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Na abordagem estrutural das partes que compõem a tragédia, na ótica Aristotélica,

discorremos sobre as seguintes observações à Gota D’água:

Na “Poética”, Aristóteles conceitua a tragédia como a imitação de ação de caráter elevado,


constituída de seis partes: mito, caráter, elocução, pensamento, espetáculo e melopéia. Para o
filósofo grego, na análise dramática o fundamental não é o personagem propriamente, mas
suas ações, determinantes para o destino dos mesmos. Temos então na tragédia o papel
fundamental do mito, apresentando a função verossímil na mensagem transmitida.

“A parte mais importante é a da organização dos fatos, pois a


tragédia é imitação, não de homens, mas de ações, da vida, da felicidade e da infelicidade (pois
a infelicidade resulta também da atividade), sendo o fim que se pretende alcançar o resultado
de uma certa maneira de agir, e não de uma forma de ser. Os caracteres permitem qualificar o
homem, mas é da ação que depende sua infelicidade ou felicidade”.(Cap VI-12)

Na adaptação da Medéia grega, Gota D’água transfere seu conjunto de ações para o cenário
brasileiro, ambientalizando seus personagens no típico subúrbio carioca. Além do drama
passional semelhante ao modelo grego, Paulo Pontes e Chico Buarque objetivam um novo
caráter de crítica social, não visto nos tradicionais modelos trágicos.

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