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JUÍZO DOS VALAR – PROCESSO 02 – TOCA SP do CONSELHO

BRANCO
Os Povos Livres de Arda versus DENETHOR II, Regente de
Gondor
AUTOS DO PROCESSO
O Supremo Tribunal da Terra-Média está em sessão! Presidindo, o
Excelentíssimo Juiz de Direito e de Fato, Mandos Feantur, Oráculo e Juiz
entre os Poderes do Oeste.

CASO: POVOS DE ARDA contra DENETHOR II, REGENTE DE


GONDOR.

O réu é acusado de:

1. Tratar com desprezo seu filho mais novo Faramir, preterindo sempre
esse em favor do irmão Boromir, de forma humilhante;
2. Faltar gravemente em sua função de Regente de Gondor, através da
traição a seu Rei e tentativa de usurpar o Governo de Gondor;
3. Trair o povo de Gondor e os Povos Livres de Arda em sua luta contra
Sauron;
4. Tentar assassinar seu próprio filho Faramir, que se encontrava
debilitado, através de meio cruel e covarde;
5. Desvirtuar sua autoridade de Regente, e usar-se da deturpação da
mesma para instigar a Guarda Real de Gondor a cometer atos
criminosos;
6. Ter causado indiretamente a morte de seu filho primogênito Boromir,
delegando a ele uma tafera a qual ele sabia que o filho não estava
destinado a cumprir.

O promotor encarregado da acusação é Echamion.


O advogado de defesa é Mothgon, o Mariposa de Pedra.
A escrivã é Galadriel, a Senhora Branca.

A promotoria terá seis dias para se manifestar, detalhando as


acusações, e indicando as provas das mesmas. Após isso, a defesa terá
igual prazo para se manifestar. Assim que a defesa tiver apresentado
seus argumentos, será livre a manifestação das testemunhas, sem prazo
prévio para encerramento, à qual se seguirá a Votação do Júri.

Qualquer membro da Toca pode dar seu depoimento como


testemunha, sem grande formalidades. Basta enviar um email à lista, com
o assunto "JdV: Julgamento de Denethor II", e no email indicar as suas
considerações sobre a questão, baseadas nos livros e suas convicções
pessoais. Que a Promotoria se manifeste...

Mandos Feäntur
___________________________________________________________________________
Saudações,
Como todos devem ter visto, acabou o prazo para o nosso promotor
Echamion se manifestar, e infelizmente ele não pôde fazê-lo. Mas não
podemos fazer o julgamento sem um promotor. Assim, em caráter
extraordinário, Shelob Laracna foi convidada para ser a promotora nesse
caso, o que ela prontamente aceitou. Amanhã, ainda pela manhã ela
deverá postar a acusação. Em seguida começa a correr normalmente o
prazo para a defesa.

Mandos Fëantur

Meritíssimo Sr. Juiz Mandos Feäntur, Todos os Poderes presentes ao


Mahanáxar, Ilustres Membros do Júri, Povos Livres de Arda

Seja julgado por esta Corte o homem Denethor II, filho de Echtelion,
Senhor de Minas Tirith e Regente de Gondor em nome da Casa de Anárion.
Diante dos Valar e de todos os Povos Livres de Arda, eu o acuso de
Conspiração, Corrupção, Traição e Assassinato. Será provado neste
Julgamento que Denethor II, em que pese ter iniciado sua Regência com
aparente probidade, com o tempo passou a conspirar pela manutenção de
sua dinastia no Reino de Gondor, não mais admitindo a entrega do Trono a
quem pertenceria de direito, ou seja, aos descendentes de Elendil de
Númenor.
Nessa tentativa de usurpação do Trono, ele envolveu os filhos,
Boromir e Faramir, sendo que o primeiro foi por ele facilmente
corrompido; enquanto que o segundo, não aceitando a conspiração
paterna, tornou-se desprezível a seus olhos, passando a ser
sistematicamente humilhado pelo pai, que em todas as ocasiões
demonstrou preferência pelo mais velho. Será também aqui provado que
os atos de Denethor II causaram indiretamente a morte do primogênito,
Boromir, e quase causaram diretamente a morte do mais novo, Faramir.
Pois o Réu foi visto, por várias testemunhas, tentando atear fogo ao leito
em que aquele jazia, ferido; sendo disso impedido, sacou uma faca com a
qual tentou exterminar o que restava de vida do próprio filho. Não
obtendo seus intentos, e após instigar a Guarda Real de Gondor a atos
criminosos, causando derramamento de sangue no solo sagrado da Rath
Dínen, optou pela saída mais fácil, e a mais covarde: o suicídio.
Esta Promotoria provará ainda que Denethor II é culpado de Traição
ao Povo de Gondor e a todos os Povos Livres de Arda, tendo desistido de
lutar contra Mordor e, assim, optado por covardemente entregar Minas
Tirith aos exércitos de Sauron. Não fosse a pronta atuação de Mithrandir, o
Istar, e o último descendente dos Regentes de Gondor teria morrido pelas
mãos do pai, enquanto que a Cidade Branca cairia sob o ataque dos
Nazgûl na Batalha dos Campos do Pelennor.
Eu peço a condenação do Réu por todos os seus crimes, e que o
Supremo Juiz do Mahanáxar aplique uma pena, compatível com tão
nefandos crimes, ao espírito desse que foi Corrupto, Traidor e Assassino.
Falou Shelob Laracna, em nome dos Povos Livres de Arda, pela
Promotoria.

Meritíssimo senhor juiz, senhores jurados, todos os presentes

Estamos aqui presentes para julgar uma acusação ao ilustríssimo


senhor Regente de Minas Tirith, Denethor II, filho de Ecthelion da Casa de
Anárion. Ele é injustamente acusado de Conspiração, Corrupção, Traição e
Assassinato.
Senhores, essas acusações são incabíveis. Um conspirador, por
definição, éaquele que entra em conluio, maquinando contra os poderes
políticos. No entanto, o conspícuo senhor Denethor II é o poder político, de
forma que é absurdo pensar que ele estaria maquinando contra si próprio.
A entrega do poder real ao descendente de Elendil não passava de uma
remota lenda no governo de Denethor II, vindo ocasionalmente a mostrar-
se verdadeira. Rejeitar uma antiga lenda não é mais que uma atitude
racional e ponderada, de um homem que mostra ser digno do posto que
ocupa.O senhor regente é também acusado de demonstrar preferência
pelo filho mais velho. Senhores, é crime ter mais amor por seu
primogênito? Podemos ver por este discurso que a promotoria cai em
contradição, ao afirmar que o filho mais novo é desprezado e o filho mais
velho preferido nas ações do pai, enquanto acusa a este de assassinar seu
filho mais velho. Como poderia um homem amar seu primogênito, e por
apenas este motivo, enviá-lo à morte?
A acusação prossegue e se concentra nos acontecimentos que tomaram
parte simultaneamente à Batalha dos Campos de Pellenor. Sou obrigado a
concordar que o que é dito sobre o réu é verdadeiro, porém noto que a
promotoria se esquece de avaliar os motivos que levaram o regente a tais
ações. Senhores, ao ver o mundo inteiro desabar para dentro da Sombra,
Denethor II foi tomado de um estado de insanidade temporária.
Lembro a todos que algo semelhante ocorreu a Fingolfin, Rei
Supremo dos Noldor, nas batalhas contra Melkor, embora as ações que os
dois líderes tenham tomado tenham sido radicalmente diferentes.
Eu peço ao Supremo juiz que considere os fatos por mim expostos, e
julgue sabiamente o réu como sendo inocente dos crimes de que ele é
acusado.

Falou Denethor I Mothgon, em defesa do réu

Saudações,

A promotoria e defesa já se manifestaram. A partir de agora é livre


a manifestação das testemunhas. Todos poderão participar, dando suas
opiniões e depoimentos. A promotora e o advogado de defesa podem
intervir, solicitando mais esclarecimentos de alguma testemunha caso
achem necessário, ou protestando caso alguém tente distorcer a
realidade dos fatos. Nesse caso, se o protesto for deferido, o trecho
impugnado, ou todo o depoimento, será removido dos autos, e não
poderá ser levado em conta na avaliação final do Júri.

Mandos Fëantur

Tar MacFel testemunhou:


"Sauron enganou-o perfeitamente mostrando o que bem queria... e
aproveitando-se da ganância e o medo de perder sua regência (com jeito
de reinado)... desse fraco com pose de rei".

Shelob, pela Promotoria, comenta:


A ganância de Denethor II era aparente, como destacou a
Testemunha. Com a desculpa de defender Minas Tirith, ele estava mesmo
querendo é se manter no Poder.
O nobre Advogado de Defesa também comentou esse ponto:
"A entrega do poder real ao descendente de Elendil não passava de uma
remota lenda no governo de Denethor II, vindo ocasionalmente a mostrar-
se verdadeira."

Shelob rebate:
Essa afirmação não passa de suposição. Até agora nenhuma prova
temos de que o povo de Gondor considerasse a entrega do poder ao
legítimo Rei como uma lenda. E, como o próprio Advogado e a
Testemunha frisaram, Denethor usava o Palantír para "enxergar longe".
Logo, ele provavelmente sabia da existência de Aragorn. Logo, ele sabia
que Gondor e Arnor teriam de ser entregue a um descendente de Elendil.
Portanto, negava-se a entregar o Poder com conhecimento de causa. Daí a
acusação de conspiração e traição contra ele!

Falou Shelob Laracna, pela Promotoria

Acho que o réu deve ser inocentado da acusação de Assassinato.


Como o advogado de defesa relatou, ele não estava em condições de
responder por seus atos derradeiros. Tanto é assim, que acabou tirando
sua própria vida, impelido pelo desespero que tomou posse de seu
espírito. Avaliamos suas ações levando em conta exemplos bem mais
valorosos, imaginando que Aragorn ou Gandalf não tomariam tais atitudes
em meio a tão terrível situação. Mas o réu foi ludibriado pelo Senhor do
Escuro e caiu ele próprio na sombra. Isso poderia ter ocorrido com
qualquer um e, de fato, esteve muito próximo de ocorrer. Em sã
consciência, não sabemos se ele cometeria tais atos, principalmente
porque, eu sua insânia, o réu acreditou que seu filho estivesse morto e
que a guerra já estava perdida. Esse fato desencadeou um acesso de
insanidade temporária, que culminou no ato mais desesperado de todos e
que é prova irrefutável de seu estado de espírito perturbado: o suicídio.

Carol Míriel, Última Rainha de Númenor


As acusações:

1) Tratar com desprezo seu filho mais novo Faramir, preterindo sempre
esse em favor do irmão Boromir de forma humilhante;
Não é crime ter preferências, ou gostos que talvez não sejam bem
compreendidos; e sendo o primogênito o sucessor em quase todas as
culturas não fica difícil compreender por que um pai daria preferência à
educação deste, de forma a garantir um futuro rei (ou regente, no caso)
de nivel adequado à sua função.

2) Faltar gravemente em sua função de Regente de Gondor, através da


traição a seu Rei e tentativa de usurpar o Governo de Gondor;
Disse Gandalf: "Os homens de Gondor consideram muito as histórias
dos dias antigos; e Denethor tem meditado bastante na rima e nas
palavras 'ruína de Isildur', desde que Boromir partiu". Por aqui vemos que
a o retorno do rei (citado nas rimas que falam da ruína de
Isildur) é apenas uma história antiga, lembrada mas ainda sim só uma
história, uma lenda.
Logo, o Regente não poderia trair alguém que não sabia nem que existia,
e em nenhum momento ficou demonstrado que ele desejava assumir o
reinado.

3) Trair o povo de Gondor e os Povos Livres de Arda em sua luta contra


Sauron;
Utilizando o Palantir, Denethor foi enganado, recebendo imagens
amedrontadoras e exageradas das forças de Sauron, de forma a minar
todas as suas esperanças de vitória, mas até receber seu filho doente ele
mesmo assim estava disposto a proteger Gondor a todo custo, não sendo
provada nenhuma tentativa de traição.

4) Tentar assassinar seu próprio filho Faramir, que se encontrava


debilitado, através de meio cruel e covarde;
Após ter perdido um filho, e tendo o outro à beira da morte, no meio
de uma guerra na qual as chances de vitória eram pequenas, e sem vistas
de cura para Faramir, Denethor entrou em estado de loucura, e em sua
visão estava apenas consagrando algo que já era certo, a morte dele e do
filho.

5) Desvirtuar sua autoridade de Regente, e usar-se da deturpação da


mesma para instigar a Guarda Real de Gondor a cometer atos criminosos;
Como são definidos atos criminosos numa guerra? Beregond (por
exemplo) pode ser acusado por ter matado o guarda que protegia a
entrada dos tumulos para tentar salvar Denethor e Faramir?

6) Ter causado indiretamente a morte de seu filho primogênito Boromir,


delegando a ele uma tafera a qual ele sabia que o filho não estava
destinado a cumprir.
Apesar de muito sábio, Denethor não teria como saber se estava ou
não no destino de Boromir cumprir tal tarefa (nem mesmo Gandalf
conhece detalhes do futuro), e realmente acreditava que seu filho teria
chances de concluí-la, ou não enviaraia seu filho mais querido
para a morte.
Mais algumas considerações: Denethor não conhecia os hobbits, e
não é de se espantar que não tenha gostado que um deles estivesse
carregando um tesouro que poderia salvar Gondor para Minas Morgul, o
que, analisando friamente, realmente parece uma missão absurda e
suicida. Além disso, havia a disputa entre ele e Gandalf, que sempre
queria influenciar em seu mandato, e que também influenciou Faramir.
Sua desconfiança frente a esse misterioso homem (homem??) não poderia
ser menor, ele sempre aparecia para contar desgraças, e de repente
aparece com mais um dos Pequenos para tornar cavaleiro, ele tem o
direito de imaginar que ele era um espião daquele 'cavaleiro branco' que
tentava roubar o governo de suas mãos.

Thoronthil, a águia

Por aquilo que me lembro dos fatos, Denethor livremente olhou no


Palantir.
Ele escolheu fazer isso, e sendo o regente, deveria estar
consciente do que suas escolhas pessoais poderiam significar para seu
povo. Se ele enlouqueceu, foi porque não quis voltar atrás quando ainda
tinha chance. Théoden estava em um estado lastimável, mas teve força
de vontade suficiente para recuperar-se. Se Denethor ainda tivesse
minimamente alguma vontade de se recuperar, ele teria tido todo apoio
para isso.

Harië Silmë

Povos Livres de Arda, Sr. Juiz, Nobre Advogado de Defesa,

A comparação que a última Testemunha fez entre as figuras de


Théoden e Denethor II é reveladora.Um, embora enfeitiçado por Saruman,
lutou contra as forças do Mal, aceitou os conselhos de Gandalf e partiu
para a guerra, mesmo sabendo ser uma guerra quase sem
esperança; e morreu em defesa de seu povo. Outro, tendo-se entregue
por escolha própria às visões do Palantír, deixou-se tomar pela arrogância
e preferiu colocar-se contra Gandalf, que teve de arrebatar-lhe o próprio
filho para que não fosse morto. Nas próprias palavras de Mithrandir para
Pippin vemos isso: "Théoden é um ancião bondoso, mas Denethor é de
outra espécie, altivo e sutil, homem de muito maior linhagem e poder (...)
Não lhe digas mais do que for necessário (...). Não fales igualmente de
Aragorn, a não ser que não possas evitá-lo." (in 'O R. do R.', Ed. Europa-
América). Quanto às alegações de que o Retorno do Rei fosse mera lenda,
e que portanto Denethor de nada sabia, são falsas. Ele deixa isso bem
claro quando comenta as informações que conseguiu arrancar de Pippin, e
diz (ou melhor, berra) a Gandalf:
"Nas conversas que tivemos, fiquei a saber o nome e o objetivo de
todos os seus companheiros. Aí tens! Com a tua mão esquerda utilizar-
me-ias durante algum tempo como um escudo contra Mordor, enquanto
com a direita trarias esse caminhante do Norte para me suplantar. Mas
digo-te, Gandalf Mithrandir, não serei teu instrumento! Sou Mordomo da
Casa de Anárion. Não descerei a camarista senil de um arrivista. Mesmo
que me fossem dadas provas do seu direito, ele continuaria a ser apenas
um descendente de Isildur. Não me curvarei diante de tal criatura (...)" etc
etc. (citação Idem)
Exaltado, arrogante, orgulhoso até o extremo, Denethor parece,
mesmo nesse momento de crise intensa, bastante dono de suas
faculdades mentais. Consegue relembrar fatos, analisá-los, e expor uma
argumentação quase sem falhas: segundo ele, Aragorn é descendente de
Isildur, Senhor de Anor, enquanto ele (Denethor) é Regente de Gondor,
cujo senhor era Anárion. Claro, ele espertamente deixa de fora da
argumentação o fato de ambos os reinos pertencerem, pela Lei, a Elendil;
e de Aragorn ser o último descendente de Elendil... Denethor sabia muito
bem da existência de Aragorn, e tudo o que fez foi, não em defesa do
povo de Gondor, mas em defesa de seu próprio status. Suas próprias
palavras traem suas intenções!

Shelob, pela Promotoria

As acusações:
1) Ter causado indiretamente a morte de seu filho primogênito
Boromir, delegando a ele uma tafera a qual ele sabia que o filho não
estava destinado a cumprir.

Essa acusação cai por terra com a seguinte frase de Gandalf sobre
Boromir:
"Não seja injusto em sua tristeza! Boromir reivindicou a missão e não
admitiu que ninguém mais a assumisse. Era um homem obstinado, que
fazia o que desejava."
Como pode o réu ser julgado por uma escolha de seu filho?
Designado ou não para a missão, ele a assumiu de bom grado e não
concordou em passá-la a outra pessoa. E como foi dito, não havia
possibilidade de Denethor saber antecipadamente que a missão acabaria
dessa maneira. E se soubesse, não mandaria seu filho mais amado para a
morte certa.
Quanto à loucura de Denethor, também fica explícita nos próprios
pensamentos de Gandalf na seguinte passagem:
"Então Gandalf, percebendo a loucura que tomava conta do
Regente, receou que ele já tivesse feito alguma maldade...". E mais
adiante, Gandalf novamente diz: "Mas ele não partiu sem antes deixar
muito sofrimento e perdas amargas. E isso eu poderia ter evitado, não
fosse pela loucura de Denethor. Tão poderoso foi o alcance de nosso
Inimigo! É triste, mas agora percebo como sua vontade conseguiu
penetrar o próprio coração da Cidade"
Podemos ver claramente que o réu foi influenciado pela vontade de
Sauron, e sua loucura advém desse fato. Quando escolheu olhar no
palantir, foi pensando sim em manter seu poder, mas com esse ato,
estaria também lutando contra o inimigo e assim, estaria lutando ao
lado de todos os povos livres. Porém o que devemos deixar claro é que ele
foi enganado pelo Senhor do Escuro, que mostrava-lhe apenas o poder de
seu exército, levando-o a um grau de desespero que Théoden não poderia
ter experimentado, já que este apesar de controlado por
Saruman, não entrou em contato com a visão de tal poder. Logo, as duas
situações não são passíveis de comparação. Portanto, Denethor não se
rendeu ao poder do escuro no sentido de que não se aliou a ele. Pelo
contrário, lutou até que o golpe foi forte demais para seu espírito
já debilitado pela morte de um filho. Lutou até acreditar que havia perdido
o outro. Qualquer pai, por mais corajoso e obstinado que fosse, estaria
fadado a perder a razão diante da perda de seus dois filhos. Não podemos
condená-lo por ser humano.

Carol Miriel

Eu acho que, baseado nos textos do Retorno do Rei, Denethor II é


culpado de negligenciar seu filho mais novo, que tanto fez por seu pai. Ele
também é culpado de tentar matar o filho mais novo quando este estava
apenas ferido e foi curado na Casas de Cura. Quanto a levar Boromir à
morte, acho que o Boromir foi culpado pela própria ganância
(característica herdada de seu pai) e pela sua teimosia em perseguir o
sonho recorrente que ele teve. Denethor II ainda tentou ususpar o trono
que sempre foi por direito de Aragorn, mas não conseguiu seu intento por
morrer em sua insanidade. Insanidade esta causada pelo outro erro dele:
Usar o Palantir e se colocar a mostra para Sauron e Saruman. Pelo uso do
palantir, ele colocou a missão de seu filho em jogo, a missão da sociedade
em perigo e contribuiu para a morte de seu primogênito. Denethor II é
culpado pelos delitos acima, devendo por isso ser condenado.

Vairë

Bom, eu acredito que quaisquer (bem... a maioria das) pessoas em


sã consciência não fariam essas coisas que Denethor fez, então devemos
nos perguntar... a partir de quando Denethor ficou doente? Não é muito
fácil... será que Denethor já estava "doente" e mais fácil de ser induzido?
Ou a ganância e a prepotência e a arrogância contribuíram? Será que os
reis de antigamente simplesmente desistiam de lutar assim que
imaginassem que sairiam derrotados?
Por que Denethor usou homens que seriam importantes numa
batalha para poder se queimar... e queimar seu filho? Com medo de
perder a Guerra? Que raio de Regente é esse?

Thoronthil disse: “Não é crime ter preferências, ou gostos que talvez não
sejam bem-compreendidos” .
Sabendo-se que Faramir foi quem mais se aprofundou nos estudos
com Gandalf, enquanto o “sábio” Boromir... atentava contra a comitiva... e
sempre estava em guerras... fica uma pergunta... o q seria necessário
para se tornar um regente de “nível adequado a sua função”? Seria
necessário aprender as artes da traição? Ou quem sabe seria necessário
saber que não adianta lutar.... sem mesmo tentar.... quando a situação
parecesse adversa? Acredito que esse aprendizado só servia para ele e
para Denethor, que eram fracos....
“Disse Gandalf: "Os homens de Gondor consideram muito as histórias dos
dias antigos (...) Logo, o Regente não poderia trair alguém que não sabia
nem que existia, e em nenhum momento ficou demonstrado que ele
desejava assumir o reinado.”
Se o povo de Gondor considera muito as histórias.... já está mais que
explicado.

“Utilizando o Palantir, Denethor foi enganado”.


De qualquer forma, ele nem tentou mesmo que fosse uma luta
perdida… e outra coisa: um “rei” ou regente deveria estar preparado para
esses acontecimentos como a doença do Faramir… se esse motivo fosse
suficiente para se desistir de uma batalha... então teríamos um histórico
de covardes maior que os dos heróis...

“Denethor entrou em estado de loucura, e em sua visão estava apenas


consagrando algo que já era certo, a morte dele e do filho”.
Até onde eu imagino, o dever maior de um regente ou rei é proteger
seu povo... a todo custo... e não decidir se esse vive ou esse morre. Se
fosse assim ele bem que podia ter aberto os portões de Gondor e deixar
que as coisas acontecessem... não seria mais fácil?

“Como são definidos atos criminosos numa guerra?? Beregond (por


exemplo) pode ser acusado por ter matado o guarda...?”
Até onde essa guarda real sabia o que fazer? Será q eles realmente
sabiam o que era uma Guarda Real, pois deveriam ter um mínimo de bom
senso para tentar argumentar.... que foi o que Beregond fez...

“Apesar de muito sábio, Denethor não teria como saber se estava ou não no
destino de Boromir cumprir tal tarefa”.
Como regente ele deveria saber o que era uma viagem de mais de
cem dias, correndo numa velocidade enorme, e com poucos cavaleiros…
se até Boromir sabia que tinha poucas chances de chegar, como o
regente, que era um “sábio”, não sabia disso?

“Além disso, havia a disputa entre ele e Gandalf, que sempre queria
influenciar em seu mandato, e que também influenciou Faramir. Sua
desconfiança frente a esse misterioso homem (homem??) não poderia ser
menor”
Mais uma prova de arrogância e prepotência: ele se achava o mais
sábio de todos e não percebia que Gandalf não queria influenciar nada,
apenas tentar ajudar... e Théoden conseguiu perceber isso... mas como o
Regente se achava muito mais que o Rei Théoden, não podia aceitar.
Foi dito ainda que:
"Boromir reivindicou a missão e não admitiu que ninguém mais a
assumisse. Era um homem obstinado, que fazia o que desejava." E que
“não havia possibilidade de Denethor saber antecipadamente que a
missão acabaria dessa maneira. E se soubesse, não mandaria seu filho
mais amado para a morte certa.”
Se me lembro bem, Faramir chegou a se oferecer... mas como
Boromir se achava o “homem da guerra” ficaria difícil para alguém (exceto
Denethor) ir em seu lugar... e aí eu pergunto... será que ele não tentou
essas coisas pensando em causa própria...? Imaginem qual seria a fama e
a repercussão causada, se por seus meios fosse conquistada a vitória para
Gondor?

Quanto a Denethor ter sido influenciado por Sauron:


Bom… na verdade podemos concluir que ele não era experiente o
bastante nem para ser regente… quanto mais Rei... e se ele tivesse sido
um pouco mais “humilde”, teria procurado saber sobre o Palantír... mas
não... ele ficou com a pedra em seu poder e usando sem tentar saber o
que realmente o Palantír poderia mostrar.

Tar-mAcFeL, esquentando as coisas…

Voltando à comparação com Théoden: O rei de Rohan perdeu seu


filho único na guerra. E embora isso pudesse ser mais que suficiente para
se transtornar, ele ainda assim luta. Se entrega para a batalha, disposto a
morrer também se necessário, mas não falha em suas obrigações como
Senhor de terras.
Tornar-se um rei ou regente não é para qualquer um. Mas deixar-se
tomar pelo desespero e pela loucura? Calma lá. Citando uma frase de A
Queda de Atlântida, "como pode um homem perder a razão como se fosse
um brinquedo?" A loucura é uma desculpa conveniente, freqüentemente
usada para reis e regentes incapazes de agir sabiamente em seus postos.
Quando se fala da influência de Sauron sobre o regente, não diminui
(ou diminui? fiquei em dúvida) seu crime. Ele se dispôs a ser corrompido
quando tentou encarar de frente algo que sabia não estava destinado a si.
Aliás, se os palantíri pertenciam aos Reis, o regente usar um deles não
significa também trair seu papel como regente, tentando assumir
atributos que não lhe pertencem?
E o fato de ter sido influenciado por Melkor não diminui o crime de
Sauron, ou dos balrogs, nem mesmo dos orcs, que nunca tiveram escolha.
Então porque deixar-se influenciar neste caso em particular diminuiria o
crime do regente de Gondor?
E se Faramir estava quase perecendo, Denethor em nenhum
momento tentou salvá-lo. Foi negligente, e enquanto todo mundo
implorava para levá-lo para as casas de cura, ele decidiu matar o filho,
deixando se tomar por um desespero sem sentido.
Eu não estou com o livro aqui, posso estar falando besteira, mas não
foi o Faramir que sonhou também? Tenho a impressao de que o Boromir
fala a certa altura do sonho que o irmão teve muitas vezes e que ele
acabou tendo também. Se foi assim, era possível saber sim, quem estava
destinado a cumprir a missão, pois Faramir sonhou primeiro. Mas esse
argumento não posso confirmar, porque o livro não está aqui...

Harië Silmë, começando a ficar empolgada com essa história...

É muito fácil comparar uma pessoa com outra mas, como eu já


disse, as duas situações eram bem diferentes e também ambos eram
homens diferentes. Lembremos também que Denethor perdeu seu
primeiro filho e ainda assim estava disposto a continuar lutando e assim o
fez, até receber o último golpe derradeiro. Théoden não perdeu dois filhos
na batalha. Agora, cada pessoa é única e enfrenta situações extremas de
formas diferentes. Não podemos argumentar que a loucura que se
apossou do réu é uma desculpa porque se assim fosse, Gandalf não teria
percebido seu estado de espírito. O fato de o próprio Gandalf ter julgado
Denethor louco atesta que essa não é apenas uma desculpa. Ou vamos
duvidar do julgamento de um sábio?
Sim, Denethor não foi sábio o bastante por ter se atrevido a olhar
no palantir. Mas ele não olhou com a intenção de servir o mal. Se olhar no
palantir pudesse ser onsiderado um crime, teríamos que punir também
Aragorn por ter praticado tal ato. E ele não foi corrompido e sim
enganado. Em nenhum momento o réu serviu ao Senhor do Escuro.
Balrogs, orcs e todos esses seres passaram a fazer as vontades de Sauron.
Não foi o que Denethor fez. E mesmo que Faramir tenha sonhado primeiro,
Boromir também sonhou e ele mesmo assumiu a missão, como foi dito
anteriormente. Então não podemos condenar o réu pela decisão de
outrem, como foi o caso.

Carol Míriel, Última Rainha de Númenor


Na tentativa exaustiva de defender o réu (Eu gosto de desafios,
hehehe...)
_________________________________________________________________________
Meritíssimo Juiz, Nobre Colega Mothgon, Senhores Jurados.

Devo frisar que algumas Testemunhas estão interpretando de


maneira errônea os atos do Réu no que se refere a ter ele, Denethor II,
enviado o primogênito, Boromir, para Rivendell. A verdade incontestável é
que o próprio Denethor assumiu a culpa por isso. Inclusive, na mesma
ocasião, deixou claro estar em plena posse de suas faculdades mentais, o
que desfaz mais uma alegação da Defesa. E ainda reforça sua preferência
por Boromir em detrimento do filho mais novo. Vejamos a transcrição das
próprias palavras do Réu a Faramir, segundo "O Retorno do Rei", versão
da Ed. Europa América (destaques da Promotoria):
"Meu filho, teu pai está velho, MAS AINDA NÃO ESTÁ SENIL (...) Sei a
resposta para muitos enigmas. Ai, pobre Boromir! (...) Mas nas horas
desesperadas a generosidade e a brandura podem ser pagas com a
morte. - Assim seja! - exclamou Faramir. - Assim seja! - gritou Denethor. -
Mas não será só a tua morte, nobre Faramir: será também a de teu pai e
de todo o teu povo, que tens o dever de proteger, agora que Boromir não
existe. - Desejaríeis então que nossos lugares se tivessem trocado? -
perguntou Faramir. - SIM, desejaria precisamente isso! – afirmou
Denethor. - Desejá-lo-ia porque Boromir me era leal, a mim, e não pupilo
de nenhum feiticeiro. Ele ter-se-ia lembrado da precisão de seu pai e não
teria esbanjado o que a sorte lhe desse. Boromir ter-me-ia trazido uma
dádiva PRECIOSA. Por instantes, Faramir descontrolou-se. - Peço-lhe, meu
pai, que se lembre por que motivo fui eu, e não ele, quem esteve em
Ithilien. Numa ocasião, pelo menos, foi a sua opinião que prevaleceu, e
não há muito tempo. Foi o Senhor da Cidade que lhe designou a missão
em que ele partiu. - Não agites o fel da taça que PREPAREI PARA MIM
PRÓPRIO - pediu Denethor. - Não o senti tantas vezes na língua, prevendo
que nas fezes ainda me estaria reservado pior? E agora verifico que assim
é. Oxalá não fosse! Oxalá essa coisa me tivesse vindo parar às mãos!"
Então, concluímos:
1. Denethor afirma não estar senil, e o prova, mostrando pensamento
claro e lógico.
2. Diz claramente que preferia que Faramir estivesse morto, em vez de
Boromir.
3. Assume a culpa por ter enviado Boromir para a morte, causando a si
próprio o sofrimento de perder o primogênito - sofrimento que ele chama
metaforicamente de "taça de fel".
4. En passant, o Réu insinua que Boromir lhe teria trazido o Um Anel, que
ele deseja ardentemente lhe "tivesse vindo parar às mãos".
Imaginem se o Réu se tivesse apoderado do Um! Ter-se-ia tornado
mais tenebroso que Saruman. Com as suas próprias palavras, Denethor
confirma várias de suas culpas.

Falou a Promotoria, Shelob Laracna, em nome dos Povos Livres de Arda


que desejam a Condenação do Réu

Aragorn era o herdeiro, dono por direito do palantír. O que eu disse


foi justamente que Denethor, ao usar o palantír, tentou se comparar aos
herdeiros de Isildur, como Aragorn, que tem o direito de fazer o que bem
entendesse com as pedras. Ao usar a pedra, ele deixou de lado seu papel
de regente para tentar assumir uma "função" que seria unicamente da
família do rei. Isso demonstra claramente que ele não tinha intenção
alguma de transmitir o trono de volta, mesmo que tivesse a oportunidade.
E quando Gandalf o chama de louco, acredito que seja no sentido
pejorativo
da palavra, como no exemplo "só um louco atacaria Sauron sozinho", ou
"você é louco de pensar coisas assim". Ele não esta falando de loucura no
sentido doença, mas loucura no sentido de estar agindo sem pensar, de
maneira insensata.
E a informação do sonho está lá no Conselho de Elrond: Faramir teve
o sonho
seguidas vezes, e Boromir uma única vez. Mas o teimoso do pai deles
jamais permitiria que seu filho mais novo pudesse fazer algo importante.
E sobre a questão "perder seu segundo filho", quando Gandalf vai
impedir Denethor de queimar a si próprio e ao filho, o réu pega uma faca e
parte para cima de Faramir, com o intuito de mata-lo, e só é impedido por
Beregond, que se interpõe.

Pág 904 de O Retorno do Rei, da Martins Fontes:


"ele sacou uma faca e deu largas passadas na direção da cama. Mas
Beregond saltou à frente e se interpôs entre o Regente e Faramir”.
Pouco antes, ele diz descaradamente que, entre ter metade do amor
de Faramir, visto que este é "pupilo" de Gandalf, e não ter nada (o filho
morto) ele prefere a segunda opção. Ele não era movido por amor ao filho
mais novo, mas por egoismo. O filho era dele, e ele faria do rapaz o que
quisesse.

Harië Silmë, sentindo-se mais auxiliar da promotoria do que testemunha

“Vejamos a transcrição das próprias palavras do Réu a Faramir, segundo


"O Retorno do Rei", versão da Ed. Europa América (destaques da
Promotoria):
"Meu filho, teu pai está velho, MAS AINDA NÃO ESTÁ SENIL (...)”
Não se pode considerar a palavra do acusado neste caso! O fato de
se considerar senil não significa que o seja, uma das características da
loucura é que o 'doente' acha que o que faz é certo, logo se considera
senil! Seria algo como escutarmos: "Eu não minto": não
saberíamos se é verdade ou se a pessoa que disse está mentindo, pois
nesse caso não poderiamos levar o que ela diz em consideração. Uma
pessoa 'louca' dificilmente afirmaria 'sou louca'...
Não que a loucura seja desculpa para tudo...

Thoronthil, a águia, lutando bravamente para que só chamusquem de


leve Denethor....

Thorontil disse: “Não é crime ter preferências, ou gostos que talvez não
sejam bem-compreendidos; e sendo o primogênito o sucessor em quase
todas as culturas não fica difícil compreender por que um pai daria
preferência à educação deste, de forma a garantir um futuro rei (ou
regente, no caso) de nível adequado à sua função”.
Um verdadeiro rei teria suficiente conhecimento para saber que
naum deve dar preferências ao primogênito se este não mostra ser
merecedor disso... Grandes foram os reis que deram chances iguais aos
filhos e acabaram por descobrir que o caçula seria infinitamente melhor
rei do que o próprio primogênito...Portanto, se Denethor II deu
preferências a um filho ele mostrou não ser um grande rei e até pelo
contrário: mostrou uma fraqueza que poderia ter acabado com a Terra-
média...
“ Denethor entrou em estado de loucura”.
Aquele era exatamente o momento para controlar a raiva pois com
este ato Denethor poderia ter acabado com as esperanças dos soldados
que combatiam fervorosamente nos
campos... Théoden estava em um estado lastimável, mas teve força de
vontade suficiente para recuperar-se. Se Denethor ainda tivesse
minimamente alguma vontade de se recuperar, ele teria tido todo apoio
para isso... São nesses momentos que se reconhece um verdadeiro rei!

Landrack, o ent que quer justiça

Saudações Dracônicas a todos!

"(...) nas horas desesperadas a generosidade e a brandura podem ser


pagas com a morte”.
Aqui fica clara a falta de esperança de Denethor, e essa falta de
esperança o levou a mandar seu filho querido Boromir a uma missão
suicida, pois ele via nele maiores chances de sucesso do que Faramir, o
qual ele julgava um fraco.

”Desejaríeis então que nossos lugares se tivessem trocado? - perguntou


Faramir.
- SIM, desejaria precisamente isso! - afirmouDenethor.”
Aqui fica clara a preferência de Denethor por Boromir, mas também
revela uma ponta de ciúmes de Denethor por Faramir, ou ele não teria se
preocupado com a lealdade de Faramir a Gandalf, e não ao seu pai, o qual
o machucara muito, pois Faramir era a unica familia que lhe restara.
A missão foi designada por Denethor, mas isso não quer dizer que
ele não teria conversado em particular com Boromir, o qual tomou a
missão para si, não só por ganância, como por zelo ao seu irmão, pois
quem aqui que tenha um irmão menor e não tenha tomado a frente de
alguma coisa perigosa, mesmo sabendo que ele poderia fazer, mas você
preferriia que, se alguma coisa acontecesse, fosse com você e não com
ele, e por isso Boromir aceitou a missão, e Denethor respeitou a decisão
de seu filho querido, além do que ele via mais chances em Boromir, pois
estava cego pela sua falta de esperança que lhe foi presenteada através
do Palantír por Sauron.

“Não agites o fel da taça que PREPAREI PARA MIM PRÓPRIO - pediu
Denethor.”
Ele fala que preparou para si próprio, pois ele poderia ter detido
Boromir, mas não fez, pois em Boromir residia a sua esperança, e para
alguém sem esperança, qualquer pontinha de esperança, se torna algo
que se deve tentar, mesmo que os riscos sejam grandes, e isso se da
também ao Um Anel, pois ele via nele um meio de vencer Sauron e
proteger a Terra-média, mesmo que os riscos fossem enormes.
Denethor foi enganado pelo poder de Sauron sobre o Palantír, o qual
ele acreditara só mostrar a verdade, mas ele não sabia que era a verdade
de Sauron, e isso foi o inicio de todo o seu declínio e loucura, pois segundo
me consta ele era um "HOMEM", não um Maia, e conhecendo bem a raça
humana, podemos ver o quando são sujeitos ao engano e falta de
esperança.

Delf Dragon
_________________________________________________________________________

First it is necessary to understand Denethor in the context of the


time that he was placed. He was the last of a long line of Stewards (for
example, mayors of the Palace for the Merovingian Franks one generation
before Charlemagne) and while it would have been easy to place the
crown of Gondor on his head or the head of his sons his character and his
sense of duty was so great that he bore the weight of many generations of
his family that had
preserved and defended the land and could never be called King. This
sense of duty and understanding of the divine right of kings ensured that
he, under any circumstances could commit treason against the realm. But
a king is but a man. And every man wishes more for his sons then he could
attain himself. With the power of Sauron at its peak and the
knowledge that there was little chance of winning the war, the pain of
knowing that he was not leaving a kingdom that was safe for his sons, that
he had failed in his duty to his ancestors and his subjects who depended
on him was almost too much to bear for a man of such great pride.
Then the loss of the son who was so little like him, the one who was a
model, representative of the race of men at the time, the one on whom he
lavished his love because he knew that he had little of the attributes of the
kings of old and was the future of mankind, dealt him a blow that added to
his despair and sense of doom.
Denethor the man had failed in his charge and he felt that Faramir,
for all of his lordly ways did not have the strength to save Gondor for in
these dark times it would take more than learning and compassion to
defeat the darkness from Mordor. In his pain and the doubt ever made
present in his mind by Sauron, he sought to save his son for the ignoble
task of dying at the hands of Gondors most hated enemy, dying with the
knowledge that he (Faramir) the last steward of Gondor had failed his
nation, his people and all of the people of Middle Earth.
And so Denethor, knowing that his son was close to death made the
decision that the failure would be upon his own head and that his son
would never be know as the leader who failed Gondor and thus he decided
to take him to the funeral pyre to save him from that insidious fate.
Vainglory? Perhaps, but by the time he made the decision to die with his
son his mind had broken and who of us can say that we have ever
confronted such a failure, one that would spread darkness over the face of
the earth. Who among us had the right to judge a king, though he never
wore the crown.

Anadarco
“Ao usar a pedra, ele deixou de lado seu papel de regente para tentar
assumir uma "função" que seria unicamente da família do rei. Isso
demonstra claramente que ele não tinha intenção alguma de transmitir o
trono de volta, mesmo que tivesse a oportunidade.”
Que rei é esse que nunca aparece? Sejamos práticos, Denethor
estava no poder, uma guerra estava acontecendo, uma guerra que
poderia mudar os rumos da história da Terra Média (como realmente
aconteceu) e que traria morte e sofrimentos impensáveis para todas os
povos livres. Perder essa guerra seria perecer na Sombra, ser subjulgado
pelo mal, ser escravizado pelo maior e mais terrível dos tiranos. Diante de
toda essa situação, o que seria mais louvável? Esperar que uma antiga
lenda e profecia se realize ou lutar com as armas que se possui no
momento para que o mundo que você conhece e ama, e muito mais do
que isso, o mundo pelo qual vc é responsável, não pereça? Ou melhor
seria pedir a ajuda de Eru e continuar sentado esperando que o rei
retornasse e fizesse a sua parte? Nem mesmo Aragorn tinha certeza de q
conseguiria cumprir sua missão, como Denethor poderia julgar que,
enfrentando tantos perigos, o rei ainda chegaria são e salvo para salvar
Gondor? Lembremos que quando tomou a decisão de olhar no palantír,
Denethor nada sabia a respeito de Aragorn. Tanto nessa situação como na
situação de Boromir, queremos que o regente preveja o futuro! Pensando
na terrível situação em que a Terra Média se encontrava, podemos
compreender melhor os atos de Denethor. Ele confiava mais em seu filho
mais velho, por achar q ele era mais obstinado e mais forte. Confiou-lhe
uma missão de suma importância, não sabendo das futuras implicações
de tal ato. Nesse ponto, podemos perceber o quanto o dever estava para
ele em primeiro plano, já que enviou em tal missão seu filho mais querido
e além disso, seu primogênito e herdeiro. O homem orgulhoso colocava o
futuro de sua linhagem em perigo em prol de Gondor.Assim também se
passou com o Um Anel. Denethor o queria para auxiliá-lo na luta contra o
Inimigo. Convém lembrar que poucos sabiam realmente os poderes
contidos em um anel de poder e das implicações de usá-lo. Ele não
estimava o poder que o Anel tinha para fazer o mal. Achava que era uma
arma poderosa contra o Inimigo e queria essa arma para salvar seu reino,
seu povo e toda a Terra Média.
Não acredito que Gandalf usaria o termo "loucura" no sentido
pejorativo. A situação era por demais séria, e o comportamento de
Denethor, nos momentos finais de sua vida, denunciam seu estado de
espírito perturbado. Porque não existe nenhuma mancha em seu passado
como regente, nenhuma situação onde ele tenha agido com tamanha
insensatez. Aliás, as próprias palavras de Gandalf explicitam isso: "(...)
Receio que no momento em que o perigo de seu reino cresceu ele tenha
olhado dentro da Pedra, sendo ludibriado:muitas vezes, suponho eu,
desde que Boromir partiu. Ele era grande demais para se submeter à
vontade do Poder do Escuro, mas ele só via as coisas que o Poder lhe
permitia ver. O conhecimento que obteve, sem dúvida, muitas vezes lhe
foi útil; apesar disso, a visão do grande poder de Mordor
que lhe foi revelada alimentou o desespero de seu coração até subjugar
sua mente."
Uma pessoa que tem sua mente subjugada não pode ter domínio de
suas faculdades mentais.
Carol Míriel, Última Rainha de Númenor

Aiya entocados!
Gente, o Denethor II estava meio biruta quando tentou matar seu
próprio filho, né? Ou talvez ele quisesse acabar com o sofrimento do filho,
já que ele achava que não havia esperanças para Faramir (eutanásia?)...
Acho que ele só deveria ser acusado de usar o palantír e querer usurpar o
trono de Gondor. Depois disso, o cara não batia bem da cabeça... E só
porque ele falava coisas lógicas não quer dizer que não poderia estar
sofrendo de loucura... Sadam, Bush e Cia. são exemplos claros disso. Só
que no caso do Denethor II, a loucura foi se acentuando perto de sua
morte. Bem, acho que o Denethor foi a própria vítima de seu erro.

Tar-Ancalimë (que queria acusar o réu mas no final acabou


defendendo...), sétima monarca de Númenor e primeira Rainha
Governante.

Salve,
Também acredito que ele mesmo se mostrou culpado… mas não
acredito que o fato de ser humano ou não o isente de qualquer culpa...
Théoden também era humano e foi sujeito à mesma prova... com um
pequeno detalhe: as coisas eram passadas de forma sutil por um ser que
nesse momento era de “confiança” (estou falando da época em que o
Gríma era seu conselheiro). E mais Saruman: era um maia e também foi
enganado... ou melhor, foi atiçado... pois me parece que Sauron escolheu
os mais gananciosos para tentar causar alguma impressão... Então mais
uma vez acho q devemos mandar Denethor pro fogo...

“Nem mesmo Aragorn tinha certeza de q conseguiria comprir sua missão,


como Denethor poderia julgar que, enfrentando tantos perigos, o rei ainda
chegaria são e salvo para salvar Gondor?”
Primeiro... ele poderia usar qualquer coisa, bastava que ele
realmente soubesse usar... (batedores não seriam má idéia pra quem não
tem poder para usar um Palantír)

“Denethor achava que o Anel era uma arma poderosa contra o Inimigo e
queria essa
arma para salvar seu reino, seu povo e toda a Terra Média.”
Mais uma vez ele simplesmente ACHA … isso para uma pessoa que
está no comando
não é muito aceitável... ele acha que o filho dele vai conseguir saber a
respeito do sonho e da ruína de Isildur (acredito aqui que a característica
levada em conta para a escolha foi a predisposição à traição... já q seu
primogênito era do tipo que faz QUALQUER COISA para conseguir o que
quer).

“Uma pessoa que tem sua mente subjugada não pode ter domínio de
suas faculdades mentais”.
Aqui devo discordar de você… como eu disse, ninguém, mesmo
numa guerra, dá uma
bazuca a uma criança.. Se esta não puder manejá-la... o que aconteceu
com Denethor foi a mesma coisa... ele tinha algo de tremendo poder e
simplesmente usou... mesmo sabendo que aquilo não era para ele... e
outra coisa: Saruman não parecia louco... nem parecia que não tinha
controle de suas faculdades mentais...

Tar-mAcFeL
___________________________________________________________________________

Batedores? Enviar batedores até onde? Mordor? Realmente, não


me parece uma saída muito viável. Mesmo porque batedores não
poderiam trazer informações rapidamente e correriam o grande risco de
ficar pelo caminho, de não retornarem. E quem disse que ele não sabia
usar o Palantír? Ele se julgava capaz de usá-lo, senão não teria tentado.

”Mais uma vez ele simplesmente ACHA…”


Ele não acha, apenas. Ele conhece os filhos e sabe das inclinações
de cada um deles.E precisa tomar uma decisão, como qualquer um que
estivesse em seu lugar.Mandar o filho mais velho foi a decisão que ele
acreditou ser a mais acertada e claro, não tendo poderes de advinhação,
não tinha como julgar que fosse dar certo. O mesmo poderia ter
acontecido com Faramir. Ele também poderia ter morrido e fracassado
em sua missão. Como saber? Decisões tem que ser tomadas com base
naquilo que conhecemos da realidade e em experiências passadas.
Boromir era o mais velho. Natural que seu pai confiasse a ele uma missão
dessa importância. Mas nenhum deles conhece o significado do enigma.
Então, "por que ele mandaria o filho que faz qualquer coisa pra conseguir
o que quer"? Ele não sabe se há alguma coisa para ser conseguida, além
de descobrir o significado desse sonho. Era essa a missão. Ir à Rivendell e
descobrir o significado. Não se sabe ainda sobre Frodo nem sobre o Um
Anel. A missão era perigosa apenas porque viajar naqueles tempos era
perigoso, com o Poder do Escuro crescendo a cada dia.

Sim, ele usou algo de tremendo poder porque realmente julgava


conseguir controlá-lo. Ele precisava salvar seu povo, o mundo estava
desabando ao seu redor. Pensemos que ao fazer isso, o grande mal que
ele provocou foi a si próprio. Foi assim que ele enlouqueceu. Ele arriscou
sua própria vida e sanidade em prol de seu povo. Seu intuito era conhecer
os planos de Sauron e assim ganhar a guerra. Mesmo sabendo dos riscos
que corria. E tentando salvar seu povo, acabou tendo o espírito
envenenado.
Quanto a Saruman, ele não foi ludibriado por Sauron. Ele resolveu
de livre e espontânea vontade tomar o lugar do Senhor do Escuro. E há
outra coisa que devemos levar em consideração: Saruman era um Maia,
com poderes e sabedoria infinitamente maiores do que Denethor, um
humano. Ele se corrompeu pelo poder do escuro. Denethor foi enganado
pelo poder do escuro. E sua mente não resistiu a tantos golpes. Humanos
são suscetíveis (isso está certo?) a falhas e ao desespero. Humanos são
susceptíves à loucura.

Carol Míriel, Última Rainha de Númenor


Achando cada vez mais difícil defender o Réu. Falando nisso, onde está
nosso advogado de defesa? Mothgon? Pronuncie-se, please!

No caso da viabilidade devemos pensar se estamos tratando da


sensibilidade de uma pessoa sã ou uma insana... um louco pode achar
muita coisa viável... Se Denethor estava louco deveria estar há muito
tempo... pois ele tentou vencer a guerra sozinho... e outra coisa... quando
uma pessoa recusa ajuda... é pq ou é arrogante demais... ou é burro
demais... e Denethor pra mim era os dois... pois tinha uma vasta fonte de
informação... (se tivesse tomado conhecimento antes poderia até se dar
melhor com seu filho Faramir) depois acabaria sabendo muita mais sobre
o Um, ou a ruína de Isildur... e ajudaria de uma forma muito melhor... com
isso podemos concluir que ele se achava o rei.... e q era arrogante demais,
logo, culpado de tudo.
E tem mais... se ele acreditava q poderia usar o palantír.. ele
deveria ter procurado saber um pouco mais, sobre o que é um palantír...
por isso continuo concluindo q ele ACHOU que saberia reinar..

Tar-mAcFeL, que acha que, graças à arrogância, reinos podem ser


destruídos...

Olá !
Está sendo discutida a preferência de Denethor II por Boromir, e
eu acho que está sendo esquecido o fato de que, entre os dois filhos,
Boromir é o que mais se assemelha ao pai, mas dizer que Denethor
permitiu que ele fosse por ter insistido não é muito viável, porque o que
está sendo devidamente discutido é a preferência do pai pelo filho mais
velho, e o fato dos 2 terem as mesmas inclinações facilita o fato dele ter
sido enviado à Rivendel ao invés de Faramir, mas "dizer" que Denethor
ficou louco, eu acho um exagero; talvez quando ele viu seu último filho
morrendo ele pode ter se desesperado pelo fato dele ser seu único
herdeiro,sendo levado ao ato desesperado, pois ele acreditava em Gondor
e sabia que, se a cidade caísse, ninguém mais poderia deter a guerra, mas
acredito que ele não sabia nada sobre o herdeiro de Isldur, pelo menos
mostrado por Sauron através do Palantír, tudo que ele tinha era o sonho
dos filhos no qual se falava sobre a ruína de Isildur, então ele tinha
dúvidas, na verdade muitas dúvidas, e isso com certeza o levou ao
Palantír com mais freqüência de maneira sôfrega.
Mas com certeza sua arrogância contribuiu para sua "loucura", que
eu prefiro encarar como desespero. Por enquanto é só.

Lúthien

Your Honors and members of the court.

Having given this matter some thought, it might be advisable for the
defense attorney to file a motion asking the court to provide a ruling
whereby it can judge (1) a man who was the designated and accepted
ruler of his land, (2) a man who is no longer living and therefore is unable
to stand before his accusers and offer a defense, (3) to provide a legal
precedent whereby any court can condemn any man on whether he loves
one son more than the other, and (4) that any ruler can be tried for
making a decision based on the law of that land that determines that his
decision and rulings are a treasonable act.

Let us look at some of these issues. Judging the laws, customs,


morals of another country or culture is always based on one's own
personal perspective. That means the current reality of those doing the
judging. It is important to remember that in the distant past the right of
kings and rulers to take any action or make and decision might be
questioned but that did not change the fact that they were lawful and had
to be obeyed. To disobey them was in itself treason. Most of the testimony
that has been given appears to be based on today's moral perceptions of
what is right and wrong and not those of Gondor or Rohan. (I restrict it to
these two realms because they are the realms of men during the period in
question.)
To provide an example of this I can site the fact that the first time in
the history of men the leaders, generals and soldiers of a nation were tried
for their decisions and actions during a war was the war crimes trials of
Nazi Germany and the Japanese empire. Never before was a king tried,
with one exception, King Charles of England in the first half of the 17th
century. In this case the king was not tried after his execution and was
able to defend himself. I question how the court has acquired the right to
try Denethor after his death for any action which history clearly shows he
possessed the right and power to make. How can it be that we feel that we
have the right to condemn actions based on our current standards of
morality when these standards never existed at the time the accused
actually lived?
Even more, the fact exists that loving one son more than another is
not even an offense that can be declared as criminal in our own time,
much less than in the distant past when the culture of the nobility was
totally different than now. Denethor cannot be condemned for what is not
now or ever has been a crime.
This returns us to the unquestionable fact that the king's word was
the law. If Denethor was foolish enough to look into the stone, than that
was not only his choice but his right. If he believed that his duty to Gondor
and its survival rested solely upon him and by law, his sons, should they
come to rule, then that too was unquestionable and even Gandalf did not
question whether he had the right to rule in his own hall until the moment
when he chose to supercede Denethor's authority. That may have been
the correct moral decision but it was not a lawful one. This becomes
obvious when King Elessar bans the guard of the tower for shedding blood
in the tower and leaving his post without permission from the Steward.

I would ask the attorney for the defense to inquire of the court the
reason for this indictment and request a ruling on these matters.

(Excuse me if I am unaware of procedural matters of the toca in this type


of event. It is not my intention to create polemica but it seems to me that
all of the woes of mankind stem from the fact that humans have the
tendency to judge others based on their own definitions of right and
wrong. It also must be taken into consideration that law is mitigated
violence based on the idea
that those who do not follow the law will be punished for infringing that
law. Therefore, if Denethor is to be judged, it must be within the accepted
law of his own land. It might be that the court can make a judgment based
on current principles, but there is no precedent for a decision of guilt
based on crimes that were not crimes at the time they were committed.)
Anadarco

Disse Shelob: "Como o próprio Advogado e a Testemunha frisaram,


Denethor usava o Palantír para "enxergar longe". Logo, ele provavelmente
sabia da existência de Aragorn. (...) Daí a acusação de conspiração e
traição contra ele!"
Mothgon protesta:
Por este trecho, podemos ver que a acusação de corrupção feita
contra Denethor é baseada em uma mera suposição. SE Denethor II
soubesse da existência de Aragorn, CASO ele percebesse que este homem
poderia vir a tirar seu poder, pode-se acusá-lo de ter conspirado para
manter-se no trono. Senhores, a lei é feita sobre fatos, não sobre
suposições! Esta acusação não deve ser levada em conta.
Thoronthil, dos ares, falou: "Após ter perdido um filho, e tendo o outro as
beiras da morte, no meio de uma guerra na qual as chances de vitória
eram pequenas (...)"
Mothgon complementa:
As chances de vitória eram, para ele e naquele momento, nulas. A
morte de todos os povos livres era algo que parecia iminente a todos,
quanto mais a um estrategista e comandante como Denethor II.
Sarah Helena disse: "Denethor livremente olhou no Palantir. Ele escolheu
fazer isso, e sendo o regente, deveria estar consciente do que suas
escolhas pessoais poderiam significar para seu povo."
Mothgon responde:
Boromir queria o anel para poder, com ele, salvar Minas Tirith. Da
mesma forma, Denethor II usou o Palantír para salvar seu próprio povo.
Como se pode esperar que ele, como regente, desprezasse um objeto que
lhe poderia trazer poder suficiente para derrotar o inimigo? Se olhar no
Palantír é motivo para condenar, que seja queimado também Mestre
Pippin!
A comparação entre Théoden e Denethor II é muito falha. Enquanto
Théoden ficou
sob o poder de Saruman por um meio indireto (Gríma), Denethor foi
submetido ao poder de Sauron, um Maia de muito mais poder, e de forma
direta, através do Palantír. Portanto, era de se esperar que o primeiro
conseguisse escapar à Sombra, enquanto o segundo se perdesse.
Tar-Macfel disse: "quando uma pessoa recusa ajuda... é porque ou é
arrogante demais... ou é burro demais... e Denethor pra mim era os
dois..."
Mothgon questiona:
Meritíssimo, o que fazer com casos de ofensas ao réu? Ó Juiz, dizer
que ele era corrupto, mau, cruel, virulento, tudo bem... mas dizer que ele
não era experiente o bastante e que ele era burro passa pra esfera
pessoal...
Landrack das florestas disse: "Um verdadeiro rei teria suficiente
conhecimento para saber que não deve dar preferências ao primogênito
se este não mostra ser merecedor disso..."
Mothgon rebate:
E quando o primogênito não se mostrou merecedor da sucessão?
Gostaria ainda de frisar que todas as referências feitas pelo
advogado de defesa sobre a loucura de Denethor II se referem única e
exclusivamente ao momento em que ele tenta queimar Faramir. Em
momentos anteriores, entendo que ele estava em posse total de suas
faculdades mentais. Isso não se refere às testemunhas.
Anadarco reclamou que não podemos julgar um rei de Gondor da
Terceira Era por leis ou padrões morais de nossos tempos em nosso país.
Mothgon, que bem que podia aproveitar isso pra se safar do julgamento,
responde que a acusação de trair seu povo é válida para todo e qualquer
povo que possa existir, não importando qual seja o padrão ético-moral
deste. O que pode diferir é apenas a forma como a traição é encarada, ou
as ações que podem ser consideradas traidoras. No entanto, esta é a
única acusação que nos cabe fazer até julgar se as outras são pertinentes
ou não. Meritíssimo, e agora, José, ou melhor, João?
Mothgon
Advogado de defesa de Denethor II, regente de Gondor. A justiça tarda,
mas não falha!!

Disse Shelob: "Como o próprio Advogado e a Testemunha frisaram,


Denethor usava o Palantír para "enxergar longe". Logo, ele provavelmente
sabia da existência de Aragorn. (...) Daí a acusação de conspiração e
traição contra ele!"
Se o palantír só pode ser utilizado pelo reis e Denethor foi o décimo
Steward e mais, não existia um verdadeiro rei, então o regente que era
encarregado de preservar o reinado tinha o direto de usar todas as armas
existentes para salvar o reino.
Tar-Macfel disse: "Bom, na verdade podemos concluir q ele não era
experiente o bastante nem para ser regente, quanto mais Rei... e se ele
tivesse sido um pouco mais "humilde", teria procurado saber sobre o
Palantír”
Se tem experiência ou não, se foi arrogante ou humilde, isto não
muda o fato de que ele tinha todos os diretos de fazer a decisão que ele
acha correta para a Terra-média, e conduzir a guerra como ele queria. Ele
FOI o regente e a palavra dele era lei.
Mothgon: “Anadarco reclamou que não podemos julgar um rei de Gondor
da Terceira Era por leis ou padrões morais de nossos tempos em nosso
país (...)a acusação de trair seu povo é válida para todo e qualquer povo
que possa existir, não importando qual seja o padrão ético-moral deste.”
Não em nosso país, qualquer país. Mesmo em nossos tempos mais
supostamente civilizados e esclarecidos, todos os países não assinaram a
lei internacional sobre crimes de guerra. Gostaria saber em que lei que ele
baseou esta pérola de jurisprudência. Os valores que hoje a maioria de
nós declara ser a verdade nada mais são do que conceitos ensinados pela
sociedade. Esses valores podem ou não virar lei, e uma sociedade que se
julga justa e honesta precisa basear o que é crime nas decisões
(precedentes – decisões de juizes baseados em pareceres) anteriores e
não nos sentimentos, valores ou morais da época do julgamento. Não
existe lei cósmica ou eternas verdades no mundo dos homens. História e
lei são sempre escritas pelos vencedores, mas isto não significa que sejam
corretas para todos os tempos. Pode ser aplicada para as leis do futuro,
mas não para o passado. Então, qual é a diferença entre a arrogância de
Denethor, que tomou uma decisão a que acha que tinha o direito, e uma
corte que acha tem o direto de julgar uma pessoa por crimes que não
eram considerados crimes no passado, quando não existiam leis sobre
essas acusações, utilizando valores de hoje?
Anadarco

Srs. Membros do Júri, reflitam nas palavras de Mothgon, o Defensor


Público:
“Por este trecho, podemos ver que a acusação de corrupção feita contra
Denethor é baseada em uma mera suposição. SE Denethor II soubesse da
existência de Aragorn, CASO ele percebesse que este homem poderia vir
a tirar seu poder, pode-se acusá-lo de ter conspirado para manter-se no
trono. Senhores, a lei é feita sobre fatos, não sobre suposições! Esta
acusação não deve ser levada em conta."
Réplica da Promotoria:
O Sr. Advogado de Defesa do Réu deve reportar-se aos Autos do
Processo, relendo o trecho em que nossa Escrivã, Lady Galadriel de
Lothlórien, tem registradas as seguintes palavras da Promotoria:
"Quanto às alegações de que o Retorno do Rei fosse mera lenda, e
que portanto Denethor de nada sabia, são falsas. Ele deixa isso bem claro
quando comenta as informações que conseguiu arrancar de Pippin, e diz
(ou melhor, berra) a Gandalf: "Nas conversas que tivemos, fiquei a saber
O NOME e o objetivo de todos os seus companheiros. Aí tens! Com a tua
mão esquerda utilizar-me-ias durante algum tempo como um escudo
contra Mordor, enquanto com a direita trarias ESSE CAMINHANTE DO
NORTE para me suplantar. Mas digo-te, Gandalf Mithrandir, não serei teu
instrumento! Sou Mordomo da Casa de Anárion. Não descerei a camarista
senil de um arrivista. Mesmo que me fossem dadas provas do seu direito,
ELE continuaria a ser apenas um DESCENDENTE DE ISILDUR. Não me
curvarei diante de tal
criatura (...)" etc etc. ('O Regresso do Rei', Lisboa: Ed. Europa-América).
Exaltado, arrogante, orgulhoso até o extremo, Denethor parece,
mesmo nesse momento de crise intensa, bastante dono de suas
faculdades mentais. Consegue relembrar fatos, analisá-los, e expor uma
argumentação quase sem falhas: segundo ele, Aragorn é descendente de
Isildur, Senhor de Anor, enquanto ele (Denethor) é Regente de Gondor,
cujo senhor era Anárion. Claro, ele espertamente deixa de fora da
argumentação o fato de ambos os reinos pertencerem, pela Lei, a Elendil;
e de Aragorn ser o último descendente de Elendil...
Denethor sabia muito bem da existência de Aragorn, e tudo o que
fez foi, não em defesa do povo de Gondor, mas em defesa de seu próprio
Status. Suas próprias palavras traem suas intenções! Apesar da clareza do
argumento acima exposto, diante do Protesto do Nobre Colega, a
Promotoria aguardará o deferimento (ou não) do Juiz quanto ao Protesto.
Em nome dos Povos Livre de Arda,
Shelob Laracna, Promotora neste Processo.

Meritíssimo Juiz, Srs. Membros do Júri, Nobre Advogado de Defesa,


Os depoimentos das últimas testemunhas só fizeram corroborar
algumas das Acusações que pesam contra o Réu:
* Tratar de forma humilhante o filho mais novo (como visto pelas citações
feitas de "O Retorno do Rei").
* Tentar assassinar Faramir (descrito na mesma obra com detalhes,
inclusive com descrição da faca utilizada para a tentativa de finalizar o
ato.Voltaremos a esta cena oportunamente).
Agora, em relação às dúvidas levantadas na argumentação de outra
Testemunha, vamos analisá-las uma a uma e traduzir alguns trechos para
compreensão daqueles que, nesta Corte, não lêem em inglês:
"First it is necessary to understand Denethor in the context of the time that
he was placed (...), his character and his sense of duty was so great that he
bore the weight of many generations of his family that had preserved and
defended the land and could never be called King. This sense of duty and
understanding of the divine right of kings ensured that he, under any
circumstances could commit treason against the realm. But a king is but a
man. (...)"
Traduzindo:
"Primeiro é necessário compreender Denethor no contexto de tempo em
que ele se encontrava (...) sua personalidade e senso de dever eram tão
grandes que ele carregava o peso das várias gerações de sua família, que
preservaram e defenderam a terra e jamais puderam ser chamadas
Realeza. Este senso de dever e compreensão do direito divino dos Reis
assegurava que ele, sob nenhuma circunstância, poderia cometer traição
contra o reino. Mas um rei é apenas um homem (...)".
A Promotoria:
Esta Corte, colocando-se no contexto necessário - final da Terceira
Era de Arda, na Terra Média, do ponto de vista dos Humanos (não Elfos
nem Anões) - reconhece o senso de dever de Denethor II e sua
ascendência, que sempre preservaram Gondor e Arnor como um reino
unido do qual sua família era Regente. Porém não se pode tomar como
verdade absoluta que apenas a tradição e o senso de dever assegurassem
que o Regente não "poderia cometer traição contra o reino". Afinal, como a
própria testemunha admite, "um rei é apenas um homem"... e homens
cometem erros, mesmo os mais nobres Regentes. Mesmo os mais nobres
Reis.
Continuando:
"With the power of Sauron at its peak and the knowledge that there was
little chance of winning the war, the pain of knowing that he was not
leaving a kingdom that was safe for his sons, that he had failed in his duty
to his ancestors and his subjects who depended on him was almost too
much to bear for a man of such great pride."
Traduzindo:
"Com o poder de Sauron no ápice, e o conhecimento de que havia pouca
chance de vencer a guerra, a dor de saber que ele não deixaria um reino
seguro para seus filhos, que havia falhado em seu dever para com os
ancestrais e com os súditos que dele dependiam, foi quase demais para um
homem de tão grande orgulho suportar."
A Promotoria:
Voltamos ao ponto crucial. Sim, o poder de Sauron estava no
máximo, mas as chances de vitória dos Povos Livres ainda existiam:
Denethor preferiu, nesse assunto, acreditar no que Sauron lhe mostrou pelo
Palantír, do que ouvir as palavras de esperança de Gandalf. Quanto a seu
sentimento de culpa para com os ancestrais, os filhos e o povo de Gondor,
até poderia impeli-lo a lutar até o final, em vez de deixar o desespero tomar
conta de si. Mas a própria testemunha nos dá a solução para isso: "his
great pride". O Orgulho foi a causa da queda de Denethor, como o seria da
queda de Saruman e do próprio Sauron. O orgulhoso Denethor não podia
admitir que Gandalf, ou mesmo Faramir, fossem mais sensatos que ele.
Julgava-se tão sábio e poderoso que jamais admitiria cometer erros, e veio
daí seu endurecimento nos últimos dias de vida: para não dar razão a
Gandalf, nem a ninguém, preferiu levar a si e a seu filho, à morte. É a
negação (denial) - resposta típica dos que caem pelo Orgulho.
Continuando:
"In his pain and the doubt ever made present in his mind by Sauron, he
sought to save his son for the ignoble task of dying at the hands of Gondors
most hated enemy (...). And so Denethor, knowing that his son was close to
death made the decision that the failure would be upon his own head and
that his son would never be know as the leader who failed Gondor and thus
he decided to take him to the funeral pyre to save him from that insidious
fate."
Traduzindo:
"Em sua dor e dúvida, sempre tornadas presentes em sua mente por
Sauron, ele procurou salvar seu filho da ignóbil tarefa de morrer nas mãos
do mais detestado inimigo de Gondor (...). E então Denethor, sabendo que
seu filho estava próximo da morte, tomou a decisão de que a falha deveria
recair sobre sua própria cabeça, e que seu filho nunca seria conhecido
como o líder que falhou com Gondor, assim decidindo levá-lo à pira
funerária para salvá-lo desse ingrato destino."
A Promotoria:
Isso é especulação da Testemunha. Não se pode inferir, das palavras
de Denethor em seus momentos finais de vida, que o Regente desejasse
assumir a culpa pela queda de Gondor e por isso tentou provocar a morte
de Faramir, como forma de preservar o "bom nome" do filho. Não é
impossível que um Regente pensasse assim, porém nada disso foi
evidenciado. É vã especulação, sem embasamento até agora nas provas
apresentadas no Processo. Porém, suponhamos, APENAS PARA EFEITO DE
ARGUMENTAÇÃO, que essa fosse a pretensa
intenção de Denethor. O fato de ter um nobre desígnio apaga o fato de que
ele tentou atear fogo ao leito do filho e, quando disso impedido, tentou
esfaqueá-lo?! NÃO, senhores membros do Júri! Ele cometeu os atos dos
quais é acusado, tentou assassinar Faramir, e nenhuma especulação
infundada sobre suas intenções pode nos fazer esquecer do que realmente
aconteceu.
Continuando:
"(...)by the time he made the decision to die with his son his mind had
broken and who of us can say that we have ever confronted such a failure,
one that would spread darkness over the face of the earth. Who among us
had the right to judge a king, though he never wore the crown."
Traduzindo:
"(...) quando ele tomou a decisão de morrer com seu filho, sua mente
estava partida, e quem de nós pode dizer que já confrontou uma tal
falência, uma que poderia espalhar a escuridão sobre a face da terra. Quem
entre nós teria o direito de julgar um rei, embora ele jamais tivesse usado
uma coroa".
A promotoria:
Até agora, não foi provado que Denethor estivesse de fato com "a mente
partida". Muitas testemunhas alegam sua insanidade, esquecendo-se de
que, para assumirmos a loucura do Réu, é preciso prová-la. Voltaremos a
esse ponto mais tarde. E quanto ao direito que temos, ou não, de julgar os
atos de um Rei - ou Regente - ele nos é assegurado pela especificidade
pertencente a toda obra literária. Um Autor, ao liberar seu texto para o
mundo, entrega-o aos leitores, que se tornam co-autores. Faz parte dos
direitos do Leitor a prerrogativa de co-criar, apropriar-se mentalmente de
suas histórias e nelas "viajar", refletir, comparar e também julgar. É dessa
prerrogativa universal que nos estamos valendo quando julgamos os atos
do personagem Denethor. Não importa se ele era Rei, Regente ou pai. Ele
não era um deus. Era humano, passível de erros. E, se julgamos errôneos
seus atos de tentar matar o filho, por fogo ou arma
branca, estamos no nosso direito de Leitores.
Outras considerações da Testemunha:
"(...) it might be advisable for the defense attorney to file a motion asking
the court to provide a ruling whereby it can judge:
(1) a man who was the designated and accepted ruler of his land,
(2) a man who is no longer living and therefore is unable to stand before his
accusers and offer a defense,
(3) to provide a legal precedent whereby any court can condemn any man
on whether he loves one son more than the other, and
(4) that any ruler can be tried for making a decision based on the law of
that land that determines that his decision and rulings are a treasonable
act.
Traduzindo:
"(...) seria aconselhável que o Advogado de Defesa propusesse uma moção
pedindo à Corte um parecer decidindo se se pode julgar:
(1) um homem que era o designado e aceito governante de sua terra;
(2) um homem que não mais vive, portanto incapaz de estar diante de seus
acusadores e defender-se;
(3) fornecer um precedente legal quanto a se qualquer corte pode condenar
um homem por amar mais a um filho que a outro; e
(4) se qualquer governante pode ser julgado por tomar uma decisão
baseada na lei daquela terra, determinando que suas decisões e leis sejam
um ato de traição.
A Testemunha desenvolve essas alegações, argumentando que pode
ser inaceitável julgarmos Denethor, já que ele era Regente de sua Terra, e
portanto, a encarnação da própria Lei; além disso, pelo fato de estar morto,
não deveríamos questionar seus atos em vida, que teriam sido justificados
pela lei que ele encarnava. Argumenta ainda que estamos julgando um
homem da Terceira Era com base em nossas perspectivas atuais, nosso
moderno senso de moral e percepção de "certo e errado"; quando
deveríamos nos colocar dentro do contexto de um "passado distante, no
qual a cultura da nobreza era totalmente diferente de agora" para poder
fazê-lo.
A Promotoria:
O Juízo dos Valar é um projeto do Conselho Branco, associação
dentro da qual todos "assumimos" nicks que nos colocam dentro das Eras
de Arda e, portanto, da concepção literária de Tolkien para esse Universo.
Quando entramos nesta Lista, ou nos reunimos na Toca, e discutimos brigas

Anuário de Estudos do Conselho Branco © 2003 – www.conselhobranco.com.br - Pág. 58


entre Elfos e Anões, satirizamos Númenoreanos ou falamos mal de Orcs,
estamos optando conscientemente por nos afastarmos do Universo que
conhecemos como "Real", para efeitos de diversão e entretenimento.
Ora, em nossa vida real não matamos orcs nem discutimos magia,
não reverenciamos os Valar nem respeitamos a autoridade de seres como
Gandalf ou Capitães como Aragorn e Imrahil. Porém, aqui - e no Juízo dos
Valar - encontramo-nos no contexto correto e na disposição de espírito
correta, analisando os fatos dentro das Leis de Arda, ou, como pede a
Testemunha, nos domínios de Gondor e Rohan, onde os atos do Réu
repercutiram. É de acordo com a Lei de Gondor e Rohan que esta
promotoria tenta condenar o Réu, não com o pensamento na moralidade de
hoje, mesmo frisando-se que os crimes a ele imputados seriam crimes
naquela época e em várias outras também... embora não em todas as
épocas da Humanidade, é claro. Não por acaso, nosso Juiz é Mandos
Feäntur, o Senhor do Círculo do Julgamento dos Valar! Sendo assim, as
alegações da Testemunha são infundadas. Estamos tentando julgar os atos
de Denethor DENTRO DAS LEIS DE GONDOR, inseridas
nas leis da Terra Média, inseridas nas Leis que os Valar impuseram a Arda.
Pode ser que, nessas tentativas, cometamos erros, o que cabe ao Juiz
apontar. Pois todos os que se manifestam nesta Corte Simulada aceitaram
estar sob a Autoridade de Mandos Feäntur, que deve zelar para que nossos
argumentos sejam baseados E APENAS BASEADOS nas leis de Tolkien. Do
ponto de vista específico dessas Leis, vemos que:
1- Matar (sem que seja em legítima defesa ou em batalha) É CRIME.
2- Qualquer governante é passível, sim, de ser criticado, julgado e
condenado por atos contrários à Lei.
Precedentes? Vejamos alguns:
1- A matança em Alqualondë realizada por Feänor e seus filhos é
condenada pelos Valar e acarreta longos sofrimentos aos Noldor; a morte
de Déagol por Sméagol é relembrada por Gollum até o final, ele próprio
torturando-se com a culpa; a hesitação de Bilbo em matar Sméagol,
sabendo que "não se deve matar sem necessidade”, é modelo citado por
Gandalf...
2- Governantes que cometeram erros e responderam por eles com a morte,
mostrando assim que não possuíam o "direito divino" de errar sem pagar o
preço: Thingol, deixando-se enamorar do Nauglamír e abrindo espaço para
o ataque Anão e a destruição de Doriath; Turgon, recusando-se a seguir os
conselhos de Ulmo e permanecendo apegado às riquezas de Gondolin,
também abrindo espaço para a queda da Cidade das Sete Portas; Ar-
Pharazôn, Rei de Númenor, que tentou invadir Aman e pereceu, condenado
pelos Valar...
Mais: em respeito à alegação de que o Réu morreu e, por isso, não
poderia ou deveria ser julgado, foi estabelecido Precedente no julgamento
anterior, em que Boromir foi submetido a Julgamento por atacar Frodo em
Amon Hên e por Trair a Sociedade do Anel, tentando apoderar-se do Um. O
Júri o condenou pela primeira acusação e inocentou da segunda. E, mesmo
tendo ele sido morto, julgamos seus atos EM VIDA, e o Juiz (Senhor das
Mansões dos Mortos) designou uma Pena para seu Espírito, que apenas
poderia descansar após cumpri-la.
Lembro ainda que, por estarmos em um "ambiente" (Lista de
Discussão do Conselho Branco) propício à crença na existência de Elfos,
Hobbits, Istari e demais seres e locais ficionais concebidos para Ea, o
Universo Manifestado Tolkieniano, colocamo-nos em posição de conviver
com o Réu (Denethor) durante sua vida e no momento mesmo em que
cometeu (ou não, isso será decidido pelo Júri) os atos criminosos dos quais
é acusado. E reiteramos que Denethor não está sendo acusado à Revelia.
Tem um Defensor designado para si, auxiliado pelas inúmeras
Testemunhas da Defesa.
Quanto à alegação da Testemunha de que "loving one son more than
another is not an offense that can be declared as criminal", ou "amar um
filho mais que a outro não é uma ofensa que possa ser considerada
criminosa", aconselhamos a leitura da abertura do Juiz para os trabalhos
deste Processo:
"O Réu é acusado de: 1) tratar com desprezo seu filho mais novo Faramir,
preterindo sempre esse em favor do irmão Boromir, de forma humilhante
(...)" (Mandos Feäntur, Juiz).
Como mostra a citação acima, não se está julgando o "amor" de
Denethor por um ou outro, mas o fato de ele humilhar Faramir em público,
ao compará-lo com Boromir. Isso acontecia mesmo após a morte do
primogênito, e diante dos demais capitães de Gondor, bem como de
Gandalf e Pippin; nessas ocasiões, Faramir já era o presumível herdeiro da
Regência, sendo ainda mais doloroso para ele ser tratado publicamente
dessa forma. É esse ato que julgamos (e o Réu ainda pode ser tanto
condenado como inocentado dessa acusação).
Cremos ter respondido às alegações da Testemunha de maneira a
não deixar dúvidas quanto à propriedade e autoridade desta Corte para
julgar o Réu. Mesmo assim, diante do pedido de Anadarco...
"I would ask the attorney for the defense to inquire of the court the reason
for this indictment and request a ruling on these matters" , ou "Eu pediria
ao Advogado de Defesa que pergunte à Corte a razão para esta acusação e
requisite uma norma nesse assunto"...
...A Promotoria aguardará o pronunciamento do Meritíssimo Juiz na
questão, acatando sua decisão, seja ela qual for.
Respeitosamente,
Shelob Laracna,
Promotora desta Corte, representando os Povos Livres de Arda contra o
Réu.

O Defensor protestou:
Por este trecho, podemos ver que a acusação de corrupção feita
contra Denethor é baseada em uma mera suposição. SE Denethor II
soubesse da existência de Aragorn, CASO ele percebesse que este homem
poderia vir a tirar seu poder, pode-se acusá-lo de ter conspirado para
manter-se no trono. Senhores, a lei é feita sobre fatos, não sobre
suposições! Esta acusação não deve ser levada em conta.
Alcarinquë testemunha:
Denethor não só sabia sim da existência de Aragorn, como o
conheceu pessoalmente antes de se tornar regente.** SPOILER Apêndice A
do SdA (Ed. Martins Fontes): " Chamavam-no de Thorongil, Águia da
Estrela, pois ele era rápido e tinha olhos sagazes, e usava uma estrela de
prata sobre a capa. Mas ninguém sabia seu verdadeiro nome, nem onde
nascera"
E, mais adiante:
"Portanto, mais tarde, quando tudo ficou claro, muitos acreditaram que
Denethor, que tinha uma mente mais perspicaz e enxergava mais longe
que os homens de seu tempo, descobrira quem na verdade era aquele
forasteiro de nome Thorongil.."
Fica claro q Denethor não só conhecia o legítimo herdeiro do
trono de Gondor, mas também suas qualidades como comandante, pois
Thorongil freqüentemente aconselhava Ecthelion II, sendo o responsável
direto pela vitória junto aos corsários de Umbar, que representavam
evidente perigo para Gondor em caso de guerra declarada contra Sauron.
Aliás, Denethor não só conhecia a capacidade de Thorongil/Aragorn
para organizar um exército, como tinha ciúmes do fato deste aconselhar
seu pai, o que prova que Denethor deixava seus sentimentos pessoais
interferirem na sua avaliação do que seria melhor para Gondor. Fosse ele
um regente que pensasse no bem do reino que lhe foi confiado, teria de
bom grado aceito a hipótese do retorno do Rei de direito, e não se
desesperado, ao ver que poderia perder o poder. O desespero de
Denethor não foi causado apenas pelas imagens obtidas através do
Palantír (que, àquela altura, só mostrava o que era de interesse para
Sauron),
mas sim ao ver que seu plano de tornar seu herdeiro o novo Rei de
Gondor seria frustrado.
Pois acredito que Denethor demonstra claramente, através de sua
preferência por Boromir, que pretendia que ele fosse Rei de Gondor, num
plano para tirar do legítimo Rei seu trono. Assim, a preferência de
Denethor por Boromir não era causada apenas por "amor paternal", mas
sim pelo fato de que ele era muito mais influenciado pelas idéias do pai
que Faramir. Faramir não desejava o poder pelo poder. Mas Boromir
claramente desejava se tornar rei:
"-E disso eu me lembro a respeito de Boromir, quando ele era um menino
e nós dois juntos aprendíamos a história de nosso antepassados e de
nossa cidade: ele era um eterno insatisfeito com o fato de nosso pais não
ser rei "Quanto tempo leva para que um regente se torne um rei, se o rei
não retornar?", perguntava ele."** Faramir para Frodo em -O Retorno do
Rei - Ed. Martins Fontes.
Apesar de repreender o filho por externar essa idéia, obviamente
Denethor deveria gostar dela, já que não poderia reivindicar para si o
trono, após ter assumido como regente, por que seu filho não poderia
fazê-lo antes de se tornar regente? Se praticasse um ato heróico, e fosse
reconhecido por toda Terra Média, isso daria mais chances de seu reinado
não ser contestado. Por isso não proibiu Boromir de ir nas missão, que
inicialmente deveria ser de Faramir (não somente por ele ter sonhado
antes, mas porque não se deve arriscar a vida de um herdeiro em
qualquer missão que possa ser cumprida por outro). E Denethor se
tornaria o pai de uma nova linhagem de reis, apesar de não o ser.
Sobre o uso do Palantír, o defensor afirma:
"Boromir queria o anel para poder, com ele, salvar Minas Tirith. Da mesma
forma, Denethor II usou o Palantír para salvar seu próprio povo. Como se
pode esperar que ele, como regente, desprezasse um objeto que lhe
poderia trazer poder suficiente para derrotar o inimigo? Se olhar no
Palantír é motivo para condenar, que seja queimado também Mestre
Pippin!"
Denethor foi educado nas tradições de Gondor ( e Pippin não), e
sabia perfeitamente que desde a tomada de Minas Ithil, e o
desaparecimento do Palantír desta cidade, não se usava o Palantír, por se
acreditar que isso era muito perigoso. Nunca um regente utilizou o Palantír
de Minas Tirith, apesar de terem acesso a ele, pois os sábios supunham
que ele estivesse em mãos de Sauron, e era sabidamente o que mais se
harmonizava com o de Minas Tirith.
Ao fazer uso do Palantír, Denethor foi imprudente. Mesmo sob a
alegação de que o fez para melhor poder governar e proteger o reino
contra seus inimigos, usou uma arma perigosa, que poderia ser usada
contra Gondor. E não se pode alegar ignorância disso da parte de
Denethor, pois acesso a toda a tradição acerca do Palantír e sábios com
conhecimento acerca disso com certeza existiam em Minas Tirith, mas
claramente não os escutou.
"Quando Denethor tornou-se regente, mostrou-se um governante
dominador, tomando para si o controle de todas as coisas. Falava pouco.
Ouvia conselhos e depois seguia sua própria cabeça...".
Não é necessário mais do que isso para incriminá-lo como traidor e
conspirador.
Quanto à tentativa de assassinar seu filho Faramir, essa acusação
não precisa de demonstrações, pois é um fato claro e certo. E não há
motivos que justifiquem o assassinato de um filho quando este ainda pode
sobreviver e se tornar grande, por mais remota que seja esta possibilidade
no momento.
Alcarinquë
Vamos fazer uma fogueira junina antecipada, gente!!!

Quanto às ofensas, retiro todas… mas me diga… Sauron não apareceu e o


hipnotizou… se não me falha a memória... o Palantír que estava sob o
poder de Sauron não o permitia dominar o palantír q estava com
Denethor.... no caso de Théoden, existia uma pessoa que o estava
indiretamente controlando-o, ou melhor... fazendo-o desistir da luta... no
caso de Sauron, foi apenas um blefe que Denethor aceitou sem mais nem
menos... o que se pode dizer de um estrategista desse nível? Fica
complicado ser regente assim... simplesmente desiste se alguém lhe
mostra qualquer coisa.
Tar-mAcFeL, que sabe q pegou pesado e se arrepende desse ato....

Saudações a todos,
Este e-mail é formado por alguns esclarecimentos, dirigidos
principalmente ao nosso colega Anadarco que levantou algumas questões,
e também respostas para a Promotoria e Defensoria, entre outras
informações.
Em primeiro lugar, eu gostaria de esclarecer o seguinte: O
Julgamento de Denethor II, assim como o julgamento anterior (de
Boromir), e os futuros julgamentos que serão realizados nessa Toca,
fazem parte do Juízo dos Valar, um dos projetos culturais do Conselho
Branco. Nele o objetivo é estimular através de um julgamento simulado
dos personagens o estudo da obra de Tolkien. Um caso complexo como o
de Denethor II leva a uma releitura dos textos em que ele aparece, e a
necessidade de montar uma argumentação coerente estimula todos a
redigirem seus testemunhos da melhor forma possível. Para o propósito
do JdV, é irrelevante se um personagem chegou a morrer no período em
que ele é apresentado na obra, ou se suas últimas ações narradas ainda
são dele vivo. O direito utilizado é baseado apenas no senso comum.
Infelizmente Tolkien não nos deixou códigos legais da Terra-média,
de forma a poder suprir com artigos e incisos uma acusação ou defesa. Há
condutas entretanto que podem ser consideradas imorais ou ilegais pelo
senso comum que abstraimos dos próprios livros. Percebe-se que matar
alguém sem se em legítima defesa não é um ato louvável na Terra-média,
independente da época em que o fato ocorra. Igualmente, trair um
juramento, ou seus deveres, é algo que aparece como condenável em
vários momentos. Lembrem-se das hostes de mortos,
que ficaram presos ao seu perjúrio até se redimirem perante Aragorn.
Com base nisso, há algumas ações que podem ser consideradas erradas
pela mera examinação da obra. Algumas outras coisas partem realmente
do consenso entre os membros dessa Toca, ou dos que coordenam o JdV
nela, com base em o que eles consideram condenável na conduta de
certos personagens. Defender, acusar, e Condenar ou Absolver são
prerrogativas que podem (e devem) ser exercidas por TODOS os membros
da Toca. Cabe à coordenação do projeto apenas formular a acusação
inicial, e cuidar do correto andamento do julgamento. Mas dar vida ao
processo é algo que cabe a vocês. Com isso posto, eu gostaria de
responder algumas coisas:
*Anadarco
"having given this matter some thought, it might be advisable for the
defense attorney to file a motion asking the court to provide a ruling
whereby it can judge (1) a man who was the designated and accepted
ruler of his land,"
Sim. A autoridade desta corte provém de Eru, o Illúvatar. Nenhum
rei ou servo pode se ausentar de prestar contas de seus crimes perante
Ele.

Anuário de Estudos do Conselho Branco © 2003 – www.conselhobranco.com.br - Pág. 62


"(2) a man who is no longer living and therefore is unable to stand before
his accusers and offer a defense,"
Denethor II está sendo julgado em espírito. Ainda assim, ele tem
um advogado de defesa que faz o melhor de seus esforços, e tem direito a
um Júri extremamente justo. Não lhe foi cerceada a defesa. Ela apenas
não é exercida diretamente. (No dia em que julgarmos algum personagem
cujo nome seja utilizado como nick nessa Toca, ele poderá se defender
normalmente, respondendo pelo personagem se assim o desejar.)
"(3) to provide a legal precedent whereby any court can condemn any
man on whether he loves one son more than the other,"
Não é isso que está sendo julgado. A hipótese levantada pela
acusação é de que por conta dessa preferência, Denethor II teria
humilhado seu filho Faramir diversas vezes, em sua casa, ou
publicamente, perante seu irmão, e perante o povo de Gondor.
"(4) that any ruler can be tried for making a decision based on the law of
that land that determines that his decision and rulings are a treasonable
act."
Não tenho certeza se entendi a colocação da testemunha. Mas uma
coisa deve ficar clara. A lei de Gondor não era a lei de Denethor II, mas a
lei dos fiéis de Númenor e seus herdeiros. Denethor II devia submissão a
ela, assim como qualquer outra cidadão de Gondor. Excluí-lo de tal
submissão seria dizer que o arauto não se submete ao poder de seu
senhor, embora seja seu dever cuidar para que os outros se submetam.
"Therefore, if Denethor is to be judged, it must be within the accepted law
of his own land. It might be that the court can make a judgment based on
current principles, but there is no precedent for a decision of guilt based
on crimes that were not crimes at the time they were committed."
Como eu indiquei acima, infelizmente nos faltam todos os detalhes
para realmente julgar alguém pela lei da Terra-média. Entretanto, cabe a
todos aqueles que opinam no JdV utilizar os conhecimentos que possam
abstrair dos livros de Tolkien, e basear-se nisso, nos
princípios que são valorizados nas histórias (como honra, lealdade,
compaixão), e até na Idade Média idealizada, em que muito da obra foi
baseado para emitir suas opiniões. Fora isso, se algo de que um réu for
acusado não for um crime, é dever da Defensoria apontá-lo, mas não creio
que seja o caso nesse julgamento.
*Mothgon
"Por este trecho, podemos ver que a acusação de corrupção feita contra
Denethor é baseada em uma mera suposição. SE Denethor II soubesse da
existência de Aragorn, CASO ele percebesse que este homem poderia vir
a tirar seu poder, pode-se acusá-lo de ter conspirado para manter-se no
trono. Senhores, a lei é feita sobre fatos, não sobre suposições! Esta
acusação não deve ser levada em conta."
Protesto negado. O Advogado de defesa deve levar em conta
toda a argumentação da promotora, e não apenas um parágrafo da
mesma. A acusação se pautou em fatos, e inclusive em palavras do
próprio réu. São esses que devem ser contestados, e não a acusação em
si, que seguiu o procedimento correto.
"Boromir queria o anel para poder, com ele, salvar Minas Tirith. Da mesma
forma, Denethor II usou o Palantír para salvar seu próprio povo. Como se
pode esperar que ele, como regente, desprezasse um objeto que lhe
poderia trazer poder suficiente para derrotar o inimigo? Se olhar no
Palantír é motivo para condenar, que seja queimado também Mestre
Pippin!"
Peregrin filho de Paladin poderá ser julgado ao seu próprio tempo
se for feita queixa contra ele pelo povo da Terra-média.
"Meritíssimo, o que fazer com casos de ofensas ao réu? Ó Juiz, dizer que
ele era corrupto, mau, cruel, virulento, tudo bem... mas dizer que ele não
era experiente o bastante e que ele era burro passa pra esfera pessoal..."
A pergunta é pertinente. O direito de acusar durante o testemunho
não deve ser confundido com o direito de injuriar ou caluniar o réu. Após o
julgamento de Denethor II, Tar-Macfael, conhecido como "O Causador"
será submetido a apreciação popular, para determinar se deve ou não ser
punido pela ofensa pessoal.
*Shelob
"Apesar da clareza do argumento acima exposto, diante do Protesto do
Nobre Colega, a Promotoria aguardará o deferimento (ou não) do Juiz
quanto ao Protesto."
O protesto foi indeferido.
Com relação às explicações de Shelob sobre a autoridade, métodos
e motivos dessa corte, o Juiz as declara como corretas, e lhes dá valor
para serem usadas como base na argumentação nessa corte. (mensagem
de nº14579 na página do Yahoogroups, de "O Juízo dos Valar é um projeto
do Conselho Branco," até o final do e-mail.)
Tudo o mais citado até agora nos e-mails referentes ao processo,
se constitui em alegações normais de testemunhas, promotoria e defesa,
não necessitando ratificação ou explicações por parte do Juiz. A
Promotoria é livre para proceder normalmente a acusação, e o Advogado
de Defesa proceder à defesa, tendo ambos direito de contestar ou solicitar
mais esclarecimentos, referente ao depoimento de testemunhas. As
testemunhas devem continuar normalmente seus depoimentos, podendo
por sua vez responder à promotora e ao advogado sempre que solicitados,
ou quando acharem necessário.
Estas foram as palavras de Mandos,
Námo do Máhanaxar, Fëantur e Arata de Endóre e de toda Arda

A Promotoria se manifesta! Com a licença do Supremo Juiz, do Nobre


Colega Mothgon e de todos os Povos da Terra Média.
O Juiz indeferiu o Protesto do Advogado de Defesa, e esclareceu
várias dúvidas suscitadas por algumas Testemunhas. O Julgamento
continuará, com depoimentos de todos, até que o Juiz encerre a fase de
testemunhos e abra espaço para as alegações finais.
A Promotoria está aguardando manifestações de mais testemunhas para
comentar e estender considerações.
Como Promotora, peço ao Tar MacFel, aka Ulmo, que é Testemunha
da Promotoria, e que foi acusado pelo Advogado de Defesa diante do Juiz,
como tendo cometido ofensas desnecessárias contra o Réu (acusação esta
que o Juiz acatou e prometeu julgar oportunamente) que se abstenha de
"arrumar mais encrenca" nesta Corte para não prejudicar a Acusação...
Portanto, sugerimos que "guarde" sua defesa para o momento em que o
Juiz houver por bem analisar mais detidamente o "Caso MacFel". Porém,
se desejar continuar dando testemunhos contra o Réu (sem mais ofensas
pessoais...), seus depoimentos são bem vindos. Bem como o de outras
Testemunhas que desejem manifestar-se sobre a culpabilidade de
Denethor II.

Falou a Promotoria
Shelob Laracna, A Grande Aranha de Mordor

I must say that I am forced to defer to the judgment that the


protest is indeferido. As Sun Tzu stated in "The Art of War": If you see that
you can't win a battle don't fight it. While I have never held to that
principle, I will watch and wait, another lesson learned in over sixty years
of confronting the forces of legal certitude.
This is certainly great fun. RPG is much like being an author. As an
author you get to play all of the parts in the passion play and then you
must clearly position all of the players within their characters, their time
frame and the needs of the story. These trials are much better for they
allow many to participate and therein lies the ability to determine the
differences that exist in all humans. When you have a single person, you
have an individual; when you have two, you have a relationship; when
three, a political party, and four, a religion. There begins the conflict and
the fun and the danger. Nothing says more about humans than the games
they play and more important, the rules they impose for playing those
games. I have always been in the role of the Devil's advocate. If I question
authority it is because I feel that authority needs to be questioned to
prevent its abuse. I hope that this is acceptable as a role in this RPG. As a
new comer to the game, I have not yet learned just how far I can go in
questioning that authority before I am censored. Just beginning to learn
the rules of the game by pushing the limits.
I will await the judgment of the court in this matter of Denethor.

Anadarco

Alguém comentou alguma coisa sobre "se Denetor tem culpa por
ter olhado o palantír, Pippin também tem." Ai eu fui reler o trecho em que
Pippin mexe no Palantir, e descobri uma diferença do tamanho do
universo. Pippin não fazia a menor idéia do que fosse o Palantír. Olhou-o,
sim, mas sem nenhum objetivo maligno ou egoísta. Se soubesse que
aquilo que veria seria o olhar de Sauron, não teria olhado.
Já Denethor o fez de livre e espontânea vontade. Desejou olhar,
sabia o que era a pedra, e sabia que a quem ela pertencia de direito era
ao Rei. Quando olha, o Regente não apenas está voluntariamente se
arriscando a se deixar dominar por Sauron, mas também está tomando
para si algo que não é seu.
"Atributo" é um símbolo que nos permite reconhecer o papel, posto,
divindade, dom, direito, que alguém tem. O atributo tanto pode ser
carregado por alguém como pode ser representado em um brasão.
Quando se é um regente, o seu papel é ser o guardião dos atributos do rei
até sua volta. É a guarda deles que te dá poder. Guarda, não Posse. Eles
devem
permanecer seguros e intocados. Caso contrário, será usurpação.
Foi isso que Denethor fez. Tomou para si os atributos do Rei. Ao
usar o Palantír, ele toma o atributo do rei como seu atributo, usa a guarda
real de maneira escusa (outro atributo do rei), compara-se ao rei original.
Portanto, trai o Rei e sua cidade.
O que não tem ligação com o ato não intencional de Pippin.
Harië Silmë

Harië Silme testemunha:


"Atributo" é um símbolo que nos permite reconhecer o papel, posto,
divindade, dom, direito, que alguém tem. O atributo tanto pode ser
carregado por alguém como pode ser representado em um brasão (...)
Caso contrário, será usurpação.
Concordo plenamente. Os atos de Denethor II demonstram
claramente que ele tenta usurpar o governo de Gondor de seu legítimo
Rei. E o uso do Palantír é a prova mais evidente de tal fato. Pois **SPOILER
** Nenhum regente ousou fazer tal coisa, nem mesmo os reis Eärnil e
Eärnur, após a queda de Minas Ithil, quando o palantír de Isildur caiu nas
mãos do Inimigo....** (SdA - O Retorno do Rei - apêndice A)
Se nem mesmo os últimos reis que governaram Gondor ousaram
usar o palantír, porque um regente o faria? No caso do réu, a intenção é
clara, e os motivos para tanto são mais mesquinhos ainda: Ciúmes do
herdeiro legítimo do trono, Thorongil/Aragorn, que demonstrou ter a
capacidade de liderar e ter a estima dos homens de Gondor sem que eles
soubessem quem ele realmente era, o que Denethor nunca conseguiui.
Não digo que Denethor não fosse amado e até admirado, mas não da
maneira tão espontânea como o verdadeiro rei conseguiu ser.
Mais do que vigiar as fronteiras contra inimigos, saber o que
acontecia fora dos limites de Gondor, principalmente no Norte, de onde o
herdeiro legítimo provinha, era de interesse para Denethor. E se, no uso
do palantír, acabou sendo influenciado, tanto por Saruman quanto por
Sauron, isso se deveu apenas às escolhas feitas pelo próprio Réu.
Desprezar a ajuda de Gandalf, apenas porque ele era amigo de
Thorongil/Aragorn não é a atitude de um regente sábio. Por mais que não
soubesse da traição de Saruman, desprezar a ajuda de um membro do
Conselho Branco não era o que se pode chamar de "atitude sensata" de
quem estava tão próximo do Inimigo.
Acerca da insanidade do RéuI: Acredito que em seus derradeiros
momentos, Denethor II realmente esteve insano, a ponto de dar cabo da
própria vida. Mas notem, não há registro de que nenhum rei ou regente
jamais tivesse atentado contra a própria vida. E mesmo entre os heróis da
primeira e segunda era, com a única exceção de Túrin Turambar, isso não
ocorre.
Portanto, dar cabo da própria vida não era um ato aceitável na
Terra Média. Os reis, regentes, heróis ou soldados não se matavam
quando achavam que a batalha estava perdida, morriam lutando. Isso
mostra o quanto a sede pelo poder estava enraizada na mente deste
homem, pois mesmo em sua loucura, mostrou maior interesse em não
perder o Status de regente do que em preservar a própria vida. E nem o
direito de escolher a morte honrosa em uma batalha Denethor II quis dar
ao seu último filho, visto que se recusou a tratar Faramir, dando-o como
morto quando ainda ardia em febre!!! E induziu a Guarda Real a acreditar
que a batalha estava perdida, e que o suícido do regente e a morte de seu
filho seriam uma saída aceitável, levando ao derramamento de sangue em
Rath Dínen.
Alcarinquë, A estrela do Oeste

Saudações,
O Tempo urge, e o momento de encerrar o julgamento se
aproxima. As testemunhas tem até à meia-noite, da passagem de
domingo para segunda-feira próxima (dia 05/05) para darem seus
depoimentos. Após isso, serão feitas as alegações finais da acusação e da
defensoria, e será iniciado o prazo para o Júri deliberar: culpado... ou
inocente?

Mandos Fëantur

Meritíssimo Sr. Juiz Mandos Feäntur, Nobre Colega da Defesa, Senhores


Membros do Júri:

O Réu Denethor II, Regente de Gondor em nome da Casa de


Anárion, foi trazido a Julgamento pelos Povos Livres de Arda para
enfrentar seis acusações. A Defesa tentou, inutilmente, desculpá-lo de
algumas e amenizar sua culpa em outras. Para isso, na maioria das
vezes, baseou-se em suposições... Já a Promotoria sempre apoiou cada
acusação na maior autoridade possível: a narrativa de Tolkien, o relato de
personagens presentes aos acontecimentos. Assim, podemos contestar
cada uma das desculpas da Defesa para cada um dos indiciamentos
dirigidos ao Réu. Comecemos com a primeira acusação:

* Tratar com desprezo seu filho mais novo Faramir, preterindo sempre
esse em favor do irmão Boromir de forma humilhante.
Diz a Defesa que um pai tem o direito de preferir um filho a outro.
Ninguém nega a Denethor II esse direito; apenas contestamos que se
tenha valido dele para sistematicamente humilhar Faramir, como fez
quando este voltou de Ithilien, através de grandes perigos. O Regente
demonstrou saber que o filho recusara a posse do Um Anel; e, mais uma
vez comparando-o a Boromir, humilhou-o diante de testemunhas e o
enviou de volta à batalha no dia seguinte, nem lhe dando tempo para
descansar da última. Fatos COMPROVADOS.

* Ter causado indiretamente a morte de seu filho primogênito Boromir,


delegando a ele uma tarefa a qual sabia que o filho não estava destinado
a cumprir.
Sabemos que Faramir teve o sonho que o impelia a ir para
Rivendell antes de Boromir; mas este teimou em deixar o comando da
guarnição de Ithilien e fazer a viagem (que o tornaria membro da
Sociedade do Anel). Sabemos ainda que, no decorrer da missão
subseqüente, ao atacar Frodo, Boromir ocasionou a dissolução da
Sociedade e facilitou o ataque dos Uruk-Hai que o matariam. Ora, o
próprio Denethor ADMITIU SER CULPADO de enviar Boromir para a morte.
Por que, então, escolheu enviá-lo? Óbvio: porque sabia que a “Maldição de
Isildur”, citada no sonho, era o Um Anel; sabia que Faramir o recusaria,
mas que Boromir tentaria apossar-se dele. E sabia disso tudo porque, há
algum tempo, segundo concluiu Gandalf, havia-se acostumado a consultar
o Palantír.
O uso indevido do Palantír, por Denethor, leva-nos a outras duas
Acusações:

* Faltar gravemente em sua função de Regente de Gondor, através da


traição a seu Rei e tentativa de usurpar o Governo de Gondor.
Foi provado à exaustão, por citações de “O Retorno do Rei” e
Apêndices, que Denethor SABIA perfeitamente ser Aragorn o herdeiro do
trono de Gondor e Arnor, pela linha de Isildur; e que estivera em Minas
Tirith no reinado de Echtelion seu pai, usando o
nome Thorongil. Sabia disso tudo não apenas por usar o Palantír, mas por
suas próprias conclusões, pois possuía inteligência privilegiada.
Lembramos suas palavras a Gandalf:
“Mesmo que me fossem dadas provas do seu direito, ele continuaria a ser
apenas um descendente de Isildur. Não me curvarei diante de tal criatura
(...)” “O R. do R.” Ed. Europa-América
Essa atitude arrogante e ameaçadora constitui clara traição à
função primordial dos Regentes: preservar o trono de Gondor e Arnor para
quando o Rei retornasse. É óbvia tentativa de USURPAÇÃO do direito dos
descendentes de Elendil.

* Trair o povo de Gondor e os Povos Livres de Arda em sua luta contra


Sauron.
Denethor trai ainda o povo de Minas Tirith, e todos os Povos Livres,
que lutavam bravamente contra Sauron, desanimando da luta diante do
poderio do Inimigo. Diz a Defesa que tal desânimo fora causado pelo que
vira no Palantír... Ora, Senhores Membros do Júri! Essa tese reforça mais
ainda a traição do Réu. Denethor sabia que não lhe cabia olhar o Palantír.
Tanto, que o fazia ESCONDIDO: fosse um ato legítimo e ele o faria
abertamente, diante de seus capitães e do próprio Mithrandir. Mas não,
ele sempre ocultou a posse da Pedra-de-Ver, pois sabia que seria criticado
por usá-la! E embora fosse de nobre estirpe, ele não tinha força de
vontade suficiente para enfrentar o Olho de Sauron, à espreita “do outro
lado”. A
forma dissimulada como agiu comprova sua culpa. Quanto à acusação
seguinte:

* Desvirtuar sua autoridade de Regente, e usar-se da deturpação da


mesma para instigar a Guarda Real de Gondor a cometer atos criminosos.
Outra acusação comprovada. Na Rath Dínen, o Réu ordenou aos
guardas que fizessem uma pira, que a encharcassem de óleo, que nela
deitassem Faramir; e que ali ateassem fogo para queimar a si e ao filho.
Diante da tentativa de Beregond de impedi-lo, instigou os guardas a
atacá-lo, o que causou a morte de pelo menos dois deles.
No momento crucial da história de Gondor, em que o Senhor dos
Nazgûl quase chegava às portas de Minas Tirith, o Regente que jurara
defendê-la se ocupava a jogar os homens da Guarda uns contra os outros,
manchando de sangue o solo sagrado! Enquanto isso, Théoden de Rohan
tombava a defender a cidade e a donzela Éowyn sacrificava-se
enfrentando o mais temível capitão de Sauron! Não pode haver prova
mais clara do DESVIRTUAMENTO da autoridade de um Regente. Mas resta-
nos ainda a tentativa de assassinato do filho:

* Tentar assassinar seu próprio filho Faramir, que se encontrava


debilitado, através de meio cruel e covarde.
Foi narrada em detalhes, neste processo, a cena em que Denethor,
ao ver frustrado seu desejo de incendiar o filho na Pira, tentou ESFAQUEÁ-
LO! Com um agravante: nesse momento, Denethor não lamentou a queda
de Gondor ou a vitória da Treva: só se queixou de
que Gandalf lhe roubara o amor do filho e a obediência dos cavaleiros...
Desejava morrer e matar Faramir apenas por um orgulho desmedido que
não admitia ser rebaixado!
Quanto à alegação da Defesa de que os atos reprováveis do
Regente se devem à insanidade, é tão frágil que nem merece
argumentação contrária! Mas vamos analisá-la.
Diz o Advogado do Réu que ele enlouqueceu pela influência de
Sauron através do Palantír, e que não estava no uso de suas faculdades
mentais quando a tentativa de assassinato ocorreu. Porém
acompanhamos vários diálogos de Denethor durante aquela semana de
crise, e em todos o Réu se mostrou TOTALMENTE LÚCIDO e capaz de:
interrogar Pippin, planejar deslocamentos de guarnições, argumentar com
os capitães, contrariar, sempre que possível, os conselhos de Mithrandir...
Vejamos a seqüência dos fatos:

No dia 7 de março, Faramir deixa Frodo partir de Henneth


Annûn.
No dia 9, Gandalf chega a Minas Tirith com Peregrin Took.
No dia 10, Gandalf salva Faramir às portas da cidade.
No dia 11, Denethor envia Faramir para Osgiliath.
No dia 13, Faramir é ferido.
No dia 14, Minas Tirith é cercada.
No dia 15, Denethor acende sua pira.

Ora, até o dia 14, o Regente não mostrava sinal algum de loucura,
apenas sua costumeira arrogância e o habitual autoritarismo. Então, no
dia 15, ao perceber que perderia o Trono de qualquer forma, decidiu não
viver para ver-se humilhado! Escolheu a morte, costumeira fuga dos
orgulhosos diante da queda; e ele considerava uma queda tanto a vitória
de Sauron, quanto a de Aragorn. Isso ele admitiu, nos momentos finais, e
em perfeita lucidez:
”Se o destino me nega isso, não quero nada: nem vida diminuída, nem
amor repartido, nem honra humilhada (...). Mas numa coisa, pelo menos,
não desafiarás a minha vontade: serei eu a decidir o meu fim” (“O R. do
R.”).
São essas as palavras de um louco? Não soam como tal. Parecem
mais as palavras de um ditador, que prefere morrer a deixar o Poder...
Onde estão as provas de que Denethor estava insano? Tivemos muitos
depoimentos de pessoas que “acham” que ele sofria de loucura, mas
nenhuma prova cabal, médica, de que não era mais senhor de seus atos.
Aliás, a insanidade, a não ser em casos comprovadamente patológicos,
não passa de uma desculpa utilizada para omitir atos criminosos, em geral
praticados por detentores de poder; uma FUGA DE RESPONSABILIDADE
diante de um crime praticado. Todos que cometem violências costumam
dizer: “eu estava louco”, ou “eu não sabia o que fazia”. Mas a Justiça
apenas livra de responsabilidade a pessoa que tenha uma história médica
a comprovar sua incapacidade de escolher entre o certo e o errado.
Não foi o caso de Denethor. Ele poderia julgar-se perdido, sem
saída; mas suas palavras mostram sem dúvida nenhuma que ele era dono
de seu nariz e RESPONSÁVEL POR SEUS ATOS. Escolheu livremente
consultar o Palantír; escolheu livremente humilhar Faramir; escolheu
livremente mandar Boromir na missão que poderia resultar na posse do
Um Anel. E escolheu livremente matar-se e ao filho, quando não pôde
suportar a idéia de humilhar-se diante de outro poder – fosse Sauron,
fosse Aragorn.
Denethor II não tem a desculpa da ignorância ou da doença para
ocultar seus crimes: deles é CULPADO, e por eles deve ser condenado.
Que a Justiça dos Valar seja feita.

Shelob Laracna, Pela Promotoria, em nome dos Povos Livres de Arda.

Meritíssimo Sr. Juiz, nobre promotora, ilustres membros do Júri, todos os


presentes,

O Ilustríssimo Senhor Regente de Gondor e Senhor de Minas Tirith


Denethor II, filho de Ecthelion, está sendo julgado por esta corte por
crimes supostamente cometidos contra seu filho Faramir e por crimes
supostamente cometidos contra o reino de Gondor. São estes crimes:
Tratar com desprezo seu filho mais novo Faramir, preterindo sempre este
em favor do irmão Boromir de forma humilhante; Faltar gravemente em
sua função de Regente de Gondor, através da traição a seu Rei e tentativa
de usurpar o Governo de Gondor; Trair o povo de Gondor e os Povos Livres
de Arda em sua luta contra Sauron; Tentar assassinar seu próprio filho
Faramir, que se encontrava debilitado, através de meio cruel e covarde;
Desvirtuar sua autoridade de Regente, e usar-se da deturpação da mesma
para instigar a Guarda Real de Gondor a cometer atos criminosos; Ter
causado indiretamente a morte de seu filho primogênito Boromir,
delegando a ele uma tafera a qual ele sabia que o filho não estava
destinado a cumprir. A promotoria complementa que estes crimes são
crimes de Conspiração, Corrupção, Traição e Assassinato.
Senhores, o réu é inocente.
Antes de prosseguir numa discussão sobre estas acusações, peço
atenção ao fato de que a história é escrita pelos vencedores. Quem
escreveu os livros que tomamos por base foram aqueles que venceram a
Guerra do Anel, e entre estes não se inclui a figura de Denethor II.
Portanto, não nos deixemos levar por conclusões precipitadas, baseadas
na opinião expressa pelos autores dos livros, e nos atenhamos aos fatos.
Não nos importa se, segundo Gandalf, o regente era muito orgulhoso ou
desdenhoso. Se fossemos ouvir a versão escrita por Sauron sobre a Guerra
do Anel, não encontraríamos muitos elogios à figura de Gandalf. Segue-se,
agora, a argumentação detalhada sobre cada acusação.

Tratar com desprezo seu filho mais novo Faramir, preterindo


sempre este em favor do irmão Boromir de forma humilhante. Lembremos
que não é crime preferir um filho a outro, ainda mais quando o mais
amado é seu primogênito. O crime do qual Denethor II está sendo acusado
é de humilhar seu filho mais novo, Faramir, publicamente. Senhores, as
ações de Faramir deixavam seu pai descontente. O próprio modo de ser
de Faramir deixava seu pai
descontente. Denethor II declaradamente desgostava de Gandalf. Então,
seu filho, que ele chama de "pupilo" do Mago, passa a ser menos
considerado precisamente por ser pupilo de um feiticeiro. Lembremo-nos
de que as decisões de Denethor II não foram impensadas, e que a relação
da antiga filosofia hindu "O inimigo de meu inimigo é meu amigo" não é
válida para este conflito. O regente podia se posicionar contra Gandalf,
sem, no entanto, se posicionar a favor de Sauron. Com efeito, o regente
nunca beneficiou o Inimigo de forma consciente. Um
filho que segue os ensinamentos de um inimigo de seu povo será
merecedor da sucessão? Um amigo de meu inimigo será digno de minha
amizade?
Faltar gravemente em sua função de Regente de Gondor, através
da traição a seu Rei e tentativa de usurpar o Governo de Gondor. A
referida traição seria um conluio para a casa dos regentes continuar no
poder, sendo que, por direito, o Rei Aragorn deveria assumir o trono.
Podemos dividir esta conspiração em dois momentos:
1) Antes do conhecimento, por parte de Denethor II, da existência de
Aragorn e
2) Depois deste conhecimento.
No primeiro momento, o que houve foi uma "conspiração" contra
uma lenda arcaica, que não passa da obrigação de um homem sensato
para com seu povo. Mas então o regente fica sabendo da existência de
Aragorn, um caminhante do Norte que vinha para suplantá-lo no poder.
Que mostras deu este homem de merecer o poder? Como provar que este
homem que agora chega a Minas Tirith irá se comportar de maneira digna
ao assumir o trono? O regente diz que "mesmo que me fossem dadas
provas do seu direito, ele continuaria a ser apenas um descendente de
Isildur." Apenas de Isildur, e não de Elendil, pois ele ainda não provou ser
digno de atribuir a si próprio tal título. A primeira obrigação do Regente é
para com o povo de Gondor, e lembremos que, ainda que Denethor II
soubesse de longa data (o que não está provado) que Aragorn viria para
requisitar o trono, eles tinham opiniões antagônicas sobre o
Peregrino Cinzento. Gandalf era considerado uma ameaça a Gondor pelo
Regente, enquanto Aragorn ouvia seus conselhos. Ora, poderia haver algo
mais perigoso ao reino que o rei ser amigo de um mago, de um feiticeiro
que poderia levar todos à ruína? Após a primeira vez em
que ele olhou no Palantír, a Guerra do Anel ficou reduzida a uma disputa
entre Sauron e Denethor, sendo que todos os outros estariam alinhados a
um ou a outro, uma batalha entre o Bem e o Mal.
Trair o povo de Gondor e os Povos Livres de Arda em sua luta
contra Sauron; Tentar assassinar seu próprio filho Faramir, que se
encontrava debilitado, através de meio cruel e covarde. Sou obrigado a
concordar que os fatos narrados pela promotoria são verdadeiros, no
entanto, noto as motivações que o regente tinha. Senhores, ao ver o
mundo inteiro desabar para dentro da Sombra, Denethor II foi tomado de
um estado de insanidade temporária. Lembro que Sauron havia enganado
o regente através do Palantír, com imagens muito superiores aos seus
poderes. Assim, é fácil compreender porque Denethor caiu em desespero,
vindo, inclusive a tirar a própria vida. Não deixemos que este fato isolado
de sua vida fale sozinho. Todos somos passíveis de errar, e nenhum de
nós presente à esta corte já experimentou do mesmo desafio que o
regente.
Lembremos que o rei Fingolfin, ao ser enganado pelo inimigo,
também correu de encontro à morte certa, ao ver que sua luta havia
fracassado. É fato que isso não diminui a culpa de Denethor II na tentativa
de assassinato de seu filho.
Atenhamo-nos por alguns momentos à questão do Palantír: O
regente olhou por sua livre e espontânea vontade no Palantír, por
considerar esta pedra uma arma contra as forças de Sauron, mas acabou
imprisionado por esta mesma arma. Podemos dizer que foi um erro de
Denethor, mas nunca que este fato foi um crime. Mais: o regente foi
acusado por uma das testemunhas de querer superar suas atribuições de
regente ao querer usar um objeto que deveria ser exclusivamente
utilizado pelos Reis. Porém, não temos provas de que Denethor II
sabia da existência de Aragorn até olhar no Palantír; temos apenas uma
suposição, e não podemos condenar um homem, baseados em uma
suposição.
Desvirtuar sua autoridade de Regente, e usar-se da deturpação da
mesma para instigar a Guarda Real de Gondor a cometer atos criminosos.
A palavra do Regente é a lei. Os atos cometidos pela Guarda Real não
podem ser considerados criminosos, pois foram ordenados pelo Regente.
Também os atos de Beregond não podem ser considerados criminosos,
pois foram ordenados pelo Rei. Lembremo-nos que já a este estado, ele
não estava em plena posse de suas faculdades mentais, como nos relata o
livro:
"Então Gandalf, percebendo a loucura que tomava conta do
Regente, receou que ele já tivesse feito alguma maldade..."
Ter causado indiretamente a morte de seu filho primogênito
Boromir, delegando a ele uma tarefa a qual ele sabia que o filho não
estava destinado a cumprir. Esta acusação é incabível. Nem os mais
sábios conhecem o futuro, e Denethor II não poderia prever que enviar
Boromir nesta missão causaria sua morte. Poderíamos julgar todos os reis
que já existiram pelo assassinato de todos os exércitos que os mesmos
enviaram em batalhas? Denethor II enviou seu primogênito para a missão
por saber que este teria mais chances de ser bem sucedido. Este é um
fato de simples compreensão: entre duas possibilidades de resolver um
problema, um homem sensato escolheria aquela que mais chance tem de
ser eficaz. Isso, no entanto, não muda o fato de que Denethor II enviou
Boromir para uma missão na qual ele morreu, e é por este motivo que ele
se recrimina.

Falou Denethor I Mothgon, em defesa do réu.

Promotoria, Defesa e Testemunhas já se manifestaram. Agora é chegado o


momento da votação final.
Os emails com o voto devem ser enviados para
votostocasp@bol.com.br.
O prazo para votação começa agora, e se encerra à 0:00 hora do dia
13/05/03, terça-Feira próxima, dando assim uma semana para todos se
decidirem. As mensagens não devem ser enviadas para a lista da Toca_SP,
apenas para o email citado.
A forma do e-mail deve ser a seguinte (copie o texto e cole em
uma nova mensagem):

Da acusação de tratar com desprezo seu filho mais novo Faramir,


preterindo sempre esse em favor do irmão Boromir de forma humilhante;
( ) Culpado ( ) Inocente

Da acusação de faltar gravemente em sua função de Regente de Gondor,


através da traição a seu Rei e tentativa de usurpar o Governo de Gondor;
( ) Culpado ( ) Inocente

Da acusação de trair o povo de Gondor e os Povos Livres de Arda em sua


luta contra Sauron;
( ) Culpado ( ) Inocente

Da acusação de tentar assassinar seu próprio filho Faramir, que se


encontrava debilitado, através de meio cruel e covarde;
( ) Culpado ( ) Inocente

Da acusação de desvirtuar sua autoridade de Regente, e usar-se da


deturpação da mesma para instigar a Guarda Real de Gondor a cometer
atos criminosos;
( ) Culpado ( ) Inocente

Da acusação de ter causado indiretamente a morte de seu filho


primogênito Boromir, delegando a ele uma tafera a qual ele sabia que o
filho não estava destinado a cumprir.
( ) Culpado ( ) Inocente

Os votos NÃO são vinculados. Assim é possível absolver o réu em uma


acusação e condená-lo em outra. Só será aceito um voto por pessoa, e
apenas com um e-mail devidamente cadastrado na lista da Toca SP.
TODOS os membros da Toca São Paulo podem votar, mas devem fazê-lo
apenas uma vez. Votos múltiplos serão anulados.

Mandos Fëantur

Saudações Povos Livres de Arda!

O Júri da Terra-Média já deliberou e chegou a um veredito. Houve


21 votos. Uma vigésima segunda jurada também votou, mas o fez dois
dias após o encerramento do prazo, e por isso seu voto não pôde ser
considerado. Nenhum dos membros do júri se absteve de votar em
alguma acusação específica.
Por decisão espontânea e livre convencimento o Júri da Terra-
Média, decidiu que:

Da acusação de tratar com desprezo seu filho mais novo Faramir,


preterindo sempre esse em favor do irmão Boromir de forma humilhante;
O réu é Culpado, por 13 votos contra 8.

Da acusação de faltar gravemente em sua função de Regente de Gondor,


através da traição a seu Rei e tentativa de usurpar o Governo de Gondor;
O réu é Culpado, por 14 votos contra 7.

Da acusação de trair o povo de Gondor e os Povos Livres de Arda em sua


luta contra Sauron;
O réu é Inocente, por 13 votos contra 8.

Da acusação de tentar assassinar seu próprio filho Faramir, que se


encontrava debilitado, através de meio cruel e covarde;
O réu é Culpado, por 20 votos contra 1.

Da acusação de desvirtuar sua autoridade de Regente, e usar-se da


deturpação da mesma para instigar a Guarda Real de Gondor a cometer
atos criminosos;
O réu é Culpado, por 16 votos contra 5.

Da acusação de ter causado indiretamente a morte de seu filho


primogênito Boromir, delegando a ele uma tarefa a qual ele sabia que o
filho não estava destinado a cumprir.
O réu é Inocente, por 16 votos contra 5.

Dessa forma, venho anunciar a todos qual foi a pena estipulada.


Denethor II deverá
permanecer vigiando Ithilien, protegendo a Casa de seu filho Faramir e
sua esposa Éowyn, bem como resguardar as fronteiras do que um dia foi
Mordor, até que o mal desse local tenha passado, e a terra deixe de ser
estéril e inabitável.

Estas foram as palavras de Mandos, Arata ar Fëantur Ardao

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