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GRADUAÇÃO CIÊNCIAS CONTÁBEIS

O curso de Ciências Contábeis da UNIFAE está voltado para as necessidades da profissão


de Contador e tem acompanhado as transformações motivadas pela globalização dos
mercados.

Essa profissão é uma das mais respeitadas e indispensáveis, especialmente devido ao


aperfeiçoamento das instituições brasileiras que estão se consolidando. Nesse contexto,
todos devem preocupar-se com a transparência de suas informações contábeis.

DISCIPLINA CONTABILIDADE DE CUSTOS

Professor : EDUARDO BARATA

(Ainda que a obrigação de ensinar seja conseqüência do amor aos demais, a obrigação de continuar
aprendendo, cada dia, é conseqüência do amor à verdade. Santo Agostinho)

OBJETIVO

Transmitir ao aluno o modo pelo qual deve ser implementada a contabilidade para fins de
valorização de estoques e apropriação dos custos para a apuração do resultado nas
empresas industriais, em conformidade com a legislação societária e fiscal pertinente,
considerando ainda os aspectos gerenciais dos custos para tomada de decisão.

EMENTA

Introdução à contabilidade de custos. Confrontação entre contabildiade de custos,


contabilidade financeira e contabilidade gerencial. Terminologia contábil e implantação de
sistemas de custos. Classificações e nomenclaturas de Custos. Esquema básico de
contabilidade de custos. Custos diretos e indiretos de fabricação. Contabilização dos custos
de produção, o custo do produto vendido e a demonstração de resultado. Aplicação dos
custos indiretos de fabricação. Sistemas de custeamento. Aspectos fiscais relativos a
avaliação de estoques.

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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

2 Sistemas e Gerenciamento de Custos

A Contabilidade de Custos é orientada para gestão  Funções relevantes: CONTROLE E


TOMADA DE DECISÕES  Capacidade de gerar Sistema Gerencial de Informações.

Podemos apresentar o sistema geral de contabilidade de custos em três segmentos básicos:

MÉTODOS DE CUSTEIO
Custos do Produto X Custos do Período
Custeio Variável / Direto
Custeio por Absorção
Custeio Integral
Custo ABC
Custeio RKW

FORMAS OU SISTEMAS DE CUSTEIO


Mensuração
Custo Real
Custo Estimado / Orçado
Custo Padrão

SISTEMA DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS


Produtos ou Serviços / Processo Produtivo
Produção por Encomenda
Produção Seriada ou Contínua
Produção em Massa
Produção por Operação
Produção por Atividades
Custeamento por Ordem
Custeamento por Processo ou Atividades
Custeamento Híbrido

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2.1 Custos por Acumulação

Partindo do PROCESSO PRODUTIVO da empresa e seu CICLO OPERACIONAL, a empresa


tem condições de escolher o SISTEMA DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS que se coordena
com seu processo produtivo e que deve indicar os caminhos para a coleta, processamento e
saída de informações para o custeamento dos produtos. É o segmento estrutural de banco
de dados da contabilidade de custos.

O MÉTODO DE CUSTEIO define como deve ser feito o custeio dos produtos a ser adotado
pela empresa. Enquanto o sistema de acumulação está atrelado ao processo produtivo e ao
ciclo operacional, o método de custeio depende da visão conceitual que a empresa tem
sobre o método ideal de custeamento dos produtos.

As FORMAS DE CUSTEAMENTO são as opções de mensuração dos elementos obtidos pelo


sistema de acumulação que foram determinadas pelo processo produtivo e pelo método de
custeio adotado.

Aspectos principais das informações sobre os produtos e custos industriais devem ser
observados para facilitar o sistema de coleta, armazenamento e tratamento de dados:

ESTRUTURA DO PRODUTO  ENGENHARIA DE PRODUTO

PROCESSO DE FABRICAÇÃO  ENGENHARIA DE FÁBRICA OU DE PROCESSO

ATIVIDADES  IDENTIFICAÇÃO DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL QUE PRODUZ UM BEM


OU SERVIÇO PARA O PRODUTO OU PARA O PERÍODO E QUE CONSOME RECURSOS.

UNIDADES DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS  CENTROS DE CUSTOS

DEPARTAMENTOS FABRIS  DIRETOS E INDIRETOS

ACUMULAÇÃO DE DADOS  POR PROCESSO, POR ORDEM, HÍBRIDA OU POR OPERAÇÕES.

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2.2 Custeio por Absorção

Custeio por ARSORÇÃO é o método derivado dos Princípios de Contabilidade Geralmente


Aceitos. Consiste na APROPRIAÇÃO de TODOS os custos de produção aos bens elaborados
 todos os gastos relativos ao esforço de produção são distribuídos para TODOS os
PRODUTOS.

CUSTO POR ABSORÇÃO

ESQUEMA BÁSICO

CUSTOS

Indiretos Diretos

CRITÉRIOS
DE
RATEIO VENDAS BRUTAS

(-) Deduções de Vendas

PRODUTO A RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS

PRODUTO B
ESTOQUES (-) CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS

(=) RESULTADO BRUTO


PRODUTO C
(-) Despesa de Vendas

(-) Despesa Administrativa

DESPESAS (-) Res. Financeiro Líq.

(+) Outras Receitas Líq.

(=) RESULTADO OPERACIONAL

1 - Separação entre CUSTOS e DESPESAS

CUSTOS DE PRODUÇÃO
DESPESAS COMERCIAIS
DESPESAS ADMINISTRATIVAS

2 - Apropriação dos CUSTOS DIRETOS *

Matéria-Prima
Mão de Obra Direta

3 – Apropriação dos CUSTOS INDIRETOS **

Mão de Obra Indireta / Energia Elétrica


Depreciação / Seguros
Materiais de consumo
Manutenção

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Obs:
* Custos DIRETOS 
Custos diretamente relacionados ou apropriados aos produtos, bastando haver uma
medida de consumo. Ex: quantidade em unidades ou quilogramas de matéria prima,
horas da mão de obra direta.

** Custos INDIRETOS 
Custos indiretamente vinculados aos produtos. Qualquer tentativa de alocação tem
de ser feita de maneira indireta por critérios de rateio ou estimativas. Ex: aluguel,
manutenção, salários da mão de obra de apoio a produção.

DEPARTAMENTALIZAÇÃO

Departamento é a unidade mínima administrativa para a Contabilidade de Custos,


representada por pessoas e máquinas (na maioria dos casos), onde se desenvolvem
atividades homogêneas. Os departamentos normalmente possuem um responsável pela sua
gestão.

Departamentos de Produção  atuam sobre o produto.

Exemplos:

Fabricação, Montagem, Pintura, Usinagem, Forjaria, Perfuração, Corte e dobra, Acabamento

Departamentos de Serviços  execução de serviços auxiliares.

Exemplos:

Almoxarifado, Manutenção, Planejamento e controle da produção, Administração da


produção, Qualidade, Ferramentaria, Engenharia de processo, Engenharia de produto,
Expedição.

Função da DEPARTAMENTALIZAÇÃO  Efetuar a apropriação RACIONAL de CUSTOS


INDIRETOS ou forma mais adequada.

Pode-se alocar aos DEPARTAMENTOS 

• Custos e Despesas -

• Equipamentos – horas máquinas

• Pessoas – horas homem.

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DEPARTAMENTOS  DIVISÃO para controle  CENTROS DE CUSTOS

Subdivisão por CENTROS DE CUSTOS  Unidade mínima de acumulação de custos. Quando


coincide com o próprio departamento, torna-se unidade administrativa.

1 - Departamento que contenha quase exclusivamente custos FIXOS* precisa ser rateado
para outros departamentos, quer de PRODUÇÃO ou de SERVIÇOS.

Regra geral  base de potencial de utilização

2 - Departamento que contenha quase exclusivamente custos VARIÁVEIS** precisa ser


rateado para outros departamentos, quer de PRODUÇÃO ou de SERVIÇOS.

Regra geral  base de serviço realmente prestado

* Custos FIXOS 
Custos com valor determinado que não variam de acordo com o volume de produção de um
período. Ex: mão de obra indireta, depreciação, aluguel.

** Custos VARIÁVEIS 
O consumo dos custos diretos dependem diretamente do volume de produção. Quanto
maior a quantidade produzida, maior o consumo. Ex: matérias-primas, componentes,
embalagens.

Exemplo clássico : Departamento de Manutenção (CRITÉRIO MISTO)

PROCESSO 1 PROCESSO 2 PROCESSO 3 PROCESSO 4 Total


PARTE FIXA
Com base no potencial de utilização
(média dos últimos meses) 25% 40% 15% 20% 100%
Salário da Mão de Obra Indireta R$

PARTE VARIÁVEL
Com base no número de horas 45% 35% 20% ///////////// 100%
(mensuração por serviço prestado)
Materiais aplicados nos serviços R$

CUSTOS TOTAIS 35% 38% 18% 10% 100%

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

Documento do Documento do
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EXERCÍCIO _07 EXERCÍCIO _08

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2.3 Custeio por Ordem de Produção e/ou Encomenda

A produção por ordem de produção é um sistema no qual cada componente do custo do


produto é acumulado numa ordem de produção específica. Pode-se afirmar que na
determinação do custo, cada lote de produtos ou serviços encomendados é uma unidade de
produção.

Características principais:

As ordens de produção são emitidas e seus custos acumulados para cada produto ou lote de
produção;

O custeamento por ordem de produção é usado em indústrias cuja produção é intermitente


e cujos produtos ou lotes podem ser perfeitamente identificados no processo de fabricação.
Isso ocorre principalmente em relação à produção não padronizada e não repetitiva;

Identifica a produção por lotes diferentes de produtos durante o processo de fabricação, ou


de cada encomenda específica;

Esse sistema de produção e de custeamento é mais comum nas seguintes atividades:

Atividade industrial

Produção por ordem  indústrias pesadas, construção naval e embarcações, aeronaves,


máquinas e equipamentos agrícolas, construção civil voltada a atividades governamentais,
produtos especiais, de móveis, construção civil, confecção de moda, etc.

Atividade de serviços

Produção por ordem  escritórios de engenharia, auditoria, consultoria, planejamento etc.

As ordens de produção – OP’s – são emitidas para dar início à execução da produção de
determinada unidade ou lote de produção. A OP acompanha o produto em cada etapa do
processo fabril até o estágio de acabamento, onde é encerrada. O termo ordem de serviço é
utilizado pelas empresas de serviços e segue a mesma metodologia das ordens de
fabricação.

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2.4 Custeio por Processo de Produção Contínua ou Por Processo

O sistema de custeamento por produção contínua ou por processo destina-se a acumular os


custos nas empresas em que a fabricação dos produtos ou a prestação de serviços se
caracterizam por produtos padronizados, produção contínua ou intermitente e demanda
constante e previsível.

Características principais:

Os custos são acumulados por departamentos ou centros de custos, sendo esse um ponto
fundamental;

Os custos dos departamentos auxiliares – ou não produtivos – são alocados aos


departamentos produtivos de acordo com diversos critérios de rateio;

O custo unitário de cada unidade produzida é obtido pela divisão do custo total de cada
departamento pelo volume de produção.

Esse sistema de produção e de custeamento é mais comum nas seguintes atividades:

Atividade industrial

Produção contínua  indústria de cimento, química e petroquímica, produtoras de plásticos,


borracha, fertilizantes, de álcool, de açúcar, indústrias têxteis, de vestuário, automobilística,
produtos alimentícios, farmacêuticas, siderúrgicas, eletrodomésticos etc.

Atividade de serviços

Produção contínua  companhias de saneamento, telefonia, energia elétrica etc

Diferenças no tratamento contábil

PRODUÇÃO POR ORDEM

Os custos são acumulados numa ordem de produção ou conta específica para cada ordem
ou encomenda que são encerradas no término da produção ou apontamento da ordem,
podendo permanecer em produtos em elaboração até o seu encerramento.

A contabilização pode ser feita de forma analítica, acompanhando todas as fases de


produção, ou pode ser sintética, transferindo os custos de suas contas por natureza
diretamente às ordens, sem passar pelos departamentos. Essa fase de transição ficaria
suportada nos papeis de trabalho ou planilhas desenvolvidos para fazer os controles de
custos.

PRODUÇÃO CONTÍNUA

Os custos são acumulados em contas representativas das diversas linhas de produção e são
encerradas no fim de cada período de apuração. Como os produtos transitam em diversos
departamentos, devem existir medidas e parâmetros para a correta avaliação dos critérios
de rateio utilizados em cada fase de produção.

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Outros aspectos relevantes

A contabilidade de custos define a forma como os custos são acumulados no sistema de


custos segundo a característica da empresa e de seu processo de produção.

Devemos levar vários fatores em consideração para a melhor opção da forma como os
custos serão apurados

O Sistema de Custeio utilizado depende de 

Estrutura organizacional
Departamentalização
Procedimentos operacionais
Processos de manufatura
Controles físicos

Independente do tipo de produção, se por ordem ou contínua, os custos indiretos são


acumulados nos diversos departamentos para depois serem alocados aos produtos.

Algumas empresas pela característica do produto podem utilizar os dois tipos de sistema de
acumulação de custos. Exemplos: embalagens, automobilística, eletrodomésticos etc.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

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EXERCÍCIO __ EXERCÍCIO__

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3. Custos para Tomada de Decisão e Controle

3.1 Custeio Variável ou Direto

Este sistema fundamenta-se na separação dos gastos em VARIÁVEIS* e FIXOS**, isto é


gastos que oscilam proporcionalmente ao VOLUME da produção e vendas e gastos que se
mantém estáveis perante o volume de produção e vendas, oscilando dentro de certos
limites.

* Custos VARIÁVEIS 
O consumo dos custos diretos dependem diretamente do volume de produção. Quanto
maior a quantidade produzida, maior o consumo. Ex: matérias-primas, componentes,
embalagens.

** Custos FIXOS 
Custos com valor determinado que não variam de acordo com o volume de produção de um
período. Ex: mão de obra indireta, depreciação, aluguel.

O total dos custos variáveis oscila proporcionalmente ao volume da produção, entretanto, o


custo variável por UNIDADE mantém-se constante dentro do intervalo da análise.

Exemplo :

Custo Varável - MATÉRIA PRIMA

Consumo Custo Custo por Qtde Custo


Período p/ Un. Produzida por KG Un Produzida Produzida Total

Período 1 2 kg R$ 12,00 R$ 24,00 2.000 R$ 48.000,00


Período 2 2 kg R$ 12,00 R$ 24,00 3.000 R$ 72.000,00
Período 3 2 kg R$ 12,00 R$ 24,00 2.500 R$ 60.000,00

Os custos fixos em valores absolutos são estáveis, isto é não sofrem oscilação em função do
volume de produção, porém quando convertidos em custos por unidade de produto, o valor
desses custos torna-se variável.

Exemplo:

Custo Fixo - ALUGUEL DO EDIFÍCIO DA FÁBRICA

Pgto Qtde
Período por Período Produzida Custo Total

Período 1 R$ 12.000,00 2.000 R$ 6,00


Período 2 R$ 12.000,00 3.000 R$ 4,00
Período 3 R$ 12.000,00 2.500 R$ 4,80

Os defensores da utilização dos custeio variável/direto como instrumento gerencial se valem


de três argumentos principais:

1 Os custos fixos, por sua natureza, existem independentemente da fabricação ou não de


determinado produto ou do aumento ou redução da quantidade produzida. Os custos fixos

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podem ser encarados como encargos necessários para que a empresa tenha condições de
produzir e não debitado como encargo de um produto específico.

2 Por não estarem vinculados a nenhum produto específico ou a uma unidade de produção,
eles sempre são distribuídos aos produtos por meio de critérios de rateio, que contêm, em
maior ou menor grau, a arbitrariedade. A maioria dos rateios é feita com a utilização de
fatores, que na realidade, não vinculam cada custo a cada produto. Em termos de avaliação
de estoques, o rateio é mais ou menos lógico. Todavia, para a tomada de decisão, o rateio,
por melhores que sejam os critérios, não consegue definir o custo real de cada produto.
Basta verificar, que a simples modificação de algum critério de rateio pode fazer um produto
não rentável passar a ser rentável e isso sob a ótica gerencial influencia muito a análise de
rentabilidade, deixando margem para não confiar mais na contabilidade de custos.

3 Finalmente, o valor dos custos fixos a ser distribuído a cada produto depende, além dos
critérios de rateio, do volume de produção. Assim, qualquer decisão com base em custo,
deve levar em consideração, também, o volume de produção. Além disso, o custo de um
produto poderá variar em função da variação de quantidade produzida de outro produto.

Por essas razões e por sua grande utilidade para otimizar decisões, o custeio direto /
variável tende a ser muito utilizado como ferramenta de gestão de custos. Todavia, tendo
em vista que esse sistema não atende aos princípios contábeis geralmente aceitos e não é
permitido pela legislação tributária, sua utilização é limitada à contabilidade para efeitos
internos da empresa, a chamada contabilidade gerencial.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

Documento do
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EXERCÍCIO _

Documento do
Microsoft Word
EXERCÍCIO _

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3.2 Custo Padrão ou Standard

Uma das principais utilidades de um bom sistemas de custos é servir como ferramenta de
controle sobre as atividades produtivas, em todas as suas fases seus departamentos.

Custo Padrão  Sistema para apuração, análise e controle de custos

CONTROLAR significa conhecer a realidade, compará-la com o que foi previsto, tomar
conhecimento rápido das divergências e suas causas e tomar atitudes para sua correção.

Para poder ser considerado como parte integrante do mencionado conjunto de normas e
procedimentos de controles internos, o sistema de custos deve estar estruturado para
fornecer respostas as seguintes questões, entre outras:

 Conhece-se a origem e aplicação de cada um dos gastos dos departamentos produtivos


(diretos) e não produtivos (indiretos) da empresa?

 Os gastos incorridos realmente são necessários para atender as necessidades de


produção?

 Estão dentro dos padrões previamente estabelecidos e ou aceitáveis?

 Quando ocorrem desvios entre os gastos reais em relação as metas previamente


definidas, o sistema permite a rápida constatação das causas e/ou motivos dos desvios?

 A análise de custos permite ou fornece os subsídios para a correção de todos os desvios?

Um dos melhores meios para que a Contabilidade de Custos atenda a tais princípios de
controles internos é a adoção do CUSTO-PADRÃO

Conceitua-se Custo Padrão como aquele determinado, a priori, como sendo o custo normal
de um produto. É elaborado considerando um cenário de bom desempenho operacional,
porém levando em consideração eventuais deficiências existentes nos materiais e insumos
de produção, mão de obra etc. De qualquer forma é um custo possível de ser alcançado.

Caracteriza-se pela determinação, com antecedência e com base em análise e estudos


especializados (engenharia de produto e processo), dos custos de cada produto ou de uma
linha de produção. É o custo predeterminado das operações, considerando a quantidade de
matérias-primas, o tempo de mão de obra que se calcula necessários em condições normais
de operação, os valores que se espera pagar pelos materiais e salários, e ainda os custos
indiretos e fixos, durante determinado período, incorridos e normais em relação à
capacidade de produção.

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Vantagens do Custo-Padrão

A. Eliminação de falhas no processo produtivo  análise das condições normais de produção

B. Aprimoramento de controles  acompanhamento do consumo dos recursos e


constatação de desvios ao padrão estabelecido.

C. Instrumento de avaliação de desempenho  medição e maximização do desempenho de


diversas atividades fabris.

D. Contribuir para o aprimoramento dos procedimentos de apuração do custo real  análise


das variações entre o custo real e o custo padrão, complementando o sistema de custos
utilizado.

E. Rapidez na obtenção de informações  agilidade de obtenção das informações de


vendas, orçamentos, planejamento e simulações de custos destinados aos usuários da
contabilidade.

Procedimentos para determinação do CUSTO-PADRÃO

O custo-padrão é determinado a partir das medidas técnicas de produção, as quais são


definidas com base nos processos.

Inicialmente quantifica-se o consumo e a utilização das matérias-primas, da mão-de-obra,


dos custos indiretos de fabricação e dos demais materiais e insumos necessários à produção
de uma unidade do produto.

Em seguida, associa-se o custo monetário a esses padrões de consumo de materiais e mão-


de-obra, sendo que o custo-padrão será o resultado da multiplicação dos padrões de
consumo pelo respectivo padrão monetário.

Tanto os padrões de consumo como os padrões monetários devem ser revisados e alterados
sempre que ocorrerem mudanças nas especificações técnicas dos produtos, qualidade ou
mudanças de materiais, nível de mão-de-obra, alterações tecnológicas de equipamentos, ou
seja basicamente em todas as mudanças monetárias nos custos de produção aceitas como
normais.

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Aplicação prática do Custo Padrão

Nossa empresa produz 3 tipos de bicicletas utilizando as seguintes quantidades de horas de


mão de obra direta e de horas de máquinas determinadas por meio de amostragem
estatística, cronometragem do tempo real despendido no processo de montagem e
especificações técnicas do departamento de engenharia:

Horas Custo
BIKE CROSS CITY
MOD Total
Em Unidades
MONTAGEM 3 4 6 13
PINTURA 2 3 5 10
ACABAMENTO 1 2 4 7
TOTAL 6 9 15 30

Horas Custo
BIKE CROSS CITY
MÄQ Total
Em Unidades
MONTAGEM 3 5 7 15
PINTURA 3 4 6 13
ACABAMENTO 2 3 5 10
TOTAL 8 12 18 38

No período normal de operações são produzidas as seguintes quantidades:

Produção Custo
BIKE CROSS CITY
por Período Total
Em Unidades
TOTAL 1200 800 600 2600

Foram orçados e classificados os seguintes gastos incorridos no período normal de


operações :

Orçamento de Gastos $
Custos indiretos dos produtos 127.777
Custos diretos dos produtos 287.800
Despesas 68.650

Total 484.227

Nos controles de fichas técnicas, identifica-se com precisão o valor dos custos de materiais
diretos consumidos por unidades produzidas:

Custo da Produção
Materiais Custo BIKE CROSS CITY
Diretos Unitário Q $ Q $ Q $
Por Unidades
Componente A 3 4 R$ 12,00 4 R$ 12,00 5 R$ 15,00
Componente B 5 2 R$ 10,00 4 R$ 20,00 3 R$ 15,00
Componente C 6 3 R$ 18,00 3 R$ 18,00 5 R$ 30,00
TOTAL 9 R$ 40,00 11 R$ 50,00 13 R$ 60,00

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Determinando o padrão de custos de mão-de-obra direta :

Produção Custo
BIKE CROSS CITY
por Período Total
Em Unidades
TOTAL 1.200 800 600 2.600

Horas de MOD 6 9 15 30
Total de Horas por Produto 7.200 7.200 9.000 23.400

Salários e encargos sociais R$ 163.800,000

TAXA PADRÃO DE CUSTOS de MOD por unidade R$ 7,00

CUSTO-PADRÃO DE MOD POR UNIDADE R$ 42,000 R$ 63,000 R$ 105,000

Determinando o padrão de custos indiretos de fabricação :

Produção Custo
BIKE CROSS CITY
por Período Total
Em Unidades
TOTAL 1.200 800 600 2.600

Custos indiretos dos produtos R$ 127.777,000


TAXA PADRÃO DE CUSTOS INDIRETOS POR UNIDADES R$ 49,145

DETERMINAÇÃO DO CUSTO PADRÃO POR UNIDADE E TOTAL

Produção Custo
BIKE CROSS CITY
por Período Total

Em Unidades 1.200 800 600 2.600

Material Direto R$ 40,000 R$ 50,000 R$ 60,000


Mão-de-Obra Direta R$ 42,000 R$ 63,000 R$ 105,000
CIF - Custos Indiretos de Fabricação R$ 49,145 R$ 49,145 R$ 49,145

CUSTO TOTAL POR UNIDADE R$ 131,145 R$ 162,145 R$ 214,145


CUSTO PADRÃO TOTAL R$ 157.374,00 R$ 129.716,00 R$ 128.487,00 R$ 415.577,00

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

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Referências BIBLIOGRÁFICAS

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos, 9ª edição. Editora Atlas. São Paulo, 2006.

PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade gerencial, 5ª edição - 2. reimpr. Editora Atlas. São

Paulo, 2008

PEREZ JR, José Hernandez; OLIVEIRA, Luís Martins de; COSTA, Rogério Guedes. Gestão

Estratégica de Custos, 5ª edição - 2. reimpr. Editora Atlas. São Paulo, 2008.

MAHLER, Michael, Contabilidade de Custos, 11ª edição. Editora Thomson, 2001.

HORNGREN, Charles T.; DATAR, Srikant M.; FOSTER, George. Contabilidade de Custos:

uma abordagem gerencial, 11ª edição. São Paulo: Pearson Pretice Hall, 2006.

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