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Escola E.B. 2,3 /S Dr.

Maria Judite Serrão Andrade

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bom é
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Daniela Sebastião nº6

Leila Alves nº9

Liliana Alves nº10

Data de entrega: 28-11-08


Introdução……………………………………………..…………………………….…3

A Mulher e a Discriminação……………………………………..……………….…....4

A Mulher e o desporto …………….………………………………………………......7

• Mulheres pouco desportivas……………………………....…...7

• Mulheres no mundo do desporto em Portugal…………………7

Conclusão…………………………………………………………………….………..9

Bibliografia……………………………………………………………………….….10

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O tema do nosso trabalho é “A mulher e o desporto”.
Actualmente apesar das mulheres participarem muito mais no fenómeno
desportivo do que há algumas décadas atrás e de, hoje em dia, estarem presentes num
vasto leque de modalidades com variadas características muitos sociólogos do desporto
defendem convictamente que a prática desportiva actual perpetua crenças sobre a
superioridade masculina e a inferioridade feminina. O desporto é uma instituição
poderosa através da qual a hegemonia masculina é construída e reconstituída. Deste
modo a ideia de que o desporto é o lugar, por excelência, da equidade e da igualdade de
oportunidades deve ser posta em causa pois infelizmente ainda existe algumas mentes
que dizem que só vêm jogos para apreciar os atributos físicos das atletas. Assim
procurar saber mais acerca deste assunto torna-se importante, de forma a promover uma
reflexão acerca do desporto, suscitando uma tomada de consciência sobre um dos seus
maiores problemas: a falta de equidade sexual e a hegemonia masculina patente neste
fenómeno. A pretensa hegemonia masculina no desporto, é demonstrada pelas
constantes avaliações negativas que são feitas acerca das capacidades das mulheres, pela
identificação da masculinidade à ideia de dominância, força, competência física e
virilidade que inclui os conceitos de combatividade e audácia, pela desvirtualização de
capacidades em que a mulher se pode destacar em relação ao homem. Capacidades
como flexibilidade, elegância e equilíbrio.
E por fim de destacar também as enormes dificuldades que as desportistas têm
que enfrentar para participar em altas competições.

A mulher e a discriminação

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Nos dias de hoje, ainda existe muita discriminação em relação à prática feminino
do desporto, como relata Paula Botelho, presidente da Associação Portuguesa Mulher e
o Desporto. Esta discriminação verifica-se nos mais distintos níveis desportivos, sendo
mais visível na alta competição onde ainda há uma diferenciação dos prémios
monetários. Outra forma de discriminação dá-se ao nível dos escalões de formação pois
quando surgem dificuldades financeiras, nos clubes onde há equipas femininas, estas
são as primeiras a acabar; outra diferença que é feita entre homens e mulheres é o facto
do sector feminino ficar com os piores horários de treino e com os espaços mais
degradados em termos de condições de trabalho.

Também, o desporto feminino recebe pouca atenção tanto da imprensa escrita


como da audiovisual. Os percursos e as dificuldades por que passam as atletas quase
não são objecto de notícia. A não ser que as atletas ganhem medalhas. Nessa altura elas
passam a ser “as meninas de Portugal”. Depois voltam a deixar de ser.

Quem folhear os jornais desportivos vê que 90% da informação é sobre futebol.


Tudo o resto parece não existir. E tirando um ou outro articulista que reflecte sobre
alguma questão importante, o conteúdo desses jornais é exactamente igual ao das
revistas que as senhoras encontram nos cabeleireiros. Publicam-se artigos sobre se o
Jardel está de bem com a esposa ou não; sobre a directa ou indirecta que o treinador tal
mandou ao arbitro. Isto não é relevante para o desporto. Acho que o jornalismo
desportivo também deveria ter a obrigação de fazer um pouco de pedagogia.

Existe uma ausência quase total de mulheres nos lugares de tomada de decisões
das organizações desportivas, clubes e federações, tendo várias consequências
negativas, desde as mais simples, ao nível do planeamento da época e dos horários de
treino até às mais complicadas, como as questões de saúde. As atletas de alta
competição queixam-se, por vezes, de que os treinadores não são sensíveis para alguns
dos seus problemas. O próprio vice-presidente do Comité Olímpico de Portugal, o
comandante Vicente Moura, ao ouvir algumas questões levantadas durante o debate em
que participava confessou-se surpreendido por nunca ter pensado que uma atleta
pudesse ter dores menstruais tão horríveis que a impedissem de correr. No geral, todo o
acompanhamento das atletas poderia beneficiar da presença de mulheres nos lugares de
tomada de decisão.

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Para contrariar essa ausência quase total de mulheres nos lugares de tomada de
decisões, pode-se fazer com que os trabalhos nessas organizações desportivas sejam
compatíveis com as outras funções que as mulheres têm. O que não acontece! A
começar, por exemplo, no que aos horários escolhidos para as reuniões. Normalmente,
tanto nos clubes e associações desportivas esses encontros acontecem à noite. Ora não é
fácil para uma mulher chegar a casa no final de um dia de trabalho, fazer o jantar, deitar
as crianças e depois ir para uma reunião no clube. É preciso criar condições para essa
participação. Como outros países já fizeram.
Conto um episódio que reflecte bem esta problemática. Um dia alguém que estava a
organizar um seminário sobre comunicação social e desporto decidiu convidar a
jornalista desportiva da RTP Cecília do Carmo para participar. Mas a jornalista não
aceitou o convite e justificou a ausência com o facto de o seminário coincidir com o seu
dia livre altura em que ela resolvia um conjunto de questões relacionadas com os filhos.
Para o organizador esta justificação foi vista como uma incongruência. Mas não é! A
Cecília do Carmo trabalha toda a semana, como todos nós, e no fim-de-semana, quando
as crianças estão disponíveis, ela está na televisão. Por isso, é perfeitamente
compreensível que não pudesse prescindir do seu dia livre para ir ao seminário.

Uma lei que impusesse uma quota para a participação feminina, como existe na
Noruega onde as federações são obrigadas ter 40% de mulheres nos lugares de direcção
era uma ajuda, mas essa cota com diz Paula Botelho é exagerada em Portugal, mas
segundo ela, o que é preciso é saber cativar e criar condições para que as mulheres se
sintam bem nesses lugares. Nos países nórdicos para facilitar às mulheres que estão na
política um maior envolvimento durante as campanhas eleitorais é-lhes dada uma verba
para contratarem uma ama que as ajude a tomar conta dos filhos. Tal como esta há
pequenas coisas que se poderiam fazer a este nível para facilitar a participação das
mulheres ao nível da administração dos clubes.

Por fim, nas aulas tradicionais de Educação Física nas escolas poucas são as
vezes que se dá atenção ao facto de uma turma ser constituída por rapazes e raparigas,
pois o modo como cada sexo (feminino e masculino) sentem e vivem o significado que
dão às actividades são diferentes. Mas o modelo de aula tradicional de Educação Física,
masculino e tecnicista ainda subsiste. Aqui o que interessa é ganhar. Ora muitas
raparigas gostam de competir mas a maioria gosta de jogar pelo prazer e isto não é
usual. Além disso, em regra as raparigas aceitam mais facilmente realizar actividades de

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que gostam menos. Ao passo que as actividades de que os rapazes menos gostam,
porque entendem “não serem de homem”, raramente aparecem na aula ainda que
constem do programa. O futebol é a actividade que predomina. Mesmo no contexto
informal. Basta passar por uma escola primária durante a hora do recreio e ver quem é
que ocupa o espaço nobre do recreio? E quem anda nas franjas e a fazer o quê?

No ano passado foi feito na Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação


Física, da Universidade do Porto, um trabalho onde se questionavam algumas raparigas
do Ensino Secundário sobre as aulas de Educação Física. E elas diziam que não tinham
a mesma oportunidade de aprender – note-se que não disseram oportunidade de jogar –
que os rapazes tinham. Outras queixavam-se que se esforçavam nas aulas mas que
ninguém reconhecia o seu esforço. Algumas diziam sentirem-se mal com algum clima
de agressividade e violência que pairava sobre a aula. Algo que os professores por vezes
não notam ou acham normal na prática desportiva.

A mulher e o desporto
Mulheres pouco desportivas

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Em Portugal, a população feminina abandona muito cedo a actividade física,
segundo a Associação Portuguesa “A mulher e o desporto”, as portuguesas têm pouca
representatividade e participação no desporto, sendo o abandono da sua prática de cerca
de 70%.

Numa sociedade em que apenas 11% dos portugueses consideram que a


actividade física é importante para a saúde, as mulheres (70%) e os idosos (71%) são os
menos activos. No que diz respeito ao desporto federado, a população feminina é de
1%, enquanto que somente 3% dos cargos directivos das federações são ocupados por
mulheres. Na função de treinador os números também falam por si, ficando a
representação feminina perto dos 10%, numa amostra de 41 federações com utilidade
pública.

Mulher no mundo do desporto em Portugal

Na sociedade portuguesa, quando se fala em desporto, o pensamento vai de


imediato para o futebol ou para modalidades tradicionalmente associadas aos homens.
Na maioria das modalidades o sector masculino domina, embora em algumas delas
tenha existido um crescimento de praticantes femininos. Em algumas modalidades é
possível constatar que houve um crescimento no sector feminino. Em 2004 (dados
disponíveis), o número de mulheres no andebol aumentou para 10387, mais 1707 atletas
que no ano anterior, enquanto o futebol contou com mais 892 jogadores que em 2003.
Contudo, observa-se uma descida mais acentuada deu-se no basquetebol, que em 2004
contou com menos 636 atletas. O voleibol é a modalidade com mais participação
feminina e a que mais cresceu em 2004, tendo aumentado para 13194 mulheres, mais
4847 em relação a 2003.

Nesta modalidade o número de praticantes femininos é o que se encontra mais


perto do número de atletas masculinos, tendo apenas menos 615 atletas. O atletismo,
que a par do voleibol é uma modalidade com forte incidência feminina contudo, em
2004, cresceu apenas para mais 4 atletas.

Por outro lado, existem dados curiosos, por exemplo, a dança é a única que tem
mais mulheres do que homens. No entanto e 2004, desceu de 647 para 362 atletas
femininos.

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No que diz respeito ao futebol e o futsal, o “ futebol de 11” já é tradição
continuar a ser uma modalidade com grande incidência masculina. Em Portugal, o
número total de praticantes masculinos é de 83 658, enquanto eu nas mulheres esse
numero se fica pelas 1174. No futsal, as estatísticas são praticamente idênticas mas
nesta modalidade o número de praticantes femininas é superior ao número de
praticantes do “futebol 11”. Contudo existem excepções, é o facto de o número de
mulheres no râguebi ter aumentado, embora ainda esteja longe dos números masculinos,
assim como o boxe que cresceu de 7 para 18 mulheres (relativamente ao ano de 2004).
No nosso país, são poucos os clubes de futebol que contam com uma secção feminina,
como refere Paula Botelho, presidente da Associação Portuguesa a Mulher e o
Desporto, ao “modelos do desporto são sempre masculinos e do futebol”. Essa
“futebolização da sociedade portuguesa” já entrou na escola, onde o sexo feminino se
queixa de não conseguir “aprender a jogar futebol”. As modalidades mais antigas “ainda
têm uma forte conotação masculina”, enquanto nas “mais recentes, como o futsal”, os
constrangimentos estão “mais esbatidos”. O número de equipas de futsal feminino é
espantoso” acrescenta ainda.

Nas mulheres que praticam desporto, nota-se uma dedicação superior aos
homens, talvez por estarem em minoria. Ainda existem pessoas que fazem comentários
depreciativos às atletas femininas. Apesar de todas estas dificuldades que as atletas têm
que ultrapassar, há algumas que fazem grandes sacrifícios para poderem praticar a sua
modalidade, visto que as atletas femininas são alvo de uma discriminação absoluta por
parte do sector masculino.

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Com a realização deste trabalho, nós verificamos que as mulheres não são muito
dadas às práticas desportivas. Muitas das mulheres quando acabam o ensino secundário
e quando atingem uma determinada idade, deixam pura e simplesmente de praticar
desporto (algo que deveria ser habitual visto que tem inúmeros benefícios sobretudo na
saúde) e passam mais tempo em casa sem exercerem qualquer tipo de exercício físico.
Verificámos também que a mulher sofre muitas vezes discriminação no que diz respeito
a sua prática desportiva. Essa discriminação porque muitas das mulheres passam afecta
a sua atitude perante o desporto. As mulheres como todos sabemos, possuem uma
estrutura física diferente dos homens, pois estas têm, determinadas características
fisiológicas que as tornam mais frágeis. A discriminação passa por ai, ou seja, muitas
pessoas acham que devido a essas características a mulher deverá ser excluída da prática
desportiva e principalmente quando existe competição. O que se tem verificado é que
também as mulheres estão aptas para competir e tal como os homens também elas
chegam ao triunfo, à vitória. Para concluirmos, queremos mais uma vez alertar
sobretudo às mulheres, para praticarem desporto, pois isto trás inúmeros
benefícios e não é de mais lembrar que “se queres ter um corpinho de modelo não basta
só deixares de comer, o desporto é muito importante para o teu corpo, para ti, para o teu
bem-estar e para a tua saúde”.

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Internet:

• http://www.apagina.pt/arquivo/Artigo.asp?ID=2812

• http://www.europarl.europa.eu/sides/getDoc.do?pubRef=-
//EP//NONSGML+TA+P5-TA-2003-0269+0+DOC+PDF+V0//PT

• http://www.mulheresdesporto.org.pt/q_somos.htm

• http://dn.sapo.pt/2005/06/21/desporto/mulheres_pouco_desportivas.html

• http://pt.shvoong.com/social-sciences/anthropology/503359-mulheres-
desporto/

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