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Walt Whitman e a Sociedade dos Poetas Mortos

Neste filme o professor John Keating, um professor polêmico confronta e


questiona os padrões da "Welton Academy", uma instituição de ensino extremamente
conservadora, com um sistema acadêmico rígido e autoritário.
A proposta de John Keating em sala de aula, é acima de tudo a possibilidade dos jovens
alunos romperem com os estereótipos impostos pela instituição.
Novos sentimentos são despertados sempre com o auxílio de John Keating, com a
trágica conseqüência - a morte do jovem Neil Perry. Com os anseios e sonhos sempre
sufocados pelo pai, o jovem tendo em mente a frase que Keating mencionara no início
do filme e que remete à poesia de Walt Whitman: Carpe Diem (aproveite o dia), o
jovem busca exercitar a frase em sua vida, no filme, ele resolve encenar uma peça
teatral, se sentindo muito feliz pelo feito, mas seu pai não entende e recrimina a sua
realização. Neil não conseguindo assimilar a insatisfação do seu pai, sacrifica a própria
vida, o suicídio abala a instituição... Keating é demitido, mas existe o reconhecimento
de seus alunos na derradeira cena. A poesia de Walt Whitman tem papel central na
trama, é o ponto de partida para entendermos "A Sociedade dos Poetas Mortos.

APROVEITA O DIA (Walt Whitman)

Aproveita o dia,
Não deixes que termine sem teres crescido um pouco.
Sem teres sido feliz, sem teres alimentado teus sonhos.
Não te deixes vencer pelo desalento.
Não permitas que alguém te negue o direito de expressar-te, que é quase um dever.
Não abandones tua ânsia de fazer de tua vida algo extraordinário.
Não deixes de crer que as palavras e as poesias sim podem mudar o mundo.
Porque passe o que passar, nossa essência continuará intacta.
Somos seres humanos cheios de paixão.
A vida é deserto e oásis.
Nos derruba, nos lastima, nos ensina, nos converte em protagonistas de nossa própria
história.
Ainda que o vento sopre contra, a poderosa obra continua, tu podes trocar uma estrofe.
Não deixes nunca de sonhar, porque só nos sonhos pode ser livre o homem.
Não caias no pior dos erros: o silêncio.
A maioria vive num silêncio espantoso. Não te resignes, e nem fujas.
Valorize a beleza das coisas simples, se pode fazer poesia bela, sobre as pequenas
coisas.
Não atraiçoes tuas crenças.
Todos necessitamos de aceitação, mas não podemos remar contra nós mesmos.
Isso transforma a vida em um inferno.
Desfruta o pânico que provoca ter a vida toda a diante.
Procures vivê-la intensamente sem mediocridades.
Pensa que em ti está o futuro, e encara a tarefa com orgulho e sem medo.
Aprendes com quem pode ensinar-te as experiências daqueles que nos precederam.
Não permitas que a vida se passe sem teres vivido...
Mas, para que o filme pudesse dar uma lição de vida, o diretor introduziu no filme
a leitura oportuna de Walt Whitman, em seu “O Capitão, meu Capitão!”:

O Capitão, meu Capitão! (Walt Whitman)

Ó capitão! Meu capitão! terminou a nossa terrível viagem,


O navio resistiu a todas as tormentas, o prêmio que
buscávamos está ganho,
O porto está próximo, ouço os sinos, toda a gente está
exultante,
Enquanto segue com os olhos a firme quilha, o ameaçador e
temerário navio;
Mas, oh coração! coração! coração!
Oh as gotas vermelhas e sangrentas,
Onde no convés o meu capitão jaz,
Tombado, frio e morto.

Ó capitão! meu capitão! ergue-te e ouve os sinos;


Ergue-te – a bandeira agita-se por ti, o cornetim vibra por ti;
Para ti ramos de flores e grinaldas guarnecidas com fitas –
para ti as multidões nas praias,
Chamam por ti, as massas, agitam-se, os seus rostos ansiosos voltam-se;
Aqui capitão! querido pai!
Passo o braço por baixo da tua cabeça!
Não passa de um sonho que, no convés,
Tenhas tombado frio e morto.

O meu capitão não responde, os seus lábios estão pálidos e imóveis,


O meu pai não sente o meu braço, não tem pulso nem vontade,
O navio ancorou são e salvo, a viagem terminou e está concluída,
O navio vitorioso chega da terrível viagem com o objetivo ganho:
Exultai, ó praias, e tocai, ó sinos!
Mas eu com um passo desolado,
Caminho no convés onde jaz o meu capitão,
Tombado, frio e morto"

Nesta leitura em ato de protesto contra tudo que é imposto, à toda forma de
controle sugere a forma de vida do Arcadismo, onde uma das regras é o Carpe Diem
(Aproveite o Dia).
O filme mostra a importância de se formar pensadores e não apenas robôs que
executam tarefas quando mandados.

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