Professional Documents
Culture Documents
I – Conceitos
A – Solos
São várias as definições dadas ao longo de séculos de estudo, abaixo temos duas
que exemplificam o recurso solo de uma maneira geral:
- Solo é a superfície inconsolidada várias que recobre as rochas e mantém a vida animal
e vegetal da Terra. É constituído de camadas que diferem pela natureza física, química,
mineralógica e biológica, que se desenvolvem com o tempo sob a influência do clima e
da própria atividade biológica (VIEIRA, 1975).
- Solo consiste na camada mais externa da crosta terrestre, geralmente não consolidada,
variando de centímetros a dezenas de metros de profundidade, que difere do material
subjacente, também geralmente não consolidado, em cor, textura, estrutura, constituição
física, composição química, características biológicas e provavelmente em processos
químicos, reações e morfologia (MARBUT, 1936).
O solo é um recurso natural e renovável que deve ser utilizado como patrimônio
da coletividade, independente do seu uso ou posse. Por ser um Meio Organizado e
Contínuo na Paisagem, com Diferenciações Horizontais e Verticais Visíveis a
Diversas Escalas, requerem estudos específicos em acordo com ecossistema e
atividades. É um dos componentes vitais do meio ambiente e constitui o substrato
natural para o desenvolvimento das plantas e base primaria para qualquer tipo de
atividade antrópica
B – Conservação
A ciência da conservação do solo objetiva a manutenção das condições físicas,
químicas e biológicas do solo, estabelecendo critérios para o uso e manejo das terras, de
forma a não comprometer sua capacidade produtiva (qualquer atividade antrópicas) e os
recursos naturais de diferentes ecossistemas.
C – Solo e Pedologia
Pedologia é a divisão da Ciência que re&ne os conhecimentos sobre o solo. O
entendimento do solo na natureza, sua classificação e sua distribuição espacial, são
decisivos na transferência dos conhecimentos adquiridos ao longo dos anos de pesquisa,
do uso e da ocupação das terras. No mínimo privilegia a relação acerto/erro nos
processos de uso e ocupação do solo em determinadas paisagens, que por sua vez
apresentam características específicas dos diferentes biomas que compõe o território
brasileiro.
Isto indica que o conhecimento a respeito dos recursos de solos no país deve ser
cada vez mais intensificado para atender a programas de manejo, recuperação e
conservação, poluição ambiental, qualidade do solo, agricultura de precisão, dentre
outros.
A pedologia, aqui contemplando levantamento e classificação de solos, é a
ciência por meio e fins voltada a essa área. Os conceitos pedológicos empregados na
distinção e subdivisão de classes de solos e das fases das unidades de mapeamento,
características morfológicas avaliadas principalmente nos horizontes subsuperficiais,
fundamentam-se na quantificação de atributos permanentes dos solos. Entretanto, as
mudanças temporais resultantes da atividade antrópicas são realmente pouco
contempladas nos sistemas de classificação de solos em geral, mas essenciais nos
projetos ambientais.
Para melhor aproveitamento das informações contidas nos levantamentos
pedológicos, é cada vez mais importante a interação entre os técnicos dos diferentes
segmentos das ciências do solo e ambiental com o meio no qual estão inseridos. Mesmo
muitas vezes generalizados em termos regionais, os levantamentos pedológicos, em sua
maioria, constituem, ainda a melhor ferramenta para o planejamento de uso e ocupação
do solo e estratificação ambiental. Aprimorá-los, alterando os conceitos pedológicos (de
sua classificação em unidade pedológica) e detalhes atuais compatíveis com a
necessidade de informação do projeto (a se executar) é o melhor método a se seguir em
conservação do solo.
Engenharia civil: material escavável, que perde sua resistência quando em contato com
a água.
Agronomia: camada superficial de terra arável, possuidora de vida microbiana.
Arqueologia: material no qual se encontram registros de civilizações e organismos
fósseis.
Geologia: produto do intemperismo físico e químico das rochas.
Pedologia: camada viva que recobre a superfície da terra, em evolução permanente, por
meio da alteração das rochas e de processos pedogenéticos comandados por agentes
físicos, biológicos e químicos.
Todo este processo leva muito tempo para ocorrer. Calcula-se que cada
centímetro do solo se forma num intervalo de tempo de 100 a 400 anos, que
compreende a passagem da rocha sã (material de origem) ao solo como o vemos na
paisagem (ex dos solos da Amazônia, Figura 01), processo esse denominado de
intemperismo. . Os solos usados na agricultura demoram entre 3000 a 12000 anos para
tornarem-se produtivos.
Figura 01: Processos de Formação dos Solos.
Na verdade, a origem e evolução dos solos são condicionadas por cinco fatores,
geralmente exemplificado por Solo = f (rocha de origem, organismos vivos,
clima, relevo e tempo), a saber:
PLANO SUAVE ONDULADO FORTE. Montanhoso
ONDULADO ONDULADO
0 – 3% 3 – 12% 12 – 25 % 25 – 45% > 45%
Fonte: Piccinin (2003)
2 3 4
Fonte: Prado (2005)
Figura 02: A medida que as rochas se intemperizam, os horizontes ou camadas se
diferenciam entre si: a) Seqüências de horizontes A – R solos menos intemperizados,
com rochas próximas a superfície (Fotos 1 e 2); b) seqüências de horizontes A – B,
solos mais intemperizados (Fotos 3 e 4).
II - FUNDAMENTOS DE PEDOLOGIA
1
2
Nas figuras acima, observa-se perfis diferenciados por etapas, em função dos
processos pedogenéticos do solo. Exemplos de perfis de solo encontrados no meio
pedológico, enquanto na Figura 1 temos um solo maduro, com estagio de inteperismo
muito avançado, profundo e subdividido por horizontes, na Figura 2 temos uma camada
de solo sobreposta ao material de origem, de baixa profundidade efetiva.
De modo geral, um perfil de solo intemperizado, condição predominante na
Amazônia legal, pode ser representado da seguinte forma:
PERFIL A R
H AB E
O BA G
R SÓLUM O
I B L
Z I
O T
BC
N O
T C
E
S Reminiscência
Material Origem
ROCHA
1 2 3
que se dá verticalmente (da base ao topo ou do topo à base do perfil), e lateralmente (da
alta para a baixa encosta); e mecanismos de organização e de agregação, que dão
origem às cores dos solos, aos agregados, a textura, aos sistemas pedológicos, que são
suas características morfológicas. Abaixo, exemplos de horizontes:
TEXTURA
Refere-se às dimensões e características das partículas primárias do solo, ou seja,
é a proporção das frações granulométricas dos minerais integrante do solo
compreendendo partículas de TFSA, de diâmetros igual ou inferior a 2 mm. Essas
partículas são agrupadas em função do tamanho, porém apresentam características
comuns. Pode ser avaliada através do tato, pela sensação ao esfregar um pouco de solo
úmido entre os dedos. A areia provoca sensação de aspereza, o silte de sedosidade e a
argila de pegajosidade.
Raramente um solo é constituído de uma só fração granulométrica, daí a
necessidade de classes de textura procurando definir diferentes combinações de areia,
silte e argila.
Em função db diametreo das´particulas minerais, são classificadas em:
Escala (mm)
2,0 – 0,2 A Grossa
0,2 – 0,02 A Fina
16 – 35 Média
0,02 – 0,002 Silte
< 0,002 Argila
Dessas frações a argila é a que possui maior superfície específica, por isso
possui natureza coloidal e de alta retenção de cátions e de adsorção de fósforo. A
fração mineral representa a maior parte da fase sólida do solo e é constituída de uma
gama variada de minerais de argila (tamanho argila), os quais apresentam cargas
elétricas negativas responsáveis pela capacidade de troca de cátions (CTC).
Quanto menor o valor, mais escuro é o solo e mais alto e o teor de matéria
orgânica e a capacidade de troca de cátions.
Finalmente, o croma está disposto no sentido horizontal da tabela e refere-se a
contribuição do matiz. Se o matiz é zero a cor é neutra não existindo as participações
das cores vermelha e amarela.
Característica morfológica de fácil visualização e identificação. O sistema de
classificação do solo considera a cor para distinção de classes, pois infere sobre a
ocorrência de processos pedogenéticos ou avaliação de características importantes no
solo. Como foi citado anteriormente, Principais agentes responsáveis pela cor matéria
orgânica e óxidos de ferro
Os tipos de óxidos de ferro estão muito relacionados com as cores dos diversos
solos, sendo a hematita o óxido de ferro responsável pela cor vermelha, a goethita
pela amarela, e as formas reduzidas de ferro, pela cor cinza. O quartzo, e o carbonato
de cálcio são responsáveis pela cores muito claras dos solos.
Os Gleissolos, especialmente, ocorrem nas baixadas, ou seja em locais
permanentemente encharcados, possuem cores neutras (acinzentadas, azuladas, ou
olivaceas) indicando a ocorrência do ferro num ambiente muito redutor devido a forte
influência da água, e podem ainda apresentar mosqueamento ou cor variegada.
Todas as outras classes de solos podem apresentar restrição de drenagem
interna iniciando numa profundidade próxima de 50 cm ou pouco mais abaixo se
apresentarem mosqueamento ou variegado. Isso representa um ambiente úmido a
partir dessas profundidades em direção ao lençol freático.
Notação Cor
Vermelho (10R 3/4 úmido)
ESTRUTURA
Define-se estruturas pelo arranjo das partículas areia, siltee argila em agregados
ou torrões. As estruturas, ou agregados, podem ser entendidos como um conjunto
coerente de partículas primárias do solo com forma e tamanho definidos, com
importante influência no comportamento do meio solo. Os agregados podem aparecer
num mesmo horizonte com morfologias diversificadas e variarem lateral e
verticalmente.
A Estrutura é composta por 3 Fases
- Sólida, Líquida e Gasosa!
Ar
Água
Minerais 45% Nutrientes
Forma Geral, Sob Condição Natural sua
Composição é: MO 5-10%
Macroporos Microporos
20% 30 %