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da afinação ao improviso,
escalas maiores, menores,
pentatônicas e de blues,
formação de acordes e bicordes
CD com solos e
acompanhamento
Apoios:
Saulo Wanderley
4 12
Tipos e
Acordes
partes de
Básicos
guitarras
6 14
Escalas
Acordes
maiores e
Especiais
menores
8 Escalas
Pentatônicas 16 Prática I
10 Rock &
Blues 18 Prática 2
A guitarra tem, na maioria dos modelos, de 19 a 22 casas, algumas chegando a 24 casas. Se considerarmos
que o violão tem apenas 12 casas onde se pode tocar com facilidade com a mão esquerda, a guitarra
apresenta o dobro de notas para serem tocadas. Estas notas estão dispostas na ordem CROMÁTICA, ou
seja, com as notas NATURAIS entremeadas pelas notas INTERMEDIÁRIAS.
Entre a maioria das notas naturais temos uma nota intermediária, que pode receber dois nomes: SUSTENIDO
(símbolo #) se estivermos tocando na ordem do grave para o agudo (no desenho, da esquerda para a
direita) ou BEMOL (símbolo b) se estivermos tocando no sentido do agudo para o grave (no desenho, da
direita para a esquerda).
No braço da guitarra, esta ordem de notas é reproduzida na direção da cabeça do instrumento (paleta)
até onde se prendem as cordas (ponte). O conhecimento da localização das notas é muito importante para
o estudo da guitarra, pois qualquer solo ou acompanhamento terá como estrutura este material.
Um “desenho” de escala é composto pelo desenho dos trastes, casas e cordas do braço do instrumento com
números localizando onde estão as notas desta mesma escala. Estes números indicam os dedos da mão
esquerda que deverão tocar as notas. Comece pela escala maior fechada , tocando com o dedo 2 na casa
3, seguido do dedo 4 na casa 5. Em seguida toque as notas da corda cinco: dedo 1 na casa 2 seguido do
dedo 2 na casa 3 e do dedo 4 na casa 5. Vá tocando as notas das outras cordas até chegar à corda mais
aguda. Dessa forma você estará digitando a escala no sentido ASCENDENTE, isto é, do grave para o
agudo.
As escalas podem ser digitadas ascendente e descendentemente para um treino inicial. Com este hábito,
você estará se familiarizando com a digitação da escala, a ponto de poder em breve usá-la para um
improviso ou execução de trechos, sem se preocupar com a técnica da digitação em si.
Assim como os acordes, as escalas podem ser maiores ou menores. Tudo depende da relação de distância
entre a primeira nota da escala (chamada de TÔNICA) e a terceira nota depois dela, a TERÇA da escala.
No caso da escala começada pela nota DÓ, temos CINCO meios tons até a nota MI e apenas QUATRO meios
tons até a nota MI bemol. É uma convenção chamarmos o acorde entre as notas DÓ e MI de TERÇA
MAIOR, e entre DÓ e MIb de TERÇA MENOR. E isto pelo simples fato de que a distância entre DÓ e MI
é maior do que a distância entre DÓ e MIb. Toque uma e outra escala e compare os sons. Perceba as
diferenças, por menores que estas sejam. Experimente digitar também a partir de outras tônicas em
outras casas, usando o mesmo formato de digitação.
A estrutura de intervalos é que determina o MODO de uma escala, que nada mais é do que o modo pelo
qual estão distribuídos estes intervalos. Quando começamos a escala pela nota DÓ, os MEIOS TONS ficam
entre a terceira e quarta e entre a sétima e oitava notas. Bem como os TONS ficam entre os demais
intervalos. Estas são as duas condições para que uma escala seja considerada do modo MAIOR:
As duas condições para que uma escala seja considerada do modo MENOR são:
1) Ter MEIO TOM entr
Ter e a segunda e a ter
entre ceira e entr
terceira e a quinta e a sexta notas
entre notas..
2) T er UM TOM entr
Ter entree as demais notas
notas..
A escala que começa pela nota LÁ tem este formato naturalmente, por isso dá origem a todas as outras
escalas menores.
As escalas menores sofreram influência das maiores, e por isso assumem três formas diferentes: a Escala
Menor NATURAL, a Escala Menor HARMÔNICA e a Escala Menor MELÓDICA. Resumimos:
NATURAL
NATURAL
A escala menor natural é digitada igual tanto no sentido ASCENDENTE (do grave para o agudo) quanto
no sentido DESCENDENTE (do agudo para o grave).
HARMÔNICA
A escala menor harmônica é tocada igual à natural quando digitada no sentido DESCENDENTE, mas
quando digitada no sentido ASCENDENTE, tem a sua SEXTA nota tocada uma casa a mais no sentido do
grave para o agudo.
MELÓDICA
E a escala menor melódica é também tocada igual à natural quando digitada no sentido DESCENDENTE,
e tem duas alterações quando digitada no sentido ASCENDENTE: a SEXTA e a SÉTIMA notas são tocadas
uma casa a mais no sentido do grave para o agudo.
1) Na sua forma NATURAL, tendo como acompanhamento uma harmonia na tonalidade de LÁ MENOR
2) Na sua forma HARMÔNICA, tendo como acompanhamento uma harmonia mais elaborada, na tonalidade
de LÁ MENOR.
3) Na sua forma MELÓDICA, tendo como acompanhamento outras escalas menores, dos três tipos.
Escalas Menores
5
6 8 8 6
5 7 9 9 7 5
5 7 9 9 7 5
5 7 8 8 7 5
5 7 8 8 7 5
5
5 6 9 8 6
5 7 9 7 5
5 7 9 9 7 5
5 7 9 8 7 5
5 7 8 8 7 5
5
5 7 9 8 6
5 7 9 7 5
6 7 9 9 7 5
5 7 9 8 7 5
5 7 8 8 7 5
Depois de palhetar para baixo (no sentido das cordas graves para as agudas) a
primeira nota (corda 6, casa 1), você palheta para cima a segunda nota (corda 6,
casa 4). Ao passar da corda seis para a corda cinco ao lado, o movimento também
será alternado. Mas podemos digitar a mesma escala usada outra técnica. Ela foi
desenvolvida e melhorada pelo guitarrista Frank Gambale, que a chamou de
vassourada (sweaping). O nome vem da maneira com que se usa a palheta,
varrendo de uma corda para sua corda vizinha com o movimento no mesmo
sentido. Ao passar de uma corda a outra, usaremos então o mesmo sentido do
movimento, para economizar o próprio movimento, e dessa forma alcançar uma
maior velocidade de execução da escala, que será assim palhetada:
1 4 1 3 1 3 1 3 1 4 1 4
4 1 4 1 3 1 3 1 3 1 4 1
Uma escala pode ser ainda digitada em forma de espelho . Para entender isto,
vamos imaginar a escala pentatônica a partir da nota DÓ: Ela terá as notas DÓ,
MI bemol, FÁ, SOL e SI bemol. Pense na casa 8, onde estão NA MESMA CASA E
EM LINHA RETA várias notas da escala: DÓ, FÁ, SIb, MIb, SOL e DÓ. Nas outras
casas, as outras notas da escala não estão alinhadas em uma única casa, sendo
tocadas às vezes com o dedo 3, e às vezes com o dedo 4.
As notas em linha reta na oitava casa estão no mesmo lugar, é óbvio, mas há uma
outra digitação na parte mais grave do braço (à esquerda no desenho), que
pode ser melhor representada como no segundo desenho ao lado.A casa oito
fica sendo o espelho a partir do qual a digitação pode se dar para a parte mais
aguda (primeiro caso) ou para a parte mais grave (espelho), com AS MESMAS
notas em OITAVAS diferentes.
O rock veio do blues. As escalas de blues têm notas alteradas e notas omitidas. Não existe nem a SEGUNDA
nem a SEXTA nota, e existe uma QUINTA DIMINUTA entre a QUARTA JUSTA e a QUINTA JUSTA. A
SÉTIMA é sempre menor. A primeira escala digitada, abaixo, da esquerda para a direita é a que deu
origem a muitos clássicos do rock. Digite-a DESCENDENTEMENTE, da corda 2 apertada na quinta casa
para o grave, e sinta o espírito do blues.
As duas outras escalas são digitações em todas as cordas, e a tônica, isto é, a nota que dá nome à escala
(blues em MI, blues em FÁ, blues em DÓ, etc.) está sempre na corda mais grave, como as digitações das
escalas que já estudamos até agora. A diferença entre a escala de blues maior e menor é a segunda nota
da escala, que corresponde à terça da escala maior, e determina o modo.
Como ritmo para os improvisos gravados, use as palhetadas como abaixo, em quatro tempos onde a
primeira palhetada dura DOIS TERÇOS de tempo e a segunda palhetada dura apenas UM TERÇO de
tempo:
O blues é sempre tocado em TERCINAS, a divisão do tempo em 3 partes iguais, sendo que a
primeira palhetada tem sempre o dobro da duração da segunda, feita em sentido contrário.
Repare que as dissonâncias de SEXTA e de SÉTIMA MENOR são tocadas com o dedo 4 da mão
esquerda, que se movimentará nas mudanças entre os acordes maior, maior com sexta e maior
com sétima menor. As 3 seqüências correspondem à harmonia de um acom- panhamento tradicional,
e também têm uma ordem descrita, pela cifragem dos acordes maiores abaixo. A cada cifra de
acorde maior, deve ser tocada toda a seqüência.
Para as músicas compostas com as escalas menores o CAMPO HARMÔNICO tem mais acordes, porque as
três formas diferentes da escala menor dão origem a mais acordes do que uma única forma que tem a
escala maior. A cada TONALIDADE maior corresponde uma tonalidade menor, assim como para cada
escala maior corresponde uma escala menor. Basta tomar a SEXTA nota de uma escala maior e a partir
dela formar uma escala menor. No caso da tonalidade de DÓ MAIOR, a tonalidade correspondente será
LÁ MENOR, portanto.
Como vimos, os acordes são formados por três notas principais: a primeira, a terça e a quinta. Essas três
notas recebem o nome de TRÍADE.
Mas na harmonia mais moderna quase sempre uma outra nota é acrescentada à tríade, que passa a ser
uma TÉTRADE (com quatro notas). Isso gera o aparecimento de mais acordes básicos e seus respectivos
derivados com a SÉTIMA nota acrescentada:
As notas acrescentadas são os adjetivos para as notas principais de um acorde, logo estes adjetivos
podem ser muitos. Os mais usados são as sétimas, que podem ser MAIORES ou MENORES, de acordo com
sua distância em relação à nota fundamental que dá nome ao acorde. Um exemplo: a nota SI é a sétima nota
em relação ao DÓ, mas a nota SI BEMOL vem ANTES do SI natural, logo está a uma distância MENOR de
DÓ. A nota Si Bemol é a SÉTIMA MENOR e a nota Si Natural é a SÉTIMA MAIOR em relação a nota DÓ.
As notas acrescentadas aos acordes são chamadas também de DISSONÂNCIAS. São como adjetivos que
tornam o acorde mais definido, sem pedir complemento, como as sétimas maiores e as sextas.
Estes podem ser modificados para ficarem mais definidos com o uso das SÉTIMAS MAIORES ou SEXTAS,
e para ficarem indefinidos, como que pedindo um complemento, nos caso das SÉTIMAS MENORES - que
já vimos - e das QUARTAS. As QUINTAS e NONAS podem ser alteradas em meio-tom, e as DÉCIMAS-
PRIMEIRAS e DÉCIMAS-TERCEIRAS são a repetição das quartas e sextas na oitava mais aguda.
1) Com fundo CINZA estão os acordes ideais para violão, ou para usar com a
guitarra sem muito volume na amplificação.
Os acordes são conjuntos de notas que têm sua origem na escala. Para construir um acorde, você deve
escolher 3 notas de uma escala, que são chamadas de TRÍADE.
Nas páginas 12 e 14 você tem as ilustrações dos acordes com o nome das notas, mostrando como cada um
deles é formado pela sua respectiva tríade. Na nossa prática, vamos usar os acordes maiores e menores,
associados com as escalas que os formam, a escala maior e a escala menor, que foram estudadas nas
páginas 6 e 7.
Vamos começar digitando as escalas MAIORES de MI MAIOR e de RÉ MAIOR, que serão acompanhadas
na gravação pelos acordes das suas respectivas tonalidades:
MI MAIOR RÉ MAIOR Estas duas tonalidades são muito usadas pela guitarra
nos gêneros, pop rock e rock. Isto se deve à afinação do
instrumento e à facilidade com que os vocais masculinos,
maioria nas bandas destes estilos, têm para cantar nestas
tessituras.
Na gravação não são usados todos os acordes das duas tonalidades, MI MAIOR e RÉ MAIOR, mas, se você
diminuir o volume do canal do acompanhamento, poderá improvisar um acompanhamento com quaisquer
dos 7 acordes das tonalidades, desde que seja usada a tonalidade certa, isto é, acompanhamentos de Mi
Maior, acordes de Mi Maior, e acompanhamentos em Ré Maior, acordes de Ré Maior.
A cada tonalidade MENOR corresponde uma tonalidade MAIOR, logo, os mesmos acordes usados em uma
tonalidade maior serão usados em uma tonalidade menor. Na prática, você vai usar os seguintes acordes
para os improvisos e outras construções harmônicas:
LÁ MENOR MI MENOR
As estruturas musicais nas tonalidades menores têm
um caráter mais triste, com sonoridades mais suaves.
O uso das dissonâncias realça ainda mais essas
características, criando seq ências de acordes criativas
e melodias marcantes.
Na gravação não são usados todos os acordes das duas tonalidades, LÁ MENOR e MI MENOR, mas, se
você diminuir o volume do canal do acompanhamento, poderá improvisar um acompanhamento com
quaisquer dos 7 acordes das tonalidades, desde que seja usada a tonalidade certa, isto é, acompanhamentos
de Lá menor, acordes de Lá menor, e acompanhamentos em Mi menor, acordes de Mi menor.