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A Terceira Margem do Rio

Guimares Rosa

Nosso pai era homem cumpridor, ordeiro e positivo[...] Nosso pai nada no dizia, [...] Nosso pai suspendeu a resposta [...] PAI Nosso pai entrou na canoa [...] Nosso pai no voltou [...] pensaram de nosso pai [...] ME descrevendo que nosso pai [...] enxerguei nosso pai [...] encorajou a clamar a nosso pai FILHO [...] Nosso pai passava ao largo [...] de nosso pai no se podia ter esquecimento [...] nosso pai carecia de mim [...]

ME

Nossa me era quem regia [...] Nossa me, a gente achou que ela ia esbravejar [...] Nossa me, vergonhosa, se portou com muita cordura [...] Nossa me muito no se demonstrava [...] Nossa me no quis festa [...] Nossa me terminou indo tambm [...].

1 FASE: A repetio constante do pronome possessivo nosso/nossa refora a ideia de que o filho no fala por si somente, mas por todos aqueles que conhecem seu pai ou que fazem parte da famlia.

FILHO

2 FASE: Apresenta um narrador intimo da situao, vivenciando os fatos e participando sozinho dos acontecimentos, se permitindo pensar e se auto indagar quanto ao que sente. Sou homem de tristes palavras [...] Eu sofria j o comeo da velhice [...] Sou o culpado do que nem sei [...].

meu pai [...] Sofri o grave frio dos medos, adoeci. Sei que ningum soube mais dele. Sou homem, depois desse falimento? Sou o que no foi, o que vai ficar calado. Sei que agora tarde, e temo abreviar com a vida, nos rasos do mundo. Mas, ento, ao menos, que, no artigo da morte, peguem em mim, e me depositem tambm numa canoinha de nada, nessa gua que no pra, de longas beiras: e, eu, rio abaixo, rio a fora, rio a dentro o rio.

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