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HAE le ae ELEGUN INICIACAQ NO CANDOMBLE FEITURA DE IYAWO, OGAN E EKEJI 2 EDICAO ALTAIR TOGUN ELEGUN Iniciagdo no Candomblé Feitura de lyaw6, Ogan e Ekéji 28 Edicaéo —® Rio de Janeiro 1998 Copyright © 1995, by Altair B, Oliveira (TOgin) Editor: Copydesk: fe. Elisabeth Spaltemberg Mo Dupé - Eu agradego Revisto Tpagratce tiv Schwing Dias Leonardo Cai Editoragto Eletronica: Cid Barros Neste espago, presto agradecimentos aqucles que muito tém me do nesta jomada. rimeiramente, como no poderia deixar de ser, mo diipé Olgdrun AG Orf mi (agradego a Dens ¢ a minha cabega) por ilu- minar minha mente para que cu pudessc realizar este novo tra- balho, ¢ espero com suas ajudas que scja do agrado de todos que dele tomarem conhecimento, como 0 meu primeira livro "Can- tando para os Orixds— Nkorin s'awon Orisa’, que foi clogiado pelos cem por cento de pessoas que 0 adquiriram € que se en- cantaram muito mais ainda com as fitas das gravages das canti- gas nele contidas. Isso nos levou, a mim ¢ a minha familia, para além das fronteiras do pafs, posto que © nosso trabalho através 5 para outros paises como a Franca, Postu- surpresa, até para a Ucrinia, adquirido por um estudante da {Universidade de Ki muito gratificante ter nosso trabalho reconhecido ¢ valori- zado, e nese aspecto s6 tenho a agradecer a Oléonun ati Ori mi. Agradego-lhes também por este novo trabalho ora apresentado, cpp -299.67 CDU-299.6.3 , pela experiéncia do anterior, seguirei a mesma linha de acio cm esclareccr a maximo que me for possivel, até mesmo cor ntando para os Orixés", com as fitas gravadas das cantigas © rezas aqui contidas © espero que tenha o mesmo ‘Email pallssdaxcpearg PALLAS éxito anterior. Mo dapé QlgQrun babs wa Aci Oxf mi ff gbogbo rere ki won sé fiin wa (Agradego a Deus, nosso Pai, e 4 minha cabega por tudo de bom que eles tém feito por nés). 1a familia, 2 esposa Wanderly (Ekéji de i ymg Qya), aos meus filhos Aline, Wagner € Altair 0s meus colaboradores diretos, de quem sem a nao teria alcangado 0 sucesso no trabalho anterior com certeza também neste. Mo d if gbogbo ff irgn- Igw6 si mi (Agradego com todo carinho pela ajuda a mim). \deria jamais esquecer-me de agradecer aqui a todas as pessoas que ad 10 "Cantando para os Orixés" © nossas fitas, 0 1a boa ajuda para a retomada (casa de Orixa). Essa estd, gtagas a eles, sendo tocada devagar, mas com esperangas de que conseguiremos 0 nosso objetivo, pois o nosso trabalho encontra- se ainda no infcio © temos m ‘won gbogbo yin ré mi frirgnlgwe a todas vocés, meus amigos, pel construir nossa casa de Orisa). Quero agradecer também aos mq Orisa ilé ati won 6 (aos fithos-de-santo da casa € aos meus amigos! dando forgas, ajuda ¢ incentive para que coneretizemos nossos projetos. Dentre cles, eu gostaria de citar como uma homenagem Ivan Maier Cape? c sims 0 Opts de Oe aa ta para uma grata revelagao de amizade e carinho. Won gbogbo yin mo diipé, mo jiba pél6 api-ara kon at ii6 ppd ti vu Altair P’Ogion Prefacio Qualquer pessoa que sc interesse por religido africana no Brasil encontrara, nos dias atuais, um vasto ¢ heterogénco acervo a sua disposigio, Sao obras das mais variadas temiticas. Hé aquelas gerais, de cunho hist6rico ou antropolégico. Ha as que versam sobre casos mais especfficos, tais como histéria de uma casa-de-santo, depoimentos pessoais, usos das folhas, descrig¢ao de itens, cantigas ¢ as que detalham partes dos antigos rituais. O Candomblé serviu, também, como pano de fundo para obras de ficgfio, como as de Zora e Anténio Olinto, ¢ as antolégicas, de Jorge Amado. De algum tempo para c4, vém surgindo as teses © monografias universitérias, principalmente na Bahia, no Rio de Janeiro e¢ em Sio Paulo. A variedade, portanto, é grande. Acredito que 0 Brasil supere qualquer outro pais em obras sobre essa drea. Essa volumosa produgdo Ievanta opiniées antag6nicas. Uns nao concordam com a revelagdéo de segredos da seita ¢ outros acreditam que sua divulgaco tem um lado pedagégico que nao deve ser desprezado, O Candomblé, diferentemente do Cris- Qanismo, com a Biblia, ¢ do Islamismo, com 0 Cor&o, nao tem um livro sagrado revelado por Deus, para servir de guia aos seus que sendo 0 Candomblé uma religido de transmissio oral (a tem como im- dir que, ao longo dos anos, aparecam dessemelhancas. Nor- malmente, as casas seguem preccitos deixados © ensina seus fundadores. Nos tempos mais antigos, havia troca de infor- mages entre os pais-de-santo e ajuda métua. Hoje, tal pratica € mais rara, 0 que contribui para trilharem as casas, as vezes, caminhos diversos, até mesmo entre as que tém uma origem Para aumentar esta diéspora, missio do conhes questo da forma de trans- Sendo oral, somente alguns tos mais fundamentai savam aos escolhidos por suas qualidades ou aos designados pelos Orixas. Nao era o fato de fazer santo que habilitava a pes- soa a ser pai ou me-de-santo on a ocupar um cargo na casa. Os segredos eram ensinados por quem os tinha para quem os mere- cia receber. Era, no entanto, um ontro tempo. Tempo em que cligido cra caso de policia, tempo em que através do segredo da transmissto do saber a pessoas de confianga preservava-se a prépria religiao. Foi assim que ela atrayessou 0s séculos € che- OU até os tempos atuais. Auualmente, como os segredos sao apro- priados com mais facilidade, € de se prever que as divergéncias se acentuem, A contri ir, também, para diferengas esti a questao das in- rias nages africanas que vieram para 0 spacos geogrifivos préximos, sacerdotes ¢ filhos de nagdes distintas estabeleceram contatos, chegando a ocorrer, até mesmo, a incorporagao de cults de Orixds que nao faziam parte do panteao original. Ketu, Angola, Jeie, Grunci, Mina cic, forneceram, cada uma, parcelas do que hoje conhecemos no Brasil como Gandomblé. Em algumas regides, uma nacio pode predominar, mas, se olharmos bem, descobriremos tragos incorporados de outras que no se tor naram dominantes no universo religioso local. Percebe-se que hé grande heterogencidade ¢ modernismo em algumas casas. Paralelamente, ha uma preocupagao em se registrar 0 conhecimento através dos livros, como farma de se compensar a diversidade. Gada livro publicado reflete a visio do seu autor, dentro do jm que vernos a obra do Sr. Altair B. ca a Editora P Sem entrar no mérito da polémica acerca do que deva ado, saudamos mais esta contribuicio aos cstudos da cul- tura c religiées africanas no Brasil. Agenor Miranda Rocka Sumario Introdugio... Ariage (Banho das folha i Or ida de Ogan ou E Introdugao Ao apresentar este novo trabalho, estou duplamente feli primeiro por ter recebido de Ol6grum e dos Orisa a intuigao para direcionar ¢ apresentar um trabalho que, imodestamente, con- sidero bom. Segundo, porque sei que este trabalho vai ao encon- tro do desejo de intimeros individuos, a julgar pelas consultas e pedidos recebidos de outras pessoas, algumas até com casa aberta hé alguns anos, mas que sofriam com dtividas ¢ até mesmo com o desconhecimento de grande parte dos rittiais que aqui descrevo. E um problema pelo qual eu também ja passci € sei o quanto é constrangedor vocé recorrer a ajuda de alguém mais velho, su- postamente erudito no awo (culto), mas que, ou fica The cozinhando em "banho-maria", sem dar 0 que vocé neces- sita, mas que também nao nega, até que vocé "se manque" © parta para outra, Ou que de cara Ihe humilhe ¢ Ihe ponha para corer com "dois quentes e trés fervendo". Ou, ainda, que Ihe estorque levando © seu owé (dinheiro) fingindo Ihe ensinar quando, na verdade, ajudam-se a si ou ajudar em alguma coi Prdprios. Aqui, tive o enidado de nao infringir 0 awo e passar segredos do culto, coloco tio-somente detalhes importantes das priticas rituais as quais me reporto, que tém o objetivo de ilustrar in- formar as pessoas que as exeeutam mecinica e sem, contudo, saber 0 porqué da {tomaticamente s atos realizados, ou nelas que, embora tendo tempo de iniciagio c obrigagies, nio 06 n tese, estariam aptas a re Ssses, cm stia grande m cm entregar 0 Deka" a0 p mio, € o fazem indis- criminadamente, entregando uma paraferndtia nas maos de p soas em. si joria inexperientes € sem 0 minimo de mbirem-sc da tarcfa para a amo ja disse, com o aval dos seus n zclador entrega a um filho um, zelador, endossa tnd Je aquele Mas no € bem isso que acontece. A ode pagar, ¢ muito bem pago, para obter a icio, fica € mesmo perdida um mato sem. soas desejosas de aprender © entender 0s #i da religiao dos Origa, dedi este trabalho com ido Age. Alair T Ozgin O Elégin (o Médium) e a Iniciagao no Candomblé Dentro da liturgia do Candomblé brasilciro, come nés conhe- cemos, existem alguns homens ¢ mulheres que se transformam. possufdos pelos Oris’ durante os rituais, esses sio chamados de Tyaw6 Origa (filho do Orixd), Gyaw6 - esposa) ou Elégiin Orisa le que é montado pelo Orisi) ou ainda, simplesmente, por médium, na terminologia afro-brasileira. Essa possessio é bas- tante notavel durante as festas priblicas nas casas de Candom- BIE, quando se exibem os toques, as dangas ¢ as cantigas rituais para criar um clima que possa produzir um estado de Extase quando os filhos so possufdos € acredita-se que as divindades corporaram neles, quando entio elas se manifestam dire- tamente na pessoa incorporada. Nessas ocasifes, a8 pessoas até dizem ou fazem coisas que normalmente nao diriam ou fariam, transformando-sc assim numa outra "pessoa". Entio, clas cantam, dancam de mancira diferente, expressam-se verbalmente © os figis teccbem suas mensagens como vindas daquele Origa, que agora est personifi- cado no "médium". - Mas, para receber ou ter esta capacidade de incorporar 0 Orig, essas pessoas tém de passar por certos rituais de purifi- cago € iniciagdo para, af sim, cumpridos os riuuais, terem 0 privilégio de serem consideradas especiais, nao importando 0 sexo, a idade, ou o tipo de iniciagao. Pols uma pessoa que pos- suir capacidade de incorporar o Orisa € vista como um escolhido niio existe honraria maior para um adepto do culte de que aca- pacidade de incorporar um Oris, emprestando seu Orf ad ara (sua cabega € corpo) para tomar-se um meio de comunicago di- reta do Orisa com os demais figis do culto, Neste trabalho, pretendo apresentar € descrever alguns desses rituais pelos quais um Adésim (nome comumente uisado para designar as pessoas iniciadas, muito cmbora tenha-se conhecimento de que csse terme somente é utilizado para os filhos de Sdngé na Africa, segundo Pierre Verger, mas aqui no Brasil € usado genericamente) torna-se apto a exercer este papel dentro da comunidade que cultua os Ons. Nao posso e tampouco tenho pretensao de querer padronizar os rituais por mim descritos, mesmo porque cada casa tem o seu asc especifico ¢ descende de Ase diferentes, onde ecrtamente se en- contram indmeras variagdes € nuances da forma de culeuar de uma casa para outra © que devem ser respeitadas as tradigdes de cada uma. Meu desejo € tio-somente colocar as rituais basicos ler se processar a liturgia de uma maneira mais ou menos parecida, pois percebe-se uma discrepancia muito grande entre as casas de candomblé, inclusive da mesma nagao, € até ‘entre casas de irmaos de um mesmo terrciro, em cermos de litur- gias internas ou priblicas. Essa idéia ocorreu-me porque eu mesmo ja tive grandes di- ficuldades em ter acesso a ensinamentos sobre a liturgia do Can- domblé, pois € muito dificil encontrar alguém que saiba c se disponha a ensinar cspalhando o conhecimento necessario aos iniciados. Mas, a0 contririo, negam-se ¢ levam para o timulo tudo o que aprenderam sem deixar o saber como heranga e, sim, aumentando a ignorincia geral, 0 que gera invengoes © dis- torgics das mais absurdas. Ademais, tenho conhecimento tam- também tém vontade de n grandes dificuldades s dos quais nde devo ino para ax mangas’, Portant tor nem professor de sad: ) que aprenden alguma coisa © fir (irmaos mais novos) ie en! também \ém que divida comi de encontrar al iracus aos Osa, sempre encont 1 deficiéneia que tenhy er © mesmo com oUtTaS pessoas cut gosto tém também essay earéneia © realmente seja do agrado dessa fixixa de pessoas a quem me dinijo. Quando fui iniciado, no ano de 1966, ainda novo, ou versas de algumas pessoas mais velhas dizendo entre pai-de-santo s6 assenton meu Exu na obrigagio de sete anos, iad cem pressa em ter Exu assentado?" Isso me espan- pensava quic todo munda tinha de ter logo 0 seu as- ic, }4 no me espanta mais aquilo © tenho (maneira) de pensar, pois, conforme fui . cidade, etc., onde je me fez. pensar assentamentoy individuais, coisa que hoje eu Jamente. Mas, isso € coisa que demanda longa jicaeo para a sua compreenséi assimilo trang onversa € ex, INICIAGAO DO NOVIGO por ja terem sido admitidos na casa, ete. Digo isso por achar que n, ao chegar numa casa, nio deva ser logo iniciado. Penso que deve freqiientar a casa por algum tempo, passar por ritwais de limpeza © propiciat6rios, para ir verificando alguns t6picos importantes: tanto dentro dos situais em si, bem como de adaptagio da pessoa & casa e vice-versa; pois a pessoa pade gostar muito da casa, mas no ser aceita por incompatibilidade de idéias o11 comportamento, também com a recfproca bem ver- dadcira, na qual a casa tem grande interesse naquela pessoa, aos poucos vai descobrindo coisas que nio lhe ageadam e ter- mina indo embora. E, no caso, nio havendo empatia ¢ en- trosamento, a relacko pode ser desfeita sem maiores problemas ou traumas para ambas as partes. Mas, se houver dtividas quanto ao Orisa a ser iniciado por ainda nio estar definido, 0 proces deve ser: fazer um ebg para Esi na pessoa ¢ despachar na rua, em seguida fazer um cbo ikti, despaché-lo c, dar um obi a ca- bega da pessoa com égbo (canjica cozidla) ¢ kA brancos, © co- brir a cabega com folhas de saido, Na manha seguinte, bem cedo, antes do desjejum, 0 bibé ou ty4 deve retirar a obrigagio do orf do novico, pegar as folhas de salto que cobriram 0 orf, colocar sobre 0 ala e jogar 0s ow6 &rd (cauris) para assegurar-se realmente de qual Orisa se apresentara no ori do novigo. Mas, aso nao tenha qualquer impedimento desta ordem, 0 procedi- mento € 0 seguinte: 1) Bbo Bs dndn (cbs de Exu no caminho). 2) Etbo ikG (Cb6 para despachar a morte, doengas € outras ne- gatividades). 3) bo Ontle (eb6 para o Senhor da Terra). 4) Tgba Esit (assentamento de Exu). (cb6 das aguas doces). 6) Ebo omi iyd (cbé das aguas salgadas). 7) Ebo ighé (eb6 das matas com oferendas para Osnyin, Osgdsi, Aginji e Lyami Aje). 8) We ariase (bunho das folhas consagradas do Orisa a ser ini- ado). ori (oferenda a cabega). mn, antes de recolher-se, jé deve ter todas as coisas ne- ara, inclusive ow6 (dinheiro) para os animais ito embora algumas pessoas sejam do pen- cessdrias para a fei neiro recolhe-se 0 1yAw6, depois entao € que (0 surgindo. Eu particularmente no concordo com essa maneira de pensar, pois, assim sendo, ficaré uma coisa im- sabor do acaso dos acontecimentos. Sou da eve estar esqematizado € os materiais, cessirios providenciados com antecedéncia: animais, folhas, tas, t¢., € de antemio saber quais os Jo pre teressarem. Para a reh © € de cost ins a todos ¢ indispensavels ¢ nao podem falta, arei uma pequena rela restante io de algumas coixas im- la um completara de acordo com 0 aye retirar a casa ou até mesm ¢ for 0 Os materiais ne- 4 obrigagio de orf sao: (varios) (varios) (1 fava) dla-costa Tkéodide ‘Contas Ow6 eye puipd Palha-da-costa Saworo Adé Ont Oye didi uma para ead iniciado) (migangas do Orisa em questio para os UWekE, mais algumay para oy fios do Ons Onilé (dono da casa) © Ori Orixa) © para Oasaala (se Origa oktinrin (masculino),no tornozelo ditcito, se Orisa obinrin (feminino), no tor- o esquerdo) nhas de pescogo na quantidade de acordo com a necessidadle) (vegetal, verdadeiro) (sabao-da-costa) (navalha, «uma para cada iniciado) (tesoura, também uma para cada iniciado) (funfun (brancos)—chinelos) (faixas para amarrar 0 ori) (roupas brancas) (estciras) (toalhas) (folhas de Bgin) (folhas do Origa iniciado) (oy animais para 0s sacrificios) (em caso de assentamentos individuais) (cambém em caso de assentamento viduais) (chapéu para usar apés a saiila, no caso dos homens, e, se Ogan, jd vestido para 0 onikko) Ago odin (rompas da festa). ‘Todos os ingredientes neccssarios para as comidas (oferendas a serem feitas, as comidas secas © comidas da festa). Estando jé tido providenciado © & mio, preparase a casa para receber 0 abfon, fazendo uma limpeza (sacudimento); to » ele seja recolhide nao ocupa o runkg antes de ser sub- mpezas rituais, a saber: Ebo Byit andn (cbé de Es do caminho). Eb Ik« (muito conhecido como 0 cbé "de tudo que a boca me"). Algumas pessoas fuzem 0 ¢bg ikti com grandes quantidades dos diversos alimentos, mas isso nio € necessirio; prepara-se sim ma boa variedade de alimentos, mas ponca quantidade de cada, porque € algo simbélico ¢ o importante é a qualidade © nao a quantidade das oferendas. E apés 0 cho ik, entio, € que sera lado 0 banho de folhas que fora previamente preparado. $6 af entio € que 0 Abjon € recolhido. Em minha casa, mesmo antes do aparecimento da AIDS, adotei o costume de cada iniciado ter a sua navatha € sua tesoura, porque sdo instrumentos particulares de cada ori (ca- bega); pois, assim como séo necessérios durante a feitura, tam- ém scrio necessarios na ocasiio do Axes de cada pessoa na Preparacio do dt (corpo do defunto) para ser entregue 2 terra, entio cada um deve ter os seus, ¢ hoje em dia, além de medida de higiene, serve como precangdo da contaminagao de doencas, inclusive a AIDS. Faremos aq) 1m paréntese para dizer que nos dias em que se vai fazer qualquer Gpo de culto aos Orisa, jogo de cauris e, Principalmente, quando se recolhe uma pessoa para obrigagdes € necessério que 0 babé ou iydléase se levante bem cedo, antes de o dia raiar, para fazer os Of (encantamentos) para pedix forgas, protecio © ajuda aos = (cspiritos). Comega-sc com uma saudagio a Onilé (0 Senhor da Terra), que pode ser uma cantiga pequenina como esta; Iba re Origa, ibs Onitz, Onfle mo jaba awo, (Sua béngdo Orixé, A béngao Senhor da Terra, Senhor da Terra, aprescnto-vos meus fespeitos cultuando-vos.) Apés a saudagio para Onilé, satida-se Bsitz By ddta Origa, Ponto Iya ré-npe. mn ja V'ordiko babs r& ape. unin fd 16 fi O fi dkiita dipa Légémén Orun a Papa wara atu ka masé sé. Eu magé mi, masé won omo mi, masé aya mi, (magé oko mi) Masé won dré mi, mégé won omodrisa mi, etc. Age! i (Exu, oficial da guarda dos Orixds.) Como aquele que recebeu o axé ainda no ventre, sua mie Ihe chama, ‘Como aquele que tem grande velocidade nos pés dentro da briga, 0 scu pai lhe chama. Exu Odara, filho homem, mas que também usa E aquele que tem a cabega pontiaguda e que pode caminhar de ponta cabega (pés para 0 ar). 10 FE aquele que, sc no come, também ninguém come, _ quem come € porque Ihe dew a sua parte, ‘m nds cumprimentamos sempre pela ajuda em tirar- nos os males, A quem nés saudamos alegres sempre por livrar-nos dos Senhor poderoso € inflexivel no céu, grande coletor de im- postos das cidades. "ambém faz. leite virar queijo sem talhé-lo. xu no me faga mal, no faga mal aos meus filhos, 4 minha (ao meu marido). Nio faga mal aos meus amigos, aos meus filhos-de-santo, ete. Assim seja! Entio, apés 0 of Byit, passamos ao ofo Egtingsin: Egiin a ye, kit sé bo drun. Mo jiiba r Egtin maariwo Aki dé wa 6, a ke Eguingtin. Won gbogbo ara asiwajii awo, won gbogbo Arialé asiwajGi mi, mo pé gogbo ényin Sin mi aabo ac rpm gw, Mo tumba baba Exgiin, & (O espirito para nés s tuamos no céu. Aprescnto-vos meus respeitos,6 Expiritos.ao ouvir 0 som de vossas vozes. Nés Espiritos. A todos os ancestrais do culto, a todos Os ancestrais da minha familia, eu chamo a todos vés Pata virem dar-me protegio e ajuda. esp ve, €a quem nds saudamos e cul- saudamos quando chegais até nds, vo: u Eu pego a béngao,Pais Espfritos, ¢ que assim seja!) Logo a seguir, faz-se o of Lyami Osaranigat Mo juiba ényin Iyami Oshritigd Q tonGn ej@ enun O thokon ej eda. ‘Mo jiiba ényin Lyami Osorofiga O wnGn Ee O thokén eg ed. Big 6 y? nf kale 0 O vive, vive, yéye kok, O vive, yiye, yeye kok. (Meus respeitos a vés,minha mae Oxorongé, Véis que seguicis os rastros do sangue interior. Vés que seguicis 0s rastros do coragio c do sanguc do figado. Meus respeitos a vés minha mie Oxorongé, Vés que seguieis os rastros do sangue interior. Ves que seguicis os rastros do coragao e do sangue do figado. O sangue vivo que € recolhido pela terra cobre-sc de fungos, E cle sobrevive, sobrevive, 6 mie muito velha O sangue vivo que € recolhido pela terra cobre-se de fungos E ele sobrevive, sobrevive, 6 mae muito velha.) Por tiltimo.entio, faz-se 0 of Oléajé Or fi, mo jiiba ré. yé, mo jtiba ré. 3) Mo jib omodé, 4) Mo jtibaagba. 5) Bfekol6 ba juba 6) Hie 6 1’Enun. 7) Ki iba mi sé. 8) Mo jib Awon Agbaagba méésindinldgéin. 9) Mo juiba baba mi (... Origa re). 10) Mo turi juiba awon lya mi eléeye 11) Mo jtiba Oriinmila, 6 gbdaye, 6 gbodrun. 12) Ohuntf mo ba wé 160)6 dni 12 13) Ki 6 rf be fin mi §, majg ki > Quon ko 3) Meus respeitos aos mais jovens (novos). os mais velhos. vai terra respeitosamente, 6) A terra abre a boca 7) Que a ben is Fespcitos aos dezcsseis mais velhos (Odi Agha) (seu Orixa). u tomo a béngdo as minhas maes Senhoras dos passaros. 11) Meus respeitos, Ordnmila, aquele que vive na terrae vive cé 12) Qualquer coisa que eu diga no dia de hoje, 13) Que eu possa vé-la acontecer para mim. 14) Por favor, ndo permita que meus caminhos se fechem, 15) Porque os eaminhos nao se fecham para quem entende o dia, 16) Os caminhos nao se fecham para quem entende a magia. 17) Qualquer coisa que cu diga para Ogba, que Ogbi aceite. 18) importante na assembléia dos ikGse tornoti-se 0 carac 19) Ekese tomou-se © mais importante na assembléia do al~ io, Senhor e dono do dia, que vocé accite minhas palavras € ique. 21) Que assim seja! B podem’ser feitos acendendo-se velas para cada en- xr do dia as encontre acesas, endo para realizar q\ 0 OU tra almente para o jogo de De acordo com a 4, 0 jogo de cauris 56 pode ser feito enquanto ¢ estranhas & casa, mi Mas deve ser las pessoas na c iniciagio em ca abrir o jogo nun ‘embora 4 maioria ndo dé importineia ito para evitar « 1 negatividades venham a perturbar 0 processo de iver necessidade de filho homem, mas rellos se fatiza-se mente je € capaz de ter respeite por isso. 14 14 gros de ataare (pimenta-da-eosta) 7 velas (brancas comuns) 7 mocdas (correntes) 7 folhas de mamona (grandes) Com pare do epd (dendé) fazer num oberg (alguidar) pequeno ima vela africana com quatro pontas (pavios de al- ,odiio embebidos no epo) que so acesas. Acender um fogareiro de carvio ¢ fazer uma farofa de dendé bem pupa (vermelha), tendo o cuidado de nao deixar queimar. O abjgn fica de pé € a0 sev redor faz-se um semicfrculo com as folhas de mamona de modo que as folhas se toquem nas pontas, ¢ ele fica de frente para a aberuira entre a primeira € « ditima folha. Quando a farofa stiver bem quente, 0 baba ou iy pée sete grios de ataare na igi-los. Bntio, pega a pancla da farofa mente pelas sete folhas de mona jé recitando 0 off Byh (serd dado a seguir). Ao terminar da farofa, o babé ou yd passa no iyaw6 0 frango, que Jeve ser sacrificado sob as pés com o primeiro &j@ escorrendo sobre a primeira folha com a farofa; cm seguida, deve ser seguro frango de modo que ele nao se debata e regar o restante do gj nas outras folhas. Ao chegar a tiltima folha nfo se retorna. Deve~ se esperar até 0 frango morrer (isso tudo recitando 0 of © azendo pedidos para a seguranga e integridade do abion), edindo abe (08 para iniciar os 1 8 negatividades. Apés a morte do frango, colaque-o numa bacia junto a primeira folha € comece a corté-lo em sete pedagos « los um para cada folha com farofa (inclusive os »s internos com as tripas so considerados uma das sete par- tes, pois 0 frango é cortado com penas c tudo pelas juntas nas 4845 rente a0 peito, so dus partes; as coxas junto a careaga, sio i 0 peito ¢ retird-lo inteiro com 0 pescogo ¢ a ca- 1 esta completam cinco, depois se retira mdo de den- i So scis; por tiltimo a earcaga inteira; e sempre recitando 0 f9 € farendo pedidos). Loge aps, lavam-se as maos, entio pegam- ura de cami © retirar deca, c 15 ver, © acendiday junto as folhas, da 4 mesina ordem. Isso feito, pega-se um grio de ataare e dase para 0 abfon mastigar, juntamente com uma moeda para que cle passe por todo 0 corpo, da cabega ans pes. Qu ly levanta « pedago do frango da primeira coloca a mocda enterrada na farofa e cospe a sa Jo do ataare, © assim suce: seguint si Quara, 2) Onflé kGngun-kéngun dde Q 3) bi obinrin je, 4) 0 b4 gkitnrin mu. nome do abjgn) 1) Exu Odara, 2) Dono da casa c (infinito) 16 xu, Senhor podernso ¢ inflexivel no prin (cét). 10) Nao permita que eu (ou fulano)... veja a sua briga. 11) Exu no me faga mal, 12) Nao faga mal a (fulano...) 13) Dé-nos licenga nos caminhos, 14) Baga os thos de (fulano...) 15) Assim scjal Ao terminar este ¢bg, se houver espago suficiente para fazer i, ertiza-se 0 abign com ima quartinha com agua ¢ tira- irculo deixand antn faz-se 0 ik, também cont wcesas as velas africanas (o dendé berg). Mas, se nao houver espago suficiente, 0 proprio in, ances de ser retirado, apaga as velas com as ma a uma, da primeira para a tiltima. recolhido folha por folha cuidadosamente para nao asgar © entornar, © colocado numa bolsa ou saco para ser despachado posteriormente junto com 0 outro ¢b9. Partindo-se da premissa de que o eho ikti ja esteja todo preparado, tudo deve ser pasado pelo corpo do abfon enquanto se canta: Star r$ gbg kai nip. Séird 1 eby kui non do-The com ¢b6 para por a morte no caminho (mandar jam bons, ete. as velas acesas eng tas dos em Sacudo-lhe com eb para pOr a morte no caminhe!) O lyé gbale Lert 6, 6iy4 gbale, Gbale, gale kini séri 6, Te gbale lérf 6, iki gbalé ara Alo. (O mae, varra sobre a cabega dele, 6 mie varra. mie, varra sobre a cabega dele, 6 mae varra. ‘arta, varra 0 que estiver sobrea cabega dele, Varra ikti de sobre a cabega dele, embora do seu corpo.) ra ik para que ele va 7 Bssa ¢ uma cantiga de Qya que é apropriada para descarre- gos, tendo af ikti 0 significado de morte, insuicessos, caminhos fechados, ma sorte, doengas, ete. Ao terminar de passar tudo pelo corpo do al pa (que deve ser velha ¢ ter sido usada por todo 0 ue deve ser também despachada junto com o ¢bo. Bate-se o asua m as folhas escolhidas para 0 saci vide num lencol branco ¢ levado apds 0 que ele reveberd as roupas novas © seri recolhido a0 runko, significando esse ato que ele esté trocando as roupas mundanas pelas vestimentas do culto, onde ele renaseera pela forca do Origa Uma coisa yc deve scr ainda observada € que antes de preparar a enf (esteira), coloca-se sob ela as folhas importantes do Origa do iniciando. Isso sign ie ele se. recolhe ao igbé (mato) onde terd como cama as folhas do. Origa. Sabe-se que antigamente cra costume tanto na Africa Aw6 no mato para os rit de iniciagZo €, quando esse costume comegou a ser abolido, como aqui no Brasil recolherem os or alguns dias para recolher as viver no ighé por um deteminade perfodo, o que era considerado uma grande prova de que se estava iniciando um. Orig’ verdadeiro € ndo um &ké (mentira, falsidade). Mas, hoje em dia, ni » pelo menos aqu se fazer adaptagdes a0 nosso tem mente a tradigao, ficando ps que se fazia antigamente. (Outra coisa que também ers feita ancigamente era 0 costume de se fazerem os ¢bg em seus locais diretamente, ou seja, no. Proprio iyaw6, mas nos locais dirctamente onde esses ebis se~ riam despachados; entao, safa-se para 0 caminho para fazer 0 ebe 18 ia-se a uum local fechado do igb6 para se fazer 0 hg ikt; 0 jgbs era feito em local da mata diferente para os Onga ighé “izb6 Ikti— floresta dos mortos; Ighé Origa floresta dos Orixés); os ebg idiin (agua doce) cram feitos diretamente nos ros, onde logo apés j4 cram banhados os iyaw6 antes do ariase (banho das ervas). Ha pessoas que ainda gostam de fazé-lo as- sim, mas isso s6 € possivel quando se tem uma grande drea para a casa de candomblé, onde se cncontram matas, nascentes de gua e se tem privacidade para cultuar scm olhos estranhos ob- scrvando, Como nem sempre se pode ter o ideal, temos de fazer © possivel no caso de quem nio tem a felicidade de ter uma grande rca para sua casa de culto, 0 mais aconselhavel, penso ‘eu, € fazer os cbo cm casa, passi-los todos no iyaw6 € depois lev: cada um ao seu lugar de destino, evitando assim que ele acabe de passar pelas limpezas e ao retornar passe por coisas de- sagradéveis, como por exemplo: acontecer um acidente de cs- trada com mortos, ou passar pela porta do cemitério, ou mesmo uma briga ainda outras coisas desagradaveis que podem vir a invalidar toda a limpeza ji feita. O individuo consciente, ao se Geparar com uma dessas coisas, tem de tomar providéncias para star os efeitos que uma dclas fatalmente tera sobre 0 iyaw6 uramente. Agora, voltando a0 nosso lyaw6 jd recolhido ao runko, limpinho: € de banho tomado (ariase), a providéncia inicial em seguida € dar- Ihe nm abi a eabega, que € a primeira e pequena obrigaeZo que 0 orf receberd e que necesita de: 1 ob? idarin (obi de quatro partes também conhecide coma obi abara) 7 ow 10 akasi brancos (de acordo com 0 odii que responder para Oasiala) Egbo (canjica branca cozida) 1 quartinha de barro: Ori vegetal Efon 19 Dandé-da-costa Folhas do O: uma das (para cobrir 6 orf, © mais comum € usar Qj funfun (faixa branca para amarrar o oi), se ritual comes com as saudagbes 20 ori do iyawe: Ago fiin mi Orf, aga fiin mi Origa. Ago fiin mi Origaiild Baba Oke. (Dé-me Ticenga cabega, dé-me licenga Orixa. Dé-me licenga Grande Orixé, Pai acima de todos!) Ori mo kft¢ pale 6 Agp yé Olori, agd ye Elé (Cabega eu vos satido delicada ¢ gentilmente! Com licenga, salve 0 Senhor da cabeea, com licenga, Salve o Senhor da Criagio (Olédimaré.) Essas saudugdes sdo feitas mastigando-sc 0 dandé-da-costa Apés as saudagoes, pega-se um pouco de orf (manteiga vegetal) © esfrega-se na parte dianteira do orf dizendo: Agh asiwaji orit (Dé-me licenga frente da cabecal) Depois na nuca dizendo: Ago lgehin orf! (Dé-me licenea parte de tris da cabega!) A seguir, do lado dircito dizendo: Ago otiin orf (Dé-me licenga lado direito da cabega!) Depois do lado esquerdo dizendo: (Dé-me licenga lado esquerdo da cabeca!) E por iltimo esfiega-se o dri vegetal no alto da cabeca, dizendo: Ago oke ori! ou Agh aarin o (Dé-me bega!) ou dé-me licenga meio da ca- 20 la, repetem-se 0S gestos e as palavras na mesma or- desta vez pasando efun com o atin de Odsaali so- js com ri vegetal. ja, toma-sc 0 obi com as duas mos, molhando-o na agua da quartinba, que deve ficar destampada por todo 0 edizse: ,, Mo Ape Enyin, wa gba obi, wa je obi! (Ocabega, eu vos chamo, venha receber obf, venha comer obi!) Deve ser recitado segurando-se 0 obi sobre a parte superior do ori, onde ja se tinha passado o orf © atin ¢, em seguida, cruzando 0 off naquele mesmo sentido de antes, O atin € 0 mesmo que a conhecida *pemba’, s4 que o atin nao é simples- mente aquela pemba branca ralada c que se compra nas casas de cervas, mas um preparado com ervas € rafzes secas de Odsaila outros ingredientes. Terminada a invocagio, parte-sc 0 obi cam ‘os dentes ¢ retira-se aquele pequeno talo que fica no seu nte~ rior, também. com os dentes. Juntam-se #s partes, molhi-se no- vamente na 4gua da quartinha, ¢ entao se joga para saber se 0 orf respondeu se podemos continuar o ritual. Se cairem duas partes convexas para cima, significa sim, Se cairem tés, € Obi \data—significa nfo. Se cafrem quatro, é Obi idéarin (214ffa)—significa sim. Ou, se cair apenas uma, é Obi kon (kdnr}n)- significa nao. Se cair uma das respostas negativas, deve-se rever 0 que foi feito € tornar a chamar 0 orf para entdo jogar novamente 0 obi. Caindo alguma das respostas positivas, € sinal de ter sido azcito € consentir no prosseguimento. ‘Toma-sc, cntio, uma das partes do obi, que deve ser dividida em um pedago para 0 baba ou ya outro para 0 iyaw6, que deve mastigé-los scm, entretanto en- los. Outra parte deve ser dividida entre as demais pessoas resentes, o restante vai para a quartinha. Enquanto se mastiga © obi o baled uu iy&, que estava com o dandé da-costa na boca, continua fazendo pedides de felicidades © tndo de bom para 0 Em seg) € Obi idameji— an 1+ Supremo da criagio ¢ que criow todas as criaturas vivas agradecendo-The por ter criado aquels eriatara que azora Saudamos a forga e energia da luz a forea c cnergia da Lua (pois sabemos que atrago lu- ‘ode interferir nas marés, vuledes, etc., ¢, segundo os mais s, sobre o plantio ¢ colheitas, deitar galinha para tirar ninhada ‘os, ete), Saudamos a chuva, chuya que cai sobre a terra ciando-a ¢ fertifizando-a para que possa haver nascimentos enfim, mos que 0 orf (a cabeca) acorde Feliz. e que estas forcas to- s despertem essa cabeea interior dentro do Esse desper- significa 0 nascimento no awo (culto), pois a ceriménia de icado do renaseimento do nosso orf © Af cntio nés chamamos essa cabega para ‘a0 awo para ser cultuada e para guiar aquela pessoa que até o era feito de uma maneira inconsciente © que de agora em ssa a scr de maneira consciente e dircta. Terminadas as saudagies, enrola-se 0 orf com o dé funfun © poe- 1 of, ficam @ quartinha com 0 . vasilhas com égbo c akasA € uma vela de sete dias acesa. 1a algumas pessoas tenham 0 costume de, desse dia em acordar 0 iyaw6 de madmgada para tomar o banho © ., eu particularmente acho que nesse dia deve-se o iy’w6 dormir enquanto quiser, poi vores até dois dias seguidos, pois ¢ ante c deixa a pessoa em estado de calma para receber 0 m essa primeira obrigago junto a agradecemos, Senhor se uma quartinha com égua atrés do porto da rua para despachar quer pessoa que chegue. Mesmo as da casa que estiverem € que foram mia, na volta tém de ser despachachs no io ou clas proprias desp in ‘mente cheia d’égua no lugar. EBO ONILE Apés 0 obi 4 cabega, que jf pode ter sido levantado ou nao, a obrigagao scguinte € o eb Onilé (oferenda ao Scnhor da Terra), que deverd ser feita da Seguinte mancira. Para 0 ebo Onilé tem-se de dar todas as ofcrenday que sera entregues ao Origa do iyawé, inclusive, sc hauver possibilidade, até mesmo akg ou abo ewtirg (cabrito ou cabra) com os quatro galos © a gti (galinha-d’angola) € mais obi, or6gb6, comidas se~ cas, epo, oyin, iyo (se niio for de Odgaala ou Sdngd, send: os de Songs nio levam também o obi). Mas sc, por acaso, nao for possivel a0 iyaw6 oferecer os quadripedes, polo menos um galo ou galinha © 0 ett: devem ser ofertados para Onilé. Vere- mos uma pequena relagdo de algumas coisas nevessérias € ine dispensdveis que devem ser complementadas, como ja disse anteriormente, pelo age da casa: 1 akikkodig (galo) ou abo adic (galinha) 1 ett (galinha-d’angolay 1 obi (exceto para Songs) 1 or6gb6 fe Epo pupa (dendé), exceto para Oasaala Oyin (mel), exceta para Oy __ ly@ (sal), exceto para Odgaala, Songs, Yemenja. (Se 0 iyaw6 for de Odsaalt, todas as oferendas prescinditio do epo e iyd, isto €, niio levario dendé nem sal; serio,como dizemos comumente nas dguas de Oasaala.) Egbo (canjica branca cozida, oferenda que ndo pode faltar). Akasa (brances © vermelhos; se for para Oasaala ou outro: Origa que recuse po (dendé) por qualquer motivo, somente os brancos devem ser oferecidos). ame), Oini (aguay Gagén as) 24 Tudo deve ser preparado cedo, durante o dia, bem-feitos, temperados com Altibgsd Ati edé (ccbola € camarses), iy) (sal) para aqueles Orig’ que aceitam, epo (idem). Cedo, pela marha, deve-se sacrificar para o Est ilé (0 Exu da casa). E ainda, du- rante 0 dia, deve-se fazer um buraco num local do egbé (terreno da casa) de tamanho suficiente para receber todas as oferendas que sero dadas. Assim que ancitecer, o ritual pode ser re: zado. Traz-sc 0 iyaw6 até o local onde foi cavado 0 buraco, onde oferendas ja devem estar prontas. Tudo € passado pelo seu corpo, sendo primeiramente os animais; os quadripedes, cle en- costa 9 seu off (cabega) com o do animal, € as aves so passadas ncle. Apés encostado o seu orf ou tendo sido passadas as aves, estas sio sacrificadas, logo apés, naquele buraco. Nao esquecer que o baba ou iya deve estar mastigando os sete griios de ataare (pimenta-da-costa) ¢ fazendo os pedidos a Onflé para a boa sorte do iyaw6, cantando a seguir Ibé ré Origa, ba Onilé, Onilé mo jaiba awo! Sua béngio, Orisa (Orixd), sua béngio, Senhor da Tert Senhor da Terra, meus respeitos a0 cultuar-yos!) Ibi, iba, iba Onile, Onilé mo jriba! (A béngio, a béngao, a béngao, Senhor da Terra, Senhor da Terra, os meus respeitos!) E w4 Onile sére 16 bd, Onfle gére 6! (Vinde, Senhor da Terra, cobri-lo de felicidades, Senhor da Terra, faga-o feliz!) Cantam-se as cantigas repetidamente até que acabem de passar todas as ofcrendas pelo corpo do iyaw6 € sejam colocadas no iraco, ao lado © em cima dos animais. Ao terminar, colocase 0 ndé), observando-se sempre 0 Géwd de Oasaala ¢ canta-se: nf 2rd nfo ojtt Olooja ~ 0 nf rd nf 6 oti Ol 25 oO munhal © azeite-de-dendé € propiciagao, 0 Senhor do mercado € testemunha!) ite-de-dendé € calma, o Senhor do mercado & teste- iy) e canta-se: O nf aye fiin (Que a vida ni amarga com. sal, Que a vida nao Esteja amarga com o sal. Ela sera gostosa para nds com 0 sal, Ble é vida para nés, o sal Por tiltimo, colaca-se 0 oyin © eanta-se: Odin bi tf ol 4 6 ti ola (Bla seja doce € com fortuna, Abengoe-a com 4 fortuna!) Nesse caso, como ja disse anteriormente, nao € meramente a riqueza fisica financeira, mas um conjunto de coisas boas para as nossas vidas, pois o oyin (mel) representa as coisas boas da vida. Isso terminado, cobrem-se as oferendas com a terra dire- tamente sobre clas, deixando-se queimar no lugar uma vela affi- cana (que devera ser feita antes de comegar o ritual ¢ continuar queimando i ‘com payios godio ide: lizado, pois cste queima melhor € suavemente, ao pass que 0 dustrializado faz um fogaréu que as vezes estoura o obero) Isso feito, o iyaw6 pode voltar ao munkg, de onde $6 vamente na préxima madmgada para o ariage (banho de ervas) retornar para as Advirh (rezas); durante esse perfodo, o arise & feito com o agbo da casa, 0 Agbo do Iyaw6 86 sera feito as vésperas do firf €kinnf (primeira raspagem da cabesa). 26 IGBA ESU O préximo ritual agora € moldar o igba Esai (moldar 0 assen- tamento de Exu), nas casas que fazem assentamentos indi- viduais. Algumas pessoas podem estranhar por eu dizer isso, mas digo ef fazerem-se assentamen- tos de Este tamento jnnramente; 1u ainda, numa vila ou cidade em cujas entra cam 0s Ojtbe Byi € cm outros determinados locais os Ojtbo Orisa rodos os habitantes do lugar vao ct , fazer oferendas, pedidos ¢ pagar promessas por gragas alcancadas. Embora estando aqui onde tendo aprendido 2 nossa maneira afro-brasilcira, acho mais légica e sensata a mancira dos Yorhbd, mas isso € um assunto polémico ¢ vasto para explicar 0 porqué do meu ponto de vista, devendo ficar para outra ocasio. Por ora, estamos supondo ser uma easa que faga Igba ind viduais. Existem também varias manciras ¢ costumes ado tados para fazer os assentamentos. Entdo, cada qual deve fazer A mancira de sua casa. Mas, seja qual for a mancira de cada asa, as coisas comuns a todas clas sai « 1 ferramenta de Rsii (feita conforme o gosto da prépria pes- soa) Ampn (barro) 17 {mas 17 ow6 eyo (cauris) 17 moedas (correntes) 1 okaita (pode ser da rua, rio, minério de ferro, etc.) 1 abe (faca, sem 0 cabo de madeira) Ouro Prata ‘Chumbo (ou estanho) Azougue 27 Sovos a ee de barro, de ferro ou um vaso de barro (caqueiro) Aguardente Ataare (pimenta-da-costa) Efun cegetal) ‘Ade (1 cabacinha de pescoyo) Obi 0 Agbo com as ervas, onde deverdi ser lavados to- do assentamento. Faz-se uma argamassa com 0 barro), 08 avos, a aguardente (um pouco), ¢fi : © ligho reserva-se. (A argamassa leva cimento industrial como muitus pessoas costimam por, 28 isso faz, com que a argamassa ao secar fique impermedivel © nao i dos sacrificios.) ie barro, calocar o ferro, adicionar um pouico de él- ico dentro da pancla c acender 0 fogo fe, enquanto isso, prepara-se uma brasa de carvio bem viva © assim que o fogo da ferramenta apagar, dos imas © um pouco do bagaco das ervas do agbo se ouvir um chisdo do ferro seguida adicionar um pouco da argamassa ao por cima dela ‘entao, termina-se de co- bniro dkiica, chumbo ou cstanho, 0 azougue (tendo cuidado para nao manusear, porque sendo meretiio, € altamente t 7 exiios de ataare, 0 obi (@bA) € 0 or6gb6. Apés isso, cobrir tudo até uns trés a cinco centimetros da borda de batro. Acertar a argamassa (que deveri ser feita com uma colher de pau). O restante ‘dos imas deve ser espalhado uniformemente pela ferramenta, De pois fincar & frente da ferramenta a faca, com (o s6n36 obg Eyi -a faca pontiaguda de Ext madas ao redor as moedas € 03 ow6 (barro). Entio, prende-se 0 2d6 (cabacinha) ferramenta (olhando-a de frente € 0 nosso lado direita), por meio de uma trancinha de palha-da-costa. Ao terminur, deixa-se secar 40 Sol para esperar o dia dos sacriffcios que scrao feitos sobre cla. Enquanto isso, a0 tempo em que 0 igba seca, vio sendo fei- tos os outros rituais. Durante todo 0 tempo em que se confee- ciona 0 igba Esh recitam-se os of Eh. EBO OMIDUN (Eé6 de dgua doce) Estamos ainda nos prepafativos para fazer a obrigagao princi- ‘pal, que € 0 ritual da iniciacao propriamente dito; por isso, tere- 29 3) para pedirmos lie IW; catio, agora, é a vez dos 08 espiricos das 4guas). Essas oferendas slo feitas las dos Orisa Odo (Onixis dos rios) que sio: Osiin, Obi, onde sao ofertadas comidas secas desses devem ser levatlas até um local de ric de iguas lim- - Coisa dificil por aqui arualmente, mas nio imposstvel em lo- ais afastados, EBQ OMIIYO (£46 de dgua salgada) Como no ¢by anterior, esse ebg reverencia o5 imenié omi (espiritos das guas), sendo que agora € de omi iyg (agua sal- gada). Entdo, nesses casos, us oferendas serio feitas para Ol6dkun que, segundo a mitologia Yorabé. em alguns it@n historias), € a mie ica de Yemonja, embora scja (Orixa de rio) das aguas Uoces; isto expli- yorqué de se cultuar Yemonja na foz do rio, que € 0 local de encontro das aguas dos ios com as éguas do mar, isto €, 0 en- contro day aguas doces com as Aguas salgadas, na formacao das espumas. Olddkun pode ser reverenciada de ier lugar s do mar, mesmo que atirando as oferendas do alto, de uma ponte, um penhasco, etc., ou na Prépria praia. E por nao se terem muitos conhecimentos do culto de Olddkun no Brasil, n6s costumamos Ihe oferecer as comidas recebidas por Yemonja, sendo que, no caso presente, temperadas com iyd (sal), que € vetado as comidas de Yemonja. Segundo alguns itgn (histérias) Ol6okun € Oniga feminino, sendo a mie de Yemonja, em outros é Orisa masculine chamado Malddkun, sendo onnire gin. Falando das ficando, porque todos ou a maioria sabem como fazer as comidas para oferendas aos Orisa, cada um de acordo com o as¢ de sua propria casa, 30 ai le serem ainiyd (sem Chamo apenas a atengio para o dotalhe de sesem iniy} (Gem sal) as comidas de Yemgnia, que podem ou nfo levar epo pupa (@endé) e, pura qualques Orisa od (Orixas oe on eas oe yentos podem ou nao, de acordo com o "carrego" de 2 vor ferendades, ficando totalmente proibides pars aqveles qu tiverem ligagdo com Odgiala, que ncssc caso serio nas aguas de ettas (coaidas) no Ort ona falta deste, no azcite EBQ IGBO (Edé das matas) Esses bg, como todos os outros, sio para pedir licenga, © feita aos Orisa Lebo das matas) com oferendas para Aginjii (Orisa [gb6 e nao Agonjti da famftia de Jonz6) e lydmi Ajé que nao € propriamente Origa [gbs, mas que € culuada nas cercanias das matas por serem I fastados ¢, segundo lendas sobre as lyami Ajg, clas gostam de reunir-se nas florestas em seus coneilios. ar Como 0s demais ebg, estes deverdo ser passados no iyawé levados ao seu local de entrega com as comidas apropriadas para cada um dos Orisa de acordo com 0 age da casa. WE ARIASE (Bano das folhas dos Orisa) Uma vez terminados os cbo agp yé (ebé para concedimento de licenga) € que se vai cuidar do agbo do iyawé. Devemos colher todas as ervas para aquele Orisa (ja definidas anterior mente), fazem-se oferendas para Esti bem cedo antes de comegar a quinar as ervas. Bssa maceragio deve ser feita num clima de respeito ¢ cantando-se os orin Qs6nyin (cu, particular- mente, no fago distingao entre as cantigns de Os6nyin dividindo- 31 ‘ay cm “sassanhas” © cantigas de "barracdo", pois sinceramente nio sei onde esté a diferenga, posto que as cantigas de Qsgnyin ‘so cantigas de louvagio a csse Oriya, que € 0 Orisa ewe (Onxa das folhas), enti é o bastante vocé louvar 0 Orisa das folhas reveren- ciando-o respeitosamente) e fazendo a marcacéo do ritmo com uma igh4 ste (uma cabaca de pescoco), eujo barulho representa o barulho da chuva que € a béngo para as folhas e todas as tas. Depois de maccradas, acrescenta-se um obi (se no ng) € um ordgb6 ralados, estando assim pronto j. Em algumas casas € cv oferendas, 0 que nio contesto como errado nem aplaudo como certo, apenas penso diferente, 0 ase ewe (0 axé das folhas) é 0 que obtemos na confeceao do agbo, € no vejo por que se acrescentar 0 mal), 0 qual ter ima vez pronto, 0 agbo do iyawé deve ser guardado no pote (portio) para ser de todas as urangas de palha-da-costa que scrio utilizadas nas amartagbes do pescogo, bragos, cintura € pernas do ini também aquela a ser utilizada para amarrar 0 ikéodide, colo- cando-os de molho enquanto se prepara 0 ebor! com as comi a scr iniciado, mais: & deixando a mao os seguintes materiais para se real -kinni (primeira raspagem da cabega), uma ver, jé ter- ‘mos terminado nossa série de ebo de limpeza ¢ aga (licenga): comidas secas do Orisa a ser iado; ‘comidas secas (uma pelo menos) para as demais Orisa; sas de Odsal: &gbo (canjica); Por volta day duas levantar © ‘os ataare ¢ 0 dand na boca © correr 0 gEbe re que se fazem pegase uma bacia branca cor tun (0 agbo novo) € lava-se-lhe 0 orf com costa}, enxuigando-se lim potico para nic c1 yin (se for homem) for mulher) de setos amarrades com um ojé para ficar jcarse ue frente para o iyaw6 c fazem-se as dad (sabao- ‘escorrendo. ‘08 satido delicada ¢ gentilmente! Dé-me licenga,Senhor dono da cabeca, dé-me licenga,Senhor da Griacdo! (Olédiimaré) Dé-me licenga, Orixa que molda as cabegas!) E costume entre nés, no Brasil, termos uma pessoa para segurar a vela, considerada como padrinho ou madrinha, ¢ outra para segurar a quartinha, também considerada como tal. Entio, wes segura a vela acesa ¢ o outro, a quartinha des- fferentcs Iugarcs do orf, dizendo, enquanto os coloca na quartinha: Ago astwéj6 ori! (Com licenga frente da eabega!) Ago Iéehin orit (Com licenga lado direito da cabeca!) Ago ost orf! (Com licenga lado esquerdo da cabegal) Ag oke oni (Com licenga meio~ centro—da cabega!) 34 Em seguida, comega-se a cortar o restante do irun (cabelo) ‘com a alimongajf (tesoura) colocando num pano branco aos pés do iyiwé ou em seu colo, enquante se canta: Tyaw6 gerun abe, abe gbrun 12, a navalha corta 0 seu cabelo! (no caso € a tesoura Corta o cabelo com a navalha, corta o seu cabel Ao terminar de cortar todo 0 cabelo bem baixinho, entio se molha um pouquinho € passa-se um pouco de oy dédé para fazer um pouco de espuma para auxiliar no deslizamento da abe (nayalha). Entio, canta-se 0 seguinte: lyaw6 fist abg, Abe fari 2, Pari abe, fist (O iad raspa a cabega com a navalha, A navalha raspa sua cabega, Raspa com a navalha, raspa sua cabegal) Ao terminar, lava-se a cabeca do iyawé, enxuga-se © passa-se um pouco de dri para refrescar a cabega. A seguir, com a abe impa (ent sou a favor de limpé-ta e esterilizé-la com {loool e algodio, porque limpeza nao € contra-axé como dizem por ai), so feitas as incisdes a comegar pelo Oke ori (alto da ca- orf ghéré 12, Ori 6 ghe ghéré re! (Ia6 corta a cabega com a navalha, (faz incisdes) Elle recebe incisdes em sua cabecs, Ele recebe incisées em sua cabeca!) E costume geral fazer sete incis6es nos Origa okiinrin (mas- culinos) ¢ em ntimero par, seis ou oito, nos Origa obtnrin (fer nos). Alguns dizem que as incisdes doy machos so na vertical (de pé) e das fémeas, na hofizontal (deitadss), para mim isso € irrelevante, pois o significado das incisées cra, verdadeiramente, © 35 de diferenciar gbgrg-ara (incisties no dlevéssemos ter icam-se duas folhas de saido com um pouco de mel sobre 0s colhos do eyglé, de ambos os lados de sua eabega, ¢ sacrifiea-se apenas com #s mios, deixando 0 8) escorrer primeiramente no ori, depois pasando sobre as demais incisies ¢ devendo-se deixar escorrer um ponco no Higk¢ no local onde foi amarrado; cruzam-se também as mios € os pés nas palmas plantas. Apés isso, colocar algumas penas do cyelé sobre os lugares onde foi posto 0 jg. Em seguida, coloca-se sobre as penas um pouco de fun, ostin © waji © depois sopra-se 0 atin de Odgaala sobre o iyawo. Tsso terminado, toma-se do obi ¢ joga-se, seguindo 0 mesmo ritual do obi & cabega, isto é, pega-se 0 obi com as duas maos molhando-o na dgua da quartinha (essa quartinha pode ser a mesma daquele primeiro obi) dizendo enquanto cruza 0 or com Ori 6, mo spe Wa xba obi, wa je (O cabeca, cu vos chamo, ‘Venha reeeber obi, venha comer obf!) Entio, joga-se € as respostas podem ser aquelas j& men- cionadas conhecidas; se cair apenas uma das partes convexas para cima é Obi significa ni; ‘se cairem duas partes convexas para cima é Obi Idiméji, sig- nifica sin; se cairem ts partes convexas para cima € Obi fica nao; ¢ se cairem quatro partes conyexas para cima € Obi Idaarin ou ALE, significa sim. Depois disso, faz-se a mesma coisa com 0 or6gb6, s6 que esse deve ser partido em quatro partes para se jogar, € ay respostas siio as mesmas dependendo da quantidade de partes convexas que cafrem para cima, isto é, Voltadas para cima. Entio, segue-se o mesmo ritual anterior do obl, onde uma das partes do obi € do data, signi- 37 ordgb6 so divididas entre 0 lyiw6 € 0 babs on iy’, que devem mastigé-los conservando-os na boca engolindo apenas a sali- vagio, outra parte € dividida entre os demais (mas nesse caso os padrinhos podem partilhar do mesmo pedago com o baba ¢ 0 iyiw6), enquanto o restante vai para a quartinha onde se encon- tram 0s tufos de cabelo do iyaw6. Outra vez, desenrola-se um dos akisa segurando-o na folha e recolhe-se @ parte mastigada pelo iyaw6 no Akasa, © 0 baba ou iyd coloca a sua diretamente sobre 0 orf com a boca em cima do gbéré com 0 éjé do & brindo com a parte do tyawé no akasi € também com Ajala orf, orf ae ori E ki 6 Odrin, ¢ ka 6 wow kid 607, i. bp (Orixé que molda as cabecas, a cabera Orix que molda as eabecas, a cabeca es Vos agradecemos, Senhor Supremo, venha a cabega, Vos saudamos. ‘Vos agradecemos, Senhor Supremo, venha 4 cabesa, Vos saudamos. Saurdamos o Sol, sanidamos a Lua, saudamos a Chuva, Chuva que eai sobre a terra. Saudamos 0 Sol, saudamos a Lua, saudamos a Chuva, Chuva que cai sobre-a terra, Feliz-a cabega acorde, acortlem feliz-a caber: Feliz.a cabeca acorde, acordem feliz.acabeca! 38 Dey canta-se em seguida com as maos sobre 0 orf do lyawo: Mo jaiba Agbgnniregén Mo jiba Agbgnnirégin, ‘Awa pide Wa pa Asva cin wo cin wa kg Awa o Awa or (Aprescata-ves meus respeitos Agbénniré gin, Apresento-vos meus respeitos Agbénnirégtin, Vamos encontrar-vos nas caminhos do Vosso posto no céu, Vamos encontrar-vos nos caminhos do Vosso posto no céu. Ns cantamos nos nove espagos sagrados (céus) cumprimen- tando (saudando) Ordnmila, Pedimos que ‘voltcis os olhos para nés que cantamos saudando (cumprimentando) Ortinmila, Fazei nossas cabegas saltarem muito alto, até ao Senhor da yrun Olfiwa, djpdrun orf wa, O sayon Yornba Mo sin, mo tushba r8, Osayon Yoruba Mo tén, mo tumba (If, faga com que recebamos sobre nossas cabegas a boa chuva do céu (no sentido de cobrir-nos de béngaes), If, faca com que recebamis sobre nossas cabegas a boa chuva do céu. 39 Chuva do céu, meu Senhor, chuva do eéu sobre nossas ca- begas. Faca-o (0 tyiw6) ter 0 esforgo ¢ a perseveranga dos Yorubs, Et pego, eu tomo a sua béncio. Faga-o ter 0 esforgo © a perseveranga dos Yoruba, Eu pego, eu tomo a sua béngio!) Entao se enrola 0 dj4 no orf do ly’wé, "suspende-se o Orig" € dcixa-se 0 Ere (crianga) © ponha-o para dormir. Agora sim que 0 iyaw6 passa a fazer jus de scr assim chamado, porque a partir dese momento deixa de ser abion. Os mais antigos acreditam, eu também, na forca da Lua para fazermos nossas oferendas, isto é, antes de uma oferenda de- vemos saber em que Lua esta serd feita, sendo um costume nao se preparar nenhuma oferenda para receber age na Lua min- guante, a ndo set que sejam ¢bo de descarrego, que podem ser ier Lua. No caso do recothimento de um iyawé, ‘eu acho (opiniao minha) que seria melhor fazé-lo no final da Lua nova para crescente, porque nas primeiras duas semanas, mais ou menos quinze ou dezesscis dias, paderemas fazer todos 098 cbo, ob] a cabega, assentar o ighd [it © a firf kin‘ (primeira raspagem da cabcca). Isso devera acontecer jé no final da Lua cheia, entio teremos sete dias de Lua minguante, que € 0 espago de tempo em que eu "descanso", cuidando dos iléké Origa (fios-de-contas), a9 gdiin (roupas da festa), verifico os itens da grande obrigagio final, os animais, comidas secas das ofercndas, comida do dia da festa, ctc. © para preparar alguns atin ¢ ensinar algumas coisas preliminares aos lyaw6, © trabalho para se 'tirar' um iyaw6, se seguido rigorosamente como manda o ritual, € muito estafante ¢ sfo necessérios alguns dias de marcha lenta para podermos partir para a fase final. Nesse perfodo, devemos aproveitar para fazer as trancas de palha-da-costa, amarras © contreguns, prepararmos 0 ¢fun, osiin © wajf para a pintura do Tyaw6. Algumas casas ou pesso: grande némero costumam pintar 0 iyaw6 com "pembus" de 40 virias cores, isso de acordo com 0 costume de Ase para Ase, mas as cores fundamentals necessérias para a pintura do iyaw6 sto 0 branco (¢fun), 0 vermelho (osiin) ¢ 0 421 O cfun representa o 8 funfun (sangu branco), @ ama além de lembrar-nos a nos origem (do barro), é a homenagem aos Orisa funfun como Ajalé & sendo que Odsaala foi aquele que recebeu édiimaré para moldar os seres humanos, e Ajali outro Orisa funfun cujo oficio é somente moldar os orf (cabegas) para serem esc seres humanos antes de virem do run para o ayé (do terra), 0 que se di através do nascimento do , entre os Yorubé, hi a crenga de qu OAS. que molda os scres bumanos, ¢ as pessas com defeitos ys so pessoas que Odsaala por isso marcou-as, fazendo-as diferentes das demais, ndo sendo vistas como um castigo ou provagio divina, mas sim como al- guém particularmente escolhido por por isso. Apés serem \ggda -O Senhor m diante passam a ter vida. Abrahan, pig. 490), € 0 pé de uma usada paca tingimento € tem o simb fa (sangue vermelho) que faz, parte do awo (segredos do |, outro elemento vege 6 que também € ig. 64) tem a repre representado pelo 41 bein dos Santos cm seu livro "Os nag6 © a morte” pags. 41/42, quando diz: "1. O "sangue vermelho’ compreende: 48) 0 do reino animal: corrimento menstrual, sangue humano ou animal; b) 0 "sangue vermelho" do reino vegetal: 0 epo, azeite-de- dendé, o osiin, p6 vermelho extrafdo do Prerocarpus Erinaceous (Abrahan, 1958:490), o mel, sangue das flores; ©) "sangue vermelho" proveniente do rcino mineral: cobre, bronze, ett. (..) 2, O "sangue branco" compreende: a) 0 “sangue branco" do reino animal: 0 sémen, a saliva, 0 halito, as sceregdes, o plasma (particularmente o do Igbin, eara- ete. }) 6 "sangue branco” do reino vegetal: a sei 101 € as bebidas brancas extrafdas das palmei vegetais, 0 lySrosin, pé esbranquicado extraido cleptes Franciscana F;) (Abrahan: 316), 0 orf, manteiga vegetal (shea-butter), ete.; ©) 0 "sangue branco" proveniente de reino mineral: sais, giz, 3. O "sangue preto" compreende: 4) 0 do reino animal: cinzas de animais; b) 0 do reino vegetal: 0 sumo escuro de certos vegetais: 0 &hi, indigo, extrafdo de diferentes tipos de drvores (Abrahan: 187) € uma preparagio a base do €l6, po ©) o.que provém do Eases elementos por (sfun, ost, wai) para a comum acrescentar-se um pouco de apenas para encorpar a tinta evitando que ela escorra. Passados os sete dias da Lua minguante (para quem segue 2 jyawo num determinado dia. Sacrifica-se para os Egy © preparam-se os sets 36 (partes) e as comidas sccas dos Est, deixando tdo pronto para no dia seguinte de madrogada fazer 0s sactificios dos Onis do Iyaw6. Para o Esai da casa, oferenda-se © que for pedido por ele, para o do iyiw6 costuma-se oferecer tudo 0 que for ofertado para o Orisa, ou seja, "Est je pela Orisa" (Exu come com 0 Orixa). Usualmente costuma-se oferecer- ‘ewig (1 cabrito) 4 akiikodig (4 galos) Outros complementos pedidos: aks ataare (pimenta-da-costa) ‘Mais tarde (dia seguinte), um pouco de cada comida servida para os Origa ¢ das que serio servidas na festa. ‘Amarra-se 0 pescozo do ako ewtiré (cabrito) com uma corda (de sisal) e passeia-se com cle ao redor do iyaw6, conduzindo~ r por galhos de folhas que The sejam agradaveis, cmbora se saiba que 0 cabrito ‘coma de quase tuo, as yezes ele recusa uma determinada folha cc devem-se ter outs A mao para atrai-lo até o ighé As mais ‘comuns so as folhas de cajé, arocira, goiabcira, sio-goncalinho, ete. Ao chegar ao ighé Byit, jogam-se as folhas sobre o igbi e es- pora-se que o cabrito coma um pouco. Apds cle ter comido um pouco ¢ estando ainda com algumas folhas na boca, segura-sc~ Ihe a boca, ¢ mais uma ou duas pessoas seguram-no para que seja sacri deve estar bem seguro para cvitar que se debata na hora do sacrificio. Algumas casas tm o costume de 43 amarrar a boca do ewéré (cabrito) com cordas. A pessoa ou pes- soas que seguram-no devem fazé-lo firmemente prendendo bem a boca, segurando com a mio quem o sacrifica ou, como jé disse, amarrando-a (quem o sacrifica € chamado Olépa ~ aqucle ane sacrifica), enquanto a segunda pessoa ou as outeas duas pes- soas seguram um par de patas cada uma, tendo o cuidado de prender 0 animal bem junto aos seus corpos, para evitar que ele (ewdrg) faga movimentos on, se o fizer, que sejam minimos. O mesmo cuidado € t rando-lhes 0s bicos, se segurar as asas abertas juntas uma contra a outra, enquanto ‘em otras casas as asas sdo esticadas © coladas junto ao corpo da ave € seguras junto com os pés, ficando a ave, assim, totalmente lenda) de Ogiin, que a0 matar um dos seus inimigos (Apard Déebéaha), que 0 pragueja (Ogtin) na hora de sua morte, mesmo apés a sua cabega lar com esse intuito. Entdo, 0 que se faz. simbolicamente 20 sacrificarmos os animais c imobilizi-los € 0 mesmo que fez Ogqin para evitar as conseqiiéncias do praguejamento de suas vitimas, que as vezes eram feiticcitos podcrosos, come 10 caso de Aparo. Os animais devem ser sacrificados sobre 0 ight Byv, que deve estar coberto por alguns akasi, tendo 0 cuidada de der- Tamar o primeiro 3 no chio (reveréncia a Onfl8) enquanto se canta: Bie gord, By npa awo, asord, Est npaawo! (Com sangue fazemos culto tradicional para Exu matando no culto, ‘Com sangue fazemos culto tradicional para Exn matando no culto!) Eig gord, sord, 88 gbale (Com sangue fazemos culto tradicional fazemos culto tradicion: recebido na terra (embai Poke Ogén wa lé ri 6, é Ogtin w: ‘em cima, que Ogiin venha supervisionar, (Exatamente aqui em cima, nos cortamos, cortamos para Exu, Exatamente aqui em cima, nos cortamos, cortames para cle.) (Ele transforme em vida! ‘Cubra-nos com protegio ¢ fortific A nds que cortamos, cortamos para cle, Cubra-nos com protegio € fortificagao, A.nés que cortamos, cortamos para voce Exu!) Apés 0 sacrificio do ako ewitré (cabrito), executa-se 0 sacrificio Oldwa oj mon wa. : Ago awa enyin kia pa (bo) lnf, oj mdn wa. 45 Ago awa Qlg? , ojti man wa, Ago awa Qlggrun i jG mn wa. (O sangue € para vés que comeis 0 frango, Senhor,olhe e reconhega-nos. O sangue é para v6s que comeis o frango, Senhor,veja © reconheca-nos. Pedimos licenga a v6 nara. quem matamos (a quem cultuamos) hoje, olhe € reconhega-nos. Dé-nos livenga € Olérum nos abengoe, olhe € revonhega-nos. Dé-nos licenga ¢ Ol6rum nos abengoe, olhe € reconhega-nos.) Em seguida, pega-se uma quartinha com 4gua ¢ salpica-se so- bre os animais sacrificades ¢ canta-se: TE tg omi dj00 A'bo dni pad, “TG cé omi dj00 Abo dni pal (Eypargis, espargir gua € chuya caindo 6 Senhor, para quem n6s matamos. Espargir, espargir agua € chuva caindo, 6 Senhor, para quem nés matamos!) Essa cantiga tem o simbolismo da chuva que eai, abengoando © acalmando, trazendo paz.e felicidade € que ao mesmo tempo apazigua ap6s 0 ato que no deixa de ser violento ou de violén- cia que € 0s O sacrificio € um ato de violéncia, mas no uma violencia gra- tuita, ela tem 0 seu propésito de ser, no caso "um mal ne- cessdrio’, pois o animal corresponde a vitima que € usada como "bode expiatério’, que deve ser sacrificado para que haja um bem maior para tima pessoa on uma comunidade. Esse sacrificio matard a sede e a fome dos denses, 0 que propiciari até mesmo © aplacamento de sua ira, que porventura exist. B 0 espargir da gua 0 simbolismo de que apés 0 sacrificio a calma e 0 frescor venham imperar. Ten ffcio. inada a parte dos sacrificios comega a parte do tempero, que € colocar epo, ig © oyin (dendé, sal c mel) sobre 0 gj no igb4. H4 também o costume variavel de algumas casas de colo- 46 nese caso a fortina nossas vidas. (saco eserotal com os a vagina), day aves t We podem ow niio seren nbém Exon gbogbo Page ilé..! (Todos as animais cubram-nos € tornem-se sobrevive ‘Todos 05 animais cubram-nes de felicidades, todos os ani- ‘Todos os animais so axé para a casal...) (E vao-se fazendo os pedides...) ‘Terminando de tirar os &sé, parte-se 0 obi nos dentes para serem jogados para saber se esté tudo certo; as eafdas e respostas so as dadas anteriormente. Supondo-se estar tudo certo, isto é, gu satisfeito c nada mais para pedir, cantam-sc alguns orin Egb enquante se enieita por sobre tudo (0 éjé ¢ os €46) com as penas das avex sactificadas, apds 6 que todo o restante pode ser recolhido arado. Entio, preparam-se as extremidades, cartilaginosas, costelas e os érgiios inter- sive 0 Apdokun (estGmago-bucho) ¢ ifian (intestinos- tripas) que muitas pessoas costumam jogar fora, mas tudo deve ser bem limpo € lavado para ser preparado para Egu, bem como pean Oe Depois de preparado ¢ esfriado, tudo deve ser colocad aos pés do ighé de Byit, Af estard mdo pronto para comegar 0 sactificio at véspera da rf ekéji (segunda raspagem), deve-se deixar tudo preparado para isso € para as oferendas do ebort ue serd feito também neste dia, Cuda um tem sua Prépria relacao de coisas necessirias €, como antes, cito apenas as fiindamentais © comuns a todas as oferendas. Detalhes, cada uum sabe quais serao as seus. Entio, pars o Orisa do iyawe 1 Akg ou abo ewsirg (cabrito on cabra, se Oriya masculino ou se feminino) 1 femea, 48 Ott dibs (vinho — de prefeeréncia licoroso suave) TyQ (sal, se nao for filho de Odsaala, Sanz6 ou Yemonja) Epo pupa (cxceto Obs : Oyin (mel, exceto O Obi abawa (exceto para § Ordgbs. ‘ has-da-costa gho (canjica) Akasa ‘Comidas secas para todos os Origa, frutas diversas (para Ere) € algumas bebidas suaves sGo oferecidas também de costume. Os animais para o Ona kéi (0 segundo Orixd mam chamar de "junt6’, talvez por queterem dizer "adjunto" e, segundo 0 Aunilis, quer dizer junto com 01 Orig’ a ser “assentedo" deverd rece- letas ou o mais completo possivel cm comidas secas ¢ animais. Odyaala sempre recebe oferendas, puis 6 participou da eriacio do aye (raundo) ¢ da etiagio dos seres humanos; portanto, mesmo no sendo filho de Oayaala, este Origa deve ser muito hem enlmado para podermos coroa representa uma in ‘Ourra coisa, em todas as oferendas, apés terem sido feitas as de Bgi, 0 primeiro Origa sempre a receber oferendas € Oggin, mo que 0 iniciado no seja filho de Ogrin, porque cle € © asiwijd (aquele que vem na frente) € © ibe (o dono da faca) © € quem abrira os caminhos para todo e qualquer ritual. ‘Antes de iniciar-se propriamente o ritual dos sacrificios, frz- se no iyawé6 a firt ckéji (a segunda raspagem), deixando sua ca~ bees bem limpa para receber os sacrificios. 49 Comegando 0 ritual dos sacrificios, primeiro fazem-se os de Ogin € em seguida é que se comegam os sacrificios para 0 Oldort (dono da cabeca). Repete-se o ritual como fora feito para Esa, amarrando uma corda ao redor do pescogo do aky ewig (cabrito), Ccostuma-se também amarrar um jf ao recor do peito € corpo do ceabrito enfeitando-o com passeis-se com ele ao redor do iyaw6 oO \costa-se 0 orf do ‘ewtire no do iyaw6 para fazer os pedidos ao Orisa para o seu filhos entio, oferccem-se as folhas para o ewiré, que podem ser as mes- mas de antes, oferecidas para o ewiing Byi, atraindo-o folhas sobre o igbé Origa © aguardar qi mesmo modo que 0 de Byi, segurando-the a boca com algumas folhas presas, enquanto uuma ou duas pessoas seguram 0 corpo do cabrito evitando que ele se debata (ha uma maneira especial de seguréclo eficazmente conhecida pelas pessnas acostmadas a ritiais de sactificios de quadnipedes, que € prendé-lo bem junto 20 corpo). O lyawé deve estar sentado num banquinho, segurando igb4 Onish no colo orf sfl& (de cabega baixa). Ao lado, ou nas maos de um dos. au: d'gua (bacia ou oberg) onde se deixara cair © primeizo ej todos 08 animais, do primeira ao tiltimo. Este ej depois devera ser entornado na terra para Oni, pois « prim mesmo os de Byii, deve ser dada para Onile. de terra batida pode ser escorrido dirctamente no chio. Comeca-se entio a sacrificar 0 cabrito sobre 0 orf do iyaw6, isto €, primeiramente deixar o 2j¢ escorrer pelo fio da faca até aquela vasilha com gua segura pelo auxiliar ou diretamente no chlo, depois deixé-lo escorrer no orf do lyaw6 que, depois es- correrd sobre 0 igh no colo do Ori fazer este sactificia recolhendo 0 jé numa grande bacia com uum pouco dégua e Akasa, enquanto uma outra pessoa vai batendo com as mios para disselver os akisd © misturar o 3] na Agua, cvitando que se coagule, sendo apés os sacrificios que seri dado o banho no iyawé com este 50 . Algumas casas costumam . grandes. E, dizem também, segundo outras Jendas, que Ifé tem predilecao pelas cares das costas dos animais. Rnefo, neste € ofcrecido 0 eyelé (pombo) porque é a ave simbolo de Oréinmila (ni agepd Ifa), mas como diz. a cantiga oferecerfamos ci fia satisfeito, porque If € © Ofis8 que recebe um animal de Orisa, em assim sendo, qualquer espécic de ave, ete. 1c oferecemos pato, Nés Ihe oferecemos pat Nés Ihe oferecemos pato!) (Nos hoje the oferecemos pata!) Oriki para o igbin, quando for sacrifies-lo: lebin & Sr baba wa, gbogbo nf rere wa, (O catacol € propiciagio (calma) nosso ps O caracol iyiw6 toma literalmente um banho de &j@ © deve ser ‘eruzado por todo 0 corpo nos gbéré, palmas das maos ¢ solas dos pés. De cada animal recolhe-se também um pouquinho numa 53. se todos 0s igb4 com as penas das aves, can- (cantigas de Orisa) e pée-se 0 Iyaw6 para dormir um pouco, de preferéncia "virado’ no Orisa ou no Eré, pois cle nao deve se ver. ‘Aqui fazemos um paréntese para falar de alguns aspectos do ritual acima, ritual de com algumas variagbes de caracter tando os orin Ori & € sempre © mesmo, apenas Orisi para outro, devido as suas apés retirar 0 ori do animal, este € indo) e ao drun (céu), isto €, segura-sc 0 orf nas duas mios € virando-se para os quatro para o teto, diz-se: ss. Por =xemph 1 est a cabora, Ocst Aqui esti a cabega, teto do c segundo os mais antigos, para Os6i se apresenta 0 je € 0 BwQ do ido num pé de obi, mas peli ligacio que Shngé tem com Ikt (morte) € Egingtin (espiritos-almas dos mortos).. 55 6 era filho de Orisa, mas era humano € tornou-se Orisa nente apés suit morte; portanco, tendo sua forga de Origa vinda estado de morte, apés 6 que embora seja também ofertada aos ancestrais (espiritos dos mortos antepassadios), tem ligacio com a vida. Pois os Yorba acreditam que os que mor- reram apenas mudaram de mundo, foram-se do mundo dos vi- vos pari o mundo dos mortos onde eles continuam "vivendo" © velando pelos seus descendentes ¢ a partilha do obi com os entes desse mundo (dos vivos), signifiea re- nir toda a familia, com os viventes dese mundo © do outro mundo (dos mortos) num encontro festive A forca da vida que € representada px no com a forca vital de Songs, que € 0 \e tem ligagao com a Qya, embora tenha grande ligacio con seu ew) Eo Aghtn (carneiro), que € 0 animal prediletw de $9ng6. 4 Yemonja é uum Origa oud (Orixa outo elemento que tem ligacZo com a forga da vida nja € um Origa que também esta ligada a Iki (morte), pois segundo ox itdn (lendas) cla é quem vem primeiro para re= conhecer 1 pessoa que deverd ser levada por Iki (pela morte),'0 guerreieo da morte Oagan é o Ory um deles é a cor vermelha, 6 dendé; também 0 pugnante 0 carve (2édti), las vestes jamais devem ser coisss prctas que lembrem o carvio. Ainda 0 sal € um |, muito embora tenha ligagdo com a vida, mas cle também tem liga 6 ser huma yeria ser devolvido 2 terra, Ingar de onde fora retirado, incum- béncia esta dada a Ikti (morte), que foi quem trouxe este 56 material pura Odsia!2 moldar oy seres humanos, como contam os {tn nas lendas da criagio, por isso Ika foi também incumbido de devolvé-los no momento propicio. Assim, Odsaala uo part par da criagao da vida ficou também responsivel pela criagao da morte ao estipular que a matéria que ori moldava os seres hue manos deveria vol de origem. E essa dubiedade € representada rituulmente quando ele recebe 0 obi, que tem li- ico com a vida, mas que recusa o sal, que tem o sentido de mntinuagdo da vida, que cessa entZo com a chegada de Ik (morte) para repor o ser humano de volta ao barro de onde fora Grado. Esse aspecto de Odgaila € mais evidente quando uma pessoa € filho de Oasaala, as oferendas dos demais Oriya do "carrege dessa pessoa seguem Odsaali na proibicio do sal ¢ do dendé, si, Ogtin eas vezes Qmalt. rituals aurtomética ificam on simboli- excctuando-s¢ apenas Ey és temos o hébito de fazer os sacrific © mecanicamente, sem sabermos 0 que si zam em si, B, segundo os costumes Yorba expressados por Omgsade Awolalu, no seu livro Yortid beliefs and sacrificial rites, esses rituais e sacrificios sia bem definidos em seus propésitos, com a comprcensio dos seus simbolismos ne que nos bascamos para as explicagiies a sey Com respeito aos animais dos sacrificios todos tém simbolis~ mos dentro dos rituais € do culto aos serem oferecidos. O prinei- animal € 0 de ansferi, al para dar vida a outta coisa até ante; dar pal simbolismo a0 se sactific através do €j@ a vida do an ‘entio inanimada que a recebe e passa a té-la daf por vida ao Origa que € "assentado" no igbd, que passa a viver cfeti- vamente ao receber a vida transferida para si no €)3; no ori, que apesar de possuir vida latente, manifesta-se apds rece feréncia de vida que Ihe dara a mobilidade ¢ o despertar efetivo para vida no ayé (mundo visivel). As galinhas © galos sao animais muito oferendas por screm mais ficeis de adq sadlos nos rituais como rit, mas também por 57 terem significades aistintoy em zadas dentro dos rinnais. A por exemplo, é quem iri relatar no © necessidades; os pés so para que elas caminhem levando as sagens; as asas € para que possam voar até o Qrun (cén) © chegar aos destinatérios das mensagens; a cauda de penas signi- fica o leme, a orientacao, pois as caudas das aves em V6o siv os seuss lemes e as levam na diregao que querem; as penas, princi- da protegio quando cerimo- inha protege os seus pintinhos indo-os nas penas, também tém o signifi- cado de esconderem as nossas deficiéncias, nossos defeitos, penas os excondem ou pelo menos dimi piiblica para que nio si mhecidos por tok exccracao ou picdade pablic: © eyelé (pombo), também largamente utilizado em sacrificios, E mrilizado para aqueles que enfatizam a boa sorte ea longevidade; cle € uma ave notada por siza serenidade em vo, de aparéncia , mapidez © esperteza nos movimentos. Em qual ocasitio, quando sto feitas oferendas ao orf, quase sempre um pombo € oferecido, ¢ é descjado que possamos ser dotados com as habilidades do pombe que, além de tudo, € capa de voar acima dos perigas ¢ livear-se deles, ma de suas partes utili- juc leva 0 bico (sua boca), in (cén) 08 nossos pedidos as m a sua exposigo 1s € submetidas & bolizam a calma € a paz, que sao vistos € transmitidos em seus moyimentos leves e gr: Ff derado algumas vezes quase como o igbin, € acredita-se que cle pode minorar os sofrimentos e suavizar os problemas. Quando oferevemos um peixe, estamos desejando boa sorte e fort todos os nossos caminhos. Agatgn (ovelha): € um animal notado por sua natureza mansa © décil, representando a calma € a tranqililidade para enfrentar oferecida © consi- em 58 a wopeyas na'vida. fol aninal nontalameiG-udizado quando ha necessidade de se fazer u a de cabecas' maior animal doméstico a ser oferendado. Segundo os costumes Yorba, isso € feito em ocasides de gran des desastres para toda a c fs, om ainda na iminéncia de que algo acontega, ou mando alguma coisa lade; € uma oferenda de todos para neutralizar, ser circuncidada, o fluido do igbin € espargido mente na parte a ser cortada € a faca utilizada & prato com alguma quantidade de epo (dendé). Além do que a leveza, cuidado c calma de movimentos do igbin so capazes de cios est pre~ adivinhacdo comumente re- partes). mento, inter-relagio de amizade como um ealdade entre as pessoas, além do seu significado de vida, a vida presente, mesmo daqueles que jé se foram com a morte, que vém partilhar com scus descendentes dos obi que thes sao oferecidos pelos que permancceram nessa vida, onde eles retor- nam como convidados especi © epo (azcite-de-dendé): € um simboliza quase as mesmas osisias que 0 Igbin, suaviza aquilo que teria sido, de outro modo, penoyo © incon~ 59 le 0 azeite-ce-dendé atua como um agente que acalma a zanga das divindades, ¢ cle é usado em oferendas feitas principal- mente para aqueles Orisa que sao caracterizados pela violéncia ¢ ira selvagem como Ogtit bém € oferecido as | rias. Ainda quando tos da terra), quando ha necessidade de inves € colocado para acalmé-los ¢ evitar que cles nos ca mentos. © ataare (pimenta-da-costa) € largamente priedadle de dar forga as palavras ¢ facilitar a eficdcia das preces ragas, pois mastiga-se o ataare quando sup! sacralidade, principalmente as folhas novas da pal- © sio usadas para demarear € consagrar as entradas dos © de Ogtin em particular, em se colocando folhas de ue € a vestimenta de Ogtin, ¢ quando ofinwa € urtilizado larga © livremente. Quando colocados nas entradas dos rerreiros significa sacrali- dade, isto €, que dali para diante 0 que esté atrés do mdnriwa é considerado sagrado. Por isso, antes lo ritual de sacrificio € necessario ter-se & mio todos 0s materiais € animais necessarios no dia hora marcados, indo ao nosso rimual de feitura, logo pela manha cede acorda-se 0 iyaw6 c, primeiramente, retira-se a obrigacao do seu orf (cabega) como jf disse, deve estar "viradlo’ no Ere, ¢ este devers ser levado para o banho de agho para retirar todo 0 8j@ € restos da obrigacio, esfregando-0 com um tufo de palha-da-costa, uma ~ bucha verde seca antctiormente, Apds 0 banho, ele retorna 60 utas ¢, em seguida, as demais pes- ppor falar em Adsira (tezas), feita diariamente pelo Iyiw Neé Agha awa gl Tlé Agba awa gbé. ol Reza de iaué (iab) Ora ConveSCO, «UE cu seja Feconhecido por Vs, e vim morar convesco, que vim morar convosco, morar }orar Convosco, que vim morar convosco, Orixit da nossa casa. Acasa accita n6s morarmos, Orixa da nossa casa Nés aceitamos morar.) Ghadiira ivirwo a sua chegada, te € feliz em chegar até nds, 02 Ghadir’ ivaws Omg ni ard Oun dé ard Qmg ni art Oun dé Reza de iad 10 € membro d Ele chegou c € membro da ° warente da nossa fa Ele chegou e é parente da nossa casa.) Gbadira Ogin Reza de Ogtin (Scnhor da luta, senhor da guerra, Senhor da luta, senhor da guerra. ‘Com licenga, com licenga 40s sete. (Os sete andam ¢ € extremo O medo que nés sentimos. Senhor da lura 63 Senhor de Iré, senhor da lute. O corpo dele € esguio. Venha morar e proteger a nossa casa Se lo acord. Nés vos 0s, ns vos serviremos imanlé.) Ghadira Ogtin Ogiin ki a pg ¢ gba. E, Oggin s ni yiyé ye Ol6oji ki 6 nf yiye ye. Ogin onfij Resa de Ogum ere ae nossas deficiéncias, a vés ou No caminho de casa ¢ da floresta, é sempre Ogum. ‘Ogum « quem nos unimos para suprit as nossas gum, ixd que uta € nos abengoa, ‘le que mora em Lré. 64 oes Reza das comidas (Juntos v a comida da tarde, Juntos vamos comer a comida da tard ‘Vamos comer a comida da tarde junto: Ghadiira oie Reza das comidas Juntos vamos comer a comida da noite, Juntos vamos comer a comida da noite, ‘Vamos comer a comida da noite juntos. Ghadire opé Resa das comidas (Juntos vamos comer ao romper da aurora (do dia, café da manha), Juntos vamos comer ao romper da aurora, ‘Vamos comer ao romper urora juntos.) Ghadira otje 66 67 Agradevemos,felizes, agradecemos felizes, agradecemos. Nés agradecemos pela nossa comida, agradecemos, Ns agradecemos pela nossa comida, es, agradeecmos pela nossa comida, izes, agradecemos pela nossa comida, s, agradecemos pela nossa comida.) Reza de lend (Delicadamence cultuamos leud, Jeu estamos felizes, Orixi, cstamos cultuando-vos, leud. sg yin by gndn. lore O s€ a lore, 6 Babéailé ¢ sin. E Orisa kia ord 6 68 Resa dos Orixas (E Orixé venha suprir-nos, Erga-me 1 pego, saucando-vos ¢ eultando-vos 0 e-pilé'a of abt st 6 Awa nf amg Pawo, Resa de Nand (Faga-nos fel felizes nds que act Nana, nés a culmamos ¢ cuidadosamente vamos embora juntos Nés somes filhos do culto Nana. Guidadosamente estamos indo embora juntos, Nés somos filhos do culto Nina.) Ghadtire Ostin Tya 6 yeye 6 Ogun a iby rf 6. yé so, ki yeyE se mi, 6 ayaba ki pbé odd, omi tojt Oldtojii. Resa de Oxum (Mic, 6 mamac Oxum, nds a cultuamos e admiramos. Cumprimentamo-vos, mamie, fale, cumprimentamo-vos, mamie fale comigo (conosco). Do céu olhe-me nos caminhos 6 rainha que mora no rio, que toma conta B € guardia das aguas.) 70 Ghadiire Oya Tawa V'gwa aléale Reza de Oid (Nossa bela senhora da coroa (dona) \eWOU atE nés, ela possui alto valor, Nos a saudamos quando chega até nds, cla possut alto ¥ ia poe fogo na terra quando chega do cé Reza de Oid (Chamamo-vos para cultiar-vos, O' Chamamo-vos para cultuar-vos, Od, Oi que leva 0s raios embora ‘Chamamo-vos para cultuar-vos, Oi A primeira-dama da sociedad.) a Ghadiré Yemonja ‘gnja inti gbé V'oda dé singba Yemonja int ghe Modd dé Gb ni (agbe wi) odo vi ‘T bo sind odd yin Onel Oginysa Resa de lemanjd (lemanj vive no rio, chega e retribui. Receba-nos € proteja-nos em vosso 10, Temanjé mora no rio, chega € rettibui Receba-nos e proteja-nos em vosso ri Gultuamo-vos suficientemente em vosso rio Orixé dos inhames novos Receba-nos em vosso Cultuamo-vos suficientemente em vosso ria Orixa dos inhames novos Receba-nos em vosso rio.) Ghadtra Osdast Ode t6 wa silé, slé nite imon sf gmon ilé ire Qdg t6-wa a silé nie. Reza de Oxéssi (0 Cagador € suficiente para a nossa casi, Para nossa casa ser feliz, Para os filhos de casa serem felizes, © Cagador € suficiente para a nossa casa ser feliz.) ‘badiras Osiayin E jing jnewe n meré-meré Qs [ jin meré-mesé OsGnyin wa lé 6. Maa Sn viighé ti ighd 4 bo, Maat lg bd ingn afigb6 i igb6 a bg. Wa dé omi mi dé ingn Mia ly ba ingn afigb6 ti igho « Rezat de Ossnyhin (Vos destes, v6: destes as folhas, vis destes. Vos destes, vis destes as folhus, vés destes. Vos destes ands a magia habilmente Ossinyhis Vos destes ann6s a magia habilmente Ossany! Nunca iremos com o fogo as matas onde vos et Nunca iremos eom o fogo as matas onde vos Nés chegaremes com gua, jamais com fogo, Jamais iremos com 0 fogo as matas onde vos cultuamos.) Ghadira Osimare ajo odd, ij € Ojo odd s’awa. Qsiumaré ¢ s€ wa dé Ojo, Awa gbé 16 singba op¢ wa, _ E kon 0j0 wa, Dajui ¢ 3j0 oda 3B Reza de Oxumaré (Gertamente vossa chuva € 0 rio, Gertamente vossa chuva € 0 ria para nés. Oxumaré é quem traz.anés a.chuva, N6sa recebemos € retribuimos com nossos agradecimentos. E 0 bastante u chuva para nés, Gertamente vossa chuva 6 0 rio.) Ghadhira ti Babdldase Sojii mgn omen babaliise a ¢ sin. Resa do Babalaxé (O Babalaxé deu-nos a vida, Lance os olhos do conhecimento sobre os filhos Babulaxé ¢ nds vos serviremos Ele tornou-nos ad6xu € com 0 oxii nos deu a vida. Lance 0s olhos do conhecimento sobre o Babalaxé ends 0 serviremes (cultnaremos) Pos em nés 0 iendideé ¢ nos den vida, Lance 0s olhos do conhecimento sobre os filhos Babalaxé e néx 0 serviremos (cultiaremos).) Esta gbiddra pode ser mudada para lyildae (onde se diz babaldaye) 4 Chadiora ti Orisaaila Reza de Orixald —O grande Orixdé (Grande Orixi dé-me chuva sobre a terra (ou casa) caia chuva sobre a terra (vossa terra) ~ (cl fia chuva sobre a terra (vossa term) = (chuva de meiro dente todo, fiw (queremos) Ghadiira ti Oosaalis Baba c paws (aréwo) Fain mi kos® po. 75 Rexa de Oxalé (Pai, batemos palmas para vés, Dé-me colheita abundante. Pai, batemos palmas para vés, Dé-me colheita abundante. Faga-me feliz, 0 E aplaude, dé-me O axé de colher, pego-vos este axé, 6 6 Paga-me feliz. que sou o filho que vos satida c aplaude. Paga-me feliz. que sou o fillho que vos sa Essas sdo algumas gadiiri (rezas) que podem ser feitas diariamente ou em ord de oferendas. 10 que vos satida, cultua Retornando 2 nossa grande oferenda, e uma ver jf tendo reali- zado esta que € tida como a principal, o lyaw6 fica entéio aguar- dando a odin onikg Origa (a festa do nome do Orixd ou mais popularmente conhecida como a fests do nome do santo). E juma festa muito bonita e € na grande maioria das casas de Can domblé uma ceriménia priblica, muita embora haja casas em que 03 zeladores optam por chamar apenas algumas pessoas mais velhas do culto ¢, no préprio runko ou as vezes no salto, somente com as pessoas da casa, Uma das pessoas mais velhas € convidada a "tomar" o nome do iyaw6 (Origa), mas séo poucas as ‘casas que ainda preservam esse costume. Fazendo da mesma forma, de mancita reservada, a entrega do "Deka", na época da grande ofetenda dos sete anos do filho-de-santo. Mas no nosso ‘caso a festa é piiblica; portanto, tudo deve ser preparado para ‘esta festa nos mfnimos detalhes para que nada de anormal, digo, negativamente, aconteca Deve ser preparado 0 Osi (0 cone preparado especialmente para cobrir 08 gbéré-orf — as incisses da cabega); as pinturas de ‘efun, osiin € wij) que serio feitas nas duas primeiras safdas, ers- bora, como de costume jé quase em desuso, algumas casas fagam 76 cessas duas primeiras safdas em dias anteriores ©, da mesma forma, apenas com algumas pessoas mais fntimas presentes Como jé disse anteriormente, costuma-se mistarar um pouco daqucla "pemba branca’, bastante conhecida dos adeptos dos cultos afro, para incorporar as s estas escorram e borrem a pele do iyaw6, af € uma questio de gosto o fato de também acrescentarem outras cores a pintura do 1yaw6. ‘As roupas também ja devem estar preparadas para as safdas em némero de trés mais uma, em que o Orisa apés o nome vem 6 (para danga) conhecida comumente como paramentado "tomar rum’. Confesso que nao sei de desse nome, wlvez tenha relagdo « "Hun" de "Hunts! cadores Ue atabaques da nacao Jeje, mas isso € especulagio minha. EB sempre bom frisar que determinadas casas, principal- mente as de nagio Jeje, dispensam a quarta saida e na terceira, quando vém para dar o nome, os Oxisa jf estiio vestidos para o "hun" (rum), que para nds de nagio Két (Yoruba) € sf njé (para dangar). An descrever os riniais anteriores falei dos atin (p6s de axé) usados no iyawd para aplicar aos gbérg (incisdes) € para tomar (beber) para a seguranga intema. Esses atin tém vérias manciras de serem preparados, tendo de casa para casa variaghes do ntimero ¢ qualidades de ingredientes usados para isto determi- nados por cada ase. © Osint é um dos segredos do age de cada casa e que deve ser passado babd om iyalédrisa na continuagio de seu gg para os filhos que tomaram-se novos babi ou iyalddrigl, para 4 preservagio ¢ continuidade do seu Aye, O mesmo acontece com aqueles atin a serem colocados ni gbéré (incisdes) ou tomados pelo iyawé. Neste ponto, encontro- me na dtivida se dou ou no 0 preparo destes ingredicntes, isso porque sei que 6 que venho falando neste livre, embora nao ache nada demais, muitos que se dizem detentores do age € das 7 teadligdes achario que estou “escancarando” como bem me dis- seram algumas pessoas da publicagio do meu primeiro livro Niborin s'awon Orisa ~ Cantando para 0s Orixds, criticando-me pois achavam que en deveria dar aquelas cantigas somente para um efreulo fechado de pessoas "mais velhas" © nao “abrir geral” como fizers. Ora, que me desculpem aqueles que pensam assim, mas acho que os finicos age € tradigdes que eles detém so os de manter a maioria das pessoas do culto aos Origa na ignorncia € alienagio para poderem manter o "status quo" daqueles pone nam a maioria com um psendo "grande conheciment la massa ignorante & 0 parece até discurso de sta, mas Sou reacion dio, criticas de pessoas, algumas até bem {ricanizar’ ritual, pois acham que nés, lciros, devemos falar, cantar © rezar em portugues, bem, a esses ett respondo que ao as- como bem jé dizem os nomes dos ie cles sequer mudaram como Exu, Ogum, etc., isto € Yortibé "abrusileirado” mas € as pessoas querem, tanto que se fale o portugués e no 0 Yo uma solugio para clas: € a Umbanda, religiio pela qual tenho respeito, mas que é sob medida para os “nacionalistas" que querem falar € ou- vir procurem e ai fiearemos "cada um nasi no Gan- domblée st mo" que fice na Umbanda, "e todos nds viveremos felizes para sempre’ “Também ndo pesso fazer a maldade de deixar as pessoas em suspense, roendo-e de curiosidade para saber uma parte tao im- Portante como esta dos atin € 6 Oyu, apés té-lay instigado. Vou dizer alguns dos ingredientes nécessarios, tanto para os atin quanto para a Osim; entretanto, a compasi¢ao cada um deve fiarex de aconslo com 0 seu aye: Ori vegetal (verdadeiroy fun 78. Wwaji Dandé-la-costa lek Bejercky Obi Orégb6 Aridgn (fava) Folhas secas da Orig Ori gti (a cabega da galinha d’angola) Noz moseada Komarit berg (fava) Garvao (vegeral) Igbin (caracol) Dip tia sscriticios) Epo (dendé) 1yQ (sal) Oyin (mel) Esses ingredientes nao sio todos misturados. Para c ia fins dade certa quantidade de alguns deles devert ser utiliza novamente. casa) para obter detalhes mais profundos de co quais serio os ingredientes. Mesmo porque existem variagoes de elementos que serio utilizados para um determinado Origa para outro no, até mesmo com substituigdes por alguns ele~ mentos que nao constam da lista dada. Huma série de impli ara cada Origa, porque Jade, cada Ori (cabega) cages na preparagio do atin © Osim ter a sua particulai mesmo deve ser observado nos cby pelo mesmo motive de que no existe um padrio, po terminaré os ingredientes assarmos as rith (quelé), en gostari do preceito (resguardo) do lyawi Uma das coisas mais « (ao certo € Kijila-Kimbundu). Em algu- jf existem relagdes de proibicao aplicadas nadamente para todos. Mas, como disse anterior- da safda de tyaw6, preceito & de falar um pouco a 18 proibigdes. Nos somos mesmo Origa, mas os nossos orf sto diferentes; Ew) (proibigdes) sero conhecidos a os, quando eada um descobriré as suas, que serio aquilo que thes faré mal com- Provadamente, Outra coisa é com respeito a0 tempo de Heke (quelé) que € costumeito nos nossos Candomblés, pois tenho uma visio muito particular sobre este assunto. Nio ercio que scja necessirio fi- car-se por tanto tempo de "preceito” (resguardo), como o periodo de recolhido, mais trés meses de il&ke Acho que men ponto de vista € bastante p 0 quanto a esse assunto, por- que, vejam vocés, é um suplicio para uma pessoa adulta e sadia manter-se casta, isto € scm manter rclagdes sexuais, por um perfodo de quatro meses ou mais, principalmente em se tratando de uma mulher ou homem casacos, acostumados a terem sua vida sexual normal. De repente cessa por um longo periodo. O marido, por mais dedicado © fiel & sua esposa, com cla estando proibida do sexo por tio longo tempo, terd de ser, ele sim, um a cerca’. O mesmo privado do sexo por ‘quatro meses, a menos que ela nao goste mais dele, duvido de que ela nao fique nervosa ou cheia de caraminholas na cabeca por causa disso. E esse prol casamentos, incl portamentos sexuais, apés um dos dois ter "feito o santo" (se ini- ciado). Mesmo que sejam adolescentes, af € que 1 maldade, pois todas as pessoas um pouco escla que um adolescente passa em relagio A recente descoberta do sexo ¢ mesmo por ainda estar tentando ajustar-se as grandes car- gas hormonais as quais ele nfo esté acostumado € que esto acontecendo em seu corpo ainda cm descnvolvimento. Acho que, em virtude do longo perfode de abstinéncia ¢ do grande lo sexual a que a pessoa € submetida, € que, volta © meia, tomamos conhecimento de casos dos mais escabrosos em algu mas casas, até mesmo de casas famosas, em relacio as praticas sexuais. Nio vou tecer detalhes de comentérios, mas a maioria sabe do que eston falando. Acho que este costume de to longa abstinéncia sexual deve ser revisto © até mesmo modificado, pois 0 sexo para uma pessoa normal € uma nevessidade fisio- Légica tanto quanto urinar ou defecar, isto é, guardadas as devi- das proporcées. Apés esse paréntese, voltamas entio para a festa da safda do Tyawo. No dia da safda (nome do Origa do vamente raspado 0 firi eketa (a terceira raspagem da eabec: preparadas as roupas das safdas, as comidas que serio servidas aos convidados ¢, como disse anteriormente, uma porgio dessa comida devera também ser oferecida para Esit, Chegado o momento de ini festa, comega-se 0 siré (08 canticos ¢ danas) padé de si € despachado ainda vedo; acho grande las sabem 0. 81 i, com cAnticos cspecificos para cada um © para cada cle- mento das oferendas. Mas isso nao impede que no momento do inicio do siré haja mais canticos para Esi. -se a ordem do siré como de costume. Na época em que judo, em 1966, © ainda até o final daquela década, costumaya-se "tirar’ 0 lyaw6 antes da meia-noite em to- das as casas que nds famos. Quando cra saida de iyiw6 havia a preocupagio das pessoas que queriam assistir de chegar cedo, por volta das vinte © duas horas, para poderem assistir a safda do iyaw6. Se, por aca chegissemos apés a zero hora, jé nfo viamos o iyhw6, que jé tinha safdo pelas ués vezes e dado 0 onikg, 6 tf njé (cle jé tinha dangado); portanto, s6 participavamos do restante do Candom- blé. Bu ainda costumo fuzer assim desse modo, gosto de fazer a safda do iyaw6 antes da meia-noite como antigamente, babé on iyéldariga decide em quais momentos se dard cada safda, em intervalos mais ou menos regulares. Entdo, j¢ estando 0 iyaw6 asseado, de orf raspado 6 sf j6k6 ni aga kékeré (ele € sentado numa cadeirinha on banquinho), fazem-se as rezas ou ofp para chamar 0 Orisi no orf do iyawé, Uma vez estando 0 iyaw6 incorporado, comega-se a vesti-lo para a primeira saida, que deve ser totalmente de funfun (branco). Depois de vestide 0 iyawé, 0 babi ou iyéléariga coloca-lhe Osim no alto do orf sobre os ghéré-ori. Se o Osim tiver sido confeccionado com arf vegetal ver- dadciro, podem ter certeza de que este no eairi e nao precisara serremovido até o final da ceriménia da terceira saida, Colocado 0 Ostu, prende-se ao redor do orf 0 iksduide (a pena vermelha do papagaio odfde). Segundo um itn (hist6ria) Yoruba sobre Odsaila, o tkéddfde € 0 Gnico ormamento vermelho que Opsaala accita. Isso cm reveréncia A maternidade, repre- sentada pelo ikéddide, pois significa a representacio da menstruagto da mulher, que possibilita 0 ato da gest. da procriacio, tum poder que € incrente somente as mulheres: 82 Uc criar um ser humano, isto € gerar, nutrir © manter a vida do ser humane dentro de si ¢ dé-lo pronto como préprio criador Iced). Entio, no ikéddide, estd o simbolismo do respeit joder de qualquer pena no iyaw6 para Amarrado 0 ik6bdide, comega-se a pintar o Orisa incorporado 0 ¢fun (a pintura branea), isso porque a primeira safda & homenagem a Odsaala, o Orisa simbolo da teiae pai de todos. H4 varias m sua volta as pintas » © membros que fi- intas bem pequeninas. Por sua presentagio de simbolizar as ¢ cram feitos no rosto, marcas ibais j4 no sio tio usmais, fazem parte da tradigio que esta sendo deixada de lado ou simplesmente exquecida pelos no- vyos costumes dos tempos modernos. ‘Terminada a pintura, est4 pronto o Ofisa para a saida de Odgal imei safda: Ala re ke'gmo ajo ki wa awo, ki wa 0. A bo gnyin ki wa awo, ki wi awo, ki wil a, Ki wa awo, ki wa aj0, ki wd awo ki wi aj0 Aghé le (Seu ald savida os filhos na viagem que vem ao culto que chegum de viagem, ‘ds cultuamos a v andes ao culto, ¢ chegais de viagem, que vindes ao re chogais de viagem para morur (viver) em nossa casa.) 83 Nessa cantiga, a rysimgri (mae dos filhos na trad também chamada de mae-criadeira, porque é ela quem enida do iyiw6 durante todo 0 tempo de rei omo se fosse mesmo a sua mie, tendo para com ele © mesmo cuidado que se tem para com um bebé recém-nascido, ou ainda, nesse caso, em gestacio) sai na frente com a ¢ jue deve ser forrada de brance, cenquanto é seguida p igo pelay roupas (al ha-ca-costa, conhecidas por mokan) € todos cantam enquanto rararem no centro do mesmo. Af, © egunda cantiga, que € aquela que raves de Odyaal: in Olan, in Odofin. aala) prosta-se ao cho ‘a lade), Outi Od6fim prosta-se ao chao saudando a mulher {amaternidade), Ouk Durante essa cantiga, a ayémord estende a eni (esteira) na porta, o Origa dulpbale (prostra-se ao chao ¢ bate pal- mas), Essa reveréncia na porta é para os Ofiga Onon Este Ogin (orixs dos cami 0s primeiros a serem reveren- ciados no culto apés Onilg, que cem implicita a reveréncia tam- bém a sino priprio ato do dybéle. Segundo os costumes em que o ddbale € 0 cumpri- imprimento masculine. Mas, de costumes Yoruba, é justamente 0 cont mprimento para os filhos homens (masculino) ¢ 8 (de joethos) © ikAforf sflz (com a cabeca absixada on no senda ipatéw9 (prostra-se a0 cho € bate palmas, se homem, ou melhor, se Origa masculino) ou St Aféri slg 36 ipatéw9 (de jaethas com a cabeea baixa © batendo palmas, se feminind, saudando 0 ase da casa que ele cscolheu € do qual doravante fard parte). Saindo dali, 0 cortejo vai para os iftt (atabaques) ¢ repete-se o mesmo ato. Ali eles reverenciam os instrumentos sagrados do culto, que tém o poder de chamar os Orig com seus toques ¢ também acy Oni Ogans que nos percutem ¢ fazem a com Ao sairem dali, do mais uma volta no salfio © param no centro. Entao, cantam-se em homenagem a Odsaala algumas cantigas para que o novigo dance para 0 Onigaila (0 Grande Orixa); anual mente esse € um ritual em desuso, mas cu continuo a fazé-lo . canta-se para recolher 0 \do calmamente rwando nos caminhos, ado hoje, nando nos caminhos.) ‘Ao voltar ao runkg, joko 6 Origa ni aga kékeré (senta-se 0 orixdé num banquinho) enquanto Ihes sao tiradas as roupas © somente a pintura orf (cabega), quando Ihe sao vestidas outras so elle cat eat indn otis Ureeeeririn aeicen Oneianeetce inuam as roupas € pintura brancas e, diga-se de passagem, que as roupas para Oosaala, da primeira a Gltima safda inclusive, sio de algodio, Nada de brilhos ¢ Jantejoulas, como estamos acostu- mados a ver por af Ji vestido 0 iyaw6, faz-se a pintura do w4ji no orf, dentro daquele espago delimitado pelo Ik6ddidg (essa pintusa repre~ senta a escuridao do interior do Gtero materno, de onde esta prestes a sairo filho que € representado por Eyts Qxétura (no ven tre de Ostin, 0 Onigi que representa a maternidade), © no restante 85 do corpo © membros junto com a pintura branca, colocam-se as pinturas de waji ¢ ostin (como ja disse, em algumas casas pinta- se ainda de outras cores, por motives particulares da casa). Isso feito, esté pronto para a segunda safda. a0 runkg ap6s a primeira as roupas € as pinturas do iyiw6. Particularmente, no concordo com essa pritica de fazer 0 Orisa ficar no "sabe ¢ desce, sobe ¢ ddesce", como um ioi6. Para mim "viron’ da primeira vez, vai ficar até o término de todo o rity E para a segunda candiga, eanta-se: B ikoddide a dpe 1yaw6, a f& re 18 Ikoodide a dGpé iyaw6, a f€ re re (Gom as’ penas de Odidé nds agradecemos ao filho do Orixa, nds quieremos 0 seu bem. Com as penas de Odidé, nés agradecemos ao filh és queremos o seu bem.) 3, durante essa cantigi, roda-se 0 salfo € plrase no centro, eantando-se pelo menos trés cantigas para 0 Orisa Onilé (0 Orixd Dono da Casa), outro costume também em desuso atualmente; depois disso, canta-se para recolher 0 tyawé: Ant wa jeeiee Tyawo aby 1ggngn, Iyawé sibg lodni Tyawe de keane: estamos conduzindo calmamente uando nos caminhos, tuando hoje, itwando nos caminhos.) Durante os intervalos entre uma safa € outra, os eanticos de sit€ continuam (prosseguem) normalmente. Desta feita, prepara-se 0 iyawé para a terceira safda, que sera a do ortikg (nome). Tiram-se-the as roupas da segunda saida ou nio, limpa-se toda a pintura, Embora em muitay casas rem Orixa, 86 também 0 Osim, na minha permanece; @ Ostiu € removide somente apés 0 ontikg (non Além das explicagdes acima a respeito dus pinturas, clas tém também o simbolismo de além de recordar as marcas tibais an- tigas, que cram uma distine3o ente os diferentes grupos Yoriibs, pois através das marcas trazidas por tima pessoa podia- Yoriibé ela pertencia, até mesmo seu ‘status’ dentro da sua comunidade. E, como jé dito, € um cos- tume hoje cm dia quase que totalmente abolido entre cles, © nbs fazen na saida do Veste-se 0 iyawé com as rouipas da terceira safda, se for 0 caso, ¢ estando pronto, o babi ou iyalddrigi "tira” a cantiga da terceira said: A bg gnyin, a by A bg ényin 91g9 A bg ényin, a bg gnyin, Nés vos cultuamos, que o Senhor do Céu vos traga até n6s.) Durante essa cantiga, 0 cortejo da algumas voltas pelo salto parando no centro, entan dentre as pessoas presentes 0 bibs on seja antiga (@bggn ~ irmao mais nik do Origa entregando-lhe o agg da casa no centro do saldo também tocando o solo com a mao direita depois tocando a propria cabega; ¢ satida os atabaques um a um fazendo os mesmos gestos, isto €, tocando cada um com a mio dircita logo apés tocando a prépria eabeca; pede a béngao aos Ogans, aos mais-velhos (gba) € aos mais novos (gmondé) 87 Entio, ela segura 0 iyaw6 pelo brago € comeea a passear pelo (0 faz, pedidos ao Orisa que diga alto ¢ claro o seu para que todos possam conhecé-lo pelo nome a partir desse momento. Das duas primeiras vezes 0 Ong mura baixinho aos ‘padrinho ou madrinha jome. Mas, na tereeira vez, ela apela para que 0 vidos do seu enti Origi grite alto para todos o seu ontiko, pois estes também dese~ jam m (3 ipargw atabaques s ns iniciados incorporam ss Origa, que vém dar as boas-vindas ao recém-chegado © isso termina ¢ tudo se acal sio feitos alguns segundos de silencio, comega-se a cantar: Aimdn imdn kind 59 16oni, Ki ibigg Qlggrun 6. Senhor do Géu oabengoe. Nés entendemos, entendemos 0 que ele disse hoje, ‘Que © Senhor do Céu 0 abengoe.) Enquanto 0 "padrinho ou madrinha’, 0 babs ou iyiléorisa dancam com o iyaw6 a0 som dessa cantiga. Ao pari-la, canta-se a segunda Alimdn iman ¢ kui abi (Nos entendemos, entendemos, sede bem-vindo acima de tudo, Sede bem-vindo.) E novamente todes dangam. ‘Termin terceira: st} onikg awa ilé Enyin sord, Jo esta, cantase a 88. A mon 1g le, aw ye le ley A mon vive ilé Amin yfye ile Nés entendemos, sobrevive a casa na terra, alegre. Nés entendemos, sobrevive a casa alegre, Gs entendemos, gO apis, cantiese a quarta cele possa ser ale~ Jicenga © proteglo ele venha If, tenbua 4 beleza do possa ser feliz (alegre).) E todos dancam novamente, Apds essa wolé iyaws! (para levar 0 iyiw6 para dentro), jntiga, cunta-se ja mesma can- ws tiby Ipndn. (Nos estamos conduzindo calmamente «lo nos eaminhos, jos do eulto.) entio termina a parte mais critica em termos de ner- vosismo € expectativas que causa uma feitura de Orisa, pois se as coisas niio correrem today bem, pode haver pert poderio provocar a mudez, do Origa que nao dard o seu ortiky (nome), provocando em todos da easa sentimentos de tristeza, constrangimento ¢ vergonha para 0 babi o bagoes ql 89. _ Daf parte-se para 0 segmento mais alegre do ritual, que € 0 siré do Origa, € quando cle retorma todo paramentado para dangar, desta feita sim, para si mesmo, as suas cantigas. Depois de vestide pronto para sair, o babé on iyaldarig Baribg ki wa ap, 0 diré dé wag Ea fibo ki wa Xp. (Nés estamos eultuando quem veio (chegou} de viagem, Ble Acslao cheeatenleea oe es Nés estamos cultuando quem veio (chegou) de vi Essa cantiga significa 0 jtibilo por aquele Oris, represcntado pelo orf do iyawé, ter completado a sua viagem do drum para o ayé (do céu pars 4 Terra) c ter chegado incdlume ans percalgos encontrados durante essa viagem, segundo a Ienda sobre a escolhia do Ori ¢ » destino do homem no grun € sua viagem pos terior para o ayé. Entio, nessa cantiga ddo-sc as boas vindas a0 recém-chegado do run. Pode ainda, se quiser, © babé ou tydldbriga "tirar" mais algu- lo, que So cantadas em ocasises especiais mas isso fica a seu que ele é recolhide definitivamente ao run rado o ritual da safda do lyiw6. Ea cantiga para re mesma das vezes anteriores: A nfwa igé-iee i ido calmamente ’inhos, Safda de Ogan ou Ekéji Orisa Oye é uma posigéo, um cargo importante dentro de uma comunidade ¢ da casa de culto aos Origa. Eos Oldoy® sio as pessoas que ocupam esses cargos. Os nomes utilizados por nds aqui no Brasil para distinguir essas pessoas sio de Ogin, para os homens, ¢ de Ekéji, para as mulheres. No undo, ambos 0 Ogin © a Ekéji sio na realidade Ekéji Origa (segunda pessoa para 0 O11:2). No caso, a primeira pessoa do Origh & o baba ou iyaldoriya que € 0 babi on iyalage da casa. B quando é "confirmado" (int- ciado, no caso do Ogin ou Ekéjl) 0 Oldoye, cle passa a sera segunda pessoa do babi ou lyase. Dentre os Oyé (cargos), temos 0s mais conhecidos que so os Onfild (os tocadores de atabaques) também chamados de Alaagbé (ala — Senhor, ibugbé ~ casa, moradia ~Senhor da casa ou da moradia) ou Alfagbé (ald ~Senhor, gzb¢ ~ comunidade — O Senhor da comunidade); Aydgiin, muito conhecide entre nés © que € aquele que sacrifica para os Of; 0 Apsjé, pouco comum entre nés ¢ que é aquele que sacrifica cachorro para ‘Ogiin; temos ainda o Peji que € 0 encarregado de zelar ¢ ser 1 guardiio do Peji; o Asogbé ou Asogbinilé, que € aquele que conserta (cose ou costura) cabagas (0 consertador de cabagas da casa) ¢ que é tido como 0 guardiao do santudrio de Qbaluwhiyé, 91 Para as Ekéji temos a lyimord (a mac dos filhos do culto tradicional),a mae-criadeira; a Aldasé ou lyaldasé (a Senhora ou Mic que cozinha para as Oniga on na cult) que é encanegada de cozinhar para a casa de culto; a lyatebeyé, que € aquela en- carregada de puxar os cAnticos sagrados da casa; a lydalé, aquela que a assistente direta Soriga mando em qualquer assunto; a ly4léago, aquela que é encarre~ gada de costurar € vestir os Orig; a lyégfun que € aquela cnearregada de preparar € cuidar das pinturas dos iyaw6. sim por diante, podendo-se ter Olooyé para intimeros cargos na Durante a confirmagio do Ogin ou: Ekéfi, eles podem ou nao ser raspados, Mas, um Ogin ou Ekgji que serd a segunda pessoa do Aliage deverd, além de ser raspado, passar por todos 08 pre- ceitos de feitura inerentes a um Adéyiu, inclusive em alguns ser Adéyiu, por exemplo, quando sao confirmades para Ayogdn do Origa do babi ou iyélddrigh (bibé ou iysliage) ov quando sio confirmadas as Ekéji Isso porque cles re cebem esse Oyé (cargo) ¢ « responsabilidade de zelar pelo Orisa © Ori do babs (que sio os babs ou lyaléariga da casa). E para ter-se a permissio de colocar mao num Orf ad bega que levou Og adéyiu, Porque ninguém pode transmitir aquilo que nao m niio € adGyinu ndo pode fazer obrigagdes de tao, esses Ogan ou Ekéji especiais so escolhidos pela confianca do baba ou iyalooriga c assim confirmados para a finalidade de serem os guardiaes de seus Ori e de, na auséncia da casa em caso de ele neces tar de um gbgri (ofcrenda 3 cabeca), esse Ogin ou Ekéji Adésiu my fara esse ebgrf com toral autonomia dentro do culto, Mesmo tendo autonomia total, cles mio podem desvirtuar essa finalidade para a qual foram preparados ¢ saftem raspando novos adésin por af indiscriminadamente. E 0 que é pior ¢ esta ocorrendo em grande quantidade € o que € mais grave ainda, 92 sendo pritica aceita como normal e com grande naturalidade, € a de nos dias amais muitos Ogin ou Ekéji (grande parte dos quais foram somente suspensos, isto é, apenas escolhides € pingados para serem futuramente confirmados, mas que ainda nao o so) raspam, iniciando iyaw6 e, pasmem, outros Ogin ¢ Ekejl. ‘A iniciagdo de um adégi & amibuigio exclusiva 4 outro adds © no caso de iniciagio de um Ogan ou Ekéf, além de: 1, cle tem de ter 0 dom de incorporar Origa, nesse caso especitico, 0 Orsi Onilé (Orixd dono da casa) para quem esti sendo entronizadlo 0 Olooye. E tém ocorrido casos que do ponto de vista tradicional do culto sio bizarros, de Ogén ou Ekéji confirmando outros Ogin ou Ekéji e pondo outra pessoa para incorporar com 0 Origa para dar o ordke (nome) do Onigh dai Ogin ou Ekéj, até mesmo pondo iyaw6 para desincumbirem-se desta tarefa impor- ante. ndo pelo menos eles forem confirmados por um Ogén ou déginu, hd ao menos o console de o terem sido por um . Mas, em grande parcela desses casos, eles silo confir- alguém que nio € adé; ne foram somente ‘ou ainda, que confirmados, jamais deram as suas obrigagdes de ano como as que os addsiiu tém de cumprir. Sem falar ainda na fiungdo que eles desempenham como Oltiwo (Senhor que olha através de algum instrumento adivinhatério no eulto). Eles podem desempenhar esa fungio desde que, pars cla, tc- nham sido especificamente preparados. Ai, cles podem exercer a angio de Oltiw®, que é de jogar para saber e transmitir ans de- mais adeptos do culto os desejos dos Orisa ¢ dos ancestrais. Muito embora seja diffcil, em termoy de Brasil, a consagracio de um Babiliwo (Sacerdote altamente graduado no culto de Ifa) la auséncia de um Sacerdote de Ifi legitimo, o que € dificil de se conseguir por aqui e, tal e qual no caso dos adésiu, somente tum Sacerddote de Ifi pode iniiar outros sacerdotes de Tf, 0 que ‘0 demorado, 0 que levaria no minimo doze anos é,além de mt 93 de aprendizado (seguns réprios sacerdotes de Ifa Yoruba, vente € tiver boa meméria), © com apesar disso, estamos vendo surgir por ‘sacerdotes de Ifa" confirmadios como "ome [ia inclusive mulheres, a quem € veda rac € saida dos Ogan e Eke. passagem antenormente, um Ogin ou uma ambos devem, ndidade no ne forem ocupar. rmados, embora recebendo pados. Outros, como Uependendo dos cargos Ma VER aceitoy © entr uadrarse na casa n filho do Orixa), depois & do Oyé (cargo c ay presrogativas caso patra outra histér 4 Nio vou repetir aqui os rituals de iniciacdo do iyaw6, posto que sfo os mesmos para a iniciagio dos Oldoyé, embora a maionia ache que nao; que por serem Oldoyé ja tem prerrogati- jordomias durante a iniciagio, o que nao € verdade, por- como outro qualquer © devem ter as vas que eles, sao omo-Or mesmas obrigagies e obediéncias aos Orig como os demais fills. © que muda € 0 ritual da saida do Oldoyé que é um pouco diferente do dos iyawe. Apés real jadas todas as obrigagdes € rituais internos, cheza- se a saida do Olvoye, Os toques comegam dit mena forma de sempre, cancando-se para Beh G seguindo-se o gn nocmal- mente. Num grande ntimero de casas, segue-se com 0 siré até chegar © momento cm que se canta para o Origa Onilé (0 Orixa dono da casa) quando este incorpora € € levado para dentro, onde seri devidamente paramentado com sas roupas de festa € insignias. Entio, canta-se para o Origa sair no "barracao" (saldo) & ele vem jf de bragos daulos com 0 seu Oléoy’, € af se desenrola 0 ritual do oniky Orisa Oldayé (nome do Orixd do oloié). Como eu tenho a visio € maneira de pensar que cm sendo ‘© qualquer, em minha casa fago a primeira saida dos Olboyé, que € a saida de Odyaila e, apés essa saida, que seri aguardada a incorporagio do Origh Onilé para dizer o oniky Origa Oléoyé em ptiblico. Assim sendo, primeira cantiga é: E Orisa Voye Ifa Ogbéni E Orisa Poy’ [fa Ogbéni, Ogin baba kéji aldige Origa oye, ‘Ogan baba kéji aldéage Ori y (Ble tem cargo do Orixa Senhor If Ele tem cargo do Orixa Senhor If, Ogi é 0 segundo pai, Senhor do axé e recebeu o cargo do Orixi. Ogan é 0 segundo pai, Senhor do axé e recebeu o cargo do Orixi.) 95, Para Oldoye binrin (Ekeji) substitui-se 0 neme Ogin por 'y@ Ha Ogbéné Eke) yd efi alge Orisa Poye, Ela tem cargo do Orixa Senhor If, E asegunda Onixa,) Repete-se 0 ritual do cortejo pelo salio como na safda dos iylw6, dando algumas voleas © parando no centro, quando se canta a segunda cantiga que é a reveréncia de Oasaala & ma- eee R Odofin 6 Dabalg ki obiarin Quin, Odofin 6 Dabilé kit obinrin Qudtin. (Gdéfim prostra-se ac chio saudando a mulher, Odéfim (@ lade). Gudétim prostra-se ao chao saudando a mulher, Oadfim @ matemidade,) E quando 0 oldoyé também cumpre o ritual de saudar a rua (os caminhos), 0 Aye central da casa e os iit (atabaques). Tendo feito isso, param no centro do saldo c cato se canta em homenagem a OdgAAL€ todas dangam, ‘erminada a série de cantigas para Odsaala, o oldayé & recolhido para trocar de roupas € colocar suas roupas de gala 39 gdiin (roupas de festa). As roupas da primeira saida podem ser roupas brancas comuns ou um Qjé funfun (faixa branca) bem amarrado no orf, uma calga branca, outro 9jé funfun (faixa branca) amarrado no t6rax, com 0 oldoyé usando ikéddidg e sa- woro. No caso de ser adésiny,o osu fica sob 0 jé. Para binrin as roupas devem ser compativeis com 0 sexo feminina. 96 que € a saida de gala, em muitas casas, ravata, sapatos, boné vas brancas, além da A Bkéji sai de id amarrado a segunda sat sendo na maioria, os Ogan sacm de tern ou chapéu branco © alguns ainda com faixa com os dizeres "Ogan de..." (Orixé tal (mitas de longo), sapatos com as pontas para cima (algumas até de adé,etc. Jeu gosto de Ogin vestido de agbda branco, calgas brancas, chinelos brancos, boné branco, seus Heké (contas) ¢ ainda a faixa com referéncias a0 seu cargo. A Feit eu gosto de bara branca, baiana branca ndo muito comprida nem excesso de rods, chinelos ou sanddlias altas brancas, um pano-da-costa também ‘ranco joga sobre bros © 0 }jd no orf de pontas para cima ¢ outro na cintura © claro, os UEKE (Contas) € a faixa com referencia ao seu cargo. Son sincera em dizer que minha preferida € "xoxada? por muitos. Mas eu a prefito porque acho mais com- pativel com o culto aos Orisa, bem mais do que a outra que por minha parte acho mais compativel para um executive que tra- balhe em ambiente refrigerado ou uma "show-woman’, pois até Ekeji de vestido transparente ji se viu..! Estando o Orisa ¢ 0 Ol6oyé prontos para a segunda s canta-se: Awa fibo Ogin Awa ribo Ogan ilé, awa tiby Ogin ile. Awa lé wa Payg ix Ni Ona fun Ff Poye, Awa lé 6 Voyé, ord, od, Ogan ile. Awa lé 6 loyé, ord, ord 6 Aldagbé (Agngiin e). (Estamos cultuande 6 Ogin da casa, estamos cultuando o Opggin da casa Estamos cultuando 0 Ogiin da casa, estamos cultuando o Ogdn da ‘Nossa casa estd alegre ¢ feliz, Foi o Orixd quem Ihe dew o cargo. fda 7 Em nossa casi ele tem cargo sagrado, sagrado, € 0 Ogin da casa, Em nossa casa ele tem cargo sagrado, sagrado, é 0 Ogin da em sendo Oldoye bin trocando as palavras Ogin por apenas Nf Origa fiin E Moye. Awa lé 6 l'oyé. ord, ord, Eke) ilé, Awa lé 6 oye, ord, ord, Eke} ilé. (Bstamos cultuando a segunda mae da casa, estamos cultuando a segunda mae da casa. Estamos cultuando a segunda mae da casa, estamos cultuando a segunda mie da casa Nossa casa esté alegre e feliz, Foi o Orixd quem the deu 0 cargo. Em nossa casa cla tem cargo sagrado, sagrado, E a segunda mic da casa. ‘Em nossa casa ela tem cargo sagrado, sagrado, E a segunda mie da casa.) E quando o Origa sai de brangos dados com o Oléoyé © dangam rodeando o salo parando no centro do mesmo. Todos o Ofiga segura 0 Oléoyé pelo culo, quando, de re- pente, ele rodopia ripido © num salto grita uma tinica vez 0 ortikg Origa Oldoyé (0 nome do Orixa do Oldie). lobram’ os couros € os demais s. Ads alguns segundos, jé com tudo calmo canta Aimgn imgn kini 6 Aimgn imgn kini 6.59 . (IN6s entendemos, entendemos o « disse hoje, 98 oy dissestes. casa esta feliz, Ogan é a beleza da nossa casa, ‘Ogan é a beleza do Senhor da comunidade (casa) Ogan é a beleza da casa.) Para o Oldoyé binrin trocam-se algumas palavras: Ekeji ewa 6 j¢ enign Ekeji ewalé. Bkeji Lyd ilé Ekefigwa E pessoa bonita, beleza da nosa casa a segunda Mite da casa, A segunda Mae € « beleza da casa.) . podem ser cantadas mais algumas de fes~ in). Depois disso, Oldoyé tem de cantar és canti- gas pelo menos, para 0 Oris Onilé (Dono da Casa) para 0 que firmado © depois a mesma quantidade para o seu dangando para ambos junto com o Origa. ‘endo terminado, 0 Ol6oye € levado pelo Origa titi aga (até a sua cadeira), onde 0 Oldoyé € sentado e vai receber cumprimentos de todos os presentes © 0 primeiro a cumpri- menté-lo € 0 proprio Orisa Onilé para quem ele seguindo-se a ele os demais Orisa incorporados, Bee Babiléariga, lyaldarisa, Lyaw6, ¢ visitantes presentes. E uma festa, ulém de bonita, de muita importineia dentro da dade da religiio dos Origa, por isso todes se confraterni- m 0 recém-entronizado. (A fata ionrios coe riun ai conn) danigacdol pare) Origa do O1 + qualquer outro que ele queira © no tem hora para terminar. Nas casas de Angola-Congo costuma-s¢ fazer no dia seguinte a0 do ontko a "Quitanda do iyaw6", onde o Bre doi (a pregos absurdos) quitutes, doces e frutas diversas, terminando com a venda simbética do proprio iyaw6, que sera leiloada e quem 0 arrematar ser considerado seit padrinho e protetor, uma 100 expécie de "tutor", a quem cle pnderi numa eventualidade re- correr em auxilio. Jé as casas de Kétn nao fazem a "quitanda’, ‘Apés isso tudo, de preferéneia no dia seguinte, faz-se 0 ritual do P’)ngn (Pe Qngn ~pand —Chamar o caminbo -retornar) para 0s iyiw6. Esse ritual simbolicamente reensinaré ao iytw6 as tarefas do cotidiano ¢ a utilizagao dos utensflios em geral, © que € feito de mancira descontrafda ¢ jocosa. Isso porque simbol camente 0 iyaw6 € uum recém-nascido € terd de aprender tudo, mesmo porque esqueceu tudo 0 que sabia, quando cle "era ‘ums outra pessoa antes do seu renascimento para 0 Awo (culto). A partir desse ponto, o iyaw6 iri cumprir im determinado tempo de iléke (quelé), que varia de casa para casa, sendo pritica comnm ‘ser este perfoilo de trés meses. Para os OlGoye esse témpo é reduzido para vinte € um dias. Eu acho que esse periouo € 0 ideal para todos, iyaw6 € Oldoye, pelo que ja disse anteriormente. Apés cumprido o tempo do ileké, tem o ri quelé", sendo necessirio para isso 0 banho de agbo, para Odsaala c um eyelé que deverd ser sacrificado sobre ap6s retirado, numa tigela branca ou (se tiver) sobre 0 igh. Pode-se fazer, se assim desejar, uma festa com siré, onde 0 Origa do iyawé sera novamente vestido para o "Hu Finda af 0 ritual da iniciacto © 0 iniciado yaw6 ou Oldoyd) volta a sua vida normal sem maiores restric6es, a nao ser alguns ew) (proibigdes) a que estardo sujeitos, o que embora se déem padrdes nao creio que seja possivel padronizar pelo que disse de cada orf ter suas particularidades e isso s6 seri averigtiado caso a Eysa € 4 maneira como aprendi ¢, a0 passé-la aqui, no estou dizendo que € @ Gnica © verdadcira, pois hé muitas variantes dentro dos rituais. Mas de uma coisa tenho certeza: que € bem cuidada ¢ elaborada, muito mais do que a gr: ria do que’ vemos por af, 0 que eu considero uma brinca levando-se ‘em conta o verdadeiro culto. 101 Expero que tenha passado bons esclarecimentos que, na ver- dade, sio direcionados aquelas pessoas que j4 tendo recebido "Deka" ¢ aberto casas necessitam complementar seus conhecimen- Contrar evasivas ou recusas diretas com desdém, e acho que de~ ‘vemos mudar essas € outras coisas que nos pZcm na contramao do culto e dos rituais e que vém hé décadas os exterminando aos poucos. Kt Oldorun git wa, ays 102 Bibliografia Consultada ABRAHAN, R.C. Dictionary of Modern Yoruba J. Omoyade. Yoryih belief: and Sacrifical Rites, jam Asa ant Origa ie 103 / rr Ke re aan UI af Mais uma vez T’Ogtin nos pre- senteia com sua sabedoria e expe- riéncia em um livro que, segundo SICH oat) MOEN ANA eM eMOLxUN Cer (40 ra todas as pessoas desejosas de aprender e entender os rituais da religiao dos drisd. QR PAILAS SAN 85-34 7-0137-7 9788534" 701372

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