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A Saúde do Professor

A profissão de professor é marcada por diversos aspectos que a diferencia de


outras profissões. Um destes é o contato diário com diversos alunos e o enfrentamento de
situações-problema.
Professores são profissionais que lidam diretamente com dificuldades e problemas
alheios, nas diversas situações de atendimento. Na formação destes profissionais não há
preparo para a vivência de situações violentas e desgastantes.
A realidade da profissão no Brasil demonstra que é preciso mais do que vocação
para ser professor.
Observa-se , atualmente, um alto índice de profissionais que se afastam da sala de
aula por motivo de doenças e por estresse emocional . Há, também, os que abandonam a
profissão em busca de melhores condições salariais e de trabalho.
Diante deste quadro, diversos professores têm procurado consultórios médicos em
busca de soluções. Os diagnósticos comprovam que os professores estão adoecendo:
esgotamento emocional, Burnout, depressão, síndrome do pânico.
Dados da Gerência de Saúde de Belo Horizonte, mostram que entre maio de 2001 e
abril de 2002, foram realizados 16.556 atendimentos em servidores da educação. Destes,
92% resultaram em afastamento do trabalho e 84% são professores.
Os motivos dos desgastes são muitos. Desde a indisciplina dos alunos, o
afastamento dos pais da função de educador até o descaso público em relação à profissão. A
classe está desvalorizada politicamente, não há um conselho que oriente e direcione as
ações éticas e que proteja os direitos. Os sindicatos exercem sua função trabalhista e
financeira, mas os conselhos têm função de zelar pelo cumprimento da profissão. São
órgãos fiscalizadores da ética profissional. Está na hora de iniciar movimentos neste intuito.
A legalização da profissão é relativamente nova. A exigência da formação superior
veio somente com a LDB/96, que colocou um prazo de dez anos para a formação de todo
profissional da educação. A partir desta reformulação da lei, governos e estados passaram a
rever a aplicação de verbas para a educação, gerando um novo movimento.
Como mudar este quadro?

Educação gera educação. O ambiente escolar precisa inspirar respeito, gerar


educação e todos os funcionários da escola devem falar a mesma linguagem.
É possivel mudar o quadro que existe hoje e pintar um novo quaro de alento com
muita valentia.
A criação de vínculos afetivos no ambiente escolar favorece a criação de um novo
ambiente.
O professor precisa conhecer de onde vem o amparo frente às questões difíceis do
dia-a-dia. Ao sofrer uma agressão deve recorrer ao sindicato, à justiça comum, ao órgão de
classe informando-se forma deve lidar com essas situações.
Como lidar com o desgaste físico e mental?
A pressão da vida cotidiana acaba levando alguns à perda de sua individualidade. É
possível estimular-se com a profissão sem fazer dela a sua vida completa. Deve haver lugar
para diversão, lazer, cuidado consigo mesmo e com a família.
Como vencer a violência?
A violência deve ser encarada de frente e juntos, equipe escolar, família e alunos,
podem acabar com o ambiente adverso e cultivar um ambiente escolar afetivo, respeitoso e
de cumplicidade em torno de uma meta comum.
Projetos fazem a diferença. São muitas as histórias de sucesso de escolas que
enfrentaram a violência junto com a comunidade e que conseguiram mudar o quadro. A
força propulsora de mudança deve ser encontrada dentro de cada um e no comum. Juntos
todos devem partir em busca deste ideal.
O trabalho precisa ser vivido com menos desconforto. O trabalho pode ser
agradável, fonte de energia e estímulo. A profissão não é a vida de cada ser humano, mas
ocupa uma boa parcela dela e deve ser vivida com cuidado, intensidade e prazer.

Profª Andrea Oliveira da Fraga Goulart


Bióloga, docente e palestrante da área de saúde e comportamento nas cidades de Juiz
de Fora e Rio de Janeiro.
Pós-graduanda em Biotecnologia pela UFLA/MG e pós-graduanda em Mídias na
Educação pela UFRRJ

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