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Curso de Geografia
REFLEXÕES E PERSPECTIVAS
SÃO PAULO
MARÇO DE 2008
FÁBIO MÁRCIO ALKMIN
REFLEXÕES E PERSPECTIVAS
SÃO PAULO
MARÇO DE 2008
II
“Guerreiros em tempos de paz
lutam contra si mesmos”.
(Nietzsche)
III
RESUMO
IV
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................... 1
1. MÉTODO DE ANÁLISE...................................................................................3
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 História...............................................................................................................5
4. CONCLUSÃO....................................................................................................29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................32
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA..................................................................34
ANEXO 01..............................................................................................................35
ANEXO 02..............................................................................................................41
V
ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES
Gráfico 3. Relação entre a verba total da FFLCH e a verba destinada aos trabalhos
VI
INTRODUÇÃO
Faz-se necessário, desde já, situar nossa pesquisa dentro do universo teórico do tema.
Nossa ênfase principal é o estudo do trabalho de campo como ferramenta didática, ou seja,
aquele aplicado ao ensino da Geografia, modalidade bastante conhecida como “excursão
geográfica” 1 (CARVALHO, 1941, p.98). Porém, tal recorte ainda extrapola nossos objetivos.
Assim, focaremos nossa análise ao ensino de Geografia no nível superior. Todavia,
ressaltamos que a delimitação não esteriliza por completo o tratamento desta prática com
finalidades investigativas, visto que sob alguns aspectos as duas formas de saída ao campo se
(con)fundem.
1
Neste trabalho consideraremos como sinônimos os termos “trabalho de campo didático”, “excursão
geográfica”, “excursão didática” e “atividade de campo”.
VII
Torna-se necessário ressaltar que a grande maioria do que já foi escrito sobre o tema
“trabalho de campo” diz respeito à modalidade referente à pesquisa– como, por exemplo, a
forma de se proceder numa pesquisa de campo-, existindo uma tremenda aridez na produção
científica que pensa o trabalho de campo na área educacional.
Não entendemos tal lacuna. Esta postura parece explicar o pequeno avanço na
superação da tradicional excursão didática meramente expositiva, praticada sem mais
reflexões há várias décadas. Desta forma, encontramos a justificativa de fazê-lo nosso objeto
de estudo.
2
1. MÉTODO DE ANÁLISE
O período estipulado para nosso recorte foi o do ano de 1992 até o ano de 2006.
Agimos dessa forma pela impossibilidade de aquisição de documentos anteriores ao ano de
3
1992, já que estes foram incinerados conforme a política interna de arquivamento da
Administração da FFLCH-USP.
Ademais, encontramos outro problema a se enfrentar: a grande quantidade de
informações a serem examinadas, visto que todo semestre inúmeras excursões didáticas são
realizadas. Destarte, devido à impossibilidade de consulta “ano a ano”, pois se assim
fizéssemos a quantidade de planilhas para análise e síntese excederia o prazo planejado para
tal fim, coletamos informações de quatro anos amostrais, sendo eles 1992, 1996, 2001, 2006.
Reconhecida a fragilidade que a pesquisa apresentaria se tomasse como base apenas
os indicadores acima destacados, precisávamos reforçá-la com outras fontes, preferivelmente
qualitativas. Para suprir esta lacuna, optamos por executar entrevistas paralelamente à
investigação, tendo como base docentes que se relacionaram com o trabalho de campo no
período estipulado.
4
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 História
O trabalho de campo não nasceu na Geografia nem é invenção recente. Suas origens
remetem às explorações de naturalistas e estudiosos da Terra (COLTRINARI, 2001, p.106),
muito praticadas no século XVIII e XIX. Poderíamos citar como exemplo os trabalhos de
campo praticados por naturalistas europeus que desbravavam a então “terra incógnita”, como
os estudos do geógrafo alemão Alexander von Humboldt, que percorrera as colônias
espanholas empreendendo diferentes pesquisas.
Torna-se inegável a importância que tais práticas tiveram para o grande impulso da
ciência. A Geografia, em formação na primeira metade do século XIX, ou seja, no auge das
explorações naturalistas, apropriou-se grandemente destas técnicas, seja para o mapeamento
dos territórios em formação, seja para pesquisas sobre características e recursos naturais
patrocinadas por governos dos países em gênese. Pelo tipo de conhecimento que geravam, as
técnicas de trabalho de campo utilizadas até então pelos naturalistas encaixaram-se
verdadeiramente como uma luva à ciência geográfica. As informações acumuladas por meio
destas foram decisivas para a sistematização da Geografia, reverberando nos métodos
adotados para seu estudo. Tanto Humboldt, como Ritter, Ratzel ou mesmo Vidal de La
Blache, considerados precursores nos estudos geográficos, baseavam-se no método empírico
de observação para o desvelamento da realidade, fato importante para entendermos nossa
ciência na contemporaneidade.
Art. 16º, § único - sempre que possível, pelo menos uma vez ao
ano serão realizadas excursões em conjunto pelos professores das
três cadeiras atualmente existentes [Geografia física, Humana e do
Brasil]. Neste caso, a parte material da excursão ficará a cargo do
Diretor Administrativo do Departamento (PETRONE, 1982, p.18).
5
Podemos perceber que em sua formação no Brasil, ao menos documentalmente, a
Geografia se preocupava com a interdisciplinaridade em suas análises, fato materializado pelo
trabalho de campo proposto no qual as três cadeiras até então instituídas fariam uma saída
conjunta, possibilitando assim uma visão holística do espaço geográfico estudado.
6
dialética. Em outras palavras, o trabalho de campo continuou –não de forma justa- sendo
considerado excesso de “empirismo”.
7
no método positivista, tão conhecido nosso, o campo (realidade concreta) é
externo ao sujeito. O conhecimento/a verdade está no objeto, portanto no
campo, no que vemos. No método neo-positivista o campo como realidade
empírica é externo ao sujeito. Agora, nesta perspectiva, o campo como
realidade externa é uma construção do sujeito.
No método dialético, o campo como realidade não é externo ao sujeito, o
campo é uma extensão do sujeito, como é numa outra escala a ferramenta
para trabalhar uma extensão do seu corpo, ou seja, a pesquisa é fruto da
interação dialética entre sujeito e objeto.
No método fenomenológico, o campo é a expressão das diferentes leituras
do mundo. É o lugar (da observação e da sistematização) do olhar do outro
— daí o método fenomenológico dizer da necessidade de se colocar no lugar
de. Negando o positivismo, este método não separa sujeito e objeto.
Na compreensão da hermenêutica, o campo é a interação do sujeito no seu
caminhar e pensar com o objeto. O sujeito como ponto de partida do
conhecimento promove, a partir de sua vivência, a ação que desencadeia o
processo de conhecimento e (re)construção do mundo. O campo é o texto,
este precisa ser desvendado aberto e compreendido em seus múltiplos
significados para, a partir dessa compreensão promover a reconstrução do
sujeito/objeto/sujeito [grifo nosso] (SUERTEGARAY, 2002, p.93).
8
[através dos sentidos] (...) não sendo renunciado o uso de instrumentos racionais ou lógicos,
se adequados às possibilidades humanas”. (ABBAGNANO, 2001, p. 327) . Nesta acepção, até
o próprio método de análise dialético, na sua origem grega, pode ser considerado empirista, já
que utiliza o conceito filosófico da empiria como critério de verdade. Como esclarece
Abbagnano,
9
O trabalho de campo para investigação minuciosa se trata de uma fase em que os
problemas específicos serão averiguados a fundo. Tenta-se encontrar a trama de relações que
envolvem o objeto em questão. Para isso são utilizados métodos e instrumentos técnicos mais
específicos, previamente escolhidos e tendo como subsídio a excursão de reconhecimento já
executada.
B. Trabalhos com enfoque lógico – Neste tipo não nos preocupamos com a essência do real
e sim estudamos minuciosamente as suas aparências. O campo torna-se uma apreensão
psicológica e fenomenológica do observador. Tomamos como ferramentas de construção
teóricas o uso da matemática, estatísticas, etc.
10
Na Análise dialética epistemológica o trabalho de campo consiste na coleta direta ou
indireta de informações, que são organizadas estruturalmente, segundo seqüências articuladas
por sua lógica aparente, referida à essência da realidade.
Colocamos novamente a questão na ordem do dia: quem deve vir primeiro, a teoria
ou a prática? Encarada desta forma entendemos que tal pergunta não possui resposta. Para
superarmos tal querela, ao nosso ver, devemos essencialmente mudar o entendimento do ato
de ir ao campo. Cremos que se deve considerar o significado do trabalho de campo didático
não antes ou depois, mas sim no exato momento do contato empírico (que é o período de
construção do conhecimento) e na perspectiva do estudante (que deve em fim último ser o
2
Qual a origem do conhecimento? Quais as formas de conhecimento? Como são gerados estes conhecimentos?
11
sujeito deste momento). Propomos para isso uma forma de trabalho de campo que privilegie
tanto o conhecimento científico já existente quanto a percepção do educando (baseado em sua
capacidade de sentir), apoiando-se em uma lógica que tire vantagem do conflito entre o
abstrato e o real, possibilitando que o mesmo consiga chegar à essência a partir das
aparências. Nossas hipóteses posteriores se pautarão por este raciocínio.
3
Consideramos que a paisagem não é só apreendida pela visão, mas sim por meio de todos nossos sentidos.
Podemos citar por exemplo a paisagem sonora.
12
a percepção outra coisa não é senão uma seleção. Ela nada cria: sua tarefa é
eliminar do conjunto das imagens todas as imagens sobre as quais eu não
teria nenhuma pretensão e, depois, eliminar das imagens conservadas tudo o
que não interessa às necessidades dessa imagem particular que denomino
corpo (BERGSON apud ABBAGNANO, 2000, p. 754) .
4
O trabalho de campo didático, encarado como contato empírico, só possui função enquanto valoriza a
percepção dos participantes, pois de outra forma, perde seu sentido primordial: o contato entre o mundo sensível
e o inteligível (que como já dissemos é mediado e possibilitado através da percepção). De outra forma não
necessitaríamos ir ao campo.
13
Figura 01: Relação entre o abstrato e o concreto no contato empírico
14
realidade ao pensamento!), podemos pensar tal relação no contato empírico da excursão
didática. Os conceitos teóricos -idéias abstratas pautadas pela lógica e construídas em fim
último com base na realidade- retornariam a sua origem: a própria realidade. A percepção, por
sua vez, confirmaria a validade de tais conceitos5. Compreendendo-se estes, verdadeira
estrutura do conjunto teórico, teremos subsídios suficientes para entender-se a própria teoria:
a abstração materializa-se e revela-se ao mundo sensível. Vejamos a figura 02:
Gostaríamos por fim, de lembrar outros fatores também muito importantes numa
excursão didática. Questão extremamente pertinente é a articulação espacial entre os
fenômenos, em diferentes escalas de observação (LACOSTE, 2006, p. 91). Nas palavras de
Kaiser, “somente o estudo da inserção do sub-sistema local no meta-sistema pode dar sentido
à análise local, logo, à pesquisa de campo” (KAISER, 2006, p. 102). Assim, deve-se
evidenciar o fenômeno de interesse no trabalho de campo, porém não o vendo isolado,
desarticulado do todo.
Segundo Ângelo Serpa, o procedimento metodológico a ser adotado para superar tal
questão é a indução, agrupando os dados coletados a partir da busca de “semelhanças” com o
entorno, até se chegar ao “todo regional” e “global” (SERPA, 2006, p. 14).
Na busca da totalidade espacial, Serpa nos lembra da importância da história
enquanto categoria de análise espacial, pois “se o espaço é a totalidade verdadeira para a
Geografia, a história se impõe como recurso metodológico, já que é através do significado
5
Compreende-se tal processo como um ciclo. O conhecimento nascendo do mundo concreto (através da
percepção), tornando-se abstração no desenvolver da teoria, e posteriormente retornando ao mundo concreto
através de sua explicação.
15
particular de cada segmento do tempo, que apreendemos o valor de cada coisa num dado
momento” (ibidem, p.20).
Advertência salutar também nos fazem Alentejano & Rocha-Leão, quando nos diz
que não devemos fragmentar a realidade no campo, mas pelo contrário, buscar articulações.
Dicotomias clássicas da ciência geográfica -como a cisão entre o social e natural- devem ser
abolidas dos trabalhos de campo, já que “negligenciam a própria missão integradora da
Geografia” (ALENTEJANO e ROCHA-LEÃO, 2006, p.55-56). Grande é contradição dos
mestres que discursam a favor de uma “Geografia una” e justamente no trabalho de campo,
local privilegiado para a observação de tais fenômenos “sintetizadores”, dicotomizam e
fragmentam a realidade. Portanto devemos valorizar tais momentos, buscando articular e
reforçar a unidade dos fenômenos geográficos.
Complementamos tais considerações por meio de nossa experiência como estudante
de graduação, condição que possui seu valor considerando a posição que ocupamos nos
trabalhos de campo em relação aos mestres. Gostaríamos de ressaltar a importância da
interação entre o sujeito e objeto quando no campo, fato que parece aflorar a percepção do
estudante e resultar em marcantes experiências e resultados. Temos como certo que a livre
interação do estudante com a paisagem, incluindo aí, pelo menos por certo período, sua
liberdade de locomoção e comunicação, onde o mesmo possa definitivamente mergulhar nas
miríades de relações existentes no espaço estudado, percebendo-as e sentindo-as, favorecem
inacreditavelmente sua capacidade de análise e compreensão.
16
3. O TRABALHO DE CAMPO NA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Caso a verba consumida for menor que a verba concedida, como na maioria das
vezes acontece, esta diferença é reservada para utilização nas excursões didáticas do semestre
seguinte.
17
(UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, 2007). O documento também cita a duração máxima
dos trabalhos: quatro dias com três pernoites no total.
Outro fator importante a ser considerado nestas mudanças foi a cisão da verba
destinada para cada trabalho: verba para combustível/pedágios e verba para as
diárias/alimentação, ou seja, o orçamento foi dividido. Exige-se com isso que os gastos sejam
limitados às suas respectivas atribuições, impedindo assim remanejamentos entre um fim e
outro. De certa forma, isso prejudicou os trabalhos de campo em nosso departamento, visto
que a possível redistribuição da verba disponibilizada para o “combustível” e a “diária” seria
vantajosa nos caso de trabalhos mais distantes, pois diárias mais baratas poderiam propiciar
mais combustível.
18
poderão se organizar hospedagens economicamente mais baratas, possibilitando trabalhos de
campo mais longos e proveitosos.
19
3.1 Análise Evolutiva
20
TABELA I – Síntese de dados
VERBA
Solicitada: C$ 230.112.500,00 R$ 10.986,00 R$ 53.865,00 R$ 751.281,40
Concedida: C$ 10.320.000,00 R$ 10.986,00 R$ 53.865,00 R$ 751.281,40
(1)
Consumida: C$ 10.320.000,00 ... R$ 53.865,00 R$ 212.442,87
(1)
Nº de trabalhos de campo executado (graduação) ... 43 68 88
(1)
Nº de alunos que fizeram trabalho de campo (graduação): ... 1.711 2.463 3406
(1) (1)
Quilometragem percorrida (km): ... 22.520 68.90045.780 (exclusive 2º sem.)
(2)
Alunos cadastrados e matriculados no curso de Geografia : 1410 1546 1668 2195
Notas: (1) Dados não disponíveis na documentação disponível. (2) De acordo com a tabela "Alunos de graduação distribuídos pelas unidades e cursos”, disponível no anuário estatístico [do
respectivo ano] da Universidade de São Paulo.
21
Comecemos a análise dos dados disponíveis. É importante ressaltar, como bem
podemos ver na tabela, que nem todas as excursões didáticas planejadas no início do semestre
são realmente executadas, já que apesar da pouca ocorrência, os remanejamentos pelo
departamento podem acontecer. Os dados dos trabalhos realmente efetivados são
disponibilizados na planilha do semestre posterior. Ainda assim, existem lacunas nas
informações que estão disponíveis nestes relatórios, principalmente por falta de um padrão na
descrição dos mesmos pelo departamento. Este fato acarretou problemas na aquisição das
informações da pesquisa, prejudicando a interpretação dos dados. Por este motivo, em certos
casos, tivemos que nos basear pelos trabalhos de campo planejados ao invés dos executados.
Lembraremos o leitor quando assim o fizermos.
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
1992 1996 2001 2006
Contudo, entendemos que esta informação deve ser considerada em conjunto com o
crescimento do corpo discente da universidade, já que o número de alunos em 2006 é bem maior
que em 1992. Para obter os dados referentes a este crescimento, nossa única possibilidade foi
6
Com exceção de 1992, onde por falta de dados empregamos os trabalhos de “campo planejados”. O número de
trabalhos de campo realizados certamente foi menor, devido à contenção de verba pela reitoria.
22
recorrer ao anuário estatístico da USP, onde pudemos encontrar o número de alunos cadastrados
e matriculados no curso de geografia dos respectivos anos. Apesar da generalidade deste dado
(“alunos matriculados”) foi o único que tivemos disponibilidade de consulta. Como buscamos
apenas uma estimativa, o uso do mesmo não apresentará grandes problemas. Pudemos
confrontar esta variável com o número de estudantes que fizeram trabalho de campo7 e verificar,
como nos mostra o gráfico 02, que houve efetivamente um aumento real do número de
atividades de campo. Porém não podemos deixar de destacar a situação instável que se
encontrava a economia nacional e conseqüentemente a universidade em meados de 1992, com
repetitivas contenções de verba e inflações altíssimas, fato este que repercutia negativamente nas
atividades de campo. Podemos citar, por exemplo, o montante solicitado no referido ano (C$
230.112.500,00) e o concedido (C$ 10.320.000,00), ou seja, menos de 5% do total necessário.
4000
3500
3000
Alunos que executaram
2500 trabalhos de campo em
disciplinas da Geografia
2000
Alunos matriculados no
1500 curso de Geografia-USP
1000
500
0
1992 1996 2001 2006
Gráfico 02: Relação entre crescimento de alunos matriculados nos cursos de geografia e de alunos que
executaram trabalhos de campo
7
Com exceção de 1992, que pela indisponibilidade de dados consideramos o número de estudantes inscritos.
23
ascensão na porcentagem de recursos reservada às excursões didáticas, considerando toda verba
da unidade (Gráfico 03).
0,25
0,2
Porcentagem
0,15 Porcentagem
0,1 da verba total
da FFLCH
0,05
0
1992 1996 2001 2006
Ano
Gráfico 03: Relação entre a verba total da FFLCH e a verba destinada aos trabalhos de campo na
Geografia
24
Estimativa do total de quilômetros percorridos em
trabalhos de campo no curso de Geografia-USP
(1992-2006)
80.000
70.000
60.000
50.000
40.000 quilômetros
30.000
20.000
10.000
0
1992 1996 2001 2006
Dos quatro anos avaliados, o ano de 1992 foi o que apresentou maior distância média
por trabalho de campo8. Grande foi a influência dos trabalhos de campo aplicados por Ariovaldo
Umbelino de Oliveira, como por exemplo, a excursão didática proposta na disciplina “geografia
regional do Brasil”, onde o referido professor pretendia levar 90 alunos para a região de Marabá-
PA e Imperatriz- MA, zonas de conflito agrário. Convém dizer que o mesmo não ocorreu,
devido a contenção de verbas por parte da reitoria.
O ano de 1996 apresentou uma queda da distância média por trabalho de campo,
seguida de um aumento em 2001 e um pequeno recuo em 2006, como nos mostra o gráfico 05
logo abaixo:
8
Infelizmente uma estimativa baseada nos trabalhos de campo programados, pela falta de dados disponíveis dos
trabalhos de campo realmente efetivados.
25
Estimativa da distância média por
trabalho de campo na Geografia-USP
(1992-2006)
1800
1600
1400 Distância
1200 média por
1000 trabalho de
800 campo
600
400
200
0
1992 1996 2001 2006
26
em 20069. Comparando os valores atualizados das verbas consumidas entre os referidos anos
(2001: R$78.100,00 e 2006: R$ 212.442,87) vemos um aumento real considerável, cerca de 170
% no total da mesma. Como podemos explicar tal situação sendo que a distância variou tão
pouco e até mesmo diminui em relação à média por saída? A resposta parece estar no aumento
da verba destinada às diárias. Apesar de não poder contar com dados que revelem a situação nos
anos de 1992 e 1996, podemos verificar um aumento de 67 % nas diárias completas (com
pernoite) entre os anos de 2001 e 2006, ou seja, na média, ao menos nos últimos anos, os
trabalhos de campo ficaram mais longos. Vejamos o gráfico 06 que mostra tal fenômeno:
6.000
Diárias
5.000 simples
4.000
3.000
Diárias
2.000 completas
(pernoite)
1.000
0
1992 1996 2001 2006
9
Ressalto que tal cálculo, chamado de “valor nominal”, não é calculado de forma tão simples, resultando em
pequenas diferenças no resultado. Não adotamos o cálculo de valor nominal neste trabalho já que não necessitamos
de extrema exatidão.
10
Os dados dos anos 1992 e 1996 não estão disponíveis nos documentos.
27
didáticas programadas pelos docentes é aceita pelo setor orçamentário, sem maiores problemas.
Tal situação parece se opor aos anos noventa, onde talvez pela situação economicamente mais
instável, certa parcela dos pedidos era negada. Percebemos que a opinião dos professores
entrevistados sobre a atual situação parece tomar como referência tais ocasiões, repercutindo
com isso, interpretações positivas na grande maioria entrevistada.
28
4. CONCLUSÃO
Defendemos ao longo do texto a idéia de ida ao campo não para descrever, mas para
perceber. A ida ao campo não para prender-se às aparências dos fenômenos, mas para buscar
justamente as essências ocultas dos mesmos. Enfim, a ida ao campo para se colocar questões e
possibilidades que seriam impossíveis pelos simples processos lógicos do pensamento.
Deparamo-nos com questões ainda mal resolvidas, onde a principal diz respeito ao
“nível teórico que o estudante deve ir ao campo”. Baseado em tal querela, esboçamos uma
proposta que visa valorizar a perspectiva do estudante, especificamente no momento do trabalho
de campo. Tal proposta incidiu na crítica da antítese clássica “teoria Vs. prática” em prol da
noção de “conceitos teóricos Vs. Percepção”, a nosso ver, mais adequado às excursões didáticas.
Em outras palavras, o trabalho de campo seria o momento em que o estudante perceberia
materializado na paisagem os conceitos que fazem parte da teoria a ser compreendida (sob tal
ótica, a percepção é a ferramenta inata do estudante no campo, devendo assim ser estimulada na
busca da construção do conhecimento).
29
No caso das excursões geográficas promovidas pelo departamento de Geografia da
Universidade de São Paulo:
30
não há nenhum tipo de acompanhamento sistemático sobre estes pelo departamento. Aliás, é daí
que parte uma das principais conclusões da nossa pesquisa: não há um controle sistemático dos
trabalhos de campo realizados. Os poucos dados disponíveis só existiam por razões burocráticas,
pois se não fosse a exigência, possivelmente não teríamos nenhuma informação a respeito.
Torna-se fundamental e urgente um acompanhamento completo destas atividades pelo
departamento, acumulando e sistematizando o máximo de informações possíveis, atitude pouco
difícil se admitida seu valor e sua sazonalidade (duas vezes ao ano). Tal providência surtirá
ótimos efeitos a médio e longo prazo, pois permitirá um acompanhamento histórico dos
trabalhos de campo, além de, é claro, propiciar um “diagnóstico” desta ferramenta didática tão
importante para a formação dos geógrafos. O levantamento poderá inclusive ser utilizado com
finalidades políticas, se assim se fizer necessário, pois o departamento poderá valer-se deste
como prova real da necessidade de manutenção/suplementação de verba por parte da reitoria.
Devemos lembrar que as conclusões da análise aqui apresentada apontam apenas certas
tendências gerais, já que pelas razões apresentadas, tivemos que recorrer a generalizações.
Finalmente deve ser dito que escapou da possibilidade de análise o teor qualitativo dos
trabalhos de campo, ou seja, a maneira como os trabalhos foram executados e se os mesmos
cumpriram seus objetivos. Fica a necessidade de partimos para tal reflexão, buscando sempre
propiciar os subsídios necessários para a efetivação dos trabalhos de campo, tanto aos
professores quanto aos estudantes. Esperamos com isso que tal prática se desenvolva a contento,
permitindo a excelência de ensino por todos almejado, além é claro, da criação de uma
consciência crítica do estudante de Geografia, a nosso ver, a principal meta da universidade.
31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia, 4ª edição, São Paulo: Martins Fontes, 2000.
COLTRINARI, Lylian. O trabalho de campo na Geografia do século XXI. Revista Geousp. São
Paulo: FFLCH/USP, n. 04, p. 103-108, 2001.
COMPIANI, M., CARNEIRO, C.D.R. Os papéis didáticos das excursões geológicas. Enseñanza
de las Ciências de la Tierra. Madrid, v.1, n.2, p. 90-98, 1993.
CRUZ, Rita de Cássia A.Os caminhos da pesquisa de campo em geografia. Revista Geousp, São
Paulo: FFLCH/USP, n. 01, p. 93-97, 1997.
MORAES, Antônio C. R. de. Geografia: Pequena História Crítica, 9 ed. São Paulo: Editora
Hucitec, 1990.
32
SCORTEGAGNA, A.; NEGRÃO, O.B. M. Trabalhos de campo na disciplina de Geologia
Introdutória: a saída de campo autônoma e seu papel didático. Terræ Didatica, 2005, v.1, n.1, p.
36-43. Disponível em <http://www.ige.unicamp.br/terraedidatica/> Acesso em 15 set. 2007.
______. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Normas para utilização do ônibus
da faculdade e para as excursões didáticas. São Paulo, fev. 2007, 2 p.
33
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
FEITOSA, Vera Cristina. Redação de Textos Científicos. Campinas: Editora Papirus, 1995, 2ª
ed.
MARCOS, Valéria de. Trabalho de campo em Geografia: Reflexões sobre uma experiência de
pesquisa participante. Boletim Paulista de Geografia. São Paulo, n. 84, p. 105-136, jul. 2006.
OLIVEIRA, A. U. de. Apresentação ou de “na prática a teoria é outra” para a teoria na prática
não pode e não deve ser outra. Seleção de Textos. São Paulo: AGB-SP, n. 11, p. I-V, ago. 1985.
SILVA, Ana Maria Radaelli. Trabalho de Campo: prática andante de fazer Geografia, s.n.t.
Disponível em <http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/geografia/geo03a.htm>.
Acesso em 15 set. 2007.
34
ANEXO 01
ÍNDICE SISTEMÁTICO DO REGIMENTO INTERNO DOS TRABALHOS DE CAMPO DO
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA DA FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS
HUMANAS DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
(maio de 2006)
TÍTULO I
O
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES (Art.1º E 2 )
TÍTULO II
TÍTULO III
DISPOSIÇÕES GERAIS
35
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º O Departamento de Geografia (DG) da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), no
exercício de sua competência e autonomia administrativa, asseguradas pelo regimento interno da USP, organiza os
trabalhos de campo dos cursos de graduação e pós-graduação da Geografia nos termos deste regimento.
TÍTULO II
Capítulo 1
Da programação dos trabalhos de campo
Art. 4º Os trabalhos de campo que estiverem fora da programação estarão sujeitos à disponibilidade de
veículos e recursos.
Art. 5º Para efeito de seguro de vida, em caso de uso de ônibus de empresas particulares ou da FFLCH,
o
o solicitante deverá encaminhar a lista de alunos (contendo nome, nº do RG, n USP e assinatura) além
do de acordo da Chefia; (a sentença seguinte foi suprimida)
Art. 6º O ônibus e o micro-ônibus serão autorizados somente se houver ocupação de, no mínimo, 50%
dos assentos devendo, porém, ser observada a lotação máxima permitida, a qual nunca deverá ser
ultrapassada, cabendo a quem autorizar tal situação, o encargo de eventuais multas.
§ 1º Havendo mais de um pedido de veículo para os mesmos períodos, a prioridade será dada às
EXCURSÕES DIDÁTICAS; havendo duas excursões didáticas para o mesmo período, será priorizado o
pedido que, pela quilometragem e tempo de viagem, apresentar um custo maior.
Art.7º A participação em eventos científicos não constitui excursão didática nem de pesquisa.
§1º Os veículos poderão, no entanto, ser cedidos para tais eventos de acordo com a disponibilidade e
autorização da Chefia nos seguintes termos:
I – a solicitação deverá ser feita pelo próprio professor;
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II- as despesas da viagem (combustível, diária do motorista, eventuais multas e danos ao ônibus) serão
rateadas entre os usuários do veículo.
Art. 8º O percurso de cada trabalho de campo não poderá ultrapassar 2.200km (ida e volta) e deverá ser
programada dentro de um prazo máximo de 7 (sete) dias (ida e volta).
§1º Viagens que requeiram mais de três dias letivos (sendo que um deles deve ser sábado) deverão ser
realizadas, na medida do possível, em períodos de recesso, de modo a não comprometer o andamento
das demais disciplinas.
§2º Viagens de percurso superior ao limite de quilometragem e/ou com duração superior ao estabelecido
o o
no Art.8 e no Parágrafo 1 deverão apresentar justificativas que serão submetidas ao parecer da
Comissão de Excursões Didáticas e Científicas e ratificadas pela Chefia do Departamento.
§5º O professor solicitante deverá confirmar a realização da viagem com dois dias de
antecedência ao Setor de Transportes (ramal 4636, entre 09h00 e 18h00) e, nesta ocasião, tomará
conhecimento do motorista que o acompanhará e seu contato telefônico.
§6º Se, por qualquer razão, o ônibus da FFLCH não aparecer no local e horário indicado, o
professor deverá entrar em contato com a portaria do Prédio da Administração (ramal 4604) ou
com o próprio motorista designado.
§7º Se, por qualquer razão, o professor não aparecer e nem entrar em contato no horário e
local combinado, o motorista poderá, após uma hora de espera, recolher o veículo e desobrigar-
se da viagem.
Capítulo 2
Dos veículos
Parágrafo único. Os automóveis de passeio não estão disponíveis para trabalhos de campo,
contudo, após avaliação do setor de transportes no que se refere às condições mecânicas e
disponibilidade, poderão acompanhar o professor em viagens preparatórias de trabalho de campo (pré-
campo).
Art. 10 O uso dos veículos deverá ser feito durante o período diurno, exceto quando o retorno da viagem
ocorrer no mesmo dia da saída. Outras exceções poderão ser avaliadas quando justificadas pelo
professor solicitante
Art.11 A utilização dos veículos será restrita à FFLCH, não havendo mais empréstimos para as
outras unidades, dada a grande demanda interna.
Art.12 Os veículos deverão estar equipados com material de primeiros socorros, abastecidos com
combustível e em perfeitas condições mecânicas para a realização do trabalho de campo.
Parágrafo único. O abastecimento dos veículos no retorno só será demandado no caso de o serviço
interno de abastecimento não estar em funcionamento normal.
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Capítulo 3
Dos motoristas
Art. 13 O motorista deverá dirigir, no máximo, 8 (oito) horas por dia, encerrando-se, após esse
período, sua jornada de trabalho; sendo assim, apenas um motorista será escalado para cada
veículo.
§2º Viagens que apresentarem percurso superior a 500 km /dia e/ou mais de 12 horas de trabalho
do motorista ao dia (8 da jornada e 4 horas extras) deverá prever dois motoristas; nestes casos, o
professor deverá reservar duas poltronas livres para o descanso do segundo motorista.
§3º O professor, mesmo devidamente habilitado, não está autorizado a conduzir os veículos
descritos no Artigo 9º (Capítulo 2).
Art. 14 O motorista deverá parar o veículo ou efetuar desvios quantas vezes se fizer necessário,
atendendo as necessidades impostas pela programação do trabalho de campo definidas pelo professor
responsável.
§1º Em situações de risco (como travessia de pontes estreitas ou fracas, trechos com atoleiros,
areais, etc.) caberá exclusivamente ao motorista a decisão de prosseguir pelo trecho indicado pelo
professor e, em casos extremos, pela continuidade ou não da viagem.
Capítulo 4
Dos professores
Art.15 O professor solicitante deverá prever, de acordo com seu programa de atividades,
eventual necessidade de autorizações para paradas em auto-estradas, travessia em balsas, entradas
em balneários e estâncias turísticas, unidades de conservação, etc.
Parágrafo único. Eventuais penalidades pelo não cumprimento das referidas exigências, além de
contravenções, paradas em avenidas para embarque e desembarque, etc, deverão ser respondidas pela
pessoa que decidiu pela ação, no caso, o motorista ou o professor.
Art.16 O professor responsável pela excursão deverá prever local adequado para a alimentação
e repouso do motorista e dos alunos.
Art. 17 Caso o veículo apresente pane mecânica durante o percurso, o professor deverá organizar o
retorno dos alunos ao Departamento de Geografia, sendo que as eventuais despesas não previstas
que se fizerem necessárias serão reembolsadas pelo serviço financeiro da FFLCH mediante
apresentação dos comprovantes.
§1º Da mesma forma, o professor terá importante papel na organização do socorro e retorno em caso de
doença, acidente ou morte de qualquer dos participantes.
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§2º O professor poderá decidir pela interrupção imediata do trabalho de campo caso considere não
haver condições favoráveis para a realização do mesmo (climáticas, por exemplo). Em outras situações
que ameacem a continuidade, o professor deverá discutir e decidir junto ao motorista pela interrupção ou
não do trabalho.
Capítulo 5
Dos passageiros
Art. 18 Serão admitidos como passageiros dos veículos nas viagens de campo somente aqueles
constantes da lista de alunos citada no artigo 5º, sendo que estes deverão ser:
I - alunos regularmente matriculados;
II - monitores;
III - professores do DG;
IV - professores ou técnicos formalmente convidados;
V - guias ou interlocutores nos locais visitados.
§1º Para fins de trabalho de campo não poderão ser levados como passageiros nos veículos:
I - parentes;
II - namorados(as);
III – crianças, ainda que filhos menores dos alunos e/ou professores;
IV – caronistas e outros similares.
§2º De acordo com necessidade imposta por situação específica, o professor poderá decidir pelo
transporte de um médico, um policial, um agente florestal, uma pessoa doente ou alguém cuja presença
considere importante.
(parágrafo 3º suprimido)
Art. 20 Todos os passageiros serão responsáveis por seus atos deliberados, não havendo transferência
de responsabilidade para nenhum dos integrantes do grupo, nem para o próprio Departamento de
Geografia.
§1º A presença do professor responsável pela excursão dentro do veículo em trânsito é imprescindível.
§2º Em casos específicos, o professor poderá nomear um aluno de pós graduação que,
reconhecido pela turma, poderá substitui-lo por apenas um breve período ou trecho
preestabelecido.
§3º Em trabalhos de campo que envolvam mais de um veículo, o professor deverá nomear, no
mínimo, um monitor para cada veículo suplementar, reconhecido pelos demais.
§2º Comportamentos inadequados como uso de drogas, abuso de bebidas alcoólicas e tabaco,
depredações ou quaisquer atitudes que possam prejudicar, direta ou indiretamente o bom
andamento do trabalho de campo, poderão incorrer, em situações extremas, no desembarque do
passageiro.
§3º O Motorista poderá decidir pela interrupção da viagem caso considere sua continuidade
inviabilizada pelas situações descritas no parágrafo anterior.
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§3º A maior ou menor tolerância com atrasos não dependerá do motorista mas de cada
professor; situações específicas deverão ser resolvidas em conjunto.
Capítulo 6
Das verbas
Art. 21 A concessão de verbas a um trabalho de campo está vinculada a sua inclusão na programação
semestral, bem como ao preenchimento da ficha de solicitação, com despesas previstas discriminadas,
nas quais deverão constar, inclusive, as despesas com fretamento de ônibus particulares.
§1º O pedido de verba deverá ser encaminhado com, no mínimo, dez dias de antecedência, para
que os trâmites financeiros possam ser efetuados a tempo;
§2º Os casos de pedidos ou alterações de pedidos fora desse prazo poderão ser submetidos ao
serviço financeiro que poderá considera-los mas sem oferecer garantias de liberação das verbas.
Art. 22 O professor é responsável exclusivo pela administração das verbas concedidas ao trabalho de
campo, assim como a prestação de contas e apresentação de notas até o prazo máximo de uma
semana após o retorno. Essas atividades não deverão ser atribuídas aos alunos e monitores.
Parágrafo único. A concessão de verbas poderá ser negada, caso haja pendências nas
prestações de contas de trabalhos de campos anteriores.
Art. 23 A verba destinada ao trabalho de campo poderá ser utilizada para as seguintes
despesas:
I - alimentação (de todos);
II - hospedagem (de todos);
III – pedágios;
IV – combustível;
V - ingressos (Parques, Museus, etc.) e passagens (balsa, barcas e transportes especiais como trens
funiculares, teleféricos, etc.);
VI - despesas com cópias e material didático relacionados à execução do trabalho de campo, desde que
devidamente documentadas com notas fiscais preenchidas com os dados da FFLCH.
VII – Em caso de verba insuficiente para a cobertura de todos os itens, caberá ao professor decidir como
ela será utilizada.
TÍTULO III
Disposições gerais
Art. 24 Em situações excepcionais, este regimento poderá ser alterado de forma a se adaptar a novos
contextos.
Art. 25 A falta ou inexistência, neste regimento, de mais alguma orientação sobre as viagens de campo
enseja consulta e manifestação da Comissão de Excursões Didáticas e Científicas e da Secretaria do
Departamento de Geografia.
Art. 26 A revisão deste regimento será feita a partir de um ano a contar da data de sua aprovação em
Conselho Departamental, sendo as mudanças submetidas à Comissão de Excursões Didáticas e
Científicas e difundidas entre os professores e demais interessados.
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ANEXO 02
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