Guerras Zumbi

CAPÍTULO UM

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O estrondo de pelo menos uma dúzia de punhos famintos batendo na sólida porta de aço do galpão de armazenamento que separava os três garotos exaustos da horda de zumbis do outro lado não dava muito conforto ao fato de ainda estarem vivos. Eles correram quase uma milha para chegar tão longe. A fadiga estava rapidamente tomando conta, e eles sabiam que era apenas uma questão de tempo antes que a porta desabasse, como muitas antes, e teriam que fugir novamente.

Não havia tempo a perder. Cada movimento tinha que ser feito com precisão calculada para garantir o sucesso de sua missão.

Brandon rapidamente atravessou a sala, pegando uma cadeira que havia sido derrubada no meio do chão, e a puxou para a janela do lado oposto. Havia outra porta lá, mas sair cegamente poderia ter o mesmo resultado de tentar escapar pela porta que estava sobrecarregada de zumbis.

Dentro de meio segundo, Brandon estava de pé na cadeira, examinando o que havia pela frente, através de uma pequena janela elevada. Puta merda. Ele engasgou com a visão diante dele.

O que é? Cade perguntou.

A sala de suprimentos. Há cercas em ambos os lados, e parece que pelo menos cem zumbis do outro lado.

Uma missão suicida. Cade suspirou brevemente. Ninguém discordou dele. A que distância fica?

Cerca de quinze metros. Há quatro zumbis diretamente em nosso caminho e três para a direita.

Quantas flechas você tem sobrando? Cade perguntou a Matt, mantendo seus olhos e sua arma apontada para a porta caso os zumbis passassem por ela.

Sete, o outro menino respondeu.

Porra de idiota esse Matt, Cade pensou em desgosto. Se eles tivessem mais tempo, Cade teria lhe dado uma bronca por desperdiçar tantas flechas. Mas ele sabia que eles não podiam nem mesmo desperdiçar o segundo que seria necessário para as palavras saírem de sua boca.

Você é o mais rápido. Você invade a sala de suprimentos, Cade disse a Matt. Eu vou atirar nos que estão à direita e depois começar a derrubar os que vêm da cerca.

Você não acha que devemos apenas matar os que estão no nosso caminho e fazer uma invasão? Brandon perguntou, arqueando uma sobrancelha em dúvida.

Bem, sim, mas assim que sairmos desta sala, as cercas irão cair, e eu duvido que qualquer um de nós conseguirá se todos nós pararmos e atirarmos. Vamos tentar, mas no fim, se apenas um de nós conseguir, deve ser o Matt, porque ele é o mais rápido. Ele parou por um momento para ver se alguém se oporia, então continuou: É só pegar o lançador de foguetes. Não preste atenção a qualquer outra coisa que esteja naquela sala. Não tente lutar contra eles. Apenas pegue o lançador de foguetes. Cade não pôde enfatizar a última parte o suficiente. Eles levaram mais de uma hora para chegar até aqui, e ele ficaria irritado se não tivesse sido por nada.

Não era o melhor plano, mas Cade achava que era aquele com a maior chance de sucesso. Se Matt não estragasse tudo, seu trabalho duro seria recompensado com uma das mais poderosas armas de matar zumbis disponíveis.

Tudo bem, vamos fazer isso, disse Brandon quando pulou da cadeira e envolveu a mão na maçaneta da porta. Ele contou de três até um, e então os três garotos deram uma olhada final um para o outro antes de irromperem pelo outro lado.

Como previsto, não antes de estarem na visão dos zumbis atrás da cerca, a estrutura de tela de dois metros e meio de altura começou a tremer. Em menos de um minuto, estava em baixo, e zumbis jorravam dos dois lados, como se tivessem coreografado a quebra da cerca em uma artificiosa armadilha mortal, destinada a prender os garotos e garantir sua morte.

Um tiroteio cantava pelo ar, quase inaudível sobre os gemidos dos zumbis famintos, todos estendendo os membros cinzentos e decaídos em uma corrida para ver quem conseguia chegar primeiro aos garotos. Eles vinham até suas vítimas a toda a velocidade, como se a falta de músculos não fizesse nada para impedir a sua propulsão para a frente. Esses zumbis eram rápidos e fortes, não os vagabundos fracos e moles que corriam pelos arredores das zonas seguras, mal conseguindo mancar. Esses zumbis foram projetados para matar.

Dentes amarelos projetavam-se de mandíbulas suficientemente fortes para dar uma mordida na lateral de um SUV, e eles rangiam incansavelmente contra o alvo, sem se importar com onde aterrissassem, contanto que puxassem para trás a boca cheia de carne. Acrescente a isso o fato de que as unhas dos zumbis eram afiadas como navalha, capazes de cortar facilmente a maioria dos tecidos e roupas com um simples golpe, e você tinha a receita perfeita para estar ferrado se alguém o pegasse.

Cade e Brandon se vestiram de acordo para tal ataque, mas Matt não o fez, o que o tornou ainda mais um risco para a missão. Em comparação com o uniforme da SWAT do Cade e o uniforme da polícia de Brandon, Matt parecia um civil normal com uma calça jeans skinny azul e uma grossa jaqueta verde-escura com capuz forrado de pele. O lema de Matt era matar zumbis em grande estilo. Cade achou que deveria ter sido ser morto por zumbis em grande estilo.

Matt segurou a besta perto do peito, lutando contra o desejo de atirar nos zumbis que saíam das cercas dos dois lados. Era difícil não querer atirar neles, havia tantos. Mas ele sabia que essa missão era importante e Cade estava no comando. Se ele hesitasse por um momento, ou até levantasse a besta para parecer que ia atirar, ouviria sobre isso depois.

Matt quase conseguiu chegar à sala de suprimentos quando sentiu a mão fria em seu ombro, puxando-o de volta. O zumbi cravou seus dedos ossudos nele, e Matt pôde ouvir o som ofegante que fez antes de afundar seus dentes. Virou bem a tempo de ver os dentes amarelos com gengivas infectadas cheias de pus no colarinho de sua jaqueta e então a pressão veio. Não da mordida horrível que a criatura infligiu, mas dela inclinada sobre ele quando o machado de Brandon cortou a parte de trás de seu pescoço.

Vá! Brandon gritou para Matt, como se ele soubesse que o choque faria com que Matt parasse.

Isso o fez parar. Como ele poderia evitar quando viu os três zumbis atrás de Brandon agarrá-lo e puxá-lo para a horda. Não foi Brandon gritando com Matt que deu a ele a força para prosseguir, foram os gritos que ele ouviu de seu amigo quando os zumbis começaram a mordê-lo, rasgando carne de seu corpo, e despedaçando-o membro a membro.

Matt correu os últimos degraus até a sala de suprimentos, enrolou a mão na maçaneta e correu para dentro sem sequer olhar para trás, sabendo que seus dois amigos estavam mortos.

Cade teria suspirado de alívio vendo Matt entrar na sala de armazenamento, se ele não estivesse tão preocupado com os zumbis que estavam se aproximando dele. Uma vez que deixaram o galpão de armazenamento, Cade tinha recuado para o lado do prédio para que ele pudesse dar um melhor tiro nos zumbis que chegavam. Longo alcance era seu talento, mas eles vinham tão rápido que era difícil acompanhar. Por mais triste que fosse dizer, a morte de Brandon deu a Cade uma pequena oportunidade para sobreviver, embora ele certamente não estivesse indo para a sala de suprimentos onde Matt estava. Ele teria que recuar e encontrar outro prédio para se enterrar até que Matt pegasse o lançador de foguetes.

Já que Cade já estava do lado do prédio, sua melhor aposta era ir para o galpão de armazenamento ao lado do que eles tinham acabado de entrar. Esperançosamente, os zumbis que os estavam perseguindo antes haviam arrombado a porta e agora estavam encurralados dentro. Isso diminuiria o número que ele estaria encontrando, considerando que ele teria que ir atrás dos fundos do prédio. Tentar contornar a frente não era uma opção. Os zumbis da cerca já tiraram essa opção.

Cade se virou para correr na parte de trás do segundo hangar de armazenamento, mas ele não tinha chegado muito longe antes de seu coração quase parar em horror. O grupo de zumbis que os perseguia antes não havia atravessado a porta. Em vez disso, todos pareciam estar de pé, esperando por ele. Ao ver Cade, eles instantaneamente se iluminaram com um propósito renovado e continuaram a perseguição. Ele estava cercado e sua chance de escapar rapidamente se tornara ainda mais sombria. Tudo o que ele podia fazer era correr e esperar pelo melhor.

Devo atirar ou apenas correr? Devo largar a arma? Talvez se eu largasse a arma eu fosse capaz de correr mais rápido. Talvez eu consiga, Cade pensou quando viu o canto do hangar de armazenamento aparecer. Mas assim que o pensamento cruzou sua mente, ele sentiu mãos frias e pegajosas apertarem seus braços e puxá-lo de volta, não apenas um par, mas pelo menos três.

Cade se virou bem a tempo de sentir o primeiro conjunto de dentes afundar em seu bíceps direito. Ele pensara que a blindagem da equipe da SWAT teria oferecido mais proteção, mas os dentes a cortavam como uma faca quente na manteiga. Quando o segundo conjunto de dentes perfurou seu lado, Cade perdeu a esperança, largou o rifle de precisão e esperou a morte chegar. Mesmo se ele conseguisse se afastar, os zumbis que ficavam entre ele e a porta do hangar estavam se aproximando rapidamente.

Correndo e rosnando, alguns até capazes de reunir um grito de baixa frequência, os zumbis chegaram em uma torrente aparentemente interminável. Seus olhos estavam vermelhos e amarelos. Muitos deles tinham pus de cor creme espumosa saindo de seus canais lacrimais. Cade brevemente se perguntou se era o que acontecia quando as pessoas morriam. O pus escorria de seus canais lacrimais? Mas ele sabia melhor. Isso tudo era para efeito.

Como um gafanhoto abatido em um formigueiro perturbado, os zumbis convergiram para ele. Cade podia se ouvir gritando, mas ele não sentiu isso vindo de sua boca. Tudo o que ele conseguia pensar era se Matt o ouvira ou não, e correra para o lançador de foguetes, ou se tudo isso era para nada.

***

Matt fechou e trancou a porta da sala de suprimentos o mais rápido que pôde e então se virou para pressionar suas costas contra ela. Ele sabia que tinha apenas alguns segundos para se orientar antes de ser empurrado para o combate com o que quer que estivesse dentro.

Fileiras de prateleiras de metal barato ocupavam a sala, cobertas de vários objetos que teriam sido bons para saques. Essas bugigangas não eram o prêmio, e Matt não perderia tempo com elas. O que ele tinha vindo buscar, no entanto, também estava à vista de todos. Descansando em cima de uma mesa no lado oposto da sala estava o lançador de foguetes em segurança em sua caixa de metal, apenas esperando por ele.

Por um momento, Matt sentiu um vislumbre de esperança. Mas foi rapidamente destruído quando seus olhos pousaram no obstáculo real. Com pelo menos três metros de altura e grande como um barril, sólido com músculo e carne de cor roxa, estava o Harbinger, um super zumbi, que guardava o lançador de foguetes.

Matt sabia que aquilo tinha visto a porta abrir, ouvido os gemidos dos outros zumbis e os gritos dos companheiros de Matt. Certamente, o Harbinger despertaria e desceria como uma morte impiedosa. Mas isso não aconteceu. Ficou ali parado, em silêncio e imóvel, como se não tivesse intenção de atacar.

Matt respirou fundo e levantou a besta para mirar, mas assim que ele se moveu, o terrível Golias o atacou, derrubando as filas de prateleiras como se elas não estivessem lá, enviando vários objetos navegando pelo ar como estilhaços em seu rastro.

Os olhos de Matt se arregalaram quando viu a foice gigante erguida acima de sua cabeça. O que é, ferrugem ou sangue que manchou sua lâmina permanentemente vermelha? Provavelmente ambos, Matt pensou enquanto disparava uma flecha no rosto do Harbinger. Aquela cara absolutamente horrível, feita de carne queimada e metal e pontos. Não havia nenhum olho para ver, nenhum nariz para sentir o cheiro humano de Matt, nem mesmo qualquer ouvido para ouvi-lo correndo em pânico. Como o Harbinger detectava suas vítimas era um mistério, mas de alguma forma sabia que elas estavam lá.

A flecha era pateticamente fraca contra o monstro. Entrou cerca de uma polegada de profundidade no centro do rosto de Harbinger e não pareceu abalá-lo nem um pouco.

Reconhecendo que era uma causa perdida para lutar, Matt desviou da lâmina oscilante enquanto descia, e passou correndo pelo Harbinger em direção ao lançador de foguetes, jogando sua besta para o lado ao longo do caminho. Se ele pudesse alcançar o lançador de foguetes, ele estaria bem.

Com o Harbinger atrás dele, Matt pulou pelas prateleiras caídas tão rapidamente quanto seus pés permitiam. Um passo em falso significaria a morte nas mãos do monstro. Por mais que ele quisesse olhar para trás, Matt sabia que isso só lhe custaria tempo, algo que era crucial agora que ele já tinha desperdiçado o suficiente disparando a flecha na cabeça do Harbinger. Se ele tivesse imediatamente se esquivado e corrido para o lançador de foguetes, suas chances de sobrevivência poderiam ter sido consideravelmente maiores.

Matt podia sentir o vento ao redor dele quando a foice desceu ao lado de seu ombro direito. Pelo fato de o Harbinger ser tão grande, ele não era um alvo muito bom, e ele também era surpreendentemente lento.

Finalmente, Matt chegou à mesa. Ele esticou o braço para pegar o estojo. As pontas dos dedos dele deslizaram sobre o topo duro, buscaram a lateral, tocaram o cabo, e então ele congelou no lugar. Não congelado, mas preso. Matt tossiu uma respiração que estava suja de sangue, sufocando-o enquanto derramava pelos cantos de sua boca. A foice tinha  atravessado completamente? A palma de Matt atingiu o topo do estojo com um baque surdo. Seus dedos tentaram desesperadamente rastejar em direção ao cabo, mas foi tudo em vão.

O Harbinger puxou a foice, e Matt veio com ela, que correu completamente do alto de sua espinha, onde a lâmina enorme entrara, até a base da pélvis, onde o enganchara uma segunda vez.

Com força bruta, o Harbinger sacudiu sua lâmina, como se fosse limpá-la do corpo humano imundo que agora estava empalado na ponta. Matt respingou contra a parede, entranhas caindo da ferida que o cortou da garganta até a virilha. Ele fez um som final borbulhante ao ver o Harbinger retomar sua posição de sentinela na frente do lançador de foguetes, escondendo-o de vista.

CAPÍTULO DOIS

Cade tirou o Felote da cabeça e enxugou o suor de onde estivera durante mais de três horas. Por ser o Felote a tecnologia mais avançada em jogos, você pensaria que seria mais leve. A grossa e redonda faixa de cabeça que dava ao jogador a capacidade de entrar em um estado de sonho e desfrutar de jogos como se estivesse realmente neles, colocava uma pressão real no pescoço de Cade.

Ele esfregou os olhos e, em seguida, concentrou-se na tela do computador, observando como os zumbis o rasgavam. Ao longe, entre o primeiro galpão de armazenamento e a sala de suprimentos, ele achava que podia ver os zumbis finalizando pedaços de Brandon, embora certamente não houvesse muita coisa dele. Um intestino aqui, um pulmão ali - e aquilo era um pé. Cade não sentiu vontade de dar um zoom para descobrir.

Uma coisa que o Guerras Zumbis Online gostava era deixar você assistir a sua própria morte, em detalhes doentios, todas as vezes. Cade estava aborrecido com o fato de que ele não podia acelerá-lo ou ignorá-lo completamente. Os criadores do jogo diziam que era mais realista assim. Eles realmente queriam levar para casa o ponto do que aconteceria se você falhasse em uma missão durante o verdadeiro apocalipse zumbi. Isso estava bem e divertido nas primeiras vezes. O jogo era tão avançado que você poderia ser morto um milhão de vezes, e não cairia exatamente da mesma maneira. Ainda assim, quando você jogava o jogo pelo tempo que Cade havia jogado, desde que estava na fase beta, ter que passar por cenas de morte que duravam pelo menos um minuto ficou um pouco redundante. Eles forçavam você a assistir até que seu personagem estivesse completamente morto, levasse um minuto ou dez. Cade tinha ouvido que um cara teve que passar por mais de 30 minutos de filmagem da morte. Seu personagem caiu em uma armadilha, e um único zumbi fraco veio e tomou seu tempo comendo-o. O cara poderia ter cometido suicídio, mas ele disse que queria testar quanto tempo uma cena de morte poderia levar no jogo.

Mas os designers de jogos levaram mais longe que isso. Você poderia assistir até que fosse completamente devorado também - ver quantos zumbis viriam para participar de seu cadáver caído. Como jogar pão para as gaivotas na praia, você começa com uma ou duas, quando o pedaço de pão desaparece, há cinquenta ao seu redor, implorando por restos.

Cade não entendia o apelo de assistir a cada morte a cada vez. Quanto mais você se vê morrer, mais insensível se torna, menos divertido é ver. Ainda assim, era uma coisa popular de se fazer. Como os jogadores podiam assistir a vídeos em videogames, muitas pessoas eram propositalmente mortas das formas mais interessantes que o jogo oferecia e carregavam os vídeos no YouTube. Esses tipos de vídeos geralmente recebem milhares de acessos.

Cade decidiu deixar sua morte aparecer na tela enquanto foi pegar um copo de água. Assim que Matt colocasse as mãos no lançador de foguetes, todos eles seriam transportados para o complexo militar de qualquer maneira. Mesmo que Matt não tivesse sucesso, provavelmente todos voltariam ao complexo antes que ele voltasse com a água.

No momento em que Cade sentou na cadeira do computador, Matt e Brandon estavam de pé ao lado de seu personagem no complexo militar. Cade deu um olhar desagradável ao Felote antes de pegá-lo e colocá-lo na cabeça. Em um minuto, a realidade ao seu redor desapareceu, e ele estava de volta ao jogo, como se fosse tão real quanto o quarto em que ele estava sentado.

Personagens na tela do computador eram muito menos realistas do que quando você estava usando o Felote. Fora do jogo, as expressões dos personagens eram vagamente discerníveis quando não eram dramáticas. Dentro do jogo, eles eram reais, e tornou-se óbvio para Cade antes mesmo que ele abrisse a boca que Matt falhou em pegar o lançador de foguetes.

Você não entendeu, não é? Cade encarou Matt.

Cara, havia um Harbinger lá dentro, Matt rapidamente saiu em defesa.

Apenas um?

"Sim, mas a sala era pequena. Eu não conseguia me afastar