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PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

COGEAE

ESCRITORES DA LIBERDADE

COMPONENTE REFLEXIVO

ADRIANA PAVÃO WADA


ALICE SAYURI ONOHARA
JAQUELINE FLORES
MÁRCIA CRISTINA DE OLIVEIRA LIMA

PROFª. MS. ELIZABETH POW

SÃO PAULO
2010
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SUMÁRIO

CARL ROGERS ............................................. 3


ATITUDES FACILITADORAS ..........................5
TEORIA E FILME ........................................... 7
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................... 8
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............... 9

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Carl Ransom Rogers

Nasceu em 1902, Oak Park, Illinois, nos Estados Unidos. Formado em


História e Psicologia, aplicou à Educação, princípios da Psicologia Clínica, foi
psicoterapeuta por mais de 30 anos.
Rogers é considerado um representante da corrente humanista, que
concebe o ser humano fundamentalmente como bom e curioso e que precisa de
ajuda para evoluir.

Aprendizagem Significativa, por Carl Rogers

Por aprendizagem significativa, o autor entende que é mais do que


uma acumulação de fatos. É uma aprendizagem que provoca uma modificação,
quer seja no comportamento do indivíduo, na orientação futura que escolhe ou nas
suas atitudes e personalidade.
É uma aprendizagem penetrante que não se limita a um aumento de
conhecimentos, mas que penetra profundamente todas as parcelas de sua
existência.

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Atitudes facilitadoras apresentadas no Filme
“Escritores da Liberdade”

Segundo a entrevista da educadora Ana Gracinda Queluz Garcia (2001), Carl


Rogers, psicólogo e defensor da corrente humanista, baseia-se em uma visão
otimista do homem. Para Carl Rogers, a sanidade mental e o desenvolvimento
pleno das potencialidades pessoais são tendências naturais da evolução humana.
No campo da educação, sua atenção recaiu sobre a relação aluno-professor, que
deve ser impregnada de confiança e destituída de noções de hierarquia.
Uma crítica que se costuma fazer à influência de Rogers na educação é que
suas idéias incentivam uma liberdade sem limites, permitindo que os alunos façam o
que querem, levando à indisciplina e ao individualismo. Outra objeção comum, desta
vez no campo teórico, é que Rogers via os seres humanos com excessiva
benevolência, sem levar em consideração possíveis impulsos inatos para a
agressividade, a competição ou a autodestruição. É possível fundamentar a prática
pedagógica na ideia de que todo aluno tem tendência natural ao aprendizado e a
relações interpessoais construtivas? Na sequência trataremos de encontrar uma
resposta.
Segundo Rogers, do conflito entre o indivíduo (“sou”) e o que se exige dele
(“devo ser”) nasce o que o psicólogo chama de incongruência, que gera sofrimento.
Esse é o processo que, para ele, define neurose. Ao se ver pressionada a
corresponder às expectativas sociais, a pessoa se vê numa situação de ameaça, o
que a leva a desenvolver defesas psicológicas.
Diante disso, o objetivo do professor é permitir que seus alunos se tornem
“pessoas plenamente funcionais”, ou seja, saudáveis. As principais marcas desse
estado de funcionalidade são: a abertura a novas experiências, capacidade de viver
o aqui e o agora, confiança em si próprio, desejos e intuições, liberdade e
responsabilidade de agir e disponibilidade para criar. Já que se tornar uma pessoa
saudável é basicamente, uma questão de ouvir a si mesma e satisfazer os próprios
desejos (ou interesses), as melhores qualidades de um professor são: saber facilitar
esses processos e interferir o menos possível. Para que o professor seja capaz de
exercer tal papel, Três qualidades são requisitadas: congruência – autenticidade –
empatia.
Após assistirmos o filme “Escritores da Liberdade”, pudemos observar que a

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protagonista da trama, uma jovem professora com uma sala intitulada de sala com
alunos “problemáticos”, obteve êxito, exercitando as três qualidades acima citadas
que são necessárias na linha humanista, como sendo, facilitadoras de aprendizado.
A professora foi sincera com os alunos, não fechando os olhos para as
dificuldades da turma. Não os julgou, e nem os temeu. No ato de pedir que os
alunos escrevessem sobre suas vidas, se aproximou do mundo deles, conhecendo-
os melhor. Vivenciou dificuldades e o preconceito, que ela tanto lutava para não ver
na sala com os alunos, com colegas de trabalho, que por muitas vezes, não a
ajudaram por estarem imersos a uma falsa idéia da palavra “educador”. Fez parte
da vida dos alunos e eles da dela.
A resposta da pergunta que nos fizemos no início desse texto, foi respondida
por meio das ações dessa professora. Todos têm algo a contribuir no universo da
aprendizagem.

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RELAÇÃO TEORIA E FILME

No filme “Escritores da Liberdade”, temos uma professora, Erin Gruwell, que


irá iniciar sua carreira docente com uma turma de adolescentes problemáticos.
Problemáticos por já terem passagem pela polícia e só estarem na escola, pelo fato
de não quererem retornar para o reformatório. O grupo, formado por jovens de
diferentes origens étnicas (orientais, latinos e negros), demonstra intolerância e
resistência à interação, preferindo isolar-se em guetos dentro da própria sala de
aula.
A nova professora é vista por todos como representante do domínio dos
brancos nos Estados Unidos. Os estudantes a entendem como responsável por
fazer com que eles se sujeitem a dominação dos valores dos brancos perpetrados
nas escolas. Suas iniciativas para conseguir quebrar essas barreiras aos
relacionamentos dentro da sala de aula vão, uma a uma, resultando em frustrações.
Mesmo não contando com o apoio da direção da escola e dos demais professores,
ela acredita que há possibilidades reais de superar as mazelas sociais e étnicas ali
existentes. Para isso, cria um projeto de leitura e escrita, iniciado com o livro “O
Diário de Anne Frank”, em que os alunos poderão registrar em cadernos
personalizados o que quiserem sobre suas vidas, relações, interações, idéias de
mundo, leituras. Ao criar um elo de contato com o mundo, Gruwell fornece aos
alunos um elemento real de comunicação que permite aos mesmos se libertar de
seus medos, anseios, aflições e inseguranças. A professora passa a ser
considerada uma facilitadora da aprendizagem, segundo a visão de Rogers, pois
não é mais aquela que transmite conhecimento, e sim aquela que auxilia os
educandos a aprender a viver como indivíduos em processo de transformação.
Partindo do exemplo de Anne Frank, menina judia alemã, branca como a
professora, que sofreu perseguições por parte dos nazistas até perder a vida
durante a 2ª Guerra Mundial, Gruwell consegue mostrar aos alunos que os
impedimentos e situações de exclusão e preconceito podem afetar a todos,
independentemente da cor da pele, da origem étnica, da religião, do saldo bancário.
A partir do momento que Gruwell cria uma empatia com seus alunos, ela é
autêntica, pois mostra a eles a que veio e que está interessada em ajudá-los. Na
cena em que um dos alunos, Jamal faz gracinhas durante as aulas, ela foi autêntica
ao exigir que todos os alunos mudassem de lugar na sala de aula, ela demonstrou
com isso que querer ajudá-los não era querer ser permissiva e que haveriam regras
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a serem seguidas durante as aulas.
A professora do filme demonstra a segunda qualificação definida por Rogers
para termos uma aprendizagem significativa, que é a aceitação, pois ela confia em
seus alunos, ao ponto de se engajar em dois novos empregos para poder comprar
livros para eles lerem, uma vez que, a escola não fornecia os livros, pois segundo a
assistente do diretor os alunos poderiam estragá-los. Gruwell acreditava nos seus
alunos como seres em transformação que possuíam qualidades e defeitos
buscando satisfazer suas ansiedades como qualquer ser humano.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Muitas são as possibilidades de leitura do filme relacionadas aos princípios
da aprendizagem significativa na visão de Carl Rogers. Essas foram algumas das
inesgotáveis relações que podem ser feitas com o contexto do filme e teoria.

A cada exibição, podemos perceber mais um detalhe, uma atitude facilitadora


da professora, um contexto de aprendizagem significativa, a resolução de um
conflito, momentos de reflexão, avaliação, reconstrução. O que mais intriga nesse
filme é a capacidade de mudança, a desenvoltura da turma ao usar as fichas
distribuídas pela professora e as poucas que já possuíam.

Muitas barreiras foram vencidas, para isso foi necessário que não houvesse
julgamento, exclusão, descaso. Pelo contrário, o aluno foi encorajado, podendo
mostrar seu potencial, exerceu sua independência, se autoavaliou, percebeu que a
aprendizagem naquele momento era relevante. Conhecer essa história é como
presenciar a metamorfose de uma borboleta.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ROGERS, C. Freedom to Learn. Columbus,Ohio: Charles E. Merril Publishing


Company, 1969.

ROGERS,C.Liberdade para aprender em nossa década. Porto Alegre: Arte


Médicas, 1985.

ROGERS,C.Tornar-se pessoa. Martins Fontes, 1988.

ROGERS,C.Um Psicólogo a serviço do aluno.Editora Abril.Revista Nova Escola,


Grandes Pensadores, Edição Especial,P.61- 63.

GARCIA, Ana Gracinda Queluz. Coleção Grandes Educadores - Carl Rogers.


[Documentário - DVD]... São Paulo, Paulus, 2007. Multizonal, 35 min. Áudio LPCM
(Português).

Filme: Freedom Writers (2007)

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