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TEÓRICOS BRASILEIROS DA EDUCAÇÃO

INFANTIL
Eles Cumpriram Sua Missão

Flavio Aurélio da Silva Brim


Professores: Celi Terezinha Wolff
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Pedagogia – Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil
22/Janeiro/2010

RESUMO

Esse documento Teóricos Brasileiros da Educação Infantil vem jogar luz sobre os primeiros
brasileiros que deram sua contribuição para a educação infantil. Nosso objetivo é trazer à
memória o nome daqueles que pagaram um alto preço para que a educação no Brasil alcançasse
patamares dignos das dimensões da nossa pátria.

Palavras-chave: Teóricos; Educação; Infantil.

I. Introdução

Enquanto as creches e os Jardins de Infância já eram detectados na Europa desde o século XVII no
Brasil somente começam a configurar a partir do século XX.

Mesmo assim, a educação pré-escolar somente passa conquistar seu espaço após a publicação do
―Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova‖ em 1932.

Para termos uma idéia do quão lento foi o crescimento da Educação Infantil no Brasil basta atentar
para os percentuais das crianças atendidas nos respectivos anos: 1965 – 1,62%, 1975 – 2%; 1991 –
14,23%.

II. FERNANDO DE AZEVEDO

Azevedo nasceu na cidade de São Gonçalo do Sapucaí (MG) dia 2 de abril de 1894 e faleceu
em São Paulo no dia 17 de setembro de 1974. Cursou o ginásio e os estudos parcelados de Grego,
Latim, Eloqüência e Poética em Colégios Jesuítas de Nova Friburgo (Rio de Janeiro) e de São
Paulo. Antes mesmo de terminar o sexto ano do ginásio, ingressou ―na Companhia de Jesus,
iniciando o noviciado, em Campanha, Sul de Minas, aos cuidados e sob a orientação de um dos
noviços mais antigos: o Irmão Leonel Franca‖ (AZEVEDO, História de Minha Vida 1971, 18), mas
onde não permaneceu.
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Azevedo acreditava que a educação tinha um valor conscientizador, na medida em que


oferecia um instrumento para a libertação das pessoas, ―ensinando-as a pensar, a resolver problemas
(...). O processo educacional, mesmo controlado ideologicamente, seria incontrolável na medida em
que propiciava (...) que o não dito seja dito, o torcido distorcido, o obscuro, clarificado‖
(AZEVEDO, História de Minha Vida 1971, 59).

Azevedo foi relator do Manifesto de 1932 onde diversas diretrizes para a educação foram
registradas. Quero fazer os seguintes destaques:

A organização da escola secundária de 6 anos, flexível, com finalidade social e destinada,


pela sua estrutura democrática, a ser acessível e proporcionar as mesmas oportunidades
para todos, oferecendo as especializações sobre uma base de cultura geral.

A criação de fundos escolares destinados à manutenção e ao desenvolvimento da educação


em todos os graus, constituindo-se de recursos especiais e rendas arrecadadas.

A reconstrução do sistema educacional em bases que pudessem contribuir para a


interpenetração das classes sociais e a formação de uma sociedade humana mais justa e
que tivesse os objetivos e a organização da escola unificada, do Jardim de Infância à
Universidade. (AZEVEDO, Manifesto de 1932)

III. MANUEL ERGSTRÖM LOURENÇO FILHO

Manuel Bergström Lourenço Filho (Porto Ferreira, 10 de março de 1897 — 3 de agosto de


1970) foi um educador brasileiro conhecido sobre tudo por sua participação no movimento dos
pioneiros da Escola Nova.

Foi duramente criticado por ter colaborado com o Estado Novo de Getúlio. Sua obra nos
revela diversas facetas do intelectual educador, extremamente ativo e preocupado com a escola em
seu contexto social e nas atividades de sala de aula.

Educador e psicólogo brasileiro nascido em Porto Ferreira, SP, realizador de um importante


trabalho de reformulação do ensino no Brasil e em outros países da América Latina pelo qual
mereceu o título de Mestre das Américas. Filho de pai português e mãe sueca estudou na Escola
Normal de São Paulo e depois (1918) abandonou no segundo ano o curso de medicina e para se
dedicar ao magistério (UAEC).
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No campo da Educação, sua contribuição abrange temas como educação pré-primária,


alfabetização infantil e de adultos, ensino secundário, ensino técnico rural, universidade, didática,
metodologia de ensino, administração escolar, avaliação educacional, orientação educacional,
formação de professores, educação física e literatura infanto-juvenil – textos espalhados por
numerosos livros, revistas, jornais, cartilhas, conferências, apresentações e prefácios. Há publicação
de alguns de seus escritos em inglês, francês e espanhol. (WIKIPÉDIA, Lourenço Filho)

Viveu os últimos anos no Rio e, vítima de colapso cardíaco, faleceu em 3 de agosto de 1970,
aos 73 anos.

IV. PAULO REGLUS NEVES FREIRE

Paulo Reglus Neves Freire (Recife, Brasil 19 de setembro de 1921 — São Paulo, Brasil 2 de
maio de 1997) foi um educador brasileiro. Destacou-se por seu trabalho na área da educação
popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência. É considerado um
dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento
chamado pedagogia crítica (WIKIPÉDIA, Paulo Freire).

Paulo Freire nasceu em 19 de setembro de 1921 em Recife. Sua família fazia parte da classe
média, mas Freire vivenciou a pobreza e a fome na infância durante a depressão de 1929, uma
experiência que o levaria a se preocupar com os mais pobres e o ajudaria a construir seu
revolucionário método de alfabetização. Por seu empenho em ensinar os mais pobres, Paulo Freire
tornou-se uma inspiração para gerações de professores, especialmente na América Latina e na
África. Pelo mesmo motivo, sofreu a perseguição do regime militar no Brasil (1964-1985), sendo
preso e forçado ao exílio.

O educador procurou fazer uma síntese de algumas correntes do pensamento filosófico de


sua época, como o existencialismo cristão, a fenomenologia, a dialética hegeliana e o materialismo
histórico. Essa visão foi aliada ao talento como escritor que o ajudou a conquistar um amplo público
de pedagogos, cientistas sociais, teólogos e militantes políticos, quase sempre ligados a partidos de
esquerda.

A partir de suas primeiras experiências no Rio Grande do Norte, em 1963, quando ensinou
300 adultos a ler e a escrever em 45 dias, Paulo Freire desenvolveu um método inovador de
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alfabetização, adotado primeiramente em Pernambuco. Seu projeto educacional estava vinculado


ao nacionalismo desenvolvimentista do governo João Goulart.

Destacou-se por seu trabalho na área da educação popular voltada tanto para a escolarização
como para a formação da consciência. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história
da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica (FONSECA).

V. ANÍSIO SPÍNOLA TEIXEIRA

Anísio Spínola Teixeira (Caetité, 12 de julho de 1900 — Rio de Janeiro, 11 de março de


1971) foi um jurista, intelectual, educador e escritor brasileiro. Personagem central na história da
educação no Brasil, nas décadas de 1920 e 1930, difundiu os pressupostos do movimento da Escola
Nova, que tinha como princípio a ênfase no desenvolvimento do intelecto e na capacidade de
julgamento, em detrimento da memorização. Reformou o sistema educacional da Bahia e do Rio de
Janeiro, exercendo vários cargos executivos. Foi um dos mais destacados signatários do Manifesto
dos Pioneiros da Escola Nova, em defesa do ensino público, gratuito, laico e obrigatório, divulgado
em 1932. Fundou a Universidade do Distrito Federal, em 1935, depois transformada em Faculdade
Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil (WIKIPÉDIA, Anísio Teixeira).

Anísio foi responsável, em 1961, por uma grande inovação quando formou a "Escola
Parque", em Salvador - escola-modelo onde as crianças, durante o dia todo, estudavam e aprendiam
ofícios, faziam dança, desenho, pintura, escultura, teatro, cinema, esporte, música etc. Ele iniciou
nesta escola o método de alfabetização de Iracema Meireles que ensina as crianças a ler por meio de
suas próprias atividades lúdicas e criadoras. Por tudo isso Anísio Teixeira se transformou em bem
mais do que o nome de um pavilhão da Unb e ganhou notoriedade de um lutador em defesa dos
valores democráticos para a educação dos brasileiros independentemente de raça, condição
financeira ou credo. Uma educação em escola pública da melhor qualidade para todos. E para a
concretização desses valores foi importante que ocupasse os cargos que ocupou onde defendeu a
escola pública, leiga, universal, gratuita e ótima para todas as crianças brasileiras. Anísio sonhou e
no seu sonho viu uma escola eficiente para o povo brasileiro (MARTINS).
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VI. CONCLUSÃO

É claro que seria grande prepotência da nossa nos propor resumir as idéias de um só dos
teóricos acima citados, quanto mais tentar criar um resumo de todos eles. Não é o que faremos.

Nossa proposta é fazer apenas criar um parágrafo que contenha em seu bojo a essência das
idéias desses patriotas que tanto se esforçaram para que a educação da nossa pátria fosse ainda
melhor.

Acredito que se eles se reunissem para unir suas idéias e nos darem algumas sugestões para
o nosso ensino educacional de hoje, é possível que falassem algo parecido com o parágrafo a seguir:

Senhores, para termos um povo livre, conforme Azevedo, o processo educacional dessa
nação deverá ter finalidade social e com uma estrutura totalmente democrática e acessível
a todos. Deveria ser uma organização escolar unificada do Jardim de Infância à
Universidade. Deve ser providenciados fundos escolares destinados à manutenção e ao
desenvolvimento da educação em todos os graus. Já Lourenço Filho nos lembraria de que
essa educação deveria abranger temas sobre a educação primária, alfabetização infantil
entre outros. Não poderíamos esquecer-nos da educação física e da literatura infanto-
juvenil espalhados por numerosos livros, revistas, jornais e cartilhas. Certamente Paulo
Freire iria nos lembrar que esse ensino deveria ser popular não deixando de estar voltados
tanto para a escolarização quanto para a formação da consciência da criança. Com toda
certeza iria colocar à disposição da nação seu projeto educacional já comprovadamente
bem sucedido quando 300 adultos aprenderam a ler e a escrever em apenas 45 dias. A
última palavra não poderia deixar de ser do Anísio Teixeira que iria sugerir que essa
educação seguisse o modelo “Escola Parque” já experimentada em Salvador, onde as
crianças estudariam durante todo dia tendo a oportunidade de aprenderem ofícios, dança,
desenho, pintura, escultura, teatro, cinema, esporte, música, etc.

Assinado: Azevedo, Lourenço Filho, Paulo Freire e Anísio Teixeira.

É claro que essa frase acima é uma ficção, mas não deixa de conter os sonhos desses
pensadores da educação brasileira.

Quero concluir informando que as metas do Ministério da Educação para 2010 é de alcançar
o seguinte percentual de crianças:

o Crianças de 0 a 3 anos – Alcançar 50%


o Crianças de 4 a 6 anos – Alcançar 80%
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VII. REFERÊNCIAS
AZEVEDO, Fernando de. História de Minha Vida. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1971.

AZEVEDO, Fernando de. ―Manifesto de 1932.‖

FONSECA, Gelziane Pereira. Paulo Freire.


http://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:Z9Gxmse_ryUJ:www.jomar.pro.br/portal/modules/smartsectio
n/makepdf.php%3Fitemid%3D358+PAULO+REGLUS+NEVES+FREIRE+contribui%C3%A7%C3%A3o&
hl=pt-BR&gl=br&pid=bl&srcid=ADGEESiVMQPkl_UYENzShq4qs0T4XedYMapPA0I959yhZLz7PNy
(acesso em 21 de Janeiro de 2010).

MARTINS, Mara Lúcia. Anísio Teixeira: grande empreendedor da educação.


http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0069_02.html (acesso em 21 de Janeiro de 2010).

UAEC. Manuel Bergström Lourenço Filho. http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/ManeBeLo.html


(acesso em 21 de Janeiro de 2010).

WIKIPÉDIA. Anísio Teixeira. http://pt.wikipedia.org/wiki/Anisio_teixeira (acesso em 21 de Janeiro de


2010).

—. Lourenço Filho. http://pt.wikipedia.org/wiki/Louren%C3%A7o_Filho (acesso em 21 de Janeiro de


2010).

—. Paulo Freire. http://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Freire (acesso em 21 de Janeiro de 2010).

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