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2020

O Templo, a Casa e a Urbs:


A indústria do bem criticar

Jáder José Oliveira Vieira


NOSSA PESQUISA
20/6/2020
Vieira, J.J.O:.
RESUMO: Essa pesquisa tem a intenção de resgatar a memória de
uma fração do lote urbano do antigo centro de Fortaleza além de
desenvolver a sua respectiva maquete em 3d e seus desdobramentos
estéticos e endoculturais em várias escalas históricas em nível eclético
desde os primórdios da arquitetura até a pós-modernidade que trouxe para
a História questionamentos sobre a validade do método científico, sobre
os limites entre a verdade e a ficção e reconduziu para o centro dos debates
a questão da escrita da Historiografia. Há um aspecto positivo na simples
hibridação de estilos, nas diferentes formas de pensar e agir sobre o
mundo nem que seja para o reconhecimento da dinâmica de outras
possibilidades nas relações humanas e de organização social, no que se
refere a valores, símbolos, linguagens, resíduos culturais e suas
familiaridades com a teoria da arte, assim como a interação com o ambiente
é mediada por diferentes técnicas e seguindo outras premissas como
teremos oportunidade de esmiuçar melhor em todos os capítulos
posteriores onde até de uma espetaculosa e desconhecida casa que fora
demolida na década de 80, acabou por nos deixar muitos rastros dos
debates sobre a História e Arquitetura, e nesse contexto a pós-
modernidade aparece, portanto, como um de seus críticos mais radicais,
subsidiada pelos estudos literários e culturais. Por isso, este ensaio
concentra uma coletânea de ideias que objetiva concatenar os principais
aspectos delineados pelo pathos urbanístico e paisagistico entre a
antiguidade e o século XX que estão nos inquietando até os dias de hoje, e
são provas cristalizadas contundentes de que o passado imaginava
emanar algumas impressões ao futuro através das ruínas da arquitetura e
seus desdobramentos com outros ethos como nos jogos populares de
tabuleiro e na numismática:.
Sumário
PRÓLOGO ................................................................................................................... 12

INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 14

A CIDADE E A CASA PAGÃ ORIENTAL .................................................................... 27

EGITO ...................................................................................................................... 27
O PAISAGISMO NO EGITO ..................................................................................... 34
O DESIGN NO ANTIGO EGITO ............................................................................... 38
O URBANISMO NO ANTIGO EGITO ....................................................................... 44

A CIDADE E A CASA PAGÃ OCIDENTAL .................................................................. 54

ATENAS E ESPARTA ................................................................................................. 63

A PRAÇA ..................................................................................................................... 79

SÓCRATES ................................................................................................................. 82

A FILOSOFIA NAS PRAÇAS....................................................................................... 84

O JULGAMENTO DE SÓCRATES .............................................................................. 88

A CONTRIBUIÇÃO CLÁSSICA PARA ARQUITETURA ............................................. 94

A QUESTÃO DA ALTERIDADE NO HUMANISMO CRISTÃO ................................. 109

O GÓTICO E A URBANIDADE MEDIEVAL .............................................................. 126

AMÉRICA E ÁFRICA REFÉM DE UMA EUROPA QUE VOLTA A ESCRAVIZAR ... 154

O DESPERTAR DA AMÉRICA .................................................................................. 166

O NEOCLÁSSICO ..................................................................................................... 203

A EFETIVA APROPRIAÇÃO DA AMÉRICA.............................................................. 225

O ECLETISMO .......................................................................................................... 252

AS ARQUITETURAS ORIENTAIS VÊM PARA O OCIDENTE .............................. 252

O MODERNISMO ...................................................................................................... 296

TFG ............................................................................................................................ 326

O LEGADO PÓS MODERNISTA ........................................................................... 326


OBRAS CITADAS .............................................................................................. 341

ÍNDICE DE FOTOS ................................................................................................... 350

ACONTECIMENTOS CRONOLÓGICOS .................................................................. 363


Regras Matemáticas de Cálculo para Geometria Analítica
"Quem reze sempre por ti?!...

Hi,Hi,Hi,Hi,Hi,Hi,!...

E tu viveste a teu prazer

cuidando cá guarecer

por que rezam lá por ti?!...

(Auto da Barca do Inferno - Gil Vicente)


Prólogo

Figura 1.Abrigo Primitivo e Arquitetura Vernacular

Estes próximos capítulos contemplam uma série de materiais


primitivos que objetiva descrever os principais aspectos erigidos
pelo urbanismo entre antes do século XX até o Egito A.C que estão
entre nós desde a pré história até os dias de hoje, nos primórdios a
habitação era tida apenas como um abrigo efêmero e temporário para
se proteger do frio, do calor, de animais selvagens e não ficar tão
exposto em cavernas, pois muitos outros animais peçonhentos e
violentos também vão se abrigar em cavernas. Ainda hoje o campo
de escoteiro, o acampamento militar, e as táticas de sobrevivência
dizem respeito a esse conhecimento herdados milenarmente.

Historiograficamente pretendemos revisar os pontos


principais evocados pelos historiadores no que concerne a conquista
da América. Desta maneira foi analisado a estrutura das sociedade
antigas, das sociedades ameríndias, a estrutura das sociedades
medievais para conseguir mais especificamente relatar o
comportamento de Colombo, Montezuma II e Cortez. Fizemos
algumas problematizações acerca do que Todorov, Levinas e Dussel
entenderam sobre o fato histórico de 1492 e sobre como realmente
se deu o processo de invenção da América através da urbanização
imposta pela família patriarcal e mais especificamente no nordeste
brasileiro, pois apontaremos como os fatos religiosos, políticos,
econômicos e sociais são extremamente polissêmicos, eivando do
passado a questão da cultura, das mentalidades, da alteridade, da
arquitetura e suas implicações intelectuais bem como a sua direta
relação com a doutrina católica hasteada em Constança, Trento e
Latrão. 1 O contato com outras formas de organização social, de
culturas e suas formas respectivas de relação com a natureza pode,
então, contribuir para incorporar outras ideias de que a estrutura
social predominante na civilização ocidental não é a única possível,
ou a melhor, ou natural.

1
A pretensão da doutrina consistia em legislar sobre muitas pessoas como se
fossem poucas. As leis universais em Moisés são ortodoxas, já os cânones católicos são
casos particulares, portanto sendo heterodoxas. Contudo, os padres confessores laboram
com valorações de circunstância e identidade. Por várias vezes deixando transparecer ao
historiador muitas verdades sobre a sua época, sobre a organização que eles admitiam
natural, sem muitas vezes nem se dar conta de que estariam revelando
despretensiosamente muitos traços de sua sociedade. Muitas contradições surgiam da
idéia isonômica da lei, proposta por Aristóteles, eles consideravam que esse axioma fosse
além de despótico, rudimentar e vicioso como também insuficiente para coordenar toda a
república Cristiana. Diante disso eles arrojavam levar a cabo tratar de todos os casos, pois
o silogismo variava se fosse infiel, leigo, Papa ou Rei, ainda que fosse tradicionalmente
estabelecido biblicamente que todos são iguais diante dos olhos de Deus.( At 10.34,Rm
2.11, Pv 22,2.)
Introdução

Figura 2. Pórticos, é composto de dupla colunata que com o peso das vigas fica
neutralizada a ação de cargas que ocorrem de maneiras variadas ao longo do tempo pelo
vento e pelas fatores acidentais.

O pórtico ele pode ser feito praticamente de qualquer material.


Madeira, pedra (Stonehenge), concreto armado, protendido, ferro,
alumínio, plástico. Pórticos são estruturas lineares constituídas por
barras retas ligadas entre si. Eles podem ser planos (bidimensionais)
ou espaciais (tridimensionais). Também se classificam entre simples:
isostático, engastado e tri articulado. E pórticos compostos.

A utilização de pórticos é um traço marcadamente cultural. No


Japão eles utilizam em santuários xintoístas e chamam de Torii 鳥.[1]

Em seus credos religiosos eles utilizam a estrutura para


delimitar o começo do espaço sagrado e o fim do espaço profano
também é utilizado como traço cultural para recepcionar visitantes
na entrada de cidades ao redor do mundo todo.

Figura 3. O Típico acampamento de sobrevivência é ladeado por cerca feita de madeira e cipó
além do Portal de entrada. Ao redor do abrigo é organizado o mobiliário com mesa, fogueira, cadeiras
e estoque de materiais, comida e água e espaço para as necessidades físicas.
Figura 5. Exemplo de Ação Forças Horizontais, Verticais
com a Soma do Momento.

Figura 4. O cipó traz para a arquitetura vernacular originalidade, segurança,


economia e durabilidade na sustentação estrutural.
A História é contada pelos vitoriosos, comumente é dito isso nos
colégios e nos livros de História direcionado para secundaristas,
contudo, [igualmente óbvias (pelo menos para nós) deve ser as
desvantagens de aplaudirmos as obras dos reprovados e de
engrandecermos figuras apáticas e parasitas que de nada servem
para sociedade. É, para alguns eruditos, a História deve tratar de
imortalizar as virtudes dos vitoriosos assim como os poetas e
oradores difamavam com falsos testemunhos pessoas de santa vida
para assim persuadir seus interlocutores de que não acarretaria
perigosa implicação ao público reproduzir seus discursos como se
fossem seus próprios, dada a falta de meios para fazer diligência e
contraditar os seus pressupostos teóricos, o grande público aceita
como verdade razoável algo incutido pela sugestão, ou seja, é uma
artimanha para polarizar uma narrativa e assim manter a verdade
secreta, ou no mínimo eximir a autoridade de admitir vasta ignorância
sobre o assunto que está tratando.] Do mesmo modo muitos
historiadores sociais ficam murmurando notadamente em suas teses
movidos pelo vício da inveja sobre os ministros da religião oficial,
detraindo as ações dos monarcas que venceram em batalhas justas
ou retirando os louvores que temos pelas Repúblicas que lutaram
honradamente pela sua própria liberdade. Vejo isso como um enorme
delito intelectual, pois além de imortalizar vícios é uma maneira de
consumar uma malicia através do encaminhamento de uma verdade
sabendo que é artificiosa, sendo assim contra a caridade e o pior,
defendendo a causa dos culpados ao invés de defender a causa dos
inocentes. [Já 'A História', analisada a partir dos preceitos pós-
moderno, seria uma construção discursiva que teria relação apenas
com as metas do historiador, em última instância, um literato(coisa
que majoritariamente o próprio pessoal das Letras não admite) para
quem o método e a empiria seriam elementos ritualísticos a ficção
seria incompatível assim como outros gêneros. Tais interpretações
da História acarretaram colocações como a a fundamentação
religiosa na História(tradição epistemológica católica)e de outro lado
a inexistência de verdade na História, a irrelevância dos métodos de
pesquisa e a impossibilidade de apreensão da realidade; em suma, a
História seria um texto ficcional como qualquer outro, chegando ao
extremo da "invenção histórica", uma vez que o passado não pode
ser alcançado, esse discurso histórico seria produzido de uma
maneira deslocada em relação à realidade passada, uma vez que,
para os defensores dessa tese, o passado não poderia ser
apreendido plenamente, não só pelas limitações dos métodos
historiográficos (recortes, triagem, inteligibilidade do presente), mas,
principalmente, devido ao lugar de onde fala o historiador. ] [2]

Para Michel De Certeau, a produção do historiador, portanto,


deveria ser considerada “(...) como a relação entre um lugar (um
recrutamento, um meio, um ofício, etc.), procedimentos de análise
(uma disciplina) e a construção de um texto (uma literatura). É admitir
que ela faz parte da “realidade” de que trata, e essa realidade pode
ser compreendida “como atividade humana”, “como prática”. Nessa
perspectiva, (...) a operação histórica se refere à combinação de um
lugar social, de práticas “científicas” e de uma escrita.” (DE
CERTEAU, 1982).

Nesta perspectiva, deve-se concentrar a análise em dois


pontos: primeiramente, os instrumentos metodológicos dos quais o
historiador se utiliza foram desconsiderados pelos autores pós-
modernos. Hayden White afirmou que o trabalho historiográfico faria
parte de uma encenação, um teatro acadêmico que visaria dar
objetividade e caráter científico à produção histórica (WHITE, 1995, p.
65). Contudo, De Certeau, mesmo alertando para as limitações do
trabalho historiográfico, não o desabilitou. O trabalho do historiador
seria compreender, e nessa busca pela compreensão os limites
metodológicos seriam constantes, mas trazendo em si a
continuidade da produção historiográfica, naquilo que estaria
ausente ou no que foi observado apenas de uma maneira.

O segundo ponto refere-se ao lugar do historiador, os


pressupostos que fazem parte da produção do historiador. De
Certeau salientou que o historiador produz seu trabalho a partir do
presente, das preocupações de sua realidade, fazendo de seu
discurso um "discurso particularizado", que tem um emissor, o
historiador, e um destinatário, seja ele qual for, a academia, a
sociedade de forma geral ou um grupo específico (DE CERTEAU,
1995, p. 224). Essa discussão implicou numa constatação vital para
De Certeau: não se pode falar de uma verdade, mas de verdades (no
plural).

Para De Certeau, essa problemática teria outro patamar e


outro caminho. A ideia de uma verdade universal foi igualmente
refutada, porém, para o autor, o que a História poderia produzir eram
verdades, subjugadas aos limites das pesquisas históricas e
influenciadas pelo presente do historiador: "A historiografia mexe
constantemente com a história que estuda e com o lugar onde se
elabora" (DE CERTEAU, 1982, p. 126). O que se apreende é a
preocupação de De Certeau em não negar a possibilidade de alcançar
alguma verdade. A objetividade do discurso do historiador não
estaria, portanto, mais relacionada com visões acabadas, definitivas
ou fechadas; o trabalho do historiador residiria na busca de
possibilidades, hipóteses de abordagem ligadas as suas
preocupações específicas, daí a existência de verdades. Essa
mudança de perspectiva introduziria a utilização da imaginação (não-
ficcional) frente ao discurso homogêneo e seu uso mais profundo na
construção da linguagem histórica (DE CERTEAU, 1995, pp.225-226).
Não parece, porém, possível aceitar ideias ligadas a pós-
modernidade que são levadas a extremos, como o fim da História, da
impossibilidade de conhecer o passado e a validade de se utilizar
fatos fictícios na construção histórica. Na França, a obra coletiva de
Michel de Certeau, L’invention du quotidien (1980), [tradução
brasileira: A invenção do cotidiano, 1. Artes de fazer (Petrópolis,
Vozes, 1994)], exerceu papel fundamental na questão do estudo dos
usos.

Historiador e psicanalista, Michel de Certeau reconhece de


imediato a capacidade dos indivíduos para a autonomia e a liberdade.
Sua abordagem consiste em assenhorear-se dos mecanismos pelos
quais os indivíduos transformam-se em sujeitos, manifestando
formas de autonomia em um conjunto muito grande de práticas da
vida cotidiana, de consumo, de leitura ou de forma de habitar. Com
suas descrições refinadas das “artes de fazer” e das “maneiras de
fazer” dos usuários, Michel de Certeau mostra como as práticas dos
usuários marcam um fosso, uma diferença, com o programa que
busca lhes impor as tecnocracias e as indústrias culturais. As
pessoas comuns, afirma ele, demonstram capacidades criativas que
os industriais nem ao menos suspeitam: pelo viés das
engenhosidades, do faça você mesmo ou da apropriação indébita -
que Michel de Certeau reunirá sob o termo “braconnage” ou seja,
«caça furtiva» - elas encontram-se em posição de imaginar uma
maneira própria de caminhar nos universos construídos pelas
indústrias da cultura ou das tecnologias da comunicação. Colocando
em ação um jogo sutil de táticas (assegurando-lhes o controle pelo
tempo) que se opõem às estratégias das grandes tecnocracias (tendo
a principal colocação no espaço), os usuários manifestam uma forma
de resistência moral e política.
De Certeau afirma que estes usos são “táticos” através de
“apropriações furtivas” e descreve este processo de consumo “...um
conjunto de táticas pelas quais o fraco faz uso do forte. Ele
caracterizou o usuário (um termo que ele preferiu a consumidor)
rebelde como tático e o presumido produtor (no qual ele inclui
autores, educadores, curadores e revolucionários) como estratégico.
Estabelecer esta dicotomia permitiu a ele produzir um vocabulário de
táticas rico e complexo o bastante para equivaler a uma estética
reconhecível e distinta. Uma estética existencial. Uma estética da
apropriação, do engano, da leitura, da fala, do passeio, da compra, do
desejo. Truques engenhosos, a astúcia do caçador, manobras,
situações polimórficas, descobertas prazerosas, tão poéticas quanto
guerreiras”.

Os termos Tática e Estratégia remetem ao vocabulário militar


e se referem ao manejo de recursos para o desenvolvimento de uma
ação; diferenciam–se em sua definição segundo os momentos e
circunstâncias. Se o Estratégico responde a uma lógica de ordem
vertical e se refere aos traçados prévios – de acordo com hipóteses
e suposições, que permitiriam chegar posicionado à ação - , o Tático
responde a uma lógica de ordem horizontal e se refere ao manejo de
todos os elementos durante o desenvolvimento da própria ação, o
que implica ir variando os traçados de acordo com as circunstâncias
que vão se apresentando no momento. A Estratégia se orienta na
direção de uma perspectiva de ciência; a Tática, na direção de uma
arte.

Mídia tática pode ser definida como a apropriação dos meios


de comunicação com a finalidade de se opor ou criticar um alvo que
frequentemente ocupa determinada posição de poder. Esta forma
pós-moderna de ativismo pode ser reconhecida pelo uso da
tecnologia ultramoderna e suas campanhas de mídia no estilo "bater
e correr", as quais são geralmente de curta duração. O propósito da
mídia tática jaz no tipo de informação que ela distribui e nos alertas
que pode às vezes produzir. Ao gerar essa informação e criar essa
reação, a mídia tática tenta reverter o fluxo de mão-única da
comunicação e poder, e retornar algum grau de controle ao público.

Discute-se que a mídia tática lembra mais uma estratégia do


que uma tática. Logo, é importante observar que enquanto a
estratégia usa o espaço para se desdobrar, a tática usa o tempo. A
mídia tática não é disputada em um espaço, visto que ocupa o espaço
ao qual se opõe. Em vez disso, é disputada no tempo, aproveitando
a oportunidade quando brechas ou fraquezas são detectadas dentro
do espaço ocupado.

A mídia alternativa não visa se infiltrar no meio dominante por


uma ação rápida, mas tenta se opor à mesma propondo o que seu
nome sugere: uma alternativa à mídia dominante.
Embora tão bem sucedida quanto uma campanha ou grupo em
particular possa ser, seu objetivo final não é substituir um
determinado canal de mídia pois a mídia tática desencoraja a
difamação por conta de que isto provavelmente resultaria num novo
ciclo, com a recriação do alvo dos ataques. Logo, deve ser entendido
que a mídia tática nunca alcança um estágio de perfeição; ela está
constantemente mudando porque precisa questionar
constantemente o sistema sob o qual opera.

Embora seja possível para a mídia tática ser representativa do


ponto de vista local de uma região específica, ela geralmente está
presente num nível global. Existem muitos projetos de mídia tática
que funcionam num espaço físico, mas ela usa mais frequentemente
espaço em rede e na internet, fazendo com que sua extensão cubra
todo o planeta. A natureza virtual do espaço que ocupa também lhe
permite criar novos canais quanto às hierarquias de poder contra as
quais luta. Uma determinada tática não necessita atacar
pessoalmente ou num nível físico, mas pode atacar no espaço livre e
virtual sobre o qual o dominante possui pouco controle. Este
importante elemento faz de um projeto de mídia tática não a obra de
determinados indivíduos identificáveis, mas uma entidade em si, a
qual ajuda a transmitir com maior credibilidade a mensagem que
tenta comunicar.

Projetos de mídia tática são frequentemente uma mistura entre


arte e ativismo, o que explica que muitas de suas raízes possam ser
traçadas até vários movimentos artísticos. Tem sido sugerido pelo
teórico da mídia tática Geert Lovink, que o "discurso mais arte igual
espetáculo", refletindo sua natureza impactante e memorável.
Embora não existam meios estritos através do qual ela opere, a mídia
tática pode frequentemente ter valores altamente estéticos,
acrescentando a isto espetáculo e reforçando algumas de suas raízes
artísticas.

Interessante, a própria utilização de um vocabulário militar na


questão do estudo dos usos por Michel De Certeau, o estratégico
referindo-se a previsibilidade, a verticalidade, de acordo com um sem
número de hipóteses, é decidida a ação, o tático refere-se a uma
horizontalização, uma encabeçada pela ciência, por recursos
técnicos, pelo "cascalho", outros mais direcionados a arte, a
inventividade, tenho dois exemplos, que podem descrever melhor,
esses conceitos:

Lendo Michel De Certeau, associei-o a uma entrevista do Raul


Seixas, no Jornal O PASQUIM (Novembro de 1973 - RJ), quando
perguntado a respeito de que público ele atingia com música "Ouro
de Tolo”, lucidamente Raul Seixas entendia que a compreensão
musical perpassava diversos níveis sociais, Raul chega a contar que
na construção de um edifício atrás da casa dele, os operários
cantavam a música adaptando a realidade deles, os versos
transmutam-se em:

"Eu devia estar feliz por que eu ganho vinte cruzeiros por dia
e o engenheiro desgraçado aí..."

Raul Seixas já tinha tomado ciência do fato, de que a trans


relação idealizador-idealizado, não era na vertical, ele jamais
conseguiria prever o que o idealizado, faria com a idealização dele.

A utilização da música, nesse caso passou por um protesto


social, uma consciência política até muito refinada, onde é olhado o
outro exercício, e reconhecido o quanto o pedreiro trabalha, o quanto
o engenheiro trabalha, e não vê motivo algum pra o engenheiro
ganhar mais por ter escolhido essa profissão, quer dizer o reemprego
da função musical, o que pra muitos é um prazer, um lazer, uma raiva,
repetir a música por repetir.

Acompanhando a levada e vertendo o conteúdo em


idiossincrasia, até porque não podem conversar, abre uma margem
pra inventividade, a música se torna um meio de comunicação, de
ridicularização, de expressão da indignação.

A relação não é somente de absorção, também de fabricação,


e diversos modos de fabricar, no caso, foi uma fabricação política.

Admitindo que os homens só podem conhecer aquilo que eles


próprios fizeram, podemos dizer que nem os físicos nem os biólogos
são capazes de criar o mundo físico como Deus criou, não dispõem
de qualquer meio para confirmar de forma definitiva as suas
reivindicações com respeito ao conhecimento de suas estruturas e
teorias mais fundamentais. Quer dizer o conhecimento das ciências
físicas é sempre incompleto e duvidoso. Já em princípio, o mundo
social é criado pelos fatos, então ele pode ser documentado e
conhecido. Em Ciência Nova Vico dispõe o Axioma § 238 "a ordem
das ideias deve seguir a ordem das instituições". Esse aforismo traz
à tona a relação entre a estrutura e a práxis social da cultura
vigente[3]. Vico assim como os positivistas e marxistas não admitem
que a cultura se desenrole em função das condições biológicas e
climáticas, mas muitos irão cair nessa cilada, como Skinner e seus
seguidores. Para eles o tempo histórico dos homens fala mais alto
que as restrições ambientais. Pitágoras e Descartes diziam que o
único intermediário que existia entre a realidade e a verdade era a
matemática, insistentemente Vico dizia que para analisar os
fenômenos sociais e culturais, o método aritmético era inconsistente,
pois lógica social não se auto evidencia como acontece com os
conjuntos numéricos. Os nativos aqui em América somavam 80
milhões ou a metade, formaram urbs imensas, outros se reuniam em
pequenos clãs e não conheciam propriedade, porém cento e
cinquenta anos depois do século XVI foram reduzidos a apenas 10%
dessa quantia ou o dobro, quer dizer foram dois séculos e meio de
extermínio deliberado[4] pelos principados europeus. E esse
genocídio sendo exposto como um “bem”, ao bárbaro que se civiliza,
saí do neolítico para a era moderna. É bem sabido que os europeus
passam a se considerar como os mais civilizados e se sentem
orgulhosos de sua força e seus costumes.

[1] O Torii é composto de dois pilares com duas vigas. O portal


Itsukushima possui mais de 2500-3000 anos e é bem visível que a
viga não flexionou mesmo com a ação das marés e dos ventos.
Misteriosamente o pórtico de Hiroshima(+-400anos) também não
sofreu sequer um empenamento mesmo depois da bestialidade do
ataque por bomba atômica do avião Enola Gay(B-29) da aeronáutica
americana. Então podemos concluir que são estruturas “eternas e
indestrutíveis”. Também vale mencionar a título de curiosidade que
o pórtico megalítico da Stonehenge é composto por dois pilares e
uma viga pedra têm mais de 50 toneladas (Salisbury, UK). Especula-
se que foram erguidos na Idade do Bronze.
[2] As formas publicamente deliberadas de consciência
expostas na urbanidade, arquitetura, arte, religião, jurisprudência,
filosofia e na literatura de uma época.
[3] Segundo Marx, essa por sua vez determinada pelos modos
de produção e interesses do grupo que os controla.
[4] Segundo os dados demográficos a América só voltara a ter
30 milhões de habitantes em 1850.
A cidade e a casa pagã
Oriental
Egito
A civilização egípcia foi sem dúvida a que mais tempo existiu;
mais de 3400 anos decorreram entre o começo da Primeira Dinastia
em 3110 a.C e o triunfo do cristianismo, perto do fim do período
romano -30 a.C - 324d.C. - quando se pode dizer que a velha e sagrada
ordem da civilização egípcia desapareceu. Os egípcios desse período
inventaram ainda o primeiro calendário solar da história da
humanidade. Tudo indica que basearam no reaparecimento anual da
estrela SIRIUS, e dividia o ano em 12 meses de trinta dias cada, com
cinco dias de festas adicionadas ao fim de cada ano

Uma mastaba, que


significa "casa para a
eternidade" ou "casa eterna"
no antigo egípcio, é uma tumba
retangular, de teto plano, com
lados inclinados para fora,
construída com tijolos de barro Figura 6.Mastaba, túmulo funerário
antecessor as pirâmides.
(do rio Nilo) ou pedra.

Os cemitérios, os rios e o processo sedentarizador andam de


mãos de dadas, o Nilo sempre foi uma boa companhia para os
egípcios. De uma maneira ou de outra através dos rios os homens
conseguem fugir do nomadismo; como também processo civilizador
anda de mãos de dadas com esse modo de produção asiático.

Capitulo I
Figura 7.O edifício de arenito dedicado ao deus falcão Hórus foi concluído
em três etapas
Um dos templos mais bem preservados do Egito é dedicado
ao deus falcão Hórus e foi construído entre 237 e 57 a.C durante o
período ptolomaico. Orientado Norte-Sul, o templo de Edfu está
representado nas plantas da figura acima. Era mais ou menos um
templo assim que o corrupto sacerdote Wemai coordenava, e era
mais ou menos assim a necrópole onde o intendente Sinorri queria
ser sepultado,e também mais ou menos assim onde o camponês
Cunapopi fora preso e julgado pelas autoridades judiciarias,pois a
forma de governo no Egito era a Teocracia, ou seja, os sacerdotes
desempenhavam o papel de juízes em causas civis, é tanto que
Cunapopi só tem sua causa deferida após ameaçar os juízes com o
medo do julgamento de Anúbis.

Capitulo I
A lista de termos abordados
neste livro sobre a arquitetura egípcia
é: Mastaba, pirâmide escalonada,
obeliscos, serdab, paredes de arenito,
torres de pilão, propilon, pirâmides,
covetto, cornijas, lótus, palma de
papiro.

É possível encontrar quase


todos esses elementos num simples
jogo de xadrez com o mote egípcio.

Figura 8. Esquema da parte funerária da


Pirâmide

Capitulo I
Figura 9.Conjunto de peças de xadrez inspirado em Anúbis
do panteão egípcio
O egiptólogo Howard Carter (1874-1939) finalmente
descobriria o que estava escondido atrás do muro até a câmara mais
interna da tumba, cujo acesso ele teve no começo do século XX.

Figura 10. Cavalo de Passeio Figura 11. Howard Carter encontrou esse
de Tutancâmon par de sandálias na tumba funerária do jovem
Faraó Tutancâmon.

Capitulo I
Figura 12. Tutancâmon - A Múmia Mais Famosa De Todos Os
Tempos

Figura 15.Ouro Bangle com céu aberto


Scarab incrustado com Lápis Lazuli, A pequena
circunferência desta pulseira sugere que ele foi
feito para Tutancâmon quando ele era uma criança
e ao lado a arca funerária de Tutancâmon.

Capitulo I
Um jogo milenar do Egito
chama-se Mancala. Mancala é o
mais antigo jogo de tabuleiro que
ainda hoje, é jogado amplamente no
mundo. Existe há mais de 7 mil
anos. É bastante fácil aprender a
jogá-lo. A palavra “Mancala” tem Figura 16. Mancala:Brinquedo e
origem na palavra árabe “nagaal” jogo do Antigo Egito

que significa “mover”. O jogo está totalmente relacionado à


semeadura, pois o seu principal objetivo era simular o ato de semear:
a germinação das sementes na terra, o seu desenvolvimento e sua
colheita.

Coloque o tabuleiro com 2 filas de 6 furos / xícaras no sentido


longitudinal entre você e seu oponente. Você verá um buraco maior
(Mancala) em cada extremidade; sua Mancala está à sua direita.

Divida o total de 48 pedras colocando 4 pedras em cada um


dos 12 buracos - Mancala permanecem vazias.

Decida qual jogador irá primeiro (Pedra, Papel, Tesoura, Par


ou Ímpar, Cara ou Coroa etc.).

Por turno, um jogador irá agarrar todas as pedras de um dos


6 buracos do seu lado, em seguida, soltá-las uma de cada vez nos
buracos seguintes, indo no sentido contrário ao dos ponteiros do
relógio até que as pedras se esgotem.

Os jogadores não podem colocar suas pedras na Mancala do


oponente, mas podem colocar pedras em sua própria Mancala.

Dê um giro grátis se a última pedra cair na sua Mancala!

Capitulo I
Se a última peça que você soltar estiver em um buraco vazio
ao seu lado, capture a peça e as peças do buraco diretamente
opostas, colocando-as em sua Mancala.

Então, o próximo jogador pode ir e fazer exatamente o mesmo


processo. O primeiro jogador a encher completamente sua Mancala,
não tendo buracos com pedras, vence!

O camponês que era a espinha dorsal do Egito, entretanto


conhece-los é uma tarefa árdua e difícil, confusa, e por vezes
unilateral, tendo em vista a maioria analfabetos, não nos deixam
testemunhos escritos de sua vida, o que os autores egiptólogos nos
indicam era da luta diante das privações e do cansaço físico

Figura 17. No Antigo Egito não eram apenas os humanos que passavam pelo
processo de mumificação

Capitulo I
O paisagismo no Egito
O que sabemos sobre o paisagismo no Egito vem de fontes
epigráficas, literárias e não literárias, e por muitas vezes
arqueológicas. Da mesma forma que o arranjo de hoje, os egípcios
ricos tinham propriedades espaçosas com casas confortáveis,
enquanto os pobres eram trancados em guetos. Compreendemos a
situação do homem egípcio, que será oportuno ver como era o lugar

Figura 18. No Egito Antigo a divisão de classes era bem visível na


habitação e na cidade, pois os pobres
e quem eram as pessoas que viviam do Nilo, podiam ser como
pastores, ou mulheres sozinhas num casebre de canas nos confins
do deserto junto da terra que cultivava, é mais provável que o povo
vivesse como a maioria de seus semelhantes, num casebre, feito de
lama ou tijolos crus secos ao sol, numa pequena e desolada aldeia
situada, como era frequente , a uma distância considerável dos
campos, todas as aldeias de camponeses eram idênticas, eram um
aglomerado de casebres cinzentos e desorganizados, chamar casas

Capitulo I
as habitações é uma hipérbole, não passavam de sórdidos, tugúrios
de um único piso, com as portas partidas e sem janelas, não havia
soalho, só terra batida, era tão leve e tão baixo que um homem de
estatura média se levantasse rapidamente abriria um buraco no teto,
nessas choupanas não havia mobiliário: não havia cadeiras nem
camas mas apenas uma ou duas velhas esteiras de palha onde se
dormia um jarro de barro para a água, vasilhas toscas e um cesto
para manter o pão e o grão afastados do enxames de ratos e
ratazanas que infestavam a casa e toda aldeia, era tudo que ele
conseguia possuir, tinha tão pouco valor que passava o dia e a noite
aberta, já que sua extrema pobreza já lhe era suficiente para afastar
os ladrões.

Por volta dos finais do Novo Império entre 1100 a.C mais ou
menos existiu um sacerdote em Heliópolis, chamado Wemai, que fora
destituído de seu cargo e que é ao mesmo tempo, o autor declarado
dessa carta e o herói da narração, depois de ser banido de sua
cidade, fixa-se numa comunidade isolada e pobre as margens do Nilo,
ganha o pão cultivando um minúsculo campo, o local é dominado por
um chefe sem escrúpulos e pelos seus cruéis colaboradores, os
camponeses tem uma vida miserável, quem vai pedir qualquer coisa
ao chefe é imediatamente escorraçado, se alguém ousa protestar, os
sequazes do chefe acalmam-no com a falsa gentileza e adulação. O
próprio chefe não hesita em fazer promessas vãs para pôr fim às
queixas do povo, são impostas restrições de todas as gravidades,
falta de pagamentos, exploração trabalhista pela vida inteira.

Wemai fala de uma medida que tinha sido reduzida a um terço.


Os impostos são insuportáveis e quem não consegue paga-los é
preso. Wemai também se vê em apuros por esse motivo: os impostos
eram demasiado onerosos não conseguiu paga-los a tempo, então o
chefe o levou a um tribunal e fora condenado por não ter pago os

Capitulo I
impostos, havia épocas de instabilidade social quando as classes
trabalhadoras sempre oprimidas e desprezadas, já não podiam
suportar os seus tormentos e se entregavam a vagas de violência e
de rapina, devastando a região e invertendo as condições do pobre e
do rico.

Os cultivos rendosos influenciam as relações no Egito, a


viticultura por exemplo, que facilmente qualquer pesquisador
encontra nas paredes, mostra camponeses colhendo, pisando,
espremendo cachos, depois transportando aos ombros para a cave,
pesado cântaros. A agricultura no Egito era tudo, era a base da
economia, a base da prosperidade estava diretamente relacionada
aos produtos da terra. Foi o cultivo da terra, claro que cultivada pelos
trabalhadores, que eram mal remunerados, que tornou possível as
obras que deram ao Egito sua posição de primeiro plano entre as
nações da antiguidade pré clássica.

Figura 19. Heródoto fica fascinado pelo modo de produção egípcio, a forma que
eles obtêm o fruto da terra, o pouco trabalho, fala da regularidade do tempo.

Capitulo I
Desde o berço até o túmulo a vida do servo era um conflito
social com salários miseráveis, diversas necessidades, miséria,
fome, doenças crônicas, condições de vida sórdidas, patrões
arrogantes, pesados impostos, qualquer uma dessas tristes
circunstâncias sempre afligiram o camponês. Não existiam
propriamente espaços públicos como praças. As partes dedicadas a
contemplação e paz de espírito eram áreas particulares do faraó ou
da nobreza egípcia. Os contratos e termos de emprego eram
totalmente arbitrários, o salário do camponês, que podia ser pago em
moeda metálica, que só fora utilizada com a chegada dos gregos no
Egito, fala que mais se parecia com uma esmola, fala também que
alguns camponeses quando era pra chorar de alegria ganhava uma
jarra da cerveja. Os camponeses que não podiam pagar os pesados
impostos como eram castigados, sobre as prisões, a forma de
punição, e chegando até mesmo a punir familiar, tomando como base
as pinturas das paredes, que mostram diversas aflições dos
perdulários. Muitos camponeses e trabalhadores eram isentos da
corveia, em teoria, mas nem sempre na pratica, somente os que
prestavam serviços a certos templos que gozavam dessa imunidade.
O Ankh era um símbolo egípcio antigo da vida eterna e da
imortalidade. A palavra também significa Ankh "espelho" no idioma
egípcio antigo, como em um espelho para a alma.

Figura 20.Ankh

Capitulo I
O design no Antigo Egito
Os templos do complexo de Karnak ficam majestosamente na margem leste
do Nilo, em Luxor.

Figura 21.Plano Mestre do Templo Egípcio Antigo

Capitulo I
Figura 22. Paleta de colunas e de combinações prediletas dos Templos, tecidos,
paredes e pisos.

Capitulo I
Figura 23.Alguidá de barro

Capitulo I
Figura 24. Joias,machado e urnas funerárias de alto padrão do Egito Antigo

Capitulo I
Figura 25.No Egito a estética se funde com o meio ambiente e
suas relações com os animais são radicais.

Figura 26. Reconstituição das colunas que se destacavam no uso


de interiores.

Capitulo I
Figura 27. Design de cadeiras de luxo para nobreza

Capitulo I
O urbanismo no Antigo Egito
As questões apontadas neste bloco de conteúdo dizem
respeito às sociedades industriais e é importante que o aluno
compreenda que existem sociedades em que essas questões são de
outra ordem. Diferentes culturas se relacionam com a natureza
explorando ou não determinados recursos presentes em seu espaço
segundo sua visão de mundo. Esta área estava estruturada em torno
de um palácio cercado por uma muralha que servia como residência
do soberano, o Palácio da Margem Norte. Tudo era planejado antes
para reconhecimento dos tipos de uso e ocupação do solo em cada
sítio.

Figura 28.Casas de Tell El-Amarna edificada por Aquenaton

Capitulo I
Amarna, a cidade desaparecida de Aquenaton guarda muito
do conhecimento perdido dos antigos pode ser dessa forma,
utilizado para o debate na escola pode incluir a dimensão política e a
perspectiva da busca de soluções para situações como a
sobrevivência de pescadores na época da desova dos peixes, a falta
de saneamento básico adequado ou as enchentes que tantos danos
trazem à população.

Figura 29. Templo de Amarna

Capitulo I
Uma pirâmide tem que ser construída com especificações
extremamente precisas.

Figura 30,Estátua em tamanho natural, perfeitamente


modelada e bem polida, retrata o rei Khafra, o construtor
da segunda maior pirâmide de Gizé.

A base da pirâmide tem que ser construída quase exatamente


quadrada. Os antigos egípcios desenvolveram projetos
arquitetônicos há quase quatro mil anos, que ainda hoje são
utilizados.

Capitulo I
Existiam uma
diversidade imensa
de utilidades que os
egípcios davam para
o linho, que por isso
era colhido em
diferentes épocas,
por exemplo para
confecção tinha que
estar totalmente
crescido, para s e
produzir fibras
grosseiras, para
cordas e redes,
cestos. “
Trabalhamos para o
patrão! O dia está
bonito e nós
estamos á fresca, os
bois vão puxando, Figura 31.Estatueta de uma empregada doméstica
de madeira. Altura, 38 cm Vindo da tumba de Gua, em Deir
puxando, o céu está Bersha. Museu Britânico.
como o desejamos, trabalhamos para o patrão...''(Trecho de uma
música da época)

A colheita era o período mais cansativo do ano, pois era


obrigação dos servos extrair os produtos da terra: trigo, espelta,
cevada, linho.

A maioria das figuras que foram colocadas em túmulos ricos


do Império Médio mostra a produção de ofertas de alimentos para o
proprietário. Isso foi para garantir que as ofertas continuassem por
toda a eternidade. As figuras incluíam a preparação de campos para

Capitulo I
lavouras, celeiros, panificação e açougue. Esta estatueta mostra a
última etapa deste processo. Essa estatua pode ser utilizada para o
debate com o tema da solução dos problemas ambientais porque tem
sido considerada cada vez mais urgente para garantir o futuro da
humanidade e depende da relação que se estabelece entre
sociedade/natureza, tanto na dimensão coletiva quanto na individual.
Nesse contexto fica evidente a importância de educar os brasileiros
para que ajam de modo responsável e com sensibilidade,
conservando o ambiente saudável no presente e para o futuro;
saibam exigir e respeitar os direitos próprios e os de toda a
comunidade, tanto local como internacional; e se modifiquem tanto
interiormente, como pessoas, quanto nas suas relações com o
ambiente, também pode ser levado a debate o gênero sobretudo em
vista da precária condição social
desfrutada pelo indivíduos do sexo
feminino, que no Egito daquela
época sofriam toda sorte de
restrições, sem poder trabalhar fora,
sem poder estudar, sem poder
decidir sobre sua vida, ou sequer
sobre o número de filhos, pois tudo
isso eram prerrogativas reservadas
exclusivamente aos indivíduos do
sexo masculino.

Figura 32. Tebas (margem esquerda) -


O Amenophium (templo funerário) por Jean
Claude Golvin

Heródoto também vai relatar lá pela


página 189, uma história muito parecida com a história do Ali Babá e
os quarenta ladrões. Muita coisa me indica que boa parte da literatura
fantástica nasce no Egito. O Fundo moral da história também reflete
quase o mesmo fundo moral da história árabe.

Capitulo I
"Morrendo o arquiteto, os filhos não perderam tempo em seguir
lhe o conselho. Foram, à noite, ao palácio, e, encontrando a pedra
designada, deslocaram-na facilmente e subtraíram dali grandes
somas. O rei, entrando um dia no esconderijo, ficou tomado de
espanto ao notar sensivelmente diminuído o conteúdo dos vasos
onde guardava o dinheiro, não sabendo a quem acusar, pois os selos
da porta estavam intactos e tudo muito bem fechado. Voltando ali
mais duas ou três vezes e percebendo que o dinheiro minguava cada
vez mais (os ladrões não cessavam de tirá-lo), mandou colocar uma
armadilha em torno dos vasos. Os ladrões chegaram, como das
outras vezes. Um deles, entrando na frente, foi direto aos vasos,
caindo na armadilha. Vendo-se apanhado, chamou o irmão e,
relatando-lhe sua desdita, pediu-lhe que lhe cortasse a cabeça, a fim
de que, não sendo reconhecido, não se tornasse a causa da perda da
família. O outro, vendo que ele tinha razão, obedeceu, repôs a pedra
no lugar e voltou para casa com a cabeça do irmão. "No dia seguinte,
logo pela manhã, o rei dirigiu-se ao compartimento onde guardava o
tesouro. Aproximou-se dos vasos e recuou cheio de espanto ante
aquele corpo sem cabeça, preso na armadilha. Maior ainda foi o seu
assombro ao notar que o edifício não apresentava nenhum sinal de
dano, não podendo absolutamente imaginar por onde entrara aquele
indivíduo. Confuso e desejando solucionar o enigma, tomou a
seguinte resolução: mandou pendurar na muralha o cadáver,
colocando guardas ao lado, com ordens de levar à sua presença
quem quer que chorasse ou gemesse ao contemplar o morto. A mãe
do ladrão, ciente de tudo e indignada com isso, chamou o outro filho
e concitou-o a empregar todos os esforços para retirar o cadáver e
trazê-lo para casa, ameaçando-o de ir ela própria denunciá-lo ao rei,
caso não fizesse o que lhe pedia. O jovem, não conseguindo demovê-
la de tão temerário propósito e temendo que ela executasse a
ameaça, concebeu este engenhoso plano: Carregou alguns burros
com odres cheios de vinho e pôs-se a tocá-los em direção ao palácio.
Ao aproximar-se do local onde se achava o corpo do irmão, abriu dois
ou três odres, deixando que o vinho jorrasse com abundância e
fingindo o maior desespero, como se não soubesse o que fazer em
tão embaraçosa situação. Os guardas, observando aquela cena,
trataram logo de recolher o vinho que caía, certos de que poderiam
aproveitar o que conseguissem salvar. O jovem, simulando cólera,
descarregou sobre eles toda sorte de injúrias. Como os guardas
procurassem consolá-lo, fingiu abrandar-se e desviou as alimárias do
caminho, tratando de fechar bem os odres. Entreteve-se, então, a
conversar com os guardas, que procuravam alegrá-lo com motejos e
ditos espirituosos, e estabelecendo-se a camaradagem entre eles,
ofereceu-lhes um dos odres de vinho. Sentando-se ali mesmo, os
guardas, convidando-o a lhes fazer companhia, entregaram-se
inteiramente ao prazer da bebida. O jovem, que aceitara prontamente

Capitulo I
o convite, vendo-os cada vez mais alegres sob a ação do seu
generoso vinho, deu-lhes mais um odre. Bebendo em demasia, os
guardas embriagaram-se, e, vencidos pelo sono, estenderam-se no
chão, adormecendo profundamente. Vendo avançada a noite, o
jovem raspou, por zombaria, a barba dos guardas apenas do lado
direito, desprendeu o corpo do irmão, colocou-o sobre um dos
animais e voltou para casa. O rei, cientificado do rapto do cadáver do
ladrão, encheu-se de cólera; mas como desejava descobrir de
qualquer forma o autor da façanha, tomou uma incrível decisão:
prostituiu a própria filha num antro de perdição e ordenou-lhe que
recebesse igualmente toda classe de homens, obrigando-os, porém,
antes de conceder-lhes os favores, a dizer o que haviam feito de mais
ardiloso e pérfido na vida. Se algum deles se ufanasse de haver
raptado o corpo do ladrão, devia ela retê-lo, não o deixando escapar
de maneira alguma. A filha obedeceu às ordens do pai, mas o ladrão,
percebendo a manobra, quis mostrar ser mais astuto do que o rei.
Cortou, bem junto ao ombro, o braço de um homem recém-falecido,
e, ocultando-o sob o manto, foi procurar a princesa. Ao fazer-lhe esta
as mesmas perguntas que já fizera aos outros homens que ali haviam
estado, contou-lhe o rapaz que a sua ação mais pérfida havia sido
cortar a cabeça do irmão apanhado numa armadilha quando roubava
os tesouros do rei, e a mais ardilosa, haver-lhe raptado o corpo,
depois de ter embriagado os que o guardavam. Ouvindo a tão
esperada resposta, a princesa tentou prendê-lo, mas, encontrando-
se eles no escuro, o jovem estendeu-lhe o braço do morto, que ela
segurou, julgando ser o do ladrão, enquanto este ganhava a porta e
fugia. O soberano, informado do que se passara, ficou assombrado
com a astúcia e audácia daquele homem, e abandonando a ideia de
vingança, mandou apregoar por todas as cidades que concedia o
perdão ao criminoso e que se este quisesse ir à sua presença,
cumulá-lo-ia de outros favores. Confiando na palavra do soberano, o
rapaz foi procurá-lo. Cheio de admiração por aquele jovem que o
ludibriara e não temera sua cólera, Rampsinito deu-lhe a filha em
casamento, considerando-o o mais astuto dos homens, pois que se
os Egípcios se julgavam superiores a todos os mortais, o jovem se
mostrara superior aos Egípcios"

Capitulo I
Figura 33. Senet "Jogo de passagem da alma para outro mundo".

Muito popular no antigo Egito, pode ser, possivelmente, um


dos antepassados do Gamão. Uma das referências mais antigas data
de 5500 anos. No antigo Egito, pode ter adquirido uma qualidade
mágica ou mística tornando-se algo como um ritual dentro de si
mesmo. Acreditava-se que, após a morte, era preciso vencer uma
partida de Senet contra o Deus Rá para poder entrar no paraíso. Trata-
se de um jogo de corrida entre dois jogadores ao longo de um
percurso de 30 casas. O objetivo é retirar em primeiro lugar todas as
peças de jogo.

1. Os jogadores lançam alternadamente os estiletes até que


um deles obtenha 1. Esse jogador fica com as peças posicionadas
nas casas de numeração par e move a peça da casa 10 para a 11. O
mesmo jogador lança os estiletes e joga de novo.

Se o lançamento for de 1, 4 ou 6, o jogador move uma das suas


peças o correspondente número de casas e lança de novo os
estiletes.

Se o lançamento for de 2 ou 3, o jogador move uma das suas


peças o correspondente número de casas e passa a vez ao
adversário.

Capitulo I
O segundo jogador lança os quatro estiletes e começa por
mover a peça posicionada na casa 9. Depois disso qualquer peça
pode ser movimentada.

2. O jogo continua com o primeiro jogador. Sempre que se tirar


1,4 ou 6 a vez mantém-se, quando sair 2 ou 3, a vez muda.

3. Quando uma peça cai numa casa ocupada por uma peça
adversária, esta diz-se atacada e trocam de posição, indo a peça
atacada para a casa de proveniência da peça atacante.

4. Cada casa só pode conter uma peça.

5. Duas peças do mesmo jogador em casas consecutivas,


protegem-se mutuamente, não podendo ser atacadas, o adversário
não pode ocupar nenhuma delas.

6. Três peças do mesmo jogador em casas consecutivas


formam um bloco que, para além de não poder ser atacado, não
permite que nenhuma peça adversária ultrapasse o grupo. Peças do
jogador detentor do bloco podem passar.

7. Se a pontuação indicada pelos dados não puder ser utilizada


para mover nenhuma peça para a frente, terá de ser utilizada para
mover alguma peça para trás. Se, neste caso, uma peça calhar numa
casa ocupada pelo adversário, as respectivas peças trocam de
posição.

8. Se um jogador não tiver nenhuma jogada permitida, a vez


passa para o adversário.

9. Se uma peça calhar sobre a casa 27 vai imediatamente para


a casa 15. Se esta casa estiver ocupada, então a peça que calhou na
casa 27 deve ser retirada do tabuleiro, devendo reentrar a partir do

Capitulo I
início do percurso. Isto é, a peça reentra na casa indicada pelos
números dos dados.

10. As casas 26, 28 e 29 são seguras, não podendo ser


atacadas.

11. Para começar a retirar peças no fim do percurso é


necessário que o jogador não tenha nenhuma das suas peças nas
casas numeradas de 1 a 10 (primeira fila). Não é necessário obter a
pontuação exata para retirar uma peça, se sobrarem pontos podem
ser usados para mover qualquer outra peça do mesmo jogador. Se
um jogador começar a retirar peças e se uma peça sua for obrigada
a recomeçar do início, é necessário que abandone a primeira fila para
recomeçar o processo de retirar peças.

Capitulo I
A cidade e a casa pagã
Ocidental

Na mitologia grega,
segundo Hesíodo, certa vez
Cronos, o titã caçula do céu
e da terra, engoliu um
penedo enrolado em lençóis
pensando que estava
devorando seu filho recém-
nascido Zeus. Na
cosmogonia romana a
mesma narrativa é muito
conhecida, pois no seu
Templo na entrada do
Fórum, no Capitólio era
exibido a escultura de
Saturno engolindo um
Bétilo. No quadro a óleo
sobre reboco de Goya de
1819, o pintor interpretou
que a sua esposa Reia
esculpiu em uma pedra
falante do oráculo uma
criança. Cronos apesar de
Figura 34. Estátua de Saturno que servia de sentir muita fome, não
adereço ao Fórum Romano.
tinha nada de burro,
contudo a sua esposa
sendo muito mais inteligente conseguiu enganá-lo. Esse mito nada
tem a ver com o que ele sugere à primeira vista, da natureza maléfica
de um pai infanticida, essa alegoria vem a confirmar o espírito pratico
da justiça dos antigos e era aplicado aos previsíveis e biltres que
sempre contornam um problema da mesma maneira. Então, a máxima
latina dizia: “Poena par esto noxiae”. Seja o castigo equivalente ao
mal. Todavia, Cronos perdeu seu trono e vomitou todos os seus
filhos e assim deu origem as divindades do Olimpo.
A História é sempre uma narração verdadeira, é algo que se
pode contar. Como Deus incutiu no homem o amor pela verdade,
então a História serve a Verdade, assim como diz o ditado que
qualquer cabelo por mais fino que seja faz sombra, se assim

Capitulo I
podermos dizer a História por mais insignificante que seja, se
verdadeira for, ele é digna de nota pois dela podemos tirar algum
proveito, assim como a mentira por menor que seja, faz nojo, o mal
que faz o lobo apraz o corvo, ou como se diz é melhor uma gota de
verdade que um barril de mentiras.
A Bíblia nos ensina através de seu profeta Isaías no capitulo
quarenta e cinco, que o próprio Deus arrombava as portas de bronze
e quebrava os ferrolhos diante de seu ungido Ciro para abater as
nações e desarmar os Reis. Ciro, filho de Cambises, Rei da Pérsia,
descendentes de Perseu, fora educado da maneira persa, pela lei era
prerrogativa dos pais oferecerem a educação que quisessem, e os
filhos a partir de certa idade, são independentes, pela lei é proibido
roubo, invasão a propriedade privada, adultério, desobediência aos
magistrados e o furto. As crianças eram educadas por homens que
já não estavam mais em idade militar, os jovens vivem para a caça,
pois a caça é a preparação para guerra, os anciões não vivem fora da
pátria, ocupam-se de coisas públicas e particulares. Seus
contemporâneos viram que ele era em tudo superior e o olhavam com
grande admiração. Paciente, respeitador dos idosos, submisso aos
magistrados também o descreveram como grande general, loquaz,
circunspecto, amante da honra, bom servidor de seus superiores,
bom cavaleiro, frugal, o melhor na seta e no arco, respeitador de seus
compatriotas, religioso, fazedor de sacrifícios, aprendeu com seu pai
a arte de governar, que é melhor vigiar que punir que é melhor
prevenir que remediar, que na guerra o general deve sofrer mais de
que seus soldados, que a única coisa que compensa desse
sofrimento é a gloria que dela provem, e pela convicção que seu
nome não ficará no esquecimento, que é melhor a obediência
voluntária que a obrigada. Povos que nunca viram o grande Rei o
obedeciam de prontidão, Ciro dominou os Medos e Hircanos, venceu
a Síria, Assíria, Arábia, Capadócia, Ligia, Fenícia, Babilônia, Índia,
Chipre, Egito, conquistou os mais altos montes do Líbano e que seria

Capitulo I
até prolixo continuar mencionando, apesar de numerosos súditos na
Ásia ainda havia nações autônomas, mas especificamente na Trácia,
na Lacedemônia e na Ilíria, onde os persas nunca puderam alargar
seus domínios e podemos assim afirmar, que é justamente nessa
resistência que se encontra o nascimento da civilização Ocidental. O
próprio Ocidente passa a ser entendido aqui como um acontecimento
especifico da Antiguidade Clássica, ou seja, um fenômeno
surpreendente derivado de uma reação a expansão imperialista
territorial pérsica nos Bálcãs, mas por algum terrível erro postal, foi
entregue aos cristãos.

Figura 35. Casa romana com detalhamento de piso e corte esquemático do


programa de necessidades.

O estrutural da construção greco-romana é uma variante do


trílitico produzido na forma de Dólmen na pré-histórica[1]. Dois
pilares verticais e um na horizontal de pedra. Os romanos vão
desenvolver a técnica da abóbada nervurada em semicírculo para
escapar do trílitico herdado dos gregos e na América os Maias vão

Capitulo I
encontrar na arquitetura uma solução através do falso arco e da falsa
abóbada, assim como na Europa o gótico vai encontrar a solução do
arcobotante para a coluna ogival assim também fugindo da
concepção estrutural trílitica.

Figura 36. Corte esquemático qu]e representa a parte interna da


mansão romana. A casa romana em si é extremamente confortável
porque ela é adaptada ao clima do Mediterrâneo além de toda bagagem
cultural estética.

Figura 37. Regra de Ouro

Capitulo I
Para nós ocidentais cristãos é difícil situar os valores greco-
romanos sem nos considerarmos herdeiros de sua liberdade, de suas
tradições, de suas instituições e suas leis. Geralmente nos
orgulhamos de pertencer a essa identidade histórica apesar de
admitirmos também que na parte cultural predomina crendices,
ocultismos, supersticiosos e infantis ritos iniciáticos, porém é
justamente essa religião primitiva que vai fixar os elos de parentesco,
os limites da ciência (como, o que, para que e porque), a organização
da cidade, vai estabelecer o casamento e a autoridade paterna e
esses valores são mais antigos que os Dóricos e os Etruscos, remete
a uma antiguidade sem data que vaga pelos 7 mares em busca de um
solo para chamar de seu. Como diria Fustel de Coulanges
"Felizmente, o passado nunca morre por completo para o homem...",
apesar de os hinos mais antigos serem os orientais, todavia as
construções de pedra mais antigas são as Stonehenge europeias [2]
datando de 6 a 4 milênios antes de Cristo. As representações de
divindades mais antigas catalogadas são as ocidentais como a Vênus
de Willendorf datando de 23.000 antes de Cristo. A caverna de Pech
Merle [3] é o abrigo decorado artisticamente mais antigo do mundo e
é situada na França. A disposição da caverna, cujas paredes estão
pintadas com bovídeos, cavalos, cervos, cabras selvagens, felinos,
entre outros animais, permite ao historiador desconfiar que se trata
de um santuário onde era oferecido o alimento e o clã era absolvido
pela prática da caça. As investigações levadas a cabo durante os
últimos decênios permitem situar a cronologia das pinturas no final
do Solutrense e princípio do Madalenense, ou seja, 17.000 anos antes
de Cristo. Todavia, certos indícios, tanto temáticos como gráficos
levam a pensar que algumas das figuras podem ser mais recentes,
sendo tal hipótese, confirmada por datações com Carbono 14, em
cerca de 15.500 anos antes de Cristo. Mesmo sabendo que essas
datações são suspeitas é bem verdade que os átomos têm uma vida

Capitulo I
útil e é possível estabelecer uma proporção em relação a meia vida
da substância usadas como tinta nas paredes das pinturas rupestres.
Quanto a idade das Stonehenges e das esculturas em pedra
acreditamos que seja mais enigmático ainda para acusar uma
proporção de tempo verossímil pelo método do carbono-14. O
material é suspeito porque a pedra pode ter uma data e só mil ou dez
mil anos depois que pode ter sido organizada como construção ou
esculpida, porém os materiais orgânico e inorgânicos soterrados nas
suas proximidades podem levantar suspeitas das datas, sobretudo
ao fato de ser um arquitetura megalítica forçosamente remete a um
tempo histórico onde o homem manipulava apenas as pedras, ou seja
a Idade da Pedra Lascada e as pequenas esculturas de deidades de
um passado mais recente chamado de Pedra Polida, onde o homem
já manipulava o material para a produção de instrumentos que
facilitavam seus hábitos de caça, espiritualidade e defesa.

Figura 38.O jogo romano de Rota foi popular entre os soldados romanos de 2000
anos atrás.

Capitulo I
É fácil de fazer, com papelão, caneta e seis pedras já é possível
jogar com algum oponente e, ao contrário do tic-tac-toe e do jogo da
velha, não é possível terminar empatado! Cada jogador recebe três
peças. Você pode usar moedas (moedas diferentes para cada
jogador), botões, pedras ou qualquer coisa que você gosta. Cada
turno, os jogadores podem colocar uma peça no tabuleiro em
qualquer ponto aberto.

Depois que todas as três peças estiverem no tabuleiro, o


jogador deve mover uma peça a cada turno.Uma peça pode se mover
ao longo de qualquer linha ou borda curva do círculo até o próximo
ponto vazio. Quem forma uma reta primeira finaliza a partida.

Uma peça não pode pular outras peças nem mover mais de um
ponto. A primeira pessoa a ganhar três seguidas ganha *

Estes jogos são um grande presente. Se você gostar pode


personalizá-lo com o nome do destinatário ou iniciais, muitos
artesãos terão todo prazer em torná-lo ainda mais especial do que
quando foi concebido originalmente. Por favor, note que cada jogo é
feito por encomenda e que você pode cobrar o tanto de tempo que
custar.

Os estudos relacionados a
numismática são muito antigos
e remontam ao século XIV: Francesco
Petrarca(1304 - 1374) reunia e
analisava as moedas romanas; isso
não significa que antes as moedas
passassem desapercebidas
pelas mãos das pessoas, todavia por
causa de muitas observações
superficiais as moedas reclamaram
Figura 39. Anverso de Moeda uma atenção particular desse italiano.
Imperial no governo de Nero.A moeda
servia de aposta para o jogo da Rota.2

2
H. KLAWANS, Zander. Roman Imperial Coins. 2º Ed. Whitman Company. 1959.
Wisconsin.

Capitulo I
Figura 40.Urso é categoria de jogos de tabuleiro encontrados na Roma Antiga, que
pode ser jogado com peças simbolizando ursos, lebres e caçadores.

Este jogo de tabuleiro estratégico enganosamente simples de


longa ascendência. O jogo medieval arremessa três caçadores contra
uma única lebre; enquanto no período napoleônico, três soldados
rastreiam outro. Eu não sei o que esta versão específica é chamada,
mas em todos os jogos do Bear há 3 "caçadores" (branco) e um
"urso" (preto). Os caçadores tentam prender o urso bloqueando seus
movimentos enquanto o urso tenta manobrar os caçadores.

Regras:
1. As posições iniciais das peças variam dependendo da
variante. Normalmente, o urso é colocado no meio do tabuleiro, e os
caçadores são colocados juntos em uma extremidade do tabuleiro.
Um jogador joga os caçadores (normalmente três peças), e o outro
jogador joga o urso.

2. Ambos os caçadores e ursos movem um espaço de cada


vez seguindo o padrão no tabuleiro. Apenas uma peça pode ser
movida por cada jogador. Os jogadores alternam seus turnos. Não há
capturas neste jogo.

Capitulo I
3. Como uma regra opcional, se os caçadores não puderem
empatar o urso em um determinado número de lances, por exemplo
40 movimentos, o urso vence.

Foi renomeado "The Soldiers 'Game" no final do século XVIII,


quando se tornou popular entre os soldados da época, lutando nas
Guerras Napoleônicas. Tem suas raízes, no entanto, na Europa
medieval, onde, embora nunca tão popular quanto os jogos de Morris
e Fox e Geese, foi jogado a partir do século 13 em diante.

Os gregos foram pioneiros na


cunhagem de moedas por conta
que a economia basicamente
girava em torno de vender
vinho,azeite e lã pela costa do
Mediterrâneo negociando pelos
demais produtos que não
existiam nos Balcãs pois a
autossuficiência era impossível
por causa do solo pobre e
montanhoso além de ser muita
gente para pouca terra. O que
Figura 41. Moeda Oficial de prata forçosamente desenvolveu a
grego de Phaselis, Lycia, século IV a.C. No habilidade dos gregos no
reverso da moeda tem a letra Phi e Alpha e comércio.
metade de uma nau com um golfinho
seguindo.

Capitulo I
Atenas e Esparta

Figura 42.Palácio de Cnossos (Creta), uma estrutura imponente que dá uma visão
da antiga civilização minoica. Como o artefato cultural mais proeminente da primeira
sociedade europeia civilizada.

SENTENÇAS DE DEMÓCRATES(DK 68 B 35-115)

"Quem ouvir de mim estas sentenças com inteligência,


realizará muitos atos dignos de um homem e não realizará muitos
atos vis. "

"Não é pelo corpo, nem pela riqueza que os homens são


felizes, mas pela retidão e muita sabedoria. "

"Não por medo, mas por dever, evitai os erros."

"Muitos, sem ter aprendido a razão, vivem segundo a razão. "

"É próprio da criança, não do homem, desejar


desmedidamente."

"Dos tolos não a palavra, mas o infortúnio é o mestre. "

"É preciso que quem comete atos vergonhosos tenha em


primeiro lugar vergonha de si mesmo. "

Capitulo I
Os registros históricos mais antecessores são da civilização
Creto Micênica de lendas, jogos, arquitetura e arqueologia funerária
europeia.

Figura 43. Das imagens históricas da exposição da Idade do Bronze grega no


MMA,E. Gilliéron & Son, Reprodução de gesso pintado de um tabuleiro de jogo de
Cnossos, 1916-1920

Cnossos jogo é o antigo jogo de tabuleiro descoberto por


Evans no Palácio de Cnossos e remonta a 1600 a.C. O "Royal Gaming
Board". Escavado do porão do peso do tear, do marfim, do cristal de
rocha, do vidro, dos kyanos azuis e do metal de folha do ouro e da
prata. Quatro peças de jogos de marfim encontradas nas
proximidades. Como o jogo foi jogado não é conhecido.

Tem um ditado grego que diz, "[...]na última gota, a parcimônia


é tardia" por isso sempre alerta, era o modus operandi do esparciata,
conquistadores das populações vizinhas, dominadores dos
messênios, e dos aqueus, entretanto, a eugenia lacedemônia nunca
permitiu uma mescla genética com os hilotas, talvez tenha existido,
mas nunca sistemático, devido a constante convivência masculina,
fortaleceu e era estimulada as relações homossexuais, que um
conceito vigente na época a respeito do amor, era que o amor

Capitulo I
verdadeiro só existia entre dois iguais, e essa supervalorização da
amizade, convergia num ponto de distanciamento familiar, os casais
de Esparta praticavam o adultério de forma legalizada para combater
o ciúme exagerado, esse paradigma aqui delineado justificava o vigor
e a robustez do soldado espartano. A não existência de relatos a
respeito de pequenas rebeliões que deveriam existir dentro desse
aparelho repressor, não elimina a hipótese da existência delas, afinal
era uma educação repudiada, inaceitável, ou então não era tão
opressora como os registros falam, mas será se existia o sentimento
de indignação que extrapolasse na forma de recalque justamente
nessa área sexual?

A concentração de terras refletia diretamente na grande parte


da população, que não desfrutava de uma saudável dieta alimentar, a
hiponutrição, tinha como prato predileto: cereais, uma alimentação
pouco variada, essa má alimentação certamente deveriam refletir no
peso, em uma baixa estatura, descalcificação dos ossos.

Figura 44.Reconstrução volumétrica da Acrópole com seus principais templos.

Capitulo I
Figura 45.Os antigos hoplitas gregos (cidadãos-soldados das antigas cidades-
estados gregas) ocupam seu lugar no campo de batalha como peões. Zeus é o rei. O todo-
poderoso soberano do Olimpo, é o Rei e a Dama é Atenas. Poseidon é bispo e o Pegasus
é o Cavalo.

A espada e a enxada faz alegoria ao regime econômico, social


e político, de Esparta, a produção pouco variada, trigo, vinho e azeite,
cereais, a principal fonte de energia era a humana, certa imobilidade
local; ausência de um efetivo comercio, a religião politeísta, uma
desvalorização das relações familiares, menosprezo ao luxo, a
cidade-estado sempre guarnecida de soldados, sempre alerta, vigiar
e punir, vigiar os hilotas, vigiar as crianças, suas imensas capas
vermelhas, refletiam o seu poder.

Capitulo I
Figura 46.O teatro de Marcellus e os grandes prédios amarelos e vermelhos
representam os aglomerados de casas e apartamentos

Capitulo I
O longo contato com o "estado de guerra", deixou idealizado
a figura do soldado impassível, um tipo de guerreiro que nunca

Figura 47. Propileu é a porta monumental que serve como a entrada para uma
Acrópole.

Capitulo I
recuava, do combate, mesmo diante de qualquer número de
adversários.

A relação de Esparta com os povos conquistados era


chamada "hilotismo", em virtude do escravo e a terra, serem
propriedade do estado, tanto os afazeres domésticos quanto o
pagamento de tributo ao senhor em azeite, trigo, vinho, cereais, eram
função dos hilotas.

O aumento populacional, a escassez de comida, a ausência de


contato com o mar, levaram Esparta a declarar a primeira guerra
messênica, com intuito de expandir e escravizar, pelos mesmos
motivos houve a segunda guerra espartana, que dividiu a terra em
lotes "iguais" e escravos igualmente a todos os cidadãos, entretanto
costuma-se dizer que os espartanos eram liberados de preocupações
econômicas, nem tanto, pois se ele administrasse mau a sua
propriedade, ele perdia seus direitos de cidadão, era muito perigoso
ter uma numerosa família, até porque apenas a educação dos dois
primeiros filhos eram obrigações do estado, e se no início eles
imaginaram dividir a terra igualmente, esqueceram que as mulheres
"redividiriam", a herança concentrou terra na mão das grandes
famílias.

As maiores famílias de Esparta eram a dos Ágidas e a dos


Euripôntidas, que era a família dos Reis que cuidavam dos assuntos
religiosos e militares, composto por famílias rivais e aristocráticas,
em efeito disso é o bom funcionamento da Diarquia.

A outra instituição espartana era a Gerúsia composta por 28


membros acima de 60 anos, concerniam tarefas administrativas,
judiciárias, legislativas

Apela, era composta por cidadãos maiores de 30 anos, tinham


papel consultivo, elegia os Gerontes e os Éforos

Capitulo I
Figura 48.Plantas baixas comparativas dos principais Templos Gregos.

O Conselho dos Éforos, composto por 05 membros


anualmente eleitos, podiam vetar todos os projetos, e até destituir
reis, permitindo reeleição infinita.

Capitulo I
Os espartanos reduziam os povos conquistados, a servos, e
nunca reservavam meio para que os conquistados, saíssem dessa
condição, evitava-se adoção de costumes, casamentos, leis e
associações, apesar de hilotas em momentos de necessidade
lutarem ao lado dos hoplitas, e as vezes chegarem até a mudança de
classe social, poderiam até chegar ao demos, ou ao corpo dos
cidadãos, e os periecos também evitava-se associações, o
casamento era extremamente proibido, mas eles eram homens livres
que tinham que servir obrigatoriamente ao exército temporariamente.

Os Espartanos transformavam abusos em leis. Uma vez por


ano era declarada guerra aos Hilotas, para diminuírem sua
população.

A proibição dos espartanos de possuírem moedas, era reflexo


do medo que os governantes teriam dos cidadãos se envolverem com
essa atividade, afinal os únicos que desfrutavam de um certo
conforto em Esparta eram alguns periecos ligados as atividades
comerciais, e mesmo a proibição do comercio, não impedia o fluxo
rápido de arrabaldes, seu exercício acontecia de maneira hodierna, a
proibição visava eliminar o desejo pela riqueza dos membros da
sociedade.

A procura da guerra com frequência levou Esparta a


decadência, o contato com outros povos, asfixiou as leis Licúrgicas,
o questionamento, o próprio olhar de uma condição de vida péssima,
porque agora tinham um referencial, tinham um comparativo,
provocou questionamento nos hábitos e nas instituições.

"Esparta não tem muros; tem soldados.", esse era um popular


ditado espartano, fica fácil repetir esse dizer quando se está numa
planície cerceada de montanhas que formam uma verdadeira muralha
natural. Esparta foi fundada no século nove, e foi ocupada pelos

Capitulo I
dórios, na região da lacônia, e servida pelo rio Aurotas, sem saída pro
mar, obviamente sem comercio e sem despesas com navegação.

Falar de Esparta é muito difícil devido à baixa fecundidade, a


repressão a produção cultural, fica difícil analisar os vestígios que
essa sociedade deixou, fato é que se procurar nos livros, você achara
uma certa sincronia na história espartana, claro foram todas vistas
sob o olhar dos escritores atenienses, até mesmo Licurgo o grande
legislador espartano é colocado em xeque, até que ponto ele é
verdade e até que ponto é mito, ninguém sabe.

Atribui-se a Licurgo, a criação da Gerúsia, os kleroi, a divisão


de terras em lotes, o banimento das moedas de ouro e prata, e a
proibição da escrita das leis, a syssitias, a instituição das refeições
públicas, explica como deve ser educada as crianças os jovens e os
adultos e ainda como deveriam ser tratados hilotas e estrangeiros,
através das leis de Licurgo, Esparta foi a primeira cidade da Hélade,
por mais de 500 anos Esparta tirou proveito das leis Licúrgicas, e
nenhum dos 14 reis posteriores alteraram seus preceitos, depois de
130 anos, fora acrescentada a instituição dos Éforos.

Podemos iniciar pensando na limpeza genética, esse costume


espartano, no início do nascimento o menino era totalmente
analisado, se tivesse alguma imperfeição, era eliminado da
sociedade, claro, que ele ser deformado não era o único motivo que
não lhe dava o direito de viver, nem precisava ser deformado
qualquer criança indesejada era atirada as montanhas, pelo fato da
maioria dos cidadãos serem pobres, tinham que pagar impostos,
tinha que fazer contribuições a syssitia, criar um deficiente seria
extremamente perigoso, numa sociedade pragmática, utilitarista
como a espartana.

Capitulo I
Depois dessa seleção não tão natural, podemos imaginar, as
experiências que as crianças espartanas passavam, nessa ruptura,
de sair da tutela da mãe, para a tutela do estado aos sete anos,
entretanto uma mãe que sempre queria ver seu filho com seu escudo,
talvez no berço os brinquedos já eram mini escudos e a mini lanças.

A divisão entre os fortes e fracos, a formação de acordo com


o desempenho(corrida, lançamento de disco, dardo), que era tão
valorizado, muitas são as estratégias utilizadas com o intuito de
disciplinar, despojá-los dos objetos, com o intuito que despojassem
de si mesmos, um indivíduo sem identidade é mais fácil de dominar.

Piaget nos fala sobre o estágio operacional-concreto que se


inicia por volta dos sete anos, que começa as noções de vontade e
autonomia e reversibilidade( fazer com os outros o que quero que
façam comigo), é nessa fase que inicia os seus conceitos de justiça,
regras, mentira, moralidade, cooperação, quer dizer, o intervalo
temporal perfeito pra uma lavagem cerebral do Estado total e
'absoluta'(fé cega).

A psicologia deles ensinava o tempo todo que os estímulos


externos e as respostas internas são a base das formas superiores
de comportamento. As perguntas que os revolucionários faziam às
crianças durante suas conversações ilustram claramente sua
abordagem experimental do funcionamento intelectual humano.
Quando se pergunta a uma criança de 5 anos de idade por que Deus
não atendeu suas orações, tem-se como pressuposto que a criança
não tem uma resposta pronta e nem a capacidade de formular uma
questão desse tipo. A razão de se fazerem perguntas que estão muito
além do alcance e das habilidades intelectuais da criança é tentar
eliminar a influência da experiência de ter suas orações atendidas por
Deus, ao invés disso seus tutores atendem de imediato. Vygostky,
Watson, Piaget, Wertheimer, Kohler, Koffka e Lewin e todas as teorias

Capitulo I
comportamentais privilegiam essa associação estimulo-reposta na
maturação intelectual. É a questão do reforço positivo e negativo no
desenvolvimento cognitivo da pessoa. Pra eles o ato de acreditar em
Deus, ou professar uma descrença é uma aprendizagem como atar
um nó nos cadarços dos sapatos. E foi uma concepção bastante útil
para organizar seus comportamentos e torná-los obedientes as
doutrinas do regime. Um pressuposto inicial dessa linha de
pensamento é que a complexidade da tarefa é idêntica à
complexidade da resposta interna do sujeito. Se a criança pede um
brinquedo e um homem dá, é um reforço positivo na consciência que
deve ser repetido caso ele queira ganhar mais presentes e que se
caso ele não queira ser atendido ele pode pedir a Deus. É uma
dialética que a criança internaliza a fina força.

Figura 49. Foto atual da antiga Ágora

Capitulo I
O controle da dor, os indivíduos vivendo ao lado da sua mais
fiel companheira a fome, e o seu mais sincero amigo o cansaço, para
mostrar que o processo de "resiliência" é uma virtude.

As fontes mais antigas relatam que no oráculo de Delfos tinha


escrito assim no pátio da entrada "Conhece-te a ti mesmo", ou seja,
a coisa que o oráculo mais estimava era o conhecimento próprio,
pois, desse, viria o pensar sensatamente. Todos conhecem
Xenofonte. Era amigo de Sócrates desde jovem, e também amigo do
partido democrático ateniense, e participou do exílio de Sócrates
com ele e depois repatriou-se também com ele. E certa vez em certa
ocasião, de fato, indo a Delfos, ousou interrogar o oráculo a respeito
disso e perguntou-lhe, pois, se havia alguém mais sábio que
Sócrates. Ora, a pitonisa respondeu que não havia ninguém mais
sábio. E a testemunha disso era o irmão de Xenofonte, que estava
presente na Ágora no dia de seu julgamento.

"Só sei que nada sei". É a máxima preferida do filosofo


abordado em nosso estudo, foi a sentença que mais repercutiu na
sua vida e na construção do seu saber e da sua dialética pois revela
uma incompetência da consciência, como também do inconsciente
coletivo da civilização ocidental. Todos os filósofos antes de
Sócrates são denominados pré-socráticos, todavia alguns
naturalistas irão morrer até depois de Sócrates, contudo ele é o
primeiro filósofo que nasce e morre em Atenas. Anaxágoras um de
seus professores morou um tempo em Atenas porém foi expulso na
mesma Ágora que Sócrates foi julgado por explicar aos seus alunos
a teoria de que o sol era esfera inanimada de fogo, ou seja os
antecessores de Sócrates estavam ligados a explicação do mundo
físico, as coisas exteriores enquanto o Sócrates se preocupou com
as coisas interiores dos humanos e a mostrar os pontos fracos dos
nossos principais conceitos de saber, justiça, conhecimento, poder

Capitulo I
e liberdade. Ao longo da Idade Média os filósofos cristãos fizeram
todo um esforço para unificar a dialética socrática e a filosofia
platônica com as escrituras sagradas.

Figura 50. Fluxograma da unidade residencial polifamiliar Romana.

Atenas está localizada na parte continental do território grego,


na planície da Ática. Esta é limitada pelo monte Aegaleo a oeste,
monte Parnita ao norte, monte Pentélico a nordeste, monte Hímetus
a leste, e o Golfo Sarónico a sudoeste. É percorrida por dois rios, o
Cefísio e o Iliso, e é ladeada por montanhas, entre as quais se destaca
o monte Parnaso. É submetida a um clima temperado mediterrânico,
registrando temperaturas médias que variam entre 6º e 13ºC em
fevereiro e entre 23º e 33ºC em julho.

A terra é rochosa e de baixa fertilidade. O antigo local da


cidade era centrado na colina da Acrópole. Em tempos antigos, o
porto de Pireus era uma cidade à parte, sendo, hoje, parte da grande
Atenas.

Capitulo I
Por volta de 450 a.C Atenas torna-se a cidade mais importante
do mundo, é como se fosse a Nova Iorque nos dias de hoje. Muitas
pessoas vinham de todas as colônias gregas de todo Mediterrâneo,
existiam grupos de professores itinerantes que se chamavam-se
sofistas. A palavra "sofista" designa uma pessoa sábia ou erudita.
Eles iam para Atenas, para ganhar o seu sustento ensinando os
cidadãos retórica.

A cidade atualmente concentra uma população total de cerca


de 762 100 habitantes e a área metropolitana reúne mais de 3 milhões
mais precisamente 3 271 100 (2004); quase um terço da população
total da Grécia. Expandiu-se de modo a cobrir toda a planície, sendo,
portanto, pouco provável que a cidade cresça em área de forma
significativa no futuro devido às fronteiras naturais.

O clima da Grécia é dividido dentro de três classes: Um clima


mediterrânico retrata invernos suaves, úmidos e verões quentes,
secos. Temperaturas raramente atingem extremos, embora quedas
de neve ocorram ocasionalmente em Atenas, Cíclades e Creta
durante o inverno. Um clima alpino é encontrado na Grécia do leste
(Épiro, Grécia central, Tessália e oeste da Macedônia) e no
Peloponeso central (Acádia, Arcádia e Lacônia).

Um clima temperado é encontrado no leste da Macedônia, na


Macedônia central e na Trácia, em lugares como Komotini, Xanthi e
norte de Euros; com invernos frios, úmidos e verões quentes, secos.
Os subúrbios do sul de Atenas estão na zona mediterrânea, enquanto
os subúrbios do norte possuem um clima temperado e úmido devido
as chuvas torrenciais.

Na Grécia a flora e fauna são dominadas por ciprestes dirigido,


álamo branco, abeto, de castanheiro, pinheiro, abeto e oliveiras. 50%
da Grécia é coberta por florestas com uma vegetação variada rica que

Capitulo I
transpõe de vegetação conífera alpina ao tipo mediterrâneo. Cultivo
e flores silvestres na Grécia são: anêmona, violetas, tulipas, narcisos
e orquídeas primavera gigantes, todas as espécies típicas da região
do Mediterrâneo, se você ama a natureza aqui estão.

As espécies de aves são 358 em todo o país dois terços dos


quais são migratórias. Os animais selvagens são ursos, gatos
selvagens, javalis, esquilos marrom, raposas, veados, chacais e
lobos, um muito raro é a cabra de montanha branca é na área de
Samaria Gorge.

Entre as aves de rapina são águia dourada e imperial e várias


espécies de gaviões. Outras aves nativas são a coruja, pelicano,
faisão, Woodcock e o rouxinol.

A vida marinha é composta por lagosta, lula, polvo, camarão,


caranguejo, ostras, mexilhões, berbigões e também golfinhos.

Figura 51.Sócrates e Platão extraído de


https://www.flickr.com/photos/jonezes/143440670

Capitulo I
A praça

Figura 52.Mapa esquemático das principais construções


da Praça No Século IV A.C

1 Tribunal Peristilo 11 Velho Bouleuterion


2 Templo de Minta 12 Novo Bouleuterion
3 Eneacronos 13 Templo de Hefestos
4 Pórtico Sul 14 Templo de Apolo
5 Helieia 15 Pórtico de Zeus
6 Strategion 16 Altar dos 12 heróis
7 Colonos Agoraios 17 Pórtico Real
8 Tolos 18 Templo de Afrodite
9 Agora 19 Pórtico de Hermes
10Monumento aos 20 Pórtico Pintado
heróis epônimos

Em uma viagem ecoturística é possível fotografar todas as


variedades da flora e da fauna grega em Creta com espécies
selvagens incontáveis em seus campos e inverno com espécies que
estação. E além das espécies de aves nativas também tem as que

Capitulo II
passam pela Grécia quando viajam da África para a Europa e vice-
versa. Na praça grega o elemento mais forte é o paisagístico.

"Em Atenas desenvolvia-se progressivamente uma


democracia com assembleias populares e tribunais. Uma das
condições para a instauração da democracia exigia que os homens
recebessem instrução suficiente para poderem participar na vida
política. Também nos dias de hoje vemos que uma jovem democracia
precisa do esclarecimento popular. Entre os atenienses isso
significava, sobretudo dominar a retórica." (GAARDNER)

Figura 53. Ruínas da cidade antiga

Capitulo II
Figura 54.Reconstrução volumétrica da praça antiga

Figura 55.Santuario de Apolo Pitio

Capitulo II
Sócrates

Nietzsche diz que todo o filosofar é


restringido a uma aparência de erudição,
politicamente e policialmente corretos, por
governos, por Igrejas, por academias, por
costumes, por modas e pelas covardias dos
homens: fica-se pelo suspiro "se" ou pela
Figura 56.
Busto de Sócrates do constatação "era uma vez". Assim, ele mesmo diz:
Museu do Vaticano
"A filosofia grega parece começar com uma ideia
absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as
coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim,
e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia
algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque faz sem
imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora
apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: "Tudo é
um". A razão citada em primeiro lugar deixa Tales ainda em
comunidade com os religiosos e supersticiosos, a segunda o tira
dessa sociedade e nos mostra como investigador da natureza, mas,
em virtude da terceira, Tales se torna o primeiro filósofo grego- Se
tivesse dito: "Da água provém a terra", teríamos apenas uma hipótese
científica, falsa, mas dificilmente refutável. Mas ele foi além do
científico. Ao expor essa representação de unidade através da
hipótese da água, Tales não superou o estágio inferior das noções
físicas da época, mas, no máximo, saltou por sobre ele. As parcas e
desordenadas observações da natureza empírica que Tales havia
feito sobre a presença e as transformações da água ou, mais
exatamente, do úmido, seriam o que menos permitiria ou mesmo
aconselharia tão monstruosa generalização; o que o impeliu a esta

Capitulo III
foi um postulado metafísico, uma crença que tem sua origem em uma
intuição mística e que encontramos em todos os filósofos, ao lado
dos esforços sempre renovados para exprimi-la melhor - a
proposição: "Tudo é um"."( NIETZSCHE,2006)

Heráclito interpreta assim o que se chama frio apenas como


um grau do quente; e pôde justificar esta interpretação sem
dificuldade alguma. Mas muito mais importante do que este
afastamento da doutrina de Anaximandro é uma outra coincidência:
ele acredita, como este último, num colapso do mundo, que se repete
periodicamente, e no surgimento sempre novo de um outro mundo,
nascido da conflagração cósmica que tudo aniquila ou seja, que tudo
é dinâmico ele costumava dizer que é impossível um homem se
banhar duas vezes no mesmo rio. Já o filosofo Parmênides de Eleia
divulgava em suas aulas que nada de novo havia sob sol, que todos
os dias eram a mesma coisa. Ele apontava para um imobilismo da
Natureza, pois todos os dias o Sol nasce e se põe e os rios deságuam
no mar. Ele achava tudo estático. Sócrates foi aluno dele e
concordava com essa visão estática da realidade.

É provável que tenhamos perdido a parte mais grandiosa do


pensamento socrático e da sua expressão em palavras e, no entanto,
é dos acasos mais miseráveis, de obscurecimentos repentinos das
cabeças, de convulsões supersticiosas e de antipatias, e, em' última
análise, também dos dedos de escribas preguiçosos ou até dos
insetos e da chuva, que depende se qualquer livro vai viver mais um
século ou se ele vai perecer e cair no esquecimento absoluto.

Capitulo III
A filosofia nas praças
Sócrates(470-399 a.C.) é uma personagem bem enigmático,
nasceu em Atenas e lá exerceu toda sua atividade filosófica, nunca
escreveu nada e muitos cogitam que ele seja apenas uma figura
retórica inventada por Platão, ou seja afirmam que ele nunca tenha
existido historicamente e que Platão coloca palavras na boca de
Sócrates, porém diversas orientações filosóficas reivindicam não só
sua existência como também se consideram seus sucessores. É
óbvio que é bem suspeito que só dois de seus contemporâneos
façam alusão a sua pessoa, todavia é a maneira relatada por Platão e
Xenofonte que fez Sócrates ser quem ele é para nós. Aristófanes
também faz alusão a um certo Sócrates na sua dramaturgia, ele
apresenta o filosofo como uma figura cômica que andava sobre as
nuvens com um cesto e usava da retórica para enrolar seus credores.

Figura 57. Ruínas do Teatro Grego em formato semi circular para facilitar a
acústica.

Sócrates era filho do escultor Sofroniscos, do demo de


Alopece, e de Fenereta que trabalhava como parteira em Atenas e ele

Capitulo IV
tinha o costume de comparar a tarefa do filósofo a da sua mãe, só
que ao invés de parir uma criança o que era parido era o
conhecimento interior, ele julgava que todos homens eram dotados
de razão e que se eles não escutassem essa voz interior eles se
distanciariam da essência das coisas, a verdade, a justiça, a
sabedoria. Dessa maneira ele forçava as pessoas a refletirem sobre
suas ações, sobre seus costumes e sobre as crenças gerais. Porém
esse saber é associado a uma dor porque em termos gerais ninguém
gosta de estudar, nem de conhecer a si mesmo, nem de aprender
nada, elas fazem tudo isso a força. Porém por não saber de nada, e
ainda causar dor nas pessoas, Sócrates considerava impossível ser
remunerado para ensinar essa instrução a alguém, de modo que seus
adversários políticos o acusavam de não cobrar pelos seus
ensinamentos para assim atrair mais alunos.

Há uma necessidade férrea que acorrenta as praças públicas


a uma democracia autêntica: mas o que acontece quando nesta
civilização não existe praças? Então, a democracia é como um
cometa imprevisível e assustador, ao passo que, numa boa
ocorrência, brilha como o astro-rei no sistema solar da civilização.
Os Gregos justificam a praça, porque esta, junto deles, não é nenhum
cometa, ela tem função judiciária, legislativa, executiva, comercial,
pedagógica, ela é um espaço aberto onde tudo acontece. Os gregos
muitas e muitas lutaram pela sua própria liberdade tramando planos
contra o inimigo nas praças. Sócrates lutou contra os persas, lutou
no Peloponeso e sempre demonstrou bravura diante dos problemas
políticos contemporâneos a ele. Mas, desde Platão, o filósofo se
encontra no exílio, solitário e conspira contra sua própria pátria,
vendido e reduzido a condição de escravo e longe das multidões e do
diálogo com seus compatriotas na praça pública.

Capitulo IV
Friedrich Nietzsche[1] é o filósofo do século XIX que mais se
inquietou pela imagem intelectual de Sócrates, desse modo ele
afirma que os grandes sábios são tipos decadentes, ele reconhece
em Sócrates e Platão um sintoma de declínio da cultura, como se a
moral grega estivesse dando sinais de decomposição, ele encara
Sócrates como um falso grego, ou como antigrego, porque é
incondizente com a imagem do herói homérico, que é desnutrido de
qualquer dimensão ética ou valor moral que perturbe sua
consciência. Em crepúsculo do Ídolos ele disserta como Sócrates
penetrou no pensamento da nobreza ateniense:

"Segundo sua origem, Sócrates pertence à camada mais baixa


do povo. Sócrates era plebe. Sabe-se, ainda se pode até mesmo ver,
quão feio ele era. Mas a feiura, em si uma objeção, é entre os gregos
quase uma refutação. Sócrates era afinal de contas um grego? Muito
frequentemente, a feiura é a expressão de um desenvolvimento
cruzado, emperrado pelo cruzamento. Em outros casos, ela aparece
como desenvolvimento decadente. Os antropólogos dentre os
criminalistas dizem-nos que o criminoso típico é feio: monstrum in
fronte, monstrum in animo. Mas o criminoso é um décadent. Sócrates
era um típico criminoso? Ao menos não o contradiz aquele famoso
juízo-fisionômico que soava tão escandaloso aos amigos de
Sócrates. Um estrangeiro, que entendia de rostos, disse certa vez na
cara de Sócrates, ao passar por Atenas, que ele era um monstro e
escondia todos os vícios e desejos ruins em si. E Sócrates respondeu
simplesmente: "Vós me conheceis, meu Senhor!"

"Foi a mim mesmo que eu procurei e investiguei", dizia ele de


si próprio, com uma palavra com que se designa a decifração de um
oráculo: como se ele, e mais ninguém, fosse o verdadeiro realizador
e cumpridor do preceito de Delfos: "Conhece-te a ti
mesmo".(NIETZSCHE,1944). O racionalismo desenvolvido na Grécia

Capitulo IV
para o Nietzsche faz parte de uma decadência da moral. Segundo ele,
Sócrates se utiliza do tribunal para seduzir, para enganar, para
arrasar a nobreza ateniense e levar a Grécia ao desespero. O forte do
nobre é o sentimento, nunca a razão. Não é mais possível comparar
a moral grega das epopeias homéricas com a moral que vem a
substituir a Grécia e atá-la a preceitos morais comuns, de homens
comuns. Para Nietzsche está é uma situação tirânica de indigência
do coletivo para supervalorização do pensamento próprio, que para
ele é uma forma de pensar fraca, doentia e degenerescente. Nietzsche
condena a noção que se encontra na cultura grega clássica, que
explica tudo sob a luz racional. Assim, para esse filósofo a razão é
considerada uma patologia a ser tratada, pois seu estatuto de
verdade leva a um falso bem estar. A verdade, para Nietzsche, está
além das concepções humanas de virtude de entendimento da razão.
Para Nietzsche, a verdade e a falsidade não mais existem, o que
existe é a vontade de potência do homem ser alguma coisa a mais
que um simples homem, ou como ele chama supra-humano.

[1] Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900) nasceu em


Rocken, localidade próxima de Leipzig, Prússia, no dia 15 de outubro.
Seu pai e seus avôs eram pastores protestantes. Nietzsche teve muito
desse espírito religioso durante a infância, e cogitava continuar a
linhagem. Sua mãe era piedosa e puritana. Em 1849 perdeu o pai e o
irmão. Mudou-se então para Naumburg, cidade às margens do rio
Saale, onde cresceu, em companhia feminina: a mãe, a irmã, duas tias
e a avó.

Capitulo IV
O julgamento de Sócrates
Outros povos têm santos, os Gregos têm sábios. Disse-se,
com razão, que um povo não é só caracterizado pelos seus grandes
homens, mas sobretudo pela maneira de os condenar e de os julgar.
A acusação de Sócrates nasce de uma calúnia proferida por Meleto,
Anito e Licon: Meleto pelos poetas, Anito pelos artífices, Licon pelos
oradores. Era costume a democracia grega pregar acusações
escritas contra as pessoas no fórum grego e o caso era julgado em
praça pública, onde compareciam os cidadãos em número não
inferior a mil vestindo túnicas purpúreas e lá eles decidiriam o futuro
da acusação. Democraticamente eles decidiam pela absolvição ou
pela acusação. Certa vez, na praça da cidade de Efésio "eles que a
Hermodoro, o melhor homem deles e o de mais valor, expulsaram
dizendo: que entre nós ninguém seja o mais valoroso, senão que vá
alhures e com os outros."( XIV, 25, p. 642; DIÓGENES LAÉRCIO, IX,
2) Ou seja a democracia abria muita margem para acusações
inescrupulosas e vis.

"Sócrates comete crime e perde a sua obra, investigando as


coisas terrenas e celestes, e tornando mais forte a razão mais débil,
e ensinando isso aos outros. Pena: a morte" (XENOFONTE)

Em sua defesa Sócrates diz:

"Na realidade, nada disso é verdadeiro, e, se tendes ouvido de


alguém que instruo e ganho dinheiro com isso, não é verdade.
Embora, em realidade, isso me pareça bela coisa: que alguém seja
capaz de instruir os homens, como Górgias Leontino, Pródico de
Coo, e Hípias de Élide. Porquanto, cada um desses, ó cidadãos,
passando de cidade em cidade, é capaz de persuadir os jovens, os
quais poderiam conversar gratuitamente com todos os cidadãos que

Capitulo V
quisessem; Mas aqui há outro erudito de Paros, o qual eu soube que
veio para junto de nós, porque encontrei por acaso um que
despendeu com os sofistas mais dinheiro que todos os outros juntos,
Cálias de Hipônico tem dois filhos e eu o interroguei: - Cálias, se os
teus filhinhos fossem poldrinhos ou bezerros, deveríamos escolher e
pagar para eles um guardião, o qual os deveria aperfeiçoar nas suas
qualidades inerentes, seria uma pessoa que entendesse de cavalos e
de agricultura. Mas, como são homens, qual é o mestre que deves
tomar para eles? Qual é o que sabe ensinar tais virtudes, a humana e
a civil? Creio bem que tens pensador nisso uma vez que tem dois
filhos. Haverá alguém ou não? -Certamente! - responde. E eu
pergunto: - Quem é, de onde e porquanto ensina? Eveno, respondeu,
de Paros, por cinco minas. - E eu acreditaria Eveno muito feliz, se
verdadeiramente possui essa arte e a ensina com tal garbo. Mas o
que é certo é que também eu me sentiria altivo e orgulhoso, se
soubesse tais coisas; entretanto, o fato é, cidadãos atenienses, que
não sei.

Ouvi-me. Talvez possa parecer a algum de vós que eu esteja


gracejando; entretanto, sabei-o bem, eu vos direi toda a verdade.
Porque eu, cidadãos atenienses, se conquistei esse nome, foi por
alguma sabedoria. Que sabedoria é essa? Aquela que é, talvez
propriamente, a sabedoria humana."

[..]

Sei bem que não sou sábio, nem muito nem pouco: o que quer
dizer, pois, afirmando que sou o mais sábio? Certo não mente, não é
possível. E fiquei por muito tempo em dúvida sobre o que pudesse
dizer; depois de grande fadiga resolvi buscar a significação do
seguinte modo: Fui a um daqueles detentores da sabedoria, com a
intenção de refutar, por meio dele, sem dúvida, o oráculo, e, com tais
provas, opor-lhe a minha resposta: Este é mais sábio que eu,

Capitulo V
enquanto tu dizias que eu sou o mais sábio. Examinando esse tal: -
não importa o nome, mas era, cidadãos atenienses, um dos políticos,
este de quem eu experimentava essa impressão. - E falando com ele,
afigurou-se me que esse homem parecia sábio a muitos outros e
principalmente a si mesmo, mas não era sábio. Procurei demonstrar-
lhe que ele parecia sábio sem o ser. Daí me veio o ódio dele e de
muitos dos presentes. Então, pus-me a considerar, de mim para mim,
que eu sou mais sábio do que esse homem, pois que, ao contrário,
nenhum de nós sabe nada de belo e bom, mas aquele homem acredita
saber alguma coisa, sem sabê-la, enquanto eu, como não si nada,
também estou certo de não saber.

Parece, pois, que eu seja mais sábio do que ele, nisso - ainda
que seja pouca coisa: não acredito saber aquilo que não sei.

[..]

Depois desse, fui a outro daqueles que possuem ainda mais


sabedoria que esse, e me pareceu que todos são a mesma coisa. Daí
veio o ódio também deste e de muitos outros.

Depois dos políticos, fui aos poetas trágicos, e, dos


ditirâmbicos fui aos outros, convencido de que, entre esses, eu seria
de fato apanhado como mais ignorante do que eles. Tomando, pois,
os seus poemas, dentre os que me pareciam os mais bem feitos, eu
lhes perguntava o que queriam dizer, para aprender também alguma
coisa com eles.

Em poucas palavras direi ainda, em relação aos trágicos, que


não faziam por sabedoria aquilo que faziam, mas por certa natural
inclinação, e intuição, assim como os adivinhos e os vates; e em
verdade, embora digam muitas e belas coisas, não sabem nada
daquilo que dizem.

Capitulo V
[...]

E, ocupado em tal investigação, não tenho tido tempo de fazer


nada de nada de apreciável, nem nos negócios públicos, nem nos
privados, mas encontro-me em extrema pobreza, por causa do
serviço do deus.

Além disso, os jovens ociosos, os filhos dos ricos, seguindo-


me espontaneamente, gostam de ouvir-me examinar os homens, e
muitas vezes me imitam, por sua própria conta, e empreendem
examinar os outros; e então, encontram grande quantidade daqueles
que acreditam saber alguma coisa, mas, pouco ou nada sabem. Daí,
aqueles que são examinados por eles encolerizam-se comigo assim
como com eles, e dizem que há um tal Sócrates, perfidíssimo, que
corrompe os jovens. E quando alguém os pergunta o que é que ele
faz e ensina, não tem nada o que dizer, pois ignoram. Para não
parecerem embaraçados, dizem aquela acusação comum, a qual é
movida a todos os filósofos: que ensina as coisas celestes e terrenas,
a não acreditar nos deuses, e a tornar mais forte a razão mais débil.
Sim, porque não querem, ao meu ver, dizer a verdade, isto é, que
descobriram a presunção de seu saber, quando não sabem nada.
Assim, penso, sendo eles ambiciosos e resolutos e em grande
número, e falando de mim concordemente e persuasivamente, vos
encheram os ouvidos caluniando-me de há muito tempo e com
persistência.

[...]

Sabei-o bem: se me condenais a morrer, a mim que sou tal


como eu digo, não causareis maior dano a mim que vós mesmos. E,
de fato, nem Meleto, nem Anito me poderiam fazer mal em coisa em
alguma: isso jamais seria possível, pois que não pode acontecer que
um homem melhor receba dano de um pior.

Capitulo V
É possível que me mandem matar, ou me exilem, ou me tolham
os direitos civis; mas provavelmente, eles ou quaisquer outros
reputam tais coisas como grandes males, ao passo que eu não
considero assim, e, ao contrário considero muito maior mal fazer o
que agora eles estão fazendo, procurando matar injustamente um
homem.

[...]

Mas também vós, ó juízes, deveis ter boa esperança em


relação à morte, e considerar esta única verdade: que não é possível
haver algum mal para um homem de bem, nem durante sua vida, nem
depois da morte, que os deuses não se interessam do que a ele
concerne; e que, por isso mesmo, o que hoje aconteceu, no que a
mim concerne, não é devido ao acaso, mas é a prova de que para mim
era melhor morrer agora e ser libertado das coisas deste mundo. Eis
também a razão por que a divina voz não me dissuadiu, e por que, de
minha parte, não estou zangado com aqueles cujos votos me
condenaram, nem contra meus acusadores.

Não foi com esse pensamento, entretanto, que eles votaram


contra mim, que me acusaram, pois acreditavam causar-me um mal.
Por isto é justo que sejam censurados. Mas tudo o que lhes peço é o
seguinte:

Quando os meus filhinhos ficarem adultos, puni-os, é


cidadãos, atormentai-os do mesmo modo que eu os vos atormentei,
quando vos parecer que eles cuidam mais das riquezas ou de outras
coisas do que da virtude. E, se acreditarem ser qualquer coisa não
sendo nada, reprovai-os, como eu a vós: não vos preocupeis com
aquilo que não lhes é devido.

E, se fizerdes isso, terei de vós o que é justo, eu e os meus


filhos. Mas, já é hora de irmos: eu para a morte, e vós para viverdes.

Capitulo V
Mas, quem vai para melhor sorte, isso é segredo, exceto para deus.
(PLATÃO)

Aqui nos fichamos os três momentos do julgamento. A


acusação, a defesa e a penalidade. Na defesa Sócrates refuta a dupla
injuria de maneira áspera pois a sua conduta já demonstra por si só
que o acusador é leviano, pois nunca adorou nenhum Deus novo e
nem corrompeu ninguém da juventude. Quanto a penalidade ele
também dá pouca importância por saber que já é velho mesmo e
todos vão ter que morrer um dia, então para ele isso não faz diferença
alguma, ele até mesmo diz que se ele ainda estivesse na política
seguramente ele estaria morto, pois ele desobedeceu ordens
expressas dos 30 tiranos que consistia em obriga-lo a se afastar da
docência sob pena de morte. Se o governo não tivesse sido
derrubado naquela mesma noite por Trasíbulo realmente ele teria
sido morto antes, pois ele já estava sofrendo perseguições. E na sua
defesa ele também relata outro escândalo político que se sucedeu
quando ele era senador ele aprovou que alguns capitães
arremessassem os corpos de soldados mortos no mar para volver
para a luta contar os espartanos. O que também feriu bastante sua
reputação atraindo muita antipatia dos demos que ele prejudicou,
porém eles venceram a batalha justamente por essa enérgica medida.

Capitulo V
A contribuição clássica para
Arquitetura

Figura 58. Peças de Xadrez esculpidas para enaltecer a memória de Júlio Cesar

Na América também temos cavernas decoradas com pinturas


rupestres que datam de 50.000[1] anos antes de Cristo. O que coloca
uma dúvida sobre a teoria de Clóvis que sugere uma rota de
imigração pelo estreito de Bering onde é afirmado que se deu há
11.500 anos a.C, ou seja no último episódio glacial da Terra que
unificou o atual oeste da Sibéria com o atual leste do Alasca e assim
o continente teria sido ocupado pioneiramente do Norte para o Sul.

A maior pista sobre a origem da ocupação da América é em


relação a semelhança físicas e culturais entre os nativos americanos
que realmente são muito próxima dos aborígenes da Oceania e do
cita-mongóis, olhos puxados, cabelo preto, pele avermelhada, sem
barba, dominavam o uso da cerâmica, o uso do trílitico na habitação,
politeístas com ritual de sacrifícios humanos. Monte Verde é um sítio
arqueológico na área sul-central do Chile que data de 14.800 anos[2].

Capitulo VI
Mario Pino geólogo chileno propõe uma rota marítima em pequenas
canoas com grupos aventureiros que vieram formar populações de
ilhas em ilhas e chegaram na costa chilena pelo Pacífico vindos da
Oceania.

O estudo sobre a ocupação da América depende de achados


arqueológicos e de incentivo aos pesquisadores. Desconfiamos que
houve ao menos três grandes ondas imigratórias com fluxos
separados: as mais recentes saíram três grandes levas a força da
Ásia e foram pelo Pacífico composta por alguns povos tártaros
sedentários que conheciam o modo de produção escravista, a
arquitetura do zigurate, o estado, o calendário, fundição de metais
preciosos para ornamentação, conheciam a monocultura mas não
haviam ainda domesticado os cavalos, nem conheciam a pólvora,
nem usavam metais como moeda de troca mas produtos agrícolas e
alguns sabiam a escrita quipu, outros a pictográfica e outros a
hieroglífica e foram se estabelecendo na América do Sul, Central e no
Norte do atual México entre o 2000 e 5000 a.C[3], a gradação de
representatividade da escrita também pode revelar a respectiva
ordem de chegada, desconfiamos que a tradição de enviar barcos
com mulheres e homens para sacrifícios em templos de ilhas Aleutas
e Curilas distantes que por ventura algumas dezenas de
embarcações tenham sido desviadas pelos ventos e trazidas para
América e assim estabeleceram uma nova vida mas mantendo seus
antigos costumes e tradições e sem o desejo de retorno, nem de
vingança. A outra bem mais antiga fora feita centenas ou milhares de
vezes seguindo o voo dos pássaros por grupos nômades da polinésia
compostos por caçadores coletores não-ceramistas e depois por
ceramistas que atravessaram os Andes no Paleolítico Médio entre
100.000 e 20.000 a.C[4] e deram origem aos povos sambaquis e
guaranis que ocuparam o atual litoral brasileiro até o Nordeste e não

Capitulo VI
Figura 59. A
formula do cálculo
das estruturas
trílitica.

domesticavam animais, mas faziam amplo uso da cestaria, do


sistema estrutural trílitico em madeira (tapera,taba,opy e maloca)[5]
além da agricultura de subsistência, rituais funerários, tatuagens e
pinturas corporais. Suspeitamos que com a subida dos mares e o
sumiço de algumas ilhas e com a curiosidade de povos nômades em
adentrarem território tão vasto, os elos com suas ilhas de origem
foram perdidos ou tornaram-se desinteressantes.

E outra intermediária de dezenas de povos seminômades


transiberianos que foram empurrados a pé pelo gelo das estepes e
acabaram atravessando o estreito de Bering entre 18.000 e 10.000 a.C
e formaram os povos esquimós que dominavam o uso do ferro, a

Capitulo VI
caça, a arquitetura do iglu, domesticavam animais e se
estabeleceram na América do Norte do Canadá até a Groelândia e não
há indícios de que houve contato entre esses três fluxos, mas para
todos as três correntes de ocupação não haveria mais interesse em
retorno a terra natal. Como também os esquimós não podem ter ido
colonizando a América do norte e central e do Sul pois em tese eles
não tinham a tecnologia da escrita, nem conheciam o modo de
produção escravista e muito menos poderiam desenvolver essas
necessidades no seu ambiente para poder levar para outros cantos.

O problema teórico que está posto é que existem três


civilizações que obtiveram sucesso na colonização em três partes
diferentes do continente com diferentes tecnologias e uma aparência
física comum e hábitos culturais comuns e que se desenvolveram
isoladamente sem haver contato entre elas.

As similaridades quanto aos rituais pós morte e a crença no


politeísmo entre os Grécia arcaica e os nativos ameríndios
denunciam que existe um elo comum que seria o ancestral indo-
europeu. O hábito do uso da cerâmica em rituais funerários bem
como a necessidade de enterrar os instrumentos, roupas, comida
junto ao proprietário confirmam para ambos a suspeita de a alma tem
uma moradia subterrânea como também estavam persuadidos de
que sem seus pertences em seu túmulo o finado tornar-se-ia infeliz e
perverso passando a perturbar o mundo dos vivos.

Óbvio que existe uma distância de milhares de anos entre


esses ancestrais e um desenvolvimento tecnológico totalmente
particular. O clima tropical da Oceania e da América permitia alguns
privilégios no que tange a disposição de comida bem diferente do
Mediterrâneo. A própria sedentarização do homem no Ganges, no
Amarelo e no Eufrates nasce[6] da inquietude de uma organização
que garanta a produção de grãos para alimentar grandes populações

Capitulo VI
que não podem ficar se deslocando o tempo inteiro. Devemos
considerar que é muito difícil estabelecer vínculos sociais onde
garanta mais privilégios para uns e menos para os outros se não
houvesse interesses de defesa comum que vão fazer algumas
pessoas abrirem mão de sua liberdade para conceder parte dos
recursos de seus campos e de sua energia para alimentar as guardas
regulares ou mesmo exércitos de mercenários para fazer cumprir
suas regras comuns e suas tarifas. Alguns mecanismos vão surgir
para interpretar até onde vai a razão individual e a razão confederativa
tendo a família patriarcal como principal subsidiaria dessa identidade
fraterna e a religião como principal mecanismo para relativizar as
contradições sociais.

Figura 60. Esboço do traço urbano da cidade de Roma Antiga

Pelas ruínas que sobraram podemos dizer que a natureza da


arquitetura antiga nas cidades pagã vão da estrutura trílitica de

Capitulo VI
madeira e pedra a estrutura piramidal radial ou polida. Onde essa
torre central tinha função domicilio santuário, comercial e de celeiro
para regular as tarifas exigidas em cima da produção de grãos e de
reuniões militares e políticas dos líderes das fratrias ou tribos que
faziam parte da unidade social que tinha idealizado e deliberado
anteriormente em comum acordo para se unirem e construírem seus
templos, seus fóruns, seus circos, suas termas,suas praças e suas
residências palacianas em específicos locais. Não é admissível que
a cidade antiga fosse se desenvolvendo lentamente em torno da
Igreja como acontecia na idade Média nem que as cidades fossem
crescendo irregularmente como acontece nos dias de hoje. O homem
antigo é vinculado aos seus antepassados e ao solo onde eles foram
enterrados portando sendo uma maldição abandonar sua terra
patruum. A história da fundação de Roma a título de exemplo foi
construída de uma vez em 753 a.C no monte Palatino por Rômulo e
inaugurada com grande cerimônia[7] religiosa enquanto na planície
já era zoneada para receber os feirantes, os viajantes, os imigrantes
e quem quisesse se instalar ao acaso nos arrabaldes de Roma.

Heródoto qualifica como loucura o fato dos lacedemônios


terem fundado Esparta sem consultar o Oráculo de Delfos, é tanto
que existem vários calendários gregos: o das leis Licúrgicas válido
em Esparta e o calendário da data da primeira Olimpíada em 776 a.C
e cada cidade contava da data da sua fundação. Era um sacrilégio os
moradores de uma cidade não saberem seu mito de fundação mesmo
as cidades que eram invadidas ou colonizadas de algum modo
exigido que ela fosse santificada em algum ritual, não podemos
imaginar cidades dessacralizadas na antiguidade.

Capitulo VI
Figura 61.Roma antiga. inclui o Coliseu, o circo Maximus, o fórum, o circo piaza
navona, o panteão a escola Lundus Magnus gladiador e os templos como de Vênus e os
arcos de Constantino, Claudius e Septimus Severus. também tem os banhos de Trajano,
os 2 aquedutos

"Todos sabem que Rômulo era adorado, que tinha templo e


sacerdotes. Os senadores puderam matá-lo, mas não puderam privá-
lo de um culto ao qual tinha direito como fundador. Cada cidade
adorava do mesmo modo aquele que a havia fundado: Cécrops e
Teseu, considerados como sucessivos fundadores de Atenas, tinham
seus templos na cidade. Abdera oferecia sacrifícios a seu fundador
Timésios, Tera a Teras, Delos a Ânios, Cirene a Batos, Mileto a Neléia,
Anfípolis a Hagnon. Nos tempos de Pisístrato, Milcíades fundou uma
colônia no Quersoneso da Trácia; essa colônia instituiu-lhe um culto
depois de sua morte, “de acordo com o costume”. Hierão de
Siracusa, fundador da cidade de Etna, recebeu ali depois “o culto dos
fundadores.” (COULANGES, 1961)

Por isso podemos dizer que era costume de todas as cidades


cultuar a memória da sua fundação, seus deuses protetores,
comemorar seu natalício, saber sua genealogia, conhecer seus

Capitulo VI
hinos, seus heróis, relatar os principais fatos que aconteceram no
decorrer de sua história. A ligação dos habitantes com a cidade era
muito íntima. A casa romana ou grega funcionava como uma
extensão da cidade.

Figura 62.Detalhamento Sanca Externa também chamado Entablamento

Capitulo VI
Figura 63. Reconstrução de uma antiga biblioteca romana, Roma, Itália

"Assim, de Hipócrates a Vitrúvio, passando por Aristóteles,


considera-se que a orientação correta das construções constitui um
fator decisivo da salubridade da cidade e da boa saúde dos
habitantes. Tal aspecto das relações entre o público e o privado
intervém, assim, desde o primeiro instante da história da cidade, no
momento em que se concebe a planta do conjunto. Também é
interessante ressaltar que as necessidades individuais pesam cada
vez mais sobre as considerações dos que se preocupam com
urbanismo: Aristóteles se interessa ainda essencialmente pelas
construções coletivas; Vitrúvio engloba em sua reflexão todos os
elementos que compõem a cidade e se debruça sobre os problemas
próprios da arquitetura doméstica."(ARIES)

Capitulo VI
Figura 64. Os romanos utilizavam todo potencial ornamentador do tijolo assim
como na arquitetura externalizavam poder, riqueza e grandeza

A articulação que existe entre a parte pública e a privada é da


medida que uma penetra na outra sem haver muitas distâncias. Pelo
viés da arquitetura doméstica chama-se a casa da família patrícia de
domus ou seja é um domínio particular e sagrado composto por um
peristilo, que é um pátio rodeado de colunas que se interligam
através do atrium composto por triclinium, tabernae, as termas, área
de serviços e as cubiculas do domicilio.

O triclinium é a sala de refeições, usada para festividades e


banquetes, a tabernae é a parte dianteira aporticada onde funcionam
as lojas e oficinas. No átrio dava acesso ao tablinium que era onde o
dominus recepcionava diariamente seus clientes e também decorava

Capitulo VI
com as imagens dos seus antepassados. De um modo geral o
ingresso a todos os cômodos era feito pelo átrio central e seus
corredores que contava com um compluvium ou seja, uma cisterna
com uma fonte que captava a água da chuva e luz azimutal para beber
e preparar as refeições. Nos fundos das residências contava com
herbolários (hortus) com ervas e arvores frutíferas, as termas eram
interligadas ao átrio assim como o vestíbulo

Figura 65.Basicamente o proograma de necessidades da casa romana segue esse


esquema de vermelho as termas, de verde a parte de serviço, azul o triclinium, roxo os
quartos e laranja a Taberna

As paredes e o teto da parte pública por vezes eram decorados


com afrescos. O cubículo do domus era os aposentos onde os nobres
dormiam e descansavam, onde eles alojavam seus filhos e hospedes,
por isso era um dos itens que mais se repetia no programa de
necessidades, eles não tinham abertura para rua para não entrar
barulho, as vezes não continha janelas para não esfriar o cubículo O
chão normalmente era pavimentado com tijolos de terracota,
mosaicos ou mármore, dependendo da utilidade de cada ambiente. A

Capitulo VI
área de serviço era onde estava a cozinha e as senzalas que
funcionavam como o espaço de descanso reservado aos escravos
domésticos e das oficinas. Algumascasas vão contar com

Figura 66. Inventário do acervo de monumentos e ruínas da antiguidade clássica do Monte Palatino, note
que o paisagismo também é um elemento que mais se destaca no urbanismo romano.

Capitulo VI
bibliotecas, e diaetas um espaço destinado a divertir os convidados
e até coisas mais suntuosas extravagantes.

Figura 67. Beleza, Solidez e Funcionalidade são os pré requisitos vitruvianos da


arquitetura romana.

A principal fonte que temos de arquitetura antiga são os dez


livros de Vitrúvio sobre arquitetura que ele postula três princípios
para a construção da edificação Utilitas,Firmitas,Venustas[8]. Ele vai
dissertar sobre os conhecimentos necessários à formação do
arquiteto, dos materiais e da arte da construção, separa os edifícios
em públicos, religiosos e privados. Fala sobre o acabamento,
hidráulica, calculo gnomônico e mecânica. O conceito de beleza
como associado a estética, as justas medidas, a simetria,
proporcionalidade, harmonia das formas. Firmitas se relaciona a
parte estrutural da obra que ele toma como referência o trilítero e os
métodos para construção de equipamentos que dinamizem o
trabalho de construção e o transporte de materiais. Utilitas trata-se

Capitulo VI
das conveniências profissionais do dono, e da função, se é para
dormir, para trabalhar, para fazer comida, para lazer ou para eventos
sociais.

[1] Segundo a pesquisadora Niede Guidon a América teria sido


ocupada a 100 mil anos atrás por africanos que vinha pelo Atlântico
de ilha em ilha pois o mar estava 120 metros mais baixo e haviam
muitas ilhas entre os continentes. Vide: www.fumdham.org.br- Site do
Parque Nacional Serra da Capivara

[2]http://whc.unesco.org/en/tentativelists/1873/

[3] O calendário Maia inicia em 3114 a.C.

[4] A teoria de ocupação da professora Niede Guidon diz que


o mar estava mais baixo na altura de 120 metros, então no Pacífico
deveria haver mais ilhas ainda entre Oceania e América. Porém os
traços físicos e culturais encontrados aqui na América não favorece
a sua teoria de que houve uma onda migratório da África para
América pelo Atlântico.

[5] Tanto a oca do tupi guarani de planta semicircular quanto


o iglu do esquimó vão ser concepções arquitetônicas que fogem da
lógica do trílitico imposta pela tradição construtiva pré histórica. Ou
seja, os colonizadores da América forçosamente vão ter um ancestral
comum que produzia habitações em um formato semi esférico se
utilizando dos materiais disponíveis na região. Os mongóis
constroem habitações nas quais dormem sobre uma armação
circular de varas entrelaçadas convergindo para arcos que vão se
estreitando até formar uma meia lua (yurte). No topo do iglu ele fazem
uma chaminé para manutenção do ar quente dentro da residência, na
oca também tem um protótipo de chaminé para saída da fumaça da
fogueira que fica dentro da tenda. Ou seja nos últimos 100 mil anos
os povos nômades indo-europeus que conheciam o trílitico de
madeira foram colonizando da Polinésia ao sul da América até depois
dos Andes, depois foram para a Indochina e depois o leste chinês até
imigrar para Mongólia e se aclimatarem pela Sibéria, desenvolveram
o iglu e entre 50 a 80 mil anos atravessaram para o Norte da América
pelo Alasca trazendo o sistema trílitico bem como sua variante oval.

Capitulo VI
Essa sendo a marca autêntica e vestígio indubitável de
ancestralidade de milênios mais remotos.

[6] Há indícios pela presença das Stonehenges que as


primeiras cidades datam de 40 mil anos, na Europa e havia imensos
clãs do Cro-magnon desconfiasse que perto dos dolmens e menires
tenham se erguido grandes cidades de pedra que atualmente estão
soterradas.

[7] Disso Dionísio de Halicarnasso, Plutarco, Ovídio, Virgílio,


Tácito, em Catão, o Antigo, Tito Lívio dão testemunhos escritos da
cerimônia.

[8] Função, solidez, beleza

Capitulo VI
A questão da alteridade no
Humanismo Cristão
O xadrez é um dos jogos mais populares do mundo, acredita-
se que cerca de 605 milhões de pessoas em todo o mundo sabem
jogar xadrez e destas, 7,5 milhões são filiadas a uma das federações
nacionais que existem em 160 países em todo o mundo. Também é
conhecido como xadrez ocidental ou internacional. A forma atual do
jogo surgiu no Sudoeste da Europa na segunda metade do Século
XV, durante o Renascimento, depois de ter evoluído de suas antigas
origens persas e indianas. O Xadrez pertence à mesma família do
Xiangqi e do Shogi e, segundo os historiadores do enxadrismo.
Todos eles se originaram do Chaturanga, que se praticava na Índia
no Século VI d.C.

Figura 68.Artista desconhecido, Um cristão e um árabe a jogar xadrez, Livro de


Jogos de Afonso X, o Sábio, fls 64r, c. 1253-284, Biblioteca do Mosteiro de São Lourenço
de Escorial, Espanha.

Capitulo VII
A partida de xadrez é disputada em um tabuleiro de casas
claras e escuras, sendo que, no início, cada enxadrista controla
dezesseis peças com diferentes formatos e características. O
objetivo da partida é dar xeque-mate (também chamado de mate) no
rei adversário.

O nome Chaturanga origina-se da antiga língua do sânscrito,


implicando “quatro braços” - um termo utilizado para explicar os
departamentos convencionais de um exército. A imagem (revelada
abaixo) de um manuscrito indiano da duração de Gupta, revela os
deuses hindus Krishna e Radha jogando Chaturanga em um tabuleiro
de quadrados de 8 x 8. Os pedaços de Chaturanga consistiam de
generais, elefantes e carros, navios que se acredita representem as
peças modernas de xadrez de rainhas, bispos e cavalos. Foi criado
em todo o Império Gupta do norte e leste da Índia por volta do século
VI d.C., embora na verdade as placas de “proto-xadrez” tenham
sido descobertas na região do Vale do Indo e datadas de mais de
3.000 anos atrás.

Figura 69.Organização das peças dispostas no inicio de jogo da Chaturanga.

Capitulo VII
O xadrez conquistou as burguesias urbanas a partir do século
XIV. Produto importado que entrou na Europa por volta do 1000, via
Espanha, Itália e países nórdicos, o xadrez foi durante muito tempo
parte da educação do jovem cavaleiro. O jogo era assunto de vários
livros, traduções e compilações que ocupavam lugar de honra nas
bibliotecas dos príncipes do fim da Idade Média.

Figura 70. Na foto acima são peças medievais do jogo de xadrez, geralmente
usadas também no medievo em virtude do seu significado descritivo do cotidiano
medieval.

O Cristianismo sofreu na pele o que é ser perseguido pelo


Império Romano por séculos. Santo Agostinho relata pelo menos dez
grandes perseguições generalizadas a cristandade promovida por
Roma.1°. Nero, 70 d.C. Vespasiano. 2°. Domiciano em 98. 3°. Trajano.
4°. Marco Aurélio, Lucio Aurélio Cômodo, 5°. Lucio Sétimo, Marco
Opelio Macrino e Marco Aurélio Severo. 6°. Caio Julio Maximo. Marco
Antonio Gordiano. 7°, Decio. 8°. Valeriano em 261. 9°. Aureliano. 10°.
Diocleciano em 287. Depois foi perseguida pelos judeus, persas e
maometanos por mais 5 séculos (341 - Sapor II ordenou o massacre
de todos os cristãos na Pérsia. 523 - Dhu Nuwas persegue cristão em
Najaran. 639-42 - Abu Bakr persegue cristão no Egito. 661 - Em
Damasco. 698 - Em Damasco. 711 - Em Espanha. 827 - Em Sicilia.).
Talvez essas querelas ficaram marcadas profundamente no
inconsciente da Igreja e quando algumas ordens católicas chegaram

Capitulo VII
ao poder, viram que seus inimigos estavam fracos, tiveram a chance
de oprimir e não perderam a oportunidade. As cruzadas, mais
especificamente contra os albigenses e a noite de São Bartolomeu
são os eventos mais dignos de nota em que o clero delibera a favor
do massacre. As questões de identidade cristã impostas pelo direito
canônico da Igreja medieval, se faz dividindo-las; universalmente por
grupos ou setores (leigos e ordenados, fieis e infiéis). A minha
principal suspeita é de que o fanatismo da Igreja no século XVI[1] no
trato com os seus discípulos, os seus aspirantes a discípulos e os
não discípulos é oriundo de um delírio de onipotência da fé, onde a
razão ou a lógica aristotélica perdem espaço tanto na teoria quanto
na prática em detrimento do irracionalismo e de silogismos que não
decorrem.

O problema do conhecimento foi um desafio que a Idade Média


teve de enfrentar porque só é possível conhecer as partes se
conhecermos o todo em que se situam, e só podemos conhecer o
todo se conhecermos as partes que o compõem. Como nada ocorre
na natureza de forma isolada. Confundia-se o mágico com o material.

"A ideia de que não havia oposição entre o natural e o


sobrenatural pertencia ao mesmo tempo às crenças populares
herdadas do paganismo, e a uma ciência um tanto física quanto
teológica. Eu diria que essa concepção rigorosa da unidade da
natureza deve ser considerada responsável pelo atraso do
desenvolvimento científico, muito mais do que a autoridade da
Tradição, dos Antigos, ou da Escritura. Nós só agimos sobre um
elemento da natureza quando admitimos que ele é suficientemente
isolável." (ARIÈS, 2006: 5).

Jacques Le Goff famoso historiador francês da História Nova.


Considera o Espírito Santo um palpite até o século XIII, ou melhor nos
termos dele um “Deus da máquina”: sendo alguma entidade

Capitulo VII
paranormal que aparece sem nenhum nexo de causalidade que
resolve um problema aparentemente sem solução de maneira
mágica. A expressão é grega e fora latinizada, ao pé dá letra como
“Deus ex machina”; fazendo alusão a um instrumento mecânico
utilizado na tragédia clássica, permitindo que um ser sobrenatural
desça sobre o palco, oferecendo uma resolução fácil para uma
questão embaraçosa.

"Os homens e as mulheresda Idade Média estavam


persuadidos de que se Deus deixava às vezes Satã ou simplesmente
a natureza depravada dos homens semear a desordem sobre a terra,
também introduzia nesse momento medidas de ordem." (LE GOFF
,2007: 75).

Recorrendo a Bíblia, Jesus Cristo é o Sumo Sacerdote. Ele é o


único mediador entre Deus e os seres humanos (1 Tm 2.5) e o Espírito
Santo é seu representante na terra, ou seja, todos os crentes tem o
privilégio de participar desse sacerdócio. As questões tornam-se
instigantes a medida que descobrimos que os verdadeiros cristãos
são os praticam a fé, ou seja, os que têm as atitudes de cristãos no
tempo histórico humano e não os fazem sinal da cruz e carregam
insígnias. Ora, se Espírito Santo de Deus é o responsável por resolver
os problemas terrenos inexplicáveis de uma maneira milagrosa e
sobrenatural, mas então a casta que costumávamos qualificar como
religiosa é uma definição de autoria de quem? Afinal, no século I ou
mesmo no XVI quem sabia se a Igreja Católica era uma instituição em
dissolução ou em formação?

Habet é um termo que era designado antigamente pelos


latinos para dizer quando alguém teve o que mereceu ou quando o
peixe entra na rede dos pescadores ou quando a presa pisa na
armadilha. Talvez seja a contração da linha de pensamento onde
ninguém pode dar o que não possui[2]. O que podemos esperar dos

Capitulo VII
parasitas[3]? dos caçadores? das pessoas interesseiras e
traiçoeiras?

Apesar dos espanhóis terem chegado tarde em América, isso


eles não puderam admitir por influência da Igreja Católica. Ora, pelo
que era professado pelo Cristianismo[4] nos quinze primeiros
séculos, nós não esperávamos isso da Igreja. Se desobedeceram,
então, "Há algo". Essa é a minha primeira indicação histórica de
suspeita de hipocrisia por parte do clero, afinal a forma de
averiguação dos delitos dos outros foi disposta pelos manuais de
confessores de forma metódica no mesmo século do descobrimento
e nós iremos criticá-los pelos seus próprios estatutos. A visão
unificadora do comportamento das pessoas através dos
sacramentos, seja do batismo, da ordem ou da penitência significa
que todos devem ser escutados em uníssono de maneira que não
caíam novamente na desordem. Essas questões se tornam ainda
mais relevantes quando envolveram fama, honra e patrimônio. O
probabilismo dos confessores coloca o desejável a uma certa
distância do exigível, quando a questão é muito polêmica, evita-se
desacordo entre teóricos consagrados da Igreja, constituindo o
domínio da adaptação da regra através do bom senso. Ora, o
desacordo mostra que a Igreja não é um só corpo, existem assuntos
escarpados do qual existem múltiplas conclusões perfeitamente
aceitáveis. Existem casos que deve se aplicar o que foi estabelecido
em Levíticos e outros que não se deve aplicar a lei do levita no
capitulo 20, por exemplo, no caso da cônjuge soçobrar ao padre que
o filho dela é de outro pai, a questão pode ser resolvida com uma
indenização que o pai biológico vai ter que restituir para o pai
ilegítimo, referente ao gasto que o pai teve criando o filho dos outros,
essa é uma das situações em que o confessores não abrem mão, pois
o filho pode muito bem dizer que é mentira da mãe, em conseqüência
essa é uma das maneiras de deserdar um filho, na prática isso pode

Capitulo VII
lograr um processo esgotante para todos. É a força da situação que
faz com que o recomendado seja ignorar esse assunto em terra, e
expiar os pecados no purgatório. Portanto, as considerações são
minimamente inteligíveis, sempre incluem analisar objetivamente,
para que seja fácil manobrar o beneficio e o prejuízo principalmente
quando envolve patrimônio, o conceito que se usa é o do mal menor.
Quando pronunciam palavra altissonantes e se ataca ostensivamente
como no caso da homossexualidade e canibalismo, soma-se o
repúdio e a indignação que são sinais de verem nesse
comportamento o germe da desordem social. Convém reprimir estas
atemorizantes eventualidades. Outorgam-se numerosos castigos,
ordenam demasiadas cobranças. Outorgam-se constantes
recompensas por delações. Os padres olham paternalmente para os
fiéis, vale lembrar o que é o pai no século XVI é o pai patrão, pai pater,
pai proprietário. Patriarca em latim quer dizer primus patrum. É o
primeiro de todos os pais de uma numerosa descendência de outros
grandes pais de numerosa descendência também, a qual eram
conhecidos pelo repasse do respectivo patronímico.

As pessoas mais entusiastas da fé tem uma vivência da


religiosidade através da confissão, da missa, do catecismo, enfim,
era crido pelos penitentes que algumas pessoas caem em sincero
espírito de contrição, se arrependem e se confessam para livrar sua
consciência do pecado, pelo menos é o que indica certas
advertências dos manuais, como de não haver necessidade de se
confessar logo após ao pecado. Ainda que seja clérigo não é
obrigado a se confessar na mesma hora, mesmo que peque
mortalmente. Apesar dos religiosos da ordem de São Bento[5] que
são obrigados a se confessar doze vezes por ano. Também existe a
necessidade de se confessar quando vai se viajar de navio, se
colocar nas tormentas do mar, o mesmo se aplica antes e entrar em
batalha, ou em períodos de peste aguda, e ainda antes de parir,

Capitulo VII
principalmente se a experiência do parto for trabalhosa e difícil. O
bom confessor deve ter sabedoria, bondade e poder. Poder significa
que ele tem que ser clérigo, só que ser apenas sacerdote não é
suficiente, ele precisar ter o poder instituído por jurisdição para
absolvição. Essa afirmação indica que nem todos os padres podem
praticar o sacramento da penitencia. Quem pode dar as essas
concessões é o papa, o bispo, o sacerdote paroquial, ou bullas. A
regulamentação impunha que não se poderia utilizar confessores
sem sagacidade e sem conhecimento; pois de nada podem servir a
comunidade se não tem bondade, justiça e doutrina. Justamente aqui
nessa justificativa da doutrina coadjuva intersubjetivamente o
silogismo da alteridade suprassumida[6] que se define pelo
dicionário de termos literários on line[7] como: filosoficamente é
situação, estado ou qualidade que se constitui através de relações de
contraste, distinção, diferença [Relegada ao plano de realidade não
essencial pela metafísica antiga, a alteridade adquire centralidade e
relevância ontológica na filosofiamoderna ( hegelianismo ) e
especialmente na contemporânea ( pós-estruturalismo )]. Segundo a
enciclopédia (GRANDE ENCICLOPÉDIA, 1998), alteridade é um
“Estado, qualidade daquilo que é outro, distinto (antônimo de
Identidade). Conceito da filosofia e psicologia: relação de oposição
entre o sujeito pensante (o eu) e o objeto pensado (o não eu).
Significa para Hegel que, em primeira instância o homem existe
efetivamente pois encontra serventia para comunidade através si
mesmo na negação do outro, e só posteriormente vai ter lógica nessa
justificativa de utilidade para ser ele mesmo. Ou seja, a antipatia nem
mesmo é recíproca pois antes de negar o outro ele não é nada em si
mesmo e nem mesmo sabe para que serve, enquanto o outro já é algo
em si mesmo, mesmo que ilogicamente e mesmo que não sirva para
nada. Assim é a natureza trágica e desigual da postura do cristão ante
o homem judeu, ele não é nada a priori. Assim é o cristão ante o

Capitulo VII
homem pagão, ante o silvícola. Sem eles não seria possível se
reconhecer como cristão. Isso também é chamado de subjetivismo
ou auto afirmação da consciência de si para si, pois confere
dignidade ímpar a si mesmo quando se projeta negando a
extraordinariedade dos outros. Quando o outro não é o que foi
projetado ele é constrangido pela Igreja ou tratado com má fé porque
os prosélitos partem do pressuposto de que o outro é infiel já para
não ter que ajudar a comunidade em nada.[8] Cabe destacar o mito
do Preste João, o qual os portugueses terminaram identificando com
os cristãos coptas em Abissínia por encontrar imagens da cruz cristã
e que praticavam uma forma de cristianismo "deturpado" aos olhos
da cúria romana que os portugueses se sentiam na obrigação de
ajudá-los espiritualmente e militarmente.

"Como um homem errante na noite vai atrás de um fogo-


fátuo", o Preste do João, uma miragem do século XII tinha se
empalidecido mais o mito ainda continuava vivo na memória, o
indicio de fumaça para Afonso de Albuquerque as vezes iria para as
montanhas na pérsia, as vezes na índia,nas estepes mongólicas, na
china.

A dúvida quanto a existência do Preste João era meramente


geográfica, mas que existiam Reinos católicos num continente
gentílico os viajantes asseguravam que sim. Ainda seria incutido no
mito a bondade do Rei como Preste João, "os seus vestidos eram
lavados no fogo e tecidos pela salamandra". Servido por reis,
duques, condes, cavaleiros e fidalgos, arcebispos sentavam-se ao
seu lado, bispos a sua esquerda, um Rei bispo por copeiro, e um
arquimandrita por comandante da cavalaria, e um arcebispo por
mordomo.

A coroa era nutrida de tantas necessidades que se inventava


mitos que atendessem as expectativas da coroa, através de

Capitulo VII
descrições que carregam aspirações, o mito não era oriundo da
ancestralidade mas de historias de viajantes que impunham a
necessidade e alargar o mundo, afinal o desconhecido envolvia a
cristandade medieval. Surgiam histórias de fontes da mocidade, rios
subterrâneos de pedras preciosas. Pedras mágicas que dão visão
aos cegos, não havia avarentos, nem ladrões, nem assassinos, nem
lisonjeiros. Todos diziam a verdade e o vicio não existia. Era um
paraíso.

Aos objetos era concernido poderes sobrenaturais como o da


cura, não existia avareza porem existiam pedras preciosas, no
imaginário do português a necessidade se dava em descobrir um
tesouro que os libertassem do pensamento econômico, a Inglaterra
adota um comportamento muito cauteloso na busca por criar
riquezas, porque um sonho ainda muito extrativista, enquanto o
psicológico do protestante valoriza o juros, sendo um negocio com
mais segurança econômica.

D.Henrique nasceu em 1394, terceiro filho do rei D. João I,


quando na infância revelava a sua sede pelo saber através da sua
coleção de livros.

O conceito de modernidade para Afonso estaria justamente


quando ele remete a um estribilho "guerra para acabar a guerra",
salientando que era uma frase ATUAL.

Para procurar confusão Portugalnem precisava de muito, a


heranças da longa duração em períodos intercalados de guerra santa
que havia durante seiscentos anos.

A economia moderna passa a ser descrita principalmente


como um lugar e um objeto, perfumes da Síria, sedas do Egito,
perolas da Pérsia, rubis de Ceilão, uma visão que tendia a
subsistência que tinha como conjunto de produção o feudo e a

Capitulo VII
unidade o servo era incompatível com a visão mercantilista de
localizar as regiões por objetos, só que limitações mentais eram
impostas por saberes tradicionais "quem passar o cabo não voltará
não!" E quantas histórias para confirmar essa afirmação não
existiriam de curiosos fanáticos que sumiam prestando-se a esse
papel, não é pelo fato de a terra ser redonda que não existiriam riscos,
e principalmente riscos inesperados como doenças, conflitos, brigas,
tensões

Dom Henrique homem do típico do renascimento reúne na


escola de sagres, matemáticos, astrônomos, marinheiros, pilotos,
vaguenates estrangeiros, jovens fidalgos que buscavam fortuna.
Henrique passou dias e noites coordenando os indícios, meditando,
organizando e examinando velhas cartas, estudando as estrelas,
produzindo uma CIENCIA NOVA, descobrir o extremo da África. Uma
empreitada desse calibre causaria espanto ate mesmo para os
oráculos que afirmavam não haver habitantes em regiões tórridas.

Um enigmático documento é descoberto na chancelaria de


Afonso V, onde aparece um embaixador de Preste João em Portugal
em 1452, o que aceleraria mais as buscas para abrir novas rotas
comerciais. O que motiva o desprezo em relação as profudenzas da
noite pagã, é a busca por reinos católicos, a moral nesse sentido só
estaria de portas abertas para o igual, a interação com o outro só se
dava mediante a prerrogativas de igualdade.

Quer dizer, o próprio tema "descobrimento da América" que já


é bem cativo da história vem a delatar a ausência de alteridade
revelada e renegada pelos próprios historiadores que assim abordam
a temática,ou seja há um choque cultural na descoberta da América,
onde o “eu” descobre o “outro” na tentativa de dominação, onde o
“eu” sozinho, enxerga o “outro” na terceira pessoa, a negação do
indivíduo, para se concentrar no geral, no anônimo. Não houve

Capitulo VII
capacidade dos principais sujeitos se colocarem no lugar dos outros.
Porque?[9]

Ora, o comportamento egocêntrico (Eu frente aos Outros), e


individualista advindo da sociedade poética-filosófica greco-
platônica-romana e perpetuada pela moral judaico-cristã ocidental
vem a colocar no seu panteão mais alto os gênios militares, os
grandes estrategistas diplomáticos como Odisseu, Salomão, Publios
Cornelius Scipião, Carlos Martel, Barbarossa. Enfim, salientando com
Todorov, o comparativo:

“[...]Homens para mulheres, ricos para os pobres, os loucos


para os “normais”, onde a violência o preconceito embutido nesses
conceitos, nessa segregação é reconhecido com uma certa
naturalidade.[..]” (TODOROV, 1998)

É na América onde os comparativos vão ser mais exteriores,


as divergências na atmosfera cultural, cuja a língua , os costumes
parecem de inicio incompreensíveis, de uma estranheza tamanha que
chega a se desconfiar se são realmente humanos. Ou seja, o
pensamento do homem branco se caracteriza por não colocar nem
minimamente a responsabilidade para com o outro, nem que
minimamente o respeito para com outro, onde a expansão da fé, os
obsessivos interesses mercantis legitimavam qualquer postura
contra o “outro”. Ou seja, a noção de tensão sobrepuja o aspecto
humano, isso sendo paradigma até na história recente, pois a visão
do outro "ser gente" só ganha corpo quando se alinha como objeto
de consumo.

"No Rio de Janeiro, o processo de mercantilização da cultura


negra tem girado principalmente em torno de dois elementos bem
conhecidos e inter-relacionados: samba e carnaval.[...]Há, contudo,
objetos menos conhecidos que também passaram a representar a

Capitulo VII
cultura material negra tradicional da Bahia; ou ainda,
comportamentos que passaram a ser vistos como "típicos" da
cultura negra. As mulheresdo acarajé, ou simplesmente baianas
(mulheres, geralmente de compleição bastante negra, que vendem
nas ruas doces e comidas afro-baia nas típicas), têm sido, há séculos,
o ícone mais visível do "africanismo" na vida pública. (SANSONE,
Livio)[10]

Para os teólogos os outros deuses bem como outras


interpretações do cristianismo são folclore, superstição, falsos
deuses. "Quando os cristãos se recusavam a rezar aos deuses dos
diversos paganismos, geralmente, não era por lhe negarem a
existência; eles consideravam-nos como demônios, perigosos, sim,
mas, no entanto, mais fracos do que o único Criador." (BLOCH, 1979).
Ou seja, o proselitismo do cristianismo coloca os conquistadores na
situação de abençoados metafisicamente e no corpo a corpo com
zooantroporformismo[11]típico das crenças dos povos ameríndios e
africanos, eles irão situá-los, bem como sua religião como: fraca e
diabólica.

"A imagem de Deus numa sociedade depende sem dúvida da


natureza e do lugar de quem imagina Deus." (LE GOFF, 2007). O lugar
e a natureza dos que dominavam o saber teológico era bem reservado
socialmente, pertencia apenas aos que conseguiam entender a
Bíblia, os letrados em latim. “Entretanto, igualmente óbvias (pelos
menos para nós) são as desvantagens de se tentar comunicar com
toda a população da cristandade em uma língua entendida apenas
por uma minoria dessa população. Alguns leigos acreditavam que o
uso do latim era uma artimanha do clero para manter a fé secreta, "e
em seguida vendê-la de volta para nós no varejo". Deve-se enfatizar,
no entanto, que a minoria que entendia latim excluía muitos membros
do clero medieval. Não é de surpreender que muitos do clero

Capitulo VII
paroquial fossem ignorantes em latim, dada a falta de meios para
educá-los: mas mesmo no caso dos monges, segundo um
medievalista bastante conhecido, "descobrimos as autoridades
admitindo vasta ignorância em latim e fazendo traduções especiais
para uso dos irmãos incultos" (BURKE, 1995), As traduções
começam a se intensificar com o advento da imprensa no século XIV,
porém as primeiras casas tipográficas só chegam em Portugalno
século XVI. As primeiras traduções do latim para o português vêm
desse período. Como pode ser observável no site da Biblioteca
Nacional de Portugal. Vários livros do século XVI com uma página em
latim e logo em seguida outra em português arcaico. O que me leva a
crer que esse material era usado para recopilações nos seminários e
mosteiros que formavam os jesuítas que vinham para a America
pregar. Portanto sendo de conhecimento do grande público os
principais cânones das doutrinas.

[1] Aqui nesse livro. Eu não escrevi para falar mal de Igreja
Católica, nem dos protestantes, nem de papa algum, nem de Cortez
muito menos de Montezuma ou de historiador algum, nem de
arquitetura nenhuma, nem criticar nenhuma ideologia. Eu
simplesmente analisei os dados oferecidos pela Igreja como as
fontes produzidas pelos cardeais, bispos, padres comparei com as
cartas escritas por Cortez, e tracei o paralelo com as ruínas, as
reformas, os fatos das concessões de terras em América e com a
visão historiográfica dos autores modernos e pós modernos sobre a
temática. Não me parece possível que se trate de panfletarismo
marxista ou debate historiográfico modernista nem de um discurso
narrativo da pós-modernidade, pois é admitida a possibilidade de
conhecer o passado mesmo sem estar lá, através de novas
operações históricas multidisciplinares com o urbanismo e
recortes,de triagem, inteligibilidade do presente, comparação de
vestígios documentais para averiguação da veracidade dos fatos
com resíduos que aparecem no paisagismo ,na arquitetura, na
oralidade,arte, no mobiliário, nos ornamentos e nos usos da cultura
em geral.

[2]Nemo dat quod non habet.

Capitulo VII
[3] Aqui o termo parasita se refere ao cargo dos subalternos
dos sacerdotes que cobravam impostos na forma de trigo muito
comum nas comedias de Aristófanes. Plutarco se refere a Sólon
como o alcunhador do termo parasita se referindo aos bufões que
vão de casa em casa atrás de se alimentar das melhores comidas ou
em dias festivos e de banquete.

[4] "De acordo com a definição do Concílio de Nicéia (325), é a


crença num Deus único manifestado em três pessoas — o Pai, o Filho
e o Espírito Santo — e na redenção do mundo pela Encarnação,
Paixão e Ressurreição de Jesus Cristo. Concílios subseqüentes em
Éfeso (431) e Calcedônia (451) adicionaram novas definições no
campo da Cristologia, declarando que o Filho, que é o Verbo Divino,
foi verdadeiramente encarnado pelo Espírito Santo na carne da
Virgem Maria, e que ele combina em si próprio, sem distinção de
pessoas, as naturezas perfeitas e completas de Deus e do homem. O
código de comportamento que deve vincular todos os crentes tinha
sido prescrito pelo próprio Cristo na Regra de Ouro (Mateus XXII, v.
37-40)."(LOYN,Henry, 1997)

[5] A ordem de São bento proporcionava educação


monaquista beneditina. "As abadias tinham um claro papel social
como corporações fundiárias, como centros de cultura e de estudo,
de produção de livros, de mecenato das artes e da arquitetura, e
como guardiães de famosos relicários e túmulos de santos, focos de
peregrinação e da religião popular. A propriedade de latifúndios
também envolvia muitos monges em tarefas
gerenciais"(LOYN,Henry, 1997) de obrigação pública associadas a
soberania da terra. Fundada em Monte Cassino no século V em uma
gruta por um eremita solitário chamado Bento de Núrsia(c. 480-c. 550)
compilou algumas regras de teor estoicista que gradualmente ao
longo VI passou a ser obedecida pelos mosteiros de Itália, Gália,
Espanha e Irlanda e Germânia que careciam de doutrina própria, a
qual regulava de maneira prática sobre como o abade deveria
disciplinar o cotidiano dos monges no que tange as preces vocais,
trabalho manual combinado com leitura espiritual. Posteriormente na
Era Carolíngia fora beneficiada por generosas doações de Carlos
Magno e Luís, O piedoso. Esses mosteiros converteram-se em centro
de erudição clássica e patrística. As suas riquezas atraíram a cobiça
dos vikings nos últimos anos do século IX.

Capitulo VII
[6] Paul Ricoeur vai sugerir três tipos de alteridade: a corporal,
a do diverso e a do si com si mesmo. Ele critica a abordagem
polarizada de Hegel pois ele vê que antropologicamente essa
dissensão não é sadia em virtudedo desprezo vir a constituir o
principal vínculo de reconhecimento mútuo sobretudo porque a
busca de auto afirmação não deve acontecer humilhando o próximo.
Ou seja, se eu sou cristão é porque meus pais me botaram para
estudar a vida inteira em colégios católicos e freqüentei Igrejas com
meus amigos e passei pelos rituais sagrados enfim, também tenho
que imaginar que o mulçumano é mulçumano porque seus pais o
ensinaram a ser daquele jeito. Nós temos que partir em linhas gerais
de que a educação vem de casa. Quando Aristóteles, Cícero e
Plutarco discorrem sobre amizade, eles se referem a fidelidade, a
bondade, ao carinho e a harmonia mútua mesmo que entre
estrangeiro, herético e barbaro. Não é necessário que seja cidadão
da mesma nação, nem parente, nem sócio para haver benevolência e
amor. Já na filosofiamoderna Immanuel Kant vai postular em cima do
que Sócratesfalou sobre não existir amigos e que essa harmonia
mútua está em um grau bem inferior ao da amizade suportável pelos
antigos, pois para Kant o único agente moral da amizade é o amor
próprio. O imperativo categórico estabelece a situação hipotética de
que por ventura a moral humana repousa sobre valores que são
universais. A qual as coisas são impertinentes e inconvenientes de
modo absolutamente geral. O que vai existir em Kant é a amizade por
solicitude, por interesse e a por nobreza.

[7]http://www.edtl.com.pt/

[8] Todas asreligiões pregam o ódio e amedrontam seus


adeptos que não acreditam nos postulados dos seus sacerdotes com
ameaça do sofrimento pós morte, principalmente quando os dogmas
são negados por aqueles que sentem fastio em contribuir com o bem
estar da sociedade. Perseguições desse tipo vão abrir margem para
todo tipo de hipocrisia, pois normalmente as pessoas comuns não
desejam ser aborrecidas. Houve a tentativa cristã de impor em
América uma ideologia dominante e por ardil muitos professaram a
fé. Não me parece confortante advogar por sujeitos hipócritas muito
menos porradicais que estão preocupados em explorar a credulidade
das pessoas para desse modo prevalecer seus interesses
particulares até porque Deus deu o livre arbítrio para as pessoas
escolherem entre justificar suas práticas más ou se corrigirem.

Capitulo VII
[9] "A coincidência dos relatos dos viajantes revela também o
grande debate que estava se travando na Europa a respeito da
natureza dos selvagens ou, melhor, do "estado de natureza" deles:
tratava-se, de fato, do processo de releitura da identidade ocidental
ante as novas humanidades que a descoberta apresentava, através
da construção de sua alteridade. O código religioso era, obviamente,
o privilegiado na definição da alteridade pela concepção teológica
dos missionários. Mas aqui a construção dos outros esbarrava numa
dificuldade: os selvagens da terra de Santa Cruz não apresentavam
aqueles elementos que encontramos na longa lista de d’Abbeville e
que definem o que é a Religião: ídolos, templos, sacerdotes."
(POMPA, Cristina em Profetas e santidades selvagens. Missionários
e caraíbas no Brasilcolonial)

[10]Os objetos da identidade negra: consumo,


mercantilização, globalização e a criação de culturas negras no
Brasil*Livio Sansone.Mana v.6 n.1 Rio de Janeiro. Abril. 2000

[11] “(...) de qualquer maneira esse Outro não foi descoberto


como Outro, mas foi” “em-coberto”. O si-mesmo que a Europa já era
desde sempre. De maneira que em 1492será o momento do
“nascimento” da Modernidade como conceito, o momento concreto
de “origem” de um “mito” de violência sacrificial muito particular, e
ao mesmo tempo, um processo de “em-cobrimento” do não –
europeu. (Dussel, 1492 O encobrimento do outro fls.08.1993.)

Capitulo VII
O Gótico e a urbanidade
medieval

As cruzadas começaram no concilio de Clermont(1095)


invocado pelo papa Urbano II depois de 460 anos da conquista
islâmica da primeira cidade cristã,onde os mouros cercaram
Constantinopla, fizeram incursões em Sardenha,tomaram a Penisula
Iberica, invadiram a Europa Central, depois de Harun al-Rashid
ordenar destruir todos os templos dos infieis ,depois de assaltarem
Roma, depois da conquista da Sicilia, e das perseguições de al-
Hakim.

Figura 71. O gótico traz a originalidade da janela em arco ogival que uma vez
nervurado dá origem a abóbada ogival entre pilares e muros.

Capitulo VIII
Edward Gibbon em seu famoso livro "A história da ascensão
e queda do Império Romano" considera que as invasões oriundas da
Germânia fora um período em que o império caí numa verdadeira
selvageria, o continente fora “engolfado por um dilúvio de bárbaros”
(1989: 442). Outros historiadores já colocam o extremo oposto, de
que a cristianização dos povos germânicos é justamente o que
mantêm o ideal de virtude da antiguidade clássica, os cargos eram
romanos, até o latim a elite germânica dominante cultivou como
língua diplomática.

A ruptura com o mundo antigo vem dos árabes islamizados


que em pouco mais de
cinquenta anos se
estendem do mar da China
ao oceano Atlântico.
Efetivamente sim estagna-
se o comércio, pois as rotas
comerciais de longa
distância ficam sob a
custódia do islame.

"O mar íntimo e


quase familiar que reunia
todas as partes do Império
vai formar uma barreira
entre elas. Em todas as suas
margens, desde já séculos a
Figura 72. As guildas maçônicas detinham os
existência social, nos seus segredos de execução dos projetos.

caracteres fundamentais,
era a mesma, a religião a mesma, os costumes e as ideias os mesmos
ou muito próximos de o serem. A invasão dos bárbaros do norte não
modificará nada de essencial nesta situação." (PIRRENE, 1964)

Capitulo VIII
A expansão árabe interrompe o comércio de longa distância
que a Europa Ocidental mantinha com o Oriente, rompeu-se um laço
que ainda ligava o Império Bizantino aos reinos germânicos do Oeste.
A Europa nesse momento se encontrava isolada dos grandes centros
comerciais.

Figura 73.Hoje muitas pessoas conhecem este jogo simplesmente como The Viking Game.

Hnefatafl (pronuncia-se
Nhev-eh-TAH-full) é um jogo de
tabuleiro antigo semelhante ao
xadrez e significa mesa de Reis.
Começou na Escandinávia e
viajou para muitos países com
os vikings por volta do século VIII. Este é um intenso jogo de
estratégia no qual o Rei e seus defensores estão em desvantagem
numérica e tentam escapar em segurança em um dos quatro cantos
do tabuleiro. Todas as peças podem mover em linha reta (nunca
diagonalmente) qualquer número de espaços desocupados e não
podem passar outra parte em seu caminho. Quando o rei chega a um
canto, ele vence. Se o rei for capturado, os atacantes vencem. Para
capturar um adversário, é necessário cercá-lo em dois lados opostos.
As peças podem esgueirar-se entre duas peças opostas sem serem

Capitulo VIII
capturadas. O Rei, no entanto, deve estar cercado em todos os quatro
lados para ser capturado e está desarmado, portanto não pode ajudar
na captura de um atacante. O quadrado central e as bordas do
tabuleiro podem contar como um oponente em uma captura. As
regras variam, sinta-se à vontade para fazer as regras da sua própria
casa. ~ Este tabuleiro é queimado em uma peça flexível de couro com
cerca de 18 "de diâmetro e se transforma em uma bolsa de couro para
facilitar o transporte. O tipo e a cor do couro podem variar
dependendo do que estiver disponível no momento da compra, mas
permanecerão neutros Vem com tabuleiro de jogo, 1 peça King (pedra
grande de barro branco), 12 peças de defesa (pequenas pedras de
barro branco), 24 peças de atacante (pequenas pedras de barro preto)
e instruções de jogo. Estes jogos são um grande presente.
personalizado com o nome do destinatário ou iniciais, note que
devido a impopularidade não acharemos no mercado porque cada
jogo é feito por encomenda através de impressoras 3d ou artesãos.

Claro que não foram tão somente as invasões árabes que


romperam com a antiguidade “Uma vez em terra, os bandos

Figura 74. A Igreja Medieval é a soma de harmônicas volumetrias entre o cruzamento de


dois transeptos ocasionalmente construídos posteriormente da reforma da Nave e da parte
Primitiva.

Capitulo VIII
sarracenos ou normandos, como as hordas húngaras, eram
especialmente difíceis de suster. “(BLOCH, 1979). "Da tormenta das
últimas invasões, o Ocidente saiu coberto de feridas. As próprias
cidades não haviam sido poupadas, pelo menos pelos Escandinavos
e, se muitas delas, após a pilhagem ou o abandono, se
recompuseram mais ou menos das suas ruínas, esta cisão no curso
normal das suas vidas deixou-as enfraquecidas durante muito
tempo." (BLOCH, 1979)

É irônica a constatação da diversidade de juízos perante o


tema da Idade Média. Como é de se esperar, se escolhermos os dados
de modo tendencioso o pesquisador vai fustigar para a pesquisa
defeitos e atitudes viciosas. Poderá ser construída uma interpretação
que lhe agrada, mas não condiz com a verdade. Poderá ser destacado
como crítica a falta de objetividade para apreender a realidade,
causada pela interferência de elementos puramente subjetivos, como
os preconceitos, por exemplo.

Essa alcunha latina Aetas Obscura[1] ou mesmo inglesa de


Dark Age, se difundiu bastante e foi construída pelos renascentistas,
inspirados por novos ideais estéticos. É realmente muito corrente a
marca de uma Idade Média imóvel, sem atividades bancárias,
estagnada, estacionária economicamente em virtude da condenação
da usura e do lucro. afirmavam “frequentemente que o mercador
medieval teria sido incomodado na sua atividade profissional e
rebaixado no seu meio social devido à atitude da Igreja para com ele.
Condenado por ela, mesmo no exercício da sua atividade, teria sido
uma espécie de pária da sociedade medieval dominada pela
influência cristã.” (LE GOFF, 1991)

Capitulo VIII
Figura 75.Bodiam Castle um histórico castelo medieval na Inglaterra

Ou seja, na teoria demoniza-se o labor do mercador, na prática


“a Igreja depressa acolheu o mercador, rapidamente admitiu o
essencial das suas práticas. Longe de ter sido um obstáculo ao
desenvolvimento do capitalismo, devemos perguntar-nos mesmo se
ela o terá servido involuntariamente, até pela sua hostilidade." (LE
GOFF, 1991: 74). Existem milhares de maneiras de se questionar a
ordem vigente. Evidentemente, os mercadores não estavam inclusos
no modelo ideológico estabilizador planejado pela Igreja: “Uns
rezam, outros combatem, e outros trabalham.” Os trabalhadores
estavam na mais baixa camada social, entretanto é difícil imaginar
um trabalhador medieval, pois “apresentavam uma grande
diversidade de condições, desde camponeses livres até escravos."
(FRANCO JUNIOR, 1983) e até comerciantes.

Capitulo VIII
Como visto anteriormente, pela paciência a Igreja dobrou-se
para o trabalho dos mercadores, parte do mesmo “fenômeno urbano
na Idade Média Central” que está “associada ao desenvolvimento das
atividades artesanais e comerciais.” Está também “a função militar e,
sobretudo, a presença de uma autoridade episcopal, condal ou
principesa, que suscita a manutenção de uma corte numerosa cria
um efeito de atração, são igualmente decisivas. (BASCHET, 2006:
145).

Figura 76. Castelo De Rocca

Figura 77.Arqueología Y Numismática:


Los Hallazgos De Época Visigoda De “La Vega”
(Madrid) Y Recópolis (Guadalajara). PRIEGO.
Manuel Castro. Moeda Teutônica Medieval.

Capitulo VIII
Figura 78. Basílica de São Marcos de Veneza

Esses enxergam o trabalho manual como aviltante, apenas os


servos devem trabalhar, pois o trabalho tem uma forte carga negativa.
"Seguindo o modelo das cortes terrestres, as cortes celestes se
enriqueceram para se debruçar mais sobre os cristãos cá de baixo:
os valores do Céu desceram sobre a Terra." (LE GOFF, 2008).
"Entretanto, a cidade é, incontestavelmente, a partir do século XII, um
mundo novo. Nela, desenvolvem-se atividades novas e esboçam-se

Capitulo VIII
mentalidades singulares, ao passo que a Igreja demoniza a cidade,
moderna Babilônia, lugar de pecados e tentações." (BASCHET, 2006).

O horror ao corpo culmina nos seus aspectos sexuais. O


pecado original, pecado de orgulho intelectual, de desafio intelectual
a Deus, foi transformado pelo cristianismo medieval em pecado
sexual. A abominação do corpo e do sexo atinge o cúmulo no corpo
feminino (LE GOFF, 1985). Os sacerdotes seguem à risca os doutores
da Igreja, pois como advertiu Jesus Cristo que seria se um cego
guiasse outros cedo, ambos cairiam.

"Durante os sermões fazia-se grande uso de exempla, nos


quais apareciam bastante frequentemente prostitutas, quer como
personagens principais, quer como figuras de segundo plano, mas
sempre com um certo destaque no fim da história." (PILOSU, 1995).
O destaque no fim da história é sempre atribuir uma maior parcela de
culpa para as mulheres. "Enfim, os "exemplos" (exempla) ilustram,
sob a forma de relatos breves e concretos, fábulas ou historietas, as
vantagens, para o cristão, de uma justa conduta." (SCHIMTT, 1999)

"É preciso evocar, igualmente, a praça pública, onde se


erguem a administração municipal e a torre do sino, as numerosas
tavernas, os "Banhos públicos" e outros lugares onde as autoridades
municipais do fim da Idade Média procuram organizar a prostituição,
tida como um "serviço coletivo" útil à paz pública." (BASCHET, 2006:
153). "O controle eclesiástico sobre os valores culturais e mentais era
exercido através de vários canais. O sistema de ensino,
monopolizado pela Igreja até o século XIII, permitia a reprodução do
corpo de ideias que ia sendo selecionado e formulado por ela."
(FRANCO JUNIOR, 1983:58) Ergueu-se mesmo uma doutrina corporal
que penetrava em diversos segmentos do comportamento humano.
“[...]os polemistas cristãos, em virtude da natureza da crença que
professavam, não reconheceram qualquer grau de sacralidade, nem

Capitulo VIII
reconheceram qualquer vinculação do riso com a divindade, tal qual
ocorria na tradição pagã que o tanto procuraram combater. Nos
sistemas de valores do cristianismo, este foi dessacralizado e
reduzido à categoria de gesto profano." (MACEDO, 1997: 53).

"A expressão "bela Idade Média" também corresponde à ideia


de que houve uma clareira entre duas fases sombrias, nesse longo
período de mais de mil anos entre a queda do Império Romano (fim
do século V) e o descobrimento da América (fim do século XV). (LE
GOFF ,2008: 54). A clareira do Ocidente encontra-se mais
particularmente entre o século XI e o século XIV. Momento de
crescimento urbano, populacional, intenso comércio,
desenvolvimento da arquitetura. De modo que para a história dos
europeus essa conquista seria análoga a invasão dos bárbaros na
época da queda do império romano. Ou seja, a conquista da América
é a ruptura com o mundo medieval.

"O sistema feudal repousa economicamente na posse da terra


e no direito de cobrar um certo número de taxas. Isso gera uma
hierarquia social e uma hierarquia de poderes." (LE GOFF ,2007: 66).
O paternalismo deste sistema envolve um intercâmbio de poder e
auxílio, obrigações mútuas entre suserano e vassalo, protetor e
protegido, senhor e dependentes. Cada indivíduo estava ligado a um
senhor por laços de parentesco, obrigações ou interesse.
"Institucionalmente, diante da fraqueza do Estado e da necessidade
de segurança, desenvolviam-se as relações pessoais, diretas, sem
intermediação do Estado. Estreitaram-se assim os laços de sangue,
as relações dentro das famílias, das linhagens, grupos cuja
solidariedade interior podia melhor proteger os indivíduos em
relação ao exterior." (FRANCO JUNIOR, 1983:43). No topo dessa
hierarquia vêm o Rei. "Duas funções fundamentais são reconhecidas
ao rei: ele deve garantir a paz e a justiça. O cuidado de manter a paz,

Capitulo VIII
essencial ao bem público e assegurada pela Igreja durante certo
tempo, retorna, pouco a pouco, para os soberanos. Disso decorre,
sobretudo, o direito de levar a cabo guerras justas"(BASCHET, 2006:
161). Essa função revela um "traço psicológico: a contratualidade.
Presente na verdade em muitas religiões pré-cristãs, esse dado foi
reforçado pelo cristianismo e contribuiu para o próprio
contratualismo social, político e econômico e militar dos séculos X-
XIII, sendo por sua vez influenciado por este. Assim, não é de se
estranhar que Deus fosse visto como Senhor e o homem como
vassalo" (FRANCO JUNIOR, 1983:60)

"Clericalmente, havia no Feudalismo um papel de primeira


ordem desempenhado pelo grupo eclesiástico. Papel que extravasa,
em muito, sua atividade sacerdotal. Sendo a Igreja a única instituição
organizada da época, de atuação realmente católica, que dizer
universal, a ela cabia a função de cimentadora, unificadora, naquela
Europa fragmentada em milhares de células." (FRANCO JUNIOR,
1983:55).É tanto que esse discurso desvenda muito do imaginário
feudal que se fundamenta em parte na ideologia de harmonia social
fundada na trifuncionalidade de serviços mútuos. Uns trabalham,
outros rezam e outros batalham. Tudo passa pelo plano celeste, o
regime feudal e a Igreja eram de tal forma ligados que os membros
do clero exerciam um papel de primeira ordem."Por volta do ano mil
(1023-1025) a literatura ocidental articula a teoria das três ordens do
corpo feudal. Postula-se uma explicação naturalista que justifica a
desigualdade entre as classes. O autor é o bispo Gerardo de Cambrai,
em virtude do seu ofício julga dever demonstrar, perante o mundo,
“que, desde a origem, o género ,humano se dividiu em três: as gentes
da oração, os cultivadores e as gentes de guerra; forneceu a prova
evidente de que cada um é o objeto, por um e outro lado, de certo
cuidado recíproco” (DUBY, 1994: 54)

Capitulo VIII
Figura 79. Catedral de Chartres. O melhor corte é o mais carregado de detalhe,
pois envolve, estrutura, ventilação, circulação, iluminação, telhado, piso, esquadrias e
portas e todo acústica que é exigida em grandes vãos que não tinham aparelhos de som.

Capitulo VIII
Figura 80. Iluminura do tormento de São Estevão.

Capitulo VIII
O próprio poder régio é oriundo de Deus. Sendo a Igreja a
única instituição organizada em uma Europa pulverizada de células
feudais e segundo Braudel sempre assolada pela fome, pela peste,
doença e pela guerra.

“De passagem, o discurso evoca-a, com o único fim de


justificar que os oratores não trabalhem com as mãos e que os
pugnatores recebam rendas. De mostrar como a ociosidade e a
exploração fazem parte da ordem das coisas. Quer dizer, a expressão
mais evidente do modo de produção senhorial.” (DUBY, 1994: 57)

Nem a própria Santa Sé questionava os atos heroicos de seus


discípulos, pelo contrário até intermediava arranjando
patrocinadores e os absolvendo por antecedência para livrar suas
consciências de qualquer mácula. A crítica ficando restrita a
solitários padres seculares e outros que nem sequer eram da cúria
romana. Os grandes escritores da Inquisição estavam muito mais
preocupados em apontar seu dedo sujo para os atores (que a
posteridade nem sequer sabe quem são se não fossem por eles) e/ou
simplesmente escrever livros muito ruins sobre peças de teatro
cômicas muito boas. O conflito moral não está no ofício do
comediante porque a arte de representar é lícita. O erro se encontra
no mortal perigo de que quando o ator deixa de ser ele mesmo para
representar no momento em que ele faça de conta que está pecando
ele venha a pecar de verdade como escandalizando com os ouvintes
com palavras de baixo de calão. Ou mesmo atrair para os ouvintes os
perigos da ruína espiritual. Tertuliano se refere a comédia como "el
negocio del Diablo"[Negotium Diaboli. Tertull.de Spectati.C.i8.]. Os
incentivos a lascívia, a interferência na quaresma e o consentimento
do público chamam a atenção das autoridades eclesiásticas
concluindo que além de ilícito, peca mortalmente os espectadores de
tais profanações. Com efeito, o padre Ignácio de Camargo lastima

Capitulo VIII
pelas pessoas inocentes e temerosas de Deus que cometem o
pecado mortal sem se dar conta o que leva a crer que a comédia se
difundia tanto que não apenas os amantes da estética usufruíam do
teatro cômico.

Figura 81.Ante Projeto de Basílica Medieval.

Figura 82. Xadrez com Iconografia Medieval

Capitulo VIII
Figura 83. Iluminura do tormento de Santa Bárbara.

Capitulo VIII
A maneira abominável como a comedia vinha ganhando
espaço no teatro em Espanha surpreendia os clericais que
admoestavam não somente os atores das peças, mas também o
público ouvinte que se aproveitava da controversa de estar somente
assistindo e que não havia nenhum perigo em escutar as
apresentações. Os defensores do Teatro Cômico (Thomas de
Hurtado em Resoluciones Morales,Bonacina,Sanchez,Diana)

Camargo justifica citando Navarro (Suma Latina) que deve-se


levar em conta mais a deliberação formal de seis doutores sobre uma
questão do que de cinquenta que discutiram ligeiramente. A
controvérsia é que muitos autores vão considerar que se a comédia
não contém torpeza, luxuria ou nenhuma desonestidade é totalmente
virtuoso e honesto assisti-la.

O próprio São Tomás autoriza divertimentos em momentos


festivos como também explica na sua Suma que só peca as pessoas
que atuam ou cooperam com peças que possuem abominações.
Diana defende que por causa dos ataques a comedia muitos atores
vivem em estado de pecado mortal.

Tudo é feito por anjos e demônios, bem e mal, luz e trevas, no


mundo medieval as figuras se completam, tendo valores metafísicos.
A medida em que se unificam os conceitos: anjos e demônios, a
tendência é eliminar as distinções entre os elementos. ficando clara
a mensagem gnóstico-dualista[2].

Gil Vicente um dos escritores mais intrigantes do século


XV(1485) através da sua literatura adapta várias representações
metafísicas de seu tempo para o teatro, para ele a arte tem uma
função social de doutrinar a população iletrada, ideias sobre o
inferno, o purgatório, o dia do juízo foram homogeneizadas e
difundidas através do teatro por toda idade média, nos autos
Vicentinos( O auto da barca do inferno, do purgatório e da Glória )

Capitulo VIII
que escreveu no fim do século XV. A Idade média que é um conceito
criado pelos modernos, devido a compreensão que teria a
necessidade de existir algum tempo intermediário entre o mundo
clássico e os renascentistas. A questão da salvação também é
ressaltada pelo livro "auto da compadecida" de Ariano Suassuna na
década de 60, no contexto do movimento Armorial em Pernambuco
que busca resgatar os valores medievais e a comedia da arte italiana,
tanto a salvação pela graça(Severino de Aracaju) quanto por
expiação das purgas(Eurico,Dora,Bispo,Padre). Há cristãos que
entendem a salvação como responsabilidade única do ser humano, o
que pode resultar na perca na mundanalidade, o que é o dinheiro na
frente da salvação eterna? O que é qualquer coisa em comparação
com a salvação eterna?

O dinheiro não compra a salvação, embora muitas autoridades


eclesiásticas vendam indulgencias, na forma de cargos, na farsa
Eurico era presidente da Irmandade das Almas, cargo esse que lhe
comprometiam algumas obrigações como dar pão e leite a Igreja,
motivo até de chantagens para realização de sincretismo dentro da
religião, como enterrar cachorro em latim como se fosse cristão.
Outros entendem a salvação como obra exclusiva de Deus, Ariano
atentou para as duas, que são as mais aceitas socialmente.

O repudio pelas normas éticas e morais que Ariano nutre pelo


Clero, exibe cinicamente as contradições. Enquanto a Igreja assegura
a passagem para o Céu através de orações, confissões, das
indulgencias, da permissividade para com os poderosos e do
desprezo para com os pequenos.

Os desdobramentos da Soteriologia (Ciência que estuda a


salvação. É uma ciência que trata da aplicação das bênçãos salvíficas
ao pecador, redimindo-o de seu estado inato de corrupção, e como
intermediário, colocando-o em comunhão com os dons de Deus.

Capitulo VIII
Ariano quando escreveu o Auto certamente estava imbuído desses
conceitos, no Auto a salvação significa salvar-se do inferno[3].Como
pode se ver no Antigo testamento uma vez no inferno não tem como
ir pro céu, e uma vez no céu não tem como ir pro inferno, ir para o
Purgatório é denominável de salvação, pois se salvar é do inferno.
Sim, onde eu quero chegar: Com a oração da Ave Maria, a Santa sobe
a um patamar divino que pode até ser considerada quarta divindade
da trindade, uma vez que Deus Pai(Se relaciona a Javé do antigo
testamento), Deus Filho(Jesus Cristo), e o Espírito Santo é a parte de
Deus que emana em todos os cantos do universo e na Idade média
era representada pela figura de uma Pomba. Na hora da morte os
homens pedem na oração que a virgem advogue por eles, o que
significa um ganho e tanto na defesa, como é difundido no teatro, e
podemos pluralizar essa singularidade, a Igreja nunca hesitou em se
apropriar da arte para a difusão de ideologias, se Dimas(Bandido que
fora crucificado ao lado de Cristo, perdoado no momento da morte)
não precisou de advogado para ser salvo. Só que a Igreja oficializou
a Virgem como santa por cobrança dos fiéis, eram visões,
comunicados, segredos, que mexem com a credulidade católica, e a
Igreja faz o dever de intervir nessas interpolações que chegam
historicamente. As transformações ocorridas a partir dos séculos
doze e treze na Europa ocidental, intensificam-se as discussões
teológicas sobre as capacidades e características dos diabos e de
seus auxiliares, não precisa dizer que as características associadas
ao demônio convergiam diretamente com os inimigos da Igreja, É
justamente deste período a Divina Comedia de Dante Alighieri, onde
o inferno é retratado como um lugar onde as pessoas serão punidas,
principalmente os gulosos, que serão devorado pelo Cão
Cérbero(Guardião do inferno de Hades), serão condenados também
os avarentos(Eurico), muito embora na Idade média já fosse
ganhando força os mercadores e os banqueiros, existe a falsa ideia

Capitulo VIII
que o comercio acabou durante mil anos, porem sabemos que as
rotas comerciais nunca foram desativadas completamente. De figura
teológica Abstrata, sem representação o Diabo passou por um lento
processo de materialização, vislumbrada por demais pela literatura,
reverberada pelo teatro, pela arte, e o arquétipo do mal sempre visto
e utilizado sob pena de anular o arquétipo do bem,o desejo ardente
de fazer seus interesses sob a prerrogativa do bem,de justiça e de
um mundo melhor era apenas uma fachada para ocultar a decadência
e o fracasso que residem dentro das próprias instituições
eclesiásticas que carecem de erudição para argumentar de outro
modo, não podemos esquecer que a Religião existe em função do
povo, quando o inverso acontece é exploração do homem pelo
homem. Nas mais diversas religiões, os homens praticaram
sacrifícios, desse modo se invocava a ajuda das entidades celestiais.
Tais rituais também revelam como e em que medida os homens
projetaram suas angustias e fantasias sobre os animais sacrificados.

Na longa convivência com o paganismo, o cristianismo se


modelou. O sucesso do maniqueísmo na Idade Média reservou às
forças maléficas um lugar especial no seu panteão. O próprio Diabo
com frequência tomava as formas dos deuses pagãos. Os diabos na
arte românica aparecem com chifres, barbudos, meio homem e meio
bode. É o bode dionisíaco que é dotado como encarnação do Mal, do
vício, da luxúria e sacrificado no ritual. Assim se dá o nascimento da
tragédia grega através desse rito primitivo.

Para alguns o bode indubitavelmente é um animal muito


querido, como por exemplo para os povos primitivos pastoris, mas
ele com o tempo passou a representar o oposto, ele recebeu o papel
de Diabo porque representa aspectos sexuais dos deuses, eles
gostavam de usá-lo para alegorizar a fecundidade, a morte, o raio, a
alguma deidade sem que em tal ato fosse movido por qualquer

Capitulo VIII
sentimento demoníaco, entretanto alguns aspectos como sexo
olhados por uma casta reprimida sexualmente tende a demonizar
logo no pretexto. Os povos pastores da região do Mar Adriático
sabiam do culto a Pã e ainda guardavam essa ancestralidade. Jesus
também se associa a uma forma animal que é a do cordeiro, em
oposição ao bode, nas pinturas e nas orações encontramos
referências, o Espírito Santo também podia ser representado pelos
católicos por uma pomba.

No corpo a corpo com o zooantropoformismo não é supérfluo


o Diabo ser metaforizado em diversos animais: o porco, o morcego,
a mosca, aqui me deterei a explicar historicamente a relação entre o
Diabo e o Bode, uma vez que o porco, o morcego são animais
proibidos no cardápio cristão, o bode não é, pelo contrário sendo até
apreciado.

A figura do bode se for examinada dentro da memória sob o


signo do Diabo, não é possível ater-se a um quadro geográfico
definido. O Diabo sendo a representação do mal no imaginário cristão
"os poderes e hábitos demoníacos no Brasil são idênticos aos
europeus"(Cascudo, Dicionário do Folclore Brasileiro).

O Diabo no Brasil acrescentando a definição - é idêntica as


técnicas de demonização ocorridas aos deuses pagãos. Não existe
no simbolismo da Igreja peculiaridades regionais, mas sim uma
técnica de difusão da palavra através da conversão. Concentrando
meus esforços em várias regiões no tempo, será possível captar esse
princípio de recrutamento e expansão da fé em detrimento do
politeísmo. Evidente que o Diabo é um assunto evitado por muitos
pesquisadores e considerado por muitos um estudo irrelevante,
trata-se de uma teoria de recrutamento elaborado onde a matéria
prima é a memória e os dilapidadores são os integrantes da Igreja
que atribuem as suas motivações ao mundo transcendental.

Capitulo VIII
Isso é por mim considerado um estratagema sociológico
religioso,pois recolhe na memória conhecimentos prévios para
articulá-los em sintonia com a doutrina vigente, passando por cima
de toda uma referência de percepção ancestral. Pessoas são
convertidas por um método plástico e não por revelação da verdade
pura. E as pessoas convertidas são sujeitos passivos da sua própria
lavagem cerebral.[4]

Em situação coercitiva o prudente a fazer é recuar diante da


ancestralidade mesmo sem saber por que, temendo apenas as
punições, os africanos no Brasil eram considerados pagãos, não era
possível converte-los apenas colocando um crucifixo em suas mãos,
Exu como entidade atrevida e agressiva foi polarizado em Satanás, é
assimilado ao bode e o ao galo, gosta das cores vermelho e preto e
cachaça. Deuses (bem como os signos dos deuses) são descritos
como bons ou maus, dependendo da sua relação com a memória do
convertido. Posteriormente adotam uma visão simplista onde tudo
que é relacionado ao mau tem que ser evitado porque gera impureza.
As colheitas cresciam por causa das orgias e os pagãos acreditavam
nisso, do mesmo jeito que a oração pode interferir no acontecimento
natural dos fatos para os católicos, a orgia se mantinha além do
prazer individual, não fazê-la certamente enfureceria os deuses. Aí
quando acontece o pós conversão, fazer orgias é que desperta a
abominação do homem branco cristão, senhor e patrão de homens e
terras. Como os índios não conheciam o bode, não houve nenhum
isolamento nesse molde europeu no seu panteão divino.

Verifica-se no bode historicamente diversos paradoxos, na


busca por parodiar visuais divinos pagãos, esse paralelismo se torna
mais evidente no Bode, originalidade desse animal, aspectos sexuais
inclusos, os testículos de bode também podem ser deglutidos,
aparecendo em muitas culturas como iguaria afrodisíaca, na culinária

Capitulo VIII
o bode é um prato que abre outros apetites, quer seja a buchada, quer
seja o bode seco com farinha.

O mais tradicional, entretanto, é a representação do Diabo


com o bode, semi-animal, aparência de bode, barba, chifrudo, rabo.
Na literatura oral, onde as fontes são riquíssimas em descrições, o
Diabo é um personagem inevitavelmente derrotado, ele sempre
perde, quer seja para os violeiros, quer seja biblicamente nas
tentações à Jesus, quer seja no livro do Apocalipse.

No judaísmo faz parte da cultura hebraica a lenda do "bode


expiatório". Dois bodes eram levados ao lugar do sacrifício. No
templo os sacerdotes sorteavam ao azar um dos bodes. Um era
queimado em Holocausto no altar, o segundo era o "bode expiatório"
pois o sacerdote punha as mãos sobre a cabeça do animal e
confessava, baixinho, aos seus ouvidos, os pecados do povo de
Israel. O bode era deixado ao relento na natureza selvática para
Azazel,para que Satã não acusasse Israel e, ao contrário, falasse em
sua defesa. Azazel é também o nome de um anjo caído, e também
pode ser considerada um lugar geográfico.

O bode funciona como um confidente da comunidade, tendo


como intermediário o sacerdote. A Igreja introduz no século XIII, entre
os seus rituais o confessionário individual, juntamente com o voto de
silêncio. Historicamente antes da confissão ser algo individual, ela
era coletiva, e antes de ser coletiva ela era animalística, ao bode não
era possível reproduzir os pecados ouvidos por isso também fica a
imagem do bode para as pessoas que se recusam a delatar mesmo
diante de torturas, assim parece conveniente associar essa
característica de saber guardar segredos aos maçons, pela sua
própria organização de ordem mística secreta que os seus
integrantes por muitas vezes se valem desse apelido.

Capitulo VIII
Interessa aqui notar algo que escapa o ritual, como na História
é permitida várias interpretações o outro bode também pode ser o
Diabo, mesmo paradoxo existente também no conflito atual entre a
cultura cristã do Ocidente com os muçulmanos, entre dois livros
sagrados o Corão e a Bíblia, no Corão aceita-se Jesus como profeta,
mas é considerada blasfêmia dizer que é possível bater em Deus, que
no caso é Ala, que nunca se humilhou à condição humana, e Maomé
é o seu profeta, enquanto a parte da Paixão de Cristo é o sustentáculo
da doutrina que foi se erguendo dogmaticamente, o movimento
estático conceitual da Igreja é incompatível com as mudanças que
chegam historicamente, quando aparece o fenômeno do Islamismo,
parece que a Igreja perde boa parte da sua capacidade conversora.
Como a Igreja pode negar a paixão de Cristo? e como os muçulmanos
vão negar Maomé?[5]

Se por um lado o cristianismo é mais antigo que o islamismo,


o conceito de Deus para os muçulmanos é outro, a originalidade
dessa concepção é ser iconoclasta, Deus não pode ser simbolizado,
se Deus não pode ser simbolizado, ele também não pode ser
demonizado, contra os pagãos e os politeístas em geral é mais fácil
a assimilação da pedagogia de comparação cristã, como aconteceu
com as divindades africanas no Brasil, Ogum era associado a São
Jorge, Exu era satanizado por suas características, de brincalhão,
maroto, de ser o Deus mais próximo dos homens.

Capitulo VIII
Figura 84. Iluminura onde o Diabo tenta um sacerdote a vender sua alma.

Se a concepção divina que Maomé propôs era tão abstrata,


com Deus Pã era mais fácil, tudo que fosse associado a divindade era
localmente satanizada, como aconteceu com o bode, formando
simbolismos paradoxais de lugar para lugar e posteriormente eram
buscadas referências no passado para reafirmar perseguições
presentes, foi o que aconteceu com os maçons e o bode, que até
mesmo era utilizado como referências para marcar os locais de
reunião. Certamente, a figura do bode se transformando em entidade
diabólica tem uma finalidade catequética, Deus se fez homem através
de Jesus Cristo e todos os santos eram homens, deuses
zooantropomorficos tão comuns na antiguidade eram localmente
tratados de serem demonizados como arma pedagógica de
comparação conversória. Somente no Concilio de Toledo (447) que
oficialmente é feita a primeira descrição do Diabo. Aparecem os
chifres, porque quase todos os deuses pagãos tinham características
animalescas, a própria Mitra tinha chifres de Touro, e o Touro

Capitulo VIII
habitualmente era cedido em sacrifícios. E o mitraismo fora a
principal linha de credulidade na Era Bizantina.

"Sem derramamento de sangue não há remissão de pecados".


Era assim na Antiguidade clássica. Diógenes, o filosofo cínico(termo
grego que significa canino[6], avesso ao supérfluo e a avareza
parodiou essa crença quando se aproximou do altar com reverencia
e esmagou um piolho sobre o altar, assim considerando o sacrifício
uma exterioridade desnecessária. A fusão da filosofia estoica que
bebe nos cínicos com o cristianismo coloca em xeque para sempre a
utilidade dos rituais de sacrifício para comunidade.

No Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente. O autor atribuí a


cada personagem que atravessa o além, insígnias materiais. O Judeu
chega com um bode nas costas; tal modo de segurar o animal pode
revelar uma prática medieval, segundo a Professora Doutora
Angélica Varandas do Departamento de Estudos Anglísticos da
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em seu artigo na
revista de Estudos Antigos e medievais Brathair, intitulado "A cabra
e o bode nos bestiários medievais ingleses" mostra que na Idade
Média “era costume castigar os judeus de práticas heterodoxas,
fazendo-os circular montando num bode ou numa cabra de costas
para a cabeça do animal uma posição reservada aos criminosos"(fls
07). De fato, na Idade Média o bode podia representar o judaísmo e o
Deus dos judeus. A negação do Diabo no Auto em embarcar o bode
significa que o próprio Deus judeu é entendido como um ser
demoníaco pelo próprio Diabo.

Capitulo VIII
Figura 85. Iluminura do Juízo Final onde Deus há de separar os justos dos
pecadores. Hb 9,27

O Bode também é um animal contemplado pela imaginação na


Europa do Norte, onde o bode é um dos animais que puxam a
carruagem de Thor o Deus do relâmpago e do trovão. Na arte, o bode
aparece no quadro de Goya, o Sabbath das bruxas - o bode é um
animal emblematizado diabolicamente, é ao redor dele que as bruxas
se localizam. O bode também é relacionado com as artes da feitiçaria,
o próprio Deus Baphomet aparece com cara de bode no livro de
magia de Eliphas Levi.Na Idade Média a iconografia nos mostra que
o bode no bestiário medieval personificava a luxuria. É como a
figuração desde vicio que o bode se manifesta na iconografia,
certamente o bode é um dos vários animais do bestiário, cuja
ambivalência de significados fica evidente desde de Moisés em
Levíticos. Já o carneiro é o símbolo divino e o bode o símbolo
demoníaco, o cordeiro é o símbolo dos justos e dos cristãos fiéis que
serão salvos no dia do julgamento como mostra a parábola do bom

Capitulo VIII
pastor. O carneiro como referência pode até mesmo corporizar a
cristo. Já o bode encarna características de uma licenciosidade
fantásticas, uma libido desenfreada. O Diabo além desses atributos
sexuais também partilha de semelhanças a níveis fisionômicos por
possuir chifres, barba pontiaguda, cascos de animais e cauda
bifurcada.Na Idade Média simboliza o pecado da concupiscência e se
associa a invocação do Diabo e às artes da feitiçaria.[7] A associação
a este animal leva em 1267, o Concilio de Viena obriga os judeus ao
uso de um chapéu pontiagudo como um corno - o "pileum cornutum"

[1] Aetas Tenebrae, Aeon Noctis, Zeitalter der Dunkelheit, Age


of Darkness.

[2] Gnose significa conhecimento, mas não um conhecimento


qualquer e sim o pretenso conhecimento do incognoscível, isto é, o
Inferno, o Céu, o Purgatório, Deus, Diabo

[3] (Lucas Cap 16 Ver 19-31).

[4] Lavagem Cerebral é um conceito usado para definir tais


extremas mudanças de interpretações. É um esvaziamento do
patrimônio adquirido ancestralmente, de toda uma cultura riquíssima
e assimilar outra, completamente estranha e diferente

[5] Um problema que nos chega historicamente é como


monoteístas convertem monoteístas?

[6] Na realidade os motivos pelos quais nos chamam de cães


são apenas as qualidades que nos tornam superiores na única coisa
que conta: a autossuficiência natural e, por conseguinte, a autêntica
virtude" (Finley, Aspectos da Antiguidade, p.109)

[7] O Bode de bruxa era também um instrumento de tortura


largamente utilizado pela Inquisição.

Capitulo VIII
América e África refém de
uma Europa que volta a
escravizar
'Capitão do mar' é um jogo de paciência, perseguição marítima
e espionagem durante as Guerras Napoleônicas. Você assume o
papel de um jovem capitão que acaba de receber o comando de seu
primeiro navio. As missões do jogo giram em torno da intrincada teia
de intrigas políticas em torno do plano de Napoleão de invadir a
Inglaterra. O jogo se concentra na navegação em batalhas no mar e
assaltos por grupos de desembarque.

Figura 86.Capitão do Mar reproduz as dramáticas perseguições da literatura naval


são narradas usando um sistema abstrato.

A conquista da América separou o continente em dois


pedaços. Uma pequena fatia ao sul para Portugal e a mais extensa a
oeste para a Espanha. Ou seja, inaugurou o padrão de moralidade foi
a lei de Gerson, que é o de sempre se dar bem, passando por cima de
tudo e de todos, a sociedade que deve premiar a animalidade, onde
uma pessoa que cometa qualquer atrocidade em nome de um sonho,
de um amor, é aplaudido de pé, lembro agora do filme “cidade de
deus”, quem vai dizer para Dadinho, e Bené que matar é errado? Que
traficar é errado? Quem vai dizer para Cortez que era errado ele
enforcar Cuauhtémoc em nome da coroa espanhola e da Igreja

Capitulo IX
Católica? quem vai dizer pra ele que sequestrar Montezuma é errado?
quem vai proteger homens altamente violentos e dissimulados de si
mesmos? Quem vai dizer que é anti ético escravizar pagãos?

Figura 87. Na capoeira os nativos de África tentavam manter suas tradições.

A questão levantada por Todorov é excelente, em um mundo


que se encontra na porta de saída do feudalismo, se dispõe a
caminhar como uma locomotiva para o capitalismo, como
compreender porque uma civilização egoísta vai abrir mão de ficar
podre de rica em função do outro que é um bárbaro? que é um
canibal? que nem mesmo pode se defender da bestialidade de seus
ataques?

É bem sabido que Roma, Egito, Persas e Grécia usavam mão


de obra escrava na sua lavoura e mineração e tarefas domésticas,
contudo as mercadorias produzidas por escravos devem conquistar
mercado. Ou seja, alguém tem que comprar, pelo fato do comércio
ter sido interrompida a Europa se isolou em si mesma na tentativa de
consumir somente o que ela própria produz.

A escolástica se apropria das teorias de Aristóteles sobre a


servidão natural e a consciência de liberdade para admitir a
escravidão de povos não cristãos. O elo de junção Brasil, África

Capitulo IX
Ocidental durante 300 e tantos anos, formaram um fortíssimo laço
econômico. Coincidentemente os povos da cidade de Ketu de língua
yorubá perderam a guerra contra os povos de língua Efom da cidade
santa de Ifé, portanto foram reduzidos a condição de escravos, na
língua Efom eles chamavam esses povos de anagô, ou seja
piolhentos . Justamente quando a coroa portuguesa conseguiu forjar
aliança diplomática com reino de Daomê para comprar esses cativos
de guerra.

Especulou-se inicialmente que os portugueses teriam sido


bem recebidos no Congo, não devido ao espírito hospitaleiro do
povo, mas sim porque eram vistos como espíritos das águas. Os
congueses foram também receptivos principalmente no que diz
respeito à nova religião que seria ensinada pelos padres que partiram
em missionadas pelo Congo. O próprio manicongo deu ordem de se
construir uma Igreja de pedra e cal para ele mesmo se batizar. Os
autores vão sugerir que a conversão dos congueses tenha sido tão
repentina que pode até ser entendida como um grande mau
entendido, a implantação do cristianismo no Congo era apenas uma
fachada, que a fé cristã fora recebida em virtude de conveniências e
semelhanças religiosas, pois no Congo acreditava-se em Deuses, na
vida após a morte, e que o divino pudesse tomar forma humana, e
que mortos ressuscitassem. O batismo seria equivalente a uma
cerimônia iniciática que de certo modo os congueses já sabiam como
relacionar.

Houve também rejeição, os devotos das crenças tradicionais,


pois a nova religião também continha elementos que alteravam a
lógica de funcionamento social, incluindo a própria sucessão do
manicongo, ao defender a monogamia, a doutrina criava uma
desarmonia com a tradição, e a circulação de linhagens, pois os
congueses desconheciam a primogenitura, e como sucessor do

Capitulo IX
manicongo poderia ser escolhido qualquer filho do rei por mulher
muissiconga.

O Alberto da Costa Silva vai desconfiar da sugestão de que os


portugueses seriam percebidos como entidades sobrenaturais por
parte dos nativos. Aqueles homens que desembarcaram das
caravelas no Congo, mais precisamente na margem sul do Zaire,
denominado Mpinda, é que se imaginavam deuses pelo próprio
espírito megalomaníaco deles. Pois sempre se imaginavam deuses
onde quer que chegassem naquele momento. Seja na América, na
África ou na Oceania.

É bem destacado por Silva que o próprio mar é o espaço que


separa o mundo dos vivos e o mundo dos mortos na cultura africana.
Assim, o albinismo equiparava-se espiritualmente a outras
anomalias, como aos anões, aos gêmeos, aos aleijados de nascença,
todos sendo interpretados como espíritos das águas. O próprio autor
supõe como o mais provável que essa ideia auto divindade tenha
partido do grande sucesso obtido com as empreitadas europeias no
além mar.

Após a sua chegada a Mpinda, Diogo Cão levou para Portugal


quatro congueses como reféns para aprenderem a língua e os
costumes ibéricos por aproximadamente 15 luas. Isso porque o
monarca português desejava abrir uma rota comercial com o Oriente,
e também uma frente de batalha da que partisse da África para
enfrentar militarmente o Islã.

O governo preferiu desde do início se alinhar a Portugal como


vassalo, por isso o Congo passou a conhecer a o arado, o carro de
roda, os moinhos de água, o barco com várias velas, o serrote,
tecnologias até então eram desconhecidas.

Capitulo IX
"Desde a época da formação e consolidação do reino, os
prisioneiros de guerra eram escravizados e postos para a trabalhar
nas roças..." (SILVA, 2002). Quer dizer, o escravismo no Congo era
interdependente da guerra. O escravo um bem de consumo e a guerra
o meio de reduzir o inimigo aquela sub condição. O que estimulou
ainda mais aos conguenses resolver os seus problemas com os
vizinhos mediante a guerra. Produzindo estragos de uma natureza
que comprometia as relações de Portugal com o Congo, pois os
nobres declaravam guerra uns aos outros para escravizar seus
vassalos, vendiam-se pessoas endividadas, escravizava-se por
pequenos delitos. Pessoas eram sequestradas e embarcadas
escondidamente. Criando no seio da nobreza da terra um sentimento
de vingança, agressividade, descontentamento e insubordinação.

Os portugueses tanto fizeram, que desfrutavam de


exclusivismo comercial em relação ao reino do Congo. O monopólio
comercial não só colidia com os interesses da nobreza conguense,
como também não era respeitado pela mesma, o manicongo proibia
que os navios particulares tomassem cargas, assim eles tentaram
restringir a atividade comercial no litoral.

O manicongo presenteou em 1530 o soberano português com


algumas manilhas de prata, o que despertou a ambição do regente
em tomar as jazidas de onde aquele metal deveria ter saído.
Mandaram Baltazar de Castro para bisbilhotar onde se encontravam
essas minas de prata, mas os nativos pressentiram nele um
informante, e conseguiram convencer o português de que não havia
minas de prata por aquelas regiões. O interesse de Portugal pelo
Congo se reduzia ao comércio de mão de obra cativa. O que terminou
gerando conflitos armados avassaladores, angicos, teques, vassalos
do manicongo, questionavam uma melhor divisão dos lucros e maior
participação nas fases do negócio. De modo que o Congo estava

Capitulo IX
totalmente fragmentado por disputas políticas e religiosas, perca de
mão de obra, descontentamento por parte da plebe e dos
mussicongos e demais candas, fatores esses que determinaram o
sucesso do ataque dos jagas ao Reino do Congo. Os jagas que eram
descritos por sua imagem "feroz, nômade, antropófaga e destruidora
que vivia da guerra e do saque." O relato dessa invasão em 1568, é
citada pelo autor através da leitura do documento escrito por Filippo
Pigafetta, redigido do que lhe fora narrado por Duarte ou Eduardo
Lopes, um comerciante português que estivera no Congo, de 1578 a
1582, e fora enviado a Roma como Embaixador pelo Rei D. Álvaro I.
O rei de Portugal enviou-lhe uma força tática para combater os
invasores. Assim Álvaro I conseguiu retomar o controle do reino. O
tráfico voltou a prosperar em virtude dos prisioneiros obtidos em
guerras no lago Malebo, reino tio de Okango, no baixo Guango,
fornecendo escravos a São Salvador e ao porto de Luanda.

O advento da indústria fabril no século XVIII protagonizou a


extinção do trabalho compulsório, passo significativo para a
fomentação da mão de obra assalariada, entretanto convirá
esclarecer que no ultramar, a escravidão Negra era primeira opção,
até por ser um mercado extremamente lucrativo, muito embora Ciro
Flamarion indica-nos a existência de comercio italiano no
mediterrâneo de mão de obra escrava negra já na Idade Média, a
chegada portuguesa na África funciona como catalisador dessa
prática. No entanto fato destacado por Laura de Mello e Souza no seu
trabalho a respeito da escravidão, é que mesmo que houvesse
escravos em Portugal eles não tiveram importância, pois não existia
codificação especifica. “A primeira grande remessa de escravos
africanos chegou a Lisboa em 1441;durante o século XV, Portugal
recebia por ano uns 800 ou 900 escravos, que trabalhavam na sua
crescente indústria açucareira do Algarves, além de desempenharem
os papéis tradicionais de servos domésticos ou

Capitulo IX
artesãos."(LOCKHART & SCHWARTZ, 2002: 47)A escravidão é um
recurso que foi muito utilizado por economias rudimentares como a
Grega clássica, o Egito antigo, normalmente os povos vencidos em
guerra tornavam-se escravos. É uma maneira de acumular riquezas e
obter a menor despesa possível. E a violência sendo o instrumento
que mantêm a eficiência da produção. É bem sabido que a mão de
obra em Roma era escrava, na Idade Média era serva, porém em
algumas regiões (Leste Europeu) predominava a escravidão de
eslavos por exemplo que me parece que a palavra escravo é uma
desinência de eslavo. Vários povos já foram submetidos a condição
de escravo. Os hebreus foram por mais de trezentos anos cativos no
Egito. Os aspectos observado pelo Professor Fernando Novais no
que diz respeito a Europa e a América assemelha-se a visão do Caio
Prado(e diga-se de passagem declarado seguidor), onde a
colonização não é um fato isolado mas parte de um todo, onde os
anseios econômicos metropolitanos eram a mola propulsora dessa
colonização, e todas as políticas conquistadoras tinha caráter
mercantil, é sempre desejando o tráfico de mercadorias que os
europeus agem, não excluindo nem mesmo o clero desse paradigma
mercantil de vida, é sabido a participação eclesiástica no
contrabando de ouro, diamantes e tabaco.Embebido por Karl Marx,
Ciro Flamarion, analisa os tipos de modos de produção aqui
instalados, a tentativa de fundamentação da tipologia desses modos
de produção americana, dando início a discussão de um suposto
modo de produção colonial, salienta as variantes desse modelo como
o caso da Guiana Francesa como limite desse modelo. Gilberto
Freyre em Casa Grande e Senzala, inaugura a ideia de democracia
racial, que o negro era agente ativo da história, penetrando nos
costumes, na cultura, no idioma, abandonando a antiga perspectiva
de passividade, apatia negra, através de uma leitura persuasiva ele
tenta nos convencer de certa doçura na escravidão, uma escravidão

Capitulo IX
branda, benevolente, e contrário a essa ideia recentemente surgiu
uma revisão teórica escravista, a chamada "new economic
history´´que preocupa-se em exibir as formas de resistência negra.
Influenciado por essa "new economic history”, Gorender em suas
reflexões metodológicas a respeito da escravidão vai em Marx no que
diz respeito a conquista entre povos e quando fala da importância do
caráter histórico da economia política. Gorender também advoga
contra essa historiografia que defende a escravidão como algo
normal, aceitável e até mesmo não violenta por parte dos escravos.
Ele posiciona-se claramente contra essa hipótese, segundo ele
infundada historiograficamente, pois uma relação tão dicotômica, tão
tensa como entre escravo e senhor não poderia ser conciliável. No
Brasil, com a industrialização foi possível absorver o negro como
operário e na guerra do Paraguai como militares. É claro que a
abolição da escravatura foi só o início de uma grande luta pela
própria liberdade em terreno estrangeiro, por melhores condições
que se arrasta até os dias de hoje.

Existe a ideia que o genocídio gera respeito e poder, diz se


também que quem faz façanhas militares está acima dos preceitos
morais comuns, estando livres para formular suas próprias leis.
Genocídio segundo eles só põem a prova a natureza do homem
destinado a ser grande. Cortez aproveita sua liberdade e seu direito
nato para conquistar o novo continente e a literatura historiográfica
vai ressaltar esse aspecto grandioso da sua imagem. A prática
política e social do século XVI reflete a visão mais ameaçadora da
Igreja Católica, onde o infiel pode ser exterminado caso não queira
aceitar os seus dogmas. Para mim o problema histórico importante é
pensar que tipo de pessoa Cortez realmente é? Como ele pode reagir
assim diante das complexidades?

Capitulo IX
Eu acho que ninguém realmente se identifica com Cortez, ele
é fruto da educação medieval, talvez ele tivesse sentimentos bons
que o impulsionavam a ser bom, porém a razão forçava-o a ser mal.
Ele era tentado a se guiar pelo mal devido ao racionalismo imposto
pela Igreja, ou seja, ele estava dividido entre depositar sua confiança
no racionalismo ou nos seus sentimentos. Ele tinha dois caminhos e
foi colocado a prova para realizar uma expedição que extrapolava e
muito o código militar e os seus juramentos para com a Igreja.

O seu trabalho em América fez dele um genocida terrivelmente


brutal que só tinha o motivo pessoal do ouro para massacrar os
gentios. Admitindo que a educação medieval tinha poder para
infectar as pessoas com ideias sombrias e megalomaníacas de que
para perseguir os objetivos da Igreja, o militar pode passar por cima
de tudo e todos e não vai danificar seu espírito porque ele será
absolvido pelos homens e terá a redenção de Deus. Então, ele já sabe
que tem culpa, porém essa culpa não gera nenhuma compaixão pelo
próximo, suas decisões são irreversíveis. É como se ele sentisse que
estava condenado a liderar essa expedição para massacrar os
nativos desde sempre. Ele era bastante inteligente e já era para lá de
adulto[1] quando aceitou investir nessa campanha. Ou seja, ele cede
ao apelo da Igreja de ser uma pessoa perversa, violenta e imoral.

Adam Smith, em A Riqueza das Nações fala "A descoberta da


América, e que da passagem para as Índias Orientais pelo Cabo da
Boa Esperança, são os dois maiores eventos registrados na história
da espécie [humana]" porém na sua teoria ele não se dá conta que
aqueles homens agem em equipe e não estão pensando em si
próprio, o que contrariaria totalmente o erigimento de seu silogismo
de atomização do bem particular em detrimento do bem coletivo.

Para os economistas o trabalho é a fonte da riqueza, o trabalho


é a condição básica e fundamental de toda a vida humana. Já para os

Capitulo IX
teólogos: o trabalho na Idade Média, hora tinha peso de penitência
redentora, hora tinha peso de entusiasmo. “A Bíblia mostra, como se
sabe, o homem condenado, por sua própria culpa, a ganhar o pão
com o suor de seu rosto. O trabalho é uma maldição. Antes da queda,
entretanto, o homem - a Bíblia também o diz - participava com alegria
do trabalho do Criador." (LE GOFF, 2008:77). A expulsão do paraíso
é um divisor de águas na significação do trabalho.

Smith escreve isso em 1776 que a exploração da América


assegurou a riqueza da balança comercial para Inglaterra, Holanda,
França e Alemanha; até mesmo na Suécia, Dinamarca e Rússia na
forma de acumulação primitiva de capital o que possibilitou o
desenvolvimento da manufatura.

Marx também se refere que no século XIX que a


industrialização permitiu ao imperialismo inglês dominar
gradualmente Índia e Pérsia. Evento militar esse só visto no tempo
de Alexandre, O grande.

Ou seja, é bem verdade que no começo do século XVI as


economias europeias estavam em uma miséria tão terrível quanto a
do começo do século II e III a.c. Ora, nesse contexto, a Igreja impunha
uma moral senhorial que depreciava a atividade do comerciante e
ainda detinha o domínio da produção agropecuária na cifra de
1/3,além disso as rotas para o oeste mais uma vez foram obstruídas
pela aliança da Hungria e da Boêmia com os muçulmanos como
também a queda de Constantinopla pela turco otomano obstruía mais
ainda a tentativa de comercializar amigavelmente com o oriente que
produzia muito mais matéria prima que podia consumir por si só
porém com as subsequentes desvalorizações do comércio da
companhia das índias orientais de especiarias e bugigangas com a
Índia e China no século XVII, trouxe para a América toda atenção da
companhia das índias ocidentais em virtude da pretensão de

Capitulo IX
desenvolver um sistema de produção nas Américas através do braço
escravo negro. O feudalismo vai perseguir o imaginário colonial na
busca por uma sistematização política semelhante às antigas
monarquias medievais, Cortez foi declarado Marques do Vale
Oaxaca. Até pouco antes das grandes navegações, os valores e o
comportamento estavam ligados aos títulos de nobreza agrícolas,
característica de quase todas as sociedades pré-industriais. "Sem
dúvida, porém, o principal tipo de trabalhador no Feudalismo eram
os servos. Contudo, não é fácil acompanhar a passagem da
escravidão para a servidão. Ela se deu lentamente, com variações
regionais, mas sempre acompanhando o caráter cada vez mais
agrário da sociedade ocidental." (FRANCO JUNIOR,1983:39). Ou seja,
a mão de obra era escrava, porém é bem fácil acompanhar a mudança
da passagem da mão de obra serva para a volta da escravidão aqui
em América. Cada forma de produção gera as suas próprias relações
sociais e as suas próprias formas de organização. Para Braudel a
evolução do homem é bem lenta cabendo ao historiador esmiuçar
esses progressões para que a História seja uma coisa viva e útil, que
possa tanto nos acalmar de nossas neuroses pessoais ,da nossa
obsessão pelo alienante, o fanatismo pela heresia , pela política ou
mesmo o fetiche pelo poder e pelo saber.

Epistemologicamente o pós estruturalismo permite que


qualquer resposta tenha base analítica e científica se perturbar a
política burguesa. O pós modernismo também relativiza a ciência em
autômatos onde por incrível que possa parecer todos os pontos de
vistas estão corretos. Assim fica difícil convencera comunidade
científica de que o problema pessoal de um pesquisador seja um
problema geral. Como também é difícil convencê-los de que um
problema geral, é seu individual. O governo vê nas universidades
uma solução imediata para o problema do analfabetismo, que deveria
ter sido resolvido no ensino fundamental I. A ideia é que como

Capitulo IX
também muitos professores universitários tiveram um péssimo
ensino fundamental I eles optam por favorecer os bajuladores. O que
reduz os programas de incentivo a pesquisa a um curral de
aduladores. Também vale ressaltar a falta de incentivo que a editoras
tem em publicar qualquer material que não seja de um escritor que já
tenha grande nome. Enfim, são muitas dificuldades, mas serão
resolvidas, espero. Alguma hora algum professor vai ensinar as
pessoas a entenderem que os problemas filosóficos do século V
antes de Cristo ainda estão em voga e deveriam fazer parte de toda e
qualquer pesquisa que tenha alguma seriedade. As vezes o sujeito
tem a presunção de saber alguma coisa porque lhe concederam
alguns títulos de mestre ou doutor ou pós doutor e ele começa a criar
dogmas, fazer arengas e perder a capacidade crítica de que na
verdade o papel do professor é incentivar as pessoas a amarem a
virtude odiarem os vícios e isso não tem nada a ver com nota, nem
com passar de ano, nem com publicar nada, muito menos com
regência de sala de aula, pasmem os licenciados. O próprio
cristianismo nasceu com essa proposta de sobrepujar moralmente o
judaísmo, seu principal adversário, como também convencer os
romanos de que a moral romana que via no sucesso da republica a
mais alta virtude também era um fracasso, consistia em nada mais
que cegos guiando cegos.

[1] Hernán Cortez nasceu em Medellín, em 11 de novembro de


1485, filho do nobre Martins Cortez de Monroy, que era capitão da
infantaria, sua mãe se chamava Catarina Pizarro Altamurano,
portanto família tradicional e religiosa. Ainda pequeno aprende as
atividades da equitação e da caça esportiva, passando os primeiros
saindo de Medellín para Salamanca somente em 1499 e ao que tudo
indica foi estudar direito, tendo assim aprendido o latim, mas
permaneceu apenas 2 anos, deixando seus estudos por falta de
dinheiro, e em 1504 embarca na expedição para Caribe. Genealogia
confirmada pelo site:http://www.geni.com/people/Martín-Cortés-de-
Monroy/ 6000000003493243566

Capitulo IX
O despertar da América
Não resta dúvida que para Colombo tudo passa por Deus,
principalmente a História passa por Deus, como é possível averiguar
em Manuel dos Anjos no século XVI, autor que se propõe a escrever
um livro de História Universal. A América já estava "descoberta",
porém é preciso se utilizar das autoridades, os sábios, a Bíblia é a
principal fonte de conhecimento e apreensão da realidade. Motivo
pelo qual o autor não se arrisca a fazer uma história do continente
americano. Ora, o livro de História era escrito por mandato do
reverendo Padre Frei Fernando de Câmara, Ministro provincial da
sagrada Ordem de penitência. Certamente, se a História do homem
não estivesse em sintonia com a redação do Gênesis, não seria
aprovada pelo santo Ofício. Na pior das hipóteses poderia até ser
considerado um herege.

Figura 88. Pe. Antônio Vieira redigindo suas cartas na colônia.

Capitulo X
A história do Homem começa com a divisão feita por Noé após
o dilúvio, que partilha os três continentes entre seus três filhos,
Iaphet(Jafé) o filho mais novo e que Noé mais amava ficou com a
Europa, Sé o mais velho ficou com toda Ásia e Cam(Cão) ficou com
o continente maldito: a África. "O ponto de partida da narrativa nos
eventos mítico-religiosos retratados no Gênesis, reproduzindo visão
providencialista típica da literatura histórica produzida na cronística
medieval." (MACEDO, 2001: 02)

Ora, Colombo presta atenção a narrativa bíblica e não quer se


indispor de maneira alguma com a Igreja, de modo que se aqui em
América outro continente fosse, então para qual filho Noé teria dado?
Será se o Gênesis se esqueceu de mencionar a América? Ou se Noé
não deu para ninguém e agora caberia a Igreja dar para algum filho
seu?

Cristóvão Colombo (Cristóbal Colón), cujo nome significa


"colonizador portadores de Cristo", nasceu perto de Gênova, em
1451. Marinheiro, navegador, capitão, e cartógrafo, e depois de 1480
ele dedicou sua vida ao empreendimento audacioso de liderar a
expedição para explorar o leste da Ásia navegando para oeste. Sua
proposta foi rejeitada pela Comissão Real de rei Português João II
(1481-1495) Porque os portugueses preferiam explorar a rota em
torno de África; também eles acreditavam que sua estimativa da
distância para o Japão por oeste indo era demasiado curto. Seu irmão
Bartolomé Colón apelou aos da Inglaterra Henrique VII, sem sucesso.
Finalmente, em 1492, depois que o espanhol tinha derrotado os
mouros em Granada e expulsou-os e os judeus da Espanha, o rei
Fernando (Fernando) e Rainha Isabel concordou em financiar o
empreendimento ousado. O primeiro gesto do Colombo em contato
com terras recentemente "descobertas" é o ato da nominação,
mesmo sabendo que aqui já tinha nome, é uma forma declarada de

Capitulo X
ver a descoberta como expansão territorial espanhola, e também não
reconhece a diversidade das línguas mesmo sendo poliglota, e
quando ele se depara com a língua nativa ele recusa a admitir que
seja uma língua, e até nos seus devaneios ele distorce a fala indígena
adaptando para o que ele queria escutar.

Acompanhado do olhar de Colombo sob os nativos, estava a


“Invenção” do “ser-asiático”, uma imagem que só existia na cabeça
do europeu renascentista, que não descobre, identifica. Porque
Colombo esperava encontrar o Grande Cã, asiáticos, encontrar a
cidade de Quisay, agora descobrir um novo continente nunca passou
pela sua cabeça, e logo de início o índio é negado como outro, e
apresentado como um selvagem, um bárbaro, desprovido de
identidade diante do europeu “civilizado”, essa ideia sendo o carro
chefe da dominação imposta a esses povos, até mesmo no âmbito
religioso, onde inicia-se uma briga por um monopólio espiritual.

Nas cartas Colombo fala que os índios são generosos e


covardes, que um pequeno contingente de soldados europeus
colocaria para correr volumosos exércitos nativos, que os
ameríndios eram muito afeiçoados a cacarecos, trocavam perolas por
pedaços de tigela. Um claro sentimento de superioridade castelhana-
genovesa, gera um comportamento protecionista, Colombo até
proíbe os marinheiros de efetuarem trocas escandalosas.

Subitamente o discurso muda, justamente onde os covardes


nunca vão para o confronto direto, mas quando encontram homens
isolados eles matam: na verdade Colombo estava falando de si
mesmo nessas cartas. Colombo quando chega à América não vê
exatamente a descrição de Marco Pólo nem dos medievalistas aqui,
os habitantes de índias bem apessoados, educados, e a existência de
muito ouro. Na realidade o Todorov deixa bem claro que Colombo ver
o que ele quer ver, ele leu Imago Mundo de Pierre d’Ailly que o paraíso

Capitulo X
estaria localizado numa região temperada além do equador, o tema
vira obsessão para Colombo onde ele chega a afirmar uma certa
irregularidade na forma redonda da terra, notório que as crenças de
Colombo influenciavam por demais suas interpretações, ele chega a
ver sereias.

Colombo não tinha prometido a Rainha Isabel buscar o


paraíso , diante da coroa ele tinha o pretexto de encontrar as Índias,
mas ele viaja com isso na cabeça sem contar a ninguém pois ao
afirmar no seu diário que encontrou vários sinais da presença do
paraíso, isso vem a revelar que o "paraíso" para Colombo não é uma
realidade metafísica, ou seja, ele constrói uma realidade que bem
quer ,de modo que ele empreendeu uma viagem de navegação
simplesmente para identificar aquilo que já conhecia através de
livros, contudo quando o almirante chega as Ilhas do Caribe a
realidade é bem outra, então a partir daí ele passa a ficcionalizar seus
registros de viagem, ele passa a encobrir e deformar de modo a se
ajustar com o que ele esperava encontrar, pois para Colombo não é
tão fácil abrir mão de suas predisposições. Colombo fica maravilhado
com a diversidade da fauna e da flora caribenha, é tanto que suas
anotações sobre os habitantes ficam em algum lugar entre as arvores
e os pássaros.

Os Astecas tinham uma mentalidade mística, onde a vida era


regida pelo destino, conhecidamente pela data de nascimento, e há
outra forma de adivinhação que é por um acontecimento que saia do
comum, como por exemplo determinado sonho. Os presságios eram
como avisos.

É tanto que aconteceu algo aterrorizante, na hora de comer, a


refeição virou partes humanas, intestinos, fígados e etc... diante de
coisa tão horrível os habitantes de Xochimilco identificaram que

Capitulo X
aquele era um péssimo presságio, que significa a destruição da
cidade.

Esta fraqueza da comunicação é vista principalmente nas


atitudes de Montezuma II, o governante asteca. Ele foi alvo da
dissimulação de Cortez, que também procurava confundi-lo.
Montezuma II buscava informações sobre Cortez e suas intenções,
mas não sabia o que fazer, ou seja, paralisava-se diante das
informações. Este não opõe resistência à Cortez e deixa-se prender
quando os espanhóis atingem a capital Tenochtitlán. E mesmo preso,
só se preocupa com o derramamento de sangue, e não em livrar-se
de Cortez. Mas Cortez só é favorecido com as atitudes de Montezuma
II numa primeira fase da guerra, pois o governante é morto na “Noche
Triste”, e depois disso os indígenas vão partir para o ataque contra
os invasores.

O que Cortez quer, inicialmente não é tomar, mas


compreender, os signos são os atalhos que o interessam, em
primeiro lugar, não os referentes. Sua expedição começa com a
busca de informações e não de ouro, o que a princípio gera a antipatia
dos seus companheiros que queriam riquezas rápidas, mas ele não,
ele antes de procurar ouro, procura uma interprete, através da
afetividade que la Malincha demonstra por Cortez ele capta a
divergência entre os índios, diferente dos astecas o Cortez só escuta
presságios divinos que o interessem.

Cortez tem sempre uma preocupação constante com a


interpretação dos outros, o que os índios irão pensar dos seus
gestos, punindo severamente saqueadores do seu próprio exército,
pois dão uma péssima reputação para Cortez, ele até anuncia que sob
pena de morte ninguém deveria tocar outra coisa senão comida, para
aumentar sua reputação de benevolente, ele até deixa que os índios

Capitulo X
pensem que a bússola e o mapa tudo revelavam para ele se tratando
de geografia.

A primeira preocupação de Cortez quando está fraco, é fazer


com que os outros pensem que ele está forte(Sua tática militar
preferida), não permitindo o descobrimento da verdade, ele é
extremamente sensível as aparências , quando é nomeado para
liderar a expedição compra de imediato uma roupa imponente,
demonstra seu gosto por ações espetaculares bem consciente do
valor simbólico delas.

O segredo de Cortez foi o de em todas as suas ações pegar os


índios de surpresa, como se fossem eles que conduzissem uma
guerra regular e os espanhóis atormentassem com um movimento de
guerra.

O modo particular que Cortez maneja a guerra, a pratica da


comunicação que é responsável pela imagem deformada que os
índios têm dos espanhóis que seus cavalos são imortais, e o melhor
exemplo que é fazer parte da elaboração do mito de Quetzalcoatl,
interpretando o mito em seu benefício.

Cortez coloca em primeiro lugar a comunicação entre os


homens, inter-humano, já Montezuma II coloca o mundo místico em
primeiro lugar, porque é nessa esfera que os adivinhos interpretam o
divino, o natural e o social.

Obvio que a visão mística não cega a visão dos fatos, nesse
caso é ação sob o outro que se mantêm em estado embrionário por
intermédio dos signos, mas em compensação sempre se informam
sob o estado das coisas, inertes ou vivas, por exemplo, na guerra
sempre é utilizado os espiões, e depois de um reconhecimento
minucioso prestam contas aos dirigentes, quando Cortez embarca na

Capitulo X
costa mexicana, Montezuma II é informado rapidamente por seus
velozes vigilantes.

Montezuma II sabia colher informações quando era sobre seus


clássicos inimigos, traxcaltecas, huastecas, mas quando os
informantes falam a respeito dos imprevisíveis espanhóis se quebra
todo esse intercâmbio de informações, encontramos uma
confirmação da postura espanhola nas previsões indígenas que
todas apontavam que os estranhos tomariam o reino.

O mais interessante é que Montezuma II pune seus


informantes, e também os mágicos que tinham sonhos proféticos
nada favoráveis eram arremessados em calabouços para de fome
morrer.

A associação que os indígenas faziam entre poder e a língua


é marcante na sua cultura. A ausência de escrita é um elemento
importante, talvez até o mais importante, porque os pictogramas
usados pelo asteca, não são um grau inferior da escrita: registram a
experiência e não a linguagem, funcionando como revelador do
comportamento simbólico em geral e ao mesmo tempo da
capacidade de perceber o outro.

No primeiro contato com a tropa de Cortese os índios, os


espanhóis declaram que não buscam a guerra, e sim a paz e amizade.

“As mulheres as palavras, aos homens as armas”, nessa


filosofia os astecas entendem a guerra, mal sabiam eles que as
“mulheres” no sentido figurado ganhariam a guerra, porque com a
assimilação da cultura astecas, Cortez impõe aos astecas seu próprio
tipo de guerra.

O comportamento dos espanhóis é sempre estranho, o asteca


não entende para que eles querem tanto ouro. Nas investidas astecas

Capitulo X
em que eles se apoderavam das armas de fogo, elas eram oferecidas
aos deuses nos templos, quer dizer os espanhóis nem se dão ao
trabalho de lutar, preferem ao chegar, convocar os dirigentes locais
e fazer um espetáculo com tiros de canhão para o ar, onde os índios
caem de pavor, onde o uso simbólico das armas é extremamente
eficaz.

Nos escritos dos conquistadores, sim, em alguns aspectos os


astecas provocavam até admiração dos espanhóis[1], quando Cortez
emitia juízo a respeito dos astecas eram sempre paralelizando com
os espanhóis, até em nível de civilização, as vestimentas muito bem
trabalhadas, as casas de alvenaria e madeira muito bem construídas,
ouro e prata finamente trabalhada. Realmente existia um choque
cultural, mas também o encanto, muito parecido com a reação de um
turista latino quando vai a África, ou a Ásia, quer dizer, mantendo-se
estrangeiro a ela.

Os interesses dos espanhóis sempre foram metais preciosos,


o genocídio não foi um fim, mas um meio para esse objetivo maior, o
ouro, no seu objetivo eles falharam porque a maioria dos metais aqui
encontrados foi para mão da Inglaterra através de acordos
comerciais (Tratado de Ultretch).

Obviamente o que possibilitou a conquista foi a maneira que


os espanhóis manejaram os signos, a imagem que eles queriam que
fosse passada, de guerreiros que nunca se cansavam, de
oniscientes, onipotentes, possuidores de cavalos imortais, porque os
astecas nunca domesticaram animais desse porte, e foi uma grande
reviravolta na cabeça deles quando viram os cavalos, o mito de
Quetzalcoatl, que fora interpretado em beneficio estrangeiro Até a
segunda fase da guerra pois esse mito vai acabar, porque os
indígenas enxergam a intenção maligna dos invasores. Além disso,

Capitulo X
acontece a morte de seu governante Montezuma II, que também
representava os valores religiosos, pois era um sacerdote.

Vale salientar o uso simbólico que Cortez fazia de suas armas,


que só faziam realmente barulho, num show pirotécnico, que
assombrava os índios, o desconhecido sempre causa assombro
tanto faz ser hoje ou a quinhentos anos atrás

Quando a civilização asteca choca-se militarmente com os


espanhóis, entra em choque também com o mundo europeu, que
conhece a metalurgia, que possui armas de fogo e cavalos contra
índios que desconhecem o ferro, aço e com armas menos eficazes
como as lanças, arcos e flechas, e que não contavam com a
mobilidade do cavalo. Ao mesmo tempo os astecas desconheciam
aqueles instrumentos de ferro, e principalmente o cavalo, e isto causa
um efeito psicológico muito grande, assim como um forte temor.
Outro fator importantíssimo na “vitória” espanhola fora as alianças
feitas com algumas tribos indígenas. E para Todorov ocupa o centro
da discussão em torno das razões da vitória espanhola.

A farta distribuição de gordos lotes de terra as chamadas


capitanias hereditárias, desde cedo não incumbidos da obrigação do
cultivo da terra, e a desataviada economia monocultivadora agrícola
voltada à exportação nas ditas capitanias de Bahia e São Vicente que
"davam lucro". A agricultura é a base de quase todas as sociedades
pré industriais, na América principalmente; isso quase sempre
significava o cultivo de milho, embora o complexo andino de batatas
e cereais robustos de grande altitude. A agricultura permanente
significava que a unidade sociopolítica local chamada muitas vezes
de calpulli na região central do México e de ayllu nos Andes, existia
um sistema primitivo de trabalho rotativo chamado nos Andes de
mita, termo baseado na palavra que significa "volta" ou "rodada", e
no centro do México, de coatequitl mais uma vez "rodada de

Capitulo X
trabalho", e os ameríndios da América portuguesa também
praticavam a agricultura, e tinham um sistema rotativo de trabalho
bem menos rigoroso que a mita, pois a sua economia também tinha
como base o extrativismo como a pesca, caça, frutas e raízes, e o
plantio de mandioca.

"O paternalismo deste sistema, com suas ligações e


obrigações mútuas entre patrono e protegido, chefe de família e
dependentes, senhor e agregado, perpassava as camadas dos
grupamentos funcionais ou categoria econômica. Cada indivíduo ou
grupo familiar estava ligado a um patrono por laços de parentesco,
obrigações ou interesse. O sistema envolvia afeição e ódio e tinha
lugar para pessoas de características muito diferentes. Transferido
para o Novo Mundo, mostrou-se particularmente adaptado à situação
de uma sociedade em formação, com sua descentralização típica e
sua necessidade de incorpora origens étnica divergentes."
(LOCKHART & SCHWARTZ, 2002: 26-27)

O território brasileiro foi desde logo fatiado como uma pizza


em grandes domínios rurais, cujos proprietários exerciam toda sua
onipotência. A instituição usada neste processo era a capitania
hereditária, que datava também data de precedentes medievais.

Bem como na América espanhola a elite criolla passou a


controlar os interesses da metrópole através do monopólio territorial,
inclusive depois da independência com o apoio "cimentador" da
Igreja Católica para preservação dos seus poderes. O trabalho dos
jesuítas extravasou e muito o seu compromisso em Trento que era o
de difundir a fé na América portuguesa.

Pelos conceitos da Igreja teriam os desbravadores furtado a


América?

Capitulo X
O furto é uma atividade muito sorrateira, exige do infrator
destreza e cautela. Imaginemos a facilidade que um gatuno pode
desfrutar para roubar uma ilha ou terras que ninguém conhece?

A falta de documentação e a dificuldade de vigilância existente


na Idade Média e Moderna, leva os salteadores a escaparem da
acusação de ladrões pois não podem ser surpreendidos pelo
atestado de documentação contrária. É principalmente essa
maliciosidade que repercute mal. Ir-nos-emos ver, que o conceito de
furto para os doutores é bem amplo. Muito amplo mesmo, passando
até pela metafísica. “Um ladrão pode furtar a fama, a honra e a
fazenda.”

Criticamos muito, e exigimos uma sociedade laica, apartada


de concepções religiosas para o plano civil, porém o contato direto
com as fontes nos mostra que o esforço dos intelectuais dos séculos
XVI, XVII e XVIII em focalizar as implicâncias de variados tipos de
furtos não foi em vão. Pelo próprio regimento do direito canônico
Cortez furtou a fama, a honra e as terras de Montezuma II.

Temos que sublinhar ainda que essa história seja cheia


progressos e regressos, Cuauhtémoc “o descendente das águias"
conseguiu sustar o avanço da falsa influência espanhola em América,
Tupac Shakur também, por isso devemos entender mais
adequadamente que o poder legislativo canônico e o judiciário são
os mediadores entre diversos domínios sociais e simbolicamente
construídos, tais como passado e presente, nacionais e estrangeiros,
infratores e honestos.

"Os indivíduos reduzem-se aí a portadores de formas que os


comandam sem eles saberem. Os indivíduos vão buscar a essa
totalidade o seu sentido (invisível de fora dela). A unicidade de cada
presente sacrifica-se incessantemente a um futuro chamado a

Capitulo X
desvendar o seu sentido objetivo. Porque só o sentido último é que
conta, só o último ato transforma os seres neles próprios. Eles serão
o que aparecerem nas formas, já plásticas, da epopeia." (LEVINAS:
10.); é justamente esse ato último a posição cabível aos infratores, ou
seja, ser ladrão é ser eternamente a favor da desordem. Mostrarei que
quando falamos de "furtum", com frequência falamos sobre
"patrimônio", para os teólogos parece não haver limite para o
processo de qualificação deste gesto. Quase tudo é compreendido
como furtum.

Os doutores nos sugerem a possibilidade de pensar o infrator


de outra maneira. O que precisamos colocar em foco nessa
discussão é a possibilidade analítica de se transitar por uma longa
idade média. Em outras palavras: a evolução do homem é muito lenta,
nos séculos XVI, XVII e XVIII o furto tem a mesma compreensão
metafísica.

Não se sabe distinguir pecado de delito, o estado é teocrático,


o próprio peculato que é um crime contra o estado é julgado por
forças religiosas, pois poderes importantíssimos como o legislativo
se concentra na mão de autoridades religiosas. Em que medida isso
pode nos ser útil para entender as concepções atuais de direito? Ora,
a noção de furto hoje está estreitamente ligada com a de
inviolabilidade da propriedade privada.

Inequivocamente, para os doutores o furto é considerado uma


culpa digna de castigo.

Deve ser respeitado como o sétimo mandamento da lei


Mosaica. Perpetuado no novo testamento por (P)Saulo: "Nem os
ladrões, nem os avarentos. Nem os injuriosos herdarão o Reino de
Deus" (1Cor 6,10). Verdade aceita inquestionavelmente até hoje.

Capitulo X
Os conceitos de propriedade têm uma sobrecarga religiosa
muito forte.

A doutrina que os doutores professavam, emite vários juízos


econômicos, a partir do momento em que valorizam e reforçam a
inviolabilidade da propriedade privada, existe um princípio
econômico. É competência de o poder legislativo desenvolver leis
para prever as infrações e do judiciário punir e restituir as vítimas.

"A raiz, onde todos os males tem princípio, é a cobiça, a qual


seguindo alguns se apartam da fé e se envolverão em muitos
tormentos e dores."(ANJOS: 208). Os motivos que levam as pessoas
a furtarem voluntariamente, são os mais diversos possíveis. Como
também os que levam a não furtarem. Para os teólogos essas
divergências implicam diretamente na venialidade ou mortalidade do
pecado. O apetite por bens materiais nem sempre é o motor da
velhacaria. Como veremos adiante.

Azpicuelta quando começa a discutir sobre o furto, ele vai


fazer uma primeira distinção bem chave, o furto mental do furto real:

"O mental é a vontade de furtar, porque basta querer ganhar


alguma coisa disto para que seja furto. e nas suas próprias palavras
"os pecados da vontade, boca, & obra, são de uma mesma espécie,
& casta, ainda que só os da vontade, não obrigam a restituição, como
os da obra, & boca." (AZPICUELTA: 171)

Algumas pessoas tem vontade de roubar, porém deixam de


subtrair algo secretamente por temor ou vergonha. Ora, o furto
mental, desobriga a o infrator de qualquer tipo de restituição, isso
porque, a restituição é comutativa. Na lógica comutativa: pague o
equivalente ao que se deve. Se nada deve, nada paga-se. Ou seja, o
Cortez estava pelo próprio código canônico em débito com os
Astecas, inclusive sendo obrigado a restituir tudo que lesionou.

Capitulo X
Nenhum dos teólogos gosta de ficar se estendendo nessas
questões do furto mental, porque poucas pessoas tem a mentalidade
mórbida a ponto de ficar se imaginando furtando as coisas alheias, e
nesse caso ainda mais particular trata-se do sétimo mandamento
erigido por Moisés.

Então sempre a parte menos breve e mais complicada é


quando eles tratam da restituição em furtos reais. Pecados que não
exigem restituição, não (ou pouco) ameaçam a ordem estabelecida
por Deus.

No Capítulo XIX de um Manual Moral traduzido do castelhano


e editado em Coimbra (1668) nos sugere que esses aspectos foram
expressos por algumas categorias específicas:

"Quando se quita algo sagrado, ou de lugar sagrado, se chama


sacrilegium; quando persona libre para hazer la esclava, plageatus;
si ganado, bigeatus, si de parte publica, peculatus, se a persona
particular, alguma cosa fuera de las dichas; furtum: y quando se
añade de violência; es rapina."(APOLINAR: 64)

A legislação é construída "em porções", pela simples razão de


que a universalidade não está acessível a uma única regra, em
princípio podia até estar, mas os teólogos em nenhum momento vão
rejeitam a ideia de que casos particulares devem ser tratados com
certa exclusividade, pois se tratam de bens metafísicos, uma regra
geral poderia gerar até um dano espiritual maior.

Ora, mesmo para um crime de furto; existem muitas


gradações. Penso que as noções de “regras gerais” e de “regras
particulares” devem coexistir e harmonizar-se, devemos extrair de
cada uma, as melhores noções, assim podemos ter outro ponto de
vista em relação ao tratamento com infrator.

Capitulo X
Uma vez que a Igreja é o poder legislativo e o judiciário, é
perfeitamente normal que aconteça essa bandalheira. É tanto que
quando é o patrimônio da Igreja que está em jogo, é muito cômodo
ao legislador clerical que dê um mimo bem destacado ao “sagrado”.
Voltando ao Apolinar, nos é possível contar pelo menos seis
qualidades de roubo.

Sacrilégio consiste em roubar qualquer coisa de locais


sagrados, isso tem uma implicância imediata. Os ladrões que roubam
da Igreja tem uma condenação mais energética, porque tanto faz o
ladrão ser eclesiástico ou leigo, “ainda que seja imperador ou Rei,
está sujeito a Anátema” (IGREJA CATOLICA: 150), que é a
excomunhão com execração, ou até ser inteiramente restituído as
ditas jurisdições, bens, direitos, frutos e rendas que tiver se
apossado. Para os clérigos, mesmo que seja absolvido, depois da
sua inteira satisfação ele continuará suspenso do seu exercício, em
quanto for a vontade do ordinário. Ou seja, Montezuma II era
sacerdote, porém a lei católica não se aplica a não católicos se
tratando de sacrilégio. De modo que seus crimes contra Montezuma
II pairavam sobre a esfera civil.

Essa advertência particular é o medo que os administradores


da Igreja têm de clérigos delinquentes, que deveria ser por onde
começavam e terminavam os roubos dentro da própria Igreja. Porque
uma pessoa de fora, eu acredito que seja bem difícil, vai exigir um
nível de sorrateiro muito alto, pra ele roubar de dentro da Igreja sem
ser identificado. Porque as Igrejas tem uma organização bem
particular, as coisas não ficam bolando pelos cantos. Tudo tem um
lugar fixo, apesar de cemitério católicos e tumbas dentro das Igrejas
serem relativamente fáceis de serem furtadas.

Hora o furto se comporta como pecado mortal, hora como


venial. A venialidade garante a possibilidade de restituição,

Capitulo X
entretanto se roubar uma relíquia mesmo que seja mínima, é mortal.
Se comprar ou receber alguma coisa de um ladrão, sem saber, não é
pecado mortal. Ou seja, os donatários que compravam ou recebiam
por doação seus lotes de terra, se não tivessem conhecimento que
foram furtadas estavam totalmente desobrigados de qualquer tipo de
restituição.

A parte propriamente metafísica do furto é no que tange aos


bens da alma e do corpo, como persuadir um religioso a deixar a
religião, peca mortalmente e obrigatoriamente deve restituir a sua
religião. Pode-se furtar espiritualmente uma pessoa através de
indução, maus conselhos e péssimos exemplos que o induzam a ser
excomungado. A restituição nesse caso é de outra ordem, vai ser
através da caridade e da oração. Ou seja, a conversão forçada dos
povos ameríndios e africanos obriga a restituição através da caridade
e da oração.

O plagiato consiste no furto da liberdade de um homem livre


para fazê-lo escravo(o que fizeram com os índios aqui na América), o
bigeato é o delito que contempla animais, o peculato é o roubo de
coisas públicas, por isso podemos entender que o público, é o poder
executivo, o Rei e seus administradores.

Se objetos de particulares: furto, que se caracteriza como a


usurpação de determinada coisa que não é de sua propriedade
pessoal. Ao furto se inclui também alugar uma mula para ir de
Coimbra a Santiago, e ela perece, o alugante terá obrigação de
restituir ao alugador.

Aqui incluí também velho ditado popular: "Achado não é


roubado", se por acaso encontrar algum tesouro sem saber quem é
o dono, mas deve-se procurar o dono, se não é de quem acha. Qual

Capitulo X
foi o esforço que os conquistadores tiveram em procurar os donos
das terras em América para devolver? Nenhum.

Segundo Aguirre. Já quando a apropriação indébita se dá


através de violência, então ela se denomina: rapinagem, dá-se
comumente "per violentiam", e é pecado muito mais grave que o
furto. Cabe neste momento esclarecer quantas maneiras existem de
violência? Aguirre ressalta pelo menos duas maneiras a
"Conditionata" e a "Absoluta". A condicional é quando houve
consenso do proprietário. Por exemplo, o dono vê, e por medo de
vingança deixa de repudiar o ato imediatamente. A absoluta é quando
não houve consenso do proprietário. Essa é a parte que os teólogos
mostraram muita inteligência em distinguir, essa é a parte que
perdura em outros termos até hoje nos códigos penais modernos.
Então, pela legislação vigente da sua época Cortez, Pizarro, Balboa,
Cook, Ponce de Leon, Soto, Córdoba , Velasques cometeram "furtum
per violentiam absoluta".

O furto é mortal ou venial? Depende do que haver sido furtado,


se for algo insignificante (evidentemente que não seja sagrada), é
venial. Tem sempre que se levar em conta o dolo, se o bandido tinha
plena convicção da gravidade da atividade que realizou mesmo que
seja "o pouco, que por nada se tem". É mortal.

Francisco Apolinar considera que todo furto é pecado mortal,


há um consenso entre os teólogos nesse sentido. A não ser, quando
é uma quantidade muito irrisória. Apolinar, entretanto afirma que o
pouco pra um, pode ser muito pra outro. Já o Cardeal Cristóbal de
Aguirre, autor de vários tratados de teologia chega a uma aritmética
para estabelecer claramente o valor do que é suficiente pra ser
pecado mortal, ele estipula por volta de 4 reales. Agora pro Rei, o
ladrão poder até ser mais ambicioso, porque só é pecado se for de
um escudo pra cima.

Capitulo X
Agora mesmo que seja um furto de baixo valor ou mesmo que
se furte de pequenas em pequenas quantidades, só a malicia de estar
furtando conscientemente já retira a venialidade da coisa. Ressaltar
esse ponto significa considerar que nem sempre a consciência está
alerta e atenta, um sujeito assim: anestesiado pelo álcool, pode
roubar por ter perdido parcialmente a consciência. Dependendo da
intensidade do consumo, pode se até perder a consciência
completamente. A Igreja geralmente é muito dócil para com os
beberrões. Também assim em grandes aglomerações as pessoas
ficam desnorteadas.

Obviamente o ladrão está sempre obrigado a restituir as suas


iniquidades, principalmente se lesou o patrimônio de outrem,
“mesmo que sejam vários ladrões, todos estão obrigados a restituir.”
(AGUIRRE: 275). O tratamento pessoal que a Igreja destina a justiça
é interessante porque foge bem da perspectiva positiva que tem o
direito atual, porque se várias pessoas cometem um crime, o direito
atual vai tentar achar o autor intelectual da infração, vai procurar
alguma liderança, por exemplo, em caso de saques em massa, para
os teólogos todos são obrigados a restituir. Afinal, é a terceira parte
do sacramento da penitência. Negar a restituição seria de certa forma
ficar incompatível com a doutrina erguida pós-Trento.

Ora, concepção também que foge bastante o Antigo


Testamento: "Se o furto for achado vivo na sua mão, seja boi, ou
jumento, ou ovelha, pagará ele o dobro”. No velho testamento é muito
mais abominável o crime de lesa propriedade. Apesar da mulher de
Abraão, a Raquel haver furtado todos os ídolos de Labão e nada ter
restituído.

"Se o furto for praticado por muitos, todos devem restituir sua
parte, a restituição há de ser feita ao verdadeiro dono. Se o dono
haver morrido, dê aos seus herdeiros, na falta deles dê a Igreja, ou

Capitulo X
aos pobres, caso não haja lei municipal que contrarie a regra".
(TAVARES: 215)

O furto, podemos entender que ele pode ser voluntário ou não.


Porque quando os teólogos não se referem somente ao furto de
objetos concretos. Por exemplo um notário apostólico, isto é: o
tabelião eclesiástico. Ele tem sua atividade especialmente criticada
pelas suas "imperícias", quando ele não toma as notas corretamente,
ele furta a verdade da documentação, que pode ou não ser voluntário,
isso vai ficar a critério do Delegado da Sé Apostólica julgar, podendo
até suspender o exercício de seu ofício.

Sobre a justiça dos bispos nos séculos XVI, XVII e XVIII,


podemos afirmar que existe uma certa docilidade com os
falsificadores. “A justiça nunca há de se executar tão exatamente que
não se possa ter lugar a misericórdia.” (ANJOS: 52). A exemplo da
mansidão de Cristo não devemos indignar logo, nem condenar
nossos irmãos, quando são imperfeitos ou nos fazem algum agravo,
mas procurar de os ajudar com amor, & rogar lhes que tornem sobre
si, & se emendem de sua culpa.(BRUNO: 94)

Esses notários que redigiam as escrituras públicas de


arrendamento, prazos, testamentos, doações, cartas de venda,
procurações, requerimentos e outras escrituras. Nas fontes há
indicação de vários erros involuntários dos notários, o que coloca em
descrédito a própria visão positivista de que no documento está
contida a verdade, essas considerações por parte dos teólogos
podem até invalidar parcialmente a credibilidade dessas respectivas
fontes.

É sempre muito latente para os teólogos essa questão do


homem pecar conscientemente, porque evidencia a displicência que
as pessoas destinam a sua própria salvação. O intento maior do ser

Capitulo X
humano em vida é trilhar o caminho para o céu e só quem pode
garantir isso é a divina providencia por meio da sagrada escritura.

Essas questões relacionadas ao patrimônio são muito


interessantes, porque na tradição do direito consuetudinário a
propriedade é inerente ao dono. Por exemplo a terra ela pode ser
roubada, e mesmo que passe 50 anos o antigo dono ainda vai poder
dar cabo a uma guerra justa. Porque é muito justo que ele possa
reaver "as suas terras". O acesso à terra na Idade Média é uma coisa
bem peculiar. Porque nunca é mediante a compra. Dá-se através de
uma cerimônia onde o suserano cede ao vassalo parte de sua
propriedade em troca de auxilio militar. No topo dessa pirâmide vem
o Rei. Conseguintemente todas as terras pertencem ao Rei. Roubar
terra não é uma coisa insignificante, é por aí que começam e
terminam todas as belicosas contendas da maioria das sociedades
pré industriais. Toda organização feudal baseia-se justamente na
posse da terra que abre precedente pro dono cobrar certo número de
taxas pelo uso dela.

Se alguém recepta ou compra um produto oriundo de roubo?


Segundo Apolinar se o sujeito comprou sabendo que era roubado,
ele deve devolver ao verdadeiro dono. Só que o receptador pode
cobrar do dono os gastos que teve para poder restituí-lo, e deve o
dono pagar. Mas se o comprador efetivamente não sabia que o
produto era roubado, ele não tem obrigação de restituir ninguém,
pois não houve nenhum pecado aí. Ora, vejamos como os doutores
interpretam a lei suavemente, é o contrário do universal. A lei é
diferente para todos, em virtude de detalhes simplórios.

Concluindo, interessante notar que nesse período em


questão, a propriedade não se modernizou, passaram-se 300 anos, e
o furto não perdeu a maior parte das suas conceituações. A própria
mulher pode ser objeto de furto.

Capitulo X
“Determina o Santo Concílio que entre o raptor e a mulher
roubada, não possa haver matrimonio algum, além disso, o que rouba
a mulher é obrigado a dota-la decentemente, a arbítrio do juiz. Se a
mulher estando separada do roubador, e posta em lugar livre e
seguro, consentir em o ter por marido, que o roubador a tenha por
mulher.” (IGREJA CATOLICA: 256)

Só em 1788 com a Revolução francesa é que o furto vai mudar


a substancialmente a sua compreensão, e o progresso dos ideais
liberais é que vão abalar essa dinâmica erguida no feudalismo pela
Igreja. Vai haver evoluções normativas, as mulheres não vão mais ser
tratadas juridicamente como propriedades, a questão do foro interno
e externo vai ser excluída do código penal, pelo menos em relação ao
furto, o peculato vai ocupar o lugar do sacrilégio.

Podemos notar através de uma perspectiva total que há


muitas rupturas e muitas continuidades mesmo se tratando de uma
questão que parece pequena como o furto. Temo classificar como um
avanço, a defesa da Igreja pela restituição obrigatória, eu acredito
pessoalmente que isso seja muito interessante, o sujeito roubou, se
arrepende e devolve e a vítima fica satisfeita.

O direito positivo não entende as coisas assim, se houve o


roubo, deve haver uma punição. Eu teria que encontrar alguma
documentação concreta de casos criminais, em que ladrões são
pegues e devolvem, porém muito dessa documentação ficou
ocultada pelo sacramento da confissão auricular. Há uma
contrapartida muito boa da Igreja em relação aos ladrões.

A virtude da penitência que nos ensina a querer castigar


nossas culpas, querer castigar os nossos atos, valoriza o
arrependimento e a vontade de não querer haver mais cometido e
aceitar sofrer a pena por isso. O arrependimento se caracteriza por

Capitulo X
querer não haver pecado. E jamais se arrepender dos pecados
alheios.

Porém, Azpicuelta adverte: "a absolvição do padre não é


total"... e desfecha "muitos dos pecados ficam obrigados a pagar por
eles no purgatório do outro mundo."

O Purgatório é um entrelugar inventado no século XII. É um


lugar da geografia celeste que nasce da hesitação dos confessores
em continuar reprimindo ideologicamente o avanço de um novo
sistema econômico que se erguia lentamente.

"O artifício foi o Purgatório. O Purgatório nasce no final dessa


grande transformação imaginada pela Igreja como uma modificação
de toda a sociedade: a Reforma Gregoriana." (LE GOFF: 67)

Peca mortalmente quem descontenta a Deus, se alguém tem


um pecado mortal sempre estará nele até que se confesse, quanto
maior o pecado maior deve ser maior o arrependimento, de modo que
podemos suspeitar que os conquistadores pecaram venialmente no
furto da América pois me parece que eles não tinham compreensão
que estavam danificando gravemente o próprio espírito, pois não se
tratava de reaver terras, nem estavam bêbados, nem de complexo de
inferioridade diante dos astecas e incas porém a Igreja não os
dissuadiu em nenhum momento a dar meia volta do caminho andado,
pois haviam padres e jesuítas nas embarcações e nas feitorias que
conheciam a doutrina bíblica e católica(concílios de Constança(1417)
Florentino(1439)-Lateranense(1512)-Tridentino(1545)) e a lei Mosaica,
porém se houve o desleixamento e os jesuítas foram negligente, por
desgosto ou fastio que uma pessoa tem pra edificar alguma boa obra.
Caietanus se referem essas pessoas que tem má vontade para jejuar,
restituir o que é alheio, pregar o evangelho como pecado mortal. Os
padres não podem induzir licitamente as pessoas a pecar, mas

Capitulo X
podem negligenciar em avisar que alguém está pecando por temor.
Agora se eles não falavam por astucia por artimanhas por ardil, por
vias fingidas e por vias dissimuladas para alcançar algum fim que
fosse já peca mortalmente.

Figura 89. Moinho movido a água, Menocchio pagava o aluguel de um Moinho


movido pelo vento e era obrigado pela a Igreja a ser um eterno inquilino, daí a razão de
sua insatisfação com as pesadas tributações o que culminou em na sua perseguição
pela Inquisição.

[1] Ao dar a Carlos V em cartas a descrição do México, ele


disse entre outras coisas que a cidade contava com vários
herbolários aonde se vendia plantas e ervas medicinais com
finalidade farmacêutica e que os pobres mexicanos eram cuidados
com mais zelo que no velho continente. Os médicos também tinham
registros dos efeitos dos remédios todos devidamente catalogados.

Capitulo X
O mercantilismo como
modelo condicionante

Figura 90.Batalha de Waterloo, peças pintadas à mão

Ângela Almeida concorda com Freire no quesito que toca a


influência jesuítica nas famílias patriarcais do século XVI e XVII, os
capelães da família patriarcal não tinham nenhuma interposição no
Brasil como os jansenistas em Portugal. Ou seja, a fundação da
família brasileira foi competência dos jesuítas, Pombal é um
jansenista e um calvinista por promover as reformas, pombal queria
secularizar o estado em Portugal. A reforma foi calvinista com
aparência de austero catolicismo. acusando juntamente de divulgar
pascal e as teorias cartesianas, como também é de Freire que vem o
mito da mulher submissa e o marido dominador, o elevado número

Capitulo XI
de filhos bastardos, caminha no sentido antagônico da família
nuclear burguesa. O fato de pessoas no Brasil aceitarem se divorciar
por leito em caso de traição masculina, pois muitas mulheres queriam
exercer a prerrogativa de virar cabeça de casal por ser um
procedimento de toda nobreza europeia quando o marido falecesse.
É difícil pensar um princípio de igualdade entre homens e mulheres
mas esse dispositivo patrimonial indica um lugar social importante
da mulher de arras na história agrária do Brasil e da América pois
esse costume começa no século XVI no contexto da Reforma
promovida por Lutero que despertou o lado mais conservador e
autoritário da Igreja Católica no ecumênico Concílio de Trento, tendo
a confissão auricular como principal instrumento da auto delação
para Santa Inquisição perseguir os seus inimigos sociais, inclusive
nas colônias.

Pelo pouco se conhece o muito. A história do longo século


dezesseis é um momento que o humanismo cristão traça rumos
importantíssimos, pois quer pensar principalmente o sacerdócio. Em
toda história da Igreja apenas três concílios vão pensar de forma
pontual e abrangente a questão do homem eclesial. Nicéia, Trento e
Vaticano. A criação de centros de formação sacerdotal foi um dos
decretos do concílio Tridentino, a imprensa faz proliferar uma
literatura que instrui acerca dos dez mandamentos, os sete pecados
capitais, os sete sacramentos todos em sintonia com as novas
resoluções da contra reforma. A língua vernácula e as minúcias em
que são descritos os procedimentos, indica que sua finalidade é
pedagógica bem como política. A casuística[1] é a pura lógica de
analogia detalhista que leva em consideração recorte de
particularidades como condição social, gênero, etnia, estado de
consciência. Na ação de categorizar; o tom metódico dá ares de
neutralidade, entretanto: repulsa, tolerância, nojo, fascínio,
indignação, desejo e a indiferença indicam descontroles sociais até

Capitulo XI
não-ditos. O probabilismo busca nos teólogos de reputação as
ambiguidades canônicas. Estes manuais são frequentemente
elaborados apoiando-se sobre os dez mandamentos, os sete
pecados capitais e os sete sacramentos, os manuais conseguem
trazer à tona diversas ambiguidades do direito canônico. O
detalhismo que os confessores apresentam as situações parecem
escandalosas quando visto pelo olhar puritano burguês do século
XIX e XX.

Só haveria necessidade de estudar todos bem detalhadamente


caso a proposta do trabalho fosse pensar a base da Igreja. Por hora
nos limitaremos a pintar uma introdução dos principais aspectos que
circundam a influência deles na nossa formação agrária. Na sessão
XXIV do capitulo I na página 266 da ata do Concílio Tridentino nos
esclarece acerca do procedimento para convocar funcionários da
hierarquia como bispos e cardeais. O que é necessário para fazer
parte do alto clero? Madureza e Prudência. O processo eletivo deve
garantir promoções para espíritos grandes, para os mais dignos e
úteis a Igreja. Na teoria todas as pessoas idôneas têm direito de
concorrer a qualquer promoção concernente as diligencias da Sé
Apostólica. Os concorrentes devem ter nascidos de um matrimonio
legitimo, e dotados de vida, idade, doutrina, e todas as mais
qualidades exigidas pelos sagrados Cânones, e Decretos do
Concilio. A profissão da Fé é autorizada pelo Santíssimo Pontífice
Romano. Quem verifica a idoneidade do concorrente a Cardeal? Um
consistório. Três Cardeais examinam com diligencia, dentre mais um
deles sendo o Cardeal Relator do Consistório, se os quatro afirmarem
que o promovendo é dotado de qualidade para a profissão, ele é
ordenado, sob pena da salvação eterna dos membros do consistório.
A hierarquia da Igreja dá autorização de ordenação aos Bispos. Pode-
se celebrar o sacramento da Ordem. Uma vez padre, pode-se retornar
à condição de leigo. Não é necessário consentimento do povo, os que

Capitulo XI
ministram alegando que a instrução vem do povo são tidos pelo
Concílio Tridentino como salteadores e ladrões. Para Padre a
rigorosidade é diminuta, afinal a obrigação dele é ministrar a missa
corretamente no mesmo horário, o controle da casa de oração que
em partes pode ser difícil, pois a conduta de todos passa por uma
codificação, devem-se evitar conversações vãs, coisas impuras e
lascivas, passeios, estrépitos, clamores.

Podemos dizer que por mais de cinquenta anos houve um


impasse se as terras aqui do nordeste agrário português,
permaneceram no controle dos espanhóis e dos flamengos e em 1654
o comandante português Álvaro de Azevedo Barreto toma o Forte
Nossa Senhora da Assunção do domínio holandês na costa
cearense. Aqui, os dois acontecimentos não fazem parte da história
militar, mas da história social. Pedro Airton Queiroz Lima com sua
tese "A sombra das ingazeiras" advertia no Rio de Janeiro da
dificuldade que é pensar a história das estruturas sociais, do agrário
e da consciência das várias classes em relação aos cuidados com
solo, das suas intercambialidades, suas mobilidades, suas
continuidades, sua totalidade na contradição dos interesses do
campo e da cidade, da colônia e da metrópole, do proprietário e do
agricultor, do liberal e do conservador, do homem e do animal. Mas
vamos dizer que por mais difícil que seja imaginar o mundo rural e
escrever sobre a estrutura fundiária antes da insurreição
Pernambucana por ser um tema muitíssimo indagado e estudado
também é (ainda) desafiador.

É bem verdade que até recentemente os estudos fundiários se


focavam em teorias cíclicas e em teorias de dependência para
esclarecer aos brasileiros sobre a persistência da desigualdade e da
injustiça social nas terras do tupi. João Fragoso se valeu da definição
"marxistas xiitas" para se referir aos teóricos que dão excessiva

Capitulo XI
importância a independência econômica. Apesar de todos nós
sabermos que a estrutura da sociedade colonial é estática. Não há
alterações de situação jurídica excetuando se; o liberto, que avança
um nível na escala social. Para não cairmos em anacronismos é
preciso lembrar a situação do negro no Brasil e em África como
opostas, pois o Manicongo era uma força que representava os
interesses dos negros em relação ao Rei de Portugal.

Como podemos dizer que a luta pela independência política no


Brasil não significou o fim da exploração em Angola muito menos em
Moçambique. Claro que nesses casos devemos reconhecer a
estrutura como fator determinante no comportamento dos sujeitos.
Os monarcas exigem obediência cega de seus súditos, vide as
pompas das cerimônias patrícias. A sabedoria romana em relação a
escravidão tinha uma máxima que dizia: "Est boni pastoris tondere
— no glubere pecus." que significa: - Do bom pastor é tosquiar e não
esfolar.

As transformações ocorridas no Brasil no Século XIX, está


fortemente ligado ao contexto da época, a crise do antigo regime, o
capitalismo europeu desenvolve-se e consolida-se as custas de um
modo de exploração brutal, Maria Odila e Joao Fragoso fogem a
perspectiva, proposta por Caio Prado Junior, que tende ao marxismo,
que vê as Américas como extensão da Europa, tese apoiada por
Fernando Novais, que vê a independência nesse cenário.

Maria Odila lança uma perspectiva inovadora, que vários


historiadores estão patrocinando, que desenvolveu seus estudos na
USP, sendo orientada por Sergio Buarque de Holanda, é evidente a
influência de Sergio nos trabalhos de Maria Odila, a noção das
sobrevivências arcaicas, que insistem em confrontar com as forças
renovadoras.

Capitulo XI
Maria Odila propõe um corte radical com os modos, e
perspectivas vigentes ao afirmar que em 1808 é o ponto de ruptura
fundamental do Brasil com Portugal, é o ponto chave de iniciação da
ruptura dos vínculos políticos, prova disso são as tensões do Porto,
o enraizamento do próprio Estado Português na América,
interiorizando a metrópole, pouco a pouco, justamente nesse ponto
de formação das elites luso brasileiras, é dado maior enfoque
inserindo na dinâmica político-econômica do Império Ultramarino.

Maria Odila entrecruza fatores econômicos derivados do


processo de gestação das redes de abastecimento, mais amplas, que
pouco a pouco iam surgindo no Rio de Janeiro, em face a presença
física da Corte portuguesa, a adoção de políticas especificas como a
abertura de estradas, pra maior comunicação das províncias, o
estimulo ao povoamento, o incentivo a imigração.

A vinda da família real acabou por se tornar a realização do


projeto português, o império luso-brasileiro, que via sua sede aqui no
Brasil, com uma chance de progresso, já que o continente americano
era uma terra de "oportunidades".

A abertura dos portos, foi a saída do Brasil do estatuto de


colônia, abrir os portos eram propostas convergentes tanto para os
aristocratas como para os comerciantes, que teriam vantagens em
negociar com nações amigas diretamente, fazendo com que
ampliasse o apoio a permanência da metrópole no Brasil.

O apoio a monarquia, se dava até pelo temor haitiano, quando


a população pobre e negra, se rebelaram contra as elites, e
trombaram uma revolução violenta, e aqui no Brasil o único poder
capaz de reprimir essas projeções, eram o poder monárquico.

Os pesados investimentos da família real em infraestrutura, no


centro sul do Brasil, através da cobrança de impostos do Norte, na

Capitulo XI
justificativa de reestruturar Portugal, a corte, já deixava vestígios, de
realmente querer ficar no Brasil, e os portugueses, entenderam a
mensagem, é tanto que no Porto, eclodiu um movimento
revolucionário, exigindo o retorno do Rei, com a volta de Dom Joao
para Portugal, o Brasil, aproveitou a infraestrutura elaborada pela
família real, e também as próprias ideias de liberalidades, que não
permitiam mais subordinar-se a Portugal.

De acordo com "o arcaísmo como projeto”, elaborado por


João Fragoso em conjunto com Manolo Florentino destaca a
importância do tráfico, e a sua influência no que a escravidão tinha
uma função estrutural tanto na América quanto na África, e que o
baixo nível de capitalização brasileiro estava ligado a importação da
mão de obra, comida, utilização de técnicas rudimentares na
agricultura.

No Brasil o comércio era pouquíssimo difundido, nas “casas


grandes” tinha que ter pescadores, caçadores, criação de aves,
porque por exemplo se chegasse uma visita não era possível mandar
alguém ao mercado, pra comprar comida.

A própria re-exportação de matéria prima oriunda do Brasil, e


de suas colônias e que seus aspectos não-econômicos, também
influenciaram na econômica como o ideal aristocrático de reproduzir
o antigo regime português em suas regiões fronteiriças, utilizando os
filhos não morgados, pra não gerar tensões dos nobres, como
ocorridas em quase toda Europa, ‘os nobres parasitas’.

A revolução francesa era o próprio diabo, a aristocracia fugiu


de todo modo, das revoluções burguesas, essa inversão de poder
não existiu em Portugal, claro que Portugal, e a aristocracia
portuguesa se encontrava numa situação totalmente diferente da

Capitulo XI
francesa, mas o medo pairava, e as medidas que foram tomadas, hoje
são interpretadas como arcaizante, ninguém vê futuro.

Quer dizer um projeto arcaizante, enquanto na Europa a


burguesia desafiava a nobreza, Portugal reproduzia o modelo
incentivando o latifúndio, a monocultura, a exportação, utilizando o
braço negro no escravismo, que pra eles essa sistemática deu certo
por tanto tempo, porque ia deixar de dar certo?

A vinda da família real para o Brasil, desencadeou um


processo de emancipação política, e economia que durante o
dezenove, uniu a industrialização com a formação da modernidade
brasileira.

Na chegada da família real no Rio de Janeiro, de cara, houve


uma explosão populacional, que junto com a família, veio a corte
portuguesa, quer dizer todo aquele aparelho burocrático-aristocrata,
o que dinamizou a economia, com aumento do tráfico negreiro,
aumento de consumo de manufaturas, roupas, arquitetura,
engenharia, transformou o Rio no centro do Império.

A independência política nos trouxe um enfraquecimento do


poder provincial, e estimulando o poder dos coronéis, o próprio
sistema de votação favorecia esses senhores, que denominavam os
agregados de "curral eleitoral".

A revolução Industrial acelerou o comercio entre as colônias,


pelo fato da criação do barco a vapor, que dinamizou as rotas, uma
grande evolução nos transportes, que aumentava por demais a
comunicação entre metrópole e colônia, e colônia e nações amigas.

O Rio de Janeiro acabou sendo o ponto de entrada da


modernidade no Brasil, exemplo foi a grande importação de pianos,
pra simples ornamentação da casa, como símbolo de status.

Capitulo XI
O Brasil era o único pais independente que ainda tolerava a
escravidão, as tensões se agravavam, as contradições internas eram
justificadas como se o trabalho compulsório gerasse fundos para o
Brasil entrar na modernidade, e muitas propostas surgiram, para o
problema do negro no brasil, uma das propostas fora a de
embranquecer a população com a imigração europeia

A literatura espanhola vai se modernizar em paralelo a


reestruturação das forças táticas navais. Dom Quixote representa a
crítica mais mordaz de seu tempo ao descaso da monarquia e da
nobreza castelhana em relação ao poder de fogo dos turcos. As
muralhas que protegem os castelos oferecem baixíssima resistência
aos canhões dos turcos. Se render foi quase sempre a melhor opção
no leste europeu. Foi o que aconteceu com a Hungria e com a
Boêmia. Apesar de mesmo traindo o catolicismo ainda podiam
comungar do sagrado cálice, assim determinou o Concílio de Trento.

A taça representa também o aspecto cultural que a Igreja


imprime a esse período, sendo recorrente a figura da taça nas mãos
do clero nas miniaturas dos livros da época. Representa poder mas
também representa servilismo, bajulação, parasitismo social,
desinteresse com as coisas públicas, a imprudência da embriaguez
constante[2]. Assim como no século primeiro, é um momento que
Marte apresenta sua face mais maligna na história romana; - a
cavalaria fenece na covardia, cavaleiros decadentes viciados no jogo
e na bebida.

O liberalismo ibérico é da ordem de que os homens valem o


tanto de dinheiro que tem. Pouca ou quase nenhuma preocupação se
tem com a riqueza futura da nação. Podemos até inventar um
neologismo para essa situação de Pecunialidade. A particularidade
econômica da metrópole ibérica é tão evidente que para não
contradizer outras premissas do liberalismo mercantil chamaremos

Capitulo XI
esse paradigma de Pecunialismo. Apesar de nem todo pensarem
identicamente. Em 1571 Tomás de Mercado, teólogo de Sevilha,
declarava desumana e ilícita a traficância de escravos, tanto mais que
instaurava uma luta fratricida entre os próprios africanos.

Pecúnia é o termo em latim para se referir à moeda. Então o


triângulo formado entre Pecúnia[3], Paterae e Patibulum pode refletir
a singularidade da percepção de riqueza que as lideranças políticas
e militares da metrópole almejam é bem diferente do que Adam Smith
vinha sintetizando no pensamento liberal burguês da gentry de
Westminster que já se organizava para um aceleramento econômico
em termos nunca dantes vistos. Ou quem diria que de uma pequena
ilha que só tem lã e uma pequena frota marítima sairia a maior
potência econômica do século XVIII e XIX?

O triangulo formado entre a Taça, a Moeda e a Forca explicam


em parte como a economia se liga a sexualidade e ao sistema
judiciário. As três principais forças da estrutura que submergem o
homem em um magma de objetivos comuns e forças contraditórias
buscando espaço e poder, que isso pode chamar de cultura. A força
do inconsciente também perpassa a sexualidade e a economia em
coisas praticamente instintivas que fazemos por força dos ajustes
sociais e da aprovação dos entes queridos.

Os três pontos levantados são admitidos como importante na


minha análise porque nessa compreensão de cultura basta três gotas
da água do mar para saber que ele é salgado.

As fontes analisadas, como Manuais de confessores,


Dicionários latinos, Gramáticas, livros de geometria, história indicam
que a hipótese do triangulo que existe entre a Taça, a Forca e a
Moeda. Isto é, a Igreja, a Nobreza e a Burguesia não entram em
choque, eles se complementam no sentido de que o Estado é gestado

Capitulo XI
dessas três forças que se importam mais com os problemas
pessoais, visto a casuística ser a principal inspiração para a literatura
no século XVI. Há uma preocupação maior com a consciência
individual das pessoas de que com os efeitos pragmáticos reais das
transgressões, tanto que culmina com a invenção da tradição da
confissão auricular e a sua consequente aprovação no concílio de
Trento.

Na História romana conta a lenda que uma gota de mel foi


capaz de curar Glauco enfermo, quase morto. O confessionário é
essa gota mel que salvou a Igreja Católica do fim iminente. A delação
vai imprimir ao período uma política de desaparecimento e terror
onde qualquer opositor da monarquia ou da Igreja é severamente
punido. Aparentemente uma aliança sólida de não agressão existe
entre Monarquia, burguesia e Igreja, mas podemos dizer que é apenas
estratégica do ponto de vista histórico, pois quando os interesses do
Rei se chocam com os interesses dos burgueses eles derrubam as
monarquias estabelecidas em detrimento do fim do feudalismo e a
aliança da burguesia com a Igreja ainda permanece até a revolução
francesa em França e nas Américas até hoje no Brasil e na América
Latina pois o estado nunca foi divorciado da religião nem de seus
preceitos.

Fracis Bacon, referia-se ao costume, como a conduta inercial


do ser humano, habitual, passível de indução, então Bacon deduziu
que quanto mais cedo desenvolve-se os bons hábitos, mais
enraizados eles seriam, entretanto o pensamento de Bacon foi
interpretado por Mandeville, na visão do trabalhador, que desde de
cedo a honra pelo trabalho seria interiorizada, e internalizada
essencialmente para o prazer, conforto e lazer dos mais afortunados.

A alfabetização, a educação formal, proposta por Bacon, vem


a suplantar, a educação oral ao invés de desafiá-las, práticas e

Capitulo XI
normas, que se perpetuaram durante várias gerações, talvez até
lentamente, com todo o seu repertorio anedotário, narrativas,
exemplares, muito do que se imagina é que essa tendência deu certo,
que foi fácil a educação formal sobrepujar a oral, junto com os rituais
de magia, feitiçaria e superstições, entretanto Peter Burke em
Estudos sobre cultura popular na Idade Moderna, nos diz que as
resistências foram teimosas, as defesas dos costumes no século
XVIII, vale salientar que alguns desses costumes, essa defesa a
tradição, poderia ser inventada recentemente, com o intuito de exigir
novos direitos. Afinal, os processos de mudança verticais, vindo de
cima pra baixo, são quase sempre entendidos pela plebe, como uma
exploração, e geralmente o é, uma destruição violenta aos padrões
vigentes desde da ancestralidade, por isso a cultura popular é
essencialmente rebelde, porque defende a tradição, os costumes,
contudo quando procuram a legitimação de seus protestos quase
sempre retornam as regras do jogo paternalista, de uma sociedade
autoritária, selecionando os “melhores” representantes, o que
Thompson configura uma grande ambiguidade dentro desse sistema.

A oralidade é uma dimensão cultural, que dentro dela,


desenvolve-se seu próprio código de conduta, com suas sanções, de
formas não-racionalizadas, os populares exercem suas forças, pela
intimidação, distante dos procedimentos mecanicistas de
intimidação estatal, sem imagens, sem líderes carismáticos, não
fazem peregrinações, ao invés disso leem volantes, e conversam nos
bares, e algumas vítimas dessa cultura não são vistas com horror, a
sanção é um meio de retornar a sociedade, de expiar seus "pecados".

No sentido marxista tradicional, a história do homem, era a


história da luta de classes[4], uma visão estática e até anti-histórica
da categoria de classe social ,se buscava no passado focos dessa
consciência, buscavam-se regularidades, quer dizer, eles adaptavam

Capitulo XI
a teoria clássica marxista numa dimensão planetária, aos eventos
estudados, entretanto diversos empecilhos existiam diante de um
caixão menor que o defunto, muitas vezes a teoria não cabia no
evento, e vice e versa, e era preciso forçar, manipular, transfigurar,
para Thompson,a consciência de classes, só existe na ação coletiva
dos trabalhadores, independente da ideologia que está lhe
alavancando, se a defesa das tradições, se é a religiosidade, e etc.,
pra Thompson a classe não é uma coisa, que você vê andando na rua
e identifica, ela é uma relação, a classe operaria não surgiu como o
Sol numa hora determinada, ela se desenvolveu, no seu próprio fazer-
se, é uma categoria histórica que se faz no tempo, é um processo, os
sociólogos gostam de analisar as classes como uma pedra, que pode
ser mensurada, medida, avaliada, classificada, rotulada, que define
quem é burguês, quem é proletário por referenciais esquemáticos, é
julgado quem condiz, quem não condiz, dizem de que lado cada um
samba.

Para Marx a classe operaria era formada pela própria


burguesia, que é a classe que antagoniza com o proletário
intrinsecamente, já para Thompson a classe operaria nem sempre
aprende com a burguesia, na Formação da Classe Operaria Inglesa,
Thompson recorta geograficamente e temporalmente, um período
que abrange as práticas como a do Luddismo por exemplo, nesse
conflito de transição, os artesãos, oficiais sentem-se lesados, e
elegem Ned Ludd como o grande justiceiro no imaginário coletivo,
um justiceiro das tradições, que nada tinham a ver com os
posicionamentos marxistas diante da exploração industrial, muitas
distinções são enfatizadas por Thompson entre interesses e valores
que davam sentido à ação coletiva.

Capitulo XI
Figura 91. Composição Volumétrica de uma Catedral Romãnica.

[1] A Casuística é um sistema de análise que leva em


consideração um conjunto de elementos que agravam ou atenuam os
prováveis pecados. O probabilismo coloca o desejável a uma certa
distância do exigível. A proliferação desses manuais foi
característica principal do renascimento tomista que ocorreu na
península ibérica durante todo século XVI, influenciados sobretudo
pelas decisões do Concílio de Trento.

[2] Mercúrios é o Deus Romano do comércio, venda, lucro.


Mercato é como também se chamam as feiras. A pecúnia é o elemento
moral que busca aumentar os estoques de metais nos cofres de uma
minoria.

[3] Sinônimo de dinheiro, valores financeiros, cambiais,


moeda.

[4] Na realidade, Marx nunca se propôs realmente a definir


classe, esses conceitos foram os que ganharam maiores
repercussões, e foram atribuídos a Marx.

Capitulo XI
O Neoclássico

Figura 92.Frontão, elemento de coroamento superior da composição clássica

O Neoclássico é um movimento que vai do final do século XVII


do final do século XIX. O Contexto em que ele surge é bastante
conturbado e a Europa passa por transições políticas irreversíveis
com o surgimento dos movimentos trabalhistas e do anarquismo.

Quando Tocqueville se refere a revolução francesa, é com uma


arrogância desmedida, "nunca houve acontecimento maior", em suas

Capitulo XII
palavras, nem mesmo um gênio como Frederico seria capaz de prevê.
O futuro seria um elemento temporal passível de previsões?

- A verdade é "eterna e intemporal", e onde a verdade se


encontra?

Em documentos secretos que relevam o intento das multidões


de ameaçar o poder da realeza. A fonte que Tocqueville privilegiada
é adjetivada de secreta, alguns temiam o poder do antigo regime
aumentar, outros deduziam que as faculdades de uma França
aguerrida ficariam só na memória, e a França, é mamãe desde os
gauleses que brilharam outrora por armas.

As fontes documentais que Tocqueville estuda são


tradicionais, a perspectiva de história é linearizada. Onde Tocqueville
encontra sinais de uma gradual decadência das instituições
medievais?

Figura 93.São Jaime Palácio

Capitulo XII
Figura 94. Campo de Marte, arquitetado por Mf.V. Blavette.

Nos arquivos, os “terriers” indicavam os limites de terras


enfeudadas, o foro, os serviços, e a impressão de progressividade
das luzes oriunda da sociedade civil, e as trevas da barbaria política.
Os que os homens medievais ignoravam ou reproduziam é que uma
realeza senil possui algumas prerrogativas que inspiram apatia,
conforme o funcionalismo público iria se hierarquizar, substituindo
uma aristocracia decadente. Isso também acontece na Inglaterra,
igualdade perante a lei, publicidade de debates, igualdade de

Capitulo XII
encargos, principio desconhecido dos medievais. Porque
Tocqueville considera tão importante a decadência da aristocracia,
porque discernir entre privado e público, é uma característica típica
dos modernos.

"O curso da revolução é sentido na língua, nos costumes, nos


usos, no governo, na estrutura, existem acontecimentos tanto perto,
quanto longe que já dava pra ver essa a revolução como uma
verdade, mas ninguém consegue-os julgar com discernimento o que
está para acontecer, a revolução nasce em meio as mais incertas
expectativas, alguns atribuem as causas a ação maligna, outros a
renovação benigna do senhor deus." (TOCQUEVILLE)

Dialogando com Tocqueville sobre a contradição do


nascimento da revolução, a contradição é justamente no fato de
nenhum gênio conseguir enxergar o seu curso, nenhum
contemporâneo conseguiu ter um insight sobre o que estava por vir,
mesmo que estivesse tão claro o seu curso, um curso que por horas
adquiriu fisionomias monstruosas. Será que dava pra evita-la?
Tocqueville deixa subentendido que sim.

Figura 95. Urbanismo Parque São Jaime em Londres

Capitulo XII
Figura 96.O capitel é a extremidade superior de um pilar, alocado sob o fuste.

Capitulo XII
Para Tocqueville a causa principal do incidente foi a filosofia
do século dezoito, quer dizer, uma minoria, letrada, tornaria outros
fatores da revolução meras particularidades.

Figura 97. O trabalho em vitral se populariza e sai das Igrejas


para o programa de necessidades das fachadas residenciais.

A bisegmentação dessa filosofia se dá em questões


fundamentais, de natureza durável como a igualdade natural dos
homens, abolição do privilegio de castas, classes ou profissões,
soberania ao povo, e em outra parte da doutrina, eles atacavam a
Igreja, por serem ricos proprietários de terra, detentores do poder,
note que dizimadores vem logo antes de administradores.

Capitulo XII
Tocqueville ressalta o perigo em equacionar revolução com
hostilidades a Igreja Cristã, e que era uma questão de tempo o ódio
que inspirava esses ataques empalidecerem. Rapidamente a Igreja
passaria pro lado dos revolucionários.

Ele afirma que em


certo momento, é possível
ver a revolução
derrubando ao mesmo
tempo todo todas as
instituições, e todos os
costumes, destruindo
toda a ordem,
assemelhando-se até com
o anarquismo, porém não
era nada disso.

Ninguém tinha
visto desde a queda de
Roma um poder
semelhante, apagou
tradições, renovou
Figura 98.Hotel Maison Boulevard De
hábitos, atacou os Denain,Paris, Arq. Dupard
poderes estabelecidos, e
criou um poder cem vezes mais forte daquele que o derrubou. A
aristocracia é substituída por funcionários, os privilégios locais por
uma uniformidade nas regras, a diversidade de poderes pela unidade
do governo.

Para Tocqueville a história política extrapola todas as suas


significações, primeiro como um historiador tradicional, não
consegue pensar em uma história que não cultue esse aspecto, ele
chega a

Capitulo XII
desafiar algum "revistador" mais curioso a achar uma
revolução que se comparasse a francesa. Schiller também cultuador
da política, sabe que a guerra dos trinta anos reformaram os século
XVI, mas não é possível incluir a revolução francesa dentro das
guerra religiosas que antecederam o 1789, o cidadão é considerado
de maneira abstrata, fora de qualquer sociedade particular, da mesma
maneira como as religiões consideram o homem em geral,
independente do país e da época.

Figura 99. Estilo Eduardiano em todo seu esplendor

Capitulo XII
"Tudo que antecede teve a finalidade de focalizar o assunto".
Traduzindo em miúdos, olhemos as coisas às avessas, encadeando
linearmente antecedências com finalidades: Quais foram as razões
exatas pelas quais a fizeram? Indaga o curioso Tocqueville, e a
resposta vem logo depois:

Figura 100. Estilo Paladiano

“- Aumentar o poder e os direitos da autoridade pública, que


tinha por base a igualdade de condições, fazendo ruir uma
aristocracia parasita, que dominava a séculos a maioria dos povos.”

Capitulo XII
”Dez gerações trabalharam renitentemente para esse
acontecimento, que nada tinha de fortuito, ia acontecer cedo ou
tarde”, engraçado essa concepção de história, escuta Tocqueville,
revolução soa muito romântico, você tem que aprender que essas
coisas aconteceram no mundo inteiro, as vezes a convulsão é
grande, mas na maioria das vezes nada acontece.

Na Alemanha até o fim do século XVIII a servidão ainda era


utilizada, os soldados de Frederico II eram servos, os servos têm de
obedecer a justiça dominical que vigia sua vida privada, para punir
sua preguiça ou intemperança. Não se pode mudar de posição social,
nem profissão, nem se casar na ausência do senhor, a corveia
continua sendo uma constante pode até ter terras, mas não pode
hipotecá-las, nas heranças uma parte é retida pela senhoria.

Figura 101. O programa de necessidades do estilo Vitoriano Inglês.

Capitulo XII
Figura 102. Evolução do Capitel Coríntio

Dividir as terras, foi um dos efeitos da revolução, só que


medidas como essas já tinham sido obtidas em revoltas que
antecederam o 1789, pelo menos vinte anos antes. Para a revolução
ser compreensível desse ponto até 1860 onde também é considerado
um marco referencial de ruptura das antigas tradições que foram
eclipsadas, o anarquismo é afastado as margens do movimento
internacional. Os partidos agora tinham como ideal se organizar
nacionalmente, concentrados na arena parlamentar. As

Capitulo XII
liberalizações de 1867-71 permitiam agitações legais em escala maior
que a local. Tendo como Marx e Engels os principais consultores dos
movimentos socialistas europeus.

Os movimentos na Alemanha, Grã Bretanha, império czarista,


na península Ibérica, nos Bálcãs representaram para esquerda
europeia novos rumos. Foram os primeiros partidos nacionalmente
organizados. Havia também entidades de importância local, mas a
repressão do estado e a precariedade da comunicação levou-os a
efemeridade.

Figura 103. Alguns tipos de Domo.

Capitulo XII
A nova geografia do socialismo abriria novos partidos, na
Escandinávia o partido era forte bem como nos países de língua
alemã, os mais fracos se encontravam no mediterrâneo e nos Bálcãs.

Figura 104. Fachada da Igreja de São Floriano. A colunata é o


segundo elemento da composição Neoclássica.

O socialismo contaminava as eleições na Bulgária em 1913,


avançava para Finlândia, Noruega e Suécia, que ganhavam apoio

Capitulo XII
rural. Legalidade, a constituição parlamentar em paralelo com a
industrialização garantia direitos democráticos.

Na nova geografia existia alguns empecilhos como o


anarquismo embaçando o movimento socialista, como um meio
antiparlamentar, anticentralizador e a ação direta geralmente
chamada de sindicalismo revolucionário. Isso se aplica a Espanha e
aos seguidores de Bakunin, que substituiu Marx no final da década
de 1860, onde o atraso econômico e a fragilidade do liberalismo
tolheram os socialistas espanhóis. Mesmo na Itália que já tinha uma
herança anarquista o partido conseguiu avançar, a França que foi um
caso anômalo por volta de 1914 o republicanismo francês havia
legado à esquerda francesa a experiência democrática parlamentar
numa economia forte, ainda que desigual, no processo de
industrialização. Assim os votos socialistas continuavam
surpreendentemente baixos mesmo que na história dos
trabalhadores franceses eles são a vanguarda do radicalismo
europeu em 30-48 e 1871.

O centro dos trabalhadores na Espanha, as camere del lavoro


italianas ou a bourse du travail francesa. Tratava-se de centros ativos
da cultura socialista que misturavam-se a funções de bolsa de
emprego, sindicato, recurso educacional, instalação recreativa, local
de reunião, centro de informação aos cidadãos, nucleio de agitação
e fonte de moralidade socialista, originada das antigas tradições de
auto ajuda, ajuda mutua e cooperação, mas essas câmaras também
era novas e improvisadas pelos assalariados proletariados urbanos
ou rurais.

Capitulo XII
Figura 105. Detalhamento do Frontão Central Renascentista.

Capitulo XII
Figura 106.Conjunto de composições c/ elementos superiores e centrais

Na Grã Bretanha bem como na Itália e na França, o paradoxo


era que as nações de capitalismo mais avançado e sociedade mais
proletária tinha os menores eleitorados socialistas. Porque era o
partido liberal que canalizava essas forças, mantendo na
marginalidade as políticas socialistas. O lugar do trabalhismo se
ajustou muito bem a estrutura liberal antiga, tendo duas fases: a
primeira ocupa uma lacuna entre a segunda internacional, e a outra
começa com as fundações balcânicas e polonesas do início dos anos

Capitulo XII
de 1890, terminando em 1905 com a revolução na Rússia. Claro que
as outras fundações que surgiram posteriormente tinham sua política
socialista retardada porque os povos eram analfabetos, não existia
cultura pública, desigualdade na industrialização, encontra-se muitos
exemplos do aqui exposto no leste Europeu, no Império Habsburgo,
na periferia meridional da Espanha, Portugal e grande parte da Itália.

Figura 107. Consoles para ornamentação de mãos francesas e


pinaculos.

Os socialistas foram mais bem sucedidos onde os regimes


locais eram menos repressivos e hostil, para que a atividade

Capitulo XII
socialista pudesse deslanchar, necessitava-se ou do
desenvolvimento capitalista ou de tradições de políticas liberais, por
mais ilimitadas que fossem.

O progresso da social democracia antes de 1914, vemos o


partido finlandês(SDP) fundado em 1903 com maior performance
socialista do eleitorado em 1906, justamente porque era onde a
repressão era mais frouxa, bem como a Suécia em 1907, arrastando
cento e trinta e três mil votos, a título de comparação a Alemanha
tinha invejáveis 34,8% de eleitorado socialista, que era justamente
nos países de língua alemã onde a mentalidade socialista era mais
forte, tendo como guia de ações as internacionais lideradas por Marx
e Engels. A Grã Bretanha (LP) na tabela tem uma porcentagem
ridícula de inexpressivos 7% em um mais que encabeçava a
industrialização, entretanto o Partido Liberal que concentrava as
forças do proletariado e a repressão era maior.

O neoclássico adquire muita importância para as belas artes


do século XVII até o fim da utilização da mão de obra escrava nas
construções civis. No Brasil, um dos últimos países do mundo a
abolir a escravidão por força da tradição optava pelo Neoclássico
pois era o gosto pessoal predileto do imperador e a sua corte tratava
de reproduzir como forma de simbolicamente mostrar que tem os
mesmas afinidades arquitetônicas da casa real[1].

Capitulo XII
Figura 108.Terceiro elemento da composição clássica é a escadaria

Capitulo XII
A construção da casa do Dr. Leite Maranhão marca o início da
influência do arquiteto Emilio Hinko que trazia tecnologias da Europa
no modo de pensar a residência familiar trazendo os banheiros para
dentro da casa, dando recuo para jardim, construindo dois
pavimentos ao invés de um porão que era a característica do
Neoclássico, sem frontão, sem colunata.

Podemos dizer que o Neoclássico passa a ser um maneirismo


a partir do momento que já não há mais influência da missão francesa
ou de Vauchier, ainda que a influência fosse bastante restrita a elite
dominante escravocrata tanto do açúcar, charque quanto do café,
que também já tinha sido uma arquitetura de contestação ao barroco
e ao rococó. Italiano e a casa que a gente escolheu coincidentemente
tem um ecletismo que recupera o barroco espanhol.

Figura 109. Croqui de uma varanda Neoclássica.

Capitulo XII
Figura 110.O mobiliário neoclássico tem consonância com a majestosa
ornamentação

Capitulo XII
[1] Desde o século XV até o presente, a arquitetura se manteve
sob a influência de três ficções. A despeito da aparente sucessão dos
estilos arquitetônicos, cada um com sua designação própria -
classicismo, neoclassicismo, romantismo, modernismo, pós
modernismo e assim por diante -, essas três ficções persistiram de
uma forma ou de outra durante cinco séculos. São elas: a
representação, a razão e a história. Cada uma destas ficções era
dotada de um proposito subjacente: a representação devia
materializar a ideia de significado; a razão devia codificar a ideia de
verde; a história devia resgatar a ideia de eternidade a partir da ideia
de mudança. A persistência dessas categorias no tempo obriga a
considerar esse longo período como uma manifestação de uma
continuidade no pensamento arquitetônico. refiro-me a essa forma
persistente de pensamento como o clássico [the classical] ( PETER
EISENMAN . O FIM DO CLÁSSICO p.223)

Capitulo XII
A Efetiva apropriação da
América
Foram muitas as atribulações dos donatários pioneros na
tentativa de povoar a parte portuguesa da América. Primeiro a
povoação se deu de forma extrativista do pau brasil. Depois a
economia girou em torno dos engenhos de açúcar, que até então
criavam gado vacum cavalar perto das plantações de cana. Segue a
Cópia do interrogatório de um tal de Pero Tourinho que capitaneava
na Bahia e se auto proclamava fundador de Santa Cruz, Porto Seguro,
Santo Amaro, Insuacome, talvez Santo André; e foi vitima de muitas
calunias por parte de inimigos além de ter contratado alguém para a
paroquia que não era sacerdote, eis a razão da Inquisição ter o
perseguido, segue o texto de inquirição do Padre Bernardo de
Aureajac, vigário, frei Jorge, capuchinho, Manuel Collaco, capelão do
duque de Aveiro, João Camello e Pero Rico, beneficiados da matriz,
João Bezerra, clérigo de missa, o da Bahia, juizes ordinários,
vereadores que se mostraram benévolos, exigindo apenas que
Tourinho prestasse fiança de mil cruzados, e de não se ausentar da
capital, na íntegra:

Aos oito dias do mês de outubro de 1550 anos, em Lisboa, na


casa do despacho da Santa Inquisição, estando aí os Senhores
deputados, mandaram vir perante si a Pero de Campo Tourinho,
capitão do Porto Seguro das terras do Brasil, e pelo juramento dos
Santos Evangelhos lhe fizeram pergunta.

Quanto tempo havia que era capitão do dito porto e capitania?


Disse que haverá desasete ou desaseis, e que ao tempo que lhe El-

Capitulo XIII
Rei nosso Senhor fez mercê da dita capitania estava em Viana de
Caminha onde era morador e aí nascera e fora batizado.

Perguntado em que cousas gastara seu tempo em quanto


estivera na sua capitania, disse que fizera oito Igrejas em que se dizia
missa, e que fizera oito vilas, nas quais em cada uma mandara fazer
uma Igreja, e que em Porto Seguro que é a principal mandara fazer
duas e assim mandara fazer muitos engenhos na terra e outras
cousas necessárias pera ela, a qual povoou de novo.

Perguntado se no tempo que Ia andou se se confessava e


comungava no tempo que manda a Santa Madre Igreja, disse que si
e que se confessava com um vigário clérigo francês, o qual tinha aí
em Porto Seguro e que também se confessava a um mestre Marcos,
o qual fora cura da Igreja do dito porto.

Perguntado se era lembrado, estando na dita sua Capitania,


dizer ou fazer alguma cousa que fosse contra nossa Santa Fé Católica
e contra o que tem e crê a Santa Madre Igreja, pera que de qualquer
cousa de que sentisse nesta parte sua consciência encarregada
pedisse perdão a Nosso Senhor e misericórdia a Santa Madre Igreja,
para ser recebido com muita misericórdia, disse que não era
lembrado dizer nem uma cousa que fosse contra a Santa Fé Católica,
antes reprendia as pessoas que via fazer o que não deviam.

Perguntado se era lembrado dizer alguma hora, quando fazia


alguma cousa, que, si Deus o não ajudasse nela, que diria que a fé
dos Mouros que era melhor que a dos Cristãos e que se tornaria
mouro, disse que nunca tal disse.

Perguntado se alguma hora dissera a certas pessoas que iam


ouvir missa: onde ides? não ides a ver Deus senão ao Diabo, disse
que nunca tal disse.

Capitulo XIII
Perguntado se dizia ele na dita sua Capitania que nem um dia
de Nossa Senhora nem dos Apóstolos nem dos Santos se haviam de
guardar e por isso mandasse trabalhar a seus servidores nos tais
dias, disse ene não, mas antes os mandava guardar e festejar;
somente que reprendia ás vezes o vigário francês por dar de guarda
S. Guilherme, e São Martinho e S. Jorge e outros Santos que não
mandava guardar a Santa Madre Igreja, nem os prelados mandavam
guardar em suas constituições, porquanto a terra era nova e era
necessário trabalhar para se povoar a terra e fazerem-se algumas
cousas do serviço de Deus.

Perguntado se era lembrado dizer alguma hora que merecia


mais que os Santos Apóstolos e que, se Deus lhe não dava alguma
cadeira mais alta que a dos Profetas, que guardasse seu paraíso,
disse que nunca tal dissera, somente dizia ás vezes, vendo que
trabalhava da noite e de dia com muitos cuidados: que mais trabalhos
podia ter S. Pedro que ele?

Perguntado se dissera alguma hora que não havia de pôr


candeias a Santo Antônio, nem lhe dar esmola, antes havia de tirar a
imagem dele do altar por lhe fazer fugir os seus escravos, disse que
nunca tal dissera, mas antes lhe fazia dizer missas e fez fazer a sua
confraria, a qual os confrades não pagavam e ele a pagava.

Perguntado se dissera alguma hora que aí não há tantos


Santos de guarda e que si havia tantos que os bispos os faziam por
fazerem as vontades a suas mancebas que lhe pediam, disse que
não; somente por rir dizia alguma hora, quando via que mandavam
guardar algum Santo que a Igreja não mandava guardar por não estar
no Calendário, dizia que o prelado o mandava guardar por ser com
nome da sua manceba, e que quem era preguiçoso por jogar e folgar
buscava muitos Santos, e que isto tudo disse pera animar os homens
que trabalhassem pera que a terra se povoasse o se fizesse o que era

Capitulo XIII
necessário e se aumentasse a Fé Católica. Perguntado se disse
alguma hora contra a bem-aventurada Santa Luzia que era uma
mulherzinha por aí, disse que não, mas antes lhe fizera fazer um altar
muito honrado e lhe mandava dizer uma missa cada semana.

Perguntado se dissera alguma hora que os bispos eram uns


bugiarões e tiranos que casavam e descasavam e faziam o que
queriam por dinheiro, disse que não dissera tal e que lhe lembrava
mais entender em seu trabalho e no bem da terra que dizer tais
cousas, e que quando lhe diziam que os prelados tinham rendas e
folgavam, que ele dizia que estes tinham tanto trabalho como os que
trabalhavam de pela manhã até noite e isto com suas ovelhas e com
o cuidado delas.

Perguntado por que razão deitara de pregador a um frei


Francisco que aí pregava na Igreja, disse que não o lançara daí, mas
que ele se fora e lhe pagara tudo o que lhe devia, e que a causa que
se fora era por dizer que se queria ir por ali lhe pagarem seu trabalho
em açúcar e em outra parte lhe pagarem em dinheiro, e que este frei
Francisco dissera um dia no púlpito que se alevantara Deus para
tomarem a bendição a Barzabu, e que o povo se escandalizara disso
e ele tornara a dizer no púlpito que se não escandalizassem do que
dissera, por que ás vezes queria um homem dizer uma e escapavam-
lhe outras, e que era castelhano e estava agora em Pernambuco.

Perguntado se dissera alguma hora que Deus lhe dizia que,


com quanto ele fosse capitão que não havia de vir guerra à terra e
que não’ era necessário reparo, disse que não; somente dizia ao
povo, quando lhe ouvia falar em guerra, que não houvessem medo
que Nosso Senhor tinha cuidado deles e que fossem trabalhar e fazer
o que haviam de fazer e não houvessem medo.

Capitulo XIII
Perguntado se dissera que, quando um frei Roque dizia missa
e alevantava o Santo Sacramento, que não alevantava a Deus senão
ao Diabo, disse que nunca tal disse, mas que antes lhe dera dinheiro
para lhe dizer quatrocentas missas e que ele lhe não dissera nem
uma, e quando morreu lhe mandara deixar o dinheiro que lhe dera.

Perguntado se tinha algumas pessoas que lhe quisessem mal,


disse que si, como era um Duarte de Siqueira, que já é falecido, e um
Belchior Alvares, e um Pero Mousinho, e Diogo Fernandes e Gaspar
Roiz e João d’Outeiro e André Ferreira e Lopo Vaz, alcaide, e
Domingos Martins, e Francisco Bruza, castelhano, e Duarte
Fernandes, e Francisco Gonçalves, e Gonçalo Anes e Aleixos de
Souza, pedreiro, e Joanne Anes e Francisco de Sadeiros e Jorge
Martins, Bartholomeu Doran, castelhano, e João Vieira e Pero
Gonçalves e Gonçalo Fernandes, vereador, e Gaspar Fernandes,
tabelião, e que todos estes estavam mal com ele, por ele bradar com
eles que não queriam trabalhar e lhes reprendia seus vícios e os
castigava e prendia quando era necessário, pelos males que faziam
aos índios, dormindo-lhes com suas mulheres e filhas e faziam outras
coisas que não deviam. Perguntado si queria estar pelos autos que
contra ele vieram do Brasil, disse que tudo o que contra ele diziam
era falso, por que os que contra ele testemunhavam eram seus
inimigos, nomeando os sobreditos e outros que lhe queriam mal por
ele fazer o que devia e os castigar e ai não disse. — Paulo da Costa o
escrevi.

E disse que as pessoas que têm nomeado de sua Capitania e


estes podiam trazer outros que testemunhassem contra ele e diriam
o que queriam e fariam o que quisessem depois que o não viram na
terra. — Jorge Gonçalves Ribeiro. Pero do Campo. Ambrosius.

(Arquivo da Torre do Tombo, Inquisição de Lisboa. Processo


8821)

Capitulo XIII
A disciplina que trata do colecionismo e estudo das moedas e
medalhas chama-se numismática. Disciplina que se relaciona com a
arte, com a história, com a economia, com a epigrafia, geografia,
heráldica, simbologia, a química, a metalurgia.

É bem evidente a relação da numismática com a história


política, por serem documento emanado pelo poder público. As
moedas expressam muitas convicções dos emissores.
Historicamente podemos estudar quando e onde foram feitas; é
possível saber qual a sua forma de governo, qual a suas atividades
econômicas, quais as grandes personalidades, os materiais que são
utilizadas para fabrica-las, as legendas gravadas na moeda, os
valores morais e até espirituais, o imaginário, os ideais, indica o
idioma , o tipo de organização sócio-política, aspectos matemáticos
como o sistema monetário, perímetros, circunferências, área. As
moedas podem ser emitidas e cunhadas até mesmo se relacionando
a eventos esportivos como os jogos olímpicos.

O estudo da moeda remete também a picaretagens e


presepadas. Por exemplo, a borda serrilhada das moedas foi um
advento interessante pois era muito freqüente, raspar a borda das
moedas de metais mais nobres (ouro e prata) para juntar esse
mesmo metal em pó, diminuindo o diâmetro da moeda e o seu valor
no peso, porém o valor facial continuava o mesmo. Ação fraudulenta,
mas que também tem implicações econômicas, pois segundo
postulou o conselheiro da Rainha Isabel I da Inglaterra Sir Thomas
Gresham que " a moeda má expulsa a moeda boa", essa moeda que
foi serrada(a má) fica mais leve e consequentemente circula mais
rápido, enquanto isso a "boa", isto é, a mais pesada tende a ser
entesourada.

Capitulo XIII
A riqueza natural também deixa seu rastro nas moedas,
através dos brasões. plantas e animais que tanto figuram no anverso
de muitas moedas.

As utilidades que o homem determinada a moeda, não são


unicamente relacionadas ao valor de troca como querem os
economistas, pois desempenham papel importante na própria
confecção de rituais religiosos como o de: Igba Éxu ou assentamento
de Éxu(como vários outros assentamentos), são utilizadas em
simpatias; é tradicionalmente utilizada por ilusionistas. As moedas
são lançadas em fontes para se obter desejos, as moedas são
colocadas na boca dos do mortos, na mão ou nos olhos(dependendo
do ritual fúnebre), isto é; as moedas extrapolam em muito sua
utilidade pragmática de compra e venda, nesse sentido ela não é tão
somente uma mercadoria.

Figura 111.Guia da Casa da Fundição de São Felix (1773).

Capitulo XIII
Nesse capítulo tentamos situar as moedas que estão sob o
recorte da independência nas Américas. Usamos a moeda como
fonte de problematização histórica.

Figura 112. 40 réis do Brasil cunhados em chapas de cobre provenientes da


Inglaterra por “Williams & Grenfell”. Reverso e Anverso.1825.

No início do período colonial, o meio circulante foi sendo


formado de modo aleatório, como as moedas a princípio eram
trazidas pelos colonizadores, invasores e piratas que
comercializavam na América. Assim, ao lado das moedas
portuguesas e hispânicas, circularam também moedas das mais
diversas metrópoles. Cunhadas em ouro, prata e cobre, essas
moedas tinham os seus valores estabelecidos em réis, onças,
dobrões, libras cada metrópole emitia suas moedas com
denominações próprias.

A partir de 1580, com a formação da União Ibérica, verificou-


se uma afluência muito grande de moedas de prata espanholas
(reales), provenientes do Peru, graças ao florescente comércio que
se desenvolveu através do Rio da Prata. Até o final do século XVII, os
Reales espanhóis constituíram a parcela mais expressiva do dinheiro
em circulação no Brasil.

Analisadas mais de três centenas de moedas, devo sublinhar


que não é diminuta a quantidade de moedas que veiculam imagens
de sua respectiva independência, essa é a generalidade das moedas
da América independente, que já vem sendo emitidas desde do
começo do século XIX.

Capitulo XIII
As exceções, são apenas onze, que "ainda" permanecem na
condição de colônia.

Figura 113. 20 mil réis. 1726.

Exceção única é uma ex-colônia britânica na América que se


tornou autônoma porém não veicula nas moedas o seu processo
independência, são as moedas do Canadá, pois reconhece a
monarquia britânica e exibe em seu anverso a imagem de Elizabeth
II, tal qual as moedas inglesas anteriores ao euro. Uma vez que as
províncias do Novo Mundo vão se constituindo como estados
independentes, os governos se esforçam para enfrentar algumas
urgências do tipo fiscal. Uma dessas respostas é a emissão de
moedas para financiar gastos administrativos e pagamento de
militares e civis que prestam serviço público. Existem emissões de
bilhetes que asseguram "pena de morte aos falsificadores. É, parece
que o dinheiro é um assunto mais tão sério que pode custar até vidas.

Figura 114.Os louros representam a vitória através da luta. O lema nacional é união
e liberdade. O Sol nascente representa o surgimento de uma nova nação.3

3
Fonte: http://www.lanacion.com.ar/ Domingo 15 outubro de 2006 Autoria: Carlos
Ortiz de Rozas

Capitulo XIII
Em união e liberdade é o lema do Estado argentino. Foi
estabelecido pela Assembléia Constituinte de 1813 , durante a Guerra
da Independência da Províncias Unidas do Rio da Prata. Pode ser
visto em todas as moedas do peso, atualmente em circulação. As
mãos representam solidariedade e união, a vara representa um cetro,
ou bastão,representa o Estado e o chapeu representa a liberdade.O
barrete frígio famoso durante a revolução vermelha, os
revolucionarios franceses usavam um chapeu vermelho com o topo
puxado representando a liberdade, ganhando o nome de
republicanos vermelhos.Via de regra; a numismática patriótica nasce
com a promulgação das constituições pelas assembléias das regiões
que buscavam autonomia no começo do século XIX. Essas regiões
começam a forjar a idéia de uma população plenamente identificada
com a pátria, com a sociedade nacional, principalmente em termos
de limites geográficos, pois a moeda só é valida dentro do espaço
nacional, por isso tão necessário sempre expandir a área de
influência.

O condor simboliza a busca de


horizontes. O louro significa o triunfo.
O ramo de Oliveira simboliza a paz. Os
estandartes se referem as três
bandeiras Tricolores dispostas a cada
lado do óvalo com seus respectivos
mastros a bandeira.
A disposição dos fuzis simboliza as
armas. O gorro frígio simboliza a
liberdade. O óvalo, contem um campo
azul, contém dez estrelas douradas.
O cerro rico de Potosi representa as
minas de prata descobertas em 1545,
remete a riqueza natural.
Figura 115.A união faz a força é o O Feixe de trigo simboliza os recursos
lema nacional da Bolívia definida na
naturais do país. A palmeira simboliza
Constituição do ano 1825 . É a
proclamação dos guerreiros vitoriosos da
a riqueza vegetal. As estrelas
Guerra do Pacífico.4 representam cada departamento da
Bolívia.

4
Fonte de imagens: http://www.rondomons.nl

Capitulo XIII
As Antilhas são um aglomerados de ilhas e ilhotas desde o
seu batismo (incluso os nomes religiosos) pelos espanhois, a região
virou um cenário ideal para as metrópoles disputarem o controle da
região. Devido a falta de unidade geográfica da região foi possível
dividir como uma pizza as Antilhas para Holanda, Dinamarca,
Espanha, Estados Unidos, Reino Unido.No Século XVII, Inglaterra,
frança, Dinamarca, Holanda exploraram as Antilhas com intuito de
estabelecer colônias.No século XIX, as revoluções enfraqueceram o
domínio colonial em algumas das ilhas maiores. Várias ilhas
tornaram-se nações independentes, como Haiti, Republica
Dominicana. No final do XIX, a revolução em Cuba contribuiu para
levar os Estados Unidos da América à guerra hispano-americana.
Após a Guerra, Cuba tornou-se independente e os E.U.A. obtiveram
a posse de Porto Rico. Em 1917 os E.U.A. compram da Dinamarca as
Ilhas Virgens. No século XX, a política desses países independentes
foi na base da ditadura. De 30 a 61, foi Rafael Trujillo na Republica
Dominicana. Paul E. Magloire e François Duvalier no Haiti. De 24 a 29,
Gerardo Machado e Fulgêncio Batista em Cuba até 1959 quando Fidel
instaura outra ditadura sob as bases socialistas.Em 58 instituiu-se a
Federação das Antilhas para algumas ilhas que se encontravam sob
domínio britânico. A federação foi dissolvida em 1962 quando
Jamaica e Trinidad Tobago tornam-se independentes.

Figura 116.Empresa Cubana de Acuñaciones (Eca) faz uma homenagem a Martí em


seu Anverso.5

5
Conferencia Monetaria Internacional Americana(1889-90)

Capitulo XIII
Figura 117. Canhão de Bombarda Naval, principal elemento de artilharia pesada
das galeras que concedia superioridade tática em combate pois acertava o alvo através
de um longo alcance.

O procedimento para o efetivo apossamento das terras se deu


de muitas maneiras no Nordeste fora através do mecanismo da
sesmaria. Em Ceará, o sistema de produção agrícola adotado tinha
como principal característica as baixas produtividades, fruto de
instrumentos agrícolas rudimentares. Isto fazia com que ocorresse
uma grande redução na oferta de produtos e quando havia estiagem
faltavam reservas de alimento e pasto para as criações, desse modo
dizimando pessoas e animais por inanição. O problema da pecuária
no Nordeste estava de tal forma em situação de desequilíbrio que
para o historiador é muito interessante poder esmiuçar tal assunto. A
pecuária foi o aríete da colonização no sertão ao longo do século XVII
e XVIII. A boiada escorreu pelo agreste tendo o rio Acaraú, Jaguaribe,

Capitulo XIII
Poti e São Francisco como estrada. O gado de corte fora considerado
outrora a “vocação” do sertão [1]; falsa crença decisiva para catalisar
uma profunda crise na estrutura [2] econômica erigida pelo árduo
trabalho dos imigrantes devido a insustentabilidade socioambiental
dessa produção no território rural do sertão. O enfoque que a
administração pernambucana destinou ao Ceará, Paraíba e Rio
Grande do Norte privilegiava uma orientação mercantil interna. Desse
modo desenvolveu-se nas ribeiras dos rios um sistema de produção
agressivo. Aspecto muitas vezes exaltado pelos cronistas cearenses
e pernambucanos devido sua lucratividade, porém terminou
culminando na completa desestruturação do ciclo [3] econômico do
gado. O desfalque do rebanho fora tão significativo que frustrou as
atividades das oficinas e açougues, somente sendo revitalizado pelo
trabalho e competência de José Martiniano de Alencar por volta de
1836.

Para essas afirmações sobre a colonização no nordeste


brasileiro realizamos a análise das principais características da
estrutura agrária ao norte da província cearense no período de onze
anos antes da ruptura com Pernambuco. Tal parte da pesquisa é
desenvolvida para auxiliar os historiadores que desejam
compreender a estrutura fundiária dos criatórios cearenses. Nela é
indicada a presença de extensos latifúndios pecuaristas, manejados
por homens livres e laborado por mão de obra escrava.

Quanto ao rebanho de gado vacum na região, podemos


estimar em até 80 mil unidades (ou o dobro). A pecuária era uma
atividade exercida por grandes e pequenos. Uma média de 200
cabeças por fazendas. A realidade que o banco de dados aponta é
que a agricultura de subsistência era estabelecida conjuntamente
com a pecuária, visto que as fazendas "mistas" possuíam cercas.

Capitulo XIII
A existência de uma agricultura de subsistência
principalmente de milho, mandioca, feijão e arroz. A partir do último
quartel do século XVIII podemos destacar a produção de algodão. Um
grande exemplo disso é o sítio de propriedade do Tenente Inácio da
Silva de Araújo denominado “Almas”. Ele é morador e proprietário.
Ele criava 100 cabras. 60 ovelhas. 77 cavalos e 750 cabeças de gado.
Possui 09 escravos. 18 Machados. Senhor Inácio é Tenente e
podemos admitir através dessas informações que existia a
organização de uma hierarquia dentro do patriarcalismo cearense.
Tenente Inácio tem um grande rebanho de gado vacum, é residente
no sítio e possuí um bom número de escravos pelo menos mais que
os seus vizinhos. Governador Manoel Ignácio de Sampaio em 1818
ordenou ao seu ajudante Antônio Jozé da Silva Paulete que fizesse
um mapa do Ceará. Silva Paulete arrogou à Sobral, o litoral de
Camocim, baixo e médio Acaraú, Uruburetama e sertões de Canindé.
Equivalente a toda bacia hidrográfica do Acaraú que conhecemos
atualmente, reputada em 14.500Km², sendo, portanto, considerada a
segunda maior bacia do Ceará com o maio rebanho de gado. Nesse
momento tem importância citar Sobral, Aracati e Icó pois para os
historiadores e economistas além de sua dimensão territorial bem
grande fora justamente o de representar grande nicho da economia
colonial portuguesa como subsidiária da atividade exportadora de
açúcar, pois quando em 1701 em carta régia fora proibido a criação
de gado no litoral não excluiu a necessidade de carne para
alimentação e muito menos fora deixado de utilizar a energia animal
como força motriz das engenhocas.

Capitulo XIII
Quer dizer, é o mercado do mercado, pois Pernambuco já era
subordinado economicamente aos interesses da metrópole lusitana.
Daí pode-se entender que o compromisso social da pecuária em
Sobral no ano de 1788 fora de 3740 cabeças de gado destinadas a
navegar diretamente para os portos de Recife. Todas as entregas
devidamente catalogadas nos bilhetes de venda dos portos de
Camocim, barra do Acaraú e Itapagé.

Figura 118. O sobrado Neoclássico foi


concebido no Novo Continente como a morada
predileta dos Senhores de Engenho.

A delimitação do período de extrema crise é de 1789 até 1799.


As datas são estabelecimento de uma ordem documental. Esses 10
anos revelam a decadência das unidades produtoras de gado e o
desenvolvimento da cotonicultura ao passo que na historiografia
cearense vai ser interpretado à barganha de negociar diretamente
com Lisboa como sendo uma autonomia política maior.

Capitulo XIII
"Com o advento da produção algodoeira, aumenta a
necessidade de uma comercialização direta com Portugal,
intensificando-se as solicitações, neste sentido, pelas autoridades
representativas da Capitania à Coroa”(GIRÃO: 1996)[4]

Figura 119. Série de balaustras em terra cota para


formar grades simetricas para revestimento de piso e paredes.

O primeiro Governador do Ceará era cavaleiro da ordem de


Cristo, denominado Bernardo Manoel de Vasconcellos que tomou
posse de seu importante posto em 1799. Segundo Almeida é
anunciado que Vasconcellos já possuía representatividade na
colônia: “LISBOA 10 de Novembro: Por Decreto de 18 d'Outubro de

Capitulo XIII
1797. Governador da Capitania do Ceará, o Chefe de Esquadra
Bernardo Manoel de Vasconcellos.” [5].

A ruptura é de uma ordem econômica, mas a própria


historiografia portuguesa registra em suas efemérides a
desvinculação do Ceará em relação a Pernambuco como sendo um
grande marco político, como se o criar alfândegas, casas de
arrecadação e conceder títulos de nobreza fosse desfrutar de
autonomia, pelo contrário essas disposições só vinham a reforçar
ainda mais os laços coloniais.

"No Ceará contavam-se 972 fazendas..."(VARNHAGEN: 255)


[49]. O autor na estípula traz em números a quantidade de fazendas
de gado no ano de 1775. Como podemos ver, há pouca possibilidade
de considerarmos a quantidade como irrisória.

Em cumprimento da ordem do Capitão-General e Governador


de Pernambuco D. Tomás de José de Melo[6] tomaram a rol
obrigatoriamente todos os nomes de fazendas dos senhores, além de
declarar as terras e gados[7], também foram obrigados a fornecer
informações quantitativas sobre a colheita de legumes e a venda de
tais produtos. Sob pena de detenção e multa. Desconheço a situação
de alguém ter sido preso ou multado em virtude de não haver
declarado as posses.

Na região eram cultivados algodão, cana, fumo, arroz e feijão.


Tudo normalmente em pequena escala. As espécies nativas como a
carnaúba, a bananeira e os coqueiros não eram tão abundantes, o
que tornava o extrativismo pouco atrativo do ponto de vista
econômico. Como muito bem vai esclarecer Prado Júnior:

"A mediocridade desta mesquinha agricultura de subsistência


que praticam, e que nas condições econômicas da colônia não podia
ter senão este papel secundário e de nível extremamente baixo, leva

Capitulo XIII
para elas, por efeito de uma espontânea seleção social, econômica e
moral, as categorias inferiores da colonização."(PRADO JÚNIOR:
2006, p.161)[8]

Imbuído de um ânimo renovador, vamos sobrepor a leitura que


se tem da pecuária como categoria inferior da colonização, como
também inferior do ponto de vista ambiental, desse modo
incorporando a visão de que a degradação do meio ambiente foi
precisamente o elemento de maior relevância histórica, pois
acarretou os piores danos. Discussão que escapuliu Caio Prado,
Novais, Furtado, Capistrano de Abreu, João Brígido e Girão[9],
justamente por ser um debate levantado na atualidade[10].Simonsen
também é um dos que vai deter-se apenas nas questões relativas ao
alargamento das fronteiras e fornecimento de subsídios para
expansão de outras atividades econômicas.

“Alargadas as fronteiras econômicas, ocupadas as vastas


regiões dos sertões brasileiros, as economias e os capitais nacionais
estavam representados, em fins do período colonial, nos engenhos,
na escravaria e na pecuária. Foi a acumulação destes dois elementos,
pela mineração, que facilitou a rápida expansão da cultura cafeeira,
cultura esta que, pela sua natureza especial, exigiria fartos braços e
amplos meios de transportes. Não se houvessem acumulado no
centro-sul brasileiro essas massas da gente e de gado e não teríamos
os elementos suficientes ao desenvolvimento de outras atividades, à
expansão da cultura cafeeira e ao reerguimento econômico do
país...” (SIMONSEN,1937)[11]
Com toda certeza temos de incluir na pesquisa o desastre
ambiental da estiagem de 1790-1794[12] além de ter sido a pá de cal
na economia pastoril, custou milhares de vidas:

"A grande seca de 1790-94 foi um destes momentos. Ao atingir


fortemente os criatórios cearenses, em especial o Jaguaribe e Icó,
deixam as charqueadas de Aracati sem fornecimento de carne,
paralisando inteiramente suas atividades. Ocorre, que neste
momento as charqueadas gaúchas estão plenamente organizadas e

Capitulo XIII
ocupam rapidamente os mercados de Salvador e do Recife. Mesmo
Parnaíba, aproveitando-se da crise no Ceará, ampliará, em direção a
São Luís e Belém, seu raio de ação."(TEXEIRA DA SILVA)

Na conjuntura temos a crise da mineração, a revolução


industrial, o crescimento da indústria têxtil inglesa, as revoluções
burguesas. A própria Guerra de Independência nos Estados Unidos
vai inverter mais ainda a lógica de produção agrícola no Ceará e
superar o açúcar como monocultura exportadora.

"Por volta de 1790, o Brasil já exportava mais de 10% de todo


o algodão comprado pela Inglaterra nos mercados internacionais, e
na Paraíba e Maranhão o produto desbancava o açúcar como
principal fonte de riqueza, penetrando, inclusive, em grandes áreas,
antes ocupadas pelos domínios pastoris, sobretudo a partir da
abertura dos portos brasileiros ao comércio estrangeiro, em 1808.”
(SERRA)[13]
A produção pecuarista escravista do Rio Grande do Sul vai
abastecer e conquistar o nicho econômico que antes pertencia aos
pecuaristas escravistas cearenses[14].

No sentido religioso a região de Sobral era disputada também


pelo Maranhão: "A diocese do Maranhão alcançava até a Fortalezado
Ceará; a de Pernambuco até o rio de S.Francisco..." (VANRHAGEN:
1857 ,81) A diocese foi fundada em 1677 por ordem da bula Super
universas orbis Ecclesias.

Figura 120. Exemplo de


iluminação pública na Colônia e na
parte externa das residências.

Capitulo XIII
"É notório, portanto, que inicialmente o território do Ceará não
ocupava um lugar de destaque no processo de colonização da
América portuguesa, ora fazendo parte do Estado do Maranhão, ora
da capitania de Pernambuco. O Ceará tornou-se uma capitania
autônoma somente em 1799."(SANTANA)[15]
A Série Cartográfica utilizada na pesquisa é uma “Carta /
Marítima e Geográfica / da / Capitania do Ceará. / Levantada por
ordem / do / Gov. Manoel Ignácio de Sampayo / por seu ajudante
d’ordens / Antônio Jozé da Silva Paulete, 1817. Fonte: Gabinete de
Estudo Arqueológicos de Engenharia Militar (GEAEM). Lisboa.
Desenho Nº 4578.”

O Banco de dados pertence ao “Estudo do remanejamento da


pecuária na zona norte do Estado do Ceará, departamento de
recursos socioeconômicos”. Elaborado pela divisão de estudos
econômicos, SUDEC (Superintendência do Desenvolvimento do
Estado do Ceará) & UVA (Universidade Vale do Acaraú) – 1º volume.
1970 C.D.U. 636/639(813.1-17). Biblioteca Dr. José Guimarães Duque.
N de Tombo: 010305. Data 26/09/07), organizado pela professora
Luciara Silveira de Aragão e Frota.

O relatório das expedições científicas do botânico Manuel de


Arruda Câmara[16] nos ajuda a compreender em que nível de estudo
se encontra a ecologia e a botânica nesse momento. Também objeto
de destaque para Arruda é o que a geografia cearense tem de
singular; condições favoráveis para a produção do algodão, devido a
boa adaptação da planta ao clima. A preocupação com o clima,
remonta ao início do ciclo do algodão que começa antes do
esgotamento total do sistema de produção pecuarista.

Os empreendimentos até então da experiência agrícola no


Brasil foram marcados pelas tentativas de aclimatar os cultivos
naturais de Portugal, transferência notadamente fixada pelo
preconceito, pois o homem vai alterar a paisagem de acordo com sua

Capitulo XIII
bagagem cultural, no caso, latina e cristã, estabelecida em Portugal
ao longo da idade média.

Também mostra que o pesado trabalho de Câmara não estava


sendo em vão. A botânica ao longo do século XVIII vai trazer enormes
contribuições na orientação dos cultivos para as zonas rurais:

“...distingue três qualidades de terreno, para plantar


algodoeiros, entre elas a catinga. Catinga em todo o rigor do termo,
entende-se por hum terreno cheio, ou coberto de huma espécie de
cássia, não descrita ainda por Lineu, e que eu tenho dado o nome de
moscata. mas lato modo também se chama catinga hum terreno
cuberto de outro qualquer arbusto baixo, como é o marmeleiro,
valema, broterea velame, e tem se generalizado tanto este nome, que
até chamam hoje de catinga em algumas parte tudo o que não é
vargem, inda que seja coberto de mata virgem” (CAMARA: 1799, p.44)
"..do mesmo modo, do Ciará, para o norte, e ainda no interior dos
sertões, onde o cordão da serra, chamada Borborema, multiplica e
encapela os seus inumeráveis cabeos, como o Ibiapaba, Cariri-novo
e todo Piauy. Porque tal serra da Borborema, que considero como o
espinhaço da terra de toda a capitania de Pernambuco, forma hum
cordão de muitos centos de língua, sem interrupção alguma. Este
clima, que até aqui tenho descrito, chamam agreste." (Ibid, fls.47)

Segundo o dicionário de António de Morais Silva, natural do


Rio de Janeiro. Espinhaço significa:

Espinhaço. s.m .fig. Serie, ou continuação de montes.


Barreiros, "huma continuação de montes, a que alguns chamão
espinhaço do mundo" Barros, 4. D. "aquele grande espinhaço, e
corda de serranias”: "pelo meio dela (Ilha de Socotorá) ao modo de
espinhaço, "corre huma corda de serranias de huns picos altos, e
fragosos" Id, 2. 1. 3. "montes e serranias como espinhaço da terra

Capitulo XIII
para estabelecimento, e incorporação de umas partes com outras
(SILVA: 1831)[17]

O sucesso dos colonizadores [18] nesse momento vai ser


definido pela sua capacidade de implantar as suas tecnologias
agrárias, a reprodução de suas plantas e animais vai garantir a
eficácia da exploração do agente colonizador, para isso será
desenvolvido saberes científicos auxiliares ao plano imperialista
português.

É utilizado o “Projeto Resgate de Documentação Histórica.


Documentos manuscritos avulsos da Capitania do Ceará (1618-
1832).” Fora selecionada a Carta do ouvidor do Ceará, Manuel
Magalhães Pinto e Avelar, à rainha D. Maria I sobre a situação da
referida capitania, em 3 de fevereiro de 1787. (CT: AHU ACL CU 017,
caixa 11, documento 644 & APEC. Livro 16:Portarias, editais, bandos
e ordens régias)

É utilizada também as “Datas de Sesmarias do Ceará e índices


das datas de sesmarias: digitalização dos volumes editados nos anos
de 1920 e 1928 / Organização Arquivo Público do Estado do Ceará.
Fortaleza: Expressão Gráfica / Wave Media, 2006. 2 CD-Room
(Coleção Manuscritos/ Arquivo Público do Ceará, v.03)” como fontes
suplementares, pois não abrangem o recorte, porém são importantes
para compreender a dinâmica do apossamento de terras. Bem como,
utilizamos como fonte suplementar as “Ordenações e Leis do Reino
de Portugal. Duodécima ed. Coimbra, 1824. Tomo I. Imprensa da
Universidade, 1858.” e o “Repertorio Geral ou Índice Alfabético das
leis extravagantes do Reino de Portugal. Publicado depois das
Ordenações, compreendendo também algumas anteriores, que se
acham em observância." ordenado pelo desembargador Manoel
Fernandes Thomaz, o provedor de Coimbra. Tomo I. Coimbra, real
imprensa da Universidade, 1815. Para compreender o que a

Capitulo XIII
legislação informava sobre a atividade pecuarista na colônia. As
ordenações vão notificar aos canavieiros que afastem 10 léguas o
gado da lavoura, pois os mesmos ocupam muito espaço e causam
muitos danos.

O gado trouxe muitas riquezas para os fazendeiros, podemos


enxergar isso através dos testamentos, que tenho total interesse em
poder entrar em contato com esse tipo de fonte:

"Declaro que possuímos em dinheiro de ouro cento e oito mil


reis e em obras de ouro e prata o seguinte: um breve de ouro com
três voltas de cordão, hum sambento esmaltado com três voltas de
cordão, uma cruz com seu cordão, hum afogardo de contar de
pescoço, dos pares de cadeados hum grande e hum pequeno, dous
pares de argolas pequenas, huma imagem de N. Senhora da
Conceição pequena e doze pares de botões pequenos e três voltas
de corais machos engrampados em outro, dous pentes de rigor de
tartarugas coberto de ouro, e assim mais seis oitavas de ouro em
pó..."( testamento de Dona Maria Madalena de Sá e Oliveira extraído
de "Cronologia Sobralense"[19])
O grande problema dos genealogistas é que a sua pesquisa é

Figura 121.Detalhamento Coberta Colonial

largada, eles citam documentos importantes, porém não informam a


localização exata para consulta, dificultando um pouco o
desenvolvimento de possíveis trabalhos posteriores.

[1] "Em uma correspondência de 1788 dizia d. Tomás José de


Melo, capitão general de Pernambuco, que todo o gado dos sertões

Capitulo XIII
era para matar, salgar e navegar, expressão que retrata perfeitamente
o centripetismo das oficinas." (BRAGA)

[2] Aqui o termo estrutura econômico se relaciona com a: "


produção social de suas vidas, os seres humanos ingressam em
relações determinadas, necessárias, independentes da sua vontade,
relações de produção essas que correspondem a um determinado
nível de desenvolvimento de suas forças produtivas materiais.
O conjunto dessas relações de produção forma a estrutura
econômica da sociedade, a base real, sobre a qual se ergue uma
superestrutura jurídica e política e à qual correspondem
determinadas formas sociais de consciência.
O modo de produção da vida material condiciona, em geral, o
processo de vida social, político e espiritual.
Não é a consciência dos homens que determina o seu ser, mas
sim, inversamente, é o seu ser social que determina a sua
consciência." (Prefácio à Crítica da Economia Política)

[3] Aqui o termo ciclo não representa de modo algum uma


concepção histórica minha que o tempo seja cíclico como o
calendário, mas sim da nomenclatura que a historiografia
antecessora pensava a economia.

[4] É bem sabido entre os historiadores que o cultivo de cana


entre os primeiros donatários da colônia restringiu-se a uma pequena
parcela da terra litorânea. Girão, Valdelice. Revista do Instituto
Histórico do Ceará. "As charqueadas", 1996.

[5] Manuel Lopes de Almeida. "Noticias Históricas de Portugal


e Brasil (1751-1800)". Coimbra, 1964.

[6] Segundo Cardinal Francisco de São Luiz Saraiva e Manuel


Pinheiro Chagas “D. Thomaz José de Mello, Governador e Capitão
General nomeado para Pernambuco, tomou posse do governo desta
Capitania em Janeiro d'este ano, e conservou-o até Dezembro de
1798, em que embarcou para Lisboa. Este Governador fez muitos
melhoramentos em Pernambuco, cuja Capital ainda hoje atesta os
seus benefícios. Mandou construir a Casa dos Expostos, e criou o
hospital dos Lázaros; fez o aterro dos Afogados por onde não se
podia passar nas marés cheias sem perigo. desterrou das janelas e

Capitulo XIII
portas o antigo uso dos peneiros, ou urupemas, mandando substituí-
las com rótulas de madeira: regulou as calçadas das ruas, e fizeram-
se por sua direção alguns arcos de pedra na ponte do Recife." P.254.
“Os portugueses, em África, Ásia, América E Oceania." Volume VII.
Lisboa: Typ. de Borges, Rua da Oliveira n°. 65. 1850. Estudo do
remanejamento da pecuária na zona norte do estado do Ceará,
departamento de recursos sócio econômicos - divisão de estudos
econômicos, SUDEC - superintendência do desenvolvimento do
estado do Ceará superintendência do Estudo 1 volume. 1970 C.D.U.
636/639(813.1-17). Biblioteca Dr. José Guimarães Duque. N de
Tombo: 010305. Data 26/09/07.

[7] VARNHAGEN, Francisco Adolfo de. "História geral do


Brasil". Tomo II. Rio de Janeiro, em casa de E. e H. Laemmert, R. da
Quitanda. 1857.

[8] PRADO JÚNIOR, Caio. História Econômica do Brasil. 47º


Edição. São Paulo: Brasiliense. 2006. Prado vai analisar o sentido da
colonização, um período de trezentos anos das instalações
portuguesas através de vasta bibliografia e relatos de viajantes como
Saint Hilaire, Von Martius, Luccock. Prado vai analisar a
decomposição das principais estruturas erguidas pelos portugueses.
O livro se divide em três partes “Povoamento” neste capítulo vemos
a variedade com que foi formada a população do Brasil colônia, “Vida
Material”, nessa parte é dada uma ênfase maior à economia colonial,
que tem na agricultura seu carro chefe, seguida da mineração e em
escala menor a pecuária, e “Vida Social”, neste capitulo Prado vai
traçar um paralelo entre a escravidão erigida no Brasil Colônia e a
escravidão clássica. Centra as suas observações na família patriarcal
como também aponta Buarque em "Raízes do Brasil."

[9] A pecuária teve sua evolução histórica estudada além


desse por Manuel Correia de Andrade, Alice P. Canabrava, Octavio
Ianni, F. H. Cardoso e J. Alipio Goulart.

[10] LÖWY, Michael. Ecologia e Socialismo. São Paulo: Cortez,


2006.

[11] SIMONSEN, R. História Econômica Brasil, Vol. 1, 1500-


1820. Editora Nacional, 1937.

Capitulo XIII
[12] “No tempo do seu governo sentiu está Capitania, por três
anos, a maior das secas, que ocasionou a morte de milhares de
pessoas, principalmente no sertão, pela esterilidade, e falta de
mantimentos; cujo auxilio foi preciso procurar nas outras Capitanias,
e muito mais a farinha de mandioca, com que então se proveu por
muitos meses.” Cardinal Francisco de São Luiz Saraiva e Manuel
Pinheiro Chagas. “Os portugueses, em África, Ásia, América E
Oceania." Volume VII. Lisboa: Typ. de Borges, Rua da Oliveira n°. 65.
1850.

[13] SERRA, Carlos Alberto Teixeira. "Considerações acerca


da evolução da propriedade da terra rural no Brasil. ALCEU - v.4 - n.7
- p. 231 a 248 - jul./dez. 2003 p.231- 247

[14] MAESTRI, Mario. O escravo no Rio Grande do Sul. A


charqueada e a gênese do escravismo gaúcho. Porto Alegre: EST,
1984.

[15] Profa. Dra. Marilda Santana da Silva. “A “reinvenção” do


Ceará em fins do século XVIII e as negociações políticas com a coroa
portuguesa. Anais do II encontro internacional de história
colonial.”Mneme – Revista de Humanidades. UFRN. Caicó (RN), v. 9.
n. 24, Set/out. 2008. ISSN 1518-3394. Disponível em
www.cerescaico.ufrn.br/mneme/anais1

[16] Manuel Arruda de Câmara nasceu em 1752 e faleceu 1810,


botânico esforçado e discípulo do taxonomista sueco Carlos Lineu.
Escreveu: “Memoria sobre a cultura dos algodoeiros, e sobre o
método de o escolher, e ensacar etc.: em que se propõem alguns
planos novos, para o seu melhoramento. - Lisboa: na Oficina da Casa
Literária do Arco do Cego, 1799

[17] SILVA, Francisco Carlos Teixeira Da. A Pecuária formação


do mercado interno no Brasil-colônia. Estudos Sociedade e
Agricultura, 8, abril 1997: 119-156

Capitulo XIII
[18] Em 1727 sobre o comando do Coronel de Cavalaria João
de Barros Braga no vale do Jaguaribe, expulsou várias aldeias até ao
Piauí. Os cronistas da época relataram a ação não só militar, mas
ocupacional de três afamados varões: Domingos Jorge Velho,
Domingos Afonso Mafrense e o Capitão-mor Francisco Dias de Ávila.
Para ilustrar esses sobrenomes vão formar a nobreza da terra
no Ceará através da posse real da terra. Ana Gonçalves Vieira,
(volume 9 N 761.) Antônio Vieira Pita (volume4 e 6, n361 e 447).
Domingos Alves Góis, (volume 8 e n 678.) Domingos Pires. (vol. 5. n
347.) Domingos Sanches de Carvalho (vol. 8 n657). João de Almeida
Vieira. (vol. 5 e 6 e 10, fls. 355 e 444 e 55). Cap. Domingos da Costa
Araújo e seu companheiro recebem seis léguas de terras no riacho
da passagem e do mocambo, na serra da Ibiapaba, concedida pelo o
Capitão-mor Salvador Alves da Silva, em 23 de junho de 1721 (485 -
vol. 6 p. 195). Manoel Pinheiro Landim é agraciado com as terras do
riacho verde, concedida pelo o Capitão-mor João Baptista de
Azevedo Coutinho de Montaury, em 4 de junho de 1789(619 - vol. 8 –
fls. 48)

[19] Araújo, Francisco Sadoc de, Pe. "Cronologia Sobralense"


V.I, Fortaleza: Grecel, 1974. fls 243.

Capitulo XIII
O ecletismo
As arquiteturas orientais vêm para o Ocidente
De acordo com a história, durante o reinado do Rei de Wu, uma
linda mulher vivia isolada em sua corte. Quando o tédio começou a
matá-la, ela começou a esculpir peças em forma de dominó em
marfim e em bambu.

Quando ele acabou com as formas, ela convidou suas


empregadas para jogar com ela. Mais tarde Confúcio desenvolveu
esse jogo, acrescentando mais formas e novas regras.

Mahjong pode ser traduzido como o "Pardal Tagarela"

Figura 122. Peças do Mahjong. Jogo de pareabilidade. Semelhante a um jogo da


memória.

Capitulo XIV
Figura 123. Torii: é composto de dois pilares com duas vigas. É um elemento
típico de portais para entrada de santuários xintoístas.

Capitulo XIV
Figura 124.O templo asiático em si é extremamente confortável porque ela é
adaptada ao clima do oriental além de toda bagagem cultural estética chinesa.

Figura 125. É possível orientalizar a arquitetura ocidental porque possuem


beleza, solidez e funcionalidade.

Capitulo XIV
Figura 126. Arquitetura do Ferro. A torre Eiffel representa uma maravilha que
salta aos olhos parar rivalizar com o azul do ceú.

O capitulo procura incitar e ampliar o debate sobre vários


temas importantes com relação a arquitetura residencial e ao
crescimento dos grandes centros urbanos do Nordeste[1] e do Brasil,
do passado, da atualidade e a sua relação com a estética. Trazemos
à tona a construção da casa do Dr. Leite Maranhão construída em
1932 na esquina da Duque de Caxias com 24 de Maio, que é uma das
marcas da grande influência do arquiteto Emilio Hinko no Ceará que
exportava tecnologias da Europa e do modo de pensar o conforto da

Capitulo XIV
residência familiar burguesa inaugurando a organização sanitarista
onde os banheiros ficam dentro da casa, dando recuo frontal para
permeabilidade e se aproveitando do neocolonialismo para dar um
tom eclético a edificação.

Figura 127. Os elementos vazados da construção estão


submetidos ao crivo de uma estética que varia no tempo e no espaço. De
certa maneira, um vai evoluindo do outro.

1982 - março - 14 - Morre em Fortaleza, aos 89 anos de idade,


o médico José Leite Maranhão, ex-prefeito de Fortaleza, cujo
sepultamento ocorre no Parque da Paz. Era nascido no distrito de
Coité, no Município de Milagres, no dia 10/08/1894.Marido de Ercila
Botelho Maranhão e pai de José Maranhão Filho; Túlio Maranhão.
Ercilia (1871 e 1927) era filha de Antônio Botelho e Maria de Pontes
Fernandes Vieira Botelho e tinha como irmãos Antônio Botelho de

Capitulo XIV
Souza Filho; Jacinto Botelho de Souza; Samuel Botelho de Souza;
Didier Botelho Câmara; Branca Botelho.

A casa foi construída pelo arquiteto Emílio Hinko um austríaco


radicado em Fortaleza. Na década de 80 a estrutura já apresentava
perigo potencial de demolição por falta de tombamento. Na década
de 90 residência tornou-se em um armazém comercial com quatro
lotes se adaptando ao novo contexto urbano do Centro. Podemos
afirmar com absoluta certeza que ela foi construída em um contexto
de disputa arquitetônica residencial em que se disputava para quem
tinha a casa mais bonita do quarteirão ou do bairro.

Figura 128. Os arcos funcionam como ícones da arquitetura para o


ecletismo pois dão elegância a estrutura.

Capitulo XIV
No imaginário do Dr. Leite o movimento moderno não seria
uma proposta tão eficiente para atender a demanda de uma futura
casa tombada como o ecletismo. É tanto que ele ornamentou toda a
casa e muitas partes dos azulejos, dos vitrais foram reutilizados na
reforma.

O Senhor José Leite Maranhão era médico e político. Diretor


do Clube Iracema fundado em 1884. Paraninfo da Escola normal. Ele
imaginava que o neobarroco do Clube atendia aos interesses da elite
conservadora católica que via nas fachadas trabalhadas o sinônimo
de um ideal estético de vanguarda. Ele também assumia
inconscientemente quando optou pelo colonial português que a
nossa herança europeia significava um avanço histórico que deveria
ser refletido dentro da sua casa, nos azulejos da sala de jantar porque
ele preferia a influência histórica ibérica que francesa dentro da sua
residência. Ele possuía um consultório na rua Floriano Peixoto, 690.
A casa dele era na Av. Duque de Caxias, n. 353. Também atendia na
praça do Ferreira 538. O endereço dele segundo a academia cearense
de letras era Duque de Caxias 991 telefone 17-11. Ele ocupava a
cadeira número 31. Foi também diretor do pronto socorro de
Fortaleza o que lhe garantiu bastante popularidade entre os pacientes
é tanto que entre 1947 - 1948 o doutor José Leite Maranhão ocupou o
cargo de prefeito de Fortaleza. Seu governo ficou marcado por
entregar à Prefeitura Municipal de Fortaleza, o Palacete Iracema,
recém adquirido ao Clube Iracema. A Prefeitura Municipal de
Fortaleza instala-se no Palacete Iracema, prédio que pertenceu ao
Clube Iracema, na Rua General Bezerril nº 751, com lado para a Rua
Monsenhor Luís Rocha, Praça dos Voluntários, desapropriado pelo
decreto municipal nº 816, de 29 de outubro de 1947, autorizada pelo
decreto-lei municipal nº 212, de 01/08/1947. Também houve o fato

Capitulo XIV
polêmico de que durante o seu afastamento político fora substituído
pelo Procurador Fiscal Dr. Jorge Moreira da Rocha e durante sua
ausência a empresa Light de origem inglesa que fazia o serviço
público dos bondinhos na cidade de Fortaleza foi retirado e
encerrado de uma vez por todas o que serviu de argumento para seus
inimigos políticos o atacarem. Sendo que na data de 18/05/1954 em
entrevista à Gazeta Notícias na p. 07 e 08 o próprio ex-prefeito faz um
relato bem minucioso de como se passaram os acontecimentos e
afirma: " - Nunca concordei nem autorizei a retirada dos bondes."

Jose Leite Maranhão inaugura em 25 de agosto o busto de


Duque de Caxias na praça Benjamin Constant atual praça da
Bandeira. Luís Alves de Lima e Solva, militar fluminense que chefiou
as forças brasileiras na guerra do Paraguai e recebeu do Imperador
D. Pedro 2 o maior título de nobreza dado a um brasileiro. Sendo o
patrono do Exército Brasileiro. José Leite também era professor da
Escola Normal Pedro II que funcionava em prédio próprio, na Praça
Figueira de Melo, no centro de Fortaleza. Seu diretor era o doutor Luís
Costa, nomeado pelo interventor Roberto Carneiro de Mendonça,
substituído, em 1933, pelo Dr. João Hipólito de Azevedo e Sá, e tinha
em seu corpo docente figuras da envergadura da profa. Edith Braga,
Dr.Djacir Menezes, Dr. Mozart Pinto e Dr. Luiz Mendes, todos eles
nomes de ruas e praças da Fortaleza atual

O Dr. Leite Maranhão ficou conhecido pelas suas palestras na


escola normal sobre “A Hygiene infantil”. Também por suas
conferências apresentadas juntos com Dr. Aurélio Lavor pois
contemplavam o debate da higiene escolar como responsabilidade
da inspeção médico-escolar. Nesse sentido, eles e destacavam os
atendimentos médicos necessários às crianças, como também a
importância da atuação dos profissionais da saúde junto aos
estabelecimentos de ensino. Nessas falas, os médicos

Capitulo XIV
argumentaram que o esclarecimento sobre a higiene apresentado
pelas professoras em sala de aula não era suficiente para suprir os
cuidados que as crianças precisavam.

Possuía também terras no Banabuiú o qual experimentou


semente de gado holandês para engorda dos animais. Ele acreditava
que por não haver barragens e poços não era possível fertilizar o
capim para forragem dos bichos de grande porte. Talvez a sua família
tivesse origem de Banabuiú e pelo que vimos ele se mostrava um
médico rígido, conservador e muito apegado aos valores históricos
da sua época.

“O espetáculo de São Paulo em armas entusiasmaria mesmo


os céticos. Há uma estranha beleza nesta metamorfose marcial. Um
povo de trabalhadores despe a blusa e veste a farda. Tudo aqui
deslumbra a imaginação mais ardente. O movimento que esta hora
se espraia por cinco frentes de batalha tem tais características de
ordem e disciplina que diríamos assistir apenas a uma parada
patriótica. O delírio do poder já juncou de cadáveres este solo
fecundo[...] E pensar a gente que testemunha uma luta civil, ingrata
pugna de irmãos criada apenas pelas vaidades de mando, pela
mediocridade de artifícios subalternos, prolongando o exercício do
poder discricionário além dos limites naturais, na displicência de
quem se quisesse eternizar na comodidade da casa alheia. Como se
iludem os escassos defensores do Catete quando, arrogantes e
impermeáveis ao senso comum, acreditam poder dominar os
insurrectos pelas armas. Os caporais da ditadura esforçam-se a
apregoar: “isto aqui é um motim de políticos ambiciosos”.
Decididamente Júpiter enlouquece primeiro os indivíduos que deseja
perder. [...], mas, reparai brasileiros na insensatez da afirmativa
oficial. Confrontai-a com a evidência dos fatos e tirai as conclusões

Capitulo XIV
devidas. Paulistas, o Rio Grande do Sul desperta do choque inibitório
e se levanta. Esperai, resisti, confiai!”

Trecho do enérgico discurso pronunciado por João Neves da


Fontoura, na Rádio Sociedade Record, em agosto de 1932 em
apologia a resistência. O regionalismo paulista dá ares de
superioridade, é uma corrente separatista e discriminatória que se
sustentava no desprezo pelos outros nacionalistas, e se orgulhavam
da sua ascendência europeia e branca e se davam glorias por ser o
estado bandeirante ,desse modo despertavam o regionalismo
paulista, através de discursos em símbolos o que deu muita margem
para as imprensa opositoras interpretar e ressignificar essas
exacerbadas valorizações com animosidade, até foram usadas pelos
jornais locais de fortaleza por exemplo as opiniões da comissão que
Epitácio Pessoa organizou percorrendo o nordeste, onde o nordeste
aparece como uma despesa para o país e que os povo nordestino não
valia os gastos que o governo central investia contra a seca.

Figura 129.Logotipo do Instituto Histórico de São Paulo.

Em São Paulo, o lugar social onde a história se produzia era o


Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo desde sua fundação
1894. Ali, cultivava-se uma noção épica da história associada à
incorporação de alguns dos procedimentos metodológicos da
historiografia da época. Nesse caso o mito fundador de São Paulo e
da nacionalidade confundia-se com o estudo do bandeirismo.

Capitulo XIV
Foram três historiadores ligados ao Instituto Histórico quem
mais contribuíram para isso: Afonso de Taunay, dando ênfase aos
aspectos de conquista territorial, Alfredo Ellis Junior à “raça
paulista” e Alcântara Machado às condições socioeconômicas do
fenômeno bandeirante. Membros das elites imbuídos do “orgulho
paulista”, ao estudar sua própria ascendência, procuraram reforçar
sua legitimidade estabelecendo laços entre essas elites e os heróis
do passado bandeirante, legitimando-as. A partir da ideia de
supremacia do Estado, naquele momento responsável por bem mais
da metade da receita de exportação do país, foi sendo construído e
difundiu-se o mito do bandeirante herói da nação, o bandeirismo
paulista fundara a nacionalidade ao delinear o território e o tipo racial
tipicamente brasileiro, o mameluco. Tudo isso despertava um
regionalismo sobretudo xenofóbico em relação a outras
descendências presentes no Brasil.

Na apreciação que podemos fazer da guerra civil paulistana


através das fontes que podemos analisar foi que a memória desse
acontecimento se transformou a em uma guerra literária, gastaram
mais palavras para descrevê-la do que munição de metralhadora para
sustentá-la. Um esforço intelectual, sobretudo dos
constitucionalistas, para fixar a memória desse evento político e
militar. A quantidade de material de época é bastante relevante,
publicaram 114 títulos somente entre 32 e 38 sobre o evento. A maior
parte dessa produção editorial sobre a revolução constitucionalista
foi editada em São Paulo.

Conseguimos ter acesso a alguns livros de época como


"Capacetes de aço" de Samuel Baccarat, advogado santista que
participou da revolução constitucionalista de 1932, na linha de frente
e na retaguarda, lutando pelo lado rebelde. O livro conta os episódios
vividos por ele durante o movimento.

Capitulo XIV
"Estilhaços de granada", foi um livro escrito por Euclides
Andrade (Pseudônimo Epandro), narrando episódios engraçados e
piadas da época da revolução de 32. Escrito em 1933. “A epopeia”
Livro escrito pelo ex-combatente da revolução de 1932 Áureo de
Almeida Camargo narrando episódios vividos por ele quando era
voluntário no Batalhão “14 de julho” Esse Btl., inicialmente chamado
Batalhão Universitário, reuniu alunos de diversas faculdades.
Também lemos "Verdades da Revolução paulista", livro escrito pelo
então Capitão Gastão Goulart da LEGIÃO NEGRA. Onde o autor narra
episódios vividos por ele na Revolução Constitucionalista. Portanto,
tratando-se de referências importantes pois eles viveram aquela
situação na pele.

A tese do Raimundo Hélio Lopes [2] mostra que na política a


razão e paixão não se opõem, a persuasão política se apoia
muitíssimo naquilo que é divulgado pela imprensa com a finalidade
de despertar emoções e sentimentos do que propriamente em
argumentações racionais. Através da imprensa ele encontra a
legitimação a mobilização e o alistamento de cearenses para as
tropas provisórias que lutaram contra os constitucionalistas.

Tudo indica que a análise da guerra na cidade de fortaleza feita


por Raimundo Hélio tenha suas raízes mergulhadas no estudo de
Roney Cytrynowics(Guerra sem guerra: mobilização e o cotidiano em
São Paulo durante a segunda Guerra) onde ele estuda a mobilização
e o cotidiano na cidade de São Paulo durante a segunda guerra
Mundial, pois nesses dois estudos os autores argumentam sobre a
importância da participação popular no momento da guerra, e como
o Estado atua para conseguir esse objetivo. Durante períodos de
guerra, o cotidiano das cidades envolvidas no conflito se altera a
partir da atuação de diversos setores sociais que dialogam com
essas ações.

Capitulo XIV
Para as pessoas que viviam o momento, aquele era claramente
um instante de grandes transformações e de muitas potencialidades
que ecoaria quando o Brasil voltasse a ser uma democracia, os
políticos paulistas ficaram sem benefícios, sem emprego, sem
posições, sem imunidade, era uma conjuntura de grande
instabilidade política tendo em mente também a conjuntura
internacional depois do crack de 1929 que faz o preço do café
despencar de uma maneira que poderia até nunca mais voltar a ser
uma mercadoria de exportação lucrativa. É preciso compreender que
no período mistura-se pessoas mal intencionadas, oportunistas,
paixões, preconceitos, ideais, decepções, medos e inseguranças, e
esses sentimentos podem ser recuperados através dessa vasta
literatura que foi desprezada pela historiografia da década de 60 que
desconsiderou boa parte da literatura memorialística produzida
desde 1932, acredito que pelo fato dessa narrativa dos
constitucionalistas sempre aparecer o sacrifício de São Paulo pela
democracia e autonomia estadual feridas com a política dos
interventores militares, os "tenentes" em detrimento das antigas
oligarquias cafeeiras.

A própria Vavy Pacheco historiadora graduada na década de


50 que estuda o período em um artigo intitulado “1932: São Paulo e o
Brasil”. Afirma “Minha avó e suas três filhas se orgulhavam de ter
tricotado para os combatentes, seus “afilhados”. Minha mãe
recordava-se sempre sorrindo que, nos seus 16 anos, ao distribuir
provisões para os soldados, favorecia seus “flirts” na dose de
cigarros; ela e uma de suas irmãs tinham carregado a bandeira
paulista pelo centro da cidade para captar donativos”

Os ímpetos ditatoriais de Getúlio provocam a reação dos


paulistas na Revolução Constitucionalista de 1932, cujos símbolos
são o trem blindado e a matraca (matraca além de um aparelho que

Capitulo XIV
imita o som de uma metralhadora era uma arma psicológica, vide que
aos paulistas faltavam armamento e munição. E o Trem blindado é
fruto da criatividade dos engenheiros e da indústria paulista em
fabricar armas de cerco). João de Barros aproveita esse mote e utiliza
com humor no carnaval de 1933:

“Meu bem, pra me livrar da matraca

Da língua de uma sogra infernal

Eu comprei um trem blindado

Pra poder sair no carnaval

Mulata, por teu encanto

Muito eu levei na cabeça

Porém agora eu duvido

Que isto outra vez aconteça

Do teu falado feitiço

Eu pouco caso lhe faço

Mandei fazer em São Paulo, mulata

Um capacete de aço

Meu bem, pra me livrar da matraca

Da língua de uma sogra infernal

Eu comprei um trem blindado

Pra poder sair no carnaval

Mulata, quando eu te vi

Logo pedi anistia

Capitulo XIV
Pois os teus olhos lançavam

Terrível fuzilaria

E pra ninguém aderir

Ao nosso acordo amoroso

Botei na porta da casa, mulata

Um canhão misterioso “

Em 1932 ecoou a revolução constitucionalista de São Paulo,


enfrentado as forças federais de Getúlio. O sucesso de "o teu cabelo
não nega" deu lugar a parodias para estimular os combatentes contra
o usurpador.

“o teu governo não nega, Getúlio

que foi uma tapeação

a ditadura não pega, Getúlio

Faz dela bucha de canhão.

Só tens o apoio dos derrotistas

dos tenentes outubristas

Getúlio, Getulinho, por favor

Desista logo de bancar o ditador

Quem te encrencou, ó maganão

Merece consagração

Paulista não tem medo de careta

Apronta a trouxa

E segue pra outro planeta”

Capitulo XIV
O tom de brincadeira das marchinhas do carnaval de 1933
garante uma distância crítica, mas eles falam com humor coisas que
realmente machucaram muito a sociedade paulistana.

A modernidade nos anos 30 em Fortaleza está em alguma


sintonia com os movimentos de vanguarda belas artes e arquitetura
urbana que ocorrem no eixo Sul-Sudeste apesar de toda diferença
sócio econômica entre as elites nordestinas e as elites mineira,
carioca e paulista. Fortaleza já conta com pista de pouso que daria
origem ao aeroporto, Fortaleza recebe cinemas, praças são
reformadas, ruas são asfaltadas e recebem acesso ao esgoto e a água
tratada. No campo da cultura Fortaleza vem dinamizando por receber
também um Museu antropológico. Não podemos dizer que isso fosse
para todas as pessoas, infelizmente, porém se trataria de uma
semente para futuras gerações realmente pudessem comercializar de
avião, pudessem comercializar por terra, pudessem se locomover de
maneira mais rápida. Contudo o sonho da modernidade acabou com
as constantes crises políticas nos países exportadores de petróleo,
pois é a principal matéria prima para garantir a dinamização da
economia nos Estados Unidos e também nos países latinos que
adotaram o capitalismo como preceito político e consequentemente
gerando procura maior pelas mesmas matérias primas que
sustentam o dólar americano.

Benévolo utiliza do mesmo argumento de Bertrand Russel [3]


nas suas dúvidas filosóficas para modernizar a autoridade e o
indivíduo, considera os avanços do racionalismo no nível individual
uma maneira de diminuir o poder exercido pelas grandes instituições
e pelo Estado na cultura e no ser.

"Afim de avaliar corretamente a situação dos primeiros dois


decênios do século XX [...], desde 1890, a teoria e a prática da
arquitetura, porém no ínterim, as condições técnicas, econômicas e

Capitulo XIV
sociais das quais depende o trabalho das arquiteturas, [...], e os
modelos culturais utilizados para controlá-las." (BENEVOLO, Leo).:
As condições de Partida. fls.: 371. cap. 12.

"A segunda revolução industrial é tornada possível por


algumas inovações técnicas: a difusão do procedimento Bessemer
(inventado em 1856) na indústria siderúrgica, que leva à substituição
gradual da gusa pelo aço em quase todas as aplicações."
(BENEVOLO, Leo).: As condições de Partida. Fls.: 371. cap. 12.

Os problemas gerados pela urbanística medieval trouxeram


para os burgos que desenvolviam o comércio como profissão uma
outra utilidade para os espaços das cidades, das ruas, dos
boulevards. Mas não exatamente que na Idade Média não houvesse
vanguardas. Claro que elas existiam, porém os problemas
metafísicos que influenciavam diretamente na arquitetura. As
instalações funerárias [4] por exemplo era sempre parte integrante da
Igreja e principal fonte de sua renda. Os próprios mortos eram
pensados na morada urbanística como entes que deveriam continuar
fazendo parte lógica urbana da cidade perpetuamente. No gótico
aparece a exaltação do luto e da morte e como relação inscrita no
espaço e na sociedade. Quando não. Costume bastante singular dos
clérigos de disporem dentro de alcovas espaços tumulares na
vertical dentro de mosteiros e confrarias contendo os restos mortais
de santos e autoridades eclesiais. Obvio que suas crenças justificam
a preocupação excessiva dos vivos com seus defuntos e a influência
dessas crenças nos leigos. Talvez essa fosse a maneira mesmo que
contraditória que eles tinham para guardar a memória sem sentir
remorsos. É assim também que o cristianismo sempre renova suas
crenças.

Considera-se que a derrota militar de São Paulo foi


acompanhada por uma vitória política: Com a derrota da Revolução

Capitulo XIV
Constitucionalista, em 1932, seus principais líderes foram presos.
Entre eles se encontrava Júlio de Mesquita Filho, enviado com seus
companheiros para a Sala da Capela – nome dado um pequeno
recinto na Casa de Correção, do Rio, reservado para os prisioneiros
políticos provenientes de São Paulo. Pouco tempo depois, na noite
de 30 de novembro de 1932, ele e outros 75 companheiros foram
colocados a bordo do navio Pedro I e deportados para Portugal. a
organização de eleições e a formação de uma Assembleia
Constituinte, que porá fim ao governo provisório. No entanto, a
legislação eleitoral havia sido elaborada em fevereiro de 1932, e um
decreto de 15 de março do mesmo ano, portanto antes da revolução,
marcou para 3 de maio de 1933 a eleição dos deputados. A
Assembleia iniciou seus trabalhos em 15 de novembro de 1933,
sendo que a maioria dos deputados eram varguistas.

A vitória do governo provisório não foi uma mera casualidade,


Vargas se encontrava situado previamente em posição de poder
ganhar com seguridade.

Vargas foi capaz de ver o sutil, hora São Paulo já estava em


clara desvantagem por ter de lutar no seu próprio território. Com
astúcia ele pode antecipar alguns movimentos e convenceu os
paulistas como proceder e como se moverem. A perspectiva do
triunfo, só serviu pra caírem na emboscada do Vargas que visavam
levar a nação a guerra fratricida. O movimento constitucionalista que
data de 1932 estava a cargo dos paulistas que queriam algumas
reformas.

Partido Democrático e Partido Republicano Paulista se uniram


pela causa de um interventor civil e paulista, exigindo também uma
nova constituição. O governo central cedeu as reivindicações, foi
nomeado Pedro Toledo, civil e paulista como interventor.

Capitulo XIV
Getúlio mandou publicar um anteprojeto de uma nova
constituição no novo código eleitoral. O que fazia as manifestações
a favor da revolução totalmente injustificada, chegando a tal ponto
que morreram alguns estudantes: Martins, Miragaia, Dráuzio e
Camargo. Virando o nome do movimento paulista MMDC.

9 de julho de 1932 ocorre uma luta armada, acusados de


realizar um movimento separatista, São Paulo se rende depois de três
meses de guerra civil.

Do ponto de vista militar a revolução foi um fracasso,


entretanto politicamente houveram mudanças nos anos posteriores,
em 1933 Vargas promove as eleições para a Assembleia constituinte
que foi promulgada em 1934.

Em um manifesto era estimulado táticas de ação como o de


não pagamento dos impostos, não comprar produtos que não fossem
produzidos em São Paulo e declarando o Norte como pior inimigo
dos paulistas.

A imprensa cearense respondia com acidez a ideia de


incivilizados, nesse contexto a valorização do Norte se materializava
no envio de batalhões para o fogo cruzado.

Os jornais convocavam a população para a luta. Exploraram


através de notícias atitudes xenófobas e bairristas de alguns
paulistas e como isso foi utilizado como um elemento político valioso
para glorificar o povo nordestino, como sua valentia, resistência e
coragem, um espírito guerreiro e bravio, ela também encontra esses
elementos na poesia de Napoleão Menezes que exalta os
nacionalistas nordestinos.

Era exaltado o comportamento dos aliados nordestino na


frente de batalha, procurando sensibilizar para a guerra através de

Capitulo XIV
identidades regionais e nacionais, mais do que lutar contra são
Paulo, a guerra era a favor do Brasil. O Apoio efetivo dos estados do
norte nessa guerra era materializado no envio de tropas provisórias.
A busca por legitimidade do governo central contra os revoltosos foi
intensa, era necessário o apoio da população a causa governista.

Durante os períodos de guerra o cotidiano das cidades se


altera, não foi apenas na capital fortalezense que múltiplas ações de
mobilização foram organizadas, mas também o interior como
confirma telegramas assinados pelos prefeitos de Icó, Sobral,
Santana, Iguatu, Crato. No interior foram distribuídos panfletos
conclamando os voluntários para luta.

Na capital, na praça do Ferreira por três dias foi palco de


comícios a favor do Governo Provisório. A Igreja Católica também
atuou nesse processo de mobilização, foram organizadas procissões
só de homens, convocando associações operarias, ordem terceira,
congregações marianas masculinas, União de Moços Católicos,
Irmandade do Senhor Bom Jesus da Catedral, Conferencias
vicentinas. A guerra era assunto de todos. No dia do embarque a
população foi de trem saudar os batalhões que desfilavam antes de
tomar o caminho de São Paulo. O papel da imprensa parece ter sido
eficiente em torno da mobilização para a guerra, em alguns
momentos foi necessário até aumentar a tiragem ou repetir
publicações.

São Paulo era a região que dominava a política desde a


proclamação da república, a constituição de 1891 deveria ser
representativa e federativa, o que na prática não foi colocado
nenhuma vez pelos governantes paulistas. Pelo as oligarquias rurais
garantiam seu poder através da política dos governadores muitas
vezes utilizando de violência e corrupção.

Capitulo XIV
Vargas tinha plena certeza que a oligarquia paulista agora
dividida em PD e PRP não tinha o mesmo poder de antes, porém com
certeza eles se reuniriam para lutar por uma causa comum como por
exemplo se fosse nomeado um interventor militar e não paulista.
Desse modo os partidos não estariam em harmonia com seu
interventor. Mediante esse fator os paulistas se uniram em prol de um
interventor civil, paulista e a elaboração de uma nova constituição.
Getúlio Vargas seguiu as orientações, nomeou Pedro Toledo,
paulista e civil, e tramitou a reunião de uma assembleia para uma
nova constituição.

A luta de São Paulo agora estava totalmente injustificada,


Vargas conseguiu colocar iscas para atrair o inimigo. As estimações
realizadas pelo governo provisório antes da batalha já indicavam a
vitória, visto que as condições de São Paulo eram bem menos
favoráveis.

Não seria benéfico para o Brasil deixar que essa operação


militar se prolongasse por muito tempo, portanto os meios militares
deveriam ser utilizados com perícia para não existir necessidade de
se ativar as tropas duas vezes com o mesmo objetivo. Em três meses
os paulistas perderam o fôlego e a direção, de maneira que a guerra
acabou com poucas baixas, Vargas conseguiu vencer sem muita
violência. Os paulistas se renderam impotentes.

Concluindo, desde a proclamação da república, as elites


paulistas cafeeiras defendiam seus interesses sobretudo pela
máscara do "interesse brasileiro", nada mais normal que as “classes
conservadores” se sentissem contrariadas naquele momento, e a
partir de ameaças manipuladas cotidianamente como um temor do
levante das massas como ocorrido na revolução francesa, ou como
sempre presente desde de 1917 a ameaça comunista, vários debates
nesse sentido facilitariam a tarefa de envolver a população sobretudo

Capitulo XIV
em cima do ideal constitucionalista, bem como o desejo de
autonomia estadual.

O Ecletismo na cidade rizoma[5]. A porta de entrada desse


termo rizoma se refere ao pensamento Deleuze-Guattariano no que
se refere a platô[6], pois trataremos de visualizar uma residência de
maneira qualitativa através de fotos e análise comparativa com o
crescimento da urbs que nos levantam suspeitas da opção do
ecletismo arquitetônico no Ceará por causa da antipatia com o
movimento moderno. As mudanças econômicas globais vão
despertar na elite fortalezense seu lado ultraconservador.

(...) é feito de direções móveis, sem início nem fim, mas apenas
um meio, por onde ele cresce e transborda, sem remeter a uma
unidade ou dela derivar ". (PELBART, 2003: 216) O rizoma não é um
sistema hierárquico, é “(...)uma rede maquínica de autômatos finitos-
centrados”

Fortaleza é um rizoma porque está inserida geograficamente


na lógica de rotas comerciais para escoamento de matéria prima,
caso não fosse isso a cidade nem existiria. Assim as tributações e os
impostos desse cambio gerou capital para descendentes dos antigos
colonos portugueses e espanhóis que fora convertida em
representação política nas câmaras municipais, estruturação de um
sistema viário, definição de leis de uso e ocupação de solo, código
de posturas. Como também gerou atritos e conflitos políticos das
mais diversas ordens entre partido liberal e conservador. Estes
últimos sendo as classes mais ligada aos valores do campo e os
liberais como os modernizantes.

Outro exemplo de cidade rizoma é Brasília pois o centro oeste


passa a ser um ponto estratégico já por ser distante do litoral e do
contato com as massas populares, onde o próprio plano piloto não

Capitulo XIV
visa abrigar os trabalhadores que tiveram que formar aglomerações
na circunvizinhança da capital aleatoriamente gerando as cidades
satélites que nem é mais possível prever onde e quando irá terminará
Brasília. Ou as grandes remoções de bairros para assentar trilhos
alocando o povo em outro lugar totalmente diferente, também se
chama bairros rizomas. Mesmo princípio para as comunidades que
habitam em locais de risco, que também são removidos por
imposição urbana para qualquer outro lugar se aplica o termo rizoma.
A esquizofrenia do sistema político vigente dá lugar a uma disputa
arquitetônica que beira a bestialidade por subordinação aos
interesses do capital. Deleuze vai enxergar nessa contradição uma
certa esquizofrenia do sistema capitalista. Como resposta ao
descaso das autoridades surge a Estética da ginga ou A arte de se
virar que é a reação espontânea pela liberdade recusada (ou contra a
opressão deliberada) pelo espaço quando é projetado. Isso se refere:
os comércios informais, biscates, reciclagem, jogos e tudo que seja
ambulante; sendo inclusive alvo de marginalização e até
criminalização, que é justamente o papel que o centro vai
desempenhar depois dos anos 60. Óbvio que o Oscar Niemeyer não
iria projetar o local para os trabalhadores, porque na imaginação dele
os trabalhadores iriam construir outras cidades iguais a Brasília para
eles morarem. Entretanto depois de Brasília o governo federal nunca
apoiou a construção de nenhuma cidade para o povo que se iguale
em conforto e qualidade estética de Brasília.

Capitulo XIV
A zona central de Fortaleza

Figura 130.Mapa de Fortaleza

O argumento que Sebastião Rogerio explica a situação do


centro de Fortaleza no final do século XIX para o começo do XX.
Comumente se diz que houve nesse período um mundanismo chique,
pois a elite se afrancesava e incorporava os valores europeus como
um padrão aceito internacionalmente sem afetar os valores
nacionalistas. Nós fichamos algumas partes de livros no quais eles
relacionam a função do centro da cidade de fortaleza e a difusão dos
seus valores através da arquitetura. O objeto descritivo de estudo do
trabalho é da General Sampaio até a rua 24 de Maio, José de Alencar
e Castro e Silva. O estudo concluiu que o centro representa a
evolução urbana[7] da cidade no sentido que uma zona residencial
cerceada por industriais com o passar dos anos e das intervenções
políticas(ou ausência delas) tornaram região predominantemente
comercial de baixa densidade.

Capitulo XIV
Figura 131.Na tab.5 extraída da tese de doutorado da professora Clélia [8]

Com a industrialização a população rural do interior foi


empurrada para Fortaleza, assim os números de habitante foram
crescendo geometricamente ao invés de aritmeticamente como até
então, criando uma mão de obra pouco especializada, carente de
leitura e ensino. A cidade de Fortaleza possuiu várias formas de
governo, quando o Brasileira colônia(1726 a 1822), a capital era
Aquiraz e quem estabelecia os critérios para lei de uso e ocupação
do solo era a câmara municipal constituída pelos "Homens bons da
colônia" que eram Juízes Ordinários, na época do império(1822 a
1890), a cidade passa a ter prefeito nomeado pelo presidente da
Câmara Municipal. Depois na época da República surgem os
primeiros intendentes eleitos em uma democracia onde só votavam
homens de alta posição e donos de terra. Depois da Revolução de
trinta fortaleza passa a ter interventores nomeados por Vargas.

Nessas décadas (10-2030) as construções eram erguidas com


alvenaria de tijolos colada por argamassa e madeira para travejar
piso, coberta e forros. De modo que é possível ver na foto área que a
volumetria da cidade apresentava um padrão, onde poucos edifícios
dissonavam do contexto. Desse modo a ornamentação da fachada
para a rua adquire grande importância pois era o que numa escala

Capitulo XIV
menor era justamente o distinguia uma residência de um comercio
ou de um prédio público. Todavia os métodos rústicos e tradicionais
de construção permitiam que os construtores fossem caprichosos na
fase de acabamento.

Figura 132.Vista Aérea do Centro de Fortalezaem 1938

A casa no passado estava recuada, precedida de área verde


com jardim com chafariz clássico, na época a residência tinha dois
pavimentos sendo o inferior nitidamente colonial português e o
superior com barroco religioso espanhol. Tinha platibanda somente
na parte central

A casa caracterizava-se pelo estilo de arquitetura eclética sem


muita interferência nas técnicas e materiais que muito embora no
mesmo tempo acontecesse em todo país não aparecia no Ceará
devido ao atraso sócio econômico.

Capitulo XIV
Figura 133.foto da Residência do Dr. Leite Maranhão[9]

Figura 134.Planta de locação [10]

Capitulo XIV
Figura 135.Planta baixa dos dois pavimentos

Capitulo XIV
Figura 136.Fachada

A casa tem friso, platibanda, arquitrave com detalhes


simétricos. O pavimento superior continha um banheiro coletivo bem
grande, inovação trazida da Europa, com 04 quartos com 04
varandas. O pavimento térreo coloca quarto de empregada sem
banheiro entre o serviço e a cozinha precedido de copa. pavimento
inferior tem uma varanda imensa com três portas em arco romano
com bandeirola e maior bem larga que dava acesso ao um carro por
exemplo(tecnologia que estava prestes a se popularizar com as
indústrias Ford), a sala de jantar é na vertical entre um estar e uma
sala de visita que tem por trás um conjugado com banheiro pequeno.

Capitulo XIV
Figura 137.Santuário no quarto do casal

Figura 138.A casa em 2015

Capitulo XIV
Na visita de campo nos vimos que a casa do Dr. leite Maranhão
foi vendida para esse virar um posto de combustiveis. [11]

Figura 139.Jardim

O piso tem detalhes do português colonial que já é uma


influência do árabe no tempo da invasão da península pelo Norte da
África. O que em suposição pertenceria ao pavimento térreo mesmo,
pois o superior remetia ao mosaico barroco espanhol na varanda na
forma de carimbo.

Capitulo XIV
Figura 140.Pavimento Superior

O mosaico da varanda do pavimento superior de influência


colonial espanhola. A própria estética eclética engrandece muito o
papel civilizador nas metrópoles colonizadoras.

Capitulo XIV
Figura 141.Mosaico

Figura 142.Afresco da coluna

A rua 24 de Maio é muito importante para compreender a


evolução espacial e arquitetônica do bairro do centro de fortaleza.
Sofreu influência do Neoclássico, sofreu influência do eclético na
arquitetura, quanto ao uso do solo a identidade cultural ainda é mais

Capitulo XIV
múltipla, dos grandes aristocratas exportadores de charque do
interior e do proletário industrial até tornar-se quase que inteiramente
comercial de baixa densidade com alta taxa de flamabilidade,
criminalidade e grande gerador de poluição e lixo em menos de 130
anos.[12] O que supostamente seria um espaço de disputa
arquitetônica para as vanguardas tornou-se em um objeto de
especulação sem muita forma, sem muito uso, gerando lucro e renda
para uma minoria. Apesar do local hoje funcionar uma loja de venda
de carrinhos para vendedores ambulantes montarem quiosques nas
esquinas de churrasquinho, pipoca, algodão doce o espaço pode ser
considerado subaproveitado do ponto de vista arquitetônico pela
degradação do espaço porém no campo estrutural se modernizou
com colunas e vergas de concreto armado porém poderia funcionar
um curso no pavimento superior de línguas, ou de desenho, mas
enfim, agora funciona como o estoque do dono e sabe-se lá Deus o
que se guarda lá. A parte esquizofrênica do capitalismo consiste no
fato de comercializar materiais para ambulantes e em todos os anos
o que vem acontecendo no município é a redução do espaço dos
feirantes e dos pequenos vendedores em detrimento de franquias
que vendem os mesmos produtos que os ambulantes, porém com
mais marketing.

Figura 143.Reconstrução volumetrica 3d

Capitulo XIV
O Emilio Hinko traduziu seus conhecimentos aprendidos em
alguma politecnica da Hungria, Leste europeu não sei qual, fugindo
do comunismo e da guerra, coincidentemente veio parar em Fortaleza
e ele com certeza aprendeu de professores que aprenderam na
Bauhaus e foram ensinar nas politecnicas pela Europa e eu atribuo a
sua chegada aqui, se não, pelas vias do fracasso do plano Marschal
que dissuadiu a continuidade da guerra em um acordo de metade
metade com a União Sovietica. Além da ousadia em demolir veio da
ignorância de não ter uma política que viabilize corretamente
produtos inflamáveis e que qualquer lugar serve para se colocar um
posto de gasolina.A polemica dessa casa cujo título eu poderia até
fazer uma homenagem ao famoso manifesto de Le Corbusier, pois as
construções em volta do atual posto são armazéns com janelas em
fitas, planta livre, fachada livre, pilotis, e sem o quinto elemento do
teto verde proposto por Le Corbusier mas seria uma boa ideia trocar
as telhas colônias por teto verde na Lei e Código de Uso do
Solo(LUOS) para melhorar a sensação térmica dentro do comércio
que apresentam calor excessivo. Para comentar os influência da
arquitetura moderna podemos dizer que sofreu uma grande mudança
na forma e na função, esse confronto com a sua antiga natureza
eclética e residencial se faz com a sua nova finalidade comercial e
para nós arquitetos teve a função de provocar reflexão sobre a
memória e a estética, porque a sua geometria é tão adaptável que
pode tranquilamente deixar de ser um armazém para venda de
produtos para ambulantes para voltar a ser residências de baixa
concentração ou virar um restaurante, um ponto de açaí, pizzaria, e
até centro de línguas e etc.

A modernização desse espaço valorizou o solo, entretanto eu


suspeito que não tenha sido uma opção estética, mas sim uma opção
financeira-econômica pois com a popularização dos métodos
modernos da construção civil é mais em conta construir um prédio

Capitulo XIV
de dois pavimentos de concreto armado que de alvenaria estrutural
ou blocos estruturais.

Figura 144. Reconstrução 3d

A respeito do impacto estético


do trabalho de Morris, seu
projeto não logra a tão almejada
popularização dos produtos. De
qualquer modo, o legado do
movimento Arts & Crafts pode
ser aferido até hoje, em todo o
mundo, pela propagação de
estúdios de cerâmica,
tecelagem, joalheria e outros e
pela organização de diversas
escolas de artes e ofícios. No
Brasil, especificamente, o Liceu
Figura 145.Cancela da casa.
Fabricada por Walter-MacFarlanes & Co
de Artes e Ofícios, criado em
diversas cidades (Rio de
Janeiro, Salvador e São Paulo)

Capitulo XIV
Figura 146. Remodelagem 3d c/ sugestão de paisagismo ecletico

Capitulo XIV
Figura 147.Sugestão de desenvolvimento urbano eclético

Figura 148. Torre Ecletica com Fachada Verde.

Capitulo XIV
Figura 149.sugestão eclética p/ desenvolvimento de centros urbanos em zonas
rurais p/ cidades c/ 20 mil habitantes

Figura 150. Rua dos Ypês

Capitulo XIV
Figura 151.Detalhamento de Residencia Ecletica

Figura 152.Detalhamento de Residencia Ecletica c/ bike food

Capitulo XIV
Figura 153. Casa Dourada com finalidade residencial.

Figura 154. Torre Ecletica de 15 andares. Ateliê III.

Capitulo XIV
Figura 155. Paisagismo de Quintal pequeno.

[1] A discussão sobre a modernização das grandes capitais,


admite que cada uma tenha suas particularidades, porém
genericamente ela acontece quando um grande fluxo de imigrantes
chegam aos litorais trazendo os conhecimentos da Europa, Ásia e
África e junto também com um grande êxodo rural que busca formar
mão de obra para a indústria que começa a se instalar em pontos
estratégicos como próximo a portos e estações ferroviárias ao longo
da costa Atlântica e Pacífica.

[2] Os Batalhões Provisórios: legitimação, mobilização e


alistamento para uma guerra nacional (Ceará, 1932) -UFC - NUDOC

[3] Influente matemático do Século XX. Filosofo ateu e


ganhador de Prêmio Nobel de Literatura. Autor de Autoridade e
Individuo, a. O poder nu, Dúvidas filosóficas a Filosofia entre a
religião e a ciência. O seu avô foi arquiteto da Grande Reforma Bill de
1832 e duas vezes Primeiro Ministro. Ficou órfão de mãe aos 4 anos.
Desenvolveu seus estudos no Trinity College.

Capitulo XIV
[4] "Simultaneamente, importantes transformações das
estruturas sociais levaram a redefinir o lugar dos indivíduos em
grupos e em comunidades que permaneciam solidárias depois do
desaparecimento de cada um de seus membros: os grupos de
parentesco, carnal ou espiritual, do mosteiro, da linhagem nobre, da
paróquia, da confraria eram o quadro dessas novas relações entre os
vivos, mas também entre os vivos e os mortos."( SCHMITT, Jean-
Claude.)

[5] O termo que pode se contrapor a cidade-rizoma seria a


"[...]tese da "cidade-colagem" de Rowe, que Schumacher apresenta
com intenções normativas. Uma das ideias mais importantes dessa
teoria é a de que os espaços urbanos sólidos (os volumes dos
edifícios) e os espaços urbanos vazios (da rua e da praça) podem ser
figurativos. O emprego de diagramas analíticos de figura fundo
evidencia a importância da forma dos espaços públicos para criação
do caráter da cidade. As cidades europeias se caracterizam por
espaços públicos figurativos bem delimitados, inclusive ruas e
praças, enquanto as cidades norte americanas tendem a ter planos
abertos, ilimitados com jardins, calçadas arborizadas e parques."
(THOMAS L.. SCHUMACHER . CONTEXTUALISMO: IDEIAIS
URBANOS E DEFORMAÇÕES)

[6] Platô deve ser compreendido não como um relevo ou


planalto, mas como uma "ideia" no sentido filosófico que tem
intencionalidade e expressividade e é gestada no mundo sensível.

[7] Peter Eisenman se refere “O modernismo tem o objetivo de


romper com o passado histórico, é o clima do pré guerra. E a
polêmica do passado persiste até o pós guerra. O autor relata que
com advento da industrialização e o atendimento a uma clientela de
massa a justificativa estética para as composições formais foram de
obediência a função. Com certo alivio, o autor justifica citando a
Trienal de Milão 73 e a Exposição de 75 do Museu de Arte Moderna
de Nova Iorque como dois momentos significativos que mostram o
fim dessa transição no campo da arquitetura crítica. "

[8] Tabela retirada de Vulnerabilidades socio ambientais de


fortaleza tese de Maria Clélia Lustosa Costa. Disponível em:
https://books.google.com.br/books?isbn=8572823530

Capitulo XIV
[9] Podemos dizer que o ecletismo é uma tentativa burguesa
de suprimir os valores aristocráticos implícitos na arquitetura
Neoclássica. ou arquitetura paladiana que se refere a um arquiteto
que se inspirava na estética grega e romana pois naquele momento
representava o ideal político napoleônico de supra-homem ou de
grande homem no sentido histórico como Alexandre, Péricles ou
Cipião.

[10] Fotos extraídas da monografia.: ANÁLISE de uma


residência da Fortaleza de 1932: Casa do Dr. Leite Maranhãosituada
à rua Duque de Caxias, esquina com 24 de maio. Fortaleza, CE, 1978.
13f.: Número de chamada: Trabalho de disciplina 030 (BCA)

[11] "Nos últimos anos pensadores como Michel Foucault,


Derrida, Deleuze, Fish e Rorty desfraldaram a bandeira do
individualismo nietzschiano; na arquitetura, Peter Eisenman e
Bernard Tschumi fizeram o mesmo. A visão individualista de
Nietzsche questiona vigorosamente os pressupostos aristotélicos
acerca do bem estar do homem, da cidade, da natureza, da vida, da
mora, do papel da razão e a definição de Aristóteles sobre autoridade.
não é no contexto da vida comunitária, mas no da sua progressiva
emancipação e seu desligamento interior de uma diversidade de
papeis e compromissos comunais que o indivíduo alcança uma
condição de bem estar. A cidade é, em essência, um empreendimento
economia que propicia aos indivíduos os bens materiais e o
anonimato necessário a realização dos seus planos pessoais. A vida
moral é entendida sobre em termos de regras que devem ser
seguidas quando conveniente, invocadas quando necessárias a
proteção da pessoa e descartada quando entra em conflito com a
busca de realização dos projetos particulares individuais." (O
individualismo Nietzschiano. p .407)

[12] A função das ideologias conforme o marxismo, tem a


função de mascarar o funcionamento do capitalismo tem uma
importância fundamental na visão de Tafuri sobre a história da
arquitetura. Ele atribuiu a crise porque passou a arquitetura no final
da década de 60 a incapacidade da ideologia modernista de fazer
frente aos fatos da economia. (MANFREDO TAFURI. PROBLEMAS À
GUISA DE CONCLUSÃO.p.388)

Capitulo XIV
O modernismo
O antigo ex-campeão mundial de xadrez M.M. Botvinnik
desenvolveu, por volta de 1982, um programa de xadrez que não
dependia da força bruta do computador, mas destacava os aspectos
posicionais do jogo. As peças de xadrez foram dadas, de acordo com
sua posição em relação a outras peças, certos valores. Um inventário
subsequente levou a uma lista de prioridades e, finalmente, ao
movimento mais favorável. Botvinnik considerava o jogo de xadrez -
com suas diferentes peças, movimentos e regras dentro de um dado
ambiente - como um problema inexato que tinha semelhanças com
outras organizações complexas como a economia ou em sistemas de
gerenciamento. Van der HERIK (1983) forneceu uma pesquisa inicial
do mundo do xadrez computacional e da inteligência artificial em sua
Ph.D. legível no TH Delft.

Figura 156. A arvore


de decisão é uma teoria de
Botvinik que é muito usada
por Capablanca quando
criticou seus alunos por
empatarem tanto justamente
quando havia poucas peças
no tabuleiro e a quantidade
de decisões era mínima.

Capitulo XV
Figura 157. A casa moderna ela é simples, normalmente tem apenas uma fachada
voltada para a rua, portanto tendo como único elemento de ornamentação a janela para
identificação estética.

Ernest Gellner foi o líder fundador do centro para o estudo do


nacionalismo, em Praga. Foi colega de Karl Popper, essa sendo sua
maior influência. Ele permanece mais próximo dos problemas
intelectuais centrais de Weber. Eric John Ernest Hobsbawm foi um
historiador marxista britânico reconhecido como um importante
nome da intelectualidade do século XX. Ao longo de toda a sua vida,

Capitulo XV
Hobsbawm foi membro do Partido Comunista Britânico. Ou seja,
ambos têm uma formação intelectual bastante distinta e posições
divergentes em inúmeros pontos de vistas, porém quando o assunto
é nacionalismo ambos vão concordar que o nacionalismo nasce
antes da nação e que é competência do Estado engendrar a nação
nos seus moldes étnicos e raciais. Vivemos hoje novas formas de
vida, novos regimes precisam criar identidades que se adaptem a
eles. Daí que é comum hoje governos e meios de comunicação
inventarem um passado. Como dizia George Orwell, estamos em uma
idade em que o presente controla o passado. Altera-se a História para
servir aos interesses de alguns poucos grupos. Cito o exemplo da
Índia e da Itália, cujas histórias estão sendo adaptadas aos sistemas
de governos atuais. É vital o historiador lutar contra a mentira. O
historiador não pode inventar nada para Estado algum, todavia a
obrigação de qualquer investigador sério é procurar a verdade e
considerar as provas que estão disponíveis. Para os não-Judeus, o
Holocausto é um evento histórico e não um assunto religioso. Como
tal, está sujeito ao mesmo tipo de pesquisa e exame de qualquer
outro acontecimento do passado, e por isso a concepção do
Holocausto deve estar sujeita à investigação crítica, para o
historiador poder dizer para as pessoas o que é propaganda sionista
e o que foi fruto do ódio antissemita do partido nazista, que este traço
é inegável.

Marc Ferro explica o século vinte aos seus filhos, como um


consenso entre os historiadores: Século de guerras e genocídios,
tragédias e massacres, este também foi o momento da libertação das
mulheres, de avanços tecnológicos e do desenvolvimento da
medicina. O paradoxo dos acontecimentos forja, então, sua
identidade: sombria, movendo se incessantemente entre as luzes e
as trevas. Revolução Russa e a Primeira Guerra Mundial. Além disso,
foi pioneiro na busca de uma relação mais estreita entre a história e

Capitulo XV
o cinema, a arte, por excelência, do século passado. Como se não
bastasse, integrou a importante corrente historiográfica francesa, a
chamada Escola dos Anais, que revolucionou a forma de se fazer e
pensar a história no século XX. Ele afirma que personalidades como
Gandhi, Martin Luther King, Nelson Mandela desfrutam de uma
simpatia universal enquanto outros como Mussolini, Stalin, Hitler são
praticamente nomes execrados, que imprimem uma péssima imagem
na memória das pessoas. Ele diz "Mais do que nunca, os
historiadores precisam repensar a famosa frase de Sartre:

Figura 158. Villa Savoye, obra magna do arquiteto Le Corbusier


onde fora implantado suas 5 teorias sobre o moderno.

Capitulo XV
“Que Valéry é um poeta pequeno-burguês, não há dúvida. Mas
nem todo pequeno-burguês é Valéry”."

Na década de 30 e 40, todos os países organizaram-se ou


cresceram correntes políticas que defendem a substituição do
regime democrático por sistemas autoritários ("que imponham a
ordem", justificam eles), se necessário por meio da violência. Porém
no fim do século a própria França com uma tradição de dois séculos
de respeito aos direitos humanos, um terço da população dizia
concordar com as ideias do líder extremista Jean Marie Le Pen, o
paladino da expulsão dos imigrantes.

O comunismo soviético trata-se de uma engenharia social, de


extermínio de uma parcela da sociedade que são os donos do poder,
pois todos os melhores intelectuais acreditam na luta de classes
como tensão geradora, fabricador da nova sociedade. Em 1917
quando Lênin tem a possibilidade real de instaurar o marxismo,
houve a morte de milhares (alguns acreditam na cifra de 10 milhões)
de trabalhadores rurais que resistiam. extermínio dos ucranianos de
32/33, no inverno todos os suprimentos alimentícios na Ucrânia
foram confiscados. Um grande cordão foi criado para ninguém
pudesse ir embora. Sobreviventes como Nikolai Melnik de 32/33
afirmou que batatas, beterrabas, couves, todos os bens comestíveis
foram confiscados. as pessoas foram orientadas a se deslocarem, os
trens que faziam a travessia, tornava das estações verdadeiros
necrotérios. E as ordens para qualquer um que tentasse roubar os
celeiros guardados pela NKVD era o sumario fuzilamento. Um
destacamento da NKVD passava nas casas recolhendo os corpos
"onde estão seus mortos?" relatam emocionados os sobreviventes
acerca da indagação de recepção.

Os grãos confiscados foram exportados para o ocidente. A


exportação de grãos da Ucrânia foi aumentada para o nível máximo.

Capitulo XV
segundo as estatísticas não oficiais 7 milhões de pessoas morreram
de fome em um ano. Um programa de extermínio altamente eficiente
ocorreu na Ucrânia de 32/33.

Na visão dos arquitetos do comunismo, a sociedade tinha


cinco graus de evolução de sociedade primitivas até sociedades
comunistas, só que na Europa do começo do século XX teriam ainda
sociedades extremamente atrasadas que ainda não tinham a
consciência histórica da evolução. Pôr a eles não cabiam entrar com
autores da sua própria história.

O nascimento do novo homem era o objetivo do Marxismo,


que seria produzida por uma sociedade onde os governantes eram o
proletário.

O nacional socialismo de Hitler também pretendia criar um


"novo homem". O nazismo é ideologicamente baseado numa falsa
biologia. e o comunismo é baseado numa falsa sociologia. Mas
ambos os sistemas tem a ambição de serem alicerçados em bases
cientificas.

Em 1849 no jornal de Marx, Nova Gazeta Renana, Engels


escreveu sobre a guerra de classes nos termos marxistas. Quando a
revolução socialista acontecer, a guerra de classes acontece. Os
bascos, os bretões, os escoceses, os sérvios eram um lixo racial
porque ainda nem tinham estavam dois estágios atrás no nível de
evolução, sendo impossível chegar ao nível dos revolucionários, ele
falava mal do hungarianismo e dos povos eslavos, e pensava que a
Polônia não tinha razão de existir.

No auge da guerra parte dos franceses de esquerda apoiou o


Hitler, partes dos socialistas tornaram-se defensores de Hitler,
Bernard Shaw defendeu Hitler na mídia. Defendeu o extermínio em
massa por categoria, não por categoria social ou racial, mas os

Capitulo XV
desocupados, os inadequados. Matar os parasitas da sociedade. Ele
acreditava que existiam pessoas que não tem utilidade neste mundo,
a existência devia ser justificada, através do esforço de produzir mais
do que consome, a sociedade não tem interesse em manter essa
pessoa viva porque a vida dela não beneficia em nada a sociedade.

Zyklon B, era o gás que Adolf Eichmann afirmou que matava


sem dor. seria um "gás humano'. Mandar as pessoas para a câmara
de gás ultrapassava os limites do desculpável, a doutrina que o Hitler
desenvolveu se afastou bastante da de Marx, por isso a maioria dos
socialistas se opôs ao nazismo.

Para Marx os exterminados deveriam ser os inimigos da


classe, se inimigo não desistir deve ser exterminado. As pessoas na
US eram exterminadas levando um tiro na nuca. Em uma floresta de
Kiev onde os caminhões que despejavam os mortos para serem
enterrados pingavam a estrada de sangue. hoje em dia tem um
memorial no lugar em memória das vítimas inocentes que foram
brutalmente assassinadas.

Milhões de órfãos, Stalin autorizou na década de trinta que


crianças a partir de doze anos poderiam ser fuziladas aleatoriamente.
Existiam cotas de extermínio. Motolov, Voroshilov, Kaganovich,
Zhdanov, entre 37 a 41, 11 milhões de pessoas foram executadas.
Uma escala repressiva contra o próprio povo inimaginável.

Hitler anexou a Áustria, a Checoslováquia, Hitler iria destruir


toda a ordem da Europa, é tanto que Stalin não quis faz parte da
coalização anti Hitler, não haveria sindicato, nem exército, e nem
governos e Stalin surgiria como libertador das milhões de pessoas
que estariam em campos de concentração esperando a libertação,
esse era seu plano.

Capitulo XV
Em trinta e nove Hitler invade a Polônia de um lado, e Stalin
invade pelo Leste, o pacto de não agressão entre US e Alemanha
estava quebrado. Os transmissores de rádio soviéticos indicaram os
alvos para os pilotos da Luftwaffe, exército vermelho e SS lutaram
lado a lado no início da segunda guerra. A Polônia é dividida entre
alemães e soviéticos, e a mídia se encarregava de dizer que a luta era
para libertá-los do fascismo polonês.

A Noruega foi invadida com ajuda direta da US, Stalin forneceu


aos nazis uma base naval. A Finlândia foi atacada pela união
soviética. A pequenina Finlândia resistiu ao maior exército do mundo.
A retórica de lutar contra o fascismo finlandês não teve base, então
a URSS foi expulsa da liga das nações. Judeus que buscaram refúgio
na URSS, Stalin devolveu para Gestapo. NKVP a polícia de segurança
de Stalin cooperou com a SS até com treinamento, ensinando a
construir campos de concentração, oficias do exército vermelho
foram a Cracóvia preparar a SS.O sistema prisional soviético era
chamado de Gulag. Riga (Latvia), Tartu (Estônia), Minsk Katyn
(Rússia), Leviev (Ucrânia). Foram campos de extermínio em massa. 1
milhão de russos mudaram de lado e passaram a defender a causa
nazista. Os soviéticos não destruíram os campos de concentração
nazistas eles limpar aram para continuarem utilizando. A URSS
transferiu muitas pessoas etnicamente russas para territórios
bálticos ocupados onde evidentemente foi violada a convenção de
Genebra que proibia a transferência de civis para regiões
desocupadas. O Kremlin orquestrou uma limpeza étnica nos bálticos,
os colonos russos tornaram-se maioria na Estônia, na Letônia,
enquanto o povo era báltico era mandado para Sibéria. A KGB fez
experimentos científicos com humanos nos campos. até no cérebro
com as pessoas vivas. Marco Ferro até considera que uma das
maiores ironias desse século é que: o resultado mais duradouro da
Revolução de Outubro, cujo objetivo era a derrubada global do

Capitulo XV
capitalismo, foi salvar seu antagonista, tanto na guerra quanto na
paz, fornecendo-lhe o incentivo — o medo — para reformar-se após
a Segunda Guerra Mundial e, ao estabelecer a popularidade do
planejamento econômico, oferecendo-lhe alguns procedimentos
para sua reforma e tratou de assinalar seu próprio colapso com a
queda do muro de Berlim em 1988.

Justamente por isso a experiência do movimento moderno


não possui uma linearidade política nem muitos menos cultural. Uma
série de movimentos estéticos na Europa passam a influenciar a Arte
e Arquitetura até eclodir a guerra. Além disso, por mais que se
vivesse na cidade, a ligação com o interior (ou sobre outro ponto de
vista, a negação da urbanidade e a resistência à modernidade) era
mantida e no período das férias escolares a ida (ou volta) ao interior,
ao sertão, era um momento aguardado por muitos. Milton Dias
observa que “depois da leitura de notas, vinha a etapa, seguinte, à
espera do caminhão que nos conduziria à doce paz do interior” (Dias,
1998, p. 73).[1]
Na citação acima que foi extraída de uma revista que cita um
memorialista chamado Milton Dias o qual afirma que apesar do
suposto turbulento crescimento da urbanidade fortalezense as
ligações com a o sertão ou a serra ainda eram muitos fortes, o que
denota a dificuldade em aderir a uma cidade pensada de forma
capsular que visa ser uma força maior e independente das outras
cidades do interior.

"[...] Os modelos formais utilizados nessas operações são os


da tradição clássica e do grand doût sobre os quais esses encaixam,
nas últimas décadas do século, os traçados curvilíneos e irregulares
derivados da tradição paisagística inglesa." (BENEVOLO, Leo).: As
condições de Partida. Fls.: 372. cap. 12.

O autor atribui o fato da nacionalização recente da indústria e


a efervescência cultural e arquitetônica disponibilizava novos
instrumentos para crítica em arquitetura na Alemanha. A priori em
todos os locais que não se usa ferro nas construções podem ser

Capitulo XV
então um bom palco para criatividade dentro de qualquer vanguarda
estética.

" Walter Gropius (1883-1969), filho de um abastado arquiteto e


funcionário berlinense, trabalha no estúdio de Behrens, porém logo
começa a projetar por sua conta: em 1906, um grupo de casa
agrícolas em Janikov; em 1913, [..] em 1911 um esplendido edifício
industrial, a fábrica de formas para sapatos Fagus da Alfeld an der
Leine." (BENEVOLO, Leo).: As condições de Partida. Fls.: 378. cap.
12.

O diálogo que se forma entre escultura, música, pintura e


indústria junto com os movimentos estéticos como cubismo,
abstracionismo formam toda uma literatura de ideias sobre a arte e
sobre a técnica, sobre as teorias, sobre nossas próprias crenças,
sobre a utilidade implícita da forma e da função na geografia e na
história da arquitetura."Picasso: "Um quadro não é pensado e
estabelecido desde o momento inicial; enquanto se trabalha ele se
transforma na mesma medida em que muda o pensamento;"
(BENEVOLO, Leo).: As condições de Partida. Fls.: 386.

Figura 159.Burle Marx se inspirava no cubismo de Picasso para decoração da urbs.

Capitulo XV
"A guerra de 1914-1918 não apenas detém a atividade dos
arquitetos e limita gravemente a dos pintores, mas também interfere
de várias maneiras em seu pensamento e imprime a pesquisa um
curso totalmente diverso." (BENEVOLO, Leo).: As condições de fls.:
390

Figura 160. A sacada e a janela têm a funcionalidade na revolução Industrial de


manter a casa iluminada e ventilada sempre voltada para o Leste, no ambiente citadino
esse elemento dá originalidade e assume papel de moldura.

Historicamente o que está posto é que nos tempos antigos, ou


seja, antes da Revolução Industrial, o desenvolvimento dos ofícios
aumentou o número dos trabalhadores que eram seus próprios
patrões, e que podiam, portanto, desfrutar algum orgulho do que
produziam. Subjetivamente havia um propósito comum o qual era
dada alguma dignidade ao oficio do trabalhador e orgulhar-se da
qualidade do produto feito inteiramente de sua responsabilidade.
Hoje a gente compra uma coisa e num instante se quebra. Nada

Capitulo XV
presta. Não tem como culpar ninguém. Não se sabe quem fez, o nome
à pessoa, é tudo muito anônimo escondido por detrás de grandes
marcas. O consumidor parece que tem apenas o direito de deixarem
roubar o seu dinheiro sem poder reclamar nada, apenas se restringir
a atitude de nunca mais comprar aquela marca e aquele modelo. Isso
quando não somos dependentes de apenas uma marca do mercado.
Porque aí mesmo quando não presta a gente tem que comprar de
novo da mesma marca como é o caso da gasolina, telefonia e energia
elétrica, esgoto e abastecimento de água.

Figura 161. A sacada se torna o grande componente de


integração do desenho arquitetônico com a diversidade da paisagem
urbana.

Capitulo XV
Na década de 50, o momento do país era propício a novas
técnicas e Ferraz elegeu a protensão como alvo de pesquisa. O
resultado foi a idealização de um sistema patenteado, inovador para
a época. O processo consiste basicamente em obter aderência ao
concreto por meio da calda de injeção. O exemplo mais significativo
da adoção desse processo foi o prédio do MASP- Museu de Arte de
São Paulo, na avenida Paulista, obra iniciada em 1960.

O peso das vigas e a ação de cargas que ocorrem de maneiras


variadas ao longo do tempo, além de pesos extras, como de pessoas,
obras, etc., esses cabos continuam executando suas forças de tração
na parte inferior da viga.

O presente capítulo visa analisar as forças e tensões que agem


nos elementos estruturais do Museu de Arte de São Paulo que foi
construído de 1956 a 68 em estilo modernista brutalista na Avenida
Paulista. Projetado arquitetonicamente pela Lina Bo Bardi[2] e os
cálculos estruturais do engenheiro José Carlos de Figueiredo
Ferraz[3].

Figura 162.Crôqui com o esboço em cavalera e corte lateral.

É necessário comentar a grandeza que é imaginado os


pórticos, bem como o grande vão que é vencido pela laje de concreto

Capitulo XV
aparente. O desenho faz jus ao grande interesse que desperta entre
o público que se impressiona com o tamanho do vão.

A construção do MASP nos chamou atenção por possuir um


vão livre de 74 metros, vigas protendidas de cobertura, laje nervurada
e pilares ocos para evitar introdução de momentos fletores nos
pilares.

A história da sua construção também chama atenção por ser


exigência do doador da terra que não fosse suprimido o belvedere da
paisagem. O projeto a princípio é utópico pois é uma distância muito
grande que a laje precisa para deformar sem fissurar.

Em discurso direto o calculista comenta:

"Meu projeto só poderia ser realizado em concreto protendido.


Lembrei-me do ex-secretário de Obras, professor na Politécnica e na
F.A.U., que tinha elogiado o projeto estrutural. Fui procurá-lo".[..] [4]
E sobre as dificuldades tecnológicas:

” [..] não havia na época materiais modernos, como o Teflon,


para articulação ou apoio provisório da viga na hora de sustentá-la
para fazer a protensão, conta o ex-aluno, amigo e sócio de Ferraz,
José Lourenço Braga de Almeida Castanho, vice presidente e
superintendente da Figueiredo Ferraz Consultoria e Engenharia de
Projeto.”

Mais tarde em um depoimento de próprio punho sobre o MASP


a arquiteta diz como foi gestado o partido da edificação:

"Nada de colunas, setenta metros de luz, oito metros de pé


direito".

O uso do concreto com armaduras tensionadas paralelamente


em aço se dá em 1824, a partir da criação do cimento Portland na
Inglaterra. Depois franceses e alemães vão explorar os benefícios da

Capitulo XV
dureza do cimento. Em 1912 Koenen e Morsch desenvolvem uma
teoria para dimensionar empiricamente o concreto armado. Em 1919
K. Wettstein fabricou, na Alemanha, painéis de concreto com cordas
de piano. Em varios países começaram a surgir comissões
regularizando normas. Aqui no Brasil é a NBR 7197.

Figura 163.A protensão é pela figura um estiramento dos fios da armadura por uma
prensa para evitar que o ferro entorte livremente por dentro da concretagem.( extraída:
http://pitoresco.com/espelho/destaques/masp/masp )

Entender como a força de tração e compressão se anula com


a normal ao aderir o aço estirado ao concreto na laje do MASP pelo
sistema Ferraz de protensão.

A escolha da protensão na construção do MASP foi feita com


base na funcionalidade e nas condições que a natureza impõe. Como
em São Paulo não ocorrem terremotos, nem tem atividade vulcânica,
e a umidade relativa é pouco agressiva tornam a solução viável pois
os prognósticos para a peça colapsar é situações de emergência
mesmo, ou até que os paulistas se cansem de ter um museu e
utilizarem a propriedade para outro fim que seja colocar um peso
superior ao que foi imaginado no cálculo de carga variável.

As obras a serem executadas em concreto protendido devem


obedecer ao projeto elaborado pelo profissional legalmente
licenciado e que esteja em acordo com a Norma NBR 7197 e 6118 e

Capitulo XV
as demais normais referentes aos projetos de estrutura, no que
compreende cálculos, desenhos, planos de execução e memorial
justificativo. Para o aço da armadura de protensão deve obedecer a
especificação NBR 7482 e 7483, deve se tomar cuidados especiais de
modo a evitar-se oxidação. É expressamente proibido o uso de água
do mar pois prejudicará a armadura.

O desenho deve constar armaduras e formas, designando o


aço da armadura a ser protendida, bem como sua relaxação, as
bainhas, as lubrificações, a categoria de aço, valor mínimo da
resistência do concreto necessário para a aplicação da protensão.
Deve dispor sobre o número e a posição das juntas na concretagem.

As ações que agem na estrutura são empuxo, retração,


fluência, deslocamento de apolos, cargas acidentais
correspondentes a utilização da construção, inclusive cargas
móveis, forças centrífugas e de impacto, ações vibratórias, vento,
variações de temperatura.

No caso do concreto protendido ele pode ser deformado por


fluência do concreto na própria cura, sendo essa irreversível, e
também por fluência do uso, que pode ser reversível ou irreversível.

A aplicação de carga horizontal somada a vertical pode ser


combinada com uma força de protensão na laje, harmonizando o
conjunto de vetores dos elementos estruturas, no caso do MASP, o
objetivo é criar uma tensão prévia contrária aquela que poderia
flambar a laje. Ou seja, a tendência do concreto de tracionar é
reduzida pois é introduzida uma força que anula essa inércia. Estima-
se as forças de protensão pelo parâmetro da ação da gravidade na
cura e no pós cura, resistências dos materiais, esforço de cargas
permanente e variável, perda de tensão da armadura decorrente do

Capitulo XV
atrito, da compressão, da fluência do concreto, e da relaxação do aço
de protensão.

Figura 164.Museu de Arte de São Paulo (Masp)

Analisando a figura de cima é possível ver uma força normal


com as vigas cinzas em paralelo empurrando o pórtico vermelho nas
duas horizontais fincadas em uma base preta que empurra a
edificação no sentido contrário do movimento horizontal.

“O Museu de Arte de São Paulo (Masp) foi concebido e


implantado como um museu transparente, visualmente aberto para a
cidade através das faces de vidro de seu prisma suspenso. Tanto a
museografia, os suportes de vidro temperado, quanto o bloco
superior do edifício, vedado com fachadas de vidro inteiramente
transparente, foram criados pela mesma autora, a arquiteta ítalo-
brasileira Lina Bo Bardi dentro de uma concepção de dessacralização
da obra de arte. “[5]
Lina imaginou uma estética moderna para o prédio com a
utilização de diversos materiais na fachada, inclusive aderindo ao

Capitulo XV
vidro, o que gerou um desconforto pois usa-se cortinas para diminuir
a insolação.

“A segunda metade dos anos 80 foi o período mais crítico ao


MASP. Surgiram rachaduras e manchas no concreto, ferrugem nos
caixilhos e infiltrações na laje do belvedere. O edifício deteriorou-se
a tal ponto que não apenas o acervo corria grande risco de danos,
como as próprias condições de uso se tornaram precárias. A imagem
da instituição sólida, reforçada pela arquitetura, estava
comprometida pela aparência de ruína precoce. A imponente
estrutura do edifício se viu pela primeira vez frágil e ameaçada.”[6]
O problema das goteiras perturbou o prédio e a estrutura
desde a reinauguração. Os pórticos foram imaginados no projeto
com impermeabilizante incolor, porém com os problemas de
infiltração de água, foi solucionada com uso da tinta
impermeabilizante vermelha, por ser uma cor subversiva aos olhos
dos militares que ocupavam o governo naquele momento.

A solução bastante complexa em virtude da enorme extensão


dos vãos e dos efeitos de deformação decorrentes do uso de
protensão. Uma estrutura composta por viga simples e apoiada sobre
pilares ocos que abrigam pêndulos estruturais em seu interior. A
força de compressão e tração se opondo nas fibras inferiores, chega-
se ao resultado das forças zero.

Capitulo XV
Figura 165.O MASP foi fluxogramado para acervo e exposições temporárias. Uma
entrada com patamar um pouco acima da calçada permitindo acesso direto ao subsolo
com lojas e praça de alimentação.

Figura 166.Os pilares grossos da estrutura com as lajes finas são


contrabalanceados com vigas de cobertura pré moldadas. Sem protender o aço da laje

Para que não haja problemas com rachaduras transversais a


força de tração deve se anular com a força de compressão. Os pilares
grossos da estrutura com as lajes finas são contrabalanceados com
vigas de cobertura pré moldadas. Sem protender o aço da laje.

Capitulo XV
Figura 167.MASP em construção.

Figura 168.MASP(noite)

Os parâmetros ergonômicos visuais estão propostos no corpo


da norma NBR-8995 e NBR-5413, sendo elaborado pelo comitê
brasileiro de eletricidade e a comissão de estudos de aplicações
luminotécnicas e medições fotométricas. Estes conjuntos de normas
estabelecem os valores de iluminâncias médias mínimas em serviço
para iluminação artificial e de interiores, onde se realizem atividades
de comércio, indústria, ensino, esportes entre outras. As normas são

Capitulo XV
obrigatórias para construções no Brasil e a norma foi baseada nas
convenções internacionais do padrão ISO.

Sendo responsabilidade do INMETRO a inspeção dos valores


emanados pelos distribuidores em suas embalagens.

A qualidade do usufruto do espaço pode ser medida pela


relação entre temperatura, iluminação e som. Caso tudo esteja dentro
do conformes em aliar o conceito de conforto térmico ao luminoso e
ao visual e ao acústico podemos dizer que o ambiente está harmonia
com as características físicas da luz e das cores e que a acuidade
visual está boa além da sensação térmica agradável.

A harmonia entre a luz e as cores não é assim tão objetiva.


Nem mesmo a sua geração. Hoje sabe-se bem que a cor é um
fenômeno subjetivo e natural, pois ela é constituída de ondas
eletromagnéticas que podem ser emitidas por alguns animais na
natureza.[7]
As cores primarias são o azul, amarelo e vermelho, elas podem
dar sensação de fome, sonolência, cansaço conforme são
distribuídas. A incidência de luz interfere diretamente na captação da
cor pelo olho humano.

o presente estudo pretende discorrer como é a aplicação na


prática do uso e da definição desses conceitos em projetos
arquitetônicos.

A luz é um enigma em todos os sentidos, bem como um


projeto urbanístico proposto por esse cientista, em primeira instancia
prejudicaria os fornecedores públicos de energia que justificam
cobrança de taxa mensal na conta residencial.

A problemática do conforto e da eficiência energética está


submetida principalmente as variações climáticas que ocorrem em
decorrência do tempo. A arquitetura vernácula é a responsável por
passar as futuras gerações os conhecimentos que garantem o

Capitulo XV
conforto térmico no geral. Nos climas polares foi inventado o iglu que
usa o material mais abundante do local que é o gelo, tem por
característica principal o formato semi esférico. Nos climas
temperados que também são de grande amplitude térmica na maior
parte do calendário por causa da radiação solar que não incide
diretamente. Eles optam por agrupar as casas, aumentar o desnível
em relação ao solo para suportar metros de camadas de gelo e as
esquadrias menores para trocas de volume térmico em velocidade
mais lenta e também utilizam paredes espessas e telhado bem
íngreme para funcionar com isolante térmico.

No clima temperado quente e úmido se utiliza marquise para


sombreamento, sem aglomerados, pé direito alto e uso de vegetação
e cores claras. No clima quente e seco se utiliza de espelhos d’água
para umidificação do ar, grandes vãos paras trocas térmicas rápidas
e paredes finas para que não seja retido o calor e uso de tinta clara
para pintura.

Tradicionalmente as pessoas fazem suas casas em


conformidade com seus usos e costumes. Os esquimós são povos
nômades que vivem da caça e da pesca, o gelo permite estocar carne
de modo que sua economia e eficiência energética são 100%
compatível com a vida deles. Os modernos no século XX optaram por
suas casas girar em torno dos carros, o combustível barato podia
fazer milagres no deslocamento da mão da obra diária. Com o
advento da pós modernidade o bairro passou a girar em torno da casa
e aumentou a necessidade de serviços públicos nas proximidades
além de uma lógica urbana mais eficiente de transporte público e
privado, além de comércio, porém a dependência do bairro também
gera a escassez de produtos e inflação.

Cor-pigmento é a substância material que, conforme sua


natureza absorve, refrata e reflete os raios luminosos da luz que se

Capitulo XV
difunde sobre ela. O pigmento é o que dá cora tudo o que é material.
O que faz com que identifiquemos um corpo de uma determinada cor
é sua capacidade de absorver os demais raios da luz branca
incidente, refletindo para nossos olhos apenas a cor percebida. O
branco do MESP é a presença de todas as cores, não absorve, mas
reflete todas as cores, o preto, ao contrário, e a ausência de cores, ou
seja, todas são absorvidas A cor-pigmento é a cor observada no
reflexo da luz em algum objeto. No caso dos azulejos coloridos
trabalhados magistralmente pelo artista Paulo Rossi-Osir –, atuam
como fundo neutro às fachadas de vidro demarcadas nas linhas de
granito das colunas e das cornijas.

Arquitetos: Lucio Costa. Localização: Gustavo Capanema


Palace - Centro, Rio de Janeiro, Brasil. Equipe de arquitetos: Affonso
Eduardo Reidy, Carlos Leão, Jorge Moreira, Oscar Niemeyer e Ernani
Vasconcellos.Arquiteto consultor: Le Corbusier. Paisagismo:
Roberto Burle Marx. Murais: Cândido Portinari. Esculturas: Celso
Antônio, Bruno Giorgi, e Jacques Lipchitz. Ano do projeto: 1936-1945.
Fotografias: Marina de Holanda

Figura 169.Ministério de Educação e Saúde / Lucio Costa e equipe

Capitulo XV
Figura 170.Os pilaresdo térreo.

Na cobertura do edifício vertical, alguns volumes recuados


abrigam os salões de refeições, a cozinha, e a administração do
edifício, rodeados por terraços e jardins.

Figura 171.As fachadas norte e sul são idênticas, inteiramente em vidro com
brises em linha horizontal.

Capitulo XV
Figura 172.Planta Baixa do MESP e corte longitudinal

Figura 173. Vitral do Aeroporto Internacional de Miami (USA).

Capitulo XV
A cor luz é observada essencialmente nos raios luminosos do
sol ao decompor as cores do vidro em outras tonalidades. A cor luz
é observada essencialmente nos raios luminosos do sol ao
decompor as cores do vidro em outras tonalidades. Cor-luz é a
estreita faixa de frequência do espectro luminoso visível dentro da
qual o olho humano identifica determinada tonalidade de corda luz.
Baseia-se na luz solar ou em fontes luminosas artificiais de
incidência direta.[8]

Todas as cores-luz podem ser obtidas pela mistura de apenas


três cores: o vermelho, o verde e o azul. Estas três cores puras
chamam-se de cores primárias.

Figura 174.A luz solar gera uma convergência harmônica de cores pelo reflexo do
vidro.

Para a sua fabricação é usado um esmalte cerâmico ou tinta


vitrificada na aplicação direta na lâmina, depois disso está pintura
passa por uma têmpera que incorpora os pigmentos a massa e
depois o vidro é primeiramente aquecido e então resfriado, tornando-
se um vidro com uma bonita core muito resistente.

Capitulo XV
As cores são definidas por quentes e frias. As quentes são as
que tendem para o verão e as frias são as que tendem para o inverno.

Figura 175.O gráfico de relação psicológica e fisiológica das cores

Figura 176.Paleta de cores com suas classificações

A luz é a mais emotiva das características das superfícies. A


cor tranquiliza, agride, enleva ou entristece.

Capitulo XV
Cor é luz, tanto a luz vinda de uma fonte luminosa quanto a luz
que é refletida pelas superfícies dos objetos. No primeiro caso, a cor
resultante é chamada de cor-luz. No segundo caso, é denominada de
cor-pigmento.

Figura 177. Proposta de Xadrez com peças


modernistas

Figura 178. Ateliê de Interiores Residenciais.

Capitulo XV
Figura 179. Ateliê Comercial com Fachada Cor Luz.

[1] Rev. Espacialidades [online]. 2009, vol. 2, no. 1.

[2] “Achilina di Enrico Bo, conhecida como Lina Bo Bardi, é


uma das figuras mais importantes da arquitetura Latino-americana.
Nascida do dia 5 de dezembro de 1914 em Prati di Castello, Roma de
uma família genovesa de poucos recursos financeiros, Lina se
mostra uma criança difícil e solitária, com um trajeto escolar
tumultuoso que achava limitar o papel da mulher na sociedade. Sua

Capitulo XV
família era composta da mãe Giovanna Adriana Grazia e pai Enrico
Bo, e que se completou com a irmã mais nova Graziela. Depois de
cursar o Liceu Artístico de Roma, Lina se forma em arquiteta com o
trabalho de graduação “Núcleo Assistencial da Maternidade e da
Infância.”(fragmento extraído do link:
http://institutobardi.com.br/?page_id=87)

[3] "O engenheiro José Carlos de Figueiredo Ferraz (1918-


1994) fundou, em 1941 o escritório de projetos de estruturas, que deu
origem à atual Empresa, que vem atuando nas áreas de consultoria,
projeto e gerenciamento, nos setores de transportes, energia,
saneamento, indústrias e meio ambiente entre outros." (fragmento
extraído do link: http://www.figueiredoferraz.com.br/br/empresa/fundador
)

[4] Extraído do texto da Silvana Assunção e material da revista


"Construção" de dezembro de 1991) RPG - 26/06/1997 (rev. 0)

[5] ANELLI. Luiz, Renato. O museu de arte de São Paulo: o


museu transparente e a dessacralização da arte. Extraído:
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/10.112/22

[6] MIYOISHI. Alex. Edifício do MASP como sujeito de estudo.


Extraído:
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/07.084/245/

[7] As pesquisas em Bioluminescência vêm abrindo novos


horizontes no campo do estudo da luz. ou seja, o processo biológico
pelo qual animais, como o vaga-lume e a água-viva, emitem luz a
partir de suas células, já provocou revoluções importantes na
ciência, especialmente na área da saúde. Em 2010, uma outra equipe
de pesquisadores israelenses e americanos publicaram um estudo
em que dizem ter demonstrado que tais métodos podem ser usados
para criar plantas que emitem luz sem a necessidade de suplementos
químicos.

[8]http://dirty-mag.com/v2/?p=7920

Capitulo XV
TFG
O legado pós modernista

Figura 180. Ateliê de Interiores, residência pós moderna em corte renderizado.

Nas humanas nós precisamos de documentos, de


investigação, de suposições e de interpretações para emitir nossos
juízos e o que vimos é que tragicamente durante os séculos
seguintes a descoberta da América, os intelectuais europeus
sonharam com o bom selvagem, mas o bom selvagem já estava
morto, ou assimilado, e o sonho do homem em seu estado natural
estaria condenado a esterilidade, pois a expansão cultural cristã
trazia em si o germe da derrota para a própria civilização europeia,
entretanto ninguém poderia saber que seria aqui nas colônias
americanas que o absolutismo senhorial deleitar-se-ia no mais
pujante imperialismo aristocrático travestido de democracia,
portanto sendo aqui onde a desigualdade social intencionalmente
gestada pelas metrópoles seria interiorizado na sua forma mais

Capitulo XVI
fecunda como dispositivo de poder geopolítico e social. Gerando a
situação onde o aluno supera o mestre, todavia eu repito, ninguém
poderia saber que uma colônia daqui se tornaria a maior potência do
mundo sobretudo tecnologicamente. .Quintus Curtius Rufus foi um
historiador romano que viveu na época do imperador Cláudio, na
primeira metade do século ele dizia que a sorte não tem pés; ela tem
apenas mãos e asas. Adaptando o que o Quintos dizia para o século
XVI podemos dizer que a sorte não tem mãos e asas; ela tem velas e
canhões. Porque o sucesso da empreitada nas colônias é parecido
com o sucesso do Imperium Romano em Britânia na época de
Claudio, ou não se assemelham as conquistas do império de
Portugal, Holanda e Espanha em África, em Ásia, em América e em
Oceania?

A Memória é de vital importância para o indivíduo, é


conhecimento do passado, do seu passado, de maneira mais
atomizada, é o caminho para a sobrevivência, a chave para o
sucesso, ou a ante sala da loucura, é preciso saber manejar o seu
passado muito bem para não cair em cadeias, também para não
sofrer de complexo de inferioridade achando que a história do outro
é melhor. Reduzir o passado a fatos intrusivos é não refletir sobre
tudo que lhe concerne, ou seja, é dar um atestado formal de
indiferença no que lhe diz mais respeito que é a conservação da sua
identidade. A sua maneira de lidar com o mundo, e estar no mundo.
Óbvio que nosso desenvolvimento histórico como nação e
nacionalidade passa por esse tema e é mais óbvio ainda que muito
pouco se sabe sobre o que de fato aconteceu entre 1492e 1799. Os
pesquisadores trabalham na metodologia das compilações muito
pouco ousam interpretar e não oferecem outros signos para os
leitores sobre os fatos que pra eles são imutáveis. A questão que
mais pesou na minha análise foi o atrevimento da Igreja nesses
momentos, que foi decisiva em proteger seus discípulos e seu

Capitulo XVI
patrimônio mesmo que para isso tivesse que desacatar a doutrina
que estava em voga. A América não foi conquistada de um dia para
outro, nem muito menos em um único ataque. Só no fim do século foi
descoberto o Havaí e até em 1774 Capitão Cook descobria as ilhas
perniciosas em Austrália. Até o começo do século XIX a geografia
permanecia uma incógnita mesmo para grandes lordes do
almirantado. Havia dúvida se existia passagem pelo Norte do
Atlântico para o Pacífico. E casa que representa melhor o legado da
pós modernidade é a casa dos Simpsons:

Figura 181.Casa do seriado "os Simpsons" do criador Matt Groening

Esse projeto de residência exposto no seriado Simpsons é


simplesmente a representação do modo de pensar o conforto da
residência familiar burguesa tipicamente norte-americana média por
causa que se aproveita desse neocolonialismo inglês, o tom estético
da residência eu classifico como ECLÉTICO INDUSTRIAL, isso
porque discussão sobre a estética urbana das grandes cidades,
admite que cada uma tenha suas particularidades, porém
genericamente essa estética acontece quando a urbanização é feita
sem que haja disputa arquitetônica. É tanto que a casas é limpa de
qualquer ornamentação.

Capitulo XVI
A parte propriamente pós moderna se encontra naquele
detalhe da antena metálica em cima da casa, que remete a presença
da televisão, típico companheiro de ócio do burguês médio
americano.

Figura 182. Casa do apicultor, residência com finalidade comercial para produção
de mel intensiva.

Casa do apicultor (criação intensiva de abelha sem ferrão)


construída em concreto armado com dois pavimentos com marquise
e platibanda, laje calha e teto jardim impermeabilizado. Sistema de
energia geração de energia solar e Sistema de reuso da água para o
tanque de criação de peixes e para as flores e para grama. Lote de
20x10 de esquina gradeado. Fossa séptica e espaço para adubação
orgânica com filtro biológico. Espaço externo aberto para exibição e
venda dos produtos orgânicos como flores e mel.

É uma urbanização que nasce da consciência da fartura de


terras da colônia, note a dimensão do recuo frontal, a proposta de

Capitulo XVI
mais de 75 porcento do sítio destinado a vegetação para
permeabilidade, ´projeto sanitarista onde os banheiros ficam dentro
da casa e com as aberturas escondidas das fachadas externas, os
cômodos são separados por idade e sexo das crianças. Só pelas
janelas é possível perceber que as baywindows são as iluminações
da sala de estar que tem a famosa chaminé para o rigoroso inverno
do trópico norte. A cozinha é acoplada a sala de jantar onde a família
faz todas as refeições. A janela mais horizontal é a cozinha. E as
janelas verticais são os quartos. O telhado tem uns sessenta graus e
todo tangido de calha.

Essa arquitetura aqui é a popularização do woodframe


americano, atende os interesses higiênicos dos trabalhadores
protestantes, atende o conforto, não polui a visão urbana, a presença
das arvores anula a emissão de radiação direta solar que incide na
pista de asfalto. É praticamente aquela urbanização modernista
proposta por Le Corbusier, mas usando uma arquitetura residencial
colonial.

Historicamente a reforma calvinista uma vez fora da Europa,


assunto que em particular nunca me interessei, porém trouxe para os
Estados Unidos a sua mesmíssima a aparência de austero
catolicismo, é tanto que Weber funda toda sua sociologia
relacionando a moral protestante ao sucesso dos valores liberais, pra
quem não acha ela neocolonial note que a aparência volumétrica é
muito próxima da volumetria das mansões vitorianas inglesas que
também se popularizaram no sul dos USA . Também é dessa moral
vitoriana e dessa sociologia que nasce o arquetípico da mãe mulher
submissa e do pai marido dominador, mas também vem a realidade
tão antagônica dos Estados Unidos e do Brasil que até hoje caminha
no sentido antagônico da família nuclear burguesa, que o é
quantidade da prole, lá a industrialização reduziu o número de filhos,

Capitulo XVI
e despachou grande parte de entes que antes faziam parte do círculo
aceito como familiar, muitos eram os agregados, primos e etc...a
família brasileira é muito parecida com aquela daquele filme a família
grega. Aí essa arquitetura e esse urbanismo não têm como chegar
aqui nunca por causa dessa nossa cultura que vem da Grécia pré
socrática e que vai persistir enquanto durar a raça da Hélade. Porque
o nosso quinhão de honra e o nosso orgulho é: receber coxa de
cabrito do município e pagar de imposto gordo pernil de boi
cevado!!!! e vai ser assim enquanto durar a cultura do aedos helenos!
Que é aquela de que as terras tão se acabando, tá tudo se acabado,
e vamos destruir as arvores, vamos chumbar, vamos concretar,
vamos roubar a calçada, vamos jogar lixo no meio da rua, vamos
aprovar uma lei de uso de solo que proíba os arquitetos de projetarem
e que Deus nos colocou aqui no mundo para desafia -lo sem
propósito de nada, e que Deus também não tá contando com a gente
para ABSOLUTAMENTE NADA! O seu estilo assim, inimigo direto, se
podemos dizer é as belas artes, que gostam e prezam por um senso
do ridículo,e preservam os ornamentantos da fachada e faz jardim
com mezinhas e esculturas pré moldadas, e que tem santuário em
casa, enfim, um ambiente digno de um cristão viver.

Capitulo XVI
Figura 183. Proposta clandestina de TFG: tema: Eclético Industrial pós moderno
(2020).

Figura 184.TERRENO: Sítio Da Casa Dos Simpsons (Springfield c/ 5 milhões de


habitantes).

Capitulo XVI
Figura 185.PAISAGISMO proposta clandestina

Figura 186. Detalhamento de Piso de area externa residencial.

Capitulo XVI
Capitulo XVI
Capitulo XVI
Figura 187. Projeto de Veiculo Automotor pós moderno.

Figura 188. Quiosque de Coffeshop vazado em estilo pós moderno.

Capitulo XVI
Figura 189. Interiores Comerciais de Shopping: Coffee Shop Pop

Figura 190. Proposta de Pracinha Urbana

Capitulo XVI
Figura 191. Resort

Capitulo XVI
Figura 192. Xadrez pós moderno.

Capitulo XVI
Figura 193.Ateliê de Estádio de Futebol

Capitulo XVI
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Jáder José Oliveira Vieira


ÍNDICE DE FOTOS

Figura 1.Abrigo Primitivo e Arquitetura Vernacular ............... 12


Figura 2. Pórticos, é composto de dupla colunata que com o
peso das vigas fica neutralizada a ação de cargas que ocorrem de
maneiras variadas ao longo do tempo pelo vento e pelas fatores
acidentais. .............................................................................................. 14
Figura 3. O Típico acampamento de sobrevivência é ladeado
por cerca feita de madeira e cipó além do Portal de entrada. Ao redor
do abrigo é organizado o mobiliário com mesa, fogueira, cadeiras e
estoque de materiais, comida e água e espaço para as necessidades
físicas. ..................................................................................................... 15
Figura 4. O cipó traz para a arquitetura vernacular
originalidade, segurança, economia e durabilidade na sustentação
estrutural. ............................................................................................... 16
Figura 5. Exemplo de Ação Forças Horizontais, Verticais com
a Soma do Momento.............................................................................. 16
Figura 6.Mastaba, túmulo funerário antecessor as pirâmides.
................................................................................................................. 27
Figura 7.O edifício de arenito dedicado ao deus falcão Hórus
foi concluído em três etapas ................................................................ 28
Figura 8. Esquema da parte funerária da Pirâmide ................ 29
Figura 9.Conjunto de peças de xadrez inspirado em Anúbis do
panteão egípcio ..................................................................................... 30
Figura 10. Cavalo de Passeio de Tutancâmon ........................ 30
Figura 11. Howard Carter encontrou esse par de sandálias na
tumba funerária do jovem Faraó Tutancâmon. .................................. 30
Figura 12. Tutancâmon - A Múmia Mais Famosa De Todos Os
Tempos ................................................................................................... 31
Figura 13. Arca funerária contendo os restos mortais de
Tutancâmon. .......................................................................................... 31

Jáder José Oliveira Vieira


Figura 14.Arca funerária contendo os restos mortais de
Tutancâmon ........................................................................................... 31
Figura 15.Ouro Bangle com céu aberto Scarab incrustado com
Lápis Lazuli, A pequena circunferência desta pulseira sugere que ele
foi feito para Tutancâmon quando ele era uma criança e ao lado a arca
funerária de Tutancâmon. ..................................................................... 31
Figura 16. Mancala:Brinquedo e jogo do Antigo Egito .......... 32
Figura 17. No Antigo Egito não eram apenas os humanos que
passavam pelo processo de mumificação .......................................... 33
Figura 18. No Egito Antigo a divisão de classes era bem visível
na habitação e na cidade, pois os pobres .......................................... 34
Figura 19. Heródoto fica fascinado pelo modo de produção
egípcio, a forma que eles obtêm o fruto da terra, o pouco trabalho,
fala da regularidade do tempo.............................................................. 36
Figura 20.Ankh ........................................................................... 37
Figura 21.Plano Mestre do Templo Egípcio Antigo ................ 38
Figura 22. Paleta de colunas e de combinações prediletas dos
Templos, tecidos, paredes e pisos. ..................................................... 39
Figura 23.Alguidá de barro ....................................................... 40
Figura 24. Joias,machado e urnas funerárias de alto padrão do
Egito Antigo ........................................................................................... 41
Figura 25.No Egito a estética se funde com o meio ambiente e
suas relações com os animais são radicais. ...................................... 42
Figura 26. Reconstituição das colunas que se destacavam no
uso de interiores. ................................................................................... 42
Figura 27. Design de cadeiras de luxo para nobreza ............. 43
Figura 28.Casas de Tell El-Amarna edificada por Aquenaton
................................................................................................................. 44
Figura 29. Templo de Amarna .................................................. 45

Jáder José Oliveira Vieira


Figura 30,Estátua em tamanho natural, perfeitamente
modelada e bem polida, retrata o rei Khafra, o construtor da segunda
maior pirâmide de Gizé. ........................................................................ 46
Figura 31.Estatueta de uma empregada doméstica de madeira.
Altura, 38 cm Vindo da tumba de Gua, em Deir Bersha. Museu
Britânico. ................................................................................................ 47
Figura 32. Tebas (margem esquerda) - O Amenophium (templo
funerário) por Jean Claude Golvin ....................................................... 48
Figura 33. Senet "Jogo de passagem da alma para outro
mundo". .................................................................................................. 51
Figura 34. Estátua de Saturno que servia de adereço ao Fórum
Romano. ................................................................................................. 54
Figura 35. Casa romana com detalhamento de piso e corte
esquemático do programa de necessidades. ..................................... 56
Figura 36. Corte esquemático qu]e representa a parte interna
da mansão romana. A casa romana em si é extremamente confortável
porque ela é adaptada ao clima do Mediterrâneo além de toda
bagagem cultural estética..................................................................... 57
Figura 37. Regra de Ouro .......................................................... 57
Figura 38.O jogo romano de Rota foi popular entre os soldados
romanos de 2000 anos atrás. ............................................................... 59
Figura 39. Anverso de Moeda Imperial no governo de Nero.A
moeda servia de aposta para o jogo da Rota. .................................... 60
Figura 40.Urso é categoria de jogos de tabuleiro encontrados
na Roma Antiga, que pode ser jogado com peças simbolizando ursos,
lebres e caçadores. ............................................................................... 61
Figura 41. Moeda Oficial de prata grego de Phaselis, Lycia,
século IV a.C. No reverso da moeda tem a letra Phi e Alpha e metade
de uma nau com um golfinho seguindo. ............................................. 62
Figura 42.Palácio de Cnossos (Creta), uma estrutura
imponente que dá uma visão da antiga civilização minoica. Como o

Jáder José Oliveira Vieira


artefato cultural mais proeminente da primeira sociedade europeia
civilizada. ................................................................................................ 63
Figura 43. Das imagens históricas da exposição da Idade do
Bronze grega no MMA,E. Gilliéron & Son, Reprodução de gesso
pintado de um tabuleiro de jogo de Cnossos, 1916-1920 ................. 64
Figura 44.Reconstrução volumétrica da Acrópole com seus
principais templos. ................................................................................ 65
Figura 45.Os antigos hoplitas gregos (cidadãos-soldados das
antigas cidades-estados gregas) ocupam seu lugar no campo de
batalha como peões. Zeus é o rei. O todo-poderoso soberano do
Olimpo, é o Rei e a Dama é Atenas. Poseidon é bispo e o Pegasus é
o Cavalo. ................................................................................................. 66
Figura 46.O teatro de Marcellus e os grandes prédios amarelos
e vermelhos representam os aglomerados de casas e apartamentos
................................................................................................................. 67
Figura 47. Propileu é a porta monumental que serve como a
entrada para uma Acrópole. ................................................................. 68
Figura 48.Plantas baixas comparativas dos principais Templos
Gregos. ................................................................................................... 70
Figura 49. Foto atual da antiga Ágora ..................................... 74
Figura 50. Fluxograma da unidade residencial polifamiliar
Romana. .................................................................................................. 76
Figura 51.Sócrates e Platão extraído de
https://www.flickr.com/photos/jonezes/143440670 ............................ 78
Figura 52.Mapa esquemático das principais construções da
Praça No Século IV A.C ......................................................................... 79
Figura 53. Ruínas da cidade antiga .......................................... 80
Figura 54.Reconstrução volumétrica da praça antiga ........... 81
Figura 55.Santuario de Apolo Pitio .......................................... 81
Figura 56. Busto de Sócrates do Museu do Vaticano ............ 82

Jáder José Oliveira Vieira


Figura 57. Ruínas do Teatro Grego em formato semi circular
para facilitar a acústica. ........................................................................ 84
Figura 58. Peças de Xadrez esculpidas para enaltecer a
memória de Júlio Cesar ........................................................................ 94
Figura 59. A formula do cálculo das estruturas trílitica......... 96
Figura 60. Esboço do traço urbano da cidade de Roma Antiga
................................................................................................................. 98
Figura 61.Roma antiga. inclui o Coliseu, o circo Maximus, o
fórum, o circo piaza navona, o panteão a escola Lundus Magnus
gladiador e os templos como de Vênus e os arcos de Constantino,
Claudius e Septimus Severus. também tem os banhos de Trajano, os
2 aquedutos .......................................................................................... 100
Figura 62.Detalhamento Sanca Externa também chamado
Entablamento ....................................................................................... 101
Figura 63. Reconstrução de uma antiga biblioteca romana,
Roma, Itália ........................................................................................... 102
Figura 64. Os romanos utilizavam todo potencial
ornamentador do tijolo assim como na arquitetura externalizavam
poder, riqueza e grandeza .................................................................. 103
Figura 65.Basicamente o proograma de necessidades da casa
romana segue esse esquema de vermelho as termas, de verde a parte
de serviço, azul o triclinium, roxo os quartos e laranja a Taberna 104
Figura 66. Inventário do acervo de monumentos e ruínas da
antiguidade clássica do Monte Palatino, note que o paisagismo
também é um elemento que mais se destaca no urbanismo romano.
............................................................................................................... 105
Figura 67. Beleza, Solidez e Funcionalidade são os pré
requisitos vitruvianos da arquitetura romana. ................................. 106
Figura 68.Artista desconhecido, Um cristão e um árabe a jogar
xadrez, Livro de Jogos de Afonso X, o Sábio, fls 64r, c. 1253-284,
Biblioteca do Mosteiro de São Lourenço de Escorial, Espanha..... 109

Jáder José Oliveira Vieira


Figura 69.Organização das peças dispostas no inicio de jogo
da Chaturanga. ..................................................................................... 110
Figura 70. Na foto acima são peças medievais do jogo de
xadrez, geralmente usadas também no medievo em virtude do seu
significado descritivo do cotidiano medieval. .................................. 111
Figura 71. O gótico traz a originalidade da janela em arco
ogival que uma vez nervurado dá origem a abóbada ogival entre
pilares e muros. ................................................................................... 126
Figura 72. As guildas maçônicas detinham os segredos de
execução dos projetos. ....................................................................... 127
Figura 73.Hoje muitas pessoas conhecem este jogo
simplesmente como The Viking Game. ............................................. 128
Figura 74. A Igreja Medieval é a soma de harmônicas
volumetrias entre o cruzamento de dois transeptos ocasionalmente
construídos posteriormente da reforma da Nave e da parte Primitiva.
............................................................................................................... 129
Figura 75.Bodiam Castle um histórico castelo medieval na
Inglaterra .............................................................................................. 131
Figura 76. Castelo De Rocca .................................................. 132
Figura 77.Arqueología Y Numismática: Los Hallazgos De
Época Visigoda De “La Vega” (Madrid) Y Recópolis (Guadalajara).
PRIEGO. Manuel Castro. Moeda Teutônica Medieval. ..................... 132
Figura 78. Basílica de São Marcos de Veneza ...................... 133
Figura 79. Catedral de Chartres. O melhor corte é o mais
carregado de detalhe, pois envolve, estrutura, ventilação, circulação,
iluminação, telhado, piso, esquadrias e portas e todo acústica que é
exigida em grandes vãos que não tinham aparelhos de som......... 137
Figura 80. Iluminura do tormento de São Estevão. .............. 138
Figura 81.Ante Projeto de Basílica Medieval. ....................... 140
Figura 82. Xadrez com Iconografia Medieval ........................ 140
Figura 83. Iluminura do tormento de Santa Bárbara. ........... 141

Jáder José Oliveira Vieira


Figura 84. Iluminura onde o Diabo tenta um sacerdote a vender
sua alma. .............................................................................................. 150
Figura 85. Iluminura do Juízo Final onde Deus há de separar
os justos dos pecadores. Hb 9,27 ...................................................... 152
Figura 86.Capitão do Mar reproduz as dramáticas
perseguições da literatura naval são narradas usando um sistema
abstrato. ................................................................................................ 154
Figura 87. Na capoeira os nativos de África tentavam manter
suas tradições. ..................................................................................... 155
Figura 88. Pe. Antônio Vieira redigindo suas cartas na colônia.
............................................................................................................... 166
Figura 89. Moinho movido a água, Menocchio pagava o aluguel
de um Moinho movido pelo vento e era obrigado pela a Igreja a ser
um eterno inquilino, daí a razão de sua insatisfação com as pesadas
tributações o que culminou em na sua perseguição pela Inquisição.
............................................................................................................... 188
Figura 90.Batalha de Waterloo, peças pintadas à mão ........ 189
Figura 91. Composição Volumétrica de uma Catedral
Romãnica. ............................................................................................. 202
Figura 92.Frontão, elemento de coroamento superior da
composição clássica ........................................................................... 203
Figura 93.São Jaime Palácio .................................................. 204
Figura 94. Campo de Marte, arquitetado por Mf.V. Blavette.
............................................................................................................... 205
Figura 95. Urbanismo Parque São Jaime em Londres......... 206
Figura 96.O capitel é a extremidade superior de um pilar,
alocado sob o fuste. ............................................................................ 207
Figura 97. O trabalho em vitral se populariza e sai das Igrejas
para o programa de necessidades das fachadas residenciais. ...... 208
Figura 98.Hotel Maison Boulevard De Denain,Paris, Arq.
Dupard .................................................................................................. 209

Jáder José Oliveira Vieira


Figura 99. Estilo Eduardiano em todo seu esplendor .......... 210
Figura 100. Estilo Paladiano ................................................... 211
Figura 101. O programa de necessidades do estilo Vitoriano
Inglês. ................................................................................................... 212
Figura 102. Evolução do Capitel Coríntio.............................. 213
Figura 103. Alguns tipos de Domo. ........................................ 214
Figura 104. Fachada da Igreja de São Floriano. A colunata é o
segundo elemento da composição Neoclássica. ............................. 215
Figura 105. Detalhamento do Frontão Central Renascentista.
............................................................................................................... 217
Figura 106.Conjunto de composições c/ elementos superiores
e centrais .............................................................................................. 218
Figura 107. Consoles para ornamentação de mãos francesas e
pinaculos. ............................................................................................. 219
Figura 108.Terceiro elemento da composição clássica é a
escadaria .............................................................................................. 221
Figura 109. Croqui de uma varanda Neoclássica. ................ 222
Figura 110.O mobiliário neoclássico tem consonância com a
majestosa ornamentação.................................................................... 223
Figura 111.Guia da Casa da Fundição de São Felix (1773). 231
Figura 112. 40 réis do Brasil cunhados em chapas de cobre
provenientes da Inglaterra por “Williams & Grenfell”. Reverso e
Anverso.1825. ...................................................................................... 232
Figura 113. 20 mil réis. 1726. .................................................. 233
Figura 114.Os louros representam a vitória através da luta. O
lema nacional é união e liberdade. O Sol nascente representa o
surgimento de uma nova nação. ........................................................ 233
Figura 115.A união faz a força é o lema nacional da Bolívia
definida na Constituição do ano 1825 . É a proclamação dos
guerreiros vitoriosos da Guerra do Pacífico. ................................... 234

Jáder José Oliveira Vieira


Figura 116.Empresa Cubana de Acuñaciones (Eca) faz uma
homenagem a Martí em seu Anverso. ............................................... 235
Figura 117. Canhão de Bombarda Naval, principal elemento de
artilharia pesada das galeras que concedia superioridade tática em
combate pois acertava o alvo através de um longo alcance. ......... 236
Figura 118. O sobrado Neoclássico foi concebido no Novo
Continente como a morada predileta dos Senhores de Engenho. . 239
Figura 119. Série de balaustras em terra cota para formar
grades simetricas para revestimento de piso e paredes................. 240
Figura 120. Exemplo de iluminação pública na Colônia e na
parte externa das residências. ........................................................... 243
Figura 121.Detalhamento Coberta Colonial .......................... 247
Figura 122. Peças do Mahjong. Jogo de pareabilidade.
Semelhante a um jogo da memória. .................................................. 252
Figura 123. Torii: é composto de dois pilares com duas vigas.
É um elemento típico de portais para entrada de santuários xintoístas.
............................................................................................................... 253
Figura 124.O templo asiático em si é extremamente
confortável porque ela é adaptada ao clima do oriental além de toda
bagagem cultural estética chinesa. ................................................... 254
Figura 125. É possível orientalizar a arquitetura ocidental
porque possuem beleza, solidez e funcionalidade. ......................... 254
Figura 126. Arquitetura do Ferro. A torre Eiffel representa uma
maravilha que salta aos olhos parar rivalizar com o azul do ceú. . 255
Figura 127. Os elementos vazados da construção estão
submetidos ao crivo de uma estética que varia no tempo e no espaço.
De certa maneira, um vai evoluindo do outro. .................................. 256
Figura 128. Os arcos funcionam como ícones da arquitetura
para o ecletismo pois dão elegância a estrutura. ............................ 257
Figura 129.Logotipo do Instituto Histórico de São Paulo.... 261
Figura 130.Mapa de Fortaleza ................................................. 275

Jáder José Oliveira Vieira


Figura 131.Na tab.5 extraída da tese de doutorado da
professora Clélia [8] ............................................................................ 276
Figura 132.Vista Aérea do Centro de Fortalezaem 1938 ...... 277
Figura 133.foto da Residência do Dr. Leite Maranhão[9]..... 278
Figura 134.Planta de locação [10] .......................................... 278
Figura 135.Planta baixa dos dois pavimentos ...................... 279
Figura 136.Fachada ................................................................. 280
Figura 137.Santuário no quarto do casal .............................. 281
Figura 138.A casa em 2015 ..................................................... 281
Figura 139.Jardim .................................................................... 282
Figura 140.Pavimento Superior .............................................. 283
Figura 141.Mosaico.................................................................. 284
Figura 142.Afresco da coluna ................................................. 284
Figura 143.Reconstrução volumetrica 3d ............................. 285
Figura 144. Reconstrução 3d .................................................. 287
Figura 145.Cancela da casa. Fabricada por Walter-
MacFarlanes & Co................................................................................ 287
Figura 146. Remodelagem 3d c/ sugestão de paisagismo
ecletico ................................................................................................. 288
Figura 147.Sugestão de desenvolvimento urbano eclético 289
Figura 148. Torre Ecletica com Fachada Verde. ................... 289
Figura 149.sugestão eclética p/ desenvolvimento de centros
urbanos em zonas rurais p/ cidades c/ 20 mil habitantes ............... 290
Figura 150. Rua dos Ypês ....................................................... 290
Figura 151.Detalhamento de Residencia Ecletica ................ 291
Figura 152.Detalhamento de Residencia Ecletica c/ bike food
............................................................................................................... 291
Figura 153. Casa Dourada com finalidade residencial......... 292
Figura 154. Torre Ecletica de 15 andares. Ateliê III. ............. 292
Figura 155. Paisagismo de Quintal pequeno. ....................... 293

Jáder José Oliveira Vieira


Figura 156. A arvore de decisão é uma teoria de Botvinik que
é muito usada por Capablanca quando criticou seus alunos por
empatarem tanto justamente quando havia poucas peças no tabuleiro
e a quantidade de decisões era mínima. ........................................... 296
Figura 157. A casa moderna ela é simples, normalmente tem
apenas uma fachada voltada para a rua, portanto tendo como único
elemento de ornamentação a janela para identificação estética. ... 297
Figura 158. Villa Savoye, obra magna do arquiteto Le
Corbusier onde fora implantado suas 5 teorias sobre o moderno. 299
Figura 159.Burle Marx se inspirava no cubismo de Picasso
para decoração da urbs. ..................................................................... 305
Figura 160. A sacada e a janela têm a funcionalidade na
revolução Industrial de manter a casa iluminada e ventilada sempre
voltada para o Leste, no ambiente citadino esse elemento dá
originalidade e assume papel de moldura. ....................................... 306
Figura 161. A sacada se torna o grande componente de
integração do desenho arquitetônico com a diversidade da paisagem
urbana. .................................................................................................. 307
Figura 162.Crôqui com o esboço em cavalera e corte lateral.
............................................................................................................... 308
Figura 163.A protensão é pela figura um estiramento dos fios
da armadura por uma prensa para evitar que o ferro entorte
livremente por dentro da concretagem.( extraída:
http://pitoresco.com/espelho/destaques/masp/masp ).................... 310
Figura 164.Museu de Arte de São Paulo (Masp) ................... 312
Figura 165.O MASP foi fluxogramado para acervo e
exposições temporárias. Uma entrada com patamar um pouco acima
da calçada permitindo acesso direto ao subsolo com lojas e praça de
alimentação. ......................................................................................... 314

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Figura 166.Os pilares grossos da estrutura com as lajes finas
são contrabalanceados com vigas de cobertura pré moldadas. Sem
protender o aço da laje ....................................................................... 314
Figura 167.MASP em construção. .......................................... 315
Figura 168.MASP(noite)........................................................... 315
Figura 169.Ministério de Educação e Saúde / Lucio Costa e
equipe ................................................................................................... 318
Figura 170.Os pilaresdo térreo. .............................................. 319
Figura 171.As fachadas norte e sul são idênticas, inteiramente
em vidro com brises em linha horizontal. ......................................... 319
Figura 172.Planta Baixa do MESP e corte longitudinal........ 320
Figura 173. Vitral do Aeroporto Internacional de Miami (USA).
............................................................................................................... 320
Figura 174.A luz solar gera uma convergência harmônica de
cores pelo reflexo do vidro. ................................................................ 321
Figura 175.O gráfico de relação psicológica e fisiológica das
cores ..................................................................................................... 322
Figura 176.Paleta de cores com suas classificações .......... 322
Figura 177. Proposta de Xadrez com peças modernistas ... 323
Figura 178. Ateliê de Interiores Residenciais. ...................... 323
Figura 179. Ateliê Comercial com Fachada Cor Luz. ........... 324
Figura 180. Ateliê de Interiores, residência pós moderna em
corte renderizado. ................................................................................ 326
Figura 181.Casa do seriado "os Simpsons" do criador Matt
Groening ............................................................................................... 328
Figura 182. Casa do apicultor, residência com finalidade
comercial para produção de mel intensiva. ...................................... 329
Figura 183. Proposta clandestina de TFG: tema: Eclético
Industrial pós moderno (2020). .......................................................... 332
Figura 184.TERRENO: Sítio Da Casa Dos Simpsons
(Springfield c/ 5 milhões de habitantes). ........................................... 332

Jáder José Oliveira Vieira


Figura 185.PAISAGISMO proposta clandestina.................... 333
Figura 186. Detalhamento de Piso de area externa residencial.
............................................................................................................... 333
Figura 187. Projeto de Veiculo Automotor pós moderno. ... 336
Figura 188. Quiosque de Coffeshop vazado em estilo pós
moderno. .............................................................................................. 336
Figura 189. Interiores Comerciais de Shopping: Coffee Shop
Pop ........................................................................................................ 337
Figura 190. Proposta de Pracinha Urbana ............................ 337
Figura 191. Resort.................................................................... 338
Figura 192. Xadrez pós moderno. .......................................... 339
Figura 193.Ateliê de Estádio de Futebol ................................ 340

Jáder José Oliveira Vieira


Agricultura e da Pecuária.
ACONTECIMENTOS
Fundição do Cobre.
CRONOLÓGICOS
4.000 a.C. - Invenção da
800.000 a.C - Fogo,
Roda.
usado desde o paleolítico,
possivelmente pelo homo 4200 a.C. Nascem as
erectus. primeiras cidades. Entre os rios
Tigre e Eufrates, na
100.000 a.C - Uso de
Mesopotâmia (atual Iraque), os
instrumentos de madeira e
sumérios erguem grandes
pedra
vilas. A cidade de Ur,Uruk,
32000 a.C - Surgem na chegam a ter 45 mil habitantes.
Europa as primeiras pinturas
3.500 a.C. - Invenção do
nas paredes de cavernas, como
Alfabeto e Escrita
as de Altamira, na Espanha, e
Lascaux, na França. 3.300 a.C. - Fundição do
Bronze
24000 a.C. - Surgem as
estatuas de terracota 3100 a.C- Menes-Namer
Unifica o Egipto e funda a I
10000 a.C .A invenção da
dinastia tinita
casa residencial. Na atual
região do Iraque, são 2613 a.C- Quéope,
construídas habitações de Quéfren e Micerino mandam
palha, madeira e barro cozido. edificar as grandes Pirâmides

9.000 a.C - Tribos 1850 a.C:Nasce Abraão


caçadoras inventam o Arco e
1792 AC- Inicio do
Flecha. Aparecem a
reinado de Hamurabi
representação dos primeiros
números. 1792 a.C- Código de
Hamurabi
8.000 a.C. -
Desenvolvimento da 1650 a.C: Nasce José

Jáder José Oliveira Vieira


1.500 a.C. - Fundição do 753 a.C- Adopção do
Ferro na Nigéria pelos Noks. alfabeto fenício pelos Gregos

1570 Ac- Apologia da 721 a.C:Queda de


civilização Minóica Samaria:

1320 a.C- Ramsés funda 600 a.C:Queda de


a XIX dinastia Jerusálem

1265-1225 a.C:Nasce 663 a.C- Zaleuco


Moisés,Guerra de Tróia, primeiro dos "legisladores"
Começo da instalação dos Gregos
Judeus em Canaã
660 a.C- Fundação de
1160 a.C- Elamnitas Bizâncio
apoderam-se de Babilónia
660 a.C- Invenção da
1040 a.C:Nasce David moeda na Ásia Menor

1000 a.C- Início da Idade 621 a.C- Legislação de


do Ferro Drácon em Atenas

1000 a.C- Primeiro 605 a.C- Inicio do


vestígio de Alfabeto Fenício reinado de Nabucodonosor na
Babilónia
931 a.C- Cisão dos
reinos de Israel e Juda 561 a.C- Pisístrato tirano
em Atenas
814 a.C- Fundação de
Cartago 551 a.C-Inicio da vida de
Confúcio
800 a.C- Composição do
poemas homéricos 509 a.C- Queda da
monarquia em Roma
776 a.C- Fundação dos
Jogos Olímpicos 515 a.C:Segunda
dedicação ao Templo

Jáder José Oliveira Vieira


496 a.C.: Morte de 469-468: Derrota dos
PITÁGORAS. persas pela frota da Simaquia
de Delos, liderada por Címon.
488 -Nascimento do
Os Persas deixam de ser uma
historiador HERÓDOTO.
ameaça no Mar Egeu.
481- Formação de uma
460-445: Primeira Guerra
aliança pan-helénica, liderada
do Peloponeso. Nasce
por Esparta, para resistir ao
DEMÓCRITO. Atomismo.
ataque persa.
Materialismo. Morre
479: Fim das Guerras Parmênides de Eléia
Médicas com a vitória grega na
459 a.C- Começo da
Batalha de Plateias e na Batalha
prmeira Guerra do Poloponeso
de Mícale.Inverno: Atenas toma
Sestos. 454 a.C- O tesouro da
Liga de Delos é transferido para
490 a.C- Batalha da
a Acrópole
Maratona
451 a.C- Lei sobre o
483 a.C- Lei naval de
direito de cidade em Atenas
Temístocles
448 a.C- Segunda Guerra
480 a.C- Combate das
Sagrada em Delfos
Termópilas
437 a.C- Início do friso
480 a.C- Batalha de
das Pan-Ateneias
Salamina
437 a.C- Trabalho dos
478 Formação da Liga de
frontões do Pártenon
Delos, sob liderança de Atenas.
430- Nasce PLATÃO.
478-476: Reconstrução
Realismo ontológico. Teoria
das muralhas de Atenas.
das Idéias.
470- Nasce SÓCRATES.
Morre HERÁCLITO DE ÉFESO.

Jáder José Oliveira Vieira


428- Morre 378 a.C- Guerra entre
ANAXÁGORAS. Atenas e Esparta

421 a.C- Paz de Niceias 376 a.C- Batalha de


Naxos
413 a.C- Desastre da
expedição à Sicilia 367 a.C- Leis Licineas
em Roma
411 a.C- Revolução dos
Quatrocentos e dos Cinco Mil 359 a.C- Subida ao trono
de Filipe da Macedónia
408 a.C- Encontro de
Sócrates e de Platão 338 a.C- Leis Publilie em
Roma
403 a.C-
Restabelecimentoda 335 a.C- Destruição de
democracia em Atenas Tebas

300 a.C. - Invenção da 329 a.C- Início das


Ferradura campanhas de Alexandra na
Ásia Menor
398 a.C:Esdras organiza
as escrituras e conclama o 324 a.C- Alexandre faz-
povo a seguir a Lei se reconhecer como Deus das
cidades gregas
399- SÓCRATES é
condenado à morte em Atenas. 320 a.C- Fundação da
escola estóica
387- PLATÃO funda a
Academia em Atenas, a 290 a.C- Fundação do
primeira universidade do Museu de Alexandria
planeta.
281 a.C- Guerra entre
384- Nasce Roma e Tarento
ARISTÓTELES. Realismo
264 a.C- Começo da
moderado. Teoria do conceito.
Primeira Guerra Púnica

Jáder José Oliveira Vieira


238 a.C- Roma obriga 167 a.C- Decadência de
Cartago a ceder-lhe a Córsega e Rodes
a Sardenha
158 a.C- Reabertura das
237 a.C- Inicio da minas da Macedónia
Campanha da Peninsula Ibérica
154 a.C- Revolta dos
por Cartago
Celtiberos
226 a.C- Acordo entre
149 a.C- Começo da
Roma e Cartago sobre as
Terceira Guerra Púnica
fronteiras Ibéricas
147 a.C- Revolta dos
221 a.C- Aníbal
Lusitanos : Viriato
comandante chefe da Ibéria
123 a.C- Primeiro
219 a.C- Tomada de
tribunado de Caio Graco
Sagunto por Anibal
90 AC- Lei Julia sobre o
218 a.C- Passagem dos
direito de cidade romana
Alpes por Anibal
87 a.C-Guerra civil em
211 a.C- Investida de
Roma
Anibal sobre Roma
82 AC- Tomada de Roma
207 a.C- Conquista da
por Sila
Andaluzia por Cipião
73 AC- Início da revolta
200 a.C: Judas Macabeu,
de Espartaco
Escreve-se o livro eclesiástico
(Sirácides) 67 AC- Introdução do
culto de Mitra em Roma
191 a.C- Batalha das
Termópilas +-63 a.C:Cleópatra
conhece Júlio César
180 a.C- Lei Villia annalis
60 AC- Formação do
Primeiro Triunvirato

Jáder José Oliveira Vieira


55 AC- Campanha de 47- Início da primeira
César na Germânia e na missão de São Paulo
Bretanha
49- Expulsão dos
49 AC- Cesar transpõe o Judeus de Roma
Rubicão
64 -Incêndio de Roma
49 a.C-Agitação social
64- Perseguição aos
em Roma
primeiros cristãos
45 a.C-Divinização de
66 -Revolta dos Judeus
César
69- Assassío de Galba
43 a.C-Formação do
Segundo Triunvirato 81- Domiciano
imperador
41 a.C-Encontro de
Marco António e Cleopatra 96- Nerva imperador

32 AC- Declaração de 98 -Trajano imperador


guerra a Cleopatra
138 -Antonino imperador
30 a.C-Anexação do
184- Insurreição dos
Egipto
Turbantes-Amarelos na China
18 AC- Leis sobre o
202- Proibição das
casamento e o adultério
conversões ao cristianismo
12 AC-Augusto grande
211- Caracala imperador
pontífice
238- Invasão dos Godos
001 - Nascimento de
nas regiões danubianas
Jesus
250- Perseguição de
6- Revolta na Ilíria
Décio contra os cristãos
41- Assassínio de
Calígula

Jáder José Oliveira Vieira


284- Subida ao trono de 414- Visigodos na
Diocleciano Península Ibérica

293- Formação da 425- Os Vândalos no


Tetrarquia Norte de África

306- Constantino 425- Vândalos senhores


imperador da Península Ibérica

325 -Concílio de Niceia 434- Subida ao poder de


Átila
378- Batalha de
Andrinopola 441- Início da conquista
da Bretanha pelos Anglos e
379 Teodósio imperador
palos Saxões
do Oriente
448- Átila invade os
381- Edictos de
Balcãs
Contantinopla
453- Morte de Átila.
395 -Morte de Teodósio
Desmembramento do seu
395- Separação império
definitiva do império do Oriente
455- Tomada e saque de
e do império do Ocidente
Roma por Gengerico
407 -Invasão geral da
465- Saque de
Gália pelos Germanos
Conimbriga pelos Suevos
409- Vândalos, Alanos e
468- Conquista da
Suevos penetram na Península
Península Ibérica pelo rei
Ibérica
visigodo Eurico
410 -Tomada de Roma
476- Desaparecimento
por Alarico
dos imperadores romanos do
412- Visigodos na Gália Ocidente

Jáder José Oliveira Vieira


481- Subida ao trono de 638- Tomada de
Clóvis Jerusalém e de Antioquia pelos
Árabes
493- Teodorico senhor
da Itália 673- Início do cerco
muçulmano a Constatinopla
487- Os Ostrogodos
atacam Constantinopla 680- Formação do
partido Xiita
501- Lei Gombeta
709- Tomada de
526- Morte de Teodorico
Ceuta.Fimda conquista árabe
527- Subida ao trono de do Norte de África
Justiniano
711-Início da conquista
554- Introduçâo do bicho da Península Ibéria pelos
da seda no império Bizantino Muçulmanos

565- Morte de Justiniano 714- Morte de Pepino de


Héristal. Carlos Martel
568- Início da conquista
da Itália pelos Lombardos 721- Batalha de Navas
de Tolosa
622- Fuga ( Hégira ) de
Maomet 750 -Os Abássidas
substituem os Omíadas
629- Início do reinado de
Dagoberto 754 Subida ao poder de
Almançor
630- Maomet senhor de
Meca 755- O omíada
Abderramão na Península
633- Inicio da conquista
Ibérica
da Pérsia e da Síria pelos
Árabes 773 -Aparecimento da
numeração árabe

Jáder José Oliveira Vieira


785- Começo da 825 -Batalha de Ellendun
edificação grande Mesquita de
827- Início da conquista
Córdova
da Sicília pelos Sarracenos
786- Primeiro ataque dos
829- Revolta de Lotário
Normandos contra a Grã-
Bretanha 833 -Luís o Piedoso ,
julgado, condenado e deposto
791- Início do reinado de
pelos filhos
Afonso II, rei de Leão
839-Criação de um reino
799- Primeiro ataque dos
normando na Irlanda
Normandos na Gália
840- Morte de Luís o
801- Tomada de
piedoso
Barcelona por Carlos Magno
843 -Tratado de Verdun
803- Ruptura entre
Carlos Magno e Bizâncio 844 -Incursão Normanda
na Península Ibérica
803- Paz de Salz
846- Investida sarracena
803 -Ruptura entre
contra Roma
Carlos Magno e Bizâncio
859- Incursão normanda
811- Batalha de Virbitza
na Itália
812- Paz entre Carlos
870- Batalha de Thetford
Magno e Bizâncio
875- Coroação imperial
814 -Morte de Carlos
de Carlos O Calvo
Magno, sucede-lhe Luís o
Piedoso 878- Batalha de
Ethandun
824- Luís o Piedoso,
impõe a sua autoridade aos 878- Reconquista de
Estados do papa Coimbra pelos cristãos

Jáder José Oliveira Vieira


879- Cisma de Fócio 1096 -Afonso VI entrega
o governo de Portucale e
882 -É feita a unificação
Coimbra ao seu genro
dos dois principados de Kiev e
D.Henrique
Novgorod
1112- D.Teresa fica a
888 -Eudes rei da França
governar o Condado
908 -Extinção da Portucalense por morte do seu
dinastia Tang e marido D.Henrique
desmembramento da China
1118 -Fundação da
910- Fundação da ordem do Templo
Abadia de Cluny
1128- Batalha de S.
920- Estabalecimento Mamede. Afonso Henriques
dos Toltecas no México passa a chefiar o Condado
Portucalense
928 -Tomada de
Teodosiópolis pelos Bizantinos 1139 - Alfonso I é
proclamado Rei de Portugal.
929- Criação do Califado
Fundação da dinastia Afonsina.
de Córdova
1147 - Rei Afonso I de
938 -Surge pela primeira
Portugal ocupa Lisboa.
vez num documento a
designação da palavra 1325 - Os astecas se
Portucale estabelecem em Tenochtitlán.

988 -Vladimiro I 1383-1385 - Crise em


converteu-se ao Cristianismo, Portugal: Guerra civil e
tornando-o religião oficial desordem por causa da morte
doPovo Russo do Rei Fernando que morreu
sem deixar herdeiros.
1086 -Almorávidas na
Península Ibérica

Jáder José Oliveira Vieira


1385 - João I, "O de Boa 1434: Ultrapassagem do
Memória", funda a dinastia Cabo Bojador, ao sul das Ilhas
Avis. Canárias, abrindo caminho
para a colonização de parte da
1386 - O Tratado de
África, e a busca de ouro e
Windsor estabelecido entre
escravos.
Portugal e a Inglaterra, sendo a
mais antiga aliança diplomática 1438 - Os Incas
do mundo ainda em vigor. Foi começam a expandir territórios
assinado em Maio de 1386 após no Peru.
os ingleses lutarem ao lado da
1439 - Concílio
Casa de Avis na batalha de
Florentino.
Aljubarrota e com o sentido de
renovar a Aliança Anglo- 1441 - Portugueses
Portuguesa estabelecida pelos exportam africanos como
dois países em 1373. escravos para Europa

1390 - Estabelecimento 1450 - Gutemberg cria a


da nação Iroque na América do Imprensa. A familia Sforza
Norte. chega ao poder em Milan.

1397 - O banco dos 1453 - Os otomanos


Medici se estabelece em conquistam Constantinopla.
Florença.
1456: Descoberta de
1417 - Concílio de Cabo Verde por Diogo Alves.
Constança.
1473: O astrônomo
1420: Início das Nicolau Copérnico apresenta
expedições de D. Henrique no sua Teoria Heliocêntrica.
Atlântico, chegando à Ilha da
1475 - Nascimento de
Madeira.
Michelangelo em Arezzo

Jáder José Oliveira Vieira


1479 - O Tratado das conquistado por Castela e
Alcáçovas-Toledo. (também Aragão.
conhecido como Paz de
1495 - Os judeus são
Alcáçovas) foi um diploma
expulsos da Lituânia.
assinado pelos representantes
dos Reis Católicos, Isabel de 1496 - D. Manuel I
Castela e Fernando de Castela expulsa os judeus de Portugal
e Aragão, por um lado, e o rei
1497 - Criação das
Afonso V de Portugal e seu filho
Misericórdias, em Portugal. O
João pelo outro, colocando fim
navegador português Vasco da
à Guerra de sucessão de
Gama parte para a Índia,
Castela (1475-1479).
atingindo-a em 1498 / O
1487 - O banco de escultor Michelangelo esculpe
Fuggers é fundado em a obra-prima Pietá.
Augsburg
1498: - Execução de
1487 - Os Astecas Savonarola, dominicano que
invadem a América Central atacara a corrupção na Igreja

1494 - Judeus voltam 1499 - Portugueses


para Inglaterra desde a explorar a costa Africana em
expulsão em 1290. Charles VIII busca de uma nova rota par
o Rei da França invade a Itália. Índia.
Tratado de Tordesilhas.
1500 - A Europa
Espanha e Portugal dividem o
desenvolve literatura de massa.
Novo Mundo entre si (4 de
Comediantes e clérigos
junho)
disputam atenção dos leitores.
1492 - Colombo O navegador português, Pedro
atravessa o Atlântico. Granada, Álvares Cabral, descobre
o último forte muçulmano é oficialmente o Brasil (22 de
abril).

Jáder José Oliveira Vieira


1501: Ismail I funda o 1517- A Reforma
império persa. Américo religiosa começou na
Vespúcio faz uma expedição Alemanha com Martinho Lutero
exploratória na costa brasileira. criticando a venda de
Indulgências.
1502:. - Ismail I, xá da
Pérsia, derrota os mongóis. • 1519- 1521 - Cortés
Montezuma II, soberano dos submete os astecas e inicia 300
astecas. Leonardo Da Vinci anos de dominação colonial.
inicia a Gioconda. Lutero é excomungado pelo
papa Leão X.
1504 – Chegam ao Brasil
navegadores franceses para 1519-1522: Primeira
exploração do território. circunavegação da Terra.
Tendo sido iniciada por Fernão
1506 - Em Lisboa, motim
de Magalhães, morto em 1521
anti-semita com a morte de três
por indígenas filipinos e
mil pessoas.
sucedido por Sebastião Elcano
1508: O humanista
1526- Baber, um
Erasmo de Roterdã escreve o
governante muçulmano,
livro Elogio da Loucura.
conquistou a Índia e
1512 - Concílio estabeleceu o Império Mongol.
Lateranense.
1530 – É instituído o
1513: Vasco Nunes de regime de capitanias
Balboa atravessa o istmo do hereditárias por Dom João III. A
Panamá e descobre o Mar del expedição colonizadora de
Sur, atual Oceano Pacífico. O Martim Afonso chega ao Brasil.
florentino Maquiavel escreve O
1532- Francisco Pizarro
Príncipe.
invadiu o Peru, iniciando a
1516: O inglês Thomas conquista espanhola do
Morus escreve Utopia. império inca.. Fundada a Vila de

Jáder José Oliveira Vieira


São Vicente, primeira vila do descobrem minas de prata em
Brasil por Martim Afonso. Potosí (Bolívia).

1534 - O Brasil é dividido 1548 – Criado o


em capitanias hereditárias. governo-geral com o objetivo
Início da escravização do índio de centralizar a administração
no Brasil. O parlamento inglês da Colônia.
confirma a independência da
1549 – A cidade de
Igreja Anglicana.
Salvador é fundada. é
1536 - O reformador constituído o primeiro governo
religioso João Calvino publica geral do Brasil com Tomé de
a obra Instituição da Religião Souza.
Cristã.
1550 - Inicia a criação de
1540 - O papa aprova a gado no Brasil, com chegada de
criação da Ordem dos Jesuítas. espécies. Em Salvador chega a
primeira leva de escravos
1541 - João Calvino
vindos da África.
consolida seu poder em
Genebra. 1555 - Os franceses
fundam a França Antártica, no
1542 - O papa autoriza a
Rio de Janeiro.
reorganização dos tribunais da
Inquisição. 1562 - João Ramalho
torna-se capitão-mor de São
1543 - A primeira Santa
Paulo de Piratininga.
Casa do Brasil é fundada por
Braz Cubas. 1563 – A cidade de São
Sebastião (Rio de Janeiro) é
1545 - Início do Concílio
fundada por Estácio de Sá.
de Trento. A Igreja Católica
reage ao avanço do 1567 - Os franceses são
protestantismo / Os expulsos do Rio de Janeiro.
conquistadores espanhóis

Jáder José Oliveira Vieira


1570 – A liberdade dos 1584 - Os portugueses
índios é garantida pela Carta dão inicio a conquista da
régia. Paraíba. Fundação de Virgínia,
na América do Norte, pelos
1571 – Decreto de Dom
colonos ingleses.
Sebastião determina que
somente navios portugueses 1585 - O forte em torno
transportem mercadorias para do qual cresceu a atual cidade
o Brasil. de João Pessoa é construído
por Martim Leitão.
1572 - O escritor
português Luís Vaz de Camões 1586 – Espanhóis e
escreve Os Lusíadas. portugueses tentam, sem
sucesso, expulsar os franceses
1578 - Francis Drake e
da Paraíba.
outros corsários ingleses
exploram pau-brasil no 1587 - Barcos
Maranhão. estrangeiros são proibidos de
ancorar no Brasil. O capitão
1580 - Portugal e seus
inglês Thomas Cavendish
domínios são anexados à
pratica atos de pirataria em São
Espanha. A chamada União
Vicente.
Ibérica estende-se até 1640.
1588- A esquadra
1581 - D.Filipe I, "O
inglesa vence a Invencível
Prudente" funda a Dinastia
Armada espanhola e
Filipina.
consolidou a posição da
1582 - O calendário Inglaterra como grande
gregoriano é promulgado pelo potência naval.
Papa Gregório XIII para
1595 - Lei de Filipe II
substituir o calendário juliano
proíbe a escravização dos
(24 de fevereiro).
índios. Ataque do corsário

Jáder José Oliveira Vieira


inglês James Lancaster no 1616 – A cidade de Santa
Recife. Maria do Belém, no Paraná, é
fundada por Francisco
1596 - Ingleses fundam
Caldeira.
feitorias no delta do Rio
Amazonas. William 1619 - Índios
Shakespeare escreve o grande Tupinambás se revoltam,
clássico da literatura porém são derrotados no Pará.
romântica, Romeu e Julieta.
1621 - O Estado do
1599 - Jerônimo de Maranhão (Maranhão, Ceará e
Albuquerque pacifica os Pará), é criado pela Coroa
portugueses na Paraíba e funda Espanhola. Fundação da
Natal. Companhia Holandesa das
Índias Ocidentais (3 de junho).
1605 - Governo espanhol
proíbe que estrangeiros 1624 – Os holandeses
desembarquem no Brasil e nas invadem a Bahia; os
demais partes do além-mar portugueses estabelecem a
português. O espanhol Miguel resistência.
de Cervantes escreve D.
1625 – Os holandeses
Quixote.
são expulsos da Bahia com o
1612 - Os franceses apoio da esquadra espanhola.
invadem o Maranhão e fundam
1630 - Os holandeses
a França Equinocial.
atacam Pernambuco e se
1615 - Jerônimo de estabelecem.
Albuquerque, Alexandre Moura
1633 - Processado pela
e Francisco Caldeira apoderam-
Inquisição, Galileu Galilei é
se do forte de São Luiz do
obrigado a negar suas teses
Maranhão, derrotando a França
sobre o movimento da Terra.
Equinocial.

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1637 – Mauricio de 1648 - Na primeira
Nassau, governador holandês Batalha dos Guararapes os
de Pernambuco, expulsa as holandeses são derrotados por
tropas luso-brasileiras em Francisco Barreto.
direção à Bahia.
1651 - O inglês Oliver
1638 - Inicia a expedição Cromwell promulga o Ato de
de João Dias em direção ao sul Navegação, com o objetivo de
do país. desenvolver a marinha
mercante inglesa.
1640 - Procuradores da
Capitania de São Vicente 1654 - Expulsão
expulsam os jesuítas. Chega ao definitiva dos holandeses do
fim da União Ibérica com D. Brasil.
João IV "O Restaurador"
1661 – Através de
estabelecendo a dinastia de
tratado de paz os holandeses
Bragança na casa real,
reconhecem a perda da colônia
1642 - Inicia a Guerra do Brasil. Aliança com Portugal
Civil Inglesa (22 de agosto). autoriza o comércio dos
ingleses no Brasil e nas Índias.
1643 - O cientista
Na França, tem início o reinado
italiano Torricelli inventa o
de Luís XIV, o Rei Sol, que se
Barómetro de mercúrio.
estende até 1715.
1644 – Ao desentender-
1669 - Francisco de Mota
se com a Companhia das Índias
Falcão ergue o Forte de São
Ocidentais, Maurício de Nassau
José do Rio Negro.
deixa o cargo de governador.
1671 – Através de
1645 - Insurreição dos
decreto é liberada a entrada de
luso-brasileiros de
navios estrangeiros em portos
Pernambuco contra os
brasileiros.
holandeses.

Jáder José Oliveira Vieira


1674 - Bandeira de distribuir terras para a
Fernão Dias Pais Leme parte exploração do ouro e cobrança
em direção ao sertão de Minas de tributos para a Fazenda Real.
Gerais.
1708 – Inicia a Guerra
1684 - Explode, no dos Emboabas.
Maranhão, a Revolta de
1710 - Deflagrada a
Beckman.
Guerra dos Mascates, conflito
1685 - Construídos entre os senhores de engenho
quatro fortes na região de Olinda e os comerciantes de
amazônica, ameaçada pelos Recife.
franceses de Caiena. A Coroa
1711 – Através de Carta
Portuguesa proíbe a produção
Régia São Paulo é elevada à
de manufaturas no Brasil.
categoria de cidade.
1687 - O físico Newton
1713- Através do
formula a Lei da gravidade.
Tratado de Utrecht; a França
1688- A Revolução aceita o rio Oiapoque como
Gloriosa depôs Jaime II da limite entre a Guiana e o Brasil.
Inglaterra. Guilherme de
1715 – Pelo Tratado de
Orange assina a Declaração de
Utrecht; a Espanha concorda
Direitos.
em devolver a Colônia do
1694 - É montada na Sacramento a Portugal.
Bahia a primeira Casa da
1720 – São criadas as
Moeda. Primeiras notícias de
Casas de Fundição. Nesse ano,
descoberta de ouro em Minas
inicia a Revolta de Vila Rica, em
Gerais.
protesto contra a criação das
1702 - É criada a Casas de Fundição.
Intendência das Minas, tendo
1722 - Expedição de
como função principal
Bartolomeu Bueno da Silva, o

Jáder José Oliveira Vieira


Anhanguera, que descobriria 1750 - Pelo Tratado de
ouro no sertão goiano. Madri, é reconhecido o domínio
de Portugal sobre os territórios
1727 - Cuiabá é fundada
a oeste do meridiano de
pelo governador Rodrigo
Tordesilhas.
César.
1752 - Colonos
1728 - Descobertas as
açorianos chegam ao Rio
primeiras jazidas de diamantes
Grande do Sul; algumas
em Serro Frio (atual
famílias se estabelecem em
Diamantina).
Porto dos Casais (Porto
1729 - Inicia a produção Alegre).
de diamantes no arraial do
1759 - Os jesuítas são
Tijuco, atual cidade de
expulsos do Brasil.
Diamantina, em Minas Gerais.
1761 – Através do
1737 – Início da
Acordo do Pardo Espanha e
ocupação portuguesa do Rio
Portugal anulam o Tratado de
Grande do Sul, voltada para a
Madri.
criação de gado.
1762 - O filósofo suíço
1747 – Por alvará régio
Rousseau escreve O Contrato
são confiscados os tipos de
Social.
imprensa existentes no Brasil.
1763 – Transferida de
1748 - O jurista
Salvador para o Rio de Janeiro
Montesquieu escreve O
a capital do Estado do Brasil.
Espírito das Leis defendendo a
Tratado de Paris pôs fim à
separação funcional dos
Guerra dos Sete Anos na
poderes do Estado em
Europa e à guerra entre
legislativo, executivo e
franceses e índios na América
judiciário.
do Norte.

Jáder José Oliveira Vieira


1765 - Decretada a política e administração lusas
derrama, pela qual se obrigava sofrem uma mudança radical
a população mineradora a (fase conhecida como
completar a soma acumulada “Viradeira”).
do imposto devido.
1780 - O cientista
1769 - James Watt Lavoisier formula a teoria da
aperfeiçoa a máquina a vapor, Combustão química.
iniciando a Revolução
1787 - Proclamação da
Industrial na Inglaterra.
Constituição dos Estados
1776 - As 13 colônias Unidos da América (17 de
inglesas da América do Norte setembro).
assinaram a Declaração de
1789- A Revolução
Independência. Inicia o plantio
Francesa começou tomando a
de arroz no Maranhão
Bastilha. Declaração dos
1771 - Começa a Direitos do Homem e do
funcionar a Intendência dos Cidadão é aprovada pela
Diamantes. Assemmbléia Nacional
Constituinte da França (26 de
1775 – Reunificação dos
agosto). George Washington é
Estados do Brasil e do Grão-
eleito primeiro presidente dos
Pará e Maranhão.
Estados Unidos da América.
1777 – Tratado de Santo Inconfidência Mineira, primeiro
Ildefonso entre Portugal e dos movimentos
Espanha. A Colônia do emancipacionistas que
Sacramento passa caracterizam a crise do Sistema
definitivamente para o domínio Colonial.
espanhol. Morte de D. José I e
1790: Revolução
ascensão de D. Maria I ao trono
Francesa: (maio) extinção dos
português. Pombal é afastado
direitos feudais; (julho)
do governo e os rumos da

Jáder José Oliveira Vieira


promulgada a Constituição comandante do exército
Civil do Clero / A Bélgica francês.
declara-se independente. /
1798 – Conjuração dos
Leopoldo II da Áustria sobe ao
Alfaiates ou Inconfidência
trono do Sacro Império
Baiana: movimento
Romano-Germânico e reprime a
emancipacionista com
revolução dos Países Baixos
participação predominante de
austríacos. / Vancouver explora
elementos populares. Possuía
a costa noroeste da América. /
projetos de caráter social,
Inglaterra: primeiro moinho
como a abolição da
movido a vapor. / Os navios
escravatura.
começam a ser construídos
com cascos de ferro. / Música: 1799: Termina a
"A Flauta Mágica", de Mozart. / Revolução Francesa (9 de
Filosofia: "Crítica do Juízo", de novembro).
Kant.
1800-Batalha de
1791: Início da Hohenlinden
Revolução Haitiana / Revolução
1800-A população de
Francesa: (abril) Morre o Conde
Londres ultrapassa 1 milhão de
de Mirabeau (Honoré Gabriel
habitantes
Riqueti); (agosto) destituição e
prisão do rei Luis XVI. / Morre 1800-Volta inventa a

Mozart (Wolfgang Amadeus pilha eléctrica

Mozart), compositor erudito 1800-Napoleão derrota


clássico, em Viena-Áustria. os Austríacos na batalha de

1792 – Execução de Merengo

Tiradentes(Joaquim José da 1801-Shilller - A Donzela


Silva Xavier). de Orleães

1796 - Primeira vitória de


Napoleão Bonaparte como

Jáder José Oliveira Vieira


1801-Tomada de 1804-Reconhecimento
Olivença pelos espanhóis da neutralidade por parte de
Napoleão
1801-Jefferson
presidente dos EUA 1804-Beethoven escreve
a Sinfonia -Heróica
1802-Napoleão Consul
Vitalício por plebiscito 1804-Coroação imperial
de Napoleão
1802-Inicia-se a
construção do palácio da Ajuda 1805-Beethoven - Fidélio

1802-Instalação da 1805-Batalha de
fábrica de papel de Vizela Trafalgar - Nelson desbarata a
frota francesa
1802-Anexação do
Piemonte pela França 1805-Terceira coligação
contra a França
1802-Paz de Amiens
1805-Nasce António de
1803-É fundado o
Oliveira Marreca
colégio da Luz, antecessor do
Colégio Militar. 1805-Napoleão esmaga
os Austro-Russos em Austerlitz
1803-Os USA compram a
Luisiana à França 1805-Alvará ordena a
criação de cemitérios públicos
1804-Morte de Kant
1806-Quarta coligação
1804-Richard Trevithick
contra a França
inventa a locomotiva a vapor
1807-Governo de Junot
1804-Eleito Primeiro
grão-mestre da maçonaria 1807-Fuga da Corte para
portuguesa o Rio de Janeiro

Jáder José Oliveira Vieira


1807-Abolição da 1808-Convenção de
escravatura no império Sintra
britânico
1808-Fundação do
1807-Robert Fulton Banco do Brasil
inventa o navio a vapor
1808-Goete - Fauto
1807-População
1808-Beethoven Quinta
portuguesa - 3 199 000
Sinfonia, Sexta Sinfonia (
Habitantes
Pastoral)
1807-Hegel -
1808-Desembarque das
Fenomologia do Espírito
tropas inglesas em Portugal
1807-Tratado de
1809-Papa Pio VII
Fontainebleau - Primeira
prisioneiro
invasão francesa de Portugal
1809-Batalha de Wagram
1807-Hegel -
Fenomenologia do Espírito 1809-Napoleão
conquista Viena
1808-Batalhas de Roliça
e Vimeiro 1809-Retirada de Soult

1808-Napoleão derrota 1809-Desastre da Ponte


os Austíacos em Wagram da Barcas no rio Douro

1808-As tropas de 1809-Ocupação do Porto


Napoleão fuzilam patriotas em pelas tropas fancesas
Madrid
1809-Segunda Invasão
1808-Carta Régia que Francesa comandada por Soult
abre os portos brasileiros ao
1809-Quinta coligação
comércio
contra a França
1808-Insurreições no
Porto contra os Franceses

Jáder José Oliveira Vieira


1809-Berthollet - Tratado 1812-Promulgação da
de Química Constituição de Cádiz

1810-Batalha do Buçaco 1812-Campanhas


napoleónicas- Invasão e
1810-Terceira invasão
retirada da Rússia
franceas de Portugal - Batalha
do Buçaco 1812-Lisboa 13 Lojas
maçónicas
1810-Girard inventa a
máquina de fiar linho 1813-Batalha das
Nações -Derrota de Napoleão
1810-Independência de
em Leipzig
Buenos Aires
1813-Sexta coligação
1810-Decreto de
contra a França
Fontainebleau
1814-Abertura do
1810-Linhas de Torres
Congresso de Viena
Vedras
1814-Napoleão abdica
1810-Napoleão casa
com Maria Luisa 1815-Fundada a
Biblioteca pública de Évora
1810-Nasce Alexandre
Herculano 1815-Batalha de
Waterloo - Exilio de Napoleão
1810-Terceira Invasão
Francesa comandada pos 1815-Luís XVIII rei de
Massena França

1811-Independênca do 1815-Áustria, Rússia e


Paraguai Prússia formam a Santa Aliança

1811-Retirada das 1815-Inglaterra ,


tropas francesas primeiras estradas de McAdam

Jáder José Oliveira Vieira


1815-Independência da 1819-Bolivar derrota os
Argentina espanhóis em Boyacá

1815-Brasil elevado a 1819-EUA compram a


Reino Flórida à Espanha

1816-Rossini - O 1819-Independência da
Barbeiro de Sevilha Colômbia

1816-Independência da 1820-Revolução Liberal


Argentina portuguesa

1816-Inicio do reinado 1820-Revolta Militar no


de D. Joõa VI, que permanece Porto
no Brasil
1820-Levantamento
1816-Beresford controla militar em Lisboa - Governo
o governo de Portugal interino

1817-Primeira tentativa 1820-Convocação de


de introdução de uma máquina Cortes
a vapor em Portugal
1820-Primeiras eleições
1817-Conspiração
1820-População
contra Beresford - executados
Portuguesa 3 013 000
12 indivíduos
habitantes
1818-Forma-se no Porto
1820-Independência do
o Sinédrio
Uruguai
1818-Independência do
1821-Fundação do
Chile
Banco de Lisboa
1818-Espanha assina
1821-Motins no Pará,
tratado de Viena (1815) -
Baía e Rio de Janeiro
devolver Olivença

Jáder José Oliveira Vieira


1821-Extinto o tribunal 1822-Morre Manuel
do Santo Ofício Fernandes Tomás

1821-Independência do 1822-Champollion
Peru decifra a escrita hieroglífica

1821-Independência do 1822-Aprovação da
México Constituição

1821-Morte de Napoleão 1822-Entra em vigor a


Bonaparte primeira lei eleitoral portuguesa

1821-Michael Faraday 1822-D João VI jura a


inventa o motor eléctrico Constituição, a rainha não o faz

1821-Hegel - Princípios 1822-Surgem os jornais


da Filosofia do Direito para senhoras - O Periódico das
Damas
1821-Revolta grega
contra o império turco 1822-Independência da
Grécia
1821-Abolição parcial
dos direitos banais 1822-Constituição
Liberal portuguesa
1821-D João VI regressa
do Brasil 1822-Independência do
Brasil
1821-Máquina a vapor
utilizada no Tejo 1823-Beethoven - Nona
Sinfonia
1821-Abolida a censura
prévia 1823-Sublevação em
Trás-os- Montes contra o
1821-Cortes põem fim à
liberalismo
Junta Provisional
1823-Vilafrancada
1822-O Brasil proclama
proclama o absolutismo
a independência

Jáder José Oliveira Vieira


1823-Tratado de paz 1826-Conspiração da
entre Portugal e o Brasil polícia de Lisboa

1823-Carreiras de vapor 1826-D. Maria II casa por


regulares entre Lisboa e o Porto procuração com o seu tio ( D.
Miguel)
1824-Inglaterra - direito à
greve 1826-Juramento da
Carta Constitucional
1824-Fundação da
fábrica Vista Alegre 1826-Movimento
absolutista no Norte do país
1824-Abrilada. O rei D.
João VI refugia-se num navio 1826-Regência da
inglês Infanta D.Isabel Maria em nome
de D Pedro IV
1824-O duque de Loulé é
assassinado 1826-Morre D.João VI

1824-D. Miguel é 1826-Inicio da guerra


desterrado para Viena de civil a partir de Trás-os-Montes
Áustria
1826-D Pedro IV abdica
1825-Independência da da coroa de Portugal
Bolívia
1827-Archotada - Motins
1825-Nasce Latino populares em Lisboa
Coelho
1827-Morte de
1825-Reconhecida a Beethoven
independência do Brasil
1827-Crise Financeira
1825-Almeida Garrett
1827-Exércitos
publica em Paris - Camões
absolutistas derrotados fogem
1825-Nasce Camilo para Espanha
Castelo Branco

Jáder José Oliveira Vieira


1827-Convenção entre 1830-Luís Filipe rei de
Portugal e a Inglaterra França

1828-Morte de Goya 1830-Regência liberal na


ilha Terceira - presidida por
1828-Revolta liberal no
Palmela
Algarve
1831-O exército russo
1828-D. Miguel jura
esmaga a Polónia
fidelidade à Carta
1831-Nova vaga
1828-Golpe de estado
repressiva antiliberal
absolutista
1831-Revolta dos
1828-As tropas inglesas
tecelões de seda lioneses em
abandonam o país
França
1828-D Miguel convoca
1831-D. Pedro abdica do
os 3 estados
trono brasileiro e parte para a
1828-D Miguel rei Europa
absoluto
1831-O regime de
1828-Revolta liberal no Cavalaria 4 revolta-se contra o
Porto fracassada miguelismo

1828-Saída de liberais 1831-Alexandre


do país devido a perseguições Herculano foge do país
miguelistas
1832-Mouzinho da
1828-Regresso de D. Silveira ministro da Fazenda e
Miguel a Portugal da Justiça

1828-Belfastada 1832-D. Miguel


reconhece os jesuítas
1829-Batalha entre
miguelistas e liberais em Vila
da Praia - Açores

Jáder José Oliveira Vieira


1832-A frota de D.Pedro 1833-Balzac publica
parte de Belle Isle para os Eugenet Grandet
Açores
1833-D. Pedro
1832-D Pedro chega à desembarca em Lisboa
Terceira nos Açores
1834-D. Miguel
1832-Extinção do abandona o país
dízimos religiosos
1834-Instituição da
1832-O exército liberal liberdade de imprensa
entra no Porto
1834-Cortadas relações
1832-Cerco do Porto com a Santa Sé

1832-Batalha de Souto 1834-Alemanha entra no


Redondo Zolverin

1832-Legislação de 1834-África do Sul - os


Mouzinho da Silveira Boers empreendem o Grande
Trek
1832-Expedição liberal
desembarca em Pampelido - 1834-D Pedro é
Mindelo excomungado pelo Papa
Gregório XVI
1832-D Pedro assume a
regência de Portugal 1834-Batalha de
Almoster
1833-Tropas do Duque
da Terceira ocupam Lisboa 1834-Convenção de
Évora Monte
1833-Código Comercial
de José da Silva Carvalho 1834-Batalha de
Asseiceira
1833-Fim do cerco
miguelista à cidade do Porto 1834-Nacionalizados
bens dos conventos

Jáder José Oliveira Vieira


1834-Abolidos 1836-Alexandre
privilégios da Companhia do Herculano - A Voz do Profeta
Douro
1836-Novo decreto
1834-Inicio do reinado contra a mendicidade
de D Maria II
1836-Depressão
1835-Principio da
1836-Restabelecida a
obrigatoriedade escolar
Constituição de 1822
1835-Destruição de
1836-Revolução
máquinas industriais por
Setembrista. Passos Manuel
trabalhadores
forma governo
1835-Introdução da
1836-Criados os Liceus
máquina a vapor na indústria
1836-Reforma da
1835-Coração de
legislação eleitoral
D.Pedro IV entregue à Câmara
do Porto 1836-Dissolução do
Parlamento
1835-Novo código
Administrativo 1836-Casamento de D.
Maria II
1835-Cai o governo
Palmela. Saldanha ocupa o 1836 - Abolição parcial
poder da escravatura

1835-Publicado um 1836-Novo Código


decreto contra a mendicidade Administrativo de José da Silva
Passos
1835-As obras de Galileu
são retiradas do Index 1836-Belenzada - golpe
de estado palaciano contra o
1835-População
Setembrismo
Portuguesa 3 061 684
Habitantes

Jáder José Oliveira Vieira


1837-Revolta dos 1857-Flaubert publica
Marechais - movimento militar Madame Bovary
cartista
1858-Aparições de
1837-Publicação dos Lourdes
decretos contra a mendicidade
1859-Guerra Franco-
1837-Crise bancária Austrica, Batalhas de Magenta
e Solferino
1837-Conspiração das
Marnotas 1859-Primeira
perfuração de petróleo na
1837-Inicio dos
Pensilvânia
Trabalhos das Cortes Gerais
Constituintes 1859-Darwin - Sobre a
Origem das Espécies
1837-Victória - Rainha da
Inglaterra 1860-Lincoln -
presidente dos EUA
1837-Primeira anestesia
com clorofórmio 1860-Garibalidi realiza a
expedição à Sicília e Calábria
1839-Descoberta da
fotografia 1860-Lenoir inventa o
motor a Gás
1839-Dickens publica
Oliver Twist 1860-Morte de
Shopenhour
1839-Macmillan - inventa
a bicicleta a pedais 1861-Eclosão de Guerra
da Sucessão nos EUA
1840-Morte de Paganini
1861-Morte de Cavour
1840-Proudhon - Que é a
Propriedade ? 1862-Júlio Verne publica
Cinco Semanas em Balão
1841-Wagner - O Navio
Fantasma

Jáder José Oliveira Vieira


1862-Victor Hugo 1866-Dostoievky publica
publica Os Miseráveis Crime e Castigo

1863-Abolição da 1867-Os EUA compram


Escravatura nos EUA o Alasca à Rússia

1863-Criação da 1867-Batalha de
Associação Geral dos Mentana - O exército Francês
Trabalhadores Alemães derrota Garibaldi

1863-Morte de Delacroix 1867-África do sul


descobre jazigos de diamantes
1863-Rénam - A vida de
Jesus 1867-Código Civil

1864-Primeira 1867-Karl Marx publica


Internacional em Londres O Capital

1864-Fundação da Cruz 1867-Morte de


Vermelha Internacional Baudelaire

1864-Fustel de Colanges 1868-Criação da


publca A Cidade Antiga Federação das Trade-Unions

1865-Morte de Proudhon 1869-Inauguração do


canal do Suez
1865-Tolstoi- inicia
publicação de Guerra e Paz 1870-A Prússia derrota a
França na Batalha de Sedan
1866-A Prússia derrota a
Áustria na batalha de Sadowa 1870-A França possui 28
000 máquinas a vapor
1866-Fundação do Klu-
Klux-Klan nos EUA 1870-A Ópera Aida de
Verdi é apresentada no Cairo
1866-Nobel inventa a
dinamite

Jáder José Oliveira Vieira


1871-Tratado de 1882-Rockefeller funda a
Frankfort - frança perde Alsácia Standat Oil Company
e Lorena para a Alemanha
1882-Wagner escreve
1871-Conferências do Persifal
Casino Lisbonense
1882-Morte de Garibaldi
1871-Comuna de Paris
1882-Morte de Darwin
1871-Extinção do
1883-Transporte da
feudalismo no Japão
electricidade a longa distância
1872-Bakunine é
1883-Nietzche publica
expulso da Primeira
Assim falou Zaratustra
Internacional
1883-Morte de Marx
1873-Espanha -
intauração da República 1883-Morte de Wagner

1874-Disraeli primeiro 1883-Morte de Manet


ministro da Inglaterra1875-
1884-Waterman inventa
Constituição 3 ª República
a caneta de tinta permanente
Francesa
1884-Abertura da
1875-Afonso XII rei de
Conferência de Berlim
Espanha
1884-África do Sul -
1875-Marx publica
descoberta das minas de ouro
Critica do Programa de Gotha
do Transval
1876-Renoir - Le Moulin
1885-Morte de Victor
de la Galete
Hugo
1876-Bell descobre o
1885-Zola publica
telefone
Germinal

Jáder José Oliveira Vieira


1885-Encerramento da do novo governo: modificação
Conferência de Berlim da Bandeira Nacional, liberdade
de cultos, separação entre
1885-Karl Benz inventa
Igreja e Estado, criação do
primeiro veículo de motor a
Registro Civil e secularização
gasolina
dos cemitérios.
1886-Greve geral de
1890 – Encilhamento:
Chicago no Primeiro de Maio
crise financeira provocada pelo
1886-Hertz descobre as ministro da Fazenda, Rui
ondas electro-magnéticas Barbosa.

1886-Daimler fabrica o 1891 - Promulgada a


motor de explosão primeira Constituição da
República. Deodoro é eleito
1886-Pemberton produz
presidente da República pelo
a Coca-Cola
Congresso nacional e Floriano
1887-Construção do Peixoto vice. Golpe de Estado.
primeiro arranha-céus em Renúncia de Deodoro, após
Chicago uma série de atritos com o

1888-Abolição da Congresso e uma tentativa

escravatura no Brasil frustrada de golpe de Estado.


Floriano (o “Marechal de
1888-Guilherme II
Ferro”) assume a chefia do
Imperador da Alemanha
Estado.
1889-Exposição
1893 - Tem início a
Universal de Paris,
Revolução Federalista, no Rio
Proclamação da República.
Grande do Sul, estendendo-se
Banimento da Família Imperial
a Santa Catarina e Paraná.
e formação de um Governo
Revolta da Armada no Rio de
Provisório chefiado por
Janeiro, com participação de
Deodoro. Primeiras medidas
monarquistas. Ao se retirarem

Jáder José Oliveira Vieira


da Baía da Guanabara, os Inicia por força de
rebeldes da Armada unem-se interesse Acciolyna a primeira
aos federalistas no Sul. rede de esgoto e água tratada
no centro de fortaleza - 1908
1894 –Fim da República
da Espada (1889/94) e início da 1903 - Incorporação do
República das Oligarquias Acre ao território brasileiro;
(1894/1930). Eleição do civil 01/03 - Instalação da Faculdade
Prudente de Morais para a Livre de Direito do Ceará
Presidência da República.
1907 - Congresso aprova
1896 - O engenheiro a Lei de Repressão ao
João Felipe Pereira faz um Anarquismo, autorizando a
estudo sobre o abastecimento deportação de estrangeiros
de água em Fortaleza.Dr. ligados ao movimento operário.
Nogueira Accioly chega a 1º cinema de Fortaleza,
presidência do Estado do empresa de Oliveira & Coelho
Ceará.
1908 - Criação da
1897 - Prudente de Confederação Operária
Moraes sofre um atentado. O Brasileira.
arraial de Canudos é destruído
1909 - Morte de Afonso
por tropas federais.
Pena. O vice Nilo Peçanha
1898 – É eleito assume a Presidência. –
presidente da República Candidatura presidencial do
Campos Sales, idealizador da marechal Hermes da Fonseca e
“Política do Café-com-Leite” e quebra da “Política do Café-
da “Política dos com-Leite”.
Governadores”.
1910 - Hermes da
A construção da Ponte Fonseca é eleito presidente e
Metálica aconteceu entre 1902 e Venceslau Brás vice. Revolta
1906 da Chibata.Criação do Serviço

Jáder José Oliveira Vieira


de Proteção ao Índio (atual 1915 - Anarquistas
FUNAI), chefiado pelo então organizam o Congresso
major Cândido Rondon. Nacional da Paz em Protesto
contra a I Guerra Mundial.-
1912 – Campanha do
Grande seca que inspirou o
Contestado: destruição, pelo
romance "O quinze" de Rachel
Exército, dos núcleos
de Queiroz
messiânicos instalados na
região da divisa entre Paraná e 1916 - Fundada a Liga de
Santa Catarina. Defesa Nacional. Fim da Guerra
do Contestado.
1914 - Conflito no Ceará
contra o governo de Franco 1917 - Greve Geral
Rabelo. Jagunços comandados paralisa a cidade de São Paulo,
pelo Padre Cícero e Floro Navios alemães torpedeiam
Bartolomeu ocupam Vale do navios brasileiros. Em
Cariri. Inaugurado o Palacete represália, o Brasil entra na
Ceará, ponto de encontro da guerra.
sociedade cearense. Abrigou
1918 - Eleições
entre das décadas de 1920 a
presidenciais. Rodrigues Alves
1940, o Clube Iracema. A
é eleito presidente e Delfim
arquitetura eclética predomina
Moura, vice. Gripe espanhola
e o estilo neobarroco.
se alastra por São Paulo e
Atualmente, pertence à Caixa
outras regiões do
Econômica Federal e está
país.Fundação da Escola de
localizada na praça do Ferreira,
Agronomia do Ceará
no Centro.
1920. A partir desta
Fundado o
década, bairros como
teatro São José pela Igreja
Jacarecanga, Praia de Iracema
Católica. Surgiu como uma
e Aldeota passam a ser
forma de aproximação das
habitados pelas elites que
classes operárias.

Jáder José Oliveira Vieira


começam a valorizar a 1924 - Eclode em São
proximidade com o mar. Paulo outra revolta tenentista
contra o governo federal. Tem
1920 - Conflito na
início a Coluna Prestes.
Bahia. É decretada intervenção
federal. 1926 - Criação do
Partido Democrático, em São
1921. Luís Severiano
Paulo.
Ribeiro abre as porta do Cine
Moderno. 1927 - Instituído o voto
feminino no Rio Grande do
A famosa Ponte dos
Norte.
Ingleses foi construída em
1921. 1930. Nesta década, tem
início o funcionamento da pista
1922 - Revolta do Forte
de vôo do Alto da Balança, que
de Copacabana (Os 18 do
originaria mais tarde ao
Forte), sendo a primeira revolta
aeroporto de Fortaleza.
do movimento tenentista. -
Construída durante a II Guerra
Realiza-se, em São Paulo, a
Mundial, serviu de base de
Semana de Arte Moderna. –
apoio às forças aliadas.
Fundação do Partido
Comunista do Brasil (PCB), 1931.
impropriamente conhecido Inaugurado o Mercado Central
como “Partido Comunista para a venda de
Brasileiro” (denominação hortifrutigranjeiros. Hoje, no
oficializada somente no final local, funciona o Centro de
dos anos 50). Referência do Professor. Cria-
se o Ministério do Trabalho,
1923 - Crise no Estado
Indústria e Comércio. Tem
do Rio de Janeiro. Intervenção
início a promulgação de leis
federal.
sociais.

Jáder José Oliveira Vieira


1932. Fundado o 1945 - IOCS
colégio Santa Cecília. Na transformado em
época, era a escola primária Departamento Nacional de
Santa Cecília, também Obras Contra a Seca - DNOCS
chamada de Casarão
1946 - Posse do general
Amarelo.Instala-se a Liga
Eurico Gaspar Dutra, eleito em
Eleitoral Católica-LEC e O
1945, após a renúncia de
Código de Posturas do
Vargas;
Município de Fortaleza, Novo
Código Eleitoral estabelece o 1950 - Getúlio Vargas é
voto secreto e o direito das eleito presidente;
mulheres votarem e serem
1954 - Suicídio de
votadas.- Tem início a
Vargas. Assume a Presidência
Revolução Constitucionalista
da República o seu vice, Café
de São Paulo.
Filho; 16/12 - Criação da
Novo Código Eleitoral, Universidade do Ceará
institui o voto secreto e estende
1955 - 25/06 - Instalação
o direito ao voto para as
da Universidade do Ceará,
mulheres;
futura Universidade Federal do
1935 - Intentona Ceará. Juscelino Kubitschek é
Comunista; eleito presidente;

1936 - 11/09 - Sítio 1956 - Autorização para


Caldeirão (Região do Crato) a construção de Brasília
destruído a mando do Governo
1959 - Criação da
do Estado do Ceará
SUDENE
1942 - Brasil entra na
1960 - Inauguração de
Segunda Guerra Mundial,
Brasília, a nova capital do
contra Alemanha e Itália;
Brasil;

Jáder José Oliveira Vieira


1961 - Janeiro - Jânio 1969 - Assume a
Quadros assume a presidência presidência o General Emílio
da República; Garrastazu Médici;

Agosto - Jânio Quadros 1974 - Assume a


renuncia; assume o vice, João presidência o General Ernesto
Goulart; Geisel;

1964 1975 - Inauguração da


Universidade Estadual do
31 de Março - Golpe
Ceará,Cabo Verde declara a
Militar, ou Revolução de 1964 -
independência,Indonésia
destituição de João Goulart;
invade Timor-
Assume a presidência o Leste,Moçambique declara
general Humberto de Alencar independência,S. Tomé e
Castello Branco; Principe declaração de
independência,Independência
1965 - Abolido o
de Angola,Morte de Franco
pluripartidarismo e instituído o
bipartidarismo - Arena e MDB; Restauração da
monarquia em Espanha:João
1967
Carlos proclamado rei
Aprovada pelo
1978 - Geisel envia
Congresso a sexta
emenda ao Congresso que
Constituição Brasileira;
acaba com o AI-5;
Assume a presidência o
1979 - Assume a
General Artur da Costa e Silva;
presidência o General João
Dezembro - O Baptista de Oliveira
Congresso é fechado e é Figueiredo;Fim da Guerra do
decretado o AI-5; Vietnam,Morte de Mao Tsé
Tung,China,Morte de Agata
Christie,Morte de Charles

Jáder José Oliveira Vieira


Chaplin,-Kadhafi - Livro 1979 O "yatollah"
Verde,Argentina - Queda de Khomeiny regressa ao Irão
Isabel Perón,Jimmy Carter -
1979 Primeiras eleições
Presidente dos EUA
para o Parlamento Europeu:
1978-Suicidio colectivo Socialistas o maior grupo com
da Seita do Templo do Povo 112 lugares

1978-Convulsões 1979 URSS invade o


politicas no Irão Afeganistão

1978-Desvalorização do 1979 O Vietnam ocupa o


dólar Cambodja

1978-João Paulo II Papa 1980 - Independência do


Zimbabwe,Polónia - Criação do
1978-Segundo Governo
Solidariedade,Morte de Alfred
Constitucional - PS coligado
Hitchcock,Morte do Marechal
com CDS
Tito
1979-AD e Sá Carneiro
1981-Entrada de
obtêm maioria absoluta
Portugal na CEE - Europa dos
1979-Revolução doze
Islâmica no Irão
1981-Ronald Reagan -
1979 Nascimento do Presidente dos Estados Unidos
Primeiro Bebé- proveta na
1982-Guerra Irão-Iraque
Inglaterra
1982-Guerra da
1979 Morte de Agostinho
Malvinas/ Falklands
Neto
1982-Revisão
1979 João Figueiredo -
Constitucional
Presidente do Brasil
1983-Tropas dos EUA
invadem Granada

Jáder José Oliveira Vieira


1983-Euromísseis 1990-Unificação das
Alemanhas
1984 - 25 de abril -
Emenda Dante de Oliveira é 1990-Entrada em órbita
rejeitada no congresso por não do telescópio espacial Hubble
atingir número mínimo de votos
1991-Eleições
a favor;Guerra Irão-Iraque
presidenciais: Mário Soares
1984-Reagan conquista reeleito co 70,4% dos votos
o 2º mandato presidencial
1991-Guerra do Golfo -
1984-Acordos N'Komati - Início da operação "
Entre a África do Sul e Tempestade no Deserto"
Moçambique
1991-Guerrra do Golfo -
1985 - Morre Orson Iraque aceita as resoluções da
Welles ONU

1985-12 de Junho 1991-Acordos de Bicese


assinado tratado de adesão de
1991-Boris Ieltsin eleito
Portugal à CEE
presidente da Rússia
1985-M. Gorbatchev
1992-Morre em Paris a
eleito secretário geral do PCUS
pintora Maria Helena Vieira da
1986-Morre Jorge Luis Silva
Borge
1992-Checoslováquia
1986-Desastre de acordo para a divisão da
Chernobyl federação

1988 - Promulgada a 1995-Morte de François


Constituição de 1988; Mitterrand

1990-Nelson Mandela é 1995-Ataque com gás


libertado na África do Sul sarin no metro de Tóquio

Jáder José Oliveira Vieira


1997-Morte de Madre
Teresa de Calcuta

1999-A Guerra do Fim do


Século - Guerra do Kosovo

1999-Resolução da ONU
de 10 de Junho sobre a Guerra
do Kosovo

Jáder José Oliveira Vieira


ÍNDICE REMISSIVO

candas ........................................................... 159


1
Cândido Portinari ........................................... 318
1492 ................................................................ 13 Capitão-mor João Baptista de Azevedo
Coutinho de Montaury .............................. 251
3 Cécrops ......................................................... 100

3114 a.C ....................................................... 107


Ch
A Chaturanga.................................................... 109

Achilina di Enrico Bo ..................................... 324


C
Aegaleo ........................................................... 76
Ágidas ............................................................. 69 circo Maximus ............................................... 100
Alfeld an der Leine ........................................ 305 coatequitl ....................................................... 174
al-Hakim ........................................................ 126 Colombo .......................................................... 13
alteridade ........................................................ 13 compluvium ................................................... 104
alteridade suprassumida ............................... 116 Conditionata .................................................. 182
Antônio Jozé da Silva Paulete ...................... 238 Cortez .............................................................. 13
Apolinar......................................................... 180 Cuauhtémoc .................................................. 154
Assembléia Constituinte ............................... 269 cubiculas ....................................................... 103
atrium ............................................................ 103
ayllu .............................................................. 174 D
Azazel ........................................................... 148
D. Thomaz José de Mello .............................. 248
Azpicuelta ..................................................... 178
Delos ............................................................. 100
diaetas ........................................................... 106
B
do Coronel de Cavalaria João de Barros Braga
Baphomet ..................................................... 152 ................................................................. 251
Bernardo Manoel de Vasconcellos ............... 240 Dólmen ............................................................ 56
Bertrand Russel ............................................ 267 Dr. Leite Maranhão ........................................ 222
bigeatus ........................................................ 179
Bodiam Castle............................................... 131 E
Botvinnik ....................................................... 296
Éforos .............................................................. 69
bourse du travail ........................................... 216
el negocio del Diablo ..................................... 139
braconnage ..................................................... 20
Emilio Hinko .................................................. 222
bula Super universas orbis Ecclesias ........... 243
Epandro ......................................................... 263
Euripôntidas .................................................... 69
C
Caietanus ...................................................... 187 F
calpulli ........................................................... 174
Fagus ............................................................ 305
camere del lavoro ......................................... 216
Filippo Pigafetta............................................. 159

Jáder José Oliveira Vieira


Finley ............................................................ 153 manicongo ..................................................... 156
Fracis Bacon ................................................. 199 Manuel Arruda de Câmara ............................ 250
Marco Pólo .................................................... 168
G Mario Pino ....................................................... 95
MASP ............................................................ 309
gentry ............................................................ 198
Meleto, Anito e Licon ....................................... 88
Gerúsia ........................................................... 69
MESP ............................................................ 318
Gibbon .......................................................... 127
mitraismo ....................................................... 151
gnomônico .................................................... 106
Montezuma...................................................... 13
gnóstico ........................................................ 142
muissiconga .................................................. 157
Gov. Manoel Ignácio de Sampayo ................ 244

N
H
new economic history .................................... 161
Hades ........................................................... 144
Niede Guidon ................................................ 107
Harun al-Rashid ............................................ 126
Nietzsche......................................................... 82
Hermodoro ...................................................... 88
Nikolai Melnik ................................................ 300
Hierão de Siracusa ....................................... 100
Hnefatafl ....................................................... 128
O
hortus ............................................................ 104
Olimpíada em 776 a.C..................................... 99
I oratores ......................................................... 139

ilhas Aleutas e Curilas .................................... 95


P
J Paterae e Patibulum ...................................... 198
patruum ........................................................... 99
João Fragoso ................................................ 195
Paulo Rossi-Osir ........................................... 318
José Carlos de Figueiredo Ferraz ................. 325
peculatus ....................................................... 179
Pecunialismo ................................................. 198
K Pero de Campo Tourinho .............................. 225

K. Wettstein................................................... 310 Piaget .............................................................. 73

kleroi ............................................................... 72 Pierre d’Ailly .................................................. 168

Koenen e Morsch .......................................... 310 pileum cornutum ............................................ 153


Pireus .............................................................. 76

L Pisístrato ....................................................... 100


plageatus ....................................................... 179
L’invention du quotidien .................................. 20 praça Benjamin Constant .............................. 259
la Malincha .................................................... 170 praça do Ferreira ........................................... 271
Laemmert ...................................................... 249 procedimento Bessemer................................ 268
leis Licúrgicas ................................................. 71 professora Luciara Silveira de Aragão e Frota
Lineu ............................................................. 245 ................................................................. 244
Luddismo ...................................................... 201 proto-xadrez .................................................. 110
pugnatores .................................................... 139
M
Mandeville..................................................... 199

Jáder José Oliveira Vieira


Q Tratado de Ultretch ........................................ 173
triclinium ........................................................ 103
Quetzalcoatl .................................................. 171 trifuncionalidade ............................................ 136
Quintus Curtius Rufus ................................... 327
quipu ............................................................... 95 U
Quisay ........................................................... 168
Utilitas,Firmitas,Venustas .............................. 106

R
V
Rampsinito ...................................................... 50
Roney Cytrynowics ....................................... 263 Vauchier ........................................................ 222

rua 24 de Maio .............................................. 284 Vavy Pacheco ............................................... 264


Vênus de Willendorf ........................................ 58

S Vitrúvio .......................................................... 102


Vygostky .......................................................... 73
sacrilegium .................................................... 179
Saint Hilaire................................................... 249 W
sambaquis ...................................................... 95
Samuel Baccarat........................................... 262 Walter Gropius .............................................. 305

Senet .............................................................. 51 Woodcock........................................................ 78

Shogi............................................................. 109 woodframe..................................................... 330

Sofroniscos ..................................................... 84
syssitias .......................................................... 72 X
Xiangqi .......................................................... 109
T Xochimilco ..................................................... 169

tabernae ........................................................ 103


tablinium ....................................................... 103 Y
tapera,taba,opy e maloca ............................... 96
yorubá ........................................................... 156
teatro de Marcellus ......................................... 67
yurte .............................................................. 107
Tenochtitlán .................................................. 170
termas ............................................................. 99
Z
terriers........................................................... 205
Thompson ..................................................... 201 zooantropoformismo ...................................... 146
Tocqueville .................................................... 203 Zyklon B ........................................................ 302
Trasíbulo ......................................................... 93

Jáder José Oliveira Vieira


Editora Nossa Pesquisa

Jáder José Oliveira Vieira

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