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Aula 3
Taxa Equivalente e Taxa Proporcional
Toda operação envolve dois prazos: (1) o prazo a que se refere a taxa de juros; e (2) o
prazo de capitalização (ocorrência) dos juros.
Admita, por exemplo, que um empréstimo foi realizado a uma taxa nominal de 24% ao
ano. O prazo a que se refere especificamente a taxa de juros é anual. A seguir deve-se
identificar a periodicidade de ocorrência dos juros. Ao se estabelecer que os encargos
incidirão sobre o principal somente ao final de cada ano, os dois prazos considerados são
coincidentes.
Em inúmeras operações estes prazos não são coincidentes. O juro pode ser
capitalizado em prazo inferior ao da taxa, devendo-se nesta situação ser definido como o
prazo da taxa será rateado ao período da capitalização. Faz-se necessário o uso de fórmulas
de matemática financeira para expressar estes prazos diferentes na mesma base de tempo.
Ou transforma-se o prazo específico da taxa para o de capitalização ou, de maneira inversa,
o período de capitalização passa a ser expresso na unidade de tempo da taxa de juros.
Por exemplo, para uma taxa de juros de 24% ao ano, se a capitalização for definida
mensalmente (ocorrerão 12 vezes juros no período de um ano), o percentual de juros que
incidirá sobre o capital a cada mês será:
24%
Taxa Proporcional = = 2% ao mês
12
Os juros produzidos pelas duas taxas lineares de juros são iguais, logo são definidas
como equivalentes.
Períodos Não-Inteiros
Já vimos que o juro e o principal se supõem devidos apenas no final do prazo da
aplicação. Entretanto, podem ocorrer situações em que o prazo de aplicação (n) não é um
número inteiro de períodos a que se refere a taxa dada, sendo necessário considerarem-se
frações de períodos para que não se cometa erro no valor final.
O juro total será igual à soma do juro referente à parte inteira de períodos com o juro da
parte fracionária. O montante será a soma do principal com o juro total.
Juro Exato e Juro Comercial
É comum nas operações de curto prazo, onde predominam as aplicações com taxas
referenciadas em juros simples, ter-se o prazo definido em número de dias. Nestes casos, o
número de dias pode ser calculado de duas maneiras diferentes:
• Pelo tempo exato, utilizando-se efetivamente o calendário do ano civil (365
dias). O juro apurado desta maneira denomina-se juro exato;
• Pelo ano comercial, o qual admite o mês com 30 dias e o ano com 360 dias.
Tem-se, por este critério, a apuração do denominado juro comercial ou juro
ordinário.
Nas aplicações práticas, onde é adotada a convenção de ano comercial, o mês
comercial tem 30 dias. Por outro lado, como a contagem de dias deve ser exata, é
necessário levar em conta também a existência de anos bissextos.
Juro Exato
Chama-se juro exato aquele que é obtido quando o período (n) está expresso em dias e
quando é adotada a convenção de ano civil.
P .i . n
Je =
365
Juro Comercial
Denomina-se juro comercial (ou ordinário) o juro que é calculado quando se adota como
base o ano comercial:
P .i . n
Jc =
360
Valor Atual
É o valor que um compromisso tem em uma data que antecede ao seu vencimento.
Para calcular o valor atual é necessário especificar o valor nominal, a data de cálculo e a
taxa de juros a ser utilizada na operação. Para calcularmos o valor atual pressupõem-se que
já tenhamos um compromisso que vence numa data futura.
Valor Futuro
Equivalência Financeira
Descontos Simples
1) Conceito
O desconto deve ser entendido como a diferença entre o valor de resgate de um título
(valor nominal N) e o seu valor presente na data de operação (valor líquido V). Assim como
no caso dos juros, o valor do desconto também está associado a uma taxa e a determinado
período de tempo.
Pela sistemática de capitalização simples, os valores do desconto são obtidos por meio
de cálculos lineares. O desconto é estudado sob duas modalidades: desconto racional
simples e desconto comercial simples. É utilizado no Brasil de maneira ampla e generalizada,
principalmente nas chamadas operações de “descontos de duplicatas” realizadas pelos
bancos.
N
Temos: V =
1 + in
Tem-se: d r = N − V
N N (1 + in ) − N
dr = N − ou dr =
1 + in 1 + in
N .i.n
dr =
1 + i.n
‘i’ representa a taxa de juros simples, ‘n’ é o prazo a decorrer até o vencimento do título
e ' V r ' é o valor líquido liberado na data do desconto. No desconto racional simples o valor
do desconto pode ser interpretado como o juro aplicado a um valor futuro (N . i. n), trazido
para valor presente ao dividi-lo por (1 + i . n).
Nesta modalidade, também chamada desconto por fora, o valor do desconto é obtido
multiplicando-se o valor nominal do título pala taxa de desconto fornecida pelo banco e pelo
prazo a decorrer até o vencimento do título:
d c = N . i. n
Para se obter o valor presente (valor atual, valor descontado), basta subtrair o valor do
desconto do valor nominal do título.
Vc = N − d c ou Vc = N − N .i.n
Vc = N (1 − in )
Desconto Bancário
Então: d b = d c + N .h ou d b = N .i.n + N .h
d b = N (i.n + h)
Vb = N − d b ou Vb = N − N (i.n + h)
Vb = N [1 − (i.n + h)]
É a taxa de juros que aplicada sobre o valor descontado, comercial ou bancário gera
no período considerado um montante igual ao valor nominal.
Sendo: i f : taxa de juros efetiva
Vc : valor atual comercial (ou valor descontado comercial)
Vb : valor atual bancário
n: número de períodos antes do vencimento
Usando a definição, temos:
a) Taxa efetiva para o desconto comercial
N
N =Vc (1 +i f .n ) ⇒ = 1 + i f .n
Vc
N
N −1
− 1 = i f .n ⇒ Vc
Vc if =
n
N
N −1
− 1 = i f .n ⇒ Vb
Vb if =
n
ANÁLISE FUNDAMENTALISTA
Método para análise de uma empresa ou projeto. Como o próprio nome sugere, baseia-
se principalmente nos fundamentos que ela apresentada: recursos tecnológicos, financeiros,
estratégicos e setoriais são muito relevantes nesse processo. Eles podem ser encontramos
nos demonstrativos contábeis, nos relatórios da administração, pareceres dos auditores
independentes e em demais informações públicas e idôneas sobre suas atividades,
expectativas internas e setoriais sobre a demanda e o desempenho de suas atividades.
• Análise setorial
Uma vez constituídos os fluxos de caixa futuros da companhia pode-se avaliar seu valor
hoje, através da metodologia do Fluxo de Caixa Descontado, que consiste em trazer a
valor presente (VPL), os fluxos futuros (em geral 6 anos), a uma taxa de desconto (juro %)
tecnicamente definida, por modelos como CAPM e cálculo do Beta da empresa - .
Assim, o valor econômico da companhia será a somatória dos fluxos trazidos a valor
presente, mais a sua perpetuidade (no caso de uma empresa já operacional, subtrai-se
ainda o seu endividamento líquido).
Se o objetivo da análise for investimento em ações, para achar seu " Preço Justo da
ação ", basta dividir o valor econômico calculado pelo número total de ações da empresa,
determinando a recomendação de COMPRA ou VENDA dos papéis (expectativa de
valorização ou desvalorização frente ao seu valor de mercado). Em renda variável é
importante sempre lembrar dos riscos, da adequada parcela do capital e do horizonte
mínimo de 12 meses .
Outro objetivo dessas análises pode ser a determinação de valores-base para operações
de fusões e aquisições de instituições e empresas industriais, comerciais e de serviços.
O que é perpetuidade?
A perpetuidade é o valor dos fluxos de caixa futuros, do último período projetado até o
"infinito". Ou seja, o método propõe que o valor da companhia seja determinado pelos seus
fluxos de caixa projetados descontados, mais os fluxos do sexto ano até onde houver
expectativa de continuidade da empresa. Pois, dessa forma, será considerada a capacidade
da companhia obter sucesso em suas atividades por tempo indeterminado, ou seja, a
empresa não encerrará suas atividades após o 6º período projetado
(subjetividade/julgamento de valor). Em suma podemos dizer que, segundo esse método, o
valor econômico de uma companhia é a resultante da equação abaixo:
O que é ?
Consiste em calcular o valor presente dos fluxos de cada investimento, usando, como taxa
de juros, a TMA (Taxa Mínima de Atratividade) do investidor.
Duração diferente
Os investimentos com durações distintas devem ser estudados adequadamente, nas duas
situações:
1) PROCESSO REPETITIVO
Exemplos
Solução: A alternativa A continua com a mesma análise, enquanto que a B fica com duas
saídas no seu fluxo de caixa, uma inicial de R$ 160.000,00 e outra, no primeiro ano de R$
20.000,00(1,40) = R$ 28.000,00, que equivale a R$ 28.000/1,30 = R$ 21.538,46 também no
início.
Outros Métodos
INVESTIMENTOS
Investimento empresarial
- Determinar o volume mínimo de vendas que um projeto de investimento precisa gerar para
que possa ser rentável.
Métodos de análise
Para ilustrar a utilização dos vários métodos de análise de investimento usaremos o seguinte
projeto de investimento que designaremos por P:
Métodos práticos
Existem dois métodos práticos de análise de investimento: taxa de retorno contábil e tempo
de retorno.
A taxa de retorno contábil é a relação entre o fluxo de caixa anual esperado e o valor do
investimento. Tem dois pontos fracos: não considera o valor do dinheiro no tempo e
implicitamente admite que a vida útil dos ativos tem duração infinita. Esta última premissa
torna a taxa de retorno contábil superavaliada em comparação com a taxa interna de retorno
que é o parâmetro correto.
Métodos Analíticos
O valor do dinheiro no tempo para cada empresa é expresso por um parâmetro denominado
Taxa Mínima de Atratividade (TMA). Essa taxa é específica para cada empresa e representa
a taxa de retorno que ela está disposta a aceitar em um investimento de risco (projeto
empresarial) para abrir mão de um retorno certo num investimento sem risco no mercado
financeiro.
- Maior do que zero: significa que o investimento é economicamente atrativo, pois o valor
presente das entradas de caixa é maior do que o valor presente das saídas de caixa.
- Igual a zero: o investimento é indiferente pois o valor presente das entradas de caixa é igual
ao valor presente das saídas de caixa.
- Menor do que zero: indica que o investimento não é economicamente atrativo porque o
valor presente das entradas de caixa é menor do que o valor presente das saídas de caixa.
Entre vários projetos de investimento, o mais atrativo é aquele que tem maior Valor Presente
Líquido.
Utilizando uma calculadora financeira, encontramos para o projeto P uma Taxa Interna de
Retorno de 15% ao ano. Esse projeto será atrativo se a empresa tiver uma TMA menor do
que 15% ao ano.
A Taxa Interna de Retorno de um investimento pode ser:
Entre vários investimentos, o melhor será aquele que tiver a maior Taxa Interna de Retorno.
- A taxa de juros a ser auferida com um título com base em seu preço de compra, no fluxo de
caixa projetado e no valor de resgate. O instrumento de análise utilizado para isso é a Taxa
Interna de Retorno do fluxo de caixa projetado.
- O preço de um título com base em seu fluxo de caixa projetado e no retorno desejado no
mercado para esse título. O Instrumento de análise é o Valor Presente Líquido do fluxo de
caixa projetado.
Investimento em ações
- A taxa de juros a ser auferida: é calculada com base no preço de compra da ação e no fluxo
de caixa projetado (recebimento de dividendos). Neste caso, o objetivo do investimento é a
renda e, assim, o valor de revenda da ação não tem significado relevante para a decisão.
Habitualmente, esse valor de revenda é estimado como sendo igual ao valor de compra.
- O preço justo para uma ação: é calculado com base no fluxo de caixa projetado
(recebimento de dividendos) e na taxa de juros desejada pelo mercado como um todo.
p = d ÷ (r - g)
Sendo,
p = preço da ação
d = dividendo anual da ação
Exemplos:
1. O preço de uma ação é R$ 45,00. Ela paga um dividendo de R$ 4,50 e espera-se que
esse dividendo terá um crescimento anual de 2%. A taxa de juros a ser auferida por um
investidor que entesoure essa ação será:
p = d ÷ (r - g)
r-g=d÷p
r - 0,02 = 4,5 ÷ 45 = 0,1
r = 0,1 + 0,02 = 0,12 ou 12% ao ano.
2. Uma ação paga um dividendo anual de R$ 3,00. É esperada uma taxa de crescimento de
4% ao ano no valor do dividendo. A taxa de juros do mercado é de 10% ao ano. O preço
justo para essa ação seria:
p = d ÷ (r - g) = 3 ÷ (0,1 - 0,04) = 50
Bibliografia
CASAROTTO Filho, N. e Kopittke, B. H. Análise de Investimentos. Editora da UFSC.
DE FRANCISCO, Walter – Matemática Financeira – 7ª ed. São Paulo: Atlas, 1999.
HIRSCHFELD, Henrique. Engenharia Econômica e Análise de Custos. 7ª ed.S
7) Calcular o valor do capital que, aplicado à taxa de 50,4% ao ano, durante 2 anos e 3
meses, produz um montante de R$ 600.000,00.
9) A que taxa de juros um capital aplicado durante 10 meses rende juros igual a ¼ do seu
valor?
11)Uma duplicata de R$ 70.000,00, com 90 dias a decorrer até o vencimento, foi descontada
à taxa de 2,70% ao mês. Calcular o valor líquido entregue ao cliente:
a) de acordo com o conceito de desconto comercial;
14)Dois títulos, no valor de R$ 10.000,00 cada um, foram descontados à taxa de 2,5% ao
mês, gerando um desconto de R$ 1.000,00 para cada um deles. Sabendo-se que a
operação com um dos títulos foi feita de acordo com o conceito de desconto comercial, e
com o outro de acordo com o conceito de desconto racional, calcular os prazos dos
respectivos títulos.
15)Uma pessoa deve pagar R$200,00 daqui a dois meses. A juros simples de 5% ao ano,
determinar o valor de um pagamento único a ser efetuado daqui a três meses que liquide
a dívida.
18)O valor descontado comercial de uma promissória é igual a um quarto de seu valor
nominal. Qual será a taxa de desconto comercial anual, se o prazo de antecipação do
resgate for de 8 meses.
19)O valor atual de uma promissória é de R$ 1.449,28, tendo sido adotada a taxa de 18%
a.a. Qual será o prazo de antecedência, se o desconto racional for de R$ 50,72?
20)Um título a vencer em 90 dias, no valor de R$ 10.000,00, foi descontado por R$ 9.375,00
(valor atual comercial). Qual é a taxa de desconto e qual a taxa efetiva?
Exercícios sobre Fluxo de Caixa
1) Um bem custa R$ 400,00 a vista. Com uma entrada de R$50,00, deve-se 24 prestações
de quanto, se considerarmos 5% a.m.?
b) e mais quanto ?
12) Com uma taxa de 2% a.m., receber R$ 200,00 a cada 2meses do 2º ao 10º mês,
corresponde areceber quanto, mensalmente, do 1º ao 10º ?
13) Com uma taxa de 5% a.m., receber R$ 200,00 a cada 2meses do 2º ao 20º mês e pagar
R$200,00 no mês seguinte, do 3º ao 19º mês,corresponde a receber quanto,
mensalmente, do 1º ao 20º?
14) Uma compra custaria R$2004,56 a vista, mas foi paga com R$500,00 de entrada e 18
parcelas mensais de R$96,00. Usando a mesma taxa de juros,seria possível saldar estes
R$2004,56 pagando R$20,00 nosegundo mês, R$40,00 no terceiro mês, R$60,00
noquarto mês e assim em diante, até quando ? e terminaria de saldar a dívida pagando
mais quanto no mês seguinte ?
( A ) 3,09% ao mês
( B ) 4,00% ao mês
( C ) 4,71% ao mês
( D ) 4,59% ao mês
( E ) 4,50% ao mês
17)Um financiamento externo é contratado a uma taxa nominal de 12% ao ano com
capitalização semestral. Obtenha a taxa efetiva anual desse financiamento.
( A ) 12,36%
( B ) 11,66%
( C ) 10,80%
( D ) 12,44%
( E ) 12,55%
( A ) R$ 9.954,00
( B ) R$ 10.834,38
( C ) R$ 10.252,62
( D ) R$ 10.000,00
( E ) R$ 12.000,00
19) Uma pessoa tem que pagar dez parcelas no valor de R$ 1.000,00 cada que vencem todo
dia 5 dos próximos dez meses. Todavia ela combina com credor um pagamento único
equivalente no dia do décimo mês para quitar a dívida. Calcule este pagamento
considerando juros simples de 4% ao mês.
a) R$ 11.800,00
b) R$ 12.006,00
c) R$ 12.200,00
d) R$ 12.800,00
e) R$ 13.486,00
20) Um país captou um empréstimo no mercado internacional por intermédio do lançamento
de bônus com dez cupons semestrais vencíveis ao fim de cada semestre, sendo o valor
nominal do bônus US$ 1,000.00 e de cada cupom US$ 60.00. Assim, ao fim do quinto ano o
país deve pagar último cupom mais o valor nominal do bônus. Considerando que os bônus
foram lançados com um ágio de 7,72% sobre o seu valor nominal, obtenha o valor mais
próximo da taxa nominal anual cobrada no empréstimo, desprezando custos de registro da
operação, de intermediação, etc.
a) 16%
b) 14%
c) 12%
d) 10%
e) 8%
21) Faça uma Resenha Crítica sobre o texto - Análise Fundamentalista – destacando os
principais pontos que não foram compreendidos.