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Diretrizes de Aeronavegabilidade

Autor: Adilio Marcuzzo Junior

Ferramenta importante no princípio da aeronavegabilidade continuada, as diretrizes


de aeronavegabilidade (DA) asseguram que as aeronaves voem com segurança
mesmo após o período de certificação, pois, mesmo com todo o avanço da
tecnologia empregada no desenvolvimento de uma aeronave, erros de projeto,
defeitos em componentes, fadiga de material ou erros de operação entre outros
problemas podem ser detectados no decorrer da vida de um equipamento.
A diretriz é emitida pela autoridade aeronáutica de cada país após análise de uma
condição insegura existente em um produto aeronáutico que possa se desenvolver
em outros produtos do mesmo projeto. Como resultado da análise de algum
acidente investigado ou condição insegura reportada em relatórios de confiabilidade
mecânica, relatórios de dificuldades em serviço e relatórios de interrupção de vôo
emitidos por operadores; relatório de defeito ou de condição não aeronavegável
reportados por oficinas de manutenção ou boletins e cartas de serviço editadas por
fabricantes, a autoridade emite a diretriz tornando obrigatórias as correções das
anormalidades constatadas. Portanto, não somente o fabricante, mas as oficinas e
operadores têm papel fundamental na emissão de novas diretrizes, uma vez que,
são responsáveis e devem emitir e enviar à autoridade aeronáutica os relatórios
com a descrição dos problemas encontrados no dia a dia de suas atividades. 
Existem países como a Inglaterra onde não são emitidas diretrizes e os boletins dos
fabricantes são avaliados e classificados, como de cumprimento mandatório ou não,
pela própria autoridade aeronáutica. O quadro 1 mostra as diferentes
denominações para as DA´s em diversos países.
É importante observar que os procedimentos descritos nas diretrizes prevalecem
sobre aqueles emitidos nos boletins de serviço, ou seja, se um boletim foi cumprido
antes da emissão de uma DA e esta estabeleceu cumprimento de inspeções ou
tarefas com períodos e regras diferentes das descritas nos boletins, os
procedimentos do boletim devem ser desconsiderados e a DA deverá ser cumprida
conforme as novas instruções. 
Outro detalhe que deve ser conhecido é que o cumprimento das DA´s brasileiras
prevalecem sobre as estrangeiras quando emitidas para correção de uma mesma
condição insegura, mesmo que o procedimento da DA brasileira seja menos
rigoroso que o da estrangeira para determinado produto. 
Os operadores devem observar as datas de efetivação das DA´s e o vencimento
destas com relação ao prazo e horas de vôos disponíveis para o cumprimento das
instruções da diretriz ou correm o risco de terem suas aeronaves "groundeadas"
(mantidas no chão) pela autoridade aeronáutica até que se cumpram os requisitos
da DA.
Algumas DA´s sugerem inspeções recorrentes, ou seja, procedimentos repetitivos,
como a AD 96-20-07 que será analisada nesta seção do site em um próximo artigo.
Também, neste caso, o proprietário/operador deve manter controle das horas,
ciclos e tempo calendárico das aeronaves e componentes para que não deixe o
prazo destas inspeções repetitivas vencerem. 
No exemplo 1 é mostrada uma DA brasileira. 

Quadro 1 (Fonte IAC 3142)

PAÍS  DENOMINAÇÃO  ABREVIATURA


BRASIL   DIRETRIZ DE AERONAVEGABILIDADE DA
EUA   AIRWORTHINESS DIRECTIVE AD
CANADÁ   AIRWORTHINESS DIRECTIVE CF
FRANÇA   CONSIGNÉ DE NAVEGABILITÉ CN
BIJZONDERE LUCHTWAARDIGHEIDS
HOLANDA   BLA
AANWIJZING
ALEMANHA   LUFTTÜCHTIGKEITSANWEISUNG LTA
ISRAEL  AIRWORTHINESS DIRECTIVE  AD
ARGENTINA   DIRECTIVA DE AERONAVEGABILIDAD DA
PRESCRIZIONE DE
ITÁLIA   PA
AERONAVEGABILITÁ
SUÍÇA   AIRWORTHINESS DIRECTIVE HB
SWEDISH AIRWORTHINESS
SUÉCIA   SAD
DIRECTIVE
JAPÃO  AIRWORTHINESS DIRECTIVE  TCD

Exemplo 1

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