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Dessa forma o que se propôs foi a inversão da forma/modelo de pensar, que era
focalizado na questão do objeto (podendo ou não ser conhecido, e podendo ou não
existir uma realidade exterior ao nosso intelecto subjetivo), e que agora com a
Revolução Copernicana, pretendia conhecer o que era possível o ser humano
conhecer, dentro de suas limitações e possibilidades, onde o que era importante era o
sujeito que conhecia. Essa revolução expõe o fato de haver um limite do
conhecimento humano sobre os objetos físicos e fatos do mundo. Disso decorre a
questão de ser possível ao ser humano conhecer e compreender o que ele mesmo
produz e elabora intelectualmente. E através da produção de princípios, leis
constantes aplicadas à natureza, e que através de experimentos, há a possibilidade
necessária do ser humano conhecedor vir a tornar-se um interrogador/questionador
da natureza, aplicando um esquema lógico puro, com modelo na matemática, e
assim pretender tornar-se quase um juiz, referente aos conhecimentos por ele mesmo
adquirido.
Essa limitação pode gerar a suposta conclusão de uma perda total referente à
limitação da razão especulativa (ciência), que confere uma eliminação do
conhecimento transcendente e consequentemente do conhecimento do
absoluto/incondicionado. Dessa conclusão pode se constatar uma suposta perda
total, no qual uma perda parcial pode se mostrar total, onde a crítica da razão pura se
mostra nociva pelo fato de implicar uma perda total. Porém a crítica da razão pura
não possui apenas uma utilidade negativa para a razão especulativa e para a ciência,
se analisarmos a sua utilidade positiva, dentro de uma compatibilidade entre uma
doutrina da natureza e uma doutrina da moralidade. Ao haver uma perda para a
razão especulativa haverá uma utilidade para o agir moral, o que pode resolver o
conflito da razão consigo mesma, eliminando assim o obstáculo restritivo à razão
prática. Há uma restrição da necessidade natural, porém, isso possibilita a liberdade
e a moralidade.
4- A crítica implica uma perda para a razão especulativa. Explique porque essa não
atinge o interesse geral dos seres humanos. (B XXVI).
b) Coisa em si: “objectos que não nos são dados em nenhuma intuição e são,
portanto, não sensíveis”.
R.: Usando o conceito de númeno/noumeno com a definição: “de uma coisa que
não deve ser pensada como objeto dos sentidos, mas como coisa em si
(exclusivamente por um entendimento puro), não é contraditório, pois não se pode
afirmar que a sensibilidade seja a única forma possível de intuição.” (B310).
Significado Positivo: Quando entendemos por númeno/noumeno “o objeto de uma
intuição não sensível”, estamos dando ao mesmo uma conotação positiva pelo fato
de ser criadora ou divina.
Sobre a dialética transcendental, tomando o termo “dialética” por “não arte, mas
crítica da ilusão”, ou seja, a dialética como lógica da ilusão transcendental, que
paira na razão pura humana, sendo essa uma ilusão especial, diferente da ilusão
empírica (a posteriori: ótica; desvio pela imaginação) e lógica (a priori:
desatenção; falácias formais; atenção e concentração) , porém apresentando uma
relação especial com a ilusão lógica.
Porém, essa tarefa da dialética transcendental não elimina o erro, sendo que o
erro reside fora do entendimento, como desvio das forças naturais, sendo não
espontâneo. Nesse caso, o erro atua no entendimento, sendo o entendimento que
erra, ou seja, julga erroneamente, nas ocasiões em que sobre influência da
sensibilidade, tornando-se despercebido, fundamentando juízos subjetivos, tomados
por fundamentos objetivos. E eis aí que reside o erro, ou causa da ilusão, i.e., tomar
a necessidade subjetiva como necessidade objetiva.
R.: Esses conceitos são obtidos por conclusão, assim como os conceitos do
entendimento são pensados a priori. Os conceitos da razão possuem a finalidade de
conceber, e os do entendimento de entender. O incondicionado é peculiar àquele
(conceito da razão), não sendo esse um objeto da experiência. Os conceitos da razão
pura são designados ideias transcendentais
Ideias transcendentais: (A 321) “São conceitos da razão pura, porque consideram
todo o conhecimento de experiência determinado por uma totalidade absoluta de
condições.”.
R.: “Em toda a inferência de razão concebo primeiro uma regra (maior) pelo
entendimento. Em segundo lugar, subsumo um conhecimento na condição dessa
regra (minor) mediante a faculdade de julgar. Por fim, determino o meu
conhecimento pelo predicado da regra (conclusio), por conseguinte a priori, pela
razão”. (B 361).
Disso inferimos que “a conclusão é apresentada como um juízo, para ver se este
se deduz de juízos já dados, pelos quais é pensado outro objecto completamente
diferente, procuro no entendimento a asserção desta conclusão, a fim de ver se ela
não se encontra antecipadamente no entendimento, sob certas condições, segundo
uma regra geral. Se subsumir na condição dada, a conclusão a condição é então
extraída duma regra que também é valida para outros objectos do conhecimento.”
(A 305).