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O Revelador: Assassinatos ligados à uma antiga profecia. Uma caçada em vários países.
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O Revelador: Assassinatos ligados à uma antiga profecia. Uma caçada em vários países.
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O Revelador: Assassinatos ligados à uma antiga profecia. Uma caçada em vários países.

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Uma profecia escrita há mais de oitocentos anos causando assassinatos de jovens em 2001.
O FBI, a imprensa e as polícias de todo o planeta investigam o que há em comum entre eles e participam da caçada à misteriosa organização que parece estar sempre um passo à frente.
Uma pesquisadora da Universidade de Roma luta para recuperar o texto da profecia e ajudar o Vaticano a entender porque palavras antigas levam homens a matar, em pleno século XXI. Um jovem brasileiro, um jornalista italiano e o Secretário de Estado do Vaticano são envolvidos na trama. O Vaticano corre contra o tempo e o Papa percebe que, no final do seu mandato, precisa lutar pelo destino da Igreja. E Da própria humanidade.
LanguagePortuguês
Release dateFeb 20, 2017
ISBN9788592797041
O Revelador: Assassinatos ligados à uma antiga profecia. Uma caçada em vários países.

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    O Revelador - Celso Possas Junior

    profetas.

    Capítulo 1

    Roma

    Os pensamentos do segundo homem na hierarquia da Igreja Católica dividiam-se entre a simplicidade do jogo à sua frente e a complexidade do conflito iminente no Vaticano.

    "Não é justo como atacam o Papa. O homem merece um final de vida tranquilo. Por que os covardes ortodoxos não o deixam em paz?"

    Gambacci massageava lentamente as têmporas, refletindo sobre João Paulo II, enquanto seu irmão jogava a bola branca. Franco arremessou com força, tentando empurrar a esfera vermelha de Albertino que ameaçava o seu domínio, para fora da área de pontuação.

    Os cardeais franceses e alemães agiam da mesma forma, divagava o Secretário de Estado. Empurravam uns aos outros para fora dos círculos de influência, até que todos estivessem igualmente alijados dos concorridos cargos e posições na Cúria Romana.

    Albertino Gambacci gostava de passar as tardes de sábado com o irmão mais novo, jogando bocha no sítio a cinquenta quilômetros do centro de Roma. Às vezes, a caçula Isabella também aparecia, e os três tomavam um bom vinho e conversavam sobre temas variados.

    Gambacci chegara a Roma trinta anos antes, começando uma carreira de sucesso, galgando os diversos escalões da hierarquia católica, até atingir, perto da virada do milênio, a posição com que tanto sonhara: o cargo de Secretário de Estado do Vaticano.

    A primeira versão da Secretaria surgiu no final do século XV, como Secretaria Apostólica. Passou por diversas modificações que conferiram mais ou menos poder, dependendo da vontade dos Sumos Pontífices, ao seu principal assessor para assuntos políticos – inicialmente chamado de Secretarius Domesticus. Depois de vários nomes, em 1988 – quando Gambacci começava a se destacar nas engrenagens da política e da diplomacia católicas – João Paulo II modificou a Constituição Apostólica e reformulou a Secretaria de Estado.

    Os pensamentos foram interrompidos pela vibração discreta do aparelho celular, sempre ligado, no bolso interno do conservador terno risca de giz.

    – Gambacci falando.

    – Boa tarde, Albertino – o Cardeal Letelier, amigo e companheiro do alto escalão do Vaticano era a única pessoa, fora o próprio Papa, que chamava o Secretário de Estado pelo primeiro nome.

    – Boa tarde, Yves. Você está em Roma?

    – No meu apartamento. E acabei de subir inutilmente as escadas para procurá-lo. Esqueci que aos sábados você visita Franco e a bela irmã de olhos azuis, que talvez pudesse um dia me fazer jogar a batina para o alto e chamá-lo de cunhado...

    – Alguém já disse que os franceses só pensam em mulheres, Yves, e acho que é verdade. Até hoje não sei como Sua Santidade escolheu um tarado para um cargo tão importante.

    – Quando eu for Papa, Al, mudarei toda a Igreja. E as novas leis dirão que o Sumo Pontífice terá direito a uma boa companheira, desde que seja irmã de um cardeal.

    – Que o Senhor não te ouça, Yves. Ou Ele pode te tornar mesmo o Santo Padre somente para punir a humanidade.

    Os dois riram. Em seguida Letelier falou sério:

    – Preciso lhe falar, Albertino.

    – E imagino que não poderá esperar até segunda-feira.

    – Poder, até pode. Mas acredito que você gostará de saber.

    – Estarei aí em uma hora. É algo com relação aos alemães?

    – Não, Albertino. Falaremos daqueles papéis achados recentemente. Você se esqueceu?

    – Não. Infelizmente, Yves, o Senhor me deu o dom de guardar as coisas que escuto de você. Até logo, senhor espião.

    Gambacci referia-se ao apelido de Letelier na Cúria, devido ao cargo de Chefe do Serviço de Informações do Vaticano.

    Despediu-se do irmão, combinando um jantar para quinta-feira. Entrou no Alfa Romeo, que dirigia sozinho quando não estava trabalhando.

    Pouco tempo depois, guiou tranquilamente pelos portões da cidadela e rumou para o prédio de apartamentos que abrigava os altos dirigentes do Vaticano. Seu plano de tirar uma soneca no final da tarde teria que ser adiado – ele estava curioso com o telefonema de Letelier e por que papéis achados recentemente – profecias escritas oitocentos anos antes – não poderiam esperar por mais trinta e seis horas, até a manhã de segunda.

    Moscou

    O frio intenso que congelava as orelhas e a ponta do nariz obrigou Ivan Ivanovich Delivanov a tirar o gorro puído do bolso de trás da calça. Colocou a peça de lã na cabeça e ajeitou os óculos com a ponta do indicador. Caminhava distraidamente pela Avenida Manezhnaya, área central de Moscou.

    O ar gelado fazia com que mantivesse as mãos nos bolsos da calça jeans surrada, apesar de já estarem protegidas por luvas baratas de lã. Não era uma noite animadora. Estava cada vez mais difícil conseguir algum dinheiro no centro de Moscou, apinhado de miseráveis, mendigos, desempregados, todos lutando por biscates mal remunerados. Não havia empregos disponíveis para pessoas como Ivan Ivanovich, com educação básica – antes soldado raso, responsável pela manutenção dos veículos militares na base do exército em Smolensk.

    Percebeu a presença, poucos metros à frente, de duas mulheres jovens e elegantes, com bolsas de couro e sobretudos quentes e longos. As moças caminhavam despreocupadamente, olhando as vitrines e evitando os miseráveis, sentados na calçada gelada.

    Ivan não notou que também era observado. O homem de capa cinza, chapéu e luvas pretas andava quinze metros atrás, seguindo o rapaz pacientemente.

    As jovens com cabelos pintados de vermelho, última moda nas discotecas russas, resolveram cortar caminho por uma rua estreita e pouco movimentada. Queriam encurtar o trajeto para evitar o frio e chegar mais rápido ao pub onde encontrariam outras amigas. Ivan continuou caminhando perto das moças, sem perceber que o homem de capa e chapéu também dobrara a esquina atrás dele.

    A dupla entrou em outra ruela, ainda menor. Uma das jovens parou para acender um cigarro e Ivan lembrou que fazia mais de dois meses que não conseguia dar um trago. A moça percebeu a presença do rapaz e ficou assustada. Ivan levantou o braço, com a palma da mão voltada para ela. Falou, soltando fumaça por causa do ar gelado:

    – Por favor, não se assuste.

    – O que você quer?

    Ivan ajeitou mais uma vez os óculos com o indicador e respondeu, com a cabeça meio baixa:

    – Nada. Na verdade, te pedir um cigarro. Não vou fazer nenhum mal, pode ficar tranquila.

    A moça tirou o maço de Winston do bolso do sobretudo preto e entregou um cigarro ao rapaz. A outra jovem acendeu para ele o isqueiro com capinha Armani falsificada. Ivan aproximou-se da chama, e tragou fundo, saboreando o prazer que não conseguia mais pagar.

    Agradeceu, e as moças saíram rápido da ruela.

    Ivan virou-se para voltar e puxou a fumaça com força. Foi o último trago da sua vida.

    O homem de capa cinza surgiu sorrateiramente das sombras empunhando a pistola Makarov com silenciador.

    O primeiro tiro atingiu o joelho direito de Ivan e o segundo a perna esquerda. O ex-soldado caiu de costas na rua coberta por uma fina camada de gelo, gemendo e sentindo o líquido quente empapar sua calça velha e manchar o chão de vermelho. Tentou se levantar, mas as dores lancinantes o impediam de fazer algo além de arrastar-se e chorar. Tateou a procura dos óculos, notando que o homem com a longa capa cinza continuava em pé ao lado dele.

    O assassino desatarraxou o silenciador da pistola e guardou os dois objetos no bolso direito do sobretudo. Colocou o pé no pescoço do russo apavorado, enquanto tirava um pequeno saco de pele marrom do bolso esquerdo. De dentro da embalagem com aparência antiga, retirou um punhal esverdeado de lâmina afiada e ligeiramente curvada na ponta, que Ivan jamais saberia ser mais antigo que a idade de Cristo.

    Sentou-se sobre o rapaz. Parecia completamente destituído de emoções, ignorando as súplicas do jovem russo. Abriu o casaco de pele surrado e, com um movimento rápido, cortou a camisa verde do antigo exército soviético. Segurando os braços com os joelhos e o pescoço com a mão esquerda, o homem misterioso murmurou alguma coisa que Ivan não conseguiu entender, e desferiu um golpe certeiro no peito nu, perfurando diretamente o coração.

    Em seguida, o assassino limpou o punhal no jeans desbotado de Ivan e tornou a guardá-lo no antigo invólucro de pele marrom. Virou o corpo e retirou uma carteira preta surrada, do tipo comum entre os soldados do Exército Vermelho.

    Conferiu a identidade do rapaz, chamado Ivan Ivanovich Delivanov, filho de Ivan Delivanov, nascido em dois de maio de 1975.

    Jogou a carteira ao lado do corpo e saiu andando calmamente.

    Apesar do sucesso na missão que o tinha levado à fria Moscou, suas feições, que poucos conheciam, revelavam alguma decepção.

    Vaticano

    Letelier o aguardava com uma garrafa de conhaque francês.

    O cardeal da Provence retirou uma chave presa ao pescoço junto com o crucifixo de ouro, e abriu o antigo cofre do canto do escritório. Gambacci achava engraçada a artimanha de Letelier, que guardava as coisas de menor importância no cofre ultramoderno e os documentos realmente confidenciais na relíquia do início do século XX.

    O francês mostrou-lhe fotocópias de palavras rabiscadas e muitos pontos de interrogação. E a xerox de um velino muito antigo, quase ilegível, com poucas letras aparecendo, incompreensíveis para um leigo em caligrafias antigas como ele. Havia também algumas transcrições em italiano moderno.

    Gambacci deu uma olhada e voltou-se para o espião católico.

    – Não há novidades aqui. Já vi a maior parte disso há duas semanas.

    – Eu sei. Mas a Doutora Varesi esteve aqui há menos de quatro horas. Trouxe informações interessantes.

    Gambacci permaneceu aguardando o motivo real daquela conversa. Letelier retomou a explicação:

    – Nossos doutores finalmente conseguiram decifrar as primeiras palavras da última profecia. Temos pouca coisa, mas já podemos imaginar do que tratam os escritos finais de Francesco De Baldi.

    – E então? – Gambacci estava impaciente, tentando apressar Letelier.

    – São poucas palavras, Albertino, que não nos deixam ainda entender o significado, mas já temos algo para movimentar nossas células cinzentas.

    O francês encheu mais uma vez os copos de cristal veneziano. Passou outra folha de papel para Gambacci. Não havia timbre ou qualquer nome, apenas palavras e frases soltas, digitadas por Helena Varesi.

    Garras

    Anticris

    Trevas

    Humanid

    Roma e o V...

    Reve

    Divino de...

    – Somente isto, Cardeal Letelier?

    – Não, Cardeal Gambacci.

    Ambos usavam os títulos de forma irônica.

    O Secretário de Estado ainda não compartilhava o interesse do amigo e subordinado, embora sentisse certo mal-estar com as palavras desconexas que tinha acabado de ler.

    – O que mais?

    – Três coisas. Em primeiro lugar, você lembra que De Baldi era incrivelmente preciso com datas.

    – Como não? O padre não afirmou, oitocentos anos atrás, que o homem pisaria na lua, em 1969?

    – E a bomba atômica em agosto de 1945, o Dia D, a erupção do vulcão Krakatoa... – completou Letelier.

    – E daí?

    – E daí que já sabemos que essa última profecia mostra pelo menos duas datas. Elas aparecem de forma clara na parte que estamos conseguindo recuperar. São o ano de 2001 e maio de 1975.

    – Alguma ideia?

    Letelier não respondeu.

    Gambacci aguardava o que o espião queria deixar para o final.

    – A segunda coisa?

    – Como você sabe, quando escreveu as profecias, De Baldi avisou a todos que seria atacado pelas forças do Mal e uma seita terrível de homens do Oriente Médio. Ele implorava aos cristãos que protegessem aqueles escritos com a própria vida, para que o perigo pudesse ser revelado e a humanidade saber no século XXI.

    – Saber o quê?

    – Ainda não temos ideia.

    – E?

    – Não conseguimos mais detalhes até esse momento. Mas veja outras palavras, ou melhor, pedaços de palavras recuperadas.

    proteger

    guardi

    destrui-

    Punh

    Após algum tempo, Gambacci perguntou:

    – Então você realmente acredita que se trata de mais uma profecia sobre um anticristo?

    – Sinceramente, não tenho mais dúvidas. E não é mais uma profecia, é a profecia. Os outros malucos da Idade Medieval não afirmaram que o homem pisaria na lua.

    – Em quanto tempo você espera recuperar todo o texto?

    – Difícil dizer, Al. Mas com sorte, teremos bastante material em mais vinte ou trinta dias. Não se esqueça de que esta foi a mais longa profecia de De Baldi e ele até que era objetivo.

    – Mantenha-me informado. Quantas pessoas estão a par disto?

    – A equipe na universidade, nós dois, o Cardeal Lentini e dois analistas meus. Outras pessoas estão trabalhando na pesquisa sobre De Baldi e rastreando o que aconteceu com as doze caixas durante todos esses séculos, mas eles não têm acesso ao texto.

    – Muito bem.

    – Você vai falar com o Santo Padre?

    – Ainda não.

    Gambacci respondeu sério.

    Ele começava a se preocupar também.

    Capítulo 2

    Nova Iorque

    O jovem executivo americano olhou-se pela última vez no espelho, antes de sair do escritório em Manhattan. Ajeitou o cabelo escuro, conferiu o nó da gravata Pierre Cardin e fechou o primeiro botão do paletó grafite de lã inglesa. Advogado bem sucedido, Joshua Gilbert III, gostava de roupas caras, relógios Brietling, carros e sapatos italianos. A criação entre uma das famílias mais ricas da Carolina do Norte tinha propiciado o gosto exigente e, antes de completar dezoito anos, o rapaz já recebia convites para testes em carros esportivos e um catálogo personalizado da Bloomingdale´s.

    Deu boa noite aos pobres coitados que fariam overtime naquela sexta, e jogou um beijo charmoso para a nova atendente, uma morena da Califórnia. Alguns minutos depois, caminhava rápido pela Quinta Avenida, pensando se jogaria tênis ou squash na manhã de sábado.

    Chegou ao prédio na Rua Quarenta e Quatro, luxuoso, mas pequeno, com apartamentos compactos, ideais para executivos que vinham de fora ou yuppies morando sozinhos na Big Apple.

    A porta estava aberta e Joshua riu, pensando que precisava se concentrar mais nas coisas, parar de esquecer as chaves em qualquer lugar, as luzes acesas, o computador ligado e as portas abertas. Foi direto à geladeira e pegou a Coca-Cola mais gelada. Voltou para a sala e pendurou o paletó em uma das cadeiras da pequena mesa de quatro lugares. Depois de tirar a gravata e tomar metade do líquido refrescante, sentou-se no pufe, de frente para o aparelho de som de última geração, seu bem mais caro e apreciado. Afastou com o pé o taco de beisebol que havia comprado no Texas dois anos antes, e pegou vários CDs.

    Escolheu um antigo, uma das primeiras gravações do U2. Colocou o disco no aparelho Sony, mas não chegou a escutar a voz de Bono Vox.

    A cabeça de Joshua Gilbert III foi atingida em cheio pelo taco de beisebol. O rapaz caiu desacordado aos pés do homem de capa cinza e chapéu preto.

    O invasor repetiu o ritual de poucos dias antes na capital da Rússia. Retirou o punhal do antigo invólucro de pele e feriu mortalmente o advogado americano, nascido em seis de maio de 1975.

    Por tradição da família da Carolina do Norte, Joshua recebera o mesmo nome que o pai e o avô.

    Roma

    Letelier passou pelo portão de ferro e cruzou apressado os jardins da Igreja de Santo Ivo, a primeira construção da Universidade de Roma, realizada nos anos de 1300 e financiada com impostos sobre a importação de vinhos franceses. Andou pela alameda que levava aos principais laboratórios de arqueologia da universidade e finalmente chegou ofegante ao anexo de concreto e vidro, um dos grandes centros mundiais de pesquisa, análise e restauração de documentos antigos. O francês, como sempre, tinha as feições preocupadas.

    Ao lado dele, o Cardeal Lentini caminhava com dificuldade para acompanhar o superior, devido ao excesso de gordura e à falta de exercícios.

    Lentini era uma das figuras mais antigas na elite do Vaticano. Nunca se dera bem com Letelier, mas tinha seu cargo garantido pelo acordo entre a Secretaria de Estado e a facção ortodoxa da igreja, que não abria mão de nomear um dos seus membros para o Serviço de Informações.

    Atrás dos cardeais, vinham dois seguranças do grupo que os protegia vinte e quatro horas por dia, especialmente Letelier, responsável pelas informações, arquivos e segredos da Sé Romana. Outros dois agentes permaneceram do lado de fora do prédio, com o carro oficial do Vaticano.

    Lentini perguntou a todos, sem ao menos dar boa noite aos cansados pesquisadores de jaleco branco:

    – Conseguiram?

    – Parcialmente, Eminência.

    – Pensei ter ouvido ao telefone, que vocês tinham resultados.

    – E temos, Eminência – respondeu a mulher bonita, com cabelos presos e um jaleco branco sobre um vestido cinza, comportado.

    Helena Varesi era Diretora Assistente do Departamento de Pesquisa e Arqueologia Bíblica da Universidade. Estava na casa dos quarenta e mostrava sempre grande satisfação em trabalhar com artigos da época medieval, ramo no qual ela era uma das maiores especialistas de todo o mundo. Além de competente, tinha o dom especial de lidar com os exigentes cardeais do Vaticano, desde que começaram os convênios entre a universidade e a Igreja, anos antes. Helena gostava de Letelier e conseguia aturar a arrogância de Lentini.

    Pediu que os dois a acompanhassem em direção ao corredor. Os demais pesquisadores observavam

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