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Irmooueha & Beonota SouDANA 1832 eles foram reforgados pela adesio de importantes ex-saint- simonianos como Lechavalier¢ Transon, iniciaram apublicagio dde um hebdomadsrio ~ Le Phalanstdve ~ ¢ organizaram cursos, ‘alguns dados pelo proprio Fourier. Com a morte de Fourier em 1837, suas doutrinas tiveram novo impulso, fazendo com que a escola crescesse cada vez mais ¢ atingisse 3.700 membros na ‘véspera da Revolugio de 1848, entre os quais © préprio futuro imperador Luts Napoledo. "Acxperimentagio pritica do sistema de Fourier se deu mais nos Estados Unidos. igs grandes nsoclagtes, aplicando em maior ou menor extensio cos prinefpios do furirismo, fra cradas quae simultaneamen- te: The Noth American Phalanx, fundada por Brisbane no estado de Nova Jersey, The Wisconsin Phalanx, no estado mesmo nome, ‘eamais famosade tans, Brook Farm, pertode Boston, que 1e¥e homens muito ihustes ene seus membros, alguns dos quais de sempenharam papéis de Tideranga na Sovercigns of Industry [Soberanos da Indistria] © nos Knights of Labour [Cavaleiros do Trabalho] ¢ no movimento cooperatvists [Aué mesmo Channing e Havthorne ficaram algum tempo I Esti ‘nase em 30 0 mimero de ais comunidades; mas nentuma drow mais do que cinco ou sis anos" (G4DE, 1971, p. 41-42). ganizag que se chamou ‘Owen e Fourier foram, ao lado de Saint-Simon, os classi cos do Socialismo Ut6pico. O primeiro foi, além disso, grande protagonista dos movimentos sociaise politicos na Grié-Bretanha ras décadas iniciais do século xix. O cooperativismo recebeu doles inspiragio Fundamental, a partir da qual os praticantes da ‘economia solidaria foram abrindo seus préprios caminhos, pelo Sinico método disponivel no laborat6rio da histéria: 6 da tenta- tivac ert. 38 Panoramica 1. O cooperativismo de consumo © cooperativismo de consumo, que desempenhou importante papel na difustio do cooperativismo pela Europa a partir de mea dos do século X1x, teve um comego claro: a famosa cooperativa, 4s Pioneiros Eqlitativos de Rochdale, considerada a mie de todas as cooperativas. Ela surgiu em Rochdale, um importante centro t8xtil no norte da Inglaterra, em 1844, Fundada por 28 ‘operitios qualificados de diversos oficios, metade deles owenista, entre 05 seus objetivos estava a criagao de uma col6nia auto- suficiente eo apoio a outras sociedades com este propésito. © impulso para a criagio da cooperativa pode ter sido a derrota de uma greve de teceldes em 1844, Adotaram uma série de prinefpios, que seriam depois imortalizados como os princi pios universais do cooperativismo: 14) que nas decisSes a serem omadas cada membro teria direito a um voto, independentemente ‘de quanto investiv na cooperativa; 28) 0 ndmero de membros da, ‘cooperativa era aberto, sendo em principio aceito quem desejas- se aderir. Por isso este prinefpio & conhecido como o da “porta 39 rernonvcia A Boowout SOUDABLA aberta 39) sobre capital emprestado a cooperativa pagaria uma taea de jurosfixa; 4) as sobras seriam divididas entre 05 mem- bros em proporgdo 2s compras de cada um na cooperativa; 5) as endas feitas pela cooperativa seriam sempre feitas& vista: 6) te proluts vendidos pela cooperaiva seriam sempre patos G3t0 {nao adulterados); 7) a cooperativa se empenharia na educa to cooperativa; 89) a cooperatva manter-se-ia sempre neutra tem quesises religiosas e politica. Hoje estes prinefpios parecem Sbvios, Mas na época foram ‘muito importante, provavelmente sintetizada de n- nerosas experigncins cooperativas rlativamente independentes 6 primero prinetpio arante ademocraca ea primazia do trabar The sobre ocapital na cooperativa, Houve cooperativas que ado taramo voto conforme capital investido, 0 principio que Vigor thas soeiedades andninnas. Acabaram se transformando em socie- ‘Gades de capital, endo de trabalhadores. Hoje o prinefpio de umn ‘oto por eabogaé visto como essencial para que haja democracia na cooperativa.e, portanto, autogestio. ‘O prineipio da porta aberta € importante porgue, uma ver consolidada a cooperativa, hé uma tendéncia de os s6cios fun- adores nfo admitirer outros ou apenas admiti-os com dite tos inferiores, Cooperativas que no adotaram a porta aberta tiveram grande valorizagio de suas cotas de capital, 0 que in “duziu muitos s6cios a vend8-las a investidores capitalistas ‘Obviamente, com isso, 0 caréter cooperative da organizaglo se perdia, A porta aberta permitiu 8s cooperativas de consumo Expandir © nimero de sécios, abrir fliais ¢ obter ganhos de seeula, 0 que foi essencial ao seu portentoso erescimento, como veremos adiante. ‘0 prinefpio dos juros determinados provinha de Owen, que co aplicava em New Lanark. Isso the permitiainvestr todo lero cxeedente aos juros em favor dos trabalhadores, No caso das 40 Paoninnca coopertvas de consi, ex rine condo para posse pone ils wi sgt cI ST Nas socedade anfnimas, odo lero soba 6 epao con fens nine oes poeta Cris piety gems ee acme a en cea cope sie ie ses Gk dsadnam Six pau only joa} possem boneicar an sGeios cooperatva 1 pintpo da civisto das sora tipi por our sa epee ool geen Heepenaties wor ws yowee coin ms quran, nee pee lenin, Fa Gispse a pagar um pouco mais na copertva pore sabe aie teeebe una quanta de vl no fim do exert, ma forma de ames So sbcior Jo mode uve trails epecras fia ome AAD CEO Ade span soaps anes do cos, que se generaliavacinépcasdecrse, Mui c00- umm de eosten quasaso acta dcx oe tprepos, A reneea da edit mpeda que cls desempre- Solna tet tateagateien nearer tpn va- Os Fionciosprocurvam dstinguir nego de ett, azn pls aanas Gages Alda ie, season propéohs ever or eines opeuyere nev aranranit dividas. iene : Dips eee eed acne wooo usa Sie ool, rosa oe yea Salinas Dslicn impede eoomente que limenow reno adore fepeniedongetatnan onan ath, GAS so nanglaterana pon, eaten ou: como os sais pe 00h mnoria dos apeirios oo lee pein pga 0 prego Geos produts pus, era comm que ocombtca ofereess ro- nas sobras, Convém notar que a cooperativa 6 ven- a Iirmoou¢80 A Econo SOMDSHIA dutos de qualidade inferior (inclusive alguns prejudiciais & sad do)! A grande vantagem das cooperativas de consumo sobre seus cconcorrentes € que seus sécios sabiam que podiam confiar nos pprodutos comprados na cooperative. (0 principio do empenho na educago cooperativa é tam- bém uma heranga owenista. Ela deriva da idéia de que os ho- 'mens slo 0 que a educagao (ou sua falta) faz deles. Para Owen, 0s vicios e ocgofsmo so frutos de uma educagiio errada, Portan- to, para que 0 cooperativismo seja entendido e apoiado em seus propésitos,é necessério que ndo s6 0s cooperadores mas o pabli- ‘co em geral seja educado em seus principios ou, mais amp ‘mente, em sua visio de mundo. Desde 0 inicio da economia sali dvi, a publicagio de periddicos e livros e a organizagao de cur sos sempre mereceram (oda prioridade. (0 oitavo principio exige neutralidade da cooperativa pe- ante controvérsias politcas e religiosas que podem dividir os sécios. Este prinefpio pretende impedir que cooperativas sejam cexclusivas de partidos ou seitas. Ele complementa o primeiro, 29 abrir porta a todos os que desejam se associar, nfo importando suas posigaes politieas © crencasreligiosas. (0 primeiro armazém dos Pioneiros Eqtitativos abriu suas portas em 21 de dezembro de 1844 com um capital de 28 libras, temprestadas pelo Sindicato dos Teceldes. Tendo perdido uma _greve, provavelmente os trabalhadores ail dispunham de dinheiro para subserever as cotas de capital da cooperativa. Um ano de- is, o nimero de s6cios havia subido para 74. Em 1849, 0 Roch {ale Savings Bank (espécie de caixa econémica) fal, o que fez co ndmero de s6cios subir de 140 para 390, Os Pioneiros aceita- ‘vam empréstimos dos sSeios ¢ os remuneravam i taxa de juros 1. Quando moinho eaopersivo de Rochdale comeqoua foes oS goo 6 ‘lov eclanaram do gost, Fo rece coment x de que era aoxturdos 0 tig sults aque aster redo pu, 2 Pasoasane de 10% a0 ano, relativamente alta na época, Deste modo, acoo- ‘perativa servia ao mesmo propésito da caixa que fechara, ‘Coma ampliagio do quadro social, os Pioneitos passaraim, 1 oferecer novos servigos, além da venda a varejo de bens. Em 1846, organizaram debates todos os sibados & tarde, em 1848 briram aos sécios uma sala de leitura com os jomnais do dia e,no ano seguint, criaram uma alfaiatariae uma biblioteca. Em 1850, os Pioneiros lideraram a constituigdo do Rochdale Co-operative Com Mill (Moinho de Trigo Cooperativo de Rochdale), que de senvolveu suas atividades continuamente até 1906, quando foi absorvido pela Sociedacle Cooperativa Atacadista, Os Pioneiros Viabilizaram o projeto ao investir no moinho 150 libras e em- prestarA nova cooperativa outras 285 libras, O que mostra que a modesta cooperativa de 28 sécios apenas seis anos depois de aberia ja havia aleangado consideravel poderio financeiro. [Em 1853, os Pioneiros decidiram financiara sala de leitura ce abiblioteca com 2,5% de suas sobras, Antes, quem se encarre- ¢gava disso eram os prOprios ususrios. Foi uma deciso hist6rica, pois dai em diante a expansaio do movimento da cooperativa ge- raria verbas crescentes para educagio, o que se tomou caracte- ristico de todas as cooperativas. Além disso, os Pioneiros abi- +am um departamento de compras-e vendas no atacado, destina~ do a abastecer outras cooperalivas que estavam sendo fundadas nas vizinhangas de Rochdale, Esse foi um passo de grande im- portincia para a expansiio do cooperativismo de consumo por toda a Grii-Bretanha e, mais tarde, por muitos outros patses. ‘Um outro passo importante foi a fundagio da Rochdale Cooperative Manufacturing Society (Sociedade Cooperativa Manufatureira de Rochdale), que era uma tecelagem, de infeio ‘numa érea alugada, Depois abriram uma fiagdo numa outta érea alugada e em 1859 comegaram a construgio de uma Fabrica prs- pria que abrigaria tanto a tecelagem quanto a fiago, Em 1862 43 Iron 4 Boosous SUDAN ‘comegaram a construgiio de uma segunda fabrica, que iniciow suas alividades em 1866.0 capital para estes empreendimentos \veio em patte da prépria cooperativa, em parte de sécios da mes- ‘ma, que compraram ages, ¢em parte dos trabalhadores das fé- bricas cooperativas, Os acionistas, de acordo com 04 principio, recebiam uma taxa fixa do 10% sobre o capital que investiram, (Os trabathadores, além de receber também esta taxa sobre 0 Va Tor de suas ages, tinham direito a um abono de 20% sobre set salirio, a titulo de participago nos iucros. ste arranjo mostra que as cooperativas de produgao, ia das pelos Pioneiros, no cram autogestiondrias mas co gestiondtias, A sua administragio era partithada por represen- tantes dos acionistas (que no trabalhavam na cooperativa) ¢ dos ‘rabathadores dela, Este € um arranjo instavel, porque os interes ses dos capitaistas e dos trabalhadores eram contraditérios, © {que nio tardou a provocarconflitos. Quando, por causa da Guer ra Civil, a indistia téxtil teve de reduzir a produgao por falta de algodio, cuja importagiio dos Estados Unidos estava suspenss, (os empregados das empresas capitalistas (alguns dos quais eram acionistas da cooperativa manufatureira) sofreram cortes nas or hadas¢ nos salrios, Mas os trabalhadores da cooperativa conti- nuaram recebendo suas retiradas integralmente Tso levou a um movimento dos acionistas, sécios da coo- petativa de consumo, no sentido de abolir 0 abono recebido pe- los trabalhadlores da cooperativa de produso. Em 1862, a maio- ria dos acionistas aprovou uma resolugao nesse sentido. “Convertram assima Sociedade Cooperatva Manufatureira numa ‘ema ordindra lncratva;e 6 wm ftosinifiativo que por ceasito ‘da mudinga apenas cerca de 50 dos 500 empregadoseram acionis- tas. Terminoy asim o grande experiment de Rochdale em prod «io cooperatva. Os lideres dos Pionerosficaram amargamente 44 Psondca \desapontados com o que consideravam a apostasa dos scionistase a noticia da desergo foi um golpe pesado no pais inteiro para a causa do cooperativismo, coma era entendida eto [..] A Socie- dade de Rochdale foi dos primeiros na lista destes malogros e sua ‘queda eve mas eco que 0 resto porque ela fo nica com mais Idealismoe sob os auspiios dos Pioneiros. queo movimento intei- roconsiderava sua lideranga” (COLL, 1941, p. 90-91). (O desdobramento de cooperativas de consumo em cope: rativas de produgao era um propésito central dos Pioneiros e de ‘outras sociedades com o mesme lastro ideol6gico. Como disse :mos no inicio desta seg, © grande objetivo da Sociedade dos Pioneiros era constituir uma colénia comunista, em que grande parte das necessidades de consumo seriam satisfeitas com o tra- balho dos membros. Apenas o excedente de produgo seria tro- ado por outros produtos, sempre que possivel com outras co- :unidades devotadas aos mesmos propésitos. © armazém coo- perativo era apenas 0 inicio da construgio deste projeto, que de- veria ser seguido por um segundo passo, qual seja a fundagio de ‘cooperativas de produgdo. Se estas tltimas fossem bem-sucedi- das, absorveriam a totalidade dos s6cios da cooperativa de con- sumo ¢ entao poderia ser dado o terceiro passo: construir a Al- ‘deia Cooperativa, em que todos poderiam viver lado a lado, pro- “duzindo e consumindo em comm, (© que ocorren com a cooperativa de Rochdale & que o ni mero de seus s6eios cresceu muito mais do que 0 niimero de vvagas nas cooperativas de produgo que ajudava a eriat, Além disso, com o passar dos anos, a formagio da Aldeia perdeu a adesaio da maioria dos cooperadores. “L108 lideres dos Pioneizossereditavam na cooperagio de pro- Adugdoasim como na de consumo. Enquaitaestiveram pensando 45 TemooveAo A Econo SoUDsna «em termos do estabelecimento de uma Comunidade Cooperativa ‘como deal para o qual estavam trbalhando, no faziam distin {lo entre consumidores e pradutores e eles partram da dia de ‘empregartantos de seus scios quanto fosse possive em traballo produtivo e distributive. Mas, por volta de 1854, a noo de fu. dar comunidades havia sido definitivamente abondonada, Esta ase estava finds; a ogo foi morta, exeeto no espiito de muito poucos idealists, pelo fracasso dos esforgos de construir comt ridales por parte dos owentstas primeiro e dos cartistas depois. (0s Pionecos haviam resalvio desenvolvero cooperativismo nio| ‘parte do mundo comoele ea, mas este mundae suites a suas condigdeslimitativas” (COLE, 1944, p. 89). ‘A extraordindria expansio da cooperativa de Rochdale, nos anos 50 ¢ 60 do século XIX; nflo era uma excegtio, mas parte de lum vasto renascimento do cooperativismo, apés a derrota do ‘movimento operirio em meados dos anos 30. Por toda a Gra- Bretanha o cooperativismo de consumo estava se desenvolvendo ‘vigorosamente, e muitas cooperaivas de produgio, especialmente ‘moinlios de trigo, eram fundadas pelas cooperativas de const ‘mo. O esquema utilizado era © mesmo de Rochdale: 0 de co- ‘gestio entre acionistas, provedores de capital e trabalhadores. ‘Cumpre notar que em geral os aeionistas também eram trabalha ores, sécios das cooperativas de consumo. Os trabathadores das ‘cooperativas de produsio participavam da cleigio dos diretores ‘das mesmas ¢recebiam participagao nos luros. “Axpansio deste eooperativismo misto se acelerou quando {oi possfvelcriar algumas grandes cooperaivas de segundo gra, dedicadasao comércio atacadisia,o que proporcionau is coopera tivas de consumo filiadas a elas um abastecimento assegurado das ‘mercadorias de que necessitavam, com qualidade e a pregos ho- jnestos. Em 1863, 48 cooperativas clo norte da Inglaterra formaram 46. Panorione 1 Sociedade de Depésito ¢ Agéncia Cooperativa Atacadista do rte da Inglaterra, que abr seu primero atmazém em Manchester ‘nono seguinte. (No inicio os compeadores das cooperativas ass0- ciadlas, que tinham boas conexses com firmas atacadistas, recuss- am-se a tratar com a nova sociedade. Mas, em pouco tempo, esta resistencia fo superada.) Em 1864, a Sociedade tinha 18 mil mem- bros das cooperativas filiadas ¢ capital de 2.455 libras. Dez anos depois, oniimeto de membros aleangava 200 mile ocapital 61 mil libras mais 193 mil libras de empréstimos e depésitos. O movi- mento comercial da Sociedade passou de 120 mil libras em 1864 para 2 milhdes de libras em 1874 (COLE, 1944, p.145) ‘Uma discusstio que acompanhou a fundagio das Cooperat vvas Atacadistas era se elas deviam se dedicar apenas ao com cio ou se deviam promover.a produgiio cooperativa edistribut-la por intermédio das cooperativas varejistas filiadas. Este whtimo ponto de vista deve ter provalecido porque Cole (1944, p, 158) fala de um notivel renascimento do cooperativismo de produgio na década de 1860, Pelos registros disponiveis, ele acha diffcil istinguir cooperativas verdadeiras de empresas registradas como {al ou como Sociedades Andnimas, mas que foram apoiadas ou patrocinadas por lideres de cooperativas. Entre 1862 e 1880, hi registros de 163 cooperativas de produgio, além de muitas ou tras registradas como Sociedades Andnimas, mas que tinbam algo ‘de cooperativas, ao menos na origem. Durante © doom industrial que atravessou os anos 60 ¢ ter ‘minou apenas em 1873, muitos trabalhadores ingleses investi- ram na formago de novas firmas industriais, chamadas Working Class Limiteds (Limitadas de Classe Opera) 2: Ui ia que 0 copes de consumo extava crescendo al de Rochas ‘qn o Pons consti eea de um qua der mero ta Sicedade As ‘sta quando denn fda m 1875 ereetavare pena ¥ dos means (eae 1944.5), a7 srmancto & Booson Sous. Pasonianca “Nao havia nada de cooperativo nelas além do fato de serem rmuitas vezes patrocinadas por lideres cooperadores ¢terem £00- perativas de consumo entre seus acionistas, Havia poném uma classe considerdvel de enidades que pretendiam tr muito mais carter cooperative do que a Limitadas de Classe Operéria, Esta classe consistia de companhias formadas com o objetivo de tor nar os trabathadores sSeios da empresa € partcipantes de seus Ieros.{.] Encontramos Cooperatives de Consumo investindo “amplamente em ais empresas Sindicatos vindo também e api ‘cand seus fundos de forma semelhante. A propria Sociedade CCooperativa Atacatista, veremos,envolveu-se pesadamenteem algumas destas empresas, que atingiam seu auge durante 0 boom do inicio da déeada de 1870 apenas para entrar em eolapso as tdizias tfo logo os anos de prosperidade acabaram” (COLE, 1944, 9.159), Como se vé, apesar de o sonho da comunidade ou aldeia ccooperativa ter sido abandonado, a grande onda de cooperativismo {de consumo continuow expandinda cooperativas de produgso, que delas dependiam tanto para se capitalizar como para vender ‘sua produgio, Greves continuaram dando ensejo para a forma- ‘¢do de cooperativas de produgao. Poi o que aconteccu na mine ragio do earvilo, em que greves fregiientes ocasionaram & fundagio de Sociedades Cooperativas de Mineragio, em geral financiadas por cooperativas de consumo e s6cios das mesmas. Com a crise iniciada em 1873, muitas destas cooperativas rmineradoras softeram dificuldades e vérias receberam ajuda fi- nanceira das cooperativas de consumo eda Sociedade Cooperativa ‘Atacadista, permitindo-Ihes resistire sobreviver ‘Mas, coma queda dos pregos do carvio, causada pelacrise, ccessaram tanto a participagio dos trabalhadores nos lucros como ‘9 desconto dado as cooperativas de consumo na aquisigio do 48 ccarvio, o que tirava destes negécios qualquer cariter cooperati- vvo que pudessem ter tido. © mesmo aconteceu com a totalidade {das cooperativas de produgao inglesas controladas pelas coope- rativas de consumo diretamente ou por meio da Sociedade Coo- Perativa Atacadista. Em 1875, depois de muita discussie con- ‘ito, a Sociedade Cooperativa de Atacado resolveu aboliro abo- ‘no dos trabalhadores, A controvérsi a0 cooperati sobre se a autogestio era ou nao essencial ismo ira prosseguir por muito tempo. a rigor no se encerrou ainda. Na época, ela dividia tantoo movimento ope- vio como as correntes politicas de classe média. Os veteranios owenistase socialists viar no cooperativismo de consumo niio ‘um fimem si, mas um passo em diregio & comunidade cooperativa ‘ou socialista, cuja esséncia seria 0 autogoverno dos produtores. Mas, para os cooperadores operitios mais jovens, que haviam ‘aderido numa época em que o padriio de vida estava melhoran- do, o cooperativismo de consumo era a realidade, servindo para promover a poupanga mitua e forecer bens nao adulterados [esos justos. No campo da classe média, os socialistaseristaos le também nio-eristaos “aereditavam no autogoverne dos produtores © na partitha dos Iwcros como meios de superar o antagonismo entre capital e tra- batho ede dar ao rabalhador um lugar justo auto-respeitével na sociedade mediante uma revolugio indolor, vauntéria edespida ‘doespirito de uta de classes; enquanto outros apoindores, camo ‘Cohden & Gladstone, encaravam 0 movimento cooperative prin- cipalmente como uma agéneta para encorajar as vctdes da feu salidade e da independénciaentce a classes trabalhadorase eram portant favoriveis sabretudo A cooperagio de consumo com seus aranjos a favor do “investimenta fragal™ (COLE, 1944, p. 170), 49 rernopveto A Beat SUDAN Os préoprios trabalhadores das cooperativas de produgo assim como os das de consumo nio se opuseram ao corte do bono e dos seus direitos co-gestionérios. Cole (1944, p. 170) atribuia isso aos tempos dificeis que levavam muitas cooperati- vas de produgdo a falir estreitavam a margem de sobras das ‘cooperativas de consumo, Em nenhum momento ele toca na per- da, pelos trabalhadores, do diteito de eleger parte da ditegiio das ccooperativas em que trabalhavam. Nao sabemos se asentiam ou nfo, apenas sabemos que na luta perdida pela preservagiio de seus ditetos estes trabalhadores nto desempenharam nenhurn papel que merecesse registro histrico. Na segunda metade do séeulo XIX, 0 cooperativismo de consumo se expand velozmente na Gri-Bretanha, O total de ‘membros atingiu 547 milem 1881 ¢ | milhioe 707 milem 1900, ‘0 niimero de cooperativas aumentou menos, passando de 971 para 1.439 nesse perfodlo, mas o seu movimento comercial cres- ‘cou mais, passando de 15,5 milhées para mais de 50 mithdes de libras. Em média, cada cooperativa tinka 563,3 membros e mo- vimento de cerea de 16 mil libras em 1881 e 1.186 membros € 34,746 libras em 1900. Esta expansdo se devia sem diivida ao avango da indistriae dda urbanizagio, mas também a inovagSes que as cooperalivas trou xeram ao comércio varejistae atacadista. Os Pioneiros de Roch- dle foram os primeiros a abrir sucursais em vérias partes da cida ‘dee em outras cidades, muitas vezes transformando cooperativas Iocais em filias, Isso introduziv ganhos de escala nas compras de mercadorias e provavelmente de servigos, como transporte, por cexemplo, Nessa épaca, o varejo britinico estava atrasado, sendo “eatacterizado por feiras semanais, Iojas pequenas especializadas «em conceder erédite a pregos elevados, vendedores ambulantes ‘vendas diretas mediante pequenas oficinas. Poucos comerciantes tinham mais de um ponto-de-venda” (BIRCHALL, 1997, p. 9). 50 Pavoni (© atacado cooperativo, iniciado pelos Pioneiros de Rochdale fe desenvolvido pelas Sociedades Atacadistas depois, aleangou ddimensdes muito maiores do que os atacadistas convencionais, “Numa época em que estes cram caroseineficientes, as Socieds des Coopeorativas Atacaistasinglesa eescocesa virwalmente in- vventaram a distrbuigio moderna a0 varejo, Eas eresceram pot lets vias. Primeiro, clas organizaram acadelade distebuigo. Eas Importavam alimentos barat do exterior, organizando a disti- buigdo de manteigailandese, bacon dinamarqués,chd indiana © twigo canadense, possuindo armazéns nos pases exportadores © 1ssstindo no processo a movimentos cooperativos agricola ede consumo indigenas. Flas foram io longe ao longo das cadens produtivas quanto thes fi postvel,possunda plantagBes de ch, processando alimentos na Gré-Bretanha (moinhos de trigo, por ‘exemplo) ou nos paises de origem (fbricas de oucinho defurna-

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