GAMIANI: Duas Noites de Paixão
3.5/5
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About this ebook
Alfred de Musset
Alfred de Musset (1810-1857) was a French poet, playwright, and novelist. He was born in Paris to a well-to-do family and turned to writing after first studying to be a doctor. Influenced by Lord Byron and Shakespeare, he fraternized with many great French writers such as Victor Hugo. He died in 1857 of a heart malfunction.
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Book preview
GAMIANI - Alfred de Musset
Alfred de Musset
GAMIANI
Duas Noites de Paixão
Clássicos do Erotismo
img1.jpgISBN: 9788583863373
2019
Prefácio
Prezado leitor
Seja bem-vindo a mais um grande clássico da literatura erótica.
Gamiani: Duas Noites de Paixão é atribuída ao escritor romântico francês Alfred de Musset, e foi publicada em 1833. A obra Gamiani já foi considerada como sendo obra-prima da literatura erótica
. Diz-se até supera a monstruosidade do Marquês de Sade em paroxismo erótico
, o que é apenas parcialmente verdadeiro, uma vez que Gamiani explora com mais intensidade o desejo sexual sem limites do que o sadismo, como ocorre com as obras do Marques de Sade.
O fato é que Alfred de Musset conseguiu em Gamiani
a união dos opostos: Eros, Lesbos, Safo, Thanatos, numa selvagem mistura de erotismo e destruição.
A forte sensualidade do trabalho tem muito a ver com os poemas eróticos do autor, sucessos na literatura libertina do século XIX, e encoraja o leitor a virar a página com avidez, já esperando uma nova perversão sexual, ainda mais impactante que as anteriores.
Quão longe se pode ir... Caberá ao leitor descobrir.
LeBooks
Sobre o autor e obra
img2.jpgAlfred Louis Charles de Musset foi um poeta, novelista e dramaturgo francês do século XIX, um dos expoentes mais conhecidos do período literário conhecido como o Romantismo.
Musset nasceu em Paris, em 1810, quando a devastação napoleônica arrancava do marasmo político a Europa, mas só anos depois, quando o Continente novamente começava a apodrecer, impregnado do doentio romantismo, é que ele começaria a compor sua obra. Poeta famoso em sua época, ficou, depois, como um dos luminares da cultura francesa, e como tal é hoje estudado em todos os colégios e escolas superiores do Ocidente. Confession d’un Enfant du Siècle é sua obra máxima, embora este Gamiani seja a mais lida.
Embora haja controvérsias sobre a origem e a autoria de Gamiani, a teoria que prevalece é que o livro nasceu exatamente de uma discussão, entre os Musset e seus colegas românticos, sobre se poderia ou não ser escrita uma obra que tratasse dos assuntos do sexo com a maior elegância. E Musset o conseguiu, ao publicar Gamiani.
Neste livro Musset revela uma prodigiosa imaginação, poucas vezes encontrada em seus escritos. Os detalhes das duas noites de amor são os mais originais, bizarros e exóticos possíveis. E quando tudo parece esgotado, eis que o poeta ressurge de maneira ainda mais terrível, complicando a trama e as ações, até chegar ao clímax espantoso, definitivo, da última página.
Não se pode fugir à comparação da obra Gamiani Duas Noites de Paixão com as obras do Marquês de Sade que viveu até 1814, quando Musset ainda era um garotinho de quatro anos.
Alfred de Musset faleceu em 2 de maio de 1857, em Paris, França
A mulher é como a tua sombra: se corres atrás dela, ela correrá à tua frente, se corres à frente dela, ela vem atrás de ti.
Alfred de Musset..."
Sumário
APRESENTAÇÃO: As três verdades
A VERDADE SOBRE O SEXO
A VERDADE SOBRE MUSSET
A VERDADE SOBRE GAMIANI
GAMIANI DUAS NOITES DE PAIXÃO
A PRIMEIRA NOITE
A SEGUNDA NOITE
APRESENTAÇÃO: As três verdades
A VERDADE SOBRE O SEXO
A arte de amar teve os mais estranhos cultores. Desde os tempos primeiros de descoberta do homem, quando o sexo era dança, religião e motivo para manter unida e forte a comunidade, aos subterrâneos clandestinos da menoridade cristã — a partir do qual passou ele a ser encarado como vício e pavor, inevitável embora, a arte erótica teve fases, atravessou gradações; conheceu os requintes lúdicos das cidades destruídas: Sodoma e Gomorra, Pompeia, dessa as terríveis gravuras ditando uma verdade que, dizem, um Raio divino qualquer tentou apagar. E sofreu com a violência, o castigo dos que viam nele unicamente o caminho da perdição, e que á custa de sacrifícios, suor e sangue, domavam seu corpo, apenas dedicando-o ao orgulho divino. Da licenciosidade aberta do Império Romano — vindo da liberdade pedagógica dos gregos — ao túnel escuro da idade média, cumpriu o sexo um estranho itinerário. E desembocou no nosso século deformado, assustado, esquecido daquela ideia primeira de tribo que fez do ato uma alegria, um pretexto para celebrar a data das colheitas ou para pedir aos deuses fertilidade sempre.
Pressionado, perseguido, o sexo foi aceito apenas por ser inevitável em sua vontade, assim mesmo se legalizado pelo casamento, e se restrito ao insignificante momento necessário à procriação. Nosso homem tornou-se mais e mais cego a seu respeito. Limitou dentro de si as áreas de tensão, esqueceu, chegou a ver nele apenas a evidência dos órgãos sexuais, só a capacidade destes. Enquanto o mundo completava a terrível cadeia de ferro ao seu redor.
No entanto, também no terreno do sexo os poetas guardaram para si a missão divina de manter acesa a revolta, de perpetuá-la através dos lampejos que compunham suas obras. Embora o homem viesse se tornando mais e mais perdido, desviado e afastado de suas origens primeiras, de vez em quando uma obra de arte, ou