You are on page 1of 3
‘A Sustagdo de Atos de Delegagio ¢ dos Atos Regulamentares Pégina | de 3 ‘A Sustagao de Atos de Delegagao e dos Atos Regulamentaresf Poder Legislativo Gilmar Ferreira Mendes Advogado Geral da Unio VOLTAR © an. 49, V, da Constinuigio de 1988 resabeleceu, parcialmente, na ordem constituconal brasileira insitaxo que havia sido introduzido entre nbs na Constituigio de 1934 (CE, av 91, I), autorizando o Congreso Nacional a sustar os atos legisativos que ultrapassem 0s limites da delegacio oworgada (lei delegads) ou 0s atos normativos que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegacio legislatva ‘Trawse de formula excepcional no sistema constitucional brasileiro, qu, por isso mesmo, ha de merecer uma interpretacio estrita. Nas suas anotayées i Constimigio de 1934, observon Pontes de Miranda a propésito: "nso Ic at. 91 crit atrbiio iporantisina. Ea poi vez qu adams execs regdaents am 0 caso crea, exame de lei asi sri on sua existe (..). A Constiigic, Irasileira wi dir, proce sb ce exer oper de excarre dois de ens. Un pace fiom de Alta Gare contitsciond, cro rcenzamasar 1932. O par do Souach Felerd, mo c1so do incio Il, € tal ¢ dition. Pace nfigar pate ou toch 0 regdanonta Eom intrete di Corstitigio © dis eis, a nepeito de readamentes co Poder it] Executco Evidentemente, essa competéncia excepcional ~ um auténtico controle politico de legiimidade — & suscetivel de contraste na via judicial © proprio Supremo Tribunal Federal tem entendido ser admissivel a ago cireta de inconstitucionalidade contra resohigio de érgio legislative que suse a eficdcia de ato regulamentar. Nesse sentido, registre-se que aquela Carte jé acolheu acéo direta proposta com 0 ‘objetivo de impugnar a legtimidade de Decreto Legislativo estadual que suspendeu os efeitos de ato do Poder Execitivo sam a observincia dos limites estabelecidos no art. 49, V, da Consiuigiol*I Deve-se registrar que, salvo melhor juizo, esse instituto no se mostra apto a tp /geoites yahoo.com briprofpto/asustacaodeatsgiimar hil 16/12/2003 {A Sastagio de Ato de Delesacoe dos Atos Regulamentares Pla 2 de 3 " propiciar um efetivo instrumento de controle contra abusos perpetrados pelo Executive no exercicio do Poder Regulamenta. J4 a dificuldade de colher maiorias nas Casas Parlamentares para lograr uma decisio clara sobre a legitimidade do ato nomnativo questionado demonstra a insufciéncia desse insttuto como instrumento de afer de legiimidade do ato normativo. Por isso, ninguém poders em si consciéncia sustemtar que a falta de uma decisio da Casa Legislativa sobre a observancia ou nio pelo Poder Executivo dos limites do Poder Regulamentar comesponderia a uma decisio de improcedéncia. [A importincia que assume o regukmento na orem juridica parece sugetir necessidade de que, a0 lado desse instrumento, se desenvolva forma mais expedita de comrole de legitimidade dos tos regulamentares. Kelson jf havia assinalido que qualquer ofensa conta 0 dlrcto ordindrio configuraria uma ofensa indireta contra a propria Constitaicia, desde que esta comtivesse 0 i, Nio “ons ne po, lg ss.deciipat 2 tensions 2, beonsicinylitde cxaminada dentro de um sistema de controle di legidade. Com a diferencagio entre a ‘rcorstineionalidade dina e indveta, esforgavarse Kelsen para superar as dificuldades os decomentes da ampliagio desse conceito de inconsttucionalidade"), Reconhe’ cing pars dificuldade de se tracar uma linha precisa entre a inconstitucionalidade dbexs ¢ ii Sem fazer qualquer distingo entre inconstinucionalidade dinta © india, a douina brasileira enfatiza que qualquer regulamento que deixe de observar os limites cestabelecidos em lei ¢inconstinucional. A Constituigio de 1988, tal como jf fizera a Consttuicio de 1967/1969, (a. 153, §29,c/e 81, IM, consagra no at. 5°, I, os prinipios da supremacia da lie da reserva legal como elementos fundamentais do Estado de Dircto, exigindo que 0 poder regulamentar do Executivo soja exercido apenas para fd excugiods ei(CF, at. 84 IV). Disso resulta diretamente, pelo menos no que conceme aos direitos inva que a epalidade de un regulamestoequvale a uma inconstcionaliad, porque a Iyiage, das nampa secs oy Dirsio, Cpnsituconal oi voll day pompas sccundiias, ares, Pn seasocesk Cie Entendimento conteério levaria a uma completa ruptura com a necesséria vinculagio da administracio A Constinuigio, uma vez que ela poderia edltar qualquer ato regulamentar, ainda que em contradigio com os direitos individuais, sem observincia do npn gee toed es come tere ap lead ie ofensa a direto individual!) E certo que a inexisténcia de um sistema de controle judicial que permita aferir a legitimidade da atividade regulamentar pode levar a uma dsudorizagio do postulado da titp//gxctes yahoo com.brprofpitlanstacsndeatogiar hint toi1272003 ‘A Sits de Atos de Deloss cos Alos Reglamesars Pigin 3 63 supremacia da leie da legal?) Outrossim, a falta de controle judicial, nesses caso HREM cxcessfamene 0. eal erasing fa de contol in una obo fundamental do constizinte (Constiuisio, a. 29. Por outro lado, a proximidade — 3s vezes, a quase confusio — entre a question consttucional ¢ a questio legal na relagio entre lei e regulamento nio recomenda que a competéncia para conhecer dessa questio seja deferida a uma outra Corte de Justia, como j8 se cogitou entre nés, uma vez que, muito possivelmente, surgiiam conflitos de inverpretagio praticamente insoliveis. Assim, poder-se-ia cogitar da criagio de instiuto especial, nos molds estabelecidos pelo an. 139 da Constiniicio austraca, conferindo também 0 controle abstrato da legtimidade dos atos regulamentares 20 Supremo Tribunal Federal, mediante iniciativa de dngios do Poder Legisltivo (eventualmente, as Mesas da Cimara ¢ do Sendo Federal) © do Procurador-Geral da Repiiblica'!7) ",conetroe Costin da Replies Ete Unidos do Bes, 0p. 7707 2 cf, sobs o asst, ADI 74, Rel Minit Ceo de Melo, DJ, 0611.92, 20.105, 1) ket, Hao. Wenn nd Enclung dr Statsperchsbsh, VVDSIRE. 5 (1929) p. 4 | camo cero po pen (Recksolae dr Verses on Norm a ins, p. 147), opto cen] So rotna ei uu eben, nn cena ena cmpetnss dra contieional ed aso adinstava (91s, Hans. Wesn und twine der Snatgricbbk, VVDSIRL $ (2829) p39. |. aie, Geraldo, Poser Replament d Exon 51-8, p. 197-198 "7. Cs popiitn, no dei lense chsen Stasecht und Verfsngssrsiset ol fp 20 (8), papi, Han Frgen. "Spikes Vrfsngteci” ud "stiches Rectal Arguments es undaverasenpgench : Bundsesingsgri und Grunig vol. 1.192) ce Mlle, O.A. Bakire de. Princo ses 6. die adiniaativo, vo. 1 p, 314316; Aas, Geral, Pods Regulametar do Exsatvo. RDP, 57°58. 196; Leu, Ruy Cie, Picpos de Dc Adina va p77, Mind, Ponts {Comat 4 Camtigin S 967, coma mend 1, 108. ve Hp 312-314 Soi questo no dco tens i ‘Sto, Sash dr Buodestepubl Te p85" 119), Cf, sobre 0 astnto, Proposa de emeads Revisions! do Depuiado Adraldo Strck (Proposia a” 3347), que recomendava tumbn2 spre doar #9 (competnia do Congreso Nes a sas albs do Pode Facet gio exon do ‘pe games do ims de dente lest) DCAP -IOB/Ano I -n° 8p. 23 ‘tips /geucties yahoo.com br/profpitlasustacsodeatosilmar htm] 16122003

You might also like