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ANO
Prof. Slvia Rebocho
Com o episdio do Adamastor, Vasco da Gama termina a sua narrao ao rei de Melinde. Depois das despedidas, os portugueses retomam a viagem em direo a Calecut. Contudo, Baco, que se ope ao sucesso dos portugueses, convence os deuses martimos, em conslio, a impedirem que aqueles atinjam os seus objetivos. Por sua vez, os portugueses, que contam e ouvem histrias para no adormecerem, so surpreendidos por uma violenta tempestade.
A primeira parte do texto constituda pela primeira estrofe, que estabelece a transio brusca da repousada despreocupao dos marinheiros para a agitao da tempestade (estrofe 70); Na segunda parte (das estrofes 71 79), feita a descrio da tempestade; A terceira parte (das estrofes 80 83) contm uma sentida prece, em tom de queixa dolorosa, de Vasco da Gama ao Deus verdadeiro (Divina Guarda, anglica, celeste); Na quarta parte (estrofe 84), o poeta volta descrio da tempestade; Finalmente, na quinta e ltima parte (estrofes 85 91), Vnus intervm, fazendo com que as belas ninfas acalmem a fria dos ventos.
outras ninfas, de igual modo, amansaram os seus amantes. Assim, Vnus prometeu favorecer os ventos com seus amores e estes ser-lhe-iam leais durante a viagem dos navegadores portugueses.
Planos narrativos
Mais uma vez se verifica que a intriga dos deuses paralela ao fundamental d' Os Lusadas a viagem at ndia. Com efeito, na altura em que os portugueses singravam admiravelmente em direo ndia, mais uma vez os deuses se debatem em conslio. Por efeito do discurso de Baco desencadeada esta tempestade contra a armada portuguesa. Mas, mais uma vez, Vnus intercede pelo povo luso, mandando as ninfas acalmar os ventos.
Tambm o maravilhoso cristo no s se cruza, mas at se confunde com o maravilhoso pago. Com efeito, os marinheiros e Vasco da Gama imploram a proteo da Divina Guarda celeste (Deus verdadeiro), mas, no final, Vnus que vem acalmar a tempestade. Daqui, como de todas as vezes que Gama implora a proteo do Deus verdadeiro, se conclui que esta atitude traduz apenas a f crist dos marinheiros portugueses, porque s os deuses pagos agem (alegoricamente) como verdadeiras personagens intervindo e modificando a ao.