You are on page 1of 12
Prof.Dr. Jurandyr Ross FLG 0251 ~Geomorfologia | Texto 3, f 1.2 Cépias O REGISTRO CARTOGRAFICO DOS FATOS GEOMORFICOS EA QUESTAO DA TAXONOMIA DO RELEVO 4-INTRODUGAO Este trabalho visa passar sos interessados em geomorfologia © em anilise ambiental espacializada, informagées e orientagies experimental ¢ amadurecidas a0 longo de varios anos no Laboratsrio de Geomorfologia {do Depariamento de Geografia da Faculdade de Filosoba, Leires © Ciencias Humanas da Universidade de Sto Paulo. ‘Tem objetive direto de fornecer ace futures estudiosos da Gsciplina um dos visios caminbos que podem ser trilhados nas pesquisas das ciéncins da terra, onde & geomorfologia se inclue. Neste caso especificamente a Dreocupacao 6 dar direcio @ uma geomorfologia que tera suas bases conceituais nas citacles da terra, mas fortes vinculos com as cifacias humanas, 2 medida que pode servir como suporte para entendimento dos ambientes naturais, onde as sociedades humanas se esiruturam, ‘exirsem os recursos para a sobreviveacia ¢ organizam 0 ‘espagofisieo-territorial. Assim sendo, 0 entendimento do relevo ¢ sua sa 19108, sub-sol, elma © cobain Vegpal)€ Gb € de signficaivo ites ao Dlinejamemo tico-ertona Pinejamenio- que deve levar em conta & Potencialitades os recusos © as fragildades dos ambienies natusis, bem com) cxpacidate tecnolégea, 0 nel s6co-caltual © 0s recurosecontmicos a popuigio ainda, este modo, os estudos geomorfoldgicos ¢ ‘ambientis, quer sejam eles detalhades ou de ambito erebay chee cepastamtaho— an Gee ‘Jurandyr Luciano Sanches Ross(*) regional, alendem as necessidades politico-administrativas € funcionam como insirumento de apoio téenico aos mais diversosinteresses politicos e soci. ‘Assim sendo, 9 primelto falo que deve estar ermaneaiemente em alera nes extuiosos da seomocologia€ que ab formas do relevo de diferentes tamantos lem expicagSogeetica eH intericionadas ¢ tlerdependentes Bs demas Omponentes da mae, A ‘Soperticeieresiee, que RE SompOs por Tomas de eleva de diferentes tamaor ou tons, de diferentes idades © processos genético dststos,é poranto antic, ainda ue 05 olhos manos no. consigam caper sso. A dinamicidade das formas do relevo apesenavelocidades difererciaiss, mostando-se om mais estérel ora mais instdvel. Tal comportmentodspende a vezes, de fares natura © outras de ineriertncias dos homens. AS radengss miss expontineas ou induzdss polo homer alieram a intesidae ca dintica geombrfica. Os rmovimenos da costa terete como os abalssismics, fathamentos¢ erupgSes vlednicas também interftem ma dintinice do releve. £ entetano 0 bomem, o maior prededor da natureza, e consequememente, o ser animal «ue mass julga cape de aerarecontolar os ambietes natuais, A hstria da humanidsde demonstra claamente ue esse dominio do sur peto homers, tm se revelado 1 verdade em uma intensa, inescrpulsa e éesordenads (©) Profesor Dowtor do Departamento de Geogalia de Feld de Pcs, Lease Clecas Haman a HG ~ FELCH SP. dag, 8 apropriagio dos recursos mauris. & evidente ‘contradigho entre a nature ¢ a sociedaes humans, no te podeado negsr que 0 czescimento demogrfico © 0 tvango tenoligio tem contibuido cada vez mais para acentuar essa contraigio. Efato umbém notéro que 0s homens exigem cada ver mas recursos natrais para suprir as ecessidadcs bésias © as necesidades criadas ‘@ilg,dneeatve 20 consume, Conamente € possivel © desejivel que tal voracidade seja administada © ccontrolada através de medidas legais, edueacionss até smésmo penalizagdes aos trnsgressores, Cabe ao homem, ‘ser social,consciente€ dotado de maior capacidade “Gc raciocinio, saber planejar 0 uso dos recursos da nefureza sem transformar 2 tera em um planeta onde 08 setes humanos no possam subsistir com boa qualidade de sie [Neste trabalho, a preoeupagio bisica € nortear @ ‘exteugio de estudes (éenicos de carsler geomorfolégico ‘engajado 20 planejamento s6cio-econdmico © ambiental com @ utlizagdo de imagens de radar © satlites © 0 ‘controle sistematico de campo. Tem como fim a geragéo de uma cartografia goomorfoldgica integrada de leitura direia ¢ que subsidie © planejamento ambiental em cespagos fsico-lerslorais de diferentes dimenstes. Por isto setdo discutidos sinteicamente alguns fundamentos ‘eérico-metodol6gicos que embasam os estudos © 08 procedimentos técnico-operacionais de gabinete © de ‘campo. A preocupacio portanto € orentar a produgio de uma carta geomorfol6gica integrada ¢ eujas informagses fenham sido controladss pelas observagbes © medidas sistemdticas de campo e gabinete, 2-08 FUNDAMENTOS TEORICO- METODOLOGICOS: UMA PROPOSTA "TAKONOMICA preciso desde 0 inicio esclarecer que hi uma diferenga nilida entre metodologia © as téenicas para exeeuglo do trabalho. A metodologia esté diretamente atrlada & Eundamentagéo tedrica ese define por noctear @ pesquisa, enquanto as (éenicas sio os meios para gerar 08 trabalhos ¢ ailagir com isso os objetivos. Assim sendo, 2 ‘metodologia determina a lina a seguir, € acspinha dors, ‘enquanto as técnias slo as ferramentas para execugo das tarefas da pesquisa. ‘A. fusdamentaclo tebricametogaigica, que se ‘rope para irabalar a pesquisa geomorfologica tm suas fatzes na concepgto de Waller PeucK (1953) que éefiniu com clareza geradoras das formas do Televo Teirestre. Penck perceneu que o enfendimenio das atuais ‘formas de relevo da. perficie da tera sSo produics do Siar ds ss ‘motors dos process end geno s + IE Rbjs, dn_aylo das forgas emanagas-do— da rosin fers smede_um_lado_e dus_forqs Timpulsionadas através da simosfera pela ao climstica, afual edo pastado, de outro. AS forges enddgenss, ejuindo of prinepics de W. Penck, se revelam de dois rmodos distiios através da esiruura da crosa trreste. Uma das revelagiss € aavés do procesvo atvo, comandado pela dinamica da erosta teste — 08 abalos siamicos,o vleanism, os abramentos os aundamentos fe soergumentos das pltaformas, fathaments e faturas aque tém explicagio foje na coria da tecnica de places. A segunda revelao se procesa de modo imperceptivel através da resisfncis 20 dexpaste que @ ltologia e seu atanjo estrturaloferoce a agfo dos process ex6gonos fu de eroséo, Neste caso € uma ago passva constant, ‘porém desigual, £2ce 20 mtioe ou menor grau de resitencia da ltoiogi. A agio exdgema & também de atuagio constamte & também diferencial, tanto n0 esparo quanto no tempo, face 2s caraceristcas climéticas locals, regions ¢ zonais As mudangas climéticas. O processo de metcorizacio, cerosio © transporte da vase rochoss, se exerce tanto pela aio mecinica da dgua, é0 vento, da variagSo tSrmica coma pela agéo quimics da dgus, que transforma minerais primdrios em secundirios ¢ simultiaeamente esculpe a8, formas do relevo. ‘Tendo como principio teérico 0s processos endégenos © exégenos como geradores das formas grandes, médias ¢ pequenas 46 relevo tereste, Gueresimoy (1946) ¢ Mecerjakov (1968) desenvotveram ‘0s conceites de morfoestrutura e morfocscultura. Assim odo 0 relevo teresue pertenc: a uma determinada estrutura que © sustenta € mostra um aspecto escultural aque € decorrente da ago do tipo climétic atual epretéito ‘que stuou © atua nessa estrutura, Deste modo a morfoestrutura e a morfoescultura deCinem situagbes estiticas, produlos da agio dintmica dos processos ‘endégenos © exdgenos. A nogio de morfoescultura no deve ser confundida com a de morfoctimética, pois cenquanto 2 primeira ¢ um produto da agfo climética sobre uma determinada estruturs, a segunda se define por processos morfogenéticns comandados por um determinado tipo climatico. Assim sendo pode-se definir que & morfoescultura & fruto de agies climéticas subsequentes e 2 morfoctimética £0 tipo de agente climico atuanto em uma determinada época. Dentro desta concepgio, es _domitias ov zonas morfocliméticas atuais nfo so _obrigstoriamente. colncentes com as _uadades morfoesclturais ‘deniificdvels ner supertfcie terest. TSio se deve a dois motives: primsito porgur as unidades mortoescalturis rio sto produos somente da acéo climitica awal, mas também dos cimas do pasado; segundo porgue as “undades morfoeséulaisWeleiear “a indubncin_da “diversidade de resistencia Ga WTologia, © seu respective ‘arranjo extRUtTal, sobre a qual fol esculpida. Desi modo, em uma” @eterminadt ural morfoestrtural pode-se ter uma ou mis tnidades morfesculuras que reetem as diversidadesIitol6gieas da eatrtur, 08 tpos climsticas que atuaram 0 pasado © 08 que atuam no present TTomando como exemplo conerto a morioesrutura da becia sedimeniar do Parand pode-se encontar nela ‘visas unidades morfeesclturas. De imedalo jé se tem, bascando-se na interprelagio genica, dois niveis de cfendimento, © primeite, que se caracteriza por um taxon maior ou seja, a morfoestratue da bacia sedimentar que pelas suas carecterstieas estrutuais define um determinado padrio do formas grandes. é0 19 relevo. © segundo, definido por um taxon menor sq 28 unidades morfoesculturas, geradas pela agio climstica 20 Tongo do tempo geoldgico, no seio da morfoesirutura. ‘Assim em uma wnidade morfoestratural como a da bacia 0 Perané pode-se ter virias unidades morfoesculturais, ‘como por exemplo depressBes periféricas, depresses monoclinais, planalios em patamares_infermesiftios, planaltos e chapadas de superticies de cimeira, planalto residuals entre outros. Todas esas_unidades rmorfoescullurais podem perlencer a uma mesma zona ou dorafaio morfoclimético tual. Daf fica claro que as ‘unidades —morfoesculturaisienifcadss nesta morfoestrutura (Bacia do Parand), nfo tem relagio genética em sua tofalidade com as carecteristcas climéticas atuais. Entrelanto, 20 passarse para a ‘dentficagio ¢ andise de um terceiro taxon (de dimensto inferior), chega-se as Unidades dos Pacrées de Formas Semelhantes do Relevo ou 0s Padres de Tipos do Relevo que é onde os processos morfocliméticos atuais comecam f ser mais facilmente notados. Estes Padrées de Formas ‘Semethantes, sie conjuntos de formas menores do revo, “ue apresentam distingées de apartacta ene si em fungi ‘da rugosidade topogrifica ou indice de dissecagio de relevo, bem como do formato dos topos, verentese vales de cada padrio existent, Pode-se ter vrias Unidades de Padibes de Formas Semeltantes em cads Unidade Morfoesculturl, Avangande no raciocinio das nivels ou axons do relevo terreste chega-se a pelo menos outros tuts taxons de dimensdes espaciais menores~as Formas de relevo, a vertenes, as formas atusis (ravines, vogoocas © lcatizes de deslizamentas, terracctes de pisoteio, entre ‘outros. ‘As formas de relevo individualizadas dento de cada Unidade de Padrio de Formas Semethantes, comesponde ‘a0 4? Taxon na oréem decrescente. As formas de relevo desta categoria tanto podem ser as de agradacio tas como 1s planicies fluviais, termagos Quviais ou marinbos, planfeies marinhas, planicies Incustres ene outros ou as de denudagio resultanies do desgaste erosive, como colinas, morros, ristas, enfim, formas com topos planos, ‘agucados ou convexos. Assim uma unidade de Padrio de ‘Formas Semelhantes constituese por grande mimero 6 formas de relevo do 4* taxon, todas semethantes entre si ‘tanto na morfologia quanto na morfomeria, ou seja, 20 formato, no tamanho, bem como na idade. (© S# Taxon na ordem decrescente slo as vertenles ‘ou setores das vertentes pertencentes a cada uma das formas individualizadas do relevo. As vertentes de cada tipologia de forma so genelicamente distintas, e cada um. dos selores desias verleles também mostram-se diferentes. Como exemplo, tomando-se a forma de uma colina ou de um morro, os diversos sctores apreseniam, caracterfstieas geométricas, genéticas © dindmicas bem Aistinias. O topo ea parte superior da vertente podem, por exemplo, ter formato retilineo ¢ a base cbneava. Ao ‘mesmo tempo esses selores podem apresentarinclinagbes, diversas que também ajudam a definir as suas caractersticas. © sexio taxon, comesponde Bs formas menores roduridas pelos processos erosives atusis ou por epésitos atuais. Assim, so exemplos 28 vogoroces, ravinas, cicatrzes de deslizamentos, ances de sedimentagio atual, assoreamentos,terraetes de pisoteio, ‘ros dos processos morfogensticos atuas © quase sempre Induzides pelo homem. Pode-se citar ainda as formas antrépicas como corte, aterros, desmontes de morras entre outros, (Com os vérios taxons oa calegorias de formas de Televo definides, pode-se com maior faclidade ‘operacionalizar uma pesquisa geomorfolégica tendo como apoio a cartografia das formas do relevo de diferentes ‘amanos. A. questio da texonomia © a representagio cartogréfica do relevo tem sempre revelada grande dificuldade de solugto face a natureza do fentmeno a ser represeniado, As formas séo trdimensionsis, bem como e diferentes formatos, tamanhos, géneses ¢ idades. Diante dso, emse mutes proposts de repesetagéo do relevo, mas todes demonstra grande difcldade para fender a8 detorminagBes da Uniso Geogrética Internacional, qusis acim es do que as Cartas CGeomorfolgicas dover representa as formas de eevo os aspecios moroldicos(morfogrética, morfométices, rorfocronoldgcat ¢ morfogenticos. Quase sempre as representagGesvalrizam alguns aspectos em éerimento e outros © no raro a caras geomurtlbyicas se transforma em verdadeies documentos de ulidade Inia, fae a difcldaées de eta e de decociicagio as infomagies nels comidas. Outro fio de grande complexiade € discerir os aves de representaio dos falos geoméricos em fungio da dimensio dees © <2 scala de repreteniaglo escolhida. & incompativel por fexemplo, a mpreseniagéo eapacilizada dos sores de ‘eens para ecalas médias e pequens emo 1:50.000, 100.000, 1:250.00,1:$00.000. Os stores de verentes 6 se tomam pasiveis de carografacio em escalas grandes tipo 125.000, 1:10.000, 15.000. Demek ($967) preoexpado com este quesiio popls tts nies de Tepreseniagéo catoréfica para ealas grandes ou de deal, que se coniguram nos wes taxon por ele asim Aefinidos, em orem crescent: 1 taxon ~ de menor dimenséo espacial chamou de *Supertices Geneticamente Homogtneas; 28 taxon ~ de dimensio intermediéria chamou de ‘Formas do Relevo"; ~ 3# taxon — de dimenséo maior denominou de "Tipos e Relevo". ‘Tal proposia é de significative valor para a cartogratia geomorfoldgica de escalas de detabe tipo 1:5.000, 1:10,000, mas mostrase deficiente quando

You might also like