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ej Estrategia CONCURSOS Aula 00 Curso Regular de Direito Eleitoral Professor: Ricardo Torques 00000000000 - DEMO CuRSO REGULAR DE DIREITO ELEITORAL, EM TEORIA E QUESTOES, COM ViDEO-AULAS Aula 00 - Prof. Ricardo Toraues Aula 00 Apresentagao do Curso Cronograma Introdugao ao Direito Eleitoral Apresentagao ....secesertee ceosteesesseeenavinesssvenstsnses v2 Cronograma de Aulas......csescesscssserssssetssnseeeessrenstennvensessees a) 1 - Consideragées Iniciais.........cssseeesssseessesseeesssseessasenses oe 10 2 - Introdugo ao Direito Eleitoral... 10 2.1 - Conceito. vit 2.2 - Fontes 12 2.3 — Nogdes de Teoria Geral do Direito.......sccecssseessrees v.22 2.4 - Principios de Direito Eleitoral «0... cee se BO B- QUestOES oes cscs teesessteesaviateeesvensesnses 257 3.1 - Questées sem Comentarios «0.0... cee sn ST B.2 - Gabarito. escent cecoeesssnees .63 3.3 - Questées com Comentarios 64 4- Consideragdes Finals .......scccecssssteesssseneessensssssensssnees .83 Prof. Ricardo Torques www .estrategiaconcursos.com.br 1de 83 00000000000 - DEMO CuRSO REGULAR DE DIREITO ELEITORAL, EM TEORIA E QUESTOES, COM ViDEO-AULAS Aula 00 - Prof. Ricardo Toraues Apresentagao do Curso e Cronograma de Aulas Apresentagao Iniciamos nosso Curso Regular de Direito Eleitoral em teoria e questdes com video-aulas para voltado concursos de Tribunais Regionais Eleitorais. E um Curso inédito! Devido a procura e perspectiva de novos concursos para os Tribunais Regionais Eleitorais pelo pais, langamos o presente curso que abrangeré todos os assuntos que podem ser exigidos nas provas objetivas. Num total de 13 aulas, além desta introdutéria, passaremos por todos os assuntos teéricos da matéria, sem deixar de alertar para as recentes reformas promovidas na legislacao eleitoral, especialmente pela Lei n° 12.891/2013. O nosso Curso seré desenvolvido tanto para os cargos de Técnico quanto para os cargos de Analista, para as mais diversas especialidades. Desse modo, os assuntos serdo tratados para atender aquele que esté iniciando os estudos na drea eleitoral, bem como aquele que esta estudando ha mais tempo. Ademais, o curso seré voltado para aquele que € bacharel em Direito como também para aquele que tem pouco conhecimento na rea juridica Os conceitos sero expostos de forma didatica, com explicagdo de termos juridicos, de conceitos complexos e resumos da jurisprudéncia, quando importante para a prova. Atualmente, hd intimeros TREs com procedimento em tramite para realizado de novo concurso. Alguns com comissdes formadas, outros com dispensa de licitagdo e, alguns ainda, na iminéncia do edital. Se houver duvida quanto ao TRE para o qual vocé pretende concorrer, escreva- nos! Ademais, hd projeto de lei em tramite para ampliacéo dos quadros e das fungdes de todos os TREs pelo Brasil, conforme podemos acompanhar pelo link abaixo: http://www justicaeleitoral.jus.br/arquivos/tse-criacao-de- cargos-efetivos-e-de-funcoes-comissionadas-para-zonas-eleitorais Além disso, a estrutura remuneratéria dos tribunais € interessante, com uma étima evolucao patrimonial ao longo dos anos, além de fungdes de confianga e de cargos em comissdo, que conferem tranquilidade financeira Para que tenhamos ideia, atualmente a estrutura remuneratoria dos quadros de Analista e de Técnico dos Tribunais Eleitoral (TREs e TSE), € a seguinte Prof. Ricardo Torques www .estrategiaconcursos.com.br 2 de 83 00000000000 - DEMO 7 Agi Curso REGULAR DE DIREITO ELEITORAL Estratégia 9 SSSQSSAATis Siu vinconuens Aula 00 - Prof. Ricardo Torques ® Para os cargos de Analista Judidério, temos: eee erect 3 R$ 6.95741 RF 6.26167 Rf 521,61 AF 695,74 RF 969,68 RF 2.435,09 RF 13.219,08 Rg 16.523,85 « 2 R$ 6.754,77 R$ 6.079,29 Rf 50661 RF 675,49 RF 844,35 RF 236417 RF 12.834,06 Rg 16.042,58 a R$ 6.558,03 Rf 5,902.23 Rf 491,85 RF 655,80 Rf 819,75 RF 2295.91 RF 12,460.26 Rg 15.575,32 10 R$ 6.367,02 R$ 5.730,32 Rf 477,53 RF 636,70 Rf 795,88 RF 2.22846 R$ 12.097,34 Rg 15.121,68 9 R$ 6.18157 RF 5.563,41 RF 453,62 RF 615,16 Rf 772,70 RF 216355 RF 11.744,98 Rg 14.81,23 8 8 RS 5.948,22 RF 5.263,40 Rf 438,62 RF 584,82 Rf 731,03 RF 2.04698 RF 1121262 Rg 13.889,53 7 R$ 5.677,88 RF 5.110,09 RF 425,84 RF 567,79 Rf 709,74 RF 1.987,26 R$ 10.787,97 Rg 13.484,97 6 R$ 5.51251 RF 4,961.26 RF 413,44 RF 551,25 Rf 689,06 RF 1.929,98 RF 10.473,77 Rg 13.092,21 5 R$ 5.35195 R$ 4.816,76 RF 401,40 RF 595,20 Rf 669,99 RF 1.87318 R$ 10.268,71 R$ 12.710,88 4 R$ 5.19607 RF 4,676.46 RF 389,71 RF 519,61 Rf 649,51 RF 1818.62 RF 9.872,53 R$ 12.340,66 A 3 RS 4915.96 RF 4.424,27 RF 368,69 RF 491,59 Rf 614,48 RF 1.72055 RF 9.340,13 Rg 11.675,16 2 RS 4.72.68 RF 4,295.41 RF 357,95 RF 477,27 RF 596,59 RF 1670.44 RF 9.068,09 Rg 11.335,02 a R$ 4.63367 R$ 4.170,30 Rf 347,53 RF 463,37 Rf 579,21 RF 1621.78 RF 8.803,57 R$ 11.004,36 Dessa forma, o inicial para o cargo de Analista Judiciario esta em R$ 8.803,97 e o final de carreira em R$ 13.219,08. Prof. Ricardo Torques __ www.estrategiaconcursos.com.br 383 00000000000 - DEMO 7 Agi CURSO REGULAR DE DIREITO ELEITORAL Estratégia 9 SSSQSSAATis Siu vinconuens Aula 00 - Prof. Ricardo Torques ® Para os cargos de Técnico, temos: Peers 3 R$ 4.24047 R$ 3.816,42 Rf 318,04 RF 424,05 Rf 530,06 RF 1.48416 RE 8.056,59 Rg 10.072,01 « 2 RS 4.116,96 R$ 3.705,26 Rf 308,77 RF 411,70 Rf 514,62 RF 1.440,94 RE —7.822,22 R$ 9.777,78 a RS 3.997,05 R$ 3.59735 Rf 299,78 RF 399,71 Rf 499,63 RF 1.998,97 RE 7.594,40 R$ 9.493,00 10 R$ 3.98063 Rf 3.492,57 Rf 291,05 RF 398,08 Rf 485,08 RF 1.958,22 RE 7.373,20 R$ 9.21650 9 R$ 3.767,60 R$ 3.390,84 Rf 22,57 R$ 376,76 Rf 470,95 RF 1.918,66 RE 7.158,44 R$ 8,948,058 8 8 RS 3.56443 Rf 3.207,99 Rf 267,33 RF 355,44 RF 445,95 RF 1.247.598 RE 6.72.42 Rg 9.465,52 7 RS 3.46061 RF 3.114,55 RF 259,55 AF 345,08 Rf 432,58 RF 1.211,21 RE 6.57516 R$ 8.218,95 6 RS 3.359,62 Rf 3.023,84 Rf 251,99 RF 395,98 Rf 419,98 RF 1.175,94 RE 6.383,66 Rg 7.97958 5 RS 3.26196 RF 2.935,76 Rf 244,65 RF 325,20 Rf 407,75 RF 114,69 RE 6.197,72 Re 7.747.168 4 RS 3.166,95 RF 2.850,26 Rf 237,52 RF 316,70 Rf 395,87 RF 1.10843 RE 6.017,21 R$ 7,521,512 A 3 R$ 2.99617 RF 2.696,55 Rf 224,71 RF 299,62 Rf 374,52 RF 1.049,66 RE 5.692,72 Rg 7.115,90 2 R$ 2.90890 RF 2.618,01 Rf 218,17 RF 290,89 Rf 363,61 RF 1.01812 RE 5.526,91 RE 6,908.54 a R$ 2.92407 RF 2.54175 Rf 211,61 RF 292,42 RF 353,02 RF 9846 RE 5.365,92 R$ 6,707.40 Assim, 0 inicial para o cargo de Técnico Judicidrio esta em R$ 5.365,92 e o final de carreira em R$ 8.056,89. Além disso, para ambos os cargos existem fungdes de confianca, e demais beneficios legais, como o vale alimentac&o, vale transporte e planos de satide. Portanto, uma étima oportunidade! Prof. Ricardo Torques. __ www_.estrategiaconcursos.com.br 40883 00000000000 - DEMO CurSO REGULAR DE DIREITO ELEITORAL, EM TEORIA E QUESTOES, COM ViDEO-AULAS Aula 00 - Prof. Ricardo Toraues Vistos esses aspectos iniciais referente ao cargo, vamos tecer algumas observagées prévias importantes a respeito do nosso Curso. PRIMEIRA, trata-se de Curso Regular. Em razdo disso, nosso estudo sera aprofundado e sem a necessidade de “correr” com a matéria. Veremos cada um dos pontos com calma e com a profundidade necesséria para absorver bem os assuntos, de acordo com o que as bancas vém exigindo em prova Isso é importante, pois 0 nosso foco néo é uma doutrina, com posicionamentos divergentes, com andlise critica da matéria, com discussées teéricas. Trata-se de um curso voltado para provas de concurso ptiblico, de modo que as questées anteriores e as caracteristicas das bancas sero nosso “termémetro". SEGUNDA, as provas anteriores sero nosso guia fe Fundagao G Carlos Chagas cespeUnB Cente Soke de Pad Eos Bancas como CESPE, FCC e CONSULPLAN constituem o guia da nossa matéria, pois fizeram os mais recentes concursos de TRE. Desses editais anteriores — todos de 2015 - podemos extrair algumas informacées relevantes © E essendal tratar da legislacao eleitoral atualizada ®& A grande maioria das questées cobram a literalidade da lei. % Em alguns pontos especificos é importante o conhecimento de assuntos teéricos e doutrinarios. © A jurisprudéncia dos tribunais superiores — especialmente STF e TSE — sero mencionados quando relevantes para a nossa prova % Além disso, discussées juridicas recentes como “Reforma Eleitoral", cago do partido Rede Sustentabilidade, cadastro biométrico, verticalizaggo das coligacdes, fidelidade partiddria, entre outros, sdo relevantes e também sero abordadas. Desse modo, podemos afirmar que as aulas serdo baseadas em vérias “fontes" ( FONTES. Doutrina quando Legislacgo Assuntos Jurisprudéncia essencial e Eleitoral (em relevantes no relevante dos majoritaria sentido amplo) || cenério juridico | | Tribunais Superiores Prof. Ricardo Torques www .estrategiaconcursos.com.br 5 de 83 00000000000 - DEMO Aoi Curso REGULAR DE DIREITO ELEITORAL PEstratégia iitonsranstors convico-auas Aula 00 - Prof. Ricardo Torques TERCEIRA, vamos resolver muitas questdes. Traremos questées das mais variadas bancas de_concurso_publico, notadamente do CESPE, da FCC e da CONSULPLAN. Além disso, traremos questées adaptadas e inéditas. Explico Em razao das reformas eleitorais e devido ao fato de que nos anos de 2013 e 2014 tivemos poucos concursos de TRE, muitas das questdes anteriores est3o desatualizadas. Assim, a depender da questo, faremos ajustes e, em relagéo a determinados assuntos, criaremos questées inéditas. Isso porque a realizagdo de questdes é fundamental para a fixacéo dos assuntos abordados E bom registrar que todas as questées do material seraéo comentadas de forma analitica. Sempre explicaremos 0 porqué da assertiva/alternativa estar correta ou incorreta. Isso é relevante, pois o aluno poderd analisar cada uma delas, perceber eventuais erros de compreensdo e revisar os assuntos tratados. De nada adiantaria trazemos 100 ou 200 questdes por aula, varias delas sobre o mesmo assunto, e nao explicar detalhadamente como vocés devem “pensar” a questo na hora da prova. Pegaremos a questo, analisaremos cada uma das alternativas/assertiva para que, caindo algo semelhante em prova, vocé tenha seguranca e tranquilidade para marcé-la. Esta é a nossa proposta! Vistos os aspectos gerais do curso, tegamos algumas consideragdes acerca da metodologia de estudo. As aulas em .pdf tém por caracteristica essendal a didatica. Vamos abordar assuntos doutrindrios, legislativos e jurisprudenciais com objetividade, priorizando a dareza, para facilitar a absorco. Isso, contudo, no significa superficialidade. Pelo contrério, sempre que necessério e importante os assuntos serao aprofundados de acordo com onivel de exigéncia das provas anteriores Para tanto, o material serd permeado de esquemas, grdficos informativos, resumos, figuras, tudo com o fito de “chamar ateng&o” para os conteuidos que possuem relevancia para a prova. Sempre que houver uma “corujinha” no material redobre a atenco. Além disso, teremos a cada aula em .pdf uma ou algumas aulas em video. Essas aulas tém por finalidade revisar a matéria e lapidar assuntos relevantes de prova. Longe de | qualquer outra pretens&o, no ha como, por intermédio das Video-aulas, aprofundar teoncamente ‘todos os assuntos, (AM) Prof. Ricardo Torques www .estrategiaconcursos.com.br 6 de 83 00000000000 - DEMO Estratégia CurSO REGULAR DE DIREITO ELEITORAL, EM TEORIA E QUESTOES, COM ViDEO-AULAS Aula 00 - Prof. Ricardo Toraues Dessa forma, o .pdf continua a ser o principal instrumento de estudo do nosso curso junto ao Estratégia, contudo, agregamos um instrumento de revisdo e fixacao da matéria, que sdo as aulas gravadas. Assim, a cada aula, nas consideracgées finais, mencionaremos os assuntos e quantidade de video aulas gravadas para revisdo da materia. Por fim, € importante registrar que todos os contetidos, leis e informacées pertinentes a nossa disciplina constardo do material e estardo devidamente explicadas ou, ao menos, citada. Assim, ndo sera necessério recorrer a nenhum outro material complementar. O nosso curso fornecerdé uma preparacao completa e integral! Foco, objetividade e didatica conduziréo todo 0 nosso curso. CARACTERISTICAS DO Por fim, nossas aulas seguirSo uma estrutura padronizada. Haverd uma parte inicial, onde abordaremos os assuntos que serdo tratados, informag&es sobre aulas passadas (tais como esclarecimentos, corregdes etc.) € informagdes sobre os concursos eleitorais e indicago das video- aulas de revisdo. Em seguida, teremos a parte tedrica da aula. Apdés a teoria, vamos responder as questdées. Num primeiro momento vocé terd a bateria de testes na forma “seca”, juntamente com o gabarito. Apdés, comentaremos de modo analitico, explicando cada uma das alternativas. Por fim, faremos o fechamento da aula, com sugestdes para a revisdo e dicas de estudo. \Vejamos a estrutura das aulas: Prof. Ricardo Torques __ www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 83 00000000000 - DEMO CurSO REGULAR DE DIREITO ELEITORAL, EM TEORIA E QUESTOES, COM ViDEO-AULAS Aula 00 - Prof. Ricardo Toraues NOT OT Coe NE ‘*Assuntos a serem estudados ‘*Observagdes sobre aulas passadas sInformagées atinentes ao andamento do curso “Teoria *Esquemas e graficos explicativos sLegislagio de Aula ‘*Doutrina e Jurisprudéncia quanto estritamente necessério ‘*Resumo dos principais aspectos do tépico estudado. ee ee Lista das questdes sem comentarios *Gabarito ‘*Questdes Comentadas analiticamente. NLT eye) *Sugestdes de leituras e consideragies quanto & revisio sDicas e sugestées de estudo sInformagées sobre a préxima aula. Por fim, resta uma breve apresentaco pessoal. Meu nome é Ricardo Strapasson Torques! Sou graduado em Direito pela Universidade Federal do Parand (UFPR) e pés-graduado em Direito Processual Estou envolvido com concurso ptiblico hd 08 anos, aproximadamente, quando ainda na faculdade. Trabalhei no Ministério da Fazenda, no cargo de ATA. Fui aprovado para o cargo Fiscal de Tributos na Prefeitura de So José dos Pinhais/PR e para os cargos de Técnico Administrativo e Analista Judiciério nos TRT 48, 19 e 9° Regides. Atualmente, resido em Cascavel/PR e sou servidor Publico na 28 Vara do Trabalho de Toledo. Jé trabalhei em outros cursinhos, presenciais e on-line e, atualmente, em parceria com o Estratégia Concursos lancamos diversos cursos, notadamente na 4rea eleitoral e de Direitos Humanos. Deixarei abaixo meus contatos para quaisquer duvidas ou sugestdes. Terei © prazer em orientd-los da melhor forma possivel nesta caminhada que estamos iniciando. E-mail: ricardotorques@ estrategiaconcursos.com.br Facebook: https: //www.facebook.com/ricardo.s. torques Prof. Ricardo Torques __ www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 83 00000000000 - DEMO Curso REGULAR DE DIREITO ELEITORAL EM TEORIA E QUESTOES, COM VIDEO-AULAS Aula 00 - Prof. Ricardo Toraues Os contetidos acima foram distribuidos da seguinte maneira AULA 00 — Introducdo ao Direito Eleitoral 'Conceito Fontes Principios LTeoria Geral do Estado “AULA 01 | Direitos de Nacionalidade Direitos Politicos Partidos Politicos ‘AULA 02 — Justica El “Composicfo Competéncia TSE, TRE, Juizes Eleitorais, Juntas Eleitorais sponibilizacao | 18.03.2015 01.04.2015 sponibilizacao | 10.04.2015 segundo 0 Cédigo 5 — Elegibilidade ~ [Elegibilidade e inelegibilidade segundo a Constituigo Federal, Lei das Eleigies e Lei das Inelegibilidades ‘AULA 06 — Partidos Polit [Lei n? 9,096/1995 e alteracdes posteriores [ AULA 11 - Crimes Eleitorais e Processo Eleitoral Crimes Eleitorais e Proceso Eleitoral TAULA i3 ~ Fornecimento de Transporte Gratuito, Sumulas do I TSE e Resumo Lei né 6.091/74 e alteragies posteriores Sumulas do TSE LResumo _ Disponibilizagao 19.07.2015 LAS Como vocés podem perceber as aulas so distribuidas de modo que possamos tratar cada um dos assuntos com tranquilidade, transmitindo seguranga a vocés para um excelente desempenho em prova. Eventuais ajustes de cronograma poderdo realizados por questdes didéticas e sero sempre informagdes com antecedénda, Prof. Ricardo Torques __ www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 9 de83 feEstratéegia — Ainacfaikstecs, con vincornuens Aula 00 - Prof. Ricardo Torques Aula 00 - Introdugao ao Direito Eleitoral pO eK way Em nossa aula inaugural vamos estudar alguns pontos introdutérios do Direito Eleitoral. Primeiramente devemos saber o que é Direito Eleitoral, quais os assuntos abrangidos, qual o posicionamento da disciplina no ordenamento juridico. Veremos também as fontes do Direito Eleitoral. Num segundo momento, vamos tecer algumas consideragdes gerais sobre Teoria Geral do Estado, fundamentais para compreendermos a necessidade e importéncia da nossa disciplina Em seguida vamos analisar os principios gerais que orientam nossa disciplina. Assim INTRODUGAO AO DIREIT Ersacvs Conceito Teoria Geral do Estado Fontes Principios de Direito Eleitoral Pessoal, embora seja um assunto introdutério, na prova do TRE-GO/CESPE/2015 perguntaram se BA’brova! medida proviséria pode disciplinar sobre Direito Eleitoral. Na prova do TRE-RR/FCC/2015 a banca questionou se as Resolugées do TSE sdo fontes formais. Sera que vale a pena estudar esta aula introdutéria? Boa aula a todos! OTE 2 - Introdugao ao Neste capitulo vamos tratar objetivamente da parte introdutoria da matéria. S8o conceitos que, por vezes, nao vém expresso em edital, contudo tém importancia para nos situarmos na matéria e para formar a base para os assuntos futuros. Prof. Ricardo Torques __ www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 83 00000000000 - DEMO | Estratégia Curso REGULAR DE DIREITO ELEITORAL otal EM TEORIA E QUESTOES, COM ViDEO-AULAS Aula 00 - Prof. Ricardo Toraues 2.1 - Conceito O Direito é composto de varios ramos como 0 Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito Civil € 0 Direito Eleitoral entre outros. Cada um desses ramos cuida de um assunto especifico. Por exemplo, 0 Direito Civil cuida essencialmente das relaces entre as pessoas contratos, casamento ete. O Direito Eleitoral cuida, essencialmente, de tudo o que envolve eleicées. Desse modo, 0 Direito Eleitoral quando determinada pessoa pode votar ou se candidatar a algum cargo politico. Estuda também todo o processo de escolha dos nossos representantes, desde o registro da candidatura até a diplomacéo, oportunidade em que o candidato escolhido é declarado eleito. Portanto, 0 Direito Eleitoral é um ramo do Direito rave | que trata de diversos assuntos relacionados as atento! ejeicoes. Como dissemos no inicio da aula, usaremos conceitos doutrinérios apenas quando essencial para compreendermos a materia. Aqui é um desses momentos. Vejamos, ent&o, dois conceitos: Segundo Francisco Dirceu Barros*: 0 Direito Eleitoral é ramo do Direito Publico que trata dos institutos relacionados com | 0s direitos politicos e das eleigdes, em todas as suas fases, como forma de escolha | ds titulares dos mandatos eletivos e das instituigées do Estado. | Para Marcos Ramayana?: de organizar os sistemas eleitorais, 0s direitos politicos ativos e passivos, 2 | erganizacie judiaiia eleitoral, dos partidos palitices e do Ministério Publico aispondo | Os conceitos acima so interessantes, pois exemplificam varios assuntos que esto abrangidos pelo Direito Eleitoral e que seréo estudados em nossas aulas. Ndo vamos, neste momento do curso, estudar cada um desses institutos, eles seréo estudados, naturalmente, 4 medida que avangarmos na materia. De todo modo, desde jé algumas informagées sdo relevantes! (i) 0 Direito Eleitoral é um ramo do Direito Puiblico. E comum a distinggo entre ramos do Direito Publico e ramos do Direito Privado. O Direito Privado envolve as relacdes entre pessoas fisicas ¢ juridicas no ambito particular (obrigagGes, indenizagées, contratos). Jé 0 Direito Publico envolve assuntos de interesse da coletividade, ultrapassando a fronteira do mero interesse particular. O Direito Eleitoral nessa classificagao é ramo do Direito Publico. + BARROS, Francisco Dirceu. Direito Eleitoral. 102 edicSo. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2011, p. 01. ? RAMAYANA, Marcos. Direito Eleitoral. 102 edicgo, rev., ampl. e atual., Niterdi: Editora Impetus, 2010, p. 14 Prof. Ricardo Torques www .estrategiaconcursos.com.br Aide 83 00000000000 - DEMO ACI Curso REGULAR DE DIREITO ELEITORAL faEstratégia 9 SAS conus concuRsos Aula 00 - Prof. Ricardo Torques Porque? Por um simples fato, o Direito Eleitoral disciplina como sero as eleigdes, quem poderé votar, quem poderé candidatar-se a determinado cargo politico, So interesses da coletividade, disciplinados pelo Direito eminentemente publico. (ii) O Direito Eleitoral possui institutos e principios préprios. Isso denota que a disciplina possui autonomia cientifica e didatica, razdo pela qual é tratada como materia auténoma. Embora auténoma, hé diversas normas de Direito Eleitoral que esto dentro da Constituig&o, como, por exemplo direitos politicos, nacionalidade, regras gerais atinentes aos partidos politicos e organizagao da Justica Eleitoral Esses assuntos so estudados também em Direito Constitucional, numa verdadeira interseccdo entre ambas as disciplinas. (iii) O Direito Eleitoral disciplina os direitos politicos e as eleigées de modo geral. Esses dois institutos so 0 cerne do Direito Eleitoral. Todos os demais institutos juridicos eleitorais decorrem dos direitos politicos e das eleigdes propriamente. Neste contexto, a disciplina de Direito Eleitoral compete tratar do alistamento eleitoral, do registro de candidatos, da propaganda politica eleitoral, da votacéo, apuracéo_e diplomacso, da organizac&o dos sistemas eleitorais, dos direitos politicos ativos e passivos, da organizac&o judicidria eleitoral, partidos politicos e crimes eleitorais. Brome nota! DIREITO ELEITORAL Ok? No inicio € dificil mesmo, parece um monte de informag&o sem sentido e complexa. Com o tempo essas informagées séo compreendidas com naturalidade. Por hora é importante apenas fixar que 0 Direito Eleitoral é o ramo do direito que estuda as regras relativas aos direitos politicos e as eleicées. Sigamos! 2.2 - Fontes Conceito Em termos simples, 2 expressdo fontes refere-se aos modos de elaboragao e revelacao da norma juridica. A palavra fonte remete a ideia de origem, daquilo que surge. E justamente esse o conceito de fonte para o direito: Prof. Ricardo Torques www estrategiaconcursos.com.br 12 de 83 00000000000 - DEMO CurSO REGULAR DE DIREITO ELEITORAL, EM TEORIA E QUESTOES, COM ViDEO-AULAS Aula 00 - Prof. Ricardo Toraues Fonte é aquilo que da origem ao direito ou, mais especificamente, as normas juridicas. Classificagao Tradiconalmente a doutrina distingue fontes primdrias de fontes secundarias de Direito Eleitoral As fontes primdrias so aquelas decorrentes do Poder Constituinte Originério ou aquelas decorrentes do exercicio da funcéo tipica do Poder Legislativo (Poder Constituido). Devemos lembrar que cada um dos poderes reserva fungées tipicas: ao Executivo administrar, ao Judiciério julgar e ao Legislativo legislar e fiscalizar. Assim, compete ao Poder Legislativo editar leis eleitorais, verdadeiras fontes primérias eleitorais. A principal fonte primdria é a Constituicio Federal, fruto do Poder Constituinte Origindrio e, por isso, manifestagéo direta da soberania popular. Dela emanam todas as demais normas primérias do nosso ordenamento juridico, em razéo da superioridade hierdrquica da Constituicdo Federal. O Texto Constitucional traz diversas regras de direito eleitoral, havendo, indusive, um capitulo préprio sobre os direitos politicos (art. 14 @ 16) e sobre os partidos politicos (art. 17). Como tudo emana da Constituicgo Federal, € 0 seu Texto que prevé a competéncia para que o Poder Legislativo disciplina normas de Direito Eleitoral. Assim, confere-se & Unido a competénda legislar privativamente sobre Direito Eleitoral. Logo, todas as demais normas decorrentes do exercicio da funco legislativa so primérias. Podemos destacar que tais normas retiram 0 fundamento de validade direto do texto constitudonal e esto sujeitas ao controle de constituconalidade O fundamento da competéncia legislativa privativa da Unido estd no art. 22, I, da CF: | Art. 22. Compete privativamente 4 Unido legislar sobre: | | u ~ direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrario, maritimo, | Ou seja, quem estabelece as regras de Direito Eleitoral é a Unido! Fique atento! Ree eMC Preah Titans gic mS PITA sare Tete) Aprofundando um pouco a matéria neste aspecto, é relevante tratar do art. 22, § Unico da CF, que prevé a possibilidade de a Unido editar uma lei complementar autorizando aos Estados legislar sobre questées especificas arroladas nos incisos do art. 22 e, portanto, sobre Direito Eleitoral. Prof. Ricardo Torques www .estrategiaconcursos.com.br 13 de 83 00000000000 - DEMO CurSO REGULAR DE DIREITO ELEITORAL, EM TEORIA E QUESTOES, COM ViDEO-AULAS Aula 00 - Prof. Ricardo Toraues Hé controvérsia quanto a tal possibilidade em nossa disciplina, uma vez que © proceso eleitoral e as rearas aplicdveis ds eleicdes so as mesmas para todo 0 territério nacional. Assim, na pratica nao temos lei complementar federal que autorize lei eleitoral especifica pelos estados-membros. De todo modo, para fins da nossa prova, EM TEORIA, é possivel que a Unido editar uma lei complementar geral autorizando aos demais entes da federacSo legislar sobre quest6es especifica de Direito Eleitoral Retornando as normas eleitorais, editadas nos termos do art. 22, I, da CF, elas so dassificadas em normas primérias diretas e normas primérias indiretas (ou subsididrias). As primeiras assim séo denominadas porque disciplinam direta e especificamente assuntos de natureza eleitoral Destacam-se & Lei n° 4.737/1965 (Cédigo Eleitoral); ® Lei n° 9.096/1995 (Lei dos Partidos Politicos); ® Lei Complementar n° 64/1990 (Lei das Inelegibilidades); ® Lei 9.504/1997 (Lei das Eleicdes), Paralelamente, existem as fontes primérias indiretas, ou seja, normas que, embora legislativas primérias, so aplicadas subsididria ou supletivamente Destacam-se & Cédigo Penal e Cédigo de Processo Penal; ® Cédigo Civil e Cédigo de Processo Civil; Por outro lado existem também as denominadas fontes secundarias, normas que retiram fundamento de validade da _legislagdo infraconstitucional, ndo propriamente da Constituig&o. Em Direito Eleitoral, possuem especial destaque as Resolugées, que podem ser editadas tanto pelo TRE, quanto pelo TSE. Embora formais e fontes diretas, as Resolucdes sao fontes secundarias. Aprofundaremos no tépico seguinte. Para além dessas, sdio consideradas fontes materiais 0 Direito Eleitoral a doutrina eleitoral, que constitui o entendimento dos juristas de Direito Eleitoral, a jurisprudéncia do TSE — que constituem as decisées reiteradas da Corte sobre matérias eleitorais — assim como as Sumulas e os Estatutos dos partidos politicos Ao contrério das fontes formais, as fontes materiais n&o cardter vinculativo e funcionam como substrato tedrico para a edic&o posterior de fontes formais pelo Poder Legislativo e pelo Poder Judicidrio eleitoral no exercicio da funco normativa. Resolugées do TSE As Resolugdes do TSE sdo tecnicamente normas de carater infralegal e regulamentar, por meio dos quais 0 érgao supremo eleitoral da Prof. Ricardo Torques www .estrategiaconcursos.com.br 14 de 83 00000000000 - DEMO Aoi Curso REGULAR DE DIREITO ELEITORAL PEstratégia iitonsranstors convico-auas Aula 00 - Prof. Ricardo Torques cumprimento 4 legislagao infraconstitucional. Por serem normas séo consideradas como fontes formais. Tal atribuicéo normativa é conferida ao TSE, pelo art. 23, IX do Cédigo Eleitoral | compete, ainda, privativamente ao Tribunal Superior: (...) | IX - expedir as instrucées que julgar convenientes 4 execu¢éo deste Cédigo; | Co) | Ademais, 0 art. 105, da Lei das Eleigdes, com redacgo dada pela Lei 12.037/2009 conceitua legislativamente as Resolugdes do TSE nos seguintes termos: atendendo ao cardter regulamentar e sem restringir direitos ou estabelecer sancées distintas nesta Lei, podera expedir todas as instrugdes necessérias para a | sua fiel execucao, ouvidos, previamente, em audiéncia publica, os delegados ou | rtidos politi Dos dispositivos acima, podemos conduir que as Resolugdes do TSE sdo normas que estabelecem regras legais, gerais e abstratas, editadas para a execugo da legislacao eleitoral. O objetivo principal de tais normas é regulamentar as eleigdes. Anualmente e especialmente nos anos eleitorais, o TSE edita diversas Resolugées, que disciplinam procedimentos ndo previstos na legislago eleitoral. Essas regulamentacées aplicam-se a todos aqueles que concorrerem as eleicées de modo geral e abstrato e com carater vinculante. Além disso, as Resolugées tratam especificamente sobre Direito Eleitoral, razo pela qual so consideradas fontes diretas. Portanto... ‘rato ‘decore! Contudo, precisamos aprofundar um pouco mais! Ha PP x00 diversos autores na doutrina que afirmam que as ais fundo Resolucdes do TSE possuem cardter normativo primario, normatizando hipoteses ndo reguladas pela norma eleitoral. Tal entendimento predominou na doutrina, uma vez que antes da Lei 12.037/2009, a redac&o do art. 105 era mais simples, nao continha a mengSo expressa ao carater regulamentar e a impossibilidade de criar ou restringir direitos das Resolugdes do TSE. Deste modo, o TSE entendia que suas resolucées tinham cardter legal. Esse entendimento foi, indusive, sufragado no STF. Assim, formou-se na jurisprudéncia duas posigées bem daras: Prof. Ricardo Torques www .estrategiaconcursos.com.br 15 de 83 00000000000 - DEMO Curso REGULAR DE DIREITO ELEITORAL faEstratégia 9 SAS conus Aula 00 - Prof. Ricardo Torques 1a posicAo: existem Resolucdes do TSE primarias, que inovam a ordem juridica. A primeira posiggo foi adotada pelo STF no julgamento da ADI n° 3.999 e ADI n° 4.086, no qual o Plendrio confirmou a constitucionalidade da Resolu¢&o n° 22.610/2007, que disciplina o processo de perda de mandato eletivo por infidelidade partidéria. Em sintese, discutiu-se que a referida Resolucao disciplinou de maneira inovadora o proceso de perda de cargo eletivo, matéria que somente poderia ser disciplinada GB urisprudencia por norma editada pelo Poder Legislativo. Vejamos excerto do julgado? | Fidelidade partidéria. Aco direta de inconstitucionalidade ajuizada contra as | | Resolugées 22.610/2007 @ 22,733/2008, que disciplinam a perda do cargo eletivo e | |0 processo de justificag3o da desfiliag50 partidéria, Sintese das violagdes | | constitucionais arguidas. Alegada contrariedade do art. 2° da ResolugSo a0 art. 121 | da Constituigio, que ao atribuir a competéncia para examinar os pedidos de perda | de cargo eletivo por infidelidade partidaria ao TSE e aos TREs, teria contrariado a | reserva de lei complementar para definico das competéncias de Tribunais, Juizes e | auntas Eleitorais (art. 121 da ConstituicS0). Suposta usurpacao de competéncia | | do Legislativo e do Executivo para dispor sobre matéria eleitoral (art. 22, I; | | arts. 48 € 84, IV, da Constituicao), em virtude de o art. 1° da Resolugso disciplinar | |de maneira inovadora a perda do cargo eletivo, Por estabelecer normas de | | cardter processual, como a forma da peticSo inicial e das provas (art. 3°), 0 prazo | para a resposta e as consequéncias da revelia (art. 3°, caput e paragrafo Unico), os | requisitos e direitos da defesa (art. 5°), 0 julgamento antecipado da lide (art. 6°), a | disciplina e o énus da prova (art. 7°, caput e parégrato Unico, e art. 8°), a Resolucao | | também teria violado a reserva prevista no art. 22, I, @ arts. 48 6 84, 1V, da | | Constitui¢a0. (...). Por fim, dizem os requerentes que 0 ato impugnado invadiu | | competéncia legislativa, violando o principio da separacéo dos poderes | | (arts. 2° e 60, §4°, III, da Constitui¢éo), 0 STF, por ocasio do julgamento dos | | Mandados de Seguranca 26.602, 26.603 e 26.604 reconheceu a existéncia do dever | constitucional de observancia do principio da fidelidade partidéria. Ressalva do | entendimento entéo manifestado pelo Ministro Relator. Nao faria sentido a Corte | |reconhecer a existéncia de um direito constitucional sem prever um | | instrumento para asseguré-lo. As resolucées impugnadas surgem em | | contexto excepcional e transitério, tio somente como mecanismos para | | salvaguardar a observancia da fidelidade partidéria enquanto 0 Poder | | Legislativo, érgao legitimado para resolver as tensées tipicas da matéria, | | ndo se pronunciar. So consttucionais 25 ResolugSes 22.610/2007 @ 22.733/2008 | | do TSE. | Portanto, do que se lé acima, o STF entendeu que, de fato, a matéria deveria ser editada pelo Poder Legislativo, em razio da regra de competéncia constante do art. 22, I, da CF. Contudo, a exigénca da fidelidade partiddria ¢ extraida do préprio Texto da Constituic&o e, assim, nao faz sentido apenas aplicar mediante lei do Poder Legislativo. Entendeu assim o STF que a Resoluc&o TSE n° 22.610/2010 é uma norma transitéria e de cardter excepcional, que se justifica em face da demora do Poder Legislativo em editar uma norma para disciplinar a matéria. 3 ADI 3.999 e ADI 4.086, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 12-11-2008, Plenério, DJE de 17-4-2009, Prof. Ricardo Torques —_ www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 83 00000000000 - DEMO ACI Curso REGULAR DE DIREITO ELEITORAL faEstratégia 9 SAS conus Aula 00 - Prof. Ricardo Torques Desse modo, neste caso, condluiu 0 STF que @ Resoluggo do TSE, além de ser fonte formal direta é, também, fonte priméria. Vejamos, em seguida, outro posicionamento do STF. 2a posicAo: existem Resolucdes do TSE secundarias, as quais nao podem inovar na ordem juridica. A Resolugéo TSE n° 20.993/2002 determinou a verticalizagdo das coligagdes partidarias. Veremos esse assunto com profundidade futuramente, ndo se preocupem. Em termos simples 0 TSE obrigou os partidos adotar a coligacao nacional para concorrer nas eleigdes estaduais municipais, sem possibilidade de outros arranjos entre os partidos nos estados-membros € nos municipios Em razio disso, varios partidos politicos ingressaram com uma ADI perante o STF, questionando a norma criada pela Resolucéo, a 7 _____ Neste julgamento, o STF entendeu que a Resolug&o do JJurisprudéncia TSE possui cardter secundério e interpretativo, ndo podendo inovar na ordem juridica, dada a natureza das resolugdes Vejamos a ementa da ADI n° 2.6264 | AGAO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. PARAGRAFO 12 DO ARTIGO 4° DA | | INSTRUGAO WO 55, APROVADA PELA RESOLUGAO N° 20.993, DE 26.02.2002, DO | | TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL. ART, 6° DA LET N° 9.504/97. ELEIGOES DE 2002 | COLIGAGAO PARTIDARIA. ALEGAGAO DE OFEINSA AOS ARTIGOS 5°, II E LIV, 16, 17, | | § 1°, 22, I E 48, CAPUT, DA CONSTITUICAO FEDERAL. ATO NORMATIVO | | SECUNDARTO. VIOLACAO INDIRETA. IMPOSSIBILIDADE DO CONTROLE ABSTRATO | | DE CONSTITUCIONALIDADE. Tendo sido 0 dispositive impugnado fruto de resposta | | 4 consulta regularmente formulada por parlamentares no objetivo de esclarecer 0 | | disciplinamento das coligacées tal como previsto pela Lei 9.504/97 em seu art. 62, 0 | | objeto da acgo consiste, inegavelmente, em ato de interpretac3o. Saber se esta | | interpretag3o excedeu ou ndo os limites da norma que visava integrar, exigiria, | | necessariamente, 0 seu confronto com esta regra, e a Casa tem rechacado as | | tentativas de submeter a0 controle concentrado o de legalidade do poder | regulamentar. Precedentes: ADI n® 2.243, Rel. Min. Marco Aurélio, ADI n° 1.900, Rel. Min, Moreira Alves, ADI n° 147, Rel. Min. Carlos Madeira, Por outro lado, nenhurn | dispositivo da Constituicao Federal se ocupa diretamente de coligages partidarias ou | | estabelece o dmbito das circunscricées em que se disputam os pleitos eleitorais, | | exatamente, os dois pontos que levaram 4 interpretacdo pelo TSE. Sendo assim, | | n30 hd como vislumbrar, ofensa direta a qualquer dos dispositivos constitucionais | [invocados, AgSo direta ndo conhecida. Deciso por maioria. | Em sintese, o STF afirmou que as Resolugées possuem cardter secundério e destinam-se a interpretar a norma eleitoral Esse é 0 entendimento, indusive, de Francisco Dirceu Barros |A reforma 105 capi | estabelecer as principais caracteristicas de uma resolu¢o, mitigou o seu carater de | ato normativo primério, pois ndo sera possivel uma resolugso restringir direito ou | “ ADI 2626, Relator Min. Sydney Sanches, julgado em 18/04/2004, DJ 05-03-2004. 5 BARROS, Francisco Dirceu. Direito Eleitoral, p. 07/08. Prof. Ricardo Torques www .estrategiaconcursos.com.br 17 de 83 00000000000 - DEMO Curso REGULAR DE DIREITO ELEITORAL EM TEORIA E QUESTOES, COM ViDEO-AULAS Aula 00 - Prof. Ricardo Toraues No mesmo sentido, posiciona-se Rafael Barretto®: As resolucées do TSE so normas de cardter regulamentar que 2 Corte edita para disciplinar 2 aplicag30 da legislagSo eleitoral, normalmente sintetizando no texto delas, a jurisprudéncia do Tribunal sobre as matérias versadas. Sintetizando as posicées do STF. tome nota! \ ‘*fonte formal - porque institui institui normas gerais e abstratas sfonte direta - porque trata exclusivamente de direito eleitoral *fonte prim ria ~ porque inova na ordem juridica e ndo apenas regulamenta a legislagdo eleitoral ‘*fonte formal - porque institui institui normas gerais e abstratas *fonte direta - porque trata exclusivamente de direito eleitoral ‘*fonte secundaria - porque se presta a interpretar e regulamentar a legislagdo infraconstitucional, no podendo inovar na ordem juridica Para efeito de prova devemos levar as seguintes informacées. Cette ia FONTE DIRETA PMCS A nossa vantagem aqui € a seguinte: as questdes ndo tém perguntado se é fonte primdéria ou secundaria, limitam-se apenas a questionar se é fonte formal e direta. Como veremos nas questées, esse assunto foi exigido pela FCC ja neste ano, em 2015! Por isso que nés alongamos a andlise aqui! Compreendido? © BARRETO, Rafael. Direito Eleitoral, Col. Saberes do Direito, S4o Paulo: Editora Saraiva, 2012, versdo eletrénica, Prof. Ricardo Torques __ www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 83 00000000000 - DEMO ACI Curso REGULAR DE DIREITO ELEITORAL faEstratégia 9 SAS conus concuRsos Aula 00 - Prof. Ricardo Torques Medida Provisoria As medidas provisérias constituem uma espécie normativa peculiar. Ao contrério da regra, elas s&o criadas pelo Presidente da Republica, Governador ou Prefeitos, ou seja, pelo Poder Executivo. Em razao disso, a medida proviséria tem validade apenas por 60 dias, prorrogaveis por outros 60 dias e serd editada apenas em situacées de relevanda e urgéncia. Passado esse periodo, se a medida provisoria no for convertida em lei, perderd sua eficdcia. Por conta de todas essas questées especificas, hd vedacéo no Texto Constitucional para edic&o de tal espécie normativa para disciplinar Direito Eleitoral nos termos do art. 62. §1°, I, a da CF: Art. 62. Em caso de relevancia e urgéncia, 0 Presidente da Republica podera adotar | medidas provisérias, com forca de lei, devendo submeté-las de imediato 20 | Congreso Nacional. | §1° E vedada a edigSo de medidas provisérias sobre matéria: | I~ relativa a | a) nacionalidade, cidadania, direitos politicos, partidos politicos e direito | eleitoral; (...). | Portanto... ‘arengho ‘decore! eye MONAT ne eel it PSone ORE os My Cats Pye red koa yt Consultas De inicio saibamos, as consultas NAO SAO FONTES FORMAIS OU DIRETAS do Direito Eleitoral, mas téo somente fontes interpretativas. Vejamos 0 porqué! As Consultas consistem na atribuicao conferida aos TREs e ao TSE para responder questionamentos feitos por autoridades competentes, desde que nao se refira a um caso concreto propriamente. A consulta ndo pode ser reportar a um caso concreto propriamente, pois seria uma forma irregular de se antecipar o julgamento de determinado processo judicial eleitoral Assim, a consulta constitui uma forma de orientar as partes envolvidas no processo eleitoral, com a finalidade de evitar processos judiciais. Assim, apos as consultas os interessados sentem-se seguros dos atos praticados durante todo 0 processo das eleigdes, sem necessidade de recorrer as agdes judiciais. A consulta nao possui carater vinculante, muito menos erga omnes. Prof. Ricardo Torques www estrategiaconcursos.com.br 19 de 83 00000000000 - DEMO | Estratégia Curso REGULAR DE DIREITO ELEITORAL otal EM TEORIA E QUESTOES, COM ViDEO-AULAS Aula 00 - Prof. Ricardo Toraues E 0 que isso significa? Uma deciso judicial, apés 0 transito em julgado possui efeito vinculante entre as partes. Isso significa dizer que a decisdo judicial proferida vincula a parte de modo que ela nao poderd deixar de observar a decisdo. O carater erga omnes, por sua vez, indica que a lei ou ato juridico atinge a todos Tais efeitos ndo se aplicam a consulta, que constitui apenas um posicionamento da Justia Eleitoral sobre determinada matéria que tem gerado duvida na comunidade, sem vincular ninguém, e sem se aplicar a todos indistintamente. Assim, € possivel que embora exarado determinado entendimento em consulta, futuramente determinado TRE ou 0 TSE decidam, no exercicio da fung&o jurisdicional, de modo diverso. A competéndia para responder as consultas é atribuida ao TRE e ao TSE Quanto a este, vejamos 0 que dispde o art. 23, XII, do Cédigo Eleitoral: Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, a0 Tribunal uperior, (...) | XII - responder, sobre matéria eleitoral, as consultas que Ihe forem feitas em tese | por autoridade com jurisdi¢so, federal ou érgo nacional de partido politico; (...) | Jd em relagéo ao TRE a competéncia vem disciplinada no art. ‘Art. 30. Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais Regionais: (...) 1 | VIII - responder, sobre matéria eleitoral, as consultas que Ihe forem feitas, em tese, | por autoridade publica ou partido politico; (...) | Notaram alguma diferenca entre os dispositivos? Hé uma diferenga bastante relevante que comumente é objetivo de prova No Ambito do TSE as consultas seréo formuladas por autoridade de jurisdicgo federal ou érg&o nacional de partido politico. J4 no ambito dos TRE as consultas poderao ser formuladas por autoridade ptiblica ou partido pdlitico. Logo... PRESTE ‘atencao Prof. Ricardo Torques www .estrategiaconcursos.com.br 20 de 83 00000000000 - DEMO Curso REGULAR DE DIREITO ELEITORAL EM TEORIA E QUESTOES, COM ViDEO-AULAS Aula 00 - Prof. Ricardo Toraues autoridade de jurisdiggo nel CONSULTAS EM Cee lito Pe Para finalizar, vejamos um exemplo. © TSE foi consultado no ano passado nos termos por um Senador da Republica 2. Em caso afirmativo, a Lei Federal n° 12.891/2013 ser totalmente ou parcialmente aplicada? 3. No caso de parcial aplicagSo para as eleighes gerais de 2014, quais sero os spositivos 5 2 Apés andlise das questdes formuladas o TSE respondeu a consulta, em sintese, do seguinte modo”: CONSULTA. APLICABILIDADE DA LET NO 12.891/2013 AS ELEICOES DE 2014 PRINCIPIO DA ANTERIORIDADE ELEITORAL. RESPOSTA NEGATIVA A PRIMEIRA INDAGACAO. PREJUDICADAS AS DEMAIS. o de que a Lei n° 12,891/2013, que a cdes de 2014, Portanto, o entendimento f instituiu a Mi em razao do principio da anualidade eleitoral Sintese Finalizamos assim, 0 estudo das fontes. Vimos alguns aspectos especificos, que envolvem a matéria. Para a prova devemos lembrar 7 Consulta n? 100075, Relator Min. Joo Otdvio de Noronha, Publicago: DJE - Didrio de Jjustiga eletrénico, Data 01/09/2014. Prof. Ricardo Torques __ www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 83 00000000000 - DEMO Curso REGULAR DE DIREITO ELEITORAL EM TEORIA E QUESTOES, COM VIDEO-AULAS Aula 00 - Prof. Ricardo Toraues digo Eleitoral CTE Nea your ELEITORAL FONTES DIRETA’ FONT! PSC Ceyaset by Cte ee eset al 2.3 - Nogées de Teoria Geral do Direito Neste tdpico vamos situar vocés a respeito de como é estruturado e organizado nosso Estado. Veremos alguns aspectos da organizacdo administrativa para que possamos compreender como ocorre o processo eleitoral no Brasil. A Constituicao Federal é a norma maxima de um Estado, que regulamenta assuntos importantes como direitos fundamentais, organizagao do poder, distribuiggo de competéncias, exercicio das fungées politicas e forma de governo. Essas regras d3o origem ao Estado e que nada mais s3o do que um contrato aceito por um grupo de pessoas de determinado territério. x rique Jatento! ent enesna mys Serr wate SNe UL) EUS ToC (a) Portanto, 0 que veremos aqui so algumas regras que organizam e estruturam o Estrado Brasileiro. Prof. Ricardo Torques __ www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 83 00000000000 - DEMO

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