letal recessivo e que provoca a morte de crianças, ao redor dos dois anos de vida,
acometidas por paralisia generalizada. Sendo assim o gene letal é um gene que causa a morte pré ou
pós-natal, ou que então produz uma deformidade significante. O alelo letal pode ser dominante, isto
é, mata em homozigose e heterozigose. Neste caso os indivíduos morrem antes de deixar
descendentes, logo estes genes são rapidamente reduzidos na população. O alelo letal pode ser
recessivo e neste caso ele mata apenas em homozigose.

Polialelia ou Alelos Múltiplos


Conceito - Quando existem três ou mais tipos de alelos diversos para o mesmo locus
cromossômico.
Causa - Um gene que sofre diversas mutações, produzindo vários genes alelos ( série de alelos ) .

Exemplos - Cor da pelagem em coelhos. Nos coelhos, temos uma série de 4 genes alelos : C ( aguti
ou selvagem ) , Cch ( chinchila ) , Ch ( himalaia ) e Ca ( albino ), dominantes um sobre o outro,
respectivamente, da esquerda para a direita (vide abaixo).

Obs : Nessa forma de existência dos genes, em alelos múltiplos, alguns tem dominância sobre
outros. Como no exemplo dos coelhos, o gene C é dominante sobre todos os outros três, o Cch
dominante em relação ao himalaia e ao albino, porém recessivo perante o aguti, e assim
sucessivamente.

Exemplo de Cruzamento :
CCh X CchCa
CCh -> aguti ou selvagem
CCa -> aguti ou selvagem
CchCh -> chinchila
ChCa -> himalaia
Proporção fenotípica : 2 Aguti : 1 Chinchila : 1 Himalaia
Penetrância Gênica
É muito comum que o mesmo genótipo produza algumas pequenas variedades nos fenótipos, ou
seja, não se expresse exatamente igual em todos os indivíduos. A quantidade percentual de
indivíduos de um grupo que expressa o genótipo exatamente corresponde a um fenótipo chama-se
penetrância gênica.

Por exemplo: O feijão-carioca possui as sementes variegadas (com listras) e essa é uma
característica dominante homozigótica (LL), porém 5% deles são totalmente pigmentados, apesar
de serem LL, ou seja, não exibem o fenótipo da maioria.

Outro exemplo: Na espécie humana a polidactilia postaxial (Um dedo a mais nos pé ou na mão) é
condicionado por um alelo dominante, porém cerca de 30% dos portadores deste alelo dominante
não apresentam um dedo extranumerário.

A manifestação de um gene em um fenótipo é definida como expressividade gênica e a sua


quantificação percentual de penetrância gênica.

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Sistema ABO

Os grupos sangüíneos foram descobertos no início do século XX quando o cientista austríaco Karl
Landsteiner se dedicou a comprovar que havia diferenças no sangue de diversos indivíduos. Ele
colheu amostras de sangue de diversas pessoas, isolou os glóbulos vermelhos e fez diferentes
combinações entre plasma e glóbulos vermelhos, tendo como resultado a aglutinação dos glóbulos
em alguns casos, formando grânulos, e em outros não. Landsteiner explicou então por que algumas
pessoas morriam depois de transfusões de sangue e outras não. Atualmente sabemos que os quatro
fenótipos do sistema sanguíneo ABO – A,B,AB e O - são determinados por um gene com alelos
múltiplos . Os três alelos desse gene são denominados IA, IB e i .

O IA determina a presença do aglutinogênio A na membrana das hemácias, o IB determina a


presença do aglutinogênio B e o i não determina a presença de nenhum dos dois.

Anticorpos chamados aglutininas são produzidos naturalmente pelo organismo de pessoas para
agirem contra os aglutinogênios estranhos, ou seja, aglutinogênios que não existem nas
membranas de suas hemácias, logo, hemácias que possuem o aglutinogênio A produzem
naturalmente a aglutinina anti-B, as hemácias que possuem o aglutinogênio B produzem
naturalmente a aglutinina anti-A e as hemácias que não possuem nem o aglutinogênio A ou B
produzem ambas aglutininas anti-A e anti-B.

Tipo Genótipo Aglutinogênios presentes nas Aglutininas no plasma


sanguíneo membranas das hemácias (anticorpos que reagem com os
(Fenótipo expressado) aglutinogênios presentes nas
membranas de hemácias)
A IA IA ou IA i A Anti-B
B IB IB ou IB i B Anti-A
AB IA IB AB Nenhuma
O ii - Anti-A e Anti-B

O tipo sanguíneo Recebe de Doa para


A AeO A e AB
B BeO B e AB
AB A , B, AB e O AB
O O A , B, AB e O

Atualmente sabe-se que existem outros antígenos na superfície das hemácias que também podem
estar implicados em reações hemolíticas em transfusões, como por exemplo: Fator Rh. Antígeno
Kell, Antígeno Duffy, Antígeno Kidd e Antígeno Lewis

O Sistema sangüíneo MN
Ocorre em humanos e envolve a presença de antígenos M e/ou N nas hemácias. M e N são os alelos
adotados nesse sistema, que podem ser M ou m ou N ou n , já que não há dominância ou
recessividade . Os genótipos possíveis são MM (pertencendo ao grupo M), NN (pertencendo ao
grupo N) ou MN (pertencendo ao grupo MN). Um indivíduo MM tem proteínas especiais M e um
indivíduo NN tem proteínas especiais N. Já o indivíduo MN, como o AB do sistema ABO, tem os
dois tipos de proteínas. As doações nesse sistema são livres , qualquer indivíduo pode doar sangue
para qualquer outro pois o sistema MN não apresenta problemas nas transfusões porque a reação
antígeno-anticorpo é muito fraca, não ocorrendo aglutinações consideráveis.

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Sistema Rh
Em 1940, Karl Landsteiner (descobridor do sistema ABO) e Alexander Solomon Wiener realizaram
experiências com o sangue do macaco Rhesus. Ao injetar sangue em cobaias, perceberam que elas
produziam anticorpos. Concluíram que havia nas hemácias do sangue do macaco um antígeno que
foi denominado de fator Rh. O anticorpo produzido no sangue da cobaia foi denominado de anti-
Rh. Os indivíduos que apresentam o fator Rh são conhecidos como Rh+, apresentando os genótipos
DD ou Dd. Os indivíduos que não apresentam o fator Rh são denominados Rh- e apresentam o
genótipo dd, sendo geneticamente recessivos.

Quando se procede a uma transfusão sanguínea é necessário verificar se o receptor tem Rh - . Se


assim for, o paciente só poderá receber sangue também Rh - , já que se receber sangue Rh+ o
sistema imunológico poderá reagir, causando hemólise. O contrário, contudo, pode ocorrer - o
paciente com Rh+ pode receber sangue Rh-, já que este último não traz consigo os antígenos que
provocam a reação imunológica.

Tipo Genótipo Aglutininas no plasma Pode Doar Pode receber


Rh + DD ou Dd Nenhuma DD, Dd DD, Dd e dd
Rh - dd Anti-D dd dd

Os anticorpos anti Rh não existem naturalmente no sangue das pessoas, sendo fabricados
apenas por indivíduos Rh-, quando estes recebem transfusões de sangue Rh+.
Pessoas Rh+ nunca produzem anticorpos anti Rh , pois se o fizessem provocariam a destruição
de suas próprias hemácias.

Da combinação entre o Sistema ABO e o fator Rh, podemos encontrar os chamados receptores e
doadores universais. Logo os indivíduos do tipo AB+ (AB, Rh positivo) são os Receptores
Universais e os indivíduos do tipo O- (O ou Zero, Rh negativo) são os Doadores Universais.Veja as
tabelas abaixo comparando a compatibilidade entre os tipos de sangue.

A distribuição dos grupos sanguíneos na população humana não é uniforme sendo o mais comum é
O+, enquanto que o mais raro é o AB-.

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Distribuição mundial dos tipos sanguíneos

Eritroblastose fetal
A eritroblastose fetal, doença de Rhesus, doença hemolítica por incompatibilidade Rh ou doença
hemolítica do recém-nascido ocorre quando uma mãe de Rh- que já tenha tido uma criança com
Rh+ (ou que tenha tido contato com sangue Rh+) dá à luz a outro filho com Rh+. Isto ocorre
porque durante o primeiro parto, ocorrem rupturas na placenta, com passagem de hemácias da
criança Rh+ para a circulação da mãe Rh-. Isso estimula na mãe a produção de anticorpos anti-Rh e
ela adquire memória imunitária contra o fator Rh+. Durante uma segunda gravidez , esses
anticorpos atravessam a placenta e provocam a hemólise do sangue da segunda criança, caso ela
seja RH+.
A incompatibilidade do fator Rh entre mãe e filho pode resultar na morte do feto ou danos cerebrais
e insuficiência hepática. A destruição das hemácias do feto leva a uma anemia profunda, e o recém-
nascido adquire icterícia (pele amarelada), devido ao acúmulo de bilirrubina, produzida no fígado a
partir de imensa quantidade de hemoglobina das hemácias destruídas. Como resposta à anemia, são
produzidas e lançadas no sangue hemácias ainda imaturas, os eritroblastos. Por esse motivo, a
doença também é chamada de Eritroblastose Fetal. Atualmente se trata preventivamente a mãe
com antisoro anti-Rh (+) também designada por imunoglobulina anti-D . Nesse caso, sempre que
uma mãe tenha sangue Rh- é verificado qual o grupo sanguíneo do recém-nascido, se este for Rh+,
a mãe recebe uma injeção de imunoglobulina contra o fator Rh nas primeiras 72 horas após o parto,
para impedir a formação dos anticorpos que poderiam criar complicações nas gestações seguintes.

Genética e Probabilidade
Probabilidade é a chance de um determinado evento ocorrer entre dois ou mais eventos possíveis.

A regra do “e”
A probabilidade de dois ou mais eventos independentes ocorrerem conjuntamente é igual ao
produto das probabilidades de eles ocorrerem separadamente.

Exemplo: A possibilidade de uma moeda dar cara = 1/2 (50%) pois um lado e cara e o outro é
coroa.

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Já a possibilidade de duas moeda dar cara, ou seja, de uma moeda dar cara E a outra dar cara = 1/2
x 1/2 = 1/4 (25%)

Já a possibilidade de três moeda dar cara, ou seja,


de uma moeda dar cara E outra dar cara E outra dar cara = 1/2 x 1/2 x 1/2 = 1/8 (12,5%)

A regra do “ou”
A probabilidade de dois eventos mutuamente exclusivos ocorrerem é igual a soma das
probabilidades de eles ocorrerem separadamente.

Exemplo: A possibilidade de uma moeda dar cara OU coroa = 1/2 (50%) + 1/2 (50%) = 100%.

Um casal quer ter um casal de filhos (podendo ser primeiro um menino e depois uma menina ou ser
primeiro uma menina e depois um menino).
A probabilidade do primeiro filho ser menino (1/2) E do segundo filho ser menina (1/2) é 1/4 (1/2 x
1/2) OU a probabilidade do primeiro filho ser menina (1/2) E do segundo filho ser menino (1/2)
também é 1/4.

Logo a probabilidade de um casal ter um casal de filhos (podendo ser primeiro um menino e depois
uma menina OU ser primeiro uma menina e depois um menino) é 1/4 + 1/4 = 1/2. ( A SOMA DAS
DUAS POSSIBILIDADES)

A interação gênica
É o fenômeno em que vários pares de genes interagem entre si para influenciar uma única
característica . A interação gênica envolve graus variáveis de complexidade. Os casos mais
simples, porém, resultam da interação entre dois genes não-alelos que são independentemente
segregados. Por exemplo o caráter "tipo de crista" em galinhas, por exemplo, é determinado por
dois pares independentes de genes.

Pleiotropia
O contrário da interação gênica é a pleiotropia, em que um único par de genes determina ao
mesmo tempo mais de um caráter do organismo .

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Epistasia
Quando um par de alelos de um gene impedem a expressão dos alelos de outro par, que podem
ou não estar no mesmo cromossomo, chamamos de Epistasia (gr. epi , sobre, stasis , parada,
inibição). Epistasia e interação gênica se referem ao mesmo fenômeno, entretanto, epistasia é
amplamente utilizado na genética de populações e se refere especialmente a propriedades
estatísticas do fenômeno. No caso de o alelo epistático aparecer sem par, ou seja, apenas um alelo é
necessário para manifestar a ação de inibição, dizemos que é epistasia dominante. Já no caso de
apenas manifestar-se a ação inibidora com o par de alelos, dizemos epistasia recessiva.

Exemplo de epistasia recessiva: Os camundongos comuns podem ter três diferentes cores de
pelagem: preto, albino e aguti. Estes fenótipos são determinados por dois locos gênicos, que
interagem entre eles. Vamos separar os locos para entender o fenômeno: o loco que determina a cor
da pelagem foi batizado como A. Quando o genótipo do indivíduo for AA ou Aa , ele apresentará a
cor aguti e quando for aa o indivíduo terá os pêlos pretos . O outro loco apenas controla a
expressão do loco A. Sempre que o genótipo do indivíduo for PP ou Pp, ele apresentará o fenótipo
determinado por A, e quando o genótipo for pp , o indivíduo será albino , independente do genótipo
para o loco A.
Observe o cruzamento e veja como funciona esta interação:

Exemplo de epistasia dominante: Em plumagem de galinhas o par de alelos CC ou Cc condiciona a


plumagem colorida enquanto o par de alelos cc condiciona a plumagem branca. Esses alelos
interagem com outro par de alelo II ou Ii e apenas as aves CCii ou Ccii são coloridas e as aves ccii
são brancas. Contudo aves CCII, CCIi, CcII e CcIi também são brancas, porque o alelo I impede a
pigmentação.

Quando cruzamos galinhas brancas duplo-heterozigóticas CcIi a descendência é constituída pela


proporção: 13 aves brancas: 3 aves coloridas.

Herança quantitativa ou poligênica


A Herança Quantitativa é definida pela quantidade de genes dominantes que um indivíduo possui.
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Um exemplo clássico é o da cor da pele humana, que seria determinada por um par de genes A e B:
AABB : Cor Preta
AaBB, AABb : Cor Mulato Escura
AaBb : Cor Mulato Média
Aabb, aaBb : Cor Mulato Clara
aabb : Cor Branca
Como pode se observar, à medida em que, na herança, é apresentada dominância de quaisquer
genes, a pele torna-se mais escura, sendo o contrário determinado pela progressiva ausência de
dominância dos dois genes.

• 3o Ano - 6o Mês - Conteúdo 29

Ligação gênica, ligação fatorial ou linkage


Quando genes localizados em um mesmo cromossomo tendem a irem juntos para o mesmo gameta
durante a meiose, dizemos que eles estão ligados ou apresentam ligação gênica. Um exemplo de
ligação entre genes situados no mesmo cromossomo é o tamanho das asas e a cor do corpo em
moscas ( Drosophila melanogaster ).
Como os alelos destes genes tendem a irem juntos para o mesmo gameta, geralmente nesses
casos , os alelos na geração de gametas não seguem a proporção esperada pela segunda lei de
Mendel, ou seja eles não se segregam independentes , e sim ocasionalmente juntos.

Por exemplo: Quando fêmeas de drosophila melanogaster de corpo cinzento (PP) e asas normais
(VV) são cruzadas com machos de corpo preto (vv) e e asas vestigiais (pp) produzem descendentes
100% PpVv.

F1 - Resultado obtido do cruzamento PPVV x ppvv. 100% corpo cinzento (Pp) com asas normais (Vv).

Se cruzarmos agora em um cruzamento teste , as fêmeas descendentes PpVv com machos ppvv
encontraremos:

F2 - Resultado obtido do cruzamento PpVv x Resultado esperado do cruzamento PpVv x


ppvv . ppvv .
41,5% corpo cinzento (PP) com asas normais 50% corpo cinzento (Pp) com asas normais (Vv).
(VV).
41,5% corpo preto (pp) com asas vestigiais (vv). 50% corpo preto (pp) com asas vestigiais (vv).
8,5% corpo cinzento (PP) com asas vestigiais
(vv).
8,5% corpo preto (pp) com asas normais (VV).

Pelos resultados percebemos que a fêmea PpVv não produziu apenas gametas PpVv como era
esperado pela segunda lei de Mendel, e sim alguns PPVv (8,5%) e PpVV (8,5%) . Como este
resultado é explicado?

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Durante a geração de gametas da fêmea, mais especificamente, durante a prófase I da meiose,


ocorrem trocas de pedaços entre cromátides de cromossomos homólogos , este fenômeno
chamado permutação ou crossing-over produz uma recombinação de um certo número de alelos
diferentes.

Arranjos Cis e Trans


Os arranjos onde os alelos dominantes estão em um cromossomo e os alelos recessivos estão no
homólogo correspondente, é chamado cis. Os arranjos onde cada cromossomo do par possui um
alelo dominante de um dos genes e um alelos recessivos do outro, é chamado trans.

Arranjo CIS

----- P ---- V ---- <- cromossomo 1

------ p ---- v ----- <- cromossomo 2

Arranjo TRANS

----- P ---- v ---- <- cromossomo 1

------ p ---- V ----- <- cromossomo 2


Mapeamento de cromossomos
Se a recombinação entre genes ligados é conseqüência das permutações, logo quanto menor for a
distancia entre dois genes, menor será a probabilidade de ocorrer permutação entre eles (pois
eles tendem a irem juntos na meiose), ou seja, quanto mais baixa for a freqüência de descendentes
recombinantes, menor será a distância entre os genes recombinados.
A unidade utilizada como medida de distância entre genes no cromossomo é a unidade de
recombinação (UR) ou centimorgan . Uma UR corresponde à taxa de 1% de recombinantes, logo,
quando se diz que a distância, entre dois genes é de 15 UR, significa que a taxa de recombinantes
entre eles é de 15%.

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Construindo mapas gênicos.


Considerando três lócus gênicos y, v, e m e sabendo que a taxa de recombinação entre y e v é de
32,2% e que a taxa de recombinação entre y e m é de 35,5%, em qual ordem estariam esses genes
no cromossomo? [y, v e m] ou [v, y e m]. Percebemos que apenas essas duas informações em
relação às distâncias não nos permite montar um mapa. É necessário saber qual é a taxa de
recombinação entre v e m, para descobrirmos se v está entre y e m ou se y está entre v e m.
Construir um mapa gênico é como determinar as distâncias entre cidades localizadas em uma
mesma rodovia, sabendo a distância de algumas delas. Como por exemplo: é fácil deduzir no
exemplo abaixo as distâncias entre as cidades A e B e entre as cidades A e E, conhecendo as
distâncias entre as cidades A e C (22km), E e F (14km), B e F (50km), A e D (35km), B e C
(12km), D e F (25km) e B e E (35km).

Montando o mapa:
A distância total AF = AD + DF que também será igual às distâncias AB + BF,
e esta também será igual às distâncias AE + EF.

AF = 60 km (AD=35 + DF=25). Logo se AF = AB + BF então AB = AF – BF


AB = 60 – 50 (AB = AF - BF). Logo AB = 10 km

E se AF = AE + EF então AE = AF – EF.
AE = 60 – 14 (AE = AF – EF), Logo AE = 46 km
Herança e sexo

Na maioria das espécies animais, a diferença entre machos e fêmeas reside em um par de
cromossomos, identificados como cromossomos sexuais ou heterossomos . Os outros
cromossomos que não diferem entre machos e fêmeas são chamados de autossomos

Sistemas de determinação do sexo

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Sistema XY:
Em muitas espécies dióicas as fêmeas tem um
par de cromossomos sexuais homólogos (XX)
e os machos tem um dos cromossomos
sexuais correspondente aos das fêmeas (X) e
outro tipicamente masculino (Y).

Neste caso são os machos que determinam a


diferenciação do sexo na prole. Os machos
são XY e as fêmeas são XX.

Sistema X0:
Em algumas espécies as fêmeas tem um par
de cromossomos sexuais homólogos (XX) e
os machos tem um apenas um cromossomo
sexual correspondente aos das fêmeas (X), ou
seja, não possuem o Y, tendo portanto um
número impar de cromossomos no cariótipo.

Neste caso são os machos que determinam a


diferenciação do sexo na prole. Os machos
são X0 e as fêmeas são XX.

Sistema ZW:
Em algumas espécies de répteis, peixes e
insetos são as fêmeas tem um par de
cromossomos sexuais diferentes (ZW) e os
machos tem um par de cromossomos
homólogos (ZZ), ou seja, neste caso são as
fêmeas que determinam a diferenciação do
sexo na prole. Os machos são ZZ e as fêmeas
são ZW

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Sistema haplóide/diplóide (haplodiploidia):


Em algumas espécies de insetos himenópteros
(abelhas e formigas) os machos são haplóides
(n) e as fêmeas são diplóides (2n). Os machos
originam-se de óvulos não fecundados (n),
fenômeno chamado partenogênese , sendo
que as fêmeas originam-se de óvulos
fecundados (2n). As fêmeas podem se
desenvolver em rainhas férteis ou em
operarias que são inférteis, dependendo do
tipo de alimentação que receberem durante a
fase larval.

Herança de genes localizados em cromossomos sexuais:


Apesar de serem diferentes os cromossomos X e Y apresentam pequenas regiões homólogas nas
extremidades , ou seja, na meiose masculina os dois cromossomos sexuais (XY) dos machos se
emparelham apenas pelas pontas para que sejam distribuídos pelas células filhas na primeira
divisão meiótica. As permutações entre esses dois cromossomos ocorrem apenas nessas regiões de
modo que praticamente não há recombinações entre os genes do cromossomo X e do cromossomo
Y.

Por outro lado genes localizados na parte não homóloga de um cromossomo sexual X pode não
ter um correspondente no cromossomo Y e vice-versa. A esta característica denominamos
herança ligado ao sexo .

Herança de genes humanos ligada ao cromossomo X

Daltonismo : Gene recessivo (dd) ligado ao cromossomo X,


Individuos apresentam incapacidade de distinguir as cores vermelho e verde.

MULHERES MULHERES HOMENS HOMENS


Genótipo Fenótipo Genótipo Fenótipo
XD XD Normal XD Y Normal
XD Xd Normal porem portadora Xd Y Daltônico
Xd Xd Daltônica

Uma mulher daltônica ( Xd Xd ) transmite o gene do daltonismo para o seu filho ( Xd Y), pois ela
só transmite o X.
Um homem daltônico ( Xd Y ) não transmite o gene do daltonismo para o seu filho ( XD Y), pois
ele só transmite o Y.
Para uma mulher nascer daltônica, seu pai, tem que ser daltônico ( X d Y), pois ele só transmite o X
para suas filhas.
Para um homem nascer daltônico, sua mãe, tem que ser daltônica ( X d X d ), pois ela só transmite
o X para seus filhos. Porem se ela for portadora ( X D X d ) e seu marido for normal ( X D Y ) a
chance de terem um filho com daltonismo é de 50%.

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Hemofilia: Gene recessivo (hh) ligado ao cromossomo X


Indivíduos apresentam uma falha no sistema de coagulação sanguínea, tendo hemorragias
abundantes.

MULHERES MULHERES HOMENS HOMENS


Genótipo Fenótipo Genótipo Fenótipo
XH XH Normal XH Y Normal
XH Xh Normal porem portadora Xh Y Hemofílico
Xh Xh Hemofílica

Distrofia Muscular de Duchenne: Gene recessivo (hh) ligado ao cromossomo X


Indivíduos apresentam degeneração e atrofia dos músculos, devido a produção ineficiente de uma
proteína denominada distrofina, presente nas células musculares.

Cromatina sexual ou corpúsculo de Barr e a Hipótese de Lyon


Os cientistas admitem que a condensação de um dos cromossomos X que ocorre nas fêmeas seja
uma estratégia para inativar os genes nele contido. Esse mecanismo compensaria a dose dupla
desses genes das fêmeas (XX) em relação a dose simples dos machos (X).
Essa inativação de um dos cromossomos X, transformando-o em cromatina sexual ou corpúsculo de
Barr, ocorre na fase embrionária das fêmeas de forma aleatória, podendo portanto influenciar na
expressão de genes localizados nos cromossomos X.
Herança de genes humanos ligada ao cromossomo Y (genes Holândricos)
Hipertricose auricular: Gene ligado ao cromossomo Y – Apenas o pai transmite para o seu filho
homem
Indivíduos apresentam longos pêlos nas orelhas.
Herança com efeito limitado ao sexo

Existem casos envolvendo genes que ocorrem nos dois sexos, mas que só se manifestam em um
deles . O efeito desses genes está em função principalmente da ação de hormônios sexuais . Um
exemplo é a manifestação dos caracteres sexuais secundários no homem e na mulher. Outro
exemplo é a produção de leite em gado leiteiro. No touro, existem genes destinados à produção de
leite que são transmitidos aos seus descendentes, mas esses genes manifestam-se apenas nas
fêmeas.
Em galináceos, há um tipo de plumagem no pescoço que só ocorre nos galos. O gene que determina
essa característica ocorre em ambos os sexos, mas só se manifesta nos machos.
Engenharia Genética e Modificação Genética
São termos para o processo de manipulação dos genes num organismo, geralmente fora do processo
normal reprodutivo deste. Envolvem freqüentemente o isolamento, a manipulação e a introdução do
DNA em um ser vivo, geralmente para exprimir um gene. O objetivo é de introduzir novas
características no ser vivo para aumentar a sua utilidade.

A produção de insulina humana através do uso modificado de bactérias, interferon, interleucina,


albumina, fator VIII, vacinas sintéticas contra Malária e Hepatite B e a produção de novos tipos de
ratos como o OncoMouse para pesquisa, são exemplos já existentes e bem sucedidos de
manipulação genética

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A engenharia genética pode oferecer a partir do estudo e manuseio bio-molecular, a obtenção de


diversos materiais orgânicos sintéticos. Com ela iniciou-se a era da manipulação de mensagens
genéticas expressas em fragmentos de seqüências que compõem o código hereditário, os
nucleotídeos.

A partir deste momento a engenharia genética passou a cortar ou modificar as moléculas de DNA,
utilizando enzimas específicas, as ligases, que são enzimas que unem uma cadeia fragmentada.

Grande parte do desenvolvimento da engenharia genética aconteceu a partir da identificação do


processo de síntese de proteínas, que é um fenômeno relativamente rápido e complexo, que ocorre
no interior das células. Este processo tem duas fases: transcrição e a tradução .

Síntese de proteínas (síntese protéica)


Transcrição

Ocorre no interior do núcleo das células e consiste na síntese de uma molécula de mRNA(RNA
Mensageiro) a partir da leitura da informação contida numa molécula de DNA . Este processo
inicia-se pela ligação do RNA–polimerase , que é um complexo enzimático, à molécula de DNA.
Esta enzima desfaz a dupla hélice , quebrando as pontes de hidrogênio que ligam as bases
complementares das duas cadeias, afastando-as . Em seguida inicia a síntese de uma molécula de
mRNA de acordo com a complementaridade das bases.

Quando a leitura termina, a recém-formada molécula mRNA separa-se da cadeia do DNA, e


esta restabelece as pontes de hidrogênio e a dupla hélice é reconstituída . Como nem todas as
seqüências da molécula do DNA codificam aminoácidos . O RNA sintetizado sofre um
processamento antes de abandonar o núcleo . Algumas porções do RNA transcrito, são
removidas, os íntrons , em um processo chamado splicing. O splicing só ocorre em células
eucarióticas , já que o DNA das células procarióticas não possui íntrons

As porções não removidas, os éxons , ligam-se entre si, formando um mRNA ( RNA
mensageiro) já processado , constituído apenas de por éxons . O RNA que sofre este processo de
exclusão de porções, é designado de RNA pré-mensageiro . No final do processo, o mRNA é
constituído apenas pelas sequências ligadas entre si entre o quinto carbono (5') de uma ribose com o
terceiro carbono (3') da ribose subseqüente.

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Nesta seqüência, cada trio de bases codifica um aminoácido, que juntos formarão uma proteína,
podendo assim migrar para o citoplasma, onde vai ocorrer a tradução da mensagem, isto é, a
síntese de proteínas a partir desse molde.

Tradução
Ocorre no citoplasma, e é a segunda parte da síntese protéica e consiste apenas da leitura que o
mRNA traz do núcleo, da qual representa uma seqüência de aminoácidos, que constituí a
proteína.Neste processo participam:
1 - mRNA , que vem do interior do núcleo;
2 - ribossomos ;
3 - tRNA (transferência);
4 - Enzimas (responsáveis pelo controle das reações de síntese);
5 - ATP , que fornece energia necessária para o processo

As moléculas de tRNA funcionam como intérpretes da linguagem do mRNA e da linguagem das


proteínas (encaixando as bases complementares no molde recém-formado). O processo da tradução
possui três etapas: iniciação , alongamento e finalização

Iniciação : uma subunidade do ribossomo liga-se à extremidade 5' do mRNA, e desliza ao longo da
molécula do mRNA até encontrar o códon de iniciação (AUG), transportando assim o tRNA o
aminoácido metionina, ligando-se assim ao códon de iniciação por complementaridade.

Alongamento : Um outro tRNA transporta um aminoácido específico de acordo com o códon e


estabelece a ligação peptídica entre o aminoácido recém-chegado e a metionina. O ribossomo
avança três bases ao longo do mRNA no sentido 5' -> 3', repetindo sempre o mesmo processo. Os
tRNA que já se ligaram inicialmente, vão-se desprendendo do mRNA sucessivamente.

Finalização : O ribossomo enconta o códon de finalização (UAA, UAG ou UGA) terminando o


alongamento. O último tRNA abandona o ribossomo, as subunidades do ribossomo separam-se,
podendo ser recicladas e por fim, a proteína (peptídeo) recém-sintetizada é liberada.

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A introdução de DNA nas células eucarióticas e procarióticas

A introdução de fragmentos de DNA contendo genes de interesse numa célula, só será satisfatório
na reprodução da mensagem genética de tal gene, se este estiver contido num vetor de clonagem
apropriado. Tais vetores contém sequências de regulação importantes para que a maquinaria celular
possa "ler corretamente" a informação contida no gene. Os vetores que são responsáveis por este
processo, podem ser plasmídeos, vírus e outros, também manipulados geneticamente. Como os
plasmídios são seqüências circulares extracromossômicas de DNA, que se reproduzem de forma
autônoma, tornaram-se portanto, ideais para a transmissão de informação genética nestes
microrganismos.

Existem muitas possíveis aplicações biotecnológicas da modificação genética, mas pela sua
natureza, a manipulação de DNA em eucarióticos através da engenharia genética convive com
problemas legais e éticos. Isto porque exige um controle rígido pela sociedade organizada, o que
tem gerado muitas polêmicas ético-morais, como por exemplo: a retirada de células tronco de
embriões humanos.

Enzimas de restrição
No início dos anos 70, descobriu-se que certas enzimas bacterianas podiam cortar (clivar) uma
molécula de DNA em pontos específicos, gerando vários fragmentos de tamanhos definidos que
poderiam ser rearranjados ligando-os nestes pontos específicos. Estas enzimas, também conhecidas
como endonucleases de restrição , agem como “tesouras moleculares” reconhecendo seqüências
de pares de bases específicas em moléculas de DNA cortando-as nesses pontos. Elas são altamente
específicas e cada tipo de enzima reconhece e corta apenas uma determinada seqüência de

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nucleotídeos. As seqüências de reconhecimento são sempre palíndromos , ou seja, uma seqüência


de unidades com a propriedade de poder ser lida tanto da direita para a esquerda como da esquerda
para a direita. Por exemplo: 5' GGATCC 3', da enzima Bam HI, ao ser lida na fita complementar no
sentido inverso também apresentará a mesma ordem, 5' GGATCC 3'.

Separação eletroforética de fragmentos de DNA


Os fragmentos de diferentes tamanhos, gerados pelo corte de um DNA por uma enzima de restrição,
podem ser separados uns dos outros por uma técnica denominada eletroforese .
O processo de Eletroforese é realizado em uma placa de gelatina especial (gel) onde uma
solução contendo os fragmentos de DNA é colocada em fendas em uma extremidade do gel, à qual
é conectado o pólo negativo de uma fonte geradora de corrente elétrica. No pólo oposto do gel é
aplicado o pólo positivo da fonte. A diferença de potencial faz os fragmentos de DNA se
deslocarem em direção ao pólo positivo. As moléculas são separadas de acordo com o seu tamanho,
pois as de menor massa irão migrar mais rapidamente que as de maior massa. Em alguns casos, o
formato da moléculas também influi, pois algumas terão maior facilidade para migrar pelo gel. A
eletroforese normalmente é utilizada para separar proteínas e moléculas de DNA e RNA.

As bandas contendo as proteínas são facilmente visualizadas, corando-as.

Resultado de uma Eletroforese em gel de agarose

Transgênicos
São organismos que, mediante técnicas de engenharia genética, contenham material genético de
outros organismos. A geração de transgênicos visa a obtenção de organismos com características
novas ou melhoradas relativamente ao organismo original. Resultados na área de transgenia já são
alcançados desde a década de 1970, na qual foi desenvolvida a técnica do DNA recombinante. A
manipulação genética recombina características de um ou mais organismos de uma forma que
provavelmente não aconteceria na natureza. Por exemplo, podem ser combinados os DNAs de
organismos que não se cruzariam por métodos naturais

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Professor Flávio Chame Barreto

A aplicação mais imediata dos organismos transgênicos é a sua utilização em investigação


científica. No caso das plantas, por exemplo, espécies com um reduzido ciclo de vida podem ser
utilizadas como "hospedeiras" para a inserção de um gene de uma planta com um ciclo de vida mais
longo. Em outros casos, a utilização de transgênicos é uma abordagem para a produção de
determinados compostos de interesse comercial e medicinal. O primeiro caso público foi a
utilização da bactéria E. coli , que foi modificada de modo a produzir insulina humana em finais da
década de 1970. Um exemplo recente, em 2007, foi o fato de uma equipe de cientistas conseguir
desenvolver mosquitos resistentes ao parasita da malária, através da inserção de um gene que
previne a infecção destes insetos pelo parasita portador da doença.
Vários países europeus, entre os quais Portugal, a maioria dos países Sul Americanos, vários países
africanos e asiáticos e a Austrália têm cultivado milhões de hectares de culturas transgênicas de
milho, soja e algodão.

Atualmente existe um debate bastante intenso relacionado à inserção de alimentos geneticamente


modificados (AGM) no mercado. Alguns mercados mundiais, tais como o da Europa e do Japão,
rejeitam fortemente a entrada de alimentos com estas características, enquanto que outros, como o
Norte e Sul-Americanos e o Asiático têm aceito estas variedades.
Projeto Genoma Humano (PGH)
O Projeto Genoma Humano teve por objetivo o mapeamento do genoma humano, e a
identificação de todos os nucleotídeos que o compõem. Consistiu em um esforço mundial para se
decifrar o genoma. Após a iniciativa do National Institutes of Health (NIH) estadunidense, centenas
de laboratórios de todo o mundo se uniram à tarefa de seqüenciar, um a um, os genes que codificam
as proteínas do corpo humano e também aquelas seqüencias de DNA que não são genes. O projeto
foi fundado em 1990, com um financiamento de 3 milhões de dólares do Departamento de Energia
dos Estados Unidos e dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, e tinha um prazo
previsto de 15 anos. Devido à grande cooperação da comunidade científica internacional, em 14 de
Abril de 2003, o projeto foi concluído com sucesso, com a sequenciação de 99% do genoma
humano, com uma precisão de 99,99%.

Os trabalhos do projeto foram dados como concluídos em 2003. Com a tecnologia da época,
estimou-se que todos os genes (em torno de 25.000) haviam sido seqüenciados. Deve-se lembrar
que nem todo o DNA humano foi seqüenciado. Estimativas atuais concluem que apenas uma parte
do material genético humano é composto de genes, enquanto que a maior parte parece não conter
instruções para a formação de proteínas, e existe provavelmente por razões estruturais. Muito pouco
dessa maior parte do material genético tem sua seqüência conhecida e por limitações tecnológicas,
partes do DNA que possuem muitas repetições de bases nitrogenadas também ainda não foram
totalmente seqüenciadas. Essas partes incluem, por exemplo, os centrômeros e os telômeros dos
cromossomos. De todos os genes que tiveram sua seqüência determinada, aproximadamente 50%
codificam para proteínas de função conhecida.

Apesar dessas lacunas, a conclusão do genoma já está facilitando o desenvolvimento de fármacos


muito mais potentes, assim como a compreensão de diversas doenças genéticas humanas

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Evolução

Ecologia

Quadro do professor

• 3o Ano - 7o Mês - Conteúdo 30

. Evolução

Teoria moderna da evolução, teoria sintética ou neo-darwinismo

George John Romanes cunhou o termo neo-darwinismo para se referir a teoria de evolução
preferida de Alfred Russel Wallace que não aceitava a idéia lamarquiana de herança de
características adquiridas. De acordo com a teoria sintética, como estabelecida nas décadas de 30 e
40, a variação genética em populações surge aleatoriamente através de mutação e recombinação
genética (cruzamento de cromossomos homólogos durante a meiose) e a evolução consiste em
modificações na freqüência destes alelos como resultado principalmente de seleção natural.

A teoria síntética como ela existe hoje ampliou a abrangência da idéia de Darwin de seleção natural,
especialmente para contemplar descobertas científicas subsequentes na genética.

Mutação e recombinação gênica

A taxa de mutação anual em uma célula humana é muito baixa, sendo estimada em torno de
0,000002%. Isto acontece porque as células desenvolveram um eficiente mecanismo para corrigir
erros que atingem o DNA. Esses mecanismos envolvem enzimas que reconhecem o DNA alterado,
ligam-se a ele e em seguida o eliminam da cadeia. Na seqüência, outras enzimas sintetizam um
novo segmento de DNA correto tendo como modelo a cadeia complementar.

A recombinação gênica refere-se à mistura de genes provenientes de indivíduos diferentes que


ocorre na reprodução sexuada. Nesse tipo de reprodução os genes provenientes de cada um dos pais
recombinam-se durante a meiose antes de serem transmitidos à descendência, organizando novos
arranjos nos indivíduos, sobre os quais a seleção natural atua.

Seleção natural

O termo foi introduzido por Darwin em seu livro revolucionário de 1859 “A Origem das Espécies”
no qual a seleção natural foi descrita por analogia com a seleção artificial, um processo no qual
indivíduos com características consideradas desejáveis por criadores humanos eram
sistematicamente favorecidos para reprodução . O conceito de seleção natural foi originalmente
desenvolvido na falta de uma válida teoria de hereditariedade; na época dos escritos de Darwin,
nada sobre genética moderna era conhecido. E embora Gregor Mendel, cujo trabalho é considerado
como a fundação da genética moderna, foi um contemporâneo de Darwin, seu trabalho
permaneceria na obscuridade até o início do século XX.
A seleção natural age sobre o fenótipo. O fenótipo é determinado por um trecho genômico do
indivíduo, conhecido como genótipo e também pelo ambiente em que o organismo vive, e as
interações entre os genes e entre os genes e o ambiente. Freqüentemente, a seleção natural age em
características específicas de um indivíduo e os termos fenótipo e genótipo são algumas vezes
usados especificamente para indicar essas características específicas. A maioria das características

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são influenciadas pelas interações de muitos genes, mas algumas características são governadas por
um único gene nos moldes das Leis de Mendel.

Quando organismos diferentes em uma população possuem genes diferentes para a mesma
característica, essas variações genéticas são denominadas de alelos. Quando todos os organismos
em uma população compartilham o mesmo alelo para uma característica particular, e esse estado
apresente-se estável ao longo do tempo, se diz que os alelos se fixaram naquela população.

Características que causam um maior sucesso reprodutivo de um organismo são consideradas como
"selecionadas a favor" enquanto aquelas que reduzem o sucesso são "selecionadas contra".
"Selecionar a favor" uma característica pode resultar na "seleção contra" de outras características
correlacionadas que não influenciam diretamente a aptidão do organismo.

O que faz com que uma característica tenha mais probabilidade de permitir a sobrevivência de seu
portador depende muito de fatores ambientais, incluindo predadores da espécie, fontes de alimentos,
estresse abiótico, ambiente físico e assim por diante. Quando membros de uma espécie tornam-se
geograficamente separados, enfrentam diferentes ambientes e tendem a evoluir em diferentes
direções - evolução divergente. Após um longo tempo, essas características poderão ter se
desenvolvido em diferentes vias de tal modo que eles não poderão mais se intercruzar, em um ponto
que serão considerados como de espécies distintas. Para Darwin, a seleção natural pode ser
expressa como a seguinte lei geral (tirada da conclusão de A Origem das Espécies ):

1. SE há organismos que se reproduzem e


2. SE os descendentes herdam as características de seus progenitores e
3. SE há variação nas características e
4. SE o ambiente não suporta todos os membros de uma população em crescimento,
5. ENTÃO aqueles membros da população com características menos adaptativas
(determinadas pelo ambiente) morrerão e
6. ENTÃO aqueles membros com características mais adaptativas (determinadas pelo
ambiente) prosperarão

O resultado é a evolução das espécies.

Tipos de seleção:

Seleção estabilizadora:
Em ambientes estáveis, em que a média dos indivíduos está bem adaptada às condições
ambientais, a seleção natural reforça essa tendência, favorecendo indivíduos médios e
selecionando negativamente indivíduos que apresentam características extremas. Exemplo: O índice
de crianças nascidas com peso em torno da média (3 kg e 4,5 kg) tem maior índice de sobrevivência
que crianças muito grandes ou muito pequenas.

Seleção direcional
Ocorre quando mudanças ambientais fazem com que um fenótipo antes desfavorável passe a ser
favorecido. A seleção direcional age sobre os fenótipos. Como exemplo podemos citar as
populações de bactérias que estão sempre surgindo, por mutação e algumas delas são capazes de
resistir a antibióticos. Na ausência de antibióticos no meio, essas bactérias mutantes não levam
nenhuma vantagem sobre as bactérias não mutantes, sendo logo eliminadas por competição. Na
presença de antibiótico no meio a situação se inverte.

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Seleção disruptiva ou diversificadora

É aquela que favorece indivíduos portadores de características extremas em uma curva


normal, enquanto indivíduos médios levam desvantagem. Esse tipo de seleção leva a
diversificação da população.

Por exemplo: Uma população de plantas mutantes que conseguem crescer em região próxima de
minas de chumbo, com solo contaminado, levam grande desvantagem ao crescerem em solo não
contaminado pois sofrem grande competição da população original de plantas não-mutantes. Por
outro lado as plantas originais estão restritas às áreas não contaminadas e somente nela sobrevivem.
A diversificação possibilitou ampliar as áreas de crescimento com uma seleção disruptiva que levou
o desenvolvimento distinto desse tipo de planta.

Seleção sexual

Um caso particular de seleção natural onde indivíduos de um sexo prefere acasalar com parceiros
portadores de determinadas características que favorecem o êxito da prole. Este tipo de seleção
independe da luta pela própria existência do indivíduo, e sim da luta pela ampliação total ou parcial
de sua descendência.

Adaptação

É a capacidade que todo ser vivo tem de adaptar-se ao ambiente. A adaptação pode ser entendida
em nível de indivíduo que é a adaptação individual (homeostase) e de espécie que é a adaptação
evolutiva .

A adaptação individual é quando um organismo percebe as condições ambientais e ajusta-se a


elas. Exemplos de adaptação individual ou homeostase
No ser humano quando a temperatura ambiental sobe, ele começa a suar e ficar vermelho devido a
vaso dilatação dos vasos periféricos.
Se um indivíduo ficar muitos dias exposto ao sol, a sua pele tende a ficar mais escura devido ao
aumento na síntese do pigmento melanina.

A adaptação evolutiva se caracteriza pelo ajuste gradativo de uma população ao ambiente, ao


longo de sucessivas gerações.

Freqüências Gênicas nas populações

Considerando um par de alelos, A e a em uma hipotética população de 10.000 indivíduos, onde


3.600 sejam hozigóticos AA , 1600 homozigóticos aa e 4800 sejam heterozigóticos.

Há um total de 20.000 alelos do loco gênico considerado, pois cada indivíduo desta população
apresenta um par de alelos.
O número de alelos A presentes nessa população é 12.000 (7.200 AA + 4.800 Aa ).
e a freqüência de A nessa população é calculada dividindo-se a quantidade desse alelo (12.000) pelo
número total de alelos da população (20.000), ou seja, a freqüência do alelo A nessa população é
igual a 0,6 (60%).

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O princípio de Hardy-Weinberg

O equilíbrio de Hardy-Weinberg ( princípio de Hardy-Weinberg , ou lei de Hardy-Weinberg )


é a base da genética de populações e foi demonstrado independentemente por Godfrey Harold
Hardy na Inglaterra e por Wilhelm Weinberg, na Alemanha, em 1908. Afirma que em uma
população mendeliana , dentro de determinadas condições, as freqüências alélicas permanecerão
constantes ao passar das gerações . Independentemente de um gene ser raro ou freqüente, sua
freqüência permanecerá a mesma com relação aos outros desde que essas condições sejam
mantidas. Por pura intuição poder-se-ia supor que alelos raros se tornariam cada vez mais raros e
que alelos freqüentes aumentassem cada vez mais sua freqüência, simplesmente por já serem raros
ou comuns, mas o princípio de Hardy-Weinberg demonstra matematicamente que isso não ocorre.

No caso mais simples de um único locus com dois alelos A e a com freqüências alélicas de p e q ,
respectivamente, o princípio prediz que a freqüência genotípica para o homozigoto AA será p², para
o heterozigoto Aa será 2 pq e o outro homozigoto aa será de q²

Suponhamos que em uma população em equilíbrio gênico a freqüência do alelo A seja 0,8 (80%) e
do alelo a seja 0,2 (20%).
Para nascer um indivíduo homozigótico AA será necessário que um gameta portador do alelo A
fecunde um gameta portador do gameta A.
Relembrando a regra do “e” das probabilidades ( AA = alelo A 'e' alelo A ) .
A probabilidade de esse evento ocorrer é igual ao produto das freqüências com que ocorrem
esses tipos de gametas na população (0,8 x 0,8), ou seja, 0,64 (64%)

Pelo mesmo raciocínio, para nascer um indivíduo homozigótico aa, a probabilidade de esse
evento ocorrer é (0,2 x 0,2), ou seja, 0,04 (4%).

Para nascer um indivíduo heterozigótico Aa será necessário que um gameta portador do alelo A
fecunde um gameta portador do gameta a, ou que um gameta portador do alelo a fecunde um
gameta portador do gameta A.

A probabilidade de esse evento ocorrer é igual a soma (regra do “ou”) dos produtos das
freqüências com que ocorrem esses tipos de gametas na população (0,8 x 0,8), ou seja, 0,64
(64%).

Os geneticistas chamam de p a freqüência de um dos alelos, e de q a freqüência do outro, logo


podemos escrever que:
1 - a freqüência de AA = p2

2 - a freqüência de aa = q2

3 - a freqüência de Aa = 2pq

Se a soma das freqüências dos diferentes genótipos é igual a 1, ou seja 100% (toda a população),
então o principio de Hardy-Weinberg pode ser resumido como:

Para que o equilíbrio gênico (lei de Hardy-Weinberg) ocorra, =1


as seguintes condições são necessárias:
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1 – A população deve ser muito grande, de modo que possam ocorrer todos os tipos de cruzamento
possíveis, de acordo com as leis das probabilidades.
2 – A população deve ser panmítica, isto é, os cruzamentos devem ocorrer ao acaso sem qualquer
preferência.
3 – Não deve estar ocorrendo nenhum fator evolutivo, como mutação, seleção ou migração.

Uma simples derivação acima pode ser generalizada para mais de dois alelos. Por exemplo,
considere a freqüência de um outro alelo, r . Se no caso de dois alelos a expansão binominal é de
,
então no caso de três alelos a expansão binominal é de

Fatores evolutivos e o equilíbrio gênico

Mutação e seleção natural

Mutação
É um processo pelo qual um alelo se transforma em outro e pode alterar a freqüência gênica de uma
população.

Seleção natural
É o principal fator responsável pela alteração das freqüências gênicas de uma população, ao atuar na
eliminação ou preservação de determinados genótipos.

Migração
Diferentes população de uma mesma espécie nem sempre estão isoladas, o que possibilita a
migração de indivíduos, aumentando ou diminuindo a freqüência de alelos da população.

Deriva gênica
Desastres ecológicos como incêndios e inundações podem reduzir drasticamente o tamanho de uma
população e os sobreviventes não constituirão uma amostra representativa da população original.
Assim, por acaso e não por adaptação ao ambiente, certos alelos podem ter sua freqüência
subitamente aumentada, diminuída ou simplesmente desaparecer .

Principio do fundador
É um caso extremo de deriva gênica, onde uma nova população é “fundada” por uns poucos
indivíduos, seja porque a população ancestral sofreu uma redução drástica, seja porque um pequeno
número de indivíduos migrou para outra região. Nestes casos, a freqüência gênica pode ser bem
diferente das populações originais.

Especiação alopátrica
É a formação de novas espécies a partir de uma separação geográfica entre populações de uma
espécie ancestral. Uma vez isoladas, a seleção natural atua diferenciadamente em cada população
conduzindo cada uma a uma adaptação particular. Ao longo de um grande período de isolamento
geográfico, as populações vão tornando-se diferentes uma das outras até que a troca de genes entre

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elas torna-se impossível. Ao apresentar esse isolamento reprodutivo já constituem duas espécies
diferentes.

Especiação simpátrica
É a formação de novas espécies sem haver uma separação geográfica entre populações. Pode ser
conseqüência de uma s eleção disruptiva, que favorece indivíduos portadores de características
extremas em uma curva normal, enquanto indivíduos médios levam desvantagem. Esse tipo de
seleção pode levar a uma diversificação tão grande na população que pode levar a um isolamento
reprodutivo. Novas espécies podem surgir de modo abrupto devido à mutações cromossômicas
ocorridas durante as divisões celulares ou por erros na meiose que podem gerar indivíduos
poliplóides. A especiação simpátrica por poliploidia é bem mais comum em vegetais do que em
animais. Um exemplo é o trigo comum ( Triticum sativum ) que possui 42 cromossomos e surgiu há
aproximadamente 8 mil anos por hibridação de uma espécie de trigo de 28 cromossomos ( Triticum
túrgidum ) com um trigo de 14 cromossomos ( Triticum tauchii ). Outras plantas como a batata, o
algodão e o tabaco são espécies poliplóides originadas provavelmente de hibridação.

Isolamento reprodutivo
Pré-zigótico

Períodos de reprodução não coincidentes (isolamento sazonal)

Comportamentos de corte não compatíveis (isolamento etológico ou comportamental)

Incompatibilidade entre seus órgãos reprodutores (isolamento mecânico)

Pós-zigótico

Inviabilidade do híbrido.

Esterilidade do híbrido. Por exemplo: o cruzamento entre uma égua ( Equus caballus ) e um
jumento ( Equus asinus ) gera a mula ou burro que é um híbrido estéril.

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• 3o Ano - 8o Mês - Conteúdo 31

Ecologia

A palavra Ecologia tem origem no grego “ oikos ", que significa casa, e " logos ", estudo, reflexão.
Logo, por extensão seria o estudo da casa, ou de forma mais genérica, do lugar onde se vive. Foi o
cientista alemãoErnst Haeckel, em 1869, quem primeiro usou este termo para designar a parte da
biologia que estuda as relações entre os seres vivos e o ambiente em que vivem , além da
distribuição e abundância dos seres vivos no planeta, ou seja, e cologia é o estudo das interações
dos seres vivos entre si e com o meio ambiente.

Quando vários organismos da mesma espécie estão reunidos numa mesma região, temos uma
população .

Várias populações num mesmo local formam uma comunidade. Tudo isto reunido e trabalhando
em harmonia forma um ecossistema . Todos os ecossistemas reunidos num mesmo sistema como
aqui no Planeta Terra temos a biosfera, ou seja, o conjunto de todos os ecossistemas da Terra,
relacionado com os conceitos de litosfera, hidrosfera e atmosfera.

Hábitat (do latim, ele habita ) é um conceito usado em ecologia que inclui o espaço físico e os
fatores abióticos que condicionam um ecossistema e por essa via determinam a distribuição das
populações de determinada espécie . O conceito de hábitat é em geral usado em referência a uma
ou mais espécies no sentido de estabelecer os locais e as condições ambientais onde o
estabelecimento de populações desses organismos é viável. Por exemplo, o hábitat da truta são os
cursos de água bem oxigenados e com baixa salinidade das zonas temperadas.

A tensão observada entre as espécies de biótopos vizinhos que procuram se interpenetrar, cada uma
tentando ocupar o território alheio forma uma região limítrofe chamada de ecótono. Isto ocorre
por causa da tendencia natural de dispersão dos seres, o que gera uma faixa limítrofe com maior
desnsidade e variedade de espécies.

O meio ambiente afeta os seres vivos não só pelo espaço necessário à sua sobrevivência e
reprodução, mas também às suas funções vitais, incluindo o seu comportamento. Por essa razão, o
meio ambiente determina o número de indivíduos e de espécies que podem viver no mesmo hábitat.

Nicho ecológico é o modo de vida de cada espécie no seu habitat. Representa o conjunto de
atividades que a espécie desempenha, incluindo relações alimentares, obtenção de abrigos e locais
de reprodução, ou seja, como, onde e à custa de quem a espécie se alimenta, para quem serve de
alimento, quando, como e onde busca abrigo, como e onde se reproduz. Numa comparação clássica,
o habitat representa o "endereço" da espécie, e o nicho ecológico equivale à "profissão".

Por exemplo, nas savanas africanas, capim, zebras, leões e abutres ocupam o mesmo habitat , mas
têm nichos ecológicos distintos. O capim produz a matéria orgânica por meio da fotossíntese e serve
de alimento às zebras, que são comidas por leões. Os restos são aproveitados por abutres. Para
entendermos a função de uma espécie na manutenção de equilíbrio de um ecossistema, vamos
imaginá-lo sem ela. Sem leões, a quantidade de zebras inicialmente aumentaria e haveria

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diminuição do capim. Com menos capim, a população de Zebras reduziria, assim como as
populações de todos os seres vivos que dependem direta e indiretamente do capim.

Por outro lado, os seres vivos também alteram permanentemente o meio ambiente em que vivem. O
exemplo mais dramático é a construção dos recifes de coral por minúsculos invertebrados, os
pólipos coralinos.

A ecologia está ligada a muitas áreas do conhecimento, dentre elas a economia. Nosso modelo de
desenvolvimento econômico baseia-se no capitalismo, que promove a produção de bens de
consumo cada vez mais caros e sofisticados e isso esbarra na ecologia, pois não pode haver uma
produção ilimitada desses bens de consumo na biosfera finita e limitada.

As relações entre os diversos seres vivos existentes num ecossistema incluem a competição pelo
espaço, pelo alimento ou por parceiros para a reprodução, a predação de organismos por outros, a
simbiose entre diferentes espécies que cooperam para a sua mútua sobrevivência, o comensalismo,
o parasitismo e outras. Nas comunidades bióticas dentro de um ecossistema encontram-se várias
formas de interações entre os seres vivos que as formam, denominadas relações ecológicas ou
interações biológicas . Essas relações se diferenciam pelos tipos de dependência que os
organismos vivos mantêm entre si . Algumas dessas interações se caracterizam pelo benefício
mútuo de ambos os seres vivos, ou de apenas um deles, sem o prejuízo do outro. Quando as
interações ocorrem entre organismos da mesma espécie, são denominadas relações intra-específicas
ou homotípicas. Quando as relações acontecem entre organismos de espécies diferentes, recebem o
nome de interespecíficas ou heterotípicas

relações ecológicas
intra-específicas – entre indivíduos da mesma sociedades - são associações entre indivíduos da
espécie mesma espécie, independentes, organizados de
um modo cooperativo e não ligados
colônias - são constituídas por organismos da anatomicamente. Os indivíduos componentes de
mesma espécie, unidos e interagindo de forma uma sociedade, denominados sociais, se mantêm
mutuamente vantajosa. Quando apresentam a unidos graças aos estímulos recíprocos. São
mesma forma, não ocorre divisão de trabalho e exemplos de sociedades as abelhas, os cupins e as
todos os indivíduos são iguais e executam todas formigas. Na sociedade os indivíduos reúnem-se
as funções vitais. Essas colônias são em grandes grupos nos quais existe um grau de
denominadas isomorfas. Como exemplo, podem hierarquia e divisão do trabalho, o que aumenta a
ser citadas as colônias de corais ou as de eficiência do conjunto em termos de
crustáceos do gênero Balanus (as cracas). sobrevivência da espécie.
Quando as colônias são formadas por indivíduos Protocooperação – Indivíduos associados se
com formas e funções distintas, ocorre uma beneficiam e a associação não é obrigatória. E
divisão de trabalho. Essas colônias são mbora as duas espécies envolvidas sejam
denominadas heteromorfas. Um ótimo exemplo é beneficiadas, elas podem viver de modo
o cnidário da espécie Phisalia caravela , independente, sem que isso as prejudique. Um dos
popularmente conhecida por “caravelas”. Elas mais conhecidos exemplos de protocooperação é a
formam colônias com indivíduos especializados associação entre a anêmona-do-mar e o paguro,
na proteção e defesa (os dactilozóides), na um crustáceo semelhante ao caranguejo, também
reprodução (os gonozóides), na natação (os conhecido como ermitão. O paguro tem o corpo
nectozóides), na flutuação (os pneumozóides), e mole e costuma ocupar o interior de conchas
na alimentação (os gastrozóides). abandonadas de gastrópodes. Sobre a concha,
costumam instalar-se uma ou mais anêmonas-do-
Competição intra-específica - indivíduos da mar. Dessa união, surge o benefício mútuo: a
mesma espécie competindo pelos mesmos anêmona possui células urticantes, que afugentam

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recursos. Relação comum em todas as espécies. os predadores do paguro, e este, ao se deslocar,


possibilita à anêmona uma melhor exploração do
Interespecíficas – entre indivíduos de espécies espaço, em busca de alimento. Outro exemplo é a
diferentes. ação de insetos que procuram o néctar das flores e
contribuem involuntariamente para a polinização
Inquilinismo - Um indivíduo usa outro como das plantas. Um outro exemplo também é o
moradia sem prejudica-lo. É um tipo de passáro-palito e o jacaré. O jacaré abre a sua boca
associação em que apenas um dos participantes e o pássaro-palito entra nela, mas não é devorado
se beneficia, sem, no entanto, causar qualquer porque se ele for devorado o jacaré ficará com os
prejuízo ao outro. Nesse caso, a espécie dentes podres e não poderá mais comer outros
beneficiada obtém abrigo ou, ainda, suporte no animais. Ao mesmo tempo que o pássaro-palito
corpo da espécie hospedeira, e é chamada de ajuda o jacaré limpando os seus dentes, ele se
inquilino. Um exemplo típico é a associação alimenta com o resto da comida que há dentro da
entre orquídeas e árvores. Vivendo no alto das boca e dos dentes do jacaré assim os dois se
árvores, que lhe servem de suporte, as orquídeas beneficiam de algum modo.
encontram condições ideais de luminosidade
para o seu desenvolvimento, e a árvore não é
prejudicada. Outro exemplo é o do fierasfer, um
pequeno peixe que vive dentro do corpo do
pepino-do-mar ( Holoturia ). Para alimentar-se, o
fierasfer sai do pepino-do-mar e depois volta.
Assim, o peixe encontra proteção no corpo do
pepino-do-mar, o qual, por sua vez, não recebe
benefício nem sofre desvantagem.

Herbivoria – Animais herbívoros devoram


plantas inteiras ou parte delas. Exemplo: gado
que se alimenta de capim ou como acontece com
o gafanhoto, que, em bandos, devora
rapidamente toda uma plantação.

Predação – Animais carnívoros devoram outros


animais. Exemplo: gavião que devora roedores.
Predatismo ou predação é uma relação
desarmônica em que um animal captura e mata
um indivíduo de outra espécie, para alimentar-se.
Todos os carnívoros são animais predadores. É o
que acontece com o leão, o lobo, o tigre, a onça,
que caçam veados, zebras e tantos outros
animais. Raros são os casos em que o predador é
uma planta. As plantas carnívoras, no entanto,
são excelentes exemplos, pois aprisionam e
digerem principalmente insetos.
Algumas espécies desenvolveram adaptações
para se defenderem ao predatismo :

Mimetismo é uma forma de adaptação que


muitas espécies se tornam semelhantes a outras,
disso obtendo algumas vantagens. Ex.: a cobra
falsa-coral é confundida com a coral-verdadeira,
muito temida, e, graças a isso, não é importunada

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pela maioria das outras espécies.

Camuflagem é uma forma de adaptação


morfológica pela qual uma espécie procura
confundir suas vítimas ou seus agressores
revelando cores e/ou formas semelhantes a coisas
do ambiente. Ex.: o louva-a-deus, que é um
poderoso predador, se assemelha a folhas; o
bicho-pau assemelha-se a galhos, confundindo
seus predadores.

Aposematismo trata-se de espécies que exibem


cores de advertência, cores vivas e marcantes
para afastar seus possíveis predadores, que já a
reconhecem pelo gosto desagradável ou pelos
venenos que possui. Ex.: muitas rãs apresentam
cores vivas que indicam veneno ou gosto ruim.

Competição interespecífica - indivíduos de


espécies diferentes com nichos ecológicos
similares competindo pelos mesmos recursos.
Exemplo: diferentes animais herbívoros que se
alimentam do mesmo tipo de plantas.

Comensalismo - é a associação entre indivíduos


de espécies diferentes na qual um deles aproveita
os restos alimentares do outro sem prejudicá-lo.
O animal que aproveita os restos alimentares é
denominado comensal. Exemplo de
comensalismo muito citado é o que ocorre entre
a rêmora e o tubarão. A rêmora ou peixe-piolho é
um peixe ósseo que apresenta a nadadeira dorsal
transformada em ventosa, com a qual se fixa ao
corpo do tubarão. A rêmora é transportada pelo
tubarão, o que lhe proporciona significativa
economia de energia, ao passo que o tubarão não
é prejudicado, uma vez que o peso da rêmora é
relativamente insignificante. Diz-se que a rêmora
se alimenta dos restos alimentares do tubarão.

Mutualismo - é uma relação entre indivíduos de


espécies diferentes, onde as duas espécies
envolvidas são beneficiadas e a associação é
necessária para a sobrevivência de ambas. Um
bom exemplo desta relação é a associação de
algas e fungos formando os liquens. Outro
exemplo é a relação entre os cupins e os
protozoários. Os cupins, ao comerem a madeira,
não conseguem digerir a celulose, mas em seu
intestino vivem os protozoários, capazes de
digeri-la. Os protozoários, ao digerirem a

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celulose, permitem que os cupins aproveitem


essa substância como alimento. Dessa forma, os
cupins atuam como fonte indireta de alimentos e
como “residência” para os protozoários.

Parasitismo - é uma relação desarmônica entre


seres de espécies diferentes, em que um deles,
denominado parasita, vive no corpo do outro,
denominado hospedeiro, do qual retira alimentos.
Embora os parasitas possam causar a morte dos
hospedeiros, de modo geral trazem-lhe apenas
prejuízos.
Quanto à localização no corpo do hospedeiro, os
parasitas podem ser classificados em
ectoparasitas (externos) e endoparasitas
(internos).
Os exemplos mais comuns de ectoparasitas são
os piolhos, os carrapatos e a sarna, além de
outros. Como exemplos de endoparasitas, há o
plasmódio e o tripanossomo, protozoários
causadores, respectivamente, da malária e da
doença de Chagas. São exemplos, também, os
vírus, causadores de várias doenças, desde a
gripe até a febre amarela e a AIDS.

Amensalismo ou antibiose - consiste numa


relação em que indivíduos de uma população
secretam substâncias que inibem ou impedem o
desenvolvimento de indivíduos de populações de
outras espécies. É o caso bem conhecido dos
antibióticos, que, produzidos por fungos,
impedem a multiplicação das bactérias. O mais
antigo antibiótico que se conhece é a penicilina,
substância produzida pelo fungo Penicillium
notatum . Outro caso de amensalismo é
conhecido por maré vermelha. Sob determinadas
condições ambientais, certas algas marinhas
microscópicas, do grupo dos dinoflagelados,
produtores de substâncias altamente tóxicas,
apresentam intensa proliferação, formando
enormes manchas vermelhas no oceano. Por essa
razão, a concentração dessas substâncias tóxicas
aumenta, provocando grande mortalidade de
animais marinhos

Sinfilia é a interação na qual uma espécie


captura e faz uso do trabalho, das atividades e até
dos alimentos de outra espécie. Um exemplo é a
relação entre formigas e os pulgões. Os pulgões
são parasitas de certos vegetais, e se alimentam
da seiva elaborada que retiram das plantas. A

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seiva elaborada é rica em açúcares e pobre em


aminoácidos. Por absorverem muito açúcar, os
pulgões eliminam o seu excesso pelo ânus. Esse
açúcar eliminado é aproveitado pelas formigas,
que chegam a acariciar com suas antenas o
abdômen dos pulgões, fazendo-os eliminar mais
açúcar. As formigas transportam os pulgões para
os seus formigueiros e os colocam sobre raízes
delicadas, para que delas retirem a seiva
elaborada. Muitas vezes as formigas cuidam da
prole dos pulgões para que no futuro,
escravizando-os, obtenham açúcar.

Cadeias e teias alimentares

A cadeia alimentar ou cadeia trófica é a maneira de expressar as relações de alimentação entre os


organismos de uma comunidade, iniciando-se nos produtores e passando pelos herbívoros,
predadores e decompositores. Ao longo da cadeia alimentar há uma transferência de energia e de
nutrientes (a energia diminui ao longo da cadeia alimentar), sempre no sentido dos produtores para
os decompositores. No entanto, a transferência de nutrientes fecha-se com o retorno dos nutrientes
aos produtores, possibilitado pelos decompositores que transformam a matéria orgânica em
compostos mais simples, em um ciclo de transferência de nutrientes. A energia, por outro lado, é
utilizada por todos os seres que se inserem na cadeia alimentar para sustentar as suas funções. Esse
processo é conhecido como fluxo de energia .

A posição que cada um ocupa na cadeia alimentar é um nível hierárquico que os classifica entre
produtores (como as plantas), consumidores (como os animais) e decompositores (fungos e
bactérias).

Freqüentemente cada organismo se alimenta de mais de um tipo de animais ou plantas, e as relações


alimentares tornam-se mais complexas, dando origem a teias alimentares, em que as diferentes
cadeias alimentares se inter-relacionam.

O primeiro nível trófico é constituído pelos seres autotróficos, conhecidos por produtores, capazes
de sintetizar matéria orgânica a partir de substâncias minerais e fixar a energia luminosa sob a
forma de energia química. Os organismos deste nível são as plantas, as algas unicelulares verdes ou
azuis e algumas bactérias que, devido à presença de clorofila, podem realizar a fotossíntese. Estes
organismos são também conhecidos por produtores primários. Os níveis seguintes são compostos
por organismos heterotróficos, ou seja, aqueles que obtêm a energia de que precisam de substâncias
orgânicas produzidas por outros organismos. Todos os animais e fungos são seres heterotróficos, e
este grupo inclui os herbívoros, os carnívoros e os decompositores.

Os herbívoros são os organismos do segundo nível trófico, que se alimentam diretamente dos
produtores (por exemplo, a vaca). Eles são chamados de consumidores primários; os carnívoros ou
predadores são os organismos dos níveis tróficos seguintes, que se alimentam de outros animais
(por exemplo o leão). O carnívoro, que come o herbívoro, é chamado de consumidor secundário.
Existem seres vivos que se alimentam em diferentes níveis tróficos, tal como o Homem que inclui
na sua alimentação seres autotróficos, como a batata, e seres herbívoros como a vaca.

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Os decompositores são organismos que se alimentam de matéria morta e excrementos, provenientes


de todos os outros níveis tróficos. Este grupo inclui algumas bactérias e fungos. O seu papel num
ecossistema é muito importante uma vez que transformam as substâncias orgânicas de que se
alimentam em substâncias minerais. Estas substâncias minerais são novamente utilizáveis pelas
plantas verdes, que sintetizam de novo matéria orgânica, fechando assim o ciclo de utilização da
matéria.

Ao longo da cadeia alimentar há uma transferência de energia e de matéria orgânica. Exemplos de


cadeia alimentar

Terrestre:
Folhas de uma árvore -> Gafanhoto -> Ave -> Jaguatirica -> Decompositores

Aquática:
Algas -> Caramujos -> Peixes -> Carnívoros -> Aves aquáticas -> Decompositores.

Teia alimentar é um conjunto de cadeias alimentares interconectadas, geralmente representado


como um diagrama das relações entre os diversos organismos de um ecossistema. As teias
alimentares, em comparação com as cadeias, apresentam situações mais perto da realidade, onde
cada organismo se alimenta em vários níveis hierárquicos diferentes e produz uma complexa teia de
interações alimentares. Todas as cadeias alimentares começam com um único organismo produtor,
mas uma teia alimentar pode ter vários produtores.

Fluxo de energia e níveis tróficos

Diariamente a Terra é bombardeada por 10 19 kcal de energia proveniente do sol, o que equivale à
energia de diversas bombas atômicas idênticas à que explodiu em Hiroxima. A maior parte desta
radiação solar é absorvida ou refletida pela atmosfera ou pela superfície terrestre. Da luz visível que
incide nas folhas das plantas ou nas algas apenas cerca de 1% é convertida em energia química
na fotossíntese pelos produtores e o fluxo de energia é a análise quantitativa desta energia
fluindo em determinada cadeia alimentar .

O fluxo de energia pode ser analisado da seguinte maneira: Parte da energia da presa não é
assimilada pelo predador, que corresponde ao material não digerível que será disponibilizado para
os decompositores. A eficiência da transferência de energia entre níveis tróficos também é reduzida
devido a táticas de fuga da presa, ou de defesas químicas das plantas. Cada organismo consome boa
parte de sua energia disponível em suas próprias atividades metabólicas, reduzindo a quantidade de
energia disponível para os níveis tróficos superiores. Outra parte da energia de um sistema é
simplesmente dissipada na forma de calor.

Vários fatores propiciam a diminuição do fluxo de energia , em cada nível trófico, conforme ele
aumenta. A pirâmide de energia consiste em representar graficamente as taxas de fluxo energético
entre vários níveis tróficos. A pirâmide de energia sempre possui uma base maior, que representa os
seres autótrofos e a cada nível para cima, fica mais estreita.

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Carnívoros
(energia
disponível)
Herbívoros
(energia
disponível)
Produtores
(energia
disponível)
Pirâmide do fluxo de energia

Ciclos biogeoquimicos

Ciclo da água

Toda a água da Terra, que constitui a hidrosfera, distribui-se por três reservatórios principais, os
oceanos, os continentes e a atmosfera, entre os quais existe uma circulação contínua – ciclo da água
ou ciclo hidrológico . Este ciclo é responsável pela renovação da água no planeta. O movimento da
água no ciclo hidrológico é mantido pela energia solar e pela gravidade.

Na atmosfera, o vapor de água que forma as nuvens pode transformar-se em chuva, neve ou granizo
dependendo das condições climáticas..

A água é a única substância que existe, em circunstâncias normais, em todos os três estados da
matéria (sólido, líquido e gasoso) na Natureza. A coexistência destes três estados implica que
existam transferências contínuas de água de um estado para outro; esta seqüência de fenômenos
pelos quais a água passa do globo terrestre para a atmosfera e retorne é designado por ciclo
hidrológico.

O ciclo da água inicia-se com a energia solar que incide na Terra. A transferência da água da
superfície terrestre para a atmosfera, passando do estado líquido ao estado gasoso, processa-se
através da evaporação direta, por transpiração das plantas e dos animais e por sublimação
(passagem direta da água da fase sólida para a de vapor). A vegetação tem um papel importante
neste ciclo, pois uma parte da água que cai é absorvida pelas raízes e acaba por voltar à atmosfera
pela transpiração ou pela simples evaporação. Durante esta alteração do seu estado físico absorve
calor, armazenando energia solar na molécula de vapor de água à medida que sobe à atmosfera.
Dado a influência da energia solar no processo de evaporação, a água evapora-se em particular
durante os períodos mais quentes do dia e nas zonas mais quentes da Terra.

Nos continentes, a precipitação é maior que a evaporação. Os oceanos evaporam mais água que
recebem pela precipitação.

A água na forma de vapor de água obtido da transpiração e da evaporação, atinge um certo nível da
atmosfera em que ele se condensa, formando as nuvens. O vapor de água é transportado pela
circulação atmosférica e condensa-se após percursos muito variáveis, que podem ultrapassar
1000km. Quando as nuvens se tornam pesadas, se precipitam, ou seja, chove. A chuva pode seguir
dois caminhos, ela pode se infiltrar e formar um aqüífero ou um lençol freático ou pode
simplesmente escoar superficialmente até chegar a um rio, lago ou oceano, onde o ciclo continua.
Toda esta movimentação é influenciada pelo movimento de rotação da Terra e das correntes
atmosféricas.

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A água que atinge o solo tem diferentes destinos. Parte é devolvida à atmosfera através da
evaporação, parte infiltra-se no interior do solo, alimentando os lençóis subterrâneos. A água
restante, escorre sobre a superfície em direção às áreas de altitudes mais baixas, alimentando os
lagos, riachos, rios, mares e oceanos. A infiltração é assim importante, para regular a vazão dos rios,
distribuindo-a ao longo de todo o ano, evitando, assim, os fluxos repentinos, que provocam
inundações. Caindo sobre uma superfície coberta com vegetação, parte da chuva fica retida nas
folhas. a água interceptada evapora, voltando à atmosfera na forma de vapor.

O ciclo hidrológico atua como um agente modelador da crosta terrestre devido à erosão e ao
transporte e deposição de sedimentos por via hidráulica, condicionando a cobertura vegetal e, de
modo mais genérico, toda a vida na terra.

Precipitação consiste no vapor de água condensado que cai sobre a superfície terrestre.

Infiltração consiste no fluxo de água da superfície que se infiltra no solo.

Escoamento superficial é o movimento das águas na superfície terrestre, do solo para os mares.

Evaporação é a transformação da água no seu estado líquido para o estado gasoso à medida que se
desloca da superfície para a atmosfera.

Transpiração é a forma como a água existente nos organismos passa para a atmosfera.

Sublimação é o processo em que a água passa diretamente do estado sólido ao estado gasoso, sem
passar pelo estado líquido.

Condensação é a transformação do vapor de água em água líquida, com a criação de nuvens e


nevoeiro.

O volume total da água na Terra mantém-se constante , variando ao longo do tempo a sua
distribuição por fases.

Os oceanos constituem cerca de 97% de toda a água do planeta . Dos 3,6 % restantes,
aproximadamente 2,25% estão localizados nas calotas polares e nas geleiras, enquanto apenas
0,75 % é encontrado na forma de água subterrânea, em lagos, rios e também na atmosfera,
como vapor de água. Sendo que 84% da água que evapora para a atmosfera tem origem nos
oceanos , enquanto que apenas 16% são oriundos dos continentes.

A água que usamos para beber , que é a que está nos rios, lagos e águas subterrâneas, é menos de
1% da água existente no planeta .

Em média, cada molécula de água evaporada fica apenas uns 10 dias em suspensão na atmosfera
antes de voltar a cair no solo.Porém de acordo com a Organização das Nações Unidas, nos últimos
50 anos, a disponibilidade de água por ser humano diminuiu 60%, enquanto que a população
aumentou 50%.

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Ciclo do Carbono

Existem basicamente duas formas de carbono, uma orgânica, presente nos organismos vivos e
mortos e outra inorgânica, presente nas rochas. No planeta Terra o carbono circula através dos
oceanos, da atmosfera, da terra e do seu interior, num grande ciclo biogeoquímico. Este ciclo pode
ser dividido em dois tipos: o ciclo “lento” ou geológico, e o ciclo “rápido” ou biológico.

Ciclo lento ou geológico do Carbono

Este ciclo opera a uma escala de milhões de anos, e iniciou-se quando da formação do Sistema
Solar e da Terra, tendo origem nos meteoritos portadores de carbono que colidiram com a Terra.
Mais de 99% do carbono terrestre está contido na litosfera, sendo a maioria carbono inorgânico,
armazenado em rochas sedimentares como as rochas calcárias. O carbono orgânico contido na
litosfera está armazenado em depósitos de combustíveis fósseis.

Numa escala geológica, existe um ciclo entre a crosta terrestre (litosfera), os oceanos (hidrosfera) e
a atmosfera. O Dióxido de Carbono (CO 2 ) da atmosfera, combinado com a água, forma o ácido
carbônico, o qual reage lentamente com o cálcio e com o magnésio da crosta terrestre, formando
carbonatos. Através dos processos de erosão (chuva), estes carbonatos são arrastados para os
oceanos, onde se acumulam no seu leito em camadas, ou são assimilados por organismos marinhos
que eventualmente, depois de morrerem, também se depositam no fundo do mar. Estes sedimentos
vão-se acumulando ao longo de milhares de anos, formando rochas sedimentares como as rochas
calcárias. O CO 2 é devolvido a atmosfera através das erupções vulcânicas e outro tipos de
atividades vulcânicas, completando-se assim o ciclo. Os balanços entre os diversos processos do
ciclo do carbono geológico controlaram a concentração de CO 2 presente na atmosfera ao longo de
centenas de milhares de anos. Os mais antigos sedimentos geológicos, datados de épocas anteriores
ao desenvolvimento da vida na Terra, apontam para concentrações de CO 2 atmosférico 100 vezes
superiores aos atuais, proporcionando um forte efeito de estufa, o que impossibilitava a existência
de vida. Por outro lado, medições dos núcleos de gelo retirados na Antártida e na Groenlândia,
permitem estimar que as concentrações do CO 2 durante a última era glacial, eram cerca de metade
das concentrações atuais.

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Ciclo Biológico do Carbono

O ciclo biológico do Carbono é relativamente rápido: estima-se que a renovação do carbono


atmosférico ocorre a cada 20 anos. Na ausência da influência causada pelo homem, no ciclo
biológico existem três reservatórios: terrestre, atmosfera e oceanos. Este ciclo desempenha um
papel importante nos fluxos de carbono entre os diversos reservatórios, através dos processos da
fotossíntese e da respiração.

Através do processo da fotossíntese, as plantas absorvem a energia solar e CO 2 da atmosfera,


produzindo oxigênio e hidratos de carbono (açucares como a glicose), que servem de base para o
crescimento das plantas. Os animais e as plantas utilizam os hidratos de carbono pelo processo de
respiração, utilizando a energia contida nos hidratos de carbono e emitindo CO 2 . Juntamente com
a decomposição orgânica (forma de respiração das bactérias e fungos), a respiração devolve o
carbono para a atmosfera.

As equações químicas que regem estes dois processos são:

Fotossíntese: 6 CO2 + 6 H2O + energía (luz solar) -> C6H12O6 + 6 O2

Respiração: C6H12O6 (matéria orgânica) + 6 O2 -> 6 CO2 + 6 H2O + energia

É possível verificar que a maior troca entre o reservatório terrestre e o reservatório atmosférico
resulta dos processos da fotossíntese e da respiração.

Apesar do reservatório atmosférico de carbono ser o menor dos três, é ele quem determina a
concentração de CO2 na atmosfera , cuja concentração pode influenciar o clima terrestre . A
manutenção do clima é dependente do ciclo biológico do Carbono e podem ser também explicadas
pelos processos de fotossíntese e respiração: a vida nos oceanos consome grandes quantidades de
CO2 , no entanto o ciclo entre a fotossíntese e a respiração desenvolve-se muito rapidamente. O
fitoplâncton é consumido pelo zooplâncton em apenas alguns dias, e apenas pequenas quantidades
de carbono são acumuladas no fundo do mar, quando as conchas do zooplâncton, compostas por
carbonato de cálcio (CaCO3 ), se depositam no fundo, após a sua morte. Somente depois de um
longo período de tempo, este efeito representa uma significativa remoção de carbono da atmosfera.
Outro processo do ciclo biológico, o qual representa remoção de carbono da atmosfera, ocorre
quando a fotossíntese excede a respiração e, lentamente, a matéria orgânica forma depósitos
sedimentares que, na ausência de oxigênio e ao longo de milhões de anos, se transformam em
combustíveis fósseis. Os incêndios naturais são um elemento do ciclo que adicionam CO2 para a
atmosfera ao consumir a biomassa e matéria orgânica e ao provocar a morte de plantas que acabam
por se decompor e formar também CO2 .

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Variação de temperatura na Terra de 1860 até 2004

Ao retirar carbono armazenado nos depósitos de combustíveis fósseis a uma taxa muito superior à
da absorção do carbono pelo ciclo, as atividades humanas estão aumentando as concentrações de
CO2 na atmosfera e, muito provavelmente, influenciando o sistema climático global.

ciclo do nitrogênio
O ciclo do nitrogênio ou ciclo do azoto é o ciclo biogeoquímico que comporta as diversas
transformações que este elemento sofre no seu ciclo entre o reino mineral e os seres vivos. O
processo pelo qual o nitrogênio circula através das plantas e do solo pela ação de organismos vivos,
conhecido como ciclo do nitrogênio, é um dos ciclos mais importantes nos ecossistemas terrestres,
pois o nitrogênio é usado pelos seres vivos para a produção de moléculas complexas necessárias ao
seu desenvolvimento tais como aminoácidos, proteínas e ácidos nucleicos.

O principal reservatório de nitrogênio é a atmosfera (78%) onde se encontra sob a forma de gás (N2
). Outros reservatório consistem em matéria orgânica nos solos e oceanos. Apesar de extremamente

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abundante na atmosfera o nitrogênio é freqüentemente o nutriente limitante do crescimento das


plantas. Isto acontece porque as plantas apenas conseguem usá-lo sob duas formas sólidas: íon de
amônio (NH4 + ) e íon de nitrato (NO3 - ), cuja existência não é tão abundante. Estes compostos
são obtidos através de vários processos tais como a fixação e nitrificação . A maioria das plantas
obtém o nitrogênio necessário ao seu crescimento através do nitrato (NO3 - ), uma vez que o íon de
amônio (NH4 + ) lhes é tóxico em grandes concentrações. Os animais recebem o nitrogênio que
necessitam através das plantas e de outra matéria orgânica, tal como outros animais.

A fixação é o processo através do qual o nitrogênio é capturado da atmosfera em estado


gasoso (N2 ) e convertido em formas úteis para outros processos químicos, tais como amoníaco
(NH3 ), nitrato (NO3 - ) e nitrito (NO2 - ).

Algumas bactérias têm a capacidade de capturar moléculas de nitrogênio (N2 ) e transformá-las em


componentes úteis para os restantes seres vivos. Entre estas, existem bactérias que estabelecem uma
relação de simbiose com algumas espécies de plantas (leguminosas) e bactérias que vivem livres no
solo. A simbiose é estabelecida através do consumo de amoníaco por parte das plantas; amoníaco
este que é produzido pelas bactérias que vivem nos caules das mesmas plantas. A oxidação do
amoníaco, conhecida como nitrificação , é um processo que produz nitratos a partir do
amoníaco (NH3 ). Este processo é feito por bactérias (bactérias nitrificantes) em dois passos: numa
primeira fase o amoníaco é convertido em nitritos (NO2 - ) e numa segunda fase (através de outro
tipo de bactérias nitrificantes) os nitritos são convertidos em nitratos (NO3 - ) prontos a ser
assimilados pelas plantas. Os nitratos formados pelo processo de nitrificação são absorvidos pelas
plantas e transformados em compostos carbonados para produzir aminoácidos e outros compostos
orgânicos de nitrogênio.

A fixação atmosférica ocorre através dos relâmpagos, cuja elevada energia separa as moléculas de
nitrogênio e permite que os seus átomos se liguem com moléculas de oxigênio existentes no ar
formando monóxido de nitrogênio (NO). Este é posteriormente dissolvido na água da chuva e
depositado no solo. A fixação atmosférica contribui com cerca de 5-8% de todo o nitrogênio fixado.

A desnitrificação é o processo pelo qual o nitrogênio volta à atmosfera sob a forma de gás (N2 ).
Este processo ocorre através de algumas espécies de bactérias (tais como Pseudomonas e
Clostridium ) em ambiente anaeróbico. Estas bactérias utilizam nitratos alternativamente ao
oxigênio na respiração e liberam nitrogênio em estado gasoso (N2 ).

Como resultado da utilização intensiva de fertilizantes e da poluição resultante dos veículos e


centrais energéticas, o Homem aumentou significativamente a taxa de produção de nitrogênio
utilizável biologicamente. Esta alteração leva a alterações da concentração deste nutriente, em
depósitos de água e ao excessivo crescimento de determinadas espécies.

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Ciclo do oxigênio

Entende-se por Ciclo do oxigênio o movimento do oxigênio entre os seus três reservatórios
principais: a atmosfera (os gases que rodeiam a superfície da terra), a biosfera (os organismos vivos
e o seu ambiente próximo) e a litosfera (a parte sólida exterior da terra).

Este ciclo é mantido por processos geológicos, físicos, hidrológicos e biológicos, que movem
diferentes elementos de um depósito a outro. O oxigênio molecular (O2 ) representa 20% da
atmosfera terrestre. Este oxigênio satisfaz as necessidades de todos os organismos terrestres que o
respiram no seu metabolismo. O principal fator na produção de oxigênio é a fotossíntese, que é
responsável pela atual atmosfera terrestre e pela existência da vida.

Na atmosfera encontra-se como oxigênio molecular (O2 ), dióxido de carbono (CO2 ), ozônio (O3
), dióxido de nitrogênio (NO2 ), monóxido de nitrogênio (NO), dióxido de enxofre (SO2 ), etc

A maior parte do oxigênio existente (99.5%) está concentrada na Litosfera. Apenas uma pequena
fração do oxigênio existente está contida na atmosfera (0.49%), esta percentagem representa cerca
de 20% da atmosfera. Uma parte muito menor do oxigênio está contida na biosfera (0.01%). A
maior fonte do oxigênio presente na atmosfera e biosfera é a fotossíntese que transforma dióxido de
carbono e água em oxigênio e açúcar.
fotossíntese: 6 CO2 + 6 H2O + energia => C6H12O6 + 6 O2
Fotólise: 2 H2O + energia => 4H + O2 ou
2N 2O + energia => 4N + O 2
O principal processo de remoção de oxigênio da atmosfera é a respiração.
C6H12O6 + 6 O2 => 6 CO2 + 6 H2O + energia

Também no processo de decomposição animais e bactérias consomem oxigênio e libertam dióxido


de carbono.

Devido aos minerais da litosfera serem oxidados em oxigênio, o desgaste químico das rochas
expostas também consome oxigênio. Um exemplo de desgaste químico da superfície é a formação

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de óxidos de ferro (ferrugem):


4 FeO + 3 O2 => 2 Fe2O3

O oxigênio também tem um ciclo entre a biosfera e a litosfera. Os organismos marinhos na biosfera
criam conchas de carbonato de cálcio (CaCO3) que é rico em oxigênio. Quando o organismo morre,
a sua concha é depositada no chão do mar e enterrado ao longo do tempo para criar a rocha na
litosfera. As plantas e animais extraem nutrientes minerais das rochas e libertam oxigênio durante o
processo.

Ozônio
A presença do oxigênio atmosférico originou a formação de ozônio e da camada do ozônio na
estratosfera. A camada do ozônio extremamente importante para a vida moderna, visto que absorve
a radiação ultra violeta nociva.

O2 + energia uv => 2O

O + O2 + energia uv => O3

A energia solar absorvida aumenta a temperatura da atmosfera na camada do ozonio, criando uma
barreira térmica, que ajuda a manter a atmosfera por baixo, por oposição a escapar para o espaço.

Ciclo do Fósforo

Fósforo (grego phosphorus , portador de luz) é um elemento químico de símbolo P, sólido na


temperatura ambiente, que se encontra na natureza combinado, formando fosfatos inorgânicos,
inclusive nos seres vivos. Não é encontrado no estado nativo porque é muito reativo, oxidando-se
espontaneamente em contato com o oxigênio do ar atmosférico, emitindo luz (fenômeno da
fosforescência).

Os compostos de fósforo intervêm em funções vitais para os seres vivos, sendo considerado um
elemento químico essencial. O fósforo tem relevante papel na formação molecular do DNA e do
RNA, bem como do ATP, adenosina tri-fosfato. As células utilizam-no para armazenar e transportar
a energia na forma de fosfato de adenosina.

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Com a morte das plantas e animais este fósforo retorna ao solo e é absorvido por novas plantas. Nas
rochas fosfálicas é retirado o fosfato, usado em fertilizantes e na fabricação de detergentes. O uso
doméstico destes detergentes é a maior causa da poluição dos rios pelo fósforo. Mesmo a água
tratada de esgotos, que volta aos rios, pode ainda conter fosfatos.

Bioma

Em ecologia chama-se bioma a uma comunidade biológica, ou seja, fauna e flora e suas interações
entre si e com o ambiente físico: solo, água e ar. Área biótica é a área geográfica ocupada por um
bioma. O bioma da Terra compreende a biosfera. Um bioma pode ter uma ou mais vegetações
predominantes. É influenciado pelo clima, tipo de solo, condição do substrato e outros fatores
físicos, não havendo barreiras geográficas; ou seja, independente do continente, há semelhanças das
paisagens, apesar de poderem ter diferentes animais e plantas, devido à convergência evolutiva.

Um bioma é dividido em:


1 - Terrestres ou continentais
2 - Aquáticos

Geralmente se dá um nome local a um bioma em uma área específica . Por exemplo, um bioma
de vegetação rasteira é chamado estepe na Ásia central, savana na África, pampa na região
subtropical da América do Sul ou cerrado no Brasil, campina em Portugal e pradaria na América do
Norte

O clima e a umidade aumentam com a diminuição de latitude, e com o aumento da umidade


cresce a biodiversidade . Por isto, a classificação por latitude é muito usada .

Área ártica ou subártica

Tundra
Apresenta Invernos muito longos, com uma duração do dia muito curta, não excedendo a
temperatura os -6ºC (temperatura média entre os -28ºC e os -34ºC). Durante as longas horas de
escuridão a neve que vai caindo acumula-se, devido aos fortes ventos, nas regiões mais baixas,
obrigando os animais a permanecerem junto ao solo e apenas a procurar comida para se manterem
quentes. As quantidades de precipitação são muito pequenas, entre 15 e 25 cm, incluindo a neve
derretida. Apesar da precipitação ser pequena, a Tundra apresenta um aspecto úmido e encharcado,
em virtude da evaporação ser muito lenta e da fraca drenagem do solo causada pelo permafrost ,
que é o descongelamento de apenas uma fina camada na superfície do solo. O verão tem a duração
de cerca de 2 meses, em que a duração do dia é cerca de 24 h e a temperatura não excede os 7º-10
ºC, a camada superficial do solo descongela, mas a água não consegue se infiltrar pelas camadas
inferiores. Forma-se então charcos e pequenos pântanos. Pelo dia ser de longa duração ocorre uma
"explosão" de vida vegetal, o que permite que animais herbívoros sobrevivam- bois almiscarados,
lebres árticas, renas e lemingues na Europa e na Ásia e caribus na América do Norte. Estes por sua
vez constituem o alimento de outros animais, carnívoros, como os arminhos, raposas árticas e lobos.
Existem também algumas aves como a perdiz-das-neves e a coruja-das-neves.

A vegetação predominante é composta de liquens, musgos, ervas e arbustos baixos, devido às


condições climáticas que impedem que as plantas cresçam em altura. As plantas com raízes longas
não se podem desenvolver pois o subsolo permanece gelado, pelo que não há árvores. Por outro
lado, como as temperaturas são muito baixas, a matéria orgânica decompõe-se muito lentamente e o
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crescimento da vegetação é lento. Uma adaptação que as plantas destas regiões desenvolveram é o
crescimento em maciços, o que as ajuda a evitar o ar frio. Mas as adaptações das plantas típicas da
Tundra não ficam por aqui. Crescem junto ao solo o que as protege dos ventos fortes e as folhas são
pequenas, retendo, com maior facilidade, a umidade. Apesar das condições inóspitas, existe uma
grande variedade de plantas que vivem na Tundra Ártica.

A maioria dos animais, sobretudo aves e mamíferos, apenas utilizam a Tundra no curto Verão,
migrando, no Inverno, para regiões mais quentes. Os animais que ali vivem permanentemente,
como os ursos polares, bois almiscarados (na América do Norte) e lobos árticos, desenvolveram as
suas próprias adaptações para resistir aos longos e frios meses de Inverno, como um pêlo espesso,
camadas de gordura sob a pele e a hibernação. Por exemplo, os bois almiscarados apresentam duas
camadas de pêlo, uma curta e outra longa. Também possuem cascos grandes e duros o que lhe
permite quebrar o gelo e beber a água que se encontra por baixo. Os répteis e anfíbios são poucos
ou encontram-se completamente ausentes devido às temperaturas serem muito baixas. A Lebre
Ártica, por exemplo, no Inverno e no Verão muda a cor do seu pêlo. Isso ajuda o animal a camuflar-
se;

Área boreal ou subártica

Taiga ( Floresta de coníferas)


A taiga não se localiza exclusivamente no hemisfério Norte, se encontra em regiões de clima frio e
com pouca umidade. Se distribui em uma faixa situada entre os 50 e 60 graus de latitude Norte e
próxima as áreas de América do Norte, Europa e Ásia.

O clima é subártico, com ventos fortes e gelados durante todo o ano. Estas florestas são frias e
recebem pouca precipitação, 40-100 cm anualmente. As estações do ano são duas, Inverno e verão.
O Inverno é muito frio e seco, havendo precipitação em forma de neve; os dias são pequenos. O
Verão é muito curto, podendo durar de três a seis meses, os dias são longos e mais 'quentes' e o solo
degela completamente, formando lagos, pântanos e brejos. A temperatura oscila entre -54º e 21ºC.

O solo é fino, pobre em nutrientes e cobre-se de folhas caídas das árvores tornando-se ácido e
impedindo o desenvolvimento de outras plantas.

A vegetação é pouco diversificada devido às baixas temperaturas registradas (a água do solo


encontra-se congelada), sendo constituída sobretudo por coníferas - abetos (como o Abeto do Norte)
e pinheiros (como o Pinheiro silvestre), cujas folhas aciculares e cobertas por uma película cerosa,
as ajuda a conservar a umidade e o calor durante a estação fria.

As florestas demoram muito tempo a crescer e há pouca vegetação rasteira. Aparecem no entanto,
musgos, liquens e alguns arbustos. As árvores demonstram a existência de adaptações ao meio.
Sendo de folha persistente, conservam, quando a temperatura baixa, a energia necessária à produção
de novas folhas e assim que a luz solar aumenta, podem começar de imediato a realizar a
fotossíntese.

Embora haja precipitação, o solo gela durante os meses de Inverno e as raízes das plantas não
conseguem água. A adaptação das folhas à forma de agulhas limita, então, a perda de água, por
transpiração. Também a forma cônica das árvores da Taiga contribui para evitar a acumulação da
neve e a subseqüente destruição de ramos e folhas.

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Os animais existentes são alces, renas, veados, ursos, lobos, raposas, linces, arminhos, martas,
esquilos, morcegos, coelhos, lebres e aves diversas como por exemplo pica-paus e falcões. Os
charcos e pântanos que surgem no Verão constituem um ótimo local para a procriação de uma
grande variedade de insetos. Muitas aves migradoras vêm até à Taiga para nidificar e alimentar-se
desses insetos. Tal como na tundra, não aparecem répteis devido ao grande frio. Alguns peixes
também podem ser registrados nos rios formados pelas geleiras, um deles é o salmão que só procria
nesses ambientes mais gélidos. Muitos animais, sobretudo aves, migram para climas mais quentes
assim que a temperatura começa a baixar. Outros ficam, encontrando-se adaptados através das
penas, pêlos e peles espessas que os protegem do frio.

Área temperada

Florestas temperadas decíduas


São florestas da zona temperada onde as árvores perdem suas folhas durante o Outono para suportar
o frio do Inverno. Esses biomas são característicos de locais que apresentam as quatro estações bem
nítidas: (primavera, verão, outono e inverno), esse fenômeno permite uma maior adaptação das
espécies. Podem ser encontrados nos Estados Unidos, na Europa Ocidental, na China, nas Coréias e
no Japão.

As florestas temperadas decíduas exibem elevada diversidade de espécies, com vegetação


predominantemente arbórea e uma fauna rica constituída por mamíferos (ursos, veados, esquilos,
lobos, raposas, lebres), répteis, anfíbios, aves, e insetos.

As folhas de suas árvores caem, — razão pela qual são chamadas florestas decíduas . A queda das
folhas está associada a uma adaptação das plantas na defesa contra a seca fisiológica, uma vez que o
inverno, que dura cerca de três meses, é bastante rigoroso e a água congela-se no solo

Área tropical

floresta tropical
A floresta tropical ocorre em três regiões na Terra: na americana, na africana e na indo malaia. No
caso da americana é a maior de todas cobrindo a região amazônica compreendida pelo Brasil, e
todos os países que lhe fazem fronteira na América do Sul, indo em direção norte à América
Central, e ao sul até à bacia do Prata; tanto a mata da Floresta Amazônica, quanto a Mata Atlântica
fazem parte deste ecossistema. A floresta indo-malaia é a menos continua devido à agressão milenar
que vem sofrendo. Compreende a da costa da Indochina, a costa norte da Austrália, as Filipinas,
Nova Guiné, Borneo, entre outras. Das três, a menor área de floresta tropical é a africana, que
compreende a Libéria, o golfo da Guiné, e principalmente a região da bacia do rio Congo.

Somando-se todas estas áreas temos aproximadamente 17 milhões de km² de florestas tropicais, isto
significa que 20% das terras do planeta ainda estão com razoável cobertura vegetal, apesar das
tentativas dos seres humanos em destruí-las. Este biosistema é composto por grande quantidade de
espécies vegetais e animais, a temperatura média anual é sempre em torno de 20º C, a pluviosidade
anual aproximadamente de 1200 mm, sua localização média é na faixa entre os trópicos, daí a
denominação de floresta tropical. Uma das principais características da floresta tropical é a
biodiversidade vegetal e animal. Em torno de 60% de todas as espécies do planeta se encontram
neste ecossistema.

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Na Floresta amazônica, em dez mil metros quadrados encontramos cerca de 100 espécies de árvores
além de epífitas e cipós. A altura média das árvores gira em torno de 55 metros, a quantidade de
espécies de insetos e animais ainda é desconhecida. Em caso de desmatamento, a perda é imensa,
pois a biodiversidade é tão localizada e variável que, ao fazer uma queimada, podem ser destruídas
espécies que jamais foram conhecidas ou catalogadas. A floresta atlântica é uma floresta tropical
plena associada aos ecossistemas costeiros de mangues nas enseadas, foz de grandes rios, baías e
lagunas de influência.

Savana
Uma savana é uma região plana cuja vegetação predominante são as gramíneas, salpicadas por
algumas árvores esparsas e arbustos isolados ou em pequenos grupos. Normalmente, as savanas são
zonas de transição entre bosques e prados. Estas zonas se encontram em diferentes tipos de
ecossistemas, e são caracterizadas por:
1- água: escassa (semi-áridas)
2 - temperatura: duas estações - uma quente e seca e outra chuvosa.
3 - solo: fértil
4 - plantas: gramíneas; não são freqüentes as concentrações de árvores.
5 - animais: diferentes espécies de mamíferos, pássaros e insetos.

Das savanas da África a mais famosas é o Serengueti que fica na área leste da África, próximo à
Etiópia. O cerrado brasileiro é um tipo de savana, e é o segundo bioma mais ameaçado desse país.

Pradarias
Pradaria é uma planície vasta e aberta onde não há sinal de árvores nem arbustos, com capim baixo
em abundância. Estão localizadas em praticamente todos os continentes, com maior ocorrência na
América do Norte. A pradaria brasileira é o campo. São regiões muito amplas e oferecem pastagens
naturais para animais de pastoreio e as principais espécies agrícolas alimentares foram obtidas das
gramíneas naturais através de seleção artificial. Ocorre em regiões onde a queda pluviométrica é
muito baixa para suportar a forma de vida da floresta. O solo geralmente é cheio de túneis e tocas de
animais. As pradarias são também encontradas ao lado de desertos. O clima varia bastante: as
pradarias tropicais são quentes durante o ano, mas as pradarias temperadas têm estações quentes e
frias. Formam extensas áreas de paisagens naturais, muito utilizadas por muitos países para o
desenvolvimento da atividade pecuária. Na América do Sul, as pradarias, localizadas na Argentina,
Uruguai e no estado do Rio Grande do Sul (no Brasil), também são chamadas de pampas.

A fauna da pradaria é constituída pelos cães–da–pradaria, pelos ungulados pastadores (uma espécie
de cabra), carnívoros grandes, lebres, aves terrestres e coleópteros.
Predominam gramíneas; alguns arbustos e nenhuma árvore.

Deserto
Deserto é uma forma de paisagem ou região que recebe pouca precipitação pluviométrica. Como
conseqüência, os desertos têm a reputação de serem capazes de sustentar pouca vida. Comparando-
se com regiões mais úmidas isto pode ser verdade, porém, examinando-se mais detalhadamente, os
desertos freqüentemente abrigam uma riqueza de vida que normalmente permanece escondida
(especialmente durante o dia) para conservar umidade. Aproximadamente dois nonos da superfície
continental da Terra são desérticos.
As paisagens desérticas têm alguns elementos em comum. O solo do deserto é principalmente
composto de areia, e dunas podem estar presentes. Paisagens de solo rochoso são típicas, e refletem
o reduzido desenvolvimento do solo e a escassez de vegetação. As terras baixas podem ser planícies
cobertas com sal. Os processos de erosão eólica (isto é, provocados pelo vento) são importantes
fatores na formação de paisagens desérticas.

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Os desertos algumas vezes contêm depósitos minerais valiosos que foram formados no ambiente
árido ou que foram expostos pela erosão. Por serem locais secos, os desertos são locais ideais para a
preservação de artefatos humanos e fósseis.
A maioria das plantas do deserto são tolerantes à seca e salinidade, tais como as xerófitas, (gr. xeros
, seco e phytos , planta) que armazenam água em suas folhas, raízes e caules. Outras plantas do
deserto têm longas raízes que penetram até o lençol freático, firmam o solo e evitam a erosão. Os
caules e folhas de algumas plantas reduzem a velocidade superficial dos ventos que carregam areia,
protegendo assim o solo da erosão. Os desertos normalmente têm uma cobertura vegetal esparsa
porém muito diversificada. O gigantesco cactus saguaro fornece ninhos às aves do deserto e cresce
lentamente mas pode viver duzentos anos. Aos nove anos, ele tem cerca de quinze centímetros de
altura. Aos 75 anos, o cactus desenvolve seus primeiros ramos. Quando totalmente adulto, chega a
quinze metros de altura e pesa quase 10 toneladas. Eles povoam o deserto de Sonora e reforçam a
impressão de que os desertos são áreas ricas em cactus. Apesar dos cactus serem normalmente
considerados plantas dos desertos, outros tipos de plantas adaptaram-se à vida em meio árido. Isto
inclui plantas da família da ervilha e do girassol.
A fauna predominante do deserto é composta por roedores, por répteis e insetos que apresentam
marcantes adaptações à falta de água. Como por exemplo o rato canguru que possui hábitos
noturnos, não possui glândulas sudoríparas e pode passar a vida toda sem beber água, obtendo-a
apenas dos alimentos ingeridos.

A chuva às vezes cai nos desertos, e tempestades no deserto freqüentemente são violentas. Um
recorde de 44 mm em 3 horas de chuva já foi registrado no Saara. Grandes tempestades no Saara
podem despejar quase um milímetros de chuva por minuto. Canais normalmente secos, chamados
de arroios ou wadis , podem encher após chuvas pesadas, e chuvas rápidas os tornam perigosos.
Lagos se formam onde a chuva ou água de degelo no interior das bacias de drenagem é suficiente.
Os lagos dos desertos são geralmente rasos, temporários e salgados. Por serem rasos e terem um
gradiente de profundidade reduzido, a força do vento pode fazer as águas do lago se espalharem por
vários quilômetros quadrados. Quando os pequenos lagos secam, deixam uma crosta de sal no
fundo. Os terrenos planos do fundo de antigos lagos os tornam excelentes pistas de corrida e de
testes para aviões e veículos espaciais. Recordes de velocidade em veículos terrestres são
comumente estabelecidos na chamada Bonneville Speedway , uma pista no fundo do Grande Lago
Salgado. Ônibus espaciais pousam na "playa" de Rogers Lake, na base aérea de Edwards, na
Califórnia.

Biomas aquáticos

Em relação a sua fauna, flora e características abióticas podem ser divididos em:
1 - litoral
2 – plataforma continental
3 – mangue
4 – lagoa
5 – lago
6 – recife de corais
7 - floresta de algas
8 - calota polar
9 - zona bentônica (Relacionado aos organismos que vivem no fundo do mar)
10 - zona pelágica (Relacionado aos organismos que vivem acima do fundo do mar)

Ecossistemas aquáticos de água doce que geralmente apresentam maior biodiversidade são aqueles
compostos por água com pouca movimentação ou parada. Os ecossistemas com águas em

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movimento são ricos em plâncton, (fitoplancton e zooplancton) e seus habitantes são principalmente
algas fixadas às rochas e moluscos.

Os ecossistemas marinhos são ricos em biodiversidade distribuídos em seus domínios bentônicos


(fundo do mar) e pelágicos (flutantes nas colunas de água).
A luz consegue penetrar até 200 metros no mar, o que estabelece uma região com a presença de
fitoplânctons (algas unicelulares fotossintetizantes) chamada zona fótica. É nessa região que é
produzida basicamente todo o alimento primário, necessário para a manutenção da vida nos mares.
Abaixo dessa profundidade se estabelece uma zona sem luz e por consequencia sem a presença
desses produtores primários denominada zona afótica. Muitos dos organismos que vivem nessas
grandes profundidades geralmente se alimentam das sobras que decaem pela coluna dágua oriundas
da zona fótica.

Biomas do Brasil
O Brasil tem seu território ocupado por grandes biomas terrestres:

• Floresta Amazônica, cujo domínio ocupa os estados do Acre, Amazonas, Pará, Rondônia,
Tocantins, Amapá, Roraima, parte do Maranhão, Mato Grosso e Goiás. Apresenta vários estratos
(andares) formados pelas copas das árvores sendo o mais alto, em geral, entre 30 e 40 metros acima
do solo. A árvore mais conhecida da região é a seringueira, de onde se extrai o látex para produzir a
borracha natural. A floresta amazônica é rica em plantas epífitas como as grandes bromeliáceas,
aráceas e begoniáceas.

• Cerrado, cujo domínio ocupa os estados de Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, parte de São Paulo e Paraná. Seu território e que é constituído principalmente por
savanas com vegetação arbórea esparsa e solo com gramíneas. As arvores mais comuns são o Ipê, a
peroba-do-campo e a caviúna. O clima é quente.

• Floresta pluvial costeira – Floresta atlântica (Mata Atlântica), cujo domínio ocupa desde o Rio
grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Possui árvores com folhas perenes e a altura média do
extrato superior (andar mais alto) oscila entre 30 e 35 metros. A maior densidade da vegetação é a
do andar arbustivo. A floresta atlântica é um dos biomas mais devastados pela ação do homem.

• Caatinga, cujo domínio ocupa 10% do território nacional estendendo-se pelos estados do Piauí,
Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia e parte de Minas
Gerais. Constituída principalmente por savana possui baixos índices pluviométricos. A vegetação é
xeromórfica (gr. xeros , seco e morphos , aspecto), com plantas cactáceas do tipo mandacaru,
xiquexique, mimosas e acácias.

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• Pampa ou campos sulinos, cujo domínio ocupa o norte do Rio Grande do Sul é um tipo de
pradaria. Constituído principalmente por planícies onde predominam gramíneas.

• Pantanal, cujo domínio ocupa 1,76% do território nacional e é constituído por uma exuberante
comunidade biológica abrigando uma das mais ricas reservas de vida selvagem do mundo. Possui
uma vasta planície inundada que abrange parte dos estados do Mato Grosso, e Mato Grosso do Sul.
Da vegetação diversificada destaca-se principalmente a palmeira carandá, cactus, arbustos e
diferentes gramíneas. A fauna é riquíssima e diversificada.

• Floresta de Araucárias, situada nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São
Paulo, em regiões com índices pluviométricos altos e temperaturas moderadas. Possui três andares
bem definidos: O andar arbóreo constituído por pinheiros-do-paraná, o andar arbustivo com muitos
arbustos e samambaias arborescentes (do tronco destas se produz o Xaxim) e o andar herbáceos
com gramíneas formando uma vegetação rasteira.

• Floresta de Cocais – Babaçual localiza-se em certas áreas dos estados do Maranhão, Piauí e Rio
Grande do Norte e sua espécie mais típica é a palmeira do Babaçu. A região possui altos níveis de
chuva e o solo possui um lençol freático pouco profundo

• Manguezais – Estendendo-se por todo o litoral brasileiro são biomas aquáticos com vegetação
arbustiva característica. Formam-se perto de desembocadura de rios e em litorais protegidos da ação
direta do mar, por isso são considerados berçários da vida marinha que procuram estas áreas para se
reproduzirem. Das plantas a mais freqüente é a Avicennia tomentosa , que apresenta pneumatóforos
ou raízes respiratórias e germinação da semente dentro do fruto ainda presa à planta mãe, fenômeno
conhecido como viviparidade. A fauna é constituída basicamente por aves, crustáceos
(caranguejos), moluscos e peixes.

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