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Formação de Professores e Estratégias de Ensino: Perspectivas Teórico-Práticas
Formação de Professores e Estratégias de Ensino: Perspectivas Teórico-Práticas
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Formação de Professores e Estratégias de Ensino: Perspectivas Teórico-Práticas

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Escrita por professores e alunos do mestrado em Ensino Tecnológico do Instituto Federal de Educação do Amazonas, uma egressa e uma professora da Universidade do Estado do Amazonas, esta obra reúne dezesseis capítulos oriundos de reflexões e resultados de pesquisas cujos temas giram em torno do contexto educativo, com foco na formação de professores e nas estratégias de ensino, e especificamente abordando: empreendedorismo e produtos educacionais, educação especial, educação inclusiva e educação profissional tecnológica, ótica do compartilhamento de propostas de ensino-aprendizagem com foco no uso de laboratório virtual de aprendizagem para a alfabetização, Scratch para o desenvolvimento de habilidades digitais, banco de dados linguísticos para o ensino de modos verbais, protocolos de metodologia de coleta para a compilação de bancos de dados, teatro científico para o ensino de física, linguagem Python para o ensino-aprendizagem da matemática e rubricas para avaliação de desempenho de estudantes.
LanguagePortuguês
Release dateOct 22, 2018
ISBN9788547315016
Formação de Professores e Estratégias de Ensino: Perspectivas Teórico-Práticas

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    Formação de Professores e Estratégias de Ensino - Rosa Oliveira Marins Azevedo

    Editora Appris Ltda.

    1ª Edição - Copyright© 2018 dos autores

    Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.

    Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98.

    Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores.

    Foi feito o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nºs 10.994, de 14/12/2004 e 12.192, de 14/01/2010.

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO ENSINO DE CIÊNCIAS

    E sonham tempos de novas integrações entre os diversos campos e domínios das ciências e novas interações entre o conhecimento científico e outras esferas de conhecimento e de sensibilidade. Esferas do conhecimento como das artes, da espiritualidade, da filosofia e das tradições populares. Tudo possibilidades, mas reais se forem construções a vários corações, a várias mentes, a várias mãos.

    (Adaptado de Carlos R. Brandão)

    PREFÁCIO

    Tenho lecionado na Universidade Federal de Minas Gerais nos últimos 20 anos para as áreas tecnológicas, com a clareza de que o mundo e nossos alunos têm mudado fortemente e pedem que a educação se renove.

    A educação é elemento central na formação do cidadão. Não é exagero dizer que o futuro de nossa nação está nas mãos dos alunos que estamos formando. Como formar/educar essa geração protagonista que irá mudar a realidade do Brasil? Como criar cidadãos que, para além do conhecimento técnico, estão conectados com sua realidade e possuem uma visão mais ampla e humana sobre o mundo. Avançamos na área da educação nas últimas décadas, mas ainda temos muito a fazer.

    Nas minhas interações com grupos na área de educação tive a oportunidade de participar do Simpósio em Ensino Tecnológico no Amazonas (Seta), em 2016, no curso de mestrado profissional em Ensino Tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam), com seu grupo multidisciplinar de docentes e alunos, que tem um trabalho formidável com muitas contribuições relevantes para a (re)pensar a educação.

    Esta obra é mais uma dessas contribuições! O livro Formação de professores e estratégias de ensino: perspectivas teórico-práticas foi feito tendo a educação como elemento central, sendo extremamente rico na diversidade de tópicos. Certamente os assuntos tratados atrairão o interesse de um público também diverso, como professores, alunos e formuladores de políticas públicas. 

    O livro é composto de 16 capítulos que passam por diversos temas de importância para professores, tais como empreendedorismo educacional, tendência professor-pesquisador e práticas pedagógicas no ensino de engenharia. Traz também contribuições para gestores em temas de mestrados profissionais, políticas públicas de educação especial, profissional e tecnológica e casos específicos como a educação de surdos em Rio Branco-AC. Explora, ainda, algumas ferramentas no ensino como linguagem Python, laboratórios Virtuais, Scratch, modos verbais, metodologias de coleta de dados, passando pelo uso da história regional, a história de vida de uma professora e uso do teatro para promover o ensino.

    Em nossa sociedade tão moderna, onde a informação e a interatividade são tão intensas, começo a ter o sentimento da importância de quebrar as paredes mentais de nossas salas de aulas do século anterior, nossas metodologias conservadoras e nosso modelo ideal de aluno. A educação tem que evoluir com o mundo e se reinventar.

    Rochel Lago

    Professor titular da UFMG

    APRESENTAÇÃO

    Esta obra reúne um conjunto de artigos produzidos por docentes e discentes do mestrado profissional em Ensino Tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas, uma egressa e uma professora da Universidade do Estado do Amazonas, e está organizada em duas partes, cada uma com oito capítulos. A primeira integra estudos e pesquisas tomando como ênfase a formação de professores, e a segunda, estratégias de ensino.

    PARTE I – FORMAÇÃO DE PROFESSORES

    O primeiro capítulo, intitulado Empreendedorismo Educacional: caminhos, desafios e proposições para formação de professores no ensino tecnológico, dos autores Marcus Marcelo Silva Barros e Amarildo Menezes Gonzaga, discute o viés do empreendedorismo como um instrumento de desenvolvimento social capaz de oportunizar novas formas de perceber o mundo, despertar e contribuir para a formação de pessoas criativas. Os autores apresentam uma proposta que destaca a formação de um docente com uma atitude crítica e reflexiva. Em vista disso se embasam em diversos teóricos para refletir sobre elementos que corroboram a formação desse docente que dialoga com a abordagem empreendedora.

    No capítulo dois, A tendência professor-pesquisador em um percurso de autoria: algumas considerações, os autores Amarildo Menezes Gonzaga e Antonio Paulino dos Santos apresentam considerações acerca de algumas tendências na formação de professores, tendo como foco a tendência do professor-pesquisador para a construção de um percurso de autoria. Objetivam que os leitores, em particular professores ou futuros professores, identifiquem em seus próprios percursos de autoria, mecanismos que deem sentido à sua existência e colaborem para ressignificar suas práticas pedagógicas.

    Práticas pedagógicas no ensino de engenharia: reflexões e possibilidades na formação do professor engenheiro, dos autores Juan Gabriel de Albuquerque Ramos e Ana Cláudia Ribeiro de Souza, é o título do capítulo três e apresenta reflexões acerca das práticas pedagógicas dos professores engenheiros, tendo em vista conhecer os caminhos que esses profissionais buscam na construção das suas práticas e de sua identidade docente. Constroem uma relação na tríade formação pedagógica, construção da identidade docente e práticas pedagógicas do professor engenheiro, tendo em vista propor essa tríade como fundamento para o processo de formação de professores engenheiros, na busca da qualidade de seu trabalho docente.

    No capítulo quatro, Mestrados profissionais e produto educacional: uma discussão atualizada, de autoria de Keila Crystyna Brito e Silva e Ana Cláudia Ribeiro de Souza, é apresentado o percurso de implantação dos mestrados profissionais em Ensino, a partir de 2009, discutindo o papel do produto educacional. Esse produto é resultante da percepção e reflexão da vivência cotidiana em sala de aula, da prática, de saberes, correlacionado com um processo didático em que vários aspectos são observados: a problemática a ser resolvida, o referencial teórico, a quem se destina o produto e a relação entre produto e usuário.

    As autoras Julia Graziela Bernardino de Araújo Queiróz e Elaine Maria Bessa Rebello Guerreiro discutem no capítulo cinco as políticas públicas que asseguram o atendimento nas escolas de pessoas da educação especial no contexto da educação inclusiva, com o trabalho intitulado Política municipal de educação para o atendimento dos alunos da educação especial, em que mostram dados sobre a quantidade de matrículas e a realidade no atendimento de pessoas público-alvo da educação especial. Dessa forma, apresentam um panorama da educação especial na cidade de Manaus com reflexões sobre os esforços que ainda precisam ser feitos com relação à discussão e ao entendimento sobre inclusão.

    No capítulo seis, O que ensinar? O lugar da história regional e local no currículo de história do ensino médio, os autores Uthant Benício de Paiva e Nilton Paulo Ponciano, partindo da abordagem de que o currículo é a pedra angular para a discussão, visto ser um amálgama que se constitui a partir de elementos múltiplos e que permite a construção da imagem de uma escola, problematizam a ausência da história local e regional nas provas do Enem, estando isso ligado diretamente ao enfraquecimento das identidades individuais dos alunos do ensino médio; portanto, uma reversão deve ser apresentada.

    No capítulo sete, Uma Maria que reflete tantas outras: o enlace da educação profissional tecnológica com a história de vida de uma professora, da autoria de Bárbara Castro Lapa e Rosa Oliveira Marins Azevedo, são apresentados relatos da trajetória de vida de uma professora inserida na educação profissional tecnológica em forma de narrativa. Ao tecer a história pessoal do percurso da Maria professora, destacam relevantes experiências, a busca pela formação constante, de desenvolvimento profissional na educação, bem como as reflexões, formas pensamento e percepção dessa docente, que reflete tantos outros profissionais dessa modalidade de educação.

    No capítulo oito, intitulado Educação especial e educação profissional e tecnológica: contribuições da ação TEC NEP e do Napne para a inclusão na rede federal, as autoras Luana Ugalde da Costa e Rosa Oliveira Marins Azevedo, com o intuito de colaborar com reflexões acerca da inclusão de alunos com deficiência na educação profissional e tecnológica, apresentam a trajetória da educação especial no Brasil e discutirem as ações de inclusão de pessoas com deficiência nas instituições da rede federal, a partir de pesquisas realizadas no período de 2007 a 2016, que tratem do impacto da Ação TEC NEP nas ações do Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Específicas.

    PARTE II – ESTRATÉGIAS DE ENSINO

    Intitulado Rubrica e suas contribuições para avaliação de desempenho de estudantes, o capítulo nove, de autoria de Andréa Pereira Mendonça e Iandra Maria Weirich da Silva Coelho, trata sobre rubricas e sua utilização na avaliação de desempenho de estudantes. As autoras elaboraram uma síntese, por meio de um conjunto de exemplos práticos, com o intuito de facilitar a compreensão dos conceitos e a aplicação de rubricas, em diferentes tarefas, tais como: escrita de relatório, apresentação oral, resolução de problemas e realização de experimento em laboratório. Além disso, têm o intuito de inspirar professores para a criação de suas próprias rubricas ou adaptar os exemplos apresentados ao seu próprio contexto.

    O capítulo dez, Alfabetização em Laboratório Virtual de Aprendizagem: desenvolvimento de uma proposta, de Austonio Queiroz dos Santos e José Anglada Rivera, apresenta uma proposta de modelo de Laboratório Virtual de Aprendizagem (LVA) no processo de alfabetização e letramento, com foco no desenvolvimento de habilidades fonológicas. Os autores descrevem as principais características dos LVA, tomando como exemplo a plataforma Construct 2 enquanto recurso para o ensino, e apresentam uma proposta para auxiliar o ensino-apendizagem da lecto-escrita em crianças em fase de alfabetização, da interação do usuário com a interface de um software que possibilita a manipulação de personagens e objetos, como letras e palavras.

    As autoras Iêda Lúcia de Oliveira Santana e Iandra Maria Weirich da Silva Coelho, no capítulo 11, intitulado "Uso do Scratch para o desenvolvimento de habilidades digitais: uma proposta para potencializar os telecentros escolares", tratam do tema das habilidades digitais e evidenciam o telecentro escolar como um espaço não só de acesso e uso das tecnologias, mas como um espaço para o desenvolvimento de habilidades e competências necessárias para navegação, busca e filtro de informações, armazenamento, recuperação e compartilhamento de informações, bem como novas possibilidades de criação e programação. Entre os vários recursos tecnológicos disponíveis nos telecentros escolares de Manaus, identificaram que o Scratch não é utilizado por falta de habilidades necessárias para seu uso.

    No capítulo 12, Uma proposta de ensino dos modos verbais indicativo e subjuntivo com uso de banco de dados linguísticos, os autores Raimundo Gouveia da Silva e Iandra Maria Weirich da Silva Coelho apresentam a metodologia e os pressupostos norteadores da criação de um banco de dados linguísticos constituído por amostras de fala do núcleo da Reserva Extrativista do Cazumbá-Iracema, localizado no Acre. Trata-se de um produto educacional que tem por objetivo servir como material para a elaboração de uma proposta didática para trabalhar com os fenômenos relacionados à variação modal, tomando como base os modos indicativo e subjuntivo da língua portuguesa.

    No capítulo 13, Metodologia de coleta de dados: uma proposta de protocolo para compilação de bancos de dados linguísticos, a autora Iandra Maria Weirich da Silva Coelho apresenta a proposta de um protocolo de coleta para compilação e organização de bancos de dados linguísticos, buscando auxiliar no aprimoramento de instrumentos que podem ser utilizados nas pesquisas ou prática docente. Apresenta algumas sugestões e recomendações sobre a metodologia de coleta de dados, aspectos éticos e legais para a coleta de dados linguísticos (entrevista, gravação e transcrição) e critérios de amostragem.

    Em Um panorama da educação de surdos: o caso do ensino de Biologia em Rio Branco-AC, dos autores Eliane Barth Tavares e João dos Santos Cabral Neto, no capítulo 14, é evidenciada a necessidade de verificação do contexto em que os estudantes surdos da cidade de Rio Branco estão inseridos. Por meio de um diagnóstico socioeducacional apresentam resultados relacionados a questões como: a surdez no ambiente familiar e escolar e as práticas docentes no ensino de Ciências nas escolas inclusivas, que envolvem fatores relacionados à visão desses estudantes com relação ao ensino de Ciências, a prática pedagógica adotada pelos professores, os recursos didáticos utilizados, bem como a verificação das dificuldades relacionadas às habilidades de leitura e escrita.

    De autoria de Erlande D´Ávila do Nascimento e João dos Santos Cabral Neto, O teatro científico como um organizador prévio de conceitos de eletrostática é tratado no capítulo 15. Os autores expõem que o teatro pode ser considerado como científico quando busca aproximar de forma simples e lúdica o espectador do conhecimento construído pela ciência. Nesse sentido, salientam que o teatro científico pode servir de ponte entre o que o aluno já sabe e a temática da ciência, colaborando para que o aluno aprenda significativamente o novo conteúdo, atuando, portanto, como um organizador prévio.

    As potencialidades de programação para o ensino e aprendizagem de Matemática, com ênfase especial nas contribuições da linguagem de programação Python é apresentado no capítulo 16, com o tema: "Contribuições da linguagem Python no ensino e aprendizagem de matemática", dos autores Cristiano José Ferreira, Andréa Pereira Mendonça e Elloá Barreto Guedes da Costa. O texto está direcionado para professores ou futuros professores de Matemática e apresenta alguns exemplos práticos de aplicação com Python, recursos que podem ajudar o professor a iniciar de forma autônoma o seu estudo, bem como um conjunto de dicas sobre aulas e exemplos de códigos.

    Entendemos que as discussões presentes nos 16 capítulos desta obra poderão colaborar nas reflexões, e iluminar caminhos, a respeito dos desafios que temos pela frente no campo teórico-prático da formação de professores e estratégias de ensino.

    Boa leitura!

    Os organizadores

    SUMÁRIO

    CAPÍTULO I

    EMPREENDEDORISMO EDUCACIONAL: caminhos, desafios e proposições para formação de professores no Ensino Tecnológico

    Marcus Marcelo Silva Barros e Amarildo Menezes Gonzaga

    CAPÍTULO II

    A TENDÊNCIA PROFESSOR-PESQUISADOR EM UM PERCURSO DE AUTORIA: algumas considerações

    Antonio Paulino dos Santos e Amarildo Menezes Gonzaga

    CAPÍTULO III

    PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO ENSINO DE ENGENHARIA: reflexões e possibilidades na formação do professor engenheiro

    Juan Gabriel de Albuquerque Ramos e Ana Cláudia Ribeiro de Souza

    CAPÍTULO IV

    MESTRADOS PROFISSIONAIS E PRODUTO EDUCACIONAL: uma discussão atualizada

    Keila Crystyna Brito e Silva e Ana Cláudia Ribeiro de Souza

    CAPÍTULO V

    POLÍTICA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO PARA O ATENDIMENTO DOS ALUNOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

    Julia Graziela Bernardino de Araújo Queiróz e Elaine Maria Bessa Rebello Guerreiro

    CAPÍTULO VI

    O QUE ENSINAR? O LUGAR DA HISTÓRIA REGIONAL E LOCAL NO CURRÍCULO DE HISTÓRIA DO ENSINO MÉDIO

    Uthant Benicio de Paiva e Nilton Paulo Ponciano

    CAPÍTULO VII

    UMA MARIA QUE REFLETE TANTAS OUTRAS: o enlace da Educação Profissional e Tecnológica com a história de vida de uma professora

    Bárbara Castro Lapa e Rosa Oliveira Marins Azevedo

    CAPÍTULO VIII

    EDUCAÇÃO ESPECIAL E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA: contribuições da ação TEC NEP e do Napne para a inclusão na rede federal

    Luana Ugalde da Costa e Rosa Oliveira Marins Azevedo

    CAPÍTULO IX

    RUBRICAS E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE ESTUDANTES

    Andréa Pereira Mendonça e Iandra Maria Weirich da Silva Coelho

    CAPÍTULO X

    ALFABETIZAÇÃO EM LABORATÓRIO VIRTUAL DE APRENDIZAGEM: desenvolvimento de uma proposta

    Austonio Queiroz dos Santos, José Anglada Rivera e Fernanda Rebeca Araújo da Silva

    CAPÍTULO XI

    USO DO SCRATCH PARA O DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES DIGITAIS: uma proposta para potencializar os telecentros escolares

    Iêda Lúcia de Oliveira Santana e Iandra Maria Weirich da Silva Coelho

    CAPÍTULO XII

    UMA PROPOSTA DE ENSINO DOS MODOS VERBAIS INDICATIVO E SUBJUNTIVO COM USO DE BANCO DE DADOS LINGUÍSTICOS

    Raimundo Gouveia da Silva e Iandra Maria Weirich da Silva Coelho

    CAPÍTULO XIII

    METODOLOGIA DE COLETA DE DADOS: uma proposta de protocolo para compilação de bancos de dados linguísticos

    Iandra Maria Weirich da Silva Coelho

    CAPÍTULO XIV

    UM PANORAMA DA EDUCAÇÃO DE SURDOS: o caso do ensino de Ciências em Rio Branco-AC

    Eliane Barth Tavares e João dos Santos Cabral Neto

    CAPÍTULO XV

    O TEATRO CIENTÍFICO COMO UM ORGANIZADOR PRÉVIO DE CONCEITOS DE ELETROSTÁTICA

    Erlande D´Ávila do Nascimento e João dos Santos Cabral Neto

    CAPÍTULO XVI

    CONTRIBUIÇÕES DA LINGUAGEM PYTHON NO ENSINO E NA APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA

    Cristiano José Ferreira, Andréa Pereira Mendonça e Elloá B. Guedes

    ÍNDICE REMISSIVO

    SOBRE OS AUTORES

    PARTE I

    FORMAÇÃO DE PROFESSORES

    CAPÍTULO I

    EMPREENDEDORISMO EDUCACIONAL: caminhos, desafios e proposições para formação de professores no Ensino Tecnológico

    Marcus Marcelo Silva Barros e Amarildo Menezes Gonzaga

    Ainda que seja possível observar a dificuldade em relacionar educação e empreendedorismo, é cada vez mais evidente que o empreendedorismo deixou de ser apenas um instrumento de desenvolvimento econômico para assumir um importante papel no desenvolvimento social, oportunizando novas formas de perceber o mundo, despertando e contribuindo para a formação de pessoas criativas, empreendedoras e comprometidas com o desenvolvimento social e coletivo.

    Na busca por uma nova proposta no processo de formação docente, o professor deve assumir uma atitude, forjada a partir de outro tipo de formação, que deve ser crítica, reflexiva e orientada pela responsabilidade social, tornando necessário que adote uma postura comprometida, dinâmica, responsável, independente, participativa e empreendedora.

    Dada sua importância e complexidade, a formação de professores tem sido objeto de várias pesquisas e discussões, onde apontam novos rumos para a formação docente, discutindo sobre a identidade profissional do professor e pela busca em ressignificar os processos formativos a partir da reconsideração dos saberes necessários à docência, colocando a prática pedagógica docente escolar como objeto de análise (PIMENTA, 2012, p. 17).

    Hashimoto (2013, p. 7) afirma que todas as qualidades que se espera em qualquer tipo de profissional para qualquer atividade, em qualquer área, fazem parte do perfil empreendedor, pois não é no cargo, mas na atitude que reconhecemos e praticamos o empreendedorismo.

    Formação de professores no ensino tecnológico

    Discutir sobre a formação de professores no ensino tecnológico exige e sempre exigirá um olhar cuidadoso, crítico e reflexivo, uma vez que nos remetemos a um profissional que diariamente despende esforços para formar e preparar os cidadãos a enfrentar e responder às demandas que o mundo do trabalho exige, de forma eficiente e eficaz (DE SOUZA; ANDRADE; AGUIAR, 2016).

    A partir da década de 1990, são crescentes as pesquisas sobre a formação docente com novas tendências investigativas, na busca em compreender os processos pelos quais os professores aprendem, como são articulados os distintos saberes e quais os conhecimentos necessários à prática do professor, destacando a importância da reflexão na prática docente e a complexidade da prática pedagógica (PENA, 2011).

    Toda essa condição leva-nos a refletir sobre os desdobramentos do tema ‘formação de professores’, sobretudo em relação às necessidades exigidas pelo mundo do trabalho. O surgimento dessas novas demandas exige dos professores uma (re) estruturação dos saberes e conhecimentos direcionados para análise, reflexão e intervenções críticas e criativas na solução de problemas, e que venha a contribuir diretamente para o aumento da capacidade de (re) inserção social, laboral e política dos seus estudantes (MOURA, 2008).

    A partir dessa perspectiva é necessária uma nova postura no que concerne à instituição educativa e à profissão docente, em reformular, de forma definitiva, os enfoques tecnológicos, funcionalistas e burocratizantes, contribuindo para uma concepção de ensino do mundo e suas manifestações, formando futuros cidadãos em uma sociedade pluralista, participativa e integradora, exigindo, também, uma nova postura do professor, para que possam, de fato, educar na vida e para a vida (IMBERNÓN, 2006).

    O debate acerca da formação docente cada vez mais ganha destaque na esfera educacional, ressaltando que a forma de garantir a qualidade do ensino perpassa pelo investimento na formação inicial e continuada dos professores. Nesse contexto, Veiga e Silva (2012) elencam quatro elementos necessários que possibilitariam aos professores compreender o contexto da escola e da sala de aula, a saber:

    FIGURA 1 - ELEMENTOS DE DEBATE SOBRE FORMAÇÃO DE PROFESSORES

    FONTE: Veiga e Silva (2012) / adaptada pelo autor

    Embora sejam apresentadas várias medidas que visam melhorias nos processos educativos e na formação de professores, Nóvoa (2011) expressa em sua entrevista intitulada Pesquisa em educação, como processo dinâmico, aberto e imaginativo, cedida à revista Educação e Realidade, no ano de 2011, grande incongruência entre o discurso e a prática, pois raramente consegue-se fazer aquilo que se diz que é preciso fazer, reforçando a necessidade de construir políticas que valorizem os professores, seus saberes e seus campos de atuação que busquem a valorização das culturas docentes.

    Na pretensão por uma nova proposta no processo de formação docente, o professor deixa de ser um transmissor de conteúdos para assumir uma atitude problematizadora e mediadora do processo ensino-aprendizagem sem, no entanto, perder sua autoridade e tampouco a responsabilidade com a competência técnica dentro de sua área do conhecimento (FREIRE, 2015).

    Considerando ainda a necessidade de discutir, em caráter de profundidade, a formação de professores, Pimenta (2012, p. 15) critica e se contrapõe a uma tendência de

    [...] desvalorização profissional do professor e às concepções que o consideram como simples técnico reprodutor de conhecimentos e/ou monitor de programas pré-elaborados [...] entendendo que na sociedade contemporânea cada vez mais se torna necessário o seu trabalho enquanto mediação nos processos constitutivos da cidadania dos alunos, para o que concorre a superação do fracasso e das desigualdades escolares.

    É necessário que os professores estejam preparados para as transformações e os desafios do mundo contemporâneo, com capacidade de adequar suas atuações com as necessidades dos alunos em cada contexto, objetivando proporcionar condição de adaptação do educando a essas mudanças, ou seja, tornar significativo o que se leva para sala de aula, não somente quanto à apropriação de novos conhecimentos, mas à (re) significação dos já adquiridos, buscando a substituição de um paradigma baseado na simples transmissão de conteúdos para uma verdadeira educação emancipadora e crítica, pois no processo não apenas se ensina, mas também se aprende.

    Esse posicionamento é também defendido por Moura (2008, p. 30), quando sugere que a formação de docentes para o ensino tecnológico proporcione:

    [...] ir além da aquisição de técnicas didáticas de transmissão de conteúdos para os professores e de técnicas de gestão para os dirigentes. Evidentemente, esses aspectos continuarão sendo importantes, mas o objetivo macro é mais ambicioso e deve privilegiar a formação no âmbito das políticas públicas no país, principalmente as educacionais, numa perspectiva de superação do modelo de desenvolvimento socioeconômico vigente, de modo que deve priorizar mais o ser humano do que, simplesmente, as relações de mercado e o fortalecimento da economia.

    No que se refere à inovação educativa e à profissão docente, para existir a possibilidade de inovação nas instituições educativas é necessário um novo conceito de profissionalização do professor, rompendo com as práticas adotadas no passado e estabelecendo mecanismos profissionais e estruturais para uma verdadeira mudança cultural da profissão. O professor (a) deve converter-se em um profissional que participe ativamente do processo de inovação e mudança, realizando essa inovação a partir de dentro (IMBERNÓN, 2006).

    Mediante todos os princípios e todas as medidas propostas para a formação do novo profissional, convém refletir que tal mudança não pode ser proposta sem que se internalize um novo conceito da profissionalidade docente, sem que se defina uma nova política educativa e sem levar em conta as necessidades pessoais e coletivas da população e dos professores.

    Merece ser ressaltado ainda que, para alcançar profundas e consideráveis melhorias no que tange ao processo de formação profissional docente, é necessário o desenvolvimento de uma ampla e contínua política nacional de formação, evitando-se dar continuidade à fragmentação das políticas públicas (MACHADO, 2008). Para uma efetiva transformação no contexto educacional, é necessário buscar uma nova forma de perceber a profissão docente, considerando todas as suas especificidades, definindo uma nova política educativa e considerando as necessidades pessoais e coletivas dos professores, supondo, assim, causar uma ruptura, ainda que parcial, em determinadas ideologias institucionais que condicionam e direcionam para determinadas políticas conservadoras na educação (IMBERNÓN, 2011).

    Há um consenso por parte dos educadores de que o impacto das atuais transformações contemporâneas no sistema educacional direciona para uma reavaliação do papel da escola e dos professores, revelando o tema sobre formação de professores como importante e necessário, pois não há reforma educacional ou propostas pedagógicas sem a participação efetiva dos professores, atores diretamente envolvidos e comprometidos com o processo de ensino e aprendizagem (LIBÂNEO, 2011).

    A partir de qualquer contexto, percepção ou teoria que se baseie, a educação atualmente está inserida em um ambiente de progressiva complexidade, demandando outras formas de se pensar o contexto educacional e a formação dos professores. Dessa maneira, é atribuído ao professor um papel de protagonista como incentivador de inovações, mesmo não dispondo de recursos e estratégias em face da realidade que se apresenta com toda sua multiplicidade.

    Vemos como diretamente proporcional as transformações que a sociedade passa e as implicações para a educação, sobretudo no que se refere o trabalho dos professores com seus alunos em sala de aula, condição que desafia o papel dos educadores na escola diante de sujeitos heterogêneos, com pensamentos e comportamentos diversos, alicerçados em um contexto social complexo. Entendemos que propor soluções formativas exige um caráter de maior profundidade, merecendo outros posicionamentos e novas considerações (KRONBAUER; SIMIONATO, 2008).

    Sem a participação dos professores, qualquer proposta de inovação pode transformar-se em utopia ou ficção, já que um dos objetivos da educação é a busca de alternativas para alcançar uma escolarização mais democrática e de melhor qualidade. As novas experiências para uma nova escola precisam adquirir novas possibilidades de uma educação mais participativa e emancipatória, onde o professor, como protagonista histórico do saber, assuma seu verdadeiro papel no processo educativo (IMBERNÓN, 2011).

    O que de fato se espera da escola é uma verdadeira mudança, transformando-se em um espaço verdadeiramente educativo, proporcionando uma escola democrática, diferentemente da escola criada na modernidade do século XVIII, fortalecida nas suas funções de educação e cidadania no século XIX e substituída pelos movimentos de escola nova durante o século XX, e que nos dias atuais tenta educar os alunos do século XXI com professores formados em processos educativos pensados para o século XX, se o mundo mudou, que mude as funções e a forma de trabalhar dos professores.

    Empreendedorismo

    Um dos grandes desafios do século XXI é tornar o ser humano capaz de lançar mão de sua criatividade para a geração de inovação, e, consequentemente, provocar mudanças no cenário em que está inserido, tornando necessário que adote uma postura comprometida, dinâmica, responsável, independente, participativa e empreendedora.

    Ainda é percebida a falta de relação e coadunação entre empreendedorismo e educação, porém está cada vez mais evidente que o empreendedorismo não é apenas uma estratégia de desenvolvimento econômico, mas, sobretudo, de desenvolvimento social, com o objetivo de transformar pessoas, oportunizando novas formas de perceber o mundo, capacidade de inovar, perseverar e de conviver harmoniosamente com a sociedade (MARTINS, 2010).

    O empreendedorismo não é um fenômeno que se apresenta como recente, no entanto a utilização frequente do termo, a partir do final do século XX, exigiu e exige, até os dias de hoje, a necessidade de estudos com caráter de maior aprofundamento, na busca em clarificar seu conceito, sua utilização e sua aplicabilidade.

    No que concerne ao desenvolvimento da Teoria do Empreendedorismo, é creditado a Marco Polo o primeiro exemplo de empreendedor, por estabelecer uma rota comercial para o Oriente. Já na Idade Média, o termo era aplicado a quem gerenciava grandes projetos, lançando mão dos recursos oriundos do governo. A primeira indicação do termo empreendedorismo no século XVII estabelecia relação em assumir riscos, diferenciando o empreendedor, aquele que assumia riscos, do capitalista, aquele que fornecia o capital. Apenas no século XVIII, o capitalista e o empreendedor tornaram-se distintos, certamente pelo início da industrialização que ocorria no mundo. No final do século XIX e início do século XX, os empreendedores são confundidos com gerentes ou administradores, como aqueles que estão a serviço do capitalista para apenas controlar as ações desenvolvidas na organização (DORNELAS, 2012).

    No Brasil, o movimento do empreendedorismo começou a ganhar força na década de 1990, a partir da criação de organizações como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Sociedade Brasileira para Exportação de Software (Softex). Antes disso, pouco se falava em empreendedorismo, muito provavelmente pela situação desfavorável que a política e a economia atravessavam no país.

    Comumente, a ideia de empreendedorismo remete à criação de empresas, contudo, diante de diversas abordagens para o termo, não é tarefa fácil apresentar a definição do que seja um empreendedor.

    Segundo Neto et al. (2013), um dos primeiros a tratar com destaque o tema ‘empreendedorismo’ foi Joseph Schumpeter (1883-1950), economista austríaco e renomado professor de Harvard, que definia o empreendedor como aquele responsável pela introdução de uma inovação que destrói a ordem econômica vigente pela introdução de novos serviços e produtos e novas formas de organização, a qual chamava de destruição criativa, afirmando ainda que a inovação e o progresso econômico são promovidos pelos empreendedores, assumindo um papel ativo no desenvolvimento dos países.

    Já na década de 70, esse conceito foi ampliado por Peter Drucker (1987) com a introdução do risco ao conceito de empreendedorismo, uma pessoa empreendedora arriscava

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