You are on page 1of 46

“NOVA ERA” Contab.

Gerencial e Financeira

ANÁLISE FINANCEIRA DE
BALANÇOS

OBJETIVO
O objetivo da análise de balanços é produzir
informações sobre a situação econômica e financeira de
uma empresa para a tomada de decisões.

SUMÁRIO
REVISÃO GERAL DE CONTABILIDADE –
RELEMBRANDO... ..............................................................
INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE BALANÇOS .......................

Curso Técnico em Administração de Empresa 1


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

A Análise de Balanços começa onde termina a 6. RENTABILIDADE (LUCRATIVIDADE OU


Contabilidade..........................................................................................................................................
RESULTADO) ......................................................................
5
Linguagem Descomplicada ....................................................................................................................
6.1 margem bruta .............................................................
6
O Que Incluir no Relatório ......................................................................................................................
6.2 margem operacional ..................................................6
Metodologia de Análise ..........................................................................................................................
6.3 Margem Líquida ........................................................
6
Usos e usuários da análise de balanços: ...............................................................................................
6.4 Rentabilidade do Patrimônio Líquido ......................... 7
Limitações da Análise de Balanço.................................................................................................
6.5 Rentabilidade do Ativo: .............................................7
Precauções que devem ser tomadas 7. COMO PREVER FALÊNCIAS PELO
visando obter melhores conclusões da MÉTODO DE KANITZ..........................................................
análise ................................................................................................................................................
8. ÍNDICES-PADRÃO .......................................................... 7
9. FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA.............................
CAPÍTULO I 9.1 Introdução ..................................................................
ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES 9.2 Áreas de influência direta...........................................
FINANCEIRAS ........................................................................................................................................... 8
9.3 Estrutura do preço......................................................
O que mostram as demonstrações 9.4 Métodos de custeio ....................................................
financeiras ............................................................................................................................................
9.5 Métodos utilizados para formação do preço 10
ELEMENTOS FUNDAMENTAIS PARA de venda ..........................................................................
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES 9.5.1 Preço de Venda Baseado no
FINANCEIRAS ......................................................................................................................................... 10
Investimento .................................................................
1.1 Balanço Patrimonial........................................................................................................................
9.5.2 Preços Baseados na maximização dos 10
1.2 Demonstração do Resultado do Exercício Lucros...........................................................................
(D.R.E)......................................................................................................................................................
10. PREÇO BASEADO NO CUSTO .................................... 11
10.1 Com base no Custeio por absorção.........................
CAPÍTULO II 10.2 Com base no custeio direto .....................................
A VALIAÇÃO DO DESEMPENHO 10.3 Com base nos preços de transferência ...................
EMPRESARIAL ........................................................................................................................................
10.4 Com base no custeio abc......................................... 11
Técnicas de Análise.....................................................................................................................
11. PREÇO COM BASE NO MERCADO............................. 11
Padronização das Demonstrações 11.1 Controlabiliadde dos custos .....................................
Financeiras ...........................................................................................................................................
11.2 Sobre a contribuição dos sistemas 11 de
2.1 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL ..........................................................................................
custos na análise dos processos produtivos.................... 14
2.1.1 Análise de Estrutura ou vertical ............................................................................................... 14
10. considerações finais...................................................
2.1.2 Análise de Evolução ou Horizontal .......................................................................................... 16
EXEMPLO DAS CONCLUSÕES DA ANÁLISE
VERTICAL E HORIZONTAL DA CIA. TCN. ......................................................................................... 18
2.2 ÍNDICES ECONÔMICOS E
FINANCEIROS ..................................................................................................................................... 19
2.2.1 Índices de Liquidez: ................................................................................................................. 20
2.2.2 índices de Estrutura de Capitais.............................................................................................. 21
2.2.3 Índices de Atividade:................................................................................................................ 22
2.2.4 Índices de Rentabilidade: ........................................................................................................ 23
3. LIQUIDEZ ............................................................................................................................................. 24
3.1 Liquidez Geral ................................................................................................................................ 24
3.2 Liquidez Corrente ........................................................................................................................... 25
3.3 Liquidez Seca ................................................................................................................................. 26
4. ESTRUTURA DE CAPITAIS ................................................................................................................ 26
4.1 Participação de Capitais de Terceiros: ........................................................................................... 27
4.2 Composição do Endividamento: .................................................................................................... 27
4.3 Imobilização do Patrimônio Líquido................................................................................................ 28
5. ATIVIDADE........................................................................................................................................... 28
5.1 Período médio de cobrança (recebimento
de vendas): ........................................................................................................................................... 29
5.2 Período médio de pagamento das compras................................................................................... 29
5.3 Período médio de renovação dos estoques ................................................................................... 29

Curso Técnico em Administração de Empresa 2


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

PATRIMÔNIO

ATIVO PASSIVO

REVISÃO GERAL DE
CONTABILIDADE –
RELEMBRANDO...
03) represente graficamente e apure a Situação Líquida
indicando se é positiva, negativa ou nula:
01) Preencha as palavras-cruzadas:
Caixa .......................................................... 1000
Duplicata à pagar ....................................... 2500
5 6 Salários à pagar ......................................... 900
4 Equipamentos de informática .................... 4000
1 Financiamentos Bancários ......................... 2000
Duplicatas a receber .................................. 800

BALANÇO PATRIMONIAL

2 ATIVO PASSIVO

A situação líquida é
1. Capital de terceiros
2. Origem de recursos
3. Aplicação de recursos
4. Caixa, máquinas, veículos são sinônimos de ...
5. Dupl. a receber, depósitos bancários, marcas e patentes
são sinônimos de ...
6. Capital próprio
7. Investimento inicial

02) Represente os seguintes elementos no gráfico em forma


de T, separando as contas em bens, direitos e obrigações.

Caixa, móveis, veículos, duplicatas a pagar, terrenos,


duplicatas a receber, instalações, equipamentos de
informática, fornecedores, impostos a recolher, aluguéis a
pagar, estoque de mercadorias, empréstimos bancários,
instalações. 04) Relacione a coluna

Curso Técnico em Administração de Empresa 3


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

( AC ) Aplicações financeiras de curto prazo 470


( AP )
( PC ) Banco conta movimento 50
( PL ) Capital social 2.500
(D) Clientes 2.915
Clientes a longo prazo 180
(R)
Custos dos produtos vendidos 6.495
( ) Duplicatas a Receber Despesas 5.000
( ) Duplicatas a pagar Duplicatas descontadas 310
Empréstimos bancários a curto prazo 765
( ) INSS a recolher
Empréstimos de sócios 85
( ) Compra de material de expediente
Encargos trabalhistas a recolher 25
( ) Juros passivos
Estoque de matéria-prima 1.450
( ) Juros ativos
Financiamentos de longo prazo 2.975
( ) Descontos obtidos Fornecedores 635
( ) Descontos concedidos Gastos pré-operacionais 165
( ) Salários e encargos sociais I.R. a pagar 375
( ) Salário a pagar Impostos a recolher 385
( ) Banco conta movimento Investimentos 310
( ) Capital Lucros acumulados 1.285
Móveis e utensílios 5.745
( ) Lucros ou prejuízos acumulados
Receitas 12.190
( ) Energia elétrica
Reserva de capital 1.945
( ) Vendas de mercadorias
( ) Fretes e carretos
( ) Venda de serviços
( ) Duplicatas descontadas

BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA PICA-


PAU LTDA

ATIVO PASSIVO

05) A Empresa Pica-Pau Ltda, apresentou os seguintes


dados referentes ao balancete de verificação encerrado em
31/12/X0. Apure o Balanço Patrimonial (observando cada
grupo de contas pelo grau de liquidez cfme. Lei das S.A) e a
D.R.E Total do Ativo = Total do Passivo =

CONTAS EM MIL

Curso Técnico em Administração de Empresa 4


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

Demonstrativo do resultado do exercício da Empresa


Pica-Pau Ltda

INFORMAÇÕES PARA
TOMADA DE DECISÕES

Identifique no balanço da Empresa Pica-Pau e calcule:


a) As origens e aplicações de recursos
b) O capital próprio, o capital de terceiros e o capital fixo da
empresa Dados são números ou descrição de objetos ou eventos que,
c) O capital circulante líquido isoladamente, não provocam nenhuma reação no leitor.

Informações representam, para quem as recebe, uma


Cálculos: comunicação que pode produzir reação ou decisão,
freqüentemente acompanhada de um efeito-surpresa.
Por exemplo, quando se diz que o Brasil tem 160
milhões de habitantes, tem-se um dado. Quando se divide,
porém, o produto Nacional por esse dado, encontra-se a
renda per capita; quando se compara essa renda com a de
outros países e quando se constrói uma série histórica dessa
renda, pode-se chegar à conclusão de que o Brasil é um país
pobre e que vem perdendo posição em relação a outros
países. Aí se tem informação.
As demonstrações financeiras mostram, por exemplo,
que a empresa tem $ y milhares de dívida. Isto é um dado.
A conclusão de que a dívida é excessiva ou é normal, de que
a empresa pode ou não pagá-la é informação. O objetivo da
INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE Análise de Balanços é produzir informação.
As demonstrações financeiras publicadas de uma
BALANÇOS empresa podem apresentar centenas de números, isto é, de
dados. Vejamos: em média são 40 cifras no Balanço, 20 na
A análise de balanços, objetiva extrair informações das Demonstração de Resultado, 20 na Demonstração de
demonstrações financeiras para a tomada de decisões e Origens e Aplicação de Recursos e 40 na Demonstração das
avaliações contínua do negócio. Mutações do Patrimônio Líquido, perfazendo 120
importâncias. Nas companhias fechadas, passa-se para 240
algarismos publicados em vista da comparação com o
FATOS OU EVENTOS exercício anterior e das demonstrações com correção
ECONÔMICOS-FINANCEIROS integral chega-se a 480 números. Convenhamos que é
excesso de valores para quem muitas vezes deseja apenas
saber se a empresa pode ou não receber créditos.
Processo Daí a importância de transformar-se, por exemplo, 400
Contábil dados em uma informação.

A ANÁLISE DE BALANÇOS COMEÇA


ONDE TERMINA A CONTABILIDADE
DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
Para o contador a preocupação básica são os registros
das operações. Na aquisição de uma máquina, por exemplo,
quais os custos que comporão o custo de aquisição, a taxa
Técnicas de
Análise de
Curso Técnico em Administração de Empresa
Balanços
5
PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

de depreciação, qual será sua classificação no balanço e sua apresentam-se carregadas de termos técnicos e suas notas
atualização monetária? explicativas são feitas exclusivamente para técnicos, a tal
O contador procura captar, organizar e compilar ponto que permitem freqüentemente manipulações e
dados. Sua matéria-prima são fatos de significado acobertamentos. Assim, a Análise de Balanços deve assumir
econômico-financeiro expressos em moeda. Seu produto também o papel de tradução dos elementos contidos nas
final são as demonstrações financeiras. demonstrações financeiras.
Um relatório de análise de balanços que apresentasse
dados em vez de informações não poderia ser considerado
um bom relatório que se estendem em frases como:
“O índice de endividamento é de 220%; isto significa
que para cada $100 de capital próprio existem $ 220 de
terceiros. Esse índice mostra um crescimento de 10 % em
relação ao ano anterior que, por sua vez, já crescera 18%.
Os recursos de terceiros são predominantes de curto prazo
(85%).
O analista de balanços preocupa-se com as Esse tipo de relatório transforma um tipo de dado
demonstrações financeiras que, por sua vez, precisam ser encontrado nas demonstrações financeiras em outros dados,
transformadas em informações que permitam concluir se a o que para o leitor pouco ou nada vale.
empresa merece ou não crédito, se vem sendo bem ou mal
administrada, se tem ou não condições de pagar suas
dívidas, se é ou não lucrativa, se vem evoluindo ou O QUE INCLUIR NO RELATÓRIO
regredindo, se é eficiente ou ineficiente, se irá falir ou se
continuará operando. Em linhas gerais, podem-se listar as seguintes
informações produzidas pela Análise de Balanços:
O grau de excelência da Análise de Balanços é dado • Situação financeira.
exatamente pela qualidade e extensão das informações que • Situação econômica.
conseguir gerar. • Desempenho.
• Eficiência na utilização dos recursos.
LINGUAGEM DESCOMPLICADA • Pontos fortes e fracos.
• Tendências e perspectivas.
O produto da Análise de Balanços são relatórios
escritos em linguagem corrente. Na medida do possível, • Quadro evolutivo.
recomenda-se o uso de gráficos como auxiliares para • Adequação das fontes às aplicações de recursos.
simplificar as conclusões mais complexas. Ao contrário das
• Causas das alterações na situação financeira.
demonstrações financeiras, os relatórios de análise devem
ser elaborados como se fossem dirigidos a leigos, ainda que • Causas das alterações na rentabilidade.
não o sejam, isto é, sua linguagem deve ser inteligível para • Evidência de erros da administração.
qualquer mediano dirigente de empresa, gerente de banco • Providências que deveriam ser tomadas e não foram.
ou gerente de crédito. É claro que isto não acontece com as
demonstrações financeiras, que, aliás, não têm nenhuma • Avaliação de alternativas econômico-financeiras futuras.
preocupação nesse sentido. As demonstrações financeiras

METODOLOGIA DE ANÁLISE
A Análise de Balanços baseia-se no raciocínio científico.

Na maioria das ciências, o processo de tomada de decisões obedece mais ou menos a seqüência da Figura abaixo:

Etapas: 1 2 3
4
Escolha de Comparação Diagnóstico ou Decisões
indicadores com padrões conclusões

ANÁLISE

Curso Técnico em Administração de Empresa 6


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

Figura: Processo de tomada de decisão.


devidamente ponderadas, pesadas e medidas as informações
Na Medicina, por exemplo, em qualquer exame parciais obtidas nas duas etapas anteriores.
preliminar, o médico tira a temperatura, pressão, pulsação, Em Direito, os elementos considerados representam os
etc. Esses são os indicadores (1). O médico compara então indicadores; a lei, a jurisprudência ou os comentários de
cada indicador com um padrão próprio (2) desenvolvido e juristas representam os padrões; a ponderação pela vivência
aprimorado e, em seguida, ponderando conjuntamente seus e pelo conhecimento representa a etapa de elaboração de
indicadores, elabora suas conclusões (3), mental ou conclusões. A partir desta é que virão as decisões de
formalmente, transmitindo-as ou não ao paciente de alguma condenar, absolver, entrar em acordo, etc.
forma que faz parte de sua técnica de trabalho. Em seguida, Em Análise de Balanços aplica-se o mesmo raciocínio
toma uma decisão (4), como internar o paciente, encaminhá- científico:
lo a outro especialista, receitar medicamentos ou
1. extraem-se índices das demonstrações financeiras;
simplesmente dizer que está tudo “OK”.
Se, se tratar de um exame especializado, como exame 2. comparam-se os índices com os padrões;
radiológico, a seqüência será a mesma. A etapa de decisão
nem sempre estará imediatamente presente, pois poderá ser 3. ponderam-se as diferentes informações e chega-se
tomada por outra pessoa. a um diagnóstico ou conclusões;
As etapas 1, 2 e 3 devem ser feitas sempre em 4. tomam-se decisões.
seqüência e estar perfeitamente coordenadas. Entretanto,
cada uma se vale de técnicas próprias. Por exemplo, a Quando esta seqüência não é levada em conta,
escolha de indicadores pode recorrer a técnicas modernas fatalmente a Análise de Balanços fica prejudicada, às vezes,
de engenharia, como raio laser e ultra-som. Já a por falta de padrões ou por não se saber construí-los,
comparação com padrões se apóia na estatística, em deixam-se de fazer comparações. A qualidade da análise
experimentos com cobaias etc. A elaboração de então fica comprometida, pois como se poderá fazer
diagnósticos ou conclusões distingue-se perfeitamente da afirmativas sem os elementos de referência.
etapa comparação com padrões, pois é agora que serão

USOS E USUÁRIOS DA ANÁLISE DE BALANÇOS:


Usuários Usos

Fornecedores Liquidez, rentabilidade, endividamento


Clientes Segurança no fornecimento

Bancos Comerciais Liquidez, endividamento


Bancos de Investimentos Situação futura, tendências
Concorrentes Eficiência, pontos fortes e fracos

Governo Evolução setorial, tributação


Dirigentes Instrumento para tomada de decisões
Proprietários Crescimento do lucro, dividendos e valor do negócio

OS BANCOS SABEM QUE O GRAU DE ENDIVIDAMENTO É FORTE INDICADOR DE INSOLÊNCIA

estrutura das demonstrações financeiras, além de


LIMITAÇÕES DA ANÁLISE DE BALANÇO vivência prática.

• Existem limitações na análise das demonstrações PRECAUÇÕES QUE DEVEM SER TOMADAS
financeiras decorrentes da própria fonte de que se VISANDO OBTER MELHORES CONCLUSÕES DA
utiliza. ANÁLISE
• Para extrair informações confiáveis dos balanços é
imprescindível conhecer os procedimentos contábeis, a

Curso Técnico em Administração de Empresa 7


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

• Certificar-se de que as demonstrações financeiras foram • Demonstração das Origens e Aplicações de


elaboradas segundo critérios contábeis homogêneos; Recursos.
• Trabalhar com um grupo de índices compatível com a
finalidade da análise; c. Notas Explicativas:
São dados e informações que ora complementam as
• Inteirar-se das peculiaridades da empresa e do seu ramo demonstrações financeiras – como, por exemplo, taxas de
de negócios; juros, vencimentos e garantias de obrigações de longo prazo
• Realizar comparações do tipo temporal (4 anos, por - , ora fornecem critérios contábeis, como os de avaliação de
exemplo) e inter-empresarial (avaliação setorial) de estoques, depreciação e demais provisões, ou ainda
negócios; acrescentam informações, como garantias prestadas a
terceiros, espécies de ações do capital social, eventos
• Complementar e análise quantitativa com aspectos
subseqüentes à data do balanço que tenham efeitos
qualitativos, seja referente aos administradores, seja
relevantes sobre a situação financeira da companhia etc.
quanto ao empreendimento.
Enfim, as Notas Explicativas contêm um conjunto de
elementos que auxiliam a fazer avaliação mais ampla da
empresa.

d. Parecer dos Auditores:


É obrigatório apenas para as companhias abertas, ou
seja, aquelas que têm papéis negociáveis – ações ou
debêntures – colocados junto ao público.
Os auditores independentes são contadores que, sem
manter vínculo empregatício, são contratados para emitir
opiniões sobre a correção e veracidade das demonstrações
financeiras. Verificam os controles internos da empresa,
CAPÍTULO I conferem lançamentos e conciliações contábeis e checam os
saldos com os bancos, clientes e fornecedores, tudo por
amostragem. Em função disso, a opinião dos auditores tem
satisfatória probabilidade de estar correta e pequena
ESTRUTURA DAS probabilidade de falhar.
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS As verificações por amostragem não necessariamente
detectam todos os erros e fraudes. Por isso, fala-se em
Através de uma abordagem resumida, apresenta-se o Parecer dos Auditores e não em Certificado dos Auditores.
que revelam as demonstrações financeiras e cada uma das
principais contas que nela aparecem quando publicadas.

As principais partes dessas publicações são:

a. Relatório da Diretoria:
EXERCÍCIOS
Através desse relatório, a Diretoria presta informações
Colar, no espaço a seguir, as Demonstrações
aos acionistas sobre diversos aspectos do desempenho e de
Financeiras de uma empresa, publicadas em jornal de
perspectivas da sociedade relativas a estratégias de vendas,
circulação local, que contenham todos os itens estudados.
compras, produtos, expansão, efeitos conjunturais,
legislação, política financeira, de recursos humanos,
resultados alcançados, planos, previsões etc.
É uma forma de manter os acionistas e terceiros a par do
que se realiza na empresa. O Relatório da Diretoria é uma
peça em que se relata livremente aquilo que julga
importante.

b. Demonstrações Financeiras:
• Balanço Patrimonial
• Demonstração ao Resultado do Exercício
• Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados,
que poderá ser substituída pela Demonstração das
Mutações do Patrimônio Líquido (visto que esta
contém aquela).

Curso Técnico em Administração de Empresa 8


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

Curso Técnico em Administração de Empresa 9


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

O QUE MOSTRAM AS Passivo Exigível – em determinada data. A diferença entre


Ativo e Passivo é chamada Patrimônio Líquido e representa
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS o capital investido pelos proprietários da empresa quer
através de recursos trazidos de fora da empresa, quer
A Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/76) gerados por esta em suas operações e retidos internamente.
determina a estrutura básica das quatro demonstrações
financeiras referidas anteriormente.
A legislação fiscal tornou essas determinações ATIVO
obrigatórias também para os demais tipos de sociedades. ATIVO CIRCULANTE
Por essa razão, todas as empresas, no Brasil, divulgam suas • Disponibilidades.
demonstrações financeiras sob a forma prevista na Lei das • Direitos realizáveis no curso do exercício social
S.A. seguinte.
Essa lei trouxe consideráveis aperfeiçoamentos • Aplicações de recursos em despesas do exercício
contábeis em relação às práticas anteriormente vigentes e seguinte.
tornou-se um marco na história da Contabilidade no Brasil, ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
apesar de ainda não incorporar todos os aperfeiçoamentos • Direitos realizáveis após o término do exercício
que seriam possíveis.
seguinte.
Para efeito de Análise de Balanços, a Lei das S.A.
• Direitos derivados de adiantamentos ou empréstimos a
representou notável avanço. O conteúdo e a forma de
apresentação das demonstrações financeiras atendem, no sociedades coligadas ou controladas, diretores,
geral, às necessidades da Análise de Balanços. acionistas ou participantes no lucro da companhia, que
Veja-se agora como se compõem essas não constituírem negócios usuais na exploração do
demonstrações. objeto da companhia.
ATIVO PERMANENTE
Investimentos
• Participações permanentes em outras sociedades e
direitos de qualquer natureza, não classificáveis no
Ativo Circulante, ou Realizável a Longo Prazo que não
se destinem à manutenção da atividade da companhia ou
empresa.
Imobilizado
• Direitos que tenham por objetivo bens destinados à
manutenção das atividades da companhia ou empresa,
ou exercidos com essa finalidade, inclusive os de
propriedade comercial ou industrial.
Diferido
• Aplicações de recursos em despesas que contribuirão
para a formação do resultado de mais um exercício
social, inclusive juros pagos ou creditados aos acionistas
durante o período que anteceder o início das operações
sociais.
PASSIVO

PASSIVO CIRCULANTE
• Obrigações da companhia, inclusive financiamentos para
a aquisição de direitos do Ativo Permanente quando
vencerem no exercício seguinte.
PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
• Obrigações vencíveis em prazo maior do que o exercício
seguinte.
ELEMENTOS FUNDAMENTAIS RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS
PARA ANÁLISE DAS • Receitas de exercícios futuros diminuídas dos custos e
despesas correspondentes.
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social
1.1 BALANÇO PATRIMONIAL • Montante do capital subscrito e, por dedução, parcela
É a demonstração que apresenta todos os bens e não realizada.
direitos da empresa – Ativo – assim como as obrigações – Reservas de Capital

Curso Técnico em Administração de Empresa 10


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

• Ágio na emissão de ações ou conversão de debêntures e ( =) Resultado do Exercício antes do Imposto de Renda e
partes beneficiárias. contribuição social
• Produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de (-) Imposto de Renda e Contribuição Social
(-) Participações de Debêntures
subscrição. (-) Participação dos Empregados
• Prêmios recebidos na emissão de debêntures (-) Participação de Administradores e Partes Beneficiárias
• Correção monetária do capital realizado, enquanto não (-) Contribuições para Instituições ou Fundo de Assistência ou
capitalizada. Previdência de Empregados
Reservas de Reavaliações ( =) Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício
( =) Lucro ou Prejuízo por Ação
• Contrapartida do aumento de elementos do Ativo em
virtude de novas avaliações, documentadas por laudo
técnico.
Reservas de Lucros CAPÍTULO II
• Contas constituídas a partir de lucros gerados pela
companhia.
Lucros ou Prejuízos Acumulados AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO
• Lucros gerados pela companhia, que ainda não EMPRESARIAL
receberam destinação específica.

TÉCNICAS DE ANÁLISE
1.2 DEMONSTRAÇÃO DO
2.1 Análise Vertical e Horizontal
RESULTADO DO EXERCÍCIO (D.R.E) 2.2 Análise Através de Índices
2.3 Análise do Capital de Giro.
A Demonstração do Resultado do Exercício é uma 2.4 Modelos de Análise e Rentabilidade
demonstração dos aumentos e reduções causados no 2.4.1 Análise do ROl (Retorno Operacional dos
Patrimônio Líquido pelas operações da empresa. As receitas Investimentos)
representam normalmente aumento do Ativo, através de 2.4.2 Análise da “Alavanca Financeira”
ingresso de novos elementos, como duplicatas a receber ou 2.5 Análise da Demonstração das Origens e Aplicações de
dinheiro proveniente das transações. Aumentando o Ativo, Recursos e do Fluxo de Caixa.
aumenta o Patrimônio Líquido. As despesas representam
redução do Patrimônio Líquido, através de um entre dois Abordaremos, em nossos estudos, basicamente as
caminhos possíveis: redução do Ativo ou aumento do técnicas de Análise Vertical, Horizontal e Análise através
Passivo Exigível. de Incides.
Enfim, todas as receitas e despesas se acham
compreendidas na Demonstração do Resultado, segundo
uma forma de apresentação que as ordena de acordo com a
PADRONIZAÇÃO DAS
sua natureza; fornecendo informações significativas sobre a DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
empresa.
Segundo a Lei nº 6.404/76, a Demonstração do Antes de iniciar a análise, deve-se examinar
Resultado do Exercício discriminará os seguintes detalhadamente as demonstrações financeiras.
elementos: Este trabalho é chamado Padronização e consiste
numa crítica às contas das demonstrações financeiras, bem
Demonstração do Resultado do Exercício como na transcrição delas para um modelo previamente
definido como se acha reproduzido adiante.
RECEITA BRUTA DAS VENDAS E SERVIÇOS
(-) Devoluções
(-) Abatimentos A Padronização é feita pelos seguintes motivos:
(-) Impostos
( =) Receita Líquida das Vendas e Serviços • Simplificação: um balanço apresentado segundo a Lei
(-) Custo das Mercadorias e Serviços Vendidos das S.A., por exemplo, compreende cerca de 60 contas.
(CPV/CMV/CSP) Isso dificulta a visualização do balanço como um todo.
( =) Lucro Bruto Quando se colocam lado a lado três balanços com 60
(-) Despesas com Vendas
valores cada um se calculam os percentuais de variação
(-) Despesas Financeiras (deduzidas das Receitas Financeiras)
(-) Despesas Gerais e Administrativas
de um ano para outro, bem como a composição
(-) Outras Despesas Operacionais percentual de cada balanço (que é chamada análise
( +) Outras Receitas Operacionais vertical e horizontal), chega-se a 540 números, o que
( =) Lucro ou Prejuízo Operacional complica enormemente o trabalho de um analista. O
( +) Receitas não Operacionais modelo de balanço do quadro adiante reduz para cerca
(-) Despesas não Operacionais de 20 o número de contas do balanço.
( +) Saldo da Correção Monetária

Curso Técnico em Administração de Empresa 11


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

• Comparabilidade: com exceção das companhias que embelezar os balanços. Uma padronização rigorosa
operam em ramo onde existe um plano de contas legal deve corrigir isso.
obrigatório (como acontece com bancos, seguradoras
etc.), toda empresa tem seu próprio plano de contas, Se o analista conhecer os principais itens de
com maior ou menor grau de detalhes e com títulos de manipulação dos balanços, desconfiará das
contas em que é difícil descobrir a origem. Como a rubricas citadas e solicitará esclarecimentos à
análise se baseia em comparação, só faz sentido empresa em análise. Na dúvida, deverá
analisar um balanço após o seu enquadramento num
reclassificá-las.
modelo que permita comparação com outros balanços.
• Descoberta de erros: há casos de erros, intencionais ou
• Adequação aos objetivos da análise: há pelo menos
não, verificados nas demonstrações financeiras.
uma conta que deve sempre ser reclassificada:
Exemplo:
Duplicatas Descontadas; do ponto de vista contábil, é
uma dedução de Duplicatas a Receber; do ponto de
a) Estoques finais ou iniciais da Demonstração do
vista de financiamentos, porém, é um recurso tomado
Resultado do Exercício não coincidem com os estoques
pela empresa junto aos bancos, devido à insuficiência
dos balanços.
de recursos próprios. Em nada se distingue de
empréstimos bancários, do ponto de vista financeiro.
b) Impossível conciliar o Patrimônio Líquido Final com os
Por isso, as Duplicatas Descontadas devem figurar no
resultados do exercício mais o Patrimônio Líquido
Passivo Circulante.
Inicial.
• Precisão nas classificações de contas: é freqüente
encontrarem-se balanços e demonstrações de resultados Nesses casos, deve-se desconfiar da veracidade das
com falhas nas classificações de contas, como, por demonstrações financeiras e suspender a análise até que se
exemplo, certos investimentos de caráter permanente esclareçam as dúvidas.
que aparecem no Ativo Circulante, despesas do próprio
exercício que figuram como Despesas do Exercício
Seguinte, gastos indevidamente lançados como Ativo
Diferido quando deveriam fazer parte das despesas ou
perdas do exercício, empréstimos de curto prazo que
aparecem no Exigível a Longo Prazo; tudo isso visa
Modelo de Padronização

Acha-se a seguir um modelo de padronização que serve aos propósitos deste livro:

Modelo de Padronização – Balanço Patrimonial

BALANÇOS EM:
31.12.X1 31.12.X2 31.12.X3
VA AV % AH% VA AV% AH% VA AV% AH%
ATIVO
CIRCULANTE
♦ Disponível
♦ Aplicações Financeiras
♦ Clientes
♦ Estoque
TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
PERMANENTE
♦ Investimentos
♦ Imobilizado
♦ Diferido
TOTAL DO ATIVO PERMANENTE
TOTAL DO ATIVO

Passivo
CIRCULANTE
♦ Fornecedores

Curso Técnico em Administração de Empresa 12


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

♦ Outras Obrigações
♦ Empréstimo Bancário
♦ Duplicatas Descontadas
TOTAL DO PASSIVO
CIRCULANTE
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
♦ Empréstimo
♦ Financiamentos
TOTAL DO EXIGÍVEL A LONGO
PRAZO
CAPITAIS DE TERCEIROS
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
♦ Capital e Reservas
♦ Lucros Acumulados
TOTAL DO PATRIMÔNIO
LÍQUIDO
TOTAL DO PASSIVO

Modelo de Padronização – Demonstração do Resultado do Exercício (D.R.E.)

DEMONSTRAÇÃO DO 31.12.X1 31.12.X2 31.12.X3


RESULTADO DO EXERCÍCIO
FINDA EM
VA AV% AH% VA AV% AH% VA AV% AH%
RECEITA LÍQUIDA
(-) Custos dos Produtos Vendidos
(=) LUCRO BRUTO
(-) Despesas Operacionais
(±) Outras Rec./Desp. Operacionais
(=) LUCRO OPERACIONAL
(antes dos Resultados Financeiros)
(+) Receitas Financeiras
(-) Despesas Financeiras
(=) LUCRO OPERACIONAL
(±) Resultado não Operacional
(=) LUCRO ANTES I.R.
LUCRO LÍQUIDO

Simbologia: VA = Valores Absolutos; AV = Análise Vertical; AH = Análise Horizontal.

Curso Técnico em Administração de Empresa 13


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

2.1 ANÁLISE VERTICAL E


HORIZONTAL
2.1.1 ANÁLISE DE ESTRUTURA OU VERTICAL

Objetivo: Medir percentualmente cada componente em


relação ao todo do qual faz parte, e fazer as comparações
caso existam dois ou mais períodos.

EXEMPLOS: Medir percentual o valor do ativo circulante


em relação ao total do ativo:

Balanço Patrimonial

Ativo Dez/X0 A.V Dez/X1 A.V Passivo Dez/X0 A.V Dez/X1 A.V

Circulante 520 45% 612 40% Circulante 285 25% 330 22%
Realizável LP 100 9% 80 5% Exigível LP 250 21% 220 14%
Permanente 530 46% 840 55% R.E.F. - 20 1%
P.L. 615 54% 962 63%
TOTAIS 1.150 100% 1.532 100% TOTAIS 1.150 100% 1.532 100%
a) O grupo no ativo que tem maior participação percentual
AV = Análise Vertical é o permanente com (46% e 55%) enquanto no passivo é
o Patrimônio Líquido (54% e 63%).
NOTAS:
b) em 19X0 a empresa trabalha com 46% (25% +21%) de
capital de terceiros e 54% de capital próprio. No ano de

Curso Técnico em Administração de Empresa 14


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

19XI a situção melhorou, ou seja, trabalha com 36% de EXEMPLO:


capital de terceiros e 64% de capital próprio;
Ativo Permanente 31.12.X1 %
c) poderíamos efetuar comparações entre os resultados Investimentos 190 23%
obtidos no ativo e no passivo. Exemplo em 19XI: Imobilizado 650 77%
Diferido -o- -o-
• O Ativo Circulante (bens e direitos de curto prazo)
representa 40% do total do Ativo, enquanto que o Total 840 100%
Passivo Circulante (obrigações de curto prazo)
representa 22% do total do Passivo.
NOTA:
23% do total do ativo permanente estão aplicados em
investimentos e 77% no imobilizado.

d) poderíamos, também, destacar um grupo do ativo e fazer


a análise em separado.

ANÁLISE VERTICAL (AV) DA


DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO EM 31/12/x1

AV
Receita de Vendas......................................................................................................................... 3.000 100,0%
( - ) Custo das Vendas .................................................................................................................. (1.800) 60,0%

( =) Lucro Bruto (Lb).................................................................................................................... 1.200 40,0%


( +) Outras Receitas Operacionais ................................................................................................ 20 0,7%
( - ) Despesas Operacionais........................................................................................................... (950) 31,0%
( - ) Depreciação............................................................................................................................ (100) 3,0%
( =) Lucro Operacional.................................................................................................................. 170 5,0%
( +) Receitas não Operacionais ..................................................................................................... 20 0,7%
( - ) Despesas não Operacionais .................................................................................................... (30) 1,0%
( - ) Saldo de Correção Monetária................................................................................................. (20) 0,7%
( - ) Provisão para Imposto de Renda............................................................................................ (20) 0,7%

( =) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO (LLE) 120 4,0%

NOTAS:
a) o lucro líquido do exercício corresponde a 4% das receitas, logo 96% das vendas foram consumidas por custos e
despesas;
b) o lucro bruto corresponde a 40% das vendas, enquanto as despesas operacionais consumiram 31% do total das
vendas;
c) o lucro operacional líquido corresponde a 6% das vendas.
• Análise Vertical – Resumo
9 É a participação relativa de cada item no total, ou seja, a “composição” percentual de uma demonstração financeira
decorrentes da própria fonte de que se utiliza.
9 Mostra a importância percentual de cada conta em relação a demonstração financeira analisada.
No Balanço
- base no valor total do Ativo Total para o valor do Ativo Circulante, Realizável Longo Prazo e Ativo
Permanente.
- Verifica-se o percentual do Passivo Circulante, Exigível a Longo Prazo e Patrimônio Líquido em relação ao
Passivo Total.
Na Demonstração do Resultado

Curso Técnico em Administração de Empresa 15


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

- base no valor das Vendas Líquidas, para a proporção nos principais itens da demonstração, como lucro bruto,
despesas administrativas, e gerais, vendas, financeiras, depreciações, lucro operacional, receitas e despesas
não operacionais, etc. e lucro antes de impostos e lucro líquido.

2.1.2 ANÁLISE DE EVOLUÇÃO OU HORIZONTAL


Objetivo: Avaliar o aumento ou a diminuição dos valores que expressam os elementos patrimoniais ou do resultado,
numa determinada série histórica de exercícios.
Atribuir a base 100% e verificar a variação percentual para os demais períodos, ou seja:

P E R Í O D O S
DADOS X1 X2 X3 X4
Valores 1,00 1,50 3,00 4,50
- % (participação) 100% 150% 300% 450%
- crescimento em relação a X1 (variação) - 50% 200% 350%

Curso Técnico em Administração de Empresa 16


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

EXEMPLOS BALANÇO PATRIMONIAL


Ativo Dez/X0 A.H. Dez/X1 A.H. ∆ Passivo Dez/X0 A.H. Dez/X1 A.H. ∆

Circulante 520 100% 612 118% 18% Circulante 285 100% 330 116% 16%
Realizável LP 100 100% 80 (80%) (20%) Exigível LP 250 100% 220 88% (12%)
Permanente 530 100% 840 158% 58% R.E.F. - 100% 20 (*)
P.L. 615 100% 962 156% 56%
TOTAIS 1.150 100% 1.532 133% 33% TOTAIS 1.150 100% 1.532 133% 33%

AH = Análise Horizontal
∆ = Variação (crescimento)

NOTAS:

a) No Ativo o grupo que teve:


- maior crescimento foi o AP 58%
- decréscimo ou involução foi o ARLP (20%)

b) No Passivo o grupo que teve:


- maior crescimento foi o PL 56%
- decréscimo ou involução foi o PELP (12%)

• Análise Horizontal – Resumo

9 Representa o comportamento dos valores das demonstrações financeiras. É a comparação das Demonstrações
Financeiras de dois ou mais períodos, mostrando a evolução, ou seja, os aumentos ou diminuições que ocorrem nos
valores.

9 Apresentam a indicação do rumo que a empresa está tomando, bem como, políticas financeiras que estão sendo
utilizadas, ou seja, as possíveis tendências da empresa.

Repara-se que na construção dos percentuais para elaboração da Análise Horizontal se usa a técnica dos números-índices em
que no primeiro ano, todos os valores são considerados iguais a 100. Através da regra de três, obtêm-se os valores dos anos
seguintes; a variação é o que exceder a 100 ou o que faltar para 100.
Por exemplo: os estoques apresentam índices 389 em 19X3; isto significa que cresceram 289%.

EXERCÍCIOS

Curso Técnico em Administração de Empresa 17


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

01) Faça os cálculos da Análise Vertical (AV) e Análise Horizontal (AH) da Cia TCN, e auxilie o Analista a concluir a Análise
dos Balanços abaixo:

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO EMPRESARIAL


CIA TCN – BALANÇOS DE
31.12.X1 31.12.X2 31.12.X3

Valor AV AH Valor AV AH Valor AV AH


Absoluto Absoluto Absoluto

ATIVO
Circulante
• Disponível 34.665 100 26.309 25.000
• Aplicações Financeiras 128.969 100 80.915 62.000
• Clientes 1.045.640 100 1.122.512 1.529.061
Total do Circulante 1.960.480 100 2.269.171 2.933.575
PERMANENTE
• Investimento 72.250 100 156.475 228.075
• Imobilizado 693.448 100 1.517.508 2.401.648
• Diferido -.- 100 40.896 90.037
Total do Ativo Permanente 765.698 100 1.714.879 2.719.760
TOTAL DO ATIVO 2.726.178 100 100 3.984.050 100 5.653.335 100
PASSIVO
CIRCULANTE
• Fornecedores 708.536 100 639.065 688.791
• Outras Obrigações 275.623 100 289.698 433.743
• Empréstimo Bancários 66.165 100 83.429 158.044
• Dupls. Descontadas 290.633 100 393.885 676.699
Total do Passivo Circulante 1.340.957 100 1.406.077 1.927.277
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
• Empréstimos 314.360 100 792.716 1.494.240
• Financiamentos -.- 100 378.072 533.991
Total do Exigível a Longo Prazo 314.360 100 1.170.788 2.028.231
TOTAL CAPITAL TERCEIROS
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
• Capital e Reservas 657.083 100 1.194.157 1.350.830
• Lucros Acumulados 413.778 100 213.028 316.997
Total do Patrimônio Líquido 1.070.861 100 1.407.185 1.667.827
TOTAL DO PASSIVO 2.726.178 100 100 3.984.050 100 5.653.335 100

CIA TCN
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
Exercício Findo em 31.12.X1 31.12.X2 31.12.X3
Valor AV AH Valor AV AH Valor AV AH
Absoluto Absoluto Absoluto
RECEITA LÍQUIDA 4.793.123 100 100 4.425.866 100 5.851.586 100
Custo dos Produtos Vendidos 3.621.530 100 3.273.530 4.218.671
LUCRO BRUTO 1.171.593 100 1.152.336 1.632.915
Despesas Operacionais 495.993 100 427.225 498.025
Outras Rec./Desp. Operacionais 8.394 - - 17.581 - - 27.777 -
LUCRO OPERACIONAL 683.994 100 742.692 1.162.671
(antes dos Resultados Financeiros)
Receitas Financeiras 10.860 - - 7.562 - - 5.935 -
Despesas Financeiras 284.308 100 442.816 863.296
LUCRO OPERACIONAL 410.546 100 307.438 305.304
Resultado não Operacional 1.058 - - -.- - - -.- -
LUCRO ANTES DO I.R. 411.604 100 307.438 305.304
LUCRO LÍQUIDO 223.741 100 167.116 165.956
EXEMPLO DAS CONCLUSÕES DA ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL DA CIA. TCN.
O ativo total da empresa cresceu _____% de 31.12.X1 a 31.12.X3 em termos reais. Esse crescimento deveu-se
principalmente ao Ativo Permanente que teve expansão de _____%. Já o Ativo Circulante apresentou crescimento de apenas

Curso Técnico em Administração de Empresa 18


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

_____%. Dessa forma, alterou-se a estrutura de ativo da empresa. Em 19X1, _____% dos recursos achavam-se investidos no
Ativo Circulante, percentual esse que caiu para _____% em 19X3. Esse crescimento foi financiado basicamente por Capitais
de Terceiros de Longo Prazo que passaram, em 19X1, de _____% do Passivo Total para _____%, em 19X3, constituindo-se no
principal grupo de financiamento neste último ano. O Patrimônio Líquido, que fornecia _____% dos recursos em 19X1, caiu
para _____% em 19X3, enquanto o Passivo Circulante caiu nesse mesmo período de _____% para _____%. Tendo o Passivo
Circulante crescido menos que o Ativo Circulante, a empresa financiou parte deste último com Exigível a Longo Prazo (o que,
diga-se de passagem, é correto). Os Capitais de Terceiros tiveram crescimento superior ao do Ativo – ou seja, _____% contra
_____% do Ativo – em virtude do terreno cedido pelo Patrimônio Líquido. Outro aspecto que se destaca é a alteração havida
em “Fornecedores”. Essa era a principal fonte de recursos da empresa, em 19X1, representando _____% do Passivo. Nesse
ano, “Fornecedores” financiavam quase totalmente os Estoques. Em 19X3 o percentual de “Fornecedores”sobre o Passivo
Total caiu para _____%, cobrindo apenas metade dos estoques mantidos pela empresa. Essa alteração é desfavorável, pois
normalmente “Fornecedores” representam uma fonte estável de recursos e freqüentemente mais barata.
Em resumo, a empresa investiu maciçamente no Ativo Permanente, fez ainda algum investimento no Ativo Circulante,
financiou a maior parte dessa expansão com Capitais de Terceiros e aumentou o risco global. A situação financeira não ficou
sacrificada em virtude de a empresa ter-se valido de Exigíveis a Longo Prazo, tendo o Passivo Circulante crescido menos que o
Ativo Circulante.
Enquanto os investimentos tiveram grande impulso no período analisado, as vendas apresentaram pequena expansão. O
crescimento real foi de _____% no período. A empresa teve bom desempenho no Custo dos Produtos Vendidos, os quais
passaram de _____% para _____% de absorção das vendas. Com isso, o Lucro Bruto que representava _____% das vendas
subiu para _____%. Esse acréscimo de 4 pontos percentuais é extremamente significativo diante do fato de o Lucro Líquido
representar _____% das vendas em 19X1. Se tudo o mais se mantivesse constante, a empresa poderia alcançar a invejável
percentagem de 8,66 % de Lucro Líquido sobre Vendas.
Infelizmente para a empresa, porém , suas despesas financeiras explodiram, crescendo 204% e, portanto, muito mais do que as
vendas. Essas despesas que consumiram _____% da Receita em 19X1 passaram a consumir _____% em 19X3, fazendo a
empresa perder 9 pontos percentuais. Ao final o percentual de Lucro Líquido/Vendas desceu para _____%, ou seja, quase
metade daquele que havia alcançado em 19X1. As Despesas Operacionais mantiveram-se em proporções aceitáveis para a
empresa.

2.2 ÍNDICES ECONÔMICOS E FINANCEIROS


• Os índices são relações que se estabelecem entre duas grandezas; facilitam sensivelmente o trabalho do analista, uma
vez que a apreciação de certas relações ou percentuais é mais significativa (relevante) que a observação de montantes, por
si só.

• Assim, se uma empresa tiver um Ativo Circulante de $396.420 e um Passivo Circulante de $ 198.210, fica um tanto difícil
analisar a exata capacidade de pagamento da empresa.
Todavia, se dividirmos o AC pelo PC encontraremos um índice geral igual a 2,00, ou seja, para cada
$1,00 de obrigação, há 2,00 de ativo circulante.

• Entretanto, deve-se tomar uma série de precauções quanto à interpretação dos índices. Muitas vezes, podem dar falsa
imagem de uma situação

Este tópico trata dos seguintes índices:

1. Índices de Liquidez
2. Índices de Estrutura de Capitais figura
3. Índices de Atividade
4. Índices de Lucratividade (ou Rentabilidade)

Curso Técnico em Administração de Empresa 19


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

2.2.1 ÍNDICES DE LIQUIDEZ:


São utilizados para avaliar a capacidade de pagamento da empresa, isto é, constituem uma apreciação sobre se a
empresa tem capacidade de saldar seus compromissos.

DENOMINAÇÃO OBJETIVOS E INTERPRETAÇÃO

1. LIQUIDEZ OBJETIVO: Indicar quanto a empresa possui no Ativo Circulante e Realizável a Longo
1.1. LIQUIDEZ GERAL Prazo p/ cada $1,00 de Dívida Total.

A.C. + R.L.P. INTERPRETAÇÃO: quanto maior, melhor.


PC + E.L.P.

1.2. LIQUIDEZ OBJETIVO: Indicar quanto a empresa possui no Ativo Circulante para cada $1,00 de Dívidas
CORRENTE a Curto Prazo.

A.C INTERPRETAÇÃO: quanto maior, melhor


P.C.

1.3. LIQUIDEZ SECA OBJETIVO: Demonstrar quanto a empresa possui no Ativo Circulante Líquido para cada
$1,00 de Passivo Circulante.

A.C. – Est. – D.E.S. INTERPRETAÇÃO: quanto maior, melhor


P.C.

Curso Técnico em Administração de Empresa 20


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

2.2.2 ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAIS


É por meio desses indicadores que aprecia-se o nível de endividamento da empresa.
Também nos informam se a empresa se utiliza mais de recursos de terceiros ou e recursos dos proprietários. Pode-se
saber ainda se os recursos de terceiros têm o seu vencimento em maior parte a Curto Prazo (Passivo Circulante) ou a Longo
Prazo (Passivo Exigível a Longo Prazo).

DENOMINAÇÃO OBJETIVOS E INTERPRETAÇÃO

2. ENDIVIDAMENTO

2.1. PART. CAPITAL DE TERCEIROS OBJETIVO: Indicar quanto a empresa tomou de Capitais de Terceiros para cada
(PC + E.L.P) $100 de Capital Próprio investido.

K.3os x 100 INTERPRETAÇÃO: quanto menor, melhor


P.L.

2.2. COMPOSIÇÃO DO OBJETIVO: Demonstrar quanto a empresa possui de Obrigações a Curto Prazo
ENDIVIDAMENTO para cada $100 de Obrigações Totais (curto e longo prazo)

P.C. x 100 INTERPRETAÇÃO: quanto menor, melhor.


K.3os

2.3. IMOBILIZAÇÃO DE RECURSOS OBJETIVO: Indicar quanto a empresa aplicou no Ativo Permanente para cada
PERMANENTES $100 de Patrimônio Líquido (PL).

A.P. x 100 INTERPRETAÇÃO: quanto menor; melhor


P.L.

Curso Técnico em Administração de Empresa 21


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

2.2.3 ÍNDICES DE ATIVIDADE:


Indicam como e qual o nível de deficiência que a empresa utiliza seus recursos.
Neste grupo, estuda-se quantos dias a empresa demora, em média, para receber suas vendas, para apagar suas compras
e para renovar seus estoques.

DENOMINAÇÃO OBJETIVOS E INTERPRETAÇÃO

3. ATIVIDADE

3.1. PERÍODO MÉDIO DE OBJETIVO: Apresentar a Prazo Médio que a empresa financias as Vendas
COBRANÇA
INTERPRETAÇÃO: quanto menor, melhor
Clientes x 360 dias
Vendas Brutas

3.2. PERÍODO MÉDIO DOS OBJETIVO: indicar o Giro dos Estoques da empresa.
ESTOQUES Separar por tipo de Estoque

Estoques x 360 dias INTERPRETAÇÃO: quanto menor, melhor


C.M.V.

3.3. PERÍODO MÉDIO DE OBJETIVO: Indicar Prazo Médio de Financiamento obtido nas Compras
PAGAMENTO

INTERPRETAÇÃO: quanto maior, melhor


Fornecedores x 360 dias
Compras média

3.4. GIRO DOS ATIVOS MÉDIO OBJETIVO: Determinar quanto a empresa vendeu para cada $1,00 de
Investimento total nos Ativos (médio)
V.L.
A.T. INTERPRETAÇÃO: quanto maior, melhor

Curso Técnico em Administração de Empresa 22


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

2.2.4 ÍNDICES DE RENTABILIDADE:


Medem a eficiência geral da administração em relação à venda e a investimentos. Qual o lucro bruto, operacional e lucro
líquido obtido sobre as vendas líquidas.

DENOMINAÇÃO OBJETIVOS E INTERPRETAÇÃO

4. LUCRATIVIDADE

4.1. MARGEM BRUTA OBJETIVO: Indicar quanto a empresa obteve de Lucro Bruto para cada $100 de
Vendas Líquidas.

L.B. x 100 INTERPRETAÇÃO: quanto maior, melhor


V.L.

4.2. MARGEM OPERACIONAL OBJETIVO: Indicar quanto a empresa obteve de Lucro Operacional para cada
$100 de Vendas Líquidas.

L.O. x 100 INTERPRETAÇÃO: quanto maior, melhor


V.L.

4.3. MARGEM LÍQUIDA OBJETIVO: Indicar quanto a empresa obtem de Lucro Líquido para cada $100
de Vendas Líquidas.

L.L. x 100 INTERPRETAÇÃO: quanto maior, melhor


V.L.

4.4. RETORNO SOBRE PATRIMÔNIO OBJETIVO: Indicar quanto a empresa obtem de Lucro Líquido para cada $ 100
LÍQUIDO de Capital Próprio investido (médio).

L.L. x 100
P.L. IMTERPRETAÇÃO: quanto maior, melhor

4.5. RETORNO SOBRE OBJETIVO: Indicar a Taxa de Retorno obtida nos Investimentos Totais da
INVESTIMENTOS Empresa (ativo médios).

L.L. x 100 INTERPRETAÇÃO: quanto maior, melhor


A.T. .

LEGENDA:

A.C. = Ativo Circulante A.P. = Ativo


Permanente
A.T. = Ativos Totais D.E.S. = Despesa Exercício
Seguinte
E.L.P. = Exigível a Longo Prazo EST. = Estoques
E.T. = Exigível Total K.30s = Capital de Terceiros
L.A.J.I.R. = Lucro antes de juros e I. renda L.L. = Lucro Líquido
L.O. = Lucro Operacional
P.C. = Passivo Circulante
P.+J = Principal + juros empréstimos
P.L. = Patrimônio Líquido
R.L.P. = Realizável a Longo Prazo

Curso Técnico em Administração de Empresa 23


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

V.L. = Vendas Líquidas

Como Avaliar os Índices

Há três tipos básicos de avaliações de um índice:

a. pelo significado intrínseco;

b. pela comparação ao longo de vários exercícios;

c. pela comparação com índices de outras empresas – índices-padrão

EXERCÍCIOS
01) Faça a Análise através de Índices para a Cia TCN para os anos de 19 x 1 a 19 x 3. Obs.: O Analista iniciou mas não conclui
as análises. Ajude-o.

3. LIQUIDEZ

3.1 LIQUIDEZ GERAL: LG

• Fórmula: Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo


Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo

• Indica: Quanto a empresa possui no AC e ARLP para cada $ 1,00 de dívida total.

•Cálculo:

19X1 19X2 19X1


Ativo Circulante 1.960.480 2.269.171
Passivo Circulante 1.340.957 1.406.077
Exigível a Longo Prazo 314.360 1.170.788

Líquido Geral 1.960.480 = 1,18 2.269.171 = 0,88


1.655.317 2.576.865

•Análise:

O índice de Liquidez Geral de 19X1, igual a 1,18, indica que para cada $1,00 de dívida a empresa tem $1,18 de
investimentos realizáveis a curto prazo, ou seja, consegue pagar todas as suas dívidas e ainda dispõe de uma folga, excedente
ou margem, de 18% (ou de $0,18 para cada $1 de dívida). Esses 18% ocorrem graças ao Capital Circulante Próprio, como se
pode ver no gráfico seguinte.

CIA TCN

19X1

Curso Técnico em Administração de Empresa 24


1,18 PAGE
1,00
Capital de Terceiros
Ativo Passivo ou
Circulante Circulante Exigível Total
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

O gráfico mostra que:

1. os recursos do Passivo Circulante e do Exigível a Longo Prazo foram investidos no Ativo Circulante;

2. o Ativo Circulante é maior do que a soma do Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo;

3. esse excesso do Ativo Circulante (hachurado no gráfico) provém do Patrimônio Líquido e é justamente o Capital
Circulante Próprio, conforme já foi visto. Essa parte hachurada do Ativo Circulante representa os 18%.

3.2 LIQUIDEZ CORRENTE: LC


• Fórmula: Ativo Circulante
Passivo Circulante

• Indica:

• Cálculo: 19X1 19X2 19X2


Ativo Circulante 1.960.480 2.269.171
Passivo Circulante 1.340.957 1.406.077

Liquidez Corrente 1.960.480 = 1,46 2.269.171 = 1,61


1.340.957 1.406.077

Graficamente, esses índices podem ser assim visualizados:

CIA TCN

Curso Técnico em Administração de Empresa 25


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

• Análise

Nos dois exercícios, o Ativo Circulante é maior que o Passivo Circulante, e isto significa que os investimentos
no Ativo Circulante são suficientes para cobrir as dívidas de curto prazo e ainda permitir uma folga, respectivamente, em 19X1
e 19X2.
Veja-se a seguir por que o ativo Circulante é maior que o Passivo Circulante.
Todos os recursos do Passivo Circulante foram investidos no Ativo Circulante. Além disso, acha-se investido no
Ativo Circulante o Capital Circulante Líquido que, em 19X1, é constituído de todo o Exigível a Longo Prazo + Capital
Circulante Próprio; em 19X2, o Capital Líquido Circulante Líquido é formado com apenas uma parte do Exigível a Longo
Prazo, já que a outra parte está investida no Ativo Permanente (devido à insuficiência do Patrimônio Líquido).

3.3 LIQUIDEZ SECA

• Fórmula: ________________

• Indica: Quanto a empresa possui de Ativo Líquido para cada $ 1,00 de


Passivo Circulante (dívidas de curto prazo)

• Cálculo: 19x1 19x2 19x3

• Análise:

4. ESTRUTURA DE CAPITAL
Os índices desse grupo mostram as grandes linhas de decisões financeiras em termos de obtenção e aplicação de
recursos.

Curso Técnico em Administração de Empresa 26


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

4.1 PARTICIPAÇÃO DE CAPITAIS DE TERCEIROS:


• Indica: quanto a empresa tomou de capitais de terceiros para cada $ 100 de capital próprio investido

• Fórmula: Capitais de Terceiros x 100


Patrimônio Líquido

• Cálculo:
19X1 19X2 19X3
Capitais de Terceiros 1.655.317 2.576.865
Patrimônio Líquido 1.070.861 1.407.185
Índice de Participação de Capitais de Terceiros 1.655.317 =___ % 2.576.665 = ___ %
1.070.861 1.407.185

• Análise:

Esses dois índices mostram que, em 19X1, para cada $100 de capital próprio (Patrimônio Líquido), a empresa
tomou $___ de Capitais de Terceiros e que, em 19X2, para cada $100 próprios, tomou $ ___ emprestados.

• Graficamente, esses índices podem ser visualizados da seguinte forma:

4.2 COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO: PC


K 3OS

• Fórmula: Passivo Circulante


Capitais de Terceiros x 100

• Indica: Qual o percentual de obrigações a curto prazo em relação às obrigações totais, ou seja em relação ao total das
dívidas para com terceiros (PC + PELP).
• Cálculo:

19X1 19X2 19X3


Passivo Circulante 1.340.957 1.406.077
Capitais de Terceiros 1.655.317 2.576.865

Composição do Endividamento 1.340.957 = ___% 1.406.077 = ___%


1.655.317 2.576.865

Curso Técnico em Administração de Empresa 27


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

• Análise:

Tais índices indicam que em 19X1 a empresa tinha ___1% (mais de ¾) de sua dívidas vencíveis a curto prazo e
que em 19X2 este percentual caiu para ___% (quase metade), melhorando aquilo que se pode chamar perfil de dívida.

• Graficamente, tem-se:

4.3 IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO: AP

PL
• Fórmula: Ativo Permanente x 100
Patrimônio Líquido

• Indica: Quanto a empresa aplicou no Ativo Permanente para cada $ 1,00 de Patrimônio Líquido (Capital Próprio)

• Cálculo:

19X1 19X2 19X3


Ativo Permanente 765.698 1.714.879
Patrimônio Líquido 1.070.861 1.407.125

Imobilização do Patrimônio Líquido 765.698 = ___% 1.714.879 = ___%


1.070.861 1.407.185

• Análise:
Estes índices mostram que, em 19X1 a empresa investiu no Ativo Permanente importância equivalente a ___% do
Patrimônio Líquido, em 19X2 esse percentual subiu para ___%.
O índice de imobilização em 19X2 é de ___%. Isto significa que para cada $100 existentes de Patrimônio Líquido a
empresa aplicou $___ no Permanente, ou seja, imobilizou todo o Patrimônio Líquido mais recursos de terceiros, equivalentes a
21% do Patrimônio Líquido. (Mesmo que o Patrimônio Líquido crescesse 21 %, ainda assim o Permanente o teria absorvido
inteiramente.)
Nesse caso, o Ativo Circulante é totalmente financiado por Capitais de Terceiros, os quais financiam ainda uma parte do
Ativo Permanente. Assim, a empresa está em mãos de terceiros para o financiamento de seu giro comercial (Ativo Circulante)
e depende ainda desses mesmos terceiros para o financiamento de uma parte do seu parque industrial (Ativo Permanente).

5. ATIVIDADE
Esse grupo objetiva medir a dinâmica da empresa. Os índices de prazos médios não devem ser analisados
individualmente, mas sempre em conjunto. Tal conjugação leva à análise do ciclo operacional, geralmente vital para a
determinação do fracasso ou sucesso de uma empresa.

Curso Técnico em Administração de Empresa 28


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

5.1 PERÍODO MÉDIO DE COBRANÇA (RECEBIMENTO DE VENDAS):


• Fórmula: Clientes x 360
Vendas Brutas

• Indica: O período médio em que a empresa vem recebendo suas vendas.

• Cálculo: 19X1 19X2


19X3

• Análise:

5.2 PERÍODO MÉDIO DE PAGAMENTO DAS COMPRAS


• Fórmula: Fornecedores x 360
Compras

• Indica: O prazo médio em que a empresa vem pagando seus fornecedores.

• Cálculo: 19X1 19X2 19X3

Relembrando: C.M.V. = EI + COMPRAS – EF

• Análise:

5.3 PERÍODO MÉDIO DE RENOVAÇÃO DOS ESTOQUES


• Fórmula: Estoques x 360
C.M.V.

• Indica: O tempo médio de estocagem de mercadorias. Para quantos dias é suficiente o estoque.

Curso Técnico em Administração de Empresa 29


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

• Cálculo: 19X1 19X2


19X3

• Análise:

6. RENTABILIDADE (LUCRATIVIDADE OU RESULTADO)


Os índices desse grupo mostram qual a rentabilidade dos capitais investidos, isto é, quanto renderam os investimentos e,
portanto, qual o grau de êxito econômico da empresa.

6.1 MARGEM BRUTA


• Fórmula: Lucro Bruto x 100
Vendas Líquidas

• Indica: Quanto a empresa obtém de lucro bruto para cada $ 100,00 vendidos

• Cálculo: 19X1 19X2 19X3

• Análise:

6.2 MARGEM OPERACIONAL


• Fórmula: Lucro Operacional x 100
Vendas Líquidas

• Indica: Quanto a empresa obtém de Lucro Operacional para cada $ 100,00 vendidos.

• Cálculo: 19X1 19X2 19X3

• Análise:

Curso Técnico em Administração de Empresa 30


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

6.3 MARGEM LÍQUIDA: LL


VL

• Fórmula: Lucro Líquido x 100


Vendas Líquidas

• Indica: Quanto a empresa obtém de Lucro Líquido para cada $ 100,00 vendidos.

• Cálculo: 19X1 19X2 19X3

Vendas 4.793.123 4.425.866


Lucro Líquido 223.741 167.116
Margem Líquida 223.741 = ___% 167.116 = ___% = ___%
4.793.123 4.425.866

• Análise:

• Graficamente, esses índices podem ser assim visualizados:

6.4 RENTABILIDADE DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO: LL


PL
• Fórmula: Lucro Líquido x 100
Patrimônio Líquido Médio

• Indica: Quanto a empresa obteve de lucro para cada $ 100,00 de Capital Próprio (P.L.) investido.

• Cálculo: 19X1 19X2


19X3

Lucro Líquido 223.741 167.116


Patrimônio Líquido Inicial 821.827 1.070.861
Patrimônio Líquido Final 1.070.861 1.407.185
Patrimônio Líquido Médio 946.301 1.239.023

Rentabilidade 223.741 = ___% 167.116 = ___%


4.793.123 4.425.866

• Análise:

Para cada $100,00 de Capital Próprio investido, a empresa conseguiu $___ de lucro em 19x1. A taxa de ___% é superior ao
que oferecem os títulos de mercado, que oscilam em torno de 6%. Normalmente, espera-se das empresas rentabilidade superior

Curso Técnico em Administração de Empresa 31


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

à dos títulos de renda fixa, possui o investimento na empresa representa um capital de risco, ou seja, nada garante sua
rentabilidade, que poderá ser inclusive negativa.
Em 19x2, entretanto, ocorreu queda acentuada na rentabilidade da empresa.
A rentabilidade empresarial, porém, é assim mesmo. Num ano acima das taxas de mercado, noutro abaixo e noutro em
torno delas.

6.5 RENTABILIDADE DO ATIVO: LL


AT

• Fórmula: Lucro Líquido x 100


Ativo

• Indica: Quanto a empresa obtém de lucro líquido para cada $ 100 de investimento total ( ou seja, em relação ao Ativo ). É
uma medida da capacidade da empresa em gerar lucro líquido e assim poder capitalizar-se.

• Cálculo: 19X1 19X2 19X3

Lucro Líquido 223.741 167.116


Ativo 2.726.178 3.984.050

Rentabilidade 223.741 = ___% 167.116 = ___%


2.726.178 3.984.050

• Análise:

Para cada $100 investimentos, a empresa ganhou $ ___ em 19x1 e $ ___ em 19x2. Houve, portanto, apreciável
queda na rentabilidade do Ativo de um exercício para outro.

7. COMO PREVER FALÊNCIAS PELO MÉTODO DE KANITZ


Diversos estudiosos efetuaram, no Brasil, testes estatísticos sobre a previsão de insolvência com base na Análise
Discriminante.

• No Brasil, o Prof. Stephen Kanitz, desenvolveu um modelo de como prever falências, por meio de tratamento estatístico de
índices financeiros de algumas empresas que realmente faliram.

• O modelo consiste, em primeiro lugar, em encontrar o Fator de Insolvência da empresa em análise. A fórmula do Fator de
Insolvência, nunca foi explicada pelo Prof. Kanitz, e é a seguinte:

X1 = Lucro Líquido x 0,05


Patrimônio Líquido

X2 = Liquidez Geral x 1,65

X3 = Liquidez Seca x 3,55

X4 = Liquidez Corrente x 1,06

X5 = Exigível Total x 0,33


Patrimônio Líquido

Fator de Insolvência = X1 + X2 +X3 - X4 - X5

Curso Técnico em Administração de Empresa 32


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

• Em segundo lugar, averigua-se em que intervalo recai o Fator de Insolvência no termômetro de insolvência, de acordo com
a figura a seguir:

7
INTERVALO DE SOLVÊNCIA
(Reduzidas possibilidades de falências)

0 PENUMBRA Situação
(Situação indefinida) Crítica

-3
INSOLVÊNCIA
(propensão à falência)

-7

EXEMPLO:
Cia Falimentar apresenta os seguintes índices em se último balanço:

FATOR DE INSOLVÊNCIA
X1 LL -0,20 -0,20 x 0,05 = (0,01)
PL

X2 LG 0,50 0,50 x 1,65 = 0,825

X3 LS 0,10 0,10 X 3,55 = 0,355

X4 LC 2,60 2,60 X 1,06 = 2,756

X5 ET 2,60 2,60 X 0,33 = 0,858


PL

FI = - 0,010 + 0,825 + 0,355 - 2,756 - 0,858


FI = -2,444

• Alguns cuidados a serem tomados na aplicação do termômetro:

• O modelo é claramente destinado à Indústria e ao Comércio, não devendo ser aplicado indiscriminadamente em
qualquer outro tipo. Ao contrário do que muitos analistas fazem, não devemos utilizá-lo para Bancos, Construtoras, etc.

• Há necessidade de que as Demonstrações Financeiras reflitam a realidade financeira da empresa. Isto nem sempre
ocorre nas pequenas empresas, até em médias. Nos casos em que a falência realmente ocorre após a previsão, constatou-
se as demonstrações eram fidedignas.

• O modelo não deve ser considerado isolado, mas sim com outros indicadores que também deverão ser tomados em
consideração, para que haja maior eficiência da análise.

Curso Técnico em Administração de Empresa 33


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

EXERCÍCIOS
01) Calcular o Fator de Insolvência e aplicar o termômetro de Kanitz para o exercício da Cia TCN.

8. ÍNDICES-PADRÃO
A Análise de Balanços através de índices só adquire consistência e objetividade quando os índices são comparados
com padrões.

- Como avaliar se os índices analisados são bons? Como estão os índices dos concorrentes? O endividamento da empresa em
análise é maior que o das outras empresas do mesmo ramos de atividade?

- Sem dúvida, só poderemos avaliar bem os índices de uma empresa se os compararmos com os índices de empresas do
mesmo ramo de atividade.

- Quando calculamos índices de demonstrações financeiras de empresas do mesmo ramo de atividade para servir de base de
comparação para outras empresas daquele mesmo ramo, estamos calculando índices-padrão.

- Existem, várias tabelas estatísticas referentes aos índices-padrão:

• do SERASA;

• publicados na Revista Exame: “as Melhores e Maiores” (que são publicados anualmente);

• publicados através de estudos universitários (Livro Contabilidade Empresarial de José Carlos Marion), que, para fins
didáticos, serão apresentados, conforme tabela abaixo:

Curso Técnico em Administração de Empresa 34


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

Curso Técnico em Administração de Empresa 35


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

9. FORMAÇÃO DO PREÇO DE seus produtos e/ou serviços e alcançar não apenas a


permanência no mercado que atuam, mas também, outros
VENDA objetivos desejados.
Alguns dos aspectos que impactam fortemente a
9.1 INTRODUÇÃO obtenção desses objetivos são aqueles que dizem respeito à
análise dos custos e suas influências nas decisões que
A competitividade tem exigido das empresas a busca impactam a formação do preço de venda.
contínua em aprimorar a qualidade em todos os processos e Estas decisões que objetivam a definição do preço de
atividades que executam, buscando obter a aceitação dos venda envolvem aspectos muitas vezes analisados de forma

Curso Técnico em Administração de Empresa 36


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

empírica, baseadas em dados e informações históricas ou agregam valor sob a ótica do cliente, também não deveria
subjetivas, apenas com alguma base científica. impactar negativamente os resultados.
Este tipo de análise e decisão não mais atende as Este impacto negativo fará com que as empresas
necessidades que a competitividade trouxe, principalmente tentem obter mais recursos (lucros) através das operações
em períodos recessivos e de crise, quando a demanda cai de comerciais, fato que poderá influenciar na busca de
forma relevante, passando a dominar o ambiente a chamada vantagem competitiva através de preços considerados
“briga de preços”, fato que permite, por exemplo, a baixos para o mercado que atua.
existência de duas empresas com a mesma estrutura física e Para compreender como estes elementos impactam,
de recursos financeiros, praticando preços muito diferentes. será apresentada a estrutura genérica dos preços de vendas.
Percebe-se então que o preço de venda não pode mais
ser objeto de decisões empíricas, mas, sobretudo, objeto de
estudo, o que torna necessário conhecer todos os elementos
que o compõem, sejam internos ou externos. 9.3 ESTRUTURA DO PREÇO
Para conhecer esses elementos que compõem o preço
de venda, são necessários procedimentos organizacionais Entende-se como preço de venda o valor monetário
que informem sobre a estrutura patrimonial, assim como os que a empresa cobra de seus clientes em uma transação
relacionamentos sistêmicos que as empresas estabelecem comercial. Este valor deverá ser suficiente para que a
com o ambiente no qual estão inseridas, pois, qualquer empresa cubra todos os gastos que foram necessários para
decisão sobre preço de venda poderá provocar alterações em colocar o produto, mercadoria ou serviço, à disposição do
todas as áreas das empresas e, conseqüentemente, neste mercado, até a transferência da propriedade e da posse
relacionamento. destes, incluindo o lucro desejado ou possível.
Santos (1999, p.21) também acentua a importância, Estes gastos normalmente incluem a aquisição de
quando considera que “a formação do preço de venda dos matérias primas, mercadorias, serviços, como a mão-de-bra
produtos e serviços nas empresas constitui-se numa direta e indireta, além dos gastos com estocagem,
estratégia competitiva de grande relevância para as financeiros, tributos e outros.
organizações”. Para aglutinar estes gastos pode-se utilizar os seguintes
Em razão desses aspectos apresentados e, entretanto a elementos: preço de venda, custo, despesas variáveis,
necessidade de contribuir para uma melhor clareza por parte despesas fixas e margem de lucro.
das empresas na análise dos custos e na formação do preço Até decorrente da quantidade de estudos sobre o tema,
de venda, este artigo busca comentar sobre cada elemento, o custo pode ser o principal elemento que impacta a
conceituando-o e buscando compreender seu formação do preço de venda, por isso no item 6 será
comportamento nas operações comerciais. realizada a análise deste.
De forma mais específica, são apresentados os Despesas variáveis são entendidas como os gatos
diferentes critérios utilizados na formação do preço de decorrentes das vendas. Por exemplo: tributos diretos e
venda, a partir das diferentes ópticas de custos, e também indiretos, comissões, fretes, propagandas etc.
aqueles baseados nos preços praticados pelo mercado e no Despesas fixas são conceituadas como os gastos
retorno dos investimentos. que obrigatoriamente existirão, mesmo que não haja vendas.
Juntamente com estes, são apresentados os conceitos e Por exemplo: aluguéis das edificações, parte fixa dos
elementos básicos para a formação do preço de venda, tais salários dos vendedores, remuneração dos sócios gerentes,
como: mark-up, parâmetros externos, efeitos tributários salários administrativos etc.
sobre as vendas e sobre a margem de lucro líquida desejada Margem de lucro é o valor que a empresa entende ser
de tributos sobre o lucro. suficiente para atender as seguintes finalidades:
Não é objetivo construir modelos de formação de remuneração do capital investido, revestimento na própria
preço de venda a serem praticados em regimes empresa, outros investimentos de curto e longo prazo,
inflacionários ou mesmo na opção de compra ou venda a distribuição aos sócios e empregados, a remuneração pelo
prazo. risco do empreendimento, e também para compor o
patrimônio da empresa.
9.2 ÁREAS DE INFLUÊNCIA DIRETA Normalmente apenas os sócios, ou a alta
administração, e quem define esta margem de lucro.
Os preços atuam mais diretamente sobre Como custo poderá ser o primeiro elemento que
determinadas áreas, quais sejam: compras, estoque, custos, impacta o preço de venda, são apresentadas a seguir
marketing, vendas e finanças. algumas óticas e formas de influências.
A capacidade em adquirir mercadorias, ou matérias
primas, com preços menores; na gestação dos estoques; a
eficiência nos processos produtivos; as políticas na
formação dos preços; os procedimentos para a colaboração
dos produtos no mercado e a gerência dos recursos 9.4 MÉTODOS DE CUSTEIO
financeiros, são elementos/processos/atividades que, se não

Curso Técnico em Administração de Empresa 37


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

Os métodos do custeio objetivam identificar os gastos 4. Projeção das vendas esperadas dos demais produtos da
inerentes ao processo produtivo, acumulando-os de forma empresa;
organizada aos produtos. 5. Identificação dos objetivos globais e funcionais da
Estes custos podem ser aplicados a diferentes objetos empresa e estabelecimento dos objetivos de preço;
tais como produtos, departamentos, atividades, processos, 6. Identificação das políticas e diretrizes da empresa e
ordem de produção, ou outras formas que o gestor possa estabelecimento das políticas e diretrizes de preço;
demonstrar interesse. 7. Identificação das estratégias de globais e funcionais da
Os métodos existentes são: pleno, absorção, empresa e estabelecimento das estratégias de preço;
variável/direto e por atividade. 8. Projeção da estrutura de custos e despesas da empresa;
O custeio pleno, ou integral, é aquele que se 9. Apuração do capital investido no negócio e do
caracteriza pela apropriação de todos os custos e despesas respectivo custo de oportunidade;
aos objetos. 10. Aplicação do preço de simulação mais adequado;
O custeio por absorção objetiva a apropriação de todos 11. Obtenção da demonstração do resultado econômico;
os gastos decorrentes somente do processo produtivo aos 12. Avaliação e adequação do preço referencial às
produtos, identificando os fixos, variáveis, diretos e condições de comercialização.
indiretos. O autor entende que os preços de vendas deverão
O custeio variável, ou direto, tem o propósito de alocar buscar a otimização da relação preço/custo/volume, a qual a
aos produtos somente os custos identificados como empresa poderá obter do (1) fluxo de lucros contínuos a
varáveis, normalmente compostos pela matéria-prima e longo prazo, permitindo a otimização no uso da capacidade
mão-de-obra direta, consumidos no processo produtivo. instalada, e (2) garantir um retorno satisfatório sobre os
O Custeio Baseado em atividades (ABC – Activity capitais investidos no negócio.
Basead Costing) procura identificar quais os custos das Para Bernardi (1996, p.219), os preços de vendas
atividades e não dos produtos, pois defende a óptica de que podem ser determinados a partir dos seguintes fatores: os
os produtos consomem atividades e, são estas atividades, e objetivos definidos, a demanda identificada e da
não os produtos, que consomem recursos. concorrência.
Além desses métodos, na formação de preço de Bernardi (1996:221) ainda completa, afirmando que
venda também são utilizados os custos de transferências e “estabelecer preços é uma decisão difícil e complexa
os valores praticados no mercado. Os custos de notadamente quando o mesmo é estabelecido pela primeira
transferência são aqueles utilizados nos relacionamentos vez, ou quando se objetiva mudar os preços. A formação
entre as áreas de responsabilidade existentes nas empresas. dos preços, orientando-se pelo ponto de vista interno,
Já os valores de mercado são aqueles praticados por outras poderão adotar os seguintes caminhos: Preços Baseados nos
empresas no mesmo ramo. Custos, Retorno do Investimento e a Maximização dos
Lucros.”
9.5 MÉTODOS UTILIZADOS PARA Também Atksinson et al (2000) considera essas
dificuldades, quando analisa as variáveis que atuam em
FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA decisões sobre preço e mix de produtos, traçando parâmetros
e apresentando casos em estabelecimento de preços para
Devido à crescente competitividade, antes de formar curto e longo prazo.
preço e definir suas políticas de vendas, as empresas A seguir são demonstradas definições de preço de
deverão fazer um diagnóstico, o mais completo possível, venda com base no retorno do investimento e na
acerca do mercado que atuam, do ambiente externo que está maximização dos lucros.
inserida, da concorrência, além de seus próprios pontos
fortes e fracos existentes em sua estrutura patrimonial.
Além destes aspectos, deverá verificar quais os 9.5.1 PREÇO DE VENDA BASEADO NO
valores que seus clientes atuais, e os clientes em potencial, INVESTIMENTO
estariam dispostos a pagar por seus produtos.
Os outros aspectos que deverão ser considerados Construído com base em percentual previamente
são aqueles referentes aos objetivos da empresa, os quais estabelecido no planejamento.
basearão as políticas de preços a serem adotadas. Para calcular o preço de venda são necessários os
Só após estas verificações e com enfoque de fora seguintes elementos:
para dentro, é que as empresas deveriam, então, decidir 1. custos e despesas totais padronizados para o período; e,
quais os preços de vendas que poderão praticar. 2. identificação do total investido para o período.
Sobre esses aspectos a serem analisados, Santos Utilizando elementos:
(1999, p.22) apresenta o que denomina de Etapas
Operacionais para a estruturação sistêmica do preço de Despesas + (% Retorno x Capital Investido)
venda, a partir do enfoque econômico. São elas: Custo Total
1. Avaliação estratégica das variáveis externas não-
controláveis; Utilizando valores: despesas: $400.000,00
2. Caracterização do ambiente de competição de mercado; capital investido: $4.000.000,00
3. Projeção da demanda de mercado e do produto; retorno definido: 20%

Curso Técnico em Administração de Empresa 38


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

custo total: $1.500.000,00


1. Estimativa das vendas totais possível e elasticidade
Então: do preço: Para determinado preço base, estima-se
400.000,00=(20% x 4.000.000,00)=0,80, ou 80% realisticamente o potencial de volume de vendas e,
1.500.000,00 simulando variações nos preços, observa-se o
impacto no volume.
Multiplicando 1,80 sobre os Custos Totais, têm-se: 2. Estimativa de Custos e Despesas: mesmos os fixos
Vendas: $ 2.700.000,00 podem variar, conforme o volume vendido, assim,
Custos: $ 1.500.000,00 a empresa estima seus custos e despesas para o
Despesas: $ 400.000,00 volume estudado.
Lucro: $ 800.000,00, ou seja, 20% de $ 3. Localização do preço que maximiza: Através de
4.000.000,00, ou ainda 29,62% das vendas. simulação sobre um preço base e um volume
Obviamente que este percentual de 20% esperado de venda, juntamente com o custo busca-
deverá ser médio para toda a empresa, podendo se encontrar em que preço e volume que o lucro
pode ser maximizado.
alternar um percentual específico para cada
produto. Como exemplo têm-se um preço base de R$ 40,00 e
um volume esperado de 1.000 unidades. Simulando uma
9.5.2 PREÇOS BASEADOS NA MAXIMIZAÇÃO DOS variação de 5% de forma gradual, obtém-se o quadro 01 a
LUCROS seguir:

Para identificar o preço de venda que alcance o


maior lucro possível, Bernardi (1996,p.245) afirma que
devem ser considerados os seguintes fatores:
Quadro 01 – Variação do lucro em função da variação do custo

Preço Unidade Vendas Totais Variação Custo Total Variação Lucro


40,00 1.000 40.000 ----- ----- 400 4.000
38,00 1.100 41.800 1.800 36.000 600 5.400
36,00 1.200 43.200 1.400 36.400 800 6.200
34,00 1.300 44.200 1.000 37.000 1.000 6.400
32,00 1.400 44.800 600 37.800 1.200 6.000
30,00 1.500 45.000 200 38.800 1.400 5.000
28,00 1.600 44.800 (200) 40.000 41.400 3.400

Observa-se que os melhores preços de venda estão entre R$ 36,00 e R$ 34,00, para os volumes de 1.200 a 1.300
unidades, capazes de gerar os lucros de R$ 6.200,00 e R$ 6.400,00 respectivamente.
O problema deste método se encontra na determinação dos volumes que serão ou não aceitos pelos clientes, fato que
estudos estatísticos e comportamentais poderão contribuir.

10. PREÇO BASEADO NO CUSTO A estruturação formal é simplificada, bastando apenas


a definição de um mark-up (taxa de marcação).
Nas empresas que possuem sistema de custos e, Desta forma, quando os preços de venda utilizam o
adotando-os como base na formação dos preços de vendas, custo como base de sua formação, o objetivo passa a ser
o processo desta formação poderá, se tornar prática e definição de um mark-up divisor ou multiplicador.
simples, evidenciando os seguintes aspectos: preço e Esse mark-up é um valor ou percentual que aglutina os
continuidade, rotinização das decisões e estrutura formal do elementos que compõem o preço de venda, ou seja, o custo,
preço. as despesas e o lucro.
Nesse procedimento, o conhecimento da estrutura do Supondo a seguinte estrutura de preço de venda, de
processo produtivo poderá se concluir como vantagem forma percentual tem-se o quadro 02 a seguir
competitiva.
Colocado em processos rotineiros, qualquer alteração
para reavaliação do preço de venda torna-se fácil e
estruturada, economizando tempo e esforços. Quadro 02 – Formação percentual do preço de venda

Preço de venda 100,00%

Curso Técnico em Administração de Empresa 39


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

ICMS da venda 17,00% O custeio por absorção define que o custo


PIS/COFINS 3.65% dos produtos serão constituídos por todos os
Despesas 10,00% gastos no processo produtivo, desta forma, o
Lucro antes dos tributos 15,00% preço de venda deverá cobrir os custos totais
TOTAL 45,65% (somatória da matéria prima consumida, mão-de-
obra direta e os custos indiretos alocados),
O mark-up divisor será: 100% - 45,65% = 0,5435 obtendo-se o lucro bruto, e este deverá cobrir as
100 despesas fixas e variáveis, além de proporcionar
o lucro líquido.
O mark-up divisor será: 1 = 1,8399264 O objetivo deste cálculo é uma primeira
0,5435 aproximação do preço: ele poderá sofrer
modificações posteriores, decorrentes das
Como exemplo, têm-se o valor de $100,00 alterações no mercado.
como custo unitário e o preço de venda, Qualquer alteração nas condições de
utilizando o mark-up divisor, será $183,99, e pelo mercado impactam este cálculo, forçando a
mark-up multiplicador será também de empresa até a reprojetar o produto, adequando
$183,99, resultando em lucro de $ 27,60, ou seja, seus custos aos preços aceitos.
15% do preço de venda. A utilização do custeio por absorção é alvo
O exemplo citado não destaca qual o de críticas, tais como:
método de custo utilizado. 1. Ignora a procura por parte do mercado,
No entanto, existem discordâncias quanto à atendo-se à estrutura interna da empresa,
identificação do custo unitário. o que provoca uma certa omissão quanto
Em relação a estes custos unitários, vários aos procedimentos da concorrência e, por
conceitos podem ser utilizados na fórmula para isso, poderão não auxiliar na obtenção de
determinação de preços. Em geral, os custos vantagens em relação ao mercado que
podem ser: custo anual, custo previsto ou o custo atua.
padrão. 2. Baseando-se somente em custos
O custo atual refere-se aos valores históricos históricos, o preço de venda encontrado
mais recentes. poderá prejudicar a reposição dos
O custo previsto é aquele que se refere a estoques, alem de no longo prazo, agir
valor futuro, ou de reposição, para determinado negativamente sobre os lucros.
período. 3. Utilizando a absorção de todos os gastos
O custo padrão é o valor estimado para um no processo produtivo, não evidencia os
determinado grau de eficiência, que poderá ser diferentes aspectos intrínsecos a cada
um grau ótimo ou simplesmente normal. elemento dos custos, pois, a
Outro fator que impacta o custo unitário compreensão das diferenças existentes
utilizado na formação do preço de venda é entre os vários tipos de custo, está, cada
acerca da metodologia utilizada. vez mais, sendo fator importante neste
Em razão disso, serão apresentados processo.
exemplos de formação de preço de venda com
base nos custeios por absorção, custeio variável, Entendendo que poderá atender com
custeio ABC e os valores de transferência. eficiência as análises de custos e sua influência
na formação do preço de venda, têm-se
procurado utilizar outros métodos na
identificação dos custos.

10.1 COM BASE NO CUSTEIO POR


ABSORÇÃO

10.2 COM BASE NO CUSTEIO DIRETO

Curso Técnico em Administração de Empresa 40


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

O quadro 03 abaixo demonstra, de forma simplificada, as diferenças entre o Custeio Direto e o Custeio por Absorção:
Quadro 03 – absorção x direto no preço de venda

Preço de venda Preço pelo absorção Preço pelo direto


Preço de venda 90,00 90,00
Materiais 18,00 18,00
Mão-de-obra 12,00 12,00
CIF Total 30,00 10,00
Identificação 10,00 10,00
Não identificado 20,00 ---
Custo de produção 60,00 40,00
Margem de contribuição 30,00 50,00*
Despesas fixas e variáveis 10,00 30,00
Lucro presumido 20,00 20,00
Mark-up multiplicador 1,50 2,25
* Acumula $20,00 dos CIF não identificado

Verifica-se que a definição do mark-up dependerá do Esta situação se aplica aos relacionamentos entre as
método de custeio utilizado. áreas de responsabilidades.
A forma que se demonstrou os custos diretos e sua Ele aparece quando uma empresa descentraliza suas
relação com o preço de venda neste exemplo, indica como operações, segregando em unidades fisicamente separadas,
as informações podem ser utilizadas como na formação do embora possam, cada uma, realizar apenas uma das fases do
preço de venda. É importante ressaltar que o mark-up é processo produtivo.
somente um guia, não constituindo-se no único indicador De outro modo, a descentralização também poderá
para todos os produtos. É fato que as empresas não acontecer caso a empresa objetive atuar em outros
possuem, sempre, um só produto, sendo que, na formação segmentos do mesmo mercado, ou até em outros mercados.
dos preços e a avaliação da lucratividade por linha de Normalmente quando uma área de responsabilidade
produto, não se deve trabalhar com um fator de mark-up não for inteiramente independente e separável, os bens e
único ou médio, e sim, com diversos fatores individuais, os serviços que produz serão transferidos pelo custo de
mais adequados a cada um dos produtos. produção, podendo prejudicar uma análise mais eficiente do
Embora a utilização somente dos custos diretos processo produtivo e o resultado geral desta área.
“retrata de alguma forma a variação dos custos pelo volume De outra forma, com as possibilidades de tecnologia de
de atividades” (Cia & Cia – 1998:289), a utilização processamento de dados existentes, a identificação do preço
gerencial do Custeio Variável permite o destaque dos custos de transferência ampliou-se para um conjunto complexo de
variáveis, fato que contribui nas análises sobre o procedimentos.
desempenho destes elementos quanto aos aspectos Um destes procedimentos é aquele que
qualitativos e quantitativos obtidos no processo produtivo. busca medir o desempenho dos segmentos
Por outro lado, a utilização somente do Custeio divisionais, através do relacionamento entre o
Variável faz com que sejam desconsideradas outras Capital Investido e o Lucro obtido, fato que
atividades, as quais poderão estar ligadas aos custos fixos,
provoca a compreensão e análise do conceito de
como parâmetros de variação no custo unitário.
Para as empresas que descentralizadas suas fases lucro por parte de todos os envolvidos,
operacionais, na forma de divisões distintas, ou mesmo contribuindo para aumentar o interesse em
constituindo controladas ou coligadas, os chamados Preços alcançar uma adequada taxa de lucro.
de Transferências é que deverão ser um dos fatores que Adotando-se o conceito de lucro nas transferências,
mais impactam os preços de vendas de cada área de torna necessária a definição da receita, sendo esta, então,
responsabilidade. parcela do custo da unidade receptora. Assim, o preço com
o qual se fazem as transferências obriga a análise periódica
sobre todos os processos incorridos, o que pode revelar
10.3 COM BASE NOS PREÇOS DE pontos fracos em algum processo que ocorra em alguma das
TRANSFERÊNCIA áreas que se relacionam.
Os métodos mais utilizados para a
Segundo Limberg et al (1997:69): “um preço de definição dos preços de transferências são: custo
transferência é a quantia cobrada por uma companhia por
real, custo padrão, custo padrão mais margem,
um produto ou serviço que forneceu a uma companhia
relacionada, como uma transferência entre uma matriz e sua preço de mercado e preço administrado.
filial, ou subsidiária.” Aqueles baseados nos custos podem não contribuir
para empresas com estruturas descentralizada que precisam
medir o desempenho de suas unidades, além dos fatores já

Curso Técnico em Administração de Empresa 41


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

citados quanto aos métodos de acumulação dos custos. 10.4 COM BASE NO CUSTEIO ABC
Outro aspecto sobre custos é a responsabilidade, pois, a
controlabilidade destes custos causa alguma confusão entre Através deste método, buscam-se as atividades que
os gestores divisionais e, entre estes e a Alta Administração contribuem, de forma específica e mais direta possível no
da empresa. Este aspecto será analisado no item 7. processo produtivo.
Diante destes aspectos, a opção mais indicada por Utilizando ferramentas próprias, procura identificar
vários autores constantes na Bibliografia pesquisada para a todos os gastos relacionados às atividades produtivas,
formação dos preços de Transferência são os valores transferindo os recursos consumidos nestas atividades para
praticados pelo mercado, desde que exista um mercado o produto.
externo bem desenvolvido do produto que se procura A identificação das atividades pode ser a seguinte,
transferir. O principal obstáculo é que nem sempre este apresentada no Quadro 04 a seguir, conforme apresenta
mercado existe, principalmente para produtos Atkinson et al (2000, p.136):
intermediários e os semi-acabados.

Quadro 04 – categorias e direcionadores de custos das atividades


Categorias Atividades Representativas Direcionadores de Custos das
Atividades
Atividades de apoio às instalações Administração da fábrica Contabilidade e Metros quadrados de espaço Quantidade
pessoal de funcionários
Limpeza, iluminação
Aluguel, depreciação
Atividades de apoio ao produto Projeto do produto Quantidade de produtos
Administração de peças Quantidade de produtos
Engenharia Quantidade de Pedidos de Alteração de
Pedidos de expedição de produtos Projetos.
Atividades relacionadas com o Setup da máquina Horas de setup
lote Inspeção do primeiro item. Pedido de Horas de inspeção
compra Quantidade de Pedidos
Materiais manuseados Quantidade de materiais
Programação da produção Movimentos
Quantidade de turnos de produção
Atividades relacionadas com as Inspeção de cada item Supervisão da Quantidade de unidades horas de mão-de-
unidades mão-de-obra direta obra direta
Consumo d energia e óleo para Horas de máquina
funcionamento das máquinas
(FONTE: Atkison et al 2000, p. 136)
Também em Kaplan & Cooper (1998, p. 102) podem ser observadas a figura 01 a seguir, caracterizando as atividades
em um processo industrial:

Figura 01 – Identificação das atividades os recursos consumidos

Atividade Salários e Ocupação Equipamentos e Materiais e Total (US$)


benefícios (US$) tecnologia (US$) suprimentos (US$)
(US$)
Processar pedidos de 800 49.700
clientes 31.000 5.300 12.600
Comprar materiais 1.500 51.200
34.000 6.900 8.800
Programar ordens de 300 41.900
compra 22.000 1.200 18.400
Transferir materiais 3.600 41.000
13.000 2.100 22.300
Preparar máquinas
42.000 700 4.800 200 47.700
Inspecionar itens
19.000 13.000 19.700 800 52.500
Manter informações

Curso Técnico em Administração de Empresa 42


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

sobre produtos 36.000 2.800 14.500 400 53.700


Executar mudanças de 32.000 26.900 2.400 110.300
engenharia 49.000
Expedir pedidos 900 700 500 16.100
14.000
Lançar novos produtos 44.000 16.100 18.700 113.800
35.000
Solucionar problemas 2.100 1.200 800 22.100
de qualidade 18.000
TOTAL 313.000 111.000 146.000 30.000 600.000
(FONTE: KAPLAN & COOPER, 1998, P. 102)

Atribuindo aos produtos os custos de cada atividade, o valor unitário pretende ser possível, contribuindo para que o
preço de venda a ser formado guarde relação específica com o resultado deste produto.
Outro objetivo deste método e a identificação das atividades que agregavam valor, e as que não agregam, sob a óptica
do mercado que atua.
O cálculo para formação do preço de venda, utilizando o ABC, não será deferente, pois, o que irá mudar será o mark-up,
conforme já verificado quando da comparação entre o Custeio por Absorção e o Custeio Direito.
O quadro 05 a seguir apresenta o estudo de Cia & Cia (1998:290), através da Tabela IX e apresentando o Quadro
Comparativo Custeio Variável x ABC X Lógica da TOC (Teoria das Restrições – outro conceito aplicado à acumulação dos
custos (grifo nosso):

Quadro 05 – Comparação variável x ABC x TOC Segundo Sakamoto et al (1997, p.400), pode-se
observar que o ABC proporciona condições para a obtenção
MESES 1 2 3 das seguintes informações de caráter gerencial:
Variável $ 6.440 $ 7.080 $ 7.880 1. Como reduzir custo:
ABC $ 3.761 $ 5.430 $ 6.923 - Reduzindo o tempo e esforços.
TOC $ 6.000 $ 6.000 $ 7.000 - Eliminando atividades desnecessárias.
- Redistribuindo/ eliminando recursos não
FONTE: Cia & CIA, 1998, p.290) utilizados.
- Identificando custos redundantes.
Cia & ainda complementam: “A, o total de custos e 2. Passos para desenvolvimentos:
despesas projetados variam de acordo com a abordagem - Determinação da missão.
utilizada.” - Comunicação dos objetivos.
Desta forma, quando a formação da variação da - Desenvolvimento das medidas.
mark-us baseia-se no custo, o percentual divisor ou o índice 3. Como analisar atividades:
multiplicador será diferente em decorrência da abordagem - identificando atividades não essenciais.
na acumulação dos custos - Provendo formas de análise das atividades
Embora o elemento Custo seja, normalmente, o que significantes.
mais causa interferência, obviamente que, caso altere o - Examinando ligações entre as atividades.
valor outro elemento componente no cálculo do mark-up, - Analisando o custo da complexibilidade.
também será alterado o preço d venda encontrado. 4. Direciona para a classe Mundial:
Sobre a capacidade de análise proporcionada pelo - Gestão estratégica.
Custeio ABC, vê-se que, Identificando cada atividade, torna - Apoio à Administração.
possível um melhor entendimento do processo, a análise das - Análise do valor agregado da qualidade.
tarefas, o fluxo dos recursos consumidos diretamente nas - Orçamento baseado em atividades, Etc.
atividades primárias, e do apoio, auxiliando a detecção de
problemas existentes nas atividades nos recursos O autor considera que essas ferramentas utilizadas
desperdiçados, e as possibilidades de intervenção (tomada pelo ABC contribuem para que ele seja o sistema de custeio
de decisão) na correção dos desvios (se houver comparação de que a empresa necessita para avaliar, através de análises
com padrões preestabelecidos), ou nas reavaliações e investigações paralelas, as decisões de corto prazo que
periódicas destas mesmas atividades. pretende tomar.
De forma comparativa, pode-se considerar que os
procedimentos que o ABC proporciona sejam similares aos

Curso Técnico em Administração de Empresa 43


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

processos de auditoria, o qual objetiva guiar a empresa monopólios, oligopólios, convênios e concorrências
através de um processo lógico de identificação dos (agressivos e/ou promocionais).
objetivos, medição do desempenho atual, determinação do Existe também aquele que busca envolver tanto os
efeito das práticas atuais e identificação de onde as custos, as decisões de concorrência, e as características do
mudanças são necessárias. mercado, chamado de Método Misto, para o qual Santos
Isso auxilia a empresa a priorizar ações, mas não (1991:125) chama a atenção, afirmando que “seria bastante
modifica a necessária vinculação entre os processos temeroso para a administração de uma empresa estabelecer
operacionais e as estratégias definidas pela Alta preços sem a combinação desses fatores. Cedo ou tarde ela
Administração teria de arcar com as conseqü6encias de sérios erros que
poderiam deixar de ser cometidos.”
11. PREÇO COM BASE NO Outros fatores a serem considerados na formação
de preços com base no mercado é que há setores em que os
MERCADO preços são geralmente ditados apenas pelo mercado, tais
como:
Nos métodos de formação de preço de venda para o - setores de alta tecnologia, devido aos curtos ciclos de vida
mercado, a empresa poderá decidir pela fixação com base dos produtos.
nos preços praticados pelo mercado, deixando, como - setores em que os preços de mercado sejam facilmente
prioridade, uma menor atenção aos seus próprios custos ou conhecidos, como no caso de commoditties; e,
à procura de seus produtos. - setores em que os custos dos produtos são difíceis de
Desta forma, o preço de venda praticado pela determinar.
empresa poderá ser igual, menor ou maior do que o Entretanto é natural que os gestores dediquem
praticado no mercado, dependendo dos objetivos e das maiores atenções aos produtos que alcancem maior
inferências que produz sobre as possíveis influências que lucratividade e é o sistema de custos que vai proporcionar
podem lhe causar os componentes do sistema de informações sobre as margens efetivamente obtidas, Neste
informações baseia-se apenas nos custos integrais e sentido, o ABC se apresenta como um sistema que fornece
históricos em lugar dos custos incrementais (aumento de informações mais acuradas, isto é, mais isentas de erros
volume), ou futuros (derivados dos planos existentes). sistemáticos.
Sobre a formação do preço baseado no mercado, Além disso, há de se considerar que produtos
Motta (1997:35), considera que: fabricados sob encomenda geralmente não possuem preços
As preocupações seguintes sejam tomadas para de mercado disponível, fato proporcionado pela
compatibilizar a formação de uma estratégia de obrigatoriedade da análise de valor efetuada sobre as
preço, quais sejam: atividades.
1. Identificar os custos incrementais e Ampliando os aspectos acerca do método de
evitáveis que são aplicáveis a uma acumulação.
alteração de vendas. Ampliando os aspectos acerca do método de
acumulação de custos que a empresa opte por utilizar, um
2. Calcular a margem de contribuição e
destes aspectos e aquele que se refere à condição, ou
variação das vendas em equilíbrio autonomia descentralizada, do efetivo controle sobre os
relativas à mudança de preço proposta. recursos aplicados no processo produtivo, ou seja, a
3. Avaliar a sensibilidade ao preço por aparte dos controlabilidade, que será analisada no item 8.
compradores, com a finalidade de estimar a
plausibilidade de eles alterarem suas compras
acima ou abaixo da variação das vendas em 11.1 CONTROLABILIADDE DOS
equilíbrio. CUSTOS
4. Identificar os concorrentes e avaliar suas
prováveis reações. Sobre este aspecto, Horngren & Foster, apud Parisi
5. Identificar compradores para os quais os custos, (a995:60), ressaltam que “controlabilidade é o grau de
sensibilidade ao preço e concorrência são influência que um gerente específico tem sobre os custos ou
significativamente diferentes, e segmentá-los com receitas ou outros itens em questão.”
base no preço, onde for possível. Este aspecto é de suma importância em qualquer
6. Calcular as conseqüências em termos de lucro, procedimento que vise a análise dos custos, pois o grau de
aritmética ou graficamente, para diversas e autonomia detido pelo gestor divisional impacta diretamente
prováveis alterações das vendas. a capacidade de decidir sobre a utilização, ou não, de
7. Aceitar ou rejeitar as modificações de preço determinados recursos, fato que influencia diretamente
proposta, considerando os benefícios de resultados sobre o desempenho obtido pelo gestor divisional.
favoráveis, em comparação com os riscos Quando aos processos de controle, Arantes
percebidos de conseqüências desfavoráveis.” (1998:167-178) faz um estudo sobre eles destacando os
seguintes aspectos:
Quando formado com base no mercado, o preço de a) O processo de controle:
venda poderá ser determinado pelos seguintes fatores: 1. avaliação dos resultados.

Curso Técnico em Administração de Empresa 44


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

2. comunicação dos desvios. de cada recurso consumido no processo produtivo e nos


3. acompanhamento das correções. processos comerciais.
b) A necessidade de parâmetros de avaliação: Estes sistemas tradicionais fornecem informações
1. resultados previstos. que refletem o passado e, na maioria, contribuem apenas
2. resultados realizados. para decisões que buscam solucionar problemas de curto
c) Uniformidade de critérios de planejamento e prazo (mesmo quando realizadas prospecções em
controle. orçamentos).
c) escopo do controle em todos os planos (globais e Ao fornecer as variações entre o custo real e o
divisionais). orçado, evidencia o que se gastou no período contra o que
e) Papeis e responsabilidades no controle: foi orçado para este mesmo período.
1. disposição de bons instrumentos. Utilizando estas variações, possibilitam ações
2. responsabilidade de todos. apenas para os gestores divisionais, pouco contribuindo para
f) Ciclo do controle em todos os níveis gerenciais: o comprometimento dos funcionários que executam,
1. freqüência. efetivamente, as tarefas no processo produtivo (chamado de
2. amplitude. “chão da fábrica”).
3. nível de detalhe. Outro aspecto é o tratamento do Custo Fixo,
g) Os registros não constituem o controle. arbitrariamente rateado (absorção) ou relegado a gastos do
h) Os instrumentos não substituem a ação do controle. período (variável).
i) A necessidade de agilidade do controle. O foco é direcionar os custos aos centros de custos
j) O controle para frente (prospectivo). e, destes, para as áreas de responsabilidade, acompanhando
l) Destaque apenas das exceções. a premissa de que, alguém é responsável pelos recursos
consumidos naquela área e, por possuir um certo nível de
Martins (1994:259) acentua ainda que “pode-se dizer autonomia sobre o controle destes recursos, deverá
que a empresa tem controle dos seus Custos e Despesas responder pelos resultados ocorridos (accountability).
quando conhece os que estão sendo incorridos verifica se Em razão da constatação destes aspectos e,
estão dentro do que era esperado, analise as divergências e pressionadas pelo acirramento da concorrência, com a
toma medidas para correção de tais desvios. Isto nos conseqüente diminuição dos lucros, as empresas buscaram
permite concluir que nenhum Sistema de Custo, por mais conhecer seus pontos fracos e fortes, no sentido de
completo e sofisticado que seja, é suficiente para se redirecionarem ações que possibilitassem sua continuidade
determinar que a empresa tenha Controle deles.” no mercado.
Rocha (1995:3) acompanha esta afirmação, Neste ambiente, surge, após maiores pesquisas, o
comentando que “sistemas ideais são provavelmente Custeio, o qual apregoa que os custos devem ser
inatingíveis em organizações reais, pois cada uma tem seus gerenciados e não simplesmente eliminados.
próprios objetivos e é diferente em termos de produtos, Para este gerenciamento deverá identificar os
processo, cultura e condições atuais.” objetivos da empresa, as funções que apóiam estes
Martins (1994:260) ainda defende que, “já o objetivos, os processos que possibilitam a execução das
objetivo em mira é Controle, não seria mais lógico fazermos funções, as atividades inseridas nestes processos, as tarefas,
as análises por Departamentos, já que sobre estes a que fazem parte destas atividades e as operações executadas
identificação da pessoa responsável é imediata, enquanto para o cumprimento das tarefas.
que normalmente não existe uma pessoa responsável pelo Aliadas a estes aspectos, busca-se também
Produto?“ identificar os chamados direcionadores de custos, o quais
Esta idéia de Martins, de forma geral, é discutida são entendidos como os fatores que provocam o consumo de
pelo Sistema ABC, no qual é possível delegar autonomias e recursos para a execução das atividades.
responsabilidades ao gestor de um produto, ou linha de Identificando-se as atividades e os direcionadores
produtos, para que ele seja o responsável direto por todas as de custos, os recursos consumidos serão atribuídos aos
atividades ligadas à produção de determinado produto, ou produtos que consumiram as atividades, o que proporciona a
linha de produtos. identificação dos recursos, variáveis e fixos, sacrificados
pela empresa no processo produtivo de determinado
produto.
Também se insere neste método a analise de valor
11.2 SOBRE A CONTRIBUIÇÃO DOS de cada atividade, buscando identificar aquelas que, sob a
óptica do cliente, efetivamente agregar valo. Aquelas que
SISTEMAS DE CUSTOS NA ANÁLISE não agregam só continuam no processo, caso sejam
DOS PROCESSOS PRODUTIVOS imprescindíveis para o ramo de negócios da empresa, ou
ainda, que possam apoiar as atividades que agregam valor,
Existem vários questionamentos sobre a Cia & Cia (1998:280) sugerem a seguinte
contribuição que os sistemas de custos por absorção e seqüência das fases na implantação do ABC: “A fim de
variável oferecem para a análise detalhada sobre a eficiência simplificar a implementação do ABC, deve-se agrupar as
atividades que tenham o mesmo direcionador em centros de

Curso Técnico em Administração de Empresa 45


PAGE
“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

atividades, reconhecendo quatro níveis de atividades: (1) ou avaliações subjetivas, ou ainda na dificuldade em
algumas são proporcionais ao volume de produção; (2) identificar um custo unitário exato.
outras independem do volume produzido e podem se alterar Estes aspectos tornam primordial o conhecimento
a cada lote produzido; (3) outras alteram de acordo com as dos custos, bem como de todos os elementos que compõem
peculiaridades de cada produto; (4) e finalmente existem a formação do preço de venda, compreendidos pelos que
aquelas que dão suporte a produção, ao nível da instalação.” exprimem a estrutura interna, e aqueles que procuram
Keegan & Eiler (1996:13) referindo-se ao melhor entender os impactos que o ambiente provoca nas operações
desempenho para qualquer sistema de custos, afirma que da empresa.
“sintetize o ABC e reestruture seu sistema de contabilidade O sistema de custos que a empresa se utiliza deverá
de custos. Isto não somente tornará o seu sistema mais estar continuamente em análise quanto a sua capacidade de
eficiente mas seus esforços serão recompensados muito gerar as informações sobre a estrutura interna, necessária ao
mais rapidamente do que você imagina.” pelo conhecimento de seus pontos fracos e fortes,
comparativamente àqueles observados na concorrência.
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nestes tempos de busca constante da vantagem
competitiva através do preço de vendas, as empresas não
têm mais como função apenas a geração de lucros e
aumento de seu patrimônio. Mas, sobretudo, um
comprometimento com o ambiente em que está inserida,
através das condições de trabalho, de transferência de
recursos na forma de remunerações diversas, e outros
envolvimentos sociais.
O fato de permitir a execução de atividades que
apresentem ineficiências não contribui para a redução de
seus custos, prejudicando a sociedade como um todo, pois,
o conhecimento de quanto custa seu produto talvez seja a
informação mais importante que as empresas desejem.
Outra informação prioritária é o retorno que a
venda de uma unidade poderá trazer, sobre a qual, talvez,
também não tenha a segurança necessária.
Essa insegurança normalmente decorre de decisões
tomadas de forma empírica, baseadas em dados históricos

BIBLIOGRAFIA
• MATARAZZO, Dante - Análise Financeira de Balanços - Abordagem Básica e Gerencial. Ed. Atlas - 1.995 - SP, 3ª
edição.

• IUDICIBUS, Sérgio - Análise de Balanços. Ed. Atlas. - 1992 - SP, 5ª edição.

• FRANCO, Hilário - Estrutura, Análise e Interpretação de Balanços - Ed. Atlas -1992 - SP, 15ª edição.

• Guia IOB de contabilidade, vol. I, II e III.

Curso Técnico em Administração de Empresa 46


PAGE

You might also like