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IEFP - ISG

Ficha Técnica

Colecção MANUAIS PARA APOIO À FORMAÇÃO EM CIÊNCIAS


EMPRESARIAIS

Título Aprovisionamento e Gestão de Stocks


Suporte Didáctico Guia do Formador
Coordenação e Revisão Pedagógica IEFP – Instituto do Emprego e
Formação Profissional - Departamento
de Formação Profissional
Coordenação e Revisão Técnica ISG – Instituto Superior de Gestão
Autor Manuel Vilhena
Veludo/ISG Capa IEFP
Maquetagem

ISG Montagem

ISG
Impressão e Acabamento ISG
Propriedade Instituto do Emprego e Formação
Profissional, Av. José
Malhoa, 11 1099-018 Lisboa
Edição Portugal, Lisboa,
Dezembro de 2004
Tiragem 100 exemplares

Copyright,
2004
Todos os direitos
reservados ao IEFP
Nenhuma parte deste título pode ser
reproduzido ou transmitido,
por qualquer forma ou processo sem o conhecimento
prévio, por escrito, do IEFP
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
ÍNDICE GERAL IEFP

Índice Geral
1. Objectivos Globais do Guia ........................................................................................................................... 1
2. Pré-Requisitos................................................................................................................................................ 2
3. Perfil do Formador ......................................................................................................................................... 3
4. Campo de Aplicação do Guia ........................................................................................................................ 4
5. Plano de Desenvolvimento do Módulo/das Unidades Temáticas ................................................................. 5
6. Orientações Metodológicas Recomendadas ................................................................................................. 8
7. Recursos Didácticos ...................................................................................................................................... 9
8. Bibliografia Recomendada ........................................................................................................................... 10

I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO ............................................................11

1. Resumo...........................................................................................................................................
13
2. Plano das Sessões .........................................................................................................................
15
3. Actividades/Avaliação .....................................................................................................................
17
4. Transparências ...............................................................................................................................
22
5. Textos Complementares para o Formador .....................................................................................
47
II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS ....................................................49

1. Resumo........................................................................................................................................... 51
2. Plano das Sessões ......................................................................................................................... 52
3. Actividades/Avaliação ..................................................................................................................... 55
4. Transparências ............................................................................................................................... 57
5. Textos Complementares para o Formador ..................................................................................... 73

III. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DOS STOCKS .................................75

1. Resumo........................................................................................................................................... 77
2. Plano das Sessões ......................................................................................................................... 78
3. Actividades/Avaliação ..................................................................................................................... 82
4. Transparências ............................................................................................................................... 84
5. Textos Complementares para o Formador ..................................................................................... 95

Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 3


IEFP ÌNDICE
GERAL

IV. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS ............................................................................ 97

1. Resumo............................................................................................................................................99
2. Plano das Sessões ....................................................................................................................... 100
3. Actividades/Avaliação ................................................................................................................... 103
4. Transparências ............................................................................................................................. 115
5. Textos Complementares para o Formador................................................................................... 139

V. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS MATERIAIS ............................... 141

1. Resumo......................................................................................................................................... 143
2. Plano das Sessões ....................................................................................................................... 144
3. Actividades/Avaliação ................................................................................................................... 145
4. Transparências ............................................................................................................................. 148
5. Textos Complementares para o Formador................................................................................... 153

VI. FUNÇÃO COMPRAS E A SUA ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ADMINISTRATIVA ........... 155

1. Resumo......................................................................................................................................... 157
2. Plano das Sessões ....................................................................................................................... 159
3. Actividades/Avaliação ................................................................................................................... 162
4. Transparências ............................................................................................................................. 165
5. Textos Complementares para o Formador................................................................................... 181

FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL .............................................................................................. 183

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ............................................................................................... 201

GLOSSÁRIO.............................................................................................................................. 203

Guia do Formando Aprovisionamento e Gestão de Stocks


APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MÓDULO IEFP

1. OBJECTIVOS GLOBAIS DO GUIA

Este guia tem os objectivos seguintes:

Definir os pré-requisitos ou as habilitações mínimas aconselháveis para os formandos, sem as


quais, seria muito difícil atingirem os objectivos de aprendizagem propostos;

Especificar as habilitações académicas, a formação específica, as competências pedagógicas e a


experiência profissional dos formadores (M/F) do módulo Aprovisionamento e Gestão de Stocks;

Apoiar os formadores na planificação e desenvolvimento das sessões;

Auxiliar os formadores na sua função de orientadores e facilitadores das aprendizagens,


diversificando instrumentos e actividades, contribuindo para a motivação e orientação da
aprendizagem dos formandos;

Disponibilizar informação coadjuvante que contribua para que os formandos atinjam os objectivos
de aprendizagem seguintes:

Caracterizar a função aprovisionamento e demonstrar a sua importância;

Justificar o enquadramento da função aprovisionamento na estrutura organizacional;

Caracterizar a função armazenagem e enunciar os respectivos princípios e métodos de gestão


e organização;

Caracterizar a gestão e a organização administrativa dos stocks;

Reconhecer os princípios básicos da gestão económica dos stocks;

Distinguir a recepção qualitativa e quantitativa de stocks;

Caracterizar a função compras e a sua organização e gestão administrativa;

Seleccionar métodos e técnicas mais adequados e eficazes em função dos grupos alvo e dos
objectivos pedagógicos definidos.

Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 1


IEFP APRESENTAÇÃO GLOBAL DO
MÓDULO

2. PRÉ-REQUISITOS

O formando deve assegurar as condições de acesso seguintes:

Idade igual ou superior a 17 anos;

Habilitações escolares mínimas: 11º ano de escolaridade ou equivalente.

2 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks


APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MÓDULO IEFP

3. PERFIL DO FORMADOR

Habilitações Académicas-Formação Específica

O formador (M/F) deve estar habilitado com licenciatura ou bacharelato nas áreas da engenharia ou
gestão, preferencialmente com opções no ramo da produção industrial e especialização ou pós-
-graduação na área da gestão de materiais e da logística.

Experiência Profissional

O formador (M/F) deve possuir experiência profissional mínima de três anos em empresa produtora
ou distribuidora (de bens e/ou serviços), preferencialmente na área do aprovisionamento ou da
logística.

Certificação Profissional

O formador (M/F) deve possuir certificado de aptidão profissional emitido pelo IEFP, garantia de
que possui competências pedagógicas para exercer a actividade de formação.

Outros Requisitos

O formador (M/F) deve, ainda, revelar capacidades para entusiasmar os formandos, despertando-
lhes o interesse para os temas a abordar, alertando-os para os conceitos e ideias-chave das
unidades temáticas, apoiando-os em todo o processo da aprendizagem, propondo-lhes actividades
para desenvolverem em sala de aula e/ou em casa.

Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 3


IEFP APRESENTAÇÃO GLOBAL DO
MÓDULO

4. CAMPO DE APLICAÇÃO DO GUIA

Este guia destina-se a orientar a formação profissional específica na área do aprovisionamento e


gestão de stocks

Modalidades de Formação 2 Qualificação Inicial e


Profissional

Área Profissional 19 Serviços Comerciais,


Administrativos e Financeiros

Família Profissional 1 Serviços Administrativos,


Contabilísticos e Financeiros

Curso de Formação 2 Técnicas Administrativas,


Contabilístico-Financeiras e
de Secretariado

Saída Profissional 1 Técnico Administrativo


(Nível 3)
2 Técnico de Contabilidade
(Nível 3)

4 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks


APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MÓDULO IEFP

5. PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO MÓDULO/DAS UNIDADES TEMÁTICAS

Unidades Temáticas Objectivos Duração

(horas)
Distinguir os tipos de materiais 5h
1. Os Stocks e a existentes numa empresa
Função
Aprovisionamento Definir stock e classificá-lo
Descrever o âmbito da função
aprovisionamento evidenciando a sua
importância
Posicionar a função aprovisionamento
na estrutura organizacional da empresa
Estruturar a função aprovisionamento no
âmbito do processo logístico
Caracterizar o modelo de gestão por análise
estatística de anterioridades
Caracterizar o modelo de gestão por
encomenda
Caracterizar o modelo de gestão misto
Descrever o âmbito e o 8h
2. A Gestão e a enquadramento estrutural da gestão física dos
Organização Física stocks na área do aprovisionamento
dos Stocks
Especificar os requisitos de uma gestão
física dos stocks eficiente
Caracterizar a função armazenagem e
os seus princípios gerais
Classificar os armazéns
Descrever as actividades e os principais
métodos da organização física dos stocks

Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 5


IEFP APRESENTAÇÃO GLOBAL DO
MÓDULO

Descrever o âmbito e o enquadramento


3. A Gestão e a estrutural da gestão administrativa dos stocks 7h
Organização na área do aprovisionamento
Administrativa dos
Stocks Caracterizar a nomenclatura de um artigo do
stock
Apresentar sistemas e critérios de
codificação de materiais
Demonstrar a importância da formalização
das especificações dos materiais do stock
Evidenciar as vantagens da normalização de
variedades
Descrever um ficheiro de materiais
Distinguir modelos de controlo de existências
e de inventário

Descrever o âmbito da gestão económica


4. A Gestão dos 12 h
Económica dos stocks
Stocks
Explicar os conceitos fundamentais da
gestão económica dos stocks
Relacionar e quantificar as variáveis-chave
da gestão económica dos stocks
Distinguir os sistemas de gestão
económica dos stocks
Caracterizar os métodos de aprovisionamento
Efectuar o controlo da gestão económica dos
stocks

5. A Recepção Descrever o âmbito e o enquadramento 2h


Qualitativa e estrutural da recepção dos materiais na área
Quantitativa de do aprovisionamento
Materiais Caracterizar as actividades e os modelos
organizacionais da recepção dos materiais

6 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks


APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MÓDULO IEFP

6. A Função Compras e Caracterizar o problema e os 8h


a sua Organização e dados da compra
Gestão Administrativa Descrever o âmbito e o
enquadramento estrutural da
função compras na empresa
Explicar políticas de
aprovisionamento e de compras
Especificar as fases do
processo de compra tradicional
Descrever os aspectos
fundamentais da organização e
da gestão administrativa das
compras
Explicar as tendências
evolutivas da função compras

Duração Total do Módulo 42 h

Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 7


IEFP APRESENTAÇÃO GLOBAL DO
MÓDULO

6. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS RECOMENDADAS

O formador deve procurar alternar sessões expositivas de curta duração (cerca de 30 minutos) com
actividades pedagógicas estruturantes, como resolução de exercícios práticos e análise de temas
ou casos em grupo, com apresentação das respectivas conclusões.

Durante cada exposição, o formador poderá ilustrar os conceitos com exemplos.

No final de cada sessão, o formador deve incentivar os formandos a resolver as questões propostas
no fim de cada unidade temática do Guia do Formando, ainda não abordadas nas sessões
presenciais.

Poderá ser utilizado software específico para apoiar a aprendizagem.

8 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks


APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MÓDULO IEFP

7. RECURSOS DIDÁCTICOS

Software de apoio:

GESMAT ou outro

MS OFFICE 97 ou posterior (Word, Excel, Acess, PowerPoint, Outlook)

Um PC por cada 3 ou 4 formandos com a configuração mínima seguinte:

Processador a 110 Mhz ou superior

12 Mb de RAM ou superior

Disco rígido com pelo menos 40 Mb disponíveis

Leitor de diskettes 3,5’’ e de CR-ROM ou DVD

Placa gráfica

Monitor policromático

Placa de som

Placa de rede

Sistema operativo Windows 98 ou 2000/NT

Uma impressora ligada à rede

Um vídeo-projector (datashow)

Um retroprojector (com uma lâmpada sobressalente)

Um quadro de parede e marcadores (4 cores)

Um ecran

Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 9


IEFP APRESENTAÇÃO GLOBAL DO
MÓDULO

8. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

ASSIS, Rui, FIGUEIRA, Mário. MICROSTOCK - Apoio à Decisão em Gestão Económica de Stocks.
Lisboa, IAPMEI, 1991.

HESKETT, James L.. Sweeping Changes in Distribution. Harvard Business Review, Mar.-Apr.,
1973, pp. 123-132.

HESKETT, James L.. Logistics: Essential to Strategy. Harvard Business Review, Nov.-Dez., 1977,
pp. 85-96.

JESUÍNO, Jorge Correia - A Negociação: Estratégias e Tácticas. Lisboa, Texto Editora, 1996.

TERSINE, Richard J.. Materials Management and Inventory Systems. Amsterdam, North Holland,
1987.

ZERMATI, Pierre. A Gestão de Stocks. Lisboa, Editorial Presença, 1986.

10 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks


I. OS STO C SK E A F U N ÇO ÃA P R O V I S I O NTOA M E N

A P R O V I S I O NTOA M
EG E STÃ O
D ESTO C K S
I. OS STOCKS EA FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP

1. RESUMO

Numa empresa pode considerar-se dois tipos de materiais: recursos materiais (input) e produtos
acabados (output).

Os recursos materiais podem subdividir-se em materiais consumíveis, que são objecto de


processamento (por exemplo, matérias primas) e materiais de utilização permanente, que são
imobilizado, não consumíveis (por exemplo, equipamento).

Define-se stock como o conjunto de materiais consumíveis armazenados e valorizados em


existências.

Neste capítulo, são, ainda, classificados os materiais de stock em matérias primas, componentes,
produção em curso, semiacabados, produtos acabados, subprodutos, materiais subsidiários e
materiais de embalagens (primárias, secundárias, terciárias).

Define-se como o output ou resultado de um processo o(s) produto(s) e classificam-se em bens


tangíveis e bens intangíveis ou serviços.

Os bens tangíveis subdividem-se em bens de consumo e bens industriais.

A função aprovisionamento compreende as operações que permitem disponibilizar em tempo


oportuno, na quantidade e qualidade pré--definidas, todos os recursos materiais e serviços
provenientes do exterior da organização e necessários ao seu funcionamento, ao menor custo.

Depois de descrito o âmbito da função aprovisionamento e justificada a respectiva importância, são


apresentadas alternativas de posicionamento do Departamento de Aprovisionamentos na estrutura
organizacional da empresa, como órgão autónomo na dependência da Direcção Geral ou integrado
num Departamento de Logística.

O U.S. Council of Logistics Management adoptou para logística a definição seguinte: é o processo
estratégico (porque gera valor reconhecido pelos clientes, criando vantagem competitiva
sustentada) de planeamento, organização e controlo, eficaz e eficiente, dos fluxos e armazenagem
de materiais (matérias primas, componentes, produção em curso, produtos semiacabados e
acabados) e de informação relacionada, desde a origem (fornecedores) até ao destino final
(consumidores) visando maximizar a satisfação das necessidades dos clientes, externos e internos.

A logística pode ser considerada uma fonte de vantagem competitiva na medida em que gera
diferenciação através:

Da qualidade do serviço prestado aos clientes;

Do planeamento global e integrado de cada negócio que permite optimizar objectivos


estratégicos a alcançar;

I
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 13
IEFP I. OS STOCKS EA FUNÇÃO
APROVISIONAMENTO

Da selecção criteriosa de fornecedores e contratação adequada;

Da gestão optimizada da entrada e saída de materiais/produtos;

Da gestão optimizada dos transportes e das movimentações dos materiais/produtos.


Um sistema logístico, eficiente e eficaz, planeia, organiza e controla integradamente, fluxos
materiais e informacionais.
A gestão de stocks determina quando e quanto se deve encomendar de cada artigo do stock.
Relacionados com a gestão de stocks estão três factores importantes, a saber:

Conceito de procura, como origem das necessidades de materiais;

Conceitos de custos, nomeadamente, os seguintes:


- Custo de posse,
- Custo de efectivação das encomendas,
- Custo de aquisição,
- Custo de rotura de stock.

Conceito de prazo de aprovisionamento ou de disponibilização do material. Relativamente aos


modelos de gestão de aprovisionamento são caracterizados os seguintes: Modelo push de gestão
por análise estatística, que calcula necessidades logísticas independentes; Modelo pull de gestão
por encomenda, que calcula necessidades logísticas dependentes, e está
normalmente integrado numa filosofia de gestão global JIT;

Modelo misto de gestão MRP, que recorre ao cálculo de necessidades logísticas


independentes, para horizontes temporais de médio prazo, e de necessidades dependentes
para horizontes de curto prazo.
JIT (Just-In-Time) é uma filosofia de gestão global, centrada no mercado, cujo princípio
fundamental é "produzir quando e apenas o que o cliente necessita ou deseja e aprovisionar
quando e apenas o necessário e suficiente para garantir aquela produção”.
A gestão JIT propõe-se alcançar os 6 objectivos seguintes:
Zero existências em armazém;
Zero defeitos durante a fabricação;
Zero avarias dos equipamentos em produção;
Zero acidentes com o pessoal;
Zero atrasos e prazos curtos;
Zero papel em circulação;

I
14 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
I. OS STOCKS EA FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP

2. PLANO DAS SESSÕES

Conteúdo Metodologia Duração


(minutos)
1. Tipos de Exposição: 30 min
materiais Introduzir os conceitos de materiais e de stock
(transparências 1.1., 1.2)
2. Classificação de Apresentar a classificação de stocks e de
stocks e de produtos através de exemplos (transparências 1.3, 1.4)
produtos
Os formandos, reunidos em grupo, debatem as 30 min
vantagens e inconvenientes da constituição de cada tipo
de stock.
As conclusões dos debates são apresentadas
pelo porta-voz de cada grupo.

3. Âmbito da Exposição: 30 min


função Apresentar o âmbito da função aprovisionamento
aprovisionamen relacionado com o conceito de necessidade
to (transparência 1.5)
Evidenciar a importância da função aprovisionamento
4. Importância do (transparência 1.6)
aprovisionamen Integrar a função aprovisionamento no processo
to logístico (transparências 1.7, 1.8, 1.9, 1.10)

5. Relação da
Os formandos, reunidos em grupos, debatem o 30 min
função
processo logístico como fonte de vantagem competitiva
aprovisionamen
to com o As conclusões dos debates são apresentadas
processo pelo porta-voz de cada grupo.
logístico

I
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 15
IEFP I. OS STOCKS EA FUNÇÃO
APROVISIONAMENTO

6. A função Exposição: 30 min


aprovisionam Apresentar organogramas alternativos evidenciando a
ento e a localização da função aprovisionamento na estrutura
estrutura organizacional (transparências 1.11, 1.12)
organizacion Evidenciar os vários órgãos estruturais da área
al aprovisionamento (transparência 1.13)

Os formandos, reunidos em grupos, debatem as 30 min


vantagens e inconvenientes das diferentes soluções
organizacionais apresentadas
As conclusões dos debates são apresentadas
pelo porta-
-voz de cada grupo.

7. Âmbito da Exposição: 30 min


gestão de Apresentar o âmbito da gestão de stocks e os
stocks respectivos factores a considerar (transparências 1.14. a
1.18)

Os formandos, reunidos em grupo, identificam os três 30 min


factores a considerar na gestão de stocks e a respectiva
importância
As conclusões dos debates são apresentadas pelo
porta-
-voz de cada grupo.

8. Necessidades Exposição: 30 min


logísticas e Distinguir os tipos de necessidades e exemplificar
modalidades (transparências 1.19 a 1.21)
de gestão de Caracterizar, sumariamente, os três modelos de
aprovisionam gestão de aprovisionamento:
ento Push ou por análise estatística
Pull ou por encomenda
MRP ou misto
(transparências 1.22 a 1.25)

Os formandos, reunidos em grupos, debatem as 30 min


vantagens e limitações da filosofia de gestão JIT (just-
-in-time)
As conclusões dos debates são apresentadas pelo
porta-
-voz de cada grupo.
Total 5 horas

I
16 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
I. OS STOCKS EA FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP

3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO

Exercício 1

Distinga materiais consumíveis, materiais de utilização permanente e mercadorias

Resolução:

Materiais consumíveis que são objecto de processamento interno na empresa tais como: matérias
primas, materiais subsidiários, material de embalagem.

Materiais de utilização permanente que são imobilizado, ou seja, materiais que não são consumidos
no processo produtivo, mantendo-se ao dispor deste durante vários ciclos de transformação.

Numa empresa comercial os bens transaccionados designam-se por mercadorias, não estando
sujeitos a qualquer transformação dentro da empresa.

Exercício 2

Distinga bens tangíveis e intangíveis

Resolução:

Bens tangíveis são aqueles que têm presença física, que possuem corpo.

Bens intangíveis são aqueles que não têm presença física, que não possuem corpo.

Exercício 3

Indique os objectivos da função aprovisionamento

Resolução:

A função aprovisionamento compreende o conjunto de operações que permitem pôr à


disposição da empresa em tempo oportuno, na quantidade e na qualidade definidas, todos os
recursos materiais e serviços necessários ao seu funcionamento, ao menor custo.

Para além das actividades de selecção e qualificação de fornecedores, de negociação, de


contratação e de compra de recursos materiais e serviços, de gestão de stocks, a função
aprovisionamento ainda inclui nas suas atribuições: a recepção de materiais, a armazenagem, o
aviamento de requisições e o envio/transporte de materiais para estaleiros onde decorrem obras
ou a expedição para subempreiteiros.

I
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 17
IEFP I. OS STOCKS EA FUNÇÃO
APROVISIONAMENTO

Exercício 4

Descreva uma cadeia logística externa

Resolução:

Venda de Expedição
material de material FORNECEDOR
PRODUTOR

Compra de Transporte Transform.


material Recepção Armazenagem
de material de material

Depósito de Expedição
produto de produto

GROSSISTA
Compra de Transporte Venda de
Recepção Armazenagem
produto primário produto

Picking Expedição

RETALHISTA
Compra de Transporte Ponto de
produto Recepção Retém
secundário Venda

CONSUMIDOR

Exercício 5

Indique as atribuições principais da função aprovisionamento

Resolução:

O Programação estabelece as ligações ao Planeamento Geral de Operações (ver Figura I.1) e


disponibiliza informação relativa a quantidades necessárias e prazos, aos outros órgãos do
Departamento de Aprovisionamentos;

A Contratação pesquisa o mercado, avalia e selecciona os fornecedores, com quem estabelece


contratos de fornecimento, após negociação;

I
18 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
I. OS STOCKS EA FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP

A Gestão de Materiais determina quanto e quando encomendar e mantém actualizado o inventário


(gestão económica e administrativa);

As Compras processam as encomendas e asseguram o cumprimento dos contratos com os


fornecedores;

A Recepção e Armazenagem asseguram a gestão e organização física dos materiais.

Exercício 6

Explique a incidência da procura no ciclo de vida de um produto

Resolução:

Procura aleatória - quando as vendas são dispersas no tempo e nos pontos de venda, não se
podendo encontrar qualquer modelo estatístico que as reproduza. Este comportamento das
vendas é típico quando o produto se encontra na fase de lançamento do seu ciclo de vida.

Procura uniforme - quando já é possível definir um modelo estatístico que mostre a


evolução das vendas no tempo. Neste tipo de procura pode distinguir-se três categorias:

De tendência crescente - as vendas encontram-se em ascensão progressiva,


característica de um produto em fase de crescimento do seu ciclo de vida;

De tendência constante - as vendas encontram-se estabilizadas, com pequenas


oscilações, o que permite prever o seu comportamento temporal com elevada fiabilidade.
Esta constância comportamental é sintomática quando os produtos atingem a fase de
maturidade do ciclo de vida;

De tendência decrescente - as vendas encontram-se em queda nítida, o que identifica


claramente a fase de declínio de um produto.

Exercício 7

Identifique os diferentes tipos de custos associados à gestão de stocks

Resolução:

O custo de posse (Cp) que é o custo associado à manutenção do stock;

O custo de efectivação das encomendas (Ce) que é o custo administrativo do processamento


das encomendas de um artigo;

O custo de aquisição do material (Cm) que é o custo do material, encomendado ao exterior, à


entrada da empresa (custo de fornecimento, de transportes, de seguros, );

O custo de fabricação (Cf) que é o custo do material encomendado internamente, através de


ordem de fabrico;

I
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 19
IEFP I. OS STOCKS EA FUNÇÃO
APROVISIONAMENTO

O custo de rotura de stock (Cr) que é o custo associado a uma solicitação ou requisição de
material de stock, não atendida totalmente pelo armazém

Exercício 8

Distinga necessidades logísticas dependentes e independentes

Resolução:

Necessidades Dependentes

Há casos em que a empresa recebe encomendas de quantidades bem determinadas de produto(s)


acabado(s) com prazo(s) de entrega definidos ou satisfaz cadernos de encargos, ou ainda como no
caso do exemplo da fábrica de jantes, em que de início são conhecidas as quantidades do produto
a fornecer e a cadência de entrega, verifica-se que as necessidades resultam directamente da
procura.

Assim, podemos definir:

Necessidade Dependente - Toda a necessidade logística a jusante do circuito material,


perfeitamente determinada e resultante de:

Encomenda(s) de produto(s) com quantidade(s) e prazo(s) de entrega bem definidos.


Encomenda(s) de produto(s) de procura decorrente e cadência de entrega determinada.
Encomenda(s) de produto(s) cuja especificação e prazo de entrega são fixado(s) (segundo
caderno de encargos).

Necessidade Independente

Há casos em que as necessidades logísticas têm origem em valores aleatórios, como os dados
resultantes das análises estatísticas de vendas, e são para utilização posterior com o prazo de
utilização indeterminado.

É o que acontece nos armazéns de Aprovisionamento, cuja existência resulta de uma gestão de
stocks, baseada em previsões de consumo considerado aleatório.

Também, na definição de quantidades de material a fabricar, em que a única base de cálculo


previsional é o conhecimento da procura do produto e da evolução das vendas que indica em que
fase do ciclo de vida se encontra.

Assim, podemos definir:

Necessidade Independente - Toda a necessidade logística a jusante do fluxo material,


resultante de previsão estatística, baseada em históricos, ou no conhecimento da procura do
produto e do respectivo ciclo de vida, com prazo de utilização indeterminado.

I
20 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
I. OS STOCKS EA FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP

Exercício 9

Explique porque se considera o modelo MRP um modelo misto

Resolução:

O modelo misto também designado modelo de gestão MRP (Material Requirements Planning) foi
desenvolvido, na década de 60, nos EUA e considera-se misto porque recorre ao cálculo de
necessidades logísticas independentes para um horizonte temporal de médio prazo e de
necessidades dependentes para um horizonte de curto prazo.

I
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 21
IEFP I. OS STOCKS EA FUNÇÃO
APROVISIONAMENTO

4. TRANSPARÊNCIAS

TIPOS DE MATERIAIS
Materiais de input ou recursos materiais
Materiais de output ou produtos acabados

1.1
I
22 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
I. OS STOCKS EA FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP

NOÇÃO DE STOCK
Stock ou stocks é o conjunto de materiais consumíveis ou de mercadoriais
acumulados, à espera de uma utilização posterior, mais ou menos
próxima, e que permite assegurar o fornecimento aos utilizadores quando
necessário. São os elementos patrimoniais classificados e valorizados
em existências.

1.2
I
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
23
IEFP I. OS STOCKS EA FUNÇÃO
APROVISIONAMENTO

CLASSIFICAÇÃO DOS STOCKS


Matérias-
primas
Componentes
Produção “em curso”
Semi-acabados
Produtos acabados
Subprodutos
Materiais subsidiários
Materiais de embalagem

1.3
I
24 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
I. OS STOCKS EA FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP

CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS

- Bens não duradouros

- Bens de Consumo

- Bens duradouros

Bens Tangíveis

- Matérias-primas

- Bens Industriais - Componentes

- Subconjuntos

- De suporte

Bens Intangíveis ou Serviços

1.4
I
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
25
IEFP I. OS STOCKS EA FUNÇÃO
APROVISIONAMENTO

FUNÇÃO APROVISIONAMENTO
A função aprovisionamento compreende o conjunto de
operações que permitem pôr à disposição da empresa
em tempo oportuno, na quantidade e na
qualidade definidas, todos os recursos materiais e
serviços necessários ao seu funcionamento, ao menor custo.

1.5
I
26 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
I. OS STOCKS EA FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP

IMPORTÂNCIA DO APROVISIONAMENTO
Gerardiferenciação face à concorrência, através de uma selecção
criteriosa de fornecedores qualificados que assegurem a qualidade dos
fornecimentos e serviços prestados;
Reduzir os custos e os prazos de entrega dos produtos (bens e
serviços) fornecidos através de contratação adequada, de gestão
económica dos stocks, de armazenagem e expedição convenientes.

1.6
I
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
27
IEFP I. OS STOCKS EA FUNÇÃO
APROVISIONAMENTO

LOGÍSTICA
Logística é o processo estratégico (porque gera valor reconhecido pelos
clientes, criando vantagem competitiva sustentada, na medida em que
acrescenta diferenciação, aumenta a produtividade ea rendibilidade) de
planeamento, organização e controlo, eficaz e eficiente, dos fluxos e
armazenagem de materiais (matérias primas, componentes, produção em
curso, produtos semiacabados e acabados) e de informação relacionada,
desde a origem (fornecedores) até ao destino final (consumidores) visando
maximizar a satisfação das necessidades dos clientes, externos e internos.

1.7

I
28 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
I. OS STOCKS EA FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP

LOGÍSTICA DE INPUT E DE OUTPUT


Planeamento Global do Negócio

Planeamento Geral de Operações

Programação do Programação da Programação da


Aprovisionamento Produção Distribuição

Compra Transporte Armazena Processos Armazena Transporte Venda


-gem Produtivos -gem

LOGÍSTICA DE ENTRADA (Input) LOGÍSTICA DE SAÍDA (Output)


1.8
I
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
29
IEFP I. OS STOCKS EA FUNÇÃO
APROVISIONAMENTO

CADEIA LOGÍSTICA
FORNECEDOR
Venda de Expedição
material de material
PRODUTOR
Compra de Transporte Armazenagem Transform.
material de material Recepção de material

Depósito de Expedição
produto de produto
GROSSISTA
Compra de Transporte Armazenagem Venda de
produto Recepção
primário produto

Picking Expedição
RETALHISTA
Compra de Transporte Ponto de
produto Recepção Retém
secundário Venda

CONSUMIDOR
I
30 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
I. OS STOCKS EA FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP

1.9

FLUXOS NA CADEIA LOGÍSTICA


ORIGEM CADEIA CADEIA EXTERNA DESTINO
(Fornecedores) INTERNA (Intermediários) (Consumidores
(Produtor) )

FLUXOS DE INFORMAÇÃO

FLUXOS DE MATERIAIS/PRODUTOS

FLUXOS FINANCEIROS

I
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 31
IEFP I. OS STOCKS EA FUNÇÃO
APROVISIONAMENTO

O DEPARTAMENTO DE LOGÍSTICA DEPENDE DA DIRECÇÃO


GERAL
DIRECÇÃO
GERAL

DP. DP. DP. DP.


ADMINIST.
COMERCIAL LOGÍSTICA TÉCNICO FINANCEIRO

TES. S.
MARKETING VENDAS APROVISION. DISTRIBUIÇ. CONCEPÇ. FABRIC. CONT. ADM.

1.11

I
32 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
I. OS STOCKS EA FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP

O DEPARTAMENTO DE APROVISIONAMENTO DEPENDE DA


DIRECÇÃO GERAL

DIRECÇÃO
GERAL

DP. DP. DP. DP.


COMERCIAL APROVISIONAM. TÉCNICO ADMIN./FINANC.

1.12
I
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
33
IEFP I. OS STOCKS EA FUNÇÃO
APROVISIONAMENTO

ESTRUTURA DO ÓRGÃO DE APROVISIONAMENTO

APROVISIONA-
MENTOS

Programação

Contratação Gestão de Compras Recepção e


Materiais Armazenagem

1.13
I
34 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
I. OS STOCKS EA FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP

ÂMBITO DA GESTÃO DE STOCKS

A função gestão de stocks tem como principais atribuições:


A determinação das quantidades óptimas a encomendar
para a constituição ou para a renovação dos stocks;

Estabelecimento das datas e da cadência segundo a qual


convém efectuar essa determinação;
A organização administrativa e física dos stocks.

1.14 I
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
35
IEFP I. OS STOCKS EA FUNÇÃO
APROVISIONAMENTO

FACTORES A CONSIDERAR NA GESTÃO DE STOCKS

A procura

Os custos

Os prazos

1.15
I
36 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
I. OS STOCKS EA FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP

CONCEITO DE PROCURA
Procura é a expressão dinâmica de um mercado que
corresponde a medidas qualitativas e quantitativas dos
consumidores, que desejam e podem adquirir um produto.

1.16
I
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
37
IEFP I. OS STOCKS EA FUNÇÃO
APROVISIONAMENTO

OS CUSTOS ASSOCIADOS À GESTÃO DE STOCKS

O custo de posse (Cp);


O custo de efectivação de encomenda (Ce);
O custo de aquisição do material (Cm);
O custo de fabricação (Cf);
O custo de rotura de stock (Cr).

1.17

I
38 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
I. OS STOCKS EA FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP

PARCELAS DO PRAZO DE APROVISIONAMENTO

O prazo administrativo de preparação e lançamento da


encomenda;

O prazo de recepção pelo fornecedor;

O prazo de entrega do fornecedor;

O prazo de recepção e armazenagem na empresa.

1.18

I
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 39
IEFP I. OS STOCKS E A FUNÇÃO
APROVISIONAMENTO

NECESSIDADES LOGÍSTICAS
Necessidade logística - É toda a solicitação de natureza
material ou de serviço, que visa satisfazer quantitativa,
qualitativa etemporalmente, qualquer requisito de carência a
jusante do fluxo material, no cumprimento de um objectivo
organizacional.
Estas necessidades logísticas podem ser de dois tipos:
Necessidades dependentes
Necessidades independentes

1.19
I
40 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
I. OS STOCKS EA FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP

NECESSIDADE DEPENDENTE

Necessidade Dependente - Toda a necessidade logística a


jusante do circuito material, perfeitamente determinada e
resultante de:
Encomenda(s) de produto(s) com quantidade(s) e prazo(s)
de entrega bem definidos.
Encomenda(s) de produto(s) de procura decorrente e cadência
de entrega determinada.
Encomenda(s) de produto(s) cuja especificação e prazo de
entrega são fixado(s) (segundo caderno de encargos).
1.20
I
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
41
IEFP I. OS STOCKS EA FUNÇÃO
APROVISIONAMENTO

NECESSIDADE INDEPENDENTE

Necessidade Independente - Toda a necessidade logística a


jusante do fluxo material, resultante de previsão estatística,
baseada em históricos, ou no conhecimento da procura do
produto e do respectivo ciclo de vida, com prazo de utilização
indeterminado.

I
42 Guia do Formador
I. OS STOCKS EA FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP

MODELO DE GESTÃO POR ANÁLISE ESTATÍSTICA OU


MODELO PUSH
Neste modelo de gestão, as previsões de consumos são
calculadas a partir da análise estatística de dados históricos ou
anterioridades e o cálculo das necessidades logísticas são
independentes.
Este modelo pode aplicar-se quando:
A procura é uniforme;
O contexto ou ambiente externo (macro e microambiente) é
relativamente estável;
A especificação do(s) produto(s) está bem definida e
estabilizada;
A produção é contínua (flow production) ou por lotes (batch
production).
1.22

I
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 43
IEFP I. OS STOCKS EA FUNÇÃO
APROVISIONAMENTO

MODELO DE GESTÃO POR ENCOMENDA OU MODELO PULL


Neste modelo o cálculo das necessidades logísticas são
dependentes.
Este modelo pode aplicar-se quando:
A especificação do(s) produto(s) está bem definida, embora
adaptada à exigência específica do cliente;
A produção é por encomenda (job production).

I
44 Guia do Formador
I. OS STOCKS EA FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP

GESTÃO JIT
JIT (Just-In-Time) é uma filosofia de gestão global, centrada no
mercado, cujo princípio fundamental é “produzir quando e
apenas o que o cliente necessita ou deseja e aprovisionar
quando e apenas o necessário e suficiente para garantir aquela
produção”.
A gestão JIT propõe-se alcançar os 6 objectivos seguintes:
Zero existências em armazém;
Zero defeitos durante a fabricação;
Zero avarias dos equipamentos em produção;
Zero acidentes com o pessoal;
Zero atrasos e prazos curtos;
Zero papel em circulação;
1.24

I
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 45
IEFP I. OS STOCKS EA FUNÇÃO
APROVISIONAMENTO

MODELO MISTO OU MODELO MRP

Este modelo considera-se misto porque recorre ao cálculo


de necessidades logísticas independentes para
um horizonte temporal de médio prazo e
de necessidades dependentes para
um horizonte de curto prazo.

1.25
I
46 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
I. OS STOCKS EA FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP

5. TEXTOS COMPLEMENTARES PARA O FORMADOR

Artigos da revista Executive Dugest

Artigos da revista Foco

Artigos da revista Exame

I
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 47
I I. A G E S TO ÃE A O R G A N I ZOAF ÇÍ SÃIACD OS STO C K S

A P R O V I S I O NTOA M
EG E STÃ O
D ESTO C K S
II. A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS IEFP

1. RESUMO

À gestão material dos stocks compete assegurar que as operações realizadas com os stocks,
desde a sua entrega na empresa até à sua saída de armazém, sejam executadas com eficiência,
isto é, ao menor custo e em tempo oportuno.

Os requisitos de uma gestão física dos stocks eficiente são garantir o bom funcionamento da
recepção, a adequação dos meios de movimentação, a especificidade das instalações e do
equipamento de armazenagem, a desburocratização administrativa e as condições de higiene e
segurança das instalações.

À função armazenagem compete preservar os stocks e assegurar o aviamento nas melhores


condições de segurança e rapidez.

Os dois princípios gerais da armazenagem são o do local pré--definido e o do local disponível,


havendo a necessidade de registo e controlo rigoroso da localização dos materiais, no caso de se
adoptar o segundo princípio.

Os armazéns podem ser industriais, de distribuição ou entrepostos e os espaços podem ser


cobertos ou não.

As principais actividades da organização material dos stocks são a movimentação, a arrumação, a


conservação, a protecção, o aviamento de requisições ou de ordens programadas, a expedição e o
saneamento de existências.

São enunciados procedimentos, métodos, técnicas e regras correntemente adoptados, para facilitar
o trabalho e reduzir o custo logístico da armazenagem. Por exemplo, para facilitar a localização dos
stocks, são apresentados os métodos da quadrícula e dos corredores.

II
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 51
IEFP II. A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO FÍSICA
DOS STOCKS

2. PLANO DAS SESSÕES

Conteúdo Metodologia Duração


(minutos)
1. Âmbito e Exposição: 30 min
enquadramento Apresentar o âmbito e as atribuições da gestão física dos
estrutural da stocks (transparências 2.1. a 2.6)
gestão física
dos stocks Apresentar estruturas organizacionais alternativas para
a gestão física dos stocks.

Os formandos, reunidos em grupo, debatem as 30 min


vantagens e limitações de diferentes modelos
organizacionais e enquadramentos estruturais e
respectivas implantações físicas
As conclusões dos debates são apresentadas pelo
porta-
-voz de cada grupo.
2. Gestão física Exposição: 30 min
dos stocks Enunciar e justificar os requisitos de uma
eficiente gestão eficiente da recepção, da
movimentação, do armazenamento, da
localização, do aviamento e da expedição de material
de stock (transparência 2.7)
Apresentar uma política de higiene e segurança e
procedimentos para reduzir riscos, exemplificando.
Os formandos, reunidos em grupos, elaboram 30 min
proposta com medidas que promovam a melhoria da
eficiência e
da segurança na função e áreas de armazenagem
As propostas dos grupos são apresentadas
pelos respectivos porta-voz.
3. Âmbito e Exposição: 30 min
princípios da Apresentar o âmbito da função armazenagem
armazenagem (transparências 2.4 e 2.5)
Justificar os dois princípios gerais de
armazenagem, através de exemplos práticos
(transparência 2.8 e 2.9).

II
52 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
II. A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS IEFP

Os formandos, reunidos em grupos, debatem os 30 min


factores que condicionam a selecção do método de
armazenagem
As conclusões dos debates são apresentadas pelo
porta-
-voz de cada grupo.
4. Equipamento Exposição: 30 min
utilizado em Caracterizar os diversos tipos de equipamento, tais
armazéns como, meiosde movimentação
(empilhadores específicos, transportadores
contínuos, gruas e pontes rolantes, AGV,
...) e meios de contenção (estruturas de paletização,
carrosséis, soluções drive-in, ...) (transparência 2.12).

Os formandos, reunidos em grupos, devem procurar 30 min


relacionar os tipos de equipamento com os tipos de
produto a armazenar e com as soluções LIFO ou FIFO
As conclusões dos debates são apresentadas pelo
porta--voz de cada grupo.

5. Arrumação e Exposição: 30 min


localização de Apresentar o âmbito da arrumação dos
artigos em armazéns, respectivos critérios, considerando a unidade
armazém de trabalho do armazém e exemplificando (transparência
2.13)
Apresentar os métodos de localização através de
exemplos práticos (transparência 2.14).

Os formandos, reunidos em grupos, devem estabelecer 30 min


códigos de localização de artigos em armazém, segundo
os dois métodos apresentados pelo formador
Os códigos estabelecidos são apresentados pelo porta-
-voz de cada grupo.

6. Conservação e Exposição: 30 min


protecção dos Apresentar o âmbito da conservação de materiais
materiais (transparência 2.15)
armazenados
Especificar e exemplificar tipos de conservação.

II
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 53
IEFP II. A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO FÍSICA
DOS STOCKS

Os formandos, reunidos em grupo, devem procurar 30 min


relacionar acções de conservação com medidas de
prevenção e segurança de armazenagem
As conclusões do trabalho dos grupos são
apresentadas pelos respectivos porta-vozes.

7. Saneamento de Exposição: 30 min


existências Apresentar o âmbito da actividade de saneamento de
existências (transparência 2.16)
Demonstrar, através de exemplos práticos, as
vantagens do saneamento de existências.

Os formandos, reunidos em grupos, debatem 30 min


os critérios para classificar artigos do stock como
monos a abater
As conclusões dos debates são apresentadas
pelo porta--voz de cada grupo.

Total 8 horas

II
54 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
II. A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS IEFP

3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO

Exercício 1

Indique as principais atribuições da gestão física dos stocks

Resolução:

A gestão física dos stocks tem como principais atribuições:

Recepcionar os materiais aprovisionados;

Armazenar e conservar os stocks;

Aviar ou expedir os materiais armazenados.

Exercício 2

Indique vantagens e limitações do armazém caótico i. e. com um sistema de armazenagem sem


lugar pré-definido

Resolução:

Este sistema obedece ao princípio de “seja qual for no sítio disponível”. Nos espaços livres pode
colocar-se qualquer material, não existindo lugares marcados, mas critérios gerais de
localização.

Vantagens:

- Aproveitamento máximo dos espaços;

- Facilita a operação de arrumação dos materiais.

Inconvenientes:

- Exige registo e controlo rigoroso da localização dos materiais (armazém “inteligente”);

- Pode aproximar materiais incompatíveis ou que se contaminem, se não forem cumpridos


determinados procedimentos.

Nota:

Este tipo de armazenagem é frequentemente utilizado em materiais de compra directa para obras,
que em princípio só entram em armazém uma vez (encomenda e recepção únicas), embora,
possam sair em parcelas, mas, até esgotar a quantidade em stock.

II
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 55
IEFP II. A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO FÍSICA
DOS STOCKS

Exercício 3

Explique a unidade de trabalho de um armazém


Resolução:
Define-se:

Unidade de trabalho característica dos armazéns como o produto (aritmético) = tonelada x


metro.

Note-se a correspondência desta medida com a do trabalho humano, por exemplo: hora x homem.

Exercício 4

Exemplifique um código de localização de armazenagem


Resolução:
Um código de localização de um produto químico, que se encontra arrumado no Armazém de
Produtos Químicos:
Q B
03 2

Posição 2

Prateleira B

Estante 03

Armazém de Produtos Químicos

Exercício 5

Indique critérios para saneamento de existências


Resolução:
O saneamento de existências tem por objectivo a constante actualização e adequação das
existências às necessidades do processo produtivo na óptica da maior rendibilidade.
O motivo fundamental que o justifica é a permanência nos armazéns de material excedentário ou
de monos que ocupam espaços, representam valor e constituem encargos logísticos
desnecessários que urge liquidar.

Saneamento de Existências - É a actividade que consiste na análise periódica dos artigos


existentes em armazém e na eliminação de todos aqueles que revelam muito baixa rotação por
obsolescência ou inadequação às necessidades.

II
56 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
II. A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS IEFP

4. TRANSPARÊNCIAS

Âmbito da Gestão Física dos Stocks


À gestão física dos stocks compete assegurar que as
operações realizadas com os materiais, desde a sua entrega na
empresa até à sua saída de armazém, sejam executadas com
eficiência, isto é, ao menor custo e em tempo oportuno.

2.1
II
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
57
IEFP II. A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO FÍSICA
DOS STOCKS

ATRIBUIÇÕES DA GESTÃO FÍSICA DOS STOCKS

A gestão física dos stocks tem como principais atribuições:


Recepcionar os materiais aprovisionados;
Armazenar e conservar os stocks;
Aviar ou expedir os materiais armazenados.

2.2

II
58 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
II. A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS IEFP

Âmbito da RECEPÇÃO DOS MATERIAIS


À função recepção dos materiais compete assegurar a
conformidade das remessas de materiais dos fornecedores com os
requisitos expressos nas respectivas encomendas e com a
legislação e regulamentação aplicáveis.

2.3

II
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 59
IEFP II. A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO FÍSICA
DOS STOCKS

Âmbito da Função Armazenagem


À função armazenagem compete preservar em boas condições os
materiais armazenados e realizar o aviamento rapidamente e nas
melhores condições de segurança.

2.4

II
60 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
II. A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS IEFP

Aviamento
É a actividade de entrega do material requisitado no armazém ou o
encaminhamento para o local de utilização, em conformidade com
a programação.

Pode considerar-se três tipos de aviamento:


- Eventual
- Programado
- Urgente
2.5

II
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 61
IEFP II. A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO FÍSICA
DOS STOCKS

Expedição
É a actividade que assegura as boas condições de
acondicionamento do material durante o transporte,assim como o
carregamento eficiente do material no meio de transporte utilizado.

2.6

II
62 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
II. A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS IEFP

Requisitos de uma Gestão Física dos Stocks Eficiente

Proporcionar as condições materiais adaptadas à recepção


Dispor de meios adequados de movimentação e transporte
interno
Dispor de meios e espaço
devidamente adequado ao armazenamento e guarda
Possibilitar e facilitar a saída rápida dos artigos do armazém
Prever, organizar e manter a segurança de pessoas e bens

2.7

II
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 63
IEFP II. A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO FÍSICA
DOS STOCKS

Princípios Gerais de Armazenagem

Há dois princípios gerais a que correspondem dois tipos básicos de


armazenagem, que podem coexistir num mesmo armazém:
Armazenagem com lugar pré-definido,
→ Princípio: “Um lugar para cada coisa e cada coisa
no seu lugar”.
Armazenagem sem lugar pré-definido.
→ Princípio: “Seja qual for no sítio disponível”.

2.8

II
64 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
II. A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS IEFP

FACTORES CONDICIONANTES DO MÉTODO DE


ARMAZENAGEM
Rotatividade dos materiais;
Volume e peso a movimentar;
Valor dos materiais;
Ordem de entrada/saída;
Acondicionamento e embalagem;
Fragilidade/robustez dos materiais;
Perecividade dos materiais.

2.9

II
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 65
IEFP II. A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO FÍSICA
DOS STOCKS

Categorias de Armazéns

Armazéns Industriais

Armazéns de Distribuição

Entrepostos

2.10

II
66 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
II. A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS IEFP

Tipos de Armazéns

Armazéns cobertos

Parques

Áreas livres

2.11

II
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 67
IEFP II. A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO FÍSICA
DOS STOCKS

Armazém

É todo o espaço coberto ou descoberto, adequado e


responsabilizado, para a arrumação em boas condições de
conservação e ordenada dos materiais da empresa - stocks e outros
- necessários ao circuito produtivo, o qual dispõe de todo o
equipamento apropriado à:
Movimentação - meios de manobra ou de transporte, com a máxima
segurança e eficiência,
Contenção - estruturas e receptáculos adequados para guardar os
materiais com o mínimo risco de deterioração e a máxima
facilidade de acesso.

2.12

II
68 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
II. A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS IEFP
STOCKS

Arrumação

É a actividade que consiste na disposição racional e criteriosa


dos materiais nos dispositivos ou nos locais próprios do
armazém.

2.13

II
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 69
IEFP II. A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO FÍSICA
DOS STOCKS

Métodos de Localização

Para facilitar a localização dos materiais armazenados pode utilizar-


se um dos métodos seguintes:
Método da quadrícula

Método dos corredores

2.14

II
70 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
II. A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS IEFP

Conservação
Consiste na preservação da qualidade dos materiais armazenados,
assegurando que ao serem utilizados estão em perfeitas condições,
mantendo intactos todos os seus atributos, como as características
físico-químicas, as formas e as dimensões.

2.15

II
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 71
IEFP II. A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO FÍSICA
DOS STOCKS

Saneamento de Existências
É a actividade que consiste na análise periódica dos artigos
existentes em armazém e na eliminação de todos aqueles que
revelam muito baixa rotação por obsolescência ou inadequação às
necessidades.

2.16

II
72 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
II. A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS IEFP

5. TEXTOS COMPLEMENTARES PARA O FORMADOR

Artigos da revista Executive Dugest

Artigos da revista Foco

Artigos da revista Exame

II
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 73
I I I. A G E S TO ÃE A O R G A N I ZOAAÇDÃM I N IAT
S TVIRA D OS STO C K S

A P R O V I S I O NTOA M
EG E STÃ O
D ESTO C K S
III . A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DOS STOCKS IEFP

1. RESUMO

À gestão administrativa dos stocks compete conhecer, permanentemente, quais os materiais


armazenados, os respectivos movimentos de entrada e saída de armazéns e as quantidades
existentes em unidades físicas e monetárias dos stocks.
Neste capítulo evidencia-se a importância de manter actualizado um conjunto de dados relativos a
cada artigo do stock, nomeadamente, os seguintes:

Designação,
Codificação,

Especificação,
Unidades de compra e de
utilização,
Quantidades entradas e saídas e respectivas datas de
movimento,
Último preço de custo unitário e custo médio
ponderado,
Saldo em quantidade e
valor.
Depois de definidos os sistemas de codificação dos materiais: numéricos, alfabéticos, alfa-
numéricos e de barras; é exemplificado um código numérico com cinco campos para identificar o
tipo de material de stock, a classe, a família, o número de ordem e um algarismo de controlo
(checkdigit).
A especificação de um material é o conjunto de atributos ou características, que permite distinguir o
material e conferir-lhe aptidões de utilidade.
Uma empresa deve normalizar os materiais de stock reduzindo a respectiva variedade.
A empresa deve manter um ficheiro de materiais adaptado às suas necessidades de gestão e
actualizado, se possível, em tempo real.
O controlo dos stocks em quantidades físicas pode efectuar-se através de inventários e, neste
capítulo, compararam-se três tipos de inventários:
Inventário permanente, obtido a partir do ficheiro de materiais, que permite conhecer o stock
de cada artigo, em tempo real.
Inventário programado, que permite conhecer, por artigo do ficheiro, para um certo horizonte
temporal e por cada período de controlo, o stock teórico e o disponível teórico.
Inventário físico, que permite manter controlados os stocks em armazém, com base
em contagens físicas.
O controlo de existências em valor monetário pode obter-se através da Contabilidade Geral.
Segundo o POC, a classe 3 serve para registar a movimentação de contas de existências que visa,
essencialmente dois objectivos:
Conhecimento do valor dos stocks.
Apuramento do resultado nas vendas ou na produção.
Tais objectivos podem atingir-se através de dois sistemas
informativos: Sistema de inventário permanente.
Sistema de inventário intermitente.
III
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 77
IEFP III . A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO
ADMINISTRATIVA DOS STOCKS

2. PLANO DAS SESSÕES

Conteúdo Metodologia Duração


(minutos)

1. Âmbito da Exposição: 30 min


gestão Apresentar o âmbito e o enquadramento estrutural da
administrativa gestão administrativa dos stocks (transparência 3.1)
dos stocks
Justificar a importância do processamento da
2. Enquadramento informação em tempo real.
estrutural ou
orgânico da
gestão
administrativa
dos stocks

Os formandos, reunidos em grupo, debatem a relação 30 min


entre a gestão administrativa e a gestão económica dos
stocks
As conclusões dos debates são apresentadas pelo
porta- voz de cada grupo.

II
78 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
III . A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DOS STOCKS IEFP

3. Nomenclatura Exposição: 30 min


de artigo Introduzir o conceito de nomenclatura de artigo e
exemplificar (transparência 3.2)
Introduzir os conceitos
de: Código universal UPC
Códigos EAN
(transparências 3.3. e 3.4)
Exemplificar tipos de códigos
EAN: EAN 8
EAN 13
EAN 128
(transparências 3.5 a 3.8).

Os formandos, reunidos em grupos, debatem as 30 min


vantagens e limitações do uso dos códigos EAN
As conclusões dos debates são apresentadas pelo
porta-
-voz de cada grupo.

4. Especificação Exposição: 30 min


de material Introduzir o conceito de especificação de material e
exemplificar (transparência 3.9)
Apresentar o subsistema de normalização do
SPQ (Sistema Português da Qualidade) e dar
exemplos de normas de material.

III
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 79
IEFP III . A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO
ADMINISTRATIVA DOS STOCKS

5. Normalização Os formandos, reunidos em grupos, debatem 30 min


a importância da normalização relativa ao stock
As conclusões dos debates são apresentadas
pelo porta-
-voz de cada grupo.

6. Controlo Exposição: 30 min


administrativa Apresentar modos de controlo de existências
das existências (transparência 3.10)
Criar um ficheiro de material, exemplificando
Calcular o custo médio ponderado de um artigo do
stock (Resolver exercício do Guia do Formando – pág.
68).

Os formandos, reunidos em grupo, caracterizam e 30 min


justificam os principais campos de informação de um
ficheiro de material
Os resultados do trabalho dos grupos são
apresentados pelos respectivos porta-vozes.

7. Critérios Exposição: 30 min


valorimétricos de Apresentar os principais critérios de valorização de
existências existências e exemplificar.
Os formandos, reunidos em grupos, debatem as
vantagens de aplicação de cada critério
As conclusões dos debates são apresentadas pelo
porta-voz de cada grupo.

II
80 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
III . A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DOS STOCKS IEFP

8. Inventários Exposição: 60 min


Apresentar os diversos tipos de inventários
(transparência 3.11)
Resolver os exemplos do Guia do
Formando: Inventário programado (pág. 73)
Inventário físico rotativo (pág. 74)
(assim, o formador ilustra as aplicações práticas).

9. Síntese Utilizar o software aplicacional para consolidar 60 min


conhecimentos. Os formandos trabalham em
pequenos grupos e o formador acompanha, apoia e
esclarece dúvidas.
Total 7 horas

III
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 81
IEFP III . A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO
ADMINISTRATIVA DOS STOCKS

3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO

Exercícios 1

Indique os dados, que devem ser registados, relativos a cada artigo do stock

Resolução:

À gestão administrativa dos stocks compete conhecer permanentemente:

Quais os materiais armazenados,


Movimentos de entrada e saída de armazéns,
Quantidades em unidades físicas e monetárias dos stocks.

Torna-se necessário, para gerir os stocks, ter um conhecimento exacto de cada “item” ou artigo das
existências não só em quantidade física, valor e qualidade, mas também em dimensão, forma, peso
e campo de aplicação.

Exercício 2

Indique vantagens do estabelecimento de uma especificação do material

Resolução:

Especificação de um material,é o conjunto de requisitos da qualidade, isto é, o conjunto de


atributos ou características, traduzido em termos qualitativos e quantitativos, que lhe confere
aptidões de utilidade e permite verificar a conformidade.

Uma especificação pode definir padrões de comportamento e de segurança do material, indicar


prescrições de embalagem, discriminar ensaios e testes de controlo da qualidade, referir normas e
regulamentos de referência.

A especificação do material é fundamental para a sua compra e respectiva recepção qualitativa.

Se fornecedores e clientes usarem para o mesmo artigo ou material a mesma nomenclatura, isto é,
a mesma designação e código para a mesma especificação, será facilitada a transacção e o
respectivo processamento.

II
82 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
III . A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DOS STOCKS IEFP

Exercício 3

Indique vantagens do sistema de inventário permanente

Resolução:

A partir do ficheiro de materiais pode efectuar-se uma listagem que contem todos os itens em
armazém e as respectivas quantidades físicas num dado instante.

Se esta listagem for actualizada no acto de cada movimento de entrada e de saída, e aplicado o
adequado critério valorimétrico, é possível saber em cada momento o que existe no(s) armazém(s)
da empresa em quantidade e valor monetário. Esta listagem é designada por inventário
permanente.

O inventário permanente é universalmente utilizado nas empresas. Quando existem centenas ou


milhares de artigos, só com um sistema informático é possível geri-lo eficientemente e saber para
cada artigo a quantidade correcta em cada momento.

Através deste sistema é possível determinar permanentemente o valor dos stocks em armazém e
apurar em qualquer momento os resultados obtidos nas vendas ou na produção. Para tal basta
criar dois tipos de contas: conta ou contas que nos dêem a conhecer permanentemente o valor dos
stocks da empresa e conta ou contas de custo dos produtos vendidos ou consumidos para nos dar
a conhecer, também permanentemente, o custo das vendas ou produção, apurando-se a partir do
valor de venda ou de produção os respectivos resultados.

III
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 83
IEFP III . A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO
ADMINISTRATIVA DOS STOCKS

4. TRANSPARÊNCIAS

Âmbito da Gestão Adminstrativa dos Stocks

À gestão administrativa dos stocks compete conhecer


permanentemente:

Materiais armazenados,
Movimentos de entrada e saída de armazéns,
Quantidades em unidades físicas e monetárias dos stocks.

3.1

III
84 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
III A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DOS STOCKS IEFP

Nomenclatura DE UM ARTIGO

É o conjunto de elementos de identificação do artigo e compreende:


A designação,
A codificação.

3.2

III
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 85
IEFP III . A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO
ADMINISTRATIVA DOS STOCKS

SISTEMA DE CODIFICAÇÃO STANDARD

• A codificação standard está associada ao conceito de formatação


gráfica por “códigos de barras” e permite ainda:
- Uma identificação válida internacionalmente;
- A obtenção imediata de informação no ponto de venda;
- A utilização do EDI (electronic data interchange).

3.3

III
86 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
III A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DOS STOCKS IEFP

SISTEMAS DE CODIFICAÇÃO STANDARD (2)

• Nos EUA surgiu, em 1973, o primeiro sistema de codificação


standard: o UPC (Universal Product Code).
• Na Europa, a partir de 1977, implementou-se o sistema EAN
(European Article Numbering).
• Em Portugal, a CODIPOR (Associação Portuguesa de Identificação
e Codificação de Produtos) é responsável pela atribuição dos
códigos standard e é membro da EAN Internacional, desde 1986.

3.4

III
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 87
IEFP III . A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO
ADMINISTRATIVA DOS STOCKS

CÓDIGOS EAN
(European Article Numbering)
• EAN-13 (código europeu de 13 dígitos)
→ 3 dígitos país + 4 dígitos empresa + 5 dígitos produto + 1 dígito
controlo
• EAN-8 (código europeu curto de 8 dígitos)
→ 3 dígitos país + 4 dígitos empresa e produto + 1 dígito controlo
• 25 P1PPPP5 Q1QQQQ5 C
→ produtos industriais (Pi) vendidos em quantidade variável (Qi)
• 26 P1PPPP5 V1VVVV5 C
→ produtos de retalho (Pi) de peso variável c/indicação de valor
(Vi)
3.5

III
88 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
III A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DOS STOCKS IEFP

CÓDIGOS EAN (2)


(European Article Numbering)
Exemplo de Códigos de Unidades de Expedição ou Distribuição
(a usar em embalagens terciárias: palette, base com envolvimento
em filme retráctil, caixa de cartão canelado, tambor, ...)
• DUN-14 (Distribution Unit Number - 14 caracteres)
→ 1 dígito de variável logística (1 a 8) + 12 dígitos do EAN-13 da
unidade de consumo sem dígito de controlo + 1 dígito de
controlo

3.6

III
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 89
IEFP III . A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO
ADMINISTRATIVA DOS STOCKS

CÓDIGO EAN-128
• A EAN Internacional desenvolveu um sistema aberto e global que
permite codificar informação suplementar, em formato de código de
barras, abrangendo, para além da identificação primária EAN-13,
outros dados que permitem melhorar a gestão da cadeia/rede
logística.
• Simbologia UCC.EAN-128
(Uniform Code Council. EAN Internacional)
- Simbologia unidimensional e alfanumérica que permite a
codificação dos 128 caracteres ASCII.

3.7

III
90 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
III A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DOS STOCKS IEFP

CÓDIGO EAN-128 (2)


• Formato da simbologia UCC.EAN-128:
- Caractere de arranque (start): A, B ou C que define o conjunto de
caracteres a usar;
- Caractere função 1 (FNC 1): que permite aos leitores ópticos
(scanning) identificar a simbologia UCC.EAN-128 e ao
software processar a informação;
- Campos de informação: cada campo informativo é inicializado
com um código identificador de aplicação (IA) que é o prefixo
utilizado para identificar o significado e o formato da informação
respectiva.
3.8

III
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 91
IEFP III . A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO
ADMINISTRATIVA DOS STOCKS

Especificação de um material
É o conjunto de requisitos, isto é, o conjunto de atributos ou
características, traduzido em termos qualitativos e quantitativos, que
lhe confere aptidões de utilidade ou de satisfação de necessidade e
permite verificar a conformidade.

3.9

III
92 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
III A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DOS STOCKS IEFP

Controlo das Existências e dos Stocks

Há duas formas de efectuar esse controlo, que são complementares:

Controlo administrativo das existências (valorização dos stocks)

Controlo físico dos stocks

3.10

III
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 93
IEFP III . A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO
ADMINISTRATIVA DOS STOCKS

Inventários

Inventário permanente

Inventário programado

Inventário físico intermitente

Inventário físico rotativo

Inventário físico permanente 3.11

III
94 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
III A GESTÃO EA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DOS STOCKS IEFP

5. TEXTOS COMPLEMENTARES PARA O FORMADOR

Artigos da revista Executive Dugest

Artigos da revista Foco

Artigos da revista Exame

III
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 95
IV. A G E S TO ÃE C O N Ó AMDI OCS STO C K S

A P R O V I S I O NTOA M
EG E STÃ O
D ESTO C K S
IV. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP

1. RESUMO

Neste capítulo começa por definir-se a gestão económica dos stocks (GES), como a aplicação de
um conjunto de princípios, regras de decisão e metodologias que visam determinar a quantidade a
reaprovisionar de cada artigo do stock e estabelecer quando fazê-lo, por forma a assegurar um
custo total do stock mínimo, com roturas controladas.
Os conceitos fundamentais associados à GES são os seguintes:
Prazo de (re)aprovisionamento (Pa) de um artigo que é o prazo de disponibilização do material
a partir da data de detecção da necessidade;
Stock médio (Sm) de um artigo que é a quantidade média em armazém do artigo durante um
ano (em unidades físicas);

Existência média ( E ) de um artigo que é o valor do stock médio do artigo;


Custo unitário de aquisição (u) de um artigo ou preço de custo unitário que é o valor de uma
unidade à entrada do armazém;
Custo médio de efectivação de uma encomenda (a) que é o custo administrativo relativo à
emissão e envio para um fornecedor de uma nota de encomenda de um artigo;
Custo de efectivação de encomendas (Ce) de um artigo que é o custo administrativo anual
relativo ao processamento das encomendas desse artigo;
Custo de posse (Cp) de um artigo que é o custo inerente à permanência do stock médio em
armazém desse artigo, durante um ano;
Custo total do stock (CTS) de um artigo que resulta da soma das parcelas seguintes: custo de
aquisição, custo de efectivação de encomendas, custo de posse e custo de roturas relativos a
um período (por exemplo, um ano);
Consumo previsto (S) de um artigo que é a previsão de utilização ou consumo de unidades
físicas desse artigo, durante um ano;
Consumo previsto (C) de um artigo em unidades monetárias, durante um ano;
Custo de aquisição do stock (Cs) que é o custo total de aquisição da quantidade consumida,
num ano, de um artigo do stock;
Custo de compra directa (Cd) de um artigo que é o custo total de aquisição da quantidade
consumida, num ano, de um artigo que não existe em stock e que, portanto, é aprovisionado
sempre que é necessário;
Quantidade económica de encomenda (Qee) que é a quantidade a reaprovisionar, que
minimiza o custo total (anual) do stock de um artigo;
Exercício
De um critério económico simples para suportar a decisão de compra directa, ou seja, quando o
custo total do stock for superior ao custo global anual da compra directa:
Cs + Ce + Cp ≥ Cd +
E
ou
a -E
S x ud ≤
us  t 
1 - 1 + = p 
u  2 
d

IV
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 99
IEFP IV. A GESTÃO ECONÓMICA DOS
STOCKS

2. PLANO DAS SESSÕES

Conteúdo Metodologia Duração


(minutos)

1. Âmbito da Exposição: 60 min


gestão Apresentar o âmbito da GES e especificar os seus
económica dos dois objectivos fundamentais (transparência 4.1 e
stocks (GES) 4.2)
Introduzir o conceito de prazo de aprovisionamento
(pa) e respectivas parcelas (transparência 4.3)
Distinguir stock médio (Sm) e existência média ( E
) (transparência 4.4 e 4.5)
O formador deve apresentar os exemplos do Guia do
Formando das págs. 86 e 87.

2. Conceitos Exposição: 120 min


fundamentais da Introduzir e exemplificar os conceitos seguintes:
GES
- Custo unitário de aquisição de um artigo do stock
(u)
- Custo médio de efectivação de uma encomenda (a)
- Custo de posse de um artigo do stock (Cp) e
taxa de posse (tp)
- Consumo previsto de um artigo em
determinado período (S)
- Consumo médio previsto de um artigo num prazo
(S)
- Calcular o custo total anual do stock de um
artigo
(Ct)
- Calcular a quantidade económica de encomenda
(Qee)
(transparência 4.6 a 4.12)
Nota: O formador deve resolver os exemplos de
aplicação dos Guias do Formando e do
Formador

IV
100 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
IV. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP

3. Análise de Exposição: 60 min


sensibilidade da Apresentar a análise de sensibilidade da fórmula de
Qee Wilson
4. Descontos de Apresentar o efeito de descontos de quantidade
quantidade através de um exemplo (formador) (transparência 4.13)
5. Parâmetros
Calcular numa aplicação (formador) os
económicos do
parâmetros seguintes:
stock
Número económico de encomenda (Nee)
Prazo económico de encomenda (Pe)
Nota: O formador deve resolver os exemplos de aplicação
dos Guias do Formando e do Formador

6. Sistemas de GES Exposição: 60 min


e métodos de Apresentar o sistema de reposição simples e
(re)aprovisiona- contínua, exemplificando
mento
Apresentar os sistemas de planeamento de
necessidades e métodos de (re)aprovisionamento:
Método do ponto de encomenda (Pe)
Método do ciclo de revisão periódica
Método misto
(transparências 4.14 a 4.17)

Aula prática: 60 min


O formador deve acompanhar e apoiar a resolução
individual dos exemplos do Guia do Formando.

7. Controlo da GES Exposição: 60 min


Apresentar, através de aplicações, os principais
indicadores de eficácia da GES:
Taxa ou índice de rotação do stock (Ir)
Taxa o índice de cobertura do stock (Ic)
Taxa ou índice de rotura do stock (Tr)
Nível de serviço do armazém de stocks (Ns)
(Transparência 4.18 a 4.23)

IV
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 101
IEFP IV. A GESTÃO ECONÓMICA DOS
STOCKS

8. Método ABC Exposição: 60 min


Apresentar os objectivos da classificação ABC
(transparência 4.24)
Aplicar o método de classificação a um caso prático
(Ver Actividades do Guia do Formador)
9. Compra directa Exposição: 60 min
Apresentar critérios de decisão para compra directa
Resolver um exemplo de decisão de compra directa
(Ver actividades do Guia do Formador).

10. Stock máximo Aula Prática 60 min


Rever o conceito de stock máximo através de aplicações
Resolver o exemplo 8, deste capítulo, do Guia do
Formador.
11. Stock de Exposição: 60 min
segurança Rever o conceito de stock de segurança através de
aplicações do Guia do Formando
Resolver o exemplo 9, deste capítulo, do Guia do
Formador.
12. Síntese Os formandos, em pequenos grupos, utilizam o software para 60 min
consolidar o conhecimento.
O formador apoia ao formandos quando solicitado.

12
Total horas

IV
102 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
IV. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP

3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO

Exercício 1

Calcule o custo unitário de aquisição do artigo A, conhecendo os dados seguintes:

Encomenda de 300 unidades de A

Preço de custo unitário de compra, facturado pelo fornecedor: 20 Euros

Encargo de transporte por conta do cliente: 500 Euros

Outros encargos da empresa cliente, nomeadamente, seguros: 200 Euros

(Exercício 4.1.4. do Guia do Formando)

Resolução:

Custo unitário de aquisição

500 + 200
u = 20 + = 22,33 Euros
300

Exercício 2

Calcule os parâmetros económicos da GES do artigo X de importação, sabendo:

Custo unitário médio de aquisição

u = 10 Euros

Custo médio de efectivação de uma encomenda

a = 150 Euros

Consumo previsto anual

S = 200 000 unidades

Taxa de posse

tp = 20%

IV
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 103
IEFP IV. A GESTÃO ECONÓMICA
DOS STOCKS

Resolução:

Custo total anual do stock de X:


S Qee
Ct = S x u + x a + x u x tp =
Qee 2
200 000 Qee
= 200 000 x 10 + x 150 + x 10 x 0,20
Qee 2

Quantidade económica de encomenda

2xSx a 2 x 200 000 x 150


Qee = = = 5 477,23
u x tp 10 x 0,20

Número económico de encomendas por ano

S 200 000
Nee = = = 36,5
Qee 5 477

i. e. 37 encomendas anuais

Prazo económico de encomenda

5 477
Pe = = 9,99
200 000
365

i. e. 10 dias é o tempo ou prazo médio de consumo da Qee

Exercício 3

Uma empresa pretende aprovisionar um artigo cujo consumo anual previsto é de 2 000 unidades

O fornecedor, para entregar o material na empresa, pratica os preços unitários seguintes:

Quantidade a Entregar Preço Unitário


Qe < 500 unidades u = 1,0 Euros
500 ≤ Qe < 1 000 unidades 0,8 Euros
Qe ≥ 1 000 unidades 0,6 Euros

IV
104 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
IV. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP

O custo de passagem de uma encomenda é de 10 Euros e a taxa de posse de 40% (considerando


as exigências de preservação do stock)
Pretende-se determinar o número económico de reaprovisionamentos
Resolução:
1. Cálculo da Qee para u = 0,6 Euros

2x Sx a 2 x 2 000 x 10
Qee = = = 408,2
u x tp 0,6 x 0,4
Esta quantidade é < 1 000, portanto está fora do intervalo de validade da tabela do fornecedor
2. Cálculo da Qee para u = 0,8 Euros

2 x 2 000 x 10
Qee = = 353,6 < 500 unidades,
0,8 x 0,4
portanto está fora do intervalo de validade da tabela do fornecedor
3. Cálculo da Qee para u = 1,0 Euros

2 x 2 000 x 10
Qee = = 316,2 < 500 unidades,
1,0 x 0,4
portanto está no intervalo válido da tabela do fornecedor
Cálculo do custo total anual do stock para Qee = 316 unidades:
2 000 316
CT(316) = 2 000 x 1 + . 10 + x 1x 0,4 = 2 126,49 Euros
316 2
Não será necessário examinar outras curvas com preços unitários diferentes, mas é necessário
calcular os custos totais dos break point e seleccionar o menor.

u = 1,0
Custos E
Totais u = 0,8
E

2 126,49
1 720,00 u = 0,6
E
1 340,00

Quantidade a
316,2 408,2
Encomendar
353, 500 1 IV
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 105
IEFP IV. A GESTÃO ECONÓMICA
DOS STOCKS

2 000 500
CT(500) = 2 000 x 0,8 + . 10 + x 0,8 x 0,4 ~ 1 720 Euros
500 2

2 000 1000
CT(1 000) = 2 000 x 0,6 + . 10 + x 0,6 x 0,4 ~ 1 340 Euros
1000 2

Portanto, a Qee = 1 000 unidades é a seleccionada.

2 000
- Número económico de encomendas no ano: Nee = = 2
1000

1 000
- Prazo económico de encomenda: Pe = ~ 26 semanas
2 000/52

Exercício 4

Uma empresa produz um equipamento eléctrico.

Para o ano em curso, com 219 dias úteis de trabalho, a empresa prevê a produção e venda de 7
300 equipamentos.

Cada equipamento consome 1,5 m de cabo coaxial especial e o preço de custo deste cabo é de 16
Euros/metro, em bobinas de 300 metros.

O custo administrativo de efectivação de cada encomenda é de 60 Euros e a taxa de posse de


25%.

O prazo de aprovisionamento do cabo eléctrico é de 1 semana e o stock de segurança estabelecido


pela empresa é de 100 m.

Calcular:

A quantidade económica de reaprovisionamento, justificando a resposta

O número económico de encomendas

O ponto de encomenda

Resolução:

Quantidade económica de encomenda:

Consumo anual previsto de cabo:

S = 7 300 x 1,5 m = 10 950 m

IV
106 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
IV. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP

2 x 10 950 x 60
Qee = = 573, 149 m (2 bobinas)
16 x 0,25

Número económico de encomenda:


10 950 m
Nee = = 18,25 encomendas/ano
600 m

Ponto de encomenda:
Pe = Ss + Pa x consumo diário
10 950 m
S d = consumo diário = = 50 m/dia
219 dias úteis
Pe = 100 + (5 dias x 50m/dia) = 350 m

Exercício 5

Uma empresa fabrica um produto P.

Cada unidade de P incorpora 5 componentes X de compra.

Para o ano em curso, com 220 dias úteis de trabalho, a empresa prevê fabricar e vender 8 630
unidades de P.

As condições de aquisição de X, ao respectivo fornecedor, são as seguintes:

a) Embalagens de 200 unidades ao preço de custo, por embalagem, de 2 000 Euros

b) Prazo de aprovisionamento de 1 semana.

O custo administrativo de efectivação de cada encomenda é de 35 Euros e a taxa de posse de


20%.

A empresa estabeleceu, como stock de segurança de X, 500 unidades.

Calcule:

a) Quanto reaprovisionar, justificando o cálculo

b) Quando reaprovisionar

Resolução:

Dados:

Consumo anual previsto de X: S = 8 630 x 5 = 43 150 unid.

Custo unitário de aquisição: u = 2 000/200 = 10 Euros

Prazo de aprovisionamento: Pa = 1 sem = 5 dias úteis

IV
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 107
IEFP IV. A GESTÃO ECONÓMICA
DOS STOCKS

Custo de efectivação de encomenda: a = 35 Euros

Stock de segurança: SS = 500 unidades

Quanto reapriovisionar
2xSx a 2 x 43150 x 35
Qee = =
u x tp 10 x 0,20
= 1 228,92 ~ 6 embalagens por encomenda

Quando reaprovisionar:

Quando for atingido o ponto de encomenda


43150
Pe = 500 + (5 dias x ) = 1 481 unidades X
220

Questão 6 - Uma pequena empresa industrial pratica o JIT, sempre que possível, no entanto,
mantém em stock 10 artigos relativamente aos quais se conhece

Código Consumo Anual Stock Preço méd.


Artigo (unidades físicas) Médio Unitário (euros)
X01 1 590 350 25,00
X02 560 120 134,00
Y03 120 40 23,00
Z04 700 250 5,00
X05 300 10 87,00
Y06 750 100 2,00
Z07 1 400 200 9,00
Y08 800 100 1,00
Y09 1 500 500 0,50
Y10 350 50 6,00

a) Calcule o índice ou taxa de rotação do conjunto do stock e explique o seu significado

b) Indique os artigos da classe A e explique a importância da sua identificação

Resolução:

O índice ou taxa de rotação do conjunto do stock indica o número de vezes que a existência média
em armazém é renovada por ano.

IV
108 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
IV. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP

O índice de rotação de artigo X01 é


S 1 590
IR = = = 4,54 vezes
S 350
m

A taxa de rotação do conjunto de artigos do stock é


C 1 590 x 25,00 + 560 x 134,00 + ... 164 900
Tr = = = = 5,46 vezes
E 350 x 25,00 + 120 x 134,00 + ... 30 520
O capital imobilizado em stock (média) é renovado 5,5 vezes por ano.

a) Classificação ABC

Artigos ordenados por ordem decrescente do valor do consumo anual:

Valor do consumo anual/Artigo Val. Acu- % Acumulada


mulado
X02 560 x 1 34,0 = 75 040 75 040 46,5 A
X01 1 590 x 25,0 = 39 114 790 69,6 (20%)
750
X05 300 x 87,0 = 26 100 140 890 85,0 B
Z07 1 400 x 9,0 = 12 153 490 93,0
(30%)
600
Z04 700 x 5,0 = 3 500 156 990 95,2
Y03 120 x 23,0 = 2 760 159 750 97,0
Y10 350 x 6,0 = 2 100 161 850 98,1 C

Y06 750 x 2,0 = 1 500 163 350 99,0 (50%)


Y08 800 x 1,0 = 800 164 150 99,5
Y09 1 500 x 0,5 = 164 900 100,0
750
Total: 164 900

IV
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 109
IEFP IV. A GESTÃO ECONÓMICA
DOS STOCKS

100a
100

69,6

50%a

5%

X02 X01 X 05 Z07 Z04 Y03 Y10 Y09

A B C

Questão 7

O responsável da logística de uma empresa constatou que nos últimos 2 anos se tem comprado
directamente um determinado artigo, com uma certa frequência, ao preço médio unitário de 200
Euros a retalhistas, localizados próximo das filiais da empresa, que vendem a dinheiro, mas,
entregam o material nas respectivas filiais.

0Consultados produtores nacionais, aquele responsável apurou que se fossem aprovisionados


contentores com 20 unidades, se obtinha um desconto de 18% e prazo de pagamento de 30 dias.

Sabe-se, ainda, que:

Custo Médio de efectivação de uma encomenda no mercado nacional é de 30 Euros

Custo Anual adicional de comunicações da compra directa é de 90 Euros

A taxa anual de custo de posse é de 20%

A previsão de consumo total do artigo para o próximo ano é de 800 unidades

Decida se deve constituir stock central do material, justificando a decisão.

IV
110 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
IV. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP

Resolução:

Se constituir stock central

2 x 800 x 30
Qee = = 38,25 unidades
164 x 0,20

i. e. 2 contentores por encomenda

Custo total anual do stock central:

800 40
Cs = 800 x 164 + x 30 + x 164 x 0,20 =
40 2
= 132 456 Euros a 60 dias

Custo total anual de compra directa:

Cd = 800 x 200 + 90 =

= 160 090 Euros a dinheiro (pronto pagamento)

Portanto, deve constituir-se stock central.

Exercício 8

Prevê-se que o consumo no ano corrente de um artigo do stock seja, em média, semelhante ao do
ano anterior, que foi mensalmente o seguinte:

Mês Consumos (Unid.)


Janeiro 90
Fevereiro 100
Março 130
Abril 100
Maio 90
Junho 120
Julho 140
Agosto 70
Setembro 80
Outubro 90
Novembro 110
Dezembro 80

IV
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 111
IEFP IV. A GESTÃO ECONÓMICA
DOS STOCKS

O preço de custo do artigo é de 18 Euros, o prazo de aprovisionamento é de 5 semanas e os


valores determinados para a taxa de posse e custo de efectivação de uma encomenda são
respectivamente de 20% e 45 Euros.

Consultado, hoje, o inventário permanente constata-se que o stock livre é de 122 unidades, com um
stock de segurança de 75 unidades e um stock reservado de 20 unidades.

Pretende-se calcular:
a) O stock total
b) A quantidade a encomendar, hoje, se necessário
c) O stock máximo admissível do artigo

Resolução:

Dados:

Consumo anual previsto: S = 1 200 unidades

Consumo médio mensal: S m = 100 unidades

Preço de custo unitário (à entrada da empresa) : u = 18 Euros

Prazo de (re)aprovisionamento: Pa = 5 semanas

Taxa de posse: tp = 20%

Custo de efectivação de uma encomenda: a = 45 Euros

Stock livre: SL = 122 unidades

Stock de segurança: SS = 75 unidades

Stock reservado: SR = 20 unidades

a) Stock total
ST = SS + SL + SR + SP
=
= 75 + 122 + 20 = 217 unidades

b) Quantidade a encomendar
2x Sx a 2 x 1 200 x 45
Qee = = = 173,2
u x tp 18 x 0,20

c) Ponto de encomenda:
Pe = SS + (Pa x S sem) = 75 + (5 x 25) = 200 unidades

Considerando que ST > Pe, poder-se-á hoje não encomendar, embora haja SR = 20 unidades
Smáx = Pe + Qee = 200 + 173 = 373 unidades

IV
112 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
IV. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP

Exercício 9

Considere o armazém de sobressalentes do equipamento da produção.

Os artigos que compõem o stock não são de fácil aquisição, pois são importados e os prazos de
(re)aprovisionamento são incompatíveis com as necessidades das intervenções/reparações, quase
sempre imediatas.

Está a ser efectuada uma análise, com vista ao próximo reaprovisionamento de um relé, cujo preço
unitário DDP (Delivery Duty Paid) é de 10 Euros, o prazo de aprovisionamento é de cerca de um
mês e o consumo do ano anterior encontra-se no mapa anexo dos consumos mensais.

Os valores determinados para a taxa de posse e custo de efectivação de uma encomenda são
respectivamente de 25% e 50 Euros.

Na ficha informatizada do material, de actualização on-line, vem indicado o stock real de 150
unidades, uma encomenda em curso de 100 unidades a chegar na próxima semana e que o stock
de segurança admite um risco de rotura de 5%.

Pretende-se calcular:

a) O stock livre

b) O ponto de encomenda

c) A quantidade a encomendar (reaprovisionar)

Mapa de Consumos Mensais do Valores do Factor de


Ano Anterior Confiança
Mês Consumos Z Cobertura do
(Unid.) Stock
Janeiro 60 1,3 90%
Fevereiro 120 1,5 93%
Março 150 1,6 95%
Abril 100 1,7 96%
Maio 80 1,8 97%
Junho 90 2,0 98%
Julho 200 2,4 99%
Agosto 50
Setembro 80
Outubro 90
Novembro 70
Dezembro 110
Total 1200

IV
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 113
IEFP IV. A GESTÃO ECONÓMICA
DOS STOCKS

Resolução:

Dados:

Consumo anual previsto: S = 1 200 unidades

Consumo médio mensal: S = 100 unidades

Preço de custo unitário à entrada do armazém: u = 10 Euros

Taxa de posse: tp = 0,25

Custo de efectivação de 1 encomenda: a = 50 Euros

Prazo de aprovisionamento: pa = 1 mês

a) Stock livre = Stock actual - Stock segurança

SS = Z x ⌠ x pa

Desvio padrão:

2 2 2
= (Si - S ) (60 - 100) + (120 - 100) + ...
=
n 12
= 1 583,3 = 39,79 ~ 40 unidades

Então: SS = 1,6 x 40 x 1 = 64 unidades


SL = 150 - 64 = 86 unidades

a.) Ponto de Encomenda: Pe = SS + pa . S


Pe = 64 + 1 . 100 = 164 unidades
b.) Quantidade a reaprovisionar:
Qe = Smáx - Disp. Teórico
= (Pe + Qee) - (Stock actual + Stock Potenc)

 2 x 1 200 x 50 
= 164  - (150 + 100) = 134 unidades
 10 x 0,25 
+ 

IV
114 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
IV. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP

4. TRANSPARÊNCIAS

Âmbito da Gestão Económica dos Stocks (GES)

A gestão económica dos stocks compreende a aplicação de um


conjunto de princípios, regras de decisão e metodologias que
permitem manter existências económicas.
Nota
Há autores que preferem a designação de gestão previsional de
stocks, na medida em que se baseia em técnicas de previsão,
aplicadas ao cálculo das necessidades independentes.

4.1

IV
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 115
IEFP IV. A GESTÃO ECONÓMICA
DOS STOCKS

OBJECTIVOS DA GES

A gestão económica dos stocks (GES) tem dois objectivos


fundamentais:
Determinar quanto reaprovisionar,
Estabelecer quando reaprovisionar, isto é, quando solicitar uma
intervenção de Compras ou quando solicitar uma entrega de
material, no âmbito de um contrato aberto com um fornecedor
(Exemplo: contrato anual de fornecimento com entregas
parcelares).

4.2

IV
116 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
IV. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP

PRAZO DE APROVISIONAMENTO
Prazo de aprovisionamento(pa) ou de disponibilização é o
intervalo de tempo que decorre entre a data de detecçãoda
necessidade do material e a data de disponibilização do material
para o utilizador.

PRAZO DE APROVISIONAMENTO
Data da detecção da Data Limite (programada)
Necessidade

P. circulação P. tratamento P. entrega P. desalfând. P. recepção

Data da Colocação da Data Limite da Entrega


Encomenda

4.3

IV
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 117
IEFP IV. A GESTÃO ECONÓMICA
DOS STOCKS

Stock médio (Sm)


É a quantidade média do material em stock num determinado
intervalo de tempo (em unidades físicas).
S

Sm

Nota: Esta representação gráfica pressupõe consumo regular e stock


de segurança nulo
4.4

IV
118 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
IV. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP

EXISTÊNCIA MÉDIA E
 
 
 

É o valor médio das existências da empresa num determinado


intervalo de tempo (em unidades monetárias).
Exemplo:
E anual = Somatorio das existencias mensais
12

4.5

IV
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 119
IEFP IV. A GESTÃO ECONÓMICA
DOS STOCKS

O Custo Unitário de Aquisição de um Material/Artigo

Pode definir-se preço de custo unitário ou custo unitário de


aquisição
ou
Custo unitário (u) de um material como o valor a que o material
deverá ser contabilizado à entrada em armazém.

4.6

IV
120 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
IV. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP

O Custo Médio de Efectivação de uma Encomenda

É o encargo total correspondente ao processamento de uma


encomenda de um artigo (pode corresponder a uma posição da
encomenda se esta tiver várias posições), relativo aos encargos
administrativos dos diferentes órgãos intervenientes no processo,
desde a compra até à liquidação da factura.
Exemplo:
CApro - CAr + C Confer.
a = m
Ntot x Pos.

4.7

IV
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 121
IEFP IV. A GESTÃO ECONÓMICA
DOS STOCKS

O Custo de Posse de um Artigo e do(s) Stock(s)


É o custo inerente à permanência do stock médio em armazém, do
artigo num ano.

Exemplo:

Cp = E x tp

4.8

IV
122 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
IV. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP

Consumo previsto (S)


É a previsão de utilização de um artigo, em unidades físicas, num
determinado prazo (em princípio um ano), baseada na necessidade
independente, derivada da procura, nesse prazo.

4.9

IV
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 123
IEFP IV. A GESTÃO ECONÓMICA
DOS STOCKS

Cálculo do Custo Total Anual do Stock de um Artigo

O custo total anual (do stock) de um artigo (C t ) corresponde ao


custo de aquisição do consumo desse material, acrescido do custo
de efectivação de encomendas e do custo de posse, referidos a um
ano de exploração.

Ct = Cm + Ce + Cp
Ct = S x u + S x a + ( SS + Qe ) x u x tp
Qe 2

4.10

IV
124 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
IV. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP

Custo TotaL em Função da Quantidade a Encomendar


Custos

C Ct t
∆ + 2%
Custo
mínimo
Cp

Cm 4.11
Ce
Qe
- 15% Q ee + 20%

IV
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 125
IEFP IV. A GESTÃO ECONÓMICA
DOS STOCKS

Quantidade económica de encomenda (Qee)

É a quantidade a encomendar de cada vez, que minimiza o custo


total anual, relativo a cada artigo do inventário.

Qee = 2⋅
S⋅ a (Fórmula de Wilson)
u ⋅ tp

4.12

IV
126 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
IV. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP

4.13

IV
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 127
IEFP IV. A GESTÃO ECONÓMICA
DOS STOCKS

Representração Gráfica do Método do Ponto de Encomenda

Stock

Qee Qee

Ponto de Pe
Encomenda
(a)

SS
Stock de
(b)
Segurança

t0 t1 t2 t3 Tempo

Pa Pe
4.14

IV
128 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
IV. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP

Ponto de encomenda (Pe)


É a quantidade de material correspondente ao stock de
segurança adicionado àquela que é previsível ser consumida
durante o prazo de aprovisionamento do artigo, obrigando a um
reaprovisionamento imediato logo que atingido.

Pe = (pa + ps) x S

4.15

IV
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 129
IEFP IV. A GESTÃO ECONÓMICA
DOS STOCKS

Método do Ciclo de Revisão Periódica

Stock
Q3

Q1
Q5
Q2
Ponto de
Alerta Q4
Stock de
Segurança

Pa P Pa P Pa P Pa P Pa
4.16
P P P P

IV
130 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
IV. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP

Stock TOTAL TEÓRICO


ST = SS + SL + SR + SP
• •

St St • Stock • Stock
o o Reserv Poten
ck ck
S Quantidade actual

Li em armazém
d •
il
Quantidade
em aquisição
Stock de Segurança (SS) – Quantidade suplementar para obstar a roturas do
stock devidas a irregularidades de consumo e/ou atrasos de fornecedores.
Stock Livre (SL) – Quantidade disponível, passível de ser imediatamente utilizada.
Stock Reservado (SR) ou Afectado – Quantidade cativa ou reservada para
determinada(s) finalidade(s), podendo considerar-se como consumida.
Stock Potencial (SP) – Quantidade encomendada e não recepcionada.

4.17

IV
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 131
IEFP IV. A GESTÃO ECONÓMICA
DOS STOCKS

Indicadores de Eficácia da Gestão dos Stocks

Taxa ou índice de rotação (Ir)


Taxa ou índice de rotação óptimo (Iro)
Taxa ou índice de cobertura (Ic)
Taxa de rotura (Tr)
Nível de serviço (Ns)

4.18

IV
132 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
IV. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP

Taxa ou índice de rotação (Ir)

Indica o número de vezes que a existência média foi renovada.

Ir = C
E ou S
Ir = Sm

4.19

IV
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 133
IEFP IV. A GESTÃO ECONÓMICA
DOS STOCKS

Taxa ou índice de rotação óptimo (Iro)

É o índice padrão que serve de termo de comparação para os Ir(s)


obtidos para os artigos.

S = 12 ⋅ S ou Iro = 12
Ir o = Sm (ps + pe) ps+ pe
⋅ 2S 2

4.20

IV
134 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
IV. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP

Taxa ou índice de cobertura (Ic)

Indica o tempo, em meses, de duração previsto para o stock


existente, em função dos consumos médios mensais.

E ou Icm =
Sm
Em termos de médias: Icm = C S

E S a
Em termos reais: Icr = C ou Icr =
S

4.21

IV
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 135
IEFP IV. A GESTÃO ECONÓMICA
DOS STOCKS

Taxa de rotura (Tr)


Dá indicação da percentagem de roturas de stock em armazém.

totalmente satisfeitas/ano
Tr = Nº de solicitações x 100%
não
Total de solicitações/ano

4.22

IV
136 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
IV. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP

Nível de serviço (Ns)

Indica o nível geral de satisfação das necessidades em termos de


funcionamento de armazém, e da performance da gestão de stocks.

Nº de solicitações totalmente satisfeitas/ano


Ns = x 100%
Total de solicitações/ano

4.23

IV
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 137
IEFP IV. A GESTÃO ECONÓMICA
DOS STOCKS

O Método ABC
Pareto constatou:
Que o grupo ou classe A, que é constituído pelos artigos do stock
com cerca de 80% do valor de consumo anual, representa
aproximadamente 20% do número total de itens em stock;
Que o grupo ou classe B, que é constituído pelos artigos do stock
representando cerca de 30% do número total de itens, atinge 15%
do valor de consumo anual;
Que o grupo ou classe C, que abrange a maioria dos itens do
stock, ou seja, cerca de 50%, representa um valor de apenas 5%
do consumo total.

4.24

IV
138 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
IV. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP

5. TEXTOS COMPLEMENTARES PARA O FORMADOR

Artigos da revista Executive Dugest

Artigos da revista Foco

Artigos da revista Exame

IV
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 139
V. A R E C E POÇQÃU A TAT
L I VI A E Q U A NTAT
T I VI A D OS MAT E R I A I S

A P R O V I S I O NTOA M
EG E STÃ O
D ESTO C K S
V. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS MATERIAIS IEFP

1. RESUMO

À função recepção de stocks compete assegurar a conformidade das remessas de materiais dos
fornecedores com os requisitos expressos nas respectivas encomendas e com a legislação e
regulamentação aplicáveis.

Os processos de recepção de stocks são:

Processo de recepção quantitativa que é desencadeado com a chegada do material à


empresa e compreende essencialmente as actividades de identificação, observação do estado
de preservação do material, verificação da rotulagem, confirmação de quantidade(s) e
verificação documental.

Processo de recepção qualitativa que compreende as verificações da conformidade com as


especificações técnicas das encomendas e com a legislação e regulamentação aplicáveis. Se
o fornecimento é acompanhado de certificados emitidos por entidades acreditadas para o
efeito, deve dispensar-se ensaios ou testes de verificação.

Neste capítulo, ainda se referem três modelos organizacionais:

Modelo centralizado, instalado em espaço próprio e independente da armazenagem, com


pessoal específico e habilitado;

Modelo repartido, instalado em áreas reservadas junto dos diferentes armazéns da empresa,
mas, com coordenação técnica e de gestão específica e centralizada;

Modelo descentralizado, instalado junto ao(s) armazém(s) ou deslocalizado, recorrendo a


pessoal qualificado que pode estar atribuído ao(s) armazém(s) ou ser pessoal que
desempenha outras funções, por exemplo, em laboratórios de ensaios de produtos.

V
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 143
IEFP V. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
DOS MATERIAIS

2. PLANO DAS SESSÕES

Conteúdo Metodologia Duração


(minutos)
1. Âmbito da Exposição: 30 min
recepção dos Apresentar o âmbito da recepção dos materiais
materiais relacionando com o conceito de qualidade
2. Enquadramento (transparência 5.1 e 5.2)
estrutural da Descrever o enquadramento estrutural da recepção
recepção dos materiais na área do aprovisionamento e
exemplificar.

Os formandos, reunidos em grupo, debatem a 30 min


importância das actividades de recepção e
estabelecem propostas de implantações físicas da
recepção
As conclusões dos debates são apresentadas pelo
porta-voz de cada grupo.

3. Processos de Exposição: 30 min


recepção Caracterizar os processos da recepção quantitativa e
da recepção qualitativa (transparência 5.3 e 5.4)
Evidenciar a importância da função recepção
Apresentar modelos organizacionais e de
funcionamento integrado da recepção (transparência
5.5).

Os formandos, reunidos em grupos, debatem casos 30 min


em que os materiais recepcionados não podem ser
disponibilizados para armazenagem
As conclusões dos debates são apresentadas pelo
porta-voz de cada grupo.

Total 2 horas

V
144 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
V. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS MATERIAIS IEFP

3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO

Exercício 1

Relacione prazo de aprovisionamento (Pa) com a função recepção dos materiais

Resposta:

O prazo de recepção integra o prazo (interno) de aprovisionamento, que determina os parâmetros


da gestão económica dos stocks.

Exercício 2

Distinga as guias de entrada provisória e definitiva

Resolução:

Guia de entrada provisória

Depois de concluídas com sucesso as actividades deste processo de recepção quantitativa, pode
então ser elaborada a guia de entrada a título provisório, a qual só terá validade definitiva após ser
sancionada pela Recepção Qualitativa.

Guia de entrada definitiva

Se o resultado destas verificações for positivo pode sancionar-se a guia de entrada provisória, a
qual passará a definitiva, confirmando a entrada dos materiais na empresa (aceitação).

Caso contrário, os materiais serão rejeitados procedendo-se em seguida à respectiva devolução ao


fornecedor, justificada pela não conformidade com legislação ou regulamentação aplicáveis e/ou
com o que foi especificado na nota de encomenda.

Exercício 3

Explique como assegurar a qualidade do material aprovisionado

Resolução:

No processo de recepção qualitativa verifica-se se os materiais estão em conformidade com


as especificações técnicas das respectivas encomendas e com a legislação e regulamentação
aplicáveis.

V
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 145
IEFP V. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
DOS MATERIAIS

A verificação pode visar as características físicas e químicas dos materiais, as dimensões, etc.,
segundo determinados critérios, padrões e tolerâncias.

A verificação pode realizar-se através de inspecções, testes e ensaios ou pela aceitação de


certificados de conformidade (de garantia da qualidade) emitidos por entidades acreditadas para o
efeito.

Podem seguir-se neste processo diversos procedimentos de verificação de conformidade:

Controlo da qualidade do material fornecido para verificar a conformidade com as


características exigidas e com os requisitos definidos na encomenda;

Exemplos

1. Na recepção e um equipamento deve verificar-se, através de ensaios, se estão satisfeitas as


exigências técnicas ou requisitos essenciais impostos pelas directivas comunitárias e
regulamentação aplicável, nomeadamente, os atributos relativos à segurança e preservação
ambiental, e se o equipamento cumpre as funções e utilidades com o rigor especificado na
respectiva encomenda;

2. Na recepção de um produto químico deve verificar-se, através de testes e ensaios laboratoriais,


se a composição respeita os requisitos da especificação técnica e a legislação e regulamentação
aplicáveis.

Verificação dos certificados e garantias técnicas dos fornecedores:

- Verificação dos certificados enviados pelo fornecedor a fim de concluir sobre a validade da
conformidade com os requisitos exigidos;

- Verificação das garantias a fim de concluir sobre os prazos de validade e/ou condições de
utilização.

Questão 4

Enuncie vantagens e condicionantes da descentralização da função recepção

Resolução:

Pode ser um órgão descentralizado com as respectivas funções atribuídas ao pessoal dos
armazéns ou outro, desde que possuam conhecimentos e competência para o efeito, obtendo-se
assim menores custos logísticos de movimentação dos materiais.

V
146 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
V. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS MATERIAIS IEFP

Questão 5

Enuncie a “regra básica da recepção”

Resolução:

Deve observar-se a regra: “nenhum material deve ser entregue ao Armazém ou ao circuito
produtivo, sem que tenha sido objecto de aceitação, sendo então acompanhado por guia de
entrada definitiva”.

V
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 147
IEFP V. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
DOS MATERIAIS

4. TRANSPARÊNCIAS

ÂMBITO DA RECEPÇÃO DOS MATERIAIS


À função recepção dos materiais compete assegurar a qualidade
dos fornecimentos i. e. a conformidade das remessas de
materiais dos fornecedores com os respectivos requisitos
expressos nas encomendas, nomeadamente os prazos, e
com a legislação e
regulamentação em vigor.

5.1
V
148 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
V. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS MATERIAIS IEFP

QUALIDADE
Conceito genérico de Qualidade segundo a norma ISO 9 000:2000
Grau de satisfação de requisitos dado por um conjunto de
características intrínsecas ou permanentes de uma entidade (produto,
processo, ...)
Conceito de Produto de Qualidade
Um produto tem qualidade quando cumpre os requisitos do cliente e os
requisitos regulamentares aplicáveis e o fornecedor demonstra a sua
aptidão para fornecer consistentemente o produto com aqueles
requisitos.
Nota
A monitorização da satisfação do cliente requer a avaliação da
informação relacionada com a percepção do cliente quanto ao
produtor/fornecedor ter cumprido todos os requisitos do produto.
(→ Confiança no produtor/fornecedor)
5.2

V
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 149
IEFP V. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
DOS MATERIAIS

PROCESSO DE RECEPÇÃO QUANTITATIVA


O processo de recepção quantitativa é desencadeado com a
chegada dos materiais e compreende as actividades seguintes:
Identificação dos materiais e análise visual do seu estado físico;
Observação do acondicionamento nas embalagens e do estado
de
preservação destas;
Verificação da rotulagem das embalagens;
Determinação da(s) quantidade(s) fornecida(s);
Conferência da guia de remessa do fornecedor com a nota de
encomenda;
Verificação das datas limites dos materiais sujeitos a prazos de
validade ou a garantias.
Verificação de eventuais constrangimentos aduaneiros.

5.3

V
150 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
V. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS MATERIAIS IEFP

PROCESSO DE RECEPÇÃO QUALITATIVA

No processo de recepção qualitativa verifica-se se os materiais


estão em conformidade com as especificações técnicas das
respectivas encomendas e com a legislação e regulamentação
aplicáveis.

5.4

V
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 151
IEFP V. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
DOS MATERIAIS

MODELOS ORGANIZACIONAIS E FUNCIONAMENTO DA


RECEPÇÃO DE MATERIAIS

A Recepção pode apresentar diferentes modelos organizacionais:


Pode ser um órgão centralizado, com espaço próprio e
independente da armazenagem;
Pode ser um órgão repartido, se existirem diferentes armazéns,
dispondo cada um deles de uma área restrita reservada à
recepção, compensando os menores custos logísticos com o maior
esforço de coordenação exigido.
Pode ser um órgão descentralizado com as respectivas funções
atribuídas ao pessoal dos armazéns ou outro, desde que possuam
conhecimentos e competência para o efeito,obtendo-se assim
menores custos logísticos.
5.5

V
152 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
V. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS MATERIAIS IEFP

5. TEXTOS COMPLEMENTARES PARA O FORMADOR

Artigos da revista Executive Dugest

Artigos da revista Foco

Artigos da revista Exame

V
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 153
V I. F U N ÇO ÃC O M P SREAA S UA O R G A N I Z A Ç Ã O
E G E S TO ÃA D M I N IAT
S TVIRA

A P R O V I S I O NTOA M
EG E STÃ O
D ESTO C K S
VI. FUNÇÃO COMPRAS E A SUA ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ADMINISTRATIVA IEFP

1. RESUMO

Neste capítulo começa por se caracterizar o problema da compra: a celebração e a verificação do


cumprimento de contratos.

Uma compra efectua-se através de um contrato, cujos parâmetros--chave são: o preço, o prazo, a
quantidade, a qualidade, a garantia e o nível de serviço logístico.

As Compras constituem, normalmente, um órgão autónomo no Departamento de


Aprovisionamentos, no entanto, numa pequena empresa, este órgão pode depender da Gestão de
Materiais.

Neste capítulo, ainda, são justificadas políticas de aprovisionamento e de compras coerentes,


nomeadamente, as seguintes:

Os materiais centrais devem ser fornecidos por fornecedores pré--qualificados que assegurem
a melhor relação qualidade/preço;

Os materiais estratégicos devem ser fornecidos no âmbito de contratos de parceria;

Os materiais vulneráveis devem ser fornecidos no âmbito de contratos de baixo risco de falha;

Os materiais rotineiros devem ser fornecidos por poucos fornecedores pré-qualificados:

Seguidamente, analisam-se as fases do processo de compra tradicional:

Formalização da especificação em pedido de compra preenchido pelo utilizador do material ou


pelo conceptor do produto;

Análise do pedido de compra pelo comprador;

Selecção de fornecedores pelo comprador;

Consultas aos fornecedores seleccionados;

Análise das propostas dos fornecedores;

Adjudicação da encomenda;

Seguimento da encomenda;

Recepção do material;

Conferência de facturas;

Tratamento de reclamações;

Pagamentos.

VI
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 157
IEFP VI. FUNÇÃO COMPRAS E A SUA ORGANIZAÇÃO E
GESTÃO ADMINISTRATIVA

Este processo tem tendência a simplificar-se através do recurso a contratos abertos com
fornecedores pré-qualificados segundo determinados parâmetros. Assim se reduzem os prazos de
reaprovisionamento e se melhoram os fornecimentos em qualidade e preço.

São, ainda, referidas condições standard dos contratos internacionais de fornecimento (incoterms):

Modo EXW FAS CIF DES

Marítimo FOB CFR DEQ

Outro EXW FCA CIP DAF

Modo FOR CPT DDU

FOT DDP

Finalmente, justificam-se economicamente as mudanças de atitude e de comportamento


organizacional que vêm ocorrendo na área das compras, nomeadamente:

Redução da variedade do stock através da normalização dos itens;

Redução do número de fornecedores e/ou recurso a centrais de compras;

Simplificação da recepção por via da exigência de certificação aos fornecedores;

Aumento da rotação dos stocks;

Estabelecimento de contratos abertos;

Incremento da confiança no relacionamento comercial.

VI
158 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
VI. FUNÇÃO COMPRAS E A SUA ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ADMINISTRATIVA IEFP

2. PLANO DAS SESSÕES

Conteúdo Metodologia Duração


(minutos)

1. Contrato de Exposição: 30 min


fornecimento
Introduzir o conceito de contrato de fornecimento
(transparência 6.1)
Apresentar as principais variáveis de um estudo de
mercado:
Análise qualitativa (comportamento dos clientes,
processo de decisão da compra, ...)
Análise quantitativa (dimensão da procura, taxa de
crescimento da procura, quota de mercado por
empresa e respectiva taxa de crescimento, ...)
Caracterizar um processo de negociação.

Os formandos, reunidos em grupo, debatem a 30 min


problemática da segmentação do mercado na
perspectiva do comprador
As conclusões dos debates são apresentadas pelo
porta-voz de cada grupo.

2. Parâmetros da Exposição: 30 min


compra
Introduzir e justificar os parâmetros-chave da compra
(transparência 6.2).

Os formandos devem resolver os exemplos de 30 min


aplicação de revisão de preços dos Manuais do
Formando e do Formador (transparência 6.3)
As conclusões dos debates são apresentadas pelo
porta-
-voz de cada grupo.

VI
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 159
IEFP VI. FUNÇÃO COMPRAS E A SUA ORGANIZAÇÃO E
GESTÃO ADMINISTRATIVA

3. Âmbito da Exposição: 30 min


função
compras Apresentar o âmbito da função compras (transparência
6.4)
4. Enquadrament
o estrutural das Enquadrar a função compras na área dos
compras aprovisionamentos.

Os formandos, reunidos em grupo, definem os 30 min


objectivos e as tarefas principais de uma secção de
compras
Os resultados do trabalho dos grupos são apresentados
pelos respectivos porta-vozes.

5. Políticas de Exposição: 30 min


aprovisioname
nto e de Apresentar uma classificação de materiais
compras considerando o respectivo impacte no resultado e o risco
de abastecimento
Estabelecer políticas de aprovisionamento e de
compras, considerando a classificação anterior.

Os formandos, reunidos em grupo, relacionam a 30 min


classificação de materiais apresentada com a
classificação ABC
As conclusões do trabalho são apresentadas pelo porta-
voz de cada grupo.

6. Processo de Exposição: 30 min


compra
Apresentar a sequência de actividades do processo de
tradicional
compra tradicional (transparência 6.5).

Os formandos, reunidos em grupos, debatem os 30 min


inconvenientes do processo apresentado
As conclusões dos debates são apresentadas pelo
porta-voz de cada grupo.

VI
160 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
VI. FUNÇÃO COMPRAS E A SUA ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ADMINISTRATIVA IEFP

7. Estrutura Exposição: 30 min


organizacional de Apresentar possíveis modelos da estrutura
compras organizacional da função compras
8. Tipos de Distinguir tipos de compras e de contratos,
compras e de justificando e exemplificando cada caso.
contratos
Os formandos, reunidos em grupos, debatem as 30 min
vantagens e inconvenientes da subcontratação e do
outsourcing.
As conclusões dos debates são apresentadas pelo
porta-
-voz de cada grupo.

9. Âmbito da gestão Exposição: 30 min


administrativa Apresentar o âmbito da gestão administrativa de
de compras compras
10. Pré-qualificação Introduzir o conceito de (pré)qualificação de
de fornecedores fornecedores e respectivos critérios/parâmetros de
avaliação (transparências 6.7 e 6.8).

Os formandos, reunidos em grupo, definem uma 30 min


métrica de avaliação de fornecedores
As conclusões do trabalho são apresentadas pelo
porta-voz de cada grupo.

11. Contratos Exposição: 30 min


internacionais Introduzir o conceito de incoterm, distinguindo e
de fornecimento exemplificando os diferentes tipos de contratos
12. Evolução do standard (transparências 6.9 a 6.14)
contexto, Apresentar exemplos de mudanças contextuais e
mudanças organizacionais da função compras.
comportamentais
e alterações
progressivas da
função compras

Os formandos, reunidos em grupos, caracterizam as 30 min


tendências evolutivas do meio envolvente com impacte
na (re)organização da função compras
As conclusões dos debates são apresentadas pelo
porta-voz de cada grupo.

Total 8 horas

VI
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 161
IEFP VI. FUNÇÃO COMPRAS E A SUA ORGANIZAÇÃO E
GESTÃO ADMINISTRATIVA

3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO

Considere que está a analisar uma proposta de contrato aberto de fornecimento, no qual se
estabelece:

Prazo de validade de dois anos;

Preço base de 1 000 Euros por quantidade mínima de remessa de 2 000 unidades do artigo X;

Fórmula de revisão de preço


Ma Sa Ea 
Pa = Pi n1 + n2 + n3 + n4 
 Mi Si Ei 

onde

M é a cotação oficial de matéria prima metálica publicada no Metal Bulletin

S é o salário base para um nível profissional bem definido e expresso no Contrato Colectivo de
Trabalho aplicável á empresa

E é o valor oficial publicado do preço unitário da energia

Exercício 1

Responda ás questões seguintes:

a.) Quais as vantagens e limitações do contrato aberto em apreço?

b.) Que valores da fórmula de revisão devem estar claramente justificados no contrato e referidos
a que momento?

c.) Qual é o preço actual de uma remessa de 25 000 unidades de X, considerando os dados
abaixo, devidamente documentados:

Evolução da cotação oficial da matéria prima de referência, de 30 para 32 Euros;

Evolução salarial, de 804 para 872 Euros;

Evolução do preço base da energia, de 6,5 para 5,8 Euros;

n2 = 30%; n3 = 40% e n4 = 20%.

Resolução:

a) Clareza na actualização do preço enquanto vigorar o contrato, embora, de difícil previsão.

b) Mi, Si e Ei referidos à data da aceitação do contrato e n2, n3 e n4.

VI
162 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
VI. FUNÇÃO COMPRAS E A SUA ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ADMINISTRATIVA IEFP

 872 5,8 
c) Pa = 1 000  0,1 + 0,3 + 0,4 + 0,2  =
32 804 6,5 
 30

= 1 030 Euros

1 030
Pa (25 000 unid.) = 25 000 x = 12 875 Euros
2 000

Exercício 2

Explique a importância da clarificação do sentido do termo lead-


-time (prazo) num contrato
Resolução:

Guia do Formando – VI.1. – pág. 144

exercício 3

Explique a importância da identificação da quantidade de unidades de uma remessa


Resolução:
Há que clarificar a quantidade de unidades de utilização (embalagem primária), de unidades da
compra (embalagem secundária/multipack) e de unidade de distribuição ou de transporte
(embalagem terciária: palette, tambor, contentor, ...)

Exercício 4

Explique a importância de distinguir a garantia técnica da garantia comercial


Resposta:

Guia do Formando – VI.1. – pág. 145

Exercício 5

Indique uma métrica de nível de serviço logístico


Resolução:
Nº de encomendas absolutamente
Ns = x 1000
satisfeitas
Nº total de encomendas

VI
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 163
IEFP VI. FUNÇÃO COMPRAS E A SUA ORGANIZAÇÃO E
GESTÃO ADMINISTRATIVA

Indicador actualizado semanalmente com clarificação do sentido de “encomendas absolutamente


satisfeitas” ≡ em quantidade, qualidade ou especificação técnica, local de entrega, prazo e hora de
entrega, ...

Exercício 6

Indique, justificando, fases redundantes de um processo de compra tradicional a um fornecedor


pré-qualificado
Resolução:

Guia do Formando – VI.4. – pág. 151 e VI.6. – pág. 157

Exercício 7

Exemplifique e enumere vantagens do uso de centrais de compras


Resolução:

Guia do Formando – VI.7. – pág. 165

Exercício 8

Explique como pode o stock gerar resistência á inovação


Resolução:

Guia do Formando – VI.7. – pág. 166

VI
164 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
VI. FUNÇÃO COMPRAS E A SUA ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ADMINISTRATIVA IEFP

4. TRANSPARÊNCIAS

contrato de fornecimento

É um acordo oneroso que obriga o contraente vendedor a transferir


a propriedade do bem para o contraente comprador, mediante a
obrigação deste à retribuição ou pagamento do preço
convencionado ou acordado, em valor monetário e nas condições
expressas no contrato, formalizado por uma encomenda ou nota de
encomenda.

6.1
VI
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
165
IEFP VI. FUNÇÃO COMPRAS E A SUA ORGANIZAÇÃO E
GESTÃO ADMINISTRATIVA

Os Dados ou Parâmetros da Compra

O prazo,
A quantidade,
A qualidade,
A garantia,
O nível de serviço logístico.

6.2

VI
166 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
VI. FUNÇÃO COMPRAS E A SUA ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ADMINISTRATIVA IEFP

Modalidades do Preço de Compra

Consoante o tipo de encomenda e as condições de pagamento,


assim o preço de compra poderá apresentar uma das seguintes
modalidades:
Firme - O valor que irá ser facturado é inalterável
independentemente do prazo de pagamento.
Revisável - O valor que irá ser facturado é calculado a partir de
um preço base.
Exemplo:
Pa = Pi ( + Ma + Ta + Ea )
Mi Ti Ei
onde ( 〈 +  +  +  = 1)
6.3

VI
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 167
IEFP VI. FUNÇÃO COMPRAS E A SUA ORGANIZAÇÃO E
GESTÃO ADMINISTRATIVA

ÂMBITO DA FUNÇÃO COMPRAS


À função compras compete celebrar e fazer cumprir contratos
bilaterais em condições económicas.

6.4

VI
168 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
VI. FUNÇÃO COMPRAS E A SUA ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ADMINISTRATIVA IEFP

Fases do Processo de Compra Tradicional


O processo de compra tradicional desenvolve-se através de uma
sequência de actividades, das quais se destacam as seguintes:
Formalização das especificações;
Análise do pedido de compra;
Selecção de fornecedores;
Consulta a fornecedores;
Análise de propostas;
Adjudicação da encomenda;
Seguimento da encomenda;
Recepção da encomenda;
Conferência de facturas;
Tratamento de reclamações;
Ordem de pagamento.
6.5

VI
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 169
IEFP VI. FUNÇÃO COMPRAS E A SUA ORGANIZAÇÃO E
GESTÃO ADMINISTRATIVA

Âmbito da Gestão Administrativa de Compras


À gestão administrativa das compras compete conhecer
permanentemente:
Quais os fornecedores adequados para cada tipo de fornecimento;
Quais as condições de contratação a estabelecer em cada caso.

6.6

VI
170 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
VI. FUNÇÃO COMPRAS E A SUA ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ADMINISTRATIVA IEFP

Pré-Qualificação de Fornecedores
A pré-qualificação é uma selecção de fornecedores, por famílias de
materiais e de serviços a aprovisionar, a realizar pela empresa com
base numa avaliação objectiva, suportada em critérios claros, e
numa negociação de contratos abertos de fornecimento, a prazos
renováveis.

6.7

VI
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 171
IEFP VI. FUNÇÃO COMPRAS E A SUA ORGANIZAÇÃO E
GESTÃO ADMINISTRATIVA

Parâmetros de avaliação dos fornecedores


Certificação
serviços); (do fornecedor e do produto fornecido - bens tangíveis e
Competência técnica;
Criatividade e soluções inovadoras;
Divulgação de informação técnica;
Flexibilidade à mudança de especificações;
Aceitação de quantidades variáveis de encomenda;
Disponibilidade para a participação em projectos de desenvolvimento;
Competência técnico-comercial dos vendedores;
Disponibilidade dos vendedores;
Assistência pré-venda;
Assistência pós-venda;

VI
172 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
VI. FUNÇÃO COMPRAS E A SUA ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ADMINISTRATIVA IEFP

Parâmetros de avaliação dos fornecedores (cont)

Percentagem de rejeições em materiais não certificados;


Percentagem de atrasos nas entregas;
Evolução dos preços relativamente à média do mercado;
Condições de pagamento;
Evolução dos prazos relativamente à média do mercado;
Rácios de situação económica-financeira;
Proximidade geográfica.

6.8

VI
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 173
IEFP VI. FUNÇÃO COMPRAS E A SUA ORGANIZAÇÃO E
GESTÃO ADMINISTRATIVA

Incoterms

Incoterm é a abreviatura da expressão international commerce


term. Os incoterms estão associados a condições standard que
reportam à entrega, ao transporte e ao risco associado ao
fornecimento de bens tangíveis (materiais/mercadorias).

6.9

VI
174 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
VI. FUNÇÃO COMPRAS E A SUA ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ADMINISTRATIVA IEFP

tipos de incoterms
Incoterms de partida,
Incoterms de envio não pago,
Incoterms de envio pago,
Incoterms de chegada.

6.10

VI
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 175
IEFP VI. FUNÇÃO COMPRAS E A SUA ORGANIZAÇÃO E GESTÃO
ADMINISTRATIVA

MODO DE TIPO DE CONTRATO


TRANSPORTE Partida Envio não pago Envio pago Chegada
Marítimo EXW FAS CIF DES
FOB CFR DEQ
Marítimo EXW FCA CIP DAF
FOR CPT DDU
FOT DDP

6.11
VI
176 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
VI. FUNÇÃO COMPRAS E A SUA ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ADMINISTRATIVA IEFP

Incoterm de Partida
EXW (Ex Works): Ex-Fábrica, Ex-Armazém, ...
Significa que o cliente é responsável pela recolha e transporte e
que o fornecedor apenas se compromete a deixar o
material/mercadoria em condições de recolha na sua fábrica,
armazém, ... em embalagem normal de expedição e não
contentorizada para transporte a longa distância.

6.12

VI
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 177
IEFP VI. FUNÇÃO COMPRAS E A SUA ORGANIZAÇÃO E
GESTÃO ADMINISTRATIVA

Incoterms de Envio Não Pago


FAS (Free Alongside Ship)
Significa que o fornecedor entrega o material/mercadoria no cais.
FOB (Free On Board)
Significa que o fornecedor embarca o material/mercadoria.
Nestes casos o navio larga por conta e risco do cliente.
FCA (Free Carrier): FOR/FOT - Livre sobre vagão/camião
Significa que o fornecedor cessa a sua responsabilidade com a
transferência do material para o transportador em local
preestabelecido.

6.13

VI
178 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
VI. FUNÇÃO COMPRAS E A SUA ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ADMINISTRATIVA IEFP

Incoterms de Envio Pago


CIF (Cost, Insurance and Freight)
Significa que o fornecedor paga os custos do carregamento no
navio, transporte e seguro.
CFR (Cost and Freight)
Significa que o fornecedor paga apenas os custos do carregamento
e transporte no navio, ficando o risco do transporte por conta do
cliente, que poderá pagar o seguro.
CIP (Carriage and Insurance Paid To)
Significa que o fornecedor paga os custos do transporte e seguro.
CPT (Carriage Paid To)
Significa que o fornecedor só paga o transporte e que o cliente
suporta o risco do transporte.
6.14

VI
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
179
IEFP VI. FUNÇÃO COMPRAS E A SUA ORGANIZAÇÃO E
GESTÃO ADMINISTRATIVA

Incoterms de Chegada
DES (Delivered Ex Ship)
Significa que o fornecedor é responsável pela entrega, mas não paga o
transporte marítimo nem o desembarque.
DEQ (Delivered Ex Quay)
Significa que o fornecedor é responsável pela entrega, mas não paga despesas
de cais.
DAF (Delivered At Frontier)
Significa que o fornecedor é responsável pela entrega na fronteira.
DDU (Delivery Duty Unpaid)
Significa que o fornecedor coloca o material/mercadoria à porta do cliente, mas é
este que paga as taxas de importação.
DDP (Delivery Duty Paid)
Significa que o fornecedor assume total responsabilidade pela entrega do
material/mercadoria no cliente, livre de todos os encargos.
6.15

VI
180 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
VI. FUNÇÃO COMPRAS E A SUA ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ADMINISTRATIVA IEFP

5. TEXTOS COMPLEMENTARES PARA O FORMADOR

Artigos da revista Executive Dugest

Artigos da revista Foco

Artigos da revista Exame.

I
Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 181
IEFP VI. FUNÇÃO COMPRAS E A SUA ORGANIZAÇÃO E GESTÃO
ADMINISTRATIVA L

VI
182 Guia do Formador Aprovisionamento e Gestão de Stocks
F I C HS ADE AVA L I A OÇ GÃ L BA
O L

A P R O V I S I O NTOA M
EG E STÃ O
D ESTO C K S
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP

Ficha nº 1

1. Defina os principais tipos de recursos materiais indispensáveis aos processos de uma empresa
industrial.

2. Distinga stocks de existências.

3. Descreva o âmbito da gestão física dos stocks.

4. Especifique os principais requisitos de uma gestão física eficiente.

5. Descreva o âmbito da gestão administrativa dos stocks.

6. Indique como se caracteriza a nomenclatura de um artigo do stock.

7. Descreva o âmbito e os objectivos da gestão económica dos stocks.

8. Indique as parcelas fundamentais a considerar na determinação do prazo de aprovisionamento


de um artigo.

9. Descreva o âmbito da recepção dos materiais.

10. Indique as actividades do processo de recepção quantitativa.

11. Caracterize um contrato de fornecimento.

12. Indique os parâmetros-chave a considerar numa encomenda.

Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 185


IEFP FICHAS DE AVALIAÇÃO
GLOBAL

Ficha nº 2

1. Apresente uma classificação dos bens tangíveis.

2. Descreva o âmbito da função aprovisionamento.

3. Caracterize a função armazenagem e os seus princípios gerais.

4. Justifique uma classificação de armazéns.

5. Dê um exemplo de código de matéria-prima, para utilização informática, justificando.

6. Explique a importância de se formalizar e introduzir no ficheiro a especificação dos materiais.

7. Indique as parcelas que normalmente se consideram no cálculo do custo total anual do stock
de um artigo.

8. Explique a importância e as limitações da determinação da quantidade económica de


encomenda pelo método de Wilson.

9. Justifique a importância da recepção qualitativa.

10. Explique as vantagens e as limitações do outsourcing da recepção qualitativa.

11. Descreva o conceito de nível de serviço logístico de um fornecedor e a importância da


respectiva avaliação.

12. Especifique e explique políticas de aprovisionamento e de compras coerentes.

186 Guia do Formando Aprovisionamento e Gestão de Stocks


FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP

Resolução

Ficha nº 1

1. Os materiais de input ou recursos materiais são indispensáveis ao(s) processo(s) produtivo(s)


e são de dois tipos:

Materiais consumíveis que são objecto de processamento interno na empresa tais como:
matérias primas, materiais subsidiários, material de embalagem;

Materiais de utilização permanente que são imobilizado, ou seja, materiais que não são
consumidos no processo produtivo, mantendo-se ao dispor deste durante vários ciclos de
transformação.

Numa empresa comercial os bens transaccionados designam-se por mercadorias, não estando
sujeitos a qualquer transformação dentro da empresa.

2. Stock ou stocks é o conjunto de materiais consumíveis ou de produtos ou de mercadorias


acumulados, à espera de uma utilização posterior, mais ou menos próxima, e que permite
assegurar o fornecimento aos utilizadores quando necessário. São os elementos patrimoniais
classificados e valorizados em existências.

3.

À gestão física dos stocks compete assegurar que as operações realizadas com os materiais,
desde a sua entrega na empresa até à sua saída de armazém, sejam executadas com eficiência,
isto é, ao menor custo e em tempo oportuno.

A gestão física dos stocks tem como principais atribuições:

Recepcionar os materiais aprovisionados;

Armazenar e conservar os stocks;

Aviar ou expedir os materiais armazenados.

4. Uma eficiente gestão física de stocks deve obedecer aos seguintes requisitos:

Proporcionar uma eficiente recepção dos materiais

- Boas condições para a execução rápida e cuidada das funções administrativas da recepção;

- Espaço adequado para descarga, para a eventual desembalagem, e para os controlos


quantitativos e qualitativos;

- Saída facilitada e desimpedida para os locais de armazenamento.

Dispor de meios adequados de movimentação e transporte interno

Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 187


IEFP FICHAS DE AVALIAÇÃO
GLOBAL

- Pavimentos em bom estado;

- Corredores amplos;

- Meios de transporte interno adequados aos espaços disponíveis para a movimentação e aos
artigos a movimentar.

Dispor de meios e espaço devidamente adequado ao armazenamento e guarda

- Área disponível com condições de temperatura, humidade, arejamento, ajustado à conservação


dos artigos armazenados;

- Equipamento de armazenamento adaptado aos locais e aos materiais;

- Pés-direitos e pavimentos adequados ao eventual empilhamento dos artigos;

- Construção e dimensão que facilite a rotação dos artigos.

Possibilitar e facilitar a saída rápida dos artigos do


armazém

- Pouca burocracia;

- Itinerários de saída desimpedidos;


- Espaços curtos a percorrer em especial para os materiais com maior saída/rotação, volume
ou massa;
- Saída fácil da pilha ou prateleira;
- Contagem local facilitada;
- Meios de movimentação rápidos e seguros;
- Localização e acesso ao material armazenado facilitados.
Prever, organizar e manter a segurança de pessoas e bens
- Instalações passíveis de ser facilmente limpas e higienizadas com apropriados sistemas de
drenagem (dos produtos de lavagem);
- Sistemas de exaustão (gases, fumos, cheiros), de renovação e/ou purificação do ar, de
climatização (controlo e regulação da temperatura, humidade, ...);
- Sistemas de detecção de fugas de gases, poeiras, incêndios, inundações, derrames de óleos
ou outros fluídos escorregadios ou perigosos;
- Sistemas de protecção contra insectos e roedores;
- Sistemas de sinalização dos perigos para pessoas e bens;
- Uso de cores de advertência e cartazes com instruções de segurança;
- Sinalização de saídas de emergência desimpedidas.
Nota: Os sistemas a activar dependem dos materiais armazenados.

188 Guia do Formando Aprovisionamento e Gestão de Stocks


FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP

5. À gestão administrativa dos stocks compete conhecer permanentemente:

Quais os materiais armazenados,


Movimentos de entrada e saída de armazéns,
Quantidades em unidades físicas e monetárias dos stocks.

Torna-se necessário, para gerir os stocks, ter um conhecimento exacto de cada “item” ou artigo das
existências não só em quantidade física, valor e qualidade, mas também em dimensão, forma, peso
e campo de aplicação.

6.

Nomenclatura é o conjunto de elementos de identificação de um artigo do stock.

A nomenclatura compreende:

A designação;

A codificação.

Designação é o nome pelo qual o artigo é conhecido na empresa.

Pode adoptar-se uma designação externa à empresa, por exemplo, a designação do fornecedor.

Codificação é uma representação simbólica ou uma referência que identifica exactamente o


material ou artigo de forma inequívoca.

7.

A gestão económica dos stocks compreende a aplicação de um conjunto de princípios, regras


de decisão e metodologias que permitem manter existências económicas.

Há autores que preferem a designação de gestão previsional de stocks, na medida em que se


baseia em técnicas de previsão, aplicadas ao cálculo das necessidades independentes.

Objectivos da GES

A gestão económica dos stocks (GES) tem dois objectivos fundamentais:

Determinar quanto reaprovisionar;

Estabelecer quando reaprovisionar, isto é, quando solicitar uma intervenção de Compras ou


quando solicitar uma entrega de material, no âmbito de um contrato aberto com um fornecedor
(Exemplo: contrato anual de fornecimento com entregas parcelares).

Estes objectivos são concretizados para cada artigo do stock, que tem características específicas.

Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 189


IEFP FICHAS DE AVALIAÇÃO
GLOBAL

8. Para o cálculo do pa pode considerar-se o prazo como o somatório de todos os prazos


(estimados com base em dados históricos) intervenientes no processo de aquisição:

PRAZO DE APROVISIONAMENTO

Data da detecção Data Limite


da Necessidade (programada)

P. P. P. P. P.
circulação tratamento en desalfând. re

Data da
Colocação da Data Limite
Encomenda da Entrega

Entende-se por:

Data da detecção da necessidade

Data da detecção da necessidade - quando se verifica a necessidade de se proceder a um


reaprovisionamento ou a uma compra e se elabora o respectivo pedido a compra.

Prazo de circulação

Prazo de circulação - o intervalo de tempo desde a saída do pedido de compra da GES até
chegar a Compras.

Prazo de tratamento

Prazo de tratamento - o tempo que Compras leva a proceder às rotinas administrativas até a
adjudicação da encomenda ao fornecedor seleccionado.
Prazo de entrega

Prazo de entrega - o prazo acordado com o fornecedor para a entrega do material na


Recepção; ou se for uma importação, até à disponibilidade do material no destino (inclui o
prazo de transporte).

Prazo de desalfandegamento

190 Guia do Formando Aprovisionamento e Gestão de Stocks


FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP

Prazo de desalfandegamento - o tempo consumido no desalfandegamento do material


oriundo de país(es) exterior(es) à União Europeia.

Prazo de recepção

Prazo de recepção - o tempo necessário para se proceder às recepções, quantitativa e qualitativa


(quando necessário), à emissão de guia de entrada que acompanha o material para o armazém.

9.

À função recepção dos materiais compete assegurar a conformidade das remessas de


materiais dos fornecedores com os requisitos expressos nas respectivas encomendas e com a
legislação e regulamentação aplicáveis.

A função recepção dos materiais tem uma componente técnica, nomeadamente no que se refere à
verificação das características dos materiais fornecidos, podendo ter de realizar testes e ensaios.

O órgão Recepção dos Materiais deverá dispor de espaço próprio para a sua actividade,
eventualmente de área para laboratórios, diferenciado do espaço dos Armazéns, com a capacidade
suficiente para albergar todos os fornecimentos a recepcionar e para separar os materiais
rejeitados até à respectiva resolução (devolução ou correcção de não-conformidade).

O órgão Recepção dos Materiais deverá dispor de recursos humanos habilitados para a realização
competente da sua actividade a ritmo compatível com os prazos dos programas da produção.

É de salientar que o prazo de recepção integra o prazo (interno) de aprovisionamento, que


determina os parâmetros da gestão económica dos stocks.

A Recepção dos Materiais para poder aceitar ou rejeitar os fornecimentos desencadeia,


normalmente, dois tipos de processos:

O processo de recepção
quantitativa;

O processo de recepção
qualitativa.

10. O processo de recepção quantitativa é desencadeado com a chegada dos materiais e


compreende as actividades seguintes:

Identificação dos materiais e análise visual do seu estado físico;


Observação do acondicionamento nas embalagens e do estado de preservação destas;
Verificação da rotulagem das embalagens;
Determinação da(s) quantidade(s) fornecida(s);
Conferência da guia de remessa do fornecedor com a nota de encomenda;
Verificação das datas limites dos materiais sujeitos a prazos de validade ou a garantias.
Verificação de eventuais constrangimentos aduaneiros.

É neste processo de recepção que são determinadas as faltas, as trocas de artigos e os excessos,
os eventuais danos ocorridos no transporte, que devem ser comunicados (em princípio via
Compras) aos fornecedores e/ou transportadores a fim de se repor o que foi encomendado. É,

Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 191


IEFP FICHAS DE AVALIAÇÃO
GLOBAL

ainda, neste processo que deve verificar-se se os rótulos das embalagens cumprem a legislação e
regulamentos aplicáveis, para se poder aceitar o fornecimento.

11.

Um contrato de fornecimento é oneroso na medida em que obriga o contraente vendedor a


transferir a propriedade do bem para o contraente comprador, mediante a obrigação deste à
retribuição ou pagamento do preço convencionado ou acordado, em valor monetário e nas
condições expressas no contrato, formalizado por uma encomenda ou nota de encomenda.

12. Os parâmetros-chave a considerar numa encomenda são os seguintes:

O preço;

O prazo;

A quantidade;

A qualidade;

A garantia;

nível de serviço logístico.

192 Guia do Formando Aprovisionamento e Gestão de Stocks


FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP

Ficha nº 2

1. Os bens tangíveis podem classificar-se nos domínios seguintes:


1. Bens de consumo

a. Bens não duradouros ou bens de grande consumo corrente


Consumo regular (Ex.: leite; água de distribuição comunitária – “Utility”)
Consumo de emergência (Ex.: antibiótico)
Consumo de impulso (Ex.: pipocas)
Consumo sazonal (Ex.: protector solar)
b. Bens duradouros
Consumo regular (Ex.: electrodoméstico)
Consumo sazonal (Ex.: fato de banho)

2. Bens ou produtos industriais (utilizados na produção de outros produtos) ou recursos


materiais
a. Matérias primas
b. Componentes
c. Subconjuntos e produtos intermédios (semiacabados)
d. De suporte
Instalações
Bens de equipamento fabril (fixos e móveis, pesados e ligeiros)
Bens de equipamento de escritório
Ferramentas e instrumentação

Nota

Pode, ainda, classificar-se os produtos industriais nos domínios seguintes:

Produtos não diferenciados;

Produtos diferenciados;

Produtos normalizados;

Produtos especializados.

2. A função aprovisionamento compreende o conjunto de operações que permitem pôr à


disposição da empresa em tempo oportuno, na quantidade e na qualidade definidas, todos os
recursos materiais e serviços necessários ao seu funcionamento, ao menor custo. Para além
das actividades de selecção e qualificação de fornecedores, de negociação, de contratação e
de compra de recursos materiais e serviços, de gestão de stocks, a função aprovisionamento
ainda inclui nas suas atribuições: a recepção de materiais, a armazenagem, o aviamento de
requisições e o envio/transporte de materiais para estaleiros onde decorrem obras ou a
expedição para subempreiteiros.

Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 193


IEFP FICHAS DE AVALIAÇÃO
GLOBAL

3. À função armazenagem compete preservar em boas condições os materiais armazenados e


realizar o aviamento rapidamente e nas melhores condições de segurança.
Há dois princípios gerais a que correspondem dois tipos básicos de armazenagem, que podem
coexistir num mesmo armazém:
Armazenagem com lugar pré-
definido;
Armazenagem sem lugar pré-
definido.
Armazenagem com lugar pré-definido
Este sistema obedece ao princípio de “um lugar para cada coisa e cada coisa no seu lugar”.
Todos os materiais têm o seu espaço perfeitamente identificado para serem colocados e não
podem ser armazenados noutro sítio.
Vantagens:
- Fácil localização dos materiais;
- Os materiais idênticos estão juntos.

Inconvenientes:

- Desperdício de espaço visto que cada material tem o seu lugar cativo, para o seu nível máximo
de stock. Pode dizer-se que normalmente 40% do volume útil para armazenar se encontra vazio.

- Um material colocado em sítio errado fica eventualmente perdido.

Armazenagem sem lugar pré-definido ou Armazenagem “caótica”

Este sistema obedece ao princípio de “seja qual for no sítio disponível”. Nos espaços livres pode
colocar-se qualquer material, não existindo lugares marcados, mas critérios gerais de
localização.

Vantagens:

- Aproveitamento máximo dos espaços;

- Facilita a operação de arrumação dos materiais.

Inconvenientes:

- Exige registo e controlo rigoroso da localização dos materiais (armazém “inteligente”);

- Pode aproximar materiais incompatíveis ou que se contaminem, se não forem cumpridos


determinados procedimentos.

Nota: Este tipo de armazenagem é frequentemente utilizado em materiais de compra directa para
obras, que em princípio só entram em armazém uma vez (encomenda e recepção únicas), embora,
possam sair em parcelas, mas, até esgotar a quantidade em stock.

4. Genericamente e atendendo à função desempenhada, os armazéns classificam-se em três


grandes categorias:

Armazéns industriais

194 Guia do Formando Aprovisionamento e Gestão de Stocks


FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP

Armazéns Industriais - são armazéns destinados à arrumação: das matérias-primas; das


ferramentas; dos materiais em curso de fabricação; dos componentes e dos subconjuntos; dos
produtos acabados e, em princípio, por acondicionar em embalagem de transporte.

Armazéns de distribuição

Armazéns de Distribuição - são os armazéns, que integram o circuito de comercialização dos


produtos de uma empresa ou grupo de empresas, podendo ficar situados:

- Na área de distribuição dos clientes;

- Junto às unidades de produção;

- Em posição intermédia estratégica.

Entrepostos

Entrepostos - são espaços de armazenagem pertença de entidades privadas ou estatais,


independentes dos proprietários dos materiais neles armazenados, a título temporário, mediante
acordo ou contrato.

5. Considere um código com os cinco campos seguintes:

30 . 238 . 337 . 025 . 8

Artigo do stock de matérias primas

Classe dos aços

Família dos varões

Nº de ordem do artigo

Checkdigit

Como se constata do exemplo, o stock pode estar subdividido por tipos de material (matéria
prima), estes por classes, famílias e finalmente estas por números de ordem.

Assim,

O nº 30 corresponde ao tipo de material de stock: matérias primas;

O nº 238 corresponde à classe dos aços inoxidáveis AISI 304;

O nº 337 corresponde à família dos varões;

O nº 025 corresponde ao nº de ordem igual ao diâmetro do varão, que no exemplo é de 25 mm;

Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 195


IEFP FICHAS DE AVALIAÇÃO
GLOBAL

O nº 8 é o checkdigit que confirma a correcção do respectivo código.

Este sistema de codificação assenta numa base organizativa e classificativa de todos os materiais,
a qual deve ser estruturada e implementada pela gestão administrativa dos stocks.

6. No ficheiro de materiais, associado à nomenclatura de cada artigo deve constar a respectiva


especificação.

Especificação de um material,é o conjunto de requisitos da qualidade, isto é, o conjunto de


atributos ou características, traduzido em termos qualitativos e quantitativos, que lhe confere
aptidões de utilidade e permite verificar a conformidade.

Uma especificação pode definir padrões de comportamento e de segurança do material, indicar


prescrições de embalagem, discriminar ensaios e testes de controlo da qualidade, referir normas e
regulamentos de referência.

A especificação do material é fundamental para a sua compra e respectiva recepção qualitativa.

Se fornecedores e clientes usarem para o mesmo artigo ou material a mesma nomenclatura, isto é,
a mesma designação e código para a mesma especificação, será facilitada a transacção e o
respectivo processamento.

7.

A gestão económica dos stocks compreende a aplicação de um conjunto de princípios, regras


de decisão e metodologias que permitem manter existências económicas.

Há autores que preferem a designação de gestão previsional de stocks, na medida em que se


baseia em técnicas de previsão, aplicadas ao cálculo das necessidades independentes.

Objectivos da GES

A gestão económica dos stocks (GES) tem dois objectivos fundamentais:

Determinar quanto reaprovisionar;

Estabelecer quando reaprovisionar, isto é, quando solicitar uma intervenção de Compras ou


quando solicitar uma entrega de material, no âmbito de um contrato aberto com um fornecedor
(Exemplo: contrato anual de fornecimento com entregas parcelares).

Estes objectivos são concretizados para cada artigo do stock, que tem características específicas.

196 Guia do Formando Aprovisionamento e Gestão de Stocks


FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP

8. Representando os custos num gráfico em que a variável independente Q seja a quantidade a


adquirir, verifica-se que existe um valor de Q para o qual o custo total C t será mínimo.

Custos

Ct
∆ + 2% Ct
Custo
mínimo CC p

CC m

Ce

Qe
- 15% Q ee + 20% (quantidade por encomenda)

Assim, para cada artigo de armazém, o custo total anual será mínimo se calcular o valor de Q
(quantidade a reaprovisionar de cada vez) que minimiza o custo total - Ct, e essa quantidade é
denominada a quantidade económica de encomenda - Qee.

Assim, define-se

Quantidade económica de encomenda (Qee) como a quantidade a encomendar de cada vez,


que minimiza o custo total anual, relativo a cada artigo do inventário.

Desta definição de Wilson decorre que Qee é o valor de Q que minimiza o custo total. Então,
matematicamente Q obtém-se:

dCt

dQ = 0

Qee

e resolvendo esta equação, chega-se à fórmula de Wilson:

2⋅ S
Qee =
⋅ a
u⋅
tp

Análise de Sensibilidade da Qee


Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 197
IEFP FICHAS DE AVALIAÇÃO
GLOBAL

Variação da Qee com a e


tp

O valor da Qee é pouco afectado pela falta de precisão de:

a - custo administrativo médio de efectivação de uma encomenda;

tp - taxa de posse.

Na verdade demonstra-se, matematicamente, que para variações da ordem de 50% de uma


destas variáveis, o valor da Qee varia apenas de cerca de 3%.

Variação do Ct com a
Qee

Demonstra-se que o custo total anual do stock de um artigo (Ct) é afectado apenas em cerca de
+ 2%, por variações de Qee no intervalo [- 15%, + 20%], como aliás se pode constatar no gráfico
da Figura. IV.3.

Efeito de Descontos de Quantidade

A fórmula da Qee pode ser utilizada como critério de decisão de compra, quando os fornecedores
concedem descontos nos preços unitários dos materiais, por aumento das quantidades a
encomendar.

O método de avaliação consiste em aplicar sucessivamente a fórmula da Qee para os diferentes


valores de preço de custo unitário, u, do material, resultantes dos descontos, até se chegar a uma
quantidade de encomenda para a qual é válida o preço correspondente, isto é, até se atingir a
coincidência entre a Qee calculada e as condições oferecidas pelo fornecedor.

A quantidade assim determinada corresponde à do mínimo custo total anual do artigo, sendo
portanto a opção a adoptar.

Expressões Derivadas da Qee

Número económico de encomendas -


Nee

É o número de encomendas de quantidade: Qee, a emitir num ano para um artigo.

S
Resulta de N = e fazendo Q = Qee , vem
Q

S C⋅ tp
Nee = → Nee =
Qee 2⋅ a
198 Guia do Formando Aprovisionamento e Gestão de Stocks
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL IEFP

Prazo económico de encomenda - pe:

É o tempo que Qee leva a ser consumida ao ritmo do consumo médio estimado.

Qee
De pe = 12 x e substituindo Qee pela sua expressão, obtém-se
S

2⋅ a
pe = 12 ⋅
C⋅ tp

(em meses)

Relação entre o número económico de encomendas - Nee, e o prazo económico - pe: :

Do relacionamento das duas últimas equações, tira-se a seguinte conclusão pe x Nee = 12 de


onde se deduzem as seguintes expressões:

12 12
Nee = pe =
pe Nee

9.

No processo de recepção qualitativa verifica-se se os materiais estão em conformidade com


as especificações técnicas das respectivas encomendas e com a legislação e regulamentação
aplicáveis.

A verificação pode visar as características físicas e químicas dos materiais, as dimensões, etc.,
segundo determinados critérios, padrões e tolerâncias.

A verificação pode realizar-se através de inspecções, testes e ensaios ou pela aceitação de


certificados de conformidade (de garantia da qualidade) emitidos por entidades acreditadas para o
efeito.

10. Em muitos casos, a empresa pode transferir o processo de recepção qualitativa para outras
empresas especializadas e credenciadas ou entidades acreditadas, mediante contratos, o que é
uma forma de outsourcing, que pode contudo ser condicionada pelos prazos.

11. O nível de serviço logístico é outra variável importante e corresponde à eficiência e eficácia
demonstradas pelo fornecedor. Avalia-se pelo grau de satisfação do cliente, em termos de:

Preços - se considerados certos e portanto dentro dos limites estabelecidos, quer pelas
negociações, quer pelos preços da concorrência;

Prazos - se são cumpridos pelo


fornecedor;

Quantidades - se são respeitadas nas entregas, nunca dando origem a


reclamações;

Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador 199


IEFP FICHAS DE AVALIAÇÃO
GLOBAL

Qualidade - se são cumpridos estritamente todos os requisitos exigidos, bem como se não
houve problemas com as certificações emitidas. Se houve, qual o empenhamento do fornecedor
em os resolver;

Litígios - se foram verificados litígios com o fornecedor, qual o seu grau de gravidade e como
se resolveram.

É o conjunto destas informações que em termos globais, e de uma forma objectiva, reflectem o
serviço prestado pelo fornecedor à empresa, que é sintetizado no seu nível de serviço logístico, e
pode exprimir-se quantitativamente como:

nº enc. absolutamente satisfeitas


Ns = x 100
nº total de encomendas

em que:

nº total de encomendas - a totalidade de encomendas adjudicadas a um fornecedor;

nº enc. absolutamente satisfeitas - aquelas que não tiveram qualquer tipo de reclamação, da
totalidade de encomendas adjudicadas ao fornecedor.

12.

Os materiais centrais, dado o seu impacte financeiro, exigem uma pré-qualificação de


fornecedores suportada no menor preço de compra para uma qualidade aceitável ou suficiente e
com garantia de elevada rotação;

Os materiais estratégicos exigem acordos de longo prazo com os fornecedores, com


garantia de reserva de informação técnica (contratos de parceria ou partenariado);

Os materiais vulneráveis, dada a dependência dos fornecedores, exigem garantia de


fornecimento no prazo limite ou redução do risco de abastecimento;

Os materiais rotineiros exigem simplificação do processo logístico com eliminação de


eventuais estrangulamentos na cadeia de abastecimento, através de forte concentração de
compras em poucos fornecedores pré-qualificados.

Nota

A classificação ABC dos materiais, com origem na lei de Pareto 80/20, permite suportar uma
política de compras coerente com a apresentada, e com resultados práticos aceitáveis e não muito
afastados dos obtidos pelo modelo sumariamente descrito.

200 Guia do Formando Aprovisionamento e Gestão de Stocks


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA IEFP

Bibliografia Consultada

ASSIS, Rui, FIGUEIRA, Mário. MICROSTOCK - Apoio à Decisão em Gestão Económica de Stocks.
Lisboa, IAPMEI, 1991.

HESKETT, James L.. Sweeping Changes in Distribution. Harvard Business Review, Mar.-Apr.,
1973, pp. 123-132.

HESKETT, James L.. Logistics: Essential to Strategy. Harvard Business Review, Nov.-Dez., 1977,
pp. 85-96.

JESUÍNO, Jorge Correia - A Negociação: Estratégias e Tácticas. Lisboa, Texto Editora, 1996.

TERSINE, Richard J.. Materials Management and Inventory Systems. Amsterdam, North Holland,
1987.

ZERMATI, Pierre. A Gestão de Stocks. Lisboa, Editorial Presença, 1986.

Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formando 201


GLOSSÁRIO IEFP

Glossário

A
Consumo previsto – S
Afectação de material ao stock É para um artigo do inventário a previsão de
É uma reserva antecipada ao stock de utilização desse item, em unidades físicas,
determinada quantidade de material que se para um determinado prazo (em princípio um
pretende disponível para utilização em data ano), baseada nas necessidades
prevista no programa da produção. independentes derivadas da procura nesse
Armazém prazo.
É todo o espaço coberto ou descoberto, Contrato de fornecimento
adequado e responsabilizado para a É um acordo oneroso que obriga o contraente
arrumação ordenada dos materiais da vendedor a transferir a propriedade do bem
empresa - stocks e outros - necessários ao para o contraente comprador, mediante a
circuito produtivo, o qual detém todos os obrigação deste à retribuição ou pagamento
equipamentos apropriados à: movimentação - do preço convencionado ou acordado, em
meios de manobra ou de transporte; valor monetário e nas condições expressas
contenção - os receptáculos e estruturas para no contrato, formalizado por uma encomenda
guardar os materiais com o mínimo risco ou nota de encomenda.
possível de os deteriorar.
Custo de efectivação de encomendas (Ce)
Arrumação de um artigo
É a operação que consiste na disposição É o custo administrativo anual relativo ao
racional e criteriosa dos materiais nos processamento das encomendas desse
dispositivos, ou nos locais próprios do artigo.
armazém.
Custo de efectivação de uma encomenda
Aviamento (a) ou custo de passagem de uma
É a actividade de entrega do material encomenda
requisitado no local de aviamento ou o É o encargo total correspondente à emissão
encaminhamento para o local de utilização, de uma encomenda de um artigo (pode
em conformidade com a programação. corresponder a uma posição da encomenda
C se esta tiver várias posições), relativo aos
encargos administrativos dos diferentes
Ciclo de vida de um produto órgãos intervenientes no processo de compra,
É o período caracterizado por várias fases até à liquidação da factura.
(concepção e lançamento, crescimento ou
desenvolvimento, maturidade e declínio), Custo de penúria
desde a pesquisa inicial até ao fim da É o custo resultante das roturas do stock as
produção. quis geram encargos devido às perturbações
causadas no fluxo material nos circuitos a
Codificação jusante do armazém.
É uma representação simbólica ou uma
referência que identifica exactamente o Custo de posse (C p )
material ou artigo de forma inequívoca. É o custo inerente à permanência do stock
Conservação médio em armazém, num ano.
Consiste na preservação da qualidade dos Custo total anual (do stock) de um artigo
materiais armazenados, assegurando que ao É o consumo anual desse material em valor,
serem utilizados estão em perfeitas acrescido dos encargos logísticos de
condições, mantendo intacto todos os seus armazenagem e dos custos de gestão,
atributos de qualidade, como as referidos a um ano de exploração.
características físico-químicas, as formas e as
dimensões. Custo total do stock – CTS

Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formando 203


IEFP

GLOSSÁRIO

É o somatório dos custos totais do stock de Função compras


todos os artigos que o integram, sendo Compete celebrar e fazer cumprir contratos
composto pelo custo total dos materiais de bilaterais em condições económicas.
armazém acrescido dos respectivos custos
logísticos e de gestão. G

Custo unitário (u) de um material Gestão física dos stocks


É o valor a que o material deverá ser Compete assegurar que as operações
contabilizado à entrada em armazém. realizadas com os materiais, desde a sua
entrega na empresa até à sua saída de
D armazém, sejam executadas com eficiência,
Designação do artigo isto é, ao menor custo e em tempo oportuno.
É o nome pelo qual o material é conhecido na Gestão económica dos stocks
empresa. Compreende a aplicação de um conjunto de
princípios, regras de decisão e metodologias
Disponível teórico total (Dtt)
que permitem manter existências
É a quantidade actual em armazém acrescida
económicas.
das quantidades encomendadas, que ainda
não deram entrada no armazém. Incoterm
É a abreviatura da expressão international
E
commerce term. Os incoterms estão
Especificação de um material associados a condições standard que
É o conjunto de requisitos da qualidade, isto reportam à entrega, ao transporte e ao risco
é, o conjunto de características, traduzido em associado ao fornecimento de bens
termos qualitativos e quantitativos, que lhe (materiais/mercadorias).
confere aptidões de utilidade e permite
J
verificar a conformidade.
JIT
Existência média ( E É uma aproximação disciplinada à gestão
) para melhorar a produtividade e a qualidade
É o valor médio das existências da empresa através do respeito pelas pessoas e da
num determinado intervalo de tempo (em eliminação do desperdício.
unidades monetárias). JIT (Just-In-Time) é uma filosofia de gestão
Expedição global, centrada no mercado, cujo princípio
É a actividade que assegura as boas fundamental é "produzir quando e apenas o
condições de acondicionamento do material que o cliente necessita ou deseja e
durante o transporte para o exterior, assim aprovisionar quando e apenas o necessário e
como o carregamento eficiente do material no suficiente para garantir aquela produção”.
meio de transporte utilizado. A gestão JIT propõe-se alcançar os 6
objectivos seguintes: zero existências em
F armazém; zero defeitos durante a fabricação;
zero avarias dos equipamentos em produção;
Função armazenagem zero acidentes com o pessoal; zero atrasos e
Compete preservar em boas condições os prazos curtos; zero papel em circulação e
materiais armazenados e realizar o aviamento tem-se mostrado geradora de
rapidamente e nas melhores condições de competitividade.
segurança.
Função aprovisionamento
Compreende o conjunto de operações que L
permitem pôr à disposição da empresa em Logística
tempo oportuno, na quantidade e na É o processo estratégico (porque gera valor
qualidade definida, todos os recursos reconhecido pelos clientes, criando vantagem
materiais e serviços necessários ao seu competitiva sustentada, na medida em que
funcionamento, ao menor custo.

204 Guia do Formando Aprovisionamento e Gestão de Stocks


GLOSSÁRIO IEFP

acrescenta diferenciação, aumenta a de armazém, e da eficiência da Gestão de


produtividade e a rendibilidade) do Stocks.
planeamento, organização e controlo, eficaz e
eficiente, dos fluxos e armazenagem de Nomenclatura
materiais (matérias primas, componentes, É o conjunto de elementos de identificação de
produção em curso, produtos semiacabados e um material. A nomenclatura compreende: a
acabados) e de informação relacionada, designação e a codificação que estão
desde a origem (fornecedores) até ao destino registadas no ficheiro de materiais.
final (consumidores) visando maximizar a P
satisfação das necessidades dos clientes,
Ponto de alerta (Pa)
externos e internos.
É a quantidade de material correspondente ao
M stock de segurança adicionado àquela que é
Movimentação previsível ser consumida durante o prazo de
Consiste na deslocação física dos materiais aprovisionamento do artigo em situação de
utilizando o equipamento adequado, nunca reaprovisionamento, obrigando a uma
acima das suas capacidades ou em imediata análise da situação, logo que
movimentos para os quais não foi concebido, atingido.
evitando assim riscos de danos físicos e Ponto de encomenda (Pe)
pessoais, em percursos que devem ser É a quantidade de material correspondente ao
rectilíneos e de distância mínima, stock de segurança adicionado àquela que é
assegurando assim, custos inferiores. previsível ser consumida durante o prazo de
N aprovisionamento do artigo, obrigando a um
reaprovisionamento imediato logo que
Necessidade dependente atingido.
É toda a necessidade logística a jusante do
circuito material, perfeitamente determinada e Prazo de aprovisionamento (Pa) ou de
resultante de: encomendas de produto(s) com disponibilização
quantidades e prazos de entrega definidos; É o intervalo de tempo que decorre entre a
encomendas de produto(s) de procura data de detecção da necessidade do material
decorrente e cadência de entrega e a data de disponibilização do material para
determinada e encomendas de produto(s) o utilizador.
cujo preço é orçamentado e o prazo de Preço de compra
entrega fixado (segundo caderno de É o valor de factura do material, sem
encargos). encargos adicionais a que fica sujeito, mas já
Necessidade independente com os descontos e bónus deduzidos.
É toda a necessidade logística a jusante do Preço de custo
fluxo material, resultante de previsão É o total da soma dos valores da factura do
estatística, baseada em históricos, ou no fornecedor, dos encargos com a compra
conhecimento da procura do produto e do (transportes, seguros) e deduzidos os
respectivo ciclo de vida, com prazo de descontos comerciais obtidos.
utilização indeterminado.
Pré-qualificação
Necessidade logística É uma selecção de fornecedores, por famílias
É toda a solicitação de natureza material ou de materiais e de serviços a aprovisionar, e
de serviço, que visa satisfazer quantitativa, realizar pela empresa com base numa
qualitativa e temporalmente, qualquer avaliação objectiva e numa negociação de
requisito de carência a jusante do fluxo contratos abertos de fornecimento, a prazos
material, no cumprimento de um objectivo. renováveis.
Nível de serviço – Ns Processo de recepção qualitativa
Indica o nível geral de satisfação das É o conjunto de actividade que verifica se os
necessidades em termos de funcionamento materiais estão em conformidade com as

Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formando 205


IEFP

GLOSSÁRIO

especificações das respectivas encomendas (ou de procura) num determinado período de


e com a legislação e regulamentação tempo - período de risco - com o objectivo de
aplicáveis. cobrir as eventuais roturas de stock.
Procura T
É a expressão dinâmica de um mercado que
corresponde a medidas qualitativas e Taxa ou índice de rotação – Ir
quantitativas dos consumidores, que desejam Indica o número de vezes que a existência
e podem adquirir um produto. média foi renovada.

Q Taxa ou índice de rotação óptimo Iro


Considera-se este índice como o índice
Quantidade económica de encomenda padrão que serve de termo de comparação
É a quantidade a encomendar de cada vez, para os Ir(s) obtidos, aplicado aos itens.
que minimiza o custo total anual, relativo a Taxa ou índice de cobertura Ic
cada artigo do inventário do stock. Indica o tempo de duração previsto para stock
R existente, em função dos consumos médios
mensais, em meses.
Recepção dos materiais
É a função que assegura a conformidade das Taxa de Rotura – Tr
remessas de materiais dos fornecedores com Dá indicação da percentagem de roturas de
os requisitos expressos nas respectivas stock em armazém.
encomendas.
Taxa de posse (t p )
Rotura de stock em armazém
Como uma taxa, é apresentada sob a forma
Ocorre quando qualquer solicitação de
de percentagem, que é aplicada à existência
material não for satisfeita na sua totalidade.
média anual.
S Unidade de trabalho característica dos
armazéns - é o produto (aritmético) =
Saneamento de existências
Tonelada x metro.
É a actividade que consiste na análise
periódica dos materiais existentes em
armazém e na eliminação de todos aqueles
que revelam muito baixa rotação por
obsolescência ou inadequação às
necessidades.
Stock médio (Sm)
É a quantidade média do material em stock
num determinado intervalo de tempo (em
unidades físicas).
Stock ou stocks
É o conjunto de materiais consumíveis ou de
mercadorias acumulados, à espera de uma
utilização posterior, mais ou menos próxima,
e que permite assegurar o fornecimento aos
utilizadores quando necessário. São os
elementos patrimoniais classificados e
valorizados em existências.
Stock de segurança também denominado
stock de protecção
É um excedente de material (ou de produto),
relativamente à quantidade teórica calculada,
para fazer face aos excessos de consumos

206 Guia do Formando Aprovisionamento e Gestão de Stocks

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