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A construção bela:
A arquitetura está ligada não somente a construção, mas também à beleza. Entretanto, a beleza é
uma questão de gosto, e assim, o que para uns é belo, para outros pode não ser. Ficando difícil
de separar as construções belas das outras. E por esse motivo, as construções são divididas em
três grupos:
Há construções onde não houve o objetivo de se fazer algo bonito, belo. O melhor exemplo para
isso é quando o objetivo é fornecer abrigo.
No segundo grupo mencionado acima, seria composto por obras populares, possuindo bens
culturais.
Atualmente, os estudiosos estão analisando esse tipo de obras (popular), na qual, mesmo sendo
de diferentes continentes, são obras feitas pela comunidade para ser consumida ali, pelo
conhecimento e recursos disponíveis. E essa arquitetura está desaparecendo pela comunicação
cada vez maior dos povos, a chamada ‘arquitetura vernácula’ (é a arquitetura sem as influencias
dos outros povos). E assim, perde a identidade cultural do local.
Existe também, nesse grupo, a arquitetura que originou no contato entre os povos nativos e os
colonizadores, especialmente onde houve um desenvolvimento mais retardado por não possuir
tanta riqueza.
Além disso, antigamente não havia toda essa tecnologia existente hoje, portanto, a arquitetura
dependia do que havia no meio ambiente. Como a terra socada nos taipais, utilizada para a
construção de todas as casas, onde tinham a mesma planta, com poucas diferenças.
Analisando ainda o segundo grupo de construções, percebemos que os autores que não desejam
fazer arte, criando obras onde os técnicos são dedicados para resolver apenas os problemas
práticos utilizando a tecnologia disponível na época. Isso seriam obras de engenharia, nas quais
não eram muito aceitas como trabalhos arquitetônicos. E atualmente vemos a validade artísticas
nessas obras, como por exemplo o ‘Palacio de Cristal’ ou a ‘Torre Eiffel’.
Com a revolução industrial, com novas soluções tecnológicas, apareceu uma postura que não se
enquadrava nas definições correntes de arquitetura as obras utilitárias. E também um novo
modo de percepção, onde enfatizava as novas concepções estruturais e toda a potencialidade.
A arquitetura seria simplesmente a intenção de fazer arte numa construção, provocando uma
emoção estética para quem ver a obra. Separando a arquitetura da engenharia.
E, com o surgimento do concreto armado, no final do século XIX, esse posicionamento ficou
mais claro com a sistemática escamoteação da estrutura. E o arquiteto era somente para dar
interesse estético às construções.
Atualmente, sabemos que os filósofos gregos não se dedicavam muito aos problemas estéticos,
e vemos isso nos textos de Vitrúvio. Ele vê na arquitetura, três aspectos: a solidez, a utilidade e
a beleza, respectivamente nessa ordem, deixando a beleza por ultimo. Vitrúvio também faz uma
divisão para mostrar o que é arquitetura:
1. ORDENAÇÃO: sendo o dimensionamento justo das partes que compõe o edifício, não
se esquecendo das necessidades do programa e do conjunto em se tratando da
modulação e das unidades de medida.
2. DISPOSIÇÃO: seria o arranjo conveniente de todas as partes, colocando segundo a
qualidade de cada uma e onde são considerados os critérios de composição,
necessitando de uma representação gráfica do projeto.
3. EURITMIA: segundo Borissavlievitch, euritmia seria a harmonia.
4. SIMETRIA: seria o calculo das relações, entre as partes das construções, tendo uma
medida em comum, criada por Vitruvio: “MODULUS”.
5. CONVENIÊNCIA: trata da disposição conveniente das partes do edifício segundo as
necessidades do programa.
6. DISTRIBUIÇÃO: seria um principio onde nada deve empreender fora das
possibilidades daquele que faz a obra e observando a comodidade do lugar.
A arquitetura gótica, época onde tudo girava em torno de Deus (Teocêntrico), teve uma grande
integração entre a ciência e a arte, já que a estereotomia era a perfeição, utilizando bastante
conhecimento interdisciplinar.
O cristianismo nessa época não deixava com que a cultura clássica se espalhasse entre a
população, mas mesmo assim, criou uma arquitetura impar.
Mais tarde, surgiu na Itália, o Renascimento, onde ressurgiu a estética de Vitrúvio e seus textos.
Houve um despertar geral, em todas as áreas do conhecimento. Criou-se uma nova arquitetura,
utilizando as velhas regras de composição, como as colunas, intercolúnios, e relações entre
diâmetros de tambores e alturas de vãos livres adaptadas a um novo modelo arquitetônico.
Já, com a revolução industrial, tiveram alterações no modo de vida, no modo de encarar os
acontecimentos sociais e no modo de julgar a arte, na qual somente os ricos tinham acesso e
agora pode ser observada por um numero maior de pessoas.
No final do século XIX e no inicio do XX, surgiram novas definições de arquitetura, surgindo
um elemento importante: o espaço.
A técnica construtiva, que depende dos recursos que possuem no local, como mão de
obra ou materiais, incluindo também a intenção plástica.
O clima
As condições físicas e topográficas do lugar.
O programa de necessidades, observando os usos, costumes populares ou conveniências
do empreendedor.
As condições financeiras do empreendedor
A legislação regulamentadora, as normas sociais e as regras de funcionalidade
Atualmente, há uma arquitetura que podem ser vistas mundialmente, estando presente em vários
países, chamada de arquitetura internacional. Isso acontece normalmente em metrópoles que
possuem uma mesma tecnologia e que é espalhada pelo mundo com a globalização.
Nos determinantes do partido, o mais importante é o sistema construtivo, por ter dados de
interesse cultural e uma definição de personalidade. Um dos problemas é a disponibilidade dos
materiais no meio ambiente e no comércio.
O clima não tem tanta influência hoje em dia pela tecnologia existente. Entretanto, na
arquitetura vernácula dos esquimós, com um clima rigoroso, e somente gelo, conseguiu
construir um abrigo ideal, o iglu.
No Brasil, com um clima mais variado, exigiu com que os colonizadores selecionassem partidos
e técnicas construtivas, e utilizaram recursos de varias partes do mundo.
E a partir da segunda metade do século XIX, houve leis obrigando a modernização das
construções, não somente pela segurança, mas também pelo conforto.
Mais tarde, houve uma reunião de especialistas para racionalizar a ventilação, iluminação e a
insolação nos ambientes internos. Assim, os quartos tinham que ser bem iluminados com os
raios vindos do nascente.
Por isso, a prefeitura promulgou no inicio de 1930, um código que exigia a insolação calculada
por método cientifico – o Código de Obras Artur Sabóia. Porém, esse código inibia a
verticalização da cidade. E quando o concreto armado substituiu os tijolos, iniciaram a
construção de prédios comerciais, e mais tarde, de apartamentos. O problema era nos lotes
pequenos localizados no meio da quadra, surgindo mais criticas contra os artigos da insolação.
Assim, em 1960, criaram novas formulas mais convenientes.
Há obras que se passam de modernas, mas que na verdade não são, tendo uma qualificação
imerecida.
No final do século XIX, com a profusão de estilos, que pode ser vista em apenas uma obra.
Surgiu também um novo estilo, a Art Nouveau, sendo uma tendência arquitetônica inovadora.
Em um meio pobre, não há necessidade de a arquitetura ser plenamente moderna. Se não for
possível, deve ser evitado o formalismo moderno, utilizando materiais tradicionais.
Quando procuramos uma técnica construtiva moderna, existe uma ênfase na intenção plástica.
Entretanto, há programas que não são compatíveis com a realidade social, sem observar o clima
e fazem duas plantas, uma para ganhar a aprovação dos poderes públicos e a outra que será o
projeto original a ser erguido.
Antigamente, as casas dos ricos e pobres eram distinguidas por grande ou pequeno,
respectivamente. Atualmente, a qualidade da casa do rico é bem melhor, mostrando uma
personalidade diferente.
O arquiteto Oscar Niemeyer “quebrava” as regras das construções, para uma melhor intenção
plástica. Utilizava bastante concreto armado, pela grande maleabilidade do material.
E em Brasília, Oscar Niemeyer fez o que quis, onde só possuía intenção plástica, sem nenhum
condicionante ou determinante. Os programas bem elásticos, clima seco, topografia plano,
possuía recursos financeiros, sem leis ou códigos a obedecer e submissão do empreendedor (o
governo).
Já, no cetro cultural parisiense Georges Pompidou, o edifício está com as estruturas a mostra, e
mesmo assim, há uma beleza nessa obra.
Assim, a conclusão é que todos querem fazer uma construção bela, porem o caminho para tal é
diferente.