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AULA 0: ORTOGRAFIA
Olá, pessoal
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CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI
Antigamente, lá por 1997 e 1998, era comum a ESAF
abordar o assunto em questões exclusivas. Hoje, exige-se
do candidato um bom vocabulário e o conhecimento do
significado de expressões, especialmente das parônimas.
Nas palavras de Pasquale Cipro Neto & Ulisses Infante
(Gramática da Língua Portuguesa):
“A competência para grafar corretamente as palavras está
diretamente ligada ao contato íntimo com essas mesmas
palavras. Isso significa que a freqüência do uso é que acaba
trazendo a memorização da grafia correta. Além disso, deve-se
criar o hábito de esclarecer as dúvidas com as necessárias
consultas ao dicionário. Trata-se de um processo constante, que
produz resultados a longo prazo.”
Ninguém é obrigado a conhecer TODAS as palavras da
língua. Logo, não é vergonha nenhuma desconhecer o
significado de uma ou outra. Por isso, na dúvida, deixe a
preguiça de lado e abra o dicionário para verificar como se
escreve ou o que significa algumas delas. Já pensou se cai
na prova? O remorso que você vai sentir?
Algumas regras ajudam a entender o processo de formação
de algumas palavras, mas o que ajuda mesmo a fixar a
grafia é a memória visual. Já viu como faz uma criança que
acabou de ser alfabetizada? Ela lê tudinho que passa na sua
frente, de out-door a embalagem de biscoito. Vai juntando
sílaba por sílaba até identificar a palavra, cujo significado
conheça. Com o tempo, nos acostumamos a ler “o
conjunto”, a “figura” que a palavra forma. Identificamos a
grafia de uma palavra em seu todo, não lemos mais letra
por letra, sílaba por sílaba, a não ser que a palavra seja
totalmente desconhecida para nós.
Quer ver só? INEXPUGNABILIDADE. Confesse: você leu
“de primeira” ou teve de juntar as letrinhas? Mais outra:
INEXTINGUIBILIDADE (essa tive de digitar aos poucos
pra não errar... e você, ao ler, pronunciou ou não o u do
dígrafo gui ? Viu algum trema ali? Daqui a pouco veremos
se você leu certinho...).
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Então, é isso que acontece com a ORTOGRAFIA. As
palavras que você já conhece passam rápido. As que você
desconhece tropeçam pelo caminho (ou porque você nunca
viu, ou porque já viu, mas não sabe o seu significado).
O estudo da ORTOGRAFIA abrange:
1 - EMPREGO DE LETRAS (s/z; sc/sç/ss; j/g; izar/isar; etc)
2 - ACENTUAÇÃO GRÁFICA
3 - USO DE OUTROS SINAIS DIACRÍTICOS (principalmente o
HÍFEN e o TREMA)
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Outra dica: na dúvida com relação à grafia de uma palavra
que sofreu algum processo de transformação (substantivo
derivado de verbo ou substantivo derivado de adjetivo),
busque a grafia de outra palavra conhecida sua (que servirá
de paradigma), tomando o cuidado de observar se esta
sofreu o mesmo processo daquela. Aquilo que aconteceu
com uma irá acontecer com a outra também.
Veja os exemplos.
compreender -> compreensão / pretender -> pretensão
permitir -> permissão / emitir -> emissão
conceder -> concessão / retroceder -> retrocessão
Cuidado!!! EXCEÇÃO é derivado de EXCETUAR – e não de
EXCEDER. Deve ser esse o motivo de tanta gente fazer
confusão.
Veja agora uma questão de prova da ESAF que abordou esse
assunto:
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Item ERRADO.
Comentário.
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GABARITO: D
Comentário.
São três os erros de ortografia:
1) linha 10 - argúi - quando o U do dígrafo “que”, “qui”,
“gue” ou “gui” é pronunciado intensamente, recebe o
acento agudo;
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2) linha 13 - periculosidade - do latim periculosus + o
sufixo (i)dade;
3) linha 13 - juiz - sem acento por atender à regra das
oxítonas.
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acento), biquíni, item, domino (verbo), fênix, bíceps,
fácil, coco (fruta), álbum, difícil, fácil, cáqui (cor),
sabia (verbo), táxi;
9 PAROXÍTONOS TERMINADOS EM DITONGO
CRESCENTE (*), EM –ÃO, EM –ÔO - glória,
indivíduos, sábia, concordância, acórdão, abençôo;
9 TODAS AS PROPAROXÍTONAS - fósforo,
matemática, hífenes
(*) Segundo o Vocabulário Ortográfico da Língua
Portuguesa (V.O.L.P.), que tem força de lei no Brasil, a
acentuação dos ditongos abertos é classificada na regra
dos proparoxítonos (sé-ri-e / vi-tó-ri-a) e os monossílabos
são classificados na mesma regra dos oxítonos.
ENCONTROS VOCÁLICOS:
9 OS DITONGOS ABERTOS –ÉI-, -ÉU-, -ÓI- : herói,
apóiam, idéias, mausoléu
9 NUM HIATO, RECEBEM ACENTO I OU U, COMO 2ª
VOGAL DO HIATO, SOZINHO (DESDE QUE NÃO
SEGUIDO DE NH) OU ACOMPANHADO DE S. COM
QUALQUER OUTRA LETRA OU SOZINHO E
SEGUIDO DE NH, NÃO RECEBE O ACENTO AGUDO.
Ex: Piauí, juízes, raízes, rainha, campainha, juiz, Luís,
ruim, Itaú (apesar de terminar com U – regra das
oxítonas – é acentuada por tratar-se de U como
segunda vogal do hiato, sozinho na sílaba – I-ta-ú)
CUIDADO! A pronúncia de palavras como GRATUITO,
FORTUITO FLUIDO (substantivo) assemelham-se à de
MUITO. Nessas palavras não existe acento agudo na
letra “i” (ao contrário do que acontece no particípio do
verbo fluir - FLU-Í-DO), de modo que, naqueles casos,
existe um ditongo, e não um hiato.
9 -ÊEM DOS VERBOS LER, VER, CRER, DAR e
derivados - O Vocabulário Ortográfico determina que
se conserva, por clareza gráfica, o acento circunflexo
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no plural desses verbos: crêem, dêem, lêem, vêem,
descrêem, desdêem, relêem, revêem, etc.
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Em Direito Tributário, a expressão sanções políticas
corresponde a restrições ou proibições impostas ao
contribuinte, como forma indireta de obrigá-lo ao
pagamento do tributo, tais como a interdição do
5 estabelecimento, a apreensão de mercadorias, o regime
especial de fiscalização, entre outras. Qualquer que seja
a restrição que implique cerceamento da liberdade de
exercer atividade lícita é inconstitucional, porque
contraria o disposto nos artigos 5o, inciso XIII, e 170,
10 parágrafo único, do estatuto maior do país.
O Supremo Tribunal Federal sumulou sua jurisprudência
no sentido de serem inconstitucionais as sanções
políticas. A Súmula 70 diz que é inadimissível a
interdição de estabelecimento como meio coercitivo
15 para cobrança de tributo. Diz a Súmula 323 que é
inaceitável a apreensão de mercadorias como meio
coercitivo para pagamento de tributo, e a 547,
estabelece que não é lícito à autoridade proibir que o
contribuinte em débito adquira estampílias, despache
20 mercadorias nas alfândegas e exerça suas atividades
profissionais.
Não obstante inconstitucionais, as sanções políticas, que
no Brasil remontam aos tempos da ditadura de Vargas,
vêm-se tornando, a cada dia, mais numerosas e
25 arbitrárias, consubstanciando as mais diversas formas
de restrições a direitos do contribuinte, como forma
oblíqua de obrigá-lo ao pagamento de tributos ou, às
vezes, como forma de retaliação contra o contribuinte
que vai a juízo pedir proteção contra cobranças ilegais.
(Baseado em Hugo de Brito Machado, Direito e Justiça, CB,
27/04/1998)
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b) dois erros
c) nenhum erro
d) três erros
e) quatro erros
Gabarito: B
Comentário.
Os dois erros são inadmissível (linha 12), com “d” mudo, e
estampilha (l.19) com LH, que nada mais é do que o
diminutivo irregular de estampa.
Cuidado!!! Já que o assunto é ortografia, falemos sobre
consoantes mudas. Devemos ter cuidado com algumas
palavras especiais: AFICIONADO (tem apenas um “c” –
formalmente, não existe “aficcionado”), ABRUPTO , OPTAR
(cuidado na conjugação do verbo, em que a letra “p” é muda
– eu opto, tu optas...). Outras (e suas derivadas) facultam a
colocação da letra muda – CONTA(C)TO, INFE(C)ÇÃO,
CORRU(P)ÇÃO, A(C)CESSÍVEL (com o “c” dobrado,
pronuncia-se <cs>), como o “x” de táxi). Não acredita?
Consulte o Aurélio.
Outra palavra perigosa é “CARÁTER”. O plural
correspondente busca em sua origem latina a grafia
CARACTERES (“Aquele rapaz é um mau caráter. Aqueles
rapazes são uns maus caracteres”).
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c) Renovou seu idealismo de puguinar para a escola alçar-
se à categoria de escola-padrão do município.
d) Enfatizou serem as escolas, ocupem-se elas do grau de
ensino que for, o lugar em que se vai construindo o cidadão
consciente e crítico.
e) Reinterou sua convicção no atingimento das metas a
que se propôs como fundador e primeiro diretor da escola.
GABARITO: D
Comentário.
Os erros das demais opções são:
a) “alvissareira” – palavra derivada de alvíssaras, interjeição
que serve para anunciar boas novas (Aurélio)
b) Mais um par de parônimos – perfilar significa organizar
em filas, enquanto que perfilhar significa dar a paternidade
a alguém (filho). No caso, a grafia é do primeiro.
c) Pugnar tem o “g” mudo e significa “combater, lutar,
brigar”. Na dúvida, poderia lembrar de uma derivada dessa
– impugnação.
e) A grafia correta é reiterar, cujo sinônimo é iterar,
repetir. Além disso, não há registro formal da palavra
atingimento.
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b) Um povo não perde os seus mais fortes determinantes se
recebe, aceita e pratica a pintura e a música de outra
origem, mas dificilmente adotará literatura estranha sem
perda de alguns de seus valores. / Um povo não perderá os
seus mais fortes determinantes se receber, aceitar e praticar
a pintura e a música de outra origem, mas dificilmente
adotará literatura estranha sem perda de alguns de seus
valores.
c) Já tive ocasião de mostrar quanto me parecem precárias
três afirmativas de Euclides da Cunha: a questão do
cruzamento; a fatalidade da luta das raças e o autoctonismo
do homem americano. / Já tive ocasião de mostrar como me
parecem precárias três afirmativas de Euclides da Cunha: a
questão do cruzamento; a fatalidade da luta das raças e o
autoctonismo do homem americano.
d) Quando surgiu Euclides da Cunha, nossa literatura podia
enumerar grandes nomes pertencentes ao “sistema” de que
falei há pouco. / Quando surgiu Euclides da Cunha, nossa
literatura podia enumerar grandes nomes pertencentes ao
“sistema” de que faz pouco falei.
e) No Brasil, a nacionalidade e a literatura formaram um
“sistema” interessantíssimo, que a cerca de trezentos anos
desenvolve-se. / No Brasil, a nacionalidade e a literatura
formaram um “sistema” interessantíssimo, que há cerca de
trezentos anos se desenvolve.
(Baseado em Roquette Pinto)
GABARITO: E
Comentário.
Vamos estabelecer a diferença entre três expressões muito
parecidas: há cerca de / a cerca de / acerca de, a partir do
seguinte exemplo:
“Eles saíram de casa há cerca de uma hora em direção à
fazenda que fica a cerca de 30 km de São Paulo. Tenho
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minhas dúvidas acerca do tempo que levarão para chegar lá,
já que a estrada está em péssimas condições.”
“CERCA DE” significa “aproximadamente”. Ela consta das
duas primeiras expressões, sendo que, na primeira,
percebe-se o emprego do verbo impessoal “haver” na
indicação de tempo decorrido (há cerca de). Com relação à
segunda (a cerca de), a preposição “a” precede a expressão
por indicar distância (“A fazenda fica a 30 km de São
Paulo.”). Já a expressão “acerca de” equivale a “sobre”. Não
se pode confundi-las.
Logo, um dos erros da opção E está na construção “que a
cerca de trezentos anos”. Por indicar tempo decorrido, o
correto é o emprego do verbo haver (“que há cerca de
trezentos anos”), como na segunda proposição do mesmo
item. O outro erro refere-se à colocação pronominal em
“desenvolve-se”, que será objeto de estudo posteriormente.
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b) acerca de / quando / multiplicara / dobraram-se /
ampliava-se
c) cerca de / quanto / multiplicaram / dobravam-se / se
ampliava
d) em cerca de / em quanto / se multiplicava / dobrou /
ampliavam
e) de cerca de / por quanto / multiplicavam / dobravam-se /
ampliava
GABARITO: A
Comentário.
As opções correspondentes às três últimas lacunas tratam
de concordância verbal e colocação pronominal. Por isso,
serão comentadas posteriormente.
Para resolver essa questão, bastaria ao candidato verificar o
item que preenche a primeira lacuna para garantir um
pontinho. Na hora da prova, tempo é precioso. Por isso, se
você já tiver certeza da resposta, não perca tempo: assinale
a opção correta e passe para a próxima questão.
Na passagem “os servidores públicos, (...) , correspondem
____ 10 a 20 por cento da força de trabalho,...”, o verbo
“corresponder” exige a preposição “a” (“X corresponde a
Y.”). Na seqüência, verifica-se a indicação de número
aproximado (“10 a 20 por cento”). Por isso, usa-se a
expressão “cerca de” que, como vimos, equivale a
“aproximadamente”. Assim, a expressão que irá preencher a
primeira lacuna é “a cerca de” e a única opção que
apresenta essa resposta é a letra A.
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Não é muito difícil imaginar os motivos que teria a Argentina
para entabular(A) agora uma conversa mais séria com o
Brasil a cerca(B) da criação de uma moeda única no
Mercosul. Existe uma motivação não reconhecida
oficialmente mas plenamente visível: o receio das
desvalorizações do real – na base de(C) 0,6% ao mês – e o
impacto que isso já está tendo sobre os preços das
exportações argentinas ao mercado brasileiro. O tema é
complexo e tem muito mais implicações(D) do que a decisão
de mandar um argentino em viagem à(E) Lua.
(Maria Clara R. M. Prado - Gazeta Mercantil - 21 e 22/2/1998,
adaptado)
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
GABARITO: B
Comentário.
Mais uma vez, a banca exigiu conhecimento sobre esses
vocábulos. Relembrando: a locução prepositiva acerca de
equivale a “sobre”, “a respeito de”, “relativamente a”. A
expressão “cerca de” significa “aproximadamente” e pode
vir antecedida do verbo haver (há cerca de) para indicar
tempo decorrido aproximado ou da preposição a (a cerca
de), indicando distância ou tempo futuro aproximados. O
candidato não pode confundi-las. Essa é uma questão
clássica, abordada também em questões de crase (com
lacunas) ou nas em que a banca pede que se assinale a
questão com erro gramatical.
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8- (AFC/SFC/2000) Assinale, entre as substituições
propostas, a que corrige adequadamente o erro do trecho
seguinte:
Antes de digladiar sobre como os novos impostos deveriam
ser distribuídos entre as três esferas de governo - questão
que consumiu a melhor parte dos humores e energia de
prefeitos, governadores e autoridades fazendárias federais
nos últimos três anos -, talvez vale a pena perguntar como,
de um ponto de vista agregado, deixando por um momento
de lado as complexidades do federalismo fiscal, poderiam
ser os R$ 131 bilhões arrecadados de forma mais racional.
(Adaptado de Rogério L. F. Werneck , O Estado de S. Paulo,
27/10/2000)
SUBSTITUIR POR
a) Digladiar degladiar
b) Sobre a cerca da forma
c) Entre dentre
d) Vale valha
e) poderiam ser poderia ser
GABARITO: D
Como nosso assunto é ortografia, vocabulário e afins,
vamos comentar somente as substituições propostas nas
opções a e b, tidas como INCORRETAS.
Nessa questão, o enunciado poderia levar o candidato a uma
interpretação equivocada do que deveria ser assinalado. O
examinador pede que seja marcada a troca válida para
correção de um erro no texto.
Na primeira opção, a palavra correta é DIGLADIAR,
apresentada originalmente no texto, e não existe a forma
proposta na opção a (“degladiar”).
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Com relação à opção b, observe o que mencionamos na
correção da prova para Fiscal de Fortaleza - 1998, sobre
“cerca de” (que significa aproximadamente) e “acerca de”
(que equivale a sobre) e perceba que a troca sugerida é
inválida, sendo o correto “acerca da forma”.
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e) Algumas leis eminentemente federativas, como o
Código Tributário Nacional, autoproclamam-se ‘nacionais’. /
Algumas leis eminentemente federativas, como o Código
Tributário Nacional, se autoproclamam ‘nacionais’.
(Baseado em Sérgio Resende de Barros)
GABARITO: A
ACENTOS DIFERENCIAIS – A partir da mudança
ortográfica, em 1971, conservaram-se somente os acentos
diferenciais abaixo indicados:
9 DE TIMBRE (vogal aberta ou fechada) – o único que
restou foi: pode (pres.indicativo) – pôde (pret.perf.ind)
9 DE INTENSIDADE ou TONICIDADE (vogal átona ou
tônica). Os mais comuns são:
pôr (verbo) – por (preposição)
pára (verbo) – para (preposição)
pêlo (substantivo) – pelo (contração de por + o)
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emoções simples, como medo e fome, esses macacos
parecem possuir compaixão e solidariedade. Sua capacidade
intelectual está muito acima de todo o restante dos bichos e
a diferença entre seu código genético e o dos seres humanos
é de apenas 1,6%. As pesquisas com essas espécies vem
causando tanta comoção que, no final de 1997, um grupo de
biólogos, assessorado por advogados ambientalistas,
publicou um documento pedindo a extensão dos direitos
humanos aos pongídeos!
(Valéria França - Veja - 28/1/98, adaptado)
Há, no texto,
a) três erros de ortografia
b) nenhum erro de ortografia
c) dois erros de ortografia
d) um erro de ortografia
e) quatro erros de ortografia
GABARITO: A
Comentários.
Já apresentamos essa questão na área aberta do sítio. Mas,
dada a sua importância, a repetimos aqui, nesta aula de
ortografia.
Os três erros são:
- CHIMPANZÉ (linha 2) ou chipanzé, mas sempre com a
letra Z;
- INDIVÍDUOS (linha 3), que está grafado sem o acento
agudo;
- VÊM (linha 11), tendo sido considerada a ausência do
acento circunflexo da forma plural (o sujeito é pesquisas)
como erro de ortografia.
Alguns gramáticos classificam o acento circunflexo dos
verbos ter e vir (e derivados) na 3ª pessoa do plural (têm,
vêm, contêm, entretêm, detêm, retêm etc.) como
ACENTO DIFERENCIAL DE NÚMERO.
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As formas verbais singulares tem e vem são monossílabos
tônicos e, por isso, dispensariam a acentuação (a regra é
acentuar somente os monossílabos tônicos terminados em
A / E / O).
A conjugação na 3ª pessoa do singular dos verbos
derivados recebe acentuação (detém, contém, entretém
etc.) em atendimento à regra dos oxítonos terminados por
“EM”.
Esses gramáticos consideram, então, que o acento
circunflexo (têm, vêm, detêm, contêm, entretêm) serve tão-
somente para indicar que o verbo está no plural.
Dessa forma, a regra de acentuação, segundo eles, é:
têm (acento diferencial de número)
vêm (acento diferencial de número)
detém (oxítona terminada em EM)
detêm (acento diferencial de número c/c oxítona terminada
em EM).
Item CORRETO.
Comentário.
O que nos interessa nessa questão é comentar a opção que
aborda o tema de hoje – ORTOGRAFIA, VOCÁBULOS E
AFINS. Por isso, não chegamos nem a transcrever o texto
que serve de base para a questão. Perceba que na opção
(a), que foi considerada correta, o examinador usou a
palavra “também” para reforçar que, além do caráter
diferencial, seu acento circunflexo se deve ao fato de o
verbo “pôr” ser um monossílabo tônico, em comparação
com a preposição por, que é átona.
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GABARITO: B
Comentário.
Nessa questão, a ESAF testou o conhecimento de alguns
parônimos (palavrinhas parecidas, mas cujos significados
são diferentes). Estão incorretas:
a) INFRINGIR – cometer infração / INFLIGIR (correto) –
aplicar uma pena
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c) Está incorreta a grafia da palavra HOMOGENEIZAR
(HOMOGÊNEO + IZAR). Sobe esse processo de formação da
palavra, reveja as observações iniciais deste ponto.
d) IMINENTE – prestes a acontecer / EMINENTE (correto) –
importante
e) AFERIR – medir / AUFERIR (correto) – ganhar, obter.
Itens INCORRETOS.
Comentário.
d) CONCLUI – Essa confusão - tão comum - tem uma
explicação (explica mas não justifica o erro): os verbos
terminados em “ir” conjugam-se normalmente com um “e”
na desinência das terceiras pessoas do Presente do
Indicativo – PARTIR: ele parte / eles partem - FERIR: ele
fere / eles ferem - DECIDIR: ele decide / eles decidem.
Esse raciocínio leva os falantes da língua a fazerem a
mesma conjugação com os verbos terminados em hiato,
como é o caso de ‘CONCLUIR’. Contudo, nesses verbos, a
conjugação da 3ª pessoa do singular (ele/ela/você) termina
com a letra “i” – CONCLUIR: ele conclui – OBSTRUIR: ele
obstrui – POSSUIR: ele possui.
Mas, na 3ª pessoa do plural, retoma-se a desinência “EM”
(com “E”): CONCLUIR: eles concluem - OBSTRUIR: eles
obstruem – POSSUIR: eles possuem.
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e) Não confunda estes vocábulos: BOM ≠ MAU (adjetivos) /
BEM ≠ MAL (advérbios)
Ex: Eu nado muito BEM / MAL. (advérbios)
Ele é um rapaz BOM / MAU. (adjetivos)
O texto da opção “e”: “Política, história, instituições e leis,
todos esses fatores vão determinar o bom ou mal
funcionamento da economia,...” – Opa! Um dos dois está
errado! Temos de identificar a classe gramatical dos
vocábulos. Eles apresentam uma idéia circunstancial
(advérbio) ou uma qualidade (adjetivo) ao substantivo
“funcionamento”?
Nessa construção, por estarem modificando um
SUBSTANTIVO (“funcionamento”), são ADJETIVOS, e não
advérbios.
ADVÉRBIO é palavra invariável que, apresentando uma idéia
circunstancial, modifica um VERBO, um ADJETIVO ou outro
ADVÉRBIO.
ADJETIVO atribui ao substantivo (ou um termo que o
represente) uma característica, qualidade ou estado.
Logo, são dois adjetivos – BOM e MAU. Sendo assim, a
forma correta seria “...o bom ou mau funcionamento da
economia,...”.
Não foi à toa que escolhi Classes de palavras e Função
Sintática para o nosso primeiro encontro, lá no meu
primeiro ponto. Muitas vezes, a partir do conhecimento
desses conceitos, é possível resolver uma questão de prova.
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sociedade capitalista uma organização econômica que,
mesmo gerida(4) pelos próprios trabalhadores, pudesse
se(5) caracterizar, em seu conjunto, como “cultura de novo
tipo”.
(Adaptado de Lia Tiriba)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
GABARITO: B
Comentário.
O verbo perpassar (olha a grafia), como transitivo direto,
significa – segundo o Aurélio – postergar, preterir. Talvez, a
intenção da banca tenha sido promover uma “contaminação”
desse verbo com outros mais comuns, com o transpassar,
ou até com os substantivos perspectiva, perspicácia.
Quer uma surpresa? Olhe a próxima questão, da prova para
AFC CGU, aplicada meses após a do MPOG, que acabamos
de ver.
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presente para o passado e, desse, para o futuro. Não há
continuidade ininterrupta(5).
(Adaptado de Frei Betto)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
GABARITO: A
Comentário.
Assim não vale! Agora ficou fácil! Você já tinha visto como
se escreve o verbo do item (1). E é por essas e outras que
não me canso de recomendar a resolução de provas
anteriores da ESAF (ou até de outras bancas) como método
de estudo. As questões muitas vezes se repetem, e isso se
aplica a todas as disciplinas.
Item (2) - O que você achou do “simultaneidade”? É familiar
para você? Não preciso comentar, não é mesmo? Na dúvida,
releia este ponto desde o começo.
Item (3) – por tratar de construção de voz passiva e
concordância, esse comentário fica para a aula sobre verbos.
Item (4) - “Espectador” é o que vê ou testemunha certos
atos (ou programas de televisão), enquanto que seu
parônimo expectador é o que está na expectativa. O uso
daquele vocábulo está certinho de acordo com o contexto.
Item (5) - Estamos diante de mais um caso de substantivo
com letrinha indispensavelmente muda – ININTERRUPTA.
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O ano de 2003 é marcado pela recessão econômica no Brasil
e em vários países do mundo. Aqui, o clima foi de
expectativa em relação a um novo governo que assumiu o
País diante de um grave quadro de desigualdade social. O
Brasil assistiu, estarrecido, no outro lado do mundo, a uma
invasão no Oriente Médio promovida pela dupla Bush/Blair.
E o terrorismo só recrudesceu. De que forma todos esses
acontecimentos podem ter influído no imaginário do
executivo brasileiro?
(Carta Capital, n° 307)
Item INCORRETO.
Comentário.
O problema desse item está na parte final, em que afirma
não ocorrer alteração de sentido na grafia de expectador
com “s” (espectador). Como vimos, são parônimos:
“espectador” significa o que assiste a algo e “expectador”, o
que possui expectativa sobre algo.
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(Adaptado de Frei Betto)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
GABARITO: C
Comentário.
Como é o verbo que corresponde à prática de um
VATICÍNIO? O verbo é VATICINAR, que significa predizer,
prenunciar. A regra da “palavra derivada conserva a grafia
da palavra primitiva” é aplicável aqui nesta questão. Ambas
são escritas com “c” e não “sc”.
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arsênico e inseticidas, ou ferimentos graves, como oxidan-
tes, ácido sulfúrico, produtos alcalinos e soda cáustica.
e) Outro ponto lembrado na norma refere-se a
interferências em equipamentos aeronáuticos causadas por
ímãs e equipamentos eletrônicos, como celulares.
(Correio Braziliense - 15.7.97, com adaptações)
GABARITO: C
Comentário.
Houve um erro de ortografia na palavra CONSCIENTIZAR.
Esse vocábulo deriva de consciência e apresenta o dígrafo
“sc”. Mais uma vez, bastaria lembrar a regra “palavra
derivada conserva a grafia da palavra primitiva”.
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e) Desde o início da vigência do FEF, em 1994, (antes
chamava-se Fundo Social de Emergência) os municípios já
perderam R$ 1 bilhão/ano. Isso porque a principal fonte do
FEF e do FPM é a mesma: o IR.
(Correio Braziliense - 15.7.97, com adaptações)
GABARITO: D
Comentário.
Faltou um acento agudo no vocábulo reúne. A letra “i” ou
“u”, segunda vogal de um hiato, sozinha na sílaba
(desde que não seguida de NH) ou acompanhada da letra
“s”, deve receber o acento agudo, como ruído, egoísta,
maniqueísta. A dica do paradigma ajuda bastante: na
dúvida, procure uma outra palavra parecida cuja grafia você
conheça (servirá de paradigma) e verifique com se escreve.
Parecida com reúne, existe ciúme.
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“Precisamos deixar de lado a postura ---------------------- e
partir para atos concretos.”
contemplativa
d) “O único modo de se ---------------------- desigualdades é
colocar a lei a favor daquele que é tratado de modo
desigual.”
corrigirem
e) Em vários setores do Governo Federal, medidas de ação
afirmativa já foram ou -------------------- implantadas.
têm sido
(Baseado em UnB Revista, n° 6)
GABARITO: A
Comentário.
Nessa questão, a banca voltou a exigir o conhecimento
sobre parônimos: DISCRIMINAÇÃO e DESCRIMINAÇÃO.
DISCRIMINAÇÃO equivale a SEGREGAÇÃO, SEPARAÇÃO
(“A discriminação contra imigrantes é uma das causas dos
recentes protestos na França.”) ou, em outro contexto,
significa a faculdade de discernir, distinguir (“Ele discriminou
os itens que gostaria de abordar em sua tese.”).
DESCRIMINAÇÃO, por sua vez, significa retirar a
criminalidade de um fato (ato de descriminar). Somente
uma atenta leitura poderá elucidar qual desses vocábulos
deve ser empregado na lacuna. Os vocábulos “Racismo,
Xenofobia, Intolerância Correlata” apontam para o
primeiro conceito – DISCRIMINAÇÃO.
Os itens b e c também exploram o vocabulário do candidato.
Não me canso de repetir: havendo dúvidas, pense na
ortografia de uma palavra correlata (regra do paradigma) ou
em como se escreve a palavra originária (regra “palavra
derivada conserva a grafia da palavra primitiva”).
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Provavelmente o vocábulo ascenso não faz parte do seu
vocabulário cotidiano, mas quase todos os dias você se
depara com aquele trabalhador que tem muitos sobes-e-
desces na vida: fica dentro do elevador, apertando os
botõezinhos dos andares. Quem é ele? O ASCENSORISTA
(boa essa dica, hem?). Então, o que faz o ascensorista?
ASCENDER (subir, elevar-se, segundo Aurélio).
Talvez, alguém, alguma vez na vida, o tenha chamado (ou
pelo menos pensado em chamá-lo) de “acessorista”, sim ou
não? Isso poderia ter acontecido por analogia à palavra
“acesso”. Tudo bem, isso acontece... O problema é que
“acessorista”, segundo o dicionário, é “a pessoa responsável
pelos acessórios”, ou seja, não tem nada a ver com aquele
sujeito simpático que o leva ao andar desejado.
Até o próximo encontro.
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2 - (Fiscal do Trabalho/1998) Leia o texto seguinte para
responder às questões.
Existe atualmente, uma série de leis que protegem o
trabalhador. O trabalhador cede o seu trabalho e quem toma
o trabalho do operário vê-se obrigado a cumprir um
conjunto de obrigações, que estão agrupadas na lei
denominada Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Sempre que houver a despedida de um trabalhador
motivada ou imotivadamente, e qualquer uma das partes,
principalmente o empregado, considerar que, aquilo que foi
tratado por ocasião de seu contrato de trabalho não foi
cumprido na sua demissão, ele vai ao seu sindicato e argüi
perante as Juntas de Conciliação e Julgamento, os seus
direitos. Quando é argüida a insalubridade ou a
pericolosidade, o juíz requisitará perícias a cargo do médico
do trabalho ou engenheiro do trabalho.
(Baseado em João Alberto Maeso Montes e Dirceu Francisco Araújo
Rodrigues)
Com relação à ortografia, ocorre(m) no texto
a) nenhum erro
b) dois erros
c) quatro erros
f) três erros
g) um erro
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atividade lícita é inconstitucional, porque contraria o
disposto nos artigos 5o, inciso XIII, e 170, parágrafo único,
do estatuto maior do país.
O Supremo Tribunal Federal sumulou sua jurisprudência no
sentido de serem inconstitucionais as sanções políticas. A
Súmula 70 diz que é inadimissível a interdição de
estabelecimento como meio coercitivo para cobrança de
tributo. Diz a Súmula 323 que é inaceitável a apreensão de
mercadorias como meio coercitivo para pagamento de
tributo, e a 547, estabelece que não é lícito à autoridade
proibir que o contribuinte em débito adquira estampílias,
despache mercadorias nas alfândegas e exerça suas
atividades profissionais.
Não obstante inconstitucionais, as sanções políticas, que no
Brasil remontam aos tempos da ditadura de Vargas, vêm-se
tornando, a cada dia, mais numerosas e arbitrárias,
consubstanciando as mais diversas formas de restrições a
direitos do contribuinte, como forma oblíqua de obrigá-lo ao
pagamento de tributos ou, às vezes, como forma de
retaliação contra o contribuinte que vai a juízo pedir
proteção contra cobranças ilegais.
(Baseado em Hugo de Brito Machado, Direito e Justiça, CB,
27/04/1998)
Em relação à ortografia, ocorre(m) no texto
a) um erro
b) dois erros
c) nenhum erro
d) três erros
e) quatro erros
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b) Agradeceu também aos professores e estudantes que
sempre perfilharam ao lado da direção na busca de um
ensino de melhor qualidade.
c) Renovou seu idealismo de puguinar para a escola alçar-
se à categoria de escola-padrão do município.
d) Enfatizou serem as escolas, ocupem-se elas do grau de
ensino que for, o lugar em que se vai construindo o
cidadão consciente e crítico.
e) Reinterou sua convicção no atingimento das metas a
que se propôs como fundador e primeiro diretor da
escola.
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questão do cruzamento; a fatalidade da luta das raças e o
autoctonismo do homem americano.
d) Quando surgiu Euclides da Cunha, nossa literatura podia
enumerar grandes nomes pertencentes ao “sistema” de que
falei há pouco. / Quando surgiu Euclides da Cunha, nossa
literatura podia enumerar grandes nomes pertencentes ao
“sistema” de que faz pouco falei.
e) No Brasil, a nacionalidade e a literatura formaram um
“sistema” interessantíssimo, que a cerca de trezentos anos
desenvolve-se. / No Brasil, a nacionalidade e a literatura
formaram um “sistema” interessantíssimo, que há cerca de
trezentos anos se desenvolve.
(Baseado em Roquette Pinto)
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d) em cerca de / em quanto / se multiplicava / dobrou /
ampliavam
e) de cerca de / por quanto / multiplicavam / dobravam-se /
ampliava
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nos últimos três anos -, talvez vale a pena perguntar como,
de um ponto de vista agregado, deixando por um momento
de lado as complexidades do federalismo fiscal, poderiam
ser os R$ 131 bilhões arrecadados de forma mais racional.
(Adaptado de Rogério L. F. Werneck , O Estado de S. Paulo,
27/10/2000)
SUBSTITUIR POR
a) Digladiar degladiar
b) Sobre a cerca da forma
c) Entre dentre
d) Vale valha
e) poderiam ser poderia ser
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transitivas. / No gênero das leis federativas, podem-se
discernir duas espécies bem visíveis: leis federais
intransitivas e transitivas.
d) As leis nacionais podem ser de ordem pública ou de
ordem privada, guardando preponderante interesse público
ou administrativo, ou social, ou privado. / As leis nacionais
podem ser de ordem pública ou de ordem privada, e
guardam preponderante interesse público ou administrativo,
ou social, ou privado.
e) Algumas leis eminentemente federativas, como o
Código Tributário Nacional, autoproclamam-se ‘nacionais’. /
Algumas leis eminentemente federativas, como o Código
Tributário Nacional, se autoproclamam ‘nacionais’.
(Baseado em Sérgio Resende de Barros)
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b) nenhum erro de ortografia
c) dois erros de ortografia
d) um erro de ortografia
e) quatro erros de ortografia
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13 - (TTN 1997) Assinale o item gramaticalmente correto.
d) O relatório conclue que não é preciso haver um Estado
reduzido no mínimo, mas um Estado que funciona.
e) Política, história, instituições e leis, todos esses fatores
vão determinar o bom ou mal funcionamento da economia, e
não existe estratégia de desenvolvimento que seja adequada
a todos os casos.
(Folha de S. Paulo - 13.7.97, com adaptações)
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barreiras entre tempo e espaço. O tempo adquire caráter
espacial, e o espaço, caráter temporal. No filme, o olhar da
câmara e do espectador(4) passa, com toda a liberdade, do
presente para o passado e, desse, para o futuro. Não há
continuidade ininterrupta(5).
(Adaptado de Frei Betto)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
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construir e tempo para destruir; tempo para amar e tempo
para odiar; tempo para fazer a guerra e tempo para
estabelecer a paz. O tempo é agora. E nele se sobrepõem(5)
construção e destruição, amor e ódio, guerra e paz.
(Adaptado de Frei Betto)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
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e) Outro ponto lembrado na norma refere-se a
interferências em equipamentos aeronáuticos causadas por
ímãs e equipamentos eletrônicos, como celulares.
(Correio Braziliense - 15.7.97, com adaptações)
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do Ministério da Justiça pelo Comitê Nacional para a
participação brasileira na III Conferência Mundial das Nações
Unidas contra o Racismo, --------------------- Racial,
Xenofobia e Intolerância Correlata.
Descriminação
b) No documento oficial está a seguinte proposta: “adição de
cotas ou outras medidas afirmativas que promovam ---------
-------------------------------------- universidades públicas.”
o ascenso de negros às
c) O próprio presidente do Supremo Tribunal Federal
defende a ação afirmativa, que considera constitucional:
“Precisamos deixar de lado a postura ---------------------- e
partir para atos concretos.”
contemplativa
d) “O único modo de se ---------------------- desigualdades é
colocar a lei a favor daquele que é tratado de modo
desigual.”
corrigirem
e) Em vários setores do Governo Federal, medidas de ação
afirmativa já foram ou -------------------- implantadas.
têm sido
(Baseado em UnB Revista, n° 6)
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AULA 1: VERBO
Olá a todos.
CONJUGAÇÃO VERBAL
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a) A sensação de que o século XX ainda não acabou dificilmente
pôde perdurar até a ocorrência de um cataclisma como foi a
guerra de 14, mesmo porque há um sentimento catastrófico na
vida desta virada de tempo. O excesso de tecnologia corre no
rumo da desesperação.
b) O homem, cada vez mais angustiado, tenta encontrar
refrigério nas miragens do lazer, fazendo do turismo um campo
formidável de negócios. A tragédia ecológica aponta para a
escassez de água como primeiro item na lista das penúrias a
que poderá submeter-se o cidadão do futuro.
c) A prevalescência do alusivo na dinâmica dos tempos atuais
refere a força da realidade virtual, a que todos se entregam na
certeza de sua primazia.
d) O fato do patrimônio gerar empregos e receitas por meio do
turismo não abule o paradoxo de que nativos e visitantes se
distanciam do fenômeno cultural tanto quanto pessoas que,
longe daquelas paragens, pouco valor atribuem a heranças
destituídas de familiaridade.
e) As cidades perdem em qualidade estética porque não há, na
descaracterização avassaladora dos espaços urbanos, fontes
capazes de saciar prazeres que há muito deixaram de sê-lo, na
acaxapante rotina que uniformiza os cenários e robotiza o
cidadão.
(Ângelo Oswaldo, “A herança do futuro”, com adaptações)
GABARITO: B
Comentário.
Os erros das demais opções são:
Opção a) A palavra certa é cataclismo (aliás, essa palavrinha
já foi objeto de prova, no concurso de TTN 1997 – questão 15);
Opção c) não existe o vocábulo “prevalescência”, mas
prevalência (ato de prevalecer, cuja grafia, por si só, já
poderia ajudar na identificação do erro) e houve um erro de
sintaxe de regência do verbo referir;
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Opção e) a palavra correta é acaçapante ou acachapante
(significa esmagador).
O mais importante nessa questão é o erro do item d) que
envolve conjugação verbal.
Para ajudar a resolver questões de conjugação verbal, usamos a
técnica do paradigma. Como é isso? Na dúvida com relação à
conjugação de determinado verbo regular (geralmente o
examinador busca um verbo pouco utilizado no seu dia-a-dia),
basta observar a conjugação dos paradigmas clássicos (FALAR
– 1ª conjugação, BEBER – 2ª conjugação, PARTIR – 3ª
conjugação).
Extraia o radical, que é o que sobra do verbo após retirar a
terminação “ar”, “er” ou “ir” do infinitivo (exemplo: FAL(AR) =
radical FAL-), e empregue as desinências, que são idênticas nos
demais verbos regulares de mesma conjugação:
Por exemplo:
CONSUMAR (verbo regular de 1ª conjug.):
Presente do Indicativo: Eu consum.... (???)
Presente do Subjuntivo: (que) eu consum... (???)
CONSUMIR (verbo regular de 3ª conjug.):
Presente do Indicativo: Eu consum.... (???)
Presente do Subjuntivo: (que) eu consum... (???)
E aí, como você preencheu? Vamos buscar a desinência dos
verbos “paradigmas”.
Infinitivo Pres.Indicativo Pres.Subjuntivo
Falar Eu falo (que) eu fale
Consumar Eu consumo (que) eu consume
Partir Eu parto (que) eu parta
Consumir Eu consumo (igual) (que) eu consuma
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Se o verbo for irregular, ou seja, apresenta alteração no radical
em determinadas conjugações, procure outro verbo, também
irregular, de mesma construção.
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equivalentes e gramaticalmente adequados ao padrão culto da
língua escrita.
Itens INCORRETOS.
Comentário.
Como abordam o mesmo verbo, terão o mesmo comentário.
Não existe a forma verbal sugerida (“intermedia”).
Os verbos terminados em –IAR são regulares, ou seja, seguem
a conjugação do paradigma ‘falar’. Exemplos:
ADIAR (radical é adi) – Pres.Indicativo: adio, adias, adia,
adiamos, adiais, adiam
VARIAR (radical é vari) - Pres.Indicativo: vario, varias,
varia...
Dessa mesma forma, conjugam-se os verbos ARRIAR,
MAQUIAR, VICIAR.
Por isso, nada de “VAREIA”, senão “VICEIA”!!! Como vimos,
esses verbos são REGULARES.
Mas, então, por que será que tanta gente se engana? Porque
ocorre uma “contaminação” com os verbos terminados em
“EAR”.
Há cinco verbos terminados em -IAR que recebem a letra ‘e’
nas formas rizotônicas (Pres.Indicativo e Pres.Subjuntivo). Suas
iniciais formam o anagrama M-A-R-I-O:
Mediar (e derivados), Ansiar, Remediar, Incendiar, Odiar
Pres.Indicativo: intermedeio, intermedeia, intermedeia,
intermediamos, intermediais, intermedeiam
Para facilitar, lembre-se da conjugação do verbo ODIAR, o mais
comum deles.
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d) A interação entre as políticas estruturais e macroeconômicas
constitue elemento de grande força explicativa para a trajetória
da economia brasileira na última década.
Item INCORRETO
Comentário.
Há erro de conjugação verbal. Os verbos, como o constituir,
terminados pelo hiato –UIR, exceto no caso dos defectivos
(verbos que não apresentam todas as formas de conjugação,
como ruir), apresentam duas formas de conjugação:
1ª) O paradigma será POSSUIR (o radical é possu) – De
acordo com esta regra, classificam-se praticamente todos os
verbos com essa terminação. Nas 2ª e 3ª do singular trocam a
letra ‘e’ da conjugação regular (como em ‘partir’) pela letra ‘i’.
Mantém as demais conjugações inalteradas em relação à
conjugação do verbo ‘partir’: possuo, possuis, possui,
possuímos, possuís, possuem.
Dessa forma, conjugam verbos como OBSTRUIR, AFLUIR,
INFLUIR, ANUIR, ARGUIR (respeitada a acentuação),
CONCLUIR, DISTRIBUIR, INCLUIR
2ª) CONSTRUIR (o radical é constru) e DESTRUIR (o radical
é destru)– São verbos abundantes. Além da forma regular de
conjugação (igual à do verbo POSSUIR: construo, construis,
construi, construímos, construís, construem), mais comum
em Portugal, apresenta também a conjugação irregular, em que
as 2ª e 3ª pessoas do singular do Presente do Indicativo
formam o ditongo aberto “ói": construo, constróis, constrói,
construimos, construís, constroem, da mesma forma que os
verbos terminados em –OER.
Assim, vimos que os verbos terminados em –uir recebem, na 3ª
pessoa do singular, a letra “i” – constitui, e não o “e” como
apresentado na questão.
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1. VERBOS TERMINADOS EM HIATO:
–OER: As 2ª e 3ª pessoas do singular do Presente do Indicativo
formam o ditongo aberto ‘ói’. As demais pessoas, em todos os
outros tempos verbais seguem o paradigma ‘beber’, respeitadas
as devidas acentuações tônicas.
Na hora de escolher um exemplo, lembrem que DOER e SOER
(costumar, ter hábito de) são defectivos e só se conjugam nas
terceiras pessoas.
Exemplos: MOER (o radical é mo) - môo, móis, mói, moemos,
moeis, moem
–EAR: recebem a letra ‘i’ nas formas rizotônicas (sílaba tônica
no radical). Nas demais, segue o paradigma ‘falar’. Exemplo:
pentear (radical pente).
A sílaba tônica foi sublinhada.
Pres.Indicativo - penteio, penteia, penteia, penteamos,
penteais, penteiam
Pres.Subjuntivo – penteie, penteies, penteie, penteemos,
penteeis, penteiem
Pret.Perfeito: penteei, penteaste, penteou, penteamos,
penteastes, pentearam
2. VERBOS “DERIVADOS” DE ÁGUA – DESAGUAR, ENXAGUAR
- mantém a acentuação de água na conjugação.
Pres.Indicativo: deságuo, deságuas, deságuas, desaguamos,
desaguais, deságuam
Pres.Subjuntivo: deságüe, deságües, deságüe, desagüemos,
desagüeis, deságüem
3. AVERIGUAR, APAZIGUAR, APANIGUAR - Não seguem a
regra dos “derivados” de água. Têm a acentuação tônica nas
formas rizotônicas (no radical).
O radical de averiguar é [averigu-] e segue o paradigma “falar”,
ressalvada a acentuação gráfica (especialmente no
Pres.Subjuntivo).
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Pres.Indicativo: averiguo, averiguas, averigua, averiguamos,
averiguais, averiguam
Pres.Subjuntivo: averigúe, averigúes, averigúe, averigüemos,
averigüeis, averigúem
(Quando o u é pronunciado sem intensidade, leva trema; com
intensidade, leva acento agudo)
5 - (Auditor do Trabalho/2003) No texto abaixo, assinale o
trecho transcrito de forma gramaticalmente correta.
d) A interação entre as políticas estruturais e macroeconômicas
constitue elemento de grande força explicativa para a trajetória
da economia brasileira na última década.
Item INCORRETO.
Comentário.
Perceba como as questões (e os erros) se repetem. Por isso é
tão importante praticar com provas anteriores da ESAF.
Como já vimos, a forma verbal correta é constitui.
6 - (AFRF/2002-2)
A reforma tributária não pode ser realizada, na verdade, para
livrar o orçamento da sangria dos juros exorbitantes, embora
enfeitada com os argumentos apelativos, tanto da simplificação
fiscal para todo o empresariado quanto do milagre fiscal da
multiplicação dos empregos para os mais despossuídos.
Trata-se do contrário. Os de baixo vão, de fato, pagar mais e
não há garantia nenhuma da boa teoria econômica de que o
emprego possa crescer sem o planejamento de um projeto
nacional digno do nome, que defina e articule todas as
potencialidades existentes para tanto.
(Fátima Gondim Farias, “Reforma Tributária”, em Tributação
em revista, abril/junho de1999, com adaptações)
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b) Se, no mesmo contexto sintático de “defina e articule”(l.9)
estivessem os verbos argüir e averiguar, a expressão correta
(deixando-se de lado os ajustes de sentido) seria “argua e
averigúe”.
Item CORRETO.
Comentário.
A estrutura oracional proposta apresenta os verbos no presente
do subjuntivo.
Os verbos argüir e averiguar são regulares e se conjugam
como os paradigmas partir e falar, respectivamente.
Vamos, então, relembrar como seria:
1 – extraia o radical – argu / averigu
2 - inclua a desinência correspondente ao tempo, modo, pessoa
e número – 3ª pessoa do singular do presente do subjuntivo.
DICA: busque essa desinência nos verbos paradigmas - parta
(part + a) e fale (fal + e). Então, seria argu + a = argua e
averigu + e = averigúe.
Neste último verbo, como ocorreria um dígrafo (gue),
considerando o fato de que a letra u deve ser pronunciada com
tonicidade (fortemente), devemos colocar o acento agudo nela.
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exercido sobre as instituições de Bretton Woods – FMI, Banco
Mundial e Gatt – que determinavam o padrão de
comportamento esperado de economias colocadas em situação
de _____________ no quadro de uma mesma ordem liberal-
capitalista.
(Baseado em Paulo Roberto de Almeida)
a) detêem, proeminência, singular, desenvolvia, equipamentos,
interdependência
b) detiveram, preeminência, singular, empreendiam, aparelhos,
interdependência
c) deteriam, relevância, relevante, empreendia, aparelhos,
interdependência
d) detêm, proeminência, especial, empreendia, acervos,
independência
e) detêem, liderança, isolada, desenvolvia, equipamentos,
independência
Gabarito: B
Comentário.
Para acertar essa questão, bastaria preencher corretamente a
primeira lacuna.
Perceba que as demais formas verbais estão conjugadas em
tempos pretéritos (“A primeira era assegurada...”; “...que
determinavam...”) e se reportam a fatos já ocorridos. Assim, o
verbo deter somente poderia estar conjugado no passado. A
única opção válida é a de letra b - detiveram.
As opções a e e foram descartadas por apresentarem uma
conjugação incorreta do verbo deter, que, por ser derivado do
verbo ter, conserva a mesma grafia da forma plural (detêm).
A opção c apresenta um verbo no futuro do pretérito, que, como
veremos a seguir, situa a ação no campo da hipótese, da
condição, do fato não real, o que contraria o contexto.
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8 - (AFRF 2002-2) Assinale a opção em que o trecho apresenta-
se coeso, coerente e gramaticalmente correto.
b) Pelo princípio da igualdade material o Estado tem obrigação
de intervim e retificar a ordem social, a fim de remover as mais
profundas e perturbadoras injustiças sociais.
Item INCORRETO.
Comentário.
Na passagem “o Estado tem obrigação de ...”, o verbo que irá
completar esse raciocínio deve estar no infinitivo impessoal, por
exercer a função de complemento nominal. Não é possível,
neste caso, qualquer conjugação por não existir sujeito da forma
verbal.
O verbo intervir é derivado do verbo vir e acompanha sua
conjugação. A forma grafada foi intervim, que é a conjugação de
primeira pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo
(Eu vim ontem aqui / Eu intervim na conversa dos rapazes).
Como o verbo deve ficar no infinitivo, corrigindo-o, ficaria: “o
Estado tem obrigação de intervir”.
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fundamental para a própria segurança e estabilidade das
relações entre os agentes econômicos.
(www.bcb.gov.br)
Assinale a opção correta.
b) O emprego do modo indicativo em “corresponde”(l.5) deve
ser substituído pelo subjuntivo “corresponda” para que o texto
respeite a norma culta.
Item INCORRETO.
Comentário.
A classificação dos verbos nos modos verbais depende da
relação que o falante tem com aquilo que enuncia – se constata
um fato (indicativo); se apresenta uma hipótese, uma suposição
(subjuntivo); se faz um pedido (imperativo).
Em outras palavras, depende do modo com que enuncia a ação
verbal. São três modos verbais:
INDICATIVO - como sugere o nome, indica um fato
real, que pode pertencer ao presente, ao passado ou ao futuro.
SUBJUNTIVO - enuncia um fato hipotético, duvidoso,
provável ou possível.
IMPERATIVO - expressa idéias de ordem, pedido,
desejo, convite.
Enquanto que o modo INDICATIVO situa o fato no plano da
realidade, da certeza, o SUBJUNTIVO coloca o fato no plano
do que é provável, hipotético, possível, sem a certeza
apresentada pelo modo indicativo. O modo SUBJUNTIVO
também é bastante usado com determinadas conjunções
(embora, caso, que etc.)
Perceba a diferença entre as duas orações abaixo.
Ele procura um remédio que acaba com a dor de cabeça.
Ele procura um remédio que acabe com a dor de cabeça.
Na primeira, o sujeito já sabe qual é o medicamento que produz
resultado. Vai à farmácia e pede ao balconista, porque sabe o
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resultado que obterá. O fato situa-se no plano da CERTEZA –
modo INDICATIVO.
Na segunda, o sujeito não tem certeza de qual medicamento
poderia surtir efeito. Vai ao balcão da farmácia, pede ao
farmacêutico uma indicação, mas não tem certeza se irá surtir o
efeito esperado. Por isso, está no plano da possibilidade – modo
SUBJUNTIVO.
Essa assertiva foi considerada errada porque os verbos, no
modo subjuntivo, enunciam situações no campo da hipótese,
suposição, possibilidade ou probabilidade. Não é o que se
verifica. Trata-se de texto enunciativo, que relata fatos e
situações reais. As formas verbais “são” (l.1), “relacionam-se”
(l.3) e “é” (l.9) corroboram essa afirmação.
10 - (TRF 2002)
Quem não declarou no ano passado está classificado pela
Receita como “pendente”. Embora não tenha o CPF cancelado
agora, sua situação será considerada irregular perante a
Receita. O cancelamento do documento pode significar muitos
problemas, pois o CPF passou a ser mais solicitado do que a
carteira de identidade. Sem ele, é impossível abrir uma conta
bancária, comprar a prazo, prestar concurso público. Caso
ganhe em uma loteria, também será impedido de retirar o
prêmio.
(Correio Braziliense, 16/2/2002, com adaptações)
Assinale a opção correta a respeito das estruturas lingüísticas
do texto.
d) O emprego das duas formas verbais no subjuntivo,
“tenha”(l.3) e “ganhe”(l.11) justifica-se por exigência da
estrutura sintática em que ocorrem.
Item CORRETO.
Comentário.
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De acordo com a lição que vimos no comentário anterior, o
modo subjuntivo é empregado em hipóteses (“Caso ganhe em
uma loteria...”) ou em construções com algumas conjunções
(“Embora não tenha o CPF cancelado agora...”). Essa é a tal da
“exigência da estrutura sintática em que ocorrem” enunciada no
item d.
Item INCORRETO.
Comentário.
Questão capciosa essa, que pode ter levado muitos candidatos a
erro.
“Torcíamos” é verbo conjugado na 1ª pessoa do plural (nós), no
tempo Pretérito Imperfeito do modo indicativo.
“Torcemos” está conjugado na 1ª pessoa do plural (nós), no
tempo Presente do modo indicativo.
Houve somente variação no tempo verbal, conservando-se a
pessoa (1ª p.p.) e o modo (indicativo), e não somente a pessoa,
como asseverado.
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ou um dado (Todos os anos, muitas crianças morrem de
desnutrição no Brasil.)
PRETÉRITO PERFEITO – fato ocorrido e perfeitamente
concluído antes do momento em que se fala (Todos
souberam do assassinato de Celso Daniel.)
PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO – denota
continuidade do ato, com início no passado (Eu tenho
cometido muitos erros na escolha dos meus namorados.)
PRETÉRITO IMPERFEITO – fato realizado e não
concluído (Ele buscava a perfeição antes de morrer.) ou
que apresenta uma certa duração (Ele andava pela rua
quando foi abordado pelos ladrões.)
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO – fato realizado antes
de outro fato também no passado (Antes de sua morte,
ele pedira o perdão aos filhos.)
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO – forma
mais comum de expressar o fato realizado antes de
outro fato também no passado (Antes de sua morte,
ele tinha pedido perdão aos filhos.)
FUTURO DO PRESENTE – fato posterior certo de
ocorrer no futuro (Doarei todo o material de estudo após
a minha aprovação.)
FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO – denota futura
ocorrência de um fato que se iniciou no presente (Até
o próximo ano, terei acumulado quase um milhão de reais
em dívidas.)
FUTURO DO PRETÉRITO – 1) fato posterior a um fato
passado (Você me garantiu [FATO PASSADO] que o
nosso amor não morreria [FATO FUTURO EM RELAÇÃO AO
FATO PASSADO].); ou 2) fato não chegou a se realizar
(Eu iria à sua casa, mas tive um problema.); 3) também
pode denotar incerteza (“Acharam um corpo que seria
do chefe do tráfico.”), hipótese relacionada a uma
condição (“Se você tivesse comprado o carro
[CONDIÇÃO], não teria perdido o dinheiro no jogo
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[HIPÓTESE].”) ou polidez (“Você poderia me passar o
sal?”).
FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO – o mesmo que o
Futuro do Pretérito com relação aos dois primeiros
aspectos.
GABARITO: D
Comentário.
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O texto, em sua primeira parte, apresenta situações
condicionais e, para isso, usa o futuro do pretérito (“Uma vez
formados [condição], seriam automaticamente chamados de
‘doutor’ e teriam um salário de classe média [conseqüência
hipotética]”). Na segunda parte, utiliza o presente do indicativo
para retratar fatos reais (“...essa fórmula não funciona mais.”).
Na questão, sugere trocas que devem atender a dois preceitos:
manter a correção gramatical e respeitar as relações temporais
do texto. É nesse segundo aspecto que apresenta erro quando
sugere a troca de “pretende” – presente – por “pretendia” –
passado (pretérito imperfeito).
Item CORRETO.
Comentário.
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Mais uma vez, o que se exige é unicamente a correção
gramatical. Não se exige manutenção dos aspectos semânticos.
Troca-se uma oração condicional (se extrapolarem) por uma
temporal (quando extrapola) e, com isso, muda-se o tempo
verbal, de presente do subjuntivo para presente do indicativo.
Sob a ótica gramatical, a troca é perfeitamente válida.
Item CORRETO.
Comentário.
O verbo no presente do indicativo pode ter a função de
apresentar um conceito, uma definição, e também enunciar um
fato que ocorre no momento em que se fala ou que é comum de
acontecer.
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nobreza das causas abraçadas. Basta ter acesso ao consumo
que propicia excelente conforto: o apartamento de luxo, a casa
na praia ou na montanha, o carro novo, o kit eletrônico de
comunicações (telefone celular, computador etc.), as viagens de
lazer. Uma ilha de prosperidade e paz imune às tribulações
circundantes de um mundo movido a violência. O Céu na Terra
– prometem a publicidade, o turismo, o novo equipamento
eletrônico, o banco, o cartão de crédito etc.
(Frei Betto)
Em relação às estruturas e às idéias do texto, assinale a opção
correta.
a) O emprego do futuro do pretérito em “resultaria”(l.1) indica
que o fenômeno a que essa forma verbal se refere está
impedido de ocorrer.
Item INCORRETO.
Comentário.
O verbo no FUTURO DO PRETÉRITO coloca a estrutura no campo
da hipótese, sem garantir que o fenômeno esteja impedido de
ocorrer ou não.
16 - (CVM 2000)
Chegamos a um ponto muito próximo da comunidade econômica
eficaz, com seus desdobramentos sobre o quotidiano coletivo, e
é possível que não nos encontremos longe de outros ideais
comunitários que as constituições preconizam, e que têm tão
longa história: a integração política, cultural e social. Se isso
não fosse possível ao longo de tanto tempo passado desde as
projeções bolivarianas, se nessa espera atravessamos um século
e já outro bate à nossa porta, há pelo menos uma convicção
generalizada no sentido de que os passos até agora dados são
seguros, não havendo mais risco de retrocesso. E não há dúvida
de que o êxito em empreendimentos econômicos comuns tem
como pressuposto o cenário político que o continente hoje
apresenta.
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(Francisco Resek)
Em relação aos elementos constituintes do texto acima, assinale
a opção incorreta.
a) O verbo encontrar(l.2) está no subjuntivo por exigência da
estrutura anterior “é possível que”(l.4), que confere ao período
a idéia de probabilidade e não de certeza.
Item CORRETO.
Comentário.
Essa assertiva define bem uma das funções do modo
subjuntivo: situar o fato no campo da probabilidade.
Item CORRETO.
O verbo emergir é defectivo, pela razão exposta no item ‘b’,
gabarito da questão.
Os verbos defectivos apresentam DEFEITO em alguma
conjugação, ou seja, em algum tempo/modo, o verbo não
apresenta conjugação completa.
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Sempre que se falar em defeito verbal, estamos nos referindo à
conjugação do PRESENTE DO INDICATIVO e aos tempos dele
derivados (Presente do Subjuntivo e Imperativo). O “defeito”
existe apenas no presente, não existe no passado nem no
futuro. Assim, mesmo defectivo, o verbo poderá ser conjugado
inteiramente nos outros tempos e modos verbais, como, por
exemplo, no Pretérito do Perfeito do Indicativo, no Pretérito
Imperfeito do Subjuntivo, Futuro do Subjuntivo etc.
Há dois tipos de defeitos:
1º) não possui a 1ª pessoa do singular, apenas. (explodir,
abolir, colorir, delinqüir);
2º) só apresentam as conjugações da 1ª e 2ª pessoas do plural
(adequar, reaver).
Alguns autores definem como defectivos, também, os verbos
que, de acordo com o seu emprego, só podem ser conjugados
nas terceiras pessoas, como URGIR (ter urgência), DOER
(alguma coisa dói) e os unipessoais, que representam vozes de
animais ou fenômenos da natureza, quando utilizados no sentido
original (sentido denotativo, com “d” de “dicionário”; seu
oposto é o sentido conotativo, também chamado de figurado,
quando a palavra é usada em um significado diferente do
original).
18 – (Assistente de Chancelaria/2002)
Segundo o noticiário, o Pentágono passou a propugnar o uso de
minibombas atômicas. Ou seja, armas nucleares para estourar
depósitos subterrâneos onde estariam escondidas armas
(nucleares, químicas, bacteriológicas) de destruição maciça. A
hipótese de banalização das armas atômicas, inscrita na
proposta do Pentágono, liquidaria os tratados internacionais de
nãoproliferação nuclear e jogaria o Brasil no meio da tormenta,
relançando a corrida nuclear.
(Luiz Felipe de Alencastro, Veja, 10/04/2002, com adaptações)
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a) O emprego da perífrase verbal “passou a propugnar”(l.1 e 2)
constitui um recurso para evitar o uso do presente do indicativo
de um verbo defectivo: propugnar.
b) A opção pelo emprego do futuro do pretérito em
“estariam”(l.4), indica uma certa resistência do autor para
acreditar na veracidade da informação a respeito das armas
escondidas.
c) A forma de particípio “inscrita”(l.8) confunde-se com o
adjetivo porque exprime mais um estado do que uma relação
temporal.
d) O emprego do futuro do pretérito em “liquidaria”(l.9) e
“jogaria”(l.10) reforça a idéia de “hipótese”(l.7).
e) Para manter a coerência no emprego dos tempos verbais, a
substituição do gerúndio “relançando”(l.11) por uma forma não-
nominal deve ser: e relançaria.
Gabarito: A
Comentário.
O erro do item ‘a’ está em se afirmar que o verbo propugnar é
defectivo. Assim como impugnar ou pugnar, o verbo propugnar
conjuga-se em todos os tempos e modos. Para não errar, o
candidato deveria se basear na regra do paradigma, tratada na
questão 1.
“Perífrase” é um recurso que exprime algo que poderia ser
expresso em um menor número de palavras (em vez de se
mencionar “Castro Alves”, usa-se “o poeta dos escravos”). A
expressão “perífrase verbal” significa uma forma verbal com
mais de um verbo (equivale a locução verbal).
As opções ‘b’ e ‘d’ exploram o conceito do tempo verbal futuro
do pretérito – incerteza, hipótese.
Já os itens ‘c’ e ‘e’ tratam das FORMAS NOMINAIS particípio e
gerúndio.
Denominam-se formas nominais as palavras, de origem
verbal, que também podem ser empregadas nas funções
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próprias de adjetivos, substantivos ou advérbios. São elas:
PARTICÍPIO, GERÚNDIO E INFINITIVO.
PARTICÍPIO:
Ele havia lavado o chão da casa antes do temporal. (verbo)
O uniforme lavado ficou todo sujo após o vendaval. (adjetivo)
Dou essa discussão por encerrada.(adjetivo)
Encerradas as discussões, iniciou-se a votação.
(advérbio de tempo – “Quando se encerraram...”)
GERÚNDIO:
O presidente fica persistindo na argumentação de que nada
sabia sobre o valerioduto. (verbo)
Persistindo os sintomas, o médico deverá ser consultado..
(advérbio de condição = “Caso persistam os sintomas...”)
INFINITIVO:
Ele precisa pôr os nomes nos livros. (verbo)
O pôr-do-sol é lindo nessa época do ano. (substantivo)
Causa-me agonia o seu ranger de dentes. (substantivo)
Precisamos colocar óleo na porta que está a ranger.(verbo)
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produz. Será possível crescer nesse novo ambiente de
instabilidade?
0 erro é não ver que o velho e o novo continuarão convivendo
por gerações, até que se estabeleçam, provavelmente na
segunda metade do século XXI, padrões inteiramente novos de
comportamento empresarial e individual.
Nesse contexto é que se deve localizar o desafio do crescimento
do Brasil. Um contexto que não envolve apenas números
redondos sobre o crescimento industrial, a taxa de desemprego
ou o barulho provocado pela má distribuição das propriedades
no campo.
(Jornal do Brasil, 10/09/2000)
e) A forma verbal “continuarão”(l.10) admite a substituição por
vão continuar, sem alteração do significado.
Item CORRETO.
Comentário.
O que se propõe é trocar o verbo do Futuro do Presente
(continuarão) para uma locução verbal, cujo verbo auxiliar se
encontra no Presente do Indicativo (vão continuar).
Essa troca é válida, em função de um recurso estilístico
chamado de ENÁLAGE.
Uma das definições desse recurso é “a alteração da
concordância que consiste na mudança anti-sintática de um
modo, tempo ou gênero, em correspondência com outro”.
Trocando em miúdos: mudança do tempo, modo ou gênero com
alguma intenção estilística. Com relação aos verbos, consiste no
emprego de um tempo verbal diferente do que seria
normalmente utilizado.
Muitas vezes, a intenção é modificar o tempo para o presente.
Em textos jornalísticos, isso é muito comum. “FURACÃO
DESTRÓI CIDADES AMERICANAS”- o fato efetivamente já
ocorreu, pertence ao passado, mas o uso do presente tem a
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intenção de tornar o fato atual, imediato, como se a notícia
estivesse “fresquinha”.
“AMANHÃ EU VOU À FINAL DO CAMPEONATO.” – talvez a
intenção seja de trazer para o momento atual o fato que só se
realizará amanhã.
“EU IA À SUA CASA, MAS TIVE UM PROBLEMA.” – a forma
verbal apropriada é o Futuro do Pretérito (“Eu iria”), mas nada
impede essa substituição.
Item CORRETO.
Comentário.
Perceba que a única exigência é a correção gramatical, sem
falar nada sobre aspectos semânticos. Assim, está correta essa
proposição. Com o verbo no futuro do pretérito do indicativo
(seria), a construção ficaria no campo da possibilidade,
enquanto que o pretérito imperfeito (era) atribui um aspecto
verdadeiro, real.
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Uma profunda transformação tecnológica será promovida nos
bancos brasileiros neste primeiro semestre para que eles se
adaptem às normas determinadas pelo Banco Central (BC), que
prevêem a reestruturação do Sistema de Pagamentos Brasileiro
(SPB). O novo modelo entra em vigor no dia 1o de outubro,
quando já deve estar em funcionamento a transferência de
grandes valores com liquidação bruta em tempo real e o
monitoramento on line da conta reservas bancárias mantida no
BC, que se livrará da obrigação de cobrir os saldos negativos
deixados pelos bancos nas operações do dia-a-dia. Se, de um
lado, as cerca de 170 instituições financeiras movimentam-se
para modernizar seu aparato tecnológico, de outro as indústrias
de software travam uma batalha para conquistar uma fatia dos
investimentos que serão feitos.
(Gazeta Mercantil, 20/2/2001, com adaptações)
IV. O emprego do tempo presente em “entra em vigor” (l.6 e 7)
desrespeita as regras da conjugação verbal e da coerência
textual porque o texto pede que aí se empregue o futuro
entrará.
Item INCORRETO.
Comentário.
Não houve desrespeito algum a regras de conjugação verbal ou
de coerência textual. Mais uma vez, deslocou-se o tempo verbal
para o presente como recurso estilístico – tornar atual um fato
que pertence ao futuro.
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b) a perpétua Assentado de onde fases prestai-me
c) a vitalícia Aboletado donde conjunções presta-me
d) a perpétua Parado da qual casas preste-me
e) à vitalícia Estacionado donde conjunções prestai-me
GABARITO: C
Comentário:
Para concluir essa parte que trata de modos e tempos verbais,
vamos a uma das poucas questões da ESAF que tratam do
imperativo.
Por questões didáticas, vamos comentar somente a última
lacuna da questão, exatamente a que aborda o tópico ora
estudado.
Na hora da prova, quem começasse por essa lacuna iria resolver
a questão em um minuto.
No texto, percebe-se o uso da segunda pessoa do singular
(“tens”, “estás”, “és”). Para manter o paralelismo sintático, que
exige o mesmo tratamento no texto (2ª ou 3ª pessoa), a forma
verbal a ser usada será PRESTA, apresentada somente na
opção c.
Sobre a conjugação no imperativo, em vez de memorizar várias
regras, vamos guardar apenas a exceção.
A REGRA: Em se tratando de imperativo, emprega-se o
presente do subjuntivo.
São conjugados pelo presente do subjuntivo os verbos em todas
as pessoas (2ª do singular e do plural, 3ª do singular e do plural
e 1ª do plural) no imperativo negativo, e nas 3ª pessoas
(singular e plural) e 1ª pessoa do plural no imperativo
afirmativo. Essa é a regra.
Exemplo: “Venha para a Caixa você também” – 3ª pessoa do
singular (O comercial estava errado!!!).
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“Não nos deixeis cair em tentação” – 2ª pessoa do
plural (Ao se dirigir ao Pai, usa-se vós.)
Essa é a regra. Agora a exceção, que deve ser memorizada, por
ser em menor número.
A exceção fica por conta das segundas pessoas (tu e vós) no
imperativo afirmativo. Nessa conjugação, usa-se o presente do
indicativo, sem o “s” final.
RESUMO: No imperativo afirmativo, as 2ªs pessoas (singular e
plural) buscam a conjugação do presente do indicativo e tiram a
letra ‘s’. Todo o restante tem origem no presente do subjuntivo.
Exemplo:
1 - “Dize-me com quem andas, que eu te direi quem és.” - A
forma “dize” é a redução do presente do indicativo da 2ª pessoa
do singular (dizes – [s] = dize).
Detalhe: o verbo “dizer”, assim como todos que têm essa
terminação -zer, é um verbo abundante, que admite tanto “dize”
como “diz”, no imperativo.
2 – “Fazei de mim um instrumento de vossa paz.” – A forma
“fazei” é a conjugação no presente do indicativo da 2ª pessoa do
plural (vós fazeis), sem o “s”.
Aliás, esse segundo exemplo foi retirado de uma oração – a
Oração de São Francisco de Assis, que não é tão conhecida
quanto o “Pai Nosso”. No “Pai Nosso”, temos vários exemplos do
uso do imperativo, tanto afirmativo quanto negativo.
Dá-se a Deus a respeitosa forma de tratamento "vós", que,
como já vimos, é da segunda pessoa do plural. Em "Perdoai as
nossas ofensas", as pessoas que rezam dirigem-se ao Criador e
pedem a Ele que lhes perdoe as ofensas praticadas.
É para isso que também serve o imperativo. Além de ordem,
essa forma verbal pode expressar também súplica, desejo
ardente, que é como são feitos esses pedidos.
Na prece, “perdoai" e "livrai" ("perdoai as nossas
ofensas"/"livrai-nos do mal") estão no imperativo afirmativo,
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enquanto que "deixeis" ("não nos deixeis cair em tentação")
está no imperativo negativo.
"Perdoai" e "livrai" obedecem a um esquema que já vimos.
Como são conjugações de 2ª pessoa do plural, essas formas
vêm do presente do indicativo, sem o "s" final. Fazem parte da
EXCEÇÃO.
E "Não nos deixeis cair em tentação"? É da conjugação do
imperativo negativo e recai na REGRA GERAL, ou seja, se forma
a partir do presente do subjuntivo (que eu deixe, que tu deixes,
que ele deixe, que nós deixemos, que vós deixeis, que eles
deixem).
Na hora da dúvida, mesmo que você não seja católico, comece a
rezar o Pai Nosso e veja como se conjugam as formas verbais
no Imperativo. Mas, para dar certo, você deve aprender a rezar
direito!!!!
Na próxima aula, continuaremos a estudar pontos gramaticais
relativos a verbo.
Bons estudos e até lá.
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c) A prevalescência do alusivo na dinâmica dos tempos atuais
refere a força da realidade virtual, a que todos se entregam na
certeza de sua primazia.
d) O fato do patrimônio gerar empregos e receitas por meio do
turismo não abule o paradoxo de que nativos e visitantes se
distanciam do fenômeno cultural tanto quanto pessoas que,
longe daquelas paragens, pouco valor atribuem a heranças
destituídas de familiaridade.
e) As cidades perdem em qualidade estética porque não há, na
descaracterização avassaladora dos espaços urbanos, fontes
capazes de saciar prazeres que há muito deixaram de sê-lo, na
acaxapante rotina que uniformiza os cenários e robotiza o
cidadão.
(Ângelo Oswaldo, “A herança do futuro”, com adaptações)
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6 - (AFRF/2002-2)
A reforma tributária não pode ser realizada, na verdade, para
livrar o orçamento da sangria dos juros exorbitantes, embora
enfeitada com os argumentos apelativos, tanto da simplificação
fiscal para todo o empresariado quanto do milagre fiscal da
multiplicação dos empregos para os mais despossuídos.
Trata-se do contrário. Os de baixo vão, de fato, pagar mais e
não há garantia nenhuma da boa teoria econômica de que o
emprego possa crescer sem o planejamento de um projeto
nacional digno do nome, que defina e articule todas as
potencialidades existentes para tanto.
(Fátima Gondim Farias, “Reforma Tributária”, em Tributação
em revista, abril/junho de1999, com adaptações)
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pela sua _____________ força econômica, comercial e
tecnológica em face dos parceiros capitalistas tradicionais –
Europa Ocidental e Japão – que ________________ a
reconstrução de seus _________________ econômicos
destruídos pela guerra, mas também pelo relativo controle
exercido sobre as instituições de Bretton Woods – FMI, Banco
Mundial e Gatt – que determinavam o padrão de
comportamento esperado de economias colocadas em situação
de _____________ no quadro de uma mesma ordem liberal-
capitalista.
(Baseado em Paulo Roberto de Almeida)
a) detêem, proeminência, singular, desenvolvia, equipamentos,
interdependência
b) detiveram, preeminência, singular, empreendiam, aparelhos,
interdependência
c) deteriam, relevância, relevante, empreendia, aparelhos,
interdependência
d) detêm, proeminência, especial, empreendia, acervos,
independência
e) detêem, liderança, isolada, desenvolvia, equipamentos,
independência
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menos, uma operação de natureza monetária realizada junto a
um intermediário financeiro, em regra um banco comercial, que
recebe um depósito, paga um cheque, desconta um título ou
antecipa a realização de um crédito futuro. A estabilidade do
sistema que intermedeia as operações monetárias, portanto, é
fundamental para a própria segurança e estabilidade das
relações entre os agentes econômicos.
(www.bcb.gov.br)
Assinale a opção correta.
b) O emprego do modo indicativo em “corresponde”(l.5) deve
ser substituído pelo subjuntivo “corresponda” para que o texto
respeite a norma culta.
10 - (TRF 2002)
Quem não declarou no ano passado está classificado pela
Receita como “pendente”. Embora não tenha o CPF cancelado
agora, sua situação será considerada irregular perante a
Receita. O cancelamento do documento pode significar muitos
problemas, pois o CPF passou a ser mais solicitado do que a
carteira de identidade. Sem ele, é impossível abrir uma conta
bancária, comprar a prazo, prestar concurso público. Caso
ganhe em uma loteria, também será impedido de retirar o
prêmio.
(Correio Braziliense, 16/2/2002, com adaptações)
Assinale a opção correta a respeito das estruturas lingüísticas
do texto.
d) O emprego das duas formas verbais no subjuntivo,
“tenha”(l.3) e “ganhe”(l.11) justifica-se por exigência da
estrutura sintática em que ocorrem.
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extrapolarem os limites deste. A manifestação ofensiva a
respeito de outrem confunde os dois elementos no plano
individual.
(Walter Ceneviva, Moralidade como Fato Jurídico, com adaptações)
Assinale a opção incorreta a respeito das estruturas lingüísticas
do texto.
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circundantes de um mundo movido a violência. O Céu na Terra
– prometem a publicidade, o turismo, o novo equipamento
eletrônico, o banco, o cartão de crédito etc.
(Frei Betto)
Em relação às estruturas e às idéias do texto, assinale a opção
correta.
a) O emprego do futuro do pretérito em “resultaria”(l.1) indica
que o fenômeno a que essa forma verbal se refere está
impedido de ocorrer.
16 - (CVM 2000)
Chegamos a um ponto muito próximo da comunidade econômica
eficaz, com seus desdobramentos sobre o quotidiano coletivo, e
é possível que não nos encontremos longe de outros ideais
comunitários que as constituições preconizam, e que têm tão
longa história: a integração política, cultural e social. Se isso
não fosse possível ao longo de tanto tempo passado desde as
projeções bolivarianas, se nessa espera atravessamos um século
e já outro bate à nossa porta, há pelo menos uma convicção
generalizada no sentido de que os passos até agora dados são
seguros, não havendo mais risco de retrocesso. E não há dúvida
de que o êxito em empreendimentos econômicos comuns tem
como pressuposto o cenário político que o continente hoje
apresenta.
(Francisco Resek)
Em relação aos elementos constituintes do texto acima, assinale
a opção incorreta.
a) O verbo encontrar(l.2) está no subjuntivo por exigência da
estrutura anterior “é possível que”(l.4), que confere ao período
a idéia de probabilidade e não de certeza.
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subnacionais adquirem conotações negativas e geram efeitos
econômicos perversos em decorrência do caráter insuficiente ou
conjunturalmente inoperante do quadro político-institucional que
regula os conflitos federativos, o qual se revela incapaz de
garantir um equilíbrio mínimo entre interesses locais de forma a
evitar efeitos macroeconômicos e sociais perversos.”
(C. Cavalcanti & G. Prado, com adaptações)
b) Emergir é verbo defectivo, ao qual faltam as formas em que
ao radical se seguiria o ou a.
18 – (Assistente de Chancelaria/2002)
Segundo o noticiário, o Pentágono passou a propugnar o uso de
minibombas atômicas. Ou seja, armas nucleares para estourar
depósitos subterrâneos onde estariam escondidas armas
(nucleares, químicas, bacteriológicas) de destruição maciça. A
hipótese de banalização das armas atômicas, inscrita na
proposta do Pentágono, liquidaria os tratados internacionais de
nãoproliferação nuclear e jogaria o Brasil no meio da tormenta,
relançando a corrida nuclear.
(Luiz Felipe de Alencastro, Veja, 10/04/2002, com adaptações)
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e) Para manter a coerência no emprego dos tempos verbais, a
substituição do gerúndio “relançando”(l.11) por uma forma não-
nominal deve ser: e relançaria.
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(Adaptado de J. Carlos de Assis, A Crise da Economia enquanto Crise do
Trabalho)
Em relação ao texto, assinale a opção incorreta.
e) A preferência pela forma verbal seria no lugar de “era”(l.5)
mantém a correção gramatical do texto.
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b) a perpétua Assentado de onde fases prestai-me
c) a vitalícia Aboletado donde conjunções presta-me
d) a perpétua Parado da qual casas preste-me
e) à vitalícia Estacionado donde conjunções prestai-me
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CORRELAÇÃO VERBAL
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(Adaptado de Exame, 1/11/2000, p.135)
GABARITO: C
Comentário.
Questão recorrente nos mais recentes certames é
CORRELAÇÃO VERBAL, que consiste na articulação entre
as formas verbais no período. Os verbos estabelecem,
assim, uma correspondência entre si.
Na questão, estamos diante de uma correlação inadequada
na opção C. A forma “funcionaria” figura no plano da
hipótese. Assim, a forma verbal do verbo fazer deve
manter essa linha de raciocínio do fato contido em
“funcionaria”:“(...) a economia funcionaria de maneira
harmoniosa, regida por uma mão invisível que a faria viver
sempre em equilíbrio”
A forma verbal empregada – fazia - transmite uma idéia de
processo não concluído. Indica o que no passado era
freqüente ou contínuo, o que não encontra respaldo no
contexto.
Esse tipo de questão, normalmente, o candidato consegue
acertar usando o “ouvido”. Observe que alguma coisa
parece estar errada na construção: “Se você se
acomodasse com a situação, ela se tornará efetiva.”. Isso
acontece porque não houve correlação entre a forma verbal
da primeira oração (acomodasse) – que indica hipótese,
possibilidade - com a da segunda (tornará) – que indica
certeza.
A título de curiosidade (e somente com esse propósito –
nada de ficar decorando listas), seguem alguns exemplos
de construções corretas sob o aspecto de correlação verbal:
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d) “Gostaria que ele tivesse vindo.” – Pret.Imperf.Ind.+
Pret.Mais-que-perf.Comp.Subjuntivo
e) “Se você quiser o material, eu o trarei.” – Futuro do
Subjuntivo + Fut.Presente Indicativo
f) “Se você quisesse o livro, eu o traria.” -
Pret.Imperf.Subj.+ Fut.Pretérito do Indicativo
g) “Quando puder, lerei o seu material.” - Futuro Subj.+
Fut.Presente Indicativo
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mercado de trabalho tem custo bem mais elevado, mas são
poucos os países dispostos a pagá-lo.
(O Estado de S. Paulo - Notas e Informações, 22/4/2000, p. A3, com
adaptações)
Gabarito: B
Comentário.
Percebe-se erro de correlação verbal na passagem “Seria
assustador que 82% dos entrevistados não entenderam a
conta de juros reais”.
O primeiro verbo (seria), que pertence à oração principal,
situa o fato no campo da hipótese. Assim, o verbo da
oração a ele subordinada, com a função de sujeito
(Pergunta: o que seria assustador? Resposta: “que
82%...”), deve manter esse aspecto, com a conjugação no
modo subjuntivo – “Seria assustador que 82% dos
entrevistados não tivessem entendido a conta...”.
Contudo, extrai-se do contexto que a intenção foi retratar
um fato efetivamente. O verbo ser, por esse motivo,
deverá ter a conjugação no pretérito do indicativo (as
pesquisas ocorreram em 1998 e o texto é de 2000), e o
verbo da oração subordinada subjetiva (oração que tem a
função sintática de sujeito da oração principal) deve manter
essa correspondência (modelo c do comentário da questão
20), conjugando-se no pretérito perfeito composto do
subjuntivo.
Assim, seria melhor a construção:”Foi assustador que 82%
dos entrevistados não tenham entendido a conta dos
juros reais...”.
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mundo em desenvolvimento estão se tornando
marginalizados.
c) Na América Latina, por exemplo, “a integração global
aumentou ainda mais as desigualdades salariais”, e há uma
preocupação generalizada que o processo esteja levando
uma maior desigualdade no próprio interior dos países.
Essa desigualdade já alcançou os Estados em suas relações
assimétricas.
d) Embora Marx não estava pensando em escala global
quando falou da distância, que separa os ricos dos pobres
de forma crescente, essas previsões nunca pareceram tão
verdadeiras quanto hoje.
e) A inversão é apenas metodológica: trata-se do
relacionamento entre o primeiro e o terceiro mundo, com
os ricos ficando cada vez mais ricos e os pobres cada vez
mais pobres.
(Adaptado de Fernando Magalhães, “A globalização e as lições da
história”)
Gabarito: E
Comentário.
Somente os itens B e D interessam-nos.
No b, estamos diante de uma construção com termos
partitivos – grande parte de. Como o complemento, há um
termo no singular – mundo em desenvolvimento. Assim, só
resta uma única possibilidade de concordância – no singular
– está se tornando marginalizado. Sobre isso, iremos
voltar a comentar na aula apropriada.
O item d é o que realmente importa. A estrutura do
período, com o emprego da conjunção “embora”, exige que
o verbo seja conjugado no subjuntivo – “Embora Marx não
estivesse pensando (...), essas previsões nunca pareceram
tão verdadeiras.”
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c) Para que alcançamos tais objetivos, é indispensável que
o Sistema Tributário Nacional seja utilizado como
instrumento de distribuição de renda e redistribuição de
riqueza, com o apoio de outros mecanismos auxiliares.
d) A essência do direito é a sua aplicação prática – dever
das autoridades públicas. Os princípios constitucionais não
podem ser meras declarações de boas intenções, embora a
regra jurídica existe para agir sobre à realidade social.
Itens INCORRETOS.
Comentário.
c) O verbo alcançar está sendo empregado em situação
hipotética, estabelecendo com a oração seguinte uma
relação condicional. Além disso, é acompanhado da locução
conjuntiva “para que”, que leva o verbo para o subjuntivo.
Por isso, há necessidade de o verbo ser conjugado no
presente do subjuntivo – alcancemos.
d) Na última oração do segundo período, verificam-se dois
erros. O primeiro, de conjugação verbal. O verbo existir
deve estar no presente do subjuntivo, por pertencer a uma
oração subordinada adverbial concessiva, com o emprego
da conjunção “embora” (“embora a regra jurídica exista
para agir...”). Na seqüência, houve erro de crase (“sobre a
realidade social”). Contudo, por questões didáticas, não
iremos nos aprofundar nesse comentário deste erro.
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em esquema amplo e coerente de impostos sobre valor
adicionado. A grande questão - e é nisso que as propostas
________- é como fazer essa mudança.
(Adaptado de Rogério L. F. Werneck, Estado de S. Paulo,
27/10/2000)
a) volta a ser - tenham sido - fazia-se - requer -
divergissem
b) volte a serem - fossem - se fez - requeresse -
divergiram
c) volte a ser - tenham sido - se fazia - requeria -
divergem
d) volte sendo - eram - se faria - requeriam - divergirão
e) voltem a ser - tivessem sido - fazia - requerem -
diverge
Gabarito: C
Comentário.
Só com o preenchimento da primeira lacuna, o candidato
poderia acertar a questão.
Como o trecho indica um fato que se encontra no plano de
possibilidade (“É preciso...”), e não no plano da certeza,
eliminamos a opção a, que apresenta a estrutura verbal no
presente do indicativo (“volta a ser”).
Numa locução verbal, o verbo principal não se flexiona.
Assim, está descartada também a letra b.
A opção da letra d não confere nenhum sentido ao texto,
devendo ser eliminada (“volte sendo”).
Como o sujeito é “discussão” (“É preciso que a
discussão...”), o verbo auxiliar da locução verbal deverá
ficar no singular. Elimina-se, assim, a opção e (“voltem a
ser”).
De acordo com as considerações acima, verbo deverá ser
conjugado na terceira pessoa do singular do presente do
subjuntivo – “volte a ser”. Portanto, a resposta é a opção c.
Somente para fins didáticos, comentaremos as demais
lacunas.
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Na segunda lacuna, mais uma vez, a estrutura verbal situa-
se no campo da hipótese, sendo caso de conjugação no
modo subjuntivo. Se já não tivéssemos verificado o
gabarito, haveria duas opções válidas: fossem e tivessem
sido.
A terceira lacuna reproduz uma situação verbal pretérita.
Das alternativas apresentadas nas opções, a melhor indica
o verbo no Pretérito Imperfeito – fazia – acompanhado do
pronome “se” e do predicativo necessária, equivalente a
“que se tornava necessária” ou mesmo “que era
necessária”. Sem aprofundar o comentário, a única posição
possível do pronome “se” é proclítica, ou seja, deve
anteceder o verbo, por exigência do pronome relativo que.
Na seqüência, em correlação verbal com o verbo fazer, o
próximo verbo deverá ficar no Futuro do Pretérito, que, por
definição, indica uma situação futura em relação a uma
outra pretérita (“A reforma, que se fazia necessária
[situação pretérita], requereria [futura em relação à
outra] a eliminação dos tributos cumulativos”).
Por fim, a divergência das propostas de reforma tributária é
um fato real, concreto, que efetivamente ocorre. Deve o
verbo, pois, ser conjugado no presente do indicativo – as
propostas divergem. Além disso, deve haver
correspondência entre o tempo do verbo ser (“É nisso...”)
com o que segue (“divergem”).
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que o sujeito forma de determinado objeto coincida com
esse objeto.
(Gerd Bornheim. Racionalidade e acaso. fragmento)
LOCUÇÃO VERBAL
29 - (Técnico do IPEA 2004)
A Grande Depressão não foi apenas a maior crise de
desemprego da História, mas também a primeira crise de
desemprego nas grandes democracias ocidentais que se
abateu sobre um eleitorado constituído, principalmente, por
trabalhadores ameaçados pelo desemprego ou vítimas
diretas dele. O corpo político havia mudado. Não levar em
conta os interesses objetivos do eleitorado era um suicídio
político certo.
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(Adaptado de J. Carlos de Assis, A Crise da Economia enquanto Crise
do Trabalho)
Em relação ao texto, assinale a opção incorreta.
c) Caso a expressão “O corpo político”(l. 4 e 5) vá para o
plural, estaria gramaticalmente correto manter a expressão
“havia mudado” no singular, pois o verbo haver é
impessoal.
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Como num escritório, onde quem manda é o chefe e quem
trabalha é o empregado (ou você já viu algum chefe
trabalhando???), na locução verbal, quem exerce a função
de “chefe” é o verbo principal – ele fica “paradão”, só
mandando, e o pobre do auxiliar se flexiona de acordo com
as suas ordens.
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verbal, deverá obedecer à ordem e se flexionar também.
Assim, “Mistérios sempre hão de pintar.”.
Para treinarmos (e nos desestressarmos), mais uma
musiquinha do Gil, agora “Estrelas”:
Há de surgir
Uma estrela no céu cada vez que ‘ocê sorrir
Há de apagar
Uma estrela no céu cada vez que ‘ocê chorar
Agora, os verbos principais são “surgir” e “apagar”. “Uma
estrela surgirá”, “Uma estrela se apagará”. Logo, “Uma
estrela há de surgir” e “Uma estrela há de se apagar”. Se o
sujeito fosse para o plural, seria “Estrelas hão de surgir” e
“Estrelas hão de se apagar”.
Essa regra se aplica a todos os verbos que formam uma
locução verbal.
Quando os verbos componentes da locução estão próximos,
é menos corriqueiro o equívoco de flexão, por isso seriam
extremamente fáceis questões desse tipo.
Para aumentar a possibilidade de erro, a ESAF costuma
distanciar os verbos da locução, como em: "As certidões
deverão, sob pena de invalidade do ato e impedimento para
o registro, acompanharem o traslado da escritura" (corrija-
se para: deverão... acompanhar).
Uma simples junção dos verbos ora afastados poderia
evitar o erro.
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não pode ser tratado como um bloco único, seja
cronológica, seja geograficamente. Cronologicamente, ele
se distribui em três períodos: a era de guerras mundiais
centrada na Alemanha, a era de confronto entre as duas
superpotências e a era desde o fim do sistema de poder
internacional clássico. Chamarei a esses períodos de 1, 2 e
3. Geograficamente, o impacto das operações militares tem
sido desigual. Com uma exceção (a Guerra do Chaco), não
houve guerras entre Estados significantes (em oposição a
guerras civis) no hemisfério Ocidental no último século. Em
contrapartida, guerras entre Estados, não necessariamente
desconectadas do confronto global, permaneceram
endêmicas ao Oriente Médio e ao sul da Ásia, e guerras
maiores diretamente resultantes do confronto global
aconteceram no leste e no sudeste da Ásia. Mais
impressionante é a erosão da distinção entre combatentes
e não-combatentes. As duas guerras mundiais da primeira
metade do século envolveram toda a população dos países
beligerantes; tanto combatentes quanto não-combatentes
sofreram.
(Eric Hobsbawn, A epidemia da guerra, com adaptações)
Assinale a opção correta a respeito do emprego das
palavras e expressões do texto.
d) A forma verbal composta “tem sido”(l.22), por se
constituir com o auxiliar ser, indica uma oração de voz
passiva.
Item INCORRETO
Comentário.
Como vimos, os verbos ser e estar constroem locuções
verbais em orações de voz passiva analítica, enquanto que
os verbos ter e haver formam locuções de tempo
composto. O que a banca tentou foi induzir o candidato ao
erro no último trecho da questão “por constituir com o
auxiliar ser, indica uma oração de voz passiva”.
Tal assertiva estaria correta se não fosse o verbo ser, na
locução “tem sido”, o verbo principal, e não o auxiliar,
este representado pelo verbo ter.
Trata-se, pois, de tempo composto, e não de voz passiva.
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Gabarito:D
Comentário.
Por se tratar de uma locução verbal, o verbo principal
deverá permanecer na forma de infinitivo impessoal (sem
flexão).
Assim, a forma correta seria “buscam credenciar-se”.
Aproveitaremos para tratar, agora, dos casos em que o
infinitivo se flexiona.
FLEXÃO DO INFINITIVO
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jurídico-positiva, encontram-se em fase regressiva. Eles
podem até continuar existindo no plano legal,
sobrevivendo, em termos formais, aos processos de
tributação. Mas não têm mais condições de ser
efetivamente implementados no plano real (se é que o
foram, integralmente, um dia).
(Baseado em Mário Antônio Lobato de Paiva em
www.ambitojuridico.com.br)
a) Considerando que
b) por meio
c) continuarem
d) já não têm
e) serem
Gabarito: C
Comentário.
Trata-se de uma locução verbal “podem continuar
existindo”, não se admitindo a flexão do verbo “continuar”.
O único verbo que se flexiona é o primeiro auxiliar. Os
demais (segundo auxiliar e verbo principal) permanecem
em uma das formas nominais – infinitivo, gerúndio ou
particípio.
O que nos interessa nessa questão é sugestão de troca do
item e.
“Mas [os direitos humanos] não têm mais condições de ser
efetivamente implementados no plano real.”
A troca pelo infinitivo flexionado (serem) é válida, pelos
motivos a seguir expostos.
INFINITIVO
O infinitivo é uma das três formas nominais do verbo, junto
com o gerúndio e o particípio.
O infinitivo pode ser IMPESSOAL (não se flexiona em
número ou pessoa) ou PESSOAL (possui sujeito e com ele
pode concordar, havendo, nesse caso, flexão de número e
pessoa).
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O infinitivo PESSOAL pode se flexionar ou não, a depender
da construção.
Flexionar quer dizer conjugar em todas as pessoas, por
exemplo: vender, venderes, vender, vendermos,
venderem.
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2 - Prefere-se a não-flexão:
a) quando o sujeito (plural) das duas orações for o
mesmo:
Doenças desse tipo levam até cinco anos para ser
/ serem tratadas.
Eles estão para ser / serem expulsos.
Saíram sem ser / serem percebidos.
Os pedidos levaram dez dias para ser / serem
analisados.
b) quando se tem um adjetivo antes da preposição:
São obras dignas de ser / serem imitadas.
Os alimentos estavam prontos para ser / serem
comercializados.
As presas pareciam fáceis de ser / serem
apanhadas.
Apresentamos exercícios simples de ser / serem
feitos.
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Observe que se trata de PREFERÊNCIA, a depender da
ênfase que o autor queira dar. Não podemos tachar de
certo ou errado. Ao não flexionar, valoriza-se a ação; com a
flexão, dá-se ênfase ao sujeito que a pratica. Muitas vezes,
a escolha é feita por questão de eufonia ou de clareza
textual.
Encerramos esse comentário-aula com as palavras de
Pasquale Cipro Neto e Ulisses Infante (Gramática da Língua
Portuguesa, Editora Scipione) de que "o infinitivo constitui
um dos casos mais discutidos da língua portuguesa", e
"estabelecer regras para o uso de sua forma flexionada, por
exemplo, é tarefa difícil", e, "em muitos casos, a opção é
meramente estilística".
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Itens INCORRETOS.
Comentário.
Item III – exige-se, no item, que sejam mantidas as
relações semânticas (significado) e a correção gramatical.
Efetuando-se a troca sugerida, a oração seria:
É hora que os países ricos fizessem algumas concessões.
Além do prejuízo na correlação verbal entre “é” – presente
do indicativo que denota situação real – e “fizessem”-
pretérito do subjuntivo, indicando incerteza, haveria
também uma alteração no sentido original do texto. Item
incorreto, portanto.
Item IV – o sujeito da forma verbal é “países ricos”. Como
o sujeito está explícito e no plural, a única forma possível
para o infinitivo seria flexionado – fazerem – caso de
flexão obrigatória.
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A passagem é “Com o passar do tempo, instituições
financeiras e o comércio passaram a exigir o número do
documento para fazer várias operações...”.
Como o sujeito das duas orações é o mesmo (instituições
financeiras e o comércio), a flexão do infinitivo é
facultativa.
35 - (TRF 2002)
Quem não declarou no ano passado está classificado pela
Receita como “pendente”. Embora não tenha o CPF
cancelado agora, sua situação será considerada irregular
perante a Receita. O cancelamento do documento pode
significar muitos problemas, pois o CPF passou a ser mais
solicitado do que a carteira de identidade. Sem ele, é
impossível abrir uma conta bancária, comprar a prazo,
prestar concurso público. Caso ganhe em uma loteria,
também será impedido de retirar o prêmio.
(Correio Braziliense, 16/2/2002, com adaptações)
Assinale a opção correta a respeito das estruturas
lingüísticas do texto.
c) O infinitivo é não flexionado na locução verbal “passou a
ser”(l.7) porque complementa um verbo causativo.
Item INCORRETO.
Comentário.
Nesse caso, o infinitivo não foi flexionado por fazer parte de
uma locução verbal.
Os verbos causativos expressam noção de causa (deixar,
fazer, mandar, como “Mandei os alunos chegarem”,
“Fizeram-no confessar o crime.”) e, em construções com o
uso de infinitivo, este não se flexiona quando tem por
sujeito um forma pronominal átona (“Deixe-os sair.”).
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homem só não existe, mesmo quando solitário. Para se
construir e entender-se, o homem precisa pertencer. Essa
pertinência vai desde a linguagem, passa pelos grupos e
classes sociais e invade as culturas, os saberes, e até
mesmo as idiossincrasias. As sociedades não são
essencialmente harmônicas. Elas estão sempre se
transformando a partir dos conflitos e das contradições que
as fazem mover e se transformar. Assim, as sociedades
funcionam muito mais pela lógica das contradições que
pela lógica da identidade.
(Roberto de Aguiar, Ética e direitos humanos, com adaptações)
Assinale a substituição que preserva a correção gramatical
e a coerência do texto.
d) “mover”(l.11) > moverem
Item INCORRETO.
Comentário.
Para análise, é necessário transcrever toda a oração.
Elas [as sociedades] estão sempre se transformando a
partir dos conflitos e das contradições que as fazem mover
e se transformar.
Mais uma vez, a banca explorou a flexão do infinitivo com
verbos causativos e sensitivos.
O verbo fazer é um verbo causativo – exprime relação de
causa.
O que se extrai do trecho é que “Conflitos e contradições as
fazem [as = sociedades] mover.”
O sujeito do verbo fazer é “conflitos e contradições” e o
objeto direto é tudo que se segue ao verbo – “as mover”,
sendo que o pronome demonstrativo “as” está em
substituição à expressão “as sociedades”.
O objeto direto também está sob a forma oracional [as
mover], com sujeito (representado pelo pronome oblíquo
as) e um verbo (mover). Assim, como tem por sujeito uma
forma pronominal átona, o infinitivo não pode se
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flexionar. Trata-se de uma forma pessoal (possui sujeito)
sem flexão verbal.
Isso acontece em construções com VERBOS CAUSATIVOS
(fazer, permitir, deixar, mandar) e SENSITIVOS (que
expressam sensações – ouvir, sentir, ver), acompanhados
de PRONOMES ÁTONOS (que exercem a função de sujeito)
+ VERBOS NO INFINITIVO PESSOAL NÃO FLEXIONADO.
Assim, está incorreta a sugestão, pois o verbo no infinitivo
não poderia se flexionar (moverem).
Itens INCORRETOS.
Comentário.
Os verbos CONCORRER e HAVER fazem parte de locuções
verbais, na qualidade de, respectivamente, verbo principal
e verbo auxiliar.
“Se os indivíduos devem concorrer...” – o verbo principal
permanece no infinitivo impessoal.
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“[os indivíduos] hão de ter a garantia de...” - o verbo
auxiliar segue a flexão que teria o verbo principal. Como a
forma verbal ter iria se flexionar, para concordar com o
sujeito da ação (“os indivíduos terão...”), assim ficará o
verbo haver (hão de ter).
Item INCORRETO.
Comentário.
O infinitivo, na função de complemento nominal (completa
o sentido do substantivo modo), não possui sujeito e, em
virtude disso, não pode se flexionar.
São formas igualmente não flexionadas as em que o verbo
no infinitivo:
- esteja ligado a um adjetivo, apresentando uma idéia
passiva: “São coisas fáceis de fazer (de serem feitas)”;
- faça parte de uma locução verbal, inclusive no lugar de
uma forma no gerúndio: “Vamos estudar para a prova.”;
“Ela ficou a esperar (esperando) pelo marido ausente.”;
- se ligue a verbos causativos (deixar, mandar, fazer e
sinônimos) ou sensitivos (ver, ouvir, sentir e sinônimos) e
tenha como sujeito um pronome oblíquo: “Deixe-me ir”;
“Ouvi-os cantar pela casa.”.
VOZES VERBAIS
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39 - (TRF 2002) Assinale a opção em que uma das duas
possibilidades de redação está gramaticalmente incorreta.
a) A economia americana sobreviveu a muitos percalços e,
até o início da curta e moderada recessão, da qual parece
começar a emergir, conheceu nove anos de uma das mais
exuberantes expansões de sua história. / A economia
americana sobreviveu a muitos percalços e conheceu nove
anos de uma das mais exuberantes expansões de sua
história até o início da curta e moderada recessão, de que
parece começar a emergir.
b) O professor Paul Kennedy, figura expressiva da “escola
do declínio” na década de 80, confessa ter mudado de
posição. Temia o pior em 1985, quando o esforço militar
consumia 45% do PIB. / Figura expressiva da “escola do
declínio” na década de 80, o professor Paul Kennedy
confessa que mudou de posição. Temia o pior em 1985,
quando o esforço militar consumia 45% do PIB.
c) Pensa hoje que se tornou barato adquirir a hegemonia ao
preço de 3,8% de PIB florescente e produtividade que
permite encarar sem susto o momento próximo em que os
EUA gastarão com a defesa US$ 1 bilhão por dia. / Seu
pensamento hoje é esse: tornou-se barato adquirir a
hegemonia ao preço de 3,8% de PIB florescente e
produtividade que permite encarar sem susto o momento
próximo em que os EUA gastarão com a defesa US$ 1
bilhão por dia.
d) Não quer isso dizer que os americanos sejam
onipotentes ou possam ignorar para sempre alguns
ameaçadores desequilíbrios de sua economia e as reações
do resto do mundo. / Não quer isso dizer que os
americanos sejam onipotentes ou que alguns ameaçadores
desequilíbrios de sua economia e as reações do resto do
mundo possa por eles serem ignorados para sempre.
e) Significa apenas reconhecer que a atual configuração do
poder mundial está longe do declínio e que um país como
os Estados Unidos tem uma extraordinária capacidade para
recuperar-se de erros que para outros seriam
provavelmente fatais. / Significa apenas o reconhecimento
de que a atual configuração do poder mundial está longe do
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declínio e de que um país como os Estados Unidos tem uma
extraordinária capacidade para recuperar-se de erros que
para outros seriam provavelmente fatais.
(Itens adaptados de Rubens Ricupero)
Gabarito: D
Comentário.
Neste item, o segundo segmento apresenta um erro de
flexão na locução verbal. O correto seria “possam ser
ignorados”.
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sintética, especialmente com relação à conjugação
(tempo/modo) do verbo.
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verbal – o verbo irá concordar com o seu sujeito paciente e
ao seu lado será colocado um pronome, chamado de
pronome apassivador, porque é ele quem indica essa
construção. E também não existe a figura do AGENTE DA
PASSIVA. É praxe que, nessa estrutura sintética, o verbo
anteceda o sujeito paciente.
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Assim, estamos diante de uma locução verbal com dois
verbos auxiliares (possam + ser) e um principal
(ignorados). Somente o primeiro verbo auxiliar (possam)
deverá se flexionar, enquanto os demais se mantêm em
uma forma nominal (infinitivo, gerúndio ou particípio).
Finalmente, na voz reflexiva, o sujeito pratica e sofre,
concomitantemente, a ação expressa pelo verbo. Mais
adiante, comentaremos algumas das poucas questões da
ESAF que abordaram esse ponto do assunto.
Item CORRETO.
Comentário.
Abstraindo-se a questão relativa à colocação pronominal,
objeto de estudo posterior, na troca de “será promovida”
por “promover-se-á”, houve tão-somente a mudança da
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voz passiva analítica para a voz passiva sintética,
mantendo-se plenamente a correção gramatical.
Itens INCORRETOS.
Comentário.
A opção de letra “a” é incorreta, uma vez que, na voz
passiva, a ênfase recai sobre o sujeito paciente, que sofre a
ação verbal, no caso, “A reforma do estado”, e não no
agente da ação, representado pela função sintática de
agente da passiva. Não houve menção, na passagem, à
pessoa que pratica a ação verbal, ou seja, quem
efetivamente vê a reforma do Estado. Esse termo, na
estrutura, repetimos, estaria exercendo a função de agente
da passiva.
Já no item “d”, igualmente incorreto, temos um bom
exemplo de agente da passiva: “Diante do seu crescimento
excessivo no século XX, das esperanças demasiadamente
grandes que foram nele depositadas pelos socialistas...”.
Modificando a estrutura, para fins de análise, e colocando
na ordem direta, temos que: “Esperanças demasiadamente
grandes foram depositadas no século XX pelos socialistas.”.
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Dessa forma, podemos perceber uma estrutura de voz
passiva, na qual quem exerce a função de sujeito (sofre a
ação) é a expressão “esperanças demasiadamente
grandes” e quem pratica a ação verbal (agente da passiva)
é “socialistas”.
Item CORRETO.
As duas construções têm a mesma estrutura passiva (verbo
ser como segundo auxiliar), mas apresentam diferentes
aspectos. Na primeira, o verbo vir atribui um valor de
continuidade da ação, por ser um auxiliar modal (imputa à
locução uma idéia circunstancial). A segunda é uma locução
verbal de tempo composto.
Como a questão aborda exclusivamente aspectos
gramaticais, a substituição é possível, sem prejuízo para o
período.
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43 – (Técnico do IPEA/2004) Marque a substituição
proposta que preserva a coerência e a correção gramatical
do texto.
O conceito de ética é também algo estreitamente vinculado
ao sentimento dos povos, ao seu modo de viver e aos seus
costumes, como indica a raiz grega da palavra (ethos), e
tem naturalmente evoluído no seu conteúdo, como evoluem
esses costumes ao longo do tempo e da história.
(R. Saturnino Braga, Ética e política, com adaptações)
d) vem naturalmente evoluindo por “tem naturalmente
evoluído”(L.3 e 4)
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Item INCORRETO.
A questão aborda VOZ REFLEXIVA, situação em que o
sujeito pratica e sofre, ao mesmo tempo, a ação verbal. Por
isso, o verbo vem sempre acompanhado de um pronome
reflexivo (pentear-se, envenenar-se, enganar-se, superar-
se).
Na passagem, verifica-se que “o país irá lançar ‘a si
mesmo’ na vanguarda da modernidade”. Ao mesmo
tempo, pratica e sofre a ação. Logo, esse pronome é
reflexivo, e não forma sujeito indeterminado.
Item CORRETO.
Comentário.
Mais uma vez, verificamos o emprego de um pronome
reflexivo. Na passagem “O homem só não existe, mesmo
quando solitário. Para se construir e entender-se, o
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homem precisa pertencer.”, percebe-se que o homem irá
construir ‘a si mesmo’ e entender ‘a si mesmo’.
O item está correto, pois sugere uma troca válida. O
pronome reflexivo já estava expresso, ao lado do primeiro
verbo da relação, dispensando-se a sua repetição.
Item INCORRETO.
Comentário.
Perceba que a idéia apresentada no texto é a de que um
tipo de burguês sucede ao outro no tempo. Assim, esse é
um caso de pronome recíproco (mais de um agente
praticando a ação verbal contra os outros).
Só consegui localizar essa questão de prova da ESAF que
abordasse o uso de voz recíproca. Se alguém conhecer
outra, peço que encaminhe para mim.
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Grande abraço a todos, bons estudos e até a próxima.
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exemplo, na prestação de um eletrodoméstico. Na era da
informática, que tipo de oportunidade profissional pode ter
uma pessoa com tais carências de qualificação?
c) A pesquisa, realizada em várias cidades brasileiras,
entre a população de baixa escolaridade, entre 15 e 55
anos, mostrou que, entre 69% e 81% (conforme a região)
dos 2 mil entrevistados, quando solicitados a analisar texto
informativo simples, apenas reconheciam o tema, sem
assimilar o sentido do texto.
d) A oferta de escolaridade combate o analfabetismo
absoluto, como prova o caso brasileiro, mas não garante
capacidade de apreensão, compreensão e concentração que
os empregos modernos exigem.
e) Por isso a Unesco insiste em que é preciso “educação
de qualidade”. Alfabetizar custa pouco – o Comunidade
Solidária gasta US$ 34 per capita. Educar para o moderno
mercado de trabalho tem custo bem mais elevado, mas são
poucos os países dispostos a pagá-lo.
(O Estado de S. Paulo - Notas e Informações, 22/4/2000, p. A3, com
adaptações)
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d) Embora Marx não estava pensando em escala global
quando falou da distância, que separa os ricos dos pobres
de forma crescente, essas previsões nunca pareceram tão
verdadeiras quanto hoje.
e) A inversão é apenas metodológica: trata-se do
relacionamento entre o primeiro e o terceiro mundo, com
os ricos ficando cada vez mais ricos e os pobres cada vez
mais pobres.
(Adaptado de Fernando Magalhães, “A globalização e as lições da
história”)
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a) volta a ser - tenham sido - fazia-se - requer -
divergissem
b) volte a serem - fossem - se fez - requeresse -
divergiram
c) volte a ser - tenham sido - se fazia - requeria -
divergem
d) volte sendo - eram - se faria - requeriam - divergirão
e) voltem a ser - tivessem sido - fazia - requerem -
diverge
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A Grande Depressão não foi apenas a maior crise de
desemprego da História, mas também a primeira crise de
desemprego nas grandes democracias ocidentais que se
abateu sobre um eleitorado constituído, principalmente, por
trabalhadores ameaçados pelo desemprego ou vítimas
diretas dele. O corpo político havia mudado. Não levar em
conta os interesses objetivos do eleitorado era um suicídio
político certo.
(Adaptado de J. Carlos de Assis, A Crise da Economia enquanto Crise
do Trabalho)
Em relação ao texto, assinale a opção incorreta.
c) Caso a expressão “O corpo político”(l. 4 e 5) vá para o
plural, estaria gramaticalmente correto manter a expressão
“havia mudado” no singular, pois o verbo haver é
impessoal.
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maiores diretamente resultantes do confronto global
aconteceram no leste e no sudeste da Ásia. Mais
impressionante é a erosão da distinção entre combatentes
e não-combatentes. As duas guerras mundiais da primeira
metade do século envolveram toda a população dos países
beligerantes; tanto combatentes quanto não-combatentes
sofreram.
(Eric Hobsbawn, A epidemia da guerra, com adaptações)
Assinale a opção correta a respeito do emprego das
palavras e expressões do texto.
d) A forma verbal composta “tem sido”(l.22), por se
constituir com o auxiliar ser, indica uma oração de voz
passiva.
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podem até continuar existindo no plano legal,
sobrevivendo, em termos formais, aos processos de
tributação. Mas não têm mais condições de ser
efetivamente implementados no plano real (se é que o
foram, integralmente, um dia).
(Baseado em Mário Antônio Lobato de Paiva em
www.ambitojuridico.com.br)
a) Considerando que
b) por meio
c) continuarem
d) já não têm
e) serem
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34 - (TRF 2002) O CPF é hoje um dos documentos mais
utilizados no Brasil. Foi criado em 1965, com o objetivo de
identificar o contribuinte – pessoa física – perante a
Secretaria da Receita Federal e para que ela tivesse um
maior controle dos contribuintes brasileiros. Com o passar
do tempo, instituições financeiras e o comércio passaram a
exigir o número do documento para fazer várias operações,
como financiamentos, por exemplo. Enquanto o CPF é uma
forma de identificação do contribuinte, a carteira de
identidade tem a finalidade de identificar o cidadão por
meio da Secretaria de Segurança Pública.
(Correio Braziliense, 16/2/2002, com adaptações)
Assinale a opção correta a respeito do emprego das
palavras e expressões no texto.
c) O emprego do infinitivo flexionado, fazerem, no lugar
de “fazer”(l.7) mantém a coerência textual e a correção
gramatical.
35 - (TRF 2002)
Quem não declarou no ano passado está classificado pela
Receita como “pendente”. Embora não tenha o CPF
cancelado agora, sua situação será considerada irregular
perante a Receita. O cancelamento do documento pode
significar muitos problemas, pois o CPF passou a ser mais
solicitado do que a carteira de identidade. Sem ele, é
impossível abrir uma conta bancária, comprar a prazo,
prestar concurso público. Caso ganhe em uma loteria,
também será impedido de retirar o prêmio.
(Correio Braziliense, 16/2/2002, com adaptações)
Assinale a opção correta a respeito das estruturas
lingüísticas do texto.
c) O infinitivo é não flexionado na locução verbal “passou a
ser”(l.7) porque complementa um verbo causativo.
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As sociedades humanas são complexas e os seus membros
se atraem ou se repelem em função de sua pertinência. O
homem só não existe, mesmo quando solitário. Para se
construir e entender-se, o homem precisa pertencer. Essa
pertinência vai desde a linguagem, passa pelos grupos e
classes sociais e invade as culturas, os saberes, e até
mesmo as idiossincrasias. As sociedades não são
essencialmente harmônicas. Elas estão sempre se
transformando a partir dos conflitos e das contradições que
as fazem mover e se transformar. Assim, as sociedades
funcionam muito mais pela lógica das contradições que
pela lógica da identidade.
(Roberto de Aguiar, Ética e direitos humanos, com adaptações)
Assinale a substituição que preserva a correção gramatical
e a coerência do texto.
d) “mover”(l.11) > moverem
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O conceito de ética é também algo estreitamente vinculado
ao sentimento dos povos, ao seu modo de viver e aos seus
costumes, como indica a raiz grega da palavra (ethos), e
tem naturalmente evoluído no seu conteúdo, como evoluem
esses costumes ao longo do tempo e da história.
(R. Saturnino Braga, Ética e política, com adaptações)
b) viverem por “viver”(L.3)
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americanos sejam onipotentes ou que alguns ameaçadores
desequilíbrios de sua economia e as reações do resto do
mundo possa por eles serem ignorados para sempre.
e) Significa apenas reconhecer que a atual configuração do
poder mundial está longe do declínio e que um país como
os Estados Unidos tem uma extraordinária capacidade para
recuperar-se de erros que para outros seriam
provavelmente fatais. / Significa apenas o reconhecimento
de que a atual configuração do poder mundial está longe do
declínio e de que um país como os Estados Unidos tem uma
extraordinária capacidade para recuperar-se de erros que
para outros seriam provavelmente fatais.
(Itens adaptados de Rubens Ricupero)
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A reforma do Estado é vista freqüentemente como um
processo de redução do tamanho do Estado, que envolve a
delimitação de sua abrangência institucional e a redefinição
de seu papel. Diante do seu crescimento excessivo no
século XX, das esperanças demasiadamente grandes que
foram nele depositadas pelos socialistas e das distorções de
que o Estado afinal foi vítima, essa perspectiva é
absolutamente correta.
(Luiz Carlos Bresser Pereira, com adaptações)
a) O uso da voz passiva em “é vista”(l.1) é um recurso que
torna o agente da ação mais evidente.
d) A expressão “pelos socialistas”(l.7) exerce a função de
complemento nominal de “nele” (l.7).
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tem naturalmente evoluído no seu conteúdo, como evoluem
esses costumes ao longo do tempo e da história.
(R. Saturnino Braga, Ética e política, com adaptações)
d) vem naturalmente evoluindo por “tem naturalmente
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b) “entender-se”(l.4) > entender
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oração por oração (concordância, regência, pontuação
etc.).
Finalmente, lembramos que, como algumas questões
tratam de assuntos diversos em suas alternativas,
mantivemos o item que será objeto de análise e
comentário. Julgue, nesses casos, se o item está certo ou
errado, sem que isso represente o gabarito da questão.
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Gabarito: A
Comentário.
Esta questão foi escolhida para ser a primeira por ser um
verdadeiro “aulão” sobre concordância.
Cada opção apresenta uma regra aplicável ao assunto e, no
enunciado, solicita-se ao candidato que se indique a regra
cabível ao parágrafo. A resposta foi letra a.
“Aula” da opção a:
O verbo ser é um verbo bastante especial. Por estabelecer
uma relação entre o sujeito e o seu predicativo, a
concordância pode se dar tanto com o primeiro quanto com
o segundo elemento. Há, contudo, algumas regras que
prevalecem sobre essa faculdade.
Qualquer que seja a sua função sintática (sujeito ou
predicativo), prevalece a concordância com o elemento que
estiver representado por:
1ª – um pronome pessoal reto: “Todo eu era olhos e
coração. (Machado de Assis)”;
2ª – uma pessoa, em detrimento de outro que seja uma
“coisa” (substantivo, pronome substantivo, oração
substantiva): “Ovídio é muitos poetas ao mesmo tempo, e
todos excelentes.” (A.F.Castilho).
Observe que no item ‘c’ há menção sobre essa
concordância: havendo elementos personativos em ambas
as funções, a concordância é facultativa com o sujeito ou
com o predicado, a não ser que em um deles haja um
pronome pessoal, caso em que prevalece a concordância
com este elemento (cai na 1ª regra de prevalência).
Quando os dois elementos (do sujeito e do predicativo)
forem “coisas” (substantivos, pronomes substantivos,
orações substantivas), a concordância é facultativa, dando-
se preferência à concordância com o elemento no plural:
“Na vida, nem tudo são flores.”, “O resto são atributos
sem importância.”
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Voltando à questão, no parágrafo destacado, o verbo ser
tem por sujeito “o principal problema do sistema tributário
nacional” (núcleo: problema) e por predicativo do sujeito
“as contribuições”. Assim, os dois elementos são “coisas” e
a concordância se faz, preferencialmente, com o elemento
plural – no caso, com o predicativo.
“Aula” da opção b:
A regra exposta pelo item b refere-se à concordância em
frases que contenham a expressão “é que”.
Vamos à lição de Celso Cunha e Lindley Cintra, em Nova
Gramática do Português Contemporâneo:
“A locução é que é invariável e vem sempre colocada entre
o sujeito da oração e o verbo a que ele se refere. Assim:
‘José é que trabalhou, mas os irmãos é que se
aproveitaram do seu esforço.’.”
Perceba que a locução poderia ser retirada sem prejuízo
para o período: “José trabalhou, mas os irmãos se
aproveitaram do seu esforço.”.
Por isso, é classificada como uma locução denotativa de
realce, que tem a única função de destacar os termos que
acompanha (no caso, os substantivos José e irmãos,
respectivamente).
E continuam os professores:
“É uma construção fixa, que não deve ser confundida com
outra semelhante, mas móvel, em que o verbo ser
antecede o sujeito e passa, naturalmente, a concordar com
ele e a harmonizar-se com o tempo dos outros verbos.
Compare-se, por exemplo, ao anterior o seguinte exemplo:
‘José é que trabalhou, mas foram os irmãos que se
aproveitaram do seu esforço.’
Ou este:
‘Foi José que trabalhou, mas os irmãos é que se
aproveitaram do seu esforço.’
Também não deve ser confundido com a expressão de
realce é que o encontro da forma verbal é com a
conjunção integrante que em contextos do tipo: ‘Bom é
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que não haja mais discussões.’ equivalente a ‘É bom que
não haja mais discussões.’.”
Nesse último caso, a conjunção integrante que introduz
uma oração que exerce a função sintática de sujeito da
oração principal:
[É bom] – oração principal – PERGUNTA-SE: O que é
bom?
[que não haja mais discussões] – oração subordinada
subjetiva
“Aula” da opção c:
Em se tratando da concordância do verbo ser em um
predicado nominal (verbo de ligação), em que existem
sujeito e predicativo do sujeito, há algumas regras de
prevalência:
1º) A concordância com um pronome pessoal prevalece
sobre todos os demais elementos, exerça o pronome a
função de sujeito ou de predicativo. Ex: Suas esperanças
(coisa – substantivo) no casamento era eu.
2º) Na sua ausência, a concordância o termo que se refira a
uma pessoa (personativo) prevalece sobre o que
representa uma “coisa” (por “coisa” entenda-se um
substantivo, um pronome substantivo ou uma oração
substantiva). Ex: Santo Antônio (pessoa) era as
esperanças (coisa – substantivo) da solteirona.
Se ambos forem personativos, a concordância com
qualquer dos termos é facultativa (sujeito ou predicativo).
3º) Se ambos os elementos forem “coisas”, a concordância
é facultativa com qualquer dos elementos, preferindo-se
aquela feita com o termo no plural. Ex: Tudo (coisa -
pronome substantivo) são flores (coisa - substantivo).
Em resumo, na concordância verbal com o verbo ser:
• entre PRONOME PESSOAL x COISA/PESSOA –
prevalece PRONOME;
• entre PESSOA x COISA – prevalece PESSOA;
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• entre COISA x COISA – concordância facultativa,
PREFERÊNCIA para o termo no plural.
“Aula” da opção d:
Texto original do Manual de Redação da Presidência da
República:
“Expressões de sentido quantitativo (grande número de,
grande quantidade de, parte de, grande parte de, a maioria
de, a maior parte de, etc), também chamadas de termos
partitivos, por indicar parte de um todo, acompanhadas de
complemento no plural, admitem concordância verbal no
singular, estabelecendo a concordância com o núcleo do
conjunto – concordância gramatical ou lógica, ou no plural,
concordando com o complemento – concordância atrativa
ou ideológica:
‘A maioria dos condenados acabou (ou acabaram) por
confessar sua culpa.’
‘Um grande número de Estados aprovaram (ou
aprovou) a Resolução da ONU.’
‘Metade dos Deputados repudiou (ou repudiaram) as
medidas.’.”
“Aula” da opção e:
Por série aditiva enfática entendemos todas as expressões
que enumerem elementos de mesma função sintática, no
caso, sujeito, com o mesmo sentido da conjunção aditiva
‘e’: não só... mas também; não só... como.
Sobre esse ponto do assunto, contudo, há divergência
doutrinária.
Enquanto o mestre Evanildo Bechara, como vimos, faculta a
flexão verbal, Celso Cunha e Lindley Cintra (obra citada)
destacam que, se não houver pausa entre os sujeitos (e,
portanto, não houver vírgula), o verbo irá para o plural:
“Qualquer se persuadirá de que não só a nação mas
também o príncipe estariam pobres.”
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Observe como foi tratado esse assunto em outra prova da
ESAF.
2 -(Assistente de Chancelaria/2002)
As viagens ao exterior e os encontros com figurões
estrangeiros constituem, desde o reinado de Dom Pedro II,
um trunfo na estratégia das lideranças brasileiras. De fato,
as críticas às viagens internacionais do Presidente da
República ou de outros dirigentes parecem
despropositadas. Tanto o governo como a oposição devem
reposicionar os interesses brasileiros num mundo em plena
mutação. O problema que se coloca é de outra natureza e
se resume numa interrogação pouco formulada na
campanha presidencial: quais devem ser os rumos de
nossa diplomacia?
(Luiz Felipe de Alencastro, Veja, 10/04/2002, com
adaptações)
Assinale a relação de condição incorreta a respeito do
emprego das estruturas lingüísticas no texto.
d) o conectivo “Tanto...como”(l.6) for substituído por Não
só ... mas também, o verbo seguinte pode ser empregado
no plural, “devem”(l.6), ou no singular, deve.
Item CORRETO
Comentário.
Foi considerada correta a faculdade de flexão, mesmo a
série aditiva estando sem pausa, ou seja, sem vírgulas.
Logo, a partir dessas duas questões, podemos afirmar que
o entendimento da ESAF é que, em séries aditivas
enfáticas, o sujeito poderá facultativamente se flexionar no
singular ou no plural, com ou sem pausa.
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“A ‘Guerra Fiscal’ pertence a uma classe geral de
fenômenos que emergem quando iniciativas políticas dos
Governos subnacionais adquirem conotações negativas e
geram efeitos econômicos perversos em decorrência do
caráter insuficiente ou conjunturalmente inoperante do
quadro político-institucional que regula os conflitos
federativos, o qual se revela incapaz de garantir um
equilíbrio mínimo entre interesses locais de forma a evitar
efeitos macroeconômicos e sociais perversos.”
(C. Cavalcanti & G. Prado, com adaptações)
a) A forma verbal “emergem”(l.2), flexionada no plural,
constitui incorreção, pois sua concordância deve se dar com
o substantivo “classe”(l.1), núcleo do grupo nominal “classe
geral de fenômenos”.
Item INCORRETO.
Comentário.
Pronome relativo é assim chamado por fazer referência a
algum outro termo (substantivo, pronome substantivo,
oração substantiva) já mencionado anteriormente
(ANTECEDENTE).
O pronome relativo dá início a uma oração que atribui a
esse antecedente uma característica, estado ou condição.
Por esse motivo, a oração iniciada pelo pronome relativo é
uma oração subordinada adjetiva. Assim, concluímos que
SEMPRE UM PRONOME RELATIVO DÁ INÍCIO A UMA
ORAÇÃO ADJETIVA.
Para respeitar as regras de concordância, deve-se observar
a qual termo o pronome relativo está se referindo, e com
ele será feita a concordância verbal.
No caso da questão de prova, iremos reproduzir
parcialmente a passagem para melhor análise:
“A ‘Guerra Fiscal’ pertence a uma classe geral de
fenômenos que emergem quando iniciativas políticas
dos Governos subnacionais adquirem conotações
negativas”
Nesse período composto, há três orações:
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1ª – oração principal – “A ‘Guerra Fiscal’ pertence a uma
classe geral de fenômenos”
2ª – oração subordinada adjetiva – “que emergem” –
restringe o conceito do substantivo fenômenos.
3ª – oração subordinada adverbial – “quando iniciativas
políticas dos Governos subnacionais adquirem conotações
negativas” – apresenta uma idéia circunstancial de
momento.
Note que o sujeito da oração adjetiva “que emergem” é o
pronome relativo que. O substantivo fenômenos pertence
à oração principal. Contudo, é como se o pronome relativo
somente estivesse “ocupando o lugar” de fenômenos na
oração adjetiva – ele exerce a função de sujeito do verbo
emergir, mas a concordância deve ser feita com a palavra
que está substituindo – fenômenos.
Até imagino o pronome relativo falando para o verbo “Olha
só, sou eu o seu chefe substituto, mas quem manda
mesmo é o meu patrão, o termo a quem eu me refiro, ou
seja, o meu referente - fenômenos. Aqui, só estou
ocupando um lugar que seria dele (“fenômenos
emergem”). Então, se você quiser concordar com alguém,
concorde com ele, ok?”.
Percebe-se que o pronome relativo que tem por
antecedente o substantivo fenômenos (o que emerge não
é a classe, mas os fenômenos), e por isso correta estaria a
flexão do verbo no plural (emergem).
Item INCORRETO.
Comentário.
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Em outra ordem, a última parte da construção equivale a
“desqualificando, ao mesmo tempo, como dinossauros pré-
históricos, os que resiste a eles”.
Nessa estrutura, você percebeu a incorreção gramatical?
Mais uma vez, o sujeito da forma verbal é um pronome
relativo que.
O pronome relativo remete a concordância ao termo
antecedente a que se refere. No caso, o referente é o
demonstrativo “os”, equivalente a “aqueles”; por isso, o
verbo deverá ser conjugado na 3ª pessoa do plural – na
ordem direta “desqualificando os que resistem a ele.”, ou
na ordem apresentada no texto: “desqualificando os que a
ele resistem.”.
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e) E
GABARITO: B
Comentário.
Quando um verbo de transitividade direta ou direta e
indireta estiver acompanhado do pronome se, todo cuidado
é pouco: poderemos estar diante de uma construção de voz
passiva.
Para confirmação, temos de fazer duas perguntas:
1 – O verbo é transitivo direto (TD) ou transitivo direto e
indireto (TDI)?
2 – Existe uma idéia passiva na construção?
Se ambas as respostas forem SIM, estamos diante de uma
construção de voz passiva e, então, o verbo deverá se
flexionar de acordo com o sujeito paciente.
A existência de um objeto direto na transitividade do verbo
é necessária pois, como vimos na aula sobre verbos, o
objeto direto da construção de voz ativa irá exercer a
função essencial de sujeito da voz passiva.
Na questão de prova ora comentada, “o que se procuravam
eram animais exóticos”, temos de fazer duas análises: a
primeira, em relação à construção:
1ª pergunta: O verbo é transitivo direto (TD) ou transitivo
direto e indireto (TDI)?
Resposta: O verbo procurar é transitivo direto (alguém
procura alguma coisa).
2ª pergunta: Existe uma idéia passiva na construção?
Resposta: Sim, existe idéia passiva – os animais eram
procurados.
Conclusão: temos uma construção de voz passiva.
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Período composto: “o | que se procuravam |eram animais
exóticos”
1ª oração: o [pronome demonstrativo = aquilo] eram
animais exóticos – ORAÇÃO PRINCIPAL
2ª oração: que se procuravam – ORAÇÃO SUBORDINADA
ADJETIVA
O pronome que é relativo e tem como antecedente o
pronome demonstrativo o. Por isso, o verbo que o segue
deverá ficar no singular.
Para melhor compreensão, iremos fazer a substituição do
pronome relativo QUE pelo termo que substitui, o pronome
demonstrativo “o”. Para simplificar ainda mais, em vez de
“o”, colocaremos “aquilo”, seu equivalente.
“que se procurava” - “aquilo se procurava” = AQUILO era
procurado.
Viu? O verbo só poderá ficar no singular.
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No próximo ano, estará a Declaração Universal de Direitos
Humanos completando seu cinqüentenário, no limiar do
novo século. Ao longo das cinco últimas décadas,
testemunhamos o processo histórico de gradual formação,
consolidação, expansão e aperfeiçoamento da proteção
internacional dos direitos humanos, conformando(A) um
direito de proteção dotado de especificidade própria. Esse
processo partiu das premissas de que(B) os direitos
humanos são inerentes ao ser humano e, como tais(C)
antecedem a(D) todas as formas de organização política, e
de que sua proteção não se esgota na ação do Estado. Ao
longo deste meio século, como respostas às necessidades
de proteção, tem-se(E) multiplicado os tratados e
instrumentos de direitos humanos, a partir da Declaração
Universal de 1948, tida como ponto de partida do processo
de generalização da proteção internacional dos direitos
humanos.
(Baseado em Antônio Augusto Cançado Trindade)
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
Gabarito: E
Comentário.
Mais uma vez, estamos diante de um verbo acompanhado
de um pronome se, o que poderá ser um caso de
construção de voz passiva.
Vamos, então, responder às perguntas de confirmação:
1 – É um verbo transitivo direto (TD) ou direto e indireto
(TDI)?
Como não se trata de um verbo, mas de uma locução
verbal, temos de analisar a transitividade do verbo principal
da locução – multiplicar. Na construção, este é um verbo
transitivo direto – ‘Alguém/alguma coisa multiplicou os
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tratados e os instrumentos de direitos humanos.’. Sim, é
TD.
2 – Há idéia passiva? Sim, ‘os tratados e os instrumentos
de direitos humanos foram multiplicados.’
Conclusão: CONSTRUÇÃO DE VOZ PASSIVA.
Relembre que a flexão verbal numa locução: quem se
modifica é o verbo auxiliar (ter) mas da maneira que o
principal (multiplicar) o faria. Assim, a construção verbal
correta, em concordância com o sujeito representado por
“os tratados e os instrumentos de direitos humanos”, é
têm-se multiplicado.
Item CORRETO
Comentário.
Novamente, verbo acompanhado do pronome se. Vamos às
perguntas:
1- É verbo TD ou TDI?
Sim. Na locução “poder discernir”, a transitividade de
discernir (verbo principal) é DIRETA, pois significa
diferenciar, distinguir, discriminar.
2 – Há idéia passiva?
Sim, duas espécies de leis federativas poderão ser
discernidas, ou seja, diferenciadas.
Então, trata-se de voz passiva e o verbo auxiliar deverá
flexionar-se de acordo com o núcleo do sujeito paciente –
espécies – e ir para o plural – podem-se discernir.
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Haveria uma outra possibilidade de construção: “pode-se
discernir duas espécies bem visíveis: leis federais
intransitivas e transitivas.”
Neste caso, o sujeito da forma verbal “pode-se” é a oração
reduzida de infinitivo “discernir duas espécies...”. Esse tipo
de construção é possível com os verbos PODER, DEVER e
outros. Um outro exemplo:
1 - Devem-se manter os animais nas jaulas. – Os animais
devem ser mantidos nas jaulas. – construção de voz
passiva = verbo auxiliar concorda com o núcleo do sujeito:
animais.
2 – Deve-se manter os animais nas jaulas – Deve-se
[manter os animais nas jaulas] - sujeito oracional =
verbo na 3ª pessoa do singular.
São formas igualmente válidas, cada uma com uma análise
sintática diferente. Esse ponto pode ser objeto de questão
do tipo “com barrinha no meio”, cujo enunciado costuma
ser “assinale a opção em que os dois períodos estão
corretos”.
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Constituição, para editar normas gerais de licitação e
contratação.
d) E, ao fazê-lo, inseriu dispositivo não pertinente a esse
campo, mas sim ao direito financeiro.
e) Mas também aí a competência para legislar, embora
concorrentemente com os Estados e Distrito Federal, foi
atribuída à União pelo artigo 24, inciso I, da Constituição.
(Baseado em Austen da Silva Oliveira)
Gabarito: B
Comentário.
Observe como a concordância verbal, em construção de voz
passiva pronominal, é constantemente objeto de questões
da ESAF. Por isso, temos de treinar bastante essa análise.
Quando o enunciado aborda erro de construção sintática,
esse erro pode estar em sintaxe de concordância, de
regência, de colocação, ou seja, deve-se analisar cada
oração com bastante critério para perceber o equívoco.
Como mencionei lá no começo, é para “andar pisando em
ovos”.
No item B, o erro foi com relação à flexão do verbo
estabelecer. Este verbo está acompanhado do pronome
se e, por isso, vamos à análise:
1 – É verbo TD ou TDI? Sim. Alguém estabeleceu
obrigações de pagamento.
2 – Há idéia passiva? Sim. As obrigações foram
estabelecidas.
Conclusão: VOZ PASSIVA.
Sujeito: obrigações de pagamento
Núcleo do sujeito: obrigações
Construção correta: “se estabeleçam obrigações de
pagamento”
O outro erro refere-se à concordância nominal, logo na
seqüência: o que será “mantida”?
Resposta: “as condições efetivas da proposta”.
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Como o núcleo do sintagma nominal é condições, o
adjetivo a ele correspondente deverá se flexionar no gênero
feminino e número plural – mantidas, ficando assim: “...
assegurando que nos certames é preciso haver ‘igualdade
de condições’ entre os concorrentes e que nos contratos ‘se
estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as
condições efetivas da proposta’.” .
GABARITO: D
Comentário.
Primeiramente, uma locução verbal acompanhada de
pronome ‘se’ requer análise:
1- o verbo principal (perceber) é TD ou TDI? Sim.
2- Há idéia passiva? Sim – Algo foi sendo percebido.
Conclusão: construção de voz passiva.
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Acontece que o sujeito não está expresso na forma de um
nome (substantivo), mas de uma oração (subordinada)
substantiva. Pergunta-se: o que foi sendo percebido?
Resposta: “que os problemas daquela região são...” – o
sujeito da forma verbal está representada por uma oração.
No caso de sujeito oracional, o verbo DEVE FICAR na 3ª
pessoa do singular (“foi-se percebendo que os
problemas daquela região são...”).
Gabarito: D
Comentário.
Não existe registro do vocábulo PREEMENTE, mas de
PREMENTE, que significa “urgente”, aplicável ao contexto.
Talvez a banca tenha tentado associar esse vocábulo
inexistente ao substantivo PREEMINÊNCIA
(superioridade/grandeza) ou ao adjetivo PREEMINENTE.
O que nos interessa nessa questão é comentar o item (2),
em que temos um bom exemplo de sujeito oracional
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anteposto a um predicado nominal. Por ser “neutro”, o
sujeito representado sob a forma de uma oração mantém o
verbo no singular e, conseqüentemente, da mesma forma,
o predicativo do sujeito (é preciso). Nesse caso, o sujeito
composto está representado pelas três orações reduzidas
de infinitivo: (1ª) aproveitar essas condições, (2ª)
multiplicar o seu efeito benéfico, (3ª) pô-las a serviço de
interesses muito claros – ... – do Brasil em suas relações
com o mundo exterior.
11 - (TCE ES/2001)
O pensamento moral da Ilustração baseava-se em três
idéias centrais: a idéia de que a moral podia ter um
fundamento secular; a idéia de que o indivíduo,
considerado como célula elementar da sociedade, tinha
direito à auto-realização e à felicidade e podia descentrar-
se com relação à vida comunitária, criticando-a de fora; e a
idéia de que existe uma natureza humana universal, de que
existem princípios universais de validação ética, e de que
existe um pequeno núcleo de normas materiais universais.
(Sérgio Paulo Rouanet)
Assinale a opção que está incorreta em relação ao texto.
d) A expressão "baseava-se" (l.1) pode, sem prejuízo para
a correção gramatical do período, ser substituída por eram
baseados.
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substantivo pensamento, a forma correta seria era
baseado.
Deve-se tomar muito cuidado para manter a flexão de
número (singular), de tempo (pretérito imperfeito) e de
modo (indicativo) na transposição de vozes verbais.
12 - (AFC 2002)
Os argumentos em favor da política industrial mudam, mas
em geral eles continuam sofrendo da mesma falta de
embasamento econômico. Um deles, que vem sendo
repetido de uns tempos para cá, é o da economia de
divisas. Identifica-se um item de peso na pauta de
importações como, por exemplo, componentes eletrônicos.
Ora, se o dispêndio com este produto é alto, por que então
não fazer com que ele seja produzido no país por meio de
uma política industrial ativa, poupando-se, desta forma,
moeda forte?
(Adaptado de Cláudio Haddad)
Assinale, entre as substituições sugeridas, a que está em
desacordo com a norma culta.
d) “Identifica-se”(l.5) por É identificado
Item CORRETO.
Comentário.
Repete-se a exigência de troca da voz passiva pronominal
(sintética) para voz passiva analítica, desta vez com
correção.
Foram preservados o tempo e o modo verbal (presente do
indicativo), bem como respeitada a concordância com o
sujeito paciente, que tem como núcleo o substantivo
masculino singular item (“Identifica-se um item de peso”)
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CD e não recebe, simplesmente "deleta" o endereço da loja
virtual pisou na bola.
d) A reação contrária do consumidor é desmezurada. Na
rede esperam-se serviço nota 1000 - ou nada aquém disso.
Itens INCORRETOS
Comentário.
Erro da opção a: quem mostra que a tolerância ao erro no
comércio eletrônico é zero são as pesquisas. Por isso, o
verbo mostrar deveria estar no plural – “Pesquisas nos
Estados Unidos mostram...”.
Erro da opção d: além do erro na grafia de
desmensuradas, houve um erro de sintaxe de
concordância.
O verbo esperar (na construção, transitivo direto) está
acompanhado do pronome se e apresenta uma idéia
passiva (serviço nota 1000 é esperado pelo consumidor), o
que nos leva a concluir que se trata de uma construção de
voz passiva pronominal, cujo verbo deve estar de acordo
com o sujeito paciente (serviço). A construção correta,
portanto, seria “Na rede, espera-se serviço nota 1000”).
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Item INCORRETO.
Comentário.
Vamos definir, agora, as diferenças entre o pronome
apassivador “se” e o índice de indeterminação do sujeito
“se”: a transitividade do verbo dentro da oração e a idéia
que o contexto oracional apresenta (se passiva ou ativa).
Como vimos reiteradas vezes, o verbo transitivo direto (TD)
e transitivo direto e indireto (TDI), por possuírem o
complemento direto, podem formar uma estrutura de voz
passiva, já que o objeto direto irá exercer, nessa
construção, a função sintática de sujeito paciente.
Na construção de voz passiva, o verbo deverá fazer a
concordância com o sujeito paciente:
Viam-se ao longe as primeiras casas (verbo transitivo
direto)
Ofereceu-se um grande prêmio ao primeiro colocado.
(verbo transitivo direto e indireto).
Além da transitividade do verbo, deve haver uma idéia
passiva do elemento que exerce a função de sujeito (como
nos exemplos acima: as casas eram vistas / o prêmio era
oferecido)
Os demais verbos (transitivo indireto, intransitivo, verbo de
ligação), se estiverem acompanhados do pronome “se”,
estarão formando o sujeito indeterminado e o pronome
correspondente chama-se índice ou partícula de
indeterminação do sujeito.
Usa-se construção de sujeito indeterminado quando não se
sabe - ou não se quer dizer – quem pratica/praticou a ação
verbal. Também é usado em orações de sentido genérico,
vago. São duas as formas de construção:
1 - o verbo (exceto transitivo direto ou direto e indireto)
permanece na 3ª pessoa do singular acompanhado do
pronome se (índice / partícula de indeterminação):
Necessitava-se, naqueles dias, de novas esperanças.
(verbo transitivo indireto)
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Estava-se muito feliz com o resultado das provas.
(verbo de ligação)
Morria-se de tédio nas noites de inverno.(verbo
intransitivo)
2 – o verbo (qualquer que seja sua transitividade na
construção), sem o pronome, fica na 3ª pessoa do singular:
Desviaram dinheiro dos cofres públicos.
Bateram na porta.
Falaram mal de você.
Na questão da ESAF, o verbo situar – transitivo direto
(alguém situa alguma coisa) – apresenta ao sujeito uma
idéia passiva (que o espírito humano seja situado). Por
isso, constrói voz passiva pronominal, cujo verbo deverá
concordar com o sujeito. A afirmação do item e, portanto,
não procede.
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Item INCORRETO.
Comentário.
Observe que o verbo tratar foi, mais uma vez,
indevidamente flexionado. Por fazer parte de um sujeito
indeterminado, o verbo deve ficar na 3ª pessoa do singular.
A construção correta, portanto, seria “não se trata de
projeções utópicas”.
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Gabarito: E
Comentário.
Por formar uma estrutura oracional de sujeito
indeterminado, a expressão “trata-se de” não admite
sujeito, como o apresentado na introdução do item e (“Esta
revolução trata-se de...”).
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18 - (CVM 2000) Marque o segmento do texto que contém
erro de estruturação sintática.
a) Já se tornou lugar-comum afirmar que investir em
ciência e tecnologia é condição necessária para o
desenvolvimento de um país.
b) Se essa afirmação pode ser considerada consensual, não
o é a compreensão acerca de qual tipo de investimento
deve ser feito.
c) De fato, pode-se afirmar que a forma de financiamento
para ciência e tecnologia é dependente da visão que o
governo tem do desenvolvimento da sociedade.
d) Não foi por outro motivo que, durante o regime militar,
se optaram por pesados investimentos na construção de
um aparato de pesquisa vinculado ao Estado.
e) Aquele modelo refletia o singular nacionalismo dos
militares, em aliança com setores da burocracia estatal.
(Henrique Carlos de O. de Castro, com adaptações)
Gabarito: D
Comentário.
O verbo optar, no contexto, é transitivo indireto
(Alguém optou por alguma coisa.) e está acompanhado do
pronome “se”, o que aponta para uma construção de
sujeito indeterminado. Desse modo, o verbo deverá
permanecer na 3ª pessoa do singular – “Não foi por outro
motivo que, durante o regime militar, se optou por
pesados investimentos...”.
No item c, observamos uma passagem de sujeito oracional
com o verbo auxiliar “poder”, que possibilita duas análises:
I– “pode-se | afirmar | que a forma de financiamento
para a ciência e tecnologia é dependente da visão |
que o governo tem do desenvolvimento da sociedade.”
1ª oração: “pode-se” – oração principal – o verbo fica na 3ª
pessoa do singular porque seu sujeito está sob forma
oracional (2ª oração).
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2ª oração: “afirmar” – oração subordinada subjetiva
reduzida de infinitivo (exerce a função sintática de sujeito
do “pode-se”, que equivale a “é possível” - o que é
possível? Afirmar.)
3ª oração – “que a forma de financiamento para a ciência e
tecnologia é dependente da visão” – oração subordinada
objetiva direta (exerce a função sintática de objeto direto
de “afirmar”).
4ª oração – “que o governo tem do desenvolvimento da
sociedade” – oração subordinada adjetiva restritiva (oração
que serve para limitar o alcance do substantivo “visão”,
presente na oração anterior)
II– “pode-se afirmar | que a forma de financiamento
para a ciência e tecnologia é dependente da visão | que o
governo tem do desenvolvimento da sociedade.”
1ª oração – “pode-se afirmar” – oração principal formada
por uma locução verbal e um pronome apassivador. O
verbo auxiliar “poder” fica no singular porque o sujeito está
sob forma oracional (é a segunda oração).
2ª oração – “que a forma de financiamento para a ciência e
tecnologia é dependente da visão” – oração subordinada
subjetiva – agora, esta oração exerce a função sintática
de sujeito paciente da forma verbal expressa na 1ª oração
(de voz passiva).
3ª oração – “que o governo tem do desenvolvimento da
sociedade” – oração subordinada adjetiva restritiva (oração
que serve para limitar o alcance do substantivo “visão”,
presente na oração anterior) – não houve mudança em
relação à análise anterior.
A banca poderia ter explorado a classificação da segunda
oração da análise II. Está vendo como a ESAF, muitas
vezes, é boazinha?
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multilateral sobre o tema do desenvolvimento social se
tenha realizado numa época em que o neoliberalismo,
como alternativa "eficiente" ao chamado Estado-
Providência, e o culto do mercado, como fator de
regulação da convivência social configuram a ideologia
dominante. / A qualquer observador da história
moderna pode-se afigurar paradoxal que a primeira
conferência multilateral sobre o tema do
desenvolvimento social se tenha realizado numa época
em que o neoliberalismo, como alternativa "eficiente"
ao chamado Estado-Providência, e o culto do mercado,
como fator de regulação da convivência social
configuram a ideologia dominante.
b) O primeiro paradoxo a respeito da Cúpula Mundial
sobre o Desenvolvimento Social reside no fato da
proposta de sua realização ter sido aceita mais
rapidamente pelos países desenvolvidos do que pelo
conjunto de países em desenvolvimento. / O primeiro
paradoxo a respeito da Cúpula Mundial sobre o
Desenvolvimento Social reside no fato de a proposta
de sua realização ter sido aceita mais rapidamente
pelos países desenvolvidos do que pelo conjunto de
países em desenvolvimento.
c) O triunfalismo do Ocidente desenvolvido com o
esboroamento do antigo bloco comunista e a alegada
vitória do liberalismo traduzia-se, então, não apenas
na noção da "nova ordem internacional" preconizada
pelo Presidente Bush dentro do Grupo dos Sete. / O
triunfalismo do Ocidente desenvolvido com o
esboroamento do antigo bloco comunista e a alegada
vitória do liberalismo traduziam-se, então, não apenas
na noção da "nova ordem internacional" preconizada
pelo Presidente Bush dentro do Grupo dos Sete.
d) Alguns países desenvolvidos brandiam a noção de
good governance, ou "boa governança", na qual se
embutia uma crítica aos países do Terceiro Mundo
como locus exclusivo do desperdício de recursos e da
corrupção governamental – antes, naturalmente, da
Operação Mãos Limpas na Itália. / Alguns países
desenvolvidos brandiam a noção de good governance,
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ou "boa governança", em que se embutia uma crítica
aos países do Terceiro Mundo como locus exclusivo do
desperdício de recursos e da corrupção governamental
– antes, naturalmente, da Operação Mãos Limpas na
Itália.
e) Temiam os países em desenvolvimento que a
conferência proposta se transformasse num foro de
repreensão no sentido Norte-Sul, em que os países
ricos viessem a tentar impor novos tipos de
condicionalidades a assistência e cooperação
internacionais. / Temiam os países em
desenvolvimento que a conferência proposta se
transformasse num foro de repreensão no sentido
Norte-Sul, em que os países ricos viessem a tentar
impor novos tipos de condicionalidades à assistência e
à cooperação internacionais.
GABARITO: C
Comentário.
No segundo segmento da opção c, temos um daqueles
erros clássicos de concordância verbal – entre o núcleo do
sujeito e o verbo estão colocados vários elementos: “O
triunfalismo do Ocidente desenvolvido com o
esboroamento do antigo bloco comunista e a alegada
vitória do liberalismo traduziam-se (...)”.
Verbo traduzir com o pronome ‘se’ – vamos à análise:
1 – é transitivo direto;
2 – apresenta idéia passiva.
Logo, construção de voz passiva.
O sujeito paciente tem por núcleo o substantivo
triunfalismo. Assim, a forma verbal deverá ficar no
singular – traduzia-se.
O que pode ter induzido muita gente a erro foi imaginar
que ‘a alegada vitória’ seria um outro núcleo do sujeito.
Para dirimir essa questão, devemos observar o contexto.
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Sabendo que ‘esboroamento’ tem por sinônimo o
substantivo declínio, pode-se extrair do texto que foram
dois os fatores que levaram ao triunfalismo do Ocidente: a
derrocada comunista e a vitória do liberalismo (há,
inclusive, uma estreita relação entre esses dois
acontecimentos).
Com isso, concluímos que qualquer análise sintática só
pode ser feita em conjunto com uma análise semântica, ou
seja, para se verificar a concordância, temos a necessidade
de compreender o texto.
GABARITO: C
Comentário.
A concordância se faz com o núcleo do sujeito.
No caso de sujeito simples, há apenas um núcleo.
No caso de sujeito composto, há mais de um núcleo.
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Quando a oração está na ordem DIRETA, ou seja, na forma
de SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO, o verbo deverá
OBRIGATORIAMENTE fazer a concordância gramatical, isto
é, concordar com o(s) núcleo(s), uma vez que eles já foram
apresentados.
Se a oração estiver em ordem INVERSA, com o sujeito
composto após o verbo (VERBO + SUJEITO COMPOSTO), a
concordância poderá ser, FACULTATIVAMENTE, gramatical
(com todos os elementos) ou atrativa, concordando, nesse
caso, com o núcleo mais próximo.
Exemplo:
Nas estações de trem, fica difícil a entrada e a saída das
composições nos horários de maior movimento.
(concordância atrativa)
Nas estações de trem, ficam difíceis a entrada e a saída das
composições nos horários de maior movimento.
(concordância gramatical).
No item a, temos um sujeito composto anteposto ao verbo.
Por isso, a única forma possível de concordância é a
gramatical – o verbo irá para o plural: “A vida moral
(SUJEITO 1) e a vida do poder (SUJEITO 2) DÃO a
impressão (...)”.
No item b, o núcleo está representado pelo substantivo
desencontro, e com ele os verbos deverão concordar:
“Este desencontro entre a ética e a política incomoda e
indigna” (o que incomoda e indigna é o desencontro).
No item d, o pronome relativo que tem por antecedente o
substantivo argumentos. Assim, o verbo deverá com ele
concordar – “Há muitos argumentos que justificam a
mentira”.
O item e apresenta uma construção em ordem inversa, o
que poderia confundir a análise do candidato.
Colocando os termos da oração na ordem direta, temos
que:
“o direito a uma informação exata e honesta dos
governados se contrapõem ao assim chamado direito do
governante de mentir em benefício da comunidade ”.
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Dessa forma, pode-se perceber que o sujeito da forma
verbal “contrapõem” é DIREITO, e com ele deverá o verbo
concordar: “ao assim chamado direito do governante de
mentir em benefício da comunidade, se contrapõe, para
contê-los, o direito a uma informação exata e honesta dos
governados.”
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e) Os recursos somente são liberados após o TCU constatar
de que a adoção de providências corretivas pelo gestor da
obra e após a edição de um decreto legislativo específico. O
TCU tem encontrado anualmente irregularidades graves em
cerca de um terço das obras fiscalizadas.
Gabarito: C
Comentário.
Com relação à passagem apresentada no item c, pergunta-
se: o que/quem fica com os recursos orçamentários
bloqueados?
Resposta: os contratos ou convênios relativos a obras
em que o tribunal tenha apontado indícios de
irregularidades graves (em negrito, os núcleos do sujeito).
Para estar em harmonia com o sujeito composto anteposto
a si, o verbo deverá ser conjugado no plural – “... os
contratos ou convênios relativos a obras em que o tribunal
tenha apontado indícios de irregularidades graves ficam
com os recursos orçamentários bloqueados”.
Mais adiante, comentaremos a oração (correta) “as
limitações de recursos dos órgãos de fiscalização tornam
praticamente impossível o monitoramento contínuo”,
presente no item d – um caso de concordância com verbo
transobjetivo.
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As previsões de crescimento moderado são(D) para as
empresas de energia elétrica, pela perspectiva de baixo
crescimento do PIB. A queda dos preços internacionais do
petróleo e a possível redução de demanda por
petroquímicos devem(E) limitar o crescimento do setor.
(Baseado em Tatiana Bautzer, Jornal do Brasil - Economia,
22/03/1998)
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
GABARITO: C
Comentário.
Agora, temos um caso de sujeito composto (“A boa safra e
a possibilidade de manutenção de preços dos
commodities agrícolas em patamar elevado”), cujos núcleos
são safra e possibilidade. Assim, a locução verbal,
posposta ao sujeito, deverá fazer a concordância
gramatical, concordando com os dois núcleos – (“A boa
safra e a possibilidade de manutenção de preços dos
commodities agrícolas em patamar elevado poderão
ajudar”). Percebeu quantas palavras separaram os núcleos
do sujeito da forma verbal correspondente? Uma boa dica é
sublinhá-los, de modo a evitar que sejam esquecidos.
Perceba que o item E, considerado correto (“A queda dos
preços internacionais do petróleo e a possível redução de
demanda por petroquímicos devem limitar o crescimento
do setor.”), reproduz a mesma estrutura sintática do item C
– sujeito composto e anteposto ao verbo o flexiona no
plural – em negrito os núcleos do sujeito e a locução
verbal.
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23 - (FISCAL MS/2001) Leia o texto abaixo para responder
à questão.
Mesmo sem ser incluído entre os países cujo
“desenvolvimento a convite” foi fortemente apoiado — por
motivos geopolíticos — pelo governo americano, o Brasil
transformou-se no laboratório de uma estratégia associada
— pública e privada — de industrialização que contemplou
todos os segmentos do capitalismo central. Não se pode
esquecer que, depois da vitória da Revolução Chinesa e da
Guerra da Coréia, e do início da descolonização asiática, o
‘desenvolvimentismo’ se transformou na resposta
capitalista — tolerada pelos liberais — ao projeto socialista
para os países subdesenvolvidos. Esse foi um fator decisivo
para que o projeto de industrialização e o intervencionismo
estatal do novo modelo econômico contassem com o apoio
de quase todos os segmentos da classe dominante
brasileira e de suas elites políticas regionais. Quando essas
facilidades se estreitaram, com o fim do padrão dólar e a
crise econômica mundial dos anos 70, e quando a política
econômica internacional dos Estados Unidos e a
geoeconomia dos países centrais mudaram, com a
restauração liberalconservadora dos anos 80, o consenso e
a coalizão desenvolvimentista se desfizeram.
(José Luís Fiori, Um país ao sul dos impérios,
Correio Braziliense, 22/07/2001)
Em relação ao texto, assinale a opção em que a
substituição sugerida é gramaticalmente incorreta.
e) “contassem” (l.13) por contasse .
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os segmentos da classe dominante brasileira e de suas
elites políticas regionais.”
Pergunta-se: o que iria contar com o apoio de quase todos
os segmentos da classe dominante brasileira e de suas
elites políticas regionais?
Resposta: O projeto de industrialização e o
intervencionismo estatal.
Os núcleos do sujeito são projeto e intervencionismo.
Por apresentar mais de um núcleo, estando o sujeito
ANTEPOSTO ao verbo, não se admite a construção do verbo
no singular. A troca implicaria erro de concordância verbal.
Gabarito: E
Comentário.
Qual é o sujeito da forma verbal depende?
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Resposta: tudo isto - “a magnitude desses custos e a
rapidez com que o mercado se ajusta às(D) novas
condições de funcionamento da economia”, cujos núcleos
foram destacados.
Desse modo, como o sujeito composto está anteposto ao
verbo, este deverá ir para o plural – dependem.
Gabarito: D
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O verbo encontrar, nessa construção com o sentido de
achar-se em certo estado ou condição, é transitivo
direto pronominal (encontrar-se, em que o pronome exerce
a função sintática de objeto direto), exigindo, também, um
predicativo do objeto direto.
Como o sujeito é um serviço de troca de mensagens,
cujo núcleo é serviço, o verbo deverá permanecer no
singular – “Encontra-se disponível, ainda, um serviço...”.
Aproveitamos o mote para falarmos sobre a concordância
nominal entre o adjetivo e o substantivo, quando o primeiro
exerce certas funções sintáticas:
1 - ADJETIVO na função sintática de ADJUNTO
ADNOMINAL – essa função (adjunto adnominal = junto ao
nome) vem somente complementar o significado dos
substantivos, ao atribuir a eles características. Por isso, é
considerado um termo acessório. Quando o adjetivo exerce
a função de adjunto adnominal (“junto ao nome”) e está:
- anteposto aos substantivos, deve fazer a concordância
atrativa, obrigatoriamente - exemplo: Vimos pelo caminho
belos pastos e casas / Vimos pelo caminho belas casas e
pastos.
- posposto aos substantivos, pode concordar com todos
os substantivos (concordância gramatical ou lógica), uma
vez que os substantivos já foram apresentados, ou
concordar com mais próximo (concordância atrativa ou
ideológica): Vimos pelo caminho pastos e casas belas
(atrativa)/ belos (gramatical). Se houver gêneros
diferentes, prevalece, na concordância gramatical, o gênero
masculino.
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substantivo ou um adjetivo, mesmo distante, atribui ao
sujeito um estado, condição, característica.
Quando um adjetivo exercer esta função e estiver:
- anteposto ao sujeito composto (normalmente junto
com o verbo), poderá fazer, facultativamente, a
concordância gramatical ou atrativa, desde que siga a
concordância que o verbo fizer – Estavam bastante
ansiosos o advogado e a ré / Estava bastante ansioso o
advogado e a ré / Estava bastante ansiosa a ré e o
advogado.
- posposto ao sujeito composto, deverá fazer a
concordância gramatical, atendendo ao seguinte raciocínio:
se o sujeito composto já foi mencionado, a única
concordância possível é com todos os elementos –
concordância gramatical.
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Quando o adjetivo acompanha o substantivo e todos os
dois – substantivo e adjetivo - são substituídos pelo
pronome, o adjetivo estará exercendo a função de adjunto
adnominal.
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Em resumo, as regras da concordância nominal com
adjetivo são:
- na função de ADJUNTO ADNOMINAL – depois dos
substantivos - concordância gramatical ou atrativa; antes
dos substantivos - somente a concordância atrativa
(obrigatoriamente);
- na função de PREDICATIVO DO OBJETO – em qualquer
posição, antes ou depois dos substantivos – concordância
gramatical;
- na função de PREDICATIVO DO SUJEITO – segue o verbo
e, anteposto ao sujeito, pode fazer a concordância
gramatical ou atrativa; posposto ao sujeito, deve
obrigatoriamente fazer a concordância gramatical.
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Item INCORRETO.
Comentário.
Agora que já apresentamos a definição de verbo
transobjetivo, podemos comentar essa questão de prova.
Na passagem “Vem do macro para o micro, do espaço
global para o local, daqueles que se consideram
“civilizados” para aqueles que esses consideram
“atrasados” e “subdesenvolvidos”, o verbo considerar é
transobjetivo, ou seja, é um verbo transitivo direto que
exige um predicativo do objeto como complemento verbal,
como no exemplo “Fulano considerava Beltrano seu amigo”,
em que Fulano é o sujeito, Beltrano é o objeto direto e seu
amigo é predicativo do objeto.
Como possui o objeto direto, pode ser construído na voz
passiva, tanto analítica (“Beltrano era considerado amigo
por Fulano”) quanto pronominal (“Considera-se Beltrano
amigo”).
No texto da questão, o trecho “daqueles que se consideram
‘civilizados’...” poderia ser reescrito como “daqueles que
são considerados ‘civilizados’...”, transpondo-se a oração da
voz passiva pronominal para voz passiva analítica, o que
comprova que o pronome ‘se’ não é índice de
indeterminação do sujeito, mas pronome apassivador.
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a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
GABARITO: C
Comentário.
Pergunta-se: o que a burocracia pede emprestado à
diabólica eficiência do mundo empresarial?
Resposta: “a simplificação, a velocidade, o pragmatismo e a
incorporação da tecnologia (fax, computador, telefone e
cartão de crédito)”
Primeiramente, cabe-nos analisar a transitividade do verbo.
“Alguém pede algo a alguém” – a princípio, trata-se de um
verbo transitivo direto e indireto. Aplicando esse
conceito à passagem do texto, e excluindo informações
desnecessárias à análise, teríamos que:
“A burocracia (sujeito) pede (verbo) a simplificação, a
velocidade, o pragmatismo e a incorporação da tecnologia
(objetos diretos - o que é pedido) à eficiência do mundo
empresarial (objeto indireto – sujeito a quem se pede
algo).
E o que acontece com o “emprestadas”, que não foi
mencionado acima? A quem esse adjetivo se refere? Ele se
refere aos elementos que exercem a função de objeto
direto (a simplificação, a velocidade, o pragmatismo e a
incorporação da tecnologia).
Estaria esse adjetivo somente atribuindo uma característica
aos elementos [função de adjunto adnominal] ou seria
ele indispensável à compreensão do ato verbal em si [“não
é pedir algo, mas pedir algo emprestado” – função de
predicativo do objeto direto]? A correta é a segunda
opção. Esse adjetivo é essencial para a compreensão do
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que efetivamente se praticou. Sem ele, haveria alteração
semântica no texto.
Concluímos que a função exercida pelo adjetivo
“emprestadas” é a de predicativo do objeto direto.
Relembrando: a concordância do adjetivo na função de
predicativo do objeto é sempre gramatical, isto é,
concorda com todos os elementos que exercem a função de
objeto direto. Então, o adjetivo corretamente flexionado
seria emprestados, já que prevalece o gênero masculino
plural nos elementos que compõem o objeto direto (a
simplificação, a velocidade, o pragmatismo e a
incorporação da tecnologia).
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Gabarito:E
Comentário.
Ninguém merece uma questão como essa. E onde mais
poderia estar o erro? É óbvio que na letra e, pois um dos
objetivos da banca é cansar o candidato (só os fortes
sobrevivem...) e fazer com que ele, antes de chegar à
resposta certa, marque “qualquer coisa” para se livrar da
questão maldita!!!
O que poderia suscitar dúvida nas demais opções, imagino
eu, são:
a) a regência do verbo conhecer em “não conhecer do
recurso” encontra respaldo no Dicionário Prático de
Regência Verbal, de Celso Luft – “(Jur.) Ter (juiz ou
tribunal) competência para intervir num processo”.
b) jaez significa qualidade, espécie, segundo Aurélio-
versão eletrônica.
c) data venia é uma expressão latina respeitosa com que
se inicia uma argumentação divergente da de outrem. O
vocábulo vênia já encontra registro nos dicionários, com
significado de licença, permissão ou perdão, absolvição.
d) exeqüendo é um adjetivo jurídico que se refere ao que
está em execução, uma sentença ou um documento.
Na opção e, onde reside o erro, o que será “tornada certa”?
Resposta: o valor da condenação. O núcleo desse grupo
nominal é valor, com o que os termos deverão concordar:
tornado certo.
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oferecimento de oportunidades de treinamento, tudo isso
foi feito tendo em vista a prioridade de conferir o melhor
atendimento ao cidadão-cliente.
Item INCORRETO
Comentário.
Com a mudança na ordem direta (SUJEITO + VERBO +
COMPLEMENTO), o examinador tenta induzir o candidato ao
erro. Na passagem, pergunta-se: quem paga salários?
Resposta: o mercado. Assim, a construção correta seria:
“...equiparação de salários defasados em relação ao que
paga o mercado...”.
Uma dúvida que poderia ter surgido seria em relação à
concordância com o pronome indefinido “tudo” (“tudo isso
foi feito tendo em vista...”).
A função desse pronome é resumir o que foi mencionado
anteriormente. O pronome indefinido “tudo” exerce a
função sintática de aposto resumitivo e esse é um dos
poucos casos em que a concordância não é feita com o(s)
núcleo(s) do sujeito, função essa exercida pelo sintagma
nominal “Novas carreiras, equiparação de salários
defasados em relação ao que pagam o mercado e a
realização de concursos públicos (há muito interrompidos),
além do oferecimento de oportunidades de treinamento”.
Por apresentar um sujeito muito complexo, com diversos
elementos, optou-se por resumir em um único pronome
(apresentado na expressão “tudo isso”) e com ele fazer a
concordância verbal.
30 - (TC PR/2002-2003)
O Tribunal de Contas do Estado do Paraná tem uma história
a contar. São mais de 50 anos de fiscalização perene da
coisa pública, cujos princípios foram pinçados da própria
história das Cortes de Contas de todo o mundo. Das
contribuições gregas e romanas ao modelo canadense de
auditoria moderna, do Tribunal Imperial do Brasil de 1824
ao Tribunal de Contas de 1890, do insigne paranaense
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Manoel Francisco Correia, filho de Paranaguá e primeiro
Presidente do Tribunal de Contas da União, aos ilustres
pares que hoje conduzem essa casa, tudo contribuiu para o
desenvolvimento de um órgão de fiscalização eficiente e
dinâmico – dado o constante aperfeiçoamento das ações –,
e para a solidificação institucional de um colegiado
independente e atuante, como o Tribunal de Contas
paranaense. E dentro de sua competência, o Tribunal de
Contas tem buscado na informação, por intermédio dos
mais diferenciados meios de comunicação, a formação de
sua história, na luta incessante e implacável contra a
corrupção e o mau uso do dinheiro público.
www.tcparaná.gov.br
Em relação ao texto, assinale a opção correta.
e) O uso da palavra “tudo”(l.10) é recurso coesivo que
retoma de forma sintética as informações anteriores,
exigindo a concordância do verbo “contribuir” no singular.
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revertidos aos(3) cofres da Nação. Na área de fiscalização
de obras públicas, em sintonia com o Congresso Nacional,
poderá ser bloqueado,(4) no Orçamento da União para
2003, recursos federais para mais de 160 obras auditadas
pelo TCU, nas quais(5) apresentaram irregularidades
graves, compreendendo recursos da ordem de bilhões de
reais.
www.tcu.gov.br Notas da imprensa, 25-11-2002, com adaptações.
a) 1
b) 2
c) 4
d) 3
e) 5
Gabarito: D
Comentário.
O item correto é o (3), letra d. Vários candidatos não
perceberam a armadilha na correspondência entre os
números e as letras das opções. Houve inversão entre os
itens (3) e (4) e as opções c e d. Com isso, muita gente
deve ter marcado a letra c pensando estar indicando o item
correto (3), quando, na verdade, estava marcando um dos
itens incorretos, o (4)! Pura maldade!
Em suma: essa não foi somente uma prova de Língua
Portuguesa, mas também um teste avaliador da atenção do
candidato.
A questão em si foi simples. As incorreções são:
Item (1) – constitui
Item (2) - “que atingiram cerca de (aproximadamente)
quatrocentos milhões de reais”
Item (5) – “as quais (as obras) apresentaram
irregularidades”
O item que merece maior comentário é o (4) – houve
desacerto entre o sintagma verbal “poderá ser bloqueado”
e o termo a que ele se referia: “recursos federais”. A
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construção correta seria “Na área de fiscalização de obras
públicas, em sintonia com o Congresso Nacional, poderão
ser bloqueados, no Orçamento da União para 2003,
recursos federais para mais de 160 obras auditadas pelo
TCU”.
Gabarito: A
Comentário.
Com relação às informações apresentadas no item a,
pergunta-se: o que é centralizado nas mãos do governo?
Resposta: a responsabilidade pelas decisões econômicas.
O núcleo do sujeito é responsabilidade, de modo que o
verbo de ligação e o predicativo do sujeito, para que se
respeitem as normas de concordância, deverão ficar na 3ª
pessoa do singular – a responsabilidade pelas decisões
econômicas é centralizada nas mãos do governo.
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33- (FISCAL MS / 2001) Marque a palavra, a seqüência ou
o sinal de pontuação sublinhado, que foi mal empregado.
Três fatores condicionam hoje o panorama nacional:(A) a
crise argentina, a crise de energia e as incertezas políticas.
A persistência desses(B) quadros reduzem(C) o ritmo de
crescimento do país de 4% para cerca de 2% ao ano(D) e
deixa o mercado cambial mais instável(E).
(Geraldo Carbone, adaptado)
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
GABARITO: C
Comentário.
A essa altura, você já deve ter percebido como vêm sendo
apresentadas as questões de concordância. São duas as
técnicas usadas para que o candidato se confunda, esqueça
o que já leu e erre a concordância verbal: o núcleo do
sujeito se distancia do verbo e entre os dois são colocados
diversos elementos (em número oposto ao do núcleo do
sujeito); ou altera-se a ordem direta dos elementos da
oração, sem que, em nenhum dos casos, se respeite a
concordância verbal.
Na questão ora analisada, o núcleo do sujeito é
persistência e o verbo reduzir deveria estar no singular
(“A persistência desses quadros reduz o ritmo de
crescimento do país...”).
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instituições democráticas desenvolvidas nos primeiros
séculos da história contemporânea.
b) Tais instituições se fizeram na medida do Estado
nacional – que era então a totalidade social maior – e são
particularmente pouco aptas para ampliação em uma escala
global.
c) O Estado nacional também não era uma hipérbole dos
mecanismos comunitários, mas, pelo contrário, era o
produto final de formas radicalmente novas de convivência
humana, assim como a solidariedade social.
d) O Estado nacional, que finalmente proporcionou a tão
procurada resposta aos desafios da “primeira secessão”,
surgiram apesar dos obstinados defensores das tradições
comunitárias e mediante progressiva erosão das já débeis e
diminutas soberanias locais.
e) Toda resposta eficaz à globalização não pode ser nada
além de global. E o destino de semelhante resposta global
depende de que surja e tome corpo um âmbito político
global, entendido como algo distinto de “internacional”.
(Zygmunt Bauman, O desafio ético da globalização,
Correio Braziliense, 21/07/2001)
GABARITO: D
Comentário.
Com relação à passagem apresentada no item d, pergunta-
se: o que surgiu apesar dos obstinados defensores das
tradições comunitárias e mediante progressiva erosão das
já débeis e diminutas soberanias locais?
Resposta: “o Estado nacional”, sujeito do período, cujo
núcleo é representado por Estado. Assim o verbo deveria
estar no singular (surgiu) – “O Estado nacional, que
finalmente proporcionou a tão procurada resposta aos
desafios da “primeira secessão”, surgiu apesar dos
obstinados defensores das tradições comunitárias e
mediante progressiva erosão das já débeis e diminutas
soberanias locais”.
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35 - (AFC STN/2002) Julgue os trechos abaixo quanto à
correção gramatical e assinale a opção correspondente.
IV. “Eu, como outros analistas, vimos a experiência
argentina de perto e, mesmo que o Brasil tenha um
governo democrático forte, com instrumentos para agir
rápido e munição para disparar, nada podem contra as
forças do mercado”, disse o economista.
Item INCORRETO.
Comentário.
Dessa vez, o pronome indefinido “nada” exerce a função de
complemento verbal de “poder” (“O Brasil pode nada
contra as forças de mercado.”). O sujeito está representado
pelo substantivo próprio Brasil. Observe que o erro foi de
concordância verbal, devendo a construção ser: “... e,
mesmo que o Brasil tenha um governo democrático forte,
com instrumentos para agir rápido e munição para
disparar, nada pode contra as forças do mercado”, disse o
economista.” .
Sobre a concordância com sujeitos ligados por conjunção
comparativa (“Eu, como outros analistas, vimos a
experiência argentina...”), reproduzimos a lição dos
professores Celso Cunha e Lindley Cintra:
“Quando dois sujeitos estão unidos por uma das conjunções
comparativas como, assim como, bem como e
equivalentes, a concordância depende da interpretação que
dermos ao conjunto. Assim, o verbo concordará:
a) com o primeiro sujeito, se quisermos destacá-lo:
O nome, como o corpo, é nós também.
O dólar, como a girafa, não existe.
Neste caso, a conjunção conserva pleno o seu valor
comparativo, e o segundo termo vem enunciado entre
pausas, que se marcam, na escrita, por vírgulas.
b) com os dois sujeitos englobadamente (isto é, o verbo irá
para o plural), se os considerarmos termos que se
adicionam, que se reforçam, interpretação que
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normalmente damos, por exemplo, a estruturas correlativas
do tipo tanto...como.
É inútil acrescentar que tanto ele como eu
esperamos que você nos dê sempre notícias.
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concordância será facultativa (pode-se concordar com o
sujeito ou o predicativo).” (Dileta S. Martins & Lúbia S.
Zilberknop)
d) “Expressões de sentido quantitativo (...) acompanhadas
de complemento no plural admitem concordância verbal no
singular ou no plural.” (Manual de Redação da Presidência
da República)
e) “Se o sujeito composto tem os seus núcleos ligados por
série aditiva enfática (...), o verbo concorda com o mais
próximo ou vai ao plural (o que é mais comum quando o
verbo vem antes do sujeito)”.(Evanildo Bechara)
2 -(Assistente de Chancelaria/2002)
As viagens ao exterior e os encontros com figurões
estrangeiros constituem, desde o reinado de Dom Pedro II,
um trunfo na estratégia das lideranças brasileiras. De fato,
as críticas às viagens internacionais do Presidente da
República ou de outros dirigentes parecem
despropositadas. Tanto o governo como a oposição devem
reposicionar os interesses brasileiros num mundo em plena
mutação. O problema que se coloca é de outra natureza e
se resume numa interrogação pouco formulada na
campanha presidencial: quais devem ser os rumos de
nossa diplomacia?
(Luiz Felipe de Alencastro, Veja, 10/04/2002, com
adaptações)
Assinale a relação de condição incorreta a respeito do
emprego das estruturas lingüísticas no texto.
d) o conectivo “Tanto...como”(l.6) for substituído por Não
só ... mas também, o verbo seguinte pode ser empregado
no plural, “devem”(l.6), ou no singular, deve.
3 - (AFC 2002) Assinale a proposição correta a respeito da
estrutura morfossintática do texto abaixo.
“A ‘Guerra Fiscal’ pertence a uma classe geral de
fenômenos que emergem quando iniciativas políticas dos
Governos subnacionais adquirem conotações negativas e
geram efeitos econômicos perversos em decorrência do
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caráter insuficiente ou conjunturalmente inoperante do
quadro político-institucional que regula os conflitos
federativos, o qual se revela incapaz de garantir um
equilíbrio mínimo entre interesses locais de forma a evitar
efeitos macroeconômicos e sociais perversos.”
(C. Cavalcanti & G. Prado, com adaptações)
a) A forma verbal “emergem”(l.2), flexionada no plural,
constitui incorreção, pois sua concordância deve se dar com
o substantivo “classe”(l.1), núcleo do grupo nominal “classe
geral de fenômenos”.
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b) B
c) C
d) D
e) E
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transitivas. / No gênero das leis federativas, podem-se
discernir duas espécies bem visíveis: leis federais
intransitivas e transitivas.
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imaginava faz(C) poucos meses. Pouco a pouco, foram-se
percebendo(D) que os problemas daquela região são
devidos à(E) desorganização de seus sistemas financeiros
e a uma especulação imobiliária desenfreada.
(Gazeta Mercantil, 21 e 22/2/1998, adaptado)
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
11 - (TCE ES/2001)
O pensamento moral da Ilustração baseava-se em três
idéias centrais: a idéia de que a moral podia ter um
fundamento secular; a idéia de que o indivíduo,
considerado como célula elementar da sociedade, tinha
direito à auto-realização e à felicidade e podia descentrar-
se com relação à vida comunitária, criticando-a de fora; e a
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idéia de que existe uma natureza humana universal, de que
existem princípios universais de validação ética, e de que
existe um pequeno núcleo de normas materiais universais.
(Sérgio Paulo Rouanet)
Assinale a opção que está incorreta em relação ao texto.
d) A expressão "baseava-se" (l.1) pode, sem prejuízo para
a correção gramatical do período, ser substituída por eram
baseados.
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máquina desmontável, levou a razão humana aos limites da
perplexidade, porquanto a fragmentação do conhecimento
em pequenos redutos fechados se afasta progressivamente
da visão do conjunto. A excessiva especialização das partes
subtrai o conhecimento do todo. Daí resulta a dificuldade
teórica e prática para que o espírito humano se situe no
tempo e no espaço da sua existência concreta.
(José de Ávila Aguiar Coimbra, Fronteiras da Ética,
São Paulo: Senac, 2002, p. 27)
e) Em “se situe”(l.11) o pronome “se” indica
indeterminação do sujeito e contribui para conferir
impessoalidade ao texto.
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c) 3 - Essa aceleração da centralização de capital,
d) 4 - Tratavam-se, essencialmente,
e) 5 - Esse último estágio da evolução da estrutura
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brancos" empresariais, fim de estoques inúteis, melhoria de
qualidade, de competitividade e de produtividade.
(Márcio Roberto Graf, com adaptações)
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como fator de regulação da convivência social
configuram a ideologia dominante.
b) O primeiro paradoxo a respeito da Cúpula Mundial
sobre o Desenvolvimento Social reside no fato da
proposta de sua realização ter sido aceita mais
rapidamente pelos países desenvolvidos do que pelo
conjunto de países em desenvolvimento. / O primeiro
paradoxo a respeito da Cúpula Mundial sobre o
Desenvolvimento Social reside no fato de a proposta
de sua realização ter sido aceita mais rapidamente
pelos países desenvolvidos do que pelo conjunto de
países em desenvolvimento.
c) O triunfalismo do Ocidente desenvolvido com o
esboroamento do antigo bloco comunista e a alegada
vitória do liberalismo traduzia-se, então, não apenas
na noção da "nova ordem internacional" preconizada
pelo Presidente Bush dentro do Grupo dos Sete. / O
triunfalismo do Ocidente desenvolvido com o
esboroamento do antigo bloco comunista e a alegada
vitória do liberalismo traduziam-se, então, não apenas
na noção da "nova ordem internacional" preconizada
pelo Presidente Bush dentro do Grupo dos Sete.
d) Alguns países desenvolvidos brandiam a noção de
good governance, ou "boa governança", na qual se
embutia uma crítica aos países do Terceiro Mundo
como locus exclusivo do desperdício de recursos e da
corrupção governamental – antes, naturalmente, da
Operação Mãos Limpas na Itália. / Alguns países
desenvolvidos brandiam a noção de good governance,
ou "boa governança", em que se embutia uma crítica
aos países do Terceiro Mundo como locus exclusivo do
desperdício de recursos e da corrupção governamental
– antes, naturalmente, da Operação Mãos Limpas na
Itália.
f) Temiam os países em desenvolvimento que a
conferência proposta se transformasse num foro de
repreensão no sentido Norte-Sul, em que os países
ricos viessem a tentar impor novos tipos de
condicionalidades a assistência e cooperação
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internacionais. / Temiam os países em
desenvolvimento que a conferência proposta se
transformasse num foro de repreensão no sentido
Norte-Sul, em que os países ricos viessem a tentar
impor novos tipos de condicionalidades à assistência e
à cooperação internacionais.
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de conhecimentos comuns e criarem uma rede de controle
que permita detecção mais rápida de irregularidades, é a
melhor alternativa para enfrentar as adversidades, uma vez
que a maioria das grandes obras públicas é patrocinada
com recursos federais e estaduais.
c) Hoje há maior sintonia do TCU com o Congresso Nacional
na fiscalização de obras públicas, e os contratos ou
convênios relativos a obras em que o tribunal tenha
apontado indícios de irregularidades graves fica com os
recursos orçamentários bloqueados.
d) É importante estimular o controle social, pois as
limitações de recursos dos órgãos de fiscalização tornam
praticamente impossível o monitoramento contínuo de
todos os empreendimentos. O TCU colocou em sua página
na Internet, para consulta pública, dados relativos a obras
com indícios de irregularidades graves. Desse modo,
qualquer um pode acompanhar os problemas existentes
nas obras realizadas em sua comunidade e cobrar dos
responsáveis as providências corretivas.
e) Os recursos somente são liberados após o TCU constatar
de que a adoção de providências corretivas pelo gestor da
obra e após a edição de um decreto legislativo específico. O
TCU tem encontrado anualmente irregularidades graves em
cerca de um terço das obras fiscalizadas.
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crescimento do PIB. A queda dos preços internacionais do
petróleo e a possível redução de demanda por
petroquímicos devem(E) limitar o crescimento do setor.
(Baseado em Tatiana Bautzer, Jornal do Brasil - Economia,
22/03/1998)
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
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Em relação ao texto, assinale a opção em que a
substituição sugerida é gramaticalmente incorreta.
e) “contassem” (l.16) por contasse .
24 - (TRF/2000) Assinale a opção em que há erro
gramatical.
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execução do orçamento e de administração financeira, que
compõem a demonstração das Contas apresentadas ao
Congresso Nacional pelo Presidente da República, em
conformidade com a Constituição Federal.
d) Encontram-se disponível, ainda, um serviço de troca de
mensagens, que interliga cerca de 30 mil usuários em todo
o Brasil agilizando a comunicação entre as Unidades
Gestoras.
e) Principal usuário do SIAFI, o Tesouro Nacional é
responsável pela definição das normas de utilização do
Sistema, orientando e controlando as atividades dos
gestores públicos que o utilizam.
(Trechos adaptados de http://www.stn.fazenda.gov.br)
26 - (Fiscal de Fortaleza/2003) Leia o texto para responder
à questão.
O “desenvolvimento” no mundo capitalista vem dos países
do Norte para os países do Sul; vem dos mercados ricos,
das empresas transnacionais, das agências multilaterais e
dos governos do grupo dos mais ricos, em um movimento
que tende à apropriação e ao controle do patrimônio
natural e cultural dos países do Sul, e à homogeneização
dos modos de vida, incluindo necessidades, quereres,
gostos e modos de expressão. Vem do macro para o micro,
do espaço global para o local, daqueles que se consideram
“civilizados” para aqueles que esses consideram
“atrasados” e “subdesenvolvidos”. Aqueles agentes políticos
e econômicos atuam segundo esses pressupostos e essa
lógica e manipulam os sistemas políticos e culturais para
que se estabeleçam nos países do Sul governos
subordinados a esses mesmos valores, conceitos e
objetivos, isto é, governos e políticos que se identifiquem
muito mais com os ricos do Hemisfério Norte do que com a
maioria trabalhadora e empobrecida das suas populações.
(Sandra Quintela e Marcos Arruda)
Em relação ao texto assinale a opção correta.
d) Em “que se consideram”(l.9) o “se” indica
indeterminação do sujeito.
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27- (Fiscal de Fortaleza – 1998) Indique entre os itens
sublinhados o que contém erro gramatical ou
impropriedade vocabular.
Nos Estados Unidos e na França, as burocracias
capturam(A) o espírito das culturas administrativas anglo-
saxãs(B) e gaulesas. Na América do Norte, a burocracia
pede emprestadas(C) à(D) diabólica eficiência do mundo
empresarial a simplificação, a velocidade, o pragmatismo e
a incorporação da tecnologia (fax, computador, telefone e
cartão de crédito). Mais ainda, os burocratas são tementes
a(E) um público reclamador.
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
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d) O primeiro deles é confundir “cálculos de atualização” do
valor do título exeqüendo com “liquidação da sentença”.
e) Na atual sistemática processual civil, essa atualização,
depois de tornada certa o valor da condenação, ainda que
decorrente de conta elaborada pelo exeqüente, não
constitui uma “liquidação”: no curso de processo executivo,
tem a natureza de questão incidente deste.
(Baseado em Diomar Bezerra Lima)
30 - (TC PR/2002-2003)
O Tribunal de Contas do Estado do Paraná tem uma história
a contar. São mais de 50 anos de fiscalização perene da
coisa pública, cujos princípios foram pinçados da própria
história das Cortes de Contas de todo o mundo. Das
contribuições gregas e romanas ao modelo canadense de
auditoria moderna, do Tribunal Imperial do Brasil de 1824
ao Tribunal de Contas de 1890, do insigne paranaense
Manoel Francisco Correia, filho de Paranaguá e primeiro
Presidente do Tribunal de Contas da União, aos ilustres
pares que hoje conduzem essa casa, tudo contribuiu para o
desenvolvimento de um órgão de fiscalização eficiente e
dinâmico – dado o constante aperfeiçoamento das ações –,
e para a solidificação institucional de um colegiado
independente e atuante, como o Tribunal de Contas
paranaense. E dentro de sua competência, o Tribunal de
Contas tem buscado na informação, por intermédio dos
mais diferenciados meios de comunicação, a formação de
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sua história, na luta incessante e implacável contra a
corrupção e o mau uso do dinheiro público.
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Em relação ao texto, assinale a opção correta.
e) O uso da palavra “tudo”(l.10) é recurso coesivo que
retoma de forma sintética as informações anteriores,
exigindo a concordância do verbo “contribuir” no singular.
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b) Os meios de produção – com exceção da mão-de-obra
- são de propriedade coletiva.
c) A burocracia governamental decide quais são os
produtos – e em que quantidade – serão produzidos de
acordo com um plano nacional centralizado.
d) Os recursos são alocados entre unidades através do
sistema de cotas.
e) Os defensores desse sistema enfatizam os benefícios
da sincronização e distribuição de recursos em um todo
unificado, evitando o desperdício da duplicação inerente à
competição.
(Adaptado de Enciclopédia Compacta de
Conhecimentos Gerais – Isto É- p.204 e 205)
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b) Tais instituições se fizeram na medida do Estado
nacional – que era então a totalidade social maior – e são
particularmente pouco aptas para ampliação em uma escala
global.
c) O Estado nacional também não era uma hipérbole dos
mecanismos comunitários, mas, pelo contrário, era o
produto final de formas radicalmente novas de convivência
humana, assim como a solidariedade social.
d) O Estado nacional, que finalmente proporcionou a tão
procurada resposta aos desafios da “primeira secessão”,
surgiram apesar dos obstinados defensores das tradições
comunitárias e mediante progressiva erosão das já débeis e
diminutas soberanias locais.
e) Toda resposta eficaz à globalização não pode ser nada
além de global. E o destino de semelhante resposta global
depende de que surja e tome corpo um âmbito político
global, entendido como algo distinto de “internacional”.
(Zygmunt Bauman, O desafio ético da globalização,
Correio Braziliense, 21/07/2001)
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ATENÇÃO:
A partir de hoje, iremos omitir o enunciado original nas questões que
tenham apenas alguns de seus itens analisados, para evitar que o
candidato seja levado a alguma confusão (o examinador pede a correta
e o item objeto de comentário está incorreto – ou vice-versa). Com
relação às questões reproduzidas na íntegra (com as cinco opções), não
haverá nenhum tipo de modificação.
Assim, abordaremos:
• questões na íntegra - vale o que pede o enunciado. Você deverá
marcar a opção correspondente (a, b, c, d ou e);
• questões com somente um ou alguns itens. Você irá julgar a
correção gramatical da proposição indicada, isto é, se o item está
CERTO (CORRETO) ou ERRADO (INCORRETO) em seus
aspectos gramaticais (“Julgue a asserção abaixo em seus aspectos
gramaticais”)
Por fim, uma errata – na aula passada, indicamos o gabarito da questão
21 como sendo a letra C, quando deveria ter sido a letra D. O enunciado
pedia a opção correta e a de letra C apresenta erro de concordância
verbal, objeto de comentário. Lá no fórum da Aula 3, aproveitei para
comentar, inclusive, as incorreções das demais opções. Em resumo –
questão 21: gabarito D.
Boa aula.
CONCORDÂNCIA DO VERBO HAVER
36 - (AFC 2002) A economia brasileira, há alguns anos, apresentava
fortes barreiras protecionistas, e controles cambiais provocavam a
valorização artificial do câmbio comercial, havendo ágio expressivo no
mercado livre. A realidade hoje é outra. As barreiras tarifárias foram
muito reduzidas, a taxa de câmbio é flutuante e não há diferença
significativa entre o mercado oficial e o paralelo. Os modelos
econométricos disponíveis, por menos precisos que sejam, são
unânimes em apontar para uma desvalorização do real acima do seu
equilíbrio de longo prazo, e não o contrário. Logo, onde está o
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problema? Por que gastar escassos recursos públicos – pois não se faz
política industrial sem eles – para poupar divisas quando o mercado já
está bem sinalizado nesta direção? Pode até haver outras razões para
justificar a política proposta. Mas economia de divisas não é uma delas.
(Adaptado de Cláudio Haddad)
Julgue a asserção abaixo em seus aspectos gramaticais.
I. Caso a expressão “diferença significativa”(l.5/6) seja colocada no
plural a forma verbal que a antecede deve ser obrigatoriamente
flexionada.
Item INCORRETO.
Comentário.
Ao contrário do que assevera o item I, caso a expressão “diferença
significativa” estivesse no plural, ainda assim forma verbal haver não
sofreria nenhum tipo de flexão, por se tratar de verbo impessoal (verbo
haver no sentido de existir).
Apesar de apresentarem significados iguais, as relações sintáticas entre
os verbos haver e existir são completamente diferentes. Enquanto o
verbo existir possui sujeito, com o qual deve concordar (“existem
diferenças significativas”), o verbo haver não possui sujeito, não se
flexiona e o que se segue exerce a função de complemento verbal, ou
seja, é o seu objeto direto.
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aumentando a oferta global. Outra possibilidade é a combinação de uma
redução dos preços das importações com uma valorização externa da
moeda.
Mas em que a década dos 90 é diferente da dos 80 na economia
americana? A tabela abaixo compara as duas, usando a média trimestral
das variáveis. Verificamos que as diferenças residem no aumento da
produtividade do trabalho, na redução da taxa de desemprego e na
queda da taxa de inflação. Esta última é notável quando levamos em
conta que
uma taxa anual de 5,6% produz, em dez anos, uma inflação acumulada
de 72%, enquanto uma taxa anual de 3% produz uma inflação
acumulada, na década, de 34%.
(Antonio Delfim Netto, com adaptações)
Julgue a asserção abaixo em seus aspectos gramaticais.
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Centrais Elétricas de Alagoas, Furnas e ações da Petrobrás
excedentes ao percentual necessário ao controle da União.
c) Os bancos trabalham com um cronograma de privatizações mais
conservador do que o do governo. / Os bancos trabalham com um
cronograma de privatizações mais conservador do que o governo.
d) No caso da Telebrás, se houverem processos judiciais contra uma
das 13 empresas à venda, o leilão fica em suspenso. / No caso da
Telebrás, se houver processo judicial contra uma das 13 empresas à
venda, o leilão fica suspenso.
e) No caso da Banda B da telefonia celular, a venda seqüencial
possibilitou que envelopes de algumas áreas fossem abertos antes da
disputa pelo interior de São Paulo parar nos tribunais. / No caso da
Banda B da telefonia celular, a venda seqüencial possibilitou que
envelopes de algumas áreas fossem abertos antes de a disputa pelo
interior de São Paulo parar nos tribunais.
(Baseado em texto de Daniel Japiassu - Carta Capital, 18/2/1998)
GABARITO: D
Comentário.
No primeiro segmento da opção d, houve um erro de concordância do
verbo haver, que apresenta o sentido de existir. O ‘se’ que o antecede
não é um pronome, mas a conjunção condicional ‘se’, equivalente a
‘caso’.
Item INCORRETO.
Comentário.
O erro deste item é que a forma verbal do haver na oração entre
parênteses, por apresentar o sentido de existir, é impessoal e não se
flexiona. O pronome que o segue exerce a função sintática de
complemento verbal direto (objeto direto). A expressão entre
parênteses equivale a “se é que existem lacunas”. O substantivo foi
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trocado pelo pronome as e o verbo utilizado foi, em vez do verbo
existir, o haver, na 3ª pessoa do singular, obrigatoriamente. Com isso,
a construção correta deveria ter sido ‘se é que as há’.
Além desse erro, há outro: a locução conjuntiva ‘posto que’ foi utilizada
fora de seu sentido original, que é concessiva, equivalente a ‘embora’,
‘ainda que’.
Já em “Importância especial têm os princípios gerais do direito”, o verbo
está corretamente flexionado no plural para concordar com o núcleo
do sujeito – princípios. Na ordem direta, a construção seria “os
princípios gerais do direito têm importância especial”.
GABARITO: E
Comentário.
A partir desta questão, veremos os casos mais comuns de questões de
concordância na ESAF.
Normalmente, a banca tenta “disfarçar” o problema de concordância
distanciando os elementos (núcleo do sujeito e verbo) ou invertendo a
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ordem da oração, de modo a dificultar, inclusive, a compreensão
textual.
A partir do contexto, o candidato deverá buscar no verbo o sujeito
correspondente.
Nessa questão, houve a inversão da ordem direta, com o sujeito
posposto ao verbo.
Pergunte ao verbo resultar quem é o seu sujeito, ou seja, em outras
palavras: o que não resulta da fonte inesgotável de reclamações
trabalhistas?
Resposta: “a elevação do padrão de vida dos assalariados”.
Este é o sujeito do verbo resultar, que tem por núcleo o substantivo
elevação. Por isso, o verbo deverá ser conjugado no singular.
Em uma outra construção, podemos ver mais claramente o equívoco da
flexão verbal – A elevação do padrão de vida dos assalariados não
resulta da fonte inesgotável das reclamações trabalhistas.
GABARITO: A
Comentário.
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O núcleo do sujeito é região, e com ele deve o verbo concordar – (a
região) pertence. Os itens que tratam de crase serão comentados na
aula apropriada.
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
GABARITO: E
Comentário.
Pergunta: o que são cada vez maiores?
Resposta: “o número de usineiros nordestinos que estão lançando seus
projetos novos no centro-sul do Brasil”.
Pergunta: qual é o núcleo desse sujeito?
Resposta (decisiva para a correção do período): NÚMERO
Assim, a concordância, tanto verbal como nominal, se dá com este
elemento – “é cada vez maior o número de usineiros...”.
Observe a quantidade de elementos no plural, tentando “disfarçar” o
erro de concordância: usineiros, nordestinos, seus, projetos, novos.
Os demais itens estão corretos:
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(A) – o verbo arrancar, na acepção de desviar, é transitivo direto e
indireto, podendo reger as preposições de e a ;
(B) – o pronome “os” refere-se aos objetos já mencionados (objeto
direto pleonástico) – o terno branco e o panamá. O pleonasmo é uma
figura de linguagem que importa no emprego de expressões
redundantes. Pode ser considerado um estilo (como no caso da questão,
com o intuito de realce do objeto – “rir meu riso, derramar meu pranto”
– Vinícius de Moraes) ou um vício (erro, quando não houver motivo para
tal repetição – exemplo: elo de ligação, subir para cima,
hemorragia de sangue);
(C) – verbo haver na indicação de tempo decorrido foi empregado
corretamente – sem flexão por ser impessoal;
(D) – esse verbo ser tem valor meramente de realce, sendo plenamente
dispensável e, por isso, não concorda com termo algum.
Item INCORRETO
Comentário.
Pergunta: qual o sujeito da forma verbal “foram sendo substituídos”?
Resposta: o velho sonho do paraíso – núcleo: SONHO.
Por isso, o item está incorreto. A forma verbal apropriada seria “foi
sendo substituído”.
O vocábulo “socieconômico” resulta da contração desses dois adjetivos
(sócio + econômico). Não há registro dessa forma no Aurélio versão
eletrônica (só socioeconômico), mas o Vocabulário Ortográfico da
Academia Brasileira de Letras abona essa forma
(http://www.academia.org.br/vocabulario/frame11.htm).
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a) A CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe)
acaba de divulgar um estudo – cujo título é “Globalização e
desenvolvimento” – extremamente importante e oportuno para o
entendimento dos problemas que afetam as economias da região e das
questões centrais envolvidas em um padrão alternativo de
desenvolvimento e inserção internacional.
b) O estudo projeta a análise do processo de globalização em um arco
de 130 anos, distinguindo três fases: a primeira, de 1879 até 1913,
marcada por uma grande mobilidade internacional do capital e da mão-
de-obra (é época das grandes migrações, que envolveram cerca de 10%
da população mundial).
c) A segunda, após um período de retração das relações econômicas
internacionais associada às duas guerras mundiais e à crise dos anos
30, vão do pós-guerra (1945/50) até 1973, caracterizando-se pela
reduzida mobilidade tanto do capital como da mão-de-obra, que
coexistem com um ciclo de notável expansão do comércio de
manufaturas entre os países desenvolvidos.
d) Finalmente, a terceira fase engloba o último quartel do século 20,
que tem na expansão e elevada mobilidade dos fluxos de capital, na
integração à escala mundial dos sistemas de produção das empresas
transnacionais e na homogeneização dos modelos de desenvolvimento
suas características principais.
e) É interessante observar como esse processo foi acompanhado,
particularmente em sua terceira fase, por uma crescente concentração
e polarização da renda e da riqueza mundiais.
(Baseado em Aloizio Mercadante)
Gabarito: C
Comentário.
Veja como as questões se repetem. Novamente, o sujeito “A segunda
(fase)” está no singular enquanto o verbo foi grafado no plural (vão do
pós-guerra). Entre os dois, uma série longa de palavras no plural (“após
um período de retração das relações econômicas internacionais
associada às duas guerras mundiais e à crise dos anos 30”).
Você já deve estar calejado com esse tipo de questão, não é mesmo?
Assim eu espero.
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a) Se, em 1987, a legião dos párias da Terra, ou seja, os condenados
a viver com menos de um dólar por dia, chegava a 880 milhões,
atualmente, essa multidão de pobres desvalidos já constitui uma
inacreditável massa de 1,2 bilhão de pessoas, isto é, nada menos do
que 20% da humanidade.
b) Em 1987 calculou-se que a legião dos párias da Terra - os
condenados a viverem com menos de um dólar por dia - cifravam-se em
880 milhões, atualmente essa multidão de pobres diabos já constituem
uma formidável massa de 1,2 bilhão de pessoas, isto é, nada menos do
que em 20% da humanidade.
c) A legião dos párias da Terra, ou seja, dos condenados a viver com
menos de um dólar por dia, em 1987, era calculada em 880 milhões.
Atualmente, essa multidão de excluídos constitui uma assustadora
massa de 1,2 bilhão de pessoas, isto é, nada menos do que 20% da
humanidade.
d) Se, em 1987, os condenados a viver com menos de um dólar por
dia - a legião dos párias da Terra - eram 880 milhões, atualmente, essa
multidão de pobres já constitui uma inquietante massa de 1,2 bilhão de
pessoas, isto é, cerca de 20% da humanidade.
e) Se foi calculado que, em 1987, a legião dos párias da Terra - os
condenados a viver com menos de um dólar por dia - era de 880 mi-
lhões, atualmente, essa multidão de desvalidos já constitui uma massa
de 1,2 bilhão de pessoas, isto é, 20% da humanidade.
(Adaptado de Fábio Konder Comparato, Folha de S. Paulo, MAIS!,
31/12/2000)
GABARITO: B
Comentário.
Na passagem “os condenados a viverem com menos de um dólar por
dia”, prefere-se a forma não flexionada do verbo viver por estar na
função de complemento nominal a um adjetivo – condenados a
viver/viverem (comentário à questão 32 da Aula 2 – verbos).
O maior problema (para sepultar qualquer dúvida em relação à
incorreção deste item) reside na concordância verbal - devemos
perguntar: qual é o sujeito do verbo “cifrar”?
Resposta: “a legião dos párias da Terra”, cujo núcleo é legião.
Dica: perceba que há um pronome ‘se’ junto ao verbo e, considerando
que o verbo tem transitividade direta e apresenta, no contexto, idéia
passiva, estamos diante de uma construção de voz passiva.
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Por isso, o verbo deverá se flexionar no singular – cifrava-se.
Esse erro se repete na seqüência do mesmo item – “atualmente essa
multidão de pobres diabos já constituem uma formidável massa de
1,2 bilhão de pessoas”. O núcleo do sujeito é multidão e o verbo com
ele deve concordar, ficando no singular – constitui.
O último erro está no emprego desnecessário da preposição no trecho
“que em 20% da humanidade”.
Pelo menos, uma passagem correta nesse item ‘b’: temos um bom
exemplo de concordância com sujeito oracional. Com correção, o verbo
permaneceu na 3ª pessoa do singular (“calculou-se que a legião dos
párias da Terra...”).
Diversas vezes, ao longo da questão, nos deparamos com a expressão
“1,2 bilhão”. É um bom mote para tratarmos de concordância nominal.
Nestes casos, o numeral irá concordar com a parte inteira do algarismo.
Na seqüência, outras questões que abordaram esse ponto.
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
GABARITO: D
Comentário.
Como a parte inteira é representado pelo algarismo ‘1’, o numeral
milhão, que pertence à classe das palavras variáveis, deverá concordar
com ele, ficando no singular – “1,3 milhão de alunos”.
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O item (A), correto, apresenta a concordância com um termo partitivo
(“a maior parte dos senhores sabe”). O verbo poderia ter concordado
com o núcleo (parte) ou com o complemento (senhores),
indistintamente – “a maior parte dos senhores sabe/sabem...”.
47 - (AFC STN/2002)
Um emprego novo na indústria siderúrgica custa 1,4 milhão de reais. No
varejo, um único emprego exige o dispêndio de algo em torno de
30.000 reais: o custo do espaço na loja, do balcão e do estoque de
mercadorias.
Julgue a asserção abaixo em seus aspectos gramaticais.
b) À linha 1 seria também correto escrever-se 1,4 milhões de reais.
Item INCORRETO.
Comentário.
Pelos motivos já expostos, a troca sugerida (de 1,4 milhão para 1,4
milhões) acarretaria um erro de concordância nominal, pois o numeral
concorda com a parte inteira – “1”.
Gabarito: A
Comentário.
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Se não me engano, na década de 40 (não, eu não havia nascido – é
cultura musical mesmo!), fez muito sucesso um sambinha engraçado,
gravado por Moreira da Silva, que dizia assim: “Etelvina, acertei no
milhar, ganhei 500 contos, não vou mais trabalhar” (ai, quem me
dera!). Esse milhar se refere ao número sorteado no jogo do bicho,
muito comum no Rio de Janeiro, e nos faz lembrar que esse vocábulo –
milhar – pode ser classificado como numeral (correspondente a mil
unidades) ou substantivo masculino (“milhares de vezes”, exemplo do
Aurélio).
Caso apresente um artigo definido, este deverá com ele concordar: os
milhares.
Também está correta a flexão no plural de “quite”, adjetivo de dois
gêneros. Este é o item correto.
Vamos comentar, agora, as incorreções dos demais:
Opção b) Quando o pronome indefinido “nenhum” estiver acompanhado
de substantivo no plural, o verbo deverá permanecer na 3ª pessoa do
singular. Assim, a forma correta seria: “Nenhum dos colegas de seção
afirmou ter presenciado qualquer ato delituoso”. Em casos de
concordância como locuções pronominais (algum de nós/vós, alguns de
nós/vós, qual de nós/vós, quais de nós/vós, quem de nós/vós, muitos
de nós/vós), aplicam-se as seguintes regras:
- o verbo fica no singular quando o primeiro pronome (algum, qual,
nenhum, quem) estiver no singular – essa regra também se aplica à
expressão cada um de nós/vós;
- se o primeiro pronome estiver no plural (quais, alguns) o verbo
pode concordar com esse (3ª pessoa do plural) ou como pronome
pessoal (1ª ou 2ª pessoa do plural).
Essa segunda concordância tem um valor que transcende a questão
gramatical. É uma questão de concordância ideológica, ou seja, uma
escolha reveladora da posição do falante. Ao colocar o verbo na 1ª
pessoa do plural, ele se inclui entre os elementos que praticam a ação.
Por exemplo, em “muitos de nós sabem a verdade dos fatos.”, não se
tem certeza se o falante se inclui ou não no rol de pessoas que sabem a
verdade. Contudo, na construção “muitos de nós sabemos a verdade
dos fatos.”, temos a certeza de que ele sabe, e, além dele, outros
tantos.
Opção c) Como vimos no comentário da primeira questão (aula 3), a
concordância com termos partitivos – a maioria de, a metade de,
grande parte de, etc – que apresentem complemento sob a forma
plural (a maioria dos alunos, grande parte dos eleitores), pode ser feita
com o núcleo (concordância gramatical ou lógica) ou com o
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complemento (concordância atrativa ou ideológica). Deste modo, está
correta a forma verbal indicava. A desarmonia aconteceu entre o
adjetivo necessário e o substantivo correspondente, instauração.
Ainda nesse item c, há a concordância com a expressão “alguns de nós”,
que possibilita a concordância com o pronome indefinido (alguns) ou
como pronome pessoal (nós) – alguns de nós
relutassem/relutássemos. Como houve a preferência pela segunda
forma, sabe-se, de antemão, que o autor da oração relutou “em acatar
a auditoria realizada”.
Opção d) Pergunta: o que foi publicado? Resposta: uma nota.
Percebe-se, assim, equívoco na concordância nominal entre os dois
termos – a forma correta seria “foi publicada, na mídia, uma nota”.
A expressão “dadas” (de base participial) não rege preposição e
concorda com o substantivo que acompanha “dado o embate”, “dadas
as possibilidades”, “dados os elementos”.
Opção e) O adjetivo anexo, como qualquer outro, deve se flexionar em
gênero e número de acordo com o substantivo a que se refira. O que vai
anexa é a cópia (núcleo) dos contratos. Não confunda com a locução
adverbial “em anexo”, que não se flexiona. Finalmente, a construção
verbal “haviam sido prestados” está correta, pois o verbo haver é
auxiliar e, como tal, deve se flexionar de acordo com o que faria o
principal (prestar). Como seu sujeito (pronome relativo que) faz
referência a serviços especializados, com esta expressão deverá
concordar.
Item INCORRETO.
Comentário.
A concordância com termos partitivos só é facultativa se o complemento
estiver no plural. No caso dessa questão, a expressão “grande parte de”
tem como complemento “o mundo”. Já que todos os elementos estão no
singular, não há justificativa para que o verbo e o adjetivo sejam
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flexionados no plural. A forma correta, portanto, seria “grande parte do
mundo em desenvolvimento está se tornando marginalizado.”.
Item INCORRETO
Comentário.
O problema dessa sugestão não está na flexão verbal, plenamente
possível, já que o verbo pode concordar com o numerador do termo
fracionário (dois terços) ou com o complemento (população mundial)
mas na falta de concordância do adjetivo correspondente -
representada. Todas as trocas necessárias devem ser mencionadas,
para que a opção seja considerada correta.
Como o verbo está acompanhado de um adjetivo, se este for para o
plural, a flexão do adjetivo também é necessária, em concordância com
o numeral – (“dois terços da população não se sentem
representados”).
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e) Mantém-se a coerência textual ao empregar a expressão a maioria
da população, em lugar de “dois terços da população”(l.9), mas para
manter a correção gramatical é necessário substituir “tem”(l.10) por
têm.
Item INCORRETO
Comentário.
Houve equívoco na proposta de substituição da expressão “dois terços”
por “a maioria de”. O examinador afirma que o verbo deverá ser
substituído para a forma “têm” (3ª pessoa do plural). Contudo, nessa
nova estrutura, o sujeito dessa forma verbal seria “a maioria da
população”. Ora, sabemos que é facultativa a concordância, em termos
partitivos, com o núcleo (maioria) ou com o complemento, que neste
caso seria população. Como no caso da questão 49, qualquer das duas
formas manteria o verbo na 3ª pessoa do singular. Assim, essa
substituição verbal sugerida está INCORRETA.
52-(Assistente de Chancelaria/2002)
As viagens ao exterior e os encontros com figurões estrangeiros
constituem, desde o reinado de Dom Pedro II, um trunfo na estratégia
das lideranças brasileiras. De fato, as críticas às viagens internacionais
do Presidente da República ou de outros dirigentes parecem
despropositadas. Tanto o governo como a oposição devem reposicionar
os interesses brasileiros num mundo em plena mutação. O problema
que se coloca é de outra natureza e se resume numa interrogação pouco
formulada na campanha presidencial: quais devem ser os rumos de
nossa diplomacia?
(Luiz Felipe de Alencastro, Veja, 10/04/2002, com
adaptações)
Assinale a relação de condição incorreta a respeito do emprego das
estruturas lingüísticas no texto.
Se
a) “encontros”(l.1) for empregada no singular, “constituem”(l.2) deve
ser substituída por constitui.
b) “as críticas”(l.3) for substituída por criticar, o sinal indicativo de
crase, em “às”(l.3), deve ser retirado.
c) “as críticas”(l.3) for substituída por criticar, “parecem
despropositadas”(l.4-5) deve ser substituída por parece
despropositado.
d) o conectivo “Tanto...como”(l.5) for substituído por Não só ... mas
também, o verbo seguinte pode ser empregado no plural, “devem”(l.5),
ou no singular, deve.
Gabarito: A
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Comentários.
Essa assertiva está incorreta (gabarito da prova), pois, por ser um
caso de sujeito composto anteposto ao verbo, a concordância é
obrigatoriamente gramatical. Mesmo que um dos elementos vá para o
singular (o encontro com figurões estrangeiros), o outro (As viagens ao
exterior) continuaria formando com ele um sujeito composto, caso em
que se exige a flexão gramatical no plural.
Os demais itens foram considerados corretos.
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e) E
GABARITO: C
Comentário.
O sujeito do verbo manter (pronome relativo que) tem como referente
o substantivo atuação, devendo ficar no singular. Afinal, é a atuação
do Banco Central que mantém os juros sob controle.
Mas, mesmo que a sua interpretação seja de que o pronome relativo se
refere a “Banco Central” (“O Banco Central mantém os juros sob
controle.”), o verbo continuaria devendo se manter no singular.
Cuidado com os verbos derivados dos verbos ter e vir. Suas formas
plurais não apresentam nenhuma distinção fonética em relação às
formas singulares (mantém/mantêm, convém/convêm), o que poderia
enganar o ouvido do candidato. O mesmo pode ocorrer outros verbos
(compor, propor, contrapor, supor, pressupor).
Observe o item (E) – “Víamos os juros subirem” – Na questão 36 da
Aula 2, falamos sobre verbos causativos e sensitivos quando
apresentam a seguinte estrutura: VERBO + PRONOME OBLÍQUO +
INFINITIVO. Nesse caso, lembremos, o verbo no infinito NÃO PODE SE
FLEXIONAR, por apresentar como sujeito um pronome (Vi-os sair / Não
os deixe fazer isso.). Nessa questão, o verbo sensitivo (ver) vem
acompanhado de um substantivo que é o sujeito de um infinitivo.
Oração reduzida do infinitivo – “Víamos os juros subirem.”
Oração desenvolvida (com conjunção) – “Víamos que os juros subiam.”
Toda a oração reduzida exerce a função de objeto direto do verbo ver –
Nós víamos ISSO (= os juros subirem).
Nessas construções, quando o sujeito do infinitivo vem sob a forma de
um substantivo (e não mais pronome), a flexão é facultativa (Víamos
os juros subir/subirem). Mas em relação a isso não há consenso
doutrinário. Por isso, quando a ESAF coloca esse tipo de questão em
prova, trata de definir o gabarito em outra opção de modo que não reste
dúvida (como fez na opção C).
Em resumo:
VERBO CAUSATIVO/SENSITIVO+PRONOME+INFINITIVO=não flexiona
VERBO CAUSATIVO/SENSITIVO+SUBSTANTIVO+INFINITIVO= pode
ou não flexionar-se (há divergência doutrinária)
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54 - (TRF 2000) Assinale a opção em que há erro gramatical.
No Primeiro Reinado, as idéias de justiça fiscal e capacidade de
contribuição, que pressupõe(A) que a cada cidadão deva ser cobrado o
imposto de acordo com suas possibilidades, simplesmente não
existiam, já que(B) não havia legislação coerente que garantisse a
defesa desses princípios. Como o clero e os senhores rurais eram livres
das obrigações fiscais, os privilégios subsistiam(C). Em face do(D)
baixo grau de informação, da falta de instituições independentes e da
ausência de liderança, era impossível qualquer manifestação que fosse
contrária ao(E) sistema em vigor.
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
Gabarito: A
Comentário.
Mais uma vez, temos de observar a qual palavra o pronome relativo que
se refere. Na passagem “que pressupõe ...”, o relativo que tem como
antecedente o substantivo plural idéias (“as idéias de justiça fiscal e
capacidade de contribuição, que pressupõe...”), devendo o verbo
correspondente com ele concordar – pressupõem.
Olhe aí um verbo cuja conjugação é igual à do verbo pôr.
Como mencionamos acima, foneticamente não há diferença entre a
forma singular e a plural da conjugação verbal nas terceiras pessoas.
Por isso, todo cuidado é pouco na prova. Dificuldade maior reside
quando a questão transcreve um texto e apresenta em somente uma
das opções a incorreção gramatical (sem sublinhar, como nessa). Em
meio a tantas possibilidades de incorreção, ainda mais com grande
distância entre o verbo e o sujeito correspondente, um erro como esse
(de concordância) pode passar despercebido aos ouvidos e à retina.
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b) Em qualquer uma dessas situações pressupõem-se que os grupos
trabalham unidos na defesa de um ideário consubstanciado em
estatutos, normas e procedimentos que determinam formas de atuação
na sociedade.
c) Entre os dez setores que mais geraram empregos no Brasil, em
1996, as entidades sem fins lucrativos despontaram em primeiro
lugar.(...)
d) Além disso, possuem alto índice de trabalhadores voluntários que
disponibilizam seu tempo livre em benefício de toda a sociedade, algo
nada desprezível enquanto força mobilizadora.
e) A questão é como usar esse poder. Talvez nunca como neste
momento a conscientização da necessidade do envolvimento do
empresariado na vida da comunidade tenha sido tão importante.
(Maria Christina Andrade Vieira, Gazeta Mercantil -14 de agosto de
1997, com adaptações)
Gabarito: B
Comentário.
Sujeito oracional mantém o verbo na 3ª pessoa do singular –
pressupõe-se. Essa questão explorou o mesmo verbo da questão
comentada anteriormente, mas de modo inverso.
56 - (TRF 2003) Assinale o trecho do texto que foi transcrito com erro.
a) Os direitos humanos, a grande conquista moderna, procedem da
idéia de que o governo está a serviço dos cidadãos, e não o contrário.
Cada indivíduo, antes mesmo de fazer parte do poder político, já detêm
direitos que são seus, pelo simples ato de nascer.
b) É esse vínculo dos direitos humanos ao nascimento que permite dizer
que eles são direitos naturais. Já o Estado é um instrumento para
realizar fins comuns às pessoas.
c) Vários teóricos da política, ao longo dos séculos XVII e XVIII,
afirmaram que o Estado nasceria de um contrato. Eles foram
indevidamente contestados depois que os avanços da história
mostraram que seria impossível a pessoas isoladas entre si
desenvolverem a sofisticação necessária para adotar o conjunto de
regras e leis que forma um Estado.
d) O que os contratualistas pretendiam não era tanto afirmar uma
verdade histórica, ou sequer uma hipótese, mas expressar uma idéia
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filosófica forte, revolucionária: o indivíduo tem prioridade sobre o
Estado.
e) Mesmo que cada um de nós, em sua vida, nasça dentro de um Estado
— e, portanto, depois dele —, este último somente tem validade como
ferramenta ou meio para promover fins que são os nossos.
Adaptado de Renato Janine Ribeiro, Fronteiras da Ética,
São Paulo: Senac, 2002, p.134,135.
Gabarito: A
Comentário.
Na passagem do item a “Cada indivíduo, antes mesmo de fazer parte do
poder político, já detêm direitos que são seus, pelo simples ato de
nascer.” percebe-se incorreção de sintaxe de concordância, uma vez que
o sujeito, cada indivíduo, está no singular, exigindo igual flexão do
verbo correspondente – detém.
Quando o sujeito, mesmo composto, tem cada um dos seus elementos
acompanhado do pronome indefinido “cada”, o verbo deverá
permanecer no singular. Isso porque o pronome indefinido “cada” atribui
ao elemento uma função individualizadora (“cada indivíduo”), conceito
esse muito bem explorado pela questão seguinte.
Observe que no item e ele manteve corretamente o verbo no singular –
“Mesmo que cada um de nós ... nasça dentro de um Estado...”.
57 - (AFRF 2002.1)
O homem é moderno na medida das senhas de que ele é escravo para
ter acesso à vida. Não é mais o senhor de seu direito constitucional de
ir-e-vir. A senha é a senhora absoluta. Sem senha, você fica sem seu
próprio dinheiro ou até sem a vida. No cofre do hotel, são quatro
algarismos; no seu home bank, seis; mas para trabalhar no computador
da empresa, você tem que digitar oito vezes, letras e algarismos. A
porta do meu carro tem senha; o alarme do seu, também. Cada um de
nossos cartões tem senha. Se for sensato, você percebe que sua
memória não pode ser ocupada com tanta baboseira inútil. Seus
neurônios precisam ter finalidade nobre. Têm que guardar, sim, os bons
momentos da vida. Então, desesperado, você descarrega tudo na sua
agenda eletrônica, num lugar secreto que só senha abre. Agora só falta
descobrir em que lugar secreto você vai guardar a senha do lugar
secreto que guarda as senhas.
(Alexandre Garcia, Abre-te sésamo, com adaptações)
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Item INCORRETO.
Comentário.
A incorreção deste item está em atribuir um valor totalizante à
expressão “cada um”. Como vimos na questão anterior, esse vocábulo
tem o condão de individualizar os elementos, tanto assim que não
admite flexão no plural (não existe “cadas”). Por isso, mesmo que esteja
em um sujeito composto ou acompanhado de um pronome reto,
mantém o verbo na 3ª pessoa do singular.
Exemplos:
Cada homem, cada mulher, cada criança ajudava os flagelados.
“Cada um de nós compõe a sua história, e cada ser em si
carrega o dom de ser capaz e ser feliz”(Almir Sater)
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a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
GABARITO: E
Comentário.
Caso clássico de concordância verbal é com topônimos - nomes próprios
que indicam lugares.
“Estados Unidos da América” é um topônimo que SEMPRE vem
precedido de artigo definido masculino plural. Por conseqüência, quando
exerce a função de sujeito, obriga a flexão do verbo no plural. Isso
acontece mesmo que esteja representado por sua sigla (EUA), motivo
que levou à anulação de uma questão de prova da ESAF (a próxima a
ser comentada).
Assim, o verbo estar (verbo auxiliar da locução verbal) deveria ser
flexionado no plural para que houvesse correção no período (“os Estados
Unidos da América não estão conseguindo preencher...”).
O mesmo acontece com qualquer outro nome precedido de artigo
definido (“Os Emirados Árabes Unidos consistem de uma federação
de sete emirados localizados no Golfo Pérsico.”).
Caso o topônimo não exija o artigo, mesmo sendo representado por um
nome no plural, o verbo ficará na 3ª pessoa do singular (“Bruxelas é a
capital da Bélgica”, “Minas Gerais é o estado mais elevado do país,
com 57% das terras acima dos 600 metros de altitude.”).
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desejados, Japão e Europa vêm a exuberância econômica dos Estados
Unidos como uma ameaça - o que não é errado.
c) Em 98 e 99, a economia dos Estados Unidos cresceu cerca de 4%
ao ano, enquanto as três principais economias da zona do euro -
Alemanha, França e Itália - atingiram 2%, 3% e 2% ao ano,
respectivamente, no período. O Fundo Monetário Internacional prevê
que os três países cresçam cerca de 3% este ano.
d) Com esse resultado, a Europa não é mais vista como causa de
debilidade. Agora o ritmo do crescimento europeu é tão rápido que
uma intervenção do Banco Central Europeu - elevando as taxas de
juros - é apenas uma questão de tempo.
e) Isso deixa o principal fardo da remoção dos desequilíbrios
econômicos aos cuidados do EUA, que precisam reduzir o ritmo de
seu crescimento (hoje perto de 6% ao ano). A diferença entre os
ciclos econômicos na Europa, Estados Unidos e Japão traz o fantasma
da crise mundial.
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Gabarito: A
Comentário.
No segundo segmento do item a, vemos um dos casos de sujeito
composto com predicado nominal (verbo de ligação + predicativo do
sujeito), em que predicado está anteposto ao sujeito (inversão da
ordem direta).
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Nesse caso, o verbo e, conseqüentemente, o predicativo do sujeito
poderão concordar com o núcleo do sujeito mais próximo (concordância
atrativa) ou fazer a concordância gramatical (com todos os núcleos).
Na construção “É provocada pela sonegação, simultaneamente, um
enorme prejuízo social e uma grande concentração de renda.”, o sujeito
composto é formado por dois núcleos, sendo que o mais próximo é o
substantivo prejuízo. Assim, o adjetivo provocada está em desacordo
com o substantivo correlato, devendo figurar no masculino singular –
provocado.
As duas possibilidades de concordância são: “São provocados
(concordância gramatical) / É provocado (concordância atrativa) pela
sonegação, simultaneamente, um enorme prejuízo social e uma grande
concentração de renda.”.
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desenvolvimento. / O sinal com que figuramos na agenda internacional
e na agenda das relações com nossos principais parceiros, tanto no
mundo desenvolvido quanto no mundo em desenvolvimento, com a
estabilização e com as reformas em curso, foram mudados quase que
completamente para positivo.
(Adaptado de www.mre.gov.br Comissão de Relações
Exteriores da Câmara dos Deputados)
Gabarito: E
Comentário.
Com relação ao segundo segmento do item e, devemos perguntar: o
que foi mudado quase que completamente para positivo (ultima linha da
questão)?
Resposta: o sinal com que figuramos na agenda internacional e na
agenda das relações com nossos principais parceiros, tanto no mundo
desenvolvido quanto no mundo em desenvolvimento.
O núcleo do sujeito é sinal e, por isso, o predicado nominal deve com
ele concordar – foi mudado.
GABARITO: D
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Comentário.
Como bem sabemos, o adjetivo é uma classe de palavras variável, ou
seja, flexiona-se em gênero e número, para estar de acordo com o
substantivo a que se referir. Primeiramente, devemos observar que o
adjetivo “mantido” se liga ao substantivo “condições”. Por isso, deverá
se flexionar em gênero (feminino) e número (plural) para com ele
concordar – mantidas.
63 - (TC PR/2002-2003)
Monteiro Lobato, ao afirmar que "um país se faz com homens e livros",
por certo indicou o caminho das pedras àqueles que, descuidadamente,
promovem a história sem a preocupação de seu registro e que, por
conseqüência, legam ao pó do esquecimento tudo o que foi feito – certo
ou errado – ou deixado de fazer. Os homens fazem a história. Os livros
registram a história. Sem estes, os exemplos do passado, os
conhecimentos técnicos e científicos armazenados, o testemunho e as
provas colhidas não seriam repassados às gerações futuras, o que
comprometeria a chamada evolução.
www.tcparaná.gov.br
Em relação ao texto, julgue a asserção abaixo em seus aspectos
gramaticais.
Item CORRETO
Comentário.
Como vimos, havendo dois ou mais substantivos de gêneros diferentes,
predomina o masculino plural.
No caso, o adjetivo “repassados” exerce a função sintática de
predicativo do sujeito e, por estar posposto ao sujeito, deve fazer a
concordância gramatical, ou seja, concordar com todos os elementos,
que são representados pelos núcleos: exemplos, conhecimentos,
testemunho e provas.
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novo ciclo de crescimento. Quando combinadas(B) com boas políticas
macroeconômicas,(C) a abertura produz um ambiente muito mais
saudável para as empresas, sem tantos desvios de energia e dinheiro
em(D) setores pouco competitivos. É isso que está por trás(E) das
previsões muito mais favoráveis para a próxima década.
(Adaptado de Exame, 1/11/2000, p.143)
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
Gabarito: B
Comentário.
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Gabarito: E
Comentário.
O vocábulo “livre” pertence à classe das palavras variáveis, como todo
adjetivo usado em seu sentido próprio. Por isso, deve concordar (no
caso em número, já que é um adjetivo de dois gêneros) com o
substantivo a que se refira – esferas. Essa é a incorreção do item (E).
O certo seria “mais livres estarão”.
Item CORRETO
Comentário.
O que é treinada é a força de trabalho, conjunto nominal, cujo núcleo
é força, que forma uma unidade única de significado: a capacidade dos
trabalhadores de produzirem riqueza material. Portanto, a afirmativa é
verdadeira, pois o adjetivo deve concordar em gênero e número com o
substantivo correspondente.
Com relação à construção “mais bem treinada”, cabe-nos ressaltar
que esta é a forma aceita pela norma culta. Quando um advérbio (mal /
bem) antecede um verbo no particípio, formando uma unidade adjetiva
(com hífen ou não) – bem-humorado, bem-dotado, bem vestido, bem
colocado - não ocorre a contração do advérbio com o mais que o
precede. No entanto, como o superlativo de bem (“mais bem”) é
melhor – da mesma forma que o de mal (“mais mal”) é pior – a
expressão se transformou com o tempo e modernamente já se aceitam
expressões (“As competências agora estão melhor / mais bem
distribuídas”).
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De qualquer forma, na hora da prova, cuidado! Algumas bancas são
bastante tradicionais e poderiam não considerar correta a estrutura
melhor distribuídas. Se o enunciado fizer menção a “norma culta”,
não hesite em assinalar esse exemplo como INCORRETO. Pela norma
culta, a construção deveria ser “As competências agora estão mais bem
distribuídas.”.
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
Gabarito: D
Comentário.
Conforme já comentamos em nosso estudo, a análise sintática (relação
entre os elementos da oração) somente é possível quando associada à
análise semântica (significado desses elementos no contexto em que se
encontram).
Pergunta-se: o que era utilizado na iluminação da fazenda e em outros
misteres (ofícios, trabalhos)?
Resposta: o azeite da mamona.
Então, a partir do contexto, percebe-se o erro de concordância nominal
entre o adjetivo “empregados” e o substantivo “azeite”. A forma correta
seria “que servia para extrair da mamona o azeite, empregado para a
iluminação da fazenda e outros misteres”.
O que poderia levar a uma “contaminação” para o plural seriam todos os
elementos que antecederam este adjetivo em outra oração. Mas o
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candidato deve sempre compreender o contexto para identificar a
função sintática de cada vocábulo.
Gabarito: C
Comentário.
A opção c, que está correta, apresenta um caso de flexão de infinitivo
– “os trabalhadores conquistaram o direito de se unir em sindicatos”.
Não haveria necessidade de se flexionar o verbo no infinitivo,
considerando que o sujeito dessa forma nominal é o mesmo do da
oração principal. Ocorre que, por estar acompanhado do pronome “se”,
essa flexão poderia ocorrer – “os trabalhadores conquistaram o direito
de se unirem em sindicatos”. As duas formas (flexionado ou não) são
possíveis.
As demais opções foram consideradas incorretas:
Opção a) além do emprego inadequado da vírgula (separa o sujeito do
verbo), houve erro na concordância entre o verbo e o núcleo do sujeito.
Pergunta-se: o que deriva diretamente do antagonismo entre
compradores e vendedores da força de trabalho?
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Resposta: “A razão de ser do desemprego como elemento estrutural do
capitalismo”. O núcleo é razão, logo o verbo deverá permanecer no
singular – deriva.
Opção b) Novamente, observa-se erro de concordância, desta vez com a
inversão dos termos da oração: ”aos trabalhadores, obviamente,
interessam o contrário”. Na ordem direta: “o contrário (daquilo que já se
expôs) interessa aos trabalhadores”. Na inversão, antecede ao verbo
um termo no plural (trabalhadores), o que poderia dar uma falsa
sensação de ser ele o sujeito da forma verbal.
Opção d) O erro está na concordância nominal entre o adjetivo
acrescidas e o substantivo correspondente, monopolização, sendo
que o correto seria “A monopolização do mercado de trabalho,
acrescida das sucessivas conquistas de direitos sociais pelos
trabalhadores”. O verbo, na seqüência, foi corretamente flexionado, pois
o núcleo do sujeito é monopolização ("A monopolização do mercado
de trabalho, ..., tornou o custo do trabalho o preço estratégico da
economia capitalista”).
Opção e) Não ocorre crase antes de palavra masculina – tende a zero.
Mais sobre o assunto será tratado na aula de crase.
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achavam amazonas, e que apartadas dele e
metida terra adentro estavam as dependências
do chefe Ica, abundantíssimas em metal
20 amarelo. Esse último senhorio nunca o viram e
nem ouviram falar os expedicionários. Das
amazonas, no entanto, voltaram a ter notícia,
quando, mais adiante, lhes advertiram-nos
outros índios do perigo a que se expunham de
25 alcançá-las, por serem poucos e elas muitas.”
(Sérgio Buarque de Holanda)
69 - Ocorre erro de concordância nominal na linha
a) 16
b) 19
c) 3
d) 18
e) 25
Gabarito: D
Comentário.
Essa foi uma das provas mais difíceis de Língua Portuguesa da ESAF. O
texto de Sérgio Buarque de Holanda, belíssimo por sinal, apresenta
construções sintáticas complexas, com elementos retirados de sua
posição habitual no conjunto oracional, pronomes em referências
anafóricas distantes. Tudo isso exige muita atenção do leitor.
A passagem com incorreção de sintaxe de concordância é:
“Francisco de Orellana e seus companheiros, foram avisados de que,
águas abaixo, no grande rio, se achavam amazonas, e que apartadas
dele e metida terra adentro estavam as dependências do chefe Ica,
abundantíssimas em metal amarelo.”
Pergunta-se: o que estava apartado do grande rio e metido terra
adentro?
Resposta: “as dependências do chefe Ica”.
Então, os adjetivos relacionados a “dependências” devem com esse
substantivo concordar – “e que apartadas dele e metidas terra
adentro estavam as dependências do chefe Ica...”.
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Gabarito: C
Comentário.
Essa questão teve como base o mesmo texto da anterior.
Vamos analisar o trecho que vai do início do parágrafo até o ponto em
que se constata o erro de concordância verbal, de modo que, a partir da
compreensão textual, possamos realizar a análise sintática.
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Percebe-se, assim, erro de concordância verbal. A forma correta seria:
“colorindo-as e enriquecendo-as, segundo lhes pedia a imaginação”.
Até a próxima.
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unidade de produto diminuirá e haverá um aumento de lucro. Isso
estimulará o investimento e a incorporação de novas tecnologias,
aumentando a oferta global. Outra possibilidade é a combinação de uma
redução dos preços das importações com uma valorização externa da
moeda.
Mas em que a década dos 90 é diferente da dos 80 na economia
americana? A tabela abaixo compara as duas, usando a média trimestral
das variáveis. Verificamos que as diferenças residem no aumento da
produtividade do trabalho, na redução da taxa de desemprego e na
queda da taxa de inflação. Esta última é notável quando levamos em
conta que
uma taxa anual de 5,6% produz, em dez anos, uma inflação acumulada
de 72%, enquanto uma taxa anual de 3% produz uma inflação
acumulada, na década, de 34%.
(Antonio Delfim Netto, com adaptações)
Julgue a asserção abaixo em seus aspectos gramaticais.
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e) No caso da Banda B da telefonia celular, a venda seqüencial
possibilitou que envelopes de algumas áreas fossem abertos antes da
disputa pelo interior de São Paulo parar nos tribunais. / No caso da
Banda B da telefonia celular, a venda seqüencial possibilitou que
envelopes de algumas áreas fossem abertos antes de a disputa pelo
interior de São Paulo parar nos tribunais.
(Baseado em texto de Daniel Japiassu - Carta Capital, 18/2/1998)
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Geograficamente, a região entre o Parnaíba, o Tocantins e o São
Francisco pertencem(A), em grande parte, a (B) Pernambuco, mas a
história prende-a à(C) Bahia. Foram baianos que, procurando terrenos
apropriados à criação de gado, passaram à(D) Serra do Espinhaço, e
favorecidos pelas catingas decíduas, chegaram ao rio de São Francisco,
espontando(E) todos os rios secos que retalham Pernambuco, Paraíba,
Rio Grande do Norte e Ceará.
(Capistrano de Abreu, adaptado)
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
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a) Durante os setenta anos da história imperial brasileira, o velho sonho
do paraíso, que alimentou a vontade dos primeiros colonizados, foram
sendo substituídos pela utopia da “modernização”, uma idealização
explícita do modelo socieconômico das potências da Europa do norte, e
mais tarde do modelo da sociedade norte-americana.
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inacreditável massa de 1,2 bilhão de pessoas, isto é, nada menos do
que 20% da humanidade.
b) Em 1987 calculou-se que a legião dos párias da Terra - os
condenados a viverem com menos de um dólar por dia - cifravam-se em
880 milhões, atualmente essa multidão de pobres diabos já constituem
uma formidável massa de 1,2 bilhão de pessoas, isto é, nada menos do
que em 20% da humanidade.
c) A legião dos párias da Terra, ou seja, dos condenados a viver com
menos de um dólar por dia, em 1987, era calculada em 880 milhões.
Atualmente, essa multidão de excluídos constitui uma assustadora
massa de 1,2 bilhão de pessoas, isto é, nada menos do que 20% da
humanidade.
d) Se, em 1987, os condenados a viver com menos de um dólar por
dia - a legião dos párias da Terra - eram 880 milhões, atualmente, essa
multidão de pobres já constitui uma inquietante massa de 1,2 bilhão de
pessoas, isto é, cerca de 20% da humanidade.
e) Se foi calculado que, em 1987, a legião dos párias da Terra - os
condenados a viver com menos de um dólar por dia - era de 880 mi-
lhões, atualmente, essa multidão de desvalidos já constitui uma massa
de 1,2 bilhão de pessoas, isto é, 20% da humanidade.
(Adaptado de Fábio Konder Comparato, Folha de S. Paulo, MAIS!,
31/12/2000)
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
47 - (AFC STN/2002)
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Um emprego novo na indústria siderúrgica custa 1,4 milhão de reais. No
varejo, um único emprego exige o dispêndio de algo em torno de
30.000 reais: o custo do espaço na loja, do balcão e do estoque de
mercadorias.
Julgue a asserção abaixo em seus aspectos gramaticais.
b) À linha 1 seria também correto escrever-se 1,4 milhões de reais.
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dois terços da população mundial não se sente representada por seus
governos e tem uma péssima opinião sobre a honestidade e sentido
público dos políticos, muitas vezes sendo o voto uma manifestação
“mais contra o que se teme, do que a favor do que se espera”.
(Alexandre Vidigal de Oliveira, Tecnologia política e a
globalização da crise de representatividade, in: Correio
Braziliense, 14/10/2002, com adaptações)
52-(Assistente de Chancelaria/2002)
As viagens ao exterior e os encontros com figurões estrangeiros
constituem, desde o reinado de Dom Pedro II, um trunfo na estratégia
das lideranças brasileiras. De fato, as críticas às viagens internacionais
do Presidente da República ou de outros dirigentes parecem
despropositadas. Tanto o governo como a oposição devem reposicionar
os interesses brasileiros num mundo em plena mutação. O problema
que se coloca é de outra natureza e se resume numa interrogação pouco
formulada na campanha presidencial: quais devem ser os rumos de
nossa diplomacia?
(Luiz Felipe de Alencastro, Veja, 10/04/2002, com
adaptações)
Assinale a relação de condição incorreta a respeito do emprego das
estruturas lingüísticas no texto.
Se
a) “encontros”(l.1) for empregada no singular, “constituem”(l.2) deve
ser substituída por constitui.
b) “as críticas”(l.3) for substituída por criticar, o sinal indicativo de
crase, em “às”(l.3), deve ser retirado.
c) “as críticas”(l.3) for substituída por criticar, “parecem
despropositadas”(l.4-5) deve ser substituída por parece
despropositado.
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d) o conectivo “Tanto...como”(l.5) for substituído por Não só ... mas
também, o verbo seguinte pode ser empregado no plural, “devem”(l.5),
ou no singular, deve.
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
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a) As pessoas se agrupam em função de objetivos comuns em
associações, federações, confederações, sindicatos, ONGs, colégios,
empresas, sociedades, clubes, conselhos, fundações, institutos, etc.
b) Em qualquer uma dessas situações pressupõem-se que os grupos
trabalham unidos na defesa de um ideário consubstanciado em
estatutos, normas e procedimentos que determinam formas de atuação
na sociedade.
c) Entre os dez setores que mais geraram empregos no Brasil, em
1996, as entidades sem fins lucrativos despontaram em primeiro
lugar.(...)
d) Além disso, possuem alto índice de trabalhadores voluntários que
disponibilizam seu tempo livre em benefício de toda a sociedade, algo
nada desprezível enquanto força mobilizadora.
e) A questão é como usar esse poder. Talvez nunca como neste
momento a conscientização da necessidade do envolvimento do
empresariado na vida da comunidade tenha sido tão importante.
(Maria Christina Andrade Vieira, Gazeta Mercantil -14 de agosto de
1997, com adaptações)
56 - (TRF 2003) Assinale o trecho do texto que foi transcrito com erro.
a) Os direitos humanos, a grande conquista moderna, procedem da
idéia de que o governo está a serviço dos cidadãos, e não o contrário.
Cada indivíduo, antes mesmo de fazer parte do poder político, já detêm
direitos que são seus, pelo simples ato de nascer.
b) É esse vínculo dos direitos humanos ao nascimento que permite dizer
que eles são direitos naturais. Já o Estado é um instrumento para
realizar fins comuns às pessoas.
c) Vários teóricos da política, ao longo dos séculos XVII e XVIII,
afirmaram que o Estado nasceria de um contrato. Eles foram
indevidamente contestados depois que os avanços da história
mostraram que seria impossível a pessoas isoladas entre si
desenvolverem a sofisticação necessária para adotar o conjunto de
regras e leis que forma um Estado.
d) O que os contratualistas pretendiam não era tanto afirmar uma
verdade histórica, ou sequer uma hipótese, mas expressar uma idéia
filosófica forte, revolucionária: o indivíduo tem prioridade sobre o
Estado.
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e) Mesmo que cada um de nós, em sua vida, nasça dentro de um Estado
— e, portanto, depois dele —, este último somente tem validade como
ferramenta ou meio para promover fins que são os nossos.
Adaptado de Renato Janine Ribeiro, Fronteiras da Ética,
São Paulo: Senac, 2002, p.134,135.
57 - (AFRF 2002.1)
O homem é moderno na medida das senhas de que ele é escravo para
ter acesso à vida. Não é mais o senhor de seu direito constitucional de
ir-e-vir. A senha é a senhora absoluta. Sem senha, você fica sem seu
próprio dinheiro ou até sem a vida. No cofre do hotel, são quatro
algarismos; no seu home bank, seis; mas para trabalhar no computador
da empresa, você tem que digitar oito vezes, letras e algarismos. A
porta do meu carro tem senha; o alarme do seu, também. Cada um de
nossos cartões tem senha. Se for sensato, você percebe que sua
memória não pode ser ocupada com tanta baboseira inútil. Seus
neurônios precisam ter finalidade nobre. Têm que guardar, sim, os bons
momentos da vida. Então, desesperado, você descarrega tudo na sua
agenda eletrônica, num lugar secreto que só senha abre. Agora só falta
descobrir em que lugar secreto você vai guardar a senha do lugar
secreto que guarda as senhas.
(Alexandre Garcia, Abre-te sésamo, com adaptações)
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brasileiros de informática que já encontraram colocação no mercado
americano. Vivendo um período de prosperidade sem precedentes, os
Estados Unidos da América não está(E) conseguindo preencher as
300.000 vagas de trabalho que são abertas a cada ano na área com os
novos profissionais – cerca de 24.000 – que saem de suas
universidades.
(Manoel Fernandes - Veja - 28/1/1998, adaptado)
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
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b) A percepção do Brasil como país de oportunidades e como força
emergente na economia mundial se está consolidando. / Está-se
consolidando a percepção do Brasil como país de oportunidades e como
força emergente na economia mundial.
c) O Brasil será sempre, lá fora, o que nós quisermos que ele seja, o
que nós formos capazes de fazer com que ele seja. / O que quisermos
que o Brasil seja lá fora, o que formos capazes de fazer com que ele
seja, ele será sempre.
d) Não há imagem que se sustente sem a base firme da realidade, nem
se pode viver a ilusão de que a imagem pode substituir a realidade. /
Não se sustenta uma imagem sem a base firme da realidade, nem se
pode viver a ilusão de que a imagem substitua a realidade.
e) Com a estabilização e com as reformas em curso, nós mudamos
quase que completamente para positivo o sinal com que figuramos na
agenda internacional e na agenda das relações com nossos principais
parceiros, tanto no mundo desenvolvido quanto no mundo em
desenvolvimento. / O sinal com que figuramos na agenda internacional
e na agenda das relações com nossos principais parceiros, tanto no
mundo desenvolvido quanto no mundo em desenvolvimento, com a
estabilização e com as reformas em curso, foram mudados quase que
completamente para positivo.
(Adaptado de www.mre.gov.br Comissão de Relações
Exteriores da Câmara dos Deputados)
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e) E
63 - (TC PR/2002-2003)
Monteiro Lobato, ao afirmar que "um país se faz com homens e livros",
por certo indicou o caminho das pedras àqueles que, descuidadamente,
promovem a história sem a preocupação de seu registro e que, por
conseqüência, legam ao pó do esquecimento tudo o que foi feito – certo
ou errado – ou deixado de fazer. Os homens fazem a história. Os livros
registram a história. Sem estes, os exemplos do passado, os
conhecimentos técnicos e científicos armazenados, o testemunho e as
provas colhidas não seriam repassados às gerações futuras, o que
comprometeria a chamada evolução.
www.tcparaná.gov.br
Em relação ao texto, julgue a asserção abaixo em seus aspectos
gramaticais.
d) O fato de a forma verbal “repassados”(l.8) estar no masculino
comprova o fato de que predomina o masculino genérico quando o
antecedente é constituído de elementos dos dois gêneros.
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Max Weber deixou um legado importante ao abordar as esferas da
sociedade como campos autônomos(A), com características específicas
e com regras próprias de conduta. Quanto mais independentes(B)
essas(C) esferas forem concebidas,(D) mais livre(E) estarão para
exercer suas atividades.
(Baseado em Maria Francisca Pinheiro Coelho)
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
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15 Orellana e seus companheiros, foram avisados
de que, águas abaixo, no grande rio, se
achavam amazonas, e que apartadas dele e
metida terra adentro estavam as dependências
do chefe Ica, abundantíssimas em metal
20 amarelo. Esse último senhorio nunca o viram e
nem ouviram falar os expedicionários. Das
amazonas, no entanto, voltaram a ter notícia,
quando, mais adiante, lhes advertiram-nos
outros índios do perigo a que se expunham de
25 alcançá-las, por serem poucos e elas muitas.”
(Sérgio Buarque de Holanda)
69 - Ocorre erro de concordância nominal na linha
a) 16
b) 19
c) 3
d) 18
e) 25
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a) Atender uma explicação.
Atender a um conselho.
b) O diretor atendeu aos interessados.
O diretor atendeu-os no que foi possível.
c) Atender às condições do mercado.
Os requerentes foram atendidos pelo juiz.
d) Atender o telefone.
Atender ao telefone.
e) Ninguém atendeu para os primeiros sintomas da doença.
Ninguém se atendeu aos primeiros alarmes de incêndio.
Gabarito: E
Comentário.
Essa questão é praticamente uma aula de regência verbal do verbo
atender.
Todos os exemplos apresentados nas opções da questão foram retirados
do livro de Celso Pedro Luft (obra citada no início da aula).
Sobre a regência do verbo atender:
1. o verbo será facultativamente transitivo direto ou transitivo
indireto (neste caso, regendo a preposição a) nas seguintes
acepções:
- no sentido de dar ou prestar atenção – “Atender a um
conselho” (opção a),”Atender uma explicação” (opção a), “O
diretor atendeu aos interessados” (opção b); Luft ressalta que,
se o complemento for um pronome pessoal referente a
PESSOA, só se empregam as formas objetivas diretas – “O
diretor atendeu os interessados” ou “aos interessados”, mas
somente “O diretor atendeu-os.”.
- na acepção de tomar em consideração, considerar, levar
em conta, ter em vista – “Atender às condições do mercado.”
(opção c);
- com sentido de responder – “Atender ao / o telefone
(opção d);
2. na acepção de conceder uma audiência , é transitivo direto e, por
isso, possibilita a construção na voz passiva – “Os requerentes
foram atendidos pelo juiz” (opção c);
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3. no sentido de acolher, deferir, tomar em consideração, é
transitivo direto – “O diretor atendeu-os no que foi possível”
(opção b) ;
4. no sentido de atentar, reparar, é transitivo indireto, podendo
reger as preposições a, para, em – “Ninguém atendeu para os
primeiros sintomas da doença” (opção e).
Item INCORRETO.
Comentário.
O verbo constatar é transitivo direto (alguém constata alguma coisa).
Assim, a forma, sem a preposição, seria: “Os recursos somente são
liberados após o TCU constatar que a adoção...”.
Verificamos, porém, que o complemento verbal não está representado
por uma oração, mas por substantivos. Há, portanto, necessidade de
retirar não só a preposição, como também a conjunção “que” – “... após
o TCU constatar a adoção de providências corretivas pelo gestor da obra
e após a edição de um decreto legislativo específico.”.
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Neste caso, como o pronome substantivo indefinido (ISSO) estaria
exercendo a função sintática de objeto direto de constatar (“...
constatar ISSO”), a oração é classificada como oração subordinada
substantiva objetiva direta. Traduzindo o “gramatiquês”:
- oração subordinada – porque exerce uma função sintática na
oração principal;
- substantiva – porque, como vimos, ela pode ocupar o lugar de
um substantivo (“constatar o cumprimento”) ou de um pronome
substantivo (“constatar ISSO”);
- objetiva direta – porque ela exerce a função sintática de objeto
direto em relação à oração principal.
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Contudo, na construção (2), como a oração adjetiva apresenta um
termo regente (apaixonada) que exige a preposição por antes do termo
regido rapaz (antecedente do pronome relativo que), essa preposição
por deve anteceder o pronome relativo que o representa na oração
adjetiva (“fui apaixonada pelo rapaz” / “por quem [rapaz] fui
apaixonada”).
Mais um exemplo, para concluir. Foi anunciado antes da exibição do
filme “Carandiru”:
“O filme | que você vai assistir | é baseado em fatos reais”.
O período é composto pelas seguintes orações:
1ª oração – “O filme é baseado em fatos reais” – oração
principal
2ª oração – “que você vai assistir” – oração subordinada –
oração que define/restringe o substantivo filme
O pronome que está, na oração subordinada, no lugar do vocábulo
filme (“filme que você vai assistir”). Feita a devida substituição, a
oração subordinada, então, seria “você vai assistir o filme”.
Contudo, o verbo assistir na acepção de presenciar, segundo a norma
culta, é transitivo indireto, regendo a preposição “a”. Assim, a
preposição deverá ser colocada antes do pronome relativo que está
no lugar de filme – “O filme | a que você vai assistir | é baseado em
fatos reais.”.
O verbo assistir:
(1) no sentido de auxiliar, ajudar, é transitivo direto ou indireto
(com a preposição a ou o pronome lhe), indiferentemente –
“Eu assisti (a) teu pai na enfermidade.”; “Eu sempre lhe
assisto quando mais precisa de ajuda.”;
(2) no sentido de estar presente, presenciar, é transitivo
indireto (a ele – não admite o pronome “lhe”) – “Você vai
assistir ao filme”.;
Diz Luft a esse respeito: “por pressão semântica de ver,
presenciar, observar, é natural a inovação regencial
“assistir algo” – “assisti-lo”. ... Isso não impede que, para a
linguagem culta formal, se aconselhe a regência originária
(assistir a algo) até porque mesmo ‘os modernistas
continuam preferindo o complemento preposicionado’ (Lessa:
157).”
(3) na acepção de residir, é transitivo indireto, com a preposição
em (Assisto em Curitiba.) .
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3 - (AFRF 2002.1)
O homem é moderno na medida das senhas de que ele é escravo para
ter acesso à vida. Não é mais o senhor de seu direito constitucional de
ir-e-vir. A senha é a senhora absoluta. Sem senha, você fica sem seu
próprio dinheiro ou até sem a vida. No cofre do hotel, são quatro
algarismos; no seu home bank, seis; mas para trabalhar no computador
da empresa, você tem que digitar oito vezes, letras e algarismos. A
porta do meu carro tem senha; o alarme do seu, também. Cada um de
nossos cartões tem senha. Se for sensato, você percebe que sua
memória não pode ser ocupada com tanta baboseira inútil. Seus
neurônios precisam ter finalidade nobre. Têm que guardar, sim, os bons
momentos da vida. Então, desesperado, você descarrega tudo na sua
agenda eletrônica, num lugar secreto que só senha abre. Agora só falta
descobrir em que lugar secreto você vai guardar a senha do lugar
secreto que guarda as senhas.
(Alexandre Garcia, Abre-te sésamo, com adaptações)
Julgue a asserção abaixo, com relação ao emprego das palavras e
expressões do texto.
a) Para que as regras da norma culta sejam respeitadas, é obrigatório o
emprego da preposição de regendo a oração “que ele é escravo”(l.1).
Item CORRETO.
Comentário.
O vocábulo escravo rege a preposição de (“Alguém é escravo de outra
pessoa ou de alguma coisa.”).
No segmento “O homem é moderno na medida das senhas | de que ele
é escravo”, há as seguintes orações:
1ª oração – “O homem é moderno na medida das senhas” –
oração principal
2ª oração – “de que ele é escravo” – oração subordinada
adjetiva que restringe o conceito de “senhas”
O que presente na 2ª oração está substituindo o vocábulo “senhas”, da
1ª oração. Por isso, é classificado como um pronome relativo. Um
pronome relativo SEMPRE dá início a uma oração subordinada
adjetiva. Uma oração adjetiva pode ser restritiva (limita o conceito do
vocábulo a que se refere) ou explicativa (oferece apenas informações
adicionais, acessórias). Nesse caso, é restritiva.
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Devemos observar se o elemento representado pelo pronome relativo
deveria ser regido por alguma preposição exigida por outro elemento da
oração adjetiva. Para isso, devemos colocar a oração adjetiva na ordem
direta, fazendo as substituições necessárias:
“que ele é escravo” – “ele é escravo de senhas”
Essa preposição obrigatória, exigida pelo substantivo escravo (termo
regente), deve preceder o pronome relativo (termo regido) – “de que
ele é escravo”. Portanto, a assertiva está correta.
4 - (AFRF/2003)
Falar em direitos humanos pressupõe localizar a realidade que os faz
emergir no contexto sócio-político e histórico-estrutural do processo
contraditório de criação das sociedades. Implica, em suma, desvendar, a
cada momento deste processo, o que venha a resultar como direitos
novos até então escondidos sob a lógica perversa de regimes políticos,
sociais e econômicos, injustos e comprometedores da liberdade
humana. Este ponto de vista referencial determina a dimensão do
problema dos direitos humanos na América Latina. Neste contexto, a fiel
abordagem acerca das condições presentes e dos caminhos futuros dos
direitos humanos passa, necessariamente, pela reflexão em torno das
relações econômicas internacionais entre países periféricos e países
centrais. As desarticulações que desta situação resultam não chegam a
modificar a base estrutural destas relações: a extrema dependência a
que estão submetidos os países periféricos, tanto no que concerne ao
agravamento das condições de trabalho e de vida (degradação dos
salários e dos benefícios sociais), quanto na dependência tecnológica,
cultural e ideológica.
(Núcleo de Estudos para a Paz e Direitos Humanos, UnB, in:
Introdução Crítica ao Direito, com adaptações)
Item INCORRETO
Comentário.
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É necessário analisar todo o segmento para verificar qual é o termo
regente nessa relação sintática:
“... a extrema dependência a que estão submetidos os países
periféricos.”
Dispondo os termos na ordem direta e fazendo as substituições e
ajustes necessários à análise, temos que:
“Os países estão submetidos à extrema dependência.”
Comprova-se que a preposição é exigência do adjetivo submetidos, e
não do substantivo “dependência”, conforme foi sugerido no item III.
Por esse motivo, está incorreta tal proposição.
Gabarito: A
Comentário.
No item considerado correto temos um pronome relativo que (em
referência a “causa”) antecedido por uma preposição exigida pelo verbo
lutar (“Alguém luta por alguma causa.”) – “A causa por que lutou...”.
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“Seria implementado o plano do qual muitos funcionários falaram a
respeito ...”.
c) Há erro na construção “A equipe que a instituição mantinha
parceria...”. A forma correta seria, feitas as devidas substituições e
ajustes: “A instituição mantinha parceria com a equipe.”. Assim, o
pronome relativo que (que substitui equipe) deve ser precedido da
preposição com – “A equipe com que a instituição mantinha
parceria ...”. Na seqüência, outro erro: na indicação de tempo
decorrido, deve-se usar o verbo haver: “há longo tempo”.
d) O verbo concordar, no sentido de assentir, consentir, pode reger
as preposições com e em (“Todos concordam com/em tudo.”). Em
construções com o objeto indireto oracional, prefere-se, em geral, omitir
a preposição, como apresentado no item “Todos concordavam que as
empresas...”. Esta construção está correta.
O problema, porém, está no emprego do pronome relativo que, da
estrutura “...as empresas que a licença de funcionamento não estivesse
atualizada...”. O pronome relativo que liga dois substantivos com idéia
de posse (normalmente unidos pela preposição de, como em “licença
das empresas”) é o cujo (e suas derivações de gênero e número). O
correto seria, então, “...as empresas cuja licença de funcionamento não
estivesse atualizada...”.
e) “Alguém deve se adequar a alguma situação.”. Na construção “o
diretor não se afinava com a nova política que devia adequar-se”, o
relativo que refere-se a nova política.
A oração na ordem direta, com as devidas substituições, seria: “O
diretor devia adequar-se à nova política”, onde o “à” representa a
contração da preposição a, exigida pelo verbo adequar, com o artigo
definido a, que antecede “nova política”. Como, em vez de “nova
política”, há um pronome relativo, a preposição deverá anteceder esse
pronome – “o diretor não se afinava com a nova política a que devia
adequar-se.”
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Julgue a assertiva abaixo.
c) Em “a que se deva obrigatoriamente subordinar” (l.4) o uso da
preposição “a” está de acordo com as normas da variedade padrão
da língua portuguesa.
Item CORRETO.
Comentário.
Na locução verbal “deva subordinar”, devemos analisar a transitividade
e regência do verbo principal – subordinar. Esse verbo é transitivo
direto e indireto, regendo a preposição a.
O pronome relativo que substitui a palavra lei. A construção, então,
seria, na ordem direta: “[O Tribunal de Contas ] se deva subordinar à
lei.”. Como no lugar de lei existe o pronome relativo que, a preposição
a ele deve anteceder – “a que se deva obrigatoriamente subordinar”.
Gabarito: B
Comentário.
No período “Outro mito muito em voga é | de que a globalização torna a
vida das pessoas muito mais instável”, há duas orações, quais sejam:
• “Outro mito muito em voga é de” – oração principal
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• “que a globalização torna a vida das pessoas muito mais instável.”
– oração subordinada à principal
A preposição “de” que antecede a conjunção “que” é exigida pelo
substantivo “mito”. Contudo, a ausência da repetição desta palavra, ou
da colocação de um pronome que a ela faça referência, acarretou a
falha de coesão textual, acabando por deixar a preposição sozinha, sem
termo ao qual pudesse se ligar.
Há duas possibilidades de correção e, conseqüentemente, de
classificação da oração subordinada:
1ª possibilidade:
- “Outro mito muito em voga é o de que a globalização torna a vida das
pessoas muito mais instável.”
1ª oração - “Outro mito muito em voga é o de” - oração principal
(o pronome demonstrativo “o” representa o substantivo “mito” e
passa a ser o termo regente da preposição de)
2ª oração - “que a globalização torna a vida das pessoas muito mais
instável.” - oração subordinada completiva nominal
(complemento nominal do substantivo mito)
2ª possibilidade:
- “Outro mito muito em voga é que a globalização torna a vida das
pessoas muito mais instável.”
1ª oração - “Outro mito muito em voga é” - oração principal (em
relação ao exemplo anterior, foram retirados o pronome
demonstrativo o e a preposição de)
2ª oração – “que a globalização torna a vida das pessoas muito mais
instável.” - oração subordinada predicativa do sujeito (com a
retirada da preposição, essa oração passa a exercer a função de
predicativo do sujeito, em um predicado nominal)
A expressão “é de que”, apresentada na questão, constitui um erro.
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no país, especialmente pelo setor calçadista(D). A expectativa é a
que(E) em dois anos esse setor agregue US$ 400 milhões às
exportações brasileiras.
(Folha de S. Paulo, 18/08/2000, página A2, com adaptações)
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
Gabarito: E
Comentário.
“A expectativa é a | que em dois anos esse setor agregue US$ 400 mi-
lhões às exportações brasileiras.”
Nesta questão, houve a omissão da preposição que liga o termo regente
(expectativa, representado na oração pelo pronome demonstrativo a)
e o termo regido (no caso, uma oração que tem início com a conjunção
que).
A forma correta, portanto, seria “A expectativa é a de que em dois anos
esse setor agregue US$ 400 milhões às exportações brasileiras.”.
Nesse último trecho, “esse setor agregue US$ 400 milhões às
exportações brasileiras”, esse “às” (corretamente empregado) nada
mais é do que a preposição a, exigida pelo regente verbal agregar
(“Alguém agrega alguma coisa a outra”) com o artigo definido as, que
antecede o substantivo exportações.
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declarações, mas nos registros da Receita constam em cerca de 40 mil
empresas que estariam obrigadas a declarar.
c) O coordenador diz que os dados da Dimob serão confrontados com as
informações da declaração das empresas e das pessoas físicas. O
coordenador afirma ainda que as informações serão cruzadas com os
dados da CPMF, que têm sido instrumento indispensável ao trabalho de
fiscalização do órgão.
d) Na declaração, as imobiliárias só devem informar as operações
realizadas no ano passado. As empresas que não tiveram atividades em
2002 estão desobrigadas de prestar contas. Quem deixou de entregar a
declaração no prazo pagará multa mínima de R$ 5 mil por mês-
calendário. Em caso de omissão ou informação de dados incorretos ou
incompletos, a multa será de 5% sobre o valor da transação.
e) Essa declaração foi criada em fevereiro de 2003 para identificar as
operações de venda e aluguel de imóveis. A Receita quer saber, por
exemplo, a data, o valor da transação e a comissão paga ao corretor. No
ano passado, foram fiscalizadas 495 empresas do setor, cujas autuações
somaram R$ 1,2 bilhão.
(Adaptado de www. receita. fazenda.gov.br, 5/06/2003)
Gabarito: B
Comentário.
Três anos após o concurso de TFC 2000 e do AFC STN 2000, a ESAF
volta a construir uma questão com o mesmo erro. Por isso, é tão
importante fazer provas anteriores, mesmo as antigas.
A exemplo do que vimos na questão anterior, a passagem “A
estimativa é de que metade das empresas não declarou” apresenta
duas possibilidades de correção:
1 – A estimativa é a de que metade das empresas não declarou.
2 – A estimativa é que metade das empresas não declarou.
Outro erro foi na construção “nos registros da Receita constam em
cerca de 40 mil empresas que estariam obrigadas a declarar”. Não há
justificativa para o emprego da preposição em. Na ordem direta,
verificamos que “Cerca de 40 mil empresas que estariam obrigadas a
declarar” é o sujeito oracional de “constam nos registros da Receita”.
Há necessidade, portanto, de retirar a preposição em.
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10 - (TRF/2000) Julgue a assertiva abaixo, em relação à sintaxe de
regência.
c) A notícia ganha mais visibilidade quando se sabe que o salto não
se deve apenas no aumento de impostos.
Item INCORRETO.
Comentário.
O erro está na passagem “o salto não se deve apenas no aumento de
impostos.”. A regência do verbo dever, nessa construção, exige a
preposição a (“Isso se deve a alguma coisa”). Então, o correto seria “o
salto não se deve apenas ao aumento de impostos.”.
Gabarito: E
Comentário.
Os itens a e d estão incorretos e já foram objeto de comentário na
questão 13 da Aula 3 – Concordância.
Hoje, como o assunto é sintaxe de regência, vamos comentar os itens,
também incorretos, b e c.
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Opção b – O pronome relativo que substitui a palavra comerciantes
(“comerciantes que se dedicam”). A oração adjetiva, então, seria: “os
comerciantes se dedicam o comércio.”.
A regência do verbo dedicar-se (verbo transitivo indireto pronominal
que significa devotar-se, entregar-se, aplicar-se) exige a preposição a –
“Alguém se dedica a alguma coisa ou a alguém”. Por isso, deveria ser
“que se dedicam ao comércio eletrônico”.
Outro erro do item é a grafia da palavra deslize, que se escreve com z
e não com s.
Opção c – Agora o assunto é regência nominal. O vocábulo diferente,
nesta acepção, rege preposição de (“Alguma coisa é diferente de
outra.”). Assim, a forma correta seria “se entrega uma mercadoria
diferente da que foi encomendada”, havendo a contração da preposição
de com o pronome demonstrativo a (relativo a “mercadoria”). Para
melhor visualização do pronome demonstrativo, substitua a por aquela
– “se entrega uma mercadoria diferente daquela que foi recomendada”.
12 - (AFC STN/2002)
No passado, para garantir o sucesso de um filho ou de uma filha,
bastava conseguir que eles tirassem um diploma de curso superior. Uma
vez formados, seriam automaticamente chamados de “doutor” e teriam
um salário de classe média para o resto da vida. De uns anos para cá,
essa fórmula não funciona mais. Quem quiser garantir o futuro dos
filhos, além do curso superior, terá de lhes arrumar um capital inicial.
Esse capital deverá ser suficiente para o investimento que gerará um
emprego para seu filho.
Em relação aos aspectos textuais, julgue a asserção abaixo.
d) A regência do verbo chamar empregada no texto(l.3) é considerada
coloquial. A gramática ortodoxa recomenda, como mais formal, o
emprego desse verbo como transitivo direto.
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Em suma, com o sentido de apelidar, qualificar, tachar, o
complemento verbal do verbo chamar tanto pode ser um objeto direto
(Chamou fulano de mesquinho / Chamou-o de mesquinho) quanto um
objeto indireto, com a preposição a ou o pronome lhe (Chamou a
fulano de mesquinho / Chamou-lhe de mesquinho.).
Por sua vez, o termo “mesquinho”, que, no exemplo acima, se refere a
“fulano” (objeto direto/indireto), exerce a função de predicativo do
objeto (direto/indireto) e pode vir ou não precedido de preposição –
Chamou fulano (de) mesquinho / Chamou a fulano (de) mesquinho.
Na construção de linha 3, o verbo chamar é transitivo direto e está
construído em voz passiva (“seriam automaticamente chamados de
‘doutor’...”). Por isso, são dois os equívocos:
1. afirmar que o verbo chamar, na construção, não seria transitivo
direto - ele é transitivo direto, sim, e por isso possibilita a
voz passiva;
2. considerar que a norma culta recomenda apenas a forma direta
(admitem-se as duas transitividades – direta ou indireta).
Item INCORRETO
Comentário.
O verbo tornar, nesse contexto, significa transformar e é um verbo
transobjetivo, que requer, como complementos verbais, o objeto direto
e o predicativo do objeto.
Como vimos na questão anterior, o único verbo transobjetivo que pode
apresentar transitividade indireta é o verbo chamar. Todos os demais
são transitivos diretos. Por isso, está incorreta a construção
“tornando-lhe um negócio rentável”, devendo o pronome oblíquo lhe,
que representa um objeto indireto, ser substituído pelo pronome oblíquo
a (em referência à palavra “atividade”), objeto direto: “tornando-a um
negócio rentável”.
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14 - (AFC STN/2002) Marque o item sublinhado que representa
impropriedade vocabular, erro gramatical ou ortográfico.
Em vista da crescente conscientização sobre a necessidade de preservar
o patrimônio cultural, tem havido muitas discussões sobre a proteção da
área do entorno(A) ou do envoltório(B)do bem imóvel tombado. Há,
principalmente, divergências quanto à sua(C) dimensão adequada ou
ideal e ao momento que(D) passa a ser protegida.(E)
(Baseado em Antônio Silveira R. dos Santos)
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
Gabarito: D
Comentário.
O pronome relativo que (cujo referente é o substantivo momento)
cria, na oração adjetiva que inicia, uma estrutura equivalente a “a área
passa a ser protegida nesse momento”. Percebe-se, assim, o valor
adverbial da expressão sublinhada, exigindo o emprego da preposição
em (em + esse = nesse).
Por isso, essa preposição “em” deve anteceder o pronome relativo
“que”, que representa a palavra momento – “... momento em que
passa a ser protegida.”.
Com relação ao item c (correto), a locução “quanto a” uniu-se ao artigo
que antecede “sua dimensão”, formando “quanto à sua dimensão”.
Como veremos na aula de crase, seria facultativo o emprego do artigo
definido antes do possessivo - “(a) sua dimensão” - e, por conseguinte,
a acentuação – “quanto a (à) sua dimensão”.
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brasileira possui alto índice de disciplina social. E, até agora, se mantém
ao largo da catástrofe econômica argentina. Não _____3________ a
expectativa internacional de que a economia brasileira sofreria os efeitos
do furacão portenho. Completa o quadro estimulante a convicção
______4________Estados Unidos voltarão a crescer entre 2,5% e 3,5%
este ano.
(Otimismo e Cautela, Editorial, Correio Braziliense, 1/3/2002)
1 2 3 4
a) infiltra as consumou-se de que o
b) insinua-se às consumou que os
c) instila a se consumou de que os
d) introduz as consumando-se que o
e) insinua à consumando em que os
Gabarito: C
Na primeira lacuna, um dos significados do verbo insinuar é
introduzir, assim como o de infiltrar (introduzir lentamente) e o de
instilar (introduzir aos poucos). Conclui-se, pois, que a única forma
inválida seria a de letra b, por causa do emprego do pronome “se” em
“insinua-se” (o sujeito é câmbio e o pronome prejudicaria a coerência
textual). O preenchimento desta lacuna não é suficiente para resolver a
questão.
Na segunda lacuna, o adjetivo resistente exige a preposição a – (Ela é
resistente a mudanças). A expressão seguinte – “várias situações
adversas” – poderia ser precedida ou não de artigo. Sem o artigo,
estaria sendo usada em sentido vago, genérico (como no exemplo:
“Várias situações adversas foram apresentadas.”), o que não impediria
de essas situações adversas serem apresentadas pelo autor
posteriormente. Com o artigo, para que haja coerência, o texto deverá
apresentar a definição dessas situações (como em “As várias situações
adversas impediram o trabalho.”– que situações foram essas?) e é isso
o que acontece. Essas situações adversas são apresentadas na
seqüência: “o choque causado pelo racionamento de energia” e “a
catástrofe econômica argentina". Assim, ambas as construções estariam
corretas. As formas que poderiam preencher a lacuna são: a (somente a
preposição) ou às (preposição a + artigo definido plural as). Eliminam-
se, com isso, as opções a e d (por apresentarem somente o artigo
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definido, sem a preposição = as) e a opção e (preposição + artigo no
singular = à).
Restaram, portanto, as opções b e c (50% de chances de acertar a
questão!).
A terceira lacuna envolve conjugação verbal e colocação pronominal
(este ponto será assunto de estudo posterior). A diferença entre as
sugestões dos itens b e c está no pronome (consumou / se
consumou). O verbo, na opção c, está acompanhado do pronome.
Como é transitivo direto (Alguém consumou a ameaça) e uma idéia
passiva é atribuída à expressão “a expectativa internacional” (foi
consumada), estamos diante de uma construção de voz passiva – não
se consumou a expectativa. Por isso, não é possível o emprego do
verbo CONSUMAR sem o pronome: “expectativa” é um elemento
paciente, que sofre a ação verbal, e, caso viesse desacompanhado de
pronome, estaria indevidamente praticando a ação (A expectativa
consumou). Define-se, então, o gabarito como letra c.
Se o candidato resolvesse começar pela última lacuna, não iria perder
tanto tempo assim nessa questão. Só há uma forma válida de
preenchimento. A quarta lacuna aborda regência nominal do substantivo
convicção. Esse vocábulo exige a preposição de (Alguém tem
convicção de alguma coisa). Como o complemento está sob a forma
oracional (“Estados Unidos voltarão a crescer”), há necessidade do
emprego, também, da conjunção que (dá início a uma oração
subordinada substantiva). Finalmente, em nossa aula de concordância,
vimos que o topônimo “Estados Unidos” sempre está precedido de um
artigo definido plural – os Estados Unidos. Assim, a forma que
preenche a lacuna é de que os.
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a) Retirar “das” (l.1) de diante de “técnicas”.
b) Substituir “no” (l.2) e “na” (l.3) por o e a, respectivamente.
c) Substituir “à”(l.3) diante de “empresa” por para.
d) Substituir “no”(l.4) diante de “processo” por do.
e) Retirar “para”(l.6) e acrescentar sinal indicativo de crase no “a” que o
segue.
Gabarito: C
Comentário.
Atenção para o enunciado da questão – o examinador pede que se
marque a ALTERAÇÃO QUE PROVOCA ERRO.
Estão corretas as seguintes sugestões:
Opção a: Em “O desenvolvimento desigual de tecnologia e das técnicas
de produção”, o substantivo desenvolvimento exige a preposição de.
São dois os complementos nominais – tecnologia e técnicas de
produção. Como a preposição exigida pelo termo regente já acompanha
o primeiro complemento, ela é facultativa junto aos demais, no caso,
junto ao segundo – está correta a forma: “o desenvolvimento desigual
de tecnologia e técnicas de produção”. É só uma questão de estilo. Ao
colocar a preposição antes do primeiro elemento, somente, valoriza-se o
conjunto, enquanto que a preposição (com artigo definido) antes de
cada um deles individualiza a ênfase. Voltaremos a falar sobre isso
adiante.
Opção b: Segundo a norma culta, o verbo implicar, no sentido de
acarretar, é transitivo direto. Por isso, está correta a proposta de
retirar a preposição em presente nas contrações na / no. Vamos falar
sobre a regência desse verbo na próxima questão.
Opção d: De acordo com a substituição proposta, o segmento “a falta de
uniformidade tecnológica no processo de produção” teria seu sentido
alterado. Contudo, como o enunciado aborda somente os aspectos
gramaticais, não há erro de regência na construção “a falta de
uniformidade tecnológica do processo de produção”.
Opção e: A regência da expressão abrir espaço (“abre espaço para a
interferência de outros saberes”) aceita as preposições a e para. O que
se propõe com a retirada da preposição para e a colocação de um
acento grave no a é substituir uma preposição pela outra. Como haveria
o encontro da preposição a com o artigo definido feminino a (que
acompanha “interferência”), ocorreria crase, indicada com o acento
grave (“abre espaço à interferência de outros saberes”).
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Item incorreto: C - O erro da troca proposta pela opção c é uma
questão de paralelismo sintático. Na opção a, houve a retirada da
preposição e do artigo que antecedia o segundo complemento. Nesta
opção, há dois elementos regidos pela locução prepositiva “em relação
a”: o capital e a empresa. A única preposição possível nessa construção
é a, e os dois elementos devem vir antecedidos dessa preposição (“em
relação ao capital e à empresa”).
A língua portuguesa exige que a repetição da preposição quando o
artigo antecede cada substantivo (Estatuto da Criança e do
Adolescente), mas existe um fenômeno chamado galicismo ou
castelhanismo, que decorre da “contaminação” das línguas francesa e
espanhola. Nessas línguas, a preposição é mencionada apenas no
primeiro elemento. Só que, empregando-se esse conceito ao português,
haveria erro de regência a partir do segundo elemento se o artigo não
fosse retirado (Estatuto da Criança e o Adolescente). A solução seria
omitir, não só a preposição, mas também o artigo antes de cada um
deles (Estatuto da Criança e Adolescente). Outro exemplo:
Essa ode era uma homenagem ao amor e à admiração que
nutria pela nobre dama.
Essa ode era uma homenagem ao amor e admiração que
nutria pela nobre dama.
Perceba que, ao repetir a preposição em cada um dos elementos, a
ênfase recai individualmente sobre eles, ao passo que, mencionando-a
apenas no primeiro, valoriza-se o conjunto.
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exigia o conhecimento sobre uma inovação sintática no que tange à
regência do verbo implicar.
Na acepção de trazer como conseqüência, acarretar,
tradicionalmente o verbo implicar é transitivo direto (“Seu silêncio
implicava consentimento.”). Contudo, Celso Luft (obra citada) fez
menção à inovação implicar em algo. Segundo o autor, “é inovação
em relação a implicar algo por influência de sinônimos como
‘redundar’, ‘reverter’, ‘resultar’, ‘importar’. Aparentemente brasileirismo.
Plenamente consagrado, admitido até pela gramática normativa.”
Com isso, essa opção foi tida por correta em ambos os períodos –
implicam tratamento / implicam em tratamento.
Gabarito: B
Comentário.
O verbo caber apresenta, nesta acepção, um sujeito oracional e tem
transitividade indireta. Neste item, na ordem direta e feitas as devidas
substituições, a construção seria: “Transformar a vontade
governamental em lei [sujeito oracional] cabe ao Congresso.”.
Observe que o sintagma nominal “Congresso” foi pleonasticamente
repetido, representado na segunda passagem pelo pronome quem.
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Como vimos, este sintagma exerce a função de objeto indireto e,
portanto, deve ser precedido da preposição a. Destarte, a passagem
deveria ser “É ao Congresso a quem cabe transformar a vontade
governamental em lei...”.
Uma outra construção possível (e melhor) seria substituir o pronome
quem pelo que, formando a expressão de realce é que. Isso não nos
exime da obrigação de empregar a preposição antes de “Congresso”,
ficando assim: “É ao Congresso que cabe transformar a vontade
governamental em lei...”.
O item a, correto, merece um comentário: é perfeita a construção final
“mas se esquece de que o poder do governante não é absoluto”.
Existem duas formas verbais – ESQUECER e ESQUECER-SE. A
primeira (esquecer) é transitiva direta (“Meu pai esqueceu o passado.”),
enquanto que a segunda, pronominal, é transitiva indireta, regendo a
preposição de (“Meu pai se esqueceu do passado.”). (OBS: tudo que
falarmos sobre o verbo “esquecer” aplica-se também ao verbo
“lembrar”).
Quando o complemento indireto está sob a forma oracional, como nesse
item (“mas se esquece de que o poder do governante não é
absoluto”), a omissão da preposição de é válida, como em “Nunca me
esquecerei que no meio do caminho/ tinha uma pedra” (Carlos
Drummond de Andrade), exemplo usado por Celso Luft para justificar
essa regência do verbo esquecer-se.
São palavras do professor:
“Aparentemente [há] quatro modos de dizer o mesmo:
(1) alguém esquece um incidente
(2) alguém se esquece de um incidente
(3) um incidente esquece a alguém ou esquece a alguém um
incidente
(4) esquece a alguém de um incidente
Notar, porém, que (1) e (2) realçam a pessoa, sujeito do esquecer, ao
passo que (3) e (4) impessoalizam o esquecer – efetivamente,
sintaticamente, em (4) –, subjetivando o objeto do esquecer [em (3)]. A
construção (1) é a mais usada, mais simples e econômica, ao passo que
(3) e (4) são da linguagem literária.”
“Esquecer-se de que... permite a elipse da preposição: ‘Não se esqueceu
que foram criados juntos’(Machado: Cunha). ‘Nunca me esquecerei que
no meio do caminho/tinha uma pedra’(Drummond). ‘E muitas vezes se
esquecia que estava brincando” (Jorge Amado: Lessa)’.”
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Após essa lição, apresentamos uma questão que abordou esse conceito.
Item CORRETO
Comentário.
O verbo esquecer-se, como vimos, é transitivo indireto, regendo a
preposição de (Não se esqueça de mim.). Contudo, quando o seu
complemento indireto está sob a forma oracional (“que a construção do
autoritarismo...”), é possível a elipse (omissão) da preposição.
Item INCORRETO.
Comentário.
O substantivo preocupação, a depender do significado, pode reger as
preposições ou locuções prepositivas:
(1) de, em (Notei a sua preocupação de/em sair bem na
fotografia.);
(2) por (O amor é uma preocupação ativa pelo pleno
desenvolvimento do ser que se ama.);
(3) (para) com (Percebe-se a preocupação do autor para com sua
obra.);
(4) em torno de (O ministro manifestou sua preocupação em
torno do problema do analfabetismo.).
Nesse item, faltou o emprego da preposição de antes da conjunção
que. A forma correta seria: “há uma preocupação generalizada de
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que o processo esteja levando...”. Em tempo: não confunda esse caso –
preposição que rege um complemento nominal - com o da questão
anterior – preposição que rege um objeto indireto. Em objeto indireto
oracional, a preposição ‘de’ exigida pelo verbo “esquecer-se” é
dispensável: “Esqueceu-se (de) que era tarde.”. Já em complemento
nominal oracional, a preposição ‘de’ é obrigatória e deve anteceder a
conjunção que dá início à oração: “Teve o pressentimento de que tudo
sairia bem.”.
21 - (Assistente de Chancelaria/2002)
O século XX foi o mais assassino na história registrada. O número total
de mortes causadas por ou associadas a suas guerras foi estimado em
187 milhões. O equivalente a mais de 10% da população mundial em
1913. Entendido como tendo-se iniciado em 1914, foi um século de
guerra quase ininterrupta, com poucos e breves períodos sem conflito
armado organizado em algum lugar. Foi dominado por guerras
mundiais: quer dizer, por guerras entre Estados territoriais ou alianças
de Estados. Apesar disso, o século não pode ser tratado como um bloco
único, seja cronológica, seja geograficamente. Cronologicamente, ele se
distribui em três períodos: a era de guerras mundiais centrada na
Alemanha, a era de confronto entre as duas superpotências e a era
desde o fim do sistema de poder internacional clássico. Chamarei a
esses períodos de 1, 2 e 3. Geograficamente, o impacto das operações
militares tem sido desigual. Com uma exceção (a Guerra do Chaco), não
houve guerras entre Estados significantes (em oposição a guerras civis)
no hemisfério Ocidental no último século. Em contrapartida, guerras
entre Estados, não necessariamente desconectadas do confronto global,
permaneceram endêmicas ao Oriente Médio e ao sul da Ásia, e
guerras maiores diretamente resultantes do confronto global
aconteceram no leste e no sudeste da Ásia. Mais impressionante é a
erosão da distinção entre combatentes e não-combatentes. As duas
guerras mundiais da primeira metade do século envolveram toda a
população dos países beligerantes; tanto combatentes quanto não-
combatentes sofreram.
(Eric Hobsbawn, A epidemia da guerra, com adaptações)
Julgue a asserção abaixo em relação ao emprego das palavras e
expressões do texto.
e) Como a preposição a, empregada diante de “Oriente Médio”(l.21) e
“sul da Ásia”(l.21-22), é exigência da regência de “endêmicas” (l.21), a
retirada deste adjetivo exige a substituição de “ao” por em.
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Item INCORRETO.
Comentário.
A substituição da preposição a pela preposição em, após a retirada do
adjetivo endêmicas, não estaria errada. O problema foi proposta de
colocação da preposição em sem o artigo definido que deve acompanhar
esses substantivos.
Esse item está incorreto, devendo a preposição em se contrair aos
artigos, formando “permaneceram no Oriente Médio e no sul da Ásia”.
22 - (Procurador BACEN/2002)
Uma crise bancária pode ser comparada a um vendaval. Suas
conseqüências são imprevisíveis sobre a economia das famílias e das
empresas. Os agentes econômicos relacionam-se em suas operações de
compra, venda e troca de mercadorias e serviços, de modo que, a cada
fato econômico, seja ele de simples circulação, de transformação ou de
consumo, corresponde, ao menos, uma operação de natureza monetária
realizada junto a um intermediário financeiro, em regra um banco
comercial, que recebe um depósito, paga um cheque, desconta um título
ou antecipa a realização de um crédito futuro. A estabilidade do sistema
que intermedeia as operações monetárias, portanto, é fundamental para
a própria segurança e estabilidade das relações entre os agentes
econômicos.
(www.bcb.gov.br)
Julgue a assertiva abaixo, em seus aspectos gramaticais.
d) Em “a cada fato econômico”(l.5) a presença da preposição “a”
justifica-se pela regência da palavra “corresponde”(l.7).
Item CORRETO
Comentário.
Colocada na ordem direta e após algumas supressões de elementos
desnecessários à análise, teríamos que:
“Ao menos, uma operação de natureza monetária realizada junto a
um intermediário financeiro corresponde a cada fato econômico,
seja ele de simples circulação, de transformação ou de consumo.”
O verbo corresponder, na acepção de estar em correlação, é
transitivo indireto, regendo a preposição a.
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23 - (Procurador BACEN/2002) Julgue a afirmação a respeito do
emprego das estruturas lingüísticas do texto.
Do ponto de vista do “pai de família pobre” da década de 20 ou 30, o
Estado aparece como aquele que deve prover os cidadãos do conforto
material mínimo à sobrevivência, na forma de emprego ou de outras
condições mais diretas, como moradia, saúde ou educação. Não se trata
de emitir um juízo de valor sobre esta concepção, mas de constatar sua
existência. Necessário, porém, confrontar isso com o reverso da
medalha, ou seja, a política estatal em relação a esse tipo de
reivindicação, especialmente para o período que antecede 1930 e que
surge para a historiografia como domínio exclusivo das oligarquias.
(Jaime Rodrigues, Crise da primeira república: classes
médias e Estado na década de 20, com adaptações)
I. De acordo com as regras de regência da norma culta, a estrutura
“prover os cidadãos do conforto”(l.2 e 3) admite a substituição por
assegurar aos cidadãos o conforto.
Item CORRETO.
Comentário.
A troca é válida, desde que se observe que essa mudança do verbo
implica alteração, também, na relação entre esse novo verbo e seus
complementos verbais.
O verbo prover é transitivo direto de pessoa (os cidadãos) e indireto de
coisa (conforto) – prover alguém de alguma coisa.
Já o seu substituto – assegurar – tem uma relação inversa com esses
complementos – é direto com coisa e indireto com pessoa – assegurar
alguma coisa a alguém. Como foram respeitadas essas substituições,
o item está correto.
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comemora o nascimento de Cristo – deve ser escrita com letra capitular
(letra maiúscula).
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dicionários continuarem reprovando essa sintaxe. O mais que se pode é
aconselhar a sintaxe primária, lógica, para a linguagem culta formal.”
O verbo PAGAR sofre, na linguagem coloquial, a mesma alteração de
regência ocorrida com o perdoar (quem nunca falou “eu paguei o
médico” ou “eu paguei a empregada” que atire a primeira pedra!). Luft
repete, no comentário sobre o verbo pagar, as observações que fez
sobre o verbo perdoar, com o seguinte acréscimo: “Quando muito,
pode-se dizer que, na língua escrita forma, a sintaxe pagar a alguém,
pagar-lhe é preferível a pagar alguém, pagá-lo.”.
24 - (AFRF/2002.1)
Sob o direito, o administrador público não age contra a lei. Sob a moral,
deve satisfazer o preceito da impessoalidade, não distinguindo amigos
ou inimigos, partidários ou contrários, no tratamento que lhes dispense
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ou na atenção às suas reivindicações, com transparência plena de suas
condutas em face do povo. Descumprir a lei gera o risco da punição
prevista no Código Penal ou de sofrer sanções civis. Quando
desatendidos os princípios da certeza moral, aquela que o ser humano
em seu justo juízo adota convicto, o descumpridor fere regras de
convivência, mas não conflita necessariamente com normas de Direito
que lhe sejam aplicáveis.
(Walter Ceneviva, Moralidade como Fato Jurídico, com adaptações)
Julgue a assertiva em relação ao emprego das palavras e expressões do
texto.
d) De acordo com as regras de regência da norma culta, a expressão
“atenção às suas reivindicações” (l.6) admite a substituição por
atenção para as suas reivindicações.
Item CORRETO.
Comentário.
O substantivo atenção articula-se, sintaticamente, nesta acepção, tanto
com a preposição a, como com a preposição para. Mesmo com a
retirada da preposição a, mantém-se o artigo definido feminino plural
que antecede o pronome “suas”, presente originalmente em “às”
(prep.a + artigo as) – “atenção para as suas reivindicações”.
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Gabarito:
Item II - INCORRETO
Item III - CORRETO
Comentário.
Nos dois itens, encontramos a mesma justificativa para o emprego da
preposição ‘de’: exigida pelos termos regentes expectativas e
esperanças, deverá estar presente antes das orações (termos regidos)
“que haveria” (l.2) e “que novos tempos” (l.4-5), respectivamente.
No item II, o segmento analisado é:
“... a reversão das expectativas de | que haveria a inauguração
de tempos de fraternidade, harmonia e entendimento da
humanidade.”
1ª oração – “a reversão das expectativas de”
2ª oração – “que haveria a inauguração de tempos de
fraternidade, harmonia e entendimento da humanidade”
Caso resolvesse substituir toda a 2ª oração por um pronome
substantivo, teríamos “expectativas DISSO (de + ISSO), o que
confirma ser o que uma conjunção e, conseqüentemente, a 2ª oração,
uma oração substantiva na função de complemento nominal do
substantivo expectativas.
A retirada da preposição antes da oração substantiva completiva
nominal provocaria erro de sintaxe de regência – ITEM INCORRETO.
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Assim, é obrigatória a inserção de uma preposição de antes da oração
que exerce a função sintática de complemento nominal (oração
subordinada substantiva completiva nominal) – ITEM CORRETO.
Sobre a colocação de um acento grave antes de “qualidade de vida” e a
relação entre este sintagma e “relacionamento humano”, falaremos na
aula que trata de crase.
Gabarito: B
Comentário.
Para analisar a regência de um verbo, precisamos identificar o seu
significado, a partir do contexto.
No item b, o verbo importar está sendo usado no sentido de trazer
para o país, nacionalizar - caso em que é transitivo direto (“Alguém
importou alguma coisa.”). Por isso, em vez do pronome oblíquo lhes,
indicado para complementos indiretos, deve-se usar o pronome oblíquo
os (os produtos) – “Em vez de serem alojados nas entidades que
supostamente os importaram, esses produtos acabam tendo como
destino as clínicas particulares dos diretores.”.
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27 - (AFC STN/2000) Marque o item que propõe a correção necessária
nos elementos sublinhados para que as regras de regência da norma
culta sejam respeitadas.
Continuo a conferir aos direitos e responsabilidades constitucionais dos
meios eletrônicos de comunicação neste ano, em que a televisão passa
dos cinqüenta anos. Parto para o tema a contar da Portaria 796, que,
tendo respeitado a plena liberdade da informação jornalística, dis-
pensa-me de cuidar do parágrafo da Constituição que trata dela. A
informação jornalística é inteiramente livre de censura. Não pode,
porém, violar a intimidade, a vida privada e a imagem das pessoas
comuns, cabendo a reação contra seu abuso apenas aos próprios
atingidos.
(W. Ceneviva, Limites da TV na Constituição. Folha de São Paulo,
14/10/2000, com adaptações)
a) Retirar aos que antecede “direitos” (l.1).
b) Retirar em que antecede “que a televisão” (l.3).
c) Retirar de que antecede “cuidar”(l.5).
d) Substituir de que antecede “censura”(l.7), por pela.
e) Substituir contra, que antecede “seu abuso” (l.9), por a.
Gabarito: A
Comentário.
Não, você ainda não fez essa questão. Veja como ela é parecida com a
questão 16 (Analista IRB/2004).
Mais uma vez, o significado do verbo define sua regência – esse verbo
conferir está usado na acepção de realizar uma conferência
(transitivo direto – como em ‘Eu não conferi o resultado da loteria.’) e
não de atribuir algo a alguém (transitivo direto e indireto), como
poderia sugerir o uso indevido da preposição a. Essa conclusão é
extraída a partir da análise semântica do contexto: na qualidade de
jornalista, o autor não deteria essa competência de atribuir direitos e
responsabilidades constitucionais a ninguém – é a própria Constituição
que o faz.
Como o verbo conferir = fazer conferência é transitivo direto, a
retirada da expressão “aos” antes de “direitos e responsabilidades
constitucionais” é necessária para a correção do período.
No item b, por atribuir valor circunstancial de tempo (nesse ano), há
necessidade da preposição em.
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O item c trata da regência do verbo dispensar, que, na construção, é
transitivo direto (pessoa) e indireto (coisa – no caso, uma oração
reduzida de infinitivo). Não se admite, pois, a retirada dessa preposição.
A sugestão de troca do item d é inválida. A censura não liberta nada,
como iria sugerir o emprego da preposição por (pela = por + a).
Assim, além de alterar o sentido, prejudicaria a coerência textual.
A substituição proposta no item e não encontra impedimento na
regência do substantivo reação, que admite as preposições a e contra.
O problema estaria na coesão textual, uma vez que, logo na seqüência,
utiliza-se a preposição a para anteceder o complemento verbal de caber
( “cabendo a reação a seu abuso apenas aos próprios atingidos”). Por
clareza textual, a preposição mais adequada é mesmo contra.
GABARITO: B
COMENTÁRIO:
O examinador tenta, no enunciado, confundir o candidato, ao solicitar
que se marque o item que “não está isento de erros gramaticais e de
ortografia”. Em outras palavras, ele quer a opção com erro gramatical
ou de ortografia, o que é uma redundância em si, uma vez que
ortografia é um dos componentes para a correção gramatical.
Nesta opção, o erro foi de regência verbal. A regência do verbo
asseverar é transitiva direta e não exige preposição. Logo, a forma
correta seria “Cláudio Manuel da Costa asseverou que...”.
Veja no item d um bom exemplo da construção com o verbo chamar.
“O Coronel Domingos Vieira chama-lhe ‘malvado’.” – o verbo chamar
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transitivo indireto acompanhado de um predicativo do objeto indireto
sem preposição.
29 – (AFRF 2005)
O advento da moderna indústria tecnológica fez com que o contexto em
que passa a dispor-se a máquina mudasse completamente de
configuração. Entretanto, tal mudança obedece a certas coordenadas
que começam a ser pensadas já na antiga Grécia, que novamente se
relacionam com a questão da verdade. É que a verdade, a partir de
Platão e Aristóteles, passa a ser determinada de um modo novo,
verificando-se uma transmutação em sua própria essência. Desde então,
entende-se usualmente a verdade como sendo o resultado de uma
adequação, ou seja, a verdade pode ser constatada sempre que a idéia
que o sujeito forma de determinado objeto coincida com esse objeto.
(Gerd Bornheim. Racionalidade e acaso. fragmento)
Item INCORRETO
Comentário.
Tal assertiva está incorreta em dois aspectos – o primeiro em relação à
regência do verbo obedecer. Como já vimos, este verbo é transitivo
indireto, exigindo a preposição a, que, portanto, não poderia ser
suprimida. O segundo erro está na sugestão de emprego do artigo
definido antes da expressão genérica “certas coordenadas”. Por ser
usada em sentido vago, essa expressão não admite artigo e, logo, não
poderia construir a forma “às” (contração da preposição com o artigo
definido).
30 – (AFRE MG/2005)
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continência e fez uma ressalva – ansiava por essa graça, mas não de
imediato. Ele admitiu que receava perder a concupiscência natural da
puberdade. A atitude de Santo Agostinho traduz impecavelmente a
urgência do ser humano em viver o aqui e agora. Essa atitude alia-se ao
desejo de adiar quanto puder a dor e arcar com as conseqüências do
desfrute presente – sejam elas de ordem financeira ou de saúde. É
justamente essa urgência que explica a predisposição das pessoas,
empresas e países a pagar altas taxas de juros para usufruir o mais
rápido possível seu objeto de desejo.
(Viver agora, pagar depois, (Fragmento). In: Economia eNegócios,
Revista Veja, 30/03/2005, p.90)
Julgue a afirmação a respeito do texto.
a) O complemento verbal “seu objeto de desejo” (l.14) poderia vir
precedido da preposição “de”, atendendo-se à regência do verbo
“usufruir”.
Item CORRETO
Comentário.
A regência do verbo “usufruir” admite as duas construções – direta ou
indireta – sem alteração de sentido – “usufruir o mais rápido possível
(de) seu objeto de desejo”. Logo, seu complemento verbal também
poderia ter sido precedido da preposição “de”.
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e) Ninguém atendeu para os primeiros sintomas da doença.
Ninguém se atendeu aos primeiros alarmes de incêndio.
3 - (AFRF 2002.1)
O homem é moderno na medida das senhas de que ele é escravo para
ter acesso à vida. Não é mais o senhor de seu direito constitucional de
ir-e-vir. A senha é a senhora absoluta. Sem senha, você fica sem seu
próprio dinheiro ou até sem a vida. No cofre do hotel, são quatro
algarismos; no seu home bank, seis; mas para trabalhar no computador
da empresa, você tem que digitar oito vezes, letras e algarismos. A
porta do meu carro tem senha; o alarme do seu, também. Cada um de
nossos cartões tem senha. Se for sensato, você percebe que sua
memória não pode ser ocupada com tanta baboseira inútil. Seus
neurônios precisam ter finalidade nobre. Têm que guardar, sim, os bons
momentos da vida. Então, desesperado, você descarrega tudo na sua
agenda eletrônica, num lugar secreto que só senha abre. Agora só falta
descobrir em que lugar secreto você vai guardar a senha do lugar
secreto que guarda as senhas.
(Alexandre Garcia, Abre-te sésamo, com adaptações)
Julgue a asserção abaixo, com relação ao emprego das palavras e
expressões do texto.
a) Para que as regras da norma culta sejam respeitadas, é obrigatório o
emprego da preposição de regendo a oração “que ele é escravo”(l.1).
4 - (AFRF/2003)
Falar em direitos humanos pressupõe localizar a realidade que os faz
emergir no contexto sócio-político e histórico-estrutural do processo
contraditório de criação das sociedades. Implica, em suma, desvendar, a
cada momento deste processo, o que venha a resultar como direitos
novos até então escondidos sob a lógica perversa de regimes políticos,
sociais e econômicos, injustos e comprometedores da liberdade
humana. Este ponto de vista referencial determina a dimensão do
problema dos direitos humanos na América Latina. Neste contexto, a fiel
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abordagem acerca das condições presentes e dos caminhos futuros dos
direitos humanos passa, necessariamente, pela reflexão em torno das
relações econômicas internacionais entre países periféricos e países
centrais. As desarticulações que desta situação resultam não chegam a
modificar a base estrutural destas relações: a extrema dependência a
que estão submetidos os países periféricos, tanto no que concerne ao
agravamento das condições de trabalho e de vida (degradação dos
salários e dos benefícios sociais), quanto na dependência tecnológica,
cultural e ideológica.
(Núcleo de Estudos para a Paz e Direitos Humanos, UnB, in:
Introdução Crítica ao Direito, com adaptações)
Julgue o seguinte item a respeito do emprego das estruturas lingüísticas
do texto.
III. As regras de regência nominal permitem que “dependência”(l.13)
também seja empregada com a preposição com; por isso está
igualmente correto: a extrema dependência com que estão
submetidos...
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Julgue a assertiva abaixo.
c) Em “a que se deva obrigatoriamente subordinar” (l.4) o uso da
preposição “a” está de acordo com as normas da variedade padrão
da língua portuguesa.
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e) E
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a) Pesquisas nos Estados Unidos mostra que a tolerância ao erro no
comércio eletrônico é zero. Quem compra um CD e não recebe,
simplesmente "deleta" o endereço da loja virtual pisou na bola.
b) Para piorar as coisas para os comerciantes que se dedicam o
comércio eletrônico, o internauta entende como erro grave todo e
qualquer deslise cometido pela loja.
c) Tanto faz se a empresa demora a entregar a encomenda, se ela
danifica a embalagem ou se entrega uma mercadoria diferente à que foi
encomendada.
d) A reação contrária do consumidor é desmezurada. Na rede esperam-
se serviço nota 1000 - ou nada aquém disso.
e) As empresas brasileiras que comercializam produtos pela internet
têm conseguido entregar o que vendem com um mínimo de críticas.
(VEJA VIDA DIGITAL, abril de 2000, com adaptações)
12 - (AFC STN/2002)
No passado, para garantir o sucesso de um filho ou de uma filha,
bastava conseguir que eles tirassem um diploma de curso superior. Uma
vez formados, seriam automaticamente chamados de “doutor” e teriam
um salário de classe média para o resto da vida. De uns anos para cá,
essa fórmula não funciona mais. Quem quiser garantir o futuro dos
filhos, além do curso superior, terá de lhes arrumar um capital inicial.
Esse capital deverá ser suficiente para o investimento que gerará um
emprego para seu filho.
Em relação aos aspectos textuais, julgue a asserção abaixo.
d) A regência do verbo chamar empregada no texto(l.3) é considerada
coloquial. A gramática ortodoxa recomenda, como mais formal, o
emprego desse verbo como transitivo direto.
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Em vista da crescente conscientização sobre a necessidade de preservar
o patrimônio cultural, tem havido muitas discussões sobre a proteção da
área do entorno(A) ou do envoltório(B)do bem imóvel tombado. Há,
principalmente, divergências quanto à sua(C) dimensão adequada ou
ideal e ao momento que(D) passa a ser protegida.(E)
(Baseado em Antônio Silveira R. dos Santos)
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
1 2 3 4
a) infiltra as consumou-se de que o
b) insinua-se às consumou que os
c) instila a se consumou de que os
d) introduz as consumando-se que o
e) insinua à consumando em que os
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16 - (Analista IRB 2004) Assinale a alteração que provoca erro de
regência no texto.
O desenvolvimento desigual de tecnologia e das técnicas de produção
implica no desenvolvimento desigual da própria concepção de classe
social e na desigual conduta de classe em relação ao capital e à
empresa. [...] Além disso, a falta de uniformidade tecnológica no
processo de produção enfraquece o poder e o domínio da gerência
científica e abre espaço para a interferência de outros saberes,
historicamente atrasados em relação ao desenvolvimento dos setores de
ponta de uma organização.
(José de Souza Martins, A aparição do demônio na fábrica, no
meio da produção, com adaptações)
a) Retirar “das” (l.1) de diante de “técnicas”.
b) Substituir “no” (l.2) e “na” (l.3) por o e a, respectivamente.
c) Substituir “à”(l.3) diante de “empresa” por para.
d) Substituir “no”(l.4) diante de “processo” por do.
e) Retirar “para”(l.6) e acrescentar sinal indicativo de crase no “a” que o
segue.
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d) A Constituição exige a observância do critério da "universalidade",
cujo significado é o de que todo tipo de rendimento será tributável.
e) Economia fiscal verdadeira seria a eliminação ou a redução do bueiro
em que se esvai o volume incalculável de recursos públicos chamada
renúncia fiscal da União.
(Baseado em Edgard de Proença Rosa, "O Congresso é a
casa do contribuinte", Correio Braziliense, 02/12/2003)
21 - (Assistente de Chancelaria/2002)
O século XX foi o mais assassino na história registrada. O número total
de mortes causadas por ou associadas a suas guerras foi estimado em
187 milhões. O equivalente a mais de 10% da população mundial em
1913. Entendido como tendo-se iniciado em 1914, foi um século de
guerra quase ininterrupta, com poucos e breves períodos sem conflito
armado organizado em algum lugar. Foi dominado por guerras
mundiais: quer dizer, por guerras entre Estados territoriais ou alianças
de Estados. Apesar disso, o século não pode ser tratado como um bloco
único, seja cronológica, seja geograficamente. Cronologicamente, ele se
distribui em três períodos: a era de guerras mundiais centrada na
Alemanha, a era de confronto entre as duas superpotências e a era
desde o fim do sistema de poder internacional clássico. Chamarei a
esses períodos de 1, 2 e 3. Geograficamente, o impacto das operações
militares tem sido desigual. Com uma exceção (a Guerra do Chaco), não
houve guerras entre Estados significantes (em oposição a guerras civis)
no hemisfério Ocidental no último século. Em contrapartida, guerras
entre Estados, não necessariamente desconectadas do confronto global,
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permaneceram endêmicas ao Oriente Médio e ao sul da Ásia, e
guerras maiores diretamente resultantes do confronto global
aconteceram no leste e no sudeste da Ásia. Mais impressionante é a
erosão da distinção entre combatentes e não-combatentes. As duas
guerras mundiais da primeira metade do século envolveram toda a
população dos países beligerantes; tanto combatentes quanto não-
combatentes sofreram.
(Eric Hobsbawn, A epidemia da guerra, com adaptações)
Julgue a asserção abaixo em relação ao emprego das palavras e
expressões do texto.
e) Como a preposição a, empregada diante de “Oriente Médio”(l.21) e
“sul da Ásia”(l.21-22), é exigência da regência de “endêmicas” (l.21), a
retirada deste adjetivo exige a substituição de “ao” por em.
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Uma crise bancária pode ser comparada a um vendaval. Suas
conseqüências são imprevisíveis sobre a economia das famílias e das
empresas. Os agentes econômicos relacionam-se em suas operações de
compra, venda e troca de mercadorias e serviços, de modo que, a cada
fato econômico, seja ele de simples circulação, de transformação ou de
consumo, corresponde, ao menos, uma operação de natureza monetária
realizada junto a um intermediário financeiro, em regra um banco
comercial, que recebe um depósito, paga um cheque, desconta um título
ou antecipa a realização de um crédito futuro. A estabilidade do sistema
que intermedeia as operações monetárias, portanto, é fundamental para
a própria segurança e estabilidade das relações entre os agentes
econômicos.
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Julgue a assertiva abaixo, em seus aspectos gramaticais.
d) Em “a cada fato econômico”(l.5) a presença da preposição “a”
justifica-se pela regência da palavra “corresponde”(l.7).
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existência. Necessário, porém, confrontar isso com o reverso da
medalha, ou seja, a política estatal em relação a esse tipo de
reivindicação, especialmente para o período que antecede 1930 e que
surge para a historiografia como domínio exclusivo das oligarquias.
(Jaime Rodrigues, Crise da primeira república: classes
médias e Estado na década de 20, com adaptações)
I. De acordo com as regras de regência da norma culta, a estrutura
“prover os cidadãos do conforto”(l.2 e 3) admite a substituição por
assegurar aos cidadãos o conforto.
24 - (AFRF/2002.1)
Sob o direito, o administrador público não age contra a lei. Sob a moral,
deve satisfazer o preceito da impessoalidade, não distinguindo amigos
ou inimigos, partidários ou contrários, no tratamento que lhes dispense
ou na atenção às suas reivindicações, com transparência plena de suas
condutas em face do povo. Descumprir a lei gera o risco da punição
prevista no Código Penal ou de sofrer sanções civis. Quando
desatendidos os princípios da certeza moral, aquela que o ser humano
em seu justo juízo adota convicto, o descumpridor fere regras de
convivência, mas não conflita necessariamente com normas de Direito
que lhe sejam aplicáveis.
(Walter Ceneviva, Moralidade como Fato Jurídico, com adaptações)
Julgue a assertiva em relação ao emprego das palavras e expressões do
texto.
d) De acordo com as regras de regência da norma culta, a expressão
“atenção às suas reivindicações” (l.6) admite a substituição por
atenção para as suas reivindicações.
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Julgue as proposições abaixo, a respeito dos elementos do texto.
II. Para que o texto fique gramaticalmente correto, é obrigatória a
retirada da preposição antes de “que haveria”(l.2).
III. Para que o texto fique gramaticalmente correto, é obrigatória a
inserção da preposição de diante de “que novos tempos”(l.4).
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a) Retirar aos que antecede “direitos” (l.1).
b) Retirar em que antecede “que a televisão” (l.3).
c) Retirar de que antecede “cuidar”(l.5).
d) Substituir de que antecede “censura”(l.7), por pela.
e) Substituir contra, que antecede “seu abuso” (l.9), por a.
29 – (AFRF 2005)
O advento da moderna indústria tecnológica fez com que o contexto em
que passa a dispor-se a máquina mudasse completamente de
configuração. Entretanto, tal mudança obedece a certas coordenadas
que começam a ser pensadas já na antiga Grécia, que novamente se
relacionam com a questão da verdade. É que a verdade, a partir de
Platão e Aristóteles, passa a ser determinada de um modo novo,
verificando-se uma transmutação em sua própria essência. Desde então,
entende-se usualmente a verdade como sendo o resultado de uma
adequação, ou seja, a verdade pode ser constatada sempre que a idéia
que o sujeito forma de determinado objeto coincida com esse objeto.
(Gerd Bornheim. Racionalidade e acaso. fragmento)
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30 – (AFRE MG/2005)
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AULA 6: CRASE
“Bom filho ... casa torna”
A partir desse adágio, começamos nossa aula sobre crase.
E aí, como você preencheu a lacuna? Com um “a”? Dois? Um com
acento grave?
Afinal, o que é crase? Isso não nos cansamos de repetir – CRASE NÃO
É O ACENTO, CRASE É O FENÔMENO!. Portanto, rejeito a forma
“crasear” (arghh....), mesmo já tendo sido registrada nos melhores
dicionários e aceita por tantos professores e gramáticos gabaritados.
Prefiro usar “colocar o acento grave, indicativo de crase” ou “ocorre
crase (fusão)” - essa expressão você vai ler bastante no nosso encontro
de hoje.
Dá-se o nome de crase ao encontro de duas vogais iguais e contíguas.
Na língua portuguesa, só se registram com o acento grave os encontros
da preposição a com outro a, que poderá ser um artigo definido
feminino, um pronome demonstrativo ou um pronome relativo.
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Do outro lado, “casa”, no sentido de lar, não recebe o acompanhamento
do artigo (“Quando eu for para casa, avisarei.” / “Passei o fim de
semana em casa.”). Esse “casa” só aceita artigo quando identificado
como a casa de alguém (“Nunca mais piso na casa da minha sogra!”)
Como o termo regido não aceita o artigo definido, há a ocorrência de
apenas um “a” , que é a preposição exigida pelo termo regente, não
ocorrendo crase. Por isso, a construção correta é “bom filho a casa
torna”.
Em resumo: só haverá crase (fusão) se houver dois “as” - o termo
regente exigir a preposição a e o termo regido:
- for o pronome demonstrativo a(s), aquele(s), aquela(s),
aquilo;
- for o pronome relativo a qual / as quais;
- admitir artigo definido feminino (singular ou plural): a(s).
Para ter certeza de que a palavra admite o artigo definido
feminino, construa uma frase em que essa palavra seja o sujeito e
verifique a possibilidade de colocar o artigo antes dela. Exemplo: a
palavra escolhida é “você”: não seria possível usar o artigo
feminino antes desse pronome de tratamento -“A você está linda
hoje”-, logo não há crase antes de “você”.
Nesse resumo estão várias daquelas regras de crase. Não ocorre crase:
antes de palavra masculina (pois não admite artigo definido
feminino por ser masculina);
antes de verbo (pois não admite artigo definido feminino –
mesmo quando substantivado, recebe o artigo masculino e não
feminino – “o ranger”, “o regressar”);
antes de pronomes em geral; com exceção dos pronomes
possessivos (como veremos adiante) e os enumerados no resumo
(demonstrativos a, aquele, aquela, aquilo, e relativos a qual, e
seus plurais), todos os demais não admitem artigo definido
feminino;
antes de substantivos em sentido vago, genérico (não
admitem artigo definido feminino por serem vagos, genéricos,
como no exemplo do adágio);
em expressões de palavras repetidas (cara a cara, dia a dia,
boca a boca).
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Existem alguns casos em que o “a” recebe o acento grave (à) mesmo
não havendo esse encontro de dois “as”. São os chamados casos
especiais:
- locuções femininas, sejam elas adverbiais (à força, à vista),
adjetivas (à fantasia, à toa), conjuntivas (à medida que, à
proporção que) ou prepositivas (à espera de, à procura de);
- diante de masculino, em que esteja subentendida a expressão
“à moda de”, “à maneira de” (“Ele escrevia à Machado de
Assis.”, “O artilheiro fez um gol à Romário.”). Cuidado: em “bife a
cavalo” ou em “frango a passarinho” não está subentendida essa
expressão (não é à maneira do cavalo ou do passarinho) e, por
isso, não leva acento.
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A maior parte das questões de crase envolvem o esquema “TERMO
REGENTE + TERMO REGIDO”, como veremos a partir de agora.
Item CORRETO.
Comentário.
O termo regente indicar exige preposição a. Esse verbo é transitivo
direto (coisa) e indireto (pessoa), regendo a preposição a (“Alguém
indica alguma coisa a alguém.”).
O termo regido é o pronome demonstrativo aqueles.
Assim, ocorre a crase dos dois “as” (preposição + “a” inicial de
“aqueles” = àqueles).
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c) São os auditores governamentais que podem avaliar se agências
públicas estão atuando com eficiência, se a qualidade dos serviços
públicos está sendo melhorada, se as tarefas estão sendo racionalmente
divididas entre os funcionários e se os programas estão atingindo seus
objetivos.
d) O controle do desempenho governamental foi desenvolvido como
complemento à auditoria tradicional, assim como a nova gestão pública
adicionou eficácia e efetividade administrativa aos valores burocráticos
tradicionais de prudência e precisão processual.
e) Em relação às duas principais vertentes atuais do controle, à
avaliação de desempenho e o controle de conformidade, não é viável
que a primeira venha a substituir integralmente a segunda.
Itens adaptados de www.tcu.gov.br Notas da imprensa, 21-11-2002.
Gabarito: E
Comentário.
No segmento “em relação às duas principais vertentes”, há, de um lado,
o termo regente: a locução prepositiva “em relação a”; do outro, o
termo regido: vertentes , que aceita artigo definido feminino plural. O
encontro desses dois “as” (preposição + artigo) forma a crase, indicada
pelo acento grave. Está correta a acentuação.
O erro está na colocação de um acento grave no artigo que acompanha
“avaliação”, por não existir nenhum termo regente que o justifique.
Observe que a passagem do item e indica a existência de duas
vertentes atuais do controle do desempenho governamental. Quais são
elas? Resposta: a avaliação de desempenho e o controle de
conformidade.
Esses dois elementos exercem função explicativa (aposto) em relação ao
referente “duas principais vertentes”.
Trata-se de uma enumeração, tanto que, em seguida, o autor comenta
a inviabilidade de a primeira (avaliação de desempenho) substituir
integralmente a segunda (controle de conformidade). Não há nenhuma
justificativa para a colocação de um sinal indicativo de crase no primeiro
elemento.
O erro da questão, portanto, está na acentuação do artigo definido que
antecede “avaliação”.
No item d, está correta a indicação de crase.
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Termo regente: complemento – exige preposição a (“Alguém
apresenta um complemento a alguma coisa”)
Termo regido: auditoria tradicional – admite o artigo definido
feminino. Para confirmar isso, colocaremos essa expressão na função de
sujeito de uma oração. Exemplo: “A auditoria tradicional aponta para
várias irregularidades.”.
Portanto, ocorre crase: “O controle do desempenho governamental
foi desenvolvido como complemento à auditoria tradicional.”.
Gabarito: D
Comentário.
Em relação ao segmento “...atletas terão de pagar taxa referente à
ganhos financeiros...” , fazemos a seguinte análise:
• termo regente referente exige a preposição a;
• termo regido ganho não admite o artigo definido feminino (o
ganho).
Como só existe um “a” (preposição), não ocorre crase.
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04 - (Analista BACEN/2001)
As instituições financeiras estão obrigadas a operar dentro das regras e
definições do novo sistema de pagamentos que compreende os serviços
de compensação de cheques e outros papéis, a liquidação de ordens
eletrônicas de débitos e créditos, a transferência de fundos e outros
ativos financeiros, a compensação e liquidação de operações na Bolsa de
Mercadorias e Futuros, incluindo aquelas relativas a derivativos
financeiros. Desta forma, conceitua-se o Sistema de Pagamentos
Brasileiro como um conjunto de regras, procedimentos, instrumentos de
controle e sistemas operacionais que devem funcionar integrados para
transferir fundos do pagador para o recebedor.
(BANCO HOJE, março de 2001, p.57, com adaptações)
d) Em “relativas a derivativos”(l.6) o uso do sinal indicativo de crase é
facultativo.
Item INCORRETO.
Comentário.
Na passagem “a compensação e liquidação de operações na Bolsa de
Mercadorias e Futuros, incluindo aquelas relativas a derivativos
financeiros”, verifica-se, de um lado, que o termo regente relativas
exige a preposição a. De outro, o termo regido vem sob a forma
masculina plural – derivativos – não admitindo artigo definido
feminino. Assim, não existe a possibilidade de ocorrência de crase por
haver apenas a preposição a exigida pelo termo regente. Se houver o
emprego de um artigo, ele será “os” (“relativas aos derivativos”).
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d) Esse procedimento acabou estimulando um processo quase
espontâneo de “substituição de importações”.
e) Um processo embrionário que deu impulso à industrialização, mas
que acabou enfrentando limites claros e imediatos, que só foram
superados quando a restrição externa deu origem, a partir de 1937/38,
a um projeto de industrialização liderado pelo Estado e voltado para o
mercado interno.
(Adaptado de José Luís Fiori Brasil: Inserção Mundial e
Desenvolvimento)
Gabarito: C
Comentário.
De um lado, o termo regente respostas exige a preposição a –
(“Alguém apresenta uma resposta a alguma coisa.”).
De outro, o termo regido é crise, que admite o artigo definido feminino.
O encontro da preposição a com o artigo definido a provoca a crase – “a
resposta à crise dos anos 30 obrigou o Brasil...” .
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a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
Gabarito: E
Comentário.
De um lado, o termo regente presos exige a preposição a (“Eles estão
presos a alguma coisa”); de outro, o termo regido as heranças admite
artigo definido feminino (“As heranças foram apresentadas.”).
Ocorre crase da preposição a com o artigo definido feminino plural as:
“presos às heranças”.
Gabarito: C
Comentário.
Vamos analisar cada um dos termos destacados.
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1º) O termo regente permitir exige a preposição a (permitir algo a
alguém); o termo regido Executivo admite artigo definido masculino –
forma-se “ao” - correto;
2º) O termo regente apto exige a preposição a (“Alguém está apto a
alguma coisa.”); o termo regido ajudar é um verbo e não admite artigo
definido feminino. Portanto, não ocorre crase: está apto a ajudar -
correto;
3º) O termo regente enviar exige a preposição a (“Alguém envia algo a
alguém.”); o termo regido Receita admite o artigo definido feminino (“A
Receita divulga o último lote de restituição.”). Por isso, ocorre crase: “As
informações ... são enviadas à Receita ...” – Esse é o item incorreto.
4º) O pronome demonstrativo está se referindo a alguma informação
que já foi dada (pertence ao “passado” do texto), por isso requer a
forma “esse”. O emprego de pronomes demonstrativos em relação ao
texto (referência anafórica) será objeto de aula específica (aula sobre
conectivos).
5º) O pronome relativo que substitui casos. Em uma outra estrutura,
teríamos “nesses (= em + esses) casos, o programa ...”. Percebe-se a
necessidade do emprego da preposição em, então a forma está correta:
“nos casos em que o programa...”.
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A reforma tributária poderá converter a expressões toleráveis a
economia informal. A redução fiscal incidente sobre as micro e pequenas
empresas provocará, com certeza, a regularização de grande parte das
unidades produtivas em ação clandestina. E a adoção de uma política
consistente para permitir o aumento do emprego e da renda trará de
volta ao mercado formal os milhões de empregados sem carteira
assinada. É preciso entender que o esforço em favor da inserção da
economia no sistema mundial não pode pagar tributo ao desemprego e
à marginalização social de milhões de pessoas.
(Correio Braziliense - 13.7.97)
Item CORRETO.
Comentário.
O trecho objeto de análise é:
“Quanto aos trabalhadores sem anotação em carteira, formam um
colossal conjunto de excluídos. Estão à margem de benefícios
sociais garantidos pelos direitos de cidadania, entre os quais vale
citar o acesso à aposentadoria, ao seguro desemprego e às
indenizações reparadoras pela despedida sem justa causa.”
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Item INCORRETO.
Comentário.
De um lado, o termo regente converter exige a preposição a (“Ele se
converteu ao kardecismo.”); de outro, o termo regido expressões
toleráveis está sendo utilizado em sentido genérico, não admitindo,
portanto, artigo definido. Por isso, não há possibilidade de ocorrência de
crase.
10 - (AFPS/2002)
A entrada dos anos 2000 têm trazido a reversão das expectativas de
que haveria a inauguração de tempos de fraternidade, harmonia e
entendimento da humanidade. Os resultados das cúpulas mundiais
alimentaram esperanças que novos tempos trariam novas perspectivas
referentes a qualidade de vida e relacionamento humano em todos os
níveis. Contudo, o movimento que se observa em nível mundial sinaliza
perdas que ainda não podemos avaliar. O recrudescimento do
conservadorismo e de práticas autoritárias, efetivadas à sombra do
medo, tem representado fonte de frustração dos ideais historicamente
buscados.
(Roseli Fischmann, Correio Braziliense. 26/08/2002, com adaptações)
Julgue a assertiva abaixo, em relação aos elementos do texto.
IV. Para que o texto fique gramaticalmente correto, é obrigatória a
inserção do sinal indicativo de crase em “a qualidade”(l.5).
Item INCORRETO.
Comentário.
O segmento ora analisado é “... novos tempos trariam novas
perspectivas referentes a qualidade de vida e relacionamento humano
em todos os níveis.”
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De um lado, o termo regente referentes exige a preposição a – (“Uma
coisa é referente a outra.”).
De outro, há como termo regido um sintagma nominal de sentido
genérico – “qualidade de vida e relacionamento humano em todos os
níveis” (“Qualidade de vida é o que buscam as pessoas que vão para o
interior”). Note que nenhum dos elementos (qualidade de vida /
relacionamento humano) está acompanhado de artigo definido. Por
apresentar sentido vago, não se admite o emprego de um artigo
definido feminino antes do primeiro. O que existe é somente a
preposição a, não devendo ser acentuada em virtude da não ocorrência
de crase.
Por isso, considera-se INCORRETA a afirmação de que “é obrigatória
a inserção do sinal indicativo de crase em ‘a qualidade’.”. Ao contrário. É
proibida a colocação desse acento, uma vez que não ocorre crase em
“novos tempos trariam novas perspectivas referentes a qualidade de
vida e relacionamento humano em todos os níveis.”.
Mesmo não sendo o assunto dessa aula, não podemos deixar de
comentar o erro de concordância verbal logo no primeiro período do
texto: “A entrada dos anos 2000 têm trazido...”. O núcleo do sujeito é
entrada e com ele o verbo auxiliar da locução verbal deve concordar –
tem trazido.
11 - (Fiscal de Fortaleza/2003)
A crítica ao desenvolvimento no contexto da globalização capitalista é
que ele está centrado na ilusão de que o crescimento econômico pode
ser ilimitado, que ele é e será sempre sinônimo de mais empregos,
bem-estar e felicidade, e isso para toda a humanidade. A história de
quinhentos anos de capitalismo e de todo sistema centrado no
produtivismo e no consumismo tem comprovado que essa noção é
equivocada; tem sido motivo de frustração para a maioria da população
trabalhadora e fator de sistemática destruição do meio ambiente.
Questiona-se também o fato de o crescimento capitalista não estar
centrado nas necessidades, aspirações e recursos dos povos e nações,
mas na propensão ao consumo daqueles indivíduos e países que têm
poder de compra. Em conseqüência, quanto mais se produzem e se
acumulam riquezas, maior o número das pessoas, coletividades e países
excluídos daquele crescimento, daquela acumulação e, portanto, do
direito à vida, ao trabalho e ao desenvolvimento.
(Sandra Quintela e Marcos Arruda)
Julgue a proposição abaixo, em relação aos aspectos gramaticais do
texto.
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e) Conforme a norma escrita culta, ao se eliminar o sinal indicativo de
crase antes de “vida”, antes de “trabalho” e de “desenvolvimento” (l.15)
o emprego dos artigos definidos é obrigatório.
Item INCORRETO.
Comentário.
A passagem a ser analisada é:
“Em conseqüência, quanto mais se produzem e se acumulam
riquezas, maior o número das pessoas, coletividades e países
excluídos daquele crescimento, daquela acumulação e, portanto, do
direito à vida, ao trabalho e ao desenvolvimento.”
Antes da análise em relação ao acento grave, observe a correta
conjugação verbal em voz passiva dos verbos produzir e acumular.
Por serem transitivos diretos (“Alguém produz alguma coisa / Alguém
acumula alguma coisa”) e estarem acompanhados do pronome “se”,
formam voz passiva. Como o sujeito está representado por riquezas, os
verbos com ele concordaram – “se produzem e se acumulam riquezas”.
Analisemos agora o emprego do sinal indicativo de crase.
De um lado, o termo regente direito exige preposição a (“Alguém tem
direito a alguma coisa.”).
De outro, os termos regidos admitem artigo definido – a vida, o
trabalho, o desenvolvimento.
De acordo com a proposta do item e, eliminar-se-ia o sinal indicativo de
crase antes de vida (direito a vida) e, com isso, o substantivo estaria
sendo usado em sentido genérico – restaria somente a preposição a,
exigência do termo regente direito.
Contudo, na seqüência da sugestão, o examinador afirma que,
eliminando-se o acento em “vida”, os artigos antes dos vocábulos
masculinos seriam obrigatórios. Aí reside o erro. O que se elimina, ao
usar um substantivo em sentido genérico, é o artigo definido. A
preposição se mantém obrigatoriamente em virtude da exigência de
outro elemento – o termo regente.
Assim, respeitando-se o paralelismo sintático (ou seja, o que se fizer
com um elemento deve-se fazer com todos os demais de mesma função
sintática no período), assim ficaria:
- “... do direito a vida, a trabalho e a desenvolvimento”, com a
preposição, sozinha, antes de cada elemento, ou
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- “... do direito a vida, trabalho e desenvolvimento”, com a
preposição antecedendo apenas o primeiro elemento da série.
Mantém-se, portanto, a preposição e retiram-se os artigos definidos.
Gabarito: D
Comentário.
O segmento a ser analisado é: “... tendo por objeto avaliar o controle
exercido pela Superintendência da Receita Federal sobre à rede
arrecadadora de receitas federais.”.
De um lado, o termo regente exercer, construído na forma nominal de
particípio (exercido), já faz uso da preposição sobre, não se admitindo
o emprego de outra preposição, no caso a preposição a. Assim, a forma
correta seria: “sobre a rede arrecadadora”.
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pôde (1) ser definido como tendo sido, desde a sua origem, um animal
técnico, ou seja, uma criatura afeita à fainas(2) da transformação da
natureza. Foi a filosofia grega, no entanto, e apenas ela, que conseguiu
estabelecer aquelas categorias fundamentais para o desdobramento da
tecnologia. Não que esse desdobramento estivesse desde sempre(3)
na mira daqueles primeiros pensadores gregos. Em verdade(4), a
ligação entre esse pensamento das categorias de base e a sua
subserviência ao desenvolvimento da tecnologia só viria a manifestar-
se(5) dois milênios mais tarde.
(Adaptado de Gerd Bornheim, Fronteiras da Ética, São Paulo: Senac,
2002, p.147)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
Gabarito: B
Comentário.
De um lado, o termo regente é o adjetivo afeito, que exige a
preposição a (assim como o seu sinônimo acostumado).
De outro, o substantivo faina (trabalho contínuo, lida), por estar no
plural – fainas - admite o artigo definido feminino plural – as fainas.
Assim, o encontro da preposição com o artigo produzirá “afeito às
fainas” e não “afeito à fainas”.
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mercado internacional e práticas leais e transparentes em matéria de
comércio, transferência de tecnologia e investimentos.
c) Temos uma agenda interna mais definida, com a atenção posta no
crescimento e a busca de maior eqüidade social, na qual as reformas
assumem prioridade porque têm uma função à cumprir na consolidação
da estabilidade e na retomada do crescimento com mais justiça social.
d) Nossos compromissos em matéria de direitos humanos, proteção
ambiental, combate à criminalidade e ao narcotráfico e proteção das
minorias dão-nos um vigor novo para lidar com uma agenda renovada
no plano externo, buscando parcerias, cooperação e diálogo construtivo
necessários para avançar internamente.
e) O Brasil é mais confiável e tem mais credibilidade internacional,
porque soubemos, em tempo hábil e sem comprometer princípios ou
sacrificar visões de longo prazo em favor de benefícios conjunturais
duvidosos, fazer as alterações de política que melhor respondiam às
mudanças em curso no mundo, no nosso Continente e no próprio País. E
essas alterações prosseguirão, reforçando nosso capital político e nosso
instrumental de atuação internacional.
(Adaptado de www.planalto.gov.br - Mensagem ao Congresso Nacional)
Gabarito:C
Comentário.
No segmento “as reformas assumem prioridade porque têm uma função
à cumprir...”, a preposição que introduz uma oração reduzida de
infinitivo (“a cumprir”) não poderia se juntar a nenhum artigo definido
feminino, uma vez que o termo regido é um verbo (que não admite
artigo definido feminino). Assim, o correto seria: “porque têm uma
função a cumprir...” – simplesmente a preposição a.
15 - (Oficial de Chancelaria/2002)
Desde o século XIX, a mídia desempenhou papel fundamental na
construção de uma esfera pública de pressão social. Sua pluralidade
natural de vozes e seu papel fiscalizador sempre foram os sinônimos
mais evidentes do que entendemos por democracia. O fato é que o
século XXI nasceu assistindo a uma estranha metamorfose da mídia.
Neste sentido, o caso paradigmático foi Silvio Berlusconi: o primeiro-
ministro italiano que hoje controla praticamente todo o sistema de
comunicações da Itália. Graças a ele, lembramos que a mídia, mesmo
em sociedades democráticas, pode funcionar como bloqueio à discussão
política por meio de artifícios cada vez mais sutis. Ela não precisa excluir
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pessoas e idéias (como no velho sistema totalitário). Berlusconi gosta de
repetir que suas editoras publicam boa parte dos intelectuais de
esquerda que o criticam. Mas ele sabe que há uma “geografia da
comunicação”, ou seja, na mídia, nem todos os espaços se equivalem.
Com isso, pode-se regionalizar a crítica, de forma que ela opere em
espaços de pouca exposição (cadernos de cultura, livros de pequena
tiragem, revistas especializadas). Basta deixá-la fora dos espaços
midiáticos de grande exposição, os quais continuarão repetindo sempre
o mesmo raciocínio monolítico e estabelecendo as pautas de discussão.
(Vladimir Safatle, Correio Braziliense, 31/03/2002, Pensar, p.8)
Em relação às estruturas do texto, julgue a asserção a seguir:
III. À linha 9, seria correta a redação como bloqueio à qualquer
discussão...
Item INCORRETO.
Comentário.
De um lado, o termo regente é o substantivo bloqueio, que exige a
preposição a (“Alguém apôs um bloqueio a alguma coisa.”).
De outro, na forma originalmente registrada, o termo regido é
discussão política, que admite artigo definindo feminino.
Há, pois, crase, estando corretamente indicada com o acento grave:
“bloqueio à discussão política”.
Segundo a proposta de substituição do item III, na posição de termo
regido, passaria a existir um pronome indefinido a acompanhar o
substantivo – qualquer discussão. Esse novo termo regido não
admite, entretanto, artigo definido feminino. Para termos certeza,
colocaremos essa expressão como sujeito de uma oração: “Qualquer
discussão sobre o assunto é inócua”. Observe que não poderíamos
empregar o artigo antes de “qualquer” (“A qualquer discussão é
inócua.”).
Então, nessa nova construção, há apenas a ocorrência da preposição a,
exigida pelo termo regente. Não ocorre crase e a forma correta seria
“como bloqueio a qualquer discussão...”.
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material mínimo à sobrevivência, na forma de emprego ou de outras
condições mais diretas, como moradia, saúde ou educação. Não se trata
de emitir um juízo de valor sobre esta concepção, mas de constatar sua
existência. Necessário, porém, confrontar isso com o reverso da
medalha, ou seja, a política estatal em relação a esse tipo de
reivindicação, especialmente para o período que antecede 1930 e que
surge para a historiografia como domínio exclusivo das oligarquias.
(Jaime Rodrigues, Crise da primeira república: classes médias e
Estado na década de 20, com adaptações)
IV. A substituição de “esse tipo de reivindicação” (l.7-8) por essa
reivindicação preservaria a coerência textual, mas, para manter a
correção gramatical da oração, seria necessário empregar o sinal
indicativo de crase no “a” que antecede a expressão.
Item INCORRETO.
Comentário.
De um lado, a locução prepositiva em relação a já apresenta a
preposição a.
De outro, como termo regido, há um pronome demonstrativo e um
substantivo acompanhado de seu complemento (esse tipo de
reivindicação). Sugere-se a troca desse termo regido pela construção
correspondente “essa reivindicação”.
Contudo, o pronome demonstrativo “essa” não admite artigo definido.
Para confirmar, colocamos a estrutura na função de sujeito: “Essa
reivindicação não produz resultados”. Não se admite: “A essa
reivindicação não produz resultados.”.
Assim, há apenas uma preposição a, que faz parte da locução
prepositiva “em relação a” (“em relação a essa reivindicação”), não
existindo justificativa para o emprego do acento grave.
Item INCORRETO
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Comentário.
Pergunta-se: o que já não basta?
Resposta: a igualdade formal.
Observa-se, assim, que o sintagma nominal “a igualdade formal” exerce
a função sintática de sujeito, não existindo justificativa para o acento
grave, uma vez que não existe termo regente que exija preposição a. O
“a” é apenas um artigo definido feminino: “... já não basta a
igualdade formal.”
Gabarito: C
Comentário.
Essa questão trata de um dos casos especiais – locuções femininas,
sejam elas adverbiais, prepositivas, adjetivas ou conjuntivas, recebem
acento grave.
Acentuam-se as locuções femininas. A locução prepositiva “a respeito
de” tem em seu núcleo um substantivo masculino, não sendo,
portanto, acentuada – “a respeito de”.
Estão corretos todos os demais itens, cabendo comentários em relação
aos seguintes:
(B) arroubo = êxtase, encanto;
(D) orbita = conjugação do verbo orbitar = girar (eu orbito, tu orbitas,
ele orbita...) – sentido conotativo do verbo.
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Além do erro de crase na locução prepositiva (C), parece que faltou
algum elemento regido por ela na seqüência: “mas qualquer reflexão à
respeito do (... ? ...) invariavelmente orbita em torno da matéria-prima
desta página – o texto”. Pergunta-se: reflexão a respeito do quê? Ficou
faltando algo, causando prejuízo na coesão textual e, por conseqüência,
em sua coerência.
Gabarito: A (concordância)
Comentário.
A opção incorreta (gabarito da questão) envolvia um aspecto de
concordância, já objeto de comentário na aula correspondente (questão
41 da aula 4). Hoje, nos interessa falar sobre crase antes de topônimos,
assunto que foi explorado nos itens corretos.
Em concordância nominal, vimos o uso de artigo definido antes de
nomes de lugares, como em “os Estados Unidos” (a partir da questão 58
da Aula 4).
Se o topônimo for feminino, ou seja, se aceitar um artigo definido
feminino antes do nome do lugar, e houver um termo regente a exigir a
preposição, haverá a ocorrência de crase.
Para confirmar o emprego do artigo feminino, é plenamente válido o
teste com o verbo ‘morar’ – “Eu morei na (em + a) Bahia”. Então
“Bahia” é um topônimo que aceita o artigo definido feminino. Assim, na
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construção “Eu fui à Bahia”, há crase por existir, como termo regente, o
verbo ir, que exige preposição a, e no termo regido o substantivo
Bahia, que aceita artigo definido feminino. Aplica-se, portanto, a regra
geral de análise termo regido - termo regente.
Por isso, está correto o item (C): o termo regente é prender (“Alguém
prende uma coisa a outra”), que exige a preposição a; o termo regido é
o substantivo Bahia, que, como vimos, aceita o artigo definido
feminino. Assim, encontram-se a preposição a e o artigo a – “a história
prende-a à Bahia”.
Também estão corretas as seguintes opções:
- (B) O topônimo Pernambuco é masculino e, portanto, não admite o
artigo definido feminino, que seria necessário para a ocorrência de
crase. Portanto, está correta a forma “... pertencem, em grande
parte, a Pernambuco.”.
- (D) O termo regente é passar, que, no sentido de ir, é transitivo
indireto, exigindo a preposição a. O termo regido é “Serra do
Espinhaço”. Vamos ao teste do “morar” para saber se este sintagma
aceita artigo – “Eu morei na Serra do Espinhaço”. Sim, aceita o artigo
definido feminino. Por isso, está correta a forma “... passaram à Serra
do Espinhaço”.
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a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
Gabarito: A
Comentário.
Mais uma questão envolvendo topônimo. Desta vez, Cuba. Vamos ao
teste? “Eu morei em Cuba”. Esse substantivo não admite artigo definido.
Logo, está incorreto o acento grave do item (A), devendo a forma
correta ser: “Só uma visita a Cuba...”.
Com relação aos demais itens corretos, cabem os seguintes
comentários:
(B) – O termo regente de volta rege preposição a (“Alguém está de
volta a algum lugar.”). O termo regido manchetes admite artigo
definido feminino. Assim, ocorre a contração dos dois vocábulos,
formando às: “... de volta às manchetes ...”.
(C) – O termo regente ir exige a preposição a (“Alguém vai a algum
lugar”). O termo regido ilha aceita artigo definido feminino. Ocorre
crase: “... o Papa não foi à ilha ...”
(D) – A locução prepositiva feminina “à altura de” recebe acento grave
sem que haja necessidade da análise “termo regente-termo regido”. É
um dos casos especiais.
(E) – O termo regente prestar contas exige preposição (“Alguém
presta contas a outrem”). O termo regido é um nome próprio. Só se
emprega artigo antes de nomes de pessoas quando se tem uma relação
íntima com elas (“Soube que a Maria vai se casar.”).
Mesmo assim, por regionalismo, algumas pessoas omitem esse artigo,
mesmo tendo intimidade com o sujeito de quem falam algo. Isso
acontece em alguns estados e até mesmo em algumas cidades (em
Niterói-RJ é freqüente a construção “Vou à casa de Sônia”).
De qualquer forma, quando for nome de uma pessoa célebre, não se
admite a colocação do artigo (“Os textos de Cecília Meirelles tocam
fundo em nossa alma.” / “Raquel de Queiroz projetava-se na vida
literária do país aos vinte anos .”). Além de tudo isso, Marx é um nome
masculino, não podendo de forma alguma ser antecedido de artigo
definido feminino – “... depois que Fidel for prestar contas a Marx.”
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Por último, um ponto que não foi explorado pelo examinador mas que
pode ter deixado muita gente com a pulga atrás da orelha. Na
passagem “o mundo do pós-comunismo torna impensável a manutenção
do regime cubano”, muita gente boa e estudiosa poderia achar que o “a”
mereceria um acento grave, usando o seguinte raciocínio: “Alguma coisa
é impensável a alguém/alguma coisa.”.
Vamos lá: levante a mão na frente do computador quem seguiu esse
raciocínio...
Acontece que o “a” antes de “manutenção” é somente um artigo. Essa
construção está correta, pois não tem acento mesmo. Não existe
preposição. Dispondo os termos da oração em outra ordem, iremos
analisar a função sintática de impensável:
“O mundo do pós-comunismo torna a manutenção do regime cubano
impensável”.
SUJEITO: o mundo do pós-comunismo
VERBO: torna (um verbo transobjetivo, ou seja, possui objeto direto e
predicativo do objeto direto)
OBJETO DIRETO: a manutenção do regime cubano (por ser
complemento direto, não apresenta preposição)
PREDICATIVO DO OBJETO DIRETO: impensável (refere-se ao objeto
direto, mas é exigido pelo verbo que, sem esse elemento, teria seu
sentido prejudicado – “o mundo torna a manutenção ... [o quê?]...
impensável.”)
a) A
b) B
c) C
d) D
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e) E
Gabarito: C
Comentário.
Mais um caso especial de crase, em que não se necessita aquela análise
de termo regente – termo regido.
Nesse caso, a acentuação se justifica pelo fato de o vocábulo apresentar
valor circunstancial, exercendo na oração a função sintática de
adjunto adverbial (àquela altura / naquela altura / àquela hora /
naquela hora). Normalmente, vocábulos de valor adverbial, como esses,
são introduzidos por uma preposição. Perceba que, se trocássemos o
“aquela” pelo “esta”, ficaria: “a esta altura / a esta hora”. Por esse
motivo, deve ser acentuado – àquela altura.
22 - (TCE ES/2001)
A parte racional e a parte irracional da alma estão em permanente
conflito e contradição uma com a outra. Se a virtude não pertence
apenas ao mundo da razão e não é, portanto, uma ciência una,
invariável, absoluta, ela pode ser múltipla, mutante e até mesmo falsa.
Mais ainda: se as virtudes estão relacionadas com as ações e as
paixões, conforme afirma Aristóteles, estes movimentos e estas paixões
são um dado da natureza humana. Não é em razão daquilo que
sentimos que somos julgados bons ou maus. Isso seria um absurdo,
pois os sentimentos estão inscritos em nosso aparelho psíquico, e não
podemos deixar de senti-los. Ninguém se encoleriza intencionalmente.
Ora, a qualificação bom /mau supõe que aquele que assim julga
escolheu agir assim. Um homem não escolhe as paixões. Ele não é
então responsável por elas, mas somente pelo modo como faz com que
elas se submetam à sua ação. É deste modo que os outros o julgam sob
o aspecto ético, isto é, apreciando seu caráter.
(Adauto Novaes)
Julgue o item abaixo, em relação à estrutura do texto.
Item INCORRETO.
Comentário.
Qual das duas frases está correta: “Minha mãe é uma pessoa
maravilhosa.” ou “A minha mãe é uma pessoa maravilhosa”?
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Resposta: AS DUAS! Não só porque ela é mesmo maravilhosa (beijo,
D.Clélia!) mas, principalmente, porque o artigo antes do pronome
possessivo é facultativo.
Fale bem alto: “Meu trauma com Português foi superado!” ou “O meu
trauma com Português foi superado” (repita 20 vezes, em voz alta!!!
Não estou ouvindo!!!)
Viu só? Não só resolvemos um (possível) bloqueio psicológico (que
talvez você esteja carregando desde a sua 2ª série do 1º grau), como
constatamos que, antes de pronome possessivo, o artigo é facultativo.
Então, usaremos a nossa técnica para verificar a ocorrência da crase:
“... faz com que elas se submetam à sua ação.”
O termo regente, o verbo submeter, exige a preposição a (“Alguém se
submete a alguma situação”).
O termo regido (pronome possessivo + substantivo) admite o artigo
definido feminino – a sua ação.
No encontro da preposição com o artigo, haverá crase: à sua ação.
Ocorre que é facultativa a colocação desse artigo definido antes do
pronome possessivo [(a) sua ação]. Caso não haja artigo, não haverá
também crase, uma vez que o único “a” será a preposição – (a sua
ação).
Essa assertiva, portanto, está INCORRETA ao afirmar que o acento é
obrigatório em “à sua”. Não. Ele é facultativo, porque é facultativo o
emprego do artigo antes do pronome possessivo.
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caso, se houve o emprego do artigo antes do segundo elemento (ao
meu pai), deve-se empregar também no outro (à minha mãe), já que
ambos exercem a mesma função sintática: “Preciso pedir dinheiro à
minha mãe e ao meu pai”. A lacuna, agora, só poderia ser preenchida
com à.
Caetano Veloso disse uma vez que “ao” é o masculino de “à”. Esta troca
é plenamente válida para análise: substituir uma palavra no feminino
por outra no masculino e verificar se o “à” virou “ao”.
23 - (ACE/2002)
Entre os males que afligem a sociedade brasileira o contrabando é,
sem dúvida, um dos mais sérios, sobretudo porque dele decorrem
inúmeros outros. Observa-se, no dia-a-dia, que o contrabando já faz
parte da rotina das cidades, tanto nas atividades informais quanto no
suprimento da rede formal de comércio, tomando o lugar de produtos
legalmente comercializados. Os altos lucros que essas atividades
ilícitas proporcionam, aliados ao baixo risco a que estão sujeitas,
favorecem e intensificam a formação de verdadeiras quadrilhas, até
mesmo com participação de empresas estrangeiras. São
organizações de caráter empresarial, estruturadas para promover tais
práticas nos mais variados ramos de atividade.
(Adaptado de www.unafisco.org.br, 30/10/2000)
Julgue a assertiva abaixo.
d) Em “a que estão sujeitas”(l.7), “a” admite o uso de sinal indicativo de
crase.
Item INCORRETO
Comentário.
Na passagem “aliados ao baixo risco a que estão sujeitas”, o pronome
relativo que substitui baixo risco (“estão sujeitas a baixo risco”).
Assim, percebe-se que o termo regente da preposição a é o adjetivo
sujeitas. O termo regido é o pronome relativo. Como o pronome
relativo não aceita artigo definido feminino antes de si, não ocorre
crase, o que nos leva a afirmar que a assertiva está incorreta.
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lembrarmos algumas características da personalidade de Chico Buarque
de Holanda. Primeiro, a forte presença de um pai que, além de ser um
historiador notável, era um fino crítico literário. Depois, o fato de Chico
ter se dado conta de que sua genial produção musical não bastava para
dizer tudo que ele tinha a nos dizer. Não se pode dizer que o que o
Chico nos diz nos romances não tem nada a ver com o que ele passa
aos seus ouvintes através das suas canções. No recém-lançado
Budapeste, por exemplo, eu, pessoalmente, vejo um clima de bem-
humorada resignação do personagem com suas limitações, um clima
que me parece que encontrei, em alguns momentos, na sua obra
musical. Uma coisa, porém, são as imagens sugestivas das canções;
outra é a complexa construção de um romance. A distância entre ambas
talvez pudesse ser comparada àquela que vai das delicadas e rústicas
capelas românicas às imponentes catedrais góticas. Chico Buarque
percorreu esse caminho com toda a humildade de quem queria aprender
a fazer melhor, mas também com a autoconfiança de quem sabia que
podia se tornar um mestre romancista. Valeu a pena. A autodisciplina
lhe permitiu mergulhar mais fundo na confusão da nossa realidade, nas
ambigüidades do nosso tempo. A ficção, às vezes, possibilita uma
percepção mais aguda das questões em que estamos todos tropeçando.
No caso deste romance mais recente de Chico Buarque, temos um rico
material para repensarmos, sorrindo, o problema da nossa identidade:
quem somos nós, afinal?
(Leandro Konder, Jornal do Brasil, 18/10/2003)
Julgue a assertiva abaixo, em relação aos aspectos gramaticais do texto.
c) O sinal indicativo de crase em “àquela que vai das delicadas...” (l.15)
é opcional.
Item INCORRETO.
Comentário.
O termo regente é comparada, que exige a preposição a (“Alguma
coisa é comparada a outra.”). O termo regido está representado pelo
pronome demonstrativo aquela. Assim, é obrigatória a acentuação do
primeiro “a” do pronome, como indicativo de sua contração com a
preposição a.
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Por isso, acredito que valha a pena lê-lo várias vezes, analisando os
aspectos sintáticos dos elementos textuais.
Gabarito: D
Comentário.
A locução prepositiva “devido a” tem origem na forma participial
adjetiva do verbo dever (devido).
Como assim “forma participial adjetiva”? Vimos que o particípio é
uma forma nominal que, muitas vezes, exerce a função que seria
própria de um adjetivo, lembra? “Roupa lavada (adjetivo / particípio do
verbo lavar)”, “cabelo penteado (adjetivo / particípio do verbo pentear)”
Na função adjetiva, a palavra “devido” (adjetivo / particípio do verbo
dever) concorda em gênero e número com o substantivo
correspondente e rege a preposição a: “Sua ausência devida a
problemas de saúde foi notada.”, “Muitos acidentes devidos à falta de
prudência dos motoristas são registrados nas estradas brasileiras.”.
Apesar de condenada por diversos puristas, que acham que essa
palavra só deve ser empregada na função adjetiva, a forma prepositiva
“devido a” é abonada por ilustres como Celso Luft, sendo
constantemente apresentada em questões da ESAF.
Quando usado na locução prepositiva (devido a), o vocábulo “devido”
não se flexiona (pertence ao conjunto de palavras invariáveis) –
“Devido aos problemas de saúde, ela não veio.”, “Muitos acidentes
ocorrem devido à falta de prudência dos motoristas.”.
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A preposição a, que forma a locução, poderá se contrair ao artigo
subseqüente, no esquema “termo regente – termo regido”, como vimos
recorrentemente neste estudo, havendo crase se o termo regido admitir
artigo definido feminino (“O espetáculo foi cancelado devido à chuva”).
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roubados fomos no passado. No entanto, o governo está empenhado em
aprovar uma proposta de emenda ____ Constituição que facilitará a
entrega de nossos recursos biológicos ____ estrangeiros.
(Mauro Santayana, Correio Braziliense, 25/10/2000, com adaptações)
a) a, à, à, a, a, à, a
b) a, a, à, a, a, a, a
c) a, à, à, à, a, à, à
d) à, a, a, à, à, a, a
e) à, à, a, à, a, à, a
Gabarito: A
Comentário.
Iremos analisar lacuna por lacuna.
1ª) a partir de – locução prepositiva masculina – no meio da locução
há um verbo e, antes de verbo, não há artigo (se for substantivado,
recebe artigo masculino – “o partir do navio”). Só se acentuam as
locuções femininas (à procura de, à espera de) - “... A partir das
navegações...”.
2ª) à custa de – esta, sim, é uma locução prepositiva feminina, que
deve receber acento grave – “... À custa dos territórios...”.
3ª) de um lado, o termo regente destinadas exige preposição a
(“destinadas a”); do outro, o termo regido admite artigo definido
feminino (“a produção”). Portanto, ocorre crase: ”... destinadas À
produção...”;
4ª) de um lado, o termo regente abrir perspectiva exige a preposição
a ; de outro, o termo regido é o substantivo masculino país, que já está
acompanhado de um artigo indefinido (um país). Não se admite a
colocação de um artigo definido feminino e, em virtude disso, não ocorre
crase: “abre perspectiva A um país como o Brasil”;
5ª) a preposição inicia uma oração reduzida de infinitivo e antes de
verbo não pode haver artigo definido feminino. Por isso, o único a que
existe é a preposição: “... foi dos primeiros A ser saqueado...”
6ª) de um lado, o termo regente emenda exige a preposição a
(emenda a alguma coisa); de outro, o substantivo Constituição (termo
regido) admite o emprego de um artigo definido feminino (como sujeito,
teríamos “A Constituição tem sido alvo de críticas.”). Ocorre crase da
preposição a com o artigo definido a = “uma proposta de emenda À
Constituição”;
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7ª) de um lado, o termo regente entrega exige a preposição a (entrega
de alguma coisa a alguém); de outro, o termo regido é um substantivo
masculino plural empregado de forma genérica – estrangeiros – que
não admite artigo definido feminino. Portanto, não ocorre crase:
“facilitará a entrega de nossos recursos A estrangeiros”.
Assim, a ordem de preenchimento será: a, à, à, a, a, à, a.
27 - (Procurador BACEN/2002)
O ingresso dos bancos na era digital não se fez, obviamente, sem
grandes e continuados investimentos. Sólida infra-estrutura, bom
trabalho de orientação, as experiências bem-sucedidas de quem não vê
maiores dificuldades na operação eletrônica vão dissipando
_____resistências dos ainda não-digitalizados. Os clientes adaptam-se
___ novas tecnologias de modos muito distintos. _____ segmentos de
pessoas maduras, com mais de 60 anos, nos quais a utilização da
Internet é maior do que em segmentos jovens, com menos de 30 anos.
Procura-se fornecer o maior número de informações aos clientes,
ajudando-os ___ superar as primeiras dificuldades e demonstrando que,
nos meios eletrônicos, "o índice de falhas sistêmicas é mínimo". Embora
metade da população economicamente ativa brasileira esteja fora do
sistema bancário – e este é um novo território ainda ___ conquistar –,
___ marcha da digitalização para os que já estão dentro do sistema é
um caminho que não tem volta.
(Adaptado de www2.estado.estadao.com.br/edição/especial/bancos)
Indique a opção cujos itens completam corretamente as lacunas do
texto acima.
a) as às Há a a a
b) as as Há a a à
c) as às A à à a
d) às às Há a à a
e) às as A à a a
Gabarito: A
Comentário.
1ª) O verbo dissipar é transitivo direto e seu complemento é “as
resistências dos ainda não-digitalizados”. Como o termo regente
(dissipar) não exige preposição a, não ocorre crase; há somente o
artigo definido feminino plural: “vão dissipando as resistências”.
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2º) O termo regente adaptar exige a preposição a (“Alguém se adapta
a alguma coisa”). O termo regido é novas tecnologias, que admite
artigo definido feminino plural (as novas tecnologias). Ocorre crase: “Os
clientes adaptam-se às novas tecnologias”.
3ª) Esta lacuna não poderia ser preenchida com “A”, pois não há termo
regente a exigir uma preposição, tampouco o substantivo “segmentos”
admite artigo definido feminino. Preenche-se com o verbo haver (no
sentido de existir), que é impessoal e, por isso, não se flexiona. “Há
segmentos de pessoas maduras”.
4ª) Inicia-se, a partir do elemento dessa lacuna, uma oração reduzida
de infinitivo. Normalmente, emprega-se uma preposição; no caso, a
preposição a. Como verbo não admite artigo definido feminino, há
apenas a preposição e não ocorre crase – ajudando-os a superar.
5ª) Tal qual a quarta lacuna, essa deve ser preenchida por uma
preposição que inicia uma oração reduzida de infinitivo de valor passivo
(equivalente a “um novo território será conquistado”). Há somente a
preposição, sem acento por não haver crase: “um novo território a
conquistar”.
6ª) “___ marcha da digitalização ... é um caminho que não tem volta.”.
O substantivo “marcha” é o núcleo do sujeito. Não há termo regente que
exija uma preposição. Portanto, o único a é um artigo que antecede
esse substantivo:”A marcha da digitalização”.
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Gabarito: C
Comentário.
1ª) O termo regente reduzidos exige a preposição (Todos foram
reduzidos a alguma coisa). O termo regido já apresenta um artigo
indefinido (uma), o que impede a colocação de um outro artigo. Não
ocorre crase: “os miseráveis são reduzidos a uma condição
subumana”.
2ª) No meio de uma locução verbal pode haver uma preposição “passa
a ser”, não existindo a possibilidade de emprego de artigo que justifique
a acentuação.
3ª) O termo regente é a locução verbal “passa a ser”, cujo verbo
principal (ser) não exige preposição. Por isso, antes do termo regido
luta, há somente artigo definido: “Seu único horizonte passa a ser a
luta feroz pela sobrevivência”.
4ª) Quando houver indicação de distância ou de tempo futuro (“Eu moro
a dez metros da farmácia.”/ “Eu moro a vinte minutos do centro.” / “A
dois meses do início do curso, ele cancelou sua inscrição.”), usa-se a
preposição a. O termo que se segue (poucos) não admite artigo
definido feminino. Portanto, apenas existe, nessa construção, uma
preposição: a poucos quilômetros de Brasília.
5ª) Nessa lacuna, deve-se empregar o verbo existir ou haver. O
segundo verbo, por ser impessoal, não se flexiona: há gente
disputando os restos com os animais.
A ordem correta, portanto, é a / a / a / a / há
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c) à – a – à – a
d) a – a – a – a
e) a – a – à – a
Gabarito: A
Comentário.
1ª) O termo regente dizer respeito exige a preposição a (“Isso não diz
respeito a você.”). O termo regido taxa admite o artigo definido
feminino. Ocorre crase: “No que diz respeito à taxa de inflação”.
2ª) A preposição ante, que equivale a perante, é o termo regente e
não aceita a preposição a (Ante a negativa / Ante o infortúnio / Ante as
explicações). Por isso, não ocorre crase: mais de 7% ante a meta de
4%.
3ª) Antes de verbo não há artigo feminino. O que existe aí é somente a
preposição a exigida pelo termo regente prestar (Isso se presta a
alguma coisa) – prestam a ser controlados.
4ª) O termo regente retornar exige preposição (“Alguma coisa retorna
a algum lugar/alguma situação”). O termo regido admite o artigo
definido feminino. Ocorre crase: para retornar à meta.
A ordem é: à / a / a / à
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a) à / à / a / à / a / as
b) a / à / a / a / à / às
c) a / a / à / à / à / a
d) à / a / a / a / a / à
e) a / a / à / a / à / as
Gabarito: B
Comentário.
1ª) Os vocábulos “administração” e “controle” exercem a função
sintática de núcleos do sujeito composto e, por não haver termo regente
a exigir preposição, há apenas artigo antes dos substantivos (como em
“o controle”). “A administração e o controle”.
2ª) O termo regente associados exige preposição a. O termo regido
execução admite artigo definido feminino. Ocorre crase, então:
“associados à execução financeira”.
3ª) A expressão “unificação dos orçamentos” é o sujeito de ocorreu, e,
assim como na primeira lacuna, não existe preposição, só artigo
definido: “ocorreu a unificação dos orçamentos”.
4ª) O termo regente atrelar é transitivo direto e indireto, exigindo a
preposição a (“Atrelar uma coisa a outra”). O termo regido prévia
autorização aceita artigo definido feminino. Ocorre crase: “atrelando
os gastos governamentais à prévia autorização do Congresso
Nacional”.
5ª e 6ª) Essas duas lacunas deverão ser tratadas de forma idêntica por
exercerem a mesma função sintática – complemento ao substantivo
fomento. O termo regente fomento exige preposição a; os termos
regidos agricultura e exportações admitem artigo definido feminino,
respectivamente no singular e no plural. Assim, ocorre crase:
“Programas de Fomento à Agricultura e às Exportações”.
Em respeito ao paralelismo sintático, não poderia ser dado um
tratamento diferente a cada um dos elementos, como sugerem as
opções c (preposição com artigo no 1º elemento e somente preposição
no 2º), d (somente preposição no 1º e preposição com artigo no
singular no 2º) e e (preposição com artigo no 1º e somente artigo no
2º).
Tampouco poderia ser omitida a preposição, como ocorre na opção a
(somente artigo nos dois elementos).
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Por isso, se começássemos por esta última lacuna, já saberíamos que a
única opção correta é a de letra b.
Por hoje, chega. A partir dessa aula, não admito que ninguém erre
questão de crase, viu????? (rs...)
É só seguir o esquema termo regente – termo regido, lembrar-se dos
casos especiais e “correr pro abraço”.
Até a próxima.
01 - (TCPR 2002/2003)
Monteiro Lobato, ao afirmar que "um país se faz com homens e livros",
por certo indicou o caminho das pedras àqueles que, descuidadamente,
promovem a história sem a preocupação de seu registro e que, por
conseqüência, legam ao pó do esquecimento tudo o que foi feito – certo
ou errado – ou deixado de fazer. Os homens fazem a história. Os livros
registram a história. Sem estes, os exemplos do passado, os
conhecimentos técnicos e científicos armazenados, o testemunho e as
provas colhidas não seriam repassados às gerações futuras, o que
comprometeria a chamada evolução.
www.tcparaná.gov.br
Julgue a assertiva abaixo.
e) O emprego do sinal indicativo de crase em “àqueles”(l.2) é exigido
pela regência do verbo “indicou”.
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c) São os auditores governamentais que podem avaliar se agências
públicas estão atuando com eficiência, se a qualidade dos serviços
públicos está sendo melhorada, se as tarefas estão sendo racionalmente
divididas entre os funcionários e se os programas estão atingindo seus
objetivos.
d) O controle do desempenho governamental foi desenvolvido como
complemento à auditoria tradicional, assim como a nova gestão pública
adicionou eficácia e efetividade administrativa aos valores burocráticos
tradicionais de prudência e precisão processual.
e) Em relação às duas principais vertentes atuais do controle, à
avaliação de desempenho e o controle de conformidade, não é viável
que a primeira venha a substituir integralmente a segunda.
Itens adaptados de www.tcu.gov.br Notas da imprensa, 21-11-2002.
04 - (Analista BACEN/2001)
As instituições financeiras estão obrigadas a operar dentro das regras e
definições do novo sistema de pagamentos que compreende os serviços
de compensação de cheques e outros papéis, a liquidação de ordens
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eletrônicas de débitos e créditos, a transferência de fundos e outros
ativos financeiros, a compensação e liquidação de operações na Bolsa de
Mercadorias e Futuros, incluindo aquelas relativas a derivativos
financeiros. Desta forma, conceitua-se o Sistema de Pagamentos
Brasileiro como um conjunto de regras, procedimentos, instrumentos de
controle e sistemas operacionais que devem funcionar integrados para
transferir fundos do pagador para o recebedor.
(BANCO HOJE, março de 2001, p.57, com adaptações)
d) Em “relativas a derivativos”(l.6) o uso do sinal indicativo de crase é
facultativo.
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juízo aristotélico pensadores políticos do tomo(D) de Montesquieu e
Rousseau, presos as heranças(E) clássicas.
(Baseado em Paulo Bonavides)
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
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governamentais para atendimento à demanda por saúde, educação,
habitação, assistência previdenciária e segurança pública.
Quanto aos trabalhadores sem anotação em carteira, formam um
colossal conjunto de excluídos. Estão à margem de benefícios sociais
garantidos pelos direitos de cidadania, entre os quais vale citar o acesso
à aposentadoria, ao seguro desemprego e às indenizações reparadoras
pela despedida sem justa causa. De outro lado, não recolhem a
contribuição previdenciária, mas exercem fortes pressões sobre os
serviços públicos de assistência médico-hospitalar.
A reforma tributária poderá converter a expressões toleráveis a
economia informal. A redução fiscal incidente sobre as micro e pequenas
empresas provocará, com certeza, a regularização de grande parte das
unidades produtivas em ação clandestina. E a adoção de uma política
consistente para permitir o aumento do emprego e da renda trará de
volta ao mercado formal os milhões de empregados sem carteira
assinada. É preciso entender que o esforço em favor da inserção da
economia no sistema mundial não pode pagar tributo ao desemprego e
à marginalização social de milhões de pessoas.
(Correio Braziliense - 13.7.97)
10 - (AFPS/2002)
A entrada dos anos 2000 têm trazido a reversão das expectativas de
que haveria a inauguração de tempos de fraternidade, harmonia e
entendimento da humanidade. Os resultados das cúpulas mundiais
alimentaram esperanças que novos tempos trariam novas perspectivas
referentes a qualidade de vida e relacionamento humano em todos os
níveis. Contudo, o movimento que se observa em nível mundial sinaliza
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perdas que ainda não podemos avaliar. O recrudescimento do
conservadorismo e de práticas autoritárias, efetivadas à sombra do
medo, tem representado fonte de frustração dos ideais historicamente
buscados.
(Roseli Fischmann, Correio Braziliense. 26/08/2002, com adaptações)
Julgue a assertiva abaixo, em relação aos elementos do texto.
IV. Para que o texto fique gramaticalmente correto, é obrigatória a
inserção do sinal indicativo de crase em “a qualidade”(l.5).
11 - (Fiscal de Fortaleza/2003)
A crítica ao desenvolvimento no contexto da globalização capitalista é
que ele está centrado na ilusão de que o crescimento econômico pode
ser ilimitado, que ele é e será sempre sinônimo de mais empregos,
bem-estar e felicidade, e isso para toda a humanidade. A história de
quinhentos anos de capitalismo e de todo sistema centrado no
produtivismo e no consumismo tem comprovado que essa noção é
equivocada; tem sido motivo de frustração para a maioria da população
trabalhadora e fator de sistemática destruição do meio ambiente.
Questiona-se também o fato de o crescimento capitalista não estar
centrado nas necessidades, aspirações e recursos dos povos e nações,
mas na propensão ao consumo daqueles indivíduos e países que têm
poder de compra. Em conseqüência, quanto mais se produzem e se
acumulam riquezas, maior o número das pessoas, coletividades e países
excluídos daquele crescimento, daquela acumulação e, portanto, do
direito à vida, ao trabalho e ao desenvolvimento.
(Sandra Quintela e Marcos Arruda)
Julgue a proposição abaixo, em relação aos aspectos gramaticais do
texto.
e) Conforme a norma escrita culta, ao se eliminar o sinal indicativo de
crase antes de “vida”, antes de “trabalho” e de “desenvolvimento” (l.15)
o emprego dos artigos definidos é obrigatório.
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pela Superintendência da Receita Federal sobre à(4) rede arrecadadora
de receitas federais. Em diversos trechos de seu relatório, aquele
Tribunal reconhece os benefícios advindos(5) do Projeto de
Reestruturação do Controle da Rede Arrecadadora de Receitas Federais
- Projeto Nova Rarf.
(Adaptado de www. receita. fazenda.gov.br, 10/09/2003)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
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inserção internacional é um instrumento básico no processo de
transformação qualitativa da sociedade brasileira, ao mesmo tempo em
que essa transformação qualitativa será uma alavanca fundamental para
a melhoria do padrão dessa inserção externa do Brasil.
b) Com a economia mais aberta, conseqüência de um processo de maior
exposição à competição internacional em benefício dos consumidores
brasileiros e da nossa própria competitividade, temos melhores
condições de buscar e mesmo exigir acesso mais desimpedido ao
mercado internacional e práticas leais e transparentes em matéria de
comércio, transferência de tecnologia e investimentos.
c) Temos uma agenda interna mais definida, com a atenção posta no
crescimento e a busca de maior eqüidade social, na qual as reformas
assumem prioridade porque têm uma função à cumprir na consolidação
da estabilidade e na retomada do crescimento com mais justiça social.
d) Nossos compromissos em matéria de direitos humanos, proteção
ambiental, combate à criminalidade e ao narcotráfico e proteção das
minorias dão-nos um vigor novo para lidar com uma agenda renovada
no plano externo, buscando parcerias, cooperação e diálogo construtivo
necessários para avançar internamente.
e) O Brasil é mais confiável e tem mais credibilidade internacional,
porque soubemos, em tempo hábil e sem comprometer princípios ou
sacrificar visões de longo prazo em favor de benefícios conjunturais
duvidosos, fazer as alterações de política que melhor respondiam às
mudanças em curso no mundo, no nosso Continente e no próprio País. E
essas alterações prosseguirão, reforçando nosso capital político e nosso
instrumental de atuação internacional.
(Adaptado de www.planalto.gov.br - Mensagem ao Congresso Nacional)
15 - (Oficial de Chancelaria/2002)
Desde o século XIX, a mídia desempenhou papel fundamental na
construção de uma esfera pública de pressão social. Sua pluralidade
natural de vozes e seu papel fiscalizador sempre foram os sinônimos
mais evidentes do que entendemos por democracia. O fato é que o
século XXI nasceu assistindo a uma estranha metamorfose da mídia.
Neste sentido, o caso paradigmático foi Silvio Berlusconi: o primeiro-
ministro italiano que hoje controla praticamente todo o sistema de
comunicações da Itália. Graças a ele, lembramos que a mídia, mesmo
em sociedades democráticas, pode funcionar como bloqueio à discussão
política por meio de artifícios cada vez mais sutis. Ela não precisa excluir
pessoas e idéias (como no velho sistema totalitário). Berlusconi gosta de
repetir que suas editoras publicam boa parte dos intelectuais de
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esquerda que o criticam. Mas ele sabe que há uma “geografia da
comunicação”, ou seja, na mídia, nem todos os espaços se equivalem.
Com isso, pode-se regionalizar a crítica, de forma que ela opere em
espaços de pouca exposição (cadernos de cultura, livros de pequena
tiragem, revistas especializadas). Basta deixá-la fora dos espaços
midiáticos de grande exposição, os quais continuarão repetindo sempre
o mesmo raciocínio monolítico e estabelecendo as pautas de discussão.
(Vladimir Safatle, Correio Braziliense, 31/03/2002, Pensar, p.8)
Em relação às estruturas do texto, julgue a asserção a seguir:
III. À linha 9, seria correta a redação como bloqueio à qualquer
discussão...
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Fala-se(A) com arroubo(B) sobre os inesgotáveis recursos de novas
tecnologias, como o vídeo ou a realidade virtual, mas qualquer reflexão
à respeito do(C) invariavelmente orbita(D) em torno da matéria-
prima(E) desta página – o texto.
(Paul Saffo, com adaptações)
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
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promessas. A Igreja sofre restrições em Cuba, que já foi um país
católico e hoje conta com um número insignificante de seguidores da
palavra de Roma, mas o Papa não foi à(C) ilha para passar um sermão
público em Fidel Castro. Aos 71 anos e saúde debilitada, o comandante
Fidel não tem sucessor à(D) altura de seu carisma e o mundo do pós-
comunismo torna impensável a manutenção do regime cubano, tal
como sobrevive hoje, depois que Fidel for prestar contas a(E) Marx.
(Veja - 28/1/98, adaptado)
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
22 - (TCE ES/2001)
A parte racional e a parte irracional da alma estão em permanente
conflito e contradição uma com a outra. Se a virtude não pertence
apenas ao mundo da razão e não é, portanto, uma ciência una,
invariável, absoluta, ela pode ser múltipla, mutante e até mesmo falsa.
Mais ainda: se as virtudes estão relacionadas com as ações e as
paixões, conforme afirma Aristóteles, estes movimentos e estas paixões
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são um dado da natureza humana. Não é em razão daquilo que
sentimos que somos julgados bons ou maus. Isso seria um absurdo,
pois os sentimentos estão inscritos em nosso aparelho psíquico, e não
podemos deixar de senti-los. Ninguém se encoleriza intencionalmente.
Ora, a qualificação bom /mau supõe que aquele que assim julga
escolheu agir assim. Um homem não escolhe as paixões. Ele não é
então responsável por elas, mas somente pelo modo como faz com que
elas se submetam à sua ação. É deste modo que os outros o julgam sob
o aspecto ético, isto é, apreciando seu caráter.
(Adauto Novaes)
Julgue o item abaixo, em relação à estrutura do texto.
23 - (ACE/2002)
Entre os males que afligem a sociedade brasileira o contrabando é,
sem dúvida, um dos mais sérios, sobretudo porque dele decorrem
inúmeros outros. Observa-se, no dia-a-dia, que o contrabando já faz
parte da rotina das cidades, tanto nas atividades informais quanto no
suprimento da rede formal de comércio, tomando o lugar de produtos
legalmente comercializados. Os altos lucros que essas atividades
ilícitas proporcionam, aliados ao baixo risco a que estão sujeitas,
favorecem e intensificam a formação de verdadeiras quadrilhas, até
mesmo com participação de empresas estrangeiras. São
organizações de caráter empresarial, estruturadas para promover tais
práticas nos mais variados ramos de atividade.
(Adaptado de www.unafisco.org.br, 30/10/2000)
Julgue a assertiva abaixo.
d) Em “a que estão sujeitas”(l.7), “a” admite o uso de sinal indicativo de
crase.
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aos seus ouvintes através das suas canções. No recém-lançado
Budapeste, por exemplo, eu, pessoalmente, vejo um clima de bem-
humorada resignação do personagem com suas limitações, um clima
que me parece que encontrei, em alguns momentos, na sua obra
musical. Uma coisa, porém, são as imagens sugestivas das canções;
outra é a complexa construção de um romance. A distância entre ambas
talvez pudesse ser comparada àquela que vai das delicadas e rústicas
capelas românicas às imponentes catedrais góticas. Chico Buarque
percorreu esse caminho com toda a humildade de quem queria aprender
a fazer melhor, mas também com a autoconfiança de quem sabia que
podia se tornar um mestre romancista. Valeu a pena. A autodisciplina
lhe permitiu mergulhar mais fundo na confusão da nossa realidade, nas
ambigüidades do nosso tempo. A ficção, às vezes, possibilita uma
percepção mais aguda das questões em que estamos todos tropeçando.
No caso deste romance mais recente de Chico Buarque, temos um rico
material para repensarmos, sorrindo, o problema da nossa identidade:
quem somos nós, afinal?
(Leandro Konder, Jornal do Brasil, 18/10/2003)
Julgue a assertiva abaixo, em relação aos aspectos gramaticais do texto.
c) O sinal indicativo de crase em “àquela que vai das delicadas...” (l.15)
é opcional.
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ultramarinos. Não foram apenas as matérias-primas, destinadas ao
consumo ou ____ produção que o financiaram, mas também o capital
propriamente dito, fruto dos lucros e resultado do saqueio da natureza
virgem. Hoje, a biotecnologia abre grande perspectiva ___ um país
como o Brasil, de ricos bancos genéticos. O nosso território foi dos
primeiros ____ ser saqueado em sua riqueza vegetal. É necessário
impedir que os produtos da flora e da fauna nos sejam roubados, como
roubados fomos no passado. No entanto, o governo está empenhado em
aprovar uma proposta de emenda ____ Constituição que facilitará a
entrega de nossos recursos biológicos ____ estrangeiros.
(Mauro Santayana, Correio Braziliense, 25/10/2000, com adaptações)
a) a, à, à, a, a, à, a
b) a, a, à, a, a, a, a
c) a, à, à, à, a, à, à
d) à, a, a, à, à, a, a
e) à, à, a, à, a, à, a
27 - (Procurador BACEN/2002)
O ingresso dos bancos na era digital não se fez, obviamente, sem
grandes e continuados investimentos. Sólida infra-estrutura, bom
trabalho de orientação, as experiências bem-sucedidas de quem não vê
maiores dificuldades na operação eletrônica vão dissipando
_____resistências dos ainda não-digitalizados. Os clientes adaptam-se
___ novas tecnologias de modos muito distintos. _____ segmentos de
pessoas maduras, com mais de 60 anos, nos quais a utilização da
Internet é maior do que em segmentos jovens, com menos de 30 anos.
Procura-se fornecer o maior número de informações aos clientes,
ajudando-os ___ superar as primeiras dificuldades e demonstrando que,
nos meios eletrônicos, "o índice de falhas sistêmicas é mínimo". Embora
metade da população economicamente ativa brasileira esteja fora do
sistema bancário – e este é um novo território ainda ___ conquistar –,
___ marcha da digitalização para os que já estão dentro do sistema é
um caminho que não tem volta.
(Adaptado de www2.estado.estadao.com.br/edição/especial/bancos)
Indique a opção cujos itens completam corretamente as lacunas do
texto acima.
a) as às Há a a a
b) as as Há a a à
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c) as às A à à a
d) às às Há a à a
e) às as A à a a
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30 - (AFC STN/2002) Assinale a opção que preenche corretamente as
lacunas do texto abaixo.
A substituição da conta Movimento do Governo no Banco do Brasil pela
Conta Única do Tesouro no Banco Central, em 1988, contribuiu para que
____ administração e o controle das finanças federais estivessem
associados ____ execução financeira das unidades gestoras. A
implantação da Conta Única eliminou mais de cinco mil contas bancárias
governamentais, permitindo o controle mais eficaz do fluxo de caixa do
Governo. Paralelamente, ocorreu ____ unificação dos orçamentos,
eliminando-se o orçamento monetário e, por conseguinte, atrelando os
gastos governamentais _____ prévia autorização do Congresso
Nacional. Ainda ao final dos anos 80, o Tesouro Nacional assume as
atividades relativas aos Programas de Fomento ____ Agricultura e ____
Exportações, transferidos do Banco Central, assim como das atividades
relativas ao planejamento e administração da Dívida Mobiliária Interna.
(Trecho adaptado de http://www.stn.fazenda.gov.br)
a) à / à / a / à / a / as
b) a / à / a / a / à / às
c) a / a / à / à / à / a
d) à / a / a / a / a / à
e) a / a / à / a / à / as
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AULA 7: PRONOMES
Pronome é o vocábulo que, ao pé da letra, “fica no lugar do nome”
(chamado de pronome substantivo) ou o determina (pronome adjetivo).
Para compreender melhor a função dos pronomes, precisamos saber o
conceito de coesão textual, pois essas palavras, assim como os
conectivos (conjunção e preposição – a serem estudados na próxima
aula), são responsáveis por estabelecer nexo entre as idéias do texto.
Coesão textual é a ligação entre os elementos da oração e delas em
relação ao texto. A incoerência de um texto muitas vezes se deve à falta
de coesão, exatamente porque a leitura fica prejudicada pelo emprego
inadequado de pronomes, conjunções ou outros elementos textuais,
inclusive a pontuação. Por exemplo, o uso inapropriado de “porquanto”
ou de “a ele” pode levar o leitor a uma conclusão diversa da que se
pretendia dar, ou até mesmo a nenhuma conclusão (alguns chamam de
“ruptura semântica”).
Muitas questões da ESAF abordam esse conhecimento. A banca faz
afirmações sobre as referências textuais e o candidato deve verificar se
estão corretas essas indicações. Para isso, a compreensão correta do
texto e o domínio do significado de seus elementos são decisivos.
Os pronomes podem ser:
pessoais: referem-se às três pessoas do discurso - a que fala (1ª
pessoa), a com quem se fala (2ª pessoa) e a de quem se fala (3ª
pessoa); dividem-se em retos e oblíquos – regra geral, os retos
exercem a função de sujeito ou de predicativo do sujeito,
enquanto que os oblíquos funcionam como complementos (objetos
diretos, indiretos ou adjuntos); os pronomes oblíquos devem
obedecer a certas regras de colocação (sintaxe de colocação
pronominal), a serem estudadas mais à frente;
possessivos: estabelecem relação de posse entre os elementos
regente e regido; como veremos adiante, há casos em que um
pronome pessoal oblíquo é usado com valor possessivo;
demonstrativos: indicam a posição dos seres no espaço e no
tempo (função dêitica dos pronomes demonstrativos) ou em
referência aos elementos do texto (função anafórica ou
catafórica); também podem substituir algum termo, expressão,
oração ou idéia, evitando sua repetição, no papel de termos
vicários (“Há muito tempo eu planejo sair de férias e vou fazê-lo
no meio desse ano.” – fazê-lo = fazer isso = sair de férias, ou
“Eu lhe jurei que seria fiel e vou sê-lo” – ser isso – ser fiel – o
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pronome permanece neutro, sem flexão de gênero ou número,
assim como acontece com o “isso”);
indefinidos: têm sentido vago ou indeterminado;
interrogativos: é uma subclasse dos pronomes indefinidos. Muito
importante é compreender a distinção entre eles e os pronomes
relativos, já que a grafia é a mesma em alguns casos (como,
quando, quem etc): os pronomes indefinidos são usados nas
interrogações, diretas ou indiretas, enquanto que os pronomes
relativos apresentam referência a termos antecedentes;
relativos: referem-se a um termo anterior chamado
antecedente ou referente (substantivo ou pronome
substantivo); sempre dão início a orações subordinadas adjetivas.
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QUESTÕES DE PROVA DA ESAF
01 - (AFRE MG/2005)
O setor público não é feito apenas de filas, atrasos, burocracia,
ineficiência e reclamações. A sétima edição do Prêmio de Gestão
Pública, coordenado pelo Ministério do Planejamento, mostra que o
serviço público federal também é capaz de oferecer serviços com
qualidade de primeiro mundo. De 74 instituições públicas inscritas, 13
foram selecionadas por ter conseguido, ao longo dos anos, implantar e
manter práticas e rotinas de gestão capazes de melhorar de forma
crescente seus resultados, tornando-os referências nacionais. O perfil
dos premiados mostra que o que está em questão não é tamanho,
visibilidade ou importância estratégica, mas, sim, a capacidade de fazer
com que as engrenagens da máquina funcionem de forma eficiente,
constante e muito bem controlada.
(Ilhas de Excelência. ISTOÉ, 2/3/2005, com adaptações)
Julgue a assertiva abaixo, em relação aos aspectos textuais.
d) A retirada do pronome do termo “tornando-os”(l.8) preserva a
correção gramatical e a coerência textual, deixando subentendido o
objeto de “referências nacionais”(l.8).
Item INCORRETO
O segmento objeto de análise é:
“De 74 instituições públicas inscritas, 13 foram selecionadas por ter
conseguido, ao longo dos anos, implantar e manter práticas e rotinas de
gestão capazes de melhorar de forma crescente seus resultados,
tornando-os referências nacionais.”
O pronome pessoal oblíquo faz referência a “seus resultados”.
Substituindo os termos, então, a oração seria “tornando seus resultados
referências nacionais”, havendo um verbo transobjetivo (tornar) que
exige dois complementos: objeto direto (seus resultados) e predicativo
do objeto direto (referências nacionais).
A supressão sugerida poderia levar a uma ambigüidade indesejada: não
se saberia o que foi considerado “referências nacionais”, se as práticas e
rotinas de gestão, se as instituições públicas selecionadas, se seus
resultados, causando prejuízo à coerência textual. Essa é a função do
pronome oblíquo na oração.
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02 - (Auditor TCE ES/2001)
Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições
interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus
autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a
direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado
em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe
deu origem.
Julgue a proposição abaixo, em relação aos elementos do texto.
c) Os pronomes possessivos na segunda oração referem-se a “arquivo
cronológico”.
Item INCORRETO
Comentário.
A segunda oração é a subordinada adjetiva “as quais manterão arquivo
cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato,
salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis”.
Tanto “extrato”, como “autógrafo” são elementos que fazem parte dos
contratos. O arquivo cronológico dos autógrafos apostos nos contratos e
o registro sistemático de seu extrato serão mantidos pelas repartições.
Assim, os pronomes possessivos têm por referente “os contratos e seus
aditamentos”, da oração principal (“os contratos e seus aditamentos
serão lavrados nas repartições interessadas”).
03 - (TFC SFC/2000)
O saber produzido pelo iluminismo não conduzia à emancipação e sim à
técnica e ciência moderna que mantêm com seu objeto uma relação
ditatorial. Se Kant ainda podia acreditar que a razão humana permitiria
emancipar os homens de seus entraves, auxiliando-os a dominar e
controlar a natureza externa e interna, temos de reconhecer hoje que
essa razão iluminista foi abortada. A razão que hoje se manifesta na
ciência e na técnica é uma razão instrumental, repressiva. Enquanto o
mito original se transformava em Iluminismo, a natureza se convertia
em cega objetividade. Inicialmente a razão instrumental da ciência e
técnica positivista tinha sido parte integrante da razão iluminista, mas
no decorrer do tempo ela se autonomizou, voltando-se inclusive contra
as suas tendências emancipatórias.
(B. Freitag, A Teoria Crítica Ontem e Hoje, p. 35, com adaptações)
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Das seguintes expressões retiradas do texto, indique o item em que o
elemento da coluna da esquerda faz remissão incorreta às expressões
da coluna da direita.
a) seu (l.2) .......... técnica e ciência moderna
b) seus(l.4) ......... homens
c) os (l.4) .............homens
d) ela (l.11) ..........razão instrumental
e) suas (l.12) .......cega objetividade
Gabarito: E
Comentário.
Em questões como essas, talvez a maior dificuldade esteja na
compreensão textual, decisiva para a identificação dos termos
referentes.
Uma paráfrase para o último período do texto é: “A razão instrumental
da ciência e técnica positivista, que antes era parte da razão iluminista,
com o tempo se tornou autônoma, indo de encontro às suas próprias
tendências emancipatórias.”.
Assim, nota-se que tanto o “ela”, da linha 11, quanto o “suas”, da linha
12, têm por referente “razão instrumental”.
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(Depoimento de Jacques le Goff a Alcino Leite Neto, Folha de São
Paulo, 14/04/2002, com adaptações)
Assinale o par em que, no texto, o pronome da primeira coluna não se
refere à expressão da segunda coluna.
a) “eles”(l.4) ----- “romanos”(l.2)
b) “deles”(l.7) ----- “americanos”(l.7)
c) “lhes”(l.10) ----- “ verdadeiros americanos” (l.11)
d) “sua”(l.12) ------ “pessoas”(l.12)
e) “seus”(l.14) ------ “democracia americana” (l.14)
Gabarito: C
Comentário.
Para compreensão textual, será transcrito o segmento em análise na
opção c:
“Não quero dizer que seja culpa deles, mas os americanos estão
num mundo onde a americanização deve forçosamente parar num
certo momento. Com sua potência militar ou econômica, eles
dominam muitos Estados, mas não estão numa situação que lhes
permita fazer das pessoas que dominam verdadeiros americanos.”
Assim, extrai-se da passagem que os americanos dominam muitos
Estados mas não estão numa situação que permita a eles [os
americanos] fazer das pessoas dominadas [por eles, os americanos]
verdadeiros americanos.
O pronome oblíquo lhes, objeto indireto do verbo “permitir” (“permitir
alguma coisa a alguém”), refere-se aos americanos, e não aos
“verdadeiros americanos” que seriam os estrangeiros dominados por
aqueles.
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vida, que não se esgota na linguagem dos direitos humanos, mas tem
nela, ao menos, sua condição necessária, ainda que não suficiente.
(Renato Janine Ribeiro, Fronteiras da Ética, São Paulo: Senac, 2002,
p.140)
a) Em “o orienta”(l.2), “o” refere-se a “cidadão”(l.1).
b) Em “este tivesse”(l. 4), “este” refere-se a “Estado”(l.3).
c) Em “aqueles passam”(l.6), “aqueles” refere-se a “direitos
políticos”(l.5).
d) “sua ação”(l.7) e “seus atos”(l.8) remetem ao mesmo referente:
“proprietário”(l.5).
e) “sua condição”(l.10) refere-se a “um aumento da qualidade de
vida”(l.8-9).
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(veremos na próxima questão) mas, em textos formais e nas provas,
deve-se observar o correto emprego dos pronomes demonstrativos.
De volta à questão da prova.
A análise sintática depende da análise semântica. Por isso,
apresentamos abaixo uma paráfrase ao texto:
“Primeiramente, os direitos humanos, exclusivamente na qualidade de
direitos civis, somente limitavam a ação do Estado sobre o indivíduo,
especialmente na qualidade deste como proprietário. Posteriormente,
com a extensão desse conceito também a direitos políticos e, sobretudo,
sociais, os direitos humanos, além de limitar a ação do Estado (o que já
fazia), passou a orientá-lo, ou melhor, a orientar a ação de seu
governante, pelo menos idealmente. A finalidade dos atos do
governante deve ser o aumento da qualidade de vida, que não se limita
aos direitos humanos, mas tem neles a condição necessária, mesmo que
não suficiente, para esse aumento de qualidade de vida.”
a) Tanto a expressão “este último” como o pronome “o” exercem
função anafórica em relação a “poder”: “O caráter ético das relações
entre o cidadão e o poder está naquilo que limita este último e, mais
do que isso, o orienta” [limita e orienta o poder].
b) como o pronome demonstrativo utilizado foi “este”, denota que está
se referindo ao elemento mais próximo – indivíduo – e não ao mais
distante – Estado, ao qual se empregaria o pronome “aquele”.
c) A partir da compreensão textual, e sobretudo a partir do uso
anafórico do pronome demonstrativo aqueles (fazendo referência ao
termo mais distante), deduz-se que esse pronome faz menção a
“direitos humanos”, e não “direitos políticos” como sugerido.
d) “O fim de seus atos” – atos do governante; “devem orientar a sua
ação” – ação do governante. Assim, os possessivos possuem o mesmo
referente – governante.
e) Havia um erro de digitação (corrigido neste material) que acarretou a
anulação desta questão. Isso não nos impede de analisar a referência do
possessivo “sua” em “sua condição necessária”. O que se infere do
texto, no último período, é que os objetivos dos governantes devem ser
um aumento da qualidade de vida, que tem por condição necessária
(condição do aumento da qualidade de vida) – mesmo que não
suficiente – à linguagem dos direitos humanos. Assim, está correta a
correlação entre “sua condição” e “aumento da qualidade de vida”.
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06 - (TRF 2002.1) Julgue se as formas de redação abaixo estão
gramaticalmente corretas.
Item CORRETO.
Comentário.
Observe que, no segundo segmento, o autor usa o pronome
demonstrativo esse em referência catafórica, o que seria, segundo os
puristas, um erro. Contudo, a banca indicou esse item como correto.
Isso reforça a tese de que se reduziu o rigor gramatical no emprego
anafórico do pronome demonstrativo. Originalmente na prova (questão
10 – TRF 2002.1), o enunciado buscava o item incorreto e a resposta
foi a letra d, em virtude do erro de construção da locução verbal
“possam ser ignorados” (o segundo segmento apresentava a forma
indevida “possa serem ignorados”). Esse item já foi objeto de
comentário na Aula 2 – verbos, questão 39. Diante de uma forma
duvidosa de referência pronominal (em vez de “este” colocou-se “esse”)
e uma locução verbal com construção incorreta, o candidato deveria
marcar como gabarito a segunda.
Item CORRETO
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Comentário.
“O conceito de tributo, ... , tem essa peculiaridade: deve obedecer ao
princípio da legalidade estrita.”
Como a peculiaridade ainda será mencionada, o pronome demonstrativo
apropriado é esta. Dessa vez, ao contrário da questão anterior, o
enunciado exige que se siga o padrão culto formal da língua. O que
isso significa? Que modernismos, como o comentado na questão 5/b,
não se aplicam quando se tratar de norma culta formal.
Item CORRETO.
Comentário.
Verifica-se o uso correto do pronome demonstrativo “Isso” em função
anafórica.
O que a maioria dos brasileiros considerava “riqueza” era o número de
pés de café e de cana, de cabeças de escravos e de gado, de salas
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quartos das casas-grandes – elementos que antecedem o pronome
demonstrativo “isso”.
Essa assertiva resume o objetivo do emprego dos pronomes
demonstrativos como recurso lingüístico, que é a retomada e
substituição dos elementos textuais como forma de coesão.
09 - (TC PR 2002/2003)
Monteiro Lobato, ao afirmar que "um país se faz com homens e livros",
por certo indicou o caminho das pedras àqueles que, descuidadamente,
promovem a história sem a preocupação de seu registro e que, por
conseqüência, legam ao pó do esquecimento tudo o que foi feito – certo
ou errado – ou deixado de fazer. Os homens fazem a história. Os livros
registram a história. Sem estes, os exemplos do passado, os
conhecimentos técnicos e científicos armazenados, o testemunho e as
provas colhidas não seriam repassados às gerações futuras, o que
comprometeria a chamada evolução.
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Julgue a assertiva abaixo, em relação à correção dos elementos
textuais.
a) A expressão “o que comprometeria” (l.8-9) pode ser substituída por
os quais comprometeriam, sem prejuízo das relações sintáticas e
semânticas originais.
Item INCORRETO.
Comentário.
A oração “o que comprometeria a chamada evolução” refere-se ao “não
repasse” às gerações futuras de tudo o que antecede – “os exemplos do
passado, os conhecimentos técnicos e científicos armazenados, o
testemunho e as provas colhidas”. Assim, “o que” é uma expressão
vicária que retoma a idéia apresentada anteriormente. Por isso, deve-se
manter neutro, sem flexão de gênero ou número.
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que trabalha, principalmente, com ações e cotas empresariais e ações
públicas.
(Adaptado de Enciclopédia Compacta de Conhecimentos Gerais – Isto É )
Julgue a assertiva abaixo, em relação à correção dos elementos
textuais.
d) Em “que lida” (l.3-4) o “que” corresponde a cujo.
Item INCORRETO.
Comentário.
Sem dúvida, dos pronomes, o relativo é o mais recorrente em questões
da ESAF. E, dos pronomes relativos, o “cujo” ganha em disparada. Por
isso, é tão importante seu estudo e domínio de seu conceito.
Na passagem “Todos eles formam o mercado financeiro, que lida,
basicamente, com títulos de curto prazo”, o pronome relativo tem como
antecedente “mercado financeiro” e exerce a função de sujeito da
oração adjetiva. Por isso, não é possível a troca por “cuja”, que é
empregado para ligar dois substantivos com idéia de posse.
PRONOMES RELATIVOS
Os pronomes relativos referem-se a termos antecedentes. Já falamos
sobre concordância e regência com pronomes relativos. Agora, veremos
quais são esses pronomes e como devem ser empregados na oração
subordinada adjetiva que iniciam, especialmente em relação aos seus
referentes e ao emprego de preposição.
Engraçado, sempre que abordo “pronomes relativos”, lembro a história
dos sete anões – seis apresentavam características próprias, mas
fisicamente eram parecidos (pareciam gnomos), e um deles se
destacava dos demais – era completamente diferente (parecia um
duende, era mudo) e recebia tratamento especial (dizem que era o
preferido da Branca de Neve).
Faço uma analogia com os relativos: os pronomes que/o qual, onde,
quando, quanto, como e quem devem ser usados, cada qual, de
acordo com seus próprios referentes, mas, grosso modo, fazem a
mesma coisa - referência a um substantivo antecedente; já “cujo” (o
“Dunga” do grupo) é diferente de todos – liga dois substantivos com
“idéia de posse” (coisa que os outros não fazem), flexiona-se em gênero
e número com o substantivo subseqüente (coisa que os outros
também não fazem – “o qual” varia, mas de acordo com o antecedente).
Talvez seja esse o motivo de tanta gente já ter abolido o pobrezinho do
seu dia-a-dia, usando o “que” indevidamente no seu lugar. A partir de
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hoje, procure empregar corretamente os pronomes relativos, bem como
as preposições a eles ligadas. Assim, acho, fica mais fácil apre(e)nder a
matéria.
Vamos ver as características dos anões, digo, dos pronomes relativos.
QUE Pode ser usado com qualquer antecedente, por isso chamado de
“pronome relativo universal”. Normalmente é empregado em relação
a “coisa”, já que os demais referentes têm pronomes relativos
específicos (lugar, quantidade, modo).
Aceita somente preposições monossilábicas, exceto sem e sob.
O QUAL Assim como “que”, pode ser usado com qualquer antecedente. Aceita
preposição com duas ou mais sílabas, locuções prepositivas, além de
sem e sob (rejeitadas pelo “que”).
É usado quando o referente se encontra distante ou para evitar
ambigüidade: Visitei a tia do rapaz que sofreu o acidente.
Quem se acidentou? O rapaz ou a tia dele? Para evitar a dúvida, uso
“o qual” para ele ou “a qual” para ela.
QUEM Somente usado com antecedente PESSOA. Sempre virá antecedido
de preposição – Ele é o rapaz de quem lhe falei.
ONDE Utilizado quando o referente for lugar, ou qualquer coisa que a isso
se assemelhe (livro, jornal, página etc.) – “A gaveta onde guardei o
dinheiro foi arrombada.”; pode ser substituído por “em que”.
COMO Usado com antecedente que indique MODO ou MANEIRA – O jeito
como escreve mostra a pessoa que é.
QUANDO O antecedente dá idéia de TEMPO, também equivalente a “em que” –
Época de ouro era aquela, quando todos andavam tranqüilos pelas
ruas.
QUANTO O antecedente dá idéia de QUANTIDADE - normalmente precedido de
um pronome indefinido (tudo, tanto(s), todos, todas) – Tenho tudo
quanto quero. Leve tantos quanto quiser.
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DICA:
Ao usar o pronome relativo, verifique:
1 – qual deve ser o pronome mais adequado, a depender do
antecedente (coisa, pessoa, tempo, modo, lugar...);
2 – se o algum termo na oração adjetiva exige preposição.
Exemplo:
(1) Este é o livro | que ganhei.
Oração principal: Este é o livro
Oração subordinada adjetiva: que ganhei - O verbo ganhar é
transitivo direto e não rege preposição.
(2) Este é o livro | a que me referi.
Oração principal: Este é o livro
Oração subordinada adjetiva: a que me referi – o verbo referir-se é
indireto e rege a preposição de. Por isso, a preposição antecede o
pronome relativo, que está no lugar do termo regido – “livro”.
(3) Aquele é o professor | por quem eu tenho muita admiração.
Oração principal: Aquele é o professor
Oração subordinada adjetiva: por quem eu tenho muita admiração –
o substantivo admiração rege preposição por, que antecede o pronome
relativo que substitui o termo regido – “professor”.
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em vista a implementação desse meio extrajudicial de solução de
conflito.
e) Foram intensos, nesses cinco anos de existência da Lei Marco Maciel,
os cursos, as conferências, a publicação de estudos e livros, enfim, os
debates travados ao redor do tema.
(Baseado em Pedro Batista Martins)
Gabarito: B
Comentário.
O pronome relativo onde deve ter como referente um lugar, o que não
se verifica na passagem. O pronome relativo mais apropriado seria
“que”, uma vez que seu referente é “fato” - coisa: “... o fato mais
marcante que caracteriza a Lei de Arbitragem é a simpatia ”.
Gabarito: C
Comentário.
Mais uma vez, houve a colocação do pronome relativo cujo em
construção inadequada, prejudicando, assim, a coesão e coerência
textuais. Esse relativo tem a função de ligar dois substantivos com idéia
de posse, o que não é o caso. Mais correto seria o emprego do relativo
universal “que”, em referência ao pronome demonstrativo “aqueles” –
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“E aqueles que não conseguirem voltar ao sistema produtivo
devem ser alvo de políticas compensatórias...”
Em relação às opções corretas:
a) A preposição em é exigência do verbo pensar; já o advérbio
interrogativo como inicia uma pergunta indireta (equivalente a “Como
ajudar as pessoas que não estão conseguindo se beneficiar da
globalização? É preciso pensar nisso”). O como seria um pronome
relativo se tivesse um antecedente a quem pudesse se referir.
b) A locução conjuntiva indica finalidade (para que). Esse assunto será
objeto de estudo na próxima aula.
d) O verbo haver, no sentido de tempo decorrido, é impessoal e não se
flexiona – há décadas.
e) Preposição que inicia uma oração subordinada reduzida de infinitivo.
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(Gazeta Mercantil, 8 e 9/4/2000, p.13, com adaptações)
Gabarito: A
Comentário.
Na passagem “Assim como em “Os Trabalhadores”, de que predomina e
dá direção do trabalho é a visão política e social do fotógrafo.”, não há
termo regente que justifique o emprego da preposição de antes do
relativo que em “de que predomina”. O correto seria colocar um
pronome demonstrativo com o relativo correspondente – “o que
predomina e dá direção do trabalho é a visão política e social do
fotógrafo.”
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Item INCORRETO
Comentário.
Quando falamos de pronome relativo, alertamos para os dois cuidados
que devem ser tomados:
1 – adequação do pronome relativo ao antecedente;
2 – emprego da preposição exigida por algum termo da oração.
O examinador sugere a troca de “à qual” (que, como vimos em crase, é
a fusão da preposição a com o pronome relativo a qual) pelo pronome
relativo “que”.
O termo regente juntar-se exige a preposição (“as Igrejas e os
governos se juntam a...”). O termo regido é o pronome relativo que tem
por referente “purificações expiatórias”. No texto, foi empregado o
relativo “as quais” que, com a crase, forma “às quais”. Com a troca do
“as quais” pelo “que”, construir-se-á “a que”. Omitiu-se indevidamente
a preposição que, por exigência do termo regente, deve anteceder o
pronome relativo.
Gabarito: C
Comentário.
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Não podemos nos deixar levar pelas sugestões da banca. É preciso,
nesse tipo de questão, ler a passagem em que se encontra o segmento
analisado para, a partir da compreensão textual, inferir a qual elemento
se refere o pronome.
Item INCORRETO
Comentário.
Além do erro ortográfico em “crachá”, o pronome relativo cujo foi usado
de forma incorreta, pois ele se flexiona de acordo com o substantivo que
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antecede, concordando em gênero e número com ele. Por isso, não há
artigo depois dele – cuja função foi criada.
Gabarito: A
Comentário.
Comentaremos a possibilidade de preenchimento de cada lacuna:
1ª) o referente é algo que pode se assemelhar a um lugar (“portal na
Internet”), por isso podem ser empregados tanto o relativo onde
quanto seu correspondente em que (Restam as opções a/c/d).
2ª) Seriam válidos os vocábulos “ainda” e “também”, por atribuírem à
passagem valor complementar/aditivo. Devemos eliminar a opção d,
pois o conectivo “assim” tem valor causal (= por isso), não se aplicando
ao contexto. (Restam a/c)
3ª) O demonstrativo “Eis” prejudica a coerência textual acaso
empregado, em virtude da forma verbal que se segue. O demonstrativo
“esse”, por se referir a elementos antecedentes, estaria sendo
corretamente utilizado. (gabarito: a)
4ª) “tal” é pronome demonstrativo, usado no texto em referência
anafórica (projeto já foi mencionado: “projeto de governo
eletrônico”). Se acompanhado de “um”, o “tal” ganha valor indefinido –
“um tal sujeito passou por aqui”. Seria impróprio o emprego de “esse”
porque o demonstrativo automaticamente se contrai com a preposição
de (desse) e não a forma apresentada na opção (de esse).
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a) F, V, F,
b) F, F, F,
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c) V, V, V
d) F, F, V
e) V, F, F
Gabarito: A
Comentário.
1ª) Verbos que indicam tempo decorrido são impessoais e não se
flexionam – Há vinte e quatro séculos / Faz vinte e quatro séculos (e
não “fazem”, como proposto). - FALSA
2ª) As duas formas estão em construções de voz passiva pronominal,
tendo sido substituída apenas a forma “muito” por “muitas coisas” e,
conseqüentemente, a forma verbal para concordar com o sujeito. A
correção gramatical foi mantida e os aspectos semânticos respeitados.
3ª) É preciso voltar ao texto para compreender a passagem.
“O mais importante é a distinção entre o discurso dos agentes e o
discurso do cientista que o analisa. Doxa (opinião) e episteme (ciência)
são os termos que os designam respectivamente, mas estas palavras
tanto se desgastaram pelo uso que ...”
O pronome demonstrativo “estas” está em referência anafórica,
devendo, segundo a norma culta, ser substituído por “essas”. Note que,
dessa vez, não houve referência a norma culta e, mesmo assim, a banca
considerou necessária a troca dos pronomes.
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Gabarito: A
Comentário.
A partir dessa 3ª lacuna dessa questão, abordaremos um dos pontos
mais incidentes em questões que envolvem pronomes – COLOCAÇÃO
PRONOMINAL.
Para fins didáticos, iremos comentar cada uma das lacunas.
1ª E 2ª) Qualquer das formas propostas serviria para preencher a
primeira e a segunda lacunas.
3ª) As três posições que o pronome ocupa em relação ao verbo são:
antes do verbo (próclise), no meio do verbo (mesóclise, que só ocorre
com verbos no futuro do presente e no futuro do pretérito do indicativo)
ou após o verbo (ênclise).
A fim de facilitar, resumimos todas as regras de colocação pronominal a
três:
1) REGRA GERAL:
Segundo a norma culta, a regra é a ênclise, ou seja, o pronome
após o verbo. Isso tem origem em Portugal, onde essa colocação é
mais comum. No Brasil, o uso da próclise é mais freqüente, por
apresentar maior informalidade. Mas, como devemos abordar os
aspectos formais da língua, a regra será ênclise, usando próclise
em situações excepcionais, que são:
¾ Palavras invariáveis (advérbios, alguns pronomes, conjunção)
atraem o pronome. Por “palavras invariáveis”, entendemos os
advérbios, as conjunções, alguns pronomes que não se
flexionam, como o pronome relativo que, os pronomes
indefinidos quanto/como, os pronomes demonstrativos isso,
aquilo, isto.
Exemplos:
“Ele não se encontrou com a namorada.” – próclise obrigatória
por força do advérbio de negação.
“Quando se encontra com a namorada, ele fica muito feliz.” –
próclise obrigatória por força da conjunção;
¾ Orações exclamativas (“Vou te matar!”) ou que expressam
desejo, chamadas de optativas (“Que Deus o abençoe!”) –
próclise obrigatória.
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¾ Orações subordinadas – (“... e é por isso que nele se acentua o
pensador político” – uma oração subordinada causal, como a da
questão, exige a próclise.).
2) EMPREGO PROIBIDO:
¾ Iniciar período com pronome (a forma correta é: Dá-me um
copo d’água. / Permita-me fazer uma observação.);
¾ Após verbo no particípio, no futuro do presente e no futuro do
pretérito. Com essas formas verbais, usa-se a próclise (desde
que não caia na proibição acima), modifica-se a estrutura
(troca o “me” por “a mim”) ou, no caso dos futuros, emprega-
se o pronome em mesóclise.
Exemplos: “Concedida a mim a licença, pude começar a
trabalhar.” (Não poderia ser “concedida-me” – após particípio é
proibido - nem “me concedida” – iniciar período com pronome
é proibido).
“Recolher-me-ei à minha insignificância” (Não poderia ser
“recolherei-me” nem “Me recolherei”).
3) EMPREGO FACULTATIVO:
¾ Com o verbo no infinitivo, mesmo que haja uma palavra
“atrativa”, a colocação do verbo pode ser enclítica (após o
verbo) ou proclítica (antes do verbo).
Exemplo:
“Para não me colocar em situação ruim, encerrei a conversa.”
“Para não colocar-me em situação ruim, encerrei a conversa.”
Assim, com infinitivo está sempre certa a colocação,
desde que não caia em um caso de proibição (começar
período).
NÃO CONFUNDA INFINITIVO COM FUTURO DO
SUBJUNTIVO – Na maior parte dos verbos, essas formas são
iguais (para comprar/quando comprar). Contudo, a regra da
colocação pronominal só se aplica ao infinitivo. Se o verbo
estiver no futuro do subjuntivo, aplica-se a regra geral.
Para ter certeza de que é o infinitivo mesmo e não o futuro do
subjuntivo, troque o verbo por um que apresente formas
diferentes, como o verbo trazer (para trazer / quando
trouxer), fazer (para fazer/ quando fizer), pôr (para pôr/
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quando puser), e tire a prova dos noves. Se for infinitivo, pode
colocar o pronome antes ou depois, tanto faz. De qualquer
jeito, estará certo, mesmo que haja uma palavra atrativa
(invariável).
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oração: “Essa vocação política surgiu ainda na adolescência”. Haveria
alguma possibilidade de se colocar um ARTIGO DEFINIDO FEMININO
antes do pronome “essa” (A essa vocação política surgiu...)? Não!
Então, esse “a” que antecede a penúltima lacuna é uma preposição,
exigida pelo verbo “aliar-se”. O termo regido, portanto, é essa vocação
política.
Colocando na ordem direta, a construção seria: “... ainda que a
sensibilidade artística se alie a essa vocação política ...”
Percebe-se, assim, que “sensibilidade artística” é o sujeito da oração e
sujeito não admite ser iniciado por preposição (se existir preposição, ela
pertence a outra oração que não a desse sujeito).
Conclusão: esse a não é acentuado.
A resposta foi a letra a – “essência / origens/ se acentua / essa / a”.
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Gabarito: E
Comentário.
Na passagem “São tantos expedientes protelatórios que, muitas vezes,
os impostos devidos tornam-se incobráveis pela morte ou pelo
desaparecimento do devedor”, o verbo tornar é transobjetivo, ou seja,
possui um objeto direto e um predicativo do objeto direto. O que se
torna incobrável? Resposta: os impostos. Então, com o verbo tornar,
que é transitivo direto e está acompanhado do pronome “se”, constrói-
se voz passiva, sendo o sujeito paciente representado pelo vocábulo
“impostos”. A função desse pronome “se”, portanto, é apassivadora.
As demais opções corretas são:
a) é facultativa a colocação da preposição antes da conjunção
comparativa – “mais ampla (do) que”.
b) O pronome relativo onde pode ser substituído, sem problemas, pelo
correspondente “em que” ou “no qual” (e flexões), mas a recíproca nem
sempre é verdadeira. O relativo onde deve ter como referência um
lugar. O “em que” pode ser usado com qualquer referente desde haja
um termo que exija a preposição “em”. Exemplo: “Nas palestras em que
o tema foi abordado houve discussões acirradas.”, o vocábulo
“palestras” é um evento, e, pela norma culta, não admite o relativo
onde. No texto, o relativo refere-se a “países”, então tanto onde
quanto em que/nos quais estariam corretos.
c) A norma culta condena o pronome “solto” no meio da locução verbal
ou, numa linguagem mais apropriada, em próclise em relação ao
principal (pode se defender). Na linguagem coloquial (do dia-a-dia), é
constantemente utilizada essa forma de colocação.
Na construção analisada, o verbo auxiliar aceita ênclise (pode-se
defender); o principal está no infinitivo, que também aceita o pronome
nessa posição (pode defender-se). Portanto, está correta a proposta do
item c.
d) na aula sobre pontuação, veremos que elementos de natureza
explicativa são colocados entre vírgulas.
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corretivas, e de que tipo devem ser, somente após esta análise. Dada a
realidade brasileira, é provável que essas tendam a ser muito mais
relativas à natureza da política econômica do que da política industrial.
Esta última ainda precisa ser muito melhor embasada.
(Adaptado de Cláudio Haddad)
a) Todas as ocorrências de “se” admitem mudança de colocação.
b) Em “se justifique”, a próclise do “se” está em desacordo com a norma
culta.
c) Em “se prove”, a norma culta admite a ênclise do “se”.
d) Em “se pondere”, a próclise do “se” é facultativa.
e) Em “Pode-se”, a ênclise do “se” justifica-se por ser início de oração.
Gabarito: E
Comentário.
Os erros das demais opções são:
a) há ocorrências em que a colocação apresentada não admite
mudanças – próclise em “que se prove” (atração pela conjunção);
ênclise em “Pode-se concluir” (início do período).
b) a próclise de “se justifique” se deve à oração subordinada a qual
integra (“para que a intervenção governamental se justifique...” –
oração subordinada adverbial final).
c) a próclise é obrigatória em “se prove” por força da conjunção
integrante que (“É preciso ISSO” – “que se prove a existência...”). Para
relembrar a diferença entre pronome relativo e conjunção, leia a aula 5,
comentário à questão 2.
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b) B
c) C
d) D
e) E
Gabarito: B
Comentário.
O pronome relativo que (substitui “elite”), por ser uma palavra
invariável, provoca a atração do pronome oblíquo “se” – que se
reafirma.
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23 - (CVM/2000) Marque com (V) as afirmações verdadeiras e com (F)
as falsas. Indique, em seguida, a seqüência correta.
a) F / F / V
b) F / V / F
c) V / F / V
d) V / V / F
e) V / V / V
Gabarito: C – V / F / V
Comentário.
1ª) O relativo as quais (cujo antecedente é razões) com a preposição
por forma pelas quais. Então, a substituição do relativo as quais pelo
que e manutenção da preposição (por que) mantém o período
correto.
Em vários livros voltados para concursos públicos há listas e mais listas
sobre o porque e suas formas (separado com acento, separado sem
acento, junto com acento, junto sem acento).
Primeiro devemos entender o motivo da acentuação do vocábulo.
Quando o pronome ou a conjunção está no início ou no meio do período,
normalmente é átona, chegando, por regionalismo, ser pronunciada
como “porqui”. Todavia, no fim do período, recebe ênfase e passa a ser
forte, tônico. É por isso que, nessa posição, recebe o acento circunflexo.
Também é acentuado o substantivo porquê, que, na mudança de classe
gramatical, passou a ter uma tonicidade que na forma de pronome ou
conjunção não tinha.
Em resumo: recebe acento circunflexo o vocábulo tônico, quer pronome
interrogativo no fim da frase (“Eu preciso saber por quê.”), quer
substantivo (“Ele não sabe o porquê da demissão.”).
Se for:
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- conjunção (explicativa ou causal), é junto – porque.
- pronome relativo acompanhado de preposição (como na
questão) é separado e pode ser substituído por “pelo qual” e
flexões – por que.
- preposição + pronome interrogativo (em pergunta direta ou
indireta), ele é separado – por que (“Não sei por que você não
veio.” / “Por que você não veio?” / “Você não veio por quê?” –
recebeu acento por ser tônico), com a idéia de “por qual motivo /
por qual razão”.
Usa-se essa forma também como complemento de expressões
como eis, daí e em outras em que esteja implícita a palavra
“motivo” – “Eis por que (motivo) eu não irei à festa.” / “Estive
doente, daí por que (motivo) não fui à festa.” / “Não há por que
(motivo) você se aborrecer comigo.”.
2ª) O item sugere a colocação do pronome após o verbo auxiliar. A
forma proposta foi: “não deve-se aceitar”(ênclise ao auxiliar). Está
incorreta, pois o advérbio (palavra invariável) atrai o pronome átono
para junto de si – não se deve aceitar.
3ª) O segmento a ser analisado é:
“Há muitas razões pelas quais não se deve aceitar tal relação de
causalidade. Por exemplo, se a participação da massa salarial na renda
global estiver diminuindo e a produtividade do trabalho estiver
crescendo, o custo do trabalho por unidade de produto diminuirá e
haverá um aumento de lucro. Isso estimulará o investimento e a
incorporação de novas tecnologias, aumentando a oferta global.”
O pronome demonstrativo isso faz referência anafórica, ou seja, em
relação a termos antecedentes do texto. Esses termos são os que
compõem o período imediatamente anterior. O que estimulará o
investimento e a incorporação de novas tecnologias, aumentando a
oferta global, será o aumento do lucro decorrente da diminuição do
custo do trabalho por unidade de produto. Está correta a afirmação.
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mas o seu remate. Se a televisão, por exemplo, pode revelar-se
aborrecida ou nociva, _______________________________________
(Lúcio Costa, “O novo humanismo científico e tecnológico”)
a) não é que o deve ser necessariamente, mas porque o critério do seu
emprego a torna assim.
b) não é que deva sê-lo necessariamente, mas por que o critério do seu
emprego a torna assim.
c) não é porque seja-o necessariamente, mas por que o critério do seu
emprego torna-a assim.
d) não é que a deve ser necessariamente, mas porque o critério do seu
emprego torna-a assim.
e) não é que deve sê-la necessariamente, mas por que o critério do seu
emprego torna-a assim.
Gabarito: A
Comentário.
Além do aspecto semântico, devemos observar a correção gramatical.
Por isso, para aumentar nossas chances de acertar a questão, vamos
eliminar os itens que apresentam erros gramaticais:
As opções b, c e e apresentam o vocábulo por que (separado), que é
um pronome interrogativo. Na oração, deve ser usada uma conjunção
de valor explicativo.
Na opção d, o erro é de colocação pronominal: numa oração
subordinada explicativa, iniciada pela conjunção explicativa porque, o
pronome deve estar em próclise; contudo, observa-se o pronome em
ênclise (“mas porque o critério do seu emprego torna-a assim”).
Só com essa análise gramatical, teríamos acertado a questão.
Para fins didáticos, iremos avaliar o aspecto semântico da construção e
a função de seus elementos. É preciso, antes de tudo, compreender o
texto. Para isso, precisamos vencer alguns obstáculos, quais sejam: o
emprego de vocábulos desconhecidos por nós. Alguns são essenciais,
outros não.
Glossário:
Imanente – algo sempre presente, inseparável;
Porquanto – conjunção de valor causal, equivalente a porque;
Remate – acabamento, fim, e, em linguagem conotativa, cume, auge,
ponto máximo.
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Fala-se da coerência própria do desenvolvimento científico e tecnológico,
de seu desvirtuamento e das conseqüências disso, sempre a favor do
homem, que é não só parte, mas também o fim desse processo.
A partir disso, aborda-se o papel da televisão nesse contexto.
Para compreendermos a função do pronome demonstrativo o em “não é
que o deve ser necessariamente”, vamos dissecar a passagem:
“Se a televisão, por exemplo, pode revelar-se aborrecida ou nociva, não
é que necessariamente deve (a televisão) ser assim (aborrecida ou
nociva), mas porque o seu emprego (emprego da televisão) a torna
(torna a televisão) assim (aborrecida ou nociva).”
Afinal, qual a função do pronome demonstrativo em “não é que o deve
ser”? Retomar a idéia de que “a televisão pode revelar-se aborrecida ou
nociva”. Por ser usado em referência a todo um período anterior, o
pronome demonstrativo, em função vicária (substitui todo o
antecedente), mantém-se neutro – no singular masculino – “o deve
ser”.
Um exemplo desse tipo de construção é “Preciso tirar férias mas vou
fazê-lo no próximo ano.”. “Fazê-lo” retoma a idéia de “tirar férias”.
Mantém-se, portanto, sob forma neutra – masculino e singular.
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cotidiana, por meio de novas políticas de recepção e de apropriação dos
saberes profissionais.
c) Visando ao desenvolvimento de uma autonomia social e cultural,
vários autores retomam uma tradição de pensamento que diz de que o
moderno se forma nas cinzas do antigo e na luz que trouxe pelo novo.
d) Segundo alguns pensadores modernos, não se tratam de projeções
utópicas os empreendimentos culturais e sociais que renovam valores
modernistas, enriquecendo saberes especializados.
e) Nem causa perdida, nem projeto inconcluso: apenas a necessidade
que o conhecimento e as relações sociais vêm a ser recolocados em
novos patamares de dinâmica interna, criando novas relações entre os
sujeitos.
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do Português Contemporâneo”, neste caso, o mais apropriado é o
pronome oblíquo lhe (“renovando-lhe o sentido...”).
Esse uso é muito comum em expressões como “Beijou-lhe o rosto” – o
seu rosto, “Roubou-me a bolsa” – a minha bolsa.
Assim, esse pronome oblíquo, apesar de ligado ao verbo (beijou-lhe /
roubou-me), tem valor possessivo e sua função é a de adjunto
adnominal (a mesma função que seria exercida por um pronome
possessivo – seu rosto / minha bolsa).
c) O problema foi a regência do verbo dizer. É transitivo direto, não
havendo justificativa para o emprego da preposição de (“que diz de que
o moderno se forma”). Além disso a construção “e na luz que trouxe
pelo novo” está sintaticamente mal construída, com prejuízo de
coerência.
d) a forma de sujeito indeterminado “trata-se de” deve ficar na 3ª
pessoa do singular – “não se trata de projeções”.
e) A regência do substantivo necessidade exige a preposição de –
“apenas a necessidade de que o conhecimento e as relações sociais”. Na
seqüência, um problema de conjugação verbal. Por se apresentar em
uma oração de valor hipotético, o verbo auxiliar deve ser conjugado no
modo subjuntivo – “a necessidade de que o conhecimento e as relações
sociais venham a ser recolocados em novos patamares de dinâmica
interna”.
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Julgue a assertiva abaixo, em relação aos aspectos textuais.
d) A retirada do pronome do termo “tornando-os”(l.8) preserva a
correção gramatical e a coerência textual, deixando subentendido o
objeto de “referências nacionais”(l.8).
03 - (TFC SFC/2000)
O saber produzido pelo iluminismo não conduzia à emancipação e sim à
técnica e ciência moderna que mantêm com seu objeto uma relação
ditatorial. Se Kant ainda podia acreditar que a razão humana permitiria
emancipar os homens de seus entraves, auxiliando-os a dominar e
controlar a natureza externa e interna, temos de reconhecer hoje que
essa razão iluminista foi abortada. A razão que hoje se manifesta na
ciência e na técnica é uma razão instrumental, repressiva. Enquanto o
mito original se transformava em Iluminismo, a natureza se convertia
em cega objetividade. Inicialmente a razão instrumental da ciência e
técnica positivista tinha sido parte integrante da razão iluminista, mas
no decorrer do tempo ela se autonomizou, voltando-se inclusive contra
as suas tendências emancipatórias.
(B. Freitag, A Teoria Crítica Ontem e Hoje, p. 35, com adaptações)
Das seguintes expressões retiradas do texto, indique o item em que o
elemento da coluna da esquerda faz remissão incorreta às expressões
da coluna da direita.
a) seu (l.2) .......... técnica e ciência moderna
b) seus(l.4) ......... homens
c) os (l.4) .............homens
d) ela (l.11) ..........razão instrumental
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e) suas (l.12) .......cega objetividade
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vida, que não se esgota na linguagem dos direitos humanos, mas tem
nela, ao menos, sua condição necessária, ainda que não suficiente.
(Renato Janine Ribeiro, Fronteiras da Ética, São Paulo: Senac, 2002,
p.140)
a) Em “o orienta”(l.2), “o” refere-se a “cidadão”(l.1).
b) Em “este tivesse”(l. 4), “este” refere-se a “Estado”(l.3).
c) Em “aqueles passam”(l.6), “aqueles” refere-se a “direitos
políticos”(l.5).
d) “sua ação”(l.7) e “seus atos”(l.8) remetem ao mesmo referente:
“proprietário”(l.5).
e) “sua condição”(l.10) refere-se a “um aumento da qualidade de
vida”(l.8-9).
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As casas-grandes requintadas, com negros tocando ópera e cantando
em latim, não foram típicas de uma aristocracia rural que, isolando-se,
cercando-se só de subordinados, fez sempre mais questão da
quantidade que da qualidade dos seus títulos de grandeza: do número
de seus pés de café e dos seus pés de cana; do número das suas
cabeças de escravos e das suas cabeças de gado; do número das salas
e dos quartos de suas casas-grandes. Isso é que, aos olhos da maioria
dos brasileiros da era patriarcal ainda predominantemente rural, era
grandeza. O senhor rural, mais pervertido pelo isolamento, desprezava
tudo, pelo regalo de mandar sobre muitos escravos e de falar gritando
com todo o mundo, tal a distância, não só social, como física, que o
separava quase sempre das mulheres, dos filhos, dos negros, em casas
vastas, com salas largas, onde quase nunca as pessoas estavam todas
perto uma da outra; onde nas próprias mesas de jantar, de oito metros
de comprido, era preciso que o senhor falasse senhorialmente alto para
ser ouvido no fim da mesa quase de convento.
(Gilberto Freire, Sobrados e Mucambos, p.46)
09 - (TC PR 2002/2003)
Monteiro Lobato, ao afirmar que "um país se faz com homens e livros",
por certo indicou o caminho das pedras àqueles que, descuidadamente,
promovem a história sem a preocupação de seu registro e que, por
conseqüência, legam ao pó do esquecimento tudo o que foi feito – certo
ou errado – ou deixado de fazer. Os homens fazem a história. Os livros
registram a história. Sem estes, os exemplos do passado, os
conhecimentos técnicos e científicos armazenados, o testemunho e as
provas colhidas não seriam repassados às gerações futuras, o que
comprometeria a chamada evolução.
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Julgue a assertiva abaixo, em relação à correção dos elementos
textuais.
a) A expressão “o que comprometeria” (l.8-9) pode ser substituída por
os quais comprometeriam, sem prejuízo das relações sintáticas e
semânticas originais.
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a) É preciso pensar em como ajudar as pessoas que não estão
conseguindo se beneficiar da globalização.
b) Uma medida necessária é o treinamento e reciclagem dos
trabalhadores que perderam seus empregos, para que possam ser
reincorporados.
c) E aqueles cujos não conseguirem voltar ao sistema produtivo
devem ser alvo de políticas compensatórias que aliviem as tensões de
uma transição econômica tão complexa.
d) Trata-se de mudar de uma economia protegida há décadas para
uma mais integrada.
e) Programas de renda mínima e seguro-desemprego, para ficar em
dois exemplos, são extremamente necessários em países como o Brasil.
(Adaptado de Exame, 1/11/2000, p.143)
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(Gazeta Mercantil, 8 e 9/4/2000, p.13, com adaptações)
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V- "tudo"(l.17) refere-se às informações enumeradas nas linhas 15 a
17.
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política. Muito se aprendeu depois disso, mas os princípios que eles
formularam conservam toda a sua força de exigências incontornáveis. O
mais importante é a distinção entre o discurso dos agentes e o discurso
do cientista que o analisa. Doxa (opinião) e episteme (ciência) são os
termos que os designam respectivamente, mas estas palavras tanto se
desgastaram pelo uso que, para torná-las novamente úteis, é preciso
explicar o seu sentido em termos atualizados. Foi o que fez Edmund
Husserl com a distinção entre discurso “pré-analítico” e o discurso
tornado consciente pela análise de seus significados embutidos. Por
exemplo, na linguagem corrente, podemos opor o comunismo ao
anticomunismo como duas ideologias. No entanto, comunismo é uma
ideologia, mas o anticomunismo não é uma ideologia, é a simples
rejeição de uma ideologia. É analisando e decompondo compactados
verbais como esse e comparando-os com os dados disponíveis que o
estudioso pode chegar a compreender a situação em termos bem
diferentes daqueles do agente político. Mas também é certo que os
próprios conceitos científicos daí obtidos podem incorporar-se depois no
discurso político, tornando-se expressões da doxa. É isso, precisamente,
o que se denomina uma ideologia: um discurso de ação política
composto de conceitos científicos esvaziados de seu conteúdo analítico e
imantados de carga simbólica. Então, é preciso novas e novas análises
para neutralizar a mutação da ciência em ideologia.
(Olavo de Carvalho, com cortes)
Marque com (V) as afirmações verdadeiras e com (F) as falsas. Indique,
em seguida, a seqüência correta.
a) F, V, F,
b) F, F, F,
c) V, V, V
d) F, F, V
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e) V, F, F
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d) a expressão “que não é vista como crime” (l.9) está entre vírgulas
por tratar-se de uma explicação
e) o “–se” em “tornam-se” (l.5) indica a indeterminação do sujeito
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e) E
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a) F / F / V
b) F / V / F
c) V / F / V
d) V / V / F
e) V / V / V
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25 - (AFRF 2005) Assinale a opção que constituiria, de maneira coerente
com a argumentação e gramaticalmente correta, uma possível resposta
para a pergunta final do texto.
a) A resposta poderia estar na sugestão de aprofundar o projeto
modernista, inserindo-o com a prática cotidiana, renovando-o o sentido
das possíveis contradições.
b) Para não considerá-la causa perdida, alguns teóricos sugerem
encontrar outras vias de inserção da cultura especializada na práxis
cotidiana, por meio de novas políticas de recepção e de apropriação dos
saberes profissionais.
c) Visando ao desenvolvimento de uma autonomia social e cultural,
vários autores retomam uma tradição de pensamento que diz de que o
moderno se forma nas cinzas do antigo e na luz que trouxe pelo novo.
d) Segundo alguns pensadores modernos, não se tratam de projeções
utópicas os empreendimentos culturais e sociais que renovam valores
modernistas, enriquecendo saberes especializados.
e) Nem causa perdida, nem projeto inconcluso: apenas a necessidade
que o conhecimento e as relações sociais vêm a ser recolocados em
novos patamares de dinâmica interna, criando novas relações entre os
sujeitos.
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de alguma coisa), “Somos favoráveis a que todos sejam nomeados
rapidamente” (“Somos favoráveis a isso.” - alguém é favorável a
alguma coisa).
Há, também, quem defenda a omissão da preposição em
complementos nominais sob a forma oracional. Celso Luft, em seu
Dicionário Prático de Regência Nominal, observa que “é viável a elipse
da preposição antes do que” – Exemplo: “Estou certa que me hás de
compreender.”.
Em relação à omissão da preposição em complementos verbais, já
houve questão de prova e nela se aceitou a omissão da preposição em
objeto indireto oracional (comentário à questão 19 da Aula 5 – AFRF
2003: “Não nos esqueçamos que a construção ...” – verbo esquecer-
se é transitivo indireto com a preposição de).
Assim, determinadas construções verbais (convencer-se, lembrar-se,
esquecer-se, assegurar-se, duvidar, concordar, discordar, torcer), a
preposição poderia ser omitida no complemento verbal oracional:
“Concordamos (com) que todos devem ser aprovados.”, “Duvidamos
(de) que alguém venda mais barato.” (essa era a propaganda das
Casas Sendas, no RJ, alguém aí se lembra disso?).
Mas, em relação à omissão da preposição em complementos
nominais, até hoje, a banca não adotou esse mesmo posicionamento.
Em todas as vezes, a ESAF considerou um erro essa omissão. Porém,
como prudência e caldo de galinha não faz mal a ninguém, caso
apareça uma questão como essa, em que o complemento nominal
oracional estiver sem a preposição, tome cuidado: desenhe uma
caveira ao lado da opção e continue lendo a questão até o fim. Se não
surgir nada “mais errado”, essa deve ser a resposta.
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Devemos perguntar ao verbo quem é o seu sujeito: o que é um prazer
imenso? Resposta: estar aqui. Então, colocando os termos na ordem
direta (SUJEITO – VERBO – COMPLEMENTO):
“ESTAR AQUI (sujeito) é um prazer para ____ .”
Agora ficou mais fácil, não é? Após preposição, coloca-se um pronome
oblíquo, desde que esse pronome não seja o sujeito de uma forma
verbal. Então, devemos completar com mim. Na ordem original seria
“Para mim estar aqui é um prazer imenso.”. Uma vírgula após mim
cairia bem, já que iria mostrar que esse pronome não é o sujeito do
verbo estar, que, aliás, é impessoal (“Para mim, estar aqui é um
prazer.”). Todavia, essa vírgula não é obrigatória (mas isso é outro
assunto...).
Outro teste: “O amor entre ____ e ____ morreu.” (eu / mim – tu / ti).
Como você completaria? Bem, se após preposição, devemos empregar
o pronome oblíquo, ficaria “O amor entre mim e ti morreu.”. Está
correto.
Então, preencha agora: “Entre ____ pedir e ____ fazeres, há grande
distância.” (eu / mim – tu / ti). Como fica agora?
Como o pronome que irá ocupar a primeira lacuna será o sujeito do
verbo pedir, só podemos colocar um pronome reto (é quem exerce as
funções de sujeito e de predicativo do sujeito - aula sobre pronomes).
O mesmo acontece com o sujeito do verbo fazer. Assim, a forma é
“Entre eu pedir e tu fazeres, há grande distância.”.
CONJUNÇÕES
São vocábulos de função estritamente gramatical, utilizados para o
estabelecimento da relação entre dois termos na mesma oração ou
entre duas orações, que formam um período composto.
Período Simples – apresenta a oração absoluta.
Período Composto – apresenta mais de uma oração, que podem
estar em coordenação (independentes) ou em subordinação (uma
exerce função sintática na outra – relação de dependência).
As conjunções podem ser usadas em orações coordenadas (conjunções
coordenativas) ou subordinadas (conjunções subordinativas).
Primeiro conceito importante: não se classifica uma oração somente
pela conjunção introduzida por ela. Deve-se observar o valor que essa
conjunção emprega ao período para, somente então, classificá-la.
Oração Absoluta – é a oração que forma um período simples. Há
somente uma oração no período.
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Orações Coordenadas – são orações independentes entre si. Não
exercem função sintática umas nas outras. Chamam-se assindéticas
as orações que não são introduzidas por conjunção. As que recebem
conjunção coordenativa se chamam sindéticas (síndeto = ligação).
As conjunções coordenativas podem ser aditivas, adversativas,
alternativas, conclusivas ou explicativas.
Orações Subordinadas – são orações que, como o nome já diz, se
subordinam, ou seja, exercem função sintática em outra oração. Por
isso, falamos em oração principal e oração subordinada. Essa função
sintática pode ser própria de um substantivo (oração subordinada
substantiva), de um adjetivo (oração subordinada adjetiva) ou de um
advérbio (oração subordinada adverbial):
- Adjetivas – do mesmo modo que os adjetivos fazem referência
a substantivos (calça clara, roupa velha), os pronomes relativos
se referem a substantivos presentes em orações antecedentes -
são os referentes. Por isso, os pronomes relativos dão início a
orações subordinadas adjetivas, que podem ser restritivas
(restringir o conceito do substantivo) ou explicativas (explicar seu
conteúdo, alcance ou conceito).
- Substantivas - As orações subordinadas substantivas (também
já vimos) são iniciadas pelas conjunções integrantes. Uma boa
dica para identificar uma oração subordinada substantiva (e,
conseqüentemente, a conjunção integrante) é substituir a oração
iniciada pela conjunção pelo pronome substantivo ISSO.
Exemplos:
1 - “Eu quero | que você me deixe em paz.” – “Eu quero
ISSO.” – Então, “que você venha” equivale a um substantivo (Eu
quero sossego./Eu quero paz.) – é, portanto, uma oração
subordinada substantiva. A função sintática exercida pelo
substantivo é objeto direto (Eu quero isso), e por isso a oração
se chama: oração subordinada substantiva objetiva direta.
2 - “É preciso | que você preste bastante atenção.” – “É
preciso ISSO.” – “que você preste bastante atenção” é uma
oração subordinada substantiva. Como o pronome exerce a função
de sujeito (Isso é preciso), a oração se chama: oração
subordinada substantiva subjetiva.
- Adverbiais - Finalmente, as orações subordinadas adverbiais
apresentam uma conjunção adverbial, que pode expressar uma
das seguintes circunstâncias: causa, comparação, concessão,
condição, consecução, conformidade, finalidade,
proporcionalidade, temporalidade.
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CONJUNÇÕES COORDENATIVAS:
• ADITIVAS – possuem a função de adicionar termos ou orações
de mesma função gramatical – e, nem, não só... mas também
(séries aditivas enfáticas)
• ADVERSATIVAS – estabelecem uma relação de contraste entre
os termos ou orações – mas, contudo, todavia, entretanto,
no entanto, porém, enquanto
• ALTERNATIVAS – unem orações independentes (coordenadas),
indicando sucessão de fatos que se negam entre si ou que são
mutuamente excludentes (a ocorrência de um exclui a do outro)
– ou, ora, nem, quer, seja (repetidos ou não)
• CONCLUSIVAS – exprimem conclusão em relação à(s)
oração(ões) anterior(es) – pois (no meio da oração
subordinada), portanto, logo, por isso, assim, por
conseguinte
• EXPLICATIVAS – a oração subordinada explica o conteúdo da
oração principal – pois (no início da oração subordinada),
porque, que, porquanto
CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS:
INTEGRANTES – são apenas duas (graças a Deus!) – que e se –
iniciam orações subordinadas substantivas e exercem funções
sintáticas próprias dos substantivos – sujeito, objeto direto, objeto
indireto, complemento nominal, predicativo do sujeito, agente da
passiva etc.
ADVERBIAIS – iniciam orações subordinadas adverbiais.
• CAUSAIS – a oração exprime causa em relação a outra oração –
porque, pois, que, uma vez que, já que, porquanto, desde
que, como, visto que, por isso que
• COMPARATIVAS – subordinam uma oração a outra por meio de
comparação ou confronto de idéias – que, do que
(antecedidas por expressões mais, menor, melhor, pior
etc), (tal) qual, assim como , bem como
• CONCESSIVAS – apresentam idéias opostas às da oração
principal – embora, apesar de, mesmo que, ainda que,
posto que, conquanto, mesmo quando, por mais que
• CONSECUTIVAS – apresentam a conseqüência para um fato
exposto na oração principal – (tanto/tamanho(a)/ tão) que,
de sorte que, de modo que, de forma que, de maneira que
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• CONFORMATIVAS – expressam conformidade em relação ao
fato da oração principal – conforme, segundo, consoante,
como (no sentido de conforme)
• FINAIS – apresentam a finalidade dos atos contidos na oração
principal – a fim de (que), para que, porque, que
• PROPORCIONAIS – expressam simultaneidade e
proporcionalidade dos fatos contidos na oração subordinada em
relação aos fatos da oração principal – à proporção que, à
medida que, quanto mais (tanto), quanto menos
(mais/menos)
• TEMPORAIS – indicam o tempo/momento da ocorrência do fato
expresso na oração principal – quando, enquanto, logo que,
agora que, tão logo, apenas, toda vez que, mal, sempre
que
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então uma postura única: haveria três línguas oficiais. Essa pequena
sutileza significava, na verdade, que todos eram obrigados a entender
as três línguas, mas poderiam se expressar no idioma em que se
sentissem mais à vontade. Hoje, cinco anos depois, sentimos que essa
decisão foi fundamental para o nosso processo de integração, e a lição
aprendida é que muitas vezes a criatividade local pode ser mais efetiva
que verdades importadas.
(José Luiz Rossi, Integração cultural na América Latina, CLASSE
ESPECIAL, 89/2001, com adaptações)
Julgue os itens abaixo, em relação ao emprego das estruturas
lingüísticas do texto.
I - As duas ocorrências da conjunção “que”(l.2 e 4) têm a função de
demarcar o início das duas orações ligadas por “e”(l.4), mas,
sintaticamente, o segundo que pode ser omitido.
II - A preposição “em”(l.9), exigida pelas regras de regência do verbo
“integrar”(l.8), pode sofrer contração com o artigo que a segue, sem
prejudicar a correção e as idéias do texto.
Itens CORRETOS
Comentário.
I - A oração principal “o professor Paul Krugman explicava” possui
duas outras subordinadas, na função de complementos verbais
(objetos diretos). São elas:
1 – “que todos aqueles países que falavam inglês haviam tido um
desempenho econômico acima da média de seus vizinhos”;
2 – “que o inglês estava se tornando rapidamente a língua franca
dos negócios, do turismo e da internet”.
Como as duas exercem a mesma função sintática em relação à
mesma oração principal, a segunda conjunção integrante pode ser
omitida sem prejuízo gramatical para o período.
O mesmo ocorre com preposições que regem termos de mesma
função sintática, como mencionado no comentário à questão 16
da Aula 5 – Regência Verbal.
Essa questão foi anulada na prova, pois houve indicação incorreta
da linha em que se encontrava a primeira conjunção. Na prova,
em vez de se indicar a linha 2, onde se encontrava a conjunção
antecedente a “todos aqueles países”, indicou-se a linha 3, onde
estava presente, não uma conjunção, mas o pronome relativo que
em “aqueles países que falavam inglês”. Isso mostra como é
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importante ao candidato saber diferenciar o pronome relativo da
conjunção. Na dúvida, releia o comentário à questão 2 da Aula 5 –
Regência.
II – Na passagem “Essa visão nos preocupou quando resolvemos
integrar todas as áreas de consultoria espalhadas pela América
Latina em uma única divisão de consultoria.”, a preposição pode
ser contraída com o artigo indefinido subseqüente – numa única
divisão.
02 - (Técnico IPEA/2004)
A Grande Depressão não foi apenas a maior crise de desemprego da
História, mas também a primeira crise de desemprego nas grandes
democracias ocidentais que se abateu sobre um eleitorado constituído,
principalmente, por trabalhadores ameaçados pelo desemprego ou
vítimas diretas dele. O corpo político havia mudado. Não levar em
conta os interesses objetivos do eleitorado era um suicídio político
certo.
(Adaptado de J. Carlos de Assis, A Crise da Economia enquanto Crise
do Trabalho)
Em relação ao texto, julgue a assertiva abaixo.
a) O emprego de “mas também”(l.2) está sintática e semanticamente
vinculado ao emprego de “não ... apenas”(l.1).
Item CORRETO.
Comentário.
Estamos diante de uma série aditiva enfática. Já falamos sobre isso, lá
em concordância verbal (questão 1, item e da Aula 3 – Concordância
Parte 1).
Trata-se de uma série que, além de atribuir um valor aditivo
(corresponde à conjunção e), busca enfatizar seus elementos. Observe
que, se usássemos a conjunção e, não conseguiríamos destacar os
predicativos da Grande Depressão – “A Grande Depressão foi a maior
crise de desemprego da História e a primeira que se abateu sobre um
eleitorado constituído, principalmente, por trabalhadores ameaçados
pelo desemprego ou vítimas diretas dele.”.
Também são séries aditivas enfáticas: “não só... mas também”, “não
só... como”, “não somente... assim como”, “tanto...quanto” (este
último, exemplo do mestre Evanildo Bechara).
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Gabarito: E
Comentário.
A conjunção “não obstante” tem valor adversativo, equivalente a “no
entanto”, “contudo”, “entretanto”.
O uso inadequado de uma conjunção prejudica a coesão textual e
prejudica o nexo do texto.
A segunda oração do período (“a principal característica do estado de
bem-estar social é a existência de um serviço público de qualidade e
em quantidade suficiente”) apresenta valor explicativo em relação à
primeira (“Essa informação não deve surpreender”). Por isso, deve-se
usar uma conjunção coordenativa explicativa, como porque, pois. A
oração é explicativa (e não causal) por trazer uma explicação para a
afirmação da oração assindética (sem conjunção).
É muito tênue a linha divisória entre oração subordinada causal e a
oração coordenada explicativa.
Algumas dicas, colhidas aqui e ali, podem ajudar na classificação da
oração. Compilei-as aqui e vamos analisá-las, uma a uma:
1 – na explicativa, normalmente há uma pausa, marcada no texto por
uma vírgula antes da conjunção (como se observa na passagem); no
entanto, se a oração principal for extensa, também é possível o
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emprego da vírgula antes da conjunção causal (ou seja, essa dica não
ajuda muito...);
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1 2 3 4 5
para a
a) já que de que da Por todas elas
qual
com
b) pois em que para a Tais níveis
quem
para a Em todos esses
c) porque na qual desde a
qual níveis
d) porquanto a que da qual com a Naquelas
e) vez que onde de que pela Em certos níveis
Gabarito: C
Comentário.
Iremos comentar cada uma das lacunas.
1ª) Devemos empregar uma conjunção causal pois a segunda oração
(subordinada) apresenta o motivo de ser necessário ter dedicação e
paciência ao fazer pesquisas. Todas as sugestões são válidas.
2ª) “Comunidade” é um grupo de pessoas e, por extensão, o local
onde elas se encontram.
Por isso, com ela se discutem os resultados (considerando a primeira
acepção) ou nela se discutem os resultados (de acordo com a
segunda).
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Não se empregam as preposições:
- “de”: haveria alteração semântica com o emprego dessa preposição:
“não se discutem resultados da comunidade” - os resultados são do
cientista;
-“a”: a regência do verbo discutir não admite essa preposição;
aceitam-se as preposições em, sobre, com e de (esta em outro
sentido).
(Restam as opções b, c e e.)
3ª) “Métodos e técnicas desenvolvidas em prol do saber são expostos
à / para a comunidade”. Como a preposição para é dissílaba,
devemos usar o pronome relativo “a qual” – para a qual. Na acepção
de “lugar”para “comunidade científica”, aceita a preposição em – em
que. Não é cabível a preposição de.
(Restam, agora, b e c.)
4ª) O que irá determinar o preenchimento desta lacuna é a expressão
subseqüente “ao doutorado e pós-doutorado”. Percebe-se assim,
uma enumeração que teve início em “iniciação científica”. A preposição
que irá estabelecer essa seqüência lógica é “de” ou “desde” – “desde
a / da iniciação científica, quando o estudante ainda está nos cursos
de graduação (oração explicativa), ao / até o doutorado e pós-
doutorado”. Como a alternativa a (que sugere para esta lacuna a
forma “da”) já foi eliminada, restou somente a opção c.
05 - (Oficial de Chancelaria/2002)
Além de estabelecer um parâmetro esportivo até aqui intransponível,
Pelé é parte de uma outra epopéia. Sem ele, talvez o Brasil não
tivesse derrotado nem o complexo de inferioridade de sua sociedade
em geral nem o racismo velado que se manifestava até no futebol.
Com Pelé, brasileiro e negro, foi possível vencer um e outro
complexos. Nós, jornalistas brasileiros, temos uma dívida enorme com
Pelé. Vários companheiros – e eu mesmo – já escapamos de situações
delicadas, usando a palavra mágica “Pelé”, em países remotos nos
quais a palavra Brasil não faz o menor sentido, a não ser quando
associada a Pelé. Sem ele, talvez alguns de nós até poderíamos ter
morrido. Não é assim que alguém marca uma época?
(Clovis Rossi, Folha de S. Paulo, 7/04/2002)
Em relação ao texto assinale a opção incorreta.
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a) A palavra “epopéia”(l.2) está sendo utilizada em sentido figurado,
pois não se refere a um poema longo, mas a uma ação ou série de
ações grandiosas.
b) A eliminação da primeira ocorrência de “nem”(l.3) e a substituição
da segunda(l.4) por e mantêm a correção sintática do período.
c) Os termos “brasileiro e negro”(l.5) e “jornalistas brasileiros”(l.6)
exercem função sintática idêntica.
d) Pode-se, sem alterar a correção do período, substituir “nos quais”
(l. 8 a 9) por em que.
e) A transformação do trecho “nos quais a palavra Brasil”(l.8 a 9) por
nos quais falar no Brasil dispensa outras transformações no texto.
Gabarito: E
Comentário.
A troca sugerida no item e retira do texto o vocábulo “palavra”,
referente do adjetivo “associada” em “a não ser quando associada a
Pelé”. Com isso, houve prejuízo para a coesão textual (“em países
remotos nos quais falar no Brasil não faz o menor sentido, a não ser
quando associada a Pelé”).
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c) Tanto “brasileiro e negro” quanto “jornalistas brasileiros” exercem a
função de aposto em relação ao termo que sucedem, respectivamente,
Pelé e nós.
d) A troca do pronome relativo “os quais” pelo “que” (ambos
acompanhados da preposição em) não modifica a correção do período:
“... em países remotos em que a palavra Brasil não faz o menor
sentido...”.
Gabarito: E
Comentário.
As preposições desde e de servem para o estabelecimento limites,
sejam reais - físicos ou não – como em “do Oiapoque ao Chuí”, sejam
referentes a uma enumeração – “As barreiras regulatórias vão
da/desde a dificuldade burocrática de abrir um empreendimento...”.
Por sua vez, tanto a preposição a como até são usadas em
contraposição àquelas – “... até o / ao custo tributário de mantê-lo
em funcionamento.”.
Observe a questão de paralelismo sintático – se houver artigo após a
primeira preposição (seja ela desde ou de), deve-se empregar artigo
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após a segunda (até ou a). Então, em construções como “Hoje em
dia, compra-se de tudo na farmácia – de perfume a roupa – até
remédio.”. Considerando que antes do primeiro elemento foi colocada
somente a preposição (de), o mesmo deve ser feito em relação ao
segundo (sem crase, por não haver artigo). E mande o corretor
ortográfico e gramatical do Word pro inferno!!!
Por isso, estão corretas as proposições dos itens a e b.
Tanto a expressão “mão pesada” quanto “teia” estão usadas em
sentido conotativo (figurado).
Assim, a opção e está incorreta, pois “teia”, em sentido denotativo,
significa o entrelaçamento de fios.
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d) A expressão “Na verdade, está mais para odisséia”(l.6) e as
informações que se sucedem permitem a inferência de que
“epopéia”(l.5) não traria a noção de dificuldades, fracassos.
e) O período permaneceria correto se a preposição na expressão
“confronto de ideais”(l.11) fosse, sem outras alterações no período,
substituída por entre.
Gabarito: D
Comentário.
Enquanto ‘epopéia’ traz somente a idéia de uma luta, ‘odisséia’ indica
uma série de dificuldades bem mais complexas do que em uma
simples luta. Está correta, portanto, essa afirmação da letra d.
As incorreções das demais opções são:
a) Em “sugere-nos”, o pronome exerce a função sintática de objeto
indireto. Para a análise, não adianta a troca do pronome nos por “a
nós”, uma vez que os pronomes ele(s), ela(s), nós e vós, quando
oblíquos, são obrigatoriamente precedidos de preposição. Há duas
formas de se comprovar a função direta ou indireta dos pronomes me,
te, se, nos e vos – trocar o pronome pelo nome (por exemplo:
“sugere ao analista incontáveis abordagens da ética”) ou análise da
regência do verbo (sugerir alguma coisa a alguém). Assim, verificamos
que a função sintática é de objeto indireto.
Já o pronome “se” em “narram-se também feitos de abnegação” é
apassivador – o verbo narrar é transitivo direto, existe a idéia passiva
(feitos são narrados) e está acompanhado do pronome “se”. Portanto,
a afirmação está incorreta.
b) Não existe a conjunção “à medida em que”; existem as conjunções
“à medida que” (proporcional) e “na medida em que” (causal).
c) A preposição “com”, na passagem, equivale a “a partir de” –
origem: “novas facetas surgem com/a partir da metamorfose do
espírito humano e sua variedade quase infinita de ações.”.
e) Se houvesse a troca da preposição de pela preposição entre, seria
necessária a retirada da preposição de antes de “paixões mesquinhas”
– “representam o confronto entre ideais nobres e de paixões
mesquinhas”. Como a opção indica não ser necessária mais nenhuma
alteração, está incorreta a proposição.
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(TRF/2003)
A ciência moderna desestruturou saberes tradicionais, e seu
paradigma mecanicista, que encara o mundo natural como máquina
desmontável, levou a razão humana aos limites da perplexidade,
porquanto a fragmentação do conhecimento em pequenos redutos
fechados se afasta progressivamente da visão do conjunto. A
excessiva especialização das partes subtrai o conhecimento do todo.
Daí resulta a dificuldade teórica e prática para que o espírito humano
se situe no tempo e no espaço da sua existência concreta.
(José de Ávila Aguiar Coimbra, Fronteiras da Ética, SãoPaulo: Senac,
2002, p. 27)
08 - Em relação ao texto, julgue a assertiva abaixo.
- Ao se substituir a conjunção “porquanto”(l.4) pela conjunção
porque, as relações sintáticas e semânticas do período são mantidas.
Item CORRETO.
Comentário.
A conjunção porquanto é equivalente à conjunção porque, seja com
valor causal ou explicativo.
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Gabarito: C
Comentário.
Todas as opções são válidas, por estarem adequadamente grafadas e
empregadas, exceto o advérbio tampouco, que equivale a “também
não” ou “muito menos”. Não é aceita pela norma culta a colocação da
conjunção nem antes desse advérbio, por ele já apresentar valor de
negação.
“Tão pouco”, combinação do advérbio de intensidade (tão) com o
(também) advérbio “pouco”, remete à idéia de “pequena quantidade”
– “Nunca comi tão pouco!” ou “Tenho tão pouco interesse em assistir
ao ‘Big Brother’ que prefiro estudar Português!”.
Algumas palavras podem ser classificadas como advérbios de
intensidade, como adjetivos e/ou também como pronomes indefinidos:
bastante, pouco, muito, menos. O que irá nos auxiliar nessa
classificação é o conceito apresentado na aula de apresentação – se
são variáveis ou invariáveis.
Como vimos, os advérbios são palavras invariáveis, enquanto que os
adjetivos e os pronomes se flexionam em gênero e/ou número. Veja
só:
- “pouco” – advérbio (“Você tem estudado pouco”); adjetivo (“Não
se aborreça com essa coisa pouca.” – coisa pequena); pronome
indefinido (“Tenho poucos livros de Direito Constitucional” – em
quantidade pequena ou insuficiente).
- “bastante” – advérbio (“Você tem estudado bastante.” / “Esse
volume está bastante alto.”); adjetivo (“Tenho livros bastantes.” –
livros que bastam, que são suficientes); pronome indefinido (“Tenho
bastantes livros de Direito Constitucional.”- em grande quantidade).
- “muito” - advérbio (“Você tem estudado muito.” / “Esse volume
está muito alto.”); pronome indefinido (“Tenho muitos livros de
Direito Constitucional.”- em grande quantidade).
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contribuindo para frear o crescimento econômico, mas não a
inflação._____(d) _____o ganho com a queda da inflação é pequeno,
se comparado à perda no crescimento econômico. Não se defende por
meio dessa comparação, o aumento da produção a qualquer custo.
_____(e)_____o objetivo é expor a atual ineficácia do aumento dos
juros sobre a inflação. O outro motor importante para o crescimento
de 2004 (as exportações brasileiras), no entanto, continua presente
este ano, com ótimo desempenho.
(Inflação e crescimento. Opinião.Correio Braziliense, 9 de abril de
2005, com adaptações)
10 - Desconsiderando o emprego de letras maiúsculas e minúsculas,
assinale a opção que, ao preencher a lacuna, mantém o texto coeso,
coerente e gramaticalmente correto.
a) Haja vista que
b) Apesar de
c) Entretanto
d) Embora
e) Tão pouco
Gabarito: C
Comentário.
No terceiro período do texto, informa-se que “o Banco Central, para
combater a inflação, vem elevando seguidamente a taxa básica” de
juros. Na oração seguinte, iniciada pela lacuna (c), afirma-se que os
juros altos não estão freando a inflação. Essas duas afirmações
situam-se em campos semânticos opostos. Por isso, deve-se empregar
uma conjunção adversativa, como “entretanto”.
As demais opções estão incorretas.
a) Nessa lacuna, deve-se empregar uma conjunção de valor
adversativo (entretanto, todavia, contudo), e não a locução adverbial
“haja vista”, que corresponde a “considerando, tendo em vista”. Sobre
a flexão desta expressão, lembramos que o vocábulo “vista”
permanece invariável, enquanto que o verbo pode ficar no singular
(acompanhado ou não de preposição) ou concordar com o termo
subseqüente (“Haja vista os resultados / Haja vista aos resultados /
Hajam vista os resultados”).
b) A oração iniciada por esta lacuna irá apresentar uma explicação
para a afirmação presente no período anterior (“um desses motores
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está ausente”). Por isso, não pode ser empregada a conjunção “apesar
de” – concessiva.
d) O emprego da conjunção “embora”, além de causar erro na flexão
verbal do verbo ser – “Embora o ganho (...) é pequeno” (correto =
seja), prejudicaria a coesão textual em virtude da ausência de uma
oração principal. O mais apropriado seria empregar expressões como
“além disso”, “ademais”, de forma a introduzirem informações
adicionais à passagem anterior.
e) Não existe a conjunção “tão pouco”, mas o advérbio “tampouco”
que equivale a “muito menos”, “menos ainda”, imprópria para a
passagem.
Gabarito: D
Comentário.
As conjunções embora e apesar de, a despeito de estarem situadas
no mesmo campo semântico, levam o verbo a conjugações distintas.
Enquanto que a conjunção ‘apesar de’ exige o verbo no infinitivo
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(sermos), a conjunção ‘embora’ leva a flexão verbal ao subjuntivo
(sejamos).
Provocou-se, portanto, erro de natureza gramatical (conjugação
verbal) o emprego da conjunção “embora”.
Em relação às demais opções:
a) O valor da conjunção é verificado na construção. No primeiro
período do texto, a idéia adversativa (que tanto pode ser apresentada
pela conjunção e quanto pela mas) reside na oposição entre os
adjetivos “grande” e “diversificado” e o fato de ser “uma promessa que
parece nunca se realizar”. Assim, essa conjunção e tem valor
adversativo, como em: “Ela queria que eu fosse e eu não fui.”. Logo,
as duas conjunções podem ser empregadas nessa lacuna.
b) Na segunda lacuna, as duas opções empregam valor adversativo ao
período: entretanto / mas.
c) Na terceira, justifica-se o pouco engajamento do cidadão ao fato de
ele não avaliar os programas e as ações dos políticos e, com isso,
elege-os de acordo com sua popularidade. Assim, tanto pode ser
usada a conjunção já que como pois.
d) Apesar a importância do país na economia mundial, nós, brasileiros,
sempre sofremos decepções (nem me fale nisso...). Esse valor
adversativo tanto pode ser apresentado pela conjunção “embora”
quanto pela apesar de. O problema foi de conjugação verbal. Este
item está INCORRETO.
e) No último período, pode-se apresentar uma conclusão, com o
emprego da conjunção “portanto” ou estabelecer uma idéia contrária
ao fato de ser um país tão importante, a partir do emprego da
conjunção “contudo”.
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a) Mantêm-se as relações semânticas e a correção gramatical ao
substituir “Embora”(l.3) por Apesar de.
Item INCORRETO.
Comentário.
Como já vimos, há necessidade de se alterar a forma verbal para o
infinitivo – “Apesar de não ter o CPF cancelado agora,...”.
(TRF/2000)
O setor comercial “online” cresce mais de 30% ao ano. À primeira
vista, parece que o consumidor é beneficiado por produtos mais
baratos. O problema é que o preço baixo é conseguido à custa de
concorrentes, que são obrigados a pagar impostos, e de governos, que
perdem receita fiscal. Apesar de estar crescendo muito, o comércio
eletrônico ainda é pequeno em relação ao comércio total, o que faz as
distorções econômicas e fiscais serem menores.
(Robert J. Samuelson, Exame, 22/03/2000, com adaptações)
Gabarito: A
Comentário.
A expressão ‘o que’ na passagem de linhas 6 e 7, tem a função de
retomar a idéia já expressa no período anterior (“o comércio eletrônico
ainda é pequeno em relação ao comércio total”). O pronome
demonstrativo que a compõe equivale a “isto”, “isso” ou “aquilo” e fica
sem flexão de gênero ou número. Essa é a função vicária de que já
tratamos na questão 03 – item d desta aula.
Mais uma vez (item c), estabelece-se uma relação entre as conjunções
concessivas apesar de e embora, desta vez com correção.
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(AFRF 2002.1)
O homem é moderno na medida das senhas de que ele é escravo para
ter acesso à vida. Não é mais o senhor de seu direito constitucional de
ir-e-vir. A senha é a senhora absoluta. Sem senha, você fica sem seu
próprio dinheiro ou até sem a vida. No cofre do hotel, são quatro
algarismos; no seu home bank, seis; mas para trabalhar no
computador da empresa, você tem que digitar oito vezes, letras e
algarismos. A porta do meu carro tem senha; o alarme do seu,
também. Cada um de nossos cartões tem senha. Se for sensato, você
percebe que sua memória não pode ser ocupada com tanta baboseira
inútil. Seus neurônios precisam ter finalidade nobre. Têm que guardar,
sim, os bons momentos da vida. Então, desesperado, você descarrega
tudo na sua agenda eletrônica, num lugar secreto que só senha abre.
Agora só falta descobrir em que lugar secreto você vai guardar a
senha do lugar secreto que guarda as senhas.
(Alexandre Garcia, Abre-te sésamo, com adaptações)
14 – Julgue a proposição abaixo, em relação aos elementos do texto.
c) Respeitam-se as regras de regência da norma culta ao empregar a
preposição de em vez de que na expressão verbal “Têm que” (l.10).
Item CORRETO.
Comentário.
Uma locução verbal pode apresentar, entre o verbo principal e o
auxiliar, uma preposição (acabei de chegar, chego a tremer, acabo de
fazer, tenho de aceitar). No meio da locução, no lugar da preposição,
foi usada a palavra que: “ter que guardar”. Segundo a norma culta,
deveria ser “ter de guardar”. Quando no lugar de uma preposição,
usa-se um vocábulo de outra classe, a esse se dá o nome de
“preposição acidental”. O mesmo acontece em “Eu a tenho como uma
irmã”, em que a palavra “como” (pronome, conjunção ou advérbio)
está usada no lugar de uma preposição (“Eu a tenho por uma irmã”).
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comparada a inovações como a invenção da imprensa, o motor a
vapor ou a eletricidade.
(Adaptado de Negócios Exame, p.94)
a) contudo
b) no entanto
c) entretanto
d) todavia
e) porquanto
Gabarito: E
Comentário.
Enquanto as conjunções “contudo”, “no entanto”, “entretanto” e
“todavia” estão no campo semântico da oposição, “porquanto” é
causal (“Porquanto não terem sido muitos os aprovados, foi
realizado outro concurso.”).
(Procurador BACEN/2002)
Uma crise bancária pode ser comparada a um vendaval. Suas
conseqüências são imprevisíveis sobre a economia das famílias e das
empresas. Os agentes econômicos relacionam-se em suas operações
de compra, venda e troca de mercadorias e serviços, de modo que, a
cada fato econômico, seja ele de simples circulação, de transformação
ou de consumo, corresponde, ao menos, uma operação de natureza
monetária realizada junto a um intermediário financeiro, em regra um
banco comercial, que recebe um depósito, paga um cheque, desconta
um título ou antecipa a realização de um crédito futuro. A estabilidade
do sistema que intermedeia as operações monetárias, portanto, é
fundamental para a própria segurança e estabilidade das relações
entre os agentes econômicos.
(www.bcb.gov.br)
16 - Julgue a assertiva abaixo.
e) Caso a posição da conjunção “portanto”(l.9) seja alterada para o
início ou fim do período, prejudica-se a coerência e a correção
gramatical do trecho.
Item INCORRETO.
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Comentário.
A posição da conjunção portanto em relação à oração subordinada
adverbial a que pertence não altera nem prejudica a coerência textual
ou a correção gramatical, desde feitos os ajustes na pontuação.
O exposto na assertiva se aplica a outra conjunção – pois. No meio da
oração e isolada por vírgulas, a conjunção pois é classificada como
conclusiva (“Esse assunto não tem importância. Devemos, pois, retirá-
lo da pauta.”). Caso seja colocada no início, passa a ter um valor
explicativo (“Iremos retirar o assunto da pauta, pois ele não tem
importância.”). Talvez a intenção da banca tenha sido levar o
candidato à confusão de uma conjunção com a outra.
(Procurador BACEN/2002)
O Brasil tem o maior e mais complexo sistema financeiro da América
Latina, com 208 bancos, que se distribuem por mais de 17 mil
agências e aproximadamente 15 mil postos de atendimento adicionais.
Contudo, o desenvolvimento desse imenso complexo, nos últimos
trinta anos foi profundamente marcado pelo crônico processo
inflacionário que predominou, nesse período, na economia brasileira. A
longa convivência com a inflação possibilitou às instituições financeiras
ganhos proporcionados pelos passivos não-remunerados, como os
depósitos a vista e os recursos em trânsito, o que compensou
ineficiências administrativas e perdas decorrentes de concessões de
créditos que foram se revelando, ao longo do tempo, de difícil
liquidação.
(www.bcb.gov.br)
17 - Assinale a opção em que a substituição sugerida está de acordo
com as idéias do texto e não exige outras transformações no texto
para assegurar a correção gramatical.
a) “que se distribuem”(l.2) / os quais seriam distribuídos
b) “o que compensou”(l.9) / compensadas
c) “possibilitou às instituições financeiras ganhos”(l.7 e 8) / permitiu
que as instituições financeiras ganhassem
d) “como os depósitos a vista”(l.9) / como, também, os depósitos a
vista
e) “Contudo, o desenvolvimento desse imenso complexo”(l.4) / O
desenvolvimento de tal sistema, todavia,
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Gabarito: E
Comentário.
Estão incorretas as seguintes opções:
a) na transposição de voz ativa sintética (que se distribuem) para a
analítica (os quais seriam distribuídos), houve alteração indevida do
tempo verbal – de presente do indicativo para futuro do pretérito do
indicativo);
b) novamente, a função do pronome demonstrativo “o” em “o que
compensou” retoma o que foi mencionado anteriormente (“possibilitou
às instituições financeiras ganhos proporcionados pelos passivos não-
remunerados”) e, por isso, não tem o valor adjetivo da forma
“compensadas”, como sugerido na alternativa;
c) alterando-se como proposto, o período seria: “A longa convivência
com a inflação permitiu que as instituições financeiras ganhassem
proporcionados pelos passivos não-remunerados, como os depósitos a
vista e os recursos em trânsito”. Percebe-se, assim, grave prejuízo à
coesão e coerência textuais, pois os termos “proporcionados pelo
passivos não-remunerados”, que complementavam o substantivo
“ganhos”, retirado na substituição sugerida, ficaram sem nexo na nova
estrutura.
d) a palavra denotativa de inclusão “também”, para que não haja
prejuízo na coerência textual, depende da existência de um primeiro
elemento ao qual o segundo elemento iria se relacionar. Contudo,
verifica-se que o sintagma “depósitos a vista” é o primeiro da série,
não admitindo, portanto, o uso de “também”.
Aproveitamos para comentar a forma não acentuada de “a vista”
nessa passagem. Alguns autores de renome exigem, para a
acentuação de locuções adverbiais femininas, a existência de
ambigüidade no período. O mesmo se aplica à expressão “à distância”.
Consideram que essa locução adverbial somente seria acentuada se
houvesse determinação da distância (“à distância de 10 metros”).
Usada em sentido genérico, não receberia acento (“ensino a
distância”).
No entanto, como mencionado na aula sobre crase, a posição
majoritária da doutrina aponta para a acentuação das locuções
femininas, sejam elas adverbiais, adjetivas, conjuntivas ou
prepositivas, posição essa que tem, inclusive, o aval do consagrado
professor Celso Luft (“A tendência da língua é acentuar o ‘a’ inicial das
locuções femininas – adverbiais, prepositivas e conjuntivas -, mesmo
quando não é crase”).
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Se, na hora da prova, uma dessas locuções femininas não estiver
acentuada, cuidado! Observe as demais opções, pois, como a ESAF
não indica bibliografia, pode ser que estejam seguindo a linha de
autores que exigem ambigüidade para o emprego do acento grave.
(TRF/2002.1)
18 - Assinale a opção que, ao preencher as lacunas, torna o texto
sintaticamente incorreto.
___________ na execução de programas sociais no Nordeste, ______
no desenho das relações entre centros de pesquisa e empresas, um
dos maiores problemas sempre foi o de garantir que os recursos
cheguem ao seu destino e que sejam usados com inteligência.
(Gilson Schwartz)
a) Seja / seja
b) Tanto / quanto
c) Conquanto/ ou
d) Tanto / como
e) Quer/ quer
Gabarito: C
Comentário.
Enquanto que as sugestões das opções a, b, d e e são conjunções
alternativas ou comparativas, a conjunção “conquanto” é concessiva
(equivalente a “embora”, “apesar de”), o que prejudicaria a coesão
textual.
19 - (TRF/2002)
O CPF é hoje um dos documentos mais utilizados no Brasil. Foi criado
em 1965, com o objetivo de identificar o contribuinte – pessoa física –
perante a Secretaria da Receita Federal e para que ela tivesse um
maior controle dos contribuintes brasileiros. Com o passar do tempo,
instituições financeiras e o comércio passaram a exigir o número do
documento para fazer várias operações, como financiamentos, por
exemplo. Enquanto o CPF é uma forma de identificação do
contribuinte, a carteira de identidade tem a finalidade de identificar o
cidadão por meio da Secretaria de Segurança Pública.
(Correio Braziliense, 16/2/2002, com adaptações)
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Assinale a opção correta a respeito do emprego das palavras e
expressões no texto.
a) A preposição “com”(l.2) agrega ao substantivo “objetivo” uma idéia
de modo, como na expressão com vagar.
b) A preposição “para”(l.3), na sentença em que ocorre, introduz um
julgamento, uma opinião.
c) O emprego do infinitivo flexionado, fazerem, no lugar de
“fazer”(l.6) mantém a coerência textual e a correção gramatical.
d) A preposição de, em “controle dos contribuintes”(l.4), estabelece
entre os nomes que liga uma relação semântica correspondente a os
contribuintes que controlam.
e) O valor semântico do conectivo “Enquanto” (l.7) corresponde ao de
uma conjunção alternativa.
Gabarito: C
Comentário.
Em relação à resposta correta (gabarito), já houve comentário na aula
sobre verbos (Aula 2 – questão 34).
O que nos interessa hoje é comentar os demais itens, que exploram
conceitos acerca do emprego de preposições e de conjunções.
a) O valor da preposição com na passagem é causal (para identificar o
contribuinte - causa – criou-se o CPF – conseqüência) e não de
modo, como em “com vagar (lentidão), ele chegou aqui.”.
Assim como acontece com a conjunção, o valor da preposição só pode
ser determinado no contexto. Por exemplo, a preposição com, além do
valor causal, pode ter os seguintes aspectos: companhia (“Fui morar
com o meu pai.”), preço (“Você pagou com traição a quem lhe deu a
mão.”), instrumento ou meio (“Ele me bateu com o martelo.”),
matéria (“Com farinha e água, faz-se a massa.”), modo (“Com muito
tato, dei-lhe a notícia.”), tempo (“Saímos da festa com o raiar do
dia.”), estado (“Com lágrimas nos olhos, despedi-me.”). Esta lista é
somente exemplificativa. Há tantas outras situações possíveis. Por
isso, deve-se analisar o contexto.
b) A idéia expressa pela preposição para é de finalidade.
d) Essa é exatamente a diferença entre as funções sintáticas de
adjunto adnominal e complemento nominal. A primeira (adjunto
adnominal) é exercida pelo elemento que completa um substantivo
concreto (porta de ferro) ou um substantivo abstrato com idéia
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ativa; a segunda (complemento nominal) é exercida pelo elemento
que completa um adjetivo (Esse material é útil aos alunos.), um
advérbio (O deputado votou favoravelmente ao projeto.) ou
substantivo abstrato com idéia passiva.
Vemos que o termo que complementa um substantivo abstrato
tanto pode exercer a função tanto de adjunto adnominal quanto de
complemento nominal. O que irá diferenciar uma da outra? O valor
atribuído ao termo, se ativo ou passivo. Por exemplo:
“A invasão do exército” – o exército invade (ativo) ou é
invadido(passivo)? Ele invade, pratica a ação. Então sua função é
adjunto adnominal.
“A invasão da cidade” – a cidade invade (ativo) ou é invadida
(passivo)? Ela é invadida, sofre a ação. Então sua função é
complemento nominal.
Na questão, a expressão é “controle do contribuinte”. A depender do
contexto, pode-se classificar o complemento como adjunto adnominal
(valor ativo) ou complemento nominal (valor passivo).
A idéia apresentada no texto é que a Receita Federal exerce um
controle do contribuinte. Como ele irá sofrer a ação (valor passivo),
essa expressão exerce a função sintática de complemento nominal. Em
virtude dessa relação semântica, está incorreta a troca por “os
contribuintes que controlam”.
Quer uma ajuda para memorizar essa regra de identificação da função
sintática? Então lá vai: substantivo Abstrato com complemento de
valor Ativo – a função é de Adjunto Adnominal (tudo com A).
e) O que determina o valor da conjunção é o seu emprego. A
conjunção “enquanto” pode ter um valor temporal (“Enquanto eu
estudo Matemática, desenvolvo o meu raciocínio.” ou “Enquanto eu
dito, você escreve.” – fatos simultâneos) ou adversativo (“João é
estudioso, enquanto seu irmão não é.” – fatos opostos). Condena-se a
expressão “enquanto que”, que deve ter sido influenciada pela
conjunção equivalente “ao passo que”. Pior ainda é o uso dessa
expressão no lugar de “na qualidade de” ou “na condição de” – “Eu,
enquanto chefe do Departamento, ordeno que saia.”. Querendo falar
bonito, muita gente a usa por aí. SOCORRO! Não vamos complicar o
que podemos simplificar: usa-se “como” e ficará tudo certo – “Eu,
como chefe do Departamento,...”.
Na passagem “Enquanto o CPF é uma forma de identificação do
contribuinte, a carteira de identidade tem a finalidade de identificar o
cidadão por meio da Secretaria de Segurança Pública”, os fatos são
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simultâneos e não alternativos, como indica a opção. Logo, também
está incorreta.
Gabarito: A
Comentário.
Mais uma vez, relembramos que o valor da conjunção deve ser aferido
no contexto em que se encontra. A conjunção “nem”, na primeira
passagem do texto, apresenta valor aditivo, equivalente a dizer que “O
“sim” e o “não” não venceram o referendo.” – quem venceu foi um
terceiro – o medo. Já na passagem de linhas 7 e 8, tem valor
alternativo – ou (qualquer dos lados) – “um lado ou outro poderia
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fazê-lo.” – qualquer um dos dois poderia fazê-lo. Por isso, manteve-se
no singular.
Em relação aos demais itens corretos, devemos comentar:
b) na aula sobre pontuação veremos que expressões adverbiais curtas
e de fácil entendimento dispensam a colocação de vírgulas, como fez o
autor no trecho de linha 2. Portanto, está correta essa proposição.
e) “porque” e “por que” recebem acento circunflexo quando tônicos.
Isso ocorre em duas situações – a primeira, quando usado na função
de um substantivo – o porquê – ou, a segunda, quando interrogativo,
sob a forma direta ou indireta, ao fim da oração, estando subentendida
a expressão “por qual motivo”, “por qual razão” – “Não veio por
quê?”, “Você não veio e todos sabemos por quê”. A forma
apresentada no texto não encontra respaldo na gramática normativa –
a forma correta seria por quê.
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d) no entanto, onde, apesar de, já que, por que
e) pois, porque, apesar de, já que, entretanto
Gabarito: A
Comentário.
1ª lacuna) Das opções apresentadas, podem ser colocadas entre
vírgulas as seguintes conjunções: porém, entretanto, no entanto e
pois. Contudo, esta última deve ser eliminada por não atender ao
sentido do texto. Deve-se empregar, nessa lacuna, uma conjunção de
valor contrário, já que o texto informa que, apesar ter sido estimado o
número de analfabetos na população mundial, não foram divulgados
os números para cada país pesquisado – idéia adversativa.
(Restam as opções a, b e d.)
2ª) Como há um referente indicando lugar (Brasil), deve-se usar o
pronome relativo onde.
(Restam as opções a e d.)
3ª) 1ª informação: houve redução no percentual de analfabetos; 2ª
informação: dobrou o número de crianças em idade escolar nas salas
de aula. As idéias se complementam. Portanto, não são contrárias.
Então, elimina-se a opção d que apresenta sugestão de preenchimento
com apesar de (conjunção concessiva). A melhor conjunção é pois
(explicativa) – a resposta é a letra a.
4ª) “Apesar de relevante, a alfabetização não é suficiente para a
conquista de emprego num mercado competitivo”. As idéias, portanto,
são contrárias, admitindo-se o emprego da conjunção contudo.
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Para completar corretamente o trecho acima é necessário inserir, pela
ordem, os seguintes termos:
a) de - à - afora - todos - em que
b) sobre - por a - afora - todos os - com que
c) de - pela - a fora - todos - por que
d) sobre - pela - afora - todos os - que
e) em - à - a fora - todos - com que
Gabarito: D
Comentário.
1ª) A preposição que melhor preenche esta primeira lacuna é sobre
(documento sobre o qual houve quase 1.400 turnos de votação).
Restam as opções b e d.
2ª) Os substantivos desrespeito e desprezo regem as preposições
por, para (com), de e a (a forma “por a” – item b - leva à
contração: pela). Elimina-se a letra b. Resposta: d.
3ª) A preposição cabível nesta lacuna é afora (equivalente a “por toda
a extensão – no tempo e no espaço”). Essa preposição e outras, como
perante, após, dentre, são derivadas da combinação de dois
elementos, respectivamente a + fora, per + ante, a+pós,
de+entre. Hoje em dia, entendem-se como preposições simples.
Há outras que se mantém sem contração – para com / por entre.
Aparecem lado a lado e a interpretação do elo semântico que elas
definem se dá pela composição dos sentidos individuais de cada
preposição.
4ª) “Todos os dias” equivale a diariamente, dia a dia (advérbio que
não se confunde com o substantivo “dia-a-dia” = “cotidiano”).
Algumas palavras têm seu sentido alterado se, numa expressão como
essa, estiverem sem o artigo. Exemplo: “toda mulher” – qualquer
mulher; “toda a mulher” – a mulher inteira; “todo mundo” – todas as
pessoas; “todo o mundo” – o mundo inteiro.
5ª) Como o pronome relativo que, que faz referência a “Declaração
Universal dos Direitos Humanos”, exerce a função sintática de sujeito
em “possibilitou discussão séria sobre o tema” e, por isso, não pode
estar regido por preposição alguma.
A ordem é, portanto: sobre, pela (por + a), afora, todos os, que.
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23 – (AFRF/1998) Escreva diante de cada texto, adaptado de Aliomar
Baleeiro, o número do operador lógico que preenche corretamente a
lacuna:
(1) embora
(2) ao passo que
(3) à medida
(4) tanto assim que
(5) na medida
(6) visto como
(7) ao contrário
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c) 2, 6, 5, 4, 3, 7, 1
d) 1, 3, 2, 6, 5, 7, 4
e) 2, 5, 6, 7, 4, 3, 1
Gabarito: C
Comentário.
Muitas vezes, o critério de seleção da prova não é “saber mais”, mas
“saber resolver a prova, com o máximo de acertos, no menor tempo
possível”. Mas será que isso é possível? Sim.
O que eu quero dizer com isso? O candidato pode dominar um
assunto, mas, se na hora da prova, ele gastar muito tempo com
determinada matéria, vai faltar tempo em outra. Você já deve ter
ouvido lamentações como “eu sabia, mas não tive tempo de resolver a
prova – chutei tudo.”. É lastimável quando isso acontece. É para evitar
isso que, além de abordarmos o conteúdo da disciplina, temos a
obrigação de mostrar como resolver uma prova de maneira mais
simples.
Questões como essa, por exemplo, devem ser resolvidas de forma
objetiva. Não adianta ler todas as opções e testar conectivo por
conectivo até encontrar a ordem correta. Certamente, acabaria
acertando, mas não conseguiria resolver tudo de Matemática,
Estatística, Informática... e o desfecho você já deve imaginar, não é?
Como eu faria, ou melhor, como eu faço:
1º) busquei a menor oração – terceiro segmento: “O pagamento das
taxas é facultativo; é, por assim dizer, o preço do serviço obtido e
_____________ em que cada um o exige ou dele tira proveito.”
Há uma preposição em antecedendo o que. Essa preposição não é
exigida pelos termos subseqüentes exigir ou tirar proveito. Então,
só poderia ser exigência da conjunção omitida. Com isso, elimino,
mesmo sem ler o período, as seguintes opções: embora, ao passo que
(já tem o “que”), à medida (não existe a conjunção “à medida em
que”), tanto assim que (também já tem o “que”), visto como (não
admitiria o complemento “em que”), ao contrário (também não
admitiria o complemento “em que”). O que restou? A conjunção “na
medida em que” – causal. Lendo o fragmento do texto, ela se
encaixa perfeitamente.
Vou às opções e vejo quais indicam o nº 5 (na medida) na terceira
posição – b e c. A essa altura, já estou com 50% de chances de
ganhar o ponto.
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2º) passo a analisar outro segmento pequeno – o último: “Os
clássicos, assim como os contemporâneos, não divergem sobre a
noção básica de taxa, ___________ se separem acerca de outros
pontos acessórios.” e vou testar as sugestões dos itens b e c.
O verbo no subjuntivo “se separem” ajuda na seleção da conjunção. A
primeira (de acordo com a ordem de c) já se encaixa com perfeição –
a conjunção embora leva o verbo para o subjuntivo e atende à relação
antagônica estabelecida pelas expressões “não divergem” e “se
separem”. Já a opção b sugere a colocação da conjunção “visto
como”. Acontece que, além do prejuízo na coerência textual, o verbo
deveria estar no indicativo (visto como se separam) e não no
subjuntivo. Resolvida a questão em menos de dois minutos – gabarito:
C.
Por questões didáticas, iremos analisar as demais lacunas.
1ª) CUIDADO! Não é a conjunção que está entre vírgulas (o que
poderia levar muita gente a preencher com “ao contrário”), mas a
expressão “na aplicação do imposto”. De um lado, fala-se na
característica da taxa – ser um tributo de caráter contraprestacional
(“em proveito direto ou por ato do contribuinte”); de outro, o
imposto, em que não há essa contrapartida estatal (“não se procura
apurar se há qualquer interesse, direto ou indireto, por parte de quem
o paga”). Assim, expressões em campos semânticos opostos devem
ser ligadas por conjunções adversativas ou concessivas: como
“embora” já foi usado, resta-nos “ao passo que”.
2ª) À oração “não devia ser assim entendida ou empregada”,
segue uma oração de valor causal. Das opções apresentadas, as
conjunções com esse valor são: “visto como” (equivalente à conjunção
“visto que”) e “na medida em que”. Como esta, além de estar
desfalcada do seu “em que”, já foi usada na terceira lacuna, a única
forma possível é visto como.
3ª) Já foi comentada.
4ª) Agora, a oração a ser introduzida pela conjunção tem valor
consecutivo: “tanto a Constituição previu a reedição de velhos abusos
mascarados com o nome de taxas, que preceituou proibição
inequívoca” – tanto assim que.
5ª) Nesse período, estabelece-se a noção de proporcionalidade – as
despesas poderiam ser pagas à medida que a ocasião o exigisse – à
medida (o “que” já faz parte do segmento, auxiliando a identificação).
6ª) Novamente, idéias opostas: de um lado, o caráter individualista
das taxas (“um serviço que lhe é útil pessoalmente”); de outro, o
caráter generalista do imposto (“satisfazer as despesas da
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administração”). Por isso, está correta a colocação da expressão ao
contrário.
7ª) Também já comentada.
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II - A preposição “em”(l.9), exigida pelas regras de regência do verbo
“integrar”(l.8), pode sofrer contração com o artigo que a segue, sem
prejudicar a correção e as idéias do texto.
02 - (Técnico IPEA/2004)
A Grande Depressão não foi apenas a maior crise de desemprego da
História, mas também a primeira crise de desemprego nas grandes
democracias ocidentais que se abateu sobre um eleitorado constituído,
principalmente, por trabalhadores ameaçados pelo desemprego ou
vítimas diretas dele. O corpo político havia mudado. Não levar em
conta os interesses objetivos do eleitorado era um suicídio político
certo.
(Adaptado de J. Carlos de Assis, A Crise da Economia enquanto Crise
do Trabalho)
Em relação ao texto, julgue a assertiva abaixo.
a) O emprego de “mas também”(l.2) está sintática e semanticamente
vinculado ao emprego de “não ... apenas”(l.1).
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sozinho. Há o contexto de criação, a comunidade científica nacional e
internacional ____2____ se discutem os resultados e ____3____ se
expõem métodos e técnicas desenvolvidas em prol do saber. De
maneira marcante há a formação de discípulos, ____4_____ iniciação
científica, quando o estudante ainda está nos cursos de graduação, ao
doutorado e pós-doutorado.______5_______, é sumamente relevante
o debate de idéias em favor do objeto de estudo.
(Adaptado de Roseli Fischmann, Ciência, democracia e direitos,Correio
Braziliense, 26/01/2004)
Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.
1 2 3 4 5
para a
a) já que de que da Por todas elas
qual
com
b) pois em que para a Tais níveis
quem
para a Em todos esses
c) porque na qual desde a
qual níveis
d) porquanto a que da qual com a Naquelas
e) vez que onde de que pela Em certos níveis
05 - (Oficial de Chancelaria/2002)
Além de estabelecer um parâmetro esportivo até aqui intransponível,
Pelé é parte de uma outra epopéia. Sem ele, talvez o Brasil não
tivesse derrotado nem o complexo de inferioridade de sua sociedade
em geral nem o racismo velado que se manifestava até no futebol.
Com Pelé, brasileiro e negro, foi possível vencer um e outro
complexos. Nós, jornalistas brasileiros, temos uma dívida enorme com
Pelé. Vários companheiros – e eu mesmo – já escapamos de situações
delicadas, usando a palavra mágica “Pelé”, em países remotos nos
quais a palavra Brasil não faz o menor sentido, a não ser quando
associada a Pelé. Sem ele, talvez alguns de nós até poderíamos ter
morrido. Não é assim que alguém marca uma época?
(Clovis Rossi, Folha de S. Paulo, 7/04/2002)
Em relação ao texto assinale a opção incorreta.
a) A palavra “epopéia”(l.2) está sendo utilizada em sentido figurado,
pois não se refere a um poema longo, mas a uma ação ou série de
ações grandiosas.
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b) A eliminação da primeira ocorrência de “nem”(l.3) e a substituição
da segunda(l.4) por e mantêm a correção sintática do período.
c) Os termos “brasileiro e negro”(l.5) e “jornalistas brasileiros”(l.6)
exercem função sintática idêntica.
d) Pode-se, sem alterar a correção do período, substituir “nos quais”
(l. 8 a 9) por em que.
e) A transformação do trecho “nos quais a palavra Brasil”(l.8 a 9) por
nos quais falar no Brasil dispensa outras transformações no texto.
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representam o confronto de ideais nobres e de paixões mesquinhas.
Não obstante narram-se também feitos de abnegação, laços de
fidelidade entre as pessoas e suas terras, lances de racionalidade e
emoção, a perseverança na reconquista de valores essenciais. Os
mitos clássicos são representações de vicissitudes humanas e
situações éticas reais.
(Adaptado de José de Ávila Aguiar Coimbra, Fronteiras daÉtica, São
Paulo: Senac, 2002, págs.17 e 18)
(TRF/2003)
A ciência moderna desestruturou saberes tradicionais, e seu
paradigma mecanicista, que encara o mundo natural como máquina
desmontável, levou a razão humana aos limites da perplexidade,
porquanto a fragmentação do conhecimento em pequenos redutos
fechados se afasta progressivamente da visão do conjunto. A
excessiva especialização das partes subtrai o conhecimento do todo.
Daí resulta a dificuldade teórica e prática para que o espírito humano
se situe no tempo e no espaço da sua existência concreta.
(José de Ávila Aguiar Coimbra, Fronteiras da Ética, SãoPaulo: Senac,
2002, p. 27)
08 - Em relação ao texto, julgue a assertiva abaixo.
- Ao se substituir a conjunção “porquanto”(l.4) pela conjunção
porque, as relações sintáticas e semânticas do período são mantidas.
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a) Haja vista que
b) Apesar de
c) Entretanto
d) Embora
e) Tão pouco
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a) Mantêm-se as relações semânticas e a correção gramatical ao
substituir “Embora”(l.3) por Apesar de.
(TRF/2000)
O setor comercial “online” cresce mais de 30% ao ano. À primeira
vista, parece que o consumidor é beneficiado por produtos mais
baratos. O problema é que o preço baixo é conseguido à custa de
concorrentes, que são obrigados a pagar impostos, e de governos, que
perdem receita fiscal. Apesar de estar crescendo muito, o comércio
eletrônico ainda é pequeno em relação ao comércio total, o que faz as
distorções econômicas e fiscais serem menores.
(Robert J. Samuelson, Exame, 22/03/2000, com adaptações)
(AFRF 2002.1)
O homem é moderno na medida das senhas de que ele é escravo para
ter acesso à vida. Não é mais o senhor de seu direito constitucional de
ir-e-vir. A senha é a senhora absoluta. Sem senha, você fica sem seu
próprio dinheiro ou até sem a vida. No cofre do hotel, são quatro
algarismos; no seu home bank, seis; mas para trabalhar no
computador da empresa, você tem que digitar oito vezes, letras e
algarismos. A porta do meu carro tem senha; o alarme do seu,
também. Cada um de nossos cartões tem senha. Se for sensato, você
percebe que sua memória não pode ser ocupada com tanta baboseira
inútil. Seus neurônios precisam ter finalidade nobre. Têm que guardar,
sim, os bons momentos da vida. Então, desesperado, você descarrega
tudo na sua agenda eletrônica, num lugar secreto que só senha abre.
Agora só falta descobrir em que lugar secreto você vai guardar a
senha do lugar secreto que guarda as senhas.
(Alexandre Garcia, Abre-te sésamo, com adaptações)
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14 – Julgue a proposição abaixo, em relação aos elementos do texto.
c) Respeitam-se as regras de regência da norma culta ao empregar a
preposição de em vez de que na expressão verbal “Têm que” (l.10).
(Procurador BACEN/2002)
Uma crise bancária pode ser comparada a um vendaval. Suas
conseqüências são imprevisíveis sobre a economia das famílias e das
empresas. Os agentes econômicos relacionam-se em suas operações
de compra, venda e troca de mercadorias e serviços, de modo que, a
cada fato econômico, seja ele de simples circulação, de transformação
ou de consumo, corresponde, ao menos, uma operação de natureza
monetária realizada junto a um intermediário financeiro, em regra um
banco comercial, que recebe um depósito, paga um cheque, desconta
um título ou antecipa a realização de um crédito futuro. A estabilidade
do sistema que intermedeia as operações monetárias, portanto, é
fundamental para a própria segurança e estabilidade das relações
entre os agentes econômicos.
(www.bcb.gov.br)
16 - Julgue a assertiva abaixo.
e) Caso a posição da conjunção “portanto”(l.9) seja alterada para o
início ou fim do período, prejudica-se a coerência e a correção
gramatical do trecho.
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(Procurador BACEN/2002)
O Brasil tem o maior e mais complexo sistema financeiro da América
Latina, com 208 bancos, que se distribuem por mais de 17 mil
agências e aproximadamente 15 mil postos de atendimento adicionais.
Contudo, o desenvolvimento desse imenso complexo, nos últimos
trinta anos foi profundamente marcado pelo crônico processo
inflacionário que predominou, nesse período, na economia brasileira. A
longa convivência com a inflação possibilitou às instituições financeiras
ganhos proporcionados pelos passivos não-remunerados, como os
depósitos a vista e os recursos em trânsito, o que compensou
ineficiências administrativas e perdas decorrentes de concessões de
créditos que foram se revelando, ao longo do tempo, de difícil
liquidação.
(www.bcb.gov.br)
17 - Assinale a opção em que a substituição sugerida está de acordo
com as idéias do texto e não exige outras transformações no texto
para assegurar a correção gramatical.
a) “que se distribuem”(l.2) / os quais seriam distribuídos
b) “o que compensou”(l.9) / compensadas
c) “possibilitou às instituições financeiras ganhos”(l.7 e 8) / permitiu
que as instituições financeiras ganhassem
d) “como os depósitos a vista”(l.9) / como, também, os depósitos a
vista
e) “Contudo, o desenvolvimento desse imenso complexo”(l.4) / O
desenvolvimento de tal sistema, todavia,
(TRF/2002.1)
18 - Assinale a opção que, ao preencher as lacunas, torna o texto
sintaticamente incorreto.
___________ na execução de programas sociais no Nordeste, ______
no desenho das relações entre centros de pesquisa e empresas, um
dos maiores problemas sempre foi o de garantir que os recursos
cheguem ao seu destino e que sejam usados com inteligência.
(Gilson Schwartz)
a) Seja / seja
b) Tanto / quanto
c) Conquanto/ ou
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d) Tanto / como
e) Quer/ quer
19 - (TRF/2002)
O CPF é hoje um dos documentos mais utilizados no Brasil. Foi criado
em 1965, com o objetivo de identificar o contribuinte – pessoa física –
perante a Secretaria da Receita Federal e para que ela tivesse um
maior controle dos contribuintes brasileiros. Com o passar do tempo,
instituições financeiras e o comércio passaram a exigir o número do
documento para fazer várias operações, como financiamentos, por
exemplo. Enquanto o CPF é uma forma de identificação do
contribuinte, a carteira de identidade tem a finalidade de identificar o
cidadão por meio da Secretaria de Segurança Pública.
(Correio Braziliense, 16/2/2002, com adaptações)
Assinale a opção correta a respeito do emprego das palavras e
expressões no texto.
a) A preposição “com”(l.2) agrega ao substantivo “objetivo” uma idéia
de modo, como na expressão com vagar.
b) A preposição “para”(l.3), na sentença em que ocorre, introduz um
julgamento, uma opinião.
c) O emprego do infinitivo flexionado, fazerem, no lugar de
“fazer”(l.6) mantém a coerência textual e a correção gramatical.
d) A preposição de, em “controle dos contribuintes”(l.4), estabelece
entre os nomes que liga uma relação semântica correspondente a os
contribuintes que controlam.
e) O valor semântico do conectivo “Enquanto” (l.7) corresponde ao de
uma conjunção alternativa.
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(Jânio de Freitas, Folha de S. Paulo, 24/10/2005 – com adaptações.)
a) Para o texto não apresentar nenhuma incorreção de ordem
sintática, a concordância do sujeito composto ligado por “nem... nem”
(l. 7 e 8) deve ser feita com o verbo no plural, tal como se fez na
ocorrência do mesmo sujeito composto, na primeira linha do texto.
b) Apesar de sua posição deslocada na frase, o advérbio “logo” (l. 2)
dispensa a colocação de vírgulas em virtude de ser de pouca monta,
de pouca proporção.
c) Um medo “latente, insidioso” (l.3 e 4) é um medo não manifesto,
encoberto, enganador, traiçoeiro, pérfido.
d) O trecho contido nas linhas de 4 a 5 admite a seguinte reescritura,
sem que se incorra em erro de linguagem: “... que nos faz a todos
não só temerosos da arma que o outro possa ter, mas também
temerosos de ficarmos indefesos na angústia.”
e) A última palavra do texto merece reparo. Há duas expressões que a
substituiriam com a devida correção gramatical: 1) por quê e 2) o
porquê.
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a) porém, onde, pois, porque, contudo
b) entretanto, apesar de, já que, por que, mas
c) apesar de, entretanto, pois, por que, mas
d) no entanto, onde, apesar de, já que, por que
e) pois, porque, apesar de, já que, entretanto
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( ) O pagamento das taxas é facultativo; é, por assim dizer, o preço do
serviço obtido e _____________ em que cada um o exige ou dele
tira proveito.
( ) As taxas se devem revestir sempre do caráter de contraprestação
inerente a essa espécie de tributos. Ao adotar-se interpretação
outra, malograr-se-ão todas as cautelas da Constituição, que
estabeleceu e quer uma rígida discriminação de competência,
___________, prevendo a reedição de velhos abusos fiscais
mascarados com o nome de taxas, preceituou proibição inequívoca.
( ) As despesas de administração da justiça poderiam ser pagas
convenientemente por uma contribuição particular, __________ que
a ocasião o exigisse.
( ) Enquanto pelas taxas, o indivíduo procura obter um serviço que lhe
é útil pessoalmente, o Estado, _____________, procura, pelo
imposto, os meios de satisfazer as despesas necessárias da
administração.
( ) Os clássicos, assim como os contemporâneos, não divergem sobre a
noção básica de taxa, ___________ se separem acerca de outros
pontos acessórios.
(1) embora
(2) ao passo que
(3) à medida
(4) tanto assim que
(5) na medida
(6) visto como
(7) ao contrário
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PONTUAÇÃO
Bem, pessoal, estamos na reta final e nosso penúltimo assunto está
sempre presente em qualquer prova de Língua Portuguesa de
qualquer banca examinadora – Pontuação.
Na comunicação oral, o falante lança mão de certos recursos da
linguagem, como a entoação da voz, os gestos e as expressões
faciais para denotar dúvida, hesitação, surpresa, incerteza etc.
Quando se constrói a comunicação por meio da escrita, quem passa a
ter essa incumbência é a pontuação. Por isso, tanta gente associa
indevidamente o emprego de vírgula a uma pausa da respiração.
Isso não tem sentido. Se assim o fosse, tínhamos de colocar vírgula a
cada palavra escrita. Ou você, por acaso, prende a respiração ao
escrever uma oração sem vírgulas?
Afinal, qual é a utilidade de colocarmos sinais de pontuação no texto?
Além de estabelecer na escrita aquelas denotações expostas acima,
também se digna a eliminar ambigüidades que poderiam surgir em
um texto sem pontuação ou a destacar certas palavras, expressões
ou frases.
O texto que reproduzimos abaixo, cujo autor desconhecemos,
exemplifica bem as funções da pontuação.
“Um homem rico estava muito mal, pediu papel e pena. Escreveu
assim:
‘Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho
jamais será paga a conta do alfaiate nada aos pobres.’
Morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixava ele a
fortuna?
Eram quatro concorrentes.
1) O sobrinho fez a seguinte pontuação:
‘Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho.
Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres.’
2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:
‘Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho.
Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres.’
3) O alfaiate pediu cópia do original. Puxou a brasa para a
sardinha dele:
‘Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho?
Jamais! Será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres.’
4) Chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido,
fez esta pontuação:
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‘Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho?
Jamais! Será paga a conta do alfaiate? Nada! Aos pobres.’
Assim é a vida. Nós é que colocamos os pontos. E isso faz a
diferença.”.
Cabe a nós, redatores, empregar a pontuação de modo que a
mensagem por nós escrita chegue ao leitor no sentido exato que
queríamos transmitir.
Para isso, devemos conhecer suas regras.
A pontuação depende da estrutura sintática da oração. Para começar,
é interessante notar que a ordem direta das orações é a seguinte:
SUJEITO – VERBO – COMPLEMENTOS VERBAIS – ADJUNTOS
Para colocar a oração nessa ordem direta, devemos partir do verbo,
perguntando a ele quem é o seu sujeito.
A partir daí, sabendo o sujeito e o verbo, identificaremos os
complementos verbais (predicativos, objetos), que são os termos que
complementam o sentido do verbo.
Por “adjuntos”, entendem-se as condições em que a ação expressa
pelo verbo se estabelece – tempo, lugar, modo, intensidade, dúvida,
negação. Essas circunstâncias são apresentadas pelos advérbios. É
lógico que, se uma dessas circunstâncias (como a de negação) estiver
acompanhando um termo específico (por exemplo, um verbo), o
advérbio irá se posicionar próximo ao esse termo, e não no fim da
oração (Eu não sairei daqui).
Os complementos, além de verbais, podem ser nominais, quando
completam o sentido de um nome: necessidade de carinho. Também
aos nomes ligam-se elementos para restringi-los ou designá-los
(adjuntos adnominais). Esses termos regidos devem ficar próximos
de seus termos regentes, onde quer que estejam (seja no sujeito,
seja no predicado).
Exemplos: Seu amor à pátria (o nome faz parte do sujeito) era
fantástico; Não há necessidade de chorar (o nome faz parte do
predicado).
Esses conceitos são fundamentais para compreendermos alguns
casos de proibição.
Os sinais de pontuação são: ponto, ponto-e-vírgula, vírgula, ponto de
exclamação, ponto de interrogação, travessão, parênteses, aspas,
reticências.
Eles indicam entoação ou pausa. Nas palavras de Celso Cunha
(Nova Gramática do Português Contemporâneo), “esta distinção,
didaticamente cômoda, não é, porém, rigorosa. Em geral, os sinais de
pontuação indicam, ao mesmo tempo, a pausa e a melodia.”.
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O sinal mais explorado em questões de prova é, sem dúvida, a
vírgula.
Por isso, começaremos por ela. Para fins didáticos, iremos estudar o
assunto a partir das proibições e das situações especiais para o seu
emprego. Após essa apresentação, começaremos a resolver as
questões de prova.
VÍRGULA
CASOS PROIBIDOS:
1 - Separar por vírgula elementos inseparáveis na ordem
direta:
1.1 – sujeito do verbo;
1.2 – verbo do complemento verbal;
1.3 – termo regente do termo regido (complemento nominal,
adjunto adnominal);
1.4 – verbos que compõem uma locução verbal;
Algumas construções admitem, modernamente, a separação do
sujeito do verbo – “Quem avisa, amigo é.” – o sujeito do verbo ser é
a oração Quem avisa. Contudo, isso se justifica somente em casos
especiais, normalmente por questão de estilo, já que, na fala,
costumamos pausar após o verbo.
Observe que, se a oração não estiver na ordem direta, o
deslocamento dos complementos deverá ser indicado por vírgulas,
sem que isso constitua erro: “Por “adjuntos” (predicativo =
complemento verbal), entendem-se as condições em que...”.
Se surgir uma vírgula após um desses elementos “inseparáveis”,
verifique se não se trata de alguma intercalação de elementos. Para a
correção do período, deve haver duas vírgulas nessa intercalação,
uma abrindo o período e outra, fechando.
2 – Colocar apenas uma das duas vírgulas obrigatórias para
isolar termos ou expressões deslocados de sua posição
original na oração (exceto, obviamente, se estiver no início do
período).
Desse jeito, o período deslocado fica “capenga”, faltando uma das
vírgulas. Se abriu, tem que fechar. Portanto, são necessárias duas
vírgulas, mesmo que alguma delas esteja exercendo dupla função
(por exemplo, no caso de DOIS ou mais termos deslocados e
adjacentes).
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SITUAÇÕES ESPECIAIS
- elipse de algum termo pode ser indicada por uma vírgula, como
em : “Fui à festa levando muitos presentes; João, somente a
boca.”
- adjuntos adverbiais deslocados, desde que pequenos e de fácil
entendimento, dispensam a vírgula. Caso contrário, longos, em
orações adverbiais extensas, ou, mesmo curtos, para dar
ênfase ao adjunto, devem ser isolados por vírgula.
Hoje (,) irei embora.
Embora tenha me mantido distante das negociações,
precisarei comparecer à reunião de acionistas.
Infelizmente (,) não poderei aceitar o convite.
- em relação a algumas conjunções, a vírgula tem tratamento
especial:
conjunção coordenativa aditiva “e” – a regra é a dispensa
da vírgula antes da conjunção aditiva e. Somente é admitida
em situações especiais: quando apresenta sujeitos diferentes e
seu emprego tem por objetivo a clareza textual; quando faz
parte de uma figura de linguagem chamada polissíndeto
(síndeto significa elemento de ligação - reveja o significado de
orações assindéticas e sindéticas, na Aula 8 – Conectivos), o
uso excessivo de vírgulas e de conjunções tem a função
estilística de fazer supor um fim que nunca chega – com isso,
enfatiza-se cada oração introduzida pela conjunção e:
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Soneto da Fidelidade – Vinícius de Moraes (a propósito,
vocês viram o filme Vinícius? Lindo!)
Também por clareza textual, é possível uma vírgula anteceder a
conjunção e mesmo que as orações apresentem o mesmo
sujeito. Verifica-se isso, por exemplo, quando a primeira oração
do período for tão extensa, que exija a retomada do sujeito.
Isso é feito a partir da pausa, indicada com a vírgula.
conjunções coordenativas adversativas – a conjunção mas
faculta a vírgula antes de si e não admite outra posição que não
seja a de início da oração sindética:
A vida é dura(,) mas nada me tira a vontade de viver.
As demais conjunções (porém, entretanto, contudo, etc.)
devem ser antecedidas por vírgula e, se deslocadas para o meio
da oração, ficam, neste caso, isoladas por duas vírgulas:
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A vida é dura, nada me tira, porém, a vontade de viver.
(* veja observação acerca do ponto-e-vírgula)
Caso, entre as duas orações, tenha havido uma ruptura do
período (indicada pelo ponto), a vírgula pode vir após a
conjunção:
A vida é dura. Entretanto, nada me tira a vontade de
viver.
conjunções coordenativas conclusivas – a conjunção pois
deverá sempre vir posposta a um termo da oração sindética a
que pertence e isolada por vírgulas:
Ela não respeita ninguém. É, pois, uma rebelde.
As demais conjunções conclusivas (logo, portanto, por
conseguinte) podem iniciar a oração ou vir no meio dela. Do
mesmo modo que as adversativas, são escritas,
respectivamente, com uma vírgula anteposta ou entre vírgulas.
Ela não respeita ninguém, é, portanto, uma rebelde.
(* veja observação acerca do ponto-e-vírgula)
Caso entre as duas orações tenha havido uma ruptura do
período (ponto), a vírgula pode vir após a conjunção.
Ela não respeita ninguém. Portanto, é uma rebelde.
conjunções coordenativas explicativas – a conjunção pois,
quando explicativa, deve iniciar a oração sindética. As demais
seguem a mesma regra das conjunções conclusivas e
adversativas no que tange à colocação de vírgula de acordo
com a posição na oração. É comum uma vírgula ser colocada
antes da conjunção explicativa, para representar a pausa que
normalmente se dá na fala. Essa é uma das características que
diferenciam a conjunção coordenativa explicativa porque da
subordinativa causal homônima.
Consideram-na uma rebelde, pois não respeita ninguém.
- expressões denotativas ou de realce, como “ainda”, “mesmo
assim”, “por exemplo”, “isto é”, que servem para introduzir
argumentos, retificações ou desenvolvimento do assunto a ser
explorado, ficam isoladas por vírgulas.
- orações subordinadas adjetivas podem ser restritivas ou
explicativas:
restritivas - como o nome sugere, restringem o conceito dos
substantivos e, a exemplo do que ocorre com adjetivos simples,
não poderão ser separadas dos substantivos a que se refiram.
“Vou pintar meu quarto com a cor azul.” (não se separa
o termo regido – azul – do termo regente - cor, já que o
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valor do adjetivo é restritivo – não é qualquer cor, mas
somente a cor azul).
Por isso, se, em vez de um adjetivo simples, houver uma
oração adjetiva restritiva, ela também não poderá ser separada
do substantivo por vírgula:
Vou pintar o meu quarto com a cor de que eu gosto.
Então, em orações adjetivas restritivas, a vírgula é
PROIBIDA!
Os políticos que se envolveram no escândalo do
valerioduto deverão perder o seu mandato.
Quem deverá perder o mandato: todos os políticos ou somente
os que se envolveram no escândalo de corrupção? Segundo a
oração, somente aqueles envolvidos no escândalo.
E, com base nesse último exemplo, se colocássemos a oração
adjetiva entre vírgulas, o que aconteceria? Ela passaria a ser
explicativa.
explicativas – sua função é somente explicar; por isso, como
qualquer elemento de função meramente explicativa, deverão
ser colocadas entre vírgulas. Se após a oração houver o
encerramento do período, em vez de colocar a segunda vírgula,
coloca-se o ponto final.
“A vida do ex-presidente Juscelino Kubitschek, que foi o
responsável pela mudança da sede da capital para
Brasília, está sendo contada na série JK, da Rede
Globo.”
Essa oração sublinhada tem valor explicativo e, por isso, foi
colocada entre vírgulas.
Então, em orações adjetivas explicativas, a vírgula é
OBRIGATÓRIA!
De volta àquele exemplo do valerioduto, segundo a construção
“Os políticos, que se envolveram no escândalo do valerioduto,
deverão perder o seu mandato.” todos os políticos
(provavelmente já enumerados anteriormente no texto)
deverão perder o mandato, pois agora a oração adjetiva é
explicativa.
Mais um teste para fixação desse conceito: indique a pontuação
adequada nas duas estruturas abaixo:
“O presidente do Banco Central ( ) Henrique Meirelles
( ) compareceu à cerimônia.”
“O ministro do Supremo Tribunal Federal ( ) Sepúlveda
Pertence ( ) compareceu à cerimônia.”
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A resposta: se a vírgula é obrigatória em termos/orações de
valor explicativo e proibida em termos/orações de valor
restritivo, primeiro vamos definir o que é explicativo e o que é
restritivo.
Quantos presidentes o BACEN possui? Somente um. Então, o
termo tem valor explicativo – “O presidente do Banco Central,
Henrique Meirelles, compareceu...”. Com vírgulas.
Quantos ministros o STF possui? Onze! Então, o termo tem
valor restritivo – “O ministro do Supremo Tribunal Federal
Sepúlveda Pertence compareceu à cerimônia.”. Sem vírgulas.
Agora você percebe o porquê de não terem sido colocadas
vírgulas em “ex-presidente Juscelino Kubitschek”? Porque são
vários os ex-Presidentes da República (agora, em maiúscula,
por designar o cargo).
E qual é o caso de vírgula facultativa em orações adjetivas?
Resposta: NENHUM!!!!!
Ou a vírgula é proibida (orações adjetivas restritivas), ou
a vírgula é obrigatória (orações adjetivas explicativas).
PONTO
É a pausa máxima. Representa a ruptura do período, seja ele
composto ou simples (oração absoluta). Quando os períodos
sucedem-se nas idéias que expressam, usa-se o ponto simples para
separá-los. Quando a ruptura é maior, representando, inclusive, a
mudança de um grupo de idéias a outro, marca-se essa transposição
maior com o “ponto-parágrafo”.
O ponto também é usado em abreviaturas (V.Sa./ Dr.Fulano/etc.).
Quando o ponto abreviativo coincide com o fim de um período,
emprega-se somente um, que passa a acumular as duas funções:
Ele foi à feira e comprou verduras, frutas, legumes etc.
Em relação à vírgula antes do “etc.”, encontramos divergências no
tratamento. Há os que buscam na etimologia motivo para dispensá-
la, uma vez estar presente, em seu significado, a conjunção e (etc. =
et cetera = e as demais coisas.). Há os que a justificam como mais
um elemento da enumeração, o que legitima essa pontuação. Por
isso, dificilmente isso seria objeto de questão de prova. Se a banca
adotasse (adotar) um desses posicionamentos, receberia uma
enxurrada de recursos com argumentação consistente para a
anulação da questão.
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PONTO-E-VÍRGULA
Dizer que é um sinal intermediário entre o ponto e a vírgula não
ajuda muito, não é?
Trata-se de uma pausa de duração suficiente para denotar que o
período não se encontra encerrado totalmente mas que, também,
não pertence à oração anterior.
Basicamente, usa-se o ponto e vírgula, a depender do contexto, para
atribuir clareza ao texto.
Por exemplo, quando, na oração, já existem elementos entre
vírgulas, o ponto-e-vírgula é usado para subdividir os períodos:
A vida é dura; nada me tira, porém, a vontade de viver.
Ela não respeita ninguém; é, portanto, uma rebelde.
(*) Agora, compare com as formas apresentadas anteriormente
e veja como essas ficaram bem mais claras.
Também é usado para separar itens enunciativos de textos
legislativos (leis, decretos, regulamentos):
Art. 4° O interessado, pessoa física ou jurídica,
somente poderá exercer atividades relacionadas com o
despacho aduaneiro:
I - por intermédio do despachante aduaneiro;
II - pessoalmente, se pessoa física, ou, se jurídica,
também mediante:
a ) dirigente;
b ) empregado;
DOIS PONTOS
Esse sinal marca, na escrita, a suspensão de uma frase não
concluída. Emprega-se, pois, para anunciar:
- uma citação:
Às margens do Ipiranga, gritou D.Pedro I:
- Independência ou Morte!
- uma enumeração:
Após o levantamento do inventário, devemos tomar as
seguintes providências: encerrar o balanço patrimonial,
convocar uma reunião extraordinária, providenciar uma
auditoria nas contas.
(Esses elementos também poderiam estar separados por
pontos-e-vírgulas, para maior clareza.)
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- um esclarecimento, uma síntese ou uma conseqüência do que foi
enunciado:
A razão é clara: achava a sua conversa menos cansativa
que a dos outros homens.
PARÊNTESES
Servem para intercalar qualquer informação acessória, como uma
explicação, uma circunstância, uma reflexão, uma nota do autor.
Em relação aos sinais de pontuação, indica o Formulário Ortográfico:
“Quando uma pausa coincide com o início da construção parentética
[entre parênteses], o respectivo sinal de pontuação deve ficar depois
dos parênteses mas, estando a proposição ou a frase inteira
encerrada pelos parênteses, dentro deles se põe a competente
notação.”.
“Não, filhos meus (deixai-me experimentar, uma vez que
seja, convosco, este suavíssimo nome); não: o coração
não é tão frívolo, tão exterior, tão carnal, quanto se
cuida.” (Rui Barbosa)
O ponto-e-vírgula permaneceu após o fim da construção entre os
parênteses, por pertencer à oração que se antecedia a construção
parentética.
“A imprensa (quem o contesta?) é o mais poderoso meio
que se tem inventado para a divulgação do pensamento.”
(Carlos Laet)
O ponto de interrogação pertence à oração entre parênteses e lá deve
ser empregado.
TRAVESSÃO
Segundo o Formulário Ortográfico, “emprega-se o travessão, e não o
hífen, para ligar palavras ou grupos de palavras que formam, por
assim dizer, uma cadeia na frase: O trajeto Mauá–Cascadura”.
A esse conceito, Evanildo Bechara (Moderna Gramática Portuguesa)
acrescentou que “o travessão pode substituir os parênteses para
assinalar uma expressão intercalada”.
Assim, uma expressão explicativa ou simplesmente acessória
pode ser apresentada entre vírgulas, entre travessões ou
entre parênteses.
Se o período se encerra juntamente com essa expressão, o segundo
travessão ou a segunda vírgula pode ser substituída pelo ponto final.
Se a expressão indicada entre os travessões estiver dentro de uma
outra construção indicada entre vírgulas, não constitui erro a
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indicação do segundo travessão e, em seguida, a vírgula que encerra
o deslocamento.
Apesar de seu tamanho – que causava terror a todos
os que não o conheciam –, a sua índole era de uma
criança inocente.
Finalmente, o travessão também pode ser usado no lugar dos dois
pontos, quando representa a síntese do que se vinha dizendo, dando
maior realce a essa conclusão:
“Deixai-me chorar mais e beber mais
Perseguir doidamente os meus ideais
E ter fé e sonhar – encher a alma.”
(C.Pessanha)
ASPAS
Usam-se aspas para indicar uma citação (em todas as nossas aulas,
há exemplos desse emprego, inclusive aqui), para destacar uma
expressão ou palavra a que se queira dar relevo na construção, ou
realçar ironicamente alguma palavra ou expressão.
A isso eu chamo de “hipocrisia burra”.
Esse é o país do “jeitinho”.
Celso Cunha alerta para o emprego da pontuação no emprego de
aspas:
“Quando a pausa coincide com o final da expressão ou sentença que
se acha entre aspas, coloca-se o competente sinal de pontuação
depois delas, se encerram apenas uma parte da proposição. Quando,
porém, as aspas abrangem todo o período, sentença, frase ou
expressão, a respectiva notação fica abrangida por elas.”
Ou seja, o mesmo tratamento dispensado pelo Formulário Ortográfico
aos parênteses.
PONTO DE INTERROGAÇÃO
PONTO DE EXCLAMAÇÃO
O ponto de exclamação é empregado para marcar o fim de qualquer
enunciado com entonação exclamativa, que normalmente exprime
admiração, surpresa, assombro, indignação etc.
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O ponto de exclamação é também usado com interjeições e locuções
interjetivas:
Oh!
Valha-me Deus!
O ponto de exclamação, nesses casos, somente acompanha a
interjeição, não valendo como o fim da frase. Por isso, ele acumula a
função de vírgula:
Ai! que saudade da Bahia.
Perceba que a vírgula foi dispensada, porque a exclamação a
substituiu. Note também que o sinal de pontuação não encerrou a
frase; simplesmente acompanhou a interjeição. Se quiser usar inicial
maiúscula após esse ponto, tudo bem. Mais erudito, porém, é não
usá-lo.
RETICÊNCIAS
As reticências são empregadas para marcar a interrupção da frase:
a) para assinalar interrupção do pensamento ou hesitação em
enunciá-lo:
- Bem; eu retiro-me, que sou prudente. Levo a consciência
de que fiz o meu dever. Mas o mundo saberá...
(Júlio Dinis)
b) para indicar, numa narrativa, certas inflexões de natureza
emocional (de alegria, de tristeza, de raiva):
Mágoa de o ter perdido, amor ainda. Ódio por ele? Não...
não vale a pena...
(Florbela Espanca)
c) como forma de realçar uma palavra ou expressão, colocando-se as
reticências antes dela:
E teve um fim trágico... pobrezinho...já tão novo com tanta
responsabilidade!
Como sinal melódico, indica uma pausa maior quando associado a
outros sinais, como a vírgula, o ponto de interrogação ou de
exclamação.
Passai, ó vagas..., mas passai de manso! (C.Alves)
Certas pessoas merecem punição severa! ... esbravejou a
vítima.
Muitos gramáticos recomendam o uso de reticências (inclusive entre
parênteses), no início, no meio ou no fim de uma citação, para indicar
supressão no trecho transcrito, em cada uma dessas partes.
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“Do mesmo modo que a frase não é uma simples seqüência
de palavras, o texto não é uma simples sucessão de frases.
São elos transfrásicos, (...), que fazem do texto um conjunto
de informações.” (Elisa Guimarães, “A Articulação do Texto”)
Celso Cunha, no entanto, faz distinção entre as reticências, como
sinal melódico de pontuação, e os três pontos que marcam a
supressão de palavras, expressões ou trechos de um texto.
"Modernamente”, continua o professor, “para evitar qualquer dúvida,
tende a generalizar-se o uso de quatro pontos para marcar tais
supressões, ficando os três pontos como sinal exclusivo de
reticências."
Gabarito: E
Comentário.
Expressões adverbiais deslocadas devem ser indicadas entre vírgulas.
Não foi isso que aconteceu nessa opção e – faltou uma vírgula após
“Mas” para indicar o início do deslocamento da construção adverbial.
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O correto seria “Mas, em regiões economicamente mais atraentes,
lugares que já são ocupados por vilarejos e cidades, o ataque à
floresta é brutal.”.
Gabarito: B
Comentário.
Os erros das demais opções são:
a) Apesar de o sujeito estar posposto ao verbo, não pode haver uma
separação entre ele e o verbo, como se observa no item (“Foi
realizada ..., a cerimônia”). Para correção do período, essa vírgula
deverá ser suprimida. Está correta a indicação de vírgula após
“concurso”, uma vez que se trata de uma explicação relativa ao
concurso que já havia sido mencionado (“Brasil Premium”).
c) Novamente, separam-se elementos inseparáveis. Desta vez, o
objeto direto oracional do verbo correspondente (“A premiação
permite, que as empresas...”). É necessária a retirada dessa vírgula
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d) O adjunto adverbial deslocado deve ser apresentado entre
vírgulas. Na passagem, indicou-se o início do deslocamento pelo
travessão, encerrando-se com uma vírgula. Para correção da
passagem, deve-se substituir o travessão por uma vírgula. Além
desse erro, há outro: a oração “que já exportam ou pretendem
exportar” tem valor restritivo (as oportunidades serão dadas a certas
empresas – aquelas que já exportam ou pretendem exportar – e não
a todas). Por isso, deve ser retirada a vírgula após “brasileiras”.
e) Não há justificativa para a colocação dos dois pontos após
“exterior”, devendo, em seu lugar, ser empregada uma vírgula, já
que se inicia uma expressão de valor explicativo. Em seguida,
separou-se por vírgula um termo regido (para o ciclo) de seu termo
regente (inscrições) – “...estarão abertas as inscrições, para o ciclo
de premiação...”.
Gabarito: A
Comentário.
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As incorreções dos demais itens são:
b) As ações mencionadas nesse item já foram apresentadas no item
a (“ações que previnam riscos e corrijam os desvios capazes de
afetar o equilíbrio das contas públicas”). Por isso, a expressão
“preconizadas pela Lei de Responsabilidade Fiscal” tem valor
explicativo; deve, portanto, ser colocada entre vírgulas (faltou a
segunda vírgula após “Fiscal”).
c) A expressão explicativa “entre as suas competências” deve estar
isolada por vírgulas. Entretanto, foi colocada a primeira, mas não a
segunda. O termo regente processo deve estar diretamente ligado
ao termo regido, que vai de “de registro contábil” até “...
Administração Pública Federal”. Assim, a vírgula entre esses dois
termos deve ser retirada.
d) A expressão denotativa de inclusão também deve ser isolada por
vírgulas (“É, também, a Secretaria do Tesouro Nacional...”), uma vez
que se refere, não ao termo “Secretaria do Tesouro Nacional” (se
assim o fosse, poderia ligar-se diretamente a ele), mas à atividade de
consolidar os balanços governamentais. O mesmo tratamento deve
ser dado à outra expressão denotativa ainda (equivalente a além
disso), isolando-a por vírgulas (“e, ainda ,promover...”).
e) O sujeito de “incentiva” é o mesmo de “cria” – “A LRF”, sigla que
designa Lei de Responsabilidade Fiscal já indicada no primeiro item. A
princípio, a vírgula antes da conjunção não seria recomendada, mas,
ainda assim, poderia ser admitida em face da extensão da primeira
oração. Contudo, a vírgula foi empregada após a conjunção, sem
respaldo gramatical para isso (não introduziu nenhuma intercalação
ou deslocamento). Além disso, houve a inserção de uma vírgula entre
termos regente (participação) e regido (no processo de
acompanhamento da aplicação dos recursos públicos e de
avaliação dos seus resultados), um dos casos proibidos.
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objetivas alemãs (a Leica é um dos patrocinadores do projeto) do
fotojornalista mais conhecido do... mundo!
(Gazeta Mercantil, 8 e 9/4/2000, p.13, com adaptações)
a) Substituindo-se a vírgula após tamanho (l.3) por sinal de dois
pontos, a pontuação do trecho permanece correta.
Item CORRETO.
Comentário.
Por introduzir um termo enunciativo (o título da obra) em relação
ao antecedente (“outro livro”), tanto é possível a colocação de uma
vírgula como dos dois pontos.
Gabarito: D
Comentário.
Será analisada cada uma das propostas:
a) Correta. Encerra-se a primeira passagem, mas o período seguinte
segue a mesma linha argumentativa. Por isso, o melhor sinal é o
ponto-e-vírgula: “A era do vapor deslocou a produção do lar para
a fábrica; com a eletricidade...”.
b) Correta. Em (2), indica-se, com a vírgula, o deslocamento da
expressão adverbial “com a eletricidade” para o início da oração.
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Por sua vez, a expressão “com computadores e Internet”, de valor
adverbial, deve ser isolada por vírgulas em (3) e (4).
c) Correta. Com o emprego de vírgulas, travessões ou parênteses,
destaca-se o valor explicativo da expressão adverbial “com
computadores e Internet”.
d) Incorreta. Essa virgula não pode ser colocada, pois estaria
separando o verbo reformular de seu complemento verbal seus
processos – um dos casos de proibição.
e) Correta. Também de valor explicativo (justifica-se o fato de ser
considerado surpreendente), é indicada a vírgula ou o travessão.
Tendo em vista o encerramento do período ao fim da expressão,
dispensa-se o segundo sinal, sendo, em seu lugar, colocado o
ponto.
Gabarito: D
Comentário.
a) Note o caráter restritivo não só da oração adjetiva que se refere a
“políticos” (os políticos que usam o dinheiro público), mas também da
expressão “de forma irresponsável e demagógica” (estão sujeitos à
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punição somente os políticos que usam o dinheiro público de maneira
irresponsável e demagógica). Por isso, não se deve colocar a vírgula
nesta passagem: “os políticos que usam o dinheiro público de
forma irresponsável”. Em seguida, a vírgula foi empregada no meio
de uma locução verbal (podem ser recolhidos), o que constitui um
dos casos de proibição.
b) Houve uma separação por vírgula da expressão indefinida uma
votação ocorrida (termo regente) em relação às expressões
adverbiais na última quarta-feira e no Senado (termos regidos). O
termo regente deve ser ligado sem vírgula a pelo menos um deles, de
modo que determine o substantivo votação. Assim, as três
possibilidades são:
(1) “Numa votação ocorrida na última quarta-feira, no Senado,
foram definidas...” - o adjunto adverbial indicativo do lugar foi
isolado por vírgulas; a segunda vírgula acumula a função de encerrar
a intercalação do adjunto adverbial e o deslocamento de toda a
expressão em relação à oração principal;
(2) “Numa votação ocorrida, na última quarta-feira, no
Senado, foram definidas...” – o elemento adverbial referente ao
momento (na última quarta-feira) foi isolado e o adjetivo ocorrida é
ligado ao advérbio de lugar (no Senado); a vírgula após “Senado”
indica o deslocamento de toda a construção adverbial em relação à
oração principal;
(3) “Numa votação ocorrida na última quarta-feira no Senado,
foram definidas...” – toda a construção adverbial se mantém sem
vírgulas, havendo apenas a que indica o deslocamento da expressão
adverbial em relação à oração principal.
Além disso, a oração adjetiva que transgredirem a Lei da
Responsabilidade Fiscal tem caráter restritivo e, por isso, não pode
ser separada, por vírgula, do substantivo a que se refere (“... foram
definidas as punições aos administradores públicos que
transgredirem a Lei da Responsabilidade Fiscal”.).
c) Em vez de ponto-e-vírgula, melhor seria o emprego de dois
pontos, a fim de definir o início da enumeração indicada a partir da
expressão “tais como”, sem gerar confusão com os sinais que serão
empregados na seqüência. Também deve haver uma uniformidade na
pontuação que separa os elementos da enumeração. Poder-se-ia usar
vírgula ou ponto-e-vírgula após cada um deles. O que está incorreto é
usar indistintamente os dois (ora vírgula, ora ponto-e-vírgula).
e) Houve a colocação indevida da virgula entre sujeito e verbo
(“Estudiosos da gestão pública dizem que...”). Outro erro: o
travessão foi empregado sem nexo após “inovadores” e, por isso,
deve ser retirado.
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07 - (AFC/2002) Julgue os itens quanto ao emprego dos sinais de
pontuação.
I. O desempenho da economia brasileira em 2001, foi aquém do
necessário para um aumento da renda média nacional.
II. No entanto, considerando-se os diversos constrangimentos,
internos e externos que o país precisou enfrentar ao longo de 2001, a
expansão de 1,51% no Produto Interno Bruto (PIB) não foi um mau
resultado, pois ao menos não se deu passos para trás.
III. Alguns desses constrangimentos estão superados. Já não há mais
racionamento de energia elétrica, por exemplo, e o Brasil poderá
crescer um pouco mais em 2002.
IV. Mas ainda será preciso aIgum tempo para que a economia volte a
se expandir aceleradamente de forma sustentada, sem criar novos
gargalos que possam abortar o processo de recuperação logo adiante,
num círculo vicioso.
(O Globo Editorial, 3/3/2002)
Estão corretos apenas os itens
a) I e II
b) II e III
c) II e IV
d) I e III
e) III e IV
Gabarito: E
Comentário.
I – ERRADO – Separou-se o sujeito do verbo (“O desempenho da
economia ... , foi aquém...”).
II – ERRADO – A expressão “internos e externos” tem função
explicativa em relação ao substantivo constrangimentos. Por isso,
deve ser isolada por vírgulas. Houve a omissão da segunda. Além
disso, a expressão denotativa “ao menos” deveria ser isolada por
vírgulas (“...pois, ao menos, não se deu...”).
III – CERTO – A expressão denotativa “por exemplo” foi
adequadamente isolada e a vírgula antes da conjunção e é possível
pelo fato de as duas orações apresentarem sujeitos diferentes (a
primeira é uma oração sem sujeito – verbo haver impessoal – e a
segunda tem como sujeito “o Brasil”).
IV – CERTO - A vírgula após “sustentada” tem a função de
apresentar maior clareza textual, haja vista a extensão do período
que encerra.
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Gabarito: C
Comentário.
a) O que é crença geral? Resposta: “que os donos do Brasil são
aqueles que são donos de alguma coisa: donos de casas,
apartamentos, empresas, fazendas, títulos, ações, etc.” – toda a
oração exerce função de sujeito. Então, entre o predicado e o
sujeito oracional, a vírgula é inadequada.
b) Qual o caráter da expressão “seres humanos” – explicativo ou
restritivo? Bem, se houver algum de “nós” que não seja humano –
SOCOOORRO! É claro que o caráter é explicativo e, por isso, deve ser
isolado por vírgulas (“...porque todos nós, seres humanos,
queremos sempre ser donos...”). Há um outro erro. A vírgula após a
conjunção integrante que está isolando esse conectivo do restante da
oração subordinada substantiva. O correto seria “... o que nos leva a
crer que os que são donos de todas as coisas são os ‘Donos do
Brasil’.”. Não é possível colocar vírgula nessa passagem. Na oração
subordinada substantiva, temos uma oração subordinada adjetiva
restritiva (“que são donos de todas as coisas”).
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d) Separou-se o verbo do sujeito (“essa mesma hostilidade, não
ocorre...”).
e) Neste item, a vírgula separou o pronome relativo do restante da
oração adjetiva – (“... todos nós podemos aspirar a vir a ter aquilo
que, os sem um talento explícito...”) e, em seguida, separou da
locução verbal o correspondente sujeito (... os sem um talento
explícito, conseguiram ter...”). O advérbio certamente poderia estar
isolado por vírgulas ou sem elas – o que não pode é colocar apenas
uma vírgula - “e (,) certamente (,) nenhum de nós...”.
(AFC STN/2002)
09 - a) Sabem quais são as duas palavrinhas mais proferidas entre
economistas e empresários hoje em dia? Volatilidade e instabilidade.
b) A impressão que tenho é que estamos todos à espera de tal
estabilidade para, aí sim podermos agir e fazer acontecer.
c) Acontece que, ninguém sabe, exatamente, o que é estabilidade
nos dias de hoje.
d) Alguém arrisca um palpite de quando irá acabar, ou pelo menos
diminuir, a crise argentina? Ou ainda, quando teremos paz no Oriente
Médio?
e) Ninguém sabe. E, quando temos indícios, que nos levam a
acreditar que teremos maior estabilidade mundial surgem outros
acontecimentos, como o atentado terrorista em 11 de setembro.
(Baseado em Paulo Araújo)
Gabarito: A
Comentário.
São necessárias as seguintes correções nos demais itens:
b) A expressão “aí sim” – um elemento de articulação do texto –
deve ser isolada por vírgulas (“... para, aí sim, podermos agir...”).
c) A vírgula não pode separar a conjunção integrante do restante da
oração substantiva e, por isso, deve ser retirada (“Acontece que
ninguém sabe...”).
d) O vocábulo denotativo ainda deve ser isolado por vírgulas (“...Ou,
ainda, quando teremos paz...”).
e) A oração adverbial “quando temos indícios que nos levam a
acreditar que teremos maior estabilidade mundial” deve estar entre
vírgulas. Para correção, deve-se retirar a vírgula após “indícios” e
colocar outra após ‘mundial’.
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10 - (AFC STN/2002) Marque o item transcrito com erro de
ortografia, de estrutura sintática ou de pontuação.
a) Amélia, a mulher de verdade, morava num subúrbio do Rio de
Janeiro e sustentava sozinha oito filhos, trabalhando como lavadeira.
b) Mário Lago nem chegou a conhecê-la.
c) Na verdade, ouviu falar dela na casa de Aracy de Almeida.
d) Almeidinha, irmão da cantora gostava de falar numa tal Amélia,
que “ lavava, passava e chuleava...”.
e) Um dia, Mário ouviu e pensou: “Isso dá samba”. Deu mesmo. Ai
que saudade da Amélia nasceu em 1942 de uma parceria com o
compositor Ataulfo Alves e tornou-se a composição mais conhecida
de Mário Lago.
(Correio Braziliense, Cultura, 31/5/2002, adaptado)
Gabarito: D
Comentário.
Por ter valor explicativo, a expressão “irmão da cantora” deveria ser
isolada por vírgulas (“Almeidinha, irmão da cantora, gostava de falar
numa tal Amélia...”).
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Gabarito: C
Comentário.
Os dois erros de pontuação do parágrafo foram indicados pela opção
c. A vírgula na linha 1 separa sujeito do verbo (“A nova disciplina ...,
está presente...”). A oração “que datava do século passado” tem
valor explicativo, devendo ficar separado do substantivo
correspondente por vírgula (“...o vetusto Código Comercial, que
datava do século passado.”).
Está correto o emprego das vírgulas que isolam a expressão assim.
Gabarito: B
Comentário.
A vírgula separa o sujeito do verbo – “O planejamento ...,
normalmente começa...”.
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bancário, são apuradas irregularidades. Entretanto, somente exsurge
a lide tributária que exige o contraditório e ampla defesa quando
após a formalização do lançamento o contribuinte, inconformado,
tempestivamente apresenta impugnação ou defesa contra o ato
administrativo por meio do qual se exterioriza a exigência do crédito
tributário (...).
Mary Elbe G. Q. Maia, “A inexistência de sigilo bancário frente ao
poder-dever de investigação das autoridades fiscais”, Tributação em
Revista, julho/setembro de 1999 (sinais de pontuação suprimidos).
Propostas:
1) Colocar uma vírgula após o verbo mencionar.
2) Colocar aspas na expressão quebra do sigilo bancário.
3) Separar com duplo travessão a oração que exige o contraditório
e ampla defesa.
4) Manter separada por dupla vírgula a expressão após a
formalização do lançamento.
5) Colocar entre parênteses o segmento ou defesa contra o ato
administrativo.
Estão corretas as propostas:
a) 1, 2 e 4
b) 1, 3 e 4
c) 1, 4 e 5
d) 2, 3 e 5
e) 2, 3 e 4
Gabarito: E
Comentário.
Estão incorretas as proposições 1 e 5.
1) A colocação da vírgula após mencionar separaria o verbo de seu
complemento oracional (“que em 99,99% dos casos...).
5) A expressão “contra ato administrativo” liga-se, semanticamente,
aos dois substantivos – impugnação ou defesa. Assim, sua
colocação em isolamento (entre parênteses) prejudicaria a
coerência textual.
Estão corretas as proposições 2, 3 e 4:
2) As aspas em “quebra do sigilo bancário” destaca ainda mais essa
expressão, já enfatizada por “a tão referenciada”.
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3) Destaca-se, com o duplo travessão, a expressão explicativa
relativa a “lide tributária” – “que exige o contraditório e ampla
defesa”.
4) O sintagma adverbial deslocado deve ser indicado por um par de
vírgulas – “...quando, após a formalização do lançamento, o
contribuinte...”.
14 - (AFRF 2002.1)
A revolução da informação, o fim da guerra fria – com a decorrente
hegemonia de uma superpotência única – e a internacionalização da
economia impuseram um novo equilíbrio de forças nas relações
humanas e sociais que parece jogar por terra as antigas aspirações
de solidariedade e justiça distributiva entre os homens, tão presentes
nos sonhos, utopias e projetos políticos nos últimos dois séculos. Ao
contrário: o novo modelo – cuja arrogância chegou ao extremo de
considerar-se o ponto final, senão culminante, da história – promove
uma brutal concentração de renda em âmbito mundial, multiplicando
a desigualdade e banalizando de maneira assustadora a perversão
social.
(Ari Roitman, O desafio ético, com adaptações)
Julgue se os itens a respeito do emprego dos sinais de pontuação no
texto são falsos (F) ou verdadeiros (V) para, em seguida, assinalar a
opção correta.
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Gabarito: D – V/F/V/V
Comentário.
1º item) verdadeiro
Vimos que os travessões se prestam para, assim como os
parênteses, apresentar expressões acessórias, como no caso das
construções destacadas.
2º item) falso
Que doideira é essa “explicativa restritiva”?! As orações adjetivas
podem ser explicativas (com vírgula obrigatória) ou restritivas (com
vírgula proibida). Não existe caso de vírgula opcional em orações
adjetivas. A primeira, antes de “tão presentes...”, introduz construção
adjetiva em relação a “antigas aspirações”; a segunda separa itens
de mesma função sintática em uma enumeração – “tão presentes em
sonhos, utopias e projetos políticos”. Percebe-se, assim, que elas não
têm relação entre si.
3º item) verdadeiro
É exatamente essa a função dos dois pontos, podendo também ser
usada a vírgula, que estabelece uma pausa mais breve. Se a intenção
for de maior destaque, usa-se o ponto (“Ao contrário. O novo
modelo...”).
4º item) verdadeiro
Em lugar das vírgulas, poderiam também ser usados travessões ou
parênteses.
(AFRF 2005)
Enquanto o patrimônio tradicional continua sendo responsabilidade
dos Estados, a promoção da cultura moderna é cada vez mais tarefa
de empresas e órgãos privados. Dessa diferença derivam dois estilos
de ação cultural. Enquanto os governos pensam sua política em
termos de proteção e preservação do patrimônio histórico, as
iniciativas inovadoras ficam nas mãos da sociedade civil,
especialmente daqueles que dispõem de poder econômico para
financiar arriscando. Uns e outros buscam na arte dois tipos de ganho
simbólico: os Estados, legitimidade e consenso ao aparecer como
representantes da história nacional; as empresas, obter lucro e
construir através da cultura de ponta, renovadora, uma imagem “não
interessada” de sua expansão econômica.
(Nestor Garcia Canclini, Culturas Híbridas, p. 33, com adaptações)
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14 - Assinale a alteração na pontuação que provoca incoerência
textual ou erro gramatical no texto.
a) A substituição do ponto final depois de “cultural” (l.4) por dois-
pontos.
b) A substituição dos dois-pontos depois de “simbólico” (l.9) pelo
sinal de ponto-e-vírgula.
c) A substituição do sinal de ponto-e-vírgula depois de “nacional”
(l.10) pela conjunção e.
d) A inserção de uma vírgula depois de “construir” (l.11).
e) A retirada da vírgula depois de “ponta” (l.11).
Gabarito: E
Comentário.
Além da mudança semântica que esta retirada provocaria
(irrelevante, pois não houve essa exigência no enunciado), o
problema maior, que determinou o gabarito, foi a separação entre o
verbo construir e seu complemento, a partir da manutenção da
segunda vírgula, após renovadora – “construir através da cultura
de ponta renovadora, uma imagem “não interessada” de sua
expansão econômica.”
a) Com a substituição do ponto final pelos dois pontos, ligou-se uma
oração à outra, a segunda enumerando os estilos de ação cultural
mencionados na primeira.
b) O caminho desta proposta é inverso ao do item a – agora, se
estabelece uma pausa um pouco maior entre as duas orações. Se um
ponto final poderia ser usado (como na passagem da opção anterior),
por que não um ponto-e-vírgula, que enseja uma pausa menor do
que o ponto? Está correta essa pontuação.
c) As vírgulas após “Estados” e “empresas” indicam a supressão do
verbo buscar. Para isolar os elementos da enumeração, colocou-se
corretamente o ponto-e-vírgula. O item c sugere a troca do sinal de
pontuação (ponto-e-vírgula) pela conjunção e. Essa troca é válida,
sem que haja nenhuma incorreção gramatical ou alteração
semântica.
d) A partir da inserção da vírgula, isolar-se-ia o elemento
circunstancial “através da cultura de ponta”. Também está correta
essa sugestão.
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a) A questão não é se a arte e seu autor devem participar da
discussão pública de seu tempo, comprometer-se ou não com a
“realidade”: impossível quase, evitar uma coisa e outra.
b) A questão é como fazer isso. A ética da arte não está no seu grau
de compromisso com a realidade, com a objetividade (recorde-se
Nelson Rodrigues e sua luta contra os “idiotas da objetividade” que o
queriam encurralar) ou com o coletivo. Também não está no
contrário disso.
c) A ética da arte (romance, cinema, teatro) não está tampouco,
como já se quis, na informação ou no saber que propaga. A ética da
arte depende de seu compromisso com a existência, que é singular
(não, com a realidade, que é geral), e do jogo que arma com o que
há de desconhecido nessa existência.
d) Expor o desconhecido não significa afirmar ou divulgar um saber -
que na arte é quase sempre o já sabido. Em arte, o saber gira, como
máquina solteira, ao redor de certezas e idéias feitas.
e) Já o jogo com o desconhecido, e sua eventual anulação ou
superação, faz-se na arte ao redor da incerteza e, na arte
contemporânea, da complexidade – quase nunca isenta de
perplexidade.
(Adaptado de Teixeira Coelho)
Gabarito: A
Comentário.
O advérbio quase deve modificar um adjetivo, um verbo ou outro
advérbio. Seu valor na construção, colocado entre vírgulas, é
retificativo (equivalente a “impossível, ou melhor, quase
impossível,”). Constata-se, assim, que modifica o adjetivo
impossível. Por isso, deveria estar entre vírgulas, pois, sem elas ou,
pior, com apenas uma, causa prejuízo ao nexo oracional.
A forma correta seria, portanto, “impossível, quase, evitar uma coisa
e outra”.
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c) Esse imposto está previsto na Constituição, mas ainda não foi
regulamentado.
d) O projeto já foi aprovado pelo Senado, e, está pronto para a
apreciação do plenário, da Câmara.
e) A oposição estima, uma receita extra de, pelo menos R$ 1 bilhão
com a cobrança desse imposto.
(Itens adaptados de Nelson Breve, www.estadao.com.br – 6/11/2001)
Gabarito: C
Comentário.
Ainda que pairasse dúvidas sobre a necessidade de se colocar entre
vírgulas o termo ainda, as demais opções apresentam incorreções
que não possuem respaldo gramatical. Esse vocábulo não é
denotativo (como o ainda da questão 3, item d); tem valor adverbial
equivale a até agora, até o presente momento e, por ser
pequeno, dispensa a pontuação. Observe como ficaria o emprego de
seu equivalente: “Esse imposto está previsto na Constituição, mas (,)
até o presente momento (,) não foi regulamentado.
a) Se existe apenas um relator-geral do Orçamento da União, sua
indicação tem caráter explicativo. Por isso, deve ser colocado entre
vírgulas (faltou a segunda). Em seguida, a expressão deslocada “em
seu parecer preliminar” também deve apresentar duas vírgulas, e não
apenas uma. Deve-se colocar, então, uma vírgula após a expressão
entre parênteses (“O relator-geral do Orçamento da União, Sampaio
Dória (PSDB-SP), acolheu...”) e outra após “preliminar” (“acolheu,
em seu parecer preliminar, emenda do deputado Sérgio Miranda (PC
do B-MG)”. Perceba que o nome do deputado tem caráter restritivo e,
por isso, não poderia apresentar-se entre vírgulas.
b) A vírgula separa o sujeito do verbo (“Tal emenda, inclui...”).
d) Além de ter sido indevidamente colocada uma vírgula antes da
conjunção e, já que ambas as orações apresentam o mesmo sujeito,
colocou-se outra vírgula após a conjunção, sem que houvesse
propósito algum. Não bastassem esse dois erros, ainda há outro –
uma vírgula separa termo regente plenário do regido Câmara. A
construção correta, portanto, seria “O projeto já foi aprovado pelo
Senado e está pronto para a apreciação do plenário da Câmara.”.
e) A vírgula, agora, separa o verbo de seu complemento e fica
“capenga” na expressão “pelo menos”. Após a correção, o período
ficaria assim: “A oposição estima uma receita extra de, pelo menos,
R$ 1 bilhão com a cobrança desse imposto.”.
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17- (Agente Tributário MS/2001) Marque a palavra, a seqüência ou o
sinal de pontuação sublinhado, que foi mal empregado.
O desatendimento(A) das normas regulamentares,(B) enseja a
cobrança imediata do imposto, atualizado monetariamente e
acrescido de multa e dos juros incidentes(C), desde a data da
remessa da mercadoria ou bem(D), inclusive no caso de venda no
mercado interno da mercadoria destinada à(E) exportação.
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
Gabarito: B
Comentário.
A vírgula do item (B) separa o sujeito (“O desatendimento das
normas regulamentares”) do verbo (“enseja”).
18 - (Fiscal do Trabalho/2003)
A sociedade baseada na liberdade contratual será sempre, em grande
parte, uma sociedade de classes, cuja estrutura é defendida em
vantagem dos ricos. Cumpre associar o indivíduo no processo de
autoridade, isto é, o trabalhador no poder industrial. A exclusão de
alguém de uma parcela do poder é, forçosamente, a exclusão daquele
dos benefícios deste. Todos deviam e devem, portanto, ter direito a
uma parte dos resultados da vida social. E as diferenças devem
existir somente quando necessárias ao bem comum. Impõe-se, pois,
uma igualdade econômica maior, porque os benefícios que um
homem pode obter do processo social estão aproximadamente em
função de seu poder de consumo, o que resulta do seu poder de
propriedade. Assim os privilégios econômicos são contrários à
verdadeira sociedade democrática. O próprio conceito de liberdade
redefine-se através dos séculos, de acordo com as circunstâncias
históricas e o desenvolvimento das forças econômicas. E a liberdade,
no mundo atual, só existirá de fato quando assentada na segurança e
em função da igualdade. É que a verdadeira democracia, já o disse
Turner, “é o direito do indivíduo de compartilhar as decisões que
respeitam a sua vida e da ação necessária à execução de tais
decisões”. Para que a liberdade realmente exista, é preciso que a
sociedade se estruture sobre cooperação e não sobre a exploração. E
assim os homens serão livres.
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(João Mangabeira, Oração do Paraninfo, proferida em Salvador, BA,
em 8/12/1944, com adaptações)
Gabarito: E
Comentário.
Está incorreto apenas o item I. Como já vimos, a vírgula em orações
adjetivas ou é obrigatória (explicativa) ou proibida (restritiva). Não
há caso de vírgula opcional. Essa vírgula tem a função de iniciar uma
oração subordinada adjetiva explicativa, em relação a sociedade de
classes.
Estão corretos:
II- A associação proposta na oração anterior será apresentada na
oração iniciada por “A exclusão”. Portanto, está correta a sugestão.
III – Por ser curto o advérbio, houve a dispensa da vírgula. Contudo,
devido ao seu valor conclusivo, melhor seria mantê-la após Assim.
IV – As aspas servem para indicar que as palavras não pertencem ao
autor do texto, mas àquela pessoa mencionada por ele. A partir da
colocação do sinal de dois pontos, essa distinção fica clara, passando
o emprego das aspas a ser facultativo.
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(Oficial de Chancelaria/2002) Nas questões 19 e 20, marque o item
correspondente ao sinal de pontuação mal empregado.
19 - Foi a iniciativa da Alemanha,(A) de propor uma “Nova Ordem”
para o mundo do pós-guerra,(B) que induziu os britânicos, e depois
os americanos,(C) a elaborarem planos próprios. O plano inglês,(D)
é resultado do trabalho de Lord Keynes e o americano,(E) de Harry
D. White.
(Baseado em Ricardo W. Caldas e Carlos Alberto A. do Amaral,com
adaptações)
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
Gabarito: D
Comentário.
A oração após a primeira vírgula tem valor explicativo, relacionando-
se com o substantivo iniciativa e, por isso, ficou entre vírgulas (A) e
(B).
As duas vírgulas que isolam o termo acessório “e depois os
americanos” estão corretas. Poderiam, também, ser empregados
travessões ou parênteses.
A vírgula após “O plano inglês” está inapropriadamente colocada, pois
separa dois termos inseparáveis (sujeito de verbo).
A última vírgula indica a supressão da expressão “é resultado do
trabalho”. Portanto, está correta.
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d) D
e) E
Gabarito: C
Comentário.
Mais uma vez, o erro da vírgula foi separar o sujeito do verbo. As
orações após as vírgulas indicadas por A (“da qual participaram 44
nações”) e por E (“que ali se consolidaram”) têm valor explicativo,
justificando, assim, a pontuação empregada. A vírgula antes da
conjunção adversativa mas (B) é facultativa. Correta está, pois, a
sua colocação. Finalmente, a vírgula indicada por D separa elementos
de uma enumeração.
Bibliografia:
Cunha, Celso e Cintra, Lindley. Nova Gramática do Português
Contemporâneo, Ed. Nova Fronteira, 3ª ed., Rio de Janeiro.
Bechara, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa, Companhia
Editora Nacional, 33ª ed., São Paulo.
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e ainda, promover a integração com as demais esferas de governo
em assuntos de administração financeira e contábil.
e) A LRF cria condições para a implantação de uma nova cultura
gerencial na gestão dos recursos públicos e, incentiva o exercício
pleno da cidadania, especialmente no que pertine à participação do
contribuinte, no processo de acompanhamento da aplicação dos
recursos públicos e de avaliação dos seus resultados.
(Trechos adaptados de www.stn.fazenda.gov.br)
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c) Pode-se optar por travessões, parênteses ou vírgulas em (3) e
(4).
d) Em (5) há exigência do uso de vírgula.
e) Pode-se colocar vírgula ou travessão em (6).
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gargalos que possam abortar o processo de recuperação logo adiante,
num círculo vicioso.
(O Globo Editorial, 3/3/2002)
Estão corretos apenas os itens
a) I e II
b) II e III
c) II e IV
d) I e III
e) III e IV
(AFC STN/2002)
09 - a) Sabem quais são as duas palavrinhas mais proferidas entre
economistas e empresários hoje em dia? Volatilidade e instabilidade.
b) A impressão que tenho é que estamos todos à espera de tal
estabilidade para, aí sim podermos agir e fazer acontecer.
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c) Acontece que, ninguém sabe, exatamente, o que é estabilidade
nos dias de hoje.
d) Alguém arrisca um palpite de quando irá acabar, ou pelo menos
diminuir, a crise argentina? Ou ainda, quando teremos paz no Oriente
Médio?
e) Ninguém sabe. E, quando temos indícios, que nos levam a
acreditar que teremos maior estabilidade mundial surgem outros
acontecimentos, como o atentado terrorista em 11 de setembro.
(Baseado em Paulo Araújo)
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d) Há três erros de pontuação: ausência de vírgula após a palavra
“presente”(l.2), presença da vírgula depois de “2002”(l.2) e presença
da vírgula depois da palavra “revogando”(l.4).
e) Basta uma vírgula isolando a oração adjetiva explicativa “que
datava do século passado”(l.5 e 6) para o trecho ficar corretamente
pontuado.
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2) Colocar aspas na expressão quebra do sigilo bancário.
3) Separar com duplo travessão a oração que exige o contraditório
e ampla defesa.
4) Manter separada por dupla vírgula a expressão após a
formalização do lançamento.
5) Colocar entre parênteses o segmento ou defesa contra o ato
administrativo.
Estão corretas as propostas:
a) 1, 2 e 4
b) 1, 3 e 4
c) 1, 4 e 5
d) 2, 3 e 5
e) 2, 3 e 4
(AFRF 2005)
Enquanto o patrimônio tradicional continua sendo responsabilidade
dos Estados, a promoção da cultura moderna é cada vez mais tarefa
de empresas e órgãos privados. Dessa diferença derivam dois estilos
de ação cultural. Enquanto os governos pensam sua política em
termos de proteção e preservação do patrimônio histórico, as
iniciativas inovadoras ficam nas mãos da sociedade civil,
especialmente daqueles que dispõem de poder econômico para
financiar arriscando. Uns e outros buscam na arte dois tipos de ganho
simbólico: os Estados, legitimidade e consenso ao aparecer como
representantes da história nacional; as empresas, obter lucro e
construir através da cultura de ponta, renovadora, uma imagem “não
interessada” de sua expansão econômica.
(Nestor Garcia Canclini, Culturas Híbridas, p. 33, com adaptações)
14 - Assinale a alteração na pontuação que provoca incoerência
textual ou erro gramatical no texto.
a) A substituição do ponto final depois de “cultural” (l.4) por dois-
pontos.
b) A substituição dos dois-pontos depois de “simbólico” (l.9) pelo
sinal de ponto-e-vírgula.
c) A substituição do sinal de ponto-e-vírgula depois de “nacional”
(l.10) pela conjunção e.
d) A inserção de uma vírgula depois de “construir” (l.11).
e) A retirada da vírgula depois de “ponta” (l.11).
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15 – (ACE TCU/2006) Os trechos abaixo constituem um texto.
Assinale o segmento que apresenta erro de pontuação.
a) A questão não é se a arte e seu autor devem participar da
discussão pública de seu tempo, comprometer-se ou não com a
“realidade”: impossível quase, evitar uma coisa e outra.
b) A questão é como fazer isso. A ética da arte não está no seu grau
de compromisso com a realidade, com a objetividade (recorde-se
Nelson Rodrigues e sua luta contra os “idiotas da objetividade” que o
queriam encurralar) ou com o coletivo. Também não está no
contrário disso.
c) A ética da arte (romance, cinema, teatro) não está tampouco,
como já se quis, na informação ou no saber que propaga. A ética da
arte depende de seu compromisso com a existência, que é singular
(não, com a realidade, que é geral), e do jogo que arma com o que
há de desconhecido nessa existência.
d) Expor o desconhecido não significa afirmar ou divulgar um saber -
que na arte é quase sempre o já sabido. Em arte, o saber gira, como
máquina solteira, ao redor de certezas e idéias feitas.
e) Já o jogo com o desconhecido, e sua eventual anulação ou
superação, faz-se na arte ao redor da incerteza e, na arte
contemporânea, da complexidade – quase nunca isenta de
perplexidade.
(Adaptado de Teixeira Coelho)
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17- (Agente Tributário MS/2001) Marque a palavra, a seqüência ou o
sinal de pontuação sublinhado, que foi mal empregado.
O desatendimento(A) das normas regulamentares,(B) enseja a
cobrança imediata do imposto, atualizado monetariamente e
acrescido de multa e dos juros incidentes(C), desde a data da
remessa da mercadoria ou bem(D), inclusive no caso de venda no
mercado interno da mercadoria destinada à(E) exportação.
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
18 - (Fiscal do Trabalho/2003)
A sociedade baseada na liberdade contratual será sempre, em grande
parte, uma sociedade de classes, cuja estrutura é defendida em
vantagem dos ricos. Cumpre associar o indivíduo no processo de
autoridade, isto é, o trabalhador no poder industrial. A exclusão de
alguém de uma parcela do poder é, forçosamente, a exclusão daquele
dos benefícios deste. Todos deviam e devem, portanto, ter direito a
uma parte dos resultados da vida social. E as diferenças devem
existir somente quando necessárias ao bem comum. Impõe-se, pois,
uma igualdade econômica maior, porque os benefícios que um
homem pode obter do processo social estão aproximadamente em
função de seu poder de consumo, o que resulta do seu poder de
propriedade. Assim os privilégios econômicos são contrários à
verdadeira sociedade democrática. O próprio conceito de liberdade
redefine-se através dos séculos, de acordo com as circunstâncias
históricas e o desenvolvimento das forças econômicas. E a liberdade,
no mundo atual, só existirá de fato quando assentada na segurança e
em função da igualdade. É que a verdadeira democracia, já o disse
Turner, “é o direito do indivíduo de compartilhar as decisões que
respeitam a sua vida e da ação necessária à execução de tais
decisões”. Para que a liberdade realmente exista, é preciso que a
sociedade se estruture sobre cooperação e não sobre a exploração. E
assim os homens serão livres.
(João Mangabeira, Oração do Paraninfo, proferida em Salvador, BA,
em 8/12/1944, com adaptações)
Analise as seguintes afirmações a respeito do uso dos sinais de
pontuação no texto.
I. O emprego da vírgula depois de “classes”(l.2) é opcional e, por
isso, sua retirada não causa prejuízo gramatical ao texto.
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II. Devido ao valor explicativo do período iniciado por “A
exclusão”(l.4), as regras gramaticais permitem trocar o ponto final
que o antecede pelo sinal de dois pontos, desde que se empregue o
artigo com letra minúscula.
III. Apesar de não ser obrigatório o emprego da vírgula depois de
“Assim”(l.12), o valor conclusivo do advérbio recomenda que aí seja
inserida.
IV. Por se tratar de uma citação, as regras gramaticais admitem que
o período entre aspas (l.18 a 20) seja precedido do sinal de dois
pontos, em lugar de vírgula; e, nesse caso, as aspas podem ser
retiradas.
a) todos os itens estão corretos.
b) nenhum item está correto.
c) apenas o item II está correto.
d) apenas os itens II e III estão corretos.
e) apenas os itens II, III e IV estão corretos.
(Oficial de Chancelaria/2002)
Nas questões 19 e 20, marque o item correspondente ao sinal de
pontuação mal empregado.
19 - Foi a iniciativa da Alemanha,(A) de propor uma “Nova Ordem”
para o mundo do pós-guerra,(B) que induziu os britânicos, e depois
os americanos,(C) a elaborarem planos próprios. O plano inglês,(D)
é resultado do trabalho de Lord Keynes e o americano,(E) de Harry
D. White.
(Baseado em Ricardo W. Caldas e Carlos Alberto A. do Amaral,com
adaptações)
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
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(Baseado em Ricardo W. Caldas e Carlos Alberto A. do Amaral,com
adaptações)
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
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Na construção de um texto, usamos mecanismos para garantir ao interlocutor a
compreensão do que se lê. Para isso, é importante o bom uso tanto da pontuação
(Aula 9) e de mecanismos lingüísticos que estabelecem a conectividade e a
retomada do que foi escrito (referentes textuais, tratados nas aulas 7 e 8 –
Pronomes e Conectivos).
Esses referentes buscam garantir a coesão textual para que, como conseqüência,
haja coerência, tanto entre os elementos que compõem a oração, como também
entre a seqüência de orações dentro do texto.
Essa coesão também pode muitas vezes se dar de modo implícito, baseado em
conhecimentos anteriores que os participantes do processo tenham com o tema. A
isso, dá-se o nome de intertextualidade (palavrinha da moda, atualmente, em
vestibulares e concursos públicos). É por isso que, como vimos, alguns textos, por
tratarem de assuntos alheios ao conhecimento do candidato, são considerados
desagradáveis e de difícil compreensão.
Costumamos usar uma linguagem figurada para apresentar os conceitos de coesão
e coerência. A coesão é uma linha imaginária - composta de termos e expressões -
que une os diversos elementos do texto e busca estabelecer relações de sentido
entre eles. Dessa forma, com o emprego de diferentes procedimentos, sejam
lexicais (repetição, substituição, associação), sejam gramaticais (emprego de
pronomes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se frases, orações,
períodos, que irão apresentar o contexto – decorre daí a coerência textual.
Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o apresenta de forma
contraditória. Muitas vezes essa incoerência é resultado do mau uso daqueles
elementos de coesão textual (uma conjunção inapropriada, um pronome mal
empregado). Por isso, na organização de períodos e de parágrafos, um erro no
emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais prejudica o entendimento do
texto. Construído com os elementos corretos, confere-se a ele uma unidade
formal.
Quando o examinador pede ao candidato que aponte a assertiva que completa o
texto de forma coesa, coerente e gramaticalmente correta, uma boa dica é
começar a verificar, antes mesmo ler o texto, a correção gramatical das opções.
Podemos descartar as que apresentam erros de concordância, regência,
pontuação, ortografia, etc. Em seguida, a leitura do texto passa a ser necessária
se restarem dois ou mais itens válidos gramaticalmente.
Na última prova para o TCU, aplicada recentemente, a questão apontada como
correta apresentava um erro de concordância verbal (vejam na área pública o
recurso proposto). O único problema é que o enunciado não exigia a correção
gramatical do segmento, somente respeito aos “princípios de coerência textual e
desenvolvimento lógico das idéias”. Ainda assim, acreditamos que seria passível
de recurso. Vamos aguardar o pronunciamento da ESAF em relação aos pedidos
de anulação da questão 11, ou seja, se serão acatados ou não. Se a questão não
for anulada, cuidado, a partir de agora, com o enunciado.
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Nas questões que envolvem ordenação textual, a identificação dos referentes
textuais ajuda (e como!) a eliminação de muitas opções. Quando isso não for
suficiente, aí sim, a leitura e interpretação são necessárias para identificação da
ordem correta.
Bem, espero que essas dicas ajudem a resolver, daqui pra frente, as questões que
envolvam esse assunto.
Agora, chega de conversa. Vamos treinar um pouco?
Na primeira parte, apresentamos algumas questões de prova que tratam de
coesão e coerência textuais.
Na segunda, falaremos sobre ordenação de texto. Apresentaremos algumas dicas
para eliminar opções e, com isso, resolver a questão ou, no mínimo, aumentar as
chances de acerto.
01- (AFRF 2002.1) Marque, em cada item, o período que inicia o respectivo texto
de forma coesa e coerente. Depois, escolha a seqüência correta.
I .........................................................................
O abandono da tematização do capitalismo, do imperialismo, das relações centro-
periferia, de conceitos como exploração, alienação, dominação, abriu caminho
para o triunfo do liberalismo.
(X) O socialismo, em conseqüência desses fatores, desapareceu do horizonte
histórico, em virtude de ter ganho atualidade política com a vitória da Revolução
Soviética de 1917.
(Y) O triunfo do neoliberalismo se consolidou quando o pensamento social passou
a ser dominado por teses conservadoras.
II ..............................................................
Compravam um passaporte para o camarote dos vencedores. Mas, como “há uma
dignidade que o vencedor não pode alcançar”, como dizia Borges, o que ganharam
em prestígio perderam em capacidade de análise.
(X) Os que abandonaram Marx com soltura de corpo e com alívio, como se se
desvencilhassem de um peso, na verdade não trocavam um autor por outro, mas
uma classe por outra.
(Y) Eles substituíram a exploração de classes e de países pela temática do
totalitarismo, aperfeiçoando suas análises políticas ao vinculá-las à dimensão
social.
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III ........................................................................
No mundo contemporâneo, tais modos nos permitem compreender a etapa atual
do capitalismo, em sua fase de hegemonia política norte-americana.
(X) Para atender a atualidade, são necessários modos de compreensão férteis,
capazes de dar conta das relações entre a objetividade e a subjetividade, entre os
homens como produtores e como produtos da história.
(Y) Trata-se de uma compreensão míope, que ignora componentes essenciais ao
fenômeno do capitalismo que estamos vivendo.
IV .........................................................................
Quem pode entender a política militarista dos EUA e do seu complexo militar-
industrial sem a atualização da noção de imperialismo?
(X) Quem pode entender hoje a crise econômica internacional fora dos esquemas
da superprodução, essencial ao capitalismo?
(Y) Portanto, é a unipolaridade vigente há uma década que busca impor a
dicotomia livre mercado/protecionismo.
V ...........................................................................
Nunca as relações mercantis tiveram tanta universalidade, seja dentro de cada
país, seja nas novas fronteiras do capitalismo.
(X) O capitalismo dá mostras de enfrentar forte declínio, que leva os especialistas
a preverem profunda fragmentação na ordem econômica interna de cada nação.
(Y) Assiste-se ao capitalismo em plena fase imperialista consolidada, em que as
formas de dominação se multiplicam.
(Itens baseados em Emir Sader)
a) X,X,Y,Y,X
b) Y,X,X,X,Y
c) Y,Y,X,X,Y
d) X,Y,Y,X,Y
e) X,Y,Y,X,X
Gabarito: B
Comentário.
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Essa foi a primeira questão do concurso de AFRF 2002.1. A banca, obviamente,
tentou desestabilizar o candidato. Essa questão tomava toda a primeira folha da
prova 1 (que se realizou no sábado). Se o candidato conseguisse manter a calma,
veria que essa questão poderia ser solucionada respondendo apenas aos dois
primeiros trechos. Se eu estivesse lá, certamente teria deixado essa questão para
depois, pois o tempo despendido com ela, para ganhar apenas 1 ponto, poderia
ser gasto resolvendo várias outras questões simples e rápidas (garantindo mais do
que 1, com certeza), mas isso vai de cada um.
Todos os segmentos constituem um texto e, por isso, a partir do segundo (II),
pode haver referências a termos expressos em trechos anteriores.
Bem, no segmento I, “de saída”, já eliminamos o período X, que faz referência a
certos fatores ainda não apresentados no texto. Assim, I-Y.
Vamos às opções: eliminam-se as letras a, d, e (opa, já tenho 50% de
chances de acertar!).
No segmento II, o parágrafo começa indicando uma ação praticada por alguém
ainda não identificado (“Compravam um passaporte para o camarote dos
vencedores” – temos de identificar o sujeito da forma “compravam”).
Como, no segmento I, não houve indicação de pessoa alguma, provavelmente
essa menção se encontra no trecho omitido. O período X apresenta um
“candidato” a sujeito: “Os que abandonaram Marx”, ou seja, aquelas pessoas que
abandonaram Marx. Já o período Y apresenta apenas um pronome pessoal reto
“Eles”, também sem menção a seu referente, o que, se colocado no início do
parágrafo, prejudicaria a coesão textual.
Assim, o segmento I deve ser preenchido pelo trecho X.
Até agora, temos Y – X; vamos às opções: a resposta é a letra b (a única a
apresentar essa disposição).
A partir daí, se o candidato for do tipo “São Tomé”, pode confirmar que as demais
sugestões de preenchimento atendem às exigências textuais.
III – No parágrafo, há menção a determinados “modos” (“tais modos”), presentes
no trecho X – “Para atender a atualidade, são necessários modos de
compreensão férteis, capazes de dar conta das relações entre a objetividade e a
subjetividade...” - X
IV – Há uma sucessão de questionamentos, iniciando-se pelo segmento X, dando
continuidade com o trecho já apresentado e se encerram com uma conclusão,
apresentada pelo segmento Y, que seria colocado após o trecho IV. Assim, a
disposição seria:
Introdução pelo segmento X:
(X) Quem pode entender hoje a crise econômica internacional fora dos esquemas
da superprodução, essencial ao capitalismo?
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Quem pode entender a política militarista dos EUA e do seu complexo militar-
industrial sem a atualização da noção de imperialismo?
E, na seqüência, o segmento Y:
(Y) Portanto, é a unipolaridade vigente há uma década que busca impor a
dicotomia livre mercado/protecionismo.
Assim, a lacuna seria preenchida por X.
V – Por fim, a expressão “as formas de dominação se multiplicam”, presente em Y,
estabelece uma relação semântica com “Nunca as relações mercantis tiveram
tanta universalidade” – Y.
A ordem, portanto, é Y – X – X – X – Y.
Gabarito: D
Comentário.
Por “direção argumentativa”, entende-se a linha de raciocínio do autor. Vamos
resumir em algumas palavras o parágrafo em destaque: PROFECIAS SE
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REALIZAM. É essa a idéia principal. A partir daí, leia cada uma das opções e
identifique a que não apresenta essa idéia. Em cada item, justifica-se de uma
forma diferente a tese de que “PROFECIAS SE REALIZAM”, exceto na opção d:
“Acima de profetas e messias, está o império da história, que constrói o futuro
com seus próprios vetores e forças internas atuando à revelia do desiderato e do
fado humanos.”
Neste caso, segundo o autor, a história, com seus próprios vetores e forças
internas, constrói o futuro, à revelia do desejo e da sorte e acima de profetas e
messias (os que fazem as profecias). Ou seja, “PROFECIAS NÃO SE
REALIZAM”.
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X Em conseqüência
Y Senão
a) X, X, Y, X, Y
b) Y, X, X, Y, X
c) X, Y, X, Y, Y
d) X, Y, Y, Y, X
e) Y, Y, X, X, Y
Gabarito: E
Comentário.
I – Há uma relação entre os dois primeiros períodos: “O Brasil foi regido primeiro
como uma feitoria escravista...” – “...., como um consulado”. A vírgula do segundo
período marca a elipse da expressão “foi regido”. Assim, o termo que melhor
completa a lacuna é “Depois”, a fim de apresentar a sucessão dos fatos. - Y.
Vamos às opções (é assim que se resolve esse tipo de questão, para otimizar o
tempo de prova – responde uma e olha as opções, responde outra e olha
novamente, até encontrar a resposta): eliminamos as opções a, c, d (já
começo com 50% de chances de acertá-la).
II – Este item é decisivo, pois há divergência entre as opções que restaram (b, e).
O pronome relativo “onde” associado a uma preposição “a” (= aonde) deve fazer
referência a lugar e também apresentar algum termo que exija aquela preposição.
Isso não é observado nesse segmento. A conjunção que atende à exigência da
lacuna é porque, pois apresenta a justificativa para o fato de não terem sido
considerados “os interesses e as aspirações do seu povo”. A conjunção inicia uma
oração coordenada explicativa, conferindo uniformidade ao texto – Y – a
resposta é a letra E.
III – O pronome relativo cuja liga dois substantivos com idéia de subordinação de
um ao outro. Não poderia, pois, preencher a lacuna, já que o termo subseqüente é
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nenhuma atenção. Assim, a lacuna deve ser preenchida com a conjunção
explicativa pois – X.
IV – A palavra Senão pode ser classificada como uma palavra denotativa de
exclusão (Aurélio a classifica como “preposição”), equivalente a exceto (“Ninguém,
senão sua mãe, compareceu à audiência.”) ou como uma conjunção, equivalente
a “ao contrário”, “de outro modo” (“Venha, senão será demitido.”). Não se deve
confundi-la com “Se não” – conjunção condicional (que pode ser substituída pela
conjunção equivalente “caso”) acompanhada de advérbio de negação (“Se não
fizer o que eu peço, irei embora” – “Caso não faça o que eu peço...”). De acordo
com o contexto, nenhuma das duas classificações poderia ser empregada no
trecho. Trata-se de uma continuidade do que se expôs nos segmentos anteriores,
apresentando a conseqüência de se atribuir grande importância ao lucro em
detrimento das condições de existência da força de trabalho. O que melhor
preenche a lacuna, portanto, é “Em conseqüência” – X.
V - Ao lado da lacuna, já existe o advérbio paradoxalmente, que se situa no
mesmo campo semântico de ao contrário (contraditoriamente), o que acabaria por
se tornar uma redundância. O conclusivo assim preenche com rigor o trecho entre
vírgulas – Y, já que se trata da parte final do texto.
A ordem é: Y, Y, X, X, Y
( ) Até aí pode parecer óbvio. Mas pare para pensar! Compare com o que
acontece na vida real: uma enorme deturpação do que verdadeiramente
seja o entendimento de mercado e de negócio.
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a) 2, 3, 5, 4, 1
b) 3, 1, 4, 5, 2
c) 2, 4, 3, 5, 1
d) 4, 5, 2, 1, 3
e) 5, 2, 1, 4, 3
Gabarito: A
Comentário.
Esse tipo de questão, se mal formulada, pode ser uma cilada para o candidato.
Isto porque, numa entrevista, nem sempre a resposta condiz com a pergunta que
foi formulada. Às vezes, o entrevistado se entrega a devaneios e foge do assunto.
Por isso, devemos buscar o que chamo de “perguntas-chave”. São perguntas
simples, diretas, de preferência que apresentem como resposta “sim” ou “não”.
A pergunta-chave para resolver esse dilema é a de nº 2 – “Qual é a natureza dos
mercados?”.
Das respostas apresentadas, a única que atende é a do primeiro segmento “O
mercado são pessoas!”.
Vamos às opções: eliminamos as letras b, d, e (não acredito, de novo com
50%!!!).
Em seguida, a pergunta nº 5 exige uma resposta afirmativa ou negativa: “Os
recursos humanos nas diversas atividades produtivas estão subestimados”. A
resposta, apresentada de forma indireta, está presente no terceiro segmento: “Na
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fábrica, as máquinas, os equipamentos e as instalações valem mais do que os
funcionários”. A resposta, portanto, é sim.
Desse modo, a primeira lacuna é preenchida com (2) e a terceira com (5) –
resposta: letra a.
(AFPS/2002)
A entrada dos anos 2000 têm trazido a reversão das expectativas de que haveria a
inauguração de tempos de fraternidade, harmonia e entendimento da
humanidade. Os resultados das cúpulas mundiais alimentaram esperanças que
novos tempos trariam novas perspectivas referentes a qualidade de vida e
relacionamento humano em todos os níveis. Contudo, o movimento que se
observa em nível mundial sinaliza perdas que ainda não podemos avaliar. O
recrudescimento do conservadorismo e de práticas autoritárias, efetivadas à
sombra do medo, tem representado fonte de frustração dos ideais historicamente
buscados.
(Roseli Fischmann, Correio Braziliense. 26/08/2002, com adaptações)
05 - Se cada período sintático do texto for representado, respectivamente, pelas
letras X, Y, W e Z, as relações semânticas que se estabelecem no trecho
correspondem às idéias expressas pelos seguintes conectivos:
a) X e Y mas W e Z.
b) X porque Y porém W logo Z.
c) X mas Y e W porque Z.
d) Não só X mas também Y porque W e Z.
e) Tanto X como Y e W embora Z.
Gabarito: A
Comentário.
Devemos, para iniciar a análise, identificar cada um dos períodos que compõem o
texto. Lembre-se de que o período se encerra com o ponto final, de interrogação
ou de exclamação (às vezes, também com reticências, mas nem sempre, pois
estas podem indicar uma pausa no mesmo período).
X - A entrada dos anos 2000 têm trazido a reversão das expectativas de que
haveria a inauguração de tempos de fraternidade, harmonia e entendimento da
humanidade.
Y - Os resultados das cúpulas mundiais alimentaram esperanças que novos
tempos trariam novas perspectivas referentes a qualidade de vida e
relacionamento humano em todos os níveis.
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W - Contudo, o movimento que se observa em nível mundial sinaliza perdas que
ainda não podemos avaliar.
Z - O recrudescimento do conservadorismo e de práticas autoritárias, efetivadas à
sombra do medo, tem representado fonte de frustração dos ideais historicamente
buscados.
Entre o segundo (Y) e o terceiro (W) períodos do texto, observamos a presença
de uma conjunção adversativa: contudo. Por isso, eliminamos as opções c e d
(apresentam a conjunção porque).
Eliminamos, também, a opção e, pois indica o início da adversativa no quarto
período, em vez de no terceiro.
Com quantas opções ficamos? Duas – a, b (50% de novo!!!)
A relação entre o primeiro e o segundo períodos é de coordenação, servindo o
segundo para adicionar informações ao primeiro. O mesmo ocorre entre o terceiro
e o quarto períodos. Não se observa, entre eles, relação conclusiva. Por isso, a
resposta que atende ao enunciado é a de letra a – X e Y mas W e Z.
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Gabarito: E
Comentário.
Devemos relacionar as sentenças do primeiro conjunto com as do segundo. Uma
maneira objetiva é, a partir de elementos do segundo grupo, identificar os
referentes nas sentenças do primeiro.
Vamos começar pelo segundo trecho do segundo grupo (o dos parênteses).
Devemos identificar a quem se refere o pronome “ele”, sujeito da oração (quem
remeteria ao Congresso o ritual de aprovação de despesas e arrecadação de
impostos?).
A única opção que apresenta um termo que poderia ser o referente do pronome é
o de nº 4 – um banco central independente.
Vamos às opções: eliminamos as letras b, c, d (só dá 50%!!!).
Vamos identificar, agora, o trecho que atende ao primeiro segmento: “Este era
politicamente ilegítimo (uma taxação sem legislação) e socialmente injusto.”.
Quem pode ser esse vilão??? Dica: tem relação com “taxação”. Só pode ser o
imposto inflacionário do segmento (3).
Resposta: E
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ORDENAÇÃO TEXTUAL
A partir da próxima questão, iremos falar sobre ordenação textual.
Deveremos eliminar, primeiramente, as opções que não poderiam ser o primeiro
parágrafo do texto. Essas opções apresentam termos ou expressões que
dependem de indicações antecedentes (pronomes, conjunções etc.).
Às vezes, isso basta para encontrarmos a resposta correta. Na maior parte,
ficamos com apenas duas ou três opções. Aí, devemos analisar cada uma das
ordens propostas e verificar a que melhor respeita a coesão e coerência textuais.
07- (TRF 2003) Os trechos abaixo constituem um texto, mas estão desordenados.
Ordene-os nos parênteses e, em seguida, assinale a seqüência correspondente.
( ) Sem identificação dos donos, cujos nomes são mantidos em sigilo pela
legislação dos países onde estão registradas, muitas dessas empresas
fazem negócios no Brasil, como a participação em empreendimentos
comerciais ou industriais, compra e aluguel de imóveis.
( ) Além de não saber quem são os proprietários dessas off shores, pois não há
mecanismos legais que permitem acesso aos verdadeiros donos, o governo
também não tem conhecimento da origem desse dinheiro aplicado no País,
sem o recolhimento dos impostos devidos.
a) 1º,2º,4º,3º,5º
b) 2º,3º,5º,4º,1º
c) 5º,2º,3º,1º,4º
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d) 1º,5º,4º,3º,2º
e) 3º,2º,1º,5º,4º
Gabarito: C
Comentário.
Veremos que a banca apresenta esse tipo de questão de diversas formas. Nessa,
devemos colocar os numerais ordinais nos parênteses.
Primeiramente, vamos eliminar as opções que apontam, como primeiro parágrafo
do texto (1º), segmentos que apresentam palavras ou expressões dependentes de
informações anteriores, quer gramaticalmente (emprego de pronomes com função
anafórica - “essas”, “suas”, que exigem referência textual anterior, conjunção
relacionando orações de trechos diferentes, orações cujo sujeito já deveria ter sido
mencionado, etc.), quer semanticamente (não faz o menor sentido, faltam
informações).
Eliminamos da primeira posição os seguintes segmentos:
1º) “As operações ... também estão sendo monitoradas...” – depende da
existência / menção a outra operação que esteja sendo monitorada pela Receita
Federal (a indicação de parte do nome do órgão – Receita - também indica que já
houve menção a ele, caso contrário haveria prejuízo da compreensão textual –
“que Receita - estadual, municipal, federal?”);
2º) “Sem identificação dos donos, cujos nomes...” – donos de quê? – “muitas
dessas empresas” – que empresas?
3º) “Além de não saber quem são os proprietários dessas off shores...” – que off
shores??? O que é isso??
5º) “Para reduzir essa evasão fiscal ...” – que evasão???
Só poderíamos começar pelo quarto segmento – “A Receita Federal está fechando
o cerco contra as empresas sediadas em paraísos fiscais que atuam no Brasil,
conhecidas como off shores.”
Agora, sim, houve menção a empresas off shores.
Vamos às opções: eliminam-se as letras a, b, d, e. RESPOSTA: C
Incrível que somente essa providência levou ao gabarito! Mas não fique muito
animadinho(a), hem? Nem sempre funciona desse jeito mole, mole...
Agora, se houver tempo, verifique a ordem e comprove que essa é mesmo a
resposta correta (não tenho dúvidas).
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08 - (TRF 2003) Os trechos abaixo constituem um texto, mas estão desordenados.
Ordene-os nos parênteses e, em seguida, assinale a seqüência correspondente.
( ) Em geral, esta firma é constituída apenas para atuar como subsidiária da
estrangeira, intermediando seus negócios. Caso a empresa compre imóvel
no Brasil, tem que haver registro, tem que existir um responsável, com
CPF, o que permite o controle.
( ) Esses países conhecidos como paraísos fiscais têm como principais atrativos
a legislação tributária branda, com direito até a isenção de impostos, e
garantia de sigilo bancário, comercial e societário.
(Adaptado de Ana D'Angelo, Andrea Cordeiro e Vicente Nunes, Correio
Braziliense, 08/09/2003)
a) 1º,2º,4º,3º,5º
b) 2º,1º,3º,5º,4º
c) 3º,2º,1º,5º,4º
d) 1º,5º,4º,3º,2º
e) 5º,2º,3º,1º,4º
Gabarito: B
Comentário.
Já começo riscando o que não pode ser o 1º parágrafo do texto.
Eliminaremos os seguintes segmentos:
1º) “Em geral, esta firma...” – que firma???
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3º) “O secretário da Receita admite, no entanto, ...” – uma oração que depende
da existência de outra anteriormente apresentada no texto, a fim de estabelecer
uma relação adversativa com ela.
4º) “E também a contabilidade da empresa...” – posso??? Não.
5º) “Esses países conhecidos como paraísos fiscais ...” – que países??
Bem, só podemos começar pelo segundo segmento (“O investidor estrangeiro
entra no Brasil via Bolsa de Valores, fundos de investimento ou como sócio de
uma empresa brasileira.”).
Vamos às opções: eliminam-se as letras a, c, d, e. RESPOSTA: B
Isso é que se chama ganhar um ponto fácil, hem?? Não fique acostumado com
essa boa vida – ela vai acabar já, já...
B. Segundo sua análise, o evento reúne 1 milhão de pessoas, com uma média
de R$ 278 gastos por freqüentador. Desses R$ 278 milhões, a média de
arrecadação é de 3%. Segundo informações obtidas pela Receita, metade
desse percentual estaria sendo sonegado - ou seja, R$ 4,17 milhões. Além
do clube, devem ser fiscalizados hotéis, restaurantes e a empresa que
vende os anúncios da festa.
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a) C, A, B, D
b) D, C, A, B
c) A, B, C, D
d) D, B, C, A
e) B, C, D, A
Gabarito: B
Comentário.
Pronto. Agora, começou a mudar o estilo. Em vez de indicar a ordem 1º, 2º etc.,
devemos dizer qual a ordem dos segmentos. Cuidado, pois já vi muita gente boa e
inteligente fazendo confusão. Você deverá dizer, agora, qual é o primeiro
segmento: A, B, C ou D.
Eliminamos da primeira posição os seguintes segmentos:
A – “Na sede da entidade,...” – qual a entidade? Não houve menção a ela, ainda,
então não tenho como adivinhar. Não posso começar o texto com esse parágrafo.
B – “Segundo sua análise...” – análise de quem, cara pálida??
C – “A suspeita de sonegação surgiu porque...” – sonegação do quê? – “...por
parte de comerciantes e empresários da região,...” – de qual região?
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10 - (TRF 1998) Numere os períodos de modo a compor um texto coeso e
coerente e, depois, escolha a seqüência correta.
a) 2, 4, 3, 6, 5, 1
b) 6, 1, 3, 5, 4, 2
c) 4, 2, 6, 1, 5, 3
d) 1, 2, 4, 5, 6, 3
e) 3, 4, 5, 2, 6, 1
Gabarito: C
Comentário.
Voltamos ao método da numeração, indicando com o número 1 o primeiro
parágrafo e, assim, sucessivamente.
Eliminamos da primeira posição os segmentos:
1º) “No caso das carteiras exclusivas,...” – essa expressão denota a existência de
um argumento antecedente, com base em que se contraporiam as carteiras
exclusivas – não posso iniciar o texto com esse segmento.
2º) “Com essa medida...” – que medida???
6º) “Até então, esse ganho...” – depende de informação antecedente.
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Nenhuma das opções indica o nº 1 no 3º nem no 5º segmento.
Considerando que o 1º, o 2º e o 6º foram eliminados da primeira posição, o único
trecho que poderia iniciar o texto seria o 4º segmento – “Ainda que em menor
escala...”.
A única opção que indica o quarto segmento como primeiro parágrafo é a letra: C.
a) 5, 3, 1, 2, 4
b) 2, 4, 3, 1, 5
c) 5, 2, 3, 1, 4
d) 3, 5, 1, 4, 2
e) 4, 1, 5, 3, 2
Gabarito: D
Comentário.
Os únicos segmentos que receberam o nº 1 nas opções foram o 2º, 3º e 4º.
Vamos eliminar os que não poderiam ocupar essa posição:
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2º) “O que a Fazenda Nacional quer com essa nova redação...” – que nova
redação é essa???
4º) “De acordo com a nova redação do artigo 21 dessa Medida Provisória...” – que
medida provisória.
Perceba que a resposta para o 2º segmento (que nova redação?) está presente no
4º (“a nova redação do artigo 21”).
Não podemos começar nenhum dos seguintes trechos: 1º (não existe opção), 2º,
4º e 5º; só podemos começar, então, pelo 3º segmento – “A Fazenda Nacional
está investindo...”.
Vamos às opções: eliminamos as letras b, c, e.
A Medida Provisória foi citada pela primeira vez no 1º segmento. Esse segmento
deve anteceder o 4º, que faz menção à MP e cita o artigo 21, cuja nova redação
foi mencionada no 2º segmento.
Assim, a indicação de números deve atender à seguinte ordem:
1º segmento / 4º segmento / 2º segmento.
As duas opções restantes são: a, d.
a) 5, 3, 1, 2, 4
De acordo com essa ordem, o 1º segmento seria colocado na posição 5, ou seja,
no último parágrafo do texto, o que não é possível, pois ele indica, pela primeira
vez, a Medida Provisória objeto do texto.
d) 3, 5, 1, 4, 2
( ) Além disso, a partir do início dos anos 80, mergulhamos numa crise de
crescimento, com taxas medíocres, pouco acima de 2%, ao longo de duas
décadas.
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Constituição de 88 – Constituição cidadã, de Ulysses Guimarães – expandiu
os direitos de cidadania até limites antes inimagináveis, abarcando desde
menores de 16 anos a analfabetos.
Gabarito: A
Comentário.
Para facilitar a explicação, iremos indicar cada um dos segmentos com números
romanos.
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Assim, resta apenas um segmento, III, que receberá a indicação “1º”, como
primeiro parágrafo do texto.
Há duas opções:a, d.
A solução está na menção a um “fraco desempenho” pelo segmento VI. Onde foi
citado pela primeira vez esse desempenho?
No segmento II: “Além disso, a partir do início dos anos 80, mergulhamos numa
crise de crescimento, com taxas medíocres, pouco acima de 2%, ao longo de
duas décadas.”.
Por isso, o segmento II deve anteceder o VI. Isso ocorre na ordenação proposta
pela letra a - 5º, 2º, 1º, 4º, 6º, 3º (II=2º / VI=3º).
A ordem da letra d não segue esse critério, colocando o segmento VI em 5º, antes
do II, que está em 6º.
Então, a numeração entre os parênteses ficará na seguinte ordem: 5º, 2º, 1º, 4º,
6º, 3º.
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a) 5, 1, 3, 2, 4
b) 3, 4, 2, 5, 1
c) 2, 3, 4, 1, 5
d) 1, 5, 3, 4, 2
e) 4, 2, 1, 5, 3
Gabarito: E
Comentário.
Não podemos iniciar o texto com os seguintes trechos:
1º) “Ela teria também...”
2º) “Mas será que tudo isso...”
4º) “Em decorrência disso...”
5º) “Os otimistas radicais dizem que a tecnologia da informação ajuda-a...” – o
pronome faz referência a algum termo antecedente.
Eliminamos as opções a, b, c, d. Resposta: E
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Gabarito: A
Comentário.
O texto só poderia iniciar com o terceiro fragmento – “Uma Nação não aparece e
se completa de uma hora para outra.”, apresentando, na seqüência, o segundo
trecho “Ela se constitui lentamente, por vezes sob convulsões profundas, numa
trajetória de ziguezagues.”
A dúvida paira entre a posição do terceiro e do quarto trechos.
O pronome “Isso” se refere ao aparecimento da Nação brasileira e, em seguida,
relata a forma em que se deu esse processo (conclusão – primeiro segmento, que
recebe o nº.4).
Assim, a ordem indicada seria: 4, 2, 1, 3.
17 - (AFC STN/2000)
( ) No primeiro, não é preciso justificar a importância atribuída às liberdades.
São desejáveis como valores independentes de qualquer outra
consideração. Todo o esforço de transformação econômica só tem sentido
pelo que acrescenta à vida de cada indivíduo e de cada família.
( ) O enfoque nas capacidades é mais satisfatório que a ênfase nos bens
primários, pois inclui a consideração de como as pessoas podem, de fato,
utilizar os meios básicos oferecidos a cada um. Nos dois casos acima, este
é um ponto especialmente importante e a responsabilidade coletiva é
enfatizada.
( ) Ao se descrever o desenvolvimento como um processo de expansão das
liberdades reais, dois papéis são atribuídos às liberdades: são o fim
primordial do desenvolvimento, mas também são seu meio principal.
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( ) No segundo, a tese requer uma argumentação mais técnica. Parte dessa
argumentação é familiar a quem conhece a noção de capital humano, mas
a idéia geral é mais ampla e mais complicada.
a) 1, 3, 2, 4
b) 1, 2, 4, 3
c) 2, 4, 1, 3
d) 3, 1, 4, 2
e) 3, 2, 1, 4
Gabarito: C
Comentário.
O texto somente poderia iniciar a partir do terceiro segmento – “Ao se
descrever...”. Os demais requerem informações antecedentes.
Nas duas opções (c, e), o primeiro trecho antecede o quarto. A diferença está na
posição do segundo segmento.
Este, ao fim, faz a seguinte afirmação “Nos dois casos acima,...”. Pronto, a posição
do segundo segmento leva o nº 4.
A ordem é: 2, 4, 1, 3.
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Em relação a uma ordenação coesa e coerente, assinale a opção correta.
a) O item V deve ser o primeiro, uma vez que não apresenta dependência a
antecedentes.
b) O item I é o encerramento do texto, pois é uma conclusão propositiva.
c) A ocorrência do pronome “ela”, no item II, indica que este deve ser
subseqüente ao IV, pois constitui um elo coesivo com “trajetória”.
d) A ocorrência do dêitico “aqui”, no item III, faz com que ele deva ser
subseqüente ao II, no qual está o referente “Brasil”.
e) A conjunção “Porém” (item II) é uma articulação sintática em oposição à idéia
colocada no item V.
Gabarito: B
Comentário.
Essa é uma nova forma de apresentação desse mesmo tipo de questão. Agora, a
banca sugere posições de acordo com determinadas análises. Somente uma delas
está correta. Então, a minha sugestão é: coloque os trechos em ordem, como
fizemos até agora, e, somente depois dessa providência, analise as opções.
Descartamos do primeiro parágrafo os segmentos:
I – “O grande desafio, portanto,...”
II – “Porém, ...” – conjunção inicia um oração que se contrapõe a algo já
mencionado.
IV – “Então, ...” – esse conectivo dá seqüência a alguma argumentação.
V - “Um crescimento acelerado do PIB agora voltaria a provocar desequilíbrios...”
– percebe-se o caráter seqüencial desse segmento, que, portanto, não poderia ser
o primeiro.
Comecemos, então, pelo III: “A abertura econômica dos anos 90 tornou as
empresas aqui instaladas mais competitivas.”. O emprego do advérbio aqui não
exige uma referência anterior, pois o texto, publicado em jornal de circulação
nacional e em editorial, só poderia fazer menção ao Brasil.
O segmento II emprega o pronome “ela”, que se refere à “abertura econômica dos
anos 90”. Assim, deve ser a seqüência do segmento III.
A linha argumentativa tem nos trechos V e IV, sucessivamente, a apresentação do
quadro referente ao crescimento da economia.
O trecho I é a conclusão do texto.
Vejamos, agora, as proposições:
a) Não devemos começar pelo V, mas pelo III.
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b) Esta resposta atende à nossa análise. Vejamos as demais.
c) Já observamos que “ela” é a “abertura econômica”.
d) Também vimos que esse advérbio não exige um antecedente, por ser
indicativo do país em que foi publicado o editorial.
e) O item II se contrapõe à afirmação do item III, primeiro parágrafo do texto.
A resposta correta é, portanto, a de letra b.
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e) 3º, 1º, 2º, 5º, 4º
Gabarito: A
Comentário.
Devemos iniciar o texto com o quarto segmento (“Ao lado dos Estados Unidos, o
Brasil...”.
Os demais estão impossibilitados por apresentarem termos que exigem
informações antecedentes:
1 – “Nem tinham estabelecido relações entre si que...” – não sabemos a quem
está se referindo o texto.
2 – “O Brasil foi um dos pioneiros na experimentação dessa estratégia...”
3 – “Esse dinamismo surgiu...”
5 – “Pelo contrário, os Estados latinos...”
Assim, a resposta é a letra A.
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Gabarito: D
Comentário.
Vamos eliminar os trechos que não podem iniciar o texto:
1 – “Por isso...”
2 – “Durante décadas, Friedman...” – quem é Friedman?
3 – “Mas isso mudou...”
5 – “Ele exaltava a ‘liberdade’...” – quem é “ele”?
Note que a diferença entre as duas opções que têm o quarto segmento com o nº 1
é na ordem entre o 4º e o 5º parágrafo (c – 5, 2, 4, 1, 3 / d – 4, 2, 5, 1, 3)
Assim, vamos diretamente ao trecho 3 – “Mas isso mudou...” - o que mudou? - O
fato de Milton Friedman ser desprezado por amplos setores. Hoje ele tem a
reputação próxima da de John Maynard Keynes, considerado o economista mais
importante do século.
Assim, o trecho 3 deve ser o encerramento do texto.
A ordem será: 4, 2, 5, 1, 3.
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
Graças à nossa Língua Portuguesa e à internet, a comunicação com pessoas dos mais
diversos pontos do nosso Brasil e do mundo é possível, e essa experiência aqui no Ponto
tem sido maravilhosa, pois me vejo em vocês que, hoje, buscam a vitória que, graças a
Deus, que eu já conquistei. Agora, chegou a minha vez de auxiliar e procuro fazê-lo da
melhor forma possível. Espero ter sucesso nessa jornada também.
Lembrem-se de que, em concurso público, só não vence quem desiste.
Começamos o nosso trabalho citando Olavo Bilac, com “A última flor do Lácio”.
Então, o encerramento só poderia ser com o maior poeta da Língua Portuguesa.
Fiquem, agora, com o lindo poema de Fernando Pessoa, sob o heterônimo de Ricardo
Reis.
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“Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim como em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.”
01- (AFRF 2002.1) Marque, em cada item, o período que inicia o respectivo texto
de forma coesa e coerente. Depois, escolha a seqüência correta.
I .........................................................................
O abandono da tematização do capitalismo, do imperialismo, das relações centro-
periferia, de conceitos como exploração, alienação, dominação, abriu caminho
para o triunfo do liberalismo.
(X) O socialismo, em conseqüência desses fatores, desapareceu do horizonte
histórico, em virtude de ter ganho atualidade política com a vitória da Revolução
Soviética de 1917.
(Y) O triunfo do neoliberalismo se consolidou quando o pensamento social passou
a ser dominado por teses conservadoras.
II ..............................................................
Compravam um passaporte para o camarote dos vencedores. Mas, como “há uma
dignidade que o vencedor não pode alcançar”, como dizia Borges, o que ganharam
em prestígio perderam em capacidade de análise.
(X) Os que abandonaram Marx com soltura de corpo e com alívio, como se se
desvencilhassem de um peso, na verdade não trocavam um autor por outro, mas
uma classe por outra.
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(Y) Eles substituíram a exploração de classes e de países pela temática do
totalitarismo, aperfeiçoando suas análises políticas ao vinculá-las à dimensão
social.
III ........................................................................
No mundo contemporâneo, tais modos nos permitem compreender a etapa atual
do capitalismo, em sua fase de hegemonia política norte-americana.
(X) Para atender a atualidade, são necessários modos de compreensão férteis,
capazes de dar conta das relações entre a objetividade e a subjetividade, entre os
homens como produtores e como produtos da história.
(Y) Trata-se de uma compreensão míope, que ignora componentes essenciais ao
fenômeno do capitalismo que estamos vivendo.
IV .........................................................................
Quem pode entender a política militarista dos EUA e do seu complexo militar-
industrial sem a atualização da noção de imperialismo?
(X) Quem pode entender hoje a crise econômica internacional fora dos esquemas
da superprodução, essencial ao capitalismo?
(Y) Portanto, é a unipolaridade vigente há uma década que busca impor a
dicotomia livre mercado/protecionismo.
V ...........................................................................
Nunca as relações mercantis tiveram tanta universalidade, seja dentro de cada
país, seja nas novas fronteiras do capitalismo.
(X) O capitalismo dá mostras de enfrentar forte declínio, que leva os especialistas
a preverem profunda fragmentação na ordem econômica interna de cada nação.
(Y) Assiste-se ao capitalismo em plena fase imperialista consolidada, em que as
formas de dominação se multiplicam.
(Itens baseados em Emir Sader)
a) X,X,Y,Y,X
b) Y,X,X,X,Y
c) Y,Y,X,X,Y
d) X,Y,Y,X,Y
e) X,Y,Y,X,X
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02 - (AFC SFC/2002) - Assinale, entre as opções propostas, aquela que se desvia,
ainda que parcialmente, do conceito e da direção argumentativa expressos no
período abaixo.
“Dizia o sociólogo norte-americano, Robert Merton, que o que há de mais
relevante e espantoso com as profecias é que elas se auto-realizam, como um
vaticínio, um augúrio.”
a) Ao serem concebidas pela imaginação ilimitada dos homens, as profecias
potencializam a chance de se transformarem em realidade, projetando e
fortalecendo um desejo ou temor coletivo.
b) Pelo simples fato de que foram inventadas por alguém, com ousadia e eficácia
simbólica, ganham existência real, criando a probabilidade de serem incorporadas
à vida social em futuro imediato ou distante.
c) Quando uma grande (ou pequena) idéia se cristaliza, sua força transformadora
entra em ação com os mesmos poderes que comandam as leis da Física.
d) Acima de profetas e messias, está o império da história, que constrói o futuro
com seus próprios vetores e forças internas atuando à revelia do desiderato e do
fado humanos.
e) A história da humanidade registra fatos que provam a existência de uma
simbiose natural entre os grandes sonhos e as grandes mudanças, fruto da magia
pessoal e de uma vontade inabalável.
(Com base em artigo de Aspásia Camargo)
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( ) Até aí pode parecer óbvio. Mas pare para pensar! Compare com o que
acontece na vida real: uma enorme deturpação do que verdadeiramente
seja o entendimento de mercado e de negócio.
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os estoques valem mais do que os funcionários. Ironicamente, os recursos
físicos e técnicos valem mais do que as pessoas. Os meios se sobrepõem
aos fins.
a) 2, 3, 5, 4, 1
b) 3, 1, 4, 5, 2
c) 2, 4, 3, 5, 1
d) 4, 5, 2, 1, 3
e) 5, 2, 1, 4, 3
(AFPS/2002)
A entrada dos anos 2000 têm trazido a reversão das expectativas de que haveria a
inauguração de tempos de fraternidade, harmonia e entendimento da
humanidade. Os resultados das cúpulas mundiais alimentaram esperanças que
novos tempos trariam novas perspectivas referentes a qualidade de vida e
relacionamento humano em todos os níveis. Contudo, o movimento que se
observa em nível mundial sinaliza perdas que ainda não podemos avaliar. O
recrudescimento do conservadorismo e de práticas autoritárias, efetivadas à
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sombra do medo, tem representado fonte de frustração dos ideais historicamente
buscados.
(Roseli Fischmann, Correio Braziliense. 26/08/2002, com adaptações)
05 - Se cada período sintático do texto for representado, respectivamente, pelas
letras X, Y, W e Z, as relações semânticas que se estabelecem no trecho
correspondem às idéias expressas pelos seguintes conectivos:
a) X e Y mas W e Z.
b) X porque Y porém W logo Z.
c) X mas Y e W porque Z.
d) Não só X mas também Y porque W e Z.
e) Tanto X como Y e W embora Z.
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07- (TRF 2003) Os trechos abaixo constituem um texto, mas estão desordenados.
Ordene-os nos parênteses e, em seguida, assinale a seqüência correspondente.
( ) Sem identificação dos donos, cujos nomes são mantidos em sigilo pela
legislação dos países onde estão registradas, muitas dessas empresas
fazem negócios no Brasil, como a participação em empreendimentos
comerciais ou industriais, compra e aluguel de imóveis.
( ) Além de não saber quem são os proprietários dessas off shores, pois não há
mecanismos legais que permitem acesso aos verdadeiros donos, o governo
também não tem conhecimento da origem desse dinheiro aplicado no País,
sem o recolhimento dos impostos devidos.
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(Adaptado de Ana D'Angelo, Andrea Cordeiro e Vicente Nunes, Correio
Braziliense, 08/09/2003)
a) 1º,2º,4º,3º,5º
b) 2º,3º,5º,4º,1º
c) 5º,2º,3º,1º,4º
d) 1º,5º,4º,3º,2º
e) 3º,2º,1º,5º,4º
a) 1º,2º,4º,3º,5º
b) 2º,1º,3º,5º,4º
c) 3º,2º,1º,5º,4º
d) 1º,5º,4º,3º,2º
e) 5º,2º,3º,1º,4º
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09 - (TRF 2000) Os fragmentos abaixo constituem um texto, mas estão
desordenados. Ordene-os de forma coesa e coerente e assinale a resposta
correta.
B. Segundo sua análise, o evento reúne 1 milhão de pessoas, com uma média
de R$ 278 gastos por freqüentador. Desses R$ 278 milhões, a média de
arrecadação é de 3%. Segundo informações obtidas pela Receita, metade
desse percentual estaria sendo sonegado - ou seja, R$ 4,17 milhões. Além
do clube, devem ser fiscalizados hotéis, restaurantes e a empresa que
vende os anúncios da festa.
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a) 2, 4, 3, 6, 5, 1
b) 6, 1, 3, 5, 4, 2
c) 4, 2, 6, 1, 5, 3
d) 1, 2, 4, 5, 6, 3
e) 3, 4, 5, 2, 6, 1
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a) 5, 3, 1, 2, 4
b) 2, 4, 3, 1, 5
c) 5, 2, 3, 1, 4
d) 3, 5, 1, 4, 2
e) 4, 1, 5, 3, 2
( ) Além disso, a partir do início dos anos 80, mergulhamos numa crise de
crescimento, com taxas medíocres, pouco acima de 2%, ao longo de duas
décadas.
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(Adaptado de J. Carlos de Assis, A Crise da Economia enquanto Crise do
Trabalho)
a) 5, 1, 3, 2, 4
b) 3, 4, 2, 5, 1
c) 2, 3, 4, 1, 5
d) 1, 5, 3, 4, 2
e) 4, 2, 1, 5, 3
(AFC STN/2000)
Nas questões 16 e 17, numere os trechos, observando a ordem em que devem
aparecer para constituírem um texto coeso e coerente, e assinale a resposta
correta.
16- ( ) Esse processo constituiu-se, então, em duas fases: 1ª) a ruptura da
homogeneidade da "aristocracia agrária"; 2ª) o aparecimento de
novos tipos de agentes econômicos, sob a pressão da divisão do
trabalho em escala local, regional ou nacional.
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17 - (AFC STN/2000)
( ) No primeiro, não é preciso justificar a importância atribuída às
liberdades. São desejáveis como valores independentes de
qualquer outra consideração. Todo o esforço de transformação
econômica só tem sentido pelo que acrescenta à vida de cada
indivíduo e de cada família.
( ) O enfoque nas capacidades é mais satisfatório que a ênfase nos
bens primários, pois inclui a consideração de como as pessoas
podem, de fato, utilizar os meios básicos oferecidos a cada um.
Nos dois casos acima, este é um ponto especialmente
importante e a responsabilidade coletiva é enfatizada.
( ) Ao se descrever o desenvolvimento como um processo de
expansão das liberdades reais, dois papéis são atribuídos às
liberdades: são o fim primordial do desenvolvimento, mas
também são seu meio principal.
( ) No segundo, a tese requer uma argumentação mais técnica.
Parte dessa argumentação é familiar a quem conhece a noção
de capital humano, mas a idéia geral é mais ampla e mais
complicada.
a) 1, 3, 2, 4
b) 1, 2, 4, 3
c) 2, 4, 1, 3
d) 3, 1, 4, 2
e) 3, 2, 1, 4
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França, em 1816; e, logo depois da Independência, os Tratados assinados
pelo Império Brasileiro com a Inglaterra, em 1827, com a Áustria e a Prússia,
no mesmo ano de 1827, e com a Dinamarca, os Estados Unidos e os Países
Baixos, em 1829.
( ) Esse dinamismo surgiu depois de se integrarem como produtores
especializados do sistema internacional de divisão do trabalho, articulado
pelas necessidades da industrialização inglesa e pelos famosos Tratados
Comerciais, preconizados pela economia política clássica e impostos ao
mundo pela Inglaterra e demais países europeus.
( ) Ao lado dos Estados Unidos, o Brasil e demais países latino-americanos foram
os primeiros Estados a nascer fora da Europa. Mas, na hora da sua
independência, nenhum deles dispunha de verdadeiras estruturas políticas e
econômicas nacionais.
( ) Pelo contrário, os Estados latinos só lentamente foram monopolizando e
centralizando o uso da força, e suas economias só adquiriram dinamismo no
século XIX.
(Adaptado de José Luís Fiori, “ O Brasil no mundo: o debate da política externa”)
a) 2º, 5º, 4º, 1º, 3º
b) 4º, 3º, 5º, 2º, 1º
c) 5º, 4º, 1º, 3º, 2º
d) 1º, 2º, 5º, 4º, 3º
e) 3º, 1º, 2º, 5º, 4º
( ) Por isso era desprezado por amplos setores, visto como resquício da era do
capitalismo desalmado.
( ) Durante décadas, Friedman – que hoje tem 85 anos e há muito aposentou-se
da Universidade de Chicago – foi visto como uma espécie de pária brilhante.
( ) Mas isso mudou; o impacto de Friedman foi tão grande que ele já se aproxima
do status de John Maynard Keynes (1883-1945) como o economista mais
importante do século.
( ) Foi apenas nos últimos 10 a 15 anos que Milton Friedman começou a ser visto
como realmente é: o mais influente economista vivo desde a Segunda Guerra
Mundial.
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