You are on page 1of 10

SÚMULAS IMPEDITIVAS DE RECURSOS E SÚMULAS

VINCULANTES


Glayton Robert Ferreira Fontoura

RESUMO

Este trabalho trata dos institutos das chamadas Súmulas Impeditivas de Recurso e Súmulas
Vinculantes trazendo o conceito, a previsão legal e os procedimentos afetos a cada um destes
instrumentos com o apoio da doutrina e da legislação pertinente ao tema. Além disso, por
tratar-se de tema ainda controverso na doutrina, traz também alguns dos argumentos
favoráveis e contrários ao uso de tais Súmulas.

PALAVRAS-CHAVE:

Processo Civil; Súmulas; Súmulas Impeditivas de Recursos; Súmulas Vinculantes.

ABSTRACT

This work deals with the institutes of calls Súmulas hindering of Appeal and Súmulas
Vinculantes bringing the concept, the legal provisions and procedures affect each of these
instruments with the support of the doctrine and legislation relevant to the topic.
Furthermore, this is still controversial theme in the doctrine, it also brings some of the
arguments for and against the use of such overviews.

KEY WORDS:

Civil Procedure; Súmulas; Súmulas unobtrusive Resources; Súmulas binding.

1 INTRODUÇÃO

Esta pesquisa visa traz à luz o entendimento acerca dos institutos da Súmula
Impeditiva de Recursos e da Súmula Vinculante que foram regulamentadas pelas leis número
11.276/06 e 11.417/06, respectivamente.


Bacharel em Direito pela Faculdade Metropolitana de Blumenau – FAMEBLU – do Centro Universitário
Leonardo Da Vinci - UNIASSELVI
Cabe aqui, o ensinamento de Siqueira Jr. (2009, p. 151): “Súmula vem do latim
summula, sumário, resumo, pequena suma, breve resumo. No mundo jurídico designa breves
enunciados que evidenciam a jurisprudência pacífica do Tribunal, correspondendo aos
chamados cases do direito norte-americano.”
Com isso, tem-se claramente a idéia inicial do que sejam as súmulas e de sua
aplicabilidade no direito. Antes, porém, da análise pormenorizada específica de tais institutos,
faz-se necessário o devido esclarecimento do entendimento acerca do que sejam as súmulas.
Para tanto, leciona Edison Freitas de Siqueira (2006), que:

Para examinar-se as referidas súmulas, primeiro temos que


fazê-lo sob parâmetros científicos e principalmente sob o ponto
de vista de sua natureza jurídica.

Assim cumpre esclarecer que súmula é “enunciado de tribunais


de última e de instâncias intermediárias”, onde os colegiados
(turmas e/ou câmaras, reunidas em sessão conjunta de todo
tribunal) têm por pacificada determinada matéria.

Este entendimento é pacífico na doutrina, como também demonstra Siqueira Jr. (2009,
p. 151) ao escrever que “As súmulas são enunciados emitidos pelos Tribunais que sintetizam
as decisões em casos semelhantes, firmando o entendimento do Tribunal a respeito daquela
matéria”.
Leciona, ainda, o autor que:

A sumulação da jurisprudência ingressou no sistema jurídico


pátrio em 28 de agosto de 1963, através de emenda ao
Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, que instituiu
a “Súmula da Jurisprudência Predominante do Supremo
Tribunal Federal”, com a finalidade de organizar as teses
jurídicas assentes neste Tribunal. Assim, a partir de 13 de
dezembro de 1963, o Supremo Tribunal Federal passou a editar
súmulas de jurisprudência, enunciando e sintetizando as
decisões em casos semelhantes, que podem ser cancelados e
revistos pelo próprio Plenário.

Tais ensinamentos são de fundamental importância para que se entenda o mecanismo e


o funcionamento das súmulas, o que ajudará na percepção e na formação de opinião acerca
dos instrumentos estudados.
Ressalte-se, por fim, que este singelo trabalho não traz em si a pretensão de
esgotamento do tema ou das controvérsias por ele trazidas. Pelo contrário, é de entendimento
deste autor que tais estão longe de alcançar o consenso, posto tratarem dos pilares
principiológicos do devido processo legal e, por decorrência, do próprio Estado Democrático
de Direito.
2 SÚMULAS IMPEDITIVAS DE RECURSOS

2.1 CONCEITO

Entende-se a Súmula Impeditiva de Recursos como o impedimento do juiz de aceitar


recurso da decisão por ele proferida quando esta for fundamentada em súmula daquele
Tribunal, do STF ou de STJ.
Segundo o ensinamento de Siqueira Jr (2009, p. 157):

A súmula impeditiva de recurso é o enunciado com força


normativa, que surgiu no sistema jurídico pátrio pelo art. 38 da
Lei n. 8.038/90, que dita: “O relator, no Supremo Tribunal
Federal ou no Superior Tribunal de Justiça, decidirá o pedido
ou o recurso que haja perdido seu objeto, bem como negará
seguimento a pedido ou recurso manifestamente intempestivo,
incabível ou, improcedente ou, ainda, que contrariar, nas
questões predominantemente de direito, Súmula do respectivo
Tribunal”.

Assim, percebe-se que há um engano ao definir a Súmula Impeditiva de Recurso,


como tal. Trata-se, a Súmula Impeditiva de Recursos, de um dispositivo legal, previsto no
Código de Processo Civil que orienta a atuação do magistrado com relação a uma Súmula já
existente, diferentemente da chamada Súmula Vinculante que se trata de uma Súmula editada
pelo Supremo Tribunal Federal sobre um determinado assunto e que vincula todas as demais
decisões sobre este assunto sumulado.

2.2 PREVISÃO LEGAL

Como já dito anteriormente, a súmula impeditiva de recurso surgiu no sistema jurídico


brasileiro pela edição da Lei n. 8.038/90.
Tal dispositivo que previa o uso deste instrumento, foi ampliado no ano de 1998 ao ser
inserido no Código de Processo Civil por intermédio da modificação feita à redação do art.
557 e inserção dos parágrafos 1°-A, 1° e 2°, os quais traziam a seguinte redação:

Art. 557. O relator, negará seguimento a recurso


manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em
confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do
respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de
Tribunal Superior.
§1°-A Se a decisão recorrida estiver em manifesto confronto
com súmula ou com jurisprudência dominante do Supremo
Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior, o relator poderá dar
provimento ao recurso.

§1° Da decisão caberá agravo, no prazo de 5 (cinco) dias, ao


órgão competente para o julgamento do recurso, e, se não
houver retratação, o relator apresentará o processo em mesa,
proferindo voto; provido o agravo, o recurso terá seguimento.

§2° Quando manifestamente inadmissível ou infundado o


agravo, o tribunal condenará o agravante a pagar ao agravado
multa entre 1% (um por cento) e 10% (dez por cento) do valor
corrigido da causa, ficando a interposição de qualquer outro
recurso condicionada ao depósito do respectivo valor.

Por fim, a Lei n. 11.276/2006 ratificou a súmula impeditiva de recursos ao incluir no


art. 518 do Código de Processo Civil o §1° que prevê, in verbis: “§1° O juiz não receberá o
recurso de apelação quando a sentença estiver em desconformidade com súmula do Superior
Tribunal de Justiça ou do Supremo Tribunal Federal”
Faz-se mister ressaltar, entretanto, que o recurso somente poderá ser negado com base
neste entendimento no caso da sentença ser, toda ela, fundamentada na súmula, conforme
leciona Theodoro Júnior (2007, p.668)

É bom lembrar que o trancamento da apelação, in


casu, pressupõe inteira fidelidade da sentença à
súmula do STJ ou do STF. É preciso que a decisão
seja toda ela assentada na súmula, e não apenas em
parte, de modo que se esta serviu tão-só de
argumento utilizado pelo sentenciante, para
solucionar parte das questões deduzidas no processo,
havendo outros dados influentes na motivação do
julgado, não será o caso de considerar a sentença
como irrecorrível. Fora do tema da súmula,
restariam questões passiveis de discussão recursal,
sem risco de contradizer a matéria sumulada.

Vê-se, portanto, que a previsão legal do uso da chamada Súmula Impeditiva de


Recurso, está posta no artigo 518, §1° do Código de Processo Civil

2.3 PROCEDIMENTO RECURSAL


Uma questão, porém suscita dúvida: caberá agravo da decisão do juiz que negar a
apelação baseado no artigo 518, §1°? Esta também foi a dúvida expressa por Gustavo
D’andrea1:

Além disso, a Lei 11.276/06 não previu como o assunto será


tratado em segunda instância, ou seja, não previu possibilidade
de o tribunal deixar de conhecer o recurso na hipótese do art.
518, §1º do CPC. Então, por exemplo, se o recorrente que tiver
seu recurso negado em primeira instância, poderá oferecer
agravo, e o tribunal deverá conhecer da apelação, se todos os
demais requisitos tiverem sido observados.

Responde a esta dúvida o próprio Theodoro Jr:

Quanto à hipótese de equivoco do juiz em considerar


sua sentença adequável ao entendimento da súmula,
não acarretará ele uma irremediável supressão do
direito da parte de acesso ao segundo grau de
jurisdição. É que, segundo o art. 523, caput, do CPC,
cabe agravo de instrumento contra a decisão do juiz
da causa que não admite apelação, recurso que não
pode ser barrado na primeira instância, pois sua
interposição se dá diretamente ao Tribunal (CPC,
art. 524).

Mediante o adequado manejo do agravo de


instrumento, portanto, a parte prejudicada pela
equivocada aplicação de súmula para impedir a
apelação encontraria remédio eficiente para corrigir
o error in judicando cometido em primeiro grau e
fazer chegar o apelo ao exame do tribunal
competente.

3 SÚMULAS VINCULANTES

3.1 CONCEITO

Com a Reforma do Judiciário brasileiro, advinda da Emenda Constitucional n. 45, de


08 de dezembro de 2004, instaurou-se no ordenamento constitucional a previsão da chamada
Súmula de Efeito Vinculante ou, simplesmente, Súmula Vinculante.

1
D’ANDREA, Gustavo. Súmula impeditiva de recurso. Disponível
em:<http://gustavodandrea.blogspot.com/2006/05/smula-impeditiva-de-recursos.html>.
Acesso em 12/06/09.
Verifica-se a Súmula Vinculante como o entendimento pacificado pelo Supremo
Tribunal Federal, ao qual todas as demais decisões de instâncias inferiores estarão vinculados,
dando maior celeridade processual e agilidade aos tribunais.
Neste sentido, leciona Marcos Luiz da Silva2 ao classificá-la como, “o enunciado
sufragado pelos Tribunais que teria o condão de obrigar e submeter as decisões provenientes
de juízos inferiores”. Assim também entendem Fernandes e Huff (2007) ao conceituarem as
Súmulas Vinculantes como:

aquela “decisão” editada pelo Supremo Tribunal Federal, de


caráter geral, de aplicação futura e obrigatória, vinculante,
nestes termos, aos demais órgãos do Poder Judiciário e a
Administração Pública em todos seus níveis.

Também, para que se firme definitivamente o conceito, Siqueira Jr (2009, p. 154)


escreve que:

A súmula vinculante é o enunciado emitido pelo


supremo Tribuna Federal que sintetiza as reiteradas
decisões em casos semelhantes, firmando o
entendimento a respeito de matéria constitucional
que, publicada, terá efeito vinculante em relação aos
demais órgãos do Poder Judiciário e à administração
pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual
e municipal.

Com isso, se fixa o entendimento conceitual acerca das Súmulas Vinculantes.


Passemos agora ao estudo de sua previsão legal.

3.2 PREVISÃO LEGAL

As Súmulas Vinculantes, como dito anteriormente, foram inseridas no texto


constitucional através da Emenda Constitucional n. 45, de 08 de dezembro de 2004. Esta
Emenda, além de diversas outras disposições que faziam parte do que fora chamado de
“reforma do judiciário”, previa a criação do artigo 103-A no texto constitucional que, depois
de aprovado, ficou com a seguinte redação:

Artigo 103-A: o Supremo Tribunal Federal, poderá, de ofício


ou por provocação, mediante decisão de dois terços de seus
membros, após reiteradas decisões sobre a matéria
constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação
2
DA SILVA. Marcos Luiz. A súmula de efeito vinculante no direito brasieiro. Disponível em:
<www.escola.agu.gov.br/revista/Ano.../marcos_luis%20sumula.pdf>. Acesso em 01/07/09.
na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos
demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública
direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem
como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma
estabelecida em lei.

§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a


eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja
controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a
administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e
relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica.

§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a


aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser
provocada por aqueles que podem propor a ação direta de
inconstitucionalidade.

§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a


súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá
reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a
procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão
judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com
ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso.

A Lei n. 11.417/2006 regulamentou o artigo 103-A da Constituição Federal,


disciplinando a edição, a revisão e o cancelamento das súmulas vinculantes pelo Supremo
Tribunal Federal, conforme se verá a seguir.
 Competência: artigos 1° e 2° da Lei n. 11.417/06.
 Legitimidade: artigo 3° da Lei n. 11.417/06.
 Procedimento: artigo 2°, §2° (participação do Procurador-Geral da República);
artigo 2°, §3° (disposição de quorum qualificado); artigo 2°, §4° (prazo para a
publicação); art. 3°, §2° (participação do amicus curiae); artigo 6° (inadmissão de
cautelares).
 Efeitos: artigo 2°, §4°, combinado com o artigo 4° da Lei n. 11.417/06.

4 POSIÇÕES DOUTRINÁRIAS

Embora a adoção das Súmulas Impeditivas e Vinculantes, tenham sido aprovadas no


Congresso Nacional com o fito de desafogar o sistema judiciário brasileiro dando-lhe maior
agilidade e eficiência, muitas e ferozes foram as críticas que se levantaram (e se levantam até
hoje) contra tais instrumentos.
Amanda Maria Canedo Sabadin3, ao apontar a controvérsia, escreve que:
3
SABADIN. Amanda Maria Canedo. Súmula vinculante. Disponível
em:
<http://www.edisonsiqueira.com.br/site/doutrinas-detalhes.php?id=49>. Acesso em 11/06/09.
Para alguns estudiosos do direito, a súmula vinculante chega
em um momento dramático para a justiça uma vez que esta
encontra-se abarrotada de processos, são inúmeros o recursos
interposto, com as súmulas o que se pretende é realizar um
desafogamento do sistema e para as matérias sumuladas a
celeridade processual seria então percebida.

Para outra parte, as sumulas vinculantes ferem o princípio do


livre convencimento do julgador, uma vez que para
determinado caso, já se sabe qual seria o resultado, fere
também o principio do contraditório e da ampla defesa,
princípio este, expressamente previsto em nossa Lei Maior.

Gustavo D’andrea (2006), ao escrever sobre as Súmulas Impeditivas de Recursos,


aduz que:

Não fica bem claro se o juiz tem a faculdade de não receber o


recurso de apelação, na hipótese referida, ou se ele deverá
deixar de receber o recurso sempre que tal hipótese ocorrer. Em
qualquer caso, cria-se um novo requisito de admissibilidade
recursal que não tem nenhuma razão de ser..

Edison de Freitas Siqueira4, por sua vez, manifesta-se escrevendo:

Criar espécies de súmula, só se justifica no casuísmo que


atende interesses parciais. Alias, na existência de Súmula
Vinculante ou Impeditiva, como justificaremos a existência do
judiciário como um órgão que manifesta a evolução dos valores
sociais? Pré-definir decisão, antes da ocorrência de fato
concreto, é negar o direito ao contraditório, inviabilizando a
jurisdição provocada para solucionar casos individuais e
personalíssimos quanto a seu devido, em relação a evolução
que clama por constantes revisões. As duas hipóteses
caracterizam teratologia jurídica, pois corrompem os conceitos
de Estado Democrático de Direito, Juiz Natural, Duplo Grau de
Jurisdição, Acesso ao Poder Judiciário e ainda fulminam de
morte o Direito ao Contraditório, todas Cláusulas Pétreas de
nossa Constituição Federal.

E, continua, mais adiante, afirmando que:

Esta regra é uma aberração jurídica, pois viola o Principio do


Juiz Natural e do Duplo Grau de Jurisdição e, por fim, o
próprio Estado de Direito. Primeiro, porque faz com que sejam
subvertidas as regras de competências previstas na Constituição
Federal, remetendo a jurisdição do Tribunal que editou o
enunciado sumular vinculante, todas as relações de direito
material que deveriam estar sobre a jurisdição do juiz singular
cuja Lei outorga competência jurisdicional.

Segundo, porque quando a súmula é impeditiva, estar-se-á


ferindo de morte o Princípio do Duplo Grau de Jurisdição, pois
ao admitir-se a prevalência da vontade do Juiz do Tribunal
sumulador sobre a liberdade de julgar do juiz da instância
4
Op. Cit.
inferior, elimina-se a função do primeiro grau, subtraindo-se da
jurisdição o processo dialético necessário à formação de juízos
que representam verdadeiros valores sociais, e, ao final,
expressão de justiça filosófica.

Há, no entanto, quem defenda a Súmula a Vinculante. É o caso de Siqueira Jr. (2009,
p. 153) que aduz que “O fundamento do ingresso da súmula vinculante no sistema jurídico
brasileiro é a segurança jurídica. A contrario sensu, a existência de decisões díspares em
casos idênticos gera a insegurança jurídica”.
Também Theodoro Jr. (2007, p. 566) manifesta-se neste sentido:

As súmulas vinculantes surgem a partir na necessidade de


reforço à idéia de uma única interpretação jurídica para o
mesmo texto constitucional ou legal, de maneira a assegurar-se
a segurança jurídica e o principio da igualdade, pois os órgãos
do Poder Judiciário não devem aplicar as leis e os atos
normativos aos casos concretos de forma a criar ou aumentar
desigualdades arbitrárias, devendo, pois, utilizar-se de todos os
mecanismos constitucionais no sentido de conceder às normas
jurídicas uma interpretação única e igualitária.

Desta feita, vê-se que a controvérsia está longe de se resolver, embora hoje ela se
limite ao campo doutrinário, visto que a utilização das Súmulas Impeditivas de Recurso e
Vinculante acham-se plenamente disposta e lei e seu uso vem se consubstanciando no mundo
jurídico.

5 CONCLUSÃO

O estudo feito acerca das Súmulas Impeditivas de Recursos e Vinculante, cumpriu o


seu objetivo inicial de trazer ao conhecimento os conceitos e características mínimas de cada
um destes institutos.
Como dito anteriormente, não tinha a pretensão de esgotar o tema, pelo contrário,
procura oxigenar a discussão sobre o assunto trazendo argumentos favoráveis e contrários ao
uso de tais Súmulas.
Não obstante a posição doutrinária favorável ou contrária ao uso das Súmulas, há que
se reconhecer tratarem-se dois importantes instrumentos utilizados para a uniformização da
jurisprudência que, em última análise, garante a tão almejada e nem sempre conseguida,
segurança jurídica.

6 REFERÊNCIAS
D’ANDREA, Gustavo. Súmula impeditiva de recurso. Disponível
em:<http://gustavodandrea.blogspot.com/2006/05/smula-impeditiva-de-recursos.html>.
Acesso em 12/06/09.

DA SILVA, José Afonso. Curso de direito constitucional positivo. 28. ed. rev. e atual. São
Paulo: Malheiros, 2007

DA SILVA. Marcos Luiz. A súmula de efeito vinculante no direito brasieiro. Disponível


em: <www.escola.agu.gov.br/revista/Ano.../marcos_luis%20sumula.pdf>. Acesso em
01/07/09.

FERNANDES, Roberto Carvalho; HUFF, Israel Fernandes. Parecer sobre a proposta de


Súmula Vinculante “das Loterias e Bingos”. Disponível em:
<http://www.conjur.com.br/2007-jun-13/sumula_vinculante_mal_foi_editada_alvo_acao>.
Acesso em: 12/06/09

MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2008

SABADIN. Amanda Maria Canedo. Súmula vinculante. Disponível em:


<http://www.edisonsiqueira.com.br/site/doutrinas-detalhes.php?id=49>. Acesso em 11/06/09.

SIQUEIRA JÚNIOR. Paulo Hamilton. Direito processual constitucional. 3. ed. São Paulo:
Saraiva, 2009

SIQUEIRA, Edson Freitas de. Súmulas vinculantes & Súmulas impeditivas de recursos:
Crítica a Súmula Impeditiva, nova lei 11.276/06, que entrou em vigor dia 09 de maio de 2006.
Disponível em: <http://www.direitosdocontribuinte.com.br/page207.htm>. Acesso em
12/06/09.

THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil: teoria geral do


direito processual civil e processo de conhecimento. 1 v. 47. ed. 2. tir. Rio de Janeiro:
Forense, 2007.

You might also like