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Marcia Regina do Costa | os CARECAS 7 a | SUBURBIOQ ISBN: 8595653515 | os nomad licio de ‘Mourico Tagienberg Foram ainda entrevistados 0 Sr, membroediigen te do Centro de Cultura Sota, 0 De, um dos dsigentes do Partido Integrasta em io Paulo, ¢ Heder CA. Je Souza, coautor de um veo sobre os pune da regio ‘metropoltana de Sio Paulo, intulado “Absurdo dt rex lidade! Movimento punk”. A pesquisa também conside- rou caras drgidas 4 Autor, escrias por Go,, membro da bands “Tropa Suicida, edtor do fanzine “Late ou ‘Vegete", membro da Frente Nacionalista Brasileira ENB) € do Partido Nacional Socialists Brasileiro (PNSB), Alem {do mais, hi caras do “careea” RA, editor do fanzine “Srasil"Oit e membo da FB, ‘Apés © levantamento do material bibiogrifico espe- «itico do tema ficou constatado que ndo existe, no Bras, lum trabatho de ennho 2eadémizo relativ aos “earceas 4o subirbiow No maximo, eles apenas sto enfocados Pela mprensa eos meios de comunicagio em geral, Com Telaglo 20s skinheads, conseguiuse levantar publics: {es produszidas basieamente ea Inglaterra. Quanto 208 Punts, os prineipais trabalbos publicados io slo mu fos, mas, mesmo assim, foram levados em conta nas andlises do presente lv, Notas |LoUNgTAB el Aron ta aor - Om nov pron te Sn Esa SB ‘tip pint om Ba cusp I. AS ORIGENS INGLESAS ‘Ao buscarmos reconstituir& histéra, a origem € 0 desenvolvimento dos skinheads, encontramos seu surg. ‘mento na GriBretanha, por volta de 1966. Entetanto, cestudos jéapontavam, hi décadas, em cents urbanos Tocalizados em viras partes do mundo, a existncit de grupos de jovens organizados em gangues. Eisenstadt’, ao analsar a gangue, considera que as atividades de Seus membros sto geralmente diigidas para a violagio declrada dos costumes e normas dt Sociedade na qual vivem ~ 0 roubo, 0 furto, vats pos e comportamento agressivo, sejam em grupo ou indivi. ‘duals ~ 20s estes que podem estar dijldos tanto. a [pessous como a nornas€ simbolos soctase culturls™ ‘Varios analistas procuraram estudar grupos de joven {que se organizaram em gangues. ste fol 0 cas0, por ‘exempl, da pesquisa feta por Michelle Perrot 20 estur ‘ar, na Pris da “Belle Epoque”, no inicio do século XX, ‘os chamados “apaches"” [Nessa época, 0 jonas ¢ 25 autoridades comegaram ‘adenominar de “apaches” uma determinada categoria de jovens provenientes das camacdassubaltemas da popull: ‘Go, que acabaram "se reconhecenda nessa imagem in. dia, evindicaram napara sie adotaramna como simiboto fe sua modalidade evea ¢ de su expo desordeeo Go, eles suscitarim 2 admiragio € 2 inveja de uma Darceladajuventude das classes populares, que tenta se eniieat €om eles CO" (Os “apaches” eram jovens que se organizavam em ‘gangues,formadas em ras e bairos, sem uma esrtuet Interna bem definida, No entanto,acabaram se trnando verdadeiras associagées de amigos, cujos primeiros con. {atos se deram a escola, nas pasbes, nos reformatrios, oexercito,O “apache” se recussvaa tabalhace assumis Postura de tansgressio soca, mistrando 3 ma Cilea 40s valores estabelecidon © apaches constivem una microsocledade com sua cograt, su rar ta nguyen se cio es Feivindieam sberamente9 det tengse reomam Por conta propa stag dow submundos (.). Govam Se ttuagen, como os cminosoe emperncidos ou 2 ‘idatguaondvna snl de reeanhecimento cinco ponte {atuaas em exe no dso da mo, prs os memos da Popine ~ simbolos betico ou sendimentas, neces provocates ou fstaltas “Morte sos mega Vn a hang.) Apaches io slo revoucoarios Hes Im tim 2 soccdade ctsbceeda,repodusem sts her ls egosts. Ese desjo de mig deat, ¢ ua das {Bates de sua agressvdade Mar osto pens delingier, fesjuvenis, tados comuns Ge € que exten). He expr tem parte dos descs,clemencse tae activo os Senay eas recat dc uma jwemade "1 mlsSeapor- ‘Bai cm conn com ents de cede sper que no Ines reconhece umfugascoleiwo sles ‘freee outa sua sem ds obetientin.pactenc mone tonla dog dias cnzeatos submissoe uma incest repent Assim, nio se consttul novidade a existéncia de sangues de jovens que buscam construc sua eferenga fem relagdo a0 restante da Sociedade. Exes jovens cram Droveniente das camadssubalterase questionavam os “aloes e norinas acias eassustavam 38 sutordades ¢ Sdematssetores da populagao Na Gri‘Bretanha, de acordo com a opinito de Knight, 1 prolferago de grupos de ovens ongantzados fem gangues teve inicio ma deeada de 50. Nesse pai, ‘como ein outros paises capitalists, casa década mates 4 ‘consolidagio do “consumo de mastas”, uma malo auto- ‘nomla do jovem perante ssociedade eo grupo familar, cesta relativa independéneiafinanceirs, oque Ihe perm {econsumire dferenciarse através de ima série de bens fda busca de espacos proprios para seus encontros © lazer ‘No interior desse process se multiplicaram gangues de jovens que se earacteriavam por adotar stitudes ‘consideradas “antisocias™e, por Iso, era freqiente- mente txados de“delingentes” Embora a consolidagio do consume de mass re- ‘monte aos anos 30, esce precesso ficou interrompido ‘durante Segunda Guerra Mundial ena reconstrugio do [pOsguera, periodo de grande austeridade econsmica, ‘Goma retomada do desenvolvimento, 2 partir dos anos 50, ocorreram mudangassgniicativas nos sistemas edu. cacional, de sade e de bemestar de um modo ger. Sucedeu também, além de uma melhoria no pado de vida da clsse operiia, uma alteagio na balanga de Poder entre as classes sociais, beneficiando a classe ope- Fria, Ao mesmo tempo, aumentava a confianga no esa. Dilshment © Imperioitinico se desmantelav, ‘© aumento de empreges, nesse momento, no signi ‘cou apenas um maior poder para a classe wabalhadora fem geral, mas também alterou a relagoes entre 48 gers (bes. Una das manifstagbes desta mudanga € que nos $in0s 50, os trabathadoresjovens pascarama gastae muito mais dinhelro do que em anos anteriores, o que tornow Possivel 4 criagio de um mercado de consumo Park Adolescentese ovens, Assctse, assim, gragas a0 desen- ‘olvimento de um mereadode bens cultursisenderecado 405 ovens, consolidagio de uma “cultura Jovem” Para compreendermos melhor esas questdes, alguns dos conceitos que estamos uillaando exigem uma def

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