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CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE PSICOLOGIA
GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
SÃO JERÔNIMO
2009
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SUMÁRIO
Sumário..............................................................................................pg 02
Introdução..........................................................................................pg 03
A Gravidez na Adolescência.............................................................pg 04
A Adolescência...................................................................................pg 04
Por que isso acontece?.........................................................................pg 05
Os Vários Riscos.................................................................................pg 06
Orientação Sexual...............................................................................pg 07
Gravidez Indesejada?..........................................................................Pg 09
Dados epidemiológicos.......................................................................pg 09
Conclusão...........................................................................................pg 11
Bibliografia........................................................................................pg 12
Anexo I...............................................................................................pg 13
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INTRODUÇÃO
A GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
Cabe destacar que a gravidez precoce não é um problema exclusivo das meninas. Não se
pode esquecer que embora os rapazes não possuam as condições biológicas necessárias para
engravidar, um filho não é concebido por uma única pessoa. E se é à menina, que cabe a difícil missão
de carregar no ventre, o filho, durante toda a gestação, de enfrentar as dificuldades e dores do parto e
de amamentar o rebento após o nascimento, o rapaz não pode se eximir de sua parcela de
responsabilidade. Por isso, quando uma adolescente engravida, não é apenas a sua vida que sofre
mudanças. O pai, assim como as famílias de ambos também passam pelo difícil processo de adaptação
a uma situação imprevista e inesperada.
A ADOLESCÊNCIA
A adolescência implica num período de mudanças físicas e emocionais considerado, por
alguns, um momento de conflitivo ou de crise. Não podemos descrever a adolescência como simples
adaptação às transformações corporais, mas como um importante período no ciclo existencial da
pessoa, uma tomada de posição social, familiar, sexual e entre o grupo.
Numerosas teorias vêm sendo desenvolvidas com a finalidade de explicar o fenômeno da
adolescência. Estas teorias resultaram em pontos de vista diferentes. A palavra adolescência é
derivada do verbo latino "adolescere" que significa crescer até a maturidade.
Existem alguns critérios quando se pensa na definição da adolescência:
Critério sociológico: adolescência é o período de transição da dependência infantil para a
auto-suficiência adulta.
Critério cronológico: adolescência é o período que se estende de aproximadamente doze anos
até vinte e um anos, com grande variações individuais e culturais.
Critério do desenvolvimento físico: adolescência é a etapa da vida compreendida entre a
puberdade e a vida viril, quando o desenvolvimento físico está quase concluído, aproximadamente aos
20 anos.
Critério psicológico: período de extensa reorganização da personalidade, onde novos
ajustamentos que distinguem o comportamento infantil do comportamento adulto têm que ser feitos.
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Pubescência é o período de desenvolvimento fisiológico durante o qual as funções
reprodutivas amadurecem e inclui o aparecimento das características sexuais secundárias e a
maturidade fisiológica dos órgãos sexuais primários.
Embora possam ocorrer mudanças fisiológicas em diversas fases da vida, a rapidez das
transformações neste período é muito maior que nos anos anteriores e posteriores.
O período prolongado da adolescência em algumas sociedades não é de caráter fisiológico e
sim uma invenção social. Atualmente já se fala na geração canguru, filhos que apesar de terem
condições de viverem sozinhos, permanecem nas casas dos pais.
Ser adolescente é viver um período de transição entre criança e adulto, é vivenciar novas
experiências, reformular a idéia que tem a respeito de si mesmo e transformar sua auto-imagem
infantil. Ser adolescente é viver entre o "ser e não ser". É um período confuso, de contradições,
doloroso, caracterizado muitas vezes por atritos de família, na escola, no ambiente em que vive. É
quando o adolescente deve deixar de ser criança para entrar no mundo adulto, mundo este tão
desejado, mas tão temido.
As transformações físicas não são as únicas que enfrentam. Suas mentes também passam por
grandes alterações. Nem sempre nos damos conta do quanto sua inteligência evolui. Entretanto, essa é
uma fase de dubiedades: num momento, o jovem pode tornar-se mais sonhador ou independente e
arrojado, passando a querer experimentar novas possibilidades e vivências; noutro, fica encabulado e
retraído, sensível ou agressivo Ao mesmo tempo em que se sente frágil e inseguro, pode achar que não
precisa de ninguém; ao mesmo tempo em que se vê retraído, acha-se capaz de tudo; apesar de temer o
mundo, acredita que nada pode lhe acontecer.. Muitos começam a trabalhar e a experimentar, cedo, um
início de independência material. Outros, trabalhando ou não, procuram, através dos estudos, um
encaminhamento para a vida profissional.
Ao adquirir personalidade própria, o jovem geralmente se distancia da família, procurando
maior autonomia. Com isso, sua vida social se modifica: passa a preferir a companhia de outros
adolescentes, recusando a dos pais e irmãos. Os amigos de mesma idade passam a ser as pessoas mais
importantes. Começa a vestir-se de acordo com o figurino do grupo, a falar a sua linguagem, a
freqüentar lugares diferentes, a chegar mais tarde em casa.
O problema é que quanto mais baixa é a auto-estima, maior é o risco de uma gravidez
precoce. Para se afirmarem, os garotos precisam transar com quem pintar pela frente. E as meninas
carentes acabam concordando, com medo de perder um afeto tão difícil de conseguir. Contudo, além
da gravidez, ainda há o risco da transmissão da AIDS.
O mundo moderno, sobretudo no decorrer do século vinte e início do século vinte e um vem
passando por inúmeras transformações nos mais diversos campos: econômico, político, social.
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Essa situação favoreceu o surgimento de uma geração cujos valores éticos e morais
encontram-se desgastados. O excesso de informações e liberdade recebida por esses jovens os levam à
banalização de assuntos como o sexo, por exemplo. Essa liberação sexual, acompanhada de certa falta
de limite e responsabilidade é um dos motivos que favorecem a incidência de gravidez na
adolescência.
Outro fator que deve ser ressaltado é o afastamento dos membros da família e a
desestruturação familiar. Seja por separação, seja pelo corre-corre do dia-a-dia, os pais estão cada vez
mais afastados de seus filhos. Isso além de dificultar o diálogo de pais e filhos, dá ao adolescente uma
liberdade sem responsabilidade. Ele passa, muitas vezes, a não ter a quem dar satisfações de sua rotina
diária, vindo a procurar os pais ou responsáveis apenas quando o problema já se instalou.
A adolescência já é uma fase complexa da vida. Além dos hormônios, que nessa etapa
afloram causando as mais diversas mudanças no adolescente, outros assuntos preocupam e permeiam
as mentes dos jovens: escola, vestibular, profissão, etc.
A gravidez, por sua vez, também é uma etapa complexa na vida. Ter um filho requer desejo
tanto do pai quanto da mãe, mas não só isso. Atualmente, com problemas como a instabilidade
econômica e a crescente violência, são necessários, além de muita consciência e responsabilidade, um
amplo planejamento. Quando isso não acontece, a iminência de acontecerem problemas é muito
grande.
OS VÁRIOS RISCOS
A adolescência é o momento de formação escolar e de preparação para o mundo do trabalho.
A ocorrência de uma gravidez nessa fase, portanto, significa o atraso ou até mesmo a interrupção
desses processos. O que pode comprometer o início da carreira ou o desenvolvimento profissional.. As
raízes destas posturas, estão vinculadas com os prejuízos que acarreta na qualidade de vida e nas
oportunidades futuras das adolescentes, nas implicações físicas, emocionais, familiares e econômicas,
que atingem as jovens isoladamente e a sociedade como um todo.
Nega a gravidez, espera a menstruação, vai ao banheiro toda hora achando que menstruou,
acorda e pensa: hoje vai descer...e os dias passam. Passada a fase da negação, finalmente ela se dá
conta de que um bebê está a caminho e normalmente está sozinha , já que o companheiro foge
assustado, e a família a recrimina. Seu emocional é fortemente abalado, a gravidez é vivida como um
momento de muitas perdas.
Os primeiros problemas podem aparecer ainda no início da gravidez e vão desde o risco de
aborto espontâneo – ocasionado por desinformação e ausência de acompanhamento médico – até o
risco de vida – resultado de atitudes desesperadas e irresponsáveis, como a ingestão de medicamentos
abortivos.
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O aborto além de ser um crime, em nosso país, é uma das principais causas de morte de
gestantes. Por ser uma prática criminosa não há serviços especializados o que obriga as mulheres que
optam por essa estratégia, a se submeterem a serviços precários, verdadeiros matadouros de seres
humanos, colocando em risco a própria vida. Em geral, condições inadequadas de acompanhamento
em torno dos processos de gravidez, parto e puerpério podem gerar dificuldades generalizadas e
obstáculos à saúde da mãe e do bebê.
Um outro problema é a rejeição das famílias. Ainda são muito comuns pais que abandonam seus filhos
nesse momento tão difícil, quando deveriam propiciar toda atenção e assistência. Há que se pensar que
esse não é o momento de castigar, pelo menos não dessa forma, o filho ou filha.
Em outras situações a solução elaborada pelos pais é o casamento. Embora hoje haja poucos e
apenas nas regiões interioranas os casos de casamentos forçados com o objetivo de reparar o mal
cometido, os casamentos de improviso, acertados entre as famílias ainda é bastante recorrente. Os
adolescentes, nessa situação, são, normalmente, meros observadores e em geral não se opõem a
decisão tomada pelos pais. Isso acontece tanto pela inexperiência quanto pela culpa que carregam ou
ainda por pura falta de condições de apontar melhor solução.
Várias formas foram criadas para que o adolescente se conscientize sobre o perigo que pode
estar correndo. Não apenas pelas DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis), mais também pela
gravidez. Fazer amor, transar ou fazer sexo chame como quiser, é algo que deve ser feito com cuidado
e estando ciente das conseqüências. De fato, os adolescentes têm o acesso facilitado às pílulas
anticoncepcionais, ao diafragma, à camisinha.. Os meios de comunicação e as escolas fazem
freqüentes campanhas de esclarecimento. Os serviços de saúde estão à disposição para prestar
informações.
GRAVIDEZ INDESEJADA?
Como entender a garota que tem bom conhecimento da sexualidade, conhece os métodos
anticoncepcionais, tem acesso a eles, não quer engravidar e, apesar disso tudo, engravida? Que força
“do mal” é esta que, contrária à todas possibilidades, fez vingar uma gravidez?Embora não seja a
regra, tem sido comum encontrar adolescentes felizes, depois do susto do resultado positivo do exame
de gravidez, dizendo que a criança é bem vinda e que, apesar de seu pai ter ficado muito bravo, todos
já estão festejando a vinda do mais novo membro à família.
Na opinião dessas jovens quase deslumbradas com a gravidez (muitas dissimulando, como se
estivesse muito tristes), a pílula falhou, a tabelinha falhou, a camisinha rasgou... ou coisas assim mas,
de qualquer forma foi alguma coisa “completamente” acidental, emancipada da vontade dela. Mas,
será mesmo que não havia nenhuma vontadezinha, ainda que inconsciente, de engravidar?Algumas
adolescentes grávidas, entretanto, continuam dizendo, depois do exame positivo, que não queriam e
não querem ter o filho, que não se vêem criando uma criança.
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS
Em 1999, do total de 2,6 milhões de partos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), 31
mil foram feitos em meninas com idade entre 10 e 14 anos e 673 mil entre 15 e 19 anos.
A proporção de nascimentos de filhos de mães menores de 20 anos no Brasil caiu de 20,8%,
em 2003, para 20,6%, em 2004, segundo a pesquisa Estatísticas do Registro Civil, divulgada pelo
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IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no ano passado. Este é o menor percentual desde
1997, quando a proporção havia sido de 20,4%.
Aumentando a escala da pesquisa para um prazo de 10 anos, porém, verifica-se uma elevação
no número de gravidez na adolescência. Entre 1994 e 2004, os percentuais cresceram mais nas regiões
Nordeste (18,4% para 23,9%), Norte (20,8% para 25,4%), Sul (17,8% para 19,1%) e Sudeste (17,0%
para 17,7%) e caiu apenas na região Centro-Oeste (22,7% para 22,1%).
No município de Butiá foi coletado dados estatísticos referentes ao ano de 2005 ao ano de
2009.
Ver tabela em Anexo I.
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CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
BEHLE, I. Reflexões sobre fatores de riscos na prevenção primária da gestação na adolescência. In:
Maakaroun, M. F.; Souza, R. P.; Cruz, A. R. Tratado de adolescência: um estudo multidisciplinar. Rio
de Janeiro, Cultura Médica. 1991.
GUIMARÃES, E. B. Gravidez na adolescência: fatores de risco. In: Saito, M.I. & Silva, E.V.
Adolescência - Prevenção e Risco. São Paulo, Atheneu, 2001.
LIMA, C. P.; Luz, N. P.; Luz, S. H.; Bemfica, M. B.; Araujo, M. R. P.; Kripka, R. - Gestação na
adolescência. Acta med. (Porto Alegre). 1985; 10: 477-90.
Anexo I