Educação inclusiva: Aspectos político-sociais e práticos
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Educação inclusiva - Tânia Medeiros Aciem
Eliana Sala e Tânia Medeiros Aciem (orgs.)
Educação Inclusiva
Aspectos Político-Sociais e Práticos (Pedagogia de A a Z; vol.3)
Copyright © 2013 by Paco Editorial
Direitos desta edição reservados à Paco Editorial. Nenhuma parte desta obra pode ser apropriada e estocada em sistema de banco de dados ou processo similar, em qualquer forma ou meio, seja eletrônico, de fotocópia, gravação, etc., sem a permissão da editora e/ou autor.
Coordenação Editorial: Kátia Ayache
Revisão: Isabella Pacheco e Nara Dias
Capa: Matheus de Alexandro
Diagramação: Matheus de Alexandro
Edição em Versão Impressa: 2013
Edição em Versão Digital: 2014
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Conselho Editorial
Profa. Dra. Andrea Domingues (UNIVAS/MG) (Lattes)
Prof. Dr. Antonio Cesar Galhardi (FATEC-SP) (Lattes)
Profa. Dra. Benedita Cássia Sant’anna (UNESP/ASSIS/SP) (Lattes)
Prof. Dr. Carlos Bauer (UNINOVE/SP) (Lattes)
Profa. Dra. Cristianne Famer Rocha (UFRGS/RS) (Lattes)
Prof. Dr. José Ricardo Caetano Costa (FURG/RS) (Lattes)
Prof. Dr. Luiz Fernando Gomes (UNISO/SP) (Lattes)
Profa. Dra. Milena Fernandes Oliveira (UNICAMP/SP) (Lattes)
Prof. Dr. Ricardo André Ferreira Martins (UNICENTRO-PR) (Lattes)
Prof. Dr. Romualdo Dias (UNESP/RIO CLARO/SP) (Lattes)
Profa. Dra. Thelma Lessa (UFSCAR/SP) (Lattes)
Prof. Dr. Victor Hugo Veppo Burgardt (UNIPAMPA/RS) (Lattes)
Prof. Dr. Eraldo Leme Batista (UNIOESTE-PR) (Lattes)
Prof. Dr. Antonio Carlos Giuliani (UNIMEP-Piracicaba-SP) (Lattes)
Paco Editorial
Av. Carlos Salles Block, 658
Ed. Altos do Anhangabaú, 2º Andar, Sala 21
Anhangabaú - Jundiaí-SP - 13208-100
Telefones: 55 11 4521.6315 | 2449-0740 (fax) | 3446-6516
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www.pacoeditorial.com.br
Sumário
Folha de Rosto
Créditos da Obra
Apresentação
Capítulo 1: Aspectos Históricos da Educação Inclusiva - Eliana Sala Tânia Medeiros Aciem
Introdução
1 – Globalização e Marginalização
2 – Inclusão: Um Princípio de Organização Política e Legal da Sociedade
3 – Limites Entre Educação Inclusiva e Educação Especial Substituir
Considerações Finais
Referências
Capítulo 2: Pressupostos Básicos de Uma Escola Inclusiva - Eliana Sala, Glaucy Karol Abdon Alves Amadei
Introdução
1. Destaques sobre a sociedade contemporânea
2. Inclusão Escolar: Base Para a Construção de Uma Sociedade Inclusiva
3. Pressupostos de Uma Escola Inclusiva: O Que Não é Aparente
4. Colaboração Entre Escola e Família: Pilar da Escola Inclusiva
5. Avaliação e Currículo em Uma Escola Inclusiva
Considerações Finais
Referências
Capítulo 3: Cultura Colaborativa e Inclusão Escolar - Joseleine de Campos Gomes
Introdução
1. Cultura Colaborativa Na Escola
2. Ensino Colaborativo
Considerações Finais
Referências
Capítulo 4: A Pessoa Com deficiência Visual -Tânia Medeiros Aciem, Maria Angélica Rocha, Aparecida Alves Rodrigues
Introdução
1. Enfoque Educacional
1.1 Visão Reduzida
1.2 Cegueira
2. Enfoque Clínico
2.1 Visão reduzida
2.2 Cegueira
3. A pessoa com Deficiência Visual
Considerações Finais
Referências
Capítulo 5: O Surdo e o Bilinguismo - Gleidis Roberta Guerra
Introdução
1. Definindo A Surdez
2. Correntes Comunicativas
2.1 Oralismo
2.2 Comunicação total
2.3 Bilinguismo
3. Proposta de Uma Educação Bilíngue para os Surdos
Considerações Finais
Referências
Capítulo 6: Um Recorte Sobre Deficiência Intelectual, Síndromes e Transtornos Globais do Desenvolvimento (Autismo e Síndrome de Asperger) - Joseleine de Campos Gomes, Sandra Rosa Almeida Souza
Introdução
1. Da Deficiência Mental para Deficiência Intelectual
2. A Partir Disso, o Que Muda Na Prática Escolar?
3. O Atendimento Educacional Especializado (Aee) para a Pessoa Com Deficiência Intelectual
4. Síndrome do X Frágil
5. Síndrome de Down
6. Síndrome de Angelmam
7. Transtorno Global do Desenvolvimento (Autismo e Síndrome de Asperger)
7.1 Diagnóstico e características
8. O Aluno Com Transtorno Global do Desenvolvimento (Autismo e Síndrome de Asperger) e a Inclusão Escolar
Considerações Finais
Referências
Capítulo 7: Deficiência Múltipla Sensorial - Shirley Rodrigues Maia, Vula Maria Ikonomidis
Introdução
1. Necessidades das Pessoas Com Deficiência Múltipla
2. Efeitos Secundários
3. Abordagem Educacional
4. Comunicação
4.1 Aspectos Físicos
4.2 Aspectos Intelectuais/Cognitivos
4.3 Aspectos Ambientais
4.4 Rotina
4.5 Objetos de Referência
4.5.1 Objetos
4.5.2 Desenhos
4.5.3 Palavras
4.6 Sistemas de Calendários
4.7 Livro de Experiência Real
4.8 Análise de Tarefas
Considerações Finais
Referências
Capítulo 8: Surdocegueira - Shirley Rodrigues Maia, Vula Maria Ikonomidis
Introdução
1. Surdocegueira Congênita
2. Surdocegueira Adquirida
3. Principais Causas de Surdocegueira
4. Surdocegueira Congênita e a Comunicação
5. Interação, Comunicação e Linguagem
6. Guia Intérprete e o Instrutor Mediador
7. Dicas de Como Usar o Trabalho do Guia-Intérprete
Considerações Finais
Referências
Capítulo 9: Adaptações Pedagógicas - Marta Cristina Rodrigues, Sandra Kida Sanches de Oliveira
Introdução
1. Adaptações Pedagógicas para Alunos Com Deficiência Visual
2. Adaptações Pedagógicas para o Aluno Surdo
3. Adaptações Pedagógicas para Alunos com Deficiência Intelectual
4. Adaptações Pedagógicas para Alunos com Deficiência Física
5. Adaptações Pedagógicas para Alunos com Altas Habilidades
(Superdotação)
Considerações Finais
Referências
Capítulo 10: Orientação Sexual e Identidade de Gênero Na Escola – Um Saber Institucionalizado - Eduardo de Campos Garcia
1. Orientação Sexual e o Ato Simbólico No Discurso
2. O Conceito Institucionalizado de Orientação Sexual e Seu Uso Na Aceitação e Repressão Sexual
3. Algumas Implicações Quando Se Entende a Orientação Sexual como Sinônimo de Educação Sexual
4. Orientação Sexual e a Metamorfose do Seu Conceito: O Que Isso Significa em Tempos Atuais?
5. A Homossexualidade e Seus Mitos, Verdades e Nascimento
6. A Orientação Sexual Homossexual e o Poder Heterossexual Na Atualidade
7. Identidade de Gênero
Considerações Finais
Referências
Capítulo 11: Ações Governamentais com Vistas à Inclusão do Estudante com Deficiência No Ensino Superior – Dispositivos Legais - Patricia Ap. Bioto-Cavalcanti, Andreza Gessi Trova
Introdução
1. Método
2. Resultados/Discussões
2.1 Legislação
2.2 Detalhamentos da Legislação
Considerações Finais
Referências
Os Autores
Andreza Gessi Trova
Aparecida Alves de Oliveira Rodrigues
Eduardo de Campos Garcia
Eliana Sala
Glaucy Karol Abdon Alves Amadei
Gleidis Roberta Guerra
Joseleine de Campos Gomes
Maria Angélica Rocha
Marta Cristina Rodrigues
Patricia Ap. Bioto-Cavalcanti
Sandra Kida Sanches de Oliveira
Sandra Rosa Almeida Souza
Shirley Rodrigues Maia
Tânia Medeiros Aciem
Vula Maria Ikonomidis
Coleção Pedagogia de A a Z
Paco Editorial
Lista de Tabelas e Figuras
Imagem 1 - Atendimento em Sala de Recursos para pessoas com deficiência visual
Imagem 2 - Aluno com deficiência realizando avaliação em sala de aula com os demais alunos
Imagem 4 - Leitura no computador com caracteres ampliados
Imagem 5 - Uso do computador com sintetizador de voz
Imagem 6 - Suporte Para Leitura de Livro Com Caracteres Ampliados
Imagem 7 - Leitura Braille: Sistema de Leitura Tátil
Imagem 8 - Escrita Pelo Sistema Braille Com a Reglete e A Punção
Imagem 9 - Escrita Pelo Sistema Braille Na Máquina Braille
Imagem 10 - Uso de Bengala para Locomoção Independente
Imagem 11 - Ampliação para Leitura No Computador
Imagem 12 - Computador Com Sistema De Voz
Imagem 13 - Sistema de Calendário de Caixa
Imagem 14 - Sistema de Calendário de Prateleira
Imagem 15 - Sistema de Calendário de Cartaz de Prega
Imagens 16 E 17 - Livro de Experiência Real – Vamos Ao Parque
Imagens 18 E 19 - Caixa de Sequência de Atividades Com Objetos Concretos - Suco de Laranja
Imagem 22 - Cartaz de Sequência de Atividades Com Desenhos – Patê de Atum
Imagem 23
Tabela 1 – Outros Indicadores Também Podem Ser Considerados para o Diagnóstico
Apresentação
Nos últimos dias, recebi o convite para elaborar a apresentação do presente livro. Fiquei extasiada com a obra, que traz a Educação Inclusiva em vários âmbitos de sua abrangência.
A doutora Eliana Sala e a mestre Tânia M. Aciem coorganizaram textos riquíssimos destinados a educadores e a pais, assim como a outros profissionais formados e/ou em formação de alguma maneira envolvidos com a temática.
Os textos abordam a inclusão tanto no ensino fundamental quanto no ensino superior e trazem a sua historicidade (Eliana e Tânia) a partir de um olhar mais detalhado para as necessidades educacionais especiais de alunos com altas habilidades (Joseleine), deficiência visual (Angélica, Aparecida e Tânia), surdos (Gleidis), o leitor estude e pesquise mais prazerosamente deficiência múltipla, síndromes e transtornos globais do desenvolvimento (Joseleine e Sandra) e surdocegueira (Shirley e Vula). Vários resultados de pesquisas são apresentados aos leitores relativamente à prática pedagógica inclusiva.
Traz, também, destaques sobre as características de uma escola inclusiva (Eliana e Glaucy), sobre a relevância da colaboração de especialistas para a orientação sexual e respeito à identidade de gênero (Eduardo) e, principalmente, a constituição do trabalho colaborativo entre todos os docentes das escolas (Joseleine), sem o qual não haveria Inclusão.
Os educadores poderão contar com excelente contribuição quanto às adaptações pedagógicas necessárias (Sandra Kida e Marta Cristina) dentro de uma escola inclusiva.
Esta obra enriquece a formação significativa dos construtores da Educação Inclusiva, assim como lança desafios para que o leitor estude e pesquise mais prazerosamente sobre o assunto. Remete-o para a reflexão quanto à necessidade de os governantes implementarem e ampliarem as ações públicas existentes (Andreza e Patrícia).
Vamos ao saber!
São Paulo, verão de 2013.
Profª Dra. Magali Bussab
Capítulo 1: Aspectos Históricos da Educação Inclusiva
Eliana Sala Tânia Medeiros Aciem
A história é émula do tempo, repositório dos factos, testemunha do passado, exemplo do presente, advertência do futuro.
(MIGUEL DE CERVANTES)
Introdução
Partindo do fato de vivermos atualmente em um mundo política e economicamente globalizado (e que, portanto, tende a excluir os não produtivos, os não letrados e aqueles que, no imaginário social, significam risco à sociedade), consideramos necessário ter-se clareza da relevância de se combater a exclusão de alunos com diferenças significativas da sociedade e da escola, pressupondo que este fenômeno toma como sustentáculo estigmas social e historicamente construídos e que, portanto, não são naturais às pessoas. Aspectos políticos, econômicos e sócio-históricos subjacentes à proposta de educação inclusiva em nível internacional e, particularmente, em nível nacional devem, de semelhante modo, ser explicitados para que haja mais condições de compreensão do fenômeno da exclusão, bem como as implicações negativas que podem advir da proposição de políticas públicas de governo (em contraposição a políticas públicas de Estado) e da ausência (ou parca) interlocução entre os níveis federal, estaduais, municipais e do Distrito Federal e da ausência (ou precariedade) de políticas intersetoriais que dêem conta de subsidiar o processo de boa qualidade de acesso quantitativo e qualitativo de todos à educação escolar.
Planos nacionais brasileiros de Educação, a LDB e normativas sobre os direitos humanos e declarações internacionais que resultaram de encontros entre líderes de diferentes países do mundo que tiveram como foco o direito das pessoas e suas necessidades (assim como a necessidade das próprias nações) de acesso ao saber sistematizado levaram à proposição de uma escola inclusiva.
A seguir, o leitor terá, então, acesso a tudo isso, contando também com a explicitação da diferença e das especificidades de conceitos como educação especial, educação inclusiva e integração escolar.
1 – Globalização e Marginalização
De acordo com Sala (2003), vivemos atualmente em um mundo política e economicamente globalizado, que tende a excluir os não produtivos, os não letrados e aqueles que, no imaginário social, significam risco à sociedade. Com uma organização social atualmente sustentada pela lógica neoliberal, em que a marginalização de algumas pessoas acaba por ser vista como algo inerente a elas mesmas e não como um fenômeno que toma como sustentáculo estigmas social e historicamente construídos e que, portanto, não são naturais, mas fruto de toda uma herança de exclusão, filantropia e assistencialismo.
Diante disso, registra Grigsby que
(...) a abertura da escola para a diversidade em contextos marcados historicamente pela exclusão, segmentação, seletividade e discriminação é um processo muito complexo e de longo prazo, sobretudo nos países em que a cultura da exclusão está mais enraizada que a da inclusão. (GRIGSBY, 2004, p. 2)
2 – Inclusão: Um Princípio de Organização Política e Legal da Sociedade
Isto posto, considerar-se-á a questão da inclusão como indo além de um paradigma educacional ou social e referindo-se a um princípio de organização da sociedade (MACHADO, 2012), que ainda depende em grande medida de iniciativas e disposições individuais para implementar ações adequadas de atendimento nas áreas de educação, emprego e direitos em geral a pessoas com necessidades especiais (RÉUS; CAVALARI, 2010). O próprio aperfeiçoamento da visão da sociedade quanto ao processo histórico de sua constituição/transformações, bem como da responsabilidade de cada um de seus membros – individual e coletiva – como sujeitos ativos, demanda boa formação acadêmica, donde a relevância do estudo deste capítulo: histórico de como e por que chegamos a uma educação que se pretende inclusiva.
Para Romero e Souza (2012), o tratamento destinado às pessoas é proporcional à sua importância ou desimportância no contexto social. Assim, podemos considerar que, quando foram historicamente tidas como anormais, certas pessoas foram institucionalizadas como que em uma espécie de ação de proteger o restante da sociedade de suas ações e reações.
Quando passou-se a ter uma visão mais humanitária em relação a estas pessoas, bem como quando o Estado passou a ver sua institucionalização como algo dispendioso do ponto de vista financeiro, passou-se a ter a proposição de ações de assistência e integração.
Quando a visão é humanista, a ação social tende à inclusão. Isso também acontece quando há interesses sociais (individuais ou coletivos) e também político-econômicos, conforme se verá a seguir.
Discussões sobre os direitos de todos aos bens e serviços da sociedade foram intensificadas particularmente a partir de processos de redemocratização de vários países europeus e latino-americanos, por sua vez decorrentes de muitas lutas da sociedade civil em defesa dos direitos humanos. Nesse sentido, o ano de 1981, considerado o Ano Internacional das pessoas com deficiência – fortemente representadas por familiares, profissionais das áreas de saúde e educação e por intelectuais –, constituiu também um marco importante para que outras minorias se manifestassem com vistas a fazer valer uma série de direitos.
Do ponto de vista político, nesse mesmo contexto histórico muitos países começaram a carecer de mão de obra com melhor formação, o que era mais possível de ser obtido a partir da escolarização de todos, tomando-se aqui a escola como lócus privilegiado de formação por contar com espaço coletivo amplo e com profissionais especializados para o trato do saber sistematizado.
Assim, quer por conscientização, interesses e/ou necessidades civis, quer por interesses/necessidades governamentais, passou-se a focar a questão do acesso de todos à escola. Tratou-se, portanto, de um esforço internacional para que todos os que estivessem fora da escola a ela passassem a ter acesso; em defesa legítima dos direitos das pessoas, pela maioria de seus defensores, mas até mesmo como uma espécie de processo de gerenciamento da população (SILVA, 2012).
Inicialmente, a atenção foi mais voltada para as pessoas com deficiência (até por conta do marco de 1981 anteriormente citado). Nesse sentido, as décadas de 1980 e 1990 foram marcadas por seminários, conferências, reuniões e assembléias internacionais que partiram principalmente do fato de que a proposição da Declaração dos Direitos Humanos relativa a todos terem direito à educação ainda não era uma realidade para muitas pessoas em muitos países e resultaram na elaboração de documentos que continham recomendações sobre a educação especial. Dentre os principais, o Brasil deixou de estar presente somente em dois: em um caso, por ser um seminário regional (1992, em Caracas) e outro por questões burocráticas internas ao MEC (SALAMANCA, 1994).
Dentre elas, ainda, merecem especial destaque a Conferência Mundial sobre Educação Para Todos: Satisfação das Necessidades Básicas de Aprendizagem, ocorrida em Jomtiem, na Tailândia, em 1990, e a Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais, que reuniu representantes de 92 governos e 25 ONGs em 1994, em Salamanca.
A Conferência de Jomtien resultou na Declaração mundial sobre educação para todos, que registrou como objetivos:
Art.1º - Satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem [...]; Art.2º - Expandir o enfoque [...], indo além dos níveis atuais de recursos, das estruturas institucionais; dos currículos e dos sistemas convencionais de ensino, para construir sobre a base do que há de melhor nas práticas correntes [...]; Art.3º - Universalizar o acesso à educação e promover a equidade [...]; Art.4º - Concentrar a atenção na aprendizagem [...] de fato, ou seja, apreenderem conhecimentos úteis, habilidades de raciocínio, aptidões e valores [...]; Art. 5º - Ampliar os meios e o raio de ação da educação básica considerando a diversidade, a complexidade e o caráter mutável das necessidades básicas de aprendizagem das crianças, jovens e adultos [...]; Art. 6º - Propiciar um ambiente adequado à aprendizagem [...]; Art. 7º - Fortalecer as alianças [...]; Art. 8º - Desenvolver uma política contextualizada de apoio [...] nos setores social, cultural e econômico [...] necessária à concretização da plena provisão e utilização da educação básica para a promoção individual e social [...]; Art. 9º - Mobilizar recursos [...] financeiros e humanos, públicos, privados ou voluntários [...]; Art. 10 – Fortalecer a solidariedade internacional. (DECLARAÇÃO MUNDIAL SOBRE EDUCAÇÃO PARA TODOS, 1990, p. 3-7)
Quatro anos depois, a Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais resultou na Declaração de Salamanca de princípios, política e prática em educação especial. Preconizava que, com a orientação integradora proposta no evento,
As escolas comuns [...] representam o meio mais eficaz de combater atitudes discriminatórias, de criar comunidades acolhedoras, construir uma sociedade inclusiva e dar educação para todos; além disso, proporcionam uma educação efetiva à maioria das crianças e melhoram a