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A NAMORADEIRA

Ancorada
vida inteira
na madeira
da janela,
de tanto
esperar
pelo amor
de donzela,
acabou se
enamorando
pela prpria
espera.
E agora
emprincesada
vive aos suspiros
na sacada,
olhando pro tempo
como quem esmola
chuva do cu.
Como um quase
delrio de Lira
ou quase Rapunzel
de Izabel.
Sem longas tranas,
mas compridas
esperanas
de mel.

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