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Módulo 09 Geografia Ensino Fundamental Amazônia e o meio Ambiente.

GEOGRAFIA

CEESVO 1
Módulo 09 Geografia Ensino Fundamental Amazônia e o meio Ambiente.

A AMAZÔNIA

 Aspectos Naturais

 Ocupação Humana

 Projetos Desenvolvidos na Região

 Agricultura e Pecuária

 Importância dos Rios

O HOMEM E O AMBIENTE NO ESPAÇO E NO TEMPO

 Conseqüências da ação do Homem na Biosfera

ROTEIRO
I. A Amazônia
Você vai identificar o espaço ocupado pela Amazônia e os projetos
desenvolvidos na região.
Vai reconhecer a importância da Amazônia para o Brasil e o mundo.
II. O meio ambiente
Deverá concluir que todo ser humano faz parte do ambiente que o cerca e que
deve preservá-lo para que possa continuar existindo em boas condições de vida.
III. A ação do homem na biosfera
Verá que o ambiente humano se situa na biosfera e que variações de
ambientes formam ecossistemas fechados.
Você estudará as conseqüências da ação do homem na Biosfera, destruindo o
ambiente com: desmatamentos, industrialização, poluição das águas e da atmosfera.

CEESVO 2
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AMAZÔNIA
Quando você pensa em região amazônica o
que normalmente vem na sua cabeça?
Provavelmente deve ter sido a imensa
Floresta Equatorial (região cortada pela linha
do Equador) que cobre essa imensa região
natural.

A Amazônia se estende por 6,5 milhões de


Km² no norte da América do Sul. Essa mesma
área pode ser identificada de três maneiras:

 Amazônia Legal (veja mapa);


 Região Norte;
 Amazônia Internacional, ocupando territórios
do Brasil, Peru, Colômbia, Equador,
Venezuela e Guianas.

Qual a porção da Amazônia que se localiza


em território brasileiro?

• A Amazônia Brasileira abrange quase 5


milhões de Km² e mais da metade ( 58%)
do território nacional. Essa área pode ser
identificada de duas formas:
• Amazônia legal - que corresponde à
Amazônia Brasileira.
• Região Norte - que é uma das cinco regiões
em que o Brasil foi dividido pelo
IBGE.

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Aspectos Naturais

Nenhuma outra vegetação do mundo possui


tanta variedade em espécies como a floresta
Amazônica. É uma mata perene (permanente),
latifoliada (folhas largas e grandes), densa
(com árvores muito próximas uma das outras).
Essa vegetação é conseqüência do clima
equatorial (quente e bastante úmido).

Por causa da grande quantidade de chuvas,


a hidrografia da região é riquíssima. A bacia
hidrográfica formada pelo Rio Amazonas e
seus afluentes é a maior do planeta. Os rios
dessa bacia estão entre os maiores do mundo:
Amazonas, Tocantins, Xingu, Tapajós, Madeira
etc.

O relevo da Amazônia é baixo, com


predomínio de depressões e terras altas ao
norte na divisa da Venezuela e Guiana.

O solo amazônico é pobre, alimentado pela


vegetação através da decomposição vegetal, é
protegido da erosão das águas das chuvas
pela proximidade de uma planta da outra.

Os elementos naturais dessa região são


interdependentes: a vegetação protege e nutre
o solo e contribui para a umidade do ar,
importante para a hidrografia. O ar úmido é
responsável pelas freqüentes chuvas que
alimentam rios e plantas.

Floresta Amazônica

A Floresta Amazônica ocupa cerca de 40%


do território brasileiro em uma área que abrange a totalidade da Região Norte, o norte de
Mato Grosso e o oeste do Maranhão, estendendo-se ainda pelos países vizinhos (Suriname,
Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia), além da Guiana Francesa. É uma
floresta latifoliada (do latim lati, que significa "largo"), ou seja, com predominância de
espécies vegetais de folhas largas.

Com características próprias de clima equatorial, tipicamente quente e bastante úmido, é


também conhecida como hiléia. Apresenta grande heterogeneidade de espécies animais e
vegetais e caracteriza-se por três diferentes matas: de igapó, várzea e terra firme. A mata de
igapó corresponde à parte da floresta onde o solo se encontra inundado.

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Ocorre principalmente no
baixo Amazonas e reúne
espécies como liana, cipó,
epífita, parasita e vitória-régia.
A mata de várzea é própria
das regiões que são
periodicamente inundadas,
denominadas terraços fluviais.
Intermediárias entre os igapós
e a terra firme, as espécies da
mata de várzea têm
formações variadas, como
seringueira, palmeira, jatobá e
maçaranduba. A altura
dessas espécies aumenta à
medida que se distanciam dos
rios.

As matas de terra firme


correspondem à parte mais
elevada do relevo. Com solos
secos, livres de inundação, as
árvores podem chegar a 65 m
de altura. O entrelaçamento
de suas copas, em algumas
regiões, impede quase
totalmente a passagem de
luz, o que torna seu interior
muito úmido, escuro e pouco
ventilado. Em terra firme
encontram-se espécies como
o castanheiro, o caucho e o
guaraná. Os principais
produtos extraídos da floresta são o guaraná, o látex e a castanha-do-pará.

A OCUPAÇÃO DO NORTE BRASILEIRO

A ocupação da Região Norte só ocorreu após um século da chegada dos portugueses


ao Brasil. Durante muito tempo, a ocupação limitou-se à construção de fortes, instalações de
missões religiosas e expedições à procura de ervas nativas na região.

Até a década de 70 a região Amazônica apresentava baixíssimas densidades


demográficas. Com o crescimento da agropecuária e da mineração nas últimas décadas,
grandes levas de migrantes chegam vindos do nordeste e centro-sul aumentando o número
de cidades e provocando um intenso desmatamento.

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O extrativismo vegetal
já ocupa lugar de menor
importância na economia
regional, mas a borracha
(látex) e a castanha,
continuam a sustentar
milhares de famílias. A
ocupação e a exploração
desordenada tornaram a
Amazônia um problema
mundial. Organizações
É do pau-rosa, encontrado na floresta
Amazônica, que se extraí o linalol, óleo que
não governamentais
serve de matéria-prima para a fabricação (ONGs) de todo o mundo
do perfume francês Chanel nº 5. Para se preocupam com a
encontrar a madeira, os mateiros da região
do Alto Rio Nhamundá ficam isolados na
preservação da flora e
selva por até três meses, por isso têm de fauna dessa região.
levar mantimentos. Porém, se não caçarem,
não comem. Além do árduo trabalho dos
A
mateiros, que cortam cerca de 2 mil árvores Amazônia
por ano, o pau-rosa está em risco deatualmente caracteriza-
extinção.
Crédito: Pedro Martinelli
se por conflitos pela
posse de terra, por
desmatamentos e pela violência entre posseiros, grileiros, empresários e colonos.

A população da região vem aumentando e segundo o último censo do IBGE (1996), a


porcentagem da população em relação ao restante do país aumentou significativamente.
Muitos projetos foram desenvolvidos pelo Governo Federal, para aumentar a fixação de
pessoas na Região Amazônica.

Desde o final do século passado, alguns acontecimentos colaboraram para aumentar a


ocupação da região, tais como a extração de látex da seringueira, árvore nativa da
Amazônia onde as condições de clima e solo são favoráveis ao seu desenvolvimento.

Projetos Desenvolvidos na Região

 Estrada de Ferro - Madeira - Mamoré (1903-1912), ligando Porto Velho a Guajará-


Mirim; representou um fracasso devido ao número de mortes de trabalhadores
provocados por doenças tropicais e a queda da procura da borracha na época de sua
conclusão.
 A Fordlândia (1928 - 1946) - ambicioso projeto de plantações de seringueiras em áreas
próximas ao Tapajós. No Pará foram plantadas 3 milhões de árvores que morreram
atacadas por uma praga.
 Serra do Navio (Amapá) - reserva mineral de manganês (matéria básica para a
produção de aço), minério intensamente explorado nas últimas décadas usado na
exportação para os Estados Unidos. Esse projeto não favoreceu a ecologia e nem os
trabalhadores. Só os proprietários ganharam muito com essa exploração.

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Todos esses projetos foram anteriores à criação da SUDAM (Superintendência do


Desenvolvimento da Amazônia), cujos incentivos fiscais multiplicaram os investimentos na
região. Depois da criação da SUDAM foram desenvolvidos grandes projetos públicos ou
privados, dentre os quais:

Fundada em
• Zona Franca de Manaus (1967 - 1616, a cidade de
1972) teve por objetivo instalar um Belém conserva
suas construções
pólo industrial na cidade de históricas ao lado
Manaus, através da isenção de modernos
(dispensa) de impostos dos prédios que
produtos aí fabricados. Os proliferaram a partir
produtos estrangeiros são mais dos anos 60, com a
construção das
baratos que no restante do país, estradas Belém–
por não pagarem impostos de Brasília e
importação. Transamazônica.
As mangueiras
O projeto fez de Manaus a segunda destacam-se na
metrópole da região, depois de Belém. vegetação,
ocupando todo o
centro urbano.
Crédito: André

Esse desenvolvimento trouxe conseqüências


negativas: concentração populacional na área
urbana, multiplicação da pobreza, desempregados e
subdesempregados vivendo em favelas na periferia
da cidade.

• Projeto Grande Carajás (Pará - 1980 - 1986)


implantado inicialmente pela Companhia Vale do
Rio Doce. Hoje privatizada, e de propriedade de
um consórcio de empresas nacionais e
estrangeiras.

Essa privatização foi motivo para muitos protestos


políticos e populares em todo país, mas acabou se
efetivando (acontecendo).

Maior empreendimento de extração


A Serra dos Carajás no Pará é uma área onde
mineral do país, o Projeto Grande Carajás, estão as maiores reservas de ferro do mundo, além
localizado no estado do Pará, abrange uma de manganês, cobre, níquel, ouro, bauxita (minério
região rica em jazidas de estanho,
manganês e ferro, que vêm sendo
do alumínio) e cassiterita (minério do estanho). Daí
exploradas pela Companhia Vale do Rio são exportada 30 milhões de toneladas de ferro por
Doce. O ferro extraído é transportado por ano, principalmente com destino ao Japão.
ferrovia até o Porto de Itaqui, no Maranhão,
de onde segue para o mercado externo.

Crédito: André Penner Da mesma forma que a área representa lucros


para quem explora, traz conseqüências para o
ecossistema da região: desmatamento, extinção de espécies vegetais e animais, poluição
dos rios etc.
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Hidrelétricas:

• Tucuruí: rio Tocantins no Pará.

• Balbina: rio Uatumã ao norte de Manaus.

• Samuel: rio Javari em Rondônia.

Conseqüências da construção dessas usinas:

 Problemas ambientais causados pelas grandes áreas inundadas que cobrem grandes
trechos da mata.
 Apodrecimento das vegetações cobertas pela água que libera gases como o metano e
óxido de enxofre tornando a água ácida e exterminando um grande número de peixes.
 Destruição da fauna que vivia nos trechos alagados pela construção de barragens.
 Deslocamento da população das áreas atingidas, principalmente indígenas, tirando-as
do lugar de origem.

Veja no mapa a seguir os principais problemas ambientais que Amazônia enfrenta.

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Você já ouviu falar em Chico Mendes? Sabe por que ele é o nome de um parque natural
em Sorocaba?

Chico Mendes foi um líder seringalista da Amazônia. Foi assassinado em 1988. Seu
crime? Tentava impedir o desmatamento da região através da união dos seringueiros,
indígenas e população ribeirinha (que vive às margens dos rios) em defesa de seus
direitos e de seu modo de vida. Assassinos: pistoleiros contratados por grandes
fazendeiros.

É sempre bom saber mais. Chico Mendes.

Líder seringueiro e sindicalista acreano. Militante da defesa


dos seringueiros e da floresta Amazônica, ganhador do Prêmio
Global 500 das Nações Unidas.

Francisco Alves Mendes Filho (1944-22/12/1988) nasce na


colocação Bom Futuro, no seringal Porto Rico em Xapuri.. Entra
para a política sindical nos anos 60 e, na década de 70, cria os
"empates", estratégia não violenta de defesa contra o
desmatamento na Amazônia. Em 1977 ajuda a fundar o Sindicato
dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, do qual é presidente de
Chico Mendes 1982 até sua morte. Elege-se vereador pelo Movimento
Democrático Brasileiro (MDB) em 1978. Quatro anos depois se
candidata a deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT), mas é derrotado.
Torna-se mundialmente conhecido por suas denúncias de destruição da floresta Amazônica.
Em 1985 participa da fundação do Conselho Nacional dos Seringueiros. Ganha o Prêmio
Global 500, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep), em 1987.
Depois de receber várias ameaças de morte, em 1988 é assassinado em sua casa por
pistoleiros a mando do fazendeiro Darli Alves da Silva. Em 1990, Darli e seu filho Darci Alves
Pereira são condenados a 19 anos de prisão pelo crime. Foragidos do presídio de Rio
Branco três anos depois, voltam a ser preso em 1996. Fonte. Almanaque Abril.

Movimento dos Sem Terra, muito comum nessa região. A luta pela posse de terra na
Amazônia é notícia constante em
jornais e revistas. A população
indígena é constantemente expulsa
de suas terras pelos fazendeiros e
empresas, por projetos de
mineração, hidrelétricas, abertura de
estradas e derrubada da mata para
exploração da madeira.
Dos cinco milhões de índios
brasileiros, subsistem pouco mais de
200 mil, concentrados
principalmente na Amazônia, onde
lutam corajosamente para sobreviver
e conservar suas terras, costumes e
tradições.

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Saiba mais lendo o texto complementar abaixo.

Fique por dentro. Índios no Brasil.

O Brasil tem mais de 700 mil índios, que representam 0,4% da população brasileira,
segundo o Censo de 2000, do IBGE. Na virada do milênio, a população indígena tem uma
taxa de crescimento de 2,5%, superior à da média da população brasileira, e vive uma
situação completamente diferente da verificada no Censo de 1990. Na época, sua contagem
populacional era de 358 mil indivíduos, com tendência a diminuir, segundo a Fundação
Nacional do Índio (Funai). Vários fatores contribuíram para a reversão dessa tendência,
como o fortalecimento da identidade cultural indígena, a melhoria das condições de saúde
dessa população e a aceleração de processos de demarcação de terras reservadas aos
índios.

De acordo
com a Funai,
eles ocupam
587 áreas
indígenas, que
totalizam mais
de 100 milhões
de hectares –
equivalentes a
12% do
território
brasileiro.
Dividem-se em
aproximadame
nte 215 etnias,
comunicam-se
em 180 línguas
e dialetos e
estão
presentes em
quase todo o
país, exceto no
Distrito
Federal, no
Piauí e no Rio
Grande do
Norte. A maior concentração indígena está no Norte do país, sobretudo no Amazonas (17%
do total), seguido de São Paulo e Mato Grosso do Sul. É também no Amazonas que se
encontra a maior parcela das terras indígenas (36%). As etnias mais populosas são a
guarani, a caingangue e a ticuna.

Os maiores problemas que os povos indígenas enfrentam são as invasões e as tentativas


de exploração econômica de suas terras por fazendeiros, posseiros, madeireiros e
garimpeiros. O homem branco tem disseminado doenças até então desconhecidas dos
índios, além de destruir seu meio ambiente e suas tradições culturais.

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Numa região coberta por florestas, com reduzido número de cidades importantes, quais
seriam as principais atividades econômicas? O extrativismo, a agricultura, a pecuária e a
Indústria.

O EXTRATIVISMO

O extrativismo; a exploração da floresta se concentra em 4 atividades básicas:


 Coleta de frutas: castanha, guaraná, etc.
 Extração do látex para a produção de borracha.
 Exploração de madeiras.
 A pesca - elemento importante n o comércio local e base direta de grande parte da
população.
 Extração Mineral – como você já viu anteriormente, o subsolo amazônico é rico em
ferro (Serra de Carajás - Pará), manganês (Serra do Navio - Amapá), bauxita (região
do rio Trombetas) que é utilizada para produzir alumínio, cassiterita (Rondônia)
minério de estanho, petróleo (rio Uruau - Amazonas) e ouro explorado em diversos
locais da região Amazônica: Serra Pelada, rio Madeira, rio Tapajós etc.

A região da Serra do
Navio, no Amapá, é rica
em minérios,
principalmente o
manganês, usado na
manufatura de liga de
aço, pilhas e baterias. Na
área da Serra do Navio
exploram-se também
pequenas jazidas de
cassiterita, columbita e
tantalita.
Crédito: Nani Gois

A ATIVIDADE EXTRATIVA DA BORRACHA

Observando o mapa de clima da Região


Norte, podemos constatar que o clima
predominante é o equatorial (quente e
bastante úmido), favorável ao desenvolvimento
da seringueira (árvore de onde provém a
borracha).

Além do clima, dois fatores do meio natural


são também muito importantes: o solo e a
vegetação.

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O solo da região Amazônica em geral é muito pobre. Por sua cobertura vegetal (floresta),
torna-se bastante fértil pela decomposição de materiais orgânicos (folhas cascos, galhos).
Através da ação da umidade, do calor e dos microorganismos do solo, esse material se
decompõe dando origem ao húmus, permitindo que a floresta esteja sempre exuberante
(verde).

A SERINGUEIRA - GRANDE PRODUTORA DE LÁTEX

A borracha começa a ser


explorada no Brasil no século XIX,
na Região Norte. A partir de 1869,
a atividade ganha o reforço da
mão-de-obra nordestina. Entre
1934 e 1940, ocorre o segundo
movimento migratório do Nordeste
para a Amazônia. O extrativismo
gera muita riqueza para a região
até o início do século XX, quando
começa a enfrentar a concorrência
da Malásia, para onde as
sementes de seringueiras foram
levadas.
Crédito: Nani Gois

Para que era extraído o látex da região Amazônica?

O látex era extraído para a produção de borracha. A borracha passou a ter importância
internacional com a fabricação de pneus e tecidos impermeáveis, passando a ser exportada
em grandes quantidades.

O responsável pela extração do látex é o seringueiro, que percorre o seringal recolhendo


pequenas quantidades do produto. O látex é defumado e entregue ao seringalista (dono do
seringal) que é quem realmente lucra com a comercialização do produto.

O seringueiro, geralmente nordestino, foi responsável pela ampliação da região norte.


Duas cidades prosperaram bastante: Manaus (capital do Amazonas) e Belém (capital do
Pará).

A extração do látex, porém, entrou rapidamente em decadência devido a vários fatores:

 Aparecimento da borracha sintética (produzida em laboratório);


 A maior produtividade das seringueiras plantadas na Ásia (concorrência);
 As condições precárias do trabalho dos seringueiros.

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Você pode observar que o Brasil foi sendo ocupado aos poucos, por pessoas que se
concentravam em lugares que atendiam melhor às suas expectativas de vida, que a
ocupação do território nacional (Brasil) se deu de acordo com os ciclos econômicos (cana-
de-açúcar, algodão, borracha) desenvolvido através dos séculos.

Os recursos naturais tiveram importância significativa no estabelecimento das atividades


econômicas que se desenvolveram nas regiões brasileiras.

Como os recursos são diversificados, foram se formando no Brasil, espaços diversificados


que, a partir de 1930 passaram por um processo de integração nacional.

AGRICULTURA, PECUÁRIA E A INDÚSTRIA.

Agricultura: lavouras de
subsistência (destinadas ao
sustento da família e às vezes
a um pequeno comércio local)
e lavouras comerciais: juta,
pimenta do reino. A
agricultura regional é
dificultada pela pobreza dos
solos: abaixo da fina camada
de humos (camada fértil) vem
à argila, areia. A terra, depois
de esgotada sua camada
fértil, é devorada pela erosão,
alimentada pelas constantes
chuvas da região.

Pecuária: feita quase sempre de forma extensiva (gado criado solto) ou nas grandes
fazendas agrícolas de áreas antes cobertas por florestas.
“É uma estupidez desmatar para plantar, porque aquele solo não serve para agricultura e
pastagens”.
Geógrafo. AzizAb'baber

Segundo Aziz, apenas nos três primeiros anos o cultivo de qualquer cultura dá
resultados razoáveis, com o passar do tempo a água das chuvas carrega para os rios toda
riqueza orgânica dos solos.

Indústria: as maiores concentrações industriais da região são encontradas em Manaus


e Belém. São indústrias de bens de consumo, visando abastecer a região, o mercado
interno brasileiro e à exportação (Zona Franca de Manaus).

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IMPORTÂNCIA DOS RIOS

Do encontro desses
dois rios nasce o
maior rio do planeta
em extensão e em
volume de água, o
Amazonas. As
águas barrentas do
Solimões quando se
encontram com as
águas escuras do rio
Negro demoram a
se misturar, num
fenômeno que atrai
inúmeros turistas.
Crédito: Pedro
Martinelli

Na Amazônia estão cerca de 15% das águas fluviais do planeta. Rios, canais, lagoas,
formam uma extensa rede interligando os espaços amazônicos.
Além da pesca, da produção de energia (que você já viu anteriormente), os rios são o
principal meio de transporte da região.
As hidrovias são o meio de transporte mais barato que podemos encontrar. Em Abril/97
foi inaugurada a hidrovia do rio Madeira, ligando Porto Velho (RO) a Itacoatiara (AM),
percurso de 1.135 Km. Através de modernas barcaças com 2 mil toneladas (equivalente a
75 caminhões), é escoada a safra agrícola (soja) produzida numa extensa região que
engloba Rondônia, Acre, Sul do Amazonas e oeste do Mato Grosso, através dos rios
Madeira e Amazonas.

Construído durante o
promissor ciclo da
borracha, o porto flutuante
de Manaus foi projetado
por engenheiros ingleses,
com o objetivo de
acompanhar as enchentes
do Rio Negro. Dele partem
embarcações de pesca, de
transporte de cargas e de
passageiros para uma das
principais atrações
turísticas locais, o encontro
dos rios Negro e Solimões.
Crédito: Divulgação/Clóvis
Miranda - Manaustur

A soja produzida na região depois de descer o rio Amazonas, chega ao porto de


Itacoatiara (AM) onde é embarcada em navios graneleiros rumo ao exterior.
No transporte de produtos, na circulação de pessoas, os rios amazônicos são vitais para
a economia regional.
Como preservar a riqueza Amazônica e o desenvolvimento econômico?

CEESVO 14
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Na concepção capitalista, voltada para a obtenção de lucros em curto prazo e pensar no


futuro, a terra é um meio de negócio e simples mercadoria.

Em outras concepções (maneiras de pensar) a terra é fonte de vida, um meio de trabalho


para o sustento da família e da comunidade. Procura-se um uso produtivo do solo, com a
conservação do ambiente.

Para uns, desenvolver a Amazônia significa derrubar florestas, exterminar a fauna


(animais), expulsar índios e pequenos proprietários para organizar grandes fazendas e
empresas de extração mineral e vegetal.

Porém, o ideal seria uma ocupação racional do espaço Amazônico através da


preservação natural, da garantia de terra para as populações indígenas e do incentivo às
atividades extrativas vegetais que não destruam a fauna e nem a flora local.

Saiba mais! Deu na Impressa. As sete Pragas da Amazônia

1 FOGO
As queimadas causam perdas de 121 milhões de dólares por ano. Considerada a
emissão de carbono, os prejuízos chegam a 5 bilhões de dólares.

2 MADEIREIRAS
Há mais de 3 000 empresas cortando árvores. Para cada unidade retirada, os
madeireiros danificam pelo menos outras quinze árvores.

3 ESTRADAS
Mais de 80% das queimadas acontecem perto das rodovias. A colonização se dá ao
longo de 100 000 quilômetros de estradas clandestinas.

4 GARIMPOS
Além de poluírem os rios e devastarem reservas ambientais, os garimpeiros foram
responsáveis pela chegada da aids às aldeias indígenas.

5 PASTAGENS
A soja avança sobre pastos antigos e capitaliza pecuaristas, que abrem novas áreas
na mata. Cerca de 12% da Amazônia já virou pasto.

6 CORRUPÇÃO
Só a Operação Curupira, realizada em junho, prendeu 47 funcionários do Ibama
envolvidos na exploração ilegal da floresta.

7 BUROCRACIA
De 539 milhões de reais em multas aplicadas em 2004, só 63 milhões de reais foram
pagos e apenas 3 milhões de reais ficaram com o Ibama.
Fonte Revista Veja Outubro de 2005

CEESVO 15
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Exercício. Responda em seu caderno.

1. O solo Amazônico é fértil? Justifique sua resposta.


2. Você observou no texto que a população amazônica aumentou após a década de
70. O que estimulou esse crescimento?
3. Qual a situação do índio atualmente?
4. Cite os projetos desenvolvidos na região, e as conseqüências negativas que
ocorreram com a instalação desses projetos.
5. Na sua opinião, como e porque devemos preservar a riqueza natural Amazônica?

O HOMEM E O AMBIENTE NO ESPAÇO E NO TEMPO

Através do estudo das regiões, feito nos últimos módulos, você pode observar
que o nosso país apresenta grandes diversidades (diferenças) regionais nos aspectos
humanos e naturais.

No aspecto humano: Por sua grande extensão


e pelas diferenças regionais, nosso país chega
a ser chamado de país-continente, pois é
formado por povos de muitas etnias (grupos de
indivíduos com cultura e origem comuns) que
através de seus hábitos culturais criaram
paisagens bastante diferenciadas. Não só
culturalmente as diferenças são grandes, mas
também ao nível de desenvolvimento
econômico, padrão de vida da população, da
distribuição de riquezas.
No aspecto natural: encontramos diversos
tipos de ecossistemas.

Você sabe o que é um ecossistema?


Ecossistema é um sistema biológico
no qual há uma cadeia alimentar com vegetais
e animais que dependem uns dos outros, onde
há influência entre os seres vivos com o seu
meio ambiente (solo, ar, clima, água etc).

Como você viu, a floresta Amazônica


é um exemplo de um dos mais ricos ecossistemas que existem, por sua imensa variedade
de espécies vegetais e animais que aí se desenvolvem.

Além da grande quantidade de plantas e animais, o solo é o elemento que mais


chama a atenção na floresta Amazônica, porque apesar de ser muito pobre em fertilidade,
abriga o mais rico e diversificado ecossistema da Terra.

CEESVO 16
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O solo é um recurso básico, pois sem ele


outros recursos não podem existir, como é o caso da
flora. SOLO: é a camada
superficial da crosta terrestre,
Como se forma o solo? que tem vida microbiana
(micróbios) e permite o
Pela decomposição das rochas e materiais crescimento das plantas.
orgânicos que sofrem a ação do tempo (chuva,
umidade, vento etc).

Para melhor compreender o que é o solo, observe o quintal de sua casa, um


jardim, uma rua de terra, uma estrada. Observe que a rocha já está bastante decomposta,
tornando-se arável e permitindo o plantio. O solo mais adequado para uma boa produção
agrícola deve conter, além de matéria orgânica, uma grande variedade de elementos
minerais. Também o relevo e a topografia plana, favorecem a atividade agrícola.

Por que o solo amazônico é pobre?


Porque não contém os elementos minerais de que as plantas necessitam,
formados principalmente por areia e argila.

Como nesse solo se desenvolve uma floresta tão rica?

Isso ocorre porque esta vegetação


vive praticamente de si mesma, a floresta se
auto reproduz. A grande umidade e calor da
região provocam a rápida decomposição dos
frutos, folhas e galhos que caem da árvore
para o solo, produzindo nutrientes que são
absorvidos pelas plantas ou das plantas novas
que se desenvolvem a partir de sementes
caídas.

A floresta protege o solo da erosão,


pois suas árvores muito juntas formam uma camada densa que o protege das enxurradas.

A fauna (espécies animais), também depende da vegetação para a sua proteção


e sobrevivência.

Como você observou no exemplo acima, os elementos naturais da região


amazônica, como em outros ecossistemas, se relacionam e dependem uns dos outros.

Observe que um animal se alimenta de outro e ou das plantas para sobreviver.

Num ecossistema, há um equilíbrio perfeito entre essa cadeia alimentar e a


continuidade da espécie. Quando há um desequilíbrio ecológico, provocado pela natureza
ou pelo próprio homem, pode haver a extinção de algumas espécies.

CEESVO 17
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Por isso, o homem tem que preservar a natureza e não alterar o ecossistema com
mudanças que possam prejudicar o equilíbrio ecológico.

Todos os ecossistemas do planeta estão interligados formando um sistema


integrado de vida na superfície da Terra. Esse sistema é a biosfera.

A Terra é um planeta vivo, um


sistema de vida onde as partes só existem em
Você sabe o que é biosfera? função do conjunto, funcionando como um
É a camada da Terra onde os seres gigantesco organismo do qual fazem parte todos
vivos se relacionam com o meio físico os ecossistemas do planeta.
(clima, solo, água etc), permitindo a Um organismo reage diante das
vida no planeta. alterações que sofrem, procurando recuperar
partes danificadas: um corte acaba cicatrizando
sozinho, a pele queimada é naturalmente
substituída por outra, e assim por diante.

A Biosfera também apresenta esse comportamento. Todos os seus elementos


são integrados e complementares. Se um é destruído, com o tempo todos os outros sofrerão
as conseqüências dessa destruição.

Nos últimos séculos, o homem tem tido um comportamento destrutivo em relação


à Biosfera, encarando a natureza como mero instrumento a seu serviço. As árvores, os
animais, o solo, a água, só têm importância se servirem a um objetivo econômico, ligado à
busca do lucro ou da satisfação material.

Durante muito tempo se acreditou que a natureza fosse infinita e


seus recursos inesgotáveis. Porém, hoje sabemos que a biosfera tem
limites muito claros e a humanidade já começou a atingir esses limites.

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Módulo 09 Geografia Ensino Fundamental Amazônia e o meio Ambiente.

CONSEQÜÊNCIAS DA AÇÃO DO HOMEM NA BIOSFERA


1) Desmatamentos

Cada vez que se derrubam


árvores de uma floresta, diminui a quantidade
de vapor d'água retido pelas folhas, que vai
para a atmosfera, provocando uma diminuição
da umidade do ar e conseqüente aumento das
secas. A diminuição das chuvas, por sua vez,
causa a morte de outras árvores e também de
espécies animais. Outra mudança importante
que ocorre nas regiões desmatadas é a
elevação da temperatura no meio ambiente.
Muitas regiões que já foram bosques ou
florestas tropicais podem tornar-se desérticas
por causa do desmatamento.

Leitura Suplementar: Desmatamento na Amazônia

Calcula-se que as madeireiras ilegais tenham produzido no ano passado cerca de 8


milhões de metros cúbicos, com um lucro de pelo menos 1,8 bilhão de dólares. O último
levantamento disponível sobre a quantidade de máquinas e equipamentos envolvidos na
extração de madeira, realizado em 1998, identificou a existência de cerca de 8.478
caminhões e 5.006 tratores usados pelos madeireiros na Amazônia. As fábricas de
motosserras – cuja venda é controlada como a de armamentos – nunca faturaram tanto nas
lojas mais próximas à floresta. Segundo os
registros do Ibama, o número de motosserras
registradas em 2004 cresceu 11% em relação ao
ano anterior. O setor de defensivos agrícolas
também ganha. Desfolhantes – utilizados para
eliminar ervas daninhas – estão na lista de
opções dos desmatadores que pulverizam a
mata para agilizar seu trabalho. Há incremento
de negócios até com correntes de amarrar
navios – usadas numa técnica de derrubada de
mata, esticadas entre dois tratores.

A rede de estradas clandestinas criadas nessa atividade é de 100.000 quilômetros,


conforme estudos do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia. Essas vias
funcionam como artérias por onde penetram os germes que consumirão ainda mais a
floresta. Os primeiros a utilizar esses caminhos são os posseiros, que desmatam para
vender a madeira restante e para fazer pequenas roças. Em toda a Amazônia, há mais de
800.000 famílias vivendo desse modo. Seja invasora ou assentada por programas de
reforma agrária e colonização, cada uma dessas famílias pode desmatar até 3 hectares por
ano, para cultivo de subsistência. A fatia que cada uma tira anualmente da floresta é
insignificante. A soma do que todas tiram – 470.000 hectares – é um problema. Segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, as pequenas propriedades respondem por
18% das taxas oficiais de desmatamento.

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2) Desenvolvimento Industrial

Os impactos provocados por uma


indústria podem ir além do espaço físico que ela
ocupa.

Você se lembra do processo para a


fabricação do caderno? Para a fabricação do papel
era necessária a celulose.

As fábricas de celulose utilizam como


matéria-prima à madeira extraída de milhares de
hectares de florestas ajudando na quase extinção
dos pinheirais do Paraná.
As siderúrgicas utilizam minérios que são extraídos de extensas escavações
deformando paisagens, poluindo os rios, assoreando (obstruindo
com areia) lagos e matando peixes.

As indústrias são grandes consumidoras de energia


elétrica, necessitando da construção de enormes barragens, que
vão ocasionar alagamentos de áreas cobertas por vegetação.
A instalação de termoelétricas, com a queima do óleo
diesel para o seu funcionamento, também provoca a poluição do
ar atmosférico; usinas nucleares com riscos de vazamentos
acidentais podem provocar contaminação radiativa.
As indústrias provocam a poluição de rios e morte de
peixes pelos compostos químicos que são lançados sobre eles.
Poluem o ar atmosférico com gases tóxicos, fumaças e poeiras,
causando irritação das vias respiratórias, bronquite e falta de ar.
O consumismo faz com que as pessoas comprem
mais do que realmente necessitam. Por meio da propaganda,
cria necessidades às pessoas, o que garante a ampliação
contínua das instalações industriais. O consumismo não gera apenas os impactos
ambientais decorrentes da necessidade crescente de energia e do próprio processo
industrial, mas é a causa do esgotamento dos recursos naturais não renováveis, como é o
caso do petróleo e os minérios em geral.

3) Poluição Atmosférica

A camada de ar que envolve a Terra chama-se Atmosfera e é nessa camada que


acontece a chuva ácida, o buraco na Camada de Ozônio e o Efeito estufa. A seguir você tem
um esquema da atmosfera e suas subdivisões.

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A poluição atmosférica pode ser altamente corrosiva por meio de um fenômeno


conhecido como chuva ácida. A presença do ácido sulfúrico no ar ocasiona a alteração de
pinturas dos imóveis, o desgaste das pedras dos edifícios e a má qualidade da água
consumida pela população.

A chuva ácida não é causada exclusivamente por grandes indústrias, pode ser
também o resultado da poluição causada por automóveis.

Na região da mata Atlântica, por influência da poluição que é produzida pelas


indústrias de Cubatão - SP, está ocorrendo a morte principalmente de árvores de grande
porte que possuem maior superfície de folhas expostas à ação da atmosfera contaminada.

4) O buraco na camada de ozônio

Você já deve ter visto em muitas propagandas que determinado produto não
contém CFC (cloro-fluor-carboneto), que é um gás sintético usado principalmente nos
sistemas de refrigeração e em produtos aerosóis.

Mas, por que essa preocupação com o CFC? O que o CFC tem a ver com a
camada de ozônio?
A camada de ozônio existe nas altas regiões da atmosfera e protege a vida na
Terra das radiações ultravioletas do sol. Se essas radiações atingissem a Terra com toda a
sua intensidade, a vida seria impossível.

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O CFC usado nos refrigeradores, perfumes e inseticidas pode provocar


verdadeiros "rombos" na camada de ozônio.

Esses buracos já foram encontrados sobre a Antártida e sabe-se que esse


fenômeno vem ocorrendo em outras regiões do globo terrestre.

Vários acordos têm sido firmados no sentido de reduzir e banir o uso desse gás,
porém, isso depende da descoberta de substâncias que possam substituí-lo.

Deu no Jornal
CAMADA DE OZÔNIO – Buraco aumenta e atinge recorde

Em 11/10/00, o jornal Folha de S.Paulo publica que, de acordo com o periódico americano The New York
Times, o buraco que se abre na camada de ozônio sobre a Antártica, no hemisfério sul, durante a primavera
formou-se mais cedo este ano e atingiu o recorde de 28,5 milhões de km². Em 1981 ele cobria 23 milhões de
km². Suspeita-se que o aquecimento global esteja favorecendo as reações químicas que destroem o ozônio
ou que o aumento do buraco seja conseqüência de variações meteorológicas naturais.

5) Efeito estufa
Você já ouviu falar que a temperatura da Terra está aumentando?

E que esse aumento da temperatura está provocando o degelo das regiões


polares? Esse derretimento aumenta o volume de águas do mar e poderia provocar
grandes inundações?

Por que isso acontece?

Por causa de uma camada de gases que envolvem a Terra como um vidro e,
impede o calor terrestre de ir para o espaço, esquentando o planeta.

Esse calor é responsável pela vida na Terra, mas por causa das emissões de
gases poluentes provocados pelas indústrias e pelos automóveis, esse calor passou a ficar
preso dentro de uma "estufa" atmosférica, provocando o aumento da temperatura, o
derretimento das geleiras e o conseqüente aumento do nível das águas do mar.
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6) A poluição das águas

Curiosidades. Você sabia... Os cursos d'água em nosso


planeta quase perderam as suas
O Brasil possui a maior reserva mundial
finalidades naturais (transporte,
de recursos hídricos. Abriga, em seu território, uma
das maiores redes hidrográficas do planeta, além de abastecimento de água, irrigação,
extensas reservas de água subterrâneas. alimentação) para transformar-se em
Teoricamente, cada brasileiro tem cerca de 34 depósitos de esgoto, lixos industriais e
milhões de litros de água à sua disposição. Apesar urbanos contaminados por agrotóxicos, o
de todo esse potencial, o país ainda sofre com a falta
que, além de impossibilitar a vida nos rios,
de água. O Nordeste enfrenta sérios problemas de
seca periodicamente. São Paulo, a grande metrópole interfere na vida marinha.
do país, vive um longo período de estiagem e
racionamento de água.
Os rios que anteriormente
transportavam para o mar várias
quantidades de nutrientes indispensáveis
para a vida aquática, hoje levam
contaminação e poluição ao ambiente
marinho.
Outro problema sério nas
águas oceânicas é o derrame de petróleo,
tanto na produção como em seu transporte.
O óleo causa a morte de peixes, além de
provocar um sabor horrível nas carnes dos peixes.

07) Poluição Urbana.

Com o desenvolvimento da atividade


industrial, a população passou a se
acumular nos espaços urbanos.

Essa ocupação feita em muitas regiões


de forma desordenada trouxe vários tipos
de problemas para o ambiente e para a
vida das pessoas em geral.

Você sabe quais os principais problemas


urbanos do nosso município?
O excesso de veículos, uma das causas da poluição
urbana.
Provavelmente, você deve ter falado
sobre os mesmos problemas que hoje atingem as principais cidades do país: poluição do ar
por acúmulo de veículos nas ruas; falta de filtro nas chaminés industriais; despejo de
esgotos e detritos industriais sem tratamento nos rios; a poluição sonora provocada por
veículos, indústrias e casas noturnas, que perturbam moradores de muitos bairros; a
poluição provocada pelo lixo urbano que é espalhado pelas ruas e calçadas, assim como em
terrenos baldios e se constituem em verdadeiros depósitos, criando problemas de
proliferação de moscas e outros animais.

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Pelos vários tipos de poluição e agressão que o desenvolvimento econômico provocou no


meio ambiente, parecem-nos impossível conciliar preservação ambiental e desenvolvimento
tecnológico.

Fala-se muito numa forma de


desenvolvimento econômico denominada
sustentável, ou seja, um desenvolvimento
não predatório (destruidor), que é obtido de
forma compatível com a preservação dos
recursos naturais de um determinado país.

Visa ao planejamento de uma


região baseada em suas potencialidades, ou
seja, o uso de suas reservas de acordo com
a sua velocidade de renovação ou pela
reciclagem natural.
Deposito de lixo. O homem o mais prejudicado.

Na verdade, o desenvolvimento
mais do que auto-sustentável deveria ser auto-preservante, ou seja, criar condições de
preservar os recursos naturais.

Exercícios. Responda em seu caderno:

01. Um jardim, um aquário, uma árvore podem ser considerados ecossistemas? Sim ou
não. Justifique (explique).
02. Desde um pequeno jardim até a Floresta Amazônica, podemos considerá-los como um
ecossistema. Como você caracteriza o ecossistema da Floresta Amazônica?
03. Apesar de sustentar uma grande floresta, o solo da região Amazônica é muito pobre.
O que sustenta essa imensa floresta?
04. Por que é importante para o homem não prejudicar o ecossistema?
05. Cite as conseqüências da ação do homem na Biosfera. Circule as ações em que você
participa diretamente.

LEITURA SUPLEMENTAR.
PARA ONDE VAMOS COM NOSSAS AGRESSÕES AO PLANETA? O
PESSIMISMO DA RESPOSTA VARIA, MAS HÁ UM CONSENSO: A HORA DE AGIR É JÁ.

Desde que a era das fotografias espaciais começou, há quarenta anos, uma nova e
prodigiosa imagem se formou no arquivo mental da humanidade sobre o que é o planeta no
qual vivemos. Do nosso ponto de vista no universo, provavelmente não existe nada que se
compare à beleza desta vívida esfera azul, brilhando na imensidão do espaço, água e terra
entrelaçadas num abraço eterno, envoltas num cambiante véu de nuvens. O que as fotos
não mostram, mas sabemos existir mais abaixo, é igualmente de arrepiar.

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A luxuriante diversidade da vida espalhada por florestas, montanhas, desertos,


oceanos, rios, vibrando num diapasão constante que evoca uma história de 3,5 bilhões de
anos, desde as bactérias primevas até tudo o que respira, exala, anda, rasteja, suga,
fotossintetiza-se, multiplica-se e replica-se, neste momento exato, em nosso planeta. Além
de tudo cuja existência conhecemos, ainda há o que apenas supomos. "A totalidade da vida,
conhecida como biosfera pelos cientistas e criação pelos teólogos, é uma membrana tão fina
de organismos que envolve a Terra que não pode ser vista a partir de uma nave espacial,
porém internamente é tão complexa que a maior parte das espécies que a compõem está
por ser descoberta", escreveu, numa tentativa de síntese da grandiosidade do fenômeno,
Edward O. Wilson, o grande biólogo americano.

Wilson está entre os cientistas de vulto que clamam insistentemente pela atenção da
humanidade para o perigo real e cada vez mais imediato para a sobrevivência de nós
mesmos, que podemos ser arrastados num paroxismo de autodestruição, levando conosco
as formas mais complexas de vida. Claro, sempre sobrarão as baratas.

Até recentemente, era comum


falar em ameaças que poderiam afetar
a vida de nossos netos – uma
perspectiva bastante incômoda, mas
sem a premência dos desastres
iminentes. Hoje, até a palavra ameaça
ficou superada. Os fenômenos
deletérios estão em andamento e
muitos de seus efeitos serão sentidos
ainda dentro da expectativa de vida de
boa parte da humanidade. Propaga-se,
por exemplo, a noção de que está em curso a sexta extinção em massa. As cinco anteriores
conhecidas pela ciência deixaram registros geológicos concretos. A maior aconteceu há 250
milhões de anos; a mais conhecida, a que extinguiu os dinossauros, há 65 milhões.
Extinções, evidentemente, fazem parte da história da Terra – menos de 10% das espécies
que em algum momento existiram continuam a ter um bilhete no ciclo da vida do planeta. A
taxa de extinção considerada normal é de uma espécie em 1 milhão por ano; a atual gira em
torno de 1.000 por ano entre espécies conhecidas e ainda não catalogadas. O aquecimento
global tampouco é apenas uma hipótese no horizonte do médio prazo. Todas as grandes
geleiras do planeta vêm diminuindo, os oceanos estão se tornando mais quentes, animais
mudam suas rotas migratórias, a diferença de temperatura entre dia e noite cai. Os níveis de
dióxido de carbono são os mais altos dos últimos 420.000 anos. Se as emissões
continuarem, atingirão um estágio que ocorreu pela
última vez no Eoceno, há 50 milhões de anos.

As previsões catastrofistas sobre o futuro da


humanidade têm sido desacreditadas desde que
Thomas Malthus escreveu seu Ensaio sobre o Princípio
da População, no fim do século XVIII, prevendo uma
superpopulação avassaladora. Ridicularizar os profetas
do pessimismo freqüentemente se revela um exercício
saudável. A capacidade de adaptação humana,
somada aos vertiginosos avanços do conhecimento no
último século, desmentiu mais de um cenário apocalíptico. Mas hoje pouca gente está para
brincadeiras. Um levantamento recente de trabalhos científicos sobre as mudanças
climáticas mostrou que 75% endossavam a hipótese do aquecimento global – os outros 25%
foram considerados neutros, pois analisavam métodos e procedimentos.
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Quando tratam dos efeitos das transformações em curso, alguns estudiosos usam
palavras que parecem saídas de obras de ficção científica. "Acredito que as chances de
nossa civilização na Terra sobreviver até o fim do século presente não passam de 50%",
escreve o cientista inglês Martin Rees, professor de cosmologia em Cambridge, no livro
Hora Final. Mesmo quando pende para um lado mais conservador, Rees pinta um quadro de
amargar: "As mudanças globais – poluição, perda de biodiversidade, aquecimento global –
não têm precedentes em sua velocidade. Ainda que o aquecimento global aconteça na
ponta mais lenta do espectro provável, suas conseqüências – competição por suprimentos
de água e migrações em ampla escala – podem engendrar tensões desencadeadoras de
conflitos internacionais e regionais, sobretudo se eles forem excessivamente alimentados
por crescimento populacional contínuo."

A capacidade humana de alterar o


planeta em escala geológica atingiu tal ponto
que o cientista holandês Paul Crutzen propõe
que a época atual, Holoceno, iniciada há
apenas 10.000 anos, já acabou. Vivemos, diz
ele, em pleno antropoceno – e isso começou
no fim do século XVIII, com a invenção da
máquina a vapor, desencadeadora do
processo que mudou a face da Terra. A vaga
de alarmismo que permeia o mundo no
momento é tamanha que permite perguntas
altamente incômodas. Em escala cosmológica,
qual seria a importância do desaparecimento dos humanos da Terra (ainda que levassem,
em sua irresponsabilidade genocida, uma enormidade de espécies consigo)? Mais ainda: o
mecanismo de autodestruição não está embutido na própria espécie, para barrar sua
propagação virulenta e descontrolada, e entrou em ação justamente num momento crítico?

Fazer perguntas para as quais não se tem respostas é próprio da espécie humana.
Podemos, no entanto, conjeturar. Uma resposta possível à primeira pergunta é que a
importância provavelmente é nenhuma. Mesmo que o surgimento de vida inteligente e
consciente tenha resultado de uma cadeia de eventos tão improvável que tenha acontecido
uma única vez – aqui mesmo, na nossa magnífica esfera azul –, a extinção da espécie
humana, por mais inominável que nos pareça, não significa o fim da vida. À segunda
pergunta, só podemos responder que, como não estaremos aqui para saber se a hipótese
se confirma, temos a obrigação de trabalhar com a idéia contrária: não estamos
programados para a extinção, ou pelo menos não agora. A vida começou na Terra há cerca
de 3,5 bilhões de anos e ainda há 6 bilhões pela frente antes que o sol incinere a Terra.
Cerca de 60 bilhões de seres humanos já viveram antes de nós. Seria demais deixar um
desaparecimento catastrófico acontecer justo no nosso turno.

Vilma Gryzinski Veja, Outubro de 2005

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EQUIPE DE GEOGRAFIA CEESVO 2005

Jaime Aparecido da Silva


Maria de Fátima Pinto
Deise Quevedo Bertaco

COLABORAÇÃO

PCP Neiva Aparecida Ferraz Nunes


Equipe de Geografia do CEESSO 2004

DIREÇÃO

Elisabete Marinoni Gomes


Maria Isabel R. de C. Kupper

APOIO.

Prefeitura Municipal de Votorantim.

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