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PARTE 01 - BARROCO
a) O poeta, influenciado pelo classicismo, estabelece um paralelo entre os processos naturais e o percurso
humano.
b) O poeta, inspirado no desconcerto do mundo camoniano, se queixa da brevidade da vida e da instabilidade do
mundo.
c) O poeta, apesar da visão pessimista, observa que o destino das tristezas é se transformarem em alegria.
d) O poeta, baseando-se numa constatação pragmática, afirma que a Luz e formosura estão destinadas a
desaparecer.
e) O poeta, imbuído no espírito Barroco que enforma a sua poesia, vê o mundo às avessas, em que o fulgaz é o
que permanece.
"A primeira cousa que me desedifica, peixes, de vós, é que comeis uns aos outros. Grande escândalo é este, mas a
circunstância o faz ainda maior. Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos. Se fora
pelo contrário era menos mal. Se os pequenos comeram os grandes, bastara um grande para muitos pequenos; mas
como os grandes comem os pequenos, não bastam cem pequenos, nem mil, para um só grande [...]. Os homens, com
suas más e perversas cobiças, vêm a ser como os peixes que se comem uns aos outros. Tão alheia cousa é não só da
razão, mas da mesma natureza, que, sendo criados no mesmo elemento, todos cidadãos da mesma pátria, e todos
finalmente irmãos, vivais de vos comer."
(VIEIRA, Antônio. Obras completas do Padre Antônio Vieira: sermões. Prefaciados e revistos pelo Pe. Gonçal o Alves.
Porto: Lello e Irmão - Editores, 1993. v. III, p. 264-265.)
O texto de Vieira contém algumas características do Barroco. Dentre as alternativas a seguir, assinale aquela em que
NÃO se confirmam essas tendências estéticas:
03) (UFV/MG-2006) Assinale abaixo a alternativa em que a metalinguagem aparece como recurso discursivo nos
sermões do Padre Antônio Vieira:
a) O estilo era que o Pregador explicasse o Evangelho: hoje o Evangelho há de ser a explicação do Pregador. Não
sou eu o que hei de comentar o Texto; o Texto é o que me há de comentar a mim. Nenhuma palavra direi que
não seja sua, porque nenhuma cláusula tem que não seja minha. “Sermão da Epifania”
b) Vós, diz Cristo Senhor nosso, falando com os Pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque
quer que façam na terra, o quefaz o sal. “Sermão de Santo Antônio”
c) Supostas estas duas demonstrações; suposto que o fruto e efeitos da palavra de Deus, não fica, nem por parte
de Deus, nem por parte dos ouvintes, segue-se por conseqüência clara que fica por parte do pregador.
“Sermão da Sexagésima”
d) Este Sermão, que hoje se prega na Misericórdia de Lisboa, e não se prega na Capela Real, parecia-me a mim,
que lá se havia de pregar e não aqui. Porque o Texto em que se funda o mesmo sermão, todo pertence à
Majestade daquele lugar e nada à piedade deste. “Sermão do Bom Ladrão”
e) Dizei-me, Cristão, se vos víreis em poder de um tirano que vos quisesse tirar a vida pela Fé de Cristo; que
havíeis de fazer? Dar a vida, e mil vidas. Pois o mesmo é dar a vida pela Fé de Deus, que dar a vida pelo serviço
de Deus. “Sermão da Primeira Dominga da Quaresma”
04) (UFV/MG-2006) Leia com atenção o fragmento abaixo, extraído do “Sermão da Sexagésima”, do Padre Antônio
Vieira:
“Supostas estas duas demonstrações; suposto que o fruto e efeitos da palavra de Deus, não fica, nem por parte de
Deus, nem por parte dos ouvintes, segue-se por conseqüência clara que fica por parte do pregador. E assim é. Sabeis,
Cristãos, por que não faz fruto a palavra de Deus? Por culpa dos Pregadores. Sabeis, Pregadores, por que não faz fruto a
palavra de Deus? Por culpa nossa.”
Com base no fragmento, pode-se afirmar que o texto relata as dúvidas do pregador diante:
(GUERRA Gregório de Matos. Os melhores poemas de Gregório de Matos Guerra. Rio de Janeiro: Record, 1990.)
06) (Fatec-SP)
As cousas do mundo
a) Inversões da sintaxe corrente, como em “Com sua língua, ao nobre o vil decepa” e “Quem menos falar pode”.
b) Conflito entre os universos do profano e do sagrado, como se vê na oposição “Quem dinheiro tiver” e “pode
ser Papa”.
c) Metáforas raras e desusadas, como no verso experimental “a Musa topa/Em apa, epa, ipa, opa, upa”.
d) Contraste entre os pólos de antíteses violentas, como “língua” —“decepa” e “menos falar” —“mais increpa”.
e) Imagens que exploram os elementos mais efêmeros e diáfanos da natureza, como “flor” e “tulipa”.
07) (UFSCAR-SP)
"O pregar há-de ser como quem semeia,e não como quem ladrilha ou azuleja.Ordenado,mas como as estrelas.(...)
Todas as estrelas estão por sua ordem;mas é ordem que faz influência,não é ordem que faça lavor.Não fez Deus o céu
em xadrez de estrelas, como os pregadores fazem o sermão em xadrez de palavras. Se de uma parte há-de estar
branco, da outra há-de estar negro; se de uma parte está dia, da outra há-de estar noite; se de uma parte dizem luz, da
outra hão-de dizer sombra; se de uma parte dizem desceu,da outra hão-de dizer subiu.Basta que não havemos de ver
num sermão duas palavras em paz? Todas hão-de estar sempre em fronteira com o seu contrário? Aprendamos do céu
o estilo da disposição,e também o das palavras." (VIEIRA, Padre Antônio. Sermão da sexagésima. Disponível em:)
No texto, Vieira critica um certo estilo de fazer sermão, que era comum na arte de pregar dos padres dominicanos da
época. O uso da palavra xadrez tem o objetivo de:
08) (PUC-CAMPINAS/SP-2007)
O pensador italiano Umberto Eco, ao analisar a poética do Barroco, afirma que ela “reage a uma nova visão do cosmo
introduzida pela revolução copernicana. Assim, as perspectivas múltiplas produzidas pela arte barroca refletem essa
concepção – não mais geocêntrica, e portanto não mais antropocêntrica – de um universo ampliado rumo ao infinito”.
(Adaptado de VV.AA. A física e suas muitas interações e interfaces. Ciência e Cultura n. 3, 2005)
As perspectivas múltiplas produzidas pela arte barroca, a que Umberto Eco faz referência no texto, expressam-se na
linguagem verbal por meio do uso intensivo de figuras como as antíteses, os paradoxos, os quiasmos — figuras que
favorecem um jogo de simetrias e oposições.
09) (UFRRJ)
(GUERRA, Gregório de Matos. Antologia poética. Rio de Janeiro: Ediouro, 1991. p. 84.)
Um dos aspectos da arquitetura do poema barroco é aquele em que conceitos e/ou palavras são inicialmente citados
ao longo do poema para, mais adiante, serem retomados conclusivamente. Esse recurso, no soneto de Gregório de
Matos, acontece respectivamente:
10) (UEL-PR) O Barroco manifesta-se entre os séculos XVI e XVII, momento em que os ideais da Reforma entram em
confronto com a Contra-Reforma católica, ocasionando no plano das artes uma difícil conciliação entre o teocentrismo
e o antropocentrismo. A alternativa que contém os versos que melhor expressam esse conflito é:
a) "Um paiá de Monal, bonzo bramá, Quer ser filho do sol, nascendo cá."
Primaz da Cafraria do Pegu, Gregório de Matos Guerra
Que sem ser do Pequim, por ser do Açu,
b) "Temerária, soberba, confiada, d) "Luzes qual sol entre astros brilhadores,
Por altiva, por densa, por lustrosa, Se bem rei mais propício, e mais amado;
A exaltação, a névoa, a mariposa, Que ele estrelas desterra em régio estado,
Sobe ao sol, cobre o dia, a luz lhe enfada." Em régio estado não desterras flores."
Botelho de Oliveira Botelho de Oliveira
c) "Fábio, que pouco entendes de finezas! e) "Pequei Senhor; mas não porque hei pecado,
Quem faz só o que pode a pouco obriga: Da vossa alta clemência me despido;
Quem contra os impossíveis se afadiga, Porque quanto mais tenho delinqüido,
A esse cede amor em mil ternezas." Vos tenho a perdoar mais empenhado. "
Gregório de Matos Guerra Gregório de Matos Guerra
11) (UEL-PR) O caráter essencial do Barroco está no apelo às emoções, na busca do movimento, na dramatização das
expressões, nas colunas torcidas e nos panejamentos em “S” (sinuosos) das roupas dos santos. Com base nos
conhecimentos sobre o Barroco, analise as imagens a seguir.
a) 1 e 2. d) 1, 3 e 4.
b) 1 e 3. e) 2, 3 e 4.
c) 2 e 4.
12) (PUC/PR/PAES-2006) Das características abaixo, assinale aquela que definitivamente NÃO SE APLICA ao Barroco:
a) Busca pela simplicidade, através de uma linguagem que se quer clara e objetiva, defendendo o conceito de
arte como imitação, tanto da natureza quanto dos modelos clássicos.
b) O dilema revelado nas composições barrocas centra-se na oposição entre vida eterna versus vida terrena;
espírito versus carne. Dentro do Maneirismo e dentro do Barroco não há possibilidade de conciliação para
estas antíteses. Ou se vive sensualmente a vida, ou se foge dos gozos humanos e se alcança a eternidade.
c) Suas expressões literárias e artísticas revelam o conflito entre os prazeres corpóreos e as exigências da alma,
que afligia o homem barroco.
d) A forma conflituosa e exagerada dos barrocos traduz um estado de mal-estar causado pela oposição entre os
princípios renascentistas e a ética cristã, entre a lascívia dos novos tempos e a tradição medieval. Traduz
também o gosto pela agudeza do pensamento, pela artificialidade da linguagem e pelo desejo de causar
assombro no leitor.
e) A audácia verbal revelada pela estética barroca não tem limites: comparações inesperadas, antíteses,
paradoxos, hipérboles, inversões nas frases, palavras raras revelam um estilo retorcido, contraditório, por
vezes brilhante, por vezes incompreensível e de mau gosto.
13) (PUC/PR/PAES-2006) Ainda que alguns críticos e historiadores encontrem lampejos de genialidade e nacionalismo
nas manifestações literárias barrocas no Brasil do séc. XVII, não se pode deixar de considerar a mediocridade quase que
geral deste período. Poucos autores resistem a uma leitura crítica. Dois nomes, entretanto, superam a pobreza
intelectual do contexto em que inscrevem suas obras. São eles:
Sabe-se que Gregório de Matos, entre outros textos, teria escrito poemas satíricos, de caráter erótico-irônico. O poema
acima é um exemplo disso. Os enunciados abaixo trazem alguns comentários sobre esse poema e sobre o contexto
histórico em que se insere. Analise-os.
I. A sátira gregoriana consiste na brincadeira lançada a respeito de um fato que parece ter realmente ocorrido,
como nos sugere o título. O efeito sarcástico ocorre pela ambigüidade da palavra ‘passarinhos'.
II. Foi tomando por referência poemas como este, entre outras razões, que Gregório de Matos ficou conhecido
como ‘Boca do Inferno'.
III. O poema pode ser considerado barroco, pois aborda, claramente, um tema religioso, representado na figura
das religiosas em ato de celebração.
IV. O subtítulo ‘Décima'faz referência ao poema de estrutura fixa, composto por uma ou mais estrofes de dez
versos. No Barroco brasileiro, esses versos costumam dispensar o recurso à rima.
V. A antítese, recurso retórico tão comum ao Barroco, predomina na composição deste poema, como revelam
sobretudo os quatro primeiros versos.
I. A temática e a linguagem barrocas expressam os conflitos experimentados pelo homem do século XVII.
II. A linguagem barroca caracteriza-se pelo emprego de figuras, como comparação e alegoria, entre outras.
III. A antítese e o paradoxo são as figuras que a linguagem barroca emprega para expressar a divisão entre
mundo material e mundo espiritual.
IV. A estética barroca privilegia a visão racional do mundo e as relações humanas, buscando na linguagem a
fuga às constrições do dia-a-dia.
a) Prosopopéia e antítese.
b) Antítese e metáfora.
c) Metáfora somente.
d) Metáfora e hipérbole.
e) Antítese e hipérbole.
17) (UEPA-2005) Na estética barroca, os temas mais freqüentes evidenciados na poesia, dizem
respeito à aflição e a ansiedade frente à transitoriedade da vida. Levando em conta essa afirmativa, identifique o
fragmento poético que tematiza essa transitoriedade.
a) A vós correndo vou, Braços sagrados, E o que estou sem ver, mais me atormenta,
Nessa cruz sacrossanta descobertos; Alegro-me de ver-me atormentado.
Que para receber-me estais abertos
E por não castigar-me estais cravados. c) Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se é tão formosa a Luz, por que não dura?
b) Ando sem me mover, falo calado, Como a beleza assim se transfigura?
O que mais peço vejo, se me ausenta, Como o gosto da pena assim se fia?
d) Anjo no nome, Angélica na cara. e) Quem vira uma flor, que não a cortará,
Isso é ser anjo e flor conjuntamente, de verde pé, da rama fluorescente;
Ser Angélica flor, anjo florente E quem um anjo vira tão reluzente,
Em que, se não em vós, se uniformara? Que por seu deus o não idolatrará?
18) (PRISE-2005)
Analisando o trecho do poema acima, podemos constatar que ele é marcado pelo(a):
a) culto ao contraste e tendência para os jogos de palavras, atitudes peculiares ao espírito do Trovadorismo.
b) revolta contra o destino do homem: o inferno e a desgraça espiritual, orientação do período árcade a que
pertencem os textos.
c) consciência da necessidade de ser piedoso para poder ser perdoado por Deus.
Quem vira uma tal flor que a não cortara Mas vejo que por bela e por galharda
De verde pé da rama florescente Posto que os anjos nunca dão pesares,
E quem um anjo vira tão luzente Sois anjo que me tenta e não me guarda.
Cotejando-se (comparando-se) os versos dos dois poetas, separados, no tempo, por quase três séculos, a leitura revela
o seguinte tema convergente:
a) Fugacidade da Vida.
b) A Contradição Humana.
c) A Ruptura com o Divino.
d) Nacionalismo Exacerbado.
e) Sentimento de evasão
21)
A vós, correndo vou, braços sagrados,
Nessa cruz sacrossanta descobertos,
Que, para receber-me, estais abertos
E, por não castigar-me, estais cravados.
Os versos de Gregório de Matos Guerra apresentam ao leitor uma das temáticas da poesia barroca que consiste:
22) (UEPA)
a) o rebuscamento da linguagem.
b) a não utilização de rimas alternadas.
c) a ausência de antíteses.
d) a temática da preponderância humana.
e) o uso de aliterações.
23) Ao abordar a figura feminina através de Uma perspectiva conflituosa, no soneto "A mesma D. Angela", Gregório de
Matos assim apresenta o último terceto:
PARTE 02 - ARCADISMO
01)
“Oh! Que saudades
Do luar da minha terra
Lá na serra branquejando
Folhas secas pelo chão
Este luar cá de cidade
Tão escuro não tem aquela saudade
Do luar lá do sertão!”
4) (UNIFESP-2007) INSTRUÇÃO: Leia o poema de Bocage para responder às questões de número 4a a 4d.
Vê como ali, beijando-se, os Amores Que alegre campo! Que manhã tão clara!
Incitam nossos ósculos ardentes! Mas ah! Tudo o que vês, se eu te não vira,
Ei-las de planta em planta as inocentes, Mais tristeza que a morte me causara.
As vagas borboletas de mil cores.
4a) A descrição que o eu lírico faz do ambiente é uma forma de mostrar à amada que o amor
a) todo o belo cenário só tem tais qualidades se a mulher amada fizer parte dele.
b) a ausência da mulher amada pode levar o eu-lírico à morte.
c) a morte é uma forma de o eu-lírico deixar de sofrer pela mulher amada.
d) a mulher amada morreu e, por essa razão, o eu-lírico sofre.
e) o eu-lírico sofre toda manhã pela ausência da mulher amada.
4c) Leia os versos e analise as considerações sobre as formas verbais neles destacadas.
I. “Olha, Marília, as flautas dos pastores...”— Como o eu lírico faz um convite à audição das
flautas dos pastores, poderia ser empregada a forma Ouça, no lugar de Olha.
II. “Vê como ali, beijando-se, os Amores...” — A forma verbal, no imperativo, expressa um
convite do eu lírico para que a amada se delicie, junto a ele, com o belo cenário.
III. “Mas ah! Tudo o que vês...” — A forma verbal, também no imperativo, sugere que, neste
ponto do poema, a amada já viu tudo o que o seu amado lhe mostrou.
4d) O soneto de Bocage é uma obra do Arcadismo português, que apresenta, dentre suas características, o bucolismo e
a valorização da cultura greco-romana, que estão exemplificados, respectivamente, em
a) Busca da simplicidade, racionalismo, imitação da natureza, caráter pastoril, imitação dos clássicos,
ausência de subjetividade.
b) Individualismo e subjetivismo, culto à Natureza, evasão, liberdade artística, culto à mulher amada,
sentimentalismo, indianismo, nacionalismo.
c) Subjetivismo, efeito de sugestão, musicalidade, irracionalismo, mistério.
d) Liberdade, de expressão, incorporação do cotidiano, linguagem coloquial, inovação técnica, ambigüidade,
paródia.
e) Racionalismo, incorporação do cotidiano, culto à mulher amada, imitação dos clássicos, efeito de
sugestão.
7) (UFMT-2007) Leia o poema do poeta árcade Cláudio Manoel da Costa e responda às questões 7a e 7b.
VIII
Este é o rio, a montanha é esta,
Estes os troncos, estes os rochedos;
São estes inda os mesmos arvoredos;
Esta é a mesma rústica floresta.
Tudo cheio de horror se manifesta,
Rio, montanha, troncos, e penedos;
Que de amor nos suavíssimos enredos
Foi cena alegre, e urna é já funesta.
Oh quão lembrado estou de haver subido
Aquele monte, e as vezes, que baixando
Deixei do pranto o vale umedecido!
Tudo me está a memória retratando;
Que da mesma saudade o infame ruído
Vem as mortas espécies despertando.
(MOISÉS, Massaud. A literatura brasileira através de textos. São Paulo: Cultrix, 1986.)
a) A natureza é cenário tranqüilo, descrita sem levar em conta o estado de espírito de quem a descreve,
como ocorre no Romantismo.
b) O poema faz elogio ao pastoralismo, criticando os males que o meio urbano traz ao homem.
c) Exemplo típico do Arcadismo, o poema apresenta a primazia da razão sobre a emoção, revelando a
influência da lógica iluminista.
d) A antítese Foi cena alegre, e urna é já funesta. resume o poema, indicando a passagem do tempo e a
lembrança do amor perdido.
e) Faz referência à constância da vida, à previsibilidade do destino, recomendando que se aproveite o dia.
8) (UEM/PR-2007) Sobre o fragmento abaixo e sobre a escola a que ele pertence, assinale a
alternativa incorreta.
a) O trecho acima alterna versos decassílabos com versos hexassílabos. Curiosamente, o tema da estrofe é a
inconstância da sorte. É como se o encurtamento do verso, alternado com o verso mais longo, imitasse os
altos e baixos do destino.
b) A referência ao deus grego Apolo é típica do Arcadismo, escola que pretendia uma espécie de retorno ao
tempo mitológico da Grécia clássica. Além disso, segue-se a eferência ao período em que o deus foi
pastor, reforçando o elo com a escola árcade, na qual os poetas freqüentemente adotavam um
pseudônimo pastoril, como Glauceste ou Elmano.
c) Para o Arcadismo, a vida do pastor, singela e próxima da natureza, é bela e pura. No entanto os versos
“Apolo já fugiu do céu brilhante / já foi pastor de gado” criam uma imagem dentro da qual estar no céu é
o pólo positivo (felicidade) e ser pastor é o pólo negativo (degradação). Portanto a imagem contida nos
versos é surpreendente quando percebemos que ela subverte o tema árcade da vida pastoril como ideal a
ser buscado.
d) A imagem do deus Apolo fugindo do céu possui forte valor simbólico, explicável pelas
características do Arcadismo: ela remete a um conceito de mundo como espaço emocrático, aberto às
mudanças. Fica implícito que, se um Deus pode fugir do seu destino traçado (estar no céu), seja por
vontade, seja por necessidade, um homem comum também pode mudar a própria condição de vida,
tornando-se até mesmo rico e poderoso.
e) Os principais autores do Arcadismo, homens cultos e educados, escreviam poemas nos quais se exaltavam
a simplicidade e a vida em contato com a natureza. Gonzaga é, até certo ponto, coerente com isso,
embora o eu-lírico das Liras alterne poemas (ou estrofes) nos quais ele é “um triste pastor” com outros
(ou outras) nos quais surge a figura do magistrado, diante de “altos volumes” sobre a mesa, decidindo
processos jurídicos.
10) (PUC/PR/PAES-2006) É só a partir do Arcadismo, que começa a surgir no país uma relação
sistemática entre autor, obra e público, que caracterizam um sistema literário. Aponte a
alternativa que melhor descreve esse período.
a) Busca da simplicidade, racionalismo, imitação da natureza, caráter pastoril, imitação dos clássicos,
ausência de subjetividade.
b) Individualismo e subjetivismo, culto à Natureza, evasão, liberdade artística, culto à mulher amada,
sentimentalismo, indianismo, nacionalismo.
c) Subjetivismo, efeito de sugestão, musicalidade, irracionalismo, mistério.
d) Liberdade, de expressão, incorporação do cotidiano, linguagem coloquial, inovação técnica, ambigüidade,
paródia.
e) Racionalismo, incorporação do cotidiano, culto à mulher amada, imitação dos clássicos, efeito de
sugestão.
a) O autor descreve as atitudes do governador de Minas sem fazer uso de um tom irônico.
b) O autor critica algumas atitudes do governador de Minas, julgando-as dissimuladas.
c) O autor descreve, com humor, o comportamento do governador de Minas, sem apresentar um
posicionamento crítico.
d) O tom satírico, presente nas Cartas Chilenas, não é observado nesse fragmento, pois, aqui, há apenas a
descrição das práticas religiosas do Fanfarrão Minésio.
e) O autor chama a atenção para o fato de que o governador de Minas age com fervor, longe dos olhos dos
fiéis.
12) (UFMT-2007)
Leia o poema do poeta árcade Cláudio Manoel da Costa e responda às questões 12a e 12b.
VIII
Este é o rio, a montanha é esta,
Estes os troncos, estes os rochedos;
São estes inda os mesmos arvoredos;
Esta é a mesma rústica floresta.
Tudo cheio de horror se manifesta,
Rio, montanha, troncos, e penedos;
Que de amor nos suavíssimos enredos
Foi cena alegre, e urna é já funesta.
Oh quão lembrado estou de haver subido
Aquele monte, e as vezes, que baixando
Deixei do pranto o vale umedecido!
Tudo me está a memória retratando;
Que da mesma saudade o infame ruído
Vem as mortas espécies despertando.
(MOISÉS, Massaud. A literatura brasileira através de textos. São Paulo: Cultrix, 1986.)
13) (UEM/PR-2007) Sobre o fragmento abaixo, extraído da obra Marília de Dirceu, de Tomás Antonio Gonzaga, assinale
a alternativa incorreta.
a) O trecho acima alterna versos decassílabos com versos hexassílabos. Curiosamente, o tema da estrofe é a
inconstância da sorte. É como se o encurtamento do verso, alternado com o verso mais longo, imitasse os
altos e baixos do destino.
b) A referência ao deus grego Apolo é típica do Arcadismo, escola que pretendia uma espécie de retorno ao
tempo mitológico da Grécia clássica. Além disso, segue-se a referência ao período em que o deus foi
pastor, reforçando o elo com a escola árcade, na qual os poetas freqüentemente adotavam um
pseudônimo pastoril, como Glauceste ou Elmano.
c) Para o Arcadismo, a vida do pastor, singela e próxima da natureza, é bela e pura. No entanto os versos
“Apolo já fugiu do céu brilhante / já foi pastor de gado” criam uma imagem dentro da qual estar no céu é
o pólo positivo (felicidade) e ser pastor é o pólo negativo (degradação). Portanto a imagem contida nos
versos é surpreendente quando percebemos que ela subverte o tema árcade da vida pastoril como ideal a
ser buscado.
d) A imagem do deus Apolo fugindo do céu possui forte valor simbólico, explicável pelas características do
Arcadismo: ela remete a um conceito de mundo como espaço democrático, aberto às mudanças. Fica
implícito que, se um Deus pode fugir do seu destino traçado (estar no céu), seja por vontade, seja por
necessidade, um homem comum também pode mudar a própria condição de vida, tornando-se até
mesmo rico e poderoso.
e) Os principais autores do Arcadismo, homens cultos e educados, escreviam poemas nos quais se exaltavam
a simplicidade e a vida em contato com a natureza. Gonzaga é, até certo ponto, coerente com isso,
embora o eu-lírico das Liras alterne poemas (ou estrofes) nos quais ele é “um triste pastor” com outros
(ou outras) nos quais surge a figura do magistrado, diante de “altos volumes” sobre a mesa, decidindo
processos jurídicos.
a) “sua poesia prolonga uma atmosfera lírica e moral que descortinamos na poesia camoniana, evidente no
emprego constante da antítese, do paradoxo e do racionalismo”
b) “a essência doutrinária revela um homem primitivo, apegado ainda à Idade Média: os poemas respiram
uma fé inabalável, intocada pelos ventos críticos da Renascença.”
c) “o sentimento amoroso se espraia livremente; nota-se que o poeta infringe os princípios clássicos da
contenção e manifesta a emoção dum modo tal que seus versos acabam adquirindo foros de crônica
amorosa.”
d) “é preciso ver na força desse poeta o ponto exato em que o mito do bom selvagem, constante desde os
árcades, acabou por fazer-se verdade artística.”
e) “os seus versos agradaram, e creio que ainda possam agradar aos que pedem pouco à literatura: uma
expressão fácil, uma sintaxe linear, uma linguagem coloquial e brejeira”
15) (MACKENZIE/SP-2006) Tomás Antônio Gonzaga, outro poeta árcade brasileiro, assim
expressa o sentimento amoroso: “Se não lhe desse, / compadecido, / tanto socorro / o deus
Cupido; / se não vivera / uma esperança / no peito seu, / já morto estava / o bom Dirceu.”
Nesses versos, encontram-se índices que apontam para o fato de que a poesia brasileira do
século XVIII
Assinale:
a) se apenas a afirmação I estiver correta.
b) se apenas a afirmação II estiver correta.
c) se apenas a afirmação III estiver correta.
d) se apenas as afirmações I e II estiverem corretas.
e) se todas as afirmações estiverem corretas.
16) (PROSEL/UEPA-2006)
Leia com atenção os versos abaixo.
Com esta estrofe, conclui-se a 1ª lira do poema, na qual o poeta se apresenta à Marília e faz uma projeção da vida que
poderão viver juntos até que sejam feridos pela morte. Nesta estrofe, o tema da Morte evidencia a seguinte
característica da poesia do Arcadismo:
17) (PSS/UEPG-2006)
"Marília de Dirceu".Tomás Antonio Gonzaga
Primeira Parte
Lira I
------------------------------------------
Os teus olhos espalham luz divina,
A quem a luz do sol em vão se atreve;
Papoila ou rosa delicada e fina
Te cobre as faces, que são cor da neve.
Os teus cabelos são uns fios, d’ouro;
Teu lindo corpo bálsamos vapora .
Ah! não, não fez o Céu, gentil Pastora ,
Para glória de amor igual Tesouro!
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
(bálsamos vapora = exala perfumes)
Segunda Parte
Lira XV
-------------------------------------------
Se o rio levantado me causava,
Levando a sementeira, prejuízo,
Eu alegre ficava, apenas via
Na tua breve boca um ar de riso.
Tudo agora perdi; nem tenho o gosto
De ver-te ao menos compassivo o rosto.
Em relação à compreensão dos dois fragmentos e à compreensão global da obra "Marília de Dirceu", assinale a
alternativa correta.
a) A descrição de Marília é real, o retrato fiel da mulher daquela época.
b) O tom de felicidade e otimismo permeia os dois fragmentos e constitui-se característica da obra toda.
c) O "eu lírico", mesmo fragilizado pela incerteza de seu destino, não demonstra desalento e amargura.
d) A descrição de Marília é uma convenção clássica, tudo nela é ideal, sublimado e hiperbólico.
e) Observa-se a exploração do motivo da mulher inacessível e misteriosa desejada por um homem cansado e
doente.
18) (UFV-MG) Os árcades, no Brasil, assimilaram as idéias neoclássicas européias, muitas vezes, reinterpretando, cada
um ao seu estilo, a realidade sociopolítica e cultural do país, como se observa no seguinte fragmento das Cartas
chilenas:
Tomás Antônio Gonzaga. Cartas chilenas. In: Alvarenga Peixoto, Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga. A
poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996. p. 814.
Todas as alternativas abaixo apresentam características desse estilo literário, presente nos versos acima citados,
EXCETO:
a) Valorização do ideal da vida simples e tranqüila.
b) Tendência ao discurso em forma de diálogo do eu poético com um interlocutor.
c) Utilização de linguagem elegante, rebuscada e artificial.
d) Intenções didáticas, expressas no tom de denúncia e sátira.
e) Caracterização do poeta como um pintor de situações e não de emoções.
19) (UFRRJ)
Lira XI
"Não toques, minha musa, não, não toques
Na sonorosa lira,
Que às almas, como a minha, namoradas
Doces canções inspira:
Assopra no clarim que apenas soa,
Enche de assombro a terra!
Naquele, a cujo som cantou Homero,
Cantou Virgílio a guerra."
Tomás Antônio Gonzaga. Marília de Dirceu.
Rio de Janeiro: Anuário do Brasil, s/d. p. 30.
Marília de Dirceu apresenta um dos principais traços do Arcadismo. A opção que aponta essa característica temática,
presente no texto, é
a) o bucolismo.
b) a presença de valores ou elementos clássicos.
c) o pessimismo e negatividade.
d) a fixação do momento presente.
e) a descrição sensual da mulher amada.
20) (UFSM-RS)
"Tu não verás, Marília, cem cativos
tirarem o cascalho e a rica terra,
ou dos cercos dos rios caudalosos,
ou da minada serra.
No trecho de Marília de Dirceu, expressões como "cem cativos", "rios caudalosos" e "granetes de oiro" remetem para:
I. O momento ideológico, na literatura do Setecentos, traduz a crítica da burguesia culta aos abusos da nobreza e do
clero.
II. O momento poético, na literatura do Arcadismo, nasce de um encontro, embora ainda amaneirado, com a natureza e
os afetos comuns do homem.
III. Façamos, sim, façamos, doce amada,
Os nossos breves dias mais ditosos.
A característica que está presente nesses versos de Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga, é o "carpe diem"
("gozar a vida").
Marque:
a) Se só a proposição I é correta.
b) Se só a proposição II é correta.
c) Se só a proposição III é correta.
d) se só são corretas as proposições I e II.
e) Se todas as proposições são corretas.
I. Desenvolvimento do gênero lírico, em que os poetas assumem postura de pastores e transformam a realidade num
quadro idealizado.
II. Composição do poema Vila Rica por Cláudio Manuel da Costa, o Glauceste Satúrnio.
III. Predomínio da tendência mística e religiosa, expressiva da busca do transcendente.
IV. Propagação de manuscritos anônimos de teor satírico e conteúdo político, atribuídos a Tomás Antônio Gonzaga.
V. Presença de metáforas da mitologia grega na poesia lírica, divulgando as idéias dos inconfidentes.
Considerando as anotações anteriores, assinale a alternativa CORRETA:
24) (UFPE)
"Basta senhor, porque roubo em uma barca sou ladrão, e vós que roubais em uma armada sois imperador? Assim é.
Roubar pouco é culpa, roubar muito é grandeza. O ladrão que furta para comer, não vai nem leva ao inferno: os que
não só vão, mas que levam de que eu trato, são os outros... ladrões de maior calibre e mais alta esfera... Os outros
ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos, os outros furtam debaixo de seu risco, estes sem temor
nem perigo; os outros se furtam são enforcados, e o bucolismo estes furtam e enforcam."
Antonio Vieira. Sermão do bom ladrão.
"Que havemos de esperar, Marília bela?
Que vão passando os florescentes dias?
As glórias que vêm tarde já vêm frias;
E pode enfim mudar-se a nossa estrela.
Ah! Não, minha Marília,
Aproveite-se o tempo, antes que faça
O estrago de roubar ao corpo as forças
E ao semblante a graça."
Tomás Antônio Gonzaga. Lira XIV.
Sobre a obra desses autores, analise as afirmativas a seguir.
I. A obra de Gonzaga é exemplar do Arcadismo. O tema dos versos acima é o “carpe diem” (gozar a vida presente),
escrito numa linguagem amena, sem arroubos, própria do Arcadismo.
II. Despojada de ousadias sintáticas e vocabulares, a linguagem arcádica, no poema de Gonzaga, diferencia-se da
linguagem rebuscada, usada pelo Barroco.
III. O texto de Vieira, sendo Barroco, está pleno de metáforas, de linguagem figurada, de termos inusitados e eruditos,
sendo de difícil compreensão.
IV. Vieira adota a tendência barroca conceptista que leva para o texto o predomínio das idéias, do raciocínio, da lógica,
procurando adequar os textos religiosos à realidade circundante.
24) (Ufal) Considerando-se a produção poética de Gregório de Matos e Cláudio Manuel da Costa, é correto afirmar que
ambos:
a) cultivaram o soneto, forma fixa pela qual exploraram temas e recursos poéticos próprios dos diferentes
períodos e estilos literários que tão bem representaram.
b) cultivaram o soneto, pois valorizaram o mesmo estilo de época predominante no século XVII, quando essa
forma fixa de poesia era considerada superior a todas as demais.
c) notabilizaram-se pela sátira, dirigida contra os mandatários da Coroa portuguesa responsáveis pela
exploração econômica do açúcar e pela corrupção política na Bahia.
d) notabilizaram-se por um tipo de lirismo sentimental que já prenunciava o movimento romântico, influindo
diretamente nas obras de Gonçalves Dias e Álvares de Azevedo.
e) notabilizaram-se pela idealização do amor e da natureza, esses dois elementos centrais para a lírica que
seguia os padrões e os valores do chamado estilo neoclássico.
25) (UEL-PR) A chamada atividade literária das primeiras décadas de nossa formação histórica caracterizou-se por seu
cunho pragmático estrito, seja a circunscrita ao parâmetro jesuítico, seja a decorrente de viagens de reconhecimento e
informação da terra.
São representantes dos dois tipos de atividade literária referidos no excerto acima:
I. Gregório de Matos e Tomás Antônio Gonzaga compuseram poesia lírica, mas o talento de ambos encontrou sua
expressão máxima nas sátiras.
II. Em Marília de Dirceu, o árcade mineiro buscou figurar um equilíbrio entre a vida rústica e a cultura ilustrada.
III. Cláudio Manuel da Costa confronta a paisagem bucólica idealizada com a de sua terra natal.
a) I.
b) II.
c) II.
d) I e II.
e) II e III.
27) (Unifesp) Leia os versos do poeta português Bocage.
Nestes versos:
28) (UFPA) Tomás Antônio Gonzaga escreveu Marília de Dirceu, um dos mais conhecidos poemas de nosso Arcadismo.
Leia duas estrofes da Lira I, da primeira parte do poema.
“Eu, Marília, não sou algum vaqueiro Aqui descansarei a quente sesta,
Que viva de guardar alheio gado, Dormindo um leve sono em teu regaço;
De tosco trato, d`expressões grosseiro, Enquanto a luta jogam os pastores,
Dos frios gelos e dos sóis queimado. E emparelhados correm nas campinas,
Tenho próprio casal e nele assisto; Toucarei teus cabelos de boninas,
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; Nos troncos gravarei os teus louvores.
Das brancas ovelhinhas tiro o leite Graças, Marília bela,
E mais as finas lãs, de que me visto. Graças à minha estrela!”
Graças, Marília bela, GONZAGA, Tomás Antônio. "Marília de Dirceu".
Graças à minha estrela! In: Literatura comentada. São Paulo: Abril Cultural,
Irás a divertir-te na floresta, 1980.
Sustentada, Marília, no meu braço;
a) Ilustram não só preferências temáticas do Arcadismo, como o ideal de vida simples, o herói que se faz pela
honradez e pelo trabalho, mas também o sentimento de transitoriedade da vida, que arrasta o poeta ao
carpe diem (aproveitar a vida) horaciano.
b) Representam os temas do bucolismo, do fugere urbem (fuga da cidade), da áurea mediocritas (existência
dentro da mediania), mas fogem do convencionalismo arcádico da linguagem simples, o que torna o
poema artificial.
c) Apresentam a fina ironia de Gonzaga, o que liga o poema às Cartas Chilenas, escritas pelo autor, depois
que estava preso, para ridicularizar o Visconde de Barbacena, feroz inimigo dos Inconfidentes.
d) Reiteram o nome de Marília nos estribilhos, mas, ao contrário do que pode parecer, esse recurso não
imprime musicalidade ao texto, serve para enaltecer a mulher, vista, naquele momento, como elemento
angélico e divinal, o que faz a poética de Gonzaga preceder o Romantismo.
e) Ilustram tópicos preferenciais do Arcadismo, como o locus amenus (lugar ameno), o ideal de vida simples,
a pintura de cenas pastoris, e revelam os valores da classe burguesa, de então, presentes na preocupação
econômica que o pastor enuncia.
29) (UFPA)
a) Observa-se, devido à presença de uma natureza agreste, um afastamento das convenções árcades
referentes ao “locus amoenus”.
b) O Pré-Romantismo, com sua valorização do sentimento, manifesta-se nas referências mitológicas, como
“Zéfiros” e “Amores”.
c) “Locus amoenus” é configurado, nos quartetos, por expressões como “a fértil Primavera”, “o prado
ameno”, “a cor celeste”, o que afasta o texto das paisagens noturnas do Pré-Romantismo.
d) A oposição entre “a vã grandeza” da corte e “as perfeições da Natureza” revela o conflito entre o eu lírico
e os valores da sociedade, numa antecipação pré-romântica do sentimento da paisagem.
e) No primeiro terceto, dada a presença do tema campestre, evidenciam-se o bucolismo e o sentimento da
natureza, típicos do Pré-Romantismo.
30) (Ufam) Considerando, principalmente, o nome da musa inspiradora, somente um dos trechos abaixo foi escrito por
Tomás António Gonzaga. Assinale-o.
b) “Nilse? Nilse? Onde estás? Aonde espera f) Este lugar delicioso e triste,
Achar-te uma alma, que por ti suspira; Cansada de viver, tinha escolhido
Se quanto a vista se dilata e gira Para morrer a miséria Lindóia.
Tanto mais de encontrar-te desespera!” Lá, reclinada, como que dormia.”
31) (Ufam) Todas as características de estilo abaixo relacionadas pertencem ao Arcadismo, exceto:
a) A defesa de uma função social para a literatura, que devia ter caráter didático.
b) O retorno ao equilíbrio e à simplicidade dos modelos greco-romanos.
c) O culto da teoria aristotélica da arte como imitação da natureza.
d) A exaltação da vida campesina, com sua paisagem, seus pastores e seu gado.
e) O gosto pelo noturno, como forma de acentuar a atmosfera de mistério.
32) (Ufam) Leia as afirmativas abaixo, feitas a respeito do Caramuru, poema épico de Frei José de Santa Rita Durão:
I. Possui inspiração devota e a vontade de celebrar em Diogo Álvares Correia um herói camoniano, capaz de dilatar a fé
cristã e o Império português.
II. Moema, preterida pelo Caramuru em favor de Paraguaçu, apostrofa o ingrato herói e morre agarrada ao leme do
navio que o levará, com sua eleita, para a França.
III. Emprega o verso branco, que o neoclassicismo, em seu duplo afã de austeridade e naturalidade, valorizava.
IV. O alarido da glória bélica perde importância ante a sensibilidade amorosa registrada nas cenas de namoro entre o
herói e sua eleita.
Estão corretas:
33) (Ufam) Leia as afirmativas abaixo, feitas a propósito de poetas brasileiros do período colonial:
I. O apego à felicidade do “lar, doce lar” e ao comodismo burguês perpassam sua lírica muitas vezes erótica, e esse
último aspecto desfaz em parte o código da idealização platônica da mulher eleita.
II. Seus versos, que nunca foram editados e circularam muito tempo em cópias volantes, até serem coligidos a partir do
século XX, constituem um dos grandes problemas de autoria de nossa literatura.
III. Sua grande contribuição à literatura reside na habilidade com que infundiu lirismo ao verso narrativo, tendo
imprimido no confronto civilização versus natureza várias notas de simpatia pelo selvagem.
Créditos:
Os exercícios dessa lista foram retirados e adaptados do site da Editora Moderna, nos endereços abaixo.
Vale a pena dar uma olhada nos links, lá existem vários outros exercícios!
http://www.moderna.com.br/moderna/didaticos/em/literatura/litbrasil/vestibular/
http://www.moderna.com.br/pnlem2009/fazendo/questoes/literat_pnlem2009.pdf
http://www.vestibular1.com.br/exercicios/literatura_brasileira_barroco.htm
http://www.vestibular1.com.br/exercicios/literatura_brasileira_arcadismo.htm