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Sugestões para trabalho com alunos disléxicos:

O aluno deve ocupar os lugares da frente, estimulando a sua participação com relativa
frequência.
Evitar submeter o aluno a situações de leitura em voz alta, à frente da turma.
A avaliação deve ser feita, de preferência, oralmente.
As fichas de trabalho e de avaliação devem ser curtas e lidas em voz alta pelo
professor.
Os textos das fichas devem ter um espaçamento de 1,5 e as linhas numeradas de 5
em 5.
As perguntas devem ser directas e com linguagem simples.
As perguntas devem fazer referência ao parágrafo, ou linhas a reler.
Utilizar, quando possível, respostas de escolha múltipla.
Ser firme na exigência da cópia correcta de palavras ou textos, mas na produção dos
alunos, o erro não deve ser penalizado.
Explicação, em nota de rodapé, do vocabulário mais difícil.
Evitar comentários negativos perante os insucessos do aluno.
Atribuir tarefas que consiga realizar, aumentando, gradualmente, o grau de
dificuldade.
Definição de objectivos essenciais, sobretudo nas áreas académicas.

Equipa de Apoio Psicopedagógico e Dificuldades de Linguagem, 1999

http://agfigueiro.ccems.pt/depmatcn/dislexia.htm

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O que é a disléxia

Segundo estatísticas a dislexia afecta em maior o menor grau 10% a 15% da população
escolar e adulta. Segundo a Associação Britânica para a Dislexia cerca de 4% da
população apresenta uma dislexia profunda. E mais de 6% possui uma dislexia
superficial com problemas moderados.
A dislexia ocorre em pessoas de todos os estratos sociais e de todas as profissões, desde
pessoas com baixo grau de escolaridade até a pessoas com graus académicos elevados.
As pessoas dislexicas de todas as idades podem aprender com eficiência, mas
frequentemente necessitam de o fazer de maneira diferente dos não disléxicos.

As causas da Dislexia não são ainda claras, mas os resultados são cada vez mais
evidentes em nossas salas de aula. Entretanto, não se pode chamar de «DISLEXIA»toda
e qualquer «dificuldade» ligada à leitura e/ou a escrita, bem como as Dificuldades de
Aprendizagem que podem ter por base problemas emocionais, algum deficit auditivo
(exame do processamento auditivo central), um deficit visual (teste de ortóptica), ou
uma inadaptação ao método pedagógico, e/ou ainda possíveis falhas no processo de
alfabetização, causadas por má prática pedagógica, ou seja, pela má formação do
professor. «É importante saber que a dislexia ocorre independente do factor
socioeconómico, cultural ou intelectual». Os efeitos da dislexia vão além do seu corpo e
da inteligência... Afectam sentimentos, a família, as relações de amizade, os ideais de
vida... Ao sofrer constantes discriminações, as crianças disléxicas, perdem a confiança
em si própria, o que gera uma baixa auto-estima. Talvez este seja o maior e o mais
comum dos problemas emocionais, que a criança disléxica enfrenta para desenvolver-se
satisfatoriamente, desencadeando frustrações, preconceitos e sentimentos de
incapacidade, que pode levar ainda ao surgimento de algumas «fobias» específicas. São
extremamente carentes de afecto, compreensão e cuidados.
Uma definição interessante da dislexia é a de M. Thomson:
"é uma grave dificuldade com a forma escrita da linguagem, independente de
qualquer causa intelectual, cultural e emocional". Caracteriza-se pelas
aquisições do individuo no âmbito da leitura, da escritura e da ortografia,
encontra-se muito por debaixo do nível esperado em função da sua
inteligência e da sua idade cronológica. É um problema de índole cognitivo,
que afecta as capacidades linguísticas associadas à modalidade escrita,
particularmente a codificação visual a verbal, a memoria a curto prazo, a
percepção de ordenação e de sequência.

Entre outras definições existe também a da Associação Britânica para a Dislexia:

"uma pessoa disléxica é alguém com uma incapacidade linguística específica,


a qual afecta a ortografia, a leitura e outras habilidades linguísticas,
caracterizando-se por uma incongruência entre o seu potencial mental e seu
nível educativo, pese o ensino convencional em aula, já que não existe
nenhuma alteração emocional primaria ou condição ambiental adversa.

CLASIFICAÇÕES DA
DISLEXIA
Existem diferentes versões de classificação da dislexia e das formas em que
subdivide dependendo do ponto de vista do neurólogo, do psicólogo ou do
professor.
A melhor aceite internacionalmente é a da classificação em dislexia adquirida e
dislexia do desenvolvimento.
DISLEXIA ADQUIRIDA
Profunda ou Fonética
Superficial
Semântica ou Fonológica
Auditiva
Visual
DISLEXIA CONGÉNITA OU
ESPECIFICA DO
DESENVOLVIMENTO
Evolutiva ou Maturativa
Profunda

DISLÉXIA ADQUIRIDA

O termo dislexia foi usado primeiramente por médicos para descrever as dificuldades de
leitura e ortografia de doentes que tinham sofrido certos tipos de danos cerebrais. Estes
danos podem ter sido ocasionados por acidentes ou durante acções de guerra, ou como
resultado de tumores, embolias, transtornos psiquiátricos, drogas os efeitos do
envelhecimento. A dislexia não é uma enfermidade, senão um termo que se utiliza para
descobrir sintomas de dano do cérebro: isto é a deterioração das funciones da leitura.
Certos pacientes só têm problemas para ler e soletrar palavras compridas e pouco
comuns, no entanto outros demonstram dificuldades em reconhecer as letras do
alfabeto, e outros as "palavras pequenas" como "a", "se", "por", "porem". Alguns não
conseguem ler bem em voz alta; outros conseguem faze-lo, mas sem compreender o
que leram. Cada vez mais especialistas distinguem não só simplesmente entre graus de
dificuldade de leitura, ortografia ou escrita, senão também entre tipos de dislexia
adquirida como: profunda, superficial, central, semântica, auditiva e visual.
Em todos os casos de dislexia adquirida, os especialistas contam com sinais directos ou
indirectos que suportem a sua opinião de que tais dificuldades são causadas em parte
por dano cerebral. Os sinais directos são, por exemplo, o dano físico o lesão cerebral, e
as evidencias reveladas por uma operação ou autopsia, ou quaisquer outros que
mostrem que pudesse existir lesões cerebrais ou hemorragia, como numa embolia. Os
sinais indirectos consistem em padrões irregulares numa electrencefalografia (EEG),
reflexos anormais, ou dificuldades na coordenação e orientação mão/olho, por exemplo.

A dislexia visual é a dificuldade para seguir e reter sequências visuais e para a análise e
integração visual de quebra-cabeças e tarefas similares. Esta dificuldade caracteriza-se
pela inabilidade para captar o significado dos símbolos da linguagem impressa. No esta
relacionado com problemas de visão, só com a inabilidade de captar o que se vê. A
maioria percepciona letras invertidas e percepciona também invertidas algumas partes
das palavras e têm problemas com as sequências. Este tipo de dislexia é o mais fácil de
corrigir, por meio de exercícios adequados pode-se aprender os signos gráficos com
precisão e gradualmente aprender sequencias; porém a lentidão pode perscistir.

A dislexia auditiva é a dificuldade de discriminar os sons de letras, reconhecer


variações de sons, sequencias de, palavras, ordens e historias. Esta é a forma de dislexia
máis difícil de corrigir e radica na inabilidade de perceber os sons separados
(descontínuos) da linguagem oral. A maioria dos disléxicos auditivos apresenta uma
audição normal. A sua faculdade discriminativa auditiva traz como consequência,
grandes dificuldades no ditado e na composição.

O ensino da fonética tradicional carece de sentido para eles. Também apresentam


dificuldades em repetir palavras que rimem, interpretar marcas diacríticas, aplicar
generalizações fonéticas e pronunciar palavras com exactidão, tendo estas crianças
obstruídas as relações fundamentais de sons e símbolos da linguagem o seu transtorno
torna difícil de corrigir, e as ideias e exercícios especialmente pensados para eles
requerem de muita paciência, tanto para o docente como para a criança. Regra geral, os
disléxicos auditivos devem delinear os seus próprios exercícios de soletrar e outras
tarefas análogas.

Na dislexia profunda ou fonética encontram-se erros de tipo semântico, dificuldade


para compreender o significado das palavras, com adição de prefixos e sufixos, maior
facilidade para as palavras de conteúdo que para as de função.

A dislexia fonológica, sobre a qual existem poucos trabalhos, encontram-se menos


erros que na profunda.

A dislexia superficial as crianças revelam dificuldades dependendo da longitude e


complicação das palavras, como acontece a tantas crianças disléxicas.

DISLÉXIA DO DESENVOLVIMENTO

Quando os médicos começaram a estudar as dificuldades na leitura, ditado e escrita nas


crianças que eram saudáveis e normais, tiveram que fazer distinção entre estas
crianças, e as vítimas de dislexia adquirida. Estes casos descreveram-nos como de
dislexia específica do desenvolvimento ou dislexia congénita. Estes termos mais ou
menos ambíguos empregam-se para indicar que as dificuldades destas crianças são
constitucionais e não produto de alguma incapacidade primária da mente ou dos
sentidos ou de falta de oportunidade educativa. A dislexia do desenvolvimento sugere,
não que se fale do desenvolvimento da dislexia, senão que pode existir um atraso
nalgum aspecto do desenvolvimento, alguma deficiência na maturação neural, que
ocasiona as dificuldades da criança. A dislexia congénita simplesmente significa que a
criança parece ter nascido com essas dificuldades. Supostamente grande parte de
crianças incapacitados padecem de problemas disléxicos que se podem atribuir-se
directamente às suas incapacidades primárias, como a paralisia cerebral e espinha
bífida, porem o número de crianças incapacitados que também são disléxicas, é muito
menor do que se deveria esperar, se considerar a gravidade das disfunções físicas de
que são vitimas. Sem embargo, é focado aqui apenas a atenção para aquelas crianças
que apresentam uma dislexia específica do desenvolvimento ou congénita, sem que
existam outras irregularidades relacionadas directa ou indirectamente com as suas
dificuldades de leitura, ortografia e escrita.

A diferencia da dislexia adquirida, da dislexia do desenvolvimento, demonstra ser na


maioria dos casos a ausência de danos cerebrais directos. Também difere da primeira
num aspecto fundamental: por dislexia adquirida se entende que o paciente já não
consegue utilizar determinadas destrezas de que antes era capaz, em compensação a
criança que apresenta uma dislexia do desenvolvimento, tem dificuldades para aprender
essas ditas destrezas.

.......

Algumas características comuns em crianças que


apresentam dislexia segundo a Associação Britânica de
Dislexia
Crianças em idade pré-escolar:

- História Familiar de problemas disléxicos (pais, irmãos ou outros familiares).


- Atraso em aprender a falar claramente.
- Confusões na prenunciação de palavras que se assemelham foneticamente.
- Falta de habilidade para recordar número de sérias de coisas, por exemplo cores.
- Confusão no vocabulário que diz respeito à orientação espacial.
- Alternância dos dias «bons» e «maus» no trabalho escolar sem razão aparente.
- Aptidão para construção de objectos e jogos «técnicos» (maior habilidade manual do
que linguística, que aparecerá tipicamente nas provas de inteligência), jogos de blocos,
lego.
- Dificuldade em aprender as rimas típicas do pré-escolar.
- Dificuldades com palavras rimadas.
- Dificuldade com as sequências.

ATÉ AOS 9 ANOS

- Particular dificuldade em aprender a ler e escrever


- Persistente tendência para escrever os números em espelho ou em direcção e
orientação inadequada.
- Dificuldade de distinguir a esquerda da direita.
- Dificuldade de aprender o alfabeto e as tabuadas de multiplicar e em geral para reter
na memória sequências, como por exemplo: os dias da semana, os dedos da mão, os
meses do ano.
- Falta de atenção e de concentração.
- Frustração, possível surgimento de problemas de conduta.

ENTRE OS 9 E OS 12

- Contínuos erros de leitura, lacunas na compreensão da leitura.


- Forma estranha de escrever, por exemplo, com omissões de letras e alteração da
ordem das mesmas.
- Desorientação em casa e na escola.
- Dificuldade de copiar correctamente do quadro para o caderno.
- Dificuldade em seguir instruções orais.
- Aumento da falta de autoconfiança e aumento da frustração.
- Problemas de compreensão da linguagem oral ou escrita.
- Problemas comportamentais: impulsividade, falta de atenção, imaturidade.

DEPOIS DOS 12

- Tendência para uma escrita descuidada, desordenada e em certas ocasiões


incompreensível.
- Inconsistências gramaticais e erros ortográficos, por vezes com permanência das
omissões, alterações e adições da etapa anterior.
- Dificuldade para planificar e redigir relatos e composições escritas em geral.
- Tendência em confundir as instruções verbais e os números de telefone.
- Grande dificuldade na aprendizagem de línguas estrangeiras.
- Baixa auto-estima.
- Dificuldade na percepção da linguagem, por exemplo: seguir instruções.
- Baixa compreensão da leitura.
- Aparecimento de condutas perturbadoras ou inibição progressiva. Às vezes, depressão.
- Aversão à escrita e à leitura.

NOTA: Os disléxicos são todos diferentes, as características podem variar consoante o


tipo e profundidade da dislexia. Com apoio e tratamento adequado muitas crianças
deixam de manifestar algumas destas características.

Dificuldades e Aptidões.
Possíveis dificuldades.
· Leitura exitante.
· Omissões na leitura tornando a mesma incompreensível.
· Dificuldade com sequencias, datas e horas.
· Dificuldades de organização e controlo do tempo.
· Dificuldade de organizar o pensamento de forma clara.
· Constantes erros de ortografia.
Possíveis Aptidões.
· Pensamento inovador.
· Excelentes observadores.
· Resolução de problemas de forma intuitiva.
· Diversas formas de pensamento criativo.
· Pensamento lateral.

http://pwp.netcabo.pt/0679184201/Dislexia/index.htm

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